faculdade tecsoma curso de fisioterapia katielli aparecida

65
FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida Martins OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA ABERTA, ULTRASSOM TERAPÊUTICO E DA NEUROESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA NA REABILITAÇÃO DA SÍNDROME DO IMPACTO DO OMBRO: estudo de caso. Paracatu 2013

Upload: vodieu

Post on 08-Jan-2017

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

FACULDADE TECSOMA

Curso de Fisioterapia

Katielli Aparecida Martins

OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA

ABERTA, ULTRASSOM TERAPÊUTICO E DA NEUROESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA NA REABILITAÇÃO DA SÍNDROME DO

IMPACTO DO OMBRO:

estudo de caso.

Paracatu

2013

Page 2: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

Katielli Aparecida Martins

OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA

ABERTA, ULTRASSOM TERAPÊUTICO E DA NEUROESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA NA REABILITAÇÃO DA SÍNDROME DO

IMPACTO DO OMBRO:

estudo de caso.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Curso de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma,

Paracatu/MG, como requisito parcial para obtenção

do título de Bacharel em Fisioterapia.

ProfªM Sc. Cecília Nascimento

ProfªM Sc. Michelle Faria Lima

Paracatu

2013

Page 3: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

Martins, Katielli Aparecida Os benefícios da associação dos exercícios de cadeia cinética,

ultrassom terapêutico e da neuroestimulação elétrica transcutânea na reabilitação da síndrome do impacto do ombro: estudo de caso. / Katielli Aparecida Martins. Paracatu, 2013.

65f. Orientadora: Michelle Faria Lima Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação

em Fisioterapia.

1. Síndrome do impacto do ombro. 2. Exercícios de cadeia cinética aberta. 3. Neuroestimulação elétrica transcutânea. I. Lima, Michelle Faria. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 615.8:617.3

Page 4: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

Katielli Aparecida Martins

OS BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE CADEIA CINÉTICA

ABERTA, ULTRASSOM TERAPÊUTICO E DA NEUROESTIMULAÇÃO

ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA NA REABILITAÇÃO DA SÍNDROME DO

IMPACTO DO OMBRO: estudo de caso.

Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao

Curso de Fisioterapia da Faculdade Tecsoma,

Paracatu/MG, como requisito parcial para obtenção

do título em bacharel em Fisioterapia.

____________________________________________________________________

M Sc. Michelle Faria Lima (Orientadora) – Faculdade Tecsoma

____________________________________________________________________

M Sc. Cecília M. D. Nascimento (Orientadora Metodológica) – Faculdade Tecsoma

Paracatu-MG, 18 de outubro de 2013.

Page 5: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

Dedico este trabalho aos meus pais, pois antes

mesmo dos meus sonhos, havia os de vocês;

planejando, imaginando o que seria da vida do filho

que estaria por vir.

Junto com os sonhos, havia a batalha, a luta, o

esforço, para por muitas vezes, oferecer a mim as

chances e oportunidades que a vocês não foram

oferecidas.

Se cheguei ao final, foi porque vocês sempre

estiveram ao meu lado me apoiando, e não deixando

eu desistir.

Page 6: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

AGRADECIMENTOS

A Deus, que me concedeu a oportunidade de estar aqui, sempre me dando forças para

superar obstáculos ao longo de minha trajetória.

Aos meus pais, Ivanilda e Belchior que me deram a vida e sempre foram minha fonte

inspiradora, mostrando que na vida é preciso ter garra para superar os obstáculos que surgem

pelo caminho, me dando bons conselhos e ensinando que é através de muito esforço que se

vence e alcança os objetivos desejados. Á vocês em especial muito obrigada!

À minha querida irmã Katiamara, que foi exemplo de companheirismo, me ensinou

que paciência é algo fundamental, me acompanhou desde a infância, estando ao meu lado nos

momentos mais difíceis, me ensinando que o amor é algo insubstituível e fundamental.

Aos meus amigos e colegas de sala, que compartilharam comigo momentos de festa e

alegria e que também serviram como refúgio e consolo nos momentos difíceis que passei

longe da minha família, tornando mais alegres os momentos difíceis.

À minhas amigas e colegas de república Fernanda e Larissa, pelo companheirismo e

amizade, se tornando minha segunda família e sempre me orientando e me aconselhando da

melhor maneira possível.

Ao paciente participante deste trabalho, pela confiança, gentileza e colaboração ao

tratamento.

Aos professores e orientadores, pelo auxílio e orientação oferecidos para a elaboração

deste trabalho, sem a ajuda de vocês eu jamais teria chegado tão longe nesta conquista!

A todos estes, muito obrigada!

Page 7: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

“Vós sois meu Deus, no qual confio inteiramente”(Sl 90).

Page 8: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

RESUMO

A síndrome do impacto caracteriza-se por lesões das partes moles, localizadas sob o espaço

subacromial, podendo ser causada pela elevação do braço acima de 90° ou por alterações

anatômicas, que fazem com que o espaço subacromial seja diminuído comprimindo estruturas

ali presentes. Os principais sintomas apresentados são dores e limitação funcional do membro,

fazendo com que o portador desta patologia possa na maioria das vezes estar impossibilitado

de realizar algumas atividades de vida diária. A neuroestimulação elétrica transcutânea pode

ser utilizada juntamente com o ultrassom terapêutico e os exercícios de cadeia cinética aberta

como tratamento da síndrome de impacto do ombro, devido os seus efeitos analgésicos, anti-

inflamatórios e aumento da amplitude de movimento. Este trabalho realizado como estudo de

caso, tem como objetivo analisar os efeitos proporcionados por estes recursos

fisioterapêuticos na síndrome do impacto do ombro. Participou do estudo um paciente,

apresentando tal patologia. O paciente foi submetido a dez sessões de fisioterapia. Foram

coletados os dados de escala visual analógica de dor, goniometria, questionamentos quanto à

saúde ocupacional antes e depois do tratamento. O resultado da pesquisa mostrou redução

significativa do quadro álgico, aumento da amplitude de movimento e melhor desempenho

para realização de atividades de vida diária. Conclui-se com este trabalho que estas

intervenções fisioterapêuticas se mostraram eficazes na diminuição dos sinais e sintomas

apresentados, melhorando consequentemente a funcionalidade do membro e aumentando a

qualidade de vida do paciente.

Palavras chave: Síndrome do impacto do ombro. Exercícios de cadeia cinética aberta.

Neuroestimulação elétrica transcutânea.

Page 9: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

ABSTRACT

The impact syndrome is characterized by lesions of the soft tissues located under the

subacromial space and may be caused by the lifting arm above 90 ° or anatomical changes

that make the subacromial space is reduced compressing structures present there. The main

symptoms are pain and limited function of the limb, causing the carrier of this pathology can

most times be prevented from perform some activities of daily living. The transcutaneous

electrical neurostimulation can be used together with therapeutic ultrasound and open kinetic

chain exercises as a treatment for shoulder impingement syndrome, due to their analgesic

effects, anti-inflammatory and increase range of motion. This work as a case study, aims to

analyze the effects provided by these resources physiotherapeutic in shoulder impingement

syndrome. Participated in the study a patient presenting with this pathology. The patient was

submitted to ten sessions of physiotherapy. Been collected the data from visual analogue scale

of pain, goniometry, questions regarding occupational health before and after treatment. The

research result show a significant reduction of the painful presentation, increased range of

motion and better performance to perform activities of daily life. The conclusion of this work

that these physiotherapeutic interventions have proved effective in reducing the signs and

symptoms displayed, consequently improving the functionality of the limb and increasing the

quality of life for patients.

Keywords: Shoulder impingement syndrome. Open kinetic chain exercises. Transcutaneous

electrical neurostimulation.

Page 10: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Dados comparativos entre os resultados da Escala Visual Analógica da dor, na

avaliação inicial e avaliação final .................................................................. 40

FIGURA 2 – Habilidades quanto às atividades de vida diária ............................................ 43

Page 11: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Resultados obtidos nas avaliações quanto à amplitude de movimento do ombro

direito ................................................................................................................ 42

Page 12: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

LISTA DE SIGLAS

ADM – Amplitude de movimento

bpm – Batimentos por minuto

CCA – Cadeia cinética aberta

FC – Frequência cardíaca

FR – Frequência respiratória

irpm – Incursões respiratórias por minuto

Kg – Quilogramas

mmHg – Milímetros de mercúrio

PA – Pressão arterial

SIO – Síndrome do impacto do ombro

TENS – Neuroestimulação elétrica transcutânea

Page 13: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 17

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 18

3.1 Objetivo geral ..................................................................................................................... 18

3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 18

4. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 19

4.1 Anatomia do ombro ............................................................................................................ 19

4.1.1 Ossos ................................................................................................................................ 19

4.1.1.1 Escápula ........................................................................................................................ 19

4.1.1.2 Úmero ........................................................................................................................... 20

4.1.1.3 Clavícula ....................................................................................................................... 20

4.1.1.4 Esterno .......................................................................................................................... 20

4.1.2 Articulações ..................................................................................................................... 20

4.1.2.1 Articulação glenoumeral .............................................................................................. 21

4.1.2.2 Articulação acromioclavicular ...................................................................................... 21

4.1.2.3 Articulação esternoclavicular ....................................................................................... 21

4.1.3 Músculos .......................................................................................................................... 22

4.1.3.1 Manguito rotador .......................................................................................................... 22

4.1.3.2 Supra-espinhal .............................................................................................................. 23

4.1.3.3 Infra-espinhal ................................................................................................................ 23

4.1.3.4 Redondo menor ............................................................................................................ 23

4.1.3.5 Subescapular ................................................................................................................. 23

4.1.4 Bolsa subacromial ........................................................................................................... 24

4.2 Síndrome do impacto do ombro ......................................................................................... 24

4.2.1 Mecanismo de lesão ........................................................................................................ 24

4.2.2 Fases da síndrome do impacto ........................................................................................ 26

4.2.3 Diagnóstico ...................................................................................................................... 26

4.2.4 Exame subjetivo ............................................................................................................... 26

4.2.5 Exame objetivo ................................................................................................................ 27

4.2.6 Quadro clínico ................................................................................................................. 28

4.3 Tratamento fisioterapêutico ................................................................................................ 28

4.3.1 Exercícios de cadeia cinética aberta ............................................................................... 29

4.3.1.1 Alongamentos ............................................................................................................... 30

Page 14: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

4.3.1.2 Mobilização articular .................................................................................................... 31

4.3.1.3 Exercícios pendulares ................................................................................................... 32

4.3.1.4 Exercícios de amplitude de movimento passivo, ativo-assistido e ativo ...................... 32

4.3.1.5 Exercícios resistidos ..................................................................................................... 34

4.3.2 Neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS) ............................................................ 35

4.3.3 Ultrassom ........................................................................................................................ 36

5. METODOLOGIA ................................................................................................................. 38

5.1 Descrição do paciente ......................................................................................................... 38

5.2 Materiais e métodos ............................................................................................................ 38

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 41

7. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 47

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 48

APÊNDICES ............................................................................................................................ 53

ANEXOS .................................................................................................................................. 60

Page 15: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

15

1. INTRODUÇÃO

Segundo Kendall e colaboradores (2007), a articulação glenoumeral é a articulação do

corpo com maior mobilidade e menor estabilidade, sendo muito propensa a lesões e

dependente de estruturas musculoesqueléticas vizinhas para estabilização e posicionamento.

Lesões por uso ou trauma repetitivo podem ocorrer em qualquer músculo submetido à

sobrecarga, causando dor à palpação no local da lesão, podendo também apresentar quadro

álgico quando o músculo se contrai contra resistência ou quando é estirado (Kisner e Colby,

1998).

O uso excessivo dos membros superiores pode causar um grande número de lesões no

ombro, como a síndrome do impacto do ombro (SIO), podendo causar impossibilidade de

realizar atividades de vida diária, tarefas no trabalho, laser e prática de esportes (SOUZA, et

al., 2006).

Segundo Hebert (2003), o impacto subacromial possui etiologia multifatorial, pode ser

causado por fatores estruturais e alguns mecânicos, como também alterações inflamatórias e

degenerativas. Pode gerar desde um quadro simples de tendinose, até lesões parciais ou totais

do manguito rotador.

De acordo com Veado e Flora (1994), alguns fatores que se associam ao movimento

repetitivo do braço, principalmente, nos movimentos acima da cabeça, predispõem ao

impacto, pode-se citar como fatores: alterações estruturais e anatômicas do arco

coracoacromial, fatores vasculares e traumáticos e distúrbios musculares.

Segundo Menezes (2002), a modificação da estrutura colágena dos tendões associada

ao envelhecimento causam as modificações funcionais como alterações na elasticidade,

flexibilidade e capacitação mecânica, que podem ser responsáveis pelo início do quadro da

síndrome do impacto. Kisner e Colby (1998), também mostram uma predisposição a

ocorrência da SIO em idosos, eles afirmam que com a idade a porção distal do tendão do

supra espinhoso se torna mais vulnerável à compressão devido o desgaste excessivo, capaz de

gerar uma calcificação e ruptura de tendão, sendo essa ruptura possivelmente explicada pela

diminuição da capacidade de cicatrização no idoso.

Segundo Neer (1983) citado por Menezes (2002), esta patologia possui três estágios. O

estágio I caracteriza-se pela presença de edema, hemorragia e dor aguda. No estágio II ocorre

fibrose, espessamento das estruturas e dor crônica, e no estágio III há degeneração, ruptura

tendinosa e dor constante.

Page 16: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

16

Para se estabelecer o diagnóstico da SIO, deve-se identificar a fase evolutiva e também

os fatores causadores da lesão. Para isso, é realizada uma avaliação constituída de anamnese,

exame físico, testes específicos e o diagnóstico por imagem. O quadro clínico caracteriza-se

por dor de acordo com o grau da inflamação, arco doloroso, diminuição da força muscular e

contratura (MENEZES, 2002).

Durante a fase inflamatória aguda da síndrome do impacto do ombro, o tratamento

deve consistir em analgesia e diminuição da inflamação, em seguida, o restabelecimento da

mobilidade articular com recuperação da amplitude de movimento (ADM) normal e por

último, fortalecimento do manguito rotador, dos flexores e extensores do ombro (FERREIRA

et al., 1988).

De acordo com Metzker (2010), podem ser utilizados no tratamento, métodos

conservador ou cirúrgico. O método conservador é baseado em medidas analgésicas e

antiinflamatórias e fisioterapia, sendo esta, um instrumento indispensável no processo de

recuperação.

Page 17: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

17

2. JUSTIFICATIVA

Estudos mostram que a SIO é uma patologia muito frequente, que causa sofrimento e

afeta a prática de alguns esportes, atividade de vida diária e do trabalho, em alguns casos,

esses indivíduos podem se tornar incapacitados e consequentemente aumentar o número de

afastamentos trabalhistas e a levar a uma aposentadoria precoce.

Trata-se de uma patologia que apresenta um processo inflamatório gerado por excesso

de movimentos ou por um trauma no ombro. A partir de então, ocorre uma compressão de

estruturas como o tendão do músculo supra-espinhoso, da cabeça longa do bíceps, bolsa

subacromial e manguito rotador no espaço subacromial; produz dor e limitação funcional,

especialmente na realização de atividades com membro acima da cabeça.

A fisioterapia possui uma enorme importância no tratamento de lesões

musculoesqueléticas, dentre elas a síndrome do impacto, apresentando como principal

objetivo proporcionar ao paciente uma melhora na sua capacidade funcional.

O tratamento fisioterapêutico proposto neste trabalho possui o intuito de proporcionar

uma melhor qualidade de vida ao paciente, eliminar ou amenizar os desconfortos

apresentados, através das técnicas de exercícios de cadeia cinética aberta (CCA), ultrassom

terapêutico e neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS), que são modalidades

fisioterapêuticas com um custo relativamente baixo e de fácil acesso a todos.

Page 18: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

18

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Verificar a eficácia das técnicas de exercícios de cadeia cinética aberta, ultrassom

terapêutico e neuroestimulação elétrica transcutânea no retorno à funcionalidade de

um paciente com síndrome do impacto do ombro.

3.2 Objetivos Específicos

Quantificar o nível do quadro álgico do paciente antes e após intervenção

fisioterapêutica.

Verificar as alterações da amplitude de movimento do ombro acometido pela

síndrome do impacto.

Analisar mudanças nas atividades de vida diária do paciente.

Page 19: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

19

4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 Anatomia do ombro

O ombro é uma estrutura que possibilita a realização de movimentos com amplitude

maior que 180 graus em alguns planos. Isso ocorre devido aos movimentos das várias

articulações que o compõem, por isto, é também denominado de complexo do ombro, o qual

se refere às articulações verdadeiras que são a glenoumeral, acromioclavicular e

esternoclavicular e também aos mecanismos articulares, sendo o escapulotorácico,

subacromial e bicipital (VEADO; FLORA, 1994). Ele é formado pela escápula, clavícula,

esterno, úmero e caixa torácica (LIPPERT, 2003).

De acordo com Prentice (2002), o complexo do ombro apresenta enorme risco a

ocorrência de lesões, principalmente quando são realizados movimentos acima da altura da

cabeça e também devido à grande mobilidade apresentada.

4.1.1 Ossos

Conforme descrito por Dangelo e Fattini (2002), os ossos podem ser classificados de

várias formas. Uma delas é através de sua posição topográfica, dividindo-os em ossos

apendiculares e ossos axiais. Sendo a classificação mais utilizada, a que leva em consideração

o formato dos ossos, classificando-os em: longo, laminar ou plano e osso curto. Aqueles que

não se enquadram em nenhuma dessas classificações devido a suas características, podem

também ser divididos em osso irregular, pneumático e sesamóide.

Tais autores também relatam as funções essenciais dos ossos no corpo humano, como

a proteção de órgãos, sustentação do corpo, sistema de alavanca que com auxílio dos

músculos permitem o movimento do corpo e também a produção de algumas células

sanguíneas.

4.1.1.1 Escápula

A escápula é um osso em forma triangular e com característica laminar, localizada na

região superior da face dorsal do tórax. Ela possui duas faces, uma costal e uma dorsal; três

bordas, denominadas medial, superior e lateral e também três ângulos, que são o superior, o

inferior e o lateral. Em seu ângulo lateral, localiza-se a cavidade glenóide, uma estrutura

Page 20: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

20

côncava, que se articula com a cabeça do úmero, a qual apresenta uma forma convexa

(ERHART, 1992).

4.1.1.2 Úmero

Lippert (2003), relata que o úmero é o maior e mais longo osso do membro superior.

Segundo Erhart (1992), ele possui duas extremidades, as epífises; e um corpo com

formato cilíndrico na porção superior e prismático triangular na inferior, a diáfise. A cabeça,

de formato esferóide, localiza-se na extremidade proximal a qual se articula com a cavidade

glenóide da escapula.

4.1.1.3 Clavícula

A clavícula une o esqueleto axial no membro superior, possui um formato em S,

possui uma extremidade esternal a qual se articula com o esterno e outra extremidade

acromial que se articula com o acrômio (LIPPERT, 2003).

De acordo com Miranda (2006), a clavícula possui duas faces, sendo elas uma superior

e inferior. E duas margens, uma anterior e outra posterior.

4.1.1.4 Esterno

Spence (1991), afirma que o esterno possui um formato longo e achatado, está

localizado na região mediana e anterior do tórax e é formado por três partes: o processo

xifóide, manúbrio e corpo. A clavícula articula-se na região superior do manúbrio, as

cartilagens costais das costelas articulam-se na margem lateral, e o processo xifóide não se

articula com nenhuma costela, sendo utilizado apenas como local de inserção de músculos e

ligamentos.

4.1.2 Articulações

As articulações são conexões existentes entre os ossos, onde estas podem ser

agrupadas de acordo com seu tipo estrutural e conformação, sendo do tipo: fibrosas, sinoviais

e cartilaginosas (ERHART, 1992).

Page 21: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

21

Conforme Lippert (2003), além de suportar o peso corporal, também possuem como

função fornecer estabilidade. Esta estabilidade pode ser devida ao formato das estruturas

ósseas que formam a articulação ou pelas características dos tecidos moles adjacentes.

4.1.2.1 Articulação glenoumeral

De acordo com Kendall e colaboradores (2007), a articulação glenoumeral é

classificada como do tipo esferóide, constituída pela cabeça do úmero e pela cavidade

glenóide da escapula. É a articulação do corpo com maior mobilidade e menor estabilidade.

Devido a essa grande mobilidade é fundamental a sustentação de uma musculatura

equilibrada para a estabilidade dessa região.

Segundo Kisner e Colby (2005), o lábio glenoidal com característica

fibrocartilaginosa, auxilia na estabilização, tornando a cavidade mais profunda, permitindo

também a inserção da cápsula.

Além do lábio glenoidal, a cápsula posterior e os ligamentos glenoumerais anterior,

posterior, inferior e médio também auxiliam na estabilização estática desta articulação

(PRENTICE; VOIGHT, 2003).

4.1.2.2 Articulação acromioclavicular

Para Kisner e Colby (2005), a articulação acromioclavicular é do tipo triaxial plana e

pode ou não ter a presença de um disco.

Constitui-se de uma articulação onde a extremidade lateral da clavícula desliza com o

processo acromial, apresenta uma cápsula fina e fibrosa que circunda a articulação. Ela possui

como estabilizadores os ligamentos acromioclavicular que é composto pelas porções anterior,

posterior, superior e inferior; o ligamento coracoclavicular que auxilia a conservar a posição

da clavícula em relação ao acrômio, este ligamento também pode ser divido em ligamento

conóide e ligamento trapezóide (PRENTICE; VOIGHT, 2003).

4.1.2.3 Articulação esternoclavicular

A articulação esternoclavicular é a comunicação direta do tronco com o membro

superior. Nesta articulação, o manúbrio do esterno se articula com a clavícula, apresenta um

Page 22: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

22

disco fibrocartilaginoso interposto entre as duas estruturas ósseas, este disco está posicionado

de modo em que a clavícula deslize sobre ele (PRENTICE; VOIGHT, 2003).

Kisner e Colby (2005), ressaltam que a articulação esternoclavicular é do tipo triaxial,

em sela e apresentam uma estrutura côncava e convexa. A estabilidade estática desta

articulação é mantida por ligamentos que a cruzam, já para criar uma estabilidade dinâmica

não existe nenhum músculo que passa por esta região.

De acordo com Prentice e Voight (2003), é uma articulação considerada fraca, mas

que possui como estabilizadores os ligamentos esternoclavicular anterior e posterior, que

impedem o deslocamento da clavícula para cima; o ligamento interclavicular que impede o

deslocamento lateral; e o costoclavicular que impedem o deslocamento lateral e para cima da

clavícula.

4.1.3 Músculos

Spence (1991) menciona que, a metade do peso corporal é composta pelo tecido

muscular. A função de cada músculo depende de sua localização. As células musculares se

tornam especiais devido ao fato de serem as células com maior capacidade de contratilidade, o

que possibilita a elas encurtar-se e gerar tensão.

Lippert (2003), mostra que dependendo do modo como o movimento é executado, da

intensidade da resistência que o músculo necessita vencer e da direção em que o movimento é

realizado, esse músculo pode assumir funções diferentes na realização do movimento

articular, sendo as funções de agonista, antagonista, estabilizador e neutralizador.

4.1.3.1 Manguito rotador

O manguito rotador é uma convergência dos tendões dos músculos subescapular,

supra-espinhal, infra-espinhal e redondo menor, localizados ao redor da cabeça do úmero.

Juntos, eles possuem a função de manter a cabeça do úmero na cavidade glenóide e impedir a

ocorrência de uma subluxação (RASCH; BURKE, 1986).

Segundo Moore e Dalley (2001), todos esses músculos são rotadores do úmero, com

exceção do supra-espinhal. Os tendões desses quatro músculos unem-se a cápsula articular da

articulação do ombro, reforçam-na com o manguito rotador, protegem e estabilizam a

articulação.

Page 23: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

23

4.1.3.2 Supra-espinhal

O músculo supra-espinhal localiza-se na fossa supra-espinhal da escápula, sua porção

muscular está coberta pelo trapézio e o deltóide cobre o seu tendão. O tendão possui ligações

com a cápsula da articulação escápulo-umeral, ajudando a reforçá-la (MIRANDA, 2006).

4.1.3.3 Infra-espinhal

Moore e Dalley (2001), afirmam que o músculo infra-espinhal ocupa parte da fossa

infra-espinhal e é coberto em parte pelos músculos deltóide e trapézio. Ele possui as funções

de estabilização e também é um forte rotador lateral do úmero.

De acordo com Miranda (2006), esse músculo se origina na fossa infra-espinhal da

escápula e se insere na faceta média do tubérculo maior do úmero. Além da rotação lateral do

úmero, ele também auxilia na abdução horizontal, extensão e hiperextensão do ombro.

4.1.3.4 Redondo menor

Rasch e Burke (1986), relatam que o redondo menor possui como origem a superfície

dorsal da borda lateral da escápula e se insere na porção inferior do tubérculo maior e na

diáfise adjacente do úmero.

O músculo redondo menor é alongado e fino e está oculto pelo músculo deltóide,

fazendo com que muitas vezes seja confundido com o músculo infra-espinhal. Ele possui

como função a rotação do ombro e auxilia também na adução (MOORE; DALLEY, 2001).

4.1.3.5 Subescapular

O músculo subescapular recebe este nome, pois está posicionado em toda a fossa

subescapular, na face lateral da escápula. Possui como função a rotação medial do ombro e

estabilização da cabeça do úmero na cavidade glenóide e fazem com que suas fibras da porção

superior auxiliem na abdução e as fibras da porção inferior realizem a adução (MIRANDA,

2006).

Segundo Rasch e Burke (1986), o subescapular é um músculo multipenado, cujo

volume é equivalente ao infra-espinhal e redondo menor juntos.

Page 24: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

24

4.1.4 Bolsa subacromial

A bolsa subacromial está localizada entre o músculo deltóide, o tendão do músculo

supra-espinhal e a cápsula fibrosa da articulação do ombro, abaixo do acrômio e do ligamento

coracoacromial. Possui como uma de suas funções, facilitar o movimento do tendão do supra-

espinhal sob o arco coracoacromial, do músculo deltóide sobre o tubérculo maior do úmero e

também sobre a cápsula articular do ombro (MOORE; DALLEY, 2001).

4.2 Síndrome do impacto do ombro

A síndrome do impacto do ombro foi descrita por Charles Neer ao verificar que o

impacto leva a compressão mecânica do tendão do músculo supra-espinhal, da bolsa

subacromial e da cabeça longa do tendão do bíceps, todos eles situados sob o arco

coracoacromial. A compressão repetitiva provoca uma irritação e inflamação, progredindo

para fibrose e consequentemente ruptura do manguito rotador (PRENTICE; VOIGHT, 2003).

Já DeLisa e colaboradores (2002), definem a síndrome do impacto como uma

evolução de mudanças no manguito rotador, que podem levar a ruptura dos tendões.

4.2.1 Mecanismo de lesão

DeLisa e colaboradores (2002), afirmam que os mecanismos da compressão podem ser

classificados em intrínsecos e extrínsecos, sendo que os traumas e degenerações do manguito

rotador com associação de instabilidade do complexo do ombro são considerados causas

intrínsecas. E já as alterações ósseas do acrômio, processo coracóide, articulação

acromioclavicular ou tubérculo maior; compressão de raiz nervosa cervical e distúrbios

reumáticos são classificados como causas extrínsecas.

Em uma abdução do ombro de 90º, há aproximadamente 5 a 10 mm de espaço entre a

parte interna do arco acromial e a cabeça do úmero. Por isto, quando o braço é elevado, pode

ocorrer algum grau de impacto sobre o manguito rotador. A propensão de ocorrência de

impacto aumenta quando o braço está em 90º de abdução e a escápula não apresenta uma

rotação para cima suficiente, de forma que libere o manguito rotador do acrômio e do

ligamento coracoacromial (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2005).

Segundo Kisner e Colby (2005), para que o tubérculo maior do úmero libere o arco

coracoacromial, o úmero necessita realizar rotação externa à medida que é elevado além da

Page 25: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

25

linha horizontal. Então, quando esta rotação externa se apresenta incorreta ou fraca, implicará

em uma compressão dos tecidos moles no espaço supra-umeral, causando a dor, inflamação e

possível perda de função.

Neste contexto, Hebert e colaboradores (2003), mostraram que a principal área de

impacto está localizada na inserção do músculo supra-espinhal com a cabeça longa do bíceps,

e também da bursa subacromial que protege essa região. Sendo então, o atrito que ocorre entre

os tecidos moles e o arco coracoacromial, o fator desencadeante da degeneração.

Já Smith e Weiss (1997), relataram que as lesões de impacto do ombro ocorrem, pois a

linha de tração do músculo deltóide para elevação do braço é superior e faz com que o úmero

se mova verticalmente e colida com o acrômio. Geralmente, o movimento vertical é

impossibilitado pela linha para baixo da tração dos músculos do manguito rotador e também

pela depressão da cabeça do úmero realizada pelo tendão do supra-espinhal e a cabeça longa

do bíceps braquial. Não existe espaço suficiente para um eventual erro no desfiladeiro do

manguito, então aparecem às lesões de impacto, o que são causadas devido à fraqueza

muscular, fadiga ou encurtamento.

Para Prentice e Voight (2003), o impacto acontece com mais frequência na realização

das atividades repetitivas acima da cabeça. Relatam também que existem controvérsias quanto

aos mecanismos específicos que desencadeiam a síndrome do impacto do ombro. Existem

sugestões que indicam que este impacto ocorre devido a causas estruturais ou funcionais. As

causas estruturais referem-se à presença de anormalidades congênitas e também a alterações

sob o arco coracoacromial. Tais alterações e anormalidades podem ser: acrômio com forma

anormal; frouxidão capsular que dificulta a estabilização estática e dinâmica; a tendinite ou

bursites subacromial que causa a diminuição do espaço sob o arco coracoacromial; a

frouxidão da cápsula anterior que permite a anteriorização da cabeça umeral podendo levar a

um impacto abaixo do processo coracóide, e por último, o desalinhamento postural que pode

fazer com que a cavidade glenóide se posicione de modo que diminua o espaço sob o arco

coracoacromial. Já as causas funcionais, são as adaptações que podem acontecer na realização

de movimentos acima da cabeça, modificando a função biomecânica normal do ombro. São

descritas como causas funcionais: a falha do manguito rotador na estabilização da cabeça do

úmero na cavidade glenóide, ocasionando uma instabilidade e translação excessiva; a tensão

exercida pelos tendões do manguito rotador sobre a cápsula articular centraliza a cabeça

umeral, a rigidez da cápsula articular causa uma migração ântero-posterior da cabeça do

úmero, diminuindo o espaço subacromial.

Page 26: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

26

4.2.2 Fases da síndrome do impacto

Conforme Neer (1983), citado por Menezes (2002), a síndrome do impacto é

classificada em três estágios progressivos:

Estágio I – é mais prevalente em pacientes jovens, ocorrendo principalmente na faixa

etária abaixo de 25 anos. São características presentes, o edema e hemorragia, porém não

ocorrem lesões anatômicas. Este tipo de alteração está muito relacionado com o uso excessivo

da articulação nos movimentos acima de 90º, acometendo com maior frequência os tendões

dos músculos supra-espinhal e da cabeça longa do bíceps braquial.

Estágio II – é encontrado em pacientes na faixa etária de 25 e 40 anos. Os tendões

apresentam alguns sinais inflamatórios e a bursa subacromial pode tornar-se fibrótica e

espessa devido à repetição do impacto.

Estágio III – se encontra em pacientes com idade superior a 40 anos. Este estágio é

caracterizado por uma ruptura dos tendões do manguito rotador e cabeça longa do bíceps,

podendo esta ser parcial ou total. Observam-se também alterações ósseas, como: osteófitos na

articulação acrômio-clavicular, borda ântero-inferior da acromioclavicular e borda ântero-

inferior do acrômio e também esclerose da grande tuberosidade do úmero.

4.2.3 Diagnóstico

De acordo com Neer (1995), citado por Bellé (2009), no diagnóstico da síndrome do

impacto, a idade do paciente é de grande importância, pois esta síndrome pode ser melhor

classificada de acordo com a faixa etária. Lacerações do manguito são mais prevalentes após

os 50 anos, porém são bastante raras antes dos 40 anos. Na faixa etária de em média 59 anos

de idade, ocorre frequentemente lacerações completas por pinçamento, e os com rupturas

incompletas tem, na média, 52 anos de idade por ocasião da cirurgia.

Hoppenfeld (2005) cita a importância da avaliação do processo de diagnóstico da

síndrome do impacto, através de uma abordagem sistêmica do paciente, analisando sempre

todos os dados, desde o exame subjetivo, até o desempenho funcional do paciente.

4.2.4 Exame subjetivo

A avaliação consta de um exame subjetivo, que é realizado no início da avaliação e

dividido em: localização dos sintomas, história da moléstia atual e pregressa. Na localização o

Page 27: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

27

paciente deve indicar o local doloroso em que se apresenta maior incomodo, devendo também

relatar se a dor se irradia ou não. Na história da moléstia atual, é essencial para avaliação

sequencial dos sintomas, auxiliando a direcionar a reabilitação do paciente. Já na história da

moléstia pregressa será descrito a ocorrência de lesões anteriores no ombro, se há relação

entre a atividade ocupacional praticada com movimentos repetidos dos membros superiores

de elevação do braço acima da cabeça (GOULD, 1993).

4.2.5 Exame objetivo

Gould (1993), descreve também o exame objetivo, que é composto de inspeção sendo

observada a região, verifica-se se há presença de edema, alterações na musculatura como

atrofia e hipotrofia, devendo também ser observada a postura do paciente em vista anterior,

posterior e lateral. Outra etapa do exame objetivo é a análise dos movimentos ativos, estes

devem ser realizados em todos os planos de movimento, as realizações destes movimentos

fornecem importantes informações para avaliação da gravidade da lesão, através da

observação da amplitude de movimento, força muscular e presença de dor. A palpação

também é utilizada na realização do exame, através dela, é possível observar a presença de

edemas, crepitações, alterações na temperatura local, atrofias musculares, a identificação de

protuberâncias ósseas e também despertar a dor mencionada pelo paciente.

Alguns testes também podem ser realizados para auxiliar no diagnóstico da síndrome

do impacto, podendo ser:

Teste de Gerber: orienta-se o paciente para posicionar a mão na região lombar, e em

seguida afastá-la das costas. Se o paciente apresentar dificuldade em manter o braço afastado

da região lombar e em rotação interna, suspeita-se de ruptura do músculo subescapular

(MENEZES, 2002).

Testes de Neer: este teste é realizado com o paciente sentado, o examinador segura o

seu punho e realiza o movimento passivo de flexão do ombro. Ao flexionar o ombro, irá

comprimir o tubérculo maior do úmero contra a margem ântero-inferior do acrômio, então a

dor no ombro, pode indicar lesão por excesso de movimento do músculo supra-espinhal e do

tendão do bíceps braquial (CIPRIANO, 2005).

Teste de queda do braço: de acordo com Hoppenfeld (2005), através deste teste é

possível verificar a presença de rupturas no manguito rotador. Para sua realização, solicita-se

ao paciente que realize uma abdução completa do braço, e em seguida levar o braço

Page 28: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

28

vagarosamente ao lado do corpo, se o braço cair abruptamente indica ruptura da bainha

rotatória.

Teste de Hawkins-Kennedy: o examinador flexiona o ombro do paciente para frente à

90º e em seguida exerce uma força no ombro em rotação medial sem que o paciente resista ao

movimento. Este movimento irá empurrar o tendão do supra-espinhal contra a face anterior do

ligamento coracoacromial, se o paciente referir dor localizada, indica tendinite do supra-

espinhoso (CIPRIANO, 2005).

Teste de Patte: com os membros superiores abduzidos a 90º, o paciente realiza uma

rotação externa contra resistência do examinador, avaliando a força de rotação externa e o

músculo infra-espinhal (MENEZES, 2002).

4.2.6 Quadro clínico

De acordo com Ragasson e Stabille (2001), em pacientes portadores de SIO está

presente a dor intermitente não relacionada com esforços e aumento de intensidade a noite

devido ao estiramento das partes moles. O quadro álgico aumenta durante a realização dos

movimentos e é observada em todas as fases da lesão. Este quadro álgico também é

mencionado por Menezes (2002), pois segundo ela, a dor é observada durante o movimento

de elevação entre 70º e 120º do membro acometido, estando este, em rotação interna, sendo

causada pelo impacto subacromial e após 120º de elevação a dor diminui.

Nas fases II e III de Neer, pode ocorrer crepitação articular em virtude da ruptura da

bursa subacromial (HIRSCHFEID; WINKEL, 1990 apud, RAGASSON; STABILLE, 2001).

Nos movimentos de abdução e rotação externa do membro acometido, a força

muscular geralmente está diminuída (MENEZES, 2002).

4.3 Tratamento fisioterapêutico

No tratamento da síndrome do impacto, é necessária a identificação do local e origem

da dor, ter conhecimento da biomecânica articular, entender a sinergia muscular daqueles que

estabilizam toda a articulação do ombro e evitar os traumas de repetição (METZKER, 2010).

Como afirma Metzker (2010), o tratamento pode ser conservador ou cirúrgico. O

método conservador é baseado em medidas analgésicas e anti-inflamatórias e fisioterapia,

sendo esta última, um instrumento indispensável no processo de recuperação, já nos casos em

que mesmo após o tratamento conservador, o quadro clínico se mantém inalterado, opta-se

Page 29: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

29

pelo tratamento cirúrgico, sendo que o procedimento cirúrgico deve ser realizado o mais

breve possível, de maneira a não agravar o quadro da lesão.

Dos métodos de tratamento da síndrome do impacto, o fisioterapêutico é o mais

recomendado, principalmente na síndrome do impacto subacromial. A reabilitação deve ter

uma duração mínima de três a seis meses, optando-se pelo tratamento cirúrgico apenas nos

casos em que o paciente não apresente melhora do quadro (GIORDANO et al., 2000).

Metzker (2010), relata que a elaboração de um protocolo de tratamento adequado

depende da evolução clínica da patologia. Afirma também que o tratamento fisioterapêutico

possui como objetivos gerais no processo de reabilitação da síndrome do impacto do ombro, o

alívio da dor, melhora na amplitude de movimento e melhora da força muscular, a fim de

proporcionar maior funcionalidade ao membro acometido.

Giordano e colaboradores (2000), afirmam que o tratamento da SIO deve inicialmente

ser clínico, mesmo naqueles casos em que se apresenta uma causa anatômica, como esporão

subacromial ou acrômio ganchoso.

4.3.1 Exercícios de cadeia cinética aberta

Os termos cadeia cinética aberta e fechada têm como objetivo classificar e diferenciar

dois enfoques distintos de exercícios: o de cadeia cinética fechada, quando o segmento distal

encontra-se fixo em um determinado local, e quando o segmento distal está livre para se

mover é chamado de cadeia cinética aberta (SMITH; WEISS, 1997).

Nas atividades de cadeia aberta, os movimentos não acontecem de maneira previsível,

pois as articulações ou os membros podem trabalhar de maneira independente ou

simultaneamente (MALONE; McPOIL; NITZ, 1997).

Bandy e Sanders (2003), acrescentam que a implementação correta de um programa

de treinamento de força em cadeia aberta, é uma parte integrante do protocolo progressivo de

reabilitação, pois o uso apropriado do treinamento em cadeia aberta possibilita uma

progressão segura a um programa de tratamento.

Kisner e Colby (2005), mostram que os exercícios em cadeia cinética aberta

identificam a diminuição de força e melhoram o desempenho de grupos musculares e

músculos individuais de forma mais eficaz do que as atividades em cadeia fechada. Outra

característica deste tipo de exercício é a possibilidade de um nível maior de controle de uma

articulação do movimento do que em muitas articulações se movimentando simultaneamente.

Page 30: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

30

Nestes exercícios a estabilização é aplicada externamente através de contato manual do

profissional e também com o uso de faixas elásticas.

Como afirmam Prentice e Voight (2003), nos exercícios de cadeia cinética aberta,

geralmente o movimento ocorre em apenas uma articulação. As atividades de cadeia cinética

aberta fornecem exercícios que melhoram a força e a amplitude de movimento. Para sua

realização podem ser utilizadas técnicas manuais como a facilitação neuromuscular

proprioceptiva, a mobilização articular, exercícios ativos, como também podem ser incluídas

resistências externas através de aparelhos.

A estabilização rítmica com resistência manual, treinamento isocinético de grande

velocidade, treinamento pliométrico podem ser executados em cadeia cinética aberta, e

estimulam assim a coativação dos músculos. Quando há presença de dor, edema nos tecidos

moles e restrição de movimento podem ser indicados à utilização de exercícios de cadeia

aberta nas articulações adjacentes. Através do maior nível de controle proporcionado pelos

exercícios de cadeia aberta, este treinamento se torna vantajoso nas fases iniciais de

reabilitação (KISNER; COLBY, 2005).

Segundo Bandy e Sanders (2003), os princípios básicos do treinamento em cadeia

aberta incluem os três tipos principais de exercício: isométrico, isotônico e isocinético.

Kisner e Colby (2005), mostraram intervenções com exercícios de cadeia cinética

aberta em cada fase do tratamento na síndrome do impacto, dentre estes exercícios estão:

ADM passiva, ativo-assistida ou auto-assistida, estas atividades devem ser iniciadas dentro

das amplitudes de movimento, e também exercícios pendulares.

4.3.1.1 Alongamentos

Segundo Kisner e Colby (2005), o alongamento é qualquer manobra terapêutica

realizada com objetivo de alongar o comprimento de tecidos moles que foram

patologicamente encurtados e consequentemente aumentar a amplitude de movimento.

Fernandes e colaboradores (2002), relatam que as atuais técnicas de alongamento

utilizadas podem ser dividas em dois grupos, sendo elas: o alongamento dinâmico que

também pode ser chamado de balístico, sendo que nesse tipo de alongamento os movimentos

são livres. O outro grupo é o alongamento estático, caracterizado pela ausência de

movimento, mantendo-se a posição de alongamento. Essas duas técnicas de alongamento

podem ser realizadas de diferentes formas, dentre elas estão: passivo, ativo, ativo-passivo,

ativo-assistido. A forma passiva é realizada sem contração voluntária dos músculos, sendo

Page 31: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

31

realizado pelo profissional ou outro segmento corporal do paciente. O alongamento ativo é

realizado através da contração voluntária dos músculos. A forma ativo-passiva é quando o

paciente realiza o movimento até a amplitude possível e depois o profissional completa o arco

de movimento, com o paciente relaxando a musculatura. A forma ativo-assistida é realizado

de modo ativo, porém com um auxilio do profissional para completar o grau de movimento,

sendo que o paciente não deixa de tentar realizar de forma ativa o movimento, mesmo com o

auxílio do profissional, podendo também ser auxiliado por outro segmento do corpo do

próprio paciente.

A hipomobilidade articular reversível, observada na SIO, pode ser tratada através de

técnicas de alongamento intra-articular, alongamento de tecido conectivo capsular e ligamento

hipomóvel. Forças de alongamento estático ou oscilatório são utilizadas para alongar

mecanicamente o tecido encurtado (MENEZES, 2002).

Este mesmo autor relata também que os alongamentos são eficazes na correção das

retrações capsulares, especialmente da cápsula posterior e também do encurtamento nos

músculos escapuloumerais que causam um desequilíbrio muscular, possibilitam uma excursão

excessiva da escápula para abdução externa durante a elevação do braço que é comum na

síndrome do impacto do ombro.

4.3.1.2 Mobilização articular

De acordo com Brito (2008), a mobilização articular é uma das técnicas da fisioterapia

manual que é usada para tratar a dor e disfunções articulares onde haja limitação da amplitude

de movimento.

Kisner e Colby (2005), definem-na como uma técnica de fisioterapia manual passiva,

que pode ser utilizada em articulações e tecidos moles, aplica-se diferentes velocidades e

amplitudes, utilizando movimentos fisiológicos ou acessórios. Sendo esta técnica utilizada

quando há dor nas articulações, ela atua na estimulação de efeitos neurofisiológicos,

promovidas pelos movimentos oscilatórios e de pequena amplitude que são usados para

estimular os mecanoceptores, podendo inibir a transferência de estímulos nociceptivos nos

níveis da medula espinhal ou do tronco encefálico. Esta técnica de mobilização auxilia na

conservação da troca de nutrientes e evita os efeitos dolorosos e degenerativos da

imobilização quando uma articulação está com edema ou dor, impedindo a movimentação.

De acordo com O’Sullivan e Schimitz (2004), a mobilização articular possui o

objetivo de direcionar o processo de remodelamento tecidual, reduzir a proliferação de tecido

Page 32: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

32

fibrótico, influencia também na dinâmica dos fluidos, que ajudaria a reduzir o acúmulo de

subprodutos da inflamação, e assim, modulando o processo de dor.

4.3.1.3 Exercícios pendulares

Segundo Kisner e Colby (2005), os exercícios pendulares, ou exercícios de Codman

referem-se a técnicas de movimentação que usam o efeito da gravidade para promover a

separação do úmero da cavidade glenóide. Estes exercícios são úteis no alívio da dor através

da realização de movimentos oscilatórios, o que permite uma mobilidade mais precoce das

estruturas articulares. Não se acrescenta peso para a realização do movimento no início,

porém quando tolerada a dor, coloca-se uma resistência à mão para que se consiga uma

separação articular. Existem duas formas de realização destes exercícios, na primeira o

paciente deve ficar em pé com o tronco fletido, em uma angulação próxima de 90º graus, com

o membro superior livre para a realização dos movimentos de flexão, extensão, adução e

abdução horizontal, e movimentos de circundação; e na segunda forma, o paciente permanece

em decúbito ventral com o ombro apoiado na beira da mesa, e o braço ficará apoiado para

baixo. Se o paciente não conseguir segurar o peso sozinho ou queixar-se de dor na coluna na

posição inclinada, recomenda-se a realização do exercício em decúbito ventral.

O tratamento na fase inicial da síndrome do impacto ou fase de proteção deve

objetivar a manutenção da integridade e mobilidade dos tecidos moles. Para o controle da dor

e manutenção da integridade articular, são indicados exercícios pendulares sem peso que

produzem movimentos de separação e oscilação articular (KISNER; COLBY, 2005).

De acordo com Veado e Flora (1994), os exercícios pendulares podem ser realizados

em decúbito ventral ou de pé e são de grande valia para aliviar a dor, pois proporcionam o

relaxamento através da tração das estruturas envolvidas, permitindo mobilidade articular mais

precocemente.

4.3.1.4 Exercícios de amplitude de movimento passivo, ativo-assistido e ativo

De acordo com Kisner e Colby (2005), os exercícios passivos são os movimentos

realizados dentro da amplitude máxima de movimento livre para um segmento, sendo gerado

por uma força externa, não havendo contração muscular voluntária. Já os exercícios ativos,

correspondem aos movimentos dentro da amplitude de movimento livre para um segmento,

são produzidos por contração ativa dos músculos. E por fim, os exercícios ativo-assistidos são

Page 33: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

33

um modo de amplitude de movimento máxima de movimento ativo, é feita uma assistência

por força externa, esta pode ser manual ou mecânica, pois, os músculos que iniciam o

movimento necessitam de assistência para terminá-lo.

Os exercícios para amplitude de movimento passiva, ativo-assistida ou ativa são

executados com o objetivo de manter o movimento articular e impedir a diminuição da

maleabilidade tecidual e proporcionam também um benefício às propriedades mecânicas do

tecido. Os exercícios de amplitude de movimento passiva auxiliam a circulação sanguínea,

como também a diminuição da dor através da estimulação dos mecanorreceptores articulares.

Já os exercícios de amplitude de movimento ativo-assistido e ativo promovem o aumento da

estimulação proprioceptiva, mantêm a contratilidade muscular, melhoram a coordenação e o

controle motor específicos do movimento executado (BANDY; SANDERS, 2003).

De acordo com Metzker (2010), após alívio da dor e diminuição do quadro

inflamatório agudo, os exercícios para aumento da ADM e também da flexibilidade dos

músculos rotadores laterais e mediais do ombro e rombóides devem ser acrescentados no

programa fisioterapêutico.

Kisner e Colby (2005), afirmam também que na fase de movimento controlado da

SIO, ou seja, assim que os sintomas agudos já estão controlados, o enfoque principal está na

utilização da região envolvida em movimentos progressivos. A mobilização com movimento

pode auxiliar a modificar o percurso articular e também reforçar o movimento completo

quando há uma restrição dolorosa à elevação do ombro devido à compressão.

Segundo Lonnie e James (2000) citado por Fontana (2005), o programa de reabilitação

deve conter três fases, de acordo com a atividade muscular do ombro: na fase I, realizam-se

movimentos passivos; a fase II baseia-se em movimentos ativos e a fase III, movimentos

resistidos. Para a realização dos movimentos passivos, pode-se citar a mobilização articular, a

propriocepção neuromuscular e os movimentos de estiramento capsular, sendo estas técnicas

recomendadas após o controle da dor na reaquisição do movimento e melhora da função do

ombro. Após a eliminação da dor, o programa de reabilitação mais indicado é a realização de

exercícios isométricos e isotônicos, auxiliando na restauração da mobilidade do ombro.

Brito (2008), recomenda a realização exercícios de amplitude de movimento assistida,

na reabilitação da síndrome do impacto, estes exercícios podem ser executados com bastões

em planos funcionais, combinados a movimentos de flexão à frente, extensão, abdução,

rotação interna e externa. Em seguida, podem ser usados exercícios com polia, quando

tolerados pelo paciente. Preconiza ainda, que inicialmente devem-se utilizar alavancas curtas

Page 34: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

34

de braço nos exercícios realizados, esse objetivo é conseguido flexionando o braço ou

realizando os exercícios perto do corpo.

4.3.1.5 Exercícios resistidos

De acordo com Metzker (2010), após alívio da dor e aumento da ADM, deve-se

evoluir para exercícios para reforço muscular, principalmente dos estabilizadores da escápula,

pois a fraqueza desses músculos favorece o impacto subacromial. E por último, devem ser

implementados exercícios proprioceptivos para o restabelecimento do equilíbrio das forças

agonistas e antagonistas durante as funções do ombro.

Kisner e Colby (2005), também relatam que nesta fase de movimento controlado deve

ser objetivado o desenvolvimento da força muscular, através de exercícios que fortalecem e

treinam os músculos enfraquecidos como o manguito rotador, mas também de todos os

músculos do ombro e região escapular, para isso, pode ser aplicada resistência aos exercícios

em cadeia aberta, combinando-se padrões escapulares e glenoumerais, de acordo com a

amplitude e tolerância de cada indivíduo.

Hebert e colaboradores (1995), relatam que os exercícios isométricos e também

aqueles contra-resistência dos músculos localizados abaixo do ponto de rotação da articulação

glenoumeral, são indicados na fase após a diminuição da dor e reestabelecimento da ADM,

sendo os músculos: cabeça longa do bíceps, sendo o principal depressor da cabeça do úmero,

os rotadores internos e também rotadores externos, e secundariamente o deltóide e toda a

musculatura da cintura escapular também devem ser reforçados. O reforço desta musculatura

permite um afastamento da cabeça do úmero em relação ao acrômio, amenizando o impacto.

Brito (2008), também relata a importância do fortalecimento muscular na síndrome do

impacto, segundo ele, à ordem de fortalecimento nesta patologia é importante, ele defende o

fortalecimento dos músculos do manguito rotador e dos principais músculos escapulares

(trapézio, elevador da escapula, serrátil anterior e rombóides) devido à função que

desempenham na estabilidade do ombro. Relata também que os exercícios em cadeia cinética

aberta podem ser utilizados para fortalecer anteriormente os músculos do manguito rotador, e

cita como exemplos exercícios como de facilitação neuromuscular proprioceptiva com

elástico, e com o bodyblade. Os exercícios de cadeia aberta devem ter rotação interna e

externa resistida, devem também ser realizados com o braço em amplitudes crescentes para

um fortalecimento dos músculos infra-espinhoso, redondo menor e subescapular,

Page 35: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

35

respectivamente. Através do fortalecimento desses músculos, consegue-se restaurar o

equilíbrio normal e a força acoplada durante a elevação do ombro.

Na síndrome do impacto, depois que o processo inflamatório diminui e o ombro

retoma sua amplitude normal e sem dor, exercícios para todos os músculos escapulares devem

ser acrescentados (VEADO; FLORA, 1994).

Segundo Kisner e Colby (2005), a progressão do protocolo de tratamento com

exercícios resistidos necessita obedecer às condições gerais, respeitar os objetivos individuais

do paciente, a fim de possibilitar que o mesmo tenha um ganho de força muscular estática e

dinâmica e com isso um ganho funcional para sua demanda de atividades diárias.

4.3.2 Neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS)

De acordo com Gould (1993), a TENS é a aplicação de corrente direta ou alternada de

baixa intensidade e pulsátil, aplicada através de eletrodos fixados na superfície da pele. Esta

corrente é bastante utilizada nos tratamentos fisioterapêuticos, com objetivo de diminuir o

quadro álgico causado por estiramentos musculares, lesões ligamentares, irritações de raízes

nervosas e cirurgias.

A TENS pode apresentar efeitos analgésicos e não analgésicos. Porém, na prática

clínica é mais comumente usada para o alívio da dor, mesmo havendo um uso com

antiemético e para restauração do fluxo sanguíneo para tecidos isquêmicos e feridas

(KITCHEN, 2003).

Segundo Kahn (2001), durante a aplicação da TENS, o corpo pode acostumar-se com

a corrente elétrica, tornar menos efetiva e faz com que o paciente reaja menos aos estímulos.

Por isso, pequenas alterações em alguns de seus parâmetros devem ser feitas no decorrer do

tratamento com o propósito de evitar a acomodação, como mudanças intermitentes na

frequência, nas durações de pulso e também na amplitude, sendo esta última menos utilizada.

Quanto à preparação do paciente e colocação dos eletrodos, Kahn (2001), descreve

que a pele do local onde serão colocados os eletrodos deve estar limpa e sem lesões, sem

presença de gel ou spray, exceto nos tipos de TENS projetados para utilizar a água como meio

de condução. Para a colocação dos eletrodos, não existe o local exato, porém muitas técnicas

sugerem nas raízes nervosas, nos pontos de acupuntura e pontos-gatilho, variam em cada caso

individualmente. São indicações de posicionamento dos eletrodos para a extremidade

superior: raízes nervosas/dermátomos de C3-C7, ponto de dor, extremidade do acrômio, Hoku

Page 36: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

36

(espaço entre o polegar e o indicador), região dorsal do punho e extremidade do epicôndilo

lateral.

Na fase inicial da síndrome do impacto, o tratamento fisioterapêutico possui como

objetivo a diminuição ou eliminação da dor e minimização do processo inflamatório presente

no local, nesta fase é importante evitar exercícios excessivos que possam agravar ainda mais o

quadro agudo. O uso da TENS é indicada no controle da dor (METZKER, 2010).

Santos (1998), afirma que a neuroestimulação elétrica transcutânea pode ser usada

durante todo o processo de reabilitação, com objetivo de diminuir o espasmo muscular e

promover a utilização do membro acometido pela síndrome do impacto do ombro.

4.3.3 Ultrassom

De acordo com Low e Reed (2001) o ultrassom refere a vibrações mecânicas que são

as mesmas geradas pelas ondas sonoras, porém, apresenta-se com uma frequência mais alta.

Essas ondas, também podem ser chamadas de ultrassonoras, pois se situam fora do alcance da

audição humana.

O aparelho de ultrassom terapêutico é conectado a uma cerâmica piezoelétrica

sintética chumbo-zinco-titânio (PZT), alojado em um transdutor e gera corrente elétrica de

alta frequência. Com isso, ele gera a reparação de tecidos moles e regeneração tissular, síntese

de proteína, aumento da circulação sanguínea, a normalização do tônus muscular, o aumento

da mobilidade da articulação e da extensibilidade dos tecidos rico em colágeno, redução dos

espasmos musculares, alívio da dor e diminuição de processos inflamatórios crônicos. Com

base em tais efeitos, o ultrassom tem sido utilizado há mais de 50 anos, para tratar a

inflamação causada por lesões ligamentares e musculares, inflamação da capsula articular,

como também inflamação da bursa e de tendões, sendo que estas últimas alterações, podem

estar presentes em pacientes com SIO (SILVA, et al., 2010).

Segundo Kitchen (2003), o ultrassom pode provocar dois tipos de efeitos fisiológicos

nos tecidos, sendo eles: efeitos térmicos e não termicos. Low e Reed (2001), afirmam que se o

calor gerado pelo ultrassom não for dissipado pelos meios fisiológicos normais, irá ocorrer o

aumento da temperatura local, o que irá resultar em efeitos térmicos. Se a dissipação do calor

for equivalente à geração do calor, não irá haver uma elevação na temperatura, e os efeitos

serão denominados não térmicos.

Barbosa e colaboradores (2008) relataram que os efeitos térmicos proporcionados pelo

ultrassom no tecido incluem aumento da extensibilidade das fibras colágenas e resposta pró-

Page 37: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

37

inflamatória, aumento do fluxo sanguíneo local, redução do espasmo muscular. Porem quando

usado de forma excessiva, podem causar danos aos tecidos, e assim levar a necessidade de

usar a forma pulsada durante o tratamento, para que tais danos sejam minimizados. Então, tem

sido sugerido que os efeitos não térmicos do ultrassom, dentre eles a cavitação, mudanças de

pressão no fluído dos tecidos, movimentação em uma única direção dos fluídos pelas

membranas das células, são mais importantes no tratamento de lesões de tecidos superficiais

do que os efeitos térmicos, pois se acredita que promovam alterações na permeabilidade e no

metabolismo celular, de forma a interagir com os componentes da inflamação, melhorar o

processo, e, por fim, formar fibras de colágeno mais densas e com isso, tornar o tecido mais

resistente à tração.

De acordo com Silva e colaboradores (2010), o ultrassom pode ser utilizado durante a

fase de reparação do tendão, pois possui um efeito estimulante, aumentando a síntese proteica,

a proliferação de fibroblastos e a produção de colágeno.

A aplicação do ultrassom terapêutico nas afecções tendíneas, visa atenuar o processo

inflamatório (ANDRADE; FILHO e QUEIROZ, 2004).

Segundo Robertson e colaboradores (2009), o ultrassom pulsado caracteriza-se por um

tipo de vibração mecânica gerada por eletricidade, esta vibração é muitas vezes descrita como

micromassagem por vibração mecânica do tecido. O modo pulsado emite ondas em pulsos ou

rajadas breves. Esse mecanismo proporciona efeito mecânico no tecido, porém os efeitos

térmicos diretos estarão diminuídos. Em pacientes com SIO com comprometimento do

músculo supra-espinhoso, o ultra-som deve ser aplicado com o úmero em rotação medial para

atingir o músculo supraespinal.

Page 38: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

38

5. METODOLOGIA

5.1 Descrição do paciente

Este estudo foi realizado com um paciente do sexo masculino com 59 anos de idade,

com quadro clínico de síndrome do impacto do ombro.

5.2 Materiais e métodos

O presente trabalho trata-se de um estudo de caso com método quantitativo e foi

desenvolvido no período de fevereiro a outubro de 2013.

A pesquisa quantitativa ressalta indicadores numéricos e percentuais sobre o fato

estudado, apresenta tabelas e gráficos, podendo ou não ser comparativas (CRUZ; UIRÁ,

2004). Segundo Marconi e Lakatos (2006), no estudo de caso há um intenso levantamento de

um determinado caso relacionado a todos os seus aspectos, porém não pode ser generalizado,

pois se restringe somente ao caso que se estuda.

A pesquisa bibliográfica teve início no mês de fevereiro de 2013 e desenvolveu-se até

o mês de outubro. Nos meses de março e abril foi elaborado o pré-projeto de pesquisa, ao qual

foram definidos os objetivos e a metodologia utilizados.

O termo de consentimento livre e esclarecido (anexo A) foi elaborado cumprindo

todas as exigências do Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96 (BRASIL, 2012). Esse

termo foi lido e explicado afim de não permanecer nenhuma dúvida, esclarecendo e

conscientizando o paciente de que o tratamento é gratuito e que ela poderia desistir do mesmo

a qualquer momento sem prejuízo à sua moralidade, sendo assim, o paciente assinou o

mesmo.

O critério de inclusão utilizado para escolha da paciente baseou-se em o paciente

apresentar características clínicas da síndrome do impacto do ombro; positividade em um ou

mais testes ortopédicos especiais para detecção da patologia, o critério de exclusão utilizados

foi: estar em período pós-operatório do ombro.

A avaliação do paciente foi realizada através de uma ficha de avaliação

fisioterapêutica do ombro (anexo B) composta por avaliação da intensidade da dor através da

escala visual analógica da dor (EVA), avaliação da amplitude de movimento ativa (ADM)

através da goniometria, força muscular utilizando-se o lado contra-lateral como parâmetro,

realização de testes ortopédicos específicos, sendo eles os testes de Neer, teste de queda do

Page 39: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

39

braço, teste de Hawkins, teste de Neer-Hawkins, teste Speed e aplicação de um questionário

referente a atividades de vida diária, utilizado pelo autor Xavier (2011) em versão adaptada

(anexo C).

Dos métodos utilizados para a avaliação da paciente podemos citar:

Escala visual analógica da dor (EVA), que consiste de uma linha com numerações de

0 a 10, sendo que 0 significa ausência de dor, e 10 a pior dor imaginável. A EVA possui a

vantagem de permitir a comunicação entre o terapeuta e paciente, ao compartilhar a

intensidade da dor, e ao paciente um método para compreender o que está sentindo no

momento (O’SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004).

A goniometria é uma importante parte da avaliação das articulações e dos tecidos

moles que as envolvem. Ela se refere à medida de ângulos articulares, sendo que o

instrumento mais utilizado para medir a ADM é o goniômetro universal, este, é um

instrumento barato, de fácil manuseio, permitindo que as medidas sejam tomadas de forma

rápida (MARQUES, 2003).

Segundo Kendall e colaboradores (2007), o teste muscular é parte integrante do exame

físico. Utiliza-se o teste de força muscular para avaliar a capacidade de músculos ou grupos

musculares de realizarem o movimento e sua capacidade de oferecer estabilidade e suporte.

Ele oferece informações que são úteis no diagnóstico e tratamento de distúrbios

neuromusculares e musculoesqueléticos.

De acordo com Cipriano (2005), os testes ortopédicos específicos, são realizados a fim

de sobrecarregar funcionalmente as estruturas e tecidos de forma isolada. Estes testes não

constituem uma forma isolada um diagnóstico, e sim, uma avaliação da biomecânica que pode

ser utilizada com parte de uma avaliação clínica que deve ser completa.

O protocolo de atendimento compreendeu a realização de alongamentos, exercícios

resistidos envolvendo todo o membro acometido pela SIO, sendo tais exercícios realizados de

diferentes formas e em cadeia cinética aberta, conforme descrito no apêndice A; também foi

aplicada a TENS e ultrassom terapêutico sobre a região acometida.

A aplicação do protocolo de tratamento iniciou-se no mês de agosto e continuou até o

mês de outubro, as 11 sessões foram realizadas na clínica escola de Fisioterapia da Faculdade

Tecsoma de Paracatu/MG, que fica situada à Rua Eugênia Martins de Souza, nº. 15, bairro

Alto do Córrego, nas segundas e quartas-feiras no horário de 16h00min, com duração de 50

minutos cada sessão.

Os materiais utilizados para a realização das sessões e avaliações foram: folha A4,

caneta, lápis, borracha, uma ficha ortopédica específica, goniômetro da marca Shopfisio,

Page 40: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

40

bastão, halteres, maca, espelho, tensor para braços da marca Knockout, Theraband,

esfigmomanômetro e estetoscópio da marca BIC, aparelho TENS Quark modelo Diapulsi

990, e ultrassom Carci – Sonomed IV - Therapy Ultrasound 4144.

O paciente foi reavaliado após o término dos atendimentos, com objetivo de mensurar

os efeitos proporcionados pelo tratamento em relação às sintomatologias e transtornos

causados pela síndrome do impacto.

Ao fim do tratamento proposto, os dados obtidos foram analisados e comparados com

outros estudos já realizados com intuito de averiguar se os métodos e técnicas utilizados no

tratamento das sintomatologias da síndrome do impacto foram eficazes ou não.

Page 41: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

41

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O estudo foi realizado com um paciente portador de síndrome do impacto do ombro,

do sexo masculino com idade de 59 anos. Foram realizadas 11 sessões, sendo uma

correspondente à avaliação inicial realizada no dia 28/08/2013 e a avaliação final ocorreu no

dia 09/10/2013, após a realização da última sessão de fisioterapia. Os resultados encontrados

estão demonstrados abaixo, de acordo com cada variável avaliada.

Figura 1 – Dados comparativos entre os resultados da Escala Visual Analógica da dor,

na avaliação inicial e avaliação final

Fonte: Dados da pesquisa

Na figura 1, estão representadas as variações no quadro álgico apresentado pelo

paciente, foi utilizado como método de avaliação a Escala Visual Analógica da dor (EVA).

Observa-se que na avaliação inicial, a dor no membro superior direito apresentada pelo

paciente era de grau 06, o que a caracteriza como moderada, e na avaliação final apresentou

nível de dor 0, significando ausência de dor.

Na fase inicial do tratamento pode-se observar que o paciente relatava a dor como

principal limitação para a realização algumas atividades. Com isso, observa-se a importância

de se ter no programa de tratamento da síndrome do impacto do ombro um recurso que

promova a analgesia, associada aos exercícios para ganho de amplitude de movimento e para

fortalecimento muscular, para que o resultado do tratamento seja bem sucedido.

0

1

2

3

4

5

6

7

Avaliação inicial Avaliação final

Gra

u d

a d

or

Dor

Page 42: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

42

De acordo com Lech e Severo (1998) citado por Gonçalves (2009), o quadro de dor é

característico nos pacientes com Síndrome do Impacto do Ombro. Pode estar presente em

repouso e agravar aos esforços. A dor é proporcional ao nível de inflamação da musculatura

e/ou tendões, ela se localiza ao redor do ombro, e pode se irradiar para o cotovelo e região

escapular.

Volpon e Muniz (1997), também afirmam que a principal queixa dos pacientes que

apresentam síndrome do impacto do ombro é a dor provocada pela agressão aos tendões,

causadas pelo atrito e impacto que estas estruturas sofrem.

A partir dos dados ilustrados no gráfico acima, pode-se dizer que os recursos

utilizados para a redução do quadro álgico foram satisfatórios, pois mostraram uma redução

significativa da dor. O que corrobora com Lima, Barboza e Alfieri (2007), que realizaram um

estudo com sete indivíduos com diagnóstico de SIO; cujo tratamento baseou-se em TENS e

exercícios em CCA como alongamentos, mobilizações passivas, ativas e resistidas, exercícios

pendulares e proprioceptivos. Após a reavaliação observou-se a melhora de 47% do quadro

álgico dos participantes.

Frantz e colaboradores (2012), em seu estudo realizado com uma paciente com 56

anos de idade, portadora de SIO, submetida a seis sessões de fisioterapia com a utilização de

TENS e exercícios de cadeia cinética aberta, mostraram que a paciente apresentou redução no

nível de dor de 6 para valor 4, tendo em vista que o número de atendimentos foi reduzido,

obteve-se resultado semelhante ao estudo aqui apresentado, observando redução do quadro

álgico.

Loureiro e colaboradores (2012), também encontraram resultados semelhantes aos

observados no trabalho aqui apresentado. Tais autores realizaram um estudo com sessenta

indivíduos portadores de SIO, divididos em dois grupos. O primeiro grupo não recebeu

nenhum tratamento e o segundo foi submetido a dez sessões de fisioterapia com utilização de

TENS e exercícios realizados em cadeia cinética aberta. Ao final, foi observado que a

utilização de tais técnicas, proporcionou aos pacientes de ambos os estudos, melhoras

significativas nos níveis de dor.

A tabela 01 representa as alterações na ADM de ombro antes e após o tratamento. A

ADM foi avaliada através da goniometria na realização ativa dos movimentos. Nota-se que na

avaliação inicial a flexão de ombro foi de 145° e 175° na avaliação final, observando-se

aumento de 30°. No movimento de extensão de ombro os valores foram de 40° na primeira

avaliação e 50° na avaliação final, obtendo-se ganho de 10°. Na abdução a ADM na avaliação

inicial era de 135° e na avaliação final apresentou 180°, apresentando ganho de 45°. Na

Page 43: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

43

rotação interna, foram obtidos os valores de 70° na avaliação inicial e 90° na avaliação final,

observando aumento de 20°. Na rotação externa, foi verificado 55° de ADM na primeira

avaliação e 90° na última avaliação, aumentando assim 35° de movimento. Concluindo assim

que a utilização destas intervenções fisioterapêuticas foi eficaz no aumento da amplitude de

todos os movimentos avaliados.

Tabela 1 – Resultados obtidos nas avaliações quanto à amplitude de movimento do

ombro direito

Movimento Avaliação inicial Avaliação final

Flexão 145° 175°

Extensão 40° 50°

Abdução 135° 180°

Adução 35° 45°

Rotação interna 70° 90°

Rotação externa 55° 90°

Fonte: Dados da pesquisa

Martinho e colaboradores (2007), mostraram em seu estudo com indivíduos que

apresentavam diagnóstico de SIO, que após a realização de dez sessões de fisioterapia, os

exercícios realizados em cadeia aberta, dentre eles, alongamentos, exercícios ativo-livres,

resistidos e pendulares, proporcionaram uma melhora significativa na amplitude de

movimento dos pacientes, o que concorda com o estudo aqui apresentado, observa-se assim a

eficiência do tratamento realizado.

Frantz e colaboradores (2012), analisaram os resultados de uma abordagem

fisioterapêutica conservadora através de exercícios em CCA como alongamentos,

mobilizações passivas, exercícios isométricos e isotônicos, exercícios pendulares e aplicação

de TENS para pacientes com SIO. Após a análise dos resultados, os autores concluíram que

houve um aumento significativo da amplitude de movimento em flexão, extensão, rotação

interna e externa de ombro, o que condiz com o estudo aqui apresentado.

Zeni e colaboradores (2005), realizaram um estudo com uma paciente com diagnóstico

clínico de SIO esquerdo, no tratamento fisioterapêutico foram utilizadas técnicas de

alongamento, mobilização articular e exercícios resistidos realizados em cadeia cinética aberta

e aplicação de ultrassom terapêutico. Após a realização de nove sessões, a paciente foi

reavaliada, foram observados resultados semelhantes aos apresentados no presente trabalho,

Page 44: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

44

sendo eles a redução do quadro álgico e o aumento da amplitude de movimento de elevação

do braço sem dor, o que confirma a eficácia desse protocolo fisioterapêutico na reabilitação de

pacientes com SIO.

Fontana (2005), observou em seu estudo com uma paciente que apresentava SIO, a

eficiência da realização dos exercícios em CCA no aumento da amplitude dos movimentos

avaliados, verificou melhoras significativas para os movimentos de rotação interna e abdução,

seguida da flexão, extensão, adução e rotação externa, respectivamente. Resultados

semelhantes foram observados no presente estudo, no qual o paciente apresentou aumento

significativo para os movimentos de flexão, abdução e rotação externa, observa-se então em

ambos os estudos, a melhora na realização de movimentos com o membro acometido pela

SIO após o tratamento fisioterapêutico.

O alongamento auxiliou na obtenção dos resultados, visto que resulta em aumento da

amplitude de movimento, pois, conforme Kisner e Colby (2005), ele é eficaz na correção das

retrações capsulares e encurtamento nos músculos escapuloumerais que são comuns na

síndrome do impacto, recupera assim a flexibilidade e resulta no aumento da amplitude de

movimento.

Os exercícios de mobilização articular também resultaram no aumento da amplitude

de movimento, o que concorda com Brito (2008), que afirma que esta técnica é uma das mais

utilizadas para tratar a dor e disfunções articulares onde haja limitação da amplitude de

movimento.

Figura 2 – Habilidades quanto às atividades de vida diária

Atividade Nível de dificuldade

1ª Avaliação 2ª Avaliação

Abrir uma garrafa Moderada Nenhuma

Preparar uma refeição Pouca Nenhuma

Colocar algum objeto em um local alto Pouca Nenhuma

Carregar uma sacola leve Pouca Nenhuma

Carregar um objeto pesado (mais de 5 kg) Moderada Nenhuma

Lavar o cabelo Pouca Nenhuma

Vestir uma blusa fechada Pouca Nenhuma

Usar a faca para cortar alimentos Pouca Nenhuma

Dormir Moderada Nenhuma

Fonte: Dados da pesquisa

Page 45: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

45

Na figura 2 estão demonstrados os resultados obtidos referentes ao questionário, sendo

este aplicado no início e final do tratamento. Observa-se que na primeira avaliação o paciente

apresentava dificuldades para a realização de todas as atividades questionadas, destacando-se

as atividades de abrir uma garrafa, carregar um objeto pesado e dormir sobre o membro

afetado, as quais o paciente apresenta dificuldade moderada para realizar. Na segunda

avaliação, o mesmo apresentou melhora em todos os quesitos avaliados, observa-se maior

facilidade para a realização das atividades, o que proporcionou uma melhor funcionalidade.

Os resultados obtidos através da aplicação do questionário concordam com Kisner e

Colby (1998), pois segundo eles as limitações funcionais mais comuns são dores presentes

que atrapalham o sono particularmente quando se deita sobre o ombro lesado, impossibilidade

de realizar atividades repetitivas com o ombro, dor em atividades que elevem as mãos acima

da cabeça, para erguer objetos com cargas e ao vestir-se principalmente ao colocar a blusa

pela cabeça.

Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente deste estudo causam limitações

funcionais e afetam assim sua saúde ocupacional, tal fato, concorda com Norkin e Levangie

(2001) que relatam que a limitação funcional está presente no processo de incapacitação do

paciente com SIO e resulta em comprometimento na habilidade do indivíduo em desenvolver

ações ou atividades de maneira eficiente ou caracteristicamente esperada.

Na primeira avaliação, o paciente participante apresentava como principal fator

limitante para a realização de atividades funcionais, a dificuldade em realizar movimentos que

necessitam de elevação do braço. Tais características concordam com Kisner e Colby (2005),

pois segundo eles as lesões e/ou ruptura do manguito rotador são responsáveis pela

inabilidade do paciente em alcançar ou erguer objetos até o nível horizontal e interferem

assim em todas as atividades que usam a elevação membro superior.

No estudo realizado por Mascarenhas, Ramos e Guimarães (2006), com seis pacientes

com diagnóstico de SIO e submetidos a tratamento fisioterapêutico, utilizando-se ultrassom,

TENS e mobilizações articulares realizadas em cadeia cinética aberta, observou-se uma

melhora da função o que possibilitou o retorno precoce às atividades diárias. Essas

características também foram observadas no paciente participante do presente estudo, o que

comprova que o tratamento fisioterapêutico através destas modalidades promove a diminuição

da sintomatologia apresentada pela SIO.

Boeck, Döhnert e Pavão (2012), realizaram um estudo com pacientes com diagnóstico

de síndrome do impacto do ombro. Tais pacientes foram submetidos a questionamentos que

avaliaram entre seus critérios a capacidade de realizar algumas atividades cotidianas,

Page 46: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

46

domésticas e que demandam movimentos acima do ombro. Após a realização de dez sessões

de fisioterapia, cujo protocolo baseou-se em exercícios de cadeia cinética aberta, pôde-se

observar melhora nos parâmetros avaliados o que proporcionou melhor funcionalidade aos

pacientes, concordando assim com os resultados obtidos no estudo aqui apresentado.

Barbosa e colaboradores (2008), também observaram resultados semelhantes aos

encontrados no estudo aqui apresentado. Eles realizaram um estudo com quatorze pacientes

com SIO. Tais pacientes receberam tratamento fisioterapêutico, realizado em dez sessões com

utilização de vários exercícios em cadeia cinética aberta e utilização de ultrassom terapêutico,

ao seu término, os pacientes foram reavaliados através de um questionário que analisa a

funcionalidade do indivíduo. Foram observados ganhos funcionais significativos, em todos os

participantes do estudo.

As lesões que envolvem o complexo articular do ombro afetam uma área de grande

importância na vida diária normal, ou seja, sua funcionalidade, sendo que a recuperação desta

funcionalidade, deve ocorrer mais rápido possível, de modo que permita que o indivíduo volte

a realizar assim as suas atividades de vida diária (O'SULLIVAN e SCHIMITZ, 2004).

Page 47: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

47

7. CONCLUSÃO

A fisioterapia é de grande importância na reabilitação de várias lesões, dentre elas a

síndrome do impacto.

O tratamento fisioterapêutico proposto utilizando os exercícios em cadeia cinética

aberta, ultrassom terapêutico e a TENS, promoveu a diminuição do quadro álgico, aumento na

amplitude de movimento e o retorno à funcionalidade do paciente, proporcionando assim uma

melhor qualidade de vida a ele. Diante disto, conclui-se que a utilização de tais técnicas

fisioterapêuticas se mostrou eficaz na reabilitação de um paciente com síndrome do impacto

do ombro.

Page 48: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

REFERÊNCIAS

ANDRADE, F. R.; FILHO, C. M. R. C.; QUEIROZ, B.C. Lesões do manguito rotador.

Rev. Bras. Ortop.,v.39, 2004.

ANDREWS, J. R.; HARRELSON, G. L.; WILK, K.E. Reabilitação física do atleta. 3. ed.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. Cap. 19, p. 545-572.

BANDY, W. D.; SANDERS, B. Exercício terapêutico: técnicas para intervenção. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. Cap. 6, p. 96-104.

BARBOSA, L. R. et al. A influência da mobilização articular nas tendinopatias dos

músculos bíceps braquial e supra-espinal. Rev. Bras. de Fisioterapia, v.12, 2008. Disponível

em: http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n4/a08v12n4.pdf. Acesso em: 08 de outubro de 2013.

BELLÉ, Ionara. Síndrome do impacto: estudo da analgesia com uso de pastilhas de óxido

de silício – estudo de casos. 2009. Monografia (Conclusão do curso) – Instituto Brasileiro de

Therapias e Ensino, Cascavel. Disponível em:

<http://www.stiper.com.br/stiper/artigos/impacto.pdf>. Acesso em: 09 de abril de 2013.

BOECK, R. L.; DÖHNERT, M. B.; PAVÃO, T. S. Cadeia cinética aberta versus cadeia

cinética fechada na reabilitação avançada do manguito rotador. Rev. Fisioter. Mov., v. 25,

2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

51502012000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 16 de junho de 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde – comissão nacional de ética

em pesquisa. Resolução nº 196/96 versão 2012. Disponível em:

<http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/resolucoes/23_out_versao_final

_196_ENCEP2012.pdf>. Acesso em: 13 de junho de 2013.

BRITO, T. N. Intervenção fisioterapêutica na síndrome do impacto: cinesioterapia. 2008.

Monografia (Conclusão de curso) – Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro.

Disponível em: http://www.uva.br/sites/all/themes/uva/files/pdf/INTERVENCAO-

FISIOTERAPEUTICA-NA-SINDROM.pdf. Acesso em: 08 de junho de 2013.

CIPRIANO, Joseph J. Manual fotográfico de testes ortopédicos e neurológicos. 4. ed.

Barueri: Manole, 2005. Cap. 5, p. 122 – 161.

CRUZ, C.; UIRÁ, R. Metodologia Científica: Teoria e Prática. 2. ed. Belo Horizonte: Ed.

Axcel Books, 2004.

DANGELO, J.G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana básica. 2.ed. São Paulo: Atheneu,

2002. Cap. 2, p. 12-21.

DELISA, J. A. et al. Tratado de medicina de reabilitação: princípios e práticas. 3. ed. São

Paulo: Manole, 2002. Cap. 65, p. 1749-1750.

ERHART, Eros Abrantes. Elementos de anatomia humana. 8.ed. São Paulo: Atheneu, 1992.

Cap. 2, p. 92-98.

Page 49: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

FACULDADE TECSOMA. Avaliação fisioterapêutica – ombro. Paracatu, 2013.

FERNANDES, A. et al. Cinesiologia do alongamento. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Sprint,

2002. p. 67-80.

FERREIRA, A. A. et al. Tratamento conservador da síndrome do impacto do ombro. Revista

Brasileira de Ortopedia, Rio de Janeiro, v. 23, n. 6, p. 167-169, 1988.

FONTANA, Lígia. Protocolo de intervenção fisioterapêutica em pósoperatório de

tendinite do supra espinhoso: Estudo de caso. 2005. Monografia (Conclusão do curso) –

Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel. Disponível em:

http://www.fag.edu.br/tcc/2005/Fisioterapia/protocolo_de_intervencao_fisioterapeutica_em_p

os_operatorio_de_tendinite_do_supra_espinhoso_estudo_de_caso.pdf. Acesso em: 07 de

junho de 2013.

FRANTZ, Ana Cristine, et al. Efeito do tratamento fisioterapêutico em paciente com suspeita

de síndrome do impacto do ombro: estudo de caso. Cad. pedagógico, v.9, Lajeado, 2012.

Disponível em: <http://www.univates.br/revistas/index.php/cadped/article/view/320/307>.

Acesso em: 08 de abril de 2013.

GIORDANO, M. et al. Tratamento conservador da síndrome do impacto subacromial: estudo

em 21 pacientes. Acta Fisiátria, Sao Paulo, v. 7, n. 1, p. 13-19, 2000. Disponível em:

<http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=329>. Acesso em: 08 de abril de

2013.

GONÇALVES, Gisele Ferreira. Síndrome do Impacto: revisão do tratamento

conservador. Penápolis, SP, 2009. Disponível em:

<http://www.fassp.edu.br/uploads/monografias_150.pdf>. Acesso em: 02 de abril de 2013.

GOULD, JAMES, A. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 2. ed. São Paulo:

Manole, 1993. Cap. 20, p. 479-515.

HEBERT, S. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 1. ed. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1995, Cap. 7, p. 82-88.

HEBERT, S. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática.3.ed. Porto Alegre:

Artmed, 2003. Cap. 11, p. 201-206.

HOPPENFELD, Stanley. Propedêutica ortopédica: coluna e extremidades. São Paulo:

Atheneu, 2005. Cap. 1, p. 33.

KAHN, Joseph. Princípios e práticas de eletroterapia. 4. ed. São Paulo: Santos Livraria

Editora, 2001. Cap. 6, p. 101-116.

KENDALL, F. P. et al. Músculos: provas e funções. 5. ed. Barueri: Manole, 2007. Cap. 6, p.

297-323.

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos. 3. ed. Barueri: Manole, 1998. Cap. 8,

p. 286-291.

Page 50: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos. 4. ed. Barueri: Manole, 2005. Cap. 9,

p. 319-345.

KITCHEN, S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 2.ed. Barueri: Manole, 2003.

Cap. 17, p.259-282.

LIMA, G. C. S.; BARBOZA, E. M.; ALFIERI, F. M. Análise da funcionalidade e da dor de

indivíduos portadores de síndrome do impacto, submetidos à intervenção fisioterapêutica.

Rev. Fisio. em Mov., Curitiba, v. 20, n. 1, 2007. Disponível em:

<http://www2.pucpr.br/reol/index.php/RFM?dd1=1514&dd99=view>. Acesso em: 15 de

maio de 2013.

LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica para fisioterapeutas. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2003. Cap. 8, p.87-91.

LOUREIRO, S. S. et al. Efeitos de um programa de fisioterapia com utilização de

Tens pulsada e cinesioterapia sobre a sensação álgica, amplitude articular e níveis de excreção

urinária de hidroxiprolina em pacientes com síndrome do impacto do

ombro. Rev. Elet. Novo Enf., v. 14. 2012. Disponível em:

<http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/14/artigos/3_Efeitos_Progr_Fisioter

apia_SilvioLoureiro.pdf>. Acesso em: 28 de setembro de 2013.

LOW, J.; REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e práticas. 3.ed. Barueri: Manole,

2001. Cap. 5, p.134-165.

MALONE, T. R.; McPOIL, T. G.; NITZ, A. J. Fisioterapia em ortopedia e medicina no

esporte. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1997. 3. ed. Cap. 9, p. 216.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São

Paulo: Atlas, 2006.

MARQUES, A. P. Manual de goniometria. 2. ed. Barueri: Manole, 2003. Cap. 1, p.1-2.

MARTINHO, K. O. et al. Os efeitos dos exercícios terapêuticos na síndrome do impacto do

ombro. Rev. Univap, 2007. Disponível em:

<http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/saude/epg/EPG00139_02C.pdf>.

Acesso em: 08 de abril de 2013.

MASCARENHAS, C. H.M.; RAMOS, A. P.; GUIMARÃES, T. A. A. Tratamento

fisioterapêutico da síndrome do impacto: um estudo baseado em casos. Rev. Saúde.com, v.2,

Outubro 2006. Disponível em: <http://www.uesb.br/revista/rsc/v2/v2supl.pdf>. Acesso em:

07 de outubro de 2013.

MENEZES, Ingrid. C. C. A eficácia da cinesioterapia no tratamento da síndrome do

impacto. 2002. Monografia (Conclusão do curso) – Universidade de Brasília, Brasília.

METZKER, C. A. B. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Fisioter.

Mov., Curitiba, v. 23, n. 1, p. 141-151, 2010. Disponível em:

<http://www.scielo.br/pdf/fm/v23n1/14.pdf>. Acesso em: 04 de abril de 2013.

Page 51: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

MIRANDA, E. Bases de anatomia e Cinesiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

MOORE, K. L.; DALLEY, A. F. Anatomia orientada para a clínica. 5. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2007. Cap. 5, p. 189-193.

NORKIN, C. C.; LEVANGIE, P. K. Complexo do ombro. In:. Articulações: Estrutura e

função - uma abordagem prática e abrangente. Rio de Janeiro: Revinter, 2001. Cap. 6. p.204-

236.

O’SULLIVAN, B. S; SCHIMITZ, T. J. Fisioterapia Avaliação e Tratamento. 4ª edição.

São Paulo: Manole, 2004.

PRENTICE, W. E. Técnicas de reabilitação em medicina esportiva. 3.ed. São Paulo:

Manole, 2002.

PRENTICE, W. E.; VOIGHT, M. L. Técnicas de reabilitação musculoequelética. Porto

Alegre: Artmed, 2003. Cap. 26, p. 381-395.

RAGASSON, C. A. P.; STABILLE, S. R. Tratamento fisioterapêutico conservador em 14

pacientes portadores da síndrome de impacto do ombro. Arq. Ciênc. Saúde Unipar. v.5:

171-177, 2001. Disponível em:< http://revistas.unipar.br/saude/article/view/1123>. Acesso

em: 08 de abril de 2013.

RASCH, P. J. Cinesiologia e anatomia aplicada. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,

1986. Cap. 10, p. 191-205.

ROBERTSON, V. WARD, A. LOW, J. REED, A. Eletroterapia explicada: princípios e

prática. 4ª Ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2009.

SANTOS, P.D.et al.Cinesiologia clínica de Brunnstrom. 5.ed. São Paulo: Manole, 1998.

Cap. 7, p.260-287.

SILVA, J. M. N. et al. Estudo da ação do ultrassom terapêutico em modelo experimental de

tendinite em ratos Wistar. ConScientiae Saúde, v.4, 2010. Disponível em:

<http://www4.uninove.br/ojs/index.php/saude/article/viewFile/2380/1836>. Acesso em: 02 de

outubro de 2013.

SMITH, L. K.; WEISS, E. L.; LEHMKUHL, L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. Cap.

9 p.322-356. 5ª ed. São Paulo: Manole, 1997.

SOUZA, A. P.G. F. et al. Os efeitos dos diferentes recursos fototerapêuticos sobre a dor em

indivíduos portadores da sídrome do impacto do ombro. Fitness &PerformanceJournal, v.5,

2006. Disponível em: <http://www.fpjournal.org.br/doi/doi196pt.htm>. Acesso em: 15 de

abril de 2013.

SPENCE, A. P. Anatomia humana básica. 2. ed. São Paulo: Manole, 1991. Cap. 7, p. 217-

225.

Page 52: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

VEADO, M. A. C.; FLORA,W. Reabilitação pós-cirurgica do ombro. Revista Brasileira de

Ortopedia. v.29, n.9, p. 661-664, set.1994.

VOLPON, J. B.; MUNIZ, A. A. S. Resultado do tratamento cirúrgico do pinçamento do

manguito rotador do ombro pela descompressão subacromial. Rev. Bras. de Ortop., v. 32,

1997. Disponível em: <http://www.rbo.org.br/PDF/32-1/1997_jan_12.pdf>. Acesso em: 25 de

agosto de 2013.

XAVIER, C.R.M. et al.Tratamento cirúrgico das fraturas do rádio distal com placa volar

bloqueada: correlação dos resultados clínicos e radiográficos.Rev. Bras Ortop. v.5, 2011.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbort/v46n5/05.pdf>. Acesso em: 24 de fevereiro

de 2013.

ZENI, P. et al. Intervenção fisioterapêutica na síndrome de compressão ou do impacto

do ombro – um estudo de caso. IX Enc. Lat. Amer. de Iniciação Científica, 2005.

Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2005/inic/IC4%20anais/IC4-

19%20ok.pdf. Acesso em: 07 de outubro de 2013.

Page 53: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

APÊNDICES

APÊNDICE A - PROTOCOLO DE ATENDIMENTO

Alongamentos

- Em pé, pés posicionados paralelamente, com o ombro flexionado a 90° e com a palma da

mão voltada para baixo, exercendo uma pressão com a mão oposta em sentido a flexão do

punho em que deseja alongar.

- Em pé, pés posicionados paralelamente, com o ombro flexionado a 90° e com a palma da

mão voltada para baixo, exercendo uma pressão com a mão oposta em sentido a extensão do

punho em que deseja alongar.

- Em pé, pés posicionados paralelamente, e com o membro superior que deseja alongar, faz-se

uma flexão de cotovelo, e elevado acima da cabeça. A mão contra lateral apóia o cotovelo,

enfatizando, assim, o alongamento dos músculos posteriores do braço e do ombro.

- Em pé com pés posicionados, mão posicionada no cotovelo contra lateral, e trás o membro

para próximo do corpo. Alongando músculos posteriores e laterais do ombro.

Exercícios resistidos

- Exercícios pendulares de Codman com resistência de halter;

- Flexão de ombro: em decúbito dorsal ou em posição ortostática, elevando o braço até o

limite da dor, utilizando halter e bastão com caneleira;

- Extensão de ombro: em posição ortostática, com o auxílio do bastão e resistência de uma

caneleira;

- Rotação interna: em decúbito lateral, com o braço ao lado do corpo e o cotovelo flexionado

a 90°, o braço é girado em rotação medial, ou em posição ortostática utilizando resistência de

faixa elástica ou halter;

- Rotação externa: em decúbito lateral, com o braço ao lado do corpo e o cotovelo flexionado

a 90°, o braço é girado em rotação lateral, ou em posição ortostática utilizando resistência de

faixa elástica ou halter;

- Abdu-adução: em posição ortostática, elevar e trazer o braço para junto do corpo, contra

resistência de faixa elástica ou halter.

Page 54: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

- Abdu-adução horizontal: em decúbito dorsal ou posição ortostática, com os braços abertos e

cotovelos estendidos encostar uma mão na outra na altura do peito com resistência de halter;

- Posição de “encher a lata”: em pé com ao cotovelo estendido e o polegar para cima, eleva o

braço ao nível do ombro num ângulo de 30° a frente do corpo. O braço não deve ser elevado

acima do ombro.

- Posição de “encher a lata”: em pé com ao cotovelo estendido e o polegar para baixo, eleva o

braço ao nível do ombro num ângulo de 30° a frente do corpo.

- Elevação de ombro: em pé, com os braços ao longo do corpo, realiza elevação dos ombros

até o mais alto possível, em seguida depressão e aproxima as escapulas.

- Flexão de cotovelo: em pé, com os braços ao longo do corpo, flexiona o cotovelo até a

flexão completa.

- Contração francesa (de tríceps): eleva o braço acima da cabeça, sustentando o cotovelo com

a mão oposta, e estende o braço acima da cabeça.

- Simular soco: em decúbito dorsal, segura um halter e estende o braço em direção ao teto, de

modo a retirar o ombro da maca, em seguida o braço retorna a posição inicial.

- Remada sentado: sentado em uma cadeira em frente ao espaldar onde o tensor está preso ao

nível do ombro, com os ombros a 90°, segura o tensor com as mãos voltadas para baixo,

flexiona o cotovelo e aproxima as escapulas.

TENS

- Utilização de TENS modo convencional por 20 minutos.

Ultrassom

- Utilização de ultrassom terapêutico modo pulsado potencia de 1,0W/cm² por 4 minutos. A

aplicação ocorreu em contato direto, utilizando-se como meio de contato gel para transmissão

de ultrassom, e com movimento contínuo do transdutor.

Page 55: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

APÊNDICE B – DESCRIÇÃO DOS ATENDIMENTOS

28-08-2013 (Quarta-feira)

O paciente compareceu a clínica em bom estado geral, com queixas álgicas.

Apresentando os seguintes sinais vitais: PA 120x80 mmHg, FC 101 bpm, FR 18 irpm. Foi

realizada a avaliação do paciente.

02-09-2013 (Segunda-feira)

O paciente compareceu a clínica em bom estado geral, relatando dores. Apresentou os

seguintes sinais vitais 120x80 mmHg, FC 71 bpm, FR 21 irpm. Inicialmente foi realizado

alongamento ativo dos músculos flexores e extensores do punho e artelhos, bíceps braquial,

braquial e tríceps braquial realizado em 2 x 20 segundos. Em seguida foram realizados

exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de ½ kg, abdução

e adução de ombro com resistência de halter de ½ kg. Em decúbito lateral, foi realizado

rotação interna e externa de ombro com halter de ½ kg, realizados em 3 x 10 repetições. A

sessão foi finalizada com utilização de TENS modo convencional por 20 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

04-09-2013 (Quarta-feira)

O paciente apresenta-se colaborativo, apresentando os seguintes sinais vitais PA

110x70 mmHg, FC 81 bpm, FR 23 irpm. Foi realizado alongamento ativo de cadeia muscular

anterior e posterior de membros superiores. Exercícios resistidos de flexão e extensão de

ombro com bastão e caneleira de 1 kg. Abdução, adução, rotação interna e externa de ombro

com halter de ½ kg, realizados em 2 x 15 repetições. Em seguida foi realizada aplicação de

ultrassom por 4 minutos e aplicação de TENS por 20 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

Page 56: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

09-09-2013 (Segunda-feira)

O paciente compareceu à clínica em bom estado geral, colaborativo ao tratamento.

Apresentando os seguintes sinais vitais PA 120x80 mmHg, FC 88 bpm, FR 19 irpm. Foi

realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de punho e artelhos, bíceps

braquial, braquial e tríceps braquial, em 3x15 segundos. Exercícios resistidos de flexão e

extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg, adução e abdução de ombro com

resistência de faixa elástica, rotação externa e interna de ombro e exercícios de contração

francesa com halter de ½ kg, realizados em 3x10 repetições. Ao final foram realizados

exercícios pendulares com halter de 1 kg e aplicado ultrassom terapêutico por 4 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

11-09-2013 (Quarta-feira)

O paciente não compareceu à sessão.

16-09-2013 (Segunda-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral, colaborativo e sem queixas

álgicas. Apresentou os seguintes sinais vitais: PA 120x80 mmHg, FC 79 bpm, FR 19 irpm.

Foi realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de punho e artelhos,

bíceps braquial, braquial, tríceps braquial e deltoide, em 3x15 segundos. Em seguida foram

realizados exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg,

adução, abdução de ombro, exercícios de contração francesa, exercícios diagonais de

membros superiores com halter de 1 kg. Em decúbito lateral, foram realizados exercícios

resistidos de rotação interna e externa de ombro com halter de 1 kg. Em decúbito dorsal, foi

realizado exercício de simular soco e exercícios pendulares com halter de 1 kg, realizados em

3x10 repetições. Em seguida foi realizada aplicação de ultrassom por 4 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

18-09-2013 (Quarta-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral. Ao ser questionado, relatou

dores somente para dormir sobre o membro acometido. Apresentou os seguintes sinais vitais:

Page 57: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

PA 120x80 mmHg, FC 79 bpm, FR 23 irpm. Em seguida foi realizado alongamento ativo dos

músculos flexores e extensores de punho e artelhos, bíceps braquial, braquial, deltoide e

tríceps braquial, em 3x15 segundos. Após, foram realizados exercícios resistidos de flexão e

extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg. Exercícios resistidos de flexão e extensão

de cotovelo, adução e abdução de ombro, exercícios diagonais, exercício de lata vazia, rotação

interna e externa de ombro, exercício de contração francesa com resistência de halter de 1 kg.

Ao final foi realizada aplicação de ultrassom por 4 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

23-09-201 (Segunda-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral, colaborativo ao tratamento.

Apresentou os seguintes sinais vitais: PA 120x80 mmHg, FC 76 bpm, FR 16 irpm.

Inicialmente foi realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de punho e

artelhos, bíceps braquial, braquial, deltoide, tríceps braquial, em 3 x 15 segundos. Em seguida

foi realizado exercício resistido de flexão, extensão de cotovelo com halter de 1 kg.

Exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg.

Exercícios resistidos de adução, abdução, elevação, depressão e exercícios diagonais de

ombro, com halter de 1 kg. Em decúbito dorsal foram realizados exercícios resistidos de

rotação interna e externa de ombro com bastão e caneleira de 1 kg, flexão e extensão de

cotovelo com os ombros abduzidos a 90° com resistência de halter de 1kg, realizados em

3x10 repetições. Em seguida foi utilizado ultrassom por 4 minutos e ao final foi utilizado

TENS por 20 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

25-09-2013 (Quarta-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral, colaborativo ao tratamento.

Apresentou os seguintes sinais vitais PA: 120x80 mmHg, FC: 78 bpm, FR: 18 irpm. Foi

realizado alongamento ativo dos músculos flexores de punho e artelhos, bíceps braquial,

braquial, deltoide, tríceps braquial, realizados em 3x15 segundos. Após, foram realizados

exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg. Exercícios

pendulares, abdução e adução horizontal, exercícios diagonais de ombro com halter de 1 kg.

Exercícios resistidos de abdução e adução, rotação interna e externa de ombro com resistência

Page 58: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

de faixa elástica. Exercício resistido de flexão e extensão de cotovelo com halter de 1kg.

Todos os exercícios foram realizados em 3x10 repetições. Em seguida foi utilizado ultrassom

por 4 minutos e utilização de TENS por 20 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

30-09-2013 (Segunda-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral, sem relatos de dor ou

desconforto. Apresentou os seguintes sinais vitais PA: 120x70 mmHg, FC: 96 bpm, FR: 21

irpm. Incialmente foi realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de

punho e artelhos, bíceps braquial, braquial, deltoide e tríceps braquial em 3x15 segundos.

Exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 kg.

Exercícios resistidos de abdução e adução de ombro, flexão e extensão de cotovelo, elevação

e depressão de ombro, exercício de lata vazia, exercício diagonal de ombro, todos realizados

com halter de 1 kg. Em decúbito dorsal, foram realizadas flexão e extensão de cotovelo

associada à abdução de ombro. Em decúbito lateral, exercício resistido de rotação interna e

externa de ombro com halter de 1 kg. Todos os exercícios foram realizados em 3x10

repetições.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

02-10-2013 (Quarta-feira)

O paciente compareceu a clínica relatando se sentir bem, sem queixas de dor ou

desconforto. Apresentou os seguintes sinais vitais PA: 130x80 mmHg, FC: 98 bpm, FR: 19

irpm. Foi realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de punho e

artelhos, bíceps braquial, braquial, deltoide e tríceps braquial em 3 x 15 segundos. Exercícios

resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1 ½ kg. Exercícios

resistidos de lata vazia, contração francesa, adução e abdução de ombro, flexão e extensão de

cotovelo, com halter de 1 kg. Exercício resistido de remada sentado, com tubo elástico preso

ao espaldar. Em decúbito lateral, foi realizado exercício resistido de rotação interna e externa

de ombro com halter de 1 kg. Ao final foi utilizado ultrassom por 4 minutos.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

Page 59: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

07-10-2013 (Segunda-feira)

O paciente não compareceu a sessão.

09-10-2013 (Quarta-feira)

O paciente compareceu a clinica em bom estado geral, sem queixas de dor ou

desconforto. Apresentou os seguintes sinais vitais PA: 110x70 mmHg, FC: 79 bpm, FR: 18

irpm. Inicialmente foi realizado alongamento ativo dos músculos flexores e extensores de

punho e artelhos, bíceps braquial, braquial, deltoide e tríceps braquial em 3x15 segundos.

Exercícios resistidos de flexão e extensão de ombro com bastão e caneleira de 1½ kg.

Exercícios resistidos de abdução, adução, elevação e depressão de ombro, exercícios

diagonais de ombro, exercício de lata vazia, flexão e extensão de cotovelo, exercício de

contração francesa, adução e abdução horizontal de ombro, todos os exercícios foram

realizados com halter de 1 kg. Em seguida foi realizado exercícios resistidos de remada

sentado, realizados em 3 x 10 repetições. Ao final foi utilizado ultrassom terapêutico por 4

minutos.

Após foi realizada a reavaliação do paciente.

A sessão foi finalizada sem intercorrências.

Page 60: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

ANEXOS

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96)

Eu, __________________________________________________ RG.: ___________,

abaixo qualificada, DECLARO para fins de participação em pesquisa, que fui devidamente

esclarecida sobre o Projeto de Pesquisa intitulado: Os benefícios da associação dos

exercícios de cadeia cinética aberta e do tens na reabilitação da síndrome do impacto do

ombro, desenvolvido pela aluna Katielli Aparecida Martins, do curso de Bacharelado em

Fisioterapia da Faculdade Tecsoma, quanto aos seguintes aspectos:

A síndrome do impacto do ombro é uma patologia onde ocorre a compressão

mecânica do tendão do músculo supra-espinhal, da bolsa subacromial e da cabeça longa do

tendão do bíceps, todos eles situados sob o arco coracoacromial. A compressão repetitiva

provoca uma irritação e inflamação, podendo progredir para fibrose e consequentemente

ruptura do manguito rotador (PRENTICE; VOIGHT, 2003).

Será realizado um programa de exercícios de cadeia cinética aberta e

neuroestimulação elétrica transcutânea (TENS), duas vezes por semana no período de

agosto/2013 a outubro/2013. Este estudo tem o intuito de verificar a eficácia das técnicas de

exercícios de cadeia cinética aberta e do TENS no retorno à funcionalidade de um paciente

com síndrome do impacto do ombro.

O entrevistado tem a liberdade de recusar a sua participação em qualquer fase da

pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu tratamento e cuidado. É garantido o

sigilo e a privacidade dos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e

informações provenientes deste trabalho serão utilizados com fins de publicação e produção

de trabalho de conclusão de curso para grau de bacharel.

Declaro, outrossim, que depois de esclarecida pela pesquisadora e ter entendido o que

me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta pesquisa.

Paracatu, de de 2013.

Page 61: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

QUALIFICAÇÃO DO DECLARANTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Objeto da pesquisa

Nome: ......................................................................................................................

RG.: ........................ Data de Nascimento: ......./......./.............. Sexo: M ( ) F ( )

Endereço: ..................................................................................................nº .........

Bairro: ................................................................... Cidade: ....................................

CEP: .......................................................... Tel.: .....................................................

____________________________________________

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

DECLARO, para fins de realização de pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento

Livre Esclarecido, cumprindo todas as exigências contidas no Capítulo IV da Resolução

196/96 e que obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do

declarante acima qualificado para a realização desta pesquisa.

Paracatu, de de 2013.

__________________________________________

Katielli Aparecida Martins

Page 62: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

ANEXO B – AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA – OMBRO

1 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:____________________________________________________ Idade:_______

Sexo:_________________ Profissão:______________ Estado civil:________________

Data da Avaliação:____/____/____ Diagnóstico:_______________________________

Médico:____________________________ Fisioterapeuta:______________________

2- ANAMNESE

História da lesão:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Queixa principal:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Cirúrgias:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Exames complementares:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

3 – INSPEÇÃO (OMBRO)

Edema

Cicatriz

Alteração alinhamento ósseo

Hipertrofia

Page 63: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

Hipotrofia

Alteração tônus

Alteração ritmo escapuloumeral

Posição anormal da escápula

Rotação medial dos ombros

Alteração na postura cervical

Alterações na postura torácica

4 - DOR A PALPAÇÃO

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5 – ESCALA VISUAL ANALÓGICA DA DOR

6 – GRAU DE MOBILIDADE

ATIVA

D E

Flexão

Extensão

Abdução

Adução anterior

Rotação interna

Rotação externa

Page 64: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

7 – FORÇA MUSCULAR (O, I, II, III, IV, V)

D E

Flexão

Extensão

Abdução

Adução

Abdução horizontal

Adução horizontal

Rotação externa

Rotação interna

8- TESTES ESPECIAIS

1 - ________________________________________________________________________

2 - ________________________________________________________________________

3 - ________________________________________________________________________

4- ________________________________________________________________________

5 - ________________________________________________________________________

6- ________________________________________________________________________

7- ________________________________________________________________________

8 - ________________________________________________________________________

9- OBJETIVOS

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

10 – CONDUTA

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Fonte: Faculdade Tecsoma, 2013 (adaptdado)

Page 65: FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia Katielli Aparecida

ANEXO C – QUESTIONÁRIO DASH ADAPTADO (adaptado)

Com base nos sintomas e dificuldades apresentados nos últimos 3 dias, responda as seguintes

perguntas:

Qual a sua habilidade para realizar as seguintes atividades?

1 - Sem

dificuldade

2 - Pouca

dificuldade

3 - Dificuldade

moderada

4 - Muita

dificuldade

5 -Impossibilidade

de realizar

Abrir uma garrafa.

Preparar uma refeição.

Colocar algum objeto

em um local alto.

Carregar uma sacola

leve.

Carregar um objeto

pesado (mais de 5 kg).

Lavar o cabelo.

Vestir uma blusa

fechada.

Usar a faca para cortar

alimentos.

Dormir.

Fonte: Xavier, 2011.