relatorio de estagio em ensino da lingua oral e escrita

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS DISCIPLINA: ESTÁGIO EM ENSINO DA LÍNGUA ORAL E ESCRITA PROFESSORA: MÔNICA DE SOUZA SERAFIM RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO EM ENSINO DA LÍNGUA ORAL E ESCRITA ANGÉLICA KRISTINA DE ANDRADE SANTOS

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Page 1: Relatorio de Estagio Em Ensino Da Lingua Oral e Escrita

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁCENTRO DE HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULASDISCIPLINA: ESTÁGIO EM ENSINO DA LÍNGUA ORAL E ESCRITA

PROFESSORA: MÔNICA DE SOUZA SERAFIM

RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO EM ENSINO DA LÍNGUA ORAL E ESCRITA

ANGÉLICA KRISTINA DE ANDRADE SANTOS

FORTALEZA2012.2

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ANGÉLICA KRISTINA DE ANDRADE SANTOS

RELATÓRIO DO ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO EM ENSINO DA LÍNGA ORAL E ESCRITA

Relatório apresentado à Universidade Federal do Ceará como requisito parcial para aprovação na disciplina Estágio em Ensino da Língua Oral e Escrita, ministrada pela professora Mônica de Souza Serafim.

FORTALEZA 2012.2

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SUMÁRIO

1. Introdução __________________________________________ 4

2. Infraestrutura escolar __________________________________ 5

3. Material Didático _____________________________________ 7

4. Observações de aula ___________________________________ 8

4.1. Aula 1 _____________________________________________ 8

4.2. Aula 2 ____________________________________________ 10

4.3. Aula 3 ____________________________________________ 11

5. Considerações finais __________________________________ 12

6. Referências bibliográficas ______________________________ 14

7. Anexos _____________________________________________ 15

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INTRODUÇÃO

O estágio de observação foi realizado no Colégio Maria Ester II, escola de

ensino particular situada na Rua 9, número 158, No Conjunto Mirassol, Bairro Parque

Dois Irmãos. Foram observadas aulas de produção textual no 6º ano B do turno da

manhã, sala formada por 35 alunos. O intuito deste trabalho é o de observar e analisar

seis aulas de produção textual voltadas para o Ensino Fundamental II, apontando as

principais características, os pontos positivos e negativos, as dificuldades encontradas

em sala de aula e a maneira como o assunto é abordado pelo professor (a).

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INFRAESTRUTURA ESCOLAR

Antes de iniciar a análise das aulas falarei sobre a infraestrutura da escola, pois

se sabe que um bom ambiente escolar contribui positivamente para o bem estar do

aluno, e consequentemente, para seu desempenho. Vou me resumir aos pontos da escola

que atingem diretamente os alunos, deixando de fora outros fatores como sala da

diretoria e coordenação. Os trechos observados foram salas de aula, banheiros, pátios,

bebedouros, cantina, biblioteca e laboratórios.

Começarei com uma breve descrição da sala de aula observada. A sala, de

número 10, possui ótima iluminação, paredes e piso bem conservados, lousa de tamanho

mediano, um ar-condicionado, porta e janela de madeira. Porém o espaço era muito

pequeno, levando-se em conta o fato da sala possuir 35 alunos, o que deixava a sala

apertada, sem espaço suficiente entre as carteiras.

Todas as 30 salas são bem conservadas, mas elas não possuem um tamanho

padrão (umas são pequenas, outras são grandes), por isso as salas menores são um

pouco mais desconfortáveis. O ar-condicionado em determinadas áreas é forte demais, o

que incomoda alguns alunos.

Possui oito banheiros, quatro masculinos e quatro femininos, limpos e

organizados. Os dois maiores ficam no pátio, dois na outra extremidade do colégio,

próximo aos laboratórios, dois ao lado da quadra de esportes e dois ao lado das salas do

Ensino Infantil. Estes últimos são estruturados para atender somente às crianças do

Ensino Infantil, pois os sanitários e as pias são pequenos, adequados à sua estatura.

O colégio é dividido em duas partes. Uma é destinada apenas ao Ensino Infantil,

com um pequeno pátio, um setor com vários brinquedos para as crianças usarem na hora

do intervalo e na recreação, dois banheiros e um pequeno portão. Essa área fica

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separada do restante do colégio por um pequeno corredor que liga os dois setores. O

corredor possui portões que ficam trancados, sendo abertos apenas por algum professor

quando necessário. Essa atitude serve para que as crianças menores não se misturem

com os maiores na hora do intervalo, evitando assim problemas como brigas. A outra

parte do colégio possui dois pátios cobertos e um ao ar livre. Um dos pátios cobertos

fica na entrada da escola, o outro fica ao lado da quadra de esportes e da cantina, com

várias mesas para que os alunos possam lanchar e conversar durante o intervalo, e o

pátio ao ar livre possui algumas árvores e bancos, sendo o local preferido dos alunos

que gostam de brincar em seu tempo livre.

O colégio possui ainda um laboratório de informática com 15 computadores, um

laboratório de ciências (que é pouco utilizado), uma quadra de esportes coberta, uma

cantina, dois bebedouros (um no pátio de entrada, e outro ao lado da quadra) e uma

biblioteca no primeiro andar.

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MATERIAL DIDÁTICO

O livro didático dos alunos do 6º ano B chama-se Português: Linguagens, de

autoria de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, 6º edição reformulada

da Atual Editora. Foi possível notar que essa mesma linha de livros é usada em todas as

turmas do Ensino Fundamental II. O trecho do livro voltado para a produção textual é

exibido desta forma: Inicialmente é apresentado um texto como modelo de um

determinado gênero textual. O livro primeiro pergunta ao aluno o que ele pôde perceber

como características do gênero. Logo depois faz uma explicação mais detalhada sobre o

gênero abordado, apresentando sua estrutura, suas particularidades, e por último pede

que o aluno produza um texto com base no que foi ensinado no livro.

O livro didático é muito utilizado em sala de aula e em casa. Traz temas do dia-

a-dia (como bullying, amor, amizade, preconceito) em texto leves e interessantes, que

conseguem atrair a atenção do leitor. A parte do ensino de gramática poderia ser mais

aprofundada, cabendo ao professor (a) esse papel.

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OBSERVAÇÃO DAS AULAS

Aula 1 – 30/10/2012

Para a aula do dia 30 de outubro havia sido planejado pela professora a

continuação de um trabalho iniciado na aula anterior. O trabalho, que era feito em

dupla, consistia na confecção de uma história em quadrinhos, de acordo com as

características do gênero que já havia sido estudado anteriormente. Para isso, os alunos

levaram seu próprio material (tesoura, cola, canetas coloridas, revistas para recorte), e a

professora distribuía-lhes as folhas. Alguns alunos não usaram recortes de revistas, mas

desenharam. Os diálogos deveriam ser inventados por eles e escritos à mão. Este

trabalho valeria como prova parcial.

O papel da professora durante o desenvolvimento do trabalho foi muito

importante, pois além de circular durante toda a aula entre as carteiras, tirando dúvidas e

acompanhando as criações dos alunos, também fez um esboço da capa no quadro,

explicando como esta deveria ser constituída (um título, uma ilustração e o nome da

dupla). A atividade era uma forma leve e criativa de explorar o gênero história em

quadrinhos de forma mais abrangente.

Logo no início da aula, a docente esclarece aos alunos o que será feito na aula e

dá alguns avisos. Ela explica que a prova bimestral acontecerá na próxima quarta-feira

(07/11), e por isso fará uma revisão sobre o conteúdo da prova na próxima aula (06/11).

Depois, anota na lousa o conteúdo1 da prova.

Quanto ao comportamento dos alunos, foi possível notar que faziam muito

barulho, o que pude julgar como resultado de três fatores: primeiro, pelo fato da aula

começar após o recreio, momento em que as crianças ficam bastante agitadas; segundo,

1 Ver anexo 1.

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porque o exercício era diferente do habitual, empolgante, e ainda por cima em dupla,

motivo pelo qual muitos conversavam; e terceiro, porque a atitude da professora é

calma, ou seja, ela não se altera, não grita e nem chama muito a atenção dos alunos.

Alguns circulam livremente pela sala, pedindo materiais emprestados e causando um

pouco mais de bagunça, mas nada que atrapalhasse o andamento do projeto. Apesar do

barulho e da aparente desordem, o exercício prende a atenção da sala, que se empenha

em suas revistas, e os alunos se dão muito bem com a professora, respeitando-a

bastante, porém nenhum aluno consegue concluir seu trabalho a tempo, deixando-o para

a próxima aula.

Aula 2 – 06/11/2012

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A segunda aula observada foi ministrada por outro professor que estava

substituindo a professora de produção textual, que estava ausente. Assim que entrou em

sala ele deu os avisos que haviam sido repassados pela professora, dizendo que

continuariam com a confecção das histórias em quadrinhos. Quem terminasse o trabalho

deveria resolver um exercício da página 2582 do livro didático. Foi possível notar que o

tema do exercício do livro não correspondia ao gênero atualmente estudado, o que me

faz supor que tal atividade havia sido passada somente para que os alunos não ficassem

desocupados depois que terminassem os exercícios.

Os alunos se mostram um pouco menos barulhentos, pois o professor chama a

atenção e pede para que façam silêncio várias vezes. Ele também pede que os alunos

terminem logo o trabalho, para poder passar a revisão no quadro. O docente também se

ausenta algumas vezes da sala, e em um desses momentos leva dois alunos que estavam

brigando para a coordenação. Um dos alunos volta logo, outro permanece na

coordenação por uns 15 minutos até voltar para a sala de aula.

Em um determinado momento da aula, o professor nota que não será possível

para alguns alunos que terminem seus trabalhos. Então ele pede para que um integrante

da dupla termine, enquanto o outro anota a revisão no caderno. A revisão consiste em

um resumo3 das principais características dos três gêneros literários que poderão ser

abordados na prova.

Aula 3 – 13/11/2012

2 Ver anexo 2.3 Ver anexo 3.

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Na última aula observada, a professora pediu que as duplas terminassem o

trabalho, e que logo depois fizessem os exercícios das páginas 200, 201 e 2084 do livro

didático (ver anexo 5). A prova bimestral feita na semana anterior valia de 0 a 6 pontos,

e estes exercícios do livro valeriam de 0 a 4 pontos, complementando a nota da prova.

Apesar de complementarem a nota bimestral, foi possível notar que o conteúdo das

atividades não condizia com o assunto mais recente (gênero história em quadrinhos).

Um dos exercícios mostrava imagens que representavam natureza morta, com questões

referentes às características do estilo, e outro falava sobre o gênero artigo de opinião,

com questões referentes a um artigo apresentado sobre maus tratos a animais. Os dois

gêneros não haviam sido trabalhados em sala de aula, o que pode causar complicações

para os alunos que não estavam familiarizados com o assunto.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

4 Ver anexo 5.

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Através dessas três aulas de produção textual pude observar que o livro didático

é bastante satisfatório quanto ao conteúdo. Os diversos temas (amizade, família,

bullying, etc) são abordados ora de forma leve, com textos cômicos, ora de forma mais

séria, com textos informativos que levantam muitas questões para reflexão acerca do

tema trabalhado. Há ainda em cada unidade dicas de filmes e livros que falam sobre o

tema estudado no momento, procurando estimular o interesse do aluno.

Quando o assunto é produção textual, o livro primeiramente apresenta um texto

pertencente ao gênero que será estudado, acompanhado de questões de compreensão

textual. A última pergunta sempre tem como função questionar o aluno sobre quais

características daquele determinado gênero textual eles puderam captar. Logo após, o

livro faz um aprofundamento sobre o gênero, apresentando sua estrutura, suas

particularidades, para só depois pedir ao aluno que produza algo correspondente ao

gênero.

Esse tipo de abordagem apresentado pelo livro didático é muito interessante e

permite ao professor (a) que interaja com os alunos de várias formas. No caso da

professora cujas aulas foram observadas foi possível notar que alguns exercícios foram

abordados por ela apenas com o intuito de preencher tempo livre em sala de aula.

Algumas atividades são usadas como pretexto para que os alunos participem da aula.

Nas aulas que pude observar, vi que as atividades não foram explicadas por ela

anteriormente e nem sequer corrigidas, ou seja, o objetivo daqueles exercícios era

receber o visto da professora, visto este que os ajudaria, melhorando a nota da prova.

Dessa forma, exercícios bem elaborados infelizmente não são tratados à altura pelo

docente.

O projeto das histórias em quadrinhos permitiu a análise do conhecimento dos

alunos quanto ao gênero textual trabalhado e também explorar sua criatividade. Os

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PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) voltados para a o ensino de Língua

Portuguesa apresentam os projetos como situações didáticas fundamentais para a prática

de produções textuais. Conforme os PCNs afirmam:

Os projetos são excelentes situações para que os alunos produzam textos de forma contextualizada – além do que, dependendo de como se organizam, exigem leitura, escuta de leituras, produção de textos orais, estudo, pesquisa ou outras atividades. (1999, p.50)

O projeto não só permitiu que os alunos praticassem a produção textual, como

também permitiu que exercessem uma atividade em grupo, dando a eles

responsabilidades, como a divisão de tarefas (quem levaria determinado material, quem

escreveria, quem criaria os diálogos). Além disso, o tema da história em quadrinhos era

livre, o que permitiu que as crianças usassem bastante a imaginação para criar os

diálogos e o contexto das histórias.

Um dos quadrinhos que mais me chamou a atenção foi o de uma dupla de

meninas intitulado Preconceito na cidade, que mostrava o famoso personagem de

quadrinhos Chico Bento sofrendo preconceito quando foi visitar a “cidade grande”, por

seu jeito de falar e suas roupas. Além de mostrar a questão do preconceito social, as

meninas escreveram as falas de Chico Bento como nas revistas de Maurício de Sousa,

ou seja, uma linguagem coloquial típica de moradores do interior paulista. Com isso

elas mostraram um entendimento sobre variedades linguísticas, exaltando a linguagem

do personagem. Vale ressaltar que apenas Chico e os outros moradores da roça falavam

daquela forma, já os moradores da capital falavam de forma “correta”.

Com isso, acredito que o ensino de produção textual em sala de aula pode sim

ser abordado de forma mais criativa e interessante aos alunos, e que atividades como

projetos em grupos podem tornar uma disciplina aparentemente monótona em algo

divertido e estimulante.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: Linguagens. 6ª Ed. São Paulo: Atual Editora, 2010.

ANEXO 1 (Roteiro da prova)

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Assuntos para a prova bimestral dia 07/11:

*Fábula

*Carta pessoal

*Contos de fadas

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ANEXO 2 (Atividade do livro didático, p.258)

ANEXO 3 (Revisão do conteúdo da prova)

1) Conto de fadas (3º pessoa)

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Texto narrativo; Início: “Era uma vez...”; Personagens tradicionais ou modernos; Tem que ter magia (alguém com poderes, ou objetos mágicos); Final tradicional: “Felizes para sempre”; Final moderno: depende de sua história.

2) Carta pessoal (1º pessoa)

3) Fábula (3º pessoa)

Traz uma reflexão; Personagens: animais, objetos ou outros seres, que devem falar como humanos; Tem uma moral no final.

ANEXO 4 (Fotos do projeto)

Fortaleza, 24 de março de 2012

Saudação,

Texto (contar o que aconteceu em 20 linhas)

Despedida (não é obrigatória)

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ANEXO 5 (Atividades do livro, p. 200, 201, 207 e 208)