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SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE O MIRANTE faz parte integrante da edição n.º 934 deste jornal e não pode ser vendido separadamente SUPLEMENTO ENSINO 2010 Emprescola revela empresários do futuro Projectos de alunos do 6º ao 12º ano apresentados em Torres Novas. O presidente da Nersant diz que o mais importante foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão. 4 Politécnicos defendem mais autonomia para avaliarem prescrição de matrículas 6 “O ensino profissional surge cada vez mais como a primeira opção” Salomé Rafael, a directora da Escola Profissional de Salvaterra de Magos e da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa; presidente da Direcção da Escola Profissional de Coruche e presidente do Conselho de Administração da Escola Profissional do Vale do Tejo, diz que os empresários já compreenderam que a qualificação dos seus trabalhadores significa maior produtividade e competitividade. 10 Escola Secundária Santa Maria do Olival em Tomar Directora Celeste Sousa diz que o objectivo é formar cidadãos livres, solidários e responsáveis, tendo por lema “uma escola a olhar para o teu futuro”. 16 Escola Superior de Educação de Torres Novas tem duas novas licenciaturas 6 Centro de Formação da FERNAVE Uma nova geração de mão-de-obra técnica e especializada 12 Formação Técnica Especializada com novos cursos a abrir em brevem 18 “Todo o trabalho feito no Politécnico de Tomar foi feito com gosto” Chegou a presidente do Politécnico de Tomar em 2005 numa altura em que se iniciavam grandes modificações a nível do Ensino Superior. Na altura em que deixa o cargo, acredita que enfrentou todos os desafios com vontade e determinação. 2 Há cursos do IPS com taxas de empregabilidade de cem por cento Presidente Jorge Justino diz que uma das próximas apostas é no sistema e-learning. Uma entrevista onde o presidente do IPS assume que a maioria dos cursos dá aos diplomados grande empregabilidade. 8

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O MIRANTE | 02 Junho 2010 SOCIEDADE | 1

SEMANÁRIO REGIONAL - DIÁRIO ONLINE

O MIRANTEfaz parte integrante da edição n.º 934 deste jornal e não pode ser vendido separadamenteSUPLEMENTO ENSINO 2010

Emprescola revela empresários do futuro

Projectos de alunos do 6º ao 12º ano apresentados em Torres Novas. O presidente da Nersant diz que o mais importante foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão. 4

Politécnicos defendem mais autonomia para avaliarem prescrição de matrículas 6

“O ensino profissional surge cada vez mais como a primeira opção”Salomé Rafael, a directora da Escola Profissional de Salvaterra de Magos e da Escola Profissionalde Hotelaria e Turismo de Lisboa; presidente da Direcção da Escola Profissional de Coruche e presidente do Conselho de Administração da Escola Profissional do Vale do Tejo, diz que os empresários já compreenderam que a qualificação dos seus trabalhadores significa maior produtividade e competitividade. 10

Escola Secundária Santa Maria do Olival em Tomar Directora Celeste Sousa diz que o objectivo é formar cidadãos livres, solidários e responsáveis, tendo por lema “uma escola a olhar para o teu futuro”. 16

Escola Superior de Educação de Torres Novas tem duas novas licenciaturas 6

Centro de Formação da FERNAVE Uma nova geração de mão-de-obra técnica e especializada 12

Formação Técnica Especializada com novos cursos a abrir em brevem 18

“Todo o trabalho feitono Politécnico de Tomarfoi feito com gosto”Chegou a presidente do Politécnico de Tomar em 2005 numa altura em que se iniciavam grandes modificações a nível do Ensino Superior. Na altura em que deixa o cargo, acredita que enfrentou todos os desafios com vontade e determinação. 2

Há cursos do IPS com taxas de empregabilidade de cem por centoPresidente Jorge Justino diz que uma das próximas apostas é no sistema e-learning. Uma entrevista onde o presidente do IPS assume que a maioria dos cursos dá aos diplomados grande empregabilidade. 8

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Chegou a presidente do Politécnico de Tomar em 2005 numa altura em que se iniciavam grandes modificações a nível do Ensino Superior. Na altura em que deixa o cargo, acredita que enfrentou todos os desafios com vontade e determinação e elogia sem reservas os seus colaboradores que diz terem ultrapassado todos os limites em termos de trabalho. António Pires da Silva não imagina a sua vida longe do Politécnico.

As eleições para presidente do Politécnico de Tomar são este mês. Já decidiu o que irá fazer após aban-donar o cargo que ocupa?

Toda a minha vida fui professor. É isto que sei fazer.

Já está reformado.Já estava reformado quando há cinco

anos fui eleito presidente. De futuro irei dar ao Politécnico a colaboração que

me for solicitada. De momento quero ver se ainda consigo deixar o conselho da presidência constituído. É um con-selho estratégico que tem por missão dar ajuda ao presidente. Se eu sinto essa necessidade penso que os futuros presidentes também a sentirão. Nesse conselho estratégico irão ter assento todos os antigos presidentes do Poli-técnico, para além de outras pessoas. Penso que haverá outras possibilidades de colaboração. É isso que irei fazer.

Quando se candidatou ao cargo de presidente a primeira vez que expectativas tinha?

Tinha um programa para cumprir e ao longo dos anos foram surgindo no-vos desafios que foram ultrapassados com êxito. Não por mim mas por todos nós. O grande mérito da pessoa que dirige é saber criar as condições e as equipas que desenvolvam o trabalho. Esse mérito, reconheço que é meu mas o trabalho é de todos. Entrei numa altura em que aconteceu toda a revolução do ensino superior em Portugal mas as modificações, desde que sejam para o bem das instituições e da sociedade constituem desafios gratificantes. Nós gostamos de fazer coisas e quem corre

por gosto não cansa. Todo o trabalho foi feito com gosto.

O Politécnico tem que ser o que a sociedade quer que seja ou deve ser uma vanguarda em termos de conhe-cimento, investigação, formação?

O Politécnico existe para servir a sociedade e deve ter uma acção co-ordenada, dentro do possível, entre a área académica e a área de formação; a área empresarial do meio envolvente, da região em que esse mesmo politécnico está inserido. E é isso que Tomar tem feito. Com ligação ao meio empresarial e ao mesmo tempo valorizando cada vez mais aqueles cursos específicos e característicos que marcaram sempre a sua vida como a Conservação e Res-tauro, Artes Gráficas, Turismo Cultural, Arqueologia, Fotografia, etc.

O Politécnico de Tomar tem tido bons interlocutores e parceiros?

Para ser sincero, a relação do Politéc-nico de Tomar com algumas autarquias nem sempre foi a melhor.

Qual a razão? Muitas vezes as pessoas esquecem-

se que estão delegadas para servir as instituições e não para se servirem delas. Por causa disso houve algumas

“Todo o trabalho feito no Politécnico de Tomar foi feito com gosto”António Pires da Silva sai da presidência ao fim de cinco anos

divergências que, felizmente se foram esbatendo. Neste momento temos as melhores relações com todas as autarquias, associações empresariais e, de uma maneira geral com todas as instituições representativas desta região do Médio Tejo.

As autarquias e instituições têm valorizado e aproveitado a capacida-de do trabalho e o conhecimento do politécnico de Tomar?

Nem sempre foi assim, como já disse, mas neste momento isso está a ser feito.

Uma das questões que tem feito correr muita tinta é o financiamento dos estabelecimentos de ensino superior. Qual é a situação do Poli-técnico de Tomar?

Quando assumi a presidência do Po-litécnico, em 2005, o dinheiro que vinha do Orçamento do Estado dava, mais ou menos, para o pagamento das despesas permanentes. Com o passar dos anos essa verba deixou de ser suficiente e eu tinha que encontrar fontes de receita para fazer os pagamentos dos vencimen-tos e de todas aquelas prestações que temos que pagar. E sempre o consegui. O ano passado aproximamo-nos muito dos 45 por cento de receitas próprias e é isso que nos permite outros voos.

Essa procura de receitas condicio-na o objectivo principal do Politécnico que é ensinar e formar?

Pode condicionar em certas cir-cunstâncias mas há muita coisa que não depende do dinheiro. Depende de conseguirmos motivar as pessoas a trabalhar num determinado sentido. Tenho que reconhecer que nestes últi-mos quatro anos foi pedido às pessoas um esforço enorme e que muitas vezes ultrapassou os limites. Mas as pessoas dispuseram-se a trabalhar a sério e conseguimos fazer o que nos propuse-mos fazer. É também essa cultura que eu deixo aqui no Instituto. A cultura do trabalho.

Voltando ao financiamento. Este ano é feito um contrato de confiança com o Ministério. Ajuda a resolver o problema?

Toda a gente pensa que ficamos cheios de dinheiro. Não é verdade. Não ficamos cheios de dinheiro. Se este contrato de confiança tinha realmente algo positivo para o Instituto Politécnico de Tomar era garantir que se houvesse uma boa gestão do dinheiro que vem do Ministério teríamos os vencimentos e as condições das pessoas assegurados. Não teríamos aquela preocupação que sempre tive ao longo dos outros anos, de andar a arranjar dinheiro para fazer esses pagamentos.

Os grandes embaixadores de uma instituição como a nossa, são os alunos que saem daqui, por isso temos toda a vantagem em prepará-los da melhor maneira

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Não parece muito optimista. Com a actual situação de crise e

restrições não sei o que isto vai dar. Provavelmente quem me substituir continuará a ter os mesmos problemas que eu enfrentei.

E com mais responsabilidades de-correntes do contrato assinado com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Sim, porque os objectivos aí traçados para a evolução do ensino superior são bastante ambiciosos.

O acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos está a ser visto com alguma desconfiança por alguns sectores, em termos de credibilidade. Sente isso?

Não ganhamos nada em baixar padrões de qualidade, exigência para facilitar a vida a esses alunos. Os gran-des embaixadores de uma instituição como a nossa, são os alunos que saem daqui, por isso temos toda a vantagem em prepará-los da melhor maneira. O denominado M23 foi uma forma de chamar ao ensino superior toda aquela gente que já anda na sua vida prática e que tinha dificuldade em voltar ao ensino superior ou em seguir o ensino superior porque o processo de acesso era bastante burocrático e difícil. Este Ministério agilizou completamente esse processo de acesso.

E há os Cursos de Especialização Tecnológica.

O Politécnico de Tomar fez uma aposta nessas duas grandes vertentes que o Ministério lançou. Os Cursos de Especialização Tecnológica (CET) e os denominados M23 (Maiores de 23). A sua implementação foi feita com grande empenho.

É uma forma de obter mais re-ceitas

Se eu tiver 100 alunos nos CET, cerca de metade vão seguir o Ensino

Superior. São alunos que não iriam para lá se o acesso não fosse esse. O que estamos a fazer é criar condições para que as pessoas tenham acesso ao ensino superior. Para criar massa crítica na região.

Posso depreender que a melhor certificação da qualidade do ensino ministrado no Politécnico de Tomar é o desempenho dos seus alunos no mercado de trabalho?

Somos avaliados de muitas formas. Essa é uma delas. Mas há outras. O Instituto candidatou-se a uma avalia-ção externa por parte da Associação Europeia das Universidades que está a decorrer. Tivemos cá uma comissão constituída por professores de vários países e o relatório deve estar a chegar. Não temos que ter medo deste tipo de avaliação. Ela serve para termos ele-mentos que nos ajudem a corrigir alguns defeitos e a potenciar o que estamos a fazer bem.

Recusou sempre a ideia de um úni-co Instituto Politécnico no Distrito de Santarém. Mantém essa posição?

Ao contrário da opinião de muitas pes-soas, nunca tive dúvida que o Politécnico de Tomar se iria afirmar no panorama do Ensino Superior Português. Sempre achei utópica a ideia de uma Universi-dade do Ribatejo e sempre fui contra a existência de um único Politécnico. O distrito de Santarém deveria sentir-se privilegiado por ter dois Politécnicos e cada um deles com possibilidades de se afirmar nas áreas em que presta forma-ção. Se toda a gente reparar as áreas que são ministradas no Politécnico de Santarém não têm nada a ver com as áreas que são ministradas em Tomar. Existe apenas uma intersecção na área da gestão.

Nunca receou que as questões eco-nomicistas forçassem essa fusão?

Nunca receei nem receio, até por-

que não haveria grande diminuição de receitas. Até talvez passasse a haver mais despesas. Santarém passaria a ter um Politécnico em que a escola dominante passava a ser Tomar. Não podemos voltar atrás. Cada Politécnico tem que lutar por afirmar os seus cursos e as áreas em que intervém. Tomar, por exemplo, tem conservação e restauro. Foi durante muitos anos o único curso do género do país. É um curso que tem todas as condições para ser o melhor, como tem sido até aqui. Neste momento os nossos alunos estão nas maiores em presas de restauro do país. Ou como donos ou como técnicos. Santarém tem

escola de desporto de Rio Maior que é única em determinadas valências.

O Politécnico de Tomar vai manter os mesmos cursos?

Até aqui nós colocávamos os nossos cursos na Direcção Geral, eles eram apreciados por determinadas equipas e que depois o sr. Ministro aceitava ou não. Agora existe uma agência de acredita-ção para todos os estabelecimentos do Ensino Superior. Todas as instituições, para acreditar os seus cursos, têm que os apresentar nessa agência. Neste momento todas apresentaram os cur-sos já existentes para uma acreditação preliminar. Vamos ver qual o resultado. Por outro lado temos outro vector que é a apresentação de novos cursos a serem acreditados. E isso seguirá os seus trâmites.

O que poderá suceder?As áreas estão perfeitamente defini-

das. Tenderemos sempre a manter os cursos que temos, completando-os com os mestrados. Neste momento temos 23 licenciaturas mas, por determinação do Ministério, só podemos ter 20 a funcionar. Este ano tivemos 12 mestrados. Para o ano iremos ter as mesmas licenciaturas de primeiro ciclo, porque não podemos ter outras, mas iremos funcionar com 16 ou 17 mestrados. Mestrados que podem ser só nossos ou em parceria com ou-tros politécnicos ou com universidades, portuguesas e estrangeiras. Nesta altura já temos mestrados com universidades estrangeiras.

O Politécnico existe para servir a sociedade e deve ter uma acção coordenada, dentro do possível, entre a área académica e a área de formação; a área empresarial do meio envolvente, da região em que esse mesmo politécnico está inserido. E é isso que Tomar tem feito

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foto O MIRANTE

O presidente da Nersant diz que o mais importante foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão.

Quando Luana Resende, 18 anos, começa a apresentar o seu pro-jecto de negócio, alguns espectadores riem-se. A ideia deixa todos desconcer-tados: um frigorífico com diversos com-partimentos, tipo cofre, ideal para casas divididas por jovens. Mas à medida que esta estudante da Escola Secundária do Cartaxo vai apresentando a sua ideia, na sexta-feira, 28 de Maio, no auditório da Nersant em Torres Novas, o público cala-se. Dinâmica e ciente do seu pro-jecto, vai descrevendo todos os prós e contras de um possível investimento,

estratégias, objectivos e mercado alvo. A ideia inovadora faz nascer o burburinho entre o júri.

Luana Resende apresentou a sua ideia para o frigorífico-cofre sozinha, uma vez que não encontrou quem se interes-sasse pelo projecto, com excepção de uma professora. “No início todos deram risadas, mas eu insisti porque não existe nada semelhante no mercado”, explica pouco depois a O MIRANTE.

Natural do Brasil, revela que a ideia já existia “inconscientemente”, mas apenas com o projecto “Emprescola”, da associação empresarial Nersant, a colocou em prática, desenhando o esbo-ço e pedindo a um amigo que fizesse a simulação em 3D. A terminar o 12º ano, quer seguir Marketing e Publicidade. “Pretendo levar a ideia para a frente. Se não for pela Nersant, quero registar a patente e procurar financiamento”, diz com convicção.

Luana Resende foi uma dos 178

Emprescola revela potenciais empresários do futuroProjectos de alunos do 6º ao 12º ano apresentados em Torres Novas

jovens, de 17 escolas do distrito, que participaram neste encontro promovido pela Nersant, que desafiava alunos do 6º ao 12º ano a apresentarem ideias de negócio. A meio da manhã de sexta-feira, o presidente da Nersant, José Eduardo Carvalho, dirigiu-se ao palco para agradecer a participação de todos, elogiando uma nova geração comple-tamente diferente da anterior, “não tão resignada” e mais “inovadora”.

“O mais importante”, sublinhou José Eduardo Carvalho a O MIRANTE, foi o interesse que os jovens colocaram nestes projectos, “em vez de perderem tempo em castings” para programas de televisão. “Estão a pensar em produtos novos para o mercado”, referiu, notando nas diversas ideias não só para empresas como tam-bém para produtos específicos.

No “Emprescola”, o júri analisou os critérios de inovação, adequação ao mer-cado, o plano de apresentação da em-presa, o trabalho de equipa e a qualidade

da apresentação. Pelo palco passaram todo o tipo de projectos, desde empresas de turismo, de doces regionais, espaços de lazer, lojas on-line, serviços de ba-bysitting, um comedor automático para cães, um rato para computador com multifunções, insecticidas biológicos, um carro telecomandado movido a energia solar, um GPS para espaços comerciais, bijutaria, entre muitos outros.

Apoiados sobretudo por power point, souberam valer-se das novas tecnolo-gias para apresentar pequenos filmes de apoio, simulações em 3D, blogs, aderindo em muitos casos às tecnologias de energia renovável para desenvolver os seus projectos.

O “Emprescola” sucedeu ao “Emp-criança”, este direccionado a crianças do 1º ciclo e que decorreu dia 19 de Maio. Dia 8 de Junho, na Fersant – Feira Empresarial do Distrito de Santarém, na capital do distrito, os projectos vão ser novamente apresentados.

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Escola Superior de Educação de Torres Novas tem duas novas licenciaturas

A Escola Superior de Educação de Torres Novas disponibiliza duas novas Licenciaturas: Educação Física, Desporto e Lazer e Restauração e Gestão de Unidades Alimentares. Estes dois novos cursos juntam-se, assim, aos dois já existentes: Educação Básica e Educação Social e Desenvolvimento Comunitário.

Os cursos de Pós-Graduação actualmente em funcionamento são vários e diversificados – Edu-cação Especial, no domínio cognitivo e motor (com especialização) (a decorrer na ESETN, CEFAT e CEFATV), Gestão e Organização Escolar (a de-correr no CEFATV), Organização e Dinamização de Bibliotecas Escolares e Centros de Recursos (com especialização) (a decorrer na ESETN), encontrando-se acreditados pelo CCPFC e Inter-venção Socioeducativa em Crianças e Jovens em Risco (a decorrer no CEFAT).

A Escola Superior de Educação de Torres Novas é uma Instituição Superior de Formação, sem fins lucrativos, de natureza privada, gerida pedagógica, administrativa e financeiramente pela APEF – Asso-ciação Promotora de Ensino e Formação. Está loca-lizada em Torres Novas desde 1962 e da sua acção destaca-se também a forte dinamização dos Centros de Estudos e Formação Avançada em Torres Vedras, Fátima e Albufeira que disponibilizam um vasto leque de ofertas formativas.

O presidente do Conselho Coor-denador dos Institutos Superiores Politécnicos defende mais autono-mia para as instituições avaliarem caso a caso as prescrições de matrículas dos estudantes, em função da situação económica dos alunos e características dos cursos. Sobrinho Teixeira consi-dera que seria uma perda para o sistema “não encontrar soluções” para os estudantes atingidos por este regime.

O responsável do CCISP já transmitiu a sua posição à Co-missão de Educação e Ciência no âmbito da apreciação de uma petição entregue por várias as-sociações académicas contra o regime de prescrições, que limita o número de matrículas para concluir um curso. “O que nós defendemos essencialmente, o que nos pare-ce mais razoável, é o reforço da autonomia das instituições nesta matéria”, afirma.

Segundo Sobrinho Teixeira, tendo as instituições como meta aumentar o sucesso escolar será nas suas próprias estratégias que se encontrarão as “melhores soluções”.“Neste momento, o nú-mero de anos que um estudante da área de Humanidades em média necessita para acabar um curso é diferente (menor) do número de anos que um estudante da área de Ciência, Engenharia, necessita”, exemplifica.

Politécnicos defendem mais autonomia para avaliarem prescrição de matrículas

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foto O MIRANTE

Quais são as novas ofertas das escolas do Politécnico?

Ultimamente, para além das licencia-turas, tem-se apostado nos CET (Cur-sos de Especialização Tecnológica), nas pós-graduações, nomeadamente mestrados, e na formação ao longo da vida, particularmente com ensino pós-laboral. Todos os anos lectivos têm sido

abertos novos cursos nas diferentes áreas científicas.

Que tipo de ensino os candidatos podem encontrar nas escolas do IPS?

A nossa formação é muito diversifi-cada, desde CET, licenciaturas e pós-graduações, nomeadamente mestrados, distribuída pelas valências das cinco Escolas: Agrária, Educação, Gestão

e Tecnologia, Desporto e Saúde. No entanto, é de especificar que o nosso ensino é profissionalizante, numa pers-pectiva do saber fazer, onde a realidade prática é uma componente importante. Presentemente, vamos apostar em al-gum desenvolvimento no e-learning.

Quais são os cursos com maiores saídas para o mercado de trabalho e porquê?

Há cursos do Politécnico de Santarém com taxas de empregabilidade de cem por centoPresidente Jorge Justino diz que uma das próximas apostas é no sistema e-learning A maioria dos cursos dá aos diplo-

mados grande empregabilidade, maior que 80 por cento, embora os cursos na área da saúde e alguns na área do desporto dêem uma empregabilidade muito elevada, perto dos 100%.

Há tempos falou-se na anulação de alguns cursos com menos alunos. Como está esse processo e quais são os curso a encerrar?

Na generalidade, não têm sido en-cerrados cursos por falta de alunos; no entanto, um ou outro curso pode abrir alternadamente.

Os alunos que estudam no politéc-nico são ainda basicamente da região ou o número dos que vêm de outras regiões tem vindo a crescer?

O maior número de candidatos é da região. No entanto, apesar de re-cebermos estudantes de todo o país e do estrangeiro, os distritos mais repre-sentativos, em termos de origem dos alunos, são Leiria, Setúbal, Lisboa e a região do Alto Alentejo.

Há institutos politécnicos de outros distritos que estão a captar alunos na

O Instituto Politécnico de Santarém tem excelentes relações com todos os Politécnicos e Universidades, tendo estabelecido vários protocolos na área do ensino e da investigação e até consórcios na área da investigação

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zona de Santarém. Os cursos que estes oferecem são diferentes dos do Politécnico de Santarém?

Pode ocorrer essa hipótese em áreas de formação diferentes das nos-sas, nomeadamente na engenharia/tecnologia.

O Politécnico também tem vindo a promover os seus cursos noutras regiões?

Tem sido feita grande divulgação da nossa formação, ao nível de todo o país, em feiras, encontros de formação/em-pregabilidade e através de publicidade nos órgãos de comunicação social.

Que tipo de relação tem o IPS com os politécnicos vizinhos?

O Instituto Politécnico de Santarém tem excelentes relações com todos os Politécnicos e Universidades, tendo estabelecido vários protocolos na área do ensino e da investigação e até consór-cios na área da investigação. No entanto, será fundamental o estabelecimento de um consórcio mais representativo, em termos de cooperação pedagógica, cien-tífica e de desenvolvimento, envolvendo várias instituições do Ensino Superior.

Tem havido algumas dificuldades ao nível do financiamento dos poli-técnicos. Como está a situação ao nível do IPS?

A presente assinatura do Contrato de Confiança no Ensino Superior para o futuro de Portugal, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Supe-

rior e pelos presidentes dos Institutos Superiores Politécnicos, veio dar uma perspectiva de evolução do Ensino Superior Politécnico, com objectivos ambiciosos a atingir, nomeadamente a obtenção de níveis de sucesso escolar equivalente aos dos países da OCDE e a diversidade da oferta formativa.

Dado que a proposta de financiamen-to inicial não corresponde à realidade actual, com a alteração do Estatuto da Carreira Docente do Ensino Superior Politécnico e as medidas restritivas anunciadas pelo Governo, será muito difícil cumprir, na íntegra, os objectivos propostos, com uma situação financeira, actual, mais deficitária.

O processo de adaptação a Bolo-nha está concluído? As dificuldades estão ultrapassadas?

O processo de adequação dos cursos está concluído e as dificuldades foram todas ultrapassadas.

Qual é o balanço de Bolonha em relação ao IPS?

O balanço de Bolonha em relação ao IPS, na generalidade, foi positivo, embo-ra a formação seja mais curta em tempo. No entanto, deu-se um incremento sig-nificativo na internacionalização, nome-adamente na mobilidade dos estudantes e pessoal docente e não docente, no reconhecimento dos graus académicos ao nível internacional e na acreditação de módulos didácticos ministrados em diferentes instituições.

Telemóveis e redes sociais vão ter maior impactoO telemóvel, as redes sociais e as

enciclopédias online como a Wikipédia vão exercer no futuro um maior impacto no ensino superior português, espanhol e latino-americano. Essa é a opinião de

professores que trabalham no relatório Horizon Ibero-América 2010, que ficará concluído em Junho e pretende analisar o impacto real das novas tecnologias nos estudantes do ensino superior.

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foto arquivo O MIRANTE

A directora da Escola Profissional de Salvaterra de Magos e da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo de Lisboa; presidente da Direcção da Escola Profissional de Coruche e presidente do Conselho de Administração da Escola Profissional do Vale do Tejo em Santarém diz que os empresários já compreenderam que a qualificação dos seus trabalhadores significa maior produtividade e competitividade.

Como avalia o aproveitamento dos alunos formados pelas escolas profissionais?

Penso que os empresários estão conscientes de que a qualificação dos seus activos significa maior produtivi-dade e competitividade. Sempre traba-lhámos em parceria com as empresas. Os empresários conhecem e confiam no nosso trabalho, o que resulta numa enorme aceitação dos nossos alunos. Os nossos níveis de empregabilidade situam-se entre os 80% e os 100% e há cursos em que a procura supera largamente a oferta. Importa ainda dizer que muitos dos nossos ex-alunos assumem já funções de grande res-ponsabilidade, o que prova que essas empresas souberam tirar partido dessa formação de base.

Há alguns anos o ensino profis-sional era visto pela sociedade como a solução para os alunos menos dotados que não conseguiam médias altas para entrar no ensino superior. Qual é o actual posicionamento do ensino profissional?

O ensino profissional surge cada vez mais como a primeira opção para muitos jovens. Os níveis de conclusão e de empregabilidade que temos provam que este não é um ensino menor ou destinado a alunos com menos capaci-dades. Temos cada vez mais alunos a seguirem para o ensino superior e com excelentes médias. Os resultados nas provas específicas têm vindo a melho-

rar todos os anos e, em muitos casos, conseguimos superar as médias das es-colas secundárias da região. Por isso, o ensino profissional assume-se como a alternativa certa para quem procura uma qualificação para o mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, não exclui o prosseguimento de estudos.

As empresas deveriam ter um papel mais activo ao nível da partici-pação nas escolas profissionais?

Sem dúvida. Nas nossas escolas, a relação escola-empresa faz parte da realidade quotidiana e nem imagino que pudesse ser de outra forma. As empresas, as autarquias e as associa-ções empresariais têm um papel activo e muito importante enquanto membros do conselho consultivo de cada uma das nossas escolas. Algumas empresas são até accionistas da escola, como acon-tece com a Escola Profissional do Vale do Tejo – Santarém. Gostaria também de referir que o tecido empresarial tem uma participação muito significativa em iniciativas e actividades ao longo de todo o percurso formativo dos alunos, bem como na avaliação de muitos projectos. Recentemente, começámos a trabalhar com as empresas na qua-lificação e formação dos seus activos, desenvolvendo acções de formação à medida. Por isso, estas parcerias são fundamentais para o sucesso de qualquer projecto educativo.

Em alguns casos a certificação e validação de competências está a fa-zer com que as escolas saiam do seu espaço físico e se desloquem para os locais onde estão os alunos. Como está a correr este novo desafio?

Tem sido uma experiência muito gratificante e que tem superado todas as expectativas. Neste momento, o Centro Novas Oportunidades da Escola Profissional de Salvaterra de Magos tem protocolos com grandes empresas, autarquias locais, instituições, uma universidade, entre outros. A criação de uma rede regional de itinerâncias permitiu a muitos adultos a frequência, junto das suas residências e locais de trabalho, dos níveis básico e secundário de qualificação. Lamento, no entanto, a existência de alguns actores no terreno sem preparação técnico-pedagógica, cuja lógica é um mero negócio, o que vem desvirtuar a verdadeira essência para a qual as Novas Oportunidades foram criadas.

“O ensino profissional surge cada vez mais como a primeira opção para muitos jovens”Salomé Rafael e o orgulho pelas distinções obtidas pelos alunos das suas escolas

O ensino profissional foi alargado à rede pública. As escolas profissio-nais estiveram à altura do desafio

a nível de concorrência que isso significou?

No meu percurso profissional de 20

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anos nesta área, jamais posso conside-rar que as escolas secundárias públicas sejam concorrentes dos projectos onde estou envolvida. O trabalho desenvol-vido pelo grupo de escolas fala por si.

Da parte do Ministério da Educa-ção houve respeito pela oferta já exis-tente nas Escolas Profissionais?

Não. A ideia foi tentar responder às exigências de qualificação impostas pela OCDE, sem se respeitar as ofer-tas já existentes por parte das escolas profissionais, duplicando assim inves-timentos em equipamentos e recursos humanos.

Muitos dos seus alunos fazem estágios noutros países e a situação não é recente. Como tem sido essa experiência?

A internacionalização tem sido uma aposta das nossas escolas, não só através dos estágios no estrangeiro mas também através do desenvolvimento de projectos e parcerias europeias. E o resultado não podia ser mais satis-fatório. Temos ganho muitos primeiros prémios em concursos internacionais, o que permite aos nossos alunos ad-quirirem conhecimentos e vivenciarem um conjunto de experiências que serão uma mais-valia para o seu futuro pro-fissional. Os estágios no estrangeiro têm corrido muito bem e tem-se verifi-cado um conjunto de empregos muito significativos.

Tem havido aumento da formação nas áreas mais técnicas?

Não. Bem pelo contrário. Posso até dizer que houve um retrocesso. Os alunos procuram, por exemplo, cursos que não tenham Matemática e Físico-Química. Além disso, gostaria também de lembrar que os cursos mais técnicos são mais dispendiosos e mais difíceis de gerir, como é o caso de Manutenção Industrial, Electrónica, Automação e Comando, Mecânica, Construção Ci-vil e Hotelaria. Muitas escolas fogem destas áreas formativas, apesar de elas constituíram uma necessidade do tecido empresarial para que este se torne mais produtivo e competitivo. Já para não referir que estas profissões são muito bem remuneradas.

Portugal era um dos países da União Europeia que menos estu-dantes tinha no ensino profissional proporcionalmente ao ensino secun-dário. A situação mantém-se?

Essa situação tem vindo a ser invertida, mas acho que não devemos olhar unicamente para as estatísticas. Como referi anteriormente, não basta aumentar o número de vagas no ensino profissional. É preciso avaliar a qualida-de da formação que está a ser minis-trada, questionar se a oferta formativa vai ao encontro das necessidades do país, das empresas e, por fim, há que valorizar socialmente os cursos profis-sionais e trabalhar com as estruturas empresariais, sindicais e Ministério da Educação para uma maior valorização de algumas profissões.

“É repugnante que se misture a soberania de uma instituição com questões

partidárias”Um dos piores momentos da mi-

nha vida profissional foi, sem dúvida, entre 1999 e 2000, quando surgiu o enquadramento da nova figura jurídica das escolas profissionais. O protocolo assinado entre a Câmara Municipal de Salvaterra de Magos e o outro parceiro privado foi deitado ao lixo, não se cumprindo tudo o que tinha sido acordado. Alguns autarcas, com o objectivo de fazerem oposição à pre-sidente da câmara, tentaram impedir

uma solução, ao ponto de a EPSM quase ter sido extinta nessa altura. Foi uma grande desilusão estar à frente de uma instituição, em nome da qual tinha assumido enormes responsabilidades pessoais com a banca, e profissionais com alunos, professores e funcionários e depois ser confrontada com a atitude de alguns “pseudo-políticos” que, com uma irresponsabilidade assustadora, colocaram em risco dezenas de postos de trabalho e o futuro da própria ins-tituição. É repugnante que se misture a soberania de uma instituição com questões partidárias.

Em compensação, têm existido momentos muito bons. Sempre que um jovem ou um adulto termina com sucesso o seu percurso formativo, a alegria que sentimos é enorme. A sensação de dever cumprido, faz-nos acreditar que tudo valeu a pena.

Temos muitos projectos e muitos de-safios pela frente e por isso os melhores momentos ainda estão para vir.

Tem largos anos de experiência no sector do ensino profissional. O que pode dizer aos jovens e aos pais dos jovens que têm que decidir o que fazer a nível da sua formação académica?

Tendo em conta a conjuntura actu-al, esta é uma decisão que tem que ser tomada com muita responsabilidade. O importante é que as famílias e os

alunos possam ser bem informados sobre os vários percursos formativos e respectivas saídas profissionais e sobre as especificidades de cada tipo de curso.

Infelizmente, nem todos os estabe-lecimentos de ensino permitem uma divulgação da oferta formativa da região, o que condiciona uma escolha mais adequada para os alunos.

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A FERNAVE é uma empresa de Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultadoria em Transportes e Por-tos, formada em 1972, e que pertence ao grupo das empresas ferroviárias que surgiram na sequência da divisão da CP. Localizado no antigo Centro de Formação da CP, no Entroncamento, o complexo da FERNAVE estende-se por uma área

de 14 hectares. Ali é formada mão-de-obra técnica especializada nas áreas da Electrónica, Mecânica e Robótica.

Carlos Ferreira, director do Centro de Formação da FERNAVE do Entron-camento, explica que a actividade no Centro se desenvolve em três domínios distintos: a formação profissional de jovens que se desenrola no Instituto de Formação Profissional (IFP) - também

conhecido como a escola profissional da FERNAVE - , um estabelecimento de ensino particular que conta com o apoio do Ministério da Educação; a formação contínua de adultos na área de trans-portes, com ênfase no sector ferroviário, realizando-se ali acções de formação, de curta, média e longa duração, tendo em vista a melhoria do desempenho ou mesmo a reconversão nos vários domí-

ENSINO. Centro de Formação da FERNAVE apresenta cursos nas áreas Electrónica, Mecânica, Robótica e Transportes dando ainda formação contínua

Centro de Formação da FERNAVE no Entroncamento Uma nova geração de mão-de-obra técnica e especializada

nios da actividade profissional e ainda a formação de aprendizes, na sequência de um protocolo celebrado com o Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Os cursos profissionais leccionados no IFP/Escola Profissional da FERNAVE são Técnico de Mecatrónica, Técnico de Manutenção Industrial e Electromecâ-nica, Técnico de Transportes, Técnico de Energias Renováveis e Técnico de Electrónica, Automação e Computa-dores. Todos estes cursos dão uma certificação escolar ao nível do 12.º ano e profissional de Nível III, existindo a possibilidade de prossecução de estu-dos ao nível superior. No próximo ano lectivo vão começar a ser leccionados Cursos de Educação e Formação, para alunos do 6.º ano, que dão uma certifi-cação escolar de 9.º ano e certificação profissional de nível II.

A aprendizagem é feita num contexto de trabalho muito próximo do real, através do recurso a metodologias que promovem uma interacção permanente entre a teoria e a prática. “É quase uma formação as-sente na resolução de problemas, onde a teoria é vista como uma necessidade para a resolução de questões que a prática da oficina levanta”, explica Carlos Ferreira. Aquele responsável salienta que é ponto de honra para a FERNAVE que os alunos entrem no mercado de trabalho sem qualquer problema. “Na grande maioria dos casos, têm sempre emprego à sua espera”, salienta.

Como muitos alunos são oriundos de outras zonas do país, é-lhes assegurado o transporte de autocarro da Estação de Caminho de Ferro do Entroncamento até ao Centro de Formação. A frequência da escola é gratuita, usufruindo os alunos dos benefícios dos seus colegas das escolas públicas, incluindo os apoios no âmbito da acção social escolar. In-formações mais detalhas sobre o IFP podem ser consultadas em http://www.ifp.rcts.pt/.

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No dia 26 de Maio, alunos e professores da Escola Profissional do Vale do Tejo - Santarém (EPVT), desenvolveram, no Jardim da Repú-blica, um mercado solidário. Dezenas de artigos e produtos foram vendidos a um preço simbólico com o intuito dos lucros serem oferecidos a uma instituição de solidariedade social que intervenha junto de famílias ca-renciadas da região. O evento, que envolveu largas centenas de pessoas, decorreu durante todo o dia e contou com animação de rua pelos alunos do 10º ano do Curso Técnico de Apoio Psicossocial.

Durante a tarde, todos os alunos, professores e auxiliares de acção edu-cativa da Escola Profissional do Vale do Tejo, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), o Centro de Apoio a Deficientes “De Braços Aber-tos”, o Centro Social Interparoquial de Santarém, pais, encarregados de

educação e população em geral parti-ciparam numa mega marcha solidária em prol dos mais necessitados.

Segundo a directora pedagógica da EPVT, esta iniciativa “visou sensibili-zar a população para os problemas da pobreza e da exclusão social”. A pro-fessora Manuela Baião, lembrou que “além de se desenvolver iniciativas, actividades e projectos solidários em recintos fechados, como por exemplo nas escolas, é importante ir para a rua ao encontro das populações para chamar a atenção de um facto que nos deve preocupar a todos”. No final, foram lançados cerca de mil balões de várias cores “para que a mensagem de solidariedade deste estabelecimento de ensino se pudesse ver a grande distância”, referiu a responsável.

No dia anterior, 25 de Maio, reali-zou-se um colóquio sobre “Emprego e Exclusão Social”, nas instalações da escola. Integrada nas Jornadas Pedagógicas alusivas ao Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social.

Estudantes realizam marcha e mercado solidário

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Com 38 anos de existência, a Escola Secundária com 3.º ciclo Santa Maria do Olival (ESSMO), fica situada em Tomar na Alameda Templários. O seu lema é “Uma escola a olhar para o teu futuro”. Para além do 3.º ciclo, nas áreas de Ciências e Tecnologias, Artes Visuais e Línguas e Humanidades, tem uma vasta oferta ao nível do ensino profissional, aceitando matrículas para os seguintes cursos: Técnico de Multi-média, Técnico do Comércio, Técnico de Banca e Seguros, Técnico de Energias Renováveis, Técnico de óptica Ocular, Técnico de Design e Animador Socio-cultural.

Com uma enorme sala polivalente que acolhe novas iniciativas a cada semana e uma ampla e renovada biblio-teca, a ESSMO destaca-se ainda por possuir um conjunto de laboratórios bem apetrechados na área das ciências, física e química. O Pavilhão Gimnodesportivo

onde decorrem as aulas de Educação Física sofreu recentemente obras de recuperação, oferecendo condições dignas a quem o utiliza. “Ou fazemos bem e para uma vida ou não vale a pena estar a gastar dinheiro”, explica a directora Celeste Sousa, que ocupa o cargo desde 1996.

Com cerca de 800 alunos, 110 pro-fessores e 40 funcionários, a escola promove um conjunto de iniciativas e actividades (algumas inseridas na disciplina do 12.º ano de Área Projecto) abertas à participação da sociedade e que se realizam em vários locais da cidade, como a biblioteca municipal, Cine-Teatro Paraíso ou Convento de Cristo, sempre numa óptica de parti-lha de cultura com a comunidade. “A escola, mais do que uma preparação para a vida, tem que ser a vida. E por isso tentamos incutir nos alunos competências de planificação, orga-nização e dinamização de actividades

Escola Secundária Santa Maria do Olival em Tomar Directora Celeste Sousa diz que o objectivo é formar cidadãos livres, solidários e responsáveis

CURRÍCULO. Celeste Sousa é directora da Escola Secundária Santa Maria do Olival há 14 anos

nos diversos níveis e com produtos visíveis desse resultado”, refere Ce-leste Sousa.

No final do 2.º período lectivo, por exemplo, para dar cumprimento a um objectivo do projecto educativo da ES-SMO que pretende desenvolver entre os alunos, os valores da cooperação e da solidariedade, realiza-se uma semana com actividades preparadas pelos alunos ao redor desta temática, mobilizando também professores e funcionários. A “Tuna Sabes Cantar”, formada por elementos da associação de pais e encarregados de educação, alunos e professores da ESSMO tam-bém participa em várias iniciativas, dinamizando a vida escolar.

“Mesmo nas tardes livres, os nossos alunos ficam pela escola a trabalhar, a ler ou a conversar com colegas”, aponta Celeste Sousa com orgulho, salientando que os pavilhões onde decorrem todas as aulas foram, depois de pintados com várias cores, adornados com le-tras em tamanho gigante concebidas pelos alunos de Artes que, deste modo, quiseram deixar a sua marca para o futuro. “Temos uma missão que é fazer com que os alunos aprendam de uma forma que os leve ao sucesso. Quere-mos fazê-los crescer livres, solidários e responsáveis. Esta é a nossa missão”, frisa a professora. A página da ESSMO pode ser consultada em www.esec-sta-maria-olival.rcts.pt.

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M.A. Escola de Formação Téc-nica Especializada ao longo dos anos tem vindo a promover em todo o país e ilhas os cursos de Auxiliar de Acção Farmacêutica, Técnico Auxiliar de Fisio-terapia, Auxiliar Técnico de Educador de Infância e Massagem Desportiva e de Reabilitação. A directora da escola garante que, mesmo em tempos difíceis, a taxa de empregabilidade para quem completa os cursos, ronda os 80%.

Os cursos têm uma duração média de 12 meses, excepto o de Massagem Desportiva e de Reabilitação. Para os frequentar é necessário ter, pelo menos, a escolaridade obrigatória. Os custos das propinas mensais variam entre 130 e 145 euros. Todas as formações são co-ordenadas e ministradas por formadores licenciados nas várias áreas formativas, o que confere uma maior credibilidade à matéria leccionada. Nesta perspectiva são os formandos orientados com os

saberes necessários para enfrentarem o mercado de trabalho. Mesmo numa altura de crise económica, como a que actualmente atravessamos, os alunos da M.A. Escola de Formação Técnica, têm toda a possibilidade de se integrarem de forma sólida nos vários ramos de traba-lho a que se candidatam, sendo que na sua maioria acabam por ficar a trabalhar de forma definitiva nas empresas que os contratam.

A escola providencia a possibilidade dos alunos efectuarem estágios. Mesmo durante o percurso formativo os alunos são requisitados pelas empresas para trabalharem nas referidas áreas em que recebem formação. Em Santarém os cursos a iniciar brevemente são Auxiliar de Acção Farmacêutica (19 de Junho / 11 de Setembro); Auxiliar Técnico de Educador de Infância (25 de Setembro); Técnico Auxiliar de Fisioterapia (3 de Julho) e Massagem Desportiva e de Reabilitação (3 de Julho).

Formação Técnica Especializada com novos cursos a abrir em breve

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