eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

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Especial MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Partidos e empresas foram os maiores doadores de verba Entre os candidatos ao governo, Eduardo Braga foi o que mais arrecadou, R$ 5,7 mil. Melo tem em caixa R$ 2,5 milhões H á pouco menos de um mês para as elei- ções, o senador Edu- ardo Braga (PMDB) já arrecadou em doações de campanha mais que o dobro do arrecado pelo seu principal adversário, o governador José Melo (Pros). O candidato já tem 23% (R$5,7 mi) do total de recursos que previu utilizar na campanha, orçada em R$ 25 milhões. Desse total, mais da metade das doações (60%) foram depositadas pela dire- ção nacional do PMDB. A segunda maior fatia das doações ao peemedebista partiu do empresariado que doou diretamente para o can- didato ou ao comitê estadual, uma soma que chega a R$ 2 milhões em recursos. Pelo me- nos 23 empresas doaram para a campanha do senador, tota- lizando R$ 2 milhões. A maior doação partiu da fabricante da Coca-Cola no Amazonas, a Recofarma, que depositou, de uma única vez, R$1,5 milhão na conta peemedebista. A maioria das doações de pessoas comuns para a cam- panha de Braga foi registrada com depósitos padronizados entre R$ 750, R$1,5 mil e R$ 6 mil. Os maiores depósitos estão no nome de Isaac Ben Moises Sabbá, que doou R$ 50 mil e o ex-prefeito do município de Silves, Aristides Queiroz, do PSDB, que doou R$ 30 mil. O doador consta como filiado do PSDB-AM desde 1999, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Grande fatia das doações vieram mesmo do diretório nacional do partido, que divide as arrecadações com os parti- dos regionais. É uma forma de trabalho e o senador também registra doações de diversas outras iniciativas”, afirmou o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiango. Já na campanha do Pros de José Melo, somente 10% (R$ 2,5 mi) do total de gastos previstos para a campanha, orçada em R$ 23 mi, foram arrecadados. O candidato, que havia registrado a pior arrecadação na primeira pres- tação de contas, desta vez, concentrou as fontes de re- curso no empresariado, que representou 100% da receita. A campanha do candidato à reeleição voltou a não re- gistrar nenhuma doação de pessoa física. Os maiores depósitos parti- ram do banco Bradesco, que endereçou um cheque de R$1 milhão para conta do comitê financeiro do partido, e a Reco- farma doou outro R$1 milhão. A fabricante, no entanto, doou uma quantia R$ 500 mil a menos da que foi deposita- da na campanha de Eduardo Braga. Houve doações ainda da Tellerina (R$250 mi), Fogás (R$50 mi), Unicoba (R$50 mi), Valfilm (R$50 mil) e Concen- trados Paraná (R$10 mil). “O dado que apresentamos junto ao tribunal foi o limite para gastos. Claro que esta- mos lutando para gastar bem menos. Quanto mais a gente puder economizar no proces- so, melhor. A arrecadação está proporcional aos nossos gas- tos. Receitas e despesas fo- ram divulgadas corretamen- te”, disse o secretário-geral do Pros, Radyr Jr. RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO A campanha do PSB do deputado Marcelo Ramos continua em ritmo lendo de arrecadação. O candidato ar- recadou até agora somente 7,4%, R$ 371 mil, do total de despesas que foram pre- vistas à Justiça Eleitoral, de R$ 5 milhões. Todo o recurso arrecadado pelo socialista partiu de doações de pes- soas físicas, sem registro de participação de empresas ou das executivas nacionais do partido. A maior doação registrada para o candidato até agora partiu da herdeira do Banco Itaú, Neca Setubal, coordenadora do programa de governo da presidenciá- vel da sigla, a ex-senadora Marina Silva. A educadora, dona de 3,5% das ações do banco, depositou R$ 200 mil na conta de Ramos. A conselheira econômica de Marina doou também para candidatos do partido em Tocantins e na Paraíba. Para Marina, a quantia doada foi de R$ 670 mil. O deputado Chico Preto (PMN) foi o único a não en- tregar a segunda prestação parcial das contas. A campa- nha do parlamentar afirmou que os documentos com o balanço das arrecadações para campanha estavam dentro da maleta que foi levada durante o assalto que vitimou o seu ex-seguran- ça particular, José Cláudio Marques da Silva, no último dia 4 de setembro. O TSE considera deixar de apre- sentar como grave omissão de informações. Herdeira do Itaú faz doação para Marcelo A herdeira do banco Itaú, Neca Setubal, fez uma doação de R$ 200 mil para a campanha do candidato Marcelo Ramos EBC FOTOS: DIVULGAÇÃO A maior parte das doações destinadas ao senador Eduardo Braga vieram do seu partido Já José Melo conseguiu arrecadar apenas 10% do previsto para ser usado na sua campanha Maiores empresas doadoras José Melo (Pros) Recofarma (Coca-Cola) R$1 mi Banco Bradesco R$ 1 mi Tellerina Comércio R$ 250 mil Eduardo Braga (PMDB) Recofarma (Coca-Cola) R$1,5 mi Arosuco R$1 mi Banco Bradesco R$500 mil ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 9/8/2014 10:35:19 PM

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

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MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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Partidos e empresas foram os maiores doadores de verbaEntre os candidatos ao governo, Eduardo Braga foi o que mais arrecadou, R$ 5,7 mil. Melo tem em caixa R$ 2,5 milhões

Há pouco menos de um mês para as elei-ções, o senador Edu-ardo Braga (PMDB)

já arrecadou em doações de campanha mais que o dobro do arrecado pelo seu principal adversário, o governador José Melo (Pros). O candidato já tem 23% (R$5,7 mi) do total de recursos que previu utilizar na campanha, orçada em R$ 25 milhões. Desse total, mais da metade das doações (60%) foram depositadas pela dire-ção nacional do PMDB.

A segunda maior fatia das doações ao peemedebista partiu do empresariado que doou diretamente para o can-didato ou ao comitê estadual, uma soma que chega a R$ 2 milhões em recursos. Pelo me-nos 23 empresas doaram para a campanha do senador, tota-lizando R$ 2 milhões. A maior doação partiu da fabricante da Coca-Cola no Amazonas, a Recofarma, que depositou, de uma única vez, R$1,5 milhão na conta peemedebista.

A maioria das doações de pessoas comuns para a cam-panha de Braga foi registrada com depósitos padronizados entre R$ 750, R$1,5 mil e R$ 6 mil. Os maiores depósitos estão no nome de Isaac Ben Moises Sabbá, que doou R$ 50 mil e o ex-prefeito do município de Silves, Aristides Queiroz, do PSDB, que doou R$ 30 mil. O doador consta como fi liado do PSDB-AM desde 1999, registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Grande fatia das doações vieram mesmo do diretório

nacional do partido, que divide as arrecadações com os parti-dos regionais. É uma forma de trabalho e o senador também registra doações de diversas outras iniciativas”, afi rmou o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiango.

Já na campanha do Pros de José Melo, somente 10% (R$ 2,5 mi) do total de gastos previstos para a campanha, orçada em R$ 23 mi, foram arrecadados. O candidato, que havia registrado a pior arrecadação na primeira pres-tação de contas, desta vez, concentrou as fontes de re-curso no empresariado, que representou 100% da receita. A campanha do candidato à reeleição voltou a não re-gistrar nenhuma doação de pessoa física.

Os maiores depósitos parti-ram do banco Bradesco, que endereçou um cheque de R$1 milhão para conta do comitê fi nanceiro do partido, e a Reco-farma doou outro R$1 milhão. A fabricante, no entanto, doou uma quantia R$ 500 mil a menos da que foi deposita-da na campanha de Eduardo Braga. Houve doações ainda da Tellerina (R$250 mi), Fogás (R$50 mi), Unicoba (R$50 mi), Valfi lm (R$50 mil) e Concen-trados Paraná (R$10 mil).

“O dado que apresentamos junto ao tribunal foi o limite para gastos. Claro que esta-mos lutando para gastar bem menos. Quanto mais a gente puder economizar no proces-so, melhor. A arrecadação está proporcional aos nossos gas-tos. Receitas e despesas fo-ram divulgadas corretamen-te”, disse o secretário-geral do Pros, Radyr Jr.

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

A campanha do PSB do deputado Marcelo Ramos continua em ritmo lendo de arrecadação. O candidato ar-recadou até agora somente 7,4%, R$ 371 mil, do total de despesas que foram pre-vistas à Justiça Eleitoral, de R$ 5 milhões. Todo o recurso arrecadado pelo socialista partiu de doações de pes-soas físicas, sem registro

de participação de empresas ou das executivas nacionais do partido. A maior doação registrada para o candidato até agora partiu da herdeira do Banco Itaú, Neca Setubal, coordenadora do programa de governo da presidenciá-vel da sigla, a ex-senadora Marina Silva. A educadora, dona de 3,5% das ações do banco, depositou R$ 200

mil na conta de Ramos. A conselheira econômica de Marina doou também para candidatos do partido em Tocantins e na Paraíba. Para Marina, a quantia doada foi de R$ 670 mil.

O deputado Chico Preto (PMN) foi o único a não en-tregar a segunda prestação parcial das contas. A campa-nha do parlamentar afi rmou

que os documentos com o balanço das arrecadações para campanha estavam dentro da maleta que foi levada durante o assalto que vitimou o seu ex-seguran-ça particular, José Cláudio Marques da Silva, no último dia 4 de setembro. O TSE considera deixar de apre-sentar como grave omissão de informações.

Herdeira do Itaú faz doação para Marcelo Ramos

A herdeira do banco Itaú, Neca Setubal, fez uma doação de R$ 200 mil para a campanha do candidato Marcelo Ramos

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A maior parte das doações destinadas ao senador Eduardo Braga vieram do seu partido Já José Melo conseguiu arrecadar apenas 10% do previsto para ser usado na sua campanha

Maiores empresas doadorasJosé Melo (Pros)

Recofarma (Coca-Cola) R$1 mi

Banco Bradesco R$ 1 mi

Tellerina Comércio R$ 250 mil

Eduardo Braga (PMDB)

Recofarma (Coca-Cola) R$1,5 mi

Arosuco R$1 mi

Banco Bradesco R$500 mil

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Page 2: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

2 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Melo e Omar caminham no bairro Jorge Teixeira Comitiva da “Caravana 90” arrastou uma multidão no tarde de ontem. Candidatos ouviram a demanda da população

O bairro Jorge Tei-xeira III, na Zona Leste, recebeu com festa o governador

e candidato à reeleição José Melo (Pros) e o ex-governa-dor Omar Aziz (PSD), que concorre ao Senado, nesta segunda-feira, dia 8 de se-tembro. Os candidatos fi ze-ram o corpo a corpo com os moradores durante caminha-da por diversas ruas do bairro no fi nal da tarde.

Melo e Omar percorreram as ruas Pirarucu, Curimatã, Cubiu, Barú, Tamoatá e Aracu, conversaram com morado-res, ouviram reivindicações e elogios, além de muitas paradas para fotos. A “Ca-ravana 90” contou também com a presença de comitiva de postulantes aos cargos de deputado estadual. No traje-to, a “Caravana 90” encontrou o prefeito de Manaus Arthur Neto, que também fazia ca-minhada pelo bairro.

“Foi uma caminhada em que podemos sentir não só o carinho do povo, mas a confi ança no nosso trabalho. Esse é um dos bairros em que estamos trabalhando em parceria com a prefeitura para a recuperação do siste-ma viário”, disse Melo.

Nas conversas com os mo-

radores, o governador cand ida to à reeleição também fa-lou de suas p ropostas de governo para áreas como educação, saúde, as-sistência social e segurança pública. “Temos conseguido chegar às pessoas e falar das nossas ideias, dos nossos projetos. E ouvir, o que é mais importante, porque foi ouvin-do os anseios das pessoas que ao lado do Omar fi z um governo diferente e que foi o mais bem avaliado do Brasil”, disse José Melo.

Para Omar, cada caminha-da nos bairros de Manaus gera uma contribuição dife-rente, impulsionando o su-cesso de sua campanha e de Melo. “Estamos percorrendo todos os bairros. O Amazonas é um Estado muito grande e só é possível fazer um bom tra-balho se conhecermos essa realidade. Minha experiência me permite lutar pelos inte-resses do povo e, com o Melo, não é diferente. Ele conhece e sabe o que precisa fazer para continuar o trabalho e ser um bom governador”, disse.

A Zona Leste de Manaus

recebeu atenção especial durante a gestão de Omar e Melo. Além das melhorias na educação, a infraestrutura e segurança tiveram impor-tantes investimentos. Com o Ronda no Bairro, o número de DIPs subiu de três para oito, o efetivo policial e de viaturas foi duplicado, reduzindo os índices de criminalidade.

Nesse período, o governo ampliou e reformou a estru-tura do Centro Integrado de Segurança - o CIS da Zona Leste, na avenida Grande Circular. A região também foi uma das benefi ciadas com o Proama. Na área de infraestrutura, Melo assinou convênio com a prefeitura de Manaus, no valor de R$ 110 milhões, para asfaltar cente-nas de ruas da Zona Norte e Leste da cidade.

Reforço de equipeO candidato a vice go-

vernador Henrique Oliveira (SD) fez caminhada em ou-tros dois bairros. Seguindo a estratégia de ampliação do alcance da candidatura, Henrique fez caminhada no bairro Jesus me Deu, na Zona Norte, pela manhã, e à tarde, mobilizou moradores do bair-ro São Geraldo, Zona Centro-Sul de Manaus.

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Eduardo Braga se reúne com ofi ciais da polícia

O senador Eduardo Bra-ga (PMDB), candidato ao governo do Amazonas pela coligação Renovação e Ex-periência, reuniu na noite de ontem, no hotel Da Vincci, com ofi ciais da Polícia Militar do Amazonas para falar so-bre a situação da segurança pública no Estado.

Preocupado com o caos que se instaurou no setor, o senador convocou a reunião para ouvir dos próprios ofi -ciais quais são as demandas e que possíveis soluções po-dem ser tomadas para que tanto a população quanto os policiais tenham mais tran-quilidade no seu dia a dia.

Na terça-feira passada (2), Eduardo Braga denunciou no Senado Federal o que cha-mou de situação dramática da segurança no Estado do Amazonas. O senador falou sobre a rebelião ocorrida no município de Parintins, rela-tando os atos de violência brutal que aconteceram no presídio da cidade.

O senador se pronunciou ainda sobre a morte de um segurança de um candi-dato ao governo, ocorrido na terça-feira (2). “Ainda nos dias de hoje, um cida-dão, assessor de um dos candidatos ao governo, foi brutalmente assassinado com dois tiros na porta do comitê”, denunciou.

“Acabo de ser informado de que vários comandantes das tropas especiais da Polícia Militar do Amazonas estão entregando o cargo em sinal de protesto contra a abso-luta falta de planejamento, falta de governança, em re-lação à marginalidade e à

criminalidade no Amazonas”, continuou o senador, em seu pronunciamento indignado, referindo-se aos comandan-tes das Tropas Especiais, da Tropa Ambiental, da Tropa de Choque, da Tropa da Zona Leste e do Comando de Ma-nutenção e Logística.

Eduardo Braga também denunciou a situação de uso da máquina do Estado para fi ns eleitorais. “Enquanto isso, e falo com absoluta tristeza para comunicar ao Brasil o que está acontecen-do no meu Estado, a máquina do governo está pressiona-

da, humilhada, como nunca se viu na democracia do Amazonas”, declarou.

“Quero, portanto, fazer uma denúncia ao Brasil e à imprensa nacional de que a situação no Amazonas é crítica na área de segurança. Faço aqui um apelo ao Sena-do da República que acione o Ministério da Justiça, que acione as autoridades com-petentes, para que nós não tenhamos mais episódios dramáticos como estes no Estado do Amazonas”, con-cluiu o senador, em seu pro-nunciamento no Senado.

ENCONTRO

Até agora, a coligação liderada pelo candidato José Melo já percorreu mais de 25 bairros

O senador Eduardo Braga reuniu ontem com membros da Polícia Militar para falar sobre a questão da segurança no Estado

AVALIAÇÃO Preocupado com o caos que se instaurou no setor, o senador convocou a reunião para ouvir dos pró-prios ofi ciais quais são as demandas e que possíveis soluções podem ser tomadas

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Page 3: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

3MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Seis vereadores deverão ser punidos com descontoPunição foi anunciada pelo corregedor da CMM. Parlamentares que faltaram as sessões perderão R$ 754 por dia

Seis vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) terão faltas descontadas

nos contracheques deste mês. A punição foi anuncia-da na manhã de ontem, pelo corregedor da casa, vereador Francisco Jornada (PDT). De acordo com o parlamentar, as informações com os nomes e quantidades de faltas por vereador estarão disponíveis no Portal da Transparência mantido pela CMM, na in-ternet, a partir da próxima quarta-feira (10).

O período das ausências também não foi divulgado por Jornada. “Não tenho tudo de cabeça, mas vocês podem estar tranquilos que tudo fi ca-rá à disposição de quem tiver interesse pelos dados”, falou à imprensa. Desde que o pe-ríodo eleitoral começou com a participação de 21 dos 42 vereadores na disputa pelos mais variados cargos políti-cos, o plenário Adriano Jorge por muitas manhãs fi cou de-serto. A falta de compromisso de alguns vereadores levou o presidente, vereador Bosco Saraiva (PSDB), a autorizar os

descontos em folha.Entretanto, as brechas no

Regimento Interno, que ainda não teve sua revisão conclu-ída, chegaram a fazer com que o próprio presidente do parlamento reconhecesse que em algumas situações seria impossível a aplicação do corte. Entre as justifi cativas que podem servir de recur-

sos para os “gazeteiros”, está o “motivo de força maior”. Conforme o Artigo 107 do Regimento Interno da CMM, “a Mesa Diretora somente acei-tará justifi cativas de faltas nos seguintes casos: por do-ença, própria ou de parentes, acompanhado o requerimento de atestado médico; por moti-vo de força maior, desde que assim considerado pela Mesa

Diretora”.Ainda se-

gundo di-retrizes do Regimento Interno, o d e s c o n t o salarial por dia de fal-ta chega a R$ 754,59. Para estar presente nas sessões plenárias, que acontecem de segunda a quarta-feira, de 9h até 12h, um vereador ganha por mês, R$ 15 mil.

Na Assembleia Legislati-va do Amazonas (Aleam), o clima de esvaziamento no plenário é o mesmo. A expec-tativa para hoje é saber como os 24 deputados estaduais se comportarão no primeiro dia de trabalho desta semana no plenário Ruy Araújo, já que na última terça-feira (2), mais uma vez, o descompas-so entre as presenças físi-cas e virtuais dos deputadosfi cou explícito.

Na ocasião, os painéis ele-trônicos da Aleam estavam recheados pelos nomes de 22 dos 24 deputados que man-têm mandatos no parlamento. Mas, no pequeno e grande ex-pediente do dia até as 10h40, apenas cinco deles se faziam presentes na sessão.

THIACO CORRÊA/ DIRCOM

BRECHA As brechas no Re-gimento Interno da Câmara levaram o pre-sidente da casa, Bosco Saraiva, a concluir que em algumas situações seria impossível a aplicação do corte no salário dos vereadores

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou, em regime de urgência, o Pro-jeto de Lei nº 241/2014, de autoria do Executivo municipal, que autoriza a contratação de operação de crédito externo junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), com garantia da União, até o valor de US$ 100 mi (o equi-

valente a R$ 224 milhões, segundo cotação do dólar desta segunda-feira, 8). A verba deve ser destinada à execução do Programa de In-tegração, Mobilidade e De-senvolvimento da Cidade de Manaus (PIMD/Manaus).

Os recursos provenien-tes da operação de crédito serão consignados como receita no orçamento do

município e, em contrapar-tida, as despesas relativas à amortização, juros e demais encargos deverão constar nas planilhas.

A aprovação do Projeto de Lei será publicada no Diário Oficial do Municí-pio (DOM) versão on-line desta segunda-feira, 8, e versão impressa desta terça-feira, 9.

PMM garante R$ 224 milhões

Os nomes dos seis vereadores que terão corte no salário serão divulgados apenas no dia 10

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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Só não vale chutar na canela! Mas discutir propostas, programas de governo, dar respostas às demandas apresentadas pela

sociedade, discutir os problemas do nosso Estado e apontar as possíveis soluções, isso pode!

Por entender que o momento eleitoral é crucial para o futuro do Amazonas, a TV EM TEMPO/SBT, do Grupo Raman Neves de Comunicação, que será realizado dia 9 de setembro às 21h30, vai colocar José Melo (Pros), Eduardo Braga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol) frente à frente. Será uma oportunidade

única para que a sociedade conheça o potencial dos homens que querem governar o Amazonas. Eleição é coisa séria, debate também. Ao co-nhecer as propostas e perfi s dos candidatos em 2h30 de debate, o eleitor vai identifi car o seu potencial como gestor e suas qualidades, como a inteligência e a experiência.

Agende esse programa. Depois do Debate TV EMTEMPO/SBT, que terá como mediador o jorna-lista Marcelo Torres – âncora do Jornal do SBT –, você terá maior convicção para digitar o número de seu candidato e a tecla CONFIRMA!

É HOJE

ÀS 21:30h.

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Page 4: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

4 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Delação premiada: Teori fará o que o MPF pedir

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Fede-ral, disse a amigos que sua tendência é referendar o entendimento do Ministério Público Federal, em relação à proposta de delação premia-da do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. O que os procuradores do processo pedirem, ele concederá. Ao contrário do que foi noticiado, o caso da delação premiada ainda não chegou às mãos do ministro.

O relatorZavascki foi sorteado

como relator do caso no STF desde que a defesa do deputado André Vargas (ex-PT) tentou retirá-lo do juiz Sérgio Moro.

InvestigaçõesO STF deve mandar

abrir investigação contra os delatados pelo ex-di-retor, como ministros e parlamentares. Todos têm “privilégio de foro”.

Vazamentos, jáCom policiais, procurado-

res e servidoras digitando tudo freneticamente, será inevitável o vazamento de mais nomes delatados pelo ex-diretor.

Pânico geralOs líderes governistas, qua-

se todos enrolados, marca-ram reunião de urgência nes-ta quarta, para discutir rumos da CPMI da Petrobras.

Propinoduto foi simultâ-neo ao mensalão de Lula

O propinoduto na Petrobras ocorreu entre 2004 e 2012, ou seja, nos governos de Lula e Dilma, segundo revelou o ex-diretor Paulo Roberto Costa. Isso signifi ca que enquanto Lula jurava que “não sabia” e os petistas insistiam que o mensalão era invenção da “imprensa golpista”, outro

mensalão era alimentado por 3% do valor dos contratos da Petrobras, e o dinheiro rou-bado repassado aos políticos aliados do PT.

Dá fi lmeOs depoimentos do dela-

tor Paulo Roberto Costa ao Ministério Público Federal inspiram título de livro: “As 40 horas que abalaram o Brasil”.

Primeiro bodeDilma aproveitou o escân-

dalo na Petrobras para ex-pulsar de sua campanha o presidente do PT, Rui Falcão, que ela detesta.

Pensando bem......com o governo em cha-

mas, o desfi le de 7 de Se-tembro pode ter sido o último passeio de Dilma em carro aberto com a faixa presi-dencial.

Lula se cala, de novoComo sempre, Lula mer-

gulha em ruidoso silêncio. Não abre a boca nem para defender a “cumpanherada”. Foi assim no caso do tráfi co de infl uência da amiga íntima Rosemary Noronha, a insinu-ante Rose. Ele se recusa a falar sobre os escândalos que seu governo agasalhou.

O crime é outro, manéO ministro Gilberto Carva-

lho estava tão preocupado com os efeitos do escânda-lo na campanha de Dilma que, em vez de criticar quem roubou a Petrobras, prefe-riu atacar os vazamentos das informações.

Há um incêndio, madameDilma presidiu o conselho

da Petrobras por oito anos, nomeou seus diretores e o ministro Edison Lobão (Mi-nas e Energia), sua campa-nha é paga com dinheiro arrecadado pelo tesoureiro do PT, João Vaccari, e o os aliados recebiam propina.

Mas ela diz que “não atinge o governo”.

Sem surpresasEntre os delatados pelo ex-

diretor da Petrobras, há pou-cas surpresas. Uma delas foi o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Jovem, rico e com fi cha limpa, ele não precisava se meter nisso.

Legislação ridicularizadaO PSTU, cujo nº é 16,

parece não levar eleições a sério: seu candidato ao governo do Mato Grosso do Sul fez da previsão de gastos da campanha uma piada, informando ao TSE gastos de R$ 161.616,16.

IndignaçãoCitado por Paulo Roberto

Costa no esquema bilionário na Petrobras, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse ao vice Michel Temer, em almoço no sábado (6), em Maceió, que está indignado, que não participou da ladro-agem e sequer sabe do que está sendo acusado.

Missão impossívelNo Conselho de Ética, não

há a menor esperança de decidir o destino do deputa-do Luiz Argôlo – que, aliás, disputa reeleição – antes da eleição. A difi culdade maior é reunir quórum mínimo para a votação.

Dois coelhos O ministro Garibaldi Al-

ves (Previdência) vai tirar férias nesta quinta (11) para se dedicar integralmente à campanha da presidente Dil-ma e do fi lho Walter Alves (PMDB-RN), que é candidato a deputado federal.

Ele já sabiaQuando Obama espionou

a Petrobras, para escândalo de Dilma, ele não estava de olho nas nossas riquezas, mas nas safadezas.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Votos garantidos

www.claudiohumberto.com.br

Dilma agora tem um mensalão para cha-mar de seu”

DEPUTADO ANTONIO IMBASSAHY (PSDB-BA), destacando a descoberta do Mensalão 2

O “coronel” e vereador Nei Ferreira era candidato à reeleição, em Vitória da Conquista (BA), quando visitou um bairro da cidade:

- Aqui eu quero 750 votos – gritou, no palanque.

- Pois o sr. Vai tem 1.500 votos, coronel – cochichou um cabo eleitoral.

Ferreira voltou a proclamar, ao microfone:- Eu sei que 1.500 eleitores já prometeram votar

em mim neste bairro, mas como eleitor é um animal muito safado, eu aceito a metade!

Cinco candidatos que disputam o governo do Estado se enfrentam pela segunda vez em debate na TV amazonense

TV EM TEMPO promove debate para governo hoje

O jornalista e apresentador do SBT, Marcelo Torres, vai intermediar o debate na TV EM TEMPO

Acontece hoje (9), às 21h30, o segundo debate promovido por uma rede de TV

amazonense. Desta vez, as discussões entre Abel Alves (Psol), Eduardo Braga (PMDB), Chico Preto (PMN), Marce-lo Ramos (PSB) e José Melo (Pros) serão promovidas pela TV EM TEMPO, do Grupo Ra-man Neves de Comunicação - afi liada do SBT. O debate terá a duração de 2 horas, divido em cinco blocos e terá como mediador o jornalista Marcelo Torres, apresentador do Jornal do SBT.

Seguindo as regras da Jus-tiça Eleitoral, que obedece ao critério de representativi-dade nas casas legislativas, o debate da TV EM TEMPO terá a presença de apenas cinco dos sete candidatos que disputam a eleição para o governo do Amazonas.

Os candidatos que fi caram de fora do debate terão direito a 15 minutos de entrevista no programa AGORA, que vai ao

ar todos os dias, ao meio-dia. De acordo com o coordenador de produção do debate, Ivan Nascimento, os candidatos foram convidados de acordo com a representatividade na Câmara Federal.

No primeiro bloco, os candi-

datos irão responder perguntas realizadas pela organização do debate. No segundo bloco, serão perguntas entre si, no entanto, os temas serão sorteados ao vivo. Já no terceiro bloco, o tema será livre, mas haverá sorteio para saber quem pergunta e

o candidato escolhe para quem per-guntar. No quarto bloco, jornalistas da cidade, escolhidos pela organi-zação do evento, farão pergun-tas aos candidatos e no quinto e último bloco, os políticos farão suas considerações fi nais.

RegrasDe acordo com Ivan Nasci-

mento, os candidatos terão 30 segundos para pergunta e dois minutos para resposta; um minuto para réplica e 1 minuto para a tréplica. Ele ex-plicou ainda que os candidatos devem chegar à emissora com uma hora de antecedência.

Os candidatos poderão le-var até oito pessoas, con-tando com ele próprio e seu vice. No entanto, no estúdio sé será permitida a perma-nência de um assessor além do político.

CRITÉRIOSSeguindo as regras da Justiça Eleitoral, que obedece ao critério de representatividade nas casas legislativas, o debate da TV EM TEM-PO terá a presença de apenas cinco dos sete candidatos ao governo

O coordenador do debate informou ainda que a TV EM TEMPO disponibilizará um telão na frente da emis-sora, para que as equipes possam assistir ao debate, assim como terá uma equi-pe entrando com fl ashes ao

vivo tanto de frente da TV, como da Praça do Eldorado, no bairro de mesmo nome. Ele informou ainda que as questões de segurança já foram providenciadas.

“Estamos com mais de cem profi ssionais envol-

vidos para o evento e já estamos com ambulân-cias disponíveis, além da Polícia Militar. O esque-ma de segurança para garantir que tudo ocorra bem já está organizado”, garantiu Nascimento.

Estrutura e segurança garantidos

Família de Campos entra na JustiçaA família do ex-governador

Eduardo Campos, conforme prometido na semana passa-da, ajuizou duas petições ontem (8), na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. Uma das representações é cível e foi apresentada perante o Minis-tério Público Federal (MPF) de Santos, em São Paulo.

A peça pede ao MPF que ajuíze medida judicial de pro-dução antecipada de prova

para averiguação das reais causas do acidente que viti-mou Eduardo Campos.

Um dos argumentos centrais é que a Aeronáutica não pode se auto investigar, uma vez que o acidente que vitimou Eduardo Campos envolve a investigação da base militar de Santos/Gua-rujá. A mesma representação, por outro lado, pede ainda que o Ministério Público Federal ado-te medidas administrativas e

judiciais urgentes no sentido de que se solicite à fabrican-te Cessna, ante a teoria do risco do empreendimento, que é mais ampla que a teoria da culpa, bem como as empresas seguradoras envolvidas no caso e, subsidiariamente, à União (falha na base aérea de San-tos/SP), que reparem os danos do acidente de forma imediata, independentemente de futuras ações cíveis e regressivas, o

que possibilita a legislação so-bre a matéria. “As seguradoras têm que pagar os sinistros das vítimas do acidente, cabendo eventualmente ações regres-sivas, se couber. As pessoas que sofreram danos materiais terrestres e as famílias das vítimas quanto aos seguros não devem esperar a conclusão das investigações”, destaca Antônio Campos, advogado e irmão do ex-governador.

CONTRA A UNIÃO

Familiares querem saber reais causas de acidente com Campos

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AÇÃO

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Page 5: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

5MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

O candidato cumpre agenda interna e participa do debate da TV EM TEMPO.

EDUARDO BRAGA

Pela manhã, às 6h, o candidato faz caminhada na Zona Centro-Oeste e às 9h participa de sessão plenária na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). À tarde, se prepara e à noite, às 21h30, vai ao debate promovido pela TV EM TEMPO/SBT.

MARCELO RAMOS

Pela manhã, o candidato faz panfl etagem na cate-goria dos Correios e à tarde concede entrevista a uma emissora de TV.

HERBERT AMAZONAS

Pela manhã e tarde, o candidato promove atividades internas e à noite participa do debate da TV EM TEM-PO.

ABEL ALVES

Candidato cumpre de manhã e tarde agenda de go-vernador do Amazonas. À noite, participa do debate coordenado pela TV EM TEMPO.

JOSÉ MELO

Candidato participa, pela manhã, de sessão plenária na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas e às 21h30 vai ao debate na TV EM TEMPO.

CHICO PRETO

NÃO DIVULGOU AGENDA.

NAVARRO

Lisboa recorre ao TSE para ter candidatura homologadaApós esgotar os recursos no Tribunal Regional Eleitoral, deputado estadual vai ao TSE para assegurar o direito à reeleição

O pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE), em sessão de ontem

(8), negou por unanimidade os embargos de declaração, inter-postos pelo deputado estadual Wilson Lisboa (PCdoB), que ten-tava reverter decisão da corte eleitoral que negou o registro de candidatura do parlamentar ao pleito de 2014.

O relator da matéria, juiz Marco Antonio Pinto da Costa, seguiu o parecer ministerial, o qual declarou o embargo como protelatórios, ou seja, o depu-tado não pode mais recorrer na corte regional, mas ainda pode ingressar com recurso especial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar conseguir o registro de candidatura.

Apesar da decisão da corte amazonense, o parlamentar con-tinua candidato sub júdice, até que o processo seja transitado em julgado pelo colegiado. O deputado esteve presente na sessão do pleno e saiu assim que ouviu o resultado da corte.

O colegiado negou ainda

pedido de impugnação de mandato eletivo de governador ao ex-gover-nador Omar Aziz (PSD) e José Melo (Pros), à época vice-governa-dor. De acordo com o relator do processo, juiz Ricardo Au-gusto de Sales, houve perda de objeto, uma vez que Omar Aziz recusou o mandato para concorrer ao Senado.

Pedidos de VistasNo TRE havia também uma

ação penal de 2008 contra Luiz Fernando Nicolau e o deputa-do estadual Ricardo Nicolau (PSD), por compra de votos nas eleições de 2006. O juiz Dídimo Santana, relator da matéria, votou pela improcedência da ação. No entanto, o vice-presi-dente do TRE, desembargador João Mauro Bessa, pediu vistas do processo para melhor ana-lisá-lo. Também houve pedido de vista do embargo de de-claração no registro de can-didatura do vereador Arlindo Júnior (Pros). O deputado Wilson Lisboa vai tentar, em última instância, homologar candidatura no TSE

Devido alguns desen-tendimentos dos mem-bros do TRE, o advogado Daniel Nogueira, que faz a defesa do candidato ao governo do Estado, senador Eduardo Bra-ga (PMDB), desistiu do recurso eleitoral em embargo de declaração em representação con-tra o atual governador e candidato à reeleição, José Melo (Pros) e seu candidato a vice, depu-tado federal licenciado Henrique Oliveira (SDD). “Decidimos desistir do processo. Agora ele será arquivado”, explicou o advogado, alegando que “às vezes é preciso ajudar os colegas”, se referindo ao desentendimento dos membros da corte.

Advogado desiste de ação judicial

ARQUIVO EM TEMPO

Bolsa-Autoescola para carentesA Câmara Municipal de

Manaus (CMM) analisa, esta semana, o parecer da Comis-são de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), para o Pro-jeto de Lei (PL) nº 252/2014, que cria a Bolsa-Autoescola, para atender a população de baixa renda e facilitar a emis-são da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) às pessoas que têm difi culdades fi nan-ceiras para conseguir obter o documento.

Apresentada pelo vereador Hiram Nicolau (PSD), a pro-posta é voltada à implantação de um programa de conces-são de bolsas para atender cidadãos que comprovem e preencham os mesmos requi-sitos exigidos pelo programa Bolsa Família, ou seja, renda familiar de até R$ 70,00.

“A proposta tem como prin-cipais objetivos garantir opor-tunidades de legalização e tra-balho ao cidadão. O projeto

trará ainda um grande legado coletivo que é impedir que mo-toristas sem perícia peguem no volante e causem riscos de acidentes de trânsito”, explicou o parlamentar.

Pela proposta, as empresas interessadas em participar do programa terão que se credenciar junto à Prefeitu-ra e estar de acordo com as exigências estabelecidas pela Legislação de Trânsito. A partir disso, serão fi rmadas

parcerias em forma de con-vênio com as autoescolas já existentes em Manaus e a pre-feitura. A bolsa será concedida semestralmente e o número de vagas será disponibilizado a critério do município.

A legislação exige formação em uma autoescola para estar legalmente apto a dirigir. O ve-reador destaca que muitos não têm condições de pagar por um processo que atualmente ultrapassa R$ 1 mil.

CONCESSÃO

Lei pode benefi ciar população carente na emissão da CNH

REPRODUÇÃO

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

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6 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

OAB cria ouvidoria para tirar dúvidas sobre pleito Proposta é criar um canal direto com o eleitor para tirar dúvidas e receber denúncias relacionadas às eleições do AM

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AÇÃO

PT, PSB e PEN lideram fi chas-sujas O TRE-SP indeferiu 69

candidaturas pela Lei da Ficha Limpa, do total de 3.665 pedidos de registro de candidaturas no Esta-do. Segundo o TRE, essa é a primeira eleição com aplicação efetiva da Lei da Ficha Limpa, aprovada em junho de 2010. Na-quele ano, o TRE-SP ha-via indeferido 39 registros com base na Lei da Ficha Limpa. Os casos julgados ainda podem ser revis-tos pelo Tribunal SuperiorEleitoral (TSE).

Entre os barrados estão o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e a ex-ve-readora paulistana Soni-nha Francine (PPS). O PT e o PEN (Partido Ecológico Nacional) foram os parti-dos que tiveram o maior número de candidaturas in-deferidas pela Ficha Limpa: oito cada. Logo depois vem o PSB, com sete.

Logo atrás, PTB, PP, PV, PSC e PMDB tiveram 4 cada, enquanto SD, PRB, PPS, PDT, PR e PSDB so-maram dois cada um. Os partidos PSDC, DEM, PSTU, PRP, PSL, PMN, PCdoB e PTN tiveram cada um uma candidatura impugnada. No Estado, dos 32 partidos aptos a disputar a eleição, 23 tiveram pelo menos um candidato rejeitado pela Lei da Ficha Limpa. Ou seja, 69% do total. Em todos os casos, cabe recurso ao TSE e os candidatos podem prosseguir em campanha até a decisão final.

As 69 candidaturas cor-respondem a 13,61% dos 507 barrados no total. A maioria dos demais teve problemas com a docu-

mentação apresentada. O dispositivo mais aplicado da Lei da Ficha Limpa foi o que prevê a inelegibili-dade para os gestores que tiverem as contas públicas rejeitadas por irregularida-de insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, caso de So-ninha Francine.

Em segundo lugar, veio a alínea que não permite a candidatura de conde-nados por uma série de crimes. Em terceiro, apa-rece a alínea que tira da disputa eleitoral os con-denados à suspensão dos

direitos políticos por ato doloso de improbidade ad-ministrativa que importe lesão ao patrimônio públi-co e enriquecimento ilíci-to, caso em que Maluf foi enquadrado.

No primeiro caso, a ine-legibilidade dura oito anos contados da data da deci-são que rejeitou as contas. Nos outros dois casos o cidadão não pode dispu-tar cargos eletivos des-de a condenação até oito anos após o cumprimento da pena.

O deputado Paulo Ma-luf alega que a condena-

ção não se enquadra na Lei da Ficha Limpa por não ter sido um ato dolo-so, com intenção. Ele diz que vai recorrer ao TSE e que até lá vai prosseguirem campanha.

A candidata Soninha Francine questiona os cál-culos feitos na análise do balanço da Superinten-dência do Trabalho Arte-sanal nas Comunidades, do governo de São Paulo, que foi gerido por ela em 2011, na gestão de GeraldoAlckmin (PSDB).

Aplicação da lei A Lei da Ficha Limpa

está sendo aplicada este ano pela primeira vez em eleições gerais. Aprovada em junho de 2010, a lei prevê a inelegibilidade de gestores condenados por ato doloso de improbidade administrativa. Também fi-cam impedidos de concor-rer cidadãos com sentença transitada em julgado ou por órgão colegiado pelos crimes de lavagem de di-nheiro, tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio. Nas eleições municipais de 2012, o TRE-SP indeferiu 360 candida-turas de 2.846 impugnadas com base na Ficha Limpa.

Nas primeiras eleições municipais com a lei em vigor, as de 2012, o Tri-bunal Paulista indeferiu, baseado na nova norma, 360 candidaturas em um universo de 2.846 recur-sos julgados. A maioria dos indeferimentos de candi-datura em 2014 ocorreu por falta de documentos exigidos por lei, como cer-tidões, por exemplo.

SÃO PAULO

Deputado Paulo Maluf alegou que a sua condenação não se enquadra na Lei da Ficha Limpa

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AÇÃO

APLICAÇÃO A Lei da Ficha Limpa está sendo aplicada este ano pela primei-ra vez em eleições gerais. Aprovada em junho de 2010, a lei prevê a inelegibilidade de gestores condena-dos por improbidade

A Ordem dos Advoga-dos do Brasil, Seccio-nal Amazonas (OAB/AM), está disponibili-

zando mais um serviço para a população. Trata-se da Ou-vidoria Eleitoral, criada para funcionar como canal direto para tirar dúvidas e para re-cebimento de denúncias rela-cionadas às eleições.

O presidente da entidade, Al-berto Simonetti Cabral Neto, explica que a ação faz parte da campanha “Voto Não Tem Preço, Voto Tem Consequ-ências”. “O objetivo é cons-cientizar os eleitores sobre a importância do voto, assim como coibir práticas antide-mocráticas, como corrupção eleitoral, compra de votos e abuso de poder político eeconômico”, afi rmou.

A campanha também orien-ta os eleitores sobre o que diz a lei 9.840/99, que garante me-canismos de punição a práti-cas irregulares em campanhas eleitorais. A lei estabelece, por exemplo, que “constitui captação de sufrágio, veda-da por esta lei, o candidato que doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fi m de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive

emprego ou função pú-blica, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, in-clusive, sob pena de mul-ta e cassação do registro ou do diploma”.

De acordo com o ouvidor da OAB/AM, Glen Wilde, os elei-tores poderão tirar dúvidas e encaminhar denúncias que

envolvam o pleito deste ano. O contato pode ser feito através do telefone (92) 3642-0021 ou e-mail [email protected]. Quem preferir pode se dirigir pessoalmente à Ouvi-doria, que funciona na sede da OAB/AM, localizada na Aveni-

da Umberto Calderaro Filho, 2000, Adrianópolis.

Além disso, os eleitores tam-bém poderão acessar o site do Conselho Federal, www.oab.org.br, e clicar no link da Ouvidoria Eleitoral, onde pre-encherão um formulário para tirar dúvidas ou relatar alguma irregularidade. Wilde afi rma que a campanha eleitoral é um importante momento para discutir o futuro do país e refl e-tir sobre a importância do voto consciente, como instrumento de mudança política e social.

Ele frisa que as eleições, além de representarem um ato de cidadania, permitem a escolha de representantes e governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente na vida da popu-lação. E, também, que atuam como os gerenciadores dos impostos pagos pelo cidadão. Wilde destaca a importância de todos os cidadãos darem mais valor à política e acom-panharem com atenção e cri-tério tudo que ocorre na sua cidade, Estado e país. “A OAB sempre esteve presente nas eleições, no combate à corrup-ção. A participação de todos é essencial, para contribuir por eleições limpas no Brasil”,apontou o ouvidor. Presidente da OAB Amazonas, Alberto Simonetti disse que ação faz parte de uma campanha

Soninha questiona os cálculos do período que geriu a Superintendência do Trabalho em SP

PROPOSTA A campanha “Voto Não Tem Preço, Voto Tem Consequência” quer também orientar os eleitores sobre as punições e as práticas irregulares ocorridas durante as campanhas eleitorais

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7MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

‘Desconhecia esquema de corrupção na Petrobras’ Presidente Dilma afi rma não saber de qualquer suposto esquema de corrupção na Petrobras, mas governo vai investigar o caso

A presidente da Repú-blica, Dilma Rous-seff (PT), candidata à reeleição, afi rmou

ontem (8), em entrevista ao “Estado de S.Paulo”, que des-conhecia qualquer suposto esquema de corrupção dentro da Petrobras, mas disse que o governo vai se empenhar na investigação.

Segundo Dilma, não houve qualquer pedido a ela, quando assumiu, para que mantivesse a direção da empresa do governo anterior, de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). “Eu não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da Petrobras”, disse. “Eu substitui aqueles que eu não considerava melhores para a minha equipe.”

Segundo a presidente, ela determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardo-zo, que ele fi zesse um ofício à Polícia Federal pedindo mais informações. “Se tiver al-gum funcionário do governo, qualquer pessoa do governo federal envolvida, queríamos ter acesso para tomarmos as providências. Baseadas em informações ofi ciais”, disse.

Segundo a edição da revista “Veja” que começou a circular no sábado (6), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou o nome de vários parlamen-tares e governadores que te-

riam recebi-do propina.

Os no-mes reve-lados por Costa in-cluem pes-soas liga-das às duas candidatas que lideram as pesquisas eleitorais para a Presidência, Dilma e Marina Silva (PSB).

A relaçãoA relação dos citados pelo

ex-executivo da Petrobras vai do presidente da Câma-ra, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-governa-dor de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no úl-timo dia 13.

“A revista que divulga diz que tem as informações, mas não de onde as tirou. Esta-mos pedindo à Procuradoria Geral da República que nos informe para eu proceder-mos com as providências ca-bíveis. Se estiver [a pessoa] comprometida, é afastamen-to puro e simples. Eu sou presidenta. Tenho de acatar informações ofi ciais, da Po-lícia Federal e do Ministério Público Federal. Não quero dar à imprensa um caráter que ela não tem”, disse.

Segundo Dilma, não houve qualquer pedido a ela, quando assumiu, para que mantivesse a direção da empresa do governo anterior

O Conselho de Adminis-tração da Petrobras precisa tomar medidas para apurar internamente a eventual exten-são do esquema de corrupção denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal, dis-se o conselheiro Silvio Sinedino, que representa os funcionários da empresa no colegiado. O

ex-diretor da petroleira Paulo Roberto Costa teria revelado em depoimentos à Polícia Fe-deral um suposto esquema de corrupção na Petrobras que envolveria pagamento depropina a políticos.

O conselheiro da Petrobras disse à Reuters que pressio-nará a diretoria da estatal

para saber se há informações de funcionários que poderiam estar ligados às denúncias de Costa. De acordo com Sine-dino, a pauta da reunião de Conselho na próxima sexta-feira (dia 12) está defi nida, mas ele tentará incluir a dis-cussão no encontro. “Eu quero explicações de como ela (a

Petrobras) está vendo isso”. Para Sinedino, se as denúncias de corrupção forem compro-vadas, será necessário apurar quem eram as pessoas de den-tro da Petrobras envolvidas no suposto esquema. Até agora, afi rmou ele, foram divulgados apenas nomes de pessoas que não eram da Petrobras.

Conselheiro exige uma investigação interna

EBC

Aécio quer parceria com os municípios em seu governo

Em visita ontem (8) a Mara-bá, no sudeste do Pará, o can-didato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse que será “o presidente dos municípios brasileiros”. Segundo ele, o Brasil se trans-formou em um Estado unitá-rio, onde apenas a União tudo tem, tudo pode. “Temos que refundar a Federação no Bra-sil, garantindo aos municípios e aos estados condições para que voltem a enfrentar suas enormes demandas na saúde, na segurança e na educação”, afi rmou o candidato. Ao lado do governador Simão Jate-ne, que concorre à reeleição pelo PSDB, Aécio prometeu parceria em questões con-sideradas prioritárias para o Pará, como o deslocamento do Pedral do Lourenço, que vai permitir a navegabilidade do Rio Tocantins durante todos os meses do ano.

“(Essa) é uma demanda absolutamente urgente e, lamentavelmente, não en-frentada com a seriedade e a responsabilidade com que deveria ter sido enfrentada, em razão da importância não apenas para o Pará, mas também para o Brasil. Há um pleito antigo e absoluta-mente justo do estado, que é o segundo maior produtor mineral do Brasil, de termos aqui uma siderurgia que pos-sa efetivamente possibilitar a agregação de valor, que é tudo o que queremos, para a produção mineral do es-tado”, ressaltou o candida-to, que também prometeu avanços na pavimentação da BR-163.

Aécio voltou a falar sobre as denúncias de corrupção na Pe-trobras, feitas pelo ex-diretor de Refi no e Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

PROMESSA

No Pará, tucano disse que quer municípios como parceiros

Doações chegam a R$ 63 mi

As empreiteiras foram as principais fi nancia-doras das campanhas presidenciais de PT, PSB e PSDB até o fi m de agosto, com R$ 63,1 milhões em doações. O valor leva em conta as 20 maiores quantias doadas a Dilma Rous-seff (PT), Marina Silva (PSB) e Aécio Neves (PSDB). O levantamento foi feito com base nos registros apresentados pelas campanhas àJustiça Eleitoral.

Dilma é a que mais re-cebeu das construtoras: R$ 41 milhões. Entre as maiores doadoras estão OAS (R$ 20 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 11 milhões), UTC Enge-nharia (R$ 5 milhões) e Triunfo (R$ 5 milhões).

Em segundo lugar nas doações desse segmen-to, com praticamente metade do valor arre-cadado pelo PT, aparece Aécio. O tucano recebeu R$ 12 milhões da An-drade Gutierrez e R$ 3 milhões da OAS. Outras quatro empresas - UTC, MRV, CR Almeida S.A. Engenharia de Obras e Norberto Odebrecht - doaram R$ 1 milhão cada. A construtora Bar-bosa Mello S.A. contri-buiu com R$ 750 mil e a Via Engenharia, com R$ 500 mil. O total chega a R$ 20,25 milhões.

CAMPANHA

Marina vai ao TSE contestar PTA coligação “Unidos pelo

Brasil”, da candidata à Pre-sidência da República Marina Silva (PSB), protocolou na manhã do domingo (7) uma representação junto ao Tri-bunal Superior Eleitoral (TSE) contra a candidata à reelei-ção Dilma Rousseff (PT) e a coligação “Com a Força do Povo”. A campanha do PSB contesta a propaganda em que a petista diz que Marina seria contra a exploração de petróleo da camada pré-sal. Marina pede um minuto de direito de resposta no pro-grama da Dilma no horário eleitoral veiculado à tarde e à noite na TV.

Os advogados da campa-nha da ex-senadora alegam que a propaganda do PT é irregular porque atribui à candidata um posicionamen-to do qual ela discorda. “(A afi rmação) é sabidamente in-verídica. A Marina nunca se posicionou contra o pré-sal. E isso induz ao erro”, afi rmou

a advogada da coligação, Ga-briela Rollemberg.

Na propaganda do PT, a presidente diz que a luta pela defesa do pré-sal é “particu-larmente importante porque surgem vozes que ameaçam

essa riqueza nacional”. “A candidata Marina Silva é uma delas, pois tem defen-dido o fi m da prioridade ao pré-sal. Em termos práticos, isso signifi caria abandonar ou desacelerar a exploração dessa imensa fonte de rique-

za com consequências terrí-veis para o desenvolvimento do Brasil”, diz a petista em seu programa.

ContráriaNa sequência, a propa-

ganda mostra os benefícios da exploração do pré-sal e aponta que “ser contra o pré-sal é ser contra o futuro do Brasil”. Atores do programa petista questionam o posi-cionamento de Marina sobre o assunto enquanto surgem imagens de notícias veicu-ladas na imprensa sobre a questão. “Você viu como o pré-sal será importante para construirmos um Brasil mais forte e independente. Por isso é tão difícil entender o que Marina pretende quando pla-neja reduzir a importância do pré-sal” diz a propaganda. Na prática, continuam, signifi -caria desperdiçar a “maior oportunidade de desenvol-vimento que já tivemos na nossa história”.

DIREITO DE RESPOSTA

Marina Silva quer 1 minuto do programa de Dilma para afi rmar que não é contra o pré-sal

FOTOSPUBLICAS

DIVULGAÇÃO/PSB

PROPAGANDAA campanha do PSB contesta a propaganda em que a petista diz que Marina seria contra a exploração de petró-leo da camada pré-sal. Marina pede um minuto de direito de resposta no programa de Dilma

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Page 8: Eleições 2014 - 9 de setembro de 2014

8 MANAUS, TERÇA-FEIRA, 9 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa eNáis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Rapahel Lobatoe Assessorias

REVISÃODernando Monteiroe João Alves

DIAGRAMAÇÃOLeonardo Cruz, Marcelo Roberte Pabrlo Filard.

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Igreja Católica proíbe, mas 23 padres disputam eleiçõesInstituição é contrária ao envolvimento de religiosos em atividades políticas e partidárias, de acordo com a CNBB

Ao menos 23 padres bra-sileiros, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entra-

ram na disputa eleitoral de 2014, buscando uma vaga de deputado estadual, federal ou mesmo de governador, como é o caso do Padre Ton, candidato ao governo de Rondônia pelo PT. A Igreja Católica, no entanto, é contrária ao envolvimento de religiosos em atividades políticas e parti-dárias, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e de acordo com decretos de várias dioceses pelo país.

“É o que determina o próprio Código de Direito Canônico, que rege a Igreja Católica”, aponta Denilson Geraldo, professor da Faculdade de Teologia da PUC-SP (Ponti-fícia Universidade Católica de São Paulo), que cita as determinações do cano 287, parágrafo 2º: “Os clérigos não podem ter parte ativa nos par-tidos políticos e na direção de associações sindicais, a não ser que a juízo da competen-te autoridade eclesiástica, o exijam a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum.”

O cano 285 também faz refe-rência ao tema e determina que “os clérigos evitem aquilo que, mesmo não sendo indecoroso, é alheio ao estado clerical” e enfatiza que “os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos, que implicam partici-pação no exercício do poder civil”. Mas, apesar das orientações, o direito canônico não prevê pu-nição alguma aos religiosos que forem contra as determinações. “Os bispos locais é que devem tomar as medidas que julga-rem mais coerentes”, enfatiza oprofessor Geraldo.

NormaO arcebispo metropolitano

da Paraíba, dom Aldo Pagotto, publicou uma norma que de-terminou a suspensão do uso da ordem de todos os padres ligados a ele que estivessem envolvidos na política partidária. Com a medida, cinco religiosos da região, Luiz Couto (PT), Padre Júnior (PT), Frei Anastácio (PT), Padre Cristiano Melo (Psol) e Padre Gescione (PCdoB), fi cam

impedidos de celebrar os sacramen-tos, sobretu-do missas e confissões, pelo período da campa-nha política ou durante todo o período de mandato para o qual tenham sido eleitos.

Além da suspensão, o docu-mento normativo pede aos po-líticos que não transformem a igreja em cabo eleitoral. “Há pessoas ligadas tanto às pas-torais quanto a movimentos populares cuja tendência é agir como cabos eleitorais de alguns partidos políticos. Esses podem assumir projetos que, por vezes, são contrários aos valores e aos princípios defendidos pelo direito

natural e pela ética e moral cristã, por exemplo, na questão do abor-to, invasão de terra e casamento gay”, aponta o texto.

DecretoCaminho similar também foi

percorrido em Apucarana, no norte do Paraná. O bispo local, dom Celso Antônio Marchiori, repetiu a medida adotada nas eleições de 2012, e emitiu um decreto contra o envolvimento de padres, diáconos e presbíte-ros na política. E os religiosos da região interessados em en-trar para o mundo partidário ti-veram que optar entre a batina e a candidatura. Aqueles que escolhessem a segunda opção seriam suspensos por quatro anos, independentemente se fossem eleitos ou não. E, ao fi nal desse período, o retor-no à vida pastoral não seria automático e dependeria da autorização do bispo.

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Padre Afonso Lobato (PV-SP) disputa o seu quarto mandato como deputado estadual, contrariando os decretos católicos

DIREITOSOs clérigos não podem ter parte ativa nos partidos políticos e na direção de associações sindicais, a não ser que a juízo da competente autoridade eclesiástica, o exija a defesa dos direitos da igreja

Já o padre Afonso Lobato (PV-SP), que está disputando o seu quarto mandato como deputado estadual, afi rma ter por que sentir falta de suas atividades religiosas. Por deci-são da diocese de Taubaté, no interior de São Paulo, ele pôde manter as duas funções nos últimos 12 anos. “A atribulada vida política não permite que faça a gestão de uma paró-quia, mas continuo celebrando as minhas missas”, afi rma ele, que diz acreditar que as duas atividades, política e religiosa, sejam complementares

Em nota de orientação para as comunidades católicas, a Arquidiocese de São Paulo aconselha que membros do

clero, em vista da sua mis-são religiosa, se abstenham de exercer cargos políticos ou de militar nos partidos.

A Arquidiocese de São Paulo, segundo sua asses-soria de imprensa, não tem registros de padres de sua congregação que tenham virado políticos. Portanto, “as possíveis medidas se-riam tomadas a partir da avaliação individual dos ca-sos futuros”. Ainda assim a CNBB é a favor do afasta-mento temporário dos pa-dres políticos, segundo dom Leonardo Ulrich Stiner, se-cretário-geral da entidade. “Para evitar uma mistura das atividades”, diz ele.

Arquidiocese tomará as medidas

Dom Leonardo Stiner é a favor do afastamento de padres

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