edição novembro 2007 - nº 175

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TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO 1 TRIBUNA DO DIREITO ANO 15 - Nº 175 NOVEMBRO DE 2007 R$ 7,00 14 ANOS Página 13 Págs. 15 e 16 Caderno de Livros Augusto Canuto Fábio Coelho entre os “mais admirados” do Direito A AASP na administração de Sérgio Marçal Divulgação Leonardo Sica, uma nova visão sobre a criminalidade “FERIADÃO”? APROVEITE BÚZIOS Página 32 Lena Zeini ELEIÇÕES NA APAMAGIS ELEIÇÕES NO TJ Caderno Especial Í n d i c e AASP 4, 15 e 16 Advocacia 25 À Margem da Lei 33 Comunicações 14 Cruzadas 34 Cursos e Seminários 11 Da Redação 3 Direito Administrativo 11 Direito Esportivo 21 Direito de Família 7 e 8 Direito Imobiliário 6 Direito Tributário 12 Dos Leitores 3 e 12 Ementas 26 Ensino Jurídico 25 Hic et Nunc 14 In Memoriam 24 Lazer 31 a 35 Legislação 20 Nos Tribunais 31 Paulo Bomfim 35 Poesias 34 Previdência Privada 10 Seguros 10 Telefonia 21 Trabalho 27 a 30 Mais os Cadernos de “Livros”, “Jurisprudência” e “Eleições”. TST aceita recurso por meio eletrônico Página 28 OAB-SP faz novo Exame de Ordem em dezembro Página 25 O Brasil tem 420 mil pes- soas presas e uma quan- tidade muito maior de foragidos (esti- mados em mais de meio milhão). E o que é pior: a reincidência chega a 80%. O processo de socializa- ção é considerado "pífio" e os presídios continuam com lotação excessiva. Cada prisioneiro está custando R$ 3.062,00 por mês para os cofres públicos. Isso sem falar nos "prisioneiros espe- ciais", recolhidos em pe- nitenciárias federais, cujo custo é muito mai- or. A aprovação da vide- oconferência poderá re- duzir os custos, princi- palmente nos desloca- mentos para depoimen- tos de prisioneiros de "alta periculosidade". A reportagem de Percival de Souza, que o "Tribu- na" publica este mês, revela dados tão signi- ficativos que foi exposta em audiência pública durante uma palestra na Câmara dos Deputa- dos, em Brasília. Percival de Souza foi, inclusive, convidado pelo deputado federal Nuecimar Braga, presidente da CPI sobre o sistema carcerário brasileiro, a falar na co- missão sobre a "grave crise no sistema carce- rário". A reportagem será anexada ao relatório da CPI. Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, os problemas se agrava- ram nos últimos 50 anos porque "os governos dei- xaram de implantar me- didas sociais compen- satórias". Eduardo Grigaitis O desastre do sistema prisional Págs. 22 e 23

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Edição Novembro 2007 - nº 175

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 1NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOANO 15 - Nº 175 NOVEMBRO DE 2007 R$ 7,00

14ANOS

Página 13 Págs. 15 e 16 Caderno de Livros

Augusto C

anuto

Fábio Coelho

entre os “mais

admirados”

do Direito

A AASP na

administração

de Sérgio

Marçal

Divulgação Leonardo Sica,

uma nova

visão sobre a

criminalidade

“FERIADÃO”? APROVEITE BÚZIOS Página 32

Lena Zeini

ELEIÇÕES NA APAMAGISELEIÇÕES NO TJ

Caderno Especial

Í n d i c eAASP 4, 15 e 16Advocacia 25À Margem da Lei 33Comunicações 14Cruzadas 34Cursos e Seminários 11Da Redação 3Direito Administrativo 11Direito Esportivo 21Direito de Família 7 e 8Direito Imobiliário 6Direito Tributário 12Dos Leitores 3 e 12

Ementas 26Ensino Jurídico 25Hic et Nunc 14In Memoriam 24Lazer 31 a 35Legislação 20Nos Tribunais 31Paulo Bomfim 35Poesias 34Previdência Privada 10Seguros 10Telefonia 21Trabalho 27 a 30

Mais os Cadernos de “Livros”, “Jurisprudência” e “Eleições”.

TST aceitarecurso por

meio eletrônicoPágina 28

OAB-SP faz novoExame de Ordem

em dezembroPágina 25

OBrasil tem420 mil pes-soas presase uma quan-tidade muito

maior de foragidos (esti-mados em mais de meiomilhão). E o que é pior: areincidência chega a 80%.O processo de socializa-ção é considerado "pífio"e os presídios continuamcom lotação excessiva.Cada prisioneiro estácustando R$ 3.062,00por mês para os cofrespúblicos. Isso sem falarnos "prisioneiros espe-ciais", recolhidos em pe-nitenciárias federais,cujo custo é muito mai-or. A aprovação da vide-oconferência poderá re-duzir os custos, princi-palmente nos desloca-mentos para depoimen-tos de prisioneiros de"alta periculosidade". Areportagem de Percival

de Souza, que o "Tribu-na" publica este mês,revela dados tão signi-ficativos que foi expostaem audiência públicadurante uma palestrana Câmara dos Deputa-dos, em Brasília. Percivalde Souza foi, inclusive,convidado pelo deputadofederal Nuecimar Braga,presidente da CPI sobreo sistema carceráriobrasileiro, a falar na co-missão sobre a "gravecrise no sistema carce-rário". A reportagem seráanexada ao relatório daCPI.

Segundo o ministro daJustiça, Tarso Genro, osproblemas se agrava-ram nos últimos 50 anosporque "os governos dei-xaram de implantar me-didas sociais compen-satórias".

Eduardo G

rigaitisO desastre do sistema prisional

Págs. 22 e 23

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO2 NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 3NOVEMBRO DE 2007

DA REDAÇÃODOS LEITORES-1

T

Continua na página 12

E sob o tapete?Pinot noir"Li com interesse o artigo no

'Tribuna do Direito' de setem-bro sobre os vinhos pinot noir,ou seja, feitos com a uva as-sim designada. Apreciei a ma-téria e agradeço a gentilezadas informações ali veicula-das sobre o tema. Entretanto,dei pela falta de comentáriossobre os vinhos dessa cepavindos do Chile, muito impor-tados e consumidos entre nós,os quais me parecem ostentarótima qualidade. Lembro-mede, tempos atrás, quando opinot noir era quase desconhe-cido no Brasil, eu já ter o hábitode adquirir aqui em SP essesvinhos, produzidos pela Un-durraga; entretanto, não ostenho vistos nas prateleiras ul-timamente (não sei se a Un-durraga descontinuou a produ-ção ou os importadores é quenão têm se interessado poresse vinho). De qualquer for-ma, quem sabe o colega (N.daR. Gladston Mamede, respon-sável pela coluna 'Vinhos & Ou-tros Prazeres') poderia comen-tar, quando for oportuno, ospinot noir chilenos que podemser encontrados entre nós."José Luiz Araujo Silva, AraújoSilva, Prado Lopes Advogados,São Paulo.

N.da R. Gladston Mamede

responde:"O leitor tem razão so-bre os méritos do pinot noir chi-leno, principalmente em relaçãoao custo, ainda que sendo preci-so reconhecer alguma variaçãoem tipicidade (designadamentena potência de aromas e sabor).Vou organizar uma coluna só so-bre os pinot's sulamericanosbrevemente."

�Lula

"Na edição da prestigiosa 'Tri-buna do Direito' nº 174, outubro/2007, leitura obrigatória dos ad-vogados paulistas, se inseriumatéria sob título ‘Lula tem deindenizar ex-prefeito’, aonde fal-tou informação sobre pendênciade agravo regimental contra res-peitável decisão monocráticaproferida pelo então ministro doSTJ, Menezes Direito, que denegouseguimento ao recurso especi-al de iniciativa do presidente daRepública. Assim, como advo-gado de Lula naquele feito, que-ria apenas esclarecer que a de-cisão condenatória não é defini-tiva, pois ainda pende recurso aser apreciado naquele sodalício."José Diogo Bastos Neto, SãoPaulo.

emos usado este espaçomensalmente para apon-

tar uma série de não-conformi-dades (para não usar um ter-mo mais contundente) na áreajurídica. Sem jamais querer seros "donos da verdade", procu-ramos atentar para diversosaspectos da vida brasileira nosquais os operadores de Direito,mercê da autoridade que agênese da história brasileira lhesoutorgou, poderiam participarcom mais intensidade, rapidez,presteza , e (e por que não?),autoridade. Sentimos que, naprática, nada muda. Infeliz-mente, chegamos à conclusãode que sabemos que nada sa-bemos. As últimas escaramuçasverbais (pelo menos, as divul-gadas) entre os representantesda mais alta Corte de Justiça doPaís, o Supremo Tribunal Fe-deral, que chegaram ao conhe-cimento do "grande público" re-meteu à lavagem de roupa sujaque jamais se imaginaria "dolado de cá" do balcão. Não se

sabe como (ou por ordem dequem) câmaras de televisão re-gistraram "embates" dignos depúlpitos bem menos nobres.Louve-se, obviamente, que hajadiscordância de opinião, molamestra da democracia, comodeve ser louvado que a Alta Cor-te não seja formada por gruposque concordem com todas ascoisas.

Mas, o que se depreende é que

muita coisa deva existir sob otapete e que, por estranhas ecomplexas manobras, acabamnão sendo reveladas. E se pergun-ta porque até agora essas "diver-gências" sob os mais variadostópicos da vida nacional nuncase transformaram em assunto dediscussão, principalmente nossegmentos jurídicos. Estaria mu-dando a Corte ou estaria mudan-do o País? Estaria mudando o mun-do das comunicações ou,como sediria num passado longiqüo, a"vestuta plêiade de magistrados"quer mostrar a seus pares e à po-pulação que eles pertencem a essamesma população, com todos assuas virtudes e também todos osseus defeitos? O que é melhor parao Brasil? O intramuros com áu-rea de glamour imperial, ou oescancaramento de tudo o quepossa representar o privilégio decastas sejam elas quais forem?Talvez tenha chegado a hora delevantar o tapete! B

Fran Augusti

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO4 NOVEMBRO DE 2007

AASP-1

O presidente da AASP,Sérgio Pinheiro Marçal, eo vice, Marcio Kayatt, vi-sitaram no dia 16 de ou-tubro o presidente doSTJ, ministro Raphael deBarros Monteiro Filho,oportunidade em que fo-

Visita ao presidente do STJ

ram tratados assuntos deinteresse da Advocaciabandeirante. Da esquer-da para à direita, MarcioKayatt, o ministro Rapha-el de Barros Monteiro Fi-lho e Sérgio Pinheiro Mar-çal. B

Luiz Antonio/STJ

AASP reiteroupedido ao presi-dente e ao cor-regedor-geral doTST para que o

síte do tribunal seja consi-derado fonte oficial de juris-prudência, em conjuntocom o "Diário da Justiça daUnião e dos Estados", a "Re-vista do Tribunal Superiordo Trabalho", a "Revista

Trabalhista do TST", as re-vistas publicadas pelos Tri-bunais Regionais do Traba-lho e os repositórios autori-zados à publicar a jurispru-dência trabalhista. Para aAASP, o atendimento da so-licitação, que depende daalteração da redação da Sú-mula 337, facilitará o aces-so à Justiça e ao amploexercício da Advocacia. B

A

Entidade querque site do TSTseja fonte oficial

AASP sugeriu ao juiz assessor da presidência doTribunal de Justiça do Estado de São Paulo provi-

dências para facilitar a consulta de processos no sitedo TJ-SP. A entidade acredita ser pertinente constarem cada página de processo consultado na primeirainstância um link para acessar eventuais processosrelacionados em trâmite na segunda instância, evice-versa. B

Consultas no TJ-SP

A

om base nos artigos 133da Constituição Federal

e 365, inciso IV, do CPC, aAASP solicitou ao presidentee ao corregedor-geral do TSTque as cópias reprográficasde peças do processo judicialsejam consideradas comoautênticas quando assim de-claradas pelo próprio advoga-do, sob sua responsabilidadepessoal, no âmbito da Justiçado Trabalho, como um todo,

Cópias reprográficas trabalhistas

inclusive nas ações de com-petência originária dos tribu-nais regionais, entre asquais o mandado de segu-rança.

Para a AASP, é flagrantea aplicação do citado diplo-ma processual civil ao pro-cesso do trabalho, no qualvigora até com mais in-tensidade o princípio dainstrumentalidade das for-mas. B

C

AASP solicitou ao coor-denador da Penitenciá-

ria II de Lavínia, em Presi-dente Venceslau, providên-cias para que os advogadosnão sejam impedidos de secomunicar com clientes pre-

Liberdade para advogadossos, sob a alegação de faltade procuração. A AASP con-sidera que a prática fere odisposto no artigo 7º, III, daLei nº 8.906/1994, configu-rando desrespeito às prerro-gativas dos advogados. B

A

Departamento Cultu-ral da Associação dos

Advogados de São Paulo(AASP) promove, de 26 a29, às 19 horas, na sededa entidade (Rua ÁlvaresPenteado, 151, São Paulo)o curso "Direito Homoafe-tivo: aspectos judiciais,extrajudiciais e adminis-trativos".

Os objetivos são acom-panhar a jurisprudênciado Direito Homoafetivo;trazer os fundamentosconstitucionais e legaispara a defesa dos direitosdecorrentes da diversida-de sexual; traçar um pa-norama das questões dadiversidade sexual no âm-bito legal e administrati-vo; destacar os avanços,no campo médico e legal,das pessoas transexuais;elaborar contratos de convi-vência e testamentos parapreservação dos direitos dasuniões homoafetivas; e de-bater os aspectos da ado-ção homoparental.

Os temas e os palestrantesserão os seguintes: (dia 26),"O reconhecimento do Di-reito Homoafetivo pelo Po-der Judiciário", desembar-gadora Maria BereniceDias; (dia 27), "A defesa dadiversidade sexual emsede administrativa e noâmbito do Poder Público",Dimitri Sales; (dia 28),"Aspectos notariais e re-gistrais da diversidade se-xual", Christiano Casset-tari; (e dia 29), "Funda-mentos constitucionaispara a adoção e para o re-conhecimento das uniõeshomoafetivas", VivianeGirardi.

O curso também serátransmitido pela internete via satélite para Soroca-ba e a taxa de inscriçãopara associados é de R$60,00. Estudantes de gra-duação pagam R$ 75,00 enão-associados R$ 140,00.Informações em www.aasp.org.br ou pelo telefone(0xx11) 3291-9200. B

Curso sobreDireito

Homoafetivo

O

Nas páginas 15 e 16, Sérgio Pinheiro Marçal faz um balanço de sua gestão

AASP encaminhou aopresidente do Conselho

Superior da Magistraturado Tribunal de Justiça doEstado de São Paulo pedidopara que seja uniformizadoo expediente em todos osJuizados Especiais Cíveisda Capital e das comarcascom o mesmo horário esta-

Expediente uniformizado

belecido para atendimentona Justiça Comum (das 9às 19 horas para advogadose das 10 às 19 horas paraestagiários). A diversidadede horário, comprovada porpesquisa feita pela associ-ação, tem confundido aspessoas que se servem des-ses órgãos. B

AAASP encaminhou ofí-cio ao juiz-diretor do

Fórum Criminal "MinistroMário Guimarães", solici-tando a concessão de sala,atualmente utilizada paraa realização dos plantõesjudiciais, como espaço deapoio aos advogados no de-

Sala de apoio no fórum criminal

sempenho das suas ativi-dades.

O juiz-diretor informouque o pleito da entidadeestá sendo analisado commuita atenção e que, tãologo as verificações sejamconcluídas, a AASP serácomunicada. B

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 5NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO6 NOVEMBRO DE 2007

D I R E I T O I M O B I L I Á R I ON E L S O N K O J R A N S K I *

*Advogado e ex-presidente do Ins-tituto dos Advogados de São Paulo(Iasp).

No confronto di-reto entre o ar-tigo 39 da Leido Inquilinatoe o artigo 835

do Código Civil, qual deles pre-valece? Noutras palavras, secláusula do contrato de loca-ção estabelece que a respon-sabilidade dos fiadores subsis-te até a entrega das chaves,mesmo quando prorrogadopor prazo indeterminado,tem, ou não, eficácia este dis-positivo contratual?

No RESP. 566.633, julgadoem 23/3/2004, o ministro Gil-son Dipp, na esteira de prece-dentes e sob a invocação daSúmula 214 do STJ, confirmouo entendimento pacificadodessa Corte, no sentido de quea fiança, como contrato bené-fico, não admite interpretaçãoextensiva. Por isso, não se re-veste de eficácia a cláusulacontratual que perpetua aobrigação fidejussória até aefetiva entrega das chaves, noque colide com a disposiçãodo artigo 39, da Lei nº 8.245/91. Vale dizer que, com o meroescoamento do prazo contra-tual (determinado), verifica-se, automaticamente, a extin-ção da solidária obrigação dosfiadores.

Igual questão, anteriormen-te, foi examinada no RESP.195.994, julgado em 4/10/1999, quando o ministro JoséArnaldo da Fonseca anotouque a jurisprudência da Corte

A responsabilidade do fiador — até quando?"vem se firmando no sentido denão admitir interpretação ex-tensiva ao contrato de fiança",sempre sob a égide da lei subs-tantiva (artigo 1.483/C.C.1916). De fato, quando o temafoi apreciado no RESP. 568.968,em 15/9/2005, o mesmo minis-tro observou ser pacífico o en-tendimento "de que prorrogadotacitamente o contrato de loca-ção, originalmente de prazo de-terminado, sem a anuência ex-pressa do fiador, não tem elemais responsabilidade com aavença, em observância ao ar-tigo 1.483 do Código Civil, quetraz ínsita regra de interpreta-ção da fiança". E, para reforçara consolidação do entendimen-to, reportou-se ao RESP. 569.025/TO, julgado em 6/6/2005, rela-tado pelo ministro Paulo Medi-na, que enfatizou que "a obri-gação decorrente da fiança lo-cativa deve se restringir ao pra-zo originalmente contratado".

Contudo, o posicionamentoexegético do Superior Tribunalde Justiça foi, recentemente —26/6/2007 — abalado peloRESP. 590.956, relatado pelo mi-nistro Arnaldo Esteves Lima,segundo o qual "tal matéria nãovinha recebendo tratamentouníssono no âmbito das Turmasque compõem a 3ª Seção destaCorte, tendo em vista que al-guns recursos especiais nãoforam conhecidos ao entendi-mento de que a simples prorro-gação do contrato de locaçãopor tempo indeterminado não

teria o condão de afastar a res-ponsabilidade dos fiadores".Reporta-se, nesse passo, ao jul-gamento do ERESP. 566.633/CWE, ocorrido em 22/11/2006,em que foi relator o ministroPaulo Medina, quando a 3ª.Seção "firmou a compreensãono sentido de que havendo clá-usula expressa no contrato dealuguel de que a responsabili-dade dos fiadores perdurará atéa efetiva entrega das chaves doimóvel objeto da locação, nãohá falar em desobrigação porparte dos fiadores, ainda que ocontrato tenha se prorrogadopor prazo indeterminado".

Diante da controvertida pos-tura pretoriana, surge o estu-do lúcido e percuciente do de-sembargador Luiz CamargoPinto de Carvalho, publicadono nº 80, do "Informativo" doIASP, para orientar o entendi-mento da questão sob o fococoncentrado a Lei Especial doInquilinato. Sustenta ele que seo novo Código Civil determinouque "a locação de prédio urba-no, que esteja sujeita à lei es-pecial, por esta continua a serregida" (artigo 2.036), nãocabe a invocação da lei geraldo Código Civil. A partir daí,afasta a incidência da legisla-ção substantiva (lei geral), es-pecialmente os artigos 819 e835, fundando-se no institutoda antinomia jurídica. Paratanto, se socorre, objetivandoo desate, da regra preconiza-da no §2º do artigo 2º da Lei deIntrodução ao Código Civil,segundo a qual a lei especialprevalece ante a lei nova, que"estabeleça disposições geraisou especiais a par das já exis-tentes".

Em assim sendo, se o artigo39 da Lei 8.245/91 diz ser váli-da e eficaz a obrigação do fia-dor que se responsabiliza pelasobrigações locatícias, até a en-trega das chaves, é de se consi-derar insustentável, como pon-dera o desembargador Luiz deCarvalho, a "argumentaçãocalcada na disposição contidano artigo 819 do Código Civil,

de que a fiança não deve rece-ber interpretação extensiva". Eassim é, por não ser aplicávelà fiança embutida no contra-to de locação. Demais disso,em sendo o contato de fiança"acessório" do contrato prin-cipal de locação, aquele se sub-mete ao ordenamento legaldeste e não o contrário. Daíser questionável o entendi-mento de que "ao transportareste instituto (fiança) para aLei de Locação, imprescindí-vel que os artigos do referidodiploma legal se adpatem aosprincípios norteadores da fi-ança" (conforme ERE 566.633/CE da lavra do ministro PauloMedina). Noutras palavras,estar-se-ia admitindo a sub-missão da lei especial à geral,isto é, o artigo 39 da Lei doInquilinato estaria sendo re-vogado pelo artigo 835 doCódigo Civil.

O estudo, porém, publica-do no "Informativo" do IASP,demonstra (e prova) que a le-gislação (geral) do Código Ci-vil não tem como interferir nalei especial da locação de pré-dio urbano.Embora negue aingerência do artigo 835, o re-ferido estudo nem por isso pro-íbe o pedido de exoneração dafiança. O que ali vem conde-nado é o meio processual a seradotado para fazê-lo.Noutraspalavras, inadmite o uso danotificação preconizada noartigo 835, o que é perfeita-mente coerente com a premis-sa adoada.Em seu lugar, devese socorrer da ação declarató-ria, cuja sentença desconsti-tutiva negativa livrará o ga-rante.

Tem, assim, os locadores efiadores, à sua disposição,duas posições antagônicas emdefesa de seus interesses patri-moniais. Que cada um escolhaa fórmula de sua conveniên-cia, até que a matéria seja de-finitivamente apaziguada. B

transferência de imóvel dopatrimônio pessoal de sócio

para o capital de pessoa jurídicaé sujeita ao Imposto de Renda(IR), exceto se tratar-se de pré-dio com duas unidades imobiliá-rias ou com alienação depois de60 meses da averbação da cons-trução do prédio no RegistroImobiliário. O entendimento é daSegunda Turma do STJ ao aca-tar recurso da Fazenda contradecisão do TRF da 4ª Região(RS) que alegava não haver in-tenção de lucro na transferênciaefetuada por três irmãos gaú-chos, que repassaram um edifí-cio de 25 apartamentos para in-tegrar o capital da empresa, daqual também eram sócios.

De acordo com o tribunal,houve simples transferência depatrimônio, o que não configura-ria alienação. "Não se trata de in-corporação típica, conforme a Lei4.591/64, mas de transferênciado patrimônio das pessoas físicasdos sócios para o capital socialda pessoa jurídica, sem intençãode lucro", concluíram os magistra-dos do TRF-4. No STJ, os minis-tros reformaram a sentença gaú-cha sob o entendimento de serlegítima a atuação do Fisco emtributar a diferença entre o custode aquisição do imóvel e o valorda transferência à sociedade.(RESP 702915). B

Transferência paraPJ é tributável

iadores continuam respon-sáveis por débitos locatícios

posteriores à prorrogação docontrato desde que tenhamconcordado, expressamente,com esta possibilidade. Comesse entendimento unânime, aSexta Turma do STJ rejeitoupedido de Rosmari Ussinger eoutro contra sentença que osconsiderou responsáveis pordébito em contrato locatício.

Rosmari e outro alegavamque não eram responsáveispelo débito, sustentando que afiança foi prestada por prazocerto e que se extingue no térmi-no do contrato original, não seprorrogando com a locação. Oargumento foi rejeitado combase no registro do contrato deque os fiadores consentiram, emcláusula contratual, que a fiançaperduraria até a entrega daschaves. (RESP 755226). B

Débito em

contrato locatício

A

F

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 7NOVEMBRO DE 2007

DIREITO DE FAMÍLIA

reconhecimentode paternidade éválido se refletir aexistência de vín-culo sócio-afetivo

entre pais e filhos. Comesse entendimento, a Ter-ceira Turma do STJ refor-mou sentença de segundograu que anulou declara-ção de paternidade de MSB,pouco antes de sua morte,em favor de ACMB.

OSB, irmã de MSB, en-trou com ação de inexis-tência de parentesco entreMSB e ACMB, afirmando queACMB não era sua sobrinhabiológica e que o reconheci-mento de paternidade feitopelo irmão, pouco antes dofalecimento, teria sido si-mulado o que caracterizavafalsidade ideológica. Mesmociente de que não era o paibiológico de ACMB, MSBcriou-a como filha desde onascimento e optou porreconhecê-la. O TJ-DF

Reconhecida paternidade sócio-afetivaanulou o registro civil edeterminou a retirada dosobrenome paterno de MSBdo registro de ACMB e a ex-clusão do nome dos avós pa-ternos. Determinou, ainda,que ACMB pagasse multapela interposição de embar-gos que o tribunal conside-rou procrastinatório.

ACMB recorreu alegandoque o TJ-DF reconheceu aausência de paternidadebiológica como suficientepara a anulação do registrocivil e que outros tribunaisaceitaram a existência defiliação sócio-afetiva. Afir-mou, ainda, que, com amanutenção da sentençado TJ estadual, os bens se-riam herdados pela tia,OSB. O recurso foi acolhidoe a sentença de segundainstância anulada. A Tur-ma reconheceu a validadeda paternidade sócio-afetivae anulou a multa. (Processoem segredo de Justiça). B

O

ão é admissível a renúnciada competência da Justiça

brasileira em processo de guar-da de menores de pai estrangei-ro e mãe brasileira. A decisãounânime é da Corte Especial doSTJ ao negar recurso de GL, ci-dadão canadense, que pleitea-

Justiça não homologasentença do Canadá

va a homologação de sentençaestrangeira, que determina a re-núncia das partes à jurisdiçãobrasileira em caso de ações futu-ras sobre a guarda dos filhos docasal, que se separou.

No recurso, GL afirmou que ahomologação deveria ser feita

pelo fato de ele e a ex-esposa,RM, cidadã brasileira, terem firma-do acordo de guarda compartilha-da dos filhos e de visitação dosmenores. Além disso, a sentençacanadense determinou o Canadácomo domicílio dos menores.

Para o ministro-relator e pre-sidente do STJ, Raphael deBarros Monteiro Filho, ao con-trário do alegado por GL, deque a decisão estrangeira sujei-ta à homologação se refere, ba-sicamente, à cláusula que defi-niu a guarda compartilhada dosmenores, o acordo homologadopela Corte canadense elegeu oTribunal Superior de Quebec,de Montreal, como foro compe-tente para decidir as questõesque, por acaso, surgissem arespeito da guarda dos filhos.

Segundo o ministro-relator,"a renúncia à jurisdição brasilei-ra para apreciar litígios futurosrelativos à guarda ofende a so-berania nacional e a ordem pú-blica". Para o ministro, que se-guiu entendimento do MinistérioPúblico, "o caso é de compe-tência concorrente e não abso-luta, o que não impede de aJustiça brasileira manifestar-sesobre a questão se for provoca-da, principalmente quando en-volve menores". (SE 1554). B

N

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO8 NOVEMBRO DE 2007

DIREITO DE FAMÍLIA

esde 1979, quan-do juiz da VaraDistrital do Jaba-quara (essa era adenominação

na época) implantamos, comoinovação, a conciliação prévianas diversas ações que tinhamcabimento, com o objetivo pre-cípuo de descongestionar oPoder Judiciário.

Tendo em conta o despachoinicial que proferíamos, qualseja "para audiência prévia deconciliação, que não suspen-de nem interrompe o prazopara a defesa, designo o dia...Cite (m) e intime (m)", nãohavia como contestá-lo. Comoé notório, essa audiência ja-mais provocava o procrastina-mento do processo, já que,realizada ou não, não causa-va prejuízo às partes. Ressalte-se que os artigos 278, § 1º, e448 do CPC (Lei nº 5.869 de11/1/73) já faziam menção àconciliação, mas não na me-lhor oportunidade.

O legislador, como que visu-alizando melhor o nosso des-pacho, fez surgir a Lei nº 8.952,de 14/12/94, que acrescentouo inciso IV ao artigo 125, nosseguintes termos: tentar, aqualquer tempo, conciliar aspartes. Teria andado melhor olegislador se tivesse tido que,antes da apresentação da de-fesa, compete ao juiz concili-ar as partes.

Caminhando mais um pou-

Testamento e interessados capazesEVANDRO ANTONIO CIMINO* co, no que se referia à conci-

liação, o legislador editou oartigo 331 do CPC, que, anosso sentir, não tornou oprocedimento mais rápido,isto porque o juiz, a qualquermomento, pode tentar conci-liar as partes.

Finalmente, o legislador,através da Lei nº 9.245, de 26/12/95, que alterou os artigos275 e 281 do CPC, implantoua conciliação para as ações,hoje de procedimento sumário,designando audiência paradentro de 30 dias, com citaçãodo réu com antecedência de 10dias.

O Tribunal de Justiça de SãoPaulo, através de seu ConselhoSuperior da Magistratura, deforma mais lúcida, editou oProvimento nº 893/2004, queveio recomendar a conciliaçãoe o seu momento de aplicação.

Esse intróito é necessáriopara demonstrar quão incom-pleto é o legislador quando edi-ta leis.

Certo, referimo-nos à Lei nº11.441/2007, que concedeu afaculdade aos interessados depromoverem o inventário e apartilha pela via administrati-va, recorrendo ao chamado foroextrajudicial, no qual atuamtabeliães ou notários.

O artigo 982 do CPC, pelareferida lei, passou a ter a se-guinte redação: “Havendo tes-tamento ou interessado inca-paz, proceder-se-á ao inventá-rio judicial; se todos forem ca-pazes e concordes, poderá fa-

zer-se o inventário e a partilhapor escritura pública, a qualconstituirá titulo hábil para oregistro imobiliário.”

Dir-se-á que,sempre quehouver testamento ou interes-sado incapaz, proceder-se-á aoinventário judicial. Por outrolado, se todos forem capazes econcordes poderá fazer-se oinventário e a partilha por es-critura pública, a qual consti-tuirá titulo hábil para o regis-tro imobiliário. Pergunta-se:se, havendo testamento e to-dos os legatários forem capa-zes e concordes, se pode ado-tar o foro extrajudicial? Enten-demos que sim.

Senão vejamos. O espírito dolegislador não foi outro senãodescongestionar o Poder Judi-ciário. Por que tirar dele umaparte e não completar, incluin-do o testamento naquelas con-dições? Parece-nos uma incon-gruência.

Não há como argumentarcom o artigo 82, II, do CPC, emque se exige a intervenção do

MP, quando se trata de disposi-ção de última vontade. Se o MPnão intervém nos inventáriosem que todos os interessadossão capazes, por que se exigir asua presença nos testamentoscom todos os interessados ca-pazes e concordes? Não temsentido excluir o testamentocom essas características.

Assim, andaria bem o legis-lador se tivesse dado a seguin-te nova redação ao artigo 982do CPC: "Havendo interessadoincapaz, proceder-se-á ao in-ventário judicial; se todos fo-rem capazes e concordes, po-derá fazer-se o testamento, oinventário e a partilha por es-critura pública, a qual consti-tuirá titulo hábil para o regis-tro imobiliário", e, ao mesmotempo, acrescentando ao ar-tigo 82, II, do CPC, a expres-são seguinte no final: "haven-do interessado incapaz". Esteartigo, pois, seria redigidoassim:"Compete ao MinistérioPúblico intervir; II — nas cau-sas concernentes ao estado dapessoa, pátrio poder, tutela,curatela, interdição, casa-mento, declaração de ausên-cia e disposição de últimavontade, havendo interessadoincapaz."

Destarte, se se desse essa in-terpretação, estar-se-ia aten-dendo ao espírito do legislador,de maneira abrangente, des-congestionando, mais uma vez,o Poder Judiciário. B

D

*Desembargador aposentado.

nome do companheirode mulher falecida não

pode constar no registro deóbito quando não houverreconhecimento oficial daconvivência comum. Da mes-ma forma, o nome dos filhosnão reconhecidos oficial-mente não podem ser regis-trados na certidão de óbitoda genitora. Nos dois casos,entretanto, pode-se fazer usodos meios judiciais paracomprovar direitos na rela-ção. O entendimento da Quar-ta Turma do STJ deu-se emjulgamento de recurso inter-posto pelo Ministério Públicocontra decisão do TJ-DFT,que excluiu da certidão deóbito de MAS a informaçãode que ela vivia maritalmen-te com GSG, supostamenteseu companheiro.

Os pais da falecida MASentraram com ação a fim deexcluir da certidão de óbitode MAS o nome de GSG e ti-veram o pedido acolhido. OMP recorreu alegando que adecisão violava a Lei de Re-gistros Públicos e a Consti-tuição, no que tange à uniãoestável, já que não haveriaobstáculo legal para queconstasse no atestado deóbito a observação sobre aexistência de concubinato ouconvivência marital entreMAS e GSG. O argumento foirejeitado. (Processo em se-gredo de Justiça). B

Nome nacertidãode óbito

O

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 9NOVEMBRO DE 2007

INFORME PUBLICITÁRIO

Conselho Supe-rior da Magis-tratura do Tribu-nal de Justiçade São Paulo

(TJ-SP), a pedido da Advo-cacia, publicou no dia 26 deoutubro, no “Diário da Justi-ça Eletrônico”, o Provimento1.382/2007, regulamentandoo recesso forense de final deano. O documento estabele-ce que o expediente forensefica suspenso no período de20 de dezembro de 2007 a 6de janeiro de 2008, mas ga-rante o atendimento aos ca-sos urgentes, novos ou emcurso, pelo sistema de plan-tões.

Durante esse período fi-cam suspensos todos os pra-

TJ regulamenta recesso forensezos processuais e publicaçãode acórdãos, sentenças, de-cisões e despachos, bemcomo a intimação de partesou advogados em primeirae segunda instâncias, salvomedidas consideradas ur-gentes e aos processos pe-nais envolvendo réus pre-sos, nos processos vincula-dos a essa prisão. O provi-mento é assinado pelo pre-sidente do TJ-SP, desem-bargador Celso Luiz Limon-gi; pelo vice-presidente,desembargador Caio Eduar-do Canguçu de Almeida; epelo corregedor-geral daJustiça, desembargador Gil-berto Passos de Freitas.

Conforme o presidente daOAB SP, Luiz Flávio Borges

D'Urso, a Advocacia realizousucessivas gestões junto aoTJ-SP com o intuito de ne-gociar um período de reces-so para o final do ano, be-neficiando a classe dos ad-vogados, uma vez que aEmenda Constitucional 45/2004 extinguiu as férias fo-renses. "Com a decisão dotribunal será propiciado aosadvogados paulistas umperíodo de descanso, umavez que, individualmente,magistrados, membros doMinistério Público e servido-res do Judiciário tiram féri-as anuais, o que não acon-tece com o advogado, quedificilmente pode se afastardo escritório", ressaltaD'Urso.

Cristóvão Bernardo

Com a decisão, os advogados paulistas terão descanso

O

presidente da OAB SP, LuizFlávio Borges D´Urso, e

o diretor-tesoureiro, Marcos daCosta, oficiaram ao ConselhoFederal pedindo a revogação doprazo para renovação das Car-teiras da OAB, que se encerrano dia 31 de dezembro desteano, como previsto no artigo155 do Regulamento Geral doEstatuto da Advocacia e daOAB. A Seccional paulista ale-ga que a empresa contratada

ace ao pedido da OAB SP,o deputado estadual Bru-

no Covas, relator especial daCCJ da Assembléia Legislati-va de SP, propôs emenda aoPL 1146/2007, contra a redu-ção dos honorários de advoga-dos públicos, para adequá-loaos interesses da Advocacia.O PL trata da instituição de Par-celamento de Débitos (PPD) efoi apresentado na AL pelo go-vernador José Serra. A OABSP havia enviado ofício a to-dos os parlamentares estadu-ais e dialogado com o presiden-te da CCJ, deputado Fernan-

m nova incursão aos arqui-vos do passado, a Comis-

são de Resgate da Memória daOAB SP, presidida pelo conse-lheiro Fábio Marcos BernardesTrombetti, recuperou docu-mentos sobre o primeiro desa-gravo público promovido pelaseccional. Esse material seráexposto no futuro centro dahistória da entidade e num li-vro que marcará os 75 anos desua fundação.

Em sessão extraordinária,realizada na noite de 24 de junhode 1965, o Conselho Seccionaldeliberou desagravar os advo-gados Theotônio Negrão eLicínio dos Santos Silva Filho,ofendidos em suas prerrogati-vas por um magistrado, que osacusou de falsidade ideológica.

Renovação das carteiraspara confecção das novas car-teiras e cédulas começou a tra-balhar somente no final deoutubro, sendo que será im-possível neste prazo viabilizara renovação de mais de 260 milcarteiras de advogados e esta-giários paulistas, o que acar-retará novo ônus a toda a clas-se que, há poucos anos, já sesubmeteu a recadastramentoe substituição dos referidosdocumentos.

O

do Capez, solicitando a retira-da da parte final do inciso I, doartigo 10 do PL, que reduz oshonorários a 1% em caso de dé-bitos ajuizados, sem levar emconta o arbitramento judicialexistente, ao mesmo tempo emque seja firmada a observân-cia da decisão judicial. "Verbahonorária não compõe o produ-to da atividade arrecadatóriado Estado. Pertence ao advo-gado e, assim, o governo a elanão pode renunciar, seja inte-gral ou parcialmente", argu-menta o presidente da OAB SP,Luiz Flávio Borges D'Urso.

Em defesa do advogado público

F

Primeiro desagravo da OAB SPocorreu há quatro décadas

Conforme os documentos daépoca, a OAB SP desagravoudois de seus mais ilustres mem-bros indevidamente expostosao vexame de uma denúnciacriminal e de um inquérito po-licial por terem, com energia

e dentro da legalidade, exer-cido atribuições inerentes àAdvocacia. Houve ainda umarepresentação no TJ de SPcontra o magistrado.

"Essas pesquisas revelamque as atuais violações ao ple-no exercício da profissão têmraízes no passado e mostramtambém que é histórica a rea-ção da classe em defesa dosseus direitos e prerrogativasprofissionais. Há mais de 40anos, lutamos pelo direito detrabalhar com respeito e dig-nidade", destaca o presidenteda OAB paulista, Luiz FlávioBorges D'Urso, ressaltandoque entre os juízes de qualquerinstância e os advogados nãoexiste hierarquia nem subordi-nação.

E

Theotônio Negrão

OAB SP está propondo aoConselho Federal que

isente do pagamento de con-tribuições e anuidades devi-dos à OAB os advogados por-tadores de doenças graves,como AIDS (Síndrome da

Isenção paradoenças graves

Imunodeficiência Adquirida),doença de Parkinson, nefropa-tia grave, esclerose múltipla,entre outras. A Seccional ar-gumenta que seria justo paracom os colegas que apresen-tam quadro clínico grave e quejá são isentos do pagamentode impostos. A matéria é re-gulada pelo Provimento 111/

Arquivo

2006 do Conselho Federal.Atualmente, a isenção atingeos advogados com 70 anoscompletos, portadores de ne-cessidades especiais por ine-xistência de membros superi-ores ou inferiores, cegos emambos os olhos ou que te-nham deficiência mental ina-bilitadora.

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO10 NOVEMBRO DE 2007

A N T O N I O P E N T E A D O M E N D O N Ç A*

*Advogado em São Paulo, consultor,professor do Curso de Especializa-ção em Seguros da FIA/FEA-USP,comentarista da Rádio Eldorado e ar-ticulista de “O Estado de S.Paulo”.

Ocontrato de segu-ro é um contratopersonalíssimo,envolvendo umacompanhia de se-

guros e o segurado. Dono deum capítulo próprio dentro doCódigo Civil , o contrato deseguro tem regras que o bali-zam, dando sua abrangência,forma, nome, e demais carac-terísticas que o fazem único,entre elas o pagamento da in-denização.

O negócio do seguro é o pa-gamento da indenização, que,ao contrário do que acontece namaioria dos contratos, pode ounão acontecer. A aleatoriedadeé um dos pressupostos deste ne-gócio, onde alguém transferepara uma empresa a responsa-bilidade de arcar com prejuízosque ele possa sofrer em virtudeda ocorrência de um determi-nado evento pré-determinado.Para fazer esta transferência ocessionário do risco paga aotomador uma determinadaquantia em dinheiro, tambémpreviamente acordada.

Como o evento pode ou nãoacontecer, desde o início o ces-sionário sabe que, no caso danão ocorrência, a seguradoranão lhe devolverá o dinheiropago para que ela assumisse orisco da obrigação de fazerfrente aos prejuízos que o si-nistro pudesse gerar.

De outro lado, a seguradorasabe que, no caso de o eventoacontecer, cabe a ela, nos limi-tes do contrato, pagar ao segu-rado a quantia referente aosprejuízos sofridos e efetivamen-te comprovados. A seguradoranão paga a cada sinistro o totalda importância segurada. Elapaga pelos prejuízos efetiva-mente suportados pelo segura-do, recompondo seu patrimô-nio no mesmo estado em quese encontrava no momento an-terior à ocorrência do eventocoberto pela apólice.

A razão disto é que o con-

Quem recebe a indenizaçãotrato de seguro não é jogo, nelenão há uma aposta, na qual al-guém paga ou não se determi-nado evento ocorrer. O contra-to de seguro é um instrumentode proteção social, baseado nosprincípios do mutualismo, quetem por objetivo evitar o empo-brecimento da sociedade, emfunção das perdas eventual-mente sofridas por alguns deseus integrantes.

Em algumas situações o inte-resse social é de tal forma mar-cante que o seguro é obrigató-rio, fruto de uma imposição le-gal destinada a manter umadeterminada verba para fazerfrente ao bem comum, indepen-dentemente da vontade do segu-rado contratar o seguro. O exem-plo mais evidente deste tipo deimposição no Brasil é o DPVAT,o seguro obrigatório de veículos.

Mas ele não é o único e porisso mesmo o Código Civil temdisposição expressa autorizandoa vítima de dano coberto porseguro obrigatório de responsa-bilidade a acionar diretamente aseguradora. Esta regra, contem-plada pelo artigo 788 do CódigoCivil, é a exceção, mas dá o con-traponto ou o parâmetro para aregra geral, qual seja, apenas osegurado pode receber a indeni-zação da seguradora, aliás, con-forme determinado pelo artigo757 do mesmo código ao definira operação de seguro.

É importante ter claro que osegurado é quem contrata oseguro e não o objeto do segu-ro. O objeto do seguro é o inte-resse que se pretende proteger eeste não se confunde com quemcontrata a apólice. Ao contra-tar um seguro de automóvel, porexemplo, o segurado é o titularda apólice que protege um bemde sua propriedade, um veícu-lo, que ele pode substituir nomomento em que o quiser, ra-zão pela qual não há que se falarna venda de veículos com segu-ro sem anuência da seguradora.O seguro não é do veículo, mas

da pessoa que o vendeu. Assim,ao vender o bem, o segurado dei-xa de ter interesse segurável, nãohavendo que se falar em indeni-zação a seu favor por não sermais o proprietário do veículo.Já o novo proprietário tambémnão tem direito à indenização,por não ser o segurado da apó-lice, mas apenas o novo propri-etário de um bem que não estámais segurado por ela.

Mesmo no seguro de vida oque está segurado não é o pró-prio segurado, mas a sua morteou a sua invalidez permanente.Assim, conceitualmente, aindaque a indenização decorra deum evento que atinja o segura-do, esta condição não se con-funde com o objeto do seguro,que pode ser um bem de suapropriedade ou a sua vida.

A regra geral do Código Ci-vil determina que apenas o se-gurado pode pleitear e receberindenização por sinistro daseguradora. Todavia, esta dis-posição não é absoluta e im-peditiva de outra solução de pa-gamento, havendo a possibili-dade, dentro de determinadascircunstâncias, de que a inde-nização venha a ser paga paraoutra pessoa. É o caso do segurode vida, quando o pagamento éfeito em função da morte. Éóbvio que o morto não podereceber a indenização, então elaé paga aos beneficiários da apó-lice ou, na ausência deles, aosherdeiros legais. É também ocaso das apólices que por algu-ma razão garantam direito deterceiro sob responsabilidade dosegurado. Elas podem ter cláu-sula adicional, determinando opagamento da indenização aotitular deste direito, como acon-tece regularmente em segurosgarantindo imóveis alugados, ouveículos alienados. B

Horizontais VerticaisSoluções das Cruzadas

B

1) Tocaieiro; 2) Rio; Reparo; 3) Atro;Gesto; 4) Minar; AO; 5) Averbar; DT; 6)At; Valor; 7) Ata; Taxa; 8) ID; Rana; II;9) Tarear; Par.

1) Trama; OIT; 2) Oitiva; Da; 3)Corneta; 4) OAR; TRE; 5) IR; RB; AAA;6) EEG; Av.; NR; 7) Ipê; Rata; 8) Rasa;Lá; 9)Ortodoxia; 10)OO; Trair.

PREVIDÊNCIA PRIVADA/APOSENTADORIA

Primeira Turma do STJ ne-gou pedido de BSMF e ou-

tros para que fossem isentos depagar o Imposto de Renda (IR)referente à migração de planode Previdência privada.

BSMF e outros entraram commandado de segurança contraato do delegado da Receita Fe-deral de Belo Horizonte (MG),que confirmou a incidência doIR sobre os valores recebidosde entidade de previdência pri-vada decorrentes de acordo fir-mado com a empregadora, aCaixa Econômica Federal, paraviabilizar a migração do planooriginal de benefício comple-mentar para o da Fundação dosEconomiários Federais (Funcef),instituição de previdência fecha-da dos funcionários da Caixa.

IR sobre migração de planoA

Eles pediam que fossem isentosda tributação e o juiz de primeirograu acolheu o pedido.

A Funcef e a Fazenda Nacio-nal apelaram e a segunda ins-tância reformou a sentença.BSMF e outros recorreram aoSTJ alegando que a incidênciado IR era indevida, já que asparcelas tinham caráter indeni-zatório. O argumento foi rejeita-do. Segundo o ministro-relator,José Delgado, apesar de asverbas em discussão teremsido pagas por meio de entida-de de previdência privada, sãoprovenientes de depósitostransferidos ao fundo exclusiva-mente pela Caixa, sujeitas à in-cidência do IR, e não gozam osbenefícios da Lei n.7.713/88.(RESP 908914). B

cobrança de parcelas decomplementação de apo-

sentadoria pela Previdênciaprivada prescreve em cincoanos. Com esse entendimento,a Quarta Turma do STJ deso-brigou a Associação dos Fun-cionários do Banco da Provín-cia do Estado do Rio Grandedo Sul de pagar a um associa-do aposentado como comple-mentação de aposentadoria osaumentos concedidos entre1989 e 1995.

O TJ-RS havia entendidoque a prescrição da ação era

Prescrição de ação de cobrançade 20 anos e que o associadoaposentado teria direito aos au-mentos concedidos em 1989,1991, 1992 e 1995, bem comoàs diferenças relativas à Gratifi-cação Especial de Função (GEF)recebida pelos servidores ematividade. A associação recor-reu ao STJ alegando que aprescrição é qüinqüenal e nãovintenária e que a GEF é umaparcela indenizatória e não sa-larial, não sendo prevista nosestatutos como complementá-veis. Os argumentos foram aco-lhidos. (RESP 439374). B

A

verba paga pela empresaaos funcionários durante

os 15 primeiros dias de afasta-mento do trabalho por motivode doença ou licença materni-dade não tem natureza salarialpelo fato de não ter contrapres-tação de serviço e, por isso,não deve ter desconto de con-tribuição à Previdência Social.O entendimento unânime é daPrimeira Turma do STJ ao aca-tar recurso de uma empresa doParaná contra decisão do TRFda 4ª Região, que a havia con-denado a pagar a contribuição.

A empresa alegava que o tri-

Afastamento inicialbuto sobre auxílio-doença e salá-rio-maternidade era ilegal. A pri-meira instância reconheceu anão-obrigação de recolher contri-buição sobre tais valores. As par-tes recorreram à segunda instân-cia, que acatou apenas o recursoda União e condenou a empresaa quitar a contribuição sob o en-tendimento de que "seria incontro-versa a natureza salarial do auxí-lio-doença e do salário-materni-dade até o 15º dia de afastamentodo trabalhador, razão pela qualdeveria incidir o tributo". No STJ, aempresa conseguiu reformar asentença. (RESP 951623). B

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 11NOVEMBRO DE 2007

CURSOS/SEMINÁRIOS

AUDITORIA AMBIENTAL — O Ca-nal Executivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo) pro-move dias 13 e 14 de dezembroo treinamento sobre AuditoriaAmbiental no Financiamento deProjetos, com o consultor JoelBastos. Informações pelo telefo-ne (0xx11) 3079-9910.

DIREITO AMBIENTAL — A Funda-ção SOS Mata Atlântica minis-tra até o dia 14, às segundas equartas feiras, das 19 às 22 ho-ras, o curso "Direito Ambientalao alcance de todos", com asadvogadas Elci Maria CamargoSantos, Selene Yuasa e BeatrizCarrozza. Informações pelo te-lefone (0xx11) 3055-7888 [email protected]

GESTÃO — O Informa GroupLatin America promove dias 22e 23, das 9 às 18horas, no Cen-tro de Convenções da Amcham,em São Paulo, o 1° Legal IT Fó-rum Brasil, que apresentará oque há de mais avançado emsoluções, tecnologia e metodo-logia para gestão de escritóriode Advocacia e DepartamentosJurídicos. Informações pelo telefone(0xx11) 3017-6808 ou www.legalitforum.com

PASSIVO TRABALHISTA — O Ca-nal Executivo (Rua Adolfo Taba-cow, 144, Itaim, São Paulo),promove dia 9 o seminário "Pre-venção de Demandas e Gestãodo Passivo Trabalhista", com

representantes do Peixoto eCury Advogados, Peugeot/Citro-en do Brasil, Mihelin, Gerpass eZF do Brasil. Informações pelotelefone (0xx11) 3079-9910.

PREVIDÊNCIA SOCIAL — A Verba-net Legislação Empresarial In-formatizada promove dia 8, das8h30 às 17h30, na Rua CorreiaDias, 184, 3° (Paraíso, São Pau-lo), o curso "O Setor Público e aResponsabilidade Solidária pe-rante à Previdência Social", como advogado Mariano Carneiro. In-formações pelo telefone (0xx11)3274-1772 ou verbanet [email protected] B

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Supremo Tri-bunal Fede-ral decidiuque as gre-ves do funcio-

nalismo devem seguir aLei 7.783, de 1989, eser regidas pelas mes-mas normas do setorprivado. Com isso, osgovernos têm garan-tido o direito de cor-tar o ponto dos funci-onários e reduzir o saláriono valor correspondenteaos dias parados. Os servi-dores grevistas do PoderJudiciário do Estado de SãoPaulo que participaram domovimento de 2004 senti-ram os efeitos da decisãomesmo antes de ela tersido implantada, já que emjulgamento realizado nodia 27 de setembro a SextaTurma do STJ acatou re-curso da Associação dosServidores do Poder Judici-ário de São Paulo e deter-minou que os trabalhado-

Grevistas têm de compensar

res compensem o períododa paralisação para nãoterem os dias descontadosdo salário.

A associação recorreuao STJ pelo fato de o TJ-SP ter determinado o des-conto do tempo não-traba-lhado por conta da paralisa-ção, iniciada em 29/6/2004 e terminada em 27/9/2004. Na época, para quea greve terminasse o TJ-SPeditou resolução estabele-cendo que as faltas seriamdescontadas e que não po-deriam ser compensadas

com o saldo de bancos dehoras, abono ou qualqueroutro tipo de benefício.

No recurso ao STJ, a as-sociação sustentou que "aresolução só poderia viger

a partir da data depublicação, razão pelaqual somente as fal-tas posteriores a 26/

8/2004 poderiam serdescontadas". Os mi-

nistros acataram o recur-so e determinaram a res-tituição dos descontos atéa publicação da resolução,bem como negaram a apli-cação de qualquer medidapunitiva referente ao período.Segundo a ministra-relato-ra, Maria Thereza de AssisMoura, "a compensação érazoável pois garante o di-reito do servidor de fazer agreve "assim como asse-gura o direito da Adminis-tração, que pagou o salárioe tem direito de exigir osdias trabalhados". (RMS21360). B

O

m comemoração ao 34º ani-versário de formatura, a

Turma de 1973 ("Professor Al-fredo Cecílio Lopes") da Facul-dade de Direito Mackenzie rea-lizará, no dia 10, a partir das 13horas, no Veridiana Higienópo-lis (Rua Dona Veridiana, 661), a19ª Fejeba — Feijoada do Jere-ba. Informações e adesões comJeremias Alves Pereira Filho(0xx11) 5573-9119 jeremias@jeremias adv.com.br; WandaMaria Costa Gomes Unti (0xx11)3887-3306 ou [email protected] e Ricardo Freire Loschi-avo (0xx11) 3285-2066 ou [email protected] B

19ª Fejeba

E

FORMATURA

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO12 NOVEMBRO DE 2007

DIREITO TRIBUTÁRIO

em a Suprema Corte,nos últimos tempos,atalhado a constan-te violação do Códi-go Tributário Nacio-

nal pelas autoridades fiscais noque concerne ao lapso prescrici-onal aplicável às contribuiçõesprevidenciárias.

Ainda recentemente em duasdecisões monocráticas — e a de-cisão monocrática comumente éproferida sempre que a matériajá está pacificada na SupremaCorte, a fim de não sobrecarregaros demais ministros em decisõescolegiadas — o ministro MarcoAurélio reiterou o prazo qüinqüe-nal para a prescrição das contri-buições previdenciárias.

Já no Recurso Extraordinárionº 138.284.8-4, por unanimida-de, o plenário do STF decidiranesse sentido, tendo o relatorassim justificado seu voto (mi-nistro Carlos Mário Velloso):"Todas as contribuições, semexceção, sujeitam-se à lei com-plementar de normas gerais,assim ao CTN (artigo 146, III,ex vi do disposto no artigo 149).Isto não quer dizer que a insti-tuição dessas contribuições exi-ge lei complementar: porquenão são impostos, não há a exi-gência no sentido de que os seusfatos geradores, bases de cálcu-lo e contribuintes estejam defi-nidos na lei complementar (ar-tigo 146, III, "a"). A questão daprescrição e da decadência,entretanto, parece-me pacifica-da. É que tais institutos são pró-prios da lei complementar denormas gerais (artigo 146, III,"b"). Quer dizer, os prazos dedecadência e de prescrição ins-critos na lei complementar de

Contribuições sociais e prazos de decadência e prescriçãoIVES GANDRA DA SILVA

MARTINS*

normas gerais (CTN) são aplicá-veis, agora, por expressa previ-são constitucional, às contribui-ções parafiscais (CF, artigo 146,III, "b"; artigo 149).

E o ministro Marco Aurélio,recentemente, ao negar segui-mento a recurso extraordináriodo INSS, reproduziu idênticosfundamentos.

Como se percebe, de longadata, a matéria é mansa e pa-cífica no pretório excelso, nãose compreendendo o melancó-lico esforço de a Receita Fede-ral continuar a insistir no pra-zo de 10 anos.

Em 12/9/2007, inclusive, oplenário do STF sustou a subi-da de todos os agravos de ins-trumento e recursos extraordi-nários versando sobre a maté-ria, objetivando dar tratamen-to definitivo sobre a avalanchede recursos sobre temas já deci-didos pelo pretório excelso.

Outro dia, ao ministrar pales-tra no Tribunal Regional da 3ªRegião para juízes federais, lem-brei que a responsabilidade ob-jetiva do Estado por lesão que seusagentes, no exercício de suasfunções, causem ao cidadão,deve refletir, necessariamente ede forma imprescritível, sobreaquele que a tiver causado, agin-do com dolo ou culpa, por força

dos §§ 6º e 5º do artigo 37 da CF,este último assim redigido: "A leiestabelecerá os prazos de prescri-ção para ilícitos praticados porqualquer agente, servidor ou não,que causem prejuízos ao Erário,ressalvados as respectivas açõesde ressarcimento."

Sustentei, na oportunidade,que a imprescritibilidade daação de regresso (ressarcimen-to) contra o agente foi bempensada pelo constituinte, vis-to que tais processos só pode-rão ser ajuizados após haver oEstado reparado o dano causa-do ao particular. Desta forma,mesmo após ter deixado o ser-viço público e até a morte, oagente público restará sujeito aressarcir o Estado dos prejuízosa que deu causa.

No que diz respeito à pres-crição e à decadência, em queas autoridades administrativasinsistem em desrespeitar a ori-entação da Suprema Corte, aculpa está caracterizada, vistoque não podem desconhecer aorientação da máxima instân-cia, desde 1992.

No Brasil, os contribuintes,certamente por temor reverenci-al, não têm o hábito de responsa-bilizar o Estado pelos prejuízosque experimentam, em virtudede leis inconstitucionais ou deexigências abusivas do Fisco. Nodia em que começarem a fazê-loe que a sociedade passar a utili-zar os meios existentes para com-pelir o Estado — mediante açõespopulares, ações civis públicas,ações de improbidade adminis-trativa — a exercer o direito deregresso, certamente acabarão osabusos, pois o servidor públicopensará duas vezes antes de to-mar medidas excessivas, pelasquais responderá com seu patri-mônio até a morte.

Exatamente para que, nofuturo, tal não venha a ocorrer,valeria a pena que os eminentesresponsáveis pela política tribu-tária no País e seus executoresestivessem mais atentos à orien-tação jurisprudencial da EgrégiaCorte, submetendo-se àquiloque os magistrados supremosdecidem, em consonância comoo disposto no artigo 2º da Cons-tituição, segundo o qual os Po-deres da República devem atuarde forma harmônica. B

T

*Advogado e professor.

s empresas que desenvol-vem atividades distintas se-

guem regras tributárias diferen-tes. O entendimento é da Se-gunda Turma do STJ ao negarrecurso do Estado do Rio de Ja-neiro, que pretendia reformardecisão do TJ-RJ, que haviagarantido à Promptel Comuni-cações S.A. Serviços de Radio-Chamada e Comercialização eLocação de Pagers a reduçãoda base de cálculo do ICMS.

De acordo com os magistra-dos do TJ-RJ, o benefício da re-dução estava previsto em convê-nio e deveria ser aplicado so-mente para os serviços de radio-chamada da Promptel. Insatisfei-to, o Estado recorreu ao STJ ale-

Regras diferentesgando que a decisão anterior vi-olaria as regras do convênio doICMS pelo fato de a empresa, aooptar pela redução da base decálculo, não poder aproveitarcréditos fiscais, relativos ao servi-ço de radiochamada ou qual-quer outro oriundo do ICMS.

Segundo a ministra-relatora,Eliana Calmon, o convênio foielaborado com o objetivo depermitir aos Estados e ao Distri-to Federal a redução da basede cálculo do ICMS somentenas prestações de serviços deradiochamada. Para ela, aocontrário da afirmação do Esta-do, a regulamentação não proí-be a utilização de créditos deICMS. (RESP 805795). B

A

Conciliação"Parabéns pela reportagem

'Juízo Auxiliar acelera concilia-ção' veiculada nesse prestigio-so jornal 'Tribuna do Direito', nº174, outubro de 2007, página 25.Pela oportunidade da matéria emapreço, gostaríamos de sugerirao prezado diretor uma reporta-gem sobre o Setor de Concilia-ção em 2º Grau de Jurisdição doTribunal de Justiça do Estado deSão Paulo, cujo objetivo principalé a solução não adversarial dosconflitos de interesses entre osjurisdicionados, através de transa-ções judiciais homologadas pelopresidente da seção de DireitoPrivado do Tribunal de Justiça doEstado de São Paulo, onde nãofalta a rigorosa e indispensávelpresença e assistência dos advo-gados dos conciliandos, que, emúltima análise, são conosco soli-dários constitucionalmente na res-ponsabilidade da administraçãoda Justiça." João Carlos de AraujoCintra, advogado, São Paulo.

�Despesas condominiais

"Obrigado pela vinculação dematéria de nossa autoria no jor-nal 'Tribuna do Direito' , às folhas12. Senti-me profundamentehonrado com a publicação e comas congratulações de colegas eclientes, até porque, pasme osenhor, soube primeiro por inter-médio destes da publicação.Espero continuar colaborando noque puder e parabenizo o jornalpela oportunidade de jovens ad-vogados como eu poderem exporseus pensamentos e opiniõesneste tão prestigiado periódico."Alexandre Augusto F. M. Marques,advogado, São Paulo.

�Vergonha!?

"Como leitor assíduo do jor-nal li com atenção o artigo 'Ver-gonha!?' (N.da R. ‘Da Redação’,autoria de Fran Augusti) editadona página 3 do n° 174. Queroenviar os parabéns pelo ali con-tido, principalmente porque te-nho certeza absoluta que aindatemos muita gente interessadanum Brasil melhor para todos.Por outro lado, é por isso que sefala que este País não tem jeito.Todavia, acredito que algumacoisa pode ser feita em caráterurgente. Na minha opinião duasgrandes entidades brasileiraspoderiam tomar a iniciativa deexigir das autoridades compe-tentes maior rigor no combatea tudo o que vem acontecendode anormal no País. A primeiraseria a OAB, que no meu enten-der é um gigante adormecido,tem muito poder e muita influ-ência na sociedade; a segun-da seria a Igreja católica, a qualuma vez ou outra lança ummanifesto que geralmente épublicado na quarta ou nonapágina dos jornais e acaba noesquecimento. Como advoga-do militante há mais de 30 anosacredito que a OAB poderia ini-ciar um movimento, partindo deSão Paulo, que sem dúvida é oEstado que tem melhores con-dições para este fim, e se es-tender por todo o Brasil no sen-tido de que já chegamos ao fun-do do poço e alguma coisa pre-cisa ser feita antes que sejatarde demais, principalmentepensando nos nossos filhos,nossos netos e em toda essajuventude que merece dias me-lhores." Afonso Carlos Zelli, ad-vogado, São Paulo. B

DOS LEITORES-2

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 13NOVEMBRO DE 2007

Gente DO DIREITO, por Fernanda Sal

Fábio Ulhoa Coelho e Alberto Xavierentre os “mais

admirados do Direito”

Os dois últimos meses foram agitadosno meio jurídico com a publicação dapesquisa da Análise Editorial sobre os"Mais Admirados do Direito". Entre osprofissionais destacados como "osmais admirados" estão Fábio UlhoaCoelho (esq.), do escritório homônimo,e Alberto Xavier (dir.), do Xavier,Bernardes, BragançaSociedade de Advogados.Fábio Ulhoa Coelho, 48 anos,paulistano, tem saudades do tempoque brincava com os irmãos naAvenida Juscelino Kubitschek quandoali ainda existia o córrego do Sapateiro.Sempre viveu em São Paulo e uma desuas frustrações é a de não terestudado nem morado no exterior. Isso,entretanto, não impediu que tivesse umbom desempenho profissional. Com 26anos de profissão (graduou-se em1981 pela PUC-SP) e nove anos deescritório próprio é um dos advogadosmais admirados do Brasil.Ulhoa Coelho escolheu Direito porafinidade com a profissão. Na época, oboom profissional era Engenharia, jáque os estudantes queriam aproveitar o"milagre econômico". A vontade deatuar na área de Humanas, porém, foimaior e, seguindo a influência do pai, oadvogado Geraldo Castro de UlhoaCoelho, decidiu-se por Direito.No primeiro ano de faculdade Ulhoa

Coelho trabalhava em umcursinho preparatório paravestibular corrigindo os"simulados". Estagiou noescritório de Advocacia dopai e no DepartamentoJudicial da Prefeitura deSão Paulo. No anoseguinte a formatura foiaprovado no concursopara procurador municipal.Acumulou a Procuradoriacom as aulas queministrava como professor-assistente de Filosofia doDireito na PUC-SP. Naépoca, abriu um pequenoescritório de Advocaciacom um colega de faculdade, maspercebeu que não conseguiriadesenvolver um bom trabalhoacumulando as três atividades.Abriu mão do escritório e passou adedicar-se somente à Procuradoria eàs aulas. Mas Ulhoa Coelho tinhaplanos de voltar a advogar e foi o quefez em 1998, quando pediu demissãodo cargo público e fundou o FábioUlhoa Coelho Advogados Associados,formado por ele e por uma assistente eque ele chama de "butique". "É umabanca pequena e será sempre assim",explica dizendo que a principalqualidade do escritório é a de atender

pessoalmente osclientes. Continualecionando e tambémescreve livros jurídicos.Apesar da dedicação aoescritório, das aulas naPUC-SP e dos livros quepublica, nunca assumecompromissos quepossam interferir no"bom andamento da vidapessoal". Reserva osfinais de semana para afilha e para a pintura.Intitula-se como "umbicho urbano", já queprefere grandes cidades.Entre as próximas da

lista estão Istambul (Turquia),Jerusalém (Israel), São Petersburgo(Rússia) e Pequim (China).Já Alberto Xavier, 65 anos, português,nascido em Lisboa, onde se formou emDireito em 1965, optou pela profissãopor influência do avô, também AlbertoXavier, "ilustre jurisconsulto e homemde letras". No ano seguinte à formatura,matriculou-se no curso complementarde Ciências Político-Econômicas,também na Faculdade de Direito deLisboa, que concluiu em 1967.O primeiro emprego de Xavier foi comoassistente da Faculdade de Direito.Logo depois trabalhou no Centro de

Estudos Fiscais do Ministério dasFinanças. Em 1974 foi convidado parasecretário de Estado em Portugal,cargo equivalente ao de vice-ministroem outros países. No mesmo anomudou-se para o Brasil. Inicialmentemorou seis anos em São Paulo;depois, fixou residência no Rio deJaneiro. Em 1995 fundou o Xavier,Bernardes, Bragança Sociedade deAdvogados. A idéia de montar umabanca nasceu da existência deafinidades pessoais e profissionaisentre um grupo de advogados quetrabalhava no escritório Castro Barros.A sociedade deu certo e cresceu. Hojepossui escritórios no Riode Janeiro (RJ), Brasília (DF),Florianópolis (SC), SãoPaulo (SP) e Lisboa.Alberto Xavier diz gostar de escrever.É autor de Al-Gharb 1146 (EditoraForense), um romance passado emPortugal no tempo da presençamuçulmana. E afirma ter umacoletânea de contos, ainda nãopublicada, "sob a forma de diálogoentre doidos cultos". Recentementeterminou uma antologia de textos doescritor Marcel Proust. Considera-seum sonhador, principalmente quandoescreve. Separado, Xavier tem trêsfilhos: os advogados Leonor eGonçalo e a socióloga Maria. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO14 NOVEMBRO DE 2007

POR PERCIVAL DE SOUZA (Especial para o “Tribuna”)

HIC NUNCET

P

Estado-matador

COMUNICAÇÕES

necessário diploma eregistro no Ministériodo Trabalho para oexercício da profissãode jornalista. Com esse

entendimento, a Terceira Turmado TST não reconheceu o vínculode uma ex-empregada da produ-tora X-Virtual S.A..

A empregada foi admitida emabril de 2002 como jornalista,sem anotação na carteira detrabalho, recebendo os salárioscontra emissão de nota fiscal,embora não possuísse empresaou inscrição como autônoma. Opagamento era feito por meiode uma segunda empresa, pro-cedimento adotado também poroutros empregados. Em feverei-ro de 2004, a produtora deixoude pagar os salários alegandodificuldade financeira. A funcio-nária entrou com pedido de re-conhecimento de vínculo comojornalista, a aplicação de reajus-tes salariais referentes à catego-ria, horas extras além da quintadiária, indenização por danosmorais pelo uso indevido daimagem em material promocio-nal e rescisão indireta do con-trato de trabalho. Alegou queatuava como repórter e editora eera responsável pelo roteiro deprogramas de viagem veicula-dos na "Net", operadora de TV acabo, da redação à edição final,passando pelas demais etapasde produção. A produtora con-testou alegando que a emprega-da era "mera prestadora de ser-viços" e que não havia juntadoaos autos a carteira profissionalregistrada no Ministério do Tra-balho e exigida pela FederaçãoNacional dos Jornalistas para oexercício da profissão. O juiz deprimeiro grau converteu o julga-mento em diligência e concedeu48 horas para que a trabalhado-ra juntasse aos autos cópia dodiploma de curso superior e ocomprovante do registro no Mi-nistério do Trabalho. Ela incluiuapenas o histórico escolar, coma data de conclusão do curso eda colação de grau, e a informa-ção de que, embora tivesse con-cluído o curso em 2002, a uni-versidade não havia providenci-ado a emissão do diploma noMEC. Diante disso, o pedido daempregada foi rejeitado e a de-cisão mantida na segunda ins-tância.

No TST, a empregada alegouque o Decreto-Lei nº 972/69, queregulamenta a função de jornalis-ta, seria inconstitucional, pois cer-cearia a liberdade "de expressãoda atividade intelectual, artística,científica e de comunicação, inde-pendentemente de censura ou li-cença". O argumento foi rejeitado.Segundo o ministro-relator, Car-los Alberto, é obrigatório o registroprévio no Ministério do Trabalhoe o diploma para reconhecer acondição de jornalista. (RR 1150/2004-051-02-00.4). B

Diploma e registroÉ

m dos mais notáveis edito-res-chefes do "New York Ti-

mes" dizia aos seus "focas" (jor-nalistas principiantes): "Redigiruma reportagem é a coisa maissimples do mundo, pensem queestão escrevendo uma carta parasua mãe, sua namorada, um ami-go." É a lição a que Mino Carta sereporta, acrescentando: "Jornalis-mo não é ciência; na melhor dashipóteses poder ser arte." ("CartaCapital", 7/11/01, pág. 26).

A forma simples e natural deescrever talvez seja a pedra detoque da receita para o jorna-lista verdadeiro.

Gay Talese, o mais festejadojornalista contemporâneo dosEstados Unidos, revolucionou aarte de escrever naquele país,com reflexos em todo o mapa-múndi. Pode-se dizer: antes dele,depois dele.No caleidoscópio desua pauta, em que consta suabusca de informações em assun-tos diversos, como esporte, sexo,política e comportamento, Tale-se confessa que 80% das pesqui-sas vão para o cesto, mas os 20%são o suficiente, e valem a pena.

Ele nos fala em arte e suor.Mozart, gênio da música eru-

dita, afirmava que o talento e ainspiração valiam 10%; os ou-tros 90% eram o esforço.

Entre nós, neste Sul do Equa-dor onde parece mesmo que nãoexiste pecado, o jornalista Perci-val de Souza, na crônica policial,segue os passos de Gay Talese. Éum mágico da palavra. Seu fluxotextual, seu código lingüístico fi-zeram com que subisse no lugarmais alto do pódio entre os jorna-listas pautados para o jornalismoinvestigativo. Na sua lapela estãoquatro Prêmios Esso de Jornalis-mo e, na prateleira dos leitores,cerca de dez obras, entre as quaisA Prisão, O Prisioneiro da Grade deFerro, Society Cocaína, Crime da

Compromissocom a palavra

JOSÉ FERNANDO ROCHA*

"A informação é um bem culturalúnico, revolucionário e econômico."

Simon Nora

Rua Cuba, Eu, Cabo Anselmo, e agrande obra Autópsia do Medo.

Os fenômenos da realidadecriminal servem de contra facena escrita de Percival, comoreflexos no espelho.

Na medula de seus textosencontra-se o compromisso jor-nalístico da verdade e da inde-pendência, e a vontade pétrea detentar mudar a vida e o mundopara melhor: "(...) mais brio paraacometer, mais alento no perse-verar, mais destreza no ferir,mais astúcia no derrubar (...)."(D. Quixote de la Mancha).

Percival é um engenhoso fi-dalgo do jornalismo brasileiro.Seus textos são notáveis não sópela destreza e elegância daforma, mas também pela pro-fundeza do tema que encerra.

O conhecimento, dizia Aris-tóteles, começa com o espanto.Cada vez que me debruço so-bre a escrita de Percival de Sou-za aprendo algo e, também, meemociono, já que a existênciahumana é feita de indisciplina-dos momentos de emoção,como disse T. S. Eliot. Também,e a todos os títulos, Percival comseus trabalhos enriquece o pa-trimônio moral de seus leitores.Ele é o Gay Talese brasileiro.

E, como Gay Talese é inspira-dor de tantos jornalistas, o tra-jeto de Percival de Souza deveinspirar muitos dos que militamno jornalismo investigativo po-licial em nosso País. B

*Advogado.

U

Silêncio dos inocentes

A propósito, desabafa o de-sembargador Sebastião LuizAmorim, presidente da Associa-ção Paulista de Magistrados:"Josenildo (13 anos) e Francisco(14) foram vítimas de um custodi-ado do Estado. Ou seja, forammortos por alguém que já come-tera delitos de altíssima periculo-sidade e que, como macabra-mente comprovado, ainda ofere-cia enormes riscos à comunida-de. Pelo desfecho, não há comonegar: é claro que uma ou mui-tas coisas não funcionaram (...)É preciso explicar aos pais etambém a um País inteiro, queclama incessantemente por paz,o significado do direito e da Jus-tiça à luz de situações que ultra-passam todos os limites moraisda humanidade."

Jobim de farda

O coronel do Exército CíceroNovo Fornari não gostou de vero ministro da Defesa, Nelson Jo-bim, com o uniforme verde-olivada Força Terrestre no Haiti. Re-presentou ao Ministério PúblicoFederal dizendo que o figurinoera "indevido". O procurador-ge-ral, Antonio Fernando de Souza,que já descascou abacaxisbem mais amargos, arquivou."Sendo o ministro o chefe dasForças Armadas, é descabida apretensão do ora representante,uma vez que aquele não podefigurar como agente ativo do cri-me de uso indevido de uniformemilitar (artigo 172, Código PenalMilitar)", declarou. Jobim podecontinuar se disfarçando de sol-dado, sem problemas. A ele-gância não é prevista no código.

odem falar o que quiserem: os meninos estão mortos. Os doispequenos irmãos, vítimas de atentado violento ao pudor, rece-

bendo golpes com instrumento pérfuro-contuso até a morte, foramamarrados e brutalmente assassinados na Serra da Cantareira. Omatador, que atende pelo sobrenome de Rosário, deveria — pelomesmo tipo de crime praticado anteriormente — ficar recluso até2018. Tido como semi-imputável, foi transferido de Taubaté para umhospital psiquiátrico em Franco da Rocha. Avais psiquiátricos e judi-ciais permitiram a ele a inclusão num certo programa de "desinterna-ção progressiva". Era considerado perigoso de segunda a sexta, fica-va "normal" aos sábados e domingos. Às segundas, voltava a serfronteiriço, retornando sozinho ao hospital. Os crimes tinham álibisperfeitos: o autor estava internado. Muito difícil inserir esse critério nacriminogênese. A Vara das Execuções Criminais revogou o absurdo.Outros meninos não morreram, mas foram vítimas de abuso. O Con-selho Regional de Medicina fez críticas ásperas ao sistema. O Esta-do matou os meninos, indefesos diante do algoz e da irresponsabili-dade técnico-legal. Para o Estado-matador não há culpados.

Justiça na tela

A diretora de cinema MariaAugusta Ramos produziu o docu-mentário "Justiça" sobre o traba-lho de juízes, promotores e advo-gados e agradou. Agora ela fez"Juízo", voltado para os adoles-centes infratores e suas peregri-nações. O título sugere a falta dejuízo da sociedade, que emborao recomende para seus filhos,não costuma praticá-lo. O filmenão fará sucesso como "Tropa deElite". Mais vale conferir.

Unificação policial

Antonio Carlos Biscaia, ex-procurador-geral de Justiça noRio de Janeiro e agora secretá-rio nacional de Segurança, per-gunta "por que a PM prende etem que ficar o dia inteiro espe-rando a Polícia Civil lavrar o fla-grante? Tem que ampliar aspossibilidades. É um tema paradiscussão em profundidade so-bre o que é melhor para a soci-edade”. No governo federal, umprocurador responde pela segu-rança pública e um delegado(Romeu Tuma Junior) pela se-cretaria nacional de Justiça.Que tal inverter?

Bacharel baixo nível

Último exame da OAB no Rioaprovou apenas 33,47% doscandidatos na 1ª fase. Em 21das 30 faculdades, o índice deaprovação ficou abaixo de 10%.O secretário de Educação Supe-rior do Ministério da Educação,Ronaldo Mota, considerou osíndices "desastrosos". B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 15NOVEMBRO DE 2007

AASP-2

“O grande desafio é inovar sempre”

Tribuna do Direito —Qual o peso da AASP dentroda comunidade jurídica?

Sérgio Pinheiro Mar-çal — A AASP é uma asso-ciação com mais de 60anos de existência, temmais de 82 mil associadose um grande prestígio nacomunidade jurídica, prin-cipalmente em São Paulo,em decorrência dos servi-ços que presta e da forteatuação institucional paraamparar o associado. Essereconhecimento decorredos bons serviços prestadosem todas as áreas em queatua, destacando-se a áreade recortes, a cultural, ainstitucional em defesa dasprerrogativas do advogado.Também estamos semprelançando novos produtos ebuscando facilitar o dia-a-diado exercício profissional,com a intenção de estar navanguarda, mas mantendoos princípios construídos pe-las administrações anterio-res.

Tribuna — Quais osprincipais desafios en-frentados nesta gestão?

Sérgio — O grande de-safio é inovar sempre. Oque tenho procurado nesteano de gestão, junto com oConselho e a diretoria, éampliar os serviços ofereci-

dos aos associados e abrirnovos caminhos para a en-tidade. Embora a AASP te-nha todo esse reconheci-mento e toda essa tradição,não podemos ficar parados.Precisamos, a cada dia,reinventar a entidade, apri-morar o que já existe e criarnovos produtos e serviços. AAASP é uma entidade deponta que trabalha com oque existe de mais moder-no em termos de gestão etecnologia da informação.Um dos grandes desafiosfoi a transição do "DiárioOficial" editado pela Im-prensa Oficial para o meioeletrônico, divulgado pelostribunais na internet. Essefoi um momento histórico,porque durante 64 anostrabalhamos tendo o meiofísico como referência,muito embora a AASP jáse valesse de bancos digi-tais de dados. Este ano, coma entrada da Lei 11.419/

06, alguns tribunais tor-naram disponível o "Diá-rio Oficial Eletrônico" emseus sites, rompendo o re-lacionamento com a Im-prensa Oficial e mudandoa base de dados disponível.Passamos por tudo isso deforma muito tranqüila. Fi-zemos convênios com oTJ-SP, com o TRT da 2ªRegião e com outros tribu-nais e continuamos a pres-tar um excelente serviçoaos associados, que nemsequer perceberam a mu-dança e toda a movimen-tação. Outro desafio foilançar novos produtos eter criatividade para en-xergar as demandas dosassociados.

Tribuna — Quais os no-vos serviços e produtosimplementados este ano?

Sérgio — Para citarapenas os mais visíveis,logo no início deste ano ti-

vemos o lançamento daCertificação Digital, quevinha sendo trabalhadapelas diretorias anterio-res. Ampliamos também otrabalho da Ouvidoria, ouseja, transformamos aOuvidoria em um canal decomunicação com o asso-ciado. Não só para o associ-ado falar do relacionamen-to dele com a AASP, mastambém com os juízes,com o Judiciário, permi-tindo, assim, que a AASPatue em sua defesa. ODepartamento Culturalpassou a oferecer cursospela internet. Ampliamosa rede de cursos telepre-senciais, com a colocaçãode novos pontos e de ante-nas em outras cidades.Esta era uma antiga rei-vindicação do interior eprocuramos atender. Im-plementamos também obanco de jurisprudência,que na verdade é nossa

"menina dos olhos". É umserviço importante para oassociado, para o plenoexercício da Advocacia. Ajurisprudência on line foilançada em setembro. Éum banco de dados quepermite aos associadosconsultar on line a juris-prudência de inúmerostribunais do País. Isso de-corre de diversos convêni-os que estamos firmando ea intenção é um dia tertoda a jurisprudência, detodos os tribunais, dispo-nível em um só banco. Ti-vemos também o lança-mento do clipping da AASP,um produto altamenteatrativo, porque oferece aosassociados informações ju-rídicas diárias dos princi-pais jornais. E temos ou-tros projetos em andamen-to, como o desenvolvimentoda biblioteca: o propósito éque o associado tenhaacesso virtual à biblioteca.Esse projeto deve tomar aatenção da diretoria nopróximo ano, mas já estáiniciado.

Tribuna — Durantesua gestão como foi o re-lacionamento com o TJ-SP e com os tribunais su-periores?

Sérgio — A AASP temum convívio leal com o Po-der Judiciário e este anoencontramos um ambien-te muito favorável no TJ-SP. Tanto o presidente, de-sembargador Celso Limon-gi, como o corregedor, de-sembargador Gilberto Pas-sos de Freitas, nos atende-ram sempre de forma aten-ciosa e efetiva. Vários plei-tos da associação foramatendidos. Da mesma for-ma, cito outros tribunais,como o TRT da 2ª Região eo da 15ª Região, cujos

OEduardo Grigaitis

presidente da Associação dos Advogados de São Pau-lo (AASP) Sérgio Pinheiro Marçal encerra em dezem-bro seu mandato à frente da entidade lembrando queapesar de todas as iniciativas adotadas este ano —entre elas a divulgação do "Diário Oficial" eletroni-

camente, a ampliação do trabalho da Ouvidoria, a criação da ju-risprudência on line e do clipping — e de ver o trabalho reconhe-

cido, não se pode "ficar parado". Destaca que uma das priorida-des da próxima gestão deverá ser o acesso virtual à bibliotecada associação. Sérgio Pinheiro Marçal faz questão de ressaltaro bom entendimento que a AASP manteve com o TJ-SP e demaistribunais, explicando que a entidade tem de procurar expedi-entes que facilitem o dia-a-dia do advogado profissional, deixan-do claro que "o grande desafio é inovar sempre"

“Uma entidade deponta que trabalhacom o que existe de

mais moderno emtermos de gestão”

“Estamos sempre buscando facilitar o dia-a-dia do exercício profissional”

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO16 NOVEMBRO DE 2007

AASP-3

presidentes também sem-pre nos receberam muitobem e com o sério intuitode resolver as demandasda Advocacia. A atuação daAASP não é só diplomáti-ca, ou meramente proto-colar. A atuação visa aten-der e defender as prerroga-tivas dos advogados, o quemuitas vezes acaba ge-rando situações de atrito,como as que vivemos como STJ: vimo-nos compeli-dos a impetrar mandadode segurança contra a Or-dem Interna nº 01/07,editada pela ministraNancy Andrighi, que ins-tituía procedimento a sercumprido pelos advogadospara serem recebidos pelaministra. Tivemos tambémuma situação com o minis-tro Humberto Gomes de Bar-ros, na ocasião em que aassociação demonstrou suapreocupação com uma deci-são que envolvia a Advoca-cia, o que gerou uma rea-ção forte. Mas tudo isso den-tro de um clima de extremalealdade. Embora pudessehaver algum conflito mo-mentâneo, o que prevale-ceu sempre foi a lealdadeno relacionamento da AASPcom os tribunais e vice-ver-sa.

Tribuna — Qual a aná-lise sobre a participaçãoda AASP no cenário polí-tico nacional? Falta à en-tidade mais atuação nes-se campo?

Sérgio — A vocação daAASP é ser uma prestado-ra de serviços aos advoga-dos. Nasceu como umaprestadora de serviços eessa é a sua principal mis-são. Temos uma atuaçãomuito forte também naárea de defesa das prerro-gativas da Advocacia e do

interesse cotidiano do ad-vogado. A atuação políticainstitucional é algo que fa-zemos de forma reflexa, eem momentos relevantesda vida nacional. Nessescasos, a AASP jamais seomitiu e sempre partici-pou de forma bastante de-cisiva. Cito como exemploa participação da entidadeno histórico episódio daelaboração da "Carta aosBrasileiros" e no movi-mento que dali surgiu.Como este, há outros re-gistros nos arquivos daAASP que mostram a deci-siva participação da enti-dade na defesa dos inte-resses da sociedade e dacidadania.

Tribuna — Um ano àfrente da presidência nãoé pouco tempo para alcan-çar os objetivos planeja-dos e programados?

Sérgio — Não diria queé pouco, até porque essaatuação não se resume aum ano. Estou no Conse-lho da Associação há seteanos, e é o meu sexto anona diretoria. É um trabalhoque tem continuidade. Agrande sabedoria da asso-ciação está nessa formade administração que foiidealizada pelos fundado-res, ou seja, não existemrupturas, não existem ges-tões; existe, na verdade,

um trabalho contínuo queé feito pela diretoria, peloConselho, pelos funcioná-rios, mas sem que hajamarcas efetivas de deter-minadas gestões. Isso per-mite realizar muita coisa,porque o projeto na verda-de não é de um ano, ele seinicia a partir do dia emque se passa a integrar oConselho da AASP.

Tribuna — Na publica-ção "Análise da Advocacia2007 — Os mais admira-dos do Direito", o senhoré citado como um dos ad-vogados mais admiradosem duas categorias: cívele consumidor. O que o fu-turo advogado precisa sa-ber sobre Advocacia parater sucesso na carreira?

Sérgio — Não existemuito segredo. Emborahaja um mercado absolu-tamente competitivo, oprofissional vai se desta-car na carreira somentese tiver um constanteaprimoramento e uma de-dicação expressiva. O pro-fissional tem de se supe-rar. Tem que abraçar acarreira de fato, como umideal de vida, e atender ocliente da melhor formaque puder. A união de apri-moramento e dedicação éum caminho grande paraque o profissional possa sedestacar na carreira. O

fundador do meu escritóriocostumava dizer que nãoacreditava em talento,mas sim em trabalho.

Tribuna — É a falta derecursos que contribuipara a morosidade daJustiça brasileira, ou háoutros fatores?

Sérgio — A falta de re-cursos é parte do proble-ma. O TJ-SP, por exemplo,precisa de um reforço noorçamento. Parece-me quea fórmula mais adequada,e que vem dando resulta-do, é a que foi adotada noRio de Janeiro: reverter ovalor das custas como or-çamento para o próprioTJ sem a necessidade dedependência do Executivo.Assim, o tribunal passariaa ter uma receita maior,decorrente diretamenteda prestação de serviços.Isso ajudaria muito. De-fendemos que haja tam-bém um orçamento parti-cipativo, ou seja, que a co-munidade jurídica e a so-ciedade de um modo geralsejam convidadas a parti-cipar dessa formação doorçamento do TJ-SP, coma definição de prioridades.Outro ponto é que o tribu-nal ainda precisa de umchoque de gestão, que, decerto modo, tem sido bus-cado sob a presidência dodesembargador Limongi. Énecessário romper concei-tos e pensar a gerência doPoder Judiciário com baseem fundamentos da admi-nistração privada.

Tribuna — Em que me-dida instrumentos comoa repercussão geral e asúmula vinculante con-tribuíram para a celerida-de da Justiça?

Sérgio — Esses instru-mentos não vão ao cerneda questão, que é a grandedemora na prestação juris-dicional pela falta de estru-tura funcional do PoderJudiciário e legal. Taisinstrumentos foram im-plementados para criarrestrições e tentar dimi-nuir um pouco o acúmuloque hoje existe e é brutal.Poderão ser eficientes deforma tópica. Até agora, ejá faz algum tempo que es-

tão em vigor, aparente-mente não tomaram orumo certo e ainda nãohouve uma definição exa-ta da utilização dessesmecanismos. Mas, sãomecanismos que devemcontribuir para uma dimi-nuição do acervo do STF.Uma questão que incomodamuito e dificulta a vida doadvogado são as pequenasarmadilhas criadas para evi-tar que os recursos subamaos tribunais superiores, ouseja, a cada momento secria uma regra própria, al-gum mecanismo formalpara evitar a subida do re-curso. Este não é o meiomais adequado.

Tribuna — E a questãodas férias forenses?

Sérgio — É um assun-to que vem se prolongandoe, aparentemente, de for-ma desnecessária. A cadaano é reeditado um provi-mento suspendendo osprazos, mas isso não é oideal. Hoje existe um pro-jeto de lei no Senado, cujorelator é o senador PedroSimon, que aparentemen-te deve solucionar esseproblema criando oficial-mente o período de feriadode fim de ano. Ele vematender à necessidade daAdvocacia de ter um perío-do de descanso, durante oqual os prazos não corram.Temos cobrado o TJ paraque fique atento à aprova-ção do projeto de lei.

Tribuna — De que modoa AASP pode contribuirpara que os estudantes deDireito e os advogados sepreparem para enfrentaresse mercado tão compe-titivo?

Sérgio — Temos umcompromisso com o apri-moramento dos advogados eestudantes através do De-partamento Cultural. AAASP procura oferecer cur-sos de aperfeiçoamento e,muitas vezes, como nesteano, por exemplo, fizemosvários cursos gratuitos paraatender os estudantes e osadvogados mais necessita-dos. A procura tem sidoimensa. De janeiro a se-tembro, tivemos mais de15 mil participantes. B

Eduardo Grigaitis

O projeto de lei “vematender às necessida-des da Advocacia de

ter um período dedescanso”

“A vocação da AASP é ser prestadora de serviços”

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 17NOVEMBRO DE 2007

BOLETIM JURÍDICO ANO 7 - N°73

SERASA LEGALSERASA LEGALAudiência Pública debate a forma da

comunicação ao cadastradoA Serasa participou, em

16 de outubro de 2007, de au-diência pública promovida pelaComissão de Defesa do Con-sumidor da Câmara dos De-putados, agendada em razãodo Requerimento nº 59/2007,de autoria do Deputado WalterIhoshi, na qual foi amplamentedebatida a forma de envio dacomunicação prévia aos con-sumidores acerca da inclusãode anotações nos bancos dedados de proteção ao crédito.

O Superintendente Jurí-dico da Serasa, Silvânio Co-vas, defendeu a eficácia do en-vio da comunicação com pos-tagem comprovada. Ressaltouque a obrigatoriedade do avi-so de recebimento nas corres-pondências encaminhadas pe-los bancos de dados, além deinviabilizar o crédito na zonarural, composta por quase umterço da população brasileira,na qual não são entregues car-tas registradas, exige a identifi-cação do remetente. Assim,qualquer pessoa que tenhaacesso ao envelope poderápresumir o seu conteúdo, oca-sionando eventual exposiçãodo consumidor, ao contráriodo que ocorre hoje com a pos-tagem comprovada pelo siste-ma FAC – Franqueamento deEntrega Autorizada, atualmenteadotado pelos bancos de dados.

De acordo com SilvânioCovas, a mudança na forma decomunicação não traria garan-tias adicionais aos consumido-res. O aviso de recebimentonão é mais eficiente do que oFAC. A maioria das notificaçõesnão entregues é conseqüência deendereços incorretos, afirmou.

Observou, ainda, o Su-

perintendente da Serasa, queas notificações trabalhistas,o envio de multas de trânsi-to, os comunicados das Pre-feituras, das empresas con-cessionárias de serviços pú-blicos, tais como as de ener-gia e de telefonia, dos ban-cos e de outros estabeleci-mentos comerciais são cos-tumeiramente feitos por car-ta simples, com êxito, não sejustificando que os bancosde dados sejam compelidosa remeter cartas com avisode recebimento.

O representante daEmpresa Brasileira de Cor-reios e Telégrafos – ECT,Victor José Câmara, explicoua finalidade de cada tipo decarta enviada pelos Correios eafirmou que o índice de quali-dade operacional na distri-buição das correspondências éde 98,13%, independente-mente de serem enviadas porcartas simples ou com avisode recebimento.

Indagado se a eficáciadas cartas simples é idêntica àdas cartas com aviso de rece-bimento e se a entrega destasabrange as áreas rurais, o re-presentante dos Correios infor-mou que, em termos de efici-ência, a carta simples, enviadapelo sistema FAC, em nada di-fere da carta com aviso de re-cebimento. Ressaltou tambéma possibilidade de identifica-ção da data do seu envio, semque seja registrada a data doseu recebimento pelo destina-tário, afirmando, ainda, que,nas áreas rurais, as cartas fi-cam disponíveis nos postosdos Correios para retiradapelos destinatários.

Ao final dos debates,prevaleceu o entendimento deque é suficiente o envio, aoconsumidor, de comunicaçãocom postagem comprovada.

A respeito do tema, cum-pre mencionar jurisprudência doSuperior Tribunal de Justiça(STJ) que prestigia fortementeo entendimento segundo o qualo envio da comunicação pre-vista no parágrafo segundo doart. 43 do Código de Defesado Consumidor prescinde deaviso de recebimento, bastan-do que seja comprovada a suapostagem para o endereço infor-mado pelo devedor ao credor e

por este encaminhado aobanco de dados.

Destaca-se a deci-são monocrática proferidanos autos do Agravo deInstrumento n.º 798.565 - RJ(2006/0162037-8), publi-cada no Diário da Justiça de14.03.2007, prolatada peloMinistro Hélio Quaglia Bar-bosa, o qual consignou que“o Código de Defesa doConsumidor, em seu artigo43, § 2º, não estabelece umaforma específica para a re-alização da notificação, nemexige a comprovação dorecebimento do aviso pré-vio pelo devedor”, ressaltan-

do que “o que se faz coerci-tiva, apenas, é a prova do en-vio da correspondência que dáciência do registro em cadas-tro de proteção ao créditopelo órgão responsável, bas-tando como uma prova ro-busta, de acordo com a de-terminação legal”.

Da mesma forma, porsuas 3ª e 4ª Turmas, no julgamen-to do Recurso Especial n.º831.698 - PB (2006/0064674-4) e do Agravo de Instrumenton.º 706.930 - MT (2005/0151797-3), mediante relatóriodo ministro Humberto Gomes deBarros, o STJ consignou que

“não há nada na lei a obrigar oórgão de proteção ao crédito anotificar por meio de aviso derecebimento, nem verificar se onotificado ainda reside no ende-reço, cabendo-lhe apenas com-provar que enviou a notificação,o que foi feito”.

Ainda nesse sentido, dis-põe a Súmula n.º 93 do Tribu-nal de Justiça do Estado do Riode Janeiro (TJRJ): “a comuni-cação a que se refere o artigo43, parágrafo 2º, do Código deDefesa do Consumidor, inde-pende de maior formalidade eprescinde de comprovação poraviso de recebimento, bastan-do prova da postagem ao con-sumidor no endereço constan-te do contrato”. (Súmula da Ju-risprudência Predominante n.º2005. 146.00006 - Julgamen-to em 10/10/2005 - Votação:unânime - Relator: Desembar-gador Silvio Teixeira - Registrode Acórdão em 29/12/2005 -fls. 011317/011323).

Assim, revela-se redun-dante e desnecessária a provado recebimento do comunica-do pelo cadastrando, desdeque comprovada a sua posta-gem ao endereço informadopelo cadastrando ao credor, nomomento da celebração docontrato entre ambos.

A Serasa sediou, em outubro passado, o VIII Congresso do Instituto Paulista dos Ma-gistrados – Ipam, no qual foram promovidos estudos de Direito Processual em home-nagem ao Professor Candido Rangel Dinamarco. Participaram do congresso os pro-fessores e especialistas Antonio Carlos Marcato, José Roberto dos Santos Bedaque,José Rogério Cruz e Tucci e o Juiz Fernão Borba Franco. Candido RangelDinamarco ministrou a Aula Magna do evento, versando sobre as preocupações atu-ais em torno do processo, abordando questões sobre a sua insegurança, a demora noresultado e a baixa na credibilidade do Poder Judiciário perante a população.

Congresso do Ipam Homenageia Dinamarco

Silvânio Covas, ao centro.

L. Barbosa

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO18 NOVEMBRO DE 2007

SERASA LEGAL

A comunicação ao cadastrado deve ser postada para oendereço informado pelo devedor ao credor

Princípio da boa-fé contratual

Os bancos de dados deproteção ao crédito permitema ampliação e a aceleração dacirculação de produtos e servi-ços, mas sua função primeira emais importante é oferecer aoconcedente de crédito informa-ções precisas, objetivas, cor-retas, verdadeiras e idôneas arespeito dos consumidoresconsultados, objetivando pro-porcionar a diminuição dos ris-cos enfrentados quando daconcessão – ou não – do cré-dito requerido, agilizando-se atomada de decisões.

Por sua vez, a conces-são de crédito exige o ele-mento confiança, já que aobrigação de uma das partesé incorporada em mera pro-messa de cumprimento futu-ro. Portanto, o beneficiário docrédito deve ser suficiente-mente conhecido. É direito doconcedente de crédito conhe-cer seu futuro devedor.

SILVÂNIO COVAS O próprio Código deDefesa do Consumidor, emseu art. 4º, determina a ob-servância de transparênciae harmonia das relações deconsumo. O inciso III desteartigo ainda exige a “harmo-nização dos interesses dosparticipantes das relações deconsumo e a compatibilizaçãoda proteção do consumidorcom a necessidade de desen-volvimento econômico e tec-nológico, de modo a viabilizaros princípios nos quais se fun-da a ordem econômica (art.170 da CF), sempre combase na boa-fé e equilíbrionas relações entre consumido-res e fornecedores”.

Dos princípios aplicá-veis às relações de consumo,obtém-se a idéia geral de que,para a formação de relaçãojurídica, são necessárias infor-mações pessoais das partescontratantes.

A omissão da informa-ção relativa ao negócio jurí-

dico constitui violação daboa-fé contratual, gravandode anulabilidade o ato jurídi-co, consoante prescrevem osartigos 138, 139, incisos I eII, 145 e 147 do Código Ci-vil1, os quais regem o direitoà informação na realização detais negócios, com base na ga-rantia constitucional à infor-mação, dos quais se extrai umprincípio geral a prescrever quefere a boa-fé contratual a omis-são de informações pertinentes,com as quais o negócio jurídi-co não se aperfeiçoaria.

A prévia comunicaçãoao cadastrado, quando da in-clusão de anotação para o seudocumento nos bancos de da-dos de proteção ao crédito,destina-se a dar-lhe ciênciadesta para que possa exercero direito de retificação dosdados, nos termos do art. 4ºda Lei n.º 9.507/97.

Convém ressaltar que oenvio da comunicação, pre-vista no parágrafo segundo do

art. 43 do CDC, prescinde deaviso de recebimento, bastan-do que seja comprovada asua postagem para o endere-ço informado pelo devedorao credor e por este encami-nhado ao banco de dados.

De acordo com o art.422 do Código Civil, “os con-tratantes são obrigados aguardar, assim na conclusãodo contrato como em sua exe-cução, os princípios de pro-bidade e boa-fé”. Por conse-guinte, decorre do princípioda boa-fé contratual o dever deo cadastrado informar e man-ter atualizado o seu endereçoperante os seus credores.

Da mesma forma, édever das instituições cre-doras incluir corretamente,nos bancos de dados, o en-dereço que lhes for informa-do pelo cadastrado, deven-do aqueles remeter o comu-nicado para o endereço quelhes for indicado pela fonteda informação.

“Apelação cível. Respon-sabilidade civil. Ação de indeni-zação. Danos morais. CDC. Arti-go 43, § 2º. Comunicação prévia.

1. Em que pese enviada anotificação para endereço diver-so do declinado pelo autor, nãose pode dizer tenha sido des-cumprido o preceito legal (artigo43, § 2º, do Código de Defesa doConsumidor). A ré remeteu a co-municação para o endereço quelhe havia sido fornecido pelo cre-dor, responsável pelo repasse dosdados do devedor. Nesse passo,não pode ser responsabilizadapela incorreção do endereço enão-perfectibilização da notifica-ção. Sua função, que se resumeao encaminhamento da comunica-ção ao consumidor, com base nosdados que lhe foram fornecidospelo credor, foi cumprida.

2. Além disso, o autor nãocomprovou não residir no ende-

reço para o qual encaminhada acomunicação prévia, ônus que lheincumbia, a teor do disposto noinciso I do artigo 333 do Códigode Processo Civil. Para provar aincorreção deste bastava juntaraos autos simples comprovantede residência, o que não fez.

3. Afastada a presença daconduta ilícita e antijurídica da de-mandada e, com isso, rechaçadoo nexo entre causa e efeito, au-sente o dever de indenizar.

APELO DESPROVIDO,POR MAIORIA, VENCIDO O RE-LATOR.”

VOTOS[...] Desª Iris Helena

Medeiros Nogueira (Presidente eRedatora)

[...] no caso ora em apreço,tenho que a ré se desincumbiu deseu dever de notificar previamenteo autor.

Em que pese enviada acomunicação para endereço di-

verso do declinado pelo autorna exordial, não se pode dizertenha sido descumprido o pre-ceito legal.

A ré remeteu a comunicaçãopara o endereço que lhe havia sidofornecido pelo credor, responsávelpelo repasse dos dados do pretensodevedor.

Nesse passo, não pode serresponsabilizada pela incorreçãodo endereço e pela não-perfectibilização da notificaçãopreviamente à inscrição. Sua fun-ção, nesse caso, que se resumeao encaminhamento da comuni-cação ao consumidor, com basenos dados que lhe foram forneci-dos pelo credor, foi cumprida.

Exemplificativamente:Apelação Cível. Respon-

sabilidade Civil. Dano Moral. Co-municação Prévia. Tendo a apela-da logrado êxito em demonstrar oenvio da comunicação a que alu-de o art. 43, §2º, do Código de

Defesa do Consumidor inexisteato ilícito a amparar o pleitoindenizatório. Por fim, ainda que oendereço ao qual foi remetido a ins-crição não corresponda à residên-cia do autor, a responsabilidadepela informação correta é da em-presa que requereu a anotação.Desta forma, não há como respon-sabilizar a Serasa, que somentepresta um serviço para a empresacredora, e ainda enviou a comuni-cação. APELO IMPROVIDO. (Ape-lação Cível n.º 70010736221, Quin-ta Câmara Cível, Tribunal de Jus-tiça do RS, Relator: AntônioVinícius Amaro da Silveira, Julga-do em 14/04/2005).

[...] Além disso, o autornão comprovou não residir noendereço para o qual encami-nhada a comunicação prévia,ônus que lhe incumbia, a teordo disposto no inciso I do arti-go 333 do Código de ProcessoCivil. Para provar a incorreção

deste bastava juntar aos autossimples comprovante de resi-dência, o que não fez.

A jurisprudência, aliás,tem assentado o ônus do con-sumidor de comprovar ter a no-tificação prevista no § 2º do ar-tigo 43 do Código de Defesa doConsumidor sido encaminhadapara endereço diverso do seu[...].

Assim, diante das consi-derações tecidas, voto pelodesprovimento do apelo.

Des.ª Marilene BonzaniniBernardi - De acordo com arevisora.

Desª Iris HelenaMedeiros Nogueira - Presidente- Apelação Cível n.º 70019713759,Comarca de Porto Alegre: ‘PORMAIORIA, NEGARAM PROVI-MENTO AO APELO.’

Julgador(a) de 1º Grau:LUIS ANTONIO B GOMES DASILVA”

Mestre em Direi to pela PUC-SPe Superintendente Jurídico daS e r a s a

Notas:1“Art. 138. São anuláveis os negóciosjurídicos, quando as declarações devontade emanarem de erro substancial quepoderia ser percebido por pessoa dediligência normal, em face dascircunstâncias do negócio.”“Art. 139. O erro é substancial quando:I - interessa à natureza do negócio, aoobjeto principal da declaração, ou aalguma das qualidades a ele essenciais;II - concerne à identidade ou à qualidadeessencial da pessoa a quem se refira adeclaração de vontade, desde que tenhainfluído nesta de modo relevante; (...)”“Art. 145. São os negócios jurídicosanuláveis por dolo, quando este for a suacausa.”“Art. 147. Nos negócios jurídicosbilaterais, o silêncio intencional de umadas partes a respeito de fato ou qualidadeque a outra parte haja ignorado, constituiomissão dolosa, provando-se que sem ela onegócio não se teria celebrado.”

TRANSCRIÇÃO PARCIAL DO VOTO

A Nona Câmara Cíveldo Egrégio Tribunal de Justi-ça do Estado de Rio Grandedo Sul prestigiou esse enten-dimento, por maioria de vo-tos, em acórdão proferidonos autos da Apelação Cíveln.º 70.019.713.759. A seguir,a ementa e a transcrição par-cial do voto do acórdão pu-blicado no DJ de 24.08.2007.

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITO

ANO 13 - Nº 151 NOVEMBRO DE 2007

LEONARDO SICA

eonardo Sica éum jovem crimi-nalista e integraa safra dos querefletem sobre osistema de crime ecastigo arraigadona cultura brasi-leira à procura decaminhos menosvingativos para li-dar com o crimino-so. A idéia é, quan-do possível, que-brar o ciclo de vi-olência, estabele-cendo um novo mo-delo de Justiça cri-minal e de gestãodo crime.

Autor de várioslivros, entre elesDireito Penal deEmergência e Alter-nativas à Prisão eJustiça Restaurati-va e Mediação Pe-nal, coordenadorda revista UltimaRatio e vice-presi-dente do recém-criado InstitutoBrasileiro de Jus-tiça Restaurativa,Sica diz que o queescreve é resulta-do da análise edas reflexões quefaz em termos dereforma da Justi-ça. "São idéias di-ferentes do quetenho no dia-a-dia, que são pro-cessos, inquéritospoliciais. Com oque estudo, o queescrevo, compen-so o que vejo de

errado no cotidiano profis-sional", declara.

Ele parte do princípio deque o sistema está esgota-do e não satisfaz mais nin-guém, nem os mais libe-rais, nem os mais severos."Está todo mundo insatis-feito. Temos processos de-mais, presos demais e va-gas de menos no sistemapenitenciário, apesar denos últimos anos teremsido construídos muitospresídios. Temos de acharoutras entradas e a medi-ação é uma delas: pode evi-tar processos, evitar pri-sões e resolver satisfatori-amente uma faixa impor-tante de conflitos, reser-vando ainda a atuação dojuiz para o que seja real-mente grave, que exija umtratamento mais rigoroso",avalia, acrescentando que"organizações criminosase criminalidade econômi-ca devem ser tratados pelavia judicial rigorosa, comprocesso, julgamento, pena.São crimes que atingem acoletividade, em que nãohá uma vítima individuali-zada e justificam o aciona-mento do aparato da Justi-ça criminal".

Segundo Sica, a media-ção penal é o instrumentode concreção da chamadaJustiça restaurativa, cujoobjetivo é restaurar as rela-ções entre as pessoas e daspessoas com as instituiçõese com a comunidade. Eleentende que não é necessá-rio alterar a legislação parainstituir a mediação penal,embora exista um projeto delei tramitando na Câmarados Deputados que regula oprocedimento.

Caminhos menos vingativosEUNICE NUNES

Especial para o “Tribuna”

“Temos de achar outras entradas e a mediação é uma delas”

Fotos Augusto Canuto

L

NOVEMBRO DE 20072TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTribuna do Direito — O

que o levou a pensar emvias alternativas para otratamento do crime?

Leonardo Sica — Depoisque comecei a trabalhar,observei que temos umaprática judicial muito in-justa, muito arcaica. Pas-sei a estudar e a escreverpara contribuir, para me-lhorar as coisas. Parto daexperiência profissionalpara propor caminhos dife-rentes. Há muito tempo es-tamos experimentando maisdo mesmo e está na hora deexperimentar outras coi-sas. A Justiça criminal épermeada pela noção de cri-me e castigo e, na atualconjuntura, é insuficienteler os problemas apenas poresse código.

TD — Insuficiente porquê?

Sica — Porque a nature-za dos conflitos é heterogê-nea. Existem necessidades,explicações, justificativaspara a conduta das pessoas.Existe uma série de pré-ju-ízos, de pré-julgamentos. Oque é crime? Crime é o quea lei define como tal. Mas épreciso considerar que oque é crime para mim nãoé para outros, tendo em vis-ta a sociedade extrema-mente heterogênea em quevive-se hoje. Há realidadesdiversas dentro da cidade deSão Paulo e entre os Esta-dos da federação. A Justiçatem de tentar absorver es-sas diferenças, mas há difi-culdades porque o Judiciá-rio tem um único código.

TD — Mas isso não é de-corrência dos tipos penaisserem fechados, o que im-pede interpretações varia-das?

Sica — São tipos fechadosfeitos pelo legislador, o quejá é um problema. O Legis-lativo, por exemplo. Foi en-tregue a ele a tarefa de defi-nir o que é crime e, sabe-se,graças ao trabalho dos meiosde comunicação, que o Le-gislativo não trabalha deuma forma exemplar ou re-comendável. O Parlamentonos últimos 10 anos vemaumentando as penas eendurecendo os regimesprisionais de uma série decrimes: roubo, extorsão,tráfico de entorpecentes,

estupro, seqüestro. Por outro lado, não endu-receu da mesma maneira o tratamento dadoa crimes como corrupção e sonegação fiscal.Tem-se aí um problema sério de origem queleva a concluir que é preciso reinterpretar aidéia do que é crime a partir de uma realida-de concreta.

TD — Mas há crimes que são consenso.Por exemplo, não se admite matar uma pes-soa...

Sica — O que está na lei não admite inter-pretações. Matar alguém é matar. Não se ad-mite matar alguém porque a vida é um bemjurídico valioso. Se for escolhido um local deperiferia, muito afastado, uma favela de SãoPaulo ou um morro carioca, percebe-se queexiste uma outra noção do próprio valor davida. Por quê? Porque as pessoas já viram vi-zinho morrer baleado, ou já morreu alguémna família de forma violenta, às vezes a mãe,às vezes o filho, um já matou o outro, ou a po-lícia já matou alguém próximo. Na verdade, aidéia de proteção à vida tem uma relativiza-ção muito grande. Por isso é que se vê tantosjovens se arriscando em condutas perigosas,praticando roubo, tráfico de drogas. A própriavida deles para eles não vale tanto. A perspec-

tiva de perder a vida está ali, na esquina. Elessabem que podem morrer a qualquer hora. Sepessoas que estão presas ou que vivem namarginalidade forem ouvidas vai-se notar quetodos conhecem ou conheceram pessoas quemorreram de forma violenta ou que sofreramalgum tipo de violência grave. E essa é a po-pulação que menos reclama da violência.Quem mais reclama da violência são os queestão menos sujeitos a levar um tiro do quealguém que mora na periferia, embora tenha-se mais medo do que eles. Mesmo homicídio,que é um tipo penal incontroverso — não querdizer que alguém que mate possa ser perdoa-do por isso —, tem de ser lido de uma manei-ra diferente. Determinados segmentos têmum jeito de resolver os problemas. Existemcontextos sociais em que a forma de resolverproblemas entre as pessoas é na bala ou nafaca, na violência. Isso está errado? Claro queestá errado. Mas as pessoas aprenderam as-sim. Cresceram vendo o pai e a mãe se esta-pearem, vendo os vizinhos brigarem, vendo apolícia entrar nas casas sem mandado. Essaspessoas têm um código cultural diferente ena hora em que uma delas pratica um homi-cídio não deveria ser avaliada da mesma for-ma que os demais.

“O crime é o que a lei define como tal”

“Temos umaprática

judicial muitoinjusta, muito

arcaica”

3TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSNOVEMBRO DE 2007

TD — Qual a sugestão?Sica — Que não haja um

código único para a leiturados conflitos. Defendo a me-diação, que é uma forma dedar uma resposta ao crimediversa da punição.

TD — Para que tipos decrime seria indicada a me-diação?

Sica — Para os de médiagravidade, como furto, roubo,violência doméstica, crimessexuais sem grave violência,estelionato, apropriação indé-bita, crimes de trânsito.

TD — Como seria a medi-ação?

Sica — A mediação pres-supõe diálogo. É um procedi-mento extrajudicial, reguladopelo Judiciário, ou seja, o juizé que envia o caso para serresolvido na presença de ummediador, que pode ser leigo.O mediador é só um facilita-dor, uma pessoa que vai inter-mediar o diálogo entre outrasduas — o ofensor e a vítima— desde que eles o queiramfazer. As pessoas não podemser obrigadas a passar poruma mediação de um crime.A vítima pode não querer falarcom o ofensor, assim como oofensor pode não querer sersubmetido à mediação, porqueele pode, por exemplo, negar aautoria do crime. Mas, a me-diação dá a oportunidade àspessoas de participar do pro-cesso. Hoje, o promotor abre oprocesso independentementeda vontade da vítima, ou seja,o processo penal não dá espaçopara a vítima e o objeto é con-denar ou absolver o ofensor. Aidéia da mediação é ofereceruma nova resposta ao fenô-meno do crime sem excluir apossibilidade de as pessoas se-rem processadas, julgadas econdenadas.

TD — A mediação excluia punição? Um ofensor sub-metido à mediação não serápunido?

Sica — A natureza do re-sultado da mediação é umaobrigação, não uma punição.O ofensor assume uma obri-gação e tem de cumpri-la. Senão a cumprir, o caso voltapara o juiz, que pode ou nãoabrir um processo. A media-ção pode resultar num acor-do e se esse acordo for sufi-ciente para reparar o danocausado à vítima evita-se o

processo penal. Isso passa pelo crivo do juiz,mas não pode ser considerado uma puniçãoporque não é imposto, é acordado.

TD — Se for dano material é fácil...Sica — É mais fácil, mas existe um espaço

muito grande para a reparação simbólica dodano. Existem muitas vítimas que se contentamcom um pedido de desculpas, com a possibilidadede conversar com o ofensor e mostrar-lhe comoaquela conduta afetou a vida delas. O dano dequem sofre um crime não é só material. Na vio-lência doméstica, por exemplo, a demanda maiorda vítima, quase sempre, é que a violência aca-be, que não se repita. Num acordo mediado, emque o marido se comprometa a não voltar a prati-car violência dentro de casa, o juiz vai estabeleceralgumas normas de conduta e vai acompanhar ocaso. Se o acordo for cumprido, mesmo não ha-vendo uma reparação material, o caso está solu-cionado. A maioria das mulheres não quer que opai dos seus filhos vá preso, porque isso não re-solve o problema, ao contrário, cria outros. Eladeixa de apanhar, mas fica sem dinheiro parasustentar a casa. Não é isso que ela deseja. Porisso é que a resposta do sistema é falha e injusta,porque é uma só: processar e punir.“A mediação pode resultar num acordo”

A mediaçãoé indicada

paracrimes de

“médiagravidade”

NOVEMBRO DE 20074TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

ascido em Mogi das Cruzes, municí-pio a cerca de 50 quilômetros daCapital paulista, Leonardo Sica mu-dou-se para São Paulo aos 17 anos,quando entrou na Faculdade de Di-

reito da Universidade de São Paulo (Fadusp). Era1992, ano em que os jovens pintaram a cara e toma-ram as ruas exigindo o impeachment do então pre-sidente da República Fernando Collor de Mello. "Nãopintei a cara, mas saí em passeata, fui às manifes-tações. Foi muito marcante. Participei muito da vidaacadêmica. Fiz política no Centro Acadêmico XI deAgosto, freqüentei o porão e o pátio. Acho essa vi-vência tão importante quanto as aulas."

E confessa: "Durante a graduação não fui umaluno exemplar. Tornei-me mais compenetrado eassíduo do 4º para o 5º ano", justificando que eramuito novo, morava sozinho em São Paulo, nãoconhecia ninguém e tinha de estabelecer relações nacidade. "Se não ia ficar muito difícil morar aqui,continuar aqui. Graças a Deus conheci muita gentee fiz muitos amigos, que cultivo até hoje. Aproveiteibastante e na época certa", completa.

TD — De qualquer ma-neira, o juiz precisa homo-logar o acordo...

Sica — O juiz tem de ho-mologar o acordo, porqueele precisa verificar se oacordo não é ilegal e se ésuficiente para estabilizara situação.

TD — É necessária apresença do advogado namediação penal?

Sica — Não. A mediaçãonão exige a presença de ad-vogado. A não ser que aspartes prefiram, por umaquestão de segurança. Oque se exige, tanto para oofensor quanto para a víti-ma, é que tenham assistên-cia jurídica prévia, para queentendam o que significaparticipar de uma mediação.Se a vítima vai renunciarao processo, ela precisa sa-ber o que isso significa. E seo ofensor vai aceitar umacordo, também precisa sa-ber o que isso implica paraele. Durante a mediação érecomendável que as pesso-as não se façam acompa-nhar de advogado.

TD — Por quê?Sica — Porque a idéia é

que as partes se componhamnaturalmente. O advogadotem uma cultura adversari-al e se ele transferir issopara dentro de uma sessãode mediação vai viciar o di-álogo.

TD — Já existe algumaexperiência com mediaçãopenal?

Sica — No Brasil existemtrês projetos pilotos: em Por-to Alegre, São Caetano doSul e no Distrito Federal.

TD — E em outros paí-ses?

Sica — Há países em quea mediação penal funcionamais institucionalmente,como Austrália e o Canadá.E há países que cumpremprogramas de mediação pe-nal de maneira mais pontu-al, como Itália e Inglaterra.

TD — Qual a sua avalia-ção dessas experiênciasque estão acontecendo noBrasil?

Sica — Os projetos aindasão muito incipientes. Têmentre dois e três anos, o queé pouco para uma inovação

desse tamanho. Mas avalio com otimismo. Aspessoas têm aceitado bem e os juízes estãocomeçando a ficar mais interessados em expe-rimentar a novidade. Uma das idéias básicasda mediação penal e da justiça restaurativa éintroduzir um novo instrumento de política cri-minal e também introduzir um conceito quepossa modificar o modelo de Justiça.

TD — Isso tudo faz lembrar da Lei dos Juiza-dos Especiais Criminais, que tinha uma metaparecida. Ela conseguiu mudar alguma coisa?

Sica — Não. Está se indo para quase 12anos de vigência da Lei dos Juizados e ela tor-nou-se mais um órgão burocratizado da Justi-ça. Ela trata burocraticamente dos problemase não atendeu aos objetivos que tinha inicial-

mente. Ela tem um âmbito de incidênciamuito restrito: só crimes com penas de atédois anos. São muito poucos e insignifican-tes. Furto e roubo ficaram de fora e eles re-presentam hoje, em São Paulo, cerca de doisterços dos processos. Se não se mexe nisso,não se mexe em praticamente nada. A grandemassa dos processos criminais são furto eroubo, seguidos por tráfico de entorpecentes ecrimes sexuais. Todos intocados pela Lei dosJuizados. Foi uma mudança muito tímida,superficial. A idéia do acordo não foi bem tra-tada na lei, porque quem conduz o acordo noJuizado Especial é o juiz ou o promotor. E issonão funciona, porque eles têm uma figura deautoridade (natural, tem de ter) que atrapa-lha esse livre negociar entre cidadãos.

O interesse pelo Direito Penal vem de antes dafaculdade, da leitura, do cinema e de alguns júris aque assistiu ainda menino e por interesse próprio,já que ninguém na família é do Direito. Na faculda-de pôde confirmar que gostava da matéria. "Foi umpouco por exclusão, porque não gostava de DireitoCivil, de Comercial, de Tributário. Então, foramsobrando poucas opções. quando surgiu a oportu-nidade de estágio na área criminal, verifiquei queera aquilo que queria", relata.

O primeiro estágio, quando estava no 4º ano dafaculdade, foi na Procuradoria de Assistência Judici-ária (PAJ). Depois, estagiou num escritório de Advoca-cia, também na área criminal, onde está até hoje, agoracomo sócio. Também foi o Direito Penal o vetor queo aproximou de sua mulher, a procuradora do EstadoAna Paula Zomer Sica. Ela atuava no tribunal do júrie os dois, volta e meia, se encontravam em congressos,seminários ou cursos, sempre na área das ciênciascriminais. Casaram-se em 2003 e têm um filho, André,de dois anos e meio. "Hoje, divido meu tempo entre oescritório e eles. Quando não estou trabalhando, estoucom a minha família", declara.

N

“Não pintei a cara, mas...”

(EN) �

Álbum de Família

“Amediação

não exige apresença

de umadvogado”

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNA DO DIREITO

RESCISÓRIA

ANO 13 - Nº 151 NOVEMBRO DE 2007

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

Da rescisão ànova decisão

da causaÀ nova decisão da causa só se pode chegar

após ter sido definitivamente fincada arescisão da sentença anterior

A

*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP.

rescisória é concebida comouma medida excepcional deataque às decisões transitadasem julgado, tanto assim quesuas hipóteses de admissibilida-de são vistas como números fe-chados, comportando interpre-tação restritiva (artigo 485 doCPC). Todavia, tem sido ela re-cebida, na prática e diante dabarafunda em que se transfor-

mou a legislação processual, com bastante sim-patia. Não fora suficiente a criticável tese darelativização da coisa julgada, há uma falta deapreço à forma, que resguardaria o resultado finaldo processo e a sua qualidade, em nome de umaparticular visão de justiça, como se vê em acórdãodo antigo Primeiro Tribunal de Alçada Civil de SãoPaulo, no qual se disse, textualmente, que "a im-procedência da rescisória, conquanto se sustentepor fundamentos formais, não pode ser ampara-da para fazer triunfar a lesão de direito que ficaclara nos autos" (Embargos Infringentes n° 1101067-2/02, relator José Luis Gavião de Almeida).

A primeira assertiva seria definitiva para afastar arescisória, em respeito à dignidade e à convicçãodos julgadores que emitiram a decisão transitada emjulgado. No caso, entretanto, não foi assim, apesarde no elenco da lei não se encontrar qualquer pos-sibilidade para o ajuizamento de rescisória com fun-damento na injustiça da decisão. São unânimes ostratadistas da matéria ao indicar que a rescisória nãoé permitida para a discussão da justiça do decidido(conforme Sérgio Rizzi, Ação rescisória, São Paulo,"Revista dos Tribunais", 1979, n° 70, página 119; JoséCarlos Barbosa Moreira, Comentários ao Código deProcesso Civil, Rio de Janeiro, Forense, 2006, 13ªedição, n° 85, página 148), para o que há amparosólido na redação do artigo 800 do CPC de 1939,que vedava essa hipótese, o que guarda sentido,embora não mais seja lei.

Admitida a rescisória, reabrindo-se, pois, a de-manda, surge um segundo aspecto, que não secircunscreve à existência do vício. Esse era só o pri-meiro passo, de vez que impõe a rescisão do jul-gado comprometido, mas não implica, por si só,o acolhimento do direito material que era pugna-do pelo autor da rescisória, dado que terá lugar umnovo julgamento de mérito, se possível for. São, pois,dois os juízos que compõem a rescisória: orescindens e o rescissorium, de forma que o su-cesso, quanto ao primeiro, não garante o resulta-do também favorável relativamente ao segundo.

A previsão das duas decisões encontra-se no

artigo 494 do CPC, que traz, em princípio, regra decompetência, estabelecendo que, se a rescisóriafor julgada procedente, o tribunal rescindirá a sen-tença e, "se for o caso", proferirá nova decisão dacausa. Confere-se a competência para o novojulgamento ao próprio órgão que deu pela proce-dência da rescisória. Poderá, porém, não ser ne-cessário novo julgamento, em casos em que o ví-cio estava atrelado ao julgamento em si, como sepassa em decisão contrária à coisa julgada, ondese exaure a função do tribunal com a anulação dasegunda decisão, a que foi proferida, apesar daquestão, antes, já ter sido decidida.

Igualmente se passa quando o tribunal é com-petente para a rescisória, dado cuidar-se de deci-são de juiz submetido à sua hierarquia, mas não oé de maneira absoluta para o julgamento da cau-sa que se reabriu, como se daria com decisão tra-balhista proferida pelo juízo comum. Nesse caso,ele apenas rescinde o julgado e remete ao órgãocompetente para apreciar a causa.

Nas demais hipóteses, a competência não sealtera, nem mesmo se para o deslinde da causaforem necessárias provas, caso em que o tribunaldelegará competência para a instrução ao juízo deprimeiro grau (artigo 492 do CPC). Assim, todavia,já não se entendeu, criando uma divisão nos juízosque se apresentam diante da rescisória, o que trazà baila questão sobre o momento em que deveráter lugar o novo julgamento da causa, pois passaa ter lugar um descompasso entre o juízo rescindense o rescissorium, previstos para acontecerem nomesmo órgão e simultaneamente.

O artigo 494 contém um juízo de precedência,além da questão de competência. Assim, claroestá que o julgamento da rescisória é prévio aorejulgamento da causa em que foi proferida adecisão acoimada de viciada; em segundo lugar,também está inegável que o novo julgamento háde ser feito, salvo hipótese particular, pelo própriotribunal que acolheu a rescisória, sendo, portanto,uma questão de competência.

No julgamento da Apelação n° 867862/0, peloantigo Segundo Tribunal de Alçada Civil de São Paulo(relator Andreatta Rizzo), o rejulgamento, depois deacolhida a rescisória, não se deu pelo próprio tribu-

nal, que determinou a reapreciação da causa pelojuízo de primeiro grau. Destarte, revela-se aqui um ví-cio de competência, mas, mesmo se não tivessehavido esse vício, ou seja, se a questão se enqua-drasse na ressalva feita pelo artigo, quando diz "se foro caso", haveria outra mácula, também comprome-tedora, de vez que o novo julgamento não poderiaocorrer, antes do trânsito em julgado da rescisória.

É óbvio que assim seja, pois o juízo rescindens épreliminar ao rescissorium, de modo que ao segun-do só se chega, após ter sido definitivamente fincadaa rescisão da sentença. Fosse a decisão do mesmoórgão, o julgamento seria simultâneo, não havendorisco de se reformar a decisão sobre a rescisão, semafetar a nova solução conferida à causa, uma vezque eventual recurso abrangeria a ambas ou, aomenos, manteria as duas impugnadas. Porém, ha-vendo julgamento por órgãos diferentes, há risco dese julgar novamente a causa, mas, depois, se con-cluir que não era o caso de rescisória, de modo queesse segundo julgamento não poderia ter existido.

A decisão comentada afastou essa alegação,afirmando a não-suspensão da execução pelarescisória, o que nada tem com a questão discuti-da, pois, no caso, está se dando continuidade aojulgamento da rescisória, sem que a decisão destatenha transitado em julgado. Não é, portanto, umatentativa de dar à rescisória efeito suspensivo paraimpedir a continuidade do processo. O que se põeé a preservação da antiga decisão transitada emjulgado, de modo que a rescisória não traga conse-qüências definitivas antes de seu trânsito em julgado.Busca-se o respeito às decisões judiciais e a sua prin-cipal qualidade. Se recurso contra a decisão darescisória vier a ser acolhido, por não haver motivopara a rescisão, como ficaria se a nova decisão jáhouvesse transitado em julgado? Existiriam duas deci-sões colidentes, que é prudente e, mais do que isso,necessário evitar-se, o que se consegue com apostergação da nova decisão da causa, já que seviolou, antes, a regra de competência.

Por essas e outras é que há de se pensar emcomo se sai da Justiça, uma vez que a porta deacesso está por demais escancarada. �

602 NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��DESPEJO — EXTINÇÃO DO PROCESSO. ENTREGA DAS CHAVES.PERDA DE OBJETO. DESISTÊNCIA DA AÇÃO. INOCORRÊNCIA. ADMIS-SIBILIDADE. Com a desocupação do imóvel e a entregadas chaves, a ação perdeu seu objeto. (Ap. s/ rev.706.567-00/6, 3ª Câm., rel. Jesus Lofrano, j. 19/1/05).

��DESPEJO — FALTA DE PAGAMENTO. CUMULAÇÃO COM CO-BRANÇA DE ALUGUÉIS. PORTADOR DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. OP-ÇÃO PELA AÇÃO DE CONHECIMENTO EM DETRIMENTO DA EXECUÇÃO.FACULDADE DO CREDOR. RECONHECIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO62, I, DA LEI 8.245/91. Ainda que disponha de títuloexecutivo extrajudicial decorrente do contrato de loca-ção (Código de Processo Civil, artigo 585, inciso IV),pode o credor pleitear a cobrança do débito por meioda ação de conhecimento. (AI 874.257-00/1, 2ª Câm.,rel. Marcondes D'Angelo, j. 13/12/04).

��DESPEJO — PLURALIDADE DE LOCADORES. SOLIDARIEDADE.RECONHECIMENTO. COMPARECIMENTO DE TODOS EM JUÍZO. DESNE-CESSIDADE. Em contrato de locação firmado por váriaspessoas como locadores, qualquer um deles poderámover ação de despejo. (Ap. s/ rev. 691.551-00/5, 11ªCâm., rel. Artur Marques, j. 13/12/04).

��DIREITO DE VIZINHANÇA — NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA. CUMU-LAÇÃO COM PERDAS E DANOS. CARÊNCIA DA AÇÃO. OBRA INACA-BADA. NÃO RECONHECIMENTO. Se da análise da prova dosautos constata-se que a obra não estava totalmenteacabada quando do ajuizamento da causa, por con-seguinte, a ação de nunciação de obra nova é viável,a teor do disposto no inciso I do artigo 934 do Códigode Processo Civil. (Ap. c/ rev. 667.532-00/6, 2ª Câm.,rel. Marcondes D'Angelo, j. 16/8/04).

��HONORÁRIOS PROFISSIONAIS — ADVOGADO. REVISÃO CONTRA-TUAL. VALOR DA CAUSA. PROVEITO ECONÔMICO PERSEGUIDO PELOAUTOR. NECESSIDADE. Se de um lado o autor não pode,de forma unilateral, atribuir valor aviltante à causa, deoutra banda ao réu não assiste, igualmente, razão aoalmejar exacerbação vultosa nessa fixação, até mes-mo eventualmente impossibilitando a complementa-ção das custas e, com isso, impedindo o direito deação, insculpido como princípio de nobreza constituci-onal. Não incide a regra do artigo 259, inciso V, doCódigo de Processo Civil, quando a pretensão de di-

reito material não é a rescisão do contrato e, sim,apenas a revisão de cláusulas. Nesse caso, o valor dacausa deve corresponder ao proveito econômico per-seguido. (AI 859.002-00/7, 1ª Câm., rel. Vanderci Álva-res, j. 22/12/04).

��LOCAÇÃO — ALUGUEL. COBRANÇA. DEVOLUÇÃO EM DOBRO.DÍVIDA PAGA. INOCORRÊNCIA. INADMISSIBILIDADE. INAPLICABILIDA-DE DA PENA PREVISTA NO ARTIGO 940 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002(ARTIGO 1.531 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916). É inviável a con-denação indenizatória pretendida pela administrado-ra, uma vez que não houve demanda por dívida jápaga. As penas previstas no artigo 940 do Código Ci-vil exigem a conduta maliciosa do demandante, queno caso não ocorreu. (Ap. s/ rev. 691.360-00/5, 11ªCâm., rel. Melo Bueno j. 13/12/04).

��LOCAÇÃO — COBRANÇA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. AUTORQUE NÃO DECAIU DE PARTE MÍNIMA. ADMISSIBILIDADE. Por não tero apelado decaído em parte mínima de seu pedido,de rigor a manutenção da solução dada na sentença,qual seja o sucumbimento processual recíproco. (Ap.c/ rev. 671.646-00/0, 10ª Câm., rel. Nestor Duarte, j.15/9/04).

��LOCAÇÃO — CONTRATO. PRAZO DETERMINADO. RESCISÃOUNILATERAL PELO LOCATÁRIO. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. AUSÊNCIA. IR-RELEVÂNCIA. PAGAMENTO PROPORCIONAL DA MULTA PACTUADA.ADMISSIBILIDADE. EXEGESE DOS ARTIGOS 4º, PARÁGRAFO ÚNICO, E6º DA LEI 8.245/91. Durante o prazo estipulado para aduração do contrato, a locatária poderá devolver oimóvel, independentemente de notificação ou avisoprévio, bastando que pague a multa pactuada, segun-do a proporção prevista no artigo 924 do Código Civilde 1916. (Ap. c/ rev. 839.058-00/7, 3ª Câm., rel. FerrazFelisardo, j. 7/12/04).

��LOCAÇÃO — IMÓVEL. DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO.AÇÃO JULGADA PROCEDENTE. IRRELEVÂNCIA QUE SE RECLAME APE-NAS OS ENCARGOS. DEVER DO LOCATÁRIO DE PAGÁ-LOS. INICIALQUE DISCRIMINA OS VALORES DEVIDOS. RECURSO IMPROVIDO. A ex-pressão falta de pagamento de aluguel e acessóriosda locação não significa que, para ajuizamento daação de despejo por falta de pagamento, se exija ne-cessariamente a existência de aluguel não pago.

Desde que não honrada a obrigação de dar na inte-gralidade, é possível o pedido, sendo irrelevante quese refira a débitos condominiais e a tributos inciden-tes sobre o imóvel locado. (Ap. s/ rev. 691.818-00/9,8ª Câm., rel. Kioitsi Chicuta, j. 9/12/04).

��LOCAÇÃO — JUROS MORATÓRIOS. TERMO INICIAL. INCIDÊNCIAA PARTIR DO VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO. RECONHECIMENTO. Osjuros moratórios devem ser contados, assim como de-terminado na r. sentença, a partir dos respectivos ven-cimentos, eis que se trata de dívida líquida, em que,portanto, dies interpelat pro homine. (Ap. c/ rev.672.974-00/9, 1ª Câm., rel. Prado Pereira, j. 14/9/04).

��LOCAÇÃO COMERCIAL — REVISIONAL. NOTIFICAÇÃO PARA DE-SOCUPAÇÃO DO IMÓVEL POSTERIOR AO AJUIZAMENTO DE AÇÃO RE-NOVATÓRIA. PRAZO EM CURSO. NÃO RECONHECIMENTO. A veda-ção estabelecida pelo artigo 68, § 1º, da Lei 8.245/91,somente alcança aquelas hipóteses em que o lapsotemporal já esteja a fluir efetivamente, com a notifica-ção do locatário para tal fim. (AI 856.926-00/0, 8ªCâm., rel. Rocha de Souza, j. 16/9/04).

��MANDATO — PRESTAÇÃO DE CONTAS. DEVER DO MANDATÁRIO.RECONHECIMENTO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.301 DO CÓDIGO CI-VIL. O mandatário deve prestar contas de sua gerênciaao mandante para demonstrar a fiel execução domandato, comprovando documental e pormenoriza-damente a despesa e a receita, apurando-se a exis-tência ou não de saldo a favor daquele. (Ap. c/ rev.678.639-00/0, 3ª Câm., rel. Antônio Benedito RibeiroPinto, j. 19/10/04).

��MANDATO — PRESTAÇÃO DE CONTAS. SEGUNDA FASE. COR-REÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. INCIDÊNCIA A PARTIR DA DATADO LEVANTAMENTO DA QUANTIA NÃO REPASSADA AO CLIENTE. RE-CONHECIMENTO. Advogado que levanta numerário do cli-ente e só meses depois o repassa, em tempo de infla-ção elevada, sem nele computar a atualização mone-tária. Ilícito contratual reconhecido, o que justifica aproclamação de crédito correspondente à correçãomonetária desde a data do levantamento. (Ap. c/ rev.686.795-00/3, 12ª Câm., rel. Arantes Theodoro, j. 18/11/04).

��MEDIAÇÃO — COMISSÃO DE CORRETAGEM. AÇÃO MONITÓRIA.EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. PROVA ES-CRITA. DOCUMENTO CAPAZ DE TRADUZIR RELAÇÃO JURÍDICA. NE-GAÇÃO POR EMBARGOS. EXAURIMENTO DA INSTRUÇÃO. NECESSI-DADE. INADMISSIBILIDADE. Ação monitória. Admissibilidademediante prova escrita de atividade capaz de tradu-zir relação jurídica que, se confirmada, viabiliza for-mação de título executivo. Negação por embargosque torna necessária dilação probatória. Descabi-mento de extinção sem julgamento de mérito. (Ap. c/rev. 674.869-00/0, 1ª Câm., rel. Aguilar Cortez, j. 19/10/04).

��RESERVA DE DOMÍNIO — INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. PROTES-TO INDEVIDO. FIXAÇÃO. CABIMENTO. O protesto indevido detítulo de crédito por dívida muito superior à realmenteexistente, gera descrédito da devedora na praça,comprometendo sua reputação, conferindo-lhe direitoà indenização por dano moral. (EI 644.981-01/5, 6ªCâm., rel. Andrade Neto, j. 20/12/04 — quanto a 20%do valor do título).

��DIREITO DE VIZINHANÇA — PROVA.ÔNUS DO AUTOR. FATO CONSTITUTIVODE SEU DIREITO. RECONHECIMENTO.Não se desincumbindo o autordo ônus da comprovação dofato constitutivo do seu direito, ocaminho é, mesmo, o da impro-cedência da demanda, máxi-me quando a prova pericialproduzida milita a seu desfa-vor. (Ap. s/ rev. 865.184-00/8, 1ªCâm., rel. Vanderci Álvares, j.27/1/05 — quanto a dano emprédio urbano — indenizaçãocumulada com obrigação defazer).

ANO 15 - Nº 90 NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

E L E I Ç Õ E S

Dois candidatos disputam Apamagis

Em dezembro, será a vez do TJ-SPNas próximas seis páginas, as propostas dos dois candidatos à

presidência da Apamagis e dos cinco que concorrem à presidênciado Tribunal de Justiça de São Paulo

2

s vésperas de completar nossaentidade 55 anos, aprende-mos a duras penas e disputan-do diversas eleições, que a es-trela que deve reluzir é a as-

sociativa, não havendo espaço para vai-dade. Em muitas oportunidades, a figu-ra de um de nós pode ter aparecido, pois,como verdadeiro operário nesta constru-ção, não é possível ocultar a imagem dequem trabalha. Paulo Dimas e RoqueMesquita são incansáveis e leais cola-boradores, dispostos a intensificar aluta.

Olhamos de modo particular para aMagistratura jovem, compreendendosuas inquietudes e vendo nos seus sem-blantes a nossa própria imagem há pou-co tempo atrás. Nas magistradas, alémdo talento especial e da cultura invulgar,encontramos mães e esposas devotadas,que conseguem realizar as mesmas tare-fas que nós, acrescentando beleza, en-canto e sorriso. Temos que a elas assegu-rar programas especiais de assistência àmaternidade e apoio às suas necessida-des. Descobrimos sonhos semelhantes aosnossos e já agora podemos ver em futuropróximo que a Magistratura de primeiroe segundo graus possuem um ponto deconvergência nos caminhos da moder-nidade. Pela completa informatizaçãoque se aproxima, nosso modo de traba-lhar será modificado. Abrindo as corti-nas do tempo, olhando para o presente epara o futuro, sabemos que é precisocuidar da permanente atualização denossos quadros e lutar para que os recur-sos materiais e humanos à disposiçãodaqueles que devem dizer o direito te-nham também uma importante requali-ficação. Não podemos adiar nossos so-nhos, o futuro chegou. Cabe à associa-ção, como braço político do tribunal,lutar perante o Poder Executivo e o Par-lamento para que tenhamos condiçõesorçamentárias compatíveis com as nos-sas necessidades.

Trazemos aos colegas uma candida-tura rejuvenescida pelo bom combate,atualizada em todas as suas vertentes,munida dos requisitos para a defesa daclasse perante os órgãos competentes, coma mais completa independência, trazen-

“Associação como entidade de classe”

do como compromisso fundamental, operfeito entrosamento entre os colegas deprimeiro grau, de segundo grau e apo-sentados, sem descurar das viúvas e ór-fãos de nossos colegas falecidos. Soma-sea experiência de eleições disputadas, decargos já exercidos ao longo do tempo naApamagis, o permanente contato comtodas as Comarcas do Estado, o amplorelacionamento haurido em quase 30anos de lutas. Porém, com a altivez desempre exigida pelo cargo, despida dequalquer prepotência e com a humilda-de recomendada àqueles que sabem daimportância da missão associativa.

Nossas metas principais estão ligadasem primeiro plano à área institucional,pois nossa associação deve seguir funci-onando como entidade de classe, no sen-tido superior da palavra, na qual a defe-sa da independência do Poder Judiciá-rio e do magistrado deve ser o foco cen-tral de atuação. A gestão administrativaseguirá sendo profissional, toda a nossamovimentação financeira continuarásendo controlada por pessoas com capa-citação técnica, novos recursos em ma-téria de relações humanas e atendimen-to aos nossos associados serão desenvol-vidos e aplicados, maximizando os be-nefícios a eles e seus dependentes, racio-nalizando os gastos, prosseguindo, deforma mais intensa ainda, os trabalhosdesenvolvidos pelo atual presidente, de-sembargador Amorim e demais diretores.

Apresentamos, além de tudo que já foi

realizado e das metas que se encontramem nosso site, alguns itens que merece-rão especial atenção em nossa futuragestão:

• Conclusão do processo de implanta-ção dos subsídios;

• Retomada do pagamento de adicio-nais por tempo de serviço, com aprova-ção do projeto de emenda constitucionalque estabelece os anuênios;

• Luta na Assembléia para inclusão noorçamento de valores destinados ao pa-gamento de verbas devidas e não pagaspelo tribunal;

• Articulação pela destinação total dascustas judiciais para o Tribunal de Jus-tiça, com ampliação da receita pela eli-minação de isenções indevidas;

• Trabalho pela aprovação do projetode lei que restabelece as férias coletivas;

• Defesa das prerrogativas dos magis-trados, contra desagravos infundados,bem ainda, questionamento pelos danoscausados à imagem da Justiça e dos ju-ízes por tais atos;

• Reafirmação da autoridade do ma-gistrado, inclusive no atendimento a ad-vogados e partes, mediante debate públi-co e com articulação política, evitandoviolação à independência do Poder Ju-diciário;

• Prosseguimento nas gestões para quehaja assistente técnico para os juízes deprimeiro grau e ampliação do quadro nosegundo grau;

• Readequação da retribuição finan-

HENRIQUE NELSON CALANDRA

2 NOVEMBRO DE 2007

uas chapas ("Justiça Seja Feita", encabeçada por HenriqueNelson Calandra, e "Apamagis por Todos", com o comando deJayme Martins de Oliveira Neto) concorrem dia 24 à renova-ção da diretoria da Associação Paulista de Magistrados (Apa-magis). Uma terceira chapa — “Independência” — concorre

somente a oito cargos do Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal. A vo-tação será na sede social da entidade (Rua Dom Diniz, 29, Jardim Lusi-tânia, São Paulo) no período das 8 às 15 horas. Os associados do interi-

Apamagis nas urnas dia 24or do Estado deverão receber um "kit" eleitoral e votarão pelo Correio. Po-derão votar todos associados que estiverem em dia com a mensalidade ea previsão é de que aproximadamente 2.500 eleitores votem. A Apama-gis, fundada em 1953 com objetivo de prestar assistência aos magistra-dos, é presidida atualmente pelo desembargador aposentado SebastiãoAmorim. O resultado da eleição deverá ser conhecido por volta das 17horas do próprio dia do pleito. O “Tribuna” publica nesta página e na se-guinte, em ordem alfabética, as propostas dos candidatos à presidência.

D

À

ceira aos colegas que prestam auxílio-voto;

• Criação de gratificação especialpara magistrados que exercem compe-tência delegada da Justiça Federal;

• Intensificação do programa de in-teriorização da Apamagis, com a utili-zação das técnicas de comunicação àdistância e planejamento inclusive emmatéria orçamentária;

• Expansão dos convênios, com ênfa-se para o setor de informática;

• Aprimoramento dos convênios deassistência médica;

• Intensificação das atividades espor-tivas, assistenciais e filantrópicas;

• Aprofundamento do trabalho dasComissões de Segurança e Prerrogativas,bem ainda, da Comissão de Acompanha-mento Legislativo, com a contratação deassessoria parlamentar.

Por tudo isto, pedimos que Justiça sejafeita, votando em nossa chapa e em nos-sos conselheiros, todos com extensa fo-lha de serviços prestados à nossa associ-ação.

HENRIQUE NELSON CALANDRA tem 62 anos(16/7/1945), casado, nasceu em Itaquaquece-tuba (São Paulo) e é desembargador do Tri-bunal de Justiça do Estado de São Paulo. Ba-charel em Direito pela Universidade Católicade São Paulo em 1974, com especializaçãoem Direito Público e Direito Empresarial (Es-cola Paulista da Magistratura), foi promovidoa desembargador em 1/1/2005 e exerceu,entre outras, as funções de juiz do 2° Tribu-nal de Alçada Civil do Estado de São Paulo,da 2ª Vara da Família e Sucessões do Fó-rum da Lapa; da 7ª Vara da Família e Su-cessões do Fórum Central da Capital; da 1ªVara de Suzano; da 2ª Vara de Jales; deBuritama; de Barueri; Itapecerica da Serra ePirassununga.

Calandra é da Comissão de Prerrogativasda Associação dos Magistrados Brasileiros,região Sudeste, e é 1° vice-presidente daApamagis no biênio 2006/2007.

Divulgação

Chapa "Justiça Seja Feita"

DiretoriaHenrique Nelson Calandra - presidente

Paulo Dimas de Bellis Mascaretti - 1°vice-presidente

Roque Antonio Mesquita de Oliveira- 2°vice-presidente

Diretor-tesoureiroIrineu Fava

Diretor-tesoureiro adjuntoElcio Trujillo

Diretor-secretárioFernando Figueiredo Bartoletti

Diretor-secretário adjuntoLuis Antonio Vasconcellos Boselli

Conselho Consultivo, Orientador e FiscalAntonio Ernesto Bitencourt Rodrigues

Carlos Teixeira Leite FilhoDaniela Maria Cilento Morsello

Joel Birello MandelliJosé Elias ThemerJosé Renato Nalini

Marcus Vinicius dos Santos AndradeOsni Assis Pereira

Renzo LeonardiZélia Maria Antunes Alves

33NOVEMBRO DE 2007

uas chapas disputam ocomando da AssociaçãoPaulista de Magistradose três o Conselho Consul-tivo, Orientador e Fiscal.

Temos de todos os lados colegas quebuscam o melhor para a Magistraturapaulista e o que nos difere é a maneirapela qual enxergamos os problemasassociativos e a forma de solucioná-los.

A chapa “Apamagis por Todos” levouaos colegas uma mensagem clara quan-to aos propósitos e os meios de realizá-los. Mostrou claramente que deseja"uma nova forma" de relacionamentoassociativo.

Entra eleição e sai eleição, os dis-cursos se repetem. Programas de cam-panha são montados, quase sempre,com base nas expectativas dos eleito-res e não propriamente naquilo queos candidatos acreditam. Daí porque,não raras vezes, são solenemente ig-norados após o pleito. Criticamos talrealidade na política nacional, masadmitimos o mesmo jogo estéril napolítica associativa.

Por outro lado, a Magistratura temsido agredida o tempo todo e na maiorparte das vezes injustamente. Utilizama exceção para atingir o próprio Poder.Uma falha judicial, estrutural ou hu-mana, tem servido para desacreditar oPoder. Por ignorância ou má-fé muitosse prestam a esse papel. Até agora aMagistratura tem se mantido silente etímida e por isso todos se sentem no di-reito de agredir.

Daqui para frente não mais aceita-remos isso. Queremos, sim, discutir oJudiciário, a Magistratura, a prestaçãodo serviço, a morosidade, enfim, o quefor preciso. A Magistratura paulista temconsciência de sua importância e de suaresponsabilidade; conhece suas dificul-dades, respeita as demais instituições,inclusive aquelas essenciais à Justiça,mas não assumirá sozinha e nem acei-

tará que se impute exclusivamente a elaproblemas que envolvem a todos.

Quando se fala da morosidade a crí-tica vai toda para o Judiciário. Mas nãosomos responsáveis sozinhos pelo qua-dro atual; todos os envolvidos no pro-cesso têm sua parcela de responsabili-dade tanto na situação quanto na solu-ção do problema.

Todo mundo quer fazer parte da Jus-tiça; todos se acham imprescindíveis àJustiça; mas os defeitos, ah, esses sãosomente dos juízes. Isso não!

Quem quiser discutir e debater seri-amente soluções para o Judiciário, parao aperfeiçoamento do poder e a melho-ra na prestação do serviço encontrarána associação que estamos propondoparceria incansável. Quem, todavia,estiver pensando em desviar a atençãoda mídia, em usar os juízes em seusprocessos eleitorais, em melhorar a ima-gem com base em agressões gratuitas aosmagistrados vão encontrar resposta.

De nossa parte entendemos que todosnecessitam sentar-se à mesa para repen-sar o Judiciário. De um lado, não se podecontinuar vivendo uma idéia de Judici-ário e de Justiça que não vigora maisnos dias de hoje; de outro, não se podetransformar o Poder em burocracia es-pecializada. Com isso, imprescindívelbuscar alterações profundas na estru-

JAYME MARTINS DE OLIVEIRA NETO

D

JAYME MARTINS DE OLIVEIRA NETO, 42anos (4/5/1965), casado desde 1991com Paulette Botelho Benzaquen deOliveira, nasceu em Monte Aprazível(SP) e tem três filhos. Atualmente évice-presidente do Instituto Paulista deMagistrados (IPAM). Juiz da 13ª Varada Fazenda Pública da Capital, é mes-tre em Direito Administrativo desde ou-tubro de 2001 pela Pontifica Universida-de Católica de São Paulo. Foi assessorde Assuntos Legislativos, supervisor edepois membro do Conselho Editorialda "Tribuna da Magistratura" (órgão ofi-cial da Associação Paulista de Magistra-dos) e diretor do Departamento de Im-prensa da Apamagis.

tura do Poder, ou seja, nos cartórios, masisso somente se faz convidando os pró-prios servidores para a discussão. Nin-guém é dono da verdade. Somente ou-vindo servidores, advogados, promoto-res, procuradores do Estado, usuários doserviço, enfim, todos os envolvidos, tere-mos condições de avançar nas mudan-ças, porque o mais difícil de mudar "é amentalidade". As sucessivas reformasprocessuais e algumas estruturais, toma-das de cima para baixo, criadas emmentes iluminadas, revelam-se poucoeficazes no mais das vezes justamenteporque, mudando-se somente a forma,não se altera o conteúdo — a dizer —não se altera o modelo mental de quemaplica a norma ou dela faz uso. E a mu-dança começa pela "participação", por-que no "diálogo" se convence e se é con-vencido.

Importante lembrar que segundodados do Conselho Nacional de Justiça,os juízes de São Paulo têm a maior car-ga de trabalho do País; foram mais denove mil processos, em média, por juiz,no ano de 2006. Por outro lado, não setem estrutura adequada a uma satisfa-tória prestação do serviço e a situaçãosomente não é pior graças aos esforçosde boa parte da comunidade jurídica,dos quais destaco o empenho dos juízese dos servidores.

Nada obstante, essa realidade é pre-judicial a todos e, portanto, todos deve-mos trabalhar para alterar essa tristerealidade. Se, de um lado, o acesso àJustiça melhorou, por outro, impõem-se meios eficazes de pôr fim aos proces-sos, a implicar sério debate a respeitodo pacto federativo e do fortalecimentodas Justiças dos Estados.

Vencendo o pleito, a chapa “Apama-gis por Todos” buscará o diálogo. Háuma enorme demanda pelos serviços ju-diciais e o povo reclama por Justiça nosmais variados setores da vida. Se hou-ver consciência da importância dopapel de cada um nesse processo, res-peito mútuo, sinceridade de propósitose um objetivo comum e maior a aten-der, que é o de servir ao jurisdicionadoe à própria Nação, então começaremosuma nova era no ambiente jurídico, tra-zendo para a prática conteúdos que hojeestão mais nos discursos.

Chapa "Apamagis por Todos"

Diretoria

Diretor-tesoureiro

Diretor-tesoureiro adjunto

Diretor-secretário

Diretor-secretário adjunto

Conselho Consultivo, Orientador e Fiscal

Jayme Martins de Oliveira Neto - presidenteAntonio Carlos Malheiros - 1° vice-

presidenteMaria Olívia Pinto Esteves Alves - 2° vice-

presidente

Homero Maion

Ademir Modesto de Souza

Álvaro Augusto dos PassosAnna Luiza Wirz de Albuquerque Araújo

Antonio Carlos Tristão RibeiroBruno Machado Miano

Carlos Eduardo Reis de OliveiraCarlos Fonseca MoneratFranco Oliveira Cocuzza

Ivana David BorieroJoão Omar MarçuraPaulo César Gentile

“Nova forma de relacionamento associativo”Divulgação

Conselho Consultivo,Orientador e Fiscal

Adugar Quirino do N. Souza JúniorAugusto Francisco M. F. de ArrudaCleônio Aguiar de Andrade Filho

Leonardo Aigner RibeiroLígia Cristina de Araújo Bisogni

Marco Aurélio S. de M. R. SampaioMaria Clara Schimidt de Freitas

Paulo Roberto Marafanti

Chapa "Independência"

(Concorre somente a oitocargos no Conselho Consulti-

vo, Orientador e Fiscal)

Carlos Vieira von Adamek

Marco Antonio Boscaro

44 NOVEMBRO DE 2007

C a n d i d a t o s

CAIO CANGUÇU DE ALMEIDA GILBERTO PASSOS DE FREITAS IVAN RICARDO SARTORI LUIZ CARLOS R. DOS SANTOS ROBERTO A. V. BELLOCCHI

omo é sabido, sou candidato aocargo de presidente do Tribu-nal de Justiça, para o que sub-meti meu nome à consideraçãodo colégio eleitoral, tendo, ou-

trossim, a todos solicitado colaboração crí-tica no sentido de poder concretizar planosque trago comigo e que pretendo implemen-tar caso eleito.

Ressalto, então, norteado pelos princípi-os constitucionais que regem a administra-ção pública — da legalidade, da impesso-alidade, da moralidade, da publicidade eda eficiência — despido de qualquer senti-mento de vaidade pessoal, o inabalável com-promisso voltado à concretização do anseiocomum de efetivo aperfeiçoamento do nos-so Judiciário.

Cumpre, para tanto, zelar pelo efetivocumprimento dos mandamentos constitu-cionais que asseguram a nossa autonomiafinanceira e administrativa, e nos destinamtodo o montante arrecadado a título decustas e emolumentos, como reconhecidoem recente decisão do Pleno do e. STF. Nesteaspecto, urge o encaminhamento de propos-ta legislativa para devida alteração dos dis-positivos previstos nas Leis Estaduais 11.331/02 e 11.608/03, que transferem aquela re-ceita ao Poder Executivo.

Tenho, outrossim, como obra prioritária,a regularização definitiva e inadiável dosetor de informática, dando seguimento ecomplementando tudo aquilo que já se feznesta área de relevantíssima importânciapara nossa modernização. É necessário queo Tribunal de Justiça faça que seu site possaser prontamente acessado por todos os inte-ressados, permitindo-lhes, com a indispen-

CAIO EDUARDO CANGUÇU DE ALMEIDA

“Melhor infra-estrutura ao Judiciário”

sável brevidade, pesquisar e conhecer os jul-gamentos da Corte, o que, até aqui, não vemacontecendo. Decisões tão logo proferidasdevem ser imediatamente inseridas no sitee facilmente acessáveis, de forma a possibi-litar a consulta e que nossa jurisprudênciavolte a ser referência em todo o País.

Impõe-se, ainda, estender esse processode informatização às áreas de recursoshumanos, o que além de possibilitar maiorcontrole sobre freqüência e horário de fun-cionários e a contagem de direitos, disponi-bilizará elevado número de servidores paraa atividade fim do Judiciário, a prestaçãojurisdicional.

Por outro lado sinto urgente necessidadede adotar projetos que busquem trazer me-lhor infra-estrutura ao Judiciário, como aconstrução ou remodelação de fóruns, comprévia análise das varas, cartórios e servi-ços necessários, da população a ser atendi-da e do movimento médio diário de pessoas.Por aqui, aliás, de rigor a retomada do pro-

jeto de construção do prédio que, no futuro,deverá abrigar todos os gabinetes dos desem-bargadores, construído com recursos propor-cionados pela Nossa Caixa. Esta obra per-mitirá desocupação pelo tribunal de quatroprédios que hoje abrigam aqueles gabine-tes, o que nos livrará do gigantesco gastomensal com o aluguel.

Cumpre, igualmente, não retardar maisa implantação de tudo aquilo que venhasendo proposto pela Fundação GetúlioVargas e pelo Comitê de Gestão. Esses ór-gãos vêm oferecendo sugestões, idéias e me-didas de reconhecida importância para amodernização e funcionamento do tribu-nal, sempre visando afastá-lo de suas ca-racterísticas antiquadas e buscando con-ferir-lhe padrão empresarial, ágil e efici-ente, livre da morosidade e da falta deobjetividade que nos caracterizam presen-temente.

Vejo, também, como inadiável, em facedo já quase insuportável aumento do servi-

CAIO EDUARDO CANGUÇU DE ALMEIDA tem68 anos, nasceu em Campinas e for-mou-se em 1964 na Pontifícia Universi-dade Católica de São Paulo. Ingressouna Magistratura em 1967, em Catandu-va (SP), atuando também em Tambaú,Porto Ferreira e Barretos. Começou atrabalhar na Capital em 1977 e, em 1983,foi promovido a juiz do extinto Tribunalde Alçada Civil. Chegou a desembarga-dor do TJ, por merecimento, em 1988.Foi juiz auxiliar na Corregedoria Geralda Justiça e da vice-presidência do TJ-SP, lecionou na Faculdade de Direito daFundação Padre Anchieta, em Jundiaí,e atualmente é vice-presidente do Tribu-nal de Justiça de São Paulo.

ço judiciário, muitos de altíssima comple-xidade, exigindo, por isso, estudo mais apu-rado e notória especialização, a criação demais um cargo de assistente para os desem-bargadores, para os substitutos em segundograu e igualmente para os magistrados deprimeira instância. De se ressaltar, ainda,o dever da prestação jurisdicional de formacélere e eficaz, como já tido, o que, certa-mente, também atende ao principio da efi-ciência.

Faz parte, também, de nosso projetode administração — e com muita rele-vância — empreendimento de esforçosjunto aos poderes competentes, para aaprovação do projeto de lei sobre a cria-ção de plano de cargos e carreiras, de vi-tal importância para a melhoria dos ser-viços prestados por funcionários e paraa justa remuneração deles; redução donúmero de juízes assessores, de modo anão prejudicar ainda mais a atividadejudicante; e, igualmente, uma cada vezmaior aproximação com a Escola Pau-lista da Magistratura, de forma a contri-buir para seu fortalecimento, crescimentoe aprimoramento, em prol de todos os ope-radores do direito em geral.

Tudo isso sem que nos esqueçamos da in-dispensável luta pelo restabelecimento devantagens suprimidas aos magistradosquando da fixação do teto salarial e quepara muitos implicou em nítida afronta àirredutibilidade de vencimentos.

São essas algumas idéias que, se eleito,pretendo concretizar na busca de um me-lhor aprimoramento de nosso tribunal.Sigo, porém, insisto, aberto e sensível aoutras que me sejam trazidas por todosaqueles que, como eu, sonham com umJudiciário paulista moderno, forte, inde-pendente e ágil.

C

rezentos e cinqüenta e sete desembargadores têm direito avoto nas eleições do dia 5 de dezembro, quarta-feira, parapresidente, vice-presidente e corregedor-geral da Justiça doTribunal de Justiça do Estado de São Paulo (nas eleições de2005, o desembargador Celso Luiz Limongi obteve 137 vo-

tos, dos 353 votantes). São candidatos à presidência os desembarga-dores Caio Eduardo Canguçu de Almeida, Gilberto Passos de Freitas,Ivan Ricardo Garísio Sartori, Luiz Carlos Ribeiro dos Santos e RobertoAntonio Vallim Bellocchi. O mandato é de dois anos.

À vice-presidência concorrem os desembargadores Adalberto Den-ser de Sá, Jarbas João Coimbra Mazzoni, José Renato Nalini e Mau-rício Ferreira Leite; a corregedor-geral Alceu Penteado Navarro, Anto-nio Carlos Munhoz Soares, Oscarlino Moeller e Ruy Pereira Camilo.Também haverá eleição para as presidências das Seções de Direito

Criminal (desembargadores Antonio Luiz Pires Neto, Eduardo PereiraSantos e José Orestes de Souza Nery); Direito Público (desembargado-res Antonio Carlos Viana Santos, José Santana e Luis Antonio Ganzer-la) e Direito Privado (desembargadores Hamilton Elliot Akel, Luiz Anto-nio Rodrigues da Silva, Renato Sandreschi Sartorelli e Zélia Maria An-tunes Alves). Os presidentes serão eleitos pelos integrantes das respec-tivas Seções. O Órgão Especial do TJ decidiu na reunião de 17 de ou-tubro alterar as regras para as eleições: qualquer desembargador po-deria se candidatar à presidência de sua seção.

As eleições serão realizadas na sede do Tribunal de Justiça de SãoPaulo, na Praça da Sé, a partir das 8 horas, com a utilização de urnaseletrônicas. Os resultados serão conhecidos no mesmo dia. A possesolene está prevista para a primeira quarta-feira de fevereiro, data quemarca também a abertura do Ano Judiciário.

T

Cinco disputam presidência do TJ

55NOVEMBRO DE 2007

á quase dois anos, 194desembargadores confi-aram nas propostas queentão apresentei comocandidato à Corregedo-

ria Geral da Justiça.Orgulho-me de verificar que, antes

mesmo de concluir meu mandato, cum-pri praticamente tudo aquilo a que mepropus. Mantive contatos com autorida-des do Executivo, dos quais resultaramprojetos como "Unidades Avançadas doJuizado Especial" (parceria com prefeitu-ras) e "Paternidade Responsável" (apoio daSecretaria da Educação). Aproveitei a ricaexperiência dos desembargadores que nãoexercem funções administrativas, constitu-indo grupos para revisão das normas deserviço, aperfeiçoamento dos procedimen-tos disciplinares, regulamentação da lei quepermite divórcio, separação, inventário epartilha por escritura (a diretriz paulistaserviu de modelo para resolução do CNJ),aprimoramento da jurisdição de família ede execuções criminais, entre outros. Naesfera censória, apurei com serenidade erigor as notícias de deslizes funcionais, ado-tando medidas adequadas sempre que com-provada a falta. A abertura à cidadaniadeu-se com audiências públicas, nas quaisos usuários dos serviços judiciais e extraju-diciais puderam dialogar com o corregedor-geral, trazendo-lhe sugestões, reclamaçõese críticas.

Mais do que nunca, hoje posso afirmarque conheço bem o Judiciário paulista,seus potenciais e os desafios que terá deenfrentar. Daí por que submeto novamen-te o meu nome à consideração dos ami-gos e colegas, concorrendo desta vez àpresidência.

Desafio em quatro frentes de atuaçãoGILBERTO PASSOS DE FREITAS

Em apertada síntese, pretendo estabe-lecer quatro frentes de atuação: a 2ª ins-tância, gestão participativa, o 1º grau e ofuncionalismo.

Por mais que se esforcem desembarga-dores e juízes-substitutos de 2º grau, acarga de processos a que estão submeti-dos é invencível. Necessário, por isso, ru-bustecer-lhes a estrutura de apoio e dina-mizar-lhes as rotinas de trabalho. Inte-grantes de tribunais com movimentomuito menor (Alagoas, por exemplo) dis-põem de cinco assistentes. Em Santa Ca-tarina, cada desembargador conta comquatro assistentes em seu gabinete. Fareiforte empenho junto ao governo e à assem-bléia para que sejam criados novos car-gos de assistentes jurídicos.

Na esteira das bem-sucedidas Câmarasde Falência e do Meio Ambiente, e da pro-missora 15ª Câmara Criminal (competen-te para julgar prefeitos), creio que é horade avançarmos na especialização. Agra-vos, por exemplo, tomam tempo precioso dosrelatores e impedem o julgamento expedito

das questões-fim. Desejo estimular o deba-te em todas as seções e, se acaso for essa avontade da maioria, disponibilizar meiospara a instalação de mais câmaras especi-alizadas.

Segundo aspecto que tenciono focar dizrespeito à participação dos desembarga-dores na gestão do tribunal. De minhaexperiência na Corregedoria, colho a se-guinte conclusão: a maior parte das rea-lizações alcançadas neste biênio foi frutoda colaboração desprendida dos desem-bargadores. Temas estritamente adminis-trativos (uso de veículos oficiais, por exem-plo) podem e devem ser confiados a co-missão integrada por membros do tribu-nal.

A 1ª instância necessita de especialatenção. Impõe-se um mapeamento dosquadros funcionais, com redistribuição deservidores entre os ofícios, segundo crité-rios objetivos. Imperioso que a saída de umfuncionário se dê com imediata reposição.Juízes de todo o Estado devem conhecer aprogramação administrativa (cronogra-

GILBERTO PASSOS DE FREITAS tem 69anos, nasceu na Capital (21/6/38). Ca-sado, tem dois filhos. Mestre e dou-tor em Direito Ambiental, em Direitodas Relações Sociais, ambos pelaPUC-SP, pertenceu ao Ministério Pú-blico de São Paulo, foi membro doConselho Estadual de Entorpecen-tes, presidiu a Comissão Interminis-terial que elaborou o anteprojeto daLei dos Crimes contra o Meio Ambi-ente, professor convidado da Escolada Magistratura de São Paulo, pro-fessor de pós-graduação da Universi-dade Mackenzie e da Escola Paulistada Magistratura, professor de DireitoAmbiental da Universidade Santa

Cecília (Santos). É atualmente Corre-gedor Geral da Justiça.

ma de implantação do sistema informa-tizado, por exemplo) e as diretrizes pre-sidenciais (critérios para instalação devaras e assim por diante). Turmas recur-sais fixas regionalizadas, com integran-tes que se afastam das varas para dedi-car-se exclusivamente ao sistema de Jui-zados, são uma necessidade na Capitale no interior. A criação de um setormédico próprio, que avalie pedidos deafastamento e readaptação de servido-res, muito contribuirá para o exato di-mensionamento dos males que acome-tem o pessoal de apoio. Acima de tudo,passamos da hora de disponibilizar as-sistente jurídico de nível superior paraos magistrados de 1º grau.

Ao nosso funcionalismo devemos pro-porcionar melhores condições de traba-lho. Sem prejuízo de esforços no sentidode repor perdas salariais, muito podeser feito em favor da classe: cursos deaperfeiçoamento, publicidade absolu-ta e critérios objetivos no pagamento deverbas atrasadas (FAM, férias e licen-ça-prêmio), além de diálogo perma-nente com todas as entidades represen-tativas para estabelecer metas que aten-dam aos interesses da maioria. O pro-jeto de lei instituidor do Plano de Car-gos e Carreiras deve ser rediscutido eaprovado, dentro das limitações orça-mentárias do tribunal.

Quero estar à disposição de todos paraouvir sugestões, reivindicações e críticas.Não faço promessas que se frustrarãorapidamente, levando ao descrédito apresidência.

Em suma, são estas as idéias que gos-taria de trazer a público, na oportunida-de em que me candidato ao elevado car-go de presidente do Tribunal de Justiçado Estado de São Paulo.

H

66 NOVEMBRO DE 2007

“Uma administração de choque”

iante dos inúmeros pro-blemas que assolam o Ju-diciário paulista e do cur-to lapso temporal do man-dato presidencial, não é

possível resolver tudo, obviamente, e nemmesmo ter essa pretensão, pena de perder-se o administrador no turbilhão das difi-culdades.

Penso serem prioritários ao funciona-mento regular do Judiciário: a destina-ção da taxa judiciária ao Judiciário, ex-clusivamente; o plano de carreira dos ser-vidores, que vêm mostrando desalentodiante da difícil situação que enfrentam,em detrimento da agilização; e o subsí-dio, porque estamos perdendo grandesvalores para outras Magistraturas.

Assim, já mandei missiva aos desem-bargadores, dispondo-me a cumprir, a parda administração rotineira, determina-das metas consideradas primordiais e que,assim como outras medidas já implanta-das, poderão servir de base para as admi-nistrações seguintes, com vistas ao apri-moramento da Justiça.

São elas: esforços ingentes na aprova-ção de projetos em andamento (caso nãoimplementados até o término do manda-to presidencial vigente): a) subsídio; b)regimento interno; c) informatização ple-na e funcional; d) fluidez e praticidadedo site oficial, com atualização diária; e)reativação da revista de jurisprudência.Projetos de gestão: a) empenho máximona criação do cargo de mais um assisten-te nos gabinetes dos desembargadores ejuízes substitutos em 2º grau ou, na im-possibilidade absoluta, de mais um escre-vente, ainda que mediante relotação ob-

IVAN RICARDO GARÍSIO SARTORI tem50 anos, nasceu na Capital (14/1/57). Casado , tem três filhos. In-gressou na Magistratura paulistaem 1981 e judicou em diversas co-marcas do Estado até se instalar eser o primeiro juiz da 36ª Vara CívelCentral de São Paulo. Foi promovi-do por merecimento para o extintoTribunal de Alçada Civil. Foi coor-denador e autor do livro Estudos deDireito Penal — Aspectos Práticose Polêmicos, pela Editora Forense,e atualmente é membro da 13ª Câ-mara de Direito Público e do ÓrgãoEspecial do Tribunal de Justiça deSão Paulo (foi eleito em 2006 em

IVAN RICARDO GARISIO SARTORI

jetiva e criteriosa de servidores, segundoas necessidades de trabalho de cada uni-dade judiciária e de serviço administra-tivo do Estado; b) empenho na satisfaçãode parte significativa dos atrasados, in-clusive por meio de gestão bancária, semprejuízo dos pagamentos parcelados quevêm sendo praticados pela atual adminis-tração (hoje o déficit com pessoal está nacasa dos 2,5 bilhões); c) pronta e objetivaseleção, mediante comunicado geral, dedesembargadores e juízes com aptidãopara atuar em determinadas áreas e queaceitem auxiliar na administração dotribunal, com vistas ao desenvolvimentode projetos técnicos, administrativos ou deordem legislativa, com destaque para oorçamento, a ser elaborado mediantegestão participativa real; d) repasse dataxa judiciária, integralmente, para o Ju-diciário; e) canal direto e perene com osmagistrados acerca do andamento e cum-primento das metas de gestão e principaismedidas da presidência; f) canal direto

com os desembargadores, diretorias dosfóruns e/ou juízes (pelo site oficial, comou sem senha, dependendo do assunto, porcomissão, por e-mail ou por ofício), todavez que uma decisão possa influir em suasatividades, quer no âmbito material, querfuncional, mormente em se cuidando dolocal de trabalho, transporte e afins; g)pronta comunicação da decisão toma-da em relação aos assuntos referidos noitem anterior e do andamento respecti-vo; h) encaminhamento para delibera-ção do Órgão Especial de toda e qualquerproposta de magistrado, independente-mente de interesse ou não da presidên-cia, a qual, todavia, se manifestará so-bre a conveniência e oportunidade, a teordo parecer da comissão pertinente; i) ra-cionalização e obediência a critério ob-jetivo nas designações dos juízes assesso-res dos cargos de cúpula e de direção dotribunal; j) eleição dos dirigentes dosprédios dos gabinetes pelos desembarga-dores que ali oficiam e rodízio ou indi-

cação pelos magistrados das respectivascomarcas dos diretores dos fóruns, quecertamente serão cobrados pelos demaiscolegas, quanto às necessidades dasunidades que representam; k) convêniocom a PGE e/ou a criação de uma equi-pe de advogados (talvez magistradosaposentados que receberiam os honorá-rios arbitrados pelo juízo, na causa),para a defesa da instituição publicamen-te, com exigência de direito de respostasempre que necessário; l) empenho naaprovação do plano de carreira dos fun-cionários e, de todo modo, implementa-ção imediata da valorização dos maisinteressados, com a criação de um fun-do para tal, e destaque para o bom e cortêsatendimento ao público em geral; m)uniformização dos serviços nas unida-des judiciárias do tribunal; n) acentua-da mobilização à reconstrução, reformae valorização do patrimônio e das insta-lações, sabendo-se que a Secretaria deJustiça dispõe, atualmente, de verba sig-nificativa para tal; o) ao menos umassistente para os juízes de primeiro grau,ainda que a criação dos cargos se dê deforma gradativa, com prioridade para asvaras mais trabalhosas; p) manutenção eexecução das medidas e metas da admi-nistração anterior não conflitantes com ositens acima; q) reavaliação rigorosa doacervo processual, com proposta de novasespecializações dos órgãos julgadores.

A instalação de novas varas ou unida-des judiciárias dependerá da reorganiza-ção de todas aquelas já existentes, muitasdas quais extremamente deficitárias.

O Judiciário de São Paulo clama por umaadministração de choque, no sentido posi-tivo do termo, e de ousadia responsável àrealização do indispensável.

D

terceiro lugar para uma da seis va-gas existentes).

77NOVEMBRO DE 2007

“Exercer administração participativa”

retendo, na medida do pos-sível, dar seqüência aos pro-jetos iniciados e/ou implan-tados nas gestões passadas,respeitando, obviamente, o

orçamento de que dispõe o Tribunal deJustiça uma vez que a visão tem que serde vanguarda .

Por igual, pretendo desenvolver par-cerias com organizações, entidades einstituições voltadas ao interesse públi-co, visando a melhoria da prestação dosserviços judiciários, incluída, natural-mente, a 1ª instância, local, onde, via deregra ocorre o início do litígio judicial.

Objetivo a participação dos presidentesdas seções de Direito Público, de DireitoPrivado, de Direito Criminal e do decanonas reuniões do Conselho Superior da Ma-gistratura face à necessidade de aprimo-rar a integração dos órgãos de cúpula ede direção, sem prejuízo, evidentemente,da integração mais veloz entre os ilustresmembros do Tribunal de Justiça.

Ademais, deve ser fortalecido o proces-so de instalação de varas e comarcas,

ROBERTO ANTONIO VALLIM BELLOCCHI

também, contando com parcerias dospoderes públicos locais.

Não é de hoje que me preocupa, grave-mente, a consecução dos planos de car-gos, carreiras e salários, item que requeração efetiva.

No que toca ao plantão judiciário, háexigência de aprimorar-lhe a estrutura,como um todo, em função das necessida-des naturais do passar do tempo, preocu-pação essa constante no âmbito do Tribu-

nal de Justiça. Em relação à política domutirão, envolvendo todas as frentes emque atua, nas que legalmente possa atu-ar, é mister agilizar-lhe o trabalho, comfoco em avanços que possam reduzir, namedida do possível, o percurso do trâmitejudicial. Para tanto, deve ser considera-da a colaboração de instituições de ensi-no e do Ciee.

Quanto ao Juizado Especial, civil ecriminal, é necessário assegurar-lhe, con-

tinuamente, melhor estrutura para queas pautas, por exemplo, não se alonguem.

Por outro lado, o item "arquivos deprocessos", merecerá tratamento especi-al, que favoreçam os pedidos dos advoga-dos, diminuindo o tempo burocrático dedesarquivamento.

É pensamento firme exercer adminis-tração participativa com os desembarga-dores, através de comissões, equacionan-do, dentro do possível, os problemas doPoder Judiciário estadual, com adoção demedidas que os resolvam ou os minimi-zem.

Por derradeiro, deve se manter estreitocontato com a Escola Paulista da Magis-tratura, com a Apamagis e com a Acade-mia Paulista de Magistrados, na tarefaincansável de respeito ao Tribunal de Jus-tiça e à Magistratura paulista, proclaman-do sempre a postura judiciária do Estadode São Paulo.

Esses tópicos, ora resumidos, além deoutros ligados à estrutura orgânica doTribunal de Justiça, constituem metas aserem perseguidas no desempenho deeventual mandato; de conhecimento, ali-ás, de quem vive a Magistratura paulistahá cerca de 42 anos.

P

ROBERTO ANTONIO VALLIM BELLOCCHI nasceuno Rio de Janeiro, tem 65 anos, é viúvo, temdois filhos, e bacharelou-se pela PUC-SPem 1965. Mestre e doutorando em Direito,ingressou na Magistratura paulista aos 25anos, em 1966, sendo promovido sucessi-vamente (Dracena, Ubatuba, Flórida Paulistae Capital), chegando a juiz da 4ª Vara deFamília e Sucessões. Em 1980 ascendeu aoentão 2° Tribunal de Alçada Civil e, em 1984,ao Tribunal de Justiça. Foi presidente daseção de Direito Público do TJ-SP, presi-dente, vice-presidente, corregedor-geral edecano. É membro do Órgão Especial daCorte estadual e do Tribunal Regional Elei-toral de São Paulo, tendo presidido em 2006a Comissão de Propaganda Eleitoral.

etalhadamente, meuplano de administraçãoinclui as seguintes me-didas:

• Garantir plena au-tonomia operacional às seções de Di-reito Privado, Público e Criminal, am-pliando os poderes de gestão das presi-dências, de modo a propiciar na estru-turação, organização e funcionamen-to dos serviços de secretaria e de câma-ras, maior adequação às característi-cas próprias de cada Seção, sob a ópti-ca da competência jurisdicional decada uma.

• Gestão participativa e contributi-va dos desembargadores, no planeja-mento e execução de metas adminis-trativas, financeiras e orçamentárias,com a ampliação dos poderes das co-missões que, respectivamente, serão im-plantadas para a consecução dessasfinalidades.

• Verificação concreta e permanente,junto aos órgãos fazendários, da arreca-dação fiscal do Estado, de modo a otimi-zar a execução orçamentária, aumen-tando o fluxo liberatório dos recursos pre-vistos para o Tribunal de Justiça.

• Elaboração de um plano de paga-mento escalonado e contínuo dos débi-

LUIZ CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS

tos do Tribunal de Justiça com seu qua-dro funcional geral, incluindo desem-bargadores e juizes de Direito.

• Ampliação do assessoramento fun-cional das unidades e dos gabinetes detrabalho dos desembargadores.

• Conclusão do processo de informa-tização processual e administrativo emprimeira e segunda instâncias.

• Estabelecimento de metas de curtoe médio prazos, visando imprimir mai-or celeridade no processamento dos fei-tos em primeira instância.

• Incentivar todas as medidas neces-sárias a contestar de imediato a enfoca-da morosidade.

• Ampliação das Varas digitais, dossetores de conciliação, e adoção demodelos padronizados de procedimen-tos para todas as unidades cartoráriasdo Estado.

• Estruturação de Comissão de De-sembargadores para o acompanhamen-to permanente, da tramitação das ma-térias de interesse do Tribunal de Justi-ça junto aos demais poderes, nas esfe-ras estadual, federal e municipal.

• Conclusão e implantação do planode cargos e carreira dos servidores doPoder Judiciário.

• Criação de Grupo de Trabalho (Câ-mara de Negociação Permanente) inte-

grado por desembargadores e represen-tantes dos servidores do Poder Judiciá-rio, com vistas à solução conciliada dequestões de interesse do funcionalismo.

• Reforma estatutária do sistema fun-cional-administrativo de primeira esegunda instâncias.

• Celebração de convênio com a Es-cola Paulista da Magistratura e parce-rias com entidades educacionais, naCapital e principalmente interior, comvistas à realização de cursos de aperfei-çoamento, e melhoria da qualificaçãofuncional dos servidores do Poder Judi-ciário.

• Viabilizar autonomia funcional efinanceira à Escola Paulista da Magis-tratura, visando a ampliação do alcan-ce das atividades desenvolvidas em proldo aprimoramento da atividade judi-ciária.

• Construção dos prédios que forma-rão o complexo judiciário de segundainstância, eliminando-se os elevadosgastos com a locação de prédios paraabrigar os gabinetes de trabalho dosdesembargadores.

• Continuidade do processo de refor-ma do regimento interno do Tribunal deJustiça, ampliando-se as atribuições dasdiversas comissões, com vistas a propici-ar maior participação dos desembarga-dores na gestão do tribunal.

LUIZ CARLOS RIBEIRO DOS SANTOS tem 64anos, nasceu na Capital (21/3/43). Foiaprovado para a Magistratura paulista,por concurso, em 1974. Judicou em Ca-choeira Paulista (1ª entrância) e SãoPaulo. Em 1980 trabalhou no gabineteda Corregedoria Geral de Justiça e, em1984, junto ao gabinete do presidente doTJ. Em 1987 foi promovido,por antigui-dade, para o extinto Tribunal de AlçadaCriminal, do qual foi vice-presidente(1993) e presidente (1995). Foi promovi-do, por merecimento, para desembarga-dor do Tribunal de Justiça de São Pau-lo em 1999 e, atualmente, é presidenteda Seção Criminal e integrante do ÓrgãoEspecial, ambos do TJ.

Uma plataforma com 17 pontos

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88 NOVEMBRO DE 2007TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO

603NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��SEGURO DE VIDA E/OU ACIDENTES PESSOAIS — INDENIZAÇÃO.DOENÇA PREEXISTENTE. HIPERTENSÃO ARTERIAL. PATOLOGIA QUENÃO INTERFERE NA VIDA DO SEGURADO. MÁ-FÉ. DESCARACTERIZA-ÇÃO. CABIMENTO. A má-fé, grosso modo, se caracterizapela intenção de enganar o segurador, portanto pres-supondo a manifestação consciente de uma situaçãoinexata. Logo, não há como afirmar tal conduta por par-te da segurada, se na ocasião da proposta ela nãoapresenta quadro clínico de algum comprometimentode sua saúde, mas sim situação fisiopatológica contro-lada. (Ap. c/ rev. 679.290-00/0, 2ª Câm., rel. Gilbertodos Santos, j. 8/11/04).

��SEGURO DE VIDA E/OU ACIDENTES PESSOAIS — INDENIZAÇÃO.MORTE DO SEGURADO. DOENÇA PREEXISTENTE. OMISSÃO. MORTERELACIONADA COM A MOLÉSTIA. PERDA DO DIREITO AO SEGURO. RE-CONHECIMENTO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 1.444 DO CÓDIGO CIVIL.Os deveres de boa-fé são intrinsecamente bilaterais,assumindo relevância especial no contrato de seguro,principalmente no tocante ao recíproco dever de infor-mação, em face da natureza e dos riscos envolvidos nacontratação. (Ap. s/ rev. 687.742-00/6, 11ª Câm., rel.Egidio Giacoia, j. 9/8/04).

��SEGURO DE VIDA E/OU ACIDENTES PESSOAIS — INDENIZAÇÃO.PRESCRIÇÃO. DOENÇA INCAPACITANTE. PROVA DO CONHECIMENTO.AUSÊNCIA. NÃO RECONHECIMENTO. Constatando-se que nãohá prova alguma de que o segurado tivesse conheci-mento de que era portador de moléstia incapacitante, arigor o lapso prescricional, de um ano, nem sequer seiniciou, devendo ser afastada a sentença de extinção.(Ap. c/ rev. 865.339-00/4, 6ª Câm., rel. Thales do Ama-ral, j. 6/10/04).

��SEGURO DE VIDA E/OU ACIDENTES PESSOAIS — INDENIZAÇÃO.PROVA. PERÍCIA. DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ACIDEN-TÁRIA. IRRELEVÂNCIA. NECESSIDADE. O reconhecimento de in-validez total pelo INSS, para fins de aposentadoria, nãoexclui a prova pericial em ação promovida em face daseguradora, especialmente se o autor pede a perícia.(Ap. c/ rev. 662.086-00/4, 3ª Câm., rel. Ferraz Felisardo,j. 28/9/04 — quanto a epilepsia focal sintomática).

��AÇÃO MONITÓRIA — EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTODO MÉRITO. ENTREGA DO BEM. PROVA ESCRITA. AUSÊNCIA. RESOLU-ÇÃO CONTRATUAL. DILAÇÃO PROBATÓRIA. NECESSIDADE. ADMISSI-BILIDADE. Somente é cabível a ação monitória para a en-trega de bem móvel quando a entrega de coisa certafor objeto da prova escrita sem eficácia de título execu-tivo que fundamente a ação. Se, contudo, for necessá-ria a dilação probatória para se discutir a resolução docontrato, o meio processável adequado é a ação deconhecimento, sendo incabível o procedimento monitó-rio. (Ap. c/ rev. 859.318-00/0, 3ª Câm., rel. Carlos Gia-russo Santos, j. 5/10/04).

��ACORDO — ADVOGADO. DESNECESSIDADE. Para que a tran-sação tenha validade reconhecida basta reunir todasas condições que a lei exige para validade dos atos jurí-dicos em geral: a capacidade das partes, consentimentoválido, um objeto certo e causa lícita. Não existe previ-são legal que exija a assistência de um advogado paraque a parte capaz possa transigir direito seu. (AI876.340-00/0, 11ª Câm., rel. Mendes Gomes, j. 17/1/05).

��ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA — BENEFÍCIO. RETROAÇÃO. INADMISSI-

BILIDADE. O efeito da decisão que concede o benefícioda assistência judiciária gratuita é ex nunc, não retroa-gindo para alcançar fatos anteriores ao seu deferimen-to. (AI 865.067-00/4, 2ª Câm., rel. Felipe Ferreira, j. 29/11/04).

��ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA — ESPÓLIO. IMPOSSIBILIDADE DE ARCARCOM AS CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS SEM GRAVE PERDA DE SEUPATRIMÔNIO. PROVA PELO INVENTARIANTE. NECESSIDADE. Assistên-cia judiciária. Espólio. Universalidade de direitos e obri-gações a que a lei atribui capacidade processual. Ina-plicabilidade da presunção relativa prevista no artigo 4ºda Lei n. 1.060/50. Dispositivo aplicável apenas àspessoas físicas. Gratuidade que pode ser concedidaao espólio com base no artigo 5º, LXXIV, da Constitui-ção Federal, imprescindível, porém, que se faça provada insuficiência de recursos. Prova inexistente no casoconcreto. Afirmação de pobreza da inventariante quenão aproveita ao espólio. Decisão que deferiu a assis-tência judiciária. (AI 870.213-00/3, 8ª Câm., rel. AntonioCarlos Villen, j. 18/11/04).

��ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA — REVOGAÇÃO OU INDEFERIMENTO.PRESUNÇÃO DE POBREZA. PROVA A ELIDI-LA. AUSÊNCIA. INADMISSI-BILIDADE. Ausência de indícios de insinceridade do pedi-do. Declaração de pobreza que prevalece até provaem contrário. (AI 875.954-00/5, 4ª Câm., rel. Cesar La-cerda, j. 20/12/04).

��AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO — NULIDADE. ADVO-GADO. NÃO COMPARECIMENTO. GREVE DOS FUNCIONÁRIOS DO PODERJUDICIÁRIO. IRRELEVÂNCIA. JUSTO IMPEDIMENTO. AUSÊNCIA (ARTIGO453 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL). NÃO RECONHECIMENTO. Aausência do advogado da parte, regularmente intima-do para a audiência, autoriza o juiz a dispensar a oitivadas testemunhas arroladas pela parte cujo advogadonão compareceu à audiência. A greve dos funcionári-os do Poder Judiciário e a suspensão dos prazos pro-cessuais não obstaculiza a realização de audiência deinstrução e julgamento. (AI 872.407-00/7, 5ª Câm., rel.Pereira Calças, j. 27/1/05).

��AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO — NULIDADE. RE-DESIGNAÇÃO. PUBLICAÇÃO DA DECISÃO UM DIA ANTES DO PRAZOFINAL PARA APRESENTAÇÃO DO ROL DE TESTEMUNHAS. ROL ANE-XADO AO PROCESSO EM DATA POSTERIOR. TEMPESTIVIDADE RECO-NHECIDA PELO JUIZ. NÃO RECONHECIMENTO. Publicada a deci-são que remanejou a audiência de instrução e julga-mento um dia antes da fluência do prazo processual,a violar o disposto no artigo 192 do Código de Pro-cesso Civil, considera-se válida a oitiva das testemu-nhas, por alcançar o procedimento a sua finalidade.Compete ao juiz, como dirigente do processo (artigo125 do Código de Processo Civil), cumprir e exigir aobservância de prazos, porquanto ninguém está obri-gado a comparecer em juízo e cumprir atos proces-suais em período inferior a vinte e quatro horas. Nãoé nula a audiência que se realiza com oitiva de teste-munhas indicadas pelo autor se a parte contrárianada aponta a revelar surpresa ou indícios de preju-ízo à sua defesa. (AI 867.054-00/1, 4ª Câm., rel. JúlioVidal, j. 20/12/04).

��CERCEAMENTO DE DEFESA — PROVA. PERÍCIA CONTÁBIL. PEDI-DO EM PRIMEIRO GRAU. AUSÊNCIA. CONCORDÂNCIA COM O JULGA-MENTO ANTECIPADO DA LIDE. NÃO RECONHECIMENTO. Não houve

cerceamento de defesa, pois inexistiu qualquer pedidode realização de perícia contábil por parte da apelanteque, aliás, concordou com o julgamento antecipado dalide. (Ap. c/ rev. 675.708-00/0, 4ª Câm., rel. Neves Amo-rim, j. 21/9/04).

��COMPETÊNCIA — FORO. DISTRIBUIÇÃO LIVRE. ACIDENTE DOTRABALHO. REVISIONAL DE BENEFÍCIO E FEITO ONDE PROFERIDA ASENTENÇA REVISIONANDA. CONEXÃO E/OU ACESSORIEDADE. AUSÊN-CIA. ADMISSIBILIDADE. O juízo que julgou a causa-fonte nãose torna prevento para exame da ação revisional debenefício acidentário, que pode ser proposta em forodiverso daquele em que foi proferida a sentença revi-sanda, dada a inexistência de conexão ou acessorie-dade entre os feitos. (Ap. s/ rev. 857.875-00/0, 11ªCâm., rel. Clóvis Castelo, j. 20/9/04).

��COMPETÊNCIA — FORO. DOMICÍLIO DO DEVEDOR. PREVALECI-MENTO. LOCAÇÃO. AÇÃO MONITÓRIA. AJUIZAMENTO NO FORO REGI-ONAL DA SITUAÇÃO DO IMÓVEL. DECLINAÇÃO DE OFÍCIO. CARÁTERABSOLUTO. RECONHECIMento. Ação monitória de locadoracontra fiadores. Ajuizamento no Foro Regional de situ-ação do imóvel locado. Declinação de ofício por in-competência absoluta com determinação de redistribui-ção no Foro Regional de domicílio dos requeridos.Prevalência deste. Descabimento da alegação decompetência relativa. (AI 869.350-00/6, 1ª Câm., rel.Aguilar Cortez, j. 16/11/04).

��COMPETÊNCIA RECURSAL — ACIDENTE DO TRABALHO. RECUR-SO. SENTENÇA PROLATADA POR JUIZ FEDERAL. DECLINAÇÃO PELOTRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. ANULAÇÃO PELO SEGUNDO TRIBUNALDE ALÇADA CIVIL. INADMISSIBILIDADE. Este tribunal não temcompetência para conhecer e julgar recurso interpostocontra sentença proferida por juiz federal por se tratarde competência absoluta dos Tribunais Regionais Fe-derais de acordo com disposto no artigo 108, II, daConstituição Federal. (Ap. s/ rev. 819.202-00/9, 3ªCâm., rel. Carlos Giarusso Santos, j. 5/10/04).

��EMBARGOS À ARREMATAÇÃO — CONDOMÍNIO. DESPESAS CON-DOMINIAIS. ARREMATAÇÃO DA UNIDADE CONDOMINIAL PELO CREDORHIPOTECÁRIO. VALIDADE. INFORMAÇÃO ATUALIZADA SOBRE OS EM-BARGOS À EXECUÇÃO OPOSTOS PELO DEVEDOR EM EXECUÇÃO MOVIDAPELO ARREMATANTE. AUSÊNCIA. TÍTULO. LIQUIDEZ E CERTEZA. CA-RACTERIZAÇÃO. RECONHECIMENTO. Sendo possível ao credorhipotecário arrematar o imóvel hipotecado em execu-ção movida por terceiro e lançar pelo valor de seu cré-dito, sem necessidade de exibir o preço, e não tendoos executados trazido notícia atualizada de embargosopostos à execução contra eles movida pelo arrema-tante, e sendo devedor de quase toda a dívida financi-ada e de muitos meses de atraso do pagamento dascontribuições condominiais, de manter-se a validadeda arrematação. (Ap. s/ rev. 835.789-00/7, 6ª Câm., rel.Lino Machado, j. 6/10/04).

��EMBARGOS À ARREMATAÇÃO OU À ADJUDICAÇÃO — PRAZO.TERMO INICIAL. FLUÊNCIA A PARTIR DA ASSINATURA DO AUTO. RE-CONHECIMENTO. Embargos à arrematação. Intempestivida-de. Reconhecimento. Termo inicial contado a partir daassinatura do auto de arrematação. Uma vez esgota-dos todos os meios de citação pessoal dos devedorese diante das peculiaridades do caso, mostra-se lícita aefetivação do ato tão-somente por edital. (Ap. s/ rev.793.132-00/9, 10ª Câm., rel. Nestor Duarte, j. 24/11/04).

604 NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

30/11/07

��EMBARGOS À EXECUÇÃO — ACIDENTE DO TRABALHO. CÁLCULO.CRITÉRIO. APLICAÇÃO DO RECURSO DE REVISTA Nº 9.859/74. DIS-CUSSÃO DA QUESTÃO. OFENSA À COISA JULGADA. INADMISSIBILIDA-DE. Aplicação determinada na r. sentença proferida naação de conhecimento, mantida pelo v. acórdão. Deci-são transitada em julgado. Discussão da questão.Inadmissibilidade. Critério que, ademais, foi utilizadopela própria autarquia. (Ap. s/ rev. 758.456-00/1, 8ªCâm., rel. Rocha de Souza, j. 23/9/04).

��EMBARGOS À EXECUÇÃO — ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DEFRAUDE À EXECUÇÃO. DECRETAÇÃO DE FRAUDE ANTERIOR AOS EM-BARGOS. RECURSO. AUSÊNCIA. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. CABI-MENTO. EXEGESE DO ARTIGO 741, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.A inexistência de fraude de execução é alegável emembargos do devedor, ainda que a declaração de frau-de haja sido feita antes do momento dos embargos,por incluir-se a falta de ato fraudulento nas causas denulidade da penhora (artigo 741, V, do Código de Pro-cesso Civil). (Ap. c/ rev. 660.494-00/0, 4ª Câm., rel. Ro-drigues da Silva, j. 24/8/04).

��EMBARGOS À EXECUÇÃO — PRAZO. TERMO INICIAL. LITISCONSÓR-CIO PASSIVO. FLUÊNCIA. INTIMAÇÃO DE TODOS OS EXECUTADOS. DESNE-CESSIDADE. Em sede de execução, não se aplica a disposi-ção contida no artigo 241, inciso III, do Código de Proces-so Civil, devendo ser contado o prazo para a oposiçãodos embargos, individualmente, a partir do instante emque é juntada aos autos a prova da intimação da penho-ra, excepcionada a hipótese do artigo 669, parágrafo úni-co, do aludido diploma legal. (Ap. s/ rev. 863.046-00/9, 7ªCâm., rel. Miguel Cucinelli, j. 23/11/04).

��EMBARGOS À EXECUÇÃO — SENTENÇA. NULIDADE. PROCEDÊN-CIA DOS EMBARGOS PARA DECLARAR NULA A EXECUÇÃO. AUSÊNCIADE CITAÇÃO DE TODOS OS EXECUTADOS. SUSPENSÃO DOS EMBARGOSE DETERMINAÇÃO DE CITAÇÃO. NECESSIDADE. RECONHECIMENTO.Sentença dando pela procedência dos embargos enulidade da execução, por não terem sido citados to-dos os executados. Hipótese de nulidade dos embar-gos, a partir da sentença, para a suspensão de seucurso, citação de todos os executados e julgamento detodos os embargos eventualmente interpostos. (Ap. c/rev. 665.623-00/8, 10ª Câm., relª. Rosa Maria de Andra-de Nery, j. 27/10/04 — quanto a título extrajudicial)

��EMBARGOS DE TERCEIRO — EXECUÇÃO. FIADOR. CO-DEVEDOREXECUTADO. INADEQUAÇÃO DA VIA. DESCABIMENTO. A embargan-te é fiadora no contrato de locação. O imóvel penhora-do pertence também à executada e embargante que,obviamente, não pode intentar ação de embargos deterceiro, pois não é terceiro e sim executada e o bemconstrito lhe pertence. (Ap. c/ rev. 689.425-00/4, 12ªCâm., rel. Romeu Ricupero, j. 18/11/04).

��EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS EM AÇÃO DE DESPEJO —INADMISSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE APREENSÃO JUDICIAL. EXEGESEDO ARTIGO 1.046 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. SENTENÇA MANTI-

DA. RECURSO DESPROVIDO. O despejo inclui-se entre asações chamadas executivas lato sensu em que se mes-clam cognição e execução, razão pela qual, após asentença, não se instaura nova relação jurídica pro-cessual para a satisfação do julgado. Ademais, não háato de constrição judicial, mas tão-somente desocupa-ção do imóvel locado. (Ap. c/ rev. 678.762-00/4, 2ªCâm., rel. Andreatta Rizzo, j. 27/9/04).

��EXECUÇÃO — ALUGUEL E ENCARGO. SENTENÇA SEM TRÂNSITO EMJULGADO. CABIMENTO. É cabível a execução de aluguéis eencargos ainda que não transitada em julgado a senten-ça da ação de despejo por falta de pagamento. (Ap. c/ rev.671.977-00/3, 10ª Câm., rel. Gomes Varjão, j. 10/11/04).

��EXECUÇÃO — PENHORA. BEM DE FAMÍLIA. FIADOR. INCONSTITUCIO-NALIDADE DO ARTIGO 3º, INCISO VII, DA LEI 8.009/90. NÃO RECONHECI-MENTO. Não há inconstitucionalidade na regra que ressal-vou expressamente a proteção do bem de família no casoda fiança prestada em contrato de locação. (Ap. s/ rev.866.931-00/4, 1ª Câm., rel. Sebastião Flávio, j. 19/10/04).

��EXECUÇÃO — PENHORA. NOMEAÇÃO DE BENS. OBEDIÊNCIA ÀGRADAÇÃO LEGAL. NECESSIDADE. Em princípio, a nomeaçãode bens à penhora deve observar a gradação do artigo

655 do Código de Processo Civil.(AI 862.432-00/5, 11ªCâm., rel. Egidio Giacoia, j. 9/8/04).

��EXECUÇÃO — PETIÇÃO INICIAL. EMENDA. IRREGULARIDADE SA-NÁVEL. OPORTUNIDADE PARA SANÁ-LA. NECESSIDADE. APLICAÇÃODO ARTIGO 284 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Sendo insufici-ente o demonstrativo do débito, deve-se dar oportuni-dade ao exequente de emendar a inicial e não extinguiro feito.(Ap. c/ rev. 675.869-00/6, 10ª Câm., rel. EmanuelOliveira, j. 20/10/04 — quanto a ausência de cálculodiscriminado do valor do débito).

��EXECUÇÃO — TÍTULO EXECUTIVO. CONTRATO DE LOCAÇÃO. EXI-BIÇÃO DA VIA ORIGINAL. DESNECESSIDADE. A cópia do contratode locação, ainda que não autenticada, é prova sufici-ente de sua existência, porque o original não é exigidopelo artigo 585, inciso IV, do Código de Processo Civil.Somente é de se exigir a via original na hipótese de tí-tulo de crédito autônomo, porque sujeito a circulaçãopor simples endosso. (Ap. c/ rev. 672.379-00/4, 1ªCâm., rel. Prado Pereira, j. 31/8/04).

��EXTINÇÃO DO PROCESSO — REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. IR-REGULARIDADE. INADMISSIBILIDADE. POSSIBILIDADE DE REGULARIZA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 13 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.Na forma do artigo 13 do Código de Processo Civil, airregularidade da representação das partes enseja asuspensão do processo, marcando-se prazo razoávelpara ser sanado o defeito. (Ap. s/ rev. 864.403-00/8, 11ªCâm., rel. Artur Marques, j. 9/8/04).

��FIANÇA — EXONERAÇÃO. TERMO INICIAL. FLUÊNCIA A PARTIR DADATA DA CITAÇÃO. RECONHECIMENTO. A Exoneração do fiadoropera-se a partir da citação na ação respectiva, em 30/9/03, e não desde a prorrogação do contrato de locação,que se deu em 30/11/88, não se aplicando o prazo inici-al previsto no artigo 835 do Código Civil de 2002 porquenão houve a notificação nele prevista. (Ap. c/ rev.863.977-00/5, 6ª Câm., rel. Thales do Amaral, j. 6/10/04).

��FIANÇA — RESPONSABILIDADE DO FIADOR. LOCAÇÃO. CONTRA-TO PRORROGADO. SUBSISTÊNCIA ATÉ A EFETIVA DEVOLUÇÃO DO IMÓ-VEL. RECONHECIMENTO. APLICAÇÃO DO ARTIGO 39 DA LEI 8.245/91. Não se pode afastar a responsabilidade dos fiado-res sobre as obrigações assumidas espontaneamentena locação até a efetiva desocupação do imóvel pois,para a exoneração, seria necessária ação judicial pró-pria. Exegese do artigo 39 da Lei nº 8.245, de 18/10/91.(Ap. c/ rev. 665.407-00/2, 10ª Câm., relª. Rosa Maria deAndrade Nery, j. 15/9/04).

��FIANÇA — RESPONSABILIDADE DO FIADOR. LOCAÇÃO. FIXAÇÃO ATÉA EFETIVA DEVOLUÇÃO DO IMÓVEL. EXONERAÇÃO OU ACORDO. AUSÊN-CIA. RECONHECIMENTO. Se os fiadores assumiram responsabi-lidade pelo contrato de locação até a efetiva devoluçãodo imóvel e queriam se ver desobrigados, deveriam terajuizado ação de exoneração de fiança. (Ap. c/ rev.841.173-00/0, 3ª Câm., rel. Cambrea Filho, j. 10/8/04).

��ATO JUDICIAL — SUSPENSÃO. GREVE DO JUDICIÁRIO. INADMISSI-BILIDADE. A greve nos serviços judiciários acarreta tão-somente a suspensão dos prazos mas não a dos atosjudiciais, valendo, portanto, hasta pública realizada noreferido período. (AI 867.758-00/4, 11ª Câm., rel. ClóvisCastelo, j. 13/12/04).

5TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSNOVEMBRO DE 2007

EDITORA SARAIVA

Concessões, Permissõese Privatizações deServiços Públicos

Toshio Mukai

5ª edição. Analisaas leis que regula-mentam o regimedas empresas con-cessionárias e per-missionárias deserviços públicos ediscute a inconsti-tucionalidade dealguns preceitosnormativos. Traz o

conceito de serviço público e sua dis-tinção das atividades econômicas doEstado, examina o serviço adequa-do, os direitos e as obrigações dosusuários, a política tarifária, etc.

Dos Crimes daLei de Licitações

Vicente Greco Filho

2ª edição. A novaedição conserva aestrutura original,mas é enriquecidacom uma parte intro-dutória de observa-ções gerais e preli-minares sobre a tu-tela, princípios e mo-dalidades de licita-ção, acrescentado-

se novos aspectos decorrentes da apli-cação da lei e do surgimento de outrosdiplomas legislativos. Além disso, trazà colação o entendimento de outros dou-trinadores que cuidaram do tema.

Lei dos Notários e dosRegistradores ComentadaLei 8.935/94

Walter Ceneviva

6ª edição. De acor-do com as Leis 11.382/06 e 11.441/07. O autor examinacada artigo da Lei8.935/94 que, ao re-gulamentar o artigo236 da Constituição,introduziu extensase profundas modifi-cações na legislação

ordinária anterior. Na análise de cadadispositivo, define o conceito envol-vido e os efeitos da norma no dia-a-dia da atividade profissional dos no-tários e dos registradores.

Teoria Geral doDireito Notarial

Leonardo Brandelli

2ª edição. De acordocom a Lei 11.441/07. Apresenta duaspartes: propedêuticado direito notarial(esboço histórico donotariado, a institui-ção notarial, configu-ração do direito no-tarial); função nota-rial (a teoria geral

da função notarial, realização nota-rial do direito, atos notariais). O au-tor é Oficial de Registro de Imóveisno Estado de São Paulo e mestre emDireito Civil.

Direito de Autorem Obra Coletiva

Antonio Carlos Morato

Da Coleção Pro-fessor AgostinhoAlvim, coordenadapelo professor Re-nan Lotufo. A obraousa ao defender apossibilidade de apessoa jurídica serconsiderada auto-ra. Para enfrentar apolêmica, após tra-

tar dos aspectos gerais da obra cole-tiva, o estudo parte para uma análiseconjunta dos aspectos patrimoniais e,principalmente, extrapatrimoniais queintegram o direito de autor.

InterpretaçãoConstitucional

Inocêncio Mártires Coelho

3ª edição, revista eaumentada. Da Sé-rie IDP (InstitutoBrasiliense de Di-reito Público). Inter-pretar uma normaconstitucional, es-pécie do gêneronorma jurídica, éatividade que re-quer um estudo

particularizado das técnicas herme-nêuticas, devido à sua estrutura nor-mativo-material e à natureza aber-ta de seu conteúdo. A obra dedica-se a essa temática.

A Nova Interpretação doCódigo Brasileiro deDefesa do Consumidor

Ricardo Maurício Freire Soares

Apresenta quatropartes: a crise damodernidade e seusreflexos jurídicos(fundamentos doprojeto da moderni-dade, o colapso doideário moderno,etc.); o direito comouniverso hermenêu-tico (raízes filosófi-

cas da hermenêutica jurídica, etc.); fun-damentação lingüístico-principiológicada interpretação jurídica; etc.); herme-nêutica aplicada ao Código Brasileirode Defesa do Consumidor.

Direito RegistralImobiliário

Venicio Salles

2ª edição, revista.Alguns temas abor-dados pelo autor,juiz titular da 1ªVara de RegistrosPúblicos de SãoPaulo: efeitos doato de registro —autenticidade, se-gurança e eficácia;princípios regis-

trais estruturais; princípios operaci-onais; retificação de registro; comen-tário ao artigo 212 da Lei de Regis-tros Públicos; retificação de registrounilateral; retificação consensual; etc.

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EDITORA CAMPUS JURÍDICO IGLU EDITORA DIALÉTICA

Reflexões sobre oDireito à Propriedade

Denis Lerrer Rosenfield

Apresenta seis ca-pítulos: democra-cia e democraciatotalitária; proprie-dade e privilégio;república de pro-prietários; liberda-de e igualdade; oEstado burocráti-co-distributivo; atradição socialista.

O autor é professor titular de Filoso-fia da Universidade Federal do RioGrande do Sul e pesquisador I-A doCNPq.

Vivendo Plenamente a LeiA lei do amor e o amor pela lei

Zenon Bankowski

Da Coleção Teo-ria e Filosofia doDireito, coordena-da pelo professorRonaldo Porto Ma-cedo Jr.. Traduçãode Lucas Dutra Bor-tolozzo, Luiz ReimerRodrigues Rieffel eArthur Maria Fer-reira Neto. Revisão

técnica de Cláudio Michelon Jr.. Apre-senta 11 capítulos: evitando a contin-gência; legalismo e legalidade; devere aspiração; etc.

Grandes Questões Atuaisdo Direito Tributário(11º volume)

Valdir de Oliveira Rocha (coordenador)

Alguns temas ana-lisados por 22 pro-fessores: arbitra-gem em Direito Tri-butário; repercus-são geral no Direi-to Tributário; ISS —limites da compe-tência fiscalizató-ria; notas sobre a"guerra fiscal" do

ISS; o recurso extraordinário ao STFe a repercussão geral da questãoconstitucional em matéria tributária— Lei 11.418; etc.

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LANÇAMENTO

Temas Atuais deProcesso do Trabalho

Winston Rossiter

Atualizado pelasLeis 11.232/05(fase de cumpri-mento da senten-ça) e 11.187/05(agravos retidos ede instrumento). Oautor procurou darênfase à discus-são acerca da tãofalada celeridade

processual, como objeto das recen-tes alterações legislativas. Analisouos principais pontos controvertidosda Lei 9.957/00.

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NOVEMBRO DE 20076TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSEDITORA MÉTODO

Manual de Direito Civil(volume 2)

Flávio Augusto Monteiro de Barros

2ª edição. O volu-me 2 trata do Direi-to das Obrigações(transmissão dasobrigações; do adim-plemento e extinçãoda obrigação; doinadimplemento dasobrigações); e doscontratos (classifica-ção dos contratos;

extinção dos contratos; dos contratosem espécie). Apresenta questões for-muladas ao final de cada capítulopara revisão e fixação de conteúdo.

Manual de Direito Civil(volume 3)

Flávio Augusto Monteiro de Barros

2ª edição. O volu-me 3 trata do Di-reito das Coisas(posse; proprieda-de; direitos reaissobre coisas alhei-as; alienação fidu-ciária em garantiaou propriedade fi-duciária; do com-promisso de com-

pra e venda) e da responsabilidadecivil (danos morais; dano material).Apresenta questões formuladas aofinal de cada capítulo.

Manual de Prisão eSoltura sob a ÓticaConstitucionalJosé Herval Sampaio Júniore Pedro Rodrigues Caldas Neto

Apresenta quatropartes: premissasconstitucionais (de-lineamentos consti-tucionais e herme-nêuticos indissociá-veis para compreen-são da prisão provi-sória e soltura); pri-são processual (vi-são panorâmica das

prisões no ordenamento processualpenal brasileiro e a cautelaridadedas prisões processuais, etc.); sol-tura; responsabilidade civil.

Direito Civil eRegistro de Imóveis

Leonardo Brandelli (coordenação)

Alguns temas abor-dados por 15 auto-res: publicidade re-gistrária como meiode concreção daboa-fé objetiva; ju-ros nas relações ne-gociais; responsabi-lidade civil, penal eadministrativa dosnotários e registra-

dores e o dano moral; a qualificaçãoregistral imobiliária diante de cláusu-las abusivas apostas em negócios ju-rídicos submetidos a registro; etc.

MILLENNIUM EDITORA

Manual de RedaçãoProfissional

José Maria da Costa

3ª edição. Apre-senta verbetes naordem alfabéticanormal indicadapor asterisco; exem-plos ilustrativos emvermelho; cabeça-lhos, verbetes, indi-cadores de remis-sões e exemplosdestacados em ver-

melho; verbetes em ordem alfabéti-ca; indicações de remissões para con-sultas pelo próprio leitor; notas ex-plicativas numeradas; citações; etc.

Lições de DireitoConstitucional

Hamilton Castardo, Gustavo Canave-zzi e George Niaradi (coordenadores)

Obra em homena-gem ao professorSérgio Resende deBarros. Apresentanove capítulos: oconstitucionalismoNorte-Americano eFrancês; aspectosconstitucionais dafunção social da ci-dade; considera-

ções e propostas acerca do sistemabrasileiro de controle de constitucio-nalidade; aplicação prática da inter-pretação conforme a Constituição; etc.

Violência: Psicanálise,Direito e Cultura

Lédio Rosa de Andrade

Apresenta quatrocapítulos: agres-são e violência (di-ferenças conceitu-ais, duas formasde violência, etc.);a violência no su-jeito (o sujeito namassa, etc.); direi-to e subjetividade(interdições e ori-

gem do jurídico, a lei, etc.); como vi-ver em sociedade? (necessárias ad-vertências, base propedêutica, a leisimbólica, evolução cultural, etc.).

O Tribunal de Contasno OrdenamentoJurídico Brasileiro

Hamilton Fernando Castardo

Alguns temas ana-lisados: a separa-ção dos Poderes;histórico do Tribu-nal de Contas; oTribunal de Con-tas no ordenamen-to jurídico; a natu-reza jurídica doTribunal de Con-tas; análise da

instituição do Tribunal de Contas,por Emenda Constitucional, comopoder controlador à luz do princí-pio da proporcionalidade; etc.

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MALHEIROS EDITORES

Teoria dos PrincípiosDa definição à aplicaçãodos princípios jurídicos

Humberto Ávila

7ª edição, ampli-ada e atualizada.Apresenta trêspartes: considera-ções introdutórias;normas de primei-ro grau: princípiose regras (panora-ma da evoluçãoda distinção entreprincípios e re-

gras, critérios de distinção entre prin-cípios e regras, etc.); normas de se-gundo grau: postulados normativos(postulados hermenêuticos,etc.).

DiscricionariedadeAdministrativa e o DireitoFundamental à BoaAdministração PúblicaJuarez Freitas

Apresenta sete ca-pítulos: direito fun-damental à boaadministração pú-blica e a discricio-nariedade admi-nistrativa legítima;os atos adminis-trativos e o apro-fundamento dasindicabilidade; o

dever de motivação dos atos adminis-trativos; o direito fundamental à boaadministração pública e a respon-sabilidade do Estado; etc.

Resumo de Direito Civil

Maximilianus Cláudio Américo Führer

36ª edição. Volu-me 3 da ColeçãoResumos. Apre-senta seis capítu-los: introdução aodireito; Parte Geraldo Direito Civil(pessoas, bens,fatos jurídicos); Di-reito das Coisas(posse, proprieda-

de, etc.); Direito Autoral; Direito deFamília (casamento, separação e di-vórcio, parentesco, filiação, adoção,etc.); Direito das Sucessões.

Lavagem de DinheiroLavagem de ativos provenientesde crime

Rodolfo Tigre Maia

2ª edição. Apre-senta cinco capítu-los: crime organi-zado e a lavagem dedinheiro; tipos pe-nais da Lei 9.613/98; disposições pro-cessuais da Lei9.613/98; efeitosda condenação;produtos de crimes

praticados no exterior. Em anexosapresenta legislação interna, legis-lação convencional, legislação inter-nacional e Direito Comparado.

LANÇAMENTO

7TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSNOVEMBRO DE 2007

EDITORA FORENSE

EDITORA JUAREZ DE OLIVEIRA

Humberto Theodoro JúniorEditora Forense está lançando no mercado novos livros e novas edi-ções de obras do jurista Humberto Theodoro Júnior, professor titu-

lar de Processo Civil na Faculdade de Direito UFMG, doutor em Direito,desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais eautor de diversos livros e artigos jurídicos. Advogado, sócio-fundador doescritório Humberto Theodoro Júnior Advogados Associados é membrode diversos institutos e conselhos jurídicos nacionais e internacio-nais e da Academia Mineira de Letras Jurídicas.

A Reforma da Execu-ção do Título Extra-judicial — Lei nº 11.382/06. Apresenta 13capítulos: a reforma daexecução do título extra-judicial: disposiçõesgerais; execução em ge-

ral; diversas espécies de execução— generalidades; inovações na exe-cução de obrigação de fazer; inova-ções gerais na execução de obriga-ção por quantia certa; inovações pro-cedimentais na execução por quan-tia certa; inovações no regime dapenhora; substituição da penhora;avaliação; pagamento ao credor;embargados do devedor; pagamen-to do crédito em prestações; embar-gos à arrematação, remição e sus-pensão da execução.

Efeitos Externos doContrato — Direitos eobrigações na relaçãoentre contratantes e ter-ceiros. Apresenta cincocapítulos: o contrato; aflexibilização do princí-pio da relatividade dos

efeitos dos contratos; formulação sis-temática dos vínculos possíveis en-tre terceiros e contratantes; a estipu-lação em favor de terceiro; a promes-

sa de fato de terceiro e o contrato compessoa a declarar.

As Novas Reformasdo Código de Proces-so Civil — 2ª edição.Apresenta seis capítu-los: as reformas do CPCoperadas pelas Leis11.276/06, 11.277/06e 11. 280/06; a exce-

ção de prescrição: aspectos subs-tanciais e processuais; a reforma doagravo operada pela Lei 11.187/05;o cumprimento da sentença, segun-do a reforma do CPC operada pelaLei 11.232/05; requisitos a obser-var no cumprimento da sentença ge-nérica; outras inovações instituídaspela Lei 11.232/05.

Comentários ao NovoCódigo Civil — Volume3, tomo 1, 3ª edição.Trata do Livro III - dosfatos jurídicos: do ne-gócio jurídico, artigos138 a 184: dos fatosjurídicos; negócio jurí-

dico: dos defeitos do negócio jurí-dico (erro ou ignorância, dolo, co-ação, estado de perigo, lesão,fraude contra credores); invalida-de do negócio jurídico.

Comentários ao NovoCódigo Civil — Volu-me 3, tomo 2, 3ª edi-ção. Trata dos atos ju-rídicos lícitos; dosatos ilícitos; da pres-crição e da decadên-cia (prescrição, dispo-

sições gerais, causas que impe-dem ou suspendem a prescrição,causas que interrompem a pres-crição, prazos da prescrição); dadecadência; da prova.

Curso de Direito Pro-cessual Civil — Volu-me 1, atualizado até aLei 11.441/07, 47ªedição. Trata da teoriageral do Direito Pro-cessual Civil e do pro-cesso de conhecimen-

to: noções fundamentais; sujeitosdo processo; atos processuais; ins-tauração, crise e fim do processo;processo e procedimento; procedi-mento ordinário; recursos; o proces-so nos tribunais.

Curso de Direito Pro-cessual Civil — Volu-me 2, atualizado até aLei 11.441/07, 41ª edi-ção. Trata do processode execução e cumpri-mento da sentença —processo cautelar e tu-

tela de urgência (as vias de exe-cução do Código de Processo Civilbrasileiro reformado; execuçãodos títulos executivos extrajudici-ais; oposição à execução forçada;insolvência civil; crises da execu-ção e sistema recursal; processocautelar; tutela jurisdicional dife-renciada).

Curso de Direito Pro-cessual Civil — Volume3, atualizado até a Lei11.441/07, 38ª edição.Aborda os procedimen-tos especiais: procedi-mentos especiais de ju-risdição contenciosa;

procedimentos especiais de jurisdi-ção voluntária; Juizado Especial Ci-vil; alguns procedimentos especiaisdisciplinados fora do Código de Pro-cesso Civil.

Código de Processo Ci-vil Anotado — 11ª edi-ção, revista, ampliada eatualizada de acordocom as novas reformasdo Código de ProcessoCivil (Leis 11.382/06,11.417 /06, 11.418/06,

11.419 /06 e 11.441/07). O traba-lho, que contou com a colaboração deHumberto Theodoro Neto e AdrianaMandim Theodoro de Mello, não temfeitio acadêmico e não contém abor-dagem sistemática e exaustiva damatéria exposta. É uma síntese do quede mais significativo ocorre no planovivo da exegese, sobretudo pretoria-na, por meio de amostragem de ares-tos dos mais importantes tribunais doPaís.As indicações bibliográficas nãose limitam aos títulos, pois indicam,na medida do possível, o sentido dopensamento de cada doutrinador. Asreferências legislativas remetem o con-sulente a outros artigos do próprio có-digo e da legislação extravagante per-tinente ao assunto. Quando conveni-ente, apresentam-se breves comentá-rios, para revelar, de modo sucinto, aposição doutrinária do autor. A juris-prudência selecionada vem expostajunto ao artigo que lhe diz respeito.

A

Ética nas RelaçõesContratuais à Luz doCódigo Civil de 2002André Soares Hentz

Apresenta seis ca-pítulos: ética e di-reito; os sistemasde direito privado eas cláusulas ge-rais; o contrato on-tem e hoje; a fun-ção social do con-trato; a boa-fé ob-jetiva; o papel dojuiz na efetivação

da Justiça contratual: a aplicação dafunção social do contrato e da boa-féobjetiva no caso concreto. O autor émestre em Direito Civil pela Unesp.

Imputabilidade do Menorsob a Ótica Criminológica

José Flavio Braga Nascimento

Apresenta quatrocapítulos: imputa-bilidade penal (con-ceito, consciênciada ilicitude e a im-putabilidade pe-nal, o menor e aconsciência da ilici-tude, etc.); drogas ealterações de con-duta (classificação

das drogas); delinqüência juvenil(instrumentos para enfrentar a delin-qüência juvenil, etc.); responsabilida-de penal e transtorno mental.

Infiltração Policial nasOrganizações Criminosas

Soraya Moradillo Pinto

Apresenta cincocapítulos: fatoresgeradores da crimi-nalidade organiza-da; crime organiza-do no Brasil (con-ceito de crime, con-ceito de empresa,etc.); elementos daorganização crimi-nosa (fator gera-

dor de especialização, lei de com-bate ao crime organizado); a prova(proposição da prova, etc.); início dainfiltração.

Teoria e Prática das Açõesno Direito de Família

Fernando Antonio da Silva Cartaxo

Obra elaborada deacordo com a Lei10.406/02 (novoCódigo Civil) e comas recentes Leis11.187/05, 11.232/05, 11.276/06, 11.277/06, 11.280/06, 11.341/06, 11.382/06, 11.417/06, 11.418/

06, 11.419/06 e 11.441/07. Emcada ação nela versada é apresen-tado um esquema dando solução aosvários tipos de situações.

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NOVEMBRO DE 20078TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Manual de DireitoPenal Brasileiro(volume 1)Eugenio Raúl Zaffaronie José Henrique Pierangeli

7ª edição. O volu-me 1 trata da Par-te Geral. Apresentauma visão abran-gente do Direito Pe-nal. Traz estudosaprofundados detemas como tipici-dade, culpabilida-de, coerção penal,antijuridicidade,

entre outros. Analisa os aspectos daParte Geral do Código Penal com ên-fase na visão humanista do direito eapresenta um exame do direito com-parado.

Manual de Direitodas Famílias

Maria Berenice Dias

4ª edição, revista,atualizada e am-pliada. A autorafaz uma leituramoderna e críticado atual CódigoCivil. Traz umaapresentação di-ferenciada dos te-mas convencionais,com assuntos que

normalmente não aparecem no Direi-to de Família, entre os quais famíli-as plurais, situação legal da mulhere dano moral. Apresenta comentári-os à lei Maria da Penha.

Direito Penal Econômico

Luiz Regis Prado

2ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. A obra concen-tra-se no estudo dosdelitos contra a or-dem econômica, noscrimes contra as re-lações de consumo,contra o sistema fi-nanceiro e sigilodas operações de

instituições financeiras, contra as fi-nanças públicas, contra a ordem tribu-tária e delitos de contrabando e desca-minho, e contra o Sistema Previdenciá-rio e delitos de lavagem de capitais.

EDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

A Imputação Objetivano Direito Penal

Günther Jakobs

2ª edição, revista.Tradução do pro-fessor André LuísCallegari. O autor,catedrático de Di-reito Penal e Filo-sofia do Direito,discute os funda-mentos da imputa-ção objetiva do com-portamento, o risco

permitido, a imputação objetiva naparticipação (acessoriedade e proi-bição de regresso) e a realizaçãodo risco em caso de concorrênciade riscos.

Curso de DireitoInternacional Público

Valerio de Oliveira Mazzuoli

2ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. A teoria geraldo Direito Internaci-onal é o tema intro-dutório da obra, se-guido de um estudosobre a personali-dade jurídica inter-nacional. A seguir,o autor examina o

domínio público internacional, a prote-ção internacional dos direitos humanose do meio ambiente, o Direito Internaci-onal do Trabalho e, por fim, os confli-tos internacionais.

Direito TributárioAmbiental

Paulo Henrique do Amaral

Apresenta duaspartes: considera-ções iniciais — afinalidade e os prin-cípios que funda-mentam a tributa-ção ambiental (meioambiente e domínioeconômico na Cons-tituição brasileira,aplicação dos prin-

cípios de Direito Tributário em matériaambiental, a tributação como instru-mento de efetivação dos princípiosde Direito Ambiental); tributaçãoambiental.

Teoria Geral do Processo

Luiz Guilherme Marinoni

2ª edição. Volume1 do Curso de Pro-cesso Civil. Deacordo com a refor-ma processual de2006/07. Apresen-ta quatro partes: ajurisdição no Esta-do constitucional; aação no Estadoconstitucional; a

defesa no Estado constitucional; o pro-cesso no Estado constitucional. Obraindicada ao Prêmio Jabuti 2007. Oautor é doutor e mestre em Direito pelaPUC-SP.

Proteção Processualda Posse

Cláudia Aparecida Cimardi

2ª edição, revista,atualizada e ampli-ada. Volume 61 daColeção Estudos deDireito de Proces-so Enrico Tullio Li-ebman. A posse éinicialmente estu-dada como direitomaterial: sua natu-reza jurídica, ele-

mentos, classificações. Em seguida, éabordada a proteção possessória, emseus fundamentos e meios de defesa,como a ação de imissão de posse, denunciação de obra nova, etc.

Teoria das Nulidadesdo Ato Administrativo

Carlos Bastide Horbach

Trata da teoriadas nulidades noDireito Adminis-trativo a partir desua natureza deinstituto de direi-to público e emcomparação coma teoria geral doDireito Civil: atoadministrativo e

ato jurídico. Nesse sentido, arrola osmotivos que justificam o tratamentodiferenciado em cada uma das dis-ciplinas — suas peculiaridades te-óricas.

O Direito Contratual e aIntervenção do Estado

Bruna Lyra Duque

Volume 6 da Cole-ção Temas Fun-damentais de Di-reito, coordenadapelos professoresJosé Roberto dosSantos Bedaque eJosé Rogério Cruze Tucci. Apresentacinco capítulos:constitucionaliza-

ção da ordem econômica; interven-ção do Estado na ordem econômica;limites à atuação do Estado na or-dem econômica no que tange à livreiniciativa nos contratos civis; etc.

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

Manual dos Recursos

Araken de Assis

Apresenta três par-tes: teoria geral dosrecursos (noçõesgerais, princípiosfundamentais dosrecursos, juízo deadmissibilidade ejuízo de mérito dosrecursos, condiçõesde admissibilidadedos recursos, etc.);

recursos em espécie (apelação, agra-vos, embargos de declaração, recursoordinário, recurso extraordinário, re-curso especial, etc.); demais meios deimpugnação (sucedâneos recursais).

Direito das Sucessões

Francisco José Cahali e Giselda MariaFernandes Novaes Hironaka

3ª edição, revista,atualizada e ampli-ada da 2ª edição doCurso Avançado deDireito Civil, volu-me 6. Elaborada apartir das aulas mi-nistradas pelos au-tores em cursos degraduação e pós-gra-duação, bem como

do acompanhamento da aplicação doDireito aos casos concretos, a obra ana-lisa todos os artigos do Código Civil re-ferentes ao Direito das Sucessões, alémda legislação pertinente.

LANÇAMENTO

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 19NOVEMBRO DE 2007

NOTAS

Alberto Henrique CostaO juiz Alberto Henri-que Costa de Oli-veira foi empossa-do como desem-bargador do TJ-MG.

Bovespa - Direito GVNo dia 3 de de-zembro, a Bolsade Valores de SãoPaulo (Bovespa) ea Escola de Direito

da Fundação Getúlio Vargasentregarão o prêmio "Bovespa -Direito GV" aos primeiros colo-cados da graduação e pós-gra-duação no concurso sobre o"Poder Judiciário e Desenvolvi-mento do Mercado de ValoresMobiliários Brasileiro".

Carla FaccinA advogada CarlaLio Faccin é a novasócia do BarretoFerreira, Kujawski,Brancher e Gonçal-

ves.

"Diário Oficial-SP"Desde o mês pas-sado o "Diário Ofi-cial do Poder Judi-ciário de São Pau-lo" é publicado so-

mente na versão eletrônica(www.dje.tj.sp.gov.br).

Ellen GracieA presidente do STF,ministra Ellen Gra-cie, foi homenagea-da pelo "Jornal doCommercio", que

completou 180 anos de circu-lação no dia 1 de outubro. Fo-ram também homenageadosLázaro Brandão, presidentedo Conselho de Administraçãodo Bradesco; a atriz FernandaMontenegro; e Carlos ArthurNuzman, presidente do Comi-tê Olímpico Brasileiro.

Guilherme AbdallaO advogado Gui-lherme Abdalla é onovo sócio do Tei-xeira, Martins Ad-vogados.

IOBA Editora IOB lan-çou a segunda edi-ção do livro PráticaTrabalhista (560 pá-ginas), escrito por

Eduardo Loureiro Winter e VeraRegina Loureiro Winter e quetrata sobre as alterações legislati-vas na área trabalhista.

João Domingos KusterO juiz João Domin-gos Kuster Puppitomou posse comodesembargador doTJ-PR.

Jorge MirandaA UniBrasil conce-deu, dia 19 de outu-bro, o título de "Dou-tor Honoris Causa"ao jurista português,

Jorge Miranda, professor da Uni-versidade de Lisboa.

José A. Montes Filho...Os advogados JoséAlcides Montes Fi-lho, Marcelo FreitasPereira e MaucirFregonesi Jr. são os

novos sócios do Siqueira Castro.

Lia RostonA advogada Lia Ros-ton é a nova sócia doescritório Rayes, Fa-gundes & Oliveira.

Malheiros Editores

Motta, F. Rocha AdvogadosOs advogados LuizFernando TeixeiraPinto e Luís Wie-lewicki são os no-vos sócios do escri-

tório Motta, Fernandes Rocha.

Noronha AdvogadosO escritório em Lon-dres do Noronha Ad-vogados completou20 anos. É a únicabanca brasileira no

Reino Unido registrada no LawSociety of England and Wales.

"Os mais admirados"A Análise Editorialpublicou a segundaedição da "Análiseda Advocacia — Osmais admirados do

Direito" (282 páginas). Entre osprimeiros escritórios mais admi-rados do Brasil estão o PinheiroNeto; o Demarest & Almeida; oMachado, Meyer, Sendacz eOpice; o Veirano; o Mattos Filho,Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga.A Análise Editorial indagou sobreos profissionais e escritórios maisadmirados por áreas do Direito epublicou o perfil dos escritórios edos especialistas escolhidos.Elegeu, também, os profissionais"mais admirados pelos mais ad-mirados" e entre os 32 profissio-nais citados estão Antonio Meyer(Machado, Meyer, Sendacz eOpice), Arnold Wald (Wald e As-sociados) e Ives Gandra da SilvaMartins (Gandra Martins e Re-zek) (ver também página 13).

Paulo José da Costa JúniorO professor PauloJosé da Costa Júni-or foi eleito vice-presidente da Soci-edade Internacio-

nal de Defesa Social da ONUem Toledo, na Espanha. Agora,a entidade conta com dois re-presentantes da América do Sul.

Renata Gil de AlcântaraRenata Gil de Al-cântara foi empos-sada como juíza da40ª Vara Criminaldo Rio de Janeiro.

Ela havia sido impedida de as-

FadespA nova sede da Federação das Associações dos Advogados

do Estado de São Paulo (Fadesp) — na Rua da Glória, 98, 1ºandar, Liberdade, São Paulo (SP) — foi inaugurada dia 1 deoutubro. O telefone é (0xx11) 3242-0849.

sumir por força de uma liminar,que foi revogada pelo CNJ.

Revista de DireitoA Editora QuartierLatin lançou a sex-ta edição da "Re-vista de Direito Tri-butário Internacio-

nal", que reúne artigos sobrepreço de transferência, tratadosinternacionais e subsídios fis-cais, entre outros.

Tânia Callado BorgesA advogada TâniaCallado Borges éa nova integrantedo Rayes, Fagun-des & Oliveira Ra-

mos.

TRF-4As inscrições para oXIII Concurso Públi-co para juiz federal-substituto do TRF da4ª Região (PR-RS-

SC) vão até dia 26 e podem ser

feitas em www.trf4.gov.br A taxade inscrição é de R$ 150,00 e aprova será dia 20 de janeiro de2008. Informações: (0xx51)3213-3047.

UnBA Universidade deBrasília (UnB) rece-beu o "III Prêmiodas Melhores Uni-versidades Guia do

Estudante e Banco Real" pelomelhor curso em Ciências daSociedade.

Venício Antônio de PaulaVenício Antônio dePaula Salles tomouposse como de-sembargador doTJ-SP.

Vigna AdvogadosO escritório VignaAdvogados Associ-ados atende agorana Avenida Paca-embu, 1.641, São

Paulo (SP). B

O XX CongressoBrasileiro de Direi-to Tributário é otema central do nº98 da "Revista de

Direito Tributário", uma publica-ção da Malheiros Editores e doInstituto Geraldo Ataliba — Ide-pe — Instituto Internacional deDireito Público e Empresarial.Além de diversas conferências,publica a tese aprovada duranteo congresso sob o tema "Res-ponsabilidade dos sócios e ad-ministradores em matéria tributá-ria", de autoria de Daniel Mon-teiro Peixoto, doutorando e mes-tre em Direito Tributário pelaPontifícia Universidade Católicade São Paulo (PUC-SP). Infor-mações pelos telefones (0xx11)3289-0811 e 3078-7205.

MMC AdvocaciaOs advogados ValterLuís Minhão e JoaryCássia Munhoz uni-ram-se com a advo-gada Luciana Curi

Sanches formando o escritórioMMC Advocacia Empresarial (Edi-fício Ipiranga Offices, Rua Lord Co-ckrane, 616, cj. 505, Ipiranga, tele-fone (0xx11) 6168-9662).

Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO20 NOVEMBRO DE 2007

L E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã O

Advogado em São Paulo e diretorda Editora Juarez de Oliveira Ltda..

E-mail: [email protected].

JUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRA

ACORDOS/CONVENÇÕES/TRATA-DOS — Decreto n° 6.213, de26/9/2007 ("DOU" de 27/9/2007), dispõe sobre a execu-ção do 47° Protocolo Adicio-nal ao Acordo de Comple-mentação Econômica nº 35,entre os governos da Repúbli-ca Argentina, da RepúblicaFederativa do Brasil, da Repú-blica do Paraguai e da Repú-blica Oriental do Uruguai, es-tados-partes do Mercosul, eda República do Chile, de 13/8/2007.

ADMINISTRAÇÃO FEDERAL —Medida Provisória n° 389, de5/9/2007 ("DOU" de 6/9/2007),dispõe sobre a carreira deAnalista de Infra-Estrutura esobre o cargo isolado de provi-mento efetivo de Especialistaem Infra-Estrutura Senior.

Decreto n° 6.206, de 14/9/2007 ("DOU" de 17/9/2007),dispõe sobre o remanejamen-to de cargos em comissão dogrupo Direção e Assessora-mento Superiores (DAS), e al-tera o Anexo II ao Decreto no5.847, de 14/7/2006, queaprova a Estrutura Regimentale o Quadro Demonstrativo dosCargos em Comissão e dasFunções Gratificadas do Mi-nistério da Integração Nacio-nal.

Decreto n° 6.207, de 18/9/2007 ("DOU" de 19/9/2007),aprova a Estrutura Regimentale o Quadro Demonstrativo dosCargos em Comissão da Se-cretaria de Relações Institucio-nais da Presidência da Repú-blica, e dá outras providências.

Decreto n° 6.209, de 18/9/2007 ("DOU" de 19/9/2007),aprova a Estrutura Regimentale o Quadro Demonstrativo dosCargos em Comissão e dasFunções Gratificadas do Minis-tério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, edá outras providências.

Decreto n° 6.221, de 4/10/007 ("DOU" de 4/10/2007), dánova redação a dispositivos doDecreto no 6.207, de 18/9/2007, que aprova a estruturaregimental e o Quadro De-monstrativo dos Cargos emComissão da Secretaria deRelações Institucionais daPresidência da República, edá outras providências.

Decreto n° 6.220, de 4/10/2007 ("DOU" de 4/10/2007),dispõe sobre o remaneja-mento dos cargos que men-ciona e dá nova redação aosanexos II ao Decreto nº6.188, de 17/8/2007, queaprova a estrutura regimentale o Quadro Demonstrat ivodos Cargos em Comissão dogabinete pessoal do presi-dente da República, e II aoDecreto nº 5.174, de 9/8/2004, que aprova a estruturaregimental e o Quadro De-monstrativo dos Cargos emComissão da Secretaria Es-pecial dos Direitos Humanosda Presidência da República.

Decreto n° 6.219, de 4/10/2007 ("DOU" de 4/10/2007),aprova a estrutura regimental

e o Quadro Demonstrativo dosCargos em Comissão e dasFunções Gratificadas da Supe-rintendência do Desenvolvi-mento do Nordeste (Sudene), edá outras providências.

Decreto n° 6.218, DE 4/10/2007 ("DOU" de 4/10/2007),aprova a estrutura regimental eo Quadro Demonstrativo dosCargos em Comissão e dasFunções Gratificadas da Supe-rintendência do Desenvolvi-mento da Amazônia (Sudam), edá outras providências.

Decreto n° 6.217, de 4/1/.2007 ("DOU" de 4/10/2007),dispõe sobre as competênciasdo ministro de Estado Extraordi-nário de Assuntos Estratégicos,aprova a estrutura regimentaldo Núcleo de Assuntos Estraté-gicos da Presidência da Repú-blica, dispõe sobre a vinculaçãoda Fundação Instituto de Pesqui-sa Econômica Aplicada (Ipea), edá outras providências.

ARMAS DE FOGO — Medida Pro-visória n° 390, de 18/9/2007("DOU" de 18/9/2007 - Extra),revoga a Medida Provisória n°379, de 28/6/2007, que alteradispositivos da Lei n° 10.826,de 22/12/2003, que dispõe so-bre registro, posse e comerciali-zação de armas de fogo e muni-ção, sobre o Sistema Nacionalde Armas (Sinarm) e define cri-mes.

Medida Provisória n° 394, de20/9/2007 ("DOU" de 21/9/2007), dá nova redação ao § 3ºdo artigo 5º da Lei n° 10.826, de22/12/2003, que dispõe sobreregistro, posse e comercializa-ção de armas de fogo e muni-ção, sobre o Sistema Nacionalde Armas (Sinarm).

CONSTITUIÇÃO FEDERAL — Emen-da Constitucional n° 55, de 20/9/2007 ("DOU" de 21/9/2007), alte-ra o artigo 159 da ConstituiçãoFederal, aumentando a entregade recursos pela União ao Fundode Participação dos Municípios.

EmendaConstitucional n° 54,de 20/9/2007 ("DOU" de 21/9/2007), dá nova redação à alínea"c" do inciso I do artigo 12 daConstituição Federal e acres-centa o artigo 95 ao Ato das Dis-posições Constitucionais Transi-tórias, assegurando o registronos consulados de brasileirosnascidos no estrangeiro.

DEFESA SANITÁRIA ANIMAL — Lein° 11.515, de 28/8/2007 ("DOU"de 28/8/2007 - Extra), altera dis-positivos da Lei n° 569, de 21/12/l948, que estabelece medi-das de defesa sanitária animal.

DESESTATIZAÇÃO — Decreto n°6.205, de 14/9/2007 ("DOU" de17/9/2007), dispõe sobre a in-clusão, no Programa Nacionalde Desestatização (PND) deempreendimentos de transmis-são de energia elétrica inte-grantes da Rede Básica do Sis-tema Interligado Nacional (SIN),determina à Agencia Nacionalde Energia Elétrica (Aneel) apromoção e o acompanhamen-to dos processos de licitação

dessas concessões, e dá outrasprovidências.

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS —Lei n° 11.521, de 18/9/2007("DOU" de 19/9/2007), altera aLei n° 9.434, de 4/2/1997 parapermitir a retirada pelo SistemaÚnico de Saúde de órgãos e te-cidos de doadores que se en-contrem em instituições hospita-

carentes ou de baixa renda.

INSTITUTO CHICO MENDES — Lein° 11.516, de 28/8/2007 ("DOU"de 28/8/2007 — Extra), dispõesobre a criação do "InstitutoChico Mendes de Conservaçãoda Biodiversidade — InstitutoChico Mendes"; altera as Leisn°s 7.735, de 22/2/1989, 11.284,de 2/3/2006, 9.985, de 18/7/2000,

Medida Provisória n° 382, de24/7/2007, dispõe sobre o des-conto de créditos da contribui-ção para o PIS/Pasep e daCofins, na aquisição no mer-cado interno ou importação debens de capital destinados àprodução dos bens relaciona-dos nos Anexos I e II da Lei n°10.485, de 3/7/2002, e dosprodutos classificados na Ta-bela de Incidência do Impostosobre Produtos Industrializa-dos (Tipi), aprovada pelo De-creto n° 6.006, de 28/12/2006;autoriza a concessão de sub-venção econômica nas opera-ções de empréstimo e financi-amento destinadas às empre-sas dos setores de calçados eartefatos de couro, têxtil, deconfecção e de móveis de ma-deira.

PREVIDÊNCIA SOCIAL — Decreton° 6.208, de 18/9/2007 ("DOU"de 19/9/2007), dá nova redaçãoao parágrafo único do artigo181-B do regulamento da Pre-vidência Social, aprovado peloDecreto n° 3.048, de 6/5/1999.

SEGURANÇA PÚBLICA — Decre-to n° 6.189, de 20/8/2007("DOU" de 21/8/2007), acrescee altera dispositivos do Decreton° 5.289, de 29/11/2004, quedisciplina a organização e ofuncionamento da administra-ção pública federal, para de-senvolvimento do programade cooperação federativa de-nominado Força Nacional deSegurança Pública.

Medida Provisória n° 384,de 20/8/2007 ("DOU" de 21/8/2007), institui o Programa Naci-onal de Segurança Públicacom Cidadania (Pronasci), edá outras providências.

TRABALHADOR RURAL — Medi-da Provisória n° 385, de 22/8/2007 ("DOU" de 23/8/2007),acrescenta parágrafo único aoartigo 1º da Lei n° 11.368, de9/11/ 2006, para estender aotrabalhador rural enquadradocomo contribuinte individual oprazo previsto no artigo 143 daLei n° 8.213, de 24/7/1991.

TRABALHADORES — PARTICIPAÇÃONOS LUCROS — Medida Provisórian° 388, de 5/9/2007 ("DOU" de6/9/2007), altera e acresce dis-positivos à Lei nº 10.101, de19/12/2000, que dispõe sobre aparticipação dos trabalhadoresnos lucros ou resultados da em-presa e dá outras providências.

TRIBUTAÇÃO UNIFICADA — MedidaProvisória n° 391, de 18.9.2007("DOU" de 18/9/2007 — Extra),revoga a Medida Provisória n°380, de 28/6/2007, que instituio Regime de Tributação Unifi-cada (RTU) na importação, porvia terrestre, de mercadoriasprocedentes do Paraguai.

VIOLÊNCIA NA PRIMEIRA INFÂNCIA— Lei n° 11.523, de 18/9/2007("DOU" de 19/9/2007), institui aSemana Nacional de Preven-ção da Violência na PrimeiraInfância. B

POLÍCIAS MILITARES E CORPOS DE BOMBEIROS — Decreto n° 6.211, de18/9/2007 ("DOU" de 19/9/2007), dá nova redação ao item 6 doartigo 21 do regulamento para as Polícias Militares e Corpos deBombeiros Militares (R-200), aprovado pelo Decreto n° 88.777,de 30/9/1983, e dá outras providências.

lares não autorizadas a realizartransplantes.

DRAGAGEM PORTUÁRIA — Medi-da Provissória n° 393, de 19/9/2007 ("DOU" de 20/9/2007), ins-titui o Programa Nacional deDragagem Portuária e Hidroviá-ria, e dá outras providências.

ENERGIA ELÉTRICA — Decreto n°6.210, de 18/9/2007 ("DOU" de19/9/2007), altera dispositivos doDecreto n° 5.163, de 30/7/2004,que regulamenta a comercializa-ção de energia elétrica, o proces-so de outorga de concessões ede autorizações de geração deenergia elétrica, define demandamínima por unidade de consumopara a equiparação de consumi-dor a auto-produtor, e dá outrasprovidências.

HANSENÍASE — Lei n° 11.520, de18/9/2007 ("DOU" de 19/9/2007),dispõe sobre a concessão depensão especial às pessoas atin-gidas pela hanseníase que foramsubmetidas a isolamento e inter-nação compulsórios.

IMÓVEIS DA UNIÃO — Decreto n°6.190, de 20/8/2007 ("DOU" de21/8/2007), regulamenta o dis-posto no artigo 1º do Decreto-Lein° 1.876, de 15/7/1981, paradispor sobre a isenção do paga-mento de foros, taxas de ocupa-ção e laudêmios, referentes aimóveis de propriedade da União,para as pessoas consideradas

10.410, de 11/1/2002, 11.156, de29/7/ 2005, 11.357, de 19/10/2006, e 7.957, de 20/12/1989; re-voga dispositivos da Lei n° 8.028,de 12/4/1990, e da Medida Provi-sória n° 2.216-37, de 31/8/2001; edá outras providências.

INVESTIMENTO RURAL — Decreton° 6.201, de 28/8/2007 ("DOU"de 29/8/2007), dispõe sobre aconcessão de rebate no valordas parcelas com vencimentoem 2007 de financiamentos deinvestimento rural.

Decreto n° 6.200, de 28/8/2007 ("DOU" de 29/8/2007), dis-põe sobre a concessão de reba-te sobre as parcelas com venci-mento em 2007 de financia-mentos de investimento rural ede custeio agropecuário de sa-fras anteriores, contratados aoamparo do Programa Nacionalde Fortalecimento da Agricultu-ra Familiar (Pronaf).

MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PE-QUENO PORTE — Decreto n° 6.204,de 5/9/2007 ("DOU" de 6/9/2007), regulamenta o tratamen-to favorecido, diferenciado esimplificado para as microem-presas e empresas de pequenoporte nas contratações públicasde bens, serviços e obras, noâmbito da administração públi-ca federal.

PIS/Pasep/Cofins — MedidaProvisória n° 392, de 18/9/2007("DOU" de 19/9/2007), revoga a

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 21NOVEMBRO DE 2007

TELEFONIA

legal a cobrançada assinatura bási-ca mensal em ser-viço de telefoniafixa. Com esse en-

tendimento, a Primeira Se-ção do STJ garantiu a Bra-sil Telecom o direito de co-brar a assinatura, contra-riando decisão anteriorque havia considerado atarifa abusiva e determi-nado a devolução do valora uma consumidora gaú-cha.

A consumidora entroucom ação contestando acobrança da assinaturabásica mensal e solicitoua devolução dos valores pa-gos à Brasil Telecom. Opedido foi rejeitado em pri-meira instância, mas oTJ-RS reformou a senten-ça por entender que a co-brança do pagamento porum serviço não prestado éabusiva. A Brasil Telecomrecorreu ao STJ alegandoque a tarifa não é voltadaapenas à cessão de linha

Cobrança de assinatura básica é legal

É

ou de terminal telefônico,mas também à infra-es-trutura fornecida. Disseque está autorizada pelaAnatel para cobrar a assi-natura básica e que a de-volução de valores somenteseria possível se houvesseerro do pagamento volun-tário. O recurso foi acolhi-do. (RESP 911802). B

cobrança de pulsos telefô-nicos sem identificação das

chamadas realizadas pelo assi-nante era permitida até janeirode 2006, prazo dado às presta-doras de serviços de telefoniapara identificar as chamadasnas cobranças. O entendimen-to, do TJ-MG, foi mantido pelaSegunda Turma do STJ ao de-cidir não ter havido indício deabusividade na cobrança daTelemar Norte Leste S.A. a umaconsumidora mineira.

A consumidora Eneida Rosia-ne Silva havia proposto ação con-tra a Telemar argumentando tersido cobrado pulsos excedentes e

Pulsos telefônicos ligações para telefone celular deforma aleatória, visto que as cha-madas não eram discriminadasnas contas, ferindo o direito à in-formação previsto no Código deDefesa do Consumidor.

A primeira instância acatou opedido, mas o TJ-MG reformousentença ao acatar o recurso daTelemar. Para o tribunal minei-ro, a empresa não poderia serpenalizada antes de janeiro de2006, prazo estipulado paraidentificar as chamadas na co-brança. A consumidora recor-reu, sem sucesso, ao STJ, quemanteve decisão do TJ-MG.(RESP 970750). B

A

DIREITO ESPORTIVO

Sexta Turma do TST nãoacolheu o pedido do ex-

jogador Carlos Alberto Galván,do Santos Futebol Clube, emanteve sentença que ocondenou a pagar ascustas processuais deuma ação milionáriaque perdeu para o clu-be por reivindicar Justi-ça gratuita. O atleta teráde pagar custas de R$ 110 mil,decorrentes da ação que inter-pôs na Justiça do Trabalho con-tra o clube.

O zagueiro argentino foi con-tratado pelo Santos de 5 de ja-neiro de 2000 a 4 de janeiro de2002. Segundo o jogador, o clu-be se comprometeu a pagar, atítulo de "cessão de passe",US$ 1,87 milhões em 12 parce-las, mais salário mensal de US$50 mil. Diante da possibilidadede alta do dólar em 2001, aspartes acertaram que o restantedo contrato seria pago em reais(R$ 72,5 mil mais cinco parce-las de R$ 110 mil, totalizandoR$ 622.500,00). Com o fim docontrato, o atleta entrou comação pleiteando o recebimentode diversas parcelas não quita-das, alegando que o Santos pa-gava os salários em real utili-zando cotação do dólar inferiorà oficial, além de não pagar féri-as, FGTS e verbas referentes aocontrato de publicidade. Juntou

Ex-jogador do Santosperde ação vultosa

aos autos cheques devolvidospor insuficiência de fundos, as-sinados pelo presidente do clu-be, e notas promissórias não

quitadas. O profissionalreivindicava R$ 5.561.414,39.

O Santos contestoualegando que Galván

havia assinado um reci-bo dando total quitação

das parcelas postuladas, e pe-diu que a Justiça o condenassecom multa por litigância de má-fée que o jogador pagasse, em do-bro, as verbas contratuais por eleapontadas como devidas, alémde perdas e danos e indenizaçãopor danos morais de 500 salári-os mínimos. Mais modesto, o clu-be deu a causa o valor de R$ 10mil. O processo foi consideradoextinto pelo fato de a ação tersido proposta mais de dois anosapós o rompimento do contrato.Com isso, o atleta ficou respon-sável pelo pagamento das custasprocessuais de R$ 110 mil. Gal-ván apelou questionando a pres-crição, mas o recurso foi conside-rado deserto diante do não paga-mento das custas.

O jogador pediu o benefícioda Justiça gratuita, juntando de-claração de pobreza de própriopunho. O pedido foi acolhido eo Santos interpôs recurso ques-tionando a legalidade do benefí-cio. O TRT da 2ª Região (SP)

acolheu o recurso e declarounula a decisão de primeiro graupor entender que o jogador nãopoderia ser rebaixado à condi-ção de pobre se tinha ganhosmensais em 2000 de R$ 30 mil,com gratificações de R$ 59 mil,bonificações de R$ 65 mil empublicidade, entre outras ver-bas. Para o tribunal, o atletapossuía patrimônio suficientepara se responsabilizar pelorisco de uma demanda judicial,cujo valor milionário foi por elemesmo atribuído. No TST, oatleta sustentou que os docu-mentos comprovavam a neces-sidade da isenção de custasprocessuais, já que pleiteava opagamento do contrato quenão havia sido quitado, alémde estar desempregado. Alegou,ainda, não existir no ordenamen-to jurídico norma com imposiçõespara a concessão do benefícioda Justiça gratuita, bastando queo requerente declare que, nomomento, não tem condições depagar as custas. O recurso foi re-jeitado. Segundo o ministro-rela-tor, Aloysio Corrêa da Veiga,para a concessão da Justiça gra-tuita basta que o postulante de-clare a condição de pobreza,sem que precise prová-la. Entre-tanto, a presunção de veracidadeda declaração permite prova emcontrário, o que ocorreu. (RR-607/2004-446-02-00.0). B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO22 NOVEMBRO DE 2007

DIREITO PENAL

RASÍLIA — O Paísestá com 420 milprisioneiros, dosquais 360 mil nosistema peniten-

ciário e os demais em dele-gacias e cadeias. A situa-ção é considerada críticapelo próprio órgão encarre-gado de monitorar a popu-lação carcerária brasilei-ra, o Depen (DepartamentoPenitenciário Nacional). Odiretor-geral, MaurícioKuehne, não hesita emafirmar que, no ritmo queestá, a situação pode serconsiderada "sombria" emrelação ao futuro. Isso por-que mesmo sendo grande onúmero de presos, a quan-tidade de foragidos é muitomaior, maior do que meiomilhão de sentenciados.

A palavra "sombria" éusada por Kuehne levandoem conta que, em termosnacionais, a reincidência jáatingiu o patamar de 80%.Ele também admite que oprocesso de ressocializaçãopode ser considerado pífio,dizendo que as coisas so-mente não são piores emconseqüência do trabalhovoluntário de algumas igre-jas, "que mexem com o ladoespiritual dos presos". Senão fosse isso, admite,"nãosei onde estaríamos".

De acordo com os cálcu-los do Depen, cada prisio-neiro estaria custando R$3.062,00 por mês aos co-fres públicos. Mas essescustos são variáveis, con-forme os indicativos forne-cidos pelos próprios Esta-dos. No Espírito Santo, porexemplo, onde o sistema éprecário, o valor das des-pesas com cada preso che-ga a R$ 2.700,00 por mês.Mas o Estado de Goiás cal-cula esse mesmo valor embem menos, R$ 400,00. Opróprio Kuehne desconfiadesses números, porqueas contas podem abrangerdesde o que se gastou na

construção de uma unida-de prisional e na manu-tenção como também oscustos com a segurança —policiais e agentes peni-tenciários — para o funci-onamento da estrutura.

Também é preciso levarem consideração, paraaprofundar a análise des-ses números, que o siste-ma possui duas penitenci-árias federais, instaladasem Catanduvas (PR) e Cam-po Grande (MS). O diretor-geral do Depen informaque nos dois presídios fe-derais estão recolhidoscerca de 200 prisioneiros,cujo custo ultrapassa, emuito, os gastos com vári-os presídios estaduais.Mas o acentuado nível depericulosidade desses pre-sos, entre eles os trafican-tes Fernandinho "Beira-Mar" e o colombiano JuanCarlos Ramírez Abadia, se-gundo Kuehne, compensaos investimentos. "A socie-dade está ganhando maiscom eles lá dentro", garan-te. O diretor-geral do Depenaponta alguns problemascrônicos na área penitenci-ária, entre eles a deficiên-cia na assistência jurídica(existem advogados abnega-dos que vão de um Estadopara outro fazer esse servi-ço voluntariamente), desu-manidade em muitas Varasde Execuções Penais, juí-zes, promotores, agentespenitenciários, médicos eassistentes sociais emnúmero inferior ao das ne-cessidades.

Para o responsável peloDepen, pode-se dizer que apopulação dos cárceresestá "esquecida" há "deze-nas de anos". A sociedade,diz ele, "só reclama". ODepen está investindonum projeto de plano dire-tor do sistema, indicandopara os Estados as princi-pais deficiências. Kuehneestá convencido, da mes-ma forma que outros estu-diosos, que é preciso darsentido à palavra "laborte-rapia" (recuperação pelo

trabalho), oferecendo cur-sos profissionalizantespara que o prisioneiro te-nha alguma perspectiva.As idéias do diretor-geralabrangem a criação de con-vênios com Sesi, Senac,Sesc e Senai. Numa pri-meira fase, o projeto con-templará mulheres. Elasserão cadastradas, saberãoo que poderão aprender.Pelo plano, essas ativida-des permitirão que elas

B

PERCIVAL DE SOUZAEspecial para “O Tribuna”

possam receber salário pelotrabalho.

Kuehne, que é promotorde Justiça aposentado e in-tegrou o Conselho Nacionalde Política Criminal e Pe-nitenciária, entende que épreciso aprender a obser-var os custos do sistema.Argumenta que a manu-tenção no cárcere de umpsicopata como FranciscoAssis Pereira, conhecidocomo "Maníaco do Parque",

ou de um grande traficantede drogas, representa umgrande ganho para a socie-dade. "Ninguém pode cal-cular o prejuízo social querepresenta uma pessoadesse tipo em liberdade",adverte. Nessa perspecti-va, ele leva em considera-ção o que alguém assimpoderia significar para operigo potencial de tirar vi-das ou impulsionar para ocrime.

Um País fora das grades

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 23NOVEMBRO DE 2007

DIREITO PENAL

o feriado prolongado deoutubro que abrangia o

Dia das Crianças, foi dado umalerta geral à tropa da PM emSão Paulo: a facção criminosaPrimeiro Comando da Capital(PCC) teria planos de repetirparte dos ataques registradosem maio do ano passado, des-ta vez tendo como alvo familia-res de policiais. O alerta foidado pelo próprio ComandoGeral da Corporação.

As ameaças não se confir-maram. Alguns dias antes doalerta geral, a Secretaria daAdministração Penitenciáriapromoveu um remanejamentoem massa em vários estabele-cimentos penais, transferindo300 prisioneiros de uma sóvez de Presidente Prudente,onde o PCC mandou matar ojuiz Antonio Machado Dias,para Itirapina. Todos os transfe-ridos são desafetos do PCC eligados a outras facções, quese autodenominam "ComandoBrasileiro Revolucionário daCriminalidade", "Seita Satâni-ca", "Comando Democrático daLibertação" e "Amigos dos Ami-gos". A transferência foi feitaem comboio que percorreu os331 quilômetros que ligamPrudente a Itirapina, sob escol-ta de oito viaturas da Força Tá-tica da Polícia Militar.

No Fórum da Barra Funda, asegurança do prédio estabele-ceu rígidas regras de disciplinanuma carceragem diferencia-da. Os 300 presos que, em mé-dia, são conduzidos para asaudiências nas Varas Crimi-nais, ficam em celas separadaspor facções. A cela de maioresdimensões é dedicada exclusi-vamente ao PCC. Há casos depresos que desembarcam dosveículos de transporte com visí-veis sinais de espancamentodurante o trajeto.

Esses fatos significam queas facções criminosas continu-am atuantes, mas ao mesmotempo as autoridades conse-guem demonstrar um poderbem maior de controle sobreelas. O secretário da Adminis-tração Penitenciária, AntônioFerreira Pinto, procurador deJustiça, sucessor do polêmicojuiz aposentado Nagashi Fu-rukawa, mudou as regras dojogo rapidamente. Pode-se di-zer que a chefia das unidadesprisionais está sob nova dire-ção. O controle dos presospassou a ser mais rígido, osfuncionários corretos ganha-ram prestígio e as normas in-ternas de segurança torna-ram-se mais rigorosas. Ferrei-ra Pinto transferiu a sede daSecretaria de um prédio naAvenida São João, no centroda cidade, para um antigoanexo que funcionava junto àantiga Penitenciária do Esta-

do, hoje Penitenciária Femininade Santana.

A missão confiada a FerreiraPinto pelo então governadorCláudio Lembo foi recuperar asegurança dentro dos presídios,principalmente a partir da de-monstração de força do PCC emmaio do ano passado, com ata-ques a unidades policiais, as-sassinatos de policiais militarese agentes penitenciários e in-cêndios de ônibus. De repen-te, o PCC silenciou — e isso foiconsiderado tão emblemáticoque pesquisadores da Universi-dade de Harvard estiveram emSão Paulo para procurar sabero que estava acontecendo.

O secretário é um homemintrospectivo, que não gosta defalar em público e nem de con-ceder entrevistas. Abrindo umaexceção, Ferreira Pinto revelaque o êxito do trabalho deve-seà equipe que montou, escolhen-do a dedo funcionários antigosque possuem grande experiên-cia no sistema e estavam afasta-dos de funções relevantes. Entreeles, Lourival Gomes, que eleescolheu para secretário-adjun-to. Nas celas do sistema, chega-ram os sinais da nova adminis-tração, a começar pelo fato de"Marcola", o poderoso chefão doPCC, ser retirado do RDD, o Re-gime Disciplinar Diferenciado,com transferência de PresidenteBernardes para a Penitenciáriade Avaré. Isso porque "Marcola"cumpriu o ano de isolamento noRDD, medida prevista em lei.Não faltou quem quisesse umaprorrogação desse prazo. Ferrei-ra Pinto respeitou o direito for-mal de "Marcola", e simultanea-mente valorizou os funcionáriosque constantemente eram ame-açados e desacatados pela fac-ção criminosa. Agora, sabemque serão punidos sempre queisso acontecer.

Além disso, o secretário Fer-reira Pinto implantou um siste-ma de inteligência, que envolvea própria Secretaria e setores

específicos das Polícias Civil eMilitar. O secretário tambémpreferiu envolver as coisas in-ternas num manto de silêncio,invocando a segurança paramanter certos fatos em sigilo.Atualmente, a Secretaria é res-ponsável por um mundo prisi-onal que abrange 146 presídi-os e quase 139 mil prisioneirosem todo o Estado de São Pau-lo, que tem 21% da populaçãobrasileira e um terço de todosos presos do País. De todaessa população carcerária,13,6% — correspondentes acerca de 19 mil — receberamcondenação de até quatro anosde prisão. A cada ano, a entra-da de novos presos no sistemachega a 6 mil. Por isso, no pla-nejamento da Secretaria, SãoPaulo terá mais 44 presídiosaté 2010, conforme o PlanoPlurianual que será apresenta-do até o mês que vem à As-sembléia Legislativa.

Ao longo dos últimos 12anos, o numero de presos emSão Paulo aumentou de 55para quase 140 mil.

Ferreira Pinto evita falar daadministração anterior. Nãoquer se indispor publicamentecom o antecessor, embora te-nha fornecido ao MinistérioPúblico Estadual um dossiêsobre o que considera irregula-ridades cometidas, segundo oteor de uma sindicância admi-nistrativa interna. As denúnciasestão sendo apuradas e Fu-rukawa já prestou depoimentoà Procuradoria Geral de Justi-ça, procurando refutar com ve-emência todas as acusações.

Entre as medidas práticascriadas por Ferreira Pinto es-tão a destinação de um presí-dio, na região de Avaré, exclu-sivamente para traficantes in-ternacionais, e a colocação dealgumas mulheres ligadas àcriminalidade violenta em iné-dito Regime Disciplinar Dife-renciado, em presídio no Valedo Paraíba. "Isso era necessá-rio e foi feito", diz o secretário.

As coordenadorias dos pre-sídios, regionalizadas, permiti-ram um controle maior. Tam-bém o preparo, através de trei-namento especial no Coman-do de Policiamento de Cho-que da Polícia Militar, permitiuo fortalecimento do GIR, grupode intervenção rápida. Comele, tornou-se possível a con-tenção de distúrbios e até re-beliões, sem acionar a Tropade Choque da PM. O GIR éconhecido nas prisões como"Choquinho", ou seja, umamini-tropa de choque. FerreiraPinto diz que este é o resulta-do de um trabalho conjunto."Ninguém faz nada sozinho",diz com modéstia, nada men-cionando sobre os própriosméritos. (PS) B

excessiva lotação dospresídios é um dos de-

safios para o Depen. Tanto oórgão que Kuehne dirigecomo o conselho que definepolíticas criminais e peni-tenciárias são ligados dire-tamente ao Ministério daJustiça. O conselho fixouum limite de 800 prisionei-ros por estabelecimento pe-nal brasileiro. Se essa ori-entação fosse seguida, se-ria preciso construir, deimediato, mais 250 presídi-os em todo o Brasil. Cons-truir cada novo presídio cus-taria, hoje, cerca de R$ 15milhões. Até o final desteano, R$ 214 milhões esta-rão sendo repassados pelaUnião aos Estados paraconstrução e reformas.

Essa história tem maisuma circunstância agra-vante: o número gigantes-co de mandados de prisãoa serem cumpridos, cercade 550 mil em todo o País.Se de repente todas essaspessoas fossem captura-das, o sistema entraria emcolapso. Alguns acreditamque ordens judiciais sim-plesmente vão para as ga-vetas, por motivos nemsempre justificáveis. Es-ses dados trazem à tonauma verdade assustadora:existem mais foragidos doque presos cumprindopena no sistema peniten-ciário. Muitos deles sãoautores de crimes graves,como roubos à mão arma-da, extorsões mediante se-qüestro, homicídios e ca-sos de corrupção. "Nossosistema punitivo está ago-nizante", diz o procuradorda República Nicolao Dino.Apesar de tudo, o númerode presos continua subindo.Eram 361.042 em 2.005.

O ministro Tarso Genro,da Justiça, entende que osnúmeros preocupantes re-fletem a escalada da violên-cia. Ao mesmo tempo, de-monstram que a criminali-dade não tem sido contida.Para o ministro, os proble-mas poderiam ser resolvi-dos a "médio prazo". O atualmomento, acredita Genro,seria favorável para se esta-belecer "um pacto entre go-

verno federal, Estados emunicípios, na busca porum alto padrão de seguran-ça pública". O ministroacha que esses problemasse agravaram ao longo dosúltimos 50 anos porque "osgovernos deixaram de re-primir e implantar medidassociais compensatórias, deacordo com a demandaprovocada pelo processo deurbanização do País".

A situação brasileira es-timulou vários Estados aconvidar o sociólogo HugoAcero Velásquez, da Colôm-bia, responsável por um pro-grama que reduziu índicesde violência e criminalida-de naquele país, para fazerpalestras e sugestões. Umadas coisas que ele cita é aatuação firme de um siste-ma de inteligência. "Semsaber onde se seqüestra, semata, se rouba, se corrom-pe, é impossível dar certo.Criamos um sistema de in-formação único para todasas instituições", explicou.Quanto às prisões, contaque os estabelecimentospenais colombianos passa-ram a contar com aparelha-gem eletrônica e a implan-tar um sistema de contatomínimo entre prisioneirose funcionários. "Direitoshumanos e disciplina. Seum preso desrespeitar osregulamentos, recebe comopunição disciplinar imedia-ta o isolamento durante 30dias — duas horas de sol acada 24 horas e visitas umavez ao mês. Nada mais", en-sina.

Acero, comentando so-bre a existência de facçõescriminosas no Brasil, afir-ma que "nenhum inimigoda segurança e da convi-vência cidadã deve ser con-siderado pequeno". Paraele, "o Estado não conseguedimensionar o poder de pe-quenos grupos e só se dáconta quando os pequenosgrupos se constituem empoderosas organizações cri-minosas sob controle uni-ficado. É necessária umapolítica pública integral quecontemple políticas pre-ventivas até as de controlee coação".

N

SuperlotaçãoA

Sempre alerta

Antônio Ferreira Pinto

Internet

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO24 NOVEMBRO DE 2007

IN MEMORIAM

advogado PauloLauro completariacem anos este mês.Nascido, em 1907,no município de

Descalvado, Estado de São Pau-lo, comemorava seu aniversá-rio no dia 19 de novembro,lembrando sempre que é o Diada Bandeira. Filho de AlfredoLauro e de Leopoldina Lauro,foi casado com Diva da Fon-seca Lauro, e teve dois filhos,Paulo Lauro Júnior, já faleci-do, e Dora Aparecida LauroSodré Santoro.

Dotado de invulgar culturahumanística, formou-se profes-sor pela antiga Escola Normal Se-cundária de São Paulo, lecionan-do, em vários colégios, Portuguêse História. Diplomou-se pelaFaculdade de Direito do LargoSão Francisco, em março de1932, tendo sido orador do Cen-tro Acadêmico XI de Agosto .

Eloqüente e exímio argu-mentador, notabilizou-se noTribunal do Júri e tornou-se ad-mirado na Advocacia criminalcom a defesa do réu Arias deOliveira, acusado de havermatado quatro pessoas, em 2/2/1938, na Rua WenceslauBrás nº 13, em São Paulo, noepisódio conhecido como "O cri-me do restaurante chinês" eque, por sua grande repercus-são, acha-se retratado no mu-seu da Polícia Civil do Estadode São Paulo e cujos autos seencontram no museu do Tri-bunal de Justiça.

Naquele processo, logrou aabsolvição nos dois julgamen-

Centenário do advogado Paulo Lauro

Nestor Duarte,desembargadordo TJ-SP eprofessor.

tos pelo Tribunal do Júri, cha-mando a atenção nos autos aanálise percuciente da prova,pois, além da confissão do acu-sado, o laudo antropopsiquiá-trico apontou para a autoria eo exame dos dedos e unhas,confrontado com as marcasencontradas no pescoço de umadas vítimas, demonstrou carac-terísticas semelhantes, entre-tanto, a detida análise e minu-dente impugnação desses ele-mentos de prova, inclusivecom juntada de pareceres mé-dico-legais, solicitados pela de-fesa, levou o júri ao convenci-mento da insuficiência paraa condenação, sendo a valida-de do segundo julgamento con-firmada em acórdão da 2ª Câ-mara Criminal do Tribunal deApelação, de 27/8/1942, e o réuposto em liberdade.

A argumentação firme, natribuna e nos arrazoados, emol-durados por citações de clássi-cos da literatura e da doutrinajurídica, o cuidado na produ-ção da prova e na análise detudo quanto houvesse de rele-vante nos autos, eram caracte-rísticas de Paulo Lauro e queservem de exemplo na Advoca-cia contenciosa.

Conquanto tenha se dedica-do à Advocacia criminal, suaformação jurídica sólida permi-tiu-lhe o exercício, com inco-mum habilidade, noutras áre-as, tanto do direito público,quanto do direito privado.

Ao responder às consultasem seu escritório, a prudênciasempre orientava as soluções

que propunha. Na seara do Di-reito Eleitoral pontificou, dei-xando escritos preciosos, comoPrática da Legislação Eleitoral eCódigo Eleitoral Comentado porAssunto e Lei de Inelegibilidadeexplicada de forma prática e, naJustiça Eleitoral, suas defesasforam memoráveis, merecendode Antonio Tito Costa, que tam-bém militava na Justiça Eleito-ral, "em campos opostos - quasesempre", as seguintes referênci-as, em discurso proferido no dia9/6/975: "E eu pude ver, ao lon-go de contatos quase permanen-tes, a figura que não divisavaantes: o homem bom, o profis-

sional cuidadoso, atento, in-transigente. Que outras qualida-des se exigirão de um seguro pro-fissional do Direito?"

Político de grande expressão,depois de ter sido secretário deNegócios Jurídicos da Prefei-tura, foi prefeito de São Pau-lo, no período de agosto de1947 a agosto de 1948, rea-lizando obras como parquesinfantis nos bairros, merca-dos distritais, pontes e pon-tilhões, um grupo escolar,pavimentou ruas, prolon-gou avenidas, construiu osViadutos Dona Paulina eNove de Julho e instalou cin-co restaurantes popularespara o operariado.

Eleito deputado federal, emvárias legislaturas, foi vice-pre-sidente da Comissão de Justiçae membro da Comissão de Edu-cação e Cultura.

A política, entretanto, nun-ca o afastou da Advocacia.

Enquanto lhe sobraram for-ças esteve à frente de seu escri-tório, produzindo trabalhosdo mais alto valor e susten-tando da tribuna as causasque lhe eram confiadas, mui-tas vezes sem a contra presta-ção pecuniária no atendi-mento de desvalidos, e lealcom todos os que buscavamsua orientação jurídica segu-ra, incorporou sempre o quedissera Ruy Barbosa, na Ora-ção aos Moços: "Não se sub-trair à defesa das causas im-populares, nem à das perigo-sas, quando justas. Onde forapurável um grão, que seja,de verdadeiro direito, não re-gatear ao atribulado o conso-lo do amparo judicial. Nãoproceder, nas consultas, se-não com a imparcialidade

O

Faleceram, dia 1 de outubro,aos 73 anos, o procurador deJustiça aposentado AdherbalOrlando Girolamo de Barros;dia 5, aos 62 anos, em SãoJosé do Rio Preto (SP), GilbertoRamos de Oliveira; dia 12, o ad-vogado Manoel Luís de Lima,assassinado na cidade de AltaFloresta (MT); em São Paulo,aos 85 anos, o ator e bacharelem Direito Paulo Paquet Au-tran; dia 13, aos 78 anos, o ad-vogado e ex-conselheiro daOAB-SP, Cantídio Salvador Fi-lardi; dia 16, aos 59 anos, o ad-vogado e sócio do escritórioL.O. Baptista Advogados, JoséRoberto Baccelli; dia 21, aos 38anos, o advogado e diretor jurí-dico da Dow Brasil, Alex Ferrei-ra Borges, assassinado na portada residência; e, dia 22, aos 86anos, a advogada Nilce MariaPorchet de Campos França. B

Falecimentos

real do juiz nas sentenças.Não fazer da banca balcão, ouda ciência mercatura. Não serbaixo com os grandes, nem ar-rogante com os miseráveis.Servir aos opulentos com alti-vez e aos indigentes com cari-dade. Amar a pátria, estreme-cer o próximo, guardar fé emDeus, na verdade e no bem."

Paulo Lauro faleceu em 5/8/1983, na Capital , e dele se des-pediu, com palavras comovidas,o amigo e correligionário Joséde Carvalho Sobrinho, realçan-do as qualidades do homem, dopolítico e do advogado, em tudoexemplar. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 25NOVEMBRO DE 2007

ENSINO JURÍDICO

Exame de Or-dem da OAB-SPregistrou novaqueda no índi-ce de aprova-

ção, com apenas 15,9%(2.848) dos 17.871 bacha-réis que realizaram a 133ªedição da prova conse-guindo sucesso. Em com-paração com a prova ante-rior, a admissão no quadroda secional paulista da Or-dem foi reduzida quase pelametade (no 132º Exame fo-ram aprovados 30,43% dos20.173 inscritos).

O Conselho Federal daOrdem e o Ministério daEducação têm trabalhadoem conjunto no intuito deaprimorar o ensino jurídicoe aumentar os índices deaprovação. O primeiro pas-so foi notificar, em setem-bro, 89 faculdades que apre-sentaram baixa qualidadeno Exame Nacional de De-sempenho de Estudantes(Enade), no IDD e no Examede Ordem, com a recomen-dação de que apresentas-sem um plano de melhoria.Essas instituições entrega-ram os planos que agoraserão analisados pelas Co-missões de Ensino Jurídico

Exame de Ordem reprova cada vez maisdas 27 secionais da Ordem,em conjunto com uma co-missão do MEC. Caberá aessas comissões propor so-luções específicas.

O presidente da Comis-são Nacional de EnsinoJurídico da OAB, AdilsonGurgel de Castro, explicaque a entidade tem promo-vido seminários para ten-tar melhorar a qualidadedo ensino (o próximo estáprevisto para 26 e 27 destemês) e que este ano nãoserão mais fiscalizadas fa-culdades que apresenta-rem baixo desempenho. OMinistério da Educaçãoestabeleceu critérios maisrígidos para a abertura denovos cursos de Direito.

Em São Paulo, a OAB jámarcou o 134º Exame parao dia 9 de dezembro. Seráa quarta edição da provaeste ano. Geralmente asecional realiza somentetrês provas, mas agendouo próximo Exame paraacompanhar a unificaçãode data imposta pelo Con-selho Federal (a secionalpaulista não aderiu à uni-ficação de conteúdo). Asinscrições estão abertasaté o dia 14 deste mês. B

O

Próximo Exame em São Paulo: 9 de dezembroAugusto Canuto

Apenas 15,9% dos 17.871 bacharéis foram aprovados

ADVOCACIA

recurso proposto antes dapublicação da decisão a

ser contestada é consideradointempestivo e não é aceitopela Justiça do Trabalho; mas,se um segundo recurso for im-petrado no prazo, tem validadereconhecida e não pode serprejudicado pela intempestivi-dade do primeiro. A decisão éda SDI-1 do TST ao negar recur-so Companhia Siderúrgica Bel-go-Mineira, que pretendia im-pugnar recurso de um grupo detrabalhadores.

O TRT da 3ª Região (MG)

Recurso pelasegunda vez é

válido

havia condenado a companhiaa pagar a complementação damulta de 40% do FGTS a umgrupo de ex-funcionários. NaTerceira Turma do TST, a em-presa conseguiu reformar a de-cisão. Entretanto, os funcionári-os recorreram duas vezes, aprimeira antes da decisão e asegunda após a publicação doacórdão. A Belgo-Mineira con-testou os dois recursos e ten-tou impugná-los. O ministro-re-lator, Lelio Bentes Corrêa, ne-gou o recurso da companhiaalegando ser intempestivo orecurso protocolado antes dapublicação do acórdão. Entre-tanto, ponderou que o novoapelo foi proposto no prazo enão existia motivo para nãoadmiti-lo. (EEDRR 583/2003-064-03-40.7). B

O

ova procuração anexadaaos autos de processo tra-

balhista revoga tacitamente asprocurações anteriores, com ex-ceção às ressalvas em relaçãoaos poderes conferidos ao antigoadvogado. A decisão é da SDI-1do TST ao seguir a OJ 349 e re-jeitar recurso da Técnica Nacio-nal de Engenharia S.A. (Tenen-ge) considerando ter havido irre-gularidade processual visto que oadvogado que assinou o recursonão tinha poderes para fazê-lo.

A ação havia sido propostapor um ex-funcionário da Te-nenge, que trabalhou dez anoscomo soldador. Ele conseguiuna primeira instância garantir asdiferenças salariais, horas ex-tras, adicional de periculosida-de, abono por aposentadoria emulta de 40% sobre o FGTS. ATenenge recorreu ao TRT-SPpor meio de procuração concedi-da a um escritório de São Paulo.Mas, tanto o TRT-SP quanto aSegunda Turma do TST mantive-ram decisão de primeiro grau.

Insatisfeita, a empresa recor-reu à SDI-1 do TST, mas o recur-so não foi analisado por irregula-ridade de representação já quenos autos constava a assinaturade um advogado que não tinhapoderes. De acordo com a relato-ra, ministra Dora Maria da Costa,quando a empresa juntou outraprocuração aos autos sem ressal-va, revogou tacitamente os pode-res do advogado anterior de re-presentá-la judicialmente. (E-RR508032/1998.4). B

Procuração novarevoga a anterior

N

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO26 NOVEMBRO DE 2007

EMENTAS

IMPEDIMENTO. ASSESSOR MUNICI-PAL DE DIREÇÃO NA ADMINISTRAÇÃOPÚBLICA. EXERCÍCIO DA ADVOCACIAAPÓS DOIS ANOS DO AFASTAMENTO. SI-GILO. COMPETÊNCIA DA OAB PARA FIS-CALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIO-NAL — Assessor municipal dedireção em órgão da adminis-tração pública direta ou indire-ta por não ocupar cargo oufunção de direção pode exer-cer a Advocacia, mas está im-pedido de advogar contra aprefeitura. Após a investidura,deve esperar o lapso de tempomínimo de dois anos para ad-vogar contra a prefeitura. O in-terstício bienal objetiva apagarinfluências e informações privi-legiadas. Todavia, deve res-peitar indefinidamente o sigiloe se abster do uso de informa-ções adquiridas no tempo detrabalho perante a administra-ção pública. Precedentes: E-2.868/03 e E-3.422/2007. Proc.E-3.465/2007, v.m., em 17/5/2007, do parecer parcialmentedivergente do rev. dr. Luiz An-tônio Gambelli, e ementa darelª. drª. Beatriz Mesquisa deArruda Camargo Kestener,presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci.

INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMENTO.PROCURADORES MUNICIPAIS OU ADVO-GADOS DAS PREFEITURAS. CONCUR-SADOS OU OCUPANTES DE CARGO EMCOMISSÃO — Não cabe ao Tribu-nal de Ética e Disciplina pro-nunciar sobre legalidade ouilegalidade da nomeação deprocuradores municipais edos sdvogados das prefeitu-ras, para ocupar cargo em co-missão, declarado em lei de li-vre nomeação e exoneração,na forma do artigo 37, incisos IIe V, da CF. Os procuradoresmunicipais e os advogadosdas prefeituras, concursadosou nomeados, que ocupamcargo ou função de direção,estão impedidos de exercer aAdvocacia, mas, por força docargo, podem apenas advogara favor da prefeitura. Os procu-radores municipais e os advo-gados das prefeituras, concur-sados ou nomeados, que nãoocupam cargo ou função dedireção, podem exercer a Ad-vocacia, mas estão impedidosde advogar contra a prefeitura.Os procuradores municipais eos advogados das prefeituras,concursados ou nomeados,que ocupam ou não, cargo oufunção de direção, após a in-vestidura, devem esperar olapso de tempo mínimo dedois anos para advogar contraa prefeitura. Proc. E-3.466/2007, v.m., em 17/5/2007, doparecer e ementa do rel. dr.Luiz Antônio Gambelli, comvoto divergente da julgadoradra. Beatriz Mesquita de A.C.Kestener, rev. dr. Luiz Francis-co Torquato Avólio, presidente

dr. Carlos Roberto F. Mateucci.

EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. CONSUL-TA CONHECIDA EM PARTE. INFORMAÇÕESFORNECIDAS POR EX ADVERSO AO CON-SULENTE SEM ADVERTÊNCIA DE SEGRE-DO PROFISSIONAL. UTILIZAÇÃO COMOMEIO DE PROVA EM PROVEITO DE CLIEN-TE, QUANDO A ORIGEM DAS INFORMA-ÇÕES FOR LÍCITA. INEXISTÊNCIA DE CON-DUTA ANTIÉTICA — Não caracterizaconduta antiética o causídico,na ampla defesa de seu consti-tuinte, utilizar provas adquiridaspor meios legais. É dever doadvogado propugnar intransi-gentemente a defesa do cliente,sem constrangimento no quetange a melindrar colega. Res-salvas à omissão de fatos quepossam dar graça à deslealda-de entre advogados. O advoga-do deverá respeitar os princípi-os da lealdade e da boa-fé paranortear sua conduta perante ocolega. Proc. E-3.467/2007,v.u., em 17/5/2007, do parecer eementa da relª. drª. Mary Grun,rev. dr. Benedito Édison Trama,presidente dr. Carlos Roberto F.Mateucci.

EXERCÍCIO DA ADVOCACIA. CERTIFI-CAÇÃO ISO. INEXISTÊNCIA DE RESTRI-ÇÃO À LIBERDADE DO ADVOGADO. AD-MISSIBILIDADE. INDICAÇÃO POR SOCIEDA-DE DE ADVOGADOS DE SUA CERTIFICA-ÇÃO ISO 9001, VERSÃO 2000. POS-SIBILIDADE DESDE QUE RESPEITADOS OSREQUISITOS DA MODERAÇÃO E DA DIS-CRIÇÃO. UTILIZAÇÃO, ADEMAIS, DO SÍM-BOLO DA ENTIDADE QUE CONCEDEU ACERTIFICAÇÃO — INADMISSIBILIDADE.OS SÍMBOLOS E LOGOTIPOS ADMITIDOSPELO ARTIGO 31 DO CED SÃO APENASAQUELES DO PRÓPRIO ADVOGADO OU DASOCIEDADE DE ADVOGADOS — A liber-dade do advogado, premissainafastável do Estado de Direito,não é afetada pela certificaçãoISO 9001, versão 2000, que serestringe à aferição de práticasadministrativas da sociedadede advogados. Referida certifi-cação não se imiscui nos servi-ços advocatícios, muito menosno conteúdo das peças proces-suais, arrazoados, pareceres emanifestações do advogado.Também não cogita de informa-ções sujeitas ao sigilo profissio-nal e não interfere (e nem po-deria fazê-lo) na relação deconfiança, calcada na pessoali-dade, entre cliente e advogado.Não se afigura antiética a indi-cação, desde que moderada ediscreta, em papéis de petiçãode determinada sociedade deadvogados, de sua certificaçãoISO 9001, versão 2000, que émeramente informativa e nãotem o condão de promover in-culca e captação indevida declientela. Trata-se da mera indi-cação, verdadeira e séria, deque a sociedade de advogadospossui práticas administrativasinternacionalmente reconheci-das como adequadas, o quenão contraria os objetivos do

Capítulo IV do CED e do ProvI-mento 94/2000 do Conselho Fe-deral da OAB. Todavia, a indica-ção, por sociedade de advoga-dos, do logotipo da entidadecertificadora, é vedada do pontode vista ético. Os símbolos e lo-gotipos cuja utilização o artigo31 do CED permite, se compatí-veis com a dignidade e sobrie-dade da Advocacia, são exclusi-vamente aqueles do próprio ad-vogado ou da sociedade de ad-vogados, e não de terceiros. Inte-ligência do artigo 28, parte final,do CED. Proc. E-3.470/2007,v.m., em 17/5/2007, do parecer eementa do rel. dr. Fábio de Sou-za Ramacciotti, rev. dr. CarlosJosé Santos da Silva, presidentedr. Carlos Roberto F. Mateucci.

CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO. ADVO-GADOS CONCILIADORES E MEDIADORESEM SETOR IMPLANTADO PELO PODER JU-DICIÁRIO. POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO.DIVULGAÇÃO CONJUNTA SUBSEÇÃO EMAGISTRATURA LOCAL. ATUAÇÃO E LI-MITES — O advogado ao atuarcomo conciliador ou mediadorem setor correspondente im-plantado pelo Poder Judiciário,sujeito às previsões de impedi-mento e suspeição expressas noCPC, estará comprometido, porcompleto, à cláusula de confi-dencialidade e sigilo, em rela-ção à matéria conhecida emsessão de conciliação, pugnan-do e divulgando, inclusive, queesta cláusula de confidenciali-dade e sigilo é extensiva às par-tes e aos seus advogados. Res-tringindo-se a comunicar ao juizda causa apenas a realizaçãoou não de acordo, reduzindo, atermo, em caso positivo, os seustermos. O advogado, que atuarcomo conciliador ou mediador,não poderá advogar para aspartes ou na causa, que tiverconhecido em razão de sua atu-ação, conforme precedentesdeste E. Sodalício, em relação aconciliadores em Juizados Es-peciais, pertinentes em razão deinterpretação extensiva e analó-gica. Deve também pugnar o ad-vogado, conciliador ou media-dor, para que a parte esteja re-presentada por advogado, ematendimento à posição da secio-nal da OAB-SP, que o setor seorganize de forma a propiciar orodízio no quadro de conciliado-res, que ofereça espaço próprioe que lhe seja garantida a neu-tralidade e imparcialidade, embenefício de sua própria e iliba-da reputação, na condução dasessão de conciliação, ou medi-ação, apresentando-se às partese seus patronos, desde o iníciocomo conciliador ou mediador,informando-lhes sua profissãode origem — advogado, semprejuízo de atuação institucionalno aprimoramento da iniciativade implantação do setor de con-ciliação e mediação. Recomen-da-se, por fim, que seja feita di-vulgação conjunta da subseçãoe da Magistratura locais paraque se apresentem os advoga-

Ementas do Tribunal de Ética e Dis-ciplina da OAB-SP.

dos interessados e vocaciona-dos no exercício da conciliaçãoe da mediação, em compor qua-dro do setor correspondente,com a clareza de que cumpriráfunção relevante e estratégica àAdvocacia, comprometendo-se apreservar e garantir que a parteesteja acompanhada de advo-gado, para a devida e necessá-ria orientação jurídica, garantin-do-lhe, ao advogado, a presen-ça. Proc. E-3.444/2007, v.m., em22/6/2007, do parecer e ementado rel. dr. Jairo Haber, com de-claração de voto divergente dosdrs. Benedito Édison Trama, Fá-bio de Souza Ramacciotti e LuizAntônio Gambelli, revª. drª. Ma-ruá Grün, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

ASSISTÊNCIA À COMUNIDADE. ORIEN-TAÇÃO JURÍDICA GRATUITA A PESSOASPORTADORAS DE DEFICIÊNCIA POR INSTITUI-ÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS . INSUPERÁVEISÓBICES ÉTICOS E ESTATUTÁRIOS E AFRONTAAO ORDENAMENTO JURÍDICO VIGENTE —Há o impedimento ético no ofe-recimento de serviços de natu-reza jurídica gratuitos às pesso-as carentes e portadores de de-ficiência por Fundações, ONGs,Oscips e outras entidades nãoregistráveis na Ordem. A melhorsolução é encaminhar os ne-cessitados aos serviços jurídi-cos gratuitos existentes em todoo Estado, como a DefensoriaPública, o Convênio OAB-PGE,as Faculdades de Direito, den-tre outras entidades oficiais, re-conhecidas ou fiscalizadas pelaOAB. Inteligência dos artigos34, inc. IV, do EAOAB, e 7.º doCED, e precedentes de n°s E.-1.637/1998, E.-2.133/2000, E.-2.278/2000, E.-2.316/2001, E.-2.392/2001, E-2.094/2004, E.-2.954/04, E-3.330/2006, entreoutros. Proc. E-3.457/2007, v.u.,em 22/6/2007, do parecer eementa do rel. dr. Fábio GuedesGarcia da Silveira, rev. dr. FábioKalil Vilela Leite, presidente dr.Carlos Roberto F. Mateucci.

ADVOCACIA. EX-EMPREGADO DE EM-PRESA RESPONSÁVEL PELO DEPARTAMENTODE RECURSOS HUMANOS. DECURSO DEMAIS DE DOIS ANOS DO SEU DESLIGAMENTO.IMPEDIMENTO INDETERMINADO NA ESFERATRABALHISTA PARA ADVOGAR A FAVOR DETERCEIROS. ACESSO A INFORMAÇÕES SIGI-LOSAS E CONFIDENCIAIS. LIBERDADE DEPOSTULAR NAS DEMAIS ÁREAS BEM COMOEM DIREITOS PRÓPRIOS - O advogadoque trabalhou por vários anoscomo encarregado em Departa-mento de Recursos Humanos deuma empresa cuja função exer-cida acarretou acesso irrestrito adocumentos, informações sigilo-sas e confidenciais, está impedi-do definitivamente de advogarcontra ela em nome de terceirosna esfera trabalhista, seja extraou judicialmente. Sua atuaçãoem demais áreas do Direito estápermitida porquanto decorridosdois anos de seu desligamento e

em face de não obtenção de in-formações sigilosas e confiden-ciais, bem como não há óbiceético para postular direitos pró-prios em quaisquer áreas. Proc.E-3.458/2007, v.m., em 22/6/2007, do parecer e ementa dojulgador dr. Cláudio Felippe Za-laf, contra o voto da relª. dra.Márcia Dutra Lopes Matrone,rev. dr. Guilherme Florindo Fi-gueiredo, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCI-DÊNCIA SOBRE O VALOR DOS DEPÓSITOSDO FUNDO CUJO SAQUE FOI AUTORIZADOPOR SENTENÇA — O percentual adexitum contratado em casos dereclamações trabalhistas incidesobre a vantagem econômicaobtida pelo reclamante. Nocaso de procedência do pedidode "despedida indireta" o le-vantamento e a disponibilidadeimediata dos valores deposita-dos na conta vinculada do em-pregado, faz parte da vanta-gem econômica obtida com aprocedência do feito. A proce-dência do pedido é resultantedo trabalho do advogado. Avantagem econômica obtidapelo empregado não é o depó-sito em si, mas o levantamentoimediato dos valores deposita-dos. Proc. E-3.459/2007 —, v.u.,em 22/6/2007, do parecer eementa do julgador dr. Luiz An-tônio Gambelli, acompanhadopelo rel. dr. Diógenes Madeu,rev. dr. Luiz Francisco TorquatoAvólio, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

INCOMPATIBILIDADE. SERVIDOR DAGUARDA CIVIL METROPOLITANA CRIADAPELA LEI MUNICIPAL N° 10.115 DE15/9/1986. ATIVIDADES SUBMETI-DAS A REGIMES DIVERSOS. INFLUÊNCIASOBRE AS PESSOAS — O servidorda Guarda Civil MetropolitanaMunicipal criada pela Lei Mu-nicipal n° 10.115 de 15/9/1986está proibido de exercer a Ad-vocacia enquanto no exercí-cio permanente ou temporárioda função em face da influên-cia de atividades manifesta-mente diferenciadas e subme-tidas a regimes diversos emanifesta influência sobre aspessoas tornando-os incom-patibilizados para o exercícioda Advocacia, qual seja, aproibição total de advogar nostermos do disposto no artigo28, incisos III e V, da Lei n°8.906/94 e julgados prece-dentes da OAB. Proc. E-3.462/2007, v.u., em 22/6/2007, do parecer e ementa dorel. dr. Cláudio Felippe Zalaf,revª. drª. Beatriz Mesquita deArruda Camargo Kestener,presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 27NOVEMBRO DE 2007

TRABALHO

Justiça do Tra-balho tem com-petência para jul-gar e processaração de cobran-

ça de honorários. A deci-são é da Sétima Turma doTST ao determinar que oprocesso de um advogadocontra a Cooperativa de Eco-nomia e Crédito Mútuo dosMédicos e demais Profissio-nais da Saúde de Cachoei-ra do Sul Ltda. retorne paraa Vara do Trabalho para aapreciação do mérito.

O advogado, que traba-lhou como assessor jurídicoe procurador da cooperati-va, havia proposto ação decobrança de honorários con-tra a instituição na 2ª Varado Trabalho de Porto Alegre(RS). Segundo ele, a coope-rativa o constituiu comoprocurador em processos naJustiça Federal visando aisenção do pagamento dePIS e Cofins, mas não pa-gou os honorários.

A Vara do Trabalho en-tendeu não ser competentepara julgar o caso. No TRT

JT pode julgar cobrança de honoráriosda 4ª Região (RS) a sen-tença foi mantida sob o en-tendimento de que a rela-ção entre advogado e coope-rativa configura forneci-mento e consumo de servi-ços advocatícios, não sendode competência da JT.

O advogado recorreu aoTST afirmando que haviarelação trabalhista entreele e a cooperativa, confi-gurando a competência daJustiça do Trabalho. O mi-nistro-relator, Ives GandraFilho, acatou o recurso eafirmou que a relação detrabalho pode ser definidacomo uma relação jurídicade natureza contratualentre trabalhador e em-pregador ou tomador deserviços. Com o entendi-mento unânime, a Turmareconheceu a Vara do Tra-balho como competentepara julgar e processar ocaso ressaltando, ainda,que a EC 45 (reforma doJudiciário) ampliou a ju-risdição da Justiça Traba-lhista. (RR 763/2005-002-04-00.4). B

A

ópia de procuração não au-tenticada não tem validade

para nomeação de substituto deadvogado. Com esse entendi-mento, a Primeira Turma do TSTmanteve a condenação da Soci-edade de Ensino Superior Está-cio de Sá em processo traba-lhista movido por ex-empregado,já que a escola apelou com do-cumento não autenticado.

A escola teve o recurso rejei-tado na segunda instância porirregularidade de representa-ção, já que a procuração de

Cópia de procuração

substabelecimento firmada en-tre advogados da parte foraapresentada em cópia não au-tenticada. A escola apelou aoTST alegando ofensa a precei-tos constitucionais, como cerce-amento de defesa, princípio dalegalidade de ampla defesa edo contraditório, e ao Código deProcesso Civil, além de ressal-tar a ocorrência de mandato tá-cito, o que implicaria na valida-de do documento. Os argumen-tos foram rejeitados. (AIRR-1696/2005-010-17-40.3). B

C

EstabilidadeA Sexta Turma do TST deci-

diu, por unanimidade, rejeitarpedido de reintegração de umex-empregado da MitsubishiEletric Group, MIB S.A. em fun-ção do fechamento da empre-sa. O empregado foi eleito em2003 tesoureiro-geral do Sindi-cato dos Trabalhadores nas In-dústrias Metalúrgicas, Mecâni-

cas e de Material Elétrico deMontes Claros (MG) para ummandato de três anos, que expi-raria em novembro de 2006. Em12/2005 foi dispensado semjusta causa. Entrou com pedidode reintegração, pagamentodos salários relativos ao perío-do de estabilidade, férias, 13°,FGTS e assistência médica. AMitsubishi contestou alegandoque a dispensa ocorreu em de-corrência do encerramento dasatividades da empresa em outu-bro de 2005. O argumento daMitsubishi foi acolhido. (RR-11/2006-100-03-00.5).

AposentadoriaA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTrejeitou recurso da Telecomuni-cações de Minas Gerais S.A.(Telemar) contra decisão quegarantiu a um aposentado porinvalidez o benefício de com-plementação de aposentadoria.O empregado aposentou-se porinvalidez pelo INSS, e passou areceber a complementação pre-vista em acordo coletivo. O be-nefício, pago aos aposentadosativos e empregados com auxí-lio-doença, cobria a assistênciamédica por cinco anos. Em2000, entretanto, o pagamentoda complementação foi suspen-so. O aposentado entrou comação reivindicando o benefício,já que foi suspenso antes doprazo. O pedido foi aceito. (E-RR 757 506/2001.0).

FériasA Quinta Turma do TST man-

teve decisão que condenou aFerroban, Ferrovias Bandeiran-tes S.A. incluir no salário de umempregado a gratificação de fé-rias, mesmo após o término doprazo da vigência da conven-ção coletiva que a instituiu. Otrabalhador recebia desde 1997,mensalmente, a gratificaçãocorrespondente a 5% do salá-rio-base. Em março de 2000, agratificação foi suspensa devidoao término do prazo previsto noacordo, mas cinco anos depoiso empregado entrou com açãoreivindicando inclusão da grati-

ficação, com o conseqüente pa-gamento das parcelas atrasa-das. O pedido foi acolhido sob oentendimento de que apesar determinada a vigência do acor-do, a empresa permaneceu pa-gando o benefício e a continui-dade voluntária garante o bene-fício. (RR-401/2005-131-15-00.7).

Horário de almoço IIA Quarta Turma do TST aco-

lheu, por unanimidade, recursoda Usina São José S.A. (PE)contra decisão que a condenoua pagar a um trabalhador ruralindenização como horas extrasdecorrentes da redução do ho-rário do almoço. O juiz de se-gundo grau aplicou ao intervalopara descanso e alimentaçãodo empregado rural as mesmasregras previstas na CLT para otrabalhador da cidade, emboraos trabalhadores do campo nãose sujeitem ao dispositivo daCLT que estabelece o mínimode uma hora para o intervalointrajornada. (RR 204/2005-241-06-00.2).

Jogo do bichoO apontador de "jogo do bi-

cho" não tem direito ao reco-nhecimento do vínculo de em-prego por exercer atividade ilíci-ta. A decisão unânime da Se-gunda Turma do TST deu-seem julgamento de recurso deum trabalhador contra uma loté-rica de Recife (PE). O trabalha-dor foi contratado como arreca-dador e conferente de "jogo dobicho" e demitido sem justacausa e sem receber as verbasrescisórias. Entrou com açãoreivindicando o reconhecimen-to do vínculo e o pagamentodas verbas trabalhistas. PedroAntônio Marques de Oliveiraapresentou-se como dono dacasa lotérica chamada "A Parai-bana". Confirmou que o traba-lhador prestou serviços à lotéri-ca, mas alegou que em funçãode a atividade ser ilícita não po-deria atender aos pedidos doempregado. O argumento foiacolhido. (RR-24.384/2002-900-06-00.7). B

Horário de almoço IA Quarta Turma do TST

negou a um motorista da Ga-ragem Americanópolis Trans-portes Urbanos (SP) horasextras por ter o horário do al-moço reduzido. Após ter sidodemitido, ele entrou comação pedindo horas extras,já que o horário de intervalopara almoço teria sido redu-zido de 60 para 30 minutosem função de acordo coleti-vo. Ele alegou que a OJ 342da SDI-1 do TST considera-va inválida cláusula de acor-do que reconhecia a reduçãodo intervalo intrajornada. Opedido foi rejeitado sob o en-tendimento de que a OJ nãose aplica ao caso em funçãodo padrão da empresa, quenão possuía refeitório, e quea redução do intervalo nãoimplicava em prejuízo aosmotoristas, mas revertia-seem benefício deles que fica-vam menos tempo à disposi-ção do empregador. (RR-204/2004-072-02-00.5).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO28 NOVEMBRO DE 2007

TRABALHO

recurso inter-posto por cor-reio eletrônicoequipara-se aofac-símile. O

entendimento é da SeçãoEspecializada em DissídiosIndividuais-1 do TST econtrário ao adotado pelaSexta Turma do STJ, quehavia decidido que o recur-so por agravo regimentalproposto por correio eletrô-nico não é semelhante aofac-símile. (RESP 916506).Para o STJ, o sistema depetição eletrônica com cer-tificação digital só pode serusado para habeas-corpus,recurso em habeas-corpuse processos de competên-cia do presidente da Corte,como cartas rogatórias,sentenças estrangeiras esuspensões de liminar, desentença, e de segurança.

No TST a decisão deu-seem julgamento envolvendoa Buck Transportes Rodo-viários Ltda. e um motoris-ta que, após ser dispensa-do sem justa causa, en-trou com ação pedindo adi-

TST aceita meio eletrônicocional noturno, horas ex-tras e diferença de saláriopor acúmulo de função. Ojuiz de primeiro grau aco-lheu parcialmente o pedi-do e condenou a empresaa pagar horas extras.

As partes recorreram,mas a segunda instânciamanteve a sentença. ABuck recorreu ao TST porcorreio eletrônico, sem su-cesso. A empresa apeloucom agravo de instrumen-to, mas a Terceira Turmanegou provimento por con-siderar o recurso interpos-to por correio eletrônicointempestivo pelo fato denão haver certificação digi-tal, nem norma regulamen-tadora, e por não considerara Lei nº 9.800/99 aplicá-vel ao e-mail. A Buck re-correu à SDI-1, que refor-mou a sentença, afastou aintempestividade e deter-minou o retorno do pro-cesso à Terceira Turmapara que o agravo de ins-trumento seja examinado.(E-AIRR-1.246/2002-079-15-41.2). B

O

envio de petições, recursose de todos os atos processu-

ais trabalhistas poderão ser fei-tos eletronicamente desde quetenham assinatura digital. Issoporque a Justiça do Trabalhoaprovou, no dia 13 de setembro,a Instrução Normativa nº 30 (IN30), regulamentando a informati-zação do processo digital para seenquadrar na Lei 11.419, de 19/12/2006, que determinou a infor-matização dos processos.

Segundo as novas regras, osTRTs devem, por exemplo, ofere-

Exigência: assinatura digitalcer equipamentos de acesso àinternet e de digitalização de pro-cesso aos usuários dos serviçosde eletrônicos. Os profissionaisque já possuem assinatura ele-trônica devem verificar se estãode acordo com a nova norma.Caso não estejam, têm 180 diaspara se credenciar novamente.

A IN 30 foi publicada no "Diá-rio da Justiça" de 18 de setem-bro e, conforme o parágrafoúnico do artigo 1º, os tribunaistêm um ano para se adequar àsnovas regras. B

O

sistema de autuação unifi-cada, que permite o envio

eletrônico de dados dos Tribu-nais Regionais do Trabalhopara o TST, implantado em2004, tem acelerado a autuaçãodos processos pela Corte. Deacordo com os dados divulgados,em média, 92,5% são enviadoseletronicamente pelos tribunaisregionais da 1ª, 9ª, 10ª e 12ª.

O presidente do TST, minis-tro Rider Nogueira de Brito,entretanto, pede maior divul-gação do sistema, reiterando opedido aos presidentes dosregionais. Segundo levanta-

Ministro defende maior utilização

mento da Secretaria Judiciáriado TST, os TRTs da 2ª Região(SP), da 5ª (BA), da 11ª (AM),da 14ª (RO/AC) e da 22ª (PI)ainda não utilizam o sistemainformatizado, enquanto o da17ª Região (ES) transmite ele-tronicamente menos de 6%das informações. O presidentedo TST lembrou que a autua-ção é um dos "gargalos" doTST, pois existem processos,principalmente os com grandenúmero de partes, que podemlevar até três dias para seremautuados pelo método con-vencional. B

O

CustasA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTmanteve decisão que isentou oHospital de Clínicas de PortoAlegre de pagar as custas emação que foi condenado a pagarverbas trabalhistas a uma ex-empregada. A trabalhadora rei-vindicou o pagamento de ver-bas como horas extras e inter-valo intrajornada. O juiz de pri-meiro grau acolheu o pedido econdenou o hospital a pagar,ainda, as custas processuais. Ohospital recorreu, sem êxito. NoTST, foi mantido o pagamentodas verbas trabalhistas, mas ohospital foi isento das custaspor equiparar-se à FazendaPública, embora trate de empre-sa pública. (E-RR 95282/2003.900.04.00-8).

EstabilidadeA Terceira Turma do TST ne-

gou a um empregado, contrata-do por tempo determinado pelaCompanhia Vale, CooperativaAgroindustrial, estabilidade pro-visória no emprego. O funcioná-rio sofreu um acidente resultan-do em contusões na cabeça enas costas. Entrou com ação,após ter sido demitido sem justa

causa, três meses depois de seradmitido. Requereu a reinte-gração, anulação da rescisãodo contrato ou indenização rela-tiva ao período estabilitário. Opedido foi negado sob o enten-dimento de que o contrato porprazo determinado não gera aestabilidade concedida a em-pregado acidentado, valendosomente para os contratos porprazo indeterminado. (RR-570/2005-655-09-00.0).

Férias de domésticaA Terceira Turma do TST ne-

gou recurso de uma dona-de-casa contra decisão que a con-denou a pagar a uma emprega-da doméstica férias proporcio-nais e verbas rescisórias. A em-pregada, admitida em 1988 edemitida em 1996, teve a cartei-ra de trabalho assinada somen-te em 1991 e entrou com açãoalegando não ter recebido osúltimos onze dias trabalhados eas verbas rescisórias. O pedidofoi acolhido. A Turma entendeu,com base na CLT, que os em-pregados domésticos, após umano de serviço, têm o direito àsférias anuais e o recebimentodas férias proporcionais. (RR759.894/2001.3).

EstagiáriaA Sexta Turma do TST man-

teve sentença que condenou oInstituto Euvaldo Lodi (SC) e aLAMB,Comércio e TransportesConfecções Ltda. a pagar auma estagiária indenização deR$ 8.261,42 por danos morais emateriais em função de ela teradquirido doença profissionalno local de trabalho. A estagiá-ria foi contratada pelo institutopara estagiar na Lamb, mas ocontato permanente com agen-tes insalubres, sem uso deequipamento de proteção, acar-retou-lhe problemas como urti-cária aguda e hipotensão. (RR-417/2005-015-12-00.9).

ProfessorA Segunda Turma do TST

manteve sentença que conde-nou o Acel, Administração deCursos Educacionais S.C. Ltda.(Colégio Sigma-DF) a pagar aum professor horas extras refe-rentes às aulas excedentes aquatro diárias. O professor en-trou com ação alegando quecumpria horários que previammais de quatro aulas consecuti-vas e que as que excediamesse número não eram remune-radas como extras. (AIRR 1276/2003-013-10-40.2).

PintorA Terceira Turma do TST

isentou a Companhia Vale doRio Doce de responsabilidadesubsidiária pelo pagamento decréditos trabalhistas a um pintorda Engenharia Espírito Santen-se Ltda. (Engeste). O pintor,contratado pela Engeste, alegouque exercia as atividades nacompanhia. A Vale contestou aresponsabilidade subsidiáriasustentando que a Engeste foicontratada por empreitada. Opedido do pintor foi acolhidoem primeiro grau, mas no TST asentença foi reformada. (RR254/2002-006-17-00.3).

PenhoraA Quarta Turma do TST

manteve a penhora do imóvelde um dos sócios de uma em-presa para pagamento de débi-tos trabalhistas a uma ex-em-pregada. Ela entrou com açãoe obteve na Justiça penhora doimóvel onde funcionava a sededa empresa, que estava emnome de um dos sócios. A em-presa apelou, mas não obtevesucesso. O imóvel foi a leilãosendo vendido por R$ 190 mil,pagos em dez parcelas men-sais de R$ 19 mil. Decorrido oprazo para embargos, foi deter-minada a expedição de man-dado para dar posse do imóvelao arrematante. Somente apósesse prazo, o proprietário en-trou com ação para invalidar aarrematação, mas o pedido foinegado. (RR-670/2005-014-08-00.8). B

DentistaA Sexta Turma do TST isentou a Odontoclínica Caetés Ltda.

de pagar a um dentista multa pelo atraso no pagamento deverbas rescisórias, já que o vínculo foi reconhecido judicial-mente. O dentista entrou com pedido de reconhecimento devínculo, mas a clínica negou a relação de emprego alegandoque o dentista tinha apenas contrato de parceria, usando oconsultório dentário, instrumentos e material necessários à ati-vidade fornecidos pela clínica. (RR-1334/2005-019-03-40.6).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 29NOVEMBRO DE 2007

TRABALHO

SDI-2 do TST negouprovimento a recur-so da Cepar S.A.Gestão e Participa-ção e da Pan Ameri-

cana S.A. Indústrias Químicas,empresas do mesmo grupo, quetentavam invalidar ação traba-lhista em que haviam sido con-denadas a pagar R$ 11,5 mi-lhões a um ex-funcionário.

A ação foi proposta em 1991por um ex-gerente, que haviatrabalhado em diversas empre-sas do grupo. Ele pleiteou naJustiça o reconhecimento da du-pla contratação. Pediu as dife-renças salariais decorrentes darescisão contratual com a Cepar,assim como os salários e reflexosreferentes ao tempo em que tra-balhou para a Pan Americana.

A primeira instância rejeitoua dupla contratação sob o en-tendimento de que ele traba-lhava como gerente da empre-sa principal e era responsávelpela administração das de-mais empresas do grupo. Mas,acatou parte da ação e conde-nou a Cepar a pagar a gratifi-cação de aposentadoria pre-vista em cláusula de dissídiocoletivo e demais diferençassalariais.

As partes recorreram e o TRTda 1ª Região (RJ) acatou somen-te o recurso do trabalhador e re-conheceu a dupla contratação e,consequentemente, o vínculo

Trabalhador ganha ação milionáriacom a Pan Americana, condena-da a pagar todas as parcelas sa-lariais. Após nova negativa noTST, as empresas ajuizaramação rescisória no TRT-RJ com oobjetivo de invalidar a ação ante-rior, contestando o valor da exe-cução arbitrado em R$ 11,5 mi-lhões. Elas alegavam que 90%da quantia era multa, aplicada deforma exagerada. O tribunal cari-oca negou recurso e a Cepar e aPan Americana recorreram, no-vamente, ao TST afirmando terhavido violação à Constituição eao Código de Processo Civilpelo fato de a segunda instânciater reconhecido o vínculo empre-gatício e não ter determinado oretorno dos autos à primeira parao julgamento dos pedidos contraa Pan Americana.

Segundo o ministro-relator,Barros Levenhagen, as alega-ções da empresa eram incabí-veis. Além disso, a Pan America-na não impugnou as reclama-ções do trabalhador, tendo ale-gado somente a inexistência darelação trabalhista. Outro pontocitado pelo ministro é o de que ovalor da multa não poderia serrevisto já que as empresas nãodetalharam os artigos da legisla-ção que estavam sendo contrari-ados. Com isso, desde a conde-nação, será acrescentado ainda0,6 % de multa mais dobra salarialaté a data do pagamento. (ROAR55564/2001-000-01-00.3). B

A

s benefícios de auxílio-do-ença ou de aposentadoria

por invalidez não suspendem oprazo prescricional para recla-mar direitos trabalhistas. O en-tendimento é da Sexta Turmado TST ao negar recurso doBanco Santander Banespa con-tra decisão do TRT da 15ª Re-gião (Campinas-SP), que haviaacatado parte do pedido dobanco e reconhecido somentea prescrição parcial do direitode um bancário que pleiteava orecebimento de horas extras.

O trabalhador havia sido ad-mitido por concurso em maio de1974 para exercer a função decaixa. Em setembro de 2002,afastou-se do trabalho e passoua receber auxílio-doença. Em ja-neiro de 2005, aposentou-se porinvalidez. Propôs ação em julhode 2005 pedindo horas extrasalegando não tê-las recebidopelo período trabalhado além do

O auxílio-doença e a prescriçãoacordo em contrato. O Santan-der Banespa contestou argu-mentando que o direito do ban-cário estaria prescrito.

A primeira instância, entretanto,suspendeu a contagem do prazoprescricional durante o períodoem que o trabalhador recebeu oauxílio-doença. Na segunda ins-tância, o banco conseguiu reverterparte da decisão. De acordo comos magistrados do TRT-15, o tra-balhador teria direito somente àsparcelas referentes aos cincoanos anteriores à data do ajuiza-mento da reclamação. Segundo oacórdão, durante a suspensão docontrato de trabalho devido a auxí-lio-doença, o direito de ação dotrabalhador permanece e podeser exercido a qualquer momento,com exceção dos casos de inca-pacidade mental. No TST, o bancotentou reformar sentença, masnão conseguiu. (RR-488/2005-057-15-00.7). B

O

Técnico em eletrônicaA Primeira Turma do TST re-

conheceu o vínculo empregatí-cio entre um técnico em eletrô-nica e a Xerox Comércio e In-dústria Ltda.. O técnico entroucom pedido de reconhecimentodo vínculo com o pagamentodas verbas rescisórias, ressar-

tese de inexistência de respon-sabilidade subsidiária, mas orecurso foi novamente negado.(RR 271/2001-254-02-00.1).

Intervalo intrajornadaÉ inadmissível a redução

do intervalo intrajornada, ain-da que em função de normacoletiva. A decisão unânime éda Segunda Turma do TST quecondenou a Calçados AzaléiaS.A. a pagar a um ex-emprega-do as horas extras relativas aredução do intervalo intrajorna-da. O empregado entrou comação após ter sido demitidosem justa causa reivindicandohoras extras, adicional de in-salubridade, adicional noturno,férias e diferenças de FGTS,entre outros. O juiz de primeirograu condenou a empresa apagar as horas extras, inclusi-ve as relativas ao período nãousufruído do intervalo intrajor-nada. A empresa recorreu ale-gando que a redução do inter-valo se enquadraria nas exce-ções legais por possuir refeitó-rio próprio e autorização decor-rente de norma coletiva. O ar-gumento foi negado. No TST, asentença foi mantida. (RR-96576/2003-900-04-00.7).

Auxiliar de enfermagemA Terceira Turma do TST

manteve sentença que blo-queou valores da conta cor-rente do Instituto Candango deSolidariedade (ICS) para quitardébitos trabalhistas a uma au-xiliar de enfermagem contrata-da para prestar serviços noprograma "Saúde em Casa",da Fundação Hospitalar doDistrito Federal. O ICS firmoucontrato de gestão com o go-verno do Distrito Federal paraprestação de serviços em pro-gramas como "Saúde em Casa".A fim de reverter a decisão desegundo grau, o ICS alegoucerceamento de defesa e quea penhora era ilegal por se tra-tar de organização social semfins lucrativos. Os argumentosforam negados. (AIRR 1123/99-019-10-00.1). B

EngenheiroEmpresas públicas e sociedades de economia mista devem

observar o teto remuneratório previsto na Constituição. Com esseentendimento, a Seção Especializada em Dissídios Individuais-1do TST negou recurso de um engenheiro da Companhia Estadu-al de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio de Janeiro, contra deci-são que limitou seus vencimentos ao teto salarial do Estado. Oengenheiro teve o salário reduzido e entrou com ação. A Cedaecontestou alegando ter havido enquadramento ao teto salarialprevisto na Constituição Federal e que o limite máximo da remu-neração dos servidores estaduais é o salário dos secretários deEstado. O juiz de primeiro grau acolheu o pedido do engenheiro,mas no TST a sentença foi reformada. (E-RR 425725/1998.6).

cimento dos gastos com o veí-culo e adicional de insalubrida-de. Alegou que teve de abriruma empresa apesar de teruma relação típica de emprego.Contou que a remuneração eramedida pelo número de atendi-mentos realizados, que utiliza-va veículo próprio e ficava ex-

posto a substância química dasmáquinas copiadoras. O juiz deprimeiro grau reconheceu o vín-culo e condenou a Xerox a pa-gar as verbas trabalhistas. Asentença foi mantida em segun-da instância. A Xerox recorreuao TST, sem sucesso. (AIRR01292/2002-021-04-40.1).

Lavagem de uniformeA Segunda Turma do TST

condenou, por unanimidade, aAvipal S.A. — Avicultura e Agro-pecuária a pagar a uma ex-em-pregada as despesas com a la-vagem dos equipamentos deproteção individual, incluindomão-de-obra e produtos. A ex-funcionária pleiteou o ressarci-mento das despesas com a la-vagem do uniforme (R$ 60,80por mês) e diferenças do adicio-nal de insalubridade. O juiz desegundo grau determinou quea empregada fosse ressarcidaem R$15,00 por mês, da admis-são ao desligamento da empre-sa. A Avipal recorreu ao TST,sem sucesso. (AIRR-87/2006-771-04-40.6).

LimpezaA Quarta Turma do TST con-

firmou decisão que reconheceua responsabilidade subsidiáriada Ultrafértil S.A. (SP) (que ter-ceirizava os serviços de limpe-

za e manutenção da MavecComércio e Manutenção deObras) de pagar a uma ex-em-pregada as verbas trabalhis-tas. A ex-funcionária, contrata-da pela Mavec, entrou comação contra as duas empresasreivindicando dois meses desalário, horas extras, férias,13º, aviso prévio, etc. A Mavecestava em processo de falên-cia e a Ultrafért i l contestoualegando ser parte ilegítimana ação, mas o argumento foinegado e tanto a Mavec comoa Ultrafértil foram condenadasa pagar as verbas rescisórias.No TST, a Ultrafértil insistiu na

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO30 NOVEMBRO DE 2007

NOTAS TST

João Oreste DalazenO TST aprovou a indicação

do ministro João Oreste Dala-zen, corregedor-geral da Justiçado Trabalho, para o ConselhoNacional de Justiça na vagadecorrente da aposentadoria doministro Gelson Azevedo.

Judiciário IndependenteNo dia 18 de outubro o TST

comemorou o bicentenário doJudiciário Independente emsessão solene que contou coma participação da ministra EllenGracie Northfleet.

Novos ministrosO presidente da República,

Luiz Inácio Lula da Silva, esco-lheu Walmir Oliveira Costa, doTRT da 8ª Região (PA-AP); Már-cio Eurico Vitral Amaro, da 24ªRegião (MS); e Maurício GodinhoDelgado, da 3ª Região (MG), paraas vagas de ministro do TST.

• Tomaram posse como mi-nistros do TST Pedro Paulo Tei-xeira Manus, Fernando EizoOno e Guilherme Augusto Ca-puto Bastos.

TST-OABO presidente do TST, minis-

tro Rider Nogueira de Brito, edo Conselho Federal da OAB,Cezar Britto, firmaram um termode cooperação que permitiráque todos os órgãos da JTacessem o Cadastro Nacionaldos Advogados. BNOTAS STJ

Antonio de Pádua RibeiroO ministro Antonio de Pádua

Ribeiro, do STJ, aposentou-seno mês passado antecipando adecisão em três anos (só iriaocorrer em 2010, quando com-pleta 70 anos). O ministro ha-via sido homenageado peloTribunal de Justiça e pela Or-dem do Advogados do Brasilpelos serviços prestados.

Castro FilhoO ministro do STJ, Sebastão

de Oliveira Castro Filho, apo-sentou-se em agosto ao com-pletar 70 anos.

ConsultaO STJ modificou o sistema de

consulta processual do site(www.stj.gov.br) para facilitar oacesso e a pesquisa de proces-sos. A alteração foi feita pelo fatode a Corte ter recebido suges-tões e reclamações dos usuáriospor meio do link "Fale Conosco".

DoaçõesO acervo da Biblioteca “Mi-

nistro Oscar Saraiva”, do STJ,recebeu 1.300 obras antigas eedições clássicas do Direito do-adas pelo ministro aposentadoRomildo Bueno Souza e pelafamília do falecido ministro Cân-dido Mesquita da Cunha Lobo.Já o Museu da Corte recebeu adoação de todas as condecora-ções e medalhas recebidaspelo integrante do extinto Tribu-nal Federal de Recursos, ÁlvaroPeçanha Martins, pai do minis-

tro Francisco Peçanha Martins.

Electro SânitasO ministro Humberto Gomes

de Barros, diretor da Revista doSTJ, lançou o livro Electro Sâni-tas, da Editora Atheneu, que tra-ta da "saga" de um alagoanochamado Edson, "um gênio queo Brasil perdeu quase sem co-nhecer, misto de Da Vinci eprofessor Pardal".

Fernando GonçalvesO ministro Fernando Gonçal-

ves, do STJ, foi homenageadocom uma medalha pelos 50anos de serviços à administra-ção pública.

Gomes de BarrosO ministro do STJ, Humberto

Gomes de Barros, assumiu, nodia 28 de agosto, a presidênciada Terceira Turma do STJ emsubstituição ao ministro CastroFilho, que se aposentou.

Hamilton CarvalhidoO ministro do STJ, Hamilton

Carvalhido, que compõe o Conse-lho da Justiça Federal desde2005 como suplente, foi efetivado.

Hélio Quaglia BarbosaO ministro Hélio Quaglia Bar-

bosa passou a participar daCorte Especial do STJ em subs-tituição ao ministro Antonio dePádua Ribeiro, que se aposen-tou.

João Otávio de NoronhaO ministro do STJ João Otá-

vio de Noronha deixou a Se-gunda Turma, que integra a Pri-meira Seção, e passou a com-por a Quarta, que trata, princi-palmente, de questões sobreDireito Privado e faz parte daSegunda Seção.

Sálvio de FigueiredoO ministro Sálvio de Figuei-

redo Teixeira, aposentado emfevereiro de 2006, foi homena-geado pela Corte e recebeuuma placa em agradecimento adoação de livros do seu acervopessoal para a Biblioteca "Mi-nistro Oscar Saraiva".

STJ InformaO ministro do STJ Humber-

to Gomes de Barros anunciouo lançamento do projeto "STJInforma", campanha que pre-vê a divulgação das súmulasda Corte por meio do Rádio eda TV, em linguagem acessí-vel ao cidadão comum. O pro-jeto é uma parceria do gabi-nete da Revista, responsávelpela divulgação da jurispru-dência do tribunal, com a Se-cretaria de Comunicação So-cial do STJ.

Súmula 343A Terceira Seção do STJ

aprovou uma nova súmula, ade nº 343, de interesse dos ser-vidores públicos, que prevê aobrigatoriedade da presença deadvogado em todas as fases doprocesso administrativo discipli-nar. B

VolkswagenA Terceira Turma do TST re-

jeitou recurso da Volkswagen doBrasil Ltda., que alegou cercea-mento de defesa por não ter sidodada a oportunidade de apre-sentar defesa oral já que o advo-gado da empresa não compare-ceu a audiência trabalhista. Umex-empregado entrou com ação,mas o advogado da Volks nãocompareceu à audiência alegan-do ter sofrido "mal súbito". Nãoenviou representante, nem co-municou ao preposto da empre-

ara que os descontosdos convênios médicoe odontológico no sa-lário sejam válidos énecessária a autoriza-

ção por escrito do trabalhador.A decisão unânime é da Segun-da Turma do TST ao acatar re-curso de um ex-funcionário daMóveis Gaudêncio Ltda., doRio Grande do Sul.

O trabalhador, admitido emjulho de 1995, foi demitido emoutubro de 2001 depois de teradquirido Lesão por EsforçoRepetitivo (LER). Segundo ele,desde 1999 sentia dores cons-tantes no punho, no ombro e nocotovelo e apresentava atesta-dos médicos à empresa. Naação, pediu a reintegração e adevolução dos descontos deconvênios médico e odontológi-co. A Móveis Gaudêncio con-testou alegando desconhecer adoença e afirmou que os ates-tados apresentados não menci-onavam que ele tinha LER.

A primeira instância negou opedido de reintegração, mascondenou a empresa a devolveros valores descontados. A Mó-veis Gaudêncio recorreu ao TRTda 4ª Região (RS) alegando queo empregado utilizou os benefí-cios dos convênios médico eodontológico durante o contratode trabalho e que ele não haviasido obrigado a vincular-se aosplanos de saúde, tendo o feito

Desconto de convênioprecisa de autorização

TRABALHO

por livre e espontânea vontade.O TRT-RS acatou o recurso e re-formou sentença da primeirainstância. No TST, o trabalhadorconseguiu reverter a decisão.De acordo com o ministro-rela-tor, José Simpliciano Fernandes,a Súmula 342 do TST determinaque é necessária autorizaçãoexpressa e por escrito do traba-lhador para que os descontossalariais de planos de saúde se-jam válidos. Segundo o ministro,o desconto foi ilegal, razão pelaqual o trabalhador tem direito àrestituição das parcelas. (RR814/2001-721-04-00.0).

Em outra ação também noRio Grande do Sul, desta vezmovida por um ex-funcionário doSantander Banespa, a PrimeiraTurma e a SDI-1 do TST conde-naram o banco a devolver os va-lores referentes aos descontosde apólice de seguro de vida aum trabalhador. O banco alega-va que o funcionário havia auto-rizado o desconto no salário indi-cando, inclusive, os beneficiáriosda apólice. Entretanto, de acor-do com os ministros do TST, aassinatura no termo de opção doseguro com indicação de benefi-ciário não é suficiente para odesconto salarial. "É preciso queo trabalhador autorize os des-contos em folha de pagamento",afirmaram os ministros seguindoa Súmula 342 do TST. (ERR808/2002-900-04-00.9). B

P

JornalistaA Segunda Turma do TST

manteve sentença que ne-gou a um ex-empregado da"Agência Folha de NotíciasLtda." o recebimento de adi-cional pela reutilização e re-publicação de notícias queproduzia e de indenizaçãopor danos morais e materi-ais pela utilização indevidade textos de sua autoria. Ojornalista entrou com açãopleiteando verbas como ho-ras extras, adicional noturnoe de sobreaviso, indenizaçãopor danos morais e materi-ais, alegando que as matéri-as eram cedidas diariamentea outros órgãos sem que elerecebesse por isso. Afirmou,ainda, haver violação de di-reitos patrimoniais e moraisporque as republicações ocor-riam com cortes, alterações esem identificação de autoria.A agência sustentou que areutilização de matérias erada essência do contrato. Oargumento da agência foiacolhido. (AIRR 1258/2001-011-04-40.9).

sa ou à Vara do Trabalho. Apre-sentou atestado médico assina-do por profissional da própriaempresa, mas o juiz de primeirograu não aceitou e condenou aempresa a pagar as verbas res-cisórias. A Volkswagen recorreualegando não ter tido tempo há-bil para enviar outro advogado eque não tinha o telefone da Varapara comunicar a ausência. Pe-diu a anulação da sentença e oadiamento da audiência paraapresentação de defesa oral. Opedido foi negado. No TST, a

Volks alegou cerceamento dedefesa, mas não obteve êxito.(AIRR 623/2002-463-02-40.1).

Compensação orgânicaA Sexta Turma do TST con-

denou a Viação Aérea de SãoPaulo S.A. (Vasp) a pagar auma ex-comissária de bordo oadicional de compensação or-gânica, equivalente a 20% daremuneração fixa. A comissáriaentrou com ação pedindo acompensação e o adicional depericulosidade. O TRT-SP ne-gou o adicional em função deela permanecer na aeronaveenquanto era feito o abasteci-mento de combustível e a parce-la referente a compensação or-gânica por entender que ela jáestaria embutida na remunera-ção fixa. No TST, foi concedido oadicional de compensação orgâ-nica com base em norma coleti-va. A Turma, no entanto, negou aempregada o direito ao adicionalde periculosidade. (RR-2575/2000-313-02-00.5). B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 31NOVEMBRO DE 2007

NOS TRIBUNAIS

Crédito ruralO Programa Especial de Sa-

neamento de Ativos (Pesa) per-mite o alongamento de dívidasde crédito rural. O entendimentoé da Terceira Turma do STJ aoacatar recurso de ReynaldoBruniera Oliveira e outros e de-terminar que a União de Ban-cos Brasileiros S.A. (Unibanco)alongue as dívidas dos mutuári-os. (RESP 905404)

Concurso IA Sexta Turma do STJ man-

teve decisão do TJ-RS, que ha-via anulado as nomeações deCésar Alexandre Acosta e ou-tros para cargos na SecretariaPública e do Meio Ambiente doEstado do Rio Grande do Sul.As nomeações foram feitas em1994 após concurso público,mas, em 1997, o concurso foiconsiderado inconstitucionaldevido ao critério adotado paraa contagem de pontos na provade títulos, que não consideravao tempo de serviço privado.(RMS 10839).

DeficientesO Conselho da Justiça Fede-

ral editou resolução que dá prio-ridade ao julgamento dos pro-cessos que envolvam pessoasportadoras de deficiência física.A proposta foi formulada pelasubprocuradora-geral da Repú-blica e procuradora federal dosDireitos dos Cidadãos, Ela Wie-cho Volkermer de Castilho, queseguiu como exemplo regra nomesmo sentido do STJ.

Danos materiaisO Clube Mogiano, de São

Paulo, não terá de pagar danosmateriais à sócia Marcia SueliCampardo, que teve uma moto-cicleta furtada no estaciona-mento do clube. O entendimen-to é da Quarta Turma do STJ aoreformar decisão do TJ-SP eacatar recurso do clube, quealegou não ser ser responsávelpela guarda dos veículos pelofato de tratar-se de uma associ-ação social e recreativa, semsemelhança com estaciona-mentos remunerados de auto-móveis. (RESP 310953).

Concurso IIO ministro do STJ, Gilson

Dipp, manteve sentença do TJ-MA, que negou o pedido dacandidata Joana D'Arc BastosMaranhão para ser incluída nalista de aprovados no concursopara Técnico Judiciário do tribu-nal maranhense. A candidata

foi reprovada no teste de digita-ção e alegou que o teclado docomputador estava com defeito,que não havia condições ade-quadas de luminosidade. Emais: que notou o defeito damáquina durante a prova, masao pedir a troca do computadorteve a solicitação negada pelofiscal. Sustentou, ainda, quehouve omissão no edital doconcurso sobre critérios da cor-reção da prova de digitação. Orecurso foi negado pela ausên-cia de provas. (RMS 23136).

AlíquotaA importação de vitaminas

tem alíquota zero, conforme oAcordo Geral de Tarifas Adua-neiras e Comércio (GATT). Comesse entendimento, o ministroFrancisco Falcão, do STJ, ne-gou recurso da Fazenda Nacio-nal contra decisão que garantiuo benefício fiscal a Basf S.A.. AFazenda alegava que a deci-são violava a legislação tributá-ria, mas o argumento foi rejeita-do. (RESP 925166).

IRIncide Imposto de Renda so-

bre indenização paga pela Cai-xa Econômica Federal a advo-gados da própria instituição porforça de acordo coletivo. O en-tendimento da Primeira Seçãodo STJ deu-se em julgamentode embargos de divergência daAssociação dos Advogados daCaixa, que alegava que a inde-nização por horas extras traba-lhadas não estava sujeita à inci-dência do IR. O acordo coletivoestabelecia jornada de oito ho-ras diárias para os advogadosda Caixa, mas previa indeniza-ção por horas extras trabalha-das, proibindo qualquer des-

conto, salvo Imposto de Rendae outros decorrentes de imposi-ção legal. A indenização de R$62.443,00 foi paga para com-pensá-los pelo não-cumpri-mento da Lei n. 8.906/94 (Esta-tuto da Advocacia), que estabe-lece jornada diária de quatrohoras. A associação entrou comação pedindo a não incidênciado imposto, mas não teve su-cesso. (ERESP 695499).

ReajusteO presidente do STJ, minis-

tro Raphael de Barros MonteiroFilho, acolheu pedido da Uniãopara suspender decisão queautorizou o reajuste de 9,56%na tabela do SUS para os paga-mentos a serem feitos à Associ-ação Franciscana de Assistên-cia à Saúde (Hospital Estrela).A União alegou que o reajusteera indevido e que a imediataconcessão do reajuste às enti-dades particulares que têmconvênio com o SUS poderiacausar danos irreversíveis aoscofres públicos, chegando a umgasto extra de cerca de R$ 1 bi-lhão por ano. Sustentou, tam-bém, que qualquer pessoa jurí-dica de Direito Público poderiarequerer que fosse suspensaordem que causasse grave le-são à ordem, à saúde, à segu-rança e à economia públicas.Os argumentos foram acolhidose a liminar concedida pelo TRF-4 suspensa. (SLS 465).

RegistroO Conselho Regional de

Farmácia de São Paulo (CRF-SP) não pode impedir registrode estabelecimento farmacêuti-co ligado à cooperativa de mé-dicos, por não ser entidade le-galmente encarregada de fis-

calizar e punir profissionais deMedicina. Com esse entendi-mento, a Segunda Turma doSTJ acolheu pedido da Uni-med de Taubaté Cooperativade Trabalho Médico para for-necer remédios aos coopera-dos. A cooperativa entrou comação contra ato do presidentedo CRF-SP, que se recusou aemitir registro para a farmáciados municípios paulistas deAmérico Brasiliense e Matão. OTJ-SP manteve o ato do Con-selho. No STJ, a Unimed con-seguiu reverter a sentença.(RESP 875885).

HIVMilitares acometidos pela

Aids e reformados ex officio porincapacidade definitiva têm di-reito a receber o soldo combase nos proventos correspon-dentes ao grau hierárquicoimediato ao que possuíam naativa, independentemente dograu de desenvolvimento dadoença. Com esse entendi-mento, a Quinta Turma do STJnegou a União recurso contradecisão que garantiu a militarreformado do Rio de Janeiro areceber o soldo com base nosproventos correspondentes aograu que possuía na ativa.(Processo em segredo de Justi-ça).

CompetênciaA Segunda Seção do STJ

declarou competente o juiz da5ª Vara Cível de Santos (SP)para julgar ação do Sindicatodos Trabalhadores nas Indús-trias Químicas e Farmacêuti-cas de Cubatão, Santos, SãoVicente, Guarujá, Praia Gran-de, Bertioga, Mongaguá e Ita-nhaém contra José RobertoPereira. O sindicato sustentavaque Pereira devia R$ 750,06por participação em plano desaúde em grupo e que ele ha-via, inclusive, reconhecido odébito, mas não pagou. O juizda 5ª Vara Cível de Santosdeclinou da competência porentender que a ação deveriaser julgada pela Just iça doTrabalho. A ação foi parar na5ª Vara do Trabalho de San-tos (SP), que também decli-nou da competência. No STJficou entendido que cabe àJustiça comum julgar a ação.(CC 68952).

Sociedade mistaNão há necessidade de au-

torização do Poder Legislativopara referendar o contrato quefixa o juízo arbitral como soluci-onador de conflitos. O entendi-mento da Segunda Turma doSTJ deu-se em julgamento derecurso da AES UruguaianaEmpreendimentos contra deci-

RegistroA obrigatoriedade de registro junto aos conselhos profissio-

nais depende da atividade básica ou natureza dos serviçosprestados pela empresa. O entendimento é do STJ ao confir-mar decisões das primeira e segunda instâncias e negar recur-so do Conselho Regional de Química da 5ª Região (CRQ), quepretendia obrigar a Ferramentas Paraboni Ltda. a se registrarno órgão. (RESP 848724).

são do TJ-RS, que negou à so-ciedade de economia mista odireito de recorrer a arbitragemem atividades mercantis. A Tur-ma entendeu ser possível à so-ciedade de economia mista re-correr ao juízo arbitral quandoos contratos envolverem servi-ço de natureza industrial ou tipi-camente econômica. (RESP606345).

Concurso IIIO STJ decidiu, por unanimi-

dade, negar recurso interpostopelo Estado da Bahia e garan-tiu a Carlos Alberto Cajado deJesus e outras 31 pessoas odireito a nomeação e possena Academia de Polícia do Es-tado da Bahia. Os candidatosdo concurso de perito criminal,realizado em 1994, entraramcom ação contra ato do secre-tário de Administração e deSegurança Pública do Estadoda Bahia que pediu a suspen-são do concurso. O TJ-BAacolheu o pedido e o Estadorecorreu ao STJ pedindo asuspensão da decisão ale-gando que a nomeação eposse dos candidatos causa-ria lesão à ordem pública,além de trazer insegurança ju-rídica. Os argumentos foramrejeitados. (SS1729).

ImpostosLaboratórios de análises clí-

nicas não têm direito a redu-ção na base de cálculo no Im-posto de Renda da Pessoa Jurí-dica (IRPJ) e na ContribuiçãoSocial Sobre o Lucro Líquido(CSLL), como as instituiçõeshospitalares. Com esse enten-dimento, a Segunda Turma doSTJ decidiu, por unanimidade,acolher recurso da FazendaNacional contra sentença queconcedeu ao Laboratório Fle-ming Ltda. desconto nos impos-tos. Para a Turma, os hospitaistêm direito aos descontos porterem gastos maiores, o quenormalmente não acontececom os laboratórios. (RESP925715).

ICMSO Imposto sobre Circulação

de Mercadorias e Serviços(ICMS) não deve ser cobradode produtoras de programas oucomerciais para tevê por assina-tura pelo fato de estas empre-sas apenas fornecerem o mate-rial às operadoras e não distri-buírem programas ao público.O entendimento é da SegundaTurma do STJ ao reformar deci-são do TJ-MG e acatar recursoda TV Metrópole Ltda., que ale-gou ser contribuinte do ImpostoSobre Serviços de QualquerNatureza (ISS) e não do ICMS.(RESP 726103). B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO32 NOVEMBRO DE 2007

A

Sempre o “charme” de BúziosLAZER

Turismo

té o verão de 1964, aantiga aldeia de pes-cadores do litoral doRio de Janeiro van-gloriava-se apenas

de ter sido refúgio de piratas fran-ceses. Foi quando Brigitte Anne-Marie Bardot,ou simplesmenteBrigitte Bardot, acompanhou oentão namorado marroquinoBob Zaguri nas férias na praiade Armação de Búzios. A cida-de nunca mais seria a mesma.Capa de revistas, notícias emjornais, fotos "escandalosas" debiquíni na época, acabaram fa-zendo com que Búzios fosse"descoberta" pelos brasileiros.

A atriz francesa foi, inclusive,homenageada com uma espé-cie de "passarela" (a Orla Bar-dot) que margeia toda a praiada Armação, além de uma está-tua em tamanho natural queparece dominar a orla.

Búzios, ou oficialmente Ar-mação de Búzios, fica a poucomais de 2 horas do Rio de Ja-neiro e conserva em suas 23praias com as mais diferentescaracterísticas (Geribá, JoãoFernandes, Armação, dos Os-sos, do Canto, Ferradura, Ferra-durinha, Manguinhos, Rasa,Tartaruga, etc) a imagem de so-fisticação que levou a fama de300 dias de sol por ano parapraticamente o mundo inteiro. Acidade é cercada por dezenasde belíssimas casas de vera-neio e centenas de pousadas ehotéis que fazem o deleite nãosó de brasileiros de todos osquadrantes, mas especialmentede argentinos, ingleses e ale-mães. As praias de Búzios, deáguas frias, talvez não tenhama beleza das dunas e das areiasbrancas de Cabo Frio (distante25 quilômetros) ou de Arraial

FRAN AUGUSTI do Cabo (a 37 quilômetros),mas continuam esbanjando"charme".

A cidade conta com a famosa"Rua das Pedras", uma espéciede calçadão que reúne não sóa "moçada dourada", mas todosos turistas em torno de cente-nas de lojas e de restaurantes.Não existe uma infinidade degrifes como nas badaladas prai-as (mas nem tão bonitas) euro-péias, mas a quantidade deprodutos regionais de alta qua-lidade dão o toque "brasileiro"ao balneário. É também nessaregião que está a maioria dosrestaurantes, entre eles o procu-radíssimo restaurante do David,especializado em frutos do mar(Rua Manoel Turíbio de Farias,260) e com comida farta e pre-ços honestos, o famoso "Bar doZé" (do carioca Estevão de Me-llo) que de restaurante populartransformou-se em um localonde hoje oferece jantar à luzde velas (a cozinha é internaci-onal, mas recomenda-se per-guntar se há o peixe na bana-na, que é imperdível. Mas cui-dado: os preços são salgados);ou o tailandês Sawasdee, tam-bém na orla Bardot, e o Estân-cia San Juan, onde se encontraa "verdadeira picanha argenti-na" e varias carnes com cortestípicos daquele país.

Búzios pode ser conhecidade diversas maneiras, desde ostradicionais passeios a pé, prin-cipalmente na região da Ruadas Pedras, como por meio dealuguel de carros, buggies emotos e passeios de escuna ecatamarã pelas praias e ilhasque ornamentam o litoral.Ospreços, assim como os dos res-taurante e das lojas de souver-nirs e roupas, variam conforme aépoca, mas "crescem" indepen-dente de qualquer fator quandose aproxima o final de semana

(Búzios tem populações diferen-tes entre segunda e sexta e nosfinais de semana).

Pode-se chegar a Búzios deavião (até o Rio de Janeiro ouaté o recentemente inauguradoaeroporto de Cabo Frio, e de-pois com transfers, normalmen-

Onde ficar. Quem leva.Existem centenas de pousadas em Búzios,

embora o nome "pousada" não possa ser exata-mente atribuído a instalações com piscina, sau-na, serviço de praia, acesso à internet, quartoscom TV de LCD, ar-condicionado e frigobar,água quente. Entre elas está a Chez Pitu, do em-presário paulista de multimídia Pedro Nolasco ede sua esposa Evani Pelegati, que apesar de re-sidirem em São Paulo, mais especificamente emAlphaville, cuidam pessoalmente do local, estan-do presentes praticamente em todas as datas im-portantes e feriados prolongados. Com 27 apar-tamentos divididos em quatro categorias (stan-dard, térreo, sem vista para o mar; turismo, térreo,mas com vista para o mar; luxo no primeiro andare com vista para o mar; e superluxo, também noprimeiro andar e com varanda para o mar) oChez Pitu está praticamente "dentro" da praia doGeribá, a maior de Búzios, com cerca de 1.600

metros em forma de ferradura e com área reser-vada especialmente para a prática de surfe. Éum dos poucos hotéis na categoria "pé na areia".Aliás, a rua do Chez Pitu (Avenida Geribá, 10)termina na praia. O ambiente é totalmente famili-ar e o atendimento digno de registro.

As tarifas para duas pessoas, com direito àcafé da manhã e chá da tarde (uma novidade naregião) para o "feriadão" de 15 de novembro (de15 a 18/11) são as seguintes: Standard, R$790,00; Turismo, R$ 915,00; Luxo, R$ 1.060,00;e Superluxo, R$ 1.240,00. Crianças até 4 anosnão pagam; de 5 a 12 anos pagam 15% da tari-fa e acima de 12 anos, 30%. As reservas podemser feitas na Luxtravel Turismo (em São Paulo,(0xx11) 3017-5656; Campinas (0xx19) 3236-9932ou Bauru (0xx14) 3227-5943) ou diretamente naChez Pitu no telefone 0800-7246460, (0xx22)2623-6460 ou em www.chezpitu.com.br B

te oferecidos pelas própriaspousadas ou hotéis), ou decarro (que em tempos de "apa-gão aéreo" acaba sendo consi-derado mais eficaz). Quem nãotiver nos carros tags Sem Parar/Via Fácil, deve levar dinheirotrocado para pagar os numero-

sos pedágios, inclusive naPonte Rio-Niterói e Via Lagos,já no Estado do Rio (as tarifastambém têm preços diferentesnos fins de semana). As estra-das estão em boas condiçõesde conservação e com fiscali-zação eletrônica atuante.

Sempre o “charme” de Búziose das instalações do Chez Pitu

A

Lena Zeini

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 33NOVEMBRO DE 2007

LAZER

À Margem da Lei

filme "O Lobo", lançado naEspanha em 2004 pela Pa-

ris Filmes, foi inspirado na vidado agente secreto espanhol Mi-kel Lejarza, que infiltrou-se nogrupo separatista basco ETA(Pátria Basca e Liberdade). Elefoi o responsável pela "queda" deativistas da organização e contousua história ao jornalista MelchorMiralles, um dos produtores dofilme, que o representou no per-sonagem de José Maria LoygorriTxema (Eduardo Noriega), umoperário basco preso pela políciapor conexões com terroristas.

Txema recebeu uma propostado serviço secreto espanhol dese infiltrar como espião no ETAem troca da liberdade. Aceita aoferta, ele passa a se identificarpelo codinome. “Lobo” só conse-gue a "liberdade" depois de de-latar os responsáveis pelo gruposeparatista. "O Lobo" recebeudois prêmios "Goya" por "MelhorEdição" e "Melhores Efeitos Es-peciais". B

história de 46 delegadosde Polícia paulistas mortos

no cumprimento do dever nosprimeiros 100 anos da PolíciaCivil de carreira é o tema do li-vro A Polícia Não Morre, do de-legado de polícia classe espe-cial e professor Carlos AlbertoMarchi de Queiroz, edição dopróprio autor. O prefácio é dodelegado Marco Antonio Des-gualdo.

Segundo o autor, é precisoque se analise tecnicamente oque aconteceu com "valorosas47 autoridades policiais, a par-tir de 1920, a fim de que, emtermos de infortunística, taisocorrências não mais se repi-tam e sejam prevenidas atra-vés da recuperação das históri-as que, em sua ultima ratio,constituem uma homenagemaos nossos heróis, imortaliza-dos na Galeria dos Policiais Ci-vis Mortos em Serviço, existen-te no átrio da Academia de Po-lícia". B

O A

DVD Literatura

Junta de Concilia-ção e Julgamentode Passos (MG) serevelava, na pri-meira metade da

década de 80, pelo expressivonúmero de reclamações envol-vendo duas usinas de açúcar domunicípio; o restante da pautaera ocupado praticamente porações de rurícolas.

Um tempo — não tão distan-te — em que havia empregadosainda detentores da estabilida-de decenal celetista, muitos re-

O juiz e a testemunha isenta

RAUL MOREIRA PINTO* sidiam nas propriedades ru-rais, os chamados colonos.Talvez até por força da simpli-cidade do labor da roça e peladistância das coisas da cidade,o nível cultural era acentua-damente baixo; muitos eramanalfabetos, alguns nem mes-mo sabiam se expressar demodo a ser entendidos.

Iniciando-se uma audiên-cia de um desses trabalhado-res e que ostentava um longotempo de serviço, após o depo-imento pessoal das partes, pas-sei a ouvir as testemunhas. Aprimeira delas sentou-se dian-

te de mim; era um ancião, comdificuldade para, até, se quali-ficar; o seu aspecto denotavamuita lida no campo. Paramelhor fazer-me entender, bus-quei uma fala bem simples; aoinvés de adverti-lo solenemen-te sobre a obrigação de dizer averdade, de revelar isenção, dis-se-lhe: "O senhor deve dizer averdade, não pode ajudar ouprejudicar nenhum dos doisque estão brigando na Justiça."De pronto, sem despender tem-po para pensar, respondeu ovelho trabalhador, até então,para mim, com o único orna-to de ser gente de labuta: "Dou-tor, mais se eu disser a verda-de, não ajudo e nem prejudiconinguém!"

Fiz ao homem um discurso,que acredito ter sido bonito,não por arte minha, mas certa-mente por ter a oratória sido ilu-minada pelo surpreendente sen-so de como se alcançar a Justi-ça, demonstrado por pessoasimples, sem cultura, sem infor-mação.

Ao fim da audiência, con-vocado para assinar a ata, ovelho trabalhador apôs nela oseu polegar sujo de tinta; ali, asua chancela, o sinete a em-prestar merecida importânciaao papel. B

*Juiz aposentado.

A

a Serra da Mantiquei-ra, a seis quilômetros

de Socorro (SP), quemgosta de clima de campo efazenda encontra o hotelfazenda Campo dos So-nhos, que tem duas carac-terísticas especiais: ativi-dades rurais típicas e aadaptação para “turistasespeciais!” (como os quese locomovem em cadei-ras de rodas, surdos, mu-dos, etc.).

O Campo dos Sonhosestá em um terreno de250 mil m², com mais de200 tipos de árvores frutí-feras, cascatas, cachoei-ras, trilhas e criação decavalos, vacas, cabritos,carneiros, coelhos, aves-truzes, etc. O hóspedepode conhecer atividades

típicas de uma proprieda-de rural, como produçãode café, de cachaça, ex-tração de mel, minhocá-rio, horta, etc. e desfrutarde um shopping próprio.

Todos funcionários sãomoradores locais e a áreado hotel abriga até uma al-deia indígena, dos índiosguaranis. Os apartamentossão equipados com frigo-bar, camas modulares, tv acabo, telefone (tem, ainda,chalés para toda família).O hotel oferece piscinaaquecida coberta, piscinadescoberta, sauna, spa,

espaço Zen, aulas de medi-tação, yoga, tai chi chuan,etc. Na diária estão incluí-das quatro refeições diári-as (café da manhã, almo-ço, café caipira da tarde ejantar) tudo produzido in-ternamente, e os passei-os a cavalo, charrete, bici-cleta, trolers, triciclos, etc.

O "pacote" para o perío-do de 14 a 18 custa R$1.600,00 por casal em apar-tamento e R$ 1.800,00 nochalé. Informações: (0xx19)3895-3161. B

Maria Mazza

Campodos Sonhos

Turismo

N

DivulgaçãoVALE A PENA

Foram nas férias de julho que eu, commais duas amigas, decidimos viajar, semeira nem beira, com um grande mapa nasmãos que nos guiava aleatoriamente...

Eis que surgiu a idéia de irmos paraa Chapada da Diamantina !!! Eu, que jáera amante de pedras preciosas, fiqueimuito interessada em conhecer o "ter-ceiro ponto de luz" de nosso País, cujoreflexo pode ser visto até via satélite,quando este fotografa o planeta Terra,mais precisamente a América Latina.

Optamos por viajar de carro para umamaior exploração. De São Paulo até Vitó-ria da Conquista, digamos que fora umaaventura e tanto, pois nesta passagem éque aprendi realmente a dirigir em estra-das e, principalmente, a me divertir em"ler" os sinais que os ônibus e cami-nhões nos transmitiam.

Lá em Vitória da Conquista, já tardeda noite, mesmo sendo julho, o tempoera gostoso e a brisa suave.

No segundo dia de aventura na estra-da, enfim chegamos na cidade de Len-çóis, Estado da Bahia, a cidade da nove-la "Selva de Pedra"! A cidade é peque-na e com poucos recursos e a popula-ção sobrevive do turismo.

Joary Cassia Munhoz,advogada do escritórioMMC Advocacia.

Os adolescentes auxiliam e são guiaspara os passeios que, sinceramente, foi omais lindo que fiz em toda minha vida.

As mais lindas grutas, cachoeiras eenergia apostem, estão lá! Volta-se comas energias totalmente transplantadas.Nada de antigo resiste a tanta beleza. Oleitor(a) voltará novinho(a) em folha! B

Internet

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO34 NOVEMBRO DE 2007

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

LAZER

Cruzadas

Soluções na página 10

Bacalhau fácilBacalhau fácilBacalhau fácilBacalhau fácilBacalhau fácil

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M. AMY

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ma bacalhoada fá-cil e simples. Ingre-dientes: 500 gr debacalhau desfiado;de 500 a 750 gr de

batatas descascadas e cortadasem pedaços médios; leite inte-gral; 200 ml de azeite; 1 cebo-la média cortada em rodelaslargas; dentes de alho a gosto(inteiros ou em rodelas). Modode fazer: demolhar o baca-lhau. Lavar, retirando o exces-so de sal, e deixar de molho,trocando a água duas vezes.Colocar numa vasilha, cobrircom leite e levar ao forno atéaferventar. Drenar o bacalhau,misturar com os demais ingre-dientes, colocar numa formarefratária transparente, cobrire levar ao forno. Quando co-meçar a borbulhar, marcar 10minutos e servir acompanha-do de arroz ou pão. Pode-seacompanhar com brancos en-corpados ou tintos.

Quinta do Seival, castasportuguesas, 2003, 13%de álcool, Campanha(RS), Brasil (R$ 46,00).Rubi escuro, muito per-fumado: ameixas emcalda, tâmaras, courocru e uma nota leve her-bácea. Cremoso, tem

sabor e acidez pouco comunspara um tinto, lembrando cas-ca de maça, chocolate amargo,pó de café e folhas amargas.Retrogosto de média duração,com destaque para a acidez.

Outeiro da Águia,colheita selecionada,2003, Alentejo, Portu-gal (R$ 58,00). Muitoescuro, opaco e visco-so, revelando bom cor-po e acidez, além detaninos nítidos, embo-ra não agressivos emexcesso. Aromas mine-

rais, seguidos de frutas e, porfim, tostados e um ligeiro her-báceo. Notas gustativas de chápreto, couro, café, carne cruae frutos escuros, como a amei-xa preta. Retrogosto prolonga-

do e marcante. Recomenda-semesmo para pratos de sabormais forte, como carnes decaça, defumados e embutidos.

Serna Imperial, reserva,1999, 13% de álcool, Rioja,Espanha (R$ 60,00). Rubiescuro, bem viscoso, revelaum aroma terroso, no princí-pio, seguido de carne crua,embutidos, geléia; num segun-do plano, fruta-do-conde.Corpo médio, seco e muitogostoso, com notas de choco-late, cereja e mesmo ervasculinárias. Deixa, por muitotempo, um ótimo sabor naboca. Vale a pena experimen-tar. Vendido em www.cavadevinhos.com ou (0xx242222-1990).

Quinta da Bacalhôa, ca-bernet sauvignon, 2001,13% de álcool, Terras doSado, Portugal (R$ 100,00). Escuro e nada trans-lúcido, com aroma en-cantador e complexo:carne crua, couro, pre-sunto, amora, café, cho-

calate, baunilha, entre outrosque, aos poucos, revelam-se. Po-tente na boca, com notas her-báceas, minerais, frutas e ou-tras referências notas comofumo de rolo. Estupendo.

Dica: esta receita não é umafórmula matemática, podendoser calibrada de acordo com opaladar. A quantidade de ba-calhau, batata e azeite pode seralterada, conforme o gosto. Ce-bola, alho e azeitonas podemser suprimidos, reduzidos ouaumentados. Podem ser acres-centados hortelã, salsinha oualecrim fresco. B

Gladston Mamede

Horizontais

1 - (Dir.Penal) Aquele que fica deemboscada.

2 - (Dir. Civ.) Corrente natural deágua doce; (Dir. Civ.) Conserto decoisas.

3 - Negro, tenebroso; Movimento docorpo, em especial da cabeça edos braços.

4 - Abrir, cavar; Contração comum.

5 - Declarar em nota, à margem deum título ou de um registro; (Med.Legal) Abreviação de deliriumtremens.

6 - Uma objeção latina; (Dir. Civ.)Preço de uma coisa.

7 - (Dir. Civ.) Registro de assem-bléias; (Dir. Proces.) Quantia estipu-lada para pagamento de custasprocessuais.

8 - (Psic. Forense) Aspecto da per-sonalidade que se relaciona com oinstinto; (Dir. Pen.) Ladrão que agea bordo da embarcação; Dois roma-no.

9 - (Dir. Pen.) Espancar; Na lingua-gem jurídica, casal, igual ou seme-lhante.

Verticais

1 - Na linguagem jurídica, ardil,conspiração; (Dir.Int. Púb.) Sigla da

Ordem Internacional do Trabalho.

2 - ((Dir. Proces.) Ato de ouvir astestemunhas ou a parte; O sim dosrussos.

3 - (Dir. Marít.) Bandeira triangularutilizada para sinais na Marinha).

4 - Remo em Inglês; (Sigla) TribunalRegional Eleitoral.

5 - (Sigla) Imposto de Renda; Inici-ais do escritor gaúcho Bopp, autorde "Cobra Norato"; Associação dosAlcoólatras Anônimos.

6 - (Med. Leg.) Sigla de eletro-

encefalograma; (Abrev.) Avenida;Consoantes de nora.

7 - Árvore da flora brasileira; Termolatino, porcentagem, rateio.

8 - (Dir.Proc.) Custas judiciais; Apenúltima nota musical.

9 - (Dir. Can.) Conformidade com odogma católico.

10 - Indicam uma porcentagem; De-nunciar. B

ai chuva, caina roseira do

meu jardim.Cai chuva, cai,cai dentro de mim.

Cai e leva minha alma.

Cai chuva, caiIara Alves Cordeiro Pacheco

(Advogada)

C

Poesias

Tira o sofrimento calado.Deixa a pureza do amor.Deixa o meu amor guardado.

Gosto de olhar essa chuva,de vê-la cair assim.Gosto de olhá-la e pensarque talvez pensem

em mim.Gosto do meu jardim e da chuva e das flores.De tudo que há belo nisso.De ver que Deus existe eque sou feliz porque existo

E alguém existe também... B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 35NOVEMBRO DE 2007

TRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

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Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

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AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

PAULOBOMFIM

O"Clube dos Artistas eAmigos da Arte" nas-ceu no subsolo doEdifício Esther, ondesurgiria posterior-

mente a "Boate Oasis", modifi-cando a fisionomia da vidanoturna paulistana.

O Edifício Esther é até hojepropriedade da família de Pau-lo Nogueira Filho. Ali moraramAlmeida Salles, Di Cavalcantiquando estava casado comNoêmia e Marcelino de Carva-lho.

Annita Malfatti expõe nolocal que possuía apenas umpequeno bar. Deve ter sido em45 ou 46. Freqüentei sua casanessa época. Ela, sua irmã Ge-orgina, Evangelina Pereira deSousa e suas sobrinhas organi-zavam inesquecíveis festas ju-ninas. Foi quando pintou meuretrato ostentando insolentebigodinho, disfarce para menorde idade entrar em cabaré!

Da esquina da Sete de Abrilcom Avenida Ipiranga, o "Clu-binho" é levado para a galeriade Barros, o Mulato, na Barãode Itapetininga, próximo aoprédio onde residiam Quirinoda Silva e Flávio de Carvalho.

Aldo, o barman, fazia prodí-gios para servir uísque pagão,isto é, não batizado, e tapar oburaco dos pinduras. Menottie Bebé Amaral tinham, todasas tardes, encontro em tornodo tabuleiro de xadrez. RubemBraga, quando chegava do Riode Janeiro, ia com sua maletapara lá, onde o delegado JoãoLeite Sobrinho e Luis LopesCoelho o aguardavam. João,sobrinho de Aureliano Leite, erao "Velho Leite", personagem decrônicas de Rubem e de um ro-mance de Luis.

Em 1948, Darcy Penteadoe Reynaldo Bairão organizamno "Clubinho" a exposição dos"Novíssimos", que consta depoemas ilustrados. Participamdo acontecimento, Cyro Pi-mentel, Décio Pignatari, Rey-naldo Bairão, Amélia Martins

"Clubinho"(na ocasião casada com Alde-mir), Paulo Sérgio Milliet, Dal-mo Florence, Vicente AugustoCarnicelli e Rada Abramo e osartistas plásticos, Darcy Pente-ado, Otávio Araújo e MarceloGrassmann. Nesse ano funda-se o Clube de Poesia, cujo pri-meiro presidente foi CassianoRicardo, ocorrendo também oCongresso de Poesia.

No "Clubinho", poucas mesaspara muito assunto!

Francisco Brasileiro, cachim-bando, ia narrando a últimaexpedição ao Araguaia. Rossi-ni Camargo Guarnieri declama-va seus poemas, Guilherme deAlmeida e Almeida Salles fala-vam de cinema e Dalmo Floren-ce narrava as peripécias de"Maneco", personagem do volu-me de versos que lançaria.Certa vez, Dalmo tirou a sortegrande. Não contou nada.Chegou para os amigos e pediudinheiro emprestado, ninguémrespondeu ao apelo. Aí, con-tou que fora contemplado como primeiro prêmio da Federal!

Os amigos não se sentiramcom autoridade moral parauma "facada". Coisas do talen-to e da graça desse pintor, ro-mancista e poeta, que me disseum dia:

- Agora, sou delegado depolícia, me pegaram para Cris-to na Palestina! (cidade paraonde fora designado).

Certa ocasião, numa festa emcasa de Silvio de Campos, Dal-mo contava com muita graça,que ao tentar entrar numa ar-madura existente no topo daescadaria, encontrara o lugarocupado por mim.

Silvio de Campos, irmão deCarlos de Campos, presidente doEstado e filho de Bernardino deCampos, era poderoso e de gê-nio forte. Prócer perrepista,caiu de pé na Revolução de 30.Fui amigo de seus filhos, SilvioLuciano e Suzana.

A "Folha" publicara artigoonde eram feitas críticas a suapessoa. No dia seguinte, entra

na redação enfurecido indagan-do quem escrevera aquelas li-nhas do jornal que empunhava.

Um moço franzino, levanta-se e diz: Fui eu!

Silvio, vermelho de indigna-ção, avança para ele indagan-do:

- Como é seu nome?- Paulo Gonçalves, responde.- Você é o poeta que minha

filha tanto admira? Deixe-meabraçá-lo!

Mas, voltando a Barão deItapetininga, abracemos agoraSérgio Milliet que devaneia aolado dos irmãos Oscar e Arnal-do Pedroso Horta. Ulisses Gui-marães, Hélio Rodrigues e An-tônio Sylvio da Cunha Buenodiscutem política. Ciro Mendes,Portinho e o Palma ainda nãochegaram com sua irreverência.

Daquele ancoradouro, o"Clubinho" navega para a suasede no Instituto dos Arquite-tos, na Rua Bento Freitas, ondedeixa a âncora mergulhar nomelhor uísque.

Em 52, Flávio de Carvalhocomanda a Nau Fantasma,baile que alimenta as lendas damadrugada. O "Clube dos Ar-tistas e Amigos da Arte" trans-forma-se numa caravela tripu-lada por pintores e por poetas.Na popa encontrávamos Segalle Volpi, mais adiante, Rino Levyfala com Pola Rezende, através

de uma escotilha, no tombadi-lho, Rebolo discursa e AlmeidaSalles consulta o astrolábio.Nieta Lex, Raquel de Moacyr eNelli Ribeiro Leite jogam serpen-tinas da amurada. Viotinhogrita: Terra à vista!

Ronoel Santiago Lopes, Pau-linho de Quadros, Tito Fleury eRicardo Ferraz abordam litoraisfemininos, o sorriso de HebeCarvalho, e a alegria de Kikipousam na vela da gávea. Edi-th Porchat Rodrigues se dispõea descer de um andar para ooutro por um dos cordames.Falo com Décio, seu marido,sobre o perigo que ela corria, eele responde:

- Minha mulher é audaciosa.Se quiser descer, que desça.

E não é que desceu mesmo!Nessa época, Edith, filha do

professor Reynaldo Porchat,escrevia Informações Históricassobre São Paulo, no Século de suaFundação, que se tornaria umclássico no assunto.

No "Clubinho" ocorriam coi-sas prodigiosas. Palestras deFlávio de Carvalho, Oswald deAndrade, Osório César, Francis-co Brasileiro, Annita Malfatti,Tarsila do Amaral e José Geral-do Vieira.

Nunca vi tanta loucura jun-ta como num debate onde to-mara parte psiquiatras e psica-nalistas!

Nas madrugadas do "Clubi-nho" todos acabavam se confra-

ternizando ao som da músi-ca do piano de Polera. Diálo-gos impossíveis aconteciamentre integralistas e comunis-tas, e encontrávamos na mes-ma mesa Roland Corbisier,Angelo Simões Arruda e Almei-da Salles, conversando comRossini Camargo Guarnieri,Mário Donato, Nabor Cayresde Brito e Afrânio Zuccolotto.Os socialistas Sérgio Buarquede Holanda, Luís Martins e Sér-gio Milliet tinham longas pro-sas com os trotskistas PauloEmílio Salles Gomes e CláudioAbramo. Confraternizando-se com todos eles, os delega-dos João Leite Sobrinho, Gui-lherme Pires de Albuquerquee Amoroso Neto.

A gravata borboleta de Qui-rino da Silva, pousava em to-das as mesas. Nas paredes,Clóvis Graciano, Bonadei,Pennacchi, Di Cavalcanti,Baloni, Aldemir e Gobbis iamdeixando seus quadros, sem-pre leiloados em benefício dafamília de algum preso políti-co ou de alguém enfermo.

Tempos de ideologias epaixões, tempos de solidarie-dade e de inteligência!

A noite era sempre umacriança, mas uma criançaeducada. B

Internet

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO36 NOVEMBRO DE 2007