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FACULDADE TECSOMA Curso de Bacharelado em Biomedicina Amanda Mariano Nicola Ribeiro COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO, PARACATU, MINAS GERAIS Paracatu 2012

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Bacharelado em Biomedicina

Amanda Mariano Nicola Ribeiro

COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS

CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO,

PARACATU, MINAS GERAIS

Paracatu

2012

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Amanda Mariano Nicola Ribeiro

COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS

CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO,

PARACATU, MINAS GERAIS

Monografia apresentada ao Curso de

Biomedicina da Faculdade Tecsoma, como

requisito parcial para a obtenção do título de

bacharel em Biomedicina.

Orientação temática: MSc. Márden Estêvão

Mattos Júnior.

Orientação metodológica: Geraldo B. B. de

Oliveira.

Co-Orientadora: MSc. Rita de Cássia

Medeiros de Oliveira.

Co-Orientadora: MSc. Cláudia Peres da Silva.

Paracatu

2012

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Ribeiro, Amanda Mariano Nicola, (1988)

Comparação metodológica na determinação das glicemias capilar e

venosa em idosos do lar São Vicente de Paulo, Paracatu, Minas Gerais/

Amanda Mariano Nicola Ribeiro. Paracatu, 2012.

49 f.

Orientador: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior

Monografia (graduação) – Faculdade Tecsoma, Programa de Graduação em

Biomedicina.

1. Glicemia capilar. 2. Glicemia venosa. 3. Glicosímetro. 4. Idosos.

I Júnior, Márden Estêvão Mattos. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 616.074

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Amanda Mariano Nicola Ribeiro

COMPARAÇÃO METODOLÓGICA NA DETERMINAÇÃO DAS GLICEMIAS

CAPILAR E VENOSA EM IDOSOS DO LAR SÃO VICENTE DE PAULO,

PARACATU, MINAS GERAIS

Monografia apresentada à disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso II, como requisito

parcial a obtenção do título de Bacharel em

Biomedicina, da Faculdade Tecsoma.

_______________________________________________

Prof: MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior - FATEC

Orientador

_______________________________________________

Geraldo Benedito Batista de Oliveira - FATEC

Orientador Metodológico

_______________________________________________

MSc. Cláudia Peres da Silva

Coordenadora do curso de Biomedicina

Paracatu/MG, 11 de Junho de 2012.

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus, pela força e coragem durante toda

esta longa caminhada.

Aos meus pais Ralpho e Ângela, e meus irmãos, Ralpho, Rodrigo e Ana Paula,

pelo apoio, incentivo moral, profissional e financeiro.

À professora e mestranda Rita de Cássia Medeiros de Oliveira, pela amizade,

confiança e sabedoria. Por disponibilizar o Laboratório e ceder todos os materiais

necessários para a realização das coletas e as determinações glicêmicas.

Ao orientador desta monografia, Márden Estêvão Mattos Júnior, pela

disponibilidade, atenção e cooperação.

A todos os meus companheiros de jornada, especialmente a Cintia Barbosa,

Douglas Gabriel e Thalisson Ryller, pelo auxílio na pesquisa de campo.

A enfermeira Anne Siqueira, pelo carinho e por ter aberto as portas do Lar São

Vicente de Paulo, para que a pesquisa fosse executada.

Obrigada a todos vocês que não mediram esforços para que eu chegasse até essa

etapa da minha vida.

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A imaginação é mais importante que o conhecimento. Conhecimento auxilia

por fora, mas só o amor socorre por dentro. Conhecimento vem, mas a

sabedoria tarda.

Albert Einstein

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RESUMO

A determinação dos níveis de glicemia pode ser efetuada por metodologias diferentes. O

estudo teve como objetivo determinar e comparar os resultados de glicemia de idosos do

Lar São Vicente de Paulo, localizado no Município de Paracatu, Minas Gerais,

empregando-se duas técnicas: método laboratorial da glicemia venosa e dosagem

capilar. A população de estudo foi composta por 33 idosos internos neste

estabelecimento de amparo. A dosagem capilar foi realizada na própria instituição, ao

passo que a dosagem venosa foi efetuada no Laboratório CEACLIN, sendo empregado

sangue capilar e plasma fluoretado, respectivamente. Verificou-se que a maioria dos

idosos é do sexo masculino. Com relação aos níveis glicêmicos, o teste T-Student

pareado mostrou que há diferença estatística significativa entre os valores das glicemias

capilar e venosa, o que está de acordo com outros estudos realizados com pacientes

normoglicêmicos. Os dados revelados não indicaram elevada precisão e acurácia dos

resultados de glicemia determinados pelo glicosímetro, quando comparado à glicemia

plasmática. Assim, acredita-se que este trabalho possa favorecer pesquisas subsequentes

sobre o assunto, a fim de enriquecer e expandir os dados da literatura médica nacional.

Palavras- chave: Glicemia capilar. Glicemia venosa. Glicosímetro. Idosos.

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ABSTRACT

The determination of glucose levels can be performed by different methodologies. The

aim of this study is to determine and compare the blood glucose results of elderly from

Lar São Vicente de Paulo, located in the city of Paracatu, Minas Gerais, using two

techniques: laboratory method and venous blood glucose measurement capillary. The

study population consisted of 33 elderly people in the establishment of internal support.

The dosing capillary was held at the institution, while the intravenous dosing was

performed at the Laboratory CEACLIN, being employed capillary blood and plasma

fluoride, respectively. It was found that most of the individuals is male. With respect to

blood glucose levels, the paired Student's t test showed that there was a statistically

significant difference between the values of capillary and venous blood glucose, which

is consistent with other studies in normoglycemic patients. The data revealed not

indicate high precision and accuracy of the results of certain blood glucose by

glucometer, when compared to plasma glucose. Thus, it is believed that this work will

encourage further research on the subject in order to enrich and expand the national

database of medical literature.

Keywords: capillary glycemia. Intravenous glucose. Glucometer. Elderly.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 01 – Estrutrura química da molécula de glicose .................................................. 16

Figura 02 – Metabolismo dos carboidratos .................................................................... 17

Figura 03 – Mecanismo de regulação da glicemia: hormônios insulina e glucagon ...... 19

Figura 04 – Glicosímetro Accu-Chek® e Lanceta .......................................................... 30

Figura 05 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o sexo,

(n=33) - Paracatu (MG) .................................................................................................. 33

Figura 06 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme a idade,

(n=33) - Paracatu (MG) ................................................................................................... 34

Figura 07 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o consumo

de medicamentos, (n=33) - Paracatu (MG) ..................................................................... 34

Figura 08 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme as classes

de medicamentos consumidos, (n=29) - Paracatu (MG) ................................................. 35

Figura 09 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme dados das

taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) - Paracatu (MG) ..................... 36

Figura 10 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme gráfico das

taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) - Paracatu (MG)) ..................... 37

Figura 11 – Distribuição da média e desvio padrão das determinações capilares e

venosas dos idosos do Lar São Vicente de Paulo, (n=33) - Paractu (MG). .................... 37

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LISTAS DE SIGLAS

ADA – American Diabette Association

CLSI – Clinical and Laboratory Standards Institute

MG – Minas Gerais

NDDG – National Diabettes Data Group

RPM – Rotações por Minuto

SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes

SBPC – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

SUS – Sistema Único de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12

1.1 Justificativa ............................................................................................................. 13

1.2 Problema de pesquisa ............................................................................................. 14

1.3 Hipóteses .................................................................................................................. 14

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15

2.1 Geral ........................................................................................................................ 15

2.2 Específicos ............................................................................................................... 15

3 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 16

3.1 A glicose como combustível celular ....................................................................... 16

3.1.1 Digestão e absorção de carboidratos .................................................................... 16

3.1.2 Ação metabólica da insulina e do glucagon ........................................................ 18

3.1.3 Ações fisiológicas da glicose ................................................................................ 19

3.1.4 Definição de glicemia ........................................................................................... 21

3.1.5 Hipoglicemia ......................................................................................................... 21

3.1.6 Hiperglicemia ........................................................................................................ 22

3.1.6.1 Diabetes mellitus ............................................................................................... 22

3.2 Métodos para a determinação das taxas de glicemia .......................................... 24

3.2.1 Tipos de amostras biológicas empregadas para a determinação da glicose ....... 24

3.2.2 Metodologias para a determinação da glicose ..................................................... 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 27

4.1 Tipo de estudo .......................................................................................................... 27

4.2 Local de estudo ....................................................................................................... 27

4.3 Público alvo ............................................................................................................. 27

4.4 Critérios de inclusão e exclusão .............................................................................. 28

4.5 Aspectos éticos ........................................................................................................ 28

4.6 Processamento de amostras biológicas ................................................................. 29

4.6.1 Amostra para dosagem de glicemia capilar .......................................................... 29

4.6.2 Amostra para dosagem de glicemia venosa ......................................................... 30

4.7 Análise estatística dos resultados e tabulação dos dados .................................... 31

4.8 Controle de qualidade ............................................................................................ 32

5 RESULTADOS ........................................................................................................... 33

6 DISCUSSÃO .............................................................................................................. 38

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 41

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 42

APÊNDICES .................................................................................................................. 45

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1 INTRODUÇÃO

A glicose é considerada a principal fonte de energia necessária para a

manutenção e equilíbrio de todas as funções fisiológicas dos seres humanos, a qual pode

ser originada do metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas obtidos pela dieta.

(FABRIS; FEKSA, 2007). Após todo o processo de metabolização e absorção, a taxa de

glicemia mantém-se numa faixa normal, sem que haja quadros de hipoglicemia ou

hiperglicemia este valor pode ser mensurado por técnicas laboratoriais. (FABRIS;

FEKSA, 2007; GAW et al, 2001; HENRY, 2008; OLIVEIRA; MILECH, 2004).

Na atualidade, em que se verifica facilidade de acesso a alimentos ricos em

glicose, faz-se necessário que a determinação da glicemia seja realizada de forma mais

específica possível, resguardando-se resultados mais similares à condição basal do

organismo, de acordo com Henry (2008). Assim, Pereira e outros (2006) dizem que a

verificação da concentração da glicemia é um dos testes mais realizados na prática

clínico laboratorial, em razão da relevância de informações, tanto para diagnóstico

quanto para monitoramento de diversas condições patológicas. Nestas condições,

destacam-se a hiperglicemia e a hipoglicemia.

A hipoglicemia pode ser definida como a condição em que a concentração de

glicose plasmática encontra-se em níveis inferiores ao valor de referência, com um

grupo característico de sintomas, os quais são revertidos logo após a ingestão de

carboidratos, principalmente aqueles de fácil absorção. Taxas de glicemia após jejum

noturno abaixo de 45 mg/dL são consideradas anormais, ao passo que valores acima de

55 mg/dL são aceitos como normais. (HENRY, 2008).

Por outro lado, hiperglicemia é definida como o aumento da glicemia. Com

valores de glicose plasmática, após jejum noturno, entre 126 mg/dL. (HENRY, 2008;

CIPRIANO et al, 2006).

A origem da hiperglicemia geralmente está associada a distúrbios no sistema

endócrino do pâncreas que resulta em ação insuficiente da insulina, o hormônio

responsável pela captação de glicose dos tecidos adiposos e musculares para conversão

em glicogênio ou gordura para armazenamento ou metabolização imediata.

(DORNELES; COSER, 2010).

Segundo Córdova e outros (2009), diversos métodos estão disponíveis para a

determinação de glicose. No entanto, a especificidade de tais testes ainda é um assunto

que causa bastante discussão.

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Os métodos laboratoriais empregam plasma fluoretado e são divididos em dois

grupos: químicos e enzimáticos. Os testes químicos são aqueles baseados nas

propriedades redutoras da molécula de glicose. Outras moléculas de carboidratos como

a lactose, sacarose e frutose reagem tão bem quanto a glicose, por isso, o resultado é

maior que o seu valor real. Os métodos enzimáticos são testes baseados na reação da

enzima glicose oxidase e moléculas de glicose, formando ácido glicurônico e peróxido

de hidrogênio, estes reagem com um aceptor de oxigênio numa reação catalisada pela

peroxidase para formar uma cor, que é determinada espectrofotometricamente. Este

método é considerado o mais específico. (HENRY, 2008).

A necessidade crescente de monitorar a taxa de glicose em populações

específicas conduziu a formulação de métodos portáteis, rápidos e que forneçam

resultados confiáveis. Assim, surgiram os métodos capilares, os quais requerem uma

gota de sangue total obtida por punção digital e aplicação sobre uma fita reativa.

Conforme a concentração de glicose na amostra irá formar uma cor, sendo lida por um

fotômetro de refletância. A dosagem capilar da glicemia possui várias limitações: a

concentração do hematócrito, concentração de lipídeos e proteínas plasmáticas são

fatores que interferem diretamente na determinação da glicose. Outros interferentes são:

alterações na fita reagente, quantidade de sangue disponível e condição do aparelho.

(BORGES; ANDRADE, 2009; HENRY, 2008).

Buscando-se comparar as duas técnicas de determinação da glicose, vários

estudos mostraram discordâncias entre si. Borges e Andrade (2009) verificaram valores

condizentes entre as glicemias determinadas em jejum e pela dosagem capilar. No

entanto, os autores verificaram variações significativas quando analisaram valores

individuais.

Vandresen e outros (2009) encontraram resultados de glicemia venosa e capilar

bastante similares, tanto a nível individual quanto aos dados brutos de seus 36 pacientes

acompanhados. Os autores ressaltam a utilidade dos glicosímetros portáteis na

monitoração do nível glicêmico de pacientes diabéticos.

Em estudo realizado para verificar a concentração da glicemia no antebraço e na

ponta do dedo em paralelo com a dosagem capilar e com sobrecarga de glicose,

Jungheim e Koschinsky (2002) obtiveram resultados equivalentes.

Por outro lado, Córdova e outros (2009) verificaram resultados diferentes em

relação à dosagem de glicemia capilar e venosa. O estudo é de extrema importância,

pois foi realizado com pacientes normoglicêmicos, ao contrário de outros.

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Assim pode-se considerar que a literatura médica traz dados bastante

conflitantes a respeito da determinação da taxa glicêmica empregando metodologia

capilar e venosa, e principalmente pelo fato de que os estudos relatados envolvem

pacientes diabéticos, requer-se executar análise comparativa dos dois métodos em

pacientes sem diagnóstico prévio de alterações metabólicas da glicose a fim de fornecer

dados concisos para a população.

1.1 Justificativa

Na atualidade, existem diversas tecnologias disponíveis para a determinação da

glicemia capilar, os chamados glicosímetros, os quais possuem grandes benefícios, visto

que facilita o controle das taxas de glicose pelo próprio paciente. Contradizendo esta

metodologia, vários estudos destacam diferenças significativas entre esta e a

determinação enzimático laboratorial da glicose plasmática. A explicação científica

estabelecida por estes estudiosos é o tipo de amostra biológica empregada em cada

mensuração, o que acaba interferindo nas dosagens. (CÓRDOVA et al, 2009).

Baseado no fato de que a literatura médica traz dados bastante conflitantes a

respeito da determinação da taxa glicêmica empregando metodologia capilar e venosa, e

principalmente pelo fato de que os estudos relatados envolvem pacientes diabéticos,

requer-se executar análise comparativa dos dois métodos em pacientes sem diagnóstico

prévio de alterações metabólicas da glicose a fim de fornecer dados concisos para a

população.

Diante disso, essa pesquisa é fundamental por permitir avaliar se realmente

existe diferença significativa entre a metodologia enzimática (venosa) e fotometria de

refletância (capilar), a ponto de comprometer um possível diagnóstico do paciente; ter

um método confiável para determinar rapidamente níveis glicêmicos, como por

exemplo, aqueles pacientes admitidos nos serviços de urgência e emergência que

precisam ter os valores glicêmicos monitorados ou elucidados rapidamente (pacientes

chocados, coma hipoglicêmico, acidentados). Assim como crianças, principalmente

recém-nascidos de mães que tiveram diabetes gestacional, que precisam ter níveis

glicêmicos monitorados (pequeno volume de sangue e de fácil obtenção). E, como

idosos asilados com difícil acesso venoso. Como futuros biomédicos, nos Laboratórios

de Análises Clínicas para obter resultados de glicemia basal para realização do Teste de

Tolerância Oral da Glicose. E por fim, se faz essencial na tomada de decisão de um

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Laboratório ou serviço de saúde, quanto a melhor metodologia a empregar, a fim de

fornecer um resultado seguro ao paciente.

1.2 Problema de pesquisa

Existem diferenças significativas quanto à determinação do índice glicêmico

pelas metodologias, capilar e venosa, em idosos internos do Lar São Vicente de Paulo,

localizado no Município de Paracatu, Minas Gerais, sem diagnóstico prévio de

alterações nas taxas de glicose?

1.3 Hipóteses

Ao realizar esta pesquisa, espera-se que:

H1:

Não haja discrepância significativa quanto à determinação da taxa de

glicemia no público estudado considerando as diferentes metodologias empregadas.

H2: Ambos os resultados estejam dentro do desvio padrão estabelecido conforme

a média das taxas de glicemia verificada no estudo.

H3: Enquadrar o grupo de estudo nas classificações do Ministério da Saúde

como normoglicêmico.

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Verificar a confiabilidade das metodologias capilar e venosa na determinação da

glicemia de jejum em idosos internos do Lar São Vicente de Paulo, localizado no

Município de Paracatu, Minas Gerais, sem diagnóstico prévio de alterações nas taxas de

glicose.

2.2 Específicos

1. Determinar as taxas de glicemia capilar com glicosímetro.

2. Determinar as taxas de glicemia pelo método enzimático em plasma fluoretado.

3. Comparar os resultados das glicemias determinadas pelas duas metodologias.

4. Estabelecer a média das glicemias dosadas e seus respectivos desvios padrão.

5. Classificar o grupo quanto ao nível glicêmico em: normoglicêmico,

hipoglicêmico ou hiperglicêmico.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A glicose como combustível celular

3.1.1 Digestão e absorção de carboidratos

A glicose constitui a principal fonte de energia necessária para a manutenção e

equilíbrio de todas as funções fisiológicas dos seres humanos e sua estrutura química

encontra-se esquematizada na figura 01. (FABRIS; FEKSA, 2007).

Figura 01 – Estrutura química da molécula de glicose.

Fonte: BIOMANIA, 2012.

Os três tipos de nutrientes dos quais dependem o organismo humano podem ser

classificados em carboidratos, lipídeos ou gorduras e proteínas. No entanto, estes

nutrientes não podem ser absorvidos, pois possuem constituição química bastante

complexa. Por isso, sofrem reações de hidrólise ao longo do trato gastrintestinal.

(CASTRO JÚNIOR, 2010; GUYTON; HALL, 2006; LUPPI et al, 2007).

Segundo Guyton e Hall (2006) as reações de hidrólise no trato gastrintestinal

requerem água para ocorrerem.

Os carboidratos da dieta humana são obtidos de três fontes: sacarose, lactose e

amidos. A mastigação promove a ativação da enzima ptialina, a qual hidrolisa o amido

no polissacarídeo maltose. A maltose sofre hidrólise pela enzima maltase e água,

transformando-se em glicose. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007).

Os enterócitos que revestem as vilosidades do intestino delgado contém as

enzimas lactase, sacarose, maltose e α-dextrinase, responsáveis pela hidrólise os

dissacarídeos lactase, sacarose e maltose em seus monossacarídeos constituintes. Assim,

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a lactose é convertida em galactose e glicose; a sacarose, em frutose e glicose; a

maltose, em várias moléculas de glicose. Ao final do processo da digestão dos

carboidratos, são gerados monossacarídeos hidrossolúveis, que são imediatamente

absorvidos. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL,

2006).

Os monossacarídeos são absorvidos no intestino delgado, principalmente no

duodeno e no jejuno proximal e menor taxa de absorção no jejuno distal e no íleo.

(FABRIS; FEKSA, 2007).

Os produtos finais do metabolismo dos carboidratos são absorvidos pelo sistema

porta. Os nutrientes absorvidos são conduzidos para o fígado, órgão considerado o

centro da distribuição dos nutrientes no metabolismo dos mamíferos (Figura 02). É este

órgão que exerce as funções de processar e distribuir os nutrientes que chegam até ele e

manter suas taxas constantes na circulação. (FABRIS; FEKSA, 2007).

Figura 02 – Metabolismo dos carboidratos.

Fonte: MENDONÇA, 2009.

Normalmente, a glicose sanguínea ou glicemia mantém-se em uma faixa

considerada normal – ou seja, não há excesso nem carência de energia, o que é

fundamental para o funcionamento orgânico -, em que se verifica oxidação de parte da

glicose em glicogênio, para posterior metabolização em períodos de jejum, e o excesso

é convertido em ácidos graxos e triglicerídeos, sendo armazenado no tecido adiposo.

Em todas as células do organismo humano, a glicose é oxidada para produzir ATP e

intermediários metabólicos necessários a processos de síntese de diversos compostos, o

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que contribui para uma dosagem abaixo do normal nos períodos de jejum. (GAW et al,

2001; HENRY, 2008; OLIVEIRA; MILECH, 2004).

Os níveis de glicemia dependem principalmente do fígado, responsável pela

homeostasia da glicose sanguínea através da conversão reversível de glicose em

glicogênio, assim como da gliconeogênese a partir de gorduras e proteínas, e o pâncreas,

responsável pela síntese de insulina, hormônio que permite a entrada de glicose para o

interior da célula. Os verdadeiros mecanismos envolvidos na regulação da glicose são

complexos. Acredita-se que a insulina seja capaz de aumentar o transporte de glicose

para o interior da maioria dos tecidos, com exceção de hemácias, neurônios e células da

mucosa intestinal, além da estimulação da oxidação da glicose e a síntese de lipídeos,

glicogênio e proteínas, além de impedir a glicogenólise hepática. (CASTRO JÚNIOR,

2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006).

Outras formas de carboidratos existentes são o glicogênio e os polissacarídeos de

origem vegetal (celulose, hemicelulose e pectinas). O glicogênio é um polissacarídeo de

origem animal constituído por várias moléculas de glicose. Os polissacarídeos de

origem vegetal não são considerados nutrientes para os homens, visto que o trato

intestinal não possui enzimas capazes de os degradarem. (FABRIS; FEKSA, 2007).

3.1.2 Ação metabólica da insulina e do glucagon

O glucagon é um hormônio peptídico secretado pelas células α das ilhotas de

Langerhans quando a demanda de glicose se torna insuficiente para a fisiologia normal

dos órgãos humanos. Esse hormônio exerce sua função ao degradar o glicogênio

armazenado no fígado e nos músculos para manter a glicemia em uma faixa considerada

normal. (GUYTON; HALL, 2006; RAVEL, 2009).

Por outro lado, a insulina exerce efeito totalmente oposto ao do glucagon. A

insulina, hormônio liberado pelas células β das ilhotas de Langerhans, é responsável

pela redução da glicemia circulante. Isso é possível em razão do aumento do transporte

de glicose sanguínea, através da membrana plasmática das células musculares e

adiposas para o espaço intracelular. Outros efeitos notáveis da insulina são: conversão

da forma inativa de glicogênio sintase em sua forma ativa e a inibição da lipólise. Todos

esses fatores contribuem para a conversão de glicose em glicogênio e lipídeos e a

oxidação de glicose a dióxido de carbono nos tecidos periféricos. (GUYTON; HALL,

2006; RAVEL, 2009).

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A ação da insulina é mais notória em três tecidos. No fígado, ocorre a

diminuição da síntese de glicose pela ação inibidora do hormônio e consequente

formação de glicogênio, e a mobilização do glicogênio armazenado. Nos músculos, a

insulina aumenta a síntese de glicogênio. Nos músculos e no tecido adiposo, o hormônio

aumenta a absorção celular de glicose por estimular os transportadores de glicose

presentes na membrana celular (Figura 03). (FABRIS; FEKSA, 2007).

Figura 03 – Mecanismo de regulação da glicemia: hormônios insulina e glucagon.

Fonte: ALBERT EINSTEIN, 2007.

3.1.3 Ações fisiológicas da glicose

Os dois principais tecidos humanos responsáveis pelo armazenamento,

processamento e distribuição de energia para a execução das diversas funções

fisiológicas são o fígado e o tecido adiposo, os quais mantêm interações maciças e

dinâmicas a fim de manterem a energia constante entre os períodos de alimentação e de

jejum. (FABRIS; FEKSA, 2007; BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

O tecido muscular esquelético requer grande demanda de oxigênio para manter

seu funcionamento normal, com consumo diretamente proporcional ao grau de atividade

muscular. A oxidação dos ácidos graxos é o principal mecanismo bioquímico

consumidor de oxigênio; apenas cerca de 10% a 15% do oxigênio são empregados para

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a oxidação de carboidratos. Durante a atividade física prolongada, há maior consumo de

oxigênio pelo tecido muscular e grande consumo de glicogênio muscular, o qual é

convertido a lactato pela glicólise; como resultado, ocorre diminuição da

disponibilidade de oxigênio. Quando ocorre a formação de lactato na corrente

sanguínea, o fígado o capta e converte-o a glicose para a geração de energia. (CASTRO

JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Outro órgão que consome bastante oxigênio para manter suas funções adequadas

é o cérebro, algo em torno de 20% do oxigênio corporal em condições basais. A glicose

é o principal combustível para o cérebro, visto que não possui depósitos de glicogênio

nem mecanismos que empregam os corpos cetônicos para a geração de energia.

(CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007).

Por outro lado, o músculo cardíaco humano emprega como principal

combustível os ácidos graxos mobilizados do tecido adiposo; além disso, usa também

certos corpos cetônicos, glicose circulante e lactato. Este músculo possui pequenos

reservatórios de glicogênio que também são usados na geração de energia em casos de

diminuição dos outros nutrientes. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007;

GUYTON; HALL, 2006).

Em condições basais, os ácidos graxos correspondem a 70% das fontes

energéticas do tecido cardíaco e a glicose, cerca de 30%. No entanto, com exercícios

físicos pesados, cerca de 82% dos combustíveis necessários para o funcionamento do

tecido cardíaco são provenientes da glicose circulante e dos depósitos de glicogênio.

Porém, o suprimento de glicogênio é bastante limitado e, cerca de dois minutos após o

início do exercício, já há ácidos graxos sendo liberados do fígado pelo auxílio do

hormônio adrenalina e oxidados para a geração de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010;

FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL, 2006).

No estado de jejum, a principal fonte de energia são os triglicérides, seguidos

das proteínas, as quais fornecem aminoácidos para a formação de glicogênio e

consequente síntese de glicose, para manutenção das funções vitais. Quando há pouca

reserva protéica, o cérebro passa a usar corpos cetônicos circulantes como fonte de

energia. Na ausência de reservas de triglicérides, ocorre uso de proteínas para a geração

de energia. (CASTRO JÚNIOR, 2010; FABRIS; FEKSA, 2007; GUYTON; HALL,

2006).

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3.1.4 Definição de glicemia

O conceito de glicemia é a taxa de glicose circulante no sistema sanguíneo. Esse

valor é expresso em miligramas de glicose por decilitro de analito (mg/dL). Em

pacientes normais, a glicemia se mantém em nível constante, com valores preconizados

entre 60 a 99 mg/dL. Os dois extremos dos níveis de glicose sanguínea, isto é, a

hipoglicemia e a hiperglicemia, constituem as principais condições patológicas

referentes à glicose. (HENRY, 2008; SPD, 2012).

Segundo Henry (2008), a amostra biológica mais adequada para a determinação

da glicemia é o plasma com fluoreto coletado após jejum de 8 a 14 horas.

Dorneles e Coser (2010) classificam a taxa de glicemia normal como

normoglicemia, o aumento da glicose como hiperglicemia e sua diminuição como

hipoglicemia.

3.1.5 Hipoglicemia

A hipoglicemia é definida como o quadro em que a concentração de glicose

plasmática encontra-se em níveis inferiores ao valor de referência, com um grupo

característico de sintomas, os quais são revertidos logo após a ingestão de carboidratos,

principalmente aqueles de fácil absorção. Taxas de glicemia após jejum noturno abaixo

de 45 mg/dL são consideradas anormais, ao passo que valores acima de 55 mg/dL são

aceitos como normais. (HENRY, 2008).

Os sintomas típicos da hipoglicemia são: palpitação, tremor, convulsão, fome,

fraqueza, confusão, tontura, perda da consciência, ansiedade, cefaleias e outras

perturbações mentais; em casos mais graves, ocorre coma. (HENRY, 2008).

Segundo Fabris e Fecksa (2007), esses sintomas são provocados pela liberação

de catecolaminas e/ou comprometimento da atividade do sistema nervoso central.

Para Ravel (2009), quadros de hipoglicemia são verificados em pacientes com

produção excessiva de insulina (causada por tumor de células β pancreáticas,

deficiência na síntese de cortisol, glucagon e/ou tirosana) ou na privação prolongada de

carboidratos. Este autor classifica a hipoglicemia em dois tipos: hipoglicemia de jejum e

hipoglicemia pós-prandial, com sintomatologia e quadros clínicos característicos.

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3.1.6 Hiperglicemia

Hiperglicemia é definida como o aumento da glicemia. A Sociedade Brasileira

de Diabetes (SBD) enquadra hiperglicemia valores de glicose plasmática, após jejum

noturno, entre 126 mg/dL. (CIPRIANO et al, 2006).

Conforme Dorneles e Coser (2010), a principal causa de quadros de

hiperglicemia são distúrbios no sistema endócrino do pâncreas que resulta em ação

insuficiente da insulina, o hormônio responsável pela captação de glicose dos tecidos

adiposos e musculares para conversão em glicogênio ou gordura para armazenamento

ou metabolização imediata.

Segundo Fabris e Feksa (2007), as duas principais complicações relacionadas à

hiperglicemia são doenças cardiovasculares e diabetes mellitus.

3.1.6.1 Diabetes mellitus

O diabetes mellitus é definido como uma síndrome metabólica caracterizada

primariamente por hiperglicemia, em razão de falta ou mau funcionamento da insulina,

acompanhada de poliúria, polifagia, polidipsia, obesidade ou emagrecimento, desânimo

e fadiga, dificuldades de cicatrização. (HENRY, 2008; BRASILEIRO FILHO, 2004).

Segundo o National Diabetes Data Group (NDDG), há dois tipos de diabetes

relacionados aos níveis de insulina liberada pelas células beta das ilhotas de

Langerhans. A primeira categoria é o tipo I, típica de pacientes de menor idade; neste

tipo há ausência de insulina e, por isso, o paciente necessita recebê-la exogenamente. O

segundo tipo de diabetes mellitus é o tipo II, que acomete cerca de 80% dos diabéticos;

geralmente começa na meia idade ou tardiamente, está quase sempre associado à

obesidade e anormalidades menos severas da insulina. (RAVEL, 2009).

Diabetes mellitus tipo 1 caracteriza-se pela destruição das células beta

pancreáticas sendo um distúrbio catabólico, com ausência de insulina elevação da

glicemia, degradação de lipídeos e proteínas. Os pacientes passam a depender de

insulina para a sobrevivência, verificada na doença autoimune. (BORGES; ANDRADE,

2009).

O diabetes mellitus tipo II está associado à predisposição genética, estilo de vida

e fatores ambientais. Clinicamente, é caracterizada pela resistência à insulina, que pode

ser resultante de alterações metabólicas devido a alguns dos fatores citados, com

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deficiência relativa de insulina, acentuando-se no decorrer da doença. Outro fator

agravante é a glicogenólise via hepática. O paciente portador desse tipo de distúrbio

geralmente é obeso, com gordura predominante na região abdominal, com mais de 40

anos de idade e geralmente sedentário – em virtude disso, normalmente desenvolvem

doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, dislipidemias, microalbuminúria e

fatores favorecedores de coagulação excessiva e trombose. Estima-se que a associação

de todos esses fatores conduz ao óbito de cerca de 80% dos acometidos. A

hiperglicemia aparece de forma gradual, dificultando o diagnóstico e o tratamento. A

cetoacidose é menos proeminente quando comparada ao diabetes tipo I. A resistência à

insulina pode melhorar com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

(OLIVEIRA; MILECH, 2004; BAYNES; DOMINICZAK, 2010).

Segundo a American Diabette Association (ADA), a presença de um dos

critérios abaixo e sua confirmação num dia subsequente indica o diagnóstico de diabetes

mellitus: (1) Sintomas de diabetes mellitus com glicemia independente de jejum maior

ou igual a 200mg/dL; (2) Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dL; (3) Glicemia

maior que 200mg/dL após teste de tolerância oral à glicose. (RAVEL, 2009).

Após o diagnóstico clínico-laboratorial do diabetes mellitus, a monitorização dos

pacientes é feita por determinação da glicose em jejum, glicose pós-prandial e

determinação da dosagem de hemoglobina glicada (HbA1c). A hemoglobina glicada

está presente nos eritrócitos, sendo estruturada a partir de reações não enzimáticas entre

uma molécula de glicose à hemoglobina. Em sua porção A1c há um resíduo de glicose

ligado ao grupo amino terminal de uma ou de ambas as cadeias beta da hemoglobina.

(SUMITA; ANDRÍOLO, 2008; LEHNINGER, 2006).

A membrana do eritrócito é muito permeável à glicose, fazendo com que a

hemoglobina presente em seu interior fique exposta praticamente à mesma concentração

da glicose plasmática. A glicação, portanto, depende dos níveis de glicemia do paciente

e da meia-vida dos eritrócitos. Logo, a dosagem de HbA1c é uma ferramenta na

monitorização da doença, sendo considerada pela ADA o melhor exame com essa

finalidade. (CAMARGO; GROSS, 2004; CAMPOS, 2011; LEHNINGER, 2006).

O Ministério da Saúde, após consolidação da Campanha Nacional de Informação

e Identificação de Portadores de Diabete e Hipertensão destacou outro modo de controle

e prevenção da doença: a mudança do estilo de vida, que se desmembra em programas

de exercícios físicos regulares e dieta balanceada. As pesquisas comprovam que a

prática de atividades físicas é fundamental tanto na prevenção quanto no tratamento da

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doença. Para quem depende da insulina exógena ou já tem alguma complicação, como o

pé diabético, a atividade física precisa ser monitorada por uma equipe multidisciplinar,

visto que aquela altera diretamente o metabolismo: diminui a necessidade de insulina e

aumenta a tolerância à glicose. (BRASIL, 2001).

Os hábitos alimentares adequados são essenciais para a manutenção da taxa de

glicemia e para evitar a obesidade. Sugere-se que o cardápio ideal para diabéticos seja

constituído por 55% das calorias na forma de carboidratos, 15% de proteínas e, no

máximo, 30% de gorduras, com destaque para o consumo regular de fibras, água e sais

minerais, além do fracionamento das refeições, para evitar sobrecarga do pâncreas.

(HENRY, 2008; BRASILEIRO FILHO, 2004; OLIVEIRA; MILECH, 2004).

3.2 Métodos para a determinação das taxas de glicemia

3.2.1 Tipos de amostras biológicas empregadas para a determinação da glicose

A glicose sanguínea pode ser quantificada por diversas metodologias e em

amostras de plasma, soro ou líquido intersticial, conforme a sua finalidade de

diagnóstico ou monitoramento. (HENRY, 2008).

Diversos fatores pré-analíticos interferem na sensibilidade dos testes. O mais

importante deles é o tipo de amostra. Segundo Ravel (2009), a amostra biológica mais

apropriada para a dosagem de glicose é o plasma venoso obtido com citrato de sódio.

Para esta amostra, o autor destaca como fatores que influenciam os resultados a

presença de contaminação microbiológica e leucocitose, por diminuírem falsamente os

resultados e o tempo decorrido entre a coleta e a dosagem. Soros obtidos em até 30

minutos após a colheita também pode ser empregado para esta dosagem; em períodos

superiores, deve-se acrescentar 2 mg de fluoreto de sódio por mililitro de sangue. Neste

caso, sob refrigeração, a glicose permanece estável no soro ou plasma por até 48 horas.

A metodologia por meio do glicosímetro para a dosagem glicêmica pode

fornecer resultados semelhantes à concentração da substância no plasma ou no sangue

total, conforme a calibração do fabricante. É importante ressaltar que o sangue total

fornece valores de glicose aproximadamente 10 a 15% superiores á concentração do

plasma e esse valor depende do valor do hematócrito. A maioria desses dispositivos

emprega sangue capilar, que é muito semelhante ao sangue arterial, mas que varia

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consideravelmente com o estado alimentar do paciente, no sentido da concentração da

glicose ser maior após as refeições e menores durante o jejum. (HENRY, 2008).

Henry (2008) destaca como fatores que devem ser considerados para a

determinação da glicose em aparelhos domiciliares:

- aplicação de volume adequado de sangue nas tiras testes;

- pressão exacerbada sobre o dedo no momento da punção;

- validade das tiras testes;

- fatores ambientais, como a umidade, temperatura ambiente e altitude;

- regulagem (calibração) do aparelho;

- limpeza do aparelho;

As pesquisas e perspectivas envolvendo o diabetes estão sendo concentradas na

determinação da concentração de glicose instestinal, por metodologia eletroquímica,

usando o líquido intersticial como amostra biológica. No entanto, os valores da glicose

no líquido instersticial e no sangue capilar não são iguais, visto que há um tempo de 5 a

20 minutos para que a glicose seja metabolizada e penetre na circulação extra-

instestinal. (FABRIS; FEKSA, 2007).

A técnica de determinação de glicemia deve ser levada em consideração, porque

os diferentes métodos disponíveis variam quanto à sensibilidade e especificidade para a

glicose; o tipo de amostra é importante, assim como o tempo de permanência da

amostra em temperatura ambiente – os valores de glicemia total diminuem cerca de

10mg/100mL caso não seja preservado, conforme salienta Ravel (2009). O hematócrito

elevado acentua a redução de glicose, devido à intensa atividade metabólica dos

eritrócitos. Habitualmente, utiliza-se sangue venoso na determinação de glicemia,

embora não haja discrepâncias entre este e o sangue arterial.

Segundo Henry (2008), existe certas diferenças técnicas e interferências de

substâncias que são responsáveis pela falta de reprodutibilidade, o que pode afetar o

resultado do exame. Destacam-se ainda como interferentes:

Descumprimento do tempo determinado;

Coleta inadequada;

Conservação inadequada;

Erros na fase analítica.

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3.2.2 Metodologias para a determinação da glicose

Henry (2008) destaca como métodos para a dosagem de glicemia os químicos e

enzimáticos, assegurando a maior especificidade destes. Ressalta ainda que os

resultados podem variar conforme a amostra, a conservação e procedimento analítico.

Existem vários métodos bioquímicos para a determinação de glicemia. De

acordo com Ravel (2009), os mesmos são classificados em métodos não específicos

com substâncias redutoras, que fornecem valores significativamente acima dos

verdadeiros; métodos que não são totalmente específicos para a glicose, mas que

proporcionam resultados bastante próximos do real; métodos enzimáticos. Já Henry

(2008) considera duas classificações: métodos químicos e métodos enzimáticos. O

método químico emprega a condensação da glicose aldossacarídeo com uma amina

aromática e ácido acético glacial – a cor estável da amostra é então medida

espectrofotometricamente. Esse método pode ser usado com plasma, urina ou líquido

cefalorraquidiano. Os métodos enzimáticos são os mais específicos para a dosagem de

glicose. A glicose pode ser determinada por sua reação com a glicose oxidase, na qual

se gera ácido glicurônico e peróxido de hidrogênio. Este reage com um aceptor, como a

fenilalanina fenazona, catalisada pela peroxidase para formar uma cor.

A determinação da glicemia através de metodologia colorimétrico-enzimática

emprega como princípio a oxidação da glicose por ação catalisadora enzima glicose-

oxidase. Com a interação enzimática destas, forma-se o peróxido de hidrogênio, que em

presença da peroxidase como enzima catalisadora, sofre reação oxidativa de

acoplamento com a 4-aminoantipirina e fenol, formando um cromógeno vermelho

cereja. A intensidade da cor é proporcional à concentração de glicose na amostra em

análise. (LUPPI et al, 2007).

Já o glicosímetro emprega tiras reagentes que interagem com o sangue total

capilar, produzindo uma reação química na qual são gerados elétrons. O aparelho mede

tal reação com uma pequena corrente elétrica e automaticamente calcula o nível

correspondente de glicose. (LUPPI et al, 2007).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo descritivo qualitativo e quantitativo, amostral, do tipo

comparativo. O estudo descritivo tem como objetivo determinar quantitativamente um

determinado evento em uma população amostral, empregando para isso geralmente

grupos de risco, para informar a situação do mesmo e traçar medidas para o

prosseguimento de estudos com esse cunho. (MARCONI; LAKATOS, 2006).

Segundo Marconi e Lakatos (2006), a pesquisa quantitativa caracteriza-se pelo

emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no

tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Quanto à pesquisa qualitativa difere-

se por não adotar um instrumento estatístico com base no processo de análise de um

problema para sua generalização, pois o método qualitativo preocupa-se em analisar e

interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento

humano.

4.2 Local de estudo

O estudo foi realizado no município de Paracatu, situado no noroeste do estado

de Minas Gerais, Brasil. A cidade de Paracatu localiza-se no planalto central do

noroeste do estado e compreende uma área total de 8.230 km2

com 84.678 habitantes de

acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de

2010, sendo a maioria da zona urbana. (IBGE, 2011).

4.3 Público alvo

O público alvo deste trabalho constituiu-se de idosos internos do Lar São

Vicente de Paulo, localizado neste município.

O Lar São Vicente de Paulo, CNPJ no

20.582.680-0001-06, situado à Rua São

Vicente, número 55, centro de Paracatu (Minas Gerais), foi fundado em 1933 e

registrado em 1989. Para tanto, a Instituição abrange 74 leitos conveniados pela

Prefeitura Municipal de Paracatu. Atualmente, estão abrigados 47 idosos, dos quais 27

são homens e 20, mulheres.

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Esta instituição tem como enfermeira chefe Ane Siqueira, gerente

administrativa Eliene, médica responsável Dra. Flávia Tuyana e o técnico em

enfermagem Moisés.

Todas as informações pertinentes à individualidade humana foram veiculadas a

um questionário padronizado elaborado pela pesquisadora (Apêndice A).

4.4 Critérios de inclusão e exclusão

Quanto aos critérios de inclusão de pacientes:

Ambos os sexos;

Ter cumprido o jejum requerido de oito horas;

Idade igual ou superior a 60 anos;

Sem distinção de raça;

Os critérios de exclusão são:

Pacientes que relatarem na entrevista estruturada serem portadores de diabetes;

Idade inferior a 60 anos;

Pacientes que relatarem uso de hipoglicemiantes;

Valores glicêmicos abaixo dos instituídos como referência serão

automaticamente excluídos das análises.

4.5 Aspectos éticos

Conforme a Resolução 196 de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, toda

pesquisa que envolva indivíduos deve ser processada após consentimento livre e

esclarecido dos mesmos, assegurando a autonomia do paciente, a não maleficência,

beneficência e justiça, resguardando os direitos e deveres à comunidade científica e aos

indivíduos envolvidos com a pesquisa. (BRASIL, 1996).

O estudo foi realizado após informação verbal e escrita aos pacientes e

assinatura dos respectivos termos de consentimento (Apêndice B e C), a fim de

assegurar a conformidade da referida resolução. A execução do projeto foi facilitada

pelo consentimento livre e esclarecido da enfermeira responsável pelo Lar São Vicente

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de Paulo, Anne Siqueira Barros, bem como da coordenadora do curso de Biomedicina

da Faculdade Tecsoma, Cláudia Peres Silva (Apêndice C).

4.6 Processamento de Amostras biológicas

A determinação das taxas de glicemia individual foi efetuada através de duas

coletas: uma capilar (na ponta do dedo médio) e outra venosa, conforme os propósitos a

que se destinam. As atividades foram orientadas pelo técnico do Lar, Moisés.

4.6.1 Determinação da glicemia capilar

Antes da realização do procedimento, os pacientes foram informados sobre tal e

foi realizada a assepsia com álcool a 70,0% e algodão hidrófilo na região a ser

puncionada.

A dosagem de glicemia capilar foi efetuada com o auxílio do aparelho

(glicosímetro) da marca ACCU-CHEK® Active, com auxílio de tiras testes específico

da ACCU-CHEK® Active, e lancetas picadoras estéreis ACCU-CHEK Softclix®.

Perfurou-se a polpa digital do paciente e coletou-se o sangue e aplicou-o na tira

reagente, medindo a glicemia no mesmo instante. Para análise, a tira foi introduzida no

aparelho. Os resultados foram fornecidos em aproximadamente 5,0 a 10,0 segundos no

visor do aparelho. Os valores obtidos foram tabulados na ficha cadastral individual

(Apêndice A).

Os glicosímetros portáteis que empregam tiras reativas usam amostra de sangue

total e, por meio de reações químicas, é determinada a taxa da glicemia capilar. Esse

mecanismo envolve duas reações. Na primeira, a glicemia é medida através da medição

da cor (por fotometria/colorimetria) produzida na fita teste. A segunda tecnologia é a

eletroquímica e gera resultados a partir da associação da glicose presente na amostra de

sangue com elétrons, produzindo uma corrente elétrica proporcional à concentração de

glicose na amostra. (FABRIS; FEKSA, 2007).

O glicosímetro da marca ACCU-CHEK Active® (Figura 04) emprega a

metodologia fotométrica da glicose através da associação glicose-colorante-

oxidorredutase. Os resultados são liberados em aproximadamente 5,0 segundos, quando

a aplicação do sangue é feita com a tira dentro do monitor e à 10,0 segundos, nos casos

em que a aplicação do sangue é feita com a tira fora do monitor. O volume de sangue

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empregado é de cerca de 1-2 microlitros com detecção automática de dose insuficiente

para a análise. Os limites de variação da medição são 10 mg/dL e 600 mg/dL. (Figura

04). (ROCHE DIAGNOSTICS, 2010).

Figura 04 – Glicosímetro Accu-Chek® e lanceta.

Fonte: ROCHE DIAGNOSTICS, 2012.

4.6.2 Dosagem de glicemia venosa

O método de flebotomia adotado foi a venopunção com agulha e seringa

descartáveis. Seguiu-se o procedimento requerido pela Sociedade Brasileira de

Patologia Clínica (SBPC, 2010) para a coleta de amostra biológica, no que tange à

assepsia da região a ser puncionada, confirmação do cumprimento do jejum pelo

paciente, e técnica para punção.

As veias de escolha para a venopunção são as da fossa antecubital, por

comportar as veias mais calibrosas deste membro: a cefálica mediana e a basílica. No

entanto, deve-se ter bastante cautela ao puncionar a veia cefálica, pois esta é a mais

propensa à formação de hematomas e pode ser dolorosa. Caso estas veias sejam de

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difícil acesso, as veias do dorso também podem ser usadas para esse fim. Veias na parte

inferior do punho não devem ser utilizadas porque, assim como elas, os nervos e

tendões estão próximos à superfície da pele nessa área. (FABRIS; FEKSA, 2007).

A coleta de sangue venoso foi efetuada com seringas e agulhas descartáveis. O

sangue coletado foi introduzido em tubo com anticoagulante fluoreto de sódio, o

anticoagulante indicado para a determinação da glicemia, por inibir a glicólise. O

material foi centrifugado a 3.500 rotações por minuto (rpm) durante cinco minutos,

separando os leucócitos e eritrócitos do plasma para evitar a glicólise eritrocitária.

(FABRIS; FEKSA, 2007).

As dosagens de glicose foram realizadas no mesmo dia da coleta. O plasma foi

empregado para a determinação da glicose pela metodologia enzimático-colorimétrica

com a enzima oxidase, no aparelho Drake, Quick Lab, conforme as recomendações do

fabricante. Foi colocado um mililitro de reagente de glicose da marca Labtest, lote 1007,

em três tubos nomeados de branco, padrão e teste. No tubo padrão colocaram-se 10

microlitros da solução padrão fornecida pelo fabricante e no tubo teste, 10 microlitros

de plasma fluoretado de cada paciente. Incubou-se por dez minutos e realizou-se a

leitura em 505 nanômetros. De posse dos resultados das absorbâncias do teste e do

padrão, dividiu-se o primeiro resultado pelo segundo e multiplicou-se por 100, para

obter-se o valor da glicemia, em miligramas por decilitro.

A reação enzimática que fornece os níveis de glicose no plasma inicia-se quando

a glicose é oxidada a ácido glicurônico e peróxido de hidrogênio por meio da enzima

glicose oxidase. O peróxido de hidrogênio reage com 4-aminoantipirina e fenol,

formando antipirilquinonimina de cor vermelha, com intensidade diretamente

proporcional a concentração de glicose na amostra. (FABRIS; FEKSA, 2007).

Os resultados foram plotados na ficha individual (Apêndice A).

4.7 Análise estatística dos resultados e tabulação dos dados

A comparação entre as metodologias empregadas foi efetuada conforme as

recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Para cada tipo de

mensuração da glicemia foram determinados as médias aritméticas simples e os desvios

padrões. A análise das diferenças entre as médias amostrais foi verificada pelo Teste T-

Student pareado, obtendo-se como valor p= 0,0001, dentro do coeficiente de variação de

95%. O Software empregado foi o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS),

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33

versão 17.0. O Test T-Student pareado mostra-se extremamente eficaz nas comparações

de amostras relacionadas, em que dois conjuntos são investigados, cujo primeiro

conjunto é formado pelos mesmos elementos do primeiro. Os dados referentes à média

aritmética e desvio padrão, bem como a construção de gráficos e tabelas, foram

calculados com o auxílio do programa Excel, da Microsoft, 2007. A tabulação dos

dados obtidos foi feita com o emprego de gráficos e tabelas. (PAES, 2009).

4.8 Controle de qualidade

Para o controle de qualidade da metodologia enzimático-colorimétrica foram

feitas quatro bateladas de dosagens da glicemia dos pacientes. A cada cinco dosagens

fez-se a determinação de um controle através do padrão fornecido pelo fabricante do

reagente. Este padrão já possui seu valor estabelecido, 100 mg/dL. Assim, foram

realizadas sete dosagens para o controle, com média de 100,4 mg/dL.

A análise da atividade do glicosímetro foi realizada por controle de glicose

estável em sangue total com fluoreto obtida de forma aleatória em paciente não incluso

no estudo e quinze dosagens consecutivas da glicemia dessa amostra, como

demonstrado com sucesso por Córdova e outros (2009). O valor médio desses valores

foi 111,2 mg/dL, com valores mínimo e máximo de 110,0 mg/dL e 113,0 mg/dL,

respectivamente.

Os limites recomendados de desempenho intralaboratorial são um coeficiente de

variação menor ou igual a 3,3%, com erro aceitável menor ou igual a 2,5% e erro total

menor ou igual a 7,9%. (CÓRDOVA et al, 2009).

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5 RESULTADOS

A população de estudo foi composta de internos do Lar São Vicente de Paulo,

localizado no município de Paracatu, noroeste do estado de Minas Gerais. (BRASIL,

2011). O Lar abriga quarenta e sete (47) idosos. Seguindo os critérios de exclusão

estabelecidos para a seleção dos participantes da pesquisa, foram excluídos quatorze

(14) idosos, dos quais seis (6) são diagnosticados, clinicamente como diabéticos e oito

(8) se recusaram a participar da colheita de material biológico para a realização dos

exames. Assim, a população de estudo foi constituída de trinta e três (33) idosos.

Dos idosos inclusos na pesquisa, todos cumpriram o jejum requerido de 8 horas.

Nenhum dos idosos é diagnosticado como portador de hipoglicemia e apenas um (1)

possui hipotireoidismo, o que não o excluiu da pesquisa pelo fato do medicamento não

ter colaborado para alteração de sua glicemia.

Dos 33 idosos, doze (12/36, 36%) são do sexo feminino e vinte e um (21/63,

63%), do sexo masculino (Figura 05).

Figura 05 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o sexo,

(n=33) – Paracatu (MG).

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

Por questões éticas e de privacidade, no momento da entrevista estruturada

solicitou-se a data de nascimento dos pacientes. Os resultados encontram-se na figura

06:

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35

Figura 06 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme a

idade, (n=33) – Paracatu (MG).

Intervalo (em anos) Número absoluto Número relativo (%)

1900 Ⱶ 1910 1 3,0

1910 Ⱶ 1920 3 9,0

1920 Ⱶ 1930 4 12,1

1930 Ⱶ 1940 11 33,5

1940 Ⱶ 1950 10 30,4

1950 Ⱶ 1960 3 9,0

1960 Ⱶ 1 3,0

Total 33 100,0

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

Dos idosos inclusos na pesquisa, apenas quatro (4/12,12%) não consomem

medicamentos (Figura 07).

Figura 07 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme o

consumo de medicamentos, (n=33) – Paracatu (MG).

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

As classes de medicamentos, juntamente com as frequências, consumidos pelos

idosos encontram-se listadas abaixo (Figura 08). A frequência refere-se à quantidade de

medicamentos consumidos, assim, há pacientes que consomem mais de um

medicamento. E, 4 pacientes não fazem o uso de nenhum medicamento.

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Figura 08 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme as

classes de medicamentos consumidos, (n=29) – Paracatu (MG).

Classe Medicamentos Frequência

Antiinflamatório,

Analgésico e Antitérmico

AAS – Tramal -

Paracetamol – Buscopan

9

Antilipêmico Sinvastatina 1

Antianêmico Ácido Fólico 3

Antianginoso Nifedipima 1

Antiarrítmico Amiodarona 1

Antibiótico Norfloxacino 1

Antidepressivo Citalopram 2

Antiepilético Fenobarbital 1

Antiipertensivo Furosemida/Captopril

Carverdilol/Losartana/

Enalapril/Espironolactona/

Propanolol

17

Antihipotireoidiano Levotiroxina 1

Antihistamínico Prometazina 3

Antiparkinsonianos Sinemet – Biperideno 1

Antiulceroso Omeprazol – Ranitidina 12

Bisfosfonatos Alendronato de Sódio 1

Diuréticos Furosemida Espironolactona 5

Estastina Carbonato de Cálcio 2

Hipoglicemiante Fenitoína 2

Laxante Farlac 2

Psicotrópicos e

Ansiolíticos

Carbamazepina - Haldol

Rivotril – Diazepam

16

Vasodilatador Nifedipima – Isordil 2

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

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Figura 09 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme dados

das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) – Paracatu (MG).

Identificação Glicemia

Venosa

Glicemia Capilar

BLS 87 102

BFS 80 87

AEN 69 71

RC 86 90

LTS 69 73

OP 84 84

JMS 88 88

AAN 61 83

JGS 70 75

GPA 78 81

JCC 73 76

BRE 60 68

MAO 73 86

FRS 63 89

BCS 78 88

ECT 79 85

GR 74 74

JGC 79 94

SSS 79 88

SCT 81 90

MNF 78 87

HP 81 91

MFJ 66 81

ASM 79 93

AA 73 85

MDS 65 72

AA 69 77

JPS 97 115

GGN 80 91

MSO 86 86

AFD 78 74

MBS 78 85

RNO 74 88

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

A taxa de glicemia capilar média foi de 84,75 mg/dL. Ao passo que a glicemia

venosa média foi 76,60 mg/dL (Figura 10).

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Figura 10 – Distribuição dos Idosos do Lar São Vicente de Paulo, conforme gráfico

das taxas de glicemia capilar e venosa (em mg/dL), (n=33) – Paracatu (MG).

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

Os valores das médias e dos desvios padrão estão destacados na figura 11.

Figura 11 – Distribuiçào da média e desvio padrão das determinações capilares e

venosas dos idosos do Lar São Vicente de Paulo, (n=33) – Paracatu (MG).

Fonte: Dados coletados pela pesquisadora, Abril de 2012.

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6 DISCUSSÃO

O envelhecimento populacional pode ser entendido como um processo natural

de mudanças físicas, mentais, sociais com caráter individual. Os dados retóricos sobre

os idosos no Brasil mostram que esta faixa etária está aumentando gradativamente. No

ano de 1991, havia aproximadamente cerca de 10.722.705 idosos; no ano de 2000, esse

número já havia subido para 14.536.029; e as estimativas apontam que no ano de 2025,

serão cerca de 34 milhões de idosos no território nacional. O envelhecimento

populacional é acompanhado de grande desapego familiar e/ou de amizade entre os

grupos em que os idosos achavam-se inseridos nas fases anteriores de suas vidas.

Assim, no mundo modernizado, tornou-se necessário a criação de casas de apoio aos

idosos, atendendo-os nos aspectos de alimentação e moradia. No entanto, a imagem

projetada por estas instituições são bastante destrutivas: observa-se abandono, exclusão

social, perda de vínculo familiar, inatividade e improdutividade, ainda que os direitos

dos idosos sejam resguardados por lei. (PESTANA; SANTOS, 2007).

Segundo Messora (2006), os asilos brasileiros comportam cerca de 19 mil

idosos, no entanto, são locais inadequados e inapropriados às diversas necessidades dos

idosos, com destaque para alimentação, assistência social e higiene. Fatos que não

corroboram com o local e público estudados, onde a preocupação com o bem estar do

idoso é nítida e o cuidado é eficaz.

As atividades voltadas para a saúde são precárias ou até mesmo inexistentes.

Assim, as doenças são características dessa faixa etária, com destaque para depressão,

ansiedade, hipertensão arterial e diabetes mellitus. Diabetes mellitus tem sido mais

prevalente entre os idosos do que entre outras faixas etárias. (Messora, 2006).

O aumento da idade da população está acompanhado da elevação das taxas de

doenças crônicas nesta faixa etária, sendo mais prevalentes a insuficiência renal crônica,

as dislipidemias, hipertensão arterial e diabetes mellitus. (BERNARDI; FRIEDRICH;

RIZZI, 2009).

Nos trabalhos de Bernardi, Friedrich e Rizzi (2009) na cidade de Cruz Alta, Rio

Grande do Sul, foram inclusos 60 idosos. Os autores destacam o declínio na tolerância à

glicose como um dos fatores responsáveis pela ocorrência de diabetes mellitus,

possivelmente por causa da dieta deficitária, pouca ou nenhuma prática de atividade

física, redução da massa muscular magra, aumento percentual do tecido adiposo,

aumento da secreção de insulina e insensibilidade dos tecidos a esse hormônio. Nos

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estudos destes, evidenciaram-se uma taxa percentual de 93% de glicoses de jejum

dentro da faixa considerada normal, resultados esses que corroboram com os obtidos

pelo presente estudo.

Vandresen e outros (2009) analisaram a taxa de glicemia em 36 pacientes

adultos portadores de diabetes mellitus, no Paraná, e verificou que a maioria dos

pesquisados eram do sexo feminino (63,9%), com idade média de 62,4 anos. Esses

dados não são condizentes com a população de estudo deste trabalho, visto que a

maioria dos idosos engajados é do sexo masculino, com idade média de 77,8 anos.

Analisando-se os resultados da glicemia capilar e venosa dos idosos, pode-se

encontrar média e desvio padrão de, respectivamente: 4,70 mmol/L e 4,22 mmol/L; 0,52

e 0,45. Córdova e outros (2009) encontraram os seguintes valores: média das glicemias

capilares e venosa 5,64 e 5,02; com desvios padrão de 0,87 e 0,73.

Neste estudo, pode-se verificar que houve superioridade dos valores da glicemia

capilar em relação a venosa, o que é condizente com os trabalhos de Borges e Andrade

(2009), Córdova e outros (2009), Vandresen e outros (2009) e Pereira e outros (2006).

Em condições normais, espera-se que os valores da glicemia capilar sejam

superiores aos valores da glicemia venosa. Esse fato pode ser explicado pelo tempo

decorrido para que as alterações na glicose venosa alcancem os níveis do sangue capilar

e pelo tipo de amostra biológica empregada na dosagem. Os glicosímetros mensuram a

glicose em sangue total, ao passo que a determinação venosa emprega o plasma; assim,

pode-se afirmar que a concentração de glicose no sangue capilar é maior que sua

concentração no plasma. Essa diferença é notada em estudos com pacientes

normoglicêmicos. (CÓRDOVA et al, 2009).

Estatisticamente, pode-se afirmar que houve diferenças significativas entre as

dosagens de glicemia capilar e venosa, com p=0,0001, em relação à média (t= 7,358/p =

0,0001). Em estudo similar, Mira, Candido e Yale (2006) não verificaram diferenças

significativas entre as duas determinações (p>0,05) e coeficiente de correlação de

0,9819 e 0,9842, respectivamente. Por outro lado, Córdova e outros (2009) também

encontraram diferenças significativas nestes dois analitos, com p<0,001. Esses dados

não corroboram entre si. Acredita-se que as diferenças possam ser devidas ao tipo de

teste estatístico empregado. No presente estudo, empregou-se o teste T-student pareado.

Vandresen e outros (2009) usaram o test Kappa e não obtiveram diferenças

significativas. Argollo e outros (2010), empregaram o teste de Spearman e verificou-se

que, ao se comparar as glicemias obtidas das diferentes vias de coleta, com as

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processadas no laboratório, a correlação entre todas as amostras foi forte e significante,

sendo encontradas diferenças estatisticamente importantes entre esses valores. Outra

hipótese que se pode levantar quanto a essa diferença é o tipo de paciente da pesquisa.

Mira, Candido e Yale (2006) selecionaram pacientes diabéticos para seus estudos, ao

passo que a atual pesquisa foi feita com pacientes normoglicêmicos, assim como

Córdova e outros (2009).

Pelo fato de que a pesquisa foi desenvolvida entre pacientes normoglicêmicos

não se podem extrapolar os resultados conquistados para outros grupos, como os

hiperglicêmicos, visto que nestes, diferenças mínimas nos níveis da glicose determinada

pelas duas metodologias podem ser extremamente significativos e fugir da realidade

clínica dos mesmos.

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (2010) destaca que cerca de 70%

dos resultados das aferições laboratoriais sejam influenciados por fatores pré-analíticos,

entre os quais o uso de medicamentos é um dos mais conhecidos, no entanto, a literatura

médica falha ao relatar a relação entre o uso de fármacos e as alterações nos níveis de

glicemia. Assim, sugere-se que os medicamentos consumidos pelo grupo de pesquisa

não influenciaram significativamente nos valores da glicemia, visto que houve apenas

dois valores acima do recomendado pela Sociedade Brasileira de Diabetes, ambos

referentes à glicemia capilar.

A necessidade de resultados laboratoriais rápidos e precisos é uma realidade do

mundo atual, principalmente em populações de risco, como pacientes diabéticos

descompensados, pacientes asilados, pacientes chocados, recém-nascidos de mães que

tiveram diabetes gestacional, queimados, entre outros. Assim, o monitoramento dos

níveis de glicose por meio de instrumentação facilita o diagnóstico e auxilia

positivamente nas escolhas médicas. Os glicosímetros são instrumentos eficazes para a

determinação da glicemia, conforme denotado por diversos autores, visto que requer

pouca amostra biológica, fornece resultado em tempo hábil e não oferece riscos

significativos aos pacientes. Mas que, para o presente estudo o glicosímetro não se

mostrou um instrumento com alta acurácia, divergindo com o estudo feito por

Vandresen e outros (2009). Assim, o glicosímetro é empregado para uma etapa

orientadora em um processo de automonitorização, onde a dosagem venosa continua

sendo a padrão ouro para a determinação da glicemia, sendo indispensável seu valor

para o diagnóstico e acompanhamento de alterações nos níveis de glicose.

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7 CONCLUSÃO

A literatura médica traz dados bastante conflitantes sobre a correlação entre as

determinações de glicemias por metodologias venosa e capilar, no que tange aos valores

de média, desvio padrão e consequentes resultados estatísticos. As médias das glicemias

capilares e venosas foram respectivamente: 84,75 mg/dL (4,70 mmol/l) e 76,21 mg/dL

(4,22 mmol/l); enquanto os desvios padrão foram: 9,41 mg/dL (0,52 mmol/l) e 8,28

mg/dL (0,45 mmol/l). Assim, pode classificar o grupo de estudo como

normoglicêmicos. Com a realização deste estudo, verificou-se que houve diferenças

significativas entre as determinações capilares e venosas da glicemia dos idosos

selecionados como população amostral, resultado este condizente com estudos retóricos

acerca do assunto; isso foi fundamentado pelo teste T Student pareado empregado para

a análise estatística dos dados. Foi possível realizar as duas determinações, sem

resistências por parte dos pacientes assistidos pelo estudo, nem complicações legais por

parte da instituição.

Esta pesquisa tem grande importância por fomentar dados sobre o assunto e

favorecer a elaboração de outros estudos, a fim de verificar a confiabilidade dos

glicosímetros entre pacientes normoglicêmicos.

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Laboratorial para coleta de sangue venoso. 2 ed. Barueri: Minha Editora, 2010.

SPD. Sociedade Portuguesa de Diabetologia. Definição, Diagnóstico e Classificação

da Diabetes Mellitus. Disponível em:

<http://www.spd.pt/index.php?option=com_content;view=article;id=58;Itemid=175.>.

Acesso em: 16 abr. 2012.

SUMITA, Nairo Massakazu; ANDRIOLO, Adagmar. Importância da hemoglobina

glicada no controle do diabetes mellitus e na avaliação de risco das complicações

crônicas. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 44, n. 3, p. 169-

174, junho, 2008.

VANDRESEN, L.T.S. et al. Níveis glicêmicos de pacientes diabéticos segundo estudo

comparativo entre duas técnicas. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e

Aplicada, 2009.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Entrevista Estruturada

ENTREVISTA ESTRUTURADA

1. Dados de Identificação do Paciente:

Iniciais:_____________________________________________________________________

Data de nascimento: ____/____/____

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Você está em jejum? ( )Sim ( )Não

3. Você é diagnosticado, clinicamente, como portador (a) de Diabetes Mellitus? ( )Sim ( ) Não

4. Você tem hipoglicemia? ( )Sim ( )Não

As etapas subsequentes da entrevista serão realizadas apenas se as respostas anteriores, 03 e

04, forem negativas.

5. Você consome algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Caso consuma, indique-nos:

Medicamento Dose

6. Apresenta alguma doença tireoidiana, diagnosticada clinicamente, como Hipertireoidismo ou

Hipotireoidismo?( )Sim ( )Não. Se sim, indique qual (is):

__________________________________________________________________________

Data

Hora

Glicemia Capilar

(mg/dL)

Glicemia Venosa

(mg/dL)

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APÊNDICE B – Termo de consentimento livre e esclarecido aos pacientes

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após

consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus

representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa (IV, da Res. 196/96,

do CNS).

Pretendo realizar o projeto “Comparação metodológica na determinação das

glicemias capilar e venosa em idosos do Lar são Vicente de Paulo, Paracatu, Minas

Gerais”. Quero obter maiores informações sobre esse assunto, com o propósito de garantir

aferições mais específicas das taxas de glicemia e que retratem com sensibilidade o estado do

paciente. Se você quiser participar desta pesquisa, serão coletadas amostras biológicas

direcionadas ao setor de Bioquímica do Laboratório CEACLIN, para posterior emprego das

técnicas destinadas ao cumprimento da pesquisa.

A sua participação não é obrigatória, mas se resolver participar, seu nome ou qualquer

identificação, não aparecerá na pesquisa, os resultados, que são de nossa inteira

responsabilidade, estarão á sua disposição.

Consentimento livre e esclarecido

Eu,__________________________________________________________________________

RG_________________________, certifico que tendo lido as informações e sido

suficientemente esclarecido (a) sobre todos os itens pela pesquisadora,

___________________________estou plenamente de acordo com a realização do experimento.

Assim, autorizo a execução do trabalho de pesquisa com os idosos do Asilo Lar São Vicente de

Paulo, exposto acima, me responsabilizando sobre os mesmos.

Paracatu, Minas Gerais, ______de___________________________ de 2012.

______________________________________________________________________

Assinatura do responsável

______________________________________________________________________

Assinatura da Coordenação do Curso de Biomedicina

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APÊNDICE C – Termo de consentimento livre e esclarecido direcionado á Enfermeira

Responsável do Lar São Vicente de Paulo de Paracatu, Minas Gerais

TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMAÇÃO

Título da pesquisa “Comparação metodológica na determinação das glicemias

capilar e venosa em idosos do Lar são Vicente de Paulo, Paracatu, Minas

Gerais”.

Acadêmica: Amanda Mariano Nicola Ribeiro, Biomedicina – Faculdade Tecsoma.

Objetivo do estudo: Comparar diferentes metodologias referentes à dosagem de

glicemia disponível a pacientes.

Procedimento: No dia 21 de abril de 2012, serão realizadas as dosagens de glicemia

capilar e venosa dos idosos do Lar São Vicente de Paulo; os dados serão comparados

por técnicas matemáticas e plotados em gráficos e tabelas.

Riscos e benefícios ao paciente: Riscos inerentes à venopunção, como hematomas.

Com relação aos benefícios, a pesquisa permitirá comparar os resultados das duas

metodologias para a determinação da taxa de glicemia e, conforme a análise, estabelecer

a mais específica.

Confidencialidade: Os pacientes participantes da pesquisa serão informados através de

um Informativo Técnico e verbalmente sobre o estudo. Os dados pessoais do paciente

não serão divulgados.

Por este termo de consentimento livre e esclarecido pós-informacional, declaro que fui

devidamente informado, de forma clara e detalhada, dos motivos para a realização desse

trabalho. Por isso, permito a realização desse estudo veiculado ao Lar São Vicente de

Paulo ao qual sou a Enfermeira Responsável.

______________________________________________________________________

Anne Siqueira Barros

Enfermeira Responsável do Lar São Vicente de Paulo de Paracatu, Minas Gerais.

_______________________________________________________________________

Amanda Mariano Nicola Ribeiro

Acadêmico Responsável pela Pesquisa

_____________________________________________________________________________

Dra. Cláudia Peres da Silva

Coordenadora do Curso de Biomedicina da Faculdade Tecsoma