eleições 2014 - 6 de setembro de 2014

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Especial MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Candidatos se ‘blindam’ de advogados durante eleição A cada pleito, postulantes aos cargos majoritários contratam cada vez mais advogados para atuarem nas suas causas C om o fortalecimento das regras eleito- rais, as equipes ju- rídicas têm ocupado um espaço cada vez maior nas campanhas. Contar com bons advogados pode ren- der ao candidato a perda ou o ganho de um mandato. Este ano, os principais no- mes da disputa ao governo do Amazonas montaram um verdadeiro exército para ad- ministrar os pleitos legais de suas empreitadas. Somente a coligação Fazendo Mais Pelo o Amazonas, do candidato à reeleição, José Melo (Pros), contratou os serviços de doze profissionais. A equipe formada por Melo e Omar Aziz, que concorre ao cargo de senador da Repúbli- ca, possui nomes conhecidos nos processos eleitorais, a exemplo de Maria Auxiliadora dos Santos Benigno, que tem no curriculum a participação na criação do Partido Social Democrá- tico no Amazonas (PSD/Ama- zonas) e a defesa de políticos líderes de votos no Estado. Maria Benigno, que é conheci- da pela precisão técnica quan- to à defesa de seus clientes, é apontada como uma das melhores advogadas elei- torais do Amazonas, e está acompanhada pelos também advogados; José Fernandes Junior, Cristian Mendes da Silva, Mário Augusto Marques da Costa, Yuri Dantas Barroso, Vasco Pereira do Amaral, Te- reza Cristina Corrêa de Paula, Simone Rosado Maia Men- des, Aline de Freitas Beckman, Alexandre Pena de Carvalho, Carlos Edgar Tavares de Oli- veira e Paulo Henrique Sam- paio Cestaro. De acordo com ela, que atua junto a políticos há nove anos, a redução de ilegalidades co- metidas por alguns candida- tos a partir da consolidação da Lei da Ficha Lima tem facilita- do a vida dos advogados elei- torais e, conforme co- mentou em conversa com a reportagem, o momento é mais de aconselhamento. “O volume é bem menor do que o trabalho que tínhamos em campanhas passadas. A refor- mulação de alguns aspectos das leis minimizou certas ile- galidades”, falou. Contudo, as mudanças tec- nológicas levaram os profis- sionais do direito a estudar novas formas de resguardar as campanhas. Benigno fri- sou a necessidade de estudar os movimentos por meio da internet. “O habitual mudou, agora uma boa equipe jurídica precisar ficar atenta a tudo o que diz respeito ao seu asses- sorado também na internet. A quantidade de redes sociais faz com que tudo seja dis- seminado rapidamente, essa atenção é essencial”, disse. No lado da coligação Re- novação e Experiência, en- cabeçada por Eduardo Braga (PMDB), o time é formado pelos advogados Daniel Fábio Jacob Nogueira, Marco Au- rélio de Lima Choy, Ney Bastos Soares Junior e Mar- cos dos Santos Carmo Filho. Respon- sável por coordenar o grupo, Daniel Nogueira está em sua oitava participação em pro- cessos eleitorais. O primeiro trabalho, segundo ele, acon- teceu no ano 2000, quando integrou a equipe do então candidato à Prefeitura de Ma- naus, Alfredo Nascimento. As atividades junto a polí- ticos continuaram em 2002, quando Nogueira ocupou o cargo de sub-coordenador da campanha de Serafim Corrêa, que almejava o governo do Estado. Daniel Nogueira ainda partici- pou das eleições de 2004, 2006, 2008 e 2010, como coordenador da campanha de Vanessa Grazziotin (PCdoB), Amazonino Mendes (PDT), Omar Aziz e novamente com Grazziotin, respectivamente. Na avaliação do advogado, as equipes jurídicas monta- das para o período eleitoral precisam estar em sintonia. Organizar as peças e estar “antenado” nas questões exi- gidas pelos Tribunais Eleito- rais. Além disso, é preciso, segundo ele, viver a cam- panha. “Sempre digo que isso é necessário, não é um momento onde o advogado dispõe de muito tempo. Para ter sucesso, e ajudar o clien- te a alcançar seu objetivo, é preciso ter em mente que as pessoas selecionadas devem ter habilidades diferentes, daí tudo se completa e o candi- dato fica blindado de todos os lados”, comentou. Para o presidente do Insti- tuto Action, Ma- rketing e Pesquisas, Afrânio So- ares, a de- cisão dos candi- datos de contratar um número expressivo de advogados é de fato subsidiada pelo ‘aperto’ dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Soares lembra que a batalha travada entre as duas principais coligações desta eleição todos os dias ganham novos ingredientes, o que exige mais das equipes. “Eles possuem uma campa- nha estruturada, é compre- ensivo que as contratações nesse setor sejam maiores. Esses advogados são bas- tante exigidos, também por conta da velocidade com que os processos eleitorais correm”, analisou. Mas, Afrânio Soares lem- bra que outros três fatores devem estar alinhados den- tro da campanha, para que o próprio setor jurídico seja aliviado. “Uma boa campa- nha precisa alinhar questões como propaganda, pesquisa e atividades externas. Isso tudo aplumado é meio caminho andado”, pontuou. PAREDÃO Coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, de José Melo, contra- tou uma equipe de 12 profissionais do ramo jurídico. A coligação Renovação e Experiên- cia também tem bons nomes na defesa JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 5/9/2014 21:48:35

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 6 de setembro de 2014

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cial

MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

Candidatos se ‘blindam’ de advogados durante eleiçãoA cada pleito, postulantes aos cargos majoritários contratam cada vez mais advogados para atuarem nas suas causas

Com o fortalecimento das regras eleito-rais, as equipes ju-rídicas têm ocupado

um espaço cada vez maior nas campanhas. Contar com bons advogados pode ren-der ao candidato a perda ou o ganho de um mandato. Este ano, os principais no-mes da disputa ao governo do Amazonas montaram um verdadeiro exército para ad-ministrar os pleitos legais de suas empreitadas. Somente a coligação Fazendo Mais Pelo o Amazonas, do candidato à reeleição, José Melo (Pros), contratou os serviços de doze profi ssionais.

A equipe formada por Melo e Omar Aziz, que concorre ao cargo de senador da Repúbli-ca, possui nomes conhecidos nos processos eleitorais, a exemplo de Maria Auxiliadora dos Santos Benigno, que tem no curriculum a participação na criação do Partido Social Democrá-

tico no Amazonas (PSD/Ama-zonas) e a defesa de políticos líderes de votos no Estado. Maria Benigno, que é conheci-da pela precisão técnica quan-to à defesa de seus clientes, é apontada como uma das melhores advogadas elei-torais do Amazonas, e está acompanhada pelos também advogados; José Fernandes Junior, Cristian Mendes da Silva, Mário Augusto Marques da Costa, Yuri Dantas Barroso, Vasco Pereira do Amaral, Te-reza Cristina Corrêa de Paula, Simone Rosado Maia Men-des, Aline de Freitas Beckman, Alexandre Pena de Carvalho, Carlos Edgar Tavares de Oli-veira e Paulo Henrique Sam-paio Cestaro.

De acordo com ela, que atua junto a políticos há nove anos, a redução de ilegalidades co-metidas por alguns candida-tos a partir da consolidação da Lei da Ficha Lima tem facilita-do a vida dos advogados elei-

torais e, conforme co-mentou em conversa com a reportagem, o momento é mais de

aconselhamento. “O

volume é bem menor do que o trabalho que tínhamos em campanhas passadas. A refor-mulação de alguns aspectos das leis minimizou certas ile-galidades”, falou.

Contudo, as mudanças tec-nológicas levaram os profi s-sionais do direito a estudar novas formas de resguardar as campanhas. Benigno fri-sou a necessidade de estudar os movimentos por meio da internet. “O habitual mudou, agora uma boa equipe jurídica precisar fi car atenta a tudo o que diz respeito ao seu asses-sorado também na internet. A quantidade de redes sociais faz com que tudo seja dis-seminado rapidamente, essa atenção é essencial”, disse.

No lado da coligação Re-novação e Experiência, en-cabeçada por Eduardo Braga (PMDB), o time é formado pelos advogados Daniel Fábio Jacob Nogueira, Marco Au-rélio de Lima Choy, Ney Bastos Soares J u n i o r e Mar-cos dos

Santos Carmo Filho. Respon-sável por coordenar o grupo, Daniel Nogueira está em sua oitava participação em pro-cessos eleitorais. O primeiro trabalho, segundo ele, acon-teceu no ano 2000, quando integrou a equipe do então candidato à Prefeitura de Ma-

naus, Alfredo Nascimento.As atividades junto a polí-

ticos continuaram em 2002, quando Nogueira ocupou o cargo de sub-coordenador da campanha de Serafi m

Corrêa, que almejava o governo do Estado. Daniel Nogueira ainda partici-

pou das eleições de 2004,

2006, 2008 e 2010, como coordenador da campanha de Vanessa Grazziotin (PCdoB), Amazonino Mendes (PDT), Omar Aziz e novamente com Grazziotin, respectivamente.

Na avaliação do advogado, as equipes jurídicas monta-das para o período eleitoral precisam estar em sintonia. Organizar as peças e estar “antenado” nas questões exi-gidas pelos Tribunais Eleito-rais. Além disso, é preciso, segundo ele, viver a cam-panha. “Sempre digo que isso é necessário, não é um momento onde o advogado dispõe de muito tempo. Para ter sucesso, e ajudar o clien-te a alcançar seu objetivo, é preciso ter em mente que as pessoas selecionadas devem ter habilidades diferentes, daí tudo se completa e o candi-dato fi ca blindado de todos os lados”, comentou.

Para o presidente do Insti-tuto Action, Ma- r k e t i n g e Pesquisas, Afrânio So-ares, a de-cisão dos candi-

datos de contratar um número expressivo de advogados é de fato subsidiada pelo ‘aperto’ dado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Soares lembra que a batalha travada entre as duas principais coligações desta eleição todos os dias ganham novos ingredientes, o que exige mais das equipes. “Eles possuem uma campa-nha estruturada, é compre-ensivo que as contratações nesse setor sejam maiores. Esses advogados são bas-tante exigidos, também por conta da velocidade com que os processos eleitorais correm”, analisou.

Mas, Afrânio Soares lem-bra que outros três fatores devem estar alinhados den-tro da campanha, para que o próprio setor jurídico seja aliviado. “Uma boa campa-nha precisa alinhar questões como propaganda, pesquisa e atividades externas. Isso tudo aplumado é meio caminho andado”, pontuou.

PAREDÃO Coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, de José Melo, contra-tou uma equipe de 12 profi ssionais do ramo jurídico. A coligação Renovação e Experiên-cia também tem bons nomes na defesa

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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Page 2: Eleições 2014 - 6 de setembro de 2014

2 MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Ex-diretor entregou pelo menos 4 empreiteiras

Além de entregar polí-ticos, em depoimentos ao Ministério Público Federal, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa tam-bém apontou os dirigentes de empreiteiras benefi cia-das por contratos super-faturados, principalmente na construção da refi naria petrolífera de Abreu e Lima (PE). Entre as empreitei-ras envolvidas em negócios com o ex-diretor estão a Mendes Junior, UTC, OAS e a Camargo Correa.

Valor da propinaPaulo Roberto Costa con-

tou que pagava aos políti-cos 3% do valor dos contra-tos da Petrobras, quando ele foi diretor, entre 2004 e 2012.

TriangulaçãoAs empreiteiras repas-

sariam o dinheiro sujo ao doleiro Alberto Youssef, que por sua vez se encar-regava de fazê-lo chegar aos políticos.

Só o começoForam delatados pelo ex-

diretor doze senadores, 49 deputados federais e um governador fi liados ao PT, PMDB e PP. E tem mais.

BC da ladroagemPaulo Roberto Costa e

Alberto Youssef são sus-peitos de chefi ar uma es-pécie de “banco central da corrupção” no Brasil.

Pior que Mantega é a al-ternativa: Arno Augustin

Vencendo a eleição e trocando ministros, como anunciou, um dos nomes mais fortes para substituir Guido Mantega no Minis-tério da Fazenda provoca arrepios: Arno Augustin, o secretário do Tesouro. É do tipo que se vê ainda em meio à “guerra fria”, e com

certeza adoraria crimina-lizar o lucro. Na prática, Augustin e Dilma já tocam a política econômica. Há dois anos Mantega tem apenas papel coadjuvante.

MagoouMantega fi cou sabendo

pelas notícias na internet da decisão de Dilma de substituí-lo, em eventual segundo governo. Ficou magoado.

Perdeu o respeitoDilma não respeita Guido

Mantega, por isso resol-veu tomar decisões na área econômica, delegando a Arno Augustin providên-cias práticas.

Protegido de LulaDilma até pediu a Lula

que compreendesse a ne-cessidade de demitir Man-tega, seu protegido. Lula não aceitou, e Mantega foi fi cando.

Às escondidasGuido Mantega chegou

ao trabalho pela garagem, nesta sexta-feira, sorra-teiramente, para evitar os jornalistas. E para não comentar o fato de haver recebido pela imprensa o seu “aviso prévio”.

Dias de tensãoPor suas conhecidas rela-

ções com a Petrobras, onde já foi diretor, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) é um dos políticos mais tensos com a delação pre-miada do ex-diretor Paulo Roberto Costa. Foi Delcídio quem indicou Nestor Cer-veró, outro diretor enrola-do no escândalo.

XôGilberto Carvalho é outro

ministro de quem a pre-sidente Dilma está louca para se livrar, num eventual segundo governo. Ele se presta ao papel de porta-

recados e “olheiro” de Lula no Palácio do Planalto.

Fila na portaDiplomatas em busca

de promoção fazem fi la na porta de Giles Azeve-do, porta-agenda de Dilma. Até porque, em eventual segundo governo, ele pode substituir Gilberto Carva-lho na Secretaria-Geral.

PendênciaMetade dos Estados pas-

sa pelo processo de judicia-lização das eleições para governador. Postulantes ao cargo de 14 Estados ainda lutam na Justiça Eleitoral para aprovar a candidatura.

O papa popO papa Francisco con-

tinua um fenômeno de popularidade no Twitter. Ontem, ele fez o primeiro tweet com foto. As contas com posts em diferentes línguas já possuem mais de 15 milhões de segui-dores.

Sorriso amareloDepois que o livro da

ex-mulher revelou que François Hollande chama pobres de “desdentados”, o presidente da França en-frentou protesto do sindi-cato dos dentistas pedindo que devolva o sorriso aos franceses.

Grito na redeViciada em mídias sociais

(que inspiraram seu projeto de partido “Rede”), Marina Silva utilizou o Twitter para reclamar da “indústria de boatos e mentiras” que lhe tira a paz. Ela diz sentir-se injustiçada.

Pensando bem...... se a qualidade do en-

sino caiu em quase todo o País, talvez o problema não seja com os alunos, mas com a dona da escola.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

O pistolão certo

www.claudiohumberto.com.br

Uma onda de boatos e mentiras (...), medo dos nossos adversários”

MARINA SILVA (PSB), defi nindo os ataques que sofre de Dilma (PT) e de Aécio (PSDB)

O talentoso jornalista Mauro Santayana acabara de ser nomeado adido cultural à embaixada do Brasil em Roma, nos anos 80. Um belo cargo, na mais impressionante representação diplomática em solo italiano – o Palácio Doria Pamphilij, na Piazza Navova, centro de Roma.

Um amigo encontrou Santayana e foi logo gozando: - Puxa, esse é o emprego que pedi a Deus!...O jornalista respondeu na bucha:- Acho que você pediu ao cara errado. Quem me nomeou foi o presidente José Sarney.

Careiro e Autazes recebem MeloHOJE

O governador e candida-to à reeleição, José Melo (Pros), participa hoje (6) pela manhã de duas ceri-mônias religiosas no muni-cípio de Careiro da Várzea (a 26 quilômetros de Ma-naus). Primeiro, José Melo participará de uma missa em homenagem à vinda da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Naza-ré, da cidade de Belém do Pará. Na sequência, Melo acompanha uma procissão

fl uvial que seguirá, a barco, a imagem da santa.

Ainda hoje, José Melo cum-pre agenda política ao lado do ex-governador Omar Aziz (PSD), candidato ao Senado, no município de Autazes (a 160 quilômetros da capi-tal). Lá, Melo e Omar fazem uma carreata e comício para apresentarem suas propos-tas de governo. Candidatos a deputado estadual e fede-ral também participam do evento político.

A coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, que traz o deputado federal Henri-que Oliveira (SD) como vice de Melo e o ex-governador Omar Aziz (PSD) como can-didato ao Senado, engloba 16 partidos, com 325 candi-datos a deputado estadual e 24 candidatos a deputado federal. O grupo é composto por Pros, PSD, SD, PSDB, PR, PTdoB, DEM, PTC, PRP, PSL, PSC, PTN, PHS, PRTB, PV e PEN.

DIVULGAÇÃO

Governador e candidato à reeleição, José Melo visita hoje dois municípios amazonenses

Famílias andando pela cidade de máscaras foram vistas pela equipe do candidato ao governo do Amazonas, Eduardo Braga

Braga: Caapiranga está envolta em nuvem de poeira

Braga esteve em Caapiranga e viu o estado das ruas e infraestrutura do município do Amazomas

A falta de cuidados com a cidade, mui-tos buracos e falta de asfalto, aliados aos

dias de sol inclemente do verão Amazônico, deixaram a cidade de Caapiranga envolta em uma nuvem de poeira. Foi nessas condições que o senador Eduardo Braga, can-didato ao governo do Estado pela coligação Renovação e Experiência, encontrou a ci-dade em sua visita na noite de quinta-feira (3).

Famílias andando pela ci-dade de máscaras também podiam ser vistas frequen-temente. Braga criticou as ações realizadas às vésperas das eleições para minimizar problemas que fi caram anos sem solução. “Quando che-ga em época de campanha, as coisas fi cam muito es-quisitas”, disse. “Quem não trabalha, faz de conta que trabalha. Quem não gosta de estar com o povo faz de conta que está com o povo. Mas o povo não é besta. Vocês acham certo deixar Caapiran-ga abandonada e, na véspera das eleições, vir aqui, passar uma tintazinha de asfalto e ir embora?”, questionou.

O senador aproveitou para lembrar suas realizações na cidade quando foi governa-dor. “Asfaltei Caapiranga e não foi nas vésperas de elei-ção. Concluiu e inaugurei o hospital de Caapiranga. Cons-truí caixa d’água. Reformei,

ampliei e climatizei as esco-las. Não abandonei o produ-tor rural”, enumerou Eduardo Braga. “Quero a oportunidade de poder fazer de novo e fazer bem feito”, disse.

Acompanhando o senador na visita, Francisco Praciano, candidato ao Senado, tam-

bém criticou o governo atual e seu antecessor. “Abando-naram o interior. Só fi zeram placas e pedras fundamen-tais. E eu fi quei sabendo que contrataram uma empresa do Sul por R$ 133 milhões para fi scalizar obras. Essa empre-sa foi contratada para fi sca-lizar placas”, denunciou.

Campinas do NorteMais cedo, na tarde de on-

tem, Eduardo Braga esteve na vila de Campinas do Norte, comunidade pertencente ao município de Manacapuru, para ouvir as necessidades

dos ama-z o n e n s e s que costu-mam ser totalmente esquecidos pelos gover-nantes.

O centro comunitário do vilarejo fi -cou pequeno para receber as pessoas que queriam ver o senador e falar sobre suas necessidades ao can-didato a quem seu voto já está declarado.

Energia elétricaOs problemas com o for-

necimento de energia elétri-ca e água encanada foram algumas das precariedades relatadas pelos moradores do vilarejo. A necessidade de asfaltamento na vila também foi lembrada. “Prometeram calçamento para cá e não cumpriram. Vamos resgatar essa dívida. O problema da água também vamos resol-ver”, declarou.

Sobre a questão da energia elétrica, Braga foi incisivo: “Não sou governador, nem sou prefeito. Mas tenho voz e tenho força. Vou ligar, na se-gunda-feira, para o ministro das Minas e Energia e com-prar essa briga por vocês”, afi rmou. “Vocês não terão um governador desapareci-do. Vocês vão ver o trabalho aparecer e a transformação acontecer”, prometeu.

Asfaltei Caapiranga e não foi nas vésperas de eleição. Concluiu e inaugurei o hospital.

Construí caixa d’água. Reformei, ampliei e climatizei as escolas

Eduardo Braga, senador - PMDB

DIVULGAÇÃO

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Page 3: Eleições 2014 - 6 de setembro de 2014

3MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Candidato ao governo do Amazonas, o esquerdista apresentará no programa “Segurança Agora”, às 13h de hoje, suas propostas para o setor da segurança

Herbert é o entrevistado da TV EM TEMPO hojeEspecialistas apresentam

propostas a candidatos Para subsidiar os candi-

datos ao governo federal e melhorar a qualidade do debate público sobre segu-rança pública nas eleições de 2014, o Instituto Sou da Paz, junto com um grupo de organizações e especialis-tas da área, apresentam a Agenda Prioritária de Se-gurança, que reúne propos-tas concretas e urgentes para o Brasil.

O maior objetivo da ini-ciativa é trazer à tona a necessidade de priorizar o tema no âmbito do gover-no federal, subsidiando os programas de governo dos candidatos à Presidência, e servindo de base para a atu-ação do próximo governo na segurança pública.

Entre 2007 e 2012, a taxa de mortes por agres-são subiu 15%, chegando a 29 casos a cada 100 mil habitantes. Com baixas taxas de esclarecimento, o número de homicídios se mantém em patamar muito elevado, enquanto os roubos têm aumentado de forma alarmante.

A agenda traz seis áreas prioritárias para a melho-ria da segurança pública: 1. Redução de Homicídios: 12º no ranking mundial de homicídios por 100 mil ha-bitantes. Para enfrentar o problema, é preciso criar um Plano Nacional de Re-dução de Homicídios.

2. Reforma do modelo policial: A falta de integra-ção, de capacidade de pla-nejamento e de efi ciência das polícias no Brasil são evidentes, especialmen-te após os protestos de junho de 2013. 3. Re-visão da Política Criminal e Penitenciária: Com 712 mil presos, o Brasil é o 3º país que mais encarcera no mundo, sem que isso se refl ita em diminuição da criminalidade. 4. Re-visão da política de drogas: Reduzir o encarceramento de pequenos trafi cantes e investir em políticas de prevenção são ações que comprovadamente ajudam a combater a dinâmica cri-minal em torno do tráfi co de drogas de forma mais efetiva. 5. Aperfeiço-ar a difusão e gestão de dados: Criar um sistema padronizado e integrado de gestão de informações, que seja disponibilizado de forma transparente para a sociedade.

6. Novo pacto fe-derativo: Para acabar com o jogo de empurra entre as responsabilidades da união, Estados e municípios no campo da segurança pública, é preciso redefi nir as responsabilidades dos entes federativos e qualifi -car gestores públicos para colocar em prática as polí-ticas públicas na área.

PRESIDENCIÁVEIS

Dando continuidade à serie de entrevistas com os candidatos ao governo do Esta-

do do Amazonas, o programa “Segurança Agora” conversou esta semana com o candidato pelo Partido Socialista dos Tra-balhadores Unifi cado (PSTU), Herbert Amazonas.

Servidor público federal, Her-bert Amazonas tem 53 anos e disputa sua quarta eleição. Em 2006 e 2010, disputou o go-verno do Estado, em 2012, foi candidato à Prefeitura de Ma-naus. Durante o bate-papo com o apresentador Hilton Ferreira,

o candidato falou sobre seu plano de governo para à segurança pública do Amazonas e abordou te-mas como desmilitarização da polícia e um melhor treinamento para os ofi ciais que vão para as ruas.

Com uma posição fi rme no que se relaciona à segurança do Estado, o sindicalista de-fende a desmilitarização das policias. Para o candidato, é preciso dar fi m à repressão

aos movimentos sociais, com-bater ferozmente a violência infarto-juvenil e principal-mente unifi car as policias.

“É preciso acabar com a rixa entre as duas forças”, dispara Herbert se referindo à unifi ca-ção das policias militar e civil. “O trabalho conjunto é sempre o mais indicado, é necessário unir as forças e capacitá-las para um serviço de qualidade, para que tenham condições de atuar”, complementa o candidato.

O candidato, que é contra a maioridade penal, argumenta que é necessário intensifi car as políticas sociais para que

se possa afastar os jovens da criminalidade. “Não será com a diminuição da maioridade penal que a situação da violência e do tráfi co entre os jovens será resolvida, mas com escolas e artes”, argumenta Herbert.

Herbert Amazonas defende também uma melhor qualifi -cação para os policiais civis e militares. “Queremos uma polícia diferente, que não pen-sa só em agredir. Queremos também a desmilitarização da Polícia Militar porque a forma de aquartelamento é maléfi ca psicologicamente para o profi s-sional da segurança”.

Herbert Amazonas declara que pretende acabar com uma rixa antiga que existe entre os policiais militares e policiais civis

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Só não vale chutar na canela! Mas discutir propostas, programas de governo, dar respostas às demandas apresentadas pela

sociedade, discutir os problemas do nosso Estado e apontar as possíveis soluções, isso pode!

Por entender que o momento eleitoral é crucial para o futuro do Amazonas, a TV EM TEMPO/SBT, do Grupo Raman Neves de Comunicação, que será realizado dia 9 de setembro às 21h30, vai colocar José Melo (Pros), Eduardo Braga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol) frente à frente. Será uma oportunidade

única para que a sociedade conheça o potencial dos homens que querem governar o Amazonas. Eleição é coisa séria, debate também. Ao co-nhecer as propostas e perfi s dos candidatos em 2h30 de debate, o eleitor vai identifi car o seu potencial como gestor e suas qualidades, como a inteligência e a experiência.

Agende esse programa. Depois do Debate TV EMTEMPO/SBT, que terá como mediador o jorna-lista Marcelo Torres – âncora do Jornal do SBT –, você terá maior convicção para digitar o número de seu candidato e a tecla CONFIRMA!

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Page 4: Eleições 2014 - 6 de setembro de 2014

4 MANAUS, SÁBADO, 6 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa eNáis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Rapahel Lobatoe Assessorias

REVISÃODernando Monteiroe João Alves

DIAGRAMAÇÃOLeonardo Cruz, Marcelo Roberte Pabrlo Filard.

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Sigla afi rma que opositora do PSB representa um projeto “antipopular e antinacional”

PT tenta colar em Marina Silva rótulo do retrocesso

O comando do PT formali-zou ontem (5) a estra-

tégia dos ataques feitos pela campanha de reeleição da presi-dente Dilma Rousseff à sua adversária Marina Silva (PSB), que se tornou a principal adversária da petis-ta na disputa pelo Palácio do Planalto. O PT tenta colar em Marina, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula, o rótulo do retrocesso.

Após reunião do Diretório Na-cional do partido, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que Marina representa um projeto “antipo-pular, antinacional, ortodoxo do ponto de vista econômico, con-servador do ponto de vista dos diretos humanos, regressivo na reforma política e que prejudica o trabalhador”.

Para Falcão, Dilma é que representa a nova política. Os novos ataques também foram repetidos em documento divul-gado pela cúpula do PT. O texto fala que Marina tem “propostas radicais”, similares às do tucano Aécio Neves e que os dois oposi-cionistas “vestem a fantasia da mudança” e de “suposta nova política”, mas que estão a serviço dos grupos que os apoiam, não da maioria da população.

O PT chama a militância a combater com veemência pro-postas de Marina, como a auto-nomia do Banco Central, redução do papel dos bancos públicos, a mudança na política externa e a revisão das regras do Pré-sal.

O presidente do PT disse que, se depender da linha de Marina, a Petrobras pode quebrar e faz com que o país tenha mais de-pendência externa.

Estratégia do PT é silenciar Marina Silva com discursos de retrocesso e arrocho econômico

EBC

Agenda dos candidatos

Candidato continua visitando comunidades e municí-pios da calha do Médio Amazonas.

EDUARDO BRAGA

Às 8h, candidato participa da atividade pintura de Camisas do 40 na praça Tenreiro Aranha, Centro e às 9h faz caminhada na Zona Sul. À tarde, viaja a Itapiranga e à noite vai a Itacoatiara prestigiar o Fecani.

MARCELO RAMOS

Pela manhã, o candidato participa de seminário interno na sede do partido e à tarde faz reunião com equipe de propaganda. À noite, a reunião é com os militantes.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

O candidato viaja, pela manhã, ao município do Careiro da Várzea para participar de Missa Campal e Procissão Fluvial de Nossa Senhora de Nazaré. À tarde, parte para o município de Autazes para agenda política.

JOSÉ MELO

O candidato participa, às 7h30, de bandeiraço e pan-fl etagem no Educandos e às 12h30 participa, ao vivo, no programa Nosso Encontro.

CHICO PRETO

Candidato visita hoje a cidade de Presidente Figuei-redo.

NAVARRO

Por mais de quatro horas, os petistas avaliaram o novo cenário eleitoral que aponta o empate técnico entre as duas candidatas. O comando do partido avaliou que os ataques a Marina devem ser políticos e não pessoais.

Com o avanço de Ma-rina, o PT tem apostado na “estratégia do medo” para desgastar a imagem da adversária, ao vincular a ela o risco de um go-verno instável e defensor

de propostas que trariam retrocesso econômico e social. A propaganda do PT chegou a compará-la a Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello, presiden-tes que não concluíram o mandato. Falcão disse que a polêmica sobre a compa-ração com os ex-presiden-tes é um assunto superado e que as propagandas do partido são bem avaliadas. Ele disse que não houve menção direta a Collor, que é aliado do PT.

ObservadoresO partido também de-

cidiu escalar 27 “olhei-ros” para acompanhar as atividades de campanha de Dilma no Estado para garantir o engajamento da militância.

O presidente do PT, Rui Falcão, disse ainda que Dil-ma Rousseff não fez indi-cação da troca do ministro Guido Mantega (Fazenda) para tentar acalmar o mer-cado como os adversários tentaram emplacar.

Dilma escala ‘olheiros’ nos Estados

PSB repete bordão de Lula sobre esperança e medo

Durante ato de campa-nha em Guarulhos (Grande São Paulo), a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) repetiu o slogan uti-lizado por Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de 2002, quando ele sagrou-se vitorioso. O bordão foi utilizado por Marina no momento em que a can-didata dizia-se vítima de ataques das campanhas do PT e do PSDB. “É uma indústria de boatos, de mentiras, que estão sendo lançadas na internet de to-das as formas. Não vamos permitir que o medo vença a esperança”, afi rmou.

O slogan de Lula foi criado pelo publicitário Duda Men-donça e tornou-se, naquela época, símbolo do “Lulinha Paz e Amor”, mais mode-rado, próximo do empresa-riado e de outros setores resistentes a ele. Marina dis-se que “boatos e mentiras” partem tanto da campanha de Dilma, quanto da de Aécio

Neves (PSDB). A candidata, no entanto, não especifi cou quais seriam as mentiras di-tas pelos adversários. Citou apenas o debate em torno do pré-sal, no qual a campa-nha de Dilma acusa Marina de desprezar a importância da extração desta reserva de petróleo. “Uma série de mentiras está sendo lança-das no Rio”, afi rmou.

Acusações de plágioO programa de governo

de Marina vem sendo alvo de críticas desde seu lan-çamento, há uma semana. Agora, campanhas do PT e PSDB acusam-na de plagiar trechos de outros documen-tos. O programa de Marina copiou trechos do Plano Na-cional de Direitos Humanos lançado por Fernando Henri-que Cardoso em 2002.

O PT acusa ainda Ma-rina de plagiar um artigo publicado em 2011 na Re-vista USP que tratou de questões energéticas.

ESTRATÉGIA

Marina disse, em discurso, que se sente injustiçada

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