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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina Italo Albernaz Avelar PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL PEDRO SILVA NEIVA, ASSENTAMENTO DE SEM- TERRA (JAMBREIRO), PARACATU (MG) Paracatu MG 2012

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FACULDADE TECSOMA Curso de Biomedicina

Italo Albernaz Avelar

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL PEDRO SILVA NEIVA, ASSENTAMENTO DE SEM-

TERRA (JAMBREIRO), PARACATU (MG)

Paracatu – MG

2012

Italo Albernaz Avelar

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL PEDRO SILVA NEIVA, ASSENTAMENTO DE SEM-

TERRA (JAMBREIRO), PARACATU (MG)

Monografia apresentada à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Biomedicina. Orientadora Temática: MSc. Hélica Silva Macedo Orientador Metodológico: Esp. Geraldo B. Batista Oliveira Coorientadora: MSc. Cláudia Peres Silva e Ana Carolina Mendes Almeida

Paracatu – MG 2012

Avelar, Italo Albernaz. Prevalência de Parasitoses Intestinais em Crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Assentamento do Sem Terra (Jambreiro), Paracatu (MG). 53 p. Orientador: Msc. Hélica Silva Macedo Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade Tecsoma. Curso de Biomedicina, 2012.

1. Parasitoses Intestinais. 2. Prevalência. 3. Assentamento de sem-terra. 4. Crianças. 5. I. Macedo, Hélica Silva . II. Faculdade Tecsoma. Curso de Biomedicina. III. Título.

CDU: 576.8:61

Italo Albernaz Avelar

PREVALÊNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM CRIANÇAS DA ESCOLA MUNICIPAL PEDRO SILVA NEIVA, ASSENTAMENTO DE SEM-

TERRA (JAMBREIRO), PARACATU (MG)

Monografia apresentada ao Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para a obtenção do Titulo de Bacharel em Biomedicina.

__________________________________________________ Esp. Geraldo Benedito Batista de Oliveira

Orientador Metodológico

___________________________________________________ MSc. Cláudia Peres Silva

Coordenadora do Curso de Biomedicina

Paracatu – MG, 7 de Julho de 2012.

Aos meus pais, pelo incentivo e carinho.

AGRACEDIMENTOS

Em primeiramente agradeço a Deus que me conduz a cada instante a

capacidade de todas as superações diárias.

Agradeço a minha família, que nunca deixou de acreditar em mim,

mesmo nos momentos mais difíceis.

A professora Hélica, pela orientação e paciência nos ensinamentos.

À coordenadora do curso, pela disponibilidade, atenção e pelos

conhecimentos transmitidos.

À coorientação da Ana Caroline e meus professores que muito me

ensinaram durante toda essa caminhada.

Aos meus colegas de classe que sempre se mantiveram ao meu lado em

todos os momentos de dificuldades sempre me dando força, como também em

vários momentos felizes.

Um agradecimento especial a todos que de alguma maneira

colaboraram para a realização desse trabalho.

RESUMO

As parasitoses intestinais configuram como um sério problema de saúde

pública mundial, em razão dos altos índices de morbi-mortalidade a que se

encontra relacionada. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a

prevalência de parasitoses intestinais nas crianças da Escola Municipal Pedro

Silva Neiva situada no assentamento de sem-terra (Jambreiro) do município de

Paracatu (MG). A Pesquisa foi realizada durante o período letivo de março a

maio de 2012. O publico alvo foi composto por 89 crianças representando por

81% das 110 crianças matriculadas na escola. Optou-se pela aplicação de

questionário padronizado aos inclusos na pesquisa a fim de correlacionar os

fatores sociais, econômicos, comportamentais e ambientais com a prevalência

de enteroparasitoses detectada por sedimentação espontânea. A análise das

amostras fecais demonstrou uma prevalência de 34,83% de casos positivos,

sendo que os parasitas mais encontrados foram: Endolimax nana, Giardia

lamblia, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Enterobius vermicularis e

Hymenolepis nana. Verificou-se que a população estudada possui baixa renda

familiar e que as condições de saneamento básico e prevenção a parasitoses

intestinais são precárias e as orientações higiênico-sanitárias são

neglicenciadas. Portanto, aconselha-se o acompanhamento desta população

no sentido da aplicação de medidas profiláticas e tratamento dos casos

positivos.

Palavras-chave: Parasitoses intestinais, Prevalência, Assentamento de sem-

terra, Crianças.

ABSTRACT

Intestinal parasitosis configured as a serious public health problem worldwide,

due to the high morbidity and mortality that is related. This study aimed to

evaluate the prevalence of intestinal parasites in children of Neiva Pedro Silva

Municipal School located in the settlement of landless (Jambreiro) of Paracatu

(MG). The survey was conducted during the school year from March to May

2012. The target audience was composed of 89 children representing 81% of

the 110 children enrolled in school. We opted for a standardized questionnaire

included in the survey in order to correlate the social, economic, behavioral and

environmental factors with the prevalence of intestinal parasites detected by

sedimentation. The analysis of fecal samples showed a prevalence of 34.83%

of positive cases, and the more parasites were found: Endolimax nana, Giardia

lamblia, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Enterobius vermicularis and

Hymenolepis nana. It was found that the population has low income and that

the conditions of sanitation and prevention of intestinal parasites and are poor

hygiene and sanitary guidelines are neglicenciadas. Therefore, it is advisable to

monitor this population to the application of preventive measures and treatment

of positive cases.

Keywords: intestinal parasites, Prevalence, settlement of landless people,

children.

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 Ocorrência de monoparasitismo e poliparasitadas referente as

crianças positivas da Escola Pedro Neiva da Silva, acampamento Jambreiro

(Paracatu – MG), (n=89), 2012..........................................................................30

TABELA 2 Representação das amostras positivas e negativas entre o sexo

masculino e feminino das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva,

assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.................................33

TABELA 3 Representação de positivos e negativos de acordo com a renda

familiar das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro

(Paracatu – MG), (n=89), 2012..........................................................................33

TABELA 4 Representação das amostras positivas e negativas de acordo com a

procedência da água em consumo pelas crianças da Escola Pedro Neiva da

Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012........................34

TABELA 5 Representação referente às amostras positivas e negativas de

acordo com o tipo de tratamento da água em consumo pelas crianças da

Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG),

(n=89), 2012.......................................................................................................34

TABELA 6 Representação das amostras positivas e negativas de acordo com o

destino de dejetos das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento

Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.........................................................35

TABELA 7 Representação das amostras positivas e negativas de acordo com

os hábitos diários das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento

Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.........................................................35

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 Resultados de exames parasitológicos (HPJ) de crianças da

Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG),

(n=89),2012........................................................................................................19

GRÁFICO 2 Amostras positivas e ocorrência de espécies parasitas

patogênicas e não patogênicas em crianças da Escola Pedro Silva Neiva,

assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.................................30

GRÁFICO 3 Representação das amostras positivas em relação ao

monoparasitismo encontrado em crianças da Escola Pedro Silva Neiva,

assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=22), 2012.................................31

GRÁFICO 4 Amostras positivas com a presença de poliparasitismo em

crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu –

MG), (n=9), 2012................................................................................................32

LISTA DE ABREVIATURAS

abr.: abril

Cap.: Capitulo

Ed.: Editora

ed.: edição

fev.: fevereiro

mai.: maio

N.: Número

nov.: novembro

Org.: Organizador

Out.: outubro

P.: Página

Vol.: Volume

LISTA DE SIGLAS

BR – Brasil

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MG - Minhas Gerais

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

GO - Goiás

RS - Rio Grande do Sul

SP - São Paulo

INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria

MST - Movimento dos Trabalhadores Sem-terra

OMS - Organização Mundial de Saúde

ESF - Estratégia de Saúde da Família

CAPS - Centro de Atenção Psicossocial

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 Justificativa ........................................................................................................ 14

1.2 Objetivos ............................................................................................................ 16

1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 16

1.2.2 Objetivo Específicos ...................................................................................... 16

2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ............................................................................ ....17

2.1 Importância do Estudo das Parasitoses Intestinais ....................................... 17

2.2 Histórico do Movimento Sem-terra .................................................................. 18

2.3 Principais Parasitoses Intestinais .................................................................. 19

2.3.1 Amebíase ........................................................................................................ 19

2.3.2 Ancilostomíase ............................................................................................... 20

2.3.3 Ascaridíase ..................................................................................................... 21

2.3.4 Estrongiloidíase ............................................................................................. 21

2.3.5 Himenolepíase ................................................................................................ 22

2.3.6 Teníase ............................................................................................................ 22

2.3.7 Tricuríase ........................................................................................................ 23

2.3.8 Oxiuríase ou Enterobíase .............................................................................. 24

3 METODOLOGIA ................................................................................................ ... 25

3.1 Tipo de estudo ................................................................................................... 25

3.2 Caracterização do Município ............................................................................ 25

3.2.1 Caracterização da área estudada .................................................................. 26

3.3 Procedimentos Éticos ....................................................................................... 26

3.4 Delimitação do publico alvo ............................................................................. 27

3.4.1 Critérios de Inclusão e Exclusão .................................................................. 27

3.4 Desenvolvimento do Estudo ............................................................................ 27

4 RESULTADOS ...................................................................................................... 29

5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 35

6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 39

REFERÊNCIAS. ........................................................................................................ 40

ANEXOS. .................................................................................................................. 45

APÊNDICES. ............................................................................................................ 49

13

1 INTRODUÇÃO

Segundo Rey (2001) o parasitismo é definido como a relação ecológica

entre dois seres de espécies diferentes, em que há unilateralidade de

benefícios e geralmente a espécie hospedeira é prejudicada.

Estas são doenças cujos agentes etiológicos são helmintos ou

protozoários, os quais, em pelo menos uma das fases do ciclo evolutivo,

localizam-se no sistema digestivo do homem, podendo provocar diversas

alterações patológicas. (TEIXEIRA; HELLER, 2006).

As parasitoses intestinais em crianças são elevadas e variam de acordo

com cada região do país, pois sofrem inúmeras influências tais como:

saneamento básico, nível socioeconômico, grau de escolaridade,

conhecimento dos pais sobre a correta higiene do manuseio de alimentos,

entre outros. Os níveis socioeconômicos e culturais influenciam diretamente e

indiretamente as condições de higiene pessoal e cuidados com a água e os

alimentos, podendo-se prever que em famílias de classes menos favorecidas

estes fatores não são satisfatórios. Contudo propõe-se que deveria ter uma

mobilização no que diz respeito aos esclarecimentos prestados aos pais e

responsáveis sobre contágio, higiene e melhoria das condições de saneamento

básico. (GOMES; SILVA; MATOS, 2005).

Segundo diversos autores, em nosso país, as grandes pesquisas

coproparasitológicas foram realizadas até a década de 70. Nos últimos anos, a

Ciência conta apenas com trabalhos isolados, que devido à diversidade

geográfica, social, econômica e cultural do país, nem sempre podem ser

comparados. As parasitoses intestinais são de grande importância para o

mundo, pois se constituem em grave problema de saúde pública, contribuindo

para o agravamento de problemas econômicos, sociais e de saúde. (SILVA;

SANTOS, 2001).

A preocupação com as parasitoses advém das consequências que

provocam, como má absorção, diarreia, anemia, menor capacidade de

aprendizagem, causando nas crianças principalmente nas pertencentes às

classes sociais menos favorecidas, um baixo rendimento escolar e déficit no

crescimento, constituindo assim um importante problema de saúde pública que

14

está intimamente relacionado ao subdesenvolvimento, à falta de saneamento

ambiental, à falta de educação e desinformação sanitária. (FLECK, 2008).

Os danos que os parasitas intestinais podem causar aos seus

portadores incluem, entre outros agravos, a obstrução intestinal (Ascaris

lumbricoides), a desnutrição (Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura), a

anemia por deficiência de ferro (ancilostomídeos) quadros de diarreia e má

absorção de nutrientes (Entamoeba histolytica e Giardia lamblia), sendo que as

manifestações clínicas são usualmente proporcionais à carga parasitária

albergada pelo indivíduo. (TEIXEIRA; HELLER, 2006).

1.1 Justificativa

Segundo Silva e Santos (2001) as doenças parasitárias importam pela

mortalidade resultante e pela frequência com que produzem déficits orgânicos,

sendo um dos principais fatores debilitantes da população, associando-se

frequentemente a quadros de diarreia crônica e desnutrição, comprometendo

assim, o desenvolvimento físico e intelectual, particularmente das faixas etárias

mais jovens da população. Neste sentido, é notória a necessidade de estudos e

medidas simples de educação em saúde, tais como lavagem das mãos e

alimentos ou uso de calçados. Enfim, ações de higiene que promovam a

integração dos hábitos de saúde individuais, coletivos e ambientais são

eficazes no combate às diversas infecções.

O nível de parasitoses intestinais em crianças é elevado e varia de

acordo com cada região do país, pois sofre inúmeras influências tais como:

saneamento básico, nível socioeconômico, grau de escolaridade,

conhecimento dos pais sobre a correta higiene do manuseio de alimentos,

entre outros. (MACHADO et al., 1999).

Os níveis socioeconômico e cultural influenciam diretamente e

indiretamente as condições de higiene pessoal e cuidados com a água e os

alimentos, podendo-se prever que em famílias de classes menos favorecidas

estes fatores não são satisfatórios. (GURGEL et al., 2005).

Os moradores do assentamento do sem terra jambreiro representam um

grupo de baixa renda familiar e que vive em condições precárias. Este estudo é

de grande relevância, tendo em vista que estes fatores que podem favorecer o

15

surgimento das parasitoses. Segundo Vitalle, Romero e Medeiros (2003)

ressaltam estes fatores que são: precárias condições socioeconômicas da

população, aumento populacional, migrações inter-regionais desordenadas,

saneamento básico ineficaz, má alimentação, falta de informação,

promiscuidade e falta de moradia, são fatores que favorecem as parasitoses

intestinais, o que elucida cada vez mais a influência do meio ambiente como

determinante do processo saúde-doença. Assim, de acordo com vários autores

este grupo estudado se destaca por ser um grupo propenso a adquirir

parasitoses sendo que os autores Machado e outros (1999) citam que a

frequência de parasitoses intestinais em nosso país é extremamente elevada,

assim como nos demais países em desenvolvimento, sofrendo variações

quanto à região de cada país e quanto às condições de saneamento básico, ao

nível socioeconômico, o grau de escolaridade, a idade e os hábitos de higiene

dos indivíduos que nela habitam.

O grupo foi escolhido por ser de zona rural, constituído por crianças com

famílias de baixa renda, sem saneamento básico e de difícil acesso a rede

pública de saúde o que os torna mais propensos ao desenvolvimento destas

doenças.

Segundo relatos do Presidente do Assentamento há um projeto de

saneamento básico para ser realizado, porém ainda não houve a liberação de

sua implantação pelo governo. Os resultados desta pesquisa poderão ser de

grande utilidade para argumentar e acelerar a implantação deste projeto que irá

beneficiar esta população.

16

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Determinar a prevalência de parasitoses intestinais entre crianças da

Escola Municipal Pedro Silva Neiva situada no assentamento de sem-

terra (Jambreiro) do município de Paracatu MG.

1.2.2 Objetivos específicos

Diagnosticar a presença de parasitos intestinais e comensais nas

amostras biológicas fecais advindas das crianças;

Relacionar as condições de vida da população em estudo com a

ocorrência de parasitoses intestinais;

Orientar a população sobre a importância da profilaxia das parasitoses

intestinais, do seu diagnóstico e do tratamento;

Desenvolver atividades de educação em saúde, com ênfase para a

prevenção com as crianças.

17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Importância do estudo das parasitoses intestinais

Segundo Neves (2005) o parasitismo nada mais é do que uma

associação entre os seres vivos, onde somente um deles é beneficiado. O

hospedeiro neste caso sofre constante espoliação, fornecendo abrigo e

alimento. O mesmo autor cita que neste tipo de relação há uma tendência ao

equilíbrio, para que o parasita não cause a morte do hospedeiro, pois o

parasito necessita do abrigo e alimento que este lhe fornece.

O estudo das parasitoses é de extrema importância, pois são

ferramentas importantíssima para a determinação dos fatores de riscos e

tomada de medidas estratégicas para melhoria do meio em que vivemos.

(NEVES, 2005).

Através de estudos das parasitoses podemos definir seus tipos de

transmissão e suas relações com as condições de vida e higiene das

comunidades: tipo de moradia, má alimentação, falta de saneamento básico,

principalmente em questão ao tratamento de água e esgoto. (ARAUJO;

FERNANDEZ, 2005).

Nas últimas décadas tem sido observada uma ligeira redução nas taxas

globais de prevalência de parasitoses. A qualidade de vida cada dia que passa

está melhorando devido a orientações e estudos sobre parasitoses, porém as

crianças ainda têm-se mostrado alvos das infecções parasitárias e nelas as

repercussões das parasitoses tornam-se mais significativas. (REY, 2001)

Outro fator muito importante segundo Macedo (2005) é que as

parasitoses intestinais ainda ocupam altos índices de prevalência mundial e

representam sérios problemas de saúde pública, e nota-se também que as

pessoas de menor poder aquisitivo são mais acometidas devido às precárias

condições sanitárias que as mesmas vivem.

Os autores Silva e Santos (2001) relatam uma informação muito

importante em relação a importância deste estudo, relatando que as doenças

parasitárias são de muita importância, pois produzem um déficit orgânico que

seria um dos principais fatores debilitantes ao hospedeiro, associando-se com

vários outros quadros clínicos como: diarreia crônica e desnutrição quem irão

18

comprometer o desenvolvimento físico e intelectual principalmente nas faixas

etária mais jovens.

De acordo com Macedo e Rey (2000) a faixa etária que tem uma

incidência maior de parasitoses intestinais esta relacionada às crianças

principalmente no período que estas estão na escola, e com o acometimento

destas crianças acaba sendo um agravante da subnutrição, que poderá

ocasionar diarreia prolongada influenciando diretamente no aproveitamento

escolar.

2.2 Histórico do movimento do sem terra

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) teve início em 1979,

em decorrência do processo de expropriação do campo, das crises econômicas

e de empregos nos centros urbanos, agravados pela crise energética mundial

da década de 70. Diante da situação e das condições a que ficaram expostos,

os trabalhadores rurais, para se manterem no campo, buscaram formas de

resistência, iniciando a luta pela terra. Em Minas Gerais, as atividades de

reflexão do movimento começaram dentro das Comunidades Eclesiais de Base

e, em 1993, foi ocupada a fazenda Califórnia, no município de Tumiritinga,

dando origem ao Assentamento Primeiro de Junho, cujo nome alude à data da

ocupação. Em 1997, foram assentadas 82 famílias no local, apesar de o

instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) haver indicado

que deveriam ser 56. Até a conquista definitiva das terras do Primeiro de

Junho, as famílias que hoje o compõem vieram seguindo uma trajetória de luta,

opressão, fome e miséria. Quanto à forma de organização das famílias e da

produção, depois de instalado o assentamento, ficou acertado que uma área da

fazenda ficaria para o chamado grupo dos coletivos e outra para o dos

individuais. Os coletivos uniram seus lotes, fazendo uso comum da terra e dos

créditos obtidos, organizando-se por setores de produção e dividindo tarefas.

Os individuais optaram por manter seus lotes separados entre si, trabalhando

na forma de produção familiar. (CASTRO et al., 2004).

19

2.3 Principais parasitoses intestinais

2.3.1 Amebíase

É causada pelo protozoário Entamoeba histolytica. De acordo com o

autor Melo e outros (2004) sua transmissão se dá pela ingestão de água

contaminada com cistos.

O autor Neves (2005) destaca que o uso de água sem tratamento,

contaminada por dejetos humanos e a ingestão de alimentos contaminados são

modos bem frequentes de contaminação. Além disso, a falta de higiene

domiciliar pode facilitar a disseminação de cistos.

As amebas possuem duas formas evolutivas: o cisto que será a forma

infectante ao homem e o trofozoíto que é a forma presente no intestino grosso

que poderá penetrar na mucosa intestinal produzindo ulcerações intestinais.

(SILVA; GOMES, 2005).

A Entamoeba coli, Endolimax nana e Iodamoeba butschilii, também

podem ser encontradas nas fezes. Seus cistos ou trofozoitos ocorrem com

frequência, apesar de não serem patogênicas e não serem citadas como

prejudiciais ao homem. Estes parasitos devem ser identificados nos exames

parasitológicos de fezes para que possa tomar medidas de higiene correta. O

diagnóstico laboratorial usualmente é utilizado a visualização a fresco ou

exame com conservante a base de formol 10%, no intuito de pesquisar a

presença de cistos ou trofozoitos. (NEVES, 2005; REY, 2001).

20

2.3.2 Ancilostomíase

De acordo com Melo e outros (2004) esta parasitose é causada pelo

Ancylostoma duodenale e Necator americanus. São geo-helmintos, e a fêmea

produz cerca de 10 a 20 mil ovos diariamente e são eliminados nas fezes. Ao

ser eliminado no solo irá ocorrer a evolução das larvas em estágios, sendo que

no terceiro estádio será a larva infectante, onde ela irá penetrar na pele do

hospedeiro e por via linfática ou venosa chegar ao pulmão, alvéolos, árvore

respiratória e então será deglutida e chegar ao intestino delgado onde se

transforma-se em verme adulto.

Uma das consequências frequentes da ancilostomíase é quando o nível

do parasitismo é intenso e prolongado levando o indivíduo a uma anemia

proveniente da espoliação sanguínea causada pelo parasita, podendo ser

intensificada com a dieta alimentar reduzida que irá comprometer o

metabolismo celular, devido à diminuição do transporte de oxigênio aos

tecidos. (NEVES, 2005).

Ainda de acordo com Neves (2005) o controle da ancilostomíase em

áreas endêmicas consiste na aplicação de medidas preventivas que são:

saneamento básico, educação sanitária como hábitos de higiene pessoal e

associar o uso de anti-helmínticos no caso como uso curativista.

O diagnóstico clínico se dá pela anamnese e na associação de sintomas

cutâneos, pulmonares intestinais, seguidos ou não de anemia. O diagnóstico

laboratorial mais comum é o diagnóstico de certeza, onde é realizado o exame

parasitológico de fezes (Lutz, Hoffman, Pons e Janer ou Método da

Sedimentação Espontânea). (NEVES, 2005).

O tratamento geralmente é feito com Mebendazol ou Albendazol, além

de suplementação nutricional com sulfato ferroso e uma dieta rica em ferro e

outros sais minerais, além de vitaminas e outros nutrientes. (REY, 2001).

21

2.3.3 Ascaridíase

A ascaridíase é causada por uma espécie de parasita de grande

importância o Ascaris lumbricoides que quando adulto, mede cerca de 20 a 30

cm de comprimento e apresenta cor leitosa. São encontrados no intestino

delgado, principalmente no jejuno e íleo, e cada fêmea fecundada é capaz de

colocar cerca de 200.000 ovos por dia. (NEVES, 2005).

Segundo Almeida Neto, Rodrigues Filho e Cordeiro Filho (2006) os ovos

férteis quando ingeridos passam pelo suco gástrico eles eclodem e liberam as

larvas, estas migram até o ceco e penetram pela mucosa, chegando ao

sistema porta, atingindo o fígado e os pulmões, passando pela árvore

brônquica, traqueia e laringe podendo ser eliminadas pela expectoração ou

deglutidas. Quando deglutidas retornam pela faringe, estômago, e chegam ao

intestino delgado e adquirem maturidade sexual para que a fêmea comece a

fazer postura.

O diagnóstico clínico é difícil pelo fato que usualmente a ascaridíase

geralmente é assintomática. O diagnóstico laboratorial é obtido pela pesquisa

de ovos nas fezes, pelo método de sedimentação espontânea ou pelo método

de Kato-Katz, bastante eficiente e recomendado pela Organização Mundial de

Saúde (OMS). (NEVES, 2005).

2.3.4 Estrongiloidíase

É causada pelo Strongyloides stercoralis e pelo Strongyloides fülleborni,

o menor nematódeos que parasita o homem.

Segundo Neves (2005) este helminto apresenta várias fases evolutivas,

que podem ser vistas durante seu ciclo: fêmea partenogenética parasita, larva

rabditoide, larva filarioide, macho e fêmea de vida livre.

Existem três tipos de transmissão que são: heteroinfecção, quando as

larvas presentes no solo penetram no homem pela pele; autoinfecção interna,

os ovos eclodem no intestino e assumem a forma infectante penetrando na

mucosa; autoinfecção externa, onde as larvas penetram na pele pela região

perianal. (MELO et al., 2004).

22

O diagnóstico pode ser feito pelo exame de fezes onde irá avaliar a

presença de larvas ou ovos presentes nas fezes. (MELO et al., 2004).

De acordo com Rey (2001) o tratamento é feito com Tiabendazol e

Ivermectina, além das medidas profiláticas que sempre devem ser tomadas.

2.3.5 Himenolepíase

Causado no homem pelo parasita Hymenolepis nana, que mede cerca

de 3 a 5 cm, com 100 a 200 proglotes. Seus ovos são quase esféricos,

transparentes e incolores, apresentam uma membrana externa delgada que

envolve o espaço mais internamente, estes ovos são conhecidos vulgarmente

por chapéu de mexicano. O verme adulto é encontrado no intestino delgado,

principalmente no íleo e jejuno e nas fezes podem ser encontrados ovos.

(NEVES, 2005).

Sua transmissão mais frequente é a ingestão de ovos presentes nas

mãos ou em alimentos contaminados. Os sintomas atribuídos principalmente

às crianças são: agitação, insônia, irritação, diarreia, dor abdominal e em

alguns casos podem ocorrer sintomas nervosos como ataques epilépticos e

convulsões. (NEVES, 2005).

Como medidas profiláticas o autor Neves (2005) destaca a higiene

pessoal, saneamento básico, o uso inadequado de privadas e fossas, o

tratamento precoce da doença para que não venha a disseminar e o controle

de insetos, pulgas entre outros vetores mecânicos. O diagnóstico laboratorial é

feito pelo achado de ovos no exame de fezes através de técnicas de

sedimentação espontânea ou centrifugação.

2.3.6 Teníase

De acordo com Neves (2005) existem várias espécies de tênias, as mais

comuns em humanos são a Taenia saginata e a Taenia solium, vulgarmente

conhecidas como solitárias, cujos hospedeiros intermediários são os animais

bovinos e suínos, que desenvolvem a cisticercose animal.

Conforme sua morfologia as tênias são achatadas dorsoventralmente e

podem medir até 10 metros sendo a T. saginata a mais longa. O escólex ou

23

cabeça deste parasita pode se fixar à mucosa do jejuno ou duodeno, onde

geralmente vivem solitárias no hospedeiro. O seu corpo é formado por

proglotes, onde as distais são as maduras e repletas de ovos. (MELO et al.,

2004).

Seu diagnóstico se faz pelo achado de proglotes ou ovos nas fezes,

através de métodos de sedimentação espontânea ou pelo método de fita

gomada para a detecção de proglotes. (NEVES, 2005).

2.3.7 Tricuríase

É uma doença causada pelo parasita Trichuris trichiura, que é um

nematoide que se localiza no intestino grosso. O adulto mede de 3 a 5 cm de

comprimento e seus ovos apresentam um formato elíptico característico com

poros salientes e transparentes em ambas extremidades. Como os ovos são

extremamente resistentes no meio ambiente, têm uma maior chance de serem

disseminados pelo vento ou pela água e contaminar alimentos e serem

ingeridos. (NEVES, 2005).

A gravidade da tricuríase depende da carga parasitária, mas também

têm importantes influências como idade do hospedeiro, estado nutricional e a

distribuição dos vermes adultos no intestino. A maioria dos pacientes com

infecção leve se apresenta assintomático, já os moderados apresentam

sintomatologia intestinal discreta, ou quando for uma infecção mais grave

podes ser observados: dores de cabeça, dor epigástrica e no baixo abdômen,

diarreia, náusea e vômitos. (NEVES, 2005).

O diagnóstico é feito pelo achado de ovos típicos nas fezes,

pesquisados pelos métodos de sedimentação espontânea ou por centrifugação

(MELO et al., 2004; NEVES 2005).

2.3.8 Oxiuríase ou Enterobíase

É uma parasitose ocasionada pelo parasita Enterobius vermicularis ou

Oxyurus vermicularis. Os parasitas adultos vivem no ceco e apêndice, sendo

que a fêmea, repleta de ovos é encontrada na região perianal. O ovo apresenta

aspecto grosseiro de um D, pois um dos seus lados é achatado e o outro é

24

convexo. Este ovo eliminado já embrionado, se torna infectante em poucas

horas e ao ser ingerido pelo hospedeiro, no intestino delgado, eclode saindo as

larvas raditoides que transformam em duas mudas e chegam ao ceco onde se

transformam em vermes adultos. (NEVES, 2005).

O diagnóstico laboratorial se dá geralmente é feito através do exame de

fezes, porém neste caso ele pode não ser muito eficiente. O melhor método é o

da fita adesiva ou o método de Graham. (NEVES, 2005).

25

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quanti/qualitativa.

As investigações epidemiológicas, de cunho descritivo, têm a finalidade de

informar sobre a distribuição de um evento, na população, em termos

quantitativos. (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Quanto à abordagem, a combinação dos métodos quantitativo e

qualitativo produz a triangulação metodológica, que, numa relação entre

contrários complementares, busca a aproximação do positivismo e do

compreensivíssimo. Assim, a triangulação é uma tática de pesquisa que

contribui para alargar o conhecimento sobre determinado tema, alcançar os

objetivos traçados, observar e compreender a realidade estudada. (MARCONI;

LAKATOS, 2010).

3.2 Caracterização do municipio

O estudo foi realizado no município de Paracatu que está localizado na

região Noroeste do Estado de Minas Gerais, distante a apenas 220 km de

Brasília, a Capital Federal , e a 500 km de Belo Horizonte. O município, com

seu estilo colonial antigo e arquitetura barroca, possui um território de 8.230

km2, com uma população de 84.718 habitantes (IBGE, 2011).

A cidade de Paracatu oferece à área de saúde: um hospital municipal,

12 unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF), 1 clínica da mulher e da

criança, 1 clínica psicossocial (CAPS), um laboratório municipal, 6 laboratórios

particulares e 1 hospital com policlínicas particulares.

3.2.1 Características da área estudada

O presente estudo foi realizado no assentamento de sem-terra

conhecido como Jambreiro situado no município de Paracatu no estado de

Minas Gerais. O assentamento fica a 75 km da cidade em direção à cidade de

Guarda-mor, fazendo vizinhança com a região da Agroman, sul Brasil e rio São

26

Marcos que faz divisa com o estado de Goiás (GO). O assentamento de acordo

com o presidente da associação dos moradores possui de 195 famílias.

O assentamento tem uma extensão de 11180 hectares, com 195 lotes

com cerca de 45 hectares cada e com 2405 hectares de área de reserva

nativa. Possui uma Escola Municipal Pedro Neiva da Silva para a formação do

pré-escolar a 5ª série do ensino básico, com uma média de 110 alunos

matriculados.

A área do assentamento tem um perfil representado por terrenos planos

e elevados, com destaque para montanhas e vales. A altitude média em

relação ao nível do mar atinge 500 a 950 metros de altura. A fauna e a flora da

região são típicas do ecossistema de cerrado e o clima, tropical semiúmido,

geralmente é quente, com verões chuvosos e invernos secos. O período

quente ocorre de novembro a março e o frio de maio a agosto. O assentamento

não possui saneamento o básico ou coleta de lixo, água somente de poços e

rios sem tratamento, não possui captação de esgoto e nem um tipo de sistema

de tratamento deste esgoto. (GRISOTTO, 2003).

3.3 Procedimentos Éticos

O estudo foi realizado considerando-se o que prevê a Resolução nº

196/96 do Conselho Nacional da Saúde, a qual estabelece normas para a

pesquisa com animais e seres humanos. (BRASIL, 1996).

3.4 Delimitação do público alvo

O público alvo deste estudo foi constituído por todas as crianças da

Escola Municipal Pedro Neiva da Silva.

3.4.1 Critérios de inclusão e exclusão

Adotou-se como critérios de inclusão do estudo:

As crianças devidamente matriculadas na escola selecionada para

estudo;

As mesmas deveriam ter presença regular na escola;

27

Autorização, através de um termo de consentimento assinado pelos

responsáveis;

Os critérios de exclusão foram:

Crianças que relataram no questionário o uso de medicamentos

antiparasitários;

Crianças sem autorização prévia dos pais ou responsáveis.

3.5 Desenvolvimento do estudo

O presente trabalho teve o seu desenvolvimento durante o período letivo

da escola de 07 a 12 de maio de 2012. Foi realizada uma reunião com todos os

pais e/ou responsáveis pelos alunos da escola com o objetivo de informá-los

sobre a proposta da pesquisa. Os pais e/ou responsáveis receberam um

manual informativo sobre normas de procedimentos de colheita das fezes

(Anexo 2), um termo de consentimento legal, permitindo a participação dos

escolares na pesquisa (Apêndice 1), um questionário socioeconômico

padronizado para os voluntários (Anexo 1), uma cartilha falando sobre

parasitoses (Apêndice 2) e um frasco coletor plástico, com solução de formol

10% para conservação das amostras.

Na reunião com os pais, direção e professores da escola, foram

esclarecidas todas as dúvidas sobre o projeto, como coletar o material e os

dias de recolhimento das amostra para serem analisadas. Também foram

definidos os dias para a realização de uma palestra sobre a importância dos

modos de higiene e sobre as parasitoses intestinais. Foram estabelecidos dois

dias durante a semana para recolhimento do material e encaminhado para o

laboratório de Parasitologia da Faculdade Tecsoma onde as amostras foram

devidamente preparadas e analisadas pelo autor do projeto e pela orientadora.

Os aspectos sócioeconômicos, culturais, ambientais e comportamentais

foram avaliados através de um questionário com questões fechadas, aos pais

e/ou responsáveis. Os questionários foram aplicados no dia da reunião de

esclarecimento a todos que concordaram em participar do projeto. Os

questionários foram devolvidos no dia da entrega das amostras fecais.

28

As análises foram realizadas de acordo com o método de Lutz,

Hoffmann, Pons e Janer ou Sedimentação Espontânea, utilizado para

verificação de cistos de protozoários, ovos e larvas de helmintos. De acordo

com a metodologia foram coletadas cerca de 5 gramas de fezes de várias

partes diferente do bolo fecal em um copo graduado ou Becker de 250 ml,

completando o volume de 50 a 60 ml de água, após suspensão o material foi

filtrado através de gaze dobrada em 4 vezes em um copo cônico de

sedimentação e diluído com água até completar aproximadamente três quartos

do volume do copo cônico, foi filtrado e deixado repouso de 1 a 2 horas.

Após o repouso descartou-se com cuidado dois terços do líquido

sobrenadante sem perder nenhuma porção do sedimento do fundo do copo

cônico. Com o sedimento foram preparadas 3 lâminas para cada amostra e

examinadas em microscopia no aumento de 10x e 40x para confirmar a

presença de ovos, larvas e cistos de parasitos.

Todos os resultados foram encaminhados aos pais e/ou responsáveis

através da escola. Quando os resultados foram positivos para parasitoses

intestinais, os pais e/ou responsáveis foram orientados a procurar o serviço de

saúde municipal para avaliação médica e tratamento especializado das

crianças. As orientações sobre as medidas profiláticas foram realizadas através

de cartilhas explicativas e uma palestra onde foi abordada a importância

dessas ações.

29

4 RESULTADOS

A população amostral foi composta por 89 crianças que representaram

(81%) do total de alunos matriculados na Escola Municipal Pedro Silva Neiva

do assentamento do sem terra Jambreiro de Paracatu, Minas Gerais.

A – Pesquisa Parasitológica

A análise das amostras mostrou 58 (65,17%) resultados negativos e 31

(34,83%) resultados positivos (Gráfico 01).

Gráfico 1 – Resultados de exames parasitológicos (HPJ) de crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG),

(n=89),2012.

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

Dentre os casos positivos, foram detectados os protozoários Entamoeba

coli, Endolimax nana totalizando 13 (14,60%) foram considerados positivos não

patogênicos e 20,23% das amostras possuíam parasitas patogênicos. (Gráfico

2).

30

Gráfico 2 – Amostras positivas e ocorrência de espécies parasitas patogênicas e não patogênicas em crianças da Escola Pedro Neiva da

Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

Na tabela 1 pode-se observar que em 22 (70,96%) das amostras foi

encontrado monoparasitismo, enquanto que em 9 (29,04%) foi encontrado

poliparasitismo.

Tabela 1 - Ocorrência de monoparasitismo e poliparasitadas referente as crianças positivas da Escola Pedro Neiva da Silva, acampamento

Jambreiro (Paracatu – MG), (n=31), 2012. Monoparasitismo Poliparasitismo

Amostra Uma espécie Duas espécies Três espécies Total

N 22 6 3 31

% 70,96 19,37 9,67 100

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

31

Nas análises das amostras positivas os parasitas de maior frequência e

sem está associado a outro parasita foram: Endolimax nana 8 (25,80%),

Giardia lamblia 5 (16,08%), Entamoeba coli 4 (12,90%), Entamoeba histolytica

3 (9,67%), Enterobius vermicularis 1 (3,22%) e Hymenolepis nana 1 (3,22%)

(Gráfico 3).

Gráfico 3 - Representação das amostras positivas em relação ao monoparasitismo encontrado em crianças da Escola Pedro Neiva da

Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=22), 2012.

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

32

Os demais foram associação entre os parasitas como o poliparasitismo

de Entamoeba histplytica e Entamoeba coli 4 (12,90%), o poliparasitismo de

Giardia lamblia, Entamoeba coli e Entamoeba histolytica 3 (9,67%), o

poliparasitismo de Entamoeba coli e Endolimax nana 1 (3,22%), e o

poliparasitismo de Entamoeba histolytica e Endolimax nana 1 (3,22%).

(Gráficos 4).

Grafico 4 - Amostras positivas com a presença de poliparasitismo em crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro

(Paracatu – MG), (n=9), 2012.

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

33

Tabela 2 - Representação das amostras positivas e negativas entre o sexo masculino e feminino das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva,

assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012. Masculino Feminino

Positivos (%) Negativos (%) Total (%) Positivos (%) Negativos (%) Total (%)

16 (30,76%) 36 (69,24%) 52 (100%) 15 (40,55%) 22 (59,45%) 37 (100%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

B – Pesquisa social, econômica, comportamental e ambiental

A verificação dos fatores sociais, econômicos, comportamental e

ambiental foi realizada através de pesquisa padronizada, na qual os familiares

das crianças responderam a um questionário (Apêndice 3).

Verificou-se que a maior parte da população de estudo possui renda

salarial média de até um salário mínimo e que entre estes, a prevalência de

casos positivos foi menor que entre as famílias que recebiam entre dois e três

salários mínimos, na qual a prevalência de enteroparasitoses foi mais

significativa, conforme mostra a tabela 03.

Tabela 3 - Representação de positivos e negativos de acordo com a renda familiar das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento

Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012. Renda familiar Positivos (%) Negativos (%) Total (%)

Ate 1 Salário mínimo 19 (30,64%) 43 (69,36%) 62 (69,66%)

De 2 a 3 Salários mínimos 12 (44,44%) 15 (55,56%) 27 (30,34%)

De 4 salários mínimos acima 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

Com relação à procedência da água empregada no consumo das

famílias e sua correlação com os resultados dos exames de fezes, verificou-se

que os casos positivos foram mais expressivos entre aqueles que consumiam

água de poço e mina (Tabela 4).

34

Tabela 4 - Representação das amostras positivas e negativas de acordo com a procedência da água em consumo pelas crianças da Escola Pedro

Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012. Procedência da Água Positivos (%) Negativos (%) Total N(%)

Rio e ribeirão 6 (31,58%) 13 (68,42%) 19 (21,35%)

Poço e mina 24 (34,28%) 46 (65,72%) 70 (78,65%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

Com relação ao tipo de tratamento da água usada no consumo humano,

houve predomínio de tratamento por filtração, em que as taxas de resultados

negativos da pesquisa parasitológica foi maior, mas que simutaneamente,

constituiu a maior parte de resultados positivos. Ao passo que entre a

população que consumia água sem tratamento a prevalência de casos

positivos foi de 25,0%, conforme demonstrado na tabela 5.

Tabela 5 - Representação referente às amostras positivas e negativas de acordo com o tipo de tratamento da água em consumo pelas crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG),

(n=89), 2012. Tratamento da Água Positivos (%) Negativos (%) Total N(%)

Filtrada 22 (40,74%) 32 (59,26%) 54 (60,67%)

Fervida 1 (25%) 3 (75%) 4 (4,50%)

Clorada 0 0 0 (0%)

Não tratada 8 (25,80%) 23 (74,20%) 31(34,83%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

35

Houve predomínio de descarte de dejetos (fezes) em fossas (Tabela 6).

Tabela 6 - Representação das amostras positivas e negativas de acordo com o destino de dejetos das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva,

assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012. Destino dos dejetos Positivos (%) Negativos (%) Total N(%)

Esgoto 0 (0%) 4 (4,50%) 4 (4,50%)

Fossa 23 ( 34,85%) 43 (65,15%) 66 (74,15%)

Meio Ambiente 9 (47,36%) 10 ( 52,64%) 19 (21,35%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

Na tabela 7 verificar que de maneira geral praticamente todas as

crianças têm o hábito de brincar na terra, com animais e alguns relataram que

têm o hábito de lavar os alimentos antes do consumo e lavar as mãos após o

uso do banheiro somente quando estão na escola, e que quando estão em

casa não têm este hábito.

TABELA 7- Representação das amostras positivas e negativas de acordo

com os hábitos diários das crianças da Escola Pedro Neiva da Silva, assentamento Jambreiro (Paracatu – MG), (n=89), 2012.

Hábitos diários Sim Não Às vezes

Brincar na terra 79 (88,76%) 10 (11,24%) -

Possui animais 81 (91,01%) 08 (08,99%) -

Lava os alimentos antes de consumir

64 (71,91%) 04 (4,49%) 21 (23,60%)

Lava as mãos antes das refeições 74 (83,14%) 15 (16,86%) -

Lava as mãos após uso do banheiro

50 (56,18%) 08 (08,99%) 31 (34,83%)

Fonte: Dados coletados por Italo Albernaz Avelar, em pesquisa coproparasitológicas em 89 crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva, Paracatu MG, 2012.

36

5 DISCUSSÃO

Na pesquisa Prevalência de Parasitoses Intestinais em 89 crianças da

Escola Municipal Pedro Silva Neiva do assentamento de sem terra Jambreiro

de Paracatu, Minas Gerais, utilizando-se o método Lutz, Hoffmann, Pons e

Janer ou Sedimentação Espontânea constatou-se 34,83% de positividade,

sendo 20,23% para parasitos patogênicos e 14,60% para parasitos não

patogênicos.

Em comparação ao estudo epidemiológico realizado por Monteiro e

outros (1988) em crianças menores de 5 anos, residentes na capital de São

Paulo e submetidas a exames parasitológicos de fezes, através da técnica de

sedimentação ou exame direto, a prevalência de enteroparasitoses em geral foi

de 30,9%, sendo 14,5% a prevalência para giardíase, considerada uma

espécie de parasito patogênico, assim associando com os resultados da

presente pesquisa. Este dado está de acordo também com o estudo

parasitológico de Lopes e outros (2010), que demonstraram que a giardíase é

uma das principais parasitoses intestinais entre as crianças em idade escolar.

O público alvo do assentamento Jambreiro também está relacionado com os

dados dos autores Ferreira e outros (2003), no município de Campo Florido –

MG, onde ressaltam que em um público de 72 crianças o seu estudo foi

verificou-se uma prevalência de 30,5% para Giardia lamblia .

. Em outra pesquisa realizada por Tashima; Simões (2004) em

Presidente Prudente - SP, também feita em crianças, por meio de exames

parasitológicos, verificou-se que em 21,3% das crianças apresentavam alguma

espécie de parasito, sendo o mais frequente Giardia lamblia (7,3%). O presente

trabalho realizado em crianças da Escola Municipal Pedro Silva Neiva do

assentamento de sem terra Jambreiro de Paracatu Minas Gerais, revelou-se

uma prevalência bem condizente com estes estudos já realizados, e destaca-

se também a prevalência elevada de outros enteroparasitas patogênicos.

Porém, a positividade para Giardia lamblia manteve-se entre o percentual

destas outras pesquisas citadas. E com isso este parasito permanece

ocupando uma grande frequência em crianças, principalmente em fase escolar.

37

Em outro estudo de Basso e outros (2008), realizado em Caxias do Sul,

RS, foi detectada uma prevalência de 8% para Enterobius vermicularis, 20%

para Entamoeba coli, e 6% para Hymenolepis nana e Entamoeba histolytica, o

que está de acordo com o presente estudo com uma taxa relativamente

aproximada aos relatos desses autores. Os resultados da pesquisa relacionam

também diretamente com os resultados encontrados por Ferreira e Andrade

(2005) em estudo realizado com escolares de Estiva Gerbi, SP. Biscegli e

outros (2009), também relatam uma taxa de 10% para Entamoeba coli , o que

se compara com o estudo realizado. Em outro estudo realizado por Ludwig e

outros (1999) na população de Assis, São Paulo verificaram uma prevalência

de 12,2% para protozoários não patogênicos como Entamoeba coli e

Endolimax nana, o que está de relacionado também com os dados deste

trabalho.

Batista Carvalho, Carvalho e Mascarini (2006) verificaram

associação significante das enteroparasitoses com a renda familiar e

escolaridade; quanto maior a renda e o grau escolar, menor a frequência de

enteroparasitas. Estes dados está de acordo com a pesquisa mencionada, com

a renda familiar de 69,66% até um salário mínimo, sendo que a maioria dos

entrevistados apresenta baixo nível socioeconômico. Os resultados do

presente estudo mostram associação significante entre a renda familiar e a

presença de parasitos. A proporção de crianças com renda familiar entre um

salário mínimo ou inferior é significativamente maior no grupo de parasitados,

em relação às crianças com renda familiar superior a dois salários mínimos.

De acordo com o questionário socioeconômico aplicado para os

pais/responsáveis, revelou-se que alguns dados obtidos na pesquisa podem

estar relacionados com a taxa de parasitoses no grupo mencionado.

Quanto à utilização da água, os pais e/ou responsáveis relataram que

não há tratamento da mesma. A água para consumo para a maioria da

população é originada de poços e riachos. Fato este que a alta prevalência de

protozoários não patogênicos como, Endolimax nana e Entamoeba coli e

parasitos patogênicos como Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, em relação

à contaminação da água, uma vez que o público estudado não dispõe de

fornecimento de água tratada. Como descrito anteriormente esse grupo dispõe

do uso de água de poço comum ou riachos, fontes que podem estar

38

contaminadas em decorrência das fossas e aos esgotos a céu aberto

existentes no local. Esta contaminação pode esta associada com as

características físicas da região estudada, onde observa-se em que diversos

pontos do assentamento existem poços de água não muito profundos, assim

podendo constatar que esta região é caracterizada como uma região com um

lençol freático bastante superficial e com muitas veredas, facilitando assim a

contaminação da água. Segundo Pupulin e outros (1996) a contaminação da

água, solo e alimentos por ovos, cistos ou larvas de parasitos tornam fácil a

disseminação de patologias. Desta maneira, as implantações de sistemas

adequados para o tratamento de esgoto e encanamento de água potável,

juntamente com a educação sanitária da população, o diagnóstico e o

tratamento de indivíduos infectados contribuem decisivamente para a redução

da incidência das enteroparasitoses.

Segundo Urbano Ferreira; Ferreira; Monteiro, (2000) o grau de

exposição a formas infectantes dos parasitos intestinais, por sua vez, seria

condicionado por uma série de fatores, onde se destacam condições de

moradia, características do saneamento do meio e cuidados higiênicos e de

saúde, o que está relativamente de acordo com o grupo de pesquisa, que

apresenta condições de saneamento básico e higiene desfavoráveis para um

padrão de vida saudável e fora do risco para infecções parasitárias. A pesquisa

corrobora também os dados de Machado e outros (1999), em estudo realizado

na cidade de Mirassol, SP. Eles ressaltam que o nível socioeconômico e

cultural influencia as condições de higiene pessoal e cuidados com a água e os

alimentos, podendo-se observar que em classes menos favorecidas esses

cuidados não são rigorosamente observados.

Alguns fatores mencionados como tratamento da água, instalações

sanitárias e higiene dos alimentos consumidos contribuem para a transmissão

de vários parasitos, o que está devidamente relacionado com os resultados

obtidos na pesquisa. Esses resultados relacionam com os dados dos autores

Visser e outros (2011). Eles relatam que o uso de água contaminada por

dejetos humanos e sem o devido tratamento é considerado uma forma

frequente de contaminação por alguns parasitos. Além disso, é um fator

determinante para o alto índice de parasitos de veiculação hídrica. A via de

contaminação ocorre não só através da ingestão de água contaminada, mas

39

também através do banho, da higiene pessoal, por alimentos contaminados e

pelos vetores mecânicos. Outro estudo realizado em uma tribo indígena no

estado do Amazonas por Miranda e outros (1999) corrobora com a pesquisa,

onde esses autores relataram que vários fatores são responsáveis pela

elevada prevalência de parasitismo nas aldeias. Alguns fatores que favorecem

a transmissão dos agentes parasitários têm sido observados, tais como o

destino inadequado dos dejetos, a ingestão de água sem tratamento,

proveniente de mananciais localizados às proximidades das aldeias, e

ausência do uso de calçados por boa parte da população, principalmente entre

as crianças.

Quanto ao hábito das crianças manipularem a terra, observa-se

associação de dados relevantes entre esse hábito e a presença de parasitos,

onde a proporção de crianças parasitadas foi significantemente maior no grupo

que apresenta este hábito em relação ao grupo que não evidencia o mesmo.

Segundo Marques, Bandeira e Quadros (2005) apesar da alta frequência

de parasitoses intestinais causadas na população em geral, ressalta-se a

escassez de estudos acerca do problema, visando um melhor

dimensionamento e elaboração de medidas de combate por parte das

autoridades sanitárias. As medidas profiláticas cabíveis a serem aplicadas na

população do assentamento, envolvem canalização do sistema de esgoto

(colocando fim nos esgotos a “céu aberto”), tratamento da água de consumo e

educação sanitária, sendo essa última de acordo com Nunes, Cunha e marcal

Junior (2006), é um dos pontos mais importantes para combater doenças

infectocontagiosas, pois pessoas mais informadas sobre higiene apresentam

menos risco de contrair doenças. Eles também relatam que o processo mais

eficiente das ações profiláticas seria a implantação de programa de educação

ambiental, que visaria à conscientização social e gerando atividades capazes

de mudar os hábitos da população.

Desta forma, a escassez de conhecimentos sobre medidas profiláticas,

acesso restrito aos serviços de saúde, falta de saneamento básico e condições

de higiene sanitárias desfavoráveis, podem ter influenciado diretamente ou

indiretamente na prevalência de parasitoses intestinais verificada nesta

pesquisa. Dentre as 89 amostras foi verificada a frequência de 34,83% de

parasitos intestinais, ou seja, das 89 amostras 31 estavam infectadas e destas

40

31 amostras, 20,23% estavam positivas para parasitos patogênica e 14,6%

para espécies não patogênicas. Os enteroparasitos encontrados foram

Endolimax nana, Entamoeba coli, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia,

Enterobius vermicularis e Hymenolepis nana, o que demonstrou claramente a

contaminação por veiculação hídrica.

Observou-se relação entre o nível sócioeconomico como a renda

familiar, os hábitos diários, o saneamento básico precário com a ocorrência de

parasitos intestinais.

41

6 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este presente trabalho poderá ser utilizado como uma ferramenta para a

melhoria dos hábitos de higiene, saneamento básico, assim proporcionando

uma melhoria na qualidade de vida da população estudada. Este estudo

forneceu uma visão ampla sobre a importância da ocorrência de parasitoses

intestinais e suas consequências para a saúde das crianças, principalmente

para o seu desenvolvimento escolar. Além disso, esta pesquisa foi de grande

importância para a orientação das crianças e de seus familiares sobre as

medidas profiláticas das parasitoses intestinais de modo a contribuir para a

promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida dessa população.

Por ser um grupo de zona rural onde o acesso à rede pública de saúde é

difícil e pelo fato de não posuir nenhum tipo de saneamento básico, caberia aos

órgãos municipais discutir e agilizar medidas para a melhoria da saúde,

propostas e ações que possam oferecer uma boa qualidade de vida e

condições propícias para evitar infecções parasitárias, assim tomando ações

preventivas e a conscientização da população.

Espera-se que este trabalho possa ser uns dos indicadores adequados

para iniciativa de implementação de formas cabíveis para melhorar as

condições de vida da população. Melhorias como a implantação de um projeto

de canalização de água potável em todo assentamento. Além disso, medidas

de profilaxia são indispensáveis para a boa prática de higiene da população e

para manter boa qualidade de vida, tanto para as doenças parasitárias quanto

outras doenças relacionadas.

42

REFERÊNCIAS

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Anexos

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FACULDADE TECSOMA – CURSO DE BIOMEDICINA

QUESTIONÁRIO PADRONIZADO PARA OS VOLUNTÁRIOS

Anexo 1

1.0 Dados Pessoais:

Nome da criança:__________________________________________________________

Idade:____ anos Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2.0 Dados Sócio-Culturais:

Renda familiar: ( ) 1salário mínimo ( ) 2 a 3 salários ( ) 4 ou mais salários

Número de pessoas na família:_________________

2.1 - Procedência (de onde vem) a água de beber:

( ) torneira ( ) rio /ribeirão ( ) poço/mina ( ) outros Quais?__________________________

2.2 - Tratamento da água de beber:

( ) filtrada ( ) fervida ( ) clorada ( ) não tratada ( ) outros Quais?_____________________

2.3 – A criança tem o hábito de brincar na terra ( ) Sim ( ) Não

2.4 - Possui animais na residência? ( ) Sim ( ) Não Quais?_____________________

2.5 - Lava bem os alimentos antes de consumir? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

2.6- A criança lava as mãos antes da refeição? ( ) Sim ( ) Não

2.7- A criança lava as mãos após o uso no banheiro? ( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

2.8 - Verduras e frutas consumidas no domicilio são procedentes (de onde vem):

( ) da plantação caseira ( ) de feiras, sacolão ou supermercados ( ) outros

Qual?___________

2.9- Destinos dos dejetos (fezes): ( ) esgoto ( ) fossa ( ) meio ambiente (quintal,mato,rua)

2.10-A criança já fez algum exame parasitológico de fezes? ( ) sim ( ) não

Se o resultado for positivo cite o nome ________________________________

2.11 – A criança esta em uso de algum medicamento antiparasitário? ( ) Sim ( ) Não

Questionário elaborado por (Macedo, 2005).

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Anexo 2

INFORMATIVO AOS VOLUNTÁRIOS

Nos próximos dias estarei realizando exames de fezes de todos os alunos da

Escolar Municipal Pedro Silva Neiva. Estaremos na escola a partir do dia 7 de maio,

desde já estamos mandando aos pais um termo de consentimento, um questionário,

uma cartilha sobre parasitoses e um coletor. As amostras serão recolhidas nos

seguintes dias 10 e 11 de maio, ou seja, na quinta feira e sexta feira na escola, os pais

deverão mandar através dos filhos os frascos coletores com as amostras neste

período.

Para colher o material é necessário que siga as seguintes instruções:

1. Você está recebendo um frasco coletor (potinho) onde colocará as fezes.

2. Você deverá defecar em lugar seco e limpo (penico, urinol ou até mesmo em

uma folha de papel limpa). Nunca pegue fezes do vaso ou misturadas com

urina.

3. Pegue o frasco e com ajuda da espátula (ou palito de picolé limpo), coloque as

fezes dentro do frasco, enchendo até a metade. Tampe bem quando acabar de

fazer a colheita.

4. É importante que as fezes sejam colhidas assim que defecar. Só coloque fezes

da pessoa que tiver o nome colado no frasco. Nunca misture fezes de outras

pessoas. Após a colheita do material lave bem as mãos com água e sabão.

5. Entregue o material (o frasco com fezes) no dia marcado para entrega.

6. Você será informado sobre o resultado do exame pela direção da escola

AGRADEÇO PELA SUA COLABORAÇÃO!

Elaborado por (Macedo, 2005).

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APÊNDICE

50

Apêndice 1 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu,_______________________________________RG________________,

Responsável pelo Aluno _______________________________ DECLARO

para fins de participação em pesquisa, na condição de representante legal do

sujeito objeto da pesquisa, que fui devidamente esclarecida sobre Projeto de

Pesquisa intitulado: “Prevalência de Enteroparasitoses intestinais em alunos do

pré-escolar Municipal Gente Pequena do município de Paracatu-MG”

desenvolvido pela acadêmica Luciana Ap. Ferreira dos Santos, estudante do 8º

Período de Biomedicina da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes

aspectos:

O presente estudo justifica-se em realizar um estudo da Prevalência das

principais enteroparasitoses que acomete as crianças com idade escolar, pois

estes representam um grupo susceptível à infecção por estes parasitas, devido

há hábitos higiênico-comportamentais ainda inadequados.

Este estudo tem como objetivo, avaliar a prevalência de

enteroparasitoses intestinais em alunos da Escolar Municipal Pedro Silva Neiva

(escola do jambreiro) do Município de Paracatu-MG.

Ao representante legal do sujeito objeto deste estudo, serão garantidos

os esclarecimentos que se fizerem necessários, antes e durante o curso do

estudo, bem como o sigilo e privacidade dos dados envolvidos na pesquisa e a

liberdade de recusar-se em participar ou cancelar o seu consentimento sem

penalização alguma e sem qualquer prejuízo. Os dados e informações

provenientes deste estudo serão utilizados com fins de produção do Trabalho

de Conclusão de Curso, requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel

em Biomedicina.

DECLARO, que após convenientemente esclarecido pelo

pesquisador de ter entendido o que me foi explicado, aceito ser

voluntariamente a participação desta pesquisa.

Paracatu,____________ de _________________________de 2012

___________________________________________________________________

51

Cartilha ilustrada apêndice 2

52

cartilha

53

oficio da secretaria de saúde

54