ensino medio livre_edicao_2012_unidade_01_historia
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Capítulo 1
As primeirAs comunidAdes humAnAs
Conexões
1. Marc Bloch rompe com esse esquematismo ao propor uma
dialética entre as duas temporalidades. Para Bloch, a história
não é só uma ciência do passado nem tampouco um simples
instrumento para se compreender o presente. Assim, se à luz
do passado se pode compreender e explicar muito do presente,
também o presente é capaz de iluminar o historiador para
compreender o passado.
2. O trecho sugerido é o que alude à importância das experiên-
cias cotidianas do historiador para a problematização de seu
objeto de investigação. O aluno pode acrescentar comentários
sobre algum grau de “anacronismo” presente nessa posição —
criticando-a — ou pode reconhecer a inevitabilidade dessa
postura do historiador, que, afinal, ao lançar-se sobre o pas-
sado, por vezes remoto, se debruça sobre um mundo que
deixou de existir.
Exercícios complementares
5. d
A alternativa explicita avanços de ordem metodológica para o
ofício de historiador.
6. e
A alternativa identifica corretamente o autor no movimento
dos Annales, que propôs o modelo de história totalizante.
11. Texto livre, espera-se que o aluno relacione o enunciado com o
desaparecimento do Homo neanderthalis (homem de Neanderthal)
diante do Homo sapiens sapiens (homem moderno), sobretudo
porque as duas espécies chegaram a conviver. Pode-se rela-
cionar a maior adaptabilidade do último grupo às mudanças
climáticas do planeta e aos avanços tecnológicos como o
fabrico de roupas mais quentes, objetos de cerâmica mais
resistentes etc.
12. V – F – V
A primeira afirmativa indica corretamente o racialismo presente
na etnologia do século XIX. A segunda alternativa é falsa porque
os estudos etnológicos e arqueológicos realizados a partir da
segunda metade do século XX superaram os preconceitos ra-
cialistas, formulando teorias cientificamente consistentes sobre
o processo de hominização. A terceira afirmativa é verdadeira
porque as teorias evolucionistas inspiradas no darwinismo ofe-
receram alternativa forte ao criacionismo contido na Bíblia.
Tarefa proposta
1. c
A alternativa explicita uma limitação do marxismo histórico
como modelo de interpretação dos processos históricos.
2. F – F – F – F
I. As ciências sociais citadas não necessariamente desprezam a
dimensão temporal, enquanto a história, por sua vez, emprega
correntemente conceitos sociológicos e antropológicos.
II. O autor afirma exatamente o contrário do enunciado.
III. O autor não sustenta uma concepção linear da história.
IV. As rupturas exemplificadas, tal como mencionadas, não ocor-
reram.
3. a
A alternativa explicita uma lacuna na maior parte da historio-
grafia historicista do século XIX, mais preocupada com o estudo
das elites e da política.
4. F – V – F – F – F
II. É importante a relação entre os saberes para se compreender
a complexidade do ser humano, mesmo sabendo que sempre
haverá dificuldades para se pensar numa verdade histórica.
5. F – V – V – V
I. A afirmativa é falsa porque a imprescindibilidade dos docu-
mentos não exclui, pelo contrário, a problematização do objeto
pelo sujeito-historiador.
6. a) Com o historiador, responsável pela descrição do aconteci-
mento ou fato.
b) Porque ele acredita que, ao relatar ou descrever o aconte-
cimento ou fato histórico, o profissional de história pode
ter sido influenciado por interesses político-ideológicos ou
econômicos, ou ainda ter-se deixado influenciar por sua
visão de mundo, sua formação cultural.
7. a
Identifica corretamente o significado etimológico do termo.
8. a
A alternativa explicita o critério básico da periodização da Pré-
-História, do qual resulta a separação entre Paleolítico, Neolítico
e Idade dos Metais.
9. d
Relaciona-se corretamente à revolução agrícola do Neolítico e in-
dica o avanço da agricultura irrigada como sua causa principal.
10. d
Indica corretamente que a revolução agrícola possuiu múltiplos
focos independentes.
1
HistóriaPrimeiras civilizações
11. b
A única alternativa que indica o critério convencional que
separa a Pré-História da história.
12. F – V – F – F – V
I. A afirmativa reduz o conhecimento histórico à narrativa e à
crônica, excluindo a problematização do objeto.
III. O domínio do fogo é atribuído somente ao período posterior
ao Homo erectus.
IV. A afirmativa é falsa porque o processo de hominização foi
concluído, em focos diferentes, a partir do Homo erectus, não
abrangendo toda a chamada Pré-História.
13. a
A alternativa relaciona corretamente os focos da revolução
urbana com os avanços da agricultura.
14. a
A alternativa identifica corretamente a diferença sutil entre os
conceitos de Homo faber e Homo sapiens.
15. b
A alternativa indica o tema central dos textos e a divergência
de opiniões entre os autores citados.
16. a) Paleolítico.
b) “os primeiros homínidas eram apenas coletores.”
c) Os ossos de outros homínidas.
d) Paleontologia.
17. Mudanças econômicas e políticas profundas ocorreram durante
o processo que levou alguns chefes familiares a controlar re-
cursos básicos como água e terras férteis. Essas posses geraram
riquezas àqueles que as detinham e esses fatores foram deci-
sivos para que ocorressem a desagregação das comunidades
primitivas e o fim da igualdade social.
18. a) “o homem queria dominar as feras perigosas, garantir a
reprodução das espécies úteis e o êxito de suas caçadas.”
b) Fatores psicológicos, religiosos — especialmente ligados à
magia — e a crença na ideia de que os animais podiam ser
controlados por meio de sua representação em desenhos.
Capítulo 2
AntiguidAde orientAl
Conexões
Entre os fatos ou processos comprovadamente históricos, por-
que também registrados em outras fontes além do Antigo Tes-
tamento, podem ser mencionadas a escravização dos hebreus
pelo Estado faraônico ou, quando menos, a sujeição deles ao
regime de servidão coletiva vigente no Egito. No mesmo sen-
tido, o texto bíblico oferece evidências do poder absoluto do
faraó, da força da elite sacerdotal, da militarização do Estado
despótico. Além desses aspectos estruturais, o relato oferece
indícios de que ocorreu uma rebelião do povo hebreu contra
a exploração faraônica, resultando no êxodo dessa população.
A liderança de Moisés, por sua vez, foi motivo de polêmica.
Sigmund Freud, fundador da psicanálise, em texto clássico de
1938 (Escritos sobre judaísmo e antissemitismo), chegou a sugerir
que Moisés era um “príncipe do Egito”, adepto do monoteís-
mo fundado por Amenófis IV no século XIV a.C. — e não um
hebreu camuflado. Por outro lado, os milagres descritos no
relato pertencem ao domínio religioso (as sete pragas, a fenda
aberta no mar Vermelho por Moisés etc.) e somente devem
ser interpretados, historicamente, como linguagem alegórica e
justificativa, para os hebreus, de sua aliança com Deus — base
de seu monoteísmo.
Exercícios complementares
5. No Egito Antigo, o domínio da escrita era privilégio da elite
dirigente, usada, sobretudo, para apoiar a fiscalização estatal
e os assuntos religiosos. Os escribas compunham um corpo
de funcionários especializados na elaboração dos hieróglifos.
Havia, porém, formas mais popularizadas de escrita, como
a demótica. A relação entre o monopólio da escrita no Egito
Antigo e o conceito contemporâneo de exclusão social é muito
superficial e pode sugerir que, desde a Antiguidade, o analfa-
betismo das massas era um instrumento de poder. Trata-se de
conclusão apressada e anacrônica porque, no Egito Antigo, ja-
mais se cogitaria fazer um processo de alfabetização de massas,
uma vez que as hierarquias sociais eram consideradas naturais
ou mesmo divinas. Na contemporaneidade, ao contrário, a
alfabetização das massas é um valor e uma meta universais,
segundo a Unesco, não obstante o analfabetismo ainda seja
um grave problema dos países pobres do planeta.
6. O funcionamento do sistema dependia do recrutamento
regular dos camponeses aldeados para, durante certos
meses do ano, prestarem serviços ao Estado em regime
compulsório. Frequentemente o trabalho mais pesado era
imposto a escravos aprisionados em guerras. A burocracia
estatal planejava e coordenava todo o trabalho apoiada
no aparato militar daquelas sociedades. Trata-se de uma
característica estrutural do chamado despotismo oriental
que, na linguagem marxista convencional, se denomina
modo de produção asiático.
11. a
Questão sobre a maior contribuição da Mesopotâmia no campo
jurídico: o Código de Hamurábi.
12. Uma possível relação que se pode fazer entre as duas experiên-
cias históricas separadas por milênios reside na instrumentali-
zação ideológica do passado babilônico pelo ditador iraquiano.
Tratar-se-ia daquilo que alguns historiadores qualificam como
“reinvenção das tradições”. Outras relações que sugerem
2
continuidades históricas são anacrônicas. Esta questão objetiva
combater o clichê de que a “história serve para explicar o pre-
sente”, quando o melhor é pensar nela para explicar o passado
na sua especificidade.
Tarefa proposta
1. O rio Nilo, pela fertilidade que possibilitava (húmus) às terras
áridas da região e pela abundância das águas (irrigação/agricul-
tura), possibilitou a fixação de uma população que desenvolveu
técnicas de produção, contribuindo para o desenvolvimento da
civilização egípcia.
2. b
Para os egípcios, o embalsamamento era primordial, pois eles
acreditavam na vida após a morte na volta da alma ao corpo
mumificado.
3. a
A alternativa aponta corretamente o caráter elitista da religião
egípcia, já que a população não participava dos cultos oficiais,
restritos ao faraó, aos seus familiares, aos sacerdotes e aos altos
funcionários do Estado, como os escribas. As demais alternativas
falham por: sobrevalorizar os cultos locais (b), negar a ética do
sistema religioso (c), atribuir ao Egito um traço das civilizações
mesopotâmicas (d) e identificar incorretamente o deus egípcio
Amon-Rá como o privilegiado durante a reforma religiosa do
faraó Amenófis IV (e).
4. b
No Egito Antigo, a terra era considerada um patrimônio estatal.
5. c
A alternativa caracteriza os principais elementos do poder do
faraó.
6. a
As pirâmides, tumbas e templos na Antiguidade oriental
representavam também a autoridade e o poder dos gover-
nantes, sempre associados a divindades. Tal estrutura política
denomina-se teocracia. No Egito Antigo, os faraós usavam seu
poder para subjugar a população e eventualmente escravizar
povos conquistados. Cabe ressaltar que, na civilização egípcia,
a principal forma de trabalho era a servidão coletiva.
7. a) Serviam principalmene à burocracia do Estado: arrecadação
de impostos e controle da produção.
b) O aluno deverá fazer referência à originalidade, criatividade
e principalmente à independência que o intelectual deve
ter no seu trabalho.
c) A escrita, identificada com o saber, estava a serviço do Estado,
que a empregava para subjugar as camadas iletradas da
sociedade.
d) O aluno deverá identificar o tipo como o burocrata do Estado
e citar a ineficiência de parte dessa burocracia, o abuso de
autoridade e a corrupção.
8. b
III. Falsa, porque prevalecia o politeísmo na região.
IV. Falsa, porque as pirâmides citadas são egípcias.
VI. Falsa, porque nunca houve democracia na região.
9. d
A alternativa aponta a diferença entre o patesi sumeriano e
o faraó egípcio quanto ao peso da religião na legitimação do
poder em cada caso.
10. b
A terceira afirmativa é falsa porque estabelece uma continuidade
artificial entre a civilização da antiga Babilônia e a cultura
de alguns grupos de países árabes atuais, desconsiderando o
processo de islamização desses povos. Além disso, interpreta
mal a lei de talião, porque a amputação da mão de um ladrão
é castigo desproporcional ao delito cometido.
11. a) O poema trata da inundação do Tigre e do Eufrates.
b) Sim. O dilúvio (arca de Noé) descrito no livro do Genesis, do
Antigo Testamento, da Bíblia.
12. c
Pergunta elementar sobre o principal rei dos hebreus na Anti-
guidade.
13. b
A terceira afirmativa é falsa porque Moisés liderou o êxodo do
Egito e não a diáspora.
14. b
A alternativa identifica um traço essencial da civilização fenícia,
enquanto as demais opções apresentam incongruências.
15. a) Porque foi o período de maior expansão territorial e peso
político do reino hebreu no Oriente Próximo.
b) Porque os clãs eram governados por homens, o poder político
era essencialmente masculino e a vida sinagogal era quase
um privilégio dos homens, ficando as mulheres em segundo
plano.
c) Débora ou Ruth, no Livro dos juízes.
d) O Livro de Esther, que destaca o papel dessa rainha de origem
judia, esposa do imperador persa, para a salvação dos hebreus.
e) Não, porque desenvolveu a propriedade privada da terra
e floresceu graças às rotas comerciais do corredor sírio-
-palestino, à diferença das sociedades agrárias típicas do
despotismo oriental.
16. a) Por meio de pesquisa complementar, é possível descobrir
que o profeta Isaías viveu entre cerca de 765 e 681 a.C. Logo,
não foi testemunha da destruição do templo de Jerusalém,
que, segundo informa o capítulo, ocorreu muito depois, em
587 a.C. Isaías acompanhou, sim, o cerco assírio de Jerusalém,
em 701 a.C., e sua queda, em 722 a.C, diante do exército
de Sargão II. Nesse tempo, a própria Babilônia estava sob
dominação assíria.
3
b) O texto profético não permite analisar aspectos militares da
possível revanche hebreia, porque sua linguagem é metafó-
rica e alude sobretudo a uma guerra divina ou cósmica.
c) A fonte é discutível em termos de informação histórica
porque confunde os fatos no tempo. Isaías faz recair a ira
divina contra a Babilônia, e não contra os assírios, os quais
flagelaram e tomaram Jerusalém enquanto ele viveu.
17. Porque, sobretudo do ponto de vista político e econômico, as
cidades fenícias se desenvolveram graças ao grande comércio
marítimo — o que não caracteriza o despotismo oriental.
18. e
A alternativa aponta uma das marcas civilizacionais do Segundo
Império Babilônico.
Capítulo 3
AntiguidAde ocidentAl: gréciA
Conexões
1. Monarquia, aristocracia e república.
2. A guerra: “a parte principal de tal Estado consiste em homens de
guerra e seus primeiros cidadãos são os que portam armas”.
3. O Estado que busca o bem ou a felicidade geral (dos cidadãos).
4. Considera uma degeneração da república por privilegiar os
pobres.
5. Parece não haver relação nenhuma, pois a democracia atenien-
se, embora tenha ampliado a cidadania para todos os naturais
da cidade do sexo masculino maiores de idade, não criou
nenhum sistema especial de benefício dos pobres. Aristóteles
possuía uma visão elitista da política e, por tal razão, fez uma
caricatura do sistema democrático para desmerecê-lo.
Exercícios complementares
5. a) Democracia.
b) A democracia ateniense restringia-se aos homens nascidos na
cidade, excluindo dos direitos políticos as mulheres, os escravos
e os metecos (estrangeiros). Como mecanismo de proteção à
democracia, o ostracismo condenava ao exílio por dez anos,
sem a perda dos bens, aqueles que ameaçavam a ordem.
6. a) Bárbaro, para os antigos helenos ou gregos, era todo aquele
que não falava sua língua, basicamente os estrangeiros, em
especial os capturados em guerras promovidas em regiões
forâneas, transformados em escravos.
b) Glorificação da pólis, sua origem, seus feitos, sua grandeza.
11. O mito de Prometeu, em resumo, conta a tragédia de
um herói que revelou aos homens o segredo do fogo, até
então privativo dos deuses. Foi por isso castigado por Zeus,
senhor do Olimpo, a ser acorrentado a um rochedo onde
padeceu para sempre: uma águia vinha diariamente comer-
-lhe o fígado. O dramaturgo Ésquilo escreveu a tragédia
Prometeu acorrentado, resumindo o mito. É possível afirmar
que essa narrativa opõe o mito à razão, ao interditar aos
homens o conhecimento e castigar o herói ou semideus
que ousou desafiar aquela interdição. A narrativa mítica
pretende, de certo modo, alertar para o perigo que a razão
e o conhecimento podem representar para os homens.
No entanto, isso não é suficiente para sustentar que a mi-
tologia grega encenada nas tragédias era uma propaganda
contra a filosofia. Ao contrário, era uma forma de colocar
em discussão, por meio dramático, os dilemas da condição
humana.
12. Não existe relação consistente. O modelo platônico de repú-
blica é elitista ao extremo, reservando o governo aos filósofos,
enquanto a república ateniense, na sua fase democrática,
reservava os direitos políticos aos cidadãos, assim defini-
dos segundo sua naturalidade ateniense, sexo masculino e
maiores de idade, exceto os escravos. A ideia aristotélica de
democracia, por sua vez, como governo popular dedicado aos
pobres, não caracterizou a democracia ateniense. Esta, como
indica o capítulo, limitava os direitos políticos aos cidadãos
e restringia o conceito de cidadania. Vale acrescentar que o
apogeu da democracia ateniense ocorreu na época de Péricles,
entre 460 e 429 a.C., antes, portanto, de Platão (427-399 a.C.)
e Aristóteles (384-322 a.C.), que viveram quando a democracia
ateniense já dava sinais de decadência.
Tarefa proposta
1. e
A alternativa resume o sentido da colonização agrária e comer-
cial dos gregos.
2. a
A alternativa apresenta características elementares das cidades-
-Estado na Grécia Antiga.
3. V – V – F – F
I. A afirmativa é verdadeira porque as duas cidades eram as únicas
de grande dimensão na Grécia Antiga.
II. A afirmativa é verdadeira porque os processos históricos men-
cionados correspondem aos períodos citados.
4. a
Os espartanos, descendentes dos dórios e fundadores da cidade,
vincularam-se ao militarismo por necessidade de manter o
controle sobre os hilotas, que eram maioria.
5. b
O texto evidencia a preocupação do legislador em estimular o
exercício da cidadania.
4
6. V – F – F – F – V
I. A afirmativa é verdadeira ao informar sobre a identidade reli-
giosa das cidades gregas.
V. A afirmativa é verdadeira porque identifica corretamente
elementos da sociedade espartana.
7. F – F – V – F – V – F
III. A alternativa é verdadeira porque define a hierarquia formada
por eupátridas, metecos e escravos.
V. A alternativa é verdadeira porque resume de maneira ade-
quada as reformas de Sólon.
8. e
A alternativa resume as reformas políticas de Clístenes.
9. b
A alternativa identifica os grupos excluídos da democracia
ateniense.
10. c
A alternativa relaciona corretamente a democracia ateniense
com a existência de uma base social escravista e sublinha outros
aspectos pertinentes aos campos social e institucional.
11. a) A igualdade dos direitos.
b) A democracia grega, especificamente em Atenas, era partici-
pativa, pois era exigida dos cidadãos a participação na vida
pública por meio da presença nas assembleias. No entanto, o
direito à cidadania restringia-se aos homens livres, maiores de
idade, nascidos na cidade e filhos de pais atenienses, excluindo-
-se da vida pública as mulheres, os escravos e os estrangeiros
(metecos). As democracias liberais do século XXI caracterizam-
-se como representativas, pois, para o estabelecimento dos
governos, os cidadãos, pelo voto, escolhem representantes
para os cargos executivos e para a formação das assembleias
(parlamentos) que devem deliberar sobre o que seja de inte-
resse dos cidadãos, fazendo prevalecer a vontade da maioria.
Nas democracias liberais recentes não existem restrições ao
conceito de cidadania aos nascidos numa mesma nação, e aos
estrangeiros é dada a possibilidade da naturalização, o que os
torna cidadãos num país que não é o seu de origem.
12. A ênfase na existência da escravidão como fator limitador da de-
mocracia ateniense é, na verdade, um anacronismo, pois pressupõe
um modelo moderno de democracia liberal que, historicamente, foi
construído em sociedades livres e burguesas. A alternativa enuncia-
da no texto anterior contextualiza melhor o sentido da democracia
ateniense em sua própria época, isto é, um regime voltado para
ampliar a participação política de todos os naturais de Atenas, e
não de toda a população de Atenas. Este foi o critério de inclusão
política máxima adotado pelos legisladores. Permaneceram excluí-
das, porém, as mulheres, ainda que naturais de Atenas.
13. a) Trata-se do Império Persa aquemênida e dos guerreiros
cidadãos de Atenas, respectivamente.
b) As Guerras Médicas, ou Greco-Pérsicas, do século V a.C.,
iniciadas pela disputa das colônias gregas da Ásia Menor
na região do mar Egeu.
c) O autor sublinha que a força da resistência dos atenienses
residia em que eram todos cidadãos ciosos de sua liberdade
e direitos.
14. A situação de domínio de Atenas:
a) Sistema de colonização grega — a partir do conflito entre a
colonização grega e a colonização persa, dando origem às
Guerras Médicas; Atenas conquistou a liderança do mundo
grego.
b) Criação da Confederação de Delos, sob a liderança de
Atenas, da qual participavam muitas cidades gregas que
estabeleciam entre si relações comerciais e militares.
Relação entre democracia e imperialismo:
a) Atenas, como cidade preponderante na Liga de Delos,
beneficiava-se dos recursos da Liga para reformas urbanas
e políticas, fortalecendo sua democracia interna.
b) Péricles, no seu governo, ampliou a participação popular nos
tribunais e nas magistraturas, fortalecendo a democracia
fundada por Clístenes.
15. b
O texto é claro na sua intenção de celebrar os feitos de Alexandre
Magno.
16. F – V – F – V
I. Esparta localizava-se na península do Peloponeso.
III. Licurgo foi legislador em Esparta e não em Atenas.
17. b
A alternativa identifica as fontes literárias da idealização do
guerreiro na Grécia Antiga, a tragédia e a comédia.
18. d
A alternativa identifica corretamente os dois gêneros clássicos
do teatro da Grécia Antiga.
Capítulo 4
AntiguidAde ocidentAl: romA
Conexões
As duas posições são extremadas e por isso não dão conta
de explicar, isoladamente, a queda do Império Romano.
No entanto, a tese de Ferdinand Lot tem a vantagem de
interpretar a crise como processo de longa duração, no qual
pesaram a degradação do Estado, o desprestígio do poder
imperial, o déficit fiscal, o esgotamento da escravidão, o
fracionamento do latifúndio, a crise agrícola, a falta de
mão de obra, a retração da economia de mercado, a “des-
romanização” ou “deslatinização” progressiva do exército
romano (pela crescente presença de mercenários, sobretudo
5
germânicos), o declínio das tradições e festas pagãs milenar-
mente associadas ao exercício do poder — e nisso o cristia-
nismo teve papel decisivo. A tese de André Piganiol parece
desmerecer o peso desses fatores estruturais em favor da
crise do século V, quando as fronteiras romanas foram cons-
tantemente rompidas pelas invasões de povos germânicos,
além dos hunos vindos do Oriente. As invasões do século V
tiveram sua importância, é claro, mas apenas na medida em
que agravaram uma crise que vinha de longe. Vista na longa
duração, a queda do Império Romano não surpreende. Na
verdade, nem os contemporâneos se espantaram com a
queda de Roma em 476 d.C.
Exercícios complementares
5. b
Os plebeus, em Roma, representavam as pessoas que não
tinham ascendência nobre, como os patrícios.
6. a) Por meio da “política do pão e circo”, surgida na fase republi-
cana de Roma e que se estendeu pelo período imperial.
b) Em face do empobrecimento da plebe romana, em consequên-
cia do crescimento do escravismo, sem a reforma agrária não se-
riam possíveis aos plebeus meios para assegurar a subsistência.
Desse modo, tornaram-se dependentes do amparo do Estado.
11. c
A alternativa a está errada, pois a península Itálica foi total-
mente conquistada na república; a alternativa b está incorreta
porque a conquista do Mediterrâneo ocorreu durante a repú-
blica; a alternativa d está errada porque o auge da expansão
ocorreu na república; finalmente, a alternativa e está errada,
pois as lutas contra os germanos ocorreram no império.
12. a) Não, antes de tudo porque o Edito não é de exclusiva autoria
de Constantino, mas também de Licínio, o tetrarca oriental.
Além disso, o documento não menciona, em nenhuma pas-
sagem, a conversão quer de Constantino, quer de Licínio.
b) Além de proibir a perseguição religiosa, o Edito favoreceu
claramente a Igreja católica ao estabelecer que os bens dos
cristãos usados como lugares de culto, antes confiscados,
deveriam ser restituídos com rapidez.
c) Constantino não oficializou o cristianismo como religião do
império. O Edito de Milão decretou a liberdade religiosa,
admitindo não só o cristianismo como as demais religiões.
O cristianismo só se tornou religião oficial em 380 d.C., por
decreto do imperador oriental, Teodósio, com a presença e
o aval do imperador ocidental, Valentiniano II.
Tarefa proposta
1. e
Realça a importância dos patrícios na sociedade romana,
superior a qualquer outro grupo social.
2. b
A opção é incorreta porque os movimentos plebeus e a legis-
lação do século V a.C. resultaram, ao contrário do enunciado,
em ganhos políticos importantes, como o tribunato da plebe.
3. d
A alternativa identifica corretamente as mudanças políticas
e econômico-sociais relevantes provocadas pela expansão
mediterrânica de Roma.
4. a
A alternativa identifica corretamente um aspecto da reforma
agrária proposta por Tibério Graco, sendo as demais opções
incongruentes.
5. c
A alternativa identifica as três fases das Guerras Púnicas, con-
forme indicado no capítulo.
6. d
Exprime o essencial da política romana em relação aos povos
conquistados: quando muito, a romanização das elites co-
laboradoras. A alternativa b, embora contenha informação
correta, está errada por generalizar a posição dos romanos:
o próprio César considerava que havia diferenças entre os
povos conquistados — uns bárbaros, outros passíveis de
serem civilizados.
7. a
A alternativa aponta a importância do binômio latifúndio-
-escravidão para a prosperidade econômica de Roma.
8. a) Não, embora este seja fator de peso. Na verdade, a retomada
da expansão pelo imperador Trajano, no século II d.C.,
buscou compensar o déficit fiscal e a escassez de mão de
obra escrava resultante da pax romana decretada por Otávio
Augusto no século anterior.
b) O peso da questão militar foi enorme ao menos em
dois pontos cruciais: aumento de gastos públicos com
muralhas e outras obras defensivas e desromanização/
deslatinização do exército, cada vez mais dependente
de mercenários estrangeiros recrutados entre os povos
germânicos.
c) A vaidade de Trajano é fator importante para uma análise
que admite o peso da ação dos indivíduos no processo histó-
rico. Mas não se trata, no caso, somente de vaidade pessoal.
Trajano era militar qualificado e percebeu, no século II d.C.,
que o exército romano ainda era poderoso o suficiente para
derrotar os partos, no Oriente, e os dácios, no Leste Europeu,
além dos macedônios e armênios nos Bálcãs. Agiu como
militar e como estadista, julgando necessário ampliar as
rendas do Estado e a oferta de mão de obra escrava. Seus
sucessores não tiveram, de fato, condições de arcar com os
ônus de um império ampliado em demasia.
6
9. a
A consequência imediata à morte de Crasso foi a disputa entre
os dois cônsules mencionados; os demais fatos são posteriores
ou falsos.
10. V – V – F – V – F
III. A afirmativa é falsa porque a expansão romana reforçou o
latifúndio, em vez de enfraquecê-lo.
V. A afirmativa é falsa porque, a rigor, a diarquia foi estabelecida
pelo imperador Diocleciano em 305 d.C., logo no século IV d.C.
Os elementos da crise romana enunciados na afirmativa estão,
porém, corretos, mas constituem elementos estruturais que
antecedem a divisão do império entre pars occidentis e pars
orientis.
11. c
A alternativa identifica o principal problema gerado pelo fim
da expansão militar: a escassez crescente de escravos, até então
adquiridos por meio do tráfico de prisioneiros das guerras ex-
pansionistas.
12. V – V – F – F – V
III. A afirmativa é falsa porque não ocorreu a aliança mencionada.
IV. A afirmativa é falsa porque os cristãos não foram acusados de
praticar orgias e infanticídios.
13. a
A alternativa indica corretamente elementos citados no capítulo
e elementares ao estudo da temática em questão.
14. a) A partir da leitura do texto, é possível concluir que havia,
na Roma republicana, uma estreita relação entre poder
político e religião, esta empregada como instrumento
de controle social, na medida em que “salvaguardava os
interesses de Roma”.
b) A religião romana era politeísta, fortemente influenciada
pela cultura grega e profundamente atrelada ao Estado,
como fica evidenciado no texto citado.
15. a) Religião monoteísta, caráter popular e pacificista e cosmo-
visão da salvação após a morte.
b) O cristianismo não aceitava o caráter divino atribuído à
autoridade imperial pelos romanos nem o militarismo-
-expansionismo característico do Estado romano.
16. a
O texto de Apolinário lastima a “deslatinização” dos costumes na
fronteira belga, apesar de louvar o latim de seu correspondente.
17. d
IV. A afirmativa é falsa porque o texto de Varrão não está preocu-
pado com os custos, mas com o rendimento e a segurança do
sistema escravista.
18. a) Está equivocada porque, se houve imperadores que agiram
como Commodus, a exemplo de Nero e Calígula, vários
outros não se encaixam nesse perfil.
b) Trajano, por exemplo, era um grande militar do qual não há
registros parecidos com a conduta de Commodus e imperado-
res do mesmo tipo. Marco Aurélio era, além de grande militar,
filósofo de orientação estoica (adepto da temperança, avesso
a todo tipo de orgias). Otávio Augusto, primeiro imperador,
e o próprio Júlio César, virtual fundador do império, nada
tiveram em comum com Commodus ou Nero, exceto pelo
fato de terem sido imperadores romanos.
c) Como análise histórica, a matéria é muito inconsistente, por-
que veicula juízos de valor, sem cuidar das especificidades
de cada imperador. A matéria dá exemplo de como o texto
histórico produzido por jornalistas, embora fluente, traz o
forte risco de estereotipar a história e suas personagens.
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