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FACULDADE NOVOS HORIZONTES Curso de Direito SICIEDADE ANÔNIMA Incorporação, fusão, cisão, grupo de sociedades, sociedade controlada e controladora Deila de Oliveira Lopes Belo Horizonte 2012

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FACULDADE NOVOS HORIZONTES

Curso de Direito

SICIEDADE ANÔNIMA

Incorporação, fusão, cisão, grupo de sociedades, sociedade controlada e controladora

Deila de Oliveira Lopes

Belo Horizonte

2012

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INCORPORAÇÃO, FUSÃO, CISÃO, GRUPO DE SOCIEDADES, SOCIEDADE CONTROLADA E CONTROLADORA.

Incorporação, fusão e cisão

As operações de incorporação, fusão e cisão, disciplinadas na lei de Sociedades por

Ações, aplicam se, aplicam-se, atualmente a todos os demais tipos societários. O

Código Civil de 2002 as disciplina nos arts. 1.113 a 1.122. Tais operações nos

permitem ver a distinção existente em nosso ordenamento jurídico entre empresa e

sociedade. ( Corrêa-Lima p. 339, 2003 )

Temos na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que

lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma

estabelecida para os respectivos tipos.

A deliberação dos sócios da sociedade incorporada deverá aprovar as bases da

operação e o projeto de reforma do ato constitutivo.

A sociedade que houver de ser incorporada tomará conhecimento desse ato, e, se o

aprovar, autorizará os administradores a praticar o necessário à incorporação,

inclusive a subscrição em bens pelo valor da diferença que se verificar entre o ativo

e o passivo.

A deliberação dos sócios da sociedade incorporadora compreenderá a nomeação

dos peritos para a avaliação do patrimônio líquido da sociedade, que tenha de ser

incorporada.

Aprovados os atos da incorporação, a incorporadora declarará extinta a incorporada,

e promoverá a respectiva averbação no registro próprio.

Já a fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para formar

sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações.

A fusão será decidida, na forma estabelecida para os respectivos tipos, pelas

sociedades que pretendam unir-se.

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Em reunião ou assembleia dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e

aprovado o projeto do ato constitutivo da nova sociedade, bem como o plano de

distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação do

patrimônio da sociedade.

Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembleia dos

sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da

nova sociedade.

É vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que

façam parte.

A cisão é a operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente uma parcela

do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já

existentes, extinguindo-se a sociedade cindida - se houver versão de todo o seu

patrimônio - ou dividindo-se o seu capital - se parcial a versão (Lei das S.A. - Lei

nº 6.404, de 1976, art. 229, com as alterações da Lei nº 9.457, de 1997).

Quando houver versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente, a cisão

obedecerá às disposições sobre incorporação, isto é, a sociedade que absorver

parcela do patrimônio da pessoa jurídica cindida suceder-lhe-á em todos os direitos

e obrigações (Lei das S.A. - Lei nº 6.404, de 1976, art. 229, §§ 1º e 3º).

Nas operações em que houver criação de sociedade, serão observadas as normas

reguladoras das sociedades, conforme o tipo da sociedade criada (Lei das S.A., art.

223, § 1º).

A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais

ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos

respectivos estatutos ou contratos sociais.

Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas

reguladoras da constituição das sociedades do seu tipo (Lei das S.A. - Lei nº 6.404,

de 1976, art. 223, §§ 3º e 4º, acrescentados pela Lei nº 9.457, de 1997).

Grupo de sociedades

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Os grupos de sociedades podem ser: grupos de fato e grupos de direito.

Segundo Rubens Requião, são Grupos empresariais de fato, as sociedade que

mantêm, entre, si, laços empresariais através de participação acionária, sem

necessidade de se organizarem juridicamente. “Relacionam-se segundo o regime

legal de sociedades isoladas, sob a forma de coligadas, controladoras e controladas,

no sentido de não terem necessidade de maior estrutura organizacional.” (segunda

parte do art. 18). Os grupos de fato se estabelecem entre sociedades coligadas ou

entre a controladora e a controlada. (REQUIÃO: 2003, p. 269).

Ainda segundo o mesmo autor, “o grupo de sociedade de direito é uma

forma evoluída de inter-relacionamento de sociedades que, mediante

aprovação pelas assembléias gerais de uma convenção de grupos, dão

origem a uma sociedade de sociedades”. (REQUIÃO: 2003, pg. 290).

O grupo de direito é o conjunto de sociedades cujo controle é titularizado por uma

brasileira e que, mediante convenção acerca de combinação de esforços ou

participação em atividades ou empreendimentos comuns, formalizam esta relação

empresarial. Constituem formalmente por uma convenção expressa, devendo

possuir designação, "grupo" ou "grupo de sociedades", (art. 267 da LSA), registrados

na Junta Comercial.

Assim compreende o grupo de sociedade a associação de esforços empresariais

entre sociedades, para a realização de atividades comuns, ou seja, todo conjunto de

sociedades comerciais que, conservando embora as respectivas personalidades

jurídicas próprias e distintas, se encontram subordinadas a uma direção econômica

unitária e comum.

O Grupo de Sociedades está disciplinado nos artigos 265 a 277 da Lei nº 6.404/1976

e Instrução Normativa DNRC nº 73/1998 e pode ser conceituado como uma forma

de concentração de empresas de mesmo tipo jurídico ou não; ou seja, o grupo pode

ser constituído por sociedades anônimas ou sociedades por quotas de

responsabilidade limitada.

A sociedade controladora e suas controladas, mediante convenção, poderão

constituir Grupo de Sociedades, obrigando-se a combinar recursos ou esforços para

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a realização dos respectivos objetivos, ou a participação de atividades ou

empreendimentos comuns.

A característica fundamental do Grupo de Sociedades é que as empresas dele

participantes mantêm personalidades jurídicas próprias, embora fiquem

subordinadas a uma política econômica centralizada da sociedade de comando.

A sociedade de comando ou controladora deve ser brasileira e exercer direta ou

indiretamente, de modo permanente, o controle das sociedades filiadas, como titular

de direitos de sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros sócios ou

acionistas.

O artigo 272 da Lei nº 6.404/1976 determina que a estrutura administrativa do Grupo

de Sociedades será definida na convenção, podendo criar órgãos de deliberação

colegiada e cargos de direção geral.

A representação das sociedades perante terceiros, salvo disposição expressa na

convenção do grupo, arquivada no registro do comércio e publicada, caberá

exclusivamente aos administradores de cada sociedade, de acordo com os

respectivos estatutos ou contratos sociais.

A remuneração daqueles que estiverem investidos em cargos da

administração central do grupo ou em mais de uma sociedade poderá ser

rateada entre as diversas sociedades. A gratificação dos administradores,

se houver, será baseada nos resultados apurados nas demonstrações

financeiras consolidadas do grupo de paga dentro dos limites fixados pela

Lei nº 6.404/1976, em seu artigo 152, § 1º.

O Grupo de Sociedades organizado de acordo com as normas focalizadas neste

trabalho terão designação de que constarão as palavras “Grupo de Sociedades” ou

“Grupo”.

A convenção de grupo deve ser aprovada com observância das normas para

alteração do contrato social ou do estatuto.

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Para deliberar sobre participação em grupo, faz-se necessária a aprovação de

acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se

maior “quorum” não for exigido pelo estatuto da companhia fechada.

A companhia que, por seu objeto, depende de autorização prévia de órgão

governamental para funcionar somente poderá participar de Grupo de Sociedades

após a aprovação da convenção do grupo pela autoridade competente.

As relações entre as sociedades, a estrutura administrativa do grupo e a

coordenação ou subordinação dos administradores das sociedades filiadas serão

estabelecidas na convenção do grupo, mas cada sociedade conservará

personalidade e patrimônio distintos.

O Grupo de Sociedades será constituído por convenção aprovada pelas sociedades

que o componham.

Para constituição, alteração e extinção de grupo deverão ser arquivados, na Junta

Comercial da unidade da Federação em que se localizar a sede da sociedade de

comando.

O artigo 275 da Lei nº 6.404/1976 determina que o Grupo de Sociedades publicará,

além das demonstrações financeiras referentes a cada uma das companhias que

compõem demonstrações consolidadas, compreendendo todas as sociedades do

grupo.

De acordo com o artigo 276 da Lei nº 6.404/1976, a combinação de recursos e

esforços, a subordinação dos interesses de uma sociedade aos de outra, ou do

grupo, e a participação em custos, receitas ou resultados de atividades ou

empreendimentos somente poderão ser opostos aos sócios minoritários das

sociedades filiadas nos termos da convenção do grupo.

Sociedade controlada e controladora

Considera - se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou

através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de

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modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a

maioria dos administradores.

A sociedade controladora e suas controladas podem constituir grupo de sociedades,

mediante convenção pela qual se obriguem a combinar recursos ou esforços para a

realização dos respectivos objetos, ou a participar de atividades ou

empreendimentos comuns. É constituída em caráter permanente.

A sociedade controladora, ou de comando do grupo, deve ser brasileira e exercer,

direta ou indiretamente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas,

como titular de direitos de sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros sócios

ou acionistas.

As relações entre as sociedades, a estrutura administrativa do grupo e a

coordenação ou subordinação dos administradores das sociedades filiadas serão

estabelecidas na convenção do grupo, mas cada sociedade conservará

personalidade e patrimônios distintos.

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REFERÊNCIAS:

Borba, José Edwaldo Tavares, Direito Societário: 10ª Edição – Revista aumentada e atualizada. Rio de Janeiro-São Paulo-Recife, renovar, 2007.

Civil, Código, organização, Yussef Said Cahali. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.

Corrêa Lima, Osmar Brina, Sociedade Anônima: 3ª Edição – Revista e atualizada. Belo Horizonte: Del rey, 2005.

LEI 6.404, de 15 de dezembro 1976

Requião, Rubens, Curso Direito Comercial: De acordo com a lei 9/2/2005( nova lei de falências ), 2° Volume. Editora Saraiva, São Paulo, 2005.