escola viva - ed. 38 (suplemento)

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SUPLEMENTO Director Dr. José Seno Luís Editor Dr. José Coutinho Ano de Fundação: 1995 Ano XV Número 38 Abril de 2010 Jornal Escolar Gratuito Coordenação: Dra. Paula Canha COM A CHEGADA DO SOL, OS ALUNOS... Com a chegada do sol, as caras dos alunos abrem mais, o jardim da escola fica semeado de gente que joga, toca guitarra ou fica para ali na palheta… E co- meçam-se a ver resultados do trabalho que investimos desde Setembro! Os projectos crescem e dão resultados fantásticos, mas não é isso que me entusiasma mais… Satisfação mesmo a sério é ver como os alunos já são capazes de fazer apresentações quase profissionais, escrever relatórios em linguagem clara e rigorosa, re- solver conflitos no grupo, ultrapassar obstáculos com criatividade, tratar os dados experimentais com rigor… Acompanhar um grupo de alunos durante três anos e vê-los crescer em todas as dimensões, ultrapassa tudo aquilo que vemos escrito nos manuais de educação; não conheço nenhuma instituição bancária que ofereça uma taxa de rendimento tão boa como aquela que retiramos do investimento que fazemos na educação dos nossos alunos. Haverá melhor forma de lutar contra a crise do que preparar bem esta geração para fazer mais e me- lhor?! Por outro lado há sinais que me dão apreensão… Imaginem que um dia destes bato à porta de vossa casa. Entro e sento-me. Vocês oferecem-me uma limo- nada e uns biscoitos – a vossa mãe, simpática, traz um lanche apetitoso. Acabo de comer e atiro com o guar- danapo e com o copo para o chão. Tiro uma caneta da mochila e começo a fazer uns desenhos no tecido do vosso sofá. Peço para ir à casa-de-banho, semeio o pa- pel higiénico pelo chão e escrevo uns poemas de trazer por casa no interior da porta… Não, provavelmente a essa hora já estaria no olho da rua, não é? Pelo menos era o que eu merecia. Isto parece uma série de coisas estúpidas, mas muitos de vocês estão a ter esta atitude na casa de outras pessoas. A Escola é a segunda casa de todos nós. Durante a semana passamos aqui mais tem- po que na nossa própria casa. Não será uma falta de respeito por quem aqui vive (que somos todos nós…) atirar lixo para o chão ou dizer palavrões com o volume no máximo? De que serve ser um génio da economia se somos um troglodita que acaba de comer no bar e deixa tudo sujo? De que serve ser uma estrela da música se fa- lamos como um selvagem? De que serve ter média para entrar em medicina se não conseguimos perceber uma coisa tão simples como esta: devemos deixar os espaços comuns tão limpos e arranjados como gostaríamos de os encontrar. O meu voto para este último período lectivo é este: aprendamos a respeitar tudo o que nos rodeia - a natu- reza, as outras pessoas, os espaços comuns, os materiais e equipamentos que são de todos. Só assim a nossa edu- cação estará completa. Paula Canha CIÊNCIAS Este projecto tem como principal objectivo melho- rar a resposta em situações de emergência na Escola, tendo como alvo principal alunos, professores e fun- cionários. O projecto está dividido em três acções: a realização de três formações de Suporte Básico de Vida para alunos, professores e funcionários; formar professores e funcio- nários na utilização correcta de extintores e, por fim, op- timização e organização das malas de primeiros socorros da nossa escola. Nas formações de Suporte Básico de Vida, já realiza- das, os formandos aprende- ram quais os passos a seguir quando confrontados com uma situação de emergência (uma pessoa inconsciente no chão por exemplo). Es- Emergência para todos tas formações têm decorrido com uma equipa de 3 forma- dores compostos pelo Enfer- meiro Rui Vieira, pelo Tri- pulante de Ambulâncias de Emergência João Silvestre e pelo Bombeiro/Socorrista Miguel Monteiro. Na formação de extin- tores, os formandos (neste caso, apenas funcionários e professores) irão apren- der a utilizar correctamente um extintor. Esta formação terá a colaboração do Co- mandante Nazário Viana dos Bombeiros Voluntários de Odemira, e irá realizar-se no 3º Período. Por fim, dada a falta de material de primeiros so- corros na nossa escola, de- cidimos criar uma lista de material necessário para que a resposta a situações de emergência seja mais eficaz. A direcção da Escola já ga- rantiu a aquisição do mate- rial necessário. Ricardo e Miguel, 12º A O nosso projecto denomi- na-se “Rochas do Sudoeste – os mistérios escritos na pedra” e tem dois objectivos principais: Elaborar um guia sobre a história geológica do litoral alentejano; Investigar a génese das es- feras de arenito que ocorrem na falésia entre a Zambujei- ra-do-Mar e o Carvalhal. Rochas do Sudoeste, os mistérios escritos na pedra Para elaborarmos o guia, estamos primeiro a tentar compreender a história geo- lógica da nossa região, atra- vés da leitura de informação bibliográfica recolhida acer- ca do tema, para além das nossas próprias observações. De seguida traduzimos essa informação para uma lingua- gem acessível ao público em geral. A génese das esferas de arenito é o facto mais in- trigante do nosso trabalho. Até ao momento ninguém soube explicar como é que se formam e nós esperamos descobrir. Também gostarí- amos de transformar aquele local num geomonumento. Mesmo que não consigamos descobrir a verdadeira causa, sempre podemos colocar al- gumas hipóteses plausíveis e incentivar outros alunos a seguir o nosso projecto de Geologia. Inês Marques, Kristoffer Høg, 12ºA

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Suplemento do Jornal Escola Viva

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Page 1: Escola Viva - Ed. 38 (suplemento)

S U P L E M E N T ODirectorDr. José Seno LuísEditorDr. José Coutinho Ano de Fundação: 1995

Ano XV

Número 38Abril de 2010

Jornal Escolar GratuitoCoordenação: Dra. Paula Canha

COM A CHEGADA DO SOL, OS ALUNOS...

Com a chegada do sol, as caras dos alunos abrem mais, o jardim da escola fica semeado de gente que joga, toca guitarra ou fica para ali na palheta… E co-meçam-se a ver resultados do trabalho que investimos desde Setembro! Os projectos crescem e dão resultados fantásticos, mas não é isso que me entusiasma mais… Satisfação mesmo a sério é ver como os alunos já são capazes de fazer apresentações quase profissionais, escrever relatórios em linguagem clara e rigorosa, re-solver conflitos no grupo, ultrapassar obstáculos com criatividade, tratar os dados experimentais com rigor… Acompanhar um grupo de alunos durante três anos e vê-los crescer em todas as dimensões, ultrapassa tudo aquilo que vemos escrito nos manuais de educação; não conheço nenhuma instituição bancária que ofereça uma taxa de rendimento tão boa como aquela que retiramos do investimento que fazemos na educação dos nossos alunos. Haverá melhor forma de lutar contra a crise do que preparar bem esta geração para fazer mais e me-lhor?!

Por outro lado há sinais que me dão apreensão… Imaginem que um dia destes bato à porta de vossa

casa. Entro e sento-me. Vocês oferecem-me uma limo-nada e uns biscoitos – a vossa mãe, simpática, traz um lanche apetitoso. Acabo de comer e atiro com o guar-danapo e com o copo para o chão. Tiro uma caneta da mochila e começo a fazer uns desenhos no tecido do vosso sofá. Peço para ir à casa-de-banho, semeio o pa-pel higiénico pelo chão e escrevo uns poemas de trazer por casa no interior da porta… Não, provavelmente a essa hora já estaria no olho da rua, não é? Pelo menos era o que eu merecia. Isto parece uma série de coisas estúpidas, mas muitos de vocês estão a ter esta atitude na casa de outras pessoas. A Escola é a segunda casa de todos nós. Durante a semana passamos aqui mais tem-po que na nossa própria casa. Não será uma falta de respeito por quem aqui vive (que somos todos nós…) atirar lixo para o chão ou dizer palavrões com o volume no máximo? De que serve ser um génio da economia se somos um troglodita que acaba de comer no bar e deixa tudo sujo? De que serve ser uma estrela da música se fa-lamos como um selvagem? De que serve ter média para entrar em medicina se não conseguimos perceber uma coisa tão simples como esta: devemos deixar os espaços comuns tão limpos e arranjados como gostaríamos de os encontrar.

O meu voto para este último período lectivo é este: aprendamos a respeitar tudo o que nos rodeia - a natu-reza, as outras pessoas, os espaços comuns, os materiais e equipamentos que são de todos. Só assim a nossa edu-cação estará completa.

Paula Canha

CIÊNCIAS

Este projecto tem como principal objectivo melho-rar a resposta em situações de emergência na Escola, tendo como alvo principal alunos, professores e fun-cionários.

O projecto está dividido em três acções: a realização de três formações de Suporte Básico de Vida para alunos, professores e funcionários; formar professores e funcio-nários na utilização correcta de extintores e, por fim, op-timização e organização das malas de primeiros socorros da nossa escola.

Nas formações de Suporte Básico de Vida, já realiza-das, os formandos aprende-ram quais os passos a seguir quando confrontados com uma situação de emergência (uma pessoa inconsciente no chão por exemplo). Es-

Emergência para todos

tas formações têm decorrido com uma equipa de 3 forma-dores compostos pelo Enfer-meiro Rui Vieira, pelo Tri-pulante de Ambulâncias de Emergência João Silvestre e pelo Bombeiro/Socorrista Miguel Monteiro.

Na formação de extin-tores, os formandos (neste caso, apenas funcionários e professores) irão apren-der a utilizar correctamente um extintor. Esta formação terá a colaboração do Co-mandante Nazário Viana dos Bombeiros Voluntários de Odemira, e irá realizar-se no 3º Período.

Por fim, dada a falta de material de primeiros so-corros na nossa escola, de-cidimos criar uma lista de material necessário para que a resposta a situações de emergência seja mais eficaz.

A direcção da Escola já ga-rantiu a aquisição do mate-

rial necessário. Ricardo e Miguel, 12º A

O nosso projecto denomi-na-se “Rochas do Sudoeste – os mistérios escritos na pedra” e tem dois objectivos principais:

Elaborar um guia sobre a história geológica do litoral alentejano;

Investigar a génese das es-feras de arenito que ocorrem na falésia entre a Zambujei-ra-do-Mar e o Carvalhal.

Rochas do Sudoeste, os mistérios escritos na pedra

Para elaborarmos o guia, estamos primeiro a tentar compreender a história geo-lógica da nossa região, atra-vés da leitura de informação bibliográfica recolhida acer-ca do tema, para além das nossas próprias observações. De seguida traduzimos essa informação para uma lingua-gem acessível ao público em geral.

A génese das esferas de arenito é o facto mais in-trigante do nosso trabalho. Até ao momento ninguém soube explicar como é que se formam e nós esperamos descobrir. Também gostarí-amos de transformar aquele local num geomonumento. Mesmo que não consigamos descobrir a verdadeira causa, sempre podemos colocar al-

gumas hipóteses plausíveis e incentivar outros alunos a seguir o nosso projecto de Geologia.

Inês Marques, Kristoffer Høg, 12ºA

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2 ESCOLA VIVAABRIL 2010

[ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES]

O nosso trabalho tem como objectivo contribuir para o estudo de dois te-mas que consideramos da maior relevância no que diz respeito à monitoriza-ção das aves com vista à sua conservação.

Na primeira parte, pre-tende-se contribuir para a caracterização das espécies de aves passeriformes que utilizam a região sudoeste nas suas migrações outonais, através da anilhagem. Nesta actividade as aves são captu-radas por métodos inofen-sivos. A cada ave é atribuída uma anilha com um número que passa a funcionar como o bilhete de identidade da ave. Posteriores recapturas permitirão seguir a ave ao longo da sua vida e recolher informações muito úteis. Os dados recolhidos das aves capturadas, como a idade, hora do dia e habitat serão tratados em SPSS, um pro-grama estatístico.

Na segunda parte do nos-so trabalho, pretende-se testar a eficácia das meto-dologias de estudo de aves, nomeadamente transectos lineares e pontos de escuta/observação, recomendadas pelo ICNB, para efeitos de monitorização e aplicadas pelas empresas de consul-toria ambiental. O que pre-tendemos fazer é avaliar o contributo do método de anilhagem de aves como

metodologia complementar a esses métodos. Estes dados serão tratados no programa DISTANCE, entre outros métodos matemáticos e no final será feita a análise crí-tica dos métodos utilizados e seu modo de aplicação.

O grupo de trabalho é constituído por: Cláudia Via-na, Fábio Viegas e Vanessa Reis do 12º ano, mas parti-cipam também em algumas sessões a Débora Nascimen-

Aves do Sudoeste Português

to, o João Pacheco, o Ale-xandre Carmo e o Francisco Silva. Os nossos tutores são a Eng. Cláudia Matos e a aluna Ana Pacheco. Temos ainda o apoio da empresa de consultadoria ambiental Ecosativa, da Dra. Lúcia Ca-nha, do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e da Câmara Mu-nicipal de Odemira

Cláudia, Fábio, Vanessa, 12º A

“ Farejando…” trata-se de um projecto de cariz voluntário. Tem como principal objecti-vo a promoção da adop-ção dos cães existentes no canil Municipal de Odemira. Para tal, criá-mos um site que contém todas as informações necessárias acerca dos cães lá existentes, como proceder para a adop-ção e dados referentes às raças e aos cuidados a ter com os animais. Este projecto tem a par-ceria da Câmara Mu-nicipal de Odemira e o apoio do responsável pelo Canil Municipal, Dr. Manuel Sofio. Para a construção do site contámos com a forma-ção dada pelo Eduardo Gonçalves, da Escola Profissional de Odemi-ra.

Para que isto se con-cretize contamos consi-go, há um Amigo à sua espera! Divulgue este projecto!Visite-nos em www.fa-

rejando.comlu.com e dê a sua opinião para [email protected]

Em 2008 foi publicado pelo Instituto de Conser-vação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) um Atlas que apresenta a distribuição dos anfí-bios e répteis da fauna portuguesa.

No Atlas, a cada espécie corresponde uma página com informação que in-clui os locais onde essa espécie ocorre (represen-tados por quadrículas de 10x10km que dividem o país de Norte a Sul).

O nosso projecto con-siste em completar o Atlas para a região de Odemira, uma vez que, em saídas de campo anteriormente realizadas com o Clube Bigeo, já nos tínhamos cruzado com muitas espé-cies que não se encontram registadas no Atlas para a nossa região. Assim, con-tribuímos para um melhor conhecimento dos locais onde ocorrem as espécies de anfíbios e répteis da re-

O nosso grupo é composto pela Ana Rosa, pelo João Pa-checo, pela Marije Hoogen-doorn e pela Rita Rodrigues, todos alunos do 12ºA.

Estamos a desenvolver um projecto intitulado “Levar Plantago almogravensis de novo à Costa Alentejana”. Este é uma continuação do trabalho realizado o ano lec-tivo anterior por outro grupo de alunos do clube BiGeo.

Temos como objectivos realizar a propagação in vitro de P. almogravensis e rein-troduzir exemplares micro-propagados no habitat natu-ral, fundando novas colónias desta espécie e aumentando assim a sua distribuição ge-ográfica. A importância des-te trabalho deve-se ao facto desta planta estar em vias de extinção e existir apenas uma pequena colónia junto a Vila Nova de Milfontes: esta é a única zona, no mundo in-teiro, onde se pode encontrar essa planta.

Anteriormente já tinham sido pesquisadas quais as melhores concentrações de reguladores de crescimento para a germinação e multi-

Anfíbios e Répteis,completar o Atlas

para a região de Odemira

gião de Odemira. Por um lado estamos a valorizar o património natural da nossa região; por outro lado o conhecimento da distribuição das espécies é essencial para a sua con-servação efectiva.

Os tutores do nosso projecto são três especia-listas que participaram na elaboração do Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal – Marta Maymo-ne, Neftalí Sillero, Raquel Ribeiro .

Francisco Silva, 12º A

plicação, as únicas etapas totalmente superadas até ao ponto em que pegámos no trabalho.

No decorrer do primeiro período deparamo-nos com alguns problemas, nomeada-mente um aparecimento sis-temático de contaminações. Como tal foi necessário um maior cuidado nas condições de assépsia (ausência de mi-crorganismos no ambiente e instrumentos de trabalho) e muitas horas de trabalho la-boratorial.

O método do enraiza-mento foi optimizado, após várias tentativas que envol-veram diferentes meios e re-cipientes de cultura. Para a aclimatização foi construída uma estufa, que posterior-mente se verificou não ser o melhor método. Experimen-támos então aclimatizar as plantas em gobelés de 2 li-tros, o que parece estar a re-sultar bem. Temos neste mo-mento uma planta a crescer bem em terra em ambiente semi-controlado!

A metodologia geral foi estabelecida com o apoio da equipa da Professora Anabe-

la Romano, da Universidade do Algarve, nomeadamente com a Dr. Sandra Gonçal-ves, que acompanham o nos-so projecto há mais de dois anos.

Os nossos tutores são a Dra. Sandra Gonçalves, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve e a Professora Ana Lúcia Sintra, da Uni-versidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e o Dr. Manuel João Pinto, biólogo e inves-tigador do Jardim botânico de Lisboa, vai ajudar-nos no processo de adaptação das

Levar Plantago almogravensis de novo à Costa Alentejana

plantas ao meio exterior. Este projecto tem o apoio

da CMO e a coordenação geral do PNSACV.

Um especial agradeci-mento às nossas colabora-doras Anouk Hoogendoorn do 11ºB e Sara Santos 11ºA, pois sem a sua preciosa aju-da, tudo se tornaria mais di-fícil.

Ana Rosa, João Pacheco, Marije Hoogendoorn, Rita

Rodrigues, 12º A

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3ESCOLA VIVAABRIL 2010

ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MAMUEL CANDEIAS GONÇALVES

“Missão Freixial” é um projecto de cariz ambien-tal, que tem como finali-dade promover a biodi-versidade e valorizar os recursos naturais, em ter-mos de turismo, da Her-dade do Freixial, situada na localidade de Foros do Galeado, em Vila Nova de Milfontes.

Como tal elaborar-se-á um Plano de Gestão Ambiental, onde constarão os objectivos que se pretendem cumprir para a gestão do sítio e as ac-ções que poderão melhorar o estado de conservação dos habitats mais importantes.

Construir-se-á também um roteiro da natureza, para dar a conhecer aos turistas as riquezas do local e assim promover o turismo fora da época balnear.

Essa informação será pu-blicada no site da Herdade e será relativa à fauna, flora e habitats presentes no Outo-no/Inverno e Primavera.

Este projecto surgiu aten-dendo à proposta, por parte do proprietário da Herdade, de se realizar o levantamento das espécies e habitats, para posteriormente se elaborar um roteiro da natureza.

Entretanto, face à exis-tência de espécies e habitats raros, pensou-se que seria imprescindível preservá-los

e daí decidiu-se elaborar também um Plano de Gestão Ambiental. Para além de ser uma mais valia em termos de conservação da natureza, este projecto poderá ser mui-to útil, pois proporcionará conhecimentos e competên-cias de extrema importância e utilidade para uma futura carreira profissional.

O grupo responsável pelo projecto é formado pelas alunas Adriana Ramos, Andreia do Vale, Andreia

Santos, Joana Carolino e Liza Seehaus, do 12ºB, com orientação científica da Dra. Carla Pinto-Cruz, coordena-ção do P.N.S.A.C.V, apoio da C.M.O e Herdade do Freixial e ajuda de outros membros do Bigeo, desta-cando os alunos Daniel Sil-va, Lúcia Martins, Milene Ramires e Mónica Raposo, do 10ºC.

Andreia do Vale, Andreia Santos, Joana, Liza, 12º B

“Missão Freixial” Artigo Científico e Técnico

Progresso científico permite obtenção de células estaminais embrionárias

sem recorrer a embriõesEscola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves

Rita Isabel Nunes Rodrigues, ano lectivo 2008/2009

Resumo:Técnica de reversão da diferenciação de células surge como alternativa à clonagem.

Palavras – chave:Clonagem – ética – células estaminais embrionárias – totipotentes – células diferen-ciadas – reversão

A clonagem é sem dúvida alguma um dos assuntos mais debatidos dos últimos anos, quer pela comunidade científica, quer pelos próprios cidadãos, que, mesmo sem adquirirem algum tipo de conhecimento acerca do tema, manifestam uma opinião e formulam juízos de valor, muitas das vezes apenas baseados em dados jornalísticos pouco credíveis, o que acaba por demonstrar um grande conformismo e uma falta de interesse na discussão informada, com intuito de realizar as escolhas mais acertadas e promotoras do bem-estar na nossa sociedade.

Talvez algum dia se venha a pôr termo a este debate público gerado pelo possível uso de embriões humanos na “clonagem terapêutica”. Quem sabe não estará para breve…

As células estaminais embrionárias são abundantes nos organismos em formação, ou seja, durante a fase inicial do desenvolvimento do ser é possível encontrar, tanto nos humanos como nos ratos, células embrionárias totipotentes, a partir das quais se torna possível a formação de qualquer tipo de células de um organismo, o que se-gundo a opinião dos especialistas do mundo inteiro alberga grandes potencialidades terapêuticas, que consistem essencialmente na substituição de tecidos sãos por tecidos afectados com um dano patológico estrutural ou funcional.

Uma das maiores vantagens da utilização desta técnica é o facto de se verificar uma garantia acrescida de compatibilidade dos tecidos gerados com os que se pretende tratar, diminuindo, assim, tanto o tempo de espera, que muitas vezes acaba por se revelar mortal, como a possibilidade de rejeição do órgão transplantado, por parte do organismo hospedeiro.

A clonagem acontece por um método simples: o núcleo da célula que se pretende clonar é injectado num óvulo previamente desprovido do mesmo. Através de várias divisões celulares, a unidade fundamental de função e estrutura da vida forma um em-brião precoce. Esta técnica, que permitiu a clonagem da ovelha Dolly, possibilita-nos, através da extracção das células estaminais do embrião, criar células beta do pâncreas para tratar a diabetes, neurónios motores para tratar a doença de Parkinson, células estaminais do sangue para tratar as leucemias, entre muitas outras aplicações, que visam o bem-estar e melhoria da qualidade de vida dos seres.

Contudo, as implicações éticas desta técnica manifestam-se tanto ao nível religioso, como social e cultural, legitimando-se a existência de uma vida no embrião, que é de-belado, para a utilização das suas células ao nível da cura de muitas patologias. Ainda que esta técnica não implique o clone de bebés, suscita debates intermináveis que podem vir a ser suspensos com a possibilidade da reprogramação de células adultas, para uso idêntico ao anteriormente referido.

A equipa de Kathrin Plath, da Universidade da Califórnia, e colegas de Harvard publicaram que conseguiram reprogramar células da pele de ratinhos adultos, através de manipulações genéticas, obrigando-as a retroceder a sua diferenciação, fazendo com que estas se tornassem células totipotentes, semelhantes em todos os aspectos relevantes ás que se formam na fase embrionária.

Sabendo que bastava proceder-se à activação de quatro genes nas células da pele de ratinhos adultos para ser possível a reversão do seu processo de diferenciação, a equi-pa de Plath contaminou as células do pequeno mamífero com um vírus que activou esses quatro genes (Oct4, Sox2, c-Myc e Klf4).

O segundo obstáculo foi a selecção das células (1‰) em que a activação dos genes se tinha comprovado.

Foi necessária a aplicação de uma bateria de testes para que se comprovasse, de forma credível, que as células que sofreram reversão da diferenciação conseguem dar origem a todas as células e tecidos do ratinho.

Uma outra equipa, relatada na “Nature”, conseguiu fazer nascer ratinhos, a partir do DNA de células em que o processo de diferenciação havia sido invertido.

Mais do que uma fonte apaziguadora do debate da clonagem humana, surgiu uma técnica, com uma importância extraordinária no tratamento de inúmeras patologias, concedendo assim uma nova esperança para aqueles em que o sentimento de incapa-cidade perante uma doença começava a ser familiar.

Bibliografia:Sites:

http://nebioq-up.blogspot.com/2007/06/cientistas-obtm-clulas-estaminais.html

Livros: OLIVEIRA, Óscar; RIBEIRO, Elsa; SILVA, João Carlos; Desafios, Lisboa, Edições

ASA, 2008

Page 4: Escola Viva - Ed. 38 (suplemento)

4ESCOLA VIVAABRIL 2010

[ESCOLA SECUNDÁRIA DR. MANUEL CANDEIAS GONÇALVES]

“Plano de Recupera-ção e Conservação de Charcos Temporários Mediterrânicos no Con-celho de Odemira” é um projecto de carácter am-biental que vem na con-tinuidade do projecto realizado no ano lectivo passado no âmbito do clube Bigeo.

Os Charcos Temporá-rios Mediterrânicos são um habitat prioritário da Rede Natura 2000, código 3170. Os charcos tempo-rários mediterrânicos têm uma flora e fauna única e característica, sendo a presença de algumas des-tas espécies indicadoras deste habitat.

Este projecto consis-te na recuperação de um charco temporário des-truído por máquinas de operação florestais e na conservação do complexo de charcos onde este se insere. Ao todo este pro-jecto envolverá 5 charcos temporários mediterrâne-

Conservação de charcos temporários

O grupo “Projecto Estufa Eólica” é consti-tuído por David Soares, Pedro Loução, Roberto Bernardino, Walter Ter Horst e Eduardo Simões. Estamos a desenvolver um projecto que visa a produção de energia de uma maneira limpa, aproveitando a energia proveniente do Sol e as correntes de convecção.

Construiremos um pro-tótipo de forma que a eficiência das correntes geradas pelo aquecimen-to com a energia do sol seja máxima. O projecto é repartido em três fases: teorização e desenho do protótipo, construção e teste de funcionamento com tratamento de resul-tados como a temperatu-ra, a velocidade do ar e o rendimento.

O protótipo terá uma es-trutura semelhante a uma estufa circular; à medi-da que o ar quente sobe, afunila, produzindo assim uma maior velocidade do ar na parte mais estreita. Este fluxo faz girar uma hélice e este movimento é transformado em energia eléctrica. Toda a estrutura será revestida de plástico próprio para reter calor de forma a gerar as correntes de convecção.

No âmbito da disciplina de Área de Projecto esta-mos a desenvolver um projecto na área da informática que consiste em aprender a trabalhar com o progra-ma ArcGis 9.3 da ESRi que pertence aos Sistemas de Informação Geográficos, ou seja, é um conjunto de programas informáticos para a manipulação, edição ou análise de dados geográficos (mapas) e revela-se bastante útil sempre que é necessário reunir diferentes tipos de informação no mesmo mapa de forma a faci-litar a leitura do mesmo.

Mapa elaborada para o grupo dos Charcos Tempo-rários Mediterrânicos (Caracterização da Área Envol-vente)

Com a realização deste projecto pretendemos elabo-rar um manual básico e de fácil acesso do programa ArcGis 9.3 para os alunos da escola que necessitem de utilizar o programa. Pretendemos dar formações a diferentes alunos que estejam interessados ou que ne-cessitem para a elaboração dos projectos no âmbito de Área de Projecto ou do clube Bigeo. Consideramos que estas aprendizagens do programa ArcGis 9.3 po-dem auxiliar nos nossos futuros académicos e profis-sionais.

Agradecemos aos nossos tutores, Fernando Almeida (ESMCGO) e Hugo Santos (CMO), à nossa professo-ra Paula Canha, por todo o apoio prestado, e à ESRI – Portugal que nos facilitou o acesso ao programa.

Mapa elaborado para o grupos dos Charcos Tempo-rários Mediterrânicos (localização do Complexo)

os localizados na zona de S. Miguel – Brejão.

O grupo responsável pelo plano é formado pela Débora Nascimento e Sérgio Ribeiro, alunos do 12ºA, e tem a orientação científica da Dra. Carla

Pinto-Cruz (Universida-de de Évora), do Dr. Luís Fonseca e da Dra. Marga-rida Machado (Universi-dade do Algarve), coorde-nação do P.N.S.A.C.V. e a colaboração da A.B.M. e da C.M.O. O grupo conta

também com a ajuda dos outros membros do Bigeo (com relevo para a Ana Pacheco) e com a coope-ração dos proprietários dos terrenos, Manuela Campos e António Cam-pos. Débora e Sérgio, 12º A

Projecto de estufa eólica

Este projecto não seria possível sem a ajuda dos nossos três tutores: Jürgen kleinwächter (director da COMPLES, Mediterrane-an Solar Energy Society), Raul Lana Miguel (Uni-versidade do Algarve) e João Gomes (Universi-dade de Lund, Suécia). Todos eles nos ajudaram: uns providenciaram al-guns materiais e métodos de construção e outros al-guma da teoria por trás do protótipo.

David, Pedro, Roberto, Walter e Eduardo, 12º B

Sistemas de Informação Geográficos