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FACULDADE TECSOMA
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE NÍVEL SUPERIOR
DE ENFERMAGEM QUANTO A CIDENTES OCUPACIONAIS ENVOLVENDO
MATERIAIS PERFUROCORTANTES
Camila Rafaela Vaz Pereira
PARACATU
2010
Camila Rafaela Vaz Pereira
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE NÍVEL SUPERIOR
DE ENFERMAGEM QUANTO ACIDENTES OCUPACIONAIS ENVOLVENDO
MATERIAIS PERFUROCORTANTES
Trabalho apresentado ao Programa de Graduação
em Enfermagem da Faculdade Tecsoma, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.
Orientador: Dr. Isaías Nery Ferreira
PARACATU
2010
PEREIRA, Camila Rafaela Vaz, 1989.
Avaliação do conhecimento dos alunos de nível superior de enfermagem quanto acidentes ocupacionais
envolvendo materiais perfurocortantes/Camila Rafaela Vaz Pereira. Paracatu - Minas Gerais: Faculdade
TECSOMA - FATEC, 2010.
46 f. il.: color.
Orientador:Isaías Nery Ferreira.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Faculdade Tecsoma, Curso de Enfermagem.
1. Resíduos do serviço de saúde . 2. Biossegurança . 3. Instituições de Ensino Superior.
I, Ferreira,Isaías Nery. II Faculdade Tecsoma. III Título.
CDU: 616-7:614.8
Camila Rafaela Vaz Pereira
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS ESTUDANTES DE NÍVEL SUPERIOR
DE ENFERMAGEM QUANTO ACIDENTES OCUPACIONAIS ENVOLVENDO
MATERIAIS PERFUROCORTANTES
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
disciplina TCC II, como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel em Enfermagem,
da Faculdade Tecsoma.
______________________________________________________
Dr. Isaías Nery Ferreira – Orientador (Faculdade Tecsoma)
___________________________________________________________
Geraldo Benedito Batista de Oliveira - Professor Supervisor
Paracatu, 21 de junho de 2010.
Dedico este trabalho a meus pais João Rafael e Perciliana
por se constituírem diferentes enquanto pessoas,
igualmente amáveis e admiráveis em essência e
caráter, estímulos que me impulsionaram a buscar
vida nova a cada dia, meus agradecimentos por
terem aceito se privar de minha companhia pelos
estudos, concedendo a mim a oportunidade de me
realizar ainda mais.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS pelo privilégio da Vida.
Ao Orientador Dr. Isaías Nery Ferreira pelo incentivo, simpatia e presteza
empenhados para a realização deste trabalho.
A minha irmã Jamili que esteve presente nos momentos mais difíceis do meu trabalho.
Ao Amigo Alan Almeida (futuro Dr. Alan), pela ajuda nos momentos de dúvida, e
pelo o incentivo para nunca desistir, obrigada por tudo você tem parte significativa nesse
trabalho.
Obrigada ao meu amigo Renato Caetano, por todas as vezes que quando estava triste
com alguma situação me mostrou que tudo na vida tem dois lados. Ao meu amigo Guilherme
Tavares que me provou que mesmo diante de todas as dificuldades, é sempre possível
recomeçar e ir alem do que se espera. A minha amiga Ana Flávia obrigada por estar presente
nos momentos de alegria e tristezas, encontros e desencontros , conquistas e derrotas no
decorrer destes quatro anos, jamais esquecerei de todos os “planos”. Por fim mas não menos
importante obrigada ao meu amigo Vinícius Barboza ..... vulgo Zé ...... você Zé dispensa
comentários.
Obrigada a toda Família Batista Franco que me acolheu em seu seio como um dos
seus, e me proporcionou momentos de carinho e conforto como se fosse minha própria
família.
Chorar sobre as desgraças
passadas é a maneira mais segura
de atrair outras.
William Shakespeare
RESUMO
A falta de conhecimento dos alunos dos cursos na área de enfermagem com relação ao
descarte dos materiais utilizados na pratica hospitalar chama atenção, pois se os estudantes
não sabem classificar um resíduo para dispô-lo adequadamente, terá grande possibilidade de
sofrer um acidente proveniente do material que ele próprio erroneamente descartou. Este
estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem da Faculdade
Tecsoma quanto o correto descarte de materiais perfurocortantes no Hospital Municipal de
Paracatu durante os estágios curriculares. Dos 22 alunos do 5º período apenas 2 souberam
caracterizar corretamente resíduo perfurocortante, do 6º período 60% dos alunos associaram
esses resíduos a apenas resíduos contagiosos os alunos do 7º período definiram corretamente
esses resíduos. Os alunos do 5º, 6º e 7º períodos (19 alunos) 87%, (19 alunos) 86 % e (28
alunos) 82 % respectivamente referem saber a correta técnica de montagem da caixa,
enquanto que outros (3 alunos) 13%, (4 alunos) 14 % e (5 alunos) 18 % respectivamente não
sabem montá-las. Com relação a segregação de alguns resíduos hospitalares nenhum dos três
períodos conseguiu classificar e dispor todos os resíduos corretamente. Com relação às
precauções tomadas para evitar acidentes ocupacionais alunos deram ênfase nas precauções
usar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), evitar reencapar agulhas, utilizar a técnica
correta, fazer o descarte correto de materiais, treinamento da equipe de trabalho e observar o
limite da caixas coletoras. Apenas os alunos do 7º período souberam citar as medidas corretas
a serem tomadas caso haja um acidente com perfurocortantes. Quando perguntados se
receberam informações sobre o correto descarte de materiais perfurocortantes 82 % ( 18
alunos ), 87 % (20 alunos) e 88% (30 alunos) respectivamente relatam reterm recebido esse
tipo de orientação, em contrapartida 18% (8 alunos), 13 % (3 alunos) e 12% (4 alunos)
referem não terem tido esse tipo de orientação. Com este estudo podemos concluir que
existam falhas na formação dos cursos de graduação, de forma que não abrangem de forma
correta o tema “gerenciamento de resíduos”, fica evidente a situação do conhecimento
fragmentado e desvinculado com o exercício da prática pois o conhecimento especifico da
área de biossegurança que deveria ser tratado com enfoque integral, é fragmentado nas
diversas disciplinas ao longo do curso.
Palavras chave: Resíduos do serviço de saúde. Biossegurança. Instituições de Ensino Superior
ABSTRACT
Un atenção hospitalar del chama del pratica del na de los utilizados de los materiais del DOS
del descarte del ao del relação de COM de los mesmos de de conhecimento dos del falta,
adequadamente dispô-bajo de párrafos del resíduo classificar del um del sabem del não de los
estudantes del OS del SE de los pois, proveniente del acidente de grande possibilidade de
sofrer um del terá hace descartou material del erroneamente del próprio del ele del que.
Perfurocortantes avaliar del quanto o correto descarte de materiais de Faculdade Tecsoma del
da de dos acadêmicos de enfermagem del conhecimento del objetivo o del por del tem del
estudo de Este ningunos curriculares de los estágios del OS del durante de Hospital Municipal
de Paracatu. Los alunos del DOS 22 hacen el perfurocortante caracterizar del resíduo del
corretamente del souberam de los apenas 2 del período 5º, hacen 6º resíduos de los esses del
associaram de los alunos del DOS del período el 60% que los alunos de los apenas de los
resíduos de un DOS de los contagiosos hacen resíduos de los esses del corretamente del
definiram del período 7º. Los alunos del DOS hacen 5º, períodos de 6º e 7º (19 alunos) el
87%, (19 alunos) sable del referem del respectivamente del 86% e (28 alunos) el 82% un
caixa del da de técnica de montagem del correta, outros del que del enquanto (3 alunos) el
13%, (4 alunos) los montá-las 14% del sabem del não del respectivamente de e (5 alunos)
18%. Relação de COM un de e (5 alunos) 18%. Relação de COM un corretamente classificar
de los resíduos del OS de los todos del dispor del conseguiu e de los períodos de los três del
DOS del nenhum de los hospitalares de los resíduos de de alguns del segregação. Los alunos
evitar de los ocupacionais de los acidentes de párrafos de los tomadas de los precauções de los
às del relação de COM soñan los precauções Equipamentos usar de Proteção Individual
(EPIs), agulhas reencapar evitar de la NAS del ênfase, utilizar un correta del técnica, fazer o
descarte correto de materiais, coletoras observar de los caixas del da del limite de da equipe
de trabalho e o del treinamento. Los alunos del OS de Apenas hacen el período 7º hacen el
souberam citar como corretas de los medidas los perfurocortantes del serem de los tomadas
del caso del haja del um de COM del acidente. Perfurocortantes del sobre o correto descarte
de materiais de los informações del receberam del SE de los perguntados de Quando el 82%
(18 alunos), recebido esse tipo de orientação, contrapartida el 18% (8 alunos), 13% (3 alunos)
tido esse tipo de orientação del reterm del relatam del respectivamente del 87% (20 alunos) e
el 88% (30 alunos) del em del terem del não del referem de e el 12% (4 alunos). El formação
dos cursos de graduação, correta o tema gerenciamento de resíduos, evidente del na de los
falhas del existam del que del concluir de los podemos del estudo del este de COM de não
abrangem de forma del que de de forma del fica un situação hace el integral del enfoque de
COM del tratado del ser del deveria del que de da área de biossegurança del especifico del
conhecimento de los pois o del prática del da del exercício de COM o del desvinculado del
fragmentado e del conhecimento, longo del ao de los disciplinas de los diversas de la NAS del
fragmentado del é hace curso.
Chave de Palavras: Resíduos hace a serviço de saúde. Biossegurnaça. Instituições de Ensino
Superior
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Distribuição dos acidentes ocupacionais com materiais perfurocortantes
ocorridos em um hospital regional de Minas Gerais - Brasil, segundo o objeto causador do
acidente e o ano de ocorrência..................................................................................................20
TABELA 2 - Classificação de resíduos hospitalares segundo RDC 306/04...........................30
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 Brasil: destinação dos resíduos – 2000 ................................................................ 16
GRÁFICO 2 Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes, alunos 5º período – 1º
Semestre 2010 ............................................................................................................................ 27
GRÁFICO 3 Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes, alunos 6º período – 1º
Semestre 2010 ............................................................................................................................ 27
GRÁFICO 4 Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes, alunos 7º período – 1º
Semestre 2010 ............................................................................................................................ 28
GRÁFICO 5 Classificação de resíduos hospitalares, alunos 5º período – 1º semestre 2010 .... 29
GRÁFICO 6 Classificação de resíduos hospitalares, alunos 6º período – 1º semestre 2010 ..... 29
GRÁFICO 7 Classificação de resíduos hospitalares, alunos 7º período – 1º semestre 2010 ..... 30
GRÁFICO 8 Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes,
alunos 5º período – 1º Semestre, 2010. ....................................................................................... 31
GRÁFICO 9 Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes,
alunos 6º período – 1º Semestre, 2010. ....................................................................................... 32
GRÁFICO 10 Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes,
alunos 7º período – 1º Semestre, 2010. ....................................................................................... 32
GRÁFICO 11 Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares,
alunos 5º período 1º semestre 2010. ............................................................................................ 33
GRÁFICO 12 Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares,
alunos 6º período 1º semestre 2010. ............................................................................................ 34
GRÁFICO 13 Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares,
alunos 7º período 1º semestre 2010. ............................................................................................ 34
LISTA DE SIGLAS
RSS – Resíduos de Serviço de Saúde
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
RDC ANVISA - Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária
NBR- Norma Brasileira
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
CNEN – Conselho Nacional de Energia Nuclear
PGRSS – Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço de Saúde
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
HCFMRP-USP - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo
EPI – Equipamento de Proteção Individual
CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13
1.1 Justificativa ................................................................................................................... 14
1.2 Objetivos ........................................................................................................................ 14
1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................................... 14
2 REVISÃO LITERÁRIA ................................................................................................. 16
2.1 Lixo no Brasil ................................................................................................................. 16
2.2 Resíduos sólidos de saúde: definições e legislações ..................................................... 17
2.3 A saúde do trabalhador ................................................................................................. 19
2.4 Riscos à saúde do profissional de Enfermagem .......................................................... 21
2.5 Ensino da Biossegurança .............................................................................................. 24
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 26
4 RESULTADOS ................................................................................................................ 28
5 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 38
6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 44
APÊNDICES ....................................................................................................................... 48
13
1 INTRODUÇÃO
Os Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) vem se destacando no âmbito das autoridades
ambientais e ocupacionais devido aos seus potenciais riscos para a saúde humana e ambiental.
Esses resíduos precisam ser segregados de maneira correta para que haja uma redução efetiva
dos resíduos infectantes e ainda dos riscos de acidentes ocupacionais (SALOMÃO, 2004).
O correto gerenciamento dos RSS significa não apenas reduzir o contingente de
resíduos, mas acima de tudo reduzir os riscos que envolvem pacientes, funcionários e meio
ambiente. Se o sistema de manejo é adequado permite segurança e controle dos riscos para a
saúde da população.
No contexto hospitalar, a enfermagem esta mais exposta aos riscos ocupacionais, pois
desenvolvem atividades rotineiras que lidam diretamente com os materiais mais propícios a
acidentes, os perfuro cortantes.
Alguns procedimentos básicos podem minimizar a exposição dos profissionais da área
de enfermagem aos riscos do contato com os resíduos do grupo E, uma vez que as maiorias
dos acidentes ocupacionais ocorrem devido o reencapamento de agulhas e cateteres
intravenosos e o descarte inadequado de perfurocortantes ou ainda caixas coletoras
erroneamente montadas (MOURA , 2009).
A preocupação com a exposição de estudantes da área de enfermagem aos riscos
ocupacionais relacionados aos perfurocortantes surgiu a partir de acidentes vivenciados pelos
colegas de estagio durante a prática curricular. A falta de conhecimento dos mesmos com
relação ao descarte dos materiais utilizados na pratica hospitalar chama atenção, pois se os
estudantes não sabem classificar um resíduo para dispô-lo adequadamente, terá grande
possibilidade de sofrer um acidente proveniente do material que ele próprio erroneamente
descartou.
Levando em consideração que a biossegurança não recebe devida atenção nas grades
curriculares esse se torna um grande problema para os futuros enfermeiros, pois hoje muito se
fala em educação continuada, mas sem o devido conhecimento sobre o assunto torna-se
inviável que ações errôneas possam ser corrigidas a fim de se evitar acidentes desta natureza
que trazem riscos não apenas para o enfermeiro mas para toda a equipe atuante no ambiente
hospitalar.
14
1.1 Justificativa
Pesquisas envolvendo a área de enfermagem e os acidentes com perfurocortantes, são
muito encontradas nos bancos de dados de pesquisa científica. Porém, estudos que envolvam
os futuros profissionais dessa área (técnicos de enfermagem e enfermeiros) e o conhecimento
destes a cerca desses acidentes são escassos. Durante a construção do seu conhecimento da
área profissional o aluno da graduação em enfermagem, esta exposto aos mesmos riscos que a
equipe assistencial.
Essa pesquisa se torna importante para avaliar conhecimentos dos acadêmicos da
Faculdade Tecsoma sobre manejo que estes dão aos resíduos perfurocortantes durante os
estágios e se os mesmos sabem a forma correta de descartá-los, pois ao se formarem passam a
ser atuantes na área, e profissionais que devem zelar pelo bem estar de si, da equipe e do
paciente.
1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Avaliar o conhecimento dos acadêmicos de enfermagem da Faculdade Tecsoma
quanto o correto descarte de materiais perfurocortantes no Hospital Municipal de Paracatu
durante os estágios curriculares.
1.2.2 Objetivos Específicos
Avaliar o conhecimento dos alunos quanto à classificação dos resíduos e o seu devido
descarte.
Avaliar o conhecimento desses acerca dos tipos de acidentes ocupacionais ocorridos
na área e as suas conseqüências
15
2 REVISÃO LITERÁRIA
2.1 Lixo no Brasil
O homem produz resíduos desde o inicio da sua historia. Enquanto ser nômade,
explorava as regiões que lhe provinham sustento e conseqüentemente depositava ali seus
rejeitos, e logo procurava outro lugar para se instalar, não acumulando assim resíduos em
apenas um lugar (NAIME, 2004).
No século XXI, vivemos a civilização dos resíduos. A cada dia novos produtos novas
formas e modelos cada vez mais modernos e sofisticados, tomam conta do mercado
consumista. Em contrapartida populações inteiras vivem basicamente do que sobra, não
conhecendo ou menos ainda vivendo os benefícios do desenvolvimento (FERREIRA, 1995).
Segundo dados do Ministério da Saúde o Brasil produz de 125 a 130 mil toneladas/dia
de lixo, resultando em 45 milhões de toneladas por ano, sendo que apenas 11 % desse lixo
recebe o destino correto, ainda a esses números alarmantes os lixo industrial, hospitalar, rural
e tecnológico são adicionados (BRASIL, 2006).
Os problemas relacionados ao lixo agravaram-se desde a Revolução Industrial, porém
o aumento das populações urbanas, a variedade de embalagens descartáveis encontradas no
mercado e as evoluções tecnológicas nos coloca hoje na “era dos descartáveis”. Além do lixo
domiciliar e comercial o aumento do lixo industrial, tecnológico e da saúde agrava ainda mais
a situação (RODRIGUES, 1997).
A destinação incorreta do lixo gera diversos problemas sociais, ambientais e
econômicos. No Brasil ainda prevalece a destinação de resíduos para os lixões como mostra o
gráfico I, lixões estes que na maioria das vezes não tem o devido tratamento para evitar por
exemplo a contaminação do meio ambiente.Para citar alguns dos problemas causados pelo
lixo destinado incorretamente temos as doenças, os catadores que reviram os lixos à procura
de objetos de valor e alimentos, a poluição do solo, do lençol freático e do ar pelo chorume e
gás metano (RODRIGUES, 1997).
16
Gráfico 1 - Brasil: destinação dos resíduos – 2000
Fonte: (BRASIL, 2006)
2.2 Resíduos sólidos de saúde: definições e legislações
Segundo Demajorovic (1995), o termo Lixo foi substituído pelo termo resíduos sólidos
devido a sua própria denominação. Lixo é entendido apenas como meros subprodutos do
sistema produtivo e ainda causam danos ao meio ambiente, os resíduos sólidos são aqueles
que possuem um valor agregado por possibilitarem um reaproveitamento no próprio processo
produtivo
A resolução número 05 de 1993 do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), no seu artigo. 1 , define resíduos sólidos:
I. Resíduo nos estados sólidos e semi - sólidos, que resultam de atividades de
comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de
serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição todos os provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável seu lançamento na rede pública, de esgoto ou corpos d’água, ou
exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor
tecnologia disponível....(CONAMA,1993, p. 1).
Porém cabe ressaltar segundo essa resolução que resíduo solido não é apenas o
encontrado em estado sólido.
A gestão adequada dos resíduos sólidos é um dos grandes desafios a serem
enfrentados nesse século.
Lixões; 59%
Vazad.; 0,5%
Inciner.; 1,8%
At. Res. Esp.; 2,6%
Usinas de Rec; 2,8%
Usinas Comp.; 3,9%
At. Sanit.; 12,6%
At. Contr.; 16,8%
17
Os Resíduos do Serviço de Saúde – RSS, devem receber atenção especial, pois apesar
de serem uma pequena parcela do total de resíduos gerados, são resíduos infectantes e por
essa razão, os danos ambientais, sociais e a saúde devem ser levados em consideração no
momento do tratamento e disposição desses (SHENINI, 2006).
A RDC ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05, classifica os RSS,
enquanto que a NBR-7500 da ABNT institui símbolos de risco e manuseio para o transporte e
armazenamento de material. São eles:
GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção.
É identificado pelo símbolo com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos.
GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde
pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxicidade.É identificado através do símbolo de risco e com
discriminação de substância química e frases de risco.
GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham
radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas
da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria
ou não prevista. O Grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação
ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido
da expressão “REJEITO RADIOATIVO”.
GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou
ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
GRUPO E Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,
agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas
de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de
Petri) e outros similares. Este grupo é identificado pelo símbolo de substância infectante, com
rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO
PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo.
Ainda segundo a RDC 306/04 o correto gerenciamento de resíduos minimiza os
resíduos produzidos, proporciona manejo seguro, protege os trabalhadores e preserva saúde e
o meio ambiente e ainda em conjunto com a Resolução CONAMA nº 358/05 ressalta que
todo gerador deve elaborar e implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos do Serviço
de Saúde – PGRSS. Este documento aponta e descreve as ações relativas ao manejo dos
18
resíduos sólidos, observando suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos,
contemplando os aspectos referentes a geração segregação, acondicionamento , coleta,
armazenamento, transporte e disposição final, bem como as ações de proteção à saúde e ao
meio ambiente (BRASIL, 2006).
A Lei 6.938/81, que trata da Política Nacional do Meio Ambiente determina no seu
art. 14, parágrafo 1º, que o poluidor é obrigado a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente e a terceiros afetados por sua atividade, independentemente da existência de
culpa. Portanto, os estabelecimentos de serviços de saúde são responsáveis pelos Resíduos por
eles gerados e dispostos. Estes estabelecimentos são definidos de acordo com a RDC
ANVISA nº 306/04 e a Resolução CONAMA nº 358/05 como: os serviços de assistência
domiciliar e de trabalhos de campo,laboratórios analíticos de produtos para a saúde,
necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamento (tanatopraxia
e somatoconservação), serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de
manipulação, estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde, centros de controle de
zoonoses, distribuidores de produtos farmacêuticos , importadoras, distribuidores e produtores
de materiais e controles para diagnósticos in vitro, unidades móveis de saúde, serviços de
acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares.
2.3 A saúde do trabalhador
A revolução industrial mudou o paradigma de vida da sociedade, e a forma de trabalho
dos operários. Os acidentes de trabalho provocados por máquinas cresciam, trabalhadores
sem qualquer proteção ou preparo tinham jornadas de ate 16 horas por dia. Com o aumento da
população devido o êxodo rural, disseminaram-se também as doenças infecto contagiosas.
(MENDES, 1991).
O pensamento clássico da medicina ocupacional entende que apenas o ambiente e os
agentes físicos, químicos e biológicos a que o trabalhador tem contato, são capazes de lhe
causarem enfermidades ou acidentes. Enquanto que a primícia da saúde do trabalhador é
correlacionar o processo saúde/doença com o trabalho desenvolvido pelo individuo.
19
Fica portanto difícil falar de um mundo do trabalho, e um mundo fora do trabalho. O
mundo é um só, e os trabalhadores existem no mundo, transformando e por ele
sendo transformados, com um modo de viver determinado historicamente, definido
socialmente e diferenciado em classes sociais. É através do trabalho que o indivíduo
se constitui como sujeito, afirmando sua identidade e seu desejo de ser reconhecido
socialmente (OLIVEIRA;MUROFUSE, 2001,p.111).
A Lei Eloy Chaves, de 1923, é tida como referencia para o sistema previdenciário
brasileiro, ela instituía a criação da Caixa de Aposentadorias e Pensões para os empregados
das empresas ferroviárias. Inicialmente este Decreto era voltado para os empregados
vinculados às empresas de construção e manutenção das estradas de ferro existentes à época e
seus familiares, que passaram a ter direito a assistência médica, a medicamentos por preços
especiais, aposentadoria e pensões. PorÉm a lei não incentivava a prevenção do agravo e sim
o seu tratamento.A Política de saúde do trabalhador no Brasil começa a ganhar relevância
após a promulgação da Constituição Federal de 1988 onde ressalta-se no artigo 196 “a saúde é
um direito de todos, e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que
visem a redução do risco da doença e de outros agravos”... A Lei Orgânica da Saúde nº.
8080/90 também coloca no artigo 6º:
“... saúde do Trabalhador como um conjunto de atividades que se destina, por meio
de ações de vigilância epidemiológica e sanitária, a promoção e proteção da Saúde
do Trabalhador, assim como visa à recuperação e à reabilitação dos trabalhadores
submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho.”
(FIGUEIREDO;TONINI, 2007).
O Ministério da Previdência e Assistência Social define acidente de trabalho como o
ocorrido pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, o qual provoca lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho, podendo ser típico quando ocorre no próprio local de trabalho ou
de trajeto quando ocorre na ida ou volta do trabalho (PAULINO, 2008.)
Cada profissional esta exposto aos riscos inerentes do seu ambiente de trabalho que
podem causar danos a curto ou longo prazo. Na área hospitalar, a enfermagem esta em contato
direto com o paciente e os materiais mais propícios a causar acidentes no âmbito laboral: os
perfurocortantes. Em seu trabalho Barboza (2004), associa as causas desses acidentes a não
observância de normas, imperícia, condições inadequadas de trabalho, instrução incorreta ou
insuficiente, falhas de supervisão e orientação, falta ou inadequação no uso de equipamentos
de proteção, entre outros aspectos.
20
Dentre os riscos ocupacionais, relacionados ao manejo de resíduos perfurocortantes
contaminados com material biológico, destacam-se: hepatite B com riscos em torno de 30%;
hepatite C, 3%; AIDS, transmitida pelo vírus HIV com risco de 0,3%.
Quanto à freqüência de acidentes, a inoculação percutânea é a mais evidente,
representando um terço de sua totalidade, tendo, como principais eventos, o reencapamento de
agulhas e cateteres intravenosos e o descarte inadequado de perfurocortantes, lançados em
lixo comum, ou em caixas coletoras, erroneamente montadas ( MOURA, 2009).
A Tabela I mostra as agulhas e objetos agulhados são os que mais causam acidentes,
provando assim as afirmações de Moura (2009).
Tabela 1 - Distribuição dos acidentes ocupacionais com materiais perfurocortantes ocorridos em um
hospital regional de Minas Gerais - Brasil, segundo o objeto causador do acidente e o ano de ocorrência.
Fonte: (MOURA,GIR e CANINI 2006)
2.4 Riscos à saúde do profissional de Enfermagem
A partir da década de 80, com o advento da AIDS, tornou-se mais evidente entre os
profissionais de saúde a preocupação com exposição a materiais biológicos. Em 1984 foi
publicado nos EUA o primeiro caso de contaminação pelo HIV em uma enfermeira, com
exposição percutânea durante a recapagem de agulha, utilizada para coleta de sangue arterial
de um paciente com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, dessa data ate hoje o pais tem
o maior numero de casos confirmados e suspeitos de soroconversão de HIV ocupacional são
55 e 136 profissionais respectivamente, onde os acidentes percutâneos foram associados a
89% dos acidentes registrados (MARZIALE,NISHIMURA e FERREIRA 2004).
Estatísticas feitas por órgãos governamentais de saúde no Brasil apresentam 4 casos de
21
contaminação de profissionais de saúde pelo HIV após acidente com material biológico: um
em São Paulo, 2 no Rio de Janeiro e 1 em Santa Catarina (BREVIDELLI 2002).
Trabalhadores da área da saúde estão mais susceptíveis a acidentes provocados por
materiais infectantes devido sua atividade laboral. A enfermagem particularmente tem risco
aumentado pois suas atividades dependem do contato direto com fluidos corpóreos, o próprio
paciente e ainda os materiais que mais causam acidentes nessa categoria profissional os
perfurocortantes (MOURA, 2006).
Os acidentes com agulhas constituem sério problema nas instituições hospitalares,
uma vez que as exposições percutâneas são as maiores responsáveis pela transmissão
ocupacional de infecções sangüíneas para os profissionais de saúde. No âmbito hospitalar
pode-se verificar que os acidentes desta natureza são mais freqüentes entre os profissionais
com menos conhecimento e qualificação (técnicos de enfermagem, auxiliares de limpeza,
técnicos de laboratórios...). A equipe de enfermagem que constitui a maior força de trabalho
dentro do hospital possui o maior numero de profissionais envolvidos em acidentes dessa
natureza (COUTINHO,2008).
De acordo com o Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a Material
Biológico do Ministério da Saúde (BRASIL, 1999), o risco médio de se adquirir o HIV é de,
aproximadamente 0,3% após exposição percutânea, e de 0,09% após exposição mucocutânea.
Já a hepatite B apresenta risco de 40% em caso de acidente percutâneo.
De acordo com estudo realizado por Canini (2002), no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP),
dos 398 acidentes de trabalho notificados , 125 (31,40%) foram de acidentes com materiais
perfurocortantes, e destes 89 (71,20%) ocorreram entre trabalhadores de enfermagem.
Em seu estudo Brandi (1998) analisando 1205 trabalhadores da área de enfermagem
encontrou incidência de 3,8% (46 casos) nesses trabalhadores. Nos achados de Alves (2004) a
categoria auxiliar e técnicos de enfermagem foi a que mais se acidentou 85 % dos
entrevistados, a justificativa seria a de que os trabalhadores com pouca ou nenhuma
qualificação profissional estão mais expostos aos riscos de acidentes. No presente estudo, tal
não aconteceu, a categoria que mais se acidentou com materiais perfurocortantes foi a de
técnicos de enfermagem , porem seguida da categoria de enfermeiros. Diante desse resultado
pressupõe que há um maior envolvimento do enfermeiro no cuidado direto do paciente o que
explicaria seu maior envolvimento em acidentes.
No seu estudo Moura (2009), mostra que os acidentes ocorreram com maior
freqüência aos profissionais com pouco tempo de serviço, (menor que 5 anos de serviço). As
22
causas mais freqüentes do acidente é o descarte do perfurocortante no local impróprio
(21,6%), ao descartar o material (14,4%) e durante o transporte do material (13,7%), tendo
como objeto causador principal a agulha (46,8%) e o escalpe (34,5%). As causas desses
acidentes podem ser atribuídas ao local de descarte inadequado ou preenchido além dos 2/3 da
capacidade de segurança que não respeitada com isso muitos perfurocortantes ficam expostos,
sujeitando trabalhadores ao risco de se acidentarem ao descartar algum objeto (PAULINO,
2008).
Profissionais que trabalham na área da saúde estão constantemente expostos a diversos
agentes causadores de doenças. O controle das afecções geradas pela atividade laboral requer
uma abordagem multiprofissional e responsável. Define-se biossegurança como sendo o
conjunto de normas e procedimentos seguros e adequados para as atividades que oferecem
riscos, englobam medidas que visam evitar riscos físicos, ergonômicos, químicos, biológicos
e psicológicos (SOUZA, 2006).
A adoção de normas de biossegurança no trabalho em saúde é condição fundamental
para a segurança dos trabalhadores, qualquer que seja a área de atuação, pois o riscos estão
sempre presentes. Ao longo do tempo, a adoção dessas medidas nas atividades profissionais
tem sido um desafio para a enfermagem. Teoricamente as normas de biossegurança, são
conhecidas por todos, no entanto, elas não são aplicadas a prática diária. De modo que,
mesmo havendo consenso quanto à existência do risco, ele não se aplica a pratica dos
profissionais (GIR, 2004).
A preocupação dos profissionais com relação os efeitos provocados pelo contato
laboral com atividades biológicas, químicas e físicas é uma característica antiga da
humanidade. Porem mesmo com um histórico de mais de dois mil anos de conhecimentos
sobre segurança individual durante o trabalho, ainda podemos ver, por exemplo, alunos que
pipetam soluções com a boca, em uma aula de ensino da graduação e na presença do professor
(MASTROENI, 2008)
A própria equipe de enfermagem que conhece os riscos tem dificuldade em aderir às
medidas de segurança. Diante do exposto, é importante investigar como está sendo a
formação destes profissionais e qual o tipo de treinamento recebido nas instituições de saúde,
para se evitar tais acidentes.
23
2.5 Ensino da Biossegurança
Segundo Nichiata et al (2004), o fator de prevenção mais importante é a atitude que
cada indivíduo adota, graças a um processo educativo.Hoje pode ser verificado que a própria
equipe de enfermagem tem dificuldade em aderir às medidas de segurança que busquem a
proteção ao risco de exposição, subestimando, o próprio risco.
Andrade (2007) enfoca que as pesquisas na área de biossegurança dos profissionais de
enfermagem se relacionam ao risco biológico e à adoção de medidas de biossegurança para
minimizá-lo. O autor ressalta ainda que seja fundamental a conscientização e educação
permanente dos profissionais proporcionando-lhes condições para um trabalho seguro, bem
como a oportunidade para reflexões, discussões críticas, atualização e adoção de medidas
preventivas corretas.
Assim como outros conteúdos discutidos na graduação em enfermagem, este é um
tema importante, indispensável e atual para a formação deste profissional que estará atrelado
as ações gerenciais de qualidade nos serviços de saúde, pois mesmo diante de todos os riscos
inerentes à profissão ainda podemos encontrar profissionais que ajudam os pacientes com
banhos no chuveiro, utilizando sacos de lixo amarrados nos pés, para protegê-los, devido à
ausência de Equipamento de Proteção Individual - EPI - apropriados; após a realização de
coletas de sangue e outros líquidos corpóreos veiculadores trabalhadores transportam
seringas, agulhas e outros instrumentos pelos corredores, sem proteção, até serem depositados
em caixas de descarte, localizadas longe dos locais das coletas e muitas vezes com a
capacidade esgotada. Há a presença de trabalhadores com calçados abertos, bem como
portando adornos os quais lhes facilitam a possibilidade de contaminação (ROBAZZI, 2004).
Para Mastroeni (2008), a biosseguença é difícil de ser praticada seja no âmbito laboral
ou educacional por características individuais e muito relevantes como a idade, a cultura, a
responsabilidade, a cobrança, a cidadania e, principalmente, a educação. Em um país onde,
infelizmente, várias pessoas ainda seguem a cultura de fazer a forma mais “fácil” ao invés da
correta, a educação é seguramente o único meio de modificarmos esse comportamento. Mas a
prática de trabalhar com e em segurança deve ser a mesma, tanto durante a graduação , como
em outras atividades potencialmente geradoras de acidentes.
24
3 METODOLOGIA
Esse estudo trata-se de uma avaliação quanti-qualitativa de caráter descritivo. O
método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação dos dados, já o método
qualitativo preocupa-se em analisar e interpretar aspectos profundos descrevendo a
complexidade do comportamento humano. Logo o método quanti-qualitativo tem por objetivo
reunir dados qualitativos e quantitativos em um mesmo estudo. O caráter da pesquisa é o
descritivo, pois procura descobrir com maior precisão possível a freqüência com que um
fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características
(LAKATOS, 2008).
Esse trabalho buscou levantar o conhecimento dos estudantes do Curso de
Enfermagem da Faculdade Tecsoma quanto os acidentes provocados por materiais
perfurocortantes e a sua própria saúde no desenvolvimento de suas atividades. A população de
estudo foi constituída por acadêmicos do curso de enfermagem da Faculdade Tecsoma que
estão cursando a partir do 5º período num total de 87 acadêmicos, onde 79 alunos
responderam o questionário e aceitaram participar do estudo. A escolha da temática deu-se em
função de que o estudante de enfermagem apresenta pouca prática no que diz respeito à
prevenção de acidentes causados por perfurocortantes durante os estágios curriculares. A área
escolhida foi a de prática de estágio curricular hospitalar, por apresentar maior variedade de
riscos de acidentes com esse tipo de material, em relação às demais atividades desenvolvidas.
Buscou-se identificar o que os estudantes que estão inseridos na prática curricular,
conhecem a respeito de acidentes com materiais perfurocortantes, das precauções para evitar
acidentes dessa natureza, à quais doenças acreditam estarem sujeitos e a que tipos de materiais
podem causar acidentes. A instituição forneceu autorização formal para realização do estudo e
dele participaram os entrevistados que concordaram em fazer parte do mesmo, após
conhecerem o instrumento e o objetivo da pesquisa.
Para essa pesquisa foi utilizado como instrumento de coleta de dados um questionário
com 6 (seis) questões abertas e fechadas, aplicado na instituição de ensino (ver apêndice A).
Os questionários foram aplicados em sala de aula nos dias 03, 04 e 07 de maio os alunos
foram esclarecidos quanto à finalidade do projeto, sua importância e como seriam tratados e
divulgados os dados. A presente pesquisa foi aplicada mediante esclarecimento dos seus
objetivos, justificativas e assinatura do termo de consentimento esclarecido por parte dos
entrevistados (ver apêndice B).
25
Os dados foram tabulados no mês de maio entre os dias 10 e 16 deste mês. Estes dados
foram processados pelo Microsoft Excel, e a partir dele gerados os gráficos e tabelas para
discussão dos presentes resultados.
26
4 RESULTADOS ENCONTRADOS
Nos resultados subseqüentes a pesquisa não houve perda significativa de amostragem.
Dos 25 alunos matriculados no 5º período letivo 22 (88%) responderam o questionário; dos
26 alunos do 6º período 23 (88,46%) responderam e dos 36 alunos matriculados no 7º período
34 (94%) responderam ao questionário aplicado.
Com relação à primeira pergunta do questionário “O que você entende por
perfurocortante?”, os alunos do 5º período limitam sua concepção a apenas materiais já
utilizados em pacientes e portanto contaminados. Apenas 2 sujeitos ressaltaram que estes
materiais independem de serem ou não utilizados em pacientes. As demais respostas foram
consideradas insuficientes, pois não condizem com a definição de resíduos perfurocortante
definida pela (RDC) 306/04.
Dos alunos do 6º período observou-se na maioria das respostas que perfurocortantes
são resíduos contagiosos que podem ferir a integridade da pele transmitindo doenças. Estes
alunos utilizaram em suas definições exemplos de materiais perfurocortantes, o que evidencia
que os alunos sabem distingui-los dos demais, porém não sabem caracterizá-los com clareza.
Dos alunos do 7º período apenas 10 alunos (29 %) definiram corretamente o que são
esses resíduos, as demais respostas associam esses materiais apenas a resíduos contaminantes,
equiparando-os aos resíduos infectantes.
A serem perguntados se os alunos sabiam montar as caixas coletoras de resíduos
perfurocortantes obtivemos os seguintes resultados:
27
Gráfico 02 – Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes,
alunos 5º período – 1º Semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 5º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010.
Dos alunos do 5º período (19 alunos) 87% referem saber a correta técnica de
montagem da caixa, enquanto que outros (3 alunos) 13% não sabem montá-las.
Gráfico 03 – Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes,
alunos 6º período – 1º Semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 6º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010.
Com relação os alunos do 6º período (19 alunos) 86 % referiram saber montar as
caixas coletoras, e outros (4 alunos) 14 % não sabem montá-las.
86%
14%
Sim
Não
83%
17%
Sim
Não
28
Gráfico 04 – Você sabe montar caixas coletoras de perfurocortantes,
alunos 7º período – 1º Semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 7º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica 2010, Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010.
Dos alunos do 7º período (28 alunos) 82 % referiram saber montar as caixas coletoras,
enquanto que outros (5 alunos) 18 % não sabem montá-las.
Ao serem perguntados sobre quando deve ser feita a troca das caixas coletora, todos os
alunos dos três períodos em questão responderam corretamente.
Com relação à segregação de alguns resíduos hospitalares os alunos deveriam
classificar os resíduos para seu correto descarte através da classificação de Resíduo Infectante,
Comum ou Perfurocortante. Os resultados podem ser analisados nos gráficos de barras que
comparam diretamente os resultados entre as categorias. As respostas corretas podem ser
encontradas na tabela 01, construída a partir do apêndice I da RDC 306/04
82%
18%
Sim
Não
29
Gráfico 05 - Classificação de resíduos hospitalares, alunos 5º período – 1º semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 5º período da Faculdade
Tecsoma pela acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010
Gráfico 06 - Classificação de resíduos hospitalares, alunos 6º período – 1º semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 6º período da Faculdade
Tecsoma pela acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010.
0
5
10
15
20
25
Infectante Comum Perfurocortante
0
5
10
15
20
25
Infectante Comum Perfurocortante
30
Gráfico 07 - Classificação de resíduos hospitalares, alunos 7º período – 1º semestre 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 7º período da Faculdade
Tecsoma pela acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010.
Tabela 02 – Classificação de resíduos hospitalares segundo RDC 306/04
Resíduo Classificação do Resíduo Grupo
pertencente
Bolsas Transfusionais vazias INFECTANTE A4
Frascos de vacina vazios INFECTANTE A1
Lâminas de bisturi utilizadas em curativos PERFUROCORTANTE E
Seringas utilizadas para aspirar medicação COMUM D
Seringas agulhadas utilizadas em pacientes PERFUROCORTANTE E
Papel invólucro de agulhas e seringas COMUM D
Fitas de glicemia INFECTANTE A1
Sobras de alimentos de paciente COMUM D
Lancetas utilizadas PERFUROCORTANTE E
FONTE: RDC 306/04
0
5
10
15
20
25
30
35
Infectante Comum Perfurocortante
31
Em relação à questão “Você sabe quais as precauções devem ser tomadas no sentido
de evitar acidentes com perfurocortantes?”, todos os alunos responderam que sim. Ao pedir
que citem algumas dessas precauções, as respostas puderam ser divididas em 6 blocos
distintos todos identificados nos 3 períodos pesquisados, são eles: usar EPIs, evitar reencapar
agulhas, utilizar a técnica correta, fazer o descarte correto de materiais, treinamento da equipe
de trabalho e observar a capacidade limite das caixas coletoras.
Os alunos do 5º período, deram ênfase na precaução de não reencapar agulhas para seu
descarte, seguida da precaução de fazer o descarte correto de todos os materiais.
Gráfico 08 – Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes, alunos 5º
período – 1º Semestre, 2010.
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 5º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira Paracatu, maio de 2010.
Os alunos do 6º período deram ênfase na precaução de fazer o correto descarte de
materiais, seguido de evitar o reencape de agulhas e usar EPIs. Estes alunos não citaram os
quesitos de Treinamento de equipe e nem que deve ser observada a capacidade limite das
caixas coletoras.
20%
28%17%
26%
6% 3%
Uso de EPIs
Reencape de Agulhas
Correta Técnica
Descarte Correto de Materiais
Treinamento da Equipe
Observar Capacidade Limite das Caixas
32
Gráfico 09 – Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes, alunos 6º
período – 1º Semestre, 2010.
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 6º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010.
Os Alunos do 7º período ressaltaram como precaução mais importante a de fazer uso
de EPIs, seguida de descartar corretamente os materiais sendo o reencape de agulhas citado
apenas como 3ª precaução mais citada entre os alunos.
Gráfico 10 – Precauções que devem ser tomadas para evitar acidentes com perfurocortantes, alunos 7º
período – 1º Semestre, 2010
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 7º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010.
21%
21%
17%
41%
Uso de EPIs
Reencape de Agulhas
Correta Técnica
Descarte Correto de Materiais
Treinamento da Equipe
Observar Capacidade Limite das Caixas
29%
20%20%
25%
2% 4%
Uso de EPIs
Reencape de Agulhas
Correta Técnica
Descarte Correto de Materiais
Treinamento da Equipe
Observar Capacidade Limite das Caixas
33
Sobre a questão “Você sabe quais doenças esta sujeito a contrair caso haja um acidente
envolvendo resíduos perfurocortantes?”, todos os alunos responderam estarem cientes das
patologias a que estão sujeitos a contrair caso haja algum acidente. Ao serem perguntados
posteriormente sobre quais medidas devem ser tomadas caso isso ocorra, (87%) 19 alunos do
5º período reteram suas respostas a cerca de ações voltadas para notificação do acidente
através da comunicação com o profissional responsável pelo setor, e a realização de exames
de sangue específicos para identificação de doenças como AIDS e hepatites. Destes alunos 7
sujeitos ainda citaram iniciar o tratamento antiretroviral caso não se conheça o paciente fonte.
Os alunos do 6º período mantiveram o mesmo padrão, 70 % (16 alunos) propuseram
como medidas adotadas nesses casos, notificação do acidente a Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar – CCIH, e realização de exames específicos para detecção do doenças
contagiosas.
Para 76 % acadêmicos (26 alunos) do 7º período as medidas citadas nesses casos
devem ser: efetuar a assepsia do local com água e sabão abundantes, procurar o paciente fonte
e realizar exames tanto no paciente como no individuo acidentado, realizar a notificação do
acidente e posteriormente com a chegada dos resultados se necessário iniciar a
quimioprofilaxia.
Quando perguntados “Antes de ingressar no campo pratico curricular, você recebeu
orientações sobre a forma correta de desprezar os materiais descartáveis usados em pacientes
ou não?”, obtivemos os seguintes resultados:
Gráfico 11- Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares, alunos 5º
período 1º semestre 2010.
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 5º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010.
Como mostra o grafico 82 % ( 18 alunos ) do 5º periodo relatam reterm recebido esse
82%
18%
Sim
Não
34
tipo de orientação, em contrapartida 18% (8 alunos) referem não terem tido esse tipo de
orientação.
Gráfico 12- Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares, alunos 6º
período 1º semestre 2010.
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 6º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010 :
Os alunos do 6º mostraram segundo a pesquisa que 87 % (20 alunos), receberam as
orientações ao iniciar a pratica curricular dos estagios, outros 13 % (3 alunos) referem não
terem recebido esse tipo de orientação.
Gráfico 13- Recebeu orientações sobre a forma correta de descartar resíduos hospitalares, alunos 7º
período 1º semestre 2010.
FONTE: Dados coletados em pesquisa de campo com alunos do 7º período da Faculdade Tecsoma pela
acadêmica Camila Rafaela Vaz Pereira, Paracatu, maio de 2010
Dos alunos do 7º período que já estão na área de pratica curricular a mais de 2 anos, 88%
(30 alunos) responderam terem recebido as orientações necessárias, outros 12%
(4 alunos) responderam que não receberam essa orientação.
87%
13%
Sim
Não
88%
12%
Sim
Não
35
5 DISCUSSÃO DOS DADOS
Por definição da RDC 306/04, os resíduos perfurocortante são objetos e instrumentos
contendo cantos, bordas, partes ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou
perfurar, estes podem ser chamados de perfurocortantes ou escarificantes. Devem ser
descartados separadamente em recipientes rígidos, resistentes a punctura, ruptura , vazamento,
com tampa e devidamente identificado. Segundo essa definição, estes resíduos independem de
serem ou não utilizados em pacientes e de apresentarem ou não características infectantes.
O conceito de resíduo perfurocortante exposto pelos alunos dos três períodos em
questão evidencia que os mesmos não sabem definir com clareza quais as características
destes materiais, uma vez que os alunos os associam a resíduos infectantes, como dispositivos
retirados de pacientes. Portanto acredita-se que o conhecimento adquirido por esses alunos a
respeito da caracterização desses materiais seja através da apenas da prática do estágio
curricular, ou seja, uma prática empírica sem fundamentos teóricos suficientes pois ainda
assim, os alunos não caracterizam esses materiais corretamente.Para tanto torna-se
imprescindível que as metodologias adotadas para o ensino sejam revistas pela instituição de
ensino ao passo de que é na graduação que os alunos adquirem habilidades teóricos e práticas
para assistirem seus clientes na pratica profissional.
Segundo Brevidelli (2002), diversos estudos mostram que a prática de reencapar
agulhas é responsável por 15 a 35% dos acidentes com objetos perfurocortantes, enquanto o
descarte de agulhas em local inadequado ocasionou de 10 a 20% dos acidentes. As caixas
coletoras de resíduos perfurocortantes devem ser acondicionadas e recolhidas pelos próprios
agentes geradores de resíduos ou equipe treinada para tal atividade. Porém a simples prática
de montar essas caixas ainda é desconhecida por uma parcela de alunos como pode ser
observado nos gráficos 1, 2 e 3. A falta de acessibilidade à caixa coletora para a pronta
substituição, assim como a montagem incorreta da mesma fazem com que os riscos de
exposição a esse materiais se torne maior tanto para o aluno como para os profissionais que
ali trabalham. Se a parte mais simples e importante do processo de destinação correto dos
resíduos hospitalares que é a segregação, não for cumprida adequadamente o risco de
acidentes para os profissionais da área de saúde aumenta significativamente.
O gráfico 05 mostra como os alunos do 5º período classificam para poder dispor
alguns resíduos hospitalares. A tabela 02 foi construída a partir da RDC 306/004 para
comparar os resultados obtidos. Podemos perceber que apenas os resíduo lâminas de bisturi
36
utilizadas em curativos e seringas agulhadas utilizadas em pacientes, foram classificados por
todos os alunos de forma correta, os dados reforçam ainda que estes alunos não sabem
caracterizar corretamente resíduos perfurocortantes pois alguns consideram fitas de glicemia e
seringas utilizadas para aspirar medicação materiais perfurocortantes. Observa-se ainda que os
alunos não sabem descartar corretamente principalmente frascos de vacinas que segundo a
RDC 306/04 são considerados resíduos infectantes pertencentes ao grupo A1 devido o seu
conteúdo de microorganismos vivos ou atenuados.
Com relação à mesma classificação, os alunos do 6º período classificaram
corretamente apenas os mesmos resíduos que os alunos do 5º período, obtiveram o mesmo
erro porém em menor proporção que os alunos anteriores sobre o descarte de frascos de
vacina. Contudo pode-se observar que uma pequena parte dos alunos consideram ampolas de
vidro e bolsas transfusionais vazias como resíduos de descarte comum. Constata-se com essas
informações que a articulação com outra disciplinas do curso não é estimulada, e que a
abordagem fragmentada do assunto e somente no campo pratico não permite ao aluno essa
relação entre as disciplinas já estudadas.
Os alunos do 7º, inseridos na prática curricular a mais de 2 anos, apresentaram
resultados semelhantes, contudo cometeram erros esperados pelos alunos com pouca atuação
na área pratica. Destes alunos 5, consideraram lâminas de bisturi utilizadas em curativos como
resíduos infectantes, nenhum dos outros períodos estudados essa resposta foi encontrada. Isso
se torna preocupante, pois, são alunos que estão inseridos no campo pratico há mais tempo
que os demais e ainda cometem erros primários. Em se considerando a proximidade da
finalização do curso e da inserção desses graduandos no mercado de trabalho, tal fato reforça
a preocupação quanto ao conhecimento destas práticas e a necessidade de maior investimento
nesses futuros profissionais, que em breve estarão trabalhando no campo da saúde.
As precauções para se evitar acidentes com perfurocortantes devem ser tomadas, em
todo e qualquer procedimento desde o mais simples ao mais complexo. A maioria dos
acidentes percutâneos, segundo Moura (2009),ocorrem durante o descarte inadequado e
reencape de agulhas e escalpes.
Os alunos do 5º período mostraram conhecer as principais precauções para se evitar
esse tipo de acidente não realizar o reencape de agulhas, fazer o correto descarte de materiais
e utilizar EPIs. Todavia se os alunos não sabem caracterizar para dispor corretamente os
resíduos essa precaução torna-se falha e com pouca resolutividade.
Os alunos do 6º ressaltaram como principal precaução o descarte correto de materiais
seguidos de não realizar o reencape de agulhas e uso de EPIs, nota-se que os alunos apenas
37
refereciaram precauções individuais.
Nas respostas dos alunos do 7º período, houve predominância da precaução uso de
EPIs, seguida da precaução de coreto descarte de materiais e com o mesmo percentual de
citações nos questionários, utilizar a correta técnica e evitar o reencape de agulhas. Segundo
Marzealli (2002),dentre os fatores que predispõem os profissionais de enfermagem a se
acidentarem com os resíduos perfurocortantes, está a freqüente manipulação de agulhas pelos
mesmos.Para esse grupo específico de alunos esperava-se que a precaução evitar reencapar
agulha fosse a mais citada, uma vez que é o material que mais provoca acidentes desta
natureza. Em seu estudo Moura (2009), mostra que a maioria dos acidentes percutâneos
ocorre exatamente quando esses cuidados são negligenciados, ou seja, durante o descarte
inadequado e reencape de agulhas e escalpes. Para tanto esperava-se que um maior percentual
de alunos citassem essa precaução por se tratar da precaução individual mais eficaz.
Apesar de uso de EPIs ter sido citado como a precaução mais aplicável, Oliveira
(2009) mostrou em seu trabalho que ao observar a adesão ao uso de EPIs no momento do
acidente, os graduandos do curso de medicina e de enfermagem relataram que as luvas foram
utilizadas em 100% das vezes, porém a máscara foi citada para os acidentes envolvendo a
mucosa em apenas 66% das situações, e nenhum aluno mencionou a utilização de óculos para
essa mesma ocorrência. Portanto é preciso atentar-se as condutas dos alunos durante as
práticas curriculares visando formar um profissional mais consciente, responsável e seguro de
sua prática, de forma a garantir a redução de riscos para si e para toda a equipe de trabalho e o
paciente através da prevenção desses acidentes.
Os alunos deste período ressaltaram precauções coletivas como a observância da
capacidade limite das caixas coletoras e o treinamento da equipe de trabalho. Sabe-se que a
educação continuada é primordial para a segurança da equipe.
Na formação contínua de adultos se valoriza, cada vez mais, as modalidades
que favorecem a capacidade de os atores produzirem seu próprio
conhecimento, a partir da revisão de atitudes próprias do indivíduo e dos seus
valores em função de toda sua aprendizagem. (MOURA,MOREIRA e
FONSECA, 2009,p.30).
Todos os alunos relatam estarem cientes das patologias que podem ser adquiridas caso
haja um acidente desta natureza. Ao serem perguntados quais medidas devem ser tomadas
caso isso ocorra, os alunos do 5º e do 6º períodos preocuparam-se em notificar o acidente
realizar exames específicos para determinação de doenças. Essas informações mostram que os
estudantes não possuem informações básicas de proteção individual caso haja algum acidente
38
desse tipo. Segundo o Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a Material Biológico
do Ministério da Saúde, recomenda-se como primeira conduta a lavagem exaustiva do local
exposto com água e sabão nos casos de exposições percutâneas ou cutâneas. Nas exposições
de mucosas, deve-se lavar exaustivamente com água ou com solução salina fisiológica. Em
casos de procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a utilização
de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contra-indicados.
A preocupação dos alunos com doenças contagiosas como a AIDS e hepatites e a
notificação dos casos mostram que estes consideram importante o enfoque pessoal e legal que
é disposto aos profissionais acidentados.
Os alunos do 7º período souberam referenciar as precauções imediatas que devem ser
tomadas no âmbito individual, e ainda citaram em ordem cronológica as ações que devem ser
tomadas, desde realizar exames no paciente fonte para identificar possíveis doenças e exames
no acidentado para determinar se o individuo já não possui alguma doença, notificar o
acidente e em casos específicos iniciar a quimioprofilaxia. Estes resultados mostram que os
alunos tem conhecimento das precauções individuais a serem tomadas e ainda se preocupam
com a notificação dos casos para o respaldo pessoal e legal dos profissionais posteriormente.
Oliveira (2009) mostrou em seu estudo que 65,2% dos alunos acidentados com
perfurocortantes por desconhecimento ou negligência, ignorou o acompanhamento médico e a
realização imediata de exames laboratoriais, incluindo-se o paciente fonte.
O comportamento preventivo depende de vários fatores individuais como:
o indivíduo se considerar suscetível a um problema de saúde, isto é, acreditar que
esse problema pode afetá-lo particularmente (Percepção de Suscetibilidade); de o
indivíduo associar o problema de saúde à gravidade de suas conseqüências, isto é,
perceber que esse problema pode ter conseqüências sérias (Percepção de
Severidade); e do indivíduo acreditar que esse problema de saúde pode ser
prevenido por uma ação (Percepção de Benefícios), apesar dessa ação envolver
aspectos negativos, tais como impedimentos, obstáculos, desconforto, gastos
financeiros, entre outros (Percepção de Barreiras). Isto significa que os benefícios
da ação são avaliados em função das barreiras para realizá-la. Além disto, a presença
de estímulos para ação é importante para desencadear as percepções de
suscetibilidade e severidade e motivar o indivíduo a agir.
(BREVIDELLI,CIANCIARULLO, 2001, p. 194-195).
É importante ressaltar que os estudantes da graduação da área da saúde, desenvolvem
parte de suas atividades práticas em situações semelhantes à prática profissional porém
apresentam maior susceptibilidade a acidentes devido à sua condição de aprendizagem, limitada
destreza, insegurança e necessidade de desenvolver de habilidades para o trabalho.
Ao ingressar no campo prático espera-se que o aluno seja capaz de aplicar o
39
conhecimento teórico adquirido em sala de aula na prática curricular. O gráfico 11, mostra
que os 18% dos alunos do 5º período não receberam informações sobre a forma correta de
descartar materiais usados em pacientes ou não.O gráfico 12, mostra um pequeno percentual
de diferença, com relação os alunos do 5º período 13% dos alunos do 6º período relatam não
terem recebido essas informações. Oliveira (2009) mostrou que dos 270 alunos em questão no
seu estudo 51,4% não tiveram informações de como descartar o resíduo gerado em aulas
práticas ou laboratórios de pesquisa. Mais especificadamente destes alunos 74,4% relatam que
não tem a informação suficiente para lidar com os materiais e resíduos perfurocortantes e
escarificantes gerados nas práticas laboratoriais.Esses números mostram que estes alunos
quando estão no campo tornam-se um risco para si e para os demais sujeitos envolvidos nas
atividades, pois estão começando a ser inseridos na área prática mas ainda não tem a devida
formação teórica para tal.
Dos alunos do 7º período, o gráfico 13 mostra que uma pequena porção de alunos
referem não terem recebido orientações apenas 12 %. Acredita-se que familiaridade com a
prática há mais tempo que os demais períodos, torna os alunos mais aptos a lidarem com esse
tipo de resíduo.
Porém erros de descarte de materiais como os citados no gráfico 6, devem ser
considerados relevantes pois tratam-se de alunos que em breve estarão inseridos na área
profissional e que por isso deverão estar aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção,
proteção e reabilitação da saúde, tanto em nível individual quanto coletivo.
40
6 CONCLUSÃO
Com este estudo podemos concluir que existam falhas na formação dos cursos de
graduação, de forma que não abrange de forma correta o tema gerenciamento de resíduos.
Fica evidente a situação do conhecimento fragmentado e desvinculado com o exercício da
prática, pois o conhecimento especifico da área de biossegurança que deveria ser tratado com
enfoque integral, é fragmentado nas diversas disciplinas ao longo do curso. Repensar as
estratégias de ensino dessa temática torna-se necessário para que os riscos de se adquirir
doenças causados por acidentes com materiais perfurocortantes, seja durante a prática
curricular ou quando forem inseridos no mercado de trabalho, diminuam com a inserção de
profissionais mais aptos a lidar com esse tipo de situação.
Acredita-se que é importante a implantação de disciplinas especificas para se
discutir efetivamente sobre a biossegurança em todos os setores de atuação dos acadêmicos,
onde estas deverão abranger temas como a prevenção de acidentes, minimização dos riscos
ocupacionais, incentivar a notificação dos casos de acidentes e estimular a elaboração de
medidas preventivas pelos próprios acadêmicos. Estimulando assim a responsabilidade de
futuros líderes de equipes de saúde.
A adoção de comportamentos seguros devem estimuladas desde a formação
profissional. Portanto os cursos de graduação devem implementar em seus currículos
disciplinas especificas que trabalhe de maneira integral e multidisciplinar medidas que
promovam uma prática segura no ambiente de trabalho, contribuindo para formação de
enfermeiros mais envolvidos com a prevenção desde acidentes.
Neste estudo observa-se que os alunos ainda tem dificuldade quanto a adoção de
medidas seguras para lidar com materiais propícios a acidentes. Portanto estabelecer junto à
instituição uma política de ensino que de ênfase no ensino da biossegurança é acima de tudo
formar um profissional capacitado a atuar, com senso de responsabilidade social e
compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano.
41
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45
APÊNDECE A – Questionário dos alunos
Avaliação do Conhecimento dos Estudantes de Superior de Enfermagem Quanto a
Acidentes Ocupacionais Envolvendo Materiais Perfurocortantes
Período________________________________ Idade ______________________________
1 – O que você entende por resíduo perfurocortante?
2 – Esses resíduos perfurocortantes devem ser desprezados em local específico: as caixas
coletoras. Você sabe montá-las? ( ) SIM ( ) NÃO
Quando elas devem ser trocadas?
3 – Os resíduos hospitalares podem ser subdivididos de acordo com suas característica.
Coloque P, para os resíduos perfurocortantes, I para os considerados infectantes e C para os
considerados comuns:
( ) bolsas transfusionais vazias ( ) seringas agulhadas utilizadas em pacientes
( ) frascos de vacina vazios ( ) papel invólucro de agulhas e seringas
( ) lâminas de bisturi utilizadas em
curativos ( ) fitas de glicemia
( ) lancetas utilizadas ( )sobras de alimentos de paciente
( ) seringas utilizadas para aspirar
medicação
( )ampolas de vidro
4 – Você sabe quais as precauções devem ser tomadas no sentido de evitar acidentes com
perfurocortates? ( ) SIM ( ) NÃO
Cite algumas.
5 – Você sabe quais doenças esta sujeito a contrair caso haja um acidente envolvendo resíduos
perfurocortates? ( ) SIM ( ) NÃO
Quais medidas você deverá tomar caso isso ocorra?
6 – Antes de ingressar no campo prático curricular, você recebeu orientações sobre a forma
correta de desprezar os materiais descartáveis usados em pacientes ou não? ( ) SIM ( )
NÃO
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APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ________________________________________________, decidi de livre e espontânea
vontade participar do trabalho proposto pela acadêmica do 7° Período de Enfermagem da
Faculdade TECSOMA Camila Rafaela Vaz Pereira, em face do cumprimento de etapa de
coleta de dados da pesquisa intitulada “AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DOS
ESTUDANTES DE NÍVEL SUPERIOR DE ENFERMAGEM QUANTO ACIDENTES
OCUPACIONAIS ENVOLVENDO MATERIAIS PERFUROCORTANTES ” o estudo
será realizado através de questionário aberto nos meses de maio e junho de 2010.
Diante do exposto e ciente dos objetivos da pesquisa, concordo em ser participante do
referido estudo após ter recebido esclarecimentos, os quais julguei satisfatórios, acerca da
natureza do estudo, bem como dos seus objetivos, métodos, benefícios previstos e incômodos.
O estudante terá a liberdade de recusar, participar ou cancelar o seu consentimento sem
penalização alguma.
Paracatu, ____/_____/_______.
__________________________________________________________
Entrevistado (a)
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