estratégias de construção textual sumÁrio -...

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Estratégias de Construção Textual SUMÁRIO 1 SUMÁRIO ABERTURA ................................................................................................................................ 10 APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 10 OBJETIVO E CONTEÚDO ....................................................................................................................................................... 10 ATIVIDADES ............................................................................................................................................................................... 11 SEÇÕES ........................................................................................................................................................................................ 12 MATERIAL .................................................................................................................................................................................... 12 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................................... 12 NAVEGAÇÃO .............................................................................................................................................................................. 14 PROFESSORAS-AUTORAS ...................................................................................................................................................... 15 EQUIPE DE PRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 16 SUPORTE ..................................................................................................................................................................................... 17 TOUR PELA DISCIPLINA ..................................................................................................................... 17 FERRAMENTA ............................................................................................................................................................................. 17 PROGRAMAS E PLUGINS ....................................................................................................................................................... 18 ÁREA DE ESTUDOS .................................................................................................................................................................. 18 SALA DE AULA .......................................................................................................................................................................... 18 DISCUSSÕES GERAIS .............................................................................................................................................................. 18 PARTICIPAÇÃO EM DISCUSSÕES GERAIS ........................................................................................................................ 19 CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES GERAIS .................................................................................................................................... 20 DISCUSSÕES PARTICULARES ............................................................................................................................................... 20 ACESSO ÀS DISCUSSÕES PARTICULARES ....................................................................................................................... 21 CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES PARTICULARES .................................................................................................................... 21 OUTROS RECURSOS DA SALA DE AULA .......................................................................................................................... 22 CRIAÇÃO DE UMA VOTAÇÃO .............................................................................................................................................. 22 PARTICIPAÇÃO EM UMA VOTAÇÃO ................................................................................................................................... 23 BIBLIOTECA VIRTUAL ............................................................................................................................................................. 23 ACESSO AOS MATERIAIS ....................................................................................................................................................... 24 PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO ............................................................................................. 24 MÓDULO 1 – ATO COMUNICATIVO .......................................................................................... 25 APRESENTANDO O MÓDULO .............................................................................................................................................. 25 ABERTURA .................................................................................................................................................................................. 25 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................................................................ 25 OBJETIVOS .................................................................................................................................................................................. 25 UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO .................................................................................... 26 1.1 CONATURALIDADE ........................................................................................................................................................... 27 1.2 JOGO DA LINGUAGEM ................................................................................................................................................... 27 1.3 PODER DA PALAVRA ......................................................................................................................................................... 28 1.4 NEGOCIAÇÃO E COMPREENSÃO ................................................................................................................................. 28 1.4.1 INTENÇÕES COMUNICATIVAS ................................................................................................................................... 29 1.5 EFICÁCIA COMUNICATIVA ............................................................................................................................................. 29 1.5.1 PROCESSO DE INTERAÇÃO ......................................................................................................................................... 29

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Estratégias de Construção Textual S U M Á R I O

1

SUMÁRIO

ABERTURA ................................................................................................................................ 10

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................................ 10

OBJETIVO E CONTEÚDO ....................................................................................................................................................... 10

ATIVIDADES ............................................................................................................................................................................... 11

SEÇÕES ........................................................................................................................................................................................ 12

MATERIAL .................................................................................................................................................................................... 12

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................................................................... 12

NAVEGAÇÃO .............................................................................................................................................................................. 14

PROFESSORAS-AUTORAS ...................................................................................................................................................... 15

EQUIPE DE PRODUÇÃO ......................................................................................................................................................... 16

SUPORTE ..................................................................................................................................................................................... 17

TOUR PELA DISCIPLINA ..................................................................................................................... 17

FERRAMENTA ............................................................................................................................................................................. 17

PROGRAMAS E PLUGINS ....................................................................................................................................................... 18

ÁREA DE ESTUDOS .................................................................................................................................................................. 18

SALA DE AULA .......................................................................................................................................................................... 18

DISCUSSÕES GERAIS .............................................................................................................................................................. 18

PARTICIPAÇÃO EM DISCUSSÕES GERAIS ........................................................................................................................ 19

CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES GERAIS .................................................................................................................................... 20

DISCUSSÕES PARTICULARES ............................................................................................................................................... 20

ACESSO ÀS DISCUSSÕES PARTICULARES ....................................................................................................................... 21

CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES PARTICULARES .................................................................................................................... 21

OUTROS RECURSOS DA SALA DE AULA .......................................................................................................................... 22

CRIAÇÃO DE UMA VOTAÇÃO .............................................................................................................................................. 22

PARTICIPAÇÃO EM UMA VOTAÇÃO ................................................................................................................................... 23

BIBLIOTECA VIRTUAL ............................................................................................................................................................. 23

ACESSO AOS MATERIAIS ....................................................................................................................................................... 24

PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO ............................................................................................. 24

MÓDULO 1 – ATO COMUNICATIVO .......................................................................................... 25

APRESENTANDO O MÓDULO .............................................................................................................................................. 25

ABERTURA .................................................................................................................................................................................. 25

CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................................................................................................ 25

OBJETIVOS .................................................................................................................................................................................. 25

UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO .................................................................................... 26

1.1 CONATURALIDADE ........................................................................................................................................................... 27

1.2 JOGO DA LINGUAGEM ................................................................................................................................................... 27

1.3 PODER DA PALAVRA ......................................................................................................................................................... 28

1.4 NEGOCIAÇÃO E COMPREENSÃO ................................................................................................................................. 28

1.4.1 INTENÇÕES COMUNICATIVAS ................................................................................................................................... 29

1.5 EFICÁCIA COMUNICATIVA ............................................................................................................................................. 29

1.5.1 PROCESSO DE INTERAÇÃO ......................................................................................................................................... 29

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2

Estratégias de Construção TextualS U M Á R I O

1.5.2 EFICÁCIA DA RECEPÇÃO ............................................................................................................................................. 30

1.5.3 EFICÁCIA DA EMISSÃO ................................................................................................................................................ 30

1.6 COMPARTILHAMENTO DE SENTIDOS ....................................................................................................................... 30

1.6.1 ADEQUAÇÃO AO CONTEXTO SOCIAL .................................................................................................................... 31

1.6.2 CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS .................................................................................................................................... 31

1.6.3 PAPEL DOS INTERLOCUTORES ................................................................................................................................. 31

1.6.4 PAPEL DO CONHECIMENTO ...................................................................................................................................... 32

1.6.5 RELAÇÕES DE PODER ................................................................................................................................................... 32

1.6.6 PAPEL DOS CÓDIGOS .................................................................................................................................................. 33

1.7 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 33

1.8 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 33

UNIDADE 2 – CONTRATO SOCIAL VERSUS ESCOLHA INDIVIDUAL ................................................... 33

2.1 CÓDIGO LINGUÍSTICO .................................................................................................................................................... 33

2.2 CONTRATO SOCIAL ........................................................................................................................................................... 34

2.2.1 MARCAS INDIVIDUAIS ................................................................................................................................................. 34

2.2.2 VARIEDADES REGIONAIS ............................................................................................................................................ 34

2.2.2.1 FALARES REGIONAIS E DIALETOS ........................................................................................................................ 35

2.2.2.1.1 FALARES NACIONAIS ............................................................................................................................................. 35

2.2.2.2 VALOR LINGÜÍSTICO ................................................................................................................................................. 36

2.2.3 GÍRIAS ................................................................................................................................................................................ 36

2.2.4 VARIEDADES SOCIOCULTURAIS ............................................................................................................................... 37

2.2.5 VARIEDADES PROFISSIONAIS .................................................................................................................................... 37

2.2.5.1 USO DE JARGÕES ....................................................................................................................................................... 38

2.3 PATRIMÔMIO CULTURAL ................................................................................................................................................ 38

2.4 PAPEL DA GRAMÁTICA ................................................................................................................................................... 39

2.5 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 40

2.6 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 40

UNIDADE 3 – COMUNICAÇÃO COM TEXTOS TÉCNICOS ................................................................... 40

3.1 TIPOS DE ESCRITA ............................................................................................................................................................. 40

3.2 ESCRITOR .............................................................................................................................................................................. 41

3.2.1 POUCAS DISTORÇÕES .................................................................................................................................................. 41

3.2.2 MUITAS DISTORÇÕES ................................................................................................................................................... 42

3.3 FONTE DO CONHECIMENTO ........................................................................................................................................ 42

3.3.1 AUTOR VERSUS ESCRITOR .......................................................................................................................................... 43

3.4 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 43

3.5 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 43

UNIDADE 4 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 44

4.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 44

4.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 44

4.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 44

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL .................................................................................... 44

UNIDADE 5 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA .............................................................................................. 45

5.1 ACENTO GRÁFICO ............................................................................................................................................................. 45

5.2 PAROXÍTONAS E OXÍTONAS .......................................................................................................................................... 46

5.3 PS – ROUXINOL ................................................................................................................................................................. 46

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Estratégias de Construção Textual S U M Á R I O

3

5.4 MAIORES E MENORES – PROPAROXÍTONAS E MONOSSÍLABOS ..................................................................... 47

5.5 ACENTOS DIFERENCIAIS ................................................................................................................................................ 47

5.6 TREMA ................................................................................................................................................................................... 49

5.7 OBSERVAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................................................... 49

5.8 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 50

5.9 ATIVIDADES ........................................................................................................................................................................ 50

5.9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................................................................ 50

UNIDADE 6 – CRASE ............................................................................................................................ 50

6.1 CRASE .................................................................................................................................................................................... 50

6.2 CASOS DE UTILIZAÇÃO DA CRASE ............................................................................................................................. 51

6.2.1 CASOS DE CRASE OBRIGATÓRIA .............................................................................................................................. 51

6.3 CASOS DE NÃO UTILIZAÇÃO DA CRASE .................................................................................................................. 52

6.4 CASOS DE CRASE FACULTATIVA .................................................................................................................................. 52

6.5 OUTROS CASOS ................................................................................................................................................................. 53

6.5.1 CRASE JUNTO A PRONOMES RELATIVOS .............................................................................................................. 54

6.6 SÍNTESE ................................................................................................................................................................................ 54

6.7 ATIVIDADES ........................................................................................................................................................................ 54

6.7.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ............................................................................................................................................ 54

MÓDULO 2 – LEITURA .............................................................................................................. 55

APRESENTANDO O MÓDULO .............................................................................................................................................. 55

ABERTURA .................................................................................................................................................................................. 55

CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................ 55

ESTRUTURA ................................................................................................................................................................................ 55

UNIDADE 1 – PROCESSAMENTO DA LEITURA ................................................................................... 55

1.1 ATO DE LER ......................................................................................................................................................................... 55

1.2 COMPETÊNCIA TEXTUAL ............................................................................................................................................... 60

1.3 PROCESSO SÓCIO-HISTÓRICO ..................................................................................................................................... 60

1.4 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS ..................................................................................................................................... 61

1.5 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 61

1.6 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 61

UNIDADE 2 – TIPOS DE LEITORES ...................................................................................................... 61

2.1 PRESENÇA DO LEITOR ..................................................................................................................................................... 61

2.2 LEITOR CONSTRUTOR ...................................................................................................................................................... 62

2.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 62

2.3 LEITOR ANALISADOR ....................................................................................................................................................... 63

2.3.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 63

2.3.2 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 63

2.3.2.1 SOLUÇÃO DO DESAFIO ............................................................................................................................................ 63

2.4 LEITOR PROFICIENTE ....................................................................................................................................................... 63

2.5 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 64

2.6 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 64

UNIDADE 3 – ESTRATÉGIAS DE LEITURA ............................................................................................ 64

3.1 TIPOS DE ESTRATÉGIAS .................................................................................................................................................. 64

3.2 EFEITO-LEITOR ................................................................................................................................................................... 64

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Estratégias de Construção TextualS U M Á R I O

3.2.1 AUTOR VERSUS TEXTO ................................................................................................................................................ 65

3.2.2 AUTOR VERSUS TEXTO VERSUS LEITOR ................................................................................................................ 65

3.3 CONDIÇÕES DA COMPREENSÃO ................................................................................................................................ 66

3.3.1 INFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................... 66

3.4 CIRCULARIDADE DE SENTIDOS ................................................................................................................................... 67

3.5 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 67

3.6 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 67

UNIDADE 4 – LEITOR DO TEXTO TÉCNICO ........................................................................................ 67

4.1 PERFIL DO LEITOR ............................................................................................................................................................. 67

4.1.1 GRAU DE CONHECIMENTO DO LEITOR ................................................................................................................ 67

4.1.2 TIPOS DE INFORMAÇÕES ............................................................................................................................................ 68

4.2 VARIÁVEIS INTERVENIENTES ........................................................................................................................................ 68

4.2.1 ALGUNS CUIDADOS ..................................................................................................................................................... 69

4.3 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 69

4.4 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 69

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 69

5.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 69

5.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 69

5.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 69

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL .................................................................................... 70

UNIDADE 6 – CORREÇÃO ORTOGRÁFICA ......................................................................................... 70

6.1 USO DO H ............................................................................................................................................................................ 70

6.2 USO DO S ............................................................................................................................................................................. 70

6.3 USO DO Z ............................................................................................................................................................................ 71

6.4 USO DE -INHO E -ZINHO ............................................................................................................................................... 71

6.5 USO DE G/J .......................................................................................................................................................................... 72

6.6 USO DE X/CH ..................................................................................................................................................................... 72

6.7 USO DE E/I ........................................................................................................................................................................... 73

6.8 USO DE S/Ç/SS ................................................................................................................................................................... 73

6.9 USO DE K/W/Y ................................................................................................................................................................... 74

6.10 FORMAS VARIANTES ..................................................................................................................................................... 74

6.11 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 74

6.12 ATIVIDADES ...................................................................................................................................................................... 74

6.12.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 74

UNIDADE 7 – PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE OFERECEM DIFICULDADE .......................................... 75

7.1 QUE/QUÊ .............................................................................................................................................................................. 75

7.1.1 POR QUE/POR QUÊ ........................................................................................................................................................ 75

7.1.2 PORQUE/PORQUÊ .......................................................................................................................................................... 76

7.2 ONDE/AONDE .................................................................................................................................................................... 76

7.3 MAU/MAL ............................................................................................................................................................................ 76

7.4 A/HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO ................................................................................................................................ 77

7.5 HÁ CERCA DE/ACERCA DE ............................................................................................................................................. 77

7.6 MAS/MAIS ............................................................................................................................................................................ 77

7.7 AO ENCONTRO DE/DE ENCONTRO A ........................................................................................................................ 78

7.8 AFIM/A FIM ......................................................................................................................................................................... 78

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Estratégias de Construção Textual S U M Á R I O

5

7.9 DEMAIS/DE MAIS .............................................................................................................................................................. 78

7.10 SENÃO/SE NÃO ............................................................................................................................................................... 79

7.11 À MEDIDA QUE/NA MEDIDA EM QUE .................................................................................................................... 79

7.12 CESSÃO/SESSÃO/SEÇÃO/SECÇÃO ........................................................................................................................... 79

7.13 EU/MIM .............................................................................................................................................................................. 79

7.14 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 80

7.15 ATIVIDADES ...................................................................................................................................................................... 80

7.15.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ......................................................................................................................................... 80

MÓDULO 3 – PROCESSAMENTO DA ESCRITA ........................................................................ 81

APRESENTANDO O MÓDULO .............................................................................................................................................. 81

ABERTURA .................................................................................................................................................................................. 81

ESTRUTURA ................................................................................................................................................................................ 82

UNIDADE 1 – FUNÇÃO DA ESCRITA .................................................................................................... 82

1.1 SUJEITOS DO DISCURSO ................................................................................................................................................ 82

1.2 EFICÁCIA DO DISCURSO ................................................................................................................................................ 83

1.2.1 METAS ................................................................................................................................................................................ 83

1.2.2 DESAFIO ............................................................................................................................................................................ 84

1.3 CONVENCIMENTO VERSUS PERSUASÃO ................................................................................................................. 84

1.3.1 LINHA ARGUMENTATIVA ............................................................................................................................................. 85

1.4 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 85

1.5 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 85

UNIDADE 2 – ESTRATÉGIAS DE ESCRITA ............................................................................................ 85

2.1 LEITOR UNIVERSAL ........................................................................................................................................................... 85

2.2 LEITOR PARTICULAR ......................................................................................................................................................... 86

2.2.1 EXEMPLO .......................................................................................................................................................................... 86

2.3 CONHECIMENTO DO TEMA .......................................................................................................................................... 86

2.4 PRÉ-PLANEJAMENTO ....................................................................................................................................................... 86

2.5 ESTRUTURA DO TEXTO ................................................................................................................................................... 87

2.5.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................................. 87

2.5.2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................... 87

2.5.3 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................................... 88

2.6 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 88

2.7 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 88

UNIDADE 3 – ESCRITURA .................................................................................................................... 88

3.1 ETAPAS DO PROCESSO .................................................................................................................................................... 88

3.2 RECURSIVIDADE ................................................................................................................................................................ 90

3.3 SUGESTÃO DE FILME ...................................................................................................................................................... 90

3.4 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................... 90

UNIDADE 4 – ESCRITURA DE TEXTOS TÉCNICOS ............................................................................... 90

4.1 RECORTE DO CONTEÚDO .............................................................................................................................................. 90

4.2 RESUMO ............................................................................................................................................................................... 91

4.3 ORDENAÇÃO DE INFORMAÇÕES ................................................................................................................................ 92

4.4 ENCADEAMENTO DE INFORMAÇÕES ....................................................................................................................... 93

4.5 DESENVOLVIMENTO DAS INFORMAÇÕES .............................................................................................................. 93

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6

Estratégias de Construção TextualS U M Á R I O

4.6 REESCRITURA ...................................................................................................................................................................... 94

4.6.1 VOLUME DO TEXTO ..................................................................................................................................................... 94

4.6.2 VOLUME DOS PERÍODOS ............................................................................................................................................ 94

4.6.3 VOLUME DAS ORAÇÕES ............................................................................................................................................. 94

4.6.4 CONCLUSÕES PARCIAIS .............................................................................................................................................. 95

4.6.5 PROLIXIDADE .................................................................................................................................................................. 95

4.6.6 ALGUNS CUIDADOS ..................................................................................................................................................... 95

4.7 REVISÃO ................................................................................................................................................................................ 96

4.8 REFINAMENTO ................................................................................................................................................................... 96

4.9 VERSÃO FINAL ................................................................................................................................................................... 97

4.10 ETAPAS DA ESCRITA ....................................................................................................................................................... 97

4.11 SUGESTÃO DE FILME .................................................................................................................................................... 99

4.12 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................. 99

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL ..................................................................................................... 99

5.1 FILME .................................................................................................................................................................................... 99

5.2 OBRA LITERÁRIA ................................................................................................................................................................ 99

5.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................... 99

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL .................................................................................... 99

UNIDADE 6 – CONCORDÂNCIA VERBAL ............................................................................................ 99

6.1 REGRA GERAL ..................................................................................................................................................................... 99

6.2 CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO SIMPLES ......................................................................................................... 100

6.3 CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO COMPOSTO .................................................................................................. 100

6.3.1 SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS DIFERENTES ........................................................................................... 101

6.3.2 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR OU ............................................................................................................ 101

6.3.3 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR COM ........................................................................................................ 102

6.3.4 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR NEM ........................................................................................................ 102

6.3.5 NÚCLEOS DO SUJEITO CORRELACIONADOS .................................................................................................... 102

6.4 CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER ...................................................................................................................... 103

6.5 CONCORDÂNCIA DOS VERBOS PASSIVOS ............................................................................................................ 104

6.6 ORAÇÕES COM SUJEITO INDETERMINADO .......................................................................................................... 104

6.7 ORAÇÕES COM VERBOS IMPESSOAIS ..................................................................................................................... 105

6.8 CASOS ESPECIAIS ............................................................................................................................................................ 105

6.8.1 COM COLETIVOS ......................................................................................................................................................... 106

6.8.2 COM NOMES QUE SÓ SE USAM NO PLURAL ................................................................................................... 106

6.8.3 COM AS EXPRESSÕES MAIS DE/MENOS DE/UM DOS QUE ......................................................................... 107

6.8.4 COM AS EXPRESSÕES DO TIPO QUAIS DE NÓS/QUAIS DE VÓS ................................................................ 107

6.8.5 COM A EXPRESSÃO HAJA VISTA ............................................................................................................................. 108

6.8.6 COM PRONOMES DE TRATAMENTO ..................................................................................................................... 108

6.8.7 COM PRONOMES RELATIVOS .................................................................................................................................. 108

6.8.8 COM PORCENTAGENS E NUMERAIS FRACIONÁRIOS ..................................................................................... 109

6.8.9 COM OS NUMERAIS MILHÃO, BILHÃO E TRILHÃO ......................................................................................... 109

6.8.10 COM SUJEITO ORACIONAL .................................................................................................................................... 110

6.8.11 COM O VERBO PARECER ......................................................................................................................................... 110

6.8.12 COM OS VERBOS DAR, BATER, SOAR .................................................................................................................. 111

6.9 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 111

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Estratégias de Construção Textual S U M Á R I O

7

6.10 ATIVIDADES .................................................................................................................................................................... 111

6.10.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ....................................................................................................................................... 111

UNIDADE 7 – CONCORDÂNCIA NOMINAL ....................................................................................... 111

7.1 REGRA GERAL ...................................................................................................................................................................111

7.2 UM SÓ DETERMINANTE E MAIS DE UM DETERMINADO ................................................................................ 112

7.2.1 DETERMINANTE ANTES DOS DETERMINADOS ................................................................................................112

7.2.2 DETERMINANTE DEPOIS DOS DETERMINADOS ...............................................................................................113

7.3 UM SÓ DETERMINADO E MAIS DE UM DETERMINANTE ................................................................................ 113

7.4 EXPRESSÕES COM VERBO SER MAIS ADJETIVO ..................................................................................................114

7.5 PALAVRAS SEMPRE VARIÁVEIS ...................................................................................................................................114

7.6 PALAVRAS SEMPRE INVARIÁVEIS ...............................................................................................................................115

7.7 PALAVRAS VARIÁVEIS OU INVARIÁVEIS .................................................................................................................. 116

7.8 POSSÍVEL ............................................................................................................................................................................116

7.9 UM OU OUTRO/NEM UM NEM OUTRO/UM E OUTRO ..................................................................................... 117

7.10 ADJETIVOS COMPOSTOS ...........................................................................................................................................117

7.11 PARTICÍPIOS VERBAIS ..................................................................................................................................................118

7.12 CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA ...............................................................................................................................118

7.13 SÍNTESE ............................................................................................................................................................................118

7.14 ATIVIDADES .................................................................................................................................................................... 118

7.14.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ....................................................................................................................................... 118

MÓDULO 4 – TEXTUALIDADE ................................................................................................. 119

APRESENTANDO O MÓDULO ............................................................................................................................................ 119

ESTRUTURA .............................................................................................................................................................................. 119

UNIDADE 1 – FALHAS NA COMUNICAÇÃO ...................................................................................... 119

1.1 ERRO ..................................................................................................................................................................................... 119

1.2 DOMÍNIO DO DISCURSO ..............................................................................................................................................120

1.3 ATO COMUNICATIVO ....................................................................................................................................................120

1.3.1 RELEVÂNCIA .................................................................................................................................................................. 121

1.3.2 IRONIA .............................................................................................................................................................................. 121

1.3.3 PROLIXIDADE ................................................................................................................................................................122

1.3.4 CLAREZA ......................................................................................................................................................................... 122

1.4 VIOLAÇÕES PERMITIDAS ..............................................................................................................................................123

1.4.1 VIOLAÇÕES NÃO PERMITIDAS ................................................................................................................................ 123

1.4.2 FALTA DE HABILIDADE ..............................................................................................................................................123

1.5 SUGESTÃO DE FILME ....................................................................................................................................................125

1.6 SÍNTESE DA UNIDADE ..................................................................................................................................................125

UNIDADE 2 – COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................................. 125

2.1 COERÊNCIA ........................................................................................................................................................................125

2.2 INCOERÊNCIA ...................................................................................................................................................................126

2.2.1 CAUSAS DA INCOERÊNCIA ....................................................................................................................................... 126

2.3 COERÊNCIA TEXTUAL ....................................................................................................................................................127

2.3.1 CONHECIMENTO DE MUNDO ................................................................................................................................ 128

2.3.2 INFORMAÇÕES NOVAS ..............................................................................................................................................128

2.3.3 CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO .............................................................................................................................129

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8

Estratégias de Construção TextualS U M Á R I O

2.3.4 SITUAÇÃO COMUNICATIVA ..................................................................................................................................... 130

2.3.4.1 FATORES CONTEXTUALIZADORES ..................................................................................................................... 130

2.3.5 PREVISIBILIDADE ......................................................................................................................................................... 131

2.3.6 FOCALIZAÇÃO .............................................................................................................................................................. 131

2.3.7 INTERTEXTUALIDADE ................................................................................................................................................ 132

2.3.7.1 EXEMPLO ..................................................................................................................................................................... 132

2.3.8 INTENCIONALIDADE .................................................................................................................................................. 133

2.3.9 ACEITABILIDADE .......................................................................................................................................................... 133

2.3.10 INTENCIONALIDADE ................................................................................................................................................ 133

2.4 SUGESTÃO DE FILME .................................................................................................................................................... 134

2.5 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................. 134

UNIDADE 3 – COESÃO TEXTUAL ...................................................................................................... 134

3.1 COESÃO .............................................................................................................................................................................. 134

3.2 MECANISMOS LINGÜÍSTICOS .................................................................................................................................... 134

3.3 RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS ............................................................................................................................ 137

3.3.1 NOMENCLATURAS ....................................................................................................................................................... 138

3.4 SUGESTÃO DE FILME .................................................................................................................................................... 138

3.5 SÍNTESE DA UNIDADE .................................................................................................................................................. 138

UNIDADE 4 – CUIDADOS NA ESCRITURA DE TEXTOS TÉCNICOS .................................................... 138

4.1 MARCAS DO ESTILO TÉCNICO .................................................................................................................................. 138

4.2 SUGESTÕES ....................................................................................................................................................................... 140

4.3 TIPOS DE CUIDADOS ..................................................................................................................................................... 140

4.4 SUGESTÃO DE FILME .................................................................................................................................................... 151

4.5 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 151

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL ................................................................................................... 151

5.1 FILME .................................................................................................................................................................................. 151

5.2 OBRA LITERÁRIA .............................................................................................................................................................. 151

5.3 OBRA DE ARTE ................................................................................................................................................................. 152

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL .................................................................................. 152

UNIDADE 6 – REGÊNCIA VERBAL ..................................................................................................... 152

6.1 REGRA GERAL ................................................................................................................................................................... 152

6.1.1 RELAÇÃO VERBO/COMPLEMENTO ....................................................................................................................... 153

6.2 TERMOS REGIDOS SEM PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA ........................................................................................ 153

6.2.1 SUBSTITUIÇÃO POR PRONOMES PESSOAIS DE 3A. PESSOA ........................................................................ 154

6.2.2 USO NÃO OBRIGATÓRIO DA PREPOSIÇÃO ......................................................................................................... 154

6.3 TERMOS REGIDOS COM PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA ........................................................................................ 155

6.3.1 SUBSTITUIÇÃO POR PRONOMES PESSOAIS DE 3A. PESSOA ........................................................................ 156

6.3.2 AUSÊNCIA DA PREPOSIÇÃO ..................................................................................................................................... 156

6.4 VERBOS COM MAIS DE UM SENTIDO E REGÊNCIAS DIFERENTES ............................................................... 157

6.5 VERBOS COM UM SÓ SENTIDO E MAIS DE UMA POSSIBILIDADE DE REGÊNCIA .................................. 158

6.5.1 EXPRESSÕES COM DUPLA CONSTRUÇÃO .......................................................................................................... 158

6.6 OUTROS CASOS DE REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................. 158

6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................................. 159

6.8 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 159

6.9 ATIVIDADES ...................................................................................................................................................................... 159

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Estratégias de Construção Textual S U M Á R I O

9

6.9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................................................................................... 159

UNIDADE 7 – REGÊNCIA NOMINAL .................................................................................................. 160

7.1 REGRA GERAL ...................................................................................................................................................................160

7.2 CASOS DE REGÊNCIA NOMINAL ...............................................................................................................................160

7.2.1 REGÊNCIA DE SUBSTANTIVOS ................................................................................................................................ 160

7.2.2 REGÊNCIA DE ADJETIVOS .........................................................................................................................................161

7.2.3 REGÊNCIA DE ADVÉRBIOS ........................................................................................................................................161

7.3 SÍNTESE .............................................................................................................................................................................. 161

7.4 ATIVIDADES ......................................................................................................................................................................161

7.4.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO .......................................................................................................................................... 161

UNIDADE 8 – PONTUAÇÃO .............................................................................................................. 162

8.1 PONTUAÇÃO – LOGICIDADE E SUBJETIVIDADE ................................................................................................. 162

8.2 PONTO ................................................................................................................................................................................ 162

8.2.1 PONTO DE INTERROGAÇÃO ..................................................................................................................................... 163

8.2.2 PONTO DE EXCLAMAÇÃO ........................................................................................................................................163

8.3 DOIS-PONTOS .................................................................................................................................................................. 164

8.4 RETICÊNCIAS .....................................................................................................................................................................164

8.5 TRAVESSÃO ........................................................................................................................................................................165

8.5.1 HÍFEN E BARRAS ...........................................................................................................................................................165

8.6 PARÊNTESES E COLCHETES ........................................................................................................................................166

8.7 ALÍNEA ................................................................................................................................................................................ 167

8.8 VÍRGULA .............................................................................................................................................................................167

8.8.1 VÍRGULA NO INTERIOR DA ORAÇÃO .................................................................................................................... 168

8.8.1.1 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE TERMOS INTERCALADOS ............................................................................168

8.8.1.2 VÍRGULA NA MARCAÇÃO DE TERMOS DESLOCADOS ...............................................................................169

8.8.1.3 VÍRGULA NA MARCAÇÃO DE OMISSÕES DE PALAVRAS ............................................................................169

8.8.1.4 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE TERMOS COORDENADOS ........................................................................... 169

8.8.2 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE ORAÇÕES ..............................................................................................................170

8.8.2.1 ORAÇÕES COORDENADAS ADVERSATIVAS, EXPLICATIVAS E CONCLUSIVAS ..................................... 170

8.8.2.2 ORAÇÕES COORDENADAS ADITIVAS E ALTERNATIVAS .............................................................................. 171

8.8.2.3 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS .........................................................................................................171

8.8.2.4 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ............................................................................................................172

8.8.2.5 ORAÇÕES INTERCALADAS ..................................................................................................................................... 172

8.9 PONTO-E-VÍRGULA .........................................................................................................................................................173

8.10 ASPAS ................................................................................................................................................................................ 173

8.10.1 ISOLAMENTO DE CITAÇÃO TEXTUAL ................................................................................................................174

8.10.2 DESTAQUE DE TÍTULOS E OBRAS .......................................................................................................................174

8.10.3 OUTROS EMPREGOS DAS ASPAS DUPLAS .......................................................................................................175

8.11 APÓSTROFO .................................................................................................................................................................... 175

8.12 OBSERVAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................................175

8.13 SÍNTESE ............................................................................................................................................................................176

8.14 ATIVIDADES .................................................................................................................................................................... 176

8.14.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO ....................................................................................................................................... 176

MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO .............................................................................................. 177

APRESENTANDO O MÓDULO ............................................................................................................................................ 177

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

10

ABERTURA

APRESENTAÇÃO

Apesar de tudo o que se vem discutindo – exaustivamente e há bastante tempo – acerca da

produção escrita em Língua Portuguesa, de forma geral, na escola, as atividades de redação se

restringem ao ensino da gramática. Contudo, não haveria problema em lidar com a gramática se

o enfoque dado ao trabalho fosse textual, se as atividades praticadas buscassem explicitar nossa

gramática implícita – as regras da Língua Portuguesa que todos nós adquirimos intuitivamente –,

com o objetivo de ampliar nossa capacidade comunicativa, como produtores e receptores de

textos.

Entretanto, o enfoque que se dá ao trabalho com a gramática ainda se baseia, em grande parte, no

ensino da terminologia gramatical, e não no uso efetivo da língua em situações concretas de

comunicação. Essa prática tem um fim em si mesma e não é capaz de levar ninguém a melhorar

seu desempenho lingüístico no plano da escrita ou no da oralidade.

A proposta que defendemos para o Estratégias de Construção Textual é justamente esta –

trabalhar a gramática em uma perspectiva mais ampla, na dimensão do funcionamento textual-

discursivo dos elementos da língua. Uma proposta que, conforme acreditamos, certamente, vai

nos fazer encontrar nosso lugar, como proficientes leitores e produtores de textos em nossa

sociedade.

Ao optar por fazer o Estratégias de Construção Textual, você optou também por participar de

um novo método de ensino – o ensino a distância. Dessa forma, você terá bastante flexibilidade

para realizar as atividades nele previstas.

OBJETIVO E CONTEÚDO

Este material didático de auto-estudo de Estratégias de Construção Textual é voltado à consulta

e solução de dúvidas relativas ao funcionamento da língua por meio de textos, em situações

concretas de interação comunicativa.

Este será um trabalho intensivo, pois você terá pouco tempo de estudo.

Sob esse foco, este material foi estruturado em cinco módulos, nos quais foi inserido o seguinte

conteúdo...

Módulo 1 – Ato comunicativo

Neste módulo, avaliaremos a importância da linguagem como garantia de nossa

capacidade de comunicação, ou seja, de compartilhar sentidos no dia-a-dia como

agentes sociais. Discutiremos ainda os elementos que condicionam os processos de

Observação: este material não dá acesso direto à Graduação Tecnológica em

Processos Gerenciais. Ele faz parte de um programa de preparação para o processo

seletivo.

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Estratégias de Construção Textual

11

ABERTURA

produção e recepção de textos, bem como a eficácia dos processos de comunicação.

Trabalharemos também as noções de variedade e unidade lingüística, assim como as

causas mais comuns da ineficácia dos processos de comunicação.

Módulo 2 – Leitura

Neste módulo, abordaremos o processo de leitura como atividade dinâmica e interativa

entre autor, texto e leitor, na interpretação e na compreensão de sentidos. Examinaremos

também os diferentes enfoques sobre os processos de leitura e as estratégias de

interpretação.

Módulo 3 – Processamento da escrita

Neste módulo, como a fala e a escrita constituem modalidades diferentes de uso da

língua, trataremos de suas diferenças básicas. Além disso, para que possamos planejar,

eficientemente, um texto, analisaremos a função da escrita, suas estratégias e, por fim,

os processos de produção de um texto escrito.

Módulo 4 – Textualidade

Neste módulo, identificaremos os elementos que diminuem a eficácia comunicativa

de um texto escrito. Trataremos, inicialmente, da relevância e das violações que

produzem sentidos nebulosos que emergem das entrelinhas do texto. Verificaremos,

a seguir, o que torna um texto incoerente, o que inviabiliza o compartilhamento de

sentidos e, conseqüentemente, desestabiliza o processo de comunicação. Finalmente,

analisaremos a coesão textual, isto é, as relações que se estabelecem entre os elementos

lingüísticos que funcionam na superfície do texto e que estabelecem seu sentido.

Módulo 5 – Encerramento

Neste módulo – além da avaliação deste trabalho –, você encontrará algumas divertidas

opções para testar seus conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido nos módulos

anteriores – caça-palavras, jogo da memória, jogo da caça, jogo do labirinto, jogo de

tabuleiro. Entre neles e bom trabalho!

ATIVIDADES

Aqui foi definido o seguinte tipo de atividade...

Exercícios de fixação: cujo objetivo é possibilitar que você verifique até que ponto

apreendeu o conteúdo tratado no módulo. Essas tarefas são constituídas de questões

objetivas devidamente gabaritadas, além de questões subjetivas que visam à fixação

dos conteúdos dos módulos.

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

12

SEÇÕES

Aqui, você poderá navegar pelas seguintes seções...

área de estudos – aqui você terá acesso ao material didático de auto-estudo – aos módulos,

às unidades e às seções, onde está estruturada a parte teórica –, além das orientações para os

exercícios de fixação. Pela área de estudos, você também poderá acessar os seguintes recursos...

biblioteca virtual – esta área funciona como um centro de recursos multimídia. Neste

espaço, ficarão a sua disposição as questões colocadas com mais freqüência pelos alunos que já

fizeram esta disciplina, verbetes, biografias, textos, estudos de caso, indicações de filmes, sites...

sala de aula – por ser este espaço interativo, você poderá interagir com os demais candidatos

e tirar possíveis dúvidas de conteúdo com o Professor-Tutor.

MATERIAL

Aqui você terá acesso aos seguintes materiais via web...

§ textos teóricos relativos à temática tratada;

§ atividades diversas;

§ jogos didáticos;

§ vídeos e desenhos animados;

§ textos complementares de diversos tipos;

§ biografias das pessoas citadas nos textos;

§ verbetes de termos técnicos, conceitos, processos...

§ links para diversos sites;

§ modelos específicos de documentos.

Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada deste material, no todo ou em parte,

constitui violação do copyright – Lei nº 9.610/98. Em relação às imagens que compõem as

diferentes telas, ou elas foram criadas pelo FGV Online ou foram capturadas no Corel Gallery™Gallery

1.3 Million, tendo sido a titularidade dos direitos autorais assim definida: Direitos Autorais/Copyright

(c) 1999 FGV Online e seus licenciantes. Em relação aos desenhos animados, eles foram criados

pela AB2 Comunicação e por Rodrigo Padua, a partir de roteiros criados pelo FGV Online.

BIBLIOGRAFIA

ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 4a. ed. São Paulo:

Ateliê editorial, 2001. 139 p.

Neste livro, por meio da análise da argumentação como uma arte de convivência, o

autor nos mostra como aumentar nosso potencial de encontrar as pessoas, conversando

com elas e dividindo pontos de vista. Obra dirigida a todos aqueles que desejam

melhorar seu relacionamento profissional, aumentando, criativamente, sua capacidade

para o trabalho em equipe e para a resolução de conflitos.

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Estratégias de Construção Textual

13

ABERTURA

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2001. 671 p.

Esta obra de Evanildo Bechara – eminente estudioso e pesquisador de nosso idioma –

conseguiu dar conta do progresso que envolve a evolução dos estudos lingüísticos e

das pesquisas em Língua Portuguesa. Nela, o leitor encontrará o extraordinário universo

que é nossa língua em suas múltiplas manifestações bem como a reunião da maior

coletânea de assuntos gramaticais até agora estudados. O plano teórico da descrição

do idioma é atualizado e bastante rico, pois remete, de acordo com o próprio autor, à

discussão e à orientação normativa a maior soma possível de fatos gramaticais

levantados pelos melhores estudiosos da língua portuguesa, dentro e fora do país.

CAMARA Jr., J. Mattoso. Dicionário de lingüística e gramática. 18a. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 262 p.

Obra sucinta em que o autor nos apresenta fatos da Língua Portuguesa encarados

objetivamente e não para fins de correção gramatical. Dividido em verbetes, o material

possibilita a solução rápida e precisa de dúvidas que, normalmente, só podem ser

esclarecidas em trabalhosas consultas a gramáticas e tratados destinados a um estudo

coordenado e seguido.

______. Manual de expressão oral & escrita. 19a. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. 164 p.

Com exposição clara e didática, o autor trata de temas fundamentais à expressão oral

e escrita, passando pela descrição das diferentes funções da elocução, comentando o

planejamento da redação e abordando vários aspectos gramaticais necessários para o

exercício da linguagem verbal.

HRYNIEWICZ, Severo. Filosofia da linguagem. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1999. 136 p.

Neste livro, o autor nos fala da linguagem como estrutura fundante do pensamento,

em geral, e da vida social, em particular. O trabalho apresenta alguns temas introdutórios

à filosofia da linguagem, passando pela análise da posição da filosofia da linguagem no

contexto filosófico, até a abordagem dos grandes temas dessa disciplina – a origem da

linguagem, suas funções, suas relações com a lógica e a verdade, com a existência

individual e com a vida social.

KATO, Mary. O aprendizado da leitura. 5a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Texto e Linguagem)

144 p.

Baseando-se na idéia de que o interesse pela leitura é recente e foi desenvolvido a

partir da preocupação com a leitura instrumental em língua estrangeira, a autora analisa

as causas das dificuldades de leitura de nossos alunos universitários, refletindo sobre

os processos de leitura, desde sua aquisição.

KOCH, Ingedore Villaça. Argumentação e linguagem. 7a. ed. São Paulo: Cortez, 2002. 240 p.

Nesta obra, a autora apresenta um estudo pioneiro sobre argumentatividade em Língua

Portuguesa. Com amplidão de embasamento teórico, as análises realizadas, mediante

o exame das categorias propostas, possibilitam ao leitor um treinamento prático de

decodificação de textos argumentativos.

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

14

_______. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002. 168 p.

Este livro apresenta algumas das reflexões que vêm constituindo, nos últimos anos, o

foco da atenção dos pesquisadores na área de Lingüística Textual – as questões relativas

à construção textual dos sentidos, quer em se tratando de produção como de

compreensão de textos.

______. A inter-ação pela linguagem: linguagem e sociedade, a construção interativa dos sentidos

no texto, estratégias dos “jogos de linguagem”. 6a. ed. São Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a

Língua Portuguesa) 115 p.

Nesta obra, utilizando como exemplos seqüências textuais ou textos inteiros, a autora

nos fala da capacidade do ser humano de interagir socialmente por meio de uma

língua, das mais diversas formas e com os mais diferentes resultados, a partir da análise

das estratégias colocadas em ação nos jogos de linguagem.

______. O texto e a construção dos sentidos. 5a. ed. São Paulo: Contexto, 2001. (Caminhos da

Lingüística) 124 p.

A autora nos apresenta uma obra em que estuda as atividades discursivas e suas

marcas na materialidade lingüística. Trata ainda das questões gerais relativas à produção

do sentido comum às modalidades escrita e falada da língua, detendo-se no estudo da

construção dos sentidos no texto falado.

NAVEGAÇÃO

O Moodle é um sistema de aprendizado baseado na web, criado para atividades individuais, em

equipe ou orientadas por um Professor-Tutor. Todo o trabalho on-line é feito por meio de um

browser.

A maioria das atividades é inserida na área de estudos. Desta seção, você poderá se dirigir a

outras seções, tais como a sala de aula – para interagir com seu Professor-Tutor – ou a biblioteca

virtual – para ler ou consultar um material.

Para acessar o material didático de auto-estudo, clique no botão . A seguir, clique no material

que lhe interessa para exibir seu conteúdo programático na janela à direita. Nesta seção, você

acessará o conteúdo teórico disponibilizado e as atividades propostas. Para acessar a biblioteca

virtual, clique em , na barra de ferramentas.

Para acessar, adequadamente, este material, você deverá observar a seqüência em que as seções

foram organizadas. Para isso, fique atento, ao final de cada seção, às seguintes possibilidades de

navegação...

§ navegação a partir dos botões específicos da disciplina, localizados na barra de

ferramentas, na base das telas;

§ navegação a partir da função back/retorna do browser.

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Estratégias de Construção Textual

15

ABERTURA

Para acompanhar a seqüência de telas, em qualquer seção, é suficiente clicar no botão ,

localizado na base de cada tela.

Por meio dos botões que aparecem na barra inferior de tarefas, você poderá se locomover,

livremente, revendo textos, exercícios...

Ao final de algumas seções, indicamos alguns materiais que complementam o conteúdo que

está sendo trabalhado.

Clique no ícone para acessar as informações disponibilizadas. Algumas palavras aparecem

marcadas na tela. Clique nelas para ter acesso a mais informações sobre seu conteúdo. Ao terminar

qualquer consulta a esses materiais complementares, clique em back/retorna, na barra superior

de ferramentas do browser.

PROFESSORAS-AUTORAS

Elisabeth Silveira é a Coordenadora Pedagógica do FGV Online.

Doutora em Lingüística e Mestre em Língua Portuguesa, antes de

ingressar nos quadros da FGV, aposentou-se como Professora Titular da

área de ensino-aprendizagem da Faculdade de Educação da Universidade

do Estado do Rio de Janeiro.

Na UERJ, além de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, ministrou

diferentes disciplinas relacionadas à linguagem, e ao ensino nos cursos de Licenciatura em Letras

e no Mestrado em Educação. Como pesquisadora do CNPq, desenvolveu pesquisas na área de

estruturação de informações no discurso, produzindo e divulgando seus trabalhos em diferentes

congressos, e seus artigos, em revistas científicas.

Mary Kimiko Guimarães Murashima é a Coordenadora dos Cursos

de Pós-Graduação e Graduação do FGV Online. É Doutora em Letras e

Mestre em Literatura Brasileira pela PUC-RJ. Atua como Professora

Adjunta da Graduação e da Pós-Graduação do Instituto de Letras da

UERJ, onde leciona Latim, Literatura Latina e Prática de Ensino.

Integra a banca de provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias,

além de Língua Portuguesa Instrumental com Redação, do Vestibular da UERJ. É autora de

Memorabilia – Curso de Latim; Leitura e produção textual; Elaboração de trabalhos de conclusão

de curso e de vários artigos sobre EAD, linguagem, cultura clássica, literatura e teoria literária,

publicados em revistas especializadas.

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

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EQUIPE DE PRODUÇÃO

Elisabeth Silveira – Professora-Autora

Mary Kimiko Guimarães Murashima – Professora-Autora

Coordenação

Prof. Stavros Panagiotis Xanthopoylos – Diretor Geral

Profª. Elisabeth Silveira – Coordenadora Pedagógica

Profª. Mary Murashima – Coordenadora da Área de Produção

Andréa Rabello – Coordenadora Adjunta da Área de Produção

Profª. Maristela Rivera – Coordenadora da Área de Recursos

Sandro Bonadia – Coordenador Adjunto da Área de Recursos

Profª. Claudia Capello – Coordenadora de Tutoria e Turmas

Profª. Marta Costa Rego – Coordenadora Adjunta de Tutoria e Turmas

Aloysio Bezerra – Coordenador de Operações

João Carlos Freitas – Coordenador de Tecnologia

Profª. Sophia Pimenta – Coordenadora de E-Learning

Felipe Spinelli – Coordenador de Marketing

Prof. Beethoven Barreto Alvarez – Coordenador de Integração

Operações

Ângela Campos – Suporte Operacional

Gustavo Silva Villela – Suporte Operacional

Rita Filippo – Suporte Operacional

Produção

Adriana Corrêa – Designer Gráfico

Alessandra Maia – Instructional Designer Trainee

Carlos Gonçalves – Supervisor de Design

Carolina Mendonça – Supervisora de Instructional Design

Daiane de Oliveira Silva – Instructional Designer Trainee

Fábio Baptista de Oliveira – Instructional Designer Trainee

Felipe Acioli – Supervisor de Vídeo

Felippe Esteves – Diagramador

Flávia Lourenço – Instructional Designer Trainee

Jaime Dias e Silva – Instructional Designer Trainee

Juliana Serpes – Designer Gráfico

Maria Clara Antonio Jeronimo – Instructional Designer Trainee

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Estratégias de Construção Textual

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ABERTURA

Maria Clara Pontes – Instructional Designer Trainee

Marina Morani – Supervisora de Biblioteca

Miguel Gonçalves Castilho de Azevedo – Instructional Designer Trainee

Orebe Quaresma – Instructional Designer Trainee

Patricia Simões Rosa – Supervisora de Atividades

Renata Pontes – Instructional Designer Trainee

Renata Vasques – Instructional Designer Jr.

Rodrigo Padua – Supervisor de Animação

Tatiana Bernacci Sanchez – Supervisora de Diagramação

Tatiany Pessoa – Instructional Designer Jr.

SUPORTE

Caso você tenha qualquer dúvida sobre questões administrativas ou financeiras, em relação a

pagamento, trancamento, emissão de boleto, etc., entre em contato com a Secretaria Acadêmica

dos cursos do FGV Online pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2197-5100...

Caso sua dúvida seja sobre a utilização do programa, clique no ícone , na barra de ferramentas.

Nesse momento, será aberta uma janela de ajuda com vários itens. Selecione aquele a que se

refere sua questão. Caso não consiga esclarecê-la, entre em contato com o suporte técnico do

FGV Online, pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (21) 2197-5050...

§ de segunda a sexta-feira, das 9h às 22h30min;

§ aos sábados e aos domingos, das 9h às 18h.

Lembre-se...

Estamos aqui, no FGV Online, prontos para ajudá-lo a realizar bem este trabalho!

Bom trabalho...

TOUR PELA DISCIPLINA

FERRAMENTA

O Moodle é um sistema de aprendizado baseado na web. Todo o trabalho on-line é

feito por meio de um browser.

A maioria das atividades é inserida na área de estudos. Além desta seção, você encontrará outras,

tais como a sala de aula – para realizar um trabalho com seus colegas de equipe – ou a biblioteca

virtual – para ler ou consultar um material.

Para exibir as disciplinas nas quais você já está inscrito, clique no botão .

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

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PROGRAMAS E PLUGINS

Para que você possa usufruir de todos os recursos aqui disponibilizados, é necessário que você

tenha instalados, em seu micro, alguns programas e plugins. São eles...

§ Zip Central – programa necessário à descompactação dos arquivos em Word;

§ Adobe Acrobat Reader – programa que possibilita a visualização dos arquivos criados

pelo Adobe Acrobat;

§ Flash Player – plugin que possibilita a visualização das animações criadas em Flash;

§ Windows Media Player – programa que permite a reprodução de aúdios e vídeos.

ÁREA DE ESTUDOS

Na área de estudos, você terá acesso ao conteúdo e às atividades da disciplina.

Esse conteúdo está estruturado em módulos, que, por sua vez, subdividem-se em

unidades.

No início de cada módulo, são apresentados os tópicos que o constituirão. Ao terminar cada

unidade, você encontrará uma síntese do conteúdo apresentado.

Ao final do módulo, podemos acessar uma unidade de cenários culturais – com sugestões de

vídeo, obra-de-arte e texto literário – relacionados ao conteúdo tratado no módulo.

Ao final de cada módulo, são ainda apresentadas questões objetivas gabaritadas, automaticamente

corrigidas. Por meio delas, você poderá verificar o quanto apreendeu do conteúdo disponibilizado

no módulo.

SALA DE AULA

A sala de aula é um espaço interativo assíncrono, isto é, os participantes da

turma não precisam estar reunidos, em um mesmo horário, para interagir ou

disponibilizar informações. É, justamente na sala de aula, que você poderá trocar e

interagir – particularmente ou não – com seu Professor-Tutor, com nosso suporte

técnico e com os outros participantes.

Na sala de aula, você encontrará duas diferentes áreas de discussões, desencadeadas pelas

mensagens trocadas pelos participantes – discussões gerais e discussões particulares.

DISCUSSÕES GERAIS

Como o próprio nome indica, discussões gerais são atividades relacionadas a debates, trocas de

informações, atendimentos do Professor-Tutor...

Nessa área, você poderá enviar mensagens abertas a todos os participantes e também poderá

receber mensagens de todos eles – o que inclui o Professor-Tutor.

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Estratégias de Construção Textual

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ABERTURA

PARTICIPAÇÃO EM DISCUSSÕES GERAIS

Para participar de uma discussão...

§ vá à sala de aula e selecione <discussões gerais>;

§ selecione, nessa área, a discussão da qual você deseja participar – um envelope de

cor cinza claro indica as mensagens que já foram lidas; um envelope cinza

escuro , as que ainda não foram abertas por você;

§ leia a primeira mensagem da discussão e os comentários relacionados a ela;

§ para comentar qualquer uma das mensagens vinculadas à discussão escolhida por

você, clique em <novo comentário>, à direita da tela;

§ na área <novo comentário>, abaixo das mensagens já postadas nesta discussão,

anexe seus comentários clicando no ícone <adicionar anexo>, disponível na

tela;

§ se preferir, digite seu comentário. Para isso, você ainda terá a opção de selecionar

a fonte, o tamanho e a cor de seu texto;

§ se seu comentário se referir a uma mensagem específica, você poderá resgatá-la

clicando no ícone <citar>, à direita dessa mensagem. Automaticamente,

em sua tela de novo comentário, a mensagem selecionada será resgatada e você

poderá comentá-la;

§ à esquerda da tela, você encontrará diferentes opções de Emoticons – cuja

utilização, contudo, não é obrigatória – para personalizar seu texto;

§ a qualquer momento da edição de seu texto, você poderá <pré-visualizar> a

forma de exibição da mensagem ou ainda <limpar tudo> o que escreveu;

§ você poderá optar ainda por acrescentar sua assinatura à mensagem e ser avisado

por e-mail quando sua mensagem for respondida, selecionando respectivamente:

<mostrar assinatura> e <notificar-me por e-mail quando responderem>;

§ salve a mensagem.

Se julgar necessário, depois de salvar a mensagem, você poderá reeditá-la, bastando, para isso,

selecionar o ícone <editar>, logo abaixo dela. Caso sua mensagem ainda não tenha

sido lida por outro participante da discussão, você também poderá apagá-la ou movê-la para outra

área.

Você encontrará também, ao final de cada mensagem, a opção <procurar> para

localizar outras mensagens do autor daquele texto.

Ao final da página de cada discussão, você encontrará ainda o link para acessar uma <versão

para impressão> das mensagens listadas.

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

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CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES GERAIS

Para abrir uma discussão...

§ vá à sala de aula e selecione <discussões gerais>;

§ clique em <nova discussão>, à direita da tela;

§ digite, no campo <assunto>, o tópico da sua discussão;

§ na área <mensagem>, anexe seu texto, clicando no ícone <adicionar anexo>,

disponível na tela;

§ se preferir, digite sua mensagem. Para isso, você ainda terá a opção de selecionar a

fonte, o tamanho e a cor de seu texto;

§ à esquerda da tela, você encontrará diferentes opções de Emoticons – cuja

utilização, contudo, não é obrigatória – para personalizar seu texto;

§ a qualquer momento da edição de seu texto, você poderá <pré-visualizar> a

forma de exibição da mensagem ou ainda <limpar tudo> o que escreveu;

§ você poderá optar ainda por acrescentar sua assinatura à mensagem e ser avisado

por e-mail quando sua mensagem for respondida, selecionando, respectivamente:

<mostrar assinatura> e <notificar-me por e-mail quando responderem>;

§ salve a mensagem.

DISCUSSÕES PARTICULARES

Na sua área de discussões particulares, você encontrará...

§ caixa de entrada – onde todas as mensagens particulares

recebidas são guardadas e onde você poderá vê-las e apagá-las. Ela funciona como

se fosse sua caixa de e-mail;

§ caixa de saída – onde todas as mensagens particulares enviadas

são guardadas e onde você poderá vê-las e apagá-las. Uma mensagem particular

permanecerá acessível até que você a apague;

§ nova mensagem particular – aqui você poderá compor as

suas mensagens particulares e enviá-las aos outros membros da turma.

Se você recebeu uma mensagem particular e ainda não a abriu, ao entrar na sala de aula,

automaticamente o programa lhe enviará um aviso sobre a nova mensagem. Quando isso ocorrer,

você entrará diretamente na área de discussões particulares.

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Estratégias de Construção Textual

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ABERTURA

ACESSO ÀS DISCUSSÕES PARTICULARES

A qualquer momento, você poderá acessar sua área de discussões particulares, clicando no

ícone , acima da tela.

Para ler suas mensagens particulares...

§ clique no ícone <caixa de entrada> e selecione a mensagem.

Um envelope de cor cinza clara indica as mensagens que já foram lidas; um

envelope cinza escuro , as que ainda não foram abertas por você;

§ ao lado do assunto da mensagem, você encontrará a indicação do autor da

mensagem e da data de seu envio;

§ para apagar mensagens recebidas, selecione-as na última coluna da tela e clique

em <excluir>.

CRIAÇÃO DE DISCUSSÕES PARTICULARES

Para enviar mensagens particulares...

§ clique no ícone <nova mensagem>;

§ no campo <para>, selecione o destinatário de sua mensagem. Caso você esteja

enviando uma atividade individual, selecione o Professor-Tutor;

§ você também poderá iniciar uma nova mensagem particular, quando na área

discussões gerais. Para isso, clique em <lista de usuários>, no alto da página.

Selecione seu destinatário e, na janela aberta do perfil desse usuário, clique no

ícone <MP>, de mensagem privada;

§ no campo <assunto>, selecione <discussões gerais> e preencha o campo ao

lado com o título da discussão;

§ na área <mensagem>, anexe seu texto clicando no ícone <adicionar

anexo>, disponível na tela;

§ se preferir, digite sua mensagem. Para isso, você ainda terá a opção de selecionar a

fonte, o tamanho e a cor de seu texto;

§ à esquerda da tela, você encontrará diferentes opções de Emoticons – cuja

utilização, contudo, não é obrigatória – para personalizar seu texto;

§ a qualquer momento da edição de seu texto, você poderá <pré-visualizar> a

forma de exibição da mensagem ou ainda <limpar tudo> o que escreveu;

§ você poderá optar ainda por ser avisado quando sua mensagem for lida,

selecionando <notificar-me quando a mensagem for lida>;

§ salve a mensagem.

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

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OUTROS RECURSOS DA SALA DE AULA

Na sala de aula, você encontrará ainda ícones para acessar as seguintes áreas...

editar perfil: nesta área, ficam registrados tanto os dados pessoais do aluno,

quanto os do Professor-Tutor e os do suporte técnico. Cabe a cada um dos participantes

lá providenciar o registro de seus dados pessoais. Dessa forma, poderemos saber quem

é o Professor-Tutor e nossa equipe de suporte, e ainda como são nossos colegas.

lista de usuários: nesta área, você poderá visualizar o login de todos os

participantes.

procurar na sala de aula: aqui você terá acesso a um índice de busca inteligente

por mensagens da sua sala de aula, seja por assunto, mensagem, data, autor. Esse

ícone pode ser acessado de diferentes entradas de sua sala de aula.

ajuda: aqui você terá acesso às dúvidas mais freqüentes sobre o funcionamento

de sua sala de aula e ainda a como resolvê-los rapidamente.

votação: em vários momentos, temos necessidade de conhecer a

opinião de nossos colegas sobre um determinado assunto. Nesses momentos, nada

melhor do que iniciarmos uma votação para que possamos decidir, democraticamente,

sobre o que fazer a partir da opinião da maioria.

A qualquer momento, você poderá abrir uma votação na sala de aula para discutir

qualquer questão com seus colegas.

CRIAÇÃO DE UMA VOTAÇÃO

Para abrir uma votação...

§ vá à sala de aula e selecione a área de <discussões gerais>;

§ selecione <nova votação>, à direita da tela;

§ digite, no campo <assunto>, o tópico de sua votação;

§ especifique, no campo <questão>, a premissa a partir da qual serão apresentadas

diferentes opções de escolha;

§ nos campos numerados de <escolha>, você deverá digitar cada uma das opções

dessa votação;

§ defina se as pessoas poderão votar mais de uma vez, assinalando a opção <permitir

múltiplos votos nesta votação>;

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Estratégias de Construção Textual

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ABERTURA

§ na área <novo comentário>, anexe seus comentários sobre a votação aberta

clicando no ícone <adicionar anexo>, disponível na tela;

§ se preferir, digite seus comentários. Para isso, você ainda terá a opção de selecionar

a fonte, o tamanho e a cor de seu texto;

§ à esquerda da tela, você encontrará diferentes opções de Emoticons – cuja

utilização, contudo, não é obrigatória – para personalizar seu texto;

§ a qualquer momento da edição de seu texto, você poderá <pré-visualizar> a

forma de exibição da mensagem ou ainda <limpar tudo> o que escreveu;

§ salve a mensagem.

Se julgar necessário, depois de salvar a mensagem, você poderá reeditá-la, bastando, para isso,

selecionar o ícone <editar>, logo abaixo dela.

Lembre-se, você só poderá votar uma única vez.

PARTICIPAÇÃO EM UMA VOTAÇÃO

Para participar de uma votação aberta pelo Professor-Tutor ou por qualquer outro participante...

§ vá à sala de aula e selecione a área <discussões gerais>;

§ selecione a entrada para a votação;

§ registre seu voto em <votar>, na primeira coluna da tela de votação;

§ clique em <confirmar voto> para salvar a opção escolhida por você;

§ na área <novo comentário>, abaixo de cada sugestão, anexe a sua justificativa de

voto clicando no ícone <adicionar anexo>, disponível na tela;

§ se preferir, digite sua justificativa. Para isso, você ainda terá a opção de selecionar a

fonte, o tamanho e a cor de seu texto;

§ à esquerda da tela, você encontrará diferentes opções de Emoticons – cuja

utilização, contudo, não é obrigatória – para personalizar seu texto;

§ a qualquer momento da edição de seu texto, você poderá <pré-visualizar> a

forma de exibição da mensagem ou ainda <limpar tudo> o que escreveu;

§ salve a mensagem.

BIBLIOTECA VIRTUAL

Em nossa biblioteca virtual, ficarão a sua disposição...

§ sínteses biográficas das pessoas que foram citadas nos textos da área de

estudos;

§ textos de diferentes tipos que complementam o conteúdo da disciplina;

§ sugestões de sites para pesquisa/busca de informação;

§ verbetes, com definição dos termos técnicos;

§ casos diversos;

§ sugestões de vídeos, com ficha técnica de produção, sinopse e comentários;

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Estratégias de Construção TextualABERTURA

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§ modelos de diferentes tipos de material, pertinente aos assuntos tratados na

disciplina;

§ animações diversas sobre a navegação no ambiente on-line;

§ procedimentos para a realização de diferentes atividades.

Todo material da biblioteca virtual está vinculado aos textos da área de estudos, ou seja, ao clicar

em um dos links, você acessará, imediatamente, esse material.

Contudo, você também poderá consultar o material disponível na biblioteca virtual,

independentemente da área de estudos. Lá você terá acesso, inclusive, ao material de apoio a

muitos outros cursos do FGV Online.

ACESSO AOS MATERIAIS

Para acessar os materiais da biblioteca virtual...

§ vá à biblioteca virtual;

§ selecione o tipo de busca <por título>, <por autor> ou <por palavra-chave>;

§ para visualizar todo o material da pesquisa realizada, clique em <páginas de

resultados> na base da tela;

§ selecione o material desejado;

§ para refinar sua pesquisa, você pode digitar uma palavra na caixa de diálogo abaixo;

§ selecione então o tipo de material a ser pesquisado ou em que cursos;

§ clique em <buscar>;

§ clique no material selecionado para abri-lo;

§ no caso dos textos, você tem a ainda a opção de acessá-los como .doc, o que lhe

permite copiá-lo para seu computador.

PREENCHIMENTO DO QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO

Para preencher um questionário de avaliação ao término da disciplina...

§ vá à sala de aula;

§ localize a entrada para o questionário de avaliação, na área de <discussões gerais>,

abaixo das discussões listadas. O questionário pode ser identificado pelo ícone .

Digite seu nome e seu curso, caso ele não esteja preenchido. Responda às questões e, ao fim da

página, clique no botão <enviar>.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

MÓDULO 1 – ATO COMUNICATIVO

APRESENTANDO O MÓDULO

Neste módulo, avaliaremos a importância da linguagem como garantia de nossa capacidade de

comunicação, ou seja, de compartilhar sentidos no dia-a-dia como agentes sociais. Analisaremos

ainda os elementos que condicionam os processos de produção de recepção de textos bem

como a eficácia dos processos de comunicação.

Para compreendermos como se dá o compartilhamento de sentidos entre nós e nossos

interlocutores, discutiremos também a natureza do conhecimento e das informações que são

arquivadas em nossa memória. Trabalharemos ainda as noções de variedade e unidade lingüística

bem como as implicações entre língua e gramática.

Por fim, apresentaremos as causas mais comuns da ineficácia dos processos de comunicação.

ABERTURA

CONTEXTUALIZAÇÃO

Assista, no ambente on-line, as cenas dos seguintes filmes, que contam a história da humanidade

a caminho da fala e da escrita...

� A guerra do fogo

� A lenda de tarzan

� Alexandre

� O nome da rosa

� 2001: uma odisséia no espaço

OBJETIVOS

Neste módulo, vamos tentar aperfeiçoar nossa compreensão sobre...

...como se processa a comunicação...

...as escolhas que temos de fazer quando utilizamos a língua...

...a heterogeneidade lingüística...

...as diferenças entre a fala e a escrita.

Antes de começarmos, que tal vermos cenas de alguns filmes?

Vamos começar?

O limite do meu mundo é o limite da minha linguagem.

Wittgenstein

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

A partir de 6.000 a.C...

Ainda não se sabe ao certo, mas se estima que a primeira escrita tenha aparecido na região entre

os rios Tigres e Eufrates, na Mesopotâmia, local onde surgiram as primeiras civilizações urbanas.

A primeira forma de escrita surgiu para suprir a falta de um sistema de controle contábil –

reservado aos escribas, que ocupavam importantes cargos sacerdotais.

A escrita era feita em tábuas de argila. Para escrever, eram utilizados objetos feitos de metal, osso

e marfim – largos e pontiagudos em uma das extremidades, e planos na outra.

A partir de 3.600 a.C...

Os sumérios desenvolveram ideogramas e sinais fonéticos. Os sinais fonéticos eram utilizados

para expressar as idéias, e os ideogramas, os objetos. Contudo, dessa forma, os sumérios não

chegaram a criar um alfabeto.

Devido à dificuldade de se trabalhar com argila fresca e pela própria evolução da escrita, esses

sinais tornaram-se mais estilizados e as tábuas de argila assumiram o formato de cunhas – daí a

expressão escrita cuneiforme.

Outros povos do Oriente – persas, assírios e babilônios – também adotaram essa forma de escrita.

3.300 a.C...

As primeiras peças escritas datam de 3.300 a.C. e foram encontradas na cidade de Uruk, na

Mesopotâmia. Nas placas de argila, figuravam imagens de objetos e sinais abstratos, interpretados

como números.

Entre 3.000 e 1.000 a.C...

As primeiras escritas foram, gradativamente, adaptando-se a outras línguas – suméria, acádia,

hitita e persa. Dessa forma, a escrita cuneiforme estendeu-se até o sul da Palestina e o norte da

Armênia.

Egito...

O Egito era considerado o berço da escrita. Entretanto, hoje sabemos que a escrita suméria é

anterior à escrita egípcia.

O sistema de escrita egípcio, estruturado em ideogramas, foi denominado pelos gregos de

hieroglífico – em grego, hierós significa sagrado, e glyphikós, sinais – por serem utilizados,

fundamentalmente, sobre o tecido que envolvia as múmias, e em objetos e ritos funerários.

Como, na escrita hieroglífica, muita atenção era dada à estética do conjunto, sua elaboração era

muito lenta. Dessa forma, fez-se necessária uma escrita mais prática e rápida.

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Estratégias de Construção Textual

27

M Ó D U L O 1

A escrita hieroglífica perdeu, ao longo do tempo, seu caráter ideográfico. Embora preservasse os

princípios básicos da escrita, foi denominada pelos gregos hierática, por ter sido empregada

apenas em textos religiosos.

Além dos hieróglifos e da escrita hierática, teve origem, também no Egito, a escrita demótica – a

escrita do povo.

Os mais diversos materiais eram aproveitados pelos egípcios para a fixação de seus escritos.

Entretanto, para obras mais luxuosas, empregava-se um material mais nobre – o papiro.

Foram os egípcios que introduziram, no mundo clássico, a forma material do livro, o uso do papiro

no formato de rolo, o emprego da tinta e as ilustrações como complemento explicativo do texto.

FonteAdaptado de: SILVA FILHO, José Tavares da. De Ebla na Mesopotâmia à virtualidade: uma trajetória

para a preservação da imagem do mundo. In: CICLO DE ESTUDOS EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 6.,1998, Rio de Janeiro. Da evolução da escrita ao livro.

Disponível em: http://www.forum.ufrj.br/biblioteca/escrita.html. Acesso em: 11 abr. 2006.

1.1 CONATURALIDADE

Mesmo quando não proferimos uma palavra sequer, estamos fazendo uso da linguagem.

Quando falamos, quando lemos, quando escutamos, seja no trabalho... no ócio... na vigília ou nosono, estamos fazendo uso da linguagem.

Por ser conatural* ao homem, a linguagem não é apenas mais uma dentre as muitas capacidades

humanas.

A linguagem é a única responsável por nos tornarmos aquilo que verdadeiramente somos como

homens.

1.2 JOGO DA LINGUAGEM

O peão só pode ser movido para frente e no sentido vertical.

O bispo só pode ser movido na diagonal.

O rei só pode ser movido uma casa por lance.

Xeque-mate!

Da mesma forma que o xadrez, a linguagem é um jogo...

Quando fazemos uso da linguagem, condicionamo-nos a uma série de regras previamentedeterminadas.

São essas regras que garantem a realização do processo* de comunicação*.

*Por ser conatural...

A linguagem é uma habilidade comum a todos os homens.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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1.3 PODER DA PALAVRA

Comunicar, contudo, não é apenas veicular informações.

Comunicamo-nos para nos fazer conhecidos...

Comunicamo-nos para exercermos poder...

Comunicamo-nos para sermos respeitados...

O poder da palavra – que se concentra em nossos atos de linguagem* – concretiza nossa autoridade.

Ninguém...

Nenhuma instituição...

Nada sobrevive sem comunicação.

1.4 NEGOCIAÇÃO E COMPREENSÃO

Quando falamos ou ouvimos, quando lemos ou escrevemos, muito mais do que decifrare transcrever signos lingüísticos, construímos sentidos.

Sentidos são construídos... sentidos são compartilhados no processo comunicativo.

A comunicação é um processo por meio do qual os sentidos são compartilhados* entre agentes

sociais.

*Atos de linguagem...

Um ato comunicativo – processo intermediado pela interação e pela construção

de sentidos – compreende desde a intenção que expressamos até a resposta

dada por nosso interlocutor.

Uma conversa casual... uma carta... são atos comunicativos, por meio dos quais

perguntamos, afirmamos, prometemos, solicitamos, convidamos...

Dessa forma, os atos comunicativos também podem ser entendidos como atos

de fala, atos de discurso ou ainda atos de linguagem.

*Processo...

Concatenação ou sucessão de fenômenos, de estados ou de mudanças.

*Comunicação...

Etimologicamente, comunicação significa tornar comum, trocar opiniões, fazer

saber.

Implica participação, interação, troca de mensagens.

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Estratégias de Construção Textual

29

M Ó D U L O 1

E esse processo difere, substancialmente, daquele que situa a nós e a nosso interlocutor como

sujeitos que trocam – de forma isolada e solitária – mensagens ao longo de um canal de

comunicação.

Dessa forma, por construir sentidos, o processo de comunicação envolve controle, negociação e

compreensão.

1.4.1 INTENÇÕES COMUNICATIVAS

A relação entre como falamos ou escrevemos e o que, realmente, falamos ou escrevemos reflete

nossa intenção comunicativa*.

E essa intenção nada mais é que...

� sentir necessidade de expressar alguma coisa – motivação;� ter um objetivo – finalidade;

� selecionar a forma mais adequada para fazer o que desejamos – realização.

1.5 EFICÁCIA COMUNICATIVA

Mais ainda... O sucesso de nossas relações de trabalho, de nossas relações afetivas e familiares

depende, essencialmente, da eficácia de nossa comunicação.

E essa eficácia depende...

� da organização de nossas idéias;� de nossa habilidade de utilizar a língua;

� de nossa disposição para nos fazer entender

� de nossa espontaneidade ao falar ou escrever.

1.5.1 PROCESSO DE INTERAÇÃO

Entretanto, não sabemos ao certo como se processa o fluxo de informações entre o texto que

produzimos – seja ele oral ou escrito – e nosso interlocutor*.

*Intenção comunicativa...

É o significado que o falante ou escritor deseja transmitir em seu ato comunicativo.

Compartilhamos sentidos a partir do conhecimento que adquirimos

acerca do mundo, ao longo de nossa história de vida.

*Interlocutor...

As definições de interlocutor, receptor ou destinatário, e ainda a de leitor variam

de acordo com as diferentes concepções de sujeito da linguagem.

Destacaremos aqui três delas...

� sujeitos psicológicos – relacionada à concepção de língua como

representação do pensamento. O sujeito, neste caso, é visto como

o dono de suas vontades, de suas ações e de seu dizer;

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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Sabemos, porém, que, ao nos ouvir e ao ler o que escrevemos, nosso interlocutor transporta paranossa fala e para nossa escrita o conhecimento que ele possui sobre o assunto de que estamos

tratando.

Ou seja, o sentido de um texto não está no texto nem na mente de nosso interlocutor.

O sentido se concretiza por meio do processo de interação que se dá entre nós e nosso

interlocutor por meio do texto.

1.5.2 EFICÁCIA DA RECEPÇÃO

Da parte de nosso interlocutor, alguns fatores também são decisivos para o sucesso do atocomunicativo*...

� experiência suficiente para compreender nossa intenção comunicativa;� habilidade no uso da língua;

� imaginação para romper a assimetria de conhecimentos*;

� atenção para não se dispersar.

Contudo, não é sempre assim que o ato comunicativo acontece. Problemas decomunicação não são raros...

1.5.3 EFICÁCIA DA EMISSÃO

Embora seja por meio da comunicação que procuramos compreender e nos fazer compreendidos,ninguém é obrigado a adivinhar quais são nossas intenções. Muitas vezes, temos certeza de quefomos claros. E não nos preocupamos com o que nosso interlocutor apreendeu – de fato –daquilo que lhe comunicamos.

1.6 COMPARTILHAMENTO DE SENTIDOS

Comunicar significa interagir... compartilhar sentidos comuns para obter as respostas que

desejamos do outro.

*Ato comunicativo...

Os atos comunicativos vão desde a intenção expressa por nós até a resposta de

nosso interlocutor, intermediada pela interação e pela construção de sentidos.

*Assimetria de conhecimentos...

Em função de nossas histórias de vida, de nossas experiências pessoais, cada

um de nós dispõe de conhecimentos próprios. Nesse sentido, não existem

pessoas com conhecimentos simétricos.

� sujeitos determinados pelo sistema – aliada à noção de língua como

estrutura. O sujeito, neste caso, é visto apenas como o lugar por

onde o discurso, oriundo das estruturas lingüísticas, instaura-se;

� sujeitos ativos – relativa à visão de língua como lugar de interação.

O sujeito, neste caso, participa ativamente da construção de imagens

e de representações, sem as quais não haveria comunicação.

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Estratégias de Construção Textual

31

M Ó D U L O 1

Ausência de respostas – ou respostas que não esperávamos – significa que nossa comunicação

não foi eficaz, ou seja, que não conseguimos compartilhar, com nosso interlocutor, os sentidos

que construímos em nosso texto.

1.6.1 ADEQUAÇÃO AO CONTEXTO SOCIAL

A eficácia de um processo comunicativo depende da adequação de nossa fala e de

nossa escrita ao contexto social em que elas se inserem.

Essa adequação requer que estejamos conscientes de que a eficácia de nossa comunicação

depende dos papéis sociais que desempenhamos. Esses papéis são distintos já que são marcas do

ser social que somos – marcas de classe, gênero, escolaridade...

Marcas que delimitam o espaço que ocupamos nas relações de poder com as quais nos defrontamos

nos processos comunicativos.

1.6.2 CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS

Vivemos em um tempo em que a tecnologia diminui distâncias e o poder estabelece novas

moedas de troca – o domínio da informação.

Receber, selecionar, processar, deter, transmitir informações são ações que passaram a ser somadas

ao valor de nossas experiências e de nossos conhecimentos.

1.6.3 PAPEL DOS INTERLOCUTORES

Ao construir sentidos, devemos assegurar a nossos interlocutores as condições necessárias para

que eles possam reconhecer nossa intenção comunicativa.

Por outro lado, cabe a nosso interlocutor estabelecer relações de modo a compartilhar os sentidos,

com os quais modelamos nosso texto.

Produzir textos adequadamente – sejam falados ou escritos – implica ter

clareza de nossos papéis sociais. Conseqüentemente, implica a consciência das

relações de poder embutidas em um texto.

É na construção de sentidos que dominamos a informação. Logo, não

basta que nossos interlocutores decodifiquem os sinais que lhes enviamos...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

32

1.6.4 PAPEL DO CONHECIMENTO

Para compartilhar sentidos, precisamos conhecer. É na memória que registramos o conhecimento

que adquirimos ao longo de nossa história de vida.

Para registrar informações na memória, três elementos são fundamentais...

...concentração*, observação e atenção*.

Desenvolver essas três habilidades, conseqüentemente, significa desenvolver nossa

memória.

Desenvolver a memória implica melhor desempenho no processo comunicativo.

Mais ainda... Como o conhecimento advém de nossa história de vida, ele é próprio de

cada um de nós. É individual. Logo, os conhecimentos que são veiculados em um

processo de comunicação são assimétricos.

É justamente essa assimetria que configura as relações de poder que impactam,

negativamente, os processos de interação e troca, próprios da comunicação.

1.6.5 RELAÇÕES DE PODER

Identificar relações de poder é determinante da compreensão de como os sentidos são

compartilhados entre nós e nossos interlocutores.

Somente dessa forma nos tornamos capazes de transformar a comunicação em um legítimo

processo de troca de conhecimentos e interação.

A troca de conhecimentos – ou seja, uma troca de sentidos – concretiza-se por meio dos códigos*.

Onde existe conhecimento, existe poder.

*Código...

O código é a língua, é o que permite a compreensão do discurso, a expressão

de idéias, do pensamento.

*Concentração...

É a manutenção do foco em um único assunto.

Vários estímulos ambientais contribuem para a perda da concentração.

Quanto mais neutro o ambiente, maior será a possibilidade de mantermos o

foco sobre aquilo que desejamos apreender.

*Observação e atenção...

Podemos estar atentos a um determinado ambiente, sem observarmos todos

os detalhes a nossa volta.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

Não se trata de falar do poder, como se ele fosse único. Da mesma forma que as

diferenças individuais, o poder é plural... E o poder se encontra em toda parte,

inclusive na comunicação.

1.6.6 PAPEL DOS CÓDIGOS

Embora a língua* seja o principal código por nós utilizado, podemos empregar outros

bastante eloqüentes – como cores, formas ou movimentos – para estabelecer

comunicação.

Cada código demanda uma interpretação específica.

Disso depende o resgate dos sentidos impressos em cada informação.

1.7 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Nell?

1.8 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – CONTRATO SOCIAL VERSUS ESCOLHA INDIVIDUAL

2.1 CÓDIGO LINGUÍSTICO

Asseguramos a inteligibilidade de um texto por meio da construção de seus sentidos, ou seja,

pela utilização de códigos.

Confira o código utilizado em cada país...

� Brasil – casa

� China – fang zi

� Rússia – dom

� Israel – bait

� Grécia – oikía

� Alemanha – haus

� França – maison

� Estados Unidos – house

*Língua...

A língua é um conjunto de fonemas específicos com que se constroem as

formas lingüísticas.

Dessa forma, uma língua se distingue das outras pelos fonemas, pelas formas e

pelos padrões frasais.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

34

Os códigos são sistemas convencionais utilizados pelos membros de uma determinada

comunidade.

Como código, a língua equivale a um conjunto de signos* utilizado por seus falantes para dar

conta de suas necessidades comunicativas.

Por ser convencional, a língua – como código – equivale a um contrato* estabelecido pelo grupo

de falantes que a utiliza.

Atenção!!! Como as regras de um código lingüístico são as mesmas para todos os membros de

uma determinada comunidade, a língua é um patrimônio social.

2.2 CONTRATO SOCIAL

A língua, como contrato social, é uma unidade lingüística. Entretanto, essa unidade é quebrada de

acordo com a utilização de cada um de nós, falantes da língua.

Dessa forma, ela é capaz de abarcar inúmeras possibilidades de realização individual.

Contudo, as variações lingüísticas são bem mais abrangentes do que essas manifestações

individuais.

2.2.1 MARCAS INDIVIDUAIS

2.2.2 VARIEDADES REGIONAIS

A Língua Portuguesa – que falamos no Brasil – é exatamente a mesma Língua Portuguesa que é

falada em Portugal?

Em Angola?

Em Moçambique e em Cabo Verde?

Na Guiné-Bissau, São Tomé, Príncipe?

Em algumas regiões da Ásia e da Oceania?

Quando selecionamos certas palavras ou construções, estamos imprimindo

na língua nossas marcas individuais.

*Signos...

Unidades da linguagem constituídas de um conceito – significado – e

representadas por uma forma perceptiva – significante.

*Contrato...

Acordo entre duas ou mais pessoas.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

2.2.2.1 FALARES REGIONAIS E DIALETOS

As línguas apresentam variações relacionadas a sua utilização em determinados espaços

geográficos.

Essas variações constituem os falares regionais* – no caso das variações mais sutis em relação à

língua padrão* – e os dialetos* – em se tratando de variações de maior abrangência.

2.2.2.1.1 FALARES NACIONAIS

E aqui no Brasil? Cariocas, mineiros, baianos, paulistas e gaúchos expressam-se da mesma forma?

Observe os exemplos apresentados a seguir...

Acre – laranja-cravo

Alagoas – mexerica

Amapá – laranja-cravo

Amazonas – laranja-cravo

Bahia – mexerica

Ceará – mexerica

Distrito Federal – poncã, murcote

Goiás – poncã, murcote

Espírito Santo – tangerina

Maranhão – mexerica

Mato Grosso – poncã, murcote

Mato Grosso do Sul – poncã, murcote

Minas Gerais – tangerina

Pará – laranja-cravo

Paraíba – mexerica

Paraná – bergamota

Pernambuco – mexerica

Piauí – mexerica

*Falares regionais...

Variedade lingüística falada em uma determinada região.

*Língua padrão...

É a língua ensinada nas escolas, utilizada pelos veículos de comunicação de

massa – emissoras de rádio e televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, entre

outros –, sendo estabelecida acima de todas as variantes nas gramáticas.

*Dialetos...

Cada uma das subdivisões que se podem aplicar a determinada língua, utilizando

como critério básico a região geográfica ou a camada social a que pertence o

falante.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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Rio de Janeiro – tangerina

Rio Grande do Norte – mexerica

Rio Grande do Sul – bergamota

Rondônia – laranja-cravo

Roraima – laranja-cravo

São Paulo – tangerina, mandarino

Santa Catarina – bergamota

Sergipe – mexerica

Tocantins – poncã, murcote

2.2.2.2 VALOR LINGÜÍSTICO

Cada país... cada região geográfica... cada grupo social... cada um de nós imprime marcas próprias

na Língua Portuguesa, fazendo dela derivar um conjunto muito rico de variedades lingüísticas*.

Essas variedades ampliam, enriquecem o conceito de unidade lingüística* – nunca o depreciam.

Dessa forma, nenhuma dessas variedades deve ser alvo de preconceito... de desvalorização.

A espontaneidade de expressão e a valorização das raízes regionais amplificam o potencial

expressivo de todas as línguas.

2.2.3 GÍRIAS

Como espelho da realidade sociocultural, a língua reproduz as mesmas diferenças sociais da

comunidade que a utiliza. Dessa forma, de grupos fechados se originam variações da língua.

Algumas dessas variedades – conhecidas como gírias* – são marcadas por sua fluidez, por sua

constante modificação.

*Gíria...

Palavra ou expressão que tem origem em um determinado grupo social e, por

sua expressividade, torna-se parte da linguagem familiar de várias camadas

sociais.

*Variedades lingüísticas...

São as variações que uma língua apresenta de acordo com as condições sociais,

culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

*Unidade linguística...

Como unidade lingüística, a língua apresenta, em seu uso, padrões uniformes e

homogêneos.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

Como exemplo, temos...

Irado!

Ninguém merece!

Show de bola!

Demorô!!

Sinistro!

2.2.4 VARIEDADES SOCIOCULTURAIS

Das variações socioculturais, derivam duas modalidades da língua...

� variedade culta ou língua padrão;

� variedade popular ou registro vulgar.

A língua utilizada por pessoas escolarizadas é diferente da usada por aqueles que foram privados

da escola.

Falta aos sujeitos não letrados o domínio das regras que caracterizam a língua padrão.

Obviamente, não cabe aqui nenhum tipo de discriminação ao falar que lhes é próprio.

2.2.5 VARIEDADES PROFISSIONAIS

Quando exercemos nossas atividades profissionais, acabamos também criando variedades de

língua.

A essa variedade chamamos jargão.

Sem dúvida, os jargões criam estranhamentos aos que não estão inseridos na mesma prática

profissional.

Médicos aterrorizam seus pacientes com gastro-duodeno-pancreaseotomias*;

Profissionais de informática censuram incautos usuários porque o HD perdeu a trilha

zero*;

*Variedade culta ou língua padrão...

É a variedade lingüística de maior prestígio social.

*Variedade popular ou registro vulgar...

São todas as variedades lingüísticas diferentes da língua padrão e, por isso,

estigmatizadas.

*Gastro-duodeno-pancreaseotomia...

Cirurgia que envolve a retirada de partes do estômago, do intestino delgado e

do pâncreas.

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Advogados alegam a seus clientes que a solutio repetere non potest*;

Professores de Português rabiscam em suas correções que o mau uso dos dêiticos*

prejudicou a coesão referencial* do período.

2.2.5.1 USO DE JARGÕES

Os jargões reforçam a identidade de um determinado grupo profissional.

Os jargões, por meio de um vocabulário próprio, facilitam o entendimento das informações

específicas de quem se inicia em uma determinada comunidade de trabalho.

Precisamos, sempre, saber exatamente a quem estamos nos dirigindo e por que estamos fazendo

isso. Só essa clareza nos possibilitará adequar nosso discurso a como dizer o que deve ser dito.

2.3 PATRIMÔMIO CULTURAL

A língua – organismo vivo e socialmente condicionado –, como contrato social, só existe a partir

de nós, falantes.

E, como tal, a língua é um patrimônio cultural da comunidade em que é falada.

Aqui todo o cuidado é pouco... Quando usado nas comunicações externas, o

jargão pode-se tornar um forte mecanismo de exclusão.

*Trilha zero...

Área do disco rígido que guarda informações vitais sobre seu funcionamento.

O disco rígido é organizado em trilhas e setores.

*Dêiticos...

Termo utilizado para designar os pronomes demonstrativos em sua referência

à distância entre os objetos aos quais se referem e as diferentes pessoas do

discurso.

*Solutio repetere non potest...

Expressão latina utilizada em Direito, que significa o pagamento não pode ser

repetido.

*Coesão referencial...

Conceito semântico que se refere às relações de sentido existentes no interior

do texto, desdobradas por meio de pronomes, advérbios de lugar, artigos e

palavras comparativas.

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M Ó D U L O 1

*Língua como representação do pensamento...

O texto é considerado um produto do pensamento do autor, cabendo ao

interlocutor apenas passivamente captar os sentidos nele impressos.

*Língua como estrutura...

O texto é considerado um produto codificado pelo autor e encaminhado ao

interlocutor para decodificação.

*Língua como lugar de interação...

O texto valoriza a posição ativa de autores e interlocutores na criação e no

compartilhamento de sentidos, sem os quais não haveria comunicação.

*Gramática interna...

Essa gramática corresponde ao conjunto de regras que estruturam a língua –

um sistema natural que os falantes da língua apreendem, apenas ouvindo e

falando.

Ou seja, processos em que a escola não exerce nenhum papel.

Uma língua estabelece com seus falantes três tipos de vínculos...

� língua como representação do pensamento*;

� língua como estrutura*;

� língua como lugar de interação*.

A língua, como lugar de interação, encontra seu equilíbrio entre o sujeito – autor e interlocutor –e o sistema lingüístico.

Esse equilíbrio se dá via intermediação da produção social, o que assegura a eficácia do ato

comunicativo.

Línguas existiram e não existem mais...

Embora delas encontremos vestígios, ninguém mais as fala!

O maior Império da Antigüidade tem como marco a lendária fundação de Roma pelos gêmeosRômulo e Remo, em 753 a.C., que se torna o centro político do Império. Sua queda, em 476, marca

o começo da Idade Média. Entre seus legados, está a língua latina, que dá origem a várias línguascontemporâneas, como o português, o italiano e o francês.

Em latim, a interação entre os níveis morfológico e sintático da língua é muito maior do que em

português. O final dos nomes varia não apenas em gênero e número, como também de acordocom as funções sintáticas que essas palavras desempenham na frase.

2.4 PAPEL DA GRAMÁTICA

A criança que comunica à mãe – por meio das palavras – que tem sede, sabe a língua que fala, damesma forma que um analfabeto que se faz entender ao comprar algo em uma loja.

Toda língua possui uma gramática interna* que a sustenta, como uma espécie de esqueleto.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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Todos eles, todos nós utilizamos, inconscientemente, a gramática interna da língua da qual somos

falantes nativos.

Contudo, ao lado dessa gramática natural, existe uma gramática normativa*, na qual estão descritas

as regras de utilização de uma língua...

Essa é a gramática que aprendemos na escola...

2.5 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Cidade de Deus.

2.6 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – COMUNICAÇÃO COM TEXTOS TÉCNICOS

3.1 TIPOS DE ESCRITA

A eficácia de um texto técnico*, depende, antes de mais nada, do grau de distorções nele

presente...

A escrita técnica é, eminentemente, um processo de comunicação de informações técnicas.

Texto literário...

Marcam o texto literário...

� a conotação, que impregna as palavras de novos sentidos – potencialidade

de as palavras se enriquecerem com novos sentidos para além de seu sentido

literal, como reflexo de atitudes subjetivas de quem as diz, lê ou ouve. As

palavras, expressões ou frases podem tornar-se plurissignificativas, sendo

essa potencialidade uma das marcas dos textos literários.

� as figuras de linguagem, que exploram nossas emoções – utilização do

sentido conotativo – figurado – de modo a tornar o discurso mais expressivo.

*Gramática normativa...

Essa gramática visa à descrição e – acima de tudo – à conservação de modelos

de bem falar e bem escrever, segundo as prescrições do uso oficial e acadêmico

da comunidade de falantes de uma determinada língua.

*Texto técnico...

Diferentemente do texto literário, os textos técnicos – de forma bastante

simplificada – podem ser classificados em administrativos, didáticos ou técnicos.

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M Ó D U L O 1

Administrativos...

Textos que registram e divulgam informações relacionadas ao negócio da empresa.

Didáticos...

Textos que disponibilizam conhecimentos legitimizados socialmente.

Técnicos...

Textos que buscam o desenvolvimento de habilidades e de procedimentos.

3.2 ESCRITOR

Na maioria das vezes, o escritor de um texto técnico é mais um elemento no processo de

comunicação desse texto.

Raramente, um texto técnico é escrito pela fonte, por quem produziu o conhecimento.

3.2.1 POUCAS DISTORÇÕES

No processo de comunicação de um texto técnico, poucas distorções ocorrem, quando a fonte

do conhecimento é também o escritor do texto...

Fonte – escritor...

O escritor é também a fonte do conhecimento técnico.

Estilo técnico...

Além do domínio do estilo técnico, falhas na comunicação, erros de avaliação, pressa,

cansaço, provocam distorções entre o conhecimento técnico da fonte-autor e o

texto técnico disponibilizado ao leitor.

Texto técnico...

Disponibiliza informações técnicas a um leitor.

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Leitor...

O conhecimento prévio do leitor sobre as informações técnicas não é mensurável.

Informações técnicas...

A partir da apreensão das informações técnicas, o leitor reconstrói seu conhecimento.

Novo conhecimento...

O conhecimento técnico obtido pelo leitor nunca é igual ao conhecimento técnico

expresso pela fonte-escritor.

3.2.2 MUITAS DISTORÇÕES

No processo de comunicação de um texto técnico, muitas distorções ocorrem, quando a fonte

do conhecimento não é o escritor do texto...

Fonte...

autor do conhecimento técnico.

Escritor...

quem elabora o texto técnico.

3.3 FONTE DO CONHECIMENTO

Se, mesmo com grande esforço, não conseguimos escrever satisfatoriamente um texto técnico,

o texto que resulta desse esforço não cumpre seu papel.

Como existem distorções entre o conhecimento produzido pela fonte e as informações

disponibilizadas no texto, passam a existir também distorções entre o conhecimento adquirido

pelo leitor e o conhecimento produzido pela fonte.

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M Ó D U L O 1

A culpa dessas distorções acaba sendo atribuída à fonte do conhecimento, nunca a quem elaborou

o texto que disponibilizou o conhecimento, ou a quem, a partir da leitura do texto, deveria

manifestar um novo conhecimento.

3.3.1 AUTOR VERSUS ESCRITOR

Fonte-escritor...

Quando elaborado pela fonte do conhecimento, o texto técnico apresenta poucas distorções

no sentido das informações que ele disponibiliza...

Autor-escritor...

Fonte escritor...

Quando não é elaborado pela fonte do conhecimento, o texto técnico apresenta

muitas distorções no sentido das informações que ele disponibiliza...

Fonte-autor...

3.4 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir de Coração de Cavaleiro?

3.5 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

Como para tudo existe um culpado...

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UNIDADE 4 – CENÁRIO CULTURAL

4.1 FILME

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse umacena do filme Amistad no CD que acompanha a apostila.

4.2 OBRA LITERÁRIA

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, leia o textoLengalenga de mentiras no ambiente on-line.

4.3 OBRA DE ARTE

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, aprecie a

instalação One and three chairs no ambiente on-line.

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL

É no texto que a gramática de fato atua, que ela é, na verdade, a língua em uso. Nosso desempenholingüístico está diretamente condicionado, portanto, pela maneira como somos capazes deperceber o que é gramática – como um conjunto de elementos que são utilizados e interferemna construção dos textos, estabelecendo relações entre si e causando efeitos de sentido.

Entender que a compreensão e a construção textuais, que deveriam ser as principais metas aserem atingidas pelas aulas de Língua Portuguesa – mas não somente nelas –, têm ocupado umespaço totalmente desvinculado daquele que a gramática ocupa nas aulas de Português é oponto de partida para a percepção de que é, na realidade do texto, que os fatos lingüísticos seconcretizam, organizando-se com base na gramática nele latente.

Estarmos aptos à produção proficiente de textos significa, pois, não investir apenas no trabalhocom a gramática da frase, fechando os olhos para os fatos lingüísticos que ultrapassam suasfronteiras, organizando a trama textual.

Contudo, como sujeitos sociais, somos partícipes de um jogo cujas regras precisamos conhecerpara não ficarmos à margem da sociedade em um processo de discriminação lingüística. Nessesentido, neste apêndice gramatical, apresentaremos as regras prescritas pela variedade culta daLíngua Portuguesa para a utilização de diferentes conteúdos gramaticais.

Começaremos com as regras para acentuação gráfica e as que orientam o uso do acento gravepara marcação da crase.

Lembre-se, porém, de que nosso desafio é compartilhar com você o trabalho com a gramáticapara além dos limites da frase, partindo de suas necessidades práticas de leitura e interpretaçãode textos... de produção oral e escrita... práticas comunicativas de interação com o outro que

caracterizam e definem nossa humanidade.

O objetivo das unidades do apêndice é apresentar os elementos básicos da

gramática descritiva da língua portuguesa para que sejam aplicados durante a

prática de nossa língua

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

Ao final de cada unidade, você encontrará sugestões de leituras que apresentarão, em destaque,

diferentes exemplos das regras enunciadas em cada tópico bem como links para as entradas do

apêndice que justificam tal emprego da regra.

UNIDADE 5 – ACENTUAÇÃO GRÁFICA

5.1 ACENTO GRÁFICO

Parece mentira, mas, a princípio, os acentos gráficos sobre os quais temos tantas dúvidas são

necessários para evitar certas ambigüidades em nossa língua.

Entre sábia e sabiá, por exemplo, o acento gráfico é o único elemento que estabelece a oposição

entre as duas palavras...

...a primeira, que expressa que alguém ou alguma coisa no feminino tem sabedoria, e

a segunda, que indica um pássaro de bela voz... Mas isso você já sabia, não?

Falando em saber, por que é que em sabia não há acento? Porque a maioria de nossas palavras

têm mais força em sua penúltima sílaba – que se diz tônica –, ou seja, são paroxítonas.

Além disso, em grande parte, elas terminam em a, e, o.

Dessa forma, foi convencionado que as paroxítonas terminadas com essas vogais não são

acentuadas...

...planilha, correta, copiava, segunda...

...expediente, coerente, mente, sempre...

...aumento, abusivo, compro, muito...

Já as palavras oxítonas – que têm a última sílaba tônica – terminadas em a, e, o, seguidas ou não

de s, são sempre acentuadas graficamente...

Ex.: alvará, café, paletó...

O mesmo ocorre com as paroxítonas terminadas em em ou ens. Elas não recebem acento gráfico...

Ex.: querem, escrevem, jovem, jovens, hifens...

Só as oxítonas terminadas em em ou ens são acentuadas...

Ex.: armazém, armazéns, refém, reféns...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

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5.2 PAROXÍTONAS E OXÍTONAS

Já vimos que a maioria de nossas palavras são paroxítonas terminadas em a, e, o, e que, por isso

mesmo, elas não recebem acento gráfico.

Apenas as oxítonas com essas mesmas terminações – e que existem em muito menor

número na língua – são acentuadas. Que bom, não?

Contudo, nossa língua também possui palavras paroxítonas com terminações mais raras. Nesses

casos, são elas acentuadas graficamente, ao contrário das oxítonas com as mesmas terminações,

ou seja, o jogo se inverte!

Observemos o esquema apresentado a seguir...

5.3 PS – ROUXINOL

Entre as paroxítonas, existem também aquelas terminadas em ps, r, x, n e l, que são acentuadas

graficamente, ao contrário das oxítonas, caso apresentem essas terminações.

É muito fácil guardar essas terminações. Basta que nos recordemos de...

PS – RouXiNoL

Vejamos o esquema a seguir, que mostra que as paroxítonas terminadas nessas consoantes têm

acento gráfico, enquanto as oxítonas, nas mesmas circunstâncias, não...

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Estratégias de Construção Textual

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5.4 MAIORES E MENORES – PROPAROXÍTONAS E MONOSSÍLABOS

Além das paroxítonas e das oxítonas, a Língua Portuguesa apresenta ainda palavras proparoxítonas,

que possuem a antepenúltima sílaba tônica.

Por serem raras na língua, todas as proparoxítonas levam acento gráfico...

Ex.: lâmpada, paráfrase, lêssemos, pêndulo...

Palavras de uma única sílaba – monossílabos – podem ser tônicas ou átonas.

Todos os monossílabos tônicos terminados em a, e, o – seguidos ou não de s – são marcados com

acento gráfico...

Ex.: pá, pé, nó (substantivo), pás, pés, pós, lê, vê, dê (verbo), hás, crês...

Contudo, as formas átonas não são acentuadas graficamente. Por exemplo...

nas, mas, de (preposição), no (em + o), em, fiz...

5.5 ACENTOS DIFERENCIAIS

Não só os monossílabos, mas também alguns dissílabos – palavras de duas sílabas – de nossa

língua são átonos.

Para distinguir essas palavras átonas das tônicas, ainda utilizamos os chamados acentos diferenciais...

côa (do verbo coar) que é diferente de coa (com + a, desusado)...

Ex.: Ela sempre côa o suco antes de tomá-lo.

pôr (igual a colocar) que é diferente de por (preposição)...

Ex.: Não iremos pôr novas máquinas nas salas.

Ex.: Não trocaremos essas máquinas por outras.

pára (do verbo parar) que é diferente de para (preposição)...

Ex.: A produção não pára nos feriados.

Ex.: Ele está aqui para que possamos tomar as providências necessárias.

pêlo (igual a pelagem) e pélo (do verbo pelar) que são diferentes de pelo (por + o)...

Ex.: O pêlo dos animais deve ser escovado.

Ex.: Pélo o frango para diminuir seu teor de gordura.

Ex.: Seguiremos pelo caminho já determinado.

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péla (do verbo pelar) que é diferente de pela (por + a)...

Ex.: Não se péla a galinha antes de assá-la na brasa.

Ex.: Esse equipamento não passará pela porta de entrada.

pólo (o mesmo que extremidade ou jogo) que é diferente de polo (por + o, desusado)...

Ex.: Fomos de um pólo a outro em um ano/Ele é nosso melhor jogador de pólo.

porquê (igual a motivo) que é diferente de porque (igual a pois, antes do fim da

oração)...

Ex.: Não sei o porquê dessa atitude.

Ex.: Está aqui porque foi convocado.

pêra (fruta) que é diferente de pera (por + a, desusado)...

Ex.: Prefiro pêra a maçã.

pôde (3a. pessoa do singular do pretérito perfeito) que é diferente de pode (3a. pessoa

do singular do presente do indicativo)...

Ex.: A empresa não pôde realizar a entrega no prazo.

Ex.:Ele não pode nos tratar assim.

tem e vem (3a. pessoa do singular) que é diferente de têm e vêm (3a. pessoa do

plural)...

Ex.: Ele nos tem escrito várias cartas./Ele vem sempre aqui.

Ex.: Eles nos têm escrito várias cartas./ Eles vêm sempre aqui.

Os verbos derivados de ter e vir – todos tônicos – levam acento agudo na 3a. pessoa do singular

e acento circunflexo na 3a. pessoa do plural do presente do indicativo...

...retém e intervém (3a. pessoa do singular) que são diferentes de retêm e intervêm

(3a. pessoa do plural).

Ex.: O departamento sempre retém parte das verbas./Ele intervém durante as

reuniões quando é necessário.

Ex.: Os departamentos sempre retêm parte das verbas./Eles intervêm durante

as reuniões quando é necessário.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 1

5.6 TREMA

Quando a letra u dos encontros que, qui, gue e gui é pronunciada – sem constituir a vogal mais

forte da palavra –, sobre ela incide um sinal gráfico que costumamos deixar de fora de nossos

textos – o trema.

Ex.: tranqüilo, freqüente, lingüiça...

Contudo, se a letra u de tais encontros for pronunciada tonicamente, levará acento.

Ex.: averigúe, apazigúe, argúi, argúis...

Por fim, se a letra u desses encontros não for pronunciada, evidentemente não levará acento

algum.

Ex.: quilo, quente, guerra, guerreiro, queijo...

Cuidado! Nem sempre é fácil saber se o u desses encontros deve ou não ter som. Devemos dizer,

por exemplo...

� líquido e não líqüido;

� inquirir e não inqüirir;

� qüinquagésimo e não quinquagésimo;

� qüinqüenal e não quinqüenal...

5.7 OBSERVAÇÕES FINAIS

Agora, para nos libertarmos definitivamente dos corretores ortográficos – que, aliás, muito deixam

a desejar –, só falta estarmos atentos para mais algumas possibilidades de acentuação. Vamos a

elas...

As formas verbais terminadas em a, e, o tônicos seguidas de -lo, -la, -los, -las também são acentuadas

como as palavras paroxítonas ou oxítonas...

Ex.: amá-lo, dizê-lo, repô-lo, fá-lo-á, pô-lo, comprá-la-á...

Acentuamos os ditongos de pronúncia aberta éu, éi e ói...

Ex.: céu, chapéu, anéis, pastéis, coronéis, herói, anzóis...

Colocamos acento circunflexo na primeira letra dos hiatos ôo e êe.

Ex.: vôo, enjôo, vôos, enjôos, crêem, lêem, vêem...

Usamos acento nas vogais i e u que formam hiato com a vogal anterior, desde que o hiato não seja

seguido por nh ou não forme sílaba com letra que não seja s.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 1

50

Ex.: saída, saíste, saúde, baú, raízes, juízes, Luís, país, Heloísa...

5.8 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

5.9 ATIVIDADES

5.9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

UNIDADE 6 – CRASE

6.1 CRASE

A palavra crase significa fusão, junção.

Em Língua Portuguesa, a crase é a fusão das vogais idênticas a + a, indicada por meio do acento

grave à.

Pode ocorrer a fusão da preposição a com...

...o artigo feminino a ou as...

Ex.: Fui a + a reunião = Fui à reunião.

...o a dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo...

Ex.: Fui a + aquele lugar = Fui àquele lugar.

...o a do pronome relativo a qual e flexão (as quais)...

Ex.: A cidade a + a qual nos referimos fica longe = A cidade à qual nos referimos

fica longe.

...o pronome demonstrativo a ou as (= aquela, aquelas)...

Ex.: Esta caneta é semelhante a + a que você me deu = Esta caneta é semelhante

à que você me deu.

Por isso, cuidado! Não usamos acento em palavras como rainha, ruim,

contribuinte, sairdes, juiz...

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Estratégias de Construção Textual

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6.2 CASOS DE UTILIZAÇÃO DA CRASE

Já dissemos que haverá crase sempre que o termo anterior exigir preposição a e o termo posterior

exigir artigo a ou as...

Ex.: Eu me referi a + a diretora = Eu me referi à diretora.

Se, ao trocarmos o termo posterior por um masculino correspondente, obtivermos ao,

constataremos a presença da preposição a e do artigo o e, portanto, da crase antes dos

termos femininos...

Ex.: Eu me referi ao diretor.

Portanto, para que ocorra crase, é necessário que o termo anterior exija a preposição a e o termo

posterior exija o artigo a. Se um desses fatos não ocorrer, evidentemente não haverá crase...

Ex.:Eu conheço a diretora. O verbo conhecer não pede a preposição a.

Ex.: Eu me refiro a ela. O pronome pessoal ela não pede o artigo a.

Trocando pelo masculino, percebemos que não existe o encontro ao...

Ex.: Eu conheço o diretor.

Ex.: Eu me refiro a ele.

6.2.1 CASOS DE CRASE OBRIGATÓRIA

Sempre haverá crase...

� na indicação de horas, desde que, ao trocarmos esse número por meio-dia,

obtenhamos ao meio-dia...

Ex.: Chegou à uma hora em ponto. Chegou ao meio-dia em ponto.

� diante da palavra moda – na expressão à moda de –, mesmo que essa expressão

esteja subentendida...

Ex.: Fez um gol à Pelé. Fez um gol à moda de Pelé.

� nas expressões adverbiais femininas...

Ex.: Chegaram à noite./Agia às escondidas./Caminhava às pressas./Estava à

disposição./Sentaram-se à sombra./Estou à procura de ajuda.

Nas expressões adverbiais femininas, já se consagrou, na língua, o uso do acento grave sem que

tenha ocorrido a crase, isto é, a fusão de duas vogais idênticas...

Ex.: Vendi à vista o relógio. Substituindo pelo masculino, teríamos Vendi a prazo o

relógio, o que não justificaria o uso do acento gráfico.

Nesses casos, é fácil descobrir se haverá ou não crase.

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Por esse mesmo motivo – ausência de crase –, em várias expressões adverbiais femininas, não

usamos o acento gráfico...

Ex.: O ensino a distância apresenta uma nova proposta de ensino-aprendizagem.

Nas expressões adverbiais femininas de instrumento, não costumamos usar o acento grave...

Ex.: Eles escreveram a máquina./Saíram em um barco a vela.

Nas locuções conjuntivas e prepositivas formadas por palavras femininas, também se emprega o

acento indicativo da crase...

Ex.: À medida que caminhava, ficava mais longe de casa./À proporção que estuda, sua

nota vai melhorando.

6.3 CASOS DE NÃO UTILIZAÇÃO DA CRASE

Nunca haverá crase...

� diante de palavras masculinas...

Ex.: Não assisto a filme de terror.

� diante de verbos...

Ex.: Estou disposto a estudar.

� nas expressões formadas por palavras repetidas...

Ex.: Ficamos frente a frente.

� quando um a – sem o s de plural – ficar diante de palavra feminina plural – nesse

caso, temos apenas a preposição...

Ex.: Refiro-me a pessoas interessadas.

� diante de pronomes que repetem o artigo...

Ex.: Dirijo-me a Vossa Excelência./Isto não interessa a ninguém.

Evidentemente, se o pronome admitir artigo, haverá crase.

Ex.: Dirijo-me à senhora, Dona Lurdes, contando com seu apoio./Fiz alusão à mesma

aluna.

6.4 CASOS DE CRASE FACULTATIVA

Em algumas circunstâncias, podemos optar por utilizar ou não o acento grave, pois a crase pode

ou não ocorrer. São elas...

...diante de nomes de pessoas do sexo feminino...

Ex.: Ele fez referência a (à) Sandra.

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...diante de pronomes possessivos femininos...

Ex.: Obedeço a (à) minha consciência.

...depois da preposição até...

Ex.: Fomos até a (à) sala de reuniões.

6.5 OUTROS CASOS

Vejamos agora outros casos de emprego do acento grave para a marcação da crase...

Diante de nomes de lugar...

Para verificar se um nome de lugar aceita ou não o artigo a, usamos o seguinte

artifício – se, ao formularmos uma frase com um nome de lugar mais o verbo vir,

obtivermos a combinação da, cabe o artigo. Se obtivermos simplesmente a preposição

de, claro está que não cabe o artigo...

Ex.: Vou à Itália. Venho da Itália./Vou a Roma. Venho de Roma.

Se o nome de lugar que repele o artigo vier determinado, passará a aceitá-lo e, por

conseguinte, haverá crase.

Ex.: Vou à Roma antiga. Venho da Roma antiga.

Diante das palavras casa e terra...

Não ocorre crase diante das palavras casa – no sentido de lar, moradia – e terra – no

sentido de chão firme –, a menos que venham especificadas.

Ex.: Voltamos cedo a casa./Voltamos cedo à casa dos amigos.

Ex.: Os marinheiros desceram a terra./Os marinheiros desceram à terra dos anões.

Diante dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo...

Haverá crase com os demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo sempre que o termo

antecedente exigir a preposição a...

Ex.: Assisti àqueles filmes./Aspiro àquela vaga./Prefiro isto àquilo.

Diante de pronomes relativos...

Poderá ocorrer crase com o pronome relativo a qual e flexão – as quais...

Ex.: A cidade à qual nos dirigimos possui praias às quais você se referiu.

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6.5.1 CRASE JUNTO A PRONOMES RELATIVOS

É fácil constatar a crase no caso de pronomes relativos, utilizando-se o mesmo artifício de trocar

os termos femininos por termos masculinos correlatos...

Ex.: O país ao qual iremos possui problemas os quais desconhecemos.

Ex.: A empresa à qual iremos possui características as quais desconhecemos.

Nunca ocorre crase diante dos relativos quem e cuja...

Ex.: Esta é a pessoa a quem obedeço./Este é o autor a cuja obra me refiro.

Diante do pronome relativo que, geralmente, não há crase, uma vez que ele repele o artigo.

Ex.: Esta é a cidade a que iremos.

No entanto, ocorrerá crase antes do relativo que quando, antes dele, aparecer o demonstrativo a

ou as (igual a aquela, aquelas).

Ex.: Sua caneta era igual à que comprei.

Ex.: Sua caneta era igual àquela que comprei.

Em caso de dúvida, podemos verificar se há ou não crase pelo recurso da substituição de termos

femininos por masculinos...

Ex.: Seu lápis era igual ao que comprei.

6.6 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

6.7 ATIVIDADES

6.7.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

MÓDULO 2 – LEITURA

APRESENTANDO O MÓDULO

Neste módulo, abordaremos o processo de leitura como atividade dinâmica e interativa entre

autor, texto e leitor, na interpretação e na compreensão de sentidos.

Examinaremos também os diferentes enfoques sobre os processos de leitura e das estratégias de

interpretação.

ABERTURA

Acesse, no ambiente on-line, a animação de abertura deste módulo.

CONTEÚDO

Neste módulo, analisaremos os diferentes processos de produção da leitura.

Abordaremos o processo de leitura como atividade dinâmica e interativa entre autor,

texto e leitor, na interpretação e na compreensão de sentidos.

Por fim, examinaremos estratégias utilizadas para sua realização.

ESTRUTURA

Este módulo está estruturado em quatro unidades – processamento da leitura; tipos de leituras;

estratégias de leitura e leitor do texto técnico.

Vamos à primeira?

UNIDADE 1 – PROCESSAMENTO DA LEITURA

1.1 ATO DE LER

Ler é...

O que nos faz distinguir frases soltas, desconexas...

Tamires não estuda nesta universidade. Ela não sabe que a primeira universidade do mundo

românico foi a de Bolonha. Esta universidade possui imensos viveiros de plantas. A universidade

possui um laboratório de genética.

...de textos bem estruturados...

Comemora-se este ano o sesquicentenário de Machado de Assis. As comemorações devem ser

discretas para que dignas de nosso maior escritor. Seria ofensa à memória do Mestre qualquer

comemoração que destoasse da sobriedade e do recato que ele imprimiu a sua vida.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

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O que faz com que possamos parafrasear* ou parodiar* o texto de Gonçalves Dias*, Canção do

Exílio*...

“Minha terra tem palmeiras,/onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam,/não gorjeiam como lá.”

...criando um novo texto a partir dele, como nos versos de Oswald de Andrade*...

*Antônio Gonçalves Dias (1823-1864)...

Gonçalves Dias nasceu no Maranhão. Depois dos primeiros estudos no Brasil,

em 1840, o poeta vai para Portugal e ingressa na Universidade de Coimbra.

Em 1845, volta ao Brasil e começa a trabalhar como professor de latim e história

do Brasil no Colégio Pedro II. Nessa época, conhece Ana Amélia, a quem amará

para sempre. Contudo, a família de Ana proíbe o casamento devido à condição

de mestiço do poeta. Em 1862, volta à Europa para tratamento de saúde.

Desenganado, decide retornar a sua terra natal. O navio em que estava naufraga,

e o poeta falece próximo ao Maranhão. Os românticos, como Gonçalves Dias,

preocuparam-se em afirmar a independência do país – ocorrida em 1822 – por

meio da literatura. Dessa desvalorização da pátria, da saudade da terra natal e

da solidão do poeta, surgem poemas como Canção do Exílio.

*Canção do Exílio...

O poema Canção do Exílio foi escrito em 1843. Nessa época, Gonçalves Dias

estudava em Portugal. Os versos falam de saudades da pátria. O poeta é

integrante do Romantismo brasileiro, movimento literário em que predominam

o amor inatingível e a exaltação do sentimento.

Fonte

DIAS, Gonçalves. Canção do exílio. Disponível em: <http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html>. Acesso em: 02 ago. 2006.

*Paráfrase...

Paráfrase é a interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto, que

visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para seu sentido.

*Paródia...

A paródia é uma obra literária, teatral, musical, entre outras, que imita outra

obra ou os procedimentos de uma corrente artística, escola, com objetivo

jocoso ou satírico.

*José Oswald de Sousa Andrade (1890 - 1954)...

Poeta, romancista e dramaturgo, filho de uma rica família paulista, formou-se

bacharel em Direito. Em 1912, viaja à Europa e entra em contato com o

Futurismo – movimento que muito influenciou sua obra. De volta a São Paulo,

estudou jornalismo literário.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

“Minha terra tem palmares/onde gorjeia o mar/os passarinhos daqui/não cantam como os de lá”

...e intitulá-lo...

Canção de regresso à pátria...

FonteANDRADE, Oswald de. Canto de regresso à pátria. Disponível em: <http://www.horizonte.unam.mx/

brasil/oswald6a.html>. Acesso em: 02 ago. 2006.

Ler é...

O que faz com que possamos resumir este texto...

O Brasil está estruturando nos bastidores a formação de uma espécie de FundoMonetário Internacional (FMI) da América do Sul, que teria ainda as participações de

Espanha e Portugal. O novo organismo terá como base o grupo Coordenação Andinade Fomento (CAF), que concede empréstimos aos países em moeda local com trâmite

bem menos burocrático que o FMI, o Banco Mundial (Bird) e o Banco Interamericano

de Desenvolvimento (BID).

FonteOLIVEIRA, Ernane et FADUL Sérgio. Um FMI sul-americano; governo Lula articula criação de organismo

de crédito da região de olho em US$ 7,5 bi. O Globo. Caderno de Economia, 22/04/2003, p. 15.

Em 1922, ao lado de Mário de Andrade, Anita Malfatti e outros intelectuais,organizou a Semana de Arte Moderna, em São Paulo – marco do movimento

modernista no Brasil. Em 1924, publicou, pela primeira vez, no jornal Correio damanhã, na edição de 18 de março de 1924, o Manifesto da Poesia Pau-Brasil.

No ano seguinte, após algumas alterações, o Manifesto abriu o livro de poesias

Pau-Brasil.

Em 1926, Oswald casou-se com Tarsila do Amaral, formando o casal maisimportante das artes brasileiras. Dois anos depois, o casal fundou o Movimento

Antropófago e a Revista de Antropofagia, originários do Manifesto Antropófago.A principal proposta desse movimento era que o Brasil devorasse a cultura

estrangeira e criasse uma cultura revolucionária própria.

O ano de 1929 trouxe muitas mudanças à vida de Oswald. Suas finanças foram

abaladas pela crise de 29, Oswald rompeu com Mário de Andrade, separou-sede Tarsila do Amaral e apaixonou-se pela escritora comunista Patrícia Galvão –

conhecida como Pagu. Esse relacionamento intensificou sua atividade políticae Oswald passou a militar no Partido Comunista Brasileiro – PCB. Além disso, o

casal fundou o jornal O Homem do Povo, que durou até 1945, quando o autor

rompeu com o PCB.

Oswald de Andrade ficou conhecido pelo espírito irreverente e combativoque possuía. Sua atuação intelectual é considerada fundamental na cultura

brasileira do início do século, e sua obra literária apresenta, exemplarmente, ascaracterísticas do Modernismo da primeira fase.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

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...em poucas palavras...

Com o apoio do CAF, o Brasil está estruturando um tipo de FMI para os países da América Latina,a Espanha e Portugal.

Ler é...

O que faz com que saibamos que este texto não foi gerado em nossos tempos...

E à quarta-feira seguinte, pela manhã topamos aves, a que chamam fura-buchos. Eneste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’umgrande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas a sul dele e de terrachã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal

e à terra a Terra de Vera Cruz.

FonteCAMINHA, Pero Vaz. Carta a el-rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/text/bv000292.pdfAcesso em: 20 jul. 2006.

O que nos faz distinguir um grito solto no ar...

...dos versos de Luís de Camões...As armas e os Barões assinaladosQue da ocidental praia Lusitana

Por mares nunca de antes navegados

Passaram ainda além da Taprobana.

FonteCAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/

bv000162.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2006.

Ler é...

O que nos faz distinguir uma receita de papos-de-anjo...

...da música de Chico Buarque*...Pedro pedreiro, pedreiro, esperando o trem que já vem, que já vem, que já vem,

que já vem...

*Chico Buarque...

Francisco Buarque de Hollanda nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de junho de1944, e é um dos maiores artistas brasileiros. Sua obra compreende um vasto

cancioneiro de enorme sucesso, além de obras literárias, peças e musicais para

teatro e canções infantis.

Chico participou, ativa e intelectualmente, da luta contra a ditadura militar,tendo participado da Passeata dos Cem Mil e escrito textos teatrais e canções

consideradas subversivas. Foi perseguido pela ditadura, chegando a ser exilado.Atualmente, o teor político das canções e a produção fonográfica diminuíram

sensivelmente. Entretanto, Chico Buarque já entrou para a nossa história como

um dos maiores expoentes da música popular brasileira.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

...de frases históricas...

Vim, vi, venci*.

Ler é...

O que nos faz distinguir trechos de um memorando...

...de uma citação* de Sartre*...

O objeto literário é um estranho pião, que só existe em movimento. Para o fazer

aparecer, é preciso um ato concreto, que se chama leitura, e ele dura o tempo que esta

leitura durar. Fora disso, só existem traços pretos sobre o papel.

MEMORANDO INTERNO

PARA: Sr. Diretor

DE: Romilson Guimarães

ASSUNTO: Posição das ações na Bolsa

DATA: 8/12/2003

CC:

Sr. Diretor

Tendo recebido, em 20 do corrente, o e-mail em

que V.Sª nos solicitava a atual posição na Bolsa

de Valores das ações da empresa Colonus, nossa

concorrente, fui apurar as informações

requeridas, chegando aos seguintes dados....

*Vim, vi, venci...

Em latim Veni, vide, vici. Frase histórica proclamada pelo general romano Júlio

César em mensagem enviada ao Senado após rápida batalha em que derrotou

Farnaces, na Ásia menor, em 47 a.C.

*Citação...

Menção no texto a uma informação colhida em outra fonte. Pode ser uma

descrição ou paráfrase, direta ou indireta, de fonte oral ou escrita.

*Sartre (1905 –1980)...

Filósofo, romancista e dramaturgo francês. Um dos maiores nomes da filosofia

existencialista do século XX, que tem como foco a existência do ser no mundo.

Recrutado em 1939 para a Segunda Guerra Mundial, acaba prisioneiro dos alemães

entre 1940 e 1941. Depois de libertado, volta a lecionar e se integra à Resistência

Francesa, de oposição ao nazismo, fundando o movimento Socialismo e Liberdade.

Finda a guerra, aproxima-se dos comunistas. Em 1945, cria com outros intelectuais

a revista Les Temps Modernes, que exerce grande influência sobre a

intelectualidade francesa.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

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1.2 COMPETÊNCIA TEXTUAL

Todos sabemos – mesmo que intuitivamente – distinguir textos coerentes de amontoados de

frases...

A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular

em que me ouvia – e até onde não sou traído pela memória me é absolutamente significativa.

Neste esforço a que me vou entregando, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência

vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci,

no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós –

à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em

riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores. A velha casa, seus quartos,

seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe –, o quintal amplo em que

se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei,

falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade

perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”,

as “letras” daquele contexto – em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais

aumentava a capacidade de perceber- se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais,

cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus

irmãos mais velhos e com meus pais.

A competência textual é uma habilidade que tangencia os processos de significação – criar e

compartilhar sentidos.

A leitura é parte constitutiva desse processo, pois, quando lemos, estamos produzindo ou recriando

sentidos.

Essas habilidades – e muitas outras mais – explicitam uma competência que todos nós falantes

temos – a competência textual.

1.3 PROCESSO SÓCIO-HISTÓRICO

Quando lemos, estamos participando do processo sócio-histórico de produção dos sentidos.

Todos somos capazes de parafrasear ou parodiar textos, de resumi-los, de

atribuir-lhes um título...

Mais do que isso...

É o primeiro diretor do hoje tradicional jornal esquerdista Libération. Em 1956,

rompe com os comunistas após a intervenção das tropas soviéticas na Hungria.

Escreve peças de teatro, como Entre Quatro Paredes (1944) e O Diabo e o Bom

Deus (1951), e romances, como A Idade da Razão (1945) e Com a Morte na

Alma (1949). Entre seus escritos filosóficos, estão os livros O Ser e o Nada

(1943) e Crítica da Razão Dialética (1960).

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

E o fazemos de um lugar específico e com uma direção histórica determinada.

1.4 ELEMENTOS FUNDAMENTAIS

Na leitura, estão implicados, além do locutor – que, ao escrever, deixa suas marcas no texto –, seus

interlocutores, elementos ausentes aos quais tudo que é produzido na escrita irremediavelmente

se dirige.

No processo que começa na escritura – que desencadeia a leitura –, estão contidos três elementos

fundamentais...

� autor;

� texto;

� leitor.

Determinar as marcas, as funções e os direitos de cada um desses componentes não é uma tarefa

fácil.

1.5 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme O carteiro e o poeta?

1.6 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – TIPOS DE LEITORES

2.1 PRESENÇA DO LEITOR

Desde o momento em que chega a nossas mãos – mãos de leitores –, o texto fica a nossa mercê,

escapando ao domínio de seu autor.

Nossa presença – tácita, muda, expectante – faz-se, na reconstrução dos sentidos, presença ativa.

Como leitores, nossa presença é tão viva que cabe ao autor relacionar o texto que está produzindo

à imagem que ele supõe de nós – conhecidos ou não.

Nossa presença faz com que, ao escrever, o autor de um texto expresse sentimentos e

idéias que não experimentaria, se não as escrevesse ou as dissesse a alguém.

É da compreensão desses componentes que depende nosso bom

desempenho... Porém, não só como autores mas também como leitores dos

diferentes tipos de texto.

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2.2 LEITOR CONSTRUTOR

O leitor construtor se apóia em seus conhecimentos prévios* para prever as informações veiculadas

em um texto.

Esse leitor prediz muito do que é dito no texto. Mais ainda... inventa coisas que o texto

não diz.

Por falta de precisão, as adivinhações do leitor construtor prejudicam a integridade das informações

veiculadas no texto.

2.2.1 EXEMPLO

Vamos nos colocar no papel de um leitor construtor?

O que você observa de estranho neste texto?

Tínhamos esperado ansiosos por aquele fim de semana na praia. Havia sol, uma brisa

fresca soprando do mar e ondas macias tocando de leve os pés das crianças que

brincavam na beira da praia.

Guarda-sóis coloridos pontuavam a areia e balançavam-se ao vento. Deitado de bruços,

sobre uma toalha, alheio a tudo e a todos, havia, contudo, um homem enrolado em um

grosso cobertor...

Na primeira linha deste texto, a palavra praia nos remete a uma série de informações específicas.

Todas as frases seguintes são previsíveis, com exceção da última...

...um homem enrolado em um grosso cobertor...

Por se referir a algo inesperado, essa frase quebra nossa expectativa.

A quebra da expectativa desacelera o ritmo de nossa leitura.

A desvantagem desse tipo de procedimento é evidente...

*Memória de longo prazo...

É o mecanismo de memória de lembranças que fazem referência a

conhecimentos adquiridos há muito tempo.

*Conhecimentos prévios...

Chamamos de esquemas aos pacotes de conhecimentos prévios estruturados

na memória de longo prazo*.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

2.3 LEITOR ANALISADOR

O leitor analisador é aquele que analisa linearmente as informações do texto.

Para tal, ele processa, vagarosamente, o significado de todas as partes do texto para atingir a

compreensão do todo.

A compreensão do texto pode ser afetada pela leitura excessivamente linear. Ou seja, pouco

ousada e sem predições.

2.3.1 EXEMPLO

É justamente quando o jogo e também o sonho se chocam com a carência de material taxiemático

para representar as articulações lógicas da causalidade, da contradição, da hipótese... que eles

demonstram ser, um e outro, um caso de escrita e não de pantomima.

O próprio vocabulário cria uma espécie de estranhamento...

Esse estranhamento diminui o ritmo de leitura, aumentado o grau de atenção ao texto.

2.3.2 DESAFIO

Um avião americano que voava de Boston para Vancouver caiu exatamente na fronteira entre os

Estados Unidos e o Canadá.

Desafio...

Em que país os sobreviventes deveriam ser enterrados?

2.3.2.1 SOLUÇÃO DO DESAFIO

Se respondermos à pergunta, refletindo sobre o local em que seria o enterro, usamos as estratégias

de leitura de um leitor construtor...

Se achamos graça, usamos as estratégias de leitura de um leitor analisador...

...afinal, sobreviventes não devem ser enterrados!

2.4 LEITOR PROFICIENTE

O leitor proficiente é aquele que faz uso apropriado dessas duas estratégias.

E qual das duas estratégias é utilizada pelos leitores proficientes?

A menos que sejamos psicanalistas faremos uma leitura linear, lenta e

cautelosa desse fragmento.

Vejamos como nos saímos como leitores analisadores...

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Os textos, normalmente, contêm informações novas, demandando, para sua

compreensão, as estratégias do leitor analisador.

Os textos também contêm informações mais previsíveis, demandando, para

sua compreensão, as estratégias do leitor construtor.

2.5 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Carta de uma desconhecida?

2.6 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ESTRATÉGIAS DE LEITURA

3.1 TIPOS DE ESTRATÉGIAS

Por vezes, escondemo-nos por trás do texto que lemos, como se nada tivéssemos a ver com o

que ele enuncia.

Entretanto, essa neutralidade não existe. Quando lemos, construímos sentidos.

Livre dos limites do tempo e do contexto em que foi produzido, um único texto possibilita

múltiplas leituras.

A apreensão dos sentidos inerentes a essas múltiplas leituras otimiza-se por meio das seguintes

estratégias...

� identificar os objetivos do texto;

� identificar a intenção do autor;

� identificar as informações mais importantes;

� distribuir a atenção entre as informações mais relevantes e os detalhes;

� relacionar as diferentes partes do texto;

� avaliar a consistência das informações;

� reler o texto quando falhas de compreensão são detectadas.

3.2 EFEITO-LEITOR

Os sentidos são desencadeados na produção da linguagem.

Quando lemos, não são apenas informações que são transmitidas. Constroem-se, sim, sentidos

entre nós – leitores – e os autores do texto. Daí decorre o que podemos chamar de efeito-leitor*.

*Efeito-leitor...

O efeito-leitor relaciona-se diretamente à coerência, à consistência, à não

contradição, à progressão e à unidade do texto.

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Dessa forma, os sentidos de um texto...

...não são propriedades privadas do autor...

...não derivam da intenção e consciência dos leitores...

...não nascem nem se extinguem no momento em que escrevemos...

3.2.1 AUTOR VERSUS TEXTO

Os sentidos são partes de um processo. Realizam-se em um contexto – mas não se limitam a eles.

Têm historicidade, têm passado e se projetam no futuro.

A prática de dizer – responsável e disciplinada – deixa transparecer o efeito da relação

do autor com aquilo que ele produziu.

Portanto, o que o autor escreve repercute em nós – seus leitores –, configurando o

efeito-leitor.

3.2.2 AUTOR VERSUS TEXTO VERSUS LEITOR

A relação autor/texto/nós, leitores, não é nem direta nem mecânica.

Ela passa por mediações, por variadas determinações, que dizem respeito a nossa experiência de

linguagem.

E é justamente essa experiência que nos sinalizará o que é inteligível*, interpretável* e

compreensível*.

O leitor que produz uma leitura a partir de sua posição social, decodifica.

*Inteligível...

Aquilo a que atribuímos sentido, de forma tópica e isolada.

O efeito-leitor é determinado historicamente por nossa interação social.

Nossa identidade de leitura é configurada por nosso lugar social, e nosso lugar

social define nossas estratégias de leitura.

*Interpretável...

Aquilo a que atribuímos sentido, levando em conta as pistas existentes no

texto.

*Compreensível...

Aquilo a que atribuímos sentido, levando em conta as pistas existentes no

contexto.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

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O leitor que se relaciona criticamente com sua posição social... que a problematiza,

explicitando as condições de produção de sua leitura, interpreta e compreende.

Compreender, com a intermediação da interpretação, também é um ato de criação.

3.3 CONDIÇÕES DA COMPREENSÃO

Algumas condições influenciam os processos de compreensão e interpretação dos textos –

falados ou escritos...

� conhecimentos compartilhados...

Mais do que o simples domínio de regras gramaticais, é necessário compartilhar

os sentidos do texto.

� coerência...

A falta de coerência afeta tanto a produção quanto a recepção de um texto.

� cooperação...

A compreensão exige negociações bilaterais, que se evidenciam na colaboração

entre o autor e o leitor.

� abertura...

O texto deve proporcionar n possibilidades interpretativas, a partir de

alternativas mutuamente aceitáveis.

� contexto...

A contextualização situa o texto no tempo e no espaço.

� tipologia...

Cada tipo de texto carrega em si condições restritivas a sua produção.

3.3.1 INFERÊNCIAS

A compreensão não é fruto da simples apreensão de sentidos literais. Compreender um texto

não significa...

� uma paráfrase*, uma tradução nem um resumo, pois os sentidos implícitos em suas

entrelinhas exigirão complexas estratégias de leitura;

� memorizá-lo, pois a memorização não garante a compreensão.

Compreender envolve percepção, seleção de saliências textuais, predição de hipóteses,

confrontação, confirmação, reconstrução...

Mais do que um jogo de adivinhações, compreender é um jogo de inferências.

*Paráfrase...

Paráfrase é a interpretação, explicação ou nova apresentação de um texto que

visa torná-lo mais inteligível ou que sugere novo enfoque para seu sentido.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

3.4 CIRCULARIDADE DE SENTIDOS

Como leitores, imprimimos ao texto nosso próprio ritmo...

Nossas pausas de devaneio... de reflexão...

Cada um de nós retira do texto diferentes formas de prazer...

E isso se dá não só nos espaços vazios da escrita mas também nos espaços que

inventamos.

Ler e escrever se tornam, dessa forma, processos complementares, marcados pela

circularidade de sentidos.

3.5 SUGESTÃO DE FILME

3.6 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – LEITOR DO TEXTO TÉCNICO

4.1 PERFIL DO LEITOR

Antes de começarmos a escrever um texto técnico, mais do que nunca, devemos responder a

duas questões...

Quem é o meu leitor?

Eu, no lugar dele, o que esperaria encontrar nesse texto?

4.1.1 GRAU DE CONHECIMENTO DO LEITOR

Definir com clareza o perfil do leitor é determinante da eficácia de um texto técnico.

Aqui a variável mais significativa é o grau de conhecimento desse leitor sobre o conhecimento

técnico que nosso texto vai transmitir.

Se escrevermos para leitores com o mesmo nível de conhecimento que nós, tudo fica mais fácil.

Se o contrário é verdadeiro, todo cuidado é pouco!

O leitor é o alvo de nosso texto! Se ignorarmos nosso leitor, aumentamos,

em muito, a chance de fracassarmos como escritores de textos técnicos.

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme

Fahrenheit 451?

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4.1.2 TIPOS DE INFORMAÇÕES

Dessa forma, ao delinearmos o perfil desse leitor, temos de tentar verificar se...

� todas as informações técnicas disponibilizadas são totalmente novas para o leitor;

� parte das informações técnicas disponibilizadas são totalmente novas para o leitor;

� todas as informações técnicas disponibilizadas são totalmente conhecidas do leitor.

4.2 VARIÁVEIS INTERVENIENTES

Não é apenas o grau de conhecimento do leitor que é importante.

Ao definirmos o perfil do leitor de um texto técnico, devemos considerar ainda as seguintes

variáveis...

Nível de escolaridade...

A escolaridade é a variável que mais interfere no processamento da leitura.

Poucas pessoas conseguem, durante a leitura, acompanhar raciocínios muito longos.

Quanto mais escolarizados, mais facilidade temos de ler!

Tipo de inteligência...

Alguns textos técnicos exigem do leitor elevado grau de abstração*.

Por exemplo, a leitura de um memorando é mais fácil do que a leitura de um relatório

sobre a performance de um equipamento.

Conhecimento específico...

A compreensão de alguns textos exige conhecimentos que são pré-requisitos aos

assuntos neles tratados.

Que conhecimentos o leitor deve ter para entender o texto que vamos escrever?

Motivação...

A leitura pode se dar por imposição ou por curiosidade.

Que razões o leitor tem para ler nosso texto?

*Abstração...

A capacidade de nossa memória de curto prazo* é pequena. Só conseguimos

processar cerca de 21 palavras por oração, de cada vez.

*Memória de curto prazo...

É o mecanismo de memória de lembranças que fazem referência a

conhecimentos adquiridos recentemente.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

Interesse...

Se o texto não for interessante para o leitor, dificilmente a leitura será produtiva.

Ficamos mais interessados quando encontramos, no texto, exemplos que nos remetam

ao que já conhecemos...

...do que remetam a nosso conhecimento prévio* sobre um determinado

assunto...

4.2.1 ALGUNS CUIDADOS

As pessoas lêem pior do que a previsão mais pessimista que possamos fazer de sua capacidade

de leitura.

Ao escrever um texto técnico, nossa meta deve ser neutralizar todas as variáveis que possam

interferir na apreensão do conhecimento que estamos disponibilizando.

4.3 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Dança com lobos?

4.4 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL

5.1 FILME

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse uma

cena do filme Rashomon no CD que acompanha a apostila.

5.2 OBRA LITERÁRIA

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, leia o texto

Tom Jones no ambiente on-line.

5.3 OBRA DE ARTE

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, aprecie o

quadro Leitura no ambiente on-line.

Simplificando, quando escrevemos um texto técnico, todo cuidado é pouco!

*Conhecimento prévio...

É aquele conhecimento gerado por informações prévias, adquiridas em

experiências passadas.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

70

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL

Neste apêndice – que compreende as últimas unidades deste módulo –, vamos enfocar as regras

que orientam a correção ortográfica segundo as normas cultas da Língua Portuguesa.

Abordaremos também algumas palavras e expressões que, geralmente, oferecem mais dificuldade

de aplicação em nossa língua.

Lembre-se, contudo, de que apenas a leitura de bons textos e a prática escrita constantes são

eficientes para a correção dos muitos problemas ortográficos que, em geral, assombram os usuários

do Português.

UNIDADE 6 – CORREÇÃO ORTOGRÁFICA

6.1 USO DO H

Utilizamos a letra h na Língua Portuguesa...

...ao fim de algumas interjeições – Ex.: ah!, oh!

...quando a etimologia ou a tradição escrita de nosso idioma, determina essa forma

para o início de algumas palavras – Ex.: hábito, hálito, hélice, herança, herói, hesitar,

hiato, hífen, higiene, honesto...

A letra h só aparece no interior dos vocábulos...

...quando faz parte dos dígrafos ch, lh e nh...

Ex.: fecho, folha, rainha...

...nos compostos em que o segundo elemento se une ao primeiro com hífen.

Ex.: pré-história, anti-higiênico...

Devemos observar que, nos compostos sem hífen, eliminamos o h do segundo elemento.

Ex.: reaver, desabitado, desonra...

6.2 USO DO S

Utilizamos a letra s na Língua Portuguesa...

� nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso/-osa, indicadores de abundância, estado

pleno...

Ex.: formoso, horrorosa...

Por tradição, grafa-se com h o nome do estado Bahia. Já o acidente

geográfico é grafado sem h – baía de Todos os Santos.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

� nos sufixos -ês/-esa/-isa, indicadores de origem, título de nobreza ou profissão...

Ex.: francês, duquesa, poetisa...

� depois de ditongos...

Ex.: coisa, mausoléu, maisena...

� nas formas do verbo pôr e querer...

Ex.: pus, puser, pusesse; quis, quiser, quisesse...

� nos substantivos cognatos de verbos terminados em -ender...

Ex.: defesa – de defender –, represa – de prender...

6.3 USO DO Z

Empregamos a letra z na Língua Portuguesa...

...nos sufixos -ez/-eza, formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos.

Ex.: insensatez – que vem de insensato –, magreza – que vem de magro...

...nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho(a), -zito(a)...

Ex.: cafezal, cafezeiro, avezinha, avezita...

...no sufixo -izar, formador de verbo.

Ex.: canalizar – que vem de canal –, atualizar – que vem de atual...

...nos derivados de palavras cujo radical termina em -z...

Ex.: cruzeiro – de cruz –, enraizar – de raiz...

Muito cuidado! Em palavras como analisar e pesquisar não ocorre o sufixo verbal -izar...

� análise + ar = analisar

� pesquisa + ar = pesquisar

6.4 USO DE -INHO E -ZINHO

Os sufixos -inho e -zinho são utilizados na língua para a formação do grau diminutivo.

Para formar o grau diminutivo com esses sufixos, devemos considerar a terminação da palavra

primitiva, que deu origem ao grau diminutivo.

Se a palavra primitiva termina em s ou z, basta acrescentar o sufixo -inho(a).

Se ela apresentar outra terminação, acrescente o sufixo -zinho(a).

Ex.: pires + inho = piresinho, raiz + inha = raizinha, pé + inho = pezinho...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

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Atenção! O substantivo viagem se escreve com g, mas viajem – forma do

verbo viajar – grafa-se com j.

6.5 USO DE G/J

Empregamos a letra g...

...nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio...

Ex.: pedágio, colégio, litígio, relógio, subterfúgio...

...nos substantivos terminados em -gem, exceção feita a pajem, lajem e lambujem...

Ex.: vertigem, coragem, aragem...

Empregamos a letra j...

...em palavras de origem indígena ou africana...

Ex.: pajé, canjica, jibóia...

...nos verbos terminados em -jar ou -jear...

Ex.: despejei, gorjeavam...

6.6 USO DE X/CH

Depois de ditongo, normalmente, empregamos x...

Ex.: ameixa, caixa, faixa...

Depois da sílaba inicial en- ou me-, empregamos x...

Ex.: enxame, enxoval, enxada, mexer, mexicano, mexerica...

Mecha e derivados também escrevem-se com ch.

Palavras de origem indígena ou africana são grafadas com x.

Ex.: xangô, xará, xingar...

Os verbos encher, encharcar e derivados, contudo, escrevem-se com ch.

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Palavras do inglês aportuguesadas trocam o sh original por x...

Ex.: xampu – de shampoo –, xerife – de sheriff...

6.7 USO DE E/I

...os verbos terminados em -uar e -oar escrevem-se com e nas formas do presente do subjuntivo...

Ex.: efetuar – efetues, efetue –; abençoar – abençoes, abençoe ...

...os verbos terminados em -uir, -air e -oer escrevem-se com i na 2a. e na 3a. pessoa do singular

do presente do indicativo.

Ex.: possuir – possuis, possui –; cair – cais, cai –; moer – móis, mói...

...nas palavras formadas com o prefixo ante – antes –, utilizamos e...

Ex.: antecipar, antediluviano...

...nas palavras formadas com o prefixo anti – contra –, utilizamos i...

Ex.: antiaéreo, antitetânica...

6.8 USO DE S/Ç/SS

...verbos grafados com -ced-, -gred-, -mit-, -prim- originam substantivos e adjetivos com -cess-,

-gress-, -miss-, -press-...

Ex.: ceder > cessão; agredir > agressão; omitir > omissão; comprimir > compressão...

...verbos grafados com -nd-, -vert-, -pel- originam substantivos e adjetivos com -ns-, -vers-, -puls-...

Ex.: ascender > ascensão; pretender > pretensão; converter > conversão; expelir >

expulsão...

...verbos grafados com -ter originam substantivos grafados com -tenção...

Ex.: abster > abstenção; conter > contenção...

No que se refere ao emprego de e/i, devemos considerar que...

No que diz respeito ao uso de s/ç/ss, podemos afirmar que...

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Na prática, apenas a prática contínua da leitura de bons textos garante uma

boa performance aos usuários da língua.

6.9 USO DE K/W/Y

Utilizamos k, w e y...

� em abreviaturas e símbolos de termos científicos...

Ex.: km – quilômetro –, w – watt –, Y – ítrio...

� em palavras estrangeiras não aportuguesadas...

Ex.: kart, show, hobby...

� em nomes próprios estrangeiros e derivados...

Ex: Kant, Wagner, Hollywood, kantismo...

6.10 FORMAS VARIANTES

Há palavras que podem ser grafadas de duas maneiras, ambas aceitas pela norma culta...

Ex.: cota/quota, catorze/quatorze, cociente/quociente, cotidiano/quotidiano, contacto/

contato, carácter/caráter, óptica/ótica, secção/seção...

As regras de correção ortográfica segundo as normas cultas da língua não justificam todas as

construções hoje a nossa disposição.

É importante lembrar sempre que as palavras – como organismos vivos – nascem e geram outras

palavras antes de morrerem, permanecendo, portanto, sempre em transformação.

Conhecer as palavras, sua origem, sua história... é o que determina o conhecimento –

a cada momento – da correta grafia.

6.11 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

6.12 ATIVIDADES

6.12.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

UNIDADE 7 – PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE OFERECEM DIFICULDADE

7.1 QUE/QUÊ

Frente a várias construções da língua – de sons ou formas muito semelhantes –, é comum

sentirmo-nos confusos.

Isso ocorre, freqüentemente, com a palavra que, que desempenha vários papéis na estrutura da

frase –, principalmente quando acompanhada de preposição por.

Em final de frase, a palavra que sempre deve ser acentuada...

Ex.: Você vive de quê?

Ex.: Quê?! Vou ter de ficar aqui esperando?!

Quando a palavra que equivale ainda a alguma coisa, certa coisa, também é acentuada...

Ex.: Havia um quê de apreensão em sua pergunta.

Em quaisquer outras situações, a palavra que não se acentua...

Ex.: Pergutaram (o) que iríamos fazer.

Ex.: É preciso que todos tenham conhecimento do problema.

Ex.: Quase que perdemos a proposta.

7.1.1 POR QUE/POR QUÊ

Escrevemos por que – preposição + pronome...

...quando equivale a pelo qual e flexões...

Ex.: Este é o caminho por que passo todos os dias. Este é o caminho pelo qual passo

todos os dias.

...quando, depois dele, vier escrita ou subentendida a palavra razão. Se ocorrer no final

da frase, deverá ser acentuado...

Ex.: Por que razão ele não compareceu?

Ex.: Por que chegou atrasado?

Ex.: Você não compareceu por quê?

Há um quê bem interessante nessa questão!

E por que será que existem tantos por quês?

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 2

76

Escrevemos por que – preposição + conjunção – quando ele equivale a para que...

Ex.: Esforçamo-nos por que todos possam trabalhar em equipe.

7.1.2 PORQUE/PORQUÊ

Grafamos porque – junto e sem acento – quando se tratar de uma conjunção explicativa ou

causal. Geralmente equivale a pois ou a visto que...

Ex.: Conseguimos alcançar a meta porque nos esforçamos bastante.

Escrevemos porquê – junto e com acento – quando se tratar de um substantivo, que tem o

mesmo sentido da palavra motivo. Nesse caso, virá precedido de artigo ou de outro determinante.

Se ele vier no final de frase, também será acentuado...

Ex.: Nem nós mesmos sabemos o porquê desse resultado.

Ex.: Eis o porquê.

7.2 ONDE/AONDE

Empregamos aonde com verbos que dão idéia de movimento ou aproximação. Nesse sentido, a

expressão equivale a para onde e se opõe a donde, que indica afastamento...

Ex.: Aonde nos leva tal rapidez?

Ex.: Sabemos exatamente aonde queremos chegar.

Naturalmente, com verbos que não expressam idéia de movimento, empregamos onde...

Ex.: Onde vocês estão?

Ex.: Não sei onde te encontrar.

7.3 MAU/MAL

Mau é sempre um adjetivo – seu antônimo é bom –, refere-se, pois, a um substantivo e pode

variar em número, sendo usado também no plural...

Ex.: Escolhi um mau momento para marcar as férias.

Ex.: Todos nós passamos por maus momentos.

Mal, por sua vez, pode ser...

� advérbio de modo – antônimo de bem...

Ex.: Estou me sentindo muito mal.

Vamos entender agora por que utilizamos porque junto.

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� conjunção temporal – equivale a assim que...

Ex.: Mal chegou, saiu.

� substantivo – quando precedido de artigo ou de outro determinante. Admite o

plural males...

Ex.: Este mal não tem remédio.

Ex.: Há males que podem ser remediados.

7.4 A/HÁ NA EXPRESSÃO DE TEMPO

Na indicação de tempo já transcorrido, empregamos há – verbo haver no sentido de fazer – para

assinalar tempo passado...

Ex.: Há dois meses que ele não aparece no trabalho.

Por outro lado, utilizamos a preposição a para indicar tempo futuro...

Ex.: Daqui a dois meses ele aparecerá.

7.5 HÁ CERCA DE/ACERCA DE

A expressão há cerca de significa um período mais ou menos determinado de tempo já

transcorrido...

Ex.: Há cerca de dois meses fechamos o orçamento.

Acerca de é uma locução, utilizada com o mesmo sentido de a respeito de ou sobre...

Ex.: Ainda não temos notícias acerca de nosso aumento.

7.6 MAS/MAIS

Mas é uma conjunção adversativa, que indica, obviamente, uma contrariedade. Pode ser substituída,

portanto, por outra conjunção adversativa – porém, contudo, todavia, entretanto...

Ex.: Eu iria ao cinema hoje, mas tive de ficar até mais tarde no trabalho.

Mais, por sua vez, é um advérbio de intensidade, que também pode dar idéia de adição. Invertendo

o significado da frase, pode ser substituído por menos...

Ex.: Sem dúvida, é o mais dedicado do grupo!

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7.7 AO ENCONTRO DE/DE ENCONTRO A

Ao encontro de e de encontro a são expressões opostas.

Ao encontro de significa aproximar-se de, ser favorável a...

Ex.: Estamos de acordo. Sua proposto vem exatamente ao encontro de nossos

interesses.

De encontro a tem o sentido de choque, oposição, colisão...

Ex.: As opiniões dele sempre vieram de encontro às nossas. Ele nunca nos ajudou!

7.8 AFIM/A FIM

Afim é um adjetivo, que indica semelhante, próximo...

Ex.: Suas idéias sempre foram afins.

A fim corresponde à parte da locução a fim de, que possui o mesmo significado de para na

indicação da idéia de finalidade...

Ex.: A fim de alcançar seu objetivo, não mediu esforços.

7.9 DEMAIS/DE MAIS

Demais é um advérbio de intensidade, que tem o mesmo sentido de muito e modifica adjetivos,

verbos ou outros advérbios...

Ex.: Seu interesse pelos resultados da empresa sempre foi grande demais.

Ex.: Todos trabalhamos demais para finalizar este projeto.

Ex.: Estou bem demais aqui para procurar outro emprego.

Demais também pode ser pronome indefinido e, nesse sentido, tem o mesmo valor de outros,

restantes...

Ex.: Cumpriremos as demais exigências dentro do prazo previsto.

De mais é o oposto de de menos e modifica sempre um substantivo ou um pronome...

Ex.: Temos pessoas de mais para preencher esta vaga.

Ex.: Nada de mais foi feito aqui.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 2

7.10 SENÃO/SE NÃO

Senão tem o mesmo sentido de caso contrário ou a não ser...

Ex.: Temos de terminar o projeto, senão não receberemos no prazo.

Ex.: Não tinha defeitos, senão a impontualidade.

Se não expressa uma condição negativa, equivalendo, portanto a caso não...

Ex.: Se não mantivermos a calma, não conseguiremos resolver essa confusão.

7.11 À MEDIDA QUE/NA MEDIDA EM QUE

À medida que indica desenvolvimento gradativo e tem o mesmo valor de à proporção que...

Ex.: À medida que crescermos, agregaremos mais componentes à equipe.

Na medida em que indica relação de causa e tem o mesmo valor de porque, visto que...

Ex.: Na medida em que os resultados não foram os esperados, teremos de adiar o

redimensionamento da equipe.

7.12 CESSÃO/SESSÃO/SEÇÃO/SECÇÃO

Cessão indica doação, ou seja, o ato de ceder...

Ex.: Ele fez a cessão de seus direitos autorais.

Sessão, por sua vez, é o intervalo de tempo que dura um evento, uma reunião, uma assembléia...

Ex.: Reuniram-se em sessão extraordinária.

Seção – ou secção – é uma parte, um segmento ou uma subdivisão de um todo...

Ex.: Obtivemos a notícia na seção final do manual de instruções.

7.13 EU/MIM

O pronome pessoal de 1a. pessoa eu funciona como sujeito, enquanto o pronome pessoal mim

assume a função de complemento, vindo sempre regido de preposição.

O problema se dá quando, em certas construções, temos o pronome eu como sujeito

preposicionado, o que só ocorre com verbos no infinitivo.

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Apesar da preposição, portanto, para mim cumprir seria uma

construção inadequada.

Observemos as seguintes construções em que os pronomes aparecem corretamente

empregados...

Ex.: Deu as ordens para mim.

Ex.: Deu as ordens para eu cumprir.

7.14 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

7.15 ATIVIDADES

7.15.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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Estratégias de Construção Textual

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MÓDULO 3 – PROCESSAMENTO DA ESCRITA

APRESENTANDO O MÓDULO

Neste módulo, como a fala e a escrita constituem modalidades diferentes de uso da língua,

trataremos de suas diferenças básicas.

Além disso, para que possamos planejar eficientemente um texto, analisaremos a função da

escrita, suas estratégias e, por fim, os processos de produção de um texto escrito.

ABERTURA

Catar feijão se limita com escrever:

jogam-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo:

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

FonteNETO, João Cabral de Melo. Catar feijão. Disponível em: <http://www.germinaliteratura.com.br/

jcmn.htm>. Acesso em: 09 ago. 2006.

Vocês conhecem o poema Catar feijão, de João Cabral de Melo Neto*?

*João Cabral de Melo Neto...

João Cabral de Melo Neto viveu sua infância em engenhos da família nos municípios

de São Lourenço da Mata e de Moreno. Nasceu em Recife, em janeiro de 1920.

Aos dez anos, ingressou no Colégio de Ponte d’Uchoa, dos Irmãos Maristas, onde

permaneceu até concluir o curso secundário.

Dois anos depois, a família transferiu-se para o Rio de Janeiro, mas a mudança

definitiva só foi realizada em fins de 1942, ano em que publicara seu primeiro

livro de poemas – Pedra do Sono.

No Rio, depois de ter sido funcionário do DASP – Departamento Administrativo

do Serviço Público, inscreveu-se, em 1945, no concurso para a carreira de diplomata.

Já enquadrado no Itamarati, inicia uma larga peregrinação por diversos países. Foi

eleito membro da Academia Brasileira de Letras em 15 de agosto de 1968. Em

1984, é designado para o posto de cônsul-geral na cidade do Porto. Em 1987,

volta a residir no Rio de Janeiro.

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ESTRUTURA

Este módulo está estruturado em quatro unidades...

� função da escrita;

� estratégias de escrita;

� escritura;

� escritura de textos técnicos.

UNIDADE 1 – FUNÇÃO DA ESCRITA

1.1 SUJEITOS DO DISCURSO

Nossa posição de sujeitos do discurso – aqueles que dizem/escrevem – é historicamente

determinada.

Embora essa forma-sujeito possa variar em diferentes momentos históricos, ela é constituída de

forças antagônicas da estrutura social...

...a força que nos atribui autonomia em nosso dizer...

...a força que nos torna responsáveis por nosso dizer.

Vamos à primeira?

Dessa dicotomia se origina nossa compulsão à originalidade, à criatividade,

nossa necessidade de sermos visíveis... identificáveis... únicos...

É de João Cabral um importante trabalho de pesquisa histórico-documental

intitulado O Brasil no arquivo das Índias de Sevilha. Trabalho que trata dos feitos de

navegadores espanhóis e portugueses na época do descobrimento da América.

Por suas obras em verso e em prosa, no Brasil e no exterior, o poeta recebeu

inúmeros prêmios, entre os quais – Prêmio José de Anchieta, de poesia; Prêmio

Jabuti e o Prêmio Bienal Nestlé.

Em 1990, João Cabral é aposentado no posto de Embaixador. Sua obra completa

foi publicada no Rio de Janeiro, em 1994, pela Editora Nova Aguilar. Nessa mesma

cidade, cinco anos mais tarde, João Cabral faleceu.

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1.2 EFICÁCIA DO DISCURSO

Da adequação do que falamos/escrevemos às situações que vivemos, resulta a eficácia* de nosso

discurso – ou seja, o que pode e o que deve ser dito.

Para os retóricos*, escrevemos bem se nos expressamos com eficácia.

Expressamo-nos com eficácia, se conseguimos que nosso interlocutor não apenas identifique

nossas intenções comunicativas como também altere seu comportamento em função dessa

compreensão – efeito-leitor*.

Entretanto, nossos interlocutores não podem ser vistos apenas como decifradores de mensagens,

mas como sujeitos a serem influenciados por nossa argumentação.

1.2.1 METAS

Se nos preocupamos com a capacidade de compreensão de nosso interlocutor, nosso esforço

deve...

...se voltar para a produção de textos legíveis e transparentes.

Já a preocupação com o efeito-leitor nos levará...

...a produzir textos atraentes e interessantes.

Dessas duas preocupações, emergem mais duas metas...

...ser persuasivo e ser cativante.

*Efeito-leitor...

Relaciona-se diretamente à coerência, à cisistência, à não contradição, à

progressão e à unidade de texto.

*Retóricos...

Especialistas em retórica*.

*Eficácia...

Fazer as coisas corretamente, orientando-se para o resultado.

*Retórica...

Estudo do uso persuasivo da linguagem, em especial, para o treinamento de

oradores.

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1.2.2 DESAFIO

1.3 CONVENCIMENTO VERSUS PERSUASÃO

Quando fazemos uso da linguagem, objetivamos convencer* ou persuadir* alguém.

Essas duas estratégias são diferentes, pois...

...podemos ser convincentes, sem sermos persuasivos...

...mas, para sermos persuasivos, necessariamente seremos convincentes.

Podemos convencer uma amiga de que ela precisa emagrecer...

Que precisa fazer um regime...

Mas, se ela não começar logo a dieta...

...se ela continuar comendo muito...

...mesmo que, com culpa...

...não teremos sido persuasivos!

Quando elaboramos um texto, devemos saber, de antemão, o que queremos...

...convencer

Se nosso objetivo é apresentar idéias que reforcem a razão de nosso interlocutor,

nosso texto tem de ser convincente.

...ou persuadir

Se nosso objetivo é levar nosso interlocutor a mudar de opinião sobre um dado assunto,

nosso texto tem de ser persuasivo.

Quando não alcançamos qualquer uma dessas metas, afetamos o texto... Na

verdade, prejudicamos sua legibilidade.

*Convencer...

Convencer é falar à razão do outro, é levá-lo a aceitar determinado ponto de

vista, mostrando-o como verossímil.

*Persuadir...

Persuadir é falar à emoção do outro, é levá-lo a modificar um ponto de vista

pessoal, apresentando provas que ele seja incapaz de refutar.

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Estratégias de Construção Textual

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1.3.1 LINHA ARGUMENTATIVA

Ou seja...

Temos de adequar nossa linha argumentativa a nosso leitor, seja ele quem for.

Adequar nosso texto a nossos interlocutores não significa dizer que devamos abrir mão de nossas

opiniões pessoais.

Contudo, a defesa de pontos de vista pessoais não implica ou justifica que cada um de

nós não tenha de respeitar padrões éticos que legitimam a comunidade da qual fazemos

parte.

1.4 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir de 12 homens e uma sentença.

1.5 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – ESTRATÉGIAS DE ESCRITA

2.1 LEITOR UNIVERSAL

Quando planejamos escrever um texto, nem sempre conhecemos nossos leitores.

Nesse caso, o ideal é estabelecermos – como foco de nosso trabalho – o bom senso e a razão.

Neutralizamos, dessa forma, algumas variáveis individuais que não poderemos controlar.

Outras vezes, contudo, nossa exposição pode dirigir-se a uma platéia com características

bem definidas.

Quando escrevemos um livro, por exemplo, sabemos que nosso público-

leitor poderá ser bem heterogêneo. Sob essa ótica, podemos dizer que nosso

leitor é um leitor universal.

Reconhecer tais coisas certamente nos fará, como autores, agregar valor a

nosso trabalho.

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2.2 LEITOR PARTICULAR

Esses interlocutores são marcados por variáveis sobre as quais podemos exercer um

certo tipo de controle.

2.2.1 EXEMPLO

Podemos, por exemplo, tentar cativar sua atenção e simpatia, fazendo com que nosso texto

considere suas características e interesses...

Ou ainda, adequando nosso texto à variedade da língua que ele utiliza.

2.3 CONHECIMENTO DO TEMA

Se não dominarmos o tema sobre o qual iremos escrever... Se não somos capazes de adequá-lo a

nosso leitor, nosso texto certamente estará fadado ao fracasso!

Para elaborarmos eficientemente nosso texto, temos de considerar dois aspectos extremamente

importantes...

� nosso conhecimento sobre o assunto que iremos expor;

� nossa capacidade para adaptar esse assunto ao perfil do leitor de nosso texto.

Para tal, podemos contar com três procedimentos...

� interagir com outros especialistas*;

� consultar fontes específicas*;

� conhecer previamente o perfil de nosso interlocutor*.

2.4 PRÉ-PLANEJAMENTO

Para produzir um texto coerente e interessante, devemos...

� ter clareza sobre o assunto que iremos explorar;

� saber como organizar as informações relativas a essa idéia.

*Interagir com outros especialistas...

Trocar com os que já se envolveram com questões semelhantes.

*Consultar fontes específicas...

Fundamentar teoricamente um texto reforça nossa argumentação.

*Conhecer previamente o perfil de nosso interlocutor...

Saber exatamente para que tipo de platéia estaremos escrevendo – grau de

escolaridade, cultura, motivações...

Por exemplo... Uma turma de estudantes de uma escola particular tem um

perfil bem diferente de um grupo de executivos de uma empresa... Estamos aqui

diante de sujeitos particulares que representam leitores também particulares...

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Estratégias de Construção Textual

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Para tal, temos de...

� definir exatamente o que vamos dizer;� fortalecer nosso conhecimento a respeito do tema;

� organizar a exposição do assunto de maneira lógica e atraente.

2.5 ESTRUTURA DO TEXTO

A elaboração de um texto eficaz pressupõe, portanto, um acurado planejamento.

Nesse planejamento, devemos partir de considerações gerais – introdução – quedevem ser previamente desenvolvidas, de modo a nos conduzir para o assunto em

exposição – desenvolvimento. E, por último, a finalização – conclusão –, resumindo e

consolidando os objetivos que nos levaram a produzir o texto.

2.5.1 INTRODUÇÃO

Na introdução, devemos obter as condições necessárias para que se produzam três tipos de

interação...

...entre nós e nossos interlocutores.

...entre nossos interlocutores e o assunto que estaremos desenvolvendo.

...entre nós mesmos e o assunto que estaremos expondo.

Dessa forma, na introdução, devemos...� despertar o interesse do leitor;

� focalizar claramente nossos objetivos;

� levar o leitor a se interessar pelas idéias expostas.

2.5.2 DESENVOLVIMENTO

Como, no desenvolvimento, inserimos o maior volume de informação do texto, para facilitar sua

leitura, devemos segmentar essas informações.

Para fazer essa distribuição podemos nos pautar em quatro diferentes métodos de organização

textual...

� método cronológico – estabelecer uma seqüência cronológica de acontecimentos,

ressaltando sua linha temporal;

� método lógico – alinhar acontecimentos, estabelecendo entre eles vínculos

lógicos – causa e conseqüência, por exemplo;

� método psicológico – determinar o ponto de maior interesse, destacando-o frente

aos demais;

� método dramático – enumerar questões, que levem à solução de um problema.

Os resultados de um texto improvisado podem ser desastrosos!

Dita a lógica que todo texto deve conter uma introdução, um desenvolvimento

e uma conclusão...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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2.5.3 CONCLUSÃO

Na conclusão, devemos retomar o objetivo principal de nosso texto, articulando-o a tudo que

apresentamos ao longo de nossa exposição.

Podemos elaborar a conclusão...

� como um sumário conciso – consolidando as idéias apresentadas;

� com um apelo à aplicação – demonstrando a transformação das idéias apresentadas

em ações;

� com uma ilustração rápida – reforçando com exemplos as considerações feitas;

� com o resgate de um ou mais pontos principais da exposição – enfatizando

idéias ou objetivos principais da exposição;

� com uma citação incisiva – reforçando nossas idéias com um argumento de

autoridade.

2.6 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme O espelho tem duas faces?

2.7 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – ESCRITURA

3.1 ETAPAS DO PROCESSO

Escrever não é uma simples questão de inspiração...

A escritura é um processo que envolve...

Pré-escritura...

Nesta fase, definimos qual o objetivo de nosso texto.

Essa fase se caracteriza pela busca de informações, de anotações, listagens, esquemas...

Ou seja, engloba tudo o que fazemos antes de começarmos, efetivamente, a escrever.

Escritura...

Neste momento, começamos realmente a escrever. Baseando-nos nos objetivos que

definimos, executamos as seguintes tarefas...

� geração de idéias*;

� organização*.

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Pós-escritura...

Nesta fase, fazemos a revisão do texto que produzimos, verificando...

� os possíveis desvios em relação aos padrões lingüísticos*;

� a existência de sentidos imprecisos;

� a possível acessibilidade* e a aceitabilidade* do leitor.

Provavelmente, dessa fase, recursivamente, retornaremos à escritura, efetuando os ajustes

necessários à obtenção de nossos objetivos.

*Geração de idéias...

Capturamos, em nossa memória, as informações que alimentarão nosso texto.

Essa busca é orientada tanto pelo assunto de que iremos tratar quanto pelo tipo de

leitor que pressupomos ter.

Essa é uma tarefa recursiva. Repete-se sempre que precisamos de outras informações

para tornar nosso texto mais coeso e coerente.

*Padrões lingüísticos...

Conjunto de regras semânticas, morfossintáticas, fonéticas e fonológicas, passíveis

de variações de uso, obedecidas em comum pelos falantes de uma determinada

língua, como condição básica à comunicação plena. Ainda que, sob a ótica da

moderna lingüística, não caibam julgamentos de valor, os padrões lingüísticos

estão sujeitos à avaliação social positiva e negativa e, nessa medida, podem

determinar o tipo de inserção do falante na escala social.

*Organização...

Organizamos, no plano textual, nossas idéias e as informações que conseguimos

selecionar.

Origina-se, daí, a primeira versão de nosso texto. Essa organização pode se pautar...

� em critérios cronológicos – primeiro escrevemos A... depois B;

� em critérios hierárquicos – quando escrevemos A... discutimos B e C.

*Aceitabilidade...

Qualidade daquilo que é aceitável pelo leitor.

*Acessibilidade...

É a condição de acesso aos serviços de informação, documentação e comunicação.

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3.2 RECURSIVIDADE

O planejamento de um texto escrito pode ser representado dessa forma...

Ao longo desse planejamento, a recursividade se faz presente...

As idéias que selecionamos podem gerar novas idéias...

Nossos objetivos podem-se modificar à medida que escrevemos.

3.3 SUGESTÃO DE FILME

3.4 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – ESCRITURA DE TEXTOS TÉCNICOS

4.1 RECORTE DO CONTEÚDO

Na escritura de um texto técnico, temos de observar, basicamente, os requisitos do conteúdo* e

os da forma*.

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme

Encontrando Forrest?

*Conteúdo...

Elemento substancial do texto, ligado diretamente ao assunto ou tema em

abordagem. Tem como contraponto a forma, que deve atender a requisitos

adequados à veiculação eficaz da informação.

*Forma...

A forma pode ser definida como a expressão externa do conteúdo da obra.

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A variável mais significativa em relação ao conteúdo de um texto técnico é seu recorte, ou seja,

as informações que lhe são realmente necessárias.

Os pré-requisitos para definição e recorte do conteúdo de um texto técnico são...

� a função desse texto;

� as informações que esse texto deve conter;

� o perfil do leitor* desse texto.

4.2 RESUMO

Quando pensamos em elaborar um texto, listamos as informações que lhe são necessárias.

A partir das informações listadas, devemos elaborar um resumo*, para obter uma visão

geral do texto.

Gasoduto

O Gasoduto começou a ser construído em março. Três engenheiros foram

contratados para trabalhar no projeto.

Dez dias depois do início das obras, constatamos que estávamos sendo vítimas

de espionagem. Contornado o problema, o Gasoduto foi inaugurado com

sucesso.

*Recorte...

Ao escrever um texto técnico, devemos selecionar apenas – e apenas mesmo –

as informações que são estritamente necessárias àquilo que desejamos transmitir.

Vamos lá...

Primeiro, devemos ter clareza sobre o que vamos escrever...

Listar informações é um bom começo...

Em seguida, devemos verificar o que é realmente importante nesse conteúdo.

Eliminando da lista tudo o que é supérfluo, teremos uma visão geral do texto

que iremos escrever...

*Perfil do leitor...

A principal variável desse pré-requisito é o grau de conhecimento do leitor

sobre o conteúdo a ser disponibilizado no texto técnico.

*Resumo...

Se o volume de informação do texto for muito grande, o ideal é segmentá-lo

em seções e escrever um resumo para cada uma dessas seções.

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A visão geral do texto nos permite avaliar a relevância das informações que

selecionamos. Dessa forma, sinaliza a dimensão do trabalho que teremos ao escrever.

4.3 ORDENAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Ordenar informações significa estruturar a forma como as informações vão ser apresentadas no

texto.

Os pré-requisitos para a ordenação das informações são...

Hierarquização...

Hierarquizar é ordenar, ou seja, organizar as informações das mais abrangentes às mais

específicas.

A hierarquização nos permite verificar a complexidade das informações. As que

apresentarem maior grau de complexidade devem ser segmentadas em tópicos.

É provável que, nesse momento, os tópicos mais complexos tenham de se desdobrar

em subtópicos.

Encadeamento...

Encadear as informações de um texto narrativo* é relativamente fácil.

A linha de tempo que está por trás dessas informações nos sinaliza por onde devemos

começar.

Feito isso, está na hora de ordenarmos as informações...

*Texto narrativo...

O texto narrativo constitui-se de uma série de fatos, que se situam em um

espaço e se sucedem no tempo. Os fatos narrados não são simultâneos, como

na descrição, havendo mudança de um estado para outro, segundo relações de

seqüencialidade e causalidade.

São modalidades literárias desse tipo de texto o conto, o romance e a fábula.

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Estratégias de Construção Textual

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4.4 ENCADEAMENTO DE INFORMAÇÕES

Encadear as informações de um texto técnico, entretanto, não é tarefa fácil!

No texto técnico, é a relação de...

...que apontará o caminho desse encadeamento*.

Quando encadeamos as informações que vão constituir um texto, chegamos ao esboço

desse texto*.

Contudo, como nem sempre somos os autores do conhecimento técnico sobre o qual vamos

escrever, nem sempre conseguimos ver, com clareza, se as informações foram adequadamente

encadeadas.

O ideal então é disponibilizar o esboço de texto a leitores que...

� não conheçam tão bem quanto nós o assunto sobre o qual estamos escrevendo;

� conheçam melhor que nós o assunto sobre o qual estamos escrevendo.

4.5 DESENVOLVIMENTO DAS INFORMAÇÕES

Agora é o momento da escritura, ou seja, momento de escrever, desenvolver cada uma das

informações que selecionamos para compor nosso texto...

Para manter a unidade do texto, cada idéia, cada conceito deve ser tratado de forma

independente e completa em um único parágrafo.

*Encadeamento...

Relação entre dois elementos, o movimento de um em direção ao outro.

*Esboço desse texto...

Se o volume de informação do texto for muito grande, esse esboço nos sinaliza

cada uma de suas seções. Se o volume de informação do texto for pequeno, esse esboço nos sinaliza

cada um de seus parágrafos.

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Mais ainda... Cada parágrafo deve ser introduzido por uma frase que, de forma bastante sucinta,

sinalize ao leitor o que nele será tratado.

4.6 REESCRITURA

A leitura do que escrevemos permite verificar até que ponto as informações que constituem

cada parágrafo estão adequadamente encadeadas, isto é, se existe coesão entre elas.

Quando o encadeamento das informações chega ao nível do parágrafo, reforçamos a unidade do

texto, sua textualidade.

4.6.1 VOLUME DO TEXTO

Se o texto for muito longo, podemos quebrá-lo em...

...capítulos

...seções

A leitura do que escrevemos nos permite ainda verificar a adequação do tamanho dos períodos

e das orações que constituem nosso texto.

4.6.2 VOLUME DOS PERÍODOS

Nesse momento, devemos lembrar que a nossa memória de curto prazo só nos permite processar,

com êxito, cerca de 21 palavras por oração...

4.6.3 VOLUME DAS ORAÇÕES

Além do volume de informação que inserimos em um período, temos de checar que

informação é essa.

As informações que constituem um período devem constituir uma unidade temática.

Ou seja, essas informações não podem ser independentes.

Ou seja, para evitar a dispersão, cada idéia, cada conceito, cada informação

tem de aparecer uma única vez, em um único lugar.

Terminada a primeira escritura, está na hora de ler o que escrevemos, está na

hora de cuidarmos do segundo requisito de um texto técnico, a forma!

Se percebermos que as informações não estão bem encadeadas, devemos

reescrever os parágrafos. Se necessário, novos parágrafos devem ser criados.

Se construirmos períodos muito longos, o leitor não conseguirá processá-los.

Logo, haverá chances de o conhecimento ser distorcido...

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Estratégias de Construção Textual

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O mesmo se aplica às orações. Devemos dosar o volume de informações que nelas

inserimos. Para tal, temos de eliminar os detalhes supérfluos.

Não é tarefa fácil dosar as informações de uma oração! Um texto prolixo dificulta sua

compreensão.

4.6.4 CONCLUSÕES PARCIAIS

Ora, se o leitor é o alvo de nosso texto técnico, devemos nos preocupar com a compreensão que

ele terá do que escrevemos.

Para facilitar essa compreensão, convém que, conforme o texto vá sendo construído, apresentemos

conclusões parciais sobre as informações que estamos disponibilizando.

Ao leitor cabe articular essas conclusões ao conhecimento prévio que ele tem sobre o

assunto tratado no texto, chegando, dessa forma, a novas conclusões.

O texto técnico, por natureza, tem de ser claro. Temos de eliminar o que está subentendido nele.

Sem dúvida, as conclusões parciais vão compor a conclusão final do texto!

Ou seja... um texto técnico não pode ser um desafio para a inteligência do leitor!

4.6.5 PROLIXIDADE

Se um texto denso é complexo, por outro lado, a prolixidade também o é, já que ela quebra a

unidade do texto.

Se nada mais temos a dizer, que nada seja dito!

Existem informações e palavras que são realmente desnecessárias.

4.6.6 ALGUNS CUIDADOS

Cuidado! É fácil confundirmos o leitor com títulos que não têm nada a ver com o texto. Além

disso, não devemos poluir o texto com muitos títulos.

Abrir discussões paralelas, não pertinentes ao assunto de que estamos tratando... empolgar-nos...

querer mostrar vasta cultura... essas são algumas das causas de um texto prolixo.

Além disso, nos textos técnicos, o jargão – os termos técnicos – intimida o leitor, aumentando o

sentimento de ignorância – falta de conhecimento – das informações expressas no texto.

Um texto denso também! Um texto denso é compacto, veloz e,

principalmente, gera subentendidos.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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Se o texto é longo, está na hora de criar os títulos para suas seções. Desses títulos, construiremos

o sumário* do texto.

4.7 REVISÃO

Escrita a versão inicial do texto, é o momento de revisá-lo.

Novamente, nossa preocupação recai sobre o requisito que diz respeito ao cuidado com a forma

do texto técnico.

Pente fino nele!

� Leia o texto em voz alta...

� Revise o texto por partes...

� Cuide da numeração...

� das seções;

� das páginas;

� das notas;

� das referências.

Não deixe passar nada!

4.8 REFINAMENTO

Revisão feita, é o momento de reescrever, refinar o texto.

Refinar um texto é avaliar como tratamos os dois requisitos básicos de um texto técnico – conteúdo

e forma.

Cuidado com o recorte do conteúdo.

Cuidado com a organização, com o encadeamento e com a densidade de informações

no texto como um todo – nos parágrafos, nos períodos, nas orações...

Cuidado com a disposição do texto, das imagens, dos gráficos...

*Sumário...

Consiste em uma enumeração das partes principais de um texto muito longo.

Pode ser dividido em seções, cujos títulos são apresentados pelo sumário na

mesma ordem em que se sucedem no texto. A sumarização visa criar uma

unidade e facilitar a visão do conjunto, do todo.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

4.9 VERSÃO FINAL

Reescrita feita, é o momento de diagramá-lo.

A diagramação bem feita, sem dúvida, otimiza a compreensão do texto!

Quando a diagramação estiver pronta, é o momento de submeter o texto à crítica dos leitores.

Críticas feitas, é o momento de gerar a versão final do texto, incorporando as contribuições e

sugestões recebidas. Gerada a versão final, é o momento de divulgá-lo.

É bem provável que, quando divulgarmos nosso texto, ele ainda receba mais contribuições,

críticas e sugestões.

Não devemos deixar de incorporá-las. Lembre-se... Como não existem verdades absolutas...

...o conhecimento se constrói na troca.

4.10 ETAPAS DA ESCRITA

Como estamos encerrando o módulo, trouxe um presentinho para você!

Definir função do texto...

Esse é um texto informativo, de referência, de operação, de divulgação?

Definir o perfil do leitor...

Qual o grau de conhecimento do leitor em relação às informações técnicas a serem

disponibilizadas no texto?

Se possível, devemos submeter nosso trabalho a mais de um leitor... um que

conheça mais e outro que conheça menos do que nós o assunto tratado.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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Definir e recortar a informação...

Que conceitos, informações, fatos são imprescindíveis a esse conhecimento técnico?

Organizar as informações...

Como encadear as informações?

Resumir as informações em sumário...

Qual a importância de cada informação para o conhecimento técnico a ser

disponibilizado? O que não pode deixar de ser expresso?

Submeter o sumário à crítica...

São essas as informações mais relevantes para o conhecimento técnico a ser

disponibilizado?

Definir o formato do texto...

Como será o texto?

Gerar o texto inicial

Revisar o texto inicial...

Parágrafos introduzidos por uma frase? Parágrafos, períodos, orações muito longos?

Volume adequado de informações por parágrafos, períodos, orações? Títulos adequados?

Prolixidade? Excesso de termos técnicos?

Corrigir o texto inicial

Submeter o texto à crítica...

As informações são realmente significativas? Estão corretas? Estão completas?

Reescrever o texto

Diagramar o texto...

Como formatar e dispor as informações no papel/na tela?

Imprimir e rever a prova...

Que problemas podem ser corrigidos?

Fazer o índice

Imprimir/disponibilizar o texto...

Qual a melhor forma de divulgação do texto?

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M Ó D U L O 3

4.11 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Possessão?

4.12 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL

5.1 FILME

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse uma

cena do filme Tempo de matar no CD que acompanha a apostila.

5.2 OBRA LITERÁRIA

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, leia o texto

Ficções do interlúdio no ambiente on-line.

5.3 OBRA DE ARTE

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, aprecie o

quadro Menino escrevendo no ambiente on-line.

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL

Neste apêndice – que compreende as últimas unidades deste módulo –, vamos abordar as regras

básicas que orientam o processo de concordância entre sujeitos e verbos – concordância verbal

– e entre nomes – concordância nominal.

Esses mecanismos de concordância são fundamentais para o alcance da clareza no processo de

construção textual além de representarem uma fonte constante de recursos expressivos à

disposição dos usuários da língua.

UNIDADE 6 – CONCORDÂNCIA VERBAL

6.1 REGRA GERAL

Concordância verbal é aquela que se estabelece entre os verbos e os diferentes

elementos que praticam as ações por eles expressas – sujeitos.

Dessa forma, torna-se mais fácil compreender a grande variedade de opções

de concordância, se a considerarmos como um conjunto de opções a nosso dispor

e não como um entrave à prática comunicativa.

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Nesse processo, portanto, o verbo poderá aparecer no singular ou no plural, concordando sempre

com uma das pessoas do discurso...

� 1a. pessoa – o enunciador (singular) ou os enunciadores (plural);

� 2a. pessoa – o interlocutor (singular) ou os interlocutores (plural);

� 3a. pessoa – aquela (singular) ou aquelas (plural) que, eventualmente, não participam

do canal direto de comunicação.

A regra geral do processo de concordância verbal é muito simples...

O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito.

Observemos os seguintes exemplos...

6.2 CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO SIMPLES

Em se tratando de sujeitos simples, a regra geral é obedecida – o verbo concorda com

o sujeito.

Devemos tomar cuidado apenas ao identificarmos o sujeito da oração, o qual, nem sempre, vem

antes do verbo ou encontra-se explicitamente grafado na oração...

Ex.: Aconteceram muitas transformações na empresa, nos últimos tempos. = Muitas

transformações aconteceram na empresa, nos últimos tempos.

Ex.: A quem pertencem esses rascunhos? = Esses rascunhos pertencem a quem?

Ex.: Não nos preocupam as novas diretrizes, desde que sejam eficazes. = As novas

diretrizes não nos preocupam, desde que sejam eficazes.

6.3 CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO COMPOSTO

Com sujeito composto que aparece antes do verbo, o verbo irá para o plural...

Ex.: Os dicionários e o mapa chegaram.

Em alguns casos, o verbo posposto ao sujeito admite também o singular...

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Quando os núcleos são sinônimos ou quase sinônimos...

Ex.: O rancor e o ódio deixou-o perplexo.

Quando os núcleos vierem dispostos em gradação ou resumidos por um pronome indefinido...

Ex.: Uma indignação, uma raiva profunda, uma raiva mortal dominava-o.

Ex.: Alunos, mestres diretores, ninguém faltou.

Quando o sujeito é formado de dois infinitivos que não exprimem idéias contrárias...

Ex.: Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz.

Quando o verbo aparece antes do sujeito composto, ele poderá ir para o plural ou concordar com

o núcleo do sujeito mais próximo...

Ex.: Chegaram o mapa e os dicionários./Chegou o mapa e os dicionários.

6.3.1 SUJEITO COMPOSTO POR PESSOAS DIFERENTES

Com sujeito composto formado por pessoas diferentes, dentre elas a 1a. pessoa, o verbo irá para

a 1a. pessoa do plural...

Ex.: Eu, tu e ele resolveremos o problema. = Nós resolveremos o problema.

Existindo a 2a. e a 3a. pessoa, o verbo poderá ir para a 2a. ou para a 3a. pessoa do plural...

Ex.: Tu e teu colega chegastes cedo. = Vós chegastes cedo.

Ex.: Tu e teu colega chegaram cedo. = Eles chegaram cedo.

Se o verbo vier antes do sujeito, também poderá concordar com o núcleo mais próximo...

Ex.: Agora percebes tu e ele o grande erro.

6.3.2 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR OU

Com núcleos do sujeito ligados por ou, devemos considerar duas possibilidades...

� se o ou possui valor excludente, o verbo fica no singular...

Ex.: Roma ou Viena será a próxima sede da companhia.

� se o ou não possui valor excludente, o verbo irá para o plural...

Ex.: Roma ou Viena são excelentes locais para a próxima sede da empresa.

Com a expressão um ou outro – que apresenta valor do ou excludente – o verbo fica no singular...

Ex.: Um ou outro coordenador poderá estar presente.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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6.3.3 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR COM

Com núcleos do sujeito ligados por com, usamos, mais freqüentemenhte, o verbo no plural,

concordando com os dois elementos...

Ex.: O Sr. Pedro Alcântara com os demais diretores da empresa estiveram presentes à

inauguração.

Quando desejamos, contudo, dar mais destaque ao primeiro elemento do sujeito ou quando o

verbo vier antes do sujeito, poderemos utilizar o verbo no singular...

Ex.: O diretor, com seu colegiado, aprovou as novas normas.

Ex.: Mal saíra da sala o representante com seu assistente, chegou a notícia.

6.3.4 NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR NEM

Com núcleos do sujeito ligados por nem, usamos, mais freqüentemenhte, o verbo no plural,

concordando com os dois elementos...

Ex.: Nem o cansaço nem as dúvidas abalavam sua vontade.

Contudo, é preferível o uso do singular quando o verbo precede o sujeito ou quando, entre os

elementos do sujeito, existe idéia de exclusão, o que ocorre quando o fato pode ser atribuído a

apenas um dos elementos do sujeito...

Ex.: Aqui nunca se recusou nem trabalho, nem esforço.

Ex.: Nem Paulo nem Marcos será eleito para o novo cargo.

Com a expressão nem um nem outro – ou mesmo com o seu contrário um e outro –, o verbo

poderá ir para o plural ou ficar no singular...

Ex.: Nem um nem outro são capazes de responder a nossas dúvidas./Nem um nem

outro é capaz de responder a nossas dúvidas.

Ex.: Um e outro conheciam bem o trabalho./ Um e outro conhecia bem o trabalho.

6.3.5 NÚCLEOS DO SUJEITO CORRELACIONADOS

Para estabelecer correlação entre os elementos que compõem o sujeito, podemos utilizar

expressões como...

� não só... mas também;

� não só... como também;

� não só... como ainda;

� tanto... como;

� tanto... quanto...

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Nesses casos, o verbo irá para o plural...

Ex.: Não só reestruturamos o projeto mas também a equipe por ele responsável.

Ex.: Tanto a filial de Curitiba quanto a de Belém mantêm alto padrão de qualidade em

suas operações.

6.4 CONCORDÂNCIA COM O VERBO SER

Há regras especiais para a flexão do verbo ser, que determinam a concordância do verbo não com

o sujeito, mas com o predicativo da oração, ou ainda preescrevem uma forma invariável para o

verbo.

São elas...

Quando o sujeito for um pronome interrogativo quem ou que, o verbo ser concorda com o

predicativo...

Ex.: Que são todos esses papéis aqui esparramados?

Quando indicar tempo, data ou distância, o verbo ser concorda com o numeral...

Ex.: É primeiro de maio.

Ex.: São três quilômetros daqui até a cidade.

Devemos notar que o verbo ser concorda com o primeiro numeral que aparecer...

Ex.: É uma hora e trinta minutos.

Ex.: Já são dez para a uma.

Quando houver pronome pessoal, o verbo ser concorda sempre com ele, sendo sujeito ou

predicativo...

Ex.: Os responsáveis somos nós.

Quando um dos elementos do sujeito ou do predicativo for pessoa, o verbo ser concorda

obrigatoriamente com ele...

Ex.: Juliana era as esperanças da equipe.

Quando o sujeito for tudo ou um pronome demonstrativo neutro – o (antes de que), isto, isso,

aquilo –, a concordância se faz, preferencialmente, com o predicativo...

Ex.: Nem tudo aqui são flores./Nem tudo aqui é flores.

Ex.: O que mais me incomodava eram as queixas infundadas./O que mais me

incomodava era as queixas infundadas.

Ex.: Isto são sintomas menos graves./Isto é sintomas menos graves.

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Isso ocorrerá quando ele estiver ligado a verbos intransitivos ou

transitivos indiretos.

Quando o sujeito é um nome de coisa, no singular, e o predicativo, um substantivo no plural, o

verbo ser vai para o plural...

Ex.: A causa da demissão foram as reclamações constantes do chefe.

Quando aparece nas expressões do tipo é muito, é pouco, é suficiente, é bastante, é mais que (do

que), é menos que (do que), que exprimem preço, medida e quantidade, o verbo permanece

invariável...

Ex.: Cem metros é muito.

Se, contudo, o sujeito vier determinado, o verbo ser irá para o plural...

Ex.: Dois quilos é suficiente para nós./ Esses dois quilos são suficientes para nós.

6.5 CONCORDÂNCIA DOS VERBOS PASSIVOS

Um se pode-se juntar a um verbo transitivo direto para a formação de uma voz passiva especial na

Língua Portuguesa, que se chama de sintética.

Dessa forma, em um enunciado como...

[Quanto faltaria] [para que se percebesse a falta dos documentos?]

A segunda oração, que gira em torna do verbo perceber – que é transitivo direto –, é passiva, já

que ao verbo juntou-se a partícula apassivadora se para mostrar que a expressão a falta dos

documentos é o sujeito que sofre a ação de ser percebido.

O enunciado apresentado como exemplo tem, portanto, o mesmo sentido de uma outra construção

passiva em nossa língua, conhecida como analítica...

[Quanto faltaria] [para que a falta dos documentos fosse percebida?]

Desse modo, na voz passiva sintética, existe um sujeito na oração que sempre atrai a concordância

do verbo...

Ex.: Consertam-se relógios nesta loja. = Relógios são consertados nesta loja.

Ex.: Gastam-se milhões a cada ano inutilmente. = Milhões são gastos a cada ano

inutilmente.

6.6 ORAÇÕES COM SUJEITO INDETERMINADO

O se – além de poder apassivar um verbo – pode também indeterminar um sujeito.

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Estratégias de Construção Textual

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Nesses casos – ao contrário do que ocorre com a partícula apassivadora se que se junta a verbos

transitivos diretos –, o verbo permanerá na 3a. pessoa do singular...

Ex.: Precisa-se de mais funcionários neste setor.

Ex.: Trabalha-se com prazer nesta empresa.

Podemos notar, nos exemplos acima, a presença de um verbo transitivo indireto – precisar (que

exige preposição obrigatória de) – e de um verbo intransitivo – trabalhar (que não exige qualquer

tipo de complementação obrigatória).

Devemos perceber ainda que, em nenhum dos dois exemplos, existe uma referência específica

à pessoa ou às pessoas que precisam de mais funcionários ou que trabalham.

Trata-se, pois, de duas orações com sujeito indeterminado, o que justifica o uso de

ambos os verbos no singular.

6.7 ORAÇÕES COM VERBOS IMPESSOAIS

Verbos impessoais são aqueles que permanecem invariáveis no enunciado, sendo usados, portanto,

apenas na 3a. pessoa singular para assinalar orações sem sujeito.

Os verbos impessoais na Língua Portuguesa são...

� os que indicam fenômenos da natureza, como chover, trovejar, relampejar, nevar...

Ex.: Choveu muito ontem à noite.

Tais verbos, contudo, em sentido figurado, deixam de ser impessoais e passam a concordar com

o sujeito da frase...

Ex.: Choveram dúvidas durante toda a reunião.

� os verbos haver e fazer na indicação de tempo...

Ex.: Há muitos dias não o vejo.

Ex.: Faz muito frio aqui durante o inverno.

� o verbo haver no sentido de existir...

Ex.: Há pessoas demais falando nesta sala.

Quando em locuções verbais, esses verbos levam seus auxiliares também à forma impessoal...

Ex.: Tem de chover hoje ou não suportaremos o calor.

Ex.: Vai fazer três anos que não a vejo.

Ex.: Deve haver mais cadeiras na outra sala.

6.8 CASOS ESPECIAIS

A Língua Portuguesa prevê vários casos especiais de concordância verbal, alguns até bastante

polêmicos, que variam em função do contexto e do estado emocional dos enunciadores.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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Enfocaremos, a partir de agora, os mais comuns, tendo sempre em vista sua aplicação

prática. Eles se resumem à concordância...� com coletivos;

� com nomes que só se usam no plural;� com as expressões mais de/menos de/um dos que;

� com as expressões do tipo quais de nós/quais de vós;� com a expressão haja vista;

� com pronomes de tratamento;� com pronomes relativos;

� com porcentagens e numerais fracionários;� com os numerais milhão, bilhão e trilhão;

� com sujeito oracional;� com o verbo parecer;

� com os verbos dar, bater, soar.

6.8.1 COM COLETIVOS

Quando o sujeito da oração é formado por um coletivo, o verbo fica no singular...

Ex.: A multidão aplaudiu a excelente palestra com entusiasmo.

Contudo, se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou no plural, o que se

aplica também aos coletivos partitivos como metade de, grande parte de, a maior parte de, a

maioria de...

Ex.: A multidão de estudantes aplaudiu a linda jogada./A multidão de estudantes

aplaudiram a linda jogada.

Ex.: Grande parte dos convidados elogiou a jogada./ Grande parte dos convidados

elogiaram a apresentação.

6.8.2 COM NOMES QUE SÓ SE USAM NO PLURAL

Com um nome que só se usa no plural, quando precedido de artigo ou determinado de outra

maneira, o verbo concorda com o artigo ou com o termo determinante, indo, portanto, para o

plural.

Contudo, quando esse nome não vem precedido de artigo, o verbo permanece no singular.

Ex.: As férias fazem bem a todos.

Ex.: Suas núpcias estão próximas.

Ex.: Pêsames significa o mesmo que expressão de condolência.

Com substantivos próprios que só se usam no plural, o plural no verbo é determinado pelo uso do

artigo junto a esses nomes...

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

Ex.: Os Estados Unidos não assinaram o acordo para proteção do meio ambiente.

Ex.: Minas Gerais é um dos mais belos estados do Brasil.

Nos títulos de obras, é comum, com nomes no plural – ainda que antecedidos de artigo –, o

emprego do verbo no singular...

Ex.: “As Diretrizes para Apresentação do Orçamento” representa um dos documentos

mais bem elaborados deste setor.

6.8.3 COM AS EXPRESSÕES MAIS DE/MENOS DE/UM DOS QUE

Com as expressões que indicam quantidade aproximada, como mais de, menos de, perto de,

cerca de, o verbo concorda com o numeral que se segue a essas expressões...

Ex.: Mais de um funcionário faltou hoje./Mais de dois funcionários faltaram hoje.

Ex.: Sobrou menos de um lugar na sala./Sobraram menos de dez lugares na sala.

Com as expressões um dos que/uma das que/um daqueles que/ uma daquelas que, o verbo irá

para o plural.

Contudo, quando desejamos dar destaque ao elemento do grupo, dando a entender que ele se

sobressai sobre os demais, admitimos também o singular...

Ex.: O novo consultor é um dos que mais se destacaram na equipe neste ano./O novo

consultor é um dos que mais se destacou na equipe neste ano.

6.8.4 COM AS EXPRESSÕES DO TIPO QUAIS DE NÓS/QUAIS DE VÓS

Quando o sujeito é constituído de expressões formadas por pronomes indefinidos no plural –

quais, alguns, quantos, muitos, vários, poucos, quaisquer –, seguidas de de ou dentre mais os

pronomes pessoais nós ou vós, o verbo pode concordar com o pronome indefinido ou com o

pronome pessoal...

Ex.: Muitos de nós ficarão até mais tarde amanhã?/ Muitos de nós ficaremos até mais

tarde amanhã?

Devemos notar que a opção pela concordância do verbo na 3a. pessoa do plural denota exclusão

do enunciador, enquanto a opção pela 1a. pessoa plural indica inclusão da pessoa que fala ou

escreve.

Quando o pronome indefinido estiver no singular, o verbo ficará obrigatoriamente na 3a. pessoa

do singular...

Ex.: Qual de nós está disposto a isso?

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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6.8.5 COM A EXPRESSÃO HAJA VISTA

A expressão haja vista tem o sentido de observado(s)/observada(s), à vista de, atentando-se para.

Com essa expressão – partindo-se dos sentidos apresentados –, existem três construções possíveis.

A primeira construção expressa a concordância do verbo com o sujeito da oração...

Ex.: Hajam vista os problemas recentes, adiaremos a reunião. = Observados os

problemas recentes, adiaremos a reunião.

A segunda construção considera que a oração que apresenta a expressão haja vista não tem

sujeito, permanecendo o verbo, portanto, no singular...

Ex.: Haja vista os problemas recentes, adiaremos a reunião. = À vista dos problemas

recentes, adiaremos a reunião.

A terceira construção, por fim, considera também a oração sem sujeito, mas com complemento

preposicionado...

Ex.: Haja vista aos problemas recentes, adiaremos a reunião. = Atentando-se para os

problemas recentes, adiaremos a reunião.

6.8.6 COM PRONOMES DE TRATAMENTO

Quando o sujeito da oração é um pronome de tratamento, o verbo fica na 3a. pessoa – do singular

ou do plural –, ainda quando estamos nos referindo à 2a. pessoa, que é o interlocutor do discurso...

Ex.: Sua Excelência, o Ministro das Relações Exteriores, adiou a coletiva à imprensa.

Ex.: Vossas Senhorias não gostariam de aguardar em um local mais confortável?

6.8.7 COM PRONOMES RELATIVOS

Com o pronome relativo qual/quais na função sujeito, o verbo concordará sempre com o

antecedente do pronome...

Ex.: Recebemos o documento e as notas as quais precisam ser corrigidas.

Ex.: Estou preparando a proposta e o contrato, o qual deve ser anexado à

correspondência.

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo quem, o verbo fica no singular – concordando

com esse pronome – ou com o antecedente do pronome relativo...

Ex.: Sou eu quem aprovará a versão final./ Sou eu quem aprovarei a versão final.

Para que o verbo fique no plural, é necessário, pois, que o sujeito também seja

plural. Caso contrário, haja vista a regra, o verbo só poderá ser usado no singular.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

Quando o sujeito da oração é o pronome relativo que, o verbo concorda com o antecedente

desse pronome relativo...

Ex.: Desconhecemos as etapas que foram acrescentadas posteriormente ao processo.

Ex.: Sou eu que farei a análise.

Contudo, quando o antecedente do relativo que funciona como predicativo da oração principal,

o verbo pode ficar no singular ou concordar com o sujeito da oração principal.

Ex.: Nós somos os supervisores que arcarão com as conseqüências./Nós somos os

surpevisores que arcaremos com as conseqüências.

6.8.8 COM PORCENTAGENS E NUMERAIS FRACIONÁRIOS

Quando o sujeito for indicado por uma porcentagem seguida de substantivo, o verbo pode

concordar com o numeral que compõe a porcentagem ou com o substantivo – que é a tendência

mais comum no Brasil...

Ex.: 1% dos novos contratos ainda não foram assinados./1% dos novos contratos

ainda não foi assinado.

Ex.: 25% do orçamento destina-se a aperfeiçoamento da equipe./25% do orçamento

destinam-se a aperfeiçoamento da equipe.

Com sujeitos formados por numerais fracionários, a concordância, em geral, é feita com o

numerador...

Ex.: Um terço das receitas será aplicado na área de produção.

Ex.: Dois terços da equipe votaram a favor do plano.

Contudo, a concordância com o substantivo plural também não está incorreta, quando se trata de

numerador unitário...

Ex: Um quarto dos funcionários da empresa possuíam diploma de nível superior.

6.8.9 COM OS NUMERAIS MILHÃO, BILHÃO E TRILHÃO

Os numerais milhão, bilhão e trilhão, quando seguidos de substantivos no plural, levam,

preferencialmente, o verbo para o plural...

Ex.: Um milhão de reais serão gastos em reformas estruturais na fábrica./Um milhão

de reais será gasto em reformas estruturais na fábrica.

Ex.: Podem faltar um bilhão e meio de litros de petróleo neste ano./Pode faltar um

bilhão e meio de litros de petróleo neste ano.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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Como esses numerais são do gênero masculino, devem ser utilizados no masculino os artigos, os

pronomes e os numerais que os precedem...

Ex.: Alguns milhares de folhas serão necessários.

Ex: Esses dois milhões de pessoas.

Outras formas adjetivas que se refiram ao sujeito constituído por esses numerais podem concordar

com os numerais ou com os elementos contados...

Ex.: Os dois bilhões de sementes que foram estocados./Os dois bilhões de sementes

que foram estocadas.

Ex.: Foram plantados dois milhões de árvores./Foram plantadas dois milhões de

árvores.

6.8.10 COM SUJEITO ORACIONAL

Algumas vezes, o sujeito de uma oração não possui um ou mais núcleos nominais, mas é composto

por toda uma outra oração.

Quando o sujeito corresponde a toda uma oração, o verbo necessariamente aparecerá no singular...

Ex.: Fazer exercícios faz bem à saúde.

No período acima, o que faz bem à saúde é fazer exercícios, oração que corresponde, portanto, ao

sujeito do verbo fazer, presente na segunda oração.

6.8.11 COM O VERBO PARECER

Com o verbo parecer, seguido de infinitivo, temos duas possibilidades de concordância verbal...

A mais comum é flexionar apenas o verbo parecer...

Ex.: As pessoas todas pareciam não entender o que estava acontecendo.

Podemos ainda flexionar o infinitivo, deixando o verbo parecer invariável...

Ex.: Os dias parece se arrastarem nesta época do ano. = Parece se arrastarem os dias

nesta época do ano.

Sem o infinitivo e junto a uma conjunção que, o verbo parecer fica no singular...

Ex.: As más notícias parece que voam = Parece que as más notícias voam.

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Estratégias de Construção Textual

111

M Ó D U L O 3

6.8.12 COM OS VERBOS DAR, BATER, SOAR

Com os verbos dar, bater, soar, na indicação de hora, existe a concordância com o sujeito que,

ocasionalmente, pode ser o número de horas...

Ex.: Deram duas horas no relógio da fábrica.

Ex.: Bateu três horas em ponto o relógio.

Ex.: Soaram no sino as badaladas das seis horas.

É oportuno lembrar que o verbo passar, quando se refere a horas, permanece no singular...

Ex.: A propósito, já passa das onze horas, acho que podemos encerrar por aqui.

6.9 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

6.10 ATIVIDADES

6.10.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

UNIDADE 7 – CONCORDÂNCIA NOMINAL

7.1 REGRA GERAL

Concordância nominal é aquela que se estabelece entre substantivos ou pronomes

substantivos – conhecidos como determinados – e os diferentes elementos que os

caracterizam – os elementos de natureza adjetiva, também chamados de

determinantes.

Elementos de natureza adjetiva ou determinantes são aqueles que tendem a ter gênero e número

dos determinados a que se referem. São eles...

Os adjetivos propriamente ditos...

Ex.: Novas e eficientes campanhas foram lançadas pela equipe de marketing.

Os artigos...

Ex.: Uma situação como essa é difícil de acontecer.

Os pronomes adjetivos...

Ex.: Esses papéis estavam sobre minha mesa.

Os numerais adjetivos...

Ex.: Contrataremos mais duas pessoas neste semestre.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

112

Os particípios verbais...

Ex.: Sabemos que ele foi despedido por justa causa.

Nesse processo, portanto, os elementos de natureza adjetiva poderão aparecer no singular ou no

plural, em sua forma masculina ou feminina, para estabelecer a concordância com o termo

determinado – ou com os termos determinados – a que se referem.

É preciso tomar cuidado, portanto, com o gênero dos substantivos. A palavra sentinela, por exemplo,

é do gênero feminino, quer se refira a pessoas do sexo feminino ou masculino...

Ex.: As sentinelas estavam atentas a tudo.

7.2 UM SÓ DETERMINANTE E MAIS DE UM DETERMINADO

Quando um determinante está caracterizando mais de um determinado, devemos considerar se

ele aparece antes ou depois das palavras determinadas bem como o gênero dessas palavras.

Não se esqueça de que os termos determinantes são...

� os adjetivos propriamente ditos;

� os artigos;

� os pronomes adjetivos;

� os numerais adjetivos;

� os particípios verbais.

7.2.1 DETERMINANTE ANTES DOS DETERMINADOS

Aparecendo antes das palavras determinadas do mesmo gênero, o determinante concorda com

a mais próxima em gênero e número – o que é mais comum – ou vai para o plural e para o gênero

comum...

Ex.: Receberam oportuna visita e notícia./Receberam oportunas visita e notícia.

Se as palavras determinadas forem de gêneros diferentes, o determinante concorda com a mais

próxima em gênero e número – o que é mais comum – ou vai para o plural masculino...

Ex.: Escolheste má hora e lugar./Escolheste maus hora e lugar.

Se as palavras determinadas se referirem a uma mesma pessoa ou coisa, ou se o determinante se

referir a apenas uma delas, teremos o determinante no singular...

Ex.: Sempre serei seu fiel amigo e servidor.

Ex.: Esperamos bom preço e qualidade.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

Sendo o determinante um predicativo, ele irá para o singular ou para o plural, dependendo do

verbo...

Ex.: Estava calmo o coordenador e a supervisora durante a vistoria.

Ex.: Estavam calmos o coordenador e a supervisora durante a vistoria.

Antes de nomes próprios, contudo, o plural é obrigatório...

Ex.: As simpáticas Cíntia e Valéria.

7.2.2 DETERMINANTE DEPOIS DOS DETERMINADOS

Vindo depois de palavras determinadas do mesmo gênero, o determinante concorda com a mais

próxima em gênero e número ou vai para o plural e para o gênero comum, indiferentemente...

Ex.: Estavam ali um jovem e um homem preocupado./Estavam ali um jovem e um

homem preocupados.

Se as palavras determinadas forem de gêneros diferentes, o determinante concorda com a mais

próxima em gênero e número ou vai para o plural masculino, indiferentemente...

Ex.: Precisamos de material e sala adequada./Precisamos de material e sala

adequados.

Se o determinante posposto for um predicativo, o plural é obrigatório...

Ex.: O diagramador e a coordenadora estão atrasados.

Se o determinante for um pronome possessivo, deverá concordar com o termo mais próximo...

Ex.: Por senso de responsabilide e vontade sua, resolveu ficar.

É claro também que, se o adjetivo estiver se referindo somente a um substantivo, concordará

apenas com o último substantivo...

Ex.: Da janela avistava sol e mar azul.

7.3 UM SÓ DETERMINADO E MAIS DE UM DETERMINANTE

Quando mais de um determinante está caracterizando uma única palavra determinada, temos

duas possibilidades de concordância...

...a palavra determinada vai para o plural e os determinantes ficam sem artigo...

Ex.: Estudava os idiomas francês, inglês e italiano.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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...a palavra determinada vai para o singular e o artigo é obrigatório a partir do segundo

determinante...

Ex.: Estudava o idioma francês, o inglês e o italiano.

No caso de numerais ordinais que se refiram a um único substantivo, podem ser usadas as

seguintes construções...

Ex.: O curso estará aberto a alunos do 1o. e 2o. grau./O curso estará aberto a alunos do

1o. e 2o. graus.

Ex.: Os andares quinto e sexto serão interditados.

7.4 EXPRESSÕES COM VERBO SER MAIS ADJETIVO

As expressões é bom, é necessário, é proibido, além de tantas outras formadas com o verbo ser

mais um adjetivo são invariáveis...

Ex.: Bebida alcoólica é proibido para menores.

Com sujeito precedido de artigo – ou palavra equivalente –, a concordância, contudo, é obrigatória...

Ex.: A bebida alcoólica é proibida para menores.

7.5 PALAVRAS SEMPRE VARIÁVEIS

Anexo, incluso...

Ex.: Seguem anexos os documentos.

Ex.: Vai inclusa a procuração.

A expressão em anexo, contudo, é invariável, mas não é de bom tom segundo os

padrões cultos da língua...

Ex.: Os documentos seguem em anexo.

Mesmo, próprio...

Ex.: Elas mesmas realizarão a correção.

Ex.: Eles próprios estarão à frente do processo.

Leso-...

Vem do verbo lesar, no sentido de prejudicar, mas é forma adjetiva.

Ex.: Burlar essas leis constitui crime de lesa-pátria.

Obrigado, agradecido, grato...

Ex.: “Muito obrigadas”, agradeceram elas.

Ex.: Nós todos estamos agradecidos por sua colaboração.

Ex.: As secretárias estavam gratas pela ajuda recebida.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

Quite...

Ex.: Nós estaremos quites depois desses acertos.

Tal qual...

Tal concorda com o termo anterior e qual com o posterior...

Ex.: Os funcionários são tais quais seus chefes.

Ex.: Os resultados são tais qual o planejamento.

7.6 PALAVRAS SEMPRE INVARIÁVEIS

As seguintes expressões não constituem adjetivos propriamente ditos, mas expressões invariáveis...

Menos...

Ex: Acredito que agora elas estejam menos ocupadas.

Alerta...

Ex.: Estamos todos alerta.

Salvo...

No sentido de exceto, com exceção de...

Ex.: Salvo prescrições contrárias ao acordo, tudo ocorrerá como havíamos previsto.

Pseudo/todo...

Quando usados em termos compostos...

Ex.: Acabamos descobrindo que eles eram pseudo-especialistas.

A olhos vistos...

Significa visivelmente...

Ex.: Ela definhava a olhos vistos.

Substantivos adjetivados...

Alguns substantivos podem ser usados na caracterização de outros substantivos. Nesse

caso, permanecem invariáveis...

Ex.: Comprei uma nova blusa vinho.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 3

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Adjetivos adverbiados...

Alguns adjetivos costumam ser usados não em referência a substantivos, mas como

advérbios, para modificar verbos, adjetivos ou outros advérbios. Têm, assim, o mesmo

sentido de advérbios terminados em -mente...

Ex.: Ela falou sério. = Ela falou seriamente.

7.7 PALAVRAS VARIÁVEIS OU INVARIÁVEIS

Algumas palavras e expressões da língua ora possuem valor adjetivo – concordando, pois, com os

substantivos e os pronomes substantivos a que se referem em gênero e número –, ora apresentam

valor adverbial –, modificando verbos, adjetivos ou outros advérbios, devendo permanecer, portanto,

invariáveis.

Vejamos algumas delas a seguir...

7.8 POSSÍVEL

A palavra possível em expressões superlativas como o mais, o menos, o melhor, o pior, fica no

singular, afastada ou não dessas expressões...

Ex.: Quero materiais o menos possível caros./Quero materiais o menos caros possível.

Vai para o plural, contudo, quando o artigo vier no plural...

Ex.: Dei-lhe as respostas mais espontâneas possíveis.

Ex.: Alcançaremos os resultados mais altos possíveis.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 3

A expressão quanto possível é invariável...

Ex.: Proporcionou-lhe informação quanto possível.

7.9 UM OU OUTRO/NEM UM NEM OUTRO/UM E OUTRO

Com as expressões um ou outro e nem um nem outro, o substantivo sempre aparece no singular,

tal qual o verbo, quando essas expressões assumem papel de sujeito...

Ex.: Um ou outro estagiário será o responsável por esta árdua tarefa.

Ex.: Nem um nem outro operário aderiu à greve.

Com a expressão um e outro, o substantivo é usado no singular, mas o verbo poderá aparecer no

plural ou no singular quando essas expressões funcionarem como sujeito...

Ex.: Um e outro problema podem ser facilmente resolvidos./ Um e outro problema

pode ser facilmente resolvido.

Se as expressões nem um nem outro e um e outro se referirem a nomes de gêneros diferentes,

é mais comum o emprego de substantivo no masculino, contudo, cada núcleo da expressão pode

concordar com o termo referido...

Ex.: Quando contratamos Pedro e Marta, não sabíamos quanto um e outro seriam

importantes para a empresa./Quando contratamos Pedro e Marta, não sabíamos quanto

um e outra seriam importantes para a empresa.

7.10 ADJETIVOS COMPOSTOS

Nos adjetivos compostos de dois ou mais elementos que se referem a nacionalidades, a

concordância em gênero e número com o termo determinado só ocorrerá no último adjetivo do

composto...

Ex.: A cultura de negócios anglo-germânica é muito diferente da nossa.

Com adjetivos compostos que designam nomes de cores, o mais comum é deixar o primeiro

adjetivo invariável – no masculino e no singular – e estabelecer a concordância do segundo com

o determinado...

Ex.: Havíamos escolhido folhas de papel verde-escuras.

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7.11 PARTICÍPIOS VERBAIS

Os particípios verbais concordam com o determinado...

Ex.: Terminados os preparativos para a vistoria, só restava a todos aguardar.

Ex.: Todas as notas já foram pagas pela área contábil.

As palavras dado e visto são partícipios e, desse modo, devem concordar com os termos por eles

determinados...

Ex.: Vistas as circunstâncias, devemos agir com rapidez.

Ex.: Precisamos manter a calma, dada a gravidade da situação.

Em um tempo composto na voz ativa, contudo, o particípio fica invariável...

Ex.: Os diretores já tinham iniciado a reunião quando chegamos.

7.12 CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA

A concordância ideológica ou silepse é aquela que se dá não com a forma gramatical das palavras,

mas com seu sentido.

Podemos listar os seguintes tipos de silepse...

De gênero...

Ex.: A dinâmica e populosa São Paulo sofre com as enchentes (leia-se: cidade de São

Paulo).

Ex.: Vossa Majestade está preocupado (tratando-se de um rei).

De pessoa...

Ex.: Infelizmente, os brasileiros não comemoramos a vitória da seleção (leia-se: nós, os

brasileiros).

De número...

Ex.: ‘Os sertões’ conta a guerra de Canudos (leia-se: a obra ‘Os sertões’).

7.13 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

7.14 ATIVIDADES

7.14.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

MÓDULO 4 – TEXTUALIDADE

APRESENTANDO O MÓDULO

Neste módulo, identificaremos os elementos que diminuem a eficácia comunicativa de um texto

escrito.

Trataremos, inicialmente, da relevância e das violações que produzem sentidos nebulosos que

emergem das entrelinhas do texto.

Verificaremos, a seguir, o que torna um texto incoerente, o que inviabiliza o compartilhamento de

sentidos e, conseqüentemente, desestabiliza o processo de comunicação.

Finalmente, analisaremos a coesão textual, isto é, as relações que se estabelecem entre os

elementos lingüísticos que funcionam na superfície do texto e que estabelecem seu sentido.

ESTRUTURA

Neste módulo, analisaremos os fatores que garantem a eficácia e os que levam às falhas no

processo comunicativo.

Abordaremos ainda os conceitos de coerência e coesão, identificando suas marcas no texto.

UNIDADE 1 – FALHAS NA COMUNICAÇÃO

1.1 ERRO

Falhas no processo comunicativo nos fazem sentir o sabor do erro.

Como eliminar os erros de nossa escrita?

Eliminar erros?

Ou tornar nossa comunicação mais eficaz?

Como as línguas são homogêneas apenas na aparência, é tênue a fronteira entre o erro

e a produção lingüística correta.

Além de as línguas serem dinâmicas, de estarem em constante variação, cada um de

nós, falantes, tem seu próprio jeito de falar e escrever*.

*Próprio jeito de falar e escrever...

Isso significa que estamos sempre adequando a língua às situações que vivemos. Nesse sentido, nossa fala e nossa escrita são típicas de nossa produção lingüística.

Elas são particulares a nós – como sujeitos falantes de uma determinada língua –

e não à comunidade como um todo.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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1.2 DOMÍNIO DO DISCURSO

Vocês viram o jogo de futebol ontem?

Por que nos expressamos com maior facilidade...

...quando estamos falando sobre um assunto que conhecemos bem?

...quando falamos para um grupo que nos é familiar?

Hmmm... eu... ahn... fiquei muito... ahn... orgulhoso por ter sido... escolhido o paraninfo destaturma...

Por que encontramos uma série de dificuldades...

...quando temos de falar para platéias?

...quando temos de discorrer sobre temas que não dominamos bem?

As respostas a essas questões têm a ver com as situações lingüísticas que vivenciamos. Essas

situações caracterizam o domínio de nosso discurso.

Para cada domínio* diferente do discurso, dispomos de tipos diferentes de falas e de diferentes

tipos de escrita.

Quando esse domínio se altera...

� altera-se nossa fala...

� altera-se nossa escrita.

1.3 ATO COMUNICATIVO

Sabemos que um ato comunicativo* – seja ele oral ou escrito – caracteriza-se...

� por envolver uma relação cooperativa com nosso interlocutor;

� por transmitir intenções e informações;

� por ter uma forma adequada a sua função.

A comunicação se dá então porque tanto nós quanto nossos interlocutores nos engajamos em

um esforço cooperativo, para atingir determinados objetivos.

*Domínio de nosso discurso...

Manifestação pública fundada na oralidade ou, se escrita, com destinação pública.

Nele há metódica e persuasiva exposição do assunto ou arrazoado.

*Ato comunicativo...

Processo intermediado pela interação e pela construção de sentidos, que

compreende desde a intenção que nele expressamos até a resposta dada por

nosso interlocutor.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Porém, para possibilitar essa cooperação, nosso texto deve ser...

� claro;

� relevante;

� informativo na medida certa;

� sincero.

1.3.1 RELEVÂNCIA

A falta de relevância* produz sentidos nebulosos. Ou seja, permite que a ambigüidade* se instale

nas entrelinhas de nosso texto.

Vejamos...

– A namorada dele é bonita?

– É... ela tem pés graciosos.

Prezado Senhor,

Em resposta ao seu e-mail de 06 deste mês, tenho a informar que o Sr. Rino Magrello

trabalhou nesta empresa, até o final de dezembro de 2002. Quanto ao seu desempenho

como contador, sempre foi esforçado e organizado com seus pertences.

Atenciosamente,

G. G. Gordilho, Diretor

Nesses dois casos, a relevância das informações está comprometida.

Indiretamente, podemos interpretar essas mensagens da seguinte maneira...

A namorada não é bonita.

O candidato ao emprego não tem as qualificações necessárias ao cargo.

1.3.2 IRONIA

A falta de sinceridade é freqüentemente interpretada como ironia*.

Vejamos onde a falta de sinceridade se instala neste diálogo...

– Desculpe-me... Perdi a hora...

– O relógio não despertou?

*Ironia...

Modo de exprimir-se em que se diz o contrário daquilo que se está pensando ou

sentindo, em geral, com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem.

*Relevância...

Importância, valor.

*Ambigüidade...

Qualidade daquilo que se pode tomar em mais de um sentido.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Pistas do discurso, sinais presentes no contexto nos apontam quando, em um texto –

seja ele oral ou escrito –, a sinceridade é deixada em segundo plano, instalando-se,

nele, conseqüentemente, a ironia.

1.3.3 PROLIXIDADE

Esta é uma fala carregada de prolixidade*...

– Estamos aqui, no estúdio, com o psicólogo, Dr. Gidofredo, um dos grandes especialistas

em adolescência...

– Dr. Gidofredo... Afinal, os jovens têm alguma coisa a transmitir aos mais velhos?

– Não saberia responder com exatidão. Há sempre uma eterna divergência entre as

gerações.

– Os jovens pensam de um jeito... às vezes estranho... que chega a escandalizar os mais

velhos.

– Já os mais velhos, por outro lado, costumam, na maioria das vezes, achar que os mais

jovens, em alguns casos, não têm nada a transmitir aos mais velhos.

Apesar de tantas palavras, apenas uma frase poderia resumir tudo o que foi dito...

Há sempre uma eterna divergência entre as gerações.

1.3.4 CLAREZA

A falta de clareza dispersa a atenção de nossos interlocutores...

– E aí, tru? Belê?

– Sussu.

– Vô na minha goma. Tá na fita?

– Se pá eu vou lá.

– Cola lá. Falou?

Vamos traduzir?

Olá. Tudo bem?

Tudo ótimo...

Vou para casa. Quer ir comigo até lá?

Se eu puder, vou lá.

Apareça por lá, ok?

A falta de clareza* faz com que somente os falantes que conhecem o sentido dessas gírias

consigam apreender plenamente o sentido desse dialógo...

*Prolixidade...

Qualidade daquilo que é muito longo ou difuso.

*Clareza...

O leitor entende com facilidade as informações que estão sendo expressas

no texto.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

1.4 VIOLAÇÕES PERMITIDAS

Em algumas situações, há, certamente, um acordo tácito entre nós e nossos interlocutores, para

aceitarmos determinadas violações*.

E isso se dá sem que se altere a interpretação da intenção veiculada no ato comunicativo.

Vejamos como a polidez* é usada para evitar a descortesia...

– Espelho, espelho meu... Você acha que eu pareço ter 50 anos?

– Imagine! Nem 40!

1.4.1 VIOLAÇÕES NÃO PERMITIDAS

Entretanto, há violações que não são autorizadas por nenhum princípio – polidez, ironia... –, pois

são feitas de má-fé.

São violações que tentam enganar o interlocutor, levando-o a acreditar em informações

subliminares.

Citamos também o já conhecido discurso tecnocrata, explorado aqui humoristicamente...

– Para direcionar o questionamento dos problemas que afetam determinado segmento

da sociedade, acionando o dispositivo de uma logística que atinja os estratos sociais

emergentes, faz-se mister equacioná-los em módulos abrangentes, que otimizem a

operacionalização, segundo parâmetros impostos pela cooptação da proposta

decorrente do posicionamento assumido pelo discurso de nossa casuística.

FonteSABINO, Fernando. Que língua, a nossa! In:______. A falta que ela me faz. Rio de Janeiro: Record, 1980,p.29-33.

1.4.2 FALTA DE HABILIDADE

Há, finalmente, violações que não são intencionais e que levam a uma quebra real da comunicação.

Essas violações são causadas, principalmente, por nossa inabilidade ao comunicar nossas intenções.

Algumas vezes, quando essas falhas ocorrem, nosso interlocutor – se cooperativo – pode tentar

recuperar as informações que estamos veiculando.

*Violação...

Infração de normas ou regras.

*Polidez...

Indicação das qualidades de delicadeza, cortesia e civilidade, no discurso, por

meio da escolha do tom de voz, de formas de tratamento mais ou menos

formais, ou de marcadores como por favor, por gentileza...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

124

É o caso de um paciente vendedor...

– Posso ajudá-lo, cavalheiro?

– Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...

– Pois não?

– Um... como é mesmo o nome?

– Sim?

– Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa

simples, conhecidíssima.

– Sim senhor.

– Olha, é pontuda, certo?

– O quê, cavalheiro?

– Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma

volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na

ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de,

como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte

que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha.

Entende?

– Infelizmente, cavalheiro...

– Ora, você sabe do que eu estou falando.

– Estou me esforçando, mas...

– Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?

– Se o senhor diz, cavalheiro.

– Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não

saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.

– Sim senhor. Pontudo numa ponta.

– Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?

– Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem

sabe o senhor desenha para nós?

– Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma

negação em desenho.

– Sinto muito.

– Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem na vida. Não sou

um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome

desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números.

Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo.

– Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está

pensando.

– Eu não estou pensando nada, cavalheiro.

– Chame o gerente.

– Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa

coisa que o senhor quer, é feita de quê?

– É de, sei lá. De metal.

– Muito bem. De metal. Ela se move?

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

– Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra

aqui e encaixa na ponta, assim.

– Tem mais de uma peça? Já vem montada?

– É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.

– Francamente...

– Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem

vindo, outra volta e clique, encaixa.

– Ah, tem clique. É elétrico.

– Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.

– Já sei!

– Ótimo!

– O senhor quer uma antena externa de televisão.

– Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...

– Tentemos por outro lado. Para o que serve?

– Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a

ponta por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.

– Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um

gigantesco alfinete de segurança e...

– Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!

– Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!

– É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?

FonteVERÍSSIMO, Luís Fernando. Comunicação.

Disponível em: <http://www.ofag.c om.br/disciplinas_conteudo.php?cod=13>.Acesso em: 14 ago. 2006.

1.5 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Assassinato por morte?

1.6 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 2 – COERÊNCIA TEXTUAL

2.1 COERÊNCIA

– Isso que você está falando é incoerente...

– O depoimento dele é bastante coerente...

– Seja coerente!

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

126

2.2 INCOERÊNCIA

Sem tentarmos aprofundar esses conceitos – coerência e incoerência –, veremos que eles se

relacionam à lógica... à lógica das idéias.

Ser coerente então refere-se à explicitação de uma idéia logicamente estruturada.

Ser incoerente, sem dúvida, é o inverso, o contrário disso...

Se estamos aqui tratando da linguagem – seja ela oral ou escrita –, faz-se necessário verificarmos

o que torna nosso texto coerente, já que a incoerência inviabiliza o compartilhamento de sentidos

e, conseqüentemente, desestabiliza o processo de comunicação.

Vejamos...

Eugênio havia trabalhado no computador até tarde, mas ainda estava trabalhando no

computador.

Pedro chegou sozinho na escola, pois seu amigo não foi à aula, entretanto estava

doente.

Nossa! Tive um curto-circuito!

É claro que, ao ouvirmos ou lermos essas frases, sentimos um estranhamento... Algo não nos soa

bem...

É esse sentimento que, de alguma forma, torna perceptível para nós a incoerência.

2.2.1 CAUSAS DA INCOERÊNCIA

O que teria gerado em nós esse estranhamento?

Qual a causa da incoerência desses textos?

Eugênio havia trabalhado no computador até tarde, mas ainda estava trabalhando no

computador.

Nesse texto, existem problemas na continuidade temporal dessas informações.

Se Eugênio havia trabalhado, como ele ainda estava trabalhando?

Pedro chegou sozinho na escola, pois seu amigo não foi à aula, entretanto estava

doente.

O que é ser coerente? O que caracteriza a incoerência?

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Ora, nossa expectativa, nesse texto, não é respeitada...

Se alguém está doente, o esperado é que fique em casa.

Estar doente, portanto, é causa para estar ausente da escola e não impedimento.

Nossa! Tive um curto-circuito!

Nessas frases, a incoerência se estabelece quando um conhecimento geral é

contrariado...

Seres humanos não são suscetíveis a curtos-circuitos, apenas máquinas e

equipamentos.

Portanto, a incoerência nos remete à falta de lógica, caracterizada tanto pela forma como se

articulam os elementos lingüísticos em um texto quanto pelo desrespeito a nosso conhecimento

prévio.

2.3 COERÊNCIA TEXTUAL

A incoerência se relaciona à forma como se combinam os elementos lingüísticos em um texto.

Epitáfio para um banqueiro

negócio

ego

ócio

cio

o

FontePAES, José Paulo. Epitáfio para um banqueiro. Disponível em: http://www.geocities.com/SoHo/Nook/4880/paes.html. Acesso em: 14 ago. 2006.

Apesar de esse poema apresentar-se como uma breve lista de palavras, quando o lemos, dele

extraímos um sentido.

Inconscientemente, estabelecemos uma relação entre essas palavras, o que nos permite dele

resgatar um evento.

Não se trata, pois, de um amontoado de palavras, mas sim de um texto.

Esse texto é incoerente?

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

128

Embora sem marcas explícitas de coesão*, seu sentido deriva dos esquemas mentais, produtos de

nosso conhecimento do mundo.

2.3.1 CONHECIMENTO DE MUNDO

E agora?

E foram ao banco pedir um financiamento para comprar a casa. Da mesma forma que

a casa, o banco era de tijolos. Tijolo está caríssimo. Mísseis também são caríssimos. Ao

serem usados em guerras, os mísseis são lançados no espaço. Segundo a Teoria da

Relatividade, o espaço é curvo.

Embora tenhamos aqui um conjunto de sentenças, coesivamente articuladas, nosso conhecimento

lingüístico não nos permite considerar esse material um texto.

Nosso conhecimento de mundo nos desautoriza a fazê-lo, já que dele não podemos, por meio de

inferências, resgatá-lo como uma unidade de sentido.

Dessa forma, quando lemos/ouvimos um texto, temos de fazer inferências* para que possamos

compreendê-lo integralmente.

Se não fosse dessa maneira, nossos textos teriam de ser excessivamente longos para poderem

explicitar tudo o que queremos com ele comunicar.

Assista à animação no ambiente on-line.

2.3.2 INFORMAÇÕES NOVAS

Essa sentença é gerada pelas operações envolvidas na aplicação da regra de

apassivação – deslocamento do SN1 para posição dominada pelo SAdv, movimento

do SN2 para a posição do SN1, que ficou vazia, e inserção, por transformação, do -DO

imediatamente após o V-.

A quantidade de informações novas – as fórmulas – podem, para aqueles que não a conhecem,

inviabilizar o resgate do sentido, tornando, dessa forma, o texto incoerente.

Para muitos de nós, essas fórmulas não nos levam a sentido algum. Vejamos

outro exemplo...

*Coesão...

São as articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases,

parágrafos e partes maiores de um texto que garantem sua conexão.

*Inferência...

Passagem de uma proposição a outra que dela deriva sem mediação; dedução.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Complicado?

Não para todos nós.

Nosso conhecimento de mundo desempenha um papel decisivo no estabelecimento da

coerência.

Se o texto apresentar informações que absolutamente não conhecemos, será difícil resgatar seu

sentido e ele nos parecerá destituído de coerência.

2.3.3 CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO

Não são apenas as informações novas que nos impossibilitam resgatar o sentido de um texto – o

desconhecimento de língua também.

Dessa forma, nem todos nós conseguimos resgatar inteiramente o sentido deste trecho de uma

peça teatral...

Esse texto descreve a transformação de uma sentença ativa – Joana

entrevista Márcia – em uma sentença passiva – Márcia é entrevistada por Joana.

ACTE II

Scène première

DON ARIAS, LE COMTE

LE COMTE

Je l’avoue entre nous, mon sang um peu trop chaud

S’est trop ému d’um mot, et l’a porté trop haut;

Mais puisque c’en est fait, le coup est sans remedé.

DON ARIAS

Qu’aux volontés du roi ce grand courage cède:

Il y prend grande parte; et son couer irrité

Agira contre vous

de pleine autorité.

Aussi vous n’avez point de valable défense:

Lê rang de l’offense, la grandeur de l’offense,

Demandent dês devoirs et dês submissions

Qui passent lê commun dês satisfactions.

Corneille

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

130

2.3.4 SITUAÇÃO COMUNICATIVA

Vimos que, para que um texto não seja uma mera relação de frases e palavras, é necessário que

essas frases e palavras estejam articuladas coesivamente em um todo, em uma unidade de

sentido.

Entretanto, muitas vezes, o resgate do sentido de um texto se dá na relação entre ele e a situação

por nós vivida, ou seja, no nível pragmático da comunicação*.

Analisando a situação...

A coerência desse texto se relaciona às cenas que acabamos de ver.

Dessa forma...

Em O telefone!, entendemos algo do tipo... O telefone está tocando... Atenda-o para

mim!

Em Estou no banho, podemos entender... Não posso atender o telefone agora!

Portanto, para evitar incoerências, ao construirmos um texto, devemos verificar se ele está

adequado a uma situação comunicativa*.

Um texto que é coerente em dada situação, pode não sê-lo em outra.

2.3.4.1 FATORES CONTEXTUALIZADORES

Os fatores contextualizadores são sinais que ancoram o texto em uma situação comunicativa

determinada, favorecendo sua coerência.

Vejamos...

– Tenho importantes informações a dar... um de nossos concorrentes mudou-se para

aquele prédio da esquina.

– Não se esqueçam de avisar aquele nosso parceiro... Ele precisa daquela informação

ainda hoje.

*Nível pragmático da comunicação...

Nível de construção do sentido formado por um sistema de pressuposições e

implicações que buscam a produção de sentido no nível das ações propriamente

ditas e das intenções.

*Situação comunicativa...

A circunstância em que se estabelece o ato comunicativo.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Aqui sentimos algumas lacunas...

Um de nossos concorrentes – qual concorrente?

Para aquele prédio da esquina – qual prédio? De qual esquina?

Aquele nosso parceiro – qual parceiro?

Daquela informação? – qual informação?

Somos levados a rejeitar esse texto, por falta de pistas que nos contextualizem as informações

nele expressas.

2.3.5 PREVISIBILIDADE

Todo o texto é portador de informações. E é justamente o grau de previsibilidade dessas

informações que interfere na construção de sua coerência.

Veja a animação no ambiente on-line.

Aqui as informações são previsíveis e até redundantes...

Todas reforçam o sentido de demissão...

Portanto, seu grau de informatividade é baixo.

Um texto será tanto menos informativo quanto mais previsíveis ou redundantes forem as

informações por ele expressas.

O inverso também é verdadeiro – informações não previsíveis aumentam o grau de

informatividade de um texto.

2.3.6 FOCALIZAÇÃO

Focalizar nos remete à imagem de uma câmera que, no curso de uma filmagem, destaca aspectos

de uma cena. Em função do olhar do diretor, focos diversos podem nos ser dados nesse momento.

Por outro lado, reconhecer e interpretar o sentido desses focos depende de nosso olhar de

espectadores.

E nem sempre conseguimos entender o sentido dado a um determinado foco pelo diretor...

No texto, processo semelhante se instaura. Muitas vezes, não conseguimos chegar ao ponto que

nosso interlocutor desejaria...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

132

Surgem então as diferenças de focalização que comprometem, sem dúvida, o sentido do texto,

impedindo o estabelecimento de sua coerência.

Vejamos...

Assista à animação no ambiente on-line...

– Vestir a camisa é a solução.

– A solução é um orçamento bem dirigido e um planejamento racional.

– Nada disso!

– A solução é lealdade, esforço, trabalho sério e boa vontade!

– Nossa solução é uma grande festa surpresa!

Delimitar sentidos e estabelecer objetivos para o que escrevemos, com certeza, minimiza as

incoerências que se originam de focalizações inadequadas.

2.3.7 INTERTEXTUALIDADE

A intertextualidade diz respeito à inserção de referências textuais de diferentes textos no texto

que está em construção.

Todos, de alguma forma, já utilizamos esse recurso.

Vejamos...

– E agora? O que faço? Tenho de salvar a empresa... Quem poderá me ajudar???

– Sou Gruu e estou aqui pra te ajudar... Posso realizar um desejo seu! Sua empresa anda

de mal a pior. E agora José? O que você escolhe?

E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?

FonteANDRADE, Carlos Drummond. José. Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/cda.htm. Acessoem: 14 ago. 2006.

2.3.7.1 EXEMPLO

Em relação ao conteúdo, a intertextualidade – implícita ou explícita – é uma constante.

Textos de uma mesma época, de uma mesma área de conhecimento, de uma mesma cultura,

dialogam necessariamente uns com os outros.

Dessa forma, indicação da fonte do texto, citações, referências, resumos, resenhas...

caracterizam-se como exemplos de intertextualidade.

Reconhecer essas informações e os motivos de suas re-apresentações neutraliza a

incoerência e otimiza o resgate do sentido do texto.

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M Ó D U L O 4

Veja o exemplo...

Meu amor,

fico feliz por você acreditar nas pequenas mudanças tão fundamentais...

Mas lembre que a força está na diferença.

Suzana.

2.3.8 INTENCIONALIDADE

Como produtores de textos, temos determinados objetivos que vão desde a simples intenção de

estabelecer contato até levar nosso interlocutor a partilhar de nossas opiniões ou a agir de

determinada forma.

Intencionalidade tem a ver então com o modo como utilizamos os textos para perseguir e realizar

nossas intenções. Para tal...

� produzimos nossos textos, buscando adequá-los à obtenção dos objetivos que

almejamos;

� sinalizamos a nosso interlocutor pistas que lhe permitam apreender, de nosso

texto, o sentido que desejamos.

2.3.9 ACEITABILIDADE

A aceitabilidade constitui a contraparte da intencionalidade.

Quando escrevemos, sem dúvida, esforçamo-nos para que nos entendam.

Para tal, tentamos calcular... dosar o sentido do texto que produzimos... apontamos pistas para que

nosso interlocutor relacione esses sentidos a seu conhecimento de mundo.

Temos de considerar que, para que exista entendimento, esse esforço é tanto do enunciador

quanto do receptor.

2.3.10 INTENCIONALIDADE

Intencionalidade tem a ver com argumentatividade.

Se considerarmos como verdade que não existem textos neutros...

...que, por trás deles, há sempre uma intenção, um objetivo...

Delimitar sentidos e estabelecer objetivos para o que falamos/ escrevemos,

com certeza, minimiza as incoerências que se originam da falta de clareza de

nossas intenções.

Em síntese, esforçamo-nos para que ele aceite nosso texto e chegue aonde

gostaríamos que chegasse.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

134

...que os textos jamais serão cópias do mundo real, pois o mundo é recriado no texto,

por meio de nossas crenças, convicções, perspectivas, propósitos...

...somos levados a acreditar que todo texto repousa sobre argumentos que, de alguma

forma, precisam ser aceitos por nosso interlocutor.

2.4 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme O conde de Monte Cristo?

2.5 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 3 – COESÃO TEXTUAL

3.1 COESÃO

O texto é uma unidade lingüística com propriedades estruturais específicas.

Essas propriedades compreendem determinadas regularidades de organização às quais os

elementos lingüísticos se subordinam, inter-relacionando-se na construção do texto.

A essas relações que se estabelecem entre os elementos lingüísticos que funcionam na superfície

do texto e que viabilizam seu sentido chamamos coesão textual*.

3.2 MECANISMOS LINGÜÍSTICOS

A coesão textual se estabelece por meio de determinados mecanismos – gramaticais ou não –

que articulam as sentenças de um texto, tecendo sua textualidade.

São vários os mecanismos que desempenham na língua essa função.

*Coesão textual...

Embora seja um fenômeno distinto da coesão, a coerência textual é constituída

não no texto, mas a partir dele, considerando-se os recursos coesivos presentes

em sua superfície.

Ao contrário da coerência – que subjaz à linearidade do texto e que se constrói

em nossas mentes –, a coesão se manifesta por meio de marcas lingüísticas

presentes na camada superficial do texto.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Entretanto, os mais importantes são...

Remissão*...

A coesão por remissão tem como função ativar referentes* no texto.

Naquela manhã, o Super-Homem amanheceu disposto. Queria novas aventuras!

Que azar! Ele estava tão distraído que não percebeu. O avião se aproximava...

A expressão o Super-Homem é retomada pelo pronome pessoal Ele no segundo

parágrafo.

Continuemos...

Que azar! Ele estava tão distraído que não percebeu. O avião se aproximava...

Em questão de segundos, ambos se chocaram!

Aqui ambos retoma Ele e o avião.

Sem repetir esses termos, sem dúvida, o texto fica mais leve.

Inferência*...

A coesão também pode ocorrer por inferência, por meio de pistas presentes na superfície

do texto.

A inferência se dá com a ativação de conhecimentos que fazem parte de nosso

conhecimento de mundo e que estão registrados em nossa memória.

Prove, benzinho!

Está bom de sal?

Prove, benzinho! e Está bom de sal? nos sugerem que o cãozinho tinha uma senhora vida...

*Inferência...

Passagem de uma proposição a outra que dela deriva sem mediação; dedução.

*Referente...

Situação contextual a que a mensagem remete.

*Remissão...

Ação ou efeito de remeter, de mandar a um ponto dado.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Justaposição...

A coesão por justaposição pode ocorrer com ou sem o auxílio de elementos

lingüísticos na superfície do texto.

Chegou em casa. Estacionou o carro. Entregou uma folha de papel à esposa.

Tinha sido demitido. Desolado ficou.

Aqui é a pontuação que dá coesão ao texto. Ou seja, não há nenhum outro elemento lingüístico

que faça esse encadeamento...

Marcação textual...

A coesão também pode ser feita por meio de marcadores que sinalizam a ordenação*

das sentenças no texto.

Primeiro, ela tentou consolá-lo. Depois, a partir de um ‘insight’, incentivou-o a

abrir um negócio. Afinal, poderiam ter uma empresa só deles.

Primeiro e Depois são dois marcadores que ordenam temporalmente as sentenças no texto.

Já Afinal é um ordenador textual. Sua função é encerrar esse episódio.

Conexão...

Podemos ainda encadear os elementos por meio de conectores gramaticais.

Esses conectores estabelecem diferentes relações, ordenando logicamente as partes

do texto.

Entre outras, essas relações podem ser de...

Condicionalidade...

Expressa uma condição entre as duas idéias que o conector relaciona.

Causalidade...

Expressa a causa da idéia principal.

Mediação...

Relação lógico-semântica – significado – que se expressa entre duas orações,

uma das quais apresenta os meios para se atingir o fim expresso na outra.

Estudou muito para conseguir a aprovação.

*Ordenação...

Boa disposição; arranjo metódico; arrumação, ordem.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Disjunção...

Relação lógico-semântica – significado – que se expressa entre duas orações

pelo conector, estabelecendo idéia de exclusão ou inclusão.

Paulo ficará no Rio ou seguirá para São Paulo no fim de semana/Todos devem

usar camisa social ou terno.

Temporalidade...

Expressa tempo.

Conformidade...

Expressa um acordo, uma conformidade entre as duas idéias que o conector

relaciona.

Modo...

Expressa o meio, a maneira ou a forma necessária para a realização de outra

ação.

Quando falamos de conexão, portanto...

Vejamos...

Ora... Se ele havia sido demitido, precisavam arrumar uma nova forma de ganhar dinheiro. Para

resolver essa situação, abririam um negócio.

Primeiro...

O conector Se nos aponta uma relação de causalidade...

ele havia sido demitido é a causa...

Essa causa gera como conseqüência precisavam arrumar uma nova forma de ganhar dinheiro.

Segundo...

Para é um conector que relaciona um fim – Para resolver essa situação – a um meio – abririam um

negócio.

3.3 RELAÇÕES LÓGICO-SEMÂNTICAS

Poderíamos citar outras relações que, no texto, estabelecem a coesão. Contudo, nosso objetivo

foi apenas destacar a ponta do novelo... Foi mostrar que algo mais deve nortear nosso escrever.

Analisar como a língua estrutura suas relações lógico-semânticas é muito mais significativo do

que memorizar o longo rol de conjunções que marcam os processos de coordenação e

subordinação entre enunciados.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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*Sintaxe...

Parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases

no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.

Ou seja, apenas o que precisa ser dito... é dito!

Não basta que saibamos identificar o valor concessivo de ainda que, se, na prática, não

sabemos o que significa uma concessão.

Não basta que à menção de mas lembremos de porém, contudo, entretanto, todavia,

se só conseguirmos associá-lo à idéia de conjunção.

3.3.1 NOMENCLATURAS

Entre extensas nomenclaturas e classificações, que geram, na maioria de nós, terror e

incompreensão da sintaxe*, facilmente deixamos que se perca um dos aspectos mais importantes

não só para a coesão do texto, mas, principalmente, para nossa formação como escreventes...

...aquilo que é capaz de nos mostrar que sabemos escrever porque somos capazes de

expressar, em palavras, encadeamentos lógicos e diferentes orientações discursivas...

...ou seja, porque somos capazes de pensar.

Desembaraçar o emaranhado de problemas que dizem respeito à produção textual começa, de

fato, por aí.

3.4 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Onze homens e um segredo?

3.5 SÍNTESE DA UNIDADE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 4 – CUIDADOS NA ESCRITURA DE TEXTOS TÉCNICOS

4.1 MARCAS DO ESTILO TÉCNICO

O estilo técnico apresenta, simultaneamente, diferentes marcas que o caracterizam como...

Conciso...

Nele, tudo o que é afirmado é o estritamente necessário.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Coerente...

Nele, as informações não se contradizem.

Harmônico...

Nele, as informações são apresentadas de forma progressiva.

Nunca somos surpreendidos com o inesperado...

Ordenado...

Nele, as informações são organizadas a partir de uma determinada ordem.

Coeso...

Nele, as informações integram-se, constituindo um todo bem articulado.

Esse todo é a textualidade*...

A textualidade é como uma rede, só que no lugar dos fios, ela é construída de

informações...

Denonativo...

Nele, as palavras assumem seu sentido habitual*.

Em um texto técnico, presença é apenas o oposto de ausência... Presença não tem

nada a ver com postura...

Objetivo...

Nele, não há espaço para floreios.

Mais ainda... é como se o autor tentasse reproduzir passo a passo... como um

determinado conhecimento foi construído.

Os fatos e os processos relatados são ordenados temporalmente.

*Textualidade...

Textualidade é o nome que se dá à construção de uma unidade de sentido.

*Sentido habitual...

Despidas de tons conotativos, ou seja, sentidos paralelos, subjetivos.

Ou seja... temos de ir direto ao assunto. De nada adianta dizermos, por

exemplo... Madrugadas inteiras passei, revendo o que vou aqui relatar...

Seu autor tem de ter um bom conhecimento do todo!

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Cortês...

Nele, o leitor é tratado com um afastamento respeitoso.

Impessoal...

Nele, não existe um leitor especial.

Preciso...

Nele, existe pouco espaço para interpretações errôneas.

Seu autor procura se aproximar da verdade.

Claro...

Nele, não devem existir dúvidas sobre o que está sendo exposto.

4.2 SUGESTÕES

Algumas dicas podem facilitar o trabalho de escrever um texto técnico, além de, é claro...

� trabalhar duro na escritura dos textos técnicos;

� dedicar a essa tarefa tempo suficiente;

� estabelecer compromissos de qualidade versus atraso suportável;

� pedir a opinião dos outros sobre o que escrevemos.

4.3 TIPOS DE CUIDADOS

Podemos agrupar essas dicas em cinco grupos...

Forma...

a – O leitor de um texto técnico não espera floreios de estilo.

Portanto, em um texto técnico...

...não devemos nos preocupar em escrever bonito.

b – Ninguém irá ler melhor um texto técnico do que seu autor.

Portanto, em um texto técnico...

O leitor desse texto pode ser qualquer um de nós...

Ou o conhecimento que ele expressa é validado por outras pessoas...

Para tal, é necessário escrever, reescrever...

Ou seja, o que ele espera é um texto fácil de ler.

Não tentamos adoçá-lo com coisas do tipo... O estimado e ilustre leitor terá

de me perdoar...

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

...se tivermos dificuldade de compreender algum trecho, devemos reescrevê-lo.

c – Grande volume de informações propicia conclusões precipitadas.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos quebrar o texto, introduzindo pequenas seções, devidamente

intituladas.

d – Os textos técnicos devem ser de fácil consulta e atualização.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos, logo no início, apresentar as informações necessárias a sua plena

compreensão.

Se ele for muito longo, devemos elaborar um índice remissivo*...

� Discutimos esse aspecto na seção...

� Verificamos esses dados na página...

e – A maioria dos textos técnicos segue um padrão predeterminado.

Portanto, em um texto técnico...

...se já existe um padrão, devemos observá-lo; se esse padrão não existe, devemos

tentar criá-lo.

f – Dependendo do tamanho do texto, os índices são necessários.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos elaborar o índice após a primeira prova da impressão.

Ou seja, não devemos colocar a carroça na frente dos bois!

Não é a hora de inventar!

O índice, sem dúvida, otimiza a busca de informações...

*Índice remissivo...

É uma lista que pode ser de assuntos, de nomes de pessoas citadas, com a

indicação da(s) página(s) no texto onde aparecem.

Somos o termômetro do que escrevemos...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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g –A qualidade de um texto também é avaliada pela forma em que foi diagramado.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos fazer diagramação final apenas após a revisão do texto.

h –As conclusões parciais do que está sendo relatado facilitam a compreensão de

todo o texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos elaborar conclusões parciais, resgatando-as na conclusão final.

i – Arrolar um grande número de causas ou conseqüências, dificulta o entendimento

do texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos utilizar esquemas para registrar várias relações de causa/fato/

conseqüência.

j – Figuras, gráficos, esquemas complementam as informações do texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos usar esses recursos para resumir, ilustrar, diminuir a carga abstrata

das informações.

l – Figuras, gráficos, esquemas, além de descritos, devem ser articulados ao texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos descrever todas as figuras, os gráficos e os esquemas utilizados.

Devemos referenciá-los corretamente por meio de expressões como...

Dependendo do grau de sofisticação necessário, ainda há muito trabalho

pela frente!

Cada informação deve ter princípio, meio e fim. E o fim é a conclusão parcial.

Quantas vezes, ao terminar de ler um texto, nos perguntamos... E daí?

Acabamos nos perdendo nas tramas das causas e das conseqüências...

Muitas vezes, uma imagem vale mais do que mil palavras...

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

A figura abaixo...

O gráfico acima...

m – O formato final de um texto interfere na forma como ele é escrito.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos pensar no formato que o texto terá antes de começarmos a escrever.

Temos de evitar o retrabalho. Considere...

� tipo e tamanho de fonte;

� se será impresso ou se vai para uma gráfica;

� se será divulgado em papel, por e-mail...

Estrutura...

a – Quanto mais revisado é um texto, maior chance de sucesso ele tem.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos revisar, com cuidado, o que escrevemos, tudo o que fizemos.

b – Nem todas as informações que constituem um texto têm o mesmo valor.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos apresentar primeiro as informações que afetam a todos. Só então, as

que afetam a poucos.

..devemos descrever o que é permanente, antes do que é temporário.

...devemos ressaltar a informação essencial em relação às informações

circunstanciais.

O leitor precisa saber por que eles foram usados. Sempre que tivermos de

voltar a falar sobre eles, devemos repeti-los.

Nunca deixe de fazer essa revisão. Lembre-se, o erro se esconde até a

impressão final.

Algumas são mais importantes do que outras...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

144

c – Cada informação, cada idéia, cada conceito tem de ser tratado de forma

independente e completa.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos evitar a dispersão, descrevendo cada informação, cada idéia, cada

conceito uma única vez e em um único lugar.

d – A forma como os parágrafos do texto estão organizados interfere, diretamente, em

sua compreensão.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos inserir, em cada parágrafo, uma única informação – com seus

desdobramentos, se necessário.

...devemos iniciar cada parágrafo como uma frase que resuma o que nele será

tratado.

Período...

a – Além do volume, o tipo de informação que é inserida em um período* pode

dificultar sua compreensão.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos evitar inserir informações independentes em um único período. Se

isso for impossível, devemos listar as informações em forma de tópicos.

O ideal é uma informação... um período.

Regra básica – princípio, meio e fim... Com isso evitamos frases do tipo...

sobre aquele dado, é oportuno lembrar também que...

Esse recurso, sem dúvida, facilita o trabalho do leitor...

*Período...

É o conjunto de orações, podendo ser constituído por uma – período simples –

ou mais orações – período composto.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

b – O leitor espera que, ao longo do texto, as informações estejam articuladas de forma

lógica*.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos encadear nossas idéias, usando, adequadamente, os conectivos*.

E, na língua, existem palavras que nos ajudam a estabelecer essas relações lógicas...

São os conectivos! É simples, vejamos...

Porque...

Se... então...

Como resultado...

Além disso...

c – As relações que envolvem causa/fato/conseqüência são naturalmente complexas.

Portanto, em um texto técnico...

...não devemos, em um único período, apresentar causas demais para um único

fato.

O mesmo é válido para a relação fato/conseqüência.

*Conectivo...

Palavra que liga partes da oração, ou as orações, em um período.

As limitações da memória interferem diretamente no processamento de

informações...

*Forma lógica...

Quando tentamos aprender algo, nosso cérebro encadeia as seguintes ações...

� achar – busca e reconhece informações;

� recuperar – localiza os conceitos já armazenados na memória;

� associar – relaciona novos conceitos aos conceitos já armazenados na

memória;

� analisar – verifica, em relação ao todo, o valor de cada conceito;

� avaliar – determina, em relação ao todo, a relevância de cada conceito;

� sintetizar – generaliza as informações.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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d –As orações que constituem o texto são articuladas em períodos. A complexidade

de um período pode ser medida pelo total de orações que ele contém.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos limitar o número de orações por período para facilitar a compreensão

das informações nele inseridas.

Oração...

a – A memória de curto prazo só processa, com êxito, cerca de 21 palavras de cada vez.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos tentar construir períodos e orações que não sejam muito longos –

quebrar as orações longas, tentar substituir as vírgulas por pontos...

Se tivermos de usar orações longas, devemos colocar o sujeito* e o verbo sempre

juntos.

No entanto...

Porém...

Conseqüentemente...

b – A relação alguém/faz/algo/a alguém – voz ativa* – facilita a compreensão das

orações de um texto.

Ao contrário, a voz passiva* torna o texto longo, cansativo.

Sem dúvida, quanto menos orações no período, menos complexo ele é.

Quanto menos complexo for o período, mais fácil é a compreensão das

informações nele expressas.

Usar por isso... além disso... para articular as orações...

*Sujeito...

Elemento da oração a respeito do qual damos alguma informação.

*Voz ativa...

O verbo de uma oração está na voz ativa quando o sujeito é o agente da ação

verbal.

*Voz passiva...

O verbo de uma oração está na voz passiva quando a ação é sofrida pelo

sujeito, que não é o mesmo que pratica a ação verbal.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Portanto, em um texto técnico...

...devemos construir as orações na voz ativa.

A voz ativa facilita a compreensão dos textos! Compare...

Pedro deu o livro para mim.

O livro foi dado por Pedro para mim.

c – Orações com duas ou mais negativas* dificultam a compreensão do que nelas foi

expresso.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos priorizar as orações afirmativas no lugar das negativas.

A negativa nega uma afirmação...

Logo, o processamento das orações negativas é maior do que o das afirmativas.

Vejamos a pérola... Ele não está ausente.

d –A vírgula marca dois tipos de pausa sincronizadas – uma física, outra mental. Se mal

usada, ela quebra o ritmo do texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos ler, em voz alta, o que escrevemos, para verificar se a vírgula está

facilitando a compreensão.

*Prefixo...

Partículas que se anexam antes do radical para formar outras palavras.

Nos lugares certos, ajuda... Nos lugares errados, atrapalha...

*Negativa...

A negação pode ser marcada...

� por uma palavra – não, nada, ninguém...

� por um prefixo* – in..., des...

� por palavras inerentemente negativas – ausente, vazio...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Palavras...

a – A ambigüidade pode levar a afirmações que dêem margem a interpretações

errôneas ou que transmitam duplo sentido.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos priorizar o sentido usual das palavras. O texto técnico, por natureza, é

denotativo*.

b – Gírias e expressões idiomáticas* não combinam com o texto técnico.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos evitar as gírias e as expressões idiomáticas.

O problema é que algumas pessoas falam tantas gírias, que, sem perceberem, acabam

utilizando-as em seus textos escritos.

E aí, cara? Tudo ok?

Numa boa!

c – O uso indiscriminado de palavras estrangeiras dificulta a compreensão do texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos utilizar estrangeirismos* apenas se não existir uma palavra

correspondente na Língua Portuguesa.

Não há como fugir disso. Quando importamos um conhecimento, importamos também

os termos técnicos que foram criados para explicar seus processos. A regra aqui é bom

senso!

*Denotativo...

De uso geral, comum, literal, com finalidade prática, utilitária, objetiva, usual.

*Expressão idiomática...

Sintagma complexo indecomponível, conotativo e cristalizado, em um idioma,

pela tradição cultural.

*Estrangeirismo...

Emprego de palavras, expressões ou construções próprias de línguas

estrangeiras.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Há palavras que não conseguimos traduzir, como software, bit...

Outras ficam péssimas quando traduzidas... input... imputar?

Entretanto, não há por que usarmos printer no lugar de impressora!

d – Nos textos técnicos, os jargões* dificultam a compreensão. Intimidam o leitor.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos defini-los logo que eles aparecerem no texto e substituí-los por

sinônimos, na medida do possível.

Um texto não é bom se os leitores não o entenderem.

A regra aqui é descomplicar!

e – Substantivos abstratos*, palavras derivadas de verbos* exigem maior processamento

para sua compreensão.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos tentar utilizar poucos substantivos abstratos e substituir os derivados

verbais por verbos de ação.

*Jargão...

Linguagem científica ou técnica banalizada. É, por definição, uma linguagem

inadequada à situação.

*Substantivo abstrato...

Palavra que designa estados ou qualidades, ações, sentimentos, noções que se

destinam a denominação de seres.

*Palavra derivada de verbos...

Aquela que, normalmente...

� termina em -ção, -ência, -mento;

� aceita complementos preposicionados, por exemplo, a ocorrência

de um bip;

� não menciona quem faz o quê.

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Compare...

ocorrência de curto circuito/ocorrer curto circuito

participação de todos os funcionários/todos os funcionários participarão

implementação da fase 1 do projeto/implementar a fase 1 do projeto

f – Palavras com o mesmo começo ou com o mesmo fim têm grande chance de

serem escritas e lidas erroneamente.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos sempre verificar se estamos utilizando as palavras que realmente

desejamos.

Quando usamos palavras com sons semelhantes, acabamos trocando uma pela outra!

Veja...

corrente/coerente

algoritmo/logaritmo

racional/nacional

g – Palavras que se diferenciam de outras apenas pelo acento têm grande chance de

serem escritas erroneamente.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos sempre verificar se estamos utilizando as palavras que realmente

desejamos.

Os acentos sempre trazem dúvidas... Veja...

válida/valida

contém/contêm

pôr/por

secretária/secretaria

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

h –As palavras polissílabas, além de serem em menor número na língua, são mais

difíceis de serem lidas.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos tentar substituir as palavras muito longas por seus sinônimos.

Normalmente, procuramos adivinhar o final delas... Pior ainda é quando essas palavras se parecem

com outras que conhecemos...

i – Os neologismos* dificultam a compreensão do texto.

Portanto, em um texto técnico...

...devemos substituir os neologismos por seus sinônimos.

Não existindo sinônimos, devemos descrever o sentido dessas palavras.

Embora sejamos extremamente criativos, criar palavras é recurso que só deve ser

usado na fala!

4.4 SUGESTÃO DE FILME

Para terminarmos esta unidade, que tal refletirmos a partir do filme Herói?

4.5 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

UNIDADE 5 – CENÁRIO CULTURAL

5.1 FILME

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, acesse uma

cena do filme Em nome de Deus no CD que acompanha a apostila.

5.2 OBRA LITERÁRIA

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, leia o texto

Gramáticos no ambiente on-line.

*Neologismo...

Palavra ou expressão nova em uma língua, ou, ainda, significado novo que uma

palavra ou expressão da língua pode assumir.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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5.3 OBRA DE ARTE

Para refletir um pouco mais sobre questões relacionadas ao conteúdo deste módulo, aprecie a

instalação What does it mean? no ambiente on-line.

APRESENTANDO O APÊNDICE GRAMATICAL

Neste apêndice – que compreende as últimas unidades deste módulo –, vamos enfocar os

processos de regência em nossa língua, tanto a nominal quanto a verbal.

Esses mecanismos de regência implicam o uso ou não de preposições e, no primeiro caso, o

conhecimento da preposição correta a ser empregada entre elementos dependentes no

enunciado.

Alguns verbos e nomes costumam apresentar problemas de regência, porque o uso popular se

encontra em desacordo com a norma culta. Outros, no entanto, costumam apresentar dificuldade,

porque possuem mais de um sentido e, conseqüentemente, mais de uma regência.

O maior problema, contudo, quando se trata dos estudos de regência, é que a maioria das normas

que regem esses processos são arbitrárias, ou seja, foram se fixando ao longo da história da língua,

e suas justificativas quase sempre passam despercebidas aos falantes de agora.

UNIDADE 6 – REGÊNCIA VERBAL

6.1 REGRA GERAL

Regência verbal é a relação que se estabelece entre os verbos – termos regentes – e os elementos

que os complementam – termos regidos.

O estudo da regência verbal analisa, portanto, como se processa a relação entre os verbos e seus

termos regidos, o que pressupõe a compreensão da natureza dos diferentes tipos de verbos

presentes na língua...

Verbos que não demandam complementação ou caracterização...

Acho que vai chover.

Verbos que necessitam de complementação ou caracterização, que pode aparecer na forma de...

� um termo regido sem preposição obrigatória...

Nem sempre fazemos tudo conforme as regras.

Por isso, a melhor maneira de fixar mecanismos de regência é acostumar-se

a leitura de bons textos, e não procurar decorar os exemplos apresentados, certo?

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Devemos diferenciar aqueles que não precisam dos que precisam de

preposição obrigatória, e conseguir também determinar a preposição correta para

os que estão nesse último caso.

·� um termo regido com preposição obrigatória...

Precisamos de sua ajuda aqui com urgência.

� um termo regido sem preposição obrigatória e outro com preposição obrigatória...

Oferecemos auxílio a todos.

� mais de um termo regido de preposições obrigatórias diferentes...

Rogue a Deus por nós.

6.1.1 RELAÇÃO VERBO/COMPLEMENTO

Algumas vezes, na relação entre o verbo e seu complemento, além da preposição, pode estar

envolvida ainda uma conjunção, o que ocorre quando o verbo tem como complemento não

apenas um termo, mas uma oração...

Ex.: Nós esperamos [que nossa presença não atrapalhe.]

Ex.: Não se esqueça [de que ele virá logo.]

Temos de nos preocupar, portanto, com a regência dos verbos que demandam termos regidos

para sua complementação...

6.2 TERMOS REGIDOS SEM PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA

Alguns verbos que demandam termos regidos sem preposição obrigatória costumam ser alvo de

construções incorretas com complementos preposicionados.

Devemos nos acostumar à consulta freqüente a bons dicionários para esclarecer todo e qualquer

caso de dúvidas acerca do uso ou não de preposição junto a eles.

Vejamos alguns exemplos...

Ajudar...

Ex.: Estimamos muito a ajuda deles. Seria incorreto dizer: Estimamos muito à ajuda

deles.

Apreciar...

Ex.: Apreciei o espetáculo. Seria incorreto dizer: Apreciei ao espetáculo.

Favorecer...

Ex.: Nós favorecemos os mais capazes. Seria incorreto dizer: Nós favoreceremos aos

mais capazes.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Namorar...

Ex.: Não é proibido a Pedro namorar Maria. Seria incorreto dizer: Não é proibido a Pedro

namorar com Maria.

Prejudicar...

Ex.: Seu atraso prejudicou toda a produção. Seria incorreto dizer: Seu atraso prejudicou

a toda a produção.

Ser...

Ex.: Somos trinta nesta sala. Seria incorreto dizer: Somos em trinta nesta sala.

6.2.1 SUBSTITUIÇÃO POR PRONOMES PESSOAIS DE 3A. PESSOA

Termos regidos sem preposição obrigatória que se refiram à 3a. pessoa do discurso podem ser

substituídos pelos pronomes pessoais o(s), a(s)...

Ex.: Encomendei muitos livros novos = Comprei-os.

Nesses casos, o verbo – termo regente – ou o pronome podem sofrer algumas alterações, que

buscam a melhor adaptação fonética de uma forma a outra. Isso ocorre quando...

� o verbo termina em -am, -em, -ão ou -õe – os pronomes ganham um -n inicial...

Ex.: Encontraram uma nova bateria = Compraram + a = Compraram-na.

� o verbo termina em -r, -s ou -z – os pronomes ganham um -l inicial...

Ex.: Fazer os exercícios adequados = Fazer + os = Fazê-los.

Os pronomes lhe e lhes só acompanham esses verbos para indicar, em relação a eles, idéia de

posse e não o complemento propriamente dito...

Ex.: Precisamos entender-lhe as diretrizes = Precisamos entender as diretrizes

(complemento) deles.

Ex.: Aprecio-lhes a disposição = Aprecio a disposição (complemento) deles.

6.2.2 USO NÃO OBRIGATÓRIO DA PREPOSIÇÃO

Algumas vezes, a preposição pode ser usada junto a verbos que, normalmente, não a demandariam,

para manter a clareza da frase. Isso ocorre...

� para evitar confusão entre o sujeito e o complemento do verbo...

Ex.: Convenceu ao chefe o funcionário = O funcionário convenceu o chefe.

� em expressões de reciprocidade...

Ex.: As pessoas convidavam-se umas às outras.

Outras vezes, a preposição é utilizada para dar mais ênfase ou força de expressão a seus

complementos, nos seguintes casos...

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

...com nomes de pessoas, principalmente na expressão de sentimentos...

Ex.: Amamos a nossos pais antes de tudo.

...em construções em que antecipamos o complemento para enfatizá-lo...

Ex.: Ao Diretor é que não podemos enganar!

...em construções enfáticas como sacar do revólver, puxar da espada, cumprir com o dever, pegar

da pena...

Ex.: Imagine nossa preocupação quando soubemos do caso!

Por fim, a preposição pode ser uma exigência obrigatória não do termo regente, mas do termo

regido.

É o que ocorre com os pronomes pessoais mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas e com o pronome

relativo quem...

Ex.: Parecia que ele hostilizava antes a mim do que a proposta.

Ex.: Era um homem a quem todos respeitavam.

6.3 TERMOS REGIDOS COM PREPOSIÇÃO OBRIGATÓRIA

Verbos que demandam termos regidos de preposição obrigatória – com ou sem um outro

complemento não preposicionado – também costumam ser alvo de construções incorretas, seja

ao serem utilizados sem preposição ou com preposição que não lhes é adequada.

Só a consulta freqüente a bons dicionários pode esclarecer todo e qualquer caso de dúvidas

acerca do uso ou não de preposição junto a eles. Vejamos alguns exemplos...

Antipatizar e simpatizar...

Ex.: Simpatizo com o novo Coordenador. Seria incorreto usar o verbo com pronome:

Simpatizo-me com o novo Coordenador.

Chegar e ir...

Ex.: Chegamos à reunião atrasados. Seria incorreto dizer: Chegamos na reunião atrasados.

Ex.: Vamos sempre aos encontros. Seria incorreto dizer: Vamos sempre nos encontros.

Desobedecer e obedecer...

Ex.: Ele desobedeceu às normas propositalmente. Seria incorreto dizer, sem a preposição:

Ele desobedeceu as normas propositalmente.

Morar e residir...

Ex.: Residimos na Rua Santa Sofia. Seria incorreto dizer: Residimos à Rua Santa Sofia.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

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Parece estranho não? Como é que uma preposição obrigatória pode não

ser usada?

Preferir...

Ex.: Prefiro planejamento à revisão. Seria incorreta a utilização de termos intensivos

como antes ou mais e (do) que: Prefiro mais planejamento do que revisão.

Responder...

Ex.: Respondi a todas as questões. Seria incorreto dizer, sem preposição: Respondi

todas as questões.

Em geral, verbos que precisam de complementos com preposição obrigatória não podem ser

usados na voz passiva.

Atualmente, contudo, verificamos com alguns deles essa possibilidade...

Ex.: Os sinais de trânsito devem ser obedecidos por todos, motoristas e pedestres.

Ex.: Todas as perguntas já foram respondidas.

6.3.1 SUBSTITUIÇÃO POR PRONOMES PESSOAIS DE 3A. PESSOA

Termos regidos com preposição obrigatória que se refiram à 3a. pessoa do discurso podem ser

substituídos pelos pronomes pessoais lhe(s), lhe(s), que não são preposicionados...

Ex.: Obedeço a meus superiores sem qualquer contestação = Obedeço-lhes sem

qualquer contestação.

Os pronomes pessoais ele(s), ela(s) também podem funcionar como complementos.

Nesses casos, virão sempre acompanhados de preposição ainda que complementem verbos que

não exijam preposição obrigatória...

Ex.: Respondeu a eles com presteza = Respondeu-lhes com presteza.

Ex.: Avistamos a ela na saída do prédio = Avistamo-la na saída do prédio.

6.3.2 AUSÊNCIA DA PREPOSIÇÃO

Algumas vezes, a preposição que é obrigatoriamente pedida pelo termo regente pode não ser

usada.

Isso poderá ocorrer em alguns casos em que o complemento do verbo é uma oração.

Contudo, a forma preposicionada sempre estará correta...

Ex.: Todos concordaram que a proposta era inviável = Todos concordaram com (ou em)

que a proposta era inviável.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Ex.: Não me lembrei que a reunião ocorreria mais cedo = Não me lembrei de que a reunião

ocorreria mais cedo.

Os pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos – como os pronomes pessoais de 3a. pessoa lhe e lhes

– também não são preposicionados, mas podem substituir complementos regidos ou não de

preposição...

Ex.: Eles sempre nos obedeceram (verbo obedecer, que exige complemento com

preposição obrigatória).

Ex.: Encontraram-me no local marcado. (verbo encontrar, que exige complemento

sem preposição obrigatória).

6.4 VERBOS COM MAIS DE UM SENTIDO E REGÊNCIAS DIFERENTES

Alguns verbos demandam mais de uma regência, dependendo do sentido em que sejam

empregados.

Vejamos alguns exemplos...

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

158

6.5 VERBOS COM UM SÓ SENTIDO E MAIS DE UMA POSSIBILIDADE DE REGÊNCIA

Alguns verbos – apesar de não apresentarem mais de um significado – podem apresentar mais

de uma regência válida segundo os padrões cultos da língua.

Vamos a alguns exemplos...

� esquecer/lembrar – quando não pronominais, exigem complemento sem

preposição; contudo, junto aos pronomes pedem preposição de obrigatória.

Ex.: Esqueci (lembrei) a data./Esqueci-me (lembrei-me) da data.

� informar/avisar/certificar/notificar/prevenir – pedem dois complementos, um sem

e outro com preposição. Admitem duas construções...

Ex.: Informei a nota ao aluno./Informei o aluno da (ou sobre a) nota.

� propor-se – pode ser construído com ou sem a preposição a, indiferentemente...

Ex.: Nós nos propusemos ajudá-lo./Nós nos propusemos a ajudá-lo.

6.5.1 EXPRESSÕES COM DUPLA CONSTRUÇÃO

Podemos utilizar de duas maneiras as seguintes construções...

� dar-se ao trabalho/dar-se o trabalho e construções equivalentes...

Ex.: Não nos demos ao trabalho de rever suas anotações./Não nos demos o

trabalho de rever suas anotações.

Ex.: Eles se davam ao luxo de ter duas pessoas para a mesma função./Eles se

davam o luxo de ter duas pessoas para a mesma função.

� passar revista a/passar em revista em...

Ex.: Passei revista a tudo que havia sido feito./Passei em revista tudo que

havia sido feito.

6.6 OUTROS CASOS DE REGÊNCIA VERBAL

Vamos a mais alguns verbos que merecem atenção especial...

� custar;

� pagar/perdoar.

No sentido de ser custoso, ser difícil, pede complemento regido da preposição a e seguido de

oração com verbo no infinitivo.

Ex.: Custou a ele aceitar o fato.

Dessa forma, na linguagem culta, são consideradas erradas construções do tipo...

Ele custou para aceitar o fato ou Custou a crer que o fato fosse possível.

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M Ó D U L O 4

Nunca poderíamos usar, porém, algo como Assisti-lhe, no sentido em que

está sendo usado o verbo.

Quando têm por complemento uma palavra que denote coisa, não exigem preposição, mas, com

uma palavra que denote pessoa, exigem preposição a.

Ex.: Perdoaste o pecado./Perdoaste ao pecador./Perdoaste o pecado ao pecador.

Ex.: Pagamos um preço justo/Pagamos ao credor./Pagamos um preço justo ao credor.

6.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Não devemos dar o mesmo complemento a verbos de regências diferentes. Dessa forma, devemos

desmembrar as construções para evitarmos erros do tipo...

Ex.: Entrou e saiu da sala. O verbo entrar pede complemento regido da preposição

em e o verbo sair necessita da preposição de.

Uma construção adequada poderia ser...

Ex.: Entrou na sala e saiu dela.

Há verbos que exigem complementos regidos de preposição que, contudo, ainda que se refiram

à 3a. pessoa, não admitem os pronomes pessoais lhe e lhes.

Trata-se de verbos como aspirar, assistir – no sentido de ajudar ou presenciar –, visar,

aludir, obstar, carecer, desconfiar, duvidar, gostar, incorrer, insistir, pensar, reparar, concordar,

entre vários outros.

Dessa maneira, construções com esses verbos só são possíveis com as formas dos pronomes

pessoais preposicionados ele(s)/ela(s)...

Ex.: Assisti ao espetáculo. = Assisti a ele.

6.8 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

6.9 ATIVIDADES

6.9.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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160

Veremos, a seguir, a regência de alguns substantivos, adjetivos e advérbios...

UNIDADE 7 – REGÊNCIA NOMINAL

7.1 REGRA GERAL

Regência nominal é a relação que se estabelece entre os nomes – termos regentes, que

podem ser representados por substantivos, adjetivos ou advérbios – e os elementos

que os complementam – termos regidos.

Nos estudos de regência nominal, devemos considerar que muitos nomes seguem o mesmo

regime dos verbos que lhes são correspondentes.

Dessa forma, se considerarmos, por exemplo, a regência do verbo obedecer, veremos que essa

mesma regência é seguida pelas palavras que lhe são cognatas como o substantivo obediência,

o adjetivo obediente e o advérbio obedientemente...

Ex.: A obediência às regras é pré-requisito deste cargo.

Ex.: Todos somos obedientes às leis.

Ex.: Considerei agir obedientemente ao regulamento.

7.2 CASOS DE REGÊNCIA NOMINAL

Algumas vezes, certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência, ou seja, admitem

construções com diferentes preposições...

Ex.: Tinha muito amor ao trabalho.

Ex.: Tinha muito amor pelo trabalho.

7.2.1 REGÊNCIA DE SUBSTANTIVOS

Vejamos alguns exemplos de substantivos que exigem complementos regidos de preposição

obrigatória...

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

.

7.2.2 REGÊNCIA DE ADJETIVOS

Vejamos alguns exemplos de adjetivos que exigem complementos regidos de preposição

obrigatória...

7.2.3 REGÊNCIA DE ADVÉRBIOS

Vejamos agora alguns exemplos de advérbios que exigem complementos regidos de preposição

obrigatória...

7.3 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

7.4 ATIVIDADES

7.4.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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Estratégias de Construção TextualM Ó D U L O 4

162

Sem sentido, não? Mas, modificando um pouquinho o enunciado, tudo fica

mais claro...

Vamos colocar um ponto final em suas dúvidas sobre pontuação!

UNIDADE 8 – PONTUAÇÃO

8.1 PONTUAÇÃO – LOGICIDADE E SUBJETIVIDADE

Observemos, no fragmento a seguir, como a integridade comunicativa do enunciado fica

comprometida pela ausência de pontuação...

O saci tem uma só perna e o cachimbo do saci é também o gorro.

O saci tem uma só perna e o cachimbo, do saci é também o gorro.

Podemos perceber que uma única vírgula pode fazer muita diferença!

Contudo, não é tarefa fácil fixar regras para o emprego correto dos sinais de pontuação.

Além dos casos em que a utilização de alguns sinais é obrigatória – para organizar enunciados de

forma lógica –, há também razões de ordem subjetiva que interferem nessa questão – para tentar

reproduzir, na forma escrita, a melodia própria da linguagem oral.

A seguir, apresentaremos algumas orientações principais.

8.2 PONTO

O ponto indica pausa longa ou abreviação de palavras.

É utilizado para encerrar qualquer tipo de período, exceto os terminados por orações interrogativas

diretas, exclamativas ou finalizados com reticências.

Um grupo de períodos cujas orações se prendem pelo mesmo centro de interesse – tema ou

assunto – é separado por ponto.

Na prática, a noção de centro de interesse ou tópico temático é bastante variável, pois compreende

tanto grandes blocos como unidades menores, sempre resultantes de um processo interpretativo,

que é subjetivo.

Ex.: Na origem de toda atividade comunicativa do ser humano, está a linguagem.

Ex.: Sr., Sr.a, Srt. a, V. Ex. a

Quando passamos de um centro de interesse para outro, devemos utilizar o ponto parágrafo,

começando a escrever na outra linha, com a mesma distância da margem com que começamos

o escrito ou saltando uma linha e começando a escrever sem distância da margem – o que

constitui parágrafos americanos.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

Na linguagem oficial dos artigos de lei, o parágrafo é indicado por um sinal especial – §.

8.2.1 PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado ao final de orações interrogativas diretas...

Ex.: Podemos falar em uma comunidade mundial de Língua Portuguesa?

Contudo, não o utilizamos nas interrogativas indiretas...

Ex.: Gostaria de saber por que podemos falar em uma comunidade mundial de Língua

Portuguesa.

Entendeu direitinho o que é uma interrogação direta? Isso mesmo, foi a estrutura que eu acabei

de empregar.

Nos diálogos, pode aparecer sozinho ou acompanhado de ponto de exclamação. Também podemos

utilizar reticências após o ponto de interrogação ou de exclamação...

Ex.: – Isso será possível?!...

Enquanto a interrogação conclusa de final de enunciado requer maiúscula inicial na palavra

seguinte, a interrogação interna requer minúscula na palavra que a sucede...

Ex.: – Você precisa de ajuda? Gostaria de ajudá-lo no que for possível.

Ex.: – Esqueceu alguma coisa? perguntou insatisfeito.

8.2.2 PONTO DE EXCLAMAÇÃO

O ponto de exclamação é utilizado ao final de enunciados com entonação exclamativa – que

denotam, entre outras idéias, entusiasmo, dor, surpresa, alegria, espanto, ordem –, principalmente

depois de interjeições.

Aplicamos ao ponto de exclamação as mesmas observações feitas ao ponto de interrogação, no

que se refere ao uso de maiúscula ou minúscula inicial da palavra seguinte...

...se o enunciado está completo antes da pontuação, utilizamos inicial maiúscula, caso

contrário, devemos continuar, depois do ponto de exclamação, com letra minúscula...

Ex.: – Isso não pode acontecer mais! Temos de encontrar uma saída!

Ex.: – Ah! entendi.

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164

É por isso que, neste curso, usamos tanto as reticências... queremos que você

leia como se estivesse assistindo a uma aula...

8.3 DOIS-PONTOS

Os dois-pontos marcam a supressão da melodia de uma frase e são utilizados para...

...dar início a fala ou citação textual...

Ex.: Então ele disse: – Quando vamos começar?

...iniciar uma seqüência que explique, esclareça, identifique, desenvolva ou discrimine

uma idéia anterior...

Ex.: Eis a melhor forma de expressão do mundo: a língua escrita.

...nas expressões que apresentam uma quebra na seqüência de idéias...

Ex.: Explico-me: tratava-se de más notícias.

Não utilizamos maiúsculas depois de dois-pontos que não precedam citação ou nome próprio...

Ex.: Citei-lhe duas virtudes: a paciência e a perseverança.

8.4 RETICÊNCIAS

As reticências marcam uma interrupção na seqüência lógica da frase.

Podem ser usadas com a intenção de permitir que o leitor complete o pensamento que foi

suspenso, criar expectativa ou marcar fala quebrada ou desconexa, própria de quem está nervoso

ou inseguro...

Ex.: – Não vou dizer mais nada. Você já deve ter percebido que ele...

Ex.: – Não sei... Talvez...

Empregamos também as reticências para reproduzir o fluxo livre da linguagem oral, mais solta de

entraves e pausas bem marcadas.

Por fim, usamos também as reticências – de preferência entre parênteses – para isolar parte de

uma citação que foi omitida no início, no meio ou no fim do fragmento citado...

Ex.: Na origem de toda a atividade comunicativa do ser humano, está a linguagem (...)

Ex.: Língua é (...) um conjunto de sons e ruídos combinados, com os quais um ser

humano (...) transmite a outro ou outros seres humanos (...) o que está em sua mente.

Se as reticências servem para indicar uma enumeração inconclusa, podem ser substituídas por

etc., antecedido de vírgula.

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M Ó D U L O 4

8.5 TRAVESSÃO

O travessão simples (–) serve para introduzir um discurso direto.

Nesse caso, é empregado para marcar a mudança de interlocução nos diálogos. Desse modo,

pode ou não combinar-se com as aspas...

Ex.: – E aí, colega?! Tudo bem?

Ex.: – “Tudo certo!” respondeu ele.

Também usamos o travessão simples para assinalar uma expressão intercalada que finaliza o

texto...

Ex.: Falávamos sobre muitas coisas diferentes – sobre a vida, a morte, a indefinição

entre ambas...

No meio do enunciado, contudo, usamos o travessão duplo (– –), sobretudo quando pretendemos

destacar o termo intercalado...

Ex.: A língua – principal meio de comunicação do homem – é um conjunto de signos

organizados.

A expressão intercalada, apresentada entre travessões não dispensa o uso da vírgula nos casos em

que essa pausa se fizer necessária...

Ex.: Ao término deste módulo, o aluno deverá ser capaz de analisar sua empresa – com

sua missão, visão e estratégia –, o que pressupõe a compreensão do macrocontexto

em que ela se insere.

Nesse caso, não devemos considerar a expressão intercalada para pontuarmos adequadamente

o período, como indica o uso da última vírgula no exemplo...

Ex.: Ao término deste módulo, o aluno deverá ser capaz de analisar sua empresa, o que

pressupõe a compreensão do macrocontexto em que ela se insere.

8.5.1 HÍFEN E BARRAS

Não devemos confundir o travessão (–) com o traço-de-união ou hífen (-), que é empregado nas

seguintes situações...

Na anexação de pronomes aos verbos...

Ex.: falamos-lhe; eis-me; levantamo-nos

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166

O sinal de pontuação deve ser utilizado depois dos parênteses ou dos

colchetes, sempre que a pausa coincida com o início da oração incidente,

exatamente como indica o exemplo anterior.

Na indicação de relação, extensão, encadeamento, etc....

Ex.: binômio inteligência-sensibilidade; custo-hora; linha aérea Brasil-Argentina; período

janeiro-julho

Na formação de palavras compostas...

Ex.: corre-corre, afro-brasileiro; não-agressão; pré-requisito

Na separação silábica...

Ex.: sub-li-nhar; ad-li-gar

Na translineação...

Quando mudamos de linha em um texto, devemos evitar partições que, no fim ou no

começo de linha, isolem vogais ou formem palavras chulas.

As barras (/ /) também alternam com os hifens na indicação de relações opositivas ou contrastivas,

sem espaço entre a barra e as palavras...

Ex.: língua/fala.

Falando em relações opositivas, é bom lembrar que devemos evitar o uso de (x) na expressão de

oposição. Devemos utilizar, nesse caso, a sinalização versus ou vs.

8.6 PARÊNTESES E COLCHETES

Os parênteses servem para isolar explicações, indicações ou comentários acessórios, indicando

isolamentos no enunciado...

Ex.: Em regiões da Ásia (Macau, Goa, Damão, Dio), uma pequena parcela da população

fala o Português.

Os colchetes são utilizados quando já se acham empregados os parênteses, para a introdução de

uma nova inserção. Também são utilizados para introduzir, principalmente em citações, adendos

ou explicações que facilitem o entendimento do texto...

Ex.: Em regiões da Ásia (Macau [a maior delas], Goa, Damão, Dio), uma pequena parcela

da população fala o Português.

Nos dicionários ou gramáticas, os colchetes explicitam informações como a pronúncia correta

dos vocábulos, no que também podem ser usados os parênteses.

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Estratégias de Construção Textual

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Contudo, quando a frase inteira ou qualquer unidade autônoma de sentido se acha encerrada

pelos parênteses ou colchetes, colocamos dentro deles a pontuação competente...

Ex.: (...) tive (por que não dizer tudo?)... tive remorsos.

Como sinais gráficos ou matemáticos, não utilizamos espaço entre parênteses (ou colchetes)

iniciais e palavras subseqüentes, nem entre parênteses (ou colchetes) finais e palavras

antecedentes.

Devemos evitar o uso de colchetes – e, conseqüentemente, o abuso de inserções – para não

prejudicarmos a seqüencialidade da leitura.

Também devemos notar que a relação entre parênteses e colchetes como sinais de

pontuação é diferente da que se estabelece entre eles como sinais matemáticos...

Ex.: MF = (PF X 0.55) + {[(AI + PI)/2] X 0.45}

8.7 ALÍNEA

A alínea tem a mesma função do parágrafo, pois denota diversos centros de assuntos e, como o

parágrafo, exige mudança de linha.

Geralmente, vem indicada por número, letra ou marcador gráfico – bullet – para assinalar subdivisão

da matéria tratada.

Os elementos listados em cada alínea podem vir expressos com minúsculas ou maiúsculas.

Utilizamos minúsculas para indicar seqüência entre os elementos listados e continuidade

de sentido.

Nesse caso, cada alínea deve ser separada por ponto-e-vírgula e a última delas vir assinalada por

ponto final. Vejamos um exemplo...

Os substantivos podem ser:

a) próprios;

b) comuns.

8.8 VÍRGULA

A vírgula indica pausa de curta duração, que não marca o fim do enunciado. Pode ser usada nos

seguintes casos, que serão estudados a seguir...

...no interior de uma oração, o que pode ocorrer para...

� separar termos intercalados;

� marcar termos deslocados;

� assinalar omissões de palavras;

� separar termos coordenados;

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As navegações portuguesas (sujeito)

iniciaram (verbo)

um longo processo de expanção lingüística (complemento verbal)

a partir do século XV. (adjunto adverbial)

...para separar orações de um período, em se tratando de...

� orações coordenadas;

� orações subordinadas;

� orações intercaladas.

8.8.1 VÍRGULA NO INTERIOR DA ORAÇÃO

Em Português, a ordem normal dos termos da frase – ordem direta ou lógica – é a seguinte...

sujeito + verbo + complementos do verbo + adjuntos adverbiais

Dessa forma, não separamos por vírgulas seus constituintes imediatos em ordem direta...

Contudo, quando ocorre alteração na seqüência lógica dos termos, temos a ordem indireta e,

nesses casos, a vírgula é necessária para assinalar a inversão...

Ex.: A partir do século XV, as navegações portuguesas iniciaram um longo processo de

expansão lingüística.

Dessa maneira, para desfazer possível má interpretação resultante da distribuição irregular dos

termos na oração, separamos por vírgula a expressão deslocada...

Ex.: De todas as revoluções, para o homem, a morte é a maior e a derradeira.

8.8.1.1 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE TERMOS INTERCALADOS

Os termos que se intercalam na ordem direta, quebrando, pois, a seqüência natural da frase,

devem vir isolados por vírgulas. São eles...

� Apostos e certos predicativos intercalados...

Ex.: O Português, Língua Neolatina, é originário das transformações verificadas

no Latim.

Ex.: Lenta e triste, a Língua Portuguesa vai-se arrastando.

� Expressões explicativas ou corretivas...

Ex.: O Português, isto é, uma língua neolatina, é originário das transformações

verificadas no Latim.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

� Conjunções coordenativas intercaladas...

Ex.: Não devemos, todavia, acreditar que existe um único meio de expressão.

� Adjuntos adverbiais intercalados...

Ex.: O Português, em alguns países, é a língua oficial.

Se o adjunto adverbial intercalado for de pequena extensão, não usamos a vírgula...

Ex.: Devemos sempre atentar para os diferentes contextos do ato comunicativo.

� Vocativos...

Ex.: Meus amigos, saber usar a palavra é o mais importante.

Ocasionalmente, por motivo de ênfase, podemos também destacar o vocativo com ponto de

exclamação...

Ex.: Deus! Deus! aqui estou.

8.8.1.2 VÍRGULA NA MARCAÇÃO DE TERMOS DESLOCADOS

Além do adjunto adverbial, outros elementos podem ser deslocados de seu lugar original na frase

e, nesses casos, também devem vir separados por vírgulas. São eles...

� complementos verbais antecipados que são retomados depois na ordem direta do

enunciado...

Ex.: Essa função da linguagem, nós já a estudamos.

� nomes de lugares na indicação de datas...

Ex.: Rio de Janeiro, 02 de outubro de 2002.

8.8.1.3 VÍRGULA NA MARCAÇÃO DE OMISSÕES DE PALAVRAS

A vírgula também assinala a omissão de termos da frase, principalmente do verbo...

Ex.: Ele prefere escrever e eu, falar.

8.8.1.4 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE TERMOS COORDENADOS

Quando coordenamos termos na frase, utilizamos vírgula...

Ex.: O objetivo da linguagem é despertar emoções, surpresas, interesse.

Nesse exemplo, a vírgula marca a omissão da forma verbal prefiro.

Termos coordenados são palavras ou orações de valor semelhante, como

café e água... ler ou escrever...

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Na série de sujeitos seguidos imediatamente de verbo, o último sujeito da série não é separado

do verbo por vírgula...

Ex.: Pedro Mello, Elisabeth Silveira, Eduardo Ayrosa, Sylvia Vergara são Professores-

Autores do FGV Online.

Se os termos coordenados vierem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não usamos vírgula, a

menos que essas conjunções sejam repetidas...

Ex.: Os mamíferos, os insetos e as aves têm mecanismos próprios de comunicação.

Ex.: E os mamíferos, e os insetos, e as aves, todos têm mecanismos próprios de

comunicação.

Ex.: Não precisamos de escolaridade ou talento para falar.

Ex.: Não precisamos de escolaridade, ou talento, ou qualidades especiais para falar.

8.8.2 VÍRGULA NA SEPARAÇÃO DE ORAÇÕES

Utilizamos a vírgula também para separar diferentes tipos de orações... Vamos recordar quais são

elas?

� orações coordenadas...

� adversativas, explicativas e conclusivas;

� aditivas e alternativas.

� orações subordinadas...

� adverbiais;

� adjetivas explicativas;

� orações intercaladas.

8.8.2.1 ORAÇÕES COORDENADAS ADVERSATIVAS, EXPLICATIVAS E CONCLUSIVAS

Utilizamos a vírgula para separar orações coordenadas adversativas, explicativas e conclusivas...

Ex.: Cheguei atrasado, mas tenho uma boa justificativa.

Ex.: Ele está em casa, pois a luz está acesa.

Ex.: Penso, logo existo.

Conjunções pospositivas – usadas no meio ou no fim da oração –, adversativas e conclusivas, são

utilizadas entre vírgulas...

Ex.: Já saiu o resultado. Venho, pois, anunciar a novidade.

Quando iniciam oração, depois de pausa longa, também são seguidas de vírgula...

Ex.: Entretanto, não podemos deixar de mencionar outros pontos importantes.

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Estratégias de Construção Textual

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M Ó D U L O 4

8.8.2.2 ORAÇÕES COORDENADAS ADITIVAS E ALTERNATIVAS

As orações coordenadas aditivas e alternativas não se separam por vírgula...

Ex.: Estudaremos o módulo e faremos os exercícios.

Ex.: Eles não chegaram nem deram certeza de presença.

Ex.: Leremos a apostila ou estudaremos no ambiente on-line.

Incluímos no caso das coordenadas aditivas, as expressões do tipo não só... mas também, que, em

geral, não são separadas por vírgula...

Ex.: Não só estudaremos a matéria desta semana mas também adiantaremos a matéria

da próxima.

Contudo, ela pode ser usada quando essas orações...

...apresentam sujeitos diferentes...

Ex.: Os homens se comunicam de uma maneira, e os animais, de outra.

...a conjunção e não tem valor aditivo, mas adversativo – semelhante a mas –,

introduzindo idéia contrária à anterior...

Ex.: Estudamos muitos anos, e ainda assim não conhecemos nossa língua.

...a conjunção vem repetida enfaticamente...

Ex.: E volta, e recomeça, e se esforça, e consegue.

...a conjunção e se repete em diferentes seqüências de coordenação...

Ex.: Neste módulo, apresentaremos uma visão histórica das sociedades agrícola,

industrial e da informação, e o impacto que o modo de vida dessas sociedades

exerceu no mundo do trabalho.

Também costumamos usar a vírgula para separar orações coordenadas alternativas quando

proferidas com pausa. Nesses casos, a conjunção ou sempre exprime retificação...

Ex.: Ele sairá daqui logo, ou eu me desligarei do grupo.

Orações coordenadas aditivas construídas com verbo no gerúndio também se separam por vírgula...

Ex.: O vulto surgiu rapidamente, desaparecendo na noite (= e desapareceu na noite).

8.8.2.3 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

As orações subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à oração principal, são

separadas por meio de vírgula...

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Orações intercaladas são aquelas acrescentadas à frase como

esclarecimento, ressalva, observação...

Ex.: Quando falamos alguma coisa a alguém, estamos produzindo uma mensagem.

Ex.: Fatigado, ia dormir.

Em geral, nas orações adverbiais consecutivas, não utilizamos vírgula...

Ex.: O vento soprou tão forte que arrancou mais de uma árvore.

As orações subordinadas substantivas não se separam por vírgula da oração principal...

Ex.: É certo que estaremos aqui amanhã.

Ex.: Seu receio era que houvesse atraso.

Ex.: Espero que você volte logo.

Ex.: Não nos opomos a que você permaneça aqui.

Ex.: Tenho certeza de que irei.

As subordinadas substantivas apositivas, em geral, são separadas da principal por dois-pontos...

Ex.: Só receio uma coisa: que você se machuque.

8.8.2.4 ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Orações subordinadas adjetivas restritivas são necessárias à complementação do sentido da frase,

designando qualidades acidentais que incidem sobre os substantivos que modificam, sem qualquer

tipo de pausa...

Ex.: A linguagem que é utilizada pelos sistemas computacionais é bastante complexa.

Já as orações subordinadas adjetivas explicativas denotam uma qualidade essencial ao termo

substantivo que modificam, a qual, portanto, poderia ser facilmente subentendida sem a oração

adjetiva explicativa.

A pausa, nesse caso, expressa o valor acessório da oração explicativa...

Ex.: A linguagem, que é fundamental para o homem, representa um contrato social.

8.8.2.5 ORAÇÕES INTERCALADAS

Justamente por quebrarem seqüências de sentido e o ritmo na estrutura do período, são separadas

por vírgula...

Ex.: A gíria, disse a menina, é para ser dita e não escrita.

Também podem ser separadas por travessão ou parênteses...

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Estratégias de Construção Textual

173

M Ó D U L O 4

Ex.: Que coisa horrível – pensava eu – era aquilo ter ocorrido.

Ex.: Seria melhor que o diretor (e todos sabiam disso) tivesse comparecido.

8.9 PONTO-E-VÍRGULA

O ponto-e-vírgula assinala uma pausa intermediária entre a vírgula e o ponto.

Empregamos o ponto-e-vírgula para...

...separar orações coordenadas que venham quebradas em seu interior por vírgula...

Ex.: Ele prefere escrever; eu, falar.

...separar orações coordenadas que acentuem contrastes fortes...

Ex.: Muitos escrevem; poucos sabem exatamente o que escrevem.

...separar orações coordenadas mais longas...

Ex.: Sabemos que certos bichos marcam seu território com o cheiro de sua urina

ou corpo; que as abelhas, volteando, transmitem vibrações às semelhantes,

dando direção de locais em que há abundância de pólen.

...separar os diversos itens de uma enumeração...

Ex.: Em cada ato de comunicação podemos identificar os seguintes elementos:

� emissor, destinador ou remetente;

� receptor ou destinatário;

� mensagem;

� canal de comunicação ou contato;

� código;

� referente ou contexto.

8.10 ASPAS

As aspas simples (‘ ‘) são, em geral, utilizadas em trabalhos científicos, referindo-se a significados

ou sentidos...

Ex.: Amare, lat. ‘amar’ port.

Empregamos aspas duplas (“ “) em situações específicas que serão estudadas a seguir. São elas...

� isolar citação textual;

� destacar títulos de obras, no texto manuscrito;

� isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta – neologismos, arcaísmos,

estrangeirismo, gírias;

� mostrar que uma palavra está sendo usada em sentido diverso do habitual;

� dar destaque a uma palavra ou expressão;

� marcar expressões, palavras, letras e fórmulas citadas ou exemplificadas.

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Vamos a mais uma aplicação das aspas duplas...

8.10.1 ISOLAMENTO DE CITAÇÃO TEXTUAL

Empregamos aspas duplas (“ “) para isolar citação textual...

Ex.: Como afirma Machado: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã

filosofia.”

Se o trecho transcrito contiver diversos parágrafos, as aspas de abertura deverão estar presentes

antes da primeira palavra de cada parágrafo e as de fechamento depois da última palavra do

parágrafo final. Vejamos alguns exemplos...

“Precisamos refletir mais sobre esta questão!

“Não podemos admitir que tenhamos gasto nosso tempo e energia em inutilmente.”

Se o trecho citado contiver uma citação, deverá esta trazer aspas de abertura no começo de cada

linha e aspas de fechamento unicamente no fim da última palavra da linha final...

“Há um ditado latino que afirma: “Ninguém é obrigado às coisas “impossíveis.”

Nada impede, portanto, que utilizemos aspas no interior de um fragmento já colocado entre

aspas...

Ex.: “Você já reparou no tom do “sim” que ele nos deu?” disse ela.

Quando a pausa coincide com o final da expressão que se acha entre aspas – e se elas encerram

apenas parte da proposição –, colocamos o competente sinal de pontuação depois delas...

Ex.: “Então conheceremos a verdade”, disse ele.

Quando, entretanto, as aspas abrangem todo o período ou expressão, o respectivo sinal de

pontuação fica abrangido por elas...

Ex.: “Mas quem quem garante que isso ocorrerá? Ninguém.”

8.10.2 DESTAQUE DE TÍTULOS E OBRAS

Empregamos aspas duplas (“ “) para destacar títulos de obras, no texto manuscrito...

Ex.: No “Fedro”, Platão exercita uma crítica à linguagem escrita.

No texto impresso – digitado –, utilizamos o itálico ou o negrito em lugar das aspas...

Ex.: No Fedro, Platão exercita uma crítica à linguagem escrita.

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M Ó D U L O 4

8.10.3 OUTROS EMPREGOS DAS ASPAS DUPLAS

Também empregamos aspas duplas (“ “) para...

...isolar palavras ou expressões estranhas à língua culta – neologismos, arcaísmos,

estrangeirismo, gírias...

Ex.: As gírias que nem sempre “pegam” originam-se nos bailes “funk”.

...mostrar que uma palavra está sendo usada em sentido diverso do habitual...

Ex.: Um certo tipo de golfinho pode emitir cerca de quinhentas “mensagens”

sonoras diferentes entre si.

...dar destaque a uma palavra ou expressão...

Ex.: A língua é um verdadeiro “contrato” que os indivíduos de um grupo social

estabelecem.

...marcar expressões, palavras, letras e fórmulas citadas ou exemplificadas...

Ex.: Estudaremos as funções do “que” e do “se”.

8.11 APÓSTROFO

O apóstrofo indica supressão de letras e tem hoje seu uso restrito a apenas poucos casos...

� supressão de uma letra ou mais no verso, por exigência de metrificação...

Ex.: of´recer; esp´rança; ́ stamos

� pronúncias populares...

Ex.: ́ tá; ́ teve

� supressão da vogal em palavras compostas ligadas pela preposição de...

Ex.: estrela d´alva; olho d´água

Nos títulos de obras, não devemos utilizar a combinação da preposição com o artigo sem destacar

os elementos do título original. Também não devemos utilizar hífen ou apóstrofo para indicar essa

combinação. Temos, no caso, duas opções...

Ex.: O autor de Os Lusíadas/O autor dOs Lusíadas

8.12 OBSERVAÇÕES FINAIS

Vamos, enfim, às últimas observações sobre pontuação...

Pontuação com etc...

Etc. é a abreviação latina de et cetera – ou et coetera –, que significa e outras coisas.

Em sua evolução, desligou-se do rigoroso sentido originário – de coisas –, podendo

designar também pessoas.

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Pede a lógica que a pontuação utilizada com essa abreviação seja a mesma que separa

os diversos conjuntos de uma enumeração...

Ex.: Compramos livros, cadernos, etc.

Ponto abreviativo e ponto final...

Em fim de frase, não usamos, lado a lado, o ponto abreviativo e o ponto final.

A tradição consagrou um critério de simplicidade, que é também a prática oficial – o

ponto abreviativo acumula as duas funções...

Ex.: Falávamos de idéias, juízos, opiniões, etc.

Pontuação em títulos e cabeçalhos...

A norma culta da língua recomenda – mas a prática tem sido, de fato, mais flexível –

que todos os cabeçalhos e títulos sejam usados com ponto final...

Ex.: Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

8.13 SÍNTESE

Acesse, no ambiente on-line, a síntese desta unidade.

8.14 ATIVIDADES

8.14.1 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Acesse, no ambiente on-line, os exercícios de fixação desta unidade.

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MÓDULO 5 – ENCERRAMENTO

APRESENTANDO O MÓDULO

Na unidade 1 deste módulo, você encontrará algumas divertidas opções para testar seus

conhecimentos sobre o conteúdo desenvolvido em toda a disciplina. São elas...

§ caça-palavras;

§ jogo da memória;

§ jogo da caça;

§ jogo do labirinto;

§ jogo do tabuleiro.

A estrutura desses jogos é bem conhecida por todos. Você poderá escolher o jogo de sua preferência

ou jogar todos eles... a opção é sua! Em cada um deles, você encontrará perguntas – acompanhadas

de gabaritos e comentários – por meio das quais você poderá se auto-avaliar.

Já na unidade 2, é hora de falarmos sério! Sabemos que o novo – e o material didático que você

terminou de acessar enquadra-se em uma modalidade de ensino muito nova para todos nós,

brasileiros – tem de estar sujeito a críticas... a sugestões... a redefinições. Por estarmos cientes

desse processo, contamos com cada um de vocês para nos ajudar a avaliar nosso trabalho.

Lembre-se. Apesar de essas atividades não serem pontuadas na média final, o

objetivo delas é oferecer saber. De preferência com algum sabor! Divirta-se!