eleições 2014 - 10 de setembro de 2014

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Especial MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Troca de farpas marca o segundo debate político Ontem, cinco candidatos ao governo do Amazonas participaram de debate na TV EM TEMPO e se alfinetaram a todo momento F oi marcado por duras trocas de acusações e bate-bocas o segundo debate entre os prin- cipais candidatos ao governo nestas eleições, realizado na noite de ontem, na TV EM TEMPO, do SBT. Pela primeira vez, os deputados Marcelo Ramos (PSB) e Chico Preto (PMN) desestabilizaram a polarização entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e o governador José Melo (Pros), colocando-se na mira dos ata- ques dos dois candidatos que encabeçam as pesquisas. Eduardo Braga iniciou a participação no debate co- locando José Melo no cen- tro dos ataques, utilizando dados negativos do governo em saúde e segurança. Desta vez, Braga mirou também o ex-governador Omar Aziz (PSD), atribuindo por diver- sas vezes as falhas do atual governo à dobradinha José Melo e Omar. No ataque mais incisivo, Braga disse que Melo vende uma realidade “mentirosa” e cria “ilusões”. Atacado por Marcelo Ra- mos, o senador se defendeu investindo na desconstrução da imagem do parlamentar, atacando o seu discurso da “renovação”. No primeiro ataque incisivo ao deputado, Braga disse que Ramos “tenta esconder o seu passado”, em referência à participação de Ramos no governo do ex-pre- feito Serafim Corrêa. Braga, também pela primeira vez, se defendeu de ataques de Chico Preto, lembrando que o depu- tado já foi seu aliado. O candi- dato José Melo, por sua vez, novamen- te se de- fendeu de ataques do pee- medebis- ta citando maratonas de dados de governo. O gover- nador, por diversas vezes, disse que a sua gestão “não envergonhou o povo” e negou todos os dados expostos por Braga. O candidato à ree- leição também apostou na desconstrução do discurso de renovação de Chico Preto, afirmando que o deputado “já foi líder do meu governo na Aleam e defendeu todas as medidas que hoje critica”. Melo protagonizou um mo- mento de descontração no debate, quando respondeu a sugestão de Marcelo Ramos para que “voltasse aos bra- ços de Braga”. O governador então rebateu afirmando que “agradeço, mas prefiro ficar nos braços da Edilene”, a pri- meira-dama. Em outro episó- dio, Melo ouviu de Chico Preto uma réplica em que o deputa- do disse que não iria persistir no assunto em respeito “aos seus cabelos brancos”. Marcelo Ramos manteve a estratégia de se emplacar como a terceira via da renova- ção, endereçando os ataques a Braga e Melo bilateralmente. Ramos, no entanto, desta vez viu os adversários responde- rem aos ataques com mais intensidade. Em resposta a Braga, que questionou seu histórico como aliado de Se- rafim, ele afirmou que “tenho orgulho de andar com Serafim. O senhor é quem não deveria se orgulhar de andar com José Sarney e Renan Calheiros”. Encenação política Novamente, Ramos acusou Braga e Melo de “encenarem” uma disputa e citou, diversas vezes, o nome da presiden- ciável da sigla, a ex-senado- ra Marina Silva. “Quando eu penso que já vi de tudo na política, aí eu me surpreendo. Ele (Eduardo Braga) fala do governo Omar e Melo como se não fizesse parte disso. Tu (Braga) és responsável por esse governo desatroso”, afir- mou Ramos, em resposta ao senador peemedebista. Na disputa com Ramos para se colocar como a terceira via, Chico Preto adotou, ontem, postura de duros ataques aos três candidatos. O deputa- do vinha poupando Braga e centrando os ataques a Melo, mas desta vez endereçou ata- ques a ambos. O parlamentar, no entanto, conseguiu mar- gem de manobra e teve alta exposição de propostas de governo, mantendo os deba- tes com o candidato do Psol, Abel Alves. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO ATAQUES Braga iniciou sua participação colocando José Melo no centro dos ataques. O gover- nador também revidou. Os candidatos Marcelo Ramos e Chico Preto também criaram mo- mentos de polarização Equipe do TRE Amazonas acompanhou de perto o desenrolar do debate na TV EM TEMPO A cada intervalo, os candidatos recebiam orientação dos seus consultores de marketing RAIMUNDO VALENTIM ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 9/10/2014 1:23:52 AM

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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Troca de farpas marca osegundo debate político Ontem, cinco candidatos ao governo do Amazonas participaram de debate na TV EM TEMPO e se alfi netaram a todo momento

Foi marcado por duras trocas de acusações e bate-bocas o segundo debate entre os prin-

cipais candidatos ao governo nestas eleições, realizado na noite de ontem, na TV EM TEMPO, do SBT. Pela primeira vez, os deputados Marcelo Ramos (PSB) e Chico Preto (PMN) desestabilizaram a polarização entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e o governador José Melo (Pros), colocando-se na mira dos ata-ques dos dois candidatos que encabeçam as pesquisas.

Eduardo Braga iniciou a participação no debate co-locando José Melo no cen-tro dos ataques, utilizando dados negativos do governo em saúde e segurança. Desta vez, Braga mirou também o ex-governador Omar Aziz (PSD), atribuindo por diver-sas vezes as falhas do atual governo à dobradinha José Melo e Omar. No ataque mais incisivo, Braga disse que Melo vende uma realidade “mentirosa” e cria “ilusões”.

Atacado por Marcelo Ra-mos, o senador se defendeu investindo na desconstrução da imagem do parlamentar, atacando o seu discurso da “renovação”. No primeiro ataque incisivo ao deputado, Braga disse que Ramos “tenta esconder o seu passado”, em referência à participação de Ramos no governo do ex-pre-feito Serafi m Corrêa. Braga, também pela primeira vez, se defendeu de ataques de Chico Preto, lembrando que o depu-tado já foi seu aliado.

O candi-dato José Melo, por sua vez, novamen-te se de-fendeu de a t a q u e s do pee-medebis-ta citando maratonas de dados de governo. O gover-nador, por diversas vezes, disse que a sua gestão “não envergonhou o povo” e negou todos os dados expostos por Braga. O candidato à ree-leição também apostou na desconstrução do discurso

de renovação de Chico Preto, afi rmando que o deputado “já foi líder do meu governo na Aleam e defendeu todas as medidas que hoje critica”.

Melo protagonizou um mo-mento de descontração no debate, quando respondeu a sugestão de Marcelo Ramos para que “voltasse aos bra-ços de Braga”. O governador então rebateu afi rmando que “agradeço, mas prefi ro fi car nos braços da Edilene”, a pri-meira-dama. Em outro episó-dio, Melo ouviu de Chico Preto uma réplica em que o deputa-

do disse que não iria persistir no assunto em respeito “aos seus cabelos brancos”.

Marcelo Ramos manteve a estratégia de se emplacar como a terceira via da renova-ção, endereçando os ataques a Braga e Melo bilateralmente. Ramos, no entanto, desta vez viu os adversários responde-rem aos ataques com mais intensidade. Em resposta a Braga, que questionou seu histórico como aliado de Se-rafi m, ele afi rmou que “tenho orgulho de andar com Serafi m. O senhor é quem não deveria se orgulhar de andar com José Sarney e Renan Calheiros”.

Encenação políticaNovamente, Ramos acusou

Braga e Melo de “encenarem” uma disputa e citou, diversas vezes, o nome da presiden-ciável da sigla, a ex-senado-ra Marina Silva. “Quando eu penso que já vi de tudo na política, aí eu me surpreendo. Ele (Eduardo Braga) fala do governo Omar e Melo como se não fi zesse parte disso. Tu (Braga) és responsável por esse governo desatroso”, afi r-mou Ramos, em resposta ao senador peemedebista.

Na disputa com Ramos para se colocar como a terceira via, Chico Preto adotou, ontem, postura de duros ataques aos três candidatos. O deputa-do vinha poupando Braga e centrando os ataques a Melo, mas desta vez endereçou ata-ques a ambos. O parlamentar, no entanto, conseguiu mar-gem de manobra e teve alta exposição de propostas de governo, mantendo os deba-tes com o candidato do Psol, Abel Alves.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

ATAQUES Braga iniciou sua participação colocando José Melo no centro dos ataques. O gover-nador também revidou. Os candidatos Marcelo Ramos e Chico Preto também criaram mo-mentos de polarização

Equipe do TRE Amazonas acompanhou de perto o desenrolar do debate na TV EM TEMPO

A cada intervalo, os candidatos recebiam orientação dos seus consultores de marketing

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2 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Poucas propostas foram apresentadas ao eleitor Ao invés de usarem o tempo de debate para apresentar propostas, candidatos focaram em trocar farpas e se defenderem

Será uma luta de Davi con-tra Golias. Quero ser gover-nador para dar as mãos às famílias e que juntos possa-mos avançar por melhorias

Chico Preto, candidato

Quero governar o Amazonas pela experiência que adquiri

fazendo bem feito várias polí-tica públicas que mudaram a

vida do povo para melhor

Eduardo Braga, candidato

Sinto-me preparado para ser governador, pois sou daque-les homens que ainda não perderam a capacidade de se indignar com injustiças

Marcelo Ramos, candidato

Quero avançar muito com o Amazonas para estabelecer políticas importantes. Vou-colocar toda minha experi-

ência a favor do povo

José Melo, candidato

Tenho tradições de luta sempre defendendo o povo. Quero ser governador para

mudar esse ciclo que se ins-talou há 32 anos no poder

Abel Alves, candidato

Durante o debate, os candida-tos focaram em se defender de ataques e trocas de far-pas. Os principais embates

ocorreram entre os candidatos Edu-ardo Braga (PMDB) e Marcelo Ramos (PSB). Diferente de outros debates, desta vez a presença de cabos elei-torais na porta da emissora não foi permitida. Na tarde de ontem, os candidatos Eduardo Braga (PMDB) e José Melo (Pros) estiveram na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amazonas (TRE-AM) e se comprometeram a não trazer seus apoiadores para o debate.

De acordo com a Polícia Mili-

tar, em torno de 100 agentes tra-balharam para dar segurança aos candidatos e cor-religionários e as ruas de acesso à TV EM TEMPO foram bloqueadas até o término do programa.

Os candidatos começaram a chegar na emissora por volta de 20h30. O pri-meiro a chegar foi Chico Preto, seguido por Abel, Eduardo Braga, José Melo e Marcelo Ramos, que chegou à sede da emissora pedalando um bicicleta.

Os principais candidatos salienta-ram, após o debate, que irão focar suas forças no interior do Estado. “Já visitei o Estado do Amazonas por

inteiro. Sou o único candidato que conseguiu andar em todo o interior, numa demonstração clara e inequí-voca que temos de estar ao lado do povo”, destacou Eduardo Braga.

A mesma estratégia será usada por José Melo, candidato à reeleição. Conforme ele, o momento é de dar “um trato especial ao homem e à mulher do interior”. “Vou intensifi car as minhas visitas ao interior. O interior é minha paixão”, comentou.

Quando o debate esquentou, os candidatos procuram adotar um dis-curso longe do clima do “já ganhou”. Os principais embates fi caram entre os candidatos Marcelo Ramos e Eduardo Braga. Para o candidato do PSB ao governo do Estado, Marcelo Ramos, a atual disputa eleitoral não

será decidida em 5 de outubro. “Está claro que haverá segundo turno. A tendência é minha candidatura crescer”, frisou ao salientar que os principais candidatos “começam a reagir” a sua candidatura.

Caso PetrobrasO candidato do PMDB a gover-

nador do Estado, senador Eduardo Braga, afi rmou, ontem, após o debate, que as denúncias veiculadas contra correligionários de seu partido que são membros do governo federal no caso Petrobras não vão afetar sua campanha eleitoral. Segundo ele, as acusações são um “jogo de política em véspera de eleições”.

“Não existe a menor possibilidade (de as denúncias afetarem sua cam-

panha). Não tenho nenhuma relação com esse ex-diretor da Petrobras (Paulo Roberto Costa). Não tenho nenhuma relação com essas pessoas. Não passa de jogo de palavras. Não passa de jogo de política em véspera de eleição. Enquanto isso, não se discute os problemas de seguran-ça, de fuga nos presídios, a falta de medicamentos e remédios nos hospitais, assuntos que interessam ao povo do Amazonas”, declarou com exclusividade ao EM TEMPO.

Conforme matéria da revista “Veja” desta semana, o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, citou vários senadores, deputados e outros políticos, parte deles do PMDB, como benefi ciários de um es-quema de corrupção na Petrobras.

ANWAR ASSI Equipe EM TEMPO

Para evitar transtornos, um forte esquema de segurança foi montado em frente à TV EM TEMPO Candidato Marcelo Ramos chegou para participar do debate pedalando uma bicicleta

Eduardo Braga chegou à emissora junto com a candidata a vice-governadora Rebecca Garcia José Melo chegou à emissora acompanhado do candidato a vice Henrique Oliveira e secretários

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3MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato irá participar de reunião interna com coor-denadores da campanha.

EDUARDO BRAGA

Candidato às 5h30 fará panfl etagem em frente a uma fábrica do Distrito Industrial. Em seguida, toma café na Feira da Manaus Moderna e participa de uma entrevista a uma rádio local.

Às 9h, vai para sessão plenária na Aleam e no fi nal da tarde faz caminhada na Zona Centro-Sul.

MARCELO RAMOS

Candidato fará panfl etagem com a categoria dos Correios. À tarde, concede entrevista a uma emissora de TV local e à noite faz reunião no comitê.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato terá agenda administrativa como governa-dor no período da manhã e à tarde. Às 17h fará uma caminhada em bairros da Zona Sul e 19h tem reunião com lideranças comunitárias de bairros da Zona Oeste.

JOSÉ MELO

Candidato participa às 16h de um programa de TV local e à noite realiza um grande encontro popular no bairro da União.

CHICO PRETO

Candidato fará panfl etagem no Centro da cidade e à noite grava programa eleitoral.

NAVARRO

PEC dos Peritos aprovadaapós pressão na Aleam Mesmo com o quórum mínimo, casa aprovou a proposta que torna o setor da Polícia Civil um órgão independente

O impasse em torno da subordinação da Perícia Criminal do Amazonas chegou

ao fi m na manhã de ontem, com a aprovação da Propos-ta de Emenda Constitucional (PEC) nº 02/2014, que alterou o artigo 115 da Constituição Estadual, que na atual redação normatiza o condicionamento do setor da Polícia Civil, à Secretária de Segurança Pú-blica do Estado (SSP/AM). A votação aconteceu na Assem-bleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e contou com apenas 16 votos, quórum mínimo para a apreciação de matérias. O corpo parlamentar da Aleam é formado por 24 deputados.

Cerca de 100 profi ssionais acompanharam a tramitação fi nal da PEC, apresentada pelo deputado estadual, Sid-ney Leite (Pros). A luta pelo apoio dos parlamentares foi visível durante toda a manhã. Na galeria e nos corredores da casa, peritos abordavam os deputados pedindo voto favorável à matéria.

De acordo com o presi-dente da Associação Federal dos Peritos Criminais, Arelian Monteiro Maia, a aprovação da PEC representa um sal-to na qualidade do trabalho prestado pelos profi ssionais de perícia criminal no Estado. Para Maia, a necessidade de investimentos maiores nos setor já se mantém inegável há vários anos, posto que os níveis de atos criminosos estenderam-se às cidades do interior. “A perícia do Ama-zonas sai vitoriosa e dará a reposta em trabalho para a sociedade”, comemorou.

O presidente da Associação de Peritos Ofi ciais do Estado do Amazonas (Apoeam), An-dré Segundo, defende que PEC 02/2014 é a constitucionaliza-ção das leis que já preveem

a autonomia da Perícia. “Reconhe-cemos o esforço dos legisladores e do Execu-tivo em ga-rantir o bom funcionamento da Perícia. O que queremos é garantir a permanência desses atos, que só trazem benefícios para a sociedade, dispondo sobre o assunto no nível constitucio-nal. Sabemos que existem ou-tras categorias que se opõem à autonomia da perícia, que visam apenas à manutenção do poder e interesses corpo-rativistas”, ressaltando que o DPTC continua integrando a Polícia Civil, mas fi ca direta-mente subordinado à SSP.

Autonomia “É o mesmo modelo adota-

do no Estado pela Defesa Ci-vil do Amazonas, que apesar de integrar o Corpo de Bom-beiros do Amazonas, possui autonomia administrativa e fi nanceira (lei 3330/2008)”, explicou o diretor da Apoe-am, Maykel Souza.

Dentre os favoráveis à pro-posta, o deputado Marcelo Ramos (PSB), considerou a matéria um avanço para a “independência” da perícia. Se-gundo Ramos, a votação foi é um caminho acertado, e garan-tirá uma melhor qualidade dos inquéritos criminais. “Se não concordasse com a PEC diria da mesma forma o motivo de votar ao contrário”, frisou.

Conceição Sampaio (PP) lembrou os dados alarmantes da violência no Amazonas. Citando o crime de estu-pro, a deputada afi rmou que houve um aumento de 30% do crime. “Infelizmente, ain-da existe a banalização dos crimes contra a mulher. A impunidade é a porta aberta para que outros crimes sejam praticados”, afi rmou.

Categoria dos peritos esteve em peso ontem no plenário da Aleam para pressionar os deputados a votarem a favor da PEC

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A representação 145/2014 do Ministério Público de Con-tas (MPC), que pede ao Tribu-nal de Contas do Estado (TCE) que suspenda o uso da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) na Aleam, está sob análise técnica a pe-dido do relator das contas da casa legislativa este ano, con-selheiro Raimundo Michiles.

O pedido assinado pela procuradora Fernanda Ca-tanhede é claro ao estabe-lecer a falta de elementos que liguem os gastos aos princípios de constitucio-nalidade, legalidade, im-pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Catanhede disse ter tirado

as conclusões após vascu-lhar o Portal da Transparên-cia mantido pela Aleam, na internet. O tema polêmico divide opiniões na casa, onde todos os 24 deputa-dos participam da disputa por cargos eletivos.

Para o deputado estadual José Ricardo (PT), qualquer que seja a decisão do TCE, ela não tenderá a prejudicar suas atividades. Almejando a reeleição, o petista disse que por disposição pessoal não vem utilizando a verba.

Candidato ao governo do Amazonas, o deputado Marcelo Ramos (PSB), disse preferir que o “cotão” não existisse, mas com a atual

estrutura da Aleam, para ele seria impossível o desenvol-vimento de algumas ativida-des parlamentares.

Já o candidato Chico Preto (PMN) defende que o uso indevido da Ceap não seja generalizada e que os depu-tados fl agrados destinando a verba para fi ns pessoas se-jam apenados. “Não conheço os argumentos do tribunal, a procuradoria da Assembleia Legislativa é quem deve es-tar ciente desses detalhes, mas isso não deve contami-nar a conduta de todos os parlamentares. De repente, se um promotor de justiça exerce sua função de manei-ra errada, não devemos con-

denar o Ministério Público como um todo”, ponderou.

Verba A Cota para o Exercício da

Atividade Parlamentar, atu-almente representa R$ 25,6 a mais na conta dos depu-tados estaduais. O benefi cio está previsto na Resolução 460/2009. O valor pode ser destinado para a aquisição de passagens, internet, loca-ção de imóveis, material de expediente e alimentação.

Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o uso do benefício está suspendo to-talmente desde o dia 11 de julho. Na CMM, o valor da cota é de R$ 14 mil.

Corte do cotão ainda divide parlamentares

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

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4 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

MPF quer anular delação premiada de Youssef

O Ministério Público Fe-deral requereu à Justiça do Paraná a anulação do acor-do de delação premiada que benefi ciou o mega-doleiro Alberto Youssef em 2004, no caso Banestado. Conde-nado pelo envolvimento no escândalo, ele admitiu ter movimentado ao exterior mais de US$ 5 bilhões ile-galmente. No acordo, que o livrou da cadeia, Youssef se comprometeu a não come-ter mais crimes e a entregar comparsas.

Youssef 2.0Ao sustentar a anulação

do acordo, o MPF lembrou que a operação Lava Jato constatou que Youssef até expandiu seus “negócios”.

Perpétua?Os processos suspensos

em razão do acordo de de-lação premiada devem ser retomados. E Youssef terá anos adicionais de cadeia.

De onde parouEm sua petição à Justi-

ça Federal, a procuradora Mônica Dorotea Bora mos-trou que não há extinção de punibilidade em razão de prescrição.

Contas CC5O caso do Banestado,

em 2002, foi investigado pela Polícia Federal por re-messas ilegais de US$30 bilhões ao exterior, por meio de contas CC5.

Delação: PMDB já admite a demissão de Lobão

Assim como Guido Man-tega (Fazenda), que já teve sua demissão confi rmada em eventual segundo go-verno de Dilma, o minis-tro Edison Lobão (Minas e Energia) também entrou na lista negra da presidente. No PMDB, lideranças admitem

que será difícil o partido brigar para manter Lobão no cargo, caso venham a ser confi rmados os rumores de sua participação no esque-ma bilionário de corrupção na Petrobras.

Delação premiadaLobão é um dos graúdos

do PMDB citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoi-mento à Polícia Federal.

Tô foraO ministro Edison Lobão

está de férias desde terça (2). O secretário-executi-vo Márcio Zimmermann assumiu interinamente o cargo.

MantraPolíticos citados por Pau-

lo Roberto Costa adotaram discurso padrão: “Mais im-portante do que a acusação são as provas”. Humm...

Nitroglicerina puraSe fi zer delação premiada,

Carlos Alberto Pereira da Costa, “laranja” ofi cial do mega-doleiro Alberto Yous-sef, provocaria estragos. Ele é quem assinava a docu-mentação apreendida pela PF com Youssef.

Quem paga contaCitado na delação pre-

miada do ex-diretor da Petrobras Paulo Costa, o ex-governador Sérgio Ca-bral tem dito a aliados que o escândalo “colará muito mais na campanha do PT que na campanha do PMDB no Rio”.

Fome de cargosA coluna parou de contar

em 1.763, mas com qua-se três mil servidores em atividades superpostas e desnecessárias, a Embrapa deveria ser o celeiro do mun-do: só o setor de arroz e feijão emprega 348 pessoas.

Reforço O ministro Ricardo Ber-

zoini (Relações Institucio-nais) foi escalado para fazer a ponte com o mo-vimento sindical e cuidar da campanha de Dilma em São Paulo, onde Alexandre Padilha não decola.

Conversa moleCandidato ao governo, Ar-

mando Monteiro (PTB-PE) virou alvo de piada ontem nas redes sociais após con-vocar coletiva para revelar informação bombástica so-bre o Cessna. Era só con-versa mole.

Tirando atrasoAtrás de Marina Silva

nas pesquisas, Aécio Neves (PSDB) intensifi cará a cam-panha no Rio, onde já tem três atos programados nas próximas duas semanas em São Gonçalo, Zona Oeste e Baixada Fluminense.

ConsultasRelator da cassação de

Luiz Argôlo (SD-BA), Mar-cos Rogério (PDT-RO) con-sulta membros do Conselho de Ética para concluir seu parecer pela cassação do deputado, que deve ser en-tregue na segunda (15).

No divã do analistaTem petista no divã ten-

tando entender a difi culda-de para Dilma se reeleger. Em cinco anos, o programa Minha Casa, Minha Vida contratou a construção de 3,4 milhões e entregou 1,7 milhão moradias. São mais de 6,4 milhões de benefi cia-dos. Quase população do Rio de Janeiro.

Congresso chapadoOs médicos do Congres-

so prescreveram doses industriais de tranquili-zantes desde a delação premiada do ex-diretor da Petrobras.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Cheiro de povo

www.claudiohumberto.com.br

Nunca os banqueiros ganharam tanto quanto no seu governo”

MARINA SILVA (PSB) sobre os lucros siderais dos bancos durante o governo Dilma

Ao chegar a Belo Horizonte (MG) na campanha presidencial de 1960, Jânio Quadro recusou as ofertas de hospedagem, inclusive a do aliado Magalhães Pinto. Preferiu um hotel, “para evitar ciúmes e intimidades”.

Para garantir a privacidade do candidato, Magalhães conseguiu que a Polícia Militar isolasse o hotel, mas ao deixar o prédio para ir ao comício, Jânio ficou revoltado com o aparato. Desabafou com Magalhães:

- É por isso que a UDN de vocês não ganha eleição. Eu quero meu povo!Seguiu para o comício nos braços dos eleitores. Magalhães foi a pé.

Rebecca realiza nova caminhada Como foi observado em

todos os bairros de Manaus percorridos pela coligação Renovação e Experiência, a segurança fi gura entre os principais problemas dos moradores do São Jorge, na Zona Centro-Oeste. O problema foi relatado pelos moradores a Rebecca Garcia, candidata ao cargo de vice-governadora na chapa de

Eduardo Braga, na manhã de ontem. Uma multidão acom-panhou Rebecca Garcia na rua Humberto de Campos. De casa em casa ela defendeu a candidatura de Eduardo Braga para o governo e de Francisco Praciano para o Senado, numa composição que terá força para dar um novo rumo de desenvolvi-mento ao Amazonas.

Após a caminhada no São Jorge, Rebecca Garcia fez uma visita à indústria To-matec Montadora, que pro-duz equipamentos de som. Rebecca visitou a linha de montagem, o setor de contro-le de qualidade e almoçou no refeitório com os colaborado-res da empresa. A candidata falou da importância de ter um contato direto com os

trabalhadores do Polo Indus-trial de Manaus. “O político amazonense tem que estar em contato com o principal modelo econômico do nosso Estado, que é o Polo Industrial de Manaus”, salientou.

A deputada ressaltou ainda que a prorrogação da Zona Franca de Manaus por mais 50 anos já tem alcançado resultado práticos. Rebecca disse que a principal demanda foi a segurança

DIVULGAÇÃO

SÃO JORGE

No primeiro turno, Dilma leva pequena vantagem, segundo pesquisa, mas Marina ganha fôlego no segundo turno

Pesquisa da CNT aponta empate de Dilma e Marina

Segundo pesquisa, no primeiro turno candidata Marina tem 33,5% contra 38,1% de Dilma

DIVULGAÇÃO

A pesquisa MDA, di-vulgada ontem, pela Confederação Na-cional do Transporte

(CNT), apontou que a presi-dente Dilma Rousseff fi ca à frente de Marina Silva no primeiro turno da corrida ao Palácio do Planalto. A pre-sidente Dilma Rousseff está com 38,1% das intenções de voto e Marina, 33,5%. O candidato do PSB, Aécio Neves, oscilou para baixo e tem 14 7%.

Em relação à sondagem passada, a diferença entre as duas caiu no primeiro turno. Dilma tinha no primeiro turno com 34,2%, e Marina, 28,2%. O candidato do PSDB, Aécio Neves, alcançara 16%.

A pesquisa MDA apontou que o segundo turno da eleição presidencial está em empate técnico. A can-didata do PSB à Presidência, Marina Silva, num confronto de segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff teria 45,5% das intenções de voto, contra 42,7%. No levantamento anterior, divul-gado em 27 de agosto, Ma-rina vencia Dilma por 43,7% contra 37,8%.

Na disputa entre Dilma e

Aécio, a presidente se ree-lege com 47 5% e o tucano, 33,7%. Na sondagem ante-rior, a diferença era de 43% para Dilma e 33,3% para o candidato do PSDB.

Numa disputa entre Ma-rina e Aécio, a candidata do PSB registra 52,2% e Aécio, 26,7%. Na sondagem

anterior, Marina registrava 48 9% e Aécio, 25,2%.

A pesquisa apontou ainda que para 49% dos entrevis-tados, a presidente Dilma Rousseff é quem vai vencer as eleições presidenciais. Para 34,9%, a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, é a favorita, e para 6,2% o favorito é o tucano Aécio Neves, com 6,2%.

Aprovação de Dilma

Na mes-ma pes-quisa, a aprovação do desem-penho pes-soal da pre-sidente Dilma Rousseff (PT) subiu de 47,4% para 52,4% entre as sondagens feitas no fi nal de agosto e o início de setembro. A desaprovação pessoal caiu de 47,4% para 42,9%, no mesmo período. Não sabe ou não respondeu somam 4,7%.

A pesquisa apontou também que o potencial de voto na candi-data do PSB à Presidência, Ma-rina Silva, é de 65% - 18,5% das pessoas dizem que ela é a única em quem votariam e 46,5% afi rmam que poderiam votar nela. Marina tem ainda 31% dos entrevistados que não votariam nela de jeito nenhum.

No caso de Aécio Neves, o potencial de voto é de 48,1%. Ao todo, 6,3% dos entrevistados disseram que o tucano é o único em quem votariam e outros 41,8% poderiam votar nele. Ao todo, 43,5% não votariam nele de jeito nenhum - o maior índice entre todos os candidatos.

EMPATE A pesquisa apontou que no segundo tur-no poderá ocorrer um empate técnico en-tre Marina e Dilma. A candidata do PSB teria 42,7% dos votos e a petista fi caria com percentual de 45,5%

Melo defende parceria com ArthurO governador José Melo,

candidato à reeleição pelo Pros, está intensifi cando sua campanha com reuniões co-munitárias em Manaus, no período noturno. Além das caminhadas diárias pelos bairros da capital, Melo tem mobilizado moradores em formato de reuniões para discutir seu plano de governo e levantar novas demandas de investimento.

Na última reunião com mo-radores do bairro da Reden-

ção, no início dessa semana, Melo defendeu a união de recursos com a prefeitura de Manaus para melhorar a mo-bilidade urbana da cidade.

“A prefeitura sozinha não consegue fi nanciar tudo que a cidade precisa, assim como o Estado não consegue sozi-nho, mas se unirmos os re-cursos é possível fazer muito para benefi ciar a população”, declarou Melo.

A proposta de somar re-cursos com o município está

prevista no plano de governo de Melo contemplando diver-sas áreas como a saúde, edu-cação e saneamento básico, além da mobilidade urbana. “A parceria com o município já funciona muito bem com o prefeito Arthur desde que o Omar assumiu o governo. E continuei investindo nesta aliança e vamos continuar trabalhando para melhorar o tráfego na cidade, com o alargamento de ruas e avenidas”, disse.

AÇÃO CONJUNTA

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5MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Adail Pinheiro é condenado a mais de 2 anos de prisãoO processo contra o ex-prefeito de Coari trata do descumprimento de duas determinações judiciais expedidas em 2009

O ex prefeito do muni-cípio de Coari, Ma-noel Adail Amaral Pinheiro, foi conde-

nado a 2 anos, sete meses e três dias de detenção durante sessão do pleno realizada na manhã de ontem (9), na sede do Tribunal de Justiça do Es-tado do Amazonas (TJAM). Ele estava sendo acusado de des-cumprir duas determinações judiciais expedidas em 2009.

O processo (número 0003679 69.2013.8.04.0000) que já havia sido julgado anterior-mente, estava somente com a pendência de dosimetria da pena. O relator, desembarga-dor Rafael de Araújo Romano, havia pedido que o réu fosse condenado a 2 anos e dois meses. O desembargador Do-mingos Jorge Chalub, entre-tanto, afi rmava que a pena estava além do necessário, sugerindo a condenação de 1 ano e dois meses.

Após pedido de vista, o desembargador João Mauro Bessa elevou a pena para 2 anos e cinco meses. Durante a sessão de ontem, o relator Rafael Romano decidiu agre-gar os cinco meses a mais sugeridos pelo desembarga-dor Bessa, chegando ao total de 2 anos, sete meses e três dias. “Se aplicamos uma pena inferior há 1 ano, por exemplo, o processo poderia ser pres-crito. Agora, basta esperar a publicação e saber como será paga a sentença”, disse o de-sembargador Romano.

Atualmente, o ex prefeito de Coari está preso por denuncias que envolvem seu nome a ca-sos de exploração sexual infan-

til no mesmo município.

De acordo com o pro-cesso, Adail P i n h e i r o está sendo acusado de descumprir duas determinações judiciais expedidas em 2009, que obri-gavam o restabelecimento do pagamento da aposentadoria de um ex- servidor da Prefeitu-ra de Coari, por meio do Institu-

to de Previdência do Município de Coari (Coariprev), suspenso por desavenças políticas.

DefesaEm sua defesa, o advogado

do ex- prefeito alegou que Adail Pinheiro não teria tido acesso a esses documen-tos e que, por conta disso, o procedimento não havia sido feito. Porém, consta nos autos que ele mesmo havia dito que “o cofre não era da Prefeitura”, derrubando, assim, a tese de que houve erro de comunicação entre o poder jurídico e o réu, como a própria defesa propôs.

PENADurante a sessão de ontem, o relator Ra-fael Romano decidiu agregar os cinco me-ses a mais sugeridos pelo desembargador Bessa, chegando ao total de 2 anos, sete meses e três dias

Ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro está sendo acusado de não pagar a aposentadoria de um ex- servidor da prefeitura do municípioAR

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Candidatos recebem ‘Carta dos Rios’

A inexistência de servidores efetivos tais como secretários, ofi ciais de promotoria, ser-viços gerais, assessoria, au-sência de sedes próprias na maioria das comarcas e estru-tura precária de internet, ma-nutenção, aliada a pagamento e transporte de equipamento e material, fazem parte dos an-seios dos promotores de jus-tiça do Estado do Amazonas. Por meio da “Carta dos Rios”, os profi ssionais que exercem suas atividades no interior, levaram ao conhecimento dos 10 membros do Ministério Público do Estado do Amazo-nas (MPE/AM), que disputam a vaga de procurador-geral para o biênio 2014/2016, seus principais pleitos.

O documento para o presi-dente da Associação Amazo-nense do Ministério Público, Reinaldo Lima, é um marco para a justiça do Estado. Se-gundo ele, todos os 10 concor-rentes apresentam capacida-de técnica para trabalhar em prol das necessidades aponta-das pela classe. “Fica clara a necessidade de melhorarmos o atendimento oferecido a população pelo Ministério. O progresso do MPE é visível e sentido por todos, entretanto é preciso fi car alinhados as novas demandas”, ressaltou.

Lista trípliceCom um orçamento de R$

225,8 milhões o Ministério Público Estadual, atualmente é gerido pelo procurador Fran-cisco Cruz, que vivência seu segundo mandato. De acordo

com lista divulgada por Rei-naldo Lima, Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior; Carlo Fábio Braga Monteiro; Géber Mafra Rocha; João Gaspar Ro-drigues; José Hamilton Sarai-va dos Santos; Jussara Maria Pordeus e Silva; Kátia Maria Araújo de Oliveira; Otávio de Souza Gomes; Paulo Stélio Sabbá Guimarães e Silvana Nobre de Lima Cabral estão entre os nomes que participa-rão da lista tríplice que será encaminhada ao governador José Melo, que será o respon-sável pela decisão fi nal.

“Nossa eleição acontecerá no próximo dia 12, os mem-bros poderão votar em até três nomes. Os três mais votados serão levados ao conhecimen-to do governador, que é quem decidirá sobre o novo procu-rador-geral”, frisou.

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Reinaldo Lima explicou que para estar apto ao cargo, o membro do MPE precisa estar exercendo o cargo de promotor de Jus-tiça de entrância especial ou de procurador de Jus-tiça. “O candidato precisa também ter no mínimo 35 anos de idade, e mais de

10 anos de carreira. Outra condição de elegibilidade é estar exercendo a ativi-dade ministerial nos seis meses anteriores à data de inscrições”.

Segundo a Lei Comple-mentar Estadual nº 011, de 17 de dezembro de 1993, após receber a lista com

os três nomes mais vota-dos, o governador dispõe de 15 dias para escolher o nome do procurador-geral. Caso a decisão passe o tempo regimental, o colégio de procuradores deve em-possar automaticamente no cargo o membro com maior número votos.

Habilitações ao cargo de promotor

Bebidas alcoólicas na gravidezA titular da Procuradoria

Especial da Mulher da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM), vereadora Professora Jacqueline (PPS) fez um alerta, ontem (9), sobre a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), provo-cada pelo consumo de álcool durante a gravidez, que resul-ta em deformações físicas e mentais no bebê.

Ontem foi comemorado o Dia Internacional de Preven-ção à SAF. A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a enti-dade, por ano, 12 mil crianças nascem com esta síndrome. Bebês que nascem com SAF têm deformações faciais, têm peso abaixo da média, re-tardo mental, problemas de motricidade, aprendizagem, memória, fala e audição, tudo associado ao consumo

de álcool durante a gravidez. Nas escolas, crianças com SAF apresentam problemas de relacionamentos com os colegas e professores.

A vereadora Professora Ja-cqueline destacou que, em Manaus, existe um grupo de especialistas, entre advoga-dos e médicos, que trabalha na luta contra a síndrome. Ela juntou-se a este grupo e vem representando a Câmara Municipal de Manaus na luta contra a SAF.

“Algumas gestantes agem negligentemente ao acredi-tarem que beber pequenas quantidades de vinho, cerveja ou coquetéis não afeta a gra-videz. A medicina não conhece os níveis seguros de ingestão de álcool, por isso, o reco-mendável é que não se tome nenhuma gota”, explicou.

ProjetosA vereadora Professora

Jacqueline ingressou com os Projetos de Lei números 227 e 228/2014, voltados à luta contra a SAF. O primeiro institui o “Dia Municipal de Prevenção e Conscientização da Síndrome Alcoólica Fetal”, no dia 9 de setembro de cada ano; o segundo cria uma grande campanha, mobiliza-da pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

Uma das propostas da ve-readora é determinar que os estabelecimentos comer-ciais, como restaurantes, ba-res, postos de conveniência, entre outros, que comercia-lizem bebidas alcoólicas, fi -xem cartazes de alerta às mulheres sobre o risco de consumir bebidas alcoólicas durante a gravidez.

COMBATE

Vereadora fez um alerta sobre a Síndrome Alcoólica Fetal provocada pelo álcool na gravidez

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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6 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

TRE apreende 176 placas consideradas irregularesMaioria dos materiais apreendidos pertence aos candidatos ao cargo de governador, seguido pelos postulantes ao Senado

Tropas federais em mais 3 municípios

Cinco pedidos de tropas fede-rais para municípios do interior estiveram na pauta de ontem (9), do Tribunal Regional Eleito-ral do Amazonas (TRE), deste, três: Maués, Benjamin Cons-tant e Atalaia do Norte foram deferidos pelo pleno da corte. Outros dois, Careiro e Borba foram adiados. O primeiro por pedido de vista do juiz Paulo Feitoza e o segundo retirado de pauta pelo relator, juiz Ricardo Augusto de Sales.

Segundo o relator, a maté-ria foi retirada de pauta, pois aguarda uma solicitação do magistrado da 15ª Zona Elei-toral (Borba), sobre informa-ções que justifi quem o pedido. “Solicitamos informações que possam justifi car o pedido de forças federais, mas ainda não recebemos essas informações, então vamos retirar de pauta para ver se recebemos as mes-

mas”, disse o magistrado.O pedido de forças federais

para o município de Benjamim Constant, de relatoria do juiz Ricardo Sales, recebeu parecer de deferimento do pedido, por justifi car que o município faz

fronteira com Peru e distante menos de 20 quilômetros da fronteira de Brasil com a Co-lômbia, além de possuir mais de 60 comunidades rurais que gera bastante tráfego de embarca-ções no dia das eleições.

“É uma região que tem alto índice de periculosidade, devido ao tráfi co de entorpecentes. Grande parte do eleitorado lo-cal é indígena, sendo que os eleitores pertencentes a essa população está em sua maioria localizada na Zona Rural. Jus-tifi ca tudo isso, que Benjamim Constant está distante cerce de 17 quilômetros da cidade de Tabatinga, onde está instalado o comando de fronteira do So-limões”, disse, ao acrescentar que o comando militar já garan-tiu o enviou de 48 praças para a comarca do município.

O município de Atalaia do Norte teve justifi cativa pare-cida. No entanto, se destacou que em eleições anteriores, pela presença de indígenas de diferentes etnias, houve morte, inclusive de crianças indígenas, por isso, o pleno, apesar da divergência com o voto do juiz Marco Antonio Pinto da Costa, votou pelo deferimento do pedido.

APROVADAS

DEFERIDOSMaués, Benjamin Constant e Atalaia do Norte foram deferidos pelo pleno da corte. Outros dois, Careiro e Borba foram adiados. O primeiro por pedido de vista e o segundo retirado de pauta

O embargo de declaração em registro de candidatura do vereador Arlindo Júnior (Pros), que na segunda-fei-ra (8) teve pedido de vista do juiz Wellington Araújo, foi negado ontem (9) pelos

membros do TRE.O candidato tentava

reverter decisão da corte eleitoral, que negou seu pe-dido de registro de candida-tura, pelo não pagamento da multa de prestação de

contas da eleição de 2012. O pagamento da referida multa só foi paga após o pedido de registro de candi-datura. Ainda cabe recurso no Tribunal Superior Eleito-ral (TSE).

Arlindo Jr. tem embargo negado

Mais três municípios amazonenses tiveram os pedidos de tropas federais aprovados pelo TRE

IONE MORENO

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

A Comissão de Propa-ganda Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Ama-

zonas (TRE-AM) apreendeu 176 placas irregulares no pe-ríodo de 5 de julho ao dia 7 de setembro. Até o momen-to já foram encaminhados 38 Termos de Notícia de Irregularidade ao Ministério Público Eleitoral (MPE).

As fi scalizações são reali-zadas diariamente, e contam com a ajuda direta da popula-ção, que tem feito denúncias por meio do WhatsApp (92 9131-2014) e do telefone fi xo

(3663-5859/7885) ou pelo email [email protected]. Os principais alvos das denúncias são candidatos aos cargos de deputado es-tadual e federal, ao governo do Amazonas, Senado e Pre-sidência da República. “Do total 169 denúncias foram formalizadas pelo WhatsA-pp, cinco por telefone fi xo e um presencial”, explica o co-ordenador, Feud Cavalcante Semen Filho.

De acordo com informações da coordenação da comissão de fi scalização da propagan-da, entre os principais candi-datos com placas irregulares, aparece no topo da lista, o candidato ao governo do

Amazonas, senador Eduardo Braga (PMDB), com um total de 21 placas irregulares. Em seguida, vem seu oponente na disputa, o governador José Melo (Pros), com 12 placas irregulares. Em terceiro lugar

está o candidato ao senado, pela coligação Renovação e Experiência, Francisco Pra-ciano, com 11 placas, nas quais está junto com o can-didato Braga.

Com oito placas irregulares e em quarto lugar, o candidato ao Senado e ex-governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), que também aparece junto a José Melo nas placas. Em quinto lugar, com seis placas irregulares está a candidata ao cargo de deputada Fede-ral, Conceição Sampaio (PP). Arthur Bisneto (PSDB) e Al-fredo Nascimento (PR), que concorrem a deputado federal aprecem com 5 e 4 placas respectivamente.

MÁRCIA OLIVEIRAEquipe AGORA

A primeira denúncia de ir-regularidade eleitoral regis-trado no Amazonas ocorreu no dia 9 de julho, e se tratava de um candidato ao cargo de deputado estadual que fez propaganda antecipada ao fi xar placas antes do prazo previsto por lei.

De acordo com um dos co-ordenadores da Comissão de Fiscalização, Feud Cavalcan-te Semen Filho, a utilização do WhatsApp vem facilitan-do o trabalho da Comissão

de Propaganda Eleitoral do TRE-AM Cerca de 96% das denúncias de irregularidades nas campanhas chegaram por meio do aplicativo.

Após receber as denúncias, as equipes de fi scalização do Tribunal Regional Elei-toral realizam diligências, e se confi rmada a suspeita de irregularidades, o caso é encaminhado ao Ministério Público Eleitoral através de Termos de Notícia de Irregu-laridade (TNIs).

Redes sociais ajudam fi scalizarDENÚNCIASAs fi scalizações são realizadas diariamente e contam com a ajuda direta da população, que tem feito de-núncias por meio do WhatsApp (92 9131 2014) e do telefone fi xo (3663-5859

Os principais alvos das denúncias que chegam ao TRE são candidatos aos cargos de deputado estadual e federal, ao governo do Amazonas, Senado e Presidência da República

DIVULGAÇÃO/TRE

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7MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Escândalos se repetem nas eleições sem ter desfechosAcusação de ex-diretor da Petrobras sobre corrupção na estatal poderá se confi gurar no maior escândalo destas eleições

Se for confi rmado o relato do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, que

teria acusado dezenas de po-líticos, entre congressistas, governadores e ministros, de envolvimento com um esque-ma de corrupção na estatal, o caso poderá se tornar o principal escândalo desta campanha eleitoral.

Segundo a revista “Veja”, os nomes (35, no total) teriam sido mencionados por Costa à Polícia Federal como parte de um acordo de delação premiada. A revista não deu detalhes sobre a denúncia exata e como estariam en-volvidos os acusados. O jornal “Folha de São Paulo” afi rma que foram citados mais de 60 políticos. Os mencionados que falaram sobre a reporta-gem negaram participação em qualquer esquema.

Até então, a maior po-lêmica da campanha dizia respeito à reforma do aero-porto da cidade de Cláudio, em Minas Gerais, feita pelo candidato do PSDB à Presi-dência, Aécio Neves, quando ele governava o Estado.

Uma reportagem da “Folha de São Paulo” revelou em julho que a obra, ocorrida em 2010, custou R$13,9 milhões

e foi feita em terreno desapro-priado de um tio-avô de Aécio, ao lado de uma fazen-da do pa-rente do tucano.

O caso ocupou o noticiário da campanha até ser eclipsa-

do pela morte do presiden-ciável Eduardo Campos, em agosto, e a entrada de Marina Silva na disputa. Aécio afi r-ma que não houve qualquer ilegalidade na reforma.

As últimas eleições tam-bém foram marcadas por escândalos surgidos às vés-peras da votação. No en-tanto, nem todos surtiram efeitos nas urnas.

CLÁUDIOAté então, a maior polêmica da campa-nha dizia respeito à reforma do aeroporto da cidade de Cláudio, em Minas Gerais, fei-ta pelo candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves

2002: Caso LunusEm março de 2002, quando pretendia concorrer à Presidên-

cia pelo PFL (hoje DEM), a então governadora do Maranhão Roseana Sarney se viu no centro de um escândalo quando a Polícia Federal encontrou R$ 1,34 milhão em dinheiro vivo não-declarado na sede da construtora Lunus, da qual era sócia com o marido.

Roseana despencou nas pesquisas eleitorais e, após apresentar várias versões para a origem do dinheiro, acabou desistindo da candidatura. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) foram para o segundo turno, vencido pelo petista. Em 2003, o ministro do Su-premo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes arquivou as denúncias contra Roseana por falta de provas.

CASOS E SEUS DESDOBRAMENTOS

2006: máfi a dos sanguessugasEm maio de 2006, a Polícia Federal deu início à operação

Sanguessuga, para combater fraudes em licitações na área da saúde. Segundo a PF, congressistas recebiam propinas para incluir no Orçamento da União emendas para a compra de ambulâncias (foto). Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o episódio lançou suspeitas sobre 69 deputados. Desses, 40 concorreram à reeleição no pleito de 2006, mas somente cinco se reelegeram. Oito anos depois, as ações na Justiça contra o grupo de acusados (que inclui ainda funcionários de prefeituras e assessores parlamentares) ainda se desenrolam. Cinco pessoas já foram condenadas, entre as quais um ex-deputado.

2006: dossiê dos alopradosEm setembro de 2006, dois integrantes do PT foram

presos pela Polícia Federal em São Paulo acusados de tentar comprar documentos forjados que ligariam o então candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, ao escândalo dos sanguessugas. Minimizando a participa-ção do PT no caso, o então presidente Lula chamou os envolvidos de um “bando de aloprados” (foto).

O caso não afetou a candidatura de Serra, que se elegeu governador estadual. Em 2012, a Justiça aceitou a denúncia contra nove pessoas ligadas ao caso. 2010: caso

Erenice GuerraEm setembro de 2010, a

revista “Veja” envolveu a ex-assessora de Dilma Rousseff e então Ministra da Casa Civil, Erenice Guerra (foto), numa denúncia de tráfi co de infl uência no governo fede-ral. Segundo a revista, Israel Guerra, fi lho de Erenice, co-brava propinas para facilitar negócios com o governo.

Erenice deixou o cargo em meio à disputa eleitoral, mas a denúncia não abalou a can-didatura de Dilma, que venceu o pleito. Em julho de 2012, a Justiça arquivou o caso por falta de provas.

2010: quebra do sigilo fi scal da fi lha de José Serra

Em 31 de agosto, a Corregedoria da Receita Federal disse ter encontra-do indícios de que o sigilo fi scal da fi lha de José Serra, Verônica Serra, havia sido quebrado. Segundo a Cor-regedoria, também teriam sido alvos de quebras de sigilo outras três pessoas próximas a Serra: o então vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, o ex-minis-tro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio e o primo de Serra, Gregorio Marin Preciato.

O PSDB acusou o PT pelos casos e denunciou o partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por cri-me eleitoral, mas a corte rejeitou a denúncia. O PT negou as acusações.

O caso de dinheiro escondido em cuecas repercutiram negativamente e até hoje é um dos símbolos da corrupção no país

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8 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 10 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Mário Adolfo, Isabella Siqueira de Castro e Costa eNáis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Rapahel Lobato eEstênio Urbano

REVISÃODernando Monteiro e João Alves

DIAGRAMAÇÃOMário Henrique Silva, Marcelo Rocha, Kleuton Silva e Adyel Vieira

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Tom religioso em discurso gera críticas nas redes

O tom predominan-temente religioso nas respostas do candidato do PSC à Presidência, Pastor Everaldo, duran-te a entrevista ao time de colunistas de “O Glo-bo” ontem (9) chamou a atenção dos internautas que acompanharam a transmissão. No Twit-ter, vários comentários destacavam o fato.

Pastor Everaldo abriu a série de sabatinas com os presidenciáveis e, mesmo defendendo Estado laico, citou repe-tidas vezes sua religião. “Toda a entrevista ao Pastor Everaldo na #Can-didatosNoGlobo gira em torno da religião”, desta-cou o internauta @vladi-

mirchaves.

Falta plano“O fato do candidato pro-

fessar uma religião não o diminui como candidato, mas sim a falta de um plano de governo coerente”, comentou @crisworld71.

Os internautas partici-param da sabatina com perguntas enviadas por meio do Twitter com a hashtag #Candida-tosNoGlobo. O volume de postagens rendeu à etiqueta uma menção no Trendsmap Rio, que mede as tendências na rede social com base na quantidade de vezes que uma determinada palavra ou expressão é publicada por cidade.

PASTOR EVERALDO

Delação de políticos vira debate Na primeira propaganda elei-

toral gravada após o vazamen-to de informações da delação premiada do ex-diretor da Pe-trobras Paulo Roberto Costa, os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) usaram suas falas no rádio on-tem (9) para atacar a presidente Dilma Rousseff (PT).

Enquanto Aécio comparou o caso com o mensalão, Marina afi rmou que não usará recursos do pré-sal “para corrupção”.

A propaganda tucana ex-plorou a crítica de que o caso se equipara ao men-salão, já abordada em víde-os anteriores divulgados na internet. Em sua fala, Aécio disse que sente “indignação” pelo caso e que denunciou, no ano passado, “irresponsabi-lidades” na condução da CPI da Petrobras no Senado.

Ele diz que o depoimen-to de Costa revela que há

uma “organização criminosa atuando no seio da maior empresa brasileira”. “Não dá para imaginar que isso seja razoável”, completou.

A peça de Marina deixou os ataques mais diretos ao vice-candidato, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS). A pessebista é alvo de críticas dos programas do PT desde o sábado (6), por não priorizar o pré-sal no texto de seu progra-ma de governo. A campanha de Dilma também diz que a possibilidade de uma revisão da política de conteúdo nacio-nal, prevista no documento da adversária, “signifi ca pôr em risco os milhares de empregos que o pré-sal vai gerar”.

No rádio, Beto disse que “não tem cabimento a propaganda do PT” e diz que “quem põe em perigo o pré-sal é o governo atual, transformando a Petro-bras em caso de polícia”.

AÉCIO/MARINA

Aécio (à esq.) e Marina Silva criticaram corrupção na Petrobras

Em sua fala, Marina tam-bém critica o PT, diz que qua-tro Estados onde a educação mais melhorou no país são governados pelo PSDB, mas destaca a melhoria da área

na gestão de Campos, em Pernambuco. A destinação de 75% dos royalties do pré-sal para a educação é uma das principais bandeiras da campanha petista.

‘Educação melhorou com PSDB’

Campos tem defesa em caso de corrupção na PetrobrasPSB pediu à Justiça acesso ao depoimento que cita o nome de Eduardo Campos no esquema de lavagem de dinheiro na estatal

Líder do PSB, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) subiu à tribuna do Senado ontem (9)

para defender o ex-governa-dor de Pernambuco Eduardo Campos, morto em acidente aéreo no dia 13 de agosto, de ligação com o esquema de corrupção na Petrobras reve-lado pelo ex-diretor da estatal Paulo Roberto da Costa.

O PSB pediu à Justiça para ter acesso ao inteiro teor do depoimento de Costa, no qual ela citou o nome de Campos e outros 11 políticos que estariam envolvidos em esquema de lava-gem de dinheiro na Petrobras. “Repudiamos qualquer tipo de associação do nome de Edu-ardo Campos a esse episódio. E mais do que ninguém, o PSB quer esclarecer e está entrando com pedido à Justiça para ter acesso ao depoimento desse ex-diretor da Petrobras para que o partido possa defender a memória do seu líder maior”,

afi rmou Rollemberg.O líder disse que há “claro

uso político” do depoimento de Paulo Roberto, por isso a necessidade da íntegra de sua delação premiada ser encaminhada à sigla.

“Ninguém sabe em que con-dições o Eduardo foi citado, ele não está aqui para se defender. A Marina Silva [can-didata do PSB à Presidência] tem a possibilidade de ganhar a eleição, há uso político in-devido dessa questão”.

Rollemberg disse que o PSB não vai “aceitar” que Campos seja colocado no mesmo “nível” de outros políticos que adotam práticas que eram condenadas pelo ex-governador, que era candidato à Presidência e foi substituído por Marina Silva (PSB) após o acidente.

Na sexta-feira (5), a imprensa divulgou relatos do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, que negocia o benefício da delação premiada

para entre-gar detalhes do esquema. A delação ainda não foi homolo-gada, mas promotores e policiais que investigam o caso há uma semana colhem depoimentos de Paulo Roberto.

No sábado, a revista “Veja” publicou uma lista de autorida-des supostamente apontadas pelo ex-diretor como benefi ci-árias do esquema, entre elas o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), a governadora Ro-seana Sarney (Maranhão) e o ex-governador de Pernambuco. “Veja” cita, ainda, o tesoureiro do PT, João Vaccari, e os presiden-tes do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), entre outros. A reportagem não traz detalhes, documentos nem va-lores sobre o esquema. Rollemberg foi o primeiro parlamentar a falar, no Senado, sobre a corrupção na Petrobras

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