tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

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UNIVERSIDADE NILTON LINS CURSO SUPERIOR TECNOLOGO EM SEGURANÇA DO TRABALHO ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES E MEDIDAS PREVENTIVAS Manaus/AM 2013

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Page 1: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

UNIVERSIDADE NILTON LINS

CURSO SUPERIOR TECNOLOGO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES

E MEDIDAS PREVENTIVAS

Manaus/AM

2013

Page 2: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

Anibal da Silva Cajado

Marta Lobato Lima

Silvânia Souza de Araújo

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência

parcial para obtenção da

Graduação a Universidade Nilton

Lins, sob a orientação do Prof .

Eng. Civil e Segurança do

Trabalho: Luís Coelho de

Magalhães Botelho.

Manaus/AM

2013

Page 3: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

CDU 616-001.44

CDU 616-001.44

Cajado, Anibal da Silva

C139a Acidentes com perfurocortantes e medidas preventivas / Anibal da Silva

Cajado, Marta Lobato Lima, Silvânia Souza de Araújo. – 2013.

55 f.; 30cm.

Orientador: Prof. Luís Coelho de Magalhães Botelho.

Trabalho de conclusão de Curso (graduação) – Universidade Nilton Lins,

Curso Superior Tecnólogo em Segurança do Trabalho, 2013.

1. Acidentes com agulhas. 2. Perfurocortantes. 3. Prevenção.

Page 4: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES

E MEDIDAS PREVENTIVAS

Este TCC foi julgado para obtenção da Graduação e Aprovado em sua forma

final pelo Curso de Tecnólogo em Segurança do Trabalho

Manaus, 27 de junho de 2013.

____________________________________

Prof. Luís Coelho de Magalhães Botelho

____________________________________

Prof.ª MsC Ida Paula da Silva Moura

____________________________________

Prof.ª Carolina de Jesus Candido Neves

Page 5: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

Dedicatória

Eu, Aníbal da Silva Cajado, dedico este TCC primeiramente ao nosso Senhor Jesus Cristo

que me iluminou todos estes anos e que me fez não desistir do meu sonho, e a minha querida

mãe Maria Francisca que me apoio nesta jornada, se não fosse ela eu não conseguiria

concluir este curso, pois, muitas vezes eu pensei em desistir, mas ela permaneceu sempre do

meu lado me dando todo o apoio. Hoje eu estou aqui prestes a concluir o curso de

graduação, eu agradeço muito a ela, e as minhas irmãs, e aos meus amigos, familiares e aos

professores desta instituição.

Eu, Marta Lobato Lima, dedico este TCC, em primeiro lugar a Deus, pela força e coragem

durante toda esta longa caminhada, ao meu amado esposo Fábio pela paciência pelo

incentivo, pela força e principalmente pelo carinho. Dedico em especial aos meus filhos

Fábio Matheus, (Joaquim) Paula Joaquina que sofreram com minha ausência a Brenda

Vitoria que desde o nascimento de seu irmão me deu forças pra continuar a estudar, a minha

querida e amada irmã Madalena que por muitas vezes renunciou à sua própria vida pra que

eu pudesse chegar até aqui, ao meu pai Lázaro Lima que prometeu viver pra me vir vencer

na vida e a minha cunhada e amiga Fabíola pelo apoio. Obrigada à todos.

Eu, Silvânia Souza de Araújo, dedico este TCC, a todos da minha família, ao meu esposo

Dinelson e a meu filho Marcus Victor que ao longo desses três anos sempre estiveram ao

meu lado me dando força para continuar estudando e por ter compreendido minha ausência

por conta dos estudos. Aos meus irmãos Douglas, Dercley, Silvia e Silviane que me deram

força nos momentos difíceis e participaram das minhas alegrias. A minha avó Hilda que

admiro tanto, pela sua experiência de vida. Dedico em especial a minha querida mãe

Osilete, que nunca deixou desistir dos meus sonhos e preenche minha vida de alegria, amor,

carinho, proteção e atenção. Grata pelo carinho de todos.

Page 6: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

Agradecimentos

Agradecemos a DEUS por ter iluminado nosso caminho, dando-nos força, saúde e coragem.

Agradecemos as nossas famílias e amigos, que por todo esse tempo que nos deram apoio e

incentivaram nossa luta.

Aos colegas de curso, que estiveram ao nosso lado nos momentos alegres e difíceis e, por

nos proporcionar momentos de descontração em sala de aula.

Aos queridos professores de todos os períodos do curso, que sempre nos encorajaram a

continuar e nunca desistir.

Ao nosso orientador Professor Luís Coelho, que acreditou em nosso potencial, que esteve

presente em todos os momentos deste trabalho de conclusão de curso e durante todo o

desenvolvimento teórico-prático desta publicação, sempre nos apoiando, incentivando e

orientando.

Page 7: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

... Muitas vezes estamos em dificuldades,

mas não somos derrotados.

Algumas vezes ficamos em dúvida,

mas nunca desesperados.

Temos muitos inimigos,

mas nunca nos falta um amigo.

Às vezes somos feridos,

mas não destruídos.

2 Coríntios 4, 8-10

Page 8: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

RESUMO

Este trabalho possui como tema principal os acidentes com perfurocortantes e medidas preventivas, que ao longo

das pesquisas realizadas apontam os acidentes com agulha como um sério problema nas instituições hospitalares,

uma vez que as exposições percutâneas são as maiores responsáveis pela transmissão ocupacional de infecções

sanguíneas para os profissionais de saúde. Historicamente estudos comprovam que a preocupação com os riscos

biológicos surgiu, somente, a partir da epidemia do HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas normas

para as questões de segurança no ambiente do trabalho hospitalar.

O ato de reencapar agulhas, a desconexão da agulha da seringa, o transporte ou manipulação de agulhas

desprotegidas, o descarte inadequado dos objetos perfurocortantes em recipientes impróprios ou em recipientes

superlotados são as principais causas de acidentes. Os hospitais são locais complexos, onde se realizam cuidados

de saúde a um grande número de pessoas, tendo como resultado a existência de riscos potenciais aos quais os

trabalhadores podem estar expostos. Dados de vigilância agregados do National Suryeillance System for Health

Care Workers (NaSH), são usados para fornecer uma descrição geral da epidemiologia das exposições

percutâneas, onde, mostram que a equipe de enfermagem é que sofre o maior número de acidentes com

perfurocortantes. Entretanto, outros trabalhadores que prestam assistência aos pacientes (como médicos e

técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de suporte (por exemplo, trabalhadores de serviços

de higienização/limpeza) também estão sujeitos a este risco. Entre as doenças ocasionadas pelo acidente com

perfurocortantes o vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HBC) e o vírus da AIDS (HIV) são os

patógenos mais comumente transmitido durante as atividades de assistência ao paciente.

Estudos realizados comprovam que são grandes os efeitos na vida de quem sofre o acidente, gerando medo e

angustia mesmo que não haja contaminação de doenças graves. As instituições de saúde necessitam de diretrizes

claras para a elaboração de uma eficiente ferramenta de gestão dos riscos, envolvendo a prevenção de acidentes

dos profissionais com materiais perfurocortantes, e foi por isso, que o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego)

criou a Portaria nº 1.748, de agosto de 2011, que trata do Plano para Implantação de Materiais Perfurocortantes

com Dispositivo de Segurança que foi determinante para que essa exigência fosse atendida. Um efetivo

programa de prevenção de acidentes inclui diversos componentes que devem atuar em conjunto para prevenir

que os trabalhadores da saúde sofram acidentes de trabalho com agulhas e outros materiais perfurocortantes.

Esse programa de prevenção deve se integrar aos programas já existentes, como os de gestão da qualidade, de

controle de infecção e de segurança e saúde ocupacionais. Apesar da complexidade deste trabalho sobre o tema

abordado, concluí-se que, com treinamentos específicos, conscientização dos profissionais de saúde e

fiscalizações realizadas pelos setores e órgãos competentes ocorrerá a prevenção.

Palavras-Chave: acidentes com agulhas; perfurocortantes; prevenção.

Page 9: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

ABSTRACT

This work has as main theme needlestick accidents with cutting and preventive measures, which over the point

of the research conducted needlestick injuries as a serious problem in hospitals since the percutaneous exposures

are the most responsible for occupational transmission of blood-borne infections for health professionals.

Historically, studies show that concern about biological risks arose only from the epidemic of HIV / AIDS in the

'80s, where standards have been established for the safety issues in the workplace hospital.

The act of recapping needles, disconnecting the syringe needle, shipping or handling needles unprotected, the

improper disposal of sharp objects pierce in containers unfit or overcrowded containers are the main causes of

accidents. Hospitals are complex sites, where they perform health care to a large number of people, resulting in

the existence of potential risks to which workers may be exposed. Surveillance data aggregated Suryeillance

National System for Health Care Workers (NaSH), are used to provide an overview of the epidemiology of

percutaneous exposures, which show that the nursing staff is suffering the highest number of accidents with

sharp pierce. However, other workers who provide patient care (such as medical and technical) staff, laboratories

and support teams of workers (eg, service workers cleaning / cleaning) are also subject to this risk. Among the

diseases caused by accident with sharp pierce the hepatitis B virus (HBV), hepatitis C (HBC) and the AIDS virus

(HIV) are the most commonly transmitted pathogens during patient care activities.

Studies show that the effects are large in the lives of those who suffer the accident, causing fear and anguish

even if there is contamination of serious diseases. Health institutions need clear guidelines for the development

of an efficient tool for risk management, involving the prevention of accidents with professional materials pierce

cutting, and was therefore the MTE (Ministry of Labour and Employment) Ordinance created No. 1748, August

2011, which deals with the Implementation Plan for Materials perforating knives with safety device that was

crucial to those requirements were met. An effective accident prevention program includes several components

that must work together to prevent health workers suffer work-related injuries from needles and other sharp

materials pierce. This prevention program must integrate with existing programs such as quality management,

infection control and occupational health and safety. Despite the complexity of this work about the subject, I

concluded that, with specific training, awareness of health and inspections conducted by the industry and

relevant bodies occur prevention.

Keywords: needlestick injuries, needlestick sharps; prevention.

Page 10: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Grupos de trabalhadores da saúde expostos a sangue ou outros materiais

biológicos.................................................................................................................................22

Figura 2 Locais de ocorrência dos acidentes com sangue ou outros materiais

biológicos.................................................................................................................................24

Figura 3 Circunstâncias de ocorrência de acidentes percutâneos envolvendo agulhas com

lúmen........................................................................................................................................25

Figura 4 Tipos de perfurocortantes envolvidos nos acidentes percutâneos............................26

Page 11: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

LISTA DE TABELA

Tabela 1 Comparação das proporções e taxas de acidentes percutâneos entre ocupações

selecionadas em diferentes estudos..........................................................................................23

Tabela 2 Infecções transmitidas através de acidentes percutâneos durante atividades de

assistência ao paciente (PC) e/ou no Laboratório/Autópsia (LA)...........................................27

Page 12: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS - Acquired Immunodeficiency Syndrome

CCIH – Comissão de Controle de Infecção hospitalar

CDC - Centers for Diseases Control and Prevention

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidente

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

DORT - Doenças Orteomusculares Relacionadas ao Trabalho

EPC - Equipamento de Proteção Coletiva

EPI - Equipamentos de Proteção Individual

HBV - Vírus da Hepatite B

HCV - Vírus da Hepatite C

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NaSH - National Suryeillance System for Health Care Workers

NR - Norma Regulamentadora

OMS - Organização Mundial de Saúde

SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho

SMS – Saúde, Meio Ambiente e Segurança

UAB – Universidade Aberta do Brasil

WHO – World Health Organization

Page 13: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

SUMÁRIO

Resumo

Abstract

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Lista de Abreviaturas e Siglas

1.0 Introdução..........................................................................................................................15

2.0 Revisão da Literatura.........................................................................................................17

2.1 Histórico de Acidentes com Profissionais da Saúde......................................................17

2.2 As Principais Causas de Acidentes.................................................................................19

2.3 Riscos para os Trabalhadores em Ambiente Hospitalar ..............................................21

2.4 Grupo de Risco para Acidentes com Perfurocortantes.................................................22

2.4.1 Epidemiologia dos Acidentes com Perfurocortantes...............................................22

2.4.2 Quem Corre Risco de Sofrer Acidentes com Perfurocortante.................................22

2.4.3 Onde, Quando e Como Ocorrem os Acidentes.........................................................23

2.4.4 Quais Perfurocortantes estão Envolvidos nos Acidentes Percutâneo......................25

2.5 Doenças como Consequência do Acidente.....................................................................27

2.5.1 Patógenos de Transmissão Sanguínea.......................................................................27

2.5.2 Vírus da Hepatite B.....................................................................................................27

2.5.3 Vírus da Hepatite C.....................................................................................................28

2.5.4 Vírus do HIV (Vírus Da Imunodeficiência Humana) ..............................................29

Page 14: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

2.6 Efeitos na vida de Quem Sofre o Acidente........................................................................29

2.7 Prevenções de Acidentes com Perfurocortantes em Assistência À Saúde.......................32

2.7.1 Estratégias para a Prevenção de Acidentes................................................................36

3.0 Metodologia.......................................................................................................................38

3.1 Característica da Investigação.......................................................................................38

3.2 Período da Investigação.................................................................................................38

3.3 Apresentação e Análise da Pesquisa..............................................................................38

4.0 Resultados e Discussões....................................................................................................39

5.0 Conclusão...........................................................................................................................42

Referências Bibliográficas

Anexos

Anexo I- Programas de Prevenções de Acidentes em Ambiente Hospitalar

Anexo II - Ministério do Trabalho e Emprego Gabinete do Ministro (Portaria nº 1.748, de

30 de agosto de 2011)

Glossário

Page 15: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

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1.0 INTRODUÇÃO

Segundo o Manual de Prevenção de Acidente de Perfurocortantes da FUNDACENTRO os

serviços de saúde são compostos por ambientes de trabalho complexos, apresentando, por isso

mesmo, riscos variados à saúde dos trabalhadores e também das pessoas que estejam

recebendo assistência médica nesses locais. Dentre esses riscos, um que é bastante peculiar ao

serviço de saúde é o risco de sofrer um acidente de trabalho com material biológico

envolvendo um perfurocortante. Além de incluir o ferimento em si, a grande preocupação em

um acidente desta natureza é a possibilidade de vir a se infectar com um patógeno de

transmissão sanguínea, especialmente os vírus das hepatites B e C e da AIDS. Essas são

doenças que trazem grandes perdas não só ao trabalhador acidentado, mas também a toda a

sociedade. Mesmo que não haja soro conversão, um acidente com um perfurocortante envolve

o sofrimento do trabalhador acidentado e de sua família e muitas vezes grandes custos

financeiros.

A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma importante etapa na

prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde por patógenos de transmissão

sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os acidentes, incluindo as circunstâncias associadas

com a transmissão ocupacional por estes patógenos, são essenciais para o direcionamento e a

avaliação das intervenções nos níveis local, regional e nacional. Os CDC’s estimam que, a

cada ano, ocorram 385.000 acidentes com perfurocortantes entre os trabalhadores da saúde

que atuam em hospitais; uma média de 1.000 exposições por dia. A verdadeira magnitude do

problema é difícil de ser avaliada, já que não existem informações sobre a ocorrência destes

acidentes entre os trabalhadores que atuam em outros serviços, como, por exemplo,

instituições de longa permanência para idosos, clínicas de atendimento ambulatorial, serviços

de atendimento domiciliar (home care), serviços de atendimento de emergência e consultórios

particulares. Além disso, embora estas estimativas dos CDC’s tenham sido ajustadas em

relação à subnotificação, a importância deste fator não pode ser subestimada. Diferentes

estudos indicam que mais de 50% dos trabalhadores da saúde não notificam a ocorrência de

exposições percutâneas envolvendo material biológico.

Page 16: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

16

Baseados nessas pesquisas, desenvolvemos o nosso tema que aborda acidentes com

instrumentos perfurocortantes ocorridos com trabalhadores de serviço de saúde, delimitando

para acidentes com agulhas em ambiente hospitalar e, suas medidas preventivas.

É relatado um problema real, que acontece diariamente no ambiente de trabalho hospitalar.

Ao questionarmos o problema, realizamos estudo que identificam as causas, os efeitos e as

consequências, bem como, as medidas preventivas necessárias para enfrentá-lo.

Este estudo contribuirá para reforçar a atenção quanto à segurança do trabalho em ambiente

hospitalar, tendo como consequência, obtenção de melhoria técnica para todos os

trabalhadores de serviço de saúde envolvidos com o tema, acarretando importante

contribuição social, cujo benefício será preservar a saúde e segurança de todos os

trabalhadores que prestam serviço em ambiente hospitalar.

Page 17: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

17

2.0 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 HISTÓRICO DE ACIDENTES COM OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Historicamente as primeiras pessoas que cuidavam dos doentes eram freiras e religiosos.

Atualmente, a enfermagem presta esse cuidado, contando também com técnicas de precaução

e transmissão de doenças, bem como promoção da saúde do indivíduo. Essas técnicas

passaram a ser desenvolvidas com Florence Nightdale, a precursora da enfermagem, que

desenvolveu as primeiras formas de organização e técnicas de limpeza, principalmente de

locais mais simples, como chão e até a lavagem de materiais utilizados, o que na época fez

com que ocorresse a diminuição do índice de mortalidade, principiando os cuidados com a

transmissão de micro-organismos e organizando o ambiente laboral. (Revista PROTEÇÃO,

2013)

Em outras épocas, os trabalhadores da área da saúde não eram considerados como categoria

profissional de alto risco para acidentes do trabalho. A preocupação com os riscos biológicos

surgiu, somente, a partir da epidemia do HIV/AIDS nos anos 80, onde foram estabelecidas

normas para as questões de segurança no ambiente do trabalho. (Nishide e cols, 2004)

Em 1981 representantes da Organização Mundial de Saúde - OMS, reunidos em Haya,

reconheceram não dispor de estatísticas nacionais e internacionais sobre acidentes e lesões

que afetam os profissionais de saúde e dentre eles os trabalhadores de enfermagem.

(Zurita,1993)

Em 1981, McCormick e Maki foram os primeiros a descrever as características de acidentes

com perfuro cortantes entre trabalhadores da saúde e a recomendar uma série de estratégias de

prevenção, incluindo programas educacionais, evitar de reencape e melhores sistemas para

descarte de agulhas. Em 1987, as recomendações do Centers for Diseases Control and

Prevention CDC para prevenções universais incluíram um guia sobre a prevenção de acidente

com perfurocortante com foco nos cuidados durante o manuseio e o descarte. Diversos

estudos sobre a prevenção de acidente com agulhas, publicados entre 1987 e 1992,

focalizaram o desenvolvimento e a colocação de coletores de descarte de perfurocortantes

resistentes à punctura em locais adequados e a capacitação dos trabalhadores sobre os riscos

Page 18: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

18

do reencape, do encurvamento e da quebra de agulhas usadas. Muitos desses estudos

documentaram o sucesso limitado desses intervenções específicas, tanto em prevenir

acidentes relacionados ao descarte quanto ao reencape. Os resultados foram melhores, porém,

quando a intervenção incluiu uma ênfase na comunicação e no feedback para os trabalhadores

das situações de riscos encontradas e dos acidentes notificados. (FUNDACENTRO, 2010)

No Brasil, os estudos que enfocam a relação saúde-trabalho de enfermagem nas instituições

hospitalares, começaram a ser realizados na década de 70 e foram incrementados a partir da

década de 80. Estes estudos demonstram que a saúde do trabalhador de enfermagem é

comprometida, em parte, pode ser detectado através da elevada incidência de acidentes de

trabalho e doenças profissionais. (Marziale e cols,1990)

Dados do Ministério da Previdência Social apontam que o setor de saúde é o quinto no

ranking de acidentes do trabalho, superando áreas consideradas de alto risco como a da

construção civil, de eletricidade e as indústrias extrativas. A saúde só perde para setores como

indústria de transformação, agricultura e transportes. (Revista Infectologia Hoje, 2006).

Os acidentes de trabalho ocasionados por material perfurocortante entre os trabalhadores de

enfermagem são frequentes, devido ao número elevado de manipulação, principalmente de

agulhas, e representam prejuízos aos trabalhadores e às instituições. Tais acidentes podem

oferecer riscos à saúde física e mental dos trabalhadores. (Marziale e cols, 2004)

A prevenção de acidentes de trabalho com material biológico é uma importante etapa na

prevenção da contaminação de trabalhadores da saúde por patógeno de transmissão

sanguínea. Dados epidemiológicos sobre os acidentes, incluindo as circunstancias associadas

com a transmissão ocupacional por estes patógenos, são essenciais para o direcionamento e a

avaliação das intervenções dos níveis local, regional e nacional. Os Centers for Diseases

Control and Prevention (CDC) nos EUA estimam que, a cada ano, ocorram 385.000 acidentes

com perfurocortantes entre os trabalhadores da saúde que atuam em hospitais, uma média de

1000 exposições por dia. (FUNDACENTRO, 2010)

A verdadeira magnitude do problema é difícil de ser avaliada, já que não existem informações

sobre ocorrência destes acidentes entre os trabalhadores que trabalham em outros serviços,

como por exemplo, instituições de longa permanência para idosos, clínicas de atendimento

ambulatorial, serviços de atendimento domiciliar, serviços de atendimento de emergência e

consultórios particulares. Além disso, embora essas estimativas dos CDC’S tenham sido

Page 19: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

19

ajustadas em relação a subnotificação, a importância desse fator não pode ser subestimada.

Diferentes estudos indicam que mais de 50% dos trabalhadores da saúde não notificam a

ocorrência de exposição percutânea envolvendo materiais biológicos. (FUNDACENTRO,

2010)

Segundo a Resolução n. 5/93 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), os

materiais perfurocortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros em geral ou

qualquer material pontiagudo ou que contenha fios de corte capazes de causar perfurações ou

cortes (Moreira, 2007).

E do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) são aqueles utilizados na assistência à saúde e

que contenham ponta ou gume ou que possam perfurar ou cortar (item 1.3 do Anexo da

Portaria nº 1748/2011). (UNIFESP, 2011)

2.2. AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ACIDENTES

Apesar de os acidentes com material infectante acometerem todos os trabalhadores da área da

saúde, a equipe de enfermagem está em constante risco de adquirir os patógenos veiculados

pelo sangue, uma vez que suas atividades envolvem contato direto com sangue e outros

fluidos corpóreos, além de manipulação rotineira de materiais perfuro cortantes. (Moura e

cols, 2006)

Os acidentes com agulhas constituem sério problema nas instituições hospitalares, uma vez

que as exposições percutâneas são as maiores responsáveis pela transmissão ocupacional de

infecções sanguíneas para os profissionais de saúde. (Bravidelli e cols, 2002)

O ato de reencapar agulhas, a desconexão da agulha da seringa, o transporte ou manipulação

de agulhas desprotegidas, o descarte inadequado dos objetos perfurocortantes em recipientes

impróprios ou em recipientes superlotados são as principais causas de acidentes envolvendo

perfurações acidentais. (Brevidelli e cols, 2002)

A adoção de práticas seguras no exercício de atividades de enfermagem precisa ser uma

temática a ser bastante discutida pela equipe responsável pelas ações de educação continuada,

como também se necessita descobrir a razão do não seguimento das recomendações-padrão

Page 20: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

20

pelos profissionais que as conhecem e, no entanto, não as praticam corretamente. (Brevidelli e

cols, 2002)

A análise do conteúdo das abordagens educativas e da influência das percepções dos

profissionais de saúde sobre a prática ou não das medidas preventivas deve ser uma

preocupação apresentada pelo conjunto de pessoas responsáveis pelos treinamentos

institucionais. (Brevidelli e cols, 2002)

Com relação ao ambiente hospitalar, este é reconhecido como insalubre, penoso e também

perigoso para aqueles que ali trabalham. É um local favorável para o adoecimento devido aos

riscos ocupacionais, biológicos, químicos, físicos e psicossociais. Estas condições

determinam um ambiente propício ao desenvolvimento de transtornos mentais, como

ansiedade, depressão e estresse. Além do ambiente de trabalho em que Enfermagem está

inserida, tal profissão é considerada estressante devido à vivência direta e ininterrupta do

processo de dor, morte, sofrimento e pelas muitas situações imprevisíveis, por vezes

repulsivas e angustiantes que executa. (WHO, 2002)

Segundo (Oliveira e cols, 2009), permitiu, ainda, a identificação de que os principais fatores

potenciais de risco a ocorrência de acidentes de trabalho, com perfurocortantes, estão

relacionados com as condições do local de trabalho, destacam-se: a insalubridade e o perigo; o

descarte do material em locais superlotados ou inadequados, tais como: saco de lixo comum,

cama, mesa de cabeceira do paciente, campos cirúrgicos e bandejas, por exemplo; o piso,

muitas vezes, molhado em corredor; a má qualidade de materiais; e a não oferta de matérias e

equipamentos de segurança. Soma-se a essas, o comportamento dos funcionários em que

foram mencionados, tarefas repetitivas, o manuseio frequente de agulhas, muitas vezes

desprotegida; reencape de agulhas; a desconexão da agulha da seringa; a pressa decorrente do

plantão; ao estresse, a tensão, a fadiga e o cansaço por sobrecarga de trabalho (como

duplicidade de emprego, por exemplo); a desconsideração das precauções padrão; o

desconhecimento dos riscos de infecção; e o próprio aspecto cultural de cada personagem.

Relaciona-se, ainda, ao comportamento dos pacientes muitas vezes agressivos.

Os acidentes de trabalho ocasionados por material perfurocortante entre trabalhadores de

enfermagem são frequentes, devido ao número elevado de manipulação, principalmente de

agulhas, e representam prejuízos aos trabalhadores e às instituições. Tais acidentes podem

oferecer riscos à saúde física e mental dos trabalhadores. (Cardoso e cols, 2009)

Page 21: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

21

2.3 RISCOS PARA OS TRABALHADORES EM AMBIENTE HOSPITALAR

Os hospitais são locais complexos, onde se realizam cuidados de saúde a um grande número

de pessoas, tendo como resultado a existência de riscos potenciais aos quais os trabalhadores

podem estar expostos (Nishide e cols, 2004).

São considerados locais insalubres, pois reúnem pacientes portadores de diferentes

enfermidades infecto-contagiosas e realizam muitos procedimentos que oferecem riscos de

exposição a material biológico para seus trabalhadores (Nishide e cols, 2004).

Marziale (2002) citam que no contexto hospitalar, a equipe de enfermagem está mais exposta

aos riscos ocupacionais e a lesões decorrentes do acidente de trabalho, pelo fato de

permanecerem 24 horas junto ao paciente.

Desse modo, o cuidado com o ambiente tem papel fundamental na prevenção de acidentes e

doenças relacionadas ao trabalho, porém, pouca importância tem sido dada ao profissional, o

que reflete na sua maior exposição aos riscos. Damasceno et al. (2006, p.86) afirmam que “a

convivência cotidiana com o ambiente insalubre ou de riscos pode diminuir a percepção das

pessoas sobre a necessidade de adotar medidas preventivas para a sua própria segurança”.

Neste sentido, é imprescindível a formação de uma consciência sobre a existência dos riscos

ocupacionais pela equipe de enfermagem, de acordo com a realidade apresentada nos

respectivos ambientes de trabalho (Farias e cols, 2005).

Nas instituições de saúde, pode-se verificar a presença de alguns riscos no ambiente de

trabalho. O risco físico está associado às condições inadequadas de iluminação, temperatura,

ruídos e radiações; o risco químico está presente na manipulação de desinfetantes,

esterilizantes, gases anestésicos e medicamentos, quimioterápicos; o risco biológico se

manifesta pelo contato direto com microrganismos, sangue e fluidos. Alguns estudos referem

ainda o risco psicossocial, que ocorre pela necessidade de atenção constante, pressão da

chefia, estresse, fadiga, ritmo acelerado, horários e turnos alternados; e também os riscos

ergonômicos aparecem nas atividades de levantamento e transporte excessivo de 20 pesos e

no trabalho em posições incômodas (Zaparoli, 2009; Magnago et al., 2010).

Page 22: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

22

2.4 GRUPO DE RISCO PARA ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES

2.4.1 Epidemiologia dos acidentes de trabalho com perfurocortantes

Dados sobre acidentes com agulhas e outros perfuro cortantes são usados para caracterizar o

trabalhador, o local, o objeto, a circunstância e o modo dessas exposições. Dados de

vigilância agregados do National Suryeillance System for Health Care Workers (NaSH), são

usados para fornecer uma descrição geral da epidemiologia das exposições percutâneas.

(FUNDACENTRO, 2010)

2.4.2 Quem corre risco de sofrer acidentes com perfurocortantes?

Dados do NaSH mostram que a equipe de enfermagem é que sofre o maior número de

acidentes com perfurocortantes. Entretanto, outros trabalhadores que prestam assistência aos

pacientes (como médicos e técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de

suporte (por exemplo, trabalhadores de serviços de higienização/limpeza) também estão

sujeitos a este risco. (FUNDACENTRO, 2010)

Figura 1 Grupos de trabalhadores da saúde expostos a sangue ou outros materiais biológicos.

(N = 23.197), excluindo as notificações com dados incompletos.

Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)

Pesquisa

1%

Setores

administrativos

3%

Médicos

28%

Técnicos

15% Higienização/

Limpeza/

Manutenção

3%

Estudantes

4%

Odontologia

1%

Outros

4% Enfermagem

43%

Page 23: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

23

A equipe de enfermagem é o grupo ocupacional predominante em parte porque é o maior

segmento da força de trabalho em muitos hospitais. Quando as taxas de acidentes são

calculadas com base no número de trabalhadores naquela ocupação ou número de horas

trabalhadas, outras ocupações podem apresentar taxas mais elevadas de acidentes.

(FUNDACENTRO, 2010)

Tabela 1 Comparação das proporções e taxas de acidentes percutâneos entre ocupações

selecionadas em diferentes estudos.

Denota apenas o pessoal interno. A relação empregador/empregado do serviço de saúde afeta

as taxas de acidentes entre os médicos. ND – não disponível: Fonte: NaSH – junho/1995 a

dezembro/2003

2.4.3 Onde, quando e como ocorrem os acidentes?

Embora os perfurocortantes possam causar acidentes em qualquer lugar do serviço de saúde,

os dados do NaSH mostram que a maioria (39%) dos acidentes ocorrem em unidades de

internação, particularmente nas enfermarias e/ou quartos, em unidades de terapia intensiva e

no centro cirúrgico. (FUNDACENTRO, 2010)

Autor/Período de

Estudo Enfermeiras Laboratório Médicos Higienização/Limpeza

McMromick &

Maki / 1975-1979

45%

9

15%

10 ND

17%

13/100 trabalhadores

Ruben et al./1977-

1980

66%

23

10%

12

4%

5

16%

18/100 trabalhadores

Monsour / 1984-

1988

62%

10

21%

20

7%

2

10%

6/100 trabalhadores

Whitby et al./

1987-1988

79%

15

2%

4

11%

3

5%

3/100 trabalhadores

Mccormick &

Maki / 1987-1988

58%

20

9%

17

23%

15

11%

31/100 trabalhadores

Page 24: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

24

Figura 2 Locais de ocorrência dos acidentes com sangue ou outros materiais biológicos (N =

23.140), excluindo as notificações com dados incompletos.

Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)

Os acidentes ocorrem mais frequentemente após o uso e antes do descarte de um

perfurocortante (40%), durante seu uso em um paciente (41%) e durante ou após o descarte

(15%) (CDC, dados não publicados). Há muitas variações nas circunstâncias envolvendo os

acidentes em cada um desses momentos, conforme mostrado nos dados do NaSH sobre

acidentes envolvendo agulhas com lúmen. (FUNDACENTRO, 2010)

Centro

Cirúrgico

25%

Sala de

Procedimentos

9%

Pronto Socorro

8%

Outros

5%

Laboratórios

5%

Lixo/Lavanderia/C

ME

1% Ambulatório

8%

Internação

39%

Enfermarias clínicas e cirúrgicas…20%

Unidade de Terapia Intensiva.........13%

Obstetrícia/Genecologia...................2%

Enfermaria pediátrica.......................2%

Enfermaria psiquiátrica....................1%

Berçário............................................1%

Ala prisional...................................<1%

Page 25: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

25

Figura 3 Circunstâncias de ocorrência de acidentes percutâneos envolvendo agulhas com

lúmen (N = 10.239), sendo 150 notificações sem informar sobre como o acidente ocorreu.

Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003)

2.4.4 Quais perfurocortantes estão envolvidos nos acidentes percutâneos?

Embora muitos tipos de perfurocortantes possam estar envolvidos, dados agregados do NaSH

indicam que seis dispositivos são responsáveis por aproximadamente oitenta por cento de

todos os acidentes. (FUNDACENTRO, 2010)

Outros

4%

Descarte

Inadequado

9%

Ativação do dispositivo de

segurança

3%

Manuseio/passagem de

instrumentos

6%

Manipulação de agulha

no paciente

27%

Transferência/processamento de

amostras

5%

Acesso intravascular

5% Reencapar agulha

5%

Colisão com outro

trabalhador ou

com o perfurocortante

10%

Durante

Limpeza

9%

Durante descarte

de perfurocortante

13%

Em trânsito para

o descarte

4%

Page 26: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

26

Figura 4 Tipos de perfurocortantes envolvidos nos acidentes percutâneos (N = 18.708)

Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003

Esses dispositivos são:

Seringas descartáveis/agulhas hipodérmicas (30%)

Agulhas de sutura (20%)

Escalpes (12%)

Lâminas de bisturi (8%)

Estiletes de cateteres intravenosos (IV) (5%)

Agulhas para coleta de sangue (vácuo) (3%)

No geral, as agulhas com lúmen são responsáveis por 56% de todos os acidentes com

perfurocortantes no NaSH. (FUNDACENTRO, 2010)

Outros/desconhecido

4%

Vidraria

2%

Perfurocortantes

sem lúmen: 38%

Agulhas

de sutura

20%

Lâmina

de bisturi

8%

Outros/

desconhecidos

10%

Agulhas com

lúmen

56%

Agulhas hipodérmicas.................................................30%

Escalpes.......................................................................12%

Estiletes de cateteres IV................................................5%

Agulhas para coleta de sangue (vácuo)........................3%

Outras agulhas com lúmen............................................6%

Page 27: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

27

2.5 DOENÇAS COMO CONSEQUÊNCIA DO ACIDENTE

2.5.1 Patógenos de Transmissão Sanguínea

Acidentes com agulhas e outros perfurocortantes usados nas atividades laboratoriais e

assistência à saúde estão associados à ocupacional de mais de 20 diferentes patógenos. O

vírus da hepatite B (HBV), o vírus da hepatite C (HCV) e o vírus da Acquired

Immunodeficiency Syndrome (AIDS) / Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) são os

patógenos mais comumente transmitido durante as atividades de assistência ao paciente.

(FUNDACENTRO, 2010)

Tabela 2 Infecções transmitidas através de acidentes percutâneos durante atividades de

assistência ao paciente (PC) e/ou no Laboratório/Autópsia (LA)1.

INFECÇÃO PC1 PL1 INFECÇÃO PC PL

Blastomicose Herpes

Criptococose Leptospirose

Difteria Malária

Ebola Tuberculose

Gonorreia Febre Maculosa

Hepatite B S.pyogenes

Hepatite C Sífilis

HIV

Fonte: NaSH – junho/1995 a dezembro/2003

2.5.2 Vírus da hepatite B

Nos EUA, a vigilância nacional dos casos de hepatite fornece estimativas anuais de infecções

por HBV em trabalhadores da saúde. Essas estimativas são baseadas na proporção de pessoas

com novas infecções que relatam um contato ocupacional frequente com o sangue. Os CDC’S

estimaram a ocorrência de 12.000 infecções por trabalhadores da saúde em 1985. Desde

então, este número tem diminuído progressivamente, com uma estimativa de 500 casos em

1997. O declínio nos casos de hepatite B ocupacional, mais de 95%, ocorreu principalmente

devido à ampola imunização dos trabalhadores da saúde. Embora as precauções universais

Page 28: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

28

ajudem a reduzir as exposições a sangue ou outros materiais biológicos e as infecções por

HBV, a extensão da contribuição dessas medidas não podem ser precisamente quantificada.

Atualmente, muitos trabalhadores da saúde são imunes à hepatite B como resultado da

vacinação pré-exposição. Entretanto, trabalhadores suscetíveis ainda correm risco de

exposição envolvendo perfurocortantes e pacientes-fontes com infecção pelo HBV. Sem a

instituição da profilaxia pós-exposição, a um risco de 6% a 30% de um trabalhador suscetível

tornar-se infectado após exposição ao HBV. O riscos é mais elevado se o paciente-fonte

HBeAg positivo, um marcador de infectividade elevada. (FUNDACENTRO, 2010)

2.5.3 Vírus da hepatite C

Antes das implementações das precauções universais e da descoberta do HCV em 1990, uma

associação foi observada entre trabalhar na área da saúde e a aquisição de hepatite aguda não

A, não B. Um estudo mostrou uma associação entre a positividade para o ante HCV e a

história de exposições ocupacionais percutânea. (FUNDACENTRO, 2010)

O número exato de trabalhadores da saúde que adquirem HCV ocupacional não é conhecido.

Os trabalhadores da saúde expostos a sangue no local de trabalho representam de 2% a4% do

total de novas infecções por HCV que ocorrem anualmente nos Estados Unidos, um total que

declinou de 112.000 em 1991 para 38.000 em 1997 (CDC dados não publicados). Entretanto,

não há uma maneira de confirmar se estas infecções são casos de transmissão ocupacional.

Estudos prospectivos mostram que o risco médio de transmissão do HCV após exposição

percutânea a um paciente-fonte sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8%, com um estudo

indicando que a transmissão ocorreu apenas em acidentes envolvendo agulhas de lúmen

quando comparados com outros perfurocortantes. (FUNDACENTRO, 2010)

Diversos relatos de casos também a transmissão ocupacional do HCV a trabalhadores da

saúde. Todos, com exceção de dois, envolveram exposições percutâneas: um caso de

transmissão de HCV e outro de transmissão de HCV + HIV ocorreram após exposição de

mucosa ocular a sangue. Há a suspeita da ocorrência de um caso de transmissão de HIV e

HCV após uma exposição de pele não-íntegra envolvendo um trabalhador da saúde que

prestava atendimento a um paciente internado em uma instituição de longa permanência a

idosos. (FUNDACENTRO, 2010)

Page 29: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

29

2.5.4 Vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana)

Nos EUA, o primeiro caso de transmissão de HIV de um paciente para um trabalhador da

saúde foi relatado em 1986. Do início da epidemia até o final de dezembro de 2001, os CDC’s

receberam notificações (relatos voluntários) de 57 casos documentados e 140 casos prováveis

de transmissão ocupacional do HIV. (FUNDACENTRO, 2010)

Em estudos prospectivos, o risco médio de transmissão do HIV após exposição percutânea

envolvendo sangue é estimado como sendo aproximadamente 0,3%. (FUNDACENTRO,

2010)

Em um estudo retrospectivo do tipo caso-controle com trabalhadores da saúde que sofreram

exposição percutânea, o risco de transmissão de HIV foi considerado como elevado em

exposições que envolveram uma grande quantidade de sangue indicado por: a) um dispositivo

visualmente contaminado com o sangue do paciente-fonte; b) um procedimentos que

envolveu agulhas previamente utilizadas na veia ou artéria do paciente-fonte ou c) uma lesão

profunda. Dos 57 casos comprovados de transmissão ocupacional do HIV dos trabalhadores

da saúde nos EUA, a grande maioria envolveu exposição a sangue através de um acidente

percutâneo, geralmente com uma agulha com lúmen que estava em vaso sanguíneo (veia ou

artéria), (CDC dados não publicados). (FUNDACENTRO, 2010)

O risco médio de transmissão ocupacional do HIV após exposição de membrana mucosa é

estimado como sendo de 0,09%. Embora episódio de transmissão ocupacional do HIV após

exposições cutânea tenham sido documentados, o risco médio de transmissão não foi

precisamente quantificado, mas é estimado como sendo menos do que o risco de exposição de

mucosas. (FUNDACENTRO, 2010)

2.6 EFEITOS NA VIDA DE QUEM SOFRE O ACIDENTE

De acordo com um estudo de (Lima e cols, 2007), o desempenho da assistência de

enfermagem envolvendo o uso de materiais perfurocortantes confere, sem dúvida, riscos à

saúde do profissional, principalmente se este profissional encontra-se com seus sentimentos e

emoções alterados.

Page 30: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

30

O acidente de trabalho com agulhas e instrumentos cortantes origina alterações na estrutura

física do profissional em virtude das perfurações e/ou cortes ocasionados por materiais desta

natureza. Com efeito, pode ocasionar modificações biológicas em razão de uma possível

infecção pelo vírus da hepatite B, C e da AIDS. Propicia, também, mudanças psicossociais em

decorrência da necessidade de acompanhamento sorológico e, consequentemente, da espera

de um provável resultado indicativo de soro conversão, da ingestão de medicamentos

antirretrovirais, quando indicados, da vacinação e do uso de imunoglobulinas, conforme a

prescrição. (Lima e cols, 2007)

Por conseguinte, o acidente acarretado pela inoculação percutânea acidental de sangue poderá

originar repercussões negativas à vida profissional e pessoal, em função do estresse

psicológico vivenciado, na medida em que eles se submetem a mudanças nas práticas sexuais

e no relacionamento social e familiar durante o período de espera do resultado dos exames

realizados, por poderem evidenciar uma possível soro conversão. (Brevidelli, 2002)

Todas as modificações originadas de um acidente de trabalho desta natureza precisam ser

adaptadas à rotina habitual do profissional, ou esta deve ser modificada a fim de que todas as

medidas a serem praticadas pós-acidente sejam concretizadas. Por exemplo, a abstinência

sexual ou a prática sexual segura e a suspensão de aleitamento materno até a confirmação da

ausência de soro conversão detectada após a realização dos testes sorológicos são práticas

rotineiras que passam a ser vistas como algo proibido, ensejando conflitos para si e para seus

componentes familiares. (Lima e cols, 2007)

Assim, a alteração no estilo de vida e a reflexão acerca do fato de estar infectado ou não

provoca o afloramento ou a introspecção dos sentimentos e emoções pelos integrantes da

equipe de enfermagem que participaram do estudo, uma vez que os sentimentos são oriundos

de um conjunto de eventos vivenciados, em que as reações irão depender do tipo de evento

que fez parte da experiência de vida de cada um, pois acontecimentos dolorosos ou não irão

repercutir na nossa reação presente. (Crochik, 1996)

De acordo com (Lima e cols, 2007), a experiência proporcionada pelo acidente de trabalho

com materiais perfurocortantes promoveu a manifestação de sentimentos como medo,

angústia, desespero, ansiedade e tensão. É o que refletem os depoimentos advindos do

questionamento acerca dos sentimentos e emoções exteriorizados ou interiorizados após o

acidente:

Page 31: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

31

“Eu senti que a minha vida tinha acabado (...) eu fiquei muito triste, fiquei muito

perturbada (E1). Desespero (...) eu fiquei com a sensação de morte aparente porque

eu me vi futuramente como um paciente portador (E4). Medo (...) sentimento de

angústia, choro, um desespero total (E5). Fiquei com medo (E10). Medo de contrair

HIV e o vírus da hepatite B (E11)”.

Segundo (Lima e cols, 2007), além da apreensão pela possibilidade de estarem contaminados,

percebeu-se a preocupação dos entrevistados em compartilharem com o seu próximo a

situação experiência pelo acidente de trabalho com material perfurocortante, desencadeado

pelo preconceito existente em relação aos doentes de AIDS, de acordo com o relato a seguir:

“Não contei de início, não falei para a família, nem para os amigos, também, arrumei

uma briga com a namorada para não ter que falar com ela durante esses quinze dias

(...) na verdade, eu me "auto-preconceituei", eu imaginava que a minha família, os

meus amigos iam ter preconceito em relação a isso (E5).”

Ainda com (Lima e cols, 2007), em contrapartida, alguns profissionais de enfermagem

mantiveram-se indiferentes ao acidente de trabalho envolvendo agulhas e instrumentos

cortantes, de acordo com as falas a seguir:

Olhei o diagnóstico do paciente que apresentava neurocisticercose. Tuberculose,

hepatite, teste anti-HIV negativo, eu não tomei nada, nem pensei e nem senti nada

(E9). Eu fiquei tranquila pela conscientização que a gente tem do ferimento ser

mínimo (E2). Eu fiquei bastante tranquila porque foi em outro hospital, porque se

tivesse sido aqui eu não teria ficado assim (E7).

Conforme resultados de (Lima e cols, 2007), no primeiro depoimento, destaca-se a sensação

de tranquilidade ou de alívio após a verificação do prontuário, cujo registro sinalizava a

presença de um teste de anti-HIV com resultado negativo.

No segundo relato, percebeu-se que o profissional se excluiu, displicentemente, do risco

médio de adquirir o HIV, que é, para todos os tipos de exposição percutânea, de 0,3%.

No último depoimento, notou-se a associação, pelo entrevistado, de paciente portador de HIV

ao atendimento recebido apenas no hospital de referência ao tratamento de indivíduos que

apresentam doenças infecciosas, de maneira errônea. Verificou-se, também, a percepção pelo

profissional da ideia de que portadores de HIV são facilmente identificados, esquecendo-se,

Page 32: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

32

porém, de que, na fase assintomática da doença, o indivíduo pode parecer tão saudável como

qualquer outra pessoa não infectada pelo HIV.

Considerando as conclusões de (Lima e cols, 2007), Viu-se que a possibilidade de

contaminação pelos vírus das hepatites B e C e da AIDS por meio do exercício profissional

propicia aos componentes da equipe de enfermagem aqui estudados a manifestação de

sentimentos negativos, como o medo diante da alteração permanente que ocorrerá em seu

estilo de vida, da proximidade da morte e do preconceito de que poderão ser alvo em seu

ambiente familiar, social e de trabalho. Em razão disso, tanto as instituições quanto os

profissionais podem realizar ações visando à prevenção de acidentes de trabalho com

materiais perfurocortantes, já que o acidente envolvendo este tipo de material proporciona

momentos de intenso estresse físico e psíquico, produzindo alterações nos seus

relacionamentos, seja de caráter social ou familiar, e no desempenho de suas atividades

laborais.

2.7 PREVENÇÕES DE ACIDENTES COM PERRFUROCORTANTES EM

ASSISTENCIA À SAÚDE

A saúde dos trabalhadores é um campo da saúde pública que atua através de procedimentos

próprios, visando a promover e proteger a saúde de pessoas no exercício do trabalho. Para

tanto é necessária atuação multidisciplinar e interdisciplinar, junto a profissionais

especializados, buscando preservação e promoção de saúde através de medidas de alcance

coletivo. Os trabalhadores da saúde estão expostos a um processo gerador de doenças

profissionais, as quais englobam variados riscos e fatores predisponentes ao desequilíbrio

biopsicossocial. É importante salientar que esses riscos e fatores muitas vezes não são

encarados com a seriedade que deveriam, gerando agravos à saúde. (Cardoso, 2009)

A segurança do trabalhador se alicerça em seu conhecimento e capacitação para se

prevenirem de acidentes, conhecimento e uso adequado de equipamentos de proteção

individual (EPI) e equipamento de proteção coletiva (EPC), cuidados específicos no manuseio

e descarte de materiais perfurocortantes, conhecimento das doenças adquiridas no ambiente

de trabalho hospitalar e suas consequências, medidas de precaução universais, como a

Page 33: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

33

vacinação, a legislação referente aos acidentes de trabalho, bem como as responsabilidades do

empregador, do trabalhador e a forma e importância de registro do acidente de trabalho

(Brasil, 2010).

Segundo Lima e Cunha (2003), como o próprio nome diz, EPI é todo o dispositivo ou produto

de uso individual utilizado pelo trabalhador, com a finalidade de proteção a riscos suscetíveis

de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador. O uso do EPI é regulamentado por lei

Norma Regulamentadora - NR 6 do Ministério do Trabalho, sendo uma forma de proteção

tanto para os trabalhadores como para os empregadores.

Acidente do trabalho propriamente dito, segundo a legislação previdenciária, é um evento

casual danoso, capaz de provocar lesão corporal ou perturbação funcional, perda ou redução

da capacidade para o trabalho ou morte da vítima. Geralmente é previsível e evitável, oriundo

de alguma ação inapta ou descuidada por parte do indivíduo (vítima ou agressor), seja por

descumprir as normas de segurança e higiene do trabalho, ou seja, por não estar integrado em

uma planificação preventiva de acidentes oferecida pela empresa. (LIMA, 2009)

E raramente decorre de algum fato inevitável como de caso fortuito, de força maior ou fato de

terceiro. Classifica-se em acidente típico – aquele que ocorre a serviço da empresa (dentro ou

fora da sede), e acidente de trajeto, quando a ocorrência se dá durante o deslocamento do

trabalhador para o local de trabalho ou vice-versa ou nos horários das refeições. (Lima, 2009)

As instituições de saúde necessitam de diretrizes claras para a elaboração de uma eficiente

ferramenta de gestão dos riscos, envolvendo a prevenção de acidentes dos profissionais com

materiais perfurocortantes. A Portaria nº 1.748, de agosto de 2011, do Ministério do Trabalho

e Emprego (MTE), que trata do Plano para Implantação de Materiais Perfurocortantes com

Dispositivo de Segurança foi determinante para que essa exigência fosse atendida. (Brasil,

2011).

Com base no plano de prevenção, pela Comissão Gestora Multidisciplinar nos

estabelecimentos de saúde, a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego poderá

determinar as hipóteses onde se faz necessária a imediata substituição, observando: a)

situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que possuem maior

probabilidade de transmissão de agentes biológicos veiculados pelo sangue; b) frequência de

ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização de um material perfurocortante

específico; c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem para

Page 34: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

34

uma elevada ocorrência de acidentes; e d) número de trabalhadores expostos às situações de

risco de acidentes com materiais perfurocortantes. (SINDHRIO, S/D).

A primeira etapa fundamental para prevenção é o reconhecimento por parte dos trabalhadores

dos riscos a que estão expostos nas suas diferentes atividades. O trabalhador deve ser capaz de

saber as medidas de controle que podem minimizar a exposição aos agentes, a utilização de

EPIs e as medidas para a prevenção e aquelas a serem adotadas em caso de acidentes e

incidentes (Infectologia hoje, 2006).

Apesar da adesão às precauções padrão serem medida prioritária na prevenção da exposição

ocupacional a infecções transmitidas por via sanguínea, é preciso reconhecer que o

gerenciamento dos riscos ocupacionais ligados à manipulação de objetos perfurocortantes

depende, em primeira instância, da existência de um plano de controle com o objetivo de

minimizar as fontes de risco. Para alcançar resultados efetivos, esse plano pressupõe a análise

seriada dos acidentes com agulhas, determinando taxas e situações de ocorrência, além de

tendências ao longo dos anos (Brevidelli, 2002).

Um efetivo programa de prevenção de acidentes inclui diversos componentes que devem

atuar em conjunto para prevenir que os trabalhadores da saúde sofram acidentes de trabalho

com agulhas e outros materiais perfurocortantes. Esse programa de prevenção deve se integrar

aos programas já existentes, como os de gestão da qualidade, de controle de infecção e de

segurança e saúde ocupacionais, que para melhor compreensão desses programas veremos em

anexos. É baseado em um modelo de melhoria contínua da qualidade, uma abordagem que

serviços de saúde bem sucedidos têm adotado de forma crescente. Pode-se descrever esse

modelo através de diferentes termos, mas o conceito subjacente é aquele que envolve uma

abordagem sistemática, ampla, organizacional, de melhoria contínua do desempenho de todos

os processos empregados para prover produtos e serviços de qualidade. O programa de

prevenção também traz conceitos da área de higiene do trabalho, na qual as intervenções de

prevenção são priorizadas com base em uma hierarquia de estratégias de controle (Rapparini,

2010).

O reconhecimento dos riscos ambientais é uma etapa fundamental do processo que servirá de

base para decisões quanto às ações de prevenção, eliminação ou controle desses riscos.

Reconhecer o risco significa identificar, no ambiente de trabalho, fatores ou situações com

potencial de danos à saúde do trabalhador ou, em outras palavras, se existe a possibilidade

Page 35: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

35

deste dano. Para se obter o conhecimento dos riscos potenciais que ocorrem nas diferentes

situações de trabalho é necessária a observação criteriosa e in loco das condições de

exposição dos trabalhadores. (MTE, 2008)

As estratégias para minimização dos riscos englobam: capacitação para o trabalho;

planejamento/organização do serviço; uso de equipamento de segurança; realização de

atividade de lazer/vida saudável; negação/mecanismos de defesa. (Nunes, 2009)

Assim, se faz necessário investimento pessoal e institucional que valorize a experiência dos

trabalhadores e fortaleça a atuação desses, a fim de proporcionar práticas cotidianas efetivas,

diante dos inúmeros e potenciais riscos ocupacionais no manejo inadequado de

perfurocortantes, provocando ampla adesão às medidas de biossegurança. (Moura e cols,

2009)

As doenças ocupacionais são doenças que ocorrem pela exposição cotidiana do trabalhador a

agentes nocivos de qualquer natureza, presentes no ambiente de trabalho. São espécies dessas

doenças: as doenças do trabalho e as doenças profissionais. As primeiras estão associadas a

fatores relacionados ao trabalho, porém, não estão ligadas ao exercício de determinada

profissão. À guisa de exemplo cita-se a aquisição de Doenças Orteomusculares Relacionadas

ao Trabalho - DORT (exposição continuada ou não de movimentos repetitivos). As doenças

associadas à profissão são aquelas cuja atividade, por sua natureza, atua na incapacitação para

o trabalho, doença ou morte, como é o caso dos mineradores em lavra subterrânea, propensos

à silicose doença profissional. (Lima, 2009)

A importância dessa classificação é de interesse do Instituto Nacional de Seguridade Social

(INSS), que reconhece automaticamente a existência da relação de causa e efeito quando o

cidadão que busca sua assistência é portador de doença profissional. Contudo, para os casos

de doenças do trabalho o nexo causal deverá ser comprovado por meio de laudo técnico

competente emitido pelo engenheiro de segurança ou médico do trabalho. (Lima, 2009)

Todas as modificações originadas de um acidente de trabalho desta natureza precisam ser

adaptadas à rotina habitual do profissional, ou esta deve ser modificada a fim de que todas as

medidas a serem praticadas pós-acidente sejam concretizadas. Por exemplo, a abstinência

sexual ou a prática sexual segura e a suspensão de aleitamento materno até a confirmação da

ausência de soro conversão detectada após a realização dos testes sorológicos são práticas

Page 36: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

36

rotineiras que passam a ser vistas como algo proibido, ensejando conflitos para si e para seus

componentes familiares. (Lima e cols, 2007)

2.7.1 Estratégias Para Prevenção De Acidentes

As características de acidentes com perfurocortantes nos trabalhadores da saúde e as

estratégias recomendadas para prevenção, foram primeiramente descrita na década de 80 e

envolviam programas educacionais, evitando o reencapamento de agulhas e melhorias no

sistema de descarte das mesmas, porem com sucesso limitado. Os resultados eram melhores

quando a intervenção incluía ênfase na comunicação aos trabalhadores das situações de riscos.

(SBPC/ML, S/D)

Mas recentemente, os serviços de saúde adotaram a hierarquia de controles, para priorizar as

intervenções de prevenção, que incluem:

Eliminar e reduzir o uso de perfurocortantes quando possível;

Isolar o perigo, através do controle do ambiente ou do material;

Mudanças nas práticas de trabalho e uso de EPIs.

Na medicina laboratorial, a redução do uso de agulhas é feita através da revisão de rotina de

coleta de amostras, eliminando punções desnecessárias, planejando e colhendo todos os

exames de um paciente de uma única só vez. (SBPC/ML, S/D)

Para o controle do ambiente e do material, utiliza-se a engenharia, através de coletores de

descartes e dispositivos de segurança, que isolam completamente o material perfurocortante.

Para isso, foram desenvolvidos vários tipos de dispositivos de segurança, com os seguintes

critérios:

Ser parte integrante do perfurocortante, simples, de fácil operação, confiável,

automático e custo-efetivo;

Fornecer proteção que permita que as mãos permaneçam atrás do elemento de risco;

Funcionar antes e depois da desmontagem e descarte;

Minimizar o risco de infecção aos pacientes;

Não criar problemas ao controle de infecções adicionais ou àqueles dos dispositivos

convencionais;

Produzir aumento mínimo no volume de resíduos.

Page 37: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

37

Vários estudos foram realizados para avaliar a eficácia dos dispositivos de segurança na

redução dos acidentes com perfurocortantes. Estes sugerem que há grande variação de seus

resultados nos diferentes serviços de saúde, que não existe um critério padrão para as

avaliações e, portanto, os trabalhadores devem utilizar seus próprios critérios para avaliar a

tecnologia mais adequada e a eficácia dos dispositivos em seus próprios ambientes de

trabalho. (SBPC/ML, S/D)

Os estudos são unânimes em apontar que reduções significativas de tais acidentes acontecem

quando, além da implantação de dispositivos de segurança e mudanças no processo de

trabalho, se utilizam ações educativas, adequações nas relações entre trabalhador e paciente, e

a implantação de um programa de prevenção. (SBPC/ML, S/D)

Dentre os fatores organizacionais que influenciam este tópico, a cultura de segurança é

fortemente correlacionada à produtividade, custo, qualidade e satisfação dos trabalhadores.

Instituições com esta cultura registram menor número de acidentes, principalmente pela

demonstração de comprometimento da gestão com a segurança de seus trabalhadores.

(SBPC/ML, S/D)

A adesão dos trabalhadores é primordial para o sucesso dos programas de segurança, porém

bastante difícil de ser atingido. Fatores que retardam essas práticas, incluem:

Minimização do risco;

Baixo clima de segurança no ambiente de trabalho;

Percepção de conflito entre a prestação de melhor atendimento e proteção;

Aumento de demandas, com aumento no ritmo de trabalho.

Por outro lado, a alteração de comportamento é mais rapidamente atingida quando os

trabalhadores acreditam que estão correndo um risco significativo, que a alteração do

comportamento fará diferença na minimização do risco e que a mudança valerá o esforço.

Programas com sucesso na prevenção de acidentes incluem a notificação abrangente de

acidentes, acompanhamento detalhado dos eventos, com definição da raiz do problema,

capacitações no uso de perfurocortantes, avaliação dos dispositivos de segurança e da

efetividade do programa. (SBPC/ML, S/D)

Page 38: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

38

3.0 METODOLOGIA

3.1 Características da Investigação

O presente estudo foi desenvolvido com base em pesquisas bibliográficas, com o objetivo de

identificar possíveis causas de acidentes com perfurocortantes e suas medidas de prevenções

em ambiente hospitalar. Através pesquisas literárias de autores que anteriormente abordaram

o assunto, tais como: pesquisas na internet, publicações de abras literárias, artigos e revistas

que tratam do tema em questão.

Segundo estudos feitos pela Universidade Aberta do Brasil – UAB (2009), autores

conceituam pesquisa bibliográfica como: “A pesquisa bibliográfica é feita a partir do

levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e

eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico

inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se

estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas científicas que se baseiam unicamente na

pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher

informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a

resposta (Fonseca, 2002, p. 32).”. E Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos

desse tipo de pesquisa são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à

análise das diversas posições acerca de um problema.

3.2 Período de Investigação

As pesquisas bibliográficas ocorreram no primeiro semestre de 2013, nos meses de abril, maio

e junho.

3.3 Apresentação e Análise da Pesquisa

A apresentação e análise da pesquisa ocorreu através de busca de autores que abordaram

assuntos relacionados a perfurocortantes, envolvendo acidentes com agulhas e as medidas

preventivas, dos quais foram extraídos os que mais se adequassem ao nosso tema, o que nos

permitiu o desenvolvimento deste trabalho.

Page 39: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

39

4.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após leituras e reflexões das pesquisas realizadas, foram desenvolvidas algumas etapas para

elaboração desta obra, afim de identificar os acidentes com instrumentos perfurocortantes que

envolvem trabalhadores da área hospitalar. Os dados coletados e analisados se encontram na

seguinte apresentação:

Histórico De Acidentes Com Os Profissionais De Enfermagem;

As Principais Causas De Acidentes;

Riscos Para Os Trabalhadores Em Ambiente Hospitalar;

Grupo De Risco Para Acidentes Com Perfurocortantes;

Doenças Como Consequência Do Acidente;

Efeitos Na Vida De Quem Sofre O Acidente;

Prevenções De Acidentes Com Perfurocortantes Em Assistência À Saúde.

Em 1981, McCormick e Maki foram os primeiros a descrever as características de acidentes

com perfurocortantes entre trabalhadores da saúde e a recomendar uma série de estratégias,

que hoje são capazes de salvar vidas ao contrário do que acontecia antigamente quando não

havia essa preocupação. Os acidentes de trabalho com material biológico e/ou perfurocortante

apresentam alta incidência entre os profissionais de saúde devido aos inúmeros riscos

ocupacionais a que esses trabalhadores estão expostos. Diante disso, o objetivo aumenta a

compreensão e o conhecimento sobre o tema, Com o presente estudo constatou-se que pelo

elevado índice de acidentes de trabalho com materiais biológicos e/ou perfurocortantes pode-

se diminuir essas ocorrências pela adoção de medidas de biossegurança, mudanças no

comportamento e organização no ambiente de trabalho.

Praticamente todas as causas dos acidentes estão relacionadas ao homem, as máquinas e o

ambiente. Com relação ao ambiente hospitalar, este é reconhecido como insalubre, penoso e

também perigoso para aqueles que ali trabalham. É um local favorável para o adoecimento

devido aos riscos ocupacionais, estas condições determinam um ambiente propício ao

desenvolvimento de transtornos mentais, como ansiedade, depressão e estresse. Além do

ambiente de trabalho em que Enfermagem está inserida, tal profissão é considerada

estressante devido à vivência direta e ininterrupta do processo de dor, morte e sofrimento.

Page 40: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

40

Os profissionais da saúde correm riscos de acidentes constante, pois há situações em que

fatores gerais como stress, sobrecarga de trabalho, agitação psicomotora do paciente e a

transgressão das normas de prevenção podem ter sua participação na ocorrência de acidentes

com exposição a contaminação com material perfurocortantes.

A equipe de enfermagem e outros trabalhadores que prestam assistência aos pacientes (como

médicos e técnicos), pessoal de laboratórios e trabalhadores de equipes de suporte (por

exemplo, trabalhadores de serviços de higienização/limpeza) também estão sujeitos a este

risco de acidentes, a garantia da qualidade desses profissionais estabelece o parâmetro das

decisões que devem ser tomadas no âmbito da prevenção, avaliar os riscos e danos que

possam interferir na saúde, buscando a eficácia das ações e metodologia de inspeção para um

conceito de qualidade total.

Estudos comprovam que existem mais de 20 diferentes patógenos associados a acidentes com

agulhas e outros perfurocortantes. Sendo os vírus da hepatite B, o vírus da hepatite C e o vírus

da AIDS como os principais patógenos envolvidos. Observou-se que uma importante medida

preventiva que foi desenvolvida a vacina pré-exposição para reduzir os riscos de infecção por

hepatite B aos trabalhadores da saúde, o que fez diminuir as chances de riscos de 6% a 30%

de um trabalhador torna-se suscetível após a exposição ao HBV. Quantos ao vírus da hepatite

C e a AIDS as pesquisas apontam que os casos de contaminação ocorreram através de

exposição a sangue, em acidentes percutâneos provocados. Isso significa que esses acidentes

ocorreram na maioria das vezes pôr o não cumprimentos de procedimentos padrões

desenvolvidos nas unidades de saúde.

Além das doenças transmitidas pela exposições a perfurocortantes entre agulhas e outros,

existe também uma grande transformação na vida de quem sofre o acidente, são as mudanças

psicossociais, que na maioria das vezes acarretam repercussões negativas a vida profissional e

pessoal do trabalhador acidentado, e que, promove vários sentimentos como o medo, angustia,

desespero, ansiedade e tensão, mesmo com o resultado dos testes negativos a doenças,

alterando seu estilo de vida completamente.

Page 41: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

41

Para evitar acidentes com agulhas, as medidas preventivas vão muito além do uso de

equipamentos de proteção individual, é preciso que haja a implantação de uma gestão de

risco, onde é importante o desenvolvimento de um plano de prevenção de acidente a

perfurocortante na instituição hospitalar. E foi pensando nisso que o MTE criou a Portaria nº

1.748 de agosto de 2011, que trata do Plano para Materiais Perfurocortantes com Dispositivo

de Segurança que abrange as seguintes etapas: situações de risco, frequência de ocorrência de

acidentes, procedimentos padrões e o número de trabalhadores expostos. E somando esse

plano de prevenção a outros programas como SMS, CCIH, o SESMT e a CIPA tende a

desenvolver uma melhoria continua da qualidade do serviço que traz grandes benefícios para

os trabalhadores e clientes da saúde.

Page 42: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

42

5.0 CONCLUSÃO

A relação entre doença e trabalho é fato descrito há décadas. Entretanto, a sistematização da

etiologia ocupacional surgiu com o questionamento sobre a atividade profissional do paciente

na anamnese médica. Durante a evolução da abordagem da relação entre saúde e trabalho,

modificou-se paulatinamente a noção de causalidade; até mesmo a relação entre a doença e

um risco foi substituída pela compreensão da multiplicidade das causas.

O surgimento da AIDS, no início da década de 80, levou os profissionais da área da saúde a

experimentarem intensa preocupação com a possibilidade de adquirirem o vírus HIV, em

decorrência de suas atividades profissionais, e esta época foi um marco importante para o

estabelecimento e revisão dos conceitos de precauções universais. Em 1991, a Ocupational

Safety and Administration (OSHA) estabeleceu padrões onde o sangue, derivados e outros

materiais foram definidos como potencialmente infecciosos com o objetivo de reduzir os

riscos ocupacionais. Esta padronização determina uma combinação desde área de trabalho

controlada até boas práticas no trabalho, incluindo equipamento de proteção individual,

vacinação contra hepatite B, e treinamento pela equipe de vigilância com sinais, cartazes e

outros recursos para minimizar o risco de transmissão de doenças, devendo cada instituição,

por si, desenvolver um plano próprio de controle de exposição baseados nas normas

estabelecidas. A exposição ocupacionais a materiais biológicos potencialmente contaminados

continuam representando um sério risco aos profissionais da área da saúde no seu local de

trabalho, e os acidentes envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos corresponde as

exposições mais frequentemente relatadas.

Acredita-se que o estudo sobre o acidente de trabalho com perfurocortantes são medidas

indispensáveis para a prevenção de infecção hospitalar em unidade de saúde, seja pública ou

particular, pois possíveis acidentes com agulhas poderão ser evitados e minimizando danos

psicossociais na vida do acidentado. Deve-se considerar que por meio da Norma

Regulamentar 32 e o Manual da FUNDACENTRO e, fiscalizada pela Comissão Interna de

Prevenção de Acidentes – CIPA e pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e

em Medicina do Trabalho – SESMT ocorrerá a mitigação dos acidentes com perfurocortantes

junto aos profissionais do setor de saúde.

Page 43: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

43

Observamos que, para isso, se faz imprescindível à inserção do profissional em segurança do

trabalho nas unidades hospitalares que, além de atuar diretamente no controle e prevenção de

outros fatores de risco à saúde do trabalhador, reduzirá o índice de acidentes ocupacionais que

envolvem os profissionais de saúde.

Apesar da complexidade, neste trabalho, sobre o tema abordado, conclui-se que, com

treinamentos específicos, conscientização dos profissionais de saúde, fiscalização veemente

realizada pelos setores competentes ocorrerá a prevenção, com novos conceitos e métodos de

trabalho ocasionarão redução dos riscos e complicações causadas com instrumento

perfurocortantes. Com isso, os profissionais da saúde que atuam nas unidades hospitalares

serão beneficiados, pois a prevenção também beneficiará os pacientes de possíveis erros

médicos.

Page 44: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

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Page 47: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

ANEXOS

Page 48: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

ANEXOS I

PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES EM AMBIENTE HOSPITALAR

SMS - SAÚDE, MEIO AMBIENTE E SAGURANÇA

FROSINI & CARVALHO (1995), conceitua um sistema de gestão como o conjunto de

pessoal, recursos e procedimentos, dentro de qualquer nível de complexidade, cujos

componentes associados interagem de uma maneira organizada para realizar uma tarefa

específica e atingem ou mantém um dado resultado.

Segundo DE CICCO (2004), a Gestão Integrada apresenta a sistemática e as diretrizes do

Sistema de Gestão de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do local de implantação

da Gestão, as quais proveem confiança a todas as partes interessadas em seu desempenho em

relação aos requisitos especificados e procurando superar as expectativas do cliente, visando o

gerenciamento SMS.

Segundo a ANVISA o principal objetivo de um hospital é a prestação de serviços na área da

saúde, com qualidade, eficiência e eficácia. Uma breve introdução ao assunto é dada a seguir:

Qualidade: Aplicação apropriada do conhecimento disponível, bem como da tecnologia, no

cuidado da saúde. Denota um grande espectro de características desejáveis de cuidados,

incluindo eficácia, eficiência, efetividade, equidade, aceitabilidade, acessibilidade, adequação

e qualidade técnico-científica.

Eficácia: A habilidade do cuidado, no seu máximo, para incrementar saúde.

Eficiência: A habilidade de obter o máximo de saúde com um mínimo custo.

Efetividade: O grau no qual a atenção à saúde é realizado. Isto não pode ser alcançado sem a

administração efetiva de um programa de prevenção de acidentes que proporcione condições

ambientais seguras para o paciente e para os profissionais que aí desenvolvem suas atividades

de trabalho.

O Hospital deve desenvolver continuamente essa política, assegurando que gerentes e

funcionários estejam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes.

Devem promover e reforçar práticas seguras de trabalho e proporcionar ambientes livres de

riscos, em acordo com as obrigatoriedades das legislações municipais, estaduais e federais.

(ANVISA, S/D)

Page 49: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

CCIH – COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

A CCIH é responsável por uma série de medidas como o incentivo da correta higienização

das mãos dos profissionais de saúde; o controle do uso de antimicrobianos, a fiscalização

da limpeza e desinfecção de artigos e superfícies, etc. (http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH,

2013)

Composição da CCIH:

- Administração;

- Corpo clínico;

- Enfermagem;

- Educação continuada;

- Laboratório de microbiologia;

- Farmácia;

- Medicina do trabalho.

Essa comissão deve:

- Desenvolver ações na busca ativa das infecções hospitalares;

- Avaliar e orientar as técnicas relacionadas com procedimentos invasivos;

- Participar da equipe de padronização de medicamentos;

- Prevenir e controlar as infecções hospitalares;

- Controlar a limpeza da caixa de água;

- Controlar o uso de antibiótico;

- Implantar e manter o sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares;

- Elaborar treinamentos periódicos das rotinas do CCIH;

- Manter pasta atualizada das rotinas nas unidades;

- Executar busca ativa aos pacientes com infecção;

- Fazer análise microbiológica da água.

A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar,

beneficiando dessa maneira toda a população assistida, mas também proteger o hospital e o

corpo clínico. Deve manter arquivados documentos que comprovem a legalidade de sua

existência, rotinas de sua funcionalidade, protocolos que orientem o tratamento mais

adequado efetivado ao paciente e, sobretudo dados estatísticos que demonstrem os índices de

infecção do hospital, para que, solicitados judicialmente, possam ser comprovados, mantendo

estes índices de infecção dentro dos limites aceitáveis, comparativamente.

(http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH, 2013)

Page 50: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

A legislação básica sobre infecção hospitalar, regulamentando a criação das CCIH, permite o

estabelecimento de medidas de acordo com as particularidades do hospital. Medidas no

combate à infecção para o grande hospital, com enorme corpo clínico e atendimento em todas

as áreas médica, evidentemente mais suscetível às infecções, podem ser diferentes das do

pequeno hospital, com menor corpo clínico e especializado; entre estes extremos, têm-se as

inúmeras variáveis. (http://pt.wikipedia.org/wiki/CCIH, 2013)

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

SESMT e CIPA

O SESMT e a CIPA são instrumentos que os trabalhadores e as empresas dispõem para tratar

da prevenção de acidentes e das condições do ambiente de trabalho. Esses órgãos protegem a

integridade física do trabalhador e de todos os aspectos que potencialmente podem afetar sua

saúde. São regulamentados legalmente pelos artigos 162 a 165 da CLT e pela Portaria

3214/78 baixada pelo Ministério do trabalho, em suas NR-5 E NR-4, respectivamente. São,

portanto, organizações obrigatórias nas empresas (inclusive nos hospitais), desde que o

número mínimo de funcionários seja atingido. (ANVISA, S/D)

A responsabilidade pelas questões de segurança está necessariamente atrelada aos

funcionários. Cada um deles deve seguir as práticas de segurança no trabalho, através do uso

de regras e regulamentos anunciados pelo programa de segurança do hospital. É preciso estar

constantemente alerta para os riscos de acidentes em qualquer local do hospital, comunicando

à sua supervisão qualquer eventualidade, prática ou condição insegura. (ANVISA, S/D)

Page 51: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

ANEXO II

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA N.º 1.748, DE 30 DE AGOSTO DE 2011

(D.O.U. de 31/08/2011 - Seção 1 - Pág. 143)

O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso das atribuições que lhe confere o

art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e os arts. 155, I e 200 da Consolidação das leis do

Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, resolve:

Art. 1º O subitem 32.2.4.16 da Norma Regulamentadora n.º 32 passa a vigorar com a seguinte redação:

“32.2.4.16 O empregador deve elaborar e implementar Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com

Materiais Perfurocortantes, conforme as diretrizes estabelecidas no Anexo III desta Norma Regulamentadora.

32.2.4.16.1 As empresas que produzem ou comercializam materiais perfurocortantes devem

disponibilizar, para os trabalhadores dos serviços de saúde, capacitação sobre a correta utilização do dispositivo

de segurança.

32.2.4.16.2 O empregador deve assegurar, aos trabalhadores dos serviços de saúde, a capacitação prevista no

subitem 32.2.4.16.1.”

Art. 2º Aprovar o Anexo III da Norma Regulamentadora 32 - Plano de Prevenção de

Riscos de Acidentes com Materiais Perfurocortantes, com redação dada pelo Anexo desta Portaria.

Art. 3º O empregador deve elaborar e implantar o Plano de Prevenção de Riscos de Acidentes com

Materiais Perfurocortantes no prazo de cento e vinte dias, a partir da data de publicação desta Portaria.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Revoga-se a Portaria MTE n.º 939, de 18 de novembro de 2008.

CARLOS ROBERTO LUPI

ANEXO

(Anexo III da Norma Regulamentadora n.º 32)

ANEXO III

PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES

1.Objetivo e Campo de Aplicação:

1.1 Estabelecer diretrizes para a elaboração e implementação de um plano de prevenção de riscos de acidentes

com materiais perfurocortantes com probabilidade de exposição a agentes biológicos, visando a proteção,

segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de

promoção e assistência à saúde em geral.

Page 52: Tcc_acidentes com perfurocortantes 2013

1.2 Entende-se por serviço de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da

população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer

nível de complexidade.

1.3 Materiais perfurocortantes são aqueles utilizados na assistência à saúde que têm ponta ou gume, ou que

possam perfurar ou cortar.

1.4 O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça parte o elemento perfurocortante

ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de acidente, seja qual for o mecanismo de ativação do mesmo.

2.Comissão gestora multidisciplinar:

2.1 O empregador deve constituir uma comissão gestora multidisciplinar, que tem como objetivo reduzir os

riscos de acidentes com materiais perfurocortantes, com probabilidade de exposição a agentes biológicos, por

meio da elaboração, implementação e atualização de plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais

perfurocortantes.

2.2 A comissão deve ser constituída, sempre que aplicável, pelos seguintes membros:

a) o empregador, seu representante legal ou representante da direção do serviço de saúde;

b) representante do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT,

conforme a Norma Regulamentadora n.º 4;

c) vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ou o designado responsável pelo

cumprimento dos objetivos da Norma Regulamentadora n.º 5, nos casos em que não é obrigatória a constituição

de CIPA;

d) representante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar;

e) direção de enfermagem;

f) direção clínica;

g) responsável pela elaboração e implementação do PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de

Serviço de Saúde;

h) representante da Central de Material e Esterilização;

i) representante do setor de compras; e

j) representante do setor de padronização de material.

3.Análise dos acidentes de trabalho ocorridos e das situações de risco com materiais perfurocortantes:

3.1 A Comissão Gestora deve analisar as informações existentes no PPRA e no PCMSO, além das referentes aos

acidentes do trabalho ocorridos com materiais perfurocortantes.

3.2 A Comissão Gestora não deve se restringir às informações previamente existentes no serviço de saúde,

devendo proceder às suas próprias análises dos acidentes do trabalho ocorridos e situações de risco com

materiais perfurocortantes.

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3.3 A Comissão Gestora deve elaborar e implantar procedimentos de registro e investigação de acidentes e

situações de risco envolvendo materiais perfurocortantes.

4.Estabelecimento de prioridades:

4.1 A partir da análise das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos com materiais

perfurocortantes, a Comissão Gestora deve estabelecer as prioridades, considerando obrigatoriamente os

seguintes aspectos:

a) situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que possuem maior probabilidade de

transmissão de agentes biológicos veiculados pelo sangue;

b) frequência de ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização de um material

perfurocortante específico;

c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem para uma elevada ocorrência de

acidentes; e

d) número de trabalhadores expostos às situações de risco de acidentes com materiais perfurocortantes.

5.Medidas de controle para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes:

5.1 A adoção das medidas de controle deve obedecer à seguinte hierarquia:

a) substituir o uso de agulhas e outros perfurocortantes quando for tecnicamente possível;

b) adotar controles de engenharia no ambiente (por exemplo, coletores de descarte);

c) adotar o uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança, quando existente, disponível e

tecnicamente possível; e

d) mudanças na organização e nas práticas de trabalho.

6.Seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança:

6.1 Esta seleção deve ser conduzida pela Comissão Gestora Multidisciplinar, atendendo as seguintes etapas:

a) definição dos materiais perfurocortantes prioritários para substituição a partir da análise das situações de risco

e dos acidentes de trabalho ocorridos;

b) definição de critérios para a seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança e obtenção

de produtos para a avaliação;

c) planejamento dos testes para substituição em áreas selecionadas no serviço de saúde, decorrente da análise

das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos; e

d) análise do desempenho da substituição do produto a partir das perspectivas da saúde do trabalhador, dos

cuidados ao paciente e da efetividade, para posterior decisão de qual material adotar.

7.Capacitação dos trabalhadores:

7.1 Na implementação do plano, os trabalhadores devem ser capacitados antes da adoção de qualquer medida de

controle e de forma continuada para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes.

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7.2 A capacitação deve ser comprovada por meio de documentos que informem a data, o horário, a carga horária,

o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores

envolvidos.

8.Cronograma de implementação:

8.1 O plano deve conter um cronograma para a sua implementação.

8.2 O cronograma deve contemplar as etapas dos itens 3 a 7 acima descritos e respectivos prazos para a sua

implantação.

8.3 Este cronograma e a comprovação da implantação devem estar disponíveis para a Fiscalização do

Ministério do Trabalho e Emprego e para os trabalhadores ou seus representantes.

9.Monitoramento do plano:

9.1 O plano deve contemplar monitoração sistemática da exposição dos trabalhadores a agentes biológicos na

utilização de materiais perfurocortantes, utilizando a análise das situações de risco e acidentes do trabalho

ocorridos antes e após a sua implementação, como indicadores de acompanhamento.

10. Avaliação da eficácia do plano:

10.1 O plano deve ser avaliado a cada ano, no mínimo, e sempre que se produza uma mudança nas condições de

trabalho e quando a análise das situações de risco e dos acidentes assim o determinar.

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GLOSSÁRIO

Perfurocortantes são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo geral ou,

qualquer material pontiagudo ou que contenha fios de corte capazes de causar perfurações

ou cortes.

Risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa

afetar sua integridade, bem-estar físico e o moral.

Acidente de trabalho é o acidente ocorrido no exercício das atividades laborais a serviço da

empresa, que provoque lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou

redução permanente e/ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Riscos ocupacionais são agentes existentes no ambiente de trabalho, capazes de causar

doenças.

Patógenos: São microorganismos que podem causar doenças humanas.

Contaminação é a presença de agentes potencialmente infecciosos em um dispositivo ou

superfície.

Plano de controle de exposição é um plano escrito que identifica os dispositivos e processos

que oferecem risco aos profissionais envolvidos.

Precauções-padrão ou Precauções básicas são medidas de prevenção que devem ser

utilizadas na assistência a todos os pacientes, na manipulação do sangue, em laboratórios

em solução de continuidade independente de diagnóstico confirmado ou não de doença

infecciosa e que na literatura demonstram que apenas 6% das empresas desenvolvem.

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NOTA

O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer

natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra audiovisual, etc.)

contendo partes de uma obra que pertença a outra pessoa sem colocar os

créditos para o autor original. No ato de plágio, o plagiador apropria-se

indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria da

mesma.

No Brasil o plágio é considerado crime e sua principal referência é a LEI Nº

9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Contatos ou Duvidas:

Anibal da Silva Cajado ([email protected])

Marta Lobato Lima ([email protected])

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