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TECNOLOGIA MESMO CONSIDERANDO O CENÁRIO DE CRISE EXTERNA, ORGANIZAÇÕES COMO FLEURY APOSTAM NO CRESCIMENTO E EM AQUISIÇÕES EM 2012. EM ENTREVISTA À FH O PRESIDENTE DA EMPRESA, OMAR HAUACHE, FALA DA INCORPORAÇÃO DO LABS D´OR E DA EXPANSÃO DOS SERVIÇOS DA MARCA EM HOSPITAIS, QUE JÁ REPRESENTAM 11% DO FATURAMENTO DA COMPANHIA SEM CRISE MEDICINA DIAGNÓSTICA RIO IMAGEM DOBRARÁ NÚMERO DE EXAMES REALIZADOS PELA REDE PÚBLICA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO COM A TI CADA VEZ MAIS EM PAUTA, HOSPITAIS SE DESDOBRAM PARA FAZER SEUS INVESTIMENTOS ACOMPANHAREM A EVOLUÇÃO DO SETOR A revista de gestão, tecnologias e serviços para o setor da saúde FOTO: KARIME XAVIER/ FOLHAPRESS

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A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR - Ano 20 • Edição • 195 • Janeiro de 2012

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Tecnologia

MesMo considerando o cenário de crise exTerna, organizações coMo Fleury aposTaM no cresciMenTo e eM aquisições eM 2012.eM enTrevisTa à FH o presidenTe da eMpresa, oMar HauacHe, Fala da incorporação do labs d́ or e da expansão dos serviços da Marca eM HospiTais, que já represenTaM 11% do FaTuraMenTo da coMpanHia

SEMCRISE

MedicinadiagnósTica

Rio imagem dobRaRá númeRo de exames

Realizados pela Rede pública da cidade do

Rio de janeiRo

com a Ti cada vez mais em pauTa, hospiTais se

desdobRam paRa fazeR seus invesTimenTos

acompanhaRem a evolução do seToR

A revista de gestão, tecnologias e serviços para o setor da saúde

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ÍNDICEW W W . R E V I S T A F H . C O M . B R

Janeiro de 2012 • FH 195

10 – Conexão SaúdeConfira conteúdos multimídia, destaquesdo Saúde Web e interação dos leitores

16 – entreviStaOsvino Souza, da Fundação Dom Cabral, e a proposta de levar a experiência da escola de ne-gócios para desenvolver o setor de saúde

eSpeCial22 – referênCiaS da SaúdeVeja os destaques da noite delançamento do estudo

Saúde BuSineSS SChool41 – infraeStrutura de ti noS hoSpitaiS

polítiCa 52 – repaSSeS tranSparenteSMinistério da Saúde lança portal paramonitorar recursos da saúde

operadora56 – amargo enganoFraudes podem representar até 20% dasdespesas de operadoras. Veja como evitar

hoSpital58 – urgênCia para a SaúdeNovo hospital de Rondônia seráconstruído para sanar gargalo da rede pública

mediCina diagnóStiCa60 – imagem renovadaRio Imagem, no Rio de Janeiro, dobrará número de exames realizados pela rede pública

indúStria64 – rSna reúne giganteS do SetorEncontro mundial de radiologia apresentagrandes inovações na área de imagens

teCnologia68 – inveStimentoS Sem mágiCaHospitais se desdobram para fazer seus inves-timentos acompanharem a evolução da saúde

perfil72 – Serenidade na SaúdeMaria Julia Paes, do Hospital Universitário da USP, leva visão holística e humanizada para dentro do hospital

artigoS32 – eConomiaA saúde e a renda do trabalhador

50 – JurídiCoO papel do setor de saúde brasileirono mercado global

54 – geStãoO que esperar de 2012?

62 – rhSob nova direção

82 – hot SpotSlogans

34 – panoramaSinal aBerto

Diante do cenário externo de crise, empresas continuam investindo em 2012. Uma delas

é o Fleury, que pretende seguir expandindo organicamente e via aquisições

16 72

60 errataNa edição 194, Referências da Saúde, não men-cionamos a participação da PwC no estudo. Ela foi parceira da IT Mídia e é autora dos gráficos da publicação. Ainda na edição 194, na seção Home Care, a empresa Interne foi fundada em 1997 e não em 1977 como relatado na matéria.

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COnSElhO EditORialAdelson de sousA, Miguel Petrilli, Alberto leite e stelA lAChterMACher

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EDITORIAL

REPÓRTEREsCínthya Dávila – [email protected]

Guilherme Batimarchi • [email protected]

Maria Carolina Buriti – [email protected]

Verena Souza – [email protected]

PRODUTOR DE ARTE E VíDEOBruno Cavini • [email protected]

CONsELHO EDITORIALJoão Carlos Bross • Fundador da Bross Consultoria e Arquitetura

Paulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil

Sérgio Lopez Bento • Diretor técnico da Planisa

Sílvio Possa • Diretor Geral do Hospital Municipal M’Boi Mirim

Osvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral

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revista fh

A revista FH é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação.As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente.

Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

gEREntE dE MaRkEtingemerson Moraes – [email protected]

gEREntE dE intEligênCia dE MERCadOGaby loayza – [email protected]

gEREntE dE gERaçãO dE nEgóCiOSGabriela vicari – [email protected]

gEREntE dE aUdiênCiaGabriela viana - [email protected]

gEREntE dE COMUniCaçãO CORpORatiVacristiane Gomes – [email protected]

MARKETING

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A IT Mídia nasceu do sonho de fazer uma editora de revistas focadas em TI. Compre-endendo as mudanças do mercado editorial, transformamos a IT Mídia em uma empresa multimeios e multisetorial, seguindo o objeti-vo de liderança e relevância nos setores de TI e Saúde. Para chegar aqui foram fundamen-tais visão clara, a coragem de mudar e inovar e perseverança. E isso é o que vai continuar nos guiando porque eu penso em perenidade.

Adelson de Sousa, Presidente-Executivo daIT Mídia S.A.

Para sermos líderes e relevantes sempre tra-balhamos para surpreender positivamente nossos clientes, tanto anunciantes e patro-cinadores como os leitores de nossas publi-cações e os participantes de nossos fóruns. Conectar pessoas também sempre fez parte do DNA da IT Mídia e é desta forma que con-seguimos dar nossa contribuição para o de-senvolvimento e a integração dos setores em que atuamos.

Miguel Petrilli, Vice-Presidente Executivo da IT Mídia S.A.

Sonhos

Conexões

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A IT Mídia nasceu do sonho de fazer uma editora de revistas focadas em TI. Compre-endendo as mudanças do mercado editorial, transformamos a IT Mídia em uma empresa multimeios e multisetorial, seguindo o objeti-vo de liderança e relevância nos setores de TI e Saúde. Para chegar aqui foram fundamen-tais visão clara, a coragem de mudar e inovar e perseverança. E isso é o que vai continuar nos guiando porque eu penso em perenidade.

Adelson de Sousa, Presidente-Executivo daIT Mídia S.A.

Para sermos líderes e relevantes sempre tra-balhamos para surpreender positivamente nossos clientes, tanto anunciantes e patro-cinadores como os leitores de nossas publi-cações e os participantes de nossos fóruns. Conectar pessoas também sempre fez parte do DNA da IT Mídia e é desta forma que con-seguimos dar nossa contribuição para o de-senvolvimento e a integração dos setores em que atuamos.

Miguel Petrilli, Vice-Presidente Executivo da IT Mídia S.A.

Sonhos

Conexões

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Editorial

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ouvirFo

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saber

maria carolina buriti

RepórterIT Mídia S.A

alvez, uma das mais importantes tarefas do jornalista seja ouvir. Muito antes de colocar aquilo que escutamos do mer-cado no papel, precisamos ter ouvidos “a postos”, prontos para filtrar, entender, duvidar, interpretar e, muitas vezes, essa missão tão importante, ocorre com olhos atentos ao re-lógio, com o jornalista querendo ouvir mais, mas, ao mesmo tempo, correndo contra o tempo.

E ouvir também é um aspecto em comum nas histórias contadas nas páginas a seguir. Na apuração para a reportagem de capa desta edição, “Sinal Aberto”, saber ouvir e entender o que as notícias sobre o cená-rio de economia global representam foi muito importante.Por ora, os ruídos negativos, ainda não assustam a economia a ponto de prejudicar o desenvolvimento do setor de saúde e a entrada de novos usuários na saúde suplementar. As fontes ouvidas para esta reportagem estão atentas aos acontecimentos, mas, no geral, acreditam que o mo-mento para o Brasil e para o setor ainda está mais para “good news”.Desenvolver o setor também está em alta. Osvino Souza Pinto, da Fundação Dom Cabral, traz a experiência da escola de negócios e da IT Mídia para esta tarefa e para ajudar no diálogo entre os agentes do setor. Em entrevista à repórter Verena Souza, ele conta como será o novo projeto.Quem muito ouve, mas não se abala, e, além de tudo, busca inspi-rações para gerir sua equipe é a diretora de enfermagem do Hospital Universitário da USP, Maria Julia Paes. Em entrevista à Cínthya Dá-vila, a enfermeira relata como faz para disseminar a humanização e empregar a visão holística dentro da entidade.E, ainda, ouvimos CIOS, especialistas e diretores de tecnologia de hospitais para saber qual é o número mágico de investimentos em TI. E o repórter Guilherme Batimarchi traz novidades da saúde pública em Rondônia e no Rio de Janeiro.Por fim, agradecemos a parceria da PwC, que tanto nos ouviu e a quem tanto ouvimos durante a produção do estudo Referências da Saúde.

Boa leitura!

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CONEXÃO SAÚDE WEB

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BLOG

SM

ULTI

MÍD

IA

LEIA E DISCUTA COM NOSSOS COLABORADORES OS ASSUNTOS MAIS QUENTES DO MÊS

MELHORES MOMENTOS DO REFERÊNCIAS DA SAÚDE 2011Além de homenagear as instituições de saúde que se destacaram por consistentes práticas de gestão ao longo de 2011, o encontro teve como objetivo a confraternização entre os players

“O BRASIL ESTÁ PREPARADO PARA A CLOUD COMPUTING?”Profi ssionais do setor de saúde apresentam opiniões divididas sobre o Brasil estar preparado para utilizar a computação em nuvem nos processos diários

GALERIA PODCAST WEBCAST

VEJA NA SAÚDE TV: HTTP://BIT.LY/SZJCDA VEJA NA SAÚDE TV: HTTP://BIT.LY/VYK1OY

9 APLICATIVOS MÓVEIS DE SAÚDEQUE MERECEM UMA ANÁLISENão há dúvida: os médicos estão usando cada vez mais seus dispositivos móveis. Entre os muitos novos apps na área de saúde, escolhemos nove que os profissionais do setor e seus pacientes devem verificar.

VEJA AS FOTOS DO ENCONTRO “1.2.1 NETWORK SAÚDE”Entre os convidados estava o presidente da Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Cláudio Giuliano. Além dele, compare-ceram ao debate o diretor de tecnologia e processos do Santa Helena Saúde e o gerente de TI Corporativo da Associação Congregação de Santa Catarina, Heitor Fernandez Garcia.

VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://BIT.LY/V4ARDC VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://BIT.LY/VHCDA5

HENRIQUE OTI SHINOMATAApós a prorrogação, norma que define prazo de atendimento entra em vigorShinomata é médico, ex vice-pre-sidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Seguro e possui MBA Executivo Internacional em Ohio (EUA)

LIBÂNIA PAESQueremos saber se os clientes estão felizes? Pra quê?Libânia é professora da FGV-EAESP e do Senac nas área de Operações e Tecnologia de Informa-ção em Saúde

VERÔNICA CORDEIRO DA ROCHA MESQUITAOs diretores Clínicos estão realmente preparados para ações judiciais?Verônica é advogada, sócia da Mesquita & Dornelas Ad-vogados Associados, voltada para o Direito Sanitário.

ROBERTO LATINI Negociandona ÁreaRegulatóriaLatini é diretor da Latini & Associados e aborda as regula-ções do setor de Vi-gilância Sanitária.

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Luiz De Luca é o novo superintendente corporativo do Hospital Samaritano, em São Paulo. O cargo era ocupado por José Antônio Lima, que passa a integrar o Conselho da instituição.No início de 2012, De Luca deixou a diretoria geral do Hospital 9 de Julho, em São Paulo, o qual fazia parte desde 2006. Quem passa a ocupar o cargo é o executivo Paulo Curi Savastano, que trabalhou em parceria com o ex-diretor, durante cinco anos, na superintendência de operações da instituição. Sergio L. Bento, superintendente de operações do Hospital Samaritano até novembro de 2011, assume a diretoria técnica da consultoria Planisa.

Além dos próprios recursos e do BNDES, o hospital decidiu buscar alternativas de captação no exterior. A atitude pioneira rendeu três contratos com ban-cos internacionais: DEG, da Ale-manha, Proparco, da França, e o BID, dos Estados Unidos

VAI E VEM

FINANÇAS

EMENDA 29

PLANOS DE SAÚDE

JOINT-VENTURE

LUIZ DE LUCA ASSUME HOSPITAL SAMARITANO-SP

SÍRIO LIBANÊS CAPTA MAIS DE R$ 600 MILHÕES PARA DOBRAR CAPACIDADE

A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou a Lei Complementar nº 141, que regulamenta a Emenda Constitucional 29, aprovada pelo Congresso em dezem-bro. Fica mantida a regra aprovada pelo Congresso que obriga a União a aplicar na saúde o valor empenhado no ano anterior, mais a variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Já os estados deverão investir 12% de sua receita, enquanto os municípios devem investir 15%. E os percentuais de aplicação pelo Distrito Federal ficarão entre 12% e 15%.

A partir de 1º de janeiro de 2012 passou a valer o novo Rol de Procedimentos dos planos de saúde. A ANS incluiu cerca de 60 novos procedimentos na lista de coberturas mínimas. Entre os serviços que passam a ser abrangidos pela Resolução Normativa 262 da ANS estão 41 cirurgias por vídeo, 13 novos exames e outros tratamentos

GE e Microsoft formaram uma joint-venture para desenvolver e vender sof-twares destinados a ajudar profissionais da saúde a armazenar, consultar e compartilhar informações sobre pacientes

PRESIDENTA SANCIONA LEIQUE DEFINE GASTOS DA SAÚDE

ANS APROVA NOVO ROL DE PROCEDIMENTOS

GE E MICROSOFT FAZEM ALIANÇA EM SOFTWARE PARA ÁREA DE SAÚDE

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CONEXÃO SAÚDE WEB

@jcnv-Jacques ChicourwlMuito bom ! “@Saude_Web: Médicos radiologistas fazem diagnóstico em apenas 1 segundo http://bit.ly/ttVsHq”

@meduardosantana-Eduardo SantanaPonto para o cidadão! RT: @Saude_Web: Senado coloca no SUS cirurgia reparadora http://bit.ly/suWQoo

@foproenca-Fernando Proença“@Saude_Web: Senado coloca no SUS cirurgia repara-dora http://bit.ly/suWQoo” Próximo passo, estética.

CANAL DO LEITOR

“Acabei de receber a revista do SAUDE BUSINESS FORUM e a produção está excelente!”César Abicalaffe, autor do modeloP4P© de pagamento por performance

“Cínthya Dávila, vimos a matéria “Nômade da Saúde”, publi-cada na edição 193 da revista FH, no portal Saúde Web. Ficou bem legal e bem escrita. O Dr. Kikawa fi cou muito orgulhoso”Mirela Claudino, da Parágrafo Comunicação

“Prezado Guilherme, bom dia! Gostaríamos de parabenizá--lo pelo conteúdo e redação da matéria assinada por você, em relação ao SZD, publicada na edição 194 da Revista FH. Como sempre você conseguiu resumir de maneira prática, ética e precisa tudo o que conversamos. Continue seu caminho de sucesso!”Paulo Zoppi e Luiz Salomão, do SalomãoZoppi Diagnósticos

“Caro Guilherme, conforme conversamos, primeiramente parabenizo pela Revista FH, especialmente esta última edição - com a Pesquisa Referências em Saúde” Paulo Lopes Pereira, da Diversey Brasil / Trade Marketing | Hospitais

“Parabenizo pela Revista FH, especialmente esta última edi-ção - com Referências em Saúde”Saulo Carneiro, diretor comercial do Grupo Infi nita

A matéria do referências fi cou muito legal ! Ficamos muito envaidecidos com todo o processo e esperamos continuar sendo um destaque do interior em 2012 ! Por favor, repasse nossos agradecimentos para seus editores.Paulo Cruz Neto, da Unimed Franca

E-M A IL

T WIT TER

A Rede D’Or São Luiz, maior operadora independente de hospitais do Brasil, assumiu no final de dezembro o controle acionário do Hospital viValle, situado na cidade de São José dos Campos, no estado de São Paulo

Companhia investiu R$ 4 milhões para compor centro de trei-namento para profissionais especializados em manutenção e reparação de equipamentos hospitalares

A Sony Electronics anun-ciou planos de expansão da oferta de produtos de radiologia com uma nova linha de monitores para diagnóstico. A empresa diz que já tem escolhida a tecnologia que promete auxiliar os profissionais da área no diagnóstico de doenças

AQUISIÇÃO

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REDE D´OR ASSUME CONTROLEACIONÁRIO DO HOSPITAL VIVALLE

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entrevista

Foco no paciente e diálogo entre os integrantes do sistema de saúde são as diretrizes da Fundação Dom Cabral, que investe de forma personalizada no setor

Verena Souza • [email protected]

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Olhar

da

melhor Escola de Negócios da América Latina, segun-do a revista AmericaEcono-mia, e a 5ª melhor Escola de Negócios do Mundo, de acordo com o ranking de educação executiva do Fi-

nancial Times, enxerga a Saúde como área chave para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Presente em mais de 15 paí-ses, a Fundação Dom Cabral (FDC) possui, desde 2009, programas específicos para os gestores do setor de Saúde.

Há quem diga que o segmento seja um dos mais complexos para administrar, afinal, é preciso atender às necessidades “vitais” da população, assim como os interesses econô-micos do mercado, sem contar o desafio de administrar instituições que funcionam sete dias por semana, 24 horas por dia, como é o caso dos hospitais.

Dessa forma, a FDC constatou a necessi-dade de especializar-se em Saúde por meio de pesquisas e programas de desenvolvi-mento de executivos e empresas. Para 2012, a Fundação, em parceria com a IT Mídia, realizará o Programa de Gestão Estratégica em Saúde – o primeiro curso setorial da en-tidade no País. Depoimentos, aulas exposi-tivas e dinâmicas de grupo serão norteadas por proposições como: a cadeia de valor que forma o sistema; estratégias para cada instituição e o potencial de colaboração. À frente do Núcleo de Gestão em Saúde da FDC está o mineiro Osvino Pinto de Souza Filho, engenheiro elétrico de for-mação, professor nato e expert em gestão empresarial, tendo passado por grandes siderúrgicas como Açominas e Usiminas.

Segundo o executivo, a FDC possui uma metodologia diferenciada de gestão, que pode contribuir para solucionar as inconsis-tências do setor nos mais variados aspectos: administrativos, regulatórios, processuais e de relacionamento.

Em entrevista à FH, Souza Filho traça um paralelo entre a evolução da indústria brasi-leira de modo geral e a situação da Saúde nos dias de hoje. O paciente como ponto central no planejamento das instituições parece ser a tendência sustentável do sistema.

“Temos como premissa realizar qualquer estudo ou programa tendo como foco o aprimoramento assistencial ao paciente”, ressalta Souza Filho, durante entrevista.

A

Saúde em prole acadêmicOprático

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QUEM: Osvino Pinto de Souza Filho

Gerente de projetos e professor da Fundação Dom Cabral (FDC) nas áreas de Comportamento e Desenvolvimento Organizacional

Coordenador do Núcleo de Gestão em Saúde da FDC

Conduziu a privatização da Açominas em 1993, onde trabalhou por 21 anos

Engenheiro Elétrico de formação, acabou deixando a pro� ssão de lado devido à especialização em gestão empresarial   

FOTO: GUILHERME BERGAMINI

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entrevista

FH: Como a expertise em gestão da Fundação Dom Cabral pode con-tribuir para o desenvolvimento do setor de saúde?

Osvino Pinto de Souza Filho: A fundação nasceu em Minas Gerais, em 1976, a partir da demanda de empresas como Usiminas, Cemig, Telemig, entre outras. Estas eram dirigidas por engenheiros, ou seja, profissionais sem capacitação ade-quada para gerir. A linha acadêmi-ca das universidades não atendia às necessidades dos executivos. A fundação surgiu para gerar co-nhecimento teórico e prático, com fundamentação científica.

É isso o que acontece na saúde atu-almente. Os profissionais que estão à frente das instituições, muitas ve-zes, são médicos, que não tiveram formação administrativa adequada.

FH: Como e com qual objetivo sur-giu o Núcleo de gestão em Saúde da Fundação Dom Cabral?

Souza Filho: A FDC sempre teve hospitais e planos de saúde como clientes, mas o tratamento era o mes-mo de qualquer outro cliente da in-dústria. Os serviços e conceitos de gestão eram iguais, mas percebi que o setor de saúde precisava de perso-nalizações. Por meio de um progra-ma de especialização em gestão da atenção à saúde, em conjunto com o Hospital Sírio-Libanês, é que essa necessidade ficou evidente.

Em 2009, o Núcleo foi criado ofi-cialmente para atender os gestores da Saúde. Nossa metodologia é an-dragógica, onde os participantes são tratados como contribuintes, e o professor é apenas um facilitador. Existe um modelo personalizado para as empresas desenvolvido in-ternamente; e um programa aberto, estruturado com fóruns que debatem o equilíbrio do setor.

FH: O setor de saúde brasileiro está atrasado em relação aos ou-tros setores?

Souza Filho: Nenhum setor ama-durece antes da hora. O mercado pede pelo amadurecimento. Durante muitos anos a falta de capacitação não fazia diferença, mas o cenário

agora é complexo, altamente competitivo, com tecno-logias caras, formação de redes hospitalares, planos de saúde e laboratórios com abrangência nacional, criação dos órgãos reguladores, etc. A formação dos profissionais não acompanhou essa mudança e, com a demanda pela atenção personalizada, foi se perdendo o foco no paciente, que é a razão de ser do sistema.

FH: A relevância do paciente no centro da atenção à saúde é um consenso para o setor?

Souza Filho: Fazendo um paralelo com a indústria brasileira na década de 70, por exemplo, não havia praticamente competição. Entre os anos 80 e 90, com a abertura do mercado, o setor ficou exposto à con-corrência. A partir de então, o foco estava no cliente (movimento conhecido como “product out”, na lin-guagem empresarial) e, depois, passou a ser do cliente (market in). Ou seja, o mercado é quem dita as regras. Todos querem disputar a atenção do cliente e fidelizá-lo.

A saúde, aos poucos, está migrando para esta visão.

No entanto, o sistema atual ainda está estruturado na valorização da doença e, não da saúde. É um sistema “hospitalocêntrico”, em que o paciente se lembra do sistema de saúde apenas quando está doente. As instituições começam a ficar mais atentas à educação do paciente em relação à pre-venção, com a ciência do barateamento do custo e da felicidade do paciente.

FH: A relação entre prestadoras e operadoras é uma das mais conturbadas do setor. Baixa remu-neração e glosas são as reclamações mais comuns por parte dos hospitais. O que falta para que um consenso se estabeleça?

Souza Filho: Enquanto essa relação for priorizada acima da questão do paciente, os problemas perma-necerão. Eles ficam discutindo quem vai ganhar mais e não pensam em uma solução comum que possa garantir bons resultados para ambos e, acima de tudo, para o paciente.

“AindA não Atingimos o custo dA sAúde ideAl. tAlvez o recurso disponível sejA suficiente. será que o custo reAlmente está otimizAdo ou ele cresce por cAusA de umA gestão inAdequAdA?”

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entrevista

Hoje em dia, o usuário final da Saúde está à mercê do sistema, e só procura assistência quando está fragilizado. As empresas têm de ter consciência do papel que desempenham, pois da forma que o modelo está estruturado, o paciente passando mal não vai ficar escolhendo nada.

FH: Podemos listar inúmeros aspectos con-troversos e repletos de problemas do setor como, por exemplo, remuneração, regulação, condições de trabalho, financiamento do setor, gestão e processos das instituições, interesses divergentes, entre outros. Qual relevância a Dom Cabral pretende ter junto às instituições reguladoras, associações de profissionais e en-tidades representativas?

Souza Filho: No campo das pesquisas realiza-das o objetivo é manter a análise científica das respostas para as questões levantadas. Seja quem for que esteja financiando o programa, o resultado é pautado por rigor científico, afinal, somos inde-pendentes e idôneos.

A intenção é mostrar os resultados para órgãos como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros. É levar a experiência de 35 anos em gestão, sem a intenção de enviesar a discussão.

Temos como premissa realizar qualquer pesquisa ou programa tendo como foco o aprimoramento assistencial ao paciente.

FH: A discrepância entre o financiamento públi-co e o privado é evidente. Dos 8% do PIB gastos com Saúde, 4,5% são direcionados ao setor priva-do, que atende pouco mais de 20% da população. De que forma as ações da Dom Cabral poderiam contribuir para amenizar esta diferença? Existe al-guma estratégia diferenciada para a área pública?

Souza Filho: Não temos dados científicos que nos indiquem se este valor realmente é insuficiente para financiar o setor. Ainda não atingimos o custo da saúde ideal. Pesquisadores americanos indicam que os custos são crescentes, quando poderiam ser menores. Talvez o recurso disponível seja suficien-te. Será que o custo realmente está otimizado ou ele cresce por causa de uma gestão inadequada?

FH: Os custos tecnológicos são cada vez mais

crescentes, como vê o ingresso da tecnologia no sistema de saúde composto por instituições com baixo faturamento e, muitas vezes, de pe-queno porte?

Souza Filho: Os equipamentos ficam obsoletos rapidamente. A indústria vai ter que pensar sobre isso. Em contrapartida, o uso da melhor tecnologia é mandatório. O sistema está se reorganizando e pode ser que pequenas instituições não sobrevivam ou que passem a atender pequenas necessidades e regiões.

FH: E nesta reorganização do setor, a colabo-ração se sobressairá?

Souza Filho: Se de um lado vem a competição, de outro, a colaboração torna-se indispensável. A colaboração tem que ser crescente, mesmo em um contexto competitivo.

FH: Com o aumento da expectativa de vida e das novas tecnologias disponíveis, o setor vem passando por mudanças significativas. Você acre-dita que essas mudanças refletem no perfil do profissional de saúde?

Souza Filho: Não só no perfil do profissional. Há curso demais, perde-se qualidade, é preciso incorporar novas disciplinas, inclusive de gestão. O profissional de saúde é quem faz a qualidade do sistema. A tecnologia sozinha não faz milagre. Os programas de formação têm de estar alinhados com o novo perfil que está se desenhando.

O sistema está sendo redesenhado, muitos paradig-mas serão quebrados, entre eles, a passagem do mo-delo “hospitalocêntrico” para o de prevenção. Muitos hospitais deixarão de existir. O profissional tem que entender isso e mudar o modo de pensar e agir.

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“MUITOS PARADIGMAS SERÃO QUEBRADOS,

ENTRE ELES, A PASSAGEM DO MODELO

‘HOSPITALOCÊNTRICO’ PARA O DE PREVENÇÃO.

MUITOS HOSPITAIS DEIXARÃO DE EXISTIR. O PROFISSIONAL TEM QUE ENTENDER ISSO

E MUDAR O MODO DE PENSAR E AGIR”

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ESPECIAL

Fotos: RicaRdo Benichio

RefeRênciaEm dezembro, a IT Mídia realizou a cerimônia de lançamento do estudo Referências da Saúde, iniciativa em parceria com a PWC. A pesquisa trouxe destaques dos segmentos de medicina diagnóstica, home care, operadoras e hospitais. Veja os destaques da noite

InstItuIções

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O vice-presidente executivo da IT Mídia, Miguel Petrilli, fala aos principais líderes do setor de saúde. O jantar reuniu executivos da indústria, operdoradoras, laboratórios, hospitais e associações

O encontro reuniu cerca de 200 pessoas, no Hotel Grand Hyatt,em São Paulo (SP)

Alberto Leite, diretor executivo de Marketing e Vendas da IT Mídia, apresenta as mudanças do estudo Referências da Saúde

O presidente da IT Mídia, Adelson de Sousa, abre a noite do evento em homenagem aos destaques do Referências da Saúde

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ESPECIAL

Hospital luiz Camargo da FonseCa e silva José Donizetti representou a instituição, que quando assumida pela Pró-Saúde, conseguiu alcançar um nível de produtividade de 80%, além de 25% de economia nos suprimentos

Hospital igespInstituição investiu R$ 100 milhões em obras de expansão que duplicaram a capacidade de atendimento em tecnologia, treinamento das equipes assistenciais e na certificação nível III da ONA. Esle Trevisan marcou presença na cerimônia

BioCor institutoLiderado por Mário Vrandecic, o hospital se destacou pela qualidade nos processos e conquista da certificação ONA, NIAHO e ISO

Hospital 9 de JulHoBeatriz Anselmo representou a entidade que se destacou por investir R$1,5 milhão em campanhas de posicionamento na alta complexidade

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Hospital vera CruzFábio Sinisgalli e Antonio de Assis Júnior recebem homenagem de Verena Souza (IT Mídia). Entidade recebeu destaque devido à gestão profissionalizada e governança corporativa

Hospital israelita alBert einsteinHenrique Neves recebe homenagem de Cinthya Dávila (IT Mídia). Instituição se destacou nas categorias Hospital e Medicina Diagnóstica

HCorBernadete Weber marcou presença na cerimônia. Instituição foi homenageada devido aos investimentos de R$ 390 milhões e projeções de crescimento

Casa de saúde são José No concorrido mercado de saúde carioca, André Gall, da Casa de Saúde São José, trabalha na expansão da entidade e reforça atuação em maternidade e alta complexidade

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especial

Hospital santa CatarinaManoel Navarro Borges representou a entidade que investe naconsolidação de marca

Hospital e Maternidade santa JoanaEduardo Amaro recebeu homenagem de Cinthya Dávila (IT Mídia). A enti-dade garantiu destaque com a sustentabilidade financeira acompanhada de indicadores, além de manter os serviços dentro de casa

seguros uniMedOperadora se destacou pelo nvestimento em capital humano,revisão de processos e planejamento. Ricardo Lachac esteve por lá

santa Casa de MaCeióEntidade se destacou pela gestão com orçamento enxuto, por manter a qualidade e adotar modernos sistemas de gestão. Luiz Claudio Ramos recebeu homenagem pelo hospital

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São Paulo * Baixada Sant is ta * Campinas * Vale do Paraíba * Rio de Janeiro * SalvadorNova unidade em Brasí l ia

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Ser referência em home care é o reconhecimento do nosso tra-balho ao longo destes 17 anos.Atender nossos pacientes com excelência é a nossa missão. E, atender nossos clientes oferecendo os melhores resultados é o nosso compromisso.

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Sul AméricA SAúdeEm 2011, a Sul América alcançou resultados positivos com um modelo de gestão Balanced Scorecard (BSC). Manoel Cardoso marcou presença na cerimônia

Grupo infinitADa esq.à dir. Saulo Carneiro e Gustavo de Souza (Grupo Infinita) recebem homenagem de Lauro Michelin (L+M Gets) e Maria Carolina Buriti (IT Mídia). A rede de laboratórios de imagem cresce em parcerias com hospitais e investindo em pequenas cidades

ViVA plAnoSAntonio Augusto representou a operadora que se destacou pela parceria com a consultoria e auditoria internacional Baker Tilly, além do modelo de negócio diferenciado

unimed frAncACooperativa conta com apoio de profissionais de mercado para solucionar conflitos e crescer com gestão profissionalizada

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especial

Home DoctorAri Bologhesi representou a empresa que está há 16 anos no mercado e cresce apostando em tecnologia

ok meDicalEmpresa é destaque no atendimento de pacientes com distúrbio do sono. Mauro Katz esteve por lá

SalomãoZoppiCarlos Bertozzi representou a rede de laboratórios paulista. Companhia se destacou por realinhar operações, criar novas diretorias e pelas projeções de crescimento em 2012

iDeal careEmpresa de home care investe em marketing, tecnologia e capacitaçãoAndré Minchillo marcou presença

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economia

A sAúde e A rendAdo trabalhador

á algum tempo, um assunto de extrema impor-tância ocupou timidamente um ou outro jornal: a rentabilidade e uso do Fundo de Garantia do

Tempo de Serviço (FGTS). Instituído em 1966, o fundo é administrado pela Caixa Econômica Federal e regulado pela Lei 8.036/90 e Decreto 99.684/90. O dinheiro do fundo — que pertence ao trabalhador — é recolhido com-pulsoriamente do setor privado (as empresas em geral) recebendo como remuneração apenas 3% a.a (mais TR).

Em matéria publicada pelo jornal Valor Econômico em 13/12/2011, Pérsio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central fez a seguinte conta: R$ 1,00 aplicado no FGTS em 1994 vale hoje R$ 4,12. Se fosse aplicado em CDI (certificado de depósito bancário), o mesmo R$ 1,00 valeria R$ 25,00.

A diferença de 610% dá a di-mensão do quanto o trabalhador é expropriado pelo Estado. Se a União remunerasse o FGTS pelo preço de mercado, haveria um im-pacto significativo na distribuição da renda e nas condições de saúde do brasileiro. As lideranças do se-tor levantariam os olhos para as principais causas dos problemas de saúde? Participariam dos grandes debates da nossa sociedade?

O dinheiro do FGTS é utilizado para empréstimos a empresas escolhidas pelos bancos oficiais, com taxas de juros de 6% a.a, enquanto a taxa SELIC é 11% a.a. É isso mesmo: o governo capta recursos a 11% e empresta — mas apenas para alguns — a 6%. A diferença é paga pelo Tesouro Nacional, isto é, pelo contribuinte, que somos nós. Justificativa para tirar dinheiro do contribuinte não há, mas há para tirar renda do trabalhador: diz-se que o dinheiro financia o investimento, que produz mais empregos e, no final das contas, beneficia o trabalhador! Outra pérola de justificativa, o FGTS pode ser usado para aquisição de casa própria (sob determinadas con-dições, é claro)!

Ora, é claro que não há relação direta entre o dinhei-ro recolhido sobre o salário e o emprego e, ainda que

houvesse, a apropriação da renda gerada pelo trabalho é socialmente injusta. O investimento deve ser finan-ciado pelo lucro e crédito, e não pelo trabalhador. Na ponta do financiamento da casa própria, soltar dinheiro para o crédito imobiliário, além de promover o setor da construção civil, aumenta a popularidade do governo e contribui para eleger presidentes. A grande maioria dos cidadãos-eleitores, no entanto, não percebe que seu dinheiro é recolhido mensalmente à sua revelia, volta para alguns na forma de grandes lucros e, para muitos, na forma de hipotecas por 25 ou 30 anos, ao término dos quais terá pago seu imóvel residencial de 2,5 a 3 vezes.

Muitos dos problemas dos brasileiros no acesso aos serviços de saúde são causados pela concentração da renda. Quanto maior o percentual de pobres em nossa

sociedade, mais o Estado preci-sa garantir produtos e serviços; quanto maior a pobreza, menor o nível de instrução e seu corolário de desgraças sobre a alimentação e hábitos de vida, maior a exposição à violência (uma importante causa de mortalidade), e assim por diante.

Se o FGTS remunerasse o traba-lhador à taxa de mercado, o primeiro imóvel residencial seria obtido antes, a dívida com a casa própria seria me-nor ou sequer existiria, haveria mais dinheiro disponível para o consumo, inclusive para comprar todos os bens e serviços que resultam em vida melhor, da alimentação adequada ao seguro saúde.

Tradicionalmente, as lideranças do setor saúde se posicionam apenas sobre os temas que as afetam di-retamente. Não está errado, mas poderia ser muito melhor. Deveriam ampliar o leque de atuação na so-ciedade, politizar-se e posicionar-se no sentido posi-tivo dos termos, participarem do debate mais amplo sobre a política monetária, a remuneração e destino dos fundos como FAT e FGTS, a estrutura tributária e a guerra fiscal, entre tantos outros temas cruciais para a distribuição da renda, e por isso mesmo, para a saúde do brasileiro.

Se a União remUneraSSe o FGTS pelo preço de mercado, haveria

Um impacTo SiGniFicaTivo na diSTribUição da renda e naS

condiçõeS de Saúde do braSileiro

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

Maria Cristina aMoriMeconomista, professoratitular da pUc-Sp

Eduardo PErillomédico, mestre em administração, doutorem história econômica

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Maria Carolina Buriti • [email protected]

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EmprEsas do sEtor saúdE prEvEEm crEscimEnto Em 2012 E garantEm quE o dEsdobramEnto da crisE na zona do Euro traz só um alErta, sEm a nEcEssidadE dE pisar no frEio dos invEstimEntos

a onda das profecias chegou 2012, muito mais alarmado pela zona do euro, do que por previsões apocalípticas de fim do mundo. Considerando o cenário nebuloso no velho continente europeu, ainda é difícil traçar um panorama do que acontecerá na economia brasileira em 2012. Primeiro, porque é

difícil prever. A situação está muito atrelada às notícias daquela região. Até o fechamento desta edição, por exemplo, a Standard & Poor’s havia rebaixado a nota do Fundo Europeu de Estabili-dade Financeira, o triplo A da França e as notas das dívidas de um grupo de países incluindo Itália, Áustria e Espanha.

Segundo, porque, como diz o ditado, “alegria de uns é a tris-teza de outros”. Se por um lado, a economia parece estar indo de mal a pior, os emergentes se mostram mais atrativos do que nunca. A boa notícia também está presente na recuperação da economia norte-americana que, segundo economistas, colabora para que a situação no continente europeu não esteja ainda pior. Enquanto isso, no Brasil, a crise ao que parece não tem abalado, ao menos de forma significativa, o mercado interno.

Houve alguns ajustes em relação à previsão de crescimento como a redução de 5%, no começo do ano, para algo próximo a 3% de crescimento do PIB 2011, sobretudo, após a estagnação do indicador entre segundo e terceiro trimestre. Mesmo assim,

as expectativas para 2012 são boas, e, para o setor de saúde, enquanto não houver grandes abalos nas taxas de emprego e queda no consumo das famílias, o segmento ainda tem muito a conquistar e a desenvolver. Se o câmbio continuar valorizado, as más notícias são para a indústria, que perde sua competitivi-dade, mas, de maneira geral, as fontes ouvidas para esta repor-tagem continuarão investindo e manterão o orçamento previsto para 2012, e acreditam que o cenário econômico externo requer atenção, mas está longe de enviar sinais para pisar no freio.

CenárioPara o economista-chefe da Austin Raiting, Alex Agostini,

com a projeção de avanço de cerca de 3% do PIB para este ano, o Brasil não tem condições de crescer fortemente por mais de dois anos consecutivos, tendo em vista capacidade instalada pequena. “No início do ano passado, as previsões eram mais otimistas, mas era necessário desacelerar a economia para se-gurar um pouco a inflação”, explica Agostini.

A estagnação do indicador entre o segundo e o terceiro tri-mestre rendeu avaliação do Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA), que justificou a desaceleração econômica com os seguintes fatores, occorridos em 2011: “prosseguimento da apreciação da taxa de câmbio ; aperto monetário; características

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PANORAMA

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HAPVIDA O QUE PRETENDE EM 2012: FAZER IPO OU TER UM FUNDO DE INVETIMENTOS NA PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA DA EMPRESA

ABIMO/ APEX:O QUE PRETENDE EM 2012: ATINGIR US$ 766 MILHÕES EM EXPORTAÇÕES E ATUAR NOS MERCADOS DO MÉXICO, ANGOLA, ARÁBIA SAUDITA, PERU, ÍNDIA, RÚSSIA, ESTADOS UNIDOS E CHILE

FLEURY:O QUE PRETENDE EM 2012: CONTINUAR O CRESCIMENTO ORGÂNICO E VIA AQUISIÇÕES,ALÉM DE FAZER A INTEGRAÇÃOCOM O LABS D´OR

BENEFICÊNCIA PORTUGUESA:O QUE PRETENDE EM 2012: CONTINUARÁ A EXECUÇÃO DO PLANO DE INVESTIMENTOS DA EMPRESA DE R$ 160 MILHÕES

da política fi scal em relação a 2010; acúmulo de estoques; e a crise econômica na Europa”, aponta o estudo.

Agostini explica que a falta de capacidade instalada também infl uencia a taxa cambial. “O câmbio médio do ano passado se valorizou na comparação do ano anterior. Não é só em 2011 que a indústria vem sendo prejudicada, em 2010, esse câmbio desvalorizado tirou a competitivi-dade”, avalia.

Analisando o mercado de saúde, mesmo com este cená-rio desfavorável, o mercado de equipamentos e produtos médico-hospitalares e de diagnósticos fechará 2011 com um crescimento estimado de 19% - atingindo um faturamento R$ 13,5 bilhões - superior à média da economia brasileira, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico Hospitalares (Abimed).

Tal crescimento é apontado pela entidade como fruto

do pleno emprego e migração nas classes sociais. “A ascensão das classes C e D traz diferentes perfi s de usuários, mas os inves-timentos próprios da saúde se-guem - e automaticamente - es-sas novas tendências também”, explica Reynaldo Goto, diretor da entidade.

O executivo analisa o momen-to com dois cenários. Em um deles enxerga uma demanda in-terna forte e até um “otimismo exagerado”. “As instituições brasileiras estão captando di-nheiro e isso mostra que existe demanda e otimismo nacional”, pontua. Do outro lado, um dos impactos ocorreria no câmbio e na disponibilidade de cré-dito. “Isso afeta diretamente o mercado nacional, 48% da demanda nacional é atendida com equipamentos importados e com a volatilidade do câmbio. Como em 2010, pode se atrasar investimentos ou mudar prio-ridades. O câmbio do jeito que está desfavorece.”

Para as exportações, o mer-cado é animador. A previsão da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimen-tos (Apex- Brasil), que atua em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Arti-gos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo), é de que as exportações da área de saúde cheguem a US$ 696 mi-

lhões em 2011, crescimento de 11% contra 2010.De acordo a gerente de projetos internacionais da

Abimo, Paula Portugal, os negócios da Abimo/Apex não sofrem impactos com a situação internacional. “Na crise, as empresas europeias olham mais para o Brasil. As importações no Brasil têm aumentado e as empre-sas querem vender para o País como alternativa desse mercado estagnado”, explica.

O cenário contrário, das exportações, não tem en-frentado grandes mudanças, pois a Europa, segundo a executiva, não é um mercado prioritário. “O Brasil, tradicionalmente, não vende para a Europa e a crise entra como uma oportunidade, pois o produto entra com o custo mais baixo”, calcula, e acrescenta que a relação entre Brasil e Europa tem se dado nesse mercado na oportunidade de parcerias, seja de transferência de tecnologia e conhecimento.

Omar Hauache, do Fleury: “Não diminuímos nosso ritmo de crescimento. Mas, de qualquer maneira, o re� exo da instabilidade lá fora desperta a nossa atenção”

FUTURO

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reflexosQuem também vê oportunidades nos desdobra-

mentos da crise internacional é a Hapvida, operadora que atua no norte e nordeste do Brasil. Presente em 11 estados brasileiros, em 2011, a companhia reforçou sua atuação em Salvador, construindo o primeiro hospital na capital baiana, o Tereza de Lisieux, com 80 leitos e investimento de R$ 60 milhões. Apesar da aposta recente, a companhia já tem planos de aumentar o empreendimento com uma nova torre, totalizando 320 leitos. A empresa que se beneficiou da migração de classes sociais no Brasil e atende, sobretudo, a classe C, não vê a situação externa como ameaçadora.

“Na minha visão, a crise do euro pode ser positiva para o Brasil. São duas questões que considero inte-ressantes: o formato no Brasil hoje, tanto na idade da população quanto na classe de consumo é um losango. Se analisarmos, a maioria dos brasileiros está entre 28 e 55 de idade, uma população mais produtiva. Além disso, temos as classes B e C, considerando o formato losango, que hoje são as que mais consomem e que, cada vez mais, são responsáveis pelo aumento da migração de D e C para B e C. Então, vejo um mo-mento muito positivo”, explica o superintendente comercial da Hapvida, André Rosas.

Se depender de novos usuários, o cenário pare-ce positivo mais para a Hapvida e outras grandes operadoras do segmento do que para o mercado de saúde privada no geral. Isso ocorre devido à con-

centração do segmento. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os usuários aumentaram. Ainda sem dados totais do mercado em 2011, atualmente, a saúde suplementar representa aproximadamente 47 milhões de usuários, sem contar com os planos odontológicos, que somam 16 milhões. Em crescimento, isso representa 2,9% comparando setembro de 2011 com dezembro de 2010. De 2009 para 2010, o crescimento foi de 8, 6%.

A má notícia é que as falências, em 2011, somaram 78 empresas até novembro. “A consolidação da saú-de suplementar tem ocorrido desde que apareceu a ANS e com algumas empresas maiores e mais bem administradas comprando menores”, comenta a co-ordenadora do GV Saúde, Ana Maria Malik.

A situação europeia também não parece afetar a Beneficência Portuguesa de São Paulo. O hospital con-tinua executando as obras do plano diretor 2009/2013. O planejamento prevê investimento de R$ 160 milhões só na parte física da instituição. O balanço de 2011 ainda não está fechado, mas o superintende geral do hospital, Luiz Koiti, afirma que o ano de 2011 foi bom e 2012 tende a continuar promissor.

“Estamos bastante otimistas e prevendo crescimen-to do faturamento. Não haverá modificação no plano diretor de obras, não temos motivos para reduzir o ritmo”, garante. Entre os aportes está o investimento de R$ 7,2 milhões para reforma e ampliação da Uni-dade de Terapia Intensiva Neurológica, que agora

oferece 33 leitos da especialidade.No segmento de medicina diagnóstica, a história

parece se repetir. Mesmo com o capital aberto, o Fleu-ry não percebeu mudanças nos investimentos, ao menos por enquanto. “Não diminuímos nosso ritmo de crescimento em 2011. Mas, de qualquer maneira, o reflexo da instabilidade lá fora, tanto nos Estados Unidos como no mercado europeu, desperta a nos-sa atenção e isso vale para toda a macroeconomia brasileira. Mas, até agora, não fomos impactados e isso é muito explicado por conta da estabilidade eco-nômica e controle inflacionário mais sólido, além da indicação de empregos formais que é um indicador

“EspEramos o cEnário intErnacional maisEquilibrado ou não tão nEgativo. não EnxErgamosuma dEtErioração fortE,as notícias nEgativasdEvEm sEr mais brandas, atingindo mEnos os ouvidos dos consumidorEs”

Alex Agostini, dA Austin RAting

luiz Koiti, da beneficência portuguesa, não planeja modificação no plano diretor de obras até 2013

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importante para o nosso setor. O indicador diminuiu um pouco no segundo semestre, mas, ainda assim, houve uma geração de empregos formais, o que é relevante”, analisa o presidente da empresa, Omar Hauache.

Previsões Para 2012, Agostini projeta um PIB de 4,2% e um ce-

nário econômico mais tranquilo. “Esperamos o cenário internacional mais equilibrado ou não tão negativo. Não enxergamos uma deterioração forte, as notícias negativas devem ser mais brandas, atingindo menos os ouvidos dos consumidores”, explica.

A expansão será puxada pelo mercado interno, pelo con-sumo das famílias e aumento do crédito. “O setor de saúde tende a ser beneficiado com o aumento de clientes de saúde suplementar e com investimentos, como é um setor que importa muitos equipamentos e máquinas, isso contribui para a movimentação de investimentos”, analisa Agostini.

Se depender de más notícias, os ruídos serão menores. Pelo menos é o que aponta o Índice de Expectativas das Famílias de dezembro, do IPEA. O indicador subiu para 67,2 pontos em dezembro de 2011. Em 2010, o número fechou em 64,6 pontos. Tal índice, de acordo com o instituto, reflete os se-guintes fatores: melhor expectativa no mercado de trabalho, ampliação da renda associado ao aumento do salário mínimo e previsões de redução das taxas de juros e diminuição do grau de endividamento, ou seja, os entrevistados acreditam que estão com dívidas menores.

Fenômeno ocorrido no início da crise global, em 2008 e 2009, quando os ruídos começaram a impactar o emprego, o usuário passou a utilizar mais os serviços de saúde temendo o desemprego. Segundo Ana Maria da GV Saúde, tal aconte-cimento não tem sido percebido no atual cenário econômico. “Esse foi um fenômeno ocorrido na crise anterior, podendo acontecer agora, caso ocorra redução da economia - e isso demora um pouco para surtir efeito -, e mudança cambial, refletindo na incorporação de tecnologia”.

Paula, da Apex, planeja atingir US$ 766 milhões em expor-tações até o final de 2012. O objetivo é seguir a crescente até alcançar US$ 1 bilhão em 2015. “Vamos fazer um trabalho do setor 2012-2013 com foco nos mercados México, Angola, Arábia Saudita, Peru, Índia, Rússia, Estados Unidos e Chile. Definimos que estes são os mercados alvos, a Europa é para a troca de tecnologia, até porque eles têm fabricantes lá.”

Para o Grupo Fleury será um ano de desafios. Após a total aquisição da Labs D´OR, 2012 será o ano de integração dos 57 centros de atendimento, 21 hospitais , 3 mil colaboradores e 500 médicos no Rio de Janeiro. Somando essa nova rede com os hospitais que já contam com os serviços da marca, o modelo de serviço dentro de instituições passa a ser repre-sentativo no faturamento da marca, o equivalente a 11% em 2011 e a expectativa é que o modelo de negócio represente entre 15% a 16% em 2012.

“Temos um know-how acumulado de vários anos com atuação em hospitais conhecidos. Esse é um negócio que traz rentabilidade”, acredita Hauache. Mas esse ganho sempre vai depender do modelo de contrato com o hos-pital. Por exemplo, há hospitais onde o acordo engloba

De acordo com Paula Portugal, da Abimo/ Apex, na crise, as empresas europeias olham para o Brasil como alternativa ao mercado estagnado

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

imagem e análises clínicas, em outros, é composto por um determinado mix de exames, podendo ser, ainda, composto por exames que atendam só a alta complexidade.

“É uma situação ganha – ganha , o core business do hospital, no geral, não é a atividade diagnóstica, e o nosso, é. Então, somos grandes provedores de serviços e, para nós, isso é um volume crescente, pois os hospitais têm expandindo muito e pegamos uma carona nesse crescimento. Dependendo do caso é comparável a uma unidade de rua”, analisa Hauache.

Quanto ao crescimento, o executivo garante que a expansão orgânica ainda é responsável por dois terços do negócio. Em 2011, foram 14 mil metros quadrados novos e 30, 8 mil metros quadrados vindos de aquisições, no caso, o Labs D´Or.

As incorporações não ficam de fora dos planos da companhia. “O mercado é pulverizado e temos negociações em curso. Miramos novas aquisições,

mas de forma muito seletiva”, diz.Por enquanto, André Rosas, da Hapvida, não fez

revisão dos investimentos para 2012. No momento, a empresa trabalha com diferentes consultorias de mercado, estruturando um processo de governança corporativa e mirando, até o final de 2012, em um possível IPO ou na entrada de um fundo.

“Entendemos que o mercado é de concentração, existem grandes operadoras de saúde e precisamos ser grandes. Crescemos 22% em 2011, se comparado ao ano anterior, e nosso objetivo para 2012 é avançar entre 20% a 25%. Todo o planejamento estratégico e investimentos estão voltados para isso, de maneira orgânica e até por aquisição.” Rosas não revela o nome das empresas que estão na mira da companhia, mas garante que existem seis em avaliação.

liçõesApesar das boas expectativas, o início da crise

mundial em 2008 e todas suas consequências nos anos seguintes, inclusive os abalos na zona do euro, ainda estão frescos na memória dos executivos. Hauache, do Fleury, diz que seria imprudente não dar atenção ao cenário externo. “Lembro de 2008, foi preocu-pante e chegamos a revisar tanto orçamento quanto investimento. Mas, ao longo de 2009, percebemos o contrário, investimos mais do que o previsto. Isso é muito dinâmico, temos que estar atentos para ter uma reação imediata.”

Para Agostini, da Austin Rating, o início da crise em 2008 e 2009 deixa a experiência de não apostar todas as fichas no mercado externo. “A primeira coisa é a diversificação, com os olhos mais focados no Brasil, que tem uma economia em constante mudança.” Segundo o economista, o Brasil estando bem cria-se oportunidades aos países da América Latina, prin-cipalmente, aos mais estáveis em termos políticos como, por exemplo, a Colômbia.

andré rosas, da Hapvida: “Na minha visão, a crise do euro pode ser positiva para o Brasil”

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S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lO s m e l h O r e s c O n c e i t O s e p r á t i c a s d e g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i t a l

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Infraestruturade tI nos HospItaIs

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saúde business school

i n t r o d u ç ã odepoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School, continuamoS com o projeto. eSte ano falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde

na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro ano do projeto saúde Business school o tema tecnologia da informação em saúde. ainda que exista literatura sobre o tema, a nossa função aqui é construir um manual prático para a geração de um ambiente de tecnologia hospitalar mais seguro, que auxilie e oriente às equipes

o projeto envolve oS SeGuinteS temaS:

módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais

módulo 2 - O papel do ciO

módulo 3 - governança de ti nos hospitais

módulo 4 - erps

módulo 5 - segurança dos dados

módulo 6 - terceirização

módulo7 - prontuário eletrônico

módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti

módulo 9 - ris/ pacs

módulo 10 - gestão dos indicadores

módulo 11 - mobilidade nos hospitais

módulo 12 - cloud computing

na organização de seus departamentos de t.i e na interação da tecnologia da informação com os stakeholders.em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo para você. Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados em nosso site: www.saudeweb.com.br

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edSon joSé pacheco e marcoS auGuSto hochuli Shmeil

infraeStruturade ti noS hoSpitaiS

a tecnologia da Informação e Comunicação (tIC) permitiu, dentre outras revoluções da nossa época, o sequenciamento do dna humano e, mais re-centemente, a simulação de efeitos de terapias variadas em um corpo humano ‘virtual’, acelerando e diminuindo os riscos no desenvolvimento destas tera-pias. outra revolução importante, esta mais silenciosa, tem se dado no regis-tro holístico e sistêmico das evidências de interesse clínico (salem e alfonse, 2008; nytro e sorby, 2009), permitindo que a análise do quadro de um paci-ente seja realizada de maneira multidisciplinar e multiaxial. neste domínio, quebra-se a armadilha de análise do quadro clínico isolado, na qual as evi-dências, quando analisadas individualmente, em momentos isolados, sob a luz do conhecimento científico da época, podem induzir a conclusões parci-ais, dissociadas da realidade “efetivamente” presente, permitindo que mesmo um evento aparentemente isolado possa se tornar preponderante quando do inter-relacionamento com outras observações, realizadas por diferentes pro-fissionais, em diferentes momentos, sob condições clínicas específicas.registrar, portanto, é condição sine qua non para a análise integral do quadro clínico de um paciente. em tese, todo evento, independente da relevância “at-ual”, pode auxiliar na tomada de decisão “futura”, quando de uma ocorrência médica (Kanou, Jouber e Maury, 1998). Qual é, portanto, o critério que define as boas práticas para a seleção dos eventos que merecem registro? a resposta passa pela definição dos processos de aprendizagem, que conduzem à identi-ficação dos elementos necessários para as pesquisas e tomadas de decisão, em concomitância com as características técnicas da tecnologia adotada.Identificados e enunciados os processos que compõem as boas práticas relacio-nadas ao registro, deve-se considerar que, cada vez mais, é reconhecido o fato que a complexidade das áreas de assistência à saúde e das ciências biológicas necessitam de um consenso a respeito dos termos e linguagem utilizados em documentos e na comunicação. tal necessidade é impulsionada pelo cresci-mento exponencial de dados gerados nos contextos da assistência ao paciente e das pesquisas biológicas que, segundo pestonik (2000), crescem a uma taxa anual de 7%, e “a base de dados tende a dobrar, pelo menos, a cada 10 anos”.Mesmo quando disponível, os dados clínicos não “podem ser completamente explorados em termos de integração, recuperação ou interoperabilidade, porque os sistemas básicos de terminologia e classificação (frequentemente classifica-dos sob o tópico “terminologia biomédica” – conforme descrito na tabela 1) são inadequados de diversas formas” (schulz, stenzhorn, et al., 2009). sua heterogeneidade reflete os diferentes propósitos e comunidades – incluindo aquelas à parte da tecnologia da informação – e cria um grave obstáculo à in-teroperabilidade e a agregação consistentes de dados, conforme exigidos pela pesquisa biomédica e pela assistência à saúde, bem como para o uso destas informações para o apoio a tomada de decisão (tretiakov, Hunter, et al., 2006).

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Considerando a complexidade do atendimento clínico, contextu-alizado frente aos diferentes (e complementares) propósitos da observação e registro (com sua especificidade terminológica), deve-se considerar a necessidade do uso de diferentes sistemas es-pecialistas (“expert systems”), considerando a interação de forma distribuída, segura e sob uma infraestrutura que possibilite a livre mobilidade. nesta dimensão deve-se, inicialmente, considerar a necessidade do registro de eventos clínicos identificados por eq-uipamentos de monitoramento, apoio e diagnóstico. a interopera-bilidade neste cenário caracterizado por diferentes fornecedores e padrões é chave fundamental de sucesso, demandando a carac-terização de padrões para a troca, integração, compartilhamento e recuperação de informação, como o HL7 <www.hl7brazil.org> acesso em 30 de dezembro de 2011. Como estrutura de comuni-cação, as redes de comunicação, em especial na vertente wireless, tornam-se o sistema nervoso dos sistemas de Informação Hospital-ar (Wired network security: Hospital Best practices Jody Barnes).Com o registro em tempo real, sendo este caracterizado por um agente humano ou não, permite a elaboração e uma rede inteli-gente de suporte e tomada de decisão, que monitore o paciente, os elementos que caracterizam uma terapêutica ou, até, proponha, de forma supervisada, a atuação em cenários específicos. neste cenário, a tecnologia passa a ser parte central da prática clínica, demandando investimentos em formação e, especialmente, na con-stituição de um ambiente tecnológico que prime pela segurança e redundância de artefatos computacionais, sempre na busca da máxima qualidade e completa disponibilidade dos serviços funda-mentais para o bom atendimento ao paciente e suporte ao clínico.Constituído o ambiente no qual a tecnologia é parte integrante, es-

tratégica e diferencial de sucesso na prática hospitalar; o próximo desafio natural da tIC é apoiar os processos de redução de custo e busca incessante pela qualidade no atendimento clínico. neste sentido, a sistematização computacional de protocolos clínicos, nas suas mais diferentes vertentes, suportados sob as técnicas da Inteligência artificial e processamento de Linguagem natural, permitem diferencial estratégico aos profissionais e entidades que trilham este caminho.tIC, nomeadamente o da Infraestrutura, como suporte a dinâmica e aos registros das ações no enquadramento da saúde, sejam essas ações operacionais ou de suporte a decisão.para efeito de enquadramento, entende-se a Infraestrutura de tIC, em Hospitais, como sendo a composição de Competências Humanas e das tecnologias e Metodologias baseadas em recur-sos Computacionais, a qual contribui no exercício das atividades operacionais e estratégicas, buscando obter eficiência, eficácia e competitividade na área de aplicação. nomeadamente quer-se a aderência, da Infraestrutura, aos requisitos do negócio, a conec-tividade e a disponibilidade dos elementos que a compõem.Com uma abordagem não exaustiva (granulometria não fina), porém não menos completa, uma infraestrutura de tIC, voltada para ambientes Hospitalares, pode ser estruturada em três grandes grupos aqui denominados de “Capacidades”. teremos então os grupos que atendem as Capacidades de processar (transformar da-dos, imagens e sons, atuar em artefatos que operam mudanças de estados, sensores e atuadores), a de armazenar (persistir, manter e recuperar dados imagens e sons) e a de Comunicar (transportar de um ponto ao outro o processado e o armazenado).Quando então, colocam-se os dois domínios de abordagem, saúde

Classificação de doenças, estatísticas de saúde, faturamento hospitalar

Classificação de medicamentos

Comunicação inter-laboratorial

descrições de imagens médicas e processos de diagnóstico por imagem Indexação da literatura médica documentação e codificação clínica

Classificação de exames e procedimentos

Tabela 1 - ¾ InsTâncIas de TermInologIas clínIcas

terMInoLogIa propósIto

CId-9/CId-10 (WHo, 2009)

dicionário de Medicamentos da oMs (uMC, 2009)

atC (WHoCC, 2009) rxnorm (nLM, 2009) BrasIndICe (BrasIndICe, 2009) LoInC (LoInC, 2009)

dICoM (MIta, 2009)

MesH(nytro e sorby, 2009)

snoMed Ct (IHtsdo, 2009)

aMB (aBraLapaC, 2009)

CBHpM (aBraLapaC, 2009) tuep – sus (sus, 2009)

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e tecnologia da Informação e Comunicação, na vertente Infraestrutura, indaga-se: “qual Infraestrutura deve ser utilizada, em qual quantidade e em qual topo-logia (forma, arquitetura) a mesma deve ser disponibilizada?”. para responder minimamente a estas questões, deve-se recorrer aos conceitos e requisitos enunciados pelo negócio. esses conceitos e requisitos podem ser classificados em globais (aqueles preconizados por uma sociedade inserida no domínio da saúde) e em particulares-específicos (aqueles diferenciadores desejados pelo planejamento operacional e estratégico do negócio). Cabe complementar, que na adoção de elementos de Infraestrutura, a ausência de um acompanhamento frente às evoluções do mercado de mesmo fim, poderá apresentar, ao longo do tempo, resultados no sentido oposto aos benefícios esperados:tecnologia desatualizada;gestão da tecnologia pouco efetiva;legislação não atendida;demandas de crescimento ou de evoluções de negócios em quantidade e velo-cidade maiores do que podem ser supridas;requisitos de certificações nacionais ou Internacionais;custos elevados;impossibilidade de integração com instituições externas.

conceitoS e requiSitoS GloBaiSi. o fluxo contínuo, integrado e paralelo e a distribuição dos processos trans-formadores de dados, imagens e sons, em pontos geograficamente distintos, bem como a necessidade de trabalho humano ou não, em grupo, introduzem a necessidade de uma rede (Capacidade de Comunicação seja cabeada ou “wireless”) de Computadores (Capacidade de processamento), de telefonia e de reprografia (ambas se apresentam como Capacidades de Comunicação). de-pendendo dos requisitos (ex. tempo de disponibilidade, premência da operação em termos de ser vital ou não, etc) estabelecidos pelo negócio, os componentes da rede (Capacidade de Comunicação) de Computadores (Capacidade de pro-cessamento), um plano de contingência, seja por reposição ou por duplicidade de recursos (“site backup”) ou mesmo por desvio de rotas (caminhos e locais alternativos), deve estar instanciado.seja na existência de uma rede de Computadores ou Computadores na modali-dade ‘Stand Alone’ (estações de trabalho isoladas), a Capacidade de Armaze-namento estará sempre presente. para o armazenamento deverá estar previsto o crescimento vegetativo do negócio, o atendimento, a velocidade requerida de acesso e de transmissão e um plano de recuperação. este plano de recuperação, deve proporcionar o restabelecimento de uma transação (uma ou várias sessões de interação com o computador), a(s) qual(is) tornou(aram)-se incompleta(s). nestes casos a existência de “Logs” se faz necessária, bem como a de proces-sos de “recovery e restart”. a possibilidade de dano (indisponibilidade) em um respectivo dispositivo de armazenamento poderá ocorrer. para este cenário, cópias “backups” de dados, imagens e sons e seus respectivos “restores” de-vem estar operantes. ressalta-se a atenção para a “linha cronológica de corte” destes “backups”, pois sejam transações “online” e em tempo real (“real time”) ou processos puramente “batch - processamento em lote”, os dados, imagens e sons, a serem recuperados, se encontram em modelos integrados-associados, os quais são compartilhados com outros sistemas de Informação que não ape-nas os do domínio da saúde (ex. médico l em um procedimento – tarefa fim – e o mesmo, como colaborador – tarefa meio – área de recursos Humanos).

ii. a manutenção da vida baseada na recuperação da saúde estabelece um con-junto de necessidades de infraestrutura, a qual suporta direta ou indiretamente a recuperação e o bem-estar do paciente. em paralelo, a dimensão administ-ração (planejamento, coordenação e controle – tarefas meio –) vem também suplementar tais necessidades.

Podemos identificar tal conjunto como conten-tor das necessidades de: tempo de resposta dos sistemas de Informação, integração intra e inter sistemas de Informação esta integração ocorre na existência (armazenamento) de dados, ima-gens e sons não redundantes sobre um mesmo fenômeno, bem como a utilização quando requer o mesmo dado, imagem e som, para as práticas, ações e decisões pertencentes a processos diferen-tes, clínicos ou administrativos (ex. dados sobre medicamentos e dosagens vistos como elementos de uma prescrição médica e como elementos de faturamento), equipamentos de auxílio à prática da clínica (automação clínica), disponibilidade de acesso ao conhecimento (“internet”), aspectos ambientais como a climatização para pa-cientes, acompanhantes e visitantes bem como para componentes eletrônicos, proporcionam o conforto hoteleiro e atenuam os cenários não desejados,controle de acesso lógico (perfis e senhas de acesso a rede de computadores, etc) e físico (pulseiras identificadoras, crachás, etc), e re-dundância de componentes computacionais ou de suporte aos mesmos (monitores, computadores, “switches”, “nobreaks”, geradores de energia, sensores e atuadores, etc) na busca de garantir a continuidade das operações, diminuindo a indis-ponibilidade dos recursos que auxiliam nas inte-rações clínica-paciente.

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r e f e r ê n c i a S B i B l i o G r á f i c a S :Barnes, Jody. running head: Wired network security: hospital Best practices. east carolina university, 2011. ebook disponível em http://www.infosecwriters.com/text_resources/pdf/Wired_security_JBarnes.pdfKanou, h., Jouber, m., & maury, g. towards a Knowledge-based multimedia electronic patient record. electronic patient records in medical practice, p. 288-291, 1998.Kodratoff, Y. machine learning: an artificial intelligence approach. san Francisco, usa: morgan Kaufmann publishers inc, v. 1, 1990.minsky, m. the society of mind simon and schuster. new York, 1986.nytro, O., sorby, i. d. Query-based requirements engineering for health care information systems: examples and pros-pects. international conference on software engineering, p. 62-72, 2009.pestotnik, s. medical informatics: meeting the information challenges of a changing health care system. Journal of informed pharmacotherapy, v. 2, p. 1-3, 2000.salem, a., alfonse, m. Ontology versus semantic networks for medical knowledge representation. recent advances in computer engineering, p. 769-774, 2008.schulz, s., stenzhorn, h., Boeker, m., smith, B. Vantagens e limitações das Ontologias Formais. revista eletrônica de comunicação, informação e inovação em saúde (reciis), v. 12, p. 15 – 22, 2009.severino, a. síntese do conhecimento. aec 31, p. 9-30, 2002.tretiakov, a., hunter, i., Whidett, d., sutinen, e. coding of medical records via restrictive semantic topic tracking. health care and informatics review, p. 101-108, 2006.

concluSão

Para que toda a complexidade, característica da intersecção das duas áreas em epígrafe • Saúde e TIC • possa ser gerenciada, seja quanto aos seus componentes, ações e interações, há que existir o pleno exercício de uma “governança de tIC”.

“governança de tIC é o conjunto de práticas e padrões (BsC, pMBok, Cobit, ItIL, CMMI e Iso 17.799), relacionamentos estrutura-dos, assumidos por executivos, gestores, técnicos e usuários de tI de uma organização, com a finalidade de garantir controles efetivos, ampliar os processos de segurança, minimizar os riscos, ampliar o desempenho, otimizar a aplicação de recursos, reduzir os custos, suportar as melhores decisões e consequentemente alinhar a tIC aos negócios.” <http://www.profissionaisti.com.br/2009/03/o-que-e-governanca-de-ti/> acesso em: 30 de dezembro de 2011.

conceitoS e requiSitoS particulareS-eSpecíficoSseja no domínio da clínica ou no domínio administrativo e baseados nos planejamentos estratégico e operacional das organizações de saúde, o emprego de tIC como elemento diferenciador e apoiador da eficácia e da competividade na concretização das operações em saúde, ocorre.

Pode-se aPonTar:o uso de dispositivos móveis como “tablets, smart phones, ...” (vinculados as Capacidades de processamento, armazenamento e de Comunicação), no atendimento ao requisito mobilidade. pode-se citar como exemplo a elaboração de uma prescrição médico-assis-tencial e o próprio processo de dispensação de medicamentos ou de terapias específicas, monitores “touch screen” para utilização em prontos socorros onde a agilidade e os aspectos ligados a contaminação na operação, são tidos como necessários,identificação biométrica, a qual reforça o aspecto segurança, evitando que uma senha de acesso possa ser utilizada por outros que não o próprio detentor do código, transmissão de conhecimento por meio de videoconferência, possibilitando que profissionais ou futuros profissionais possam usufruir de um momento em experimentação,vídeo monitoramento. a captura de imagens em tempo real e o monitoramento constante de áreas críticas, podem proporcionar ações mais efetivas, certificações digitais, as quais permitem diminuir a utilização de documentos impressos em papel “hard copy”, contribuindo para uma sociedade solidária ao meio ambiente e a uma tIC-Verde (área da tIC, a qual associa a sustentabilidade a utilização dos recursos computacionais buscando a redução do consumo de eletricidade, matéria-prima •Papéis, Toners, ... ).

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S o B r e o a u t o rautoreSedson josé pacheco é engenheiro de computação, doutor em engenharia biomédica pela utFpr. professor da pontifícia universidade católica do paraná e gerente da área de sistemas de informação, da associação paranaense de cultura (apc), mantenedora da pucpr, dos hospitais hmc, huc, hscmc, hnsl, hmam, uniica, saúde ideal e do grupo lumen.contato: [email protected]

marcos augusto hochuli Shmeil é formado em matemática, administração e em ciências, pós-graduado em educação e doutor em engenharia eletrotécnica e de computadores pela universidade do porto-pt. professor da pontifícia universidade católica do paraná e diretor de tecnologia da associação paranaense de cultura (apc), mantenedora da pucpr, dos hospitais hmc, huc, hscmc, hnsl, hmam, da uniica, do saúde ideal e do grupo lumen.contato: [email protected]

empreSaapc – associação paranaense de cultura, pucpr – pontifícia universidade católica do paraná, hospital marcelino champagnat, hospital universitário cajuru, hospital santa casa de misericórdia de curitiba, hospital nossa senhora da luz, hospital maternidade alto maracanã, unidade intermediária de crise e apoio à Vida (uniica), plano de saúde ideal e grupo lumem de comunicaçãoportal: http://www.pucpr.br

c a S o d e S u c e S S ouSo de tecnoloGia começa pelo papelpara supOrtar O usO de QualQuer tipO de tecnOlOgia e eVitar gargalOs cOmO a sOBrecarga de seus serVidOres, a inFraestrutura de ti dO hOspital marcelinO champagnat cOmeçOu JuntO cOm as primeiras linhas da planta da instituiçãO

Guilherme Batimarchi – [email protected]

pensar na infraestrutura de ti em um hospital é fundamental para o bom desempenho de dispositivos e sistemas aplicados na prática assistencial e administrativa da instituição. para isso, engenheiros e profissionais de ti devem planejar cada detalhe da infraestrutura necessário para abrigar, tanto equipamentos de diagnóstico por imagem digitais, quanto estações de trabalho, rede e o espaço para alojar os servidores do hospital.para que a infraestrutura de ti do hospital marcelino champagnat, inaugurado em novembro de 2011, em curitiba (pr), fosse planejada para contem-plar todo o serviço de rede de dados, equipamentos de diagnóstico por imagem, acesso, estações de trabalho, prontuário eletrônico e outros elementos, foi formada uma comissão com engenheiros e profissionais de ti. “nesta comissão, os engenheiros foram responsáveis pelo projeto de cabeamento de rede da instituição, na parte de dados e elétrica, enquanto a equipe de ti implementou as tecnologias após o término das obras”, afirma o diretor de ti do hospital marcelino champagnat, marcos shmeil.de acordo com o executivo, a infraestrutura do hospital está dividia em três partes: capacidade de comunicação, armazenagem e processamento. “do ponto de vista de comunicação, contamos com uma rede de fibra ótica com 10 gb de capacidade, que conecta o hospital ao cpd, localizado fora do marcelino champagnat”.em relação ao armazenamento de dados, a instituição conta com um storage, que é espelhado em outro local e realiza back-ups periódicos (diá-rio, semanal, mensal e anual) para evitar qualquer comprometimento de segurança. “na área de processamento de dados, contamos com cinco servidores em cluster, que são agrupados e fazem uma distribuição de carga conforme seu uso e também estão localizados fisicamente no hospi-tal”, completa shmeil.no entanto, nem tudo é um mar de rosas. O executivo explica que, por se tratar de uma nova instituição de saúde, a ti do hospital ainda passa por ajustes técnicos na personalização e parametrização dos dispositivos para que seja possível usufruir de toda a infraestrutura planejada para o hospital. “planejamos a expansão de nossos servidores para mais duas unidades, assim aumentaremos a capacidade global de processamento”.O projeto foi idealizado para suportar qualquer tipo de tecnologia. atualmente é na instituição que está baseada toda a rede de ris/pacs, responsável pela transmissão e armazenagem de imagens diagnósticas digitais, um backbone em fibra ótica para transmissão de dados, uma rede wireless para uso administrativo e de pacientes e cerca de 200 estações de trabalho.

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Saúde BuSineSS Schoolsaúde Business school é uma iniciativa da it mídia.

todos os direitos reservados.

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ESPAÇO JURÍDICO

O PAPEL DO SETOR SAÚDE DE BRASILEIRO

NO MERCADO GLOBALdesenvolvimento do Brasil nos últimos anos gerou oportunidades e desafi os no sistema de saúde. Isso ocorreu devido ao crescimento da população

e o aumento crescente do acesso ao sistema público de saúde, previsto na Constituição de 1988. Agora, o desafi o nacional e mundial é ofertar as tecnologias mais efi cazes para prevenir, diagnosticar e tratar as moléstias.

A oportunidade é a industrialização lastreada no mer-cado interno e a crescente globalização da nossa econo-mia, exceto pelo agronegócio e o setor de commodities minerais baseados fortemente em ativos físicos locais.

A industrialização dos demais setores tem sofrido com o chamado custo Brasil (juros altos, impostos altos e complexos, custos trabalhistas, custos logísticos, câmbio, etc...) e o setor saúde não é exceção.

Partindo de uma análise deste ambiente, e em busca do melhor retorno para os esforços públicos e privados, chegamos à conclusão de que o caminho mais recomendável é a busca pela inovação, que crie produtos com vantagens compe-titivas e valor agregado sufi ciente para pagar o custo Brasil e gerar lucros que possam lastrear rein-vestimentos.

Tratamos, portanto, da inovação real, da criação de algo inexistente no mercado na forma criada, algo que contribua com soluções novas para as demandas mundiais por acesso à saúde. Não de cópias ou da chamada substituição de importação, que é ca-minho viável apenas para países com baixos custos de produção como é o caso chinês, por exemplo, ou com recursos naturais imprescindíveis e escassos como é o nosso caso com o agronegócio e as commodities minerais.

A inovação como processo criativo pode ser estimu-lada, porém não dirigida, já que é um processo caótico marcado pelo empreendedorismo na sociedade do conhe-cimento de modo que ao Estado cabe criar a segurança, estrutura e os incentivos adequados para que ela ocorra.

No setor saúde, os pressupostos de um ambiente ami-gável à inovação são: segurança institucional, clareza regulatória, efi ciência burocrática, proteção à propriedade intelectual, estabilidade dos mecanismos de incorpora-

ção de tecnologia, pagamento, reembolso e igualdade material entre os competidores.

Por outro lado, maior competitividade em um mercado aberto, igualitário e dinâmico é simultaneamente um vetor e um incentivo para a oferta de produtos efi cientes e efi cazes, que ao disputarem a preferência dos compra-dores públicos e privados, não só se aperfeiçoam em um processo de seleção natural como se esforçarão continu-amente para fornecer as melhores condições e menores preços ampliando o acesso da população e melhorando a aplicação do orçamento público e dos recursos dos usuários geridos pelas operadoras de planos de saúde.

A lógica vigente é a de que o desenvolvimento in-dustrial-local concorre com importações de produtos e, portanto, os esforços públicos e privados são voltados para a substituição de importações criando incentivos opostos à verdadeira inovação.

No setor saúde ocorre justamente o contrário, a importação não só traz concorrentes que estimulam a competitividade das indústrias locais como permite que a popu-lação tenha acesso a produtos que protegem e restauram a saúde.

Na mesma linha, os pesquisa-dores e empreendedores locais

também tem acesso a tecnologias atuais elevando e di-recionando seu poder criativo para o desenvolvimento de produtos inovadores aptos a competir em mercados internacionais.

O Brasil efetivamente tem as condições de trilhar o caminho de outros países que bem atendem sua po-pulação e, ao mesmo tempo, induz a criação de uma indústria de classe mundial alavancada em seu sistema de saúde, seus médicos e serviços de saúde de altíssimo gabarito, academia forte e organizada e base industrial que já atende requisitos regulatórios rigorosos.

Para aproveitar estas vantagens, é preciso apenas aban-donar os modelos protecionistas de soma zero e partir para um modelo que apoie a sinergia entre fabricantes locais e internacionais. Tal sinergia é desenvolvida em um am-biente de negócios favorável como já ocorreu nos setores de Tecnologia da Informação e Automobilístico.

O

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RODRIGO ALBERTO CORREIA DA SILVASócio fundador da Correia da Silva Advogados, mestre pela PUC/SP, professor de Direito Comercial e Processual Civil na Universidade Paulista e autor de livros, entre eles Regulamentação Econômica da Saúde

O BRASIL EFETIVAMENTE TEM AS CONDIÇÕES DE TRILHAR O CAMINHO DE

OUTROS PAÍSES QUE INDUZEM À CRIAÇÃO DE UMA INDÚSTRIA DE CLASSE MUNDIAL ALAVANCADA EM SEU SISTEMA DE SAÚDE

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POLÍTICA

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EM PARCERIA COM A CGU, MINISTÉRIO DA SAÚDE APRIMORA FERRAMENTA DE TRANSPARÊNCIA E FACILITA ACESSO A INFORMAÇÕES SOBRE O FINANCIAMENTO À SAÚDE EM TODO O PAÍS

REPASSESGuilherme Batimarchi • [email protected] Batimarchi • [email protected]

TRANSPARENTES

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evar mais transparência aos re-passes fi nanceiros realizados pela União aos estados e municípios de todo o País. Esta é uma das propostas do serviço disponibi-lizado desde novembro de 2011 pelo Ministério da Saúde em sua página na internet.

O Portal Saúde com Mais Transparência, como é chamado, é uma ini-ciativa do Ministério da Saúde, em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), que permite ao cidadão acompanhar como é gasto o dinheiro da saúde pública por bloco de fi nanciamento - atenção básica, assistência farmacêutica, gestão do SUS, média e alta com-plexidade, vigilância em saúde e investimento – desde 2005, mês a mês, além de possibilitar o download das informações em planilhas.

De acordo com o diretor - executivo do Fundo Nacional de Saúde, Antonio Carlos de Oliveira, em abril de 2011, foi montado um grupo de tra-balho que reuniu os dois órgãos para montar um portal que pudesse oferecer, de forma clara e acessível, informações sobre repasses para a saúde. “Nossa intenção foi fazer com que a so-ciedade tivesse conhecimento de forma rápida e precisa sobre como estão sendo repassados os recursos para a saúde nos municípios. Dessa for-ma o cidadão terá uma ferramenta para cobrar o poder público sobre a forma que o dinheiro está sendo aplicado.”

Para que os dados estejam sempre atualizados, os gestores públicos serão responsáveis por pu-blicar, periodicamente, as informações exigidas pelo ministério no sistema, além da situação das metas estabelecidas para a saúde e do relatório anual de gestão, aprovado pelos respectivos con-

selhos de saúde. “Ainda no primeiro semestre deste ano, o serviço trará, também, um extrato detalhado sobre a execução fi nanceira dos recur-sos, tornando público os pagamentos efetuados aos fornecedores ou prestador de serviços”, com-plementa Oliveira. Os dados serão divulgados graças a acordos já fi rmados entre organizações fi nanceiras como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil.

Outra vantagem oferecida pelo serviço bene-fi cia diretamente gestores de unidades de saúde que dependem diretamente dos recursos prove-nientes do SUS . Agora eles terão acesso às datas e números das contas onde foram creditados os valores repassados do Ministério da Saúde para o município.

Para o diretor técnico da consultoria Planisa, Sérgio Lopez Bento, a iniciativa do Ministério da Saúde é positiva e está de acordo com o clamor da sociedade pelo aumento da trans-parência por parte do poder público, além de auxiliar gestores de hospitais e melhorar a fi scalização sobre os repasses. No entanto, o executivo faz um alerta para que a efi ciência do serviço seja mantida. “Para que este ser-viço seja efi ciente e possa contribuir com o monitoramento da transferência de recursos é necessário que os dados sejam constantemen-te atualizados. De nada adianta acompanhar informações ultrapassadas.”

Bento diz ainda que a divulgação do serviço, não pode ser tímida e deve atingir o cidadão, fazendo com que ele interaja e aproveite as infor-mações técnicas disponíveis no portal. “Como o nosso sistema de saúde ainda é muito pobre em termos de dados esta iniciativa, sem dúvida, é muito positiva para enriquecer o setor com in-formações”, fi naliza.

“NOSSA INTENÇÃO FOI FAZER COM QUE A SOCIEDADE TIVESSE CONHECIMENTO DE FORMA RÁPIDA E PRECISA SOBRE COMO ESTÃO SENDO REPASSADOS OS RECURSOS DA SAÚDE PARA OS MUNICÍPIOS”

ANTONIO CARLOS DE OLIVEIRA, DO FUNDO NACIONAL DE SAÚDE

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GESTÃO

O QUE ESPERAR

DE 2012?próximo ano será bastante diferente dos últimos. Não porque tenhamos planejado assim, mas por fatores econômicos que até hoje não foram

valorizados devidamente e não constavam em nossas agendas, como empresários e profi ssionais ligados à área da saúde.

Refi ro-me especifi camente à fi gura do investidor, que no Brasil ainda é mero coadjuvante, mas que passará a atuar como um dos protagonistas neste rico País com seus quase 200 milhões de consumidores e repleto de instituições de saúde à espera de uma injeção de re-cursos. A entrada deste novo player contribuirá para fortalecer e modifi car as regras que valiam até hoje.

Este ator já fez seus primeiros ensaios há cerca de 15 anos e não obteve êxito, por diversas razões – uma das mais importantes era fraqueza da nossa economia na época, a falta de solidez e a ausência de uma cultura corporativa na maioria dos servi-ços de saúde. Porém, agora, com a economia mais sólida e controles monetários ajustados, o investidor está de volta e com toda certeza assumirá um papel importante neste fi lme.

Desde 2008, observamos “ensaios”, acontecimentos interessantes e importantes: operadoras se fundindo, redes de hospitais se solidifi cando e hospitais de exce-lência se expandindo regional e nacionalmente. Estes são movimentos que crescerão com intensidade a partir de 2012. As alterações na legislação no sentido de permitir a entrada de capital estrangeiro para aplicação na saú-de serão a alavanca que os investidores esperam para migrar com seus capitais e fi rmá-los em solo seguro. É a luz verde que o mercado internacional está aguar-dando e que, para muitas pessoas, já está costurada no Congresso Nacional.

Uma vez em cartaz as novas regras desse jogo, o Bra-sil será a bola da vez para o ingresso de investimentos maciços na cadeia produtiva da saúde.

Certamente, com a entrada de investidores na área, mu-danças acontecerão, a começar pelo conceito de negócio

em saúde, que sem dúvida provocará grandes e longas discussões sobre ética, correção e comportamentos. No fi nal, contudo, prevalecerá a tese de que negócios em saúde confi guram uma situação absolutamente normal e natural. Ao mesmo tempo, não será mais tolerado que as instituições recebam novas fontes de fi nanciamento, com o objetivo de multiplicação dos capitais, e continuem gerenciando seus negócios de forma amadora, como acontece hoje na maioria das instituições.

Estamos preparados para estas mudanças?Não. Teremos um caminho duro a percorrer. Com

muitos desvios, atalhos e adaptações.A sociedade aceitará as mudanças? Estará prepa-

rada para um novo cenário, com crescimento verti-ginoso da saúde suplementar, que hoje responde por

25% da assistência à população brasileira e aplica em recursos o equivalente a 50% por cento do orçamento do SUS?

A mudança será extremamente benéfi ca para a população, que con-tará com mais opções de escolha e com substancial melhora da reso-

lutividade em virtude da competição que se instalará, e que inevitavelmente melhorará o nível de atendimento em toda a cadeia. Ainda não inventaram nada mais po-deroso que a concorrência!

Nos próximos anos vivenciaremos profundas trans-formações na forma de condução das instituições de saúde, consequência direta da entrada desses recursos estrangeiros, que exigirão dos dirigentes métodos de gestão profi ssionais, com ganhos sociais, econômicos e ambientais.

Certamente as certifi cações serão ainda mais valori-zadas e nos próximos anos terão um papel importante para a gestão dessas instituições. Isso tudo favorecerá o turismo da saúde, outro nicho de mercado que se abrirá.

Portanto, recebamos o Ano Novo com esperan-ças redobradas, mas também nos preparando para tempos diferentes.

Feliz 2012!

UMA VEZ EM CARTAZ AS NOVAS REGRAS DESSE JOGO, O BRASIL SERÁ A BOLA DA

VEZ PARA O INGRESSO DE INVESTIMENTOS NA CADEIA PRODUTIVA DA SAÚDE

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

GENÉSIO KORBESSócio-diretor da Korbes ConsultingDiretor-associado da NP Consulting

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dicas

operadora

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estores de diferentes empresas se esfor-çam para equilibrar gastos e aumentar os lucros, na tentativa de manter um balanço financeiro saudável.

Apesar disso, precisam lidar com o fato de que uma grande fatia deste bolo é abocanhada por fraudes que ocorrem interna e externamente. De acordo com estimativas da Associação Brasileira das Empresas de Medicina de Grupo, aproximadamente 20% das despesas de atendimento em opera-doras de planos de saúde são repre-sentadas por fraudes.

Segundo o presidente da Abram-ge, Arlindo de Almeida, as principais fraudes se encaixam em duas moda-lidades. Existem aquelas cometidas na rede credenciada como pedidos de exames excessivos e desnecessá-rios, retornos cobrados como novas consultas, serviços com códigos di-ferentes do procedimento efetuado, internação por tempo excessivo e in-ternação em UTI desnecessária. Nessa categoria, Almeida encaixa ainda o caso de materiais de alto custo su-perfaturados e medicamentos gené-ricos cobrados como medicamentos de marca.

Há também, segundo o executivo, a modalidade das fraudes cometidas pelos pacientes, como quando há fal-

G

amargo

enganosidade nas informações na entrevista médica qualificada ao contratar o plano, ou mesmo quando o paciente for-nece sua credencial para outra pessoa que não pertence ao convênio. Em relação a este último tipo de fraude, estimativas da Abramge apontam para uma redução de 3,5% no custo dos planos de saúde ao serem adotadas medidas para inibir essa prática, como os sistemas de identificação biométrica.

Além de ferramentas como esta, Almeida sugere outras estratégias para prevenir fraudes corporativas. Ele realça a importância de auditorias com visitas aos pacientes internados e auditorias nas contas para internados e não internados. É preciso, também, convencer os consumido-res a adotar uma postura ética: “Com a divulgação sobre

o fato de que a fraude se constitui um crime e pode ser causa de rescisão de contrato, além de processo criminal para o autor”, explica.

Em se tratando de fraudes, cada situação deve ser en-frentada de forma particular e apropriada, como aconselha Lorenzo Parodi, consultor e CEO da empresa Deall Riscos e Inteligência. “Não há uma regra geral que sirva para tudo. Nos casos relativos a clientes, há medidas mais estritas de identificação, sobretudo, através do uso de biometria. Já na situação dos fornecedores, há uma série de medidas de controle, auditoria, monitoramento e comparação que permitem identificar situações anômalas que mereçam uma investigação mais profunda. Nos casos de fraudes internas também pode ser aplicada metodologia pare-

Mariana Costa • [email protected]

Especialistas dão dicas para prevenir fraudes em operadoras de planos de saúde e indicam o que deve ser feito quando a empresa é a vítima

InIbIndo Fraudes • IdentIfIcação bIométrIca• audItorIa para Internados e não Internados• monItoramento constante• ações de conscIentIzação do consumIdor• treInamento de funcIonárIos (valores étIcos)• comunIcação Interna estruturada

Instalada a Fraude • prospecção de tecnologIas da Informação de acordo com o caso• acompanhamento profIssIonal nas esferas: operacIonal, jurídIca, trabalhIsta e admInIstratIva

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Foto: Divulgação

cida, só que com alcance diferente das que podem ser implantadas junto a fornecedores”, diz.

A empresa de Parodi lida diretamente com essas frau-des, seja na prevenção ou na recuperação de perdas. De toda forma, o gestor enfatiza que o ideal é sempre tomar medidas cabíveis antes que seja registrada a ocorrência de fraudes. “Isso reduz muito as perdas potencias, além de ser um procedimento bem mais barato do que ações em situação de crise.”

Entre essas medidas preventivas, ele inclui um treina-mento, junto aos funcionários, que evidencie as razões pe-las quais é importante manter um comportamento ético, além de se observar o comportamento dos colegas, evi-tando possíveis desvios. Nesse sentido, estabelecer canais de comunicação com os colaboradores tem papel crucial. “A comunicação interna é muito importante em vários ní-veis. Tanto na divulgação das diretrizes e políticas, quan-to na consciência do controle e monitoramente constante quanto, por fim, na certeza da punição”, conta Parodi. É importante lembrar, ainda, que ferramentas de Tec-nologia da Informação desempenham importante função na análise e prevenção de fraudes corpora-tivas. O consultor ressalta que existem ferramentas com funções diferentes, cobrindo diferentes áreas. “Cada caso merece uma análise para identificar as soluções mais apropriadas e que sejam implemen-táveis sem causar graves transtornos à operação.”

Quando é preciso remediarInvestir em prevenção é de suma importância, mas

como agir quando apenas prevenir não é suficiente?O consultor Lorenzo Parodi ressalta que um dos mo-

mentos mais delicados é quando a empresa percebe que é vítima de fraudes. “Na realidade, é provavelmente uma das horas em que a empresa mais precisa de acom-panhamento profissional. Tanto na esfera operacional - o que fazer, como apurar e como reagir - quanto em outras esferas, como jurídica, trabalhista e administra-tiva.” Por isso, Parodi aconselha os gestores a não fazer nada até conseguir suporte externo competente. “Ações conduzidas de forma precipitada podem trazer graves prejuízos e inibir as chances de êxito de futuras medidas.”

Nessa linha, Arlindo de Almeida, presidente da Abramge, afirma também que é preciso acionar como órgão regulador a Agência Nacional de Saúde Suple-mentar.Para Parodi, os gastos com irregularidades - 20% média da Abramge - correspondem às irregu-laridades detectadas, que muitas vezes são apenas uma fração das existentes. “Minha opinião pessoal é que a realidade geral das fraudes em planos de saúde seja muito mais grave.”

arlindo de almeida, da abramge, ressalta importância de auditoria nas contas

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hospital

Com um CresCimento demográfiCo equivalente a 8% da população de todo o estado, governo de rondônia Cria Hospital de urgênCia e emergênCia, em porto velHo, para atender a demanda e iniCiar a Cura na saúde públiCa do estado

Guilherme Batimarchi • [email protected]

Urgência

Saúdepara a

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randes obras como as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, além das eclusas que estão sendo construídas na região de Porto Velho, capital de Rondônia, têm atraído não só investimentos, mas milhares de trabalhadores em busca de novas oportunidades. No entanto, a explosão demográfi ca causada pela enxurrada de profi ssionais e suas famílias tem sobrecarregado o sistema público de saúde na

capital do estado, já considerado de má qualidade. O sistema de saúde de Porto Velho é composto por cerca de 400 instituições de

saúde, entre públicas e privadas, das quais 92 estão sob administração pública, 302 privadas e o restante dividido entre fundações e entidades benefi centes.

Segundo Secretário adjunto de Saúde do Estado de Rondônia, José Batista da Silva, nos últimos dois anos, o estado recebeu cerca de 120 mil novos habitantes – grande parte na capital, Porto Velho que, segundo censo rea-lizado pelo IBGE em 2010, tem 428 mil habitantes . “Um exemplo disso é nosso atual Hospital de Urgência e Emergência, na capital, que possui 150 leitos e tem em média 280 pacientes internados, o que leva quase metade deles a fi carem em locais improvisados e até no chão da unidade. Esse foi o principal motivo pelo qual decidimos expandir os serviços de saúde”, justifi ca Batista.

Com hospitais superlotados e um sistema de saúde considerado arcaico pelo próprio governo, o Estado de Rondônia decidiu expandir sua rede assistencial e criou um novo Hospital de Urgência e Emergência, em Porto Velho. A instituição será apoiada por duas novas Unidades de Pronto--Atendimento (UPA), que irão referenciar toda a demanda para o hospital. Os recursos alocados para a construção da nova unidade chegam a R$ 90 milhões e foram aplicados integralmente pelo estado, sem apoio do governo federal.

Os 254 leitos da instituição - sendo 155 de internação, 42 para observação, 29 de UTI, 19 para emergências e paradas cardíacas e oito para recuperação pós-anestésica - estarão distribuídos pelos cinco pavimentos que ocuparão uma área total de 17 mil metros quadrados.

De acordo com Batista, para evitar problemas de superlota-ção ou no atendimento ao público, antes do paciente ir ao novo hospital ele passará pelas unidades de pronto atendimento. Cada uma delas terá capacidade para 600 atendimentos por dia, leitos de UTI e centros cirúrgicos, para que os pacientes possam ser estabilizados e encaminhados com segurança à nova unidade ou mantê-lo internado na UPA por até 72 horas, caso seja necessário. “O que pretendemos com esse sistema é evitar a superlotação e dar velocidade aos atendimentos. Estimamos um tempo de internação médio de 3,7 dias por paciente, dessa forma manteremos os 254 leitos ocupados, mas sem superlotação”.

Ainda de acordo com o secretário adjunto, os casos que não puderem ser atendidos na nova instituição serão encaminhados ao Hospital de Base de Rondônia, também na capital, que passará a ser administrado por uma Organização Social de Saúde, ainda não defi nida.

A previsão é de que a construção fi que pronta no prazo de um ano. Segundo a Secretaria de Saúde de Rondônia, o planejamento já está em fase fi nal e toda a parte de projeto e arquitetura já foi concluída, da mesma forma que a defi nição de materiais e equipamentos que serão usados.

G

“O QUE PRETENDEMOS COM ESSE NOVO SISTEMA É EVITAR A SUPERLOTAÇÃO NO HOSPITAL E DAR

VELOCIDADE AOS ATENDIMENTOS”

JosÉ batista da silva, da seCretariade saúde de rondônia

RAIO XInauguração: 2º semestre de 2012Leitos: 254Leitos de UTI: 29Salas cirúrgicas: 6Investimento: R$ 90 milhõesÁrea ocupada: 17 mil m2

Pavimentos: 5Especialidades: Hospital Geral

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POPULAÇÃO EM PORTO VELHO (RO):

Fonte: IBGE

20072010

428 mil369 mil

CRESCIMENTO DE

59 milem três anos

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medicina diagnóstica

Com CapaCidade de realizar 22 mil exames por mês, rio imagem reduz gargalo na saúde públiCa do estado

Imagem

magine chegar num centro de medicina diagnós-tica e se deparar com um painel com 15 metros de largura feito pelo artista brasileiro, Romero Brito. Agora, some a isso, uma arquitetura modernista, ampla e diferenciada das últimas inaugurações de saúde. Imaginou?

Este lugar é o Rio Imagem, centro de diagnóstico de imagem, que fica no centro do Rio de Janeiro,

em frente à famosa Central do Brasil. E para torná-lo rea-lidade, a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro investiu R$33 milhões sendo R$25 milhões direcionados às obras de infraestrutura e R$8 milhões para aquisição de equipamentos.

Inaugurado no último mês de dezembro, o Rio Imagem tem capacidade de realizar até 22 mil exames de diagnósticos por mês e custo operacional anual de aproximadamente R$22 milhões. “O serviço tem uma área exclusiva para pacientes internados em hospitais da rede pública. Neste local, teremos um médico intensivista, responsável por coordenar o fluxo de pacientes e priorizar os mais graves, para que façam os exames e retornem ao hospital o mais rápido possível”, afirma a subsecretária de unidades pró-prias da Secretaria de Estado da Saúde.

A operação do Rio Imagem será realizada por cerca de 300 profissionais, sendo 112 médicos como: radiologistas, cardiologistas, intensivistas e anestesistas, e outros 188 co-laboradores de diversas áreas. Além da equipe, o centro contará com 20 equipamentos de diagnóstico, cinco raios X, cinco ultrassonografias, quatro ecocardiogramas, duas tomografias, duas ressonâncias magnéticas e duas mamo-grafias - todos digitais e cobertos por um sistema de RIS/PACS fornecido pela GE Healthcare.

Ana Lucia ressalta que, nas novas instalações serão re-alizados todos os tipos exames de ultrasom, biópsias de

mama, próstata, e tireóide ampliada por ultrassonografia. Também serão feitas mamografias com biópsia, e tomo-grafias que serão utilizadas também em exames cardíacos para estudos do coração.

Sob o modelo de gestão compartilhada com a Organização Social (OSS) Consórcio Rio Imagem, além de diminuir o gargalo na área de exames em todo o Estado, o Rio Ima-gem atuará na formação e capacitação de profissionais da saúde. “Lá teremos um centro de estudos. Está previsto, em contrato, que teremos programas de residência médica, pós- graduação e cursos para a capacitação de técnicos em raio X, tomografia, ressonância e mamografia. Estes programas dependem apenas da aprovação da Comissão Nacional de Residência Médica, órgão que credencia o serviço”, acrescenta a subsecretária.

De acordo com o secretário de saúde do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, em 2010 foram realizados cerca de 154 mil exames de imagem em toda a rede pública de saúde e com o Rio Imagem este número pode mais que dobrar. Ainda segundo Côrtes, no segundo semestre de 2012 será construída, em Niterói, a segunda unidade do Rio Imagem. O novo centro ficará no antigo prédio do Hospital Santa Mônica e pretende atender a população da Região Metropolitana do estado formada por Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. No mesmo período, a primeira unidade do Rio Imagem, no centro carioca, receberá um PET Scan, já previsto no projeto.

A estruturAAssinado pela RAF Arquitetura, o projeto do novo cen-

tro diagnóstico possui uma peculiaridade em relação aos outros centros de diagnóstico espalhados pelo País. Por se tratar de uma região de fácil acesso, que conta com uma grande malha ferroviária formada por trens e metrô, além

Guilherme Batimarchi • [email protected]

i “Teremos um cenTro de esTudos com programas de residência médica, pós- graduação e cursos para a capaciTação de Técnicos em raio X, Tomografia, ressonância e mamografia”

ana luCia eiras, da seCretaria de estado da saúde do rio de Janeiro

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Fotos: Divulgação

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33R$ milh

ões

investidosDesse total, R$ 25 milhões

foram destinados a obras de

infraestrutura e R$ 8 milhões para

aquisição de equipamentos

exames realizados no RJ em 2010

exames que serão realizados no Rio imagem

154 mil

264 mil

em toda a rede pública

por ano

equipamentos

raios X

ultrassonografias

ecocardiogramas

tomografias

ressonâncias magnéticas

mamografias

5

5

4

2

2

2

de ônibus, os equipamentos mais sensíveis como as ressonâncias magnéticas e tomografias estão vul-neráveis ao campo magnético e vibração do solo gerados pelo deslocamento das grandes massas ferrosas existentes ao redor do Rio Imagem.

“Poderíamos ter pensado em um prédio mais robusto, no entanto não foi necessário. Criamos uma estrutura, uma modulação de pilares permitindo que a laje do centro fosse mais resistente, impedindo as vibrações causadas pelos sistemas de transporte”, explica o arquiteto e sócio da RAF, Flávio Kelner.

“Trabalhamos em conjunto com as empresas forne-cedoras dos equipamentos e calculamos as distâncias de segurança para que os magnetos desses apare-lhos não sofressem nenhum tipo de interferência. A localização foi primordial na definição do projeto”.

Outro detalhe contemplado pela obra foi a defini-ção da quantidade de pessoas dentro da unidade. Ele está dividido desde a entrada do paciente no centro diagnóstico até o momento de seu exame. “Dessa forma conseguimos otimizar o fluxo de pessoas e reduzimos a ociosidade dos equipamentos, uma

vez que o paciente entra na sala por um lado, faz o exame, e sai por outro” explica Kelner.

Também foi criado um grande espaço de convi-vência no centro do prédio fazendo com que, de um lado sejam executados os exames de imagem mais pesados e, do outro, uma área mais voltada para a saúde da mulher. “Pensamos em uma estrutura moderna e humanizada para que os pacientes que estão fazendo seus exames encontrem um ambiente aconchegante e iluminada e possam se sentir bem” finaliza Ana Lucia.

Veja galeria de fotos do rio imagens em: http://bit.ly/xisbc2

Rio Imagem: novo centro de diagnósticos opera com 300 profissionais

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RECURSOS HUMANOS

SOB NOVA

DIREÇÃOque esperar de 2012? Indicadores recém-divulga-dos pela Organização para Cooperação e Desen-volvimento Econômico (OCDE) apontam desa-

celeração no crescimento para o próximo ano, refl exo direto dos impactos negativos sofridos pelas economias dos Estados Unidos e também dos países da zona do euro. Parece um ano nada promissor, entretanto, nas economias em crescimento como o Brasil, as expecta-tivas são positivas.

Há uma perspectiva favorável sobre o poder de compra no País e o mercado aposta na estabilidade da economia. Investimentos nas áreas de Infraestrutura, Petróleo e Energia, Varejo e Saúde estarão, seguramente, dentre as principais rotas de crescimento e contribuirão para o aquecimento da economia nacional.

Entretanto, o desaquecimento das economias “maduras” im-põe uma dinâmica cruel para os mercados em crescimento. Trata-se de um fenômeno em que os países emergentes/em crescimento ace-lerado são vistos como as alavan-cas de sustentação das economias em crise. Esta realidade denota a fragilidade e o inequívoco des-conhecimento de como alavancar oportunidades nas economias emergentes. Por mais agressivo que seja o crescimento, é irreal considerar que as economias em crescimento vão gerar o nível de atividade econômica capaz de preencher esta lacuna.

Este cenário somado à complexidade estrutural que permeia as organizações deixa o papel das lideranças desafi ante pela ótica de oportunidades e perspectivas de crescimento. Por outro lado, frustrante e desestimulante, pois sua capacidade de infl uenciar e impactar o setor econômico em que estão inseridos torna-se cada vez mais reduzido. Muitos CEOs atualmente já não possuem o “full P&L (Profi ts & Looses)” sobre sua responsabilidade!

E este fenômeno não é privilégio apenas nas companhias internacionais. Muitas empresas nacionais já cerceiam o papel de seus CEOs e executivos seniores por meio, por exemplo, de uma atuação mais ativa de seus conselhos de administração na gestão do negócio.

Na área da Saúde, a alta direção das organizações está cada vez mais consciente de que novas demandas, desafi os estruturais e as prioridades dos negócios exi-gem características de liderança diferentes das que seus executivos reúnem atualmente, e são comprovadamente competências raras e difíceis de desenvolver. Um desafi o adicional: é comprovado que as “experiências” são ge-nuinamente as melhores oportunidades de desenvolvi-

mento. E o setor está vivendo agora os primeiros grandes desafi os de sua evolução. Transformações mais profundas ainda estão por vir.

Em recente discussão com lide-ranças seniores do setor de que participei, muitos foram os insights sobre os desafi os da indústria e suas oportunidades de crescimento para alavancar a cadeia. Foi também re-conhecido que o setor ainda padece de uma aversão ao risco, ausência de uma visão empreendedora, es-

tímulos à inovação permitindo errar para aprender e, acima de tudo, aprender a “pensar e descobrir”, e não apenas “agir e executar”.

Está mais do que na hora de assumir nosso papel de protagonista. Ter a coragem gerencial e capacidade de mobilização para acreditar que é possível. E, comprova-damente, já existem movimentos nesta direção. Inúmeras são as iniciativas, seja na “academia”, na área pública ou privada, nas quais se nota arrojo, persistência e dis-ciplina. Três dimensões muito mais que qualquer outra competência “organizacional” ou “de liderança” serão chaves no processo. A mensagem é clara e, a evolução, uma constante. Um feliz 2012!

A ALTA DIREÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES ESTÁ CADA VEZ MAIS CONSCIENTE DE

QUE NOVAS DEMANDAS, DESAFIOS ESTRUTURAIS E AS PRIORIDADES DOS

NEGÓCIOS EXIGEM CARACTERÍSTICAS DE LIDERANÇA DIFERENTES DAS QUE SEUS

EXECUTIVOS REÚNEM ATUALMENTE, E SÃO COMPROVADAMENTE COMPETÊNCIAS

RARAS E DIFÍCEIS DE DESENVOLVER

O

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

RODRIGO ARAÚJOSócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry

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indústria

gigantes RSNA ReúNe

Maior Congresso de radiologia do Mundo gera Mais de us$ 120 Milhões à eConoMia de ChiCago e apresenta grandes inovações na área de iMagens do SetoR

Verena Souza • [email protected]

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siemens corre parase antecipar às mudanças

“De 1992 a 2010, os gastos de saúde nos EUA cresceram 285%. Isso não é sustentável”, exemplifica o CEO da Sie-mens Healthcare, Hermann Requardt. Para a Siemens, a solução para equacionar eficiência e efetividade diante de pressões como o envelhecimento da população e aumento dos custos está na inovação dos processos. “O produto inovador tem que ser acompanhado de um processo tam-bém de inovação”, ressalta.

Tal diretriz é trabalhada pela companhia nas seguintes frentes de atuação: prevenção, diagnóstico e terapia. Segundo Requar-dt, o futuro não vai mais perguntar o que há de errado com o paciente mas, sim, o que vai ajudá-lo. “Temos que estar pre-parados para o que o paciente precisar”, diz o CEO da vertical de saúde da Siemens no EUA, Gregory Sorensen.

Ao vislumbrar uma série de transformações, a com-panhia traçou algumas iniciativas para 2013 sob quatro pilares: inovação, competitividade, cobertura regional e desenvolvimento de pessoas.

Inovação-Expandir a oferta de produtos-Investir no alto rendimento e custo efetividade dos

produtos-Desenvolver a próxima geração de TI em saúde (mo-

bilidade e computação em nuvem)-Ampliar o modelo de negócios com os “pagadores”-Explorar as sinergias entre a bioinformática, diagnós-

ticos e decisores

CompetItIvIdade-Terapia personalizada: executar contratos com os clientes-Reposicionar a radiação relacionada à oncologia como

possibilidade de imagem-Implementar DX-Radiology-Focar em RIS e PACS-Desenvolver crescimento da ultra-sonografia-P&D alocado em DTC margens

Cobertura regIonal-DX: Otimizar o valor global-Crescer a presença e responsabilidade dos negócios de

imagem na China-Investir em força de vendas nos mercados emergentes-Crescer a rede de cooperação entre clínicas e institui-

ções científicas

pessoas-Fomentar a cultura de melhoria contínua-Fomentar experts e cultura de inovação-Desenvolver força efetiva de trabalho e retenção de

talentos nos mercados emergentes-Aumentar a troca internacional de talentos provenientes

dos mercados em crescimento

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Hermann Requardt, da Siemens Healthcare: inovação para combater os custos

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indústria

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

*A jornalista viajou para Chicago a convite da Siemens**Confira os equipamentos de destaque do RSNA 2011 na seção vitrine

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Vitor Rocha, da Philips Healthcare: €350 milhões em aquisições

Rogério Patrus, da GE Healthcare: Novos equipamentos da GE têm redução entre 40% e 50% na dose de radiação

Três eTapas parainovação da Ge HealTHcare

O processo de inovação da americana Ge Healthcare está pautado em três pilares: redução de custo, promoção do acesso e qualidade/eficiência. Para 2011 foram previstos investimentos de US$ 50 mil em saúde na AL e, até 2015, a previsão de recursos globais é de US$ 6 bilhões para a sustentabilidade do setor. Do montante alocado para a vertical de saúde, boa parte será destinado para atendimento do sistema público, novo importante core da empresa.

Há três anos, os negócios públicos representavam 10% do fatu-ramento da empresa. Atualmente, o percentual subiu para 20%.

De acordo com o CEO da GE Healthcare para a América La-tina, Rogério Patrus, o processo de globalização da inovação se inverteu. Antigamente o que era produzido pelos EUA em termos tecnológicos era reproduzido no mundo inteiro. Agora o desenvolvimento de inovação acontece de forma local e depois é apresentado para o mundo.

Durante o RSNA 2011, o executivo ressaltou a evolução da tec-nologia na diminuição da radiação decorrente de alguns exames de imagem. “Os novos equipamentos da GE como tomógrafos, PET-CTs e de ressonância magnética alcançam uma redução entre 40% e 50% na dose de radiação”, conta Patrus.

enTenda esTraTéGia dapHilips depois das aquisições

Crescendo 20% ao ano no Brasil, a Philips aumenta capacidade produtiva depois de adquirir empresas como a Tecso, de radiolo-gia; Dixtal, monitores; e Wheb Sistemas, especializada em gestão hospitalar. Foram gastos cerca de € 350 milhões com aquisições nos últimos quatro anos.

O momento da companhia no País é de integrar as soluções e levar ressonância e tomografia a cidades do interior. Atualmente são fabricados em Lagoa Santa (MG) equipamentos para resso-nância magnética e tomografia; aparelhos de ultrassonografia estão também previstos.

Para promover acesso à saúde, a companhia holandesa faz uso do Finame, financiamento para produção e aquisição de máqui-nas e equipamentos novos, de fabricação nacional, credenciados no BNDES. “Com o Finame, alcançamos públicos que não atin-gíamos”, ressalta o vice-presidente da Philips Healthcare para América Latina, Vitor Rocha.

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Principal prêmio para a comunidade da Saúde do País, o Top Hospitalar, alcança,

em 2012, a sua 14ª edição, tendo como foco os fornecedores de produtos e

serviços do Setor da Saúde. Os avaliadores das empresas competidoras serão os

próprios hospitais, clínicas e laboratórios. O objetivo é tornar tangível os níveis

de serviços prestados pelos fornecedores e, desta forma, evidenciar ao mercado

quem são os ícones de excelência e exemplos a serem seguidos, tornando a relação

do setor mais transparente e justa. Afinal, nada mais efetivo e verdadeiro que a

opinião dos próprios clientes. Sua resposta ajuda o setor a ser cada vez mais forte

e eficiente. Não deixe de participar.

1 0 d e A b r i l d e 2 0 1 2H o t e l G r a n d H y a t t | S ã o P a u l o

Principal prêmio para a comunidade da Saúde do País, o Top Hospitalar, alcança,

em 2012, a sua 14ª edição, tendo como foco os fornecedores de produtos e

serviços do Setor da Saúde. Os avaliadores das empresas competidoras serão os

próprios hospitais, clínicas e laboratórios. O objetivo é tornar tangível os níveis

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Danilo Sanches • [email protected]

tecnologia

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InvestImentos sem

Como as instituições de saúde se posicionam para driblar o fantasma da sazonalidade dos investimentos, ao passo que vislumbram novas tecnologias e lidam com a falta de profissionais especializados no setor

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Foto: Divulgação

stratégia, tática e inves-timentos em tecnologia andam juntos quando o assunto é crescimento. E o cenário da saúde no País mostra que o au-mento de recursos em

TI estão na agenda das instituições. A grande questão, por outro lado, é que estes valores não são levados de maneira tática e acabam perdendo força por conta da sazonalidade.

A ideia de que há um número mági-co de investimento em TI em relação ao faturamento da instituição acaba cedendo espaço à uma visão mais estratégica e focada no contexto eco-nômico no qual a empresa se insere.

Num universo onde menos de 3% das instituições não possui equipe interna de TI --- mas deve ganhar um este ano (veja gráfico abaixo) ---, a grande maioria das empresas se impulsiona para alçar grandes voos com investimentos em gestão de conteúdo, Prontuário Eletrônico e mobilidade. Mas isso ainda não espanta o fantasma da sazonalidade.

O que se observou nos últimos anos foi uma queda nos grandes investimentos neste mercado. Isso remete ao cenário de crise pelo qual a economia mundial passou em 2008. Tudo isso transforma a escala das prioridades dos investimentos e coloca a otimização destes aportes como número um.

“Na área da saúde, diferente de outros mercados, a questão de inves-timento é um pouco mais complica-da”, explica David Oliveira, gerente

E

ESTRUTURA DA ÁREA DE TI (% DE HOSPITAIS)

A empresa possui uma equipe dedicada a TI

A empresa mantém estrutura de TI própria

A empresa possui um executivo de TI ou uma Diretoria de TI

A empresa terceiriza todos ou parte dos serviços de TI

A empresa possui pelo menos um profissional dedicado a TI

A empresa não possui uma equipe interna de TI, mas pretende implementar nos próximos 12 meses 3%

14%

25%

45%

59%

70%

de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) do Hospital São Cristóvão, de Santo André, (SP). “Se compararmos em médias e grandes empresas que in-vestem em TIC cerca de 6,8% do faturamento líquido, os hospitais, especificamente, lutam para se manter em pelo menos 3%.”

Oliveira, que é presidente de um grupo de CIOs do Estado de São Paulo, acredita que a tendência é me-lhorar este percentual nos próximos anos. Na verdade, o aumento se dá em números absolutos, uma vez que o faturamento das instituições como um todo cresce. O desafio, segundo o executivo, é manter o índice de investimento e não deixar que os valores absolutos se mantenham de um ano para outro --- ou seja, que os investimentos em TI cresçam menos do que a instituição --- o que reduziria o percentual do investimento em relação ao faturamento.

“A média de 3% não é um número ruim”, explica Oliveira. “Mas não há número mágico, os investimen-tos são sazonais e não há como fixá-los num mercado como a saúde.”

Por outro lado, o CIO não pode descuidar do orça-mento, segundo Oliveira, sob o risco de não manter o número. Neste caso, a estratégia defendida pelo exe-cutivo é a de equalizar o montante investido usando diferentes modelos de negócio de modo que viabilize novos investimentos.

O salto está em contribuir para que o hospital se amplie com a mesma estrutura, e isso só se conse-gue com investimentos em TI. Isso acontece ao passo que outros custos são reduzidos ou mesmo somem. Então não se trata de aumentar o investimento, mas de inverter os custos operacionais em iniciativas que eliminem ações corretivas.

Como exemplo, o executivo cita o projeto de ampliar a estrutura do hospital para dois data centers, nos próximos dois anos, ao custo que tem hoje. Para isso, a estratégia é somar modelos de negócio para não onerar os caixas do hospital. Esta engenharia envolve opção por diversos tipos de financiamento. Além disso, outra estratégia fundamental, segundo ele, foi a criação do

Para Adriano Gliorsi, Santa Helena Saúde: “Investimentos em TI precisam ser freados de tempos em tempos, isso possibilita que a maturidade da t.i seja absorvida pelos usuários”

Fonte: Referências da Saúde 2011- Realizado pela IT Mídia em parceria com a PWC.

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tecnologia

Foto: Divulgação

TECNOLOGIAS

Já possuiPrioridade nos próximos dois anosNão está no plano

Sistemas de gestão de negócios

Ferramenta de business intelligence

Atualização do parque instalado

Armazenamento de dados e virtualização

Prontuário eletrônico

ECM (enterprise content management) ou gestão de conteúdo

Mobilidade (software e hardware)

Segurança da informação 1%

10%

35%

3%

3%

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12%

9%

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41%

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70%

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67%

comitê de tecnologia da instituição, formado por funcionários do setor financeiro, da superintendência, da área médica, além de acionistas da instituição. O objetivo do comitê é manter a empresa alinhada com os resultados dos investimentos e dar credibilidade à área de TI.

“Não há como seguir tendências tecnológicas na área da saúde, o que fazemos é olhar para dentro da or-ganização e investir em tecnologias integradas como alicerce para apoio à gestão e ao corpo assistencial. É a segurança do paciente que está em jogo”, completa Oliveira.

TI em evIdêncIaUma boa notícia, entretanto, é que

o mundo da saúde mudou. As tec-nologias avançaram, e, junto com elas os conceitos de dados clínicos, informação clínica e interoperabili-dade. Este é o momento em que as instituições pensam muito em onde vão colocar seu dinheiro, de forma que o papel estratégico da TI passa a ganhar evidência.

“O mercado de saúde parece um jogo de futebol de crianças: sem de-finição tática”, compara Lincoln de Assis Moura Jr, Presidente da IMIA--LAC – Federação Latino-Americana de Informática em Saúde, que tam-bém já presidiu a SBIS. “Sabe quando todo mundo corre atrás da bola? Todo mundo quer fazer tudo, sem uma noção de cadeia de valor.”

Este é o cenário da insustentabi-lidade dos investimentos, segundo o executivo, se a instituição está sempre apagando incêndios, não é possível que ela esteja usando bem o seu dinheiro. Ao contrário, ela estará correndo atrás do prejuízo; sempre atrasada.

Outra abordagem a respeito da queda dos investimentos em relação a meados da última década, é que existem alguns investimentos de TI em saúde feitos sem a noção exata da complexidade das informações em saúde, avalia Moura Jr. Algumas empresas apostaram alto neste mer-cado e acabaram saindo logo.

“O Google, que não tem problema de dinheiro e em comprar as ‘cabeças’ que quiser, fez um investimento de alguns milhões de dólares no Google Health e, cerca de quatro anos depois, fechou”, explica Moura. “Há rarís-simas e belíssimas exceções, mas de uma maneira geral, o CIO de Saúde ainda entende muito pouco de saúde no País. É muito mais fácil para ele falar de cloud computing que de re-presentação de dados clínicos e coleta de dados.”

FreIo de InvesTImenTosHá pouco mais de um ano, a

operadora Santa Helena Saúde (proprietária do Hospital Santa Helena), da região do ABC, em São Paulo, fazia parte do grupo que representa 40% dos hospitais que

Walmir Moraes, ACSC: Comitê de TI Corporativo facilita tomada de decisão

Fonte: Referências da Saúde 2011- Realizado pela IT Mídia em parceria com a PWC.

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

Até 1%

De 1% a 2%

De 2% a 3%

De 3% a 5%

De 5% a 10%

Acima de 10%

53,8%42,3%3,8%

61,5%30,8%7,7%

47,4%47,4%5,3%

45,5%45,5%9,1%

56,3%37,5%6,3%

37,5%37,5%25%

% DO ORÇAMENTO PARA TI / INFRAESTRUTURA INTERNA DE TI

A empresa realiza investimentos em TI apenas em situações emergenciaisA empresa realiza investimentos em TI quando necessários, para atualização do ambienteA empresa realiza investimentos frequentes em TI, a fim de criar diferenciais de negócios

investe em TI apenas quando necessário para a atualização do ambiente. Em 2011, por exemplo, os investimentos destinados a infraestrutura e capacitação da base tecnológica da empresa para o recebimento de novas tecnologias foi uma resposta a uma demanda de dois ou três anos sem aportes.

Adriano Gliorsi, diretor executivo de TI da operadora, afirma que o orçamento para 2012 deve ficar em torno de 3,5% do faturamento da instituição. O número, no entanto, é relativo aos investimentos de preparação para receber o ecossistema do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). O executivo, que veio do mercado finan-ceiro, está à frente da TI do Santa Helena há cerca de um ano e meio.

Gliorsi defende, ainda, que é importante que os investimentos em tecnologia sejam freados de tempos em tempos a fim de que a maturidade das tecnologias seja absorvida completamente pelos usuários. A questão, segundo ele, é saber se o time está preparado para um ritmo de investimentos sobre investimentos.

“Não existe um número mágico de investimen-to”, define Gliorsi. “O que existe é um alinhamento muito forte com a alta cúpula da empresa, por meio de comitês quinzenais, onde são apresenta-dos indicadores de produtividade e de projetos.”

O cenário de retorno sobre investimento no mercado de saúde, segundo Gliorsi, é um dos desafios dos CIOs para manter o nível de aporte, uma vez que o tempo médio de retorno é de três

anos. O executivo relata que no passado havia uma batalha muito grande em função deste tempo de retorno, na qual os executivos de TI, geralmente, perdiam parte da verba destinada ao setor por conta da demora na apresentação dos resultados.

“E eu percebo que esta cultura está mudando”, afirma Gliorsi. “Mesmo com um tempo maior para o retorno, a tecnologia hoje se tornou fator estratégico.”

A ideia da criação de comitês ainda pode ser mais abrangente, como mostra o exemplo da As-sociação Congregação de Santa Catarina (ACSC), que é responsável pela gestão de 12 hospitais e mais oito instituições de saúde em todo o Brasil. A associação, que ainda presta serviços assisten-ciais e de educação, criou um comitê que reúne os gestores de TI dos hospitais administrados pela entidade.

“O relacionamento entre o CIO e os principais executivos é aberto”, explica Walmir Moraes, diretor de Operações da ACSC. “Para facilitar a tomada de decisão e promover melhorias constan-tes, desenvolvemos o Comitê de TI Corporativo. Assim, há uma troca de experiências e análise de necessidades de novos investimentos.”

Segundo Moraes, os investimentos em TI das instituições administradas pela ACSC é decidido de forma autônoma. O executivo ainda revela que internamente, na Associação, os aportes em tecnologia, sempre previstos no planejamento estratégico, são de 1% do faturamento anual da instituição.

“De uma maneira geral, o Cio De

SaúDe ainDa entenDe muito

pouCo De SaúDe no paíS”

LincoLn de Assis MourA Jr, Presidente dA iMiA-LAc –

FederAção LAtino-AMericAnA de inForMáticA eM sAúde

Fonte: Referências da Saúde 2011- Realizado pela IT Mídia em parceria com a PWC.

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uando a diretora de enfermagem do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, Maria Júlia Paes da Silva, aceitou conceder uma entrevista para a revista FH, não imagi-nava que, momentos antes desta repórter chegar ao local marcado, haveria uma queda de energia na região, que deixaria o ambiente que estávamos sem luz. Sem se abalar, ela sorriu e começou a contar sua história no setor da saúde.

De forma parecida, há três anos, a enfermeira não imaginava que, depois de mais de duas décadas atuando como docente da Faculdade de Enfermagem da USP, assumiria a diretoria do Hospital Universitário da instituição.

Duas situações diferentes, com graus de importância distintos, mas que, independentemente da complexidade, não afetam a serenidade de Maria Júlia. Essa maneira despretensiosa de lidar com os acontecimentos da vida, onde os pragmatismos e percalços dão lugar aos sonhos, são algumas das características que compõe sua visão de mundo.

Quando foi convidada para se tornar gestora da enfermagem do hospital, a profi ssional estava com seus planos de carreira focados na área de pesquisa. Ela conta que não havia se organizado para voltar ao hospital, mas achou que essa nova etapa que aparecera era uma oportunidade de fazer valer e ancorar o que ensinava e, também, de poder colocar em prática tudo o que havia sido falado em suas aulas.

Além disso, Maria Júlia sempre manteve sua paixão pelos trabalhos de campo e teve a chance de relembrar os tempos em que, junto com outros profi ssionais, ajudou a cons-truir o HU. “No início da minha carreira, enquanto enfermeira, eu trabalhei no hospital

TENDO COMO INSPIRAÇÃO MAHATMA GANDHI, NELSON MANDELA, IRMÃ DULCE, JESUS CRISTO E FLORENCE NIGHTINGALE, A DIRETORA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA USP, MARIA JÚLIA PAES SILVA, VÊ NO PAPEL DO GESTOR DA SAÚDE A FUNÇÃO DE LEMBRAR AOS COLABORADORES O QUE OS LEVOU A TRABALHAR NESTE RAMO. O RESTO É CONSEQUÊNCIA

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Cínthya Dávila • [email protected]

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e ajudei a construí-lo. Era um sonho termos outro hospital além do Hospital das Clínicas, que atendesse em âmbito secundário.”

A construção do hospital foi realizada há 30 anos, mas a enfermeira aborda as difi culdades encontradas para a realização do projeto como se fosse um fato recente. Um dos principais desafi os elencados foi a ausência de processos especializados. “Naquela época, éramos considerados um bando de loucos, pois não existiam processos de enfermagem no Brasil. Sendo assim, decidimos nós mesmos criar esses protocolos.”

Da mesma forma que não existiam processos, tam-bém não existiam certezas, mas a vontade de realizar um trabalho diferenciado e com qualidade foi a força propulsora que motivou os profi ssionais a seguirem com seus objetivos.

Itens como desenvolvimento de pesquisa, siste-matização, avaliação periódica com os funcionários, avaliação institucional e realização de registros foram algumas das “loucuras” colocadas em prática paula-tinamente pela equipe do HU.

“Lembro que íamos à Associação Paulista de Medi-cina dar palestras baseadas nas nossas experiências e foi assim que a história do hospital começou”.

DE VOLTA PARA CASAUm dos fatores que contribuiu para que Maria Julia

retornasse ao hospital foi o fato de ter se mantido atua-lizada sobre as mudanças tecnológicas que passaram a fazer parte da rotina da instituição ao longo do tempo.

“Se eu não tivesse acompanhado o trabalho de campo, não teria conseguido realizar as tarefas que executo hoje, pois nenhuma técnica que aprendi no passado é aplicada atualmente. Na minha época, eu não tinha aprendido a realizar os procedimentos com luvas, pois não existia Aids”.

Mas, para Maria Júlia, nem só de prática se faz uma gestão, é preciso também ter poesia nas atividades realizadas. E é essa característica que garante sua sustentável leveza do ser. Tendo como inspiração lí-deres que tinham a caridade como objetivo de vida, como Mahatma Gandhi, Jesus Cristo, Madre Tereza de Calcutá, Nelson Mandela, Irmã Dulce e Florence Nightingale- a precursora da enfermagem moderna- a gestora de enfermagem do HU aplica esses preceitos no seu dia a dia.

“As pessoas citadas possuíam em sua essência um potencial de liderança e a capacidade de mudar a visão das coisas. Florence é uma delas, porque independen-temente do que tenhamos modifi cado para melhorar a nossa enfermagem, ela nos ajuda até hoje com noções

fundamentais que transmitiu, fazendo uso de uma perspectiva holística de atender o ser humano”.

A enfermeira coloca em prática também os conceitos da Pirâmide de Maslow, baseada na possibilidade que o grupo de trabalho tenha as suas necessidades fi siológicas atendidas, tenham consciência tranquila e pessoas que ajudem-nas a permanecer neste estado de tranquilidade. “Acredito que meu papel é ajudar as pessoas que trabalham no hospital a se lembrarem do motivo que as levou a escolher esse tipo de profi ssão”.

Para ela, um verdadeiro líder deve motivar a au-torrealização em seu time. E chama atenção para o fato de que não existem abismos instransponíveis a partir do momento em que você vê beleza no que se faz, pois é aí que se dá um salto de autoestima.

SABER OUVIR“Acho que os gestores de saúde têm que dar voz às

pessoas que estão ao seu redor. E precisam também aprender a ouvir”. Essa é a opinião de Maria Júlia quando questionada sobre o relacionamento dos pro-fi ssionais da área. E ressalta que mais importante do que resultados, deve-se prestar atenção ao momento. “Se eu me descuido do presente, não consigo cons-truir futuro”.

Outra questão que a enfermeira acredita que deve ser lembrada é o fato de que um hospital é um local onde são atendidas pessoas que estão precisando de ajuda. “Um profi ssional de saúde deve estar ciente que vai lidar com doentes. Quem quiser trabalhar com pessoas felizes deve vender vestido de noiva”.

No entanto, ela ressalta que a profi ssão envolve muitos percalços e difi culdades, que muitas vezes não dependem apenas de boa vontade para serem vencidas. Para explicar o motivo que leva a ter tanta paz, relembra os tempos em que ainda estava apren-dendo o ofício da enfermagem. Maria Júlia conta que no início da sua carreira estava no departamento de psiquiatria e com ela estava um atendente que surtou e começou a tirar a roupa na frente dos pacientes. “Eu sai correndo e chamei o supervisor, desesperada. Quando o encontrei, relatei o ocorrido, e ele manteve a calma. Perguntei se ele havia entendido o que eu acabara de contar, e ele me respondeu: eu entendi, mas não preciso enlouquecer junto”.

Esse é o maior aprendizado que Maria Júlia aplica em sua carreira e em sua vida. Para ela, não importa se há uma crise no setor, um hospital com problemas generalizados ou uma simples falta de luz. É nessa toada leve e serena que a gestora de enfermagem do HU faz arte por meio da gestão.

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

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Maria Júlia, diretora de enfermagem do HU-USP: “quem quiser trabalhar com pessoas felizes, deve vender vestido de noiva”

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hotspot

SloganSempre me questionei sobre essa coisa do slogan. Todo mundo deveria ter o seu, para diferenciar, sabe?

Lembro com carinho de muitos deles, alguns muito ruins, outros simplesmente fantásticos, perfeitos para o que se propuseram. O que mais me chamou a atenção, durante anos, foi o do cursinho prepa-ratório para vestibulares Etapa: “Mais de você em você mesmo”. Acho que este slogan tem uns 30 anos, mas sempre definiu o que eles realmente faziam. Seria fácil para eles no primeiro ano ter criado um slogan tipo: “você mais perto da faculdade”, mas eles falavam de algo maior, muito maior, algo que eles criavam nas pessoas e as colocavam diante de suas próprias forças. Simplesmente perfeito.

O slogan resume todo o seu passado, seu presente e sua pro-posta para o futuro. Enfim, é difícil de fazer, exige raciocí-nio, treino e uma dose bastante grande de técnica. Não vale cha-mar o primo ou sobrinho que está no segundo ano do curso de Publicidade na faculdade e pedir tal coisa para ficar mais “barato”, porque essa brincadeira custaria caro a você. Tem que ter carinho por um slogan, fazer várias vezes, discutir, brigar por ele.

Vamos lembrar alguns slogans e o que eles “prometiam”:• Abuse, use C&A – vendia acesso a coisas bara-

tas, ou seja, abuse e compre que o bolso “perdoa”;

• Vale por um bifinho – Danoninho – deixava as mamães felizes em dar ao filho algo nutritivo, e não somente, gostoso;

• A verdadeira maionese – Hellmann’s – matando a concorrência;

• Tem coisas que só a Philco faz pra você – falando de inovação;

• Legítimas só Havaianas – concorrência;

• Dê férias para os seus pés – chinelos Rider – falando do conforto das sandálias;

• As amarelinhas – Rayovac – diferenciando das outras;

Estes são só alguns exemplos do que fazer para que as pessoas se lembrem de sua empresa.

Agora vamos expandir o raio da discussão, no campo pessoal. Imagine que alguém está numa festa e outra pessoa pergunte: você conhece tal? Não. Não? Ele é aquele que...

Esse final de frase pode ser construído por você, sobre você a cada segundo, mas precisa

ter essa meta. Quando alguém falar sobre você, o que falará?

Quando me lembro, por exem-plo, dos meus sócios, digo: o Adel-son é aquele visionário. O Miguel é o homem do relacionamento. O João Paulo é o homem do dinheiro.

Quando me lembro de artistas que gosto, digo: o Eric Clapton é aquele que toca “muito” guitarra.

Ou seja, tem slogan para tudo, para pessoas, em-presas, mas tudo necessita de um resumo, de uma frase que impacte e explique ao mesmo tempo. Tudo precisa de um slogan.

A metodologia é bastante simples.1 – como você quer ser lembrado?2 – que competências têm hoje que podem ser

conectadas com esse futuro?3 – como seria uma frase curta que estabelece uma

conexão entre o hoje e o amanhã?Diga várias vezes a frase, suporte-a com ações

de marketing e de comunicação, cuide dela, diga-a a todo momento, não deixe nunca que sua marca fique sem a tal frase. Seja verdadeiro com ela, frase alguma pega se não for verdadeira.

Um dia será lembrado pela frase, e não pelo nome.Qual é o seu slogan?

O slOgan resume tOdO O seu passadO, seu presente e sua

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

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