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Novembro de 2007 - Ano VI - Edição 16 O Futuro da Advocacia Geral da União Este foi o tema discutido no Seminário Brasileiro sobre Advocacia Pública Federal, que aconteceu em Brasília. Confira como foi. E mais: Pág. 03 Pág. 04 Pág. 11 -Fique Por Dentro: conheça o Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas da ANAUNI. -Posse dos novos Procuradores Chefes. -Uma entrevista exclusiva com o Dr. Oscar Fiumara - Avvocato dello Estato Italiano. VIII ENAU Confira nesta edição o que acontece no ENAU, que neste ano acontece na cidade de Foz do Iguaçu (PR). DEMOCRATIZAÇÃO AGU CHEGA NA Publicada no Diário Oficial alteração do Ato Regimental sobre o funcionamento da PGU Págs. 08 e 09 Pág. 10 Reajuste Salarial Na luta pela valorização das carreiras que compõem a Advocacia Pública Federal, acordo inédito com o MPOG garante reajuste do subsídio. Pág. 07

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Edição Novembro/2007

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Page 1: Edição Novembro/2007

Novembro de 2007 - Ano VI - Edição 16

O Futuro da Advocacia Geral da UniãoEste foi o tema discutido no Seminário Brasileiro sobre Advocacia Pública Federal, que aconteceu em Brasília. Confira como foi.

E mais:

Pág. 03Pág. 04Pág. 11

-Fique Por Dentro: conheça o Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas da ANAUNI.

-Posse dos novos Procuradores Chefes.

-Uma entrevista exclusiva com o Dr. Oscar Fiumara - Avvocato dello Estato Italiano.

VIII ENAUConfira nesta edição o que acontece no ENAU, que neste ano acontece na cidade de Foz do Iguaçu (PR).

DEMOCRATIZAÇÃOAGUCHEGA NA

Publicada no Diário Oficial alteração do Ato Regimentalsobre o funcionamento da PGU

Págs. 08 e 09

Pág. 10

Reajuste SalarialNa luta pela valorização das carreiras que compõem a Advocacia Pública Federal, acordo inédito com o MPOG garante reajuste do subsídio.

Pág. 07

Page 2: Edição Novembro/2007

ANAUNIInforma

Expe

dien

te

Diretoria da ANAUNIBiênio 2007/2009

Presidente: José Wanderley Kozima (PU/SC)[email protected]

Vice-Presidente: Max Casado de Melo (PU/GO)[email protected]

Secretário-Geral: André Augusto Dantas Motta Amaral (Gab-AGU/DF)Adjunto:Vitor Pierantoni Campos (PU/PR)[email protected]

Diretor Financeiro: Milton Nunes Toledo Júnior (PGU/DF)Adjunto: Rogério Telles Correia das Neves (PGU/DF)[email protected]

Diretor Administrativo: Juliana Corbacho Neves dos Santos (PGU/DF)Adjunto: Luciana Tavares de Menezes (PU/BA)[email protected]

Diretor de Atividades Legislativas: Marcelo Ribeiro do Val (PRU-4/RS)Adjunto: Tania Patrícia de Lara Vaz (PU/PR)[email protected]

Diretor Jurídico: André Gustavo de Souza (PRU-5/PE)Adjunto: Rodrigo Cunha Veloso (PRU-5/PE)[email protected]

Diretor de Comunicação:Waldemir Ferrarez da Cunha (CGAU/DF)Adjunto:Francisco Alexandre Colares Melo Carlos (PU/PA)[email protected]

Diretor Social: Eduardo Girão Câmara do Vale (PGU/DF)Adjunto: José Nilson Carneiro Albuquerque Filho (PGU/DF)[email protected]

Assessoria Parlamentar - [email protected] de Imprensa - [email protected]

ANAUNI InformaJornalista Responsável:Senyr Lemos de Souza (MTB DF 6937)[email protected]ção: Diretoria de Comunicação - ANAUNIFotografia: Íris Souza e Alberto RuyProjeto Gráfico: Alexandre [email protected]: 3.000 exemplaresImpressão: Gráfica Globo Grafel

Esta é uma publicação editorial da ANAUNIAssociação Nacional dos Advogados da União

Permitido o uso das informações, desde que citada a fonte.CLSW 303 Ed. Rhodes III Bloco B Sala 55

Setor Sudoeste - Brasília DF(61) 3344-4386 - www.anauni.org.br

Edit

oria

l

Falando diretamente da fron-

teira com a Argentina e o

Paraguai, em meio a mais

um memorável Encontro Nacional

dos Advogados da União / Seminário

Nacional sobre Advocacia do Estado,

calha falar de vinhos e boas safras.

Contando os eventos com o patrocínio

de duas empresas que são um orgulho

para o nosso povo (Petrobrás e Itaipu

Binacional) e a presença de juristas e

autoridades da maior envergadura; uma

organização impecável; uma progra-

mação social em que as aventuras são

múltiplas, do cruzamento das fronteiras

a Macuco Safari... Tudo isso faz lembrar

que há safras de vinho que, de tão ex-

celentes, dão origem a verdadeiros mi-

tos da enologia, só superáveis em anos

igualmente excepcionais.

O ano de 2007, que já está se apro-

ximando do fim, tende a ser lembrado

como o de uma excelente safra para a

Advocacia-Geral da União e para a car-

reira de Advogado da União. Somente

os dedos estão cruzados, os braços já

foram descruzados há muito tempo.

Nesta edição, o ANAUNI Informa nos

trás o porquê de considerarmos o ano de

2007 um excelente ano. Após a posse

dos novos dirigentes da AGU, o trabalho

sério e em equipe vem sendo realizado

com envolvimento ímpar e muitos frutos

já começam a aparecer.

A questão primordial da redução do

enorme fosso remuneratório existente

entre as carreiras da advocacia pública

federal e outras carreiras no âmbito das

Funções Essenciais à Justiça está bem

encaminhada, sendo registrada a luta

realizada, numa união de esforços entre

todas as associações de classe dos ad-

vogados públicos fede-

rais (pág. 7).

Outro grande mo-

mento da AGU no ano

de 2007 foi a realização

do Seminário Brasilei- r o

sobre Advocacia Pública

Federal, com apoio de todas as entidades

de classe e a presença, na abertura, do

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (pág.

10) e do Advogado-Geral da Itália, que

concedeu uma entrevista exclusiva ao

ANANI Informa (pág. 11). E a boa notí-

cia é que, por lá, os advogados do Estado

fazem jus aos honorários advocatícios.

Sucesso de público e de crítica.

O trabalho da comissão de promoção,

cuja colaboração inestimável em muito

contribuiu para a conclusão do processo,

é registrado no informativo (pág. 5).

Também é destaque a busca da maior

efetividade na recuperação de verbas

públicas federais, com a criação do Es-

critório Avançado da AGU no Tribunal de

Contas da União (TCU) e a parceria com a

Controladoria-Geral da União (CGU) (pág.

12), tendo o Ministro Jorge Hage sido um

dos destaques no IV Seminário Sobre Ad-

vocacia do Estado.

Não falta neste ANAUNI Informa o re-

gistro dos avanços internos da associação,

que além de parceira da AGU em todos os

eventos que objetivam fortalecer a insti-

tuição e a carreira de Advogado da União,

está se preparando para novos desafios,

com o funcionamento pleno do Conselho

de Ética, Disciplina e Prerrogativas (pág.

3), uma nova frente da defesa dos direitos

do associado.

Enfim, que a safra de 2007 se cumpra em

todo o seu potencial e que este seja um ano

memorável, mas não inexcedível. Boa leitura.

2007: Uma boa safra?

José Wanderley Kozima

Page 3: Edição Novembro/2007

Associação Nacional dos Advogados da União

Atuar na preservação das prerroga-tivas, da ética e disciplina dos associados. Esta é a proposta

do Conselho de Ética, Disciplina e Prerro-gativas da ANAUNI, um órgão que a as-sociação cria para a defesa dos direitos do associado. O Conselho foi instituído através da Resolução nº 06/2007, no mês de abril des-te ano, e é composto pelo vice-presidente da ANAUNI, Max Casado, que o preside, e por mais quatro membros: os delegados estaduais Adriano Martins de Paiva (MA), Lisiane Ferrazzo Ribeiro (RS), Polyana Rodri-gues de Almeida Lima (GO) e Valkiria Silva Santos (MG).

Com a criação do Conselho, a associação possui a expectativa de trazer ao associado uma cobertura maior na defesa dos seus di-reitos segundo o presidente, Max Casado. “Tenho uma expectativa positiva no sentido de fornecer a segurança que o associado preci-sa. Considero que o Conselho é um resguardo para ele”, disse.

São três as vertentes com que o Conse-lho trabalha: ética, disciplina e prerrogativa, sendo este último o ponto de maior dimen-são. “A questão das prerrogativas se apre-senta como a mais importante. Ela é muito ampla, abrange muitos pontos, como, por

Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas da ANAUNI

Mais uma frente da ANAUNI na defesa dos direitos do associado.

exemplo, no caso de um juiz ofender um Advogado da União durante a defesa do caso. Também pode-mos defender o asso-ciado frente à Corre-gedoria-Geral da AGU. Mas, de acordo com o seu regimento interno, o Conselho somente atuará mediante a provocação do associa-do. Ele não tem a iniciativa de instaurar processos”, completou Max.

Como a Associação tem crescido mui-to, os membros esperam que as demandas e variedade de processos também sejam maiores com o passar do tempo. Para dar agilidade aos processos, o Conselho faz reuniões virtuais, conforme previsto no seu regimen-to interno. De acordo com a avaliação do caso, a reunião se dará fisicamente.

Membro do Conselho, Lisiane Ferrazzo, foi a relatora do primeiro caso avaliado, que envolveu interesses dos associados do Esta-do do Rio de Janeiro. Sabe das dificuldades e da seriedade exigida, assim como da im-portância de trazer segurança aos colegas da carreira. “Sabemos que não é fácil a mis-

são, sobretudo porque é exercida cumulati-vamente às atribuições funcionais de cada integrante deste Conselho, mas devemos oferecer, dentro de nossas possibilidades, o devido apoio aos colegas”. Para ela, a cria-ção do Conselho é resultado do empenho e trabalho da diretoria. “O Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativa é o reflexo da serie-dade e do compromisso que essa diretoria da ANAUNI tem com o aprimoramento da carreira e com a defesa dos direitos e prer-rogativas dos associados”, afirmou.

Mais uma iniciativa da ANAUNI no cumprimento de sua missão de defender os interesses do associado. Todas as informa-ções sobre o Conselho de Ética, Disciplina e Prerrogativas estão no site da ANAUNI, área restrita.

Tenho uma expectativa positiva

no sentido de que o Conselho forneça a segurança que o associado precisa,

funcionando como um resguardo para ele.

“ “

Max Casado presidente do Conselho

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ANAUNIInforma

No início do mês de julho, foi realizada a cerimônia de posse dos novos Procuradores-Regionais, Estaduais e

Seccionais da União. O evento foi realizado no Conselho Federal da OAB, em Brasília, e contou com a presença do ministro José Antonio Dias Toffoli, Advogado-Geral da União, do Procura-dor-Geral da União, Luís Henrique Martins dos Anjos, do presidente em exercício do Conselho Federal da OAB, Vladimir Rossi, do Senador João Durval (PDT/BA), de representantes dos demais órgãos de direção da AGU e de toda a diretoria da ANAUNI, além dos Advogados da União, amigos, familiares dos empossados e demais membros da advocacia pública federal, que lotaram o auditório da OAB.

Os novos titulares das unidades de execução da Procuradoria-Geral da União foram escolhidos por meio do festejado processo de Consulta Geral, ocorrido no final do mês de maio, para as cinco Regiões.

De acordo com o ministro Toffoli, em seu discurso, os empossados terão pela frente um grande desafio. Destacou que a AGU é uma instituição nova, assim como é a carreira de Advogado da União, sendo naturais as dificul-dades enfrentadas nesse processo de evolu-ção. Um dos desafios da atual gestão, inclusive dos empossados, é exatamente trabalhar pela resolução dessas dificuldades.

Discursos emocionados e cheios de orgulho

Posse dos novos Procuradores Regionais,

fizeram parte da cerimônia. Os titulares das unidades de cada uma das cinco regiões, Dr. Joaquim Pereira dos Santos (PRU - 1ª Região), Dr. Daniel Levy de Alvarenga (PRU 2ª - Região), Dr. Gustavo Henrique Pinheiro de Amorim (PRU 3ª - Região), Dr. Luís Antônio Alcoba de Freitas (PRU 4ª - Região) e Dr. José Roberto Machado Farias (PRU 5ª - Região) disseram conhecer os desafios que enfrentarão e agradeceram ao ministro pela iniciativa do processo de Consulta Geral.

Também discursaram o presidente em exercício do Conselho Federal da OAB, Vladimir Rossi, e o Procurador-Geral da União, Luís Henrique Martins dos Anjos, que quebrou o protocolo ao pedir aplausos para a equipe do ministro Toffoli, responsável pela “maratona” realizada para organizar o evento, inclusive com a publicação dos atos de nomeação dos novos chefes naquela mesma data.

Após a realização dos discursos, a cerimônia de posse foi encerrada e todos os procuradores e convidados reuniram-se no saguão da OAB para um coquetel de boas vindas oferecido pela ANAUNI. Passada a posse, os novos procura-dores-chefes participaram, nos dias 03 e 04 de julho, do “I Seminário de Integração da Procu-radoria-Geral da União”, na sede da AGU, em Brasília, com o objetivo de criação de canais de comunicação que facilitem a troca de informações sobre questões judiciais diversas.

Cerimônia de posse no Conselho Federal da OAB, em Brasília.

Através do Processo de Consulta Geral, posse dos novos procuradores marca dia histórico na AGU.

Estaduais e Seccionais da União

Integrantes das chefias da 1ª Região

Integrantes das chefias da 2ª Região

Integrantes das chefias da 3ª Região

Integrantes das chefias da 4ª Região

Integrantes das chefias da 5ª Região

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Associação Nacional dos Advogados da União

Sei o que eu sou, só não sei se os outros sabem o que eu sou. Para uma história de vida, ainda sou jovem, mas pretendo ser grande, não por mim, por um ideal.

Quero entrar para história do Brasil... Não!... Quero ser a cara do Brasil. Quero fazer dele um verdadeiro Estado Democrático de Direito, orientado pela ética, pela probi-dade, pela solidariedade humana e pela boa aplicação dos recursos ambientais e econômicos. Só não sei se sabem que é isso que eu quero. Só não sei se sei dar importância a esse querer... Tudo aparece ao contrário. Perco-me nos rituais burocráticos de sistemas de contro-le e nos debates que me abatem, porque me vejo só, mas, sozinha, e u não me vejo, pois sempre me refiro aos outros para poder saber quem sou eu. Parecem não querer que eu me construa por mim mesma: em tudo me comparam aos outros. Mas eles não me querem como igual. Tenho de ser o que quero ser, não me permitindo esperar que primeiro me deixem ser. Nos outros, devo buscar apenas o exemplo, não a permissão para ser o que quero ser. Sinto-me só! Trago um grito silenciado. Toda-via, aqueles que me integram despertarão e saberão que uma força contida não repercute em nada e que não se vence uma guerra sozinho. E, quando acontecer, a libertação dessa força inquietará o indiferente, fará mais firme a têmpera e renovará a convicção de que a antiga arte de falar pelo outro ainda é nobre, ainda é digna e ainda é capaz de restabelecer o equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade de todos quantos convivem numa sociedade... Quando acontecer, eu, Advocacia-Geral da

União, serei o que quero ser, por mim e por um ideal de Estado-sociedade.

Eu e os outrosA

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o Cezario Correa FilhoAdvogado da União - PU/CE

O último concurso de promoção dos Advogados da União foi marcado por uma grande conquista da car-

reira. Para dar plena vigência à Portaria AGU n. 477/2007, que redistribuiu em partes iguais o número de vagas nas três categorias, foi reti-ficado o quadro de vagas constante do edital de abertura do concurso, o que possibilitou a promoção de todos os elegíveis dos períodos avaliados. A vitória em questão - com placar de 6 votos favoráveis e 1 contrário - decorreu da análise de requerimento formulado pelos Advogados da União José Ricardo Pereira e José Carlos Barreto (PU/SE), cuja tese foi defendida pelos representantes da carreira junto ao CSAGU e integrantes da ANAUNI.

Para auxiliar nos trabalhos de desenvol-vimento do concurso, o Conselho Superior da AGU designou a Comissão de Promoção dos Advogados da União, composta pela presidente, Isadora Maria Belém Rocha Car-taxo de Arruda, e pelas demais integrantes Patrícia Lima Sousa, Cristiane Maria Castelo Branco Machado Ramos, Juliana Ferraz Di-

niz e Juliana Gomes Falleiros.

A Comissão tem contribuído decisivamente na implementação das promoções, sendo responsável pela avaliação de todas as situações funcionais dos concorrentes, desde o tempo de serviço na categoria, a todos os títulos previstos na Resolução n. 05/2005. De acordo com a presidente, Isado-ra Cartaxo, o trabalho da Comissão é somen-te opinativo. “Não temos poder de decisão, apenas analisamos e levamos as dúvidas ao Conselho Superior. Ele é quem decide e dá o veredito final. Com base nessa decisão é que se elaboram as listas”, disse.

Uma das novidades trazidas pela Comis-são é quanto à forma de envio e acesso às in-formações. O candidato passou a contar com

um sistema online junto ao site da AGU, que possibilita a verificação e correção de uma série de informações.

A Comissão recebeu, aproximadamente, 500 dossiês e mais de 100 candidatos recorreram das decisões. Com tanto serviço, as integrantes da Comissão chegaram a trabalhar até nos finais de semana para conseguirem avaliar toda a docu-mentação, de modo a permitir que ainda neste ano os Advogados da União promovidos tenham aceso aos efeitos financeiros.

Promoção dos AU’s contempla todos os elegíveis

Comissão:Isadora Cartaxo, Cristiane Machado, Juliana Ferraz, Patrícia Lima, Juliana Gomes.

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Page 6: Edição Novembro/2007

ANAUNIInforma

Democratização da AGU

No mês de outubro deste ano foi pu-blicado no Diário Oficial da União o Ato Regimental nº 07, disciplinando

o novo funcionamento da Procuradoria-Geral da União, cuja redação contou com suges-tões do Fórum permanente de Procuradores Chefes realizado em Brasília no último mês de agosto. O Ato Regimental sofreu mudanças significativas, entre elas a consolidação da Consulta Geral que visa à escolha de Advo-gados da União para os cargos de chefia das Procuradorias-Regionais, Estaduais e Seccionais da União.

Com a publicação do ato, muitos outros avanços foram alcançados, de acordo com o Procurador-Geral da União, o Advogado da União Luís Henrique Martins dos Anjos. “A avaliação feita pelos Advogados da União em todo o Brasil foi extremamente positiva. Após quatro meses da realização da Consulta, ob-servo uma maior aproximação das chefias e dos Advogados da União e uma responsabi-lidade compartilhada na gestão das unidades. Nota-se, também, que disto resultou um alto grau de confiança da Administração e uma nova motivação na defesa do interesse públi-co”, disse o PGU.

Entre as mudanças ocorridas, destaca-se a especialização dos Departamentos no âmbito da PGU; a criação das Coordenações de Defesa do Patrimônio e da Probidade Ad-ministrativa nas PRU’s; a descentralização da decisão quanto ao ajuizamento de ações civis públicas e de improbidade e para intervenção da União nas ações civis públicas, de impro-bidade e nas populares. “O Ato Regimental prevê a descentralização dessas autorizações. É um avanço esperado pela carreira há anos. Implica na valorização das nossas atribuições e permite que a AGU tenha uma visibilidade maior sinalizando que a instituição passa a ser um agente efetivo no combate à corrupção” é o que explica a Diretora do Departamento de Patrimônio Público e Probidade Admi-nistrativa, a Advogada da União Tania Patrícia de Lara Vaz.

Com tais mudanças, estabeleceu-se um novo perfil de atuação dos Advogados da União nas Procuradorias. “Nossa intenção é priorizar a atuação da União como propositora de ações. A descentralização no ajuizamento de ações incide nisso”, completou Luís Henrique.

Consulta Geral No aniversário de 11 anos da criação da

Associação Nacional dos Advogados da União - ANAUNI, uma de suas lutas mais antigas começa a ser implementada. O processo democrático na Advocacia-Geral da União teve início em 2005, com eleição direta na Procuradoria-Regional da União da 4ª Região e na Procuradoria da União no Estado do Paraná.

Esta é uma bandeira historicamente defendi-da pela ANAUNI e hoje se encontra definitivamen-

te institucionalizada com o ato do Advogado-Geral da União. “Essa mudança só está sendo possível pela visão institucional do ministro Toffoli em reco-nhecer a Advocacia-Geral da União como Advoca-cia de Estado”, afirmou o PGU.

As indicações de nomes dentre os Advoga-dos da União para os cargos de Procurador-Regio-nal da União, Procurador-Chefe da União no Estado e de Procurador-Seccional da União, realizadas a cada quatro anos, são feitas através de listas,

como sugestão coletiva a serem encaminhadas ao Advogado-Geral da União.

Vale ressaltar que os cargos de chefia, no âm-bito da PGU, são exclusivos de membros da carreira de Advogado da União, conforme dispõe o art. 131 da Constituição Federal e o art. 49, § 1º, da Lei Orgâ-nica da AGU (LC nº 73/1993). O processo de Con-sulta aberto no mês de maio deste ano em todas as unidades descentralizadas da PGU (à época, 56 Pro-curadorias – hoje, com mais 14 novas Seccionais reabertas) teve 125 candidatos que se inscreveram para a escolha. Votaram 90,5% dos 703 Advogados da União que compunham o colégio eleitoral.

Quem assume um destes cargos contribui significativamente para o aperfeiçoamento do Es-tado. Para se ter idéia do volume de trabalho nas unidades da PGU, elas economizaram mais de R$ 8 bilhões em 2006 em ações que transitaram em julgado somente naquele ano. Atualmente, exis-tem apenas 884 Advogados da União para atuar em mais de 2,9 milhões de processos. Somente neste ano de 2007, foram 42 mil processos admi-nistrativos tramitados pelo gabinete da PGU. “Este processo visa mudar efetivamente o perfil das pro-curadorias com o incremento da pró-atividade na sua atuação”, concluiu Luís Henrique.

Os novos titulares das PU’s , além de ganharem um incremento na atuação pró-ativa, têm contribuído também para a redução da litigiosidade nos processo em que a União é ré, com a ajuda na uniformização das teses e indicação de matérias para a edição de enunciados de súmulas administrativas.

Publicada no Diário Oficial portaria que altera o Ato Regimental que disciplina o funcionamento da PGU. A medida trouxe sentimento de democracia na AGU.

Luís Henrique Martins dos Anjos, Procurador-Geral da União

“O Ato Regimental prevê a descentralização dessas

autorizações. É um avanço esperado pela carreira há

anos.

Luís Henrique

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Page 7: Edição Novembro/2007

Associação Nacional dos Advogados da União

Valorização da Carreira

Na luta pela valorização das carreiras que integram a Advocacia Pública Federal, importante vitória foi alcança-da neste segundo semestre de 2007. O Forum Nacional

da Advocacia Pública Federal, integrado pelas entidades de classe representativas das carreiras de Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional, Procurador Federal, Procurador do Banco Central e Defensor Público da União, após muita negociação e consultadas as bases associativas, concordou em adotar a tabela emergencial proposta pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), que reajusta o subsídio das carreiras.

De acordo com o presidente da ANAUNI, José Wanderley Kozima, a

proposta final do governo teve reflexo positivo, mas ainda existem questões a serem resolvidas para a efetiva valorização da carreira. “Ainda não atingimos o patamar que nos foi dado pelo constituinte. Mas, sem dúvida, foi mais um avanço”, disse.

A questão dos honorários advocatícios, objeto de proposta apresentada pela atual administração da AGU, continua em pauta entre as carreiras.

No âmbito do Forum foi realizado também um acordo histórico entre todas as entidades, que chegaram ao consenso unânime de que a nova lei complementar da AGU deve preservar as atuais quatro carreiras da advocacia pública federal e suas respectivas atribuições.

Medida Provisória que concede aumento do subsídio da carreira deve ser publicada nos próximos dias.

24 de maio: os presidentes das entidades representativas assinam Ata de Constituição do Forum Nacional da Advocacia Pública Federal, com o objetivo de tratar das questões sobre a campanha salarial, especialmente quanto ao cumprimento do compromisso firmado pelo governo federal

11 de agosto: no Dia do Advogado, o Forum Nacional publica, no jornal Correio Braziliense, uma carta aberta dirigida ao presidente da República, chamando a atenção das autoridades do governo para a necessidade de se conferir o adequado aparelhamento da Advocacia Pública Federal e à valorização de suas carreiras.

14 de agosto: cerca de duzentos Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central estiveram concentrados em frente à sede da Advocacia-Geral da União, intensificando a mobilização pela aprovação da proposta de Medida Provisória dos honorários advocatícios.

16 de agosto: representantes do Forum Nacional reúnem-se com o Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, para tratar do projeto de MP dos honorários advocatícios.

22 de agosto: as entidades de classe integrantes do Forum Nacional da Advocacia Pública Federal estiveram reunidas com o Procurador-Geral da Fazenda Nacional, Luís Inácio Lucena Adams, a fim de buscar mais um importante apoio para os pleitos das carreiras.

30 de agosto: Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central cruzaram os braços em protesto contra o veto do Ministério do Planejamento à proposta de Medida Provisória, elaborada pela AGU, que reconhecia o direito dos advogados públicos ao recebimento de honorários advocatícios.

31 de agosto: em face da edição da MP nº 386/2007, que concedeu aumento de subsídio aos Policiais Federais, e da deliberação das assembléias no DF e nos Estados, que votaram pelo indicativo de greve geral a partir dessa publicação, o Forum Nacional publica as primeiras orientações gerais para a deflagração da greve.

05 de setembro: cerca de 300 advogados públicos federais participaram de manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A concen-tração inicial se deu em frente ao Supremo Tribunal Federal, de onde os advogados públicos seguiram em passeata até o Palácio do Planalto. Com faixas, fogos e megafone, protestaram contra o descaso reiterado do governo com a Advocacia Pública Federal.

07 de setembro: no feriado nacional do Dia da Independência, o Forum Nacional instalou uma tenda no gramado central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde foi realizado um trabalho exclusivamente institucional de divulgação do papel e atribuições das carreiras jurídicas da União para a população que assistia ao Desfile de Sete de Setembro.

12 de setembro: as carreiras da Advocacia Pública Federal realizam mais uma paralisação de 24 horas. A concentração desta vez foi na frente do Ministério do Planejamento.

13 de setembro: o Secretário Executivo do MPOG, João Bernardo, apresenta aos integrantes do Forum Nacional proposta insatisfatória, que acabou sendo rejeitada pela assembléia que ocorreu logo após a reunião. Decidiu-se que no dia seguinte o Forum Nacional deveria reafirmar ao MPOG o compromisso original do governo, fixando-se greve nacional por período indeterminado a partir de 19 de setembro

18 de setembro: os presidentes das entidades representativas recebem a proposta final do governo, em nova reunião com o Secretário Executivo do MPOG.

19 de setembro: após assembléias nacionais e consultas virtuais entre os integrantes das carreiras da Advocacia Pública Federal, houve a concordância por parte da categoria em se adotar a tabela emergencial proposta pelo governo.

30 de maio: representantes do Forum Nacional participam de reunião com dirigentes da AGU, na qual é anunciada a decisão do governo de se destinar os recursos provenientes de honorários de sucumbência aos advogados públicos federais.

Quadro das principais ações do Forum Nacional:

6 de novembro: assinatura do acordo com o MPOG.

12 de setembro: campanha do Forum Nacional da Advocacia Pública Federal veiculada nas rádios Band News, CBN e Antena 1.

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Page 8: Edição Novembro/2007

ANAUNIInforma

neu Barreto, Mariana Filchtiner e Francisco Resek. Num dos destaques do evento o professor Aluísio Gonçalves de Castro Mendes apresenta uma ex-posição acerca da proposta do código brasileiro de processo coletivo. O professor é membro do IBDP e está elaborando o texto do projeto do código jun-tamente com alunos do mestrado da UERJ e da Universidade Estácio de Sá.

Outro painel de grande importância tem como protagonista o Ministro Chefe da Controla-doria Geral da União, Jorge Hage, que fala sobre os mecanismos que o Estado Brasileiro dispõe para combater a corrupção. A idéia é fazer um paralelo acerca dos mecanismos e estratégias

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VIII ENAU Pro

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Cataratas BrasileirasO passeio consiste numa cami-nhada de 1 km. Termina na parte superior das Cataratas com o elevador panorâmico.

Cataratas ArgentinasPara chegar às passarelas de onde se obervam as Cataratas, os visitantes to-mam um trem movido a gás que os leva à parte superior da Garganta do Diabo.

Cassino na ArgentinaA distância é de apenas 10 km de Foz do Iguaçu. Além dos jogos, outra atração da casa são os shows de tango.

O evento já se transformou em tradi-ção para os Advogados da União. É o ENAU - Encontro Nacional dos Ad-

vogados da União, que este ano acontece, em sua oitava edição, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, no Hotel Mabu Thermas & Resorts.

O ENAU ocorre a cada ano em uma cidade diferente e contribui, segundo relatos de quem já participou, tanto para o congraçamento com novos e velhos amigos quanto para o amadu-recimento profissional e institucional. Nesta edição do encontro os destaques são vários. Re-gistrem-se as palestras de Luís Roberto Barroso, Celso Antônio Bandeira de Mello, Jorge Hage, Iri-

comuns, ao alcance da AGU, do TCU e da CGU, de combate à corrupção e de recuperação de créditos indevidamente desviados do Erário.

O Direito Internacional também obteve seu espaço. O destaque é para um interessantíssi-mo painel na área sobre direitos humanos, bus-cando a experiência que a União Européia e o Brasil têm na matéria. Foram convidados o Juiz da Corte Européia de Direitos Humanos, Irineu Cabral Barreto, e o Prof. Francisco Rezek.

Assembléia Geral OrdináriaÉ na AGO (Assembléia Geral Ordinária),

realizada anualmente pela ANAUNI, que se es-

IV Seminário Nacional sobre Advocacia do Estado

FOZ DO IGUAÇU

Page 9: Edição Novembro/2007

Associação Nacional dos Advogados da União

Parque das AvesO Parque das Aves possui mais de 900 aves e 150 espécies diferentes. O passeio é feito por passarelas si-nalizadas numa área de 630m.

Macuco Safari de BarcoUm dos melhores passeios dentro do Parque Nacional. Tem início com um percurso de 3km. Os visitantes podem ver de perto as emoções das Cataratas.

Compras no ParaguaiA Ponte da Amizade faz a divisão para o paraíso das compras. Ciudad Del Leste possui um centro comer-cial de mais de 5.000 lojas.

tabelecem os rumos da associação e, por con-seguinte, da carreira. Cada Advogado da União pode manifestar-se abertamente e as questões são decididas democraticamente pela maioria. Quem se preocupa com o futuro da AGU deve participar, de modo a colaborar com as delibe-rações acerca no futuro profissional.

Programação SocialO ENAU traz um clima descontraído em

sua programação social e, ao mesmo tempo, cria e reafirma amizades. Sempre marcado pela organização impecável, o ENAU deste ano não poderia ser diferente. A cidade esco-lhida, Foz do Iguaçu, é um destino para quem curte a natureza.

As Cataratas do Iguaçu, com 2.700m de quedas d’água, é considerada uma das visões naturais mais deslumbrantes do planeta. Para acabar com o calor, que nessa época do ano pode chegar a 45°C, há uma opção bem radi-cal, fazer “rafting” nas cataratas, onde os aven-tureiros podem descer as corredeiras do Rio Iguaçu em botes infláveis.

Distante sete quilômetros do hotel, a ci-dade argentina de Puerto Iguazu é um bom lugar para a compra de produtos argentinos, como couro e cashmere, além de vinhos de primeira, alfajores, pêssego e azeitona. Com o Peso valendo praticamente a metade do Real, os preços tornam-se bastante convidativos. Na fronteira, há também um grandioso Duty Free shopping com produtos de todo o mundo, exceto brasileiros e argentinos.

Outros passeios interessantes são a visita à Itaipu Binacional (patrocinadora do evento), passeio de helicóptero sobre as cataratas, visita às cataratas argentinas, jantar em Puerto Iguazu e visita ao marco da tríplice fronteira.

Confira a cobertura completa do VIII ENAU na próxima edição do ANAUNI Informa.

Reunião de Diretores e Delegados da ANAUNI

antes da abertura do

evento.

Auditório cheio na solenidade de abertura do VIII ENAU.

Hino nacional

brasileiro interpre-

tado pelo Coral de

Itaipu .

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ANAUNIInforma

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O futuro da Ad-vocac ia-Ge -ral da União.

Este foi o tema debatido no Seminário Brasileiro sobre Advocacia Pública Federal, que aconteceu no mês de agosto em Brasília. Na cerimônia de abertura estiveram pre-sentes várias autoridades, entre elas o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, o ministro da AGU, José Antonio Dias Toffoli, o ministro da Jus-tiça, Tarso Genro, o mi-nistro da Transparência, Jorge Hage, o senador José Sarney e o ministro do STF Sepúlveda Pertence.

Foram três dias de seminário, e na ocasião o Advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, destacou a integração entre as carreiras da Advocacia Pública Federal na construção do futuro da institui-ção. Segundo ele, o futuro se constrói ago-ra, no espírito de unidade que reveste as carreiras, cada uma atuando nas suas res-pectivas competências. “O objetivo maior é a diminuição da ineficiência. É preciso preparar o meio jurídico e a AGU está cien-te disso”. O ministro também aproveitou para anunciar a criação da Ouvidoria-Geral da Advocacia-Geral da União, que pretende ser um canal de comunicação da instituição com a sociedade ao receber reclamações, solicitações, denúncias e sugestões, e dar posse ao Ouvidor-Geral, o Advogado da União Gabriel Felipe de Souza.

Em seu discurso, o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, dis-se que o cidadão vai se sentir como um participante do governo com a criação da Ouvidoria-Geral da AGU. Para o presidente,

as instituições públicas estão no caminho certo. “Estamos descobrindo que o Brasil é um país em formação e as instituições públicas estão se formando da melhor ma-neira possível”. Ele ainda acrescentou que “todas as vezes que olharmos as deficiên-cias dessas instituições devemos imaginar como seria o país sem elas”.

Mas os destaques ficaram mesmo por conta das apresentações dos painéis. Vá-rios temas sobre o atual momento da insti-tuição e como será seu futuro engrandece-ram o evento. No encerrameto, o ministro Toffoli fez questão de destacar o sucesso do evento. “Sempre houve e continuará havendo

seminários de cada carreira específica, or-ganizados pelas associações de classe e sindicatos próprios, mas nunca havia tido um seminário único de toda a AGU. Por isso, é extremamente importante e significativo esse momento para fazer uma reflexão so-bre qual deve ser o papel da AGU no Estado Brasileiro”, observou.

Um grandioso jantar de confraterniza-ção à noite encerrou as atividades do Semi-nário. Muito bem organizado e com decora-ção impecável, o jantar agradou a todos os que compareceram, fechando com chave de ouro os três dias que entrarão para a história da AGU.

O Futuro da Advocacia-Geral da União

Tarso Genro, Lula, Toffoli, Sepúlveda Pertence, Oscar Fiumara e Jorge Hage.

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Associação Nacional dos Advogados da União

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Representação Jurídica Internacional

O Modelo da ItáliaDr. Oscar Fiumara é o Advogado-Geral do Estado

Italiano. A Advocacia de Estado, na Itália, é um órgão de assistência legal e de defesa em juízo das administrações

e dos entes públicos de relevância estatal perante todas as jurisdições nacionais. Fiumara participou do Seminário Brasileiro sobre Advocacia Pública Federal, em Brasília, e

concedeu a seguinte entrevista ao ANAUNI Informa:

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ta

ANAUNI Informa – É a primeira vez que o Sr. visita o Brasil?

Dr. Fiumara – Não, é a segunda vez. Conhecia somente o Rio de Janeiro. É a primeira vez em Brasília e foi uma experiên-cia muito boa, seja do ponto de vista visual da cidade, que me pareceu extraordinária, porque é um complexo de obras que segu-ramente permanecerão na história da arte contemporânea, e também pelo encontro que tive com o pessoal da Advocacia.

ANAUNI Informa – Qual a impres-são que irá levar do país, e, principalmente, do Seminário?

Dr. Fiumara – Foi uma experiência ma-ravilhosa e muito intensa, porque o nosso sistema de justiça do Estado é muito simi-lar ao brasileiro, por isso é necessário que haja entre nós uma troca de informações e experiências. Hoje tive a prova de quanto podemos ser úteis uns aos outros.Em al-guns pontos talvez tenhamos uma maior experiência, já que há 130 anos existimos, porém pude ver que a advocacia pública brasileira ocupa grandes espaços e por isso o contencioso que se arrasta é extrema-mente expressivo. Vemos que o órgão está se movendo para se racionalizar e esta exi-gência em racionalizar as nossas atuações é comum, mas não somente a nós, porque hoje o grande problema que aflige o cida-

dão é a deficiência da justiça, que é muito sentida e isso produziu uma multiplicação de agências judiciais onde o poder público não foi capaz até agora de dar uma resposta eficiente.

ANAUNI Informa – Com relação à valorização da carreira de Advogado da União, como é lá na Itália?

Dr. Fiumara – Em nossa profissão, so-mos muito estimados e procuramos fazer o nosso trabalho levando sempre em conside-ração o interesse público. Quando o Estado erra, procuramos corrigir imediatamente e isso nos permite sermos estimados porque fazemos com que o advogado do Estado con-tribua para se obter a justiça.

ANAUNI Informa – E a questão re-muneratória?

Dr. Fiumara – O nosso salário é igual ao dos juizes administrativos e ordinários.Nós temos a mesma tabela salarial, os juí-zes por função e nós por classificação, mas sempre observada a paridade. Contudo, a mais que os juizes, nós temos aquilo a que eu já me referi: quando vencemos a cau-sa fazemos jus aos honorários da defesa. Não são do advogado que tratou da causa, mas são colocados em um fundo comum e a cada quatro meses são distribuídos com critérios muito objetivos. Eu estoubatalhan-do para que uma parte desses honorários

seja destinada aos nossos empregados, porque considero o empregado como nosso colaborador. Não tenho o consentimento de todos os advogados, por isso estou travan-do uma batalha.

ANAUNI Informa – Neste momen-to, no Brasil, existe um debate sobre exercer a advocacia privada. Como o Sr. vê essa questão?

Dr. Fiumara - Sobre isso, gostaria de estudar um pouco mais, porque no Bra-sil existe a adversidade, antes de tudo a competência dos advogados brasileiros é uma competência geral e a nossa é esta-tal e, neste sentido, nós defendemos só o Estado, não defendemos os cidadãos comuns, defendemos o Estado frente aos juízes. Assim, nós não podemos exercer, absolutamente, advocacia privada. Pode-mos exercer atividades colaterais, mas não como carreira. Mas alguma coisa pode ser feita.

ANAUNI Informa – O Sr. gostaria de fazer alguma consideração final?

Dr. Fiumara – A experiência foi muito boa. Sei que já houve contatos com a Advocacia Brasileira em nível de associações de classe, mas esta é a primeira vez que houve um encontro entre os dois advogados gerais e es-pero que haja uma próxima vez.

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Escritório avançado começa a funcionar no TCU

Maior Efetividade naRecuperação de Verbas

Parceria com a CGU dá novo ânimo aos Advogados da União

A criação da Coordenação de Promo-ção e Defesa do Patrimônio Público e Probidade Administrativa, feita

pelo Procurador-Geral da União, Luís Hen-rique Martins dos Anjos, no mês de julho, trouxe novo ânimo à AGU. O trabalho será realizado em parceria com a Controlado-ria-Geral da União (CGU), que realiza os sorteios dos Estados e municípios que são fiscalizados.

O objetivo do departamento é acom-panhar todas as etapas das auditorias re-alizadas pela CGU e propor ações judiciais preventivas que ajudem a União a garantir a recuperação efetiva de verbas desviadas por agentes públicos. De acordo com Luís Henrique, este novo trabalho trará mais agi-lidade nas medidas cabíveis. “A AGU passa-rá a atuar assim que a CGU apurar qualquer irregularidade na aplicação de recursos pú-blicos nos municípios e Estados brasileiros. Quando ficar evidente a utilização irregular da verba, não vamos mais esperar o térmi-no de todo o procedimento de controle das

despesas públicas para propor ações de in-disponibilidade de bens ou outras medidas cautelares e preparatórias”, explicou.

As coordenações funcionarão nas cinco Procuradorias Regionais da União (PRU’s). Membro da Coordenação de Promoção e Defesa do Patrimônio Público e Probidade Administrativa, a Advogada da União Lisia-ne Ferrazzo Ribeiro (PRU-4) viu com bons olhos a iniciativa e comemora. “A mudança de postura nos deu outro ânimo. Isso está fazendo com que a gente fique estimulado porque, enfim, foram abertas as portas para atuarmos com mais eficiência. O sentimen-to é esse porque nos permitiram melhor uti-lizar as nossas atribuições. Com essa par-ceria, iremos participar efetivamente dos trabalhos da CGU e inaugurar uma relação muito próxima”, ressaltou.

Para outro membro da coordenação, o Advogado da União Rodrigo Cunha Velo-so (PRU-5), desde a publicação da Lei nº 10.683, de maio de 2003, a parceria pode-ria ter sido criada, mas somente agora veio

efetivar-se devido à mudança de postura do PGU, que, na sua opinião, “expressa a previsão legal de que os resultados dos tra-balhos da CGU sejam encaminhados à AGU (art. 18, §3º), que é o órgão mais elevado de assessoramento jurídico (art.12)”. Dis-se também que essa era uma parceria há muito tempo esperada. “A Advocacia-Geral da União está vivendo novos tempos, está muito feliz. A CGU está muito otimista, e fe-liz com a parceria. Alguns integrantes de lá ligaram querendo saber quais seriam os Ad-vogados da União que iriam fazer a parceria. Tudo isso demonstra que não somente nós, mas a própria CGU esperava essa atuação conjunta. Esse foi o primeiro passo para que a AGU, enfim, amplie mais uma vez as suas atribuições constitucionais”, ressaltou.

A concretização da parceria reforça o Acordo de Cooperação Técnica nº 001/07, firmado em janeiro deste ano entre as insti-tuições. Sessenta municípios e oito Estados serão fiscalizados pelas Procuradorias-Re-gionais da União ( PRU’s).

Com o objetivo de agilizar a pro-positura de medidas judiciais para re-cuperar verbas desviadas por agentes públicos, dar maior eficiência e trans-parência na defesa do patrimônio da

União, foi inaugurado no mês de setembro o Escritório Avançado da AGU no TCU (Tribunal de Contas da União).

A PGU é quem representa a Advocacia-Geral da União quando o TCU, em ações judiciais, requer quebra de sigilo bancário, telefônico, fiscal e sequestro de bens de agentes públicos condenados por malversação de verbas governamentais. É o órgão que fica responsável pela execução de todos os acórdãos do TCU que condenam agentes públicos.

De acordo com a diretora do Diretora do Departamento de Pa-trimônio Público e Probidade Administrativa, Tania Patrícia de Lara

Vaz, a criação do escritório trará maior facilidade nas represen-tações judiciais. “Com o escritório instalado lá, na medida em que trabalhamos juntamente com o TCU, entendemos que ha-verá maior agilidade, menos burocracia. Haverá uma facilitação e com isso poderemos buscar mais informações. A implantação do escritório visa facilitar a interação com o TCU, que é tão im-prescindível”, disse.

Ainda segundo a diretora, a Consultoria-Geral da União, através do Departamento de Assuntos Extrajudiciais, terá importante presen-ça no escritório. A CGU também acompanhará tomadas de contas e outros procedimentos com a finalidade de representação dos órgãos da União envolvidos.Já a Secretaria-Geral de Contencioso da AGU, é o órgão responsável pela atuação em mandados de segurança impe-trados contra o TCU no STF.

Dra. Tania Patrícia

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