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Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

Revista de Espiritismo CristãoAno 125 / Junho, 2007 / N o 2.139

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Diretor-substituto e Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO

NOLETO BEZERRA E LAURO DE OLIVEIRA SÃO THIAGO

Secretário: PAULO DE TARSO DOS REIS LYRA

Gerente: ILCIO BIANCHI

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministério da Justiça),CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Souza Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mail: [email protected]

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected] e

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: AGADYR TORRES

(FOTO DA CAPA CEDIDA PELA UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA)

Editorial

O exemplo

Entrevista: Agadyr Teixeira Torres

Sesquicentenário é chamamento à responsabilidade

Presença de Chico Xavier

Chico Xavier – O Homem de Bem

Esflorando o Evangelho

Ajudemos sempre – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Sugestivo depoimento sobre o Esperanto – Affonso Soares

Mil vidas / Mil vivoj – Áurea Maria Cruz Ramos da Costa

Seara Espírita

Prejuízos do materialismo – Juvanir Borges de Souza

O Médio-dia da Era Nova – Bezerra de Menezes

Festa para O Livro dos Espíritos – Sebastião Lasneau

Nossa vida mental – Ruy Gibim

Duas irmãs – Richard Simonetti

Evangelização Espírita em marcha – “E agora porque te deténs?” – Rute Vieira Ribeiro

Página aos jovens – Amaral Ornellas

Uma idade nova para o homem – Camilo

Trajetória de Emmanuel –

Antonio Cesar Perri de Carvalho

Em dia com o Espiritismo – A Ciência exclui Deus? –

Marta Antunes Moura

Seminário sobre Educação Espírita na SedeHistórica da FEB

Os trabalhadores de Jesus – Saulo Gouveia Carvalho

Retorno à Pátria Espiritual – Ian StevensonCristianismo Redivivo – História da Era Apostólica

(Século I) – Parte I – Haroldo Dutra Dias

Câmara dos Deputados homenageia SesquicentenárioEncontro comemora Sesquicentenário com grande

público em São Paulo O professor Rivail também foi tradutor –

Enrique Eliseo Baldovino

Retificando... – Artigo: “Sobre a lógica do conhecimento de si mesmo”, de Cosme D. B. Massi

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101618

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4

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SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual RR$$ 3399,,0000Número avulso RR$$ 55,,0000

PARA O EXTERIORAssinatura anual UUSS$$ 3355,,0000

AAssssiinnaattuurraa ddee RReeffoorrmmaaddoorr:: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

EE--mmaaiill:: [email protected]

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Editorial

4 Reformador • Junho 2007 221100

á cinco anos, mais precisamente no dia 30 de junho de 2002, Francisco

Cândido Xavier retornava ao mundo espiritual, depois de uma existência

rica de realizações e de exemplos em favor da difusão do Evangelho de

Jesus à luz da Doutrina Espírita.

Contando sempre com o amparo e a orientação do Espírito Emmanuel, no uso

de sua mediunidade, descortinou o mundo dos Espíritos, ampliando, detalhando e

possibilitando aos homens uma melhor compreensão da realidade espiritual em

que vivemos, compatível com o que consta das obras básicas de Allan Kardec, as

quais constituem a Codificação Espírita.

Será muito difícil enumerar todos os trabalhos realizados por Chico Xavier. Além

das mais de 400 obras editadas, a refletirem diferentes gêneros literários, abrangen-

do temas científicos, filosóficos, religiosos e morais, e utilizando os mais variados

estilos, atendeu, pessoalmente, a milhares de pessoas nos seus 92 anos de existência,

oferecendo sempre encaminhamentos e orientações em harmonia com os princí-

pios morais do Evangelho de Jesus esclarecidos à luz da Doutrina Espírita. Assistiu,

diretamente, a muitas famílias em suas necessidades espirituais e materiais, assim

como estimulou, orientou e ajudou na criação de inúmeras instituições espíritas

que continuam hoje em suas tarefas de assistência e promoção social e espiritual.

Com isto, deixou-nos um exemplo que nos cabe seguir. Mostrou que temos con-

dições de praticar os princípios da Doutrina Espírita, tal como se encontram nas

obras da Codificação, sem nenhuma alteração, seguindo suas máximas. Demons-

trou a todos a nossa condição de Espíritos imortais (Nascer, morrer, renascer ainda

e progredir sempre, tal é a lei); fortaleceu a nossa fé nas Leis de Amor que emanam

de Deus, nosso Pai (Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão,

em todas as épocas da Humanidade); e vivenciou plenamente a Caridade, em seu

sentido mais abrangente (Fora da caridade não há salvação).

Na Doutrina Espírita, temos Jesus como guia e modelo; Allan Kardec como pro-

fessor lúcido e codificador inolvidável; e temos Chico Xavier como exemplo a ser

seguido por todos que pretendem nortear a sua existência dentro dos princípios

do Evangelho, iluminados pelas claridades da Terceira Revelação.

HO exemplo

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eternidade da vida do Es-pírito foi compreendidadesde tempos imemoriais.

As religiões adotaram-na emseus ensinos e pressupostos, omesmo ocorrendo com diversasfilosofias, variando apenas as con-seqüências e formas de compre-ensão dessa verdade.

Entendimento oposto, por nãoadmitir a existência do espírito, –um dos elementos do Universo –professa o materialismo multifá-rio, o nadismo, que só admite a

existência da matéria.A influência desses dois

princípios antagônicosreveste-se de grandeimportância, não so-

mente sobre a vida in-dividual das pessoas, mas

também nas organiza-ções sociais de grupos,

povos e nações, pelos efeitos queresultam de um e de outro enten-dimento.

A conseqüência imediata paraos que só admitem a existência damatéria é a completa extinção davida, com a morte do corpo físico:nada mais existiria após esse fato,senão os despojos materiais, deduração efêmera.

Esse posicionamento radical, re-sultante do materialismo, produzconseqüências profundamente pre-judiciais à evolução e ao progressodos seres, quer como individualida-des, quer como coletividades.

Essa conclusão resulta clara-mente da resposta que os Espíri-tos reveladores deram a AllanKardec, na questão 799 de O Livrodos Espíritos:

“De que maneira pode o Espiri-tismo contribuir para o progresso?

Destruindo o materialismo,que é uma das chagas da socieda-de, ele faz que os homens com-preendam onde se encontramseus verdadeiros interesses. Dei-xando a vida futura de estar vela-da pela dúvida, o homem perce-berá melhor que, por meio dopresente, lhe é dado preparar oseu futuro. Abolindo os prejuízosde seitas, castas e cores, ensina aoshomens a grande solidariedadeque os há de unir como irmãos”.

A sabedoria dos Espíritos Supe-riores mostra, nessa resposta sim-ples, mas profunda, os prejuízosque uma idéia pode trazer às socie-dades humanas e aos indivíduosque delas fazem parte, influencian-do-os negativamente contra a rea-lidade dos fatos.

Prejuízos domaterialismo

AJU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

5Junho 2007 • Reformador 221111

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Precisamos entender que a des-truição do materialismo não ne-cessita da violência para se efetivar.

Destruir o materialismo, noensino dos Instrutores espirituais,é uma das tarefas da Doutrina Es-pírita, comprovando a realidadedo espírito, como um dos elemen-tos do Universo, ao lado da maté-ria. Tem a significação de de-monstrar a verdade.

Por que recomendam os Espíri-tos a destruição do materialismo?

Há muitas razões ponderáveispara essa recomendação. A primei-ra delas é a de que, aceitando o ma-terialismo, o Espírito demonstrauma profunda ignorância a respei-to de si mesmo, usando sua vonta-de, seu livre-arbítrio e sua inteli-gência como se fossem produtosmateriais, produzidos por órgãoscorporais.

Negar a existência do Espírito élimitar a própria vida, que se apre-senta apenas como uma existênciaefêmera, sem conseqüências, seme-lhante a um objeto material qual-quer, quando, na realidade, ela éeterna e se desdobra infinitamente.

Negando-se a si próprio, o ma-terialista não admite a existênciade Deus, o Criador do Universo ede todos os seres nele existentes,como ensinam as religiões e as fi-losofias espiritualistas, mas nãotem explicações plausíveis para acriação da própria matéria, mer-gulhado que se acha na descrençaabsoluta do niilismo.

Não admitindo senão a exis-tência da matéria, o materialistanão cogita da vida futura, a vidado Espírito imortal que, para ele,

é uma utopia, apesar das inúme-ras provas de sua existência e ma-nifestações em todas as épocas.

Todas essas incongruências tor-nam difícil a compreensão da pre-sença do materialismo nas mais re-motas épocas da história humana.

Existe a vida após a morte docorpo físico?

Independentemente das provasincontestáveis dos próprios Espí-ritos, em todos os tempos, relata-das nos livros e escrituras religio-sas, os fatos estudados e tornadosevidentes pela Doutrina dos Espí-ritos são demonstrações cercadasde todo o rigor científico da exis-tência e das manifestações contí-nuas dos seres espirituais de dife-rentes condições evolutivas.

As conclusões do Codificadorda Doutrina, que serviram de basepara o intercâmbio entre os doismundos, com a prática dos fenô-menos espíritas, não são opiniõespessoais, mas a comprovaçãocientífica de fatos e realidades quese tornam inegáveis para qualquerobservador honesto e isento.

De outro lado, havendo no mun-do cerca de 10.000 religiões, quasetodas crêem e ensinam a continua-ção da vida após a morte do corpo.

Em cada grupo de dez pessoas,nove acreditam na existência deum céu, ou de um inferno, ou deum mundo espiritual onde a vidacontinua sob formas diferentes,contrariando os desvios concep-cionais tão prejudiciais, os atrasos eos males decorrentes da ignorânciaimposta pelo materialismo.

O que visamos, como todosaqueles que são alertados pelos co-

nhecimentos das verdades eternas,deixadas aos homens pelo Cristo,por seus emissários de todos ostempos e, agora, pelo Consoladorpor Ele prometido e enviado, é nãonos deixarmos enganar por teoriasinconsistentes e enganosas para asolução dos grandes problemas dohomem e do mundo.

Não podemos partir de pre-missas falsas, como a da inexis-tência de Deus, e atribuir ao acasoa criação de tudo o que existe noUniverso. A inteligência e a sensi-bilidade dos Espíritos mais sim-ples repelem normalmente as teo-rias ocas do materialismo incon-gruente.

Também não podemos negar arealidade do homem, como Espíri-to imortal, dotado de inteligência evontade, criado por um Ser supe-rior, e atribuir sua criação e existên-cia a simples e inexplicáveis combi-nações da matéria, vivendo transi-toriamente neste mundo material.

As experiências milenares já de-monstraram que a verdade, firma-da na realidade e nos fatos, nãoacolhe a ilusão materialista, que re-pele tudo o que não é perceptívelpelos órgãos físicos do homem.

Por isso o Cristo, dirigindo-se atoda a Humanidade, sentenciou:

“Conhecereis a verdade e ela voslibertará”.

Todos necessitamos da verdade,cedo ou tardiamente, porque ela é aluz de que necessita o Espíritoimortal para sua realização comoser destinado à felicidade. Fora daverdade, o ser eterno ilude-se comfantasias criadas por seu livre-arbí-trio, atrasa-se em sua trajetória e

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perde o verdadeiro sentido da vida,da qual é parte essencial.

Nosso mundo está longe da per-feição.

A solução de seus problemas,inclusive os de suas organizaçõessociais, depende da evolução indi-vidual de seus habitantes, atravésda educação dos sentimentos, doamor a Deus e ao próximo, comosintetizou Jesus, e da ampliaçãodos conhecimentos que os pró-prios homens podem desenvolvere pôr em prática.

E isso não se faz com o desco-nhecimento das leis naturais, nemcom a violência, nem com a aceita-ção e aplicação de princípios falsos,que só produzem sofrimentos eilusões.

A continuação da vida, após amorte do corpo, é outra forma deexistência conhecida e aceita porbilhões de seres que vivem ou jáviveram antes na Terra.

Essas experiências, repetidas aolongo de milênios, não podemconstituir uma ilusão, como pre-tendem os materialistas, contra-riando todas as provas e evidên-cias que desmentem seus enganos.

O materialismo gerou teoriasfilosóficas de graves conseqüên-cias para diferentes povos.

Vamos citar uma delas, queproduziu guerras, incompatibili-dades, lutas de classes sociais e vá-rios efeitos negativos, por quererimpor às sociedades humanas con-dições que contrastam com a na-tureza real do homem.

Referimo-nos ao materialismohistórico e dialético de Karl Marx,desenvolvido em seu célebre Ma-

nifesto Comunista, publicado em1848, e em outras obras que se es-palham pelo mundo, favorecidaspor determinadas conclusões fun-damentadas em falsas premissas.

As revoluções comunistas atin-giram diversos países, utilizando aviolência e a luta de classes.

Na Rússia, a Revolução de 1917implantou o regime comunista, quesó terminou nos fins do século XX.

Em outras nações, as tentativasrevolucionárias, embora fracassa-das, deixaram rastros de violênciae sacrifícios.

Na atualidade, a China, o paísmais populoso do mundo, a Coréiado Norte e a ilha de Cuba adotam osistema comunista de governo.

Ao citar esses fatos, nosso obje-tivo não é o de defender a organi-zação social predominante nomundo, profundamente injusta eque reflete o atraso do planeta emque habitamos.

Mas, de outro lado, a busca dassoluções justas e corretas nãopode partir de outros erros con-ceptuais, como o materialismo,que agrava os já existentes, pelaadição de idéias errôneas, levandoao sacrifício milhões de vidas,pela violência, e deixandode considerar o ser imor-tal que é o homem,para torná-lo ape-nas um ser “econô-mico”, subvertendosua verdadeira na-tureza.

O Espiritismo,como o Consola-dor, é o grandeopositor do mate-

rialismo, com suas múltiplas facese conseqüências prejudiciais.

Provada a existência da alma,do Espírito imortal que continuavivendo após a morte do corpo,fica demonstrado que o elementoespiritual independe da matéria,embora possa estar ligado aos ele-mentos materiais, sem perder opoder de manifestar-se através dopensamento, da vontade, da inte-ligência e de tudo o que constituisuas próprias características.

O conhecimento espírita de-monstra, assim, que o homem éconstituído de dois elementos quese conjugam, que se complemen-tam, mas são inconfundíveis: o es-pírito e a matéria, a alma e o corpo,independentes entre si, emboracooperem, enquanto unidos, paraatingirem a finalidade da vida doser em um mundo material.

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Meus filhos, que o Senhor nosabençoe.

aquele 18 de abril de 1857,com O Livro dos Espíritos,raiou a madrugada de uma

Era Nova.Nuvens borrascosas acumula-

vam-se nos céus da cultura huma-na, tentando impedir que as clari-dades libertadoras do conheci-mento chegassem às consciênciashumanas.

Cento e cinqüenta anos depois,no entanto, O Livro dos Espíritostransforma-se em pujante clari-dade, sinalizando o meio-dia des-sa Era Nova.

No momento da grande tran-sição por que passa o planeta ter-restre, marchando para mundode regeneração, a palavra de Jesusrestaurada pelos Espíritos imor-

tais alcança as mentes e os cora-ções, inaugurando o período dalegítima fraternidade entre ascriaturas.

Ainda não foi logrado o grandemister de alcançar os objetivos aque se destina esta obra incompa-rável. Nada obstante, já se podeafirmar que logrou produzir be-nefícios que se não esperavam na-quela manhã ainda assinalada pe-las últimas mensagens da inver-nia, quando a primavera perfu-mava Paris...

A luta prossegue sem quartel,convidando os discípulos fiéis doMestre incomparável à vigilância,à ação, ao devotamento integral àcausa da verdade.

O insigne Codificador estabele-ceu períodos vários por que pas-saria o pensamento espírita. Eis--nos, pois, alcançando o período

da renovação social, quando opensamento espírita interferirá naelaboração de leis justas para asociedade equânime e feliz, quan-do a voz da mensagem dos Espíri-tos se erguerá para profligar con-tra os hediondos crimes que a so-ciedade invigilante tenta legalizar:o aborto horrendo, a eutanásia in-feliz, a pena de morte destruidorade esperança...

Os Espíritos, que continuamosativos além da morte, sabemos queessas não são as soluções ideais,porque somente o amor através daeducação, da educação moral, con-seguirá deter a onda de loucura quetoma conta da Terra...

Não será através da coerção edas medidas punitivas que se po-derão estabelecer as diretrizes pa-ra uma sociedade harmônica,pautada no dever.

O Médio-dia daEra Nova

N

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O crime, mesmo quando tor-nado legal, permanece imoral,clamando por misericórdia e porjustiça...

Erguei as vossas vozes, agi deconsciência profundamente vin-culada à imortalidade da alma, la-borando para que essas leis injus-tas não se estabeleçam na Pátriado Evangelho. Mas, se por acasovierem a ser promulgadas, que ofuturo encarregue-se de diluí-las eestabeleça o verdadeiro direito àvida, o respeito pela vida.

A programação que estabele-cestes para este qüinqüênio é bemsignificativa, porque verteu do Al-to, onde se encontrava elaborada,e vós a vestistes com as considera-ções hábeis e aplicáveis a estaatualidade.

Este é o grande momento, fi-lhos da alma.

Não tergiverseis, deixando-vosseduzir pelo canto das sereias dailusão. Fidelidade à Doutrina é oque se nos impõe, celebrando oscento e cinqüenta anos da obrabásica da Codificação Espírita.

Não permitais que adições es-drúxulas sejam colocadas em for-ma de apêndices que desviem osmenos esclarecidos dos objetivosessenciais da Doutrina.

Kardec é o embaixador doscéus, até este momento o insupe-rável discípulo do Mestre de todosnós, que soube doar a vida olvi-dando-se de si mesmo para que aDoutrina Espírita fosse apresenta-da incorruptível e alcançasse esteperíodo sem sofrer qualquer mu-

tilação por parte do conhecimen-to científico ou das grandes con-quistas da Tecnologia.

No aspecto religioso, especial-mente, oferece-nos, na evocaçãodo Mestre de Nazaré que traz paraas ruas das aldeias, das cidades,das metrópoles e das megalópoleso amor como o fez naqueles re-cuados dias da Galiléia e de Jeru-salém, a fim de poder caminharcom todos e conduzi-los não maisao Calvário, e sim, à gloriosa res-surreição...

Sede fiéis, permanecendo pro-fundamente vinculados ao espíri-to do Espiritismo como o recebes-

tes dos imortais através do precla-ro Codificador.

Suplicando ao Mestre que nosabençoe sempre, em nome doscompanheiros hoje Espíritos-espí-ritas que estão participando destee dos próximos ágapes, abraça-vos,paternalmente, o servidor humíli-mo de sempre,

Bezerra

(Mensagem psicofônica recebida pelo mé-

dium Divaldo Pereira Franco, ao final da

Reunião do Conselho Federativo Nacional

da FEB, no dia 12 de abril de 2007, em

Brasília, DF.) Revisão do Autor espiritual.

9Junho 2007 • Reformador 221155

Em cascatas de luz os Céus beijam BrasíliaE Almas dos Altos Cimos comungam felizes,Glorificam o ensino e as nobres diretrizesQue orientam todo ser em sua ingente trilha.

Um dossel no planalto... E a excelsa Estrela brilha.Cantam vozes do Além, entre os áureos matizesQue no amor de Jesus têm robustas raízes,São bênçãos desatadas... Tudo é maravilha!

Eis a festa forjada pelos encarnados,Inspirada, porém, no estro dos Sempre VivosQue se estribam no amor, formoso, em apogeus.

Louva-se, hoje, esse Livro que em todos os ladosVai libertando os homens das sombras cativos,Para a vida abundante no seio de Deus.

(Soneto psicografado por José Raul Teixeira, em 14/4/2007, durante o

2o Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, DF.) Revisão em conjunto com

o médium.

Festa para O Livro dos Espíritos

Sebastião Lasneau

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10 Reformador • Junho 2007 221166

ossa vida mental é o cam-po de nossa consciênciadesperta na faixa evolutiva

em que o conhecimento adquiri-do nos permite operar.

Encarnados e desencarnadospovoam o planeta Terra na condi-ção de habitantes de um imensoedifício de vários andares, emposições horizontais diversas, deacordo com o estado consciencialde cada um, produzindo pensa-mentos múltiplos que poderãoatrair, repelir ou neutralizar.

A mente transmite de dentropara fora as impressões da alma erecebe de fora para dentro as sen-sações da matéria, motivo peloqual a alma reflete sua vontade,seu desejo, sua inteligência, suamemória e sua imaginação.

O pensamento desloca, emtorno de nós, forças sutis oucampo vibratório, construin-do paisagens ou formas ecriando centros magnéticosou ondas, com os quais emiti-mos a nossa atuação ou recebe-mos a atuação dos outros.

Os pensamentos são on-das de força que poderão ali-mentar, deprimir, sublimar,arruinar, integrar, induzir edesintegrar, razão por que, quemmais pensa, dando corpo ao queidealiza, mais apto se faz à recep-ção das correntes mentais invisí-veis, nas obras do bem ou do mal.

É por esta razão que, quandovivemos e convivemos com cria-turas idealistas, operosas, confian-tes, otimistas e realizadoras, so-mos beneficiados, nutridos ouabastecidos de substância mentalem grande proporção, favorecen-do o nosso trabalho em forma deimpulsos e estímulos que a nossamente recolhe; ao passo que,quando vivemos e convivemoscom criaturas desanimadas, pessi-mistas e amarguradas, nosso nívelmental ou tônus mental fica sujei-to a depressões e enfermidades.

Todos somos afetados pelas vi-brações de paisagens, de pessoas e

de coisas que nos cercam, e é porisso que, quando não nos habilita-mos a conhecimentos mais altos enão exercitamos a vontade parasobrepor-nos às circunstâncias deordem inferior, sofremos a impo-sição do meio onde vivemos econvivemos.

Princípios idênticos regem asnossas relações, uns com os ou-tros; conversações alimentam con-versações, pensamentos ampliampensamentos, e é em funçãodeste princípio que demoramosmuito mais conversando comaqueles que se afinam com o nos-so modo de ser e de proceder.

Quando estamos pensando,imaginando, desejando ou agin-do, seja no mundo físico ou nomundo espiritual, nossa mente

está sintonizada com todosaqueles que pensam, imagi-nam, desejam ou agem co-mo nós, da mesma formaque a fonte está comandada

pela nascente.Daí a grande necessidade de

constante renovação para obem, orando e vigiando, tra-balhando e servindo, apren-dendo e amando, para que a

nossa vida mental ou vidaíntima se ilumine e aperfeiçoe,se realmente desejamos a com-panhia dos bons, dos sábios e dosjustos, através do intercâmbiomental.

Nossa vida mental

NRU Y GI B I M

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AG A DY R TE I X E I R A TO R R E SEntrevista

Reformador: Como se tornou es-pírita?Agadyr: Meu primeiro contatocom o Espiritismo se deu na cida-de de Cantagalo (RJ). Ali funcio-nava uma agremiação de nomeSociedade Musical Quinze de No-vembro, onde também se realiza-vam, de tempos em tempos, reu-niões de caráter espírita. Um dia,quando eu tinha apenas 12 anos,meu pai, Alfredo Teixeira Torres,levou-me para ouvir um oradorvindo do Rio de Janeiro. Gosteimuito de sua bela palestra e meupai, vendo meu interesse, levou--me a ele, que nos ofereceu infor-mações valiosas sobre a Doutrinae sobre os livros em que eu pode-ria me orientar. Mas eles não eramdisponíveis na pequena Cantaga-lo. Mais tarde, alistadono Exército, vim

para o Rio de Janeiro e ali soubeda existência da FEB. Não era,todavia, dessa vez que eu visitariaa Casa de Ismael. Antes, juntamen-te com os companheiros HernaniSant’ Anna e Alberto Nogueira daGama, visitamos o Centro EspíritaAmaral Ornellas, no bairro do En-genho de Dentro. Ali iniciamos

nossos estudos e a formação deuma mocidade espírita, ao mesmotempo que pensávamos, eu, Her-nani e o Gama, na possibilidade dese organizar um Diretório Centralpara dirigir o então nascente Mo-vimento Espírita juvenil. Nessaocasião, tivemos contato com Ro-cha Garcia, diretor da FEB, quenos convidou, a mim e a meusdois outros companheiros, paraserviços na Casa de Ismael.

Reformador: Como se integrou naFEB? E em que tipo de atuação?Agadyr: Entrei lá por intermédiode Rocha Garcia, começando aservir à Casa, em 1949, na funçãode secretário. Naquele ano fir-mou-se o chamado “Pacto Áu-reo”, e o Dr. Antônio Wantuil deFreitas nos convida para repre-

sentar a Federação Espíritado Maranhão no

recém-criado

Sesquicentenário échamamento à responsabilidade

Agadyr Teixeira Torres, antigo colaborador da Federação Espírita Brasileira (FEB), fala sobre

as primeiras reuniões do Conselho Federativo Nacional (CFN), a criação do Departamento

de Juventude da FEB e do jornal Brasil Espírita, e acerca da edição de livros

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Conselho Federativo Nacional.Respondíamos pela confecção dasatas das reuniões daquele Conse-lho. Tivemos o propósito de criarum órgão que congregasse a ju-ventude espírita do Brasil, mascoube ao Dr. Rocha Garcia a ini-ciativa de fundar o Departamentode Juventude da FEB, até entãoinexistente. Só havia estrutura or-ganizada para as atividades emtorno da infância. A partir daí,organizamos muitas outras mo-cidades espíritas, até que ocorreuma maior dinamização desse se-tor com a ação de Maria CecíliaPaiva e Cecília Rocha.

Reformador: Chegou a participarde Mocidades Espíritas?Agadyr: Quando eu tinha 20anos, cheguei a dirigir o núcleojuvenil do Grupo Espírita Gabriel,Discípulo de Maria Madalena.

Reformador: Dirigindo o setor dejuventude da FEB de 1948 a 1959,o que isso representou na sua vidacomo espírita?Agadyr: Essa abençoada oportu-nidade propiciou-me, a mim e aminha família, crescer muito co-mo espírita, enfronhar-me nas li-ções do Evangelho e da Doutrina.

Reformador: Fale-nos um poucosobre a sua Instituição Espírita, oGrupo Espírita Saraí.Agadyr: Ele foi fundado por mim,minha esposa e filhos, em 15 dejaneiro de 1948, no bairro de Rea-lengo, no Rio de Janeiro. O GrupoEspírita Saraí, no início, funciona-va em nosso lar e contava com a

participação de outros compa-nheiros, como Hernani Sant’Annae Alberto Nogueira da Gama. Ho-je ele está no bairro da Penha, seutrabalho cresceu muito, mas sem-pre se mantém dentro dos crité-rios da FEB.

Reformador: Recordamos um Gru-po cuja existência é anterior à pró-pria FEB, que é o Grupo Ismael. Osenhor fez parte dele? Em que pe-ríodo?Agadyr: Participei dos trabalhosdo Grupo Ismael durante mais de10 anos, juntamente com excelen-tes, muito queridos companhei-ros, dentre os quais mencionoHernani Sant’Anna, FranciscoThiesen, Tânia de Souza Lopes,Maria Cecília Paiva. Além desses,tenho uma lembrança muito es-pecial de Olympio Giffoni, umdos principais médiuns do Gru-po, que, dentre tantas páginas deorientação espiritual, recebeu dopróprio Anjo Ismael a mensagemde regozijo pela assinatura do“Pacto Áureo”.

Reformador: Teve alguma atua-ção efetiva em outra Instituição Es-pírita?Agadyr: Pertenci ao Centro Espí-rita Deus, Luz e Amor, de Bangu,fazendo parte da diretoria da Mo-cidade Espírita ali existente. Sem-pre estive, portanto, ligado às ati-vidades da juventude.

Reformador: Como foi a gerênciaem Reformador?Agadyr: Foi sempre prazerosa ede enorme utilidade para meu

progresso como espírita. Mas an-tes, graças a meus conhecimentosde tipografia, o Dr. Wantuil meaproveitou na redação de um pe-riódico da FEB destinado aos as-suntos juvenis, de nome Brasil Es-pírita. Participei de seu lançamen-to em 1950 e tive a honra de serseu quarto diretor.

Só depois é que comecei a atuarem Reformador.

Reformador: Qual a tiragem darevista na época, e o número de as-sinantes?Agadyr: Era mais ou menos de40.000 exemplares.

Reformador: Na época em que osenhor foi diretor da Gráfica, quala quantidade de livros então edita-dos?Agadyr: Quando o Thiesen assu-miu a administração do Departa-mento Editorial, renunciando aocargo de tesoureiro da FEB, em1970, foram importadas diversasmáquinas gráficas, aumentandobastante a produção dos livros, osquais, para atender à demanda,eram impressos na média de120.000 por mês.

Reformador: O senhor é a favor dasidéias novas no Espiritismo?Agadyr: Depende muito das idéias.Devemos sempre submetê-las aoexame da razão, ver de que idéiasse trata. Muitas vezes, tais idéias nãocondizem com a essência da Dou-trina, podem ser portadoras deperturbação. Temos que ter muitocuidado. Idéias boas são somenteaquelas que nos esclarecem, trazen-

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do o progresso e a renovação dohomem.

Reformador: Diante da força damídia nas comunicações atuais, co-mo o Espiritismo deve se conduzirpara que o planeta se transformeem um mundo melhor?Agadyr: Que a mídia faça o seutrabalho e nós o nosso. Para quetornemos nosso planeta em ummundo melhor, os espíritas de-vemos acima de tudo colocar emprática os ensinamentos do Evan-gelho e da Doutrina dos Espíritos.E essa mudança só acontece atra-vés da transformação das pessoas.Assim, é importante que sigamosnosso caminho e deixemos a mí-dia caminhar conosco.

Reformador: Um pouco de Dou-trina: a reencarnação depende decada um? Ela pode ser instrumentode progresso para o Espírito?Agadyr: Ela é um instrumento deprogresso, porque é por meio dareencarnação que se opera a evo-lução de orbe de provas e expiaçõespara a fase de regeneração. É pelareencarnação que nos são enviadosos Espíritos de ordem elevada paraajudar na transformação do mun-do, na construção do progresso.

Reformador: Como deve ser o per-dão?Agadyr: Incondicional! Comple-to! Quando alguém diz: “perdôo,mas não esqueço”, é porque aindanão sabe perdoar. O tema é cadavez mais atual, pois é por meiodesse ensino grandioso que vi-venciamos os ensinos de Jesus. Ele

próprio demonstrou isso diantede Judas Iscariotes. Perdoando aJudas, Ele mostrou como agircom o nosso próximo quando so-mos por ele ofendidos.Reformador: O que é, para o senhor,a família? O que ela representa?Agadyr: A família é a base de tu-do, deve ser cada vez mais unida.É nela, por ela, que devemos dar oexemplo de união e de amor aopróximo, pois é através da reen-carnação e da família cada vezmais unida que podemos ajudar omundo para a sua transformação.

Reformador: O que o senhor achada FEB na atualidade?Agadyr: A FEB continua no seutrabalho de preparação e divulga-ção do livro que educa, instrui econsola, pelo que é muito grande asua missão no Brasil e no Exterior.

Reformador: Como analisa a ex-pansão editorial e as formas de di-vulgação da FEB?Agadyr: Foi e tem sido, sempre ecada vez mais, crescente. Um tra-ço frisante da ação da FEB nessecampo tem sido o extremo cuida-do na edição de seus livros, cujapublicação só se dá após rigorososexames sob todos os aspectos,principalmente no seu conteúdo.A divulgação era então feita como recurso das feiras de livros.

Reformador: Como o senhor vê asformas modernas de divulgação –DVD, fitas de vídeo, Internet?Agadyr: Como instrumentos ex-celentes de difusão, tendo em vis-ta as desafiadoras transformações

que se verificam na sociedade. Naminha época, não dispúnhamos detais recursos. Além dos livros, a di-vulgação também se fazia atravésdo rádio e das mensagens avulsas.

Reformador: Qual sua mensagemao ensejo dos 150 anos da publica-ção de O Livro dos Espíritos?Agadyr: Minha mensagem é deotimismo. Devemos muito a AllanKardec. Os 150 anos da existênciade O Livro dos Espíritos constituemao mesmo tempo um prêmio e umchamamento à responsabilidade.Essa obra era e continua a ser mui-to procurada, pois é em suas res-postas, provindas dos Espíritos Su-periores, que todos encontramosorientação segura para enfrentaros desafios do progresso moral,bem como consolação nas provasnecessárias da existência.

Reformador: Teria uma mensagemaos espíritas brasileiros?Agadyr: A mensagem da união.Que todos os espíritas nos una-mos, em primeiro lugar, em tornodo Evangelho de Jesus e dos funda-mentos espíritas expostos na Codi-ficação de Allan Kardec, bem co-mo também em torno do progra-ma de ação da FEB. Assim fazendo,estaremos trabalhando efetiva-mente para um mundo melhor,em que haja entendimento e pazentre todas as criaturas, bens tãonecessários à felicidade de todos.

Que os espíritas nos identifique-mos com os princípios espíritas,colocando-os em prática, a fim detambém podermos estendê-los aosque desconhecem a Doutrina.

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verdadeiro homem de bem é o que cumpre alei de justiça, de amor e de caridade, na suamaior pureza. Se ele interroga a consciência

sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará seviolou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo obem que podia, se desprezou voluntariamente algu-ma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquerqueixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que dese-jara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua jus-tiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permis-são nada acontece e se Lhe submete à vontade emtodas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens es-pirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as do-res, todas as decepções são provas ou expiações e asaceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor aopróximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga al-guma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do

fraco contra o forte, e sacrifica sempreseus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefíciosque espalha, nos serviços que presta,no fazer ditosos os outros, nas lágri-

mas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aosaflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos ou-tros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interes-ses dos outros antes do seu próprio interesse. Oegoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdasdecorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolentepara com todos, sem distinção de raças, nem de cren-ças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras enão lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a cari-dade, tendo como certo que aquele que prejudica aoutrem com palavras malévolas, que fere com o seuorgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de al-guém, que não recua à idéia de causar um sofrimen-to, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando apode evitar, falta ao dever de amar o próximo e nãomerece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo devingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as

Chico Xavier –O Homem de Bem

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O

Há cinco anos, em 30 de junho de 2002, desencarnava Francisco Cândido Xavier –

apóstolo do Bem e missionário da mediunidade. Com esta página, em sua homenagem,

transcrita de nossa Edição Especial, de julho de 2002, reverenciamos-lhe

a vida e obra inesquecíveis

Presença de Chico Xavier

Tudo o que se disse e escreveu sobre Francisco Cândido Xavierpode ser sintetizado nos “Caracteres do Homem de Bem”, queAllan Kardec ressalta na questão 918 de O Livro dos Espíritos e nocapítulo XVII de O Evangelho segundo o Espiritismo, como segue:

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ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber queperdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sa-be que também necessita de indulgência e tem pre-sente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeirapedra aquele que se achar sem pecado”.

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios,nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obriga-do, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha in-cessantemente em combatê-las. Todos os esforçosemprega para poder dizer, no dia seguinte, que algu-ma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aosseus talentos, a expensas de outrem; aproveita, aorevés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que sejaproveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas van-tagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi da-do pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são conce-didos, porque sabe que é um depósito de que teráde prestar contas e que o mais prejudicial empregoque lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação desuas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando ou-tros homens, trata-os com bondade e benevolên-cia, porque são seus iguais perante Deus; usa da suaautoridade para lhes levantar o moral e não para osesmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhespossa tornar mais penosa a posição subalterna emque se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os de-veres da posição que ocupa e se empenha em cum-pri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, no 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos osdireitos que aos seus semelhantes dão as leis daNatureza, como quer que sejam respeitados osseus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualida-des que distinguem o homem de bem; mas, aqueleque se esforce por possuir as que acabamos demencionar, no caminho se acha que a todas asdemais conduz.

Fonte: KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. 117.

ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Cap. XVII, item 3.

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Francisco Cândido Xavier psicografando

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ocê, leitor amigo, espíritaesclarecido, certamenteestá consciente de que o

exercício da caridade é funda-mental, base de nossa edificaçãocomo filhos de Deus.

Mas há um detalhe para oqual peço sua reflexão: é impos-sível praticar verdadeiramente acaridade, sem um componentebásico, sem que esteja acompa-nhada de sua dileta irmã – a hu-mildade.

O médico recebe um clienteabastado e lhe dá toda a atenção,numa consulta de duas horas.

Em seguida recebe um pacien-te do SUS, o que equivale a umato de caridade, já que a remune-ração é irrisória.

Mas, sem a humildade que oinspire a não discriminar nin-guém, consciente de que todossomos iguais perante Deus, tra-tará de despachá-lo rapidinho,à distância do comportamentocaridoso.

Nota-se esse problema em ser-viços de filantropia.

Há voluntários que não semisturam com os assistidos, im-pondo um distanciamento e se

limitando a elementares rotinasde atendimento.

Outros confraternizam, con-versam, interessam-se por suasdificuldades e problemas, por-que vêem nos assistidos seusiguais perante Deus.

Missionários como Chico Xa-vier, Francisco de Assis, CairbarSchutel, madre Tereza de Calcu-tá, situaram-se por campeões dacaridade porque eram campeõesda humildade.

E há o outro lado, envolvendoos que foram injustiçados ouprejudicados.

A mulher abandonada pelomarido…

A família de alguém mortopor um assaltante…

O funcionário injustamentedemitido…

A vítima de uma fofoca…Em seu próprio benefício, são

convocados à caridade do per-dão, a fim de sustentarem a pró-pria integridade.

Não é fácil.O mal que nos fazem mexe

com nosso ego, com nosso orgu-lho. Inspira-nos incontido dese-jo de desforra.

Duas irmãs

VRI C H A R D SI M O N E T T I

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– Miserável! Há de pagar!Reações assim exacerbam

nossos padecimentos e inviabili-zam o caridoso perdão, com oque nos livraríamos de malesmaiores.

Falta a humildade de quemreconhece:

– Deus sabe o que faz. Se pas-sei por isso é porque mereço.

O Espiritismo nos oferece sub-sídios preciosos a respeito do as-sunto, quando nos coloca em con-tato com vítimas do mal na Terra,que, não obstante, estão muito malno mundo espiritual.

Estranho! Por que semelhantesituação, aparentemente incom-patível com a Justiça Divina?

É que cultivam ressentimen-tos, rancores, ódios…

Não conseguem esquecer omal que sofreram. Alguns se en-volvem tanto com o propósito devingança que passam dezenas deanos e até séculos, em lamentá-vel situação.

O doutrinador conversava comum obsessor que, literalmente,queria destruir o obsidiado, le-vando-o à loucura ou ao suicídio.

Justificava a iniciativa expli-cando que sua vítima de hoje fo-ra cruel verdugo em existênciaanterior, quando o assassinara,bem como a esposa e filhos, paraapoderar-se de seus bens.

O infeliz perdera a noção dotempo. Cento e cinqüenta anoshaviam se passado, sem que elemodificasse suas disposições. Em-polgado pelo ódio, reencontrara

seu desafeto reencarnado enão descansaria enquan-to não o levasse à lou-cura e à morte.

Por mais ressaltasse odoutrinador as vantagensdo perdão, abrindo-lhenovas perspectivas,mantinha-se irredu-tível. Vendo que os ar-gumentos da razão nãoo sensibilizavam, apeloupara o sentimento.

– Você tem contato com suafamília?

– Não, nunca mais os vi.– Não sente saudade?– Sim, mas não consigo encon-

trá-los.– Pois saiba que seus familiares

desejam o mesmo. Mas o reen-contro só acontecerá quandovocê libertar-se do ódio. Eles jáperdoaram. Estão livres.

– Não posso renunciar à vin-gança! O miserável tem que pagar!

– Quem está sendo castigado évocê, sem rumo, perturbado, in-feliz, longe da família… Já pen-sou nisso?

– Você está me confundindo!– Vamos orar meu irmão.O doutrinador pede a Jesus

abençoe o obsessor, concedendo--lhe a graça de uma aproximaçãodos familiares.

Em breves momentos, as lá-grimas do médium traduzem aemoção do Espírito, que enxergaa esposa a seu lado. Derrotadopela saudade, abraça-a em pran-to copioso, dispondo-se a acom-panhá-la.

Com o triunfo do amor, inter-

rompia-se, finalmente, o doloro-so processo obsessivo.

Quantas dores, quantos sofri-mentos, teria evitado para si epara os seus, se exercitasse, desdelogo, a humildade, dispondo-se àcaridade do perdão?!

Nunca seremos suficientemen-te gratos a Deus pelo intercâmbiocom o Além, em que somos aler-tados quanto aos inconvenientesdo egoísmo e estimulados ao con-vívio com a humildade e a carida-de, as duas irmãs generosas quenos abençoam com a paz ondeestivermos.

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Cairbar Schutel foi exemplo dequem praticou caridade aliada

à humildade

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elatando à multidãosua inesquecível expe-riência às portas de

Damasco, o Apóstolo dos gentiosconta que, em face da perplexida-de que o defrontara, perguntou--lhe Ananias, em advertência fra-terna: ‘E agora por que te deténs?’.

A interrogação merece ser me-ditada por todos os que já recebe-ram convites, apelos, dádivas ousocorros do plano espiritual.”1

Merece também ser feita a cadaum de nós, trabalhadores da Evan-gelização Espírita da Criança e doJovem, para uma análise profun-da do comprometimento e do en-volvimento que temos adotadonas ações realizadas em prol dessatarefa.

Há 30 anos, em 1977, foi lan-çada a Campanha Nacional deEvangelização Espírita Infanto--Juvenil, atendendo aos apelos doMovimento Espírita que sentia anecessidade de orientar de formasistemática e abrangente a novageração, cuja freqüência à CasaEspírita já se fazia notar de ma-neira crescente.

Ao longo desses 30 anos, infin-dáveis discussões sobre os rumosda tarefa ocuparam as nossasmentes e preocuparam a todos osque estão nas lideranças da evan-gelização infanto-juvenil.

Além disso, realizaram-se emtodos os estados do Brasil ativida-des variadas em favor da evangeli-zação, sempre com o objetivo detorná-la adequada às crianças eaos jovens. Novas metodologias fo-ram testadas, projetos com objeti-vo de atender a diferentes aspec-tos da formação moral surgiram,bem como experiências de prepa-ração pedagógica e doutrinária doevangelizador.

Assim, a Campanha de Evange-lização Espírita da Criança e doJovem se expandiu e ganhou visi-bilidade entre os espíritas que aospoucos se conscientizaram da ne-cessidade de orientar seus filhoscom o ensino da Doutrina Espíri-ta e do Evangelho de Jesus.

Podemos, pois, fazer um ba-lanço positivo da implantação daCampanha de Evangelização e doseu alcance dentro do território

nacional e além das fronteiras doBrasil.

Podemos avaliar como satisfa-tório o progresso das atividades deEvangelização em muitos centrosespíritas bem como o aumento nonúmero de colaboradores que pro-curam se engajar nessa tarefa.

Na verdade, em 30 anos deCampanha de Evangelização, con-tabilizamos inúmeras vitórias, masprecisamos ter consciência de queo investimento do mundo espiri-tual superior em cada um dos seustrabalhadores tem sido superioraos resultados alcançados.

De uma forma ou de outra,sempre temos recebido dos Espí-ritos, encarregados dessa tarefa,orientações, intuições, mensagensdiretas ou indiretas, ajuda para acriação de programas, atividadespedagógicas, apostilas, livros, ma-teriais informativos e outros quetemos hoje à disposição.

Se os amigos espirituais têm si-do tão pródigos em ajuda, não te-mos certeza de que a nossa res-posta tem sido à altura do investi-mento feito.

EvangelizaçãoEspírita em marcha

“R

“E agora por que te deténs?”(Atos, 22:16.)

RU T E VI E I R A RI B E I RO

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Muitos centros espíritas aindaresistem à implantação dessa tare-fa sob o argumento de que o baru-lho das crianças desarmoniza oambiente, o espaço físico não com-porta essa atividade ou ainda pelainexistência de colaboradores.

Constatamos também que agrande rotatividade dos evangeli-zadores e dos que estão na lide-rança do trabalho tem contribuí-do para a sua falta de continuida-de, acarretando a perda dos ru-mos e objetivos da Evangelização.

Dentre todas as dificuldadesque ainda impedem o progressoda Evangelização Espírita Infanto--Juvenil, a que mais nos preocupaé a ausência de comprometimen-to que ainda persiste entre os tra-balhadores.

O evangelizador ou o colabora-dor do trabalho de evangelizaçãoé, sem dúvida, um voluntário, mas

um voluntário que aceitou a tare-fa e, quando o fez, assumiu todosos compromissos e responsabili-dades inerentes a ela.

Assumiu abrir mão de váriosmomentos de lazer em favor deum ideal; assumiu dedicar seutempo livre para a preparação deaulas e de materiais necessários;assumiu o compromisso com suaprópria formação doutrinária epedagógica.

De um voluntariado se exigecomprometimento e responsabi-lidade como de qualquer outrotrabalhador. Do voluntariado naárea da Educação Espírita dacriança e do jovem se requer maisampla responsabilidade, porque éum trabalho realizado com Espí-ritos ainda em formação, que pre-cisam receber orientações e exem-plos corretos para se transforma-rem em homens de bem.

Estamos convencidos de que,quando cada companheiro é con-vidado a contribuir numa tarefada magnitude da Evangelizaçãodas novas gerações, está apenasaceitando o compromisso já assu-mido no mundo espiritual, antesde reencarnar, conforme nos dizFrancisco Thiesen (Espírito) ementrevista, dada em 1997, ao mé-dium Divaldo Pereira Franco:“[...] Trabalhadores da última ho-ra, sois herdeiros da oportunida-de feliz para reparardes o passadomediante a construção do porvir.

Não é o acaso que vos reúneno campo da ação espírita-cris-tã. Tendes compromisso com opensamento de Jesus, que adul-terastes anteriormente e queaplicastes em favor de interessesmesquinhos quão perturbado-res. Renascestes para vos liberar-des do ontem pernicioso me-

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diante o presente rico de amor ede bênçãos.........................................................

Assumistes compromissos su-periores com os Mensageiros doMundo Maior, e por isso fostesconvocados à tarefa enriquecedo-ra da Evangelização da criança edo jovem, trabalhando-os para Je-sus. Não vos surpreendais com odesafio, nem o abandoneis a qual-quer pretexto. Hoje é a oportuni-dade ditosa para depositardes se-mentes no solo dos corações;amanhã será o dia venturoso decolherdes os frutos da paz. [...]”.2

De posse de todas essas infor-mações, não podemos mais darcomo desculpas o desconheci-mento dos compromissos ante-riormente assumidos ou as difi-culdades familiares ou profissio-nais.

Já recebemos e aceitamos ochamamento do Cristo para in-gressar nas fileiras dos que, com-prometidos com a tarefa, estãotendo “[...] a oportunidade ditosapara depositar sementes no solodos corações [...]”.2

Não podemos mais ser aquelesque, segundo Emmanuel, “nas pa-lavras, exteriorizam sempre gran-de boa vontade; entretanto, quan-do chamados ao serviço ativo,queixam-se imediatamente da fal-ta de dinheiro, de saúde, de tem-po, de forças”.1

“Não vos importem as dificul-dades momentâneas que fazemparte do programa da ascensão.Pensai no amanhã e preparai-oatravés das estrelas que puderdesdeixar pelos caminhos percorri-

dos, a fim de que aqueles que ve-nham depois encontrem luz apon-tando-lhes rumos de segurança.[...]

Permanecei, desse modo, dedi-cados e fiéis até o fim, mesmo queas dificuldades repontem em for-ma ameaçadora de dor e sombra.Quem anda na luz não receia atreva e quem faz o bem não sofresolidão nem desajuste.”2

“Em qualquer posição e em qual-quer tempo, estamos cercados pe-las possibilidades de serviço com oSalvador. E, para todos nós, que re-

cebemos as dádivas divinas, de milmodos diversos, foi pronunciado osublime desafio: ‘E agora por que tedeténs?’.”1

Referências:1XAVIER, Francisco Cândido. Caminho,ver-

dade e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 27.

ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 147.2“Apostila do IV Encontro Nacional de Di-

retores de DIJ”. Entrevista com Francisco

Thiesen que fala, da Espiritualidade, so-

bre o significado da Evangelização, atra-

vés da psicografia de Divaldo Pereira

Franco, Rio de Janeiro: FEB, 1997.

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Filho, recorda o Cristo, em cujas mãos a glória Brilha por soberana e imortal cidadela,Para atingir o Amor que de Luz se constela,Além das aflições da sombra transitória.

Lembra-lhe o berço hostil sobre a palha singela,A vida que alterou a Humanidade e a HistóriaE a morte sobre a cruz, transformada em vitóriaPara a ressurreição renovadora e bela.

Estendendo a missão que enaltece e domina,Ei-lo – servo fiel à Vontade Divina – Na sublime ascensão, sereno, grande e forte!...

Faze, pois, da Humildade o teu celeste escudoE guardarás contigo, a proteger-te em tudo,A força do Senhor que vence a treva e a morte.

Fonte: XAVIER, Francisco C. Correio fraterno. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.

Cap. 52, p. 123.

Página aos jovens

Amaral Ornellas

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21Junho 2007 • Reformador 222277

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

“E quem é o meu próximo?”

(LUCAS, 10:29.)

Ajudemos sempre

próximo a quem precisamos prestar imediata assistência é sempre a pes-

soa que se encontra mais perto de nós.

Em suma, é, por todos os modos, a criatura que se avizinha de nossos

passos. E como a Lei Divina recomenda amemos o próximo como a nós mesmos,

preparemo-nos para ajudar, infinitamente...

Se temos pela frente um familiar, auxiliemo-lo com a nossa cooperação ativa.

Se somos defrontados por um superior hierárquico, exercitemos o respeito e a

boa vontade.

Se um subordinado nos procura, ajudemo-lo com atenção e carinho.

Se um malfeitor nos visita, pratiquemos a fraternidade, tentando, sem afetação,

abrir-lhe rumos novos na direção do bem.

Se o doente nos pede socorro, compadeçamo-nos de sua posição, qualquer que

ela seja.

Se o bom se socorre de nossa palavra, estimulemo-lo a que se faça melhor.

Se o mau nos busca a influência, amparemo-lo, sem alarde, para que se corrija.

Se há Cristianismo em nossa consciência, o cultivo sistemático da compreensão

e da bondade tem força de lei em nossos destinos.

Um cristão sem atividade no bem é um doente de mau aspecto, pesando na eco-

nomia da coletividade.

No Evangelho, a posição neutra significa menor esforço.

Com Jesus, de perto, agindo intensivamente junto dele; ou com Jesus, de longe,

retardando o avanço da luz. E sabemos que o Divino Mestre amou e amparou,

lutou em favor da luz e resistiu à sombra, até a cruz.

Diante, pois, do próximo, que se acerca do teu coração, cada dia, lembra-te

sempre de que estás situado na Terra para aprender e auxiliar.

O

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Fonte viva. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 126, p. 315--316.

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icou distante a lendária Ida-de do Ouro, quando o amor,a suavidade e a ternura nor-

teavam a vida do mundo.Não mais achamos a deusa As-

tréia, filha de Têmis, a dominar apaisagem espiritual e moral dassociedades, estabelecendo o reinoda harmonia, para uma vida ven-turosa.

Agora, quando se agitam as en-tranhas da Humanidade, quandoa violência ganha dimensões alar-mantes e o crime mostra cenáriosaparvalhantes, quando o cinismoe a corrupção se mostram desa-bridos e a mentira desnorteia a al-ma terrena, tem-se a impressão deque se instalou na Terra a Idadedo Ferro das referências mitológi-cas dos tempos idos.

O momento cruel que se de-mora no planeta parece propíciopara que os devedores da Cons-ciência Cósmica tenham ensejode reajustar-se, de renovar-se, en-contrando a liberdade definitiva.

A hora que se estira sobre as ex-periências da Humanidade impõe

a todos a necessidade de repensar,de reflexionar em torno da mar-cha das sociedades, em processode reestruturação dos própriosdestinos.

Nessas épocas agônicas paraquase todos, em tempos de lágri-mas e de dores profundas, quandofaltam socorros e falecem nobresprovidências, como nos tempospretéritos, a massa vive a exorardos Poderes Divinos o auxílio e osocorro capazes de minimizartantos horrores e conflitos.

Temos hoje o dever de traba-lhar para transformar essa tor-mentosa idade tristemente metá-lica, de modo a erigir a Idade doEspírito, a exuberante Era Espi-ritual, que achana os caminhosdo mundo para que por eles to-dos possamos trilhar com liber-dade e com entendimento clarodas leis divinas.

Por causa de toda essa onda deterrores que se abate sobre a Hu-manidade e da frieza de tantoscorações que se cansaram de ser-vir, o Cristo brindou a Terra, já

há cento e cinqüenta anos, comO Livro dos Espíritos, roteiro se-guro e infalível para os indiví-duos e para as comunidades dequaisquer latitudes.

Glória à obra pujante de luz ebeleza, documento que os Céusnos enviaram como mapa do te-souro a ser buscado por todos osque tenham interesse num mun-do mais consentâneo com os en-sinamentos do Reino de Deus.

Estudar esse livro é oportuni-dade sem igual.

Divulgá-lo é como espalhar--se gemas preciosas por sobre asnecessidades e expectativas ter-renas.

Viver segundo os seus ensina-mentos é conseguir a lucidez e asabedoria que a todos nos con-duzirão à plena paz.

Camilo

(Mensagem psicografada por José Raul

Teixeira, em 14/4/2007, durante o 2o Con-

gresso Espírita Brasileiro, em Brasília, DF.)

Revisão em conjunto com o médium.

Uma idade novapara o homem

F

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a magnífica produção psi-cográfica de Francisco Cân-dido Xavier, as obras assi-

nadas pelo seu orientador Emma-nuel têm grande realce. Entre es-tas, a trajetória reencarnatória deEmmanuel se encontra magistral-mente desenvolvida dentro deuma série de romances históricospublicados pela Federação Espíri-ta Brasileira.

No contexto da “[...] era defini-tiva da maioridade espiritual daHumanidade terrestre, de vez queJesus, com a sua exemplificaçãodivina, entregaria o código da fra-ternidade e do amor a todos oscorações”,1 Emmanuel passa a dis-correr sobre o “[...] orgulhoso pa-trício Públio Lentulus, a fim dealgo aprenderdes nas dolorosasexperiências de uma alma indife-rente e ingrata.........................................................

[...] verificareis a extensão deminhas fraquezas no passado[...]”.2 Antes, situa uma vida an-terior do senador, como seu bi-savô, o combativo cônsul PúblioLentulus Sura. Surge Há Dois MilAnos..., onde se desfrutam mui-tos ensinamentos sobre a vida dosenador romano, despontando a

figura amorável e determinadade sua esposa – a cristã Lívia, e oregistro da cura de sua filha Flá-via. Em atendimento à procuraenvergonhada do senador, o Cris-to foi claro:

“– Senador, por que me pro-curas?

[...] mas o profeta [...] continuou:[...] não venho buscar o ho-

mem de Estado, superficial e or-gulhoso, que só os séculos de so-frimento podem encaminhar aoregaço de meu Pai; venho atenderàs súplicas de um coração desdito-so e oprimido e, ainda assim, meuamigo, não é o teu sentimento quesalva a filhinha leprosa e desvalida[...] é, sim, a fé e o amor de tuamulher, porque a fé é divina...”.3

Desse encontro inolvidável dosenador surgiu a única descriçãoexistente sobre o Cristo, a partirde relato de Públio Lentulus aoimperador Tibério. Depois dosacrifício de Lívia, o idoso eamargurado senador, Flávia e adedicada serviçal Ana desencar-nam durante a erupção do Vesú-vio. No mundo espiritual, “o ve-lho patrício contemplou a figuraradiosa da companheira e, exta-siado, fechou os olhos banhados

no pranto da compunção e doarrependimento [...]”.4

O enredo de Cinqüenta AnosDepois se desenrola a partir doano 131 de nossa era. Alguns per-sonagens do romance inicial apa-recem com roupagens carnais econtextos diferentes. O outroraorgulhoso senador vive a expe-riência do escravo de origem gre-ga Nestório. Torna-se liberto pelopatrício Helvídio Lucius, filho dovenerável Cneio Lucius e, poucotempo depois, como cristão, foilevado às feras, juntamente comseu filho Ciro. No “outro lado”, fo-ram recepcionados por Lívia:

“[...] um vulto de anjo ou demulher caminhou para ele, es-tendendo-lhe as mãos carinho-sas e translúcidas...”.5

Na seqüência deste romance,emerge a figura de Célia, renegadapelo pai Helvídio Lucius, guiadaespiritualmente pelo seu avô de-dicado. Escondida na roupagemdo Irmão Marinho ela se destacapelo amor no serviço a necessita-dos, num mosteiro nos arredoresde Alexandria, no cenário do“horto de Célia”. A trama destahistória se encerra após o ternoatendimento de Irmão Marinho a

Trajetória de

EmmanuelN

AN TO N I O CE S A R PE R R I D E CA RVA L H O

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Helvídio Lucius. No capítulo fi-nal, Emmanuel descreve o enlevoespiritual de um grupo de Espíri-tos lúcidos, a abençoar entidadescomo Cneio Lucius e Célia, valo-rizando as mudanças que se con-cretizaram com Nestório. Eis que“um dia, porém, um mensageirodas alturas veio convocar o grupode Cneio Lucius a comparecer pe-rante os numes tutelares que lhepresidiam os destinos, de modo aefetuar-se a livre escolha das pro-vações futuras”.6

O século III é o cenário paraas tramas relatadas em Ave, Cris-to!. Na Roma dos tempos do im-perador Adriano, em torno daexperiência de Quinto Varro, co-meçam a surgir nobres cristãospioneiros, como Ápio Corvino, edepois de seu assassinato, despon-ta o próprio Varro, escondido napersonagem de um novo Corvi-no. Os enganos de patrícios ro-manos em Lyon, nas Gálias, leva-ram a antiga família de Varro àdegeneração moral, e ele própriofoi vítima de seus familiares, mes-mo após – como o missionáriocristão Corvino – ter dado apoioa seu filho Taciano, então enfer-mo. Tempos depois, num momen-to de impasses, Taciano e sua fi-lha Blandina foram amparadospelos cristãos Basílio e sua filhaadotiva Lívia, recém-chegados aLyon. Punidos pela família deTaciano, Basílio foi sacrificadoem Lyon e Lívia, já cega, depoisde alguma peregrinação benfaze-ja, no final da vida, foi reconheci-da por Taciano na região de Ná-poles, passando-lhe o filho ado-

tivo – seu pai Varro reencarnado– que vinha em tarefa especial natentativa de recuperá-lo. Anosdepois, o orgulhoso Taciano e ojovem Quinto Celso foram sacri-ficados juntamente com os cris-tãos, em Roma. Ao adentrar nomundo espiritual, Taciano reco-nheceu o pai na figura do joveme dele ouviu:

“– Taciano, meu filho, agorapoderemos trabalhar, em louvorde Jesus, para sempre!... [...] Bei-jou as mãos paternas como al-guém que saciava saudades terri-velmente sofridas e tentava algodizer, quando viu Blandina, Ba-sílio, Lívia e Rufo [...]

[...] centenas de almas radian-tes seguravam lirial estandarte,em que brilhava a saudação to-cante e sublime:

– Ave, Cristo! Os que vão viverpara sempre te glorificam e saú-dam!”.7

Com um salto de mais de ummilênio, outro romance de Em-manuel focaliza cenários do rei-nado de Luís XIV. Em Renúncia,as cenas transcorrem em torno defamílias de fidalgo espanhol e ou-tra de origem irlandesa, que se es-tabelecem em Paris. Embora comuma passagem da família de Ja-ques Duchesne Davenport pelanovel América do Norte, o enre-do se desenvolve em função dastramas ocorridas na vida de Ciri-lo Davenport e Madalena Vilamil,com etapas em terras americanas,espanholas e em Paris. Nesse ínte-rim, é descrito o ministério depadre Damiano, em Ávila, e seuapoio à jovem Madalena e à pe-

quenina Alcíone. Em momentosde diálogo com Madalena, o sa-cerdote de Ávila comenta sobrealguma reminiscência e anseio:

“– Sempre acalentei o desejode compartilhar dos trabalhosmissionários na América [...]”.8

Padre Damiano cerra seus olhosfísicos em Paris. O ápice da nar-ração do autor espiritual é atin-gido com lances da vida da vir-tuosa Alcíone Vilamil que encerrasua existência como Irmã do Car-melo, vitimada pela Inquisiçãona Espanha. Recebida no mundoespiritual com homenagens “[...]como tributo de veneração à dis-cípula do Cristo, que soubera ven-cer [...]. Cirilo, Damiano e ou-tros amigos de Alcíone, conser-vavam-se em atitudes de prece.[...]” Outro benfeitor “[...] uniasua voz aos harpejos do Céu, re-petindo as sagradas palavras doSermão da Montanha”.9

Hoje, quando se absorve as di-versas obras de Emmanuel comoPaulo e Estêvão, considerada a“obra-prima” de Chico Xavier, eas dissertações sobre passagensdo Novo Testamento, à luz daDoutrina Espírita, na chamadasérie “Fonte Viva”,10 muitas vezesse desconhece a trajetória de Pú-blio Lentulus Sura a Padre Da-miano ao longo de dezenove sé-culos. O senador Públio Lentu-lus sofreu o impacto magnéticodo encontro com o Cristo ecriou-se um fio condutor para“os séculos de sofrimento” em di-reção “ao regaço de meu Pai...”.3

Evidente que há outras passa-gens desse Espírito pelo nosso

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orbe, por exemplo, como PadreManuel da Nóbrega, em Portugale no Brasil, em estudos e comen-tários feitos por Clóvis Tavares11

e aceitos por Chico Xavier, comvagas lembranças que transpare-cem em Renúncia.8 Sua presençana Codificação Kardequiana estáregistrada com o texto “O egoís-mo”, em O Evangelho segundo oEspiritismo.12 Outro fato a ser lem-brado é que a orientação da mis-são de Chico Xavier – mediuna-to de 70 anos – foi claramente deresponsabilidade de Emmanuelcom ponderável influência sobreo desenvolvimento do Movimen-to Espírita no Brasil.

Evitando-se identificações depersonagens entre os romancesde Emmanuel, o importante é seanalisar a evolução de sentimen-tos, de propósitos e de ações en-tre os Espíritos que se apresen-tam como vitoriosos e as dificul-

dades e reincidências de muitosoutros. Trata-se de grupo de Espí-ritos que luta e caminha em con-junto, com experiências no mar-tírio dos cristãos primitivos, nadedicação, na renúncia e no amor.Os referidos romances descrevema luta ascensional percorridapelo autor espiritual até se trans-formar no inspirado exegeta eoferecem subsídios valorosos pa-ra as análises e reflexões reencar-nacionistas sobre grupos de Es-píritos, família e para as ações nasorganizações espíritas.

Referências:1XAVIER, Francisco C. A caminho da luz.

Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2006. Cap. XII, “A manje-

doura”, p. 105.2______. Há dois mil anos... Pelo

Espírito Emmanuel. 3. ed. especial. Rio

de Janeiro: FEB, 2006. “Na intimidade

de Emmanuel”, p. 7-8.

3Idem, ibidem. Cap. V, p. 80-81.4Idem, ibidem. Cap. X, p. 432.5XAVIER, Francisco C. Cinqüenta anos de-

pois. Pelo Espírito Emmanuel. Ed. Espe-

cial. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Primeira

Parte, cap. VII, p. 150.6Idem. Parte Segunda, cap. VII, p. 326.7XAVIER, Francisco C. Ave, Cristo!. Pelo

Espírito Emmanuel. Ed. Especial. Rio de

Janeiro: FEB, 2002. Segunda Parte, cap.

VII, p. 382.8______. Renúncia. Pelo Espírito Emma-

nuel. 2. ed. especial. Rio de Janeiro: FEB,

2002. Primeira Parte, cap. V, p. 184.9Idem. ibidem. Segunda Parte, cap. VII,

p. 456.10Livros editados pela FEB: Caminho,

verdade e vida, Pão nosso, Vinha de luz

e Fonte viva.11TAVARES, Clóvis. Amor e sabedoria de

Emmanuel. São Paulo: Ed. Calvário, 1970.

Cap. 1.12KARDEC, Allan. O evangelho segundo

o espiritismo. 126. ed. Rio de Janeiro:

FEB, 2006. Cap. XI, item 11.

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americano Francis S. Col-lins, químico, médico egeneticista, diretor geral

do Projeto Genoma (ou mapea-mento do DNA humano, ocorri-do em 2001), percorreu o árduocaminho de ateu confesso a cris-tão convicto, enfrentando inúme-ras dificuldades no meio acadê-mico para confessar a sua crençaem Deus. Percebeu quão limita-da é a visão dos cientistas emrelação a certos questionamentoshumanos, tais como: “Por que es-tamos aqui?” “Qual o sentido davida?”.

Em seu livro, A Linguagem de

Deus,1 publicado recentementeno Brasil pela Editora Gente, apre-senta evidências de que a Ciên-cia e a religiosidade devem ca-minhar juntas. Analisa a trajetó-ria desenvolvida por si mesmo epor outros cientistas na conquis-ta da religiosidade, apresentandodados concretos e confiáveis. Uti-lizando linguagem direta e argu-mentações inteligentes, comunsnos escritos científicos, conse-gue alcançar o público leigo e de-monstrar como é pouco racionala oposição entre Ciência e fé. Apublicação possui onze capítu-los distribuídos em três partes,

além de um apêndice que trazcomentários sobre a prática mo-ral da Ciência e da Medicina: abioética. Na primeira parte, ana-lisa de forma sensata e bem fun-damentada a ruptura entre aCiência e a Religião. Tem comoreferência as experiências pes-soais e de outros cientistas, danegação absoluta de Deus até aaceitação integral da existênciado Criador Supremo. Na segundaparte, traz à baila questões atuaisde efetiva significância para a Hu-manidade: as origens do Univer-so; a vida na Terra – sobre os mi-cróbios e o homem; a decifração

A Ciência exclui Deus?

OMA RTA AN T U N E S MO U R A

Em dia com o Espiritismo

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do manual de instruções deDeus – as lições do genoma hu-mano. Na última parte do livro,intitulada “Fé na ciência, fé emDeus”, encontramos uma linhahistórica da evolução do concei-to de Deus, contendo citaçõesdo livro bíblico Gênesis, de estu-dos de Galileu e de outros cien-tistas de renome, do passado edo presente, e as idéias essen-ciais da Teoria das Espécies, deCharles Darwin. Faz lúcida aná-lise da Criação Divina, tendo co-mo pano de fundo expressivasposições religiosas e científicas,tanto as favoráveis quanto as con-trárias. Por fim, propõe a alter-nativa da união harmônica entrea Ciência e a fé.

Na verdade, esta idéia, a de es-tabelecer uma aliança entre aCiência e a Religião, é tambémuma proposta espírita, constantehá mais de um século em O Evan-gelho segundo o Espiritismo:

A Ciência e a Religião são as

duas alavancas da inteligência

humana: uma revela as leis do

mundo material e a outra as do

mundo moral. Tendo, no entan-

to, essas leis o mesmo princípio,

que é Deus, não podem contradi-

zer-se. Se fossem a negação uma

da outra, uma necessariamente

estaria em erro e a outra com a

verdade, porquanto Deus não

pode pretender a destruição de

sua própria obra. A incompatibi-

lidade que se julgou existir entre

essas duas ordens de idéias pro-

vém apenas de uma observação

defeituosa e de excesso de exclu-

sivismo, de um lado e de outro.

Daí um conflito que deu origem

à incredulidade e à intolerância.

São chegados os tempos em

que os ensinamentos do Cristo

têm de ser completados; em que

o véu intencionalmente lança-

do sobre algumas partes desse

ensino tem de ser levantado;

em que a Ciência, deixando de

ser exclusivamente materialista,

tem de levar em conta o ele-

mento espiritual e em que a Re-

ligião, deixando de ignorar as

leis orgânicas e imutáveis da

matéria, como duas forças que

são, apoiando-se uma na outra

e marchando combinadas, se

prestarão mútuo concurso. En-

tão, não mais desmentida pela

Ciência, a Religião adquirirá

inabalável poder, porque estará

de acordo com a razão, já se lhe

não podendo mais opor a irre-

sistível lógica dos fatos.2

Existem outras coincidênciascom os ensinos espíritas, cujo fiode idéias é desenvolvido pelo au-tor em seu livro, ora como pro-duto de interpretações pessoais,ora como convicções de diferen-tes cientistas. A título de ilustra-ção relacionamos, em seguida,algumas idéias expostas pelo ge-neticista Collins e a orientaçãoespírita correspondente.

1. “A Lei Moral ainda se destacapara mim como a mais forte indi-cação de Deus. Mais que isso, elaindica um Deus que se preocupacom os seres humanos, um Deusinfinitamente bom e santo”3 – aquestão 13 de O Livro dos Espíritosinforma que um dos atributos de

Deus é ser soberanamente justo ebom.

2. “A ciência é o único caminholegítimo para investigar o mundonatural [físico]. Sondando a estru-tura do átomo, a natureza do cos-mo ou a seqüência do DNA do ge-noma humano, o método científi-co é a única forma confiável debuscar a verdade sobre eventosnaturais. [...] Apesar disso, a ciên-cia apenas não basta para respon-der a todas as questões. [...] Aciência não é a única forma deaprender. A visão do mundo espi-ritual fornece outra maneira deencontrar a verdade.”3

A Ciência e a Religião não

puderam, até hoje, entender-se,

porque, encarando cada uma

as coisas do seu ponto de vista

exclusivo, reciprocamente se

repeliam. Faltava com que en-

cher o vazio que as separava,

um traço de união que as apro-

ximasse. Esse traço de união

está no conhecimento das leis

que regem o Universo espi-

ritual e suas relações com o

mundo corpóreo, leis tão imu-

táveis quanto as que regem o

movimento dos astros e a exis-

tência dos seres. Uma vez com-

provadas pela experiência essas

relações, nova luz se fez: a fé

dirigiu-se à razão; esta nada

encontrou de ilógico na fé: ven-

cido foi o materialismo. Mas,

nisso, como em tudo, há pes-

soas que ficam atrás, até serem

arrastadas pelo movimento ge-

ral, que as esmaga, se tentam

resistir-lhe, em vez de o acom-

panharem. É toda uma revolu-

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ção que neste momento se ope-

ra e trabalha os espíritos. [...]

Fáceis são de prever as conse-

qüências: acarretará para as

relações sociais inevitáveis mo-

dificações, às quais ninguém

terá força para se opor, porque

elas estão nos desígnios de

Deus e derivam da lei do pro-

gresso, que é lei de Deus.2

3. “O sentido da existência hu-mana, a realidade de Deus, a pos-sibilidade de um pós-vida e mui-tas outras questões espirituais seacham fora do alcance do métodocientífico.”3

Se a questão do homem espi-

ritual permaneceu, até aos dias

atuais, em estado de teoria, é que

faltavam os meios de observa-

ção direta, existentes para com-

provar o estado do mundo ma-

terial, conservando-se, portan-

to, aberto o campo às concep-

ções do espírito humano. [...] O

que se deu na ordem física,

deu-se também na ordem mo-

ral. Para fixar as idéias, faltou o

elemento essencial: o conheci-

mento das leis a que se acha

sujeito o princípio espiritual.

Estava reservado à nossa época

esse conhecimento, como o

esteve aos dois últimos séculos

o das leis da matéria.4

Em entrevista ocorrida na ceri-mônia de lançamento do seu li-vro, o cientista foi confrontado arespeito dos atos criminosos co-metidos ao longo da História, emnome de Deus. A resposta que eledeu à questão indica coerência desuas concepções e conclusões, as-sim como revela a nova ordem deidéias que está circulando na men-te de, aproximadamente, 40% doscientistas da atualidade, segundodados por ele apresentados: “Oproblema é que a água pura da féreligiosa circula nas veias defeituo-sas e enferrujadas dos seres huma-nos, o que às vezes a torna turva.Isso não significa que os princí-pios estejam errados, apenas quedeterminadas pessoas usam essesprincípios de forma inadequadapara justificar suas ações”.5 Nou-tro momento enfatiza: “A religiãoé um veículo da fé – essa, sim, im-prescindível para a Humanidade.Albert Einstein também afirmoualgo semelhante: A ciência sem re-ligião é manca, a religião sem aciência é cega”.2 A Doutrina Espí-

rita, por sua vez, mais uma vez seadianta às conclusões científicas:Fé inabalável só o é a que pode en-carar de frente a razão, em todas asépocas da Humanidade.6

A Ciência não exclui Deus, co-mo se supõe à primeira vista. Temsido constatado o renascimentode Espíritos esclarecidos nos dife-rentes campos do saber humano,os quais, por possuírem uma sóli-da consciência religiosa, estão pro-movendo a esperada aliança entrea Ciência e a Religião. O reconhe-cido geneticista Francis Collinsrepresenta um dentre muitos Es-píritos que aportam ao mundofísico, atendendo as determinaçõesdo Cristo de transformar a nossahabitação planetária num mundode regeneração.

Referências:1COLLINS, Francis S. A linguagem de

Deus. Tradução de Giorgio Capelli. São

Paulo: Editora Gente, 2007. p. 280.2KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.

126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. I,

item 8.3COLLINS, Francis S. A linguagem de

Deus. Tradução de Giorgio Capelli. São

Paulo: Editora Gente, 2007. Terceira par-

te, cap. 10.4KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de

Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro:

FEB, 2006. Cap. IV, item 15.5Revista veja. Editora Abril. Entrevista pu-

blicada na edição de janeiro de 2007.6KARDEC, Allan. O evangelho segundo o

espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro.

126. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap.

XIX, item 7.

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Francis S. Collins: de ateuconfesso a cristão convicto

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Sob a condução da con-freira Darci Neves, diretorada Área de Educação Espí-rita do Conselho Espírita doEstado do Rio de Janeiro(CEERJ), realizou-se em 28de abril p. p., na Sede Seccio-nal da FEB, no Rio de Janei-ro, o 4o Seminário promovi-do pela Federação EspíritaBrasileira em fraterna parce-ria com aquela Federativaestadual, compondo também aMesa de trabalhos o diretor Affon-so Soares.

Dessa vez, a Casa de Ismael re-cebeu novamente a visita de He-loisa Pires, para tratar do tema“Constituição da Educação Espí-rita – do homem primitivo ao séc.XXI”, com abordagens sobre osseguintes itens:

• Educação dos Povos Primitivos;

• Jesus, o Pedagogo da Huma-nidade;

• Proposta Educacional de Pes-talozzi;

• Rivail e Kardec;• Educação Espírita e o Século

XXI.

Em agradável exposição, fluen-te e fecunda, Heloisa Pires, que é,em São Paulo (SP), professora deFísica e Matemática, psicopeda-goga, diretora do Centro EspíritaCairbar Schutel e voluntária daCasa do Caminho, desenvolveu agrandiosa tese de uma educaçãoespírita sempre presente e neces-sária nos sucessivos estágios daevolução da Humanidade, desdeas fases primitivas até aos níveis

que caracterizam as sociedades doséculo XXI.

A presença maciça de adeptos en-volvidos nas tarefas da evangeliza-ção da infância e da juventude sus-citou a formulação, entre outras,de questões específicas e de profun-didade, todas plenamente esclare-cidas por Heloisa Pires, com o crité-rio da Codificação de Allan Kardece o auxílio de seus vastos conheci-mentos de Psicopedagogia e ricasvivências pessoais, tudo temperadocom sua jovialidade contagiante.

Foram momentos de grandeedificação, de legítima confraterni-zação, que os participantes con-servarão indeléveis na memória elhes servirão de estímulo no estu-do e na prática da Doutrina Espí-rita, influenciando principalmenteos evangelizadores na grave e deli-cada missão de fecundar crianças ejovens com os princípios moraisdo Espiritismo com Jesus.

Seminário sobre Educação

Aspecto geral do público na Sede Seccional da FEB no Rio de Janeiro

Heloisa Pires

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Espírita na Sede Histórica da FEB

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s trabalhadores do bemservem a Jesus com entu-siasmo, desprendimento e

dedicação. Sabem compreenderseus desígnios porque muitoamam. Por isso, trabalham persis-tentemente na sua seara apesardas incompreensões. Suas espe-ranças estão depositadas na vidafutura, liberando-os do desânimoperante as dificuldades.

E sabendo serem falíveis peranteas próprias imperfeições, Espíritosna escalada da evolução, quando seencontram diante das indiferençasdos outros, perdoam. Afinal, oexemplo deixado pelo Mestre mos-tra a diferença entre o bem e o mal,iluminando o caminho a seguir.

Dentre seus trabalhadores, avul-ta o incansável Saulo de Tarso, oapóstolo dos gentios. Estudandosua vida podemos retirar exemplosriquíssimos.

Quando fez sua primeira em-preitada em divulgar o Cristianis-

mo, após três anos de meditaçãono deserto, percebendo que nãoera bem recebido pelos seus, teve aorientação de Ananias, o ex-perse-guido:

“[...] mas aquele que já se enga-nou, ou que guarda alguma culpa,tem necessidade de testemunharno sofrimento próprio, antes deensinar [...]”, e acrescentou: “Quan-do hajas sofrido mais [...] terásapurado a compreensão dos ho-mens e das coisas. [...]”.1

Então, Saulo retorna ao seu lar,após ser ignorado pelos amigos deoutrora, vai em busca do acon-chego nos braços paternos, masnão é compreendido e fica só.Conta Emmanuel que, desdobra-do do corpo, foi ter com Estêvão eAbigail, em região sublime, de ra-ra beleza. Depois do lenitivo daspalavras ternas e do carinho rece-bido, quis saber o futuro semea-dor da Boa Nova o “[...] que fazerpara adquirir a compreensão per-

feita dos desíg-nios do Cristo?”2

E Abigail amoro-samente respon-de com uma úni-ca palavra:

“– Ama!”2

P e n s a t i v o ,Saulo lembra quenas anotações de

Levi “[...] Jesus aconselha o amoraos próprios inimigos. Entretanto,considerava quão difícil devia sersemelhante realização. Penoso tes-temunhar dedicação, sem o realentendimento dos outros. Comofazer para que a alma alcançassetão elevada expressão de esforçocom Jesus Cristo?”2 Abigail reto-ma novamente:

“– Trabalha!”2

Segundo Emmanuel, “[...] Eranecessário realizar a obra de aper-feiçoamento interior. [...]”.2 Toda-via, seus esforços foram em vão.Desejoso de “pregar” o evangelhodo Mestre, compartilhar os senti-mentos nobres de agora, fora en-xotado e incompreendido. “[...]Que providências adotar contra odesânimo destruidor?”2 A voz deAbigail entoa uma suave e subli-me palavra:

“– Espera!”2

“[...]a alma deve estar pronta aatender ao programa divino, emqualquer circunstância. [...]”2 Noentanto, “[...] as criaturas pare-ciam igualmente desinteressadasda verdade e da luz. [...] como agirno âmbito de forças tão hetero-gêneas? Como conciliar as gran-diosas lições do Evangelho com aindiferença dos homens?”2 Comoa adivinhar o futuro que viria, elaresponde simplesmente:

Os trabalhadoresde Jesus

OSAU LO GO U V E I A CA RVA L H O

Paulo de Tarso na estrada de Damasco

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“– Perdoa!”2

Relata o Espírito Emmanuelque “[...] Singular serenidade to-cava-lhe o espírito. Uma com-preensão diferente felicitava-opara o reinício da jornada nomundo. Guardaria o lema deAbigail para sempre. O amor, otrabalho, a esperança e o perdãoseriam seus companheiros inse-paráveis. [...]”.2

A busca pela vivência da pleni-tude fica mais acessível quando secompreende que o ser em essênciaé amor. E o amor é um bálsamopoderoso que, por suas virtudes,cura todas as chagas do coração.Por isso, qualquer dificuldade ouobstáculo é superado sob a in-fluência desse sublime sentimento.

No trabalho, as forças se reno-vam. É ele que limpa as “poeiras”da estrada, permitindo aos obrei-ros do Cristo seguirem, sem alentidão dos que ficam à margemda estrada. Com paciência, per-severança e fé têm a certeza deque estão sendo apoiados pelo“Bom Pastor”, que a ninguém de-sampara.

Só resta o perdão das própriasfalhas e das faltas alheias, paraprosseguirem intimoratos, semtemer os percalços do caminho,certos de que: “Se Deus é por nós,quem será contra nós?” (Roma-nos, 8:31).

Referências:1XAVIER, Francisco C. Paulo e Estêvão.

Pelo Espírito Emmanuel. 43. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2006. Segunda Parte, cap. I,

p. 277-278.2 Idem, ibidem. Cap. III, p. 381-382 e 384.

Retorno à Pátria Espiritual

Desencarnou no dia 8 de fe-vereiro, na cidade de Charlot-tesville, no Estado norte-ameri-cano da Virgínia, aos 88 anos deidade, o médico psiquiatra IanStevenson.

Nascido em 31 de outubrode 1918, em Montreal, Canadá,tornou-se mundialmente co-nhecido pelas pesquisas que de-senvolveu sobre a reencarnação,às quais dedicou mais de 30anos de sua vida, viajando pelomundo para estudar e catalo-gar casos que evidenciassem avolta do espírito à Terra numnovo corpo. Como resultado deseus esforços, Stevenson publi-cou diversos livros, como VinteCasos Sugestivos de Reencarna-ção (Twenty Cases Suggestive ofReincarnation), lançado em 1966e vertido para o português, pa-

ra o qual catalogou mais de 600casos de lembrança espontânea.Além desse, há outros títulos,em inglês, em que relata deze-nas de casos que colheu em paí-ses como Índia, Sri Lanka, Lí-bano, Turquia, Tailândia e Bur-ma. Um dos seus interessantesestudos, ainda não publicadoem português, mostra, em 2.300páginas, como as chamadas mar-cas de nascença podem servirde indício da reencarnação. Oestudo é intitulado Reincarna-tion and Biology: A Contribu-tion to the Etiology of Birth-marks and Birth Defects (Reen-carnação e Biologia: Uma Con-tribuição à Etiologia das Marcasde Nascença e Defeitos de Nas-cença).

Ian Stevenson vivia nos Esta-dos Unidos, onde por 34 anosdirigiu o Departamento de Psi-quiatria e Neurologia da Escolade Medicina da Universidadede Virgínia. Atualmente, estavaà frente da Divisão de Estudosda Personalidade, daquela uni-versidade, a qual colocou emsua página na Internet uma no-ta homenageando seu célebreprofessor.

Ian Stevenson

Fonte: Boletim Sei, no 2032, desábado, 10/3/07.

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periódico Informativo, da Associação dosAposentados e Pensionistas de Volta Re-donda (no 150 – mar./2007) traz sugestiva

matéria a respeito do esperanto, da autoria doEngenheiro Alberto Flores, veterano propagandistados ideais da Língua Internacional Neutra.

Alberto, que tem dado sucessivos cursos do idio-ma no Centro Gerontológico daquela Associação,relata sobre interessante experiência que julgamosdever estender ao leitor, pelo seu elevado alcance epor evidenciar virtudes singulares da genial criaçãode Lázaro Luís Zamenhof.

Sob o título “Esperantoterapia”, Alberto Flores nosbrinda com o seguinte texto:

“Seu Miguel tinha as suas horas totalmente absor-vidas por intenso trabalho para atender às urgentesnecessidades da família. Não sobrava tempo para ler,estudar ou se dedicar a algum passatempo. Em seucentro de interesses se via cercado pela obrigação debem cumprir as tarefas de cada dia. E assim se passa-ram os anos.

Lá pelas tantas chegou a época da sonhada apo-sentadoria! No início, seu Miguel sentiu-se meiodesnorteado. Parecia que tinha um vazio na alma. Ossonhos de moço já não mais tinham sentido. Os inte-resses agora eram outros, ou já não havia mais inte-resse algum! O envelhecimento cobrava o seu preço.Mas, no fundo, ainda acariciava o velho sonho deestudar, coisa que antes não fora possível.

Porém, cadê a paciência para fazer um curso for-mal? E o dinheiro? E os prerrequisitos? O jeito eramesmo desistir. Então começou a sentir um certodesânimo, tristeza, depressão; uma sensação de inu-

tilidade, com perda da auto-estima e tendência a seisolar, a se afastar do convívio com os outros. Nãopor falta de tempo, porque tempo agora ele tinha desobra; mas porque não encontrava o seu espaço, nemoportunidades de ter um lazer prazeroso.

O seu cotidiano se tornara repetitivo, numa mesmi-ce terrível. Foi aí que alguém lhe sugeriu que procuras-se o Centro Gerontológico de uma Associação de Apo-sentados, o qual lhe poderia proporcionar a alegria deconviver com pessoas da sua idade, de participar de umcoral, de passeios, de excursões, de festas, de cursos.

Cursos? Sim, de cursos sem prerrequisitos, semcompromisso de exames, sem mensalidades caras,sem a chatice de tarefas cansativas. Era estudar porpuro prazer, como uma terapia ocupacional, parasentir a satisfação de conviver, de aprender algo inte-ressante, de ocupar bem o seu tempo e a sua mente,desenferrujar o intelecto num lazer agradável.

E foi assim que seu Miguel começou a estudar alíngua esperanto. No princípio achou que não iaconseguir aprender; estava destreinado do estudo.Mas o esperanto era tão interessante, tão claro, tãológico, tão simples, que seu Miguel foi se entusias-mando, se dedicando e aprendendo, bem mais rápi-do do que pensara!

E quando se deu conta, estava lendo prosa e poe-sia em esperanto, com enorme satisfação e grandeproveito cultural. Seu Miguel estava feliz: tinha en-contrado e se afinado com o belo ideal de paz e fra-ternidade que caracteriza o esperanto.

Começou a se corresponder com esperantistas deoutras terras e de outras culturas, e a saber comoviviam, pensavam e sentiam. Era como se tivesse

Sugestivo depoimento sobre o Esperanto

O

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A FEB e o Esperanto

AF F O N S O SOA R E S

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aberto uma imensa janela para o resto do mundo;percebeu que seus horizontes se ampliavam. E,muito satisfeito, seu Miguel contava para os amigos:

‘Jamais imaginei que o simples estudo dessa lín-gua fosse me proporcionar tantas alegrias. É algo que

transformou os meus dias. Agora sou outro; não soumais um idoso acabrunhado; sou agora um jovem na3a idade, alegre e feliz. A terapia do esperanto metrouxe novas esperanças. Graças a Deus e, também,ao Dr. Esperanto!’.”

33Junho 2007 • Reformador 223399

Mil vidasVenho de longe, longe, muito longe...Peregrina de abismos e de espaços.Cumprindo carmas renasci princesa,Ora bobo da corte, ora palhaço!

Poderoso e cruel, sem piedade,Tive aos meus pés escravos e vassalos.Meu corpo apodreceu em lúgubres masmorras;Mas fui também donzela enternecida,Temendo a morte e amando a vida!

Quantas vezes saudades eu sentiDe uma aldeia branca, muito branca,Onde pobre pastora eu vivi!

Depois, seguindo a minha trajetória,Os meus filhos perdi em luta inglória!Em bordéis eu dormi com marinheiros,Naveguei em mil mares sem roteiro.

Fez-se silêncio no vale profundo,Mais uma vez esqueci este mundo...Muito tempo passou, quando em novo vagido,De néctar e de orvalho fui ungido.

Agora, em cada flor eu tenho uma irmã,Nos meus olhos a vida é manhã.

Um pouco de artesão, um pouco de alquimista,Faço do amor a suprema conquista.Em belo e novo transformo o velho e o feio,De esperanças a Terra eu semeio!Sonhar, sorrir, amar é minha meta,Pois Deus me permitiu nascer poeta!

Mil vivojDe fore, de tre fore mi alvenaspilgrime tra l’ abismoj kaj la spaco,mi karme renaski1is, jen princino,jen histrion’ kortega, jen pajaco!

Potenca, senkompata kaj kolera,malamis min la sklavoj kaj vasaloj,kaj mi forputris en malhel’ karcera.Sed poste mi revenis junulino,de suna vivo arda amantino.

Kaj nune resopiras mi plurfojevila1on blankan, kie plene 1ojemi vivis, kiel simpla pa7tistino.

Poste, doloro en la vojo mia:mi perdis filojn en batalo fia!Mi ku7is en bordeloj kun 7ipanoj,kaj sur la mar’ 7ipiris sen vojplanoj.

Kaj poste i1is en la voj’ silento:miajn memorojn forbalais vento...la tempo pasis... fine mi revenis:per roso kaj nektar’ la viv’ min benis.

Fratinon havas mi en /iu floroen mia bela viva9roro.

Manlaboristo a9 alkemiisto,fabrikas amon mi, fabrikas belon...malnovon, hidon zorge mi transformas...mi prenis tiujn 7an1ojn kiel celon,kaj amon, revojn, /iam kun rideto,disdonas: Dio faris min poeto!

O poema a seguir transcrito, com a versão em esperanto feita conjuntamente por Sylla Chaves eBenedicto Silva, é da poetisa piauiense Áurea Maria Cruz Ramos da Costa (1922-2005), que nele

expressa, de forma sugestiva, sua crença nas vidas sucessivas da alma:

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o Dallas Theological Semi-nary (Texas, USA), no mêsde maio de 1965, Harold W.

Hoehner defendeu sua tese de dou-torado sobre a cronologia da EraApostólica. Seu trabalho contraria-va a tradicional e respeitada posiçãodos eruditos do seu tempo, propon-do uma completa releitura das fon-tes históricas sobre o tema. Ao esta-belecer uma nova cronologia parao primeiro século do Cristianis-mo, o autor apontava a necessida-de de revisar todas as conclusõesdos estudiosos que o antecederam.

A tese de Hoehner foi timida-mente acolhida nos meios acadê-micos, a ponto de receber o nomede “cronologia alternativa”. Atual-mente, porém, vários pesquisado-res têm confirmado as proposiçõesdo professor norte-americano, in-corporando muitas de suas idéias.

Surpreendentemente, a leitura

meticulosa dos romances psico-grafados por Francisco CândidoXavier revelou um fato inusitado:as datas estabelecidas pelo Espíri-to Emmanuel, nessas obras, eramfreqüentemente idênticas àquelasdefendidas por Harold Hoehner.À guisa de exemplo, podemos ci-tar três episódios da vida do Cris-to: o seu nascimento (ano 5 a.C.),o início do seu ministério (ano30 d.C.) e a crucificação (ano 33d.C.), todos ocorridos, segundoestes dois autores, nas datas acimaespecificadas. Vê-se que Jesus foicrucificado com trinta e oito anos!2

No romance Paulo e Estêvão, oEspírito Emmanuel desenvolveuum quadro cronológico das ativi-dades apostólicas que se asseme-lha àquele elaborado pelo profes-sor do Texas. Um detalhe, porém,

salta aos olhos: o romance foi psi-cografado no primeiro semestrede 1941, na provinciana cidade dePedro Leopoldo (MG), ao passoque a tese foi defendida 24 anosmais tarde, na famosa universida-de de teologia norte-americana.

A constatação desses fatos nosconduz a profundas reflexões sobreo caráter da Revelação dos Espíritos,e, mais especificamente, sobre o trí-plice aspecto da Doutrina Espírita.O Espiritismo é uma Ciência comidentidade própria, já que possuiobjeto de estudo próprio (o mundoespiritual e suas relações com omundo corpóreo) e método depesquisa próprio (mediunidade).

Nesse sentido, são valiosas asconsiderações do Codificador arespeito do assunto:

Assim como a Ciência propria-

mente dita tem por objeto o estu-

do das leis do princípio material,

o objeto especial do Espiritismo

é o conhecimento das leis do

princípio espiritual. Ora, como

este último princípio é uma das

História da Era Apostólica(Século I) – Parte I

N

“Não podemos conhecer o Jesus ‘real’ através da pesquisa histórica, quer istosignifique sua realidade total ou apenas um quadro biográfico razoavelmente

completo. No entanto podemos conhecer o ‘Jesus histórico’. Por Jesus da história, refiro-me ao Jesus que podemos ‘resgatar’ e examinar utilizando os

instrumentos científicos da moderna pesquisa histórica.”1

HA RO L D O DU T R A DI A S

Cristianismo Redivivo

1MEIER, John P. Um judeu marginal:repensando o Jesus histórico. 3. ed. Rio deJaneiro: Imago, 1993. p. 35.

34 Reformador • Junho 2007 224400

2XAVIER, Francisco Cândido. Crônicas dealém-túmulo. Pelo Espírito Humberto deCampos. 15. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007.Cap. 15, p. 90 (a data de nascimento deJesus será abordada com maiores detalhesem futuros artigos desta coluna).

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forças da Natureza, a reagir in-

cessantemente sobre o princípio

material e reciprocamente, se-

gue-se que o conhecimento de

um não pode estar completo

sem o conhecimento do outro.

O Espiritismo e a Ciência se com-

pletam reciprocamente [...].3

Essa relação de complementa-ção entre a Ciência e o Espiritis-mo pode ser vista como união deesforços com vistas ao aprimora-mento do saber humano, já quepossibilita uma abordagem inte-gral dos problemas, levando emconta seus aspectos materiais eespirituais concomitantemente.

No prólogo deste artigo há umacitação do historiador John P.Meier, professor na UniversidadeCatólica de Washington D. C., con-siderado um dos mais eminentespesquisadores bíblicos de sua ge-ração. Ao estabelecer os limites daCiência e da investigação huma-nas, ele adverte: “Por Jesus da his-tória, refiro-me ao Jesus que pode-mos ‘resgatar’ e examinar utilizan-do os instrumentos científicos damoderna pesquisa histórica”.

A atitude de cautela e humilda-de, esboçada por inúmeros cientis-

tas, como John Meier, tem sido otraço da Ciência pós-moderna, fa-vorecendo o diálogo com a Dou-trina Espírita, que, por sua vez, ofe-rece subsídios valiosos, inacessíveisaos “instrumentos científicos damoderna pesquisa histórica”.

Não se trata de sobrepujar aCiência, desprezar suas conclu-sões, numa atitude mística incom-patível com a fé raciocinada. Odesafio é “complementar”, “unir”,“dialogar”, onde as duas partes es-tão dispostas a ouvir e falar.

As palavras do Codificador,mais uma vez, lançam inestimáveisluzes sobre a questão em debate.

A Ciência e a Religião não

puderam, até hoje, entender-se,

porque, encarando cada uma as

coisas do seu ponto de vista ex-

clusivo, reciprocamente se re-

peliam. Faltava com que encher

o vazio que as separava, um tra-

ço de união que as aproximasse.

Esse traço de união está no co-

nhecimento das leis que regem

o Universo espiritual e suas re-

lações com o mundo corpóreo,

leis tão imutáveis quanto as que

regem o movimento dos astros

e a existência dos

seres. Uma vez

comprovadas pela experiência

essas relações, nova luz se fez: a

fé dirigiu-se à razão; esta nada

encontrou de ilógico na fé: ven-

cido foi o materialismo. Mas,

nisso, como em tudo, há pes-

soas que ficam atrás, até serem

arrastadas pelo movimento ge-

ral, que as esmaga, se tentam

resistir-lhe, em vez de o acom-

panharem. [...]4

Seguindo as pegadas de AllanKardec, Emmanuel e outros Benfei-tores do mundo espiritual, o pre-sente artigo inaugura uma nova co-luna na revista Reformador, intitu-lada “Cristianismo Redivivo”. Nossaproposta é salientar a contribuiçãooferecida pela revelação espiritualno equacionamento de graves pro-blemas relativos à história de Jesus,dos seus seguidores diretos e doCristianismo, de modo geral, visan-do a apropriação, com maior segu-rança e legitimidade, da essência daBoa Nova, alicerce de todas as pro-

4KARDEC, Allan. O evangelho segundo oespiritismo. 126. ed. Rio de Janeiro: FEB,2006. Cap. I, item 8, p. 61.

3KARDEC, Allan. O espiritismo na suaexpressão mais simples. Rio de Janeiro:FEB, 2006. Cap. III, item 16, p. 100.

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postas de renovação veiculadaspela Doutrina dos Espíritos.

O esforço não é novo. A tarefade unir pesquisa histórica e reve-lação espiritual pode ser encon-trada na obra A Caminho da Luz.Desse livro monumental, destaca-mos dois trechos que servem debaliza à nossa iniciativa, ao mes-mo tempo em que definem osrumos da nossa busca.

Não deverá ser este um traba-

lho histórico. A história do

mundo está compilada e feita.

Nossa contribuição será à tese

religiosa, elucidando a influên-

cia sagrada da fé e o ascendente

espiritual, no curso de todas as

civilizações terrestres. [...]5

Esse esforço de síntese será o

da fé reclamando a sua posição

em face da ciência dos homens,

e ante as religiões da separativi-

dade, como a bússola da verda-

deira sabedoria.6

O Espírito Emmanuel esclareceque não tem a função de repetir otrabalho dos historiadores, com-petindo-lhe, essencialmente, reve-lar o ascendente espiritual da evo-lução humana. Com isto, depre-ende-se que a leitura dos historia-dores, a conjugação das informa-ções por eles oferecidas com a re-velação dos Espíritos, enfim, apesquisa puramente humana, re-presenta a parcela de trabalho quenos compete nessa empreitada.

Feitas estas considerações, convi-damos o leitor a iniciar uma longajornada pelos trilhos da história doCristianismo, conjugando fé e ra-zão, revelação mediúnica e pesquisahistórica. Dedicaremos inúmerosartigos à construção da cronologiado primeiro século do Cristianis-mo, utilizando, basicamente, a tesede Harold W. Hoehner e a obraPaulo e Estêvão. Paralelamente,aproveitaremos o ensejo para abor-dar questões históricas, geográfi-cas, culturais e lingüísticas neces-sárias ao aprofundamento da aná-lise. Nesse caso, será indispensávelrecorrer à literatura especializada,relacionando-a com o acervo me-diúnico de Francisco Cândido Xa-vier, como um todo.

Como nossa proposta é fomen-tar o diálogo entre Espiritismo eCiência, por vezes será necessárioesclarecer o estado atual da pes-quisa acadêmica antes de cotejaros dados oferecidos pela Espiri-tualidade Superior.

Todavia, uma advertência se im-põe. Não se trata de oferecer todasas respostas, nem de resolver todosos enigmas. Por vezes, teremos denos contentar com o aprimora-mento de nossas indagações. Afinalde contas, saber perguntar é o pri-meiro passo para encontrar a ver-dade. Mais uma vez, é Emmanuelque vem em nosso socorro.

Além do túmulo, o Espírito de-

sencarnado não encontra os mi-

lagres da sabedoria, e as novas

realidades do plano imortalista

transcendem aos quadros do

conhecimento contemporâneo,

conservando-se numa esfera

quase inacessível às cogitações

humanas, escapando, pois, às

nossas possibilidades de exposi-

ção, em face da ausência de com-

parações analógicas, único meio

de impressão na tábua de valo-

res restritos da mente humana.

Além do mais, ainda nos en-

contramos num plano evoluti-

vo, sem que possamos trazer ao

vosso círculo de aprendizado as

últimas equações, nesse ou na-

quele setor de investigação e de

análise. É por essa razão que so-

mente poderemos cooperar

convosco sem a presunção da

palavra derradeira. Considera-

da a nossa contribuição nesse

conceito indispensável de rela-

tividade, buscaremos concorrer

com a nossa modesta parcela de

experiência, sem nos determos

no exame técnico das questões

científicas, ou no objeto das po-

lêmicas da Filosofia e das reli-

giões, sobejamente movimen-

tados nos bastidores da opi-

nião, para considerarmos tão-

-somente a luz espiritual que se

irradia de todas as coisas e o as-

cendente místico de todas as

atividades do espírito humano

dentro de sua abençoada escola

terrestre, sob a proteção miseri-

cordiosa de Deus.7

Assim, está dado o primeiropasso da nossa jornada de muitasmilhas. Que Deus nos abençoe ospropósitos.

5XAVIER, Francisco Cândido. A caminhoda luz. Pelo Espírito Emmanuel. 34. ed. Riode Janeiro: FEB, 2006. “Antelóquio”, p. 11.

6Idem, ibidem. “Introdução”, p. 13.

7XAVIER, Francisco Cândido. O consola-dor. Pelo Espírito Emmanuel. 27. ed. Riode Janeiro: FEB, 2007. “Definição”, p. 20.

36 Reformador • Junho 2007 224422

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Sessão Solene

No dia 27 de abril de 2007, apartir das 15 horas, o plenário daCâmara contou com a presençade dirigentes de dezenas de insti-tuições espíritas para acompa-nhar a Sessão Solene comemora-tiva presidida pelo deputadoLuiz Carlos Bassuma (BA), autorda propositura. Além do presi-dente da Sessão, compuseram a

Mesa o deputado Vital do RêgoFilho (PB), o presidente da Fede-ração Espírita Brasileira, NestorJoão Masotti, o diretor da FEB,Antonio Cesar Perri de Carva-lho, o presidente da Federação Es-pírita do Distrito Federal (FEDF),César de Jesus Moutinho, e JaimeFerreira Lopes, dirigente doGrupo Espírita Bezerra de Me-nezes (GEBEME), que atua nasdependências da Câmara.

O Hino Nacional foi cantadopelo Coral Irmã Sheilla, do Cen-tro Espírita André Luiz, com aparticipação do Grupo Evangeli-canto, ambos de Brasília, sob aregência da maestrina CristinaPires. O último Grupo tambémapresentou o “Hino ao Espiritis-mo”. Em seguida, foi exibido umvídeo sobre o Sesquicentenáriode O Livro dos Espíritos.

Fizeram expressivos pronun-

Câmara dos Deputadoshomenageia Sesquicentenário

Mesa do Plenário e projeção da imagem de Allan Kardec

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ciamentos sobre a efeméride osdeputados Vital do Rêgo Filho e Luiz Carlos Bassuma. O Re-gimento da Câmara permite ouso da palavra exclusivamente aparlamentares. A solenidade foitransmitida ao vivo pela TVCâmara.

Reunião Comemorativa

Às 17 horas, no Auditório Ne-reu Ramos, nas dependências daCâmara dos Deputados, desen-volveu-se comemoração peloSesquicentenário da DoutrinaEspírita e pelos cinco anos doGEBEME.

O dirigente do GEBEME, Jai-me Ferreira Lopes, dirigiu oevento, iniciado com apresenta-ções musicais do Coral IrmãScheilla e do Grupo Evangeli-canto. Seguiram-se saudaçõespelo presidente da FEB, NestorJoão Masotti, pelo presidente daFEDF, César de Jesus Moutinho, epor Evandro Noleto Bezerra, tra-dutor da Edição Comemorativade O Livro dos Espíritos. Em se-guida, o diretor da FEB, AntonioCesar Perri de Carvalho, profe-riu palestra sobre o tema “O Ses-quicentenário de O Livro dos Es-píritos”. A prece de encerramentofoi proferida pelo deputado LuizCarlos Bassuma. Ao final, Evan-dro Noleto Bezerra autografou aEdição Comemorativa de O Li-vro dos Espíritos.

Os dois eventos da Câmara dosDeputados foram gravados e trans-mitidos pela TVCEI ainda no mes-mo dia (www.tvcei.com).

No dia 21 de abril de 2007, asorganizações espíritas de SãoPaulo, incluindo a União das So-ciedades Espíritas do Estado deSão Paulo (USE), se uniram pararealizar um grande evento emcomemoração aos 150 anos doEspiritismo. Das 9h às 21h, oCentro de Exposições Imigran-tes, na Rodovia dos Imigrantes,reuniu aproximadamente quinzemil pessoas para acompanharemum programa diversificado compalestras, apresentações musi-cais, exposições, estandes de di-versas editoras espíritas, sessõesde autógrafos e apresentação defilmes ligados à temática espírita.

O Encontro foi iniciado comapresentação da Banda da Polícia

Militar do Estado de São Paulo epalestra de José Raul Teixeira. Se-guiram-se palestras simultâneas,durante todo o dia, encerrando--se com palestra de Divaldo Pe-reira Franco, que também foi ho-menageado pelos 60 anos deatuação na difusão do Espiritis-mo. O presidente da FederaçãoEspírita Brasileira (FEB), NestorJoão Masotti, e o diretor AntonioCesar Perri de Carvalho integra-ram as Mesas de abertura e deencerramento. Este último tam-bém representou o Conselho Es-pírita Internacional (CEI) e pro-feriu palestras. A Rede Boa Novade Rádio e da TV Mundo Maiorfizeram transmissões ao vivo egravações do evento.

Encontro comemoraSesquicentenário comgrande público em São Paulo

Mesa de encerramento do Encontro em São Paulo

Aspecto parcial do público

38 Reformador • Junho 2007 224444

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ma preciosa informação,ainda pouco conhecida, é ade que o professor Hippo-

lyte Léon Denizard Rivail – que apartir de 18/4/1857 adotaria opseudônimo de Allan Kardec –,além de pedagogo emérito foi tam-bém tradutor de obras do francêspara o alemão, do francês para oholandês, etc. Como eminentepoliglota, filólogo, gramático e lexi-cógrafo, Rivail dominava com flui-dez vários idiomas: alemão (sualíngua adotiva, que ele sabia falar eescrever tão bem quanto o francês– sua língua natal – e que cultivarano Instituto de Yverdon), holandês,inglês, possuindo sólidos conheci-mentos de latim, grego, gaulês e dealgumas línguas neolatinas, nasquais se exprimia corretamente.

Zêus Wantuil, na sua vasta obraem dois volumes: Allan Kardec – oEducador e o Codificador,1 em co--autoria com Francisco Thiesen, re-lata-nos nesta excelente biografiaque o educador Rivail verteu para oidioma germânico excertos de auto-res clássicos da França, especial-mente os escritos do grande escritorfrancês Fénelon (François de Sa-lignac de la Mothe-[1651–1715]),que posteriormente seria um dosExpoentes da Codificação.

A obra-prima de Fénelon é o Te-

lêmaco (1699), “um dos livros maispopulares e mais admiráveis da li-teratura francesa [...]” sobre educa-ção “[...] espécie de epopéia em

prosa poética, verdadeiro ‘código demoral principesca’ [...]” que “pre-parava o futuro rei [da França],transformando-lhe o caráter agres-sivo e vicioso e levando-o, pela fic-ção das inúmeras experiências deuma longa viagem, a acautelar-secontra o luxo e os prazeres excessi-vos, contra a lisonja, as tentações dodespotismo, o espírito de conquis-ta, a ambição e a guerra”. Fénelonfoi preceptor “[...] do duque de

Borgonha (1682–1712), neto deLuís XIV e herdeiro do trono[...]”, duque que faleceu jovem.

“[...] essa obra de Fénelon, queaté hoje merece ser lida, ecooufundo na alma do talentoso edu-cador Denizard Rivail [...]”que tra-duziu Os Três Primeiros Livros deTelêmaco para o alemão [traduçãohistórica], recebendo dele “[...]inteligentes notas e comentários dotradutor e foi posteriormente pu-blicado em fevereiro de 1830 [...]”com 220 páginas, que leva o nomecompleto de:

“Les Trois Premiers Livres de Té-lémaque en allemand, contenant latraduction littérale des deux pre-miers et le texte français et alle-mand du troisième, avec des notessur les racines des mots; suivis d’unprécis des formules grammaticaleset d’une table des verbes irrégu-liers; à l’usage des maisons d’édu-cation; par H. L. D. RIVAIL, mem-bre de plusieurs sociétés savantes,Paris, Bobée et Hingray Éditeurs(Os Três Primeiros Livros de Telê-maco em alemão, contendo a tra-dução literal dos dois primeiros e otexto francês e alemão do terceiro,com notas sobre as raízes das pala-vras; seguidas de um compêndiode fórmulas gramaticais e de umatabela de verbos irregulares; para

O professor Rivailtambém foi tradutor

UEN R I Q U E EL I S E O BA L D OV I N O

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Fac-símile do original francês

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uso dos educandários; por H. L. D.RIVAIL, membro de várias socie-dades sábias, Paris, Bobée e Hin-gray Editores)”.2

Finalmente dizemos, com Wan-tuil e Thiesen, que é possível que atradução de “[...] Telêmaco tenha,em certos aspectos, aprimorado oespírito [caráter já nobre] de Rivail,preparando-o para que mais tardealçasse, condignamente, à posiçãode chefe de uma doutrina que viriarevolucionar o pensamento religio-so, filosófico e, até mesmo científi-co, no que diz respeito ao ser hu-mano integral”.

Fénelon

Este é o nome literário de Fran-çois de Salignac de la Mothe-Féne-lon, prelado e escritor francês quenasceu no castelo de Fénelon, emPérigord, em 6 de agosto de 1651.Ordenou-se sacerdote em 1675 epassou a dirigir uma instituiçãoque tinha por objetivo reeducar asjovens protestantes convertidas aocatolicismo.

Foi enviado pelo rei, na qualida-de de missionário, às regiões de Au-nis e Saintonge. Seu Tratado daEducação das Jovens, que veio à luzem 1687, obra dedicada às filhas doduque de Beauvillier, lhe valeu anomeação de preceptor do duquede Bourgogne. Aos 42 anos é eleitoacadêmico e aos 44 já é arcebispode Cambrai.

A partir da publicação de suaobra Explicação das Máximas dosSantos, em 1697, passa a declinar asgraças oficiais. Dois anos mais tar-de, a Santa Sé condena a obra e eleé privado de seus títulos e pensões.Também cai em desgraça peranteLuís XIV que descobre críticas aseu governo no romance pedagógi-co de Fénelon, As Aventuras de Te-lêmaco, em 1699.

Mesmo no exílio de sua diocese,ele não pára de publicar. E no pe-ríodo de 1700 a 1712 publica Fábu-las e Diálogos dos Mortos, este últi-mo escrito para o duque de Bour-gogne. Deixa transparecer suas es-peranças em reforma política em OExame de Consciência de um Rei,enquanto seu apego à Antiguidadeclássica manifesta-se em Cartas so-bre as Ocupações da Academia Fran-cesa. 7 de janeiro de 1715 assinala adata da sua morte, ocorrida emCambrai.

Fénelon figura na Codificação,em vários momentos, podendo sercitados: O Livro dos Espíritos, ondeassina “Prolegômenos”, junto auma plêiade de luminares espiri-tuais. Igualmente a resposta à ques-tão 917 é de sua especial responsa-bilidade. Em O Evangelho segundoo Espiritismo apresenta-se discur-

sando acerca da terceira revelação eda revolução moral do homem(cap. I, item 10); “Se fosse umhomem de bem” e “Os tormentosvoluntários” (cap. V, itens 22 e 23);“A lei de amor” (cap. XI, item 9);“O ódio” (cap. XII, item 10) e “Em-prego da riqueza” (cap. XVI, item13). Em O Livro dos Médiuns fi-gura no capítulo das “DissertaçõesEspíritas” (cap. XXXI, Parte Segun-da, itens XXI e XXII) desenvolven-do aspectos acerca de reuniões es-píritas e a multiplicidade dos gru-pos espíritas.

Importante assinalar que os des-taques são aqueles em que o Espíri-to assina seu nome, devendo-seconsiderar que deve, como os de-mais responsáveis espirituais pelaCodificação, ter estado presente emmuitos outros momentos, dandoseu especial contributo, eis que foiconvidado pelo Espírito de Verda-de a compor sua equipe, em tãograndioso empreendimento.3

Referências:1WANTUIL, Zêus [organizador]; THIESEN,

Francisco. Allan Kardec: o educador e o co-

dificador. Edição Especial. Rio de Janeiro:

FEB, 2004. Cap. 22, “Rivail como tradutor.

Conhecimentos gramaticais e lingüísticos”,

volume I.2RIVAIL, H. L. D. Les trois premiers livres de

Télémaque en allemand. Paris: Bobée et

Hingray Éditeurs, 1830. Gentileza de Char-

les Kempf, confrade da Union Spirite Fran-

çaise et Francophone (USFF). Tradução

nossa do título completo.3Expoentes da codificação espírita. FEP:

Curitiba, 2002. Publicado com algumas va-

riantes no Jornal Mundo Espírita, dez.,

2006, p. 9.

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Allan Kardec: o Educador e oCodificador, vols. I e II

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919. Qual o meio prático mais eficaz

que tem o homem de se melhorar nesta

vida e de resistir à atração do mal?

“Um sábio da Antigüidade vo-lo dis-

se: Conhece-te a ti mesmo.”

a) – Conhecemos toda a sabedoria

desta máxima; porém a dificuldade está

precisamente em cada um conhecer-se a si

mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

“Fazei o que eu fazia quando vivi na

Terra: ao fim do dia, interrogava a minha

consciência, passava revista ao que fizera

e perguntava a mim mesmo se não falta-

ra a algum dever, se ninguém tivera

motivo para de mim se queixar.”

“Aquele que, todas as noites, evocasse

todas as ações que praticou durante o dia

e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal

que fez, rogando a Deus e ao seu anjo

guardião que o esclarecessem, grande

força adquiriria para se aperfeiçoar, por-

que, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi,

pois, a vós mesmos perguntas, interro-

gai-vos sobre o que tendes feito e com

que objetivo procedestes em tal ou tal

circunstância, sobre se fizestes alguma

coisa que, feita por outrem, censuraríeis,

sobre se obrastes alguma ação que não

ousaríeis confessar. Perguntai ainda

mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me

neste momento, teria que temer o olhar

de alguém, ao entrar de novo no mundo

dos Espíritos, onde nada pode ser oculta-

do?” Examinai o que pudestes ter obrado

contra Deus, depois contra o vosso pró-

ximo e, finalmente, contra vós mesmos.

As respostas vos darão, ou o descanso

para a vossa consciência, ou a indicação

de um mal que precise ser curado.”

“Mas, direis, como há de alguém jul-

gar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão

do amor-próprio para atenuar as faltas e

torná-las desculpáveis? O avarento se

considera apenas econômico e previ-

dente; o orgulhoso julga que em si só há

dignidade.”

“Quando estiverdes indecisos sobre o

valor de uma de vossas ações, inquiri

como a qualificaríeis, se praticada por

outra pessoa. Se a censurais noutrem,

não a podereis ter por legítima quando

fordes o seu autor, pois que Deus não usa

de duas medidas na aplicação de Sua jus-

tiça. Procurai também saber o que dela

pensam os vossos semelhantes e não des-

prezeis a opinião dos vossos inimigos,

porquanto esses nenhum interesse têm

em mascarar a verdade, e Deus muitas

vezes os coloca ao vosso lado como um

espelho, a fim de que sejais advertidos

com mais franqueza do que o faria um

amigo. Perscrute, conseguintemente, a

sua consciência aquele que se sinta pos-

suído do desejo sério de melhorar-se, a

fim de extirpar de si os maus pendores,

como do seu jardim arranca as ervas

daninhas. Faça o balanço de seu dia

moral, como o comerciante faz o de suas

perdas e seus lucros; e eu vos asseguro

que a primeira operação será mais pro-

veitosa do que a segunda. Se puder dizer

que foi bom o seu dia, poderá dormir em

paz e aguardar sem receio o despertar na

outra vida.”

“Justo é que se gastem alguns minu-

tos para conquistar uma felicidade eter-

na. Não trabalhais todos os dias com o

fito de juntar haveres que vos garantam

repouso na velhice? Não constitui esse

repouso o objeto de todos os vossos

desejos, o fim que vos faz suportar fadi-

gas e privações temporárias? Ora, que é

esse descanso de alguns dias, turbado

sempre pelas enfermidades do corpo, em

comparação com o que espera o homem

de bem? Não valerá este outro a pena de

alguns esforços? Sei haver muitos que

dizem ser positivo o presente e incerto o

futuro. Ora, esta exatamente a idéia que

estamos encarregados de eliminar do

vosso íntimo, visto desejarmos fazer que

compreendais esse futuro, de modo a

não restar nenhuma dúvida em vossa

alma.”

Artigo: “Sobre a lógica do conhecimento de si mesmo”, de Cosme D. B. Massi

Em nossa edição de abril, dedicada ao Sesquicentenário do Espiritismo, a

Redação adotou como critério uniformizar, nos artigos ali publicados, as transcri-

ções de textos de O Livro dos Espíritos na tradução de Evandro Noleto Bezerra –

Edição Comemorativa dos 150 anos da obra básica de Allan Kardec.

Ocorre que, no artigo acima referido, Cosme Massi fundamenta seus comen-

tários sobre as respostas de Santo Agostinho às perguntas 919 e 919 a de O Livro

dos Espíritos (Ed. FEB), tradução de Guillon Ribeiro, com as revisões propostas

por Silvio Seno Chibeni. Diante disso, e para conhecimento dos leitores, transcre-

vemos na íntegra as perguntas e respostas das mencionadas questões, de confor-

midade com o original do autor.

1No original francês a resposta foi dadaem três parágrafos. Em todas as citaçõesutilizamos a tradução de Guillon Ribeiro,publicada pela FEB, itens 919 e 919 a, comas revisões propostas por Silvio SenoChibeni.(Nota de rodapé colocada peloautor no comentário à questão 919 a,p. 23.)

Retificando...

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Vitória (ES): Suíte Sinfônica Mediúnicaé lançada no Espírito Santo

No dia 23 de abril, a Federação Espírita do Estado doEspírito Santo (FEES), promoveu um Concerto, noTeatro Carlos Gomes, em homenagem aos 150 anos deO Livro dos Espíritos. No momento, foi executada apeça musical recebida mediunicamente, no EspíritoSanto, por Walace Fernando Neves e intitulada SuíteSinfônica “A Promessa” a qual, inédita, para Orquestrae Coro, é uma obra que retrata o surgimento doEspiritismo no mundo. A apresentação foi feita sob aregência do maestro Modesto Flávio Fonseca, e peloCoro de Câmera de Vitória, dirigido pelo regenteClaudio Modesto. Informações: Federação Espírita doEstado do Espírito Santo – telefones para contato: (27)3222-2117/ 3222-7551; FAX: (27) 3222-6509.

Mundo Espírita: 75 anosO jornal Mundo Espírita, tradicional divulgador daDoutrina Espírita, editado pela Federação Espírita doParaná (FEP), completou 75 anos no mês de abril. Suaprimeira edição data de 4 de abril de 1932. Fundadono Rio de Janeiro por Henrique Andrade, que o diri-giu durante 16 anos, o jornal foi depois passado, em1948, para Arthur Lins de Vasconcelos Lopes que otransferiu, posteriormente, para a Federação Espíritado Paraná. Atualmente o jornal possui versões im-pressa e virtual (www.mundoespirita.com.br).

Goiás: Festival de Arte EspíritaO 16o Festival de Arte Espírita Amor Universal ocor-reu nos dias 6, 7 e 8 de abril, na cidade de Aparecidade Goiânia, em Goiás. Jovens e demais interessadosse reuniram no estudo de questões ligadas à Arte, àluz do Espiritismo. Mostras artísticas, teatro, artesplásticas, literatura, entre outras atividades, foramdesenvolvidas durante o encontro. A promoção foido Instituto Oficina de Arte em parceria com oGrupo Espírita Seareiros do Bem. Mais informaçõespelo site: www.oficina.art.br ou pelo e-mail: [email protected]

Juiz de Fora (MG): Árvores de KardecPara celebrar o Sesquicentenário de O Livro dosEspíritos, a Aliança Municipal Espírita de Juiz deFora (AME-JF), em parceria com a Prefeitura de Juizde Fora, realizou o projeto “Árvores de Kardec”, efe-tivando o plantio de 150 árvores na margem direitada Alameda Engenheiro Gentil Forn, a partir dotrevo do Vale do Ipê, área nobre da cidade. O eventorealizou-se às 17 horas da quarta-feira, dia 18 deabril, com a participação da Sra. Marluce Araújo Fer-reira que, representando o prefeito de Juiz de Fora,fez o plantio simbólico da primeira árvore. Houvetambém a presença de mais de 60 pessoas, entremembros da AME-JF.

1 bilhão de mensagens espíritas Para os interessados em receber mensagens extraídasdas obras de Allan Kardec e do médium Chico Xavier,eis uma informação valiosa: o Grupo Espírita OsMensageiros distribui o material gratuitamente paratodo o Brasil, América Latina e Europa. Desde suafundação, em 1953, o Grupo já distribuiu mais de 1bilhão de impressos. O trabalho teve continuidade efortalecimento com o site: www.mensageiros.org.brNele constam mensagens em texto, sendo possívelouvir, na própria voz de Chico Xavier, algumas daspáginas por ele psicografadas. Para receber men-sagens pelos Correios basta fazer o pedido pela CaixaPostal 522, CEP: 01059-970, São Paulo (SP).

Paraíba: Suplemento sobre o Sesquicentenário

No dia 1o de abril circulou Suplemento alusivo aoSesquicentenário da Doutrina Espírita, encartado nojornal Correio da Paraíba, elaborado pela FederaçãoEspírita Paraibana. Em doze páginas, ofereceu-se umasíntese histórica do Espiritismo no Brasil e na Paraí-ba, uma visão panorâmica sobre a prática do Espiri-tismo e um destaque para a expansão do Espiritismona mídia, ilustrada com capas de revistas de grandecirculação nacional.

Seara Espírita

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