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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Biomedicina Kerollen Ewerlyn Ramos de Aquino AVALIAÇÃO DA DISLIPIDEMIA NOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM ESF- CHAPADINHA NO MUNICÍPIO DE PARACATU-MG Paracatu-MG 2012

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Graduação em Biomedicina

Kerollen Ewerlyn Ramos de Aquino

AVALIAÇÃO DA DISLIPIDEMIA NOS PORTADORES DE DIABETES

MELLITUS TIPO 2 EM ESF- CHAPADINHA NO MUNICÍPIO DE

PARACATU-MG

Paracatu-MG

2012

1

Kerollen Ewerlyn Ramos de Aquino

AVALIAÇÃO DA DISLIPIDEMIA NOS PORTADORES DE DIABETES

MELLITUS TIPO 2 EM ESF - CHAPADINHA NO MUNICÍPIO DE

PARACATU-MG

Monografia apresentada ao Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma, como

requisito parcial para a obtenção do título de

Bacharel em Biomedicina.

Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva

Orientador metodológico: Geraldo Benedito

Batista de Oliveira

Paracatu-MG

2012

2

Aquino, Kerollen Ewerlyn Ramos de

A657a Avaliação da dislipidemia nos portadores de diabetes mellitus tipo 2 em

ESF- Chapadinha no município de Paracatu/MG. / Kerollen Ewerlyn Ramos de

Aquino. Paracatu, 2012.

86f.

Orientador: Cláudia Peres da Silva

Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Bacharel em

Biomedicina.

1. Dislipidemia. 2. Diabetes mellitus tipo 3. Alimentação. I. Silva, Cláudia Peres da. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 616.1.379.008.64

3

Kerollen Ewerlyn Ramos de Aquino

AVALIAÇÃO DA DISLIPIDEMIA NOS PORTADORES DE DIABETES

MELLITUS TIPO 2 EM ESF- CHAPADINHA NO MUNICÍPIO DE

PARACATU-MG

Monografia apresentada ao Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma, como

requisito parcial para a obtenção do título de

Bacharel em Biomedicina.

______________________________________________

Profª MSc. Cláudia Silva Peres – Faculdade Tecsoma

Coordenadora de Curso e Orientadora da monografia

_______________________________________________

Geraldo Benedito Batista de Oliveira – Faculdade Tecsoma

Orientador metodológico

______________________________________________

MSc. Marden Estevão Mattos Junior

Professor Convidado

Paracatu, 16 de junho de 2012

4

Dedico aos meus pais, irmãos e amigos, pela

cumplicidade, incentivo e dedicação.

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, meu salvador, libertador e misericordioso no qual sempre

me acompanhou e concedeu todo o conhecimento e oportunidade que levaram ao

encerramento desta etapa.

Ao meu pai Izaldir, no qual encontrei o apoio e sinceridade nos momentos

difíceis e certos.

Ao meu espelho de força, coragem e dedicação minha querida mãe, Fátima, que

apesar de todas as dificuldades decorrentes desse caminho não abriu mão de ver sua

filha feliz, ela tornou o impossível realizável, tirou da sua boca para me alimentar e

encontrou todos os caminhos para superar minhas angústias. Mesmo não sabendo

agradecer tudo que ela fez por mim, quero dizer que tenho orgulho dela e vivo na

esperança dela sentir o mesmo por mim. Esse brilhante ser humano de um coração

imenso.

Á todos em especial a minha irmã Jhennffer que sempre jogou a realidade na

minha insensatez, que me ama e apesar de todas as dificuldades sempre mostrou-se

caridosa; ao meu irmão Francesco no qual, mesmo indiretamente procurou apoiar e

orientar, realizando mais que seu papel de irmão mais velho.

Aos meus professores que me deram a base necessária ao conhecimento, em

especial minha orientadora Cláudia pelo esforço e paciência em acompanhar nesta etapa

tão delicada e importante.

Ás minhas irmãs de coração Jaqueline, Patrícia e Lilia, que surgiram como uma

segunda família especialmente Jaqueline de uma paciência, compreensão e alegria

impressionante. Além é claro dos meus amigos em especial Rayane e Débora minhas

salvadoras, que surgiram como anjos da guarda e sempre vou levá-las no coração.

Aos meus parentes que mesmo de longe, torceram por minha vitória. Em

especial Vandete pela compreensão e acolhimento; à Maria de Jesus que foi decisiva

nesta última etapa, por proporcionar a vivência mais perto de casa.

Á Mara por ceder o laboratório Santa Lúcia, as necessidades deste projeto; a

Jardel pela disponibilidade, paciência; aos diabéticos e todos os funcionários do ESF

Chapadinha; às bibliotecárias e funcionários do Tecsoma. Enfim, a todos que passaram

por minha vida, um muito obrigado.

6

O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a

força da minha vida; de quem me recearei? (SL, 27.1).

7

RESUMO

O Diabetes Mellitus tipo 2 é um dos maiores problemas de saúde pública que acomete

grande parte dos diabéticos no mundo por ser uma síndrome na qual vários fatores são

decorrentes a sua origem, o que inclui obesidade, alimentação inadequada, sedentarismo

dentre outros. A comum progressão de distúrbios no metabolismo lipídico provoca

alterações e leva a doenças cardiovasculares, principal causa de morte nestes portadores.

O objetivo deste estudo foi avaliar essa dislipidemia nos pacientes diabéticos tipo 2

atendidos no ESF Chapadinha do município de Paracatu – MG, no ano de 2012. O

estudo foi analítico quali/quantitativo, analisou o perfil lipídico de 21 pacientes através

de exames laboratoriais bioquímicos e questionário abordado os possíveis interferentes

neste parâmetro. Assim foram encontradas a presença de dislipidemia em cerca de 95%

dos investigados notou-se a presença de colesterolemia em 71%, trigliceridemia em

52%, redução dos níveis de HDL em 75% e níveis elevados 90% de LDL. Os principais

fatores que contribuíam para essa alteração foram o sobrepeso e obesidade, alimentação,

desconhecimento dos diabéticos sobre o considerado colesterol bom e ruim. Desta

forma, as alterações encontradas foram compatíveis as estipuladas pela literatura e são

importantes na prevenção de doenças cardiovasculares nestes diabéticos.

Palavras-Chave: Diabetes tipo 2. Dislipidemias. Alimentação. ESF Chapadinha.

8

ABSTRACT

The Type 2 Diabetes Mellitus is a major public health problem that affects most of the

diabetics in the world. It is a syndrome in which its origin is due to several different

factors. These include obesity, poor diet and a sedentary lifestyle, among others. The

progression of common disorders as lipid metabolism causes changes and leads to

cardiovascular disease, the leading cause of death in these patients. The objective of this

study was to evaluate the dyslipidemia in type 2 diabetic patients seen at the ESF

Chapadinha Paracatu - MG, in 2012. The analytical study was qualitative / quantitative

and analyzed the lipid profile of 21 patients in biochemical laboratory tests and a

questionnaire addressed the possible interferences in this parameter. Thus we found the

presence of dyslipidemia in about 95% of those investigated. Also noted was the

presence of 71% cholesterol, triglycerides by 52% decrease in HDL 75% and 90% high

levels of LDL. The main factors contributing to this change were overweight and

obesity, diet, lack of knowledge about diabetes including information about good and

bad cholesterol. Thus, the alterations were compatible as stated in the literature and are

important in preventing cardiovascular disease in diabetics.

Keywords: Type 2 diabetes. Dyslipidemia. Food. ESF Chapadinha.

9

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Regulação da glicose sanguínea................................................................ 20

FIGURA 2 - Estrutura molecular da lipoproteína.......................................................... 27

FIGURA 3 - Transporte das lipoproteínas..................................................................... 32

10

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Características e funções das principais apolipoproteínas...................... 29

11

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária........................... 47

GRÁFICO 2 - Distribuição da amostra de acordo com o gênero.................................. 48

GRÁFICO 3 - Distribuição da amostra segundo o aspecto

socioeconômico (escolaridade).............................................................. 49

GRÁFICO 4 - Distribuição da amostra segundo o aspecto

socioeconômico (renda familiar)........................................................... 50

GRÁFICO 5 - Distribuição da amostra segundo a duração do DM2

nos portadores........................................................................................ 52

GRÁFICO 6 - Distribuição da amostra segundo ao hábito de fuma............................. 53

GRÁFICO 7 - Distribuição da amostra segundo o estilismo........................................ 54

GRÁFICO 8a - Distribuição da amostra segundo o

hábito de praticar exercícios físicos....................................................... 56

GRÁFICO 8b - Distribuição da amostra segundo a duração do

exercício físico.................................................................................... 56

GRÁFICO 9 - Distribuição da amostra segundo o aspecto IMC para adultos.............. 58

GRÁFICO 10 - Distribuição da amostra segundo o IMC para idosos........................... 59

GRÁFICO 11 - Distribuição da amostra segundo a questão “você tem o hábito de

consumir quais desses alimentos industrializados e gordurosos?......... 60

GRÁFICO 12 - Distribuição da amostra segundo a alimentação saudável................... 62

GRÁFICO 13 - Distribuição da amostra segundo a utilização de medicamentos......... 63

GRÁFICO 14 - Distribuição da amostra segundo as alterações lipídicas...................... 65

12

LISTA DE SIGLAS

ADA - Associação Americana de Diabetes

AGL- Ácidos Graxos Livres

CETEP - Proteína Transportadora de Ésteres de Colesterol

DCV - Doenças Cardiovasculares

DM - Diabetes Mellitus

DM1 - Diabetes Mellitus Tipo 1

DM2 - Diabetes Mellitus Tipo 2

ESF - Estratégia da Saúde da Família

HDL - Lipoproteína de Alta Densidade

IDL - Lipoproteína de Densidade Intermediária

LCAT - Colesterol Acil-Transferase

LDL - Lipoproteína de Baixa Densidade

LH - Lipase Hepática

LLP - Lipase Lipoproteica

Lp (a) - Lipoproteína (a)

OMS - Organização Mundial da Saúde

PLTP - Proteína Transportadora de fosfolípides

PP - Polipeptideo Pancreático

Qm - Quilomicrons

TG - Triglicerídeos

VLDL - Lipoproteína de Densidade Muito Baixa

13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 15

1.2 Objetivos ............................................................................................................. 17

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 17

1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 18

2.1 Diabetes Mellitus Tipo 2 .................................................................................... 20

2.1.1 Epidemiologia do diabetes ............................................................................... 21

2.1.2 Patogenia .......................................................................................................... 21

2.1.3 Diabetes tipo 2 e abordagem genética .............................................................. 23

2.1.4 Diabetes tipo 2 e sua relação com a faixa etária .............................................. 24

2.1.5 Diabetes e sua relação socioeconômica ........................................................... 24

2.2 Aspectos gerais sobre os tipos de lipídeos ......................................................... 26

2.3 Metabolismo lipídico ......................................................................................... 30

2.3.1 Transporte das lipoproteínas ........................................................................... 30

2.3.2 Alterações fisiopatológicas relacionadas ao diabetes ...................................... 32

2.3.2.1 Relação VLDL ............................................................................................. 33

2.3.2.2 Relação enzimática ...................................................................................... 33

2.4 Dislipidemia ....................................................................................................... 35

2.4.1 Dislipidemia no diabetes .................................................................................. 36

2.5 Diabetes, perfil lipídico e fatores adicionais ..................................................... 37

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 39

3.1 Tipos de Estudo ................................................................................................. 39

3.2 Local do Estudo ................................................................................................. 40

3.2.1 Caracterização da área de estudo .................................................................... 40

3.2.2 Caracterização do ESF ..................................................................................... 40

3.3 Delimitação do público alvo .............................................................................. 41

3.4 Instrumento utilizado ........................................................................................ 41

3.5 Aspectos éticos ................................................................................................... 42

3.6 Desenvolvimento do estudo ............................................................................... 43

4 RESULTADOS E DISCURSSÃO ....................................................................... 47

4.1 Variáveis demográficas (idade e sexo) .............................................................. 47

4.2 Variáveis socioeconômicas (escolaridade e renda familiar) ............................. 49

4.3 Variáveis sobre os hábitos de vida (sedentarismo, tabagismo, IMC e dieta) e

DM ............................................................................... ... .............................................. 51

4.4 Análise do perfil bioquímico ............................................................................. 65

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 68

6 SUGESTÕES ........................................................................................................ 70

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 71

APÊNDICE ............................................................................................................. 79

14

ANEXO ................................................................................................................... 84

15

1 INTRODUÇÃO

Segunda a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), o diabetes mellitus (DM) é

uma síndrome que provoca no metabolismo humano, inúmeros e heterogêneos

distúrbios, os quais se convergem em hiperglicemia. A sua classificação fundamenta-se

na etiologia da enfermidade ao passo que as principais instituições como Organização

Mundial da Saúde (OMS) e Associação Americana de Diabetes (ADA) expõe em:

diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus tipo 2 (DM2), diabetes gestacional

dentre outros tipos específicos e ainda categorias que são fatores de risco relacionados a

diversas patologias.

A Organização Mundial de Saúde (2011) relata que 346 milhões de pessoas no

mundo têm diabetes, destas mais de 80% vive em países de baixa e média renda. Além

disso, em estudo prospectivo estima-se que a mortalidade pela patologia duplicará entre

2005 a 2030.

O DM2 é a forma, mais corriqueiro encontrada na população apresenta-se por

defeitos na ação e na secreção da insulina. “Em geral, ambos os defeitos estão presentes

quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles.”

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2006, p. 12). Em consonância a isto

deve saber que tal distúrbio acomete pessoas acima de 40 anos geralmente obesos. Uma

das características marcantes desses portadores, sem dúvida alguma é obesidade e/ou

sobrepeso em que a prevalência destes fatores depende de questões hereditárias,

ambientais ou comportamentais. (CORRÊA et al., 2003). A descaracterização

metabólica do DM2 quando não controlada perpetua-se as injúrias e desregulação dos

principais metabolismos dentre eles, o lipídico. Tal forma que a mudança desse perfil

lipídico abre portas ao aparecimento das dislipidemias, incluídas como as principais

causas de morte nesta patologia já que, possui subsídios para o desenvolvimento de

doenças cardiovasculares (DCV). (TORRE, 2005).

Nesse sentido, Almeida e outros (2007, p. 268) afirmam: “a dislipidemia

contribui com aumento de duas a quatro vezes para o risco de desenvolvimento de

DCV”.

Contudo, klafke (2001) afirma que sejam fatores hereditários, metabólicos e

ambientais todos estes contribuem de alguma forma na aterogênese, sendo que a

dislipidemia reproduz eventos clínicos coronarianos, cerebrovasculares e vasculares

periféricos.

16

A dislipidemia, caracterizada por anormalidades qualitativas e/ou quantitativas

das lipoproteínas plasmáticas, pode ser diagnosticada laboratorialmente através da

avaliação do perfil lipídico do indivíduo. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2007). Já klafke consegue categorizar o tipo de dislipidemia em que

enquadra-se a DM:

A dislipidemia secundária se desenvolve como consequência de patologias

sistêmicas que indiretamente retardam ou bloqueiam um ou mais passos do

metabolismo lipídico. As principais doenças envolvidas na dislipidemia

secundária são: diabetes melito, hipotireoidismo, obesidade, síndrome

nefrótica, doença hepática, alcoolismo, doenças autoimunes, uso de drogas (betabloqueadores, inibidores da enzima de conversão, diuréticos,

bloqueadores dos canais de cálcio, corticosteróides) e insuficiência renal.

(KLAFKE, 2001, p. 15).

No diabético essas alterações são descritas por “partículas pequenas e densas de

LDL (mais aterogênicas), hipertrigliceridemia e níveis reduzidos de HDL”. (REIS,

2007, p. 07). Todavia dentro da DM2 em termos de fisiopatologia, estas partículas de

lipoproteína de baixa densidade (LDL) predispõem a uma maior oxidação e, por

conseguinte, eleva o risco de evoluções cardiovasculares. (ALMEIDA et al., 2007).

A resistência insulínica (RI) atua peculiarmente, nos aspectos enzimáticos do

metabolismo e na remodelação da lipoproteína de alta densidade (HDL) e triglicerídeos

(TG). Existe uma influência de enzimas como Lipase Lipoproteica (LLP) e Lipase

Hepática (LH) que provoca certos fenômenos às vezes associados ou não, com uma

possível hiperglicemia. Outras enzimas como a Lecitina Colesterol Acil-Transferase

(LCAT), Proteína Transportadora de fosfolípides (PLTP) e Proteína Transportadora de

Ésteres de Colesterol (CETEP) influenciam também em aspectos relacionados a outras

lipoproteínas como na lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), LDL e no

transporte do colesterol frente ao metabolismo. (ALMEIDA et al., 2007).

Assim a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007, p. 04) afirma que “além das

diferenças em tamanho, densidade e composição química, as lipoproteínas podem

diferir entre si através da modificação in vivo por oxidação, glicação ou dessialização.

Estas modificações influenciam seu papel no metabolismo lipídico e no processo

aterogênico”.

Em consonância ao exposto quando considerado que o paciente com DM2 está

mais susceptível ao desenvolvimento de dislipidemias devido à resistência insulínica,

obesidade, hiperglicemia e alguns dos próprios medicamentos utilizados contribuem

17

para essa mudança do perfil lipídico. Essa dislipidemia surgir como potencializadora na

progressão de DCV, principalmente aterosclerose dentro deste público. Assim, justifica-

se encontrar nesta população este padrão lipídico e os fatores associados, a fim de

colaborar numa maior qualidade de vida, menor risco de morte por DCV e para que a

própria unidade de saúde através destes resultados encontre maneiras de evitar ou

prevenir o risco de complicações associados a este publico.

1.2 Objetivo

A seguir será descrito de forma concisa e clara as metas de direcionamento a tal

trabalho.

1.2.1 Objetivo geral

Avaliar a dislipidemia, segundo critérios estipulados pelas diretrizes da

Sociedade Brasileira de Diabetes de 2009, em portadores de DM2 na unidade de

estratégia de saúde da família (ESF) do bairro Chapadinha do município de Paracatu -

MG, por meio de análise bioquímica do perfil lipídico.

1.2.2 Objetivos específicos

Diagnosticar alteração do perfil lipídico com dosagem de colesterol total,

triglicérides e colesterol HDL. Através da fórmula de Friedewald a obtenção do

colesterol LDL e VLDL, com coleta de amostras de sangue sem anticoagulante

em portadores de DM2 no ESF Chapadinha sendo que a fase analítica do exame

será realizada no Laboratório Santa Lúcia;

Realizar um levantamento através de questionário a respeito dos fatores

socioeconômicos, nutricionais e comportamentais e por meio deste relatar os que

influenciam neste estudo;

Entregar os resultados obtidos sobre o trabalho para o ESF Chapadinha a fim de

que sejam elaboradas medidas corretivas sobre pontos negativos da pesquisa aos

portadores de DM2.

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

A persistência ou surgimento de doenças relacionadas aos hábitos de vida está

no ápice de toda discussão quando se trata de saúde seja está pública ou privada.

(NOVAIS; LEITE, 2011). De maneira que apesar dos inúmeros avanços da tecnologia

referente aos métodos para diagnóstico e terapia, quanto se trata daqueles elementos

favoráveis a cura, observa-se certa estagnação principalmente para doenças que são

consideradas historicamente relevantes no aspecto saúde-doença, e por sua cronicidade

um problema de saúde pública em todo mundo. (SATO; ZOUAIN, 2012). Dentre estas

doenças destaca-se o diabetes mellitus e todas as suas complicações assim como sua

intrínseca relação com as doenças cardiovasculares e distúrbios lipídicos. (FERREIRA,

2012).

A maior sobrevida de indivíduos diabéticos aumenta as chances de desenvolvimento das complicações crônicas da doença que estão associadas

ao tempo de exposição à hiperglicemia. Tais complicações -

macroangiopatia, retinopatia, nefropatia e neuropatias - podem ser muito

debilitantes ao indivíduo e são muito onerosas ao sistema de saúde. A doença

cardiovascular é a primeira causa de mortalidade de indivíduos com DM2; a

retinopatia representa a principal causa de cegueira adquirida e a nefropatia

uma das maiores responsáveis pelo ingresso a programas de diálise e

transplante; o pé diabético se constitui em importante causa de amputações

de membros inferiores. (FERREIRA, 2012).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) a relação da mortalidade no

diabetes está mais comumente ligada as suas complicações, do que pela própria

patologia. O fato é que no início do século XXI houve a estimativa de 5,2% das mortes

no mundo serem atribuídas ao diabetes, com exclusão daquelas provocadas em

implicação de sua decorrência o que aumentaria este percentual.

Segundo Ravel (2009) o diabetes mellitus surge em resultado de disfunção na

produção ou consumo de insulina (hormônio secretado pelas ilhotas de Langerhnas no

pâncreas), esta disfunção pode ser provocada pela produção ineficaz da insulina ou por

meio de uma síntese regular com excreção anormal da mesma. Além destas

anormalidades, são encontrados outros fatores relacionados à origem do diabetes:

O diabetes pode ser produzido por certos fatores extra pancreáticos, como

disfunção dos receptores celulares nos tecidos periféricos, com conseqüente resistência à ação celular da insulina, ou por anormalidades de hormônios

não-pancreáticos que afetam a secreção da insulina ou metabolismo da

glicose no sangue. (RAVEL, 2009, p. 395).

19

Segundo Kundson; Weinstock e Henry (2008) esse grupo de patologias

caracterizadas por taxas sanguíneas elevadas de glicose dão origem ao diabetes. Essa

desordem metabólica energética que além da hiperglicemia gera dano vascular.

(BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Para Maitran (2010, p.1139) a “hiperglicemia crônica e desregulação metabólica

concomitante podem estar associadas a danos secundários em múltiplos sistemas de

órgãos, especialmente rins, olhos, nervos e vasos sanguíneos”.

Ao discutir que o detrimento na homeostase da glicose é relevante ao DM deve-

se levar em consideração os aspectos normais desse mecanismo. O início de todo

processo ocorre no pâncreas órgão que possui sua função endócrina de produzir

diferentes hormônios. Este apresenta quatro tipos principais de células: β (secretam

insulina), α (secretam glucagon), δ (contem somatostatina, hormônio regulador da

liberação de insulina e glucagon) e PP (polipeptideo pancreático) este último

relacionado ao funcionamento exócrino do pâncreas em eventos gastrointestinais.

(MAITRAN, 2010).

Segundo Geloneze, Lamounier e Coelho (2006) de minuto a minuto o glucagon

e a insulina, inibidora da produção de glicose e influente na captação da mesma para o

tecido muscular e adiposo, conseguem manter os níveis de glicose no sangue normais.

Quando no organismo existe um estado de jejum normal aumenta-se o glucagon

consequentemente existe um aumento da produção de glicose pelo fígado, diminuição

da captação periférica e elevação da proteólise e lipólise. Essas alternâncias quando em

sintonia promovem níveis de glicose entre (70 e 100 mg/dL), dos ácidos graxos livres

(produto da lipólise) entre 300 e 400 μmol/L e dos triglicerídeos abaixo de 125 mg/dL.

Entretanto quando o estado é pós prandial normal, há um aumento de até 50 mg/dL de

glicose visto que acontece uma produção de quantidades maiores de insulina,

interrupção a síntese de glucagon e evidente captação de glicose pelos tecidos

periféricos. (GELONEZE; LAMOUNIER; COELHO, 2006).

É claro que todo esse processo apóia-se numa ação da insulina adequada: frente

aos receptores destes tecidos alvo, a níveis normais de lipídios e aminoácidos. Além de

outras partes como órgãos e hormônios gastrointestinais que são essências na

modulação do apetite dentre outros aspectos (FIG. 1). (GELONEZE; LAMOUNIER;

COELHO, 2006).

20

Figura 1: Regulação da glicose sanguínea

Fonte: Esquema elaborado por Dean Madden, 2012

De acordo com Baynes e Dominiczack (2010) dentre os tipos de diabetes citados

5-10% incluem o tipo 1, o diabetes secundário e gestacional são considerados raros com

sua proporção, inclusa nos 10% e o mais prevalente é o tipo 2 que abrange 90% dos

pacientes diabéticos. Assim, frente aos dados apresentados, pela relevância estatística da

incidência e prevalência além é claro do seu papel epidemiológico do diabetes tipo 2, a

partir deste ponto aparecerá em destaque e fundamentará este trabalho de conclusão de

curso sempre em interação com a dislipidemia.

2.1 Diabetes Mellitus Tipo 2

O DM2 apesar de grande evidência epidemiológica possui ainda mecanismos

não bem esclarecidos quanto sua patogenia principalmente quando comparada ao

21

diabetes tipo 1. (GOLDMAN; AUSIELLO, 2009). Existe no DM2 uma relação de

vários aspectos patogênicos ao tratar de sua origem, e alguns até estão comumente

discutidos na literatura, todavia não se sabe ao certo de modo específico qual sua

principal etiologia e por isso muitas vezes acredita-se que este fato esteja favorável ao

seu desenvolvimento silencioso no indivíduo. (FAUCI et al., 2009).

2.1.1 Epidemiologia do diabetes

Segundo Ferreira (2011) o diabetes trata-se de uma epidemia que assume

proporções mundiais, ao gerar além de prejuízos para o indivíduo portador, alto custo

aos países principalmente aqueles em desenvolvimento como o Brasil.

Com base na população brasileira IBGE 2010, estima-se em cerca de 7,77

milhões o número de portadores de Diabetes mellitus no País, na população

com 18 anos e mais. Se considerarmos que cerca de 30% da população

desconhecem que possuem a doença, esse número pode chegar a cerca de 11

milhões de brasileiros. (BRASIL, 2012).

De acordo com o plano do Ministério da Saúde, Brasil (2011) com base nos

dados obtidos no DATASUS, obteve em 2011 uma característica positiva em relação ao

número de portadores de diabetes internados no município de Paracatu - MG reduziu

significativamente de 2,55 a 0,32 números de internações de 2010-2011.

2.1.2 Patogenia

O DM2 apresenta-se por 3 aspectos distintos, que juntos completam toda a sua

fisiopatologia são: a diminuição da secreção de insulina, glicogênese hepática

aumentada e alteração no metabolismo dos lipídios. (FAUCI et al., 2009).

A diminuição da secreção e a sensibilidade a insulina estão intimamente ligadas.

Primeiramente no DM2 acontece um aumento na secreção da insulina devido à presença

da sua resistência, entretanto este efeito tende a ser duradouro na maioria das vezes,

então um processo inverso acontece, ou seja, há diminuição na secreção da insulina.

Além disso, ainda acontece uma toxicidade para as ilhotas de Langerhans induzida pelo

excesso de glicose e ácidos graxos livres na corrente sanguínea. (FAUCI et al., 2009).

A glicogênese e a produção excessiva de lipídios pelo fígado resultam em um

sistema descompensatório, no qual existe um aumento na glicemia sem armazenamento

22

hepático, por causa do defeito na entrada de glicose causado pela resistência insulínica,

contudo tal efeito só dura no início de todas as anormalidades do diabetes. No final, o

resultado de toda a resistência insulínica e obesidade são uma elevação na deposição de

ácidos graxos no tecido adiposo e uma maior produção de VLDL (Lipoproteína de

muito baixa densidade), isto e outros se associam a mudança do perfil lipídico no

diabético tipo 2. (FAUCI et al., 2009).

Assim as alterações no metabolismo lipídico apresentam-se interligadas a

resistência insulínica e isto envolve tanto o músculo esquelético e/ou tecido adiposo.

Estas alterações acontecem de problemas primários como aqueles relacionados aos

receptores e todas as moléculas, que podem de alguma forma mudar sua ligação com

qualquer outra enzima ao intervir no processo acumulativo de ácidos graxos; e ser

consequente, no processo de oxidação na célula ao refletir numa produção intercelular

de ATP dentro do músculo. (FAUCI et al., 2009). Deste modo temos os fatores

secundários ligados a hiperinsulinemia na qual Fauci e outros (2009, p.2281) citam que

“os níveis do receptor da insulínica e a atividade da tirosinoquinase no músculo

esquelético são reduzidos”. Diante disso, o mecanismo a hiperinsulinemia provoca

aumento na ação da insulina que potencializam um processo de aterosclerose no

diabético tipo 2.

A Obesidade central e nas vísceras sempre está relacionada à junção: diabetes,

resistência a insulina e distúrbio lipídico, nelas acontecem um aumento de produtos

gerados pelo excesso de tecido adiposo: os ácidos graxos, fatores imunológicos e

proteínas. Além disso, a regulação da sensibilidade insulínica altera-se, pois depende do

tecido adiposo que, por conseguinte é influenciado pelo tecido muscular e hepático,

dada a resistência insulínica no qual a obesidade presente é responsável. (FAUCI et al.,

2009).

Nos fatores abordados, um processo é bastante citado dentro de todas as

variáveis que cominam no processo patogênico do DM2, esta é a resistência insulínica.

Então para Cavalheiro (2012) ela engloba vários fatores, neste estado existe uma reposta

precária ou inexistente da célula perante a ação da insulina mesmo que seus níveis

estejam normais na circulação. Haja visto, que para Cavalheiro (2012, p. 6) “o conceito

engloba toda a ação biológica da insulina: crescimento e desenvolvimento, metabolismo

glicídico, lipídico, protéico, função endotelial e expressão genética”. Já Mário José

Abdalla Saad e Henrique Gottardello Zecchin complementam este conceito ao definir

que:

23

A resistência à insulina da obesidade e do diabetes tipo 2 é caracterizada por

alterações em diversos pontos da via de transmissão do sinal da insulina, com

redução da concentração e da atividade quinase do IR, da concentração e da

fosforilação do IRS-1 e -2, da atividade da PI 3-quinase, da translocação dos

transportadores de glicose (GLUTs) e da atividade das enzimas

intracelulares. Isso pode ocorrer em paralelo à manutenção da ativação

normal da via mitogênica, representada pela MAP quinase. (SAAD;

ZECCHIN, 2011).

Em acordo com todos os fatores, resumi-se que a fisiopatologia no DM2 é um

mecanismo o qual hepatócitos começam a formar grande quantidade de glicose, todavia

a sua utilização reduzida nos tecidos muscular e adiposo é imprópria. Na tentativa

controlar a homeostase do organismo, ao manter a tolerância a glicose em seu ponto de

equilíbrio uma produção exarcebada de insulina é feita pelo pâncreas. Entretanto, aquilo

que se percebe em toda dinâmica do corpo humano é um excesso de trabalho e todo este

sempre causa injúrias aos órgãos, neste caso, o pâncreas começa a produzir porções

cada vez menores de insulina. Este quadro de elevação da taxa de glicose produz um

processo tóxico as células β e consequente perda decrescente da sua funcionalidade. Por

isso existem aqueles indivíduos portadores de DM2 que conseguem ser tratados com

dieta, medicamentos hipoglicemiantes orais ou com exercício físico e outros necessitam

da insulina. (HENRY, 2008).

2.1.3 Diabetes tipo 2 e abordagem genética

Apesar das disfunções genéticas específicas não serem muito relacionadas ao

DM2 mesmo pelo fato do aprofundamento sobre o assunto, pois a maioria dos fatores

descobertos tem origem poligênica. (GOLDMAN; AUSIELLO, 2009). De acordo com

Henry (2008) a relação genética do DM2 é familiar, no entanto os defeitos genéticos de

base, que atingi grande maioria dos portadores não foram definidos, já Baynes e

Dominiczack (2010) contrapõem esta informação exemplificando que um estudo

genômico amplo definiu aproximadamente 70% de risco genético ao diabético, sendo

encontrado o gene TCFL2, conhecido, além de outros quatro, visto que o de maior

relevância é chamado SLC30AS que codifica o transporte de zinco. Assim Goldman e

Ausiello (2012) atribuem muitas vezes à expressão da doença: em idosos, atividade

física decadente e a obesidade, este último fator crucial para pessoas com histórico

familiar de DM2.

24

2.1.4 Diabetes tipo 2 e sua relação com a faixa etária

Outro aspecto abordado é aquele referente à faixa etária, neste diabetes alguns

autores colocam que a idade seria de pessoas com mais de 40 anos, outros já afirmam

que será em idade avançada não definindo a faixa.

Um estudo multicêntrico de base populacional, conduzido em 1988 em nove

capitais de estados brasileiros, demonstrou que a prevalência da diabetes e a

tolerância à glicose diminuída em população urbana, entre 30 e 69 anos de

idade, é de 7,6 e 7,8%, respectivamente. Também, nesse mesmo estudo,

diagnosticou-se que as cidades das regiões sul e sudeste, consideradas de melhor desenvolvimento econômico apresentam maior prevalência de DM,

fato que mais uma vez constata a interferência das mudanças de estilo de vida

como uma das principais causas da doença. (MARTINS, 2009, p. 18).

A conclusão é que a idade tem sua relação com o DM2 pelo fato de quanto

maior a progressão da doença mais é sua prevalência dentro da faixa etária. Por

exemplo, Marques e outros. (2012, p.02) afirmam que existe no Brasil “um processo de

envelhecimento populacional com transição epidemiológica e nutricional, aumento das

doenças crônicas não transmissíveis e declínio das doenças infecto-contagiosas” isto

significa que o próprio envelhecimento surgiu como fator para o aumento de doenças

crônicas como a diabetes.

2.1.5 Diabetes e a sua relação socioeconômica

Baseado em projeções realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (2009) que iram até o ano 2050, a realidade socioeconômica associa-se a

mudança na faixa etária com maior prevalência de diabetes. Ao considerar o perfil do

brasileiro, nestas últimas décadas o país passou de grande volume na fecundidade para

um aumento da expectativa de vida com maior concentração na população idosa, e a

tendência desse perfil nesta população estará entre 2000-2020.

Observa-se também uma mudança na população dada economicamente ativa de

15-59 anos, o que muda totalmente o custo econômico para o estado aumentando a

qualidade de vida e renda. Contudo, mesmo com ocasional mudança nesse cenário do

mercado de trabalho encontra-se a elevação de mais pessoas aposentadas, que acabam

de alguma forma ao influenciar na saúde, pois estas começam a frequentar os serviços

de saúde. (ASSUNÇÃO; URSINE, 2008).

25

De acordo com Mendes e outros (2011) a relação socioeconômica vista no

diabetes acaba sendo um fator interferente sobre o autocuidado e controle. Assunção e

Ursine (2008) afirmam que esta reflete principalmente na alimentação e atividade física

ao provocar certa limitação ao portador. Por conseguinte, muitas vezes essa barreira

agrava o quadro do diabético, pois propicia o descontrole glicêmico que leva a

consequências negativas como as complicações do diabetes.

De acordo com Guerra e outros (2005) o paciente diabético que possui um

descontrole glicêmico tendem a provocar alterações significativas no metabolismo das

lipoproteínas, ao passo que há uma tendência no diabetes a disfunção da maioria dos

metabolismos mostrando esta inter-relação peculiar.

Dentre outros aspectos elucida Almeida e outros (2007, p. 268), o papel da

resistência insulínica no DM2 como fonte de “modificações da atividade de algumas

enzimas que participam do metabolismo e remodelação dessas lipoproteínas”. Segundo

Lima (2011) o organismo do diabético passa por certo período de estresse oxidativo que

está ligado a peroxidação dos lipídeos e isto representa certo dano oxidativo para as

lipoproteínas ao levar a alterações dos principais lipídeos do corpo humano. Para

Pereira (2011) os pacientes diabéticos não só possuem essa alteração como é uma das

suas características a dislipidemia, que tende a provocar doenças cardiovasculares, e

completa colocando seu diagnóstico com a hiperglicemia presente. Ao corroborar com

Almeida e outros, Maitran (2010, p.1153) atribui a resistência insulínica ao processo

hepático de produção cada vez maior de lipoproteínas de cunho aterogênico, e sua

capitação periférica reduzida. Essa mudança é muito significativa que em estudo

realizado no município de Luzerna, no qual teve como critério para a metodologia do

projeto a avaliação do perfil lipídico de 136 pacientes portadores do diabetes mellitus

tipo 2 atendidos pelo PSF, constatou que 30 tinham CT aumentado, 56 pacientes com

LDL e 37 com TG, fora do valor de referência. (JOST et al., 2010).

Em estudo a respeito do perfil lipídico em pacientes do Nepal confirmaram que

existe:

Alta prevalência de hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, LDL-C elevado

e níveis baixos de HDL-C que são bem conhecidos fatores de risco para

doenças cardiovasculares. A insulina afeta o fígado produção

apolipoproteinas. Ela regulamenta a atividade enzimática da lípase

lipoprotéica (LPL) e proteína de transporte de éster de colesterol. Todos esses

fatores são prováveis causas de dislipidemia em Diabetes mellitus. Além

disso, a deficiência de insulina reduz a atividade da lipase hepática e vários

26

passos na produção de LPL biologicamente ativo pode ser alterada em DM.

(VINODMAHATO et al., 2011, p.4, tradução nossa) 1.

Todavia seria difícil entender todas estas modificações sem antes tomar

conhecimento do metabolismo dessas lipoproteínas.

2.2 Aspectos gerais sobre os tipos de lipídeos

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) com base na fisiologia e

manifestações clínicas aqueles lipídeos de maior relevância são fosfolipídios, colesterol,

triglicerídeos e os ácidos graxos. Para Klafke (2001) essas estruturas como os

fosfolipídios e colesterol respectivamente são extremamente relevantes no

funcionamento e fluidez de membranas celulares; além dos aspectos bioquímicos para

formação dos sais biliares de esteróides, e de algumas vitaminas como a D. Já Engroff e

outros (2008) completam ao afirmarem que os triglicerídeos são uma das fontes

energéticas de armazenamento mais relevantes e essenciais ao organismo humano

possuindo uma formação de 3 grupos de ácidos graxos com um de glicerol. Os ácidos

graxos são classificados em saturados (láurico, mirístico, palmítico e esteárico);

monoinsaturados (ácido oléico) e polinsaturados ômega-3 (eicosapentaenóico,

docosahexaenóico e linolênico), ômega-6 (linoléico). (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CARDIOLOGIA, 2007).

Com base em sua própria designação as lipoproteínas são constituídas em parte

de lipídios; colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios, e várias proteínas específicas,

polipeptídios, chamados de apolipoproteínas (APOS). (RAVEL, 2009). As lipoproteínas

possuem uma conformação perfeita para conseguir transportar moléculas apolares

estando em meio aquoso, polar. Segundo Baynes e Dominiczack (2010) o seu núcleo é

composto por partículas hidrofóbicas de ésteres de colesterol e triglicerídeos, já a

1 This study reveals high prevalence of hypercholes-terolemia, hypertriglyceridemia,

high LDL-C and low HDL-C levels which are well known risk factors for car-

diovascular diseases. Insulin affects the liver apolipopro-tein production. It regulates the

enzymatic activity of lipoprotein lipase (LpL) and Cholesterol ester transport protein.

All these factors are likely cause of dyslipidemia in Diabetes mellitus [18]. Moreover,

insulin deficiency reduces the activity of hepatic lipase and several steps in the

production of biologically active LpL may be altered in DM.

27

camada externa, constitui-se de fosfolipídios, colesterol não-esterificado e as

apolipoproteínas específicas para cada lipoproteína (FIG. 2).

A estrutura molecular é evidenciada na figura abaixo:

Figura 2: Estrutura molecular da lipoproteína

Fonte: KLAFKE, 2001, p.16

De acordo com Henry (2008) são estes componentes que justamente iram

determinar sua densidade e tamanho das 5 principais lipoproteínas: quilomicrons (Qm),

lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL), lipoproteína de baixa densidade (LDL),

lipoproteína de alta densidade e outras lipoproteínas menos evidentes a lipoproteína de

densidade intermediária (IDL) e lipoproteína (a) [Lp (a)].

Segundo Henry (2008) os quilomicrons (Qm) são grandes apesar de possuírem

baixa densidade e serem constituídos de algumas APOS, como a APO B-48 e grandes

quantidades de triglicerídeos provenientes da alimentação, quase 95%. Além disso, são

sintetizados no intestino delgado e caracterizar ao plasma aspecto leitoso. Os Qm ao

sofrerem hidrólise da enzima Lipase origina outras estruturas bem menores que serão

chamados de quilomicrons remanescentes, por conseguinte, Ravel (2009) ainda

complementa ao citar a formação adicional de ácidos graxos livres (AGL).

As partículas de VLDL são semelhantes aos quilomicrons ao possuírem grande

quantidade de triglicerídeos embora menores que os mesmo. Sua parte lipídica

apresenta-se muito maior que a parte protéica, apesar de que esta última seja constituída

de principalmente APO B-100, possuindo também em outras como APO C. Um dos

principais aspectos sobre a VLDL está relacionado à formação, através da via endógena

no fígado. (HENRY, 2008).

28

A LDL faz parte de 50% do total de lipoproteínas plasmáticas, por serem

partículas bem menores que a VLDL, não trazem ao plasma aspecto leitoso. É

constituída por 50% de colesterol esterificado e somente 25% de parte protéica pelas

APO B-100 em minoria pela APO C. Uma das principais associações da LDL é sua

relação com eventos coronarianos. (HENRY, 2008). Klafke (2001) além de afirmar que

essa lipoproteína seja um subproduto da quebra do VLDL a considera de extrema

aterogenicidade.

Segundo Klafke (2001) a lipoproteína que possui alta densidade é chamada de

HDL sendo uma partícula bem pequena. Henry (2008) afirma que esta possui 50% de

parte protéica por APO A-I e APO A-II e em minoria APO C e APO E a outra parte se

divide em colesterol esterificado e fosfolipídios, encontrada também como HDL2 e

HDL3. Tem formação no fígado e intestino, sendo uma das principais lipoproteínas

responsáveis por prevenir contra aterosclerose, ela consegue impedir que exista uma

deposição de colesterol no organismo e o redistribuindo, anula seu deposito. Outra

lipoproteína a IDL laboratorialmente não tem relevância, pois sua determinação

apresenta-se complexa.

E por fim, para Mota e outros (2008, p.90), “a lipoproteína (a) [Lp (a)] foi

descrita por Berg em 1963 como sendo uma variante genética da LDL, que apresenta a

apolipoproteína A (Apo A) ligada à apolipoproteína B (Apo B) por meio de pontes

dissulfeto”. Está lipoproteína possui uma relação muito direta ao desenvolvimento de

aterosclerose, considerada sozinha como altamente progressiva na formação da placa de

ateroma. (KLAFKE, 2001).

Outros componentes importantes no metabolismo lipídico como as APOS,

mencionadas neste trabalho são estruturas constituintes das lipoproteínas, que de acordo

com Baynes e Dominiczack (2010, p. 220) “é uma apolipoproteína que forma um

domínio para adição de lipídios (lipidação)”.

Por conseguinte a apresentação das funções e respectivos Apos no Quadro1.

29

Quadro 1: Características e funções das principais apolipoproteínas

Fonte: KLAFKE, 2001, p.17

Os receptores de lipoproteínas são componentes essenciais ao metabolismo, pois

tendem a funcionar como pontes entre as células e substâncias como colesterol,

triglicerídeos dentre outros transportados pelas lipoproteínas. Dos inúmeros receptores

existentes sejam não específicos e específicos aquele de relevância sem dúvida alguma é

o denominado receptor APO B/E ou singularmente conhecido por receptor de LDL. O

aparecimento na membrana celular destas estruturas depende da expressão gênica a qual

também determina a quantidade de colesterol no interior da célula. (BAYNES;

DOMINICZACK, 2010).

As enzimas como em todas as reações existentes no metabolismo humano

acabam funcionando como potencializadoras e mediadoras. No metabolismo dos

lipídios duas hidrolases, a lipoproteína lípase (LLP) e o triglicerois lípase hepática ou

também denominada lípase hepática (LH) são essenciais na remoção dos triglicerídeos.

Cada uma desempenha uma função específica: a LLP quebra as moléculas de

triglicerídeos no Qm e no VLDL o que gera a produção de AGL e glicerol; já a LH

funciona como coadjuvante em partículas parcialmente quebradas pela LLP e na

conversão do IDL em LDL. Existem duas outras enzimas não menos importantes, a

Lecitina: colesterol aciltransferase (LCAT) e acilCoA: acilcolesterol transferase,

enzimas parecidas quanto ao nome, entretanto uma esterifica o colesterol extracelular

adquirido do HDL e a outra esterifica o colesterol intracelular. Outra proteína também

de transferência de ésteres de colesterol é a CETP que medeia à troca de TG entre as

principais lipoproteínas. (BAYNES; DOMINICZACK, 2010).

30

2.3 Metabolismo lipídico

O metabolismo lipídico é complexo no qual exige elementos que irão de uma

simples molécula de ácido graxo até estruturas enzimáticas que em conjunto iniciam

suas funções desde o processo digestivo até a obtenção de energia. A forma como o

corpo humano comporta toda essa gordura ingerida é outro elemento extremamente

peculiar e interligados promovem efeitos em funções metabólicas do corpo humano.

(HENRY, 2008).

2.3.1 Transporte das lipoproteínas

A “dieta” lipídica do ser humano provém de duas formas: exógena (alimentos) e

endógena (metabolismo hepático). (FIG. 3). Através de Ravel (2009) sabe-se que os

lipídios provenientes dos alimentos chegam como gordura neutra, logo acontece à

quebra pela lípase pancreática no qual resulta na formação de ácidos graxos livres

(AGL) e monoglicerídeos, estes infiltram nas células da mucosa intestinal. No meio

intracelular estes AGL são modificados em triglicerídeos. Estes são incorporados aos

Qm e apolipoproteína caem nos vasos linfáticos do mesentério, chegando até a veia

cava superior na circulação sanguínea. Durante o percurso quando atingem o tecido

adiposo, muscular cardíaco ou esquelético ocorre uma série de interações com os TGs

que constitui a parte nuclear dos Qm, existe sua hidrolisação novamente em AGL e

glicerol pela LLP (presente na superfície dos capilares que circundam as células dos

tecidos citados) assim os TG são transportados as células adiposa para armazenamento e

aos músculos na produção de ATP. (KLAFKE, 2001).

No metabolismo hepático terá início do transporte endógeno. No fígado,

inúmeros constituintes lipídicos são metabolizados como éster de colesterol e TG; ou

servirá como armazenamento em TG e exportação de Lipoproteínas. (GOLDMAN;

AUSIELLO, 2009). Algumas lipoproteínas, como a VLDL sofre quebra pela ação da

LH que resulta na perda de fosfolipídios, colesterol e apolipoproteínas à HDL; assim a

VLDL transforma-se em IDL, que após a presença de APO E normal e interagir com

LLP são convertida em LDL-c (com éster de colesterol e sem TG). As APOS B 100, C

e E além da LLP tem um função importante ao retirar da circulação as VLDL e

convertê-las em outras partículas. Aqueles VLDL remanescentes são inclusos na

formação de grande parte de LDL que será novamente captado pelo fígado, com auxilio

31

dos receptores de LDL, ou sofrerão reprocessamento em IDL retornando a LDL.

Enfim, aquele LDL formado será responsável pelo transporte do colesterol ao resto do

corpo e nos tecidos periféricos, interessante afirmar que esta lipoproteína possui vários

tamanhos e acabam influenciando seu potencial aterogênico. (GOLDMAN;

AUSIELLO, 2009).

Ao relatar sobre o “Colesterol ruim” não poderia deixar de falar, a respeito da

gênese do HDL, essa lipoproteína que na forma nascente (HDL3) é sintetizada pelos

hepatócitos, células do intestino delgado dentre outros; tendo a sua formação

dependente de fosfolipídios, Apo A e E e de uma enzima catalisadora chamada de

LCAT. A enzima medeia o processo de transferência de ésteres de colesterol da

superfície celular para a parte nuclear dos lipídeos. Ésteres formados servem para

potencializar a HDL3 em receber ainda mais colesterol livre e outros componentes para

só assim a HDL3 transformar em HDL2. Ao passo que tal processo é determinante ao

transporte reverso do colesterol, ou seja, aquele colesterol presente nos tecidos e fluidos

retorna. A transferência ocorre por meio de duas vias; a primeira acontece depois que

HDL adquire o colesterol das células dos tecidos periféricos e esterifica-o graças a

LCAT, assim esta lipoproteína interage com o fígado transferindo os ésteres ao

hepatócito. A segunda via acontece por meio da transferência de ésteres de colesterol da

HDL para VLDL ou Qm remanescentes mediadas pela CETP assim o processo inverso

também pode ocorrer. Desta forma, os ésteres de colesterol são transportados e captados

até o fígado e removidos pelos receptores de LDL. (GOLDMAN; AUSIELLO, 2009).

Em acordo com Goldman e Ausiello (2009, p. 1781) “o metabolismo lipídico é

extremamente dinâmico”. Ao passo que em termos de saúde a disfunção metabólica do

grupo de estruturas funcionais lipídicas são culminantes ao desenvolvimento de

aterosclerose, processo que afeta as paredes dos vasos sanguíneos que interrompem o

fornecimento de nutrientes ao nível cardíaco, cerebral e periférico. (BAYNES;

DOMINICZACK, 2010).

32

FIGURA 3: Transporte das lipoproteínas

Fonte: KLAFKE, 2001, p.20

2.3.2 Alterações fisiopatológicas relacionadas ao diabetes

O metabolismo lipídico é complexo no qual envolve vários fatores, o diabetes

mellitus por ser uma síndrome plurimetabólica acaba o influenciando de forma negativa.

A serem questionadas as características do DM2 sempre o associa com obesidade,

resistência insulínica e a intolerância à glicose que convergem na desregulação do perfil

lipídico. (BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Geralmente, essas alterações dos pacientes diabéticos são encontradas em quase

todos os componentes do metabolismo lipídico. Ao basear a resistência insulínica sendo

um fator extremamente associado à fisiopatologia pela relação da insulina ao

33

metabolismo das lipoproteínas ricas de TG. (MARCÍLIO RABELO; RABELO;

MARTINEZ, 2003).

2.3.2.1 Relação VLDL

No fígado do diabético tipo 2 o ambiente pós-prandial que a resistência

insulínica projeta leva ao aumento na formação da VLDL, isto ocorre, pois o tecido

adiposo não desempenha sua função de suspender a liberação de ácidos graxos que

acabam sendo direcionados ao fígado. (MARCÍLIO RABELO; RABELO;

MARTINEZ, 2003).

Ainda existe um quadro de desequilíbrio envolvendo a VLDL, que começa a ser

secretada pelo fígado em estado de jejum resultado da falha na ação da insulina,

responsável em controlar as secreções e manter o equilíbrio das lipoproteínas, e, por

conseguinte, um aumento dos triglicerídeos característica do desvio do perfil lipídico no

diabético. (MARCÍLIO RABELO; RABELO; MARTINEZ, 2003).

2.3.2.2 Relação enzimática

Segundo Almeida e outros (2007), o quadro enzimático também sofre suas

alterações, que acabam por influenciar na síntese e tamanho do HDL que decresce com

a redução da atividade da LP/LH. Enquanto a LP quebra em meio aquoso as

lipoproteínas ricas em TG, o que auxilia na formação de HDL outra enzima chamada

LH acaba reduzindo o tamanho das HDL pela hidrólise dos seus componentes

constituintes. Isso acontece na RI com hiperglicemia ou não. Esse processo ocorre

principalmente em indivíduos sem controle glicêmico. (MARCÍLIO RABELO;

RABELO; MARTINEZ, 2003).

Outra enzima a LCAT envolvida no processo de esterificação do colesterol

participa deste importante mecanismo também relacionado ao tamanho do HDL. No

diabético altera-se sua mediação, o que reflete na diminuição do HDL. (MARCÍLIO

RABELO; RABELO; MARTINEZ, 2003).

Todavia a enzima de maior relevância na origem da dislipidemia no diabético

trata-se da CETEP, que promove a diminuição do tamanho do HDL. (ALMEIDA et al.,

2007). Segundo Marcílio Rabelo, Rabelo e Martinez (2003) existe uma troca mediada

por esta enzima entre os ésteres de colesterol das partículas de HDL para as

34

lipoproteínas ricas em TG e estes são transferidos para o HDL. É importante relacionar

que essa enzima acaba por diminuir as partículas de HDL aumentando a taxa de

catabolismo e assim reduzindo os níveis de HDL no organismo. Com base em estudo de

acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) o aumento dessa lipoproteína no

organismo pelos medicamentos acaba sendo difícil, já que não possuem o mesmo efeito

do que em outras lipoproteínas.

Um fato comumente relacionado ao perfil lipídico é a presença de LDL com

partículas densas e pequenas em grande proporção. Sabe-se que essas lipoproteínas são

consideradas aterogênicas. Uma das características por elas estarem aumentadas no

diabético é devido a CETEP que possui sua atividade diminuída ou mesmo ausente.

Como descrito acima, quando existem grandes quantidades de AGL, as lipoproteínas

ricas em TG como VLDL leva a conversão em LDL densas e pequenas e reflete

também no tamanho da HDL. Essas LDLs por serem altamente oxidativas, ao invés de

ligar-se ao receptor próprio da partícula interage com as proteínas das células, fator que

promove ainda mais a progressão da aterosclerose. (ALMEIDA et al., 2007).

Neste sentido Almeida e outros justificam a influência da RI e complicações

cardiovasculares ao relatar que:

Estudos em camundongos Knockout demonstram que o substrato receptor de

insulina do tipo 1 (IRS-1) é encontrado nas células somáticas e relaciona-se à

ação da insulina no músculo e no tecido adiposo. Sua deficiência determina

RI, intolerância à glicose e o aparecimento dos demais componentes da síndrome metabólica (hipertensão arterial e hipertrigliceridemia), enquanto o

IRS-2 (receptor do tipo 2) possui um papel mais importante na ação da

insulina do hepatócito, na sobrevida da célula beta e no desenvolvimento do

diabetes mellitus. No endotélio, observa-se também a presença do IRS-1. A

insulina fosforila este receptor desencadeando uma cascata de eventos que

resultam na captação da glicose pelos GLUTs (Transportadores

Citoplasmáticos de Glicose). Estudos em cultura de células endoteliais

demonstraram que a ativação do receptor de insulina leva à fosforilação do

IRS-1, que por sua vez ativa a fosfatidilinositol 3-cinase (PI3) com a

subseqüente ativação da serino-cinase dependente da fosfoinositidocinase-1

(PDK-1 Phosphoinositide-Dependent Kinase-1), o que ativa a Akt, responsável pela fosforilação da eNOS (Sintase do Óxido Nítrico Endotelial)

em serina. Esse processo leva à produção de NO (Óxido Nítrico) a partir da

Larginina, e o efeito final é a vasodilatação. (ALMEIDA et al., 2007, p. 269).

Assim o diabetes, tratado como um estado hiperglicêmico que promove

disfunção enzimática gerando um estresse oxidativo, maximiza o processo na disfunção

endotelial até a aterosclerose. (ALMEIDA et al., 2007).

35

2.4 Dislipidemia

Segundo Bertoni; Zanardo e Ceni (2011) as dislipidemias são defeitos que

acontecem no metabolismo lipídico, que afetam tanto as concentrações de lipoproteínas

no sangue, quanto em proporções de outros componentes lipídicos. Segundo Baynes e

Dominiczak (2010, p.225) “sua classificação original, agora atualizada, foi baseada no

comportamento eletroforético das lipoproteínas. Atualmente usa-se a classificação

genética.” Entretanto a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) sugere que as

dislipidemias sejam classificadas como primária e secundária.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) as dislipidemias primárias

ou sem origem aparente sofrem classificação genotípica ou fenotípica. Genotipicamente

são classificadas como monogênicas (alteração em um gene), e poligênicas (inúmeras

mutações). A classificação fenotípica ou bioquímica considera as proporções de valores

do CT, LDL-C, TG e HDL-C. Conforme Bertoni; Zanardo e Ceni (2011) compreendem

quatro tipos principais bem definidos:

1. Hipercolesterolemia isolada: através da elevação isolada do LDL-C (≥ 160

mg/dL).

2. Hipertrigliceridemia isolada: através da elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL),

que reflete o aumento do volume de partículas ricas em TG como VLDL, IDL e

quilomicrons. Sendo importante lembrar que de acordo com a porcentagem de

volume das lipoproteínas aterogênicas pelo LDL-C torna-se menos precisa à

medida que aumentam os níveis plasmáticos de lipoproteínas ricas em TG.

Portanto, conforme referido acima, o valor do Não - HDL-C pode ser usado

como indicador de diagnóstico e meta terapêutica nestas situações.

3. Hiperlipidemia mista: através de resultados aumentados de ambos LDL-C (≥

160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL). Nestes indivíduos, pode-se também utilizar o

Não-HDL-C como indicador e meta terapêutica. Nos casos com TG ≥ 400

mg/dL, quando o cálculo do LDL-C pela fórmula de Friedewald é inadequado,

considerar-se-á hiperlipidemia mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL.

4. HDL-C baixo: existe a redução do HDL-C (homens <40 mg/dL e mulheres <50

mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG.

36

Nesse tipo de dislipidemia podem também apresentar quando existe deficiência de

apolipoproteina B, disbetalipoproteinemia, deficiência de LP, ou da apolipoproteina CII

e deficiência de LCAT. (KLAFKE, 2001).

A dislipidemia secundária é classificada assim por apresentarem como consequência

de doenças que afetam os componentes e toda dinâmica do metabolismo lipídico. As

principais são: diabetes mellitus, hipotireoidismo, obesidade, síndrome nefróticas,

doença hepática, alcoolismo, doenças autoimunes, uso de drogras (betabloqueadores,

inibidores da enzima de conversão, diuréticos, bloqueadores dos canais de cálcio,

corticosteróides) e insuficiência renal. (CAMBRI et al., 2006).

2.4.1 Dislipidemia no diabetes

Segundo Pereira (2011) a dislipidemia no diabético tipo 2, sempre está associada

à resistência insulínica e obesidade. O quadro observado será além de uma elevação das

taxas de glicose igualmente um aumento dos níveis de TG e VLDL, de partículas densas

e pequenas do LDL e consequente redução dos níveis de HDL. Todo esse mecanismo

dentro do metabolismo lipídico torna o diabético tipo 2 alvo de disfunções.

Ao incluir a maior causa de morte no DM2 logo atribui a doença cardiovascular,

que é produto da associação do DM2 com dislipidemia. (FAUCI et al., 2009). Desde

modo, Torre (2005, p. 606) afirma que “na realidade, há evidência epidemiológica de

que as pessoas com DM2 têm uma maior prevalência de alterações do metabolismo dos

lipídeos”.

Pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) estão sujeitos a duas a quatro vezes

mais risco para doenças cardiovasculares (DCVs) quando comparados a não

diabéticos. A doença aterosclerótica, que compreende doença arterial

coronariana (DAC), doença vascular periférica (DVP) e doença

cerebrovascular, é responsável por três em cada quatro mortes entre pessoas

diabéticas tipo 2. As DCVs são responsáveis por 75% das mortes de indivíduos com DM2, 50% das quais por DAC. Pacientes com DM2 são

frequentemente portadores de uma série de fatores de risco Para doenças

aterotrombóticas, entre os quais a dislipidemia provavelmente exerça o papel

mais importante. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2009, p.

98).

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) a diabetes em si é

considerado um fator de risco para manifestação de doenças coronárias no adulto, e

mesmo com metas estabelecidas para a dislipidemia ainda existe um descontrole de

pontos importantes na prevenção ou tratamento. A recomendação para os adultos

37

diabéticos é a avaliação do perfil lipídico se for o caso para diagnóstico e assim a cada

ano uma reavaliação deve acontecer ou com mais vezes se necessário. E por meio deste

estabelecer outras medidas que acompanhem a mudança positiva do perfil lipídico.

2.5 Diabetes, perfil lipídico e fatores adicionais

Com base em toda a revisão literária constatou-se importante papel da influência

genética no DM2, outras abordagens relacionado a fatores de risco ambientais devem

ser também considerados já que apontam para seu retardo ou prevenção. (CAROLINO

et al., 2008).

Nesse sentido, ao colocar a diabetes mellitus como uma doença crônica não

transmissível estudos relatam que:

Para Giannini (2000), enquanto 70% a 80% dos casos de doenças crônicas não-transmissíveis estão associados a fatores socioeconômicos, como renda,

escolaridade, ocupação, condições ambientais, estresse psicossocial e

comportamentais, como tabagismo, sedentarismo, inadequação alimentar e

obesidade, os 20% a 30% restantes dependem de fatores genéticos e hereditários. Na maioria dos casos, portanto, pode ocorrer modificação do

fator de risco prevenindo assim, o aparecimento da doença. (BERTONI;

ZANARDO; CENI, 2011, p. 179).

A população idosa apresenta-se em maioria como a faixa etária da dislipidemia

no diabético. De acordo com estudo de Ministério da Saúde, Brasil (2010) essa relação

de aumento da prevalência do DM2 em idosos é resultado da duplicação dos indivíduos

nesta faixa etária, de modo que em 2030 a tendência é a população de idosos superar o

número de crianças e adolescentes. A senilidade provoca alterações fisiológicas

anatômicas e funcionais que levam ao acúmulo de gordura abdominal, redução da

massa muscular, perda de água e redução da elasticidade, principalmente de veias estes

fatores aliados ao estilo de vida confirmam a grande porcentagem de indivíduos com

doenças crônicas. (MONTENEGRO NETO et al., 2008).

Quando associado ao fator não modificável como o sexo, de acordo com um

estudo multicêntrico que avaliou o perfil lipídico e glicêmico de portadores de DM2

apontou a maior porcentagem de pacientes do sexo feminino do que masculino este

estudo aconteceu em PSF, e justificou este percentual pela maior procura pelas

mulheres aos serviços de saúde. Entretanto, nesta mesma pesquisa tais aspectos como

idade e sexo acabaram não influenciaram estatisticamente o perfil lipídico ao não ser

38

quando foi tratado em relação ao IMC (INDICE DE MASSA CORPORAL).

(BATISTA et al., 2005).

Um dos fatores mais importantes que atuam como interferentes no perfil lipídico

do diabético tipo 2 principalmente no controle e prevenção é o estado nutricional que

este indivíduo apresenta. Segundo Carolino (2008, p.02) “alguns estudos têm

demonstrado que o controle de peso, da dieta e o aumento da atividade física diminuem

a resistência à insulina, diminuindo, assim, por conseguinte, as chances de se

desenvolver o DM2”. Como abordado o risco cardiovascular do DM2 é muito elevado

pela alteração do perfil lipídico e acrescenta Torre (2005) que estes fatores citados por

Carolino aliado ao controle glicêmico como primeira abordagem acabam por serem

insuficientes e outras medidas devem ser acrescentadas. Uma junção de prevenção

primaria e secundaria apresentam, boa forma de tratamento da dislipidemia, e sem esse

conhecimento do perfil lipídico dos portadores de diabetes a prática é totalmente

ineficaz.

Conforme Bertoni; Zanardo e Ceni (2011) sempre o papel nutricional e o efeito

dos alimentos sobre os lipídios foi tema de discussão. Em termos epidemiológicos a

procura de alimentos como: soja, azeite, peixes dentre outros funcionam como fatores

de proteção a doenças que afetam metabolismo lipídico e já outros alimentos ricos em

gorduras e calorias são apresentados como percussores a risco cardiovascular. Assim na

temática dislipidemia diabética segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009),

quando o paciente diabético apresenta hipertrigliceridemia: a perda de peso, exercício

físico regular, redução de carboidratos, bebidas alcoólicas, gorduras saturadas são

importantes para sua diminuição. Os carboidratos são interferentes, pois influenciam

tanto nos níveis de glicose no sangue quanto os de lipídios pelo metabolismo; as

gorduras saturadas atuam de forma diferente nos componentes lipídicos principalmente

no aumento do colesterol já que este tipo de gordura tem sua absorção maior, não

existindo limitação pelo organismo neste processo, a preferência de gorduras

insaturadas é por ajudarem na redução do VLDL produzido pelo fígado, redução na

viscosidade do sangue e principalmente os monoinsaturados que não afeta os níveis de

HDL.

Segundo Carolino e outros (2008) o conhecimento desses fatores de risco são de

essenciais haja visto, que quanto maior a qualidade de vida desta população menos

gastos possui a saúde pública e a taxa de mortalidade tende a ser decrescente.

39

3 METODOLOGIA

O conhecimento científico trata-se de grande evidência dentro da saúde pública

Assim é importante encontrar elementos metodológicos sobre este conhecimento e

estruturá-lo a fim de solucionar o problema em questão, e gerar resultados.

(DALFOVO; LANA; SILVEIRA, 2008).

3.1 Tipos de estudo

O método analítico, quantitativo e qualitativo foi utilizado para os parâmetros

requeridos ao desenvolvimento e aplicação da pesquisa. Dessa forma, respeitou o

pensamento particular de cada pessoa envolvida nesta pesquisa, prevalecendo o sigilo

ético profissional, não adulterando as respostas e nem interferido nas mesmas,

respeitando as respostas colhidas.

No estudo analítico, segundo Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2011)

aborda “uma ou mais questões científicas, as “hipóteses”, que relacionam a eventos:

uma suposta “causa” e um dado “efeito”, ou “exposição” e “doença”, respectivamente.”

Nos métodos qualitativos e quantitativos explica Richardson e outros (2010), a

distinção fundamenta-se além de outros elementos, em uma base instrumental estatística

empregada para análise do problema. Todavia, coloca pontos defendidos por outros

autores que expõe uma igualdade de conceitos entre estes métodos.

Goode e Hatt afirmam que:

A pesquisa moderna deve rejeitar como uma falsa dicotomia a separação

entre estudos „qualitativos‟ e „quantitativos‟, ou entre ponto de vista

„estatístico‟ e „não estatístico‟. Além disso, não importa quão precisas sejam

as medidas, o que é medido continua a ser uma qualidade. (GOODE e HATT

apud RICHARDSON E OUTROS, 2010, p. 79).

Assim, o problema da pesquisa assumirá contornos bem estipulados respeitando

as delimitações exigidas em cada método.

40

3.2 Local de Estudo

O trabalho foi realizado no município de Paracatu-MG no qual se encontra a

Estratégia de Saúde da Família Chapadinha no intuito de abrigar o maior número de

diabéticos tipo 2.

3.2.1 Caracterização da área de estudo

O trabalho foi desenvolvido no município de Paracatu - MG. De acordo com

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) a cidade de Paracatu -

MG localizada no noroeste mineiro, a 220 km de Brasília - DF e a 498 km de Belo

Horizonte - MG, possui uma população de aproximadamente 84.718 habitantes e doze

unidades de ESFs (Estratégia de Saúde da Família), um hospital municipal, um hospital

particular e dois postos de saúde (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E

ESTATÍSTICA, 2010).

Neste município encontra-se também seis laboratórios particulares e um

laboratório municipal de análises clínicas considerando toda extensão geográfica da área

urbana de Paracatu - MG.

3.2.2 Caracterização do ESF

O presente estudo foi realizado na Estratégia de Saúde da Família do município

de Paracatu - MG. O ESF é uma estratégia que abrange o princípio de reorientação do

arquétipo assistencial, regida pela implantação de equipes multiprofissionais em

unidades básicas de saúde. (BRASIL, 2011a).

Brasil exemplifica, através de pontos importantes ao entendimento, o papel

prático desta equipe dentro da comunidade ao basear em que:

Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número

definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As

equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação,

reabilitação de doenças e agravos mais frequentes, e na manutenção da saúde

desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias

coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os

limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil,

especialmente no contexto do SUS. (BRASIL, 2011a).

41

De acordo com Ministério da Saúde, Brasil (2011b) o ESF do bairro Chapadinha

localiza-se na Rua Espírito Santo N°07. Por meio de um contexto exploratório este

caracteriza-se por ser a segunda unidade de atendimento à população implantada no

município de Paracatu - MG, construída durante a administração municipal de 1989-

1992. Deste modo, cinco anos depois houve a ativação do Programa Saúde da Família

Chapadinha, na administração do prefeito Almir Paraca Cristovão Cardoso. Atualmente

conta com um quadro multidisciplinar de profissionais como: uma enfermeira, um

técnico em enfermagem, um clínico geral e cinco agentes de saúde. Consegue abranger

toda demanda vinculada de habitantes principalmente aquele público com doenças

crônicas não transmissíveis entre estas a DM. As reuniões com pacientes diabéticos são

realizadas uma vez por mês, tendo uma participação ativa dos mesmos. (VIEIRA,

2010).

3.3 Delimitações do público alvo

O público alvo do estudo foram pacientes portadores de DM2 em tratamento

regular no ESF do bairro Chapadinha da cidade de Paracatu.

Os critérios de inclusão na presente pesquisa consistiram em pacientes com

idade ≥ 40 anos que de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (2007) resume-

se a faixa etária que ocorre no adulto com mais frequência de DM2; aqueles

diagnosticados como portadores de DM2 a pelo menos um mês; os que participavam

das reuniões realizadas no ESF e que assinaram o termo de compromisso.

Os critérios de exclusão, a saber, são: dados incompletos de seus prontuários

como não constatação médica de DM2; pacientes que tinham mantido o seu peso pelo

mínimo duas semanas antes do exame; pacientes que possuiam em seus prontuários

diagnóstico de síndrome nefrótica, hipotireoidismo, insuficiência renal crônica,

hepatopatias, dislipidemias primárias hereditárias e doença cardiovascular antes do

diagnóstico de DM2.

3.4 Instrumento utilizado

Foram utilizados como instrumentos para a consolidação da pesquisa: a coleta de

dados e diagnóstico laboratorial. A coleta de dados foi feita por meio de roteiro de

entrevista estruturada constituído por questões de múltipla escolha, que ofereceu ao

42

entrevistado a liberdade e espontaneidade das respostas; revisão de prontuários,

complementação com dados ponderais (peso, altura) e cálculo para índice de massa

corporal (IMC). As variáveis que abrigaram o instrumento de coleta englobaram as

dimensões demográficas (idade e sexo); dimensões socioeconômicas (escolaridade e

renda); variáveis que expressão os hábitos de vida (alimentação, e prática física).

Já no diagnóstico laboratorial houve análise de dados provenientes de exames

laboratoriais de caráter bioquímico referente aos componentes do metabolismo lipídico

ao incluir colesterol total e suas frações. Assim a descrição dos instrumentos utilizados

para a coleta do material biológico e análise laboratorial foram: banho-maria; aparelho

semiautomático BIOPLUS 2000; micropipetas; pipeta volumétrica; ponteiras; agulha de

25X7, tubos de ensaio; tubos a seco (sem anticoagulante); seringa de 5mL; álcool 70%;

centrífuga; kit da marca Labtest de Colesterol Liquiform; kit da marca Labtest de

Colesterol HDL; kit da marca Labtest de Triglicérides Liquiform.

Igualmente por meio destes, certamente tornou-se a investigação condizente com

o objetivo da pesquisa.

3.5 Aspectos éticos

Os procedimentos éticos adotados nesta pesquisa seguiram as indicações da

Resolução 196/96, que trata das normas de pesquisas envolvendo seres humanos, foi

levado em consideração o anonimato e também o sigilo dos participantes, todos os

procedimentos metodológicos desse estudo obedeceram aos padrões estabelecidos pela

resolução. (BRASIL, 1996).

Antes de aplicação do projeto foi solicitada a permissão da Secretaria Municipal

de Saúde do município de Paracatu - MG para o desenvolvimento da pesquisa. Antes da

aplicação das entrevistas e coleta de material biológico dos portadores de (DM2), um

esclarecimento sobre a pesquisa aconteceu explicando os objetivos e solicitando a

colaboração dos mesmos. Estes receberam informações quanto ao direito à privacidade

e preservação do anonimato, possuindo a liberdade de não participarem da pesquisa.

Aqueles interessados e que aceitaram participar da pesquisa assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE A).

43

3.6 Desenvolvimento do estudo

O estudo foi desenvolvido em Paracatu - MG, na Estratégia de Saúde da Família

do bairro Chapadinha com portadores de DM2 no período de agosto de 2011 a junho de

2012.

Inicialmente realizou uma pesquisa bibliográfica revestida de importância e

suficiente, para representar informações atuais necessárias ao embasamento do tema.

Ao gestor municipal do SUS foi encaminhado um ofício para solicitar a

autorização da coleta de dados para elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso

(TCC) (APÊNDICE B). Dado a sua aprovação foi repassado este mesmo ofício ao

enfermeiro do ESF.

Então houve uma conversa com o enfermeiro para esclarecimento de dúvidas.

Através de documentos como os prontuários dos pacientes e informações

disponibilizados pelas agentes de saúde obtive a relação de 92 diabéticos que faziam

parte do ESF chapadinha, sendo discriminados de acordo os critérios de inclusão e

exclusão 30 portadores de DM2.

Assim visitas domiciliares com os endereços fornecidos na unidade de saúde

foram realizadas no qual apenas 24 pacientes concordaram em participar da pesquisa

assinando o termo de compromisso livre e esclarecido, e responderam a entrevista

estruturada com informações referentes às variáveis (APÊNDICE C). Deste modo,

condições pré-analíticas foram recomendadas por meio de leitura e entrega do manual

de instrução para o preparo do paciente (APÊNDICE D).

No dia estipulado para a coleta apenas 21 pacientes compareceram a coleta do

material biológico. Neste dia com o auxílio de 4 estudantes do 8° período de

Biomedicina, obteve por punção venosa direta com agulha múltipla hipodérmica 25 X 7

de 25mm e seringa de 5mL, com utilização de tubo seco (sem anticoagulante), coletados

assepticamente, com álcool 70%, 3mL da amostra em jejum noturno de 12 horas. Com

todo cuidado as amostras foram encaminhadas em caixa de isopor ao laboratório Santa

Lúcia no qual foram calibradas e centrifugadas a 3.000 rpm por 5 minutos. Houve a

separação soro de elementos coagulados, com sua transferência a tubos de ensaio

identificados com as iniciais e número de identificação.

A análise bioquímica do perfil lipídico aconteceu no mesmo dia da coleta pelo

método enzimático colorimétrico semiautomático (Enzimático-Trinder) para CT e TG,

já o HDL-c através da precipitação seletiva das lipoproteínas de baixa e muito baixa

44

densidade (LDL e VLDL) por reação de ponto final, todas quantificadas pela

absorbância em aparelho semiautomático para bioquímica marca BIOPLUS modelo

BIO 200 F. Para o controle de qualidade interno, utilizou-se um soro controle da mesma

marca comercial dos reagentes.

Na análise do colesterol total deve utilizar um tubo para o calibrador e os outros

para reação de cada amostra, estes identificados, com o número, nome e exame.

De acordo com a bula LABTEST (2006) na dosagem do colesterol total deverá

ser utilizado 2 tubos de ensaio correspondendo a Teste e Padrão, pipetar

respectivamente 5µl da amostra; 0,5 mL do reagente de colesterol; 0,5 ml de reagente

de colesterol e 5µl do calibrador. Seguidos tais misturar vagarosamente e incubar por

37°C durante 10 minutos. O nível da água deve estar superior ao dos reagentes nos

tubos de ensaio. As absorbâncias de cada material (teste e padrão) devem ser medidas

em 500nm ou em filtro verde. Cor estável por 60 minutos. O aparelho além de ler as

absorbâncias já efetua o cálculo abaixo e o resultado final foi anotado.

A análise foi feita através do cálculo abaixo:

Colesterol (mg/dL) = Absorbância do teste X 200 (1)

Absorbância do Padrão

Segundo LABTEST (2004a) para dosagem do HDL-c o primeiro procedimento

deve ser a precipitação da VLDL e LDL, com utilização de um tubo de ensaio com 0,

200 mL de soro e 200 mL do precipitante. Agitar intensamente durante 30 segundos no

homogeinizador. Centrifugar a 3.500 rpm por pelo menos 15 minutos para obter um

sobrenadante límpido, este não deve sofrer agitações maiores a fim de não suspender o

precipitado o qual levará resultados falsamente elevados. Na calorimetria nomear o tubo

de ensaio com Teste adicionando respectivamente 50 µl do sobrenadante, 0,5 ml do

reagente (Colesterol Liquiform- Labtest). Homogeneizar e incubar em Banho Maria a

37° C durante 10 minutos. O nível da água deve estar superior aos reagentes no tubo de

ensaio. Determinar as absorbâncias do Teste em 500nm ou em filtro verde. A cor é

instável por 60 minutos. O aparelho além de ler as absorbâncias já efetua o cálculo

abaixo e o resultado final foi anotado.

45

Utilizou o cálculo:

Colesterol HDL (mg/dL) = Absorbância do Teste X 40 (2)

Absorbância do Padrão

E por fim, por meio da bula LABTEST (2004b) para obtenção os valores de

triglicérides deve ser utilizado tubos nomeados por Teste e Padrão (calibrador)

adicionar em simultâneo 5µl da amostra, 0,5mL do reagente; no tubo denominado

calibrador e adicionar 0,5 ml de reagente e 5µl do calibrador. Homogeneizar e incubar

em Banho Maria a 37° C durante 10 minutos. O nível da água deve está superior aos

reagentes no tubo de ensaio. Determinar as absorbâncias do Teste e Padrão em 505nm.

A cor é instável por 60 minutos. O aparelho além de ler as absorbâncias já efetua o

cálculo abaixo e o resultado final foi anotado.

O cálculo utilizado foi:

Triglicerídeos (mg/dL) = Absorbância do teste X 200 (3)

Absorbância do Padrão

Os níveis de VLDL e LDL-c foram estimados por meio da fórmula de

Friedewald:

VLDL = TG/5 . (4)

LDL-c = CT – (HDL-c + VLDL) (5)

Utilizou-se a linearidade para valores de TG < de 400mg/dL estipulado pela

fórmula.

Sendo o valor de referência para CT inferior a 200mg/dL, LDL-c menor que 100

mg/dL, HDL-c maior que 45 mg/dL e triglicérides menor que 150 mg/dL, com base nas

diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) do ano 2009.

Os resultados alterados, fora do valor de referência, foram todos repetidos para

confirmação. Após encerramento da parte de análise das amostras os laudos foram

montados, conferidos e devidamente assinados pelas biomédicas supervisoras de todo o

procedimento e foram entregues aos diabéticos pesquisados.

46

Uma reunião com foi estipulada com a enfermeira para entregar os resultados

dos exames (ANEXO A), devidamente assinados pelo responsável na supervisão da

fase analítica do projeto e devolvidos aos respectivos pacientes. Por conseguinte,

mostrou os resultados obtidos da pesquisa para que sejam relevantes a ESF.

Em relação à parte estatística e compilação dos dados citados foram digitados,

em uma planilha do Programa Microsoft Excel 2007 e processados utilizando-se o

mesmo programa. Assim foram expostos sob a forma de gráficos, e discutidos a luz do

referencial bibliográfico a fim da sua conclusão.

47

4 RESULTADOS E DISCURSSÃO

As doenças ateroscleróticas são atualmente causadoras de mortalidade no país,

assim como um dos principais fatores de risco ao seu desenvolvimento encontra-se a

dislipidemia. Tanto no diabético tipo 2 quanto no hipertenso essa disfunção nas

concentrações dos elementos do perfil lipídico são característica de maior prevalência.

(PEREIRA, 2011).

Entretanto outros fatores relacionados ao estilo de vida como obesidade, controle

de medicamentos, hábitos nutricionais, sedentarismo e tabagismo. (BERNARDES et al.,

2009). Todos estes ligados ao processo de urbanização dos dias atualmente.

(OLIVEIRA; COSTA; RIBEIRO, 2008). São relevantes a complicações do DM2.

No ESF chapadinha atende 92 diabéticos, de acordo com os critérios de exclusão

30 foram selecionados, 24 assinaram o termo de consentimento e apenas 21

compareceram no dia da coleta. No questionário, variáveis serão discutidas às

dimensões demográficas, socioeconômicas e hábitos de vida, importantes como

interferentes:

4.1 Variáveis demográficas (idade e sexo)

O estudo foi aplicado em pacientes entre 40 a 80 anos onde houve maior

prevalência na faixa etária entre 51-60 anos correspondente a 38% (n=8), seguidas de

24% (n=5) entre faixa de 40-50 e 61-70 anos, além de 14% (n=3) entre 71-80 anos

(GRAF. 1).

Gráfico 1: Distribuição da amostra de acordo com a faixa etária

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

24%

38%

24%

14%40-50

51-60

61-70

71-80

48

Ao considerar que a maior porcentagem encontrada no estudo, cerca de 62%,

está entre indivíduos a partir dos 51 anos, são coerentes com achados evidenciados em

estudo multicêntrico com diabéticos tipo 2 onde abordou que 73,7% da amostra

encontrava-se com 50 anos ou mais, embora o maior número de pessoas estivesse entre

60-61 anos. Ao passo que tal percentual é devido à maior incidência dos diabéticos com

60 anos ou mais e a procura aos serviços de saúde já em idade avançada. (BATISTA et

al., 2005).

Em outro estudo referente às dislipidemias em adultos, não evidenciou o fator

idade como preditor de alterações no perfil lipídico, e ressaltou que o gênero influencie

mais na prevalência desses distúrbios, com exceção a mulheres na faixa dos 45 anos,

pelo climatério. (RABAIOLI; ECHEVEST; MASCARENHAS, 2006).

Em relação ao sexo houve a prevalência de mulheres que constituíram 67%

(n=14) da amostra enquanto os homens ocupavam do montante, 33% (n=7) (GRAF. 2).

Gráfico 2: Distribuição da amostra de acordo com o gênero

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

Essa alta na população de mulheres foi encontrada em estudo que avaliou o

perfil lipídico entre os gêneros, no qual (61,8%) eram mulheres e (38,2%) homens, e

explica que esta maior proporção deve-se ao fato das mulheres diabéticas serem mais

expostas a fatores de risco incluindo dislipidemia aterogênica, quando comparadas aos

homens. E complementa a necessidade de uma análise rotineira do perfil lipídico.

(GORDON et al., 2010). Em outro estudo ocorrido na cidade de viçosa-MG, uma

porcentagem semelhante foi encontrada 61,4% da amostra era composta por mulheres, o

levantamento acusa que inúmeros estudos apontam para existência de riscos

cardiovasculares distintos em relação aos gêneros, neste justifica essa diferença com a

apresentação de grande descontrole metabólico, hipertensão, síndrome metabólica,

67%

33%Feminino

Masculino

49

adiposidade central na maioria das mulheres, elementos estes determinantes nas

alterações macrovasculares. E completa ressaltando a importância em criar medidas

exclusivas ao gênero. (VASQUEZ et al., 2007).

Já para Batista e outros (2005) não existe alterações do perfil lipídico

relacionados ao gênero, somente quando considerado o IMC que nas mulheres está mais

elevado; todavia Silva et al. (2005) o contrapõem em relacionar níveis mais reduzidos

do HDL entre mulheres. Assim como Gordon e outros (2010) que incluem também

valores elevados de CT.

4.2 Variáveis socioeconômicas (escolaridade e renda familiar)

Em relação ao aspecto socioeconômico representado pelas variáveis

escolaridade e renda mensal da família. Houve uma grande evidência de baixa

escolaridade em que 86% (n=18) dos pacientes cursaram apenas o ensino fundamental

incompleto, 9% (n=2) atestaram serem analfabetos e apenas 5% (n=1) ter completado o

ensino médio (GRAF.3).

Gráfico 3: Distribuição da amostra segundo o aspecto socioeconômico

(escolaridade)

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu - MG, abril de

2012

Na análise dos dados acima, nota-se certo contraste quando tomado o grau de

alfabetização da população neste município, já que de acordo com o Portal ODM (2011)

as estatísticas do IBGE para 2010, mostraram que 92,4% da população de Paracatu-MG

com 15 anos acima eram alfabetizados. Todavia, ao comparar com dados sobre o

público de diabéticos tipo 2 percebe-se que houve coincidência com os resultados

obtidos em estudo realizado no município de Maringá - PR no qual observou-se a

9%

86%

5%Analfabeto (a)

Ensino Fundamental

Incompleto

Ensino Médio

Completo

50

redução da escolaridade nestes portadores de DM2, sendo que no estudo mostrou uma

maior concentração na população idosa assim como esta pesquisa. Ao passo que, tais

aspectos são recorrentes ao fato que os idosos de hoje foram no passado privados ao

acesso a educação. (CAROLINO et al., 2008).

É importante afirmar que a baixa escolaridade não possui relação direta a

mudança do perfil lipídico. Contudo, considerando que o menor acesso, a educação

influencie no entendimento necessário ao controle dessa enfermidade seja, este por meio

de tratamento medicamentoso, psicológico, exercícios físicos ou terapia nutricional.

Desta forma, Rodrigues e outros (2012) apontam que a baixa escolaridade dificulta

também na adesão ao tratamento terapêutico, por restringir ao paciente, informações

sobre sua doença e os riscos adjuntos a mesma.

Ao passo que tal compreensão acaba por influenciar diretamente na mudança

lipídica destes portadores. Assim embasam-se Alves, Veiga e Souza (2006) que os

diabéticos controlados possuem um perfil lipídico normal próximo ao encontrado em

pessoas saudáveis.

Em relação à renda mensal da população investigada encontrou-se que 43% (n=

9) tinham renda de 01 salário mínimo, 24% (n=5) abaixo de 01 salário mínimo, 24%

(n=5) 02 salários mínimos e apenas 9% (n=2) declararam ter acima de 02 salários

mínimos (GRAF. 4).

Gráfico 4: Distribuição da amostra segundo o aspecto socioeconômico

(renda familiar)

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

O fato da maior parte da população apresentar renda de um salário mínimo, ou

seja, possuir condições aquisitivas baixas entra em acordo com estudo referente aos

24%

43%

24%

9% Abaixo de 1 salário minímo

01 Salário minímo

02 Salários minímos

Acima de 02 salários

minímos

51

diabéticos na cidade de Maringá-PR, no qual apenas 1 portador de diabetes recebia mais

de 3 salários mínimos e os demais cerca de 71,22% recebiam abaixo de um salário.

Assim o mesmo atribui esta variável por conter em sua amostra, idosos que

normalmente recebem aposentadoria neste valor e conclui que existe uma ligação entre

escolaridade e renda baixa. (CAROLINO et al., 2008). Outro estudo descritivo com

inclusão de dados sobre os portadores de DM em PSF do município de Votuporanga-SP

verificou uma porcentagem de 56,3% com renda de um salário mínimo e categorizou

por ser um dado preocupante que poderia está interferindo ao tratamento. (DURAN et

al., 2010).

Em seu estudo Viera (2010) observou baixa renda em portadores de DM no ESF

Chapadinha/Paracatu- MG, o qual atribui sua influência na alimentação inadequada,

pois a própria população relatou que para ter uma alimentação saudável, seja necessário

levantar custos. Essa temática levantada pelo autor torna-se muito importante sobre

alterações do perfil lipídico; mais adiante verificará que a população estudada neste

trabalho possui uma alimentação inadequada pelo consumo de alguns alimentos de fácil

acesso aquisitivo, porém pobres em valor nutritivo.

4.3 Variáveis sobre os hábitos de vida (sedentarismo, tabagismo, IMC e dieta) e

DM2

Em consideração ao tempo de progressão do diabetes evidenciou que grande

parte desses pacientes descobriram ter a patologia em cinco anos ou mais cerca de 55%

(n=12), outros 18% (n=4) afirmam que descobriram a menos de 1 ano, 18% (n=4) entre

03 a 4 anos e 9% (n= 2) descobriram entre 1 a 2 anos (GRAF. 5).

52

Gráfico 5: Distribuição da amostra segundo a duração do DM2 nos

portadores

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

Esses achados condizem com dados referentes ao estudo multicêntrico ocorrido

na cidade de Belo Horizonte - MG, no qual avaliou também duração prolongada de

72,6% dos diabéticos tipo 2, ao passo que acarrete em maior manifestações da doença

que poderão ser diminuídas com orientações a respeito de práticas educativas.

(BATISTA et al., 2005). Deste modo Umbelino, Serrano e Cruz (2008) afirmam que a

elevação de possíveis complicações está sempre ligada a progressão do diabete e mostra

que “identificou maior frequência de insuficiência renal, amputações e AVC em

pacientes com maior duração do diabetes”. Já Scheffel e outros (2004) adicionam

também a DVP como complicação crônica referentes à dislipidemia pela duração do

DM2.

Com base na Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) este fator não modificável

como o tempo é referido por ser um risco para aterosclerose no DM2. Ligada a isto

também está o perfil lipídico no qual apresenta-se um elemento modelável, entretanto se

não regulado predispõe a elevação da mortalidade no DM2 por complicações

decorrentes ao mesmo.

Com base do estilo de vida adotado pela amostra foi questionado sobre o hábito

de fumar e sua frequência ao dia. Notou-se que a maior parte dos portadores de diabetes

não possuem o hábito de fumar equivalente a 81% (n= 17), entretanto ainda 19% ( n=4)

da proporção fuma 5 vezes ao dia (GRAF. 6).

18%9%

18%55%

Menos de 1 ano

01 a 02 anos

03 a 04 anos

05 anos acima

53

Gráfico 6: Distribuição da amostra segundo ao hábito de fumar

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

Essa tendência na mudança no perfil do tabagismo de não fumantes, entra em

consonância ao estudo observacional aplicado numa cidade do interior de Minas Gerais

com indivíduos diabéticos atendidos em ESF que constatou apenas que 19,4% tinham o

hábito de fumar. Ao passo que mesmo com este resultado ainda direciona a aplicação de

medidas para redução do percentual. (MIRANZI et al., 2008).

Em estudo epidemiológico e multidimensional com diabéticos também no

município de Paracatu-MG avaliou que apenas 17,54% são fumantes e 81,72% não

fumantes e aplica o percentual pelos diabéticos desta cidade seguirem a mesma

perspectiva da população nas cidades brasileiras. (MARTINS, 2009). Segundo a

Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) dados apontam que o impacto na redução do

tabagismo no diabetes é fundamental para amparar o controle da doença, de tal forma

que o cigarro é um grande indicador do mau controle, pois provocar a hipertensão e

doença cardiovascular independente da pessoa ser diabética ou não.

Martins (2009) conclui que o tabagismo é progressor da aterosclerose e redutor

da sensibilidade à insulina em pacientes diabéticos. Entretanto aborda contradições de

alguns autores que em:

Alguns estudos como Rimm et al., (1995) confirmaram não existir qualquer

relação causal direta entre cigarro e a diabetes, contudo outros autores demonstraram que o cigarro pode aumentar a concentração de gordura

vísceral abdominal e reduzir a sensibilidade à insulina (SHIMOKATA et al,

1989). (MARTINS, 2009, p. 28).

Em relação ao perfil lipídico, segundo Rabaioli, Echevest e Mascarenhas (2006)

o cigarro acaba por oxidar números maiores de elementos moleculares e isto

19%

81%

Sim

Não

54

compreende o aumento do LDL e redução do HDL, fato que deixa suscetível o coração;

contudo o dano vascular é provocado pela nicotina e monóxido de carbono. Assim de

acordo com Ineu e outros (2006, p.790) “o último consenso do NCEP-ATP III refere

que a redução de peso aumenta o HDL-C em 5%-20%; o abandono do tabagismo

aumenta cerca de 5%”.

Das inúmeras questões do tabagismo, sempre deve tratá-lo com muita cautela, ao

passo que apesar do seu pouco porcentual encontrado no estudo ele é representado

como um fator modificável, ou seja, deveria ser mais fácil de certa forma reduzi-lo,

principalmente nos diabéticos que já sabem em certa forma sua predisposição a outros

riscos. Por conseguinte, a resistência frente a esse hábito pelo portador existe, mesmo

através de medidas para a sua diminuição, os resultados são ineficazes. (INEU et al.,

2006). É evidente a suscetibilidade do diabético tipo 2 por alterações do perfil lipídico,

entretanto a junção de fatores de risco como o hábito de fumar piora o seu quadro

patológico.

Ao seguir a abordagem sobre os hábitos de vida, em relação ao consumo de

bebidas alcoólicas mostrou-se que grande parte dos diabéticos 90% (n=19) não tem o

etilismo como fator presente nas suas vidas; todavia um pequeno percentual cerca de

10% (n=2) afirma consumir às vezes bebidas alcoólicas e nenhum participante relatou o

etilismo (GRAF. 7).

Gráfico 7: Distribuição da amostra segundo o estilismo

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

É visto poucos estudos que referenciam o percentual de consumo de bebidas

alcoólicas por diabéticos tipo 2. Entretanto, Carolino e outros (2008) observaram que

10,61% desses pacientes tinham esse hábito; e justifica o baixo percentual, pela

população omitir a informação no momento da entrevista além de ser em maioria

90%

10%

Não

Ás vezes

55

composta por mulheres. Por conseguinte, outro estudo retrospectivo composto de

pacientes diabéticos em grande parte pelo tipo 2 na cidade de São Paulo, atribuiu o

menor resultado a grande procura do diabético aos serviços de saúde, isto provoca a

mudança nos hábitos de vida que inclui a eliminação do consumo de álcool.

(MARTINS, TRECCO, GAZOLA, 2009).

Haja visto as inúmeras alterações que o álcool em excesso provoca no diabético,

como por exemplo, hipoglicemias prolongadas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE

DIABETES, 2009). Percebe-se que ainda há controvérsias a respeito da frequência no

seu consumo, segundo Mendes e outros (2011) existe uma elevação do uso de

medicação naqueles indivíduos que consomem bebidas alcoólicas, se compará-los aos

que não bebem ou interromperam o hábito. Todavia, Ineu e outros (2006) admitem que

o consumo moderado da substância, aproximado em (30-60 g/dia) provoca efeito

benéfico ao HDL e Apo A-I ao elevar seus níveis em 5-10%, o que hipoteticamente

influenciaria na diminuição em metade do risco para doença arterial coronariana, porém

admitir como método terapêutico seria ineficaz por seu grande potencial viciante.

Diante das inúmeras discussões, está em acordo que o paciente diabético deve

efetivamente parar o consumo de bebidas alcoólicas totalmente, pois a presença desse

mau hábito de vida provoca alterações no perfil lipídico e eleva a presença de DCV.

Igualmente, segundo Pereira (2011) uma hipertrigiceridemia é tratada com cessação do

etilismo, e ainda completa Engroff et al. (2008) adoção dessa prática reduz 5 a 15% de

LDL e 14% no colesterol total, é claro aliado a outros fatores como dieta e exercício

físico.

Na avaliação do sedentarismo constatou um parâmetro semelhante entre

pacientes que praticam e não tem o hábito de exercitar, entretanto é válido considerar

uma relação positiva para a prática de exercício físico, o seu tipo e sua duração. De

acordo com (GRAF. 8a) 48% (n=10) disseram sim, 43% (n=9) e 9% (n=2) alegaram

nenhuma ou pouca atividade física.

Assim desses o total de 57% (n=12) dos pacientes que responderam sim e às

vezes, todos praticam algum tipo de exercício aeróbico entre eles (6 fazem caminhada, 5

fazem ginástica aeróbica no ESF chapadinha e apenas 1 realiza ginástica).

56

Gráfico 8a: Distribuição da amostra segundo o hábito de praticar exercícios

físicos

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

A duração de tais exercícios físicos é vista no (GRAF. 8b), observa-se que o

percentual varia em relação ao tempo de prática, mostrando que 59% (n=7) tem a

duração de 1 hora, 25% (n=3) realiza entre 25-30 minutos e entre 5-10 e 15-20 minutos

tiveram o percentual equivalente a 8% (n=1) cada. Mediante ao questionamento da

frequência na pratica dos exercícios físicos, a maioria afirmaram que fazem exercícios

pelo menos 2 vezes na semana.

Gráfico 8b: Distribuição da amostra segundo a duração do exercício físico

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

Com base nestes dois gráficos em relação ao hábito de práticas físicas, percebe-

se a diminuição do sedentarismo; um aumento da duração desse exercício físico, porém

uma restrição a duas vezes na frequência semanal da atividade física. Referentes aos

dados citados acima, Martins (2009) encontrou no seu estudo realizado na cidade de

Paracatu-MG que a maioria da população era ativa na prática de exercícios físicos, cerca

48%

43%

9%Sim

Não

Ás vezes

8%8%

25%59%

5 a 10 minutos

15 a 20 minutos

25 a 30 minutos

1 hora de

exercícios

57

de 68,29%. Contudo é importante ressaltar que o estudo considerou atividades de todos

os tipos e em várias ocasiões cotidianas envolvidas em alguma forma de prática física.

Essa mudança observada na pesquisa apresentou-se equivalente ao estudo com

idosos submetidos a 16 semanas de exercícios físicos, no qual foram divididos em

grupo controle somente com orientação nutricional e grupo experimental (com

orientação sobre o exercício físico e nutricional), e obteve uma melhora significativa no

grupo experimental de todos os parâmetros bioquímicos (CT, HDL, LDL, TG, VLDL e

glicemia); enquanto no grupo controle houve somente melhora do CT. Por estes

resultados é evidente que exercício físico e orientação nutricional cominam em bom

controle metabólico, além de benefício no combate a doenças cardiovasculares.

(MAZINI FILHO et al., 2010).

Uma observação relevante ao exercício físico e diabéticos tipo 2 é o fato da

maioria dos estudos sobre o assunto sempre apresentar um padrão de sedentarismo nesta

população. E ao contrapor com medidas de prevenção como uma prática do exercício

regular, reduz inúmeros riscos ao DM2, seja a curto ou a longo tempo. Tais mudanças

refletem de acordo com Cambri e outros (2006, p.102) numa “diminuição na

concentração de TG, LDL, CT, resistência à insulina, massa corporal, índice de massa

corporal, com concomitante aumento nos níveis de HDL, massa corporal magra e taxa

metabólica basal”. Porém Pereira (2011) afirma que quando existe uma dislipidemia no

diabético, o LDL sofre pouca interferência frente à atividade física.

Quanto à frequência semanal, duração e tipo de exercícios; inúmeros estudos

apontam que o melhor exercício recomendado é o aeróbico, pois abrange grandes

grupos musculares e pode ser praticado por mais vezes na semana, essencial para

aqueles indivíduos sedentários. (SILVA, 2008). Segundo Duran e outros (2010) a

duração deve está entre 30-60 minutos e para Silva (2008) uma duração prolongada

superior a este período pode levar a um quadro hipoglicêmico prejudicial à saúde e

deve-se ainda possuir uma frequência inferior a 2 vezes por semana. Enfim, hábitos de

vida que tenham gasto energético notável (como caminhada ou andar de bicicleta,

descer e subir escadas, exercícios aeróbicos) de um modo geral tornam a qualidade de

vida dos diabéticos tipo 2 melhor. Nesse sentido sempre deve levar em consideração a

individualidade dos portadores na aplicação dessas medidas. (PEREIRA, 2011).

A presença de alterações positivas metabólicas, em especial ao perfil lipídico

representa grande avanço na população pelos fatores de risco agregados a uma taxa de

mortalidade elevada. Conforme Cambri e outros (2006) o exercício físico é importante

58

na prevenção e tratamento, por estimular a perca de peso refletindo na diminuição da

dislipidemia.

Este levantamento atribui essa mudança no quadro sedentário do DM2 por

justamente encontrar medidas de prevenção primária, estimulação da ginástica aeróbica

oferecida pelo ESF, que é sempre ressaltado na literatura como um fator deficiente na

maioria das unidades de saúde básica.

Na análise do controle nutricional dos diabéticos, seguindo de acordo com Brasil

(2008) os valores de referência estipulados pelo Protocolo do Sistema de Vigilância

Alimentar e Nutricional referente ao IMC entre idosos e adultos.

Seguindo a fórmula para cálculo:

IMC= PESO .(6)

(ALTURA)2

Na análise dos dados coletados observou-se que em adultos o sobrepeso

correspondeu a 69% (n=09), seguidos de 23% (n=03) com obesidade e somente 8%

(n=01) eutróficos (GRAF. 9).

Gráfico 9: Distribuição da amostra segundo o aspecto IMC para adultos

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

Dessa forma, nos pacientes idosos também foi observado maior proporção de

pacientes com sobrepeso arrematando 49% (n=4) da população estudada, 38% (n=03)

são considerados eutróficos e somente 13% (n=01) com baixo peso (GRAF. 10).

8%

69%

23%

Eutrófico (≥ 18,5 e

<24Kg/m2)

Sobrepeso (≥ 25 e

<30Kg/m2)

Obesidade (≥

30Kg/m2)

59

Gráfico 10: Distribuição da amostra segundo o IMC para idosos

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu- MG, abril de

2011

A prevalência do excesso de peso (sobrepeso e obesidade) no estudo,

independente da faixa etária mostra condizente com estudo feito na cidade de Maringá-

PR, onde observou-se que a maioria dos pacientes diabéticos tipo 2 estavam acima do

peso (81,33%), sendo 44% apresentavam sobrepeso e 37,33% eram obesos.

(CAROLINO et al., 2008). Dessa maneira o autor aponta a alta na prevalência do

excesso de peso como um fator epidemiológico. Cerca de 80% e 90% dos indivíduos

com DM2 enquadra-se como obesos ou com sobrepeso. Portanto justifica uma

existência de mais estudos relacionados à importância do peso frente às taxas de

morbidade e mortalidade no DM2, do que a respeito do seu controle; outro problema é

referente à atenção básica, acaba somente por indicar ou cobrar do portador e

negligenciado o acompanhamento de medidas sobre a mudança nos hábitos de vida.

Silveira (2012) aponta em seu estudo 100% de diabéticos eram obesos ou

sobrepeso. Deste modo, esse aumento do IMC entre 25 e 26 Kg/m² já provoca a

diminuição da sensibilidade à insulina com consequente elevação da resistência à

mesma. Este fator será inerente a complicações do diabetes equivalente ao estado

hiperglicêmico. Assim a distribuição do tecido adiposo pelo corpo apresenta adjunto as

alterações indesejáveis no perfil lipídico, dentre outros efeitos ligados a obesidade.

(VASQUEZ et al., 2007).

Batista e outros (2005) enfatizam a obesidade e sobrepeso como fatores de risco

para o diabetes. Vasquez e outros (2007) abordam, que independente do sexo, são

elementos associados ao um perfil lipídico ruim, aumento da pressão arterial e síndrome

metabólica resultando à maior probabilidade do aparecimento de doenças

cardiovasculares e suas complicações.

12%

38%50%

Baixo Peso (<22

Kg/m2)

Eutrófico (≥ 22 e

<27 Kg/m2)

Sobrepeso (≥ 27

Kg/m2)

60

O mesmo autor evidencia também a relação do IMC sobre os parâmetros

bioquímicos do perfil lipídico, e mostra que o excesso de peso influencia principalmente

no colesterol total e triglicerídeos reduzindo a proporção do HDL.

Nos dados coletados no ESF Chapadinha, quando abordado a dieta, fator muito

importante no tratamento e controle da dislipidemia, a seguinte questão foi imposta aos

diabéticos: “você tem o hábito de consumir quais desses alimentos industrializados e

gordurosos?”, na procura por um entendimento melhor do entrevistado a pesquisa

considerou alimentos gordurosos como gorduras saturadas: vísceras (ex: coração e

fígado), carnes de boi e porco (ex: costela, cupim, toucinho) e embutidos (ex: salame ou

mortadela) e alimentos com gorduras trans: os industrializados (sorvete, biscoitos e

chocolate).

Assim houve um maior consumo por alimentos ricos em gorduras saturadas e

não consumo de alimentos ricos em gorduras trans na proporção de 48% (n=10),

seguidos de 33% (n=7) de pacientes que consomem tanto alimentos com gorduras trans

e saturadas e cerca de 19% (n=4) ter hábito de consumir às vezes esses dois tipos de

alimentos (GRAF. 11).

Gráfico 11: Distribuição da amostra segundo a questão “você tem o hábito de

consumir quais desses alimentos industrializados e gordurosos?”

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

A presença do alto consumo de gorduras saturadas representado por 48% reflete

no estado nutricional inadequado do diabético, com base nestes resultados é importante

ressaltar que não existe um excelente padrão na análise quantitativa deste fator.

Entretanto, somente por esses pacientes relatarem maior hábito em consumir esses

33%

19%

48%

Alimentos com gorduras

Saturadas e alimentos com

gorduras Trans

Ás vezes alimentos com

gorduras Saturadas e alimentos

com gorduras Trans

Alimentos com gordura Saturada

mas não alimentos com gorduras

Trans

61

alimentos ricos em gorduras saturadas, o torna um dado importante já que segundo a

Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) alimentos desse tipo provocam o aumento

do CT, além de bloquearem o processo de depuração no sangue do LDL, esses dados

foram encontrados em 21% das mulheres com menopausa. (SANTOS et al., 2008).

Ressaltando também que o consumo mesmo em menores concentrações de gorduras

trans acarreta no aumento do LDL, diminuição do HDL e outros ácidos graxos elevarem

os TG. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2007).

Segundo Bertoni, Zanardo e Ceni (2011) é fato que os lipídios são componentes

agregantes ao metabolismo do organismo, todavia sempre quando relacionado o

consumo excessivo e o tipo da gordura levam a DCV. Então para muitas literaturas é

necessário evitar ou consumir moderadamente este tipo de nutrientes.

Atualmente existe uma tendência ao aumento do consumo de gorduras saturadas

e trans, segundo Novais e Leite (2011) sobre uns inquéritos referentes aos anos de 2008-

2009 observaram-se um aumento de 24% de carne bovina e 100% de embutidos, além

disso, a participação do teor presente nas colorias dos alimentos por gorduras saturadas

chegou ao quase o limite máximo tolerado em 2003 por volta de 9,6%, e há tendência

de aumentar este percentual. Portanto uma terapia nutricional principalmente

direcionada aos diabéticos tipo 2 deve ser adotada no sentido de prevenir ou tratar as

dislipidemias. Sendo que este plano deve sempre levar em consideração aspectos

regionais, culturais, sociais e econômicos.

Em relação ao consumo de uma dieta rica em alimentos saudáveis como frutas,

verduras, legumes e cereais (aveia), houve a maior prevalência no consumo de frutas,

verduras e legumes apresentada pelo percentual de 85% (n=18), entretanto 10% (n=2)

preferem consumir frutas, verduras, legumes e cereais, outros 5% (n=1) possuem sua

alimentação rica em verduras e legumes (GRAF. 12).

62

Gráfico 12: Distribuição da amostra segundo a alimentação saudável

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

De acordo com o gráfico essa melhor preferência dos pacientes por alimentos

como frutas, legumes e verduras apresenta-se relevante, pois de acordo com Benetti e

Ceni (2010) em seu estudo observou um consumo diário positivo de vegetais por

pacientes diabéticos é favoráveis para saúde e menor incidência de doenças crônicas,

além de possuir baixo teor calórico e muitos nutrientes. Porém seu consumo inadequado

torna-se responsável por ser um dos cinco fatores que influenciam em diversas doenças

segundo a OMS. Para Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007) com base na IV

diretriz para controle e prevenção da aterosclerose, os fitosteróis são substâncias que

compõe somente os vegetais e agem sobre o colesterol, diminuindo suas taxas no

sangue pelo motivo de competir na luz intestinal sua absorção.

As frutas e hortaliças possuem carboidratos complexos, com fibra natural

intacta, que têm distintas vantagens sobre os carboidratos simples, tais como

menor índice glicêmico, maior saciedade e propriedades de ligação com o

colesterol. As fibras alimentares, principalmente as solúveis, possuem efeito

benéfico, reduzindo os níveis de colesterol total e LDL, e melhorando a

tolerância à glicose. (MARTINS et al., 2010, p. 168).

Mesmo com essa situação favorável de uma dieta rica em alimentos saudáveis

ao compará-lo com o consumo de gorduras saturadas desta população essa estimativa

acaba sendo ineficaz ao considera a melhoria do perfil lipídico.

A respeito do conhecimento dos elementos do perfil lipídico como colesterol, a

fim de diferenciá-lo em colesterol dito como “ruim” o LDL e colesterol “Bom” HDL

não encontrou dados que discutem tal conhecimento por parte dos diabéticos tipo 2.

Estatisticamente houve maior prevalência 81% (n=17) no desconhecimento desses

elementos, 19% afirmam que sabem diferenciar, todavia as respostas de como distinguir

86%

5%9%

Frutas, verduras e

legumes

Verduras e Legumes

frutas, legumes, verduras

e cereais

63

variaram pela alimentação e o sedentarismo que influencia num colesterol alto. Este

questionamento é válido para destacar a importância desse conhecimento em influenciar

no tipo de alimento que participará das suas refeições, se será aquele que eleva o seu

colesterol bom ou ruim, o mesmo é válido aos exercícios e esses são fatores bem

discutidos perante o perfil lipídico e por fim a qualidade de vida.

Com base na utilização farmacológica é notável que todos os pacientes

controlem o DM2 através da medicação pelo uso de hipoglicemiantes (metformina

glibenclamida e alguns usam insulina), por isso quando questionado qual medicamento

decidiu agrupá-los de acordo com o tipo de medicamento para os 21 pacientes.

A associação de medicamentos é comum em pacientes com DM2 principalmente

por encontrar que 42% (n=9) dos pacientes utilizam hipoglicemiantes e anti-

hipertensivos; seguidos de 19% (n =4) tanto para hipoglicemiantes e outros; quanto para

hipoglicemiantes, anti-hipertensivos, hipolipemiantes e outros; e por fim apenas 10%

(n=2) utilizam associações de hipoglicemiantes, anti-hipertensivos e outros, assim como

10% (n=2) fazem tratamento farmacológico de hipoglicemiantes, hipolipemiantes e

outros (GRAF.13).

Gráfico 13: Distribuição da amostra segundo utilização de medicamentos

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG, abril de

2012

0%

10%

20%

30%

40%

50%42%

19% 19%

10% 10%

Hipoglicemiantes + Anti-Hipertensivos

Hipoglicemiantes + Outros

Hipoglicemiantes + Anti-Hipertensivos + Hipolipemiantes + Outros

Hipolipemiantes + Anti- Hipertensivos + Outros

Hipoglicemiantes + Hipolipemiantes + Outros

64

No estudo na cidade de Erechim em diabéticos constatou óbvia utilização de

medicamentos hipoglicemiantes com predominância de metformina e glibenclamida.

Ao passo que sua utilização é uma resposta do programa de atenção farmacológico para

diabetes que disponibilizar medicamentos gratuitos. Em outro estudo houve a

prevalência de 66,6% de anti-hipertensivos e 33,3% de hipolipemiantes esse percentual

é devido a outras doenças associadas ao DM e afirma a presença do uso de inúmeros

medicamentos por parte dos diabéticos. (BELUSSO et al., 2011). Os medicamentos

anti-hipertensivos mais utilizados foram o Hidroclorotiazida e Captopril alguns

diuréticos como furosemida, já os hipolipêmicos prevaleceu às estatinas (Sinvastatina) e

Fibratos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2011) essas combinações dos

referidos medicamentos são padrões fixos no tratamento do DM2 por serem fornecidos

pelos SUS ou possuírem custos reduzidos.

Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente, de rotina, apenas

dois hipoglicemiantes orais, que são os mesmos disponíveis na Farmácia

Popular do Brasil: metformina e glibenclamida, sendo que, quando associado

à insulina, o primeiro apresenta vantagens; em relação ao outro, quanto ao controle de peso, melhoria do controle glicêmico e menor risco de

hipoglicemia. As estatinas são drogas de primeira linha no tratamento das

dislipidemias, sendo que sua associação com fibratos mostrou benefícios

adicionais; como alternativas: niacina, colestiramina, ezetimiba e orlistate.

(BRASIL, Fábio; BRASIL, 2010, p. 34).

Outro ponto relevante é dessas associações para controle glicêmico da

hipertensão ou dislipidemias, acabam por ter ações diretas ao perfil lipídico desses

pacientes. Segundo Almeida e outros (2008) o uso de estatinas tem efeito direto a

redução do LDL, os fibratos atuam sobre a lípase lipoprotéica que por fim reflete na

baixa da produção de VLDL e as concentrações de TG diminuem. Com base em Santos,

Balzaneli e D‟Andrade (2009) os anti-hipertensivos variam a sua ação por meio do seu

tipo, assim quando associados a diuréticos tiazídicos (hidroclorotiazida) exercem efeito

negativo já que elevam os níveis de CT, VLDL, LDL e não influenciam em nada no

HDL; ao contrário do Captopril que é apontado como um agente neutro ou redutor do

perfil lipídico de paciente com DM2 e hipertensos. A terapêutica envolvendo as

dislipidemias em DM2 merece ser abordada em conjunto com a fatores modificáveis

aqueles relacionados ao estilo de vida. (ALMEIDA et al., 2008).

65

4.4 Análise do perfil bioquímico

Na relação do perfil lipídico considerou a análise bioquímica do CT, TG, HDL e

LDL constatou que cerca de 95% dos pacientes possuíam algum tipo de alteração no

perfil lipídico e 5% tinham seus parâmetros lipídico dentro da faixa de referência. Para

diabéticos a Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) valores para colesterol total abaixo

de 200mg/dL, para Triglicerídeos valores abaixo de 150mg/dL, para as lipoproteínas

LDL e HDL respectivamente até 100 mg/dL e valores acima de 45 mg/dL.

A maior taxa de alteração foi encontrada no LDL que corresponde a 90%

(n=19) dos portadores de DM2, seguidos de 75% (n=16) pacientes com valores

reduzidos de HDL, 71% (n=15) pacientes apresentavam colesterolemia e por fim a

trigliceridemia foi evidente em cerca de 52% (n=11) considerando para cada parâmetro

lipídico o total de todos os portadores que apresentaram dislipidemia (GRAF.14). A

média e o desvio padrão encontrado no LDL, HDL, CT e TG respectivamente

correspondeu a 154,62 ± 44,91 mg/dL; 38,29 ± 6,48mg/dL; 227,10 ± 43,75 mg/dL e

170,95 ± 55,31. A Sociedade Brasileira de Diabetes (2009) não estipula valores para a

lipoproteína VLDL por isso que não será discutida no presente estudo.

Gráfico 14: Distribuição da amostra segundo as alterações lipídicas

Fonte: Dados coletados em entrevista estruturada no ESF Chapadinha – Paracatu-MG,

abril de 2012

Com base nestes dados esta alta prevalência de dislipidemia, Carolino et al.

(2008) também encontrou resultados semelhantes em seu estudo com diabéticos tipo 2

na qual da população total, 72,5% apresentaram dislipidemia, e compara tal resultado

71%

52%

75%90%

Colesterol Total

Triglicerídeos

HDL

LDL

66

com outro aplicado no Rio Grande do Sul em que notou níveis elevados de colesterol

total correspondente a 67%, triglicerídeos 65% e 47% de HDL reduzido. Ao passo que

esta tendência é proporcional a alterações nos principais fatores da dislipidemia

diabética que são o aparecimento de níveis elevados de TG e redução do HDL,

preditores de doenças cardiovasculares.

Segundo estudo realizado por Nakhjavani e outros (2006) verificou-se também

grande presença de colesterolemia em cerca de 64,2% dos portadores de DM2, assim

como para valores de LDL que correspondeu a 70%, no qual ressalta a importância em

uma atenção especial e confirma esta elevação principalmente por partículas de LDL

pequenas e densas no perfil lipídico dos diabéticos que são potencialmente aterogênicas.

Esse aspecto é confirmado por Pereira (2011) ao mostrar que também existe grande

diferença qualitativa dessa lipoproteína comparada a pacientes não-diabéticos. A

resistência a insulina identificada nestes pacientes agravam ainda mais este quadro e

aumenta a produção dessas lipoproteínas por influenciar negativamente em enzimas

atuantes neste metabolismo. (SILVA, 2009).

O encontro de inúmeras pesquisas a respeito da elevação significativa dos níveis

de TG na dislipidemia diabética é um fator independente a outros, agrava o surgimento

da aterosclerose associada ao infarto do miocárdio, angina pectoris e morte súbita.

(SULTANA, 2010). Entretanto apesar de obter neste estudo tal elevação, não foi

indiscutivelmente significativa quanto se esperava.

Além dessa característica pré existente de dislipidemia no diabético, segundo

Kayode e outros (2010) são fatores sobre estilo de vida, ambiente e nível de

conhecimento que contribuem por esse descontrole frente aos lipídios. Algumas

variáveis abordadas foram positivas e concomitantes a este desequilíbrio,

principalmente o aspecto nutricional que incluiu o IMC e a qualidade dietética; tempo

de duração do DM2, terapêuticas farmacológicas, sexo e conhecimento do perfil

lipídico. Por conseguinte outras variáveis foram antagonistas nestas alterações entre eles

o sedentarismo, tabagismo e etilismo.

A obesidade e sobrepeso foram encontrados na maioria dos portadores de DM2,

o IMC é um fator bem discutido nos demasiados estudos e sugere-se que seja fator

contribuinte nessas alterações lipídicas. Assim segundo Batista e outros (2005) mostrou

que um IMC acima de 30 está relacionado à redução do HDL em obesos diabéticos pela

média de 39 mg/dL semelhante à desse estudo com 38,29 mg/dL. De tal forma que

Borba e outros (2012) afirmam também que o peso pode causar leves a moderadas

67

alterações nos TG e pode ou não influenciar nos níveis de LDL, isto explica os

resultados obtidos neste trabalho.

A maior prevalência de mulheres, 67% da população é um dado importante, pois

as mulheres têm maior risco cardíaco, possuírem parâmetros lipídicos descontrolado,

além de apresentar obesidade. (VASQUEZ et al. 2007). A presença de qualidade

alimentar ruim desse público na preferência por alimentos ricos em gorduras saturadas,

cerca de 48%, tendem a influenciar na alta colesterolemia. É notável que o baixo

entendimento no qual 81% deste público possuem sobre o HDL e LDL popularmente

chamados de colesterol bom e ruim respectivamente, agregam a elevação da

dislipidemia. Assim sugere que tal reflita na qualidade da sua alimentação, uma das

formas eficazes de primeiro tratamento. (TORRE, 2005). Segundo Duran e outros

(2010, p.28) evidenciam que “hábitos alimentares adequados são uma das pedras

angulares do tratamento”.

Mesmo com encontro de muitos pacientes que faziam uso de medicamentos anti-

hipertensivos além de hipoglicemiantes, 42%, essa terapêutica deve ser avaliada com

cuidado, sugere que não esteja efetivamente surtindo o efeito desejado sobre o perfil

lipídico, para Carolino e outros (2008), contudo, talvez exista a necessidade de um

acompanhamento mais rígido e controle eficaz destes níveis por meio de tipos

específicos de medicamentos como hipolipemiantes ou alterando a quantidade

administrada. Embora a uma evidência do uso de hipolipemiantes, 10% em alguns

portadores, a porcentagem não foi significativa em comparação a dimensão da

dislipidemia encontrada. Ressalta-se a mudança ou associação de outros anti-

hipertensivos para minimizar os efeitos prejudiciais que alguns sozinhos possuem como

a hidroclorotiazida atuante na elevação do colesterol e LDL. (SANTOS et al., 2009).

A presença de maior tempo no diagnóstico é prejudicial, pois abre caminho para

complicações dentre elas DCV, inclusive um quadro de dislipidemia. Segundo Sultana

(2011) a duração acima de 4 anos do DM é fator para aumentar em 41% o colesterol e

61% para triglicerídeos.

Sem a avaliação laboratorial destes elementos bioquímicos o controle com

outros métodos terapêuticos como a prática de exercício, redução do tabagismo e

etilismo encontrada na população não surgem efeito. Haja visto que existe a necessidade

das unidades de saúde orientar e introduzirem essa prática a este público, pois será este

o apoio deste tipo de serviço.

68

5 CONCLUSÃO

Neste trabalho realizado com diabéticos no ESF Chapadinha, dentre as variáveis

abordadas conclui-se que: 86% dos pacientes cursaram ensino fundamental incompleto,

evidenciando o baixo grau de conhecimento influente no controle da doença; 43%

tinham sua renda em 1 salário mínimo, fator este importante sobre a preferência de

alimentos consumidos pela população. Todavia, pontos positivos foram encontrados

haja visto que 81% não tem o hábito de fumar, 90% não faziam o uso de bebidas

alcoólicas, além do próprio ESF contribuir na mudança do quadro de sedentarismo,

onde 52% praticavam exercícios físicos como caminhada e aeróbia tendo uma duração

de 1 hora.

Cabe ressaltar que os principais fatores que promoveram ação direta sobre as

elevações nas disfunções lipídicas estão associadas principalmente ao gênero no qual

sobressaiu o sexo feminino com 61%. É importante considera que o público feminino

está totalmente associado a distúrbios vasculares pela tendência a carga de adiposidade

elevada quando comparados aos homens.

Já em relação ao IMC, grande parte dos adultos, 69%, quanto dos idosos, 23%,

demonstraram estar acima do peso dado esse de extrema relevância já que no diabetes

tipo 2 uma das características primordiais encontradas é justamente o sobrepeso e/ou

obesidade, precursor também da resistência insulínica que assume um papel especial no

controle de certas lipoproteínas. Estes elementos são associados ao estilo de vida

adotado nesta população, o que inclui a preferência de alimentos ricos em gorduras

saturadas mostrada em 48%, aliado a um aumento da duração do DM2 em mais de 5

anos por 55% da população–alvo, ao passo que isso implica em maiores chances de

complicações e risco elevado de co-morbidades.

Contudo, através de parâmetros bioquímicos constatou-se a presença

significativa de 95% de dislipidemia diabética, o padrão lipídico encontrado nesta

população foi condizente aquele encontrado em demais estudos em que prevaleceu o

aumento de triglicerídeos, redução significativa do HDL e elevação do LDL. Embora

visto um aumento moderado dos triglicerídeos.

Enfim por todos estes levantamentos os fatores como sexo; duração do DM2,

estado nutricional, dietético e conhecimento dos lipídios foram contribuintes na

elevação destas taxas, assim os portadores de DM2 do ESF chapadinha estão mais

propensos ao desenvolvimento de doenças cardíacas e vasculares.

69

É importante considerar que os elementos lipídicos são participantes relevantes

ao metabolismo humano e vitais na homeostase, todavia quando essa harmonia é

alterada por doenças como as dislipidemias que são reflexos, principalmente do estilo

de vida adotado, as chances de complicações aumentam e, por conseguinte, um balanço

negativo na saúde pública do país surgi e persiste. Dessa forma, para mudança do

quadro certos aspectos simples devem ser impostos principalmente pela atenção básica

a fim de refletirem em outros níveis de saúde.

70

6 SUGESTÕES

Espera-se que este trabalho seja contribuinte aos participantes da pesquisa,

entretanto sugere que os fatores influenciáveis a presença de dislipidemia diabética

apontados no trabalho devam ser solucionados e outros como a prática de exercício

físico fornecido pelo ESF sejam mantidos e intensificados para a mudança no quadro de

obesidade e sobrepeso bem apresentadas na pesquisa.

Por conseguinte, uma maior frequência na avaliação laboratorial do perfil

lipídico e outros parâmetros bioquímicos devem ser estipulados e bem acompanhados

nos portadores de diabetes, pois influenciam em sua qualidade de vida. É importante

que o diabético tipo 2 ainda esteja atento as complicações promovidas pela dislipidemia

e isto deve começar da união dos profissionais da saúde que orientaram quanto à

prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação inerentes a patologia.

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79

APÊNDICE

80

APÊNDICE A: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,__________________________________________________DECLARO para fins de

participação em pesquisa, que fui devidamente esclarecido do Projeto de Pesquisa intitulado “Avaliação

do perfil lipídico em portadores de diabetes mellitus tipo 2 em ESF do Chapadinha no município de

Paracatu - MG” desenvolvido pela acadêmica Kerollen Ewerlyn Ramos de Aquino do Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos: o presente estudo justifica-se um

investigação mais aprofundada, sobre a importância em explorar, através de exames laboratoriais o perfil

lipídico dos portadores de DM2 da Estratégia da Saúde da Família (ESF), a fim de que possa ser

diagnosticado possíveis dislipidemias além de esclarecer e/ou informar a população-alvo sobre os riscos

associados, haja vista que a mesma possui atendimento assistencial neste estabelecimento de saúde.

Contribuindo assim para o desenvolvimento de ações visando atender melhor às necessidades desses.

Considerando as afirmações acima optou-se por desenvolver este estudo tendo como objetivo

geral, avaliar a dislipidemia, segundo critérios estipulados pela IV diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias

e prevenção da Aterosclerose Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em

portadores de DM2 na unidade de estratégia de saúde da família (ESF) do bairro Chapadinha do

município de Paracatu - MG, por meio de análise bioquímica do perfil lipídico no período de maio á

junho de 2012.

Ao sujeito objeto deste estudo serão garantidos os esclarecimentos que se fizerem necessários,

antes e durante o curso do estudo, bem como o sigilo e privacidade dos dados confidenciais envolvidos na

pesquisa e a liberdade de recusar-se em participar ou cancelar o seu consentimento sem penalização

alguma, custos ou sem qualquer prejuízo. Os dados e informações provenientes deste estudo serão

utilizados com fins de produção e apresentação de Trabalho de Conclusão de Curso do Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma.

DECLARO, igualmente, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente a participação nesta pesquisa.

Paracatu, de _____________________________de 2012

_________________________________

Assinatura do Declarante

__________________________________________________________________

Acadêmica do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma

Telefone: (38) 33115800 - (38) 91997213

Email: [email protected][email protected]

81

APÊNDICE B: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de

Conclusão de Curso

82

APÊNDICE C: Roteiro de entrevista estruturada

INICIAIS: ______N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________SEXO: ( ) FEMININO ( )

MASCULINO IDADE: ( ) 40-50 ( ) 51-60 ( ) 61-70 ( ) 71-80 ( ) 81-90 ( ) 91-100 ( ) MAIS DE 101

ANOS

PESO:_______ALTURA:_______IMC:_______

ESCOLARIDADE:

( ) Analfabeto(a)

( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino fundamental incompleto

( ) Ensino médio Completo

( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino superior

1- Qual a sua renda mensal?

( ) Abaixo de 01 salário mínimo

( ) 01 salário mínimo

( ) 02 salários mínimos

( ) acima de 02 salários mínimos

2-Há quanto tempo descobriu que tem

diabetes?

( ) menos de 01 ano

( ) 01 a 02 anos

( ) 03 a 04 anos

( ) 05 anos ou mais

3- Faz uso de medicamentos?

( ) Sim ( ) Não

( )

Quais?_____________________________

4- Você fuma?

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes

Quantas vezes ao

dia?____________________

5- Consome bebidas alcoólicas?

( ) Sim ( )Não ( )Ás vezes

6- Pratica algum tipo exercício físico?

( ) Sim ( ) Não ( ) Ás vezes

Qual?______________________________

7- E quanto dura o exercício?

( ) De 5 a 10 minutos

( ) 15 a 20 minutos

( ) 25 a 30 minutos

( ) 1 hora de exercícios

Quantas vezes por

semana?_______________

08- Você tem o hábito de consumir quais

desses alimentos industrializados e

gordurosos?

( ) Vísceras (coração e fígado), carnes de

boi e porco (costela, cupim, toucinho) e

industrializados (sorvetes, biscoitos,

chocolate)

( ) Ás vezes vísceras (coração e fígado),

embutidos (salame e mortadela) e

industrializados (sorvetes, biscoitos,

chocolate).

( ) Vísceras (coração e fígado), carnes de

boi e porco (costela, cupim, toucinho) e não

industrializados

09- Você acha que sua alimentação é rica

em alimentos como:

( )Frutas

( ) Verduras e legumes

( ) Cereais integrais (aveia)

( ) Não consumo nenhum destes alimentos

10- Você consegue diferenciar sozinho o

Colesterol Bom do colesterol ruim?

( ) Sim ( ) Não

Como você consegue

diferenciar?________________________

83

APÊNDICE D: Manual de Instrução para o preparo do paciente

INFORMATIVO AOS VOLUNTÁRIOS

Neste mês estarei realizando exames de sangue. Para coleta do material

necessário, siga as seguintes instruções:

1. Você deve realizar o jejum prévio de 12 horas antes do dia da coleta. Entretanto

pode ingerir água e mesmo os medicamentos que não possam ser interrompidos.

2. Não faça atividade física intensa na véspera do exame, na noite e principalmente

na manhã do dia da coleta.

3. Não consuma nenhum tipo de bebida alcoólica três dias antes do exame.

4. Mantenha sua alimentação normal pelo menos até o dia em que você fará o

jejum.

5. Você será informado sobre o resultado do exame no PSF Chapadinha.

A DATA DO EXAME DE SANGUE NO PSF CHAPADINHA SERÁ:

SEXTA-FEIRA APARTIR DAS 07:00 HORAS

Agradecemos Pela Sua Colaboração!

84

ANEXO

85

ANEXO A: Laudo laboratorial