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FACULDADE 2 DE JULHO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL JORNALISMO ROSE OLIVEIRA RIBEIRO E KEYKA OLIVEIRA NUNES YEMANJÁ A MÃE DAS ÁGUAS Salvador 2009

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FACULDADE 2 DE JULHO

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO

ROSE OLIVEIRA RIBEIRO E KEYKA OLIVEIRA NUNES

YEMANJÁ A MÃE DAS ÁGUAS

Salvador

2009

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ROSE OLIVEIRA RIBEIRO E KEYKA OLIVEIRA NUNES

YEMANJÁ A MÃE DAS ÁGUAS

Memorial do documentário Yemanjá a

Mãe das Águas, Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Comunicação

Social – Jornalismo, como requisito parcial para a obtenção do Titulo de bacharel em jornalismo.

Orientadora: Professora Maria Durvalina Cerqueira Santos; Co-orientadora

Professora Cristina Mascarenhas

Salvador 2009

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Dedico este trabalho a Exu, orixá da comunicação e à Yemanjá, a grande mãe

protetora.

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Agradecimentos

Só temos então a agradecer a todos que contribuíram para o êxito do projeto de vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe

das Águas”. A Faculdade pela disponibilidade dos equipamentos, à

professora orientadora Maria Durvalina Cerqueira Santos, e á co-orientadora, professora Cristina Mascarenhas. pela

paciência, aos demais professores do curso de jornalismo pelos conhecimentos

transmitidos, aos devotos de yemanjá, em especial a Sandra Bispo, Sebastião Heber, Edilson Oliveira, aos nossos

familiares e a Deus pela graça do termino de mais uma etapa das nossas

vidas.

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RESUMO

Pretende-se com este trabalho, apresentar um vídeo documentário sobre os festejos

tradicionais em homenagem à Yemanjá no dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho em Salvador na Bahia e demonstrar a influência da Cultura Negra nos ritos religiosos e na participação popular nos depoimentos de antropólogos, sociólogos e Ialorixás. Evidenciando

os diferentes aspectos da celebração, sua origem, contextualizando-os através do depoimento de estudiosos, populares e fiéis. Através da produção do Vídeo-Documentário, vamos mostrar

como a Festa de Yemanjá sobrevive mantendo a originalidade cultural de um povo, sendo a festa de Yemanjá, considerada a maior festa não católica de Salvador onde neste dia se homenageia um orixá e não um santo católico.

Palavras-chave: Yemanjá, Candomblé, cultura negra, antropologia, sincretismo.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................1

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...................................................................................2

2.1 Yemanjá.............................................................................................................................4

2.2 A contribuição da Cultura Negra para a Festa de Yemanjá........................................6

2.3 O Candomblé.....................................................................................................................7

2.4 Orixás.................................................................................................................................9

2.5 O legado cultural do povo africano.................................................................................11

3 A Linguagem do Documentário........................................................................................14

3.1 TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS....................................................................................15

4 METODOLOGIA................................................................................................................18

4.1 Metodologia do Produto...................................................................................................22

5. CRONOGRAMA DAS ENTREVISTAS........................................................................25

6 . ROTEIRO DE PRODUÇÃO...........................................................................................26

7. ROTEIRO DE EDIÇÃO..................................................................................................33

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................33

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.............................................................................37

10. GLOSSÁRIO.....................................................................................................................38

11. ANEXOS............................................................................................................................40

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1. INTRODUÇÃO

O vídeo Yemanjá “A Mãe das Águas” é um trabalho de conclusão de curso

produzido pelas discentes de jornalismo Rose Oliveira Ribeiro e Keyka Oliveira Nunes

da Faculdade 2 de Julho, que dedicaram-se durante todo o ano de 2008, ao estudo de

um tema fascinante: apresentar a Festa em homenagem à Yemanjá e a manifestação da

Cultura Negra durante o evento.

Em fevereiro de 2009 nas comemorações à Orixá, foi realizada as gravações

, que resultou no documentário Yemanjá a Mãe das Águas. Ao todo, foram mais de 8

horas de vídeo, utilizados na produção do material final.

Transmitida de geração a geração desde 1923, a Festa de Yemanjá no Rio

Vermelho, conta com a presença de populares e fiéis adeptos da religião do Candomblé.

São pescadores, Ialorixás, Babalorixás, turistas e muitos curiosos que todos os anos,

levam suas homenagens àquela que é reconhecida por muitos nomes, mas é única no

coração de todos os participantes do evento. Chamada na origem em Iorubá de Yèyé

omo ejá, ou a “Mãe cujos filhos são peixes”, é identificada em nossa cultura por

Yemanjá, Iyemanjá, Iemojá ou Yemoja. A representatividade é a mesma: A Grande

Mãe.

Na produção do documentário, foram utilizados equipamentos com recursos

profissionais: câmeras, microfones, mesa de edição, dentre outros elementos de

informática. Em edição de som e imagem se revezaram na elaboração do trabalho final,

que conta com 29 minutos de duração.

O vídeo mostra através do depoimento de estudiosos, populares, religiosos e

pessoas do mar, a origem da homenagem à Orixá e as comemorações locais,

historicamente iniciadas na Colônia dos Pescadores do Rio Vermelho. Apresenta a

Cultura Material e Imaterial inserida nos festejos, a fé e a participação popular durante

todo o dia 2 de fevereiro.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Acontece todo os anos no dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho em

Salvador, uma das festas mais tradicionais da Bahia. Nesta data, é celebrada por fiéis e

admiradores, Yemanjá a Orixá mãe e rainha das águas.

[...] Iyemanjá representa para o Candomblé o que a virgem Maria representa

para a Igreja Católica. Ela é a mãe de todos os Orixás, dona de todos os Oris

(cabeças)[...] (SIQUEIRA, p. 111)

Historicamente, a idéia de homenagear a Orixá veio do pescador Alípio

Menezes, na década de vinte. Foi ele, que em decorrência de grandes dificuldades na

atividade da pesca devido à escassez de peixes, teve a idéia de ressuscitar os ideais das

“velhas obrigações” africanas, ofertando presentes à “mãe das águas”. Juntou alguns

pescadores, ornamentou saveiros com flores e saiu para o mar cantando sambas e odes à

Yemanjá.

Como o objetivo foi alcançado e houve fartura de peixes, a partir daquela

ocasião foi instituído o dia 2 de fevereiro, como data para o cumprimento das

obrigações dos pescadores, junto à Rainha do Mar. Para o Candomblé, entretanto,

Yemanjá é comemorada no mês de dezembro junto às outras Iabás1.

Nos primeiros anos da festa, os pescadores que eram também fiéis aos

ensinamentos da Igreja Católica, guardavam a manhã do dia 2 para a celebração de

missas em homenagens à Senhora de Santana. À tarde nesta mesma data, dedicavam-se

a entrega dos presentes para Yemanjá.

A Igreja logo condenou ao culto a Yemanjá no dia em que se homenageava

nossa senhora de Santana religiosa. Em função disso, a partir da década 30.

1 Iabás, Iyabá ou Aiabá é o termo usado no Candomblé para definir os Orixás femininos como: Oxum,

Oyá, Obá, Yewá, Iemanjá, Nanã e outras

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Atualmente, os pescadores da Colônia Z-12, cuja sede é a Casa do Peso3 do

Rio Vermelho, organizam a principal oferenda à Yemanjá, num balaio com diversos

presentes especiais. O presente principal é idealizado pelos pescadores e especialmente

preparado por uma Ialorixá, seguindo os preceitos religiosos do Candomblé. Todos os

anos, a oferenda é guardada em segredo até a data da festa. Além do presente principal,

que é diferente a cada comemoração, diversas outras oferendas são entregues à rainha

do mar, numa procissão de centenas de barcos.

As oferendas seguem em direção ao mar, num cortejo sonorizado por

músicas do Ijexá4. Todos os anos, a partir das cinco horas da manhã, os pescadores

separam os presentes, colocando-os em grandes balaios floridos. Normalmente são

ofertados pelos fiéis, flores, perfumes, cartas em forma de pedidos e agradecimentos,

embarcações miniaturas de madeira, espelhos, dentre outros objetos utilizados para o

embelezamento da mulher.

Além do presente principal, cerca de quinhentos balaios, são reunidos todos

os anos num barracão montado ao lado da Igreja de Santana. À medida que estes balaios

ficam cheios de presentes, descem para a praia e são levados para os barcos.

Às dezesseis horas acontece a saída do presente principal e todas as

oferendas, são conduzidas num cortejo de barcos enfeitados. Somente em alto-mar, à

aproximadamente oito milhas da costa de Salvador, acontece a entrega do presente

principal, sob a orientação da Ialorixá.

2 Colônia Z-1 – Primeira Colônia de Pescadores da cidade do Salvador, Bahia, localizada no bairro do Rio

Vermelho. 3 Casa do Peso – Local onde era realizada a pesagem dos peixes, recolhidos do mar pelos pescadores. 4Ijexá - Toque nigeriano exclusivamente dedicado aos Orixás, sempre acompanhado do agogô.

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2.1 Yemanjá

Yemanjá é considerada a mãe de todos os orixás . Yemanjá cujo nome deriva de

”Yeye oman ejá”, grande mãe do povo ioruba, mãe de todos os orixás, deusa do mar,

tem o aspecto de uma matrona, de seios enormes, símbolo da maternidade fecunda.

Como afirma Carolina Cunha5 na África, “Yemoja (a pronúncia

aproximada é “Yemodjá”) é a deusa do povo egbá, que habitava a região situada na

bacia do rio Oshun, onde ainda existe o rio Yemoja. Lá, Yemanjá ganhou nova morada

e passou a ser cultuada nas margens do rio Ògùn, que nada tem que ver com o orixá

Ogun”.

Para Berkenbrock no livro a experiências dos orixás:

Na África, Yemanjá está mais ligada à água doce. Esta troca ocorreu tanto

pelo fato de que o culto a olokum, o orixá africano da água salgada, não foi

implantado no Brasil, como também pela identificação que ocorreu entre

Yemanjá e a figura européia da sereia ou figuras semelhantes de tradições

indígenas. (p. 236 )

Para Verger (1980 p. 75), Yemanjá é uma divindade muito popular, vaidosa,

adora ser presenteada com perfumes, flores, sabonetes. Seus adeptos, em Salvador,

cultuam-na no sincretismo com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, festejada no

dia 8 de dezembro. Ela é mais ligada às águas salgadas do mar, outra divindade

relacionada à água é Oxum do rio de mesmo nome que corre na Nigéria, que é ligada às

águas doces dos rios. Também reverenciada no dia 2 de fevereiro, data da festa, que os

5 Carolina Cunha nasceu em Salvador, em 1974. Formada em Propaganda e Design no Brasil e nos

Estados Unidos, hoje trabalha como escritora, ilustradora e designer gráfica. Destacada pesquisadora de

línguas e artes africanas, ganhou o prêmio Jabuti 2003 com Aguemon, sua estréia na literatura infanto-

juvenil – fonte: http://www.edicoessm.com.br/ver_noticia.aspx?id=9932

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pescadores e adeptos do candomblé organizam um solene presente para Yemanjá. Mais

antes de saírem em procissão ao Rio Vermelho com o Presente de Yemanjá levam

oferendas para Oxum no Dique do Tororó O que mostra que o sincretismo não é de uma

rigidez absoluta.

Para Berkenbrock

[...] yemanjá é, no Brasil, com certeza uma das figuras mais populares do

Candomblé. Ela é conhecida especialmente nas regiões costeiras do país e a

fama de sua figura ultrapassa os limites dos terreiros. [...] (p. 236)

2.2 A FESTA DE YEMANJÁ MARCADA PELA CULTURA NEGRA.

Logo que chegaram à Bahia, os negros escravizados foram obrigados a se

submeterem a religião de seus opressores. Desta forma, impossibilitados de dedicarem-

se aos ritos próprios das religiões afros, espertos acharam um meio criativo de

relacionarem-se com as sua divindades.

A opressão aos negros escravizados oriundos da África não os deixou nem o

direito de cultuar os seus próprios Deuses, o que eles tiveram que fazer através do

sincretismo religioso.

As convicções religiosas dos negros escravizados eram entretanto colocadas a duras

provas quando de sua chegada ao novo mundo onde eram obrigatoriamente “para a

provação de sua alma” e deviam curvar-se as doutrinas religiosas de seus mestres.

(VERGER, 1981, p.23 ).

No sincretismo os orixás eram reverenciados como santos católicos na qual

Nossa Senhora da Conceição e por baixo os assentamentos escondidos Yemanjá o culto

aos orixás para Verger mostra a integração da cultura material e imaterial, a participação

dos negros africanos na implantação das festas baianas. Pois eles trouxeram os ritmos,

os cantos, e introduziram os diferentes festejos que hoje, orgulhosamente, são

conservados em Salvador.

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A identidade de um povo negro e baiano é fortalecida com a permanência desses

ritos, onde todos adoram a mesma divindade, em atitudes positivas de afirmação como

na utilização de trajes específicos da manifestação religiosa; as comidas típicas

tradicionais da África e a musicalidade afro de ritmo envolvente com seus tambores e

instrumentos de percussão.

2.3 O Candomblé

O candomblé é sem dúvida a religião africana que mais influenciou a formação

das religiões afro-brasileira, originária da África trazida ao Brasil na época da

colonização brasileira. O terreiro de candomblé é o templo em que são realizados os

ritos de homenagem aos orixás com oferendas, danças, e cerimônias onde se louvam os

ancestrais.

“O Terreiro de candomblé se afirma como um território étnico -cultural, capaz de

colher de uma forma mais geral o cruzamento dos espaços e dos tempos

compreendidos na especialização do grupo negro. Ali se conservam os preciosos

conteúdos patrimoniais (o axé ou a energia vital, os princípios cósmicos, a ética dos

ancestrais) (...)” (SIQUEIRA, 1998, p.174, apud Muniz Sodré, 1988)

Segundo Valney J. Berkenborck “O terreiro brasileiro não é África, mas sim

uma reconstrução à forma brasileira. Uma diferença muito clara é o fato de que na

África cada terreiro dedica-se ao culto de apenas um orixá, enquanto no Brasil são

cultuados diversos Orixás em cada terreiro” (BERKENBROCK p. 193).

O que se pode imaginar, é que as manifestações religiosas dos escravos eram

sustentadas por grupos inconstantes que não tinham longa vida-como seus

membros. A existência destes grupos não foi garantida pela tradição da

religião, mas sim pela chegada de novos escravos. (BERKENBROCK p.

177)

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Para BERKENBROCK a maioria dos terreiros é como os seus membros simples, de

modo que as acomodações são feitas não segundo as necessidades, mas segundo as

possibilidades. Muitos espaços são utilizados para mais de uma função e onde muitas

vezes a casa de culto é ao mesmo tempo moradia de quem dirige a casa. Os terreiros

são, porém, adaptados de tal modo a permitir o necessário para o funcionamento do

culto aos orixás (pag. 196)

O culto aos orixás tem um papel central no relacionamento entre orixá e fiel.

Ele possibilita de experimentar seu orixá pessoal com uma intimidade tal que

ele coloca seu corpo à disposição do orixá, de modo que ambos encontram-se

unidos em um único corpo. (BERKENBROCK pág. 197)

2.4 OS ORIXÁS

Os Orixás são deuses africanos, que representam pontos de força da natureza,

como o fogo, a terra, o ar e, a água. Seus correspondentes materiais, estão relacionados

às manifestações dessas forças no mundo material.

No campo das emoções, cada Orixá tende a aproximar-se dos seres humanos.

Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso e são passionais. Cada divindade possui ainda,

o seu sistema simbólico de identificação particular. Ele é composto de cores, comidas,

cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários específicos para a adorá-los.

Pierre Verger6 em seu livro Os Orixás (1980, p. 73), afirma que o negro africano

através de suas práticas religiosas, nos deixou um legado cultural riquíssimo. A crença

na existência dos Orixás é um deles.

Verger refere-se a esta energia da natureza, como uma força pura e seria em

princípio, um ancestral divinizado que em vida, estabelecera vínculos que lhe

garantiram um controle sobre certas forças da natureza, tais como o trovão, o vento, as

águas doces ou salgadas. Estaria assegurando-lhe desta forma, a possibilidade de

6 Pierre Fatumbi Verger – Batizado como Pierre Edouard Leopold Verger, nasceu em Paris – 1902 e

morreu em Salvador/Bahia - 1996. Fotógrafo e Etnólogo, converteu-se ao Candomblé assumindo o nome

religioso de Fatumbi, com responsabilidades de Sacerdote.

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exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o

conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização. “O poder (axé) que o

ancestral-orixá teria após a sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em

um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada”. (2002,

p.18).

Para Darien J.Davis7 em seu livro Afro-brasileiros Hoje (2000 p. 27) afros

descendentes, que hoje podem cultuar seus orixás abertamente sem recorrer ao

sincretismo cultuando santos católicos, sendo que na verdade estavam reverenciando

seus orixás, na da época da colonização para não serem perseguidos por católicos

fingiam, por exemplo, que Yemanjá era nossa Senhora da Imaculada Conceição e assim

faziam com outras imagens cultuadas pelos católicos e que alguns crentes até hoje

continuam a associar os deuses e orixás do candomblé, com os santos católicos ao som

dos tambores e ritos próprios das religiões afros, identificados numa festa que exalta a

cultura negra, tão viva no candomblé.

2.5 O legado cultural do povo africano

Cultura é o conjunto de manifestações artísticas, sociais, lingüísticas e

comportamentais de um povo ou civilização que, manifestam-se, através da música,

rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura,

invenções, pensamentos, formas de organização social, comportamentos, valores, regras

morais tudo isso identifica uma sociedade.

A Cultura de um povo é passada de geração em geração os costumes os hábitos

adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade a exemplo da cultura material

7 Darien J.Davis – Autor acadêmico consultor de organizações populares publicou vários textos latino

americanos, professor de história e diretor de departamento de estudos latino americanos.

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que é preservada no tempo atraves das construções que são deixadas para as gerações

futuras produtos como: obras de arte, ferramentas, escrituras, arquiterura, estrumentos

musicais.

Em seu amplo sentido etnográfico este todo complexo que inclui

conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra

capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma

sociedade (LARAIA, 1986, p.25 ).

Já a cultura imaterial e material precisam ser preserva pois é através das

tradições que um grupo social manten o respeito a sua ancestralidade, para que as

gerações futuras, tenham exemplos do patrimônio imaterial deixados pelos seus

ancestrais como os saberes, os modos de fazer uma determinada receita, as formas de

expressão, as celebrações como festas e danças populares, lendas, músicas e costumes.

Dessa variedade cultural vem à força de um povo que em sua maioria continua

pobre, mas têm uma força incalculável. As afirmações estão por todos os lados: nos

penteados, na literatura, artes, educação e patrimônio. Salvador é uma cidade que

respira a cultura africana, uma herança que resiste ao tempo, às dificuldades e se recicla

sempre. Nem mesmo a escravidão, fez com que esse povo se desvinculasse de suas

raízes e da beleza de sua cultura que em Salvador pode ser contemplada em museus e

praças, ou mercados, como o Modelo, além das inúmeras festas de largo, como a de

Yemanjá. Nesta ponte entre dois mundos a Bahia tornou-se um Estado diversificado,

em relação a povos, línguas e costumes.

Os negros começam a ser trazidos para o Brasil em meados do século XVI

para trabalhar como escravos. Conforme estimativas mais aceitas, o total de

africanos desembarcados oscila entre 3,5 milhões e 4 milhões. Durante mais

de 300 anos, a mão-de-obra escrava constitui a principal força de trabalho no

país e a base de toda a atividade econômica. (A TARDE, 2008)

A cultura negra com matrizes Africanas era de um povo que dominava a

agricultura, conheciam a metalurgia, costumavam comercializar diversos produtos, tais

como: objetos de ouro, cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas,

dominava a criação de animais e a pesca. Habitavam uma região com grandes reservas

de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto o que

levou esse povo a ser dominado pelos colonizadores europeus.

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As varias formas de manifestção popular da cultura negra são os festejos,

realçados por muita música e dança, seriam não só a recriação das celebrações que

marcavam importância das celebrações religiosas como uma forma de sobrevivência do

costume de sua terra natal como danças e cânticos festivos.

A partir destas celebrações religiosas dos negros surgiu à manifestação popular

com sua criatividade criaram meios para a manutenção de sua cultura e religiosidade

conseguindo deixar toda a riqueza de seus hábitos e costumes adquiridos na nova terra.

Dessa mistura sincrética surgiram às manifestações como o carnaval, o futebol, a

alegria do povo, as festa de largos. A cultura popular é a expressão mais legítima e

espontânea de um povo. Ao mesmo tempo em que carregam em si elementos

fundadores de uma cultura, resultante de um constante processo de transformações,

assimilações e misturas culturais.

A cultural afro na Capital Baiana é percebida por todos na festa de Yemanjá.

Originou-se com a vinda dos negros escravizados para o Brasil trouxeram consigo seus

valores culturais, após longas viagens sofridas, mal acomodados, famintos, doentes,

castigados, eram amontoados nos navios (tumbeiros) de onde eram levados para os

portos para serem vendidos como mercadoria no período da colonização, contribuíram

para o crescimento de Salvador com sua força braçal do Africano, para o gigantesco

avanço das produções agrícolas, com trabalho escravo em nossas lavouras plantaram em

nossas terras a sua cultura milenar e mágica.

Não há como negar ou ignorar as relações raciais, deixada pelos negros como a

cultura material e imaterial que eles trouxeram com os seus costumes, crenças, danças e

todo um manancial de cultura que, aos poucos, foram se incorporando à nossa

formação.

Como exemplo da Cultura Material legada pelos negros, usadas na festa de

Yemanjá, os instrumentos de percussão que fazem ecoar a musicalidade de seus

ancestrais, os trajes e indumentárias usados pelos adeptos do candomblé e a culinária

comercializada em cada canto da festa, além das rodas de capoeira, o berimbau, os

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tecidos e enfeites coloridos, o pilão e a colher de pau, os instrumentos de percussão, a

arquitetura que encontramos nas ruas.

Já a cultura imaterial que herdamos e cultuamos dos negros foi os cultos aos

orixás, a fé mística e o Candomblé. Para Hoebel (apud Shapiro, 1966: p. 217) a cultura

“consiste no comportamento em si, tanto manifesto (atividade motora) quanto não

manifesto (que se passa no intimo das pessoas).” Assim a cultura material encontra-se

em perfeita fusão com a imaterial.

3. A LINGUAGEM DO DOCUMENTÁRIO

O uso do vídeo como produto desta pesquisa sobre a festa de Yemanjá e a

cultura negra evidenciada nela advém da riqueza do tema tanto com relação à parte

sonora como a visual. A imagem e o som ambiente captados da festa de Yemanjá

aproximam o espectador das sensações experimentadas por quem viveu aquele

momento. O produtor audiovisual possui potencialidades que nenhum outro gênero

tem. O vídeo oferece movimento ao objeto de pesquisa, dá vida a festa e aos seus

personagens. Como bem afirma o etnólogo e cineasta francês Jean Rouch8:

Um filme é uma idéia que surge de repente ou lentamente elaborada e cuja

expressão só pode ser cinematográfica. [...] Agora estamos num bar em Treichville,

num domingo à noite. Um amigo e eu entramos ali, atrás das esplêndidas

festividades que apenas o povo desses lugares sabe fazer, no meio de ruas sórdidas,

das favelas. É tão grande contraste entre a alegria efêmera do domingos os

infortúnios cotidianos, que eu sei que is so vai me assombrar enquanto eu não for

capaz de expressá-lo. Expressar como? Saindo do bar e gritando nas ruas?

Escrevendo um livro sobre as ondas migratórias da Costa do Marfim, pesquisa que,

aliás, se um dia for publicada, interessará somente a meia dúzia de especialistas? A

única é fazer um filme sobre isso tudo – um filme no qual seja eu que grite a minha

alegria e a minha revolta, mas uma daquelas poucas pessoas para as quais

Treichville é tanto o paraíso como o inferno (1959, p.65).

8 Jean Rouch - Realizador e etnólogo francês, é um dos representates e teóricos do cinema direto.

Explora o documentário puro e a docuficção, criando assim um subgénero:a etnoficcção.

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Assim como Rouch, Araújo afirma que o documentário expressa a realidade que

o autor quer imprimir em sua obra. Ele afirma que essa realidade é apenas um recorte, e

que é uma janela aberta ao espectador (ARAÚJO, 2008).

Para Ramos (2001) a asserção documentária deve [...] ser trabalhada a partir de

proposições lógicas, que fecham o campo para a definição de seu conteúdo de verdade,

assim todo documentário, seja ele imagens reais ou um filme que se reporta a uma

realidade, é pautado pelo seu conteúdo histórico e verdadeiro.

Como afirma Nichols (2005) que todo filme é um documentário, pois a mais

estravagante ficção evidencia a cultura que a produziu e reproduz a aparência das

pessoas que fazem parte dela. Para esse autor existem dois tipos de filmes, que são o

documentário de satisfação de desejo e o documentário de representação social.

Os filmes de ficção expressam de forma tangível os sonhos e desejos, os

pesadelos e terrores (NICHOLS, 2005), em contraposição ao documentário de

representação social que:

[...] são o que normalmente chamamos de não ficção. Esses filmes

representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e

compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a metéria de

que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização

realizadas pelo cineasta. Expressam nossa compreensão sobre o que a

realidade foi, é e o que poderá vir a ser. [...] o documentário acrescenta uma

nova dimensão à memória popular e à história social (NICHOLS, 2005, p

26).

O gênero documentário tem compromisso com a exploração da realidade. Como

uma representação parcial e subjetiva da realidade, o discurso usado no documentário

seria uma narração compostas por imagens que mantêm uma relação similar com a

realidade a que se reporta. E é nesse sentido, que deve ser analisado em sua relação

com o real (RAMOS, 2008). Isso não quer dizer que o documentário seja o retrato de

uma dada realidade, mas sim um recorte o mais fiel possível do todo.

Um documentário pode ou não mostrar a verdade (se é que ela existe) sobre

um fato histórico. Podemos criticar um documentário pela manipulação que

faz das asserções que sua voz (over ou dialógica) estabelece sobre o mundo

histórico, mas isso não lhe retira o caráter de documentário (RAMOS, 2008,

p.29).

Para Ramos, o documentário deve ser construído a partir da verdade, seja através

de imagens reais ou encenadas. A encenação tem como objetivo o reporte a um dado

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momento não capturado e é feita baseada em um conteúdo histórico e verdadeiro. Bill

Nichols chega a afirmar que o filme documentário representa o mundo histórico. Essa

representação se daria pelo fato do documentário registrar aspectos do mundo de uma

perspectiva ou ponto de vista diferente, o ponto de vista do autor da obra, a sua

mensagem. O documentário traria em si uma mensagem ideológica, e, geralmente, de

acordo com o enquadramento que o autor quer dar ao mesmo.

Para PENAFRIA, 2005 o documentário é um gênero cinematográfico, expressa

sempre uma realidade vivida, ou se reporta a tal realidade através das imagens capitadas

pelas lentes das câmeras. As fotografias registradas são a expressão do dia a dia, seja de

um acontecimento bom ou ruim, da vida de uma pessoa ou qualquer outro tema, o que

se deveria mostrar no filme é a realidade tal como foi capturada pelas câmeras, pois, “os

filmes só possuem validade estética se registrarem e revelarem a realidade física”.

Mesmo quando o assunto do documentário é de algo que já aconteceu há muito

tempo o diretor está se referindo a um momento histórico, trazendo o mesmo para o

presente e atualizando, pois Penafria (2004) diz que a propósito de um filme de ficção,

pode-se dizer sempre que se trata apenas de um filme, entretanto no documentário, tal

afirmação não se aplica, pois idealizar um filme (documentário) é participar de uma

experiência cujo tema está ligado a esse mundo em maior ou menor grau.

Todo filme é documental porque remete para pontos de vista, para modos de

pensar, para modos de ver o mundo. Documentário e ficção são dois modos

de documentar, de comentar o mundo. Retirar a documental dos filmes de

ficção é retirar-lhe uma componente essencial, mas também, podemos dizer

que retirar ao documentário a sua parte ficcional é retirar-lhe uma

componente essencial (PENAFRIA, 2005: p. 4).

Porém vale ressaltar que “as ficções só adquirem sentido ou só têm valor pela

realidade integrada no imaginário” (PENAFRIA, 2005). E quanto ao documentário

“Penafria” afirma que “o desenvolvimento da linguagem cinematográfica encontra no

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documentarismo o seu principal aliado. Mas a grande vantagem do documentarismo é

que nos lembra que a realidade se manifesta, inevitavelmente” (PENAFRIA, 2004).

Nos nossos estudos e pesquisas teóricas foram determinantes para o gênero do

produto, escolhido. Sendo o produto um documentário, sentimos necessidade de revisar

e aprofundar o nossos conhecimentos nesta área. A partir daí, elegemos algumas obras e

autores, cujas contribuições consideramos fundamentais para o êxito do nosso projeto.

3.1 TIPOS DE DOCUMENTÁRIOS

No decorrer do tempo, vários tipos de documentários foram se consolidando. Neste

processo, o contexto histórico e os avanços tecnológicos, se constituíram como fatores

determinantes. Nichols (2005, p.135-177) apresenta seis modos ou tipos de

documentários, cada um com características próprias, embora não sejam excludentes

entre si.

CARACTERÍSTICAS

Poético: Fragmentação da realidade; não há preocupação com argumentação,

montagem linear, localização de tempo e espaço e aprofundamento dos atores sociais;

ênfase em associações visuais.

Expositivo: Modelo de documentário clássico; o mais difundido; ênfase em comentário

verbal com utilização de voz “off” e lógica argumentativa.

Observativo: Captação dos acontecimentos sem interferência do documentarista; não

utilização de legendas e narração com o objetivo de mostrar as coisas como são e não o

ponto de vista do documentarista.

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Participativo: Participação do documentarista no filme como ator social; explicitação

do ponto de vista do cineasta; utilização de entrevistas.

Reflexivo: Preocupação com o processo de negociação entre cineasta e espectador;

preocupação com as conseqüências da produção do documentário para todos os

envolvidos (cineasta, atores sociais e publico).

Performático: Ênfase no aspecto subjetivo ou no próprio engajamento do cineasta com

o tema e a receptividade do publico em relação a esse engajamento.

Seguindo a tipologia de Nichols, o vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das

Águas” Possui características de dois tipos de documentário: poético, que é o modo

dominante e participativo. Por que o modo poético? Em primeiro lugar, porque sendo o

nosso foco de interesse o registro de imagens, reveladoras de expressões, sons dos

devotos reverenciando yemanjá em situações de alegria, canto, silencio, felicidade, está

de acordo com o que Nichols (2005, p.138) define como modo poético: “Esse modo que

enfatiza mais o estado de ânimo, o tom e o afeto do que as demonstrações de

conhecimento ou ações persuasivas”. Além disso, o vídeo-documentário Yemanjá “A

Mãe das Águas” está em acordo com as demais características do documentário

poético. Não há a preocupação com questões como: rigidez na montagem linear,

localização de espaço e tempo, muito menos, aprofundamento em relação aos atores

sociais ou personagens.

Por que o modo participativo? Porque durante a produção do vídeo-documentário

Yemanjá “A Mãe das Águas” a interação com o os devotos e pescadores é fator

primordial. Só a partir desta interação teríamos condição de compreender a realidade

pesquisada, colher dados e informações e inclusive negociar a permissão para filmagens

e entrevistas. Outro fator que relaciona o nosso vídeo-documentário com o modo

participativo foi o fato de termos utilizado a técnica de entrevistas. Para Nichols (2005,

p.141) “a entrevista é uma característica do documentário participativo, no qual o

cineasta interage com a realidade

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Neste sentido, o critério para a escolha do tema se deu a partir do momento em que

muito se questionava, sobre a religião dos orixás, o Candomblé. Passando assim a

retratar a festa de yemanjá no Rio vermelho, levantando em questão o que levam as

pessoas á festa, sendo as mesmas de Salvador e até de outros lugares; o que leva essas

pessoas a reverenciar esse orixá Yemanjá.

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4. METODOLOGIA

Oliveira9 (1997, p.57) define metodologia como: “o conjunto de métodos ou

caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”. Para esclarecer traz a

seguinte definição para método: “conjunto de processos pelos quais se torna possível

conhecer uma determinada realidade, produzir determinados objetos ou desenvolver

certos procedimentos ou comportamentos”. Em qualquer pesquisa, a metodologia a ser

adotada, vai depender do objeto de análise e dos objetivos que se quer alcançar. O

vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das Águas”: Tem como objeto mostrar a festa de

yemanjá no dia 2 de fevereiro na Praia do Rio vermelho. A proposta é montar um vídeo-

documentário com base em imagens e sons, que representa os fiéis levando seus

presentes para a rainha do mar com o coração cheio de emoção durante a festa.

O Vídeo Yemanjá “A Mãe das Águas” foi produzido a partir da captação de

imagens na Praia do Rio Vermelho, na festa de Yemanjá, respectivamente. Durante a

festa capturamos por meio tecnológicos de câmeras e microfones um pouco da magia

que envolve a multidão de fiéis que vão ao Rio Vermelho homenagear Yemanjá.

A proposta de qualquer Trabalho de Conclusão de Curso é aplicar na prática os

conhecimentos obtidos durante os cursos de graduação, podemos dizer que na produção

do nosso vídeo-documentário foram fundamentais disciplinas como: Telejornalismo;

Radiojornalismo; Fotojornalismo; Semiótica e Ética. Da disciplina, Telejornalismo II

obtivemos a base do conhecimento teórico sobre esse gênero de audiovisual: sua

historicidade, as transformações em conseqüência dos avanços tecnológicos, o fazer

prático, os modos de entrevistas possíveis e o contexto atual. Das disciplinas

Telejornalismo, Fotojornalismo: tivemos noções de enquadramento, manuseio de

câmera, técnicas de iluminação, decupagem, edição, entre outras. De Ética, a percepção

da importância do respeito aos valores éticos em todo “o fazer” do homem. O que no

caso do documentário, ganha relevância na medida em que a realidade retratada é

sempre uma realidade percebida a partir do ponto de vista do documentarista. Ou seja,

9 Oliveira- é doutor em Ciências, professor titular de Metodologia em Ciências, do curso de graduação da

FCECA da Universidade Mackenzie e do curso de pós -graduação da mesma Universidade. É autor dos

livros: Sociedade Humana - Uma introdução à Sociologia Geral; Teoria, Métodos e Técnicas de

Pesquisas; Orientador de monografias, dissertações e teses de doutoramento. disponível em <

http://www.angelfire.com/al/pluralsingular/indbio1.html>

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como é ele quem decide sobre tudo, imagens captadas, depoimentos, montagem e

edição, essa realidade vai estar impregnada por seus valores e atitudes, que devem,

portanto estar pautados numa perspectiva ética.

Segundo Nichols (2005, p.36), “a ética torna-se uma medida de como as

negociações sobre a natureza da relação entre o cineasta e seu tema têm conseqüências

tanto para aqueles que estão representados no filme como para os espectadores”.

Quanto ao tipo de pesquisa adotada, optamos pela pesquisa com abordagem

fenomenológica, uma vez que o que nos interessa são os aspectos subjetivos. Utilizamos

técnicas de observação participante, depoimentos e entrevistas. Para Lakatos (1996,

p.79) a observação ajuda o pesquisador a “identificar e obter provas a respeito de

objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu

comportamento”. Ou seja, através da técnica da observação participante podemos não

só conseguir informações, mas manter um contato direto com a realidade pesquisada.

No caso do vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das Águas”, isso era fundamental. A

técnica de entrevista também se configura como um importante instrumento na

produção de um documentário. Tereza Maria Frota Haguette (1997, p.86) diz que, a

entrevista é “um processo de interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o

entrevistador, tem por objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o

entrevistado”. A técnica de entrevista também se constituiu num importante instrumento

na obtenção de dados sobre o universo da festa de Yemanjá. Como a nossa proposta é

dar liberdade de fala aos nossos “personagens”, intervindo o mínimo possível, optamos

pela técnica da entrevista direta.

Quanto à opção pelo Documentário e não por um livro-reportagem ou um

trabalho de foto-jornalismo, por exemplo, foi baseada na hipótese de que o

documentário, pela propriedade de poder capturar a dinâmica da expressão gestual e os

sons que emergem dos candomblecistas nas rodas formadas por diversos terreiros e fiéis

que pode revelar de modo mais intenso a fé em Yemanjá.

Além disso, acreditamos que a relação da câmera com o mundo real estabelecida

no contexto do filme documental, em tudo contribui para os propósitos deste projeto. O

documentário possui a característica de produzir, mesmo diante de várias produções

sobre um mesmo tema, olhares plurais e produtos diferenciados, uma vez que é sempre

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concebido a partir do ponto de vista do cineasta ou realizador. Segundo Ana Carla de

Lemos Bezerra10, pesquisadora da UFPE – Universidade Federal de Pernambuco:

O caráter autoral do documentarista se apresenta, portanto, de forma

eloqüente, já que ele não está preso a normas de isenção como os

jornalistas. Esse profissional por mais que tente “traduzir a realidade” – não

precisa seguir um formato fixo de produção, nem está obrigado a atingir

uma suposta imparcialidade, nem a mascarar a mensagem subjacente que o

material produzido por ele tem. Por defender uma tese, a visão de mundo do

realizador do documentário é facilmente percebida. Sejam quais forem às

rotinas produtivas de realização dos documentários ou as estratégias para

imprimir objetividade ao produto, elas não conseguem se sobrepor ao

caráter autoral do documentarista.

O filme Yemanjá “A Mãe das Águas” não pretende manipular a realidade a tal

ponto de conduzir por meio das entrevistas ou da montagem das imagens captadas, uma

opinião fechada ou tendenciosa sobre a crença em Yemanjá. Ficou claro para nós que a

religião Candomblecista colabora para a manifestação da fé durante a festa sem

preconceitos, é percebido em toda a captação de imagens um envolvimento emocional

dos entrevistados muito suscetível a este tipo de conversão, pois muitos entrevistados

usam a veste de admiradores para mostrar o quanto acreditam e buscam se fortalecer na

fé em Yemanjá.

Nas entrevistas tentamos evidenciar a fé dos entrevistados que nem sempre eram

somente adeptos do candomblé, muitos se diziam “Católicos” para ocultar a sua fé em

um Orixá o que era vista em uma boa parte dos fiéis, percebemos que na conversão

existia a tentativa do entrevistado de encobrir com desculpas que são

irremediavelmente aceitas pela sociedade que discrimina.

10 Autora da pesquisa “As rotinas de produção e suas interferências nos documentários e nas grandes

reportagens”, que passou a integrar, em 2001, a pesquisa “Gêneros jornalístico s em região de fronteira:

estudo comparativo entre o documentário e a grande reportagem”, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa

em Comunicação e Discurso da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Disponível

em:<http://www.fnpj.org.br/antigo/grupos_trabalho/pesquisa_graduacao/Natal/wilma-

morais.htm>Acesso em 26 Maio. 2009.

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Com a intenção de deixar clara a nossa pesquisa documental durante a confecção

do nosso argumento, fizemos o máximo possível durante as abordagens para mostrar a

realidade, buscando filmar em plano seqüência o que nos daria uma abertura no diálogo

com os entrevistados. Dessa forma, o entrelaçamento entre esse aparelho de mediar e

produzir verdades que é a linguagem do cinema documentário, com, quem sabe, a mais

antiga instituição produtora da verdade, a religião candomblecista, nos habilitou a tratar

das entrevistas falando de fé, através do diálogo, com uma proeza que poucos temas

nos teriam sugerido.

O presente trabalho propõe mostrar a Festa de Yemanjá e a cultura negra

inserida nela. Para a realização da pesquisa foi utilizada a metodologia fenomenológica,

pois a pretensão durante a pesquisa foi aproximar os pesquisadores do tema, com intuito

de obter informações sobre a fé dos fiéis e a cultural existente na Festa de Yemanjá.

Durante as pesquisas bibliográficas, foram feitas leituras de livros importantes

que segmentaram temas como antropologia, sociologia, obras sobre a Festa de

Yemanjá, o Candomblé e Cultura Negra. Na construção da pesquisa também incluída

entrevistas com antropólogos e sociólogos conhecedores do tema.

No mês de fevereiro de 2008, um ano antes do 8° semestre do curso de

jornalismo das discentes, foi realizada pesquisa de campo, com o objetivo de levantar

colher informações para a realização do produto.

A técnica de observação foi feita de maneira direta, passiva durante a visita a

festa de Yemanjá. O método permitiu a coleta de relatos de freqüentadores da festa,

como também dos adeptos do candomblé que se encontravam na festa.

A pesquisa foi realizada durante um ano no mês de Fevereiro de 2008 até Junho

2009. O levantamento bibliográfico foi feito paralelo e está presente em todos os

processos do projeto desde a construção do Memorial até a elaboração das gravações e

seleção de imagens.

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Na construção do trabalho, foram utilizados variados equipamentos eletrônicos,

como computador, internet, MP3, máquina fotográfica, máquina de filmar e o

levantamento de dados das pessoas e locais que compôs o documentário.

4.1 Metodologia do Produto

As primeiras filmagens do local foram realizadas durante a festa de Yemanjá na

madrugada do dia 2 de Fevereiro de 2009 com a chegada do presente principal dos

pescadores, onde às quatro horas da manhã o movimento já era intenso. A escolha do

dia para a gravação deve-se também ao fato de ser o tema da pesquisa que só acontece

uma fez no ano no mês de fevereiro.

É adequado analisar que a escolha do documentário como produto para

conclusão do curso, deve-se, especialmente, ao fato da escolha do tema: envolver a

Festa de Yemanjá, local esse que contribuiu como cenário fundamental. Além disso, a

existência das fontes entrevistadas e as vastas imagens permitiram as pesquisadoras o

cumprimento do produto.

Os depoimentos as opiniões e explicações fornecidas pelos entrevistados

serviram para o levantamento de dados, escolhas dos personagens, e a construção das

perguntas para a elaboração do roteiro que levaram ao processo de captação de imagens

do documentário. Os fiéis e adeptos do candomblé foram os atores reais retratados no

documentário.

A pesquisa foi realizada durante processos de visitas para identificar a cultural

negra existentes na festa e descobrir as características e personagens que participaram

do documentário.

Antes de realizar as filmagens, as estudantes freqüentaram a festa para conhecer

a realidade local e o comportamento dos participantes e suas particularidades durante a

Festa de Yemanjá.

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As filmagens do documentário foram realizadas após o levantamento da

pesquisa de campo, a pesquisa bibliográfica foi realizada durante. As entrevistas, visitas

em busca de depoimentos constituiu para o levantamento de dados e escolha das fontes.

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5. Cronograma das entrevistas realizadas

Fontes Local Data Fev Mar Abr Mai Jun

Augusto Sá

Prof.

Praia da Paciência RV 02/02 X

Ednilson

Oliveira

Compositor

Em sua casa e

Praia da Paciência RV

01/02

02/02

X

Lucy Inácio Praia da Paciência RV 02/02 X

Jackson Costa Praia da Paciência RV 02/02 X

Tiago Praia da Paciência RV 02/02

X

Branco

Presidente da

Colônia de

Pescadores

Praia da Paciência RV 29/05

X

Pescador João

Carlos

Padre Ângelo

Praia da Paciência RV

09/04

X

Ialorixá Sandra

Bispo

Terreiro Ilê Axé

Oxumaré

08/06 X

Prof. Sebastião Praia da Paciência RV 29/05 X

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6. ROTEIRO DO PRODUTO

Roteiro 1

Data Gravação: 02 de Fevereiro de 2009

Horário: manhã

Captura de imagens e som ambiente (da preparação do presente principal na festa de

Yemanjá.)

Captura de Imagens

I- Área externa da Colônia dos Pescadores

Imagem da praia da paciência

Pessoas falando o porquê vão reverenciar a rainha do mar aberta da paria do rio

vermelho (Imagem aberta)

Pessoas andando e circulando na areia da Praia durante a festa de Yemanjá (Imagem

aberta)

II-Igreja de Santana –(imagem aberta e fechada)

III-Gravação Interna da colônia Z1no Rio Vermelho durante a festa de Yemanjá

Pés dos fiéis na roda dos ritos de candomblé (Imagem Fechada)

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Ondas quebrando na areia da paria do RV. (Imagem fechada e em movimento)

Colônia de pescadores Z1 (Imagem aberta)

Imagem dos adeptos do candomblé (Aberta e em Movimento)

Imagem dos féis que serão entrevistados ( Fechada e aberta)

ENTREVISTA

Fonte: Pescadores

Local: Paria do Rio Vermelho

Perguntas da Entrevista

1-Como começou a festa de Yemanjá?

2- Porque a escolha do presente é segredo?

3-Quem prepara o presente de Yemanjá?

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ROTEIRO 2

Data Gravação: 06/06/09

Sandra Bispos ialorixá

Imagem fechada- Enquanto estiver cantando em ioruba a saudação a Yemanjá.

Imagem aberta- Do barracão, do altar dos orixás etc.

Perguntas da Entrevista

1- Como se Saúda yemanjá em Ioruba?

2- Quem é essa orixá mãe protetora?

3- Qual a importância desse orixá para o candomblé?

4- Qual presente Yemanjá gosta de receber?

5-Quais as características das filhas e filhos de Yemanjá?

6- Como sente sendo filha de Yemanjá?

7- Como se sente vendo a festa de Yemanjá não sendo relacionada a nenhuma festa

católica?

8- Quanto tempo de axé?

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Roteiro 3

Data Gravação: 06/02

Captura das imagens do bairro rio vermelho (aberta e fechada)

Captura dos colares, objetos e artigos religiosos durante a festa de yemanjá (imagem

aberta e fechada)

Imagem da Sereia em frente à colônia Z1

Imagem da fila para entrega do presente

Perguntas da Entrevista

1-Como começou?

2- Porque a escolha?

3-Quem é esse orixá yemanjá?

4- qual a importância dela para o candomblé?

5-Como se referência Yemanjá em ioruba?

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Roteiro do Produto – 4

Data de Gravação: 29/05

Imagem da colônia de pescadores

Imagem fechada do Presidente falando como começou a festa de Yemanjá

Imagem aberta da praia do rio vermelho e colônia dos pescadores

Entrevista com Branco Presidente da colônia de pescadores

Perguntas da Entrevista

1- Como começou a festa de Yemanjá?

2- Como é feita a escolha do presente principal?

3- Como é organizada a festa de Yemanjá durante o ano?

Roteiro 5

Data de Gravação: 02/02

Retranca: Gravação

Imagens

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Adeptos do candomblé e seus ritos de homenagem a Yemanjá (Imagem aberta e

fechada)

Instrumentos de percussão sendo tocados por filhos de Santos

Gravar as filhas e filhos de santo dançando na areia da praia

Roteiro 6

Data de Gravação: 29/05

Imagem da praia do Rio Vermelho

Imagem do mar quebrando nas pedras

Entrevista com o Antropólogo Sebastião

Local: Rio Vermelho em frente à colônia de pescadores o antropólogo falando da

origem da festa de matriz áfrica.

Perguntas:

Como é a festa de Yemanjá na África se tem alguma semelhança com a festa aqui de

Salvador?

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7. Roteiro de Edição

Vídeo Áudio

Cena 01 Introdução – texto dedicado à figura de exu /

fundo preto:

“à exu, orixá da comunicação e senhor dos

caminhos, pedimos licença para homenagear

iemanjá. Laroyê exú!”// fade

Cena 02 Externa / rio vermelho / tarde.//

Zoom in colônia de pescadores do rio vermelho

// outro lado da rua // carros passando //

Cena 03 Externa / rio vermelho / tarde.//

Visão panorâmica da praia do rio vermelho //

ondas do mar na areia da praia// apresentação do

título do documentário / antes do áudio da

ialorixá//

Cena 04 Externa / rio vermelho / tarde.//

Zoom in em direção a colônia de pescadores

imagens coberta com a ialorixá cantando

saudação a Yemanjá // fade

Cena 05

Externa / rio vermelho / manhã.//

Imagens da ialorixá arrumando as oferendas que

vão dentro do presente principal//

Sem áudio

Som ambiente do mar//

Ialorixá /cantando saudação à yemanjá //

Ialorixá /cantado saudação à yemanjá //

Som ambiente da festa / cânticos em saudação a

Yemanjá//

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Cena 06 Externa / rio vermelho / tarde.//

Depoimento do presidente da colônia de

pescadores Marcos Sousa contando como

começou a festa na década de vinte//

Cena 07 Externa / rio vermelho / tarde.//

Depoimento do antropólogo Sebastião Heber /

origem da festa e sincretismo / orixá yemanjá /

presentes à orixá//

Cena 08 Externa / rio vermelho / manhã.//

Imagens de devotos na fila/ e depoimento do

ator Jacson Costa//

Cena 09 Externa / rio vermelho / manhã.//

Imagens de devotos fazendo oferendas dentro da

casa de Yemanjá//

Cena 10 Externa / rio vermelho / manhã.//

No barracão e do presente principal dos

pescadores //

Sonora Presidente da Colônia de pecadores Z-1

Rio vermelho//

Sonora do antropólogo Sebastião Heber falando do

contexto histórico do culto à Yemanjá / cobrindo

imagens dos ritos em homenagem a Yemanjá

durante a festa do rio vermelho com adeptos

fazendo oferenda a Yemanjá //.

Som ambiente da festa e Sonora

Sonora em off – depoimento Sebastião Heber

Som ambiente da festa

Sonora em off / e sonoras branco presidente da

colônia.//

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Cena 11 Externa / rio vermelho / manhã. //

Imagens do devoto Edinilson e família fazendo a

entrega do presente construído por ele em 2009

Cena 12 Interna / Casa de Edilson dia 01/02 / tarde. //

Imagens da família de Edinilson construindo

barco como presente para yemanjá

Cena 13 Externa / rio vermelho e Terreiro ilê Axé Oxum

maré/ tarde.//

Depoimento do antropólogo Sebastião Heber/ e

orixá yemanjá //

Cena 14 Externa / rio vermelho / tarde.//

Imagens de devotos contando o porquê vão à

festa reverenciar Yemanjá.

Cena 15 Externa / rio vermelho / tarde.//

Imagens de rodas de capoeira durante a festa.//

Cena 16 Externa / rio vermelho / tarde.//

Imagens da saída do presente principal e

Ialorixás.//

Sonora Edinilson contando o por que da família

fazer o presente de agradecimento a Yemanjá.//

Sonora Edinilson contando por que começou a

fazer um barco como presente para Yemanjá.//

Sonora em off – depoimento Sebastião Heber

cobrindo imagens com som ambiente da festa.

Sonoras som ambiente da festa.//

Som ambiente da festa.//

Som ambiente e sonoras da ialorixá contando

como se sente na festa de Yemanjá.//

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9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho propôs mostrar a riqueza cultural herança dos negros

trazidos escravizados da áfrica existente na Festa de Yemanjá, através da produção do

Vídeo-Documentário. Diante do tema abordado, conclui-se, portanto, que a Festa de

Yemanjá sobrevive devido a sua originalidade em manter a cultural de um povo.

Portanto, este trabalho tenta amostra a riqueza cultural encontrada na Festa de Yemanjá,

considerada a maior festa não católica de Salvador onde no dia 2 de Fevereiro se

homenageia a um orixá e não um santo católico.

O vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das Águas” se constituiu numa

proposta prática de capturar os sentimentos dos fiéis na festa de Yemanjá o que motiva

tanta gente a homenagear um Orixá. No decorrer da produção tivemos condição de

mensurar a importância do trabalho de pesquisa realizado, tanto no que se refere à

pesquisa bibliográfica como a pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica por nos

municiar da estrutura teórica necessário para o êxito do trabalho. A pesquisa de campo

por nos da à oportunidade de conhecer a realidade dos pescadores e devotos de

Yemanjá, interagindo com os mesmos, assim obtivemos os dados e as informações

fundamentais para a efetivação de entrevistas previstas para etapas posteriores. Além

disso, a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo foram fundamentais no êxito de

conseguirmos articular: teoria e prática.

Desde o inicio, a nossa proposta é ter como eixo norteador, a busca da

espontaneidade das imagens e das falas dos personagens reais. Neste sentido,

enfrentamos um dificultador. Nos contatos com os devotos de Yemanjá, sem a presença

da câmera, os mesmos se mostravam a vontade para falar e se expressarem sobre a

devoção em Yemanjá. Ligada à câmera, esses mesmos fiéis passavam a demonstrar uma

dificuldade de expressão, que anteriormente não existia. Entendendo essa dificuldade

como normal, diante do inusitado da presença da câmera, a paciência se mostrou como

o caminho eficaz na resolução do problema.

A nossa expectativa é que o vídeo documentário Yemanjá “A Mãe das Águas”

venha a contribuir na ampliação e enriquecimento do banco de dados disponível sobre

filmes que tratar sobre a fé em um Orixá. Assim, estaremos proporcionando a projetos

futuros, informações e dados, que venham a facilitar a sua execução. Desta forma

projetos como o vídeo-documentario Yemanjá “A Mãe das Águas” podem auxiliar de

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forma efetiva a compreensão de importantes questões em outras áreas do conhecimento

como a Sociologia, a Antropologia. Se pensarmos num país como o Brasil, onde a busca

pelas origens culturais vão ajudar inclusive, na compreensão do próprio processo de

formação da identidade do povo brasileiro.

Emocionalmente, o projeto Yemanjá “A Mãe das Águas” é também uma

homenagem aos devotos de Yemanjá. Findo o projeto nos perguntamos. O que ficou

deste trabalho de quase dois anos? Primeiramente a alegria do dever cumprido. A

certeza de que as dificuldades e os obstáculos encontrados foram transformados em

experiência para jornadas futuras. Que os conhecimentos adquiridos, quer seja nas

habilidades e competências necessárias para a produção de um vídeo documentário nos

instrumentalizaram para novas incursões no campo profissional.

Em termos humanos, produzir o vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das

Águas”, também se constituiu em uma experiência enriquecedora. Aprendemos a lidar

com as diferenças e com as diferentes perspectivas em relação ao encaminhamento do

projeto. Aprendemos a respeitar o outro e a resolver todas as questões através do

diálogo. Em relação aos devotos e a Yemanjá, o mergulho no universo da fé, nos

proporcionou conhecer e conviver com diferentes indivíduos. Que independente de

classe social, idade, cor, ou sexo, se mostraram ricos em sentimentos. Sentimentos que

externalizavam como crianças, onde a espontaneidade e a pureza, ainda não foram

moldados de acordo com os padrões impostos pela sociedade.

Só temos então a agradecer a todos que contribuíram para o êxito do projeto de

vídeo-documentário Yemanjá “A Mãe das Águas”. A Faculdade pela disponibilidade

dos equipamentos, a professora orientadora Maria Durvalina pela paciência, aos demais

professores do curso de jornalismo pelos conhecimentos transmitidos, aos devotos de

yemanjá, em especial a Sandra Bispo, Sebastião Heber, Edilson Oliveira, aos nossos

familiares e a Olorum pela graça do termino de mais uma etapa das nossas vidas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ARAUJO, Mauro Luciano de. A espessura do imaginário no documentário – a

imagem e a ideologia. Disponível em www.bocc.ubi.pt

BERKENBROCK,Volney J. A experiências dos orixás: Um estudo sobre a

experiência religiosa no candomblé. Editora Vozes, 2º edição Petrópolis RJ 1999.

CARNEIRO, Edson Candomblés da Bahia – Ed. Civilização Brasileira – 1964.

DAVIS, J Darien Afro-brasieliros Hoje São Paulo: Editora Selo Negro 2000

DARTIGUES, A. O que é a fenomenologia? São Paulo: Centauro, 2005.

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. Metodologias qualitativas na Sociologia.

Petrópolis: Vozes, 1997.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Técnicas de Pesquisa. São

Paulo: Editora Atlas, 1996

MARCONI, Marina De Andrade e PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia

Uma Introdução. São Paulo, Editora Atlas S.A. 2006.

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Tradução Mônica Saddy Martins.

(Coleção campo imagético). Campinas, SP: Papirus, 2005.

PRIORE, Maria Del e VENÂNCIO, Renato Pinto. Ancestralidade Uma Introdução à

História da África. Rio de Janeiro 2004 Editora Campus

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Científica. São Paulo: Pioneira,

1997.

RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal...O que é documentário? São Paulo: Editora

SENAC, São Paulo, 2008.

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SARNO, Geraldo. Quatro notas (e um depoimento) sobre o documentário. Cultura,

n.44, abril/agosto 1984.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. São

Paulo: Hucitec: 1997.

SIQUEIRA, Maria de Lourdes. Agô Agô Lonan, Belo Horizonte: Editora Mazza, 1998

VERGER, Pierre Fatumbi, Os Orixás. Corrupio edições e promoções culturais,

LTDA,1981

VALLADO, Armando, Yemanjá, a grande mãe africana do Brasil. Pallas Editora, 2002

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Sites

Disponível em.

www.bocc.ubi.pt

www.google.cadêmico.com

www.irohin.gov.br

http://www.bibliotecadigital.ufba.br

http://books.google.com.br/books

http://guiadolitoral.uol.com.br/litoralnews.asp

http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrim_cultural

http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br

http://vaivendogmm.spaces.live.com

http://www.espacoacademico.com.br

http://www.suapesquisa.com

http://www.fnpj.org.br/antigo/grupos_trabalho/pesquisa_graduacao/Natal/wilma-morais.htm

http://www.portalriovermelho.com.br

http://www.myspace.com/riovermelho

http://www.priberam.pt/DLPO/

(dicionário)

http://www.edicoessm.com.br/ver_noticia.aspx?id=9932

http://www.fafich.ufmg.br/~labor/cursocinema/pageoutorder/04planosequencia.html

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GLOSSÁRIO

Afro- brasileiro- Relativo à África e ao Brasil; costumes e tradições

Filho de Santo

Ancestralidade- Qualidade de ancestral

Axé- As fundações mágicas da casa-de-culto; poder, força impulsionadora, motivo

dinâmico, ações dos elementos rituais.

Barracão- salão usado para danças ritual; por extensão, designa a casa de culto.

Candomblé- modelos religiosos afro-brasileiros seguidores de nações- conjuntos

de características étnicas tais como língua, comida, música, dança, mitologia,

tecnologias artesanais e hierarquias

Catolicismo- A religião católica; Conjunto dos dogmas, preceitos e rituais da

Igreja Católica; O mesmo que catolicidade.

Cultura- arte, modo de cultivar; instrução, saber, estudo; meio de conservar,

aumentar e utilizar certos produtos naturais.

Culto- Cuidado, esmerado, polido, civilizado, ilustrado; Forma pela qual se presta

homenagem à divindade; Cerimônias religiosas; forma externa (de qualquer

religião); Veneração; respeito; Amor intenso.

Documentário- Tudo o que documenta ou comprova; filme que apresenta

assuntos da actualidade e se exibe, em geral, antes do filme principal nos

programas do cinema; conjunto de documentos; relativos a documentos; que tem o

valor de documentos

Filho de Santo- Pessoa que voluntariamente segue o processo de iniciação na

Umbanda ou no Candomblé. Cultua os orixás segundo à risca a liturgia do culto.

Ialorixá - Mãe de Santos, sacerdotisa; sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros;

dona do candomblé;

Mãe de Santo – o mesmo que Ialorixá;

Oferenda- Coisa que se oferece; oblata, oferta. Dádiva, presente; objeto que se

oferece com intenção piedosa.

Olorum- Deus universal, criador e guardião de todas as coisas

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Orixá- Forças da natureza divinizadas entre o povo Yorubá, executando Olorum,

o Deus Supremo (também conhecido por Zambinos cultos bantos e na umbanda).

Força elementar da natureza- raios, trovões, águas, tempestade, vento, força

metafísica e emocional, transformações, sabedoria, inteligência, vigor,

compreensão, determinação, justiça, etc.

Oxalá- criação; fertilidade

Oxum – água doce, vaidade

Religiões- Culto prestado à divindade; Doutrina ou crença religiosa; O que é

considerado como um dever sagrado; Reverência, respeito; Comunidade religiosa

que segue a regra do seu fundador ou reformador

Sereia- Ser fabuloso, metade mulher, metade peixe. A lenda atribui ás sereias

poderes de sedução, atraindo os navegantes para as escolhas e os locais de perigo.

Aparelho sonoro usado nos navios, ambulâncias e carros de corpo de bombeiros

para produzir sons estridentes. Usada também nas fábricas como meio de alertar

os operários do trabalho. ( do grego: seirén, pelo latim: sirena)

Santos- Que vive na lei de Deus; Eficaz; que cura.; Indivíduo que morreu em

estado de santidade. Homem de extraordinária bondade; Que vive na lei de Deus.

Sincretismo- Sistema filosófico ou religioso que combinava os princípios de

diversas doutrinas; Emprego antiquado de muitas formas, da mesma palavra;

Amálgama de concepções! heterogêneas.

Terreiro- Designação de cada um dos locais em que se celebra o culto feiticista

afro-brasileiro; macumbas, candomblés, etc.; Espaço de terra amplo, plano e

despejado; Praça ou largo dentro de povoação; Eirado, terraço.

Yemanjá- orixá que representa o mar; fertilidade.

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40

ANEXO A

0

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, Ba

Foto da década de 20 da Festa de Yemanjá no Rio Vermelho.

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41

ANEXO B

Foto da década de 20 da Festa de Yemanjá no Rio Vermelho.

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, Ba

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42

ANEXO C

Foto da década de 20 da Festa de Yemanjá no Rio Vermelho.

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, Ba

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43

ANEXO D

Foto da década de 20 da Festa de Yemanjá no Rio Vermelho.

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, Ba

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44

ANEXO E

Foto da década de 90, festa de Yemanjá no Rio Vermelho

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, BA

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45

ANEXO F

Foto da década de 90, festa de Yemanjá no Rio Vermelho

Arquivo: Biblioteca Central dos Barris/ Salvador, BA

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46

ANEXO G

Jornal A Tarde (1980) Arquivo: Jornal A Tarde

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47

ANEXO H

Jornal A Tarde (1981) Arquivo: Jornal A Tarde

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48

ANEXO I

Jornal A Tarde (1990) Arquivo: Jornal A Tarde

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49

ANEXO J

Jornal A Tarde (1996)

Arquivo: Jornal A Tarde

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50

ANEXO L

Jornal A Tarde (1996)

Arquivo: Jornal A Tarde

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51

ANEXO M

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Presente Principal imagem capturada durante pesquisa de campo (2007)

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52

ANEXO N

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Imagens de fiéis capturadas durante pesquisa de campo (2007)

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53

ANEXO O

Arquivo Pessoal Rose Ribeiro

Imagens de rodas de candomblé capturadas durante pesquisa de campo (2007)

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54

ANEXO P

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Imagens presente de fiéis imagem capturada durante pesquisa de campo (2007)

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55

ANEXO Q

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Imagem capturada durante pesquisa de campo (2007)

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56

ANEXO R

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Imagem capturada durante pesquisa de campo (2007)

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57

ANEXO S

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Presente Principal imagem capturada durante pesquisa de campo (2008)

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58

ANEXO T

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Presente de fiéis imagem capturada durante pesquisa de campo (2008)

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59

ANEXO U

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Presente de fiéis - imagem capturada durante pesquisa de campo (2008)

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60

ANEXO X

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Presente construído por uma família de fiéis, imagem capturada durante pesquisa de

campo (2008)

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61

ANEXO Z

Arquivo pessoal Rose Ribeiro Imagens capturadas durante pesquisa de campo (2008)

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62

ANEXO AA

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

Imagens capturadas durante pesquisa de campo (2008)

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63

ANEXO AB

Presente Principal sendo arrumado por Mãe Aiça (2009) Imagens capturadas durante as gravações do Documentário

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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64

ANEXO AC

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário

Presente Principal sendo arrumado por Mãe Aiça (2009)

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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ANEXO AD

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário

Presente Principal sendo arrumado por Mãe Aiça (2009)

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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ANEXO AE

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário

Presente Principal sendo arrumado por Mãe Aiça (2009) Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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67

ANEXO AF

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário em 2009

Presente construído por uma família de devotos, imagem capturada durante a festa.

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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68

ANEXO AG

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário em 2009

Presente construído por uma família de fiéis

Arquivo pessoal Rose Ribeiro

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ANEXO AH

Presente de fiéis no barracão construído ao lado da colônia de pescadores para guarda os balaios.

Imagens capturadas durante as gravações do Documentário em 2009

Arquivo pessoal Rose Ribeiro