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PONTA GROSSA - PARANÁ 2014 LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM LÍNGUA ESPANHOLA Letras Letras Português/Espanhol II Lucan Moreno Ana Carla Bellon

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PONTA GROSSA - PARANÁ2014

LICENCIATURA EM

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADOEM LÍNGUA ESPANHOLA

LetrasLetrasPortuguês/Espanhol

IILucan Moreno

Ana Carla Bellon

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSANúcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD

Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PRTel.: (42) 3220 3163

www.nutead.org2014

CRÉDITOS

Universidade Estadual de Ponta Grossa

Carlos Luciano Sant’ana VargasReitor

Todos os direitos reservados ao Ministério da EducaçãoSistema Universidade Aberta do Brasil

Pró-Reitoria de Assuntos AdministrativosAriangelo Hauer Dias – Pró-Reitor

Pró-Reitoria de GraduaçãoGraciete Tozetto Góes – Pró-Reitor

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-GraduaçãoBenjamin de Melo Carvalho

Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos CulturaisGisele de Sá Quimeli

Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a DistânciaLeide Mara Schmidt – Coordenadora Geral

Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Pedagógica

Universidade Aberta do Brasil/UEPGHermínia Regina Bugeste Marinho – Coordenadora Geral UAB

Cleide Aparecida Faria Rodrigues – Coordenadora Adjunta

Colaboradores de PlanejamentoSilviane Buss Tupich

Colaboradores GráficoEloise Guenther

Colaboradores em InformáticaCarlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão CarneiroAdilson de Oliveira Pimenta Júnior

Colaboradores em EADDênia Falcão de Bittencourt

Colaboradores OperacionaisEdson Luis MarchinskiCristine Isabel SimãoJoanice de Jesus Küster de AzevedoMaria Clareth SiqueiraMariná Holzmann RibasRafael Fernandes Siqueira

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG.

Moreno, LucanM835 Estágio Curricular supervisionado em Língua Espanhola 2 Lucan Moreno e Ana Carla Bellon. Ponta Grossa : UEPG/NUTEAD, 2014. 83p. il

Licenciatura em Letras Português/Espanhol- Educação a distância.

1. Estágio Curricular supervisionado. 2. Língua espanhola. I. Bellon, Ana Carla. II. T. CDD : 461

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade.

No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão. Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país.

A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional.

Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNDE na execução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 40 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo.

Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação das tecnologias da informação e da comunicação.

Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação.

Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso que está realizando.

A Coordenação

■ PALAVRAS DOS AUTORES 7

RECAPITULANDO OS GÊNEROS TEXTUAIS E OENSINO DE LÍNGUA E LITERATURA ESPANHOLA 09

■ SEÇÃO 1- O QUE ENTENDEMOS QUANDO DIZEMOS “GÊNEROS TEXTUAIS”? 10

■ SEÇÃO 2- O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A POSTURA DO ACADÊMICO

NA PRÁTICA DOCENTE 13

■ SEÇÃO 3- ESTUDO DO MEIO E OBSERVAÇÕES 15

■ SEÇÃO 4- DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA E CARGA HORÁRIA 16

LIVRO DIDÁTICO - COMO TORNÁ-LO UMAFERRAMENTA EFICIENTE? 23

■ SEÇÃO 1- PROFESSOR CRÍTICO, MATERIAL BEM ESCOLHIDO 25

■ SEÇÃO 2- MD E LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA 27

■ SEÇÃO 3- ESCOLHENDO UM MATERIAL DIDÁTICO 29

O ENSINO DA LITERATURA EM LE 39 ■ SEÇÃO 1- SOBRE O ENSINO DE LITERATURA 40

■ SEÇÃO 2- ENSINO DE LITERATURA EM LE - UMA ABORDAGEM CULTURAL 43

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS EM LÍNGUA ESPANHOLA 53 ■ SEÇÃO 1- ZERO Y EL BULLYNG 54

■ SEÇÃO 2- LA HISTORIA DE SIEMPRE: UM CORTOMETRAJE DE

JOSÉ LUÍA MONTESINOS, COM MIGUEL ÂNGEL JENNER 59

■ PALAVRAS FINAIS 75

■ REFERÊNCIAS 77

■ NOTAS SOBRE OS REVISORES E AMPLIADORES 83

SUMÁRIO

PALAVRAS DOS AUTORES

Você já passou pela primeira etapa do Estágio Supervisionado em

Língua e Literatura Espanhola, parabéns! Agora terá a oportunidade de

dar sequência aos seus estudos da prática em Língua Estrangeira com o

Estágio II, no qual o foco é a Literatura de Língua Espanhola direcionada

à prática docente no Ensino Médio e/ou Celem.

Para lhe auxiliar, propomos algumas dicussões nas quais você fará

parte indispensável, isto quer dizer que deve considerar a sua experiência

docente e acadêmica adquirida até aqui. Você já desenvolveu o Estágio em

Língua Portuguesa e Literatura e, além disso, talvez já exerça a docência e

traga consigo um conjunto de especificidades de acordo com o polo em que

atua. Propomos, portanto, que utilize as discussões trazidas por este livro

para elaborar uma reflexão crítica sobre sua própria prática, com o objetivo

de transformá-la para propiciar um processo de ensino-aprendizagem que

se aproxime dos pressupostos das Diretrizes Curriculares da Educação

Básica – Língua Estrangeira Moderna (DCE-PR – 2008). Retomaremos,

ainda, alguns conceitos importantes vistos no livro anterior.

Nossa proposta também está relacionada à teoria dos gêneros textuais e

à elaboração de sequências didáticas e segue, portanto, as propostas trazidas

nos livros anteriores. Isto, no entanto, não tem o objetivo de estagnar as suas

reflexões, ao contrário, desejamos que reelabore constantemente as reflexões

e as propostas fazendo conexões e contrastes com outras teorias e práticas

docentes. Essa constante reelaboração lhe oferecerá subsídios para pensar

o ensino de língua espanhola em uma perspectiva dos gêneros textuais e

da abordagem comunicativa e motivar ações em defesa da incorporação da

língua espanhola ao currículo do ensino fundamental II e ensino médio.

Por fim, o acadêmico é também pesquisador, assim, as etapas desta

pesquisa devem ser minuciosas. Atente para as etapas burocráticas do

Estágio e, o mais importante, aja com responsabilidade e bom senso.

Procure esclarecer suas dúvidas com seu tutor e dialogar com seus colegas

sempre que necessário. Bom estudo!

UN

IDA

DE IRecapitulando os gêneros

textuais e o ensino de língua e literatura espanhola

ROTEIRO DE ESTUDOS

SEÇÃO 1 – O que entendemos quando dizemos “Gêneros Textuais”?

SEÇÃO 2 – O estágio supervisionado e a postura do acadêmico na prática docente

SEÇÃO 3 – Estudo do meio e observações

SEÇÃO 4 – Documentação necessária e carga horária

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

Ao concluir esta unidade, você estará apto (a) a:

Discutir sobre a teoria dos gêneros textuais

Começar suas observações e demais atividades na escola

Organizar a documentação necessária para o estágio

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10UNIDADE I

SEÇÃO 1O QUE ENTENDEMOS QUANDO DIZEMOS“GÊNEROS TEXTUAIS”?

Seguramente você já leu muito a respeito dos chamados “Gêneros

Textuais” na formação acadêmica que recebeu até aqui e, provavelmente,

já tenha percebido a importância que este tema tem para o ensino

moderno de Língua Espanhola como Língua Estrangeira. Porém, vale a

pena retomarmos alguns aspectos sobre a teoria e a aplicação prática

dos Gêneros Textuais no ensino de Língua Espanhola como Língua

Estrangeira, para que sua formação como professor ou professora deste

idioma seja ainda mais comprometida com a qualidade do ensino da

língua hispana em nosso país.

Você já deve saber que durante muito tempo, condizendo com uma

longa tradição escolar, o ensino de língua estrangeira, bem como o de

língua portuguesa, calcou-se basicamente no estudo maçante de regras

gramaticais no que compete a estrutura da língua e à repetição direta de

frases previamente elaboradas no que concerne ao âmbito oral. Nesse

contexto, o aluno se restringia à reprodução da língua estrangeira de

maneira mecânica, sem reflexão ou proximidade com sua realidade e

modelos de prática diária.

O exercício de fixação da língua estrangeira baseava-se nos famosos

Drills, modelos de repetição direta, em que os alunos não produzem nada,

apenas reproduzem o que foi previamente determinado. Essas técnicas

resultam positivamente em contextos específicos no uso da língua,

como o estudo para testes ou algo do tipo, porém, não são eficazes num

contexto real: numa situação de viagem, por exemplo. Talvez, e enquanto

aluno você possa confirmar, tais métodos, além de tornarem as aulas de

LE insuficientes, causam um distanciamento entre o aprendiz e o objeto

de estudo, e consequentemente uma postura negativa do aluno diante

da língua. Esses problemas não seriam tão graves em cursos de línguas,

por exemplo, em que o aprendiz se dispõe de conta própria a estar lá. No

entanto, são potencialmente agravados no contexto da escola regular, em

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11UNIDADE I

que o aluno é “obrigado” a participar das aulas de LE, tornando-se, dessa

forma, vítima da metodologia adotada pela escola, ou pelo professor.

Vale lembrar, também, que para muitos alunos o contato com uma

língua estrangeira se dará única e exclusivamente na escola, por vários

fatores: sociais, pessoais, culturais. O trabalho com os Gêneros Textuais

aparece neste contexto como uma forma simples, porém não simplória,

de romper o distanciamento aluno-língua, arremessando o aprendiz a um

campo real do uso da LE, oferecendo a ele condições e situações em que

poderá consolidar e provar o conhecimento que teoricamente adquiriu,

ou adquirir esse conhecimento na prática, pois, segundo Bakhtin (2002),

o ser se comunica e se organiza socialmente através de textos. Os gêneros

textuais sendo “formas textuais escritas ou orais estabilizadas, histórica e

socialmente situadas.” - ou, em outras palavras “textos que encontramos

em nossa vida diária e que apresentam algumas propriedades funcionais

e organizacionais características, concretamente realizadas.” (Marcuschi,

2008, p.64) - podem aproximar significativamente o aluno e a língua que

estuda.

O trabalho com gêneros, além de possibilitar a gramática reflexiva

e indutiva, também é capaz de trazer elementos culturais da língua

estudada, no espanhol, especificamente, o grande número de países

hispanohablantes, e consequentemente o grande número de textos

produzidos nesses países poderiam ser analisados e explorados pelo

professor de língua, o que resultaria em aulas dinâmicas e prazerosas,

tanto para o aluno quanto para o professor. Porém, é claro que para

organizar seu trabalho baseando-se em gêneros textuais, o professor

precisa conhecer e estar bastante familiarizado com o tema, para isso,

vamos estudar o assunto mais detalhadamente.

Mas afinal, o que é Gênero Textual?

Para compreender a teoria dos gêneros, é preciso antes entendermos

alguns pressupostos de Bakhtin (1997, p. 279).

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12UNIDADE I

Quem foi este estudioso?

Mikhail Bakhtin foi um importante filósofo pensador russo, nascido em Orel, sul de Moscou, revolucionou a teoria linguista do século 20 ao propor uma análise do discurso que contemplasse a comunicação efetiva de locutores e interlocutores. A teoria bakhtiniana de linguagem, opunha-se à teoria dominante da época, a de Saussure, que considerava a língua como fato social apenas nas trocas entre os indivíduos, uma vez que para Bakhtin, a língua é totalmente social, pois sofre constantemente as influências do contexto social de seus usuários, produzindo ideologias e sendo

produzida por elas. Vale a pena esclarecer que Bakhtin não pensou sua teoria para fins pedágogicos, porém, os estudiosos da língua encontraram nos pressupostos bakhtinianos um alicerce significativo para pensar o trabalho com a língua portuguesa para fins educacionais.

As DCEs nos trazem o que Bakhtin entende como texto. Segundo ele

“o texto é a materialização de um enunciado e é entendido como unidade

contextualizada da comunicação verbal” (p. 58) Ou seja, é pelo texto,

e unicamente por ele, que a linguagem humana pode ser organizada

e materializada, não há outra maneira. Para Irandé Antunes, “o texto

não é a forma prioritária de se usar a língua. É única forma. A forma

necessária.” (2007, p. 130) É claro que a palavra “texto” neste contexto

não significa apenas a produção escrita, e sim toda expressão humana

que seja linguística, isso se refere ao âmbito oral também.

Toda forma de comunicação humana, portanto, para que seja

efetiva precisa organizar-se sob um determinado conjunto de regras e,

assim, tornarem-se textos. Estes textos produzidos no discurso humano

constituem o que chamamos de gêneros textuais, ou gêneros discursivos.

É preciso entender que ambas a nomenclaturas, gêneros de discurso e

gêneros textuais , dizem respeito ao mesmo conceito.

Na definição de Bakhtin: “[...] gêneros de discurso são os enunciados

dos integrantes de uma ou doutra esfera da atividade humana e estas

esferas de utilização da língua elaboram seus tipos relativamente estáveis

de enunciado.” (1997, p. 279). Para que essa definição fique mais clara e

que não sobre espaço para dúvidas, vamos exemplificar.

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13UNIDADE I

Imagine que você irá se casar e deseja convidar seus amigos para o

casamento. O que você fará para concretizar a ação de convidar?

A resposta só pode ser uma: Fará um convite!

Seja ele oral ou escrito, o convite é um gênero textual que pode

ser reconhecido por suas características, ainda que estas sejam apenas

relativamente estáveis, de uma maneira geral, o convite consta “para que

se está convidando”, “quando será o evento”, “onde será” e “que horário

será”, esses quatro itens estarão presentes neste gênero textual e o farão

ser reconhecido ainda que muitos outros elementos possam variar, como

a forma, o tamanho, etc. Nos dias de hoje, existem convites em almofadas,

em xícaras, em caixas, mas ainda assim, não deixam de ser convites e

cumprir essa função social.

Esperamos que você tenha entendido melhor o conceito de “Gênero

Textual” e que possa fazer desta teoria uma importante aliada em sua prática

como professor de espanhol. Para finalizar esta seção, concluímos que:

• GÊNERO TEXTUAL é o resultado da organização de um

determinado enunciado

• Os GÊNEROS TEXTUAIS são inúmeros, pois são inúmeras as

atividades humanas

• Os GÊNEROS TEXTUAIS são tipos relativamente estáveis, pois

a língua é dinâmica e está em constante transformação.

SEÇÃO 2O ESTÁGIO SUPERVISIONADO E A POSTURA DO ACADÊMICO NA PRÁTICA DOCENTE

O livro Estágio Curricular Supervisionado em Língua e Literatura

Espanhola 1 apresenta um apanhado teórico sobre a postura do

acadêmico, volte a ele para uma releitura antes de iniciar esta nova

prática. Apontaremos aqui uma síntese dos aspectos principais deste

prmeiro livro.

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14UNIDADE I

As autoras refletem sobre o tema e atentam para a identidade do

professor na condição de estagiário, diante da qual é necessário refletir

sobre seu significado social e sobre a reafirmação de práticas consagradas

culturalmente (PIMENTA, 2007, p.19). Com isso, apontam para a

necessidade de desenvolver uma postura crítico-reflexiva da identidade

do professor de espanhol através da análise de teorias, conceitos e

necessidades práticas para seu exercício.

Ressaltaremos um aspecto que é sempre levantado pelos acadêmicos

diante da prática de Estágio: este momento parece ser infinitamente

diferente da realidade que encontramos pós-formados, as cobranças e

planos de aulas são exageradamente inspecionados pelo professor. Ora,

isso parece ser facilmente explicado. Primeiramente precisamos lembrar

que para mediar o ensino-aprendizagem do estágio é necessário certa

perspicácia para observar todos os aspectos necessários para a prática

docente em curto período de tempo. Dessa forma, quanto mais minuciosas

forem as cobranças, melhor para o desenvolvimento do docente pós-

formado. Pode mesmo ser diferente, mas imagine que precisamos utilizar

uma lupa sobre a situação, quanto mais detalhes forem esclarecidos, menos

complicado será depois.

No livro 1, as autoras também enfatizam alguns aspectos necessários

para a postura do professor de LE, uma delas é a capacidade de articular

a teoria aprendida na academia com a prática docente, para isto, é

necessário, mais uma vez, uma prática reflexiva para o alcance do domínio

da complexidade e da imprevisibilidade que encontrará no mundo, na

escola, na sala de aula (CELANI, 2006, p. 35-36).

Ainda em relação ao significado do ESTÁGIO, as autoras fazem

uma reflexão muito pertinente sobre “Por quê? Como? Onde? Para quê?”,

aconselhamos que retornem a esta leitura para relembrar.

Quanto a postura do acadêmico estagiário, é importante ressaltar:

a. Fazer sua apresentação na escola para o professor de LE e também

para a direção e coordenação;

b. vestir-se adequadamente;

c. usar o “jaleco” e o crachá de identificação de estagiário;

d. usar linguagem apropriada;

e. auxiliar o professor de LE nas atividades que lhe forem solicitadas;

f. agir com responsabilidade e bom senso nas tarefas.

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15UNIDADE I

Esses aspectos traduzem os primeiros passos na carreira de docente

em LE, não é apenas uma disciplina obrigatória do curso de Licenciatura

que deve ser eliminada. É o momento do curso no qual somaremos a

teoria e a prática.

SEÇÃO 3ESTUDO DO MEIO E OBSERVAÇÕES

Neste momento você já deve ter percebido a importância do estudo

do meio como, no mínimo, uma ferramenta importante para o professor

pesquisador. Faça uma retrospectiva do seu estudo do meio anterior e

reavalie, de forma a buscar preencher, neste novo estudo, as lacunas que

podem ter ficado. Vale ressaltar, ainda, a relevância deste estudo, mesmo

para você que já exerce a docência, afinal ele deve ser uma constante na

prática do professor.

Retorne ao primeiro livro caso encontre a necessidade de relembrar

o que é o estudo do meio, qual a sua importância e quais os setores e as

funções típicas de uma escola.

Nesta nova etapa, você, além do estudo do meio, também realizará

as observações seguindo a mesma estrutura de organização sugerida

no Estágio em LE 1. Lembre-se, principalmente, da postura que deve

assumir no momento das observações: não deve assumir a turma,

tampouco ficar sentado sem dizer uma palavra. Caminhe pela sala para

averiguar a produção, interaja com o professor e com os alunos e, se lhe

for permitido, auxilie os alunos nas atividades.

Recorde, ainda, dos cinco aspectos apontados por Piletti (1985,

p. 111), essenciais às relações humanas internas da escola, são eles:

motivação, percepção, comunicação, tomada de decisão e liderança.

Diante da resistência ao estágio que você pode encontrar em algumas

instituições, sugerimos que, já no primeiro momento de apresentação,

deixe claro que você está lá para aprender, para compreender o

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16UNIDADE I

funcionamento de uma instituição de ensino, para inserir a prática à sua

formação docente. Procure esclarecer para a turma e para o professor a sua

intenção de estagiário, marque um momento de conversa com a turma.

Afinal, algumas escolas ainda encaram o estágio como um momento de

condenação do professor da turma.

Procure verificar se o professor utiliza a teoria dos gêneros textuais

no ensino de língua espanhola, como ele promove a interação entre os

sujeitos na sala de aula, quais seus métodos, seus encaminhamentos das

quatro habilidades propostas no ensino de LE (que serão discutidas mais

adiante), sempre com o intuito de juntar ferramentas para a sua ações

futuras como docente.

SEÇÃO 4DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA E CARGA HORÁRIA

O estágio de Literatura Espanhola poderá ocorrer como o estágio de

língua espanhola, com a estruturação das regências, ou poderá ocorrer

com a organização de oficinas. Essa alternativa é sugerida porque você

talvez tenha dificuldade para encontrar um campo de estágio, já que a

inserção da disciplina de espanhol na grade curricular das escolas no

nível médio não é uma constante e pode ser opcional ao lado da disciplina

de inglês.

O ideal é que você encontre uma escola com o espanhol inserido na

grade no nível médio, ou Celem - Centro de Língua Estrangeiras Modernas

e estruture seu estágio na forma de regências, caso não encontre, você

terá que realizar o estágio II com a estruturação de oficina.

Para todos os casos, você deverá cumprir as mesmas exigências

e entregar as mesmas documentações comprobatórias apontadas no

livro 1. Para o caso das oficinas, será necessário procurar uma escola

e apresentar a proposta de oficina à coordenação e direção. Caso seja

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17UNIDADE I

aceita, as observações deverão ser feitas nas aulas de inglês e a oficina

poderá ser realizada tanto nas aulas de inglês, com o consentimento do

professor, ou em contraturno. Para o último caso, a avaliação será feita

por algum membro da equipe pedagógica ou direção.

Não esqueça de firmar o termo de compromisso, tanto para as

oficinas como para as regências, do contrário o seu estágio não será

validado. Você deverá cumprir, em ambos os casos, a mesma carga

horária. No caso das oficinas, você poderá totalizar a carga horária em

dois encontros, cada um com duração de 1h40 a 2h.

Abaixo você encontra um quadro detalhado das atividades, carga

horária e o que é necessário para comprovar:

ATIVIDADE CARGA HORÁRIA

COMO COMPROVAR O CUMPRIMENTO DA ATIVIDADE

Observação 10 horas

Ficha de acompanhamento assinada por quem acompanhou seu estágio na escola (professor supervisor técnico ou alguém da equipe pedagógica).

Estudo do meio 6 horas

Ficha de acompanhamento assinada por quem acompanhou seu estágio na escola (professor supervisor técnico ou alguém da equipe pedagógica que foi entrevistado no estudo do meio).

Elaboração de planos de aula¹ 10 horas

Um plano para cada regência/oficina. Os planos deverão ser elaborados e postados como atividade no AVA para avaliação e orientação da tutoria on-line.

Elaboração de sequência

didática10 horas

Uma sequência didática elaborada a partir do modelo apresentado neste material. Essa sequência deverá ser feita e postada como atividade no AVA para avaliação da tutoria on-line.

Regências ou Oficinas 4 horas

Ficha de acompanhamento assinada pelo professor supervisor técnico, que é o responsável pela turma que você fez a regência. No caso da oficina, o diretor ou o pedagogo pode assinar a ficha. Avaliação dos alunos sobre a sua regência/oficina (pode ser realizada individualmente ou em grupo).

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18UNIDADE I

Leitura e estudo 30 horas Leitura deste livro e de outros textos que serão propostos.

Atividades de avaliação 16 horas São as atividades previstas no AVA.

Seminário final presencial 6 horas

Encontro presencial ao final do curso para a entrega do portfólio, discussão da autoavaliação e reflexão sobre o estágio.

Elaboração de portfólio

(atividade final da disciplina)²

10 horas

Portfólio é a reunião de tudo o que é relativo ao seu estágio: documentação, estudo do meio, materiais colhidos nas observações, planos de aula, materiais utilizados nas aulas, avaliação dos alunos para sua regência, sua autoavaliação e avaliação do curso, etc.

TOTAL 102 horas

Na mesma ficha de acompanhamento, você pode registrar as horas

de estudo do meio, observação e regência.

¹ PLANO DE AULA

No primeiro livro, você pode encontrar um modelo de plano de

aula em espanhol, que poderá também ser utilizado para o planejamento

das oficinas. Para te auxiliar ainda mais, e ampliar o seu leque de

possibilidades, aconselhamos que pesquise mais modelos e encontre

qual dialoga com seu perfil.

² ORIENTAÇÕES PARA MONTAR SEU PORTFÓLIO

Caso você nunca tenha montado um portfólio, pode seguir a

seguinte estrutura:

• Capa;

• documentação (ficha de frequência e ficha de avaliação

assinadas e carimbadas pela escola);

• estudo do meio;

• sequências didáticas e planos de aula;

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19UNIDADE I

• materiais utilizados nas aulas (somente um exercício de cada

regência);

• avaliação dos alunos para a sua prática*;

• autoavaliação e avaliação do curso.

* Peça para os alunos da turma, na qual ministrou as aulas, relatarem

brevemente as suas opiniões sobre as aulas que você ministrou, recolha

o material.

Você pode notar nesta unidade a importância do estágio para além de uma disciplina a ser eliminada da sua grade curricular, ao contrário, ele é de grande importância para a sua formação. Siga refletindo sobre essa questão e não a perca de vista, assim evitará o enfado e o cansaço no decorrer dessa etapa. Sugerimos que sempre dialogue com seus colegas sobre suas experiências, o diálogo o ajudará a manter o foco.

El cuento Casa Tomada es del escritor argentino Julio Cortázar. La história está centrada en dos hermanos, Irene y el narrador, imersos en la mism rotina, que se resume a la casa en que viven. Subitamente ella es tomada por fenómenos inusitados y, tomados por el horror, sus opntes no encuentran outra salida sino ejar el casarón. La casa es tan importante cuanto los hermanos y cupa la misma posición de destaque de las demás personajes.

Es una uena sugestión para ser explorada en sua clase y está disponíble integralmente en el sítio http://www.ciudadseva.com/textos/cuentos/esp/cortazar/casa_tomada.htm

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20UNIDADE I

Com base no que foi lido nesta seção, procure fazer uma definição, com suas próprias palavras, do que você entendeu por “gênero textual”.

Nesta unidade você relembrou um pouco da teoria dos gêneros textuais, o que é fundamental para repensar a prática docente embasada nas DCEs e nos Parâmetros Curriculares. Procure se aprofundar sempre mais, nesta e em outras teorias, para que possa construir uma boa prática. Junto com esta reflexão você também repensou a sua postura como acadêmico no Estágio em Língua e Literatura Espanhola e retomou a carga-horária e demais aspectos administrativos do Estágio. Esclareça todas as suas dúvidas com o seu tutor e professor formador.

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21UNIDADE I

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DE IILivro didático -

como torná-lo uma ferramenta eficiente?

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

ROTEIRO DE ESTUDOS

SEÇÃO 1 – Professor crítico, material bem escolhido

SEÇÃO 2 – MD e Língua Estrangeira Moderna

SEÇÃO 3 – Escolhendo um material didático

Posicionar-se criticamente frente aos materiais didáticos produzidos para o ensino de LE

Refletir sobre a produção de material didático para o ensino de LE no país

Escolher os materiais que usará em suas regências

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24UNIDADE II

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Atualmente, no cenário do ensino de línguas estrangeiras há uma

enorme discussão acerca do uso ou do não uso do livro didático. Grande

parte da questão é motivada pela surpreendente multiplicidade de

outros recursos, principalmente os midiáticos, colocados à disposição de

professores e alunos com uma incrível facilidade de acesso. A internet

pode parecer, neste contexto, uma “substituta” do livro didático, pois

raramente nos depararemos com alunos pesquisando em livros e materiais

impressos em detrimento da pesquisa em computadores on-line.

Porém, é claro que essa suposição não é uma verdade e que o

livro didático mantém seu valor resguardado ainda hoje, pois continua

figurando-se como uma importante e eficiente ferramenta de ensino,

desde que usado de forma consciente e responsável pelo professor, a

contar do momento de sua escolha até a forma como será apresentado e

vivenciado ao/pelo aluno.

Assim como em todos os outros momentos e outras situações que

a profissão de educador nos impõe, nossa postura diante do material

didático a ser usado por nós ou pela escola deve partir sempre de uma

ação reflexiva e crítica. É preciso ter em mente todas as circunstâncias

em que se dará o uso desse material, mas a principal delas é se o nosso

aluno poderá dialogar com ele e fazer, mediados por nós, com que os

conhecimentos teóricos registrados no livro didático possam se tornar

conhecimentos práticos e significativos para ele.

É importante lembrar que as nossas escolhas didáticas enquanto

professores não precisam ser feitas às cegas, ou que dependam de

conhecermos integralmente todas as teorias de ensino e aprendizagem.

Os documentos oficiais norteadores da educação básica em nosso estado

e país são um valioso auxílio na tarefa de planejar nosso fazer didático,

definir estratégias de ensino e selecionar materiais. Porém, cabe a nós

mantermos uma postura crítica e reflexiva sobre o que nos é apresentado;

a próxima seção desta unidade versa exatamente sobre essa postura.

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SEÇÃO 1PROFESSOR CRÍTICO, MATERIAL BEM ESCOLHIDO

Reconhecendo a necessidade de nortear e unificar o ensino no

território nacional, o governo federal lançou os Parâmetros Curriculares

Nacionais (PCN’s). O estado do Paraná, baseando-se na proposta

federal, decidiu criar seus próprios parâmetros para a educação e lançou

as Diretrizes Curriculares da Educação Básica, que, como você deve

saber, trata-se de um documento dividido por disciplinas no qual há

uma série de pressupostos teóricos e encaminhamentos metodológicos

que devem ser seguidos pelos professores do estado. O principal desses

pressupostos para o estudo de língua, seja materna ou estrangeira, é

do ensino baseado na interação social através dos gêneros textuais: “os

estudos linguísticos devem ser centrados no texto e na interação social

das práticas discursivas” (DIRETRIZES CURRICULARES, p. 03).

O ensino de língua é baseado, portanto, na teoria bakhtiniana de

linguagem dialógica, conforme já estudamos na unidade anterior. Dessa

forma, todo e qualquer material didático deve ser escolhido a partir

desse pressuposto. Oliveira e Paiva, em seu texto História do Material

Didático, relembram que “na sala de aula medieval (...) a escolha do livro

não estava associada a uma determinada teoria de ensino, mas sim à

disponibilidade do material.” Hoje, no entanto, esse pensamento não se

justifica, pois temos o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) que

disponibiliza um grande número de títulos para a escolha do professor.

O LD é considerado por muitos agentes da educação o “recurso por

excelência” como é mencionado no Guia do Livro Didático, de 2007.

Ao contrário de instrumentos como o vídeo, por exemplo, o livro é o domínio por excelência da escrita. Por isso mesmo, é por meio dele que temos acesso privilegiado à cultura letrada. E como vocês já sabem, até mesmo por suas histórias pessoais, ler e escrever são competências básicas, tanto para a conquista progressiva de autonomia nos estudos, quanto para o sucesso escolar. Talvez

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por simbolizar todas essas promessas, o livro – assim como o caderno novo, de que nos fala João Cabral, em Morte e Vida Severina – é capaz de exercer um grande fascínio sobre o aprendiz, seduzindo-o de uma forma muito própria.

Dessa forma, muitas vezes o LD exercendo a função de único

norteador do trabalho docente do professor e ponto de partida e de chegada

para o conhecimento do aluno. É preciso, portanto, ter clareza no poder

desestimulante que o livro exerce sobre o professor que é constantemente

seduzido a não buscar outras fontes de pesquisas e novas possiblidades

de atividades, visto a comodidade que o livro didático apresenta em sua

estrutura. No entanto, é preciso, conforme já comentado, manter certa

postura crítica e inovadora diante do livro e de qualquer outro material

didático. Interessa-nos, neste momento, a reflexão trazida por Ferro e

Bargmann:Assim, lembre-se sempre de que o livro didático é um excelente recurso para ser usado em sala de aula, na organização dos conteúdos, na progressão de atividades, com o objetivo de transmitir conhecimentos, motivar e sensibilizar o aluno, desenvolver suas capacidades e competências, integrar e consolidar suas aquisições, permitir a avaliação dessas aquisições tanto pelo professor quanto pelo aluno, favorecer revisões e aprofundamentos, além de desenvolver a autonomia do aluno, mas que não deve ser usado como um recurso único e restrito, sem que permita a interferência do professor e do aluno com outras possibilidades de atividades, textos etc.1

As DCE’s para o ensino de língua estrangeira revalidam o uso da

abordagem comunicativa, tal abordagem, no entanto, é posta em risco

quando o uso do livro didático se dá de maneira irresponsável pelo

professor. Abaixo você encontrará discussões sobre como o livro didático

pode, de fato, auxiliar o professor nas aulas de espanhol como língua

estrangeira e não se configurar como uma ferramenta de efeito contrário

no processo ensino/aprendizagem do idioma.

1 BERGMANN, Juliana; FERRO, Jerferson. Produção e Avaliação de Materiais Didáticos em Língua Materna e Estrangeira. p. 25. Curitiba. Ibpex, 2008.

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O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem como principal objetivo subsidiar o trabalho pedagógico dos professores por meio da distribuição de coleções de livros didáticos aos alunos da educação básica. Após a avaliação das obras, o Ministério da Educação (MEC) publica o Guia de Livros Didáticos com resenhas das coleções consideradas aprovadas. O guia é encaminhado às escolas, que escolhem, entre os títulos disponíveis, aqueles que melhor atendem ao seu projeto político pedagógico.

SEÇÃO 2MD E LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA

Diante de tudo que já foi dito até aqui, esperamos que você já

tenha clara a necessidade de, enquanto professor, saber localizar-se

como sujeito dentro do contexto escolar para não ser dominado pela

ideologia do material escolhido e, assim, consiga ter este material como

um componente a mais em suas aulas, para que elas sejam interessantes

e significativas para seus alunos.

É de suma importância entender isso, porque muitas vezes o MD é

o único meio que o professor tem para desenvolver seu trabalho, por isso,

saber escolher é o primeiro passo para poder usá-lo com sabedoria. Deve-

se valorizar o material que dê atenção à construção histórica e cultural da

língua ali apresentada, porque é por meio desses fatores que a linguagem

se pauta para existir entre seus falantes, conforme nos diz Bakhtin (1992):

[...] o essencial na tarefa de decodificação não consiste em reconhecer a forma linguística utilizada, mas compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação

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numa enunciação particular. Em suma, trata-se de perceber seu caráter de novidade e não somente sua conformidade à norma.

Portanto, a língua é social e dinâmica, não está presa somente em

estruturas frasais e verbais, claro que essas estruturas são importantes e

quanto mais a conhecemos, mais vamos saber usá-las a nosso favor na

interação que a linguagem proporciona. Segundo as DCE`s do Paraná:

no ensino de Língua Estrangeira, a língua, objeto de estudo dessa disciplina, contempla as relações com a cultura, o sujeito e a identidade. Torna-se fundamental que os professores compreendam o que se pretende com o ensino da Língua Estrangeira na Educação Básica, ou seja: ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender percepções de mundo e maneiras de atribuir sentidos, é formar subjetividades, é permitir que se reconheça no uso da língua os diferentes propósitos comunicativos, independentemente do grau de proficiência atingido.

O MD comprometido com o ensino global valoriza todos os aspectos

da linguagem, ou seja, a fala, a compreensão auditiva, a escrita, a leitura

e, perpassando esses elementos, a cultura e a literatura. Cabe ao professor

saber reconhecer o material com essas características. Com a inserção

desses conteúdos, outros referentes à sociedade que o aluno se insere

irão aparecer e enriquecer ainda mais o trabalho do professor.

Segundo Kramsch (1988, p. 78), “o livro didático pode ser visto

como um andaime ideal cuidadosamente construído para a organização

e interpretação de uma nova experiência linguística e cultural”.

Não se pode ensinar língua sem ensinar cultura, e sendo o livro

didático uma importante ferramenta de ensino, o MD de língua estrangeira

deve, além de ensinar a língua estrangeira, tratar de questões culturais

relativas à língua em questão.

No entanto, esse conhecimento cultural deve ser explicitado de

maneira a levar o aluno a ter uma posição crítica e, sempre que possível,

com a possibilidade de confrontar essa cultura com a sua.

Kramsch (1988) ressalta o fato de que para a aprendizagem ser eficaz

é preciso que ela seja contextualizada, daí a importância da interface

língua e cultura, e personalizada, ensinando a cultura estrangeira não

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como algo estranho, mas como um “sistema de significados sociais e

simbólicos que possui analogias com a cultura (sic) do aprendiz, mas é

diferente da sua própria cultura (sic)” (Kramsch, 1988, p. 84).

Koch (2006, p 59), sobre modelos didáticos, comenta que:

(...) um modelo didático apresenta duas grandes características: 1. constitui uma síntese com objetivo prático,

destinada a orientar as intervenções dos professores;

2. evidencia as dimensões ensináveis a partir das quais as diversas sequências didáticas podem ser concebidas.

O MD deve considerar como uma estratégia de aprendizagem a

sequência didática, e neste momento passamos a vê-lo como um gênero e

percebemos que, quanto mais precisa for a dimensão ensinável do gênero,

mais a sequência didática facilitará e possibilitará o desenvolvimento de

capacidades de linguagem diversas a ele relacionada. Por essa razão,

conhecer os gêneros e suas aplicações se faz muito importante, pois

somente assim pode-se compreender o discurso que o material didático

está se propondo a trabalhar.

SEÇÃO 3ESCOLHENDO UM MATERIAL DIDÁTICO

Deve-se pensar nesse tema com muita responsabilidade, pois mesmo

que tenhamos opinião contrária ao uso do livro didático, não passamos

por ele despercebidos, pois somos nós, docentes, que o escolhemos. Claro

que a escolha é feita de acordo com o que nos é disponibilizado para

análise, mas devemos ter em mente que toda a fundamentação teórica

nos dá subsídios para tentar encontrar algum que corresponda ao PPP

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da escola e com o contexto discente que encontraremos no dia a dia.

Para auxiliar neste processo de escolha, e com base no documento do

PNLD, propomos uma atividade de análise de livro didático com alguns

itens que podem auxiliar em uma escolha mais adequada. Após a ficha

da atividade, você encontrará como exemplo de resolução da atividade, a

análise de um livro didático feita por nós.

Análise de livro didático

Esta atividade compreende a análise de um livro didático de Língua Espanhola. A escolha do livro poderá ser feita no link abaixo, e que está disponível na plataforma AVA, http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12389&Itemid=1129 , no item língua estrangeira.As respostas devem ser comentadas, não basta dizer sim ou não, tem que argumentar, mesmo que seja em poucas palavras. A análise contempla os seguintes itens:

ASPECTOS GERAIS:

• Referência

• Editora

• Autor

• Título

A NATUREZA DO MATERIAL TEXTUAL

Tipologia

• Diversidade de gêneros textuais;

• Presença de registros lingüísticos diversificados;

• Presença de textos literários ( poesia e prosa);

Temática dos textos, objeto de atividades de leitura

• Diversidade temática;

• Diversidade de perspectivas no tratamento do tema;

• Diversidade de contexto cultural (regional, local, urbano, rural, etc.);

Textualidade

• Presença de textos integrais;

• Na presença de textos adaptados e/ou com recortes:

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1. manutenção da unidade de sentido;

2. indicação de cortes, supressões, adaptações, etc.

ANÁLISE DOS TEXTOS: atividades de leitura e produção

• São enfatizadas as regras gramaticais ou constituem contextos significativos para o ensino da linguagem?

• São enfatizadas as formas estereotipadas da expressão escrita ou ajudam os alunos a fixar seus próprios modelos e normas para expressão oral e escrita estimulando a criatividade?

• Propiciam a aprendizagem de todas as habilidades envolvidas no uso da linguagem (ouvir, falar, ler e produzir) ?

ABORDAGEM DOS ASPECTOS LINGUÍSTICOS

• Propiciam o emprego de procedimentos indutivos que conduzem o aluno a elaborar conceitos e extrair generalizações?

• São propostas seções para análise linguística?

• Como são abordados os tópicos linguísticos (levam o aluno à construção do conceito ou apresentam o conceito já pronto para o aluno)?

• Apresentam situações em que o aluno possa sistematizar o conhecimento?

• Consideram aspectos linguísticos como regionalismos, registros e contextos diversos?

TRATAMENTO GRÁFICO:

• Quanto à legibilidade, o livro apresenta um arranjo harmonioso (espaçamento e tamanho das letras, palavras e linhas)?

• As ilustrações são adequadas aos temas desenvolvidos?

• As ilustrações favorecem a fixação das informações?

• Apresentam uma visão distorcida da realidade?

• Quanto às características físicas:

• A capa apresenta durabilidade e estética?

• A encadernação e o papel apresentam qualidade?

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Análise do livro:

“Síntesis” 1 – curso de lengua española, de Ivan Martin

É importante conhecer um pouco do autor do livro antes de escolhê-

lo. Por exemplo, saber se é professor e se tem experiência em sala de aula é

um fator determinante no resultado final do material, pois ele poderá prever

os resultados que o livro terá na prática baseando-se em suas experiências

como professor. Claro, isto não é uma regra, existem pesquisadores que

nunca estiveram em sala de aula, mas possuem uma visão realista da

aplicação dos materiais didáticos que elaboram. Mas, de qualquer forma,

é importante conhecer o autor e sua formação. O livro que escolhemos

para analisar aqui, é o primeiro de uma coleção de três volumes escrita por

Ivan Martín. Ivan possui licenciatura e bacharelado em Letras (Português

e Espanhol, 1994) pela Universidade de São Paulo (USP), é mestre (2000)

e doutor (2006) em Letras, também pela USP, tendo atuado por vários anos

em escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio.

ASPECTOS GERAIS:

• Referência: Martín, Ivan. Síntesis: curso de lengua española: ensino médio – São Paulo, 2010

• Editora: Ática

• Autor: Ivan Martín

• Título: Síntesis: curso de lengua española.

A NATUREZA DO MATERIAL TEXTUAL

Tipologia

• Diversidade de gêneros textuais:O material apresenta uma variedade imensa de gêneros textuais. Logo na primeira unidade, o autor insere um gráfico para ilustrar as línguas mais faladas no mundo, e mostrar que o espanhol está em quarto lugar, o gráfico é um gênero textual pouco comum nos materiais didáticos de língua espanhola, mas que são extremamente válidos e recorrentes nas práticas sociais dos alunos. O autor insere também muitas tirinhas da Mafalda, este é um gênero mais comum nos LDs por seu apelo por parte dos alunos e facilidade de leitura, ainda que a interpretação de algumas tirinhas depreenda um trabalho mais dedicado do professor. Há, entre outros gêneros, a presença de poemas, textos jornalísticos, contos, letras de música, história em quadrinho, manchete de jornais, verbete de dicionário, propagandas.

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• Presença de registros linguísticos diversificadosÉ interessante perceber que o autor insere textos de diferentes países de língua espanhola, o que faz com que se diversifiquem os discursos e seja possível o contato com diferentes materiais linguísticos. Na página 19, por exemplo, o autor insere a apresentação pessoal feita por dois espanhóis e um chileno.

• Presença de textos literários (poesia e prosa)O autor insere um número considerável de textos literários, de autores de diferentes países que escrevem em diferentes gêneros. O material é bastante diversificado em literatura, visto a limitação que há em inserir textos literários em materiais didáticos, encontramos um poema de Eduardo Galeano, uma lenda de Maria Acosta, um poema de Bernardo Atxaga, um poema de Rosita Izquierdo, um conto de Mario Benedetti, um conto de Gabriel García Maquéz parte de um conto de Júlio Cortázar.

Temática dos textos, objeto de atividades de leitura

• Diversidade temáticaComo a maioria dos livros didáticos, o Síntesis é divido por temas. Cada unidade trata de um tema mais abrangente e de outros que se relacionem a este, principal.

• Diversidade de perspectivas no tratamento do temaÉ interessante perceber que o autor insere diferentes pontos de vista acerca de um mesmo assunto, trazendo textos diversificados que apresentam perspectivas e olhares distintos acerca de um tema.

• Diversidade de contexto cultural (regional, local, urbano, rural, etc.)Pensando no universo idiomático do idioma espanhol, podemos adaptar esta questão a diversidade de textos oriundos de países diversos, e não apenas dos maiores ou mais famosos, como a Espanha, México e Argentina. O livro traz textos de vários outros países que não estes três, ou seja, é bastante diversificado neste quesito.

Textualidade

• Presença de textos integraisO livro apresenta inúmeros textos integrais, na sua maioria, é possível perceber a preocupação do autor em relação a isso, uma vez que escolheu textos curtos, compatíveis com o material didático.

• Na presença de textos adaptados e/ou com recortes:

manutenção da unidade de sentido: os textos que recortados são adaptados à situação de aprendizagem;

indicação de cortes, supressões, adaptações, etc: todos os textos adaptados/recortados estão indicados.

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ANÁLISE DOS TEXTOS: atividades de leitura e produção

• São enfatizadas as regras gramaticais ou constituem contextos significativos para o ensino da linguagem?

A gramática é apresentada de duas formas: de maneira direta e específica, com quadros comparativos e exercícios repetitivos para a fixação das regras, e também pelos textos, que introduzem o item gramatical que será estudado, nos quais o aluno pode perceber em contextos autênticos o uso das regras que irá aprender.

• São enfatizadas as formas estereotipadas da expressão escrita ou ajudam os alunos a fixar seus próprios modelos e normas para expressão oral e escrita, estimulando a criatividade?

Isto também é variável. Em alguns casos o uso de formas estereotipadas é extenso, frases descontextualizadas com enfoque puramente gramatical são abundantes nos exercícios, em contrapartida, também há inúmeros textos que recriam situações reais do uso da língua e da aplicação de certas regras, ou seja, o aluno pode verificar o uso autêntico e criar seus próprios modelos.

• Propiciam a aprendizagem de todas as habilidades envolvidas no uso da linguagem (ouvir, falar, ler e produzir)?

Sim, o livro é ótimo neste quesito, pois propicia ao aluno a oportunidade de ler, escrever, falar e ouvir em língua espanhola. Os exercícios de escrita são geralmente feitos individualmente, num primeiro momento, mas é sugerida a socialização das respostas, gerando um momento propício à oralidade e à escuta.

ABORDAGEM DOS ASPECTOS LINGUÍSTICOS

• Propiciam o emprego de procedimentos indutivos que conduzem o aluno a elaborar conceitos e extrair generalizações?

Sim e não. Em alguns casos, os exercícios tendem a um método mais tradicional, porém, em outros momentos, é possível que o aluno elabore seus próprios conceitos de forma indutiva.

• São propostas seções para análise linguística?Sim. Ainda que de maneira bastante tradicional num primeiro momento, posteriormente a análise linguística acontece no estudo dos textos.

• Como são abordados os tópicos linguísticos (levam o aluno à construção do conceito ou apresentam o conceito já pronto para o aluno)?

Os conceitos são apresentados prontos ao aluno, porém há um caminho de induções até que isso de fato ocorra.

• Apresentam situações em que o aluno possa sistematizar o conhecimento?Sim. Principalmente nos exercícios de comparação entre português e espanhol. É preciso levar em conta a proximidade das duas línguas, seria muito ingênuo ignorar esse fato. O livro apresenta alguns momentos de comparação em que o aluno pode sistematizar o conhecimento.

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• Consideram aspectos linguísticos como regionalismos, registros e contextos diversos?

É apresentado, sempre que necessário, tabelas com diferença entre países. Levando em consideração o grande número de países de língua espanhola, este é um quesito bastante importante na análise de um livro didático, é preciso verificar se não há uma tendência em homogeneizar de forma taxativa os vários conceitos linguísticos que podem ser absolutamente variáveis de acordo com o país ou região.

TRATAMENTO GRÁFICO

• Quanto à legibilidade, o livro apresenta um arranjo harmonioso (espaçamento e tamanho das letras, palavras e linhas)?

Este item pode parecer bastante superficial, mas não é. Claro que também não é o mais importante de todos, porém, é preciso levar em conta se o aluno gostará de olhar para o livro, se não terá dificuldade na leitura pelo tamanho da letra, etc. O quanto mais harmonioso for o livro, mais o aluno se interessará por ele. O livro Síntesis é bastante agradável de ser visto e muito bem pensado para o público que atente: o ensino médio.

• As ilustrações são adequadas aos temas desenvolvidos?Sim. As ilustrações são em geral fotos de nativos em situações reais de convivência. Não são imagens que estereotipam ou afastam o aluno da realidade do idioma.

• As ilustrações favorecem a fixação das informações?Não necessariamente. As gravuras, fotos ou desenhos estão mais para ilustrar o conteúdo.

• Apresentam uma visão distorcida da realidade?Como já mencionado anteriormente, não! A realidade é privilegiada no livro em questão.

• Quanto às características físicas:

A capa apresenta durabilidade e estética? A capa sugere um estudo mais sistematizado e aprofundado do idioma. Não apresenta gravuras coloridas ou algo que chame atenção, o que é bastante coerente com o público a que se destina.

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Refletir como os documentos oficiais influenciam os materiais didáticos é parte integrante da nossa carreira docente e analisar a importância do MD para a língua estrangeira é o meio que iremos nos munir de conceitos e teorias que tentaremos aliar à prática no momento do reconhecimento do MD como aliado e como último, e mais importante passo, é o exame do material didático. É claro que não chegamos nem perto de esgotar as discussões sobre o material, temos muito a pensar sobre esse tema, como por exemplo, qual ideologia ele demonstra, o papel político do MD, o lado comercial do mesmo, entre várias outras possibilidades de se analisar esse nosso companheiro de trabalho, porém, começamos a pensar em como a qualidade desse material pode ser verificada.

El Aleph es un cuento del escritor argentino Jorge Luis Borges, publicado por la primera vez en 1945. Es una obra que presenta numerosas posibilidades de interpretación. El Aleph, según el narrador, es una pequeña esfera tornasolada que ofrece el espec táculo de todos los puntos del universo. A través de él se pueden ver infinitas cosas:

Vi el populoso mar, vi el alba y la tarde, vi las muchedumbres de América, vi una plateada telaraña en el centro de una pirámide, vi un laberinto roto (era Londres)...

Puedes encotrar el importante cuento en el sítio abajo:http://www.ciudadseva.com/textos/cuentos/esp/

borges/el_aleph.htm

Escolha um livro didático de Língua Espanhola, de preferência para o ensino médio, e faça uma análise, com base no que foi estudado nesta unidade.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

O ensino da literatura em LE

Refletir sobre o ensino de literatura nas aulas de espanhol como LE

Operacionalizar o ensino da literatura como componente cultural nas aulas de LE

ROTEIRO DE ESTUDOS

SEÇÃO 1 – Sobre o ensino de literatura

SEÇÃO 2 – Ensino de literatura em LE – uma abordagem cultural

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40UNIDADE III

PARA INÍCIO DE CONVERSA

Neste momento você já deve ter refletido sobre o ensino de literatura

em Língua Materna e em Língua Estrangeira. Como se trata de um tema

complexo e de extrema importância para a sua formação, apresentamos

a você, nesta seção, um pouco sobre essa discussão e algumas sugestões

de leitura para ampliar ainda mais o seu referencial teórico.

Gostaríamos de ressaltar, primeiramente, que ensinar sobre literatura

é ensinar sobre arte e que, portanto, não se trata unicamente de uma

questão de gosto, mas de conscientização da sua importância cultural,

social, política, etc. Sendo assim, não abordaremos essa discussão por

esse viés, mas por questões que nos parecem mais objetivas e concretas.

Por fim, assim como em outras profissões, o professor precisa

assumir uma postura profissional de responsabilidade e seriedade

e, portanto, só logrará êxito diante de um trabalho bem realizado e

experiente. Com isso, mantenha o foco, a calma e a reflexão constante

sobre o ensino-aprendizagem.

SEÇÃO 1SOBRE O ENSINO DE LITERATURA

Para iniciar esta discussão, vamos refletir sobre a escolarização da

literatura. Atente para esta citação:

Não há como evitar que a literatura, qualquer literatura, não só a literatura infantil e juvenil, ao se tornar “saber escolar”, se escolarize, e não se pode atribuir, em tese, […] conotação pejorativa a essa escolarização, inevitável e necessária; não se pode criticá-la, ou negá-la, porque isso significaria negar a própria escola […]. O que se pode criticar, o que se deve negar não é a escolarização da literatura, a inadequada, a

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41UNIDADE III

errônea, a imprópria escolarização da literatura, que se traduz em sua deturpação, falsificação, distorção, como resultado de uma pedagogização ou uma didatização mal compreendidas que, ao transformar o literário em escolar, desfigura-o, desvirtua-o, falseia-o. (SOARES, 2001).

A estudiosa Magda Becker Soares, em seu livro A escolarização

da literatura infantil e juvenil (2001), nos apresenta questões pertinentes

no que diz respeito ao ensino de literatura, embora ela utilize o termo

“literatura infantil e juvenil”, o qual não discutiremos por se tratar de um

termo que exige atenção minuciosa.

Você já deve ter se questionado sobre o ensino de literatura no

ensino médio. Deve ter percebido que algumas pessoas acreditam que

não passa da simples transmissão de características de escolas literárias,

como antítese ser sinônimo de barroco, natureza e amor como sinônimo

do romantismo, assim por diante, e que, portanto, poderia ser facilmente

transmitidas nas aulas de história. Além disso, muito se questiona sobre

a presença da literatura na educação infantil e no ensino fundamental, já

que é colocada entre a necessidade de se desenvolver o hábito da leitura

e, assim, permanecendo como mera leitura fruitiva, e entre o domínio

da interpretação e/ou experimentação, sem, muitas vezes, nem constituir

uma disciplina isolada na grade curricular.

Ora, é preciso assumir, antes de tudo, uma postura consciente

diante desses questionamentos. O estudioso Rildo Cosson, em seu livro

Letramento Literário: teoria e prática (2007), faz um percurso histórico

sobre o ensino de literatura e nos leva a refletir sobre sua falência,

de forma a dialogar, portanto, com a afirmação de Soares, explicitada

anteriormente. O autor afirma que a literatura não está sendo ensinada

para garantir a “função essencial de construir e reconstruir a palavra que

nos humaniza”(2007, p.23). Primeiro porque nos falta um objeto próprio -

é preciso vencer a noção conteudística do ensino - e, segundo, superar a

crença de que basta ler qualquer coisa. Ultrapassadas essas noções, talvez

a percepção de que a experiência literária pode e deve ser ampliada com

informações específicas do campo literário e até fora dele seja acessível.

A questão, como bem aponta Soares, não é se a escola deve ou

não escolarizar a literatura, isto é inevitável. A questão é como fazer

essa escolarização sem descaracterizá-la, sem, como aponta Cosson,

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42UNIDADE III

“transformá-la em um simulacro de si mesma que mais nega do que

confirma seu poder de humanização”.

Você deve estar se perguntando como fazer isso, e mais, como fazer

isso na aula de língua estrangeira. Sabemos que o objetivo essencial

das aulas de E/LE é proporcionar ao aluno a competência comunicativa

e, para isso, é preciso desenvolver um trabalho no qual o conjunto das

competências citadas seja efetivo. Nisso, é indispensável o componente

cultural/artístico/político.

O professor de LE deve ser também professor de literatura e

desenvolver a consciência literária em seus alunos, apontando para sua

importância e singularidade. Através da literatura o aluno é capaz de

aprofundar seus conhecimentos sobre a língua estrangeira e sua cultura,

refletir e questionar sobre a realidade da língua, pois “a aprendizagem

de línguas não visa apenas a objetivos instrumentais, mas faz parte

da formação integral do aluno” (MEC, 2006, p.131). Ela pode “levar

o estudante a ver-se e constituir-se como sujeito a partir do contato e

da exposição ao outro, à diferença, ao reconhecimento da diversidade”

(MEC, 2006, p.133), afinal, muitos dos alunos de LE não terão contato

real com um falante nativo da língua.

“Como o aluno pode compreender o que foi escrito em outro contexto

social/cultural?”. Essa é uma questão levantada por vários professores

diante do planejamento das aulas. No entanto, essa suposta dificuldade

não pode simplesmente excluir o texto literário das aulas de língua

estrangeira. Além disso, sabemos que dentro de uma aula de LE há muitos

aspectos a serem trabalhados, relacionados às quatro habilidades, e que,

diante disso torna-se praticamente inviável explorar um romance, por

exemplo, em língua espanhola, ou assistir a um filme inteiro. Levando em

conta a problematização feita até aqui, propomos o ensino de literatura

em LE dentro de uma abordagem cultural e, na próxima unidade, você

encontrará sugestões de gêneros mais viáveis para esse fim.

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43UNIDADE III

SEÇÃO 2ENSINO DE LITERATURA EM LE - UMA ABORDAGEM CULTURAL

Como já dito na seção anterior, a aula de espanhol como língua

estrangeira, deve, além de proporcionar subsídios para a comunicação

no idioma, promover a tolerância perante as diferenças e desenvolver

nos alunos a capacidade de refletir sobre sua cultura e a cultura do

outro. O professor de espanhol, neste contexto, deve figurar como um

agente da desconstrução de estereótipos e interpretações simplistas de

práticas culturais que geram o preconceito. Portanto, nesta seção, vamos

problematizar o termo cultura e refletir sobre a possibilidade de associar

o ensino da literatura como aspecto cultural nas aulas de espanhol como

língua estrangeira.

Antes de tudo, é preciso levar em conta a subjetividade que envolve

o termo cultura, trata-se de um conceito “difuso, inacabado e em constante

evolução, pois as culturas não são homogêneas” (GARCÍA MARTINEZ,

2007, p. 20).

As atuais discussões acerca de cultura tiveram sua origem em

Edward Tylor, o primeiro a discutir o conceito no século XX. De acordo

com Tylor,

Cultura e civilização, tomadas em seu sentido etnológico21mais vasto, são um conjunto complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e as outras capacidades ou hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade. (apud CUCHE, 2002, p. 35)

A ideia de cultura de Tylor, ainda que já tenha sido bastante

aperfeiçoada, não perde seu valor na contemporaneidade, pois o estudioso

relaciona o conceito com a capacidade humana de “adquirir e transmitir

2 Etnologia: Ciência que estuda as diversas etnias humanas no âmbito da antropologia cultural e social.

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hábitos no grupo social ao qual pertence” (PARAQUETT, p. 138) e, deste

ponto, nenhum outro estudioso discorda. Denys Cuche incluiu elementos

importantes à definição de cultura de Tylor, porém em nada combate sua

concepção:

Para Cuche (2002),

A noção de cultura se revela então o instrumento adequado para acabar com as explicações naturalizantes dos comportamentos humanos. A natureza, no homem, é inteiramente interpretada pela cultura. As diferenças que poderiam parecer mais ligadas a propriedades biológicas particulares como a diferença de sexo [...] a divisão sexual dos papéis e das tarefas nas sociedades resulta fundamentalmente da cultura e por isso varia de uma sociedade para outra. (p. 10-11)

Pois bem, você deve ter percebido pelas citações anteriores que a

noção de cultura se relaciona a ideia de construção e processo, que pode

ser transmitida e adquirida nas relações interpessoais nas sociedades em

que os sujeitos estão inseridos.

A cultura, portanto, é externalizada pelos sujeitos de diferentes

maneiras: culinária, educação, vestuário, religião, comportamento, arte,

etc., e sobre nessa última está a literatura. Dessa maneira, descartamos o

idealismo que vê a literatura como produto autônomo, que independe de

seu contexto histórico e social. Consoante com Facina (2004) e Barthes

(2004), entendemos também, que um escritor é sempre produto deste

contexto histórico social, e que mesmo que escreva sobre temas universais

e atemporais, sua capacidade criativa e seu ponto de referência estarão

sempre limitadas ao condicionamento de seu tempo e de seu espaço.

(FACINA, 2004, p. 11 e 12). Adriana Facina (2004) nos traz que:

(...)“cultura” diz respeito a fatos intelectuais, artísticos e religiosos, implicando necessariamente realizações. O conceito refere-se a produtos humanos, tais como obras de arte, livros, sistemas religiosos ou filosóficos, através dos quais se traduz a individualidade de um povo. Diferente de civilização, portanto, é um conceito que delimita e que dá ênfase às diferenças nacionais e às identidades particulares de grupos. (2004, p. 12)

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A autora ainda comenta que a partir do movimento romântico,

“a cultura passou a ser associada à vida interior, à subjetividade, às

singularidades individuais, expressando-se nas ‘obras do espírito’, em

especial as artes e a literatura.” (ibid., p.15). A partir dai se pensa no

sujeito como produtor e modificador da cultura de um povo, que será a

expressão de suas individualidades. “Cada povo teria um espírito, um

gênio próprio, que se expressaria nas realizações individuais nos campos

artístico, intelectual e moral tomadas em seu conjunto.” (ibid., p. 16)

Vale lembrar, conforme cita Facina (2004), que a literatura não

é completamente um espelho do mundo social, mas parte constitutiva

desse mundo, é nesta ruptura que entra a mediação e a visão de mundo

do artista. (p. 25).

Ela (a literatura) expressa visões de mundo que são coletivas de

determinados grupos sociais. Essas visões de mundo são informadas pela

experiência histórica concreta desses grupos sociais que as formulam,

mas são também elas mesmas construtoras dessa experiência. Elas

compõem a prática social, material desses indivíduos e dos grupos sociais

aos quais eles pertencem ou com os quais se relacionam. Nesse caso,

analisar visões de mundo e ideias transformadas em textos literários

supõe investigar as condições de sua produção, situando seus autores

histórica e socialmente. (FACINA, 2004, p. 25)

É nisso que reside a diferença entre o sociólogo e o poeta. Enquanto o

primeiro se limita a retratar a realidade exatamente como ela se apresenta,

o segundo, ao retratá-la dá a ela novos e particulares significados.

Evidente que as visões de mundo dos artistas não são completamente

individuais, e se fossem não serviriam para os estudos culturais. Há

nelas, por certo, toda a carga de um passado, de um presente, de um

espaço. Há, ainda mais determinante que tudo, as limitações do artista

enquanto ser humano.

Pois bem, compreendido essas questões teóricas, vamos agora

analisar de forma prática o estudo da literatura como componente

cultural nas aulas de espanhol, a seguir apresentamos um esquema

como ilustração do planejamento e desenvolvimento do trabalho com a

literatura, é claro que este é apenas um modelo e uma sugestão, você

poderá desenvolver outros mediante suas observações, seu conhecimento

e suas crenças enquanto professor.

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46UNIDADE III

Passo 1: Escolher o autor e a obra

Para que o trabalho com a literatura se torne efetivo e não se perca

em meio ao seu cronograma de trabalho, ou no cronograma do professor

regente da turma que você irá estagiar, é importante que se tenha em

mente quais assuntos pretendem ser abordados, qual país se pensa em

estudar, etc. Se, por exemplo, o objetivo é estudar a cultura uruguaia,

você deverá escolher um autor uruguaio. É importante lembrar que não

se deve trabalhar com fragmentos de obras, por esse motivo indicamos

a escolha por contos, crônicas e poesia, já que estes são gêneros que

geralmente se caracterizam pelo seu menor tamanho e condensação

de ideias e por esse motivo são possíveis de serem trabalhados em sua

totalidade, mantendo, dessa forma, o todo da obra literária. Escolhido o

autor, o segundo momento deste primeiro passo é escolher a obra que, a

seu entendimento, será proveitosa para os objetivos do trabalho. Vejamos

um exemplo:

Pretendo trabalhar com a Argentina > Abordarei aspectos relacionados

à história argentina > O autor argentino de maior reconhecimento mundial

é Júlio Cortázar > Júlio Cortázar tratava de assuntos relacionados à política

e à história de seu país > O conto La casa tomada é considerado uma

alegoria crítica ao regime político que chegara à Argentina. Pois bem, já

escolhemos o país, o autor, a obra e o tema.

Antes de mais nada, é preciso que você, enquanto professor, estude

e conheça o assunto com o qual irá trabalhar, vá em busca de artigos

científicos sobre o assunto, pesquise, aprimore. Ainda que seu aluno não

precise saber das questões teóricas que envolvem um estudo literário,

você precisa! Veja abaixo parte de um estudo sobre o conto La casa

tomada (o qual pode ser encontrado nos anexos deste material).

O conto de Cortázar reproduz recria sintetiza no microcosmo de uma velha residência senhorial habitada por dois irmãos as atitudes de determinados grupos da sociedade argentina diante do processo histórico da primeira metade do século XX. O que marca o movimento da narrativa é o surgimento de um elemento ameaçador para esses remanescentes da elite rica e ociosa de Buenos Aires. A força hostil vem de um espaço externo para apropriar-se de uma parte da casa e instaurar mais uma vez a lógica dos

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mundos polarizados, mas não é de todo estranha aos antigos residentes. Ao ser informada por seu irmão da presença dos estranhos dentro da casa, Irene demonstra alguma surpresa, mas não a que se esperaria diante de um fato insólito que ela não pudesse compreender. A poderosa força de invasão parece ser algo quase esperado que, contudo, não se pode aceitar quando de fato ocorre. O irmão simplesmente informa, ao voltar da cozinha: ‘’Tuve que cerrar la puerta del pasillo. Han tomado la parte del fondo.’’ (CORTÁZAR,1994, p. 109) Irene não pede nenhum esclarecimento, apenas pergunta se o irmão tem certeza que invasores ocuparam esta parte dos fundos, que poderia ser lida como a parte Sul da cidade. Diante da confirmação do irmão, sem maiores discussões, ela retoma a sua atividade depois de constatar: ‘’Entonces (...) tendremos que vivir en este lado.’’(p.109) A conclusão é obvia: se este ser coletivo, indiciado pela desinência verbal, tomou a parte de trás, os antigos residentes, orgulhosos de seu status, mas passivos ante as novas forças que se projetam em seu meio, terão que restringir-se à parte da frente da casa. Não podem conviver ou misturar-se com ‘’eles’’, que constituem um elemento inominado, mas não desconhecido pelos dois. O conto ilustra de forma indireta episódios fundamentais da história social e cultural da Argentina. O ato de fechar a porta, além de expressar o medo dos irmãos diante da inominada força invasora, adquire um significado mais amplo que no texto se encerra na expressão de mandato que precede a ação (‘’tuve que cerrar...’’) e na descrição do ato que traduz uma explícita violência: ‘’Me tiré contra la puerta antes de que fuera demasiado tarde, la cerré de golpe apoyando el cuerpo; felizmente la llave estaba puesta de nuestro lado y además corrí el gran cerrojo para más seguridad.’’(p.109). Acossados, os irmãos ‘’fecham a porta’’ de modo violento, assim como o Estado em diversos momentos aprimorou seu aparato coercitivo para garantir uma ordem que privilegiava determinados segmentos sociais. Se estabelecemos um vínculo entre as relações que se manifestam no mundo criado por Cortázar e as que se mostram no mundo exterior da realidade argentina, é inevitável a associação deste ato com os acontecimentos que envolvem a reação observada em momentos determinados da história, como a Semana Vermelha de 1909 ou a Semana Trágica de 1919, quando se registraram a criação da Liga Patriótica Argentina e o sangrento ataque aos grupos de trabalhadores organizados.

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48UNIDADE III

Mas, esta reação de violento fechamento da sólida porta de carvalho é perceptível sobretudo na conspiração que levaria ao golpe de 1930, quando se cristalizam os fundamentos do ressentimento. ( PIMENTEL, 2002.)

É evidente que você não abordará o tema com tamanha

complexidade, o que você fará é mostrar aos alunos que um texto literário

pode significar mais do que aparentemente significa, que existem outros

planos de significação em um texto e que apreciar uma obra literária é ter

um olhar atento a isso. Antes do estudo da obra, você deverá apresentar

o autor, neste caso, Júlio Cortázar, é importante que neste momento você

não se restrinja a informar dados sobre a vida do autor, pois isso de pouco

interessa para o trabalho literário: sugerimos que você situe o autor

temporalmente e espacialmente, informando em que momento histórico

esse autor viveu e sobre o que escrevia, se era engajado politicamente,

quais de suas obras tem um grande apelo da crítica, etc. Depois disso,

você deverá abordará aspectos culturais da Argentina, pois o texto

trata de tradições e costumes de famílias desse país; poderá fazer um

contraponto com a literatura brasileira - lembrando que os documentos

oficiais prescrevem o trabalho com a cultura estrangeira para também

reconhecer a nossa própria - pensando se há algum escritor do nosso

país que escreveu contra algum regime político. Neste caso, você poderia

mencionar Chico Buarque de Holanda e a música “Cálice”, na qual lança

uma ferrenha crítica ao regime militar da década de 80.

Também é importante fazer um trabalho de compreensão do

texto, pois talvez nossos alunos não tenham o hábito de ler literatura.

Portanto, se você achar necessário, pode compor uma ficha literária, mas

sempre pensando na extrapolação do texto, faça perguntas que possam

ser respondidas com a leitura da obra, mas faça também perguntas que

depreendam de um esforço de reflexão dos alunos. É interessante também

aplicar a mesma ficha literária antes e depois do estudo da obra, para

observar a evolução dos alunos quanto a apreciação do texto.

No caso do conto La casa tomada vejamos abaixo algumas questões

que poderiam constar em uma ficha literária:

1. Faça um resumo do conto lido.

Nesta atividade você perceberia se o aluno compreendeu a narrativa,

tanto no que concerne ao entendimento do idioma espanhol, quando aos

sentidos do texto.

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2. Por que você acredita que o conto é intitulado La casa tomada?

Esta é uma questão simples e complexa ao mesmo tempo, pois você

perceberá se seu aluno está no plano mais raso de interpretação ou se já

desenvolve alguma reflexão sobre o que leu.

3. Escreva sobre os personagens do conto. Relate aspectos de

seus comportamentos e de suas personalidades.

Nesta questão, outra vez, você poderá perceber o poder de análise

de seus alunos, poderá observar se eles descreverão apenas o que está

no texto ou se também relatarão aspectos sugeridos pelo que consta na

narração.

4. Você acha que um escritor de qualquer outro país poderia

escrever o mesmo texto?

Aqui os alunos já devem extrapolar a parte textual e lançarem-se

unicamente ao plano dos sentidos. A resposta deverá ser não, uma vez

que em vários momentos são mencionados elementos da cultura e da

história argentina. Essa questão também servirá de ponte para o trabalho

cultural, propriamente dito, pois você poderá responder a questão,

explicar os motivos pelo qual o texto não poderia ser escrito por um autor

de outra nacionalidade e afunilar ainda mais o tema, direcionando para a

questão da alegoria antiperonista.31

Se houver tempo, você ainda poderá trabalhar com o termo

“alegoria” trazendo outros textos alegóricos e fazendo-os perceber

as alegorias presentes neles. É importante que quando se acabe esta

sequencia de aulas, os alunos produzam algo como registro, além de

fixar a aprendizagem, é uma outra oportunidade de levar os alunos à

reflexão. A produção de cartazes sobre a obra de Cortázar ou a tentativa

de construção de um texto alegórico seriam bons trabalhos para encerrar

o assunto.

Pois bem, esperamos que você tenha compreendido a relação

literatura/cultura e que possa colocar uma ao lado da outra em suas aulas,

sem perder de vista o valor literário dos textos, e tão pouco o valor cultural

da literatura.

3 Antiperonista: Trata-se de uma corrente argentina contra o Peronismo, movimento argentino de massas criado em torno da figura de Juan Domingo Perón na década de 40.

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Vestido Nuevo es segundo cortometraje español de Sergi Pérez. Cuenta la historia de Mario, un niño que en el día de Carnaval en la escuela decide ponerse un vestido de niña para sorpresa de sus amigos, profesores y familiares. Niños, homosexualidad y escuela son temáticas peliagudas, pero este corto se sobresale con un guión que evita lugares comunes, una admirable dirección de actores y una realización com mucha de ternura. Son 10 minutos que hablan desde (y por) la diferencia.

Es una buenísima sugestión para reflexionar sobre el tema en sala de clase.

Nesta unidade você pode iniciar seus estudos sobre o ensino de Literatura em LE através de uma perspectiva cultural. Repense sempre a sua postura diante da diversidade, lembre-se que você é também um formador de opinião. Atualize as suas informações sobre este assunto e sobre o ensino de literatura em LE.

Pesquise uma outra teoria de ensino, que não as indicadas aqui, e esboce seus pressupostos teóricos práticos.

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DE IVSequências didáticas

em língua espanhola

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

ROTEIRO DE ESTUDOS

Produzir uma sequencia didática

SEÇÃO 1 – Zero y el bullyng

SEÇÃO 2 – La história de siempre: Um cortometraje de José Luís Montesinos, com Miguel Ángel Jenner

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54UNIDADE IV

Nesta unidade te apresentaremos duas sequências didáticas em

Língua Espanhola que possuem como foco, principalmente, o gênero

curta-metragem. Você pode se inspirar nelas e elaborar novas sequências

que reflitam sobre contos, para isto, poderá utilizar as dicas de obras que

te oferecemos no decorrer deste livro.

PARA INÍCIO DE CONVERSA

SEÇÃO 1ZERO Y EL BULLYNG

Zero

Zero es un cortometraje animado, creación de la pareja australiana

conformada por Christopher Kezelos (director) y Christine Kezelos

(productora), a través de su casa productora Zealous Creative en Los

Angeles.

Una historia situada en

un mundo en que los seres

vivos, incluídos los humanos,

están hechos de estambre,

y en el caso de los últimos

nacen con un número en el

pecho; este número define su

destino, siendo los 8 y 9 los

más respetados y destinados

a los mejores trabajos, 5, 6 y

7 la clase media con trabajos

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mediocres, 1, 2, 3 y 4 los menos respetados pero que aún tienen un rol

dentro de la sociedad, y por último el 0, y las personas que nacen con

éste, están destinados a ser marginados de la sociedad, sin posibilidad de

conseguir un empleo, de ser parte de la sociedad, sin derecho a tener hijos,

y prácticamente sin algún derecho.

El cortometraje trata acerca de Zero, una persona que como lo indica

su nombre, nace con el número cero en su pecho, quien desde el momento

en que nace es rechazado, en la escuela nadie lo quiere, de hecho ahí

aprende que no tiene un rol en la sociedad, que para ellos no existe, pero

aún así no se da por vencido. Cuando adulto, aún sufriendo la opresión,

sigue luchando porque está seguro de que puede aportar algo a la sociedad.

Un día conoce a una chica que, al igual que él, tiene el cero en su

pecho, por lo que se hacen amigos y, sin importarles sus derechos y las

leyes que los rigen, se enamoran y se vuelven novios, viviendo felizmente

y sin que les importen los demás.

Trabajando con el texto

1. ¿Por qué Zero era despreciado por los demás?

2. ¿Qué tipo de gente de nuestra sociedad podemos asociar a Zero?

3. ¿Qué hizo Zero que le resultó una vida mejor por algún tiempo?

4. El cortometraje sugiere que la gente puede ser rotulada por

números. ¿Qué opinas sobre eso? ¿En nuestra sociedad, cuáles

son las formas de rotulación y valoración de la gente?

5. Aunque nadie le cargase valor, Zero se sentía optimista. ¿Cómo

juzgas esta actitud de Zero?

6. ¿Por qué te parece que Zero fue puesto en cárcel?

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7. ¿Qué representaban los dos hijos gemelos de Zero? ¿Qué eso

significa?

8. El texto habla sobre prejuicio y discriminación. ¿Cuáles son los

tipos de prejuicios que existen hoy en la sociedad? ¿Qué opinas

sobre eso?

¿Sabes que es el bullying?41

El Bullying es el maltrato físico y/o psicológico deliberado y constante

que recibe un niño por parte de otro u otros, que se comportan con él

cruelmente con el objetivo de someterlo y asustarlo. El bullying implica

una repetición continuada de las burlas o las agresiones y puede provocar

la exclusión social de la víctima.

Tipos de Bullying52

•Físico:Empujones,patadas,agresionesconobjetos,etc.•Verbal:

Insultos y apodos, menosprecios en público, resaltar defectos físicos, etc.

Es elmáshabitual. •Psicológico:Minan la autoestimadel individuo y

fomentansusensacióndetemor.•Social:Pretendeaislaraljovendelresto

del grupo y compañeros.

Señales del Bullying63

Cambios en el comportamiento del niño.

Cambios de humor.

Tristeza, llantos o irritabilidad.

Pesadillas, cambios en el sueño y/o apetito.

Dolores somáticos, dolores de cabeza, de estómago, vómitos...

Pierde o se deterioran de forma frecuente sus pertenencias escolares

o personales, como gafas, mochilas, etc.

Aparece con golpes, hematomas o rasguños y dice que se ha caído.

No quiere salir ni se relaciona con sus compañeros.

No acude a excursiones, visitas, etc. del colegio.

Quiere ir acompañado a la entrada y la salida.

Se niega o protesta a la hora de ir al colegio.

4 Disponível em http://www.alpura.com/salud/vida-saludable/item/34-qu%C3%A9-es-el-bullying

5 Disponível em http://www.alpura.com/salud/vida-saludable/item/34-qu%C3%A9-es-el-bullying

6 Disponível em http://www.psicopedagogia.com/sufre-bullying

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57UNIDADE IV

¿Te parece que en la escuela Zero fue víctima de bullying?

Lee estes testimonios reales de brasileños acerca del bullying71

“Eu já sofri muito bullying na minha vida. Na escola, na rua e por todo o canto que passava. Quando eu ia pra escola tinham uns meninos que me chamavam de “macaco”, me desprezavam por minha cor. E isso me irritava tanto que eu chegava até bater neles. Na rua os meus colegas ficavam me chamando de “frango”, de feio, de otário, pensando que eu era besta. Mas de besta eu não tinha nada. É por isso quando os boys tentam tirar onda comigo eu baixo o pau neles. Apesar que isso não me satisfazia... Era mais no momento da raiva. Mas eu vou fazer o que? Tenho que impor respeito. Eu peço a todas essas pessoas que deixem disso pois isso não leva ninguém a nada.”

José

“O meu bullying foi com o professor Paulo. Ele me chamou de doido na frente de todo mundo. Mas não foi só uma vez. Mais e mais vezes me chamou de “Sem Noção”. Isso ninguém queria escutar de nenhum professor. Às vezes ele passava uma tarefa de um livro sem a gente ter estudado. Mas ninguém ficou calmo. Todo mundo ficou lá fora e chamou Graça[1] e depois de uma semana ele não deu mais aula na sala da gente e eu fiquei alegre.”

Diego

“Vou falar agora sobre uma menina que era muito humilhada só porque o cabelo dela é crespo e ela tem umas feridas na perna. Ela era muito abusada. Chamavam ela de quenga, bia-da-jaca e várias outras coisas que ela não gostava. Por isso ela saiu de onde ela morava para outro lugar porque ela não gostava mais de ser abusada. Por favor quem sofre bullying denuncie! Não fique sem falar.”

Aline “Vou falar de um caso de bullying que aconteceu na escola que eu estudava na 3ª

série. Uma menina que se chamava Suzana sofria uma violência constantemente, pois a garota tinha os cabelos um pouco crespos e todos os dias as garotas chamavam ela de cabelo-de-tuim, cabelo de cuscuz, piolhenta, cabelo-de-esconder-pulga. Essa garota era muito humilhada pelos colegas de classe. Muitas vezes ela chegava a chorar de tanta humilhação. A garota saiu da escola e nunca mais foi vista.”

Rayssa

7 Os depoimentos inseridos nesta unidade apresentam nomes fictícios e etão disponíveis em : http://bullindocomobullying.blogspot.com.br/2009/04/depoimentos-de-vitimas-do-bullying.html

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¡A la práctica!

• Juntamente con tus compañeros de clase, organiza carteles

contra la discriminación y contra el prejuicio en la sociedad.

• Ahora que ya saben que es el bullying, busquen en el diccionario

la definición de las palabras “prejuicio“ y “discriminación”, y

intenta percibir los puntos en común en los tres actos.

• Creen los carteles demostrando lo mal que los actos de prejuicio

pueden traer para las personas.

• Te damos abajo algunos ejemplos:

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SEÇÃO 2LA HISTÓRIA DE SIEMPRE: UN CORTOMETRAJE DE JOSÉ LUÍS MONTESINOS, CON MIGUEL ÁNGEL JENNER

Un día cualquiera, realizando un

viaje en transporte público de cualquier

ciudad, a uno de los pasajeros le

suena el teléfono móvil y comienza a

hablar, en un tono lo suficientemente

alto como para que podamos seguir la

conversación. Mantiene una discusión

con su ex-mujer, haciendo todo lo

posible por arreglar las cosas. Aún sin

ir con el resto de pasajeros, conforme

la historia avanza y van conociendo

datos, inevitablemente todos acaban

prestando atención, interesándose en

esa llamada y lo que ella pueda salir…81

¿Quién es José Luís Montesinos?

Nacido en 1978 en Tarragona,

(Cataluña, España) estudió Ingeniería en

Imagen y Sonido en la Escuela La Salle

Bonanova de la Universidad Ramon Llull.

Al mismo tiempo se graduó en Dirección en

Cinematografía en el Centro de Estudios

Cinematográficos de Catalunya (CECC).

Con experiencia en la dirección de spots publicitarios, ha sido realizador

de Televisió de Catalunya en diferentes programas. Actualmente ejerce

de guionista en diferentes productoras de varios largometrajes para cine

8 Disponível em http://www.objetivocine.es/cortometraje-la-historia-de-siempre/

La historia de siempre

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60UNIDADE IV

y es realizador de TV. Su pasión por el cine le impulsa desde muy joven a

realizar varios cortometrajes en vídeo hasta que en 2002 dirige su primer

corto en 35 mm., Físico, con el que obtiene algunos premios como el de

Mejor Guión en el Festival de Cagliari (Italia). Con su siguiente obra,

Final, recorre los festivales de medio mundo durante 2003 y obtiene 30

premios entre los que destacan los de Mejor Cortometraje en el Festival

Internacional de Cine de San Sebastián, en el Festival de Cine Español

de Málaga y el de Ourense. Ya en el año 2007 vuelve a ponerse detrás

de la cámara para dirigir Fest, una sátira mordaz acerca del mundo de

los festivales de cine, y con el que logra 6 nuevos premios. Dos años

más tarde da a luz la que será su obra de mayor éxito, La historia de

siempre. Exhibida en más de 250 festivales de todo el mundo y con un

palmarés de 132 premios, es sin duda el corto español más laureado del

2010, formando parte de secciones oficiales de Festivales Internacionales

tan prestigiosos como el de Hong Kong, Cartagena de Indias, San Diego,

Cleveland, Seattle, Varsovia, Trieste, Rhode Island y la SEMINCI de

Valladolid.92

¿Quién es Miguel Ángel Jenner?

Es doblador, actor, traductor

de doblaje y presentador. Nació

en Lavapiés, en Madrid, en junio

de 1952. Ha trabajado en más de

1500 películas como actor y director

de doblaje, pero también como

traductor y ajustador. En español es la voz habitual de los actores Samuel

L. Jackson y Jean Reno. Ha sido la voz de Lumière en La bella y la bestia,

de Pumba en El rey león, de Rothbart en La princesa cisne, de Gobernador

Ratcliffe en Pocahontas, de Jigsaw en la saga de Saw, y la de Maltazar

en Arthur y los Minimoys. Fue el director de doblaje en la trilogía del

El Señor de los Anillos. En 2009, interpretó el papel del general Luis

Caruana en la TV-movie que emitió TVE sobre el 23-F. Ultimamente ha

participado como narrador y actor en cortometrajes, concretamente en

El forjador de historias, Enarmonía. Rodó, en este año, el cortometraje

9 Disponível em http://www.seminci.es/pelicula.php?id=1458

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La historia de siempre de José Luis Montesinos, trabajo que recibió 125

premios en distintos festivales en el mundo, entre los cuales dieciocho

de ellos le fueron otorgados al propio actor por su interpretación. Entre

ellos la Biznaga de Plata al Mejor Actor en el Festival de Cine Español

de Málaga 2010. Participó en 2010 del rodaje de algunos episodios de La

Riera, serie de TV3. En 2011 participó en XP3D, película de terror en 3D

producida por Rodar y Rodar en la cual interpreta el Profesor Fuentes,

profesor universitario muy peculiar. En 2013 protagonizo Lo desconocido,

cortometraje dirigido por el joven director Carlos Muñoz y también

participó en la serie de Antena 3 Gran Hotel, de Bambú Producciones,

en la cual interpreta el personaje del General Alejandro Herrera. Ha

participado actualmente en la serie de La 1 de TVE Isabel como Sancho

Jiménez de Solís.

Para charlar acerca…

1. ¿Cuál fue tu impresión general del film? ¿Te parece que hay algún

punto que merezca ser destacado?

2. ¿Con quién habla el protagonista por teléfono? ¿Cuál es la

situación de su relación con la persona que habla?

Para escribir…

3. ¿En cuál época del año se pasa la historia? ¿Cuál es la festividad

que se acerca? ¿Cuál es el deseo del protagonista acerca de eso?

4. ¿Qué fue a buscar Susana en la casa?

5. ¿Qué le pide el protagonista a Susana que les pone a todos los

pasajeros del auto en expectativa?

6. ¿Por qué el protagonista aún cree en los dos juntos?

7. ¿Cuánto tiempo hace que se conocen los dos?

8. ¿Qué opinas sobre la reacción de las personas acerca de la charla

del protagonista?

8. ¿Al colgar el teléfono, el protagonista hace una sorprendente

revelación a sus oyentes, cuál es? ¿Y por qué lo hizo?

9. ¿Si tú fuera uno de esos pasajeros, cómo te sentirías? ¿Ayudaría el

actor? ¿Te enojarías por creer en la historia?

10. ¿Qué sugiere la última escena del corto?

11. ¿Por qué crees que el nombre de la obra es “La historia de siempre”?

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A prueba tu comprensión…

Marca lo que te parezca correcto:

( ) En el autobús hay una pareja de turistas

( ) La chica de la joven pareja sentada en los primeros acentos está

enojada con su novio

( ) Hay una chica en el auto con fones en los oídos. Hay un chico

con pelo negro la mirando como para fletar

( ) La pareja de mayores parecen estar felices

( ) El protagonista habla las palabras “mierda” y “joder” luego en

el empiezo de su interpretación, para llamarla atención de todos

( ) En el empiezo del supuesto diálogo nadie hace caso al actor

( ) El argumento inicial del actor es que la mujer debería esperarlo

en casa

( ) El actor compró una zapatilla deportiva de marca para su hijo

( ) El actor dice que el collar está sobre la mesilla

( ) El actor está en el paro

( ) Hay una turista que parece no comprender el español

( ) La habitación está ordenada

( ) El protagonista desiste de que la mujer le espere en casa

( ) En contra voluntad, una persona baja del auto

( ) El protagonista está seguro que la mujer no ha dejado de pensar en él

( ) Hace 37 años que el protagonista y su ex mujer se conocen

( ) La historia narrada por el actor es autobiográfica

( ) Hace 3 años que el actor está separado de su mujer

( ) La historia provocó reacciones positivas en los pasajeros

Ampliando horizontes…

La historia creada por el actor para entretener a los pasajeros

del auto no es rara de escuchar o leer en otras obras de ficción. El

tema amor es el principal mote de la literatura, justamente por este

arte tratar de cuestiones humanas y el amor ser el sentimiento más

proclamado por la humanidad. Por supuesto hay diferentes formas

de retratar el amor, cada artista tiene su manera particular, basada en

sus propias comprensiones de lo que sea el sentimiento. Pero, también

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es importante tener en cuenta que el artista es influenciado por las

ideologías de su tiempo en su hacer artístico, es por ese motivo que se

crearan las escuelas literarias, pues es común artistas contemporáneos

escribieren sobre temas parecidos, con ideologías parecidas.

El amor como tema en diversidad, sin embargo, aparece principalmente

en el Romanticismo y en el Realismo.

El Romanticismo: Predominio del subjetivismo, el amor aparece

como una promesa de felicidad, la idea del “felices por siempre” o “hasta

que la muerte nos separe” es bastante propagada. La mujer es una figura

de exaltación y de pureza. El amor es sinónimo de dolor, muchas veces,

pues amar lo imposible es algo bello y puro.

El Realismo: Predominio del objetivismo, el amor aparece como un

sentimiento más, puesto lado a lado con los demás sentimientos humanos,

es pasible de fin, no garantiza la felicidad, está en favor del bien estar y no

es algo transcendental, sino humano y por eso lleno de contradicciones y

incertidumbres.

De acuerdo con las definiciones arriba, ¿“La historia de siempre” puede ser considerada Romántica o Realista? ¿Por qué eso te parece?

Conociendo más…

Este es Mariano Melgar, un representante importante del

Romanticismo Peruano. El románticismo en el Perú comienza con más

fuerza en el año 1850.vEn la emancipación se inicia el preromanticismo

con el poeta Mariano Melgar que se convierte en el precursor del

romanticismo por la tristeza y el dolor de sus versos estimulado por un

amor imposible y un ardor político es recordado sobre todo por su poesía

amorosa en la que destaca “Su carta a Silvia” y sus Yaravíes (que proviene

del Quechua Harawi, que significa canto o poesía).10

10 Disponível em http://romanticismoamericano.blogspot.com.br/2009/06/representantes-del-romanticismo.html

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Yaraví ( Fragmento)112

VUELVE QUE YA NO PUEDO

Vuelve que ya no puedo

vivir sin tus cariños

vuelve mi palomita

vuelve a tu dulce nido

Vuelve mi palomita

vuelve a tu dulce nido

ninguno ha de quererte

como yo te he querido

te engañas si pretendes

Conociendo más…

Este simpático señor uruguayo

es Mario Benedetti. Benedetti es un

importante representante del realismo

hispanoamericano, pues decir que Benedetti

pertenece solamente a la literatura uruguaya

es un error terrible. El escritor era también

periodista, crítico literario y escribió en

prácticamente todos los géneros literarios.

Benedetti se murió en 2009, en Montevideo.

Vice-versa

“Tengo miedo de verte/necesidad de verte/esperanza de verte/

desazones de verte/tengo ganas de hallarte/preocupación de hallarte/

certidumbre de hallarte/pobres dudas de hallarte/tengo urgencia de oírte/

alegría de oírte/buena suerte de oírte/y temores de oírte/o sea/resumiendo/

estoy jodido/y radiante/quizá más lo primero/que lo segundo/y también/

viceversa”

11 Disponível em http://www.diarioinca.com/2008/04/yaravi-vuelve-que-ya-no-puedo-de.html

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Te toca a ti…

• ¿Serias capaz de apuntar las características románticas del

poema de Melgar?

• ¿Eres capaz de relaccionar características realistas en el poema

de Benedetti?

• Compara los dos poemas y intenta revelar sus principales

diferencias.

Un poquito más de… Mario Benedetti

Lee el cuento abajo, sacado del libro “Montevideanos”, de 1959

LOS POCILLOS12

12 Disponível em http://www.literatura.us/benedetti/pocillos.html

Los pocillos eran seis: dos rojos, dos negros, dos verdes, y además

importados, irrompibles, modernos. Habían llegado como regalo de

Enriqueta, en el último cumpleaños de Mariana, y desde ese día el

comentario de cajón había sido que podía combinarse la taza de un color

con el platillo de otro.

“Negro con rojo queda fenomenal”, había sido el consejo estético

de Enriqueta.

Pero Mariana, en un discreto rasgo de independencia, había

decidido que cada pocillo sería usado con su plato del mismo color.

“El café ya está pronto. ¿Lo sirvo?”, preguntó Mariana.

La voz se dirigía al marido, pero los ojos estaban fijos en el cuñado.

Este parpadeó y no dijo nada, pero José Claudio contestó: “Todavía no.

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Esperá un ratito. Antes quiero fumar un cigarrillo.” Ahora sí ella miró a

José Claudio y pensó, por milésima vez, que aquellos ojos no parecían de

ciego.

La mano de José Claudio empezó a moverse, tanteando el sofá.

“¿Qué buscás?”, preguntó ella. “El encendedor.” “A tu derecha.” La

mano corrigió el rumbo y halló el encendedor. Con ese temblor que da el

continuado afán de búsqueda, el pulgar hizo girar varias veces la ruedita,

pero la llama no apareció. A una distancia ya calculada, la mano izquierda

trataba infructuosamente de registrar la aparición del calor. Entonces

Alberto encendió un fósforo y vino en su ayuda. “¿Por qué no lo tirás?”

dijo, con una sonrisa que, como toda sonrisa para ciegos, impregnaba

también las modulaciones de la voz. “No lo tiro porque le tengo cariño.

Es un regalo de Mariana.”

Ella abrió apenas la boca y recorrió el labio inferior con la punta

de la lengua. Un modo como cualquier otro de empezar a recordar. Fue

en marzo de 1953, cuando él cumplió 35 años y todavía veía. Habían

almorzado en casa de los padres de José Claudio, en Punta Gorda, habían

comido arroz con mejillones, y después se habían ido a caminar por la

playa. El le había pasado un brazo por los hombros y ella se había sentido

protegida, probablemente feliz o algo semejante. Habían regresado al

apartamento y él la había besado lentamente, morosamente, como besaba

antes. Habían inaugurado en encendedor con un cigarrillo que fumaron

a medias.

Ahora el encendedor ya no servía. Ella tenía poca confianza en los

conglomerados simbólicos, pero, después de todo, ¿qué servía aún de

aquella época?

“Este mes tampoco fuiste al médico”, dijo Alberto.

“No.”

“¿Querés que te sea sincero?”

“Claro.”

“Me parece una idiotez de tu parte.”

“¿Y para qué voy a ir? ¿Para oirle decir que tengo una salud de roble,

que mi hígado funciona admirablemente, que mi corazón golpea con el

ritmo debido, que mis intestinos son una maravilla? ¿Para eso querés que

vaya? Estoy podrido de mi notable salud sin ojos.”

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En la época anterior a la ceguera, José Claudio nunca había sido

un especialista en la exteriorización de sus emociones, pero Mariana

no se ha olvidado de cómo era ese rostro antes de adquirir esta tensión,

este resentimiento. Su matrimonio había tenido buenos momentos, eso

no podía ni quería ocultarlo. Pero cuando estalló el infortunio, él se

había negado a valorar su amparo, a refugiarse en ella. Todo su orgullo

se concentró en un silencio terrible, testarudo, un silencio que seguía

siendo tal, aún cuando se rodeara de palabras. José Claudio había dejado

de hablar de sí.

“De todos modos debería ir”, apoyó Mariana. “Acordate de lo que

siempre te decía Menéndez.”

“Cómo no, que me acuerdo: Para Usted No Está Todo Perdido. Ah,

y otra frase famosa: La Ciencia No Cree En Milagros. Yo tampoco creo

en milagros.”

“¿Y por qué no aferrarte a una esperanza? Es humano.”

“¿De veras?” Habló por el costado del cigarrillo.

Se había escondido en sí mismo. Pero Mariana no estaba hecha

para asistir, simplemente para asistir, a un reconcentrado. Mariana

reclamaba otra cosa. Una mujercita para ser exigida con mucho tacto,

eso era. Con todo, había bastante margen para esa exigencia; ella era

dúctil. Toda una calamidad que él no pudiese ver; pero esa no era la peor

desgracia. La peor desgracia era que estuviese dispuesto a evitar, por

todos los medios a su alcance, la ayuda de Mariana. El menospreciaba su

protección. Y Mariana hubiera querido —sinceramente, cariñosamente,

piadosamente— protegerlo.

Bueno, eso era antes; ahora no. El cambio se había operado con

lentitud. Primero fue un decaimiento de la ternura. El cuidado, la

atención, el apoyo, que desde el comienzo estuvieron rodeados de un

halo constante de cariño, ahora se habían vuelto mecánicos. Ella seguía

siendo eficiente, de eso no cabía duda, pero no disfrutaba manteniéndose

solícita. Después fue u temor horrible frente a la posibilidad de una

discusión cualquiera. El estaba agresivo, dispuesto siempre a herir, a

decir lo más duro, a establecer su crueldad sin posible retroceso. Era

increíble cómo hallaba a menudo, aún en las ocasiones menos propicias,

la injuria refinadamente certera, la palabra que llegaba hasta el fondo,

el comentario que marcaba a fuego. Y siempre desde lejos, desde muy

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atrás de su ceguera, como si ésta oficiara de muro de contención para el

incómodo estupor de los otros.

Alberto se levantó del sofá y se acercó al ventanal.

“Que otoño desgraciado”, dijo, “¿Te fijaste?” La pregunta era para ella.

“No”, respondió José Claudio. “Fijate vos por mí.”

Alberto la miró. Durante el silencio, se sonrieron. Al margen de José

Claudio, y sin embargo, a propósito de él. De pronto Mariana supo que

se había puesto linda.

Siempre que miraba a Alberto se ponía linda. El se lo había dicho por

primera vez la noche del 23 de abril del año pasado, hacía exactamente

un año y ocho días: una noche en que José Claudio le había gritado cosas

muy feas, y ella había llorado, desalentada, torpemente triste, durante

horas y horas, es decir, hasta que había encontrado el hombro de Alberto

y se había sentido comprendida y segura. ¿De dónde extraería Alberto esa

capacidad para entender a la gente? Ella estaba con él, o simplemente

lo miraba, y sabía de inmediato que él la estaba sacando del apuro.

“Gracias”, había dicho entonces. Y todavía ahora la palabra llegaba a sus

labios directamente desde su corazón, sin razonamientos intermediarios,

sin usura. Su amor hacia Alberto había sido en sus comienzos gratitud,

pero eso (que ella veía con toda nitidez) no alcanzaba a depreciarlo. Para

ella, querer había sido siempre un poco agradecer y otro poco provocar

la gratitud. A José Claudio, en los buenos tiempos, le había agradecido

que él, tan brillante, tan lúcido, tan sagaz, se hubiera fijado en ella, tan

insignificante. Había fallado en lo otro, en eso de provocar la gratitud,

y había fallado tan luego en la ocasión más absurdamente favorable, es

decir, cuando él parecía necesitarla más.

A Alberto, en cambio, le agradecía el impulso inicial, la generosidad

de ese primer socorro que la había salvado de su propio caos, y, sobre

todo, ayudado a ser fuerte. Por su parte, ella había provocado su gratitud,

claro que sí. Porque Alberto era un alma tranquila, un respetuoso de su

hermano, un fanático del equilibrio, pero también, y en definitiva, un

solitario. Durante años y años, Alberto y ella habían mantenido una

relación superficialmente cariñosa, que se detenía con espontánea

discreción en los umbrales del tuteo y sólo en contadas ocasiones dejaba

entrever una solidaridad algo más profunda. Acaso Alberto envidiara un

poco la aparente felicidad de su hermano, la buena suerte de haber dado

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con una mujer que él consideraba encantadora. En realidad, no hacía

mucho que Mariana había obtenido a confesión de que la imperturbable

soltería de Alberto se debía a que toda posible candidata era sometida a

una imaginaria y desventajosa comparación.

“Y ayer estuvo Trelles”, estaba diciendo José Claudio, “a hacerme la

clásica visita adulona que el personal de la fábrica me consagra una vez

por trimestre. Me imagino que lo echarán a la suerte y el que pierde se

embroma y viene a verme.”

“También puede ser que te aprecien”, dijo Alberto, “que conserven

un buen recuerdo del tiempo en que los dirigías, que realmente estén

preocupados por tu salud. No siempre la gente es tan miserable como te

parece de un tiempo a esta parte.”

“Qué bien. Todos los días se aprende algo nuevo.” La sonrisa fue

acompañada de un breve resoplido, destinado a inscribirse en otro nivel

de ironía.

Cuando Mariana había recurrido a Alberto en busca de protección,

de consejo, de cariño, había tenido de inmediato la certidumbre de que a su

vez estaba protegiendo a su protector, de que él se hallaba tan necesitado

de amparo como ella misma, de que allí, todavía tensa de escrúpulos

y quizás de pudor, había una razonable desesperación de la que ella

comenzó a sentirse responsable. Por eso, justamente, había provocado

su gratitud, por no decírselo con todas las letras, por simplemente dejar

que él la envolviera en su ternura acumulada de tanto tiempo atrás, por

sólo permitir que él ajustara a la imprevista realidad aquellas imágenes

de ella misma que había hecho transcurrir, sin hacerse ilusiones, por

el desfiladero de sus melancólicos insomnios. Pero la gratitud pronto

fue desbordada. Como si todo hubiera estado dispuesto para la mutua

revelación, como si sólo hubiera faltado que se miraran a los ojos para

confrontar y compensar sus afanes, a los pocos días lo más importante

estuvo dicho y los encuentros furtivos menudearon. Mariana sintió de

pronto que su corazón se había ensanchado y que el mundo era nada más

que eso: Alberto y ella.

“Ahora sí podés calentar el café”, dijo José Claudio, y Mariana

se inclinó sobre la mesita ratona para encender el mecherito. Por un

momento se distrajo contemplando los pocillos. Sólo había traído tres,

uno de cada color. Le gustaba verlos así, formando un triángulo.

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Después se echó hacia atrás en el sofá y su nuca encontró lo que

esperaba: la mano cálida de Alberto, ya ahuecada para recibirla. Qué

delicia, Dios mío. La mano empezó a moverse suavemente y los dedos

largos, afilados, se introdujeron por entre el pelo. La primera vez que

Alberto se había animado a hacerlo, Mariana se había sentido terriblemente

inquieta, con los músculos anudados en una dolorosa contracción que le

había impedido disfrutar de la caricia.

Ahora no. Ahora estaba tranquila y podía disfrutar. Le parecía que

la ceguera de José Claudio era una especie de protección divina.

Sentado frente a ellos, José Claudio respiraba normalmente, casi

con beatitud. Con el tiempo, la caricia de Alberto se había convertido

en una especie de rito y, ahora mismo, Mariana estaba en condiciones

de aguardar el movimiento próximo y previsto. Como todas las tardes,

la mano acarició el pescuezo, rozó apenas la oreja derecha, recorrió

lentamente la mejilla y el mentón. Finalmente se detuvo sobre los labios

entreabiertos. Entonces ella, como todas las tardes, besó silenciosamente

aquella palma y cerró por un instante los ojos. Cuando los abrió, el rostro

de José Claudio era el mismo. Ajeno, reservado, distante. Para ella, sin

embargo, ese momento incluía siempre un poco de temor. Un temor

que no tenía razón de ser, ya que en el ejercicio de esa caricia púdica,

riesgosa, insolente, ambos habían llegado a una técnica tan perfecta

como silenciosa.

“No lo dejes hervir”, dijo José Claudio.

La mano de Alberto se retiró y Mariana volvió a inclinarse sobre la

mesita. Retiró el mechero, apagó la llamita con la tapa de vidrio, llenó los

pocillos directamente desde la cafetera.

Todos los días cambiaba la distribución de los colores. Hoy sería el

verde para José Claudio, el negro para Alberto, el rojo para ella. Tomó

el pocillo verde para alcanzárselo a su marido, pero antes de dejarlo en

sus manos, se encontró con la extraña, apretada sonrisa. Se encontró

además, con unas palabras que sonaban más o menos así: “No, querida.

Hoy quiero tomar en el pocillo rojo.”

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Escrito y dirigido por Marco Besas, cineasta madrileño, encontramos un corto que tiene cierta influencia del ambiente tenebroso tan característico de Tim Burton. Con una animación de gran calidad y una historia magistralmente narrada por el inolvidable Sancho Gracia, La leyenda del espantapájaros nos atrapa desde el primer momento, introduciéndonos en una historia con el inconfundible sabor de los antiguos cuentos y leyendas quenos explicaban nuestros mayores o podían escucharse a la luz de una hoguera en una noche de verano.

Al lado de este corto, puedes trabajar com otras leyendas!

Ahora que ya has reflexionado a cerca del cortometraje, de los poemas y has leído el cuento de Benedetti, sigue el guía abajo para profundizar sus lecturas:

1. Relaciona el corto metraje de José Luís Montesinos y Miguel Ángel Jenner, Una Historia de Siempre, con el cuento Los pocillos de Mário Benedetti. Apunta las similitudes y las diferencias entre los dos, elige libremente los aspectos.

2. Después de aproximar y distanciar las dos obras, apunta en el cuento de Benedetti características realistas.

3. Ahora aprehenda del cuento de Benedetti las tres metáforas utilizadas en la construcción de la obra: el encendedor, la ceguera y los trés pocillos.

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72UNIDADE IV

Nesta unidade você pode perceber que existem diferentes maneiras de se produzir uma sequência didática e que elas precisam estar condizentes com a turma e o nível de aprendizagem de seus alunos. Os exemplos dados correspondem a uma turma já avançada no estudo do idioma, em que questões extra-texto também foram aplicadas. É muito importante que os alunos se sintam motivados e desafiados no trabalho com a Língua Estrangeira

Esboce uma sequência didática. Pense em temas que possam chamar a atenção dos alunos e trace os caminhos que te pareçam viáveis para o trabalho com tal tema

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74UNIDADE IV

Referencias de las imágenes utilizadas en esta secuencia didáctica:

Mariano Melgar:

https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=i

mages&cd=&cad=rja&docid=jq-kyWOhV84fCM&tbnid=yQ0_IO

VZ70j9PM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fen.wikipedia.

org%2Fwiki%2FMariano_Melgar&ei=n_6xUt-mFs3jsATu3oK4CQ&bvm=

bv.58187178,d.eW0&psig=AFQjCNHMDEcG0F6jaj2HBM0A5CWilE4fV

w&ust=1387483163460022

Mário Benedetti:

http://www.google.com.br/imgres?sa=X&espv=210&es_sm=93&b

iw=1280&bih=698&tbm=isch&tbnid=4Uz71zfyX6FzyM:&imgref

url=http://ficus.pntic.mec.es/~jmas0085/benedetti.htm&docid=n_

Vz7foG9XLibM&imgurl=http://ficus.pntic.mec.es/~jmas0085/

imagenes4/benedetti.jpg&w=226&h=280&ei=S_2xUobkDo3skQeTuYG

gAQ&zoom=1&iact=rc&page=1&tbnh=180&tbnw=144&start=0&ndsp

=13&ved=1t:429,r:11,s:0&tx=936&ty=279

Miguel Ángel Jenner:

http://www.google.com.br/imgres?sa=X&espv=210&es_sm=93&biw=1

280&bih=698&tbm=isch&tbnid=MOzmfWENaHze4M:&imgrefurl=ht

tp://www.imdb.com/media/rm196849920/nm0421071&docid=KZOP9lg

4BEP7HM&imgurl=http://ia.media-imdb.com/images/M/5BMjEyMzY2

MjA2Nl5BMl5BanBnXkFtZTcwNzg3MzIzNw%2540%2540._V1_SX640_

SY720_.jpg&w=640&h=427&ei=5P6xUvuIJNKEkQe6_oCgCQ&zoom=

1&ved=1t:3588,r:7,s:0,i:100&iact=rc&page=1&tbnh=183&tbnw=275&s

tart=0&ndsp=22&tx=135&ty=64

José Luis Montesino

http://www.google.com.br/imgres?espv=210&es_sm=93&biw=1280&b

ih=698&tbm=isch&tbnid=2e-JDp4OB_zIEM:&imgrefurl=http://www.

listal.com/viewimage/2514299&docid=PHdmJgacnObBKM&imgurl=h

ttp://ilarge.listal.com/image/2514299/968full-jos%2525C3%2525A9-luis-

montesinos.jpg&w=595&h=397&ei=Lf-xUuP-K5HLkAfLyYCQBg&zoom

=1&ved=1t:3588,r:1,s:0,i:80&iact=rc&page=1&tbnh=170&tbnw=255&

start=0&ndsp=18&tx=119&ty=56

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75Palavras Finais

PALAVRAS FINAIS

Caro aluno, chegamos ao fim desta disciplina e, para a maioria,

ao fim do curso de Letras Português/Espanhol do qual você sairá como

professor de Língua e Literatura Espanhola. Esperamos que este material

tenha sido uma ferramenta importante na construção do seu conhecimento

e que também ele possa ter contribuído para que você perceba a grande

responsabilidade que o espera. Em tempo, vale dizer que ser professor,

nos tempos de agora, exige bem mais que o conhecimento teórico, mas

principalmente o conhecimento prático e cotidiano, o qual seguramente

vocês encontraram em suas salas de aulas, com seus alunos e situações

reais de aprendizagem. Contudo, desejamos sorte e sucesso nesta longa

caminhada que se iniciará para você. Mantenha seus objetivos sempre

claros e faça a diferença onde estiver, é um caminho que exige muito,

mas nele você tem a chance de melhorar o meio onde está e colaborar

para a reinvenção da educação brasileira. Seja otimista e mantenha sua

rotina de estudos, pois sem atualização constante não há melhorias.

Ser professor é uma caixa de surpresas, dúvidas surgirão, assim como

desafios, não tenha medo, aja com responsabilidade e transforme!

Bom trabalho!

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77REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

ARANHA, C. El Cid, Senhor da Espanha. No dia 01/06/2007, disponível em http://

guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/el-cid-senhor-espanha435356.

shtml) Acesso em dezembro/2011.

BAHKTIN, M. [1929]. Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed. São Paulo:

Hucitec, 2002.

BORDINI, MARIA DA GLÓRIA e AGUIAR, VERA TEIXEIRA de. Literatura: a

formação do leitor – alternativas metodológicas. Porto Alegre: Ática, 1996.

BRAGATTO FILHO, PAULO. Pela Leitura Literária na escola de 1º Grau. São

Paulo, Ática, 1995.

BRASIL. Conhecimentos de literatura. In: Orientações Curriculares para o Ensino

Médio – Linguagem, códigos e suas tecnologias. Vol. 1. Brasília: Ministério da

Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.

BRASIL, Ministério da Educação. PNLD. Língua Estrangeira. Brasília: Mistério da

Educação, 2012. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_

content&view=article&id=12389&Itemid=1129 . Acesso 12/01/12.

BRITO, S. A. O texto literário e o componente cultural no ensino de espanhol como

língua estrangeira. In: VIII Congresso Nacional de Linguística e Filologia, 2004,

Rio de Janeiro. Cadernos do CNLF. Rio de Janeiro: CIFEFIL. v. VIII. p. 122-134.

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83AUTORES

NOTAS SOBRE OS REVISORES E AMPLIADORES

Lucan Moreno possui graduação em Letras Português/Espanhol

pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e Mestrado na Área de

Linguagem, Identidade e Subjetividade pela mesma instituição, com

dissertação voltada à area de Literatura Hispanoamericana. Atualmente

trabalha como professor de Língua Espanhola na educação básica e

superior.

Ana Carla Bellon é graduada em Letras Português/Espanhol pela

Universidade Estadual de Ponta Grossa e Mestre em Estudos Literários

pela Universidade Federal do Paraná. Atua como professora no ensino

superior , no ensino básico da rede particular, na Ead-UEPG e na área de

produção cultural.