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São Paulo, Junho 2005 Distribuição Gratuita email:[email protected] Em busca de ética, conhecimento e cidadania MONOGRAFIAS IMPRESSÃO, CÓPIAS E ENCADERNAÇÃO MONOGRAFIAS, CATÁLOGOS, APRESENTAÇÕE CARTÕES DE VISITA, CONVITES, IMÃS, HOT-ST A SERIGRAFIA AULAS E MATERIAIS DO RAMO TRABALHOS PARA O MESMO DIA RUA MACHADO DE ASSIS, 216 - ESTAÇÃO ANA ROSA DO ME FONE: (11) 5579-3382 Venha conhecer enha conhecer enha conhecer enha conhecer enha conhecer - Vários jogos em rede - Vários jogos em rede - Vários jogos em rede - Vários jogos em rede - Vários jogos em rede - Acesso a Internet - Acesso a Internet - Acesso a Internet - Acesso a Internet - Acesso a Internet A Lord’s diversões inteligentes, selecionou tudo que há de mais moderno e sofisticado, com máquinas importadas. Venha conferir e viajar com a Lord’s em um mundo eletrônico de fortes emoções edistração. R. Coelho Lisboa, 305 (coração do Tatuapé) Fone: 295-0610 COISAS NOVAS E VELHAS COISAS LEIA NESSA EDIÇÃO: ENTREVISTA: Tatiana, Presidente do Centro Acadêmico de Psicologia da USM, fala sobre formação profissio- nal e problemas sociais. Pág. 02. VOLTA ANAKIN! Crítica sobre cine- ma, nosso leitor Gustavo analisa último “STAR WAR”. Pág. 04. DIFICULDADES DE INCLUSÃO NA FAC/FITO - OSASCO: Jozi Manoela e seus problemas de acessibilidade e inclusão. Pág. 05. BOLA FORA: Vejam as atitudes abo- mináveis de dois “professores” da USM. Pág. 08. VAMOS À CHURRAS(CÃO)RIA? ?? Luis Alberto e a sua novela da vida real. Pág. 08. CARTA AOS PAIS: Texto de Ru- bem Alves que mais parece uma ora- ção. Pág. 11. CHORANDO NA RAMPA. CONS- CEG realiza “Test Drive” das rampas “acessíveis” da USM. Pág. 12. A DITADURA DAS PEQUENAS COI- SAS: Roger Marques e sua constata- ção que pequenos detalhes podem re- presentar grandes exclusões. Pág. 13. ESTOU GRÁVIDO!!! A incrível his- tória do homem que só queria ter fi- lhos. Pág. 14. TUDO ISSO E MUITO MAIS! Neste jornal que talvez seja difícil para se ler, pois é possível dizer muitas mentiras, falando somente a verdade. Prezados leitores, estamos chegando mais uma vez, diante de todos e trazendo nossas idéias, reflexões, pensamentos, postura crítica construtiva, além dos pro- blemas de nosso cotidiano de pessoas com deficiência, física, sensorial, mental, na Universidade, na sociedade, na vida como um todo, não importa, apenas nos expres- sando e buscando espaço e respeito para colocarmos nossa voz. Sempre com o objetivo de tornar esse jornal cada vez mais atrativo, gostoso de ser lido e interessante para quem puder lê-lo, estamos trazendo coisas novas e também velhas coisas nessa edição. Com relação às coisas novas, temos inúmeras, pois decidimos trazer para vocês, algu- mas colunas que vão mostrar um pouco de nossa vida fora da Universidade Aque- las coisas que fazemos cotidianamente, no lazer, trabalho ou como meio de nos inserirmos na sociedade produtiva, enfim, vamos revelar aspectos interessantes a nosso respeito, colocando tudo a serviço de nossos leitores também. Podemos co- meçar dizendo a respeito de uma coluna chamada “COMPUTA DORES DE CA- BEÇA”, assinada por Nosso amigo Édi Carlos, que tem vasta bagagem na lida com computadores, e que irá trazer dicas interessantes sobre essas maquininhas tão simples, mas tão complicadas nos mo- mentos que mais precisamos delas. A amiga Jucilene, uma baiana muito esper- ta, vai trazer em sua coluna “COZINHAN- DO DE OLHOS FECHADOS”, as mais gostosas receitas e comidinhas que são tão fáceis de fazer que você nem precisa enxergar para conseguir. Nosso amigo Lucas Divino e sua preocupação cívica com os nossos direitos cotidianos, será o autor da coluna “DIREITO NOSSO DE CADA DIA”, na qual irá nos mostrar que defender nossa cidadania é mais fácil do que pensamos, bastando para isso que tenhamos algumas poucas informações e, para isso, pretende traze-las aqui. Nosso amigo Naziberto Lopes que pretende com- partilhar seus conhecimentos a respeito da arte oriental e ocidental da massotera- pia, na coluna “COM-TATO”, para que você relaxe e sinta-se bem trocando to- ques e cuidados com quem gosta. Nossa amiga Priscila Neves que assinará uma coluna chamada “VALORIZANDO A VIDA”, na qual abordará temas como meio ambiente e sobre como podemos cuidar melhor dele. Uma coluna que temos cer- teza vai fazer sucesso é a “BRAI-LEN- DO”, assinada por nossa correspondente Luciane Molina, professora de braile em Guaratinguetá / SP, que vai contar um pouco da história dessa forma de escrita centenária, além de ensinar a quem quiser aprendê-la. Queremos adiantar que esta- mos em contato com vários lugares do Brasil, devido às repercussões de nosso jornal e, em breve, traremos a colabora- ção de correspondentes de outros lugares como: Bahia, Santa Catarina, Pernambu- co, Espírito Santo, Rio de Janeiro e vem mais por aí. Todos trazendo suas contri- buições, denúncias de inacessibilidade e exclusão em outras Universidades por esse país a fora, não percam! Apenas para en- cerrar as coisas novas, teremos também um serviço exclusivo para estudantes e funcionários da Universidade São Marcos, que é a coluna de classificados. Nela, po- derão anunciar o que quiserem sem custo algum. Veja nessa edição alguns anúncios na página 16 e faça contato conosco ! Agora falando, infelizmente, de velhas coisas, não poderemos, ao menos por enquanto, deixarmos de apontar os velhos problemas que continuam a nos assom- brar pelos corredores da Universidade São Marcos, entre outras. Temos esperanças que um dia esses fantasmas sejam exor- cizados por pessoas bem intencionadas e responsáveis por essas Instituições de Ensino. De nossa parte, estamos fazendo de tudo para espantar esses velhos com- portamentos, alguns encostos personifi- cados e que teimam em não querer fazer a passagem definitiva para o esquecimen- to. Se todas essas forças do “bem”, já que está na moda esse termo, se unirem e tra- balharem lado a lado, temos certeza que as “forças” do mau, representadas, na fic- ção por Darth Vader e seu império, e na realidade por gestos e atitudes excluden- tes, preconceituosas, indiferentes, além de frases como: “Ah! É assim mesmo!”, “Puxa! Esqueci de você!”, “Mas não estamos acostumados com vocês!”, en- tre outras pérolas, serão definitivamente varridas da galáxia e de nosso sistema educacional. E que a “força” esteja conosco! CONSCEG.

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São Paulo, Junho 2005 Distribuição Gratuitaemail:[email protected]

Em busca de ética, conhecimento e cidadania

MONOGRAFIASIMPRESSÃO, CÓPIAS E ENCADERNAÇÃO

MONOGRAFIAS, CATÁLOGOS, APRESENTAÇÕECARTÕES DE VISITA, CONVITES, IMÃS, HOT-STA

SERIGRAFIAAULAS E MATERIAIS DO RAMO

TRABALHOS PARA O MESMO DIA

RUA MACHADO DE ASSIS, 216 - ESTAÇÃO ANA ROSA DO ME

FONE: (11) 5579-3382

VVVVVenha conhecerenha conhecerenha conhecerenha conhecerenha conhecer- Vários jogos em rede- Vários jogos em rede- Vários jogos em rede- Vários jogos em rede- Vários jogos em rede

- Acesso a Internet- Acesso a Internet- Acesso a Internet- Acesso a Internet- Acesso a InternetA Lord’s diversões inteligentes, selecionou tudo que há de

mais moderno e sofisticado, com máquinas importadas.Venha conferir e viajar com a Lord’s em um mundo

eletrônico de fortes emoções edistração.

R. Coelho Lisboa, 305 (coração do Tatuapé)

Fone: 295-0610

COISAS NOVAS E VELHAS COISAS LEIA NESSAEDIÇÃO:

ENTREVISTA: Tatiana, Presidente doCentro Acadêmico de Psicologia daUSM, fala sobre formação profissio-nal e problemas sociais. Pág. 02.VOLTA ANAKIN! Crítica sobre cine-ma, nosso leitor Gustavo analisa último“STAR WAR”. Pág. 04.DIFICULDADES DE INCLUSÃO NAFAC/FITO - OSASCO: Jozi Manoelae seus problemas de acessibilidade einclusão. Pág. 05.BOLA FORA: Vejam as atitudes abo-mináveis de dois “professores” daUSM. Pág. 08.VAMOS À CHURRAS(CÃO)RIA? ??Luis Alberto e a sua novela da vidareal. Pág. 08.CARTA AOS PAIS: Texto de Ru-bem Alves que mais parece uma ora-ção. Pág. 11.CHORANDO NA RAMPA. CONS-CEG realiza “Test Drive” das rampas“acessíveis” da USM. Pág. 12.A DITADURA DAS PEQUENAS COI-SAS: Roger Marques e sua constata-ção que pequenos detalhes podem re-presentar grandes exclusões. Pág. 13.ESTOU GRÁVIDO!!! A incrível his-tória do homem que só queria ter fi-lhos. Pág. 14.

TUDO ISSO E MUITO MAIS! Nestejornal que talvez seja difícil para se ler,pois é possível dizer muitas mentiras,falando somente a verdade.

Prezados leitores, estamos chegandomais uma vez, diante de todos e trazendonossas idéias, reflexões, pensamentos,postura crítica construtiva, além dos pro-blemas de nosso cotidiano de pessoas comdeficiência, física, sensorial, mental, naUniversidade, na sociedade, na vida comoum todo, não importa, apenas nos expres-sando e buscando espaço e respeito paracolocarmos nossa voz.

Sempre com o objetivo de tornar essejornal cada vez mais atrativo, gostoso deser lido e interessante para quem puderlê-lo, estamos trazendo coisas novas etambém velhas coisas nessa edição. Comrelação às coisas novas, temos inúmeras,pois decidimos trazer para vocês, algu-mas colunas que vão mostrar um poucode nossa vida fora da Universidade Aque-las coisas que fazemos cotidianamente,no lazer, trabalho ou como meio de nosinserirmos na sociedade produtiva, enfim,vamos revelar aspectos interessantes anosso respeito, colocando tudo a serviçode nossos leitores também. Podemos co-meçar dizendo a respeito de uma colunachamada “COMPUTA DORES DE CA-BEÇA”, assinada por Nosso amigo ÉdiCarlos, que tem vasta bagagem na lidacom computadores, e que irá trazer dicasinteressantes sobre essas maquininhas tãosimples, mas tão complicadas nos mo-mentos que mais precisamos delas. Aamiga Jucilene, uma baiana muito esper-ta, vai trazer em sua coluna “COZINHAN-DO DE OLHOS FECHADOS”, as maisgostosas receitas e comidinhas que sãotão fáceis de fazer que você nem precisaenxergar para conseguir. Nosso amigoLucas Divino e sua preocupação cívicacom os nossos direitos cotidianos, será oautor da coluna “DIREITO NOSSO DECADA DIA”, na qual irá nos mostrar que

defender nossa cidadania é mais fácil doque pensamos, bastando para isso quetenhamos algumas poucas informações e,para isso, pretende traze-las aqui. Nossoamigo Naziberto Lopes que pretende com-partilhar seus conhecimentos a respeitoda arte oriental e ocidental da massotera-pia, na coluna “COM-TATO”, para que

você relaxe e sinta-se bem trocando to-ques e cuidados com quem gosta. Nossaamiga Priscila Neves que assinará umacoluna chamada “VALORIZANDO AVIDA”, na qual abordará temas como meioambiente e sobre como podemos cuidarmelhor dele. Uma coluna que temos cer-teza vai fazer sucesso é a “BRAI-LEN-DO”, assinada por nossa correspondenteLuciane Molina, professora de braile emGuaratinguetá / SP, que vai contar umpouco da história dessa forma de escritacentenária, além de ensinar a quem quiseraprendê-la. Queremos adiantar que esta-mos em contato com vários lugares doBrasil, devido às repercussões de nossojornal e, em breve, traremos a colabora-ção de correspondentes de outros lugares

como: Bahia, Santa Catarina, Pernambu-co, Espírito Santo, Rio de Janeiro e vemmais por aí. Todos trazendo suas contri-buições, denúncias de inacessibilidade eexclusão em outras Universidades por essepaís a fora, não percam! Apenas para en-cerrar as coisas novas, teremos tambémum serviço exclusivo para estudantes efuncionários da Universidade São Marcos,que é a coluna de classificados. Nela, po-derão anunciar o que quiserem sem custoalgum. Veja nessa edição alguns anúnciosna página 16 e faça contato conosco !

Agora falando, infelizmente, de velhascoisas, não poderemos, ao menos porenquanto, deixarmos de apontar os velhosproblemas que continuam a nos assom-brar pelos corredores da Universidade SãoMarcos, entre outras. Temos esperançasque um dia esses fantasmas sejam exor-cizados por pessoas bem intencionadas eresponsáveis por essas Instituições deEnsino. De nossa parte, estamos fazendode tudo para espantar esses velhos com-portamentos, alguns encostos personifi-cados e que teimam em não querer fazera passagem definitiva para o esquecimen-to. Se todas essas forças do “bem”, já queestá na moda esse termo, se unirem e tra-balharem lado a lado, temos certeza queas “forças” do mau, representadas, na fic-ção por Darth Vader e seu império, e narealidade por gestos e atitudes excluden-tes, preconceituosas, indiferentes, além defrases como: “Ah! É assim mesmo!”,“Puxa! Esqueci de você!”, “Mas nãoestamos acostumados com vocês!”, en-tre outras pérolas, serão definitivamentevarridas da galáxia e de nosso sistemaeducacional.

E que a “força” esteja conosco!

CONSCEG.

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Página 2 Junho - 2005

ENTREVISTA

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SEUS MOMENTOS

Tatiana Otoboni Chaves, 27anos, presidente do Centro Acadê-

mico de Psicologia na Universidade SãoMarcos. Graduanda de Psicologia atual-

mente no 9º. Semestre.

CONSCEG: Qual é a importância de umCentro Acadêmico dentro de uma Universidade?

TATIANA: Acredito que é um espaço muito im-portante, porém, não apenas no nível superior de ensi-no, mas também, no primeiro e segundo graus, isso por-que, infelizmente não temos umatradição de luta e discussão sobreos direitos estudantis. Essas discus-sões seriam fundamentais para queo nosso ensino não fosse tão mer-cantilista, para que as universida-des não estivessem preocupadassomente em suprir o mercado detécnicos especializados. Pessoasque tem a única preocupação dereproduzir o que os mestres depo-sitam em sala de aula, sem a refle-xão crítica e o pensamento preo-cupado com o que acontece lá fora.O C.A. tem a intenção de chamaros estudantes para a discussão,para a troca de idéias, informaçõesimportantes para escaparmos umpouco dessa reprodução de filo-sofias vazias e visões fragmentadasde homem. Chamamos a comunidade estudantil pararealizarem uma crítica político-social, não uma críticademagógica, mas sobre o que podemos fazer enquantoagentes de transformação na sociedade.

O ensino atual é voltado para essa problemática?Não sei. Penso que ele esteja somente voltado ao lucrofácil e ao comércio do saber? Todos nós temos quepensar nisso, e o C.A. está ai para ajudar nessa tarefa.

CONSCEG: ‘Por que presidir o C.A?TATIANA: Porque já estou acostumada com essas

discussões. Já fui do movimento estudantil secundaris-ta, Vice-presidente da UMES, participava de grêmios,inclusive fiz parte de uma das gestões anteriores donosso C.A., por isso, gosto muito de estar nesse movi-mento e poder ajudar de alguma forma como semprefiz. Criamos agora um grupo bem amplo, abrangendotodos os semestres de Psicologia. Queremos propor-cionar essa interação, de quem está chegando com quemestá saindo, para podermos deixar essa semente sem-pre ativa. O objetivo é quebrar essa apatia de pessoasque vivem dizendo que não adianta fazer nada, nãoadianta falar nada, que é assim mesmo. Mas a tarefa édifícil, pois sofremos críticas de todos os lados, de quemfaz alguma coisa e até mesmo de quem nada faz.

CONSCEG: Como você vê a formação do futuroprofissional da Psicologia?

TATIANA: Minha opinião a esse respeito é um tantocontundente, tenho certeza que muitos não podem não

concordar com ela, mas penso desta maneira. Sa-bemos que a São Marcos é uma Universidade declasse média, média alta, algumas pessoas enten-dem ainda a Psicologia de uma forma romântica,compreender o homem, e etc.. Agora eu pergunto:Como podemos caminhar dessa teoria para a prá-tica? Muitos estudantes não se preocupam com oque está acontecendo nos corredores, nos basti-dores, nas discussões, em palestras como as quetivemos na Jornada do CIPS na semana da luta anti-manicomial. Estamos fechados em sala de aula, re-cebendo os conhecimentos absolutos dos profes-sores, mas e o restante? E o centro nervoso de toda

Universidade que é justamen-te aquilo que acontece ao re-dor de todos e que nos trans-passa. Os problemas sociaisse tornam invisíveis e normais,naturalizados, ficamos insensí-veis e não percebemos o quese passa fora das salas de aula.Adotamos uma posição con-formista diante dessa situaçãoe o individualismo é reforça-do por propagandas instituci-onais e acaba por se estabe-lecer, vide propaganda”Soubrasileiro e nunca desisto”..Tudo isso, nos torna indiferen-tes diante do sofrimento huma-no e nos submete a um imobi-lismo que nos impede de pro-vocar transformações.

Provocar transformações.CONSCEG: Como a Psicologia pode auxiliar

nas transformações sociais?TATIANA: A luta pela garantia de uma cidada-

nia justa é uma obrigação de todos nós, indepen-dentemente de sua escolha profissional. Penso queo Psicólogo é uma espécie de mediador, ele tem ateoria, por isso, precisa utilizar-se muito bem delapara poder intervir nos momentos importantes e pro-vocar as transformações necessárias em nossa rea-lidade social precária. O profissional da Psicologianão deve se fragmentar, precisa entender que a clí-nica é importante, mas o trabalho na coletividade,na comunidade é fundamental. Muitos falam detransformações durante a formação, mas ao prati-carem, caem na repetição cotidiana. Exercer a pro-fissão para seu sustento, é valido, mas não podeser tudo. O trabalho deverá ser mais na coletivida-de do que no individual. Utilizar-se de nossos co-nhecimentos apenas para testar, classificar e cate-gorizar é reduzir muito a atuação da Psicologia eseu papel como agente de transformação social. Nósque temos o privilégio de poder estudar em Uni-versidades de elite, temos a obrigação de retornarà sociedade algum benefício. Isso para mim é ver-dadeiramente o papel da Psicologia diante dessequadro apresentado.

CONSCEG: Como você vê a situação de pes-

soas com deficiência dentro das Universidades?TATIANA: Infelizmente isso é uma realidade e pre-

cisa ser dita, ou seja, as Universidades foram feitaspara aqueles considerados “normais”, para a maioria.Já visitei a PUC, a USP e não percebi nada diferentedo que existe por aqui, isto é, nada preparado paravocês. Agora tem um ponto que é a questão da boavontade. Aqui parece que tudo é difícil, o desloca-mento entre os prédios, tudo parece ser longe e ina-cessível. Soube do teste que vocês fizeram na rampa,coisa incrível. Fala-se muito de inclusão na teoria, osprofessores, as propagandas, mas se o discurso é deinclusão, porque até agora tão pouco ou quase nadase fez na prática? Já conhecia a Priscila antes, e sabiados problemas pelos quais ela vinha passando. Aindabem que vocês se uniram, já não era sem tempo.

CONSCEG: O que você pensa a respeito doCONSCEG e do jornal CONSCEGUINDO?

TATIANA: Existe uma predisposição na socieda-de em olhar os deficientes como verdadeiros coita-dos, pobres infelizes, entre outras pechas. O grupode vocês e agora o jornal conseguiram estabeleceruma polemica muito importante. Vocês não eram cita-dos em lugar algum por aqui. Nem nas reuniões, nosconselhos, nos colegiados, entre os professores, osestudantes, direção, enfim, eram praticamente invisí-veis. Alguns estão criticando vocês, mas como falarbem de coisas que estão ainda tão ruins? Penso que aUniversidade estava muito preocupada com as ques-tões externas, mas vocês vieram para chamar as dis-cussões aqui para dentro e também para uma realida-de desconhecida de muitos. Sinto-me transformadacom a leitura desse jornal e tenho certeza que muitosoutros estão sentindo o mesmo. Espero que continu-em nesse caminho. Vale a pena.

REPÓRTER: NAZIBERTO LOPESFOTO: ADRIAN FLECHIMAN

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Página 3Junho - 2005

Queremos comemorar a chegadade nossa mais nova amiga naUniversidade São Marcos. Trata-se da Ana Paula, aluna deficientevisual que iniciará seu curso nopróximo semestre. Ela irá cursarPedagogia, e estamos ansiosos para

ver como será a receptividade da Universidade para suachegada. Segundo suas próprias informações, colhidasjunto aos responsáveis pelo NAAPNE, tudo que forprecisar estará disponível no tempo e na quantidadecorretas. No início do ano prestou vestibular paraFisioterapia e foi aprovada, no entanto, não pôde optarpor esse curso, pois a Universidade admitiu suaincapacidade de acolhê-la junto ao mesmo, assim sendo,ela optou por cursar Pedagogia. Mesmo assim, foiinformada à época, que não seria conveniente o seu inícionaquele momento, pois o semestre já havia começado hápouco e os materiais adaptados não poderiam serproduzidos com a urgência e qualidade que precisariam.Assim sendo, nossa heroína foi aconselhada a iniciar ocurso de Pedagogia no próximo semestre, que está cadavez mais perto! Certamente agora, depois de tanto tempodecorrido, o material necessário já deve estar quase todopreparado. Acreditamos que todos os contatos entre oNAAPNE e a coordenação do respectivo curso já devemter sido feitos e o trabalho deve estar a todo vapor! Éisso aí pessoal do NAAPNE! Contamos com vocês.Certamente também a coordenadoria de Pedagogia nãodeve ver a hora de conhecer a nossa amiga, já devemestar até com os “guias legais” nas mãos, mesmo assim,esperem mais um pouco pessoal, vocês vão adorá-la, elaé muito legal!

É verdade que a própria Ana Paula em sua última visitaao NAAPNE, no mês de Abril, recebeu a notícia que nãotinham nada para ela, porém, acreditamos que deve tersido apenas uma brincadeirinha do pessoal de lá paradeixar a nossa amiga angustiada, foi apenas o primeirotrote! Afinal, faltam apenas pouco mais de dois meses,se contarmos que o pessoal não saia de férias. Esperamosque não! Pois, não temos apenas a Ana Paula chegando,afinal ela não desistiu de esperar, temos mais oito alunosdeficientes visuais que também estão caminhando paranovos semestres e todos precisarão de seus materiaisem dia, não é mesmo?

A alegria com a vinda denossa amiga é muito grande,é tamanha que nos faz pedirlicença para cantarolarmosuma canção que deve sermuito conhecida de todos,pois é a marca registrada denosso impagável SilvioSantos. Então vamos lá...

Ana Paula vem aí, lalá,lalalalá...

Ana Paula vem aí, lalá,lalalalá.

Ana Paula vem aí, la laáLalalalá, laá, laá, laá,

laaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!CONSCEG

ANA PAULA VEM AÍ!LALÁ, LALALALÁ...

A CAMINHO DATRANSFORMAÇÃONo último dia 12 de maio, dois integrantes do

CONSCEG, Lucas Divino e Édi Carlos, foram convi-dados para uma reunião com os responsáveis da Uni-versidade São Marcos, por promover acessibilidadea pessoas com algum tipo de deficiência. Esta reu-nião teve como objetivo, discutir a criação de meios,a fim de tornar a USM mais acessível, com a cons-trução de maquetes, que possam proporcionar a umapessoa deficiente visual, por exemplo, uma noçãobásica sobre o local, a demarcação nos pisos dos di-versos prédios e a implantação de placas Braille nasportas das salas e outros ambientes da Universidade.Neste encontro, foram feitas várias simulações e ques-tionamentos, levantando uma série de possibilidadespara que esse projeto pudesse atingir a todos que pre-cisam de sua implementação. Nesse sentido, váriasidéias foram oferecidas, como, por exemplo, a colo-cação de tapetes diferenciados no chão, a colocaçãode borrachas, como o que já foi feito na estação Ver-gueiro do Metrô, a implantação de linhas referenci-ais, entre outras idéias. Resumindo, foram discutidasvárias possibilidades a fim de obter sucesso nessatentativa de melhorar a acessibilidade de pessoas de-ficientes, com alguma dificuldade de mobilidade den-tro da Universidade.

No final, foi ressaltado que será um projeto esten-dido a todos os prédios da instituição, tornando autô-noma a locomoção dos alunos com deficiência.

Com isso, queremos publicamente dizer a todas aspessoas envolvidas nessa questão que estamos sem-pre à disposição, para colaborarmos naquilo que fornecessário para o cumprimento desse projeto, poisisso mostraria que a Universidade São Marcos estápretendendo se tornar uma Universidade mais aces-sível e inclusiva, só faltando a necessidade de ampli-ar o diálogo com os reais atingidos e interessadosem discutir essa problemática, buscando soluções.CONSCEG

Meu nome é Naziberto Lopes de Oliveira e sou estudantede Psicologia aqui na São Marcos. Tenho uma vontade danadade me formar bem, sair daqui com conhecimento, informação.Todavia, mais do que uma boa graduação, preciso freqüentarCongressos de Psicologia, encontros de discussão, mesasredondas, debates, palestras interessantes voltadas a minhaárea de interesse e tudo mais que um estudante necessita parase tornar um bom profissional e ter um currículo apresentávelàquelas futuras empresas que eu possa escolher para trabalharcomo empregado, ou então, como profissional liberal em meuconsultório, me sentir seguro e pronto para atender umapessoa que me procure em busca de ajuda, acolhimento, amparopara suas angústias e quem sabe sofrimentos existenciais.

Mas confesso que não posso. É verdade, aqui naUniversidade São Marcos eu não poderei me tornar o quealmejo. Não que a graduação não seja boa, isso eu possogarantir que é, com professores fantásticos, Mestres eDoutores, que conseguem me passar muita informação, atémais do que eu posso assimilar isso eu confesso.

Acontece que dentre tantas informações que os queridosdocentes me passam, existe um requisito, que os mesmos vivemsalientando, mas que infelizmente me descredencia a ser umbom profissional em minha área. Esse pequeno/granderequisito, na verdade, é a exigência de saber sobre aquilo tudoque arrolei no início desse artigo. Todas aquelas informaçõese participações importantíssimas para qualquer profissionalficar sempre atualizado e por dentro de tudo que acontece emsua área de atuação.

Entretanto, acredito que os nobres docentes estejam porfora da realidade aqui da São Marcos. Eu estudo aqui há quatroanos e nunca fiquei sabendo de nada a respeito disso. Nãoexistem congressos, não existem palestras, encontros,workshops, nada disso por aqui, prezados professores, afinaleu, ah! Já ia me esquecendo, eu preciso falar que sou cego esó consigo ler coisas transcritas para o braile ou no computador,tá ok? Mas voltando, eu nunca “vi” nada por aqui a respeitodessas informações.

Eu procuro, procuro e não encontro nada. Inclusive jáperguntei sobre o assunto para minha amiga Priscila quetambém estudou Psicologia por aqui e ela me disse quetambém nunca “leu” nada a respeito. Ela me falou que não temnada disso por aqui. Acho que nossos professores estão meiomalucos não é? Desculpem meus queridos, mas deve serestafa, estresse, alguma coisa que está acontecendo, porquevocês falam de coisas que nós não encontramos! Afinal, ondeestão todas essas informações, todo esse movimento, esseagito, toda essa vida pulsante e maravilhosa de que vocêstanto nos falam?!

Olha mestres, é mais fácil descobrir onde está o Wally!NAZIBERTO LOPES

ADVINHA ONDEESTÁ WALLY

Foto: Gustavo

Agradecemos o apoio dos anunciantes deste projeto. Anuncie você também! - Fone: 6725-0963

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Página 4 Junho - 2005

VALORIZANDO

A VIDANeste espaço, pretendo escre-

ver sobre assuntos ligados ao meio ambiente. Como estetema é muito amplo, pretendo em cada edição falar de umaspecto diferente.

Vou começar falando sobre adoção de animais. Se vocêestá pensando em adotar um bichinho de estimação, gosta-ria de dar algumas sugestões. Caso você queira comprar umanimal, primeiro visite o local de criação, e observe como osanimais são tratados, se são felizes, se o lugar é limpo, etc..Desta forma, não incentivará práticas de maus-tratos, poissó vamos adquirir um animal, se as condições Forem dignase caso não sejam, devemos denunciar numa delegacia depolicia, numa delegacia de denúncia de maus tratos, tel 116954-1788, ou até mesmo através do disque denúncia nonúmero 0800-156315. Você também pode optar por um animalsem raça definida, existem muitas instituições, que fazemdoações, como o Quintal de São Francisco, tel. 11 5081-5446.Outra opção é pegar um bichinho que esteja abandonado narua, infelizmente, existem muitos animais abandonados e pre-cisando de um lar, pois muitas pessoas os jogam fora comose fossem objetos, dos quais enjoaram e querem se livrar,sem pensar nas conseqüências destes atos. Assim, estesanimais se reproduzem e aumenta a cada dia o número deanimais abandonados. Muitos sofrem maus-tratos, ou sãopegos e levados para o Centro de Controle de Zoonoses,chegando até mesmo a serem sacrificados. O que podemosfazer? Além de não abandonar os animais, devemos denun-ciar quem o faz, pois abandono também configura maus-tratos previstos na Lei 9605 de 1998, cujo artigo 32 diz: “Pra-ticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais sil-vestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos écrime. A pena é de detenção de 3 meses a 1 ano, e tambémpagamento de multa. A pena é aumentada de 1 sexto a 1terço, se ocorrer a morte do animal. Também podemos procu-rar um dono para algum bichinho que encontrarmos em nos-sos caminhos, às vezes o dono pode ser você mesmo, quetal salvar uma vida? Independente da forma de adoção quevocê escolher, lembre-se que os bichinhos são ótimas com-panhias, mas necessitam de cuidados, trate bem de seu ani-mal , que com certeza ele vai lhe retribuir com muito amor ecarinho e vocês vão construir uma grande amizade. Deixouma estória que adoro, de um autor desconhecido:

O Cachorrinho deficienteUm menino pergunta o preço dos filhotes à venda. “Entre

R$ 30,00 e R$ 50,00”, respondeu o dono da loja. O meninopuxou uns trocados do bolso e disse: “Eu só tenho R$ 2,37,mas eu posso ver os filhotes?”. O dono da loja sorriu echamou Lady, que veio correndo, seguida de cinco bolinhasde pelo. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, mancandode forma visível. Imediatamente o menino apontou aquelecachorrinho e perguntou: “O que há com ele?”. O dono daloja explicou que o veterinário tinha examinado e descobertoque ele tinha um problema na junta do quadril, sempre man-caria e andaria devagar. O menino se animou e disse: “Esse éo cachorrinho que eu quero comprar!”. O dono da loja res-pondeu: “Não, você não vai querer comprar esse. Se vocêrealmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente”. Omenino ficou transtornado e, olhando bem para o dono daloja, com o seu dedo apontando, disse: “Eu não quero que odê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qual-quer um dos outros e eu vou pagar tudo. Na verdade, eu lhedou R$ 2,37 agora e R$0,50 centavos por mês, até completaro preço total”. O dono da loja contestou:

“Você não pode realmente querer comprar este cachorri-nho, ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você ecom os outros cachorrinhos”. Aí, o menino abaixou e puxoua perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua pernacom um aparelho para andar. Olhou bem para o dono da lojae respondeu: “Bom, eu também não corro muito bem, e ocachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso”.

PRISCILA NEVES

O encontro perfeito

entre o estudanteque rala...

e a breja que rola

Rua Gama Lobo, n. 696 - Ipiranga

Fone: 272-3842

VOLTA ANAKIN!Acabou. Após uma espera muito, muito longa, 30

anos após o lançamento da primeira trilogia, o jáconsagrado George Lucas encerra a épica saga“Guerra nas Estrelas” em seu terceiro e últimoepisódio “A Vingança dos Sith”. Mesmo os fãs quenão acompanham desde o começo, mas conhecemde alguma forma a história, se reuniram namadrugada do dia 18 e 19 em 400, das 1900 salas decinema que exibiram o filme em sua estréia. Omomento mais esperado é o surgimento de DarthVader – aquele com a máscara preta, para quemnão conhece. Para muitos nada mais é que uma febreneurótica, uma mega-produção hollywoodiana comefeitos especiais e batalhas espaciais que fogem àrealidade, uma forma de enriquecer mais ainda ocriador dessa saga. Apenas uma curiosidade: maisde 6000 ingressos já estavam vendidos bem antes dapré-estréia. Com certeza foi o filme mais esperadopor legiões de fãs, unidos pela paixão.

Li inúmeras matérias, críticas, números, estatísticas,e inclusive artigos que analisam toda a política ereligiosidade por trás de “Star Wars”. Na verdade,cheguei a ler uma matéria em que um pastoramericano acusa o mundo criado por George Lucasde ter virado um tipo de religião para muitos fãs, queseguem os roteiros como dogmas. Além disso, TimKade, da Epic Church (Igreja Épica) no subúrbio deDetroit, Estado norte-americano de Michigan,compara a saga dos jedis com as dos apóstolos deCristo, a luta interior de Anakin Skywalker/DarthVader com a tentação de qualquer um entre o bem eo mal e a aventura de se tornar cristão no mundo dehoje à aventura de lutar contra o lado negro da força.

Agora vamos mudar um pouco o foco do assunto.Mesmo que não seja fã, talvez assistir a esse filmetraga algumas reflexões importantes, especialmentea corrosão de um homem pelos seus medos efraquezas, e pelo desejo de querer mais cada veztornar-se poderoso. O tão falado “Lado Negro daForça” talvez nos mostre um ponto fraco doscavaleiros jedis – guerreiros que lutam em prol doequilíbrio da força e da estabilidade tanto daRepública como da democracia – uma vez que elesnão entram em contato com essa Força, apenas

denominando-a de “lado negro”. Mas a dimensãohumana é feita de bem e mal, uma dualidade há muitoconhecida, logo a dimensão desses homens altruístas,que lutam em nome dos diversos sistemas existentesna galáxia, ao se absterem do lado obscuro de suasalmas, dão uma forte, e talvez definida, arma paraseus inimigos. Ao lutar com o que não conhecem,com certeza não terão a mínima chance desobreviver. Além disso, temos uma questão políticaenglobada em tudo isso: a República entra em quedaa partir do momento que o Senado corrompido pelopoder de um chanceler que está do lado negro daforça, e o sonho de democracia e liberdade queestava tão próximo fica novamente distante, ao serinstaurado o Império Galáctico, uma espécie deditadura espacial. Ou se faz o que o império manda,ou sofrerá uma represália, que, para quem viu osfilmes, é de um poder bélico assombroso.Resumidamente falando, o poder de fogo que oImpério possui, a tecnologia, os exércitos, enfim, sãodignos de renome. Isso também nos dá um alertapara o cuidado que devemos ter ao criarmostecnologias avançadas e andróides para substituíremhumanos, uma vez que esses possuem parte do podersobre o universo.

Enfim, por mais que os atores e atrizes nãopareçam estar bem dirigidos, as câmeras nãopararem muito, e os robôs atuarem melhor que oshumanos, sem dúvida o grande George cumpriu seutrabalho e fechou com chave de ouro um sonho paramuitos. Tudo bem, assumo que sou mais um fanáticopor essa série e entrei nessa paixão aos 11 anos maisou menos. Mas quem não assistiu, assista a sagacompleta, mesmo que não goste de ficção, façamesse esforço. Certamente verão algumas dasinúmeras questões que, simploriamente, coloqueiaqui. Não sou especialista, mas fiz meu melhor. Semdúvida, irão notar as transformações políticas, sociaise pessoas das personagens, seja da República emImpério, de sistemas livres em sistemas oprimidos ede um homem que escolheu ter mais do que ser. Opreço que ele pagou, seja qualquer um, foi triste, muitotriste, mas necessário.

GUSTAVO – Graduando de Psicologia.

REFLEXÃOUm mestre e seus discípulos caminhavam pelo

campo, quando começou a chover. Todos Correrampara uma cabana próxima. Chegando ali, o mestrevirou-se para os discípulos e disse: “Só os deixareientrar se me derem a resposta exata”. Intrigados, osdiscípulos ficaram debaixo da chuva, sem saberemcomo agradar o mestre. Não conseguiam encontrar aresposta. Depois de quase duas horas, um discípulobateu a porta e disse: “Mestre, o senhor não nos feznenhuma pergunta e estamos aqui há horas, buscandoexplicações, não é sábio ficar procurando problemas,se nenhum problema nos foi colocado”. O mestreentão responde abrindo a porta: “Parabéns, esta é aresposta exata à situação que nos encontramos”.

Às vezes, por considerarmos uma pessoa mais capazque nós mesmos, ou entendermos que uma situaçãoestá acima de nossas capacidades, nos anulamos diantede uma solução simples. JACIRA MARINHO.

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Página 5Junho - 2005

DESTAQUEDA EDIÇÃO

Nesta coluna, queremos homenagear alguns profes-sores que lecionam no curso de Direito, pois além deverdadeiros Doutores na área em que atuam, demons-tram-se verdadeiros educadores, no mais amplo senti-do da palavra, e que estão colocando em prática a ple-na vigência de um direito inalienável previsto em nossaConstituição, que é a educação com qualidade paratodos, além de estarem realizando a tão difícil, masnecessária educação inclusiva. Começamos pela pro-fessora de processo civil, Dra. ARLETE, que desde oinício do curso vem atuando com muito cuidado, a fimde incluir totalmente em suas aulas, o aluno Lucas Di-vino, que é pessoa com deficiência visual. Isso pôdeser constatado desde o início do ano, tendo em vistaque a professora sempre lhe forneceu os materiais comantecedência para que pudessem ser preparados, e, nodia estipulado, o aluno pudesse tê-los para acompa-nhar as aulas com as mesmas condições que os de-mais. No entanto, não é somente esse motivo que nosleva a saudar a nobre professora, a parabenizamos tam-bém, por sempre se preocupar em adaptar sua didáti-ca, no sentido de facilitar os estudos do aluno Lucas,pois em suas explicações, na qual a Mestra faz uso dealguns gráficos, a mesma sempre questiona o aluno,com a preocupação se o mesmo está compreendendoou não.

Aplaudimos o professor Dr. ALEXANDRE RO-LLO, coordenador do CPRAJ (Centro de Práticas Ju-rídicas) que é orientador de monografia do Lucas, porsempre se preocupar em abranger a todos os seus alu-nos. Nas palestras, oferecidas no curso, nas quais oprofessor Alexandre é representante do curso, ao no-tar que o aluno Lucas encontra-se presente na platéia,solicita imediatamente ao palestrante que se for exibiralguma transparência, que faça uma completa leiturada mesma, esclarecendo-lhe sobre a existência de umdeficiente visual na platéia.

Homenageamos o Dr. JOSÉ URBANO PRATES,professor-orientador do escritório modelo, no qual oaluno Lucas cumpre seu estágio, professor este quesempre se colocou a disposição para que nada pudes-se faltar nos trabalhos do aluno, sempre fazendo a lei-tura dos muitos documentos que fazem parte dos pro-cessos.

Por fim, mas não por último, parabenizamos o pro-fessor de direito civil Dr. ROBERTO SOLEMENE,que nestes três anos, nos quais acompanhou o alunoLucas, sempre se preocupou em criar meios, a fim desuprir a crônica falta de livros para o mesmo, princi-palmente no primeiro ano. Este professor ofereceu-seaté mesmo a gravar, pessoalmente, fitas cacetes como conteúdo dos livros, a fim de que o aluno pudesse teracesso a um material mais adequado. Apesar de seusinúmeros compromissos como Desembargador, mes-mo assim, jamais se escusou a elaborar meios que tor-nam sua aula cada vez mais inclusiva e completa.

A esses e outros professores que trabalham, com oobjetivo de que todos os seus alunos, sem qualquerexceção, possam acompanhar e participar de suas au-las com igualdade e dignidade, dentro de suas diferen-ças, os nossos parabéns, pois os Senhores além de es-tarem honrando o nome da profissão que escolheram,estão oferecendo amplas condições para que alunoscom alguma deficiência possam ingressar no mercadode trabalho com chances similares aos demais colegasde profissão. CONSCEG.

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DIFICULDADES DEINCLUSÃO NA

FAC/FITO – OSASCOEu Jozí Manoela Feliciano Gomes, venho encontran-

do sérias dificuldades em cursar Ciência da Computa-ção na FAC/FITO – Faculdade Instituto Tecnológicode Osasco. O grande problema é a falta de estruturada instituição, associada à falta de vontade de algunsprofessores. No primeiro ano, tudo correu razoavel-mente bem. A faculdade não possuía estrutura, mashouve uma grande harmonia que integrou a vontadeque eu tinha de aprender, e a vontade que alguns pro-fessores tinham de me ensinar. Houve uma troca mú-tua de amizade e conhecimento. Os professores sededicaram de forma séria para conseguirem me pas-sar as informações, e do meu lado, dediquei-me a lhesmostrar minhas necessidades específicas, e que seriapreciso alguns ajustes na maneira de dar aulas, para ainclusão de alunos Deficientes Visuais. O legal de tudoisso, era que tudo que indicava, eles aceitavam e pro-curavam fazer da melhor forma. Nesta época, o antigocoordenador, já vivia me fazendo convites para que eutrocasse de curso, alegando que ali não era meu lugar.Porém, com a colaboração de alunos e o carinho dosprofessores, consegui atravessar esta barreira e pas-sar para o segundo ano. Ali, algo me surpreendeu. Ocoordenador do curso seria meu professor. Deste mo-mento em diante, começaram os maiores problemas.Ele pediu aos alunos da minha sala que não me ajudas-sem mais, porque sairiam prejudicados, e os mesmos,por saberem que era o coordenador, acataram suasordens. Vendo-me nesta situação, fui obrigada a con-tratar uma pessoa externa para me acompanhar nasaulas. A pessoa, uma jovem muito esforçada, não tinhapreparação adequada. Sua formação era de nível mé-dio. Alguns professores que tinham muito boa vontadee que reconheciam meu esforço, e o da minha acom-panhante, faziam realmente seu papel de professor,esquematizando uma maneira para que eu fizesse aprova, com a presença dela ao meu lado. Alguns ou-tros que não estavam nem aí para a situação, me fazi-am passar por situações vechatórias como, por exem-plo, dar uma caneta em minhas mãos e pedir que euescrevesse meu nome na prova, ou pedir que minhaacompanhante se retirasse da sala, permitindo que meuscolegas se utilizassem de calculadoras e eu ficassenovamente em desvantagem. Agora, graças a deus, acoordenação do curso mudou. Compreendo as dificul-dades para que a faculdade faça as adaptações neces-sárias para atender a um único portador de deficiênciavisual, não é fácil, mas o que me desanima é a falta devontade de algumas pessoas. Com a mudança da Pre-sidência e Coordenação, está surgindo no fundo dohorizonte um pouco de esperança. A nova presidenteapóia a inclusão. E o novo coordenador, pelo que pudeperceber também. Estou disposta a dialogar para al-cançar meus objetivos, mas caso diálogo não funcione,pretendo procurar outros meios. Não quero ter priori-dade e nem ser tratada diferente de outras pessoas,por ser deficiente, o que quero e exijo é ser tratadacom respeito para minha diferença, e ter direito de es-tudar dignamente. JOZÍ MANOELA

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Página 6 Junho - 2005

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DIREITONOSSO

DE CADA DIAEssa coluna tem por objetivotrazer temas do Direito, presen-tes em nosso cotidiano que le-vantam muitas dúvidas em nos-

sa população. Temas a respeito do Direito de família,do consumidor entre outros farão parte desse nossoespaço. É claro que não conseguiremos abranger atotalidade dos mesmos, contudo, ilustraremos os seusprincipais aspéctos. Nessa edição, falaremos da uniãoestável, prevista na Constituição Federal em seu artigo226, Código Civil nos artigos 1723 a 1727 e nas Leis8931 e 9278. Durante muito tempo o casamento foiúnica forma de constituição da família, sendo totalmentenegados quaisquer efeitos jurídicos à união livre, tra-duzindo essa posição em nosso Código Civil do séculopassado. Essa oposição dogmática, em um país no quallargo percentual da população é historicamente forma-da de uniões sem casamento, permaneceu por muitasdécadas em razão de influências da Igreja católica.Coube por isso à doutrina, a partir da metade do séculoXX, tecer posições em favor dos direitos dos concubi-nos, preparando terreno para a jurisprudência e para aalteração legislativa. A união estável é a união sem aexistência do casamento no cartório Civil, entre pesso-as de sexo diferente, que vivem como se casadas fos-sem, não havendo de ambos os companheiros qual-quer impedimento para o casamento, no entanto, não oquerem por motivos individuais. Em linhas gerais, seaproxima em muitos casos, do matrimônio, embora comcaracterísticas peculiares. Assim, podemos citar comoexemplo a união de duas pessoas solteiras, duas pes-soas divorciadas judicialmente etc.. Na verdade, a uniãoestável foi criada pela sociedade para “fugir” do for-malismo do casamento, sobretudo, pelo alto preço co-brado para a celebração do mesmo. Contudo, torna-seindispensável informar que os mesmos impedimentospara a realização do casamento são válidos para a ca-racterização da união estável, mesmo com o preenchi-mento dos requisitos exigidos, conforme artigo 1521 doCódigo Civil. Assim, não é considerada união estável aunião de irmãos, do genro com a sogra etc..ALGUNS REQUISITOS PARA CARACTERIZARUNIÃO ESTÁVEL.

1. Relação estável e duradoura com ânimo, ou seja,intenção, de constituir família entre homem e mulher.Nesse sentido, vale ressaltar que o termo duradouranão exige um tempo determinado para a concretiza-ção da união estável, pois leva-se em conta o casoconcreto.2. Relação contínua: trata-se também de complementoda estabilidade. Nesse requisito leva-se em conta avida em comum dos companheiros verificando se con-viviam juntos diariamente ou esporadicamente. No en-tanto, o caso concreto também nos ajudará muito nes-sa questão, pois muitas vezes os companheiros não le-vam uma vida em comum devido à profissão exercida.3. Publicidade: aquela na qual o casal se apresenta perantea sociedade como se marido e mulher fossem, participandojuntos de passeios, encontros, batismo dos filhos etc.4. Objetivo de constituir família: Com certeza é o prin-cipal entre os demais citados. Não é necessário que ocasal de fato tenha filhos, o que seria elemento maisprofundo para caracterizar a entidade familiar, contu-do, ainda que sem esses, a união tutelada é aquela “in-tuitu familiae”, que se traduz em uma comunhão devida e de interesses. Sem o objetivo de constituir famí-lia, a entidade de fato poderá ser um mero relaciona-mento afetivo.DOS DIREITOS DE UMA UNIÃO ESTÁVELEm primeiro lugar, incumbe esclarecer que o regimede bens que rege a união estável é o da comunhãoparcial de bens, salvo disposição em contrário por par-te dos conpanheiros. Nesse regime, os bens adquiridosonerosamente após a união pertencem a ambos.

1. Conforme preceitos do artigo 1790 do CódigoCivil, no caso de morte de um dos companheiros osobrevivente tem direito a uma determinada par-cela do que pertencia ao falecido, devendo-se ve-rificar as hipóteses levantadas por esse dispositivolegal.2. Com a disolução da união estável, o companheironecessitado pode pleitear alimentos do outro, desdeque esse último tenha condições de prestá-los.

Por fim, vale salientar que esses e outros direitos só pode-rão ser conquistados mediante uma sentença judicial, de-vendo as partes provar em juízo a existência da relação,quando se iniciou a vida em comum, a co-habitação etc..Sendo só por agora, solicito aos prezados leitores, quepor acaso tiverem alguma dúvida sobre esse assunto nosescrevam no email: [email protected], a fim depesquisarmos mais.

LUCAS DIVINO.

HUMORVocabulário

mineirim-português

lidileite = (litro de leite)mastumate = (massa de

tomate)badapia = (debaixo da pia)

unkidicarne = (1 kilo de carne)badacama = (debaixo da cama)

iscodidente = (escova de dente)nossinhora = (nossa senhora)pondiôns = (ponto de ônibus)ãnsdionti = (antes de ontem)sapassado = (sábado passado)óikichero = (olha que cheiro)vidiperfum = (vidro de perfume)óiprocevê = (olha pra você ver!)quainahora = (quase na hora)prõnóstãuínu = (para onde nós estamos indo?)ládoncovim = (lá de onde que eu vim)proncovô? = (para onde que eu vou?)Oncotô? = (Onde que eu estou?)Simbortão? = (Vamos embora então?)Pópô o pó? = (Pode pôr o pó? - de café)Pópicauáio? = (Pode picar o alho?)dôdestongo = (dor de estômago)issokipómoiá = (isto aqui pode molhar?)usvidifora = (os vidros de fora)usvididetro = (os vidros de dentro)usmininxegaro = (os meninos chegaram)asmininxegaro = (as meninas chegaram)uventátáondi = (o avental está aonde?)ugáscabô = (o gás acabou)lidialcom = (litro de alcool)inzame = exameSILVIO NEVESOBS.: Essa coluna foi escrita em homenagemao nosso amigo Rodrigo Costa, ex-estagiáriodo NAAPNE. Um mineirinho dimais di bomda conta, uai! Obrigado por sua ajuda tãoimportante.

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Página 7Junho - 2005

Infelizmente mais uma vez,vimos nessa coluna reclamardos serviços em atraso do nos-

so querido Núcleo de apoio. Gostaríamos nesse mo-mento, uma vez que nosso menino já tem praticamenteoito meses de vida, de podermos falar bem, comemo-rar e festejar seu pleno funcionamento, atividade ebons serviços. Todavia não é isso que fazemos, afi-nal, os textos braile teimam em não sair, leituras fun-damentais para nosso progresso e melhor desempe-nho nas disciplinas. Infelizmente constatamos que ain-da não foi priorizada uma melhor sistematização des-se serviço tão importante e que praticamente é o ful-cro da existência deste Núcleo. Assim sendo, refor-çamos aqui nossa preocupação por esse trabalho ain-da não encontrar-se melhor organizado e com o dina-mismo que precisamos.

Lembramos também, aos dirigentes e responsáveispelo NAAPNE, que o semestre que vem está batendoàs portas, e o tempo ficando cada vez mais exíguo.Será que os materiais necessários para todos nós, defi-cientes visuais, estão sendo preparados? Como disse-mos no editorial de capa, nossa amiga Ana Paula estáchegando, e no curso de Pedagogia, segundo informa-ções obtidas por ela junto ao supervisor do Núcleo emAbril, não existia nada preparado. E hoje? Já existealguma coisa? Estamos falando apenas deste caso emparticular, e se falarmos em mais oito alunos e comgrandes perspectivas de que, no próximo vestibular, maisalgum deficiente venha a procurar a Universidade?Como ficaremos então? Gostaríamos sinceramente deter boas expectativas, porém, os fatos concretos docotidiano ainda não nos permitem esse tipo de senti-mento. Esperamos que a Universidade e toda sua com-petência e disposição para mudanças, consiga nos fa-zer melhorar esse estado de espírito.

CONSCEG

DE OLHONO NAAPNE

QUEM VIVENCIA COM A ESSÊNCIA CONSEGUIRÁOLHAR ALÉM DAS APARÊNCIAS

Em uma cidadezinha distante, havia um lugar muitobonito que continha uma variedade de flores: verme-lhas, amarelas, rosas, brancas... Embora fossem se-melhantes, elas não eram iguais; cada uma tinha umbrilho especial que compunha o seu jeito de ser: umaseram mais jovens, outras ainda eram crianças, e tinhamàquelas que eram mais velhas... As flores que aindaeram crianças brincavam muito, pois estavam na maistenra idade. As flores mais crescidas estudavam, ou-tras trabalhavam e tinham àquelas que se formaram.Algumas estavam começando e outras que estavamquase terminando a faculdade. As flores mais amadu-recidas, com uma maturidade que lhes era peculiar,advinda de suas vastas experiências de vida, tambémbuscavam o que fazer a seu gosto, mais e mais... Entreas florzinhas, sempre nasciam, algumas que eram dife-rentes do que o de costume: umas com menos pétalas,as que tinham mais pétalas, tinham outras que não pos-suíam o cabinho, outras com mais perfume e já outrassem, ou com menos perfume... O que sempre causavaum bafafá danado e que ocasionavam muitos comen-tários curiosos, qualquer que fosse a diferença. Umavez uma espevitada florzinha vermelha e uma espertaflorzinha branca, que não tinha o cabinho, se conhece-ram e logo, se encantaram uma com a outra, e com otempo e convivência, cultivaram uma admirável ami-zade com muito amor, cumplicidade e entendimento,porém, nem todos compreendiam, muitas florzinhasesconjuravam, criticavam, taxando esta relação commuito preconceito e, por conta do desconhecimento,perguntavam continuamente fazendo os seguintes co-mentários: “como isso pode acontecer, são tão dife-rentes?”, “isto é o fim do mundo”, “só pode ser porinteresse ou pena”.

Assim, certo dia as duas florzinhas se cansaram deouvir tantas indagações sem fundamentos e respon-deram às outras que ali se encontravam: Estaremosmentindo se dissermos para vocês que não nos entris-tecemos e que dói muito vê-las pensando assim, maso que mais nos deixa tristes é o fato de vocês passa-rem quase uma vida inteira enclausuradas nesses pen-samentos cristalizados, procurando pêlo em casca deovo, que não coincide com a realidade que verdadei-ramente vivenciamos. Umdia vocês aprenderão queexistem vivências além dasaparências, que são cons-truídas pelo viés do cora-ção, do afeto e da luta decada dia, assim como acon-tece com a nossa relação.Por isso, estaremos torcen-do para que um dia vocêstambém possam se permi-tir vivenciar relações pare-cidas como a nossa. Agoranos respondam: que dife-rença vai fazer em nossarelação o fato de uma denós ter nascido sem o cabi-

nho e branca e a outra florzinha ser vermelha com ocabinho? E se em vez do cabinho fosse o fato de umade nós ser mais velha, ou mais nova? Ou se uma denós nascesse com poucas pétalas, ou mais? Que dife-rença faria? É só o cabinho que importa? E o todo?Que é muito mais do que isso.

Neste instante, todas as florzinhas que ali estavamabaixaram as suas cabeças sentindo-se envergonha-das, muitas começaram a chorar e se emocionaram...As duas florzinhas sorrindo, terminaram os seus dis-cursos com uma das mais belas lições de vida dizendo:No decorrer da vida, qualquer que seja a relação vi-venciada, por mais difícil e escarpado que for o cami-nho, não desistam jamais de buscarem, perceberem econstruírem as essências das coisas, não só as aparên-cias, que são efêmeras. No entanto, a essência é dura-doura e se estende pela estrada do coração e da sabe-doria, porque mais importante do que como nascemos,o que mais importa são os nossos sentimentos e a ma-neira como pensamos, sentimos e agimos com os nos-sos semelhantes e com a gente mesmo. O que levamosdesta vida é o que fizemos desde o dia que nascemos atéo dia que partirmos, uns mais com a essência outros me-nos, enquanto outros levam mais as aparências do que aessência... Depende de cada um. Esperamos que vocêsconsigam levar mais a essência, pois esta não se acabacom o passar do tempo... FERNANDA ARRUDA

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Meu nome é Jozí Manoela Feliciano Gomes, defici-ente visual, atualmente cursando Ciência da Com-putação na FAC/FITO, em Osasco. Tenho 23 anos,e adoro fazer novas amizades, sou meio geniosa,mas da pra levar. Trabalho na Fundação Bradescona área de acessibilidade tecnológica para deficien-tes visuais e também faço páginas em html comotrabalho adicional. Estou no CONSCEG devido ater me encontrado desamparada na minha faculda-de que não oferece a menor estrutura para um defi-ciente visual estudar. Alguns professores têm boavontade, já outros até fazem piadinhas da sua cara.Foi graças ao meu namorado Edi Carlos que encon-trei o CONSCEG, e agora me sinto protegida com ocarinho de todos.

Praça Sílvio Romero, 126 - Tatuapé - SPTel.: 11 6197-4888 / 6197-3849

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Página 8 Junho - 2005

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PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA UNIVERSIDADESÃO MARCOS E LEITORES DESTE JORNAL

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TELS: 295-8785 / 6197-2902Praça Silvio Romero, 258 - Tatuapé

BOLA FORAEssa coluna foi escrita

especialmente dirigida a doisprofessores da Universidade São marcos. Professoresque comprometem muito mais o conceituado nomedessa Instituição de Ensino Superior do que mileditoriais críticos desse jornal. Isso acontece porqueos nobres senhores estão atrasados no tempo, pelomenos uns 70 anos! Afinal, desde a década de 30,nos Estados Unidos da América, já vinha se discutindoa presença de alunos com deficiência nas escolasregulares. O movimento de pais, inconformados coma segregação de seus filhos em escolas especiais,tomou força e vulto mais ou menos por volta dessaépoca, veio caminhando, ganhando cada vez maisnotoriedade e, resumindo muito, a partir daConstituição brasileira de 1988, em seu artigo 208Inciso III, reforçada pela Declaração de Salamanca,realizada pela UNESCO, em 1994, e ainda aConvenção da Guatemala em 1999, duas das quais oBrasil é signatário e que compreendem a educaçãocomo questão de Direitos humanos, as pessoas comalgum tipo de deficiência passaram definitivamente aser inseridas nas escolas regulares de ensino. Á elasdevem ser fornecidas todas as condições materiais ehumanas para que possam freqüentar as salas comtoda turma, lhes garantido o direito inalienável aeducação e a formação como cidadãs.

Fizemos toda essa retrospectiva histórica para queesses senhores, um professor do curso de Sistemasde Informação e outro do curso de Direito, fiquemcientes que sabemos muitíssimo bem do que falamose sabemos da gravidade do gesto que praticaram.Dignos de serem denunciados à Delegacia de Ensino.Esperamos sinceramente que se reconheçam nessetexto. Apenas para elucidar suas memórias e justificar,perante os leitores os motivos de nossa veemência.Recordemos o que se passou:

No curso de Sistemas de Informação, enquanto o“professor” desenha um gráfico na lousa, um aluno semdeficiência visual lhe interroga, uma vez que estavapreocupado com seu amigo de turma que é deficientevisual:

- Professor, como fica o Édi para compreendero que o senhor está desenhando?

O “professor” responde enfático:- “Isso é um problema dele, ele vai ter que se

virar!”.No curso de Direito, o “professor” anuncia que dali

a duas semanas exibirá um filme. O aluno Lucas

Divino, lhe adianta sobre a possibilidade do “mestre”narrar-lhe os principais momentos do filme. Oprofessor responde secamente:

- “Não posso. Se tiver que fazer isso, eu prefironão passar o filme”.

Nosso amigo Lucas, imaginando que se tratassede uma grande ironia, aguardou ansiosamente aexibição da fita. Chegado o dia, solicita novamente aajuda do “professor” para que lhe fizesse uma sinopsedo filme, durante a exibição do mesmo. Novamente o“mestre” responde:

- “Não posso”, alegando desta feita que iria ficarfora da sala.

O aluno incrédulo ainda insiste:- Tudo bem, ficamos nós dois fora da sala e o

Sr. me dá uma sinopse do filme.Novamente a mesma resposta, ainda mais incisiva:- Não, eu não vou narrar o filme para você!Como nosso amigo Lucas é apenas cego e não

surdo, notou que o “professor” ficou em sala, a poucosmetros dele, fez algumas explicações para turma enão comentou nada a respeito da fita.

Queremos perguntar a esses senhores que se julgamprofessores, o que vocês pensam que vem a serinclusão escolar? Se vocês têm a menor noção arespeito do que seja uma escola inclusiva? Vocêssaberiam nos dizer, ao menos, em que Mundo estão?Pois bem, aguardamos ansiosamente suas respostasque podem ser encaminhadas para nosso e-mail.Pedimos também, encarecidamente, que leiam aentrevista da professora Grazia Bottino, na edição deMaio / 2005, e nela aprendam alguma coisa rápidasobre o que é inclusão escolar e educação inclusiva.

Era só para o momento, além do que, essa atitudedos senhores foi tão deplorável, infeliz e abominávelque não merece mais comentários. Apenas avisamosa todos que quiserem comprovar a veracidade dessesfatos, que procurem o próprio Édi Carlos ou Lucas,ou então seus amigos de sala que presenciaram tudo.Esclarecemos que não consideramos essa bola foracomo sendo da São Marcos, pois os fatos são pontuaise absurdos demais, tratando-se, a nosso ver, deincapacidade pessoal dos “professores” envolvidos,em compreender a situação atual da educação emnosso País e em todo Mundo.

Outrossim, queremos acreditar que a Instituição nãocompactue com esse tipo de comportamentodeplorável por parte de membros do seu corpo docente,desta maneira esperamos uma providencia pública, jáque os fatos ocorreram igualmente em público.CONSCEG

VAMOS ÀCHURRAS (CÃO) RIA???

Meus amigos, Quarta passada voei de Brasília para Uber-landia, a fim de encontrar-me com três clientes novos, queveriam o nosso sistema funcionando em uma fazenda dePatrocínio (MG) no dia seguinte. Encontrei-os no CarltonHotel, alimentei Honney e saímos para jantar na Churrasca-ria Tropeiro, que fica em frente ao Plaza Shopping. Che-gando lá, deparamo-nos com centenas de pessoas toman-do cerveja na varanda, enquanto, através de senhas, umlocutor as chamava para que tomassem assento em suasmesas para jantar. Quando fomos pegar nossa senha, fo-mos informados que Honney não poderia entrar. Meus cli-entes, que não têm obrigação de conhecer a lei, pensaramem ir para outro lugar. Eu disse que tinha ido jantar lá e serialá mesmo que jantaria, custasse o que custasse. Insisti e ogerente veio ter comigo à porta, quando eu o informei que,se ele teimasse em não deixar Honney entrar comigo, euchamaria a polícia. Ele disse que ele mesmo a chamariapara tirar-me de lá e entrou novamente no estabelecimento.Disse-lhe que aguardaria a chegada da viatura para ver quemtinha razão. Ele simplesmente sumiu, esperando que eu de-sistisse e fosse embora. Como ele não chamou polícia algu-ma, resolvi fazê-lo eu mesmo. Parte de meu diálogo com opolicial que me atendeu é digno de ser reproduzido:

- Não me leve a mal, meu senhor, mas parece que estouassistindo um capítulo da novela. disse o policial.

- Pode estar certo de que ela é que imita nosso dia-a-dia. Respondi.

- Mas eu não esperava estar tão perto. Afirmou o polici-al.

- Não fique Nervoso, porque o carro já vai. Comple-mentou.

- Eu não tenho razão alguma para ficar nervoso. Quemvai ficar muito nervoso é o gerente, deixo isso para ele.

Quando a viatura chegou, o gerente corria de um ladopara o outro com o celular no ouvido, ora falando com oproprietário, hora falando com o advogado. Foi até a viatu-ra afirmando que a chefe da vigilância sanitária do Municí-pio afirmava que Honney não entraria. O tenente que chefi-ava a Guarnição irritou-se e tomou o telefone da mão dogerente e disse à funcionária:

- Vou-lhe dar duas opções, dar o endereço de onde asenhora está, ou vir até aqui para fazer essa afirmação deviva-voz a mim, pois isso é uma lei federal e deve ser cum-prida e a senhora vai fazer companhia ao gerente na dele-gacia.

Voltando-se ao gerente, disse, devolvendo o telefone:- Avise ao seu chefe que encontre alguém para o seu

lugar, pois você vai demorar um bocado para sair de lá.Murcho, contrito e humilde, o gerente disse:- O cachorro entra”.Ao entrar, o tenente perguntou se eu gostaria de registrar

queixa, ao que respondi que não, pois o problema estavaresolvido e eu gostaria de fazer as coisas na exata medidada necessidade. Sob aplausos da platéia, que não era peque-na, Honney marchou garbosa para dentro do restaurante,indo-se acomodar confortavelmente por baixo de nossamesa. O proprietário abalou-se de sua casa até lá e disseque se iria inteirar melhor do assunto para que isso nãovoltasse a ocorrer. Muitos vieram à nossa mesa dizer queviram o Sr. Quartz na televisão e que Honney era tão educa-da quanto ele. Respondi tratar-se de um padrão e que todosse comportavam da mesma forma. Na saída, o proprietáriopediu desculpas mais uma vez e eu disse:

- Sinceramente, o gosto da vitória é proporcional aotamanho da platéia, e eu só tenho a agradecer por seurestaurante ser tão bom e tão cheio.

LUIS ALBERTO M.C. SILVA E HONNEY – empresá-rio cego e seu cão guia.

QUARTZ – CÃO GUIA DO Jatobá, personagem danovela América – Rede Globo.

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Página 9Junho - 2005

Rua Tuiuti, 2520Tatuapé - São Paulo - SPTel. (11) 6193-3337 Rua Aracê, 313

Vila Formosa - São Paulo - SPTel.: (11) 6672-7400Fax: (11) 6672-7410

SAIA JUSTAOferecendo ajudaa um cego na rua

Desta vez vamos falar a respeito das situaçõescomplicadas que são aqueles momentos nos quais nãosabemos como oferecer ajuda a uma pessoa deficientenas ruas, em meio à correria do nosso cotidiano. Emnosso caso, pessoas com deficiência visual, podemosaqui narrar algumas situações constrangedoras e queacontecem justamente porque não existem matériascomo essa dando sopa por aí. Como sabemos queninguém nasceu sabendo, mas mesmo assim, o espíritosolidário do brasileiro o faz fazer alguma coisa naquelemomento, a coisa acaba saindo meio de improviso enem sempre muito agradável para ambos, o auxiliadore o auxiliado. Vamos à situação específica...

Por exemplo, uma pessoa cega parada próximo auma esquina, como se quisesse atravessar a rua.Primeiramente nem sempre essa pessoa realmente estáquerendo atravessar a rua. Pela falta de visão, nemsempre o deficiente consegue saber se está próximoao leito carroçável ou não, é a famosa falta dereferencias, ou como vocês podem chamar também, ainacessibilidade do passeio público. Em segundo lugar,a pessoa pode sim querer atravessar a rua e estáaguardando que alguém se prontifique a ajudá-la, poisnem sempre existe um semáforo para cegos, aparelhoque emite um sinal intermitente enquanto a travessiaestá liberada ao pedestre.

Então vamos as nossas dicas:Seja no primeiro ou no segundo caso, sempre que

você quiser nos ajudar, procure, antes de tudo, seaproximar com delicadeza. Pense bem, se vocêestivesse com os olhos fechados, pensativo, em umaesquina qualquer e alguém chegasse repentinamenteao seu lado e lhe dirigisse a palavra, o que você sentiria?Certamente um grande susto, visto a violência urbanacada vez mais crescente. A mesma coisa acontececonosco, somos pegos de sobressalto com uma chegada

muito abrupta ou intempestiva. Assim sendo, faça aaproximação com tranqüilidade. Depois pergunte apessoa cega, se a mesma precisa de ajuda, para saberse ela quer atravessar a rua ou então está simplesmenteesperando alguém por ali. Caso a pessoa queiraatravessar a rua, ofereça seu braço semi-flexionado,para que ela segure próximo ao seu cotovelo e a auxiliena travessia. Caso ela esteja apenas esperando umamigo, mas você notou que o lugar é um tanto perigoso,avise-a do fato, sugerindo que ela pode ficar em umlugar mais seguro, afastando-se um pouco do leitocarroçável. Talvez um lugar para que ela fiqueencostada ou apoiada e assim por diante.

Lembre-se também que nossas bengalas ou guiasnão são coleiras de cachorro e, por isso, não precisanos puxar por elas, aliás, isso pode ser perigoso paravocê, pois essas guias são feitas com canos de alumínioe elásticos muito resistentes. Caso ela se estique demaise, sem querer, escape da mão da pessoa cega,infelizmente você vai levar uma tremenda bengaladano bumbum, por isso, cuidado. Outra coisa é que nãose pode puxar a pessoa cega pelo pescoço, pela mão,pela roupa e demais lugares incômodos. O deficientevisual se orienta, ao caminhar junto com você, pelo seumovimento corporal, e isso ele consegue captar aosegurar próximo ao seu cotovelo, estando você com obraço semi-flexionado oferecido a ele, por exemplo.

Caso essa posição correta seja respeitada, vocêspodem andar por uma maratona inteira juntos, semo perigo de acidentes, caso contrário, pode sercomplicado, como já dissemos antes, para os dois, apessoa bem intencionada e a pessoa com deficiênciavisual.

Outra informação muito importante e que você nãopode se esquecer, quando estiver caminhando com umcego, que tem uma carona ao lado, por isso, tomecuidado com passagens estreitas!

Essa foi mais uma de nossas dicas para que orelacionamento entre pessoas com deficiência e nãodeficientes seja muito tranqüilo e sem tabus. Esperamostermos sido claros, mas caso você ainda tenha dúvidas,não deixe de nos escrever. CONSCEG

BRASIL AVANÇA EMEDUCAÇÃO INCLUSIVA

O acesso de alunos com necessidades educacionaisespeciais às escolas Regulares é um desafio mundial noBrasil, essa realidade avançou nos últimos dez anos. Houveum crescimento nas matrículas desses alunos: em 1994,havia duas mil matrículas de estudantes especiais e em 2004,o número aumentou para 566.753.

Em relação à participação de alunos com deficiência emescolas Regulares, o país também avançou. Em 1998, 13%dos estudantes com necessidades especiais estavam emclasses regulares. Em 2004, o índice subiu para 34,4%.

Os números foram apresentados pela secretária deEducação Especial do Ministério da Educação, CláudiaDutra, durante o 10º Fórum Nacional dos DirigentesMunicipais de Educação, em Brasília.

Apesar dos avanços, ainda há muito que fazer parapromover o acesso e a permanência de todas as criançascom deficiência nas escolas regulares de ensino’, lembroua secretária. Segundo ela, há 2,5 milhões de brasileiros até17 anos, com algum tipo de deficiência. Para Cláudia Dutra,os resultados positivos na educação especial, comprovadospelos números, são explicados com o conjunto de políticaspúblicas elaborado pelo Ministério da Educação. Asecretária de Educação Especial participou do painel: DezAnos da Declaração de Salamanca, um desafio a vencer,com a coordenadora da Rede Saci - Solidariedade, Apoio eComunicação, Marta Gil.

O debate analisou a situação da educação especialbrasileira após dez Anos da Declaração de Salamanca, quedeterminou a necessidade de todos os países ofereceremuma educação para todos.

O documento assegura ainda que o ensino para pessoascom deficiência, deve ser integrado ao sistema educacionalregular.

Estratégias - De acordo com Marta Gil - que representauma organização responsável por facilitar o acesso ainformações sobre portadores de deficiência, a participaçãodo governo ao criar políticas públicas é fundamental parapromover uma educação inclusiva.

Para receber e atender de forma correta os alunosespeciais é preciso construir uma sociedade, integrada comprofessores, servidores, comunidade, pais e alunos, explica.

Marta Gil diz que é necessário desenvolver estratégiasque promovam a equalização de oportunidades para aspessoas com deficiência, o que trará benefícios para toda asociedade. (Assessoria de Imprensa do MEC) Fonte:www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe

Informática e papelaria ltda.www.kopell.com.br

7o K Psicologia

Prezado leitor, gostaríamos de saber sua opinião. Escreva-nos: [email protected]

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Página 10 Junho - 2005

Prezados leitores, nessacoluna, iremos abordar alguns

aspectos da informática, tão presente em nosso dia adia e que nos ajudam, divertem e facilitam tanto a nossavida. Procuraremos dar algumas dicas legais para quetodos possam aproveitar esses recursos da melhor formapossível, tirando o máximo proveito de seu computadorpessoal.

Elegemos como primeira dica, informar a vocês sobrecomunicadores on-line na Internet. Falaremos sobre oSKYPE. Você por acaso já o conhece? Então fiqueatento.

O QUE É O SKYPE?Trata-se de um telefone via Internet que pode ser

baixado (down-load) sem custos em: www.skype.com.Excelente para quem possui conexão rápida, emboratambém funcione em linha discada, mas não com tantaeficácia. Exige que seu Windows seja pelo menosversão 2000 ou acima e que tenha kit multimídia.Permite conversar em viva voz e com qualidade desom MP3 com quem você quiser do Brasil e doMundo, apenas com um click. Você pode tambémorganizar conferencias com até quatro amigossimultaneamente. Veja as nossas dicas para poderaproveitar essa maravilha de comunicador viaInternet.

Como você pode instalar esse programa?1 - Dando um click sobre o executável no

endereço descrito; 2 – Escolhendo o idiomaportuguês; 3 - siga todos os passos da instalação equando for apresentado o conjunto de botões dizendo:não aceito a licença, escolha: aceito a licença; 4 -quando a instalação terminar click em concluir.

COMO CONFIGURAR SUA CONTA NOSKYPE?

Digamos que esta seja a sua primeira instalaçãodo programa. Assim que você clicar no íconerespectivo no desktop, se abrirá uma caixa de diálogocombinada perguntando se você deseja criar umanova conta ou se já tem uma conta no skype.

1 - Selecione a opção desejo criar uma conta; 2 -crie um nome (login) a sua escolha; 3 - crie umasenha; 4 - marque a opção de armazenar esta senhano seu computador; 5 - click em próximo e caso seunome e sua senha não forem recusados pelo sistemavocê é mais um usuário.

COMO UTILIZARO SKYPE?Essas dicas servem tanto para quem tem uma

empresa quanto para quem é monousuário. Paraos empresários leiam “filial”, caso não, leiam“contato”.

Digamos que você tenha várias filiais (contatos)e que esteja gastando muito em chamadastelefônicas entre estas(es), por estaremespalhadas(os) em diferentes regiões do país. Tendoao seu dispor o SKYPE, lhe será possível comunicar-se com suas(eus) filiais (contatos) em tempo real.Para isso descreveremos a seguir o procedimento.

1 - abra o programa; 2 - vá à barra de ferramentascom alt mais f e entre na opção adicionar um contato;3 - como supomos que suas(eus) filiais (contatos) já

estejam com skype instalado, adicione o nome de cadauma delas(eles) de cada vez. Para cada nome quedesejar adicionar terá que entrar novamente na barrade ferramentas e em adicionar um contato; 4 - parachamar uma filial (contato), entre no menu chamar eclick no nome, que estará disposto em uma lista, comtodos aqueles que você cadastrou; 6 - para receberuma chamada via skype, caso uma filial (contato)esteja chamando clique no telefone que aparece natela ou pressione a letra “a” para atender;

COMO FALAR COM VÁRIOS CONTATOSAO MESMO TEMPO?

Digamos que você queira falar ao mesmo tempocom várias pessoas (número máximo de cinco),incluindo você: Vá até ferramentas, click em criarconferência, vá até a lista dos seus contatos incluindocada um deles através do botão adicionar e depoisclick em “start”. Todos os seus contatos selecionadospara esta conferência estarão entrando um a um.Pensamos que é isso por ora, qualquer dúvida escrevapara nosso e-mail enviando suas perguntas:[email protected].

Bom bate-papo! ÉDI CARLOS

ATA DE REUNIÃODO CONSCEG

Achamos importante publicarmos trechos interes-santes de nossa ata de reunião. Documento que apóscada uma de nossas reuniões é enviado para todadiretoria e coordenadores de curso, nos quais exis-tam pessoas com deficiência, dentro da Universida-de São Marcos. Essa tentativa de informação e po-sicionamento junto aos responsáveis, vem no senti-do de alertarmos para esses problemas. Para quenunca venham a dizer que não estamos nos posicio-nando no sentido de ajudar. Nessa oportunidade va-mos trazer a fala de Elisabete Carrão, mãe da alunaPriscila Neves e participante ativa de nosso grupo ede nossas reuniões mensais. Sua fala na última reu-nião acontecida dia 16 de Abril foi a seguinte:

Iniciou fazendo uma pequena retrospectiva a res-peito dos seis anos de estudos de sua filha Prisciladentro da Universidade São Marcos, para apontaros motivos da “agressividade” da qual tanto acusamsua filha dentro da Instituição, após o advento doCONSCEG. Diz que perdeu a conta dos dias, nosquais sua filha chegou chorando, desanimada, humi-lhada, com vontade de desistir do curso, entre ou-tros sentimentos e manifestações de sofrimento psí-quico e emocional, decorrentes das mais variadasformas de exclusão e desrespeito para com a suasingularidade. Foram inúmeras e inúmeras provasesquecidas ou perdidas, as vezes que sua filha teveque voltar a Universidade à noite para fazer provasem outras turmas e salas diferentes, os milhares detextos que ela precisou ler para a filha, por total faltade competência da Universidade em preparar osmesmos em braile para a Priscila, sem falar na ina-cessibilidade, etc, etc, etc.. Pergunta por fim, se issotambém não é agressividade? Ficou sabendo que al-guns professores estão comentando que a Priscilanão está dizendo do lado bom, as coisas boas quefizeram por ela nesses quase seis anos. Então rela-ciona alguns pontos que foram: A impressão brailedo TCC da Priscila, a compra de uma versão brailedo teste PMK. Diz que não é verdade que uma telade desenhos tenha sido dada por algum professor,mas sim, foi feita pelo pai da Priscila, desde que elafreqüentava escolas de base, para que a filha dese-nhasse. Sabe que existem professores e “professo-res”. Relaciona as inúmeras vezes que a filha ficousem poder assistir os filmes exibidos em sala, e osmelhores professores (ela diz os melhores), nessasituação, ofereciam o filme para que a filha levassepara casa e ela, sua mãe, tivesse que assisti-lo coma filha e dizer o que estava se passando.

Finaliza dizendo que agora, com o grupo, as coi-sas não estão tão diferentes, mas pelo menos estápodendo ver sua filha com a cabeça erguida e ques-tionando tudo isso com dignidade e não mais cho-rando pelos cantos.

Meu nome é Márcia Regina do Amaral Costa, estoucom 44 anos. Formei-me em Pedagogia no ano de1987, e com exceção dos estágios e umas poucasaventuras em escolinhas infantis, acabei por não exer-cer esta profissão. Acabei trilhando outros caminhos...Tenho três filhos, três netos e mais um a caminho...Acabei por voltar a estudar e ingressei num curso dePsicologia. Neste curso tive a grata felicidade de co-nhecer pessoas amigas, íntegras, com firmeza de ca-ráter e propósitos, que me abriram a consciência paraum mundo do qual eu não fazia idéia. Fizeram-mecompreender que quem pode dizer do “outro” é o pró-prio outro, que a melhor ajuda é olhar para ele, nãocomo um ser carecedor de ajuda, um coitadinho, massim como uma pessoa igual a você mesmo, apenascom a diversidade própria de cada um. Eu ainda nãoestava totalmente ciente desse processo de exclusãoe inacessibilidade, que passa por várias vias... Ondeestavam os deficientes de toda natureza e sorte, queeu aos 44 anos não havia encontrado? Mas esses meusamigos me mostraram que eles estão aqui sim! Queprecisam ser ouvidos, reconhecidos e respeitados. Emais, que eu ainda tenho muito que aprender, de ex-clusão e de cidadania. Esta sou eu, e quero deixaraqui registrado o meu agradecimento a todos os ami-gos do CONSCEG.

COMPUTA

DOR DE CABEÇA

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Página 11Junho - 2005

Também sou pai e, portanto, compreendo. Vocêsquerem o melhor para o filho, para a filha. A melhorescola, os melhores professores, os melhores cole-gas. Vocês querem que filhos e filhas fiquem bem pre-parados para a vida. A vida é dura e só sobrevivemos mais aptos. É preciso ter uma boa educação. Com-preendo, portanto, que vocês tenham torcido o narizao saber que a escola ia adotar uma política estranha:colocar crianças deficientes nas mesmas classes dascrianças normais. Os seus narizes torcidos disseramo seguinte: Não gostamos. Não deveria ser assim! Oproblema começa com o fato de as crianças defici-entes serem fisicamente diferentes das outras, che-gando mesmo, por vezes, a ter uma aparência esqui-sita. E isso cria, de saída, um mal-estar... digamos...estético. Vê-las não é uma experiência agradável. Épreciso se acostumar... Para complicar, há o fato deas crianças deficientes serem mais lerdas: elas apren-dem devagar. As professoras vão ser forçadas badiminuir o ritmo do programa para que elas não fi-quem para trás. E isso, evidentemente, trará prejuí-zos para nossos filhos e filhas, normais, bonitos, inte-ligentes. É preciso ser realista; a escola é uma mara-tona para se passar no vestibular. É para isso queelas existem. Quem fica para trás não entra... O cer-to mesmo seria ter escolas especializadas, separa-das, onde os deficientes aprenderiam o que podemaprender, sem atrapalhar os outros. Se é assim quevocês pensam eu lhes digo: Tratem de mudar suamaneira de pensar rapidamente porque, caso con-trário, vocês irão colher frutos muito amargos no fu-turo. Porque, quer vocês queiram quer não, o tempose encarregará de fazê-los deficientes. É possível quena sua casa, num lugar de destaque, em meio às pe-ças de decoração, esteja um exemplar das EscriturasSagradas. Via de regra a Bíblia está lá por supersti-ção. As pessoas acreditam que Deus vai proteger.Se assim fosse, melhor que seguro de vida seria levaruma Bíblia sempre no bolso. Não sei se vocês a lêem.Deveriam. E sugiro um poema sombrio, triste e ver-dadeiro do livro de Eclesiastes. O autor, já velho,aconselha os moços a pensar na velhice. “Lembra-tedo Criador na tua mocidade, antes que cheguem osdias das dores e se aproximem os anos dos quaisdirás: “Não tenho mais alegrias...” Antes que se es-cureça a luz do sol, da lua e das estrelas e voltem àsnuvens depois da chuva... Antes que os guardas dacasa comecem a tremer e os homens fortes a ficarcurvados... Antes que as mós sejam poucas e para-rem de moer... Antes que a escuridão envolva os queolham pelas janelas... Antes que as pessoas se levan-tem com o canto dos pássaros... Antes que cessemtodas as canções... Então se terá medo das alturas ese terá medo de andar nos caminhos planos... Quan-do a amendoeira florescer com suas flores brancas,quando um simples gafanhoto ficar pesado e as alca-

CARTA AOS PAISparras não tiverem mais gosto... Antes que se rompao fio de prata e se despedace a taça de ouro e sequebre o cântaro junto à fonte e se parta a roldana dopoço e o pó volte a terra... Brumas, brumas, tudo sãobrumas”... (Eclesiastes 12: 1-8)

Os semitas eram poetas. Escreviam por meio de me-táforas. Metáfora é uma palavra que sugere uma outra.Tudo o que está escrito nesse poema se refere a você,a mim, a todos. “Antes que se escureça a luz do sol”...Sim, chegará o momento em que os seus olhos nãoverão como viam na mocidade. Os seus braços ficarãofracos e tremerão no seu corpo curvo. As mós - seusdentes – não mais moerão por serem poucos. E a camapela manhã, tão gostosa no tempo da mocidade, ficaráincômoda. Você se levantará tão cedo quanto os pás-saros e terá medo de andar por não ver direito o cami-nho. É preciso ser prudente porque os velhos caemcom facilidade por causa de suas pernas bambas epodem quebrar a cabeça do fêmur. Pode até ser quevocê venha a precisar de uma bengala. Por acaso osmoinhos pararão de moer? Não, os moinhos não pa-ram de moer. Mas você parará de ouvir. Você estásurdo. Seu mundo ficará cada vez mais silencioso. Econversar ficará penoso. Você verá que todos estãorindo. Alguém disse uma coisa engraçada. Mas vocênão ouviu. Você rirá, não por ter achado graça, maspara que os outros não percebam que você está surdo.Você imaginou uma velhice gostosa. E até comprou umsítio com piscina e árvores. Ah! Que coisa boa, os ne-tos todos reunidos no “Sítio do Vovô”, nos fins de se-mana! Esqueça. Os interesses dos netos são outros.Eles não gostam de conviver com deficientes. Eles nãoaprenderam a conviver com deficientes. Poderiam teraprendido na escola, mas não aprenderam porque hou-ve pais que protestaram contra a presença dos defici-entes. A primeira tarefa da educação é ensinar as crian-ças a serem elas mesmas. Isso é extremamente difícil.Fernando Pessoa diz: “Sou o intervalo entre o meu de-sejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim”.Frequentemente as escolas esmagam os desejos dascrianças com os desejos dos outros que lhes são im-postos. O programa da escola, aquela série de saberesque as professoras tentam ensinar, representa os dese-jos de um outro, que não a criança. Talvez um buro-crata que pouco entende dos desejos das crianças. Épreciso que as escolas ensinem as crianças a tomarconsciência dos seus sonhos! A segunda tarefa da edu-cação é ensinar a conviver. A vida é convivência comuma fantástica variedade de seres, seres humanos, ve-lhos, adultos, crianças, das mais variadas raças, dasmais variadas culturas, das mais variadas línguas, ani-mais, plantas, estrelas... Conviver é viver bem em meioa essa diversidade. E parte dessa diversidade são aspessoas portadoras de alguma deficiência ou diferen-ça. Elas fazem parte do nosso mundo. Elas têm o direi-to de estar aqui. Elas têm direito à felicidade. Sugiro

que vocês leiam um livrinho que escrevi para crianças,faz muito tempo: Como nasceu a alegria. É sobre umaflor num jardim de flores maravilhosas que, ao desa-brochar, teve uma de suas pétalas cortada por um es-pinho. Se o seu filho ou sua filha não aprender a convi-ver com a diferença, com os portadores de deficiência,e a ser seus companheiros e amigos, garanto-lhes: elesserão pessoas empobrecidas e vazias de sentimentosnobres. Assim, de que vale passar no vestibular? Li,numa cartilha de curso primário, a seguinte estória: Vi-viam juntos o pai, a mãe, um filho de 5 anos, e o avô,velhinho, vista curta, mãos trêmulas. Às refeições, porcausa de suas mãos fracas e trêmulas, ele começou adeixar cair peças de porcelana em que a comida eraservida. A mãe ficou muito aborrecida com isso, por-que ela gostava muito do seu jogo de porcelana. As-sim, discretamente, disse ao marido: Seu pai não estámais em condições de usar pratos de porcelana. Veja!quantos ele já quebrou! Isso precisa parar... O marido,triste com a condição do seu pai, mas, ao mesmo tem-po, sem desejar contrariar a mulher, resolveu tomaruma providência que resolveria a situação. Foi a umafeira de artesanato e comprou uma gamela de madeirae talheres de bambu para substituir a porcelana. Naprimeira refeição em que o avô comeu na gamela demadeira com garfo e colher de bambu, o netinho estra-nhou. O pai explicou e o menino se calou. A partir des-se dia ele começou a manifestar um interesse por arte-sanato que não tinha antes.

Passava o dia tentando fazer um buraco no meiode uma peça de madeira com um martelo e um for-mão. O pai, entusiasmado com a revelação da voca-ção artística do filho, lhe perguntou: O que é que vocêestá fazendo, filhinho? O menino, sem tirar os olhosda madeira, respondeu: Estou fazendo uma gamelapara quando você ficar velho... Pois é isso que podeacontecer: se os seus filhos não aprenderem a convi-ver numa boa com crianças e adolescentes portado-res de deficiências, eles não saberão conviver comvocês quando vocês ficarem deficientes. Para poupartrabalho ao seu filho ou filha, sugiro que visitem umafeira de artesanato. Lá encontrarão maravilhosas pe-ças de madeira...

RUBEM ALVES (Correio Popular, 09/02/2003)

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Página 12 Junho - 2005

CHORANDO NA RAMPA

Nosso jornal não é nenhuma revista quatro rodas,mas também fazemos “test drive”.

Com a intenção de proporcionar aos estudantes daUniversidade São Marcos a possibilidade de se coloca-rem por um instante no lugar do outro, nós do CONS-CEG realizamos no último dia 12 de Maio, uma vivên-cia para testar a acessibilidade da principal rampa exis-tente nas dependências da Universidade. Esclarecemosque esta rampa, que tem dois lances, é a passagem queos deficientes físicos (cadeirantes) devem utilizar, casoqueiram chegar a algumas salas de aula e ao centrofinanceiro que estão localizados no piso superior numdos blocos do campus João XXIII. Um outro bloco, commuito mais salas de aula, não possui rampa de acesso,embora exista um elevador em início de construçãodesde o final do ano passado. Caso um cadeirantequeira usar o único banheiro adaptado que fica no pisoinferior, precisará descer por esta rampa. Por essemotivo, entre outros, é que resolvemos promover estavivência que ocorreu da seguinte maneira:

Utilizando uma cadeira de rodas, preparada parauma pessoa de até 80 KG, colocada no pé da rampalocalizada na Praça Dom Quixote, procuramos volun-tários para que tentassem subi-la de forma autônoma,como é o propósito de toda rampa que seja acessívelpara pessoas com deficiência.

Os estudantes reunidos no local foram avisados quehaveria o sorteio de prêmios ao final da vivência, paraestimulá-los a participar. Os prêmios foram doados gen-tilmente por nossos parceiros que foram: Copiadorado Pedro, lanchonete do Wilson e Dilma, Entrelivros,Docinhos da Bete e Choperia Kudafacu.

Conseguimos seis voluntárias, todas alunas da Uni-versidade, sendo quatro do curso de Fisioterapia, umado curso de Psicologia e uma de Pós-graduação emEducação Inclusiva..

Cabe aqui uma ressalva desse editor que pergunta:Onde estão os homens dessa Universidade?! Mas de-silusões machistas a parte, vamos ao que interessa queé relatar as experiencias:

Nossa primeira e corajosa voluntária foi a alunaMaria Lucia, do 7o. semestre de Fisioterapia. Conse-guiu subir o primeiro lance da rampa (composta pordois), sem ser empurrada e ao final da experiênciadeu a seguinte declaração: “Senti insegurança, faltade controle, a rampa é muito imclinada, conseguisozinha, mas foi muito difícil, muito difícil, quase

que eu voltei pra trás e aconteceu um acidente”.A segunda voluntária foi a aluna Fernanda Bastieri,

do 4º, semestre de Psicologia. Não conseguiu subir oprimeiro lance da rampa e depois de uma angustiantetentativa deu a seguinte declaração: “Horrível, umasituação muito difícil, eu não consegui chegar atéo final da rampa, eu não sabia como pegar, se naroda ou no lado, é uma situação extremamente difí-cil, eu fiquei com medo de cair e comecei a voltarpra trás”.

A terceira voluntária foi a aluna Ana Paula de LimaCosta, do 7º. Semestre de Fisioterapia. Não conseguiusubir o primeiro lance da rampa e após a desistência,concedeu-nos a seguinte declaração: “Difícil, o bra-ço dói muito, não consegui subir, acho que a ram-pa deveria ser mais curta, consegui subir apenasum terço dela, é muito difícil, os braços doem mui-to”.

A quarta voluntária foi a aluna Edivania RibeiroCarvalho Serra, do 7º semestre de Fisioterapia. He-roicamente conseguiu chegar ao final do primeiro lan-ce da rampa, porém, totalmente extenuada, conce-deu-nos a seguinte declaração: “Muita dor, muitadificuldade, muita dificuldade, dói muito, cansamuito, os braços, as pernas, o abdome, muito can-saço mesmo, se precisasse chegar a um banheironão teria dado tempo”.

A quinta voluntária foi a aluna Paula Cristina, do 7º.Semestre de Fisioterapia. Não conseguiu chegar ao fi-nal da tarefa, depois de tentar muito acabou desistindo edescreveu assim a experiência: “Muito ruim, dói mui-to os braços, cansa demais, a cadeira desgoverna,não dá, não consegui subir”.

Nossa última voluntária foi a aluna Priscila BrancaNeves, do 1º. Semestre de Educação Inclusiva. Não con-seguiu subir a rampa, desistindo logo no início, depois demuito esforço e relatou a experiência da seguinte manei-ra: “É horrível, não consegui subir nada, a impressãoque dá é que vamos cair de costa, para trás”.

Um fator de extrema importância que devemos sali-entar nessa vivência, foi a nossa preocupação com asegurança e integridade física de todos os participantes,além do cuidado com o equipamento utilizado, gentil-mente fornecido por nossa anunciante, a FISIOMÉDIC,especializada em vendas e locação de materiais hospi-talares. Para tanto, incumbimos o Sr. Luis Paredes, tam-bém voluntário, a acompanhar todas as participantes. Oseu trabalho era seguir de perto a subida, porém, semempurrar a cadeira. Pois bem, notamos que duas dasvoluntárias conseguiram, a duras penas, cumprir a ta-

refa. Por isso, trazemos a palavra do Sr. Luis que nosrevela o seguinte: “Acredito que nenhuma delas te-ria conseguido terminar, caso eu não tivesse se-gurado a cadeira quando as mesmas paravam pararecuperar as forças despendidas. Todas tinhamque parar, respirar fundo, recuperar as energiase continuar. Nesse momento, eu apoiava a cadei-ra com o meu corpo, para que a mesma não giras-se no próprio eixo e tombasse para trás, causan-do um enorme acidente”.

Com os nossos mais profundos agradecimentos atodas as voluntárias que venceram tantos medos enos ajudaram a mostrar essa grande barreira parapessoas que, diferentemente delas, não teriam comodesistir, levantar e sair andando normalmente diantede situações adversas como estas, por isso, precisamde respeito e preocupação para com sua singularida-de. Todavia, não poderíamos encerrar essa reporta-gem sem o comentário de pessoas com real deficiên-cia física, que é o caso de Henrique Leal Perez, alunode Zootecnia do último semestre e da psicóloga e ex-aluna Ludimila Lins Pellegrina, que descrevem suasvivencias reais com a rampa testada.

Segundo Henrique: “A inclinação da rampa émuito grande, não arrisco a subi-la, tenho medo,o esforço é muito grande, pois estou sempre commaterial de estudo e cairia de costas facilmen-te. Somente em último caso, eu arriscaria subir,mas prefiro esperar alguém para me empurrar.O piso é irregular, as rodas da cadeira derra-pam para subir, e para descer, somente commuita prática mesmo, senão a pessoa se esbor-racha lá embaixo. Se eles tivessem vontade po-deriam fazer duas rampas com menor inclina-ção, afinal ali é uma praça”.

Segundo Ludimila, que não usa cadeira, e sim umandador: ”Consigo subir, mas com muito cuidado econcentração, pois a rampa é estreita demais. Jápara descer, só é possível com a ajuda de alguémque ampare meu andador na frente, caso contrá-rio, posso tombar sobre ele, pois a rampa é muitoinclinada”.

E agora? Depois de ler essa reportagem, você vaisubir a rampa do choro (somente para alguns) da mes-ma maneira que vem fazendo sempre? Ou vai pararpara pensar se, por acaso, ela poderia ser diferente?Pense nisso. CONSCEG

Aluguel e Venda

MuletasBengalasAndadorInalador, etc.

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Foto: Gustavo

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“Este edifício está sendo edificadopor Jesus Cristo”

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Página 13Junho - 2005

BRAI-LENDOSou Luciane Molina, 22 anos e

resido em Guaratinguetá, interiorde SP. Como podem verificar pelo

que vou contar, minha trajetóriaacadêmica não se diferencia dos

demais organizadores deste jornal e, justamente pelabusca de acessibilidade no ambiente escolar que vim aconhecer este trabalho tão útil para nós. Graduandaem Pedagogia, hoje curso o penúltimo semestre e, há 4anos sou titular da classe de alfabetização/reabilitaçãoBraille no município de Lorena, próximo da minha ci-dade. Fui efetivada por concurso e atendo crianças,jovens e adultos que variam entre 14 a 72 anos, totali-zando 21 alunos. Na sua maioria estão em escola in-clusiva em outro período, fazendo apenas o apoio es-colar, adaptação de materiais e alfabetização Braille.Para os adultos já com formação acadêmica, temos areabilitação. Todas as atividades se baseiam na quali-dade de vida e na conquista de uma participação soci-al mais autônoma.

Nesta edição, venho compartilhar com todos os lei-tores deste riquíssimo jornal, um pouco do que sei eaprendi a gostar muito. Trata-se de uma coluna desti-nada aos profissionais da educação que, trabalhandoou não em classes inclusivas, tem o papel de constru-tores do conhecimento. Trago para vocês o encanta-dor mundo dos pontinhos em relevo, cujo significadoaponta para os prazeres de uma boa leitura. Esperoque possam mergulhar no mundo pontográfico e des-cobrir que, dentro de cada ponto estão guardadas aschaves da liberdade intelectual dos deficientes visuais.

Darei início com uma breve história sobre como sur-giu a educação dos cegos, sendo que nas próximasedições o foco será centrado no aprendizado da leituraBraille, utilizando recursos gráficos que permitem a vi-sualização por videntes.

A educação do deficiente visual teve início com acriação da primeira escola destinada a educação doscegos, em Paris, no ano de 1784, por Valentin Haüy.Nesta época, os métodos de ensino consistiam em fa-zer os alunos repetirem a explicação e textos ouvidos.Os poucos livros existentes permitiam a leitura suple-mentar, pois o sistema oficial baseava-se na reprodu-ção das letras convencionais fortemente marcadas nopapel, inviabilizando qualquer forma de escrita. Em1825, com o surgimento do Sistema Braille, torna-sepossível a comunicação escrita e lida entre os defici-entes visuais, que a partir desse momento podiam ex-pressar-se e interagir com a informação. Mesmo nãotendo o reconhecimento dos seus contemporâneos,Louis Braille (França, 1809-1852) trouxe para os ce-gos a liberdade da escrita, cujo sistema tem substituídocom total eficiência a palavra impressa em tinta oumanuscrita. Sua morte ocorrida em 1852 deixou-nos acerteza de que sua obra não havia sido em vão, poismesmo tendo perdido a visão aos 5 anos não desistiude lutar pelo bem-estar dos cegos, deixando um legado para toda a humanidade. No Brasil, primeiropaís da América Latina a adotar o Sistema Braille, tra-

zido por José Álvares de Azevedo, o Braille ainda re-siste às tentativas de substituição pela informação viaáudio, que pode facilmente atuar como recurso facili-tador ao ensino do Braille, complementando o apren-dizado, porém nunca como uma ferramenta para a subs-tituição da escrita pontográfica. Ao contrário do quemuitos acreditam, o Braille não é uma linguagem pró-pria do deficiente visual. O Braille é o meio naturalde leitura e escrita para os cegos, porém, acessível

A DITADURA DAS PEQUENAS COISAS.Não são muitas as vezes que decido escrever, mui-

tas vezes por preguiça ou comodismo, pois sou muitomais de conversar e ler, mas isso não vem ao caso. Oque me leva a escrever sobre a ditadura das pequenascoisas são fatos que segundo a minha observação, es-tão acontecendo, não sei se nesses últimos tempos, ousempre aconteceram e eu não me dava conta disso.Talvez eu esteja inventando mais uma ditadura, afinal,já temos a ditadura da moda, da beleza, a comunista, acapitalista dentre outras, sei lá. O que decidi chamarde ditadura das pequenas coisas nada mais é do que atentativa de diminuição de identidade que ocorre commuitos de nós quando acontecem certas coisas. Sendomais claro, é aquilo que acontece quando você sofreuma ação preconceituosa, porém, essa está tão dissi-mulada que aparentemente é um pequeno fato semmuita importância, aquilo que quase ninguém nota.Aquele negócio que só quem passa ou passou pelo pro-blema entende, e que quando você decide desabafarcom alguém, você ouve: “mais você está chateado sópor isso, isso é besteira, acho que fulano não teve essaintenção”.

É um assunto tão sutil, que até mesmo para explicarfica difícil, são atitudes que em tese são tão insignifi-cantes que colocadas de forma isolada parecem quenão tem sentido algum. É o caso do aluno cego queestá numa sala de aula e os professores, por distração,esquecem de lhe explicar o que está no quadro-negro,os outros alunos que esquecem que ele faz parte dasala quando são feitos os grupos de estudos, ou do seuchefe no seu local de trabalho que por outras priorida-des esquecem o pedido do mesmo que foi feito há doisminutos, e que quando ele reclama é taxado de chato,que implica com qualquer coisa, que só vê maldade,preconceito, que se faz de coitadinho, essas coisas.Isto é, tentam ridicularizar seus sentimentos, diminuiraquilo que só você e quem passa por isso tem a realdimensão e que exatamente por serem tão insignifi-

para toda a humanidade. Sendo assim, nosso objetivo éincluir novos desafios às práticas docentes para que osnovos paradigmas superem as resistências pessoaispara a aquisição de novos saberes, sobretudo contri-buindo para o sucesso educativo dos deficientes visu-ais, bem como acolher a diversidade num espaço des-tinado a todos nós. Qualquer dúvida, escreva para nos-so email: [email protected].

LUCIANE MOLINA

cantes, até mesmo as pessoas que convivem com vocêhá tanto tempo tem dificuldades de entender. É verda-de que muitas vezes não conseguimos externar aquiloque realmente nos vai ao espírito, mais é como disse,são sutis demais para serem entendidas na sua plenitu-de. Todavia, em minha opinião, toda a base do que cha-mamos de preconceito reside nessas pequenas coisas,pois afinal, dificilmente vc vai encontrar pessoas quedeclarem abertamente que o fato de vc ser deficienteas incomoda, e que na opinião de muitas dessas pesso-as vc é alguém que deveria ficar num mundo isoladodo delas, ou então que: “eu não tenho obrigação ne-nhuma com ele, deixa que o outro ajude, que o outro dêatenção”, essas coisas. Bem sei que existe toda umaconstrução histórica do preconceito, mais muitas ve-zes me pergunto: será que essas pessoas têm vontadede mudar esse estado de coisas? Não deixo de ficarpasmo quando minha mulher, estudante de psicologia,vem me contar das pequenas atitudes preconceituosasdos alunos e professores que convivem com ela. Nãosei se é ignorância da minha parte pensar que só pelofato de serem profissionais ou futuros profissionais dapsicologia, não deveriam agir assim, mais daí eu tam-bém penso: se eles que estudam e são profissionais docomportamento humano, tem atitudes assim, quem diráos outros. Não sei, mas penso que certas pessoas nãopodem ter essas atitudes, na verdade ninguém tem essedireito, mais no caso de psicólogos e futuros psicólogosem especial, confesso que me causa muito espanto.

Mas voltando as pequenas coisas, cada vez maisme convenço que esse tipo de comportamento nãopassa de estratégia para poderem justificar suas con-dutas e nos deixarem no lugar, do qual, na opiniãodessas pessoas, nunca deveríamos ter saído, que éum lugar marginal. Para terminar, penso que deverí-amos nos atentar e lutar contra mais essa ditadura, aDITADURA DAS PEQUENAS ATITUDES. RO-GER MARQUES.

Prezado leitor, gostaríamos de saber sua opinião. Escreva-nos: [email protected]

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CANTINA DOWILSON & DILMA

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Página 14 Junho - 2005

COZINHANDODE OLHOSFECHADOS

Meu nome é Jucilene Braga, te-nho 24 anos, sou deficiente visual e

estou cursando o 4o semestre de psicologia na Uni-versidade São Marcos, assim como os demais cole-gas do grupo CONSCEG e agora do Jornal CONS-CEGUINDO. Sou casada, tenho um filho e trabalhofora. Através deste artigo, tentarei passar a vocêscomo é o meu dia-a-dia dentro de uma cozinha, semenxergar. Posso lhes garantir que é fácil e à medidaque vou aperfeiçoando determinados detalhes, ficaainda mais simples.

Cozinhar, de olhos fechados, para algumas pes-soas pode ser algo desafiador e praticamente impos-sível. Quando falo para outras pessoas que tenho umacasa, um filho e um marido para cuidar, ficam admi-radas e me dizem que não se julgariam capazes deexecutar a mesma tarefa se estivessem na mesmacondição. Mas com a existência dessa coluna, elasterão a real idéia de como é simples e perceberãocomo alguns mitos e preconceitos cairão por terra.Comecei a cozinhar com mais freqüência depois queiniciei minhas aulas de educação para o lar. ministra-das no Instituto Padre Chico, escola onde fui alfabe-tizada. Aprendi desde a cozinhar até fazer um curati-vo e cuidar de crianças, enfim, como cuidar de umacasa, assim como qualquer pessoa. É claro que tenhominhas limitações. Por isso, dentro da cozinha, preci-so me utilizar de outros recursos para saber se deter-minado alimento está pronto. Vou dar alguns exem-plos: Como posso saber se o arroz está pronto? Nor-malmente observo o barulho que faz na panela. Quan-do pára de borbulhar a água, significa que está noponto. Utilizo-me também desta técnica para saberse um ovo está cozido. Quando ele começa a baterno fundo da panela, espero mais um pouco para mecertificar e desligo. Não dá outra. Está no ponto epronto para ser consumido. Vale ressaltar que talvezexistam pessoas que se utilizam de outras técnicas,mas considero, modéstia a parte, minha maneira bemeficiente. Espero que esse seja o primeiro artigo demuitos e, agora que já me apresentei, vou deixar mi-nha primeira receita que é uma delícia. Eu fiz, deucerto e na próxima edição conto como foi minha ex-periência. Caso queira me escrever, mande uma men-sagem para: [email protected]. Um forte abra-ço e bom apetite.

Aproveitando o mês de festividades juninas, aquivai uma receita de bolo de amendoim que é simples-mente demais.

BOLO DE AMENDOIMRendimento: 16 porçõesIngredientes2 xícaras (chá) de fubá2 xícaras (chá) de leite2 xícaras (chá) de açúcar1 xícara (chá) de óleo4 ovos (claras em neve)1 colher (sopa) de fermento em pó1 xícara (chá) de amendoim torrado e moído1 colher (café) de erva doce

ESTOU GRÁVIDO!!!

cobertura3 colheres (sopa) de leite5 a 6 colheres (sopa) de açúcar1 xícara (chá) de amendoim torrado e moídoModo de Preparo• Numa panela, coloque o fubá, o óleo e o leite. Leve

ao fogo e cozinhe até soltar do fundo da panela.• Deixe esfriar e acrescente os demais ingredientes,

mexendo bem, após cada adição. Por último mistureas claras em neve. Despeje numa forma untada e leveao forno pré-aquecido (180ºC) por 30 minutos ou atéque fique dourado.

• Para a Cobertura: em banho maria, leve o leite e oaçúcar e deixe cozinhar. Depois coloque o amendoim,sempre mexendo bem.

• Despeje a cobertura sobre o bolo ainda quente.

Luis Fernando conta como foi o dia em que suamulher anunciou a gravidez tão esperada.

Após quatro anos de uma grande e verdadeiraamizade, rolou o namoro (que durou sete anos), apaixão, o amor e um lindo casamento. Muitos amigosvinham já acompanhando a minha grande história deamor. Nosso sonho era de termos de dois a trêsfilhos, e, nunca nos prevenimos. Depois de um anode tentativas contínuas sem sucesso, resolvi fazermeu 1º espermograma, para o homem tudo é maisfácil, não é mesmo? O resultado foi ótimo! Mais seismeses de tentativas em casa, mas, nada da cegonhaquerer nos visitar! Resolvi fazer outro exame. Maisuma vez, o resultado foi ótimo! Decidimos então quea minha esposa iria fazer todos os exames viáveis epossíveis que uma mulher necessi te e seuginecologista achasse por bem. E foi o queaconteceu, ela passou desde os exames mais simplesaté ao pior dos piores exames que uma mulher possafazer: a histerosalpingografia. Tudo foi feito, e, tudonormal com ela.

Foi aí que o gineco receitou o tratamento comCLOMID (estimulador ovariano) durante seis meses.Havíamos decidido que essa seria a nossa últimacartada antes de tomarmos outras providências.Mesmo assim, a cegonha não apareceu. Estavabrigada conosco! Nada de bebê! Resumindo, foramtrês anos e 11 meses nessa labuta, mais doisespermogramas feitos por mim, pois, ainda estavaachando que o problema fosse eu. Mas, obtivemosnesses dois úl t imos exames resultados aindamelhores, pois, nesse meio período, eu havia pedidopara meu urologista que me receitasse uma vitaminaque fizesse com que o sêmem obtivesse qualidadeainda melhor, mas, nada! Corríamos contra o tempo,pois as nossas idades aumentavam e as nossaschances diminuíam a cada dia. Minha esposa já haviafeito seus 35, 36 anos, e eu meus 34. Quandodecidimos então que procuraríamos um especialistaem FIV (Fertilização in vitro), pois, não poderíamosmais esperar, e eu não queria que a minha esposacorresse nenhum risco em sua gravidez por idadeavançada. Era sexta-feira, dia 15 de abril de 2005,por volta das 23h30, quando a minha esposa seguede Votuporanga - SP rumo a São José do Rio Preto -

SP com a minha mãe. Ali pernoitariam para que nodia seguinte (Sábado 16 de abril de 2005), FOSSEMao laboratório de análise. A minha esposa iria fazer oexame BETA HCG para saber se estava grávida. Apósa coleta e análise do sangue pelo laboratório, minhaesposa pega o resultado e segue com a minha mãe (asogra coruja!), rumo ao CENTRO DE REPRODUÇÃOHUMANA de São José do Rio Preto - SP para que oDr. Edilberto de Araujo Filho desse o resultado. Tensãototal! Dores na barriga! Tremedeiras! Calafrios e tudomais! (Foi o que mais tarde fui saber da minhaesposa)

O Dr. abre o exame, levanta as mãos para o céu eagradece a DEUS (Ai meu Deus, deu certo!... DeuCerto!... Deu POSITIVO!). Nesse momento a minhaesposa tirou uma tonelada de sua cabeça, visto queela estava ha. 14 dias em repouso absoluto para quetudo desse certo, após a colocada de nossos quatroembriões no seu útero, através da FIV. O resto nãoprecisa nem dizer, né? Foi um chororô só na sala doDr. (Me refiro à minha esposa e minha mãe)... O Dr.chama pela sua secretária e diz:

Deu positivo Tereza!... Deu positivo! Segundo aminha esposa ele estava radiante, afinal, eu era oprimeiro a fazer esse procedimento pela clínica, e OSUCESSO FOI ABSOLUTO. Bem que o Drº haviame dito dias antes, que era PÉ QUENTE! E é mesmo!Isso, sem falar que a clinica é muito renomada naregião de São José do Rio Preto - SP. Geralmente elavem obtendo um sucesso de 55% em seusprocedimentos de FIV. Inclusive essa porcentagemnão é boa, é ótima! Muito acima do percentual desucesso obtido em relação a outras clinicas que atuamnesse mesmo ramo. Digo isso com base nas minhaspesquisas feitas pela Internet. Era 16 de abril de 2005,por volta das 11h40 da manhã, instante esse em quea minha esposa sai da sala do Drº em direção ao 1ºtelefone que vê à sua frente. Afinal, eu ainda não sabiade tal fato e ela queria me comunicar. Estando eu emcasa, o telefone tocou. Era a minha esposa.

- Alô!- É você amor!- Sim!... Sou eu!... E aí?- Deu POSITIVO!... Parabéns papai, parabéns, nós

conseguimos!... Você vai ser papai!Não me contive de alegria. Fiquei tão anestesiado

que nenhuma lágrima rolou. Pensei:Serei papai? É isso mesmo! Sim! Mas, a emoção

era tanta que eu não acreditava ser real. Mas era!Um futuro papai, que, de tão bobo que ficou, resolveuredigir esse texto para compartilhar com todos osamigos esse meu momento único de total alegria.

Obrigado a todos que sabiam dessas minhastentativas para me tornar papai, e vinham comigonesta torcida positiva há três anos e 11 meses, o queresultou agora em sucesso.

LUIS FERNANDO é tetraplégico. A primeira pessoanesta condição no C.R.H. de São José do Rio Preto aconseguir esse feito. FONTE: REDE SACI

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Namorados

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Página 15Junho - 2005

COM-TATOSou formado em massoterapia pelo

Instituto Unike do Brasil, com espe-cialização em Quiropatia pelo IBRA-

QUI – Instituto Brasileiro de Quiropatia. Possuo outrosconhecimentos como, por exemplo, Reiki, reflexologia,aromaterapia e cromoterapia. Sempre gostei muito deestudar essas técnicas que são chamadas costumeira-mente de terapias alternativas. Particularmente não gos-to de chamá-las assim, acredito que são terapias com-plementares, pois todo caminho alternativo, faz com quenos desviemos do caminho principal, e penso que essanão deve ser a proposta desse tipo de técnica. Nessacoluna pretendo falar de “tocar, por isso pretendo enfa-tizar mais meus conhecimentos sobre massoterapia, ape-sar de que tudo se torna uma coisa só, quando pensa-mos num ser humano que é complexo e indivisível. Pre-tendo dar alguns toques sobre o tocar, e espero que sejauma coluna leve, interessante e que lhe faça bem. Parainiciar pretendo falar de massagem. Ah! A velha e delici-osa massagem. São milhares de técnicas, formas, jeitosde fazer, além da infinidade de nomes que existem paradiferenciar umas das outras. Pois bem, falo aqui de mas-sagem, mas não aquela coisa técnica, precisa, sistemati-zada e que depende de um profissional qualificado paraaplicá-la. Quero falar daquela massagem gostosinha dodia-a-dia, aquela que qualquer pessoa com um pouco desensibilidade e preocupação com o outro pode fazer. Sabeaquela tradicional pegadinha nos ombros que nos levamas nuvens? Sim! É mais ou menos isso que será aborda-do por aqui, afinal, estou falando para pessoas leigas quenão conhecem nenhuma técnica apurada, e nem preci-sam saber, mas devem gostar muito, principalmente dereceber, e outros mais voluntariosos devem gostar deaplicar em pessoas pelas quais tem afeição e carinho.Dou um aviso a todos, não tem nenhum mistério nisso,o toque , quando é feito com cuidado e amor , jamais vaimachucar. Não adianta mais ficar dando aquela descul-pinha furada para o companheiro(a) o namorado(a), parao pai, a mãe, irmão, colega, etc.. Chega de desculpas evamos botar a mão na massa! Deixe um bom creme ouóleo sempre a disposição. Caso este tenha algum aroma,a sua única preocupação deve ser a de saber se o outrotem alguma restrição ou alergia àquele perfume. Casocontrário vamos em frente. Qualquer lugar do corpo édigno de ser massageado, os ombros, as costas, os pés,ah! Os pés! Que delícia! Vou iniciar dando dicas para os

mais íntimos, como os namorados, afinal esse é o mêsdeles, e essa massagem pode ser um excelente presen-te!. Primeiro deixe a pessoa tomar um bom banho rela-xante, depois ainda nua, faça com que se deite de bruçosno lugar que ela mais gostar (10 entre 10 pessoas prefe-rem massagem na região dorsal). Pode ser num tapete,na própria cama, num tatami, numa toalha sobre a areiada praia (deserta de preferência!), entre outros. Certifi-que-se de que o clima está agradável, se o outro não estácom frio, ou mesmo com calor. Para essas situações,tenha sempre um lençol para cobrir ou então um cremeou óleo mais refrescante, desde que ele possibilite umbom deslizamento das mãos pela pele. Caso queira sofis-ticar ainda mais, coloque uma música bem suave, numtom baixo e estará pronto(a) para começar. Antes doprimeiro toque, não se esqueça de friccionai bem as mãoscom o creme ou o óleo, para aquecê-las, pois elas po-dem estar frias e o primeiro contato será desagradável.Depois disso, faça os seus movimentos lentos, ritma-dos, suaves, afinal, você não tem conhecimento técni-co, por isso, não saia espancando ninguém, lembre-seque a pessoa não é sua adversária, é seu amor! Faça osmovimentos sempre do centro do corpo para as extre-midades, como se quisesse alongá-la para os lados, commuito cuidado. Vá espalhando o creme ou óleo e vá pen-sando que você quer o bem daquele ser entregue aosseus cuidados. Pode ter certeza que apenas esse pensa-mento já irá lhe dotar de uma energia imensa para trans-mitir ao outro. Detenha-se um pouco mais nos ombros,nos pés, nas mãos, no bumbum, na panturrilha, mas nãoforce muito e nem coloque peso algum sobre a coluna,principalmente sobre a região lombar. Como já disse,não se preocupe com força, peso ou intensidade, preo-cupe-se apenas em provocar uma sensação agradável aoseu parceiro(a). Caso ele(a) adormeça, não se preocupe,termine a sessão assim mesmo, abrangendo toda regiãodorsal, baixe totalmente a música e deixe-o(a) curtir osono. Se quiser, deite-se ao lado dele(a) também, assimpoderão dormir juntos um soninho gostoso, afinal, vocêestará um pouco cansado(a) ao final da massagem.

Meu objetivo com esse primeiro toque foi o de mos-trar que um cuidado especial é possível e não requernenhum tipo de conhecimento técnico. Tente e verá comovocê é um(a) excelente massagista. Caso tenha algumadúvida, mande-nos um e-mail: [email protected].

Deixo aqui uma frase de José Ângelo Gaiarça, quetem tudo a ver com essa coluna:

“Falar é superficial, por mais profunda que seja a fala.Tocar é profundo, por mais superficial que seja o to-que”. NAZIBERTO LOPES

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Simone - TEL. 8122-1555Email - [email protected]

7º K Psicologia

AROMAS E CIA.Masculino: Tamanhos 36 à 70

feminino - juvenil

infantil

Agradecemos o apoio dos anunciantes deste projeto. Anuncie você também! - Fone: 6725-0963

CAROS AMIGOSANUNCIANTES E

LEITORESNós os chamamos de amigos, porque mais do que uma

relação comercial, o que estamos fazendo juntos é umatransformação social. Nós do CONSCEG, sabemosperfeitamente que caso o pensamento de vocês fosse o desimplesmente receber um grande retorno financeiroanunciando conosco, vocês não estariam aqui. Primeiramenteporque não somos nenhum Estadão ou Revista Veja, muitomenos a Globo! Consequentemente não temos o públicoestimado para esses veículos. Contudo, temos um outro tipode público, um leitor consciente, ávido por conhecimento einformação diferenciada, de qualidade e acima de tudo críticae que o leve a pensar. O público universitário é, por definição,um formador de opinião e que bom que seja assim. Dessamaneira, queremos agradecer o apoio de todos vocês, quepor essa edição, seja a primeira de muitas, seja a única, valea pena poder contar com vocês. Nossa vontade é a detransformar o mundo em que vivemos, e vocês, de algumamaneira estão nos ajudando a conseguir isso. Se pensarmosnas questões das pessoas com deficiência apenas comosendo sempre um problema do outro, fica difícil nosdispormos a ajudar e a pensar num mundo melhor. Entretanto,caso tenhamos a consciência de que uma impossibilidadequalquer, seja física, mental, sensorial, temporária oudefinitiva, pode acometer qualquer um de nós. Sabemos queo pensamento de vocês vai nessa direção, por isso estãonos apoiando e nos ajudando a levar adiante esse projetoinédito e dignificante para todos os envolvidos.

Fazemos aqui um agradecimento aberto e explícito a todosvocês:

A Galeta Dourada Restaurante, Aroma e Cia, Auto MotoEscola Silvio Romeiro, Cia da Costela Restaurante, Copiadorado Pedro, Corpoterapia Clínica de Fisioterapia Estética eBeleza, CristalCar Pinturas,Elisabete Docinhos, Entrelivros,Fisio Medic Artigos Hospitalares, Herbalife, HorácioCarvalho - Comércio de Vidros, It´s Burger & Food, Kopell -Informática e papelaria, Kudafacu Choperia, Lanchonete doWilson, Lisboa Importados, Livraria Dom Quixote, Lord’sDiversões Públicas, Malva Imóveis, Marcson - Sistemas deSom, Serv Táxi Sala Vip, Yrineu’s Modas, VIVO Voluntário.

Aproveitamos a oportunidade de dizer aos nossos leitoressobre a importância desse apoio e o espírito cidadão e socialde todas essas empresas acima, por isso, pedimos privilegiemos mesmos no momento de suas compras, por se tratarem deempresas e pessoas da mais alta qualidade, confiabilidade ezelo para com os direitos do consumidor na sua mais altasignificação. CONSCEG.

Page 16: email:consceg@yahoo.com.br São Paulo, Junho 2005 ...livroacessivel.org/download/jornal-consceg-indo-junho-2005-PDF.pdf · Venha conferir e viajar com a Lord’s em um mundo ... compreender

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Página 16 Junho - 2005

Amigos do CONSCEG, tenhosempre o prazer de ler esse jor-nal, acho interessante porque euaprendo muito com ele, pois nosensina a ver a vida com maior

atenção para com o próximo e também acrescenta amorem nós. Acho esse grupo muito eficiente e inteligente,estou torcendo cada vez mais pelo sucesso de todos, eque vocês a cada dia que passa, consigam alcançar osseus objetivos, e que suas necessidades sejam atendi-das em tudo. Contem comigo sempre. Malva – Cor-retora De Imóveis - SP.

O que acho mais interessante nesse jornal é queele dá espaço para as questões de todas as deficiên-cias, não se limitando à cegueira só porque é um jor-nal dirigido por pessoas cegas. No fundo esse jornalobjetiva nos informar sobre temas que nos são caros,simplesmente porque todos os problemas das pesso-as com deficiência apontam muito mais para uma pro-blemática em torno de uma questão central, comum atodos: acessibilidade. Parabéns a toda equipe do Jor-nal Consceguindo. Sinceramente, Anahi Guedes deMello - SC

CONSCEGuindo......mais que mudanças: CONSCIENTIZAÇÃO....mais que aberturas: LIBERDADE....mais que utopias: PASSOS PARA A REALIZA-

ÇÃO.Daisy Muranaka. Graduanda de Psicologia - SP

Olá pessoal do CONSCEG, certamente o que meemocionou nesse jornal foram as histórias, os artigos,principalmente as farc me fez rir! E a entrevista daprofissional que trabalhava com o menino SD. Gosta-ria muito de fazer parte do grupo de vocês, muito mes-mo. Podem contar comigo, e, acho que até mais parafrente.

Farei uma visita para vocês! Ficaria muito feliz. Gran-de abraço e continuem assim!

Emanuele Garrido – Advogada – Campinas/SP

Olá pessoal do CONSCEG, Ouço o jornal, e gostoimensamente. Gostaria de felicitá-los muito pela inicia-tiva, e desejar que continuem, mesmo quando vocêsterminarem a graduação. Para não dizer que não falei

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Adoto filhote de Beagle. Fone: 9710-8733Bernardete 7o K Psico

C L A S S I F I C A D O SEste espaço é destinado à

vocês alunos e funcionários daSão Marcos, para que anunciem conosco oque quiserem de graça, em duas 2 linhas

como os primeiros abaixo. APROVEITEM!!!

CARTAS DO LEITORde flores, Poderiam me mandar novamente a primeiraedição? Perdi por uma confusão no computador, e fi-quei frustradíssima. Façam-me essa gentileza, por fa-vor. Muitíssimo agradecida e até breve. Míriam Ta-vares. Advogada - MG.

Gostaria de parabenizar os membros do CONSCEGpela criação do jornal. Como leitora, observo que, comboas e inteligentes reportagens, o jornal, já na sua se-gunda edição, caminha a passos largos para cada vezmais se firmar, como um veículo em busca de direitose igualdade de estudo às pessoas que são rotuladascomo deficientes. Desejo continuação de sucesso atodos, que fazem parte direta ou indiretamente dessejornal. Abraços. Regina Helena de Ascensão Ma-tias - Secretária Executiva - SP

BOAS FÉRIAS!!! EAGUARDEM!!!

Queremos desejar boas férias a todos os nossosamigos universitários e demais leitores. Todos vocêsque estão nos apoiando com a sua leitura, comentários,críticas e sugestões neste veículo de comunicação eacima de tudo de protesto e clamor para com nossosdireitos de cidadãos e seres humanos que somos todos.

Esperamos que os estudantes tenham tido umexcelente semestre, nos respectivos cursos queescolheram, os outros leitores igualmente estejamconseguindo concluir os planos semestrais e que agoradescansem, curtam as férias, se distraiam e voltem emAgosto com as energias renovadas.

Esperamos vocês lá, temos um encontro marcado,sempre trazendo novidades, informações e noticias comqualidade e compromisso ético.

Apenas para deixá-los ansiosos adiantamos duassurpresas... A primeira será que traremos a verdadeirahistória sobre a origem da biblioteca virtual daUniversidade São Marcos, revelando algumas lacunasque não são ditas nas apresentações de início desemestre.

A outra e muito melhor será a presença de nossoamigo Jatobá! Isso mesmo! Marcos Frota será oentrevistado de Agosto, falando tudo sobre opersonagem na novela América e sua impressão arespeito de nosso jornal.

Portanto, boas férias, sol, praia, campo, cidade, ondeestiverem aproveitem o máximo e muito obrigadonovamente.

CONSCEG

Agradecemoso apoio

da Vivo Voluntáriona impressão

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