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COREN-SP • maio/junho de 2005 • nº 57

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Notas 18

Ultimas notícias/cartas 25

Eventos 19

Heródoto Barbeiro 17

prevençãoAtenção aos perigos biológicosno trabalho

internacionalTabagismo na enfermagem

interiorConstrutoras do crescimento

iniciativaEstímulo científico eaperfeiçoamento profissional

capaEnfermagem e esporteUm jogo possível?

entrevistaDesafios para a cidade de SãoPaulo - Luiz Roberto BarradasBarata

06

08

20

22

24

01ciência e tecnologiaNova arma contra o HPV

04

02mercado de trabalhoEnfermagem Oncológica

ÍNDICE

Resolução COFEN 300/2005COFEN determina fim dos“socorristas” no APH

14

Caros colegas,

A Revista do COREN-SP procuratrazer novidades para que vocês,leitores, possam acompanhar asúltimas informações da área. Comoligar as práticas da profissão e oconhecimento científico?

Na seção Iniciativa trazemosinformações sobre o 3º CABESE,abordando a importância da pes-quisa e do aprimoramento profis-sional para enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem. Um bomexemplo é a atuação do profissionalde enfermagem na área de oncologia(Mercado de Trabalho), com adiscussão do papel da enfermagemno tratamento da doença.

Nesta edição, o profissional podedescobrir novos campos para atuarcom as muitas especialidadesexistentes no mercado. A matéria“Enfermagem e esporte: um jogopossível?” aborda a possibilidade daenfermagem trabalhar de diferentesformas no esporte, uma áreabastante discutida atualmente,principalmente se levarmos emconsideração os últimos acon-tecimentos – alguns deles fatais – e oEstatuto do Torcedor.

O profissional não pode esquecerde cuidar da própria saúde.Estatísticas recentes apontam ashepatites B e C como vilãs dosprofissionais que atuam dire-tamente no atendimento de pa-cientes. Dados alarmantes revelamque o número de contaminaçõescom hepatites por acidentesbiológicos no trabalho, hoje, émuito maior do que com o vírusHIV.

Cientes do importante papel doCOREN-SP em acompanhar osdesafios na saúde do Estado de SãoPaulo, entrevistamos Luiz Rober-to Barradas Barata, médico san-tarista e secretário de Estado daSaúde, que fala um pouco sobre osinvestimentos do Estado na aber-tura de novos hospitais.

Como pode ver, a revista está cheiade novidades sobre o mercado detrabalho. Aproveite para seatualizar!

Boa leitura!

Ruth Mirandapresidente

Intervenções parao bem estar

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Ciência e Tecnologia

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Nova armacontra o HPVVacina garante 90% da proteçãoe previne contra o câncerde colo de útero

a semana do Dia Mundial do Câncer – 8 deabril –, o mundo pôde comemorar uma

Por João Marinho

Nvitória noticiada pela revista The Lancet Oncology: osucesso de uma vacina contra o HPV (papilomavírushumano), responsável por 99,8% dos casos de câncerde colo de útero.A pesquisa que resultou na vacina – por enquanto,chamada de Gardasil – contou com a colaboraçãode 18 centros de estudos. Entre eles, a UniversidadeJohns Hopkins, nos Estados Unidos, os departa-mentos de saúde da Noruega, Suécia e Finlândia e oInstituto Brasileiro de Controle do Câncer. No Brasil,a coordenação esteve a cargo da bióloga Luisa Villa,do Instituto Ludwig de Pesquisas sobre o Câncer, emSão Paulo.Cerca de 90% da transmissão do HPV ocorre porvia sexual. As mulheres são as maiores vítimas: seteem cada dez são infectadas em algum momento davida, a maioria entre os 18 e os 25 anos, segundodeclarou Luisa à revista IstoÉ, em matéria assinadapor Greice Rodrigues. No Brasil, há duas vezes maismulheres infectadas do que homens.Existe uma centena de cepas (subtipos) de HPV. Cercade 20 são consideradas de risco, e quatro podem serbem perigosas: as 16 e 18, responsáveis por 70%dos casos de câncer de colo de útero; e as 6 e 11,presentes em mais de 90% das ocorrências deverrugas genitais, que podem causar disfunçõessexuais e tumores.Patrocinada pelo laboratório Merck Sharp & Dohme,a Gardasil age justamente contra essas quatro cepas.A vacina foi desenvolvida a partir da sintetização, emlaboratório, da principal proteína da capa externado HPV. A molécula não carrega o DNA do vírus, masfaz com que o corpo ative a resposta imune.

Depois dos testes em animais, uma solução contendoa proteína foi injetada em 1.158 mulheres não-infectadas de 16 a 23 anos; destas, 552 participaramdos estudos de fase II, que testam a eficácia doproduto.Considerada no todo, a pesquisa dividiu as voluntáriasem quatro grupos. Três foram imunizados comdiferentes doses; o quarto recebeu placebo. Os gru-pos foram acompanhadas por três anos, e, no final, oque tomou placebo teve 9 vezes mais mulheresinfectadas do que aquele que recebeu a menor doseda vacina, que também demonstrou eficácia de 100%contra o surgimento de verrugas vaginais e lesõesprecursoras do câncer.Agora, a Gardasil está sendo testada em 20 milvoluntárias em todo o mundo – e também emhomens. O HPV pode evoluir para o câncer de pênis ehá o risco de câncer anal, que vem crescendo prin-cipalmente entre homossexuais. Mesmo assim, osefeitos são menos nefastos no sexo masculino. Ocâncer de pênis, por exemplo, é raríssimo.A vacina deve ser aplicada antes do início da vidasexual, mas seu efeito em pessoas já infectadastambém deve ser verificado. O produto estarádisponível provavelmente entre meados de 2006 e

2007.

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Mercado de trabalho

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Enfermagem OncológicaO papel do enfermeiro notratamento do câncerÉ cada vez mais comuma especialização doenfermeiro no combateao câncer

Ocâncer já representa a terceira maior causade morte no Brasil, ficando somente atrás

brasileiras com experiência no setor, conforme dizProf. Dr. Ricardo Renzo Brentani, presidente daFundação Antonio Prudente. Atualmente, só nodepartamento de quimioterapia, que atende tantopacientes de ambulatório quanto os internados, amédia mensal de movimento é de 1900 pacientes.O papel do enfermeiro na prevenção é restrito jáque na maioria dos casos está ligada a fatoresexternos e apenas a mudança de alguns hábitosnocivos traz bons efeitos. Por exemplo, segundo oINCA, no país, os tipos de câncer mais comuns sãoaqueles em que o tumor está localizado na cabeça epescoço, onde se manifestam os cânceres de nariz,boca, garganta, faringe, pele, glândulas salivares etireóides. Os mais freqüentes são os de boca, cujaincidência é maior em homens por serem eles osmaiores consumidores de bebidas alcóolicas ecigarros. Os cânceres de pele, que se dão pelo excessode sol, também são mais corriqueiros e podem serprevenidos com o uso de filtro solar que protegedos efeitos dos raios UVA e UVB. Uma mudançana dieta alimentar, com a inclusão de alimentospobres em gordura e ricos em fibras também podeser significativa. Estudos científicos sugerem queaproximadamente um terço das mortes por tumoresestão relacionadas às neoplasias malignas causadaspor fatores dietéticos.O papel do enfermeiro, no entanto, é fundamentaldepois de detectado o câncer. Hoje em dia, o padrãoadotado no mundo para a educação e especializaçãono tratamento do câncer é baseado no Estudo daDelineação de Funções, realizado em 1989 nosEstados Unidos pela CCEO - Corporação de

de doenças do aparelho circulatório e causasexternas, como violência. Segundo o InstitutoNacional do Câncer (Inca), as estimativas para oano de 2005 são de 229.610 novos casos da doençaem homens e 237.830 casos em mulheres,totalizando 467.440 casos novos por câncer noBrasil. A Organização Mundial de Saúde (OMS)também assumiu que 11 milhões de pessoas sãodiagnosticadas com câncer anualmente, e que adoença representa 12,5% das mortes no mundo.Segundo a OMS mais de 16 milhões de casosserão verificados até 2020.Por tudo isso, é cada vez maior o número demédicos e enfermeiros especialistas em câncer.O setor de enfermagem oncológica do Hospitaldo Câncer, por exemplo, conta com um total de526 colaboradores, incluindo enfermeiros,técnicos de enfermagem, auxiliares de enferma-gem e estagiários. O hospital começou a seespecializar em oncologia há 42 anos quandochegaram as primeiras enfermeiras alemãs, as“Schwesters”, contratadas por falta de profissionais

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Mercado de trabalho

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Certificação de Enfermagem Oncológica. Os dadosdeste documento contribuíram para a revisão docurrículo de enfermagem, realizado em 1990, peloComitê de Educação da SEO - Sociedade de En-fermagem Oncológica. A este currículo foram acres-centados alguns pontos relevantes no tratamento,tais como estudo de doenças malignas decorrentesda infecção por HIV e os cânceres do aparelhoreprodutivo, além de linfomas, desequilíbrioshídricos, terapia anti-microbiana e anafilaxia.De acordo com a publicação do Serviço deEducação Continuada do Centro de Referênciada Saúde da Mulher e de Nutrição e Alimentaçãoe Desenvolvimento Infantil (CRSMNADI - SUS),

há aspectos fundamentais a serem consideradosna enfermagem oncológica:Preparo PsicossocialDurante o pré-operatório, o enfermeiro deve tentarestreitar o relacionamento com o paciente e se mos-trar amigável, de modo a criar uma atmosfera maisconfortável e confiável. Assim, a função do espe-cialista não se restringe a observar sinais vitais einspecionar sondas e cateteres.Cuidados pós-operatóriosNeste caso, cabe a equipe de enfermagem tranqüilizara família e acompanhar o paciente no que se refereao controle da dor e desconfortos ocasionadospela cirurgia.Nos últimos anos discutiu-se muito a manipulaçãopor enfermeiros de drogas antineoplásicas, o queculminou na Resolução COFEN 257/2001 na qualfoi legalizado o preparo de drogas quimioterápicasantineoplásicas por enfermeiros.Existem cursos ministrados por diversas asso-ciações como os oferecidos pela Sociedade Brasi-leira de Enfermeiros Especialistas em Oncologia(SBEO) www.sbeonet.com.br ou pelo InstitutoNacional do Câncer (INCA), e também cursos lato-sensu para formação de especialistas, como na pe-diátrica e ginecologia.

Segundo o INCA, no país, ostipos de câncer mais comunssão aqueles em que o tumorestá localizado na cabeça e

pescoço, onde se manifestamos cânceres de nariz, boca,

garganta, faringe, pele,glândulas salivares e tireóides

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Luiz Roberto BarradasBarata

Médico sanitarista esecretário de Estadoda Saúde

ma pesquisa divulgada pelo Seade (Sistema Estadual de Análisede Dados) no dia 17 de maio concluiu que São Paulo deve atingir

Desafios

Desafios nãofaltam paramelhorar osistema desaúde doEstado maispopuloso doBrasil. Osnovosprojetosdevemacompanharas mudançasindicadas porpesquisas.

04

Com 40 milhões de habitantes, o Estado concentra 21% da populaçãobrasileira. O que o governo tem feito para evitar um colapso na saúde?

Uos 40 milhões de habitantes em julho e comprovou o envelhecimentodos paulistas e a desigualdade numérica entre os sexos, com umexcedente de quase 846 mil mulheres.Como o governo paulista tem se preparado para lidar com o impactodesses dados na saúde? Para responder essa pergunta, Luiz RobertoBarradas Barata, 52 anos, médico sanitarista e secretário de Estado daSaúde, concedeu a seguinte entrevista à Revista do COREN-SP.

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para a saúde deSão Paulo

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Entrevista

Revista do COREN-SP: Quemedidas têm sido tomadas paraque o sistema público de saúdepaulista não entre em colapsocom o crescimento dapopulação?Luiz Roberto Barata: O governo doEstado tem atuado, em parceriacom as prefeituras, para dar o su-porte às melhorias no atendimentoà população. Desde 98, concluímos15 esqueletos de hospitais, além deconstruir o Hospital de FranciscoMorato. Ao todo, foram cerca de 4mil novos leitos. Agora, é hora deinvestir em reforma, ampliação eaquisição de novos equipamentospara a rede hospitalar. Em 2004,por exemplo, foi ampliado em cin-co vezes o Hospital Luzia de PinhoMelo, em Mogi das Cruzes. São seisunidades estaduais já em obras, e,em 2006, será entregue o InstitutoDoutor Arnaldo, antigo Institutoda Mulher, com 28 andares e 726leitos. Outra preocupação é o con-trole de doenças. O Estado temestimulado as prefeituras a investirna prevenção, com a criação dosProgramas de Saúde da Família emaior resolutividade de casos nasUnidades Básicas de Saúde (UBSs).

RC: Por que a mudança noprojeto inicial do Instituto daMulher?LRB: Os 250 leitos previstos paraas mulheres foram mantidos,mas, reduzindo a área destinada àadministração, a Secretaria con-seguiu ampliar os leitos e garantiro atendimento em mais 15 es-pecialidades médicas.

RC: Há outras ações voltadaspara a saúde da mulher?LRB: Com a municipalização dasaúde, muitas delas são de res-ponsabilidade dos municípios.Ao Estado cabe acompanhar, mo-nitorar e avaliar os indicadores. Foicriado o Comitê de Mortalidade

Materna Estadual (CMME), como objetivo de melhorar a qualidadeda informação sobre os óbitos ecobrar ações mais efetivas dos mu-nicípios. O Estado também possuium Programa de Humanização doParto e Nascimento, implantadoem 611 municípios. Entre as açõesdo programa, há o estímulo àrealização de partos normais,Programa Mãe-Canguru (vejaquadro aolado) e de aleitamentomaterno. Há 41 hospitais cadas-trados para atender gestantes dealto risco. Além disso, para zerarfilas de espera no atendimento damulher, a Secretaria tem organiza-do mutirões de atendimento. Oúltimo, realizado em maio, fez cercade 40 mil mamografias.

RC: E quais são as medidas paraa terceira idade?LRB: O governo tem auxiliado asprefeituras na elaboração de po-líticas públicas para os idosos. Umprojeto de sucesso são os Centrosde Referência do Idoso. A cidade deSão Paulo já tem dois. Nos CRIs,são oferecidos atendimento médico,atividades de convivência, culturaise de lazer.

RC: Como o governo esperareverter a dificuldade de acessoaos serviços de saúde e para aaquisição de remédios nointerior?LRB: Isso passa pela melhoria doprimeiro atendimento, nas Uni-dades Básicas de Saúde. A Secre-taria está orientando os novos pre-feitos neste sentido. Quanto aosmedicamentos, a Secretaria estáimplantando um novo sistema dedispensação de remédios, com ainformatização e a implantação deum novo software para a emissãoda documentação para liberaçãodos remédios. O programa já foiimplantado na capital (no HC), emSão José do Rio Preto, Campinas e

Sorocaba. A próxima cidade seráSantos.

RC: O Brasil registra umadeficiência do númerode enfermeiros em relação aonúmero de médicos. O Estadotem se mobilizado para sanaressa deficiência e a falta deoutros profissionaisqualificados?LRB: Em 2003, foi realizado umgrande concurso público para pre-encher vagas de técnicos, auxiliarese enfermeiros. Todos os profissio-nais já foram chamados. Além dis-so, os hospitais têm feito os seuspróprios concursos. Também te-mos feito parcerias com as prefei-turas, e o Estado oferece cursos dequalificação e capacitação dos pro-fissionais da área de saúde dosmunicípios, mas de fato existe umadificuldade em preencher vagas nasregiões de periferia.

RC: Dentro desse quadro, quaisseriam, hoje, os principaisdesafios para a saúde em SãoPaulo?LRB: O principal é investir ampliare equipar as unidades de saúde esta-duais com equipamentos de ponta.Também é preciso qualificar ecapacitar os profissionais.

RC. De que forma aenfermagem pode se envolvernas políticas de saúde dogoverno?LRB: O trabalho dos profissionaisde enfermagem é fundamentalpara o bom atendimento da po-pulação. Diversos profissionais deenfermagem comandam setores im-portantes da Secretaria, como oFesima (Fomento de Educação Sani-tária e Imunização em Massa contraDoenças Transmissíveis), a chefia degabinete da Sucen (Superintendênciade Controle de Endemias), diretoriasregionais de Saúde e hospitais.

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Prevenção

O Programa de Hepatites Virais B e C, deresponsabilidade da Divisão de Hepatitesvirais do Centro de VigilânciaEpidemiológica “Professor AlexandreVranjac” (CVE), vem sendo desenvolvido,desde 2001, no Brasil. Essas doenças aindasão controversas em relação a sua evoluçãoe, a cada dia, novos conhecimentoscientíficos são divulgados

o pensar em doenças infecto-contagiosas,é provável que a AIDS seja a primeira a ser

Atenção aos perigosbiológicos no trabalho

Devido ao grande contato com pacientes infectadospelas hepatites, os profissionais da saúde pertencemao grupo de risco. Porém, até pouco tempo, um númeropequeno de ações e estudos eram voltados ao tema“riscos biológicos”. No início da década de 40, já existiauma preocupação a respeito da manipulação demateriais da saúde, pois pesquisas constataram aconexão de doenças em funcionários de laboratórioscom o uso de instrumentos de trabalho contaminadospor patógenos. No entanto, foi a partir da década de80, com o início da epidemia de AIDS, que o assuntopassou a ser abordado com mais ênfase.Desde a primeira contaminação ocupacional pelo vírusHIV, em 1984, muitas estatísticas revelaram o elevadograu de exposição desses profissionais. Entre 1985 até1998, 55 infecções confirmadas e 136 possíveis por HIVforam registradas somente nos EUA, com trabalhadoresde enfermagem e técnicos de laboratório. “Apesar daAIDS ter maior impacto, o risco de contaminação comhepatite B, no trabalho em saúde, é o mais preo-cupante”, diz Maria Meimei Brevidelli, enfermeira e

lembrada e temida. Porém, muitas outras doenças,silenciosas, infectam milhares de pessoas e representamum risco enorme para a saúde. Entre elas, as hepatitesB e C apresentam estatísticas alarmantes.

A

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Prevenção

professora doutora da UNIP (Universidade Paulista), queestuda a prevenção de riscos biológicos há mais de 15anos. A afirmação diz respeito a maior probabilidadede contágio quando ocorre um acidente com sanguecontaminado com os vírus da hepatite B (HBV). Esterisco está estimado entre 6% a 40%, enquanto quetransmissão do HIV varia de 0,3% a 0,5% e, para HCV, 2%a 10%. Isto porque a quantidade de partículas virais doHBV normalmente é maior e o vírus é resistente.Fatores como a quantidade de vírus no sangue ou aprofundidade da lesão interferem no risco. Segundoalguns estudos, cerca de 384.000 acidentes per-cutâneos ocorrem anualmente nos hospitais dos EUA.Números elevados como este chamaram a atenção deinstituições públicas americanas para a necessidade deuma legislação específica e a criação de um órgão, OSHA(Occupational Safety em Health Agency), para regulamentaras medidas preventivas. Por meio dos registros feitospelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDCem Atlanta - EUA) e pelo sistema EPINet, rede virtual deinformações sobre acidentes com material biológico,os EUA já alcançaram importantes avanços na reduçãodos casos. “Nos EUA, a Associação Americana deEnfermeiras teve grande papel na conquista dalegislação preventiva a esses acidentes”, diz a professorade enfermagem da USP em Ribeirão Preto e coordenadorado Núcleo de Estudos Saúde e Trabalho NESAT- USP MariaHelena Palluci Marziale, ao lembrar da importância daluta dos profissionais.A maioria desses acidentes ocupacionais na saúdeocorre entre enfermeiros, técnicos e auxiliares deenfermagem. Responsáveis por atividades quecompreendem a administração de medicamentos porvia intravenosa ou intramuscular, a realização decurativos cirúrgicos ou de procedimentos invasivos commanipulação de materiais perfuro-cortantes, esses

profissionais ficam muito expostos ao contato comsangue e secreções orgânicas.Precauções Padrão no controle da doençaÉ muito importante a conscientização sobre a ne-cessidade de medidas preventivas, tais como: o uso deluvas, óculos de proteção, aventais e a manipulaçãocuidadosa de materiais perfuro-cortantes, durante arealização dos procedimentos.Desde 1996, com o nome de Precauções Padrão,muitas ações preventivas são recomendadas, tantopara os profissionais como para as instituiçõeshospitalares, com o intuito de reduzir acidentes comqualquer sangue ou fluido corporal. Antes a preo-cupação era evitar somente substâncias compro-vadamente contaminadas — conhecida como Pre-cauções Universais.No Brasil, ações voltadas para a prevenção são recentese a subnotificação dos casos é grande. “Somentealgumas instituições implantaram um sistema devigilância dos acidentes com material biológico e, assim,podem controlar e prevenir os riscos”, diz Brevidelli.Os acidentes devem ser notificados o mais rápidopossível no local de trabalho e por meio do CAT(Comunicação de Acidente de Trabalho)*.

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Por João Marinho

Capa

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s benefícios do esporte e das ativi-dades físicas são fartamente docu-

O atendimento aos atletase a promoção da saúdeabrem um novo campo

para a atuação doenfermeiro

mentados e ensejam iniciativas do poderpúblico, como o projeto “Agita São Paulo”,promovido pela Secretaria de Saúde doEstado. Entretanto, apesar de todos osargumentos a favor dessas atividades, osenfermeiros tradicionalmente se mantêmafastados da área. Afinal, é possível aatuação da enfermagem no esporte?

Enfermagem eesporte

Um jogo possível?

O

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Capa

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Novos horizontes“Área tem, o que falta é profissional”, enfatiza a Dra. VandaKretly, mestre em Enfermagem no Esporte pela Unifesp(Universidade Federal de São Paulo) e enfermeira doCentro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) daPrefeitura de São Paulo, localizado no bairro da VilaClementino, zona sul da cidade.Inaugurado em 1976 e atualmentesob direção da ex-jogadora de bas-quete Maria Paula Gonçalves da Silva,a Magic Paula, o COTP tem comoobjetivo formar atletas de ponta. Paraisso, oferece estrutura completa paraa prática de futebol, vôlei, basquete,judô, natação, atletismo, boxe eginástica artística.Há pelo menos dois grandes cam-pos de trabalho para o enfermeiroque pretende se engajar no espor-te. O primeiro é o atendimento aosatletas. O segundo, que contempla o conceito mais am-plo de atividade física, é extensivo à população em geral.Nesse ponto, é importante estabelecer as diferenças entre osconceitos de atividade física, exercício físico e atividadedesportiva.Enfermeiro especialista em fisio-logia do movimento, o Dr.Vitor Hugo Marques atuou por quase três anos na SociedadeEsportiva Palmeiras. Segundo ele, atividade física é“qualquer atividade que faça com que se gaste energiaacima do basal, [...] o mínimo de energia usado para semanter vivo”. Corrida (desde que não vise a um treina-mento), caminhada e até uma faxina são atividades físicas.Exercícios físicos, por sua vez, “são movimentos repetitivos,

coordenados em prol de uma melhoria de determinadaestrutura do corpo”, e atividade desportiva, “toda autilização da estrutura músculo-esquelética em prol daatividade [esporte] que o individuo se propõe a fazer”.Para um atleta, a finalidade dos exercícios e das atividadesfísicas é a atividade desportiva.

Dores, lesões e deslocamentosO atendimento a esse atleta é umadas possibilidades da enfermagemaplicada ao esporte, mas a abor-dagem precisa ser diferenciada, oque torna esse campo de trabalhobem específico.Em primeiro lugar, o enfermeiroprecisa estar ciente de que, para oatleta, o esporte é um trabalho (nosentido de profissão). O atleta buscaalcançar seus limites e superá-los.Dores e lesões são freqüentes, e o

fator competitividade, especialmente no esporte de altorendimento, nem sempre combina atividade desportiva ebem-estar.“O esporte vai trazer saúde [...], mas há alguns agravos [...].Quando eu falo de esporte competitivo, de alto rendimento,[...] falo de doenças e patologias. Você não vê um atleta quenão tenha lesões, que não tenha sido operado, cujarecuperação não tenha sido complicada”, diz a Dra. Vanda.As dores e lesões, entretanto, sofrem um deslocamento designificado – e há uma verdadeira desconstrução do conceitotradicional de saúde-doença. “A dor é normal para o atleta,[...] sendo parte integrante da rotina de sua vida esportiva”(KRETLY, V. et al. “O significado do esporte para o atleta” – veja

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“Na década de 80, a recomendaçãopara o paciente pós-infartado erarepouso absoluto. Hoje, o próprio

Colégio Americano de Cardiologia jábaixou por terra esses conceitos, ouseja, nosso corpo foi feito para se

movimentar”.Dr. Vitor Hugo Marques

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Capa

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“O ideal seria que o enfermeiropraticasse atividade física, não fossesedentário [...]. É uma questão deexemplo e de comprar a idéia”.

Dr. Vitor Hugo Marques

www.gazetaesportiva.net/reportagem/futebol/rep402.htmww1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=2178

quadro “Fontes escritas consultadas”). Fala-se em doençaapenas quando a lesão e a dor impedem o treinamento.Isso pode gerar uma série de dificuldades para o profis-sional de enfermagem que não tem contato com essas es-pecificidades. A própria Vanda Kretly passou por apuros.“Vinham as meninas da ginástica olímpica [...], a mão todaaberta, [...] ferimentos [...]. Na minha formação de enfermeira[...], você tinha que pôr essa atleta de repouso, [...] deixarcicatrizar. Aí, o técnico falava: ‘Como?! Você está louca?’”.A experiência da Dra. Vanda evi-dencia um outro dado: o tratamentodo atleta deve ter como meta o breveretorno aos treinos e minimizar osprejuízos resultantes do afastamen-to. “A cada dia que se passa deitado[...], perde-se, em média, de 1,5 a 3%da massa muscular”, esclarece o Dr.Marques. Uma abordagem tra-dicional, portanto, pode resultar naperda de um trabalho de anos , e do ganha-pão do atleta.Outro desafio é o espaço já ocupado por outras especialidades,como a fisioterapia. Aqui, a dica é aprender com a experiênciados demais profissionais e estabelecer um diálogo. “Meuinteresse fez com que os outros profissionais reconhecessemminha qualidade”, comenta Vanda Kretly.

Técnicos e auxiliares em campoHá, entretanto, pelo menos um caso em que a atuação daenfermagem já se consolidou. “A inserção do auxiliar etécnicos de enfermagem no esporte está muito bemcaracterizada”, diz Vitor Hugo Marques.Especialmente no futebol. Em muitos times, é comumencontrar auxiliares ou técnicos de enfermagem , diz Cleber

Costa de Souza, auxiliar de enfermagem que trabalha noSport Club Corinthians Paulista e atualmente cursa o quartoano da graduação. Souza, entretanto, pondera que “onde hátécnicos e auxiliares de enfermagem, deve haver um enfer-meiro”.

Definindo estratégiasE o que exatamente pode fazer um profissional deenfermagem com os atletas e/ou em um time ou equipe

desportiva? Segundo Vitor HugoMarques e Cleber de Souza, asseguintes atividades:Prevenção de lesões: conhecendoprofundamente o esporte praticadopelo atleta, o enfermeiro podeavaliar as lesões característicasdaquele esporte e elaborar técnicasde prevenção;Incursão no tratamento das

lesões: a maioria das lesões é muscular, óssea ou ligamentare exige a aplicação imediata da técnica PRICE (pressão,restrição momentânea de movimento, gelo, compressão eelevação). No aspecto mais tardio, o enfermeiro pode atuarna orientação pré e pós-operatória específica para o atleta;Realização de curativos: escoriações, retirada de pontos,entre outros procedimentos;Administração, controle e assepsia de materiais eequipamentos: importantes para o funcionamento ade-quado do departamento médico;

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Administração de medicação: incluindo soluçõesfisiológicas, glicofisiológicas e reposições eletrolíticas, deacordo com prescrição médica;Auxílio na fisiologia esportiva: administração de iso-tônicos, carboidratos e suplementos vitamínicos.Orientação antidoping: além da orientação quanto aosefeitos negativos da prática e da atuação na coleta de ma-terial e detecção do doping, o enfermeiro, diz Marques, “usaseu conhecimento holístico no tratamento alternativo dedeterminadas patologias ao uso medicamentoso desubstâncias proibidas”.

Um outro olharNem só de atletas, porém, vive a enfermagem esportiva. Selançarmos mão do conceito de atividade física, ( já definidanesta matéria) o público se torna bem maior – e é aqui ondeestão as melhores possibilidades de inserção da enfermagem.“Podemos pegar todo o conhecimento das ciências doesporte [...] e utilizar no tratamento da população”, diznovamente o Dr. Marques. Segundo ele, o enfermeiro pode,inclusive, prescrever atividades físicas, além de “monitoraras alterações fisiológicas: aumento ou redução da pressão,batimentos cardíacos, movimentos respiratórios, etc.”. Aprescrição de exercícios é restrita aos educadores físicos.O enfoque na atividade física abre uma impressionantevariedade de intervenções, que incluem trabalhos comindivíduos não-doentes em creches, igrejas, escolas, em-presas, postos e unidades básicas de saúde, clubes, ginásios,centros esportivos, spas, grupos de terceira idade e atéacademias. Também é possível a abordagem terapêutica, juntoa pacientes diabéticos e cardíacos em reabilitação.Nos Estados Unidos, onde a enfermagem esportiva (sportsnursing) também está em formação, a cardiologia tem sidoa porta de entrada para muitos enfermeiros. É o caso deTony Omlor, diretor clínico para o coração e serviçosvasculares do centro de saúde e fitness do Grand MedicalCenter, em Columbus, Ohio.Em entrevista à Minority Nurse, revista que recentementepublicou um artigo sobre sports nursing e autorizou o usodo material pela Revista do COREN-SP, Omlor declarouque os programas de reabilitação de pacientes cardíacos,realizados em centros de fitness, chamam a atenção dosenfermeiros até pelo clima menos estressante: “Quando tudoo que você vê são pessoas muito doentes, isso o desgastadepois de um tempo”.

Falta de tradiçãoPara a Dra. Ana Cristina de Araújo Vianna, coordenadorado curso de Enfermagem da Universidade de Caxias do Sul,todo esse movimento faz parte de uma mudança de valoresda própria enfermagem: “Está havendo [...] o deslocamentodo foco da enfermagem para a saúde, em vez da doença”.Há, porém, muitas dificuldades: o profissional se depara

com a falta de material científico e de suporte legal para suaatuação. “Precisaria realmente de uma especialização, masainda não temos”, diz a Dra. Vanda Kretly.A solução é beber em outras fontes. “Levantamos trabalhosde [...] médicos, educadores físicos, fisioterapeutas, psicólogos,nutricionistas...”, explica o Dr. Vitor Hugo Marques. Dispostoa mudar esse quadro, o enfermeiro formou um grupo deestudos sobre o tema. Um dos objetivos é criar uma SociedadeBrasileira de Enfermagem no Esporte. Além disso, nosegundo semestre deste ano, Marques ministrará aulas naUni Sant’Anna como professor coordenador deEnfermagem no Esporte Extra-Hospitalar.Também é possível encontrar (poucos) cursos e programasespecializados pelo Brasil. Um deles é o Curso de Espe-cialização em Medicina do Esporte e Exercício e Ciência doEsporte e da Saúde, ministrado na Universidade CorporativaMãe de Deus e na Universidade de Caxias do Sul (UCS), emparceria. A UCS também oferece estágios em seu Instituto

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Capa

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• O significado do esporte para o atleta: um estudo com os/as atletas do Centro Olímpicode Treinamento e Pesquisa. Vanda Kretly, Eleonora Menicucci de Oliveira, Ana CristinaPassarella Bretas. Acta Paulista de Enfermagem, S. Paulo, v. 16, n.1, p. 66-75, 2003.

• Incidência de contusões localizadas em atletas que freqüentaram o Centro Olímpicode Treinamento e Pesquisa da Prefeitura do Município de São Paulo em 1997. VandaKretly, Lucila Amaral Carneiro Vianna. Acta Paulista de Enfermagem, S. Paulo, v. 15,n.3, p. 44-50, 2002.

• The wide word of sports/fitness nursing. Scott Williams. Minority Nurse, 2005. Disponívelem www.minoritynurse.com/features/nurse_emp/03-03-05a.html.

• A hora do lazer: profissionais de enfermagem asseguram o lazer nos parques da cidadee em esportes radicais. Revista do COREN/SP, ed. 29.

• Viva melhor e sem estresse: corrida por corpo e mente saudáveis amplia mercado detrabalho para profissionais de enfermagem. Revista do COREN/SP, ed. 31.

• Seu coração pode estar por um fio: saiba como prevenir aterosclerose, hipertensão,diabetes e outras doenças. Revista do COREN/SP, ed. 41

• O mal invisível: silenciosas, as doenças cardiovasculares são responsáveis pela maiorparte dos óbitos do país. Revista do COREN/SP, ed. 52

• Alguns conceitos para o estudo do direito desportivo brasileiro. Marcilio Krieger.Revista Digital, Buenos Aires, Ano 8, n. 54 (nov/2002). Disponível emwww.efdeportes.com.

• Estatuto do Torcedor (Lei 10.671, de 15 de maio de 2003). Presidência da República.Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.671.htm

• O significado do esporte para o atleta: umestudo com os/as atletas do CentroOlímpico de Treinamento e Pesquisa.Vanda Kretly. Tese de mestradoapresentada à EPM/Unifesp em 2001

• Enfermagem no esporte: uma atividadepossível. Vitor Hugo Marques. Monografiade graduação apresentada à EE/USP em2002 (disponível em www.ee.usp.br/graduacao/monografia).

• Curso de Especialização em Medicina doEsporte e do Exercício e Ciências doEsporte e da Saúde, UniversidadeCorporativa Mãe de Deus – UniversidadeCaxias do Sul. Informações: CentroIntegrado de Medicina do Exercício (CIME)Mãe de Deus: (51) 3232-5952, 3230-2674 e8182-8563, [email protected];Universidade Caxias do Sul: (54) 218-2100,[email protected]

• PROVIDA - Projeto Vida Ativa para Idosos,Universidade Norte do Paraná.Informações: (43) 3371-7700,www2.unopar.br/contato.htm.

de Medicina do Esporte (IME).Outra iniciativa é o PROVIDA – Projeto Vida Ativa paraIdosos, da Universidade Norte do Paraná (Unopar). “A inserçãoda enfermagem no programa é nossa próxima meta”, dizDenilson C. Teixeira, professor responsável pelo projeto.No âmbito legal, a falta de regulamentação, além de dificultara inserção da enfermagem no esporte, pode acirrar conflitoscom outras especialidades em uma área – a saúde – em que,segundo o Dr. Marques, “as fronteiras entre as profissões [já]são muitas vezes imperceptíveis”.Para Fernando Capez, promotor de justiça da cidadania deSão Paulo, “a enfermagem e o direito desportivo, hoje, sãoatividades intrinsecamente ligadas”, pois “cabe ao direitodesportivo estabelecer [...] normas para [...] criar um sistemade prevenção que evite tragédias”. Capez cita, especialmente,o caso do jogador Serginho, do São Caetano, que faleceudurante uma partida por complicações cardíacas.Mesmo assim, segundo o advogado Antônio Sérgio FigueiredoSantos, especialista em direito desportivo, não há legislaçãoespecífica que delimite a atuação dos profissionais de enfer-magem no esporte, com exceção do Estatuto do Torcedor.“Lamentavelmente, os profissionais de enfermagem sãoignorados no contexto desportivo”.Aprovado em 2003, o Estatuto do Torcedor (lei 10.671/03) esta-belece, em seu artigo 16, a presença de um médico, dois enfer-meiros e uma ambulância nos estádios e ginásios para cada 10mil torcedores presentes à partida. A lei se aplica somente aopúblico. Atualmente, está em discussão o projeto do Estatutodo Desporto, cuja meta é englobar toda a legislação desportivaem um único texto, inclusive no que diz respeito à saúde.Quem sabe não seria o caso de os enfermeiros tomaremparte nos debates? Afinal, como diz Vanda Kretly, esse é umcampo que “está se formando [...], mas isso tende a aumentar– e vai acontecer!”.

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Conselho Federal de Enfermagempublica resolução sobreobrigatoriedade de enfermeiros noAtendimento Pré-Hospitalar

resolução do COFEN (Conselho Regional deEnfermagem) nº 300/2005, que entrou em vigorem 16 de março deste ano, determina que “no aten-A

dimento Pré-Hospitalar e Inter-Hospitalar de SuporteBásico e de Suporte Avançado de Vida os procedi-mentos de Enfermagem previstos em Lei sejamprivativamente desenvolvidos por Enfermeiros,Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enferma-gem, de acordo com a complexidade da ação apósavaliação do Enfermeiro”, conforme cita o artigo 1º.Ou seja, com esta resolução o COFEN extingue a figu-ra do socorrista no APH (Atendimento Pré-Hospi-talar), já que todo atendimento “em Unidades Móveisde UTI e Suporte Avançado de Vida (terrestre, aéreaou aquática)” deve ser efetuado somente pelo en-fermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem.A enfermagem pré-hospitalar, assim como a própriaespecialidade, tem um histórico muito recente de atuaçãono país, com exceção dos serviços das cidades de São

Paulo e Rio de Janeiro, que ainda assim são novos em re-lação a outras especialidades. Neste contexto, osprofissionais que se dispunham ao atendimentotinham como referenciais normas, rotinas e proto-colos americanos e franceses, sem que houvesse umalegislação específica brasileira.Como os protocolos destes países de referência sãodiferentes, e ambos também diferem da realidade bra-sileira, muito se questionou sobre a competência técnicae legal dos profissionais envolvidos na assistência, tantoa de Suporte Básico (a qual bombeiros também estãohabilitados a prestar) como a de Suporte Avançado deVida. Durante determinado período o paramédico (modeloamericano) foi aceito como profissional capacitado parao atendimento pré-hospitalar; esquecendo-se de que nãose tratava de uma profissão regulamentada no Brasil. Jáno modelo francês existem profissionais enfermeiros quetêm uma abrangência muito maior de atuação técnica.Há pouco tempo houve o crescimento da área de espe-cialização de enfermagem no país, e ainda assim, nãoexistia um consenso entre os conselhos de classe, bemcomo leis específicas. Há apenas cinco anos que tambémforam iniciados os cursos de especialização em emergên-cia ou somente atendimento pré-hospitalar, que seguemdiretrizes do MEC (Ministério da Educação) e do COFEN(Conselho Federal de Enfermagem), para enfermeiros jáatuantes em todo o Brasil ou para os que buscam aprimo-ramento.Foi publicada a Portaria Ministerial 2048/GM, de 05 deNovembro de 2002, que considera os Códigos de Ética eLegislações pertinentes a cada Conselho de Classe e de-fine a atuação de cada membro da equipe designada aassistir o cidadão em serviços de atendimento pré-hospitalar.É esta (portaria 2048/GM, de 05 de Novembro de 2002),então a legislação vigente, que mostra claramente quenão há a figura do “socorrista” ou do “técnico em emer-gência médica”, mas sim profissionais de enfermagemdevidamente locados em suas funções, com carga horáriadefinida de treinamento, bem como competências e li-mites de atuação. E o COFEN, por sua vez, publicou naResolução 300/2005 as disposições legais da atuação doprofissional de Enfermagem no atendimento pré e inter-

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Resolução COFEN Nº 300/ 2005Dispõe sobre a atuação do profissional de Enfermagem no Atendimento Pré- hospitalar e Inter-hospitalar.O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no exercício de sua competência, consignada noartigo 8º, inciso I da Lei 5.905, de 12 de julho de 1973, tendo em vista a deliberação do Plenário emsua 327ª Reunião Ordinária.CONSIDERANDO a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 deoutubro de 1988, nos artigos 5º, inciso XIII e artigo 197;CONSIDERANDO a Lei 7.498, de 25 de junho de 1986, que regulamenta o Exercício daEnfermagem em seus artigos 2º, 3º, 4º, 11º e seus incisos;CONSIDERANDO a Resolução COFEN 240/2000, que aprova o Código de Ética dosProfissionais de Enfermagem;CONSIDERANDO a Resolução COFEN 272/2002 que dispõe sobre a Sistematização daAssistência de Enfermagem;CONSIDERANDO os termos da Decisão proferida pela 1ª Vara Federal do Distrito Federal, quevetou a criação e excluiu a figura do “SOCORRISTA”;CONSIDERANDO a Portaria 2048/GM, de 05 de novembro de 2002, do Ministério da Saúde, quetrata sobre as atribuições dos Profissionais de Saúde no Atendimento Pré e Inter-hospitalar;CONSIDERANDO a existência de situações de extremo risco de vida e integridade à saúde quetem sido constatada nas situações de urgência/emergência relacionadas com a Assistência Pré-Hospitalar e com Suporte Básico e Avançado de Vida;CONSIDERANDO tudo que mais consta do PAD-COFEN Nº 106/96;RESOLVE:

Art 1º - Que no atendimento Pré-Hospitalar e Inter-Hospitalar de Suporte Básico e de SuporteAvançado de Vida os procedimentos de Enfermagem previstos em Lei sejam privativamentedesenvolvidos por Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Auxiliares de Enfermagem, de acordocom a complexidade da ação após avaliação do Enfermeiro.Parágrafo Único – Toda Assistência de Enfermagem em atendimento em Unidades Móveis de UTIe Suporte Avançado de Vida (terrestre, aérea ou aquática) tem que ser prestada pelo Enfermeiro.Art 2º - O Enfermeiro deverá desenvolver a Sistematização da Assistência de Enfermagem comoforma de registro e anotações pertinentes à profissão e aos respectivos profissionais deEnfermagem.Art. 3º - A Assistência de Enfermagem Pré -Hospitalar, tem que estar alicerçados em ProtocolosTécnicos específicos, devidamente assinados pelo Diretor Técnico e pelo Enfermeiro ResponsávelTécnico de Enfermagem da Instituição ou Empresa.Art 4º - Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

hospitalar, de modo a finalizar a discussão sobre a funçãode cada um e sobre a atuação do enfermeiro.O enfermeiro e membro diretor do COBEEM (ColégioBrasileiro de Enfermagem em Emergência), Sergio DiasMartuchi afirma que “cabe ao profissional de enfer-magem atender as normativas e buscar seu aprimo-ramento (especialização em APH) constante para atua-ção na área”. Ele ainda cita que “a determinação do Mi-nistério da Saúde sobre a Política Nacional de Urgênciae Emergência, por meio do SAMU 192 – Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência – imprimiu um grande a-vanço e respeito à emergência no Brasil, principalmenteno que tange o Atendimento Pré-hospitalar”.

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Biblioteca de enfermagem

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Assistência de Enfermagemem CardiologiaAtender na cardiologiaexige conhecimentose atendimentodiferenciados

s doenças cardiovascularesatingem hoje um grande nú-mero de pessoas na populaçãoA

mundial, especialmente as doençascoronarianas. Alguns cuidados sãoessenciais no controle desse mal, e, osprofissionais da saúde ajudam emmuitos deles. O atendimento ade-quado da equipe de enfermagem,por exemplo, pode fazer uma grandediferença em situações de emergên-cia. Portanto, a autora do livro “As-sistência em Enfermagem em Car-diologia”, Ana Letícia CarnevalliMotta, fala de tópicos presentes emsua obra que considera conheci-mentos fundamentais, em cardio-logia, para a enfermagem.

O papel de enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem, cadaqual com sua função e responsa-bilidade, é fundamental no desen-volvimento de ações assistenciais,administrativas e gerenciais nasunidades de atendimento cardio-lógico. Para acompanhar pacientescom problemas cardiológicos épreciso aprimoramento e atua-lização técnica contínua, pois a agi-lidade e habilidade dos profis-sionais diferenciam o atendimen-to, tornando-o mais seguro e eficaz.Com uma linguagem clara, a lei-tura proporciona conceitos geraisde anatomia e fisiologia do cora-ção para embasar as definições dedoença aterosclerótica corona-riana, assim como outras doenças

do coração. O Infarto Agudo doMiocárdio — sua localização, qua-dro clínico, assistência de enfer-magem, tratamento clínico e cirúr-gico são abordados. Além de algu-mas doenças decorrentes do infar-to agudo do miocárdio e suas res-pectivas formas de atendimento.Como exemplo: insuficiência car-díaca congestiva, edema agudo de

pulmão e choque cardiogênico. Al-gumas doenças também podemrepercutir no quadro clínico des-ses pacientes, como: diabete melli-tus e hipertensão arterial.Atualmente, métodos de ensinoaperfeiçoam o atendimento de u-ma parada cardíaca. É importan-te, por exemplo, identificar os si-nais que caracterizam uma paradacardíaca e qual deve ser o suportebásico durante um atendimento.Incluindo, os materiais e medica-mentos necessários.O livro descreve as cardiopatiascongênitas, com o objetivo de for-necer suas definições (uso de ilus-trações).Uma abordagem sobre arritmiascardíacas fala sobre a instalaçãodo eletrocardiograma no paciente,as derivações e colocação dos elé-trodos. As características gerais

das arritmias são apresentadascom as seguintes subdivisões: cau-sas desencadeantes, freqüênciacardíaca, ondas P, complexo QRS,condução, ritmo, sintomas e tra-tamento.Há uma descrição sobre o métodoterapêutico cardioversão (químicae elétrica), com o preparo dos equi-pamentos — os marcapassos pro-visório e definitivo — e medica-mentos utilizados na assistênciade enfermagem.Os profissionais de enfermagemdevem saber sobre os processose cuidados de uma cirurgia car-díaca, desde o recebimento do pa-ciente na unidade de internaçãoaté a recepção na Unidade de Te-rapia Intensiva. Mas, para viabi-lizar um atendimento, esse profis-sional necessita de uma boa estru-tura física na Unidade de TerapiaCardiológica, de acordo com oque preconiza a legislação vigente.E, saber sobre a MonitorizaçãoHemodinâmica na UTI Cardio-lógica com: cuidados específicos edescrição da montagem da PVC(Pressão Venosa Central), PAM(Pressão Arterial Média) e defi-nição de cateter de Swan Ganz.Ilustrações facilitam o entendi-mento.O objetivo do livro “Assistência deEnfermagem em Cardiologia” éfornecer aos estudantes e profis-sionais de enfermagem conceitosclássicos e informações ricas, queauxiliem enfermeiros, técnicos eauxiliares de enfermagem para umbom atendimento.

Onde encontrar:

Editora IátriaInformações: (11)61974060

www.iatria.com.br

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Heródoto Barbeiro

Seleção Cultural

Livros

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Exposições

Heródoto Barbeiro

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Saúdeé o que interessa

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laro que você já ouviu essa frase e a identificou com o programa humorístico de tevê. A sociedade contemporânea não é só consumista e hedo nista, também cultora de uma vida longa. Todo mundo é candidato a Matusalém, se possívelcom o corpinho do Keanu Reeves e a carinha do Brad Pitt. Para isso é preciso muitomais do que umas esticadinhas dadas pelos cirurgiões plásticos e picadinhas de botoxou preenchimentos com injeções de colágenos. É verdade que no mundo todo se vivemais do que no passado e que nos países ricos se vive mais do que no resto do mundo.Os ricos dos países pobres também. Em suma, viver mais ou me-nos também é umadecisão do deus capital e de suas expressões políticas, econômicas e financeiras. Chegamesmo a aquecer a polêmica recente de determinar que vai ou não vai para a UTI,quem tem mais ou menos chances de ter uma sobrevida. Essa decisão não é tão simplescomo parece, não é apenas decidir quem vai viver, vai além. É preciso maximizar oscustos, os resultados, os investimentos e os dividendos políticos. E isso não é fácil,sobretudo quando se vive em um país onde se recuperou a liberdade de imprensa eela insiste em divulgar decisões que possam prejudicar a eleição ou reeleição dogestor público.Na outra ponta da expectativa de saúde está o povão, aberto a qualquer réstia deesperança. Afinal a malta também quer viver mais e porque não, tanto quanto umbem nascido. Fora do sistema nacional de saúde resta recorrer a todas as forçaspossíveis, esotéricas ou não, capazes de salvar vidas e mudar o destino das pessoas.Nesse campo vicejam os “receitores” de remédios, sem qualquer comprovaçãocientífica, os des-cobridores de ervas milagrosas do Amazonas, capazes de recuperara virilidade ou impedir a queda dos cabelos. E tudo se reproduz com rapidezimpressionante uma vez que não basta convencer o paciente a tomar o remédio, masé preciso ir mais além, torná-lo um empreendedor. Ele pode sorver os deliciosos,chás, xaropes e drágeas e tornar-se um vendedor do produto. Vai se curar e ao mesmotempo defender algum se estiver desempregado como muitos no país. Certamenteuma maravilha quem nem mesmo as empresas globais de medicamentos pensaram:paciente e feliz revendedor do produto. Uma espécie de “avonchama” terapêutico.Por essas e por outras se des-cobre a extraordinária capacidade que o nosso povo temde se adaptar a situações desfavoráveis. Nesse caso é uma verdadeira proeza.Os esotéricos de todos os matizes também chegaram à televisão e ao rádio. Lá elesreceitam à vontade e uns se auto-denominam de terapeutas. Outros de mestres. Outrosainda de psico-metafísicos, holísticos, cabalísticos, naturalistas e conselheiros de saúde.O bordão comum é que para se viver bem é preciso prosperar, esquecer o passado,perdoar os que nos devem dinheiro, e seguir as recomendações que vão da imposiçãodas mãos até os eficientes banhos de produtos exóticos e duvidosos. Nada de copo deágua sobre o rádio, um sistema de cura da era cibernética, informática e digital nãopode mais se apegar a coisas do tempo da válvula. As enfermidades, segundo esseshipócrates contemporâneos, são todas originárias de problemas psicológicos e quepodem ser curados por qualquer um. Por isso são oferecidos cursos terapêuticos emtrês aulas, com direito a um diploma e inscrição em um sindicato do não sei o quê.Tudo com muita motivação, bom humor, luta contra os encostos, avaliação nume-rológica do nome, sobrenome, número da casa e a questão central: a data do nas-cimento. Esta é a chave da cura, sem ela nada se faz, e as consultas de qualquer mo-dalidade também pode ser feita por telefone. Tudo em suaves prestações, e muitasvezes nem é preciso pagar o curso, basta pagar as apostilas e o diploma. Ninguémpode alegar que não tem condições econômicas de participar desse grande festival depro-moção de felicidade e alongamento da vida. A ilusão é distribuidademocraticamente e vale para remediados e pés-rapados. Não creio que todas essaspráticas possam ser fiscalizadas até mesmo porque todos se intitulam terapeutas, epor isso devem estar fora dos conselhos federais que regulamentam as práticas médicas.Depois tem tanta gente, tanto anúncio, tanto programa de rádio e tevê, que duvidoque haja fiscal. Se é que ele não é chegado em uma carta de tarô. Egípcio, é claro.

AME – Administração deMedicamentos na EnfermagemNelma Soares GoldenzwaigInformações: Guanabara Koogan,(21) 3970-9480

Enfermagem em pronto-socorro Paulo Bruno e Cyntia Oldenburg,Informações: Editora SENAC S,(11) 2187-4450

O Tempo e o VentoErico VeríssimoInformações: Companhia dasLetras, (11) 3707-3500

Estilos de pensamento epraxis na enfermagem Vania Marli Schuber BackesInformações: Editora UNIJUI,(55) 3332 0343

Edifício Máster(Brasil, 2002)Documentário, 110 min.

Diários de Motocicleta(The motorcycle diaries,EUA, 2004)Drama, 128 min

Rei Arthur(King Arthur, EUA, 2004)Aventura, 130 min

Olga (Brasil, 2004)Drama, 141 min

Acervo permanente da FundaçãoMaria Luisa e Oscar AmericanoInformações: Avenida Morumbi,4077- São Paulo . Telefone: (11)3742-0077 ou pelo sitewww.fundacaooscaramericano.org.br

Banda Sinfônica do Estado deSão Paulo convida o regenteWagner TisoDia: 17 de agosto em São PauloLocal: Conselheiro Ramalho, 538(Teatro Sérgio Cardoso)- SPInformações: (11) 3262-0137

Festival Internacional de TeatroPraça Jornalista LeonardoGomes, nº 01 – Praça Cívica.São José do Rio Preto.De 15 a 24 de julhoInformações: (17) 3215.1830 / 3215.1800

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Notas e Eventos

Anvisa disponibiliza bulas de 570medicamentos na Internet

A Anvisa (Agência Nacional de VigilânciaSanitária) lançou no um “Bulário Eletrônico”(anvisa.gov.br/bulas) e a 1ª edição impressado Compêndio de Bulas de Medicamentos,que serão constantemente atualizados.Ambos os documentos têm 570 medica-mentos, que correspondem a 288 princípiosativos de alopáticos e, aproximadamente, 270biológicos (vacinas e fatores coagulantes). Asferramentas estão disponíveis em versõesdiferentes para os profissionais da saúde epacientes. Nos próximos seis meses, aindústria farmacêutica terá que adaptar asbulas às exigências da Anvisa — as letrasdeverão ser maiores e a linguagem mais clarae simples. O compêndio será distribuídogratuitamente para hospitais-sentinela,bibliotecas públicas, sociedades médicas,conselhos de classe, órgãos de defesa doconsumidor, entre outros.

Brasileira é reeleitarepresentante da América Latina no CIE

No último dia 21 de maio de 2005 a enfermeira sul-matogrossense Dulce DirclairHuf Bais foi reeleita representante dos países latino-americanos no ConselhoInternacional de Enfermeiros (CIE) para mais quatro anos. A eleição ocorreudurante os trabalhos do 23º Congresso Quadrienal do CIE, até o dia 26 de maioem Taipei. Dulce Bais, presidente do Conselho Regional de Enfermagem do MatoGrosso do Sul, é membro da Junta Diretiva do Conselho Internacional deEnfermeiros desde 2001.Mestre em Enfermagem Psiquiátrica, é docente efetiva da Universidade Federaldo Mato Grosso do Sul e autora do livro “A Face Oculta do Cuidar”, que aborda aassistência espiritual em enfermagem à luz da análise existencial do psiquiatra epsicólogo austríaco Viktor Emil Frankl.Fundado em 1889, o CIE é uma federação que reúne entidades de enfer-magemde 120 países. O CIE trabalha para assegurar a qualidade da assistência e peloavanço dos conhecimentos em enfermagem, entre outros temas.

Enfermeira não é empregada domestica

Para a 9º Turma do Tribunal do Trabalhoda 2º Região (TRT-SP), a enfermeira quepresta assistência domiciliar não pode serconsiderada empregada doméstica, mesmoque o atendimento ao paciente tenha duradoum longo tempo. A 7º Vara do Trabalho deGuarulhos acolheu a tese de uma enfermeiraque exigia indenização do marido de umadoente que atendeu até a morte. O viúvorecorreu ao TRT-SP, sustentando que aenfermeira prestava serviço em sua residênciacomo autônoma e, por unanimidade, osjuízes da 9º Turma negaram à enfermeira ovínculo empregatício como trabalhadoradoméstica. A profissional exigia o pagamentode férias, 13º salário e demissão sem justacausa decorrente do contrato de trabalho.

Além, do registro em carteira de trabalho.O juiz Edgar Ferraz Oliveira, relator doRecurso Ordinário no Tribunal, alegou quea própria remuneração da reclamante —cerca de R$ 1260,00 por quinzena — estavadistante da realidade salarial de umaempregada. Para ele, a enfermeira prestavaserviço especializado de enfermagem a umapessoa doente, o que podia ser feito emqualquer residência ou mesmo em umaclínica. “Por se tratar de profissão regu-lamentada na lei 7498/ 86, não há comoconsiderar empregado doméstico o pro-fissional de enfermagem que dá assistênciaà pessoa da família, em razão de doença, mes-mo que essa assistência pessoal tenha duradoum longo período”, explicou o relator.

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Notas e Eventos

7º Congresso Brasileiro de Enfermagemem Centro Cirúrgico, RecuperaçãoAnestésica e Centro de material eesterilizaçãoData: 30 de julho a 2 de agosto de2005Local: Centro de ConvençõesRebouças- SPInformações: (11) 3341-4044 Fax: (11)3208-1285 www.sobecc.org.br

IV Congresso Baiano de Enfermagem emGastroenterologia, Endoscopia e Cirurgiado Aparelho Digestivo e III Curso deAtualização de Enfermagem EmEndoscopia GastrointestinalData: 4 e 5 de agosto de 2005Local: Bahia Othon Palace HotelSalvador - BahiaInformações: (71) 2104-3477

Congresso Latino Americano Médico-Hospitalar e EnfermagemData: 17 a 20 de agosto de 2005

Local: Centro de Convenções doCeará Fortaleza-CEInformações: (85) 3226-2257 / 3252-2502 ou http://www.cbraex.com.br

X Congresso de Enfermagem do OestePaulistaData: 26 a 27 de agosto de 2005Informações: (17) 3201-5700

3º Encontro Nacional dos auxiliares etécnicos de enfermagemData: de 1 a 3 de setembro de 2005Local:Auditório do Hospital SãoCamilo- Av. Nazaré, 1501- SPInformações: (11) 4055-5612// 9395-5649 com Lindaura

II Congresso Brasileiro de Enfermagemem EmergênciaData: 1 a 3 de setembro de 2005

Local: FeComércio- SPInformações: www.cobeem.com.br

III Congresso Brasileiro de Especialistasem Enfermagem - III CABESEData: 19 a 23 de setembro de 2005Local: ParlamentoLatino-americano- São PauloInformações: (11) 5042-3428 ouwww.abesenacional.com.brOs interessados poderao verficiar aprogramaçao de cursos no site daABESE.As Sociedades de Especialistas –SOBETI e SOBRAGEN – realizaraoprova de titulodurante o evento.

I Congresso Internacional de EnfermagemComunitária e IV Congresso FAECAPData: de 22 a 24 de setembro de2005Local: Madri- EspanhaInformações: http://faecap.atlasit.com

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Educação

Estímulo científico eaperfeiçoamento profissionalO 3º Congresso Brasileiro de Espe-cialistas em Enfermagem, “do Sa-cerdócio à especialização, sem perdero humanismo” é mais uma iniciativada Academia Brasileira de Especi-alistas em Enfermagem, ABESE, quevisa divulgar conhecimentos e aatuação das diversas especialidadesda enfermagem.O evento acontece de 19 a 23 desetembro, no Parlamento LatinoAmericano, em São Paulo e suaampla programação discutirá temasvoltados para educação, práticaprofissional, legislação e novas

tecnologias.Criada em 2000, aABESE tem contri-buído ativamentecom a promoçãode eventos, cursose congressos, paraestimular a espe-cialização dos pro-fissionais de enfer-magem. “Este tipode iniciativa pro-picia a integração ea troca de expe-riências entre osprofissionais queatuam nas dife-

rentes especialidades de enfer-magem, sendo um fator de desen-volvimento para a categoria”, diz JoséMaria Peres Junior, coordenador deensino e pesquisa da SociedadeBrasileira de Enfermeiros Auditoresem Saúde, SOBEAS.O Congresso congregará mais de 30especialidades da enfermagem,proporcionando uma troca grande deconhecimento. “Uma boa iniciativa.Todos os profissionais que atuam nasdiferentes especialidades têm aoportunidade de se aproximarem ecompartilharem a realidade detrabalho e assistência que, mesmotendo o enfoque de cada áreaespecificamente, também convivemcom situações comuns a todos”, dizRosa Maria Pelegrini Fonseca, daSociedade Brasileira de Enfermeirosde Centro Cirúrgico, RecuperaçãoAnestésica e Centro de Material eEsterilização, SOBECC.Muitos profissionais da enfermagemnão sabem que a atuação na áreapode ser tão ampla. Durante essasiniciativas, entram em contato comnovas perspectivas da profissãoconhecendo profissionais das maisvariadas áreas e pesquisas científicasna saúde. O Congresso abordará

temas diversos, como Mal deAlzheimer e teorias da economia eda administração contextualizadaspara a enfermagem (custo x qua-lidade).O profissional da saúde precisaligar a prática aos conhecimentoscientíficos para se manter atua-lizado. “A produção científica estárelacionada ao esforço e à buscaorganizada do conhecimento (...), aprodução científica, geradora doconhecimento, contribui para aqualidade do ensino e da assistênciade enfermagem, fortalecendo, assim,a profissão”, diz Rita de CássiaChamma, presidente da SociedadeBrasileira de Enfermagem emPsiquiatria e Saúde Mental – SBEPSAMe presidente da Comissão Científicado 3º CABESE.

José Maria PeresJunior, membro da

SOBEAS

Escolher participar docongresso da ABESE é ter a

oportunidade de conhecer einteragir com todas as

especialidades da enfermagem,em um momento rico e propícioao desenvolvimento intelectual

e ao relacionamentointerpessoal”Sérgio Martucci

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A motivação ajuda o profissional a lidarcom as dificuldades da profissão eaprimorar constantemente osatendimentos.Muitos fatores contribuem para asatisfação com a profissão e umdeles é a aprendizagem constan-te, ou seja, o envolvimento plenona atuação. Nos últimos anos, muitasespecialidades surgiram na enfer-magem possibilitando uma assis-tência à comunidade diferen-ciada. O profissional da área tem maisoportunidades para se qualificar coma diversidade de cursos que existe nomercado. Mas faltam iniciativas nosentido de orientar e estimular esseconhecimento na enfermagem. AABESE procura suprir essa carênciacom grandes iniciativas, como o 3ºCABESE e a Revista Academia, que

publica artigos científicos da área. “Escolher participar de um congresso,simpósio ou encontro é tão im-portante como a escolha de um bomlivro ou um bom disco. A capa jamaistraduz o conteúdo. Escolher participardo congresso da ABESE é ter aoportunidade de conhecer e interagircom todas as especialidades daenfermagem, em um momento ricoe propício ao desenvolvimentointelectual e ao relacionamentointerpessoal”, diz Sérgio Martucci,membro da diretoria do ColégioBrasileiro de Enfermagem emEmergências, COBEEM.Os interessados poderão consultar aprogramação completa no site daAcademia(www.abesenacional.com.br)ou pelo telefone (11) 5042-3428.

Educação

Rita de Cássia Chamma, presidente daSBEPSAM e presidente da ComissäoCientífica do 3º CABESE

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Internacional

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Tabagismo naenfermagem

Pesquisadores da Universidade da Califórnia avaliam asconseqüências que o hábito de fumar do profissional da saúdepode ter no ambiente de trabalho

esde de 1987, todo 31 de maio é dedicado ao “DiaMundial sem Tabaco”. A data, criada pela Orga-D

nização Mundial de Saúde (OMS), teve como foco em2005 a importância do comportamento adotado pelosprofissionais de saúde frente ao tabaco. Segundo o diretorgeral da OMS, Dr. Lee Jong-Wook, o fumo continua aser o maior causador de mortes em todo o mundo, comcerca de cinco milhões de mortes por ano.Estudos indicam que mesmo um aconselhamentosuperficial realizado por um profissional de saúde pode di-minuir em 30% os índices de fumantes. Como fontesconfiáveis de informações sobre saúde, o Dr. Lee acreditaque todas as categorias de profissionais da saúdedesempenham o papel de modelos, devendo ser os primei-ros a abandonar o cigarro. Mas um levantamento realizadopela entidade indica uma prevalência mundial de 30% defumantes entre esses profissionais. O que torna difícil oenvolvimento de uma considerável fatia da categoria emcampanhas contra o tabaco.Dentre os profissionais de enfermagem, o tabagismo poderesultar em mais do que a impossibilidade de servir como

um modelo para essa causa. Um estudo realizado por pes-quisadores do Centro Jonsson para o Câncer daUniversidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA),detectou que o hábito de fumar desses profissionais podecriar problemas no ambiente de trabalho e deve ser abor-dado como um comportamento que afeta não apenas oindivíduo, mas também a próprio atendimento. A pes-quisadora Linda Sarna, enfermeira docente da Escola deEnfermagem da UCLA e condutora da pesquisa, afirmaque os resultados do estudo indicam que fumar afeta ainteração entre o profissional de enfermagem e o pacientee interfere nas relações com os colegas de equipe.A pesquisa, divulgada na edição de 20 de janeiro de 2005 daResearch in Nursing & Health, foi realizada com 60profissionais de enfermagem, fumantes e ex-fumantes, emquatro estados norte-americanos. Dentre as questões es-tudadas foram detectados alguns problemas como um maiornúmero de pausas durante o trabalho entre os profissionaisfumantes que, como resultado, passam menos tempo comos pacientes e aparentam menor compromisso com aprofissão. O estudo mostra ainda, profissionais que estru-

Por Monica Santos

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Internacional

turavam o turno de trabalho em torno dessas pausas, tamanhoé o vício.Essa percepção de que os fumantes fazem intervalos commais freqüência, ficando menos disponíveis para o aten-dimento, provocou debates entre os profissionais queparticiparam do estudo e revelaram claramente a existênciade conflitos no ambiente de trabalho com “uma guerra entrefumantes e não-fumantes”, como definiu uma enfermeira.Outra conclusão importante é que os profissionais de en-fermagem fumantes relutam ou sentem-se pouco à vontadepara participar de orientações anti-tabagistas para pacientes,pois não se consideram bons exemplos para aconselharalguém a largar o cigarro. Segundo a pesquisadora LindaSarna, é comum o profissional tentar esconder o vício uti-lizando artifícios como escovar os dentes, lavar as mãos eaplicar cremes ou perfumes logo após fumar.A pesquisa sugere que algumas estratégias devem seradotadas pelas instituições de saúde para estimular e apoiaro abandono do tabagismo entre profissionais de enfer-magem como uma questão de saúde ocupacional. “É precisoque ocorra uma mudança de cultura”, defende a pesquisadora.Para ela, nunca houve um esforço das instituições de saúdepara ajudar os profissionais de enfermagem a abandonar ocigarro.Por isto, numa iniciativa própria, a enfermeira LindaSarna e seus colaboradores, com o objetivo de ajudar pro-fissionais de enfermagem na luta contra o vício, criaram owebsite www.tobaccofreenurses.org (em inglês). A ajuda,segundo a enfermeira, é de grande importância. “Os pro-fissionais já estão entrando na carreira como fumantes. Umavez dentro e trabalhando em um ambiente de altos níveis deestresse, abandonar o cigarro torna-se mais difícil”.

Centro Jonsson deAtenção ao Câncerda Universidadeda Califórnia emLos Angeles

No final da década de 60, um grupo decientistas e voluntários da UCLA, Universidadeda Califórnia, em Los Angeles, uniu-se paradesenvolver um centro de excelência empesquisa, educação, tratamento e cuidados aospacientes com câncer.

Mais de três décadas depois, o Centro Jonssonde Atenção ao Câncer (JCCC é a sigla eminglês) estabeleceu-se como uma instituição dereputação internacional, recebendo mais devinte mil pacientes por ano e conduzindocentenas de experimentos clínicos e trabalhosde pesquisa.

O Centro Jonsson de Atenção ao Câncer operatreze programas em diferentes áreas de formaque possa promover a pesquisa interdisciplinarentre unidades acadêmicas e permitir caminhosmais eficazes para a prevenção, diagnóstico etratamento do câncer.

http://www.cancer.mednet.ucla.edu/www.who.orgwww.tobaccofreenurses.com

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Interior

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o segundo semestre de 2004, os profissionais deenfermagem do Hospital e Maternidade

aconteceu em um dia de trabalho junto à comunidade,com teste de acuidade visual em crianças e exames dediagnóstico e prevenção de osteoporose em senhoras.O grupo aproveitou o número de crianças presentespara desenvolver a atividade. Inicialmente, os fantochespassavam o recado, que era enriquecido a cada segundo,uma vez que as crianças passaram a dialogar com osbonecos e contarem a todos as suas peripécias e asrespectivas conseqüências. A descontração e o risotomaram conta do espaço.Crianças e adultos interagem com a equipe e o apren-dizado pode ser percebido por falas como: “Precisoensinar a mamãe a colocar os remédios longe de mim”.“Hoje aprendi com os bonecos e com as crianças oquanto é perigoso subir em banquinhos na minhaidade”, disse uma das avós, entre risos.A partir dessas experiências criou-se o Grupo Cons-trutoras do Crescimento que, com os resultados ob-tidos e com a certeza de que muito se pode fazer embenefício das crianças e dos adultos, passou a apre-sentar outros temas como “Higiene e Cuidados com oCorpo”, ”Humanização”, entre outros. O grupo passoua realizar apresentações em faculdades, eventoseducativos (CIPAT), e comemorar algumas datas es-peciais em unidades de internação pediátrica. O desa-fio é expandir o projeto para ambulatórios e demaisprogramas comunitários.Mais projetos estão em prática, por outros pro-fissionais de enfermagem, como por exemplo: o Pro-jeto Integrar, Projeto Incentivo ao Aleitamento Maternoe o Projeto Falando com a Comunidade. É aenfermagem em ação, ultrapassando os limites darealização das técnicas básicas, encontrando o prazer ea realização profissional de plantar e cultivar a sementeda amizade, da solidariedade e da multiplicação deinformações e conhecimentos.São responsáveis por este projeto as enfermeirasNoêmia O. Barros, Ivanete S. Benedito, Elaine O. Ma-cedo e as auxiliares/técnicas Samara P. de Oliveira,Vanessa R. Fatobene, Tais N. Rodrigues e Pâmela B. deOliveira.

NDr.Christovão da Gama (HMCG), em Santo André,receberam o desafio de participarem, de forma efetiva,do programa “O Cuidado Descrito e Demonstrado PorQuem Cuida”. O intuito era elaborar apre-sentações deaulas e projetos com temas referentes à unidade detrabalho de cada profissional envolvido.A equipe de enfermagem da Pediatria, preocupada nãosomente com a assistência direta ao restabelecimentoda saúde, mas também em como trabalhar a prevençãode doenças e acidentes, participou do programaapresentando o tema “Prevenção dos AcidentesComuns na Infância”, de maneira lúdica e de fácilentendimento. Este tema foi escolhido devido àincidência de crianças internadas na Unidade de Pe-diatria, vítimas de acidentes como ingestão de pro-dutos tóxicos, quedas e ingestão de corpos estranhos.Foram realizadas pesquisas em internet e em artigoscientíficos para a elaborção do texto das apresen-tações.“Pensamos em várias formas de orientar, mas quería-mos algo que chamasse a atenção, diferente, animado eque quebrasse a rotina das orientações técnicas e dedifícil absorção. Escolhemos os fantoches porqueacreditamos que, de maneira descontraída, despertamo interesse de crianças do zero aos cem anos.”Para a realização deste trabalho foram efetuados vá-rios encontros, discussões, ensaios, adaptação de voz emanuseio dos bonecos. “Precisávamos dar vida eemoção aos personagens.” A primeira apresentação

Pamela, Elaine, Samara, Vanessa, Ivanete e Tais, enfermeirasresponsáveis pelo projeto.

Construtoras doCrescimentoO projeto que trabalha temassérios de forma divertida

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Governo baixa impostos e reduz em 11%o preço de mil medicamentos

A partir de um decreto realizado pelo go-verno no dia 20 de maio, mais de milapresentações de medicamentos ficaramisentos da contribuição para o PIS e oCONFINS. A medida permitirá uma reduçãode cerca de 11% nos preços praticados nasfarmácias.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Expediente do COREN-SP

PresidenteRuth MirandaVice PresidenteAkiko KanazawaPrimeira-secretáriaMaria Antonia de Andrade DiasSegunda-secretáriaVanderli de Oliveira DutraPrimeira-tesoureira Rita de Cássia ChammaSegunda-tesoureiraAldaíza Carvalho dos Reis

Presidente da Comissão deTomada de Contas (CTC)Maria Aparecida MastroantonioMembros da CTC

Tomiko Kemoti AbeWilson Florêncio RibeiroConselheiros efetivos

Anézia Fernandes, Francinete deLima Oliveira, Guiomar Jerônimode Oliveira, Lindaura RuasChaves, Magdália Pereira deSousa, Sérgio Luz, Sônia ReginaDelestro Matos, TerezinhaAparecida dos SantosMenegueço

Conselho Regional de Enfermagem de São PauloRua Dona Veridiana, 298 - Higienópolis - São Paulo - SP - CEP 01238-010Fone: 0800 55 21 55 - www.corensp.org.br

Redação e revisão: João Marinho, Mônica Farias, Graziele Noronha eDaniela SartoratoProjeto Gráfico: Arte in Comunicação e MarketingFone: (11) 5042-3428 - [email protected]

Publicação oficial bimestral do COREN-SP • Reg. Nº 24.929 • 4º registro • 260 milexemplares • distribuição gratuita dirigida

Contaminação do leite maternoGostaria de parabenizá-los pela qualidade das matériasda Revista do COREN-SP. Gostei muito da matéria“Contaminação do leite materno” (edição 56),especialmente dos “prazos e horários” para oarmazenamento do leite.Cristiano José M. Pinto

Meio AmbienteGostaria muito de parabenizar todo conteúdo da revista56 e receber atualidades sobre a profissão.Elaine Cristina Ferreira dos Santos

Gostaria de parabenizar o COREN-SP pela competênciados assuntos tratados nas edições.Elideuma Kelma P.da Silva

Gostaria de parabenizar o COREN-SP pelas reportagensdas revistas e pedir que fizessem uma reportagem sobreexperiências em atendimento domiciliar.Márcia Raquel da Silva Moreira

Gostaria de parabenizar a redação da revista do COREN-SP pelasmatérias de suma importância para nossosestudos no curso técnico de enfermagem, da Escola ETEFRANCISCO GARGIA DE MOCOCA. Principalmente, amatéria sobre meio ambiente (edição 56).Roberto Dias da Cruz

Gostaria de parabenizá-los pelos textos atuais que têmpublicado e pedir informações sobre ética e bioética.Ana Paula Tonza de Brito

Escreva para a redaçao da REVISTA DO COREN-SP e desua opiniao: [email protected]

Audiência pública debate reprocessamentode produtos médicos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) realizou, no dia 3 de junho, umaAudiência Pública sobre reprocessamentode produtos médicos. O encontro reuniuprofissionais da área de saúde e repre-sentantes de instituições civis para debatera proposta que vai regulamentar o registro,a rotulagem e o reprocessamento dos pro-dutos para saúde.

Finalizado o processo eleitoral doCOREN-SP e encaminhado para homo-logação pelo COFEN e deverá ser publicadonas próximas edições da Revista.

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