em 1922, a semana de arte moderna - que, marco inicial do ... 02 semana de 1922.pdf · no saguão...

20
Em 1922, a Semana de Arte Moderna - que, segundo muitos historiadores, é o efetivo marco inicial do modernismo brasileiro - proclamaria a instauração de um novo tempo. (LUZ, 2008, p.101) EMILIANO DI CAVALCANTI (1897-1976): Capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna, 1922 São Paulo, Arquivo Anita Malfatti, Instituto de Estudos Brasileiros - USP.

Upload: lybao

Post on 11-Nov-2018

223 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Em 1922, a Semana de Arte Moderna - que, segundo muitos historiadores, é o efetivo marco inicial do modernismo brasileiro - proclamaria a instauração de um novo tempo. (LUZ, 2008, p.101)

EMILIANO DI CAVALCANTI (1897-1976):Capa do catálogo da exposição da Semana de Arte Moderna, 1922 São Paulo, Arquivo Anita Malfatti, Instituto de Estudos Brasileiros - USP.

No saguão do Teatro Municipal, expunham os principais artistas e arquitetos modernistas: Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Victor Brecheret, Vicente do Rego Monteiro, John Graz (1891-1980), Zina Aíta (1900-1967) e Antonio Moya (1891-1949). […] a única unidade existente era o desejo de ruptura com as cânones tradicionais. (LUZ, 2008, p.105)

Distribuição das obras da Exposição de 1922, no Saguão do Teatro Municipal/SP.Desenho de Yan de Almeida Prado, 1969.

[…] foi na literatura [com Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti de Picchia, Ronald de Carvalho, Álvaro Moreyra e Plínio Salgado] que o objetivo de fazer da Semana o lugar dos “escândalos literários e artísticos” logrou o seu maior êxito e impulsionou o movimento modernista (LUZ, 2008, p.105)

Ao lado, capa da revista Klaxon, edição de número 3, Agosto de 1922.

Na gênese do modernismo no Brasil, o pintor Di CavalcantiDi Cavalcanti (1897-1976) foi de fundamental importância. Naquele momento, ele se destaca por seus desenhos e por ter sido, também, um agitador cultural, um descobridor de talentos, um incentivador de artistas e um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna. (LUZ, 2008, p.104)

Ilustrações de Fantoches da Meia-Noite, 1922. São Paulo, Coleção Milton Guper.

EMILIANO DI CAVALCANTI (1897-1976):Paulicéia Desvairada (projeto para a capa), c. 1921 nanquim e guache sobre papel, 25 x 16,2 cmSão Paulo, Coleção Mário de Andrade - Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros - USP

[…] surge o nome de uma pintora que, apesar de não ter participado da Semana de Arte Moderna, se tornaria uma das artista mais importantes do modernismo brasileiro: Tarsila do Amaral (1883-1973) (LUZ, 2008, p.106)

TARSILA DO AMARAL (1883-1973):Auto-Retrato (Manteau Rouge), 1923óleo sobre tela, 73 x 60 cm Rio de Janeiro,Museu Nacional de Belas Artes

Alguns meses depois a sua volta a Paris [em 1924], e livre das impregnações acadêmicas, ela passaria a buscar as vertentes abertas pelo cubismo, traduzidas em uma caligrafia própria que a identificará no

panorama do modernismo brasileiro. (LUZ, 2008, p.107)

TARSILA DO AMARAL (1886-1973):

(1) Estudo de Nu, 1922. óleo sobre tela, 98 x 78 cm. Coleção Particular.

(2) Estudo (La Tasse), 1923. Óleo sobre tela. Rio de Janeiro, Banco Bozano Simonsen.

FERNAND LÉGER (1881-1955): A leitura, 1924.

Óleo sobre tela, 113,5 x 146 cm.Paris, Centre Georges Pompidou.

TARSILA DO AMARAL (1886-1973): São Paulo, 1924.

óleo sobre tela, 57 x 90 cm. São Paulo, Pinacoteca do Estado.

A tela São Paulo é um exemplo bem significativo das ideias defendidas por Oswald de Andrade no Manifesto Pau Brasil […]: “O trabalho contra o detalhe naturalista - pela síntese; contra a morbidez romântica - pelo equilíbrio geômetra e pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção e pela

surpresa”. (LUZ, 2008, p.107)

Manifesto Antropofágico,maio de 1928.

Buenos Aires, Museu de Arte Latino-Americano.

Os modernistas no Rio de Janeiro (LUZ, 2008, p.108-112)

* Oswaldo Goeldi

* Ismael Nery

* Cícero Dias

(1) OSWALDO GOELDI (1895 -1961): Sem título, c. 1948.Bico-de-pena e grafite, 22,4 x 31,5 cm. Coleção Ary Ferreira de Macedo.

(2) ALFRED PAUL KUBIN (1877-1959): A Morte lendo jornal, 1939.

[Oswaldo Goeldi] De formação alemã, foi muito influenciado pelo expressionista austríaco Alfred Kubin (1877-1959) do qual se tornara amigo. (LUZ, 2008, p.108)

A temática de Goeldi é a paisagem urbana. Elege a rua como, aliás, fizeram os expressionistas alemães (LUZ, 2008, p.108)

OSWALDO GOELDI (1895-1961): Abandono, 1930. Do álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi Xilogravura, 14,1 x 10,8 cm (mancha), 32,6 x 22,8 cm (papel). São Paulo, Biblioteca Guita e José Mindlin.

OSWALDO GOELDI (1895-1961): Chegada do Barco s.d. Xilogravura , 21 x 26,7 cm (mancha), 26 x 31,9 cm (papel).

Outra contribuição fundamental desenvolvida no meio artístico carioca foi a que trouxe o paraense Ismael Nery (1900-1934), até porque as impregnações surrealistas que observamos em sua obra foram as primeiras registradas na arte brasileira. (LUZ, 2008, p.110)

ISMAEL NERY (1900-1934):Visão Interna - Agonia, c. 1931. óleo sobre cartão, 71 x 48 cm. Coleção Particular.

Em 1927, quando de sua segunda viagem para a Europa, conhece André Breton e Marc Chagall. Esse contato seria muito importante na construção de seu imaginário. [...] Todas as suas fases foram modernas que, até certo ponto, se interpenetram: o expressionismo, o cubismo e o surrealismo. Distante dos acontecimentos da Semana de Arte Moderna, Ismael Nery se preocupa com o corpo humano, e faz dele o suporte de seu questionamento. (LUZ, 2008, p.110)

ISMAEL NERY (1900-1934):Mulher Nua Ajoelhada, s.d. Nanquim sobre papel, 19,5 x 12,5 cm. São Paulo, Coleção Raul Souza Dantas Forbes.

CICERO DIAS (1907-2003):Gamboa do Carmo no Recife, 1929. óleo sobre tela, 71 x 60 cm. São Paulo, Coleção Ivo Rosset.

[Cícero Dias] Apesar de manifestar em sua pintura a impregnação surrealista, sua concepção é totalmente diversa daquela que foi concebida por Ismael Nery. [...] é um artista regionalista que, vivendo no Rio de Janeiro, continuou a construir o Nordeste através de suas telas (LUZ, 2008, p.110)

De sua primeira fase, destaca-se uma obra monumental – Eu vi o mundo: ele começava no Recife, que ele expõe no Salão Nacional de Belas Artes de 1931. […] Suas imagens se associam a símbolos e possuem

uma certa aproximação com a estética naif. (LUZ, 2008, p.111)

Eu vi o mundo: ele começava no Recife.Eu vi o mundo: ele começava no Recife.Pintura sobre papel kraft, c. 2 x 13 m.Pintura sobre papel kraft, c. 2 x 13 m.

MARC CHAGALL (1887-1985): Eu e a aldeia, 1911.

Óleo sobre tela, 192 x 151 cm.New York, The Museum of Modern Art.