escola viva - ed. 37

12
ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES - ODEMIRA - ALENTEJO Director Dr. Jose Alexandre Seno Luís Editor Dr. José Coutinho Ano de Fundação: 1995 Ano XV Número 37 Dezembro de 2009 Jornal Escolar Gratuito TERCEIRA VITÓRIA DO PROJECTO MONARCA Estivemos em Paris a representar Portugal A política também é para nós? O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políti- cos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. página 2 Técnicos de Turismo foram os primeiros a terminar a maratona de três anos O Curso Profissional de Técnico de Turismo foi o primeiro profissional a ser criado na escola, no ano lectivo de 2006-2007. A turma arrancou com 23 alunos, tendo apenas “perdido” o Marco, porque foi viver para a Ale- manha. página 5 Professor Fernando Almeida apresentou livro na Biblioteca “São histórias de enredos simples a deambular pela alma do povo mas que, quando calha, como na conver- sa à lareira que me propus escrever, acompanho de reflexões sobre o Ho- mem e o Mundo.” página 7 Depois da Medalha de Bronze nos EUA e da vitória em Lisboa no XVII Concurso para Jovens Cientistas e Inves- tigadores, alunos do BIGEO que têm vindo a trabalhar no Projecto Monarca foram a Paris representar Portugal no European Union Contest for Young Scientists. O Senhor Presidente da República não ficou indiferente. Página 3 Inês Silva e Samuel Costa foram os melhores finalistas de 2008/2009 Samuel Silva, que está actualmente a estudar Engenharia e Gestão Indus- trial, e Inês Costa, que se encontra a estudar para os exames nacionais do próximo ano, foram considerados os melhores alunos de entre todos os nossos finalistas do ano lectivo passa- do. página 10 Rádio Watts - Uma Rádio em construção radiowatts.blogspot.com participa, liga-te a ela, é a rádio da tua escola

Upload: agostinho-coelho

Post on 27-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves - Odemira

TRANSCRIPT

Page 1: Escola Viva - Ed. 37

ESCOLA VIVAESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES - ODEMIRA - ALENTEJO

DirectorDr. Jose Alexandre Seno Luís

EditorDr. José Coutinho

Ano de Fundação: 1995

Ano XV

Número 37

Dezembro de 2009

Jornal Escolar Gratuito

TERCEIRA VITÓRIA DO PROJECTO MONARCA

Estivemos em Parisa representar

Portugal

A política também é para nós?

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa nos acontecimentos políti-cos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguer, do sapato e do remédio depende das decisões políticas.

página 2

Técnicos de Turismo foram os primeiros a

terminar a maratona de três anos

O Curso Profissional de Técnico de Turismo foi o primeiro profissional a ser criado na escola, no ano lectivo de 2006-2007. A turma arrancou com 23 alunos, tendo apenas “perdido” o Marco, porque foi viver para a Ale-manha. página 5

Professor Fernando Almeida apresentou livro

na Biblioteca“São histórias de enredos simples

a deambular pela alma do povo mas que, quando calha, como na conver-sa à lareira que me propus escrever, acompanho de reflexões sobre o Ho-mem e o Mundo.” página 7

Depois da Medalha de Bronze nos EUA e da vitória em Lisboa no XVII Concurso para Jovens Cientistas e Inves-tigadores, alunos do BIGEO que têm vindo a trabalhar no Projecto Monarca foram a Paris representar Portugal no European Union Contest for Young Scientists. O Senhor Presidente da República não ficou indiferente. Página 3

Inês Silva e Samuel Costa foram os melhores

finalistas de 2008/2009Samuel Silva, que está actualmente

a estudar Engenharia e Gestão Indus-trial, e Inês Costa, que se encontra a estudar para os exames nacionais do próximo ano, foram considerados os melhores alunos de entre todos os nossos finalistas do ano lectivo passa-do. página 10

Rádio Watts - Uma Rádio em construção radiowatts.blogspot.com participa, liga-te a ela, é a rádio da tua escola

Page 2: Escola Viva - Ed. 37

2ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009[OPINIÃO, CRÍTICA]

EDITORIALJosé Alexandre Seno Luís

Director

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não

ouve, não fala, nem par-ticipa nos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da fari-nha, do aluguer, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O anal-fabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbe-cil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e la-caio das empresas nacio-nais e multinacionais.”

Bertold Brecht

O texto acima referido, apesar de ter sido escrito há mais de quarenta anos, expressa uma realidade no Portugal de hoje: a ignorân-cia política dos portugueses e a ideia que eles têm sobre os políticos.

Assiste-se a uma descren-ça constante nas instituições políticas e nos políticos, demonstrada pelas elevadas taxas de abstenção dos últi-mos actos eleitorais e expli-cada pelo facto das pessoas não concordarem com a

actuação dos políticos, de-signadamente o não cumpri-mento das suas promessas eleitorais.

É importante analisar a crescente ausência dos jo-vens (e não só) na vida po-lítica do país. Hoje em dia, a maioria dos adolescentes não tem consciência dos seus direitos e deveres como cidadãos, e algumas vezes, quando aos 18 anos têm o di-reito de votar, não possuem um conhecimento sobre as instituições e as ideologias /programas dos diversos par-tidos políticos. Alguns deles (e não só) são da opinião de que não deverão votar, pois os políticos são uns corrup-tos.

A não intervenção dos jo-vens na vida política, tam-bém é explicada pela actu-

ação dos políticos ao não solucionarem os problemas da sociedade.

O exercício da cidadania nos jovens deve ser um va-lor a incutir nas escolas, po-tenciando atitudes críticas e reflexões para com a socie-dade que os rodeia. Também é importante a alteração dos conteúdos programáticos de algumas disciplinas, no que se refere a aspectos políticos e históricos de Portugal, de modo a incutir nos jovens o gosto pela política. Deverá existir uma maior abertura dos órgãos políticos à so-ciedade, designadamente a nível local, por exemplo a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal, de forma a conseguir-se um envolvimento dos jovens na vida política.

A política também é para nós?

Ana Catarina, 12ºA

É importante salientar a realização de iniciativas, como a do Parlamento dos Jovens, que conta anualmen-te com a participação cívica de muitos adolescentes, que debatem de uma forma calo-rosa as suas ideias políticas. Esta iniciativa mostra-nos que a política, quando vai ao encontro dos jovens, leva-os a exercer a sua participação cívica, envolvendo-se na vida política.

Na minha opinião, a polí-tica é um meio para que haja democracia e os políticos existem para servir os inte-resses dos cidadãos. Os jo-vens deverão ter um conhe-cimento da vida política do seu país e não devem ser da opinião que pertencer a um partido A ou B representa um “tacho”.

Os jovens, desde cedo, de-verão exercer os seus direi-tos e deveres como cidadãos, participando na vida políti-ca, pois no futuro, serão os cidadãos ou até, quem sabe, os políticos do seu país, con-tribuindo para a mudança do mesmo e da ideia do que é ser político em Portugal.

Vamos crescer...profundas alterações no recinto físico da escola e as mais valias que trará em termos de ampliação e criação de novos espaços e consequente reequipamento dos mesmos. Apesar do transtorno que a sua realização provocará, a sentir a partir de meados do ano de 2010, valerá com certeza a pena o sacrifício.

Noutra dimensão, a realização da Avaliação Externa da nos-sa Escola é, também ela, uma oportunidade de crescimento. Espera-se que ela contribua para um melhor conhecimento da nossa comunidade escolar enquanto serviço público de educa-ção, promova a nossa autonomia e crie um momento formal de sistematização sobre a qualidade das práticas que desenvolve-mos e dos resultados que alcançamos. Potencia-se, igualmente, a possibilidade de podermos confrontar uma visão exterior com as perspectivas que resultam dos nossos dispositivos de auto-avaliação da escola.

O Natal é também uma oportunidade de crescimento, en-quanto pessoa. O realçar de valores como a família, a partilha, a união deverão estar bem patentes nesta quadra que se aproxima. Que todos saibam promover estes princípios e outros associados a esta época natalícia que se avizinha.

Feliz Natal e um 2010 pleno de crescimentos …

A POLÍTICA TAMBÉM É PARA NÓS?

Todos os dias, quando ligamos a televisão bombar-deiam-nos com as mais variadas notícias acerca da vida política do nosso país. São, muitas vezes, promessas po-líticas que já nos saturam, uma vez que a maior parte delas não são cumpridas. E todos nós nos perguntamos: “Se fossemos políticos seríamos assim como eles to-dos?” A nossa resposta é bastante óbvia: “Eu faria muito melhor”.

Infelizmente, a política é apenas para os mais maquia-vélicos! É quase impossível um jovem interessar-se pela vida política e passar uma tarde a ver um debate na As-sembleia da República. Eu admito que não tenho paciên-cia. E porquê? Não é por achar tais debates desinteres-santes, mas não consigo ver muita verdade nas frases de toda aquela gente. Podem até fazer um grande discurso, mas no final vemos que tudo o que foi dito é impossível de realizar. Sinto que todos os jovens também sentem o mesmo que eu. Se tudo continuar na mesma, quem irá governar o nosso país? Vão os que estão interessados no poder e no dinheiro, como já hoje se faz.

Os jovens não sentem interesse pela vida política. Bem, já se podem interessar se isso significar poder e ascensão social. Mas, não é só nas classes etárias mais novas que este desinteresse se sente, pois nos adultos já começámos a notar alguma desmotivação pela vida política do país. Quando ligam a televisão e ouvem os políticos falar da crise pela milésima vez e nas medidas que têm para al-terar o rumo económico do país, mudam de canal, pois estão fartos de incompetência e mentira.

São poucas as pessoas que sentem que devem ir para a política para melhorar a vida da população a sério. Ve-mos poucos políticos nos telejornais com ideias verda-deiramente boas para mudar o rumo deste velho país. E eles próprios já se devem sentir cansados de lutar contra tanta mentira no mundo da política. É normal que com este cenário bastante negro ninguém deseje entrar neste mundo, pois será visto como mais um que estará a en-ganar o povo, mesmo que não seja essa a sua intenção. Digo isto porque ao ouvirmos uma conversa entre pes-soas de mais idade ouvimos sempre o mesmo: “Eles são todos iguais!”

Com este cenário negro, qual é o jovem que deseja en-trar neste mundo? Para mim é óbvio: muito poucos, senão nenhuns. Poucos são aqueles que se conseguem motivar para passar uma vida a ouvir falar mal deles próprios. Por isso é caso para deixar aqui um conselho aos mais novos: “És maquiavélico e desejas ter uma vida sem problemas

Cláudio Guerreiro12º D

económicos e com prestí-gio social, então entra para a vida política, pois esta é a ocupação mais lucrativa que podes ter”.

Tenho pena de ter esta perspectiva sobre a vida política, mas infelizmente os nossos políticos fazem por isso.

Nas últimas décadas, a Escola Secundária Dr. Manuel Can-deias Gonçalves – Odemira tem feito um caminho ascendente, na criação e afirmação de uma imagem associada à qualidade, ao prestígio e ao reconhecimento público. Habituamo-nos a crescer, seja pela procura crescente dos alunos no concelho, seja pelas práticas e experiências inovadoras que desenvolvemos, seja pelos projectos que abraçamos e prémios que recebemos. Também poderíamos falar do contributo que demos aos jovens que ingressaram em instituições do ensino superior e nelas têm feito percursos felizes e acedido a oportunidades de trabalho que souberam conquistar.

Acompanhando esta dinâmica, também os recursos humanos desta instituição souberam evoluir, estando sempre à altura dos desafios com que nos fomos deparando. Profissionalismo, de-sempenho, responsabilidade, cultura de escola poderão ser algu-mas das causas para a nossa performance.

Ao longo destes 23 anos, alojados no actual edifício que teste-munha o nosso desenvolvimento, fomos-lhe também conhecen-do algumas mazelas, próprias da idade, do desgaste e do pulsar da vida que entre as suas paredes tem brotado. É para nós uma grande prenda de Natal o projecto de requalificação do nosso Estabelecimento de Ensino. O projecto é ambicioso, dadas as

Page 3: Escola Viva - Ed. 37

3 ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009 [NOTÍCIA, REPORTAGEM, OPINIÃO]

Depois de várias horas de voo e de poucas horas de sono, finalmente chegámos a Hous-ton, Texas (Estados Unidos). Apanhámos o Táxi e fomos a caminho do Hotel. Já neste cur-to espaço de tempo começáva-mos a ficar entusiasmados, pois era tudo um pouco diferente de Portugal. No Hotel arrumámos as coisas e fomos descansar.

No dia seguinte, acordámos cedo para o pequeno-almoço e fomos logo para o pavilhão onde se iria realizar a feira de ciência, para montar o projec-to no nosso stand. Ao mesmo tempo foi possível conhecer pessoas novas de praticamen-te todos os cantos do mundo e ajudarmo-nos uns aos outros.

CERIMÓNIA DE ABERTURA

Depois do almoço, estava na hora da cerimónia de abertura. Uma pessoa de cada país foi ao palco com uma bandeira, cantá-mos, dançámos e convivemos com todos.

Na manhã do terceiro dia, foi a visita do público. As pessoas iam de stand em stand e faziam perguntas. De vez em quando, íamos ver os outros projectos (que eram bastante interessan-tes) e era mais uma oportunida-de para comunicarmos com os outros. Depois do almoço, todos

Medalha de Bronze e Menção Honrosa nos EUA para a nossa Escola

Vanessa Viegas, ex-aluna

se dividiram em dois grupos: o nosso foi para a Rice Universi-ty e o outro foi para um Museu. Na universidade, os professores mostraram um power point e falaram sobre os alunos e os es-tudos. Era um edifício enorme, com espaços verdes, esquilos à solta e tudo muito bonito. No final fomos apanhar o autocarro para o Hotel.

O DIA MAIS NERVOSONo quarto dia foi a vez de o

júri avaliar os nossos projectos. Talvez tenha sido o dia em que estivemos mais nervosos, pois queríamos apresentar o nosso projecto da melhor forma para impressionar o júri.

Quando chegou o primeiro, o nervosismo ainda foi maior. O júri foi cumprimentar-nos, co-meçámos a explicar o projecto e respondemos às perguntas que ele fez. À medida que o diálogo avançou, sentimo-nos mais à vontade e o nervosismo desa-pareceu.

Ao longo do dia apareceram vários júris e com o tempo já nos sentíamos à vontade. De início tínhamos receio de se-rem pessoas muito sérias, sem grandes conversas. No entanto, verificou-se o contrário. Eram pessoas muito simpáticas e in-teressadas nos trabalhos. Disse-ram que tinham gostado muito

dos nossos projectos, que eram trabalhos muito bons e para continuarmos a trabalhar. Até deram “dicas” para melhorar-mos alguns aspectos.

À noite, já no Hotel, partici-pámos num evento social, ou seja, numa troca de ideias, pa-lavras, contactos, lembranças, etc. com os outros estudantes. Também se fizeram jogos, can-tou-se e dançaram-se músicas de outros países.

No quinto dia, fizemos uma visita à NASA. Foi interessan-te ver as várias naves e instru-mentos que se utilizam para ir à descoberta do espaço. Também vimos filmes informativos e no final tivemos tempo para com-prarmos umas lembranças.

OS PRÉMIOSÀ tarde, passámos novamen-

te por um momento de nervo-sismo: a entrega de prémios. Naquela sala enorme estavam os estudantes todos na esperan-

ça de receberem algum prémio. Começaram por entregar os pré-mios aos juniores e só depois é que passaram para os seniores (a nossa categoria). Vimos os prémios a serem entregues e, quando menos esperávamos, chamaram os nossos nomes. Fi-cámos contentíssimos e fomos ao palco recebê-los.

No sexto e, com muita pena nossa, último dia, desmontámos os projectos e ficámos com o resto do dia para conhecermos um pouco melhor Houston.

Resumindo, podemos dizer que foi uma experiência mara-vilhosa. Para além de termos aprendido coisas novas, termos “crescido” mais, termos conhe-cido pessoas e culturas novas, ainda trouxemos uma medalha de bronze e uma menção hon-rosa para Portugal, o que nos deixou muito felizes.

Pela terceira vez consecutiva, alunos da nossa escola foram aos EUA participar numa feira de ciência e, tal como nos anos anteriores, voltaram com prémios. A Va-nessa conta-nos a seguir como foi a participação da nos-sa escola na I-SWEEEP de 2009, em Houston, Texas.

Quando em Lisboa, no XVII Concurso Nacio-nal para Jovens Cien-

tistas e Investigadores chama-ram o segundo classificado ao palco, nós perdemos toda a es-perança que tínhamos de poder-mos levar algum prémio deste concurso. Mas, quando menos esperávamos, o nosso projecto foi chamado ao palco para rece-ber o primeiro prémio.

Fomos invadidos por uma mistura de sensações. No ca-minho para o palco, saúda-nos comovida a professora Paula Canha. Mal podíamos acreditar que tínhamos ganho, para além do prémio monetário, o privi-légio de participar no EUCYS (European Union Contest for Young Scientists) em Paris.

Passámos seis dias inesquecí-veis. Conhecemos participantes de todas as nacionalidades: des-de os vizinhos espanhóis até aos japoneses e aos chineses.

Tivemos a oportunidade de conhecer os pontos mais em-blemáticos de Paris: subimos à Torre Eiffel, passeámos pelos Champs Elysées, conhecemos Notre Dame, e Sacre Coeur. Ex-

perimentámos ainda jantar nas alturas à la Tour Eiffel, regalia da qual não se pode desfrutar todos os dias.

Apesar de todas estas novas experiências, a nossa estadia em Paris não se resumiu a passeios. Todos os dias tínhamos de estar prontos para ser confrontados pelos temidos júris que anda-vam de projecto em projecto a fazer perguntas. As suas fitas pretas com o cartão identificati-

vo ao pescoço distinguiam-nos dos visitantes da feira de ciên-cia.

Entre um e outro júri gozá-mos intervalos nos quais co-nhecemos os outros projectos, divertimo-nos com novos ami-gos, e, aproveitávamos ainda para retocar alguns pontos no nosso inglês para que, com o júri seguinte, a entrevista cor-resse melhor do que a anterior.

Na cerimónia final de entrega

SETEMBRO, 2009, EUR0PEAN UNION CONTEST FOR YOUNG SCIENTISTS, PARIS

Foi uma experiência única nas nossas vidasFrancisco SilvaVanessa Reis, 12º A

dos prémios, os nervos da an-siedade por ganhar algo foram substituídos por boa disposição. Um espírito memorável vivi-do por todos os participantes. Congratulámos os espanhóis e festejámos com eles pelos dois prémios que receberam como se tivéssemos sido nós a ganhá-los.

Foi uma experiência única nas nossas vidas que nunca es-queceremos.

A POLÍTICA TAMBÉM É PARA NÓS?

Ao pegarmos num dicionário e procurarmos a palavra “políti-ca”, encontramos, em primeiro lugar, que se trata da ciência

ou arte de governar. Se continuarmos a ver os diferentes signifi-cados da palavra, podemos, a certa altura, encontrar as palavras “astúcia” e “maquiavelismo”, portanto, a política é também a arte da persuasão. Mesmo que vista apenas neste ponto de vista, será que a política não é para nós? Eu digo que sim!

Por vezes, à hora do jantar, passa na televisão alguma campa-nha eleitoral de um partido conhecido, e eu, como pouco entendo de política, peço ao meu pai que me dê detalhes, ao que ele me responde que “ainda não tens de te preocupar com isso, ainda és muito nova”. Sei que ele não é o único a dizer isto, aliás, um dos problemas dos adultos é, em certas ocasiões, dependendo do que mais lhes convém, dizer-nos que somos demasiado jovens para algo. Mas estão errados, é bom que desde cedo vamos “receben-do” informação sobre política, para que nos seja possível construir ideias e defendê-las e para que possamos identificar o partido com ideais mais próximos dos nossos, e, deste modo, defendê-lo.

A fim de promover a educação para a cidadania e o interesse dos jovens pelo debate de temas da actualidade, a Assembleia da República, em colaboração com outras entidades, organiza o Par-lamento dos Jovens. A existência deste Parlamento é uma prova de que a política também é para nós, pois de contrário, não se organi-zaria tal evento tanto a nível de Escola Básica como de Escola Se-cundária, no qual os Deputados, designadamente a Comissão e Ciência, participam.

Para fazer política, temos de ter ideias, ideias estas que quan-do são confrontadas têm de ser definidas, e para as defender há que saber argumentar, e saber ar-gumentar é algo de que não pre-cisamos apenas quando somos adultos. Por vezes, para que os nossos pais nos autorizem a, por exemplo, a ir a algum sítio com os amigos é necessário que nós, jovens, argumentemos, pois, caso contrário a única resposta que recebemos é um «NÃO!».

Sendo todos diferentes, com gostos diferentes, haverá os que gostam de política e os que não gostam, tal como eu, mas lá que a política também é para nós, lá isso é.

Patrícia Jacinto, 12ºC

Page 4: Escola Viva - Ed. 37

4 ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009 [PÁGINA DO CENTRO NOVAS OPORTUNIDADES]

Cá estamos para mais um ano lectivo, e isso também é válido para o Centro Novas Oportunidades (CNO) desta Escola. E ano novo significa caras novas! É verdade, ape-sar de alguns elementos se manterem a trabalhar no CNO, outros juntaram-se à equi-pa e estão já completamente integrados e prontos para todo o trabalho a desenvol-ver junto da população que pretende obter mais qualificação escolar e/ou profissional. Continuamos a percorrer o nosso bonito concelho, do interior ao litoral e de Norte a Sul, a fim de todos poderem ter as mesmas oportunidades. É claro que para tal, con-tamos, como sempre, com as Juntas de Freguesia, Associações e outras Escolas que nos têm ajudado no desenrolar de todas as etapas de intervenção do CNO. A todas elas um MUITO OBRIGADA! E a todos os que pretendem ser ajudados na obtenção de mais escolaridade, podem procurar-nos directamente na sede do CNO, sito na Escola, na nossa página de internet ou nas Juntas de Freguesia das localidades do concelho de Odemira e também em Cercal do Alentejo. A todos, desejo um bom ano de trabalho! Estela Baptista

Um grupo de adultos da Zambujeira do Mar frequentou as sessões de forma-ção complementar do nível básico, de 12 de Outubro a 6 de Novembro de 2009.O grupo de adultos participou em sessões de formação nas áreas de Linguagem e Comunicação e Matemática para a Vida que decorre-ram nas ins-talações da Junta de Fre-guesia daque-la localidade, em horário pós- labora l , três dias por semana. A formação faz parte do pro-cesso de validação de competências do

Matemática para a Vida Parece simples de fazerExplicada pela Professora DinaCom muita calma a rever

É muito atenciosaPara a Matemática explicarÉ pena ser pouco tempoEstamos todos a gostar

Um grupo que mostra interesseAté na Linguagem e ComunicaçãoTambém deu para aprenderExplicado pela Professora São

São duas Professoras Com calma e muita simplicidadeÉ pena ser pouco tempoNão dá para aprender “de verdade”

Gosto muito da escola Penso ainda continuarAprender muito maisPara as crianças poder ajudar

Maria da Graça Rebelo SilvaGrupo NB – Zambujeira do Mar

DESAFIO

Três irmãs Alda, Berta e Carla fizeram-se à vida e arranjaram cada uma o seu trabalho: uma era Arquitecta, outra Bancária e a ter-ceira Cozinheira.Depois casaram com o Sr. Abel, O Dr. Bas-tos e com o Carlos.Nenhuma das primeiras letras do seu nome ou apelido ou das profissões corresponde – portanto o Sr. Abel não está casado com a Alda e ela não é Arquitecta.

Se a esposa do Carlos não é bancária quem casou com quem?

Soluções na próxima edição

OS ADULTOS RESOLVERAM!AGORA É A VOSSA VEZ...

Sinceros agradecimentos das formadoras Dina Silva e Maria Encarnação Silva.

OLÁ A TODOS!“NOVAS OPORTUNIDADES” UMA OPORTUNIDADE ÚNICA PARA TODOS

FORMAÇÃO COMPLEMENTAR NA ZAMBUJEIRA DO MARnível básico a que os adultos se propuse-ram, no âmbito das Novas Oportunidades.No concelho de Odemira um dos maiores de Portugal e da Europa, o nível de esco-laridade de pessoas adultas é muito baixo.

O aparecimento deste sistema de validação de competências dos Centros Novas Oportunidades, como o da Esco-la Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, veio facilitar aos adul-tos a valorização das suas expe-riências de vida.

Grupo NB de Zambujeira do Mar

Esta iniciativa assenta num modelo em que o objectivo é a qualificação de jovens e adul-tos ao nível do ensino secundá-rio (12º ano de escolaridade), preconizando esta iniciativa dois pilares fundamentais para a concretização dos objectivos: o ensino profissionalizante de nível secundário para comba-ter os elevados níveis de insu-cesso e de abandono escolar existentes, sendo promovidos para tal cursos técnicos e pro-fissionalizantes; a elevação da formação base dos activos a fim de dar uma nova oportuni-dade para recuperar, completar e progredir nos seus estudos, a todos aqueles que entraram na vida activa com baixos níveis de escolaridade.

Para medir e certificar as competências adquiridas em contextos não formais e infor-mais, foi desenvolvido um pro-fundo e consistente Sistema de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.

Ouvimos por vezes comentá-rios sobre o Programa “Novas Oportunidades”, traduzindo-se os mesmos numa ideia errada de que o programa se limita a conceder certificados de forma facilitada. Essa mesma opinião muda facilmente quando esses mesmos críticos têm a oportu-nidade de aceder ao Referen-cial de Competências-Chave do mesmo.

O Programa “Novas Oportu-nidades” é algo que engrandece e enriquece todos aqueles que a ele aderiram ou eventualmente venham a fazê-lo, reflectindo-se futuramente estes valores no país ao qual pertencemos. Vem no fundo dar uma última opor-tunidade a todos aqueles que pelos mais diversos motivos não conseguiram completar os seus estudos. Não poderão os candidatos esperar facili-dades, nomeadamente a nível das exigências do referencial do ensino secundário, que não são barreiras intransponíveis, desde que haja atitude, muito trabalho e acima de tudo uma grande força de vontade.

Tive a oportunidade, como activo, de concluir o ensino secundário, através do Centro Novas Oportunidades da Es-

cola Secundária Dr. Manuel Gonçalves Candeias, integrado numa turma de São Teotónio. Foi no fundo uma experiência gratificante e enriquecedora, que me permitiu a conclusão de algo que fui adiando duran-te largos anos devido a uma permanente falta de tempo e oportunidade.

Trabalhar sobre um refe-rencial bastante exigente e abrangente, que por vezes me confundiu, não foi uma tarefa fácil; compreender este re-ferencial da forma como ele se apresentava, tornou-se no fundo em algo de substancial-mente difícil tanto para os for-mandos como para os forma-dores. O facto de ter ocorrido uma mudança de formadores

a meio do processo, associado a fazer uma abordagem a uma língua estrangeira da qual não fiz uso corrente durante largos anos, também não se afigurou muito fácil.

Independentemente do que atrás referi, foi para mim uma experiência única e inesque-cível sobre as mais diversas vertentes e que por certo me marcará para o resto da minha vida.

Ao longo de todo o processo, nomeadamente na construção do PRA (Portefólio Reflexivo de Aprendizagens), mais do que reflectir sobre mim e sobre a sociedade onde estou inseri-do, acabei por verificar que no fundo os conhecimentos que tinha eram bem mais importan-tes e valiosos do que eu imagi-nava; simultaneamente, foram bem vastos, os conhecimentos que fui adquirindo ao longo do processo.

Ao percorrer durante o pro-cesso, todas as fases da minha existência, reflecti e aprendi com algumas experiências pe-las quais passei e que na altu-ra me pareceram sublimes; no fundo quando dei por mim, tive alguma dificuldade em conter o meu entusiasmo ao re-lembrar todas as situações em que me fui vendo envolvido ao longo da vida, quer no âmbito familiar, profissional, associa-tivo e mais do que tudo isso as-sociar todas essas experiências e situações à sociedade em que

estou inserido. Poderei afirmar que este

processo despertou em mim um misto de conhecimentos e sentimentos, que são indis-sociáveis pelo facto de ter ne-cessariamente sido obrigado a recordar e relembrar muitas si-tuações que julgava esquecidas e apagadas da minha memória.

Conforme já referi, este processo apresenta-se bastan-te exigente e bem estruturado, onde o processo de cada for-mando é diferente, reflectindo o percurso pessoal de cada um e permitindo que a abordagem das Competências-Chave, se-jam de igual forma diferentes.

Assisti ao longo do meu Processo de Reconhecimento e Validação de Competências, à desistência de um número substancial de colegas devido à falta de tempo e outros pelas dificuldades que julgaram in-

transponíveis e assisti também ao esforço titânico de outros para quem a conclusão do en-sino secundário se tornava im-prescindível para a progressão na carreira profissional.

Deixam-me triste, aqueles que desistiram, pois também eu tive que lutar de alguma for-ma com a falta de tempo e as demais dificuldades; fazendo sacrifícios da mais diversa na-tureza, que conduziram a que tenha obtido com essa atitude, o objectivo que desejava.

Nenhum objectivo que te-nhamos na vida está isento de dificuldades, temos sim que aproveitar as oportunidades e contornar de forma objectiva essas dificuldades, mesmo que tenhamos de fazer alguns sa-crifícios.

No fundo, “querer é poder”, como tal para todos os que pe-los mais diversos motivos não puderam completar o ensino secundário, não deverão hesi-tar nem ter medo, aproveitando a oportunidade que lhes é ofe-recida pelo Programa Novas Oportunidades.

José Gregório

O Programa “Novas Oportunidades” é uma iniciativa que aposta na qualificação da população portuguesa, sendo consi-derado de importância extrema para o crescimento económi-co e para a promoção da coesão social.

Foi para mim uma experiência única e ines-quecível sobre as mais diversas vertentes e que

por certo me marcará para o resto da vida.

Page 5: Escola Viva - Ed. 37

5ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009[NOTÍCIA, REPORTAGEM]

O Curso Profissional de Técnico de Turismo foi o primeiro profissional a ser criado na escola, no ano lectivo de 2006-2007. A turma arrancou com 23 alunos, tendo apenas “perdido” o Marco, porque foi viver para a Alema-nha. A primeira Directora do Curso, professora Natércia Rocha, criou as bases para o sucesso deste curso, e em conjugação de esforços com a Directora de Turma, professora Elvira Pereira, procurou criar um envolvimento empenhado dos professores do Conselho de Turma e implicar os alunos no seu próprio processo formativo, cons-ciencializando-os para o exercício de uma profissão no sector do Turismo.

CURSOS PROFISSIONAIS

Técnicos de Turismo foram os primeiros a terminar a maratona de três anos

Embora as expectativas te-nham, assim, sido legitimamen-te colocadas num nível elevado, a partir do segundo ano, em que assumi a Direcção do Curso, defrontámo-nos com um obstá-culo que começou a dificultar o seu normal funcionamento – a colocação de docentes das dis-ciplinas da formação técnica atempadamente não imputável á escola, porque dependia dos concursos autorizados pelo pró-prio Ministério da Educação.

Por outro lado, algumas re-gras restritivas no lançamento dos horários destas disciplinas a concurso, aliadas à elevada car-ga horária das mesmas, dificul-

taram o cumprimento, em cada ano, do plano de leccionação dos módulos previstos.

Com um elevado espírito de colaboração e sacrifício pessoal entre os professores que inte-graram as equipas de ambas as turmas do curso (em 2007-2008 iniciou-se uma segunda turma neste curso, cuja Direcção de Turma é assegurada pelo pro-fessor Fernando Almeida), foi sendo possível minorar este problema com recurso a trocas e permutas, que permitiram ir antecipando algumas aulas até à colocação dos colegas que iriam leccionar as disciplinas da formação técnica. Também da

parte dos alunos, foram dadas imensas provas de responsabi-lidade e maturidade, pois com-preenderam o que estava em causa e, revelando disponibili-dade para esses reajustamentos/compensações, por diversas ve-zes se disponibilizaram a ficar até mais tarde ou ocupar algu-mas tardes livres.

Tem sido portanto este conju-gar de esforços e boas vontades que tem contribuído para que, este ano e certamente no próxi-mo também, a formação destes alunos possa ser feita com su-cesso.

Este ano lectivo vai, portanto, concluir-se o primeiro ciclo de

estudos – triénio 2006/2007 a 2008/2009 – sendo que se ante-vê que a grande maioria destes alunos tenha concluído a totali-dade dos módulos de formação nas diversas disciplinas e que, pelas óptimas informações de que dispomos, a sua Formação em Contexto de Trabalho (está-gio profissional nas empresas) está a ser um motivo de orgulho para os próprios alunos, para os seus professores e para a pró-pria escola, que assim cumpre uma das suas finalidades com estes cursos, que é a de formar quadros habilitados e com com-petências na área da actividade turística, e que realmente cons-tituam uma mais valia para as unidades hoteleiras e turísticas da nossa região.

A prova dessa satisfação pelo seu desempenho é que imensos convites lhes têm sido feitos no sentido de, após acabarem o seu estágio profissional, poderem ficar a trabalhar nessas mesmas empresas.

Numa região como a nossa, com imensas potencialidades num turismo de qualidade e em clara expansão, a formação de técnicos especializados neste sector vai certamente contribuir para elevar ainda mais o pres-tígio deste destino turístico no nosso país e no mundo.

José Trindade, professorDirector de Curso

Nous sommes deux élèves du « Cours Professionnel de Technicien de Tourisme » et nous avons décidé d’écrire un article en français pour le journal de l’école où nous irons parler de notre cours professionnel.

Nous avons commencé en 2007/2008, c’est donc notre deuxième année et on va terminer en 2009/2010.

Notre cours a douze matières et un stage : Portugais, An-glais/Français, Allemand, E. physique, TIC, Géographie, Histoire de l’art, Aire d’ Intégration, Techniques de Com-munication, Tourisme - Information et Animation Touris-tique, Operations Techniques dans les Entreprises Touristi-ques, Mathématique, Formation en Contexte de Travail.

On pense que le Cours de Technicien de Tourisme est un cours très positif dont le bilan jusqu’á maintenant est aussi positif. Les expectatives des professeurs et des élèves sont aussi très bonnes, vu que dans cette zone de la côte « Vincentina » sont en train de se développer beaucoup de projets dans le secteur touristique, et ça c’est bon pour nous les élèves parce qu’on pourra trouver un stage plus facile-ment et c’est bon aussi pour trouver du travail car ces unités d’hôtellerie on besoin de gens pour travailler.

En outre, on est dans une zone privilégiée, nous avons un vaste ensemble de choses, comme par exemple : la nature, les plages, le soleil, la gastronomie et la sympathie de la population.

Tout se passe bien jusqu’á présent avec le cours, la troi-sième année est déjà en stage, et l’année scolaire est presque finie pour la deuxième année du cours. Les élèves se mon-trent intéressés et motivés, les uns plus que les autres, mais en général ils sont tous très engagés et satisfaits pour faire partie du Cours Professionnel de Tourisme.

Fabiana Conceição, Fábio QuitérioC.P. Turismo

TECHNICIEN DE TOURISME, DEUXIÈME ANNÉE

“On pense que le Cours de Technicien de Tourisme est un cours très positif”

Sob minha orientação, ex-aluna e actual Psicóloga da escola, o Gabinete de Psi-cologia e Orientação é um espaço aberto a toda a co-munidade escolar (alunos, professores, auxiliares e encarregados de educação), que se encontra a funcionar na Sala B2, do Bloco B, Se-gunda e Terça Feira, durante todo o dia e Quarta-Feira na parte da manhã.

Este espaço pretende essencialmente apoiar os

alunos pelos mais variados motivos: dificuldades na aprendizagem, falta de mo-tivação para a escola e para o estudo, sentimentos nega-tivos em relação a si próprio ou aos outros, confusão de pensamentos, indefinição de sentimentos, isolamento, stress, ansiedade, depressão, problemas familiares, me-dos, dificuldade em cons-truir um projecto de vida, em definir o passo seguinte.

No fundo, pretende-se en-

contrar respostas, esclarecer dúvidas e inquietações, em conjunto, analisando todos os intervenientes, interes-ses, caminhos possíveis, barreiras e optimizadores com vista à obtenção de um bem-estar interior.

Para além do apoio in-dividual, também encon-trará neste Gabinete uma orientação vocacional e/ou profissional que lhe per-mitirá esclarecer dúvidas relativamente ao seu perfil

profissional, às áreas pro-fissionais mais adequadas, à oferta formativa existente e condições de ingresso no ensino superior, isto para os alunos que pretendem pros-seguir estudos.

Para os alunos que preten-dem ingressar no mundo do trabalho, também é realiza-do um trabalho de procura de emprego, com explora-ção e aplicação de técnicas de procura de emprego.

Neste espaço também se poderá encontrar acesso a informação relativa às vá-rias universidades e insti-tutos de ensino superior do nosso país, que se poderá consultar livremente.

Poderá entrar em contac-to com a Psicóloga respon-sável através do e-mail do gabinete [email protected],através da plataforma moodle da escola ou sim-plesmente bater à porta, que estará sempre aberta para receber qualquer elemento da comunidade educativa!

Sara Horta, Psicóloga

Gabinete de Psicologia e Orientação está no Bloco B

Page 6: Escola Viva - Ed. 37

6ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009

[PÁGINA DA BIBLIOTECA]

Após insistentes pedidos, sugestões e até exigências dos nossos dedicados leitores, adquirimos (finalmente), toda a “Saga da Luz e Escuridão”, de Stephenie

Meyer. Esta saga é constituída por quatro livros: “Crepúsculo”; “Lua Nova”; “Eclipse” e “Amanhecer”.

A história de amor entre um vampiro muito especial, Edward Cullen, e uma adolescente como muitas outras, Bella Swan, tem apai-xonado multidões de ávidos leitores em todo o mundo. Se te quiseres juntar a esta legião de fãs, já podes requisitar os livros na nossa biblioteca.

Entretanto, estreou a 26 de Novembro, o segundo capitulo da saga, intitulado “New Moon”, do qual te apresentamos o poster.

Boas leituras...e bom filme!

“No Egipto, as bibliotecas eram chama-das “Tesouro dos Remédios da Alma”. De facto é nelas que se cura a ignorân-cia, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”Jacques Bossuet.

A Biblioteca da nossa escola está in-tegrada na Rede de Bibliotecas Esco-lares desde 2005. Este foi um momento determinante, pois ultrapassamos o mero estatuto de centro de recursos, passando a ser um pólo de conhecimen-to, fazendo jus às directrizes do Gabi-nete da Rede de Bibliotecas Escolares. Assim, a nossa biblioteca tem várias funções: informativa; educativa; cultural e recreativa. Para que tais funções pos-sam ter ampla consecução, um dos ob-jectivos é dispor de recursos diversifica-dos e adequados a diferentes escalões etários. Para além disso, pretende-se criar um espaço acolhedor onde todos os membros da comunidade educativa (e não só) podem ter acesso a variadas fontes de informação e equipamentos.

Mas todos os espaços necessitam de “alma”, que é sempre conferida por to-dos aqueles que persistem em, diaria-mente, dar muito de si, proporcionando a todos os utilizadores, um ambiente facilitador de novas aprendizagens, onde o lúdico não é esquecido, mas

incentivado. A “alma mater” da BE é a sua equipa, constituída pelos seguintes elementos: Natércia Rocha (Prof. de Inglês/Alemão); Clara Almeida (Prof. de Português); Luísa Branquinho (Prof. de Economia e Contabilidade) ; Mário Louro (Prof. de Artes Visuais); Jorge Mendes (Prof. de Filosofia); Agostinho Coelho (Prof. de Matemática); Rosário Martins e Ana Teresinha (Assistentes Operacionais).

Esta equipa coesa e diversificada é o rosto da nossa biblioteca, tendo como principais objectivos, optimizar e am-pliar os recursos existentes, bem como transformar este local num espaço onde várias literacias se entrelaçam e desen-volvem.

Professora Natércia Rocha

Mês Internacional das Bibliotecas EscolaresEm Outubro, celebrou-se o “Mês Inter-nacional das Bibliotecas Escolares”. À semelhança de anos anteriores, as-sinalamos o evento com várias iniciati-vas.

Ao longo do mês foram distribuídos marcadores personalizados a todos aqueles que requisitaram livros. Para além disso, realizaram-se ainda pas-satempos sobre temáticas variadas, tais como: “As Bibliotecas do Mundo”, “Autores Diversos”. A participação foi

entusiástica, destacando-se individual-mente a aluna Anusca Kirsch, do 11 º C, por ter participado em todos os pas-satempos, assim como a sua turma, pelo número de prémios conseguidos.

Eles Chegaram...

A Sétima ArteEm 24 de Junho de 1929, pela mão da pro-fessora Seomara da Costa Primo, teve a sua estreia em Portugal, no Liceu Maria Amália, o recurso ao cinema como veículo educativo. Não resistimos a reproduzir um excerto do artigo que a mesma professora publicou no suplemento “Cinéfilo” do jornal “O Século” e que reproduz a lição proferida em 24 de Jun-ho precedendo a projecção.

“E, se é hoje, um precioso instrumento de aquisição de conhecimentos o cinema aplica-do às ciências, de que valor inestimável não será ele então, quando instalado num estabe-lecimento de ensino, vem, como elemento in-substituível e em momento oportuno, reforçar uma descrição geográfica, sintetisar um facto histórico, alargar conhecimentos artísticos firmando no espírito do aluno a impressão que o professor lá deixou? E é tam valiosa a sua acção como cúpula de todo este com-plicado e ingrato edifício educativo que, nos centros educativos mais cultos e mais avan-çados, lá está o cinema ajudando, concluindo e completando a acção do educador. Assim o compreendeu a Reitora que foi deste liceu –Srª D. Joselina Tocha – fazendo adquirir um aparelho de projecções que vários con-tratempos – com pena o digo – impediram de utilizar então, cabendo-me hoje a honra de o inaugurar.”

Ontem, como hoje, o apelo à utilização dos audiovisuais no ensino, cinema incluído, tem vindo a inscrever-se de modo cada vez mais insistente na lista das inovações pedagógi-cas. Há, claro, um abismo entre o apelo à utilização desses meios, algo que não pode deixar de merecer a nossa concordância, e o seu uso efectivo na prática educativa. Não é apenas a dificuldade, muitas vezes sen-tida, em encontrar e saber para que servem os botões do “ON” do “OFF” e do “REPLAY”.

Há todo um mundo de implicações pedagógi-cas, didácticas, científicas,até ao nível da sua utilização como “complemento” do cur-rículo, mas também um mundo menos óbvio ligado às “fábricas de sonhos” que exigiria “intérpretes” muito qualificados da linguagem dos filmes em toda a amplitude dos seus dia-lectos.

Acontece que o trabalho que se tem vindo a desenvolver neste campo, na escola e também na Biblioteca escolar, não é feito por sólidos cineclubistas ou por analistas perspicazes dos géneros cinematográficos, conhecedores competentes da história, das técnicas, das teorias e das correntes esté-ticas, numa palavra peritos no estado da arte cinematográfica.

É a consciência desta situação que nos ani-ma a desenvolver na Biblioteca um trabalho que,partindo do reconhecimento do enorme potencial do cinema para a aprendizagem, procura criar as condições que permitam uma progressiva “alfabetização cinematográ-fica” (ou audiovisual, se preferirem) e um uso mais frequente de um recurso que é ainda em muitos casos subestimado ou apenas enten-dido como mero entretenimento. Intervimos, assim, a níveis muito diversos. Da definição de uma política de aquisições à pesquisa e divulgação de recursos associados aos filmes que constituem o já relativamente ex-tenso catálogo à disposição da comunidade educativa, do tratamento e catalogação da “memória audiovisual” da escola à actual-ização de uma base de dados que permita a consulta on line do catálogo disponível. Con-cluímos com outro excerto da lição da profes-sora Seomara da Costa Primo.

“Que este filme, que inaugura hoje o nosso cinematógrafo, e a que as minhas palavras não conseguiram dar relevo nem sequer deixaram antever o interesse, não fique como único deste género de trabalhos edu-cativos do liceu de Maria Amália Vaz de Car-valho. Antes, pouco a pouco, outros filmes se lhe juntem, apresentados por palavras mais autorizadas e convincentes do que as min-has, trazendo às nossas alunas as belas re-constituições históricas, as novelas salutares e as fábulas, a vida de outros povos e os costumes de outros animais, neutralizando assim beneficamente certo cinema que lá fora numa terra em que se não pensa nas crianças – lhes é fornecido, introduzindo-lhes no espírito ideias falsa, desmoralizadoras e prejudiciais, fruto apodrecido dessa grande escola social – o ambiente – hoje tão ingrato aos espíritos em formação.”

Professor Jorge Mendes

“Amigos da Biblioteca”És um leitor voraz (ou talvez não)?Gostarias de saber mais sobre o funcio-namento da nossa biblioteca e partici-par nas actividades que promovemos? Junta-te aos “Amigos da Biblioteca”!

Esta iniciativa pretende reunir grupos de alunos com gostos diversificados e motivação para trabalhar em equipa, nos diver-sos eventos organizados ao longo do ano lectivo. Informa–te na biblioteca!

“A leitura é uma necessidade biológica da espécie. Nenhuma tela e nenhuma tecnologia conseguirão suprimir a necessidade de leitura tradicional.” Umberto Eco

Page 7: Escola Viva - Ed. 37

7 ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009 [NOTÍCIA, REPORTAGEM, OPINIÃO]

“São histórias de enredos simples a deambular pela alma do povo mas que, quando calha, como na conversa à lareira que me propus a escrever, acom-panho de reflexões sobre o Homem e o Mundo. Mas a conversa é mesmo as-sim: perde-se ao sabor do momento em reviravoltas imprevisíveis, o mais das vezes inconsequentes, mas quase sempre apetitosas. […] Julgo que acompa-nham bem com o crepitar do lume num serão tran-quilo e harmonioso.”

É esta a breve introdução que o Professor Fernando Almeida faz ao o seu pri-meiro livrinho de histórias intitulado HISTÓRIAS AO SERÃO.

Neste pequeno livro são con-

Professor Fernando Almeida apresentou livro na Biblioteca

TODOS NÓS TEMOS UM PROFESSOR QUE NOS MARCOU

Um menino de 12 anos, acabado de sair da telescola de Cortes Pereiras não é excepção. Ao entrar na Escola Secundária de Ode-mira (era este o nome na altura), poderia sentir-me deslocado, com dificuldades na aprendizagem, pois, em vez de 5 colegas tímidos e inocentes, passei a ter 30 com as mais variadas personalidades. Mas isso não aconteceu, dado que tive a felicidade de ter como professora de Português, do 7º ao 12º ano, a querida professora Emília Pina. Conseguiu tirar o máximo partido de cada um de nós, incluindo o interesse pela disciplina. Hoje, olhando para trás, pos-so dizer que foi a professora Mimi que me ensinou a ler. A gostar de ler!

Numa altura em que ponderei enveredar por uma carreira mili-tar, fez-me ver que não deveria ser esse o meu futuro. Tinha razão, acho que seria um oficial pouco duro. Fiz testes psicotécnicos e o resultado foi de 95% para a vertente artística.

A professora Mimi contribuiu para que essa área abrisse na es-cola. Graças a isso, concluí uma Licenciatura em Design de Co-municação e hoje sou Director de uma conceituada empresa de Design no Algarve.

É uma grande responsabilidade escrever sobre alguém que nos ensinou tanto! Mas, também é muto bom agradecer, não só o que nos ensinou, mas também e particularmente todo o apoio que sem-pre me deu. Foi a primeira pessoa adulta que me mostrou que eu era um bom ser humano, com potencial! Não esqueço isso e é nesse sentido que tento viver cada dia! OBRIGADO!

Por isso, estou aqui!Por isso, aqui escrevo!Por isso, agradeço! Obrigado professora Mimi por todo o co-

nhecimento que me transmitiu, por me ter ajudado a crescer e a ser o que sou hoje.

Está de parabéns pelo seu percurso profissional!OBRIGADO!

José Miguel(Aluno de 1992-1998)

tadas histórias que passam de boca em boca, de geração em geração… histórias que retra-tam a alma da gente do Norte, da Beira Interior, e da gente Alentejana, do Alentejo Litoral.

Cada história tem uma moral e dessa moral podemos retirar um lema de vida.

Ao ler Histórias ao Serão maravilhei-me com a história do Zé Tolo.

Zé Tolo, como era conheci-do, era um simples ovelheiro que, devido aos seus erros, era humilhado por todos… Quan-

do alguém, finalmente, confiou nele, o Zé deixou de ser visto como um tolo. “Sabem, tolo é o que não vê o que todos vêem, mas que muitas vezes vê o que os outros não conseguem ver.”

Esta compilação de histórias da alma da gente portuguesa é o culminar de um projecto antigo do Professor Fernando, que o acompanhava desde há muitos anos e que se encontrava guar-dado na gaveta.

Julgo que estas histórias “acompanham bem com o cre-pitar do lume num serão tran-

quilo e harmonioso” de Inverno, mas também acompanham bem numa noite de Verão ao luar. En-tão, aqui deixo uma proposta de leitura para as próximas férias. Ah! Não se esqueçam: qualquer um de nós pode escrever um li-vro de histórias ou realizar um grande projecto. Mas, para que isso aconteça, o nosso projecto tem de ser como uma amante: vai connosco para a cama e não nos deixa dormir. É o conselho do professor Fernando.

Isabel Rodrigues, 12º C

Livro de Daniel Sampaio e Margarida Gaspar de Matos foi apresentado na Biblioteca da nossa Escola

No dia 21 de Outubro de 2009, foi apresentado na nossa escola, um livro da autoria de Daniel Sampaio e Margarida Gaspar de Matos, denominado “Jovens com Saúde – Diálogo com uma Geração”. A apresen-tação do mesmo esteve a cargo da Drª.Lúcia Canha que contri-bui para a elaboração do mes-mo, num capítulo sobre jovens com deficiência. Estiveram ain-da presentes, o director da nossa escola, Dr. José Seno Luís e as enfermeiras Conceição e Celes-tina.

Este livro tem como objec-tivo o diálogo entre adultos, adolescentes e jovens, uma vez que aborda vários temas na área da saúde e bem-estar, permitin-

do assim responder a algumas questões que muitos jovens e adultos têm sobre temas como violência, Internet, grupo de amigos, sexualidade, família, escola,…

Nesta apresentação houve ainda tempo para que de uma forma aberta e esclarecedora houvesse a partilha de ideias

sobre o tema dos jovens e da deficiência entre os intervenien-tes. Na audiência marcaram presença o Sr. Presidente da Câ-mara de Odemira, José Alberto Guerreiro, os alunos da APCO e alguns alunos da nossa escola.

Helena Trindade, 12º A

Page 8: Escola Viva - Ed. 37

ENTREVISTA À CHEFE DOS SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS

“Nunca baixem os braços por mais árduo que seja o caminho a percorrer”

A senhora é Chefe dos Serviços Ad-ministrativos nesta escola. Quais são, especificamente, as suas funções?

A minha função é essencialmente coordenar tudo o que está relaciona-do com os Serviços Administrativos da escola. É um trabalho um pouco difícil para mim, porque é a primei-ra vez que exerço esta função.

Gosta do que faz? Sente-se realiza-da profissionalmente?

Sim, gosto do meu trabalho ape-sar de por vezes ser um pouco com-plicado contornar determinadas situações. Também me sinto reali-zada profissionalmente.

Tenho conhecimento de que, antes de vir para esta escola, trabalhava na Damião de Odemira. A mudança foi positiva para si?

Foi uma mudança positiva por-que, como vim para exercer esta função, subi de categoria. Subi mais um patamar na minha carreira.

Encontra diferenças muito relevan-tes entre esta escola e a escola onde

trabalhava a nível do ambiente escolar e de trabalho?

A nível do ambiente escolar en-contrei diferenças mais relevantes porque os alunos são bastante dife-rentes. Na escola Damião os alunos são mais novos e precisam de mais atenção. Nesta escola os alunos já são maiores e não procuram tanta atenção. A nível do trabalho, como as funções são diferentes, não con-sigo comparar. Mas fui muito bem acolhida nesta escola, o que me tem ajudado a ultrapassar as dificulda-des nesta nova fase da minha vida.

Como sente a interacção entre alunos, professores e restante pes-soal?

Acho que todos se relacionam mui-to bem. Há uma boa interacção, no en-tanto ainda não tenho conhecimentos suficientes para avaliar com exactidão o que me estás a apresentar.

Se pudesse alterar algo no funcio-namento da escola o que mudaria?

A escola funciona bem. Penso que

Nome: Fernanda Maria JoséNaturalidade: OdemiraAnos de serviço: 27 anosLivro preferido: “Os filhos da Droga”O que vê na TV: documentários do National Geographic e “Ana-tomia de Grey”Banda favorita: Xutos e Ponta-pés, mas também gosta muito de fado.Prato preferida: um bom Cozido à PortuguesaClube de Futebol: Sporting Momento marcante: Nascimento da filha

Fernanda Maria José é a nossa Chefe dos Serviços Administrati-vos, desde 9 de Fevereiro passado. O nosso jornalinho foi ao encon-tro dela para a dar a conhecer à escola.

não alterava nada. Em relação aos Serviços Administrativos, talvez mu-dasse, mas em relação ao funciona-mento da escola, não.

Como encara o futuro?Encaro o futuro com alguma apre-

ensão. Vivem-se tempos bastante conturbados devido a problemas eco-nómicos, problemas ambientais, entre outros e por essa razão estou um pou-co apreensiva em relação ao futuro.

Na sua opinião, o que há de me-lhor nesta escola?

Os alunos, pois são eles que nos movem e é para eles que trabalhamos. Sem eles a escola não existia!

Quer deixar alguma mensagem para os alunos?

Quero deixar uma palavra de espe-rança para esta geração. Lutem sem-pre pelos vossos objectivos. Nunca baixem os braços por mais árduo que seja o caminho a percorrer e por mais difícil que seja a tarefa a cumprir. Lu-tem sempre porque só assim conse-guem atingir os vossos objectivos.

Entrevista e foto deInês Marques, 12ºA

8 ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009

[ENTREVISTA, CRÍTICA LITERÁRIA, OPINIÃO]

Dizem os filósofos de café que a vida anda em círculos. De anos a anos, voltam-se a viver situações se-melhantes às que já se tinham vivido. E é assim que, de repente, nos vemos regressados à figura do Director Esco-lar. Ao mesmo tempo, notícias segun-do as quais há que ter um certo de-coro a trajar na escola e em serviços públicos ( veja-se os relatos acerca da escola da margem sul e de um centro

AS PUPILAS (BRILHANDO NO ESCURO) DA SENHORA REITORA, QUE TAMBÉM

ANDAVA DE BATA

Maria Helena Fernandes, Professora

de emprego de Faro ), põem na ordem do dia o (hipotético) regresso dos uni-formes.

Em 1967, recém-entrada no Liceu da Rainha D. Amélia, sito num palacete à Rua da Junqueira, em Lisboa, vivia, sem o saber, uma realidade tão cinzenta e compacta como aquele edifício. O ambiente cheirava a pó, a humidade e a refo-gado, aromas que ficaram na memória e que deixaram uma pungente saudade, quando muitos anos depois, a escola se fundiu com a vizinha Ferreira Borges e o palacete foi encerrado e entregue a uma humilhante degradação.

Naquele tempo, porém, aceitávamos o cinzentismo como coisa normal. Cin-zento era o país, naquele ano vítima de chuvas espessas e de cheias trágicas. A brincadeira ficara nos pátios claros da escola primária. O liceu, diziam-nos, era para se levar a sério. E havia pormenores subtis, a lembrar-nos constantemente, que assim devia ser.

Tínhamos que usar uniforme. Aliás, uma bata. Feita de sarja azul-claro-acin-zentado, o tecido era adquirido no próprio liceu. As mães levavam um modelo, policopiado a ‘stencil’ e elas próprias ou as costureiras não tinham mãos a me-dir, a partir de Agosto / Setembro ( o ano lectivo arrancava a sete de Outubro ). Aquela peça de roupa era imprescindível e para honrar ! O percurso casa-liceu-casa era uma espécie de ‘passerelle’, na qual a bata era a peça principal. Nada de a despir ou de a modificar, pois constituía um distintivo do liceu e o orgulho em a usar devia ser proporcional ao orgulho de pertencer à instituição. Menina que a desrespeitasse ou tivesse, na rua, um comportamento indigno, era levada À REITORA !

Esta figura ( temida ! ) fazia-se anunciar logo no cartão de estudante, que nos era entregue com pompa e que, em conjunto com a bata e o emblema distintivo do ano que se estivesse a frequentar, era outro símbolo do estabelecimento de ensino. No do Rainha D. Amélia, a assinatura da Reitora intrigava-nos. Era um M, alto e arqueado, abreviado com um ponto. Seguia-se a enigmática sequência ‘dos Remédios’. Como é que se chamava a Reitora, afinal ? Maria ? Margarida? Nada disso ! Era Marieta dos Remédios ! Sempre que alguma ‘caloira’ ouvia o nome pela primeira vez, havia risos ( abafados ), pois nunca de tal nome se ouvira falar !

Em poucos dias, ficávamos a conhecer um bocadinho da Senhora Reitora ( era sempre referida assim às alunas, fosse por funcionárias, fosse por professoras ). Passava nos corredores, esguia e alta, sem nunca sorrir. Devíamos levantar-nos e calar-nos, sempre que ela aparecesse. De origem indiana, a escuridão da sua pele confundia-se com a escuridão dos corredores. Muitas vezes, apanhávamos sustos, perante as suas aparições inesperadas. Ser ‘levada Á SENHORA REI-TORA’ era sinal de falta grave.

A REITORIA ( nome que tinha o gabinete da Reitora ) ficava ao lado do refeitório, tendo do outro lado, a VICE-REITORIA. Uma porta oculta por uma longa cortina espessa. Um dia, estando a porta inusitadamente aberta, atrevi-me a espreitar lá para dentro. Não vi nada. O ambiente era escuro. É que a janela estava coberta por outra longa e espessa cortina.

Era-se levada À REITORA se se cometessem faltas graves, tais como ser-se mal-educada com professoras e / ou funcionárias. Ou ter as atitudes que atrás referi contra o bom nome do liceu e da bata. Ou arregaçar as mangas da bata ou assomar às janelas que davam para a rua.

Com Abril de 74, os reitores foram-se tornando Presidentes, menos severos e trabalhando em gabinetes claros. Os uniformes e as batas restringiram-se aos colégios particulares e às escolinhas. A honra terá ficado para o traje unversitá-rio. A escola ‘desceu à plebe’, que a ela subiu.

Mas, eis que o director regressa. Tornar-se-à SENHOR DIRECTOR ou será simplesmente Senhor Director ? E que símbolos voltarão a ser usados para que a Escola readquira respeito e dê orgulho a frequentar ? Não sabemos, porém, levantamo-nos, respeitosamente, ‘a bem na Nação’.

A REITORIA ( nome que tinha o gabinete da Reitora ) ficava ao lado do refeitório, tendo, do outro lado, a VICE-REITORIA. Uma porta oculta por uma longa cortina espessa. Um dia, estando a porta inusitadamente aberta, atrevi-me a espreitar lá para dentro. Não vi nada. O ambiente era escuro. É

que a janela estava coberta por outra longa e espessa cortina.

“Nómada” (“The Host” em inglês) é um romance da autora Stephenie Meyer, a criadora da famosa saga Luz e Escuridão. Foi publicado nos Estados Unidos da América no dia 6 de Maio de 2008 e em Portugal em Março de 2009 pelas Edições Gailivro, com um total de 840 páginas.

A temática deste livro é diferente da que estamos habitu-ados por parte da autora. Quando o lemos, estamos a entrar no mundo da ficção científica, mas não a clássica, ou seja, não aquela com naves espaciais, visitas a planetas desco-nhecidos, batalhas interestelares e fatos espaciais. Há ex-traterrestres, mas não são aqueles verdes e estranhos. Estes extraterrestres são na verdade almas.

A história baseia-se na invasão da Terra pelos seres alie-nígenas, ou seja, pelas almas. Na minha opinião, este é um dos pontos fortes da obra, pois revela bastante originalida-de. Os seres humanos são transformados em hospedeiros destes aliens. A alma humana é forçada a dar lugar à alma extraterrestre. Estes parasitas começam a dominar o nosso planeta, criando uma sociedade que é aparentemente per-feita. Quase não há doenças, não se utiliza dinheiro, não há ganância nem ódio e a criminalidade praticamente desapa-receu. Praticamente porque existem grupos de resistentes humanos que vivem na clandestinidade, escondidos destes invasores.

A protagonista desta história é Melanie Stryder. Ela é pos-suída por uma alma chamada Nómada, mas algo não corre como o previsto. Melanie consegue resistir, mantendo-se consciente dentro do seu corpo. Um verdadeiro caso de du-pla personalidade. Ela acaba por se tornar na consciência da sua invasora, levando-a a questionar-se acerca da invasão da Terra pelos da sua espécie.

Nómada foi avisada sobre o desafio que é viver no corpo de um humano. As emoções são muito fortes, há um exces-so de sentidos e as recordações estão demasiado presentes. Ela esquadrinha os pensamentos de Melanie com a esperan-ça de conseguir descobrir o paradeiro dos focos de resistên-cia humana mas Melanie invade-lhe a mente com visões do homem pelo qual está apaixonada – Jared, um dos sobrevi-

ventes humanos. Incapaz de se libertar dos dese-jos do seu corpo, Nómada começa a sentir-se atraída por esse homem e sente-se obri-gada a ir ao seu encontro. Nóma-da/Melanie vão então parar a uma comunidade que vive escondida numa região re-mota e que tenta recriar o mode-lo de sociedade

Nómada – um corpo, duas mentes…

existente antes da invasão, em pequena escala.Confesso que no início, a sinopse não me chamou a aten-

ção, mas depois fiquei bastante surpreendida. É um roman-ce fantástico, intenso e bastante profundo que nos mantém na expectativa e que nos faz querer ler mais e mais, até chegar ao fim. A autora conseguiu combinar ficção cien-tífica com aventura, acção, drama, suspense, um pouco de mistério e até amor e amizade, levando-nos a reflectir de forma intensa e inquietante sobre estes dois últimos temas. Faz-nos também perceber que nem tudo é o que parece e que não podemos criticar ninguém sem conhecer.

O argumento está muito bem estruturado e a excelente ideia que está na origem da história encontra-se bem apro-veitada.

Além disso, também penso que se nota uma grande evo-lução na escrita da autora: muito mais madura e complexa.

Recomendo a leitura de Nómada a todos aqueles que gostem de um bom livro.

Meyer dá um brilhante significado à expressão “um ser de duas mentes”. Inês Marques, 12º A

Page 9: Escola Viva - Ed. 37

9ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009[DESPORTO, NOTÍCIA, OPINIÃO]

Muito se tem falado da candidatura conjunta de Portugal e Espa-

nha à organização do Mundial 2018 de futebol, havendo vantagens

e desvantagens da sua realização em Portugal. Na minha opinião,

esta será mais uma forma de rentabilizar as infra-estruturas que já

temos, do que melhorar alguma coisa no país.

Depois do Euro 2004 (e já com a Expo 98), Portugal foi visto

como um país que, em termos de organização de eventos a nível

internacional, não deve nada a ninguém. A nível futebolístico, é

notória a paixão dos portugueses pelo desporto-rei. Tal viu-se com

as bandeirinhas nas janelas a maravilharem todos os que por cá

passaram no Verão de 2004.

Em termos de grandes investimentos, Portugal teria de ampliar

alguns estádios, o que significaria que tais obras iriam custar alguns

milhões de euros. Não acredito que a nível económico o nosso país

esteja preparado para receber este grande evento. O país vizinho

teria muitos mais encargos com esta co-organização do que Por-

tugal, mas mesmo assim tais encargos para o nosso país poderiam

ser bastante elevados face à crise económica mundial actual. Muita

gente pensa que as pequenas ampliações de estádios não custarão

muito, mas a verdade não é essa!

Caso o Mundial se realize cá, é necessário ter em conta a escolha

dos estádios. Sendo certo que a Portugal não serão pedidos mais

de cinco estádios, a verdade é que sendo a Luz e o Dragão indis-

cutíveis, a partir daí existe muita discussão. E em Alvalade? É em

Lisboa e não existe a tradição de utilizar dois estádios da mesma

cidade. E quais serão os outros três? Entende-se que o Estádio do

Algarve seja visto como uma opção forte por razões turísticas, mas

fará sentido ampliar um estádio onde por regra só se realizam dois

ou três jogos por temporada? Pois, é no estádio do Algarve que se

centra a maior das discussões. O Estádio Municipal de Braga e o de

Guimarães também são algumas das hipóteses em cima da mesa.

O Mundial de futebol é o espectáculo televisivo com maior au-

diência no planeta e constitui uma promoção fabulosa para os or-

ganizadores, a quem potencia enormes receitas turísticas. A grande

afluência turística só será visível durante a realização do certame,

tal como aconteceu com o Euro 2004, por isso é necessário verificar

se esta candidatura vai trazer alguns proveitos. Não é por um mês

de bom negócio que os comerciantes portugueses vão deixar de ter

problemas. Assim que este evento acabar, volta tudo ao mesmo.

Como português que sou, gostava de ver o Mundial 2018 em Por-

tugal, mas é preciso sermos racionais e pensarmos até que ponto

temos condições económicas de o realizar. Não é pensar que se or-

ganiza um Mundial e está tudo feito! É necessário verificar os prós

e os contras de tal organização. Seria muito bom a nível turístico,

mas valerá a pena gastar mais milhões de euros para ver estádios

com um número de espectadores que nem atingem ¼ da sua capa-

cidade? É um caso para pensar daqui em diante. Cláudio Guerreiro 12ºD

Mundial 2018Certeza ou ilusão?

Dá gosto ver este Benfica jogar

TORNEIO DE FUTSAL FEMININO

SW Team, bicampeãs

Como já é hábito, no passado dia 2 de Novembro, realizou-se mais uma edição do anual Torneio de Futsal Feminino.

Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, é de destacar que este foi o primeiro torneio feminino disputado por equipas da Escola Secundária e da Escola Profissional de Odemira!

As equipas nada tinham a ver com as que participaram em edi-ções anteriores do torneio, mas, mesmo assim, assistiu-se a alguns jogos de grande qualidade e, mais uma vez, as alunas mostraram que

o futsal não é “um desporto só para homens”.

A final do torneio, que foi con-siderada o melhor jogo de todo o torneio, foi disputada entre a “SW Team”, da nossa escola, e as “Es-trelinhas”, da Escola Profissional.

A equipa da nossa escola esteve a perder por duas bolas a zero, po-rém conseguiu dar a volta ao resul-tado, acabando por vencer o jogo por três bolas a duas.

Com esta vitória, a “SW Team” tornou-se bicampeã do Torneio de Futsal Feminino.

Isabel Rodrigues, 12º C

Escola em movimento

Já está calendarizado o programa dos torneios a realizar na nossa es-cola ao longo do presente ano lec-tivo. Estão previstas as seguintes actividades:

26 de Fevereiro de 2010

Badmington 03 de Maio de 2010

Voleibol (4x4) 21 de Maio de 2010

Prova de TRIATLO

Começa já a pensar na tua equipa e inscreve-te juntos dos professores de Educação Física.

Isabel Rodrigues, 12º C

Ano novo actividades novas

Depois dos tantos sucessos, a equipa de voleibol feminino chegou ao fim! Sim, este ano não iremos po-der apoiar as “nossas meninas” na prática do voleibol.

Como não poderia deixar de ser, as raparigas da nossa escola não querem baixar os braços! Então, em conjunto com a Professora Ana Rosa, as nascidas entre 1993 e 1994 irão formar uma equipa de Futsal Feminino!

Mas as novidades não ficam por aqui! Este ano, também poderemos contar com multiactividades ao ar livre em que se pode realizar BTT, canoagem, orientação entre muitas outras actividades. Estas actividades ir-se-ão realizar às quartas-feiras à tarde sob a orientação da Professora Rosa Valdadas.

Igualmente à quarta-feira à tarde, mas com a coordenação da Profes-sora Ana Rosa, irão ocorrer activida-des de Surf e Bodyboard sempre que as condições do mar o permitirem. Para participares nesta actividade tens de possuir o material necessário (fato e prancha) e alguma experiên-cia neste tipo de actividades!

Sempre que o teu horário permi-tir, contacta uma das professoras de Educação Física da nossa escola e passa uma tarde bem divertida!

Isabel Rodrigues, 12º C

Cento e cinco anos nos separam de uma fundação histórica. No dia 28 de Fevereiro de 1904, era fundado em Be-lém o Grupo Sport Lisboa (designação inicial) por uns quantos entusiastas. Nunca poderiam prever a emoção e a glória que estariam para vir e que aca-bariam por marcar o clube com mais sócios no mundo (mais de 200 mil).

Foi a partir dos anos 60 que o fute-bol benfiquista atingiu o auge, ao ven-cer a 1ª Taça dos Campeões. Nos anos 70, o Benfica era marcado por alguns dos nomes incontornáveis do futebol português como Bento, Veloso, Ânge-lo, Félix, Chalana e Eusébio.

No entanto, desde perto da déca-da de 90 que o Benfica entrou numa grave crise futebolística e financeira que durou, de certa forma, até aos dias de hoje… Ou melhor, até á entrada de Jorge Jesus ao serviço da equipa encarnada, pois desde que este “sal-vador” começou a treinar que temos visto melhorias significativas no fute-bol benfiquista. Não foi por acaso que as receitas aumentaram 30%, que este clube é o clube com mais golos marca-dos a nível nacional e europeu… Ou seja, os benfiquistas já conseguem dor-mir em paz!

Pudera, com o plantel que o Benfica tem este ano, estão reunidas todas as condições para um espectáculo de boa

qualidade. Do plantel, destacam-se principalmente o Luisão, a “voz” su-prema da defesa benfiquista; o David Luís que é um grande defesa central, para além de ser um jogador polivalen-te; o Di Maria que teve um “BOOM” este ano e que faz a diferença em cam-po; o Ramires que foi a contratação mais cara desta época e que se afirmou sem dificuldade pelo seu talento e pela garra que o caracteriza; o Cardozo que é o melhor marcador até agora; o Sa-viola que é um jogador que se entende bem com Aimar e que tem uma extra-ordinária visão de jogo; e, por fim, o Fábio Coentrão que foi uma aposta bem sucedida deste treinador e que se tem mostrado como uma mais-valia no futebol benfiquista.

É claro que por trás de uma grande equipa está sempre um grande treina-

dor. É o caso de Jorge Jesus, o único treinador a conseguir manter uma qua-lidade de jogo elevada de jogo para jogo e com uma capacidade invulgar para conceber as estratégias que me-lhor se adaptam a cada jogo.

No entanto, parece já estar conven-cido de que a vitória mesmo à partida já está garantida mostrando de vez em quando mais entusiasmo do que um treinador deveria, como foi o caso do Benfica vs Nacional da Madeira.

Apesar disto, espero, como ben-fiquista, que o Benfica mantenha a performance que manteve até aqui de forma a ir o mais longe possível.

Por isso, se hoje me perguntarem se “dá gosto ver o Benfica jogar”, eu res-pondo com um sorriso:

- Dá, sim senhor!Ricardo Graça, 12º A

Page 10: Escola Viva - Ed. 37

10ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009[ENTREVISTA, REPORTAGEM]

Samuel Silva, que está actual-mente a estudar Engenharia e Ges-tão Industrial, e Inês Costa, que se encontra a estudar para os exames nacionais do próximo ano, foram considerados os melhores alunos de entre todos os nossos finalistas do ano lectivo passado. Ele com média de 18.5 valores, nos Cursos Científico-Humanísticos, ela com 16,4 valores de média, nos Cursos Profissionais. O “Escola Viva” falou com os dois vencedores dos 500€, para ficarmos a saber algo mais so-bre eles!

Escola Viva – Lembram-se dos vossos primeiros dias de secundá-rio? Como se sentiam?

Samuel- Sim lembro-me bem dos primeiros dias de secundário... Por um lado, percebi que o nível de exi-gência estava a aumentar, por outro que a escola tinha um ambiente muito bom, que a ligação entre alunos, pro-fessores e funcionários era muito pró-xima. Depressa me comecei a sentir muito bem nesta escola.

Inês: Lembro-me de chegar à es-cola e me sentir pequenina e perdida, como “um peixe fora de água”. Não sabia onde era o bloco B nem onde era a sala X... Lembro-me também de olhar para os alunos mais velhos e sentir, não medo, mas algum respeito. Coisa que não acontece hoje em dia!

O último dia foi bastante nostálgico

E. V.-E do último? Existiu aquela sensação de dever cumprido?

Samuel: O último dia foi bastan-te nostálgico. Sempre quis sair de Odemira e ir para a Universidade, mas, quando me apercebi de que esse momento estava a chegar, pensei em todos os bons momentos que passei nesta escola, de como são importan-tes para mim muitas pessoas que aqui conheci. Estava a dar por terminada uma etapa de que gostei mesmo mui-to. Nesse momento, sim, tive sem du-vida a sensação de "dever cumprido". É muito bom quando nos esforçamos, trabalhamos, damos o nosso melhor, e no fim vemos que tudo isso é reco-nhecido.

Inês: Os últimos meses de curso foram um pouco confusos, porque es-távamos a estagiar, a preparar a PAP e ao mesmo tempo tínhamos aulas. Então, existia mais do que uma sen-sação… Existia um sentimento de ob-

jectivos alcançados, pelo menos desta primeira etapa.

E. V.-Qual foi a coisa mais impor-tante que aprenderam na secundá-ria?

Samuel: Aprendi que não estarmos num grande centro urbano, próximo de todos os recursos, não impede de fazermos bons trabalhos e bons pro-jectos. Com força de vontade essas limitações não existem. Essa aprendi-zagem devo em especial à professora Paula Canha.

Inês: Entre muitas coisas impor-tantes que aprendi, considero que aprender a dialogar com os outros, deixando-os exprimir as suas ideias e opiniões foi, sem dúvida, a mais im-portante.

E. V. -Ingressaste num Curso Profissional de Técnica de Turismo. Optaste por este curso pela escassez de opções ou porque era o que real-mente querias?

Inês: Quando me inscrevi na Esco-lha Secundária, apercebi-me de que não me enquadrava em nenhuma das áreas científico-humanísticas existen-te, então optei por este Curso Profis-sional de Turismo. Mais tarde, percebi que o meu futuro passava pela área do Turismo.

E. V.-Samuel, sabias desde o dé-cimo ano o que querias tirar, ou foram os diversos temas abordados nas aulas, e que fazem parte do pro-grama curricular de cada discipli-na, que te ajudaram a escolher?

Samuel: Foram muitas as hipóteses que fui colocando ao longo da minha passagem pelo secundário. Quando dava alguma matéria que mais me interessava pensava muitas vezes que era naquela área que queria trabalhar. Acabei por mudar de ideias várias ve-zes. Neste momento estou a estudar Engenharia e Gestão Industrial. Por um lado, recebemos uma formação na área das engenharias, que inclui a Física, a Química, a Matemática. Por outro lado, temos muitas disciplinas relacionadas com Economia, Gestão e estudo do mercado.

E. V.-Existem momentos que nos marcam de uma forma positiva ou negativa, mas que nos fazem sem-pre aprender alguma coisa. Houve algum momento, durante estes três anos, que vos marcou de uma forma especial?

Samuel: Foram mesmo muitos. Gostaria de destacar dois: a minha

participação no Parlamento Europeu em Estrasburgo e numa feira inter-nacional de Ciência em Bruxelas. Em ambos conheci pessoas novas, de outras nacionalidades e visitei locais emblemáticos nos quais nunca tinha estado como o Museu do Louvre em Paris e a Grande Praça de Bruxelas.

Inês: O momento que mais me marcou foi quando a nossa escola foi escolhida para representar o Baixo Alentejo numa feira de Cursos Profis-sionais, em Lisboa. Eu, a Ana Teresa Silva e o José Jesus fomos escolhidos pela nossa turma para representar o curso. Este momento foi muito gra-tificante porque pudemos ver o nosso trabalho reconhecido e conhecer o tra-balho desenvolvido por outras escolas e alunos.

Senti falta de uma componente mais prática

E. V.-Inês, sei que estiveste a es-tagiar. Sentiste falta de mais com-petências práticas no curso, que te preparassem para o mercado de trabalho, ou sentiste-te apta para trabalhar?

Inês: Senti falta de uma componen-te mais prática! Acho que ela faz muita falta porque nós chegamos ao estágio e não sabemos aplicar quase nada do que aprendemos na teoria... Embora já existam algumas alterações, penso que alguns arestas ainda têm de ser limados, relativamente às aprendiza-gens nos Cursos Profissionais.

E. V.-Temos conhecimento de que obtiveste boas classificações em to-das as áreas disciplinares desde o 10º ano. A média que obtiveste in-fluenciou-te de algum modo na es-colha do curso que estás a tirar?

Samuel: Eu escolhi o meu curso independentemente da sua média de entrada. O facto de ter uma boa média permitiu-me ter um grande número de opções e escolher aquilo que realmen-te queria.

E.V.-Pretendes candidatar-te à Universidade no próximo ano. Em que área universitária gostarias de ingressar? Achas que o que apren-deste na Secundária de Odemira te vai ser útil na Universidade?

Inês: Gostaria de ingressar em Gestão Hoteleira. Tudo o que apren-di é importante, porque os programas das disciplinas específicas do curso, na sua maioria, na Universidade são aprofundados, ou seja, neste momento parto com alguma vantagem em rela-

ção aos alunos que no Secundário te-nham terminado um Curso científico-humanísticas, pois já tenho as bases.

E.V.-Consideras que tudo o que aprendeste no ensino secundário fez de ti “um homem” preparado para a Universidade?

Samuel: Todo o conhecimento que adquirimos no ensino secundá-rio é útil no ensino universitário. A ESO possibilitou-me que adquirisse conhecimento extra plano curricular, apoiando por exemplo o meu trabalho de AP na compra de um KIT de DNA Fingerprint. Para que eu pudesse de-senvolver essa técnica tive de anali-sar protocolos em inglês e espanhol. A maioria dos meus colegas de curso nunca tinha analisado um protoco-lo experimental na vida. É claro que para mim foi mais fácil chegar a uma aula prática de Química na Faculdade e analisar sozinho aquilo que tinha de fazer...

Foi a minha mãe que me representou na cerimónia

E.V-Sei que não estiveste presente na cerimónia de entrega dos diplo-mas de mérito. Como soubeste que tinhas sido considerada a melhor aluna dos Cursos Profissionais?

Inês: Soube pela minha mãe. Na es-cola sabiam que eu estava a trabalhar, então nessa manhã ligaram da Escola

ENTREGA DE DIPLOMAS AOS ALUNOS DO 12º ANO

Inês Silva e Samuel Costa foram os melhores finalistas do ano lectivo 2008/2009

Entrevista de Isabel Rodrigues, 12º C

à mãe a insistir para que ela fosse à ce-rimónia. Disseram que já que eu não podia estar presente, que fosse ela em meu lugar, pois era necessário um re-presentante de cada aluno. Mas nunca lhe chegaram a dizer o porquê da in-sistência. Ela ligou-me a dizer que ia à Escola e que mais tarde me ligava. Por volta das 12H ela ligou-me e dis-se: “Inês recebeste o Prémio de Méri-to dos Cursos Profissionais!” Durante 5 segundos fiquei sem reacção. Fui apanha desprevenida, não estava à es-pera. E depois foi a “explosão de ale-gria”, foi o orgulho em mim própria e o sentimento de orgulho das pessoas à minha volta. Posso dizer que esse dia para mim foi igual a tantos outros, mas com um significado especial.

E.V.-Inês, foste considerada a me-lhor aluna dos Cursos Profissionais. Consideraste um exemplo para os mais novos?

Inês: Esta é uma pergunta difícil... Não me considero alguém fora do que é dito “normal”, porque eu não fiz nada demais. Não fiz nada que qual-quer outro aluno da escola não con-siga fazer. Simplesmente esforcei-me e empenhei-me um pouco mais, e, consequentemente, tive melhores no-tas que os meus colegas de curso. Por isso acho que não sou exemplo.

E.V.-Samuel, este ano já ouvi vá-rias vezes aqui na escola que és tido como “um exemplo” para os mais novos. Consideraste um exemplo a seguir?

Samuel: Sinceramente não tenho a noção dessa responsabilidade.

Embora o caminho seja longo e difícil, não desistam

E.V.-Querem deixar um recado final para os que cá ficaram por mais algum tempo (professores, funcionários, colegas…)?

Samuel: Espero que consigam manter o mesmo bom ambiente que eu conheci e que continuem a ser premiados e distinguidos os bons tra-balhos feitos nessa escola. A todos aqueles que me acompanharam o meu obrigado por tudo.

Inês: Quero agradecer a todos os professores e funcionários que me acompanharam ao longo destes três anos. Aos alunos quero dizer que não desistam, embora o caminho seja lon-go e difícil vai valer a pena. Quando saírem da Escola, vão sentir que atin-giram os vossos objectivos e sentir-se-ão orgulhosos.

«Soldados da paz» são nossos vizinhos

Os Corpos de Bombeiros Volun-tários estão espalhados por pratica-mente todas as sedes de município e por muitas outras povoações de Por-tugal, sendo responsáveis pela grande maioria das operações de socorro no país. Dependem de associações hu-manitárias de âmbito local, que são fi-nanciadas através dos seus sócios, de peditórios à população, de subsídios públicos e do desenvolvimento de ac-tividades de cariz cultural e lúdico.

No caso de Odemira, temos de alertar a população para a missão e a importância do trabalho desenvolvido por estes «soldados da paz» em prol da comunidade ao longo de mais de sete décadas.

Fundada em 15 de Outubro de 1935, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Odemira conta actualmente com uma corpo-ração com cerca de 100 elementos e

uma frota composta por 43 viaturas, entre as quais 11 são carros de comba-te a incêndios, 23 viaturas de saúde e 9 viaturas auxiliares.

Num concelho tão vasto como o nosso, com 1720 km2, é árduo o trabalho dos Bombeiros de Odemi-ra, pois inúmeras vezes colocam em risco as suas próprias vidas em favor do bem dos outros. É bom lembrar à sociedade, que os bombeiros também têm família, mulher, filhos, irmãos, etc., mas, mesmo assim, se um dia solicitarem a sua ajuda, estes homens e mulheres serão os primeiros a apa-recer. Também são estes «soldados da paz» que deixam de lado a sua própria vida para estar no quartel, pois alguém pode precisar do seu socorro.

Um Bombeiro é um profissional/voluntário que possui treino e equipa-mento adequado para apagar ou mini-mizar incêndios, resgatar pessoas em

situação de perigo, salvaguardar bens materiais, fornecer assistência nos de-sastres naturais e nos causados pelo homem, encarregando-se também da maior parte de serviços de saúde e de transportes para todos os hospitais. Em geral, são profissionais que têm grande prestígio junto do público,

principalmente do infantil, pois são vistos como heróis.

Os Bombeiros de Odemira preci-sam de verbas, de material novo, entre muitas outras coisas. Se puder, deixe o seu donativo no quartel ou torne-se sócio. Miguel Monteiro, 12º A

Page 11: Escola Viva - Ed. 37

11 ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009 [PASSATEMPOS, MÚSICA, FILMES LIVROS]

“Metallica” a marqué la période

d’adolescence debien des fans

de heavy metal

CARNEIROAmor: poderá sentir ciúmes em relação ao seu companheiro, contu-do não há qualquer razão para isso.Realização Pessoal: será um mês agitado em que terá de fazer al-gumas cedências.Ponto Forte: o seu empenho e eficácia em resolver problemas do dia-a-dia. Ponto Fraco: Sentir-se-á um pouco nervoso.

GÉMEOSAmor: mostre o quanto ama o seu companheiro e esse amor será retribuído. Realização pessoal: Sentir-se-á um pouco sózinho contudo conse-guirá ultrapassar isso.Ponto Forte: a sua capacidade de resolução de problemas que pos-sam surgir.Ponto Fraco: poderá sentir-se um pouco adoentado.

LEÃOAmor: sentir-se-á atraído por alguém que até agora lhe tinha pare-cido impensável.Realização pessoal: Aproveite cada momento do seu dia pondo de lado alguma melancolia que possa sentir.Ponto Forte: a sua paz interior.Ponto Fraco: problemas económicos.

TOUROAmor: deverá avaliar os prós e contras da sua actual relação. Realização pessoal: A nível profissional tudo correrá melhor e para se sentir em felicidade total dedique-se ao amor.Ponto forte: ascensão a nível económico.Ponto fraco: algum cansaço físico.

CARANGUEJOAmor: não será um mês com grandes desenvolvimentos nesta área. Realização pessoal: será um mês complicado pois terá de tomar várias decisões que poderão ser complicadas.Ponto forte: segurança.Ponto fraco: problemas financeiros.

VIRGEMAmor: irá sentir uma grande cumplicidade com alguém especial.Realização pessoal: terá disponibilidade para fazer o que mais gos-ta.Ponto forte: grande energia e actividade.Ponto fraco: dificuldade em aceitar diferentes pontos de vista.

Horóscopo do mês Catarina Lóios, 12º D

BALANÇAAmor: a sua cara-metade irá esforçar-se para lhe proporcionar mo-mentos românticos. aproveite!Realização pessoal: período de reflexão e tendência a algum iso-lamento.Ponto forte: disponibilidade para os outros.Ponto fraco: poderá sentir-se um pouco stressado.

CAPRICÓRNIOAmor: a sua capacidade de conquista está em alta. Aproveite!Realização pessoal: será convidado para inúmeros eventos e isso aumentará a sua auto-estima.Ponto forte: estará super sociável.Ponto fraco: um possível desgosto amoroso.

SAGITÁRIOAmor: deverá investir na sua actual relação.Realização pessoal: sentirá uma forte vontade de fazer desporto. Aproveite para melhorar a forma física!Ponto forte: espírito de aventura.Ponto fraco: irresponsabilidade.

ESCORPIÃOAmor: uma nova paixão poderá surgir naturalmente.Realização pessoal: será um mês em que assumirá uma atitude optimista em relação a vida.Ponto forte: bom humor.Ponto fraco: algum nervosismo.

AQUÁRIOAmor: É altura de investir numa relação séria e duradoura. Realização pessoal: sentir-se-á muito inspirado portanto a sua re-alização pessoal passará por se dedicar a algo onde possa pôr a sua criatividade em prática.Ponto forte: equilíbrio emocional.Ponto fraco: poderá sentir-se um pouco desinteressado a nível pro-fissional.

PEIXESAmor: Este mês não atribuirá uma importância significativa ao amor, sendo que não acontecerão desenvolvimentos neste campo.Realização pessoal: Sentir-se-á calmo e feliz, contudo a nível pro-fissional poderão surgir alguns pequenos problemas.Ponto Forte: a sua capacidade de resolução de problemas que pos-sam surgir.Ponto Fraco: poderá sentir-se um pouco adoentado.

Harry potter e o Príncipe Misterioso – À medida que o poder de Lord Voldemort aumenta, tanto no mundo dos Muggles como no dos feiticeiros, Hogwarts deixa de ser um local seguro. Harry suspeita que o perigo pode até estar no interior do castelo, mas Dumbledore está mais empenhado em prepará-lo para a derradeira batalha. Juntos, eles vão tentar encontrar a chave que lhes permitirá enfraquecer as defesas de Voldemort, e para este propósito Dumbledore recruta o seu velho amigo e colega, Horace Slughorn, que ele acredita possuir informações cruciais. No entanto, com toda esta acção o amor paira no ar.ABC da Sedução– Abby Richter (Katherine Heigl) é uma romântica produtora de um programa de televisão, cuja busca pelo homem perfeito a tem deixado solteira. No entanto, as audiências do programa estão a decrescer cada vez mais e o seu patrão contrata Mike Chadway (Gerard Butler), uma personalidade forte da TV. Ele promete mos-trar de forma nua e crua como funcionam as relações entre os homens e as mulheres...Sacanas sem Lei – Shoshanna Dreyfus (Mélanie Laurent) assiste à execução da sua família, directamente pelas mãos do Coronel nazi Hans Landa (Christoph Waltz). No entanto, ela consegue fugir para Paris, onde se torna dona de um cinema e começa de novo, com uma identidade falsa. Entretanto, na Europa, o Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) organiza um grupo de soldados judeus, orientado para atacar alvos localizados: os Bastardos. Juntamente com uma actriz alemã e agente infiltrada, de seu nome Bridget von Hammersmark (Diane Kruger), eles planeiam derru-bar o Terceiro Reich. Os destinos convergem todos para o cinema onde Shoshanna planeia a sua própria vingança.Fama – Numa reinvenção do filme vencedor de Óscars da Academia, FAMA segue um grupo de talentosos dan-çarinos, cantores, actores e artistas, de todos os grupos sociais, durante quatro anos na escola New York City High School of Performing Arts. Desta forma todos pretendem alcançar a verdadeira e duradoura fama. Numa incrível atmosfera competitiva, vão ter de conjugar a paixão que sentem pelo mundo artístico com a vida vulgar de um estudante de secundário, atingindo desta forma o seu auto-conhecimento.À medida que cada aluno luta pelo seu momento de glória, eles irão descobrir quem, entre eles, tem talento inato e a disciplina necessária para ser bem sucedido. Com o amor e a ajuda dos amigos e colegas artistas, eles descobrirão quem alcançará a FAMA.Michael Jackson’s This is It irá oferecer aos fãs do cantor um olhar único sobre os bastidores dos ensaios para a tournée que iria ter lugar na O2 Arena, em Londres.Os espectadores irão ter oportunidade de ver e ouvir Jackson de uma forma privilegiada e privada, como nunca antes o puderam ver. Um filme a não perder por todos os fãs do Rei da Pop.Esta é a história verdadeira de Elena, uma criança com apenas 6 anos, da batalha que ela travou contra o cancro e da lição de vida que deixou a todos. A mensagem de Elena, escrito pelos próprios, conta-nos como um pai e uma mãe se esforçam para equilibrar os desejos contraditórios de lutarem implacavelmente contra o cancro da filha e aceitarem o fim inevitável que o destino lhe reserva. O diário é puro e sincero na sua abordagem a acontecimentos profundamente pessoais e trágicos, além de um apelo a todos os pais e filhos a aproveitarem cada dia juntos.Caim Se em O Evangelho Segundo Jesus Cristo José Saramago nos deu a sua visão do Novo Testamento, em Caim regressa aos primeiros livros da Bíblia. Filho primogénito de Adão e Eva, Caim sentiu ciúmes por Deus ter preferido as ofertas feitas pelo irmão mais novo, Abel, e matou-o, cometendo o primeiro homicídio na história da Humanidade. Num itinerário heterodoxo, percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha pela mão dos principais protagonistas do Antigo Testamento, imprimindo ao texto o humor refinado que caracteriza a sua obra. Um livro não só para os amantes de José Saramago mas para todos aqueles que possuem um apurado espírito critico.Em 1982, ao mesmo tempo que abandonava o lugar à frente do clube de jazz e que tomava a decisão de se de-dicar à escrita, Haruki Murakami começava a correr. No ano seguinte, atreveu-se a percorrer sozinho o trajecto entre Atenas e Maratona. Depois de participar em dezenas de provas de longa distância e em triatlos, o romancista reflecte neste livro sobre o que significa para ele correr e como a corrida se reflectiu na sua maneira de escrever. Os treinos diários, a sua paixão pela música, a consciência da passagem do tempo, os lugares por onde viaja acompanham-no ao longo de um relato em que escrever e correr se traduzem numa forma de estar na vida.

Catarina Lóios, 12º DCláudio Guerreiro, 12º D

Nous voulons vous présenter un jeu pour ceux qui aiment la musique Rock. Cette version du jeu est accompagnée par les mu-siques de la bande Metallica, et vous pouvez incarner un des membres de la formation.

Pour plus d’informations consulter le site http://metallica.guitarhero.com.

Activision réalise un coup de maître en associant sa franchise Guitar Hero à l’un des plus grands groupes heavy metal de tous les temps. James, Kirk, Lars et Rob n’attendent que vous pour leur prochain concert.

Il ne fait aucun doute que Metallica a marqué et marque encore la période d'adolescence de bien des fans de heavy metal. Il s'agit du groupe qui, sans avoir inventé le genre musical, lui a donné ses lettres de noblesse.

Voici donc l'occasion de finalement pou-voir incarner un des membres de la forma-tion.

Tous les albums de Metallica sont bien représentés ainsi que leurs plus grands suc-cès.

Un niveau de difficulté supplémentaire a été ajouté, il s'agit d'expert+ drum mode, pour les fous de Guitar Hero. Une deuxiè-me pédale vient aussi s'ajouter à la batterie.

Un mode en ligne est toujours offert et vous permet de vous mesurer aux autres joueurs de la planète. Ce titre offre égale-ment beaucoup de contenu supplémentaire. Des vidéos captées lors de la modélisation des membres du groupe, des vidéos lors de concerts, etc.

Systèmes: Xbox 360, PS3, PS2, WiiÉditeur: Red Octane/ActivisionDéveloppeur: NeversoftSite Web officiel: http://metallica.

guitarhero.comDário Silva e João Duarte, TGPSI

Fernando Pessoa nasceu em Lisboa no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madale-na Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa. Foi educado na África do Sul, tendo frequentado o liceu de Durban. É considerado um dos maiores poetas de Portugal. Faleceu a 30 de Novembro de 1935 e no dia 2 de Dezembro foi sepultado no cemitério dos Praze-res. Em 1988, no centenário do seu nascimento, os seus restos mortais foram transladados para o Mosteiro dos Jerónimos.

Para assinalar os 74 anos do seu falecimento (30 de Novembro de 2009) fizemos esta sopa de letras relativa a este grande poeta português. As palavras que tens de encontrar são as que devem estar no lugar das reticências e podem estar na horizontal, vertical ou diago-nal. Inês Marques, 12º A

Sopa de letras, em memória de Fernando Pessoa

1.O seu nome completo é Fernando (…) Nogueira Pessoa .2.(…) Caeiro, um dos heterónimos do poeta, considerado por todos os “su-jeitos poéticos” pessoanos como “o Mestre”.3.A arte poética pessoana baseia-se na teoria do (…).4.Uma das temáticas da sua poesia é a fragmentação do (…).5.Ricardo (…), heterónimo de Pessoa, médico, cujas constantes da sua poesia são o Fatalismo, o Epicurismo, o Es-toicismo e o carpe diem de Horácio.6.(…), cidade de África do Sul onde viveu a maior parte da sua juventude.7.O poeta nasceu e faleceu em (…).8.A revista (…) foi fundada por Fer-nando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros, entre outros, que marcou a história da literatura portu-

guesa do século XX, sendo considera-da como o marco inicial do modernis-mo em Portugal.9.Álvaro de (…), outro heterónimo, Engenheiro naval, considerado o filho indisciplinado da sensação.10.(…), mulher pela qual Fernando Pessoa teve uma grande paixão.11.A (…) da infância perdida é uma das temá-ticas de Pessoa ortónimo.12.Em 1921 funda a Editora (…), onde publi-ca poemas em Inglês.13.(…) foi a sua principal obra em nome pró-prio (ortónimo), na qual exprime a sua visão mítica e nacionalista de Portugal.14.Os restos mortais do poeta encontram-se no (…) dos Jerónimos.15.Outra das temáticas da poesia de Fernando Pessoa ortónimo é a dor de (…).

A N T O N I O K C L F N

L V Z R L S L I S B O A

B C F P Y T I T E A T H

E A S H G O S Y O I R A

R M D E W L I G M G E T

T P T U A O P H E L I A

O O Y Z R E O L N A S J

G S L X N B X K S T I S

E S W S S Z A Q A S F L

U M A Q W D Y N G O V E

Q R F I N G I M E N T O

M O S T E I R O M D H U

Page 12: Escola Viva - Ed. 37

12ESCOLA VIVADEZEMBRO 2009[ÚLTIMA PAGINA]

Director: Dr. José Seno Luís; Editor: Dr. José Coutinho; Redactores:Catarina Lóios, Isabel Rodrigues, Helena Trindade, Inês Marques, Cláudio Guerreiro, Rita Rodrigues; Colaboradores:Vanessa Vegas, Patrícia Jacinto, José Gregório, Dra. Estela Baptista, Dr. José Trindade, Fabiana Concei-ção, Fábio Quitério, Dra. Sara Horta, Dra. Natércia Rocha, Dr. Jorge Mendes, Rosário Martins (AAE), José Miguel, Dra. Maria Helena Fernandes, Ricardo Graça, Miguel Monteiro, Dr. Mário Louro, Dra. Filipa Anico, Dário Silva, João Duarte, Joni Francisco; Paginação: Dr. José Coutinho; Re-visão: Dra. Maria Emília Pina; Impressão: Gráfica Santiago Lda, Santiago do Cacém; Tiragem: 600 exemplares; Propriedade: Escola Secundária

Dr. Manuel Candeias Gonçalves - Odemira; E-mail: [email protected]

Lisboa, 2 de Outubro, dia quente a convidar para um passeio pela ci-dade. Fábio Ramos (24 anos) passa perto de um outdoor político de José Sócrates, no qual se encontra escrito ‘Juntos conseguimos’. Fá-bio não crê que o PS tenha tido uma governação tão má quanto muitos querem fazer crer, sobretudo “aten-dendo à grave crise mundial que complicou a vida a Sócrates”, mas percebe a “insatisfação de alguns

Eleições Legislativas 09

sectores como os professores ou os agricultores”. O PS venceu as eleições (36,56% dos votos), mas não conseguiu a

tão ambicionada maioria absoluta. Fábio Ramos não vê surpresa na re-eleição dos socialistas, considerando-a mesmo “previsível face à fraca oposição oferecida pelo principal rival”.

O que o surpreendeu e certamente a muitos outros portugueses foi o resultado do CDS-PP. Os maus resultados do PSD não o surpreen-deram, acreditando que o partido “nomeará certamente um novo líder após as autárquicas”.

Professor do ensino secundário, Armando Alves Martins foi um dos milhares que fez questão de se manifestar e evidenciar o seu descon-tentamento com o sistema de avaliação dos professores, introduzido pelo governo de José Sócrates. Apesar dos vários atritos criados pelo governo socialista na última legislatura, Armando Alves crê que hou-ve uma “vitória relativa” dos socialistas nestas eleições, em grande parte sustentada pelos maus resultados do grande derrotado, “o PSD, claramente…”.

Estudante de Direito, Ana Escher discorda. Considera que estas eleições “marcaram um novo panorama político do país”, realçando o “enfraquecimento do bipartidarismo em Portugal” evidenciado pelo “crescimento dos ‘pequenos’ como o CDS, o BE e a CDU”. O PS, na sua opinião, saiu derrotado, sobretudo porque “foi o único partido que perdeu eleitores quando comparado com as ultimas legislativas”.

Hermenegildo Ferreira Borges, igualmente professor mas do ensino superior, acredita que os resultados evidenciaram uma vitória do Par-tido Socialista e em particular de José Sócrates, sobretudo “tendo em conta o desgaste da governação em tempo de crise e a proximidade da vitória do PSD nas Europeias”. Hermenegildo Borges dá a receita para o sucesso da próxima legislatura socialista: “construir uma ima-gem de partido dialogante que não soube construir no exercício do mandato anterior”, até porque acredita que “o Partido Socialista arris-cará governar sozinho, apesar de não ter maioria absoluta”.

O Bloco de Esquerda (BE), por intermédio do seu secretário-geral Francisco Louçã, afirmou, após saber os resultados finais, que come-çara então um novo dia para a esquerda portuguesa. O resultado do BE não deixa de ser ambíguo: por um lado teve um acréscimo elevado no número de votos e consequente aumento do número de deputados, mas, por outro, deixou a sensação de que, dado o descontentamento face ao governo socialista, o Bloco poderia ter ‘crescido’ ainda mais. Armando Alves é desta opinião. Considera que o BE acabou por não conseguir “capitalizar todo o descontentamento em relação ao gover-no PS”, ficando “aquém do que se esperava”. Opinião diferente tem Ana Teresa Escher que vê os resultados do BE como uma resposta “aos críticos que o encostavam a um mero partido de pressão, um lobby, sem viabilidade para se tornar num verdadeiro partido - com credibilidade e aptidão para chegar ao governo”. Quem já previa este crescimento do BE era Hermenegildo Borges, impulsionado na sua opinião, pela campanha centrada nos “sectores profissionais da socie-dade”, que haviam contribuído para a maioria absoluta do PS, mas que agora “sentiam a necessidade de expressar de forma clara o seu desencanto”. De resto, a quente e acesa campanha protagonizada pelo BE foi tema central nestas eleições, na qual Hermenegildo Borges viu uma “excessiva crispação no discurso e alguma falta de serenidade”.

Intransigente. O BE não se poupou nas críticas aos socialistas, mos-trando-se sempre contra uma possível coligação com o PS, que poderia dar origem a um governo vincadamente de esquerda. Foi precisamente esse vínculo com a esquerda que Louçã tantas vezes questionou no go-verno de Sócrates, chegando mesmo a afirmar que o BE é a verdadeira esquerda no país, num claro ataque aos socialistas, mas também ao PCP. Hermenegildo Borges defende que “essa intransigência foi bené-fica para o BE, mas apenas no imediato”, com a “capitalização de um significativo aumento de votos”, mas que o caminho da intransigência e da crispação “não favorece no futuro próximo, a consolidação da imagem do Bloco de Esquerda como partido responsável e apto para assumir responsabilidades governativas”. Ana Escher concorda com as críticas que são apontadas ao BE e à sua posição de claro ataque face ao PS, considerando este “o ponto mais criticável de toda a cam-panha do BE”, que “fechou logo a porta a um possível compromisso”. A estudante toca mesmo numa ‘ferida aberta’ na política portuguesa, denunciando uma “aversão ao diálogo” que considera uma “psicopa-tologia típica da política portuguesa”.

JONI RR FRANCISCOEstudante de Comunicação Social

Ex-aluno da escola

Desde há muito tempo que a Escola Secundária não as-sistia a uma corrida tão re-nhida pela Associação de Estudantes.

Este ano, candidataram-se à Associação três listas: a lis-ta B, presidida pelo Miguel Candeias do 12ºC, a lista E, encabeçada pela Cármen Turiel do 12ºD, e a lista L, liderada pela Gabriela Mül-ler do 12ºE.

Ao contrário do que acon-teceu em anos anteriores, a campanha eleitoral foi muito animada… A lista B presen-teou a comunidade escolar com pulseiras, com porta-cha-ves e até com escovas e pastas dentífricas!

Durante dois dias, a música ouvida no Polivalente da nossa escola foi um pouco diferente da que a rádio “Onda Média” costuma passar, uma vez que contámos com a presença de três DJ’s – dois representantes da lista B e um da lista E – que animaram todos os alunos! A lista L quis ser original e “pôs as mãos obra”, criando a sua própria banda, para alegrar a escola!

Duas semanas de campanha eleitoral

muito animadaEstas duas semanas de

campanha eleitoral foram, sem dúvida, as semanas mais animadas de que a escola tem memória!

Para tirar as dúvidas que ainda pudessem existir sobre em quem votar e para ver o que valia cada lista, no último dia de campanha realizou-se o, já famoso, debate!

Neste debate, todas as listas apresentaram as suas propos-

ELEIÇÕES PARA A ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES

Lista “L” venceu à tangente

tas, das quais algumas acaba-ram por ser ponto de discus-são entre os candidatos à AE. Ao longo do debate, ouviram-se algumas trocas de palavras mais acesas e mais individua-lizadas, nomeadamente entre os membros da lista B e da lista E. A lista L manteve-se pacífica, não gerando grande discussão com as suas inter-venções no debate.

Sexta-feira, dia 13, o dia mais esperado

Foi então que chegou o tão esperado dia! Sexta-feira 13, do mês Novembro! Para al-guns, esta data foi, com certe-za, sinónimo de azar, mas para outros, muito pelo contrário, foi sinónimo de sorte!

No dia decisivo, em que se confirmaria se todos os es-forços e tempo gastos à volta da campanha tinham valido a pena, vivia-se um clima de an-siedade por toda a escola!

Foi necessário esperar até às 17h30, hora em que foram encerradas as votações, para saber o que valeu ou não a pena na campanha eleitoral!

A lista E foi a grande der-rotada do dia, com apenas 58 votos! Entre a lista B e a lista L apenas existiram oito votos de diferença. Assim, as listas B e L ficaram apuradas para a segunda volta das eleições, porque nenhuma delas obteve mais de 50% dos votos: 122 a lista “B” e 114 a lista “L”.

No dia da segunda volta das eleições, 17 de Novembro, o ambiente era um pouco dife-rente do sentido no dia 13! Estava por horas o conheci-mento do resultado final e o ambiente estava tenso. Nota-va-se uma grande apreensão

e nervosismo por parte das listas em votação.

Pouco depois do encerramento das urnasPouco tempo depois do

encerramento das urnas, conheceu-se o resultado que deu vitória à lista L com 147 votos, contra os 132 votos da lista B.

Assim, iremos com contar uma presidente na A.E.: a Ga-briela Müller!

Em declarações ao “Escola Viva”, a Gabriela falou-nos sobre o momento em que a lis-ta L soube da vitória: “Estáva-mos todos lá fora, expectantes, a tentar saber notícias através do Fábio Santos – era ele que estava a contar os votos. Está-vamos pouco confiantes, mas

curiosos. Foi então que rece-bemos uma mensagem: "Ga-nhámos". Não queria acreditar e pensei: "ele está a brincar, calma". Mas afinal era verda-de! Ficámos eufóricos. Ainda não estamos bem cientes do que ai vem, mas seja como for daremos o nosso melhor. Queremos mostrar do que so-mos capazes e dar mais vida a nossa escola.".

A partir de agora, esperamos que a nova Associação “ponha mãos à obra” tendo em vista a realização das suas propostas eleitorais.

Resta-nos desejar boa sorte à lista L nesta passagem pela Associação de Estudantes.

Isabel Rodrigues, 12º CCláudio Guerreiro, 12º D