epidemiologia das doenças aula 3

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EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

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Page 1: Epidemiologia das Doenças   aula 3

EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 2: Epidemiologia das Doenças   aula 3

DefiniçõesDefinições

Doença infecciosaDoença infecciosa

Doença causada pela passagem de um Doença causada pela passagem de um agente infeccioso específico ou de sua agente infeccioso específico ou de sua toxina de uma pessoa ou animal toxina de uma pessoa ou animal infectado para um hospedeiro suscetível, infectado para um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamentedireta ou indiretamente

Page 3: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Introdução

Fleming (1929) – esperança de aniquilar microrganismos causadores de doenças;

Síntese dos antibióticos – popularização

Estudos sistemáticos de novos antibióticos – eficientes(Rouquayrol, 2003; Waksman, 1941; Florey e Chain, 1945).

Microrganismos – mecanismos de sobrevivência – resistência microbiana;

mutações / seleções - provedorasdas chamadas doenças emergentes e reemergentes.

Desequilíbrio ambiental; oportunismo do hospedeiro;

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 4: Epidemiologia das Doenças   aula 3

DefiniçõesDefinições

Doença não infecciosaDoença não infecciosa

Todas as doenças que não resultam de Todas as doenças que não resultam de infecção.infecção.

Existe infecção sem doença?Existe infecção sem doença?

Page 5: Epidemiologia das Doenças   aula 3

DOENÇAS CRÔNICA – longo prazo.

AGUDA – curta duração.

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 6: Epidemiologia das Doenças   aula 3

ETIOLOGIA

Infecciosas

Agudas

tétano, raiva, sarampoe gripe

Crônicas

tuberculose,hanseníase echagas.

Não infecciosas Anafilaxia por“picada” de cobra

diabetes, coronáriase cirrose (álcool)

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 7: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Epidemiologia das Doenças Transmissíveis Doenças transmissíveis - - transmissão do agente

causador vivo entre dois hospedeirosEstímulo – doença – 3 formas para que ocorra

Infecção Infestação Absorção de produtos tóxicos

do agenteEntrada e Desenvolvimento eMultiplicação do agente no hospedeiro

Alojamento, com ou sem desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou nas vestes

Refere-se aos casos onde não ocorre

infecção, são toxinas produzidas fora do hospedeiro

Page 8: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Cenário externo e internoCenário externo e interno

Page 9: Epidemiologia das Doenças   aula 3

RELATÓRIO DA OMS – 2000,2002

Total de óbitos em 1999: 55,965 milhões Desses:

59,8% - Doenças não transmissíveis

31,1% - Doenças transmissíveis – condições maternas e perinatais, deficiência

nutricional

9,1% - Causas externas

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 10: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CENÁRIO BRASILEIRO

Importantes transformações no padrão de mortalidade principalmente nas seguintes condições:

I. Redução da mortalidade precoce Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP)

2001 – 5,6%

1930 – 45,6% do total de óbitos nas capitais brasileiras

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 11: Epidemiologia das Doenças   aula 3

II. Aumento da expectativa de vida ao nascer

Brasil

23,2

67,1

7,21,2 1,2

0

20

40

60

80

< 1 ano 1-4anos 5-14 anos 15-49 anos 50+anos

Grupos Etários

Tax

a d

e M

ort

alid

ade

Figura 11 – Mortalidade proporcional (%) segundo grupos etários no Brasil - Ministério da Saúde – DATASUS - 2000

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 12: Epidemiologia das Doenças   aula 3

IV. IV. mudança do perfil epidemiológico de algumas doenças transmissíveis (decorrência da urbanização)

III. Aumento de acidentes e violência

V. Mudanças demográficas:

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Page 13: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

Transmissão de uma Transmissão de uma doençadoença

Page 14: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Epidemiologia e Gerenciamento das doenças

FONTE DE INFECÇÃO

VIA DE ELIMINAÇÃO

VIA DE TRANSMISSÃO

PORTA DE ENTRADA

RESERVATÓRIOS

Page 15: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Fontes de infecçãoFontes de infecção

Pode-se considerar como fonte de Pode-se considerar como fonte de infecção os infecção os animais vertebrados nos animais vertebrados nos quais o agente etiológico se aloja, quais o agente etiológico se aloja, sobrevive e se multiplicasobrevive e se multiplica, sendo , sendo posteriormente, eliminado para o meio posteriormente, eliminado para o meio ambiente ambiente

Page 16: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Vias de transmissãoVias de transmissãosão os são os mecanismos pelos quais a doença chega da mecanismos pelos quais a doença chega da

fonte de infecção ao susceptívelfonte de infecção ao susceptível. . Ocorre de duas formas:Ocorre de duas formas:

DIRETADIRETAquando ocorre o quando ocorre o contato entre a fonte de infecção contato entre a fonte de infecção e o animal e o animal

susceptível, sem a interferência de veículos. Ex: mordedura do cão susceptível, sem a interferência de veículos. Ex: mordedura do cão

na raiva e as doenças respiratóriasna raiva e as doenças respiratórias..

INDIRETAINDIRETAquando a transferência do agente se quando a transferência do agente se dá por meio de veículosdá por meio de veículos, ,

ocorrendo intervalos maiores, entre a eliminação, e penetração do ocorrendo intervalos maiores, entre a eliminação, e penetração do

agente. Ex: alimentos e agua contaminadas,vetores e soloagente. Ex: alimentos e agua contaminadas,vetores e solo..

Page 17: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Vias de eliminaçãoVias de eliminação

é o conjunto de vias no animal/homem, pelas é o conjunto de vias no animal/homem, pelas quais, o agente etiológico é eliminado para o quais, o agente etiológico é eliminado para o meio ambiente. QUE SÃO:meio ambiente. QUE SÃO: Suor;Suor; Fezes;Fezes; Sangue;Sangue; Espirro/tosseEspirro/tosse Escarro;Escarro; Secreções;Secreções;

Page 18: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Portas de entradaPortas de entrada

são consideradas como as vias, pelas são consideradas como as vias, pelas quais o agente infeccioso, consegue quais o agente infeccioso, consegue penetrar no organismo. penetrar no organismo. As principais portas de entrada, são:As principais portas de entrada, são:

via respiratória, via respiratória, digestiva, digestiva, conjuntival, conjuntival, cutânea (pele)cutânea (pele) genito-urinária (mucosas)genito-urinária (mucosas)

Page 19: Epidemiologia das Doenças   aula 3

A transmissão de uma A transmissão de uma doença depende de doença depende de alguns fatores relevantesalguns fatores relevantes

Quais?Quais?

Page 20: Epidemiologia das Doenças   aula 3

HOSPEDEIRO

FISICO/QUIMICO/BIOLOGICOSOCIO/ECONOMICOS/CULTURAIS/PSICOLOGICOS

MEI

O AMBIENTE

AGENTE ETIOLOGICO

Page 21: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Vamos analisar as Vamos analisar as características dos agente características dos agente envolvidos em uma envolvidos em uma transmissão de doençatransmissão de doença

Agente etiológicoAgente etiológicoHospedeiroHospedeiro

Page 22: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CARACTERISTICAS DO AGENTECARACTERISTICAS DO AGENTE

a) a) Infecciosidade: Infecciosidade: é a característica do agente é a característica do agente de penetrar, de penetrar, alojar e multiplicar-se no organismo do hospedeiroalojar e multiplicar-se no organismo do hospedeiro, ou seja, a , ou seja, a sua capacidade de causar infecção. Exemplos:sua capacidade de causar infecção. Exemplos: o vírus da febre aftosa para os animais, e oo vírus da febre aftosa para os animais, e o o vírus da raiva para os animais e o homem. o vírus da raiva para os animais e o homem.

b) b) Patogenicidade: Patogenicidade: é a é a capacidade do agente, em produzir capacidade do agente, em produzir lesões específicas no organismo hospedeirolesões específicas no organismo hospedeiro. Agentes dotados . Agentes dotados de alta patogenicidade determinam incidência maior da doença de alta patogenicidade determinam incidência maior da doença na população. Exemplos:na população. Exemplos:

de alta patogenicidade os agentes da tuberculose, AIDSde alta patogenicidade os agentes da tuberculose, AIDS e de baixa patogenicidade: tricomoníase em homense de baixa patogenicidade: tricomoníase em homens

Page 23: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CARACTERISTICAS DO AGENTECARACTERISTICAS DO AGENTE

Variabilidade: Variabilidade: é a capacidade de é a capacidade de mudanças de mudanças de características genéticas do agente, características genéticas do agente, originando mutantes, originando mutantes, como ocorre com o HIV, gripe.como ocorre com o HIV, gripe.

Antigenicidade: Antigenicidade: conhecida também como imunogenicidade. conhecida também como imunogenicidade. É É a capacidade do agente etiológico em induzir no a capacidade do agente etiológico em induzir no hospedeiro a formação de anticorposhospedeiro a formação de anticorpos, produzindo desta , produzindo desta maneira imunidade, ou seja, maneira imunidade, ou seja, resposta imunológicaresposta imunológica. . Exemplos:Exemplos:

alta antigenicidade o vírus do sarampo, varíola e cataporaalta antigenicidade o vírus do sarampo, varíola e catapora baixa antigenicidade os agentes da febre aftosa e baixa antigenicidade os agentes da febre aftosa e

salmonelose. salmonelose.

Page 24: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIROCARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIRO

O hospedeiro pode ser considerado como O hospedeiro pode ser considerado como todo e qualquer ser vivo que albergue um todo e qualquer ser vivo que albergue um agente em seu organismo, agente em seu organismo,

São conhecidos como;São conhecidos como; Hospedeiro definitivoHospedeiro definitivo: é aquele onde o parasito : é aquele onde o parasito

atinge a maturidade, reproduzindo-se atinge a maturidade, reproduzindo-se sexuadamente. sexuadamente.

Hospedeiro intermediárioHospedeiro intermediário: é o hospedeiro, no qual : é o hospedeiro, no qual o parasito desenvolve suas formas imaturas ou, o parasito desenvolve suas formas imaturas ou, para alguns, se reproduz assexuadamente. para alguns, se reproduz assexuadamente.

Page 25: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIROCARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIRO

Suscetibilidade:Suscetibilidade:

situação de uma pessoa ou animal que se situação de uma pessoa ou animal que se caracteriza pela ausência de resistência caracteriza pela ausência de resistência suficiente contra um determinado agente suficiente contra um determinado agente patogênico que a proteja da enfermidade patogênico que a proteja da enfermidade na eventualidade de entrarem contato na eventualidade de entrarem contato com esse agentecom esse agente

Page 26: Epidemiologia das Doenças   aula 3

CARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIROCARACTERÍSTICAS DO HOSPEDEIRO

Resistência:Resistência:

conjunto de mecanismos específicos e inespecíficos do conjunto de mecanismos específicos e inespecíficos do organismo que servem de defesa contra a invasão ou organismo que servem de defesa contra a invasão ou multiplicação de agentes infecciosos.multiplicação de agentes infecciosos.

Imunidade:Imunidade:

resistência usualmente associada à presença de resistência usualmente associada à presença de anticorpos específicos (imunidade humoral) que têm o anticorpos específicos (imunidade humoral) que têm o efeito de inibir microrganismos específicos ou suas efeito de inibir microrganismos específicos ou suas toxinas responsáveis por doenças infecciosas toxinas responsáveis por doenças infecciosas

particularesparticulares..

Page 27: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Efeito da imunizaçãoEfeito da imunização

Page 28: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Características do meio Características do meio ambienteambiente

Consideram-se três fatores ou elementos do Consideram-se três fatores ou elementos do meio ambiente, que são, os meio ambiente, que são, os fatores físicos, fatores físicos, biológicos e sócio-econômicos.biológicos e sócio-econômicos. . . Temperatura: Calor e umidadeTemperatura: Calor e umidade Topografia: Topografia: predispondo ao acúmulo de água predispondo ao acúmulo de água

Composição do soloComposição do solo CrençasCrenças Estilo de vidaEstilo de vida EconomiaEconomia Densidade populacionalDensidade populacional

Page 29: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Doenças infecciosas e Doenças infecciosas e sua relação com o sua relação com o trabalhotrabalho

Os agentes etiológicos não são de natureza Os agentes etiológicos não são de natureza ocupacional;ocupacional;

A ocorrência da doença depende das A ocorrência da doença depende das condições ou circunstâncias em que o condições ou circunstâncias em que o trabalho é executado e da exposição trabalho é executado e da exposição ocupacional, que favorece o contato, o ocupacional, que favorece o contato, o contágio ou a transmissão.contágio ou a transmissão.

Page 30: Epidemiologia das Doenças   aula 3

ConsideraçõesConsiderações

Dada a amplitude das situações de Dada a amplitude das situações de exposição e o caráter endêmico de muitas exposição e o caráter endêmico de muitas dessas doenças, torna-se, por vezes, difícil dessas doenças, torna-se, por vezes, difícil estabelecer a relação com o trabalho.estabelecer a relação com o trabalho.

Entre os grupos mais expostos estão os Entre os grupos mais expostos estão os trabalhadores da agricultura, da saúde em trabalhadores da agricultura, da saúde em centros de saúde, hospitais, laboratórios, centros de saúde, hospitais, laboratórios, necrotérios, em atividades de investigações necrotérios, em atividades de investigações de campo e vigilância em saúde, controle de de campo e vigilância em saúde, controle de vetores e aqueles que lidam com animaisvetores e aqueles que lidam com animais

Page 31: Epidemiologia das Doenças   aula 3

Métodos de prevençãoMétodos de prevenção

medidas de educação e informação aos medidas de educação e informação aos trabalhadores sobre os riscos e efeitos para a trabalhadores sobre os riscos e efeitos para a saúde;saúde;

vigilância sanitária das condições e dos vigilância sanitária das condições e dos ambientes de trabalho;ambientes de trabalho;

vigilância epidemiológica de agravos;vigilância epidemiológica de agravos; identificação das medidas gerais e identificação das medidas gerais e

específicas necessárias para eliminação.específicas necessárias para eliminação.

Page 32: Epidemiologia das Doenças   aula 3

A partir do diagnóstico o A partir do diagnóstico o que fazer?que fazer?

Avaliação quanto à necessidade de Avaliação quanto à necessidade de afastamento, temporário ou permanente;afastamento, temporário ou permanente;

Acompanhamento da evolução, registrando o Acompanhamento da evolução, registrando o agravamento da situação clínica;agravamento da situação clínica;

Notificação do agravo ao órgão competenteNotificação do agravo ao órgão competente Encaminhamento ao INSS;Encaminhamento ao INSS; Busca ativa de outros casos no mesmo Busca ativa de outros casos no mesmo

estabelecimento de trabalho ou em outras estabelecimento de trabalho ou em outras empresas do mesmo ramo de atividadeempresas do mesmo ramo de atividade

Page 33: Epidemiologia das Doenças   aula 3

A partir do diagnóstico o A partir do diagnóstico o que fazer?que fazer?

Inspeção no local de trabalhoInspeção no local de trabalho

Identificação e recomendação das medidas Identificação e recomendação das medidas de proteção a serem adotadas, informando-de proteção a serem adotadas, informando-as aos trabalhadores e ao empregadoras aos trabalhadores e ao empregador

Page 34: Epidemiologia das Doenças   aula 3

FIMFIM