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HOSPITAL PARA JOÃO POLANCZYK, DO MOINHOS DE VENTO, MAIS QUE HOTELARIA, O CONCEITO DE ATENDIMENTO VIP ESTÁ LIGADO À ASSISTÊNCIA ASSISTÊNCIA PREMIUM ENTREVISTA JOSÉ GOMES TEMPORÃO EX-MINISTRO DA SAÚDE ANALISA OS AVANÇOS DO SETOR E BUSCA CONSENSO ENTRE AS NAÇÕES SUL-AMERICANAS CONHEÇA OS DESAFIOS E PECULIARIDADES DE GERENCIAR UM HOSPITAL INFANTIL CLUSTERS: HOSPITAIS SE UNEM PARA ATENDER AO MERCADO DE TURISMO EM SAÚDE F: C S’A

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A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR - Ano 19 • Edição • 192 • Outubro de 2011

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HOSPITAL

PARA JOÃO POLANCZYK, DO MOINHOS DE VENTO, MAIS QUE HOTELARIA, O CONCEITO DE ATENDIMENTO VIP ESTÁ LIGADO À ASSISTÊNCIA

ASSISTÊNCIA

PREMIUM

ENTREVISTAJOSÉ GOMES TEMPORÃO

EX-MINISTRO DA SAÚDE ANALISA OS AVANÇOS DO SETOR E BUSCA

CONSENSO ENTRE AS NAÇÕES SUL-AMERICANAS

CONHEÇA OS DESAFIOS E PECULIARIDADES DE GERENCIAR

UM HOSPITAL INFANTIL

CLUSTERS: HOSPITAIS SE UNEM PARA ATENDER

AO MERCADO DE TURISMOEM SAÚDE

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www.revistafh.com.br

E X P E D I E N T E

PRESIDENTE-EXECUTIVOADELSON DE SOUSA • [email protected]

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVOMIGUEL PETRILLI • [email protected]

DIRETOR EXECUTIVO DE MARKETING E VENDAS

ALBERTO LEITE • [email protected]

DIRETOR DE RECURSOS E FINANÇASJOÃO PAULO COLOMBO • [email protected]

DIRETORA EXECUTIVA EDITORIALSTELA LACHTERMACHER • [email protected]

CONSELHO EDITORIALADELSON DE SOUSA, MIGUEL PETRILLI, ALBERTO LEITE E STELA LACHTERMACHER

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IMPRESSÃOLog & Print Gráfica e Logística S.A.

EDITORIALEDITORA

Ana Paula Martins • [email protected]

REPÓRTERESCinthya Davila – [email protected]

Guilherme Batimarchi • [email protected]

Maria Carolina Buriti – [email protected]

Verena Souza – [email protected]

PRODUTOR DE ARTE E VÍDEOBruno Cavini • [email protected]

CONSELHO EDITORIALPaulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil

Sérgio Lopez Bento • Superintendente geral de Operações do

Hospital Samaritano

Sílvio Possa • Diretor Geral do Hospital Municipal M’Boi Mirim

Osvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral

João Carlos Bross • Fundador da Bross Consultoria e Arquitetura

GESTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTESGERENTE DE RELACIONAMENTO COM CLIENTES

Marcio Lima • [email protected]

OPERAÇÕESGERENTE DE OPERAÇÕES

Emanuela Araújo • [email protected]

ASSISTENTE DE CIRCULAÇÃO

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COMERCIAL

GERENTE-COMERCIALElizandra Paiva • [email protected] • (11)3823-6625

GERENTE-CLIENTESAna Luisa Luna • [email protected] Marques • [email protected] Premoli – [email protected]

Mozart Henrique Ramos – [email protected] Machado • [email protected]

EXECUTIVOS DE CONTASGabriela Marcondes • [email protected] Morais – [email protected]ícia Aquino • patrí[email protected]

REPRESENTANTES

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REPRESENTAÇÕESGabriela Viana • [email protected]

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Planalto Central (DF e GO):Gaher Fernandes - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-7338Mauricio Caixeta - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-0949 Rio de Janeiro:Sidney Lobato – [email protected](21) 2275-0207 – (21) 8838-2648 Santa Catarina:Lucio Mascarenhas - [email protected](48) 3025-2930 - (48) 7811-4598

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A revista FH é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação.As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente.

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ANALISTA INTELIGÊNCIA DE MERCADOAndréia Marchione - [email protected]

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ANALISTA GERAÇÃO DE NEGÓCIOSGabriela Mendes Pereira – [email protected]

ANALISTA DE AUDIÊNCIA - REVISTASThiago Rocha – [email protected]

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Editorial

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AnA PAulA MArtins

Editora-executiva daIT Mídia S.A

á nem lembro mais quantas vezes inicio um editorial no qual comento a votação da regulamentação da Emenda Constitucional 29. Foram tantas negociações, tentativas e impasses, que ainda sobram dúvidas sobre a evolução do processo e se realmente será a solução para a saúde pública. A aprovação do texto na Câmara dos Deputados foi comemorada com festa, depois de 11 anos de tentativa. Mas ainda haverá a discussão

no Senado, e o velho impasse: a definição de fonte de financiamento, uma vez que há a resis-tência da União em atrelar 10% da arrecadação para o setor, e uma verdadeira abominação à ideia de se criar um novo imposto, na verdade, recriar o que já foi extinto. Distribuição dos royalties do petróleo e até uma reforma para tributar os mais ricos são algumas das alterna-tivas pensadas para trazer os R$ 35 bilhões pedidos pelo ministro Alexandre Padilha. Vamos ver se realmente virá, a torcida é só para que não se leve mais 11 anos para isso acontecer.Além do aspecto financeiro, toda essa discussão gerou uma superexposição da saúde na mí-dia. Próximo à votação, foi incrível a quantidade de notícias, debates, artigos veiculados em todos principais veículos de comunicação do País. Mas o que surpreendeu não foi a quan-tidade de discussões envolvendo a saúde, mas sim, a quantidade de análises rasas e fracos argumentos que contribuem para que pontos importantes na gestão de saúde continuem desconhecidos, e daí a conversa não avança. Quando vejo isso, penso que não importa se daqui a 10 anos a saúde melhore drasticamente a sua eficiência e eficácia e vença os desafios presentes, ela continuará ruim sob os olhos da sociedade.Longe de mim achar que está tudo maravilhoso e que não há muito ainda para evoluir, sei o quanto ainda falta, mas também sei que tem muita gente interessante e inteligente trazendo inovações para o setor, contribuindo para discussões mais profundas, combatendo más práti-cas, disseminando informações, e pergunto, por que isso não ganha os holofotes?Há dois aspectos a serem analisados. O primeiro é que a mídia ainda acredita que notícias ruins vendem mais que as boas. Isso é cultural e histórico, e talvez, as novas gerações con-tribuam um pouco mais para essa mudança. E o outro é que isso também tem a ver com o comportamento do setor de uma forma geral. Acostumado ao conflito entre os elos e às eternas discussões e resistência à mudança, a saúde se enfraquece como setor e continua projetando essa imagem de enfraquecimento.Talvez esteja na hora de tornar o setor mais conhecido aos olhos da sociedade, divulgar o que é relevante, educar a população para o seu melhor uso, dar instrumentos para que a melhor avaliação aconteça, e claro, criar a oportunidade de ouvir o que se espera dos serviços de saúde como um todo. Mas isso não depende de nenhum agente externo. Depende da boa vontade de cada um. A célebre frase de Gandhi fica aqui como um convite: “ seja a mudança que quer ver no mundo”.

Um abraço e até a próxima!

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com mais de 22.500 colaboradores no mundo todo, mais de 50 unidades produtoras nos 5 continentese a con� ança de médicos e pro� ssionais de saúde.

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blog s

Alberto ogAtA Último post: brasil: um paísde obesos? Alberto ogata é presidente da As-sociação brasileira de Qualidade de Vida. Médico, Mestre em Me-dicina e em economia da Saúde (UNIFeSP). Diretor de respon-sabilidade Social da FIeSP.

Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês: www.saudeweb.com.br/blogs

PeDro CASSAb Último post: liminar Preventiva garante Análise de Pedido de re-gistro de Produto Médico Antes do Vencimento do Prazo legal Pedro Cassab é advogado, es-pecialista em Direito Sanitário, e Sócio do escritório Mendes e Cassab Advogados Associados.

eNrICo De VettorI Último post: Sugestão de leitura: “Como resolver a crise de custos na saúde” de Kaplan & Porter, por Harvard business review enrico De Vettori é Sócio da Deloitte Consultores - líder da área de life Sciences & Health-care no brasil.

CeSAr lUIz AbICAlAFFeÚltimo post: Avaliação de De-sempenho em Saúde e o P4P© - Artigo 10Cesar Abicalaffe é médico e Sócio diretor da Impacto tec-nologias gerenciais em Saúde. Autor do modelo P4P© de pa-gamento por performance

MUlT IMÍDIA

Hospital santa paula investe R$ 21 milHões em nova toRRePor Verena Souzao hospital geral Santa Paula pretende especializar-se nas áreas de oncologia e neurologia. Para isso, está construindo outro prédio, no mesmo complexo, com um centro oncológico e neurológico. os investimentos giram em torno de r$ 21

entenda gestão do síRio-libanês paRa pacientes inteRnacionaisPor Verena SouzaInternação de 1.900 pacientes estrangeiros representou cerca de r$ 20 milhões em 2010. Conheça estrutura do hospital para o segmento, negociação com seguradoras e expectativas

galerIa PoDCasT WebCasT

boeHRingeR e asHoka financiam 50 empReendedoRes sociaisPor Perla RossetiAtravés do Programa Mais Saúde, companhia farmacêutica boehringer Ingelheim e o Instituto Ashoka, entidade global presente em mais de 70 países, pretendem estimular projetos que envolvam setor público e privado.

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FOTÓGRAFO ACOMPANHA PACIENTES RENAIS CRÔNICOSE REGISTRA TRATAMENDO POUCO CONHECIDOEm quatro anos de pesquisas e registros na área da saúde, o fotógrafo André François encontrou diver-sos pacientes renais crônicos e acompanhou suas sagas em busca do tratamento que os mantêm vivos.

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entrevista

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Ex-ministro José Gomes Temporão assume a direção do novo Instituto Sul-Americano de Governança em Saúde da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), com o objetivo de criar consensos, compromissos e políticas entre os países. Defensor da repolitização do setor e de um pacto da sociedade brasileira sobre a importância de ampliar os recursos em saúde, ele acredita que a Emenda 29 será aprovada no Senado por refletir o clamor público por transparência nos gastos da pasta, que deixa de receber cerca de R$ 72 bilhões por ano, com desvios e a falta de clareza nas declarações

ndicado pelo Governo Federal para assumir o novo Instituto Sul-Americano de Governança em Saúde (Isags), órgão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) formado por doze países, com sede no Rio de Janeiro, o ex-ministro da Saúde José Gomes Tem-porão tem um novo desafio: buscar nos próximos

três anos soluções para o setor no continente. Inaugurado em agosto, o Isags é a sua menina dos olhos, por assim di-zer, já que ele tem se dedicado em tempo integral à missão, com um breve intervalo apenas para ir à China atender ao pedido do governo de lá por uma assessoria independente de especialistas mundiais, a fim de implementar mudanças no sistema de saúde do país.Ministro durante boa parte do segundo mandato do gover-no Lula, Temporão é professor e pesquisador do departa-mento de Administração e Planejamento de Saúde da Esco-la Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, desde 1980.Médico sanitarista, destacou-se ao participar do movimento que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi Secretário de Planejamento do Inamps de 1985 a 1988, subsecretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro em

1991, presidente do Instituto Vital Brazil de 1992 a 1995, assessor-chefe de Planejamento da Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro em 1999, subsecretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro em 2001 e presi-dente da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde da Fiocruz (Fiotec) de 2002 a 2003.Sua atuação institucional como presidente do Centro Bra-sileiro de Estudos de Saúde (CEBES) e da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil (ALFOB), entre outros, o levou às consultorias a organismos como a Unicef e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES).Conhecido ainda por estimular a colaboração com outras instituições como a Fundação Oswaldo Cruz, a Anvisa, o Instituto Adolfo Lutz, a escola americana de saúde pública Johns Hopkins e a Organização Mundial da Saúde (OMS), Temporão conversou com a FH sobre a saúde suplemen-tar e a rede pública, carências assistenciais, Emenda 29, regulação e o cenário futuro, promissor e desafiador para os empresários do setor, que se anteciparem ao aumento da demanda tecnológica e de atendimento.

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saúdeDeDicação total à

Perla Rossetti • [email protected]

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QUeM: José Gomes temporão

Médico sanitarista, diretor do instituto Sul-americano de Governança em Saúde da União de Nações Sul americanas (Unasul)

Foi ministro da Saúde de março de 2007 até o final de 2010

É professor e pesquisador na escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, desde 1980

atuou como consultor da Unicef e do BNDeS

Participou do movimento que resultou na criação do Sistema Único de Saúde (SUS)

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entrevista

FH - O problema de financiamento na cadeia de saúde constitui um ce-nário que se estende há várias déca-das. O senhor acredita que a Emenda 29 é essencial, mesmo que nem todos seus dispositivos tenham sido apre-sentados à sociedade? Será aprovada no Senado?José Gomes Temporão: Conseguimos construir um consenso na sociedade brasi-leira, entre gestores, setor público e privado, parlamentares, sobre a importância da regu-lamentação da emenda por vários motivos. O primeiro deles é porque, em definitivo te-remos claro, definido em lei, o que são gastos em saúde, pois até então não existia. Muito governadores contabilizam para fins de pres-tação de contas ações que na realidade nada tem a ver com o setor de saúde. A estimativa é que R$ 72 bilhões por ano deixam de ser aplicados na saúde por essa questão. Então, a emenda aprovada, de uma vez por todas, impedirá que despesas que não são de saú-de sejam estritamente da área de saúde. O segundo ponto, é mais importante ainda, é uma repactuação da sociedade brasileira so-bre a importância de ampliar os gastos em saúde. Essa discussão de que o problema da saúde é de gestão é um argumento de uma fragilidade incrível porque todos os sistemas

de saúde do mundo enfrentam problema de gestão e sempre será assim porque melho-rar a qualidade e eficiência do gasto, impedir mau uso e desvio do recurso é uma tarefa de todos os dias nos sistemas e não referente ao Brasil. Não se pode com isso negar que a saúde pública brasileira não tenha recursos suficientes. Sim, temos problemas de gestão, sim temos problemas para melhorar a efici-ência do gasto, sim temos de impedir o des-vio e mal uso de recursos, mas, ao mesmo tempo, admitir que o sistema de saúde públi-

co brasileiro é subfinanciado. Basta comparar com nossos vizinhos Chile e Argentina que gastam mais no sistema de saúde público. Um dado contundente é que apenas 40% gastos em saúde no Brasil são públicos. Na verdade, quem financia a saúde brasileira são as famílias e as empresas. O Brasil precisa gastar mais e, obviamente, gastar bem.

FH: Nesse sentido, qual a importância das PPPs para ali-viar essa conta, tendo em vista as dívidas que as Santas Casas acumulam e os conflitos que todos os serviços de saúde sofrem num efeito cascata?Temporão: As Parcerias Público Privadas e alternativas como outros modelos de gestão se encaixam, justamente, nos recursos disponíveis. Então, são válidas, desde que os princípios válidos dos sistemas de saúde não sejam comprometidos. Refiro-me aos prin-cípios da universalidade, da equidade, da integralidade e da gratui-dade. Dentro deles, as PPPs e inovações em modelos de gestão, desde que não levem também às terceirizações e fragilizações en-tre profissionais e organizações me parecem que vem ajudar. Essa questão está dentro do debate público, com certeza. FH: E qual é sua visão sobre os royalties do petróleo para beneficiar à saúde? Há uma perspectiva real de financia-mento do setor diante de um cenário de receita futuro?Temporão: Insere-se dentro desta visão mais ampla de onde tirar os recursos. De um lado, há uma grande rejeição da so-ciedade brasileira em aumentar a carga tributária. Uma fonte que parece importante e óbvia, e é impressionante como não se consegue avançar sobre isso é que cigarro no Brasil é muito barato. E uma das maneiras de reduzir o consumo é aumen-

tar o preço. O cigarro no Brasil é ridiculamente barato quando comparado à Europa e aos Estados Unidos. Aqui são vendidos por ano 5 bilhões de maços. Se colocarmos recursos específi-cos para a saúde, teríamos uma fonte importante. Outra seria taxar as bebidas alcoólicas, cerveja, cachaça, poderiam ter uma taxação específica destinada à saúde pública. O petróleo entra-ria nessa possibilidade. Mas na realidade temos uma questão de tempo. O Pré-Sal ainda é uma hipótese. Teríamos de esperar uns 10 anos para que essa receita seja disponibilizada. E a saúde não pode esperar tanto. Ainda assim, acredito que é uma alter-nativa, como o próprio marco regulatório que colocou a saúde como umas das áreas a ser beneficiada.

FH: Como os serviços e estabelecimentos de saúde de-vem se preparar para a Copa do Mundo e as Olimpíadas? O senhor acredita que haverá um significativo aumento de demanda que precisa ser antecipado desde agora pe-los serviços públicos e a rede de saúde suplementar?Temporão: Fazemos todos os anos no dia 31 de dezembro uma festa no Rio de Janeiro que coloca 3 milhões de pessoas na rua, em Copacabana. O Brasil já tem certa experiência em grandes eventos. Tivemos os Jogos Pan-americanos, no Rio. É importante que a sociedade receba um retorno do investimentos gigantescos que serão feito com dinheiro público e vão depender dos jogos dos dois eventos. Durante muito tempo, dos anos 50 aos 70, o Rio de Janeiro era o centro da medicina brasileira. A residência médica começou nos Hospital dos Servidores, e nos anos 80 e 90 houve a degradação da saúde pública no País. Está sendo feito um grande esforço de recuperação da estrutura física e do serviço. Minha expectativa é que as Olimpíadas possam, de uma vez por todas, recuperar esse patrimônio que foi abandonado por muito tempo que são os hospitais universitários e do ministério da saú-de no Rio de Janeiro e fortalecimento do sistema de saúde como um todo. Também acho fundamental a parceria com o setor pri-vado no sentido de que, especificamente, voltado aos visitantes, turistas, atletas que estarão aqui, durante os jogos, que tenhamos uma atenção de prevenção e cuidado de alto nível e acredito que o Brasil já tenha como oferecer tudo isso.

FH: Qual o balanço que o senhor faz em relação a sua gestão no Ministério da Saúde?Temporão: É complexo. Foram quatro anos. Trabalho com saúde pública há 35 anos, sou professor da Fundação Osvaldo Cruz e me esforcei em boa parte da minha vida no fortalecimento do SUS e como ministro foi o que me dediquei a fazer. Mas destacaria alguns pontos, como a discussão da gestão, com a proposta que fiz com as fundações estatais de direito privado; toda a questão da pesqui-sa e fortalecimento das indústrias no País com o estabelecimento importante das PPPs na produção de medicamentos e tecnologias para o SUS, incorporação de três novas vacinas no SUS; o combate à publicidade de bebida alcoólica e a saúde do homem. Pela pri-meira vez no País implantamos uma política nesse sentido. Foram muitos projetos e faço um balanço, sendo honesto e franco, de que foi uma boa gestão. FH: Permanentemente, o senhor busca estimular a co-operação entre instituições como a Fundação Osvaldo Cruz, a Anvisa, o Instituto Adolfo Lutz. Qual a sua suges-tão para inspirar aos players da saúde na iniciativa priva-da a atuarem nessa perspectiva de colaboração técnica, parceira e transparência mantendo a competitividade de mercado em níveis saudáveis? Temporão: Sempre que possível ampliar o diálogo e estreitar as relações, é claro, tendo uma capacidade de regulação própria, que respeite os aspectos de cidadania. Vejo que as cooperações institu-

“A regulAção é fundAmentAl Até pArA evitAr o risco reAl de que se coloque no mercAdo produtos incompAtíveis sob o ponto de vistA de coberturA. A sAúde não pode ser vistA ApenAs como um negócio, estAmos diAnte de questões éticAs e morAis”

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Foto: Léo Pinheiro

cionais, de diálogos sejam na saúde ou em outros fóruns me parecem sempre o me-lhor caminho. Muitas vezes, o setor público tende a aprender com práticas que vem do empresariamento e do mercado, com expe-riências inovadoras, inclusive entre estados, municípios e o próprio Governo Federal. O que se tem de defender não é colocar limites estanques nessa relação ou apenas estabele-cer uma relação nos termos restrito da lei, mas sim que trabalhe no fortalecimento do sistema público, que é o que nós queremos.

FH: O senhor sempre defende a ne-cessidade de repolitização da saúde. Como isso seria feito na atual con-juntura de discussões sobre refinan-ciamento, portas de entradas, PPPs, novos partidos políticos, entre ou-tros aspectos num cenário macroe-conômico e ambiental?Temporão: Me refiro a uma visão perigosa que confunde saúde com assistência, que é apenas uma dimensão da primeira. Da mes-ma maneira, um hospital é apenas um pon-to de atendimento dentro de um sistema complexo. A assistência é um ponto dentro de uma questão mais abrangente que tem a ver com as condições de vida, de educação, cultura, moradia, saneamento, alimentação,

atividade física. Saúde tem a ver com bem-estar, com um padrão de qualidade de vida. Portanto, a repotilização se refere a essa questão. É importante que a sociedade saiba que, quando garantimos acesso ao ensino de qualidade, também investimos na saúde. Quando in-vestimos em espaços de trabalhos seguros, que diminuam os riscos de acidentes também. Quando universalizamos o acesso à água tra-tada e esgotamento sanitário, estamos investindo em saúde. Então, essa é a visão mais ampla que nós temos de ter. FH: No Isags o senhor assume com a proposta de com-partilhar com os países membros da América Latina os desafios, propostas e consensos. Quais os elementos co-muns entre países de dimensões, políticas, histórias e ne-cessidades tão distintas da população em saúde?Temporão: Esse é um dos desafios do Isags. Queremos chamar a atenção de que o Isags expressa um aumento da saúde na agenda con-tinental. Cada vez mais é tema de debates dos fóruns internacionais, na Câmara Mundial de Comércio, todas as discussões sobre proteção patentária, e a última epidemia de gripe H1N1 foi um exemplo de que como um evento de nível global afeta as relações comerciais, cria ameaças e, portanto, precisamos discutir juntos como enfrentar esse problema. No continente sul-americano, é interessante que, quan-do foi lançado a Unasul [União de Nações Sul-Americanas] foram

criadas duas áreas institucionais, a de defesa, estruturada em Buenos Aires no Instituto Sul-Americano de Defesa e Saúde, onde temos uma estratégia que envolve temas como universalidade, recursos hu-manos, vigilância epidemiológica, entre outros pontos, e a criação de um instituto com sede no Rio de Janeiro, o Isags, que estou dirigindo. A proposta é apoiar os ministérios de saúde do continente na me-lhoria de sua capacidade de governo, em gestão, formando quadros, colocando a disposição modelos de governança para melhorar o de-sempenho desses sistemas.

FH: Que países sul-americanos o senhor considera refe-rência, no sentido de olhar para frente em antecipar as tendências assistenciais implementando uma nova visão e política de conduta e investimentos?Temporão: É um ponto de vista pontual, Argentina e Chile são pa-íses como o Brasil, com sistemas mais organizados. Por outro lado, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia estão fazendo grandes esforços e investimentos no fortalecimento dos sistemas, mas eles são muito diferentes. O Isags vai atuar propondo linhas de atuação conjuntas, que sejam consenso entre todos os países e a principal é que todos concordam, se não formarmos países capazes, com bons dirigentes e gestores, não tem funcionalidade. Então, o Isags entra exatamente aí, para ajudar esses países a formar seus quadros de dirigentes.

“[emenda 29] Pela Primeira vez estabeleceram-se indicadores de desemPenho, essa é uma questão que chega até um Pouco tarde. é fundamental Para a sociedade saber, da maneira mais transParente Possível, como são gastos os imPostos arrecadados”

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Portaria pretende simplificar, mas entidades filantrópicas ainda enfrentam dificuldades

Foto: Divulgação

Maçazumi Niwa, da Femipa: Entidades que entram com o pedido de certificação dificilmente saem do setor privado lucrativo

Novas regras para os Lenir Camimura • [email protected]

ublicada em agosto pelo Ministério da Saúde, a Portaria 1.970/2011, que dispõe sobre o pro-cesso de Certifica-ção das Entidades Beneficentes de As-sistência Social na

Área de Saúde (CEBAS), substituiu a Porta-ria 3355/2010. O objetivo da nova norma, de acordo com o Departamento do CEBAS (DCEBAS), era fortalecer a certificação, es-clarecendo as regras deste processo.A Portaria 1.970 acompanha a Lei da Filan-tropia (Lei 12.453/11), que determina que as entidades de saúde tem de “ofertar e com-provar” a prestação de seus serviços ao SUS no percentual mínimo de 60% para obter o certificado. A certificação possibilita o acesso à isenção de contribuições sociais previstas na Constituição Federal.Todas as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, que atendam as exigên-cias da Lei da Filantropia e suas regulamen-tações podem entrar com um pedido de concessão do Certificado. Segundo infor-mações do DCEBAS, existem cerca de 2150 requerimentos de certificação protocolados no Ministério da Saúde.Para a coordenadora do Departamento Ju-rídico da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filan-trópicas (CMB), Monaliza Santos, a entidade não visualiza prós e contras na Portaria. “A entidade que optar por se tornar filantrópica deverá observar todas as regras, que não são simples. A legislação é extensa e complexa, o que exigirá muita atenção e compromisso

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

principais Mudanças trazidas pela portaria 1.970/2010, segundo o dceBas

a) A comprovação da presta-ção de serviços ao SUS não será mais pelo SOMATÓRIO do ambulatório e da interna-ção (artigo  4º, inciso III, Lei 12.101/2009 e detalhamen-to em sua regulamentação), passando a ser pela apuração simples de percentual de 60%   das internações e atendimen-tos ambulatoriais prestados, sendo que o ambulatorial deve ser considerado no máximo de 10% do total da produção.

b) A aplicação da receita em gratuidade terá como base a receita efetivamente recebida da prestação de serviços de saúde. Não é mais pela receita bruta (art. 8º- parágrafo 2º da Lei 12101/2009);

c) Inserção das  ações prioritá-rias que compõem as redes de serviços de saúde,  agregando percentuais para a compro-vação dos 60% de prestação de serviços ao SUS. (artigo 33 da Portaria GM/MS nº 1.970/2011), a saber: Rede Cegonha, Atenção oncológica, Atenção às urgências e emer-gências, atendimentos voltados aos usuários de  álcool, crack e outras drogas e os Hospitais certificados como de Ensino.

* O DCEBAS esclarece que não houve aumento de peso dos pro-cedimentos ambulatoriais nos re-quisitos para a certificação.

por parte da entidade e também do Poder Público”. De acordo com a coordenadora, muitas das exigên-cias trazidas na Portaria já eram – ou deveriam ser – aplicadas, como por exemplo, as regras destinadas ao departamento financeiro, que seguem as normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

MudançasSegundo Monaliza, a Portaria 1.970 traz mudanças importantes, que devem auxiliar as entidades a com-provarem os requisitos exigidos em Lei e nos decretos que regem o setor filantrópico. Entre as alterações, a coordenadora da CMB destaca a mudança na fórmula empregada para a comprovação dos serviços prestados ao SUS, que era pela soma do ambulatório e da inter-nação, e agora passa a ser pela apuração simples de per-centual de 60% das internações e atendimentos ambu-latoriais prestados, sendo que o ambulatorial deve ser considerado no máximo de 10% do total da produção.O DCEBAS ressalta também que ao percentual total de prestação de serviços para o SUS poderá ser adi-cionado o índice percentual de 1,5% para cada ação prioritária relacionada no Plano de Ação Regional, que compõem a política do Ministério da Saúde - Rede Cegonha; Atenção oncológica; atenção às Urgências e Emergências; atendimentos aos usuários de crack, al-cool e outras drogas; e hospitais de ensino.

BarreirasAlgumas dificuldades ainda atingem o setor filantró-pico e a conquista da certificação. A remuneração dos serviços pela tabela SUS ainda é a maior delas, como afirma Monaliza. “A baixa remuneração soma-da à falta de recursos próprios para a manutenção da instituição, fazem cair a qualidade do atendimento e engordar a tão conhecida dívida do Setor”. Ela ressal-ta que os incentivos oferecidos pelo Governo – como no anúncio de verba extra para a contratualização – ajudam, mas não são suficientes para a manutenção das entidades.Segundo o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficente do Estado do Paraná (Femipa), Maçazumi Niwa, os incentivos são realizados para que sejam regularizadas as relações jurídicas e financeiras entre gestores e prestadores. “Além disso, o governo se utiliza desses incentivos para viabilizar o atendimento da demanda dos ser-

viços de assistência à saúde dos usuários do SUS. A contratualização acaba se tornando um método para equilibrar as tabelas altamente defasadas pelos servi-ços prestados aos usuários do SUS”.No mercado, há a percepção de que o governo re-corra à isenção concedida aos filantrópicos como argumento para “pagar mal”. Por este motivo, as entidades que entram com o pedido de certificação dificilmente estão saindo do setor privado lucrativo para tornar-se entidade beneficente. Geralmente, o perfil destes estabelecimentos já é de entidade sem fins lucrativos.Niwa destaca também que a declaração de cumpri-mento de metas a ser emitida pelos gestores de saú-de, prevista na Portaria 1.970, pode gerar uma difi-culdade. “Lembramos que os serviços de assistência à saúde prestados pelos hospitais integram uma rede hierarquizada e qualquer falha nesta rede pode gerar falta de demanda para as metas pactuadas, dentre ou-tras situações reais que poderão ocorrer”.Ele diz que há, ainda, um certo receio dos hospitais em relação à postura dos gestores de saúde frente a situação de pactuação para prestação de serviços em gratuidade (quando o hospital não atinge a meta de 60% de atendimento e oferece serviços gratuitos para compensar a falta do atendimento). O temor é que os gestores utilizem a pactuação como mera ferramenta de gestão financeira ou que resolva pro-blemas das secretarias relativamente à demanda de serviços aos usuários do SUS, desconsiderando o perfil assistencial específico de determinada unida-de hospitalar. Essa atitude poderá criar um impasse à celebração da pactuação para prestação de servi-ços em gratuidade.O presidente da Femipa ressalta que a Portaria 1.970 foi um grande avanço. Contudo, a legislação precisa espelhar com agilidade a realidade enfren-tada pelos estabelecimentos de saúde filantrópi-cos. “Existem instituições que fecham suas portas por falta de financiamento adequado ou porque as regras para concessão da isenção das contribuições sociais previstas nos diplomas legais são de difícil execução. O ideal era estabelecer a essas entidades hospitalares a condição de filantrópicas pelo aten-dimento das cláusulas contratuais ou conveniais com os gestores de saúde, sem vincular a nenhum outro documento ou condição”.

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Hospitais estão otimistas com regulamentação da Emenda 29, mas o problema do financiamento persiste. Governo sinaliza para a criação de novo imposto em 2012 

Foto: Divulgação

epois de onze anos, a lei complementar que re-gulamenta os gastos públicos para o setor – mais conhecida como Emenda 29 - foi aprovada pela Câmara dos Deputados no dia 22 de setembro deste ano. “É um momento histórico para o se-

tor”, ressalta o diretor executivo do Hospital de Caridade Ijuí ( a 400 km de POA), João Leonne Sena.Pela proposta, os Estados e municípios devem aplicar, respectivamente, 12% e 15% dos seus recursos na saúde. A regra para a União é a de destinar ao setor o va-lor empenhado no Orçamento anterior, acrescido da variação nominal do Produ-to Interno Bruto (PIB). Originalmente, a matéria previa que a União gastasse 10% de sua receita bruta com saúde. O DEM, um dos principais partidos de oposição ao governo da presidente Dilma Rousse-ff, trabalhará no Senado para restabelecer esse percentual.Durante a votação – sob o placar de 355 votos contrários à nova contribuição, 76 a favor e 4 absten-ções - a Câmara rejeitou um artigo do projeto que previa a criação de um imposto para a saúde, batizado de Contribui-ção Social para a Saúde (CSS) - nos moldes da antiga CPMF.Apesar do longo período de espera pela regulamentação, a fonte de recursos exclusiva para o segmento ainda está em aberto. “Hoje se aplica no Bolsa Família e alega-se investimen-

to em saúde. Isso deve garantir recursos exclusivamente para a assistência à saúde da população”, ressalta o presidente do Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Esta-do de São Paulo (Fehosp), Edson Rogatti. Diferentes formas de financiamento já foram cogitadas como, por exemplo, a utilização de recursos de royalties do pré-sal,

o aumento da alíquota do seguro obrigatório de danos pessoais por veículos automotores de via terrestre, o DPVAT, taxações extras para bebidas e cigarros, ou ainda a legalização de alguns jogos no Brasil, com a destinação das taxações sobre bingos e outros jogos.A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), admitiu que o governo quer a criação de um imposto para financiar investi-mentos em saúde no País e arrecadar mais R$ 45 bilhões por ano. Os rumores do mercado indicam que a aprovação do tributo deve ser feita somente no ano que vem.Mesmo sem a resolução do problema do financiamento, os gestores de hospitais bra-

sileiros estão otimistas. “É um passo poderoso na tentativa de se destinar recursos para a saúde pública. Infelizmente ainda não sabemos de onde virão os recursos. Eu, particu-larmente, sou contra ao aumento de impostos no Brasil, ainda mais porque não temos a noção clara para onde o montante arrecadado vai”, afirma o diretor geral do Hos-pital M´Boi Mirim, Sílvio Possa.

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

E a história

Verena Souza • [email protected] de Guilherme Batimarchi • [email protected] 

continua...DurantE a votação – sob o placar DE 355 votos contrários à

nova contribuição, 76 a favor E 4 abstEnçõEs

– a câmara rEjEitou um artiGo Do projEto quE prEvia a criação DE um imposto para a saúDE, batizaDo DE contribuição social

para a saúDE (css) – nos molDEs Da antiGa cpmf

Sílvio Possa, do Hospital M´Boi Mirim: não temos a noção clara para onde vão os impostos no brasil

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Interesses divergentes e uma conta crescente. A não cobertura dos antineoplásicos de uso oral no combate ao câncer gera judicialização e descontentamento do paciente

Quimioterapia oral:umA lAcunA nA legIslAção?

cenário é controverso. Meio milhão de novos casos de cân-cer são estimados para este ano no Brasil. O montante pode saltar para 26 milhões

em 2030, segundo dados do Instituto Nacio-nal do Câncer (Inca). Os gastos da União com o fornecimento de remédios de alto custo – geralmente empregados para pacientes onco-lógicos ou raros – cresceram, por determina-ção judicial, 5.818,75% de 2005 para 2010. No ano passado foram R$ 132,58 milhões, o equivalente a 1,8% do orçamento do De-partamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde.A quimioterapia oral é um dos tratamentos comumente utilizados no combate ao câncer. Atualmente 40% dos tratamentos oncológi-cos são ministrados com medicamentos de uso domiciliar em substituição àqueles feitos sobre regime de internação hospitalar ou mesmo ambulatorial. De acordo com o Ins-tituto Oncoguia, em 2021 mais de 80% dos

tratamentos de cân-cer no Brasil serão feitos no domicílio do paciente usando os antineoplásicos orais - reconhecidos como um avanço na medicina. Entretanto, o forne-cimento da medica-ção de uso oral on-cológica no País não está regulamentada pelo Poder Público, o que desobriga a cobertura por parte

dos planos de saúde. “O paciente quando contrata um plano é informado sobre a cobertura de quimioterapia, mas, na maioria das vezes, não sabe qual tipo de quimio está inclusa”, afirma o médico internista e oncologista, Stephen Stefani.O agravante da situação deve-se ao preço da medicação, que, em média, custa entre R$ 10 mil a R$ 15 mil por mês. “O pre-ço é escandaloso para a realidade nacional, levando em consi-deração, ainda, que são tratamentos paliativos para controlar a doença”, alerta o médico.Recorrer ao Poder Judiciário tem sido a única saída encontrada pelas pessoas que precisam da quimioterapia oral. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, existem atualmente mais de 240 mil processos em tramitação no País relacionados à área da saúde, incluindo pública e privada.Segundo levantamento feito pelo oncologista Stefani a partir dos registros jurídicos de uma grande operadora de saúde - com atuação em todos os estados do Brasil -, de 71 ações re-ferentes a quimioterápicos de uso oral e terapias oncológicas no ano de 2009, todas obtiveram 100% de ganho de causa em favor dos pacientes.

Quem paga a contaO crescimento da prescrição desse tipo de tratamento é uma realidade, assim como as causas ganhas na justiça em favor dos pacientes. Além disso, o projeto de lei de n° 352/2011, da senadora Ana Amélia, que objetiva alterar a lei dos planos e seguros de saúde, incluindo, justamente, os antineoplá-sicos orais entre as coberturas obrigatórias fomenta, ainda mais, o impasse sobre o tema.Os impactos financeiros decorrentes dessa inclusão ainda não foram mensurados com precisão pelo setor. Mas para o diretor da ANS, de Normas e Habilitação das Opera-doras, Leandro Tavares, o problema envolvendo a quimio oral não está no financeiro e, sim, na lei. “A questão não vai

avançar enquanto houver o impedimento da procuradoria federal”, explica. A senadora Ana Amélia destaca o impacto que a não cobertura gera no SUS. De acordo com ela, muitos beneficiários de planos de saúde, ao terem a cobertura negada pela operadora, ingres-sam contra o SUS para obter o medicamento prescrito.Em contrapartida, para a coordenadora geral de atenção hos-pitalar do Ministério da Saúde, Ana Paula Cavalcante, o SUS é universal e deve ter a capacidade de atender a todos, tendo pla-no ou não. “Já a judicialização deve ser vista como um indicador de que as coisas não estão funcionando como deveriam”, diz.Ao incluir o procedimento no rol dos planos, Stefani calcula um gasto de 35 a 50 centavos por mês per capita para operadoras de grande porte. “Negar cobertura e ter todas as solicitações con-testadas é ‘trocar de bolso, mas não trocar de calça’. Entendo claramente que temos que ter um contrato como parâmetro para nossos cálculos atuariais e manter o preço de um plano de saúde acessível”, ressalta. Apesar do problema latente, os especialistas ouvidos pela revista FH concordam que uma alteração dessas necessita de uma aná-lise responsável e profissional das consequências para o setor, pois é provável que haja necessidade de diminuir despesas ad-ministrativas, repasses aos usuários, cortes em negociações com fornecedores, impacto nos honorários médicos, entre outros.“Liga para o RH de uma empresa, por exemplo, e pergunta se ele está disposto a aumentar o prêmio anual dos funcionários de 35 a 50 centavos por mês. Todo atores querem incorporar, mas ninguém quer pagar por isso”, opina Stefani. Um dos players que parece estar ausente da discussão são os hospitais, que acabam não participando economicamente das relações em jogo. O cenário controverso está evidente. Caso a incorporação seja aprovada, devido à complexidade da causa, ela deverá ser feita de forma paulatina e com critérios bem definidos.

senAdorA AnA AmélIA (pp/rs) lutA pelA Inclusão dA quImIoterApIA orAl nA coberturA obrIgAtórIA dos plAnos

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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) passará pelo Senado em meio a discursos divergentes

ão é de hoje que as esferas pública e privada enfren-tam dificuldades de inte-gração. Em um sistema capitalista avançado e em

um regime democrático consolidado, ambas buscam o entendimento em prol do bem estar político, econômi-co e social. Mas a relação harmônica entre elas parece estar longe de acon-tecer, tendo em vista seu histórico ideológico divergente.A Empresa Brasileira de Serviços Hospi-talares (Ebserh), aprovada pela Câmara no dia 22 de setembro, criada para ad-ministrar hospitais universitários fede-rais é um exemplo desse cenário.O embate entre entidades sindicais e o Governo ocorre devido ao fato de que a Ebserh é uma empresa pública cons-tituída sob a forma de sociedade anôni-ma de direito privado, que vai contratar funcionários sob o regime da CLT – tí-pico do setor privado.Para os servidores da Federação dos Sin-dicatos dos Trabalhadores das Univer-sidades Públicas Brasileiras (Fasubra), a criação da Ebserh consiste em uma privatização disfarçada, ferindo a auto-nomia universitária.O ministro da Educação, Fernando Haddad, contesta o argumento de pri-vatização, alegando que a empresa será 100% pública. Segundo ele, todos os leitos dos hospitais universitários, que

serão geridos pela nova empresa, deverão atender ao Sistema Úni-co de Saúde (SUS).Na opinião do deputado federal João Ananias (PCdoB), as compe-tências da Ebserh são as mesmas dos hospitais universitários, o que leva à constatação de que o objetivo da empresa é substituir a gestão desses hospitais. Ananias criticou também o fato de a empresa ter um regime jurídico próprio da iniciativa privada, ao ponto de estar sujeita ao pagamento de impostos.O deputado Mandetta (DEM-MS) considerou a proposta de cria-ção de uma nova empresa estatal como mais um cabide de em-pregos. “Essa MP é uma aberração, porque há mais de 15 anos as universidades vêm sofrendo com a falta de concursos públicos”, diz.De acordo com o Secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Helvécio Magalhães, a medida chega para regularizar a contratação de pessoal dos 46 hospitais universitários (HUs) do País, atualmen-te feita por fundações de apoio.A medida provisória foi editada no último dia do governo Lula atendendo a uma exigência do Tribunal de Contas da União (TCU), em razão da precariedade da contratação de 26,5 mil (de um total de 70 mil) funcionários desses hospitais, que prestam serviços sob diversos formatos – pelo regime celetista, por contratos de pres-tação de serviços, por meio de fundações, organizações sociais e outros vínculos precários – e até sem vínculo empregatício.Se aprovada pelo Senado, os servidores públicos poderão ser cedi-dos à nova empresa, assegurados os direitos e vantagens que rece-bem no órgão de origem.No caso dos 26,5 mil funcionários recrutados pelas fundações de apoio das universidades, eles poderão ser contratados temporaria-mente por até cinco anos sob o regime celetista.“Isso é um avanço. A empresa estatal vai implementar ferramentas modernas de gestão para as unidade federais”, ressalta o Secretá-rio de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes. Prós e contras em relação à empresa estatal são alardeados o tempo todo na imprensa, resta saber qual realmente é o me-lhor modelo para o paciente.

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antagônicauma relação

criação da EbsErh consistE Em uma privatização disfarçada

EmprEsa Estatal vai implEmEntar fErramEntas modErnas dE gEstão para as unidadE fEdErais

Do outro laDo:

De um laDo:

*Alguns depoimentos foram retirados do portal Saúde Web

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ESPAÇO JURÍDICO

Aumento de recursos é possível (sem imposto novo acredito eu), mas tam-bém terá um limite como demonstra a evolução do assunto em países que alo-cam bem mais recursos que nós.Resta então a outra e mais radical di-mensão da gestão, a eficácia. Eficácia entendida como a realização das ativi-dades que tragam o maior retorno com a menor alocação de recursos.No terreno da eficácia é que se en-contra a ideia da prevenção da saúde e responsabilização do próprio cidadão pelas consequências de seus hábitos e cuidados pessoais.Portanto é com muita alegria que ve-mos as resoluções nº264 e 265 da ANS que permitem e incentivam as opera-doras de plano de saúde a criar pro-gramas que induzam os segurados ao maior cuidado com sua saúde.A possibilidade de bonificar segurados ciosos de sua saúde é uma forma de re-duzir a distorção causada pelo sistema mutualista integral decorrente do plano de saúde base criado pela Lei 9.656/98 e resoluções da ANS que tratam de rol de coberturas obrigam o grupo a su-portar os custos de minha irresponsabi-lidade com tratamentos curativos, neste regime eu compartilho com meus co--segurados as externalidades decorren-tes dos meus hábitos pouco saudáveis. É o caminho porém a ANS ainda precisará ser bem mais.

RODRIGO ALBERTO CORREIA DA SILVA

Sócio fundador da Correia da Silva Advogados, mestre pela PUC/SP, professor de Direito Comercial e Processual Civil na Universidade Paulista e autor de livros, entre eles Regulamentação Econômica da Saúde

PREVENÇÃO, QUALIDADE DE VIDA,SUSTENTABILIDADE E REGULAMENTAÇÃO

setor saúde tem sido um dos maiores desafios de todas as sociedades, pois tem impacto significativo na vida das pessoas e, portanto no seu humor em

relação aos governos, os recursos são obviamente limi-tados e não há limites para os gastos pois não há limites para a expectativa humana de longevidade saudável, ex-pectativa que inclusive aumenta após cada novo avanço da medicina gerando uma maior demanda de investimentos em um ciclo eterno.Até aí nada de novo. Nada de novo também na consta-tação de que os maiores responsáveis pelos altos gastos dos sistemas de saúde são os próprios pacientes que ado-tam estilos de vida pouco saudáveis, se não autodestru-tivos, e arriscados.Há mais de dez anos que ouço idealistas perseverantes em ver-dadeira pregação de que a salva-ção do sistema é a prevenção. A prevenção por meio de hábitos saudáveis pela população é de fato a única forma de conciliar o desejo de longevidade saudável com a dura realidade da limita-ção de recursos.No entanto, prevenção implica em limitação, implica em não atender prontamente qualquer desejo alimentar, sedentá-rio, tabagista, alcóolico, etc... Pelo contrário, prevenção em saúde implica em moderar estes desejos e ainda se auto impingir o sacrifício, para alguns prazeroso, de manter uma rotina de atividades físicas, além é claro de aderir aos tratamentos que lhe forem prescritos e periodicamente fa-zer consultas e exames de rotina.Grande parte da população por razões culturais, deficiên-cias educacionais e até dificuldade de acesso a informação,

infraestrutura e lazer saudável só fará o que é necessário para ser saudável mediante um incentivo significativo, seja este incentivo punitivo ou positivo.Os governos atuais, federal e estaduais, estão pressiona-dos a dar uma solução para os anseios da população em termos de saúde pública. Fala-se então em aumento de recursos para a saúde (Emenda 29, novo imposto, etc...) e também em melhoria de gestão que alavanque os resul-tados dos recursos já existentes e novos que venham para o sistema de saúde.Focando no tema da gestão temos que observar dois aspec-tos de uma boa gestão.Eficiência, melhora de processos, controles, coordenação,

etc... de modo que as ativida-des desempenhadas pelo setor público principalmente tenham uma redução dos desvios alcan-çando maior performance. É a luta para licitações sem fraude, contra o desperdício, pela capa-citação de servidores, etc...A busca de eficiência no setor público enfrenta dificuldades decorrentes da lógica de gover-nança do Estado e respectivas distorções de motivação, mas é

fundamental, básica mesmo, pois do contrário os vazamen-tos e má alocação de recursos minam qualquer inciativa.Entretanto, como a própria Presidente (ou Presidenta) da República vem colocando, por mais que se aumente a efici-ência com um investimento total de 6% do PIB (em torno de 50% público) não será resolvido o problema, amenizado porque como dito acima saúde é um problema para nunca ser resolvido porque raramente alguém se dá por satisfeito com a própria doença ou morte.

“NO TERRENO DA EFICÁCIA É QUE SE ENCONTRA A IDEIA

DA PREVENÇÃO DA SAÚDE E RESPONSABILIZAÇÃO DO PRÓPRIO CIDADÃO PELAS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS

HÁBITOS E CUIDADOS PESSOAIS”

O

RODRIGO CORREIA

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operadora

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OperadOras querem cOnhecer sua pOpulaçãO assistida para investir em prOmOçãO de saúde.O ObjetivO: evitar gastOs desnecessáriOs

Mariana Costa • [email protected]

questãO desobrevivência

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

Foto: Divulgação

erenciar riscos de forma eficiente é um grande desafio das operado-ras de planos de saúde para se manter competitivas no mercado. Na corrida para encaixar os gastos com assistência dentro do orçamento, é preciso buscar maneiras de prevenir episódios que possam onerar ainda mais as empresas.Neste sentido, um risco é todo procedimento pontual que possa de-

sequilibrar a apólice de uma operadora, como explica Luiz Massad, gestor médico e consultor da Torres Consultoria. “Antigamente, você podia fazer reajustes numa perio-dicidade mais curta, mas a nova legislação não permite reajustes em prazos inferiores a doze meses. O risco é que fatos pontuais, como um câncer com quimioterapia prolon-gada, desequilibrem essa previsão de um ano.”Se nem sempre é possível prever quais doenças vão acometer cada paciente nesse pe-ríodo, é aconselhável realizar ações preventivas que diminuam a probabilidade desses eventos ocorrerem. “Para minimizar riscos, podemos mapear a saúde daquela população e trabalhar com programas de qualidade de vida, contra tabagismo, alcoolismo, sedenta-rismo e obesidade”, diz Massad.Quanto aos pacientes crônicos, o consultor alerta que é preciso monitorar se farão exa-mes e comparecerão às consultas, para que a doença não evolua para uma “operação inútil”. Segundo ele, o principal canal para as operadoras colocarem isso em prática é por meio do setor de Recursos Humanos das empresas que contrataram a assistência para seus funcionários. “O segundo maior custo das empresas é a saúde. Além dos custos diretos com assistência ocupacional, a empresa tem que arcar com quem vai substituir o funcionário no caso de doença. A solução é trabalhar com indicadores, para entender melhor sua população e investir em medidas preventivas.”E é justamente para “trabalhar com indicadores” que as operadoras vêm adotando fer-ramentas que permitem analisar a sinistralidade da carteira, comparando as despesas de cada beneficiário ao longo de determinado período. Recorre-se também a avaliações aprofundadas, que levam em conta quesitos como quantidade de exames e internações e custo médio dos procedimentos.Mas não é só isso. Conhecer a população também significa entender o perfil de sua carteira, conforme explica Roberto Speller, diretor comercial da Fácil Informática. “É fundamental saber a distribuição por sexo, faixa etária, localização geográfica. Se a operadora utilizar uma ferramenta de Business Intelligence (BI), ela pode avaliar essas dimensões para, dentre os diversos grupos de risco conhecidos, direcionar o seu foco naqueles cujas despesas estiverem mais concentradas.”Speller explica que a demanda por ferramentas para gestão de riscos tem aumentado a cada dia. Desde 2009, as vendas do software de gestão de riscos criado por sua empresa cresceram 20% ao ano. Reflexo de que as operadoras se preocupam crescentemente com indicadores assistenciais, sinistralidade e custos.O executivo destaca ainda a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), ao criar protocolos para as operadoras controlarem patologias e aumentar o valor da pontuação do Índice de Desempenho em Saúde Suplementar (IDSS) para empresas com programas de prevenção aprovados.É que para fins de acompanhamento, as operadoras informam à ANS todos os programas para Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças desenvolvidos. Aquelas que desejam lançar tais investimentos em conta específica do plano de contas da ANS sub-metem os programas à aprovação da agência e ao monitoramento periódico por meio de indicadores específicos.A opinião de Michelle Rangel, gerente de monitoramento assistencial da ANS, reflete a importância dada pela agência a um bom gerenciamento de riscos. Michelle considera a preocupação com gestão do cuidado uma mudança de paradigma que tem efeito tri-plo: alcança os beneficiários, ao prevenir doenças e oferecer um diagnóstico precoce; as operadoras, por meio de um gerenciamento sustentável, que otimiza recursos e reduz

custos assistenciais; e a sociedade, promovendo um envelhecimento mais saudável e o aumento da expectativa e qualidade de vida dos indivíduos.Tais resultados têm sido buscados pela operadora Cassi, ao analisar o perfil epidemio-lógico da população assistida para desenvolver ações que visam aumentar o cuidado em saúde. “Temos o cadastramento da população alvo da Estratégia Saúde da Família e desde os primeiros atendimentos utilizamos uma série de ferramentas capazes de identificar os riscos existentes. Temos, também, os exames periódicos de saúde dos funcionários do Banco do Brasil, que identificam uma série de questões ligadas à saúde, temos a base de dados de nosso sistema operacional e o nosso Prontuário Eletrônico”, explica Vilma Dias, gerente executiva de saúde da operadora.Uma das ações desenvolvidas com base nesses dados foi a criação de 64 CliniCassi, ser-viços próprios com foco no atendimento de doentes crônicos e outras patologias que exigem cuidados constantes. Segundo Vilma, os gastos da Cassi com assistência à saúde totalizam cerca de R$2 bilhões ao ano. Em torno de 85% desse valor é direcionado para recuperação e cura de doenças e os 15% restantes vão para programas de prevenção de doenças e promoção da saúde. Um custo que traz retornos diretos e indiretos e cuja necessidade não pode ser ignorada pelas operadoras. Pois em um segmento altamente competitivo, fazer uma boa gestão de riscos é nada menos que uma questão de sobrevivência.

Para Michelle, da ANS, a gestão de risco é uma mudança de paradigma

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homecare

arca conhecida no ainda pouco de-senvolvido mercado de home care no Brasil, a Home Doctor quer ir além do nicho de saúde suplemen-tar brasileira. A empresa que tem

95% dos seus negócios com os convênios médicos começa a enxergar oportunidades tanto na saúde pública brasileira como na possibilidade de inserção no mercado de saúde internacional.No caso da saúde pública, o horizonte ficou mais próximo para a empresa no último mês de setem-bro, quando a presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo vai usar a experiência norte-ameri-cana do home care para financiar o atendimento a pacientes em casa. Na ocasião, Dilma afirmou que a finalidade era amenizar a demanda por leitos e, que neste ano, o investimento será de R$ 36,5 milhões.Por ser recente, a medida ainda não proporcionou impacto para a Home Doctor, mas abre o caminho para o desenvolvimento da prática no Brasil e não descarta a possibilidade de futuras parcerias. “Para o

Com 17 anos de merCado, Home doCtor aCredita que Há muito a desbravar na área de HomeCare no brasil, tal ideia ganHa força Com o anúnCio de investimentos do governo federal no segmento

Maria Carolina Buriti • [email protected]

Convite àexploraçãoM

governo federal e estadual criarem asilos e casas de saúde é fisicamente limitado. Com o atendimento domiciliar não existe limite, é só montar equipes”, explica o sócio- diretor da companhia, Emílio de Fina.Ainda na área pública, a Prefeitura de São Paulo anunciou, no final de setembro, a sanção da lei municipal que institucio-naliza o Programa Hospital Domiciliar de Atendimento e Internação Domiciliar (PROHDOM).A Home Doctor já tem parceria com a área pública para capacitação profissional. Desde 2007, a companhia atua em conjunto com a Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo, no Programa de Residência Médica em Medicina da Família e Comunidade. Por lá, já passaram 15 residentes. Segundo o executivo, o acordo pode ser ampliado com a vinda dos novos investimentos.“Agora, a Faculdade recebe convites para montar um programa como este em outros lugares por meio desses recursos fe-derais. Nós poderíamos trabalhar em parceria na seleção de equipes para o Programa Saúde da Família”, conta, enfatizando que o projeto ainda está em andamento e não há acordo fechado.

NegóciosFundada há 17 anos, a Home Doctor possui atualmente 700 pacientes atendidos pelo modelo de assistência domiciliar. A empresa opera com mais de 70 clientes corporativos (operadoras, seguradoras, autogestões, cooperativas e etc. ); tem alguns contratos pontuais com indústrias na área de gestão de saúde, além de atender a uma pequena demanda de clientes privados. Para o próximo ano, a empresa pretende expandir de seis para oito unidades de negócio chegando em Recife (PE) e Brasília.Seu mais novo projeto: a Unidade de Cuidados Especiais (UCE) teve um investimento de cerca de R$ 500 mil e está ainda conquistando seus primeiros pacientes. Trata-se de um espaço intermediário entre o home care e o hospital, ou seja, um ambiente estruturado para atender um paciente com a presença de profissionais da saúde, mas com um custo

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Foto: Ricardo Benichio

raio x

sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

43 mil paCientes já foram atendidos pela Home doCtor70 Clientes Corporativos95% dos negóCios estão na área de saúde suplementar2.500 profissionaisr$ 110 milHões de faturamento é a perspeCtiva para 2011r$ 500 mil foram investidos na unidade de Cuidados espeCiais (uCe)

menor do que uma diária de hospital.Fina garante que há muito a ser desenvolvido no setor de home care no Brasil. Prova disso é a parceria da Home Doctor com a empresa canadense Ideal Life, na área de telemedicina. No entanto, as organizações aguardam o registro dos equipamentos pela Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também pela Agên-

cia Nacional de Telecomunicação (Anatel) para começarem a operar.O executivo também não descarta parce-rias para atuação fora do Brasil. Diz inclu-sive que a empresa tem sido sondada para firmar alianças que possibilitariam a ida para o mercado internacional. “Estamos

sendo procurados por investidores de fora, mesmo no Brasil te-mos pessoas que querem investir em unidades como a (UCE). Por enquanto, a empresa estuda uma parceria com uma empresa israe-lense (a qual não revela o nome) de assistência domiciliar e discute a possibilidade de uma joint venture no Brasil. “Eles estão 20 anos à frente no atendimento de idosos e crônicos”, adianta Fina.

“Para o governo federal e estadual criareM asilos e casas de saúde é fisicaMente liMitado. Para o atendiMento doMiciliar não existeM liMites, basta Montar equiPes”

emílio de fina, da Home doCtor

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hospital

Guilherme Batimarchi • [email protected]

A fAltA de profissionAis especiAlizAdos e A bAixA remunerAção dos procedimentos fAzem dA gestão dos hospitAis infAntis um desAfio cheio de peculiAridAdes DemanDadiferenciada

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“O hOspital infantil trata dO maiOr valOr que uma pessOa pOde ter, que sãO Os filhOs”

celso ruggiero, do sAbArá

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ustos, processos, acreditações, negociação com operadoras de saúde, gestão do corpo clínico e segurança do paciente. Estes são temas comuns com os quais qualquer gestor de uma instituição de saúde tem de lidar cotidianamente. No en-tanto, além do comum, cada hospital possui suas

peculiaridades, e quando se trata de um hospital infantil, esses detalhes são maiores ainda.Um estudo realizado pela farmacêutica Pfizer apontou que 88% das mães consideram o pediatra a principal referência quando se trata da saúde dos filhos. Este levantamento mostra a responsabi-lidade que o profissional e o hospital infantil possuem no trata-mento do paciente. “Quando falamos em atendimento, o hospital infantil trata do maior valor que uma pessoa pode ter, que são os filhos. Por esse motivo ele deve ter, além da questão técnica, uma atenção e carinho muito grandes com o paciente, pois os pais notam todos estes detalhes e questionam as equipes assistenciais caso descordem de algo”, aponta o diretor geral do Hospital In-fantil Sabará, Celso Ruggiero, que considera essa uma das maiores peculiaridades em um hospital pediátrico.Outra diferença encontrada nos hospitais infantis e que não são co-muns aos hospitais gerais, ou que atendem outras especialidades, é a ambientação e projeto arquitetônico destinado aos “pequenos” pa-cientes. Um grande exemplo que pode ser dado é o do Florida Hos-pital for Children, nos Estados Unidos, que conta com o Walt Disney Pavilion. “Nós oferecemos uma experiência única ao paciente com nossos ambientes temáticos e acomodações para suas famílias. Por exemplo, nossos andares são decorados com ambientes de natureza, selva, savana, ou oceano”, explica o administrador assistente do hos-pital, Tim Burrill, ao falar sobre os ambientes que levam os temas de histórias da Disney como Rei Leão, Pequena Sereia e Mogli.O Walt Disney Pavilion é um hospital sem fins lucrativos e o primei-ro a carregar a marca da empresa no mundo. A instituição conta com cerca de 200 leitos, uma equipe composta por mais de 80 pediatras treinados em cerca de 30 sub-especialidades pediátricas e toda a in-fraestrutura de imagens diagnóstica e serviços de TI. “Nossa equipe também é treinada e comprometida com os modelos e princípios de atendimento ao cliente e muitos destes comportamentos e padrões aprendemos com a Walt Disney Company”, acrescenta Burril.No entanto, o ambiente lúdico e o foco em uma especialidade não eximem o hospital infantil de desafios como falta de profissionais e a

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hospital

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má remuneração vinda da saúde suplementar e do setor público. Um estudo realizado, em 2010, pela Sociedade Brasileira de Pediatria, constatou que o número de médicos recém-formados que se candidatavam ao título de pediatra caiu 50% nos últimos dez anos. Segundo o levantamento, em 1999, 1583 profissionais se candidataram à pediatria, em 2009 foram apenas 794. “Tanto pediatras quanto área de enfermagem especiali-zada em atendimento infantil são muito difíceis de encontrar, pois durante muito tempo essa categoria foi muito mal remunerada e os pro-fissionais acabaram migrando de especialidade”, completa Ruggiero.Outro ponto levantado pelo executivo do Sa-bará foi a utilização de novas tecnologias. “As novas gerações de médicos gostam de ferra-mentas tecnológicas para auxiliar seu traba-lho, e a pediatria ainda adota pouca tecnolo-gia. Hoje, cerca de 5% dos procedimentos cirúrgicos pediátricos são de alta complexi-dade e necessitam de equipamentos sofistica-dos, o restante dos atendimentos são clínicos ou cirurgias de pequeno porte”.Comum aos hospitais privados e filantrópi-cos, a baixa remuneração pelos procedimen-tos realizados são considerados pelos gesto-res, de longe, o maior desafio enfrentado pela

especialidade hoje. De acordo com Ruggiero, 98% dos atendimentos do Sabará vêm da saúde suplementar e, por não ter muitos procedimentos complexos, os convênios não remu-neram diferenciadamente o trata-mento infantil. “Um hospital pediá--trico que atende praticamente a saúde suplementar acaba competin-do com hospitais gerais que também possuem pediatria, mas que não vivem dela. Os valores gerados por esta especialidade são menos repre-sentativos que outros da parte adulta que são mais complexos e rentáveis,

tanto que os leitos destinados à pediatria pou-co crescem e os hospitais gerais têm dado cada vez menos atenção a esta especialidade”.

Para sanar o déficit gerado pelo subfinancia-mento gerado pelo SUS e garantir sua sus-tentabilidade financeira, o GRAAC foi buscar nos Estados Unidos um modelo de captação de recursos adotado pelo St. Jude Children’s Research Hospital, em Menphis, Estados Unidos, onde há uma entidade, a American Lebanese Syrian Associated Charities (AL-SAC), que é responsável por toda a captação de recursos para suprir o déficit do hospital.De acordo com o superintendente financeiro do GRAAC, José Hélio Contador, a receita do SUS cobre apenas 40% dos custos do hospital. Outros 10% vêm da saúde suplementar. Os 50% restantes são provenientes do sistema de captação de recursos que funciona por meio de um serviço de telemarketing e sócios, tanto pessoa física quanto jurídica, que contribuem por meio de boletos bancários, parcerias com governo, emendas parlamentares para compra de medicamentos e equipamentos e eventos.Por ser uma instituição filantrópica, o Florida Children Hospital também conta com um siste-ma de captação de recursos junto à comunidade local e a iniciativa privada. Segundo Burril, os hospitais infantis nos EUA são altamente depen-dentes de doações e também sofrem com a bai-xa remuneração por parte das fontes pagadoras em relação aos procedimentos pediátricos.Para o diretor clínico do Hospital Infantil Pe-queno Príncipe, Donizetti Giamberardino, o fato de se dedicar a atividade clínica pediátrica já é um desafio. Segundo ele, o hospital, que possui mais de 60% de seu atendimento desti-nado ao SUS, tem suas atividades mais voltadas para cirurgia infantil do que internação clínica, e das duas mil internações que faz em média, 2/3 são de procedimentos cirúrgicos e ape-nas 1/3 clínicas. “Esta é uma característica de viabilidade, uma vez que o Pequeno Príncipe está isolado no mercado, não pela intenção do monopólio, mas porque os pequenos hospitais pediátricos foram fechando ou mudando suas atividades ao longo dos últimos 30 anos, dei-xando os hospitais que ainda atuam nesse seg-mento sobrecarregados”.

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florida hospital for Children oferece ambientes temáticos; alguns remetem aos filmes da disney

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Pensando muito além dos custos operacionais, a Unimed-SJC verticaliza alta complexidade e cria hospital humanizado para atender seus segurados

riar um hospital verticalizado especializado em alta complexidade com o propósito de reduzir custos, concentrar os atendimentos e respeitar o conceito da Unimed de cada unidade, possuir seu pró-prio recurso hospitalar, sem depender de terceiros são alguns dos fatores que levaram a Unimed São José dos Campos, no interior de São Paulo, a criar o Santos Dumont Hospital.

No entanto, construir um hospital destinado à alta complexidade não bastava e a Unimed-SJC foi até Sorocaba buscar uma referência em recursos próprios dentro do sistema Unimed baseado em conforto, humanização e segurança.Segundo o diretor presidente da cooperativa, Julio Amado, o hospital, que foi inaugurado em maio de 2009 e contou com R$46 milhões em investimentos, possui os conceitos de humanização e qualidade desde seu projeto inicial. O es-paço ocupado pela instituição pertenceu, antes, ao Hospital Central, da Samcil e posteriormente à Unicor e também à Santa Casa de São José dos Campos, o que ajudou muito a cooperativa, uma vez que foi necessário apenas reformar e adaptar as instalações, reduzindo o custo da obra.Para garantir a humanização no atendimento, foi criada uma Comissão de Hu-manização – formada por profissionais das áreas administrativa, de enfermagem, fisioterapia, clínica, psicológica, serviço social, nutrição, hotelaria e RH – que é responsável por promover e implementar ações de bem-estar para os pacientes, acompanhantes e visitantes do hospital, como apresentações artísticas e culturais; fisioterapia ao ar livre; atendimento psicológico; serviço de capelania e beleza.Outras ações criadas que merecem destaque são a ampliação do horário de visitas

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Guilherme Batimarchi • [email protected]

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“O hOspital nasCeu pequenO e já existem planOs para ampliar suas instalações mantendO O COnCeitO de COnfOrtO médiCO e atendimentO humanizadO”

JUlio AmAdo, PreSidente dA Unimed-SJC

aos pacientes in-ternados em datas festivas e a visita à UTI e enfermaria pediátricas após uma análise do serviço de psico-logia do hospital,

que avalia as condições emocionais da criança.O executivo acrescenta que além do olhar volta-do aos pacientes, os cooperados também ganha-ram atenção por parte do projeto, que conta com espaços para o conforto médico, com instalações para repouso, salas de reunião e espaços para pa-lestras e discussões sobre casos clínicos. “Além do conforto médico, o Santos Dumont conta com quartos preparados para receber atendimento integrado por parte do corpo de enfermagem, e possui uma enfermeira para cada dois quartos. Dessa forma aumentamos a eficiência assistencial e a velocidade do atendimento”, afirma Amado.O conceito em qualidade do hospital não para em sua infraestrutura, no primeiro semestre de 2011, após completar um ano, a unidade foi conceituada com a nota “excelente” pela FESP (Federação das Unimeds do Estado de São Paulo), auditoria da que é realizada em todas as unidades da rede.Segundo Amado, reunir todas as especialidades dentro dos recursos próprios foi uma das maio-res vantagens vistas no sistema Unimed Sorocaba. “Olhando para os outros hospitais da Unimed-SJC

vimos que um era bom em qualidade, outro em segurança e um terceiro em conforto, a partir dessa análise e baseados no que vimos em Soro-caba decidimos reunir os três conceitos em uma só unidade”.O executo brinca ao afirmar que o hospital nasceu pequeno e já existem planos para ampliar suas insta-lações mantendo o conceito de conformo médico e atendimento humanizado. “O Santos Dumont Hos-pital está às vésperas de obter a certificação ONA. As áreas de RH e qualidade são responsáveis por condu-zir este processo. Atualmente, já foram realizadas au-ditorias internas e contratamos Fundação Vanzolini para realizar as auditorias de certificação”.

Olhar SuStentávelAlém do olhar voltado à humanização do atendi-mento a unidade também tem seu lado sustentá-vel. O Santos Dumont Hospital possui um reser-vatório para captação de águas pluviais com 48 mil litros. Essa água é reaproveitada para a irrigação de jardins uso em sanitários. Todo o calor gerado pelo motor do ar condicionado do hospital tam-bém é reaproveitado para a água quente dos chu-veiros dos apartamentos e vestiários.Toda a estrutura do Santos Dumont possui diver-sos pontos de iluminação natural, o que diminui o consumo de energia elétrica e o sistema de ar condicionado central possui dutos com água gela-da que garante uma boa qualidade do ar respirado no interior do hospital.

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Clusters reúnem hospitais de Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife de diferentes especialidades para receber pacientes estrangeiros. Mercado de turismo médico motiva 7% das viagens ao País

e acordo com a pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, 7% das viagens ao País foram moti-vadas por cirurgias e tratamentos médicos nos mais de 20 hospitais certificados pela Joint Comission International (JCI). O Ministé-rio do Turismo calcula ainda que o número de turistas atraídos por esse assunto dobra a cada ano, sendo a quarta maior motivação

das viagens de curta duração, aponta ainda a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).Isso porque os custos brasileiros chegam a ser 85% menores do que os ameri-canos, apesar da alta especialidade e tecnologia médica, conforme dados da All Medical Tourism.Esse potencial tem impulsionado o agrupamento dos hospitais em clusters como o BH Health Tour e o Porto Alegre Health Care, ambos apresentados durante o evento Medical Travel Meeting 2011, que ocorreu em São Paulo, em agosto.

Salvador Gullo Neto, do São Lucas PUC-RS e e vice-presidente do Porto Alegre Health Care Cluster: foco é reduzir custo e manter competitividade

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Perla Rossetti • [email protected]

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

7%das viagens ao País são por motivos cirúrgicos

Fonte: pesquisa Caracterização e Dimensionamento do Turismo

Doméstico no Brasil

Em Recife (PE), o tema inspirou o 1º Simpósio de Tu-rismo de Saúde, organizado pelo Sindicato dos Hos-pitais de Pernambuco (SindHospe) e que ocorreu em 22 de setembro, a fim de divulgar o conceito entre as instituições locais.Até então, a formação dos cluster de saúde tinha outras

finalidades. No Distrito Federal, em Goiás, e em ou-tros países os clusters são voltados ao desenvolvimento industrial, como é o caso das farmacêuticas na Finlân-dia e o pólo de competitividade em Portugal, baseados em gestão de conhecimento em automação e eletrônica para equipamentos médicos.

CaraCterístiCasA capital gaúcha entrou no roteiro do turismo médico internacional com a assinatura, há dois anos, do estatu-to de criação da Porto Alegre Health Care Cluster, en-tidade jurídica para profissionalizar a gestão nesse tipo de atendimento assistencial, com apoio da Secretaria de Turismo do município, a Federasul e Embratur nas feiras internacionais.Oficialmente o grupo começou a trabalhar em janeiro de 2011 e é composto pelos hospitais Mãe de Deus, Moinhos de Vento, São Lucas da PUC-RS e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e, de acordo com a gerente de marketing do Hospital Moinhos de Ven-to, Daniela Pontes, a experiência tem sido intensa e organizada. “O cluster é um acordo de cooperação. No conselho executivo estão os gerentes de marketing das instituições, que se reúnem a cada 15 dias para avaliar a representação dos congressos internacionais, buscar operadoras internacionais, com metas de trabalho”.Há ainda um conselho deliberativo composto pelos su-perintendentes e secretário de turismo que decidem as ações e investimentos. “Como o cluster faz parte dos

projetos estratégicos das instituições, cada uma faz seu aporte em torno de R$ 120 mil por ano. Há meses de gastos maiores, como em outubro, que estaremos num congresso em Chicago”, conta Daniela. Por enquanto, não há resultados contabilizados, mas o foco é diminuir custos mantendo a zona de competitivi-

dade natural entre os hospitais. “Esperamos ter uma nego-ciação melhor do ponto de vista de serviços hospitalares e honorário médico. Hoje oferecemos serviços de alta qualidade e resultados de centros de excelência com valor muito inferior”, comenta Salvador Gullo Neto, vice-presi-dente do cluster e assessor de direção técnica e clínica do São Lucas da PUC-RS, que participa oferecendo cirurgias para eplepsia, bariátricas, da mão e fertilidade.De imediato, Daniela afirma que a estratégia permite estruturar uma área internacional dentro dos hospitais que já recebem esse paciente estrangeiro, mas antes não os rastreava, porque vinham indicados pelos médi-cos. “Nosso interesse é divulgar a marca Porto Alegre e entender o tipo de adequações que teremos de fazer para recebê-lo”, esclarece a executiva.E nesse sentido, detalhes como sinalização interna ou documentação traduzidos para o inglês foram detecta-dos nos últimos meses, apesar da proximidade com um ano de Copa do Mundo. Assim, na atual fase é feito um mapeamento de todos os pontos de contato de um es-trangeiro com o hospital, o que inclui site, call center, check in e check out.A maior dificuldade que o cluster de BH enfrentou foi na implementação do modelo. “Era uma novidade trabalharmos juntos com transparência dos dados de cada hospital. Hoje temos disponibilizado os números, porque todos entenderam que precisamos promover o destino Porto Alegre e o hospital escolhido é uma con-sequência desse trabalho”.

“O cluster é um acOrdO de cOOperaçãO. NO cONselhO executivO estãO Os represeNtaNtes das iNstituições que se reúNem para avaliar a represeNtaçãO dOs cONgressOs iNterNaciONais e buscar OperadOras iNterNaciONais”

DANIELA PONTES, GERENTE DE MARKETING DO hOSPITAL MOINhOS DE vENTO No cluster gaúcho não há di-visão de especialidade por hospital. “O produto divulgado é institucional, independe do médico. Selecionamos 10 a 15 tipos de cirurgia por hos-pital para divulgar no longo prazo, sendo que nossa meta para o primeiro ano é razoável, apenas de conhecimento do mercado”, conta a executiva Daniela.Este ano, o grupo participará do maior congresso de turis-mo médico de Chicago, o MTA, em outubro e enviará dois re-presentantes à África do Sul, para o 7º World Tourism heal-th Congress.O exemplo mineiro também dá os primeiros passos. Cria-do em 2010 pela Associa-ção de hospitais de Minas (AhMG), o Bh health Tour reú-ne os hospitais vera Cruz, vila da Serra, o de Olhos e o Insti-tuto Mário Penna e conta com o apoio da Prefeitura de Belo horizonte. Diretor geral do vera Cruz, Fabio Sinisgalli diz que a fase atual é de divulgação das especialidades no exte-rior através das seguradoras de saúde, mas também não há uma expectativa exata de quando começarão a atender os novos pacientes.

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Outra medida de extrema importância seria a isenção fiscal para os medica-mentos, defendida por alguns parla-mentares, porém, ao que parece ain-da muito distante de virar realidade. Quem sabe, equipar as alíquotas dos medicamentos para humanos a dos produtos veterinários já seria um bom começo. Certamente um pas-so importante para a redução dos custos para sistema de saúde de uma forma geral.Este possível novo cenário represen-ta uma quebra de paradigma para o setor produtivo nacional. E algo que só vai se concretizar com a mobili-zação dos players do setor de saúde como um todo, inclusive hospitais. É preciso “contaminar” a todos com uma nova mentalidade, tendo como ponto central a possibilidade de in-vestir ao menos parte de uma even-tual – e muito esperada – redução significativa da carga tributária no próprio setor, na melhora da infres-trutura, na capacitação da mão de obra e mesmo na ampliação do mer-cado de consumo.

GENÉSIO KORBES

Sócio-diretor da Korbes Consulting e diretor-associado da Antares NP Consulting

DESONERAÇÃO FISCAL

ecentemente, ao comentar a carga tributária sobre os medicamentos veterinários (menos da metade do que é praticado sobre os remédios

consumidos por nós, humanos), o escritor, jornalista e economista Max Gehringer comentou que deveríamos “entrar na farmácia latindo”.O motivo? Talvez o número, divulgado há pouco pelo Ins-tituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), que representa a fatia do preço dos remédios que se deve apenas a impostos: 37,5%. Segundo a revista Veja, com base neste dado a Receita Federal calculou que, somente no ano passado, R$ 3,3 bilhões foram arrecada-dos com os tributos cobrados sobre os medicamentos.Isso justifica a grande expec-tativa pela reforma tributária, que beneficiaria a indústria de uma maneira geral e, mais es-pecificamente, a indústria farmacêutica, que tem uma das maiores tributações do País. A do leite, por exemplo, é de 13,7%, a do arroz, 16,54% e a do feijão, 18,67%. A dos aviões, 29,47%. E a dos medicamentos veterinários, mencionados no início deste artigo, de 14,31%.Iniciativas como a do governo de São Paulo no início deste ano, de zerar o ICMS de hospitais que importa-

rem equipamentos hospitalares, desde que esses estabe-lecimentos atendam os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) é benéfica para as instituições de saúde do Estado. Porém, é preciso muito mais que isso.Nesse sentido, está em discussão no Comitê da Cadeia Produtiva Saúde (COMSAUDE) da Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo (Fiesp) uma proposta de de-soneração dos tributos para os fabricantes nacionais de

equipamentos médico-hospita-lares, criando um cenário favo-rável não só aos importadores, mas também à indústria brasi-leira. Para o grupo de discus-são, a desoneração de tributos como o ICMS, o PIS/COFINS e o IPI traria uma série de efeitos positivos, tais como: redução no preço dos produtos, eleva-ção das vendas do setor, geração de empregos, elevação do PIB e redução do déficit comercial.

Só assim, na opinião do COMSAUDE, a indústria nacio-nal poderia fazer frente aos fabricantes estrangeiros. A respeito do tema, levantado pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaff, na abertura da Hospitalar Feira+Forum deste ano, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afir-mou que o assunto não será esquecido na pauta da pasta em Brasília. Vamos aguardar. E torcer.

OUTRA MEDIDA DE EXTREMA IMPORTÂNCIA SERIA A ISENÇÃO

FISCAL PARA OS MEDICAMENTOS, DEFENDIDA POR ALGUNS

PARLAMENTARES, PORÉM, AO QUE PARECE AINDA MUITO DISTANTE DE

VIRAR REALIDADE.

GENÉSIO KORBES

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NO SETOR DE SAÚDE

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Setor de Saúde aumenta a oferta Se ServiçoS para o Segmento de alta renda, baSta Saber Se iSSo é SuStentável para inStituição e Se exiSte demanda para tal tranSformação

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Guilherme Batimarchi • [email protected] *Maria Carolina Buriti • [email protected]

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la Vip, setor premium, classe A. Diferentes são os nomes para classificar um nicho que está cada vez mais ganhando força

no mercado. Mas como em outros se-tores da economia, os serviços e pro-dutos desenvolvidos para esse público contemplam uma pequena parcela da população brasileira. O crescimento das operadoras que atuam no segmen-to vislumbra uma entrada considerável de novas pessoas na saúde suplemen-tar. Dados do relatório da Agência Na-cional de Saúde Suplementar (ANS), do período de março de 2010 a março de 2011, mostram que as dez maiores operadoras de planos de saúde cresce-ram 33% em um ano e controlam um mercado de 46,6 milhões de pessoas. Mesmo representando um mercado mais restrito, a mobilidade social e o momento da economia brasileira aju-dam na expansão da saúde suplemen-tar e estimula o setor de saúde, sobre-tudo na capital paulista, a desenvolver serviços e produtos diferenciados para o topo da pirâmide e tornar isso um grande atrativo para o seu negócio. “Estamos num momento capitalista e o que os hospitais estão fazendo é pare-cido com o movimento dos shoppings centers, fazendo uma analogia, é uma estratificação de mercado. E o público

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“Em Porto AlEgrE cErcA dE 20% dA PoPulAção tEm PodEr Aquisitivo Alto. EstAmos dEsEnvolvEndo um novo modElo dE nEgócio E fAzEndo As EntrEgAs difErEnciAdAs E os PlAnos dE sAúdE Estão PAgAndo Por isso”

João Polanczyk, do Moinhos de Vento

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triple A também é um público de seguradoras de saú-de, que são 5% da população e representa 40% do PIB nacional”, analisa o professor da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, Oswaldo Yoshimi Tanaka. Mas o brilho do mercado de luxo parece ter seduzido, sobretudo, os hospitais paulistanos. Nos últimos dois anos, foram muitos exemplos: Hospital 9 de Julho e seu andar Vip de internação, Hospital Alvorada, Hospi-tal São José, Hospital Totalcor e Paulistano. E não são só os hospitais, a Bradesco Saúde iniciou o serviço Bra-desco Saúde Concierge. A divisão conta com cinco salas Vip distribuídas por hospitais destinados aos benefici-ários de alta renda da região Sudeste. Essas áreas estão alocadas nos Hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, Hospital do Coração (HCor) e no centro de medicina diagnóstica Fleury Medicina e Saúde, em São Paulo, e uma no Rio de Janeiro, na Casa de saúde São José.

Ainda no campo das operadoras, a AmilPar, que tinha na tímida “One Health” seu plano de saúde destinado à classe de alta renda, comprou, por R$ 170 milhões, a Lincx, especializada no segmento premium e levou 38 mil vidas para um nicho onde ela ainda não conta-bilizava grandes conquistas. Na onda da segmentação, o Fleury unificou 13 ban-deiras no primeiro semestre do ano e destacou Fleu-ry Medicina e Saúde e Weimman destinadas ao seg-mento. No Rio, a tradicional Rede D´Or anunciou a construção, na zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, do Hospital Copa Star, que levará investimentos de R$115 milhões e contará com 140 leitos destinados ao público triple A. Segundo a Rede D´Or, a propos-ta é atender os anseios desse público e posicionar a rede como referência em atendimento exclusivo no Estado do Rio.

“O grupo de alta renda tem crescido bastante. A concentração no Brasil continua muito grande, mas ela já foi muito pior do que é, e, nos últimos anos, o processo de desconcentração econômica, apesar dos muito ricos continuaram ricos, há um contingente muito grande de pessoas que saíram da classe B+ para a classe A-, e da classe A- para a classe A+. Há uma mobilidade e é facilmente perceptível. É o fenômeno que a gente deve chamar de novos ricos”, explica o professor da FAAP, Silvio Passarelli. AnáliseCom tantos investimentos é preciso tomar cuidado com o tamanho do mercado e da demanda e saber o que é realmente rentável e trará retorno financeiro para instituição e se haverá impacto nos leitos médios e básicos. De acordo com o diretor do Centro Paulis-

ta de Economia da Saúde da Fundação de Apoio à Unifesp, Marcos Bosi Ferraz, este é um movi-mento de mercado onde há alguns anos existe um público disposto a pagar mais caro por um serviço diferenciado. “Eu não creio que as ins-tituições de saúde investiriam dessa forma sem um estudo de mercado e uma análise de poten-cial de demanda”. A mobilidade acontece em todas as camadas so-

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“tEnho trAbAlhAdo PArA quE o hosPitAl tEnhA foco, dEntro dA comPlExidAdE E sEgmEnto sociAl Em quE AtuA. É

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retrato

ciais, concentrando um maior número de pessoas na classe C, o que, em se tratando de saúde, pode trazer uma miopia para o setor: foco maior nas classes premium, mas com um grande contingente de pessoas chegando à classe média. O executivo não acredita que entrar no seg-mento da classe A prejudique o acesso a ou-tras classes. “Não há falta de leitos hoje na saúde suple-mentar, portanto a opção por buscar um segmento mais exclusivo não causará um déficit de atendimento nos hospitais priva-dos do País. Os hospitais não vão abrir um leito no lugar de outro. Eles vão expandir suas instalações para atender outro perfil de consumidor”, justifica Bosi. Segundo ele, o mercado percebeu que há uma demanda reprimida para esse tipo de consumidor e os hospitais de maior porte, e com condições de investir, partiram para disputar esse mercado. “Este é o mesmo fenômeno que ocorreu com a Daslu, onde o serviço de luxo veio para sanar uma de-manda. É claro que também existe a ques-tão do marketing e talvez esta fosse a única coisa que poderia atrapalhar o hospital pelo fato de gerar certa expectativa por parte do paciente”.Para o professor Tanaka, da FSP USP, esse é um movimento restrito às capitais com alto poder aquisitivo. “Não é todo hospital que vai atingir esse público. No Mato Grosso ou Tocantins não existe esse movimento”, ana-lisa Tanaka. Essa também é a percepção do professor Passarelli, da FAAP. “São Paulo e Rio de Janeiro, Brasília têm renda per capita

alta e lugares com alta concentração de renda. Em São Paulo está a maior parte da demanda qualificada no Brasil, cerca de 50%”. AltA ComplexidAde O foco nesse segmentação está andando de mãos dadas com a alta complexidade. Por exem-plo, o Hospital São José que inaugurou um espaço destinado à classe A na área de oncologia, e o Alvorada, TotalCor e Paulistano, que são os escolhidos da AmilPar para atender também esse público cada qual em sua complexidade, neurologia, traumatologia e ortopedia; cardio-logia e oncologia, respectivamente. “De fato este fenômeno está acontecendo, temos uma pesquisa sobre os hospitais que estão ampliando estruturas para classe alta, assumindo a necessidade de leitos para ela em algumas complexidades e eles estão buscando oferecê-las em seu mix de produtos adequados. Vemos que cirurgia cardíaca, de trauma e oncologia têm sido as especialidades mais badaladas, mais procuradas por esse público”, diz a coordenadora do GV Saúde, Ana Maria Malik. E é na estratégia de focar em alta complexidade que o Hospital 9 Julho parece ter encontrado seu caminho. A entidade também inaugurou em 2010 um andar com leitos Vips de internação e acredita que a sustentabilidade do negócio envolve o foco em especialidades. “Tenho traba-lhado para que o hospital tenha foco, dentro da complexidade e segmento social em que atua. É impossível uma instituição atuar de A a Z. Ela deve focar nas margens e seus limites. Em termos sociais, não tem distinção. Você trabalha na complexidade buscando pacientes de alta complexidade nas especialidades que temos maior competência. Essa é uma estratégia que temos adotado”, explica o diretor geral, Luiz de Luca. estrAtégiA regionAl A demanda por atendimentos diferenciados nos hospitais privados é fruto também da relação com as operadoras. De Luca explica a estratégia da entidade. “É claro que é decorrência, de acordo com a qualificação da instituição, você ter uma precificação para as fontes pagadoras ou para o paciente de maneira particular que, às vezes, não é condizente para todas as classes sociais”. Mas deixa bem claro, que o hospital não quer direcionar o foco apenas para as classes de alta renda. “O Hospital 9 de Julho não quer focar no segmento triple A, está focando naqueles pacien-tes e naquela competência, oferecendo serviços e cobrando por eles. É trabalhar a estraté-gia de Porter, ou seja, a segmentação, diferenciar naquilo que posso, então, estou buscando serviços diferenciados, mas a base é uma assistência à alta complexidade”. Há dez anos, a Casa de Saúde São José iniciou uma mudança em seu foco de atuação com o objetivo de expandir suas receitas. “O Hospital Santa Catarina, em São Paulo e o São José, no Rio de Janeiro, são os grandes geradores de receita da Congregação de Santa

Setembro de 2011

Rede D´Or anuncia investimentos de R$ 115 mi em hospital de luxo (Copa Star)

agoSto de 2011

Hospital Alvorada investe R$ 3,5 mi em ala Vip

maio de 2011

Amil compra Lincx por R$ 170 mi Fleury unifica marcas e foca no mercado Premium

Fevereiro de 2011

HCor inaugura espaço Bradesco Saúde Concierge em suas instalações

Novembro de 2010

Hospital 9 de Julho investe R$ 5mi em conceito de hotelaria cinco estrelas e ala Vip

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Catarina para a realização dos trabalhos sociais. E isso nos obrigou a criar os diferenciais e firmar um posi-cionamento de mercado para que possamos gerar essa riqueza e continuar realizando os trabalhos assisten-ciais”, acrescenta o diretor executivo da Casa de Saúde São José, André Gall.Segundo o executivo do São José, outro fator que levou o hospi-tal a se reestruturar para explorar este nicho foi o crescimento da Rede D´Or e a série de aquisições feitas pelo grupo Amil na região. “Temos um plano estratégico para os próximos quatro anos que tem o objetivo de repaginar todo hospital focando o cliente de alta renda, que já o frequenta”.A movimentação do setor em busca do mercado de alta ren-da, segundo o executivo, não interfere no acesso à saúde por parte de usuários médios dos convênios nem restrin-ge o número de leitos disponíveis. “O que acaba ocorrendo hoje no Rio de Janeiro é uma forte concentração de leitos hospitalares em duas grandes forças, que são a Rede D´Or e a Amil que atuam em todas as classes. Ou seja, eles acabam vendendo um produto, o plano de saúde, viável para todas as categorias e preparam suas estruturas para receber essa

população de acordo com a abrangência de cada plano”, completa.A Casa de Saúde São José conta com 229 leitos, sendo 10% deles destinados ao público AA, 30 de UTI geral, 22 de semi-intensiva pós-operatória, 11 de UTI coronariana e 15 de UTI neonatal. Os leitos diferenciados acompanham a mesma taxa de ocupação mantida pelo hospital que é de 85%. O São José realiza cerca de 1.300 internações por mês. A representação desse tipo de serviço não é muito significativa para o hospital, representando cerca de 10% de seu faturamento.O Hospital Moinhos de Ventos, em Porto Alegre, tradicionalmente atende as classes A e B. A entidade passou por uma reformulação que adotou o conceito de cocriação com seus stakeholders. Com a reestruturação de toda a gestão do hospital baseada nesse conceito, o superintendente geral do hospital, João Polanczyk, elimi-nou uma conta deficitária de R$ 60 milhões, em 2006, e passou de uma receita de R$ 175 milhões por ano, para um faturamento de R$ 259 milhões. E a projeção para 2011 é de R$ 313 milhões. A transformação do Moinhos de Vento está longe de se restringir aos critérios econômicos financeiros. O que ocorreu na entidade foi uma verdadeira mudança de valores, que refletiu em todo o processo de atendi-mento da organização. A entidade não segmenta leitos para o atendimento premium, e sim trabalha no que o executivo chama de “entrega diferenciada”. “Em Porto Alegre, cerca de 20% da população tem poder aquisitivo alto. Estamos desenvolvendo um novo modelo de negócio, fazendo as entregas diferenciadas e os planos de saúde estão pagando isso. O ambiente e atendimento que estão de acordo com a classe premium. Hotelaria não é o principal, é todo um conjunto”, explica.No entanto, a entrega diferenciada é oferecida para o paciente de todas as classes. Nos investimentos atuais entre expansão de espaços e reformas estão sendo investidos cerca de R$ 300 milhões.

Atendimento “Investimentos em hotelaria não adiantam se o atendimento não é bom, e é bom atendimento além de boa medicina que a classe A busca”, res-salta Polanczyk. Os colaboradores estão em permanente treinamento, inclusive em um programa de metas onde todos têm chance de ganhar a mais de meio a um e meio salário. Na opinião de Passarelli, da FAAP, são dois elementos essenciais na área hospitalar. “O primeiro é a de tecnologia de ponta, para efetivamente oferecer ao paciente o melhor da ciência e o segundo é o que eu chamo de humanização. O luxo se preocupa com a elegância , sutilieza e deli-cadeza no trato. Os ambientes luxuosos não são apenas pelos fatores intrísecos nos móveis e objetos, mas fundamentalmente pela elegância e comportamento das pessoas, mas aí deve residir, conjunto de todos os procedimentos que cercam a interação humana”, diz. Segundo De Luca, o 9 de Julho não olha a classe social se o paciente tem um determinado produto de medicina suplementar e o hospital tem um contrato com essa operadora. “Vejo o produto que está contratado e vou aplicar a melhor assistência que tenho capacidade para isso. É claro, uma vez que tenho um custo assistencial elevado, uma infraestrutura elevada, não são todos os produtos de operadoras que podemos atender”, expli-ca. E sendo em seu andar Vip ou nas alas restantes, a instituição preza pela qualidade assistencial. “Na hotelaria, ofereço serviços diferenciados para ter uma fidelidade maior desse produto premium para quem busca conforto e confidencialidade. Mas como um avião, da primeira classe à econômica, a assistência é a mesma”.

Foto: Divulgação

“A movimentAção do setor em buscA do mercAdo de AltA rendA não interfere no Acesso à sAúde por pArte de usuários médios dos convênios nem restringe o número de leitos disponíveis, umA vez que não existe fAltA de leitos nA sAúde suplementAr”

André GAll, dA CAsAde sAúde são José

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medicina diagnóstica

Foto: RobeRto Jayme

ornar a sustentabilidade real na empresa não é uma tarefa tão difícil. A prova são os bons resultados de alguns laboratórios clínicos, que mudaram práticas diárias, e mostram que os benefícios de ser ecologi-camente correto vão além de marketing da imagem, e beneficiam também o departamento financeiro.O consultor Ricardo Voltolini, da Ideia Sustentável diz que “empresas focadas no famoso tripé da sus-tentabilidade, o triple bottom line, são fadadas ao sucesso, pois pensam, com responsabilidade, na saú-de das pessoas, do planeta e da economia”.Para os incrédulos, bons exemplos estão surgindo no Brasil.Atuando com maior escala no Distrito Federal, Bahia e no eixo Rio-São Paulo, o Laboratório Sabin tem sido reconhecido pelos arrojados projetos de sustentabilidade. Além de economia de energia e de água, um programa, em especial, tem feito sucesso: a tecnologia que trata, sem gerar impacto ambien-

sustentável

tRedução

Laboratórios mostram que pequenas mudanças no processo trazem grandes ganhos à saúde financeira da empresa. ser ecoLogicamente responsáveL conta pontos positivos também para a imagem

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Laboratório iPC, de MaCeió: Prédio Prioriza a Luz naturaL e torneiras evitaM desPerdíCio de água

ação

tal, os resíduos efluentes (líquidos das máquinas) antes de serem lançados na rede de esgoto.“Fiz mestrado em planejamento e gestão ambiental a fim de desenvolver uma meto-dologia para criar um processo oxidativo com a utilização de um reagente químico. Assim, o esgoto do laboratório segue para a estação sem causar danos ambientais”, explica o gerente de sustentabilidade da empresa, Antônio Leitão.Além de tornar o laboratório “amigo” do meio ambiente e lustrar sua imagem, a iniciativa rendeu lucros. No processo an-tigo eram gastos em torno de R$ 60 a R$ 80 mil por mês. Hoje, os custos não che-gam a R$ 10 mil.A empreitada do Sabin rendeu o certifi-cado ISO 14001 (de empresa ecologica-mente responsável), e também desperta desejos de outros laboratórios em copiar o projeto. “Muitos nos procuram, mas, ainda não exportamos a tecnologia”, afir-ma o gestor.

RotinasPara ser ecologicamente responsável não precisa chegar a tanto. Pequenas mudan-

ças no dia a dia também reduzem o impac-to no meio ambiente e, consequentemen-te, aumentam o lucro da empresa.Luiz Eduardo Saraiva Campos, proprietá-rio do laboratório IPC, de Maceió, Alago-as, afirma que sempre teve ideias susten-táveis, porém, só com a mudança da sede da empresa, em 2000, que pôde colocá--las em prática. “Construí o novo prédio de um jeito bem sustentável. Priorizei a luz natural e coloquei torneiras inteligen-tes para não haver desperdício de água.”Outra medida foi a mudança de material. “Nossos laudos e toda papelaria do labora-tório são feitos em papel reciclável, que é menos danoso ao meio ambiente. Também disponibilizamos os resultados de exames via internet, o que reduz, e muito, custos com a impressão, que não é só papel, é cartucho de tinta também”.Voltolini diz que para as empresas obte-rem sucesso com as práticas ecologica-mente corretas não devem pensar, primei-ro, no lucro: um é consequência do outro. “A conta é: quando se reduz o impacto, reduz o custo. E é este conceito que deve ser mudado para se tornarem, de fato, responsáveis”, finaliza o consultor.

sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

“o esgoto do Laboratório segue Para a estação seM Causar danos aMbientais”

antônio Leitão, do Laboratório sabin

Projeto sabin de tratamento dos

resíduos efluentes reduziu custos de:

r$ 80 mil para menosde r$ 10 mil por mês

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INDÚSTRIA

Para aumentar a qualidade do serviço desenvolvido e ampliar a atuação na esfera pública, as empresas Eco Sistemas e Allen Informática uniram expertises e criaram uma solução tecnológica para a atenção básica ALIANÇA

Aliança

QUE SOLUCIONACínthya Dávila • [email protected]

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“É UM EXEMPLO DE INDÚSTRIA QUE

MOVIMENTA A CADEIA E ENVOLVE NO PROCESSO

PROFISSIONAIS DO BRASIL, INCLUSIVE DAS

UNIVERSIDADES”

DIRCEU BARBANO, ANVISA

atores como boa ges-tão, inovações no setor de atuação e sólidas estratégias de cresci-mento são caracterís-ticas importantes para que uma companhia se posicione no mercado.

No entanto, com o alto nível da com-petitividade entre as empresas, é pre-ciso pensar em alternativas sustentáveis para manter os negócios aquecidos e al-çar novas esferas mercadológicas.Tomando como principio de que união proporciona fortalecimento e trabalho em equipe pode gerar ideias consistentes e projetos de sucesso, as empresas Eco Sistemas e a Allen Informática, locali-zadas no Rio de Janeiro, firmaram uma aliança e juntas desenvolveram uma solu-ção tecnológica que envolve ações de po-líticas públicas, prevenção de doenças e promoção da saúde em âmbito municipal: a Atenção Básica.De acordo com a diretora de soluções governo da Allen, Maria Cristina Franca Melo, as duas empresas estão se comple-mentando. “A Allen possui expressiva ra-mificação comercial e a Eco Sistemas tem muita expertise no ramo de tecnologia para a área da saúde”.Maria Cristina conta que a esfera de governo é uma área mandante na Allen representando 80% do faturamento da empresa. No intuito de ampliar a atua-ção nesse ramo e expandir a qualidade dos negócios, as duas empresas decidi-ram consolidar seus trabalhos. “Estáva-mos em negociação desde novembro do ano passado e assinamos o contrato há quatro meses”.A parceria veio em um bom momento. Segundo o ministério da saúde, o orça-

Fmento para a área de Atenção Primária subirá em R$769 mi-lhões, totalizando R$10,3 bilhões. Pesquisas evidenciam que a atenção básica de qualidade pode solucionar até 80% dos pro-blemas de saúde da população.

SOFTWAREDa mesma forma que investimentos para a área de atenção básica são realizados, um estudo do ministério mostra que o número de agentes comunitários em saúde envolvidos com a atenção básica no País ultrapassa 100 mil pessoas. Diante desse fato, o consultor de negócios da Eco Sistemas, Wendel Souza, explica que nos dias de hoje informatizar os processos de aten-dimento de saúde é uma tendência na área pública. De acordo com Souza, o profissional de saúde usa o sistema para fazer o registro clínico do atendimento ao usuário. “Com o diagnóstico precoce da enfermidade, dificilmente será ne-cessário atender o usuário da saúde em instituições de alta complexidade já que a Atenção Básica possui as ferramentas necessárias para acompanhar e prevenir os episódios de crise”.Souza conta que além de auxiliar os agentes comunitários da saúde, o sistema também armazena e organiza o prontuário eletrônico alimentado pelos profissionais. De acordo com ele, o sistema possui uma estrutura de codificação baseada no CIAP-2 – Classificação Internacional da Atenção Primária – que possibilita a organização das demandas e problemas infor-mados pelo usuário durante o atendimento.Um prontuário eletrônico possibilita que os profissionais da saúde acessem o histórico de doenças do usuário e, todas as vezes que ele comparecer à unidade de saúde, um novo evento associado ao problema (seja ele novo ou atual) será gerado, permitindo assim a produção de indicadores assistenciais base-ados em evidência. O representante da Eco Sistemas conta também que com o projeto, o usuário da saúde é beneficiado com o acesso inte-grado às consultas, exames e internações ofertados pela rede pública. “Uma das premissas da Atenção Básica é estar sempre próximo ao cidadão, identificando suas demandas de saúde e agindo preventivamente”.Ele completa que o lançamento da solução tecnológica ocorre em um momento em que o Ministério da Saúde foca suas ações de tecnologia em Atenção Básica. E enaltece que o objetivo é justamente estimular o acesso da população às novas tecnologias.

Além de auxiliar no diag-nóstico precoce e promo-ção de saúde, o sistema também é uma ferramenta para a gestão da unidade básica de saúde.“Ele possibilita que seja medido o índice de produ-tividade do pro� ssional uma vez que existe o registro de quando começou e termi-nou o atendimento”.O gestor pode analisar se sua equipe está trabalhan-do de forma otimizada, identi� car onde está o pro-blema e elaborar soluções.Saber quais são os perío-dos do dia que as unidades � cam mais cheias e quais as necessidades comuns informadas pelos usuários são possíveis de serem co-locadas em prática com a utilização de relatórios ge-renciais e painéis de indica-dores, conta Souza.Ele � naliza ao informar que o software permite que a ge-rência da unidade de saúde crie uma agenda de tarefas para os colaboradores, inte-grada à agenda de atendi-mento ao usuário da saúde.

FERRAMENTA DE GESTÃO

é o orçamento de atenção primária no país

F: M SR$10,3 BI sua opinião é muito importante // [email protected]

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indústria

Um ano

m outubro de 2010, a farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou a compra de 40% do laboratório farmacêutico brasileiro Teuto por R$400 milhões. Na época, a multinacional afirmou que a aquisição parcial do Teuto possibilitaria a ampliação e aumentaria o alcance de seus medica-mentos para um maior número de pacientes, além de complementar seu portfólio no País e potencializar a participação em mercados emergentes, como o Brasil.Um ano após o anúncio, os resultados dessa parceria já refletem signifi-cativamente nas duas empresas. No primeiro semestre de 2011, o fatura-

mento do Teuto chegou a R$258 milhões, crescendo 41% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo o diretor comercial da área hospitalar do Teuto, Eduardo Pícoli, este crescimento foi alavancado por investimentos na expansão da produção de medicamentos, ampliação do parque fabril e parcerias comerciais com a Pfizer, além de fortalecer sua divi-são hospitalar.De acordo com diretor da unidade de negócios produtos e estabelecidos da Pfizer, Adilson Montaneira, a primeira parte da estratégia foi criar uma base estrutural para o crescimento futuro dessa divisão. “Este primeiro ano foi apenas o posicionamento e estruturação da área, que constituiu em criar a divisão hospitalar do Teuto e alavancar a parte fabril. O fato é que hoje, com a capacidade industrial do laboratório, toda nossa demanda está sendo vendida. Nós estamos indo bem e precisamos continuar melhorando nosso processo de produção para crescer cada vez mais”.Montaneira explica que a Pfizer não possuía um portfólio variado de moléculas na área hospitalar e a aquisição do Teuto permitiu à multinacional oferecer uma gama muito maior dessas moléculas. “Para isso ocorrer, tivemos que melhorar todo o parque fabril desde a qua-lidade até de capacidade de produção e foram feitos grandes investimentos na área”.Para o Teuto, essa parceria permitiu sua entrada definitiva no segmento hospitalar, atuando na esfera privada, ainda não explorada. Para alcançar esse objetivo, o laboratório goiano contou com treinamento e reforço na equipe de vendas da divisão. “A entrada no segmento

depois...E

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Guilherme Batimarchi • [email protected]

Consolidação de merCado,

CresCimentos expressivos e novos niChos explorados

foram alguns dos resultados

gerados pela pfizer um ano após

a Compra de 40% do laboratório

farmaCêutiCo teuto

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Foto: Divulgação

privado foi responsável por um incremento de 10% no faturamento da empresa”, ilus-tra Pícoli, que completa afirmando que, para ambas as empresas, houve um aumento no número de vendas.Com investimentos de R$20 milhões, que já haviam sendo empenhados na ampliação da fábrica em Goiânia, o Teuto está ampliando sua produção de betalactanos (penicilinas) em 230%, passando de 1,5 milhões de uni-dades para cinco milhões. A farmacêutica ainda pretende aumentar a produção de me-dicamentos injetáveis como anti-inflamató-rios, anestésicos e corticóides em 30%, o que remete a um acréscimo de cerca de R$1 milhão em faturamento para o Teuto.“Por ser um país de proporções continentais, existem regiões onde o Teuto já atuava de forma consolidada e a Pfizer, em função de seu modelo de negócio, voltado para produ-tos de alto custo e patenteados não chegava a essas localidades, mas com a parceria passou a atingir estes mercados por meio dos canais do Teuto”, acrescenta Pícoli.Com um faturamento de R$3,5 bilhões no Brasil e uma perspectiva de crescimento de 3% em 2011 a Pfizer não descartou a

possibilidade de ad-quirir os outros 60% da empresa nacional em 2014. No entan-to, afirma ser cedo demais para avaliar a aquisição total do laboratório nacio-nal. “Não é possível dizer o que ocorrerá em 2014, mas hoje trabalhamos com esta perspectiva, tanto que a aquisi-ção foi feita desta forma para utilizar esse período como

um processo de aprendizado, diferente de outras empresas, pois entendemos que este modelo de negócio não é um modelo que a Pfizer domina”, completa Montaneira.

ADILSON MONTANEIRA, DA PFIZER: EMPRESA NÃO DESCARTA A POSSIBILIDADE DE ADQUIRIR OS 60% RESTANTES DO TEUTO

sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

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A VIDA COMO VALOR MAIORAlameda da Serra, 217 - Vila da Serra - Nova Lima - MGFone: (31) 3289 5000 - www.biocor.com.br

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A VIDA COMO VALOR MAIORAlameda da Serra, 217 - Vila da Serra - Nova Lima - MGFone: (31) 3289 5000 - www.biocor.com.br

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INDÚSTRIA

MERCADOQUE VALEQUE VALE

OURO62

DE OLHO NO MERCADO BRASILEIRO, A BERTCHOLD FIRMOU, EM MAIO DESTE ANO, UMA PARCERIA COM A BACE. PROCURANDO CONSOLIDAR SUA MARCA NO PAÍS, A EMPRESA PLANEJA FATURAR 5 MILHÕES DE EUROS EM UM ANO E CONQUISTAR O FAVORITISMO DOS PLAYERS DA SAÚDE

Cínthya Dávila • [email protected]

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

“SEMPRE TIVE UMA BOA RELAÇÃO COMERCIAL E PESSOAL COM A BACE.

ESTÁVAMOS À PROCURA DE UMA EMPRESA QUE

TIVESSE BOA PENETRAÇÃO JUNTO ÀS GRANDES

INSTITUIÇÕES NO MERCADO DE SÃO PAULO. DIANTE

DESSE FATO, ACHAMOS QUE ESSA ALIANÇA PODERIA SER BENÉFICA PARA OS

NEGÓCIOS DA BERCHTOLD”

FREDERICO WOLLNY, DA BERCHTOLD

ma das maiores expressões de exaltação ao País é o Hino Nacional. Entre as es-trofes pertencentes ao canto brasileiro o trecho: “Entre outras mil, és tu Brasil” possui grande força de representação. Além de aclamar as terras brasileiras, a ora-ção também pode ser usada para explicar um momento atual: o grande interesse que empresas multinacionais vêm apresentando ao realizar investimentos e cons-truir parcerias com companhias brasileiras. Indicadores econômicos do Banco Cen-tral mostram que de 2010 para este ano, os investimentos estrangeiros subiram 157,01%, indo de US$17.153 milhões para US$44.085.

A aliança firmada em maio deste ano entre a holding alemã Berchtold, que atua na concepção e implan-tação de ambientes cirúrgicos, e a Bace Healthcare, fornecedora de produtos de consumo médico-hos-pitalar também é um exemplo de que o mercado de investimentos estrangeiros está aquecido no País. Segundo o vice-presidente da Berchtold, Frederico Wollny, a empresa decidiu firmar essa parceria devi-do à imagem positiva que o Brasil possui no exterior. “O mercado brasileiro é um dos maiores do mundo, principal da América Latina e possui um crescimento forte e acentuado, junto com a China”.Wollny conta que sua relação com a Bace começou antes mesmo de ele trabalhar na Berchtold. Ele lem-bra que foi diretor da divisão da América Latina da Paul Hartman, empresa fabricante de dispositivos médicos, e que têm os seus produtos distribuídos no Brasil pela Bace.“Sempre tive uma boa relação comercial a pessoal com a Bace. estávamos à procura de uma empresa que tivesse boa penetração junto às grandes instituições no mercado de São Paulo. Diante desse fato, achamos que essa aliança poderia ser benéfica para os negócios da Berchtold”, explica.Da mesma forma, a Bace estava prospectando novos clientes e viu na parceria com a Bertchold uma boa chance de aumentar o seu portfólio e trazer inovações para o segmento. Segundo o sócio-diretor da Bace Health Care, Ronald Lorentziadis, a Bertchold é uma empresa tradicional que possui projetos consisten-tes. “Os produtos da Bertchold estão presente em 90% dos hospitais de alto padrão dos Estados Unidos.Ter a chance de representá-los no Brasil nos proporciona grandes expectativas”.Quando o assunto diz respeito às boas perspectivas de mercado entre as duas empresas, a recíproca é verdadeira. Isso porque a Bertchold tem a meta de conseguir alcançar rapidamente o faturamento de 5 milhões de euros no Brasil. “Creio que podemos alcançar esse objetivo, firmando parcerias com empre-sas que têm habilidade de comercializar produtos de maneiras assertiva”. Com um faturamento anual de 100 milhões de euros no mundo, onde 95% dos ganhos provêm de exportações, a Berchtold tem o intuito de se firmar cada vez mais em mercados estrangeiros. “Além do Brasil, estamos à procura de consolidação dos nossos negócios na China, México, Argentina, Venezuela e Colômbia”. Entre as soluções que a empresa está trazendo para o Brasil, pode-se citar a sua linha de sistemas de ilu-minação para cirurgias e exames, mesas hospitalares, braços eletro-mecânicos fixados no teto e soluções para salas cirúrgicas.Além de desenvolver soluções para centros cirúrgicos, a parceria das empresas também oferecerá con-sultoria e monitoramento, com modelos de desenhos de salas de cirurgia e bloco cirúrgico, juntamente com orientações sobre como fazer um bom planejamento de compras para clínicas e centros cirúrgicos.“A prestação de serviços é o futuro, estamos desenvolvendo esse projeto há poucos anos, mas é uma exi-gência do cliente. Não podemos nos limitar apenas a desenvolver equipamentos, temos que desenvolver soluções completas”.Wollny explica que, por enquanto, os serviços de consultorias estão localizados apenas em países como Holanda, Portugal, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, mas pretende realizar treinamento de mão de obra para que possa ser feito no Brasil também. “Nós temos profissionais a disposição dos clientes brasileiros. Se alguém necessitar de acompanhamento no seu dia a dia, detectamos parceiros locais”Dados mostram que a Berchtold reverte 8% do seu faturamento mundial em pesquisas e desenvolvi-mento de novas tecnologias. Diante desse fato, a empresa desenvolve em conjunto com a DLR, agência aeroespacial alemã, robôs para auxiliarem nas cirurgias. O executivo encerra ao dizer que a empresa pretende lançar mundialmente essas tecnologias em 2014.

U

“OS PRODUTOS DA BERTCHOLD ESTÃO

PRESENTES EM 90% DOS HOSPITAIS

DOS EUA E PODER REPRESENTÁ-LOS

É UMA GRANDE OPORTUNIDADE DE

CRESCIMENTO”

RONALD LORENTZIADIS, DA BACE HEALTH CARE

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Nos últimos dois anos, com investimentos na ordem de R$ 5 milhões ao ano, a operação brasileira da Guerbet aumenta mais de 50% sua produção. Grupo francês planeja dobrar capacidade atual no País até 2013 

meninados olhos

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operação brasileira é uma boa lição para a francesa Guerbet, gru-po farmacêutico dedica-do ao mercado de diag-

nóstico por meio de contraste para exames de raio X e de ressonância magnética. A filial brasileira, localizada no Rio de Janeiro, comemora 20 anos no País e crescimento de mais de 50% da produção nos últimos dois anos. No seu plano de investimentos para o período entre 2010 e 2012, os recur-sos previstos somam R$ 14 milhões. Em 2010, a operação brasileira teve faturamento de cerca de R$ 100 mi-lhões, crescimento de 17% em relação a 2009. Para 2011, a expectativa é que o faturamento tenha alta de 5% a 6% sobre 2010.O grupo não pretende abrir outras fá-bricas na América Latina, mas investir mais R$ 4 milhões na planta fluminen-se em 2012. Assim, até 2013, serão trocadas as máquinas de enchimento e de lavagem dos frascos para se obter mais agilidade e segurança ao processo produtivo. A produção de quatro mi-lhões de doses por ano da fábrica bra-sileira é responsável por 25% da pro-

aAnalice Bonatto • [email protected]ção do grupo. De acordo com Alexis Peyroles, diretor geral da filial no Brasil, o plano de investimentos prevê a produção de oito milhões de doses por ano até 2013. Cenário favorável Dentro do plano de investimentos do grupo no Brasil, os principais projetos incluíram ampliação e modernização da fábrica, com a compra de novos equipamentos,implantação da metodologia Lean e qualificação de seus funcionários. Em relação à modernização da fábrica, foi adquirido e instala-do um túnel de despirogeinização. “Além de o equipamento garantir a higienização dos frascos, permite a comercializa-ção dos produtos em países que exigem outros certificados, além dos emitidos pela Anvisa”, diz o diretor da empresa, que é fornecedora exclusiva das redes Dasa, Fleury e D’Or.Todos estes investimentos na fábricarepresentaram cresci-mento de mais de 50% neste período. Mas o resultado foi ajudado pelo cenário favorável brasileiro. “O mercado da imagem cresce há bastante tempo, mas com o crescimento econômico brasileiro, nos últimos seis anos, passou a cres-cer de 10% a 12% ao ano. Uma empresa também precisa de sorte e a da Guerbet foi estar no país no momento certo e antecipar o crescimento desse mercado com os investi-mentos que fizemos”. Com esse conjunto de medidas, segundo Peylores, a em-presa pretende manter a participação de cerca de 45% do mercado e trazer novos produtos e serviços aos clientes. “É um mercado que está mudando, há novos players e mesmo crescendo em volume, há uma queda de preços que atra-palha nossa margem, por isso todos estes esforços e inves-

timentos na fábrica e em pessoal com a filosofia Lean”. Ele ressalta que desde que chegou à fábrica, em 2009, introdu-ziu o conceito Lean para manter o faturamento e continu-ar líder de mercado. “Para isso, é preciso trazer o melhor produto, no menor tempo”.Todos os investimentos são do Grupo Guerbet. Questiona-do sobre a onda de fusões e aquisições em alguns setores da economia no país, Peyroles assegura que, por enquanto, a família Guerbet, que detém 55% do capital do grupo, busca crescer de uma forma rentável. “Se acontecer um projeto industrial interessante, o grupo está aberto a con-versa, porém não busca pelas operações”.

Melhoria Contínua Os projetos Lean Managment e Lean Manufacturing são responsáveis pelo bom andamento da fábrica brasileira, segundo o diretor. Foram implantados para ampliar a ca-pacidade de produção e mudar a maneira de trabalhar. O objetivo, explica Peyroles, era não só utilizar o Lean na fábrica, onde é geralmente mais aplicado, mas também na maneira de trabalhar e de pensar das pessoas. “O objetivo é que a Guerbet no Brasil seja uma empresa Lean. Traba-lhamos muito mais com as pessoas”. Assim, desde 2009, foram investidas mais de 1.400 horas em formação técnica dos seus funcionários.O Brasil é um exemplo para o grupo, segundo o executivo, graças aos resultados obtidos em pouco tempo que somam melhores do que os da França. Chama a atenção dos fran-ceses, por exemplo, o aumento da produção - em 2008 era de 2,7 milhões de doses por ano -, para os atuais quatro

A

indústria

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Fotos: Divulgação

Desde 2009, foram investidas mais de 1.400 horas em formação técnica para os funcionários

Raio X

sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

QUEM É: GRuPo faRmacêutico DeDicaDo ao meRcaDo De DiaGNóstico  O QUE FAZ: fabRica os coNtRastes DotaRem - seGmeNto De RessoNâNcia maGNética;  HeNetix - seGmeNto De tomoGRafia comPutaDoRizaDa - eNtRe outRos PRoDutosSEDE: fRaNçaMERCADOS: 15 PaísesCENTROS P&D: fRaNçaPRODUÇÃO BRASILEIRA: 4 milHões De fRascosLINHAS: clíNicas, ceNtRos De DiaGNóstico PoR imaGem e HosPitaisPLANO DE INVESTIMENTO 2010 - 2012: R$ 14 milHõesAPLICAÇÂO: moDeRNização Da emPResa, aDoção Do coNceito leaN e qualificação De seus fuNcioNáRiosFATURAMENTO: R$ 100 milHõesLANÇAMENTOS: DotaRem em seRiNGa, além De comeRcializaR bombas iNjetoRas e PRoDutos PaRa a saúDe

milhões. “Só com a cultura Lean conseguimos este resultado. Fizemos investimentos em máquinas, claro, mas o projeto Lean trouxe estes resultados. Isto que as pessoas na França estão estudando para aprender um pouco mais”.A área de pesquisa e desenvolvimento do grupo é na França onde atualmente há três fábricas. Aqui no Brasil são realizados estudos clínicos desde 2010. “Temos a inten-ção de realizar mais estudos clínicos no País, porque os centros de radiologia daqui são de alto nível de qualidade. Além disso, há muitos pacientes graças ao aumento da população que chega à classe média, com mais planos de saúde e maior possibilidade de fazer exames”. Os estudos se concentram em três áreas principais: doenças cardio-vasculares, oncologia e patologias inflamatórias e neuro degenerativas.

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para atender as demandas de um

hospital, gestores de ti precisam

ter um bom relacionamento com as equipes assistenciais, e,

acima de tudo, ter paixão pela saúde

Danilo Sanches • [email protected]

tecnologia

ExpErts

em TI, ual seria o perfil de gestores de TI na área de saúde? A tecnologia virou commodity e deixa de ser fator de diferenciação dentro de uma instituição de saúde, por outro lado, ela permeia todos os processos den-tro desta instituição, e exatamente por isso, precisa ser aderente a todos eles; eis o desafio de um CIO num hospital“A TI já não importa”, afirma o diretor acadêmico do Centro de Pós-Graduação da FIAP, Francisco Amaral,

citando um famoso artigo publicado pela universidade norte-americana de Harvard. No artigo “IT Doesn’t Matter”, Nicholas Carr abre o resumo dizendo que à medida que crescem o poder e a presença da tecnologia da informação, sua importância estratégica diminui. Sim, a TI hoje é vista como commodity, e Amaral vê isso de forma positiva.“Há um deslocamento do diferencial da tecnologia em si para as pessoas”, afirma o diretor. “O que existe de tecnologia hoje no mercado não é tão difícil de ser alcançado, mas a grande dificuldade é ajustar a tecnologia adequada para cada cenário. Um segundo desafio é a inovação dos pro-cessos e na forma de gestão de um hospital.”Um gestor de TI - ou um CIO - de uma instituição de saúde tem que ser infalível no relacionamento e no conhecimento do negócio para poder lidar com estas variáveis. Os pontos críticos da operação de um hospital hoje deixaram de ser relativos somente à tecnologia e passa-ram para as pessoas. E o conhecimento do negócio é necessário, uma vez que o profissional de TI é quem vai alavancar os projetos de inova-ção dentro de um hospital.

loucos por

hospITaIsQ

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Foto

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Foi-se o tempo em que o profissional de TI ficava res-trito ao departamento de Tecnologia. Segundo Amaral, este gestor hoje circula pela empresa e mapeia as áreas--chave do negócio a fim de estabelecer as alianças mais pertinentes. E este profissional que se comunica mais é o principal componente para impulsionar a maturidade da instituição de saúde em relação à tecnologia.Ao passo que a TI perde o papel de diferencial, os profis-sionais têm um malabarismo a cumprir: manter a percep-ção de relevância da inovação e dos projetos da área. E este é o desafio do gestor quando a maturidade tecnológica da instituição ainda deixa a desejar.“A instituição também precisa estar madura em relação à tecnologia para poder enxergar e perceber os benefícios que podem ser gerados”, alerta o professor. “Existem ins-tituições que ainda pensam a informática como faturamen-to, controle de estoque e folha de pagamento.”

EquipE híbridaNão basta um perfil técnico. O perfil de um gestor de tecnologia dentro do hospital tem que passar pelo conhe-cimento do negócio, segundo a superintendente de TI do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Margareth Ortiz. E a solução foi a mais direta possível: criar uma equi-pe mista, composta tanto por profissionais de tecnologia quanto da saúde.Há dois anos trabalhando com o modelo, a CIO do hospital diz-se muito satisfeita com os resultados. O contato entre profissionais de ambas as áreas permitiu que tecnologia mapeasse os requisitos complexos que compõem os pro-cessos num ambiente hospitalar e construísse uma visão mais abrangente.“A gente buscou conhecimento da área de saúde, ou seja, de normas e procedimentos, dentro da Sociedade Brasilei-ra de Informática para Saúde, para trazer para nossos pro-

fissionais de tecnologia”, ex-plica Margareth. “Além disso, buscamos o conhecimento de tecnologia e gestão de proje-tos para trazer para os nossos enfermeiros que compõem o nosso grupo.”Os profissionais de saúde, agora com um upgrade em tecnologia, atuam no levan-tamento do processo, onde a linguagem é mais específica do negócio de saúde, e depois atuam na implantação do sis-tema já desenvolvido.“Os principais impactos des-

te modelo são percebidos no controle de incidências”, explica Margareth. “Nós atendemos cerca de sete mil chamados por mês no nosso help desk. Então nós perce-bemos que houve uma diminuição nos chamados do help desk referentes a estes módulos assistenciais onde nós implantamos com o grupo de enfermeiros.”

MARGARETH ORTIZ, SíRIO LIbAnêS: EQuIpE MISTA cOLOcA EnfERMEIROS pARA bALAncEAR EQuIpE dE TI

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tecnologia

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A executiva aponta um fator fundamental que compõe o perfil de um gestor de tecnologia nesta área: paixão pela saúde. “Imagine a complexidade de nós tes-tarmos a mobilidade de uma aplicação em um PDA que fica em um carrinho de anestesia, dentro de uma sala cirúrgica, durante uma craniotomia (procedimen-to de abertura do crânio do paciente)”, desafia Margareth. “Se o profissional não é apaixonado, ele pede demissão no dia seguinte.”

8 gotinhasNo hospital Sabará, em São Paulo, onde Milton Alves comanda a área de TI, os exemplos são menos traumáticos. Alves defende a ideia de que o profissional desta área deve dominar o “hospitalês” (vocabulário específico do hospital, no neologismo de Alves). Isso porque muitas vezes questões aparentemente sim-ples abrigam a complexidade de calhamaços de procedimentos e normas.“Às vezes o médico quer apenas das oito gotinhas de analgésico para uma criança, mas o que tem por trás dessas oito gotinhas não é de interesse dele”, explica Alves. “O processo começa na solicitação dessa medicação. Se é o mé-dico quem solicita internamente, se a solicitação é em mililitros, se a farmácia só pode enviar o tubo inteiro para que a enfermagem retire o medicamento ou o que será feito com o restante do medicamento no tubo, não é problema do médico.”Por trás das oito gotas de analgésico ainda mora uma outra questão que o gestor de TI precisa es-tar inteiramente à par: no caso de uma operação via convênio a cobrança precisa ser negociada, uma vez que o paciente usou apenas oito gotas, mas o tubo todo foi inutilizado por conta de nor-mas de segurança.Alves calcula por alto que 90% de seu tempo como gestor seja gasto com relacionamento, uma vez que dele depende desde os ajustes de proce-dimentos como o das oito gotinhas de analgésico, até a interface com a qual o médico vai trabalhar e o quanto ela é amigável e prática.“Este é o motivo pelo qual é imprescindível que um profissional desta área co-nheça profundamente o negócio de saúde”, afirma Alves. “Por outro lado, pode ser também que um CIO que venha de um banco possa resolver algum problema em um hospital exatamente por ter um olhar de fora.”O mercado de saúde ainda se consolida na maturidade do uso da tecnologia. E mesmo que haja um perfil muito homogêneo do que seja um profissional de TI à frente de um hospital, diversas soluções são apresentadas e elas dependem prin-cipalmente de investimento.Esta talvez seja a principal questão que impeça soluções completas como a da implantação de equipes mistas, na análise do gerente de TI do Hospital Santa Catarina, em São Paulo, Carlos Eiji Torigoe. Para o executivo, a questão salarial é determinante quando se trata de deslocar profissionais de suas áreas de atuação.“É uma questão e gosto pessoal, porque a questão salarial é ainda um desafio no caso das equipes mistas”, afirma Torigoe. “Esta é uma tendência e seria uma das soluções para a falta de profissionais com esta qualificação no mercado.”

MILTOn ALvES, HOSpITAL SAbARá:

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @revistafh

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RECURSOS HUMANOS

Os resultados são números superlativos: segundo a Forbes, o patrimônio de Jobs chega hoje a US$ 5,5 bilhões. Steve Jobs exemplifica como a cultura de empreen-dedorismo e inovação, aliada a um líder ambicioso e criativo, transforma positiva-mente uma organização em alto potencial.Entretanto, o cuidado em destacar a plu-ralidade de situações que o ambiente pro-porciona é um dos importantes pilares para o sucesso da companhia. O líder “set the tone”. Teria a Apple alcançado desem-penho ainda mais extraordinário sem ele? Fica a reflexão.As empresas que hoje fazem e farão a di-ferença no futuro praticam e desenvolvem práticas como identificar e reconhecer adequadamente seus engaged talents, ofe-recem estímulos às experiências novas e, principalmente recrutam e promovem li-deranças com alto potencial. Líderes que provocam os ambientes organizacionais e se sentem engajados com o novo.Às organizações, cabe permitir e praticar o permanente ciclo da inovação: criati-vidade, empreendedorismo, projetos e mudanças. Para desfrutar dos benefícios desta nova realidade, as companhias pre-cisam estar preparadas. É preciso ter cora-gem para investir em um ambiente e em pessoas, pois ambos serão os vetores dos processos e estratégias que trarão os re-sultados consistentes nos negócios. E sua companhia está pronta?

RODRIGO ARAÚJO

Sócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry.

SUA EMPRESATEM ALTO POTENCIAL?

m nossa experiência, uma das habilidades mais exigidas aos novos líderes é ter alto potencial. Em poucas pala-vras, isso significa reunir capacidade para aprender com

experiências e presteza para lidar com dimensões complexas como pessoas, resultados, mudança e, não menos importante, ter rapidez de raciocínio. Estão diretamente relacionados a ca-racterísticas como lidar com paradoxo, perspectiva e agilidade estratégica e extrema capacidade para aprender em situações novas, alcançando resultados extraordinários mesmo em cená-rios desconhecidos.Um dos grandes indicadores de potencial, segundo estudos da Korn/Ferry, é o conceito de agilidade de aprendizagem. Trata-se de saber encarar as transformações e os processos evolutivos de manei-ra positiva – sem pânico - esquecer os próprios preceitos e estar aberto a considerar o novo. Trazendo esta dinâmica para as organizações seria para elas a capacidade de se reinven-tar sempre e apresentar, ao mesmo tempo, alto potencial no mercado.Porém, será que as empresas são de alto potencial? Estão preparadas para se renovar constantemente? Reúnem uma proposta de valor, percebida pelo mercado como sólida e sustentável, o suficiente para atrair e reter os melhores? Coloco estes temas em xeque porque vivemos em uma era em que se buscam respostas para en-tender o que de fato estimula e faz a diferença nas organizações. O que esperar dos ambientes organizacionais e quão alinhados estão com as expectativas das diferentes gerações?Um fato a ser considerado é que as empresas agregam caracterís-ticas que certamente irão atrair e consequentemente reter pessoas mais alinhadas com seu perfil, que vêem valor naquele determinado ambiente. O desafio de hoje é que a capacidade de atração das or-

ganizações está diretamente relacionada a sua ambição estratégica.Em outras palavras, para realizar o crescimento esperado, as empresas precisam ter ou ser capazes de atrair determinado conjunto de habilidades e, logo, pessoas. Caso contrário, o pla-no ambicioso terá que passar por um “choque de realidade” a partir do que é possível atrair. É o ponto em que muitas em-presas estão investindo ao buscar entender a essência do seu employee branding.Como um exemplo desta dinâmica, é comum considerar o perfil inovador como uma característica fundamental para alavancar re-sultados positivos nas estratégias de negócios. Mas há realmente espaço para inovação que geram aumento do potencial das com-

panhias? O primeiro passo neste pro-cesso está na maneira de estimular a inovação, de pensar a criatividade.Nada adianta ter colaboradores criativos se não há espaço para as ideias aflorarem e as colocar em prática. Saber usar o melhor de cada funcionário é uma premissa essencial. Os ambientes organiza-cionais devem então reforçar as di-mensões que as estimulam. Nesta

jornada, a figura do líder é um espelho; e isso vale para as suas convicções e, principalmente, suas ações.O que vai fazer a diferença para estimular a equipe a se espelhar nele está diretamente relacionado ao grau de entendimento dos seus seguidores daquilo que se espera e o que será aprendido no processo. O essencial no processo é aprender a ensinar e, ideal-mente, em conjunto. Exemplo desta dinâmica bem sucedida é a Apple. Em 2010, o MarketWatch 2010 CEO Awards elegeu Steve Jobs o melhor líder da década por ter feito uma revolu-ção tecnológica na forma como lemos e navegamos na internet, com seus lançamentos inovadores.

O QUE VAI FAZER A DIFERENÇA PARA ESTIMULAR A EQUIPE A SE ESPELHAR NELE ESTÁ

DIRETAMENTE RELACIONADO AO GRAU DE ENTENDIMENTO DOS

SEUS SEGUIDORES

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RODRIGO ARAÚJO

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Unimed PaUlistana

contrata novo sUPerintendente comercialA Unimed Paulistana contratou o executivo Carlos Gabriel Cupo para o cargo de superintendente comercial.Cupo será responsável pela gestão das áreas de produtos, vendas e relacionamento empresarial, além de uma nova unidade de negócios que está sendo formada pela Unimed Paulistana. O executivo é formado em física e engenharia de qualidade, possui especialização em gestão de pessoas pelo Amaná Key, juntamente com administração de negócios cursado no Insead, na França. Além disso, estudou também negociação e estratégia competitiva, na Itália.

sinog elege novo

Presidente e diretoriaO Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog) empossou sua nova diretoria, tendo Geraldo Almeida Lima como presidente no lugar de Carlos Roberto Squillaci. Geraldo Lima é graduado em Odontologia pela Fiube - Faculdade de Odontologia de Uberaba, com especialização em Prótese Dental pela Unesp - Universidade Estadual Paulista e Mestrado em Saúde Pública pela USP - Universidade de São Paulo. Sócio e Diretor Operacional da São Francisco Odontologia, ele está no Sinog desde a sua fundação, exercendo o cargo na diretoria e tendo participado em diversos grupos e câmaras técnicas na ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar. Já o antigo vice-presidente, Reinaldo Camargo Scheibe, passa a ser o primeiro secretário.

Baxter emPossa

nova diretoriaMario Ciardelli é o novo Diretor Geral da Baxter Hospitalar. O executivo assume a posição no Brasil após dois anos na liderança da Baxter Colômbia.Ciardelli responderá por uma estrutura que engloba cerca de mil funcionários, três áreas de negócios e tem o desafio de manter o nível de crescimento da empresa no Brasil.O executivo é formado em Administração de Empresas pelo Colégio de Estudos Superiores de Administração (CESA) e possui especialização em Administração de Empresas pela Escola de Direção e Negócios (INALDE).

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LIVROS

40 anos de Medicina: o que mudou?O livro dos atuais diretor Geral do HCor e ministro da saúde aborda um diálogo entre os dois médicos que ocorreu em São Paulo, com detalhes da vida pessoal de cada um. Dr. Adib Jatene com 82 anos e Alexandre Padilha aos 40 anos revelam fatos da infância e coinci-dências como a ausência do pai, mães batalhadoras e a chegada ao cargo de ministro da saúde após a promul-gação da Constituição de 1988.

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Administração de Recursos Humanos -do Operacional ao EstratégicoElaborado para atender o meio acadêmico e empre-sarial, abrange a evolução da área de RH, estrutura organizacional e apresenta a administração estratégi-ca. Com estudos de casos reais, o autor, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP e mestre em adminis-tração com ênfase em recursos humanos propõe re-flexões para engajar equipes em processos de melho-ria e metas rumo ao sucesso dos projetos.

A Comunicação na Gestão de ProjetosO Estudo de Benchmarking do Project Management Institute (PMI) aponta que as habilidades consideradas pelas organiza-ções como mais deficientes nos profissionais de Gerenciamen-to de Projetos são Comunicação (47%) e Gerenciamento de Conflitos (41%). Assim, a obra busca auxiliar na construção de conhecimentos dos gestores envolvidos no desenvolvimento de iniciativas através da comunicação que exige a construção de um relacionamento para uma troca consciente entre as pes-soas. Há a necessidade da compreensão da mensagem como uma idéia com significados para o receptor.

Autor: Airton MolenaEditora: Ciência ModernaNúmero de páginas: 400 páginasPreço: R$79,00

Autor:  Jean Pierre MarrasEditora: SaraivaNúmero de páginas: 352Preço: R$94,00

Autores: Prof. Dr. Adib Jatene e Alexandre Padilha Editora: SaberesNúmero de páginas:  200Preço: R$ 35,00

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S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lO s m e l h O r e s c O n c e i t O s e p r á t i c a s d e g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i t a l

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SEGURANÇA DO PACIENTE NO CENTRO CIRÚRGICOEste caderno pode ser destacado

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saúde business school

i n t r o d u ç ã odepoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School, continuamoS com o projeto. eSte ano falaremoS SoBre Segurança do paciente

na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro ano do projeto saúde Business school o tema segurança do paciente. ainda que exista uma vasta literatura sobre o tema, a nossa função aqui é construir um manual prático para a geração de um ambiente hospitalar mais seguro, que auxilie as

o projeto envolve oS SeguinteS temaS:

módulo 1 - introdução à segurança do paciente

módulo 2- estruturando um programa de segurança do paciente

módulo 3 - identificação e notificação dos erros

módulo 4- melhoria de comunicação e processos

módulo 5 - envolvimento das equipes em segurança

módulo 6 - O papel da ti na segurança do paciente

módulo 7 - gestão segura de medicamentos dentro dos hospitais

módulo 8 - a influência do ambiente hospitalar na segurança do paciente

módulo 9 - leis e regulações envolvendo a segurança do paciente

módulo 10 - segurança do paciente no centro cirúrgico

módulo 11 - Os processos de acreditação e a segurança do paciente

módulo 12 - O papel do paciente

equipes na organização de seus programas de segurança. em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o tema, escrito em parceria com médicos, enfermeiros, consultores e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo para você. Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados em nosso site: www.saudeweb.com.br

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mariStella lopeS gianini

Segurança do paciente no centro cirúrgico

introduçãoO século XX foi considerado o século das grandes revoluções científicas: “A Revolução Atômica”, que nos deixou como legado a medicina nuclear, os radioisótopos, a energia nuclear; “A Revolução Molecular” que nos trouxe às mudanças paradigmáticas no que se refere ao conhecimento da biologia molecular; o apogeu atual da engenharia genética, clonagem, células tronco, reprodução assistida, bio-tecnologia e biologia sintética; “A Revolução Espacial e das Comunicações” cujo emblema atual é a Internet, o mundo online, tudo computadorizado, totalmente globalizado e conectado e por fim “A Rev-olução da Nanotecnologia” que abre um novo conhecimento na engenharia de materiais principalmente na área da saúde.A ocorrência dos acidentes nucleares, o elevado número de acidentes no lançamento de vôos tripulados da NASA, acidentes na aviação civil contribuíram para um grande avanço nos processos de segurança nos últimos 30 anos. Na Saúde, os Hemocentros e a Anestesia foram os pioneiros na cultura da segu-rança. Esse extraordinário avanço científico e tecnológico impactou nos profissionais da saúde a con-scientização e a necessidade de maior atenção à segurança do paciente. Essa iniciativa pode-se dizer ser o reflexo das revoluções do século XX, pois acoplado ao conhecimento e ao avanço tecnológico enfrentamos a ocorrência do erro humano e do efeito adverso.O erro humano cometido por profissionais de saúde é extremamente elevado. Dados da literatura indi-cam que um em cada seis pacientes internados em hospitais é vítima de algum tipo de erro ou evento adverso, que na maioria dos casos podem ser prevenidos.Por efeito adverso compreende-se qualquer incidente associado a esterilização, utilização inadequada de antibióticos, quedas, queimaduras, medicação trocada ou errada, equipamentos defeituosos ou ausentes, falta de leitos de terapia intensiva, falta de reserva de sangue, falta de condições adequadas de atendi-mento e falta de práticas e processos seguros. Conscientes dessas ocorrências na maioria dos Centros Cirúrgicos, os eventos adversos sérios, relacionados à cirurgia, foram agrupados em cinco categorias:

1) cirurgia realizada em local errado,2) cirurgia realizada no paciente errado,3) procedimento cirúrgico errado,4) retenção de objeto estranho dentro do paciente após o término da cirurgia5) morte no intra-operatório ou pós-operatório imediato, em paciente classificados como ASA I.

Existe uma interface muito tênue entre o efeito adverso e o erro. Baixos salários, condições inade-quadas de trabalho, falta de manutenção de equipamentos podem levar a ambos. Da mesma ma-neira um profissional sobrecarregado ou estafado e a ausência de protocolos de segurança, cenário comum na maioria dos hospitais públicos brasileiros, certamente aumentam essa probabilidade. Faltam, portanto, protocolos adequados com registro de conformidades, efeitos adversos e registro de erros para que possamos conhecer e, sobretudo evitá-los. O erro é caracterizado pela negligência, im-prudência e imperícia caracterizados nos códigos civis e penais. Não é apenas da responsabilidade do médico no CC, pois a fragmentação assistencial exige hoje o trabalho em equipe, com uma consciência coletiva de interdependência a fim de assegurar a melhor segurança do paciente Os próprios Administra-dores Hospitalares também podem ser indicados por negligencia e imprudência.

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conSciÊncia mundial Com o objetivo de despertar a consciência profissional e o comprometimen-to político para uma melhor segurança na assistência à saúde e apoiar os Estados Membros no desenvolvimento de políticas públicas e na indução de boas práticas assistenciais foi lançada pela Organização Mundial da Saúde em outubro de 2004 “A Aliança Mundial para a Segurança do Paciente”.Um elemento central do trabalho da Aliança é a formulação de Desafios Globais para a Segurança do Paciente. A cada dois anos um novo Desa-fio é formulado para fomentar o comprometimento global e destacar temas correlacionados e direcionados para uma área de risco identificada como significativa em todos os Estados Membros da OMS.O Primeiro Desafio Global focou as infecções relacionadas com a assistên-cia à saúde, e foi direcionado à educação dos profissionais de saúde de todos os continentes, no que diz respeito à higienização correta das mãos.O segundo Desafio Global dirige a atenção para os fundamentos e práticas da cirurgia segura, que são, inquestionavelmente, componentes essenciais da assistência à saúde. No entanto, persiste a necessidade de se investir na busca de melhoria da qualidade e garantia de segurança nas intervenções cirúrgicas, que resulte progressivamente em redução de complicações e da mortalidade ligada a procedimentos cirúrgicos.O Brasil aderiu à Aliança em novembro de 2007. No ano de 2008 da-dos da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelaram que foram rea-lizadas 234 milhões de operações no mundo, uma para 25 pessoas vivas. Morreram dois milhões de pacientes nesses procedimentos e cerca de sete milhões apresentaram complicações, sendo que 50% das mesmas foram consideradas evitáveis.Cada vez mais as instituições buscam diferenciais e modelos competitivos baseados em selos ou programas de qualidade. No Brasil, na medida em que a melhoria da qualidade é uma garantia de melhores práticas e resultados assistenciais tendo a segurança como elemento central, o Protocolo de Ci-rurgia Segura integra a rotina dos hospitais Acreditados.Neste cenário a OMS, através do levantamento de dez tópicos que embasam a Cirurgia Segura, criou do Protocolo de Cirurgia Segura, o Checklist, desenvolvido por especialistas vinculados à entidade e lançado em 25 de junho de 2008. Com base na aplicação do checklist, em janeiro de 2009, a Revista “New England Journal of Medicine” informou os primeiros resultados, sendo avaliados apenas dois parâmetros, grande complicações e mortalidade. As grandes complicações foram reduzidas de 11 para 7%, e a mortalidade caiu de 1 para 0,8%.

Especialistas do mundo todo definiram quatro áreas nas quais progressos dra-máticos poderiam ser feitos na segurança da assistência cirúrgica. São elas:

• PREvENçãO DE INFECçãO DO SítIO CIRúRGICO:As infecções do sítio cirúrgico continuam sendo uma das causas mais co-muns de complicações cirúrgicas sérias. As evidências mostram que me-didas comprovadas – como a profilaxia antimicrobiana uma hora antes da incisão e a esterilização efetiva dos instrumentos – são seguidas de maneira inconsistente. Isso ocorre frequentemente não em decorrência dos custos ou da falta de recursos, mas por deficiências na sistematização. Os antibióticos, por exemplo, são administrados no período perioperatório tanto nos países desenvolvidos como naqueles em desenvolvimento, mas são administrados cedo demais, tarde demais ou simplesmente de maneira irregular, tornando--os ineficientes na redução do dano ao paciente.

• ANEStESIOlOGIA SEGURA:As complicações anestésicas continuam sendo uma causa substancial de

mortes cirúrgicas em todo o mundo, apesar dos padrões de segurança e mo-nitorizarão. Infelizmente, a taxa de mortalidade associada à anestesia nos países em desenvolvimento ainda é muito alta, indicando uma falta séria e contínua de anestesia segura para cirurgias nesses cenários.

• EqUIPES CIRúRGICAS EFICIENtES:A equipe de trabalho é o centro de todos os sistemas que funcionam de ma-neira eficaz e que envolvem muitas pessoas. Equipes afirmam que a prática de reuniões pré-cirúrgicas melhora o clima de segurança e a atitude dos profissionais com relação às medidas adotadas. Na sala de operações, onde as tensões podem ser altas e vidas estão em jogo, a equipe de trabalho é um componente essencial da prática segura quando compartilham as respon-sabilidades. A presença do enfermeiro na sala de cirurgia trás segurança à equipe. A qualidade da equipe de trabalho depende de sua cultura e de seus padrões de comunicação, bem como das habilidades e da consciência da interdependência multiprofissional. O enfermeiro de hoje como agente transformador, compromissado com a transformação do ambiente do CC é considerado referencia dentro da equipe do CC.

• MENSURAçãO DA ASSIStêNCIA CIRúRGICA:Um problema na segurança cirúrgica tem sido a escassez de dados básicos. A vigilância de rotina para avaliar e mensurar os serviços cirúrgicos deve ser estabelecida se os sistemas de saúde pública pretendem assegurar o pro-gresso da segurança da assistência cirúrgica.A seguir apresento os dez objetivos essenciais para a segurança cirúrgica de modo que a equipe:1. operará o paciente certo e o sítio cirúrgico certo.2. usará métodos conhecidos para impedir danos na administração de anes-tésicos, enquanto protege o paciente da dor.3. reconhecerá e estará efetivamente preparada para perda de via aérea ou de função respiratória que ameacem a vida.4. reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de grandes per-das sanguíneas.5. evitará a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica sabida-mente de risco ao paciente.6. usará de maneira sistemática, métodos conhecidos para minimizar o risco de infecção do sítio cirúrgico.7. impedirá a retenção inadvertida de compressas ou instrumentos nas feri-das cirúrgicas.8. manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes ci-rúrgicos.9. se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para a condu-ção segura da operação.10. Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de rotina sobre a capacidade, volume e resultados cirúrgicos.

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conSideraçÕeS finaiS As instituições compromissadas com a segurança do paciente cirúrgico cada vez mais tem se empenhado em melhorar seus protocolos assistenciais. Com isso a incorporação da lista de verificação da OMS tem sido avaliada, atualizada e modificada dentro de cada realidade hospitalar.

conSideraçÕeS acerca doS protocoloS:NA MARCAçãO DA CIRURGIA:- Os protocolos assistenciais que visam a cirurgia segura devem começar na marcação da cirurgia. Os materiais, equipamentos e principalmente os implantes devem ser solicitados com antecedência. Na solicitação deve constar, no caso de implantes o lado correto. Ex: Prótese total de quadril Direito. - A Central de Marcação de cirurgia deve estabelecer protocolos que impeçam a marcação de cirurgias as quais serão usados os mesmos equipamentos no mesmo horário. Deve-se também respeitar um número máximo de cirurgias por cirurgião em um mesmo período. Ex: Marcação de 10 cirurgias de varizes ou 10 postectomias para um mesmo cirurgião no período da manhã.- O paciente deve passar por uma consulta ambulatorial de enfermagem pré operatória, vi-sando toda orientação da internação, do acompanhante, das condições do paciente e família na detecção de qualquer intercorrência que possa trazer prejuízo no momento da internação ou até mesmo na alta. Para os idosos principalmente, dependendo da cirurgia é necessário uma orientação quanto a adequação da casa e/ou dos familiares após a alta do paciente. também se deve favorecer a retirada de dúvidas.- O paciente deve passar por uma consulta ambulatorial pré-anestésica, visando orientações a respeito dos exames pré-operatórios, do procedimento anestésico, quanto ao uso de drogas que devem ser mantidas ou suspensas às quais possam interferir diretamente no procedi-mento anestésico. também favorecer a retirada de dúvidas.

NO DIA DA INtERNAçãO:Na enfermaria: a obtenção do consentimento informado, prontuário completo (anamnese – levantamento de alergia, patologias, cirurgias anteriores, exame físico, avaliação pré-opera-tória de enfermagem, avaliação pré-anestésica, termo de consentimento cirúrgico, termo de consentimento anestésico, exames laboratoriais e radiológicos), a confirmação da identidade do paciente, pulseira de identificação, do sítio a ser operado, da demarcação do local a ser operado e do procedimento a ser realizado, retirada de próteses, adornos, lentes; administra-ção da medicação pré-anestésica no momento em que o paciente for encaminhado ao CC; Checagem de alguma solicitação especial que deverá ser encaminhada junto com o paciente ao CC como: meias elásticas, soutien, cintas, e outros.Pela equipe do CC: a verificação da segurança dos equipamentos de anestesia e dos medi-camentos, montagem da sala com materiais, equipamentos e implantes previamente solici-tados e adequados ao uso com a lateralidade correta. Disponibilidade da equipe. verificação da necessidade da equipe de endoscopia por se tratar de via aérea difícil S/N, reserva de

sangue S/N, reserva de leito de UtI S/N. Checagem junto ao cirurgião e anestesista se a montagem da sala está completa.No Centro Cirúrgico: É essencial que uma única pessoa lidere o processo da lista de verifi-cação. Esta pessoa, designada como coordenadora da lista de verificação, freqüentemente será um enfermeiro. Portanto:

1. Antes da Indução Anestésica: time Out- Identificação do paciente – pulseira de identificação e prontuário correto- local da cirurgia a ser feita – demarcação realizada pelo cirurgião de preferência antes do paciente descer para o CC- Procedimento a ser realizado- Consentimento Informado realizado – Falar em voz alta• Sítio Cirúrgico do lado Correto (ou não se aplica)• Checagem do Equipamento Anestésico• Oxímetro de Pulso e Capinografia Instalado e Funcionando• O Paciente tem Alguma Alergia? • Há Risco de via Aérea Difícil e/ou Broncoaspiração?• Há Risco de Perda Sanguínea > 500ml (7ml/Kg em Crianças)?- Não- Sim e há acesso venoso e planejamento para reposição

2. Antes de Iniciar a Cirurgia• todos os Profissionais da Equipe Confirmam Nomes e Profissões• Cirurgião, Anestesista e Enfermagem Confirmam verbalmente- Identificação do paciente- local da cirurgia a ser feita- Procedimento a ser realizado• Antecipação de Eventos Críticos- Revisão do Cirurgião:Há passos críticos na cirurgia? qual sua duração estimada? Há possíveis perdas sanguíneas? O posicionamento está correto?- Revisão do Anestesista:Há alguma preocupação em relação ao paciente?- Revisão da Enfermagem:Houve correta esterilização do instrumental cirúrgico? Há alguma preocupação em relação aos equipamentos?• O Antibiótico Profilático Foi Administrado nos últimos 60 Minutos?• Há protocolo de prevenção de tvP• Exames de Imagem Estão Disponíveis?

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r e f e r Ê n c i a S B i B l i o g r á f i c a S :allard, J; Bleakley, a; hobbs, a; coombes, l. pre-surgery briefings and safety climate in the operating theatre. BmJ Qual saf;2011.

Joint commission on accreditation of healthcare Organizations,editor. temas e estratégias para liderança em enfermagem: enfrentandoos desafios hospitalares atuais. porto alegre: artmed; 2008.

Organização mundial da saúde.segundo desafio global para a segurança do paciente: manual - cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgiasegura da Oms) / Organização mundial da saúde; tradução de marcela sánchez nilo e irma angélica durán – rio de Janeiro:Organização pan-americana da saúde ; ministério da saúde ; agência nacional de Vigilância sanitária, 2009.29 p.: il.

schulmeister l. patient misidentification in oncology care. clinJ Oncol nurs. 2008;12(3):495-8.

3. Antes do Paciente Sair da Sala de Cirurgia• Enfermagem Confirma verbalmente com a Equipe- Nome do procedimento realizado- Se a contagem de compressas, instrumentos e agulhas está correta (ou não se aplica)- Biópsias estão identificadas e com nome do paciente- Se houve algum problema com equipamentos que deve ser resolvido- Cirurgião, anestesista e enfermagem analisam os pontos mais importantes na recuperação pós-anestésica e pós-operatória do paciente

A não ser que haja apoio visível e contínuo desde a introdução da lista de verificação até sua integração à rotina de assistência, uma lista de verificação deste tipo pode criar descon-tentamento e antagonismo. Um das maiores barreiras é a falta de treinamento da equipe, a não adesão dos profissionais ao protocolo e o não comprometimento da instituição.Deste modo, a educação e supervisão continuada de todos os profissionais são fundamen-tais, bem como a adoção do protocolo como uma política institucional.

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S o B r e o a u t o rautoraprofa. maristella lopes gianini é enfermeira, mestre em Bioética, especialista em centro cirúrgico, centro de material e recuperação anestésica, docente e coordenadora adjunta do curso de enfermagem do centro universitário são camilo-sp.

empreSacentro universitário São camilo: mantido pela união social camiliana, fundada em 1954 pelos padres camilianos, é referência na educação superior em saúde no país. além da graduação, o centro universitário são camilo – são paulo ministra cursos de pós-graduação lato e stricto sensu (mestrado e doutorado em Bioética e também mestrado profissional em enfermagem – enfermagem no processo de cuidar em saúde). a instituição atua ainda no ensino fundamental e médio.

c a S o d e S u c e S S ocirurgia Segura e Sem danoSseguindO as Orientações da JOint cOmmissiOn e nOrmas da Oms, O hOspital tOtalcOr reFOrça prOgrama de cirurgia segura e aumenta cOnFiança de médicOs e pacientes

guilherme Batimarchi – [email protected]

um dos problemas que mais preocupa a Organização mundial de saúde (Oms) é a segurança do paciente. em 2005, a entidade lançou a aliança mundial para a segurança do paciente e identificou seis áreas de atuação para o desenvolvimento de soluções para a segurança do paciente.estas soluções contemplam a identificação correta dos pacientes para que não ocorram erros na administração de medicamentos e erros em procedimen-tos cirúrgicos, melhoria na comunicação entre médico e paciente, na comunicação entre as equipes assistenciais, assegurar o local correto para interven-ções cirúrgicas, reduzir os riscos de infecção hospitalar e lesões ao paciente.O diretor do hospital totalcor, pertencente ao grupo amilpar, Valter Furlan, explica que para reforçar a segurança do paciente no ambiente hospitalar foram adotadas, há cerca de quatro anos, as normas internacionais estabelecidas pela Oms. “percebemos que após a adoção desses processos tivemos um aumento significativo, não só na segurança dentro de nosso centro cirúrgico, mas também na confiança dos profissionais envolvidos”.entre os procedimentos adotados está a lateralidade, onde um dos médicos envolvidos no ato cirúrgico vai até o quarto do paciente antes da operação para explicar como será procedimento e esclarecer quaisquer dúvidas. além disso, com uma caneta especial, cuja tinta não dissolve em soluções aquosas ou alcoólicas no momento da assepsia, esse médico marca a parte do corpo do paciente onde será realizada a cirurgia. “sem este procedimento o paciente não desce ao centro cirúrgico. durante a conversa com o paciente é feita toda a checagem de documentação como, por exemplo, nome completo, data de nascimento, etc, chamamos esta segunda parte de dupla checagem”, acrescenta Furlan.Outro procedimento adotado pelo hospital, que realiza cerca de 300 cirurgias ao mês, sendo, a maior parte delas, coronarianas, foi o planejamento ope-ratório, onde o médico responsável pela cirurgia planeja todos os passos necessários para o procedimento, define os melhores métodos, reserva equipa-mentos e materiais que serão utilizados, medicamentos, bolsas de sangue e um leito de uti para uma possível contingência. a partir desse planejamento, segundo Furlan, é gerado um check-list que é conferido antes do início do procedimento junto com outros processos como o de lateralidade e dupla che-cagem. “este procedimento é necessário, pois erros acontecem e, na maioria das vezes, porque há um processo confuso e é obrigação do hospital garantir a segurança de cada um dos processos no ato cirúrgico”, afirma Furlan.de acordo com o diretor do totalcor, além desses processos, realizados antes da cirurgia, ainda é adotado o time Out, onde tudo é checado novamente, desde a lateralidade ao plano cirúrgico. “só após o término desse último procedimento é iniciada a operação”, ressalta.após a realização da cirurgia, todo o material utilizado é checado, fios de sutura, agulhas, gases, compressas, pinças etc., para se ter certeza que nada foi perdido ou esquecido no paciente.O executivo destaca, ainda, que a segurança do paciente no centro cirúrgico deve ir além do hospital e começar no consultório médico. “é no con-sultório que o médico irá orientar seu paciente e mostrar quais são as alternativas de tratamento existentes e o envolvimento do paciente nessa hora também é fundamental”.

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onde estudar tenha sido difícil para os antepassados da família. Histórias que possam ser contadas aos próximos e que os façam pensar e repensar o valor.Tudo isso tem feito com que as em-presas cada vez mais pensem muito antes de escrever uma lista de frases numa parede ou placa, bem bonitas, mas que de real efeito nas pessoas não tem quase nada.Penso que um dia pelo menos sua em-presa deveria promover um pequeno teatrinho com funcionários, que pos-sam ver a história real dela, possam entender as suas reais motivações, missões, valores. E, assim, possam en-tender a causa de tudo aquilo.Assim como o suco de laranja, os CEOs do futuro podem, numa peque-na caminhada pelas ruas, tornarem-se celebridades do novo mundo, rode-ados de protetores, admiradores ou simplesmente curiosos.Qual é a sua história?

Alberto leite

Diretor Executivo da IT Mídia S.A.

á alguns anos li um belíssimo livro de forma des-pretensiosa. Havia lido uma pequena resenha numa revista e decidi comprá-lo. O nome deste livro é

“A vida de pi”. Conta a história de um garoto, que com 16 anos, se vê numa travessia pelo mundo com seu pai levando os animais do zoológico onde moravam ao Ca-nadá. No meio do caminho eles foram surpreendidos por um acidente e o garoto acaba sobrevivendo num peque-no barco cheio de animais selvagens. Um dos animais, uma macaca, o salva de toda a sorte de apuros em que se mete. O nome da macaca era “suco de laranja”. Aprendi du-rante aqueles dias a me afeiçoar aquele pequeno animalzinho, decidindo dar ao primeiro ani-mal que tivesse o mesmo nome. Comprei então um cão da raça pug, bege, bem pequeno e man-so, e dei a ele o nome de “suco de laranja”, o que fez com que ele rapidamente se tornasse uma celebridade no pet shop e na região onde moro.Porque contar essa história a vocês?Porque isso tem tudo a ver com sua empresa.

Meus amigos costumam me chamar de Forrest Gump, Jerry Maguire ou qualquer outro personagem bom de his-tórias, mas acredito fielmente que são elas que validam as coisas, são elas que dão tom a qualquer criação.Se você ouvir uma música num momento de sua vida, seja ele bom ou ruim, todas as vezes que ouvi-la lembrará do momento. Filmes marcam, cheiros marcam. Todas as sensações marcam fases da nossa vida.Acredito, com base nisso, que ao escrever os valores de sua empresa, você deva ter uma história boa que va-

lide cada um deles. Sem isso, perdem valor facilmente. Con-cordem comigo: valores que perdem valor facilmente não são valores, são frases escritas na parede.Se um dos valores de sua em-presa é o tradicional “as pesso-as são nosso maior ativo”, lem-bre-se de ter uma bela história

que valide isso, que o teste e o faça pensar se aquele é mesmo um valor.Quando uma família diz que a educação é um grande valor para ela, deve-se buscar rapidamente uma história antiga,

Aprendi durAnte Aqueles diAs A me AfeiçoAr Ao pequeno

AnimAlzinho decidindo dAr Ao primeiro AnimAl que eu

tivesse o mesmo nome

Alberto leite

Suco de laranjah

AMiGOS lEiTOrES, TENHO UM liNdO CACHOrrO dA rAçA PUG CHAMAdO SUCO dE lArANJA. ACrEdiTO QUE, COMO MUiTOS dOS MEUS AMiGOS, vOCêS dEvEM ESTAr SE PErGUNTANdO “dE ONdE O AlbErTO TirOU ESSE NOME?”. POiS bEM, Aí vAi A HiSTóriA.

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