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FACULDADE TECSOMA Curso de Graduação em Administração Laura Queiroz Dias LOGÍSTICA REVERSA: Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da Rocha Pneus. Paracatu 2015

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FACULDADE TECSOMA

Curso de Graduação em Administração

Laura Queiroz Dias

LOGÍSTICA REVERSA: Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da

Rocha Pneus.

Paracatu 2015

Laura Queiroz Dias

LOGÍSTICA REVERSA: Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da

Rocha Pneus.

Monografia apresentada ao Curso de Administração

da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para

obtenção do título de Bacharel em Administração.

Coordenador: Adm. Msc. Fernando Antônio Antunes

Orientador Especialista: Alan Kardec Guimarães Jr.

Orientador Metodológico: Geraldo Batista

Oliveira

Paracatu

2015

Ficha Catalográfica

Fonte:Elaborada pela autora

C331 tb Dias, Laura Queiroz, 1992 Logística Reversa / Laura Queiroz Dias. Paracatu- 2015.

Orientador: Alan Kardec Guimarães Junior Orientador Metodológico: Geraldo Batista de Oliveira

1. Meio Ambiente. 2. Sustentabilidade. 3.Descarte Consciente. 4. Responsabilidade Social

CDU:658.089

Laura Queiroz Dias

LOGÍSTICA REVERSA: inovação e diferenciação na Logística Reversa da

Rocha Pneus.

Monografia apresentada ao Curso de Administração da Faculdade Tecsoma, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

ProfºMsc Fernando Antônio Antunes (Coordenador de Curso)

Profº Alan Kardec Guimarães Junior (Orientador Teórico)

Profº Especialista Geraldo B.B. de Oliveira (Orientador Metodológico)

Banca Examinadora

Banca Examinadora

Paracatu, 20 de novembro de 2015.

DEDICATÓRIA

A Deus, minha família e amigos.

Sem amor nada seria

AGRADECIMENTOS Agradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de alguém; é

reconhecer que jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ninguém

se faz sozinho: sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um

gesto de compreensão, uma atitude de amor. Agradeço primeiramente a Deus por

ter me amparado nas minhas fraquezas, ao meu esposo Willian Rocha, que me

apoiou, incentivou, e pode compreender os diversos momentos que não pude estar

presente, devido à faculdade, a minha querida Mamãe e meu irmão Mateus, que

mesmo não estando presente comigo todos os dias, me acolheu com todo seu amor,

me dando força para conseguir, como ela sempre diz ninguém disse que seria fácil,

mais sim que valeria a pena. Aos meus professores e colegas que ao longo desses

anos, ajudou, ensinou, compartilhou experiências que ficaram por toda uma vida.

A todos vocês, que compartilharam dos meus ideais, que compreenderam,

incentivaram, mesmo que no silêncio e na distância, o meu muito obrigado.

RESUMO

Logística Reversa pode ser classificada como sendo uma versão contrária da

Logística que conhecemos, entretanto é um planejamento reverso que utiliza os

mesmos processos que um planejamento convencional. Ambos tratam de nível de

serviço, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de

informação. No entanto a Logística Reversa deve ser vista como um novo recurso

para a lucratividade e sustentabilidade mundial. Os sinais de descarte tornam-se

cada dia mais evidente, índices de descarte de alguns produtos comprovam na

prática o motivo da preocupação. A produção de plástico no mundo, por exemplo,

cresceu de seis milhões de toneladas de 2004, para 120 milhões de toneladas no

ano de 2014. No Brasil não é diferente. Os sinais de descarte estão presentes e

crescem a cada ano. O aumento do descarte é proporcional à diminuição do ciclo de

vida dos produtos. O crescimento do poder de consumo, gerado pelas novas

tecnologias de fabricação que barateiam o custo de venda, sistemas logísticos que

buscam cada vez mais a qualidade do serviço garantindo a acessibilidade dos

consumidores e o Marketing acirrado em função das vendas são fatores que

acarretam ao problema.

Palavras chaves: Logística Reversa. Sustentabilidade. Descarte Consciente. Meio

Ambiente.

ABSTRACT

Reverse logistics can be classified as a contrary version of the logistics we know ,

however is a reverse engineering using the same procedures as a conventional

planning. Both deal with level of service, warehousing, transportation, inventory level,

flow of materials and information system. However Reverse Logistics should be seen

as a new feature to profitability and global sustainability. The disposal of signs are

becoming clearer day, discard rates of some products ultimate proof that the reason

for concern. Plastic production in the world, for example, has grown from six million

tons of 2004 to 120 million tons in 2014. Brazil is no different. Discarding signals are

present and grow each year. Increased disposal is proportional to the decrease of

the product life cycle. The growth of power consumption generated by new

manufacturing technologies to cheapen the cost of sale, logistics systems that

increasingly seek service quality ensuring accessibility for consumers and Marketing

fierce in the sales function are factors that lead to the problem .

Key words : Reverse Logistics. Sustainability. Discard Aware. Environment .

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – As três abordagens do controle ambiental ...............................................73

Figura 2 – Estrutura do Sisnama ...............................................................................74

Figura 3 – Cadeia de Recuperação de Produtos ......................................................83

Figura 4 – Ciclo dos produtos ....................................................................................87

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Cronograma de Atividades .................................................................... 29

Quadro 2 – Cronograma de Atividades .................................................................... 30

Quadro 3 – Descrição dos Recursos Humano ......................................................... 30

Quadro 4 – Descrição dos Recursos Materiais ........................................................ 31

Quadro 5 – Descrição dos Recursos Financeiros .................................................... 31

Quadro 6 – Total dos Recursos .............................................................................. 32

Quadro 7 – Exemplos das relações atividade-aspecto-impacto ambiental ............. 46

Quadro 8 – Plano de Ação ......................................................................................104

Quadro 9 – Cronograma de implementação do Projeto ..........................................107

LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica

ACE – Associação Comercial Empresarial

ANIP – Associação Nacional da Industria de Pneumáticos

COP – Conferencia das Partes

SGA – Sistema Gerencial Ambiental

PFPE – Projetos Florestais de Pequena Escala

PNCS – Parâmetros Curriculares Nacional

ONU – Organização das Nações Unidas

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura

SUMÁRIO

1 INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA............................................................................ 21 1.1 Razão Social .................................................................................................................. 21 1.2 Nome Fantasia ............................................................................................................... 21 1.3Endereço ........................................................................................................................ 21 1.4 CNPJ ............................................................................................................................. 21 1.5 Inscrição Estadual .......................................................................................................... 21 1.6 Quadro Societário .......................................................................................................... 21 1.7 Capital Social ................................................................................................................. 22 1.8 Organograma ................................................................................................................. 22 1.9 Objetivos sociais da empresa ........................................................................................ 22 1.10 Missão da Empresa ..................................................................................................... 22 1.11 Publico Alvo da Empresa ............................................................................................. 22 1.12 Atividades a desenvolver na empresa .......................................................................... 22

2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO ............................................................................. 23

2.1 Coordenador do Estágio ................................................................................................ 23

2.2 Professor Orientador Metodológico ................................................................................ 23

2.3 Professor Orientador Teórico ......................................................................................... 23

2.4 Supervisor de estagio na empresa ................................................................................. 23

2.5 Área de conhecimento do estágio .................................................................................. 23

3 PROJETO MONOGRÁFICO ............................................................................................ 23

3.1 Titulo .............................................................................................................................. 23

3.2 Tema ............................................................................................................................. 23

3.3 Objetivos ........................................................................................................................ 23

3.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 24

3.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................................. 24

3.4 PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................... 24

3.5 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 25

3.6 RESULTADOS ESPERADOS ........................................................................................ 26

3.7 METODOLOGIAS DO TRABALHO ................................................................................ 26

3.8 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES .............................................................................. 28

3.9 RECURSOS................................................................................................................... 29

3.9.1 Recursos Humanos ..................................................................................................... 29

3.9.2 Recursos Materiais ..................................................................................................... 29

3.9.3 Recursos Financeiros ................................................................................................. 30

3.9.4 Demonstrativo total de recursos .................................................................................. 30

4 INTORDUÇÃO.................................................................................................................. 31

5 MEIO AMBIENTE ............................................................................................................. 32

5.1 Homem e o Meio Ambiente ............................................................................................ 36

5.2 Cultura e Ambiente ........................................................................................................ 37

5.2.1 Controle Humano sobre natureza ............................................................................... 41

5.2.2 O impacto do homem sobre a terra ............................................................................. 43

5.3 Histórico da Educação Ambiental .................................................................................. 48

5.3.1 Educação Ambiental ................................................................................................... 64

5.4 Riscos Ambientais ......................................................................................................... 69

5.5 Legislação e Licenciamento ........................................................................................... 70

5.6 Gestão Ambiental nas Empresas ................................................................................... 77

6 LOGISTÍCA REVERSA .................................................................................................... 79

6.1 Logística Reversa .......................................................................................................... 80

6.2 A logística reversa - Conceitos e Motivo ........................................................................ 81

6.3 A logística e suas consequências .................................................................................. 83

6.4 A relação entre logística reversa e o meio ambiente ...................................................... 84

6.5 Vantagem Competitiva e Econômica ............................................................................. 86

7 ESTUDO DE CASO .......................................................................................................... 90

7.1 História da Rocha Pneus ............................................................................................... 90

7.2 Sustentação da pesquisa.................................................................................................93

7.3 Limitações da pesquisa.................................................................................................. 91

7.4 Apresentação e analise dos resultados .......................................................................... 92

7.4.1 Pesquisa Externa ........................................................................................................ 92

7.4.2 Pesquisa Interna ......................................................................................................... 97

8 CONSIDERAÇÔES FINAIS ............................................................................................ 100

8.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO .............................................................................. 101

8.1.1 Sumário executivo .................................................................................................... 101

8.1.2 Objetivo .................................................................................................................... 101

8.1.3 Justificativa ............................................................................................................... 101

8.1.4 Descrição .................................................................................................................. 102

8.1.5 Escopo ...................................................................................................................... 102

8.1.6 Prazo estimado ......................................................................................................... 102

8.1.7 Benefícios esperados................................................................................................ 102

8.1.8 Plano de ação ........................................................................................................... 102

8.1.9 Resultados Alcançados ..............................................................................................107

Referências ...................................................................................................................... 106

ApêndiceA ..........................................................................................................................113

ApêndiceB ..........................................................................................................................115

ApêndiceC ..........................................................................................................................116

ApêndiceD ..........................................................................................................................118

ApêndiceE ..........................................................................................................................120

21

1INFORMAÇÕES SOBRE A EMPRESA

1.1Razão Social

Rocha Pneus e Acessórios Ltda - ME

1.2Nome Fantasia

Rocha Pneus

1.3Endereço

Rua Ouro, 04 – Amoreiras II

1.4 CNPJ

16.806.914/0001-84

1.5Inscrição Estadual

CNPJ: 002.023.777.00-40

1.6Quadro Societário

Willian Henrique da Rocha

Everaldo Sebastião da Silva Rocha

BráulioAnicesio da Silva Rocha

22

1.7Capital Social

R$ 100.000,00

1.8 Organograma

Não tem.

1.9 Objetivos sociais da empresa

Não tem.

1.10Missão da Empresa

Oferecer produtos e serviços automotivos de qualidade aos nossos clientes,

com segurança, rapidez e responsabilidade. Procurando sempre melhor atendê-los.

1.11 Publico Alvo da Empresa

Pessoas de Paracatu e região que possuam automóveis.

1.12 Atividades a desenvolver na empresa

Pretende-se que através do estudo de Logística Reversa, possa avaliar e mostrar

como a empresa pode melhorar o ambiente, e agregar valor ao cliente através das

praticas sustentáveis.

23

2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO

2.1Coordenador do Estágio

Professor Msc. Fernando Antônio Antunes

2.2Professor Orientador Metodológico

Professor :Geraldo Benedito Batista de Oliveira

2.3Professor Orientador Teórico

Professor: Alan Kardec Guimarães Júnior

2.4Supervisor de estagio na empresa

Willian Rocha

2.5Área de conhecimento do estágio

Logística Reversa

3 PROJETO MONOGRÁFICO

3.1 Titulo

Inovação e Diferenciação na Logística Reversa da Rocha Pneus.

3.2 Tema

Logística Reversa

3.3 Objetivos

Conforme Oliveira (2011, p. 36) ―[...] o objetivo precisa dar conta da totalidade

do problema da pesquisa, devendo ser elaborado com um verbo de precisão,

24

evitando ao máximo uma possível distorção na interpretação do que se pretende

pesquisar.‖

3.3.1 Objetivo Geral

Propor melhor direcionamento para o descarte correto, incentivando

práticas sustentáveis.

3.3.2 Objetivos Específicos

Pesquisar melhor local para fazer o descarte corretamente.

Demonstrar para os colaboradores as mudanças no ambiente de

trabalho, com o descarte correto.

Promover maior participação dos funcionários, maior satisfação e

envolvimento nas práticas sustentáveis.

Pesquisar relação entre Logística Reversa e o Meio Ambiente.

3.4 PROBLEMATIZAÇÃO

Rocha Pneus é uma empresa pequena, que atua no ramo de pneus, peças e

prestações de serviços. Procura oferece um atendimento rápido e com excelência.

Para que os serviços sejam desempenhados com qualidade e agilidade, necessita

de espaço, problema este encontrado no local, devido a grande parte dos resíduos,

como óleo usado, ferro velho, pneus velhos, ficar armazenados no ambiente de

trabalho.

Percebendo essa necessidade, pode um plano para Descarte correto e

Logística Reversa, melhorar as condições de trabalho e elevar o nome da empresa?

25

3.5 JUSTIFICATIVA

As questões ambientais vêm sendo motivo de grande discursão atualmente,

tendo em vista o mundo globalizado, e cada vez mais tecnológico em que estamos

vivendo. As poluições ocasionadas muitas vezes podem ser controladas através de

algumas ações simples, como exemplo a reciclagem, através desta é possível

reaproveitar produtos que não estão mais em uso, contribuindo não somente para o

lucro, mas também para a valorização do meio ambiente.

A reciclagem e o reaproveitamento de produtos em desuso são estratégias

utilizadas pela Logística Reversa, para buscar novas formas de obter lucro e ganho

de imagem de organização ecologicamente correta, pois os clientes estão cada vez

mais conscientes e preocupados com o aquecimento do planeta.

Segundo Tachiwawa apud Mattozinho, as empresas de todo segmento, estão cada vez mais procurando apoiar projetos e iniciativas que visem o bem-estar da sociedade, desenvolvendo atitudes e posturas que demonstrem um novo posicionamento em sua interação com o meio ambiente. (TACHIWAWA apud MATTOZINHO, 2009, p.25).

Visando identificar a importância da Logística Reversa após o uso de

alguns materiais na Rocha Pneus, viu se necessidade desse projeto, para

desenvolvimento da empresa, com programas de apoio para minimizar o impacto

gerado por esses resíduos, e melhoramento interno da empresa. Analisar o

conhecimento dos responsáveis das empresas, sobre o uso e o descarte correto.

A pesquisa é para propor mudanças, através de simples ações que podem

ser tomadas no dia-a-dia para melhorar o ambiente de trabalho, tendo em vista que

tendo um lugar mais limpo e com mais espaço, os colaboradores vão conseguir

desempenhar melhor suas funções.

A Logística Reversa de Pós- Consumo deverá planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós – consumo ou de seus materiais constituintes classificados em função de seu estado de vida e origem: ―Em condições de uso‖, ―Fim de vida útil‖, e ―Resíduos Industriais‖. (LEITE, 2002, p.04).

A maioria das empresas que realizam serviços de troca de óleo, pneus não tem

conhecimento sobre as suas obrigações, por isso a necessidade da pesquisa.

26

3.6 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que a partir do momento que houver maior envolvimento dos

colaboradores, consiga resultados satisfatórios em relação aos problemas descritos.

Que as ações realizadas possam trazer um melhor funcionamento e

desempenho à empresa.

3.7 METODOLOGIAS DO TRABALHO

A primeira etapa do estagio será realizado na empresa Rocha Pneus, no

período de 02 de fevereiro a 10 de junho de 2015, com o intuito de estudar, analisar

e conhecer um pouco melhor a Logística Reversa. Para falar de Logística Reversa, é

importante citar o conceito de Chaves e Batalha (2006, p.2-3):

Nos anos 80, o conceito de logística reversa ainda estava limitado a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na cadeia de suprimentos. Foi na década de 90 que novas abordagens foram introduzidas e o conceito evoluiu impulsionado pelo aumento da preocupação com questões de preservação do meio ambiente. Esta pressão, induzida pelos consumidores, implicou em ações legais dos órgãos fiscalizadores. Além disso, a partir deste período, as empresas de processamento e distribuição passaram a ver a logística reversa como uma fonte importante de redução de perdas. Desta forma, as atividades de logística reversa passaram a ser utilizadas em maior intensidade nos Estados Unidos e Europa, países onde os conceitos e ferramentas clássicas de logística já eram mais disseminados. (BATALHA, 2006, p. 2-3).

A pesquisa contou com dois tipos de universo: as empresas que

comercializam produtos no mesmo segmento e os clientes da loja. Gil (1999, p. 99)

define universo como o conjunto definido de elementos que possuem determinadas

características. Nesta pesquisa foram coletados dados quantitativos e qualitativos,

para os dados quantitativos foi utilizado questionário para a obtenção das

informações necessárias, a respeito do nível de conhecimento das pessoas.

O questionário, segundo Gil (1999, p.128) pode ser definido ―como a técnica

de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões

apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de

27

opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas,

etc.‖. O tipo de abordagem da pesquisa é considerado qualitativo, que segundo Silva

e Menezes (2000, p. 20), ―a pesquisa qualitativa considera que há uma relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o

mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em

números‖. A interpretação dos fenômenos e atribuição de significados é básica no

processo qualitativo. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas.

Através do sistema gerencial da empresa encontra-se um numero de 675

clientes cadastrados sendo 500 ativos, 298 de Paracatu, e o restante da região.

Será realizada uma pesquisa de campo, onde serão entrevistados todos os clientes,

também será feita uma pesquisa com os concorrentes, número esse de

concorrentes que ainda será divulgado pela ACE (Associação Comercial

Empresarial), já foi feito um pedido a mesma para repassar o numero de empresas

do mesmo segmento cadastros em sua base. Pesquisa de campo, segundo Lakatos

(2010, p.169) é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou

conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de

uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, de descobrir novos fenômenos

ou as relações entre eles.

Para descrever melhor os dados foi usado o método descritivo, que segundo

(GIL, 2008, p. 147), pesquisas descritivas possuem como objetivo a descrição das

características de uma população, fenômeno ou de uma experiência. Ao final de

uma pesquisa descritiva, você terá reunido e analisado muitas informações sobre o

assunto pesquisado. A diferença em relação à pesquisa exploratória é que o assunto

pesquisa já é conhecido. A grande contribuição das pesquisas descritivas é

proporcionar novas visões sobre uma realidade já conhecida.

Quanto aos objetivos, a pesquisa é classificada como exploratória. Segundo

Gil (1999), as pesquisas exploratórias são aquelas que têm como principal finalidade

desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias.

28

3.8 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES

QUADRO 01 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADES – 1º SEMESTRE JAN FEV MAR ABR MAI JUN

Escolha do tema e da empresa, para a realização do projeto.

X

Reunião com Gestor da empresa, para definição de estágio.

X

Levantamento de problemas a serem trabalhados.

X

Início das pesquisas e elaboração do projeto.

X

Levantamentos de dados. X

Desenvolvimento do projeto. X

X

X

X

Finalização do projeto, revisão e entrega.

X

Qualificação do projeto. X

FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto.

QUADRO 02 – CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

ATIVIDADES – 2º SEMESTRE JUL AGO SET OUT NOV DEZ

Revisão de erros da primeira etapa, e busca de material para elaboração da monografia.

X

Elaboração e aplicação de pesquisas propostas.

X

X

X

Desenvolvimento da monografia. X

X

X

X

X

Finalização da monografia, finalização e entrega.

X

Qualificação da monografia.

X

FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto.

29

3.9 RECURSOS

3.9.1 Recursos Humanos

QUADRO 03 – Descrição dos Recursos Humanos

Ação Responsável Tempo/Quantidade Valor Total

Orientação do estágio supervisionado I

Adm. Msc. Fernando Antunes

Fevereiro à Junho de 2015.

R$ 0,00 R$ 0,00

Orientação Metodológica.

Especialista Geraldo Batista

Fevereiro à Dezembro de 2015.

R$ 0,00

R$ 0,00

Orientação de estágio na empresa.

Willian Rocha

Fevereiro à Dezembro de 2015.

R$ 0,00

R$ 0,00

R$ 0,00 R$ 0,00

Revisão gramatical e ortográfica.

Msc. Hamilton Coelho

100 folhas R$ 2,00

R$ 200,00

Orientação monográfica.

-

Agosto à Dezembro de 2015.

R$ 0,00 R$ 0,00

TOTAL R$ 200,00

FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos humanos utilizados na elaboração do

projeto.

3.9.2 Recursos Materiais

QUADRO 04 – Descrição dos Recursos Materiais.

Produto Quantidade Valor Unitário Valor total

Papel A4 2 pacotes R$ 15,00 R$ 30,00

Canetas 2 R$ 1,50 R$ 3,00

Impressora 1 R$ 400,00 R$ 400,00

Pendrive 1 R$ 25,00 R$ 25,00

Caderno 1 R$ 10,00 R$ 10,00

Pasta suspensa com plástico 1 R$ 2,00 R$ 2,00

TOTAL R$ 470,00

FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos materiais utilizados na elaboração do

projeto.

30

3.9.3 Recursos Financeiros

QUADRO 05 – Descrição dos Recursos Financeiros

Produto Quantidade Valor Unitário Valor total

Internet 12 meses R$ 65,00 R$ 780,00

Recarga Tonner 2 R$ 15,00 R$ 30,00

Impressão e encadernação de projeto

5 R$ 30,00 R$ 150,00

Combustível 50 litros R$ 3,75 R$ 187,50

TOTAL R$ 1.147,50

FONTE: Elaborado pela autora. Nota: Quadro elaborado para levantamento de recursos financeiros utilizados na elaboração do

projeto.

3.9.4 Demonstrativo total de recursos

QUADRO 06 – Total dos Recursos

Recursos Valor

Recursos Humanos R$ 200,00

Recursos Materiais R$ 470,00

Recursos Financeiros R$ 1.147,50

TOTAL DE RECURSOS R$ 1.817,50

Fonte: Elaborado pela autora Nota: Quadro dos recursos totais utilizados na elaboração do projeto.

31

4 INTORDUÇÃO

Em um ambiente onde a as pessoas se encontram tão globalizados, as

organizações enfrentam acirrada competição de mercado, e buscam continuamente

meios de sobrevivência neste meio tão competitivo. Para isso, a busca contínua de

novas técnicas e ferramentas para melhor gerenciar recursos, pessoas e tecnologias

torna-se a base da gestão de muitas organizações. Com este cenário de

competitividade, as empresas precisam conduzir seus sistemas produtivos

paragrandes mudanças, sempre buscando melhor atender e satisfazer os clientes.

E para tanto, um dos conceitos que tem a fundamental responsabilidade de

auxiliar as empresas neste processo de mudança é a logística, que embora muito

antiga, somente nas ultimas décadas tem sido mais enfatizada como forma de

melhor gerenciar o fluxo de matérias-primas, processos e informações da cadeia

produtiva.

Pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu

pontode aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo

logísticoreverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser

gerenciado.

Este fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas. Por

exemplo,fabricantes de bebidas, as siderúrgicas, a indústria de latas de alumínio. O

produto mais estudado neste trabalho foi o pneu, que também passa a ser uma

obrigação dos fabricantes descartarem corretamente. Neste trabalho veremos a

relação entre logística reversa e meio ambiente. E como a conscientização das

pessoas e das empresas pode mudar o atual cenário que estamos vivenciando.

32

5 MEIO AMBIENTE

O século que terminou (XX) foi marcado por um avanço cientifico e

tecnológico sem precedentes na historia da humanidade, mas forammarcados

também por terríveis acontecimentos, fatos que deixaram marcas profundas no meio

ambiente. Desde o surgimento do homem na Terra, existe uma modificação na

natureza. Com isso o processo de degradação do meio ambiente se confunde com a

origem do homem. Antigamente acreditava-se que este seria julgado por tudo que

fizesse contra a natureza. Esta era uma criação divina e deveria ser respeitada, no

inicio o homem não agredia, e dela só retirava o necessário para o seu sustento.

Ainda assim o homem mudou o seu ambiente a fim de adequá-lo às suas

necessidades. Com isso começaram as agressões de grande porte.

O dinamismo da civilização industrial introduziu radicais mudanças no Meio Ambiente físico. Essas transformações implicaram a formação de novos conceitos sobre o ambiente e o seu uso. A Revolução Industrial, que teve inicio no século XVIII, alicerçou-se, ate as primeiras décadas do ultimo século, nos três fatores básicos da produção: a natureza, o capital e o trabalho. Porém, desde meados do século XX, um novo dinâmico e revolucionário fator foram acrescentados: a tecnologia. Esse elemento novo provocou um salto, qualitativo e quantitativo, nos fatores resultantes do processo industrial. Passou-se a gerar bens industriais numa quantidade e uma brevidade de tempo antes impensável. Tal circunstancia, naturalmente, não se deu sem graves prejuízos à sanidade ambiental. (CARVALHO, 2003, P.67)

O problema ecológico só foi enfrentado e regulamentado pelos legisladores

no período do segundo pós-guerra do século XX (1939-1945). Nessa fase, a

conscientização de proteção ao meio ambiente se espalhou para o mundo através

de entidades não governamentais.

A humanidade começa a perceber que a proteção ao meio ambiente é

fundamental para sua própria sobrevivência, pois até então as agressões contra ele

eram as mais diversas possíveis. Essa conscientização de protegê-lo é antiga,

começando no momento que o homem passa a valorizar a natureza por ser uma

criação divina, mais ainda não existia preocupação em preservá-la.

Foi a partir do século XIX que se observou a criação de organizações

ambientais, em 1865 na Grã-Bretanha, seguida pelos Estados Unidos (1863), África

do Sul (1883) e, já no século XX, Suíça (1909). Nesse mesmo ano os europeus

reuniram no Congresso Internacional para proteção da natureza, para analisar os

33

progressos da proteção à natureza e também para criação de um organismo

internacional de proteção a natureza. Assim em 1913 criou-se a Comissão

Consultiva para Proteção Internacional da Natureza, assinada por 17 países. Com o

começo da guerra, a Comissão foi esquecida. Com o passar do tempo,

principalmente na década de 50, surge o movimento ambientalista dos cientistas,

que se preocupavam com a poluição industrial dos rios.

Nos anos 60, o movimento ambientalista das ONGs começou a ganha força,

grande numero de obras literárias divulgavam sobre o assunto, e também tinha

frequentes manifestações em defesa da natureza. No inicio de 1970, um numero

razoável de americanos participaram do Dia da Terra, uma das maiores

manifestações ambientalista do planeta. A partir de então, o ambientalismocomeçou

a sofrer uma transformação, dando origem a Revolução Ambientalista norte-

americana.

Essa revolução fez crescer ainda mais a preocupação com a preservação do

meio ambiente. Este novo ambientalismo era mais dinâmico. Tinha um apoio político

maior e considerava que a sobrevivência humana estava em jogo, e que uma

catástrofe ambiental só poderia ser evitada se houvesse uma grande mudança nos

valores. Era um movimento surgido a partir do processo de mudança social e

político, que se preocupava com a qualidade de vida das pessoas. Foi a primeira vez

que problemas políticos, econômicos e sociais do meio ambiente global, foram

discutidos em um fórum intergovernamental, com o intuito de conseguir ações

corretivas. Esse evento marcou a passagem do ambientalismo emocional para o

ambientalismo racional, resultou também na criação do Programa de meio ambiente

das Nações Unidas, estabeleceu um compromisso entre diferentes posições de

meio ambiente defendidas por outros países.

No Brasil na década de 70, o Estado e a sociedade figuraram como dois

atores do movimento ambientalista, um movimento bissetorial com objetivos

complementares e contraditórios ao mesmo tempo, já nos anos 80 o movimento

ambientalista passou a ser um movimento multissetorial, com participação de vários

setores da sociedade, como empresas multinacionais, organizações não

governamentais, sociedade civil e até mesmo o Estado. A década de 90 foi

importante para o ambientalismo brasileiro, pois até então este era um movimento

que se preocupava com os problemas ecológicos, mais não tinha um ligamento com

a questão do desenvolvimento socioeconômico, outro fator que ajudou no

34

movimento foi a aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável, expresso no

Relatório Brundtland de 1988.

Boa parte do sucesso do movimento ambientalista deve-se ao fator de que, mais do que qualquer outra força social, ele tem demonstrado notável a capacidade de adaptação às condições de comunicação e mobilização apresentadas pelo novo paradigma tecnológico. Embora boa parte do movimento dependa de organizações de base, suas ações ocorrem em razão de eventos que sejam apropriados para a divulgação. Ao criar eventos que chamam a atenção da mídia, os ambientalistas conseguem transmitir sua mensagem a uma audiência bem maior que a representada por suas bases diretas. (CASTELLS, 1999, P.161-165).

Para compreender a expressão meio ambiente, não podemos analisá-la

separadamente, pois ela tem uma ligação com outros elementos e principalmente

com o homem, a degradação e o desenvolvimento surgiram praticamente juntos. O

homem para sobreviver precisa retirar seu sustento da natureza, para que isso

aconteça, com o passar dos anos e com aperfeiçoamentos das tecnologias dos

meios de produção vão degradando ainda mais, isso faz com que o ser humano

acumule cada vez mais recursos naturais e transforme os mesmo em capital.

Foi com a Revolução Industrial, no século XVIII, que o processo de

degradação se intensificou, quando a atividade produtiva ganhou maior dimensão, e

também devido às descobertas cientificas e tecnológicas do século XIX, que

possibilitou ao homem uma ampla possibilidade de explorar a natureza. Diante

desses acontecimentos o homem passou a agir como se fosse o dono da natureza.

Não se pode, contudo culpar a tecnologia por gerar a crise ambiental, pois o que

causou a crise é a forma com que o homem usou a tecnologia.

Analisar o significado da expressão meio ambiente não é tarefa fácil, já que

para alguns autores esta expressão é pleonástica, os dois termos significam

praticamente a mesma coisa, ou seja, que na palavra―ambiente‖ está inserida a ideia

de ―meio‖.

Para outros, como Milaré (2002), o meio ambiente pertence a uma daquelas

categorias cujo conteúdo é mais facilmente intuído do que definível, em virtude da

riqueza e complexidade que encerra.

A interação e interdependência do meio ambiente, portanto, pressupõem superar paradigma de dominação que sempre caracterizou as relações entre o homem e o meio ambiente, levando-nos a uma re(significação) que potencialize a ética da alteridade, com ênfase em valores fundamentais. Este novo modelo de organização planetária deve ter como alicerce a

35

responsabilidade, o cuidado e o respeito do homem para consigo mesmo, para com o próximo, para com as outras espécies e, até mesmo, para com os componentes abióticos que constituem a biosfera. (OLIVEIRA E GUIMARAES, 2004, p.27).

Com tudo isso é necessário, superar o modelo antigo e construir um novo conceito,

no qual o homem faça parte da natureza.

A definição de meio ambiente e necessária para compreendê-la a grande

crise ambiental do planeta, ocasionada pela ação de degradação promovida pelo

homem sobre a natureza. Essa degradação deu origem a preocupações com o tipo

de desenvolvimento das nações, surgindo assim a expressão desenvolvimento

sustentável.

A causa da crise está no modo em que as pessoas assimilam os recursos

naturais limitados para satisfazer as necessidades ilimitadas do homem, o que se

baseia no fato de que o homem é o centro das preocupações ambientais, posição

realçada no primeiro principia da Declaração de Estocolmo, de 1972, que sustenta

que os ―[...] seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com

o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em

harmonia com o meio ambiente.‖ Observa, no entanto que a proteção do meio

ambiente é uma questão própria da sobrevivência humana.

―Preservar e restabelecer o equilíbrio ecológico é questão de vida ou morte

(MILARÉ, 2002, p.107)‖. Nesse caso há quem entenda que o meio ambiente

também é sujeito do direito, devido assim ser protegido por ele, esta afirmativa é

defendia pelo chamado biocentrismo, o qual sustenta que o meio ambiente não deve

ser separado dos seres humanos.

Na tentativa de encontrar uma solução para o problema da crise ambiental,

surge o direito para impedir a desordem e o abuso causados ao sistema nacional do

meio ambiente. Assim observa que alguns princípios do Direito Ambiente, visa

apontar essa disciplina jurídica e proteger a vida do planeta, como também

promover a qualidade de vida ao ser humano, nas presentes e futuras gerações.

A antiga ideia de que os recursos naturais não terminariam nunca, saiu de

cena devido à grave crise ambiental que atinge o Planeta, o pensamento capitalista

de acumular riquezas faz com que as pessoas utilizem os recursos naturais de forma

inconsequente, aumentando assim a degradação da natureza. Essa crise do meio

ambiente fez o homem despertar para a necessidade de preservar.

36

5.1Homem e o Meio Ambiente

A educação ambiental está presente na vida dos seres desde o início de sua

existência na Terra, pois, para sua sobrevivência era imprescindível o homem saber

relacionar-se com o meio ambiente. De acordo com DonellaMeadows (1996) ―[...]

desde o primeiro o momento em que os seres humanos começaram a interagir com

o mundo ao seu redor, e ensinaram seus filhos a fazerem o mesmo, estava havendo

educação e educação ambiental‖.

Após o processo de urbanização e industrialização a percepção de que a

educação ambiental se fazia presente em nosso dia-a-dia começou a mudar, o

mundo começou um modelo de ―desenvolvimento insustentável‖, pois não importava

o destino dos resíduos químicos, sendo estes da indústria ou das residências, todos

eram despejados nos rios, nas matas, no meio ambiente em geral.

Devido à emigração rural, há crescimento populacional nas cidades

ocasionando assim aumento na geração de resíduos, os recursos naturais

renováveis são vistos como inesgotáveis, não há nenhuma preocupação com o meio

ambiente. A preocupação com o meio ambiente passou a ter maior importância

devido a desastres socioambientais que causaram o medo e, com isso, começaram

a aparecer definições para um ―desenvolvimento sustentável‖. Porém antes

houveram pequenos manifestos falando dos possíveis danos que poderiam ser

causados pelo uso dos recursos indiscriminadamente. Um desses manifestos

ocorreu em 1854 quando o chefe indígena Seattle enviou uma correspondência ao

governo norte-americano que tentava comprar as terras indígenas alertando para as

consequências da urbanização desenfreada e sem planejamento.

Algumas catástrofes ambientais ocasionadas pela Segunda Guerra Mundial

levaram a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

(UNESCO) em 1948, a realizar a Conferência na cidade francesa de Fontainebleau

que levou ao surgimento União Internacional para a Conservação da Natureza

(UICN). Dentre essas catástrofes podemos citar o Smog (termo que combina as

palavras inglesas "smoke" e "fog", fumaça e neblina), poluição atmosférica de

origem industrial em Londres e a imensa poluição do ar, água e do solo devido à

reconstrução dos países pós-guerra.

37

Na atualidade estamos vivenciando inúmeras catástrofes naturais que

ocorrem devido à intervenção do homem na natureza. Considerando isso,

questionamos como a educação se posiciona perante a esta realidade? Qual será a

postura das escolas em relação a essa situação? Será que os professores têm se

sentindo preparados para trabalhar com a educação ambiental? Será que os mesmo

estão prontos para conscientizar seus alunos dos estragos que o meio ambiente tem

sofrido?

5.2Cultura e Ambiente

Para os povos indígenas a terra ―é seu chão cultural, habitada por suas

tradições, referência básica dos seus valores vitais, prenhe de mitos, campo de sua

história‖ No que percebe os indígenas tem um ensinamento de que sempre terá que

ter uma relação harmoniosa com a natureza. O indígena valoriza o saber

comunitário e a natureza, a chamada ―mãe terra‖.

Os saberes que surgem dessa convivência cotidiana referem-se não só ao

cultivo; vai sendo estruturada uma noção de si mesmo originada na tarefa e nas

atividades e disposições requeridas para a aprendizagem do saber cultivar. Entre os

diversos traços e emoções implicados no desempenho, está um longo tempo

dedicado ao silêncio e ao sofrimento. A existência fica impregnada de ‗força vital‘

através do cultivo como saber sagrado. Para saber cultivar, é necessário o respeito

à ‗mãe-terra‘ e o cuidado.

É sábio quão importante é a terra para o indígena. E justamente por adorarem

a terra, a protegem, uma vez que estes povos contam, na prática, somente com os

recursos ambientais bióticos e abióticos para realizar suas necessidades de

subsistência; sua cultura, com relação às atividades agrícolas, por exemplo, não

está voltada para o consumo de bens de mercado, como adubos ou implementos

agrícolas. Por conseguinte, não faz parte dos costumes e hábitos indígenas este tipo

de relação com o mercado, pois vivem uma realidade própria, diversa da do homem

ocidental comum.

Os indígenas, assim como as ditas comunidades tradicionais, respeitam o

meio ambiente, visto que ele é o meio de vida deles. Sua sobrevivência é

diretamente dependente da conservação da natureza. É possível cultivar a terra sem

38

prejuízo do ecossistema, pelo recurso e técnicas de manejo que, ao contrário das

usualmente empregadas por nós, respeitam as características básicas das áreas

manejadas e fomentam a diversidade que lhes é própria.

O conhecimento que estas populações têm ao manejar o meio ambiente,

manejo este que não compromete o ecossistema e acaba beneficiando o solo.

Conforme os estudos de Leonardo Boff acerca a Floresta Amazônica, as

comunidades indígenas desenvolveram grande manejo de floresta, todavia

respeitando a singularidade de cada espécie, não destruindo a natureza. Conclui

que ―ser humano e floresta evoluíram juntos numa profunda reciprocidade‖, o que

resta demonstrado o respeito do indígena para com a natureza.

Outro aspecto extremamente importante a ser observado é o da íntima

relação entre os povos indígenas e a preservação do meio ambiente e a ecologia.

Os povos indígenas são, dentre todos, aqueles cujas formas de vida guardam maior

proximidade com a natureza e o meio ambiente. A preservação do meio ambiente é

uma condição fundamental para a reprodução da vida, nos moldes tradicionais, nas

comunidades indígenas.

Há que se considerar então que existe relação de respeito entre o índio e a

natureza, podendo-se afirmar que o índio, para sua sobrevivência, dentro dos

métodos tradicionais, não agride o meio ambiente, como faz o homem que vive na

sociedade hegemônica.

No mundo todo, as pessoas estão se conscientizando de que o crescimento

econômico e a proteção ambiental devem andar de mãos dadas. Esta é a

mensagem do desenvolvimento sustentável, um conceito que recebeu o apoio de

toda a comunidade internacional na Conferência das Nações Unidas para o

Desenvolvimento e Meio Ambiente (a Eco'92), realizada no Rio de Janeiro, em

1992.Esta é uma mensagem que os canadenses levam muito a sério. Eles têm sorte

de possuir um alto padrão de vida e uma rica herança ambiental, mas sabem que

devem agir com sabedoria e cuidado para que as gerações futuras também possam

usufruir dos mesmos benefícios.

Por esta razão, o Canadá apoiou ostensivamente a Eco'92 e assinou

importantes convenções e acordos internacionais para proteção ambiental do

planeta. Também por esta razão, o Canadá toma a iniciativa de integrar políticas

econômicas e ambientais nacionais e de fazer da prevenção à poluição uma

prioridade em todos os setores.

39

Os municípios têm um papel importante no apoio à implementação da

legislação ambiental canadense. As organizações não governamentais trabalham

com intuito de elevar a consciência das pessoas sobre assuntos ambientais e

promover ações para os mesmos. O comércio canadense mostra-se à altura do

desafio ao adotar práticas ambientalmente saudáveis e ao explorar as oportunidades

econômicas abertas pela demanda crescente de produtos e serviços ambientais.

Finalmente, centenas de canadenses têm mudado o seu comportamento diário,

fazendo a sua parte em prol do meio ambiente.

O Canadá possui quase 9% da água doce do planeta e a sua costa, a maior

do mundo, estende-se por mais de 244.000 km. No entanto, a urbanização e o

desenvolvimento industrial colocaram seriamente em risco esses preciosos recursos

hídricos, o que hoje faz o Canadá trabalhar para remediar a situação.O Canadá tem

desenvolvido uma política nacional para orientar sobre o uso dos recursos de água

doce. Atualmente, existem estações de tratamento de água potável para quase 80%

dos canadenses. Os planos de ação estão estabelecendo parcerias para a limpeza

da bacia do Rio Fraser, dos Grandes Lagos, do Rio São Lourenço e dos portos do

Atlântico. O Canadá e os Estados Unidos estão coordenando seus esforços no

sentido de resolver os problemas de poluição, como por exemplo, através da

eliminação da emissão de poluentes que causam a chuva ácida, de modo a

melhorar a qualidade da água dos Grandes Lagos.

Em um contexto global, a característica predominante do Canadá é a sua

abundância de terras. De uma extensão territorial total de 9 970 610 Km2, 24% são

usados pela indústria florestal e 7% pela agricultura. Nesses setores baseados em

recursos naturais, o Canadá está introduzindo práticas sustentáveis. Em 1992,

ministros da administração florestal; grupos de aborígenes, de industriais,

trabalhadores e ambientalistas, endossaram uma estratégia florestal nacional, que

apoia a mudança da produção sustentável para o desenvolvimento sustentável na

administração florestal. Isso inclui o estabelecimento de 10 florestas-modelo e

programas de reflorestamento por todo o país. O Canadá apoiou fortemente a

Declaração sobre o Princípios Florestais adotados na Eco'92 e a vê como a base de

uma eventual convenção global de administração florestal.

Para encorajar a sustentabilidade na indústria agro alimentícia, a Iniciativa de

Agricultura Sustentável proporciona pesquisa, transferência de tecnologia,

assistência ao desenvolvimento e educação. O governo federal trata de assuntos de

40

interesse nacional, incluindo a proteção de recursos genéticos, limitação às

emissões de gás de estufas e desenvolvimento de estratégias alternativas de

controle de pragas. Assuntos de interesse regionalincluindo a conservação do solo e

água, preservação do habitat da fauna e controle da poluição e de sobras - são

tratados sob acordosbilaterais com as províncias e territórios.

O Canadá é um importante exportador de peixes - é o quinto do mundo em

exportações. Entretanto, no começo dos anos 90, o número de reservas de peixes

da costa atlântica do Canadá caiu drasticamente, inclusive às reservas de bacalhau

do norte, o peixe mais importante da costa atlântica do Canadá. Em resposta, o

Canadá declarou moratória à pesca do bacalhau em 1992, e para outros peixes em

1993.

As causas para estas quedas podem ser as condições ambientais

desfavoráveis, pesca excessiva e, possivelmente, a ação cada vez maior de

predadores, como as focas e a pesca excessiva feita por navios estrangeiros. A

parte norte do Canadá representa 40% da extensão do país, dois terços da sua

costa marítima e 30% dos seus recursos de água doce. É um ambiente altamente

frágil e, embora remoto, está cada vez mais sendo exposto à ameaça, tais como

poluentes aerotransportados que se originam a centenas ou milhares de quilômetros

de distância.

A fim de preservar a integridade da região norte, o governo federal lançou a

Estratégia Ambiental do Ártico, desenvolvida em parceria com os governos

territoriais, organizações nativas e os residentes do norte. A Estratégia concentra-se

em quatro áreas: contaminantes, sobras, água e integração econômico-ambiental. O

Canadá também tem trabalhado com seus vizinhos do Ártico de modo a proteger a

região, através da Estratégia de Proteção Ambiental do Ártico.

O aumento dos gases de estufa na atmosfera, o afinamento da camada de

ozônio e chuva ácida são assuntos de grande interesse internacional. O Canadá

busca assegurar um lugar para o meio ambiente na agenda das negociações de

comércio internacionais. Atenção especial foi dada aos fatores ambientais durante

as negociações sobre o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano entre o México,

Estados Unidos e Canadá e um acordo ambiental, o Acordo Norte-Americano sobre

Cooperação Ambiental foi desenvolvido por estes três países. Na verdade, a

Comissão Norte-Americana para Cooperação Ambiental, estabelecida sob o Acordo,

será firmada em Montreal.

41

Em prosseguimento à Eco Rio'92, a Comissão sobre Desenvolvimento

Sustentado foi estabelecida pelas Nações Unidas a fim de monitorar o progresso na

realização dos objetivos de desenvolvimento sustentável. Juntamente com outros

membros da Comissão, o Canadá fornecerá informação sobre as atividades

realizadas para programar Agenda 21 - um plano global de ação sobre o meio

ambiente e desenvolvimento, realizado no Rio. Esses relatos, que deverão ser

apresentados periodicamente ao longo dos próximos 4 anos, ajudarão a preparar os

membros da Comissão para a Revisão Geral do Agenda 21, em 1997.

Sobre assuntos ambientais, o Canadá está comprometido com a proteção da

saúde e diversidade das espécies, promovendo eficiência energética e tecnologia

que não agridam o meio ambiente de modo a controlar e conservar suas reservas

renováveis para o benefício das gerações futuras.

5.2.1 Controle Humano sobre natureza

Durante o período da chamada Revolução Industrial, não havia preocupação

com a questão ambiental. Os recursos naturais eram abundantes, e a poluição não

era tão intensa.

A partir da escassez dos recursos naturais, juntando com o crescimento

desenfreado da população e intensidade dos impactos ambientais, surgiu o conflito

da sustentabilidade, tanto nos sistemas econômicos quanto no natural, e fez e esta

fazendo do meio ambiente um tema estratégico e urgente. As pessoas começam a

entender a importância de repensar suas praticas ambientais. A humanidade esta

usando 20% a mais dos recursos naturais do que o planeta é capaz de repor, isso

esta trazendo grandes complicações, e comprometendo as gerações atuais e

futurais.

O grande desafio atual da humanidade é promover o desenvolvimento

sustentável de forma rápida e eficiente. Este é o problema, pois sabemos que o

tempo esta se esgotando, e não agimos para mudar este triste cenário, hoje grande

parte da humanidade se colocar como espectador dos fatos, esquecendo que somos

todos responsáveis pelo futuro que estamos construindo, devemos exercer a

cidadania rapidamente.

42

A conscientização ambiental, só será possível com o entendimento e a

percepção do real valor do meio ambiente natural em nossas vidas.

O meio ambiente natural é o fundamento invisível das diferenças sócio econômicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. O dia em que cada brasileiro entender como esta questão afeta sua vida de forma direta e irreversível, o meio ambiente não precisará mais de defensores. (DREW, 2010, p.28).

Com isso ele quis dizer que preservar o meio ambiente é preservar a própria

pele, fragilizar o meio ambiente, é fragilizar a economia, o emprego, a saúde, e tudo

mais. Esta falta de entendimento compromete a utilização correta da nossa maior

vantagem competitiva frente ao mundo: recursos hídricos, a maior floresta do mundo

e tantas outras vantagens que nós brasileiros temos e que atrais o olhar do mundo.

Mas se nada for feito de forma rápida e eficiente, as próximas gerações serão

prejudicadas, pelos impactos ambientais e pela falta de visão de nossa geração em

não explorar adequadamente a vantagem competitiva de nossos recursos naturais.

Umas das definições de sustentabilidade mais aceitas no mundo é a do

Relatório Brundtland de 1987: ―[...] desenvolvimento que satisfaz a necessidade do

presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem as

suas próprias necessidades.‖ Por mais que pessoas usem em seus trabalhos essa

definição, tem varias criticas a respeito dela.

A começar pela posição de que o homem é o centro de tudo e que a

satisfação das nossas necessidades é o objetivo mais importante desta discussão.

Muitas vezes esquecemos que nós somos parte da natureza. Por mais que

tenhamos características que nos diferenciam dos outros seres vivos que compõe o

meio ambiente, isso não nos dá o direito de usá-lo como bem entendemos.

Outro ponto que me chama bastante a atenção é a própria definição de

necessidade. Será que ela não inclui nossos desejos e ambições pessoais? Sendo

bem realista: quem precisa de 20 pares de sapato? Ou trocar de carro todos os

anos? Pior se for a diesel. Como e onde foi produzida a blusinha daquela loja, que

mobilizou milhares de pessoas na sua chegada ao Brasil, e que custa R$ 9?

Os padrões de produção e consumo da nossa sociedade hoje colocam uma

pressão enorme no meio ambiente. Se todos os seres humanos consumissem como

os norte-americanos, precisaríamos de quatro planetas em termos de recursos

43

naturais. O Brasil anda assustadoramente na mesma direção dos Estados Unidos,

tanto nos padrões de produção e consumo, como nos impactos negativos

decorrentes deles: alto índice de endividamento, consumismo visto como lazer,

hábitos alimentares excessivos, que acarretam em epidemias como obesidade

infantil, hipertensão, stress.Foramosimpactos socioambientais como devastação e

desmatamento, poluição, exploração de mão de obra barata, enfim, a lista é imensa.

Neste atual cenário, a reintegração das pessoas com o meio ambiente é

fundamental. Afinal, somos parte dele, e tudo o que fazemos está diretamente ligado

ao grande e complexo que se chama planeta terra.

5.2.2 O impacto do homem sobre a terra

A palavra impactoambiental é encontrada com frequência na TV, no dia-a-dia.

Na maioria das vezes ela é associada a algum dano a natureza, como poluição dos

rios, mortandade de vários animais da fauna silvestre.

A mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área, que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade não tivesse sido iniciada. (WATHERN, 1988, p.7).

Outra definição de impacto ambiental é dada pela norma NBR ISSO

14.001:2004, ―[...] qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que

resulte, no todo ou em parte, das atividades produtos ou serviços de uma

organização.É interessante conhecer o conceito de impacto ambiental adotado por

essa norma porque muitas empresas e outras organizações tem adotado sistemas

de gestão ambiental nela baseado.

A série ISO 14.000 é uma família de normas sobre gestão ambiental,

começaram a ser desenvolvidas em 1993, tendo por base uma norma britânica de

1992. A família ISO 14.000 compreende normas sobre sistemas de gestão,

desempenho ambiental, avaliação do ciclo de vida de produtos, rotulagem

ambiental, integração de aspectos ambientais.

44

A norma ISO 14.001 introduziu o termo aspecto ambiental. Tal termo era

desconhecido dos profissionais envolvidos na avaliação do impacto ambiental, no

entanto devido à norma passou a ser incluído no vocabulário dos profissionais.

Aspecto ambiental pode ser entendido como o mecanismo através do qual uma

ação humana causa um impacto ambiental. Exemplos desta cadeia de relações são

dados no Quadro abaixo.

Quadro 07: Exemplos de relações atividade-aspecto-impacto ambiental.

Lavagem de roupa Consumo de água redução da disponibilidade hídrica

Lavagem de louçalançamento de água com detergenteseutrofização

Cozimento de pão em forno de lenhaemissão de gases e partículas deterioração da

qualidade do ar

Pintura de uma peça metálica emissão de compostos orgânicos voláteis

deterioração da qualidade do ar

Armazenamento de combustível vazamento contaminação do solo e água

subterrânea

Transporte de cargas por caminhões emissão de ruídos incômodo aos vizinhos

Transporte de carga por caminhões aumento do trafego maior frequência de

congestionamentos

Fonte: Livro Avaliação do impacto Ambiental – Luiz Enrique

Diferencia-se assim de impacto ambiental, entendido como uma alteração na

qualidade do meio ambiente. SegundoMunn ―[...] ações humanas causam efeitos

ambientais, que por sua vez, produzem impactos ambientais.‖

Tudo que permitiu ao homem uma melhor qualidade de vida, umconforto melhor,

foi por ele mesmo destruído, e fez com que ele agisse de uma forma bastante

irresponsável, causou poluição das aguas, dos solos, do ar, esta esgotando os

recursos naturais, enfim agiu da pior forma possível.

Poluição das águas: Quando se fala em poluição das águas, devem ser

abrangidas não só as águas superficiais como também as subterrâneas.

Causas:Uma das principais fontes de poluição das águas são os resíduos

urbanos entre estes:- Resíduos industriais. Neste tipo de resíduos abunda as

descargas de efluentes das fábricas. - Resíduos rurais. O lançamento de

45

esgotos diretamente nas águas sem que tenham sido devidamente tratadas;

a deposição de lixos domésticos nas águas dos rios ou mares; o uso de

produtos químicos na agricultura que acabam por ser transportados pela

chuva para as águas dos rios e mares, contaminando-os e pondo em perigo

toda a fauna e flora. Ambos os tipos de resíduos podem ser despejados num

sentido voluntário ou involuntário.

Consequências:Estes poluentes representam grande ameaça à qualidade da

água, à saúde e ao meio ambiente, pois são capazes de provocar enormes

danos aos organismos vivos, e, consequentemente à cadeia alimentar e à

nossa saúde.

Poluição do solo: o solo é um recurso finito, limitado e não renovável, face

às suas taxas de degradação potencialmente rápidas, que têm vindo a

aumentar nas últimas décadas.

Causas: As principais fontes de poluição dos solos são:

- Agricultura. Na agricultura é usado os fertilizantes, os inseticidas para o

combate às pragas, como também é utilizado a queima da vegetação para

depois começar a plantação.

- Lixeiras. O lixo também tem o seu papel importante na degradação do solo.

Devido à sua grande quantidade e composição (como é o caso dos aterros

sanitários).

Consequências: O uso de fertilizantes e inseticidas prejudicam o solo, a

vegetação e os animais. Com a queima da vegetação, o terreno fica exposto

ao sol e ao vento ocasionando a perda de nutrientes e a erosão do solo. As

lixeiras contaminam o terreno chegando até a contaminar os lençóis de água

subterrâneos.

Poluição do ar: Pode-se considerar poluição atmosférica qualquer

contaminação do ar oriunda de desperdícios gasosos, líquidos, sólidos ou

outros produtos que podem pôr em risco a saúde humana, animal ou vegetal.

A atmosfera tem certa capacidade depuradora que garante a eliminação, em

condições naturais, dos materiais nela descarregados pelos seres vivos. O

desequilíbrio deste sistema natural, levado a cabo pelo Homem, conduz à

acumulação na atmosfera de substâncias nocivas à vida.

46

Causas: Os principais fatores que tem vindo a contribuir para o aumento da

poluição atmosférica destacam-se entre:

- Atividade industrial. Esta atividade lança para o ar gases e poeiras em

quantidades superiores à capacidade de absorção do meio ambiente, ficando

assim estas substâncias acumuladas na atmosfera.

- Circulação rodoviária. Os gases e as substâncias químicas libertadas pelos

veículos motorizados derivam do consume de combustíveis fosseis

utilizados, como é o caso do petróleo.

Consequências:OSmog. Define-se como uma combinação de fumo e de

nevoeiro em áreas urbano-industriais, ou seja, o aumento da temperatura

durante o dia, e em condições de grande arrefecimento noturno. Provoca

diretamente nas pessoas asma, bronquite, problemas respiratórios e

cardíacos. E leva a uma elevada concentração de fumos à superfície. -

Chuvas ácidas. As chuvas ácidas formam-se com a libertação de dióxido de

enxofre e de óxido de azoto (provenientes de fábricas e automóveis) para a

atmosfera, ou seja, ocorrendo precipitação, as chuvas ácidas originam a

acidificação dos solos, que vai prejudicar a agricultura e as espécies de

árvores e plantas que vão nascer. Outra consequência é a destruição da

vegetação e a contaminação da água, que é muito prejudicial para a

vegetação assim como para os animais. -O Efeito de Estufa. O efeito de

estufa tem duas consequências, o aquecimento global do planeta, o que

pode provocar a fusão do gelo das regiões polares e a subida dos oceanos e

alterações climáticas. - A destruição da camada de ozônio. A existência de

ozônio na estratosfera é vital para a Terra, pois absorve grande parte da

radiação ultravioleta. O ozônio é assim indispensável, protegendo-nos do

excesso de radiação ultravioleta, embora ao nível do solo seja prejudicial

para a saúde e para o ambiente. A destruição da camada de ozônio

provocada pelo cloro origina variações do clima (aquecimento global) e

poderá acabar com a vida na terra.

Esgotamento dos recursos naturais: Recursos naturais são elementos da

natureza com utilidade para o Homem, com o objetivo do desenvolvimento da

civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. Pode ser

47

renováveis, como a energia do Sol e do vento. Já a água, o solo e as árvores,

são já considerados limitados. E ainda não renováveis, como os recursos

energéticos fósseis, como o petróleo e o gásnatural.

Causas: O abuso e destruição dos recursos naturais do nosso planeta pela

mão do homem podem contribuir a curto prazo para o esgotamento dos

recursos não renováveis da Terra.

Consequências: Independentemente do grau de desenvolvimento das

sociedades, os modelos de crescimento com base na exploração dos

recursosnaturais provocam um ciclo de degradação e destruição de todo o

ecossistema Terra.

Soluções para um mundo melhor:Sendo tanto destes desastres claramente

provocados pela mão do Homem, será urgente criar e estabelecer limites.

Limites estes como, reduzir o uso e abuso dos recursos naturais

indispensáveis à sobrevivência da população mundial. Sendo o ar, solo, água,

vida e energia essencial para a vida humana e para a sobrevivência do

sistema econômico será obrigatório repensar nos sistemas atuais. Para

acabarmos com tantos desastres temos diversas soluções tais como: - em

relação à desflorestação, devemos devastar em igual proporção ao

crescimento; plantar árvores, cada árvore absorve até 10kg de CO2 por

ano; conservar as plantas e animais das florestas tropicais, através da

proteção dos habitats; investir na reflorestação de modo a criar novas fontes

de madeira e reabilitar as áreas florestais degradadas. -em relação à poluição

das águas, recuperação dos rios e mares atingidos pela poluição para quese

garanta à população o abastecimento de água não infectada. Entre essas

medidas, ressalta-se o tratamento dos esgotos urbanos. - em relação à

poluição dos solos, Elaboração de substitutos para os inseticidas;

saneamentos básicos; instalação de estações de tratamento e reciclagem de

lixo, em relação aos aterros sanitários estes deveria sercobertos para que não

fossem expostos a céu aberto nem que entrassem em contato com o solo. -

em relação à poluição atmosférica, deveria existir uma redução das emissões

de dióxido de carbono para a atmosfera; utilização de filtros nas chaminés

das fábricas; promoção de energias alternativas, não poluentes; utilização de

tecnologias ―limpas‖; promoção da reciclagem; reutilização de determinados

48

produtos, por exemplo a utilização de garrafas de vidro em substituição das

de plástico descartáveis. - em relação ao esgotamento dos recursos

naturais, poupar energia substituindo as lâmpadas incandescentes por

lâmpadas economizadoras, com estas lâmpadas obtêm-se a mesma luz

poupando 80% de energia; aproveitar toda a energia natural que se puder;

utilizar os transportes públicos; comprar carros híbridos, são mais amigo do

ambiente; utilizar painéis solares em casa, etc.

5.3 Histórico da Educação Ambiental

As décadas de 70 e 80 marcaram o início das lutas sociais organizadas a

nível mundial, entre elas o movimento Hippie, a luta dos negros americanos pela

cidadania, as lutas das mulheres pela igualdade de direitos com os homens, entre

outras. Esses acontecimentos tiveram início os movimentos de defesa da ecologia e

do meio ambiente, cujo marco foi a publicação do livro ―Primavera Silenciosa‖

(1962), da americana Raquel Carson.A partir dessa publicação, que repercutiu no

mundo inteiro, os militantes dos movimentos ambientalistas e a Organização das

Nações Unidas (ONU) realizaram vários eventos internacionais que abordaram a

questão da preservação e da educação ambiental.

O primeiro evento foi a Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente

(1972), conhecida como Conferência de Estocolmo. Com a participação de 113

países, esse evento denunciou a devastação da natureza que ocorria naquele

momento, disse que o crescimento humano precisaria ser repensado

imediatamente. Nesse encontro, foram elaborados dois documentos: a ―Declaração

Sobre Meio Ambiente Humano‖ e o ―Plano de Ação Mundial‖.

A principal recomendação dessa conferência foi a de que deveria ser dada

ênfase à educação ambiental como forma de se criticar e combater os problemas

ambientais existentes na época (Dias: 2000 p. 79). É importante lembrar que nesse

evento os países subdesenvolvidos não pouparam críticas aos países ricos, pois

para eles os países ricos querem limitar o desenvolvimento econômico dos países

pobres, [...] ―usando políticas ambientais de controle da poluição como meio de inibir

a competição no mercado internacional‖ (Dias: 2000 p.79).

49

Em função da Conferência de Estocolmo, o governo brasileiro, pressionado pelo

Banco Mundial, criou a Secretaria Especial do Meio Ambiente, com o objetivo de

implementar uma gestão do meio ambiente. Esse órgão possuía apenas três

funcionários, o que mostrava o descaso da ditadura militar com as questões

ambientais em nosso país. De acordo com Perini (1998), o plano de ação dessa

conferência sugeria a capacitação dos professores, assim como uma metodologia

de ação para a educação ambiental em nível mundial. Tendo em vista essa política,

foram realizadas mais três conferências internacionais sobre educação ambiental

entre as décadas de 70/80.

A primeira foi a Conferência de Belgrado, realizada em 1975, com a participação

de pesquisadores e cientistas de 65 países. Esse encontro resultou em um

documento denominado ―Carta de Belgrado‖, que preconizava uma nova ética para

promover a erradicação da pobreza, do analfabetismo, da fome, da poluição, da

exploração e de todas as formas de dominação humana. Outra ação importante

dessa conferência foi a elaboração dos princípios e diretrizes para o programa

internacional de educação ambiental, de caráter contínuo e multidisciplinar, que

levava em conta as diferenças regionais e os interesses nacionais.

Com base nessa estratégia, a UNESCO criou o Programa Internacional de

Educação Ambiental (PIEA), com relevante atuação internacional, cujo objetivo era o

de editar publicações relatando as experiências mundiais de preservação e

educação ambiental. Além disso, esse programa criou uma base de dados que, no

início da década de 80, contava com informações sobre 900 instituições que

atuavam com educação ambiental e 140 projetos voltados à preservação do meio

ambiente.

No que diz respeito ao Brasil, as ações da conferência de Belgrado,

principalmente aquelas voltadas à educação ambiental, passaram despercebidas

pelos órgãos educacionais tanto na esfera federal quanto na estadual, dada a

conjuntura política que o país vivia naquele momento.

A partir de 1975, alguns órgãos estaduais brasileiros voltados ao meio ambiente

iniciaram os primeiros programas de educação ambiental em parceria com as

Secretarias de Estado da Educação. Ao mesmo tempo, incentivados por instituições

internacionais.

Disseminava-se no país o ecologismo, deformação de abordagem que circunscrevia a importância da educação ambiental à flora e a fauna, à

50

apologia do ―verde pelo verde‖, sem que nossas mazelas socioeconômicas fossem consideradas nas análises. (Dias: 2000, p. 81).

Esse conceito não levava em conta a crítica à pobreza, ao analfabetismo, às

injustiças sociais etc.

Foi na década de 80 que segundo Guimarães (1995), que o termo, ―Educação

Ambiental popularizou-se definitivamente no mundo‖. No ano de 1985 reforça mais

ainda a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de

formação.Integrandos a todas as áreas do conhecimento de forma sistematizada e

progressiva, possibilitando assim a, formação da consciência ecológica do futuro

cidadão.

E no Brasil assim como em muitos países na época considerados pobres,

onde justamente a Educação Ambiental se faria mais necessária, dada a realidade

socioeconômica e modos de degradação da qualidade de vida da população, a

Educação Ambiental ainda não teria se desenvolvido o suficiente para ser capaz de

produzir grandes transformações na população. E só em 1988 que a Constituição da

República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio Ambiente e no Art.

225, Inciso VI, determina ao ―[...] Poder Público, promover a Educação Ambiental em

todos os níveis de ensino...‖, demonstrando assim passos no caminho do

desenvolvimento da Educação Ambiental, que será mais trabalhada posteriormente

neste trabalho, (no capítulo referente a Constituição de 1988 , lei 9.795 e decreto

4.281).

O ano de 1992 foi de extrema importância na composição histórica da

Educação Ambiental no Brasil e porque não no mundo, pois foi neste ano que

aconteceu a Segunda Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente

e Desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro, onde foi desenvolvido o Tratado de

Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global,

sendo assinada na Jornada Internacional de Educação Ambiental, no Fórum Global

paralelo á ECO-92.

Acreditando na Educação como formadora de valores e ações que

contribuam para a transformação humana e social em busca da preservação

ecológica, assim procurando gerar uma Educação Ambiental Transformadora que

gere com certa urgência mudanças na qualidade de vida e maior consciência de

conduta pessoal, assim com harmonia entre os seres humanos e destes com outras

51

formas de vida, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global (1992), tem como tópicos: o princípio da Educação para

Sociedade Sustentava e Responsabilidade Global, um Plano de Ação, um Sistema

de Coordenação, Monitoramento e Avaliação, além de apontar Grupos a serem

envolvidos nesta busca pela Educação Ambiental transformadora e os recursos a

serem utilizados.

Segundo Dias (1998), a Conferência de junho de 1992, teve como objetivos:

Examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da

Conferência de Estocolmo;

Identificar estratégias regionais e globais para ações apropriadas referentes

às principais questões ambientais;

Recomendar medidas a serem tomadas nacional e internacionalmente

referentes à proteção ambiental através de política de desenvolvimento

sustentado;

Promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental internacional;

Examinar estratégias de promoção de desenvolvimento sustentado e de

eliminação da pobreza nos países em desenvolvimento, entre outros.

Atualmente a ECO-92 é reconhecida como o encontro internacional mais

importante desde que o homem se organizou em sociedades, além do planeta

Terra passar a ser visto de maneira diferente depois desta, sendo revisto,

rediscutido e analisado, desenvolvendo assim a ideia de desenvolvimento

sustentável na sociedade como um todo (CASCINO, 2000).

Segundo Cascino (2000):

O número de ONGs (Organizações não Governamentais), depois da Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, cresceu e se consolidou muito, constituindo uma nova força efetiva de pressão a favor do meio ambiente e de um desenvolvimento sustentável, aliada á prestação de serviço, junto ao poder público e a iniciativa privada, de maneira a se distribuir de forma global, 22 explodindo o debate ambientalista assim para todos os lados, tendo sido mais presente na Europa e nos Estados Unidos da América. (CASCINO, 2000, p. 57).

52

Em 1992 no Brasil, ainda pode ser evidenciado ações do MEC, promovendo

em Jacarepaguá um workshop com o objetivo de socializar os resultados das

experiências nacionais e internacionais do cenário da Educação Ambiental,

discutindo metodologias e currículos. Do encontro resultou a Carta Brasileira para a

Educação Ambiental. Em 1993 a Portaria 773/93 do MEC, institui em caráter

permanente um Grupo de Trabalho para Educação Ambiental com objetivo de

coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações, metas e estratégias

para a implementação da Educação Ambiental nos sistemas de ensino em todos os

níveis e modalidades, procurando assim concretizar as recomendações aprovadas

na Segunda Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento.

Na Grécia mais precisamente em Thessaloniki, em 1997 foi realizada pelo

governo do país aliado a UNESCO, a Conferência Internacional sobre Meio

Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade,

contando com mais de 83 países (Declaração de Thessaloniki,1997). Onde segundo

Cascino (2000), [...] houve o reconhecimento que, passados cinco anos da

Conferência do Rio-92, abordou se o até então desenvolvimento da Educação

Ambiental ter sido ou não o insuficiente.

Em Thessaloniki se deu, portanto mais uma vez a composição de um

documento em um evento internacional chamando a atenção para a Educação

Ambiental, sendo fundada nos conceito da ética, sustentabilidade, identidade cultural

e diversidade, ainda necessitando de fundos de financiamento para realização de

ações de educação em defesa do meio ambiente e efetivação de práticas

interdisciplinares, compondo-se então a chamada Declaração de Thessaloniki. Esta

foi composta pela busca por reorientação de práticas educativas ambientais,

levando-se em consideração o novo modo de vida consumista da presente

sociedade, fator preocupante dado os possíveis reflexos que algumas ações do

―homem moderno‖ poderiam trazer para o planeta.

Segundo a Declaração de Thessaloniki (1997), seria necessária uma

educação apropriada a partir da conscientização pública, sendo para tanto,

reconhecidos valores de sustentabilidade, aliados a legislação, economia e

tecnologia. Sendo ao fim de dez anos de sua existência, ou seja, em 2007, ser

realizada uma conferência para abordar o progresso dos processos educacionais

recomendados (Declaração de Thessaloniki,1997).

53

Um grande passo então para Educação no Brasil foi à elaboração dos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) com o tema ―Convívio Social, Ética e

Meio Ambiente‖, onde a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal

nos currículos do Ensino Fundamental, aparecendo como Meio Ambiente. Abrigando

noções básicas de Meio ambiente, Sustentabilidade e Diversidade em sua

composição.

Há ainda neste período Declaração de Ahmedabad 2007, indica alguns

problemas ambientais como a crise climática, a perda da biodiversidade, os

problemas nos sistemas de saúde e a pobreza, como indicadores de modelos de

estilos de vida insustentáveis, e que teriam como solução, a existência de modelos

de vida para um futuro sustentável necessitando da urgente ação da população

global para revertemos essa realidade, a partir da utilização da criatividade e

imaginação na busca por novos valores, que terão como reflexo, novas ações que

mudaram uma vida insustentável para uma vida sustentável, estabelecendo assim

uma grande ligação entre a Educação e a vida que levamos, indicando como

possível instrumento a ser trabalhado a Carta da Terra: valores e princípios para um

futuro sustentável.

Sobre a Carta da Terra segundo Gadotti:

Baseada em princípios e valores fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um código ético planetário. Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta da Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos no que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça (Gadotti, 2001, p.100).

Encontros internacionais como os que foram foco nessa retomada dos dados

históricos permitiu um grande debate e trocas de experiências entre especialistas de

todo o mundo, e de acordo com características da UNESCO esses trabalhos são

realizados em esferas oficiais com propostas e perspectivas sobre Educação

Ambiental dos governos dos respectivos países.

Historia das COP

A Conferencia das Partes (COP) é um foro internacional de negociação das

regras e politicas referentes à implantação da Convenção-Quadro das Nações

54

Unidas sobre Mudanças do Clima (CQMC), em vigor desde 1994. Nesses eventos

anuais se revisa as normativas da convenção e se decide sobre aplicação e

funcionamento das diretrizes do tratado, a execução dos mecanismos previstos e o

cumprimento das metas estabelecidade. Enfim é quando se discute a melhor forma

de lidar com as alterações climaticas. A meta concreta para servir de base ao

estabelecimento das ações internacionais foi estabelcidade na terceira conferencia,

a COP-3 atraves do Protocolo de Kyoto. Trata-se de um documento no qual os

paises comprometem-se a reduzir as emissões glogais de gases estufa até 2012 em

pelo menos 5% dos indices medidos em 1990.

Os principais atingidos foram os paises que, juntos eram responsaveis por

55% das emissões de gases em 1990. O grupo foi chamado de ―Partes do Anexo 1‖,

por estarem relacionados nesse aneo do Protocolo, que para entrar em vigor,

deveria ser assinado por pelo menos 55% dessas nações.

Como varios paises, entre eles o Brasil emitem carbono abaixo do nivel

maximo establecido, o documento preve a possibilidade de compensação. Haveria

assim uma troca de cotas entre os dois grupos sem alterar a emissão global. Outra

possibilidade é chamado ―mecanismo de desenvolvimento limpo‖, no qual os paises

cuja situação é mais critica poderiam patrocinar projetos limpos de nações do outro

grupo, podendo aumentar suas emissões sem alterar o nivel global de gases de

efeito estufa.

A primeira Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima (COP-1) ocorreu no período de 28 de março a 7 de abril de

1995, em Berlim, Alemanha. Nela, deu-se início o processo de negociação de metas

e prazos específicos para a redução de missões de gases de efeito estufa pelos

países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento não foram incluídos nesta

reunião, levando-se em conta o princípio da Convenção que fala em

"responsabilidades comuns, porém diferenciadas". Eram os primeiros passos para a

criação do Protocolo de Kyoto. A COP-1 também aprovou o desenvolvimento das

Atividades Implementadas Conjuntamente (AIC), que seriam estabelecidas entre um

país do Anexo I e outro de fora desse grupo, visando à implantação de projetos de

suporte e transferência de tecnologia para facilitar o cumprimento de metas de

mitigação.

De 9 a 19 de julho de 1996 foi realizada em Genebra, Suíça, a segunda

Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança

55

do Clima. Foi na COP-2, por meio da Declaração de Genebra, que as partes

decidiram pela criação de obrigações legais de metas de redução. No que se refere

à ajuda financeira, foi decidido que os países em desenvolvimento poderiam solicitar

ajuda à Conferência das Partes, por meio do Fundo Global para o Meio Ambiente, a

fim de desenvolverem programas que reduzissem as emissões de gases de efeito

estufa.

A terceira Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima (COP-3) ocorreu no período de 1º a 10 de dezembro de

1997 em Kyoto,Japão. No encontro foi adotado o Protocolo de Kyoto, que

estabelece metas de redução para gases de efeito estufa para os países

desenvolvidos, chamados "Países do Anexo I". De modo geral, as metas são de

5,2% das emissões de 1990. Porém, Japão (-6%), Estados Unidos (-7%), e União

Europeia (-8%) assumiram compromissos maiores. Os americanos acabaram não

ratificando o acordo. A entrada em vigor do acordo estava vinculada à ratificação

por, no mínimo, 55 países que somassem 55% das emissões globais de gases de

efeito estufa, o que ocorreu apenas em 16 de fevereiro de 2005, vencida a relutância

da Rússia. Os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2001.

De 2 a 13 de novembro de 1998, foi realizada em Buenos Aires, Argentina, a

quarta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima (COP-4). A reunião centrou esforços na implementação e

ratificação do Protocolo de Kyoto, adotado na COP-3. O plano de ação de Buenos

Aires trouxe um programa de metas para a abordagem de alguns itens do Protocolo

em separado: análise de impactos da mudança do clima e alternativas de

compensação, atividades implementadas conjuntamente, mecanismos financiadores

e transferência de tecnologia.

A quinta COP foi realizada em Bonn, Alemanha, no período de 25 de outubro

a 5 de novembro de 1999. O encontro teve como destaque a execução do Plano de

Ações de Buenos Aires e as discussões sobre LULUCF (sigla em inglês para Land

Use, Land-Use ChangeandForestry; atividades que promovem a remoção de gás

carbônico da atmosfera, ou seja, florestamento e reflorestamento). A COP-5 tratou

ainda da execução de atividades implementadas conjuntamente em caráter

experimental e do auxílio para capacitação de países em desenvolvimento.

A sexta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima - Parte I (COP-6) foi realizada no período de 13 a 24 de

56

novembro de 2000, em Haia, Países Baixos. O encontro foi uma amostra da

dificuldade de consenso em torno das questões de mitigação. A falta de acordo nas

discussões sobre sumidouros, LULUCF (em inglês, Land Use, Land-Use

ChangeandForestry; atividades que promovem a remoção de gás carbônico da

atmosfera, ou seja, florestamento e reflorestamento), Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo, mercado de carbono e financiamento de países em

desenvolvimento levaram à suspensão das negociações, especialmente pela falta

de acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos em assuntos relacionados a

sumidouros e às atividades de mudança do uso da terra.

No período de 16 a 27 de julho de 2001, foi realizada em Bonn, Alemanha, a

segunda parte da sexta Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações

Unidas sobre Mudança do Clima (COP-6), na qual, após a saída dos Estados

Unidos do Protocolo de Kyoto, foi aprovado o uso de sumidouros para cumprimento

de metas de emissão, discutidos limites de emissão para países em

desenvolvimento e a assistência financeira dos países desenvolvidos.

A COP-7 foi realizada no período de 29 de outubro a 9 de novembro de 2001,

em Marraqueche, Marrocos. A reunião teve como destaque dos Acordos de

Marraqueche a definição dos mecanismos de flexibilização, a decisão de limitar o

uso de créditos de carbono gerados de projetos florestais do Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo e o estabelecimento de fundos de ajuda a países em

desenvolvimento voltados a iniciativas de adaptação às mudanças climáticas.

No período de 23 de outubro a 1º de novembro de 2002, foi realizada em

Nova Déli, Índia, a oitava Conferência das Partes na Convenção-Quadro das

Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-8). No mesmo ano da Cúpula

Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), tem-se início a discussão

sobre uso de fontes renováveis na matriz energética das Partes. O encontro também

marcou a adesão da iniciativa privada e de organizações não governamentais ao

Protocolo de Kyoto e apresenta projetos para a criação de mercados de créditos de

carbono.

A nona Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima (COP-9) ocorreu de 1º a 12 de dezembro de 2003, em

Milão, Itália. O encontro discutiu a regulamentação de sumidouros de carbono no

âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, estabelecendo regras para a

57

condução de projetos de reflorestamento, que se tornam condição para a obtenção

de créditos de carbono.

Em Buenos Aires, Argentina, ocorreu de 6 a 17 de dezembro de 2004, a 10ª

Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança

do Clima (COP-10), na qual houve a aprovação de regras para a implementação do

Protocolo de Kyoto, que entrou em vigor no início do ano seguinte, após a ratificação

pela Rússia. Outros destaques da COP-10 foram a definição dos Projetos Florestais

de Pequena Escala (PFPE) e a divulgação de inventários de emissão de gases do

efeito estufa por alguns países em desenvolvimento, entre eles o Brasil.

A 11ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudança do Clima (COP-11) foi realizada em Montreal, Canadá, de 28 de

novembro a 9 de dezembro de 2005, juntamente com a Primeira Conferência das

Partes do Protocolo de Kyoto. Na pauta do encontro entrou a discussão do segundo

período do Protocolo, após 2012, para o qual instituições europeias defendem

reduções de emissão na ordem de 20% a 30% até 2030, e entre 60% e 80% até

2050. Esta foi a primeira conferência realizada após a entrada em vigor do Protocolo

de Kyoto. Pela primeira vez, a questão das emissões oriundas do desmatamento

tropical e a das mudanças no uso da terra são aceitas oficialmente nas discussões

no âmbito da Convenção.

A COP-12 ocorreu no período de 6 a 17 de novembro de 2006, em Nairóbi,

Quênia, tendo como principal compromisso a revisão dos prós e contras do

Protocolo de Kyoto, com um esforço das 189 nações participantes de realizarem

internamente processos de revisão. As nações assumem o compromisso de revisar

o Protocolo de Kyoto e regras são estipuladas para o financiamento de projetos de

adaptação em países pobres. O governo brasileiro propõe oficialmente a criação de

um mecanismo que promova efetivamente a redução de emissões de gases de

efeito estufa originado a partir de desmatamentos em países em desenvolvimento.

Em Bali, Indonésia, foi realizada a COP-13, de 3 a 15 de dezembro de 2007.

A reunião estabeleceu compromissos, transparentes e verificáveis para a redução

de emissões causadas por desmatamento das florestas tropicais para o acordo que

substituirá o Protocolo de Kyoto. Pela primeira vez a questão de florestas é incluída

no texto da decisão final da Conferência para ser considerado no próximo tratado

climático, tendo os países um prazo até 2009 para definir as metas de redução de

emissões oriundas do desmatamento em países em desenvolvimento pós-2012.

58

Esse é um dos pontos que integram o processo oficial de negociação para o próximo

acordo, cujas bases foram estabelecidas pelo texto final da COP-13, o que lhe valeu

o apelido de "Mapa do Caminho". Também foi aprovada a implementação efetiva do

Fundo de Adaptação, para que países mais vulneráveis à mudança do clima possam

enfrentar seus impactos. Diretrizes para financiamento e fornecimento de

tecnologias limpas para países em desenvolvimento entraram no texto final, mas

não foram apontadas quais serão as fontes e o volume de recursos suficiente para

essas e outras diretrizes destacadas pelo acordo, como o apoio para o combate ao

desmatamento nos países em desenvolvimento e outras ações de mitigação.

O consentimento dos países em desenvolvimento na questão do

desmatamento abre espaço para que os Estados Unidos deixem de bloquear o

Protocolo de Kyoto. Um dos argumentos para não ratificar o acordo era a falta de

engajamento das Partes não-Anexo I nos compromissos de mitigação. Mas a

bastante criticada posição norte-americana de colocar empecilhos à Conferência de

Bali colaborou para o principal revés do encontro: o adiamento para 2050 de metas

compulsórias claras para redução de emissões, deixando de lado a proposta de

metas entre 25% e 40% para 2020.

No período de 1º a 12 de dezembro de 2008, ocorreu em Poznan, Polônia, a

14ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima (COP-14), na qual representantes dos governos mundiais

reuniram-se para discussão de um possível acordo climático global, uma vez que na

COP-13 chegaram ao consenso de que era necessário um novo acordo. O encontro

de Pozman figurou apenas como um antecessor da esperada COP-15, e deu

continuidade ao processo de negociações estabelecido pelo "Mapa do Caminho",

em 2007. Teve seu valor positivo não só na injeção de esperança de Al Gore, ex-

vice-presidente dos Estados Unidos, mas também no que diz respeito à mudança

oficial de postura dos países em desenvolvimento. A maioria desses países, no

entanto, aguarda uma posição do presidente norte-americano Barack Obama na

próxima conferência.

Na COP-15, realizada entre 7 a 19 de dezembro de 2009, em Copenhague,

Dinamarca, tentou-se buscar consenso em torno do chamado Acordo de

Copenhague (AC). Tal feito, contudo, não foi aprovado pela totalidade dos 192

países membros da Convenção. Apesar de ser politicamente frágil, o AC

representou um grande avanço no sentido de reconhecer a promoção de reduções

59

de emissões resultantes de desmatamento e degradação florestal (REDD) como

medida crucial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. O encontro era

considerado o mais importante da história recente dos acordos multilaterais

ambientais, pois tinha por objetivo estabelecer o tratado que substituirá o Protocolo

de Kyoto, vigente de 2008 a 2012. Uma atmosfera de expectativa envolvia a COP-

15, não só por sua importância, mas pelo contexto da discussão mundial sobre as

mudanças climáticas.

Questões como o impasse entre países desenvolvidos e em desenvolvimento

param se estabelecer metas de redução de emissões e as bases para um esforço

global de mitigação e adaptação, assim como o fim dos oito anos do governo Bush,

que se recusou a participar das discussões e do esforço de combate à mudança do

clima, prometiam mudanças, que não chegaram a ser concretizadas.

A 16ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP-16)

ocorreu de 29 de novembro a 11 de dezembro de 2010, sem muitas expectativas.

Contudo, uma série de acordos foi fechada. Entre eles, a criação do Fundo Verde do

Clima, para administrar o dinheiro que os países desenvolvidos se comprometeram

a contribuir para deter as mudanças climáticas - foram previstos US$ 30 bilhões para

o período 2010-2012 e mais US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020.

Outro acordo foi a manutenção da meta fixada na COP-15 de limitar a um

máximo de 2°C a elevação da temperatura média em relação aos níveis pré-

industriais. No entanto, os participantes deixaram para decidir no encontro seguinte,

em Durban (África do Sul), no final de 2011, o futuro do Protocolo de Kyoto,

documento que expira em 2012 e obriga 37 países ricos a reduzirem as emissões de

dióxido de carbono (CO2) e outros gases.

Apenas a Bolívia, entre os 194 países presentes na COP-16, foi contra a

aprovação dos acordos por considerá-los insuficientes. Foi na COP-16 que o Brasil

lançou sua Comunicação Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa e

anunciou a regulamentação da Política Nacional sobre Mudança do Clima através

do Decreto nº 7.390, assinado pelo presidente no dia 9 de dezembro. Isto torna o

Brasil a primeira nação a assumir formalmente e se auto - impor limites de reduções

de emissões (no máximo 2,1 bilhões de CO2 até 2020).

Realizada de 28 de novembro a 11 de dezembro de 2011, a 17ª Conferência

das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP-17) reuniu representantes de

mais de 190 países em Durban, na África do Sul, que se comprometeram com ações

60

para conter o aumento da temperatura no mundo. Ao reconhecerem a necessidade

de variações para minimizar problemas decorrentes das mudanças climáticas, as

economias concordaram em definir metas até 2015, que deverão ser colocadas em

prática a partir de 2020. Desta forma, surgiu a Plataforma de Durban.

O projeto, que deve substituir o Protocolo de Kyoto em oito anos, foi adotado

ao término de negociações que estiveram à beira do fracasso, e prevê um mapa do

caminho para um acordo em 2015 que engloba grandes países emissores de gases

de efeito estufa, como os Estados Unidos e a China. Uma das principais

expectativas da COP 17 era de prorrogar o Protocolo de Kyoto, que implantou metas

de redução na emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e se encerra em

2012.

O acordo global, porém, segue ainda na teoria, sobameaça de resistência ou

dificuldade de países em modificar padrões como o da queima de combustíveis

fósseis (responsável por mais de 60% das emissões dos países mais

desenvolvidos). Além disso, muitas economias europeias ainda travam a definição

de questões complexas, como a transferência de tecnologia e financiamento para

que países mais pobres e em desenvolvimento consigam acompanhar as mudanças

globais. A ONG Greenpeace criticou a conferência, descrevendo-a como um

"fracasso", e acusa os líderes que participaram de terem fracassado no reforço de

medidas anteriores de proteção do clima.

A 18ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-18) foi realizada de

26 de novembro a 7 de dezembro de 2012, em Doha, no Catar, com participação de

representantes de 190 países. Após estourar o prazo limite, e adentrar pela

madrugada, as negociações sobre as alterações climáticas terminaram com um

acordo fechado as pressas entre os países participantes para combater o

aquecimento global até 2020.

Na tentativa de evitar um fracasso do encontro, o Catar apresentou um texto

de compromisso para "intensificar os esforços", nas palavras do vice-primeiro-

ministro do Catar, Abdullah al-Attiya, que preside a conferência. Entre os pontos

acordados está a extensão do Protocolo de Kyoto, que o mantém ativo como o único

plano que gera obrigações legais com o objetivo de enfrentar o aquecimento global,

embora valha apenas para nações desenvolvidas cuja fatia nas emissões mundiais

de gases do efeito estufa seja menor do que 15%.

No final da cúpula, muitas questões importantes ficaram longe de serem resolvidas,

61

como os detalhes da segunda fase do Protocolo de Kyoto e a assistência financeira

aos países em desenvolvimento para lidar com o aquecimento global, centro de um

impasse entre os países dos hemisférios Norte e Sul. A falta de envolvimento dos

anfitriões para tentar destravar a negociação foi criticada por delegados,

principalmente os da União Europeia.

A grande tarefa da 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da

Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-19), que começou

dia 11 de novembro e segue até 22 de novembro, em Varsóvia (Polônia), é preparar

o terreno para que a próxima grande conferência do clima, prevista para Paris, em

2015, não repita o fiasco da COP-15 em gerar um documento legal de redução de

emissões mais eficiente do que o Protocolo de Kyoto. Embora um novo acordo

climático só deva ser assinado em dois anos e implantado em 2020, a COP-19 é

fundamental para discutir as bases que tecerão o compromisso global. O encontro

será realizado pouco depois da divulgação do quinto relatório sobre mudanças

climáticas do IPCC, em setembro.

O Brasil deverá pôr em pauta na COP-19 a necessidade de se estabelecer

um novo ordenamento financeiro internacional baseado em uma economia de baixo

carbono. Uma das ideias é a criação de uma espécie de "moeda-carbono", que

remuneraria os países que reduzirem as emissões de gases de efeito estufa,

equivalendo diferentes ações de compensação.De acordo com o presidente da

Subcomissão Especial para a COP-19 da Câmara dos Deputados, deputado Alfredo

Sirkis (PSB-RJ), a ideia é que a unidade de valor fosse conversível em produtos,

tecnologias e serviços que promovessem o desenvolvimento limpo dos países,

facilitando a criação de uma economia de baixo carbono em nível internacional.

A 20ª Conferência das Nações Unidas ocorreu em Lima no Peru. O principal

impasse na COP 20 referia-se ao princípio de diferenciação das responsabilidades dos

países em conter a emissão de gases-estufa. Em uma das plenárias realizadas, ficou

evidente o confronto entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.

China, Brasil, Índia e África do Sul, os emergentes, não concordavam com a

abordagem apresentada em um rascunho anterior ao aprovado. Já Estados Unidos,

União Europeia e Rússia, a parte rica, concordavam. Esse princípio foi mais bem

referenciado, deixando claro que no novo acordo será levada em conta a culpa histórica

de emissões.Outro alvo de reclamação do grupo de países em desenvolvimento, o

mecanismo de perdas e danos voltou a ser mencionado, após os países ricos cederem.

62

Criado na conferência de Varsóvia, em 2013, ele prevê ajuda a países vulneráveis já

atingidos por desastres naturais. No entanto, o rascunho não detalha como esse

instrumento vai funcionar.

A 21ª Conferencia das Nações Unidas vai ocorre em Paris em Dezembro de

2015. Terá como principal objetivo costurar um novo acordo entre os países para

diminuir a emissão de gases do efeito estufa, diminuindo o aquecimento global e em

consequência limitar o aumento da temperatura global e 2°C até 2100.

Lideranças de várias partes se reúnem em prol de conseguirem uma ação

rápida e eficiente em relação ao meio ambiente. Entre eles china, Estados Unidos, e

até o vaticano. Em reportagem Papa Francisco falar sobre o consumismo

desenfreado, a degradação ambiental, e o aquecimento global.

Ele exige dos líderes globais uma ação rápida para salvar o planeta da

destruição e defende uma mudança no que chamou de "cultura do consumo

descartável" dos países desenvolvidos. Francisco defende "ações decisivas, aqui e

agora," para interromper adegradação ambiental e o aquecimento global e apoia os

cientistas que afirmam que o planeta está se aquecendo principalmente por causa

da ação humana.

Ele afirma que se baseia "nos resultados da melhor investigação científica

disponível" e chama o aquecimento global de "um dos principais desafios que a

humanidade enfrenta em nossos dias", destacando que os países pobres são os

mais afetados.Francisco defende que os países ricos devem sacrificar parte do seu

crescimento e assim liberar recursos necessários aos países mais pobres.

A humanidade é chamada a reconhecer a necessidade de mudanças de estilo de vida, produção e consumo, a fim de combater este aquecimento ou, pelo menos, as causas humanas que o produzem ou agravam. Chegou a hora de aceitar crescer menos em algumas partes do mundo, disponibilizando recursos para outras partes poderem crescer de forma saudável. Papa Francisco

Ele apela às potências mundiais para salvarem o planeta, considerando que o

consumismo ameaça destruir a Terra transformando num "depósito de porcarias" e

denunciando o egoísmo econômico e social das nações mais ricas. "Hoje, tudo o

que é frágil, como o ambiente, está indefeso em relação aos interesses do mercado

divinizado, transformado em regra absoluta."

63

Francisco critica um sistema econômico que aposta na mecanização para

reduzir custos de produção e faz com que "o ser humano se vire contra si próprio",

defendendo que o valor do trabalho tem que ser respeitado numa "ecologia integral".

Ele rejeita o argumento de que a tecnologia vai resolver todos os problemas

ambientais e que a fome e a pobreza serão eliminadas simplesmente pelo

crescimento do mercado. [...] Uma vez mais, temos de rejeitar uma concepção

mágica de mercado, que sugere que problemas possam ser resolvidos

simplesmente por meio de um aumento nos lucros de empresas ou indivíduos. Papa

Francisco

O papa estabelece uma relação íntima entre os pobres e a fragilidade do

planeta,[...]. Convicção de que tudo está estreitamente interligado no mundo. A

crítica do paradigma que deriva da tecnologia,a busca de outras maneiras de

entender a economia e o progresso, o valor próprio de cada criatura, o sentido

humano da ecologia, a grave responsabilidade da política, a cultura do descartável e

a proposta de um novo estilo de vida são os eixos desta encíclica, inspirada na

sensibilidade ecológica de Francisco de Assis‖, lê-se no 16.º parágrafo do

documento papal.

O papa também aborda diretamente alguns dos principais tópicos ambientais.

Ele defende que o consumo de combustíveis fósseis seja banido o mais depressa

possível em favor das energias renováveis. Essa mudança, porém, não será

possível sem que os países mais ricos aceitem ajudar os mais pobres, escreve.

Francisco alerta para o perigo de dar o controle da água às multinacionais,

manifestando-se contra a privatização do que chama de direito humano básico, [...].

―Enquanto se deteriora constantemente a qualidade da água disponível, em alguns

lugares avança a tendência para privatizar este recurso escasso, convertido numa

mercadoria que se regula pelas leis do mercado‖, critica.

O líder da Igreja Católica refere-se ainda aos "pulmões do planeta", repletos

de biodiversidade, como a Amazônia, a bacia hidrográfica do Congo e outros

grandes rios ou os glaciares, todos eles lugares importantes para "todo o planeta e

para o futuro da humanidade".

Francisco propõe ainda que se comece uma "discussão científica e social

responsável e ampla" sobre o desenvolvimento e a utilização dos organismos

geneticamente modificados para alimentação ou medicina.

64

Embora não haja provas definitivas sobre eventuais malefícios dos cereais transgênicos para os seres humanos e estes tenham provocado um crescimento econômico que ajudou a resolver problemas, há dificuldades importantes sobre o uso destes organismos que não podem ser esquecidas, alerta. Papa Francisco.

Segundo ele, o uso de transgênicos levou a que haja "concentração de terras

produtivas nas mãos de poucos e o progressivo desaparecimento de pequenos

produtores, que, tendo perdido as suas terras, tiveram que se retirar" da agricultura.

O papa também critica o uso excessivo das redes sociais., [...] a verdadeira

sabedoria, produto da reflexão, do diálogo e do encontro generoso entre as pessoas,

não se consegue com uma mera acumulação de dados que acabam em saturação e

embaçamento, numa espécie de poluição mental".

O pronunciamento papal mais controverso em meio século já despertou a ira

de setores conservadores, incluindo vários candidatos presidenciais republicanos

dos Estados Unidos, que criticaram Francisco por se aprofundar em questões

científicas e políticas. O apelo papal, porém, ganhou amplos elogios de cientistas,

das Nações Unidas e de ativistas ambientais.

5.3.1 Educação Ambiental

Em nossas vidas mais cedo ou mais tarde, há reflexão do que realmente é

importante para nós, o que definitivamente faz sentido e que permite que tenha

equilíbrio, em busca da tão procurada felicidade. E algo que mais para alguns do

que para outros é um fator importante em sua reflexão é o meio ambiente em que

vive ou a natureza. Segundo Guimarães (1995) ―[..] a natureza pode ser definida

pelo conjunto de elementos vivos e não-vivos que constituem o planeta Terra, onde

todos estes se relacionam influenciando e sofrendo influência entre si em um

equilíbrio dinâmico‖.

Podemos, portanto nominar a natureza como uma força, que ao longo dos

bilhões de anos desde o início da Terra, promove transformações que buscam tornar

o planeta cada vez mais dinâmico em sua composição de relevo, clima, solo,

hidrografia, oceanos e continentes, tendo muitas espécies, surgido, evoluído e

desaparecido ao longo da história, sendo estes eventos absolutamente normais

quando ocorridos naturalmente (Mauro Guimarães, 1995).

65

E o homem primitivo surge compondo uma dessas espécies que integram a

natureza, procurando estar em equilíbrio dinâmico com ela. Mas com o passar do

tempo o homem, como tudo que é da natureza, vai evoluindo, e criando.

Mauro Guimarães (1995) afirma ser uma consciência individual e passa

assim, ao longo do tempo se afastando cada vez mais do equilíbrio dinâmico com a

natureza, passando a apresentar uma relação totalmente desarmônica e acabando

por causar grandes desequilíbrios ambientais no planeta todo, esquecendo que ele

não é um ser independente e que cedo ou tarde as outras partes afetadas por este

farão toda a diferença. E quando pensamos na possível extinção da raça humana,

além de muitas outras, alguns enxergam isto como um futuro distante, sem levar em

consideração o reflexo da atividade consumista do homem moderno, que pode ter

como um de seus reflexos, o grande caos em que a natureza se encontra

atualmente.

Um conhecido vídeo divulgado na Internet e denominado ―A história das

coisas‖ afirma que temos que entender que nós estamos diante de uma situação em

que temos que considerar que moramos em um planeta finito, e, portanto diante de

uma sociedade altamente consumista, e os recursos naturais um dia iram acabar se

nada for feito. O ser humano não vive isolado do resto do mundo. Pois vivemos em

sociedade com outros seres vivos, e também temos que considerar a diversidade

entre a espécie humana, de cultura, economia e ambientes.

Guimarães (1995):

Fala que não bastam atitudes corretas isoladas como, por exemplo, separar o lixo seletivamente para ser reciclado em sua casa se não forem alterados também os valores consumistas, que fazem com que te levem a comprar ‟mais lixo‟, causando um volume cada vez mais crescente de lixo nas sociedades modernas. (GUIMARÃES, 1995, p.48).

Apenas a reciclagem do lixo que produzimos diariamente em nossas casas

não é o suficiente, pois grande parte do lixo simplesmente não é reciclável, pois não

foi feito para isto.

No vídeo ―A história das coisas‖ ainda há a afirmação de que hoje

consumimos o dobro do que há 50 anos e sendo assim, continuar neste ritmo de

consumismo em um planeta como o nosso não parece ser o melhor para todos que

o habitam. Vivemos em um sistema em crise, que necessita de intervenções. O

66

vídeo ainda afirma que atualmente as pessoas precisariam formar um sistema que

não desperdiçasse recursos, livrando-se de ideias como a de se usar e jogar fora. É

com preocupações nesta direção que Guimarães (1995) ―[...] sugere que

deveríamos nos preocupar também com um desenvolvimento realmente sustentável

ambientalmente‖.

O que fazer, então para privar o planeta Terra e tudo que o compõe de seu

fim? Esta é uma excelente pergunta onde a chave de sua resposta pode estar na

Educação. Esta Educação deve ser feita em busca de atingir objetivos de mudanças

de valores e atitudes na sociedade atual. Assim podendo-se construir uma nova

ética ambiental global, de que muitos documentos apoiam como a Carta de Belgrado

e a Declaração de Estocolmo, além de autores como Mauro Grün (1996)―[...] que diz

não ser fácil de estabelecer esta nova ética global, pois não existe uma única saída,

e sim muitos caminhos capazes de apontar perspectivas para podermos pensar em

uma ética ambiental global.

Guimarães (1995) aponta:

a Educação Ambiental como um processo educativo voltado para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de uma melhor qualidade de vida. Para o autor, a Educação Ambiental para as novas gerações em idade de formação de valores e atitudes, além da população em geral, passa também a ser emergencial dada à situação ambiental em que nos encontramos.

Guimarães (1995) aborda que a Educação Ambiental vem sendo definida

como interdisciplinar, sendo orientada para a resolução de problemas locais

principalmente caracterizados por serem: participativos, comunitários, criativos além

de valorizar a ação. E ainda considerada uma Educação crítica da realidade

vivenciada e formadora da cidadania, além de ser transformadora de valores e

atitudes, através da construção de novos hábitos e conhecimentos, criadora de uma

nova ética, sensibilizadora e conscientizadora para as relações integradas entre o

ser humano, a sociedade e a natureza objetivando o equilíbrio local e global, como

forma de obtenção de melhoria da qualidade de todos os níveis de vida.

Já para Reigota (2007), a Educação Ambiental pode ser fundamentada a

partir de contribuições da filosofia da ciência, da filosofia política e da filosofia da

educação, no contexto de grandes contradições como no Brasil e na América Latina.

Devendo a Educação Ambiental procurar estabelecer uma que ele diz ser uma ―nova

67

aliança‖ entre a humanidade e a natureza, além de criar uma ―nova razão‖ que não

seja a de autodestruição, estimulando a ética nas relações econômicas, políticas e

sociais. Procurando essa ética ao longo de gerações e culturas atingir a esfera local,

continental e por fim a global, com liberdade e justiça de uma sociedade em todos os

níveis.

Dias (1998) considera que a Educação Ambiental recebeu varias definições

ao longo do tempo, como a realizada por Stappet al. (1969 apud DIAS, 1998),

definindo-a como um processo que deve objetivar a formação de cidadãos com

conhecimentos do ambiente biofísico e seus problemas associados, possibilitem um

alerta e levá-los a resolver seus problemas. O CONAMA (Conselho Nacional de

Meio Ambiente apud DIAS,1998) definiu a Educação Ambiental como um processo

de formação e informação, sendo orientada para o desenvolvimento de uma

consciência crítica das questões ambientais e de atividades que levem a

preservação e equilíbrio ambiental por parte das comunidades ―[...] sendo assim a

evolução dos inúmeros conceitos que se tem de Educação Ambiental traz

principalmente a definição de meio ambiente e o modo de como este era percebido

a partir de uma abordagem integradora e universal (DIAS, 1998). Levando-nos a

considerar a nossa situação ambiental atual, e refletir sobre seu possível futuro para

o planeta em que vivemos.

Cascino (2000) trata a Educação Ambiental como não tendo esta uma

especificidade, nem sendo isolada, desconectada fechada ou acabada. Afirmando

que esta só existe na relação que se faz da educação com processos de

transformações maiores que a própria Educação como um todo. Fazendo assim com

que haja sua inserção prática e interdisciplinar, construída a partir de matrizes

teórico-disciplinares, compondo novas construções pedagógicas didáticas escolares,

para uma Educação Ambiental prática e para a prática. Podendo assim estabelecer

um paralelo com o que é proposto nos temas transversais dos Parâmetros

Curriculares Nacionais, no quesito trabalharem com a interdisciplinaridade

aparecendo assim em todas as frentes educacionais.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais, tendo como tema transversal Meio Ambiente, traz discussões sobre a relação dos problemas ambientais e fatores econômicos, políticos, sociais e históricos, levando a debates sobre responsabilidades humanas voltadas para o bem estar comum e sustentabilidade, com perceptiva de reversão da crise socioambiental planetária. Sendo necessário apresentar-se em diversas áreas do conhecimento dada sua característica de transversalidade, assim as

68

ciências humanas, sociais e exatas, integram-se na construção dos conhecimentos dos alunos (BRASIL, 2000, p 45).

Há ainda a denominada Educação Conservadora, por Guimarães (2006,

p.26), que trata a ―concepção de Educação, ao se colocar inapta de transformar uma

realidade, conserva o movimento de constituição da realidade de acordo com os

interesses dominantes, a lógica da capital, essa tendo como alicerce a visão de

mundo fragmentada a realidade, simplificando e reduzindo perdendo a riqueza e a

diversidade da relação‖. É desta forma que Guimarães defende que a Educação

Ambiental Conservadora tende:

refletindo os paradigmas da sociedade moderna, a privilegiar ou promover: o aspecto cognitivo do processo pedagógico, acreditando que transmitindo o conhecimento correto fará com que o individuo compreenda a problemática ambiental e que isso vá transformar seu comportamento e a sociedade; o racionalismo sobre a emoção; sobrepor a teoria á pratica; o conhecimento desvinculado da realidade; a disciplinaridade frente a transversalidade; o individualismo diante da coletividade; o local descontextualizado do global; a dimensão tecnicista frente á política; entre outros (Guimarães, 2006, p.27).

E é Guimarães (2006, p. 30-31), que ainda propõe o que ele define por ser

uma Educação Ambiental Crítica que tem por ―objetivo promover ambientes

educativos de mobilização de processos de intervenção sobre a realidade e seus

problemas socioambientais, onde possamos superar o que ele chama de armadilhas

paradigmáticas e propiciar um processo educativo, em que sejamos educandos e

educadores, nos formando e contribuindo, pelo exercício da cidadania ativa, na

transformação da grave crise socioambiental‖ em que nos encontramos atualmente.

E desta forma a Educação Ambiental Crítica:

se propõe a desvelar a realidade, para, inserindo o processo educativo nela, contribuir na transformação da sociedade atual, assumindo de forma inalienável a sua dimensão política.Portanto, a educação formal, certamente esse processo educativo não se sabe basta dentro dos muros de uma escola, o que explícita a interface entre essa Educação e a Educação Popular (Guimarães, 2006, p.32).

E tendo essa Educação Ambiental Crítica proposta, a realização de projetos que

sejam desenvolvidos dentro e fora da escola.

69

5.4 Riscos Ambientais

Segundo Valle (2002), os riscos ambientais constituem uma nova

preocupação que deve estar presente nas decisões dos empresários e nos

programas de imagem institucional das organizações.

A legislação ambiental pode punir severamente uma empresa que não se

encaixe nos padrões de qualidade em suas descargas, emissões e descarte que

provoque modificações indesejadas no meio ambiente. Para a empresa não se trata

apenas de pagar multas que a primeira vista pode se parecer ―bobas‖, trata-se

também de enfrentar riscos muitos maiores, de interdição, de prisão de seus

dirigentes e responsáveis e até de interdição definitiva da instalação.

Os riscos de contaminação de comunidades, quando são atingidos o solo e

os copos d‘agua podem assumir proporções que excedem as previsões mais

pessimistas. Nomes antes desconhecidos tornaram tristemente famosos em poucas

horas, confirmam esse temor: Seveso, Bhopal, Chernobyl, Exxon Valdez... Porém

não são apenas grandes acidentes e imprevistos como citados anteriormente que

resultam de riscos ambientais riscos operacionais de ocorrência gradual e quase

sempre previsível, podem também se transformar em grandes impactos ambientais

se não forem identificados a tempo. Contaminações dos solos e das aguas

subterrâneas, provocadas por falhas operacionais e não corrigidas, constituem

exemplos dramáticos de riscos ambientais mal administrados.

A gestão do risco ambiental em uma empresa moderna,consciente de seu papel na sociedade e zelosa de sua imagem, é, portanto, um tema que deve ser encarado com toda a atenção, fazendo parte de seu Sistema de Gestão ambiental (SGA) que se detalha no capítulo ―A Gestão.‖ VALLE, 2002, p. 47).

A identificação dos aspectos ambientais ligados às atividades da empresa e

a avaliação dos possíveis impactos ambientais e de suas consequências constituem

os passos inicias para estabelecer um Programa de Gerenciamento de Riscos

(PGR). Isso se consegue pela avaliação, em cada uma das unidades de

organização e dos diferentes tipos de falhas que podem ocorrer em suas

instalações.

Os riscos envolvendo o meio ambiente podem ser classificados em quatro

tipos:

70

Riscos internos, relativos à contaminação dos locais e à saúde e segurança

dos funcionários, que podem dar motivo a processos trabalhistas e autuações

por órgãos fiscalizadores.

Riscos externos, relacionados com a contaminação de comunidades vizinhas

e ouras áreas, resultando muitas vezes em multas ou interdições pelos

órgãos públicos e pressões exercidas pela sociedade e pelas ONGs.

Riscos de contaminação dos próprios produtos, e acarretando sérios

problemas de marketing e vendas e, em certos casos, resultando em

processos movidos em defesa dos consumidores.

Riscos relacionados com a imagem institucional, agravados quando se trata

de empresa que exporta para países onde os temas ecológicos são tratados

de forma mais rigorosa, algumas vezes até exacerbada.

Os ricos ambientais constituem, portanto uma preocupação que deve estar

presente nas decisões dos empresários que para competir em um mercado

aberto, precisarão se adequar tanto a leis e regulamentos vigentes no local da

instalação como a normas e regulamentos internacionais, entre as quais se

destacam as normas da serie ISO 14000.

O tema riscos ambientais é bastante abundante. A preocupação com a

administração desses riscos ultrapassa os limites da abordagem legal e reque

dos administradores e responsáveis pela empresa uma visão sempre atualizada

desses problemas, que evolui a cada dia. A melhor maneira de enfrentar os

desafios impostos pelos Riscos Ambientais é promover a conscientização de

todos os colaboradores da organização para a importância do tema, dando

treinamentos e criando condições de trabalho capazes de prevenir o surgimento

de situações de riscos.

5.5 Legislação e Licenciamento

Até no inicio da década de 70 não existia no Brasil uma legislação especifica

que abordasse o tema ambiental. Algumas normas e regulamentos que tratavam da

saúde pública, da proteção da fauna e da flora, da segurança e higiene industrial

71

eram tudo que se tinha em relação ao assunto. Atualmente essa legislação existe,

ela é bastante completa, abrangente e avançada.

A legislação ambiental procura controlar os problemas de contaminação do

meio ambiente em três planos distintos:

Locais de produção, a fim de reduzir os impactos ambientais decorrentes das

atividades produtivas e controlar, na origem a geração de resíduos e

emissões.

Produtos a fim de restringir o uso de certas matérias perigosos em sua

composição e estabelecer limites aos impactos causados durante sua

utilização ou em seu descarte, ao fim de sua vida útil.

Condição ambiental de forma abrangente, para limitar, em casos extremos

certas atividades que possam atuar de forma critica em desfavor de uma área

ou região, afetando os ecossistemas locais e em casos mais graves, o

ambiente global.

Na Figura a seguir mostra alguns exemplos das abordagens adotadas pela legislação.

Figura1: As três abordagens do controle ambiental

Fonte: Livro Qualidade Ambiental ISO 14000

Notam-se as grandes dificuldades para a aplicação de controles nas

abordagens citadas acima. É muito mais fácil monitorar um problema localizado em

72

sua origem do que controlar as condições ambientais depois de essas terem sido

afetadas.

A lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981 conhecida como Politica Nacional do

Meio Ambiente, estabeleceu a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente

(Sisnama) e introduziu o conceito da responsabilidade objetiva. Essa mesma lei

confere ao Ministério Publico o direito de atuar em defesa do meio ambiente. Pela

mesma lei o meio ambiente é definido como ―o conjunto de condições, leis,

influencias e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e

rege a vida em todas as suas formas‖. No plano federal a estrutura do Sisnama

comporta os seguintes organismos.

Figura 2: Estrutura do Sisnama Fonte: Elaborado pela autora.

O Sisnama incorpora também os órgãos seccionais e municipais, os

correspondentes órgãos locais. Cada estado possui estruturas aproximadamente

73

equivalentes, coordenadas por uma secretaria estadual que se ocupa do tema

ambiental e dispõe de seu Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema). As

atividades de licenciamento e controle ambiental são de atribuição dos estados e

são exercidas por seus respectivos órgãos ambientais, que podem delegar essas

atividades aos municípios.

A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do mundo.

Apesar de não serem cumpridas da maneira adequada, as 17 leis ambientais mais

importantes podem garantir a preservação do grande patrimônio ambiental do país.

São as seguintes:

1 - Lei da Ação Civil Pública – número 7.347 de 24/07/1985.

Lei de interesses difusos trata da ação civil publica de responsabilidades por

danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao patrimônio artístico, turístico

ou paisagístico.

2 - Lei dos Agrotóxicos – número 7.802 de 10/07/1989.

A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua

comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da

embalagem.

Exigências impostas:

Obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao

consumidor.

Registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde.

Registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA

O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.

3 -Lei da Área de Proteção Ambiental – número 6.902 de 27/04/1981.

74

Lei que criou as ―Estações Ecológicas ―, áreas representativas de

ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas e 10

% podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as ―Áreas de

Proteção Ambiental ‖ ou APAS, áreas que podem conter propriedades privadas e

onde o poder público limita as atividades econômicas para fins de proteção

ambiental.

4 -Lei das Atividades Nucleares – número 6.453 de 17/10/1977.

Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a

responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares.

Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar a

instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência de

culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os danos

serão assumidos pela União.Esta lei classifica como crime produzir, processar,

fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal, extrair e

comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações sigilosas neste

setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à instalação nuclear.

5 - Lei de Crimes Ambientais – número 9.605 de 12/02/1998.

Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e

punições. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração ambiental, pode ser

penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada

para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se

comprove a recuperação do dano ambiental. As multas variam de R$ 50,00 a R$ 50

milhões de reais.

6 -Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.

Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética, desde o

cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados (OGM), até sua

comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. A autorização e

fiscalização do funcionamento das atividades na área e da entrada de qualquer

produto geneticamente modificado no país, é de responsabilidade dos Ministérios do

Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. Toda entidade que usar técnicas de

75

engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna de Biossegurança, que

deverá, entre outros, informar trabalhadores e a comunidade sobre questões

relacionadas à saúde e segurança nesta atividade.

7 -Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989.

Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas atividades é

obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental

competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que causarem danos ao meio

ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular da autorização de exploração

dos minérios responsável pelos danos ambientais. A atividade garimpeira executada

sem permissão ou licenciamento é crime.

8 - Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.

A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais silvestres,

caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e produtos derivados de

sua caça, além de proibir a introdução de espécie exótica (importada ) e a caça

amadorística sem autorização do IBAMA. Criminaliza também a exportação de peles

e couros de anfíbios e répteis em bruto.

9 - Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.

Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de

preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma

faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios, além de

topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais acima de

1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da região Sudeste

do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal reserva ser averbada em

cartório de registro de imóveis.

10 -Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.

Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro,

ou seja, define o que é zona costeira como espaço geográfico da interação do ar, do

76

mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e

outra terrestre. Permite aos estados e municípios costeiros instituírem seus próprios

planos de gerenciamento costeiro, desde que prevaleçam as normas mais

restritivas. Este gerenciamento costeiro deve obedecer às normas do Conselho

Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

11 -Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.

Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria Especial do Meio Ambiente e as

agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao

IBAMA compete executar a política nacional do meio ambiente, atuando para

conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos naturais.

12 -Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de 19/12/1979.

Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas de

preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à saúde e em

terrenos alagadiços.

13 -Lei Patrimônio Cultural – decreto-lei número 25 de 30/11/1937.

Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,

incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico, arqueológico, os

monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor notável pela natureza ou

a partir de uma intervenção humana. A partir do tombamento de um destes bens,

ficam proibidas sua demolição, destruição ou mutilação sem prévia autorização do

Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, SPHAN.

14 -Lei da Política Agrícola – número 8.171 de 17/01/1991.

Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como um de seus

instrumentos. Define que o poder público deve disciplinar e fiscalizar o uso racional

do solo, da água, da fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para

ordenar a ocupação de diversas atividades produtivas, desenvolver programas de

educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies nativas, entre

outros.

77

15 -Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de 17/01/1981.

É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a

indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério

Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente,

impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar prejuízos

causados.Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios de

Impacto Ambiental (EIA-RIMA).

16 -Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de

Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado, dotado de valor

econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano, produção de energia,

transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a criação do Sistema

Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento,

armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores

intervenientes em sua gestão.

17 -Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número

6.803 de 02/07/1980.

Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões

ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias, exigindo o Estudo de

Impacto Ambiental.

5.6Gestão Ambiental nas Empresas

Há algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do planeta

Terra significa também a preservação da própria vida. No inicio, a preocupação era

pela extinção dos animais, mais tarde a questão da derrubada das florestas, a

poluição do ar.Em seguida, a poluição industrial e agrícola e também a preocupação

78

com a poluição gerada nos países em desenvolvimento, pela falta de infraestrutura

urbana. Finalmente foram identificadas as grandes consequências da poluição

mundial e seus riscos, como o efeito estufa e a camada de ozônio.

Se no inicio tinha alguns idealistas alertando para problemas que pareciam

surreais, mais tarde passou-se a contar com organizações especialistas na questão

ambiental, organizações internacionais e alguns poucos governos comprometidos

com a preservação do Planeta.Hoje, milhões de pessoas em todo o mundo lutam

por esta causa, tentando mostrar os perigos iminentes de uma postura agressiva ao

meio em que vivemos, e os riscos concretos que corremos.

Esta consciência coletiva vem crescendo dia-a-dia, transformando culturas,

quebrando velhos paradigmas e obrigando todos a darem sua colaboração por uma

justa causa, a saúde do nosso Planeta.

Um dos últimos grupos a integrar esta luta, e talvez o que traga resultados mais diretos em menos tempo, é o setor empresarial. Movidos pela exigência de seus consumidores, inicialmente europeus, as empresas começaram a perceber que seus clientes estavam dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, e mais, deixar de comprar aqueles que contribuíam para a degradação do Planeta. (DENIS DONAIRE, 1999, p. 52).

Além disto, esta pressão popular atingiu também os governos, os quais

passaram a estabelecer legislações ambientais cada vez mais rígidas, fazendo com

que as empresas tivessem que adequar seus processos industriais, utilizando-se de

tecnologias mais limpas.Esta mudança na percepção da questão ambiental obrigou

o setor industrial, a desenvolver e implantar sistemas de gestão de seus processos

de maneira que atendessem a demanda vinda de seus clientes e cumprissem com a

legislação ambiental vigente.

A estes sistemas denominaram Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Com

estes sistemas, os empresários começaram a verificar que uma postura

ambientalmente correta na gestão dos seus processos refletia diretamente

improdutividade, qualidade e consequentemente melhores resultados econômico-

financeiros.

Além disto, como uma forma de verificar e divulgar quais as empresas que

realmente apresentam uma postura ambientalmente correta estabeleceu-se

sistemas de avaliação de desempenho ambiental, com normas e critérios

79

padronizados para o mundo todo. O conjunto de normas mais conhecido é o da

série ISO 14000.

A implantação de um sistema de gestão ambiental, por uma empresa, exige

um forte comprometimento de sua direção e colaboradores com o meio ambiente.

Não basta apenas anunciar que seus processos não causam danos ambientais, é

preciso provar.A implantação de um SGA e a obtenção de um certificado ISO 14001

jamais pode ser simplesmente uma jogada de marketing ou o cumprimento de uma

cláusula comercial, pois mais cedo ou mais tarde, esta verdade será mostrada, com

prejuízos ainda maiores para a empresa.

Esta decisão deve ser baseada em uma análise criteriosa dos benefícios a

serem obtidos e dos recursos a serem utilizados. É fundamental lembrar que uma

vez obtida à certificação, este compromisso passa a ser permanente, exigindo uma

mudança definitiva da antiga cultura e das velhas práticas.

Contudo, o gerenciamento de um processo, por meio das ferramentas de um

Sistema de Gerenciamento Ambiental (SGA) possibilita inúmeros ganhos de

produtividade e qualidade, além da satisfação das pessoas envolvidas diretamente

naquele processo, pois estes aprendem que sempre é possível fazer melhor e

percebem a evolução da qualidade de seus serviços.

E o mais importante neste processo: o cliente passa a confiar muito mais na

empresa e em seus produtos.Atuar de maneira ambientalmente responsável é ainda

hoje um diferencial entre as empresas, destacando-as neste competitivo mercado.

Porém, em breve, este diferencial se transformará em um pré-requisito e

quanto antes às empresas perceberem esta nova realidade maior será a chance de

se manterem no mercado.

6 LOGISTÍCA REVERSA

No século XXI, surgiu na sociedade o interesse em se reaproveitar produtos

após o seu consumo, ou seja, reciclar aqueles materiais que podem voltar ao

mercado em sua forma original ou em outra, como por exemplo, a latas de cervejaou

refrigerante, pneus, papel.

O termo, Logística foi desenvolvido originalmente pelos militares franceses

para designar estratégias de guerra. O termo foi evoluindo ao longo do tempo.

80

Ballou (1993) explica que a logística é a conexão da gestão de materiais com

a distribuição física. Essa conexão é segmentada em etapas como: atividades de

transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos, obtenção,

embalagem protetora, armazenagem, manuseio de materiais e manutenção de

informações.

A logística é responsável por planejar, implementar e gerenciar, de forma

eficaz, o fluxo de matérias-primas, produtos e informações ao longo da cadeia. A

gestão dos setores de logística tem passado por diversas mudanças. As constantes

reivindicações impostas pelos setores sociais e governamentais são delineadas na

escrituração de legislações cada vez mais severas, na premissa de reduzir a

degradação ambiental. Com o passar dos anos, as organizações começaram a criar

políticas que se adequassem a essas novas ideologias da sustentabilidade, através

de um comportamento ambiental mais proativo. Confirmando a nova tendência

sustentável nos processos logísticos em vigência, Dornier (2000) acrescenta que a

nova realidade de processos logísticos tem a obrigação e acuidade de aglutinar

todos os padrões de movimentação e gestão de informações. Esse promissor

enfoque na logística ampliará sua função na organização, valorizando os fluxos de

retorno de acessórios de produtos comercializados, visto que o clássico fluxo direto

preponderava na gestão logística.

6.1Logística Reversa

De forma mais abrangente, Leite (2003, p.16-17) conceitua logística reversa

da seguinte maneira: ―[...] área da logística empresarial que planeja, opera e controla

o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-

vendas e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos

canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas:

econômica, ecológica, legal, logístico e de imagem corporativa‖.

81

Figura 3 - Cadeia de recuperação de produtos. Fonte: Fleichmannet al. 2000

A chamada logística empresarial tem demonstrado uma grande oportunidade

de crescimento e desenvolvimento para as empresas. Porém, grandes partes

dessas empresas ainda não conhecem e aderiram à logística reversa, a qual

envolve o retorno dos materiais aos fornecedores e sua reutilização após a

reciclagem. Esse fluxo reverso é um complemento da logística direta e, assim como

essa, traz benefícios às empresas, além de prevenir os danos ao meio ambiente.

6.2 A logística reversa - Conceitos e Motivo

Com a evolução da logística, surgiu a necessidade de aprimoramento desse

processo de distribuição, visando uma maior minimização dos custos e um possível

reaproveitamento das sobras dos produtos após o seu consumo, nascendo assim o

termo logística reversa que, simplificando seu significado,é o caminho inverso

percorrido pelo bem após o seu consumo final que se inicia no momento em que é

jogado fora, concluindo em seu reaproveitamento, por meio da reciclagem.

Segundo Guarnieri et al. (2006), logística reversa é o gerenciamento da

cadeia de suprimentos que envolvem a reutilização de bens no processo de

produção, a fim de gerar retorno econômico para a empresa e de reduzir os danos

ao meio ambiente.

82

Esse fluxo reverso relaciona-se com o retorno dos materiais aos

fornecedores, com sua reciclagem e com sua reutilização, complementando, assim,

a logística tradicional (OLIVEIRA et al., 2003).

Giacoboet al. (2003) afirmam que o conceito de logística reversa está em

transição, deixando de ser considerado um processo gerador de custos e sendo

vista como uma fonte provedora de matéria-prima secundária mais barata.

Com as definições de logística reversa detalhada pelos autores acima,

conclui-se que esse processo se trata de um complemento da logística tradicional,

visando continuar o ciclo de vida do produto. A logística surge no momento em que o

bem é produzido, segue uma via em que é distribuída pelos fornecedores até sua

exposição, objetivando a venda, e finaliza após o seu uso pelo consumidor final. O

procedimento reverso se inicia neste momento, por meio do recolhimento deste

bem, sua reciclagem e finalizando o percurso, quando ocorre sua reutilização no

mercado. Leite e Brito (2003, p.4) afirmam:

A logística reversa pode, portanto, ser entendida como a área da logística empresarial que visa equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios através da multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós-venda e de pós-consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico, legal e de localização. (LEITE E BRITO, 2003, p.4).

Geralmente, um bem é destinado ao procedimento reverso por vários fatores,

como prazo de validade vencido, embalagem amassada, com defeito e até mesmo

por motivos como fraca venda.

De acordo com Butter (2003), são várias as razões para que um produto entre

no fluxo reverso, podendo ser por defeito, produção em excesso, fracasso na venda,

danificação em trânsito,retorno de embalagem, entre outros.

Guarnieri et al. (2006) consideram que ―a logística reversa operacionaliza está

retirada dos produtos de mercado, tanto no que se refere a produtos vencidos ou

contaminados, como também os produtos que estão no final de sua vida útil‖.

Couto et al. (2004, p. 30) exemplifica os principais motivos para um produto

voltar para a cadeia de suprimento: O ciclo reverso de pós-consumo envolve bens

industriais que após utilizados são descartados pela sociedade de diferentes

maneiras e possuem ciclo de vida útil, ou seja, podem ser reciclados ou reutilizados

após revalorização. Já o ciclo reverso de pós-venda envolve bens industriais usados

ou sem vida útil que são devolvidos para a cadeia de suprimentos por diversos

83

motivos, tais como: por terminar a validade deles, por haver estoques excessivos no

canal de distribuição, por estarem em consignação, por apresentarem problemas de

qualidade e defeitos.

6.3 A logística e suas consequências

A logística, segundo Ballou (1993), é uma atividade administrativa essencial

que visa à eficiência do fluxo de produtos por meio do aperfeiçoamento dos serviços

de distribuição. Já para Enomoto e Junqueira (2001), é o processo racional

necessário para a minimização dos custos e melhoria da qualidade do serviço

oferecido, desde o estágio de origem até o consumo.

Conforme definido pelos autores acima, a logística tende a aperfeiçoar o

processo de distribuição de produtos, visando uma diminuição de custos.

Guarnieri et al. (2006, p. 4):

Logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenamento de materiais, peças e produtos acabados, sua organização e dos seus canais de distribuição de modo a poder maximizar a lucratividade da empresa e o atendimento e satisfação dos clientes a baixo custo. (GUARNIERI ET AL, 2006, p.4).

Um canal de distribuição bem dirigido significa eficiência nos serviços

oferecidos. Como por exemplo, o estoque de matéria prima de determinada fábrica

ou empresa, que possui fluxo otimizado, tende a não gerar acúmulo de materiais,

por fatores como, pedidos entregues na medida exata e pontualidade.

Consequentemente, o empreendimento desfrutará de crédito e poderá aumentar

suas vendas, aproveitando todo o estoque armazenado.

Por estar diretamente ligado aos custos da organização, o serviço de

distribuição passou a ser valorizado e, assim, originou-se uma nova forma de

gerenciamento centralizada, integrada e lógica, visando um bom desempenho da

cadeia de suprimentos. Assim, uma visão limitada da logística gera excesso no

estoque de matéria-prima, mau processamento dos pedidos, atrasos nas entregas,

entre outros problemas que afetam a confiabilidade da empresa (SOUSA, 2002).

Essa evolução da logística empresarial é recente, e é mencionada como

atividade de vantagem competitiva e essencial para o sucesso da organização. Mas

84

há muito tempo seu conceito já é usado pelas forças armadas, envolvendo a

organização do suprimento de armas, equipamentos e alimentos, sendo que, só

recentemente, as organizações estão reconhecendo e compreendendo seus

benefícios no mercado. Já no Brasil, a logística foi introduzida em meados da

década de 90, logo após a abertura comercial, pela necessidade das empresas em

se manter no mercado globalizado (GUARNIERI et al., 2006).

Segundo Leite e Brito (2003), essa trajetória se deve à eficiência e redução de

custos dos sistemas de informação, avanço da tecnologia, e outros fatores que

possibilitam um planejamento e cumprimento das atividades de forma vantajosa.

6.4 A relação entre logística reversa e o meio ambiente

No século XXI, cresceu a preocupação da sociedade pela preservação do

meio ambiente. O número de novas Organizações Não Governamentais seguiu essa

linha de crescimento, visando pressionar os governos para obter um maior controle

de poluição e desmatamento da natureza, fato que envolve diretamente empresas

que utilizam como matéria prima produtos que possam causas danos ao meio

ambiente.

Empreendimentos fabris são os principais danificadores do meio ambiente,

como afirmam Felizardo e Hatakeyama (2003, p. 3):

É cada vez mais evidente que os sistemas industriais complexos, tanto no \plano organizacional, como no técnico, são as principais forças motrizes da destruição do meio ambiente no mundo, representando com isso a principal ameaça para a sobrevivência da humanidade em longo prazo. (FELIZARDO e HATAKEYAMA, 2003, p. 3)

Para Oliveira et al. (2003), preocupações crescentes para proteger o meio

ambiente e conservar recursos criaram a necessidade de gerenciar fluxos reversos.

Assim, a prática da Logística reversa não tem sido vista apenas como uma

ferramenta para a redução dos custos, mas também como uma nova maneira de

diminuir os impactos ambientais causados pelas próprias organizações.

85

Figura 4: Ciclo dos Produtos Fonte: RS Recicla

Dessa forma, essa completa gestão do ciclo de vida dos produtos tem sido

exigida cada vez mais pelo governo e, até mesmo, pela clientela, sendo, então,

crescente a adoção desse tipo de fluxo por parte das empresas.

Butter (2003, p. 10) certifica que: O crescimento da sensibilidade ecológica

tem sido acompanhado, reativa e proativamente, por empresas e governantes com

visão estratégica variada, visando o equacionamento de ações que amenizarão os

efeitos mais visíveis dos diversos tipos de poluição ambiental, protegendo a

sociedade e seus interesses.

A consciência do desperdício e a preocupação com o meio ambiente estão

contribuindo para a integração da logística empresarial com o sistema de gestão

ambiental e, consequentemente, para o desenvolvimento de canais de retorno, o

que permite novas oportunidades de negócio (BALLOU, 1993).

Conforme Couto et al. (2004), essa conscientização tende a reduzir o despejo

incorreto de materiais na natureza, gerando um equilíbrio entre o fluxo direto e o

reverso. Porém, esses materiais estão concentrados nos centros urbanos,

ocasionando uma dificuldade nas etapas de coleta, separação, consolidação e

transporte.

86

Desse modo, deve-se enfocar a importância da separação do lixo, da sua

disponibilidade em locais de fácil acesso e da instalação das fábricas de reciclagem

em locais próximos aos centros urbanos a fim de viabilizar o ciclo reverso.

No aspecto ambiental, a indústria estrutura o seu progresso também no

cuidado com o meio ambiente, contribuindo para a garantia da manutenção do

ecossistema, do clima, da biodiversidade, utilizando para isso sua capacidade

técnica e intelectual.

São poucos os produtos que possuem matéria prima não reciclável. Há casos

em que o material é totalmente reciclável, mas apenas não pode ser reutilizado para

os mesmo fins, como por exemplo, o plástico de garrafas pet.

Barbosa e Tramontano (2002, p. 2) observam que:

Quase todos os materiais são recicláveis, o que faz a grande diferença é deixar de extrair a matéria-prima original para utilizar, num segundo ciclo de vida, o material reciclado. É nesse sentido que a coleta seletiva pode viabilizar o reaproveitamento desses recursos recicláveis e encaminhá-los a um futuro produto reciclado. (BARBOSA E TRAMONTANO, 2002, p.2).

O sucesso da reciclagem ocorre somente após investimentos nessa área de

reciclagem, como inovações tecnológicas em procedimentos e máquinas, e

programas de separação de lixo, para se aproveitar o máximo possível dele, como

separar plásticos, latas, vidros e assim por diante. O governo também pode ajudar

na evolução desse processo oferecendo benefícios como redução de tributos, às

empresas adeptas dessa prática como forma de incentivo.

De acordo com Forlin e Faria (2002), o progresso da reciclagem se relaciona

com a implementação de empresas recicladoras, programas de coleta seletiva e de

reciclagem, desenvolvimento de tecnologias destinadas à reciclagem, redução de

tributação ou isenção fiscal para a comercialização de produtos reciclados, e

sanções legais para ações ou agentes não integrados com sistemas de reciclagem

na cadeia produção-utilização-consumo de embalagens.

6.5Vantagem Competitiva e Econômica

Segundo LEITE (2009, p. 103), a cadeia logística de suprimentos, tanto direta

quanto reversa, é constituído por elos, ou seja, fornecedores, produtores,

cooperativas, distribuidores, operadores logísticos, consumidores, etc. Esses, como

87

já vimos, buscam (e precisam) obter uma rentabilidade satisfatória em retorno à sua

respectiva função dentro da cadeia de suprimentos, sendo no caso dos agentes da

cadeia inversa, constituída pela coleta de pós-consumo, processamentos diversos

de agrupamento e separação, reciclagem ou manufatura industrial e reintegração ao

ciclo produtivo ou de negócios por meio de um produto aceito pelo mercado.

Porém, os objetivos econômicos devem ser sempre alcançados por todos os

agentes da cadeia reversa para que exista, além da motivação e interesse por estes

em se manter no negócio, o fluxo financeiro correspondente aos esforços e custos

inerentes ao processo e aos valores agregados aos produtos a serem

reaproveitados, para que esses possam manter a continuidade de suas funções.

Resumindo a colocação de LEITE (2009 p.103), a falta da rentabilidade

esperada geralmente resulta em uma característica estrutural negativa para o

mercado de produtos de pós-consumo. Quando um desses se vê obrigado a tomar a

decisão de interromper ou abandonar suas atividades por falta de recursos

financeiros, a estrutura da cadeia é quebrada, ou seja, o fluxo inverso até então

existente fica prejudicado, desfalcado pela ausência desse que saiu. O resultado é o

desequilíbrio entre os fluxos diretos e reversos na oferta e demanda dos produtos de

pós-consumo, prejudicando assim todos os outros agentes da cadeia.

Ballou(1993) afirma que, devido á própria natureza do mercado, muitos canais

reversos se desenvolveram sem mesmo a necessidade de uma legislação ou fatores

ecológicos e sociais que o motivassem a tal processo. A consolidação desses

mercados de fluxo reverso, já existentes há muito tempo em muitos países, se deu

às condições essenciais para a consecução e o desenvolvimento, e os efetivos

ganhos proporcionais aos agentes envolvidos. São os casos, por exemplo, dos

metais ferrosos e não ferrosos, papeis, lubrificantes automotivos, entre outros. Em

contrapartida, é fácil perceber a existência de uma concorrência entre melhores

produtos de pós-consumo, centros de interesse e estruturação da cadeia reversa de

seu setor e provedores dos melhores resultados financeiros pela quantidade

disponível, custo do processo de reaproveitamento, ou pelo seu valor comercial

praticado.

A história e as pesquisas em diversos países demonstram que os canais de distribuição reversos se organizam e se estruturam, apresentando relação eficiente e equilibrada entre o fluxo reverso de materiais e produtos e a disponibilidade de bens de pós-consumo correspondentes, pelo fato de seus agentes da cadeia reversa encontrarem, nas diversas etapas,

88

resultados financeiros compatíveis com suas necessidades, empresas ou trabalhadores isolados. (Penman e Stock, 1995, p.98).

Leite (2009, p. 104) também aponta as características conjunturais de

mercado como sendo responsáveis pela interrupção ou modificação do fluxo reverso

dos materiais reciclados ou produtos a serem reaproveitados. Os fatores que

provocam essas alterações geralmente são a escassez temporária de resíduos

industriais ou de produtos a serem reaproveitados, mercados concorrenciais,

redução de demanda, entre outros, referentes ao mercado em questão.

A utilização da logística reversa como forma de diferencial é importante

para a empresa. A obtenção de vantagem competitiva é um dos principais

fatores que levam as organizações a implementarem o processo reverso de

distribuição. Segundo Chaves (2005), mudanças no comportamento de

consumo das pessoas também têm contribuído para a incorporação da

logística reversa por parte das empresas.

Além deste aumento da eficiência e da competitividade das empresas, a

mudança na cultura de consumo por parte dos clientes também tem

incentivado a logística reversa. Os consumidores estão exigindo um nível de

serviço mais elevado das empresas e estas, como forma de diferenciação e

fidelização dos clientes, estão investindo em logística reversa (CHAVES e

MARTINS, 2005, p. 1).

Segundo (BARBOSA et. al, 2005, p. 2) empresas que possuem um

processo de logística reversa, bem gerido, tendem a se sobressair no

mercado, uma vez que estas podem atender seus clientes de forma melhor e

diferenciada de seus concorrentes Organizações que se anteciparem quanto

à implementação da logística reversa em seus processos irá se destacar no

mercado. Passará para a sociedade uma imagem de empresa corretamente

ecológica, inovará na revalorização de seus produtos e irá explorar produtos e

materiais de pós-venda e pós-consumo, agregando valor a estes. Para

exemplo de logística reversa temos a Reciclanip, que esta perto de nossa

realidade. A Reciclanip foi criada em março de 2007 pelos fabricantes de pneus

89

novos Bridgestone, Goodyear, Michelin e Pirelli e, em 2010, a Continental juntou-se

à entidade.

Ao longo dos anos, o Programa foi ampliando sua atuação em todas as

regiões do País, o que levou os fabricantes a criar uma entidade voltada

exclusivamente para a coleta e destinação de pneus no Brasil. Assim surgiu a

Reciclanip, em 2007. Desde 1999, quando começou a coleta dos pneus inservíveis

pelos fabricantes, mais de 2,68 milhões de toneladas de pneus inservíveis, o

equivalente a 536 milhões de pneus de passeio, foram coletados edestinados

adequadamente. Além disso, os fabricantes já investiram mais de R$ 551 milhões

(valor até dezembro de 2013) para coleta e destinação de pneus inservíveis.

A Reciclanip é considerada uma das maiores iniciativas da indústria brasileira

na área de responsabilidade pós-consumo. O trabalho de coleta e destinação de

pneus inservíveisrealizado pela entidade é comparável aos maiores programas de

reciclagem desenvolvidos no país, em especial, o de latas de alumínio e

embalagens de defensivos agrícolas.

O projeto teve início em 1999, com o Programa Nacional de Coleta e

Destinação de Pneus Inservíveisimplantado pela Anip (Associação Nacional da

Indústria de Pneumáticos), entidade que representa os fabricantes de pneus novos

no Brasil.

A criação da Reciclanip demonstra a responsabilidade da indústria de

pneumáticos com as questões ambientais e com o estabelecimento de condições

que permitam o desenvolvimento sustentável do País, valorizando, sobretudo, a

preservação da natureza e a qualidade de vida e o bem-estar da população.

A Reciclanip tem como missão administrar o processo de coleta e destinação

de pneus inservíveis em todas as regiões, visando: garantir a captação de pneus,

por meio da participação de todos os elos da cadeia de produção; assegurar sua

autonomia operacional e financeira, reformulando o perfil da entidade de ser o centro

de custos para ―profit-center‖; e tornar-se referência em conhecimento e informação.

Para se ter uma cooperativa dessa em nossa cidade a Prefeitura interessada

em ter o seu Ponto de Coleta de Pneus na sua região devem entrar em contato com

a Reciclanip para obter a minuta do Convênio de Cooperação Mútua e, na

sequência, formalizar o acordo. O Ponto de Coleta de Pneus funciona como um

centro de recepção de pneus usados, para onde são levados os pneus recolhidos

pelo serviço de Limpeza Pública. Os munícipes, borracheiros, revendas de pneus,

90

entre outros, também podem contribuir levando os pneus inservíveis até o Ponto de

Coleta de Pneus. Segue no anexo A modelo de minuta.

7 ESTUDO DE CASO

Até o presente momento foi possível identificar a importância da logística

reversa e do meio ambiente em nossas vidas. Este estudo será realizado com base

em autores bibliográficos e artigos científicos, para que se obtenham resultados

confiáveis.

7.1História da Rocha Pneus

A Rocha Pneus é uma empresa familiar que foi idealizada e fundada por

Willian Rocha e seus irmãos. Pensando em melhores condições de vida para ele e

sua família, deixou de ser empregado para se tornar empresário. Competência e

muita garra foram à fórmula que Willian Rocha utilizou para fazer nascer à

empresa.A Empresa foi fundada no ano de 2012, atende atualmente na Rua Ouro nº

04, Bairro Amoreiras II, Paracatu, Minas Gerais.

A Rocha Pneus é uma empresa de pequeno porte, possui de área construída

de aproximadamente 600 m². A empresa atua na área varejista, atendendo a parte

de suspensão em geral, pneus, troca de óleos, embreagens, higienização de ar-

condicionado, desempeno de rodas, de eixo, alinhamento e balanceamentos,

injeção eletrônica, serviços em geral. Sendo comercializadas mercadorias de

primeira linha de marcas como: Continental, Goodyear, Pirelli, Michelin, Cofap,

Axios, Cobreq, Nakata, TRW, entre outras.

Os serviços realizados englobam todo o funcionamento de um automóvel,

desde o alinhamento de direção e balanceamento de rodas até o completo

funcionamento de um motor. Só não são realizados serviços em partes elétricas

como instalação de rádios, alarmes e travas, vidros e acabamentos externos.

Hoje a empresa possui aproximadamente uma carteira de 950 clientes, e

conta no portfólio com pessoas físicas e jurídicas de Paracatu e região, tendo como

seu público alvo todas as pessoas que possuem automóveis e buscam um

91

atendimento com qualidade e excelência nos serviços prestados.A equipe de

trabalho além do sócio Willian Rocha e a sua esposa, é formada por cinco

funcionários.

7.2Sustentação da Pesquisa

O estudo deste trabalho se deu por notar uma necessidade de mudanças no

ambiente da Rocha Pneus, com intuito de melhorar, avaliar, e propor um melhor

direcionamento para o descarte de materiais. Mostrando que descartando

corretamente, e envolvendo os funcionários nas praticas sustentáveis, pode-se ter

um melhor resultado, e uma imagem constitucional diferenciada em relação aos

outros.

Nasultimas décadas tem ocorrido uma mudança muito grande no ambiente em que as empresas operam: as empresas que eram vistas apenas como instituições econômicas com responsabilidades referentes a resolver problemas econômicos fundamentais (o que produzir, como produzir e para quem produzir) têm presenciado o surgimento de novos papeis eu devem ser desempenhados, como resultado das alterações no ambiente em que operam. (DENIS DONAIRE, 1999, p. 13).

Esse estudo permitiu compreender, e poder passar para outras pessoas,

assuntos que até então eram desconhecidos por boa parte.Serviu também para

orientar pessoas que logística reversa deixa de ser uma diferenciação, uma

qualidade que se poderia ter em relação a outras empresas, e se tornar lei, todos

que comercializam produtos, como pneus, defensivos agrícolas, celulares, óleos

para motor, tem a obrigação de fazer e incentivas às praticas sustentáveis.

A empresa estudada já realiza o processo de logística reversa com pneus,

porem tem muito a melhorar ainda, já que o descarte é feito através da prefeitura

que deixa um pouco a desejar, por isso o desenvolvimento dessa pesquisa.

7.3 Limitações da pesquisa

A pesquisa foi realizada com os clientes da Rocha Pneus, e também com

algumas empresas que prestam e comercializam produtos como, pneus, peças,

92

óleos. Ela apresenta uma limitação em sua quantidade, de forma que nem todos os

clientesmoram na cidade e a dificuldade de encontra-los é muito grande, por se

tratar de pessoas, como produtores rurais, motorista, entre outros, inviabilizando

assim a realização da pesquisa.

Kotler e Armstrong (1993) defendem a ideia de que há condições de oferecer

dados confiáveis dentro de uma perspectiva pequena de clientes, a autora deste

trabalho optou por uma pesquisa ―não-probabilística por julgamento, onde ―[...] o

pesquisador utiliza seu julgamento para selecionar os membros da população que

apresentam boas perspectivas de fornecerem informações precisas‖. (KOTLER;

ARMSTRONG, 1993, p. 70).

Desta forma a pesquisa foi realizada com 50 clientes da loja e 5 empresas

que comercializam produtos (pneus, peças, óleos), afim de obter informações

precisas do questionário aplicado.

7.4 Apresentação e analise dos resultados

Este trabalho foi feito com intuito de avaliar e obter resposta, que possa

ajudar e auxiliar no desenvolvimento de algumas questões não só na Rocha Pneus,

mais como em outras empresas do mesmo segmento.

Através do questionário podemos obter informações a respeito do nível de

conhecimento das pessoas em assuntos da área ambiental. Foi possível observar

também que as empresas ainda, não estão preparadas, e pouco conhecem os seus

deveres e leis sobre a área ambiental. Como citado anteriormente, as empresas vão

precisar se adequar para essas questões.

7.4.1 Pesquisa Externa

A pesquisa externa foi realizada com intuito de medir e avalizar os

conhecimentos das empresas em relação às questões ambientais, que tem sido alvo

de tanta discursão atualmente.

Para se medir o nível de conhecimento dos empresários foi feito um

questionário, onde se podem obter os resultados.

93

Gráfico – 1 Gráfico - 2

Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

Quando perguntado se sabiam o que era logística reversa, e se sua empresa

realizava logística reversa, percebe que as respostas foram bem divididas, onde no

gráfico 1, 40% responderam sim, 40% parcialmente, e 20% não,eno gráfico 2, duas

empresas realizam logística reversa, duas realizam parcialmente, e uma não realiza.

Notasse que ainda esse tema logística reversa,que é de grande relevância,

não esta entendido por todos, uma tema que passara a ser lei para as empresas,

onde todas empresas que comercializam produtos que quando ao final de sua vida

útil possa causar danos ao meio ambiente terá a obrigação de realizar a logística

reversa.

De acordo com a Associação Brasileira de Movimentação e Logística, embora

não tenhamos dados precisos sobre o que representam em valores os custos da

Logística Reversa no Brasil, mas considerando-se o mercado americano e

comparando ao Brasil, supõe-se que seja de aproximadamente 4% dos custos totais

de Logística, que foi de US$ 153 bilhões em 1998.RevLog , aponta como principais

razões da adesão das empresas à Logística Reversa: A Legislação Ambiental, que

cobra maior responsabilidade dos fornecedores sobre seus produtos e subprodutos;

Redução de custos com o retorno dos produtos/matérias ao centro de produção,

evitando maiores gastos com o descarte correto do lixo; e a crescente

conscientização ambiental dos consumidores.

A verdade é que, independente dos motivos, se uma empresa e preocupa

com o retorno de seus produtos/matérias ao centro produtivo e com a administração

desse fluxo, está praticando a Logística Reversa. Praticamente os mesmos

40%

20%

40%

Você sabe o que é Logistica Reversa?

Sim Não Parcialmente2

12

Sua empresa realiza Logística Reversa?

94

elementos de um plano logístico convencional são utilizados no planejamento de

Logística Reversa: nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoques,

fluxo de materiais e sistema de informações, mas não é tarefa fácil integrá-las na

área logística de uma empresa, uma vez que o processo do fluxo reverso apresenta

suas incertezas com relação à quantidade e qualidade. Por isso, a maioria dos

autores acredita que as equipes responsáveis pela logística tradicional e pela

Logística Reversa devem ser independentes, já que as características dos fluxos

com os quais elas lidam são bastante diferentes.

Gráfico - 3

Fonte: Elaborado pela autora.

Quando perguntado se a empresa possuía certificação ambiental, 60%

responderam que possuem parcialmente, e 40% não possuem,resultado esse que

preocupa, pois essas empresas podem até serem multadas por falta da

documentação correta, como dito anteriormente, isso já não é mais um fator de

diferenciação no mercado, e sim lei.

0%

40%

60%

Vocês possuem certificação Ambiental?

Sim Não Parcialmente

95

Fonte: Elaborado pela autora Fonte: Elaborado pela autora

No gráfico quatro foi perguntado qual tipo de material costumava fazer o

descarte, 31% dos entrevistados descartam mais pneus, 38% óleo, 23% ferro velho

e 8% outros tipos de materiais. Uma das queixas encontradas são as dificuldades do

descarte, onde a Prefeitura recolhe os pneus velhos, e nem sempre tem um dia da

semana para o recolhimento, gerando assim um acumulo nas empresas. Arespeito

que coleta o óleo se tem as mesmas queixas.

No gráfico 05 perguntou se a empresa sabia para onde iam os materiais

descartados, três empresas sabem parcialmente, e duas não sabe. Isso se da pela

falta de informação, geralmente as empresas coletoras, não tem o habito de informar

e manter as empresas descartadoras informadas a respeito do assunto; e também a

empresa descartadora na maioria das vezes não se preocupa em perguntar, em

saber.

Gráfico– 6 Gráfico– 7

FONTE: Elaborado pela autora. FONTE: Elaborado pela autora.

31%

23%

38%

8%

Quais os tipos de materiais vocês

costumam fazer o …

pneus ferro velho oleo outros

2 3

A sua empresa sabe para onde vão os

materiais …

41

Você conhece a Reciclanip?

Sim60%

Não 0%

Parcialmente40%

Você acha que seria interessante ter uma cooperativa em sua …

96

No gráfico 6 foi perguntado se eles conheciam a Reciclanip, quatro

entrevistados não conhecem e um conhece parcialmente.

Para se teruma cooperativa dessa em nossa cidade a Prefeitura interessada

em ter o seu Ponto de Coleta de Pneus na sua região deve entrar em contato com a

Reciclanip para obter a minuta do Convênio de Cooperação Mútua e, na sequência,

formalizar o acordo. O Ponto de Coleta de Pneus funciona como um centro de

recepção de pneus usados, para onde são levados os pneus recolhidos pelo serviço

de Limpeza Pública. Os munícipes, borracheiros, revendas de pneus, entre outros,

também podem contribuir levando os pneus inservíveis até o Ponto de Coleta de

Pneus. Anexo segue minuta de convenio para Prefeituras.

No gráfico sete foi perguntado se eles achavam interessante ter uma

cooperativa como a Reciclanip, na nossa cidade, 60% responderam que sim e 40%

parcialmente. Para isso vai se proposto a implantação de uma na nossa cidade.

Gráfico – 8

FONTE: Elaborado pela autora.

No gráfico oito foi perguntado se a empresa envolvia seus funcionários nas praticas

sustentáveis, duas empresas entrevistadas disseram que não, duas disseram que

envolvem parcialmente, e apenas uma envolve.

Não existem empresas sustentáveis, sem pessoas sustentáveis, esse é um

grande desafio, a mudança tem que começar em cada um da organização. Nesse

novo cenário, os departamentos de gestão de pessoas enfrentam o desafio de se

atualizarem diante da necessidade de incorporar e disseminar os valores da

Sim Não Parcialmente

1

2 2

A sua empresa envolve os funcionários nas praticas sustentaveis?

97

sustentabilidade no dia a dia da organização. ―Satisfazer as necessidades do

presente, sem comprometer a habilidade das futuras gerações de satisfazer as suas

necessidades‖. Relatório de Brundtland.

Uma empresa inovadora pode-se nascer da necessidade de se trabalhar a

Responsabilidade Social Empresarial, aperfeiçoando os modelos de gestões das

organizações através de praticas sustentáveis conquistando assim melhores

resultados e uma maior valorização.

7.4.2 Pesquisa Interna

Outro objetivo a se identificar neste trabalho é como os clientes da Rocha

Pneus estão ligados a assuntos ambientais, e também se eles concordam com a

atual maneira em que se encontra a loja.

Gráfico –9 Gráfico - 10

Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

No gráfico nove foi perguntado aos clientes se eles se sentiam seguros em

levarem seus veículos à loja, 84% responderam que sim, 14% disseram que

parcialmente, e 2% disseram que não. Esses dados mostram que tem que ser feito

alguma coisa para reverter esses números, onde o objetivo da empresa é que seus

clientes sintam 100% seguros.

No gráfico 10 foi perguntado se no ambiente da Rocha Pneus os materiais

para descarte se encontram de forma correta, 72% responderam parcialmente, 12%

84%

2%14%

Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao trazer seu carro ?

Sim Não Parcialmente

12%

16%

72%

Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra no ambiente da loja?

Sim Não Parcialmente

98

disseram que sim e 16% responderam que não. Diante desses dados já foram feitos

levantamentos de melhoramento interno da loja, como algumas reformas, envolver

mais os funcionários para que mantenha organizado e limpo o ambiente, para que

tanto o cliente, mais também o funcionário se sinta seguro, e tenha um local mais

espaçoso para trabalhar e atender com segurança e eficiência os clientes. Tais

ações vão ser apresentadas no plano de ação.

Gráfico – 11 Gráfico - 12

Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

Quando perguntado aos clientes se eles sabiam o que era

Responsabilidade Social e o que era Sustentabilidade os resultados foram bem

divididos, no gráfico onze 40% responderam que sim, 44% parcialmente e 16% não,

já no gráfico doze 64% responderam que sim, 24% parcialmente e 12% disseram

que não. Percebe-se um numero grandes pessoas que não sabe, ou pouco conhece

a respeito de assuntos tão importantes e tão discutidos atualmente. Para isso será

proposto no plano de ação um maior envolvimento da empresa com o funcionário,

como participação de palestras, work shop.

Sim40%

Não16%

Parcialmente44%

Você sabe o que é responsabilidade

social?

64%12%

24%

Você sabe o que é sustentabilidade?

Sim Não Parcialmente

99

Gráfico – 13 Gráfico - 14

Fonte: Elaborado pela autora. Fonte: Elaborado pela autora.

Nos gráficos treze e quatorze foram perguntados, se eles sabiam que é

reciclagem e se preocupavam com a separação do lixo em suas residências, os

resultados do gráfico treze 56% dos entrevistados responderam que sim, 32%

responderam parcialmente e 12% disseram que não. Segundo o site capital

reciclável, reciclagem consiste no aproveitamento de um bem descartado como

matéria prima para a produção de outros bens. A reciclagem permite diminuição no

impacto ambienta, já que limita a extração de matéria prima da natureza, reduz o

volume de resíduos sólidos e do lixo. A atividade de reciclagem contribui

socialmente para a geração de empregos e renda, melhora a qualidade de vida da

sociedade.

No gráfico quatorze 42% responderam parcialmente, 34% disseram que não e

24% responderam que sim, diante desses dados notasse que ainda tem muito a

trabalhar com as pessoas nesse quesito, e também a prefeitura juntamente com a

coleta seletiva ser um pouco mais eficiente, onde hoje a coleta seletiva só acontece

em alguns bairros da cidade.Para minimizar alguns efeitos serão propostosalgumas

ações no plano de ação, como distribuição de porta lixos para carros.

56%

12%

32%

Você sabe o que é reciclagem?

Sim Não Parcialmente

24%

34%

42%

Voê se preocupa em relação à separação

do lixo em sua …

Sim Não Parcialmente

100

8 CONSIDERAÇÔES FINAIS

A logística reversa consiste no processo que as empresas realizam para

recuperar seus produtos com a intenção de reutilização, revenda, reciclagem e

disposição final. A revenda ou remanufatura pode ser conseqüência de materiais

com defeitos vindos do fornecedor, ou insatisfação por parte do cliente e a

reciclagem pode ser utilizada para recuperação de insumos e utilização em novos

processos de manufatura, ou até mesmo ser exigida por motivos legais.

Se a logística tradicional já foi reconhecida pelas empresas como uma área

estratégica, a logística reversa vem ganhando cada vez mais espaço. Diante de

crescentes regulamentações sobre processo de armazenamento, transporte,

manuseio e disposição final de resíduos provenientes de processos de manufatura,

as empresas têm sido forçadas para adotarem um planejamento para disposição de

tais materiais.

A ideia de desenvolvimento sustentável é cada vez mais apreciada pela

sociedade. Com base nisso, as empresas tem se aproveitado e criado os chamados

produtos verdes, com a intenção de se destacar no mercado e melhorar sua imagem

institucional. O descarte de materiais descartáveis vem se tornando cada vez mais

caro, os aterros sanitários estão cada vez mais cheios, os recursos para fabricação

de componentes cada vez mais caros. Com isso, empresas exploram maneiras

economicamente viáveis para a disposição dos materiais.

Apesar da importância da logística reversa ser cada vez maior, somente

agora algumas empresas estão percebendo o valor estratégico de estudar a área.

De acordo com Rogers & Tibben-Lembke (1998), para a redução no custo da

logística reversa, será necessária a melhora de alguns processos, tais como:

1. Melhora na tecnologia de manuseio dos produtos;

2. Decisões planejadas de disposição final dos produtos;

3. Rápido processamento, para redução do tempo de ciclo reverso;

4. Sistemas de informações integrados.

Um dos produtos de pós-consumo estudado neste trabalho foi o pneu.

Considerado pelos ambientalistas como um dos maiores problemas ambientais do

101

mundo, seu descarte inapropriado no meio ambiente ao longo dos anos acumulou

um passivo de mais de três bilhões de pneus no mundo. No Brasil, são mais de cem

milhões e a cada ano 30 milhões de novos pneus passam a circular no país.

Além da poluição visual, pneus dispostos a céu aberto acumulam água e

facilita a transmissão da dengue, doença que tanto prejudica o país. Levam mais de

600 anos para se decompuser integralmente, e podem ser inflamados, pois sua

composição carrega grande quantidade de óleo.

Diante desses fatos foi feito um estudo com base científica, para analisar, e

buscar uma melhor solução para problemas encontrados no ambiente da Rocha

Pneus. Espera-se que as ações propostas sejam aplicadas.

8.1 PROJETO DE IMPLEMENTAÇÃO

8.1.1 Sumário executivo

São as pessoas que trabalham na organização como também seus gestores

os responsáveis por atingir as metas e os objetivos da mesma, sendo assim a

organização deve procurar com a composição do seu quadro de funcionários buscar

melhorias sustentáveis e ecologicamente corretas,para melhor atender seu cliente e

se mostrar um empresa ambientalmente correta.

8.1.2 Objetivo

Propor melhorias para o ambiente interno da loja, e participar de reuniões e

associações que desempenhe Logística Reversa

8.1.3 Justificativa

Todasas pessoas responsáveis pela execuçãodos serviços precisam ter em

mente qual o valor de se fazer o descarte correto, entender que essas questões

ambientais se tornou um dever de todos os cidadãos. Desta forma deve-se

conscientizá-los que a implantação de um novo modelo de trabalho, onde as

praticas sustentáveis será desenvolvida irá favorecê-los e também os clientes.

102

8.1.4 Descrição

A mudança de comportamento dos funcionários,juntamente com as

empresas, podem melhorar o descarte, e conscientizar mais pessoas para se

envolver e realizar praticas sustentáveis no dia-a-dia.

8.1.5 Escopo

O projeto é um planejamento, para se encontrar a melhor forma de se fazer o

descarte correto na empresa Rocha Pneus e Acessórios Ltda.

8.1.6 Prazo estimado

O prazo estimado para implantação do projeto é de 12 meses sendo que

começará a partir de janeiro de 2016.

8.1.7 Benefícios esperados

Envolver empresa e funcionários nas praticas sustentáveis;

Atender as necessidades dos clientes com responsabilidade social;

Propor criação de uma Cooperativa em nossa cidade que realize o

processo de Logística Reversa.

8.1.8 Plano de ação

As atividades relacionadas ao projeto de implementação irão acontecer no

ambiente externo e no ambiente interno da Rocha Pneus. Onde será utilizado um

plano de ação, onde ele direcionará o que deve ser feito, como deve ser realizado,

quem são as pessoas que farão as atividades e o custo de cada ação.

QUADRO 8– Plano de Ação

O QUE

FAZER

COMO FAZER QUEM FARA QUANDO CUSTO

Melhorar o

armazenamen

to dos

materiais para

Fazer um

espaço

apenas para

armazenar os

Pedreiro

contratado pelo

gestor da

empresa.

Imediato R$ 100,00

mão de obra,

R$ 150,00

materiais.

103

descarte

(Pneu, óleo e

ferro velho).

materiais para

descarte.

Obra

Pequena.

Compra de

lixeira seletiva.

Propor espaço

que fica

estrategicame

nte melhor

para todos

colaboradores

e clientes

verem e

utilizarem.

Lixeiras.

Gestor da

empresa

Imediato R$ 260,00

Melhorar

ambiente

físico da loja

(pintura,

localização de

materiais).

Fazer uma

pintura, e

mudar

algumas

máquinas de

lugar.

Pintor e

Funcionários

Imediato R$ 3.300,00

mão de obra,

R$ 7.000,00

materiais.

Evitar que

óleo e outras

substâncias

caiam no chão

e infiltre para o

solo.

Colocar

Borrachões

em baixo de

cada elevador.

Responsável da

empresa.

Imediato R$ 2.600,00

Envolver

funcionários

nas práticas

sustentáveis

Cursos rápidos

voltados para

área

ambiental.

Empresa

Terceirizada

Sebrae

Janeiro a

março de

2016

R$ 1.500,00

Propor criação

de uma

cooperativa

junto com

Participando

de reuniões,

assembleias e

associações

Prefeitura e

Empresas que

comercializam

produtos no

Abril de

2016

R$ 0,00

104

outros

empresários

do mesmo

segmento,

para

realização de

Logística

Reversa.

relacionadas

ao assunto.

mesmo

segmento.

Folder

institucional

demonstrando

a importância

da Logística

Reversa.

(1.000

unidades)

Colocar na

associação

comercial, na

empresa e

para os

clientes da

empresa, em

prol de

promover esta

ação.

Gestor da

empresa

Janeiro de

2016

R$ 700,00

Sacolinhas de

lixo para carro.

(1.000

unidades).

Distribuir para

todos os

clientes

Gestor da

empresa

Janeiro de

2016

R$ 1.200,00

Proposta de

Work Shop.

Work Shop

com

autoridades da

cidades e

empresários

do mesmo

segmento.

Gestor da

empresa

Maio de

2016

A orçar,

planejament

o futuro.

Pagina

relacionadas a

logística

reversa nas

Criando

paginas, para

postar artigos,

idéias, que

Gestor da

empresa

Fevereiro

de 2016

R$ 0,00

105

redes sociais incentive as

praticas

sustentável.

Direcionada

para clientes e

empresas

Valor total R$16.810,00

8.1.9 Resultados Alcançados

Algumas das ações propostas no plano de ações, já foram desenvolvidas pela

empresa, como a pintura para melhorar o ambiente físico da loja, e a compra dos

borrachões. No anexo X segue fotos das mudanças.

QUADRO 09 – CRONOGRAMA DE IPLEMENTAÇÃO PROJETO

ATIVIDADES DEZ JAN FEV MAR ABR MAI

Compra de Lixeira Seletiva X

Local para armazenamento de materiais

X

Cursos para funcionários

X

Proposta de criação de Cooperativa

X

Sacolinhas de lixo para carros X

Criação de Pagina nas redes sociais X

Proposta de Work Shop X

Fonte: Elaborado pela autora. Nota: Cronograma elaborado para programação de atividades do projeto

106

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SILVA, Edna Lúcia da.; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 2000. SILVA, Edna Lúcia da.; MENEZES, EsteraMuszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 2000. SOUSA, P.T. Logística interna: modelo de reposição semi-automático de materiais TANURE, B. Gestão à brasileira: somos ou não diferentes?:uma comparação com América Latina, Estados Unidos, Europa e Ásia, 2ª ed. 2ª reimpr. São Paulo: Atlas, 2007.

VALLE, C. E. Qualidade Ambiental: como ser competitivo protegendo o meio ambiente. São Paulo: Pioneira, 1995.

WANKE, P. F. Dinâmica da estratégia logística de empresas brasileiras. Revista de

Administração de Empresas – RAE. São Paulo, v. 45, n. 4, out./dez. 2005.

.

111

APENDICE A

Fotos das mudanças feitas na empresa

Antes Depois

Antes Depois

112

Antes Depois

Antes Depois

Antes Depois

113

APENDICE B

114

APENDICE C

QUESTIONÁRIO –LOGISTICA REVERSA (EMPRESAS)

1) Você sabe o que é Responsabilidade Social?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

2) Você sabe o que é Sustentabilidade?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

3) Você sabe o que é Logística Reversa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

4) Sua empresa realiza Logística Reversa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

5) Vocês possuem certificação ambiental?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

6) A sua empresa realiza o ciclo de reaproveitamento de materiais?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

7) Quais tipos de materiais vocês costumam fazer o descarte?

( ) Pneus ( ) Ferro Velho ( ) Óleo ( ) Outros

Se outros, quais? _______________________________________________

8) A sua empresa sabe para onde vão os materiais que vocês descartam?

115

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

9) Você sabe o destino final dos Pneus?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

10) Você sabia que o que descarte correto dos pneus é lei?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

11) Você conhece a Reclanip?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

12) Você acha que seria interessante ter uma cooperativa em sua cidade que

cuidaria da parte do descarte consciente?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

13) A sua empresa envolve os funcionários nas praticas sustentáveis?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

14) Sua empresa oferece treinamentos voltados para área ambiental?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

Se sim, quais? ________________________________________________

15) Você é a favor da Implantação de multas para empresas que não cumprem a

lei em relação a Logística Reversa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

16) Você sabe qual a importância para o meio ambiente em se destinar os

materiais para um local seguro?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

116

APENDICE D

Questionário – Logística Reversa (Clientes)

1- Qual seu sexo?

( ) Feminino ( ) Masculino

2- Qual sua idade?

( ) Entre 17 a 25 anos ( ) Entre 26 a 35 anos ( ) Acima de 35 anos

3- Você sabe o que é Responsabilidade Social?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

4- Você sabe o que é Sustentabilidade?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

5- Você sabe o que é Logística Reversa?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

6- Você estaria disposto a pagar um preço um pouco mais caro, em uma

empresa que realizasse o descarte consciente e estive regularizado dentro

das normas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

7- Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao trazer seu

carro?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

8- Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra

no ambiente da loja?

117

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

9- A implantação de uma fiscalização rígida em relação ao descarte de lixo

residencial reduziria danos ao meio ambiente?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

10- Hipoteticamente, você pagaria taxas extras para contribuir com a logística

reversa (coleta do lixo)?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

11- Você sabe o que é reciclagem?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

12- Você se preocupa em relação à separação do lixo de sua residência?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

13- Você acha Responsabilidade da sociedade pode contribuir com a

sustentabilidade e o meio ambiente?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente

118

APENDICEE

Gráficos dos Resultados da Pesquisa (Clientes)

Gráfico - 1 Gráfico - 2

Gráfico - 3 Gráfico - 4

Feminino24%

Masculino

76%

QUAL O SEU SEXO?

9

23

18

Entre 17 e 25 Entre 26 e 35 Acima de 35

QUAL A SUA IDADE?

Sim40%

Não16%

Parcialmente44%

Você sabe o que é responsabilidade

social?

Sim40%

Não16%

Parcialmente44%

Você sabe o que é responsabilidade social?

119

Gráfico –5 Gráfico - 6

Gráfico–7 Gráfico - 8

Gráfico – 9 Gráfico - 10

5

38

7

Sim Não Parcialmente

Você sabe o que é logística reversa?

8

22

20

Sim

Não

Parcialmente

Você estaria disposto a pagar um preço um pouco mais caro, em uma empresa que realizasse o descarte consciente e estive regularizado dentro das …

84%

2%14%

Dentro do Ambiente da Rocha Pneus você se sente seguro ao

trazer seu carro ?

Sim Não Parcialmente

12%

16%

72%

Você que está correta a forma em que os materiais para descarte se encontra no ambiente da loja?

Sim Não Parcialmente

28

5

17

Sim Não Parcialmente

A implantação de uma fiscalização rígida em relação ao descarte de lixo residencial

reduziria danos ao meio ambiente?

2

40

8

Sim

Não

Parcialmente

Hipoteticamente, você pagaria taxas extras para contribuir

com a logística reversa (coleta do lixo)?

120

Gráfico - 11 Gráfico - 12

Gráfico – 13

Grafico– 13

56%

12%

32%

Você sabe o que é reciclagem?

Sim Não Parcialmente

Sim24%

Não34%

Parcialmente42%

Você se preocupa em relação à separação do lixo de sua

residência?

28%

30%

42%

Você acha Responsabilidade da sociedade pode contribuir

com a sustentabilidade e o meio ambiente?

Sim Não Parcialmente

121

Gráficos de resultados da pesquisa (Empresas)

Gráfico - 1 Gráfico - 2

Gráfico –3 Gráfico - 4

20% 0%

80%

Você sabe o que é Responsabilidade

Social?

Sim Não Parcialmente

0

1

2

3

4

Sim Não Parcialmente

Série1 4 1

Você sabe o que é sustentabilidade?

40%

20%

40%

Você sabe o que é Logistica Reversa?

Sim Não Parcialmente

2

1

2

Sua empresa realiza Logística Reversa?

122

Gráfico - 5 Gráfico - 6

Gráfico–7 Gráfico - 8

Gráfico –9 Gráfico - 10

0%

40%

60%

Vocês possuem certificação Ambiental?

Sim Não Parcialmente

20%

20%60%

A sua empresa realiza o ciclo de

reaproveitamento de materiais?

Sim Não Parcialmente

31%

23%

38%

8%

Quais os tipos de materiais vocês

costumam fazer o …

pneus ferro velho oleo outros

2 3

A sua empresa sabe para onde vão os

materiais descartados?

Série1

Sim0%

Não 40%

Parcialmente60%

Você sabe o destino final dos pneus?

3

2

Sim

Não

Parcialmente

Você sabia que o descarte correto dos

pneus é lei?

Série1

123

Gráfico - 11 Gráfico - 12

Gráfico - 13 Gráfico - 14

Gráfico - 15 Gráfico - 16

41

Você conhece a Reciclanip?

Série1

Sim60%Não

0%

Parcialmente

40%

Você acha que seria interessante ter uma

cooperativa em …

12 2

A sua empresa envolve os

funcionários nas praticas sustentaveis?

5

Sim

Não

Parcialmente

Sua empresa oferece treinamentos

voltados para area ambiental?

0%

80%

20%

Você é a favor da implantação de multas para …

Sim Não Parcialmente

5

Você sabe qual a importância para o

meio ambiente em …