eleições 2014 - 19 de setembro de 2014

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Especial MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial A pouco mais de duas semanas para as elei- ções, foi descartada ontem pelo conselhei- ro do Tribunal de Contas do Es- tado (TCE-AM), Raimundo Mi- chiles, a possibilidade da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) dos depu- tados estaduais sofrer qual- quer tipo de intervenção pelo órgão. O pedido de extinção do benefício, ingressado pelo Ministério Público de Contas (MPC), repercute as medidas tomadas na Câmara Munici- pal de Manaus (CMM), onde vereadores-candidatos estão proibidos de usar a verba. “Nesse caso, eu vou seguir o mesmo raciocínio aplicado no caso da Câmara, quando não fui a favor da suspen- são do benefício e optei pela manutenção. O Tribunal de Contas da União (TCU) já tem decisão sobre esse caso e o entendimento é de que não haja intervenção”, disse Michiles, que é relator das contas da Aleam. Na primeira semana deste mês, o conse- lheiro já havia derrubado o pedido para que o chamado “Cotão” fosse imediatamente suspenso, na representação ingressada pela procuradora Fernanda Catanhede. No documento, o órgão ministerial afirma que não encontrou na Aleam nenhum mecanismo que possa rastre- ar a forma como a verba é aplicada pelos deputados. “É uma verba utilizada ao bel pra- zer desses agentes, sem que haja necessidade dos serviços e bens adquiridos e tampouco interesse público dos mes- mos”, diz a representação que foi recebida pelo Tribunal no dia 25 de agosto. Após negar a cautelar, Michiles submeteu as papeladas para análise téc- nica, onde se encontram até agora. A decisão de Michi- les de não suspender o benefício no legislati- vo estadual abriu uma crise de relações entre o tribunal e a CMM, que semanas an- tes havia visto o conselheiro Júlio Cabral determinar o blo- queio da verba para 25 dos 41 vereadores que disputam estas eleições. Bancadas do PMDB, PSDB, PT e PP reagi- ram acusando o tribunal de “privilegiar” a Aleam, tendo em vista que o presidente da casa, deputado Josué Neto (PSD), é filho do presidente da corte, Josué Filho. “Isso mostra a falta de res- peito com o poder legislati- vo municipal. Seja qual for o argumento do conselheiro, não me convence. É medo. Existem dois pesos e duas medidas”, disse o tucano Plínio Valério, na ocasião. A postu- ra do conselheiro contra a intervenção no benefício já era esperada pela corte, uma vez que Michiles foi o único a votar contra a suspensão do uso da cota na CMM, quando Júlio Cabral recuou e levou o caso ao pleno. ‘Tendência é não intervir no Cotão da Assembleia’ Conselheiro do TCE, Raimundo Michiles descartou ontem possibilidade do órgão suspender a verba dos deputados FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO Vou seguir o mesmo raciocínio aplicado no caso da Câmara, quando não fui a favor da suspen- são do benefício do Cotão Raimundo Michiles, conselheiro do TCE RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO No início deste mês, o Mi- nistério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) ajuizou na Justiça Federal ação civil pública contra a União por cobrir despesas da verba indenizatória dos congressistas, que na ava- liação do órgão deveriam ser feitas por meio de licita- ções. “A presente ação tem por objeto a condenação da União, por intermédio do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, à obrigação de fazer consis- tente em realizar o devido procedimento licitatório para a contratação de bens e serviços rotineiros, or- dinários e previsíveis”, diz trecho da ação, assinada pelo procurador da Repú- blica, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes. No entendimento dele, de- veriam ser alvo de licitação a compra de materiais de expediente para o escritório (de apoio à atividade parla- mentar), locação de móveis e equipamentos, suprimen- tos de informática, locação e aquisição de licença de uso de soſtware, combustí- veis, lubrificantes, serviços de segurança e serviços de divulgação da atividade par- lamentar, atualmente pa- gos por meio da chamada cota parlamentar. A cota Os parlamentares, tanto no Aleam quanto na CMM, têm direito a uma cota mensal para o pagamento de gastos com passagem aérea, telefonia, manu- tenção de escritórios de apoio à atividade parla- mentar, locação de móveis e equipamentos, acesso à internet, assinatura de pu- blicações, alimentação do parlamentar, hospedagem, entre outros. Na Aleam, o valor da cota é de R$ 25,6 mil. Na CMM, o repasse está em R$ 14 mil. Ministério Público mira Câmara e Senado ENTENDA O CASO 28 de maio 13 de agosto 25 de agosto 9 de setembro 18 de setembro – A pedido do MPC, Júlio Cabral suspende uso do cotão na CMM; – Júlio Cabral recua e decide proibir uso do Cotão somente aos vereadores candidatos; Michiles é voto vencido; – MPC pede suspensão cau- telar e extinção do Cotão na Aleam; – Raimundo Michiles nega cautelar e abre crise com a CMM; – Ao Em Tempo, Michiles descarta intervenção na verba da Aleam. Mensalmente, os deputados da Aleam recebem R$ 25,6 mil para utilizarem como o Cotão Conselheiro do TCE, Raimundo Michiles tam- bém não foi a favor do corte na CMM ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 18/9/2014 21:44:22

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 19 de setembro de 2014

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cial

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

cial

A pouco mais de duas semanas para as elei-ções, foi descartada ontem pelo conselhei-

ro do Tribunal de Contas do Es-tado (TCE-AM), Raimundo Mi-chiles, a possibilidade da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap) dos depu-tados estaduais sofrer qual-quer tipo de intervenção pelo órgão. O pedido de extinção do benefício, ingressado pelo Ministério Público de Contas (MPC), repercute as medidas tomadas na Câmara Munici-pal de Manaus (CMM), onde vereadores-candidatos estão proibidos de usar a verba.

“Nesse caso, eu vou seguir o mesmo raciocínio aplicado no caso da Câmara, quando não fui a favor da suspen-são do benefício e optei pela manutenção. O Tribunal de Contas da União (TCU) já tem decisão sobre esse caso e o entendimento é de que não haja intervenção”, disse Michiles, que é relator das contas da Aleam. Na primeira semana deste mês, o conse-lheiro já havia derrubado o pedido para que o chamado “Cotão” fosse imediatamente suspenso, na representação ingressada pela procuradora Fernanda Catanhede.

No documento, o órgão ministerial afi rma que não encontrou na Aleam nenhum mecanismo que possa rastre-ar a forma como a verba é aplicada pelos deputados. “É uma verba utilizada ao bel pra-zer desses agentes, sem que haja necessidade dos serviços e bens adquiridos e tampouco interesse público dos mes-mos”, diz a representação que foi recebida pelo Tribunal no dia 25 de agosto. Após negar a cautelar, Michiles submeteu as papeladas para análise téc-

nica, onde se encontram até agora.

A decisão de Michi-les de não suspender o benefício no legislati-

vo estadual abriu uma crise de relações entre o tribunal e a CMM, que semanas an-tes havia visto o conselheiro Júlio Cabral determinar o blo-queio da verba para 25 dos 41 vereadores que disputam estas eleições. Bancadas do PMDB, PSDB, PT e PP reagi-ram acusando o tribunal de “privilegiar” a Aleam, tendo em vista que o presidente da

casa, deputado Josué Neto (PSD), é fi lho do presidente da corte, Josué Filho.

“Isso mostra a falta de res-peito com o poder legislati-vo municipal. Seja qual for o argumento do conselheiro, não me convence. É medo. Existem dois pesos e duas medidas”, disse o tucano Plínio Valério, na ocasião. A postu-ra do conselheiro contra a intervenção no benefício já era esperada pela corte, uma vez que Michiles foi o único a votar contra a suspensão do uso da cota na CMM, quando Júlio Cabral recuou e levou o caso ao pleno.

‘Tendência é não intervir no Cotão da Assembleia’Conselheiro do TCE, Raimundo Michiles descartou ontem possibilidade do órgão suspender a verba dos deputados

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Vou seguir o mesmo raciocínio aplicado

no caso da Câmara, quando não fui a favor da suspen-

são do benefício do Cotão

Raimundo Michiles, conselheiro do TCE

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

No início deste mês, o Mi-nistério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) ajuizou na Justiça Federal ação civil pública contra a União por cobrir despesas da verba indenizatória dos congressistas, que na ava-liação do órgão deveriam ser feitas por meio de licita-ções. “A presente ação tem por objeto a condenação da União, por intermédio do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, à

obrigação de fazer consis-tente em realizar o devido procedimento licitatório para a contratação de bens e serviços rotineiros, or-dinários e previsíveis”, diz trecho da ação, assinada pelo procurador da Repú-blica, Anselmo Henrique Cordeiro Lopes.

No entendimento dele, de-veriam ser alvo de licitação a compra de materiais de expediente para o escritório (de apoio à atividade parla-

mentar), locação de móveis e equipamentos, suprimen-tos de informática, locação e aquisição de licença de uso de sost ware, combustí-veis, lubrifi cantes, serviços de segurança e serviços de divulgação da atividade par-lamentar, atualmente pa-gos por meio da chamada cota parlamentar.

A cotaOs parlamentares, tanto

no Aleam quanto na CMM,

têm direito a uma cota mensal para o pagamento de gastos com passagem aérea, telefonia, manu-tenção de escritórios de apoio à atividade parla-mentar, locação de móveis e equipamentos, acesso à internet, assinatura de pu-blicações, alimentação do parlamentar, hospedagem, entre outros. Na Aleam, o valor da cota é de R$ 25,6 mil. Na CMM, o repasse está em R$ 14 mil.

Ministério Público mira Câmara e Senado

ENTENDAO CASO

28 de maio

13 de agosto

25 de agosto

9 de setembro

18 de setembro

– A pedido do MPC, Júlio Cabral suspende uso do cotão na CMM;

– Júlio Cabral recua e decide proibir uso do Cotão somente aos vereadores candidatos; Michiles é voto vencido;

– MPC pede suspensão cau-telar e extinção do Cotão na Aleam;

– Raimundo Michiles nega cautelar e abre crise com a CMM;

– Ao Em Tempo, Michiles descarta intervenção na verba da Aleam.

Mensalmente, os deputados da Aleam recebem

R$ 25,6 mil para utilizarem como

o Cotão

Conselheiro do TCE, Raimundo Michiles tam-bém não foi a favor do corte

na CMM

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2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

A invasão da pista do aeroporto mostrou a ansiedade que tomava conta do povo de Ma-

nicoré na chegada do senador Eduardo Braga, candidato ao governo pela coligação Reno-vação e Experiência. Braga foi recepcionado com bandeiras, cartazes e muito carinho pela população.

A carreata também foi mani-festação do apoio maciço que a candidatura de Braga alcançou no município. A eloquência pi-toresca do homem amazônico podia ser observada durante a carreata. “Vai ser uma peia mun-dial”, afi rmou o ocupante de uma das motos que compunham a carreata. Marquinhos Nogueira, que dirigia um dos carros, con-cordou: “Olha que esse horário é cruel, mas o pessoal veio”, disse, referindo-se ao forte sol de 15h30.

Já no comício, Eduardo Braga agradeceu a garra de quem pa-rou sob o sol para recepcioná-lo e ouvi-lo. “Muito obrigado. O povo de Manicoré é arrochado”, disse. “Fizemos uma carreata e estamos todos aqui para dizer que queremos mudança pra va-ler”, continuou.

Braga aproveitou para enu-merar algumas de suas reali-zações no município quando foi governador. Desde a construção de hospital, reforma de escolas e ampliação da rede de abaste-cimento de água até a criação do programa de subvenção para a borracha, só para citar alguns. “Tem gente que fala demais e

faz de menos”, afi rmou.Na reta fi nal da campanha

para o governo do Amazonas, as megacarreatas se torna-ram uma rotina na chegada de Eduardo Braga às cidades do interior. Não foi diferen-te em Humaitá. Centenas de carros e motos recepcionaram Braga no aeroporto e seguiram

por diversos bairros da cidade.

Nas fren-tes das ca-sas, famílias inteiras reu-nidas espe-ravam para saudar Eduardo Braga em sua passagem. Antes do comício, o senador fez questão de visitar alguns comércios para ouvir do povo quais são as verdadeiras necessidades do município.

Braga também comentou a Ação de Investigação Judicial Eleitoral por abuso de poder político impetrada pelo Minis-tério Público Federal contra a candidatura de José Melo. “O Ministério Público denunciou em coletiva de imprensa os possíveis crimes que eles estão cometendo. Juntou provas du-rante três meses”, afi rmou.

A ajuda aos moradores ribei-rinhos que moram nas comuni-dades afastadas das sedes das cidades foi lembrada em seu dis-curso. “Se Deus permitir e o povo de Humaitá quiser, em janeiro eu subo rio Madeira com ações que vão tirar os ribeirinhos do abandono”, prometeu.

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AÇÃO

Em todas as cidades que passar, José Melo deverá apresentar suas principais propostas de governo para o interior

Manicoré faz festa para receber Eduardo Braga Candidato ao governo esteve fazendo campanha no município, na tarde de ontem, e foi recepcionado por moradores, que realizaram uma grande carreata

Assim que chegou ao município, Eduardo Braga foi recepcionado por uma enorme carreata

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AÇÃO

OBRAS Braga aproveitou a oportunidade para enu-merar algumas de suas realizações no município quando foi governador, como a construção de hospitais, reforma de escola e abastacimento de água

José Melo e Omar fazem campanha no Alto Solimões

O governador José Melo (Pros), candidato à reeleição, e o ex-governador Omar Aziz (PSD), candidato ao Senado Federal, viajam para o inte-rior do Amazonas neste fim de semana para mais uma jornada política da coliga-ção Fazendo Mais por Nossa Gente. A agenda começa a partir desta sexta-feira, 19 de setembro, com passeatas, carreatas e comícios. Melo e Omar visitam ao todo oito municípios do Alto Solimões e a cidade de Fonte Boa, na calha do Médio Solimões.

Na sexta-feira, a “Carava-na 90” desembarca nos mu-nicípios de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Taba-tinga, onde Melo e Omar farão carreata e comício apresentando suas platafor-mas de trabalho. No sábado, a comitiva segue para São Paulo de Olivença, Amaturá, Tonantins e Santo Antonio do Içá, também com carreata e comício. No domingo, o roteiro político encerra pelo Alto Solimões, com visita ao município de Jutaí. Na sequência, a coligação passa pela cidade de Fonte Boa, no Médio Solimões.

Em todas as nove cida-des, Melo deve apresentar as principais propostas pre-vistas em seu plano de go-verno para o interior. Entre elas, as parcerias com as prefeituras municipais para o setor de infraestrutura, incluindo a melhoria de sis-tema viário, abastecimento de água e saneamento bá-sico. Na saúde, Melo prevê a realização de cirurgias de média complexidade e a pre-sença constante de médicos especialistas em 14 cidades polo. As duas ações na saúde

estão embutidas nos progra-mas Pronto Especialista e Operação Saúde.

Outra proposta que bene-ficia o homem do interior está relacionada ao proje-to de criação de peixe em cativeiro e a fruticultura. Na educação, Melo propõe a instalação de Centros de Tempo Integral nas cidades amazonenses.

O deputado federal Hen-rique Olivira (SD), vice-go-vernador na chapa de José Melo, ficará na capital, onde faz caminhada em bairros da Zona Norte e Leste nesta sexta e sábado.

Café com eleitores Na manhã de ontem, Melo

tomou café da manhã com trabalhadores do setor naval. O encontro ocorreu com cerca de 1,3 mil trabalhadores do Estaleiro Rio Negro (Erin), lo-calizado na Rua Nelson Rodri-gues, no bairro da Compensa III, Zona Oeste de Manaus.

Melo chegou por volta das 6h da manhã para o lan-che matinal no refeitório do estaleiro. Ele cumprimentou os trabalhadores, parou para tirar fotos e depois reuniu o grupo de funcionários para apresentar pontos do seu programa de governo.

COMÍCIOS

AGENDA A agenda de campanha dos candidatos começa hoje com comício na cidade de Fonte Boa. Em seguida, a cara-vana vai para Atalaia do Norte, Benjamin Constant e também Tabatinga

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato irá participar de reunião interna com coor-denadores da campanha pela manhã. Às 11h, concede entrevista a uma empresa de TV local e à noite reúne com apoiadores da Zona Leste.

EDUARDO BRAGA

Candidato deverá realizar às 6h30 panfl etagem na Zona Centro-Oeste. À tarde, faz caminhada no bairro Alvorada I e à noite faz mobilização para o comício de Marina Silva.

MARCELO RAMOS

Candidato faz panfl etagem pela manhã e à tarde grava programa eleitoral.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato realiza viagem para municípios do Alto Solimões.

JOSÉ MELO

Candidato faz viagem ao município de Urucará pela manhã. À tarde, faz caminhada no bairro da Glória e às 20h tem encontro popular na Betânia.

CHICO PRETO

Candidato não divulgou agenda.

NAVARRO

Palanque de Marina terácandidatos de três siglasSocialista vem a Manaus no próximo domingo e deverá reunir ao seu lado a cúpula do PSB, além do PPS e PSL

A presidenciável Mari-na Silva (PSB) dividirá o palanque, em Ma-naus, neste domingo

(20), com o candidato ao go-verno Marcelo Ramos, além de candidatos do PSB, PSL, PPS, como Serafi m Corrêa, Elias Emanuel, Marcelo Serafi m e Luiz Castro. A candidata virá acompanhada do seu vice na chapa, Beto Albuquerque, e a coordenadora do programa de governo, Maria Alice Setúbal, a “Neca”.

A informação foi divulga-da ontem, pelo coordenador

da campanha do candidato Marcelo Ramos (PSB), Tacius Fernandes. De acordo com ele, o comício está previsto para ocorrer às 19h, no fi nal da rua Zero, no bairro Alvora-da 2, Zona Centro-Oeste de Manaus, próximo ao bairro Dom Pedro.

Este local foi defi nido por ser próximo ao Aeroporto In-ternacional Eduardo Gomes e também por ser o “reduto” de Marcelo Ramos. Assim que o avião pousar em Manaus, Marina Silva e sua comitiva seguirão para uma coletiva de imprensa, porém, o local ainda está sendo defi nido. “Poderá acontecer em um hotel, mas

isso ainda não foi acerta-do”, afi rmou. Após o encontro com a imprensa, a candidata seguirá para o comício no bairro Alvorada 2. Depois, ela retornará ao aeroporto, encer-rando este evento relâmpago, de apoio a Marcelo Ramos. “Estamos conclamando as pessoas, de todos os bairros, a participarem do comício. O nosso trabalho é intenso nas ruas e na internet, por meio das redes sociais. Queremos encher o comício”, afi rmou Tacius, que preferiu não in-formar a estimativa de público esperado no evento.

Para os apoiadores da cam-panha de Marina Silva, o comí-

cio deste domingo será decisi-vo para alavancar a candidata nas pesquisas de intenção de voto, no Amazonas. Segundo pesquisa do Ibope, divulgada há seis dias, Marina Silva tinha 30% das intenções de voto, contra 43% de Dilma.

O presidente de honra do PSB regional, Serafi m Cor-rêa, um dos que estarão no comício, lembrou que Marina já morou nos bairros Morro da Liberdade e Aterro do 40, ambos na Zona Sul de Ma-naus, na década de 1970. “Ela vem conquistando o apoio de quase toda a Região Norte. A vinda de Marina a Manaus irá colocar por terra muitas

mentiras contadas pelos ad-versários e ter o apoio dos amazonenses”, afi rmou.

O deputado estadual Luiz Castro (PPS), que é candidato à reeleição, lembrou que é a primeira vez que a Região Norte tem um candidato à presidente do país e que dis-puta as eleições com chances reais de vitória. “Esse apelo regional vem sendo pouco trabalhado na campanha dela, mas ressalto isso em minha campanha. Estarei no palanque porque o meu partido a apoia”, afi rmou. A coligação regional de Luiz Castro apoia o candidato Eduardo Braga ao governo

do Estado, que apoia Dilma Roussef à Presidência.

DesconfortoO vice-prefeito de Manaus,

Hissa Abrahão, também do PPS e candidato a deputado federal, apoiador de Eduardo Braga, não confi rmou se esta-rá presente no comício de Ma-rina Silva, neste domingo. No mês passado, Hissa, que está ligado ao grupo de Eduardo Braga (PMDB), declarou ao EM TEMPO que iria acompanhar a posição do seu partido sobre apoio político à candidatura de presidenciável, mas até agora não manifestou ne-nhum posicionamento.

Marina Silva passará três horas na cidade no domingo e será recepcionada pelo presidente de honra dos socialistas, Serafi m Corrêa, e pelo candidato do PSB ao governo do Estado, Marcelo Ramos

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CARLOS EDUARDO MATOS Equipe EM TEMPO

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4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Como o vice de Marina, PSDB faz aceno ao PMDB

Assim como Beto Albu-querque, vice de Marina Silva (PSB), o candidato a vice de Aécio Neves, senador Aloysio Nunes, admitiu que o PSDB não terá condições de governar sem o apoio do PMDB. “É preciso chegar a um entendimento com os partidos para governar, e o PMDB é o mais numeroso deles”, afi rmou. Mas nega “cooptação de quadros” de outros partidos em troca de apoio político, “como quer Marina Silva”.

PiscadelasA cúpula do PMDB fi ngiu

constrangimento com o fl er-te de Beto Albuquerque, vice de Marina, mas adorou. E retribuiu, piscando olhos.

PMDB S/AApesar da aliança com

Dilma, PMDB faz campanha para Aécio Neves no Rio, e para Marina Silva em Per-nambuco e Rio Grande do Sul.

O de Cabral, podePara o deputado Leonardo

Picciani (RJ), aliado de Sergio Cabral desde criancinha, o PSB deveria evitar apoio do “PMDB de Sarney e Renan”.

É do jogoPastor Everaldo (PSC) mi-

nimiza divergências internas com o deputado Marco Feli-ciano (SP), aquele: “São natu-rais do processo político”.

Marina tem 38,9% no DF; Dilma e Aécio empatam

Nova pesquisa realizada no Distrito Federal entre os dias 14 e 16 de setembro prevê vitória expressiva da candi-data do PSB à Presidência, Marina Silva, que aparece com 38,9% das intenções de voto, seguida pela candidata do PT à reeleição Dilma Rous-seff , com 19,1%. O candidato

Aécio Neves (PSDB) é o ter-ceiro colocado, mas está em empate técnico com Dilma de acordo com a margem de erro de 3,09%.

Baixo cleroLuciana Genro (Psol) e o

Pastor Everaldo (PSC) têm 1% das intenções de voto no DF. Eduardo Jorge, do PV, marcou 0,3%.

MarinaEntre os jovens de 16 a 24

anos, a margem de Marina atinge os 41,5%, o dobro das intenções de voto para Dilma ou Aécio, nessa faixa etária.

Mil entrevistasA pesquisa no DF, registra-

da na Justiça Eleitoral sob o nº BR-00716/2014, foi re-alizada pelo Instituto O&P Brasil, com mil entrevistas.

Irmãos camaradasQuem esteve no Instituto

Lula estes dias diz ter visto um macacão da Petrobras com autógrafos, inclusive de Paulo Roberto Costa, a quem tratava por “Pauli-nho”, que por sua vez o chamava de “Gerentão”.

Espírito de Minas�Não combina com o con-

ciliador espírito mineiro a agressiva campanha de Pimenta da Veiga (PSDB) no Estado que celebrou alianças informais como Lulécio (Lula + Aécio), Dil-masia (Dilma + Anastasia) e Pimeltécio (Pimentel + Aécio), que elegeu o atual prefeito de BH.

A voz da redeA muito custo, só uns 2 mil

militantes aderiram à peti-ção on-line contra a decisão da Justiça Eleitoral que proi-biu um site irregular do PT. Já o pedido de impeachment de Dilma ganhou mais de 533 mil assinaturas.

O Santo nome em vãoCarta atribuída ao ex-de-

putado Natan Donadon (RO), ladrão transitado em julga-do, pede votos para a irmã e a cunhada. Mesmo preso, ele jura inocência. O documento traz até um salmo sobre “os eleitos de Deus”.

Casagrande na defen-siva

Candidato à reeleição, o governador capixaba Rena-to Casagrande foi obrigado a revelar que gastou até agora R$ 4,4 milhões em aluguel de jatinhos. Nas 74 viagens que fez, em três estava a primeira-dama.

O próprio ‘Lingote’Nas redes sociais, elei-

tores vêem semelhança de Eduardo Jorge (PV), can-didato a presidente, com “Lingote”, personagem do saudoso Chico Anysio, meio doidão, que borrifava bom ar e exclamava: “Falôôôô!”

Lágrimas de banqueiroFiel depositário de Marina

Silva, o Itaú ameaça recor-rer ao STJ para não pagar dano moral de R$ 10 mil a uma ex-cliente no Brasil. Com dupla cidadania, se ela entrar na Justiça americana, onde o banco também ope-ra, a conta poderá subir a 1 milhão. De dólares.

ManipulaçãoApós obter na Justiça a

proibição do site “Muda Mais”, Marina passou a ser xingada no Twitter por “cer-cear a imprensa”. Obra do ex-jornalista Franklin Mar-tins, que sonha com o con-trole da mídia não petista.

Pensando bem...... se a sentença do do-

leiro Alberto Youssef no caso Banestado servir de parâmetro, os enrolados no Petrolão terão cemanos de prisão.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Rindo por dentro

www.claudiohumberto.com.br

Estamos em uma pororoca de esperança”

MARINA SILVA (PSB), feliz com o ataque que recebeu de José Sarney, aliado de Dilma

Jânio Quadros não esperava por aquilo. Estava em campanha para presidente, em 1960, quando foi a Sete Lagoas (MG) para um comício, acompanhado de Magalhães Pinto, que disputava o governo de Minas Gerais contra Tancredo Neves. Durante o comício, todos os oradores foram recebidos com ovos e vaias. Depois a comitiva seguiu de automóvel para uma cidade vizinha. No carro do candidato, todos permaneciam calados, ainda chocados com a hostilidade.

Jânio fi cou um tempão esperando que Magalhães Pinto dissesse alguma coisa. Ele desconfi ava que Magalhães estava por trás das vaias e dos ovos. Até que perdeu a paciência com o impas-sível aliado:

- Os mineiros são terríveis. Quando não riem por fora, riem por dentro...

Candidato ao Senado veio participar da série de entrevistas “Com a Palavra”, que será divulgada na edição de domingo

Em visita ao EM TEMPO,Omar fala de propostas

Durante a entrevista, Omar Aziz falou sobre a implantação da Cidade Universitária no interior

O ex-governador e candidato ao Se-nado pelo Ama-zonas, Omar Aziz

(PSD), visitou a redação do EM TEMPO, no início da tar-de desta quinta-feira (18), ocasião em que falou sobre suas principais propostas de campanha.

Em entrevista ao EM TEM-PO, o candidato comentou so-bre os diversos problemas que o Estado ainda sofre, como a questão da mobilidade urba-na, educação e segurança.

Em acréscimo, disse que se houvesse ajuda do governo federal no que se diz respeito à liberação de verbas fede-rais, seria possível investir em projetos para melhorar essas questões regionais.

Omar ressaltou ainda que, se eleito senador, sua relação

em Brasília com o atu-al senador e candidato ao governo pela coli-gação Re-novação e Experiência Eduardo Bra-ga (PMDB) – na hipótese de o oponente peemedebista perder o pleito – será estri-tamente “política”.

O político enfatizou ainda os programas na área de segu-rança pública Ronda nos bair-ros e Galera nota 10, ambos implantados em sua gestão.

“Esses dois projetos foram um marco em meu governo, sobretudo para a população, pois um deles diminuiu a cri-minalidade, e o outro eliminou as galeras dos bairros de

Manaus”, destacou. Cidade UniversitáriaO candidato comentou ain-

da sobre as vantagens e con-tribuições do projeto Cidade Universitária para o desen-volvimento do Estado.

“Trata-se de um projeto promissor e que pensa no futuro dos jovens da capital e do interior do Amazonas, que poderão morar e estudar em uma estrutura de primeiro mundo, além da formação intelectual dos nossos cabo-clos”, declarou.

Quanto aos atrasos das obras deixadas pelo seu go-verno, Omar disse que a de-mora se deve por tramites burocráticos e que em quatro anos de mandato deixou cerca de R$ 400 milhões em obras de infraestrutura no Estado.

CASO MELO

Coligação ainda não foi notifi cadaCandidato à reeleição

para o governo do Esta-do pela coligação Fazendo Mais por Nossa Gente, José Melo (Pros) alega que ain-da não recebeu nenhuma notifi cação ofi cial referen-te às denúncias de abu-so de poder político naseleições 2014.

A denúncia, que foi feita pela coligação Renovação e Experiência junto ao Tribu-nal Regional Eleitoral (TRE), pede a cassação do registro

de candidatura de José Melo (Pros) e do candidato a vice-governador Henrique Olivei-ra (SD). A ação também requer o afastamento ime-diato do comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Amazonas, Eliézio Almeida e do sub-comandante-geral da PM, Aroldo Ribeiro.

De acordo com o coorde-nador jurídico da campa-nha de Melo, Doutor José Fernandes Júnior, até o momento, nenhuma notifi -

cação ofi cial foi recebida. “Ainda não fomos ofi cial-mente notifi cados, assim que isso ocorrer vamos nos pronunciar, porque até o momento as informações que temos sobre o assun-to é só o que a impren-sa publica,” complementao advogado.

Caso a representação seja julgada procedente, pode acarretar a perda do registro de candidatura dos candidatos.

DIEGO JANATÃ

Vereador multado em R$ 3,6 mi

FRAUDE

O Tribunal de Contas de Estado (TCE-AM) reprovou as contas da Função Muni-cipal de Eventos e Turismo (Manastur) referentes ao exercício de 2011, conde-nando assim o ex-presi-dente do órgão, o vereador Arlindo Jr. (Pros) a devolver aos cofres públicos o valor de R$ 3,4 milhões por irregu-laridades em processo de li-citação para contratação de serviços e equipamentos.

De acordo com o relator, o conselheiro Julio Cabral, a Manaustur adotou um pro-cedimento antieconômico na escolha de empresas na locação de estrutura para realização de eventos cul-turais. Ao analisar as pro-postas de preço das empre-sas, foi constatado que os valores licitados por lotes foram mais elevados do queseria normal.

Em sua defesa, Arlindo

alegou que o procedimen-to licitatório era realizado por lote em razão de or-ganização e logística, pois desmembrar esse conjunto em vários itens, segundo a defesa, culminaria na possibilidade de contrata-ção de diversas empresas prestando diferentes ser-viços dentro de um único evento, o que, certamente comprometeria a qualidade do evento.

Ex-presidente da Manaustur, Arlindo Júnior foi acusado de fraudar processos licitatórios

ARQUIVO EM TEMPO

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Nomeações na PM rendem discursoO deputado estadual Marce-

lo Ramos (PSB), em discurso no plenário da Assembleia Legis-lativa do Amazonas (Aleam), ontem (18), reforçou suas ob-servações a respeito do atual Comando da Polícia Militar do Amazonas. Ramos considera que os atuais comandantes não poderiam ocupar seus car-gos por estarem respondendo a processos judiciais. “Ainda que no futuro sejam declarados inocentes nos processos que respondem, os comandantes deveriam primeiro responder

suas ações na Justiça para depois ascenderem qual-quer cargo de comando naPM”, defendeu.

Marcelo Ramos aponta que os cargos de comando da corporação deveriam ser ocupados por ofi ciais com con-duta ilibada, sob os quais não incida qualquer desconfi ança de crimes graves. “Isso gera instabilidade no conjunto da corporação, bem como mau exemplo na tropa como um todo”, mencionou.

Ao avaliar o trabalho da

Secretaria de Inteligência do Estado, cujo titular Thomaz Vasconcelos foi exonerado na quarta-feira (17), o parlamen-tar questionou a efi cácia das ações adotadas pelo órgão, no combate ao crime orga-nizado e ao tráfi co de dro-gas. “Qual a ação realizada pela Inteligência que inibiu a realização de qualquer crime oriundo do crime organizado e do tráfi co de drogas? Ainda são poucas as ações geradas em decorrência do trabalho deInteligência”, lamentou.O deputado Marcelo Ramos fez discurso contra nomeações de policiais que respondem processo

ALEA

M SEGURANÇA

Pesquisa: 60% são contra o auxílio Bolsa AutoescolaEnquete da Câmara Municipal de Manaus aponta que a maioria dos internautas não concordam com a proposta de um vereador

Um total de 113 pesso-as — o equivalente a 60% dos participantes da enquete do site da

Câmara Municipal de Manaus (CMM) — se posicionou contra o Bolsa Autoescola, proposto em projeto de lei em trâmite na casa legislativa, de autoria do verea-dor Hiram Nicolau (PSD).

Aberta no dia 28 de agosto, a enquete “Você concorda com a criação do Bolsa Autoescola para pessoas de baixa renda?” teve 188 participantes, sendo que 75 se disseram a favor da proposta, o mesmo que 40% dos votantes.

Entre os que se posiciona-ram contra está o internauta Aglei Júnior. “Deem condições de emprego e renda aos mais necessitados, para que traba-lhem e paguem pelas coisas. O Estado quer dar tudo, é muito cômodo”, comentou na rede so-cial Facebook.

No mesmo tom, o internauta Ricardo Monteiro disse, tam-bém na Fan Page da CMM, que defende a tese que o poder público deveria oferecer estudo de qualidade para o cidadão ter uma formação profi ssional digna. “Com isso, não seria ne-cessária a implementação des-sas políticas assistencialistas, as quais deixam os cidadãos mal-acostumados”, comentou.

Na contramãoFavorável ao Bolsa Autoescola

se mostrou a internauta Heliana Pessoa. “Conheço pessoas ho-nestas que precisam da carteira de motorista para ter maiores oportunidades de trabalho, mas não têm condições de pagar pelo curso”, comentou.

Já a internauta Stéphannier Oliveira disse que a bolsa para ti-

rar a Carteira Nacional de Habilitação “seria ótimo para a econo-mia, uma vez que novos motoristas signifi cariam oportunidades de emprego pre-enchidas. Muito emprego pede habilitação. Se a pessoa não tem condições de arcar com a despesa de um processo caro e lento como esse, signifi ca mais

um desempregado e menos mercado e economia para a cidade”, destacou.

Benefícios aos carentesO Projeto de Lei (PL) nº

252/2014 cria o Bolsa Autoesco-la, para atender a população de baixa renda e facilitar a emissão da Carteira Nacional de Habilita-ção (CNH) às pessoas que têm difi culdades fi nanceiras para conseguir obter o documento.

Apresentada pelo vereador Hiram Nicolau (PSD), a propos-ta é voltada à implantação de um programa de concessão de bolsas para atender cidadãos que comprovem e preencham os mesmos requisitos exigidos pelo programa Bolsa Família.

CRÍTICAO internauta Ricardo Monteiro disse, na Fan Page da CMM, que defende a tese que o poder público deveria oferecer estudo de qualidade para o cida-dão ter uma formação profi ssional digna

O benefício do Bolsa Autoescola foi desaprovado pela maioria dos internautas que participaram de uma enquete da Câmara

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ULG

AÇÃO

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6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Aécio reduzirá desigualdades investindo mais no Nordeste

O candidato do PSDB à Presidência da Repúbli-ca, Aécio Neves, afirmou ontem (18) que vai redu-zir as desigualdades no Brasil, investindo mais na Região Nordeste do que nas demais regiões. “Nos-sa candidatura foi a única que assumiu um compro-misso claro com a Região Nordeste. Em primeiro lugar, com a descentrali-zação dos investimentos, portanto, com o favore-cimento tributário que permita que empresas e empregos voltem ao Nor-deste brasileiro”, disse o candidato, em entrevista após comício em Itabuna, no sul da Bahia.

O senador mineiro esta-va acompanhado do can-didato do DEM ao governo do Estado, Paulo Souto, e do prefeito de Salvador, ACM Neto. O peemede-bista Geddel Veira Lima, que disputa a vaga para o Senado, também estava na comitiva.

Aécio prometeu ainda

aos nordestinos elevar os investimentos federais em educação. “A nossa meta é que, em 8 anos, a Região Nordeste tenha o mesmo nível de educação das regiões mais ricas do Brasil, com investimen-tos, com qualificação das pessoas e com o resgate de todos os jovens que não concluíram o ensino fundamental e o ensino médio”, afirmou.

Ele disse que, se for eleito, investirá também no turismo. “Vamos tratar o turismo como talvez a mais rentável das indús-trias que temos, porque o investimento já está aí, a natureza fez em grande parte. O que precisamos é de infraestrutura adequa-da, de promoção dessa região, tanto em outras partes do Brasil quanto no exterior. E vamos apoiar o setor privado para que possa fazer investimentos que qualifiquem o turismo com hotéis de qualidade e centros de convenções”.

COMPROMISSO

O candidato do PSDB abordou ainda a questão da segurança pública, pro-metendo baixar a taxa de homicídios no Nordeste e defendendo alterações no Código Penal para reduzir a maioridade penal. “Es-tabelecemos a meta de, em no máximo 10 anos,

reduzir em 30% o número de homicídios no Nordes-te, com investimentos em parcerias com os Estados e com mudança no Có-digo Penal, para que, no caso de crimes graves, os jovens acima de 16 anos possam ser punidos com base nesse código”.

Ainda na questão da segurança pública, Aécio prometeu também acirrar o combate ao tráfi co de drogas. “Temos que ter uma ação conjunta das forças de segurança, das Forças Armadas e da Polícia Fede-ral, para enfrentar o tráfi co que vem das nossas fron-

teiras. Vou estabelecer uma relação altiva com os paí-ses produtores de drogas que contrabandeiam essas drogas para o Brasil. Não vamos fazer parcerias com esses países, se eles não cuidarem internamente também da produção de drogas”, afi rmou.

Queda nos homicídios e maior idade penal

Em visita ao sul da Bahia, o presidenciável Aécio Neves prometeu diminuir a desigualdade social entre os nordestinos

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ULG

AÇÃO

/ASS

ESSO

RIA

Mesmo com delação, doleiro fi caria 4 anos em presídioExigência para que cumpra uma pena mínima é da força-tarefa do Ministério Público Federal que atua na operação Lava Jato

O doleiro Alberto Youssef terá de cumprir 4 anos de prisão em regime

fechado e entregar todos os seus bens ilícitos, se quiser fechar um acordo de dela-ção premiada. A exigência para que cumpra uma pena mínima de 4 anos de prisão, e outros 4 anos em regime aberto, é da força-tarefa do Ministério Público Federal, que atua na operação Lava Jato, segundo profissionais envolvidos na investigação. Sem o acordo, Youssef, 46, poderia ficar mais de 20 anos no regime fechado.

Os procuradores têm sido rigorosos com o doleiro porque ele descumpriu um acordo de delação que as-sinou em 2004, quando foi investigado por remessas ilegais que fez usando o Banestado, banco do gover-no do Paraná.

Youssef se comprometeu a deixar o mercado paralelo de dólares, mas, em vez disso, aumentou ainda mais o vo-lume de seus negócios.

O juiz Sergio Moro, que endossou o acordo de 2004, cancelou o perdão e reabriu as ações penais após a pri-são de Youssef. Na quarta-feira (17), ele foi condenado a 4 anos de prisão num desses processos.

Preso há seis meses e com a perspectiva de ser conde-nado a mais de 100 anos de prisão, o doleiro sofre dois tipos de pressão para fechar um acordo: da família e da fila de delatores na operação Lava Jato. Eles já são quatro, entre eles Pau-lo Roberto Costa, ex-diretorda Petrobras.

PressãoA pressão da fila de dela-

tores ocorre porque, quanto

mais réus c o l a b o r a -rem com a invest iga-ção, menos q u e s t õ e s restam a serem es-c larecidas

pela PF e menores serão os eventuais benefícios que Youssef pode ter.

Delação é um instituto previsto na Lei do Crime Organizado, segundo o qual um réu ganha benefícios em troca de informações que revele.

Dois auxiliares de Yous-

sef já deixaram a prisão após decidirem colaborar com a Justiça nas investi-gações. São eles: Leonardo Meirelles, laranja do doleiro no laboratório Labogen, e o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, que era representante de Youssef na GFD Investimentos, a prin-cipal empresa controladapelo doleiro.

Youssef discute há dois meses a possibilidade de fazer o acordo porque não vê saída jurídica para o seu caso, já que a PF e os procuradores reuniram considerável número deprovas contra ele.

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, pre-so na operação Lava Jato, informou a investigadores a existência de propina na compra da refi naria de Pa-sadena, nos Estados Unidos. O delator, segundo reporta-gem do “Jornal Nacional”, da Globo, teria recebido R$ 1,5 milhão com a negociação.

Costa foi convocado para depor na sessão da Comissão Parlamentar de

Inquérito (CPI) mista da Petrobras, realizada na úl-tima quarta-feira (17), mas não respondeu a nenhuma pergunta. A reunião pode ser aberta, mas vou per-manecer em silêncio”, disse o ex-diretor ao chegar nasala da comissão.

O ex-diretor foi preso em março com a defl agração da operação Lava Jato da Polí-cia Federal. Há suspeitas de que Costa tenha destruído

provas de seu envolvimento no caso. Para tentar reduzir a pena em uma possível con-denação, ele decidiu no meio de agosto contribuir com as investigações, por meio de delação premiada.

Segundo a revista “Veja”, Costa revelou o envolvi-mento de diversos políticos em um esquema de propina abastecido com recursos desviados da estatal. Mas, apesar das revelações, o ex-

diretor ainda precisará espe-rar o fi m do seu julgamento para saber se eventualmente terá a sua pena reduzida.

As denúncias feitas por ele ainda precisarão ser in-vestigadas e comprovadas para só então o juiz decidir se serão consideradas váli-das, explica o professor de direito penal e procurador federal Carlos Eduardo Vas-concelos, que não participa do caso.

Ex-diretor da Petrobras teria recebido R$ 1,5 mi

Mesmo contribuindo com as investigações, o doleiro Alberto Youssef terá que cumprir uma pena de 4 anos em regime fechado

EBC

Procuradores têm sido rigorosos com

o doleiro porque ele descumpriu um acordo de delação

que assinou em 2004

Ministério Público Federal, Paraná

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7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Defesa prepara 30 mil militaresO Ministério da Defe-

sa prepara 30 mil mili-tares para trabalhar du-rante as eleições deste ano, com a expectativa de atuarem em 250 ci-dades do país. Os mili-tares devem ter a parti-cipação solicitada pela Justiça Eleitoral. Até o momento, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou ação militar em 95 localidades no Pará, Tocantins e Rio Grande do Norte, na chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

No caso de GLO, a participação militar se restringe a segurança para que funcionários da Justiça Eleitoral possam fi scalizar pon-tos de denúncia de ir-regularidades ou para que candidatos possam fazer campanha, além da proteção de locais de votação.

Segundo o coman-dante Walter Marinho Sobrinho, “o militar que identifi car um crime eleitoral deverá comu-nicar o juiz eleitoral, que dará a orientação de como agir”.

“O foco principal dos militares é o acesso das zonas eleitorais. O discernimento do que é crime eleitoral fi ca um pouco mais difícil e ele está orientado a comu-nicar o fato ao juiz”, diz o chefe de seção de

operações complemen-tares do Ministério da Defesa.

Em geral, os milita-res das Forças Armadas contam também com apoio da Polícia Militar e outras forças poli-ciais, que poderão ser acionadas neste tipo de situação.

Além da GLO, os mi-litares farão apoio lo-gístico em pelo menos 88 localidades. Nesses casos, o uso do aparato militar será destinado ao transporte de urnas e funcionários da Justiça Eleitoral a locais de aces-so difícil ou remotos.

A expectativa do Mi-nistério da Defesa é, até o dia 5 de outubro, aten-der 250 localidades. Como o pedido parte da Justiça Eleitoral, é possí-vel que até as vésperas da eleição o TSE possa alterar as demandasou ampliá-las.

Pós-CopaUma das novidades

para a operação das eleições em 2014 é o uso do centro de comando e controle, criado para a Copa do Mundo.

Esse centro monitora diversas operações no país e facilita a inte-gração das diversas for-ças. No local, diversas organizações deverão atuar, como o TSE e ospróprios militares.

ELEIÇÕES/2014Delúbio pode cumprir pena em casa

O procurador-geral da Re-pública, Rodrigo Janot, enviou um parecer ao Supremo Tri-bunal Federal (STF) favorável ao pedido do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que quer cumprir em casa o restante de sua pena de 6 anos e 8 meses pelo crime de corrup-ção no processo do mensa-lão. De acordo com Janot, o ex-tesoureiro já cumpriu um sexto de sua pena, o que lhe garante o direito à chamada progressão de regime.

Com isso, Delúbio poderá deixar o semiaberto - quan-do o preso pode trabalhar fora, mas tem de dormir no presídio, pelo regime aberto, quando o condenado precisa apenas passar as noites em sua residência.

No parecer, Janot diz que o um sexto da pena de Delúbio foi cumprido antecipadamen-te, uma vez que ele, por estar trabalhando, pôde descontar 117 dias de sua prisão.

De acordo com a legislação, a cada três dias trabalhados o preso pode abater um da con-denação. Estudos e leitura de livros também permitem que a pena seja descontada.

Com o parecer, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do mensalão, deverá liberar Delúbio para cumprir o restan-te da pena em casa.

Até agora, ele autorizou que outros três presos do mensalão obtivessem o benefício: o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do extinto PL, atual PR, Jacinto Lamas e o ex-deputado Bispo Rodrigues.

DIZ PGR

TSE aprovou ação militar em 95 localidades no Pará, Tocantins e Rio Grande do Norte nas eleições

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AÇÃO

Desigualdade social cresce no governo Dilma, diz IBGEProcesso contínuo de melhora da distribuição de renda estancou no último ano de governo da petista sinalizando um retrocesso

No penúltimo ano do governo Dilma, o processo contínuo de melhora da dis-

tribuição de renda estancou e já sinaliza um retrocesso nes-sa tendência, vivida pelo país desde o Plano Real. O índice de Gini, medida de desigualdade, mostrou uma discreta piora de 2012 para 2013. Passou de 0,496 para 0,498 no indicador que mensura exclusivamente a distribuição dos rendimentos do trabalho, melhor referência disponível na Pesquisa Nacio-nal por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada ontem (18) pelo IBGE.

Na mesma tendência de li-geira piora, o índice de Gini que mede todas as fontes de rendimento (aposentadorias, transferências do governo, aluguéis e rendimento de apli-cações) subiu de 0,504 para 0,505 entre 2012 e 2013. Quanto mais próximo de zero, melhor é a distribuição da renda do país.

Em ambos os casos, foi o pri-meiro aumento desde 2001, período para o qual o IBGE tem dados disponíveis sob o novo modelo da Pnad. Mas os levantamentos anteriores com base em dados do próprio instituto ofi cial de estatística apontavam para uma melhora contínua desde 1995, mais forte nos primeiros anos do Real e no primeiro governo Lula.

Disparidade de saláriosA desigualdade cresceu es-

pecialmente porque a renda dos 10% mais riscos sobe mais (5,7%) do que a dos 10% mais pobres (3,5%). Esse cenário se dá diante do fraco crescimento econômi-co, da freada do mercado de trabalho e especialmente do pequeno crescimento real do salário mínimo - 2,3%, ante10% em 2012.

Para Gabriel Ulyssea, eco-nomista do Ipea especializado em mercado de trabalho e de-sigualdade, os dados mostram um “retrocesso” na trajetória de melhora contínua da dis-tribuição de renda do país desde o Plano Real. Em 2012, diz, a queda da desigualdade já mostrava uma forte desa-celeração. Agora, os dados de 2013 “confi rmam uma mudan-ça de tendência”.

DeterioraçãoSegundo Fernando Holan-

da, economista da FGV, já se notava uma “deterioração do mercado de trabalho” no ano passado, que se intensi-fi cou neste ano e desaguou na piora da distribuição da ren-da. Holanda diz que a menor expansão do salário mínimo em 2012 (2,3% por conta da fórmula que considera o PIB de 2 anos antes) é um dos motivos para o crescimento da desigualdade.

A única boa notícia dos da-dos da Pnad no campo de rendimento e igualdade é o fato de que o rendimento do trabalhador segue em expan-são, com alta de 5,7% em 2013. “É um aumento robusto, sem dúvida, mas o problema é que os maiores rendimentos

subiram mais”, diz Holanda.O rendimento médio mensal

real de todos os trabalhadores em 2013 foi estimado em R$ 1.681. A renda dos homens era de R$ 1.890,00 e a das mu-lheres fi cou em R$ 1.392,00. As mulheres recebiam, em média, 73,7% do rendimento

de trabalho dos homens. Em 2012, essa proporção era de 72,8%.

Todas as categorias tive-ram aumento da renda, com destaque para servidores pú-blicos estatutários (5,9%). Os demais tiveram alta abaixo da média: trabalhadores com

carteira (4,4%) e trabalhado-res sem carteira (5%).

Em 2013, os maiores ren-dimentos do país eram dos trabalhadores do Distrito Fe-deral (R$ 3.114) e São Paulo (R$ 2.083). Já os mais baixos fi caram com Piauí (R$ 1.037) e Ceará (R$ 1.019).

Rendimento do trabalhador está em expansão

Desigualdade social teve leve crescimento no último ano de governo da presidente Dilma Rousseff , um retrocesso desde o Plano Real

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AÇÃO

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8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costae Náis Campos

REPORTAGEMJoelma Muniz, Raphael Lobato, Márcia Oliveira e Carlos Eduardo Matos

REVISÃODernando MonteiroGracycleide Drumond eJoão Alves

DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Klinger Santiago, Mãrio Henrique, Pablo Filard

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Eleições: 58 milhões de ‘curtidas’ Termos relacionados às elei-

ções de 2014 já geram 58 milhões de interações (curtidas, compartilhamentos e comentá-rios) no Facebook desde o início da campanha eleitoral, em julho. Segundo dados internos, a pala-vra “voto” é a que mais registra interações até agora. No total, o termo soma 22,6 milhões de curtidas, compartilhamen-tos e comentários. Houve pico de comentários em algumas ocasiões, como durante os de-bates presidenciais. O termo “Eleições” também é um dos mais populares, e registra quase

8 milhões de interações. “O que vemos constantemen-

te no Facebook é que as pessoas gostam de falar sobre eleições. E o Brasil não difere dessa tendência. O número de intera-ções mostra que os brasileiros no Facebook estão interagindo bastante uns com os outros e também com os candidatos, o que consolida as eleições de 2014 como as verdadeiras elei-ções sociais”, diz Katie Harbath, líder global no uso do Facebook para campanhas políticas.

Já os candidatos à Presidên-cia somam nada menos que

27 milhões de interações no período (da primeira quinzena de julho até a segunda sema-na de setembro). A candidata Marina Silva lidera as menções, seguida de Dilma Rousseff e Aécio Neves.

Na corrida por fãs, segundo levantamento da consultoria Social Bakers em parceria com o Facebook, a candidata Mari-na Silva leva a vantagem. Nos últimos 30 dias, a página da candidata conquistou mais de 990 mil fãs - agora totalizando, 1,8 milhão de curtidas. Aécio Neves adicionou 260 mil novos

fãs, totalizando 1,3 milhão, e Dilma Rousseff , 200 mil novos fãs, chegando a 1,1 milhão de pessoas. Atualmente, 3 em cada 5 eleitores estão no Facebook. Todos os meses 89 milhões de brasileiros acessam a rede.

Tempo real Entre julho e setembro, ter-

mos gerais relacionados às eleições de 2014 chegaram a gerar 58 milhões de curtidas, compartilhamentos e comentá-rios. Segundo o Facebook Brasil, a palavra “voto” é a que mais registra interações.

FACEBOOKREPRODUÇÃO

Redes sociais têm sido canal de interação entre eleitores

‘Adversários me veem como a exterminadora do futuro’

Em clima de intimida-de, em meio a repre-sentantes da classe artística, Marina fez

um discurso de desabafo na noite da quarta-feira (17) na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no centro do Rio. Ela contou em tom emocionado seu passado humilde no Acre e se disse pressionada pelo ambiente de críticas prove-nientes de seus adversários. Ela explicou mais detalhada-mente a ideia que vem ex-pondo à exaustão, de contar com os melhores quadros de cada partido para compor um eventual governo. “Vocês imaginam o PSDB escalando o melhor que tem para que a gente faça o juro cair, a infl ação descer e o país ter credibilidade. Imagina o PT escalando o seu melhor

quadro para que nun-ca mais as políti-cas sociais possam re-troceder e que a gen-te saia das políticas de transferência de renda para as políticas de inclusão produtiva para que as fi lhas do Bolsa Família não virem mães do Bolsa Família”, disse.

A política de coalizão bra-sileira, um dos focos princi-pais de Marina, foi alvo de críticas. No caso específi co, o ministro de Minas e Ener-gia, Edison Lobão (PMDB): “Você imagina um minis-tro que toda vez que ele fala de energia eu fi co com vergonha, porque sei que o

ministro não entende nadade energia”.

“O PT ganhou as eleições e, para governar, foi tute-lado pelo PMDB. Fernando Henrique ganhou a eleição, para governar, foi tutelado pelo PFL. Será que não che-gou a hora de aposentar a velha República? Chamar a Nova República à respon-sabilidade? Estão vivendo a síndrome de Estocolmo, se apaixonaram pelos seques-tradores de seus sonhos”, concluiu a ex-senadora.

Marina reafirmou que está disposta a governar por apenas um mandato e emendou: “Vai ser mais fá-cil conversar com Lula e com Fernando Henrique do que foi conversar com (José) Sarney ou Antônio CarlosMagalhães”, disse.

Abstinênciade poder“Estou dizen-

do que será só um mandato. PSDB chegou e falou que seriam 20 anos, o PT che-gou e falou que se-riam 20 anos. Deu no que deu. Vocês que são viciados em poder, não precisam entrar em crise de abstinência. Serão só quatro aninhos”.

A candidata defendeu ainda Neca Setúbal, herdei-ra do Grupo Itaú e educadora, responsável por seu progra-ma de governo. Ela mencio-nou ainda uma afi rmação que deu em um debate, quando referiu Chico Mendes como membro da elite do Brasil.

Desabafo da presidenciável Marina Silva foi uma resposta aosataques dos adversários e distorções de seu plano de governo

“A deturpação nas redes sociais foi imensa. Para mim a elite não é quem tem dinheiro. E não ter di-nheiro não nos impede de fazer parte da elite. A elite de um país é quem pensa

estrategicamente, vê o in-teresse público, o interesse coletivo”, afi rmou.

E contrapôs: “Tenho pas-sado um momento difícil. Vocês já viram uma propa-ganda que diz que se eu for

eleita quem vai mandar no país são os banqueiros? A comida saindo do prato das crianças, os livros fi cando brancos?

Vocês acham que uma pessoa alfabetizada aos

16 anos pelo Mobral, que fez supletivo de primeiro e segundo grau, sabe que a educação fez um milagre em sua vida, não vai priorizar a edu-cação?”.

Dinheiro não tira ninguém da elite

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