revista reformador de junho de 2005

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Conhecimento e Progresso – Juvanir Borges de Souza 5 Progresso e Felicidade – Allan Kardec 7 Coragem– Joanna de Ângelis 8 Coragem– João de Deus 9 Alerta pela Vida – Antonio Cesar Perri de Carvalho 10 Tempo de Luz! – Bezerra de Menezes 12 Indagações a nós mesmos – André Luiz

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R e v i s t a d e E s p i r i t i s m o C r i s t ã o

Ano 123 / Junho, 2005 / No 2.115

Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

ISSN 1413-1749

Propriedade e orientação da

Federação Espírita Brasileira

Direção e RedaçãoAv. L-2 Norte – Q. 603 – Conj. F (SGAN)

70830-030 – Brasília (DF)Tel.: (61) 321-1767; Fax: (61) 322-0523

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected]

[email protected]

Para o BrasilAssinatura anual R$ 39,00Número avulso R$ 5,00

Para o ExteriorAssinatura anual US$ 35,00

Diretor – Nestor João Masotti; Diretor-Substituto e Edi-tor – Altivo Ferreira; Redatores – Affonso BorgesGallego Soares, Antonio Cesar Perri de Carvalho,Evandro Noleto Bezerra e Lauro de Oliveira SãoThiago; Secretária – Sônia Regina Ferreira Zaghetto;Gerente – Amaury Alves da Silva; REFORMADOR:Registro de Publicação no 121.P.209/73 (DCDPdo Departamento de Polícia Federal do Ministério daJustiça), CNPJ 33.644.857/0002-84 – I. E. 81.600.503.

Departamento Editorial e Gráfico

Rua Souza Valente, 17

20941-040 – Rio de Janeiro (RJ) – Brasil

Tel.: (21) 2187-8282; Fax: (21) 2187-8298

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Assinatura de Reformador:

Tel.: (21) 2187-8264 / 8274

E-mail: [email protected]

Capa: Leonardo Vieira

Tema da Capa: ESPIRITISMO E PROGRESSO. Con-tribuição da Doutrina Espírita para edificar um novoHomem e uma nova Sociedade.

EDITORIAL 4

Espiritismo e Progresso

ENTREVISTA: SÔNIA MARIA A. FONSECA 11União, qualificação e difusão

PRESENÇA DE CHICO XAVIER 13Espiritismo e divulgação – Irmão X

ESFLORANDO O EVANGELHO 21Glória ao bem – Emmanuel

FEB/CFN – COMISSÕES REGIONAIS 29Reunião da Comissão Regional Nordeste

A FEB E O ESPERANTO 32Do Espírito Ismael Gomes Braga a Francisco Thiesen –

Affonso Soares

CONSELHO ESPÍRITA INTERNACIONAL 38Reunião da Coordenadoria da Europa

SEARA ESPÍRITA 42

Conhecimento e Progresso – Juvanir Borges de Souza 5Progresso e Felicidade – Allan Kardec 7Coragem– Joanna de Ângelis 8Coragem– João de Deus 9Alerta pela Vida – Antonio Cesar Perri de Carvalho 10Tempo de Luz! – Bezerra de Menezes 12Indagações a nós mesmos – André Luiz 14Brasília faz homenagem a Allan Kardec 15Despenseiros fiéis – Richard Simonetti 16Como nossos pais... – Carlos Abranches 19Cuidado de um breve encontro – Julio Cesar de Sá Roriz 22Somente Deus tem o direito de dispor da vida humana – 25

Jorge HessenViolência mundial: Desconhecimento da realidade 27

espiritual – Anselmo Ferreira VasconcelosEncontro com Divaldo na FEB, em Brasília 28Esse teu dia – Paulo Nunes Batista 31Pálida descrição – Rogério Coelho 34Suicídio na adolescência – Dias da Cruz 36Ainda o Mês Allan Kardec 37Repensando Kardec – Da Lei do Progresso – 2a Parte – 39

Inaldo Lacerda LimaXII Congresso Espírita da Bahia (Cartaz) 41

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Assentado na observação dos fatos e na universalidade dos ensinos dos Espíritos Superiores, oEspiritismo mostra que o homem é um Espírito imortal, temporariamente encarnado. Mostramais: que esse Espírito, impulsionado pela Lei do Progresso que emana de Deus, evolui cons-

tantemente, saindo da condição de um ser simples e ignorante, tal como foi criado, para a condição deEspírito perfeito, o que ocorrerá quando conquistar a sabedoria e a virtude plenas, à custa do seu es-forço, do seu trabalho e das experiências vivenciadas através de inumeráveis e sucessivas reencarnações.

Essa verdade que o Espiritismo descortina para a Humanidade tem um efeito esclarecedor e con-solador junto ao homem. Apresenta-nos Deus como expressão suprema de bondade, que não cria ohomem para uma única e curta existência sem real proveito. Cria, sim, o Espírito imortal com tem-po e condições suficientes para vivenciar experiências diversas que lhe proporcionam o aprendizadonecessário à sua evolução.

Cometendo erros e acertos; manifestando coragem e medo; ampliando cada vez mais as áreas deconhecimento com relação a si mesmo e às coisas que o cercam; aprendendo a administrar as emo-ções que desabrocham em seu ser; aprendendo a conhecer os seus próprios pensamentos e a selecio-nar os que melhor atendem aos seus interesses em face dos horizontes que se lhe descortinam; culti-vando os sentimentos de toda ordem e aprendendo a utilizar os que correspondam aos seus objetivosde paz e progresso; conhecendo a importância de sua integralidade física e espiritual e exercendo asua segurança, o homem, esse Espírito imortal encarnado, dentre tantas outras conquistas, vai grada-tivamente – dia após dia, experiência após experiência, encarnação após encarnação, século após sé-culo –, aprimorando os valores que traz em si mesmo e, desbravando a selva da sua própria ignorân-cia, atinge as clareiras de luz, onde melhor compreende as belezas da vida e onde passa a conviver comEspíritos de escol, com os quais permuta os valores da sabedoria e da fraternidade. Encontra, assim,a felicidade, constante meta de sua existência, e que só é alcançada com a prática das Leis de Deus.

Nessa multimilenar caminhada evolutiva, ressalte-se, a Providência Divina nunca abandona ohomem. Inspira-o em suas decisões, fortalece-o em suas ações, ampara-o em seu cansaço e protege-oem seus desafios, oferecendo-lhe os recursos da natureza, com suas expressões de beleza, alimento econforto, como palco para suas realizações.

Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei – é a verdade-síntese que a Dou-trina Espírita nos revela.

EditorialEspiritismo e Progresso

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AHistória da Humanidade mos-tra a evolução dos conheci-mentos do homem a respeito

do mundo que habita, sobre si mes-mo e sobre a Cosmogonia e a As-tronomia.

Homens de gênio reencarna-dos, como enviados do Governadordeste orbe, retificaram conceitoserrôneos e lutaram contra precon-ceitos arraigados, no decorrer dosmilênios.

A invenção de um instrumen-to de óptica, por Galileu Galilei, noséculo XVII, derrubou a crença, demilhares de anos, de que a Terra erao centro do Universo e que todo oCosmo girava em função dela.

A ignorância humana sobre oque é o homem, como se originoue qual o seu destino gerou falsosconhecimentos, preconceitos firma-dos em enganosos princípios ecrenças e seitas desviadas da reali-dade.

A retificação de um quadrodessa ordem, que caracteriza a nos-sa Humanidade e o nosso mundoatrasado, de expiações e provas, nãoé obra fácil, nem rápida, especial-mente se atentarmos na condiçãodo homem nesse estágio evolutivo,caracterizado pelo orgulho, pela pre-sunção de saber, pela ignorância epelo livre-arbítrio com que foicriado.

Hoje, com os conhecimentosque as ciências foram proporcio-nando aos homens, mostrando agrandeza do Universo e, conse-qüentemente, o poder sublime e in-finito de Deus, o Criador, ficamosestarrecidos diante das suposições,conjecturas e superstições do passa-do, que geraram erros e crenças dedifícil remoção.

Ficaram para trás as idéias mi-tológicas dos povos antigos, comoas dos hindus, que ensinavam queo Sol se apagava à noite para rea-cender com o novo dia; e as dosgregos, que mostravam o astro-reicomo sendo o carro de Apolo puxa-do por quatro cavalos.

A Terra, na Antiguidade e naIdade Medieval, era consideradauma superfície plana e horizontal,sem nenhuma noção de dimensãoe espessura.

A ignorância a respeito da Ter-ra, do Universo e do homem levoua Humanidade a crenças religiosasdestituídas de base segura e sólida.

A falta de conhecimentos a res-peito do Universo infinito fez daTerra a finalidade principal da Cria-ção e todos os astros como partessecundárias e acessórias. Esse erroconceitual levou os homens a pre-conceitos prejudiciais que chegaramaté os dias atuais.

É, portanto, extremamente im-portante a contribuição das ciênciasdesenvolvidas pelo homem para oconhecimento de si mesmo e domundo em que vive.

Ao abandonar os quatro ele-mentos primitivos dos antigos co-nhecimentos – a terra, o ar, a águae o fogo – a Ciência chegou a con-cepções corretas a respeito da maté-ria e de seu elemento gerador.

Na fase evolutiva em que seencontram os habitantes deste mun-do, não havendo dúvida de que amatéria é inerte em si mesma, care-cendo de sentimentos, de pensa-mentos e de vida, a Ciência huma-na precisa urgentemente comple-mentar suas bases, tomando conhe-cimento do outro elemento univer-sal da Natureza – o espírito.

Matéria e espírito são a uniãoque explica inúmeros fatos queocorrem no Universo, inclusiveneste mundo em que vivemos.

A Revelação Espírita vem de-monstrar aos homens a existência ea importância do princípio espiri-tual. Vem em socorro das ciências,que ainda não tomaram conheci-mento desse princípio, ajudando-asa pesquisar e explicar uma sérieenorme de fatos e fenômenos inex-plicáveis diante somente das leis damatéria.

Há, pois, forte razão para asciências do mundo despojarem-se dopreconceito materialista e aceitarema contribuição do Espiritismo, emfavor da Verdade, da realidade e detodo o gênero humano.

...

Na evolução humana, a Reve-

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Conhecimento e ProgressoJuvanir Borges de Souza

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lação Espírita representa uma novae importante fase.

Traz a Nova Revelação ao co-nhecimento dos homens o que elesrealmente são – Espíritos eternos –ora ligados à matéria, um corpo pe-recível, ora livres, vivendo em mun-dos espirituais.

Esse conhecimento novo foivislumbrado por religiões antigas,mas só comprovado pelo Espiritis-mo através de experiências sérias,conduzidas pelo Codificador daDoutrina e por outros experimen-tadores idôneos.

Não há, pois, razão plausívelpara que os cientistas, materialistasou não, deixem de tomar conheci-mento de um fato evidente e com-provado, que modifica totalmenteconclusões anteriores a que chega-ram determinadas ciências, sob oimpério do materialismo exclusi-vista.

Se o compromisso da Ciênciaé, antes de tudo, com a verdade,com a realidade e com os fatos, nãohá o que justifique o posicionamen-to dos cientistas que negam aquiloque realmente existe, ou dele nãotomam conhecimento, na presun-ção de que somente eles detêm osaber.

Estamos convencidos de que afase vivida pelas ciências da Terra,de profunda influência materialis-ta, tende a transformar-se, por in-sustentável, em novo estágio evolu-tivo de grande proveito para a Hu-manidade.

O verdadeiro caráter da Ciên-cia é o da investigação da verdade,e não o de ocultar a realidade, porpresunção de já ter chegado ao sa-ber supremo.

Na história do Espiritismo, de-paramos com alguns fatos que põem

em evidência o preconceito que aCiência oficial precisa evitar, paranão se comprometer com o erro.

Eis dois exemplos de precon-ceitos, que se transformaram dian-te da realidade.

William Crookes, sábio inglêsdo século XIX, com vasta experiên-cia no campo científico, propôs-sea desmentir e desmascarar os fenô-menos espíritas, em 1870. O resul-tado final de suas investigações foio contrário do que esperava, cons-tatando a veracidade dos fenôme-nos, inclusive a materialização de

Espíritos. Teve a hombridade e anobreza de relatar à Sociedade Realde Londres suas observações e con-clusões, inteiramente favoráveis aoEspiritismo. (v. Fatos Espíritas – 5.Ed. FEB.)

Outro exemplo lamentável dopreconceito acadêmico dos cientis-tas é o que ocorreu com o Dr. PaulGibier, que, por se manifestar fa-voravelmente à natureza espírita dedeterminados fenômenos, foi ex-cluído dos meios científicos daFrança, emigrando para os EstadosUnidos.

Mas os fatos espíritas não estãosubordinados à mentalidade doscientistas materialistas e preconcei-tuosos e se multiplicam por todaparte.

Por isso, sábios materialistas,representantes das ciências, têmprocurado explicar esses fatos, de-senvolvendo as mais esdrúxulas ex-plicações, inteiramente em desacor-do com a realidade, mas cheias decríticas e sarcasmos aos espíritas.

A realidade dos fatos espíritasnão ilide a possibilidade das frau-des, no vasto campo fenomenoló-gico.

Mas, qual a atividade humana,material ou espiritual, que se achainteiramente resguardada das frau-des?

O que cumpre ao espírita, ou aqualquer pesquisador honesto, é es-tar vigilante e denunciar o engano,a fraude, para que não produzam osefeitos visados pelos exploradores echarlatões.

...

Toda a fenomenologia espírita,essa gama de fatos que as ciênciasda Terra têm procurado negar, comprejuízo para a verdade, constituiapenas uma parte da Doutrina Es-pírita.

Sem dúvida, o aspecto factualdo Espiritismo é muito importan-te, por demonstrar que o elementoespírito está presente em todo oUniverso e que as ciências da Terraincorrem em grande equívoco, degraves conseqüências, no campo doconhecimento, ao considerar so-mente o elemento matéria em suaslucubrações.

Quando a Doutrina se referea espírito, não se restringe apenas à

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Os fatos espíritas

não estão

subordinados à

mentalidade dos

cientistas

materialistas e

preconceituosos

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alma humana, mas ao elemento es-piritual ligado à matéria, em todosos reinos da Natureza.

Além desse aspecto essencial, oEspiritismo desvenda os MundosEspirituais de múltiplas condições,nos quais a Vida se desenvolve eter-namente.

Esse conhecimento novo trazi-do pelos Espíritos Reveladores de-veria constituir motivação especialpara as ciências da Terra aprofunda-rem suas pesquisas e estudos.

De outro lado, não podem osespíritas, e também os cientistas, osreligiosos das religiões tradicionaise os materialistas e ateus esquecer osaspectos filosóficos, éticos e moraisque a Doutrina Consoladora en-cerra.

Por mais materialista que seja oindivíduo, não lhe é defeso preocu-par-se com os fundamentos ético--morais de seus pensamentos e desuas relações no seio da sociedadeem que vive.

A Doutrina dos Espíritos é ri-ca e segura ao demonstrar os aspec-tos morais e éticos que todo ser hu-mano necessita aprender e vivenciarpara progredir em sua eterna exis-tência. Cabe à consciência de cadaser a escolha do caminho a seguir.

Naturalmente, o negativismo ea ignorância da realidade da vidainfluem na hora de cada decisão in-dividual que todos temos de to-mar.

A Doutrina Espírita auxilia ca-da ser, com segurança, com lógica,a tomar a decisão correta, para seupróprio bem.

Já os religiosos, seguidores dasreligiões tradicionais, poderão perce-ber que os valores morais de suas re-ligiões, resumidos pelo Cristo noamor a Deus e ao próximo, para todos

os homens, sem distinção de credose profissões de fé, é a grande estradaque leva ao destino final de cada um.

O Espiritismo demonstra quenão há razão que justifique o exclu-sivismo das religiões, digladiando--se entre si, desde que a finalidadedelas é conduzir as criaturas no ca-minho certo para a verdade, a vida,o destino fixado pelo Criador, talcomo ensinou o Cristo de Deus eos seus enviados, antes dEle.

O conhecimento do Espiritis-mo, com suas verdades reveladaspor Seres Superiores, seria o meio ea forma de melhor reeducar os ho-mens para a grande transformaçãoe regeneração mundial.

Prosperando esse conhecimen-to no seio das religiões e nos nú-cleos científicos, despojados dospreconceitos prejudiciais de fundoniilista, materialista ou exclusivista,seria a alavanca poderosa para odespertamento daqueles que aindanão acordaram para as belezas davida infinita do Espírito.

O conhecimento da última dasGrandes Revelações seria a formade demonstração à Humanidadeque a vida é um Bem inefável, com-petindo a cada ser humano lutarpermanentemente pela sua edifica-ção, pela sua compreensão e peloseu aperfeiçoamento constante.

Essa luta conduz o ser ao co-nhecimento das leis superiores doCriador, resumidas no Amor e naJustiça, presentes em todo o Univer-so.

A felicidade de cada ser consis-te na sua integração total às leis so-beranas estabelecidas por Deus, aInteligência Suprema.

O exemplo e o modelo para oshabitantes da Terra é o Cristo deDeus.

Por tudo o que ficou acima ex-presso, ressalta o dever indeclinávelde todos os que tomam conheci-mento da Doutrina Espírita – oConsolador prometido – de divul-gá-la na medida de suas forças e desua capacidade.

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Progresso e Felicidade

Desde que é incontestável o movimento progressivo, não há que du-vidar do progresso vindouro. O homem quer ser feliz e é natural

esse desejo. Ora, buscando progredir, o que ele procura é aumentar asoma da sua felicidade, sem o que o progresso careceria de objeto. Emque consistiria para ele o progresso, se lhe não devesse melhorar aposição?

Quando, porém, conseguir a soma de gozos que o progresso in-telectual lhe pode proporcionar, verificará que não está completa a suafelicidade. Reconhecerá ser esta impossível, sem a segurança nas relaçõessociais, segurança que somente no progresso moral lhe será dado achar.Logo, pela força mesma das coisas, ele próprio dirigirá o progresso paraessa senda e o Espiritismo lhe oferecerá a mais poderosa alavanca paraalcançar tal objetivo.

Allan Kardec

Fonte: O Livro dos Espíritos, Conclusão (IV), p. 589 da 1. ed. especial, FEB.

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Acoragem real é o esforço mo-ral desenvolvido pelo ser hu-mano para libertar-se da auto-

-imagem que se credita superior àdas demais pessoas do seu círculosocial.

Quase sempre a coragem estáassociada à intemperança e à agres-sividade nos atos, por cujos meios oindivíduo resvala na precipitação,incapaz de conter os ímpetos deviolência que o aturdem.

Toda vez em que se atira notorvelinho ameaçador ou nas lutastirânicas com ambições desmedidas,ameaçando a estabilidade vigente,parece demonstrar uma grande co-ragem, no entanto, irresponsável, ogesto não passa de desequilíbrio decomportamento e de desarmoniada emoção.

A coragem dá forças para quesejam suportadas as provações me-diante a conduta de misericórdia,munindo-se de cautela, a fim deque o tormento íntimo não se exte-riorize de maneira destrutiva.

A coragem atua com serenaconfiança nas próprias resistências,não se expondo indevidamente,nem se permitindo os sentimentosinferiores da raiva, do ressentimen-to, do ódio, no momento da ação.

Muitos impulsos de violênciarespondem por desequilíbrios naárea da emoção, indevidamente con-

siderados como sendo manifesta-ções de coragem ante as ameaçasque, nem sempre, se convertem emrealidade.

A autodisciplina consegue de-senvolver os tesouros morais queenriquecem o ser durante a sua vi-legiatura terrestre, ampliando-lhe acapacidade para resolver os proble-mas existenciais em clima de paz.

O Espírito possui, na sua es-trutura moral, os recursos que exte-rioriza através da maquinaria or-gânica.

A coragem é conquista conse-guida na sucessão das experiênciasevolutivas, após o trânsito entre di-ficuldades e os sofrimentos inevitá-veis, mediante os quais, adquire-seresistência para os enfrentamentose confiança nos resultados superio-res que constituem a meta existen-cial.

Não são poucos aqueles que sedetêm diante dos obstáculos quetestam a capacidade do empreendi-mento moral e da lucidez intelec-tual, que surgem para serem venci-dos.

Cada vitória que se logra facul-ta novo passo mais audacioso na di-reção de outros níveis a serem con-quistados.

A coragem é a força moral dospobres de haveres transitórios e oinstrumento de perseverança, quan-do as circunstâncias se apresentamdesfavoráveis.

O mártir da fé, o sacrificado nainvestigação cultural ou científica,o lutador do idealismo, o entusias-

mo do apóstolo e a perseverança doartista ou do sábio são expressões dacoragem que os anima na perma-nência da busca dos objetivos queos emulam ao avanço.

As perseguições de qualquer ti-po não os atemorizam, as calúniasnão os molestam, as adversidadesnão os enfraquecem...

Robustecem-se com o alimen-to da convicção íntima de que seencontram possuídos, e, por tal ra-zão, não desfalecem, não alteram orumo, não diminuem a intensidadedo esforço.

A coragem moral é-lhes o sus-tento de todas as horas.

Expressa-se, de início, em au-to-avaliação de possibilidades deque dispõem, despindo-se dos ador-nos insensatos que escondem as de-bilidades espirituais e os desconser-tos morais.

A coragem irradia força espe-cial de tranqüilidade que impulsio-na sempre para o avanço sem de-tença.

É necessário coragem para serautêntico.

...

A coragem, para alcançar osobjetivos edificantes, enfrenta ini-migos próximos e distantes, disfar-çados em atitudes incorretas, queparecem compatíveis, tornando-semecanismos conflitivos e pertur-badores.

Quando ama, por exemplo,na sua desenvoltura emocional e

Coragem

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na necessidade de intercâmbio afe-tivo, pode resvalar para o apego,que se transforma em paixão assel-vajada.

Têm origem, então, os senti-mentos controvertidos de posse ede desejo, que asfixiam os belosideais de convivência e de frater-nidade.

O apego transforma-se em tor-mento, abrindo espaço para a insta-lação do ciúme e do ressentimentona afeição, em razão do medo daperda que é inevitável, consideran-do-se a transitoriedade de todos osfenômenos físicos.

O inimigo distante pode tomara aparência de indiferença, opondo--se ao apego, que tem a possibilida-de de converter-se em morbidez, emdistanciamento, em desinteresse pe-lo próximo e suas lutas.

Em conseqüência das con-tínuas dificuldades e dos tenazes so-frimentos naturais que decorrem daaltivez moral, mediante mecanismode autodefesa, o indivíduo assumeuma postura emocional fria que sepode converter em expressão decrueldade. A dor de outrem já nãoo sensibiliza, a necessidade percebi-da não lhe chama a atenção, oauxílio fraterno tampouco lhe des-perta o entusiasmo.

O hábito de conviver com ador alheia e a própria, o enfrenta-mento contínuo com situações afli-tivas produzem-lhe uma aceitaçãodestituída de compaixão, que imu-niza a coragem e a torna insensível,retirando-lhe o sentimento de co--participação, de solidariedade, decompaixão...

A crueldade nasce na ausênciada misericórdia dinâmica e, porefeito, na anestesia da emoção.

É necessário coragem para que

o indivíduo se mantenha humano,comporte-se de maneira adequada,sofra com dignidade, chore e sorria,sem escamoteamentos, sem a más-cara de uma virilidade destituída designificado psicológico, mais tor-mentosa que saudável.

A coragem de amar sem pos-suir e servir sem esperar retribuiçãoé característica da sua estruturaemocional.

O Espírito estóico demonstrasua coragem, porfiando no bemquando os outros desistem, auxi-liando indiscriminadamente quan-do campeia o desencanto, obstina-damente fiel aos seus objetivos.

...

A coragem é honorável. Não sejacta, nem se assoberba, mantendo--se discreta até o momento em que,convocada à ação, demonstra a suaforça e valor.

Jamais se entibia, porque omóvel principal das suas realizaçõestem caráter interior de transforma-ção moral para melhor.

Quando se preocupa com oexterior, torna-se vítima de outroinimigo que a ronda – a impulsivi-dade.

Nada igual à coragem de Jesus!Ninguém que se Lhe compare!Nela se inspiraram os mártires

e os santos, ainda hoje apoiando-setodos aqueles que aspiram pelaconstrução de uma sociedade me-lhor, mais justa e mais feliz.

Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Dival-do P. Franco, na sessão mediúnica da noi-te de 3 de janeiro de 2005, no Centro Es-pírita Caminho da Redenção, em Sal-vador, Bahia.)

CoragemSe o desânimo procuraMergulhar-te na amargura.Não olvides, meu irmão,Que a vida por toda parteÉ nova luz a buscar-teEm doce renovação.

Na mágoa que te domina,Repara a Bênção DivinaA brilhar, aqui e além...Tudo é esperança e belezaNo trono da NaturezaNa glória do Eterno Bem...

Da noite estranha e sombria,Assoma, envolvente, o diaE a treva faz-se esplendor.Do Inverno que dilacera,Vem o Sol da PrimaveraE o espinho revela a flor.

Da serra empedrada e feia,Desce o regato que ondeiaEm generosa canção.Do charco de baixo nível,Desditoso e desprezível,Ressurge o calor do pão.

Coragem! – recorda o ninho,Suportando, de mansinho,Toda a fúria do escarcéu;E do além, tranqüila ao vê-la,Coragem! – repete a estrela,Sorrindo no azul do Céu.

Assim também, cada hora,Trabalha, porfia e choraGuardando a fé clara e sã!...Padece mas busca a frente,Lembrando constantementeQue o dia volta amanhã.

João de Deus

Fonte: XAVIER, Francisco C. PoetasRedivivos, por Diversos Espíritos.Rio de Janeiro: FEB, 1994, cap. 34,p. 59-60.

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Aimprensa tem trazido freqüen-tes notícias e reportagens so-bre decisões iniciais do Supre-

mo Tribunal Federal e algumas me-didas do Governo Federal que sina-lizam para mudanças legais que po-dem representar desrespeitos à vida.Aí se inclui a revisão da legislaçãorelacionada com a prática do abor-to, como objetivo de Comissãojunto à Secretaria Especial de Polí-ticas para as Mulheres, e a propostado Ministério da Saúde que estabe-lece parâmetros para definir-se cri-térios, regras e parâmetros parautilização das unidades de terapiaintensiva (UTIs). Esse conjunto deações e projetos federais, com a de-vida ressonância na mídia, cria umcenário que visa favorecer a oficia-lização do aborto e da eutanásia emnosso país.

Por outro lado, pesquisa daCNT/Sensus (abril/2005) revelaque 85% da população brasileiranão são favoráveis ao aborto. Estedado é sugestivo para que as pro-postas de alteração na legislaçãobrasileira, no tocante ao direito à vi-da, e que parecem resvalar na Cons-tituição (art. 5o), que garante “a in-violabilidade do direito à vida”,sejam precedidas de ampla consul-ta popular, realizando-se o plebiscito.

O momento é oportuno e devital importância para que o pensa-

mento espírita sobre o tema sejatornado público. No momento,duas ações neste sentido estão sen-do ultimadas pela Federação Espí-rita Brasileira.

O Conselho Federativo Nacio-nal, em reunião realizada em 21 denovembro de 2004, aprovou a rea-tivação conjunta das CampanhasViver em Família e Em Defesa daVida, e uma Resolução do Conse-lho Diretor da FEB, de 15/2/2005,definiu a inclusão destas no âmbitoda Campanha Construamos a PazPromovendo o Bem!, considerandoque “essas três Campanhas com-põem o grupo de campanhas quesintetizam a prestação de serviçosocial à comunidade, que cabe aoMovimento Espírita realizar, e de-vem ser trabalhadas integradamen-te”.

Paralelamente aos preparati-vos para o próximo lançamentoconjunto da Campanha Família,Vida e Paz, a FEB articula a ela-boração de um documento queexpresse o pensamento espírita so-bre o aborto, sob as óticas médica,jurídica e doutrinária, interagindocom as Entidades Especializadasde Âmbito Nacional e com as En-tidades Federativas Estaduais. Oobjetivo será divulgá-lo às autori-dades da esfera federal dos pode-res Executivo, Legislativo e Judi-ciário, bem como à população emgeral.

Os diversos procedimentos que

representam riscos ao respeito à vi-da devem ser analisados a partir doentendimento da pergunta sobre “oprimeiro de todos os direitos natu-rais do homem” e a resposta obtida:– “O de viver. Por isso é que nin-guém tem o de atentar contra a vi-da de seu semelhante, nem de fazero que quer que possa comprometer--lhe a existência corporal.” (O Livrodos Espíritos, questão 880.) A Dou-trina Espírita é muito clara sobre aimportância de valorizar-se e res-peitar-se a vida corpórea, evitando--se tudo o que possa comprometê--la e abreviá-la. A existência físicasurge como uma oportunidade pa-ra o aprimoramento e o progressodo Espírito. Essa importância fun-damenta-se no Novo Testamento: –“Eu vim para que tenham vida e atenham em abundância” (João,10:10).

A divulgação dos temas sobrefamília e de valorização da vida, e asua reflexão sob a ótica da DoutrinaEspírita, contribuem para mudan-ças comportamentais nos contextosdo lar e da sociedade. Cabe a lem-brança de que a paz, inclusive a cons-ciência tranqüila, começa dentro decada criatura, estende-se para a pri-meira célula social e se estende paraa construção da paz no mundo.Pode-se concluir quão importante,sob todos os aspectos, é o respeito àvida como um direito natural pa-ra que, naturalmente, se instale areal paz no contexto social.

Alerta pela VidaAntonio Cesar Perri de Carvalho

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P. – Como você se envolveucom o trabalho de unificação?

Sônia – Cheguei à FederaçãoEspírita Pernambucana na décadade 60, levada por meus pais para aevangelização. Fui admitida numaturma de pré-mocidade. Meus evan-gelizadores tiveram um papel fun-damental para a minha compreen-são do que era Movimento Espíri-ta, mostrando-me, através de exem-plos, a necessidade da união e docompanheirismo que deveriam exis-tir em nosso meio. Passei a acompa-nhá-los nas visitas que faziam às de-mais instituições espíritas do Esta-do em nome da Federação. Acheitão importante aquele intercâmbioque pensei: “Que coisa bonita!Quero conviver com estas pessoas,aprender com elas para tambémajudar neste trabalho.” Pode pare-cer inverossímel que alguém com17 anos naquela época pensasse as-sim. Porém, ao tomar conhecimen-to da Doutrina Espírita, senti quetudo nela me era familiar. E nãonasci num lar espírita! A partir deentão busquei aproveitar todas asoportunidades que a FEP me ofere-ceu para trabalhar em prol da uni-ficação, fosse na condição de expo-sitora, evangelizadora ou Coorde-nadora do ESDE, atividade que de-sempenhei por 18 anos, sensibili-zando para a necessidade do estudo

ou implantando-o em grande partedas Instituições do Estado.

P. – Desde o momento que as-sumiu a direção da FEP, houve al-teração no cenário do MovimentoEspírita?

Sônia – O Movimento Espíri-ta, no meu entender, tem buscadoaproveitar, sobretudo nas duas últi-mas décadas, as oportunidades quelhe são oferecidas pelos órgãos deunificação para mostrar a que veioe do que é capaz. A Federação, noseu Estatuto, tem como um dos ob-jetivos “a união das sociedades espí-ritas de Pernambuco”. Assumindoa direção da FEP, optei por intensi-ficar esforços neste sentido, uma vezque como Coordenadora do ESDEjá havia trabalhado nesta direção.Na primeira reunião do nosso Con-

selho Federativo Estadual (CFE) co-mo Presidente, fiz uma propostaàs instituições presentes: trabalhar“com elas” e não “para elas”. A acei-tação foi total, demonstrando que a“parceria” se faz necessária para ofortalecimento do Movimento Es-pírita. Temos conseguido permane-cer fiéis à FEP e vários projetos ela-borados em conjunto são aplicadoshoje, trazendo resultados bastantepositivos no que concerne ao traba-lho de união e unificação.

P. – O Movimento se desenvol-ve por todo o Estado de Pernambuco?

Sônia – Sim. Para melhor aten-dermos a todas as instituições, o Es-tado foi dividido em áreas federati-vas (AFs). Contamos hoje com 20AFs e esses projetos, elaborados eposteriormente aprovados por nos-so CFE, são de pronto implantadoscom as devidas adequações a cadarealidade.Temos equipes especial-mente preparadas para atendimen-to às solicitações das instituições daregião metropolitana e do interior,no que diz respeito à capacitaçãodos trabalhadores voluntários. Oque mais nos gratifica é que estasequipes são formadas não apenaspor integrantes da FEP, mas tam-bém por voluntários de instituiçõesparticipantes do Movimento Espí-rita estadual. Sabemos que “unifi-cação” não é “uniformização”; por

ENTREVISTA: SÔNIA MARIA A. FONSECA

União, qualificação e difusão

Sônia Maria Arruda Fonseca, Presidente da Federação Espírita Pernambucana, lembraque, unidos como um “feixe de varas”, conseguiremos fazer mais em prol da divulgação

da Doutrina Espírita

Sônia Maria Arruda Fonseca

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12 Reformador/Junho 2005210

isso, cada um de nós, com as carac-terísticas que nos são próprias, te-mos consciência do muito que ain-da será necessário realizar, mas tam-bém sabemos que juntos, unidoscomo um “feixe de varas”, conse-guiremos fazer mais em prol da di-vulgação da Doutrina Espírita, emnosso Estado.

P. – Como você analisa as açõesdo Conselho Federativo Nacionaldesde o início de sua participação?

Sônia – As ações desenvolvidaspelo CFN têm me proporcionadouma ajuda imprescindível nas ativi-dades de unificação, graças ao ma-terial que é disponibilizado pelaFEB para trabalharmos em nossosEstados. Desde quando iniciei mi-nha participação no CFN pude ob-servar as mudanças ocorridas. A ca-da ano está mais dinâmico e atual,provavelmente por este motivo, aspessoas estão mais participativas,mais conscientes, mais preparadas,mais dispostas, mais interessadas noque diz respeito ao conteúdo apre-sentado e trabalhado, seja na for-ma de cursos, campanhas ou outrasatividades. A troca de experiênciasobservada, a convivência fraterna eo desejo de ajuda mútua, têm pro-porcionado uma especial atmosfe-ra espiritual nas reuniões. Tenhoaprendido muito com todos. Ob-servo atentamente, registro as infor-mações, e o somatório destes fato-res leva-me a um entendimentocada vez maior do processo de uni-ficação.

P. – Desde sua participaçãoinicial na Comissão Regional Nor-deste, como avalia a evolução damesma?

Sônia – Participo da ComissãoRegional Nordeste desde que oESDE começou a fazer parte dela. É

patente esta evolução não apenas naárea do Estudo Sistematizado. Aprincípio apenas alguns represen-tantes se pronunciavam e observá-vamos a timidez da maioria. Haviatambém renovação constante dosparticipantes. Com o passar dosanos, a mudança foi considerável.As pessoas presentes eram pratica-mente as mesmas, o que fez comque a amizade se consolidasse. Ho-je, como resultado imediato, a co-municação entre todos flui commais naturalidade, o trabalho con-junto de Estados geograficamentepróximos tem aumentado a trocade experiências, e isto só faz enri-quecer o Movimento Espírita daRegião. Vale a pena destacar o cui-dado que cada Estado-sede tem ti-do no que diz respeito à organi-zação, infra-estrutura e qualidadedeste evento esperado com ansieda-de por todos nós.

P. – Que ação considera prio-ritária para favorecer a difusão daDoutrina?

Sônia – A Doutrina Espíritatem recebido por parte da mídiauma atenção bastante significativa.Por este motivo, nossas Instituiçõessão cada vez mais procuradas poraqueles que querem resolver seusconflitos existenciais, que buscamlenitivo para suas dores, esclareci-mentos para as suas dúvidas. Creioque, não obstante os cursos e trei-namentos já levados a efeito pelaFEB, a grande dificuldade que en-frentamos hoje diz respeito, ainda,à pouca, e em alguns casos nenhu-ma qualificação do trabalhador vo-luntário, principalmente aquele quelida diretamente com o público co-mo, por exemplo, o atendente fra-terno e o expositor. Portanto, que aaplicação de cursos e treinamentosseja intensificada para que possa-mos ter em nossas Instituições umatendimento cada vez mais condi-zente com os objetivos da divulga-ção doutrinária que é de esclarecere consolar a todos aqueles que bus-cam a sua reforma íntima.

Tempo de Luz!*

Kardec é lido, sentido e meditado.Deslumbra-se a mente com o seu desenvolvimento e ansiosa er-

gue-se para contemplar o mundo vasto, as estrelas cintilantes e ouvir,no silêncio das horas, a Voz Excelsa – a Sua Voz – suave e mansa, a lhedizer dos radiosos dias do futuro.

Sentinela do próprio dever, o homem compreende que, além damatéria que passa, o Espírito ressurge para a vida imortal, sob o olharcompassivo no Criador!

Cristo imolou-se numa cruz, ofertando-se como exemplo para aHumanidade.

Kardec hipotecou-Lhe solidariedade, transmitindo, em Seu No-me, a mensagem do Consolador.

Bezerra de Menezes

*Trecho da mensagem com o mesmo título, do livro Bezerra de Menezes – Onteme Hoje, 1. ed. FEB, p. 102.

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Oexcelente advogado JoaquimMota, espírita de convicçãodesde a primeira mocidade,

possuía idéias muito próprias acer-ca de pensamento religioso. Extre-mamente sensível, julgava um erroexpor qualquer definição pessoal,em matéria de fé. “Religião – costu-mava dizer – é assunto exclusivo deconsciência.” E fechava-se. Na bi-blioteca franqueada aos amigos,descansavam tomos em percalina edourados, reunindo escritores clás-sicos e modernos, em ciência e li-teratura. Conservava, porém, os li-vros espíritas isolados em velhacômoda do espaçoso quarto dedormir. Não agia assim, contudo,por maldade. Era, na essência, umhomem sincero e respeitável, con-quanto espírita à moda dele, sem amenor preocupação de militança.Espécie de ilha amena, cercada pe-las correntes do comodismo. Encas-quetara na cabeça o ponto de vistade que ninguém devia, a título al-gum, falar a outrem de princípiosreligiosos que abraçasse, e prosse-guiu, vida afora, repelindo qualquerpalpite que o induzisse à renova-ção.

Era justamente a esse homemque fôramos confortar, dentro danoite.

Mota vinha de perder a com-

panhia de Licínio Fonseca, recente-mente desencarnado, o amigo quelhe partilhara vinte e seis anos deserviço no foro. Ambos amadureci-dos na existência e na profissão,após os sessenta de idade, eram as-sociados invariáveis de trabalho e deluta. Juntos sempre nos atos jurídi-cos, negócios, interesses, férias e ex-cursões.

Sem o colega ideal, baquearaMota em terrível angústia. Tranca-va-se em lágrimas, no aposento ín-timo, ansiando vê-lo em espírito...E tanto rogou a concessão, em pre-ces ocultas, que ali nos achávamos,em comissão de quatro cooperado-res, com instruções para levá-lo aocompanheiro.

Desligado cautelosamente docorpo, que se acomodara sob a in-fluência do sono, embora não nospercebesse o apoio direto, foi Joa-quim transportado à presença doamigo que a morte arrebatara.

No leito de recuperação dogrande instituto beneficente a quefora recolhido, no Mundo Espiri-tual, Licínio chorou de alegria aorevê-lo, e nós, enternecidos, segui-mos, frase a frase, o diálogo empol-gante que se articulou, após o júbi-lo extrovertido das saudações.

– Mota, meu caro Mota – solu-çou o desencarnado, com impressio-nante inflexão –, a morte é apenasmudança... Cuidado, meu amigo!Muito cuidado!... Quanto tempoperdi, em razão de minha ignorân-cia espiritual!!... Saiba você, Mota,

saiba você que a vida continua!...– Mas eu sei disso, meu ami-

go – ajuntou o visitante, no intuitode consolá-lo –, desde muito cedoentrei no conhecimento da imorta-lidade da alma. O sepulcro nadamais é que a passagem de um planopara outro... Ninguém morre, nin-guém...

– Ah! você sabe então que ohomem na Terra é um Espírito ha-bitando provisoriamente um enge-nho constituído de carne? que so-mos no mundo inquilinos do cor-po? – indagou Licínio, positiva-mente aterrado.

– Sei, sim...– E você já foi informado de

que quando nascemos, entre os ho-mens, conduzimos ao berço as dívi-das do passado, com determinadasobrigações a cumprir?

– De modo perfeito. Muito jo-vem ainda, aceitei o ensinamento ea lógica da reencarnação...

– Mota!... Mota!... – gritou ooutro visivelmente alterado – vocêjá consegue admitir que nossas es-posas e filhos, parentes e amigos,quase sempre são pessoas que con-viveram conosco em outras existên-cias terrestres? que estamos enleadosa eles, freqüentemente, para o res-gate de antigos débitos?

– Sim, sim, meu caro, não ape-nas creio... Sei que tudo isso é a ver-dade inconteste...

– E você crê nas ligações entreos que voltam para cá e os que fi-cam? Você já percebe que uma pes-

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PRESENÇA DE CHICO XAVIER

Espiritismo e divulgação

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soa na Terra vive e respira com cria-turas encarnadas e desencarnadas?que podem existir processos de ob-sessão, entre os chamados vivos emortos, raiando na loucura e nocrime?!...

– Claramente, sei disso...O interlocutor agarrou-lhe a

destra e continuou, espantado: – Mota! Mota! Ouça!... Você

está certo de que a vida aqui é acontinuação do que deixamos e fa-zemos? já se convenceu de que to-dos os recursos do plano físico sãoempréstimos do Senhor, para quevenhamos a fazer todo o bem pos-sível e que ninguém, depois damorte, consegue fugir de si mes-mo?...

– Sim, sim...Nesse instante, porém, Licínio

desvairou-se. Passeou pelo recinto oolhar repentinamente esgazeado, fezinstintivo movimento de recuo ebradou:

– Fora daqui, embusteiro, foradaqui!...

O visitante, dolorosamente sur-preendido, tentou apaziguá-lo:

– Licínio, meu amigo, que vema ser isso? acalme-se, acalme-se...– Sou eu, Joaquim Mota, seu com-panheiro do dia-a-dia...

– Nunca! Embusteiro, mistifi-cador!... Se ele conhecesse as reali-dades que você confirma, jamaisme teria deixado no suplício da ig-norância... Meu amigo JoaquimMota é como eu, enganado nassombras do mundo... Ele foi sem-pre o meu melhor irmão!... Nunca,nunca permitiria que eu chegasseaqui, mergulhado em trevas!...

Mota, em pranto, intentava re-dargüir, mas interferimos, a fim desustar o desequilíbrio e, para isso,era preciso afastá-lo de imediato.

Mais alguns minutos e o advo-gado reapossou-se do corpo físico.Nada de insegurança que o impelis-se à idéia de sonho ou pesadelo.Guardava a certeza absoluta doreencontro espiritual. Estremunha-do, ergueu-se em lágrimas e, se-quioso de ar puro que lhe refrige-rasse o cérebro em fogo, abriu umadas janelas do alto apartamento quelhe configurava o ninho doméstico.

Mota contemplou o casariocompacto, onde, talvez, naquela

hora, dezenas de pessoas estivessempartindo da experiência passageirado mundo para as experiências su-periores da Vida Maior e, naquelemesmo instante da madrugada, co-meçou a pensar, de modo diferen-te, em torno do Espiritismo e dasua divulgação.

Irmão X

Fonte: XAVIER, Francisco C. Cartas eCrônicas. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB,1996, cap. 12, p. 55-59.

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Indagações a nós mesmos

Que seremos na casa de nossa fé, em companhia daqueles que co-mungam conosco o mesmo ideal e a mesma esperança?Uma fonte cristalina ou um charco pestilento?Um sorriso que ampara ou um soluço que desanima?Uma abelha laboriosa ou um verme roedor?Um raio de luz ou uma nuvem de preocupações?Um ramo de flores ou um galho de espinhos?Um manancial de bênçãos ou um poço de águas estagnadas?Um amigo que compreende e perdoa ou um inquisidor que con-

dena e destrói?Um auxiliar devotado ou um expectador inoperante?Um companheiro que estimula as particularidades elogiáveis do

serviço ou um censor contumaz que somente repara imperfeições e de-feitos?

Um pessimista inveterado ou um irmão da alegria?Um cooperador sincero e abnegado ou um doente espiritual, en-

trevado no catre dos preconceitos humanos, que deva ser transportadoem alheios ombros, à feição de problema insolúvel?

Indaguemos de nós mesmos, quanto à nossa atitude na comuni-dade a que nos ajustamos, e roguemos ao Senhor para que o vaso denossa alma possa refletir-lhe a Divina Luz.

André Luiz

Fonte: XAVIER, Francisco C. Correio Fraterno. Por Diversos Espíritos. 6. ed. Riode Janeiro: FEB, 2004, cap. 23, p. 61-62.

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Reformador/Junho 2005 15

Brasília fez a maior homena-gem a Allan Kardec nas comemora-ções de seu Bicentenário de Nasci-mento. Nos dias 16 e 17 de abril de2005, mais de 19 mil pessoas com-pareceram ao Ginásio Nilson Nel-son, na Capital Federal, para ouviro orador espírita Divaldo PereiraFranco no programa organizado pe-la Federação Espírita do DistritoFederal (FEDF), com apoio da Fe-deração Espírita Brasileira (FEB).

O seminário Diretrizes parauma Vida Feliz no dia 16, com cer-

ca de 7,5 mil participantes, esten-deu-se das 15h às 19h. A Orquestrade Câmara da Comunhão Espíritade Brasília fez a abertura do evento.O Vice-Presidente da FEB, AltivoFerreira, representou a Instituiçãona solenidade.

Na tarde do dia 17, o GinásioNilson Nelson recebeu mais de 12mil pessoas. O Presidente da FEDF,César de Jesus Moutinho, discursouna abertura do evento e o Vice--Presidente da FEB, José Carlos daSilva Silveira, fez a prece inicial.

A platéia assistiu a númerosmusicais, apresentados por artistasespíritas do Distrito Federal, e emo-cionou-se com o coral de 400 vo-zes, formado por membros das ca-sas espíritas da região.

Na palestra Alegria de Viver,Divaldo Franco falou sobre o papelda Doutrina Espírita para que o serhumano alcance a plenitude. Parasituá-las como grande marco nahistória da Humanidade, discorreusobre a evolução da Filosofia e daLiteratura, fazendo uma retrospec-

tiva do embate entrematerialismo e espiri-tualismo. A canção “Pazpela Paz”, de NandoCordel, cantada por to-dos os presentes, encer-rou a programação dodia sob forte emoção.

Todo o evento foitransmitido pela Inter-net, por meio do Sis-tema Paltalk. Centenasde internautas de 26cidades brasileiras e de12 países, tanto da Amé-rica do Sul e Améri-ca do Norte quanto daEuropa.

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Brasília faz homenagem a Allan Kardec

Conferência no Ginásio Nilson Nelson: Aspecto da Mesa

Conferência de Divaldo Franco para mais de 12 mil pessoas

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Mateus, 24:45-51Lucas, 12:42-48

Quem, pois, é o despenseiro fiele prudente, ao qual o seu se-nhor confiou a direção da

sua casa, para que no devido tem-po distribua o alimento?

Bem-aventurado aquele servoa quem o seu senhor, quando vier,achar assim fazendo.

Em verdade vos digo que lheconfiará todos os seus bens.

Mas se aquele servo disser con-sigo mesmo: “Meu senhor tarda emvir”, e começa a espancar os seuscompanheiros, a comer, a beber eembriagar-se, virá o senhor daque-le servo, no dia em que não esperee na hora que ele não sabe, e o fa-rá partilhar da sorte dos infiéis.

O servo que soube a vontadedo seu senhor, e não se aprontou,nem fez conforme a sua vontade,será castigado com muitos açoites.

Mas o que não a soube, e fezcoisas dignas de açoites, com poucosaçoites será castigado.

A qualquer que muito for da-do, muito se lhe pedirá, e ao quemuito se lhe confiou muito mais selhe pedirá.

Despenseiro é o encarregadode cuidar de uma despensa e, porextensão, o administrador de bensalheios.

Jesus fala de um administradorao qual o patrão confiou seus negó-cios.

Ora, se ele, ao invés de agircom equilíbrio e prudência, exorbi-ta de sua autoridade, maltrata os su-bordinados, age com desonestida-de, o patrão, forçosamente, o de-mitirá de seus serviços, e o subme-terá aos rigores da justiça.

Temos aí uma imagem per-feita de nossa posição diante deDeus.

A Terra é propriedade do Eter-no, como tudo mais que existe noUniverso. Somos seus despenseiros.

A natureza dos serviços, a ex-tensão dos deveres varia de pessoapara pessoa, de conformidade comsuas potencialidades.

Os mais capazes são chamadosa responsabilidades maiores.

Mas há algo que não podemosesquecer:

Seja qual for o campo de açãono Mundo, o sucesso no desempe-nho das tarefas depende essencial-mente de nosso esforço em fazer oque Deus espera de nós.

...

Há uma tarefa de caráter geralque envolve a maioria dos seres hu-manos: o cuidado dos filhos.

Deus não tem preconceitosnem discriminações.

Todos podem ser convocados!Sejamos ricos ou pobres, cultos

ou incultos, brancos ou negros, vir-

tuosos ou viciosos, bons ou maus,os filhos que chegam nos dão notí-cia de que Deus confia em nós.

Obviamente, a divina conces-são implica no compromisso de de-sempenhar com diligência a tarefade prepará-los para os desafios daexistência.

A literatura mediúnica nos dánotícias dos sofrimentos e angústiasde pais desencarnados que se ator-mentam com os desvios de seus fi-lhos.

Sentem-se culpados porquenão lhes deram a atenção devida, aorientação adequada, e exemplos devirtude, trabalho e dedicação aoBem.

Há quem justifique seus fracas-sos nesse mister, alegando limita-ções variadas, de ordem econômica,cultural, social.

Mas seria uma incoerência deDeus se nos confiasse seus filhossem nos dar condições para cuidardeles.

Potencialmente, podemos fazê--lo e o bom êxito não depende defacilidades, mas de nossa disposiçãoem enfrentar dificuldades.

Nos Estados Unidos, um ne-gro, homem pobre, paupérrimo,que sustentava a família com pe-quenos serviços braçais, prometeua si mesmo que suas seis filhas se-riam médicas, teriam uma vida de-cente, um lugar ao sol, uma posi-ção na sociedade, vencendo o gran-de desafio da realização profissionale social.

16Reformador/Junho 2005

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Despenseiros fiéisRichard Simonetti

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Detalhe: isso tudo num paísonde uma parcela da populaçãoconsidera que negro não é gente.

Os irmãos de cor riam de suapretensão, mas ele jamais esmoreceu.

Tinha expressões muito espe-ciais para estimular as filhas às dis-ciplinas do estudo.

Se você for músico, podem-lhequebrar os dedos. Se for atleta, po-dem-lhe partir os joelhos, mas sevocê for instruída, tudo o que ti-ver na cabeça será seu por toda vi-da.

No empenho de progredir, se aporta não abrir, salte pela janela.

Se a janela estiver trancada,tente entrar pelo porão.

Se estiver fechado à chave, su-ba no telhado e veja se consegue irpela chaminé.

Há sempre uma maneira, sevocê não desistir.

E tanto se empenhou, tanto sedesdobrou em atividades para con-seguir recursos, tanto orientou eajudou as filhas, que acabou crian-do condições para que elas cursas-sem a universidade.

Não foram todas médicas, ape-nas duas, já que há a questão da vo-cação, mas as demais também al-cançaram nível universitário, con-quistando, respectivamente, diplo-mas de enfermagem, comunica-ções, ciências e odontologia.

Despenseiro fiel, cumpriu mui-to bem o que Deus esperava dele,enfrentando provações e desafiosque teriam feito a maioria esmo-recer.

Todos teríamos histórias a con-tar a propósito desse assunto, envol-vendo pais que descortinaram hori-zontes aos seus filhos, batalhando

para que se tornassem pessoas dig-nas e úteis à sociedade.

São pais vitoriosos.E ainda que os filhos não cor-

respondam plenamente às expecta-tivas, e nem sempre sigam os cami-nhos ideais, não se perde seu es-forço, como semeadura que germi-nará no tempo devido.

...

Há outras tarefas para os des-penseiros de Deus.

O dono de empresa, que temsob suas ordens dezenas de funcio-nários, é responsável por eles, tem odever de criar um ambiente de res-peito e cooperação onde todos sesintam felizes e ajustados.

E na proporção em que umafirma prospera, tem a obrigação defazer com que os funcionários sebeneficiem com um padrão de vidamelhor, com melhores oportunida-des para seus filhos.

As sociedades modernas se or-ganizam, procurando criar mecanis-mos de distribuição de renda, paraque os bens da produção não bene-ficiem apenas alguns, em detrimen-to da maioria.

É um progresso, mas falta opasso decisivo, fundamental, que éa conscientização dos homens dedinheiro, reconhecendo que são res-ponsáveis, perante Deus, pelo bem--estar daqueles que produzem suariqueza.

...

O médico é despenseiro deDeus, chamado a zelar pela saúdehumana. Quando desprendido egeneroso, faz-se suporte para a açãode mentores espirituais, que com

ele realizam prodígios em favor dospacientes.

Mas se ele se empolga pelo di-nheiro, transformando o ideal decurar no interesse em ficar rico, aca-bará incorrendo em graves falhas,praticando atos abomináveis.

Abastada família inauguravaem festa sua ampla e confortávelresidência... Em dado momentoum filho de dois anos caiu na pisci-na, afogando-se.

Um médico dispôs-se a salvá--lo. Esforço ocioso, considerandoque, quando chegou, o garoto tinhaexpirado há vários minutos, confor-me lhe informaram.

Todos admiraram seu empe-nho, que se transformou em indig-nação quando apresentou os ho-norários. Valor astronômico.

Despenseiro indigno, transfor-mou a profissão, com a qual deve-ria colaborar com Deus em fa-vor da saúde humana, num instru-mento de exploração da desgraçaalheia.

No desdobramento dos servi-ços assistenciais, vezes inúmeras sãoencaminhados pacientes pobres amédicos ligados ao Centro EspíritaAmor e Caridade, em Bauru.

Então sentimos o valor do co-nhecimento espírita. É comoventeobservar como confrades médicos,esclarecidos e conscientes, tratamdesses pacientes com todo carinho,sem cogitar de remuneração!

Peço licença, prezado leitor, pa-ra falar de uma experiência pessoal,envolvendo meu pai.

Foi enfermeiro, num tempoem que esses profissionais tinhamum pouco de médico. Trabalhavaem pequeno ambulatório, ondeatendia pessoas com os mais varia-dos problemas de saúde. >

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Além dos exemplos de hones-tidade que legou aos filhos, impres-sionava pelo espírito humanitário.Tivessem seus clientes dinheiro ounão, de todos cuidava.

Era comum comentar, apósum dia de trabalho:

– Hoje só atendi osso!Significava que estivera às vol-

tas com atendimentos gratuitos.Extremamente eficiente, era

sempre solicitado quando havia di-ficuldade em “pegar” uma veia oupassar uma sonda.

Mão abençoada, diziam.É que, despenseiro fiel em sua

profissão, fazia por merecer o apoiodos mentores desencarnados que oassistiam.

...

Por mais humilde seja a funçãoque exercitamos, somos todos des-penseiros de Deus. Há tarefas queo Senhor nos confiou. Algumas oumuitas pessoas precisam de nós.

Quantos benefícios proporcio-na um motorista de ônibus pruden-te e atencioso, conduzindo, com se-gurança, dezenas de pessoas ao seudestino?

E o professor que instrui seusdiscípulos, preparando-os para osdesafios da vida?

E o operário da coleta de lixo,que zela pela limpeza. Poderíamosviver numa cidade sem eles?

Assim, em qualquer setor denossa atividade, somos convocadosperante a família, a profissão, a so-ciedade, a cuidar dos interesses deDeus.

É algo maravilhoso ter essaconsciência, no desdobramento defunções perante a sociedade, consi-derando, intimamente:

– Sou um despenseiro de Deus!O Senhor confia em mim!

A propósito do assunto, valelembrar uma poesia de DouglasMalloch:

Se você não puder ser um[pinheiro no topo da colina,Seja um arbusto no vale, mas

[sejaO melhor arbusto à margem

[do regato.Seja um ramo, se não puder

[ser uma árvore,Se não puder ser um ramo,

[seja um pouco de relva,E dê alegria a algum caminho.

Se não puder ser almíscar, [seja, então, uma tília,

Mas a tília mais viva do lago!Não p od emo s s e r t o d o s

[capitães:Temos de ser tripulação.Há alguma coisa para todos

[nós aqui.E é a próxima a tarefa que

[devemos empreender.Se você não puder ser umaestrada, seja apenas uma senda.Se não puder ser sol, seja uma

[estrela.Não é pelo tamanho que terá

[êxito ou fracasso,Mas seja o melhor, do que

[quer que você seja!

...

A observação final de Jesus ébastante significativa:

Muito será exigido daquele aquem muito é dado; e daquelea quem muito é confiado mais ain-da será reclamado.

Quanto maior a noção quetenhamos a respeito de nossos de-veres como despenseiros de Deus,maior a nossa responsabilidade.

Penso nisso como espírita.A Doutrina avança muito além

das religiões tradicionais no es-clarecimento dos porquês da vida.

Estabelecendo uma compara-ção, diríamos que em relação às rea-lidades espirituais, profitentes deoutras religiões acreditam que há es-trelas além das nuvens.

Nós as vemos, desvendamos oAlém com os poderosos mecanis-mos da mediunidade, que a Dou-trina desdobra e disciplina.

Vi, certa feita, uma propagan-da que exaltava o algo mais que de-terminado produto oferecia aosconsumidores, representando essealgo mais uma qualidade melhor,um aproveitamento maior, umautilização mais eficiente...

O espírita também é chamadoa oferecer algo mais, uma com-preensão maior, uma paciênciamais ampla, uma disposição maisconstante de servir, uma vocaçãomelhor definida para o Bem, sejaem casa, na profissão, nas ativida-des sociais, em face da visão das rea-lidades espirituais que se desdobraao nosso olhar.

Espíritos sofredores que se ma-nifestam nos Centros Espíritas, emconseqüência de seus desatinos naTerra, lamentam:

– Ah! Se eu soubesse!Nós, espíritas, jamais podere-

mos falar assim.E esse algo mais, bem mais,

que a Doutrina Espírita nos ofere-ce, representará apenas acréscimode nossas responsabilidades, se nãocorrespondermos às expectativas deDeus.

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Este artigo poderia ter outros tí-tulos. Poderia chamar-se “co-mo nossos avós”, ou “como

nossos antepassados mais distantesainda”. Isso porque o objetivo deleé justamente refletir sobre o quenos faz ser tão parecidos com osque nos antecederam na viagem davida carnal.

Não pretendo aqui fazer umareflexão doutrinária sobre o aspec-to da reeencarnação, mas sobre ou-tro ângulo, talvez mais afeito à Psi-cologia, porém igualmente de pro-fundo interesse para quem enxergaa vida sob a lente espírita, buscan-do argumentos comparativos paraentender o fenômeno das relaçõesentre as pessoas de uma mesmafamília.

Tenho em mãos o livro Repeti-ções (in)desejadas – uma questãode família1, da assistente social Ivo-ne Placoná Bertin, mestre em Psi-cologia e especialista em terapia decasal e família pela PUC de SãoPaulo.

A autora relata os resultados doatendimento de uma família com-posta por cinco pessoas – mãe equatro filhos –, feito durante a rea-lização do curso de especializaçãosobre dinâmica e processos de mu-danças na família, da referida Uni-versidade.

O atendimento foi feito gratui-tamente durante treze meses, entre1991 e 1992.

A proposta de reflexão apresen-tada pela autora é a seguinte: nossistemas familiares existem certospadrões de funcionamento que,embora sejam identificados e nãodesejados por seus membros, conti-nuam sendo repetidos. Por quemuitas pessoas não conseguem dei-xar de reproduzir hábitos apreendi-dos lá na infância, mesmo sabendoque tudo que queriam era desven-cilhar-se deles de uma vez por to-das?

Quem já não pensou algumavez: “isso que meu pai fazia comigojamais vou fazer com meu filho”,ou “nunca vou repetir esse hábitohorrível de minha mãe com minhafamília”, e, num dado momento,flagrou-se cometendo o mesmo atoque sempre criticou nos pais?

A dificuldade de sair das ca-deias invisíveis que prendem osmembros da prole aos mesmos des-tinos remete a um possível script fa-miliar, que atua inconscientementecomo que cumprindo a tarefa deequilibrar o sistema doméstico. Écomo se, para o funcionamentoadequado do lar, fosse exigida deseus membros a constante observân-cia do enredo da história familiar.

Não me refiro aqui a impulsosindividuais parecidos que este eaquele parente possuem em co-mum, denotando supostas afinida-des decorrentes de vínculos ante-

riores. Atenho-me a um acúmulode gerações em vida, formandouma rede de influências de avós pa-ra bisnetos, trazendo atos e postu-ras que vieram ao longo das gera-ções influenciando silenciosamentetomadas de decisão e condutas, semque os mais novos, muitas vezes,entendessem por que agem destaou daquela forma.

...

A família que Ivone acompa-nhou era composta por Nadir (30anos) e os filhos Rogério (15), Mai-ra (11), Solange (9) e Marta (7).Todos os nomes são fictícios. Tudocomeçou porque Rogério não vinhabem nos estudos e acabou encami-nhado ao atendimento psicológicoda Universidade.

Foi nesse ambiente que a tera-peuta ficou sabendo que Nadir ha-via ficado grávida do garoto aos 15anos de idade. A mãe dela, Edna,avó das crianças, também engravi-dara de Nadir com a mesma idade.Para completar o perfil familiar, aavó Edna nascera quando sua mãe,a bisavó Maria, estava justamentecom 15 anos de vida.

Coincidência ou não, o fato éque as repetições de vivências seme-lhantes e não verbalizadas entre trêsgerações de uma mesma família re-velaram as marcas psicológicas pro-fundas que cada ser humano provo-ca em outro com sua conduta esuas opções. >

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Como nossos pais...Carlos Abranches

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Ivone Bertin me relatou ementrevista pessoal que ao observaresse núcleo familiar, percebeu queexistem alguns padrões de funcio-namento que são repetidos de umageração a outra. São verdadeirosconteúdos psíquicos que podem vira estabelecer um determinado mo-do de funcionar em grupo.

O que mais lhe chamou aatenção foi o fato de as personagensvivas dessa teia de relações parentaisnão terem plena consciência das di-versas tramas em que vieram se en-volvendo, em uma história que nãocomeçou a ser escrita por eles, mas daqual eles faziam parte inexorável.

...

Para aprofundar a compreen-são do tema, é preciso investigar osconceitos de lealdade, ética e jus-tiça. Nesse contexto, lealdade seriaum sentimento de solidariedade ecompromisso que une as necessida-des e expectativas de uma família.Ela implica um vínculo e tem umadimensão ética, além de identificarum comprometimento inconscien-te nas relações intersubjetivas fa-miliares.

Ética aqui significa respeito aooutro, esforço em favor de justiça eigualdade na relação. Justiça signi-fica a distribuição correta dos recur-sos de uma família.

No contexto do livro citado,lealdade foi entendida como umaexpectativa de adesão a certas re-gras, gerando inclusive a ameaçade expulsão de um membro, casoele transgrida as normas ocultas,porém vigentes, do ambiente pa-rental.

...

O livro é instigante e deve serconsultado por quem quer sabermais a fundo a respeito das relaçõesde causa e efeito entre os membrosde uma mesma família. A nós, cabeo dever de investigar os aspectosdoutrinários que ressumam dessasconsiderações. Nosso dever é apren-der com os mais velhos, mas não fi-car escravos de atitudes que eles co-metiam e que nós, por razões deraízes familiares, nos vemos repetin-do, mesmo que em descompassocom nossas novas opções de vida.

É evidente que nem tudo quenossos avós fizeram vai ser repetido

por nós agora. Há a interferência daindividualidade no processo.

O que ressalto é o fato de quealgumas atitudes dos antepassadoscontinuam fomentando impulsosem cada ato nosso de agora. Porque isso? Por que nos pegamos re-petindo posturas ultrapassadas, con-dutas infelizes que antes deploráva-mos, mas que agora voltam com to-da força, nos deixando por vezesenvergonhados pela contradição desermos nós seus protagonistas,quando antes éramos seus críticos?

Na família em estudo, não ca-be a interpretação de que a neta po-

deria ser a avó de volta ao corpo,porque todos estavam encarnadosao mesmo tempo em algum mo-mento da formação desse enredo.

É preciso entender, portanto,que o componente psicológico do-méstico se forma com a colabora-ção de todos os membros da famí-lia, e que cabe a cada um a res-ponsabilidade de investigar qualtem sido a qualidade de sua contri-buição para esse caldo psíquico deemoções e vibrações mentais.

...

A esse respeito, Emmanuelorienta2 que os filhos são as obraspreciosas que o Senhor conferiu aospais, solicitando-lhes cooperaçãoamorosa e eficiente. Ora, se receberencargos desse teor é alcançar no-bres títulos de confiança, conformepensa o benfeitor espiritual, tarefaigualmente elevada é investir fundono autoconhecimento para saberquais elementos emocionais os paisestão deixando para a posteridadefamiliar.

Essa é uma tarefa silenciosa,que só cada pessoa pode cumprirpor si.

Faça sua análise tranqüilamen-te, na certeza de que valem todos osesforços para que você seja umapessoa melhor, mais consciente emais equilibrada diante daquelesque vão continuar a sua e a históriade sua família.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1BERTIN, Ivone. Repetições (in)desejadas – umaquestão de família. Cabral Editora e LivrariaUniversitária, Taubaté, 1. ed. 2004.

2XAVIER, Francisco C. Vinha de Luz, peloEspírito Emmanuel. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB,1981, cap. 134 e 135.

218

O componente

psicológico doméstico

se forma com a

colaboração de

todos os membros

da família

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Glória ao bem“Glória, porém, e honra e paz a

qualquer que obra o bem.”

– Paulo. (Romanos, 2:10.)

A malícia costuma conduzir o homem a falsas apreciações do bem, quando não

parta da confissão religiosa a que se dedica, do ambiente de trabalho que lhe é próprio,

da comunidade familiar em que se integra.

O egoísmo fá-lo crer que o bem completo só poderia nascer de suas mãos ou dos

seus. Esse é dos característicos mais inferiores da personalidade.

O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens. E é atra-

vés do homem bom que o Altíssimo trabalha contra o sectarismo que lhe transformou

os filhos terrestres em combatentes contumazes, de ações estéreis e sanguinolentas.

Por mais que as lições espontâneas do Céu convoquem as criaturas ao reconheci-

mento dessa verdade, continuam os homens em atitudes de ofensiva, ameaça e des-

truição, uns para com os outros.

O Pai, no entanto, consagrará o bem, onde quer que o bem esteja.

É indispensável não atentarmos para os indivíduos, mas, sim, observar e com-

preender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles.

Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? que interessam a sua

nacionalidade, o seu nome, a sua cor? Anotemos a mensagem de que são portadores.

Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas

se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a

honra de Deus.

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004,cap. 42, p. 99-100.

ESFLORANDO O EVANGELHOEmmanuel

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Você, que é tarefeiro do bem,responsável pela Reunião Pú-blica da Casa Espírita, cuide

para que eles, esses nossos irmãosdo mundo de expiações e provasem que vivemos, cheguem ao espa-ço acolhedor da sala de palestras,onde você já terá chegado muitoantes, em regime de preparação pa-ra recebê-los com carinho e aten-ção. Como nós, eles merecem aten-ção, pois são Espíritos encarnados,filhos de Deus.

Antes do encaminhamento pa-ra o Atendimento Fraterno, da in-dicação para o Tratamento Mediú-nico, da orientação para o EstudoSistematizado etc., o dirigente daReunião Pública precisa realizar umbreve encontro, fundamental paraque os irmãos que estão chegandopossam ser bem recebidos dentroda Instituição. Do mesmo modoque não gostamos de ser meramen-te triados, quando precisamos in-gressar em um evento de nosso in-teresse, não vamos fazer deste breveencontro uma mera distribuição de“pacientes” para cá, para lá e paraacolá. Porque são pessoas, seres hu-manos que, como você, tambémtêm sentimentos.

Cuide para que eles se sintam

mais confiantes na Casa Espírita,embora com suas características ins-táveis, indecisos, ainda sem teremcerteza se ficam ou se vão, naquelefluxo irregular, aparentemente, tãosem valia. Será sempre positivo quevocê tenha paciência com eles,principalmente com aqueles que seencontram em estado de adoeci-mento espiritual, quando tudo pa-rece carecer de uma solução urgen-te para os seus graves problemas.Como você não desconhece, elesprecisarão vivenciar um longo pro-cesso de abertura de possibilidadesfecundas de aprendizado e confor-to espiritual, junto ao Espiritismo.E esse tempo não nos pertence.Não foi do dia para a noite que aDoutrina Espírita passou a fazerparte de sua maneira de ser, e, por-tanto, você teve um tempo especí-fico para que pudesse amadureceradequadamente ao contato com oEspiritismo.

Cuide para que eles entrem pe-la porta da frente da Casa Espírita:a Reunião Pública Doutrinária.Ofereça a sua atenção, o fruto deseu estudo e de seu conhecimentoespírita, mas que o espírito da Ca-ridade esteja presente em tudo oque você faz, através de sua ação oude seu pensamento. Há muita fobiasocial, pânico e obsessividade com-pulsiva na sociedade contemporâ-nea e esses nossos irmãos precisamde conforto e atenção generosa.Lembre-se de que tudo isso que so-

frem é decorrente, originariamente,do medo ante o que não podemcontrolar, em conjunção com umacrise de fé sem precedentes, redun-dando em estados alterados de hu-mor, ansiedade ou depressão. O co-nhecimento espírita, a fé racioci-nada e a fraternidade serão os antí-dotos de que precisam para se esta-bilizarem ante as duras provas da vi-da. Sentem a vigência do medo emseus diversos níveis, e, nós, dirigen-tes espíritas, enquanto Espíritos en-carnados que somos, já os experi-mentamos de algum modo. Ajudá--los significa ajudar-nos também.Lembre-se que o maior usufrutuá-rio do bem que se faz aos outros éexatamente aquele que o pratica.

Cuide para que eles fiquem co-mo puderem, obedecidos os limitesestabelecidos pela Instituição Espí-rita, mas compreenda que, emborapermaneçam silenciosos, ali senta-dos naquelas cadeiras da sala de pa-lestras, em muitos casos, isso podeser só aparência; muitas pessoas háque, ainda, não conseguem deixarde manter o psiquismo desarvora-damente lá fora, onde residem osinteresses mais caros ao seu coração.Alguns, ainda vinculados aos for-malismos e posturas externas das re-ligiões tradicionais, têm dificulda-des para orar, realizando uma precegenuinamente do coração. Por isso,o silêncio antes e depois da reuniãoé uma providência extremamentesalutar em benefício daqueles que

Cuidado de um breve encontroJulio Cesar de Sá Roriz

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visitam a Casa Espírita pela primei-ra vez. Assim como nos sentimosdesconfortáveis quando há excessode ruído próximo ao local onde nosrecolhemos para viver o momentodelicado de nossa prece, eles tam-bém se sentem incomodados com oexcesso de conversas.

Cuide para que eles estejamcom você pessoalmente, no breveencontro, antes ou depois da Reu-nião Pública. Dirigente, diretor,presidente e conselheiro são traba-lhadores do bem e devem aproxi-mar-se do povo freqüentador, parao qual a Casa foi estatuída. Esta é ahora de servir, ou seja, vir para serum cuidador. E você, dirigente, é ocuidador da reunião. Por isso, pro-cure estar disponível ao encontrocom eles. Por detrás destes brevesencontros há todo um esforço daEspiritualidade Maior no sentidode aproximá-los do Espiritismo,através dos espíritas que trabalhamde boa vontade na Instituição. An-tes, eles podem ter experimentadoalguns caminhos complexos e ago-ra pode ser que um sem-númerode Entidades orientadoras estejammobilizando recursos eficazes paraque eles tomem um novo rumo. Eelas contam com sua disponibilida-de para orientá-los. Melhor será quevocê, dirigente da reunião, sejamesmo a parte mais segura comque a Espiritualidade conta, na Ter-ra, para encaminhá-los, com suces-so, ao progresso espiritual indis-pensável. Por isso, antes de se preo-cupar em arranjar um espaço físicopara que este breve encontro acon-teça de fato, ofereça, com bonomia,sua melhor disponibilidade: o espa-ço psíquico favorável para ouvir oque ele precisa dizer. Por isso, espí-rita que trabalha em direção de

Reunião Pública Doutrinária preci-sa gostar das pessoas e dispor-se aouvi-las em seus momentos difíceis.Elas podem ser muito sofridas, àbeira do suicídio, trazendo o cora-ção muito machucado, em plenadepressão, assediadas ou não porEspíritos doentes. Ajude naquiloque lhe apresentam no momento eofereça condições para que elas pos-sam falar do que precisam dizer demais urgente e significativo. De-pois, se for o caso, você deve en-caminhá-las para o serviço de Aten-dimento Fraterno ou outro deter-minado serviço doutrinário da Ins-tituição. E isso não é válido tão-so-mente para o dirigente da ReuniãoPública: todos os espíritas que seafiliam nos serviços voluntários daseara espírita são tarefeiros do bema serviço da Caridade. Para nós,muitas vezes, podem pouco signifi-car alguns minutos de nossa aten-ção, mas para o que necessita fazmuita diferença, pois pode salvarsua vida. Qual de nós não gostariade ser bem recebido nos duros mo-mentos de necessidade? Eles tam-bém...

Cuide para que eles usufruama simplicidade da organização for-mal que a sua Casa propicia. A for-malidade administrativa da CasaEspírita, apesar de ser importante,precisa ter o seu valor relativizadono rol de suas prioridades. Seja fielneste mínimo, para ser confiável nomáximo, e o máximo está direta-mente relacionado com os resulta-dos da Casa, no serviço da Carida-de e do Conhecimento Espírita.Estes resultados serão sempre medi-dos em nós e em outrem, nuncanos balanços estatutários. Na CasaEspírita, há uma Lei Maior regen-do as condutas dos tarefeiros do

bem e que é maior do que todasas leis dos homens juntas: a Lei deDeus impressa na Consciência. Ne-nhum de nós se sentiria bem, imer-so no ambiente familiar do lar, mascom a obrigação de só exercer rela-ções administrativas e financeirascom o próprio pai ou mãe, irmãoou irmã consangüíneos, na condi-ção de meros sócios de uma “em-presa familiar”, tendo que dar con-ta, o tempo todo, dos negóciosadministrativos nos encontros afe-tivos, almoços, jantares e aniver-sários.

Cuide para que eles façam ân-cora na Instituição em que você tra-balha e que propicia tanto conheci-mento e conforto espiritual aosencarnados e desencarnados. A Ca-sa Espírita é a representação viva doEspiritismo na Terra, quando deacordo com o fio de prumo dasObras Básicas de Allan Kardec. OEspiritismo é o único referencial aque devemos, sinceramente, credi-tar todos os sucessos do Movimen-to Espírita. Nenhum de nós, por is-so, deve-se colocar em posição dedestaque, pois a identificação pes-soal que os necessitados possam fa-zer é algo asfixiante, tornando-osdependentes de sua presença. Nin-guém é indispensável no Movimen-to Espírita.

Cuide para que eles, após obreve encontro com você, conhe-çam melhor os espíritas trabalhado-res, os serviços da Casa e o Espiri-tismo nos seus fundamentos dou-trinários. Pode ser, no entanto, quealguns freqüentadores das ReuniõesPúblicas desejem, por enquanto, fa-zer parte da multidão dos incógni-tos, recolhidos no silêncio interiorda meditação ou da timidez, dopreconceito ou da ignorância, do

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medo ou da angústia. Eles têm odireito de optar por não conversar,não falar ou não se expor. O impor-tante é o tarefeiro do bem saberpercebê-los com cuidado, para quenão se sintam invadidos ou inco-modados. Seja como for, quandoeles desejarem abrir os própriosolhos à realidade que os cerca, quevejam o sorriso amigo do tarefeirodo bem que diz, sem palavras:“Amigo! estamos aqui disponíveis!”Assim como nos sentimos enleva-dos diante da presença de queridosorientadores da Vida Maior quenos cobrem de fluidos salutares emnossos momentos de recolhimentoe silêncio, os freqüentadores daReunião Pública podem desejartambém receber, em silêncio, o ali-mento espiritual tonificante de quenecessitam para suas almas.

Cuide para que eles, em semantendo com suas convicções re-ligiosas, possam ser atendidos mes-mo assim. Se, por enquanto, nãoapresentam a indispensável dispo-nibilidade interna para uma melhorcompreensão do Espiritismo, quesejam respeitados em seus credos ecrenças, suas igrejas e templos. Oexpositor que promove uma pales-tra respeitosa e educativa, sem tis-nar a pureza doutrinária, conseguemuito mais atenção dos expecta-dores. O Espiritismo não é o únicomanancial de que a Humanidadedispõe para que os filhos de Deustenham melhor sorte nesta e na vi-da futura (ver questão 982 de O Li-vro dos Espíritos). Como muitosainda estão profundamente vincu-lados ao viés da religião de origem,carecem de mais tempo de convi-vência com os espíritas, no EstudoSistematizado da Doutrina Espíri-ta, por exemplo, até o momento

em que percebam que o Espiritis-mo pode fazer sentido em suas vi-das. Por isso, em cada reunião pú-blica, será salutar a indicação verbaldos estudos e serviços disponíveisna Casa. É contraproducente queos oradores façam conotações nega-tivas de outras crenças, pois aos ou-vidos sensíveis do povo oriundo de-las, mais se assemelharão a umconvite de saída pela primeira por-ta que encontrarem e, o que é pior,serão induzidos ao afastamento to-tal do Espiritismo. É preciso sem-pre lembrar que toda religião temseu fundamento na prática do beme que não gostamos quando algumprofitente de outra doutrina falamal do Espiritismo e dos espíritasna nossa frente.

Cuide para que eles se sensibi-lizem quanto à Caridade cristalinado Espiritismo, procurando vocêvivê-la integralmente. Mesmo queeles estejam alterados, mantenha-sefirme e sereno, ciente de que “árvo-re que dá frutos é a que leva maispedrada”. Deus sabe que envolvi-mentos espirituais estão em jogonesse momento e a sua parte deveser aquela com que os Espíritos Su-periores mais contam para que osque chegam possam aprumar-se navida. Cada um deles leva um tem-po específico para consolidar os lu-minosos conceitos do Espiritismo.Cada semente lançada pode germi-nar em qualquer tempo, e esse tem-po, como dissemos, não nos per-tence, efetivamente. Mais tarde, elescompreenderão que o modelo daHumanidade é Jesus, como nos diza questão 625 de O Livro dos Espí-ritos. Até chegarem a esta compre-ensão, atravessarão momentos dereceio, dúvidas, vacilações, testemu-nhos e, com o estudo dos postula-

dos da Doutrina Espírita, sairão doestado de crença para o de lógicameridianamente clara do Espiri-tismo. Será muito importante a suapresença, como tarefeiro do bem daCasa Espírita, em todos esses mo-mentos, do mesmo modo que nossentimos reconfortados quando noscertificamos de que não estamos sósem nossos empreendimentos es-pirituais.

Cuide, portanto, que eles fi-quem na Casa Espírita, vivencian-do com você a Causa Espírita, emtodas as etapas de que necessitempara que a sua iluminação interiorpossa constituir-se de dentro parafora, pois que, afinal, é a mesmailuminação de que nós sempre care-cemos. Sabemos que nosso passadoreencarnatório pode ter sido poucorecomendável e que nosso presentepede-nos esforços contínuos de evo-lução espiritual. Assim como, umdia, os nossos orientadores espiri-tuais se acercaram de nós e, cari-nhosamente, nos indicaram o cami-nho do Evangelho de Jesus à luz doEspiritismo, codificado por AllanKardec, nós devemos receber bemo irmão que chega à Casa Espírita,carente deste mesmo roteiro. Domesmo modo que, em épocas pas-sadas, talvez num breve encontro,fomos ajudados por anônimos daVida Maior que não mediram es-forços para investir em nós, o Ho-mem de Bem e a Mulher de Bemque carecemos desenvolver, hoje,em nosso próprio benefício. En-quanto dirigentes de Casa Espírita,guardadas as devidas proporções,façamos o mesmo em benefício da-queles que lá comparecem, precisa-dos também de um breve encontro,ensejo de possibilidades de transfor-mações espirituais significativas.

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Chamou-me a atenção o casode Terri Schiavo, uma mulherda Flórida-EUA que permane-

cia em estado vegetativo há 15 anose que foi desconectada do tubo quea alimentava, depois de um inten-so debate entre seus familiares, ogoverno americano e os tribunais.Segundo especialistas, ela pode le-var até duas semanas para morrer,sem alimentação.1 O que acabouacontecendo.

É preocupante a revelação dealguns médicos, de que a eutanásiaé prática habitual em UTIs doBrasil, e que apressar, sem dor ousofrimento, a morte de um doenteincurável é ato freqüente e, muitasvezes, pouco discutido nas UTIs dehospitais brasileiros.2 Apesar de aAssociação de Medicina IntensivaBrasileira negar que a eutanásia se-ja freqüente nas UTIs, existemaqueles que admitem razões maispráticas, como a necessidade de va-ga na UTI para alguém com chan-ces de sobrevivência, ou a pressão,na Medicina privada, para diminuircustos.

Médicos e especialistas embioética defendem, na verdade, umtipo específico de eutanásia, a orto-tanásia, que seria o ato de retirarequipamentos ou medicações queservem para prolongar a vida deum doente terminal. Ao retirar es-ses suportes de vida, mantendo ape-nas a analgesia e tranqüilizantes,espera-se que a natureza se encar-regue da morte.3

Por definição a palavra eutaná-sia vem do grego, significando “boamorte” ou “morte apropriada”. Otermo é de Francis Bacon que, em1623, em sua obra Historia vitae etmortis, a definiu como sendo o“tratamento adequado às doençasincuráveis”. Diversas são as expres-sões utilizadas como sinônimas, po-dendo ser citadas “boa morte”, “sui-cídio assistido”, “eutanásia ativa”. Oseu antônimo é “distanásia”4 que,por sua vez, vem a ser a utilizaçãodos meios adequados para trataruma pessoa que está morrendo. Ba-seada em valores humanitários, emque a ética médica visa a prolonga-

ção da vida, em seu máximo pos-sível.

Para alguns médicos a palavraeutanásia ficou estigmatizada, e aspessoas têm medo de usá-la. Des-tarte, crêem necessário que uma le-gislação estabeleça critérios e con-dutas éticas para uma morte semsofrimento. Porquanto a morte éum preço que merece ser pago parao alívio da dor, consoante atestaum professor de ética da Faculdadede Medicina de uma importanteUniversidade brasileira. Para eledeve-se aceitar a eutanásia em situa-ções de doenças incuráveis, uma vezque a“tendência é de não manter avida a todo custo”. 5

A eutanásia vem suscitandocontrovérsias nos meios jurídicos,lembrando, no entanto, que a nos-sa Constituição assegura o direito àvida (art. 5o) e o Direito Penal Bra-sileiro é incisivo e conclusivo: cons-titui assassínio comum.6 Nas hostesmédicas, sob o ponto de vista daética da Medicina, a vida é conside-rada um dom sagrado e, portanto,

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Somente Deus tem o direito de dispor da vida humana

Jorge Hessen

1Publicado no Correio Braziliense, 19/3/2005.2Publicado na Folha de S.Paulo, 19/3/2005.

3Idem.4Distanásia para alguns significa prolonga-mento exagerado da morte de um paciente ou,até mesmo, pode ser empregado como sinô-nimo de tratamento inútil. Para alguns espe-cialistas é uma atitude médica que, visando sal-var a vida do paciente terminal, submete-o agrande sofrimento.

5Publicado na Folha de S.Paulo, 19/3/2005.

6Previsto na Constituição Federal, artigo 5o,“caput”, a principal característica do direito àvida vem a ser sua indisponibilidade. A vida,dom divino que é, há que ser preservada em to-da e qualquer circunstância, sendo inconcebí-vel sua eliminação quer pelo homem, quer pe-lo Estado.

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é vedada ao médico a pretensão deser juiz da vida ou da morte de al-guém. A propósito, é importantedeixar consignado que a AssociaçãoMundial de Medicina, desde 1987,na Declaração de Madrid, conside-ra a eutanásia como sendo um pro-cedimento eticamente inadequa-do.

No aspecto moral ou religioso,sobretudo espírita, lembremos quenão são poucos os casos de pessoasdesenganadas pela Medicina oficiale tradicional, que procuram outrasalternativas e logram curas espeta-culares, seja através da imposiçãodas mãos, da fé, do magnetismo, dahomeopatia, ou propósitos de mu-danças comportamentais. Não sãopoucos os casos de criaturas comquadros clínicos de doenças incurá-veis e desenganados em que o mag-netismo posto em atividade pelaimposição das mãos conseguiu mo-dificar o diagnóstico médico e res-tabelecer o campo celular.

Allan Kardec indaga aos Ben-feitores espirituais se o homem temo direito de dispor da sua própriavida e os Espíritos esclarecem quesó a Deus asssiste esse direito. 7 Nin-guém tem o direito de tirar uma vi-da, somente a Deus cabe esta de-cisão. A eutanásia é uma forma deinterromper uma expiação daqueleEspírito que sofre como paciente ter-minal. Seus parentes, pensando queestão aliviando suas dores, solicitama eutanásia, mas é um ledo enga-no, pois estão praticando um crimecontra a vida e não consideram queos sofrimentos morais são maioresque os sofrimentos materiais e esteEspírito deve resgatar suas dívidas.

Emmanuel explica que (...) portrás dos olhos baços e das mãos des-falecentes que parecem deitar o úl-timo adeus, apenas repontam avi-sos e advertências para que o erroseja sustado ou para que a senda sereajuste amanhã.8 E ante o leito dadoença mais difícil e mais dolorosa(...) brilha o socorro da InfinitaBondade facilitando, a quem deve,a conquista da quitação. .................................................

Não desrespeites, assim, quemse imobiliza na cruz horizontal dadoença prolongada e difícil, ad-ministrando-lhe o veneno da mor-te suave, porquanto, provavelmen-te, conhecerás também mais tarde

o proveitoso decúbito indispensávelà grande meditação.9

Não cabe ao homem, em cir-cunstância alguma, ou sob qualquerpretexto, o direito de escolher e de-liberar sobre a vida ou a morte deseu próximo, e a eutanásia, essa fal-sa piedade atrapalha a terapêuticadivina, nos processos redentores dareabilitação. Os espíritas sabemosque a agonia prolongada pode terfinalidade preciosa para a alma ea moléstia incurável pode ser, emverdade, um bem. Nem sempre co-nhecemos as reflexões que o Espíri-

to pode fazer nas convulsões da dorfísica e quantos tormentos lhe po-dem ser poupados em um relâmpa-go de arrependimento.

A eutanásia interrompe o pro-cesso depurativo da enfermidade,impondo ao doente crônico sériasdificuldades, inclusive no retornoao plano espiritual. Ademais, os fa-miliares que buscam tal recurso“piedoso”, na realidade, encontram--se apenas e indevidamente ansiosospor libertar-se do compromisso eda responsabilidade de ajudar, sus-tentar e amar seu ente querido.

A rigor, o câncer pode sero meio de expungir as trevas quepovoam o coração, impedindo-lhemaior entendimento da vida. A pa-ralisia e a loucura, o pênfigo e a tu-berculose, a idiotia e a mutilação,quase sempre, funcionam por aben-çoado corretivo, em socorro do Es-pírito que a culpa ensandeceu ouensombrou na provação expiatória.Desta forma, respeitemos a dorcomo instrutora das almas e, semvacilações ou indagações descabi-das, amparemos quantos lhes expe-rimentam a presença constrangedo-ra e educativa. Lembrando sempreque nos compete tão-somente o de-ver de servir, porquanto a Justiça,em última instância, pertence aDeus, que distribui conosco o alívioe a aflição, a enfermidade, a vida e amorte, no momento oportuno.

O verdadeiro cristão porta-sesempre em favor da manutenção davida e do respeito em relação aosdesígnios de Deus, buscando não sóminorar os sofrimentos do próximo(sem eutanásias, claro!), mas tam-bém, confiando na justiça e na bon-dade divinas, até porque nos Esta-tutos de Deus não há espaço para ainjustiça.

26

7KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Riode Janeiro: FEB, 1999, questão 944.

8XAVIER, Francisco Cândido. Religião dos Es-píritos. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005,“Sofrimento e eutanásia”, p. 59-60.9Idem, ibidem.

O verdadeiro cristão

porta-se sempre em

favor da manutenção

da vida

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Reformador/Junho 2005 27

Aespiral de violência que temocorrido em algumas partesdo Planeta só encontra satisfa-

tória explicação na ignorância dascoisas espirituais. Ao se tentar ana-lisar tais acontecimentos sob o pon-to de vista dos seus protagonistas,deparamo-nos, em dado momen-to, com a falta de paciência e hu-mildade, ou com a intransigên-cia extremada, ou ainda com o or-gulho ferido dos supostos prejudi-cados.

Apesar de já nos encontrarmosem pleno século XXI, o homemcontinua apegado às reações bárba-ras contra os seus semelhantes. Pormeio da prática agora corriqueira deações terroristas, observamos umapletora de iniciativas desse jaez quequase sempre culminam em san-gue, mortes e destruição. A sanhaassassina dos terroristas não tem li-mites e nem misericórdia. Não têmsido poucos a dar cabo das própriasvidas – menoscabando a supremaconcessão divina –, motivados porum discurso irracional ou por umdesejo de vindita próprio dos indi-víduos mentalmente perturbadosou que não conhecem a justiça ce-lestial.

Arvorar-se à condição de juiz,sem a respectiva procuração divina,coloca a suposta vítima em situaçãotão ou mais desajustada do que ado agressor. Assim, é assaz pesarosover crianças nutridas pelo sentimen-to de ódio, conforme se observa nasimagens procedentes do Oriente

Médio. Crianças que, em vez de es-tarem nas escolas ou brincando,estão paramentadas militarmente,empunhando armas de fogo a bran-dir palavras de ordem contra seus“inimigos”. Na terrível condição desoldados do mal são, portanto, futu-

ros candidatos a “mártires”, e enfren-tarão a dor e a revolta em conse-qüência dos seus atos tresloucados.

Convém acrescentar que essasinfelizes criaturas humanas são, aci-ma de tudo, joguetes nas mãos desagazes prepostos das trevas que asludibriam com falsas promessas.Diante disto, podemos imaginarquão lancinantes devem ser os so-frimentos dos homens e mulheres--bomba, que ao desencarnarem, sedeparam com uma realidade total-mente diversa da prometida, con-soante a máxima: “Quem com o fer-ro fere com o ferro será ferido.” Emdecorrência, embora não tenhamosconhecimento de obra espírita quetrate especificamente deste assunto,podemos avaliar os terríveis padeci-mentos que os perpetradores de tãoimpiedosos atos devem estar sofren-do.

Não aprendemos ainda infeliz-mente a elementar lição de que aviolência só gera a violência. A leimosaica, que prega “o olho por olhoe o dente por dente”, fielmente se-guida por muitos povos ainda, sótem trazido dor, lágrimas e ressen-timentos. Convém recordar que aspendências entre países podem per-feitamente ser arbitradas pelos or-ganismos internacionais, que foramcriados para isso. >

225

Violência mundial: Desconhecimento

da realidade espiritualAnselmo Ferreira Vasconcelos

As pendências entre

países podem

perfeitamente

ser arbitradas

pelos organismos

internacionais,

criados

para esse

fim

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Há, é verdade, nações que sejulgam acima do bem e do mal,não respeitando as deliberações detais Instituições quando seus inte-resses são contrariados. Ao procederassim, elas estão dando um péssimoexemplo, assim como atraindo an-tipatia e indignação dos demais paí-ses. As implicações destas posiçõesjá são observadas em degradantesataques suicidas.

Por outro lado, o homem mo-derno não divisou ainda as finalida-des sacrossantas da vida. Portadorde um mórbido sentimento atávi-co, tudo enxerga pelo prisma daposse e conquista, não reconhecen-do em seu interlocutor alguém quemerece igualmente o direito a serfeliz. A intervenção terrorista desco-nhece que “a cada um será dado se-gundo as suas obras”. Os povos su-postamente lesados deveriam con-fiar na ação do tempo, que se en-carrega de despertar até mesmo oscorações mais empedernidos. Re-cordemos que a força do amor de-ve permear tudo. Não é por outrarazão, aliás, que Jesus recomendavao amor a Deus sobre todas as coisase ao próximo como a nós mesmoscomo roteiro seguro para o progres-so do Espírito.

Por isso, o Evangelho é, a pro-pósito, o instrumento basilar para aeliminação das divergências hu-manas. Nele todos os homens e po-vos encontram sólidas diretrizes pa-ra que questões fronteiriças, econô-micas, religiosas, sociais e políticaspossam ser solucionadas de manei-ra pacífica. No entanto, a Humani-dade ainda não conseguiu assimilartodo o seu teor no âmago da alma,e a violência crescente em váriaspartes do Planeta reflete esse des-conhecimento.

Como parte da comemoração do Bicentenário de Nascimento deAllan Kardec, promovida pela Federação Espírita do Distrito Federal, Di-valdo Pereira Franco realizou, na manhã de 17 de abril passado, na SedeCentral da Federação Espírita Brasileira, em Brasília, um Encontro comcerca de 600 dirigentes e trabalhadores das casas espíritas do Distrito Fe-deral. O Grupo Takto executou, na abertura da reunião, músicas clássicase contemporâneas, preparando o ambiente espiritual. Divaldo, em sua ex-posição, fez importantes considerações sobre a atitude do dirigente espí-rita perante a Doutrina e na administração de suas instituições. Em segui-da, respondeu a perguntas dos participantes do evento. (Ver p. 15)

Encontro com Divaldo

na FEB, em Brasília

Mesa (esq./dir.): Divaldo Franco, Altivo Ferreira,Cesar de Jesus Moutinho e Cecília Rocha

Dirigentes e trabalhadores lotam o auditório

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Teresina, capital do Piauí, se-diou a XIX Reunião Ordinária daComissão Regional Nordeste doConselho Federativo Nacional, daFederação Espírita Brasileira, no pe-ríodo de 8 a 10 de abril deste ano.Compareceram todas as Federativasda Região: Federação Espírita doEstado de Alagoas (7 pessoas); Fe-deração Espírita do Estado da Ba-hia (7); Federação Espírita do Esta-do do Ceará (11); Federação Es-pírita do Maranhão (10); FederaçãoEspírita Paraibana (8); FederaçãoEspírita Pernambucana (8); Federa-ção Espírita do Rio Grande doNorte (9); Federação Espírita doEstado de Sergipe (8); e a anfitriãFederação Espírita Piauiense, com21 participantes e 14 colaboradoresnas atividades de apoio. A equipeda FEB contou com o Presidente emais 15 integrantes. Total de parti-cipantes da Reunião: 105. Fez-se re-presentar a Cruzada dos MilitaresEspíritas pelo Cel. Lucimar Pereirade Souza, que integra a Diretoria daFEPI.

Sessão de Abertura

A Sessão de Abertura teve iní-cio às 20 horas de sexta-feira (dia8), com a prece e a saudação aospresentes pelo Presidente da FEPI,Ornálio Bezerra Monteiro, sendodirigida pelo Coordenador da Co-missão Regional. Palestra: A pales-tra sobre o relançamento das Cam-panhas Em Defesa da Vida, Viverem Família e Construamos a Paz

Promovendo o Bem! foi desenvolvi-da por Antonio Cesar Perri de Car-valho, da FEB, havendo interaçãocom o público.

Em seguida, o Coordenadorinstalou a Reunião Geral, prestouesclarecimentos sobre a Pauta dostrabalhos e promoveu a apresenta-ção individual dos participantes.

Reuniões Setoriais

Na manhã de sábado (dia 9),realizaram-se, simultaneamente, asseguintes Reuniões Setoriais: dosDirigentes; das Áreas: Atendimen-to Espiritual no Centro Espírita;Atividade Mediúnica; Comunica-ção Social Espírita; Estudo Sistema-tizado da Doutrina Espírita; Infân-cia e Juventude; e Serviço de As-sistência e Promoção Social Espí-rita.

Reunião dos Dirigentes

Participaram desta reunião: pe-la FEB – Nestor João Masotti (Pre-sidente), Altivo Ferreira (Coordena-dor), Edinólia Pinto Peixinho (Se-cretária, substituindo Francisco Bis-po dos Anjos), Antonio Cesar Per-ri de Carvalho e Evandro NoletoBezerra (Assessores); pelas Federati-vas Estaduais, seus Presidentes –Alagoas, Sebastião Geraldo da Sil-va; Bahia, Creuza Santos Lage; Cea-rá, Olga Lúcia Espíndola FreireMaia; Maranhão, Ana Luiza Naza-reno Ferreira; Paraíba, José Rai-mundo de Lima; Pernambuco, Sô-nia Maria Arruda Fonseca; Piauí,Ornálio Bezerra Monteiro; RioGrande do Norte, Sandra MariaBorba Pereira; Sergipe, Júlio CésarFreire Góes. Os Dirigentes estavamacompanhados de Assessores. >

FEB/CFN - COMISSÕES REGIONAIS

Reunião da Comissão Regional Nordeste

Sessão de Abertura: Palestra pública

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Os trabalhos foram iniciadoscom a análise e aprovação da Ata dareunião anterior, seguidos do examee aprovação da nova metodologiaproposta para os trabalhos da Co-missão Regional, destinada a darmelhor aproveitamento ao tempo etornar mais dinâmicas as ReuniõesSetoriais e Plenária.

As Federativas relataram as ati-vidades desenvolvidas com relaçãoao Projeto Ação da Casa Espíritaante os avanços e necessidades espi-rituais do homem – tratado na reu-nião de 2004 –, expressando, nasua maioria, a dificuldade de avaliá--la em nível de Casas Espíritas, sen-do que Pernambuco, em virtude dehaver analisado o projeto em con-junto com os Centros Espíritas,agora tem facilidade de fazer suaavaliação.

O assunto da reunião – Prepa-rar o Centro Espírita para interagirno processo federativo, na sua con-dição de unidade fundamental do

Movimento Espírita – foi comenta-do pelas Federativas, que relataramalguns procedimentos nesse senti-do; a Federação Espírita do Estadoda Bahia apresentou um elenco depropostas que resultaram na elabo-ração de um projeto operacionalpara atingir os objetivos pertinentesao assunto, culminando com a pro-posta do Curso de Formação deTrabalhadores da Unificação, queserá realizado em Recife, nos dias24 e 25 de setembro do correnteano. O Curso usará como eixos te-máticos o pensamento de Kardecna Viagem Espírita em 1862, des-dobrado em Unidade Doutrinária,União dos Espíritas e Organizaçãodo Movimento Espírita.

Foram tratados, ainda, os se-guintes assuntos: AssessoramentoJurídico-Administrativo às CasasEspíritas; Sugestões para a revisãodo opúsculo Orientação ao CentroEspírita, aprovado pelo ConselhoFederativo Nacional e editado pela

FEB; e Censo Espírita (hipótese detransformação do Censo em Cadas-tro das Instituições Espíritas, atra-vés da Internet).

A próxima reunião será realiza-da em João Pessoa (PB), no períodode 7 a 9 de abril de 2006, com omesmo assunto supra: Preparar oCentro Espírita para interagir noprocesso federativo, na sua condi-ção de unidade fundamental doMovimento Espírita.

Sessão Plenária

Na manhã de domingo, dia10, realizou-se a Sessão Plenária,iniciada com uma prece, havendo orelato sucinto das atividades desen-volvidas nas seguintes ReuniõesSeccionais:

Reunião dos Dirigentes: A Se-cretária dos trabalhos, Edinólia Pin-to Peixinho, fez um relato dos prin-cipais assuntos tratados.

Área do Atendimento Espiri-

Sessão Plenária: Aspecto parcial da Mesa,quando falava o Presidente da FEB

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tual no Centro Espírita, coordena-da por Maria Euny Herrera Masot-ti. Assunto da reunião: Técnicas deEntrevistas no Atendimento Frater-no. Assunto para a próxima reu-nião: Técnicas de Sensibilização etreinamento dos trabalhadores daárea do Atendimento Espiritual, vi-sando à qualidade na tarefa.

Área da Atividade Mediúnica,coordenada por Marta Antunes deOliveira Moura, com assessoria deEdna Maria Fabro. Assunto da reu-nião: Sugestões de procedimentos eroteiros para a prática mediúnica.Asssunto para a próxima reunião:Minitreinamento sobre – A Dinâ-mica da Manifestação dos Espíritosna Reunião Mediúnica.

Área da Comunicação SocialEspírita, coordenada por MerhySeba, com assessoria de Sônia Regi-na Ferreira Zaghetto. Assunto dareunião: O Espiritismo na TV: de-safios e oportunidades. Assunto pa-ra a próxima reunião: Formação deEquipe e Treinamento para Otimi-zação da Comunicação Social Es-pírita. Foi aprovada a realização doEncontro Nacional de Comunica-ção Social Espírita, em Brasília, noperíode de 16 a 18 de julho de2006.

Área do Estudo Sistematizadoda Doutrina Espírita, coordenadapor Cecília Rocha, com assessoriade Elzio Antônio Procópio. Assun-to da reunião: Campanha de inte-riorização do ESDE. Assunto para apróxima reunião: Censo; Interiori-zação; Minicurso.

Área da Infância e Juventude,coordenada por Rute Vieira Ribei-ro, com assessoria de Miriam Lú-cia Herrera Masotti Dusi. Assuntoda reunião: Campanha de Interio-rização do Trabalho da Infância e

da Juventude. Assunto para a pró-xima reunião: Acompanhamentoda Execução dos Projetos Elabora-dos no IV Encontro de Diretoresde DIJ, com foco na Interiorizaçãodas Ações de Evangelização.

Área do Serviço de Assistênciae Promoção Social Espírita, coor-denada por José Carlos da Silva Sil-veira, com assessoria de Maria deLourdes Pereira de Oliveira. Assun-to da reunião: Resultados da apli-cação do Manual do SAPSE pelosCentros Espíritas. Assuntos para apróxima reunião: 1) Realização decursos intensivos de capacitação detrabalhadores para as atividades doSAPSE; 2) O SAPSE nas Campa-nhas: Viver em Família, Em Defe-sa da Vida e Construamos a PazPromovendo o Bem!

Concluídos os relatos, os Diri-gentes das Federativas e o Presiden-

te da FEB fizeram a avaliação dostrabalhos, emitindo opiniões sobrea nova metodologia e os resultadosobtidos nas reuniões setoriais, todaselas positivas.

No encerramento da Reunião,os Presidentes visitantes proferirampalavras de despedida, nas quaissalientaram o ambiente fraterno eo esmero da organização, propicia-dos pela direção e os trabalhado-res da Federação Espírita Piauien-se. O Presidente da FEPI agrade-ceu aquelas manifestações e apre-sentou o seu grupo de colabora-res no evento. O Presidente NestorMasotti apresentou o agradecimen-to da FEB em nome de sua equipee, a seguir, com a prece proferidapelo Presidente da Federação Espí-rita Paraibana, anfitriã da próximareunião, foram encerrados os tra-balhos.

Esse teu dia Paulo Nunes Batista

Esse teu dia, esse teu dia de hoje,nunca mais voltará, na Onda da Vidaque para sempre passa e assim nos fogena Eternidade azul que se encomprida.

Faze, pois, desse dia a mais luzidaconstelação de bênçãos infinitas.Seja o teu dia a sucessão queridade pensamentos sãos, de ações benditas.

Esse teu dia, vês? já está passando.Vives no Bem? Estás de fato amando?Estás servindo a Deus e à Natureza?

A tudo e a todos, mesmo estás servindo?Então, esse teu dia é como um lindolivro de Amor que ofertas à Beleza!...

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32 Reformador/Junho 2005

Reproduzimos abaixo a mensa-gem que o Espírito do pio-neiro do Esperanto no Brasil

e nos círculos espíritas, Ismael Go-mes Braga, endereçou em 30 de ja-neiro de 1978 ao então Presidenteda Federação Espírita Brasileira,Francisco Thiesen, através da facul-dade psicográfica de Divaldo Perei-ra Franco.

O texto foi recebido na “Man-são do Caminho” (do Centro Espí-rita “Caminho da Redenção”), emSalvador (BA), e publicado em Re-formador de maio de 1978, p.15(147).

Além do Presidente da FEB,destinatário da mensagem, e doPresidente da Federação Espírita doEstado da Bahia, estavam presentesvários dirigentes de Federativas Es-taduais e os responsáveis pela Evan-gelização Espírita Infanto-Juvenilem diversas áreas do País.

Tais manifestações do mundoespiritual em favor do Esperanto,do seu cultivo entre os espíritas,permanecem sempre sugestivas eoportunas, por evidenciarem oapreço dos Espíritos Superiores pe-lo grande ideal da Língua Interna-cional Neutra.

Esperanto em Pauta

Mudam-se as circunstâncias –o Espírito no corpo ou fora dele –,enquanto permanecem os compro-missos assumidos aguardando regu-larização.

Companheiros de inúmeras vi-legiaturas, reencontramo-nos na úl-tima abraçando o dever de divul-gar o pensamento do Cristo, con-forme as luzes da Revelação Karde-quiana, militando na abençoadaCasa de Ismael.

Reabilitando-nos, a pouco epouco, de um passado lamentável,compreendemos desde cedo a urgên-cia do serviço a executar, empe-nhando-nos na liça de clarificar cons-ciências, em contínuo esforço de mo-

numentalizar a grandeza do Espiri-tismo na comunidade brasileira.

Com as matrizes das experiên-cias pretéritas no perispírito, sob osestímulos conscientes e inconscien-tes que haurimos na tarefa espírita,foram-nos despertando reminiscên-cias, impressionando-nos ante as res-ponsabilidades e os graves cometi-mentos que se nos desdobravam, àfrente, convidativos...

Felizmente, armados pela fé eapoiados na razão, não receamosinvestir os melhores valores da almae da vida para a obra de Ismael queesperava pela nossa deficiente co-operação, em benefício de nós mesmos.

Emocionados com o apelo –“Deus, Cristo e Caridade” – ins-crito nobremente na sua bandeirade paz, nela nos engajamos com al-ma e coração, revinculando-nos aJesus com diligência e abnegação.

Você prossegue no corpo, preser-vando a pureza dos nossos ideais,lutando por manter a unidade dou-trinária, empenhado vivamente natarefa do Livro Espírita – esse su-blime facho de luz! –, fazendo daspáginas de Reformador cartas vi-tais, para os espíritos enfraquecidosna luta se reanimarem, e medica-mento de alto teor balsâmico, paraos carentes de socorros de urgência...

Nós outro, liberado da névoamaterial e reconhecendo o pouco

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A FEB E O ESPERANTO

Do Espírito Ismael Gomes Braga

a Francisco ThiesenAffonso Soares

Ismael Gomes Braga

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Reformador/Junho 2005 231

realizado, prosseguimos engajado,graças à misericórdia do Senhor, noluminoso serviço do Esperanto, doEvangelho e do Espiritismo.

A verdade é que, na minha pe-quenez de Espírito rebelde e imper-feito, reconheço que as fortunas doexcelso amor não me têm sido rega-teadas, chegando-me, aliás, em abun-dância, de modo a permitir-me co-laborar de alguma forma na cons-trução desse Mundo Novo por quetodos anelamos e para o qual nos de-vemos dar com todo o devotamento,a fim de que muito em breve se ma-terialize, em nome de Jesus.

Acompanhando o seu esforçosacrificial até à exaustão, venho,em nome dos nossos irmãos espiri-tistas-esperantistas do lado de cá,agradecer-lhe o labor na divulga-ção da Língua Internacional, oidioma da Humanidade futura.

Iniludivelmente, sabemos quea transitória barreira das línguasruirá, cedendo lugar a um só idio-ma entre os homens irmãos, nãoobstante a preservação de cada lín-gua como cultura, tradição e his-tória... Não mais as criaturas se de-sentendendo em face das dificul-dades lingüísticas. À medida que oamor se apossar dos corações huma-nos, trabalhando pelo entendimen-to fraternal, mais imperiosa se faráa necessidade do conhecimento doEsperanto, que o missionário deBialystok ensejou ao mundo comosolução para a grave crise de Babelainda predominante na Terra...

Reencarnando-se em 1859, nosfulgurantes dias da Codificação Kar-dequiana e quando Charles Darwinderrubava os preconceitos religiosos,acenando com as teorias do Evolucio-nismo, Lázaro Luís Zamenhof eracolocado no quadro dos apóstolos que

se encarregariam de mudar a feiçãopanorâmica do pensamento históricoem termos de fraternidade, união eamor universais...

Quando, antes dos trinta anos,apresenta as dezesseis regras da gra-mática revolucionária, o mundoacompanha, surpreso, a inesperadamudança do comportamento nacio-nalista, estreito, para a abertura doentendimento entre os povos, as na-ções, sem limites nem paixões...

Os pessimistas previram o desa-parecimento do Esperanto para bre-ve tempo, todavia, em 1904, emDover e Calais, realizam-se as reu-niões prévias do Primeiro CongressoUniversal, levado a efeito no ano se-guinte (Boulogne-sur-Mer),iniciando-se, no Brasil, a suadivulgação sistematizada econsciente pouco tempo depois,encabeçada por eminentes ho-mens de letras e de cultura.

Hoje o Esperanto é umarealidade em dezenas de nações,élan abençoado entre os povos,ideal vitalizador em milhões dehomens que se tornaram, gra-ças a ele, verdadeiros irmãos.

Graças a Deus, a Casa de Is-mael desfraldou, pioneira, à horaprópria, a bandeira do Esperantis-mo, enviando ao mundo sofrido amensagem libertadora, na lingua-gem da comunhão universal.

Desde as primeiras horas atéagora, porém, quanta luta, quan-tos desafios, incertezas e vitóriasforam-nos assinalando o trabalho?!

O Dispensador de Bênçãos, noentanto, jamais nos deixou ao de-samparo. Em momento algum osabnegados Instrutores desencarna-dos negacearam ajuda. Graças atão alta contribuição de luz, de for-ça e de amor logramos alcançar es-te formoso momento.

Louvado seja o Pai!Prossiga, meu amigo, de âni-

mo robusto e mente tranqüila. Onosso é o prêmio da consciência re-ta e da certeza de fazermos o me-lhor ao nosso alcance.

Nossos amigos Wantuil, PortoCarreiro, Abel Gomes, Lorenz, Es-tevina Magalhães, Irthes Terezinhae outros mais, ao nosso lado, jubilo-sos, envolvendo-o em ternura e gra-tidão, rogam ao Senhor abençoá-lono ministério da divulgação dosEEE, e, muito devotado, sou o ami-go e samideano de sempre.

Ismael Gomes Braga

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Francisco Thiesen

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34Reformador/Junho 2005

“(...) Deus, meus filhos, abre osseus tesouros, para vos outorgaros seus benefícios.”

Santo Agostinho1

Segundo o Espírito André Luiz,a maior dificuldade com aqual se vêem a braços os Ben-

feitores Espirituais é relatar para onosso apoucado entendimento asindescritíveis e superlativas belezasdo Universo Espiritual. A pobrezados nossos adjetivos não permite se-não uma pálida e insulsa descriçãodos panoramas sublimes do Infi-nito. Como expor as nuanças dossuaves matizes do arco-íris ao cegode nascença?

Em sua maravilhosa série de li-vros psicografados por Francisco C.Xavier, André Luiz narra que o en-genheiro mecânico vai, em desdo-bramento, até ao Mundo Espirituale lá vê os silenciosos veículos movi-dos a energia eletromagnética, nãopoluente, e voltando à realidade fí-sica “inventa” o barulhento auto-móvel com motor a explosão, utili-zando os fumarentos combustíveisfósseis, que fragilizam a camada deozônio do Planeta. O engenheiro seestarrece com as belezas e a impo-nência dos leves e delicados arra-nha-céus de cristal do Mundo Espi-ritual, e só consegue edificar aquina Terra um arremedo sólido e bru-to de ferro e concreto.

Não é sem motivo que os Espí-ritos Superiores declaram que a

nossa realidade física não passa deum “papel carbono” incolor da rea-lidade espiritual!...

Alguns Espíritos tentaram, de-balde, oferecer-nos uma descriçãoda realidade que se lhes antojava,entre eles, um chamado Sixdeniers2,que narrou:

“(...) Nada existe aqui de ma-terial; tudo fere os sentidos ocultossem auxílio da vista ou do tato:compreendeis? É uma admiração,porque não há palavras que a ex-pliquem. Só a alma pode percebê--la. Bem feliz foi o meu despertar.A vida é um desses sonhos, que,apesar da idéia grosseira que se lheatribui, só pode ser qualificada demedonho pesadelo. Imaginai queestais encerrado em calabouço in-fecto onde o vosso corpo, corroídopelos vermes até à medula dos ossos,se suspende por sobre ardente forna-lha; que a vossa ressequida bocanão encontra sequer o ar para re-frescá-la; que o vosso Espírito ater-rorizado só vê ao seu redor mons-tros prestes a devorá-lo; figurai-vosenfim tudo quanto um sonho fan-tástico pode engendrar de hedion-do, de mais terrível, e transportai--vos depois e repentinamente a de-licioso Éden. Despertai cercados detodos os que amastes e chorastes; ve-de, rodeando-vos, semblantes ado-rados a sorrirem de felicidade; res-pirai os mais suaves perfumes; de-salterai a ressequida garganta nafonte de água viva; senti o corpopairando no Espaço infinito que osuporta e baloiça, qual a flor que

da fronde se destaca aos impulsosda brisa; julgai-vos envolto no amorde Deus qual recém-nascidos nomaterno amor e tereis uma idéia,aliás apenas imperfeita, dessa tran-sição. Procurei explicar-vos a feli-cidade da vida que aguarda o ho-mem depois da morte do corpo enão pude. Será possível explicaro infinito àquele que tem os olhosfechados à luz e que não pode sairdo estreito círculo que o encerra?Para explicar-vos a eterna felicida-de, dir-vos-ei apenas: amai, pois sóo amor faculta o pressenti-la, e quemdiz amor diz ausência de egoísmo.”

Após uma semana de desencar-nado, declarou o Dr. Antoine De-meure2, médico de Kardec:

“A morte emprestara à minhaalma esse pesado sono a que se cha-ma letargia, porém, o meu pensa-mento velava. Sacudi o torpor fu-nesto da perturbação conseqüente àmorte, levantei-me e de um saltofiz a viagem. Como sou feliz! Nãomais velho nem enfermo. O corpo,esse, era apenas um disfarce. Joveme belo, dessa beleza eternamente ju-venil dos Espíritos, cujos cabelos nãoencanecem sob a ação do tempo.

Ágil como o pássaro que cruzacélere os horizontes do vosso céu ne-buloso, admiro, contemplo, bendigo,amo e curvo-me, átomo que sou, an-te a grandeza e sabedoria do Cria-dor, sintetizadas nas maravilhas queme cercam. Feliz! feliz na glória!Oh! quem poderá jamais traduzir aesplêndida beleza da mansão doseleitos; os céus, os mundos, os sóis e

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Pálida descriçãoRogério Coelho

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seu concurso na harmonia do Uni-verso? Pois bem: eu ensaiarei fazê-lo,ó meu mestre; vou estudar, e vireitrazer-vos o resultado dos meus tra-balhos de Espírito (...).”

Presumimos que o Dr. Demeu-re não pôde, até hoje, cumprir talpromessa por absoluta falta de re-cursos de nossa linguagem grossei-ra e inexpressiva, inadequada, por-tanto, a fazer-nos compreender asbelezas e maravilhas do Universo.

Três dias após o seu decessocorporal, a viúva Foulon, amiga deKardec e de Amélie Boudet, teste-munhou2:

“(...) meu amigo, considero-mefeliz agora; estes míseros olhos que seenfraqueceram a ponto de me nãodeixarem mais que a recordação decoloridos prismas da juventude, deesplendor cintilante; estes olhos, di-go, abriram-se aqui para rever hori-zontes esplêndidos, idealizados emvagas reproduções por alguns dosvossos geniais artistas, mas cuja exu-berância majestática, severa e con-seguintemente grandiosa, tem ocunho da mais completa realidade.

Mas, quanto trabalho para re-produzir uma obra-prima e dignada grandiosa cena que se antolhaao Espírito chegado às regiões daluz! Pincéis! pincéis e eu provareiao mundo que a arte espírita é ocomplemento da arte pagã, da artecristã que periclita, cabendo so-mente ao Espiritismo a glória derevivê-la com todo o esplendor so-bre vosso mundo deserdado..................................................

(...) Não encontro meios de ex-primir as sensações novas que ex-perimento. Esforço-me a todo otranse para fugir à fascinação quesobre o meu ser exercem as maravi-lhas por ele admiradas. A única coi-

sa que posso fazer é adorar e rendergraças a Deus nas suas obras. Masessa impressão se desvanecerá e osEspíritos asseguram-me que dentroem breve estarei acostumada a to-das estas magnificências, de modoa poder tratar com lucidez espiri-tual de todas as questões concernen-tes à renovação da Terra..................................................

(...) Temos o dom de ver os Es-píritos mais adiantados, de com-preender-lhes a missão, de saber quetambém nós a tanto chegaremos; noInfinito incomensurável, entrevemosas regiões em que rútilo esplende ofogo divino, a ponto de deslumbrar--nos, mesmo através do véu que asenvolve.

Mas, que digo? Compreendeisas minhas palavras? Acreditais ser es-se fogo, a que me refiro, comparávelao Sol, por exemplo? Não, nunca. Éuma coisa indizível ao homem, umavez que as palavras só exprimem pa-ra ele coisas físicas ou metafísicas queconhece de memória ou intuitiva-mente. Desde que o homem não po-de guardar na memória o que ab-solutamente desconhece, como insi-nuar-se-lhe a percepção? Ficai po-rém ciente de que é já uma grandeventura o pensar na possibilidade deprogredir infinitamente.”

Ao descrever1 a felicidade quea prece proporciona, Santo Agosti-nho tenta, também, fazer um pe-queno esboço das maravilhas celes-tes:

“(...) A prece é o orvalho divi-no que aplaca o calor excessivo daspaixões. Filha primogênita da fé, elanos encaminha para a senda queconduz a Deus. No recolhimentoe na solidão, estais com Deus. Paravós, já não há mistérios; eles se vosdesvendam. Apóstolos do pensamen-

to, é para vós a vida. Vossa alma sedesprende da matéria e rola por es-ses mundos infinitos e etéreos, que ospobres humanos desconhecem.

Avançai, avançai pelas veredasda prece e ouvireis as vozes dos an-jos. Que harmonia! Já não são oruído confuso e os sons estrídulos daTerra; são as liras dos arcanjos; sãoas vozes brandas e suaves dos sera-fins, mais delicadas do que as bri-sas matinais, quando brincam nafolhagem dos vossos bosques. Por en-tre que delícias não caminhareis!A vossa linguagem não poderá ex-primir essa ventura, tão rápida en-tra ela por todos os vossos poros, tãovivo e refrigerante é o manancialem que, orando, se bebe. Dulçuro-sas vozes, inebriantes perfumes, quea alma ouve e aspira, quando selança a essas esferas desconhecidas ehabitadas pela prece!”

Caminhemos, pois, impertér-ritos e confiantes, pois o futuro deindescritíveis belezas e maravilhasespirituais nos aguarda. E não é pa-ra ser de outra maneira, porquantoJesus disse:“Vou preparar-vos lugar.”(João 14:2.) Já que a nossa mãe--Terra, que foi tão carinhosamentepreparada por Ele para alavancarnossa destinação celeste, possui tan-tas belezas naturais, e sendo ela ape-nas um “papel carbono” incomple-to das belezas do Universo, dá paraimaginar como é esse “lugar” queEle nos está preparando?

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:1KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Es-piritismo. 2. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB,2004, cap. XXVII, item 23, p. 490-491.2______. O Céu e o Inferno. 1. ed. especial. Riode Janeiro: FEB, 2004, Segunda Parte, cap. II,p. 240-241, 244-245, 252, 257-258, 262--263.

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36Reformador/Junho 2005

Amente atormentada pelas pres-sões desagregadoras da vidacotidiana descamba, em geral,

para processos de fuga que utilizam,como opções, medidas inimaginá-veis de repercussões dolorosas à pazespiritual. O suicídio é uma delas.

O suicídio alcança, na atuali-dade, cifras assustadoras, e, nas fai-xas extremas da existência humana– juventude e velhice – revelam-secomo sendo os níveis de ocorrênciaacentuada. Homens e mulheres fo-gem dos problemas que lhes marti-rizam a existência por atentados àprópria vida, os quais lhes minamas forças e lhes produzem sofrimen-tos maiores.

As taxas de suicídio, aumenta-das nas últimas décadas, revelamoutro ponto alarmante: o gênero desuicídio. Neste sentido, é significa-tivo o número de pessoas que retor-nam ao plano espiritual trazendomutilações perispirituais severas emrazão das formas selecionadas paraconcretizar o atentado contra a vida.

Uma outra reflexão, mais apro-fundada, merece ser considerada portodas as criaturas devotadas ao bem:trata-se do suicídio na puberdade eadolescência.

Jovens, apenas contando compoucos anos de experiência reencar-natória, são conduzidos ao suicídioem decorrência de causas diversas,tais como: conflitos familiares; fra-gilidade da estrutura moral, própriado Espírito; dependência de subs-tâncias químicas que conduzem aovício; obsessão.

Os conflitos familiares desta-cam-se em relação às demais causas.Os contínuos choques dos embatesdomésticos, entre cônjuges e filhos,produzem impactos de monta nasestruturas psíquicas dos envolvidos.A desunião familiar, associada aodesamor, assemelha-se à ação dostóxicos que produzem alucinaçõesna mente da criança e do jovem. Aausência do amor nas relações fami-liares, manifestada sob a forma decomportamentos extremados de

abandono ou superproteção, infil-tram ilusões perniciosas no psiquis-mo do Espírito em processo de re-começo nas experiências do planofísico.

Frente a frente com esta reali-dade, que assusta e fere, vamos en-contrar jovens que procuram abri-go nos falsos refúgios da tristeza eda amargura. Outros apelam para arebeldia e para a agressividade. Bus-

cam nesses meios a forma de neu-tralizar os açoites psicológicos aque se vêem expostos, ininterrupta-mente.

Ativando os mecanismos dadefesa psíquica, muitos jovensalheiam-se da realidade, aprisio-nando-se, lentamente, nas malhasda depressão. A depressão faz insta-lar no recôndito do ser desta jovemcriatura uma amargura profunda,uma dor infinita, uma tristeza sem--fim. O Espírito adoece, passo apasso, chegando a ponto de ver namorte, no atentado à existência fí-sica, a solução que lhe parece sal-vadora.

Os jovens que adotam com-portamentos agressivos e ofensivos,caracterizados por um estado depermanente rebeldia, revelam, naverdade, uma forma de chamar aatenção daqueles que, intimamen-te, são por eles classificados de seusprováveis homicidas, em razão daexistência infeliz que lhes subme-tem.

A tragédia do suicídio na ado-lescência deve ser considerada comênfase e relevância nos programas eplanejamentos da Casa Espírita,pois uma ação conjunta, funda-mentada no amor legítimo, podereverter esse quadro doloroso.

Este é o apelo da nossa alma!

Dias da Cruz

(Mensagem psicografada por Marta An-tunes de Oliveira Moura na reunião me-diúnica da FEB, em Brasília(DF), em 25de novembro de 2004.)

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Suicídio na adolescência

A tragédia do

suicídio na

adolescência deve

ser considerada com

ênfase e relevância

nos programas e

planejamentos da

Casa Espírita

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Em complemento à notíciaimpressa em Reformador de maiopassado, sobre as homenagens pres-tadas ao Codificador na Sede Sec-cional da FEB, por ocasião do even-to Mês Allan Kardec, destacamos,agora, as palestras proferidas em 18e 29 de abril.

No dia 18, data que assinala os148 anos de publicação de O Livrodos Espíritos, Suely Caldas Schu-bert discorreu sobre o tema As cin-co vertentes da mensagem de Jesus– Deus, o Reino, a Lei de Amor, aJustiça e a Fé – identificando-as res-tabelecidas em sua luminosa gran-diosidade nas obras do PentateucoKardequiano.

Com palestra proferida em 29de abril, Therezinha de Oliveiraencerrou o evento, falando, de for-ma ao mesmo tempo simples emagistral, sobre o livro espírita.

Após visualizar, em rápidos

mas consistentes traços, toda a pro-dução escrita do Codificador, as re-lações entre O Livro dos Espíritos eas demais obras do Pentateuco, fo-calizando ainda as boas obras sub-sidiárias de autores encarnados e de-sencarnados, Therezinha dissertoulargamente sobre diversos temascom fulcro no livro espírita.

O Mês Allan Kardec, realiza-do na Sede Seccional da FEB, noRio de Janeiro, foi efetivamenteuma semeadura promissora, delongo alcance, que dará belos fru-tos no coração de todos os que ti-veram a felicidade de participar doevento.

Ainda o Mês Allan Kardec

Suely Caldas Schubert, Arthur do Nascimento e Aloísio Ghiggino

Therezinha de Oliveira, Nestor João Masotti e Arthur do Nascimento

Público presente no

dia 29, encerramento do

Mês Allan Kardec

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Realizou-se em Luxemburgo,no Hotel du Commerce (Echter-nach), nos dias 16 e 17 de abril de2005, a 8a Reunião da Coordena-doria de Apoio ao Movimento Es-pírita na Europa, do Conselho Es-pírita Internacional, com a presençade representantes de quinze países:Alemanha, Bélgica, Bielo-Rússia,Espanha, França, Holanda, Itália,Luxemburgo, Noruega, Portugal,Reino Unido, Rússia, Suécia, Suíçae Estados Unidos (visitante).

A Reunião foi aberta com sau-dações pelo Coordenador do CEI--Europa, Roger Perez, e pelo Se-cretário-Geral, Nestor João Masot-ti, sendo a prece proferida por ElsaRossi, 2a Secretária da Coordenado-ria. Além destes, compuseram a Me-sa o 1o Secretário Vitor Mora Fériae os Assessores Antonio Cesar Perride Carvalho e Charles Kempf.

Os representantes dos paísesrelataram as atividades, os desafiose as dificuldades de seus movimen-tos espíritas, verificando-se que há,em todos, o estudo regular da Dou-trina Espírita, com base na Codifi-cação Kardequiana.

O Secretário-Geral referiu-se àedição de livros pelo CEI em váriosidiomas e apresentou a obra LesMessagers – versão em francês deOs Mensageiros, do Espírito AndréLuiz, psicografada pelo médiumFrancisco Cândido Xavier –, edita-da pelo CEI. Divulgou o programado “Curso de Capacitação do Tra-balhador Espírita”, que será promo-vido pelo CEI na Sede Central da

Federação Espírita Brasileira, emBrasília, no período de 20 a 24 dejulho deste ano. Noticiou os se-guintes eventos: Reunião Geraldo CEI, em Assunção (Paraguai),em abril de 2006; Minicongres-so de Medicina e Espiritismo, emWashington (EUA), em outubro de2006; e 5o Congresso Espírita Mun-dial, em Cartagena (Colômbia), de10 a 13 de outubro de 2007.

A próxima Reunião da Coor-denadoria de Apoio ao MovimentoEspírita na Europa será realizada naHolanda, em 23 e 24 de setembrode 2006.

Visita a Lyon

Encerradas as atividades emLuxemburgo, os dirigentes do CEIviajaram para Lyon (França), e aliparticiparam, no dia 18 de abril, dasolenidade de inauguração do mo-numento em homenagem a AllanKardec, entre as pistas de uma das

principais avenidas da cidade –Quai Docteur Gailleton, esquinacom a Rue Sala –, local onde exis-tia a casa em que nasceu Kardec(Hippolyte Léon Denizard Rivail).Na próxima edição daremos notíciacompleta sobre o evento.

Seminário em Londres

Realizou-se em Londres (In-glaterra), durante o dia 23 de abril,o Seminário para Preparação deTrabalhadores para o MovimentoEspírita, promovido pelo BritishUnion of Spiritists Societies, coma participação do Secretário-Geraldo CEI, Nestor João Masotti, e doAssessor Antonio Cesar Perri deCarvalho. O evento contou com apresença de dirigentes e colabora-dores de grupos espíritas britâni-cos. No dia seguinte, os visitantesdo CEI reuniram-se com os diri-gentes do B.U.S.S. e dos gruposespíritas.

Reunião da Coordenadoria da Europa

CONSELHO ESPÍRITA INTERNACIONAL

Composição da Mesa (esq./dir.): Nestor Masotti (falando), ladeado por Antonio CesarPerri de Carvalho, Vitor Mora Féria, Roger Perez e Charles Kempf

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4. Civilização (questões 790 a793): É o quarto aspecto de nossoRepensar Kardec, em torno da Leido Progresso. Registremos a indaga-ção 790 do grande pedagogo: “Éum progresso a civilização ou, co-mo entendem alguns filósofos, umadecadência da Humanidade?” Veja-mos a resposta, a exigir de nós mui-ta reflexão: “Progresso incompleto.O homem não passa subitamenteda infância à madureza.” Então,perguntemo-nos: estávamos aindana infância, quando se nos afigura-ra estar, pelo menos, às portas daEra Nova da regeneração? Eis que oCodificador pergunta, por sua vez:“Será racional condenar-se a civili-zação?” E a resposta vem de pron-to: “Condenai antes os que delaabusam e não a obra de Deus.”Compreendemos que a civilizaçãonão pode merecer desprezo; o ho-mem, sim, é que não sabe vincular--se ao respectivo progresso.

O Codificador vai, então, maisa fundo, na questão 791, buscandoinformar-se quanto ao aperfeiçoa-mento da civilização, de modo aque desapareçam os males que nela

se produziram. Os Espíritos Reve-ladores respondem: “Sim, quando omoral estiver tão desenvolvido quan-to a inteligência.” E exemplificamque “o fruto não pode surgir antesda flor”. Ficamos, por nossa vez, arefletir a respeito do progresso,quando os homens de ciência, emsua generalidade, tiverem condiçãode conhecer o Espiritismo!...

Atentemos na pergunta seguin-te do mestre Kardec (792): “Porque não efetua a civilização, imedia-tamente, todo o bem que poderiaproduzir?” Os Espíritos do Senhor,que tudo observam do Alto, infor-mam: “Porque os homens ainda nãoestão aptos nem dispostos a alcançá--lo.” Kardec complementa o racio-cínio com uma nova indagação:“Não será também porque, criandonovas necessidades, suscita paixõesnovas?” Ao que respondem os Men-sageiros: “É, e ainda porque não pro-gridem simultaneamente todas asfaculdades do Espírito.” Na verda-de, nossa lerdeza é tão grande queos benfeitores espirituais não dei-xam de nos chamar a atenção coma frase: “Tempo é preciso para tu-

do.” Na realidade, a civilização faz--se incompleta, aqui e ali, entre asnações. Enquanto alguns povos seadestram efetivamente no trabalhoprodutivo, outros se divertem, co-mo se fossem turistas no Planeta enão seres comprometidos com asleis de Deus, por abuso do livre-ar-bítrio. Isto observamos aqui mes-mo, em nossa sociedade.

Na questão 793, o mestre Kar-dec formula uma indagação deexpressiva grandeza aos nossosolhos: “Por que indícios se pode co-nhecer uma civilização completa?”E a resposta é rápida e precisa: “Re-conhecê-la-eis pelo desenvolvimen-to moral” (destaque nosso). Tal logi-cidade dispensaria quaisquer outroscomentários. Mesmo assim, os Es-píritos acrescentam algumas alusõesque nos levam a sentir, em tudo,certos equívocos nossos, tais comosupor-nos adiantados em face dasgrandes descobertas, das habitaçõessuperconfortáveis, dos meios detransporte, de comunicação, de saú-de etc. Todavia, para eles só teremoso direito de dizer-nos verdadeira-mente civilizados quando houver-

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Repensando Kardec

Da Lei do Progresso(O Livro dos Espíritos, questões 790 a 802)

2a Parte

Inaldo Lacerda Lima

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mos banido definitivamente denossa sociedade os vícios que a des-lustram e formos realmente frater-nos. Em seus comentários sábios ejustos, em nota final, Kardec diri-me qualquer dúvida a respeito, en-focando sobretudo a libertação vi-toriosa do homem da sanha doegoísmo!

5. Progresso da legislação hu-mana (questões 794 a 797): Trata--se de um aspecto verdadeiramenteainda bastante incipiente e, lamen-tavelmente, sem muita consistência,qual verificamos em nosso própriopaís. A primeira indagação do sábioCodificador da Doutrina é se a nos-sa sociedade estaria em condição dedispensar as leis humanas. Eles res-pondem: “Poderia, se todos as com-preendessem bem [as leis naturais].Se os homens as quisessem praticar,elas bastariam.” Mas nos fazem verque a sociedade tem exigências pró-prias, sendo-lhe necessárias leis es-peciais.

Na questão seguinte (795), Al-lan Kardec pergunta sobre a causada instabilidade das leis humanas.Os Espíritos do Alto levam-nos arecordar as épocas bárbaras, quan-do os mais fortes faziam leis para sipróprios. Tais leis só se foram mo-dificando à medida que os homenspassavam a compreender melhor osentido de justiça. Kardec esclarecebem em seu comentário, mostran-do a diferença entre lei natural oudivina, que tem por fundamento obem para todos, enquanto a lei doshomens é variável, embora progres-siva.

Na questão 796, ao indagar so-bre a severidade das leis penais, e setal severidade é necessária, respon-deram os prepostos do Cristo que“uma sociedade depravada certa-

mente precisa de leis severas. Infe-lizmente,essas leis mais se destinama punir o mal depois de feito, doque lhe secar a fonte.” Mas, ondeestá a inteligência dos homens quelegislam? Que é feito daqueles queocupam, como juristas, o papel oudever de, a respeito, se manifesta-rem? E quando terão os que legis-lam condição de atinar em comosecar a fonte do mal? Realmente,nós, homens de pensamento espíri-ta, temos sempre chamado a aten-ção da sociedade, em nossas pales-tras, que somente a educação pode-rá reformar os homens, afastando-osdo crime. Um cenário amplamenteluminoso, nesse sentido, o mundodeverá encontrar nas religiões, quan-do elas abandonarem o dogmatis-mo teológico que gera fanatismo etemor de Deus, para atentarem naverdadeira função religiosa, que es-tá claramente expressa nos ensinosdo Cristo, em seu Evangelho. Deusnão quer ser temido, mas amadopelo homem. Observemos, final-mente, o que está indelevelmentegravado no capítulo 10 do Evange-lho segundo João, a respeito dasovelhas que Deus a Jesus confiou!

Consola-nos a resposta dos Es-píritos Reveladores à pergunta domestre Kardec (797), sobre a refor-ma das leis humanas. Eles respon-deram que “isso ocorre naturalmente,pela força mesma das coisas e da in-fluência das pessoas que o guiam [ohomem] na senda do progresso.” Nãoesperemos, porém, tal mudança debraços cruzados, principalmentenós, que dispomos do grande farolda Espiritualidade – o Consoladorprometido por Jesus.

6. Influência do Espiritismono progresso (questões 798 a 802):O Codificador inicia este último as-

pecto das revelações sobre a Lei doProgresso com esta indagação: “OEspiritismo se tornará crença co-mum, ou ficará sendo partilhado,como crença, apenas por algumaspessoas?” A resposta do Alto é lon-ga mas esclarecedoramente oportu-na aos que se fizeram instrumen-tos do trabalho progressivo da rege-neração planetária:“Certamente quese tornará crença geral e marcaránova era na história da humani-dade, porque está na natureza echegou o tempo em que ocuparálugar entre os conhecimentos hu-manos” (destaque nosso). E acres-centam ainda as seguintes advertên-cias: “Terá, no entanto, que susten-tar grandes lutas, mais contra o in-teresse, do que contra a convicção,porquanto não há como dissimulara existência de pessoas interessadasem combatê-lo, umas por amor--próprio, outras por causas inteira-mente materiais. Porém, como vi-rão a ficar insulados, seus contra-ditores se sentirão forçados a pensarcomo os demais, sob pena de se tor-narem ridículos.”

Os comentários de Allan Kar-dec em torno dessa resposta dos Es-píritos Superiores levam-nos, combom senso e equilíbrio, a observarque o grande processo de mutaçãopara a Nova Era já se encontra in-contestavelmente avançado. Talvez,em face disso é que indaga ainda ogenial missionário (questão 799):“De que maneira pode o Espiritis-mo contribuir para o progresso?” Aresposta é profunda e objetiva:“Destruindo o materialismo, que éuma das chagas da sociedade (...).” Omaterialismo se associa ao egoísmo– a verdadeira e mais radical cha-ga –, que se acha na raiz de todos osvícios (questão 913). O Espiritismo

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“faz que os homens compreendamonde se encontram seus verdadeirosinteresses”. E concluem que ele “(...)ensina aos homens a grande solida-riedade que os há de unir como ir-mãos”.

Kardec recorda aos EspíritosReveladores, nas três últimas ques-tões (800 a 802): “Não será de te-mer que o Espiritismo não consigatriunfar da negligência dos homense de seu apego às coisas materiais?”E mais: “Por que não ensinaram osEspíritos, em todos os tempos, oque ensinam hoje?” E, também, nu-ma afirmação de fé viva: “Visto queo Espiritismo tem que marcar umprogresso da Humanidade, por quenão apressam os Espíritos esse pro-gresso, por meio de manifestaçõestão generalizadas e patentes, que aconvicção penetre até nos mais in-crédulos?”

Sem desestimular, antes le-vando-nos a refletir com a razão, osBenfeitores abrem-nos ao entendi-mento perfeito da natureza huma-na, assinalando o realismo do pro-cesso, mostrando que a transforma-ção humana exige tempo e que oEspiritismo vem cumprindo a suafunção. E esclarecem que, em reali-dade, os Espíritos só podem ensinaro que o homem demonstre condi-ção de compreender. Recordamos,aqui, as palavras de Jesus em João(16:12): “Ainda tenho muito quevos dizer, mas vós não podeis supor-tar agora.” Na verdade, tudo temseu tempo próprio, provando-nos,à luz da razão, que desejaríamosmilagres em fazer o mundo progre-dir de um salto, e que Deus os es-palha diante de nossos passos,“no entanto, ainda há homens queo negam”. Lembram que o Painos mandou, em pessoa, o próprio

Cristo que, realizando prodígiosextraordinários, não conseguiu con-vencer a muitos! E não são poucosos que, mesmo hoje, afirmam nãoacreditar ainda que vissem. E con-cluem o ensinamento com esta fra-se luminar: “Não; não é por meiode prodígios que Deus quer enca-

minhar os homens. Em sua bonda-de, ele lhes deixa o mérito de se con-vencerem pela razão.”

Repensemos tudo isso à contade sabedoria do Infinito, porquan-to os que nos orientam não falamde si próprios, mas refletem o pen-samento divino...

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Mato Grosso do Sul: FEMS inaugura sede própria A Federação Espírita de Mato Grosso do Sul inaugu-rou no dia 24 de abril sua sede própria, na AvenidaCalógeras 2209, em Campo Grande. A solenidadeocorreu às 18 horas, com a presença de autoridades,dirigentes e trabalhadores da FEMS e de casas espíri-tas da Capital e do Interior. Às 20 horas, Divaldo Pe-reira Franco proferiu conferência para grande públicono Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil deCamillo.

Centenário de O Clarim A Casa Editora O Clarim, de Matão (SP), programoua comemoração do Centenário do jornal O Clarim,fundado naquela cidade por Cairbar Schutel, em 15de agosto de 1905. Com o tema central DimensãoEspiritual da Nova Era, o evento ocorrerá nos dias12, 13 e 14 de agosto de 2005, com palestras de Di-valdo Pereira Franco (abertura) e José Raul Teixeira,e seis exposições – como desdobramentos do temacentral –, a cargo de: Alberto Almeida (PA), AndréLuiz Peixinho (BA), Irvênia Prada (SP), Marlene No-bre (SP), Moacir Costa Araújo Lima (RS) e Sérgio Fe-lipe de Oliveira (SP).

CEI: Curso de Capacitação de Trabalhadores O Conselho Espírita Internacional realizará, em Bra-sília, com o apoio da Federação Espírita Brasileira, noperíodo de 20 a 24 de julho vindouro, o Curso deCapacitação do Trabalhador Espírita, com o objetivogeral de capacitar o trabalhador espírita das áreas doEstudo Sistematizado da Doutrina Espírita; do Estu-do e Educação da Mediunidade; da Infância e Juven-tude; da Administração da Casa Espírita; do Traba-lho Federativo e da Unificação do Movimento Es-pírita. Participarão do Curso dirigentes e trabalha-dores das casas espíritas de países da Europa, dasAméricas do Norte, Central e Caribe, e América doSul.

Bahia: Congresso Espírita Prosseguem os preparativos do XII Congresso Espíri-ta da Bahia, que ocorrerá no Centro de Convenções,em Salvador, no período de 27 a 30 de outubro de

2005, tendo como tema central O Ser e a Imortali-dade – Visão Contemporânea do Céu e do Inferno,inspirado na obra de Allan Kardec O Céu e o Inferno,publicada há 140 anos (1865). Haverá homenagens àFederação Espírita do Estado da Bahia, promotora doevento, pelos seus 90 anos de fundação, e ao primei-ro núcleo espiritista do Brasil – o Grupo Familiar deEspiritismo –, fundado em 1865 pelo baiano LuísOlímpio Teles de Menezes. (Ver cartaz na p. 41.)

R. G. do Sul: Encontro de Evangelizadores A Federação Espírita do Rio Grande do Sul promo-veu o Encontro Estadual de Evangelizadores Espíritas,com o tema Repensando nossas práticas, destinadoa evangelizadores espíritas, dirigentes, candidatos àEvangelização e trabalhadores de áreas afins. O even-to foi desdobrado em três etapas, de acordo com a lo-calização das regiões: Passo Fundo, no dia 23 de abril;São Gabriel, no dia 14 de maio; e Porto Alegre, no dia22 de maio. O Encontro teve por objetivo oferecer aoEvangelizador Espírita a oportunidade de repensar,discutir, partilhar saberes e rever práticas realizadas naevangelização infanto-juvenil.

Ceará: FEEC cria Zonas geoespíritasA Federação Espírita do Estado do Ceará, em resolu-ção de 15 de janeiro de 2005, aprovou a divisão doEstado em quatro Zonas – Noroeste, Nordeste, Cen-tro e Sul –, nas quais as Comissões da FEEC desenvol-verão suas atividades de capacitação com os dirigen-tes das casas espíritas, tendo por objetivo coordenar epromover, em nível estadual, seminários periódicosdestinados a integrar e capacitar, doutrinária e admi-nistrativamente, os dirigentes e trabalhadores das ca-sas espíritas.

Colômbia: Associação Espírita completa 49 anosA Confederación Espirita de Cundinamarca dedicoua edição de abril de seu Boletín Ecos Espíritas à co-memoração dos 49 anos de labores ininterruptos daAsociación Espírita Circulo Fuerzas Amigas, a qualse constitui no centro pioneiro mais antigo organiza-do que ainda permanece no Movimento Espírita co-lombiano.

SEARA ESPÍRITA

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