edição 16 - revista de agronegócios - novembro/2007

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Edição 16 - Revista de Agronegócios - Novembro/2007

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F U N D A Ç Ã OEDUCACIONAL

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Reflorestamento rentável com espécies nativasReflorestamento rentável com espécies nativasReflorestamento rentável com espécies nativasReflorestamento rentável com espécies nativasReflorestamento rentável com espécies nativas

ANUNCIEE tenha a suamarca reconhecidaregionalmente

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Rua Profª Amália Pimentel, 2394, São José. CEP: 14.403-440 - Franca (SP)Email: [email protected] - Cel (16) 9967-2486 - Adriana Dias

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O agronegócio regional em suas mãosVenha ser nosso parceiro!

Área de Cobertura

Ninguém contesta a importânciae o exuberante crescimento na áreade cultivo de Eucalipto e de Pinuspara a produção de madeira, papele celulose no Brasil.

Mesmo assim pesquisadoresbrasileiros consideram que o país écarente de opções de madeira.

Assim, o Guanandi passou a seruma excelente opção, por doismotivos principais. É uma madeiramuito parecida ao mogno e, por-tanto, muito requisitada para a indústriamoveleira. Além disto, a planta adapta-se bem a áreas alagáveis, característicabem aceita pela indústria da construção.

Vários produtores brasileiros jáutilizam o Guanandi no aproveitamentode áreas ociosas, como reflorestamentosolteiro ou consorciado com outrasculturas. É o caso da família Figueiredo,em São Tomáz de Aquino (MG) queapostou no Guanandi, no CedroAustraliano e no Eucalipto.

Buscando apresentar alternativas naprodução de leite e da pecuária de corte,publicamos dois artigos muito interes-santes.

O primeiro, de autoria dos pesquisa-dores da APTA Centro Leste, apresentaos resultados de uma pesquisa referenteà produção e a composição do leite emvacas mantidas em piquetes rotacionadosde Capim Elefante-Guaçu e de CapimTanzânia.

Já um estudo da Premix mostra os

resultados do desempenho emconfinamento de bovinos de corte,com dietas de alto concentrado e ba-gaço de cana cru como volumoso.

Com relação à safra 2007/2008,apresentamos o interesse dos ex-acionistas do Grupo Maeda (Ituve-rava/SP) em expandir o cultivo dealgodão. O grupo está se preparandopara criar um complexo de produ-ção de pluma na região de Uber-lândia (MG).Já os pesquisadores Rafael Pio e

Edvan Alves Chagas publicam artigomuito interessante sobre o cultivo deframboesa em áreas serranas de SãoPaulo e Minas Gerais.

Estréia nesta edição, uma colunasobre economia. O Dr. Marcos FavaNeves, pesquisador do Pensa, deRibeirão Preto (SP), publica artigo sobrea “Inserção do Pequeno Produtor noAgronegócio”.

Boa leitura a todos.

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Cartas ou e-mails para a revista, comcríticas, sugestões e agradecimentosdevem ser enviados com: endereço,município, número de RG e telefone,para Editora Attalea Revista de Agro-negócios:- Rua Eduardo Garcia, 1921,Residencial Baldassari. CEP 14.401-260,Franca (SP) ou através do [email protected]

A Revista Attalea Agronegócios, registrada noRegistro de Marcas e Patentes do INPI, é

uma publicação mensal, com distribuição gratuita,reportagens atualizadas e foco regionalizado

na Alta Mogiana, Sul e Sudoeste de Minas Gerais.

TIRAGEM3 mil exemplares

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7 - CAFÉ =7 - CAFÉ =7 - CAFÉ =7 - CAFÉ =7 - CAFÉ = Cafeicultor de Ribeirão Corrente e da AMSC entre os melhores do Estado de São Paulo.8 - CAFÉ =8 - CAFÉ =8 - CAFÉ =8 - CAFÉ =8 - CAFÉ = I Encontro de Inovações Tecnógicas sobre Viveiros de Café.9 - CAFÉ =9 - CAFÉ =9 - CAFÉ =9 - CAFÉ =9 - CAFÉ = Seca deve comprometer o abastecimento mundial.10 - LEITE =10 - LEITE =10 - LEITE =10 - LEITE =10 - LEITE = Artigo: Vacas leiteiras mantidas em rotacionados de capim Elefante-Guaçu e Tanzânia - produção e composição do leite.16 - GADO DE CORTE =16 - GADO DE CORTE =16 - GADO DE CORTE =16 - GADO DE CORTE =16 - GADO DE CORTE = Artigo: Resultado do desempenho em confinamento, com dietas de alto concentrado e bagaço de cana cru como volumoso.18 - SILVICULTURA =18 - SILVICULTURA =18 - SILVICULTURA =18 - SILVICULTURA =18 - SILVICULTURA = Guanandi: opção rentável para o reflorestamento.20 - ALGODÃO =20 - ALGODÃO =20 - ALGODÃO =20 - ALGODÃO =20 - ALGODÃO = Ex-acionistas do Grupo Maeda apostam na criação de complexos de algodão.23 - FRUTICULTURA =23 - FRUTICULTURA =23 - FRUTICULTURA =23 - FRUTICULTURA =23 - FRUTICULTURA = O cultivo de framboesa nas regiões serranas de São Paulo e Minas Gerais

O pesquisador Dr. Júlio Roberto Fagliari publica artigo referente a importância eos cuidados a serem tomados no momento da aplicação de defensivos agrícolas.

Tecnologia da aplicação de defensivos agrícolasTecnologia da aplicação de defensivos agrícolasTecnologia da aplicação de defensivos agrícolasTecnologia da aplicação de defensivos agrícolasTecnologia da aplicação de defensivos agrícolas

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Basta chover para que cotaçõesdo café recuem devido a especu-lações de que o clima favorável noBrasil, o maior produtor mundialda commodity, poderá repercutirem aumento da previsão de safra.Entretanto, especialistas e pro-dutores tem se deparado com aconstatação de que as condiçõesadversas de clima podem com-prometer o pegamento das floradas,com reflexos na safra 2007/2008.Esta é a conclusão da análise técnicaelaborada pelos pesquisadores doCentro de Pesquisa e Desenvolvimentode Ecofisiologia e Biofísica, do InstitutoAgronômico de Campinas (IAC), JoelIrineu Fahl, Marcelo Bento Paes deCamargo e Maria Luiza Carvalho Carelli.

Segundo o texto: “As condiçõesclimáticas do ano de 2007, desde o iníciode março até o final de outubro, têm sidoatípicas, apresentando deficiência hídricaacentuada e prolongada e temperaturasmédias superiores às normais históricas.Em muitas regiões cafeeiras do Sul deMinas Gerais e da Mogiana (SP) ocorre-

Distúrbios na florada confirmam redução de safraDistúrbios na florada confirmam redução de safraDistúrbios na florada confirmam redução de safraDistúrbios na florada confirmam redução de safraDistúrbios na florada confirmam redução de safra

ram chuvas de várias intensidades no mêsde julho e também no final de setembroe de outubro, que provocaram floradasde diferentes intensidades. Por exemplo,em Campinas (SP), cafezais adultosfloresceram no início de agosto, início desetembro e final de outubro, esta maisintensa”.

“Porém, após as chuvas do final desetembro e outubro, a ocorrência detemperaturas máximas elevadas supe-riores a 34ºC, chegando a alcançar até37ºC em algumas localidades, associadas

com déficit hídrico acentuado,ocasionou a presença de altaporcentagem de botões florais commá formação. Essa anomalia écaracterizada pelo desenvolvi-mento reduzido das pétalas, im-possibilitando a proteção adequadados estigmas das flores, o queprovavelmente, compromete afecundação dos óvulos, resultandoposteriormente em queda dosovários (chumbinhos) não fecun-dados. Observa-se, também, comfreqüência nessa fase que os estiletes

apresentam necrose, provavelmenteprovocada pelas altas temperaturas,associadas à acentuada deficiênciahídrica. Contribuiu ainda para a ocor-rência de botões com má formação astemperaturas mínimas elevadas, atin-gindo em alguns locais até 22ºC”.

Em uma mesma planta podem serencontradas flores com abertura prema-tura com diferentes graus de anor-malidades:

a)- estilete e estigma consideravel-mente expostos – anomalias severas;

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b)- parte do estigma e ponta dasanteras salientes – anomalias menossevera;

c)- flores com abertura da corola noápice – anomalias fracamente severas.

A ocorrência das duas primeirasanomalias pode ocasionar perdasvariáveis na produção, enquanto noúltimo grupo (c) as flores podemapresentar comportamento normal nãoalterando a produção. Ainda há casosextremos onde todas as partes daestrutura floral permanecem verdes eatrofiadas, com exposição total dosestiletes, dando formação às floresconhecidas como “estrelinhas”.

Para os pesquisadores, de modogeral, as condições climáticas adversas,anteriormente descritas, favoreceram aevolução do ataque do bicho mineiro,causando em muitas culturas intensaqueda de folhas, levando a baixa relaçãoárea foliar por botão floral e conse-qüente comprometimento do desen-volvimento e abertura dos botões florais.“O baixo enfolhamento da planta prova-velmente apresentará reflexos nega-tivos, de diferentes intensidades, nopegamento e desenvolvimento dosfrutos devido à baixa relação hídricaplanta/botão-fruto e ao suprimentoinsuficiente de carboidratos principal-mente na fase posterior à abertura dasflores, período em que ocorre intensadivisão e diferenciação celular. Em umamesma planta pode ser observada apresença de botões florais normais, nosramos com folhas sadias, enquanto osramos desfolhados apresentam altaincidência de flores mal formadas.

No artigo, destaca-se ainda aamplitude dos efeitos das condiçõesclimáticas atípicas para o cafeeiro, umavez que em uma mesma culturaobservam-se três floradas de razoável

intensidade excessivamente espaçadas(floradas de início de agosto, início desetembro e início de novembro). Tal fatopoderá depreciar a qualidade de bebida dapróxima safra devido à falta de unifor-midade na maturação dos frutos.

“O quadro de anormalidades apre-sentado na última florada (início denovembro) evidencia a possibilidade deperdas na produção, em diferentesintensidades, podendo em algumas culturasatingir percentuais elevados. Apesar dasevidências ainda é prematuro quantificaro porcentual na quebra da produtividade.Essa avaliação poderá ser feita comconsistência apenas no final da estabilizaçãodo processo de frutificação, o que deveráocorrer em meados de dezembro”,concluem.

Zona da MataZona da MataZona da MataZona da MataZona da Mata

Para o fisiologista Alemar Braga Rena,da UFV - Universidade Federal de Viçosa,muitos dos conceitos - quase dogmas - sobrea floração do cafeeiro, deverão ser revistosfrente às mudanças de temperatura(valores absolutos e variações entre asmáximas e mínimas) que vêem ocorrendodesde 1996. Em depoimento naComunidade Manejo da Lavoura Cafeeira,da Rede Cafés do Brasil, no Peabirus, eleressalta que a maioria das lavouras na Zonada Mata está em situação crítica dedesfolhamento. Ele ressalta ainda que “namaioria das lavouras novas, com até 5 anos,os botões da parte superior da planta, quenão abriram em flor, estão morrendo (operianto fica com a cor creme), e sedestacam com o mais leve toque, deixandoexposto um ovário verde”.

“Evidentemente que em biologia nadaé linear, tudo depende do cultivar, estadonutricional orgânico/inorgânico da planta,extremos do ambiente etc. De qualquerforma, o enfolhamento da planta é

fundamental. Há um ditado que diz queo desastre está perto de uma lavoura quefica muito branca no dia da antese. Asreservas de amido da planta esgotam-semuito rapidamente após o início daexpansão, e a fotossíntese corrente passaa ser determinante para o fornecimentode energia”, declara.

Sul de MinasSul de MinasSul de MinasSul de MinasSul de Minas

O Sul de Minas Gerais é outro exem-plo onde a florada preocupa os pro-dutores. Segundo Joaquim Goulart deAndrade, gerente do Departamento deDesenvolvimento Técnico da Cooxupé -Cooperativa Regional de Cafeicultores emGuaxupé, a situação é mais crítica nosmunicípios de Alfenas, Campos Gerais,Campo do Meio e Carmo do Rio Claro,onde os cafezais se encontram abaixo de900 metros de altitude e algumas áreasregistram déficit hídrico de até 400 mm.Ele comenta que ao ver a florada de longeo produtor fica animado, mas, nosdetalhes, percebe grande quantidade deflores queimadas ou com outrosdistúrbios.

A análise criteriosa destas condiçõese a previsão da safra deverão serdivulgadas nos próximos 10 dias, combase em relatório técnico e experiênciade campo da maior cooperativa de cafédo mundo. Joaquim Andrade destaca queem regiões de altitude superior a 900 m,mantidas em bom nível de fertilidade eenfolhamento, os distúrbios com a floradaserão menores, mantendo boa capaci-dade produtiva.

Entretanto, regiões com deficiênciahídrica acentuada terão a próxima safracomprometida. Mais declara ser aindacedo para prever o percentual destaquebra. “Depois desta seca, se a safra nãofor afetada, teremos que rever as indi-cações para o uso de irrigação”.

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Café de Ribeirão Corrente entre os melhores do estadoCafé de Ribeirão Corrente entre os melhores do estadoCafé de Ribeirão Corrente entre os melhores do estadoCafé de Ribeirão Corrente entre os melhores do estadoCafé de Ribeirão Corrente entre os melhores do estadoO café de Lindolfo Carvalho Dias, da

fazenda Cachoeira, de São Sebastião daGrama, é o melhor da safra pelo segundoano consecutivo. Ele concorreu nacategoria “Café Natural”; no 6º ConcursoEstadual de Qualidade do Café, queanunciou seus resultados na tarde destaquinta-feira (8/11), durante evento noMuseu do Café, em Santos/SP.

A saca do produto vencedor foicomprada a R$ 1.716, preço seis vezesacima do que é pago atualmente nomercado de cafés finos. A segundacolocação ficou para Pedro BergamoNeto, da fazenda Santa Alice, deTaquarituba, que participou na categoria“Café Cereja Descascado”. Foram pagosR$ 1.114 pela saca do vice-campeão.

O grande destaque para a região ficoupor conta de Luis Giovani Basso,cafeicultor de Ribeirão Corrente (SP),representando a AMSC - Associação dosProdutores de Cafés Especiais da AltaMogiana.

O evento reuniu membros de toda acadeia, além do secretário de Agriculturae Abastecimento do Estado de São Paulo,João Sampaio, e do presidente da CâmaraSetorial do Café, Nathan Herszkowicz.

Dez indústrias participaram do leilão:Spress Café Imp e Exp. (Spress Café), PressCafé, Café Floresta, Café Excelsior, CaféTiradentes, Bravo Café, Café Brasileiro,Café Marro Grande, Café Serra da Gramae Café Toledo.

Os lotes foram arrematadosindividualmente e também em consórcioentre algumas empresas.

A seleção dos lotes dos melhores cafésde São Paulo foi feita nos dias 21 e 22/10,na Associação Comercial de Santos, porum grupo de árbitros. Foram cinco lotesfinalistas na categoria “Café Natural”(secagem com casca) e cinco na “CaféCereja Descascado”.

Os cafés, com seus lotes numerados esem identificação, passam pelo teste declassificação, com o café verde (grão) epela prova cega de xícara (café torrado).Os torrefadores se reúnem com seustécnicos para experimentar e dar lancenos dez lotes classificados.

Os dez melhores foram selecionadosentre os 102 lotes vencedores dosconcursos regionais realizados por 14cooperativas e associações de produtoresde São Paulo, num total de 751 amostrasinscritas.

FINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIACAFÉ NATURAL:CAFÉ NATURAL:CAFÉ NATURAL:CAFÉ NATURAL:CAFÉ NATURAL:

(por ordem alfabética)1) - Lindolfo Carvalho Dias, de SãoSebastião da Grama (Cooxupé); 2) - LuisLuisLuisLuisLuisGiovani Basso, de RibeirãoGiovani Basso, de RibeirãoGiovani Basso, de RibeirãoGiovani Basso, de RibeirãoGiovani Basso, de RibeirãoCorrente (AMSC - Associação dosCorrente (AMSC - Associação dosCorrente (AMSC - Associação dosCorrente (AMSC - Associação dosCorrente (AMSC - Associação dosProdutores de Cafés Especiais daProdutores de Cafés Especiais daProdutores de Cafés Especiais daProdutores de Cafés Especiais daProdutores de Cafés Especiais daAlta Mogiana); Alta Mogiana); Alta Mogiana); Alta Mogiana); Alta Mogiana); 3) - Luiz CandidoRibeiro, de Tapiratiba (Cooxupé); 4) -Milton José Dognani, de Fartura(Proced); e 5) - Paulo César Auriglietti,de Divinolândia (Associação dosProdutores Rurais de Divinolândia).

FINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIAFINALISTAS NA CATEGORIACAFÉ CEREJA DESCASCADO:CAFÉ CEREJA DESCASCADO:CAFÉ CEREJA DESCASCADO:CAFÉ CEREJA DESCASCADO:CAFÉ CEREJA DESCASCADO:

(por ordem alfabética)1) - Gertrudes dos Santos, de Divinolândia(Assoc. Prod. Rurais de Divinolândia); 2)- Ivan Aparecido dos Santos, deDivinolândia (Assoc. Prod. Rurais deDivinolândia); 3) - João Hamilton dosSantos, de Caconde (AssociaçãoAgropecuária Barra Grande); 4) - MaysaDias Macedo Costa, de São Sebastião daGrama (Cooxupé); 5) - Pedro BergamoNeto, de Taquarituba (Proced).

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Viveiristas francanos se unem e realizam I Encontro deViveiristas francanos se unem e realizam I Encontro deViveiristas francanos se unem e realizam I Encontro deViveiristas francanos se unem e realizam I Encontro deViveiristas francanos se unem e realizam I Encontro deInovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de CaféInovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de CaféInovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de CaféInovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de CaféInovações Tecnológicas sobre Viveiro e Plantio de Café

Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.Fernando Pavão apresenta as tecnologias adotadas no Viveiro Pavão.

O viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudasO viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudasO viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudasO viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudasO viveiro utiliza saquinhos de TNT nas mudas

Pavão explica aos produtores a forma de plantioPavão explica aos produtores a forma de plantioPavão explica aos produtores a forma de plantioPavão explica aos produtores a forma de plantioPavão explica aos produtores a forma de plantiodas mudas no campo.das mudas no campo.das mudas no campo.das mudas no campo.das mudas no campo.

O evento foi dividido em estações, onde os orga-O evento foi dividido em estações, onde os orga-O evento foi dividido em estações, onde os orga-O evento foi dividido em estações, onde os orga-O evento foi dividido em estações, onde os orga-nizadores demonstraram as tecnologias de plantionizadores demonstraram as tecnologias de plantionizadores demonstraram as tecnologias de plantionizadores demonstraram as tecnologias de plantionizadores demonstraram as tecnologias de plantiodas mudas no viveiro, plantio mecanizado de mudasdas mudas no viveiro, plantio mecanizado de mudasdas mudas no viveiro, plantio mecanizado de mudasdas mudas no viveiro, plantio mecanizado de mudasdas mudas no viveiro, plantio mecanizado de mudasde café a campo e técnicas de pulverização.de café a campo e técnicas de pulverização.de café a campo e técnicas de pulverização.de café a campo e técnicas de pulverização.de café a campo e técnicas de pulverização.

A uniformidade final das mudas requer umA uniformidade final das mudas requer umA uniformidade final das mudas requer umA uniformidade final das mudas requer umA uniformidade final das mudas requer umtrabalho constante de monitoramento.trabalho constante de monitoramento.trabalho constante de monitoramento.trabalho constante de monitoramento.trabalho constante de monitoramento.

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Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim - Franca (SP)Av. Wilson Sábio de Mello, 1490, São Joaquim - Franca (SP)Tel. (16) 3720-2311 e 3720-2239Tel. (16) 3720-2311 e 3720-2239

SILVA & DINIZ COMÉRCIO EREPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA.

SILVA & DINIZ COMÉRCIO EREPRESENTAÇÃO DE CAFÉ LTDA.

Gilson XimenesGilson XimenesGilson XimenesGilson XimenesGilson Ximenes11111

Com a chegada das chuvas, ainda que de forma não satisfatória para reverter o déficit hídrico que assola as principais regiõesprodutoras de café no Brasil, podemoscomeçar a calcular as perdas que o longoperíodo de estiagem no cinturão cafeeironacional causou.

Embasado em dados dos escritórios da Emater-MG e de cooperativas, fornecidos pela Universidade Federal de Lavras — UFLA,através de seu reitor, Dr. Antônio Nazareno Gui-marães Mendes, assim como pelos númerosapresentados por nossos associados, temos ciênciaque o Sul de Minas Gerais, por exemplo, pro-duzirá, no máximo, 10 milhões de sacas de 60 kg no ciclo 2008/2009.

Outra entidade a confirmar uma quebra desse porte para o Sul mineiro foi o Pólo deExcelência do Café, criado pelo governo doEstado. De acordo com o gerente técnico Edi-naldo Abraão, esse volume de 10 milhões de sacasrepresenta uma quebra aproximada de 30% emrelação à perspectiva inicial de colheita, que erade 14 milhões de sacas antes da seca.

Levando em consideração a produção do de Minas Gerais como um todo, os númerosapresentados nos permitem projetar uma safrade, no máximo, 20 a 20,5 milhões de sacas. Já emtermos nacionais, também com base em númerosfornecidos por nossos associados, teremos uma colheita similar à de 2006, quando o Brasil pro-duziu pouco mais de 42 milhões de sacas.

Além disso, essa estimativa nacional é válidasomente se o clima se normalizar, se chover comregularidade, caso contrário, a possibilidade dequebra de 30% é grande e nossa safra poderá serde apenas 40 milhões de sacas. Tal volume é bas-tante lógico porque possuímos o mesmo parquecafeeiro e, apesar das plantas estarem mais des-cansadas em função da pequena safra anterior,elas enfrentaram essa intempérie climática muitogrande. As lavouras mais novas, de primeira parasegunda carga, as com tratos culturais deficientese as situadas abaixo de 900 metros de altitude foram as que mais sofreram com a estiagem que assolou nossas principais regiões produtoraspor quase dois meses. Em algumas localidades,essas plantas devem apresentar quebra de até 50%. Já as lavouras mais velhas foram menos afetadas.

Mas, no geral, calculando-se a quebra média,podemos apontar um volume de 20% a 30%

inferior à perspectiva, confirmando osnúmeros supramencionados.

Com esse cenário de pouco maisde 42 milhões de sacas na safra 2008/09, passamos a nos preocupar com a possibilidade de não termos volume de café suficiente para atender ademanda internacional.

Isso porque o consumo interno está previsto em 17 milhões de sacas pela Abic- Associação Brasileira da Indústria de Café e, em 2006, nossas exportações ficaram em aproximadamente 29 milhões de sacas, de acordo com dados do Cecafé - Con-selho dos Exportadores de Cafédo Brasil. Dessa forma, recomendamos

aos nossos cafeicultores que admi-nistrem bem a venda de sua safra,de maneira que obtenham umpreço médio que possibilite ageração de caixa necessária pararevitalizar as suas lavouras.

Seca deve comprometer o abastecimento deSeca deve comprometer o abastecimento deSeca deve comprometer o abastecimento deSeca deve comprometer o abastecimento deSeca deve comprometer o abastecimento decafé brasileiro no mercado mundialcafé brasileiro no mercado mundialcafé brasileiro no mercado mundialcafé brasileiro no mercado mundialcafé brasileiro no mercado mundial

11111 - Presidente do Conselho Nacional do Café - Presidente do Conselho Nacional do Café - Presidente do Conselho Nacional do Café - Presidente do Conselho Nacional do Café - Presidente do Conselho Nacional do Café

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Vacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-ElefanteVacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-ElefanteVacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-ElefanteVacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-ElefanteVacas leiteiras mantidas em rotacionado de Capim-ElefanteGuaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.Guaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.Guaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.Guaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.Guaçu e Capim-Tanzânia: produção e composição do leite.

Maria Lúcia Pereira LimaMaria Lúcia Pereira LimaMaria Lúcia Pereira LimaMaria Lúcia Pereira LimaMaria Lúcia Pereira Lima11111

Maria da Graça PinheiroMaria da Graça PinheiroMaria da Graça PinheiroMaria da Graça PinheiroMaria da Graça Pinheiro22222

José Ramos NogueiraJosé Ramos NogueiraJosé Ramos NogueiraJosé Ramos NogueiraJosé Ramos Nogueira22222

Paulo Roberto LemePaulo Roberto LemePaulo Roberto LemePaulo Roberto LemePaulo Roberto Leme33333

Telma TeresinhaTelma TeresinhaTelma TeresinhaTelma TeresinhaTelma TeresinhaBerchielliBerchielliBerchielliBerchielliBerchielli44444

As pastagens tropicais têmsido usadas no Brasil, paraprodução de leite, principal-mente devido aos baixos custosde produção. A adubação daspastagens e a melhoria do ma-nejo, utilizando-se o sistema delotação rotacionada, ou pastejorotacionado, aumentam a lota-ção das pastagens e a eficiênciade uso das mesmas.

O capim-elefante Guaçu, uma varie-dade semelhante ao Camerum ou Napier,foi introduzido no Brasil em 1978, tra-zido da Venezuela por pesquisadores doInstituto de Zootecnia (APTA). O refe-rido capim é nativo da África e apresentaaltas produções de massa de forragem,ou seja, de 25 a 79 ton de MS/ha anual-mente, dependendo da adubação, dafreqüência de corte e demais condutasde manejo (Pereira 1994).

O capim-Tanzânia também é nativoda África e foi selecionado e lançado pelaEMBRAPA em 1990. Sua principalcaracterística é a alta proporção de folhasque o mesmo apresenta durante a estaçãodas águas no Brasil Central (de outubro aabril), com florescimento no final de abril,e maio. Foi observada produção de 33ton de MS/ha durante as águas, com 80%de folhas e 17,7% de proteína bruta (PB)nas folhas e 9% de PB nos caules (Jank etal 1994). Foi desenvolvido um experi-mento, com duração de dois anos, naAPTA Regional de Ribeirão Preto, com

o objetivo de comparar a produção deleite de vacas mestiças mantidas empastos rotacionado de capim-elefanteGuaçu e capim-Tanzânia.

O local apresentava solos fér-teis, comestação das águas e da seca, bem definidos,e temperaturas altas durante o verãochuvoso. A adubação de cobertura foifeita após a ocupação dos piquetes, nabase de 250 kg de N/ha. Foi avaliada aprodução de vacas mestiças (Holandês xGir) entre a segunda e a quinta lactação.As vacas eram ordenhadas duas vezes pordia e o leite medido a cada ordenha.Amostras de leite foram enviadas para olaboratório para verificar os teores degordura, proteína, lactose e sólidos totais.A produção de leite corrigida para 3,5%de gordura foi calculada a partir dafórmula (Sklan et al.,1992): LC 3,5% gor.= (0,432 + 0,1625 x % de gordura) x kgde leite.

Os grupos dos animaisavaliados foram: vacas noinicio da lactação (entre 20e 90 dias pós parto) rece-bendo 4 kg de concentrado;vacas entre 91 e 180 dias delactação recebendo 2 kg deconcentrado e vacas entre181 e 270 dias de lactaçãosem receber concentrado. Oconcentrado era compostopor uma mistura de 62% demilho, 13% de soja em grão,22% de farelo de algodão(38% de PB) e 3% deminerais. O concentradoapresentava 18% de PB e72% de nutrientes digestí-

veis totais (NDT).A área do capim Guaçu tinha 7,8 ha,

subdividida em 21 piquetes. O manejodo Guaçu foi de 2 dias de ocupação com40 dias de descanso.

A área do capim-Tanzânia apresen-tava 13,2 ha, subdivididos em 11 piquetese o manejo do rotacionado de Tanzâniafoi 3 dias de ocupação com 33 dias dedescanso. Para manter os grupos de faseda lactação proposto, mensalmentealgumas vacas eram introduzidas ouretiradas dos pastos onde ocorria oexperimento.

Na tabela 1tabela 1tabela 1tabela 1tabela 1 pode-se observar oresultado geral dos dois anos expe-rimentais, referentes à média de quatrociclos de pastejo, quanto à lotação média,produção de leite e número de dias doano em que os pastos foram utilizados.No primeiro ano o desempenho dosanimais foi semelhante e a lotação no

capim-elefante Guaçufoi maior, sendo aprodução de leite, porha, durante a época daschuvas foi quase o do-bro (11.685 kg/ha) doque a suportada nospastos de Tanzânia(6.739 kg/ha).

Na tabela 2tabela 2tabela 2tabela 2tabela 2 sãoapresentados os dadosde produção de massade forragem (em ma-téria seca), por espéciede capim e por ciclo depastejo. Também éapresentada a por-

1 1 1 1 1 - Pesquisadora científica. Agência Paulistade Tecnologias dos Agronegócios - APTA, PóloRegional do Centro Leste, vinculado àSecretaria de Agricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo. Email: [email protected]

2 2 2 2 2 -Pesquisadores científicos. Agência Paulistade Tecnologias dos Agronegócios - APTA, PóloRegional do Centro Leste, vinculado àSecretaria de Agricultura e Abastecimento doEstado de São Paulo.

3 3 3 3 3 -Pesquisador científico. Faculdade deZootecnia, USP, Pirassununga (SP).

4 4 4 4 4 -Pesquisador científico. Faculdade de CiênciasAgrárias e Veterinárias da UNESP, Jaboticabal.

Piquete de capim-elefante Guaçu no momento da entradaPiquete de capim-elefante Guaçu no momento da entradaPiquete de capim-elefante Guaçu no momento da entradaPiquete de capim-elefante Guaçu no momento da entradaPiquete de capim-elefante Guaçu no momento da entradadas vacas, em dezembro.das vacas, em dezembro.das vacas, em dezembro.das vacas, em dezembro.das vacas, em dezembro.

Capim-elefante Guaçu durante o pastejo.Capim-elefante Guaçu durante o pastejo.Capim-elefante Guaçu durante o pastejo.Capim-elefante Guaçu durante o pastejo.Capim-elefante Guaçu durante o pastejo.

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centagem de folhas e lotação conseguida a cada ciclode pastejo. No segundo ano, houve um severo ataquede cigarrinhas no capim Guaçu, não sendo possívelefetuar o controle desta praga. Muitas folhas secarame a lotação do pasto caiu muito, pois no primeiro anofoi de 6 a 7 UA/ha nos melhores meses e no outroano, ficou entre 2 a 3 UA/ha, na mesma época.

Estudo da comparação da produção leiteira esua composição foram feitos apenas três ciclos depastejo. Comparando-se a produção de leiteindividual das vacas, verificou-se que não houvediferença estatística quando se comparou o capimutilizado para alimentar as vacas. Apenas a porcen-tagem de proteína do leite das vacas mantidas noGuaçu foi menor, mas mesmo assim, consideradanormal. A porcentagem de gordura, entre 3,99% e

Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.Piquete de capim-Tanzânia, antes da ocupação, em dezembro.

Vacas no rotacionado de Tanzânia.Vacas no rotacionado de Tanzânia.Vacas no rotacionado de Tanzânia.Vacas no rotacionado de Tanzânia.Vacas no rotacionado de Tanzânia.

Item

Tabela 1Tabela 1Tabela 1Tabela 1Tabela 1 – Média dos pesos vivos das vacas testadoras, lotação daspastagens, produção média diária de leite, número de dias de ocupaçãodos pastos e produção de leite/ha em cada ano experimental.

Guaçu Tanz.2º ANO

Peso médio das vacas (kg) 475 490 477 483Lotação (UA/ha) 5,1 3,0 3,1 3,3Lotação (vacas em lactação/ha) 4,83 2,76 2,89 3,04Produção de leite/vaca (kg/dia) 10,8 10,9 10,6 10,1No de dias de pastejo 224 224 210 210Produção de leite diária (kg/ha) 52,2 30,1 30,6 30,7Prod.leite na estação das chuvas (kg/ha) 11.685 6.739 6.433 6.448

Guaçu Tanz.1º ANO

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GIR LEITEIRO - FRANCA/SP

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ESPÉCIEDE CAPIM

GUAÇU 1º ANO EXPERIMENTALMF pré-pastejo (kg de MS/ha)Folha (%)Taxa de Lotação (UA/ha) 2º ANO EXPERIMENTALMF pré-pastejo (kg de MS/ha)Folha (%)Taxa de Lotação (UA/ha)

TANZÂNIA 1º ANO EXPERIMENTALMF pré-pastejo (kg de MS/ha)Folha (%)Taxa de Lotação (UA/ha) 2º ANO EXPERIMENTALMF pré-pastejo (kg de MS/ha)Folha (%)Taxa de Lotação (UA/ha)

Dez. eJan.

CICLOS DE PASTEJO

Tabela 2Tabela 2Tabela 2Tabela 2Tabela 2 – Massa de forragem (MF) antes da ocupação dos piquetes,porcentagem de folhas e taxa de lotação para cada espécie de capim, a cadaano de estudo.

Jan. eFev.

7.715a46,0b

6,03

Mar. eAbr.

Abr. eMai.

MÉDIAGERAL

7.678a54,7a

7,02

8.534a45,9b

4,33

7.510a31,2c

3,12

7.78144,45,13

6.358a40,6a

3,68

4.727ab33,4ab

2,23

5.548a34,5ab

3,84

4.133b18,4b

2,42

5.32132,23,04

5.501a60,0a

3,89

5.825a70,0a

3,90

5.631a61,3a

3,39

4.382b30,9b

0,95

5.00055,53,03

5.411a55,7a

4,21

6.000a39,1a

3,41

5.736a35,6a

3,27

4.068b17,2c

2,11

5.38436,93,25

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

Item Guaçu Tanz.ESPÉCIE DE CAPIM

Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactosee sólidos totais.

Leite (kg/vaca/dia) 12,06a 11,50a 0,224LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) 12,71a 11,80a 0,152Gordura, % 3,99a 3,84a 0,489Proteína, % 3,00b 3,18a 0,009Lactose, % 4,20a 4,24a 0,704Sólidos Totais, % 11,91a 12,01a 0,667

Prob.

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey.

3,84% foi considerada bastante adequada paravacas mestiças.

Resultados muito similares aos encontradosna Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3Tabela 3 encontrados foram relatados porLeal e Nascimento (2002), estudando a produçãode leite de vacas mestiças mantidas em pastejorotacionado, durante a época das águas, decapim-elefante Camerum, ou seja, 12,0kg deleite/vaca por dia.

No capim Vencedor (BRA8826) a produçãoobservada foi de 10,9 kg/vaca/dia e no capimBRA8761 (outra variedade de Panicum) aprodução observada foi de 11,5 kg de leite/vaca/dia.

As vacas no inicio da lactação (20 a 90 diaspós parto), consumindo 4 kg de concentrado,apresentaram maior produção de leite mas commais baixa porcentagem de gordura, quandocomparado com as vacas no meio da lactação(81 a 180 dias pós parto) consumindo 2 kg deconcentrado ou no final da lactação (181 a 270dias pós parto), sem receber concentrado,conforme demonstrado na Tabela 4Tabela 4Tabela 4Tabela 4Tabela 4.

Isto é considerado normal, pois há correlaçãoinversa entre produção de leite e porcentagemde gordura em leite de vacas mestiças (Bath et al1985) e a mais baixa produção de leite no final dalactação geralmente vem acompanha de maisalto teor de gordura.

Juntando-se as informações de produção dasvacas tanto do Guaçu, como do Tanzânia, e detodos os estágios de lactação, nos três ciclos depastejo, no segundo ano, nota-se maior produçãode leite por vaca em dezembro e janeiro, quandoa qualidade da forragem é mais alta (Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5).

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Desta forma conclui-se que vacas mantidasem pastagens bem manejadas de capim Guaçuou Tanzânia apresentam produção de leitesimilar. A época do ano pode afetar a qualidadedas pastagens alterando a proporção de folhas ecom isso, influindo na produção de leite.

Bibliografia citadaBibliografia citadaBibliografia citadaBibliografia citadaBibliografia citada

Bath, D, L, 1985, Biological requirements for economicefficiency, Nutritional requirements and economics oflowering feed costs, Journal Dairy Science, 68:1579–1584,

Jank L, Salvidan Y N, Souza M T, Costa J C G 1994,Avaliação do germoplasma de Panicum maximumintroduzidos da África, I produção forrageira, Revistada Sociedade Brasileira de Zootecnia 23(3) 433-440

Leal J A, Nascimento M P S C B 2002 Produção de leiteem pastagem de capim-elefante e em duas variedadesde Panicum maximum, Teresina, PI: Embrapa Meio-Norte (Comunicado Técnico, 141),

Pereira AV 1994 Escolha da variedade de capim-elefante, In: Simpósio Sobre Manejo de Pastagem,Piracicaba, Anais,,, Piracicaba: FEALQ p,47-62

SKLAN, D.; R. ASHKENAZI, A; BRAUN, A. et al. Fattyacids, calcium soaps of fatty acids, and cottonseeds fedto high yielding cows. Journal of Dairy Science, v.75,n.9, p.2463–2472, 1992.

Tabela 4 Tabela 4 Tabela 4 Tabela 4 Tabela 4 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactosee sólidos totais de acordo com a fase da lactação e suplementação comconcentrado.

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

FASE DA LACTAÇÃO 20-90 dias 91-180 dias 181-270 dias 4 kg de 2 kg de Sem Prob. concentrado concentrado concentrado

Leite (kg/vaca/dia) 16,12a 10,77b 8,42c <0,001LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) 16,00a 11,32b 9,45c <0,001Gordura, % 3,47b 3,85ab 4,42a 0,007Proteína, % 2,92b 3,20a 3,15a 0,004Lactose, % 4,31a 4,23a 4,11a 0,435Sólidos Totais, % 11,45b 12,05a 12,39a 0,015

ab médias, na mesma linha, com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey

CICLO DE PASTEJO Dezembro Janeiro Março Janeiro Fevereiro Abril Prob

Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5Tabela 5 – Médias de produção de leite, produção de leite corrigido para3,5% de gordura (LC 3,5% gord.) porcentagem de gordura, proteína, lactosee sólidos totais de acordo com os ciclos de pastejo, para as duas espécies depasto juntos.

Leite (kg/vaca/dia) 12,60a 11,10b 11,61ab 0,018LC 3,5% gord, (kg/vaca/dia) 13,20a 12,02a 11,56a 0,104Gordura, % 3,81a 4,18a 3,76a 0,255Proteína, % 3,08a 3,17a 3,02a 0,200Lactose, % 4,18a 4,19a 4,27a 0,812Sólidos Totais, % 11,64a 12,37a 11,87a 0,066

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DDDDDanilo Arelaroanilo Arelaroanilo Arelaroanilo Arelaroanilo Arelaro1,1,1,1,1,

Walquiria B. ClementeWalquiria B. ClementeWalquiria B. ClementeWalquiria B. ClementeWalquiria B. Clemente22222

Julio GiorgiJulio GiorgiJulio GiorgiJulio GiorgiJulio Giorgi22222

Mário Sérgio S. PassoloMário Sérgio S. PassoloMário Sérgio S. PassoloMário Sérgio S. PassoloMário Sérgio S. Passolo33333

O confinamento foi realizadona Fazenda Usina Paredão, depropriedade da AgropecuáriaSanta Maria do Guataporanga,localizada no município deOriente (SP).

Foram utilizados 160 boisnelores não castrados com idadeinicial entre 21 – 23 meses e idadefinal entre 24 – 26 meses. Dos160 bois na classificação pordente realizada no abate, apenas30 tinham dois dentes e os demaisnão tinham ainda trocado a dentiçãoinicial.

O confinamento iniciou em 06/08/07 e terminou em 23/10/07,dando um total de 79 dias detratamento.

Os animais entraram com PesoVivo Médio (PVM) de 411,23 kg(13,71@) e terminaram com PVMde 527,24 kg (19,03@). Esses animaistiveram um ganho em arroba noperíodo de 5,32, ganharam 116,01kg de PV, o que dá um ganho de1,47 kg PV por dia.

Resultado de desempenho em confinamento,Resultado de desempenho em confinamento,Resultado de desempenho em confinamento,Resultado de desempenho em confinamento,Resultado de desempenho em confinamento,com dietas de alto concentrado e bagaço decom dietas de alto concentrado e bagaço decom dietas de alto concentrado e bagaço decom dietas de alto concentrado e bagaço decom dietas de alto concentrado e bagaço de

cana cru como volumoso.cana cru como volumoso.cana cru como volumoso.cana cru como volumoso.cana cru como volumoso.

1 - Premix (Técnica em Suplementação);

2 - FazendaUsina Paredão,

3 - Premix (Gerente Comercial).

O rendimento de carcaça foi de54,14%, tomando como referenciao peso vivo realizado na fazenda nodia 24/10/07 pela manhã (entre8:00 – 10:00 hs), em relação ao pesoda carcaça no frigorífico no dia 25/10/07, sendo que o abate foi reali-zado na parte da manhã.

A dieta consistiu de uma misturade uma mistura contendo 20% damatéria seca de Bagaço de Cana Cru(volumoso) e 80% da matéria deconcentrado (milho grão, polpa cí-trica, caroço de algodão, farelo dealgodão alta energia e núcleo pro-téico mineral aditivado daPREMIX).

Os animais consumiram emmédia 13,5 kg da mistura acima de

matéria natural e, 10,43 kgmatéria seca (2,22% PVM).

RelaçãoRelaçãoRelaçãoRelaçãoRelaçãoBenefício x CustoBenefício x CustoBenefício x CustoBenefício x CustoBenefício x Custo

A arroba desse lote foicomercializada a R$ 63,50;resultando em uma receitabruta por animal de R$1.208,40.

Se esse boi fosse comercia-lizado em 06/08 quando ini-ciou o confinamento deveriavaler em torno de R$ 860,00.

O custo diário da alimen-tação foi de R$ 3,00, o que dá

no período R$ 237,00, mais R$ 30,00 (operacional+ mão de obra), resultando em um gasto total deR$ 267,00 por animal.

A receita líquida por animal foi de R$ 1.208,40 – R$ 860,00 – R$ 267,00, o que dá R$ 81,40por animal ou R$ 13.024,00 para o lote todo.

O grande benefício do confinamento não éessa receita positiva alcançada nesse caso e sim aantecipação de abate desses animais, que se nãofossem confinados teriam dois destinos, que seria avenda como boi magro com peso das arrobas

Detalhe visual da dieta empregada no confinamentoDetalhe visual da dieta empregada no confinamentoDetalhe visual da dieta empregada no confinamentoDetalhe visual da dieta empregada no confinamentoDetalhe visual da dieta empregada no confinamentono experimento.no experimento.no experimento.no experimento.no experimento.

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Início do confinamento em 06/08/2007Início do confinamento em 06/08/2007Início do confinamento em 06/08/2007Início do confinamento em 06/08/2007Início do confinamento em 06/08/2007 Final do confinamento.Final do confinamento.Final do confinamento.Final do confinamento.Final do confinamento.

iniciais e valor de arroba da data inicial, oque não é o objetivo desta fazenda. Estapropriedade cria, recria e engorda seusanimais, sendo então seu destino final oabate.

Então, se fossem terminados a pasto,que num sistema de engorda convencio-nal levariam pelo menos mais 8 a 9 mesespara tentar atingir o peso conseguido noconfinamento e, certamente se fossemterminados a pasto não teriam o mesmo

rendimento de carcaça alcançado noconfinamento.

Outro grande benefício é o descansoda área de pastagem onde estavam essesanimais, ou poderia estar sendo colocadosanimais mais novos no lugar que tambémestaríamos aliviando a lotação da pasta-gem, já pesando em preparar esses ani-mais mais jovens para o confinamentodo ano seguinte. Então o benefício maiordo confinamento que nós vemos é

antecipação de receita, descanso dapastagem, redução da lotação e alocaçãode animais jovens na área onde estavamos bois, pois nem sempre somente oresultado do confinamento (ganho emarroba x despesas tem saldo positivo).

Um outro benefício principalmentepara nossa região e que tem grande valoré o esterco produzido durante o períodode confinamento e que é muito utilizadonas lavouras de café.

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Começam a surgir no Brasil os pri-meiros plantios comerciais do guanandi,árvore nativa, embora pouco conhecida,e que tem madeira semelhante à domogno. A demanda, até a interna, égrande e o País ainda está longe deatendê-la. Mas estudos do agrônomoLorisval Tenório de Vasconcelos podemmudar a situação. Desde que começou adivulgar a viabilidade do guanandi, hádois anos, Vasconcelos já assessorou cercade 200 agricultores no plantio da árvore,em todo o País.

Apesar de pouco conhecido, oguanandi - chamado de jacareúba, naAmazônia - tem uma longa história noPaís. Em 1835, foi decretado como aprimeira madeira-de-lei do País. Por sedesenvolver em áreas alagáveis, é maisresistente e não apodrece dentro da água.Na época, a madeira era usada pelaindústria naval. Hoje, por sua semelhançacom o mogno, o guanandi já começa aser requisitado pela indústria moveleira.

Há dez anos, quase por acaso,Vasconcelos começou a procurar umaplanta nativa que se adaptasse bem a áreasalagáveis. ‘O Brasil está carente de opçõesde madeira. Temos o eucalipto e o pinho,que estão desvalorizados’, diz. ‘Oguanandi é uma alternativa para fazerreflorestamento em áreas úmidas, comobeira de rios.’ Na literatura, ele encontrouo guanandi. E decidiu desenvolver umprojeto para difundir o plantio, procu-rando ajuda na Embrapa Florestas. ‘Opesquisador Paulo Ernani defendeu umatese de doutorado sobre a árvore’, diz.‘Depois, busquei informações no De-partamento de Ciências Florestais da

USP.’ Descobriu que a planta é viávelcomercialmente e que se adapta bem atodas as regiões do País, até em áreas maissecas.

Outra vantagem é que o CódigoFlorestal permite seu plantio e corte. ‘E aplanta não é atacada pela brocaHypsipyla grandela, que ataca mogno ecedro, afetando seu desenvolvimento.’

Retorno a longo prazoRetorno a longo prazoRetorno a longo prazoRetorno a longo prazoRetorno a longo prazo

Apesar das atrativas vantagens, oguanandi não é uma cultura indicadapara quem pensa em retorno financeiroimediato. O tempo de corte é longo:cerca de 18 anos. ‘É como se fosse umaaposentadoria; um investimento a longo

prazo’, diz. Só é possível ter a primeirareceita no décimo ano, quando pode serfeito o primeiro desbaste.

Nesse caso, porém, o rendimento ébaixo. Hoje, o mercado paga em tornode R$ 750 o metro cúbico. O corte prin-cipal é feito só após 18 anos. A cotaçãohoje é em torno de R$ 2 mil o metrocúbico. ‘O tempo de corte é o mesmo doeucalipto. Só que o guanandi vale cemvezes mais.’ O investimento, para quemjá tem a terra, é apenas com as mudas eplantio. O gasto com manutenção, em18 anos, é baixo, em torno de R$ 9 milpor hectare ou R$ 500 ao ano porhectare. Considerando que, ao fim dos18 anos, o aproveitamento é de 300árvores por hectare e que cada árvore

Guanandi: uma opção mais rentável no reflorestamentoGuanandi: uma opção mais rentável no reflorestamentoGuanandi: uma opção mais rentável no reflorestamentoGuanandi: uma opção mais rentável no reflorestamentoGuanandi: uma opção mais rentável no reflorestamento

Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.Viveiro de mudas nativas, com destaque para o Guanandi.

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rende cerca de 1 metro cúbico, é possívelter rendimento de até R$ 600 mil porhectare.

Embora o retorno seja altíssimo, o per-fil de quem tem investido no guanandi nãoé propriamente o do agricultor. ‘A maio-ria é de proprietários de terra que não vi-vem da agricultura, mas têm áreasociosas.’

Áreas ociosas passam a ser bemÁreas ociosas passam a ser bemÁreas ociosas passam a ser bemÁreas ociosas passam a ser bemÁreas ociosas passam a ser bemaproveitadasaproveitadasaproveitadasaproveitadasaproveitadas

Como a produção leva tempo, ideal éreservar para o guanandi locais sem lavoura

Logo que começou a pesquisar, há mais dedez anos, Vasconcelos fez plantios demons-trativos, em diversos tipos de solo. A partir doano passado, após os primeiros resultados, elecomeçou a divulgar o estudo.

Desde então, já prestou assessoria, vendeumudas, sementes e tecnologia para mais de 200produtores. ‘Com certeza o retorno financeiro éum incentivo muito forte. Vejo como se fosseuma aposentadoria’, diz o agricultor Luiz Mar-celo Paranhos, que destinou 50 hectares em Pau-dalho (PE) para o guanandi. ‘Os tratos culturaissão mínimos. Só no início é um pouco trabalhoso.Meu plantio tem um ano e meio e já noto maisfacilidade na lida com a planta.’

Paranhos é fruticultor - tem 185 hectares plan-tados, irrigados, de coco verde - e o investimentono guanandi é uma forma de aproveitar melhora propriedade. Ele não deixou de plantar coco enem erradicou áreas com a fruta. ‘O guanandivai ocupar uma antiga área de pastagem, ondenão compensava mais manter o gado.’

Aposta no futuroAposta no futuroAposta no futuroAposta no futuroAposta no futuro

O engenheiro agrônomo Paulo César Gouveiade Figueiredo, com propriedade em São Tomázde Aquino (MG), foi um dos que apostaram noGuanandi. Há cerca de um ano atrás, em umaárea de 5 hectares, a família plantou 3,5 hectarescom Guanandi, 1 hectare com Eucalipto e 0,5hectares com Cedro Australiano.

De acordo com o produtor, o Eucalipto dariaum retorno a curto prazo (por volta de 6-7 anos),enquanto o Cedro Austrialiano a médio prazo(12-15 anos) e o Guanandi a longo prazo (18-20anos).

‘A propriedade hoje tem como carro-chefe ocafé e a pecuária de corte. Mas pretendemos des-tinar de 5 a 15% da área da propriedade para re-florestamento com Guanandi’, explica Figueiredo.

‘Para o Guanandi, adotamos o espaçamento3x2m, o que dá 1.667 plantas por hectare. Nosexto ano devemos ter o primeiro desbaste, em

torno de 1/3. Novamente aos 12 anos,desbaste de mais 1/3 e com 18 anos, o1/3 final’, diz.

Ele calcula que, sendo pessimista econtando perdas naturais, deve chegarao fim dos 18 anos com 500 árvorespor hectare. ‘Dá para ter 0,8 metrocúbico por árvore, o que daria 400metros cúbicos por hectare. Contandoas perdas, falamos em 200 metroscúbicos por hectare.’

Com cotação seme-lhante à do mogno (hojeestimado em R$ 4.500 ometro cúbico), daria umrendimento R$ 900 mil porhectare. Dividindo por 18anos, em torno de R$ 50mil por ano/hectare. ‘Ne-nhuma cultura dá um re-torno financeiro desses’,ressalta Figueiredo.

Buscando agregarações no setor do reflores-tamento, a família Figuei-

redo criou a Arbara Negócios Am-bientais - empresa responsável pelarealização de consultorias na im-plantação de reflorestamentosagropecuários e ambientais, bemcomo capacitada para a comerci-alização de mudas de Guanandi.(AdaptadoAdaptadoAdaptadoAdaptadoAdaptado: O Estado de São Pau-lo). Mais informações:Mais informações:Mais informações:Mais informações:Mais informações: -Arbara(www.arbara.com) e Reflorestar(www.reflorestar.com.br).

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A TCMA Agropecuária, companhiaformada por ex-acionistas e familiares doGrupo Maeda, um dos maiores emalgodão no país, está se preparando paracriar um complexo de produção depluma na região de Uberlândia (MG) eoutro do mesmo porte no oeste baiano,segunda principal região produtora doBrasil, atrás do Mato Grosso. “OTriângulo Mineiro mostrou-se uma áreainteressante para se investir em algodão.E conta a favor o fato de Minas Geraister de ‘importar’ o produto de outrosEstados” , diz Takashi Murakami, diretordo grupo.

Considerando que a região doTriângulo Mineiro atende nos últimosanos à vocação canavieira, os investi-mentos do TCMA são consideradosaudaciosos. Mas os Maeda não se inti-midam pelo avanço da cana e já colo-caram em prática a estratégia de expan-são do grupo em algodão.

Nesta primeira fase, o grupo já apor-tou R$ 5 milhões - boa parte na constru-ção de uma fábrica de beneficiamentode algodão, que será inaugurada emagosto, e o restante em armazenagempara os fardos. A segunda fase, estimadaem R$ 6 milhões, contempla a construçãode silos de soja e milho para 2008 paraatender aos produtores de algodão quefazem rotação de cultura com esses grãos.Parte desses recursos tambémserádestinada à ampliação da fábrica emconstrução.

Para 2009, o grupo planeja construirarmazéns para açúcar, o que atende àforte demanda da região, que tem seucrescimento sustentado pela cana. “Nossofoco continuará no algodão”, diz Edson

Maeda, presidente do TCMA, tentandodesvincular a imagem do grupo da forteonda de investimentos em etanol.

Para a safra 2007/08, o grupo estimaque o faturamento fique em R$ 17milhões, quase o triplo da safra anterior,de R$ 6,5 milhões, com crescimentojustificado pela atual expansão. Formadano final de 2004, a TCMA é fruto daseparação de acionistas do grupo Maeda,um dos maiores produtores de algodãodo país, e que agora também tem usinade álcool.

Os acionistas do novo grupo,liderados por Edson Maeda, são primosde primeiro grau de Jorge Maeda,controlador do grupo que leva o mesmonome.

A família Maeda chegou ao Brasil em1927. Jorge e Edson são netos deTsunezaemon Maeda, que, em 1929,deu origem ao grupo. “Queremos mantera tradição da família, que sempre tevevocação agrícola”, diz Edson Maeda.

A TCMA iniciou o plantio da plumaem Minas há três anos. Neste ano, ogrupo deverá dobrar a área plantada, dosatuais 1,1 mil hectares, e introduzirá ummodelo de produção do Texas, nos EUA,conhecido como ‘stripper’, cujo plantioe colheita ocorrem em lavouras aden-sadas, com custos até 25% mais baixos.

A expectativa é de que o plantio naregião atinja de 15 mil a 20 mil hectaresem três anos e alcance 30 mil nospróximos cinco anos. Segundo Mura-kami, executivo pinçado do GrupoMaeda e que atuou por mais de 20 anosno mercado financeiro, a produção noEstado está estimada em 40 mil toneladasde pluma, para um consumo de 140 miltoneladas. “Temos grande potencial paraavançar neste mercado”, diz. Como oEstado ‘importa’ o produto de outrasregiões do país, os preços pagos peloalgodão do Estado tem um ágio de 9%sobre o indicador Cepea/Esalq.

A expansão da pluma do TriânguloMineiro ocorrerá não somente com oplantio do grupo TCMA, mas comprodutores locais que já estão sendoarregimentados para fazer parte docomplexo. “Nossa intenção é montaruma cooperativa”, diz Maeda. Oempresário acredita que a cultura dealgodão entrará em uma boa fase depreços, uma vez que o milho temavançado sobre trigo e algodão por contado etanol.

Ex-acionistas do Grupo Maeda apostam naEx-acionistas do Grupo Maeda apostam naEx-acionistas do Grupo Maeda apostam naEx-acionistas do Grupo Maeda apostam naEx-acionistas do Grupo Maeda apostam nacriação de ‘complexos’ de algodãocriação de ‘complexos’ de algodãocriação de ‘complexos’ de algodãocriação de ‘complexos’ de algodãocriação de ‘complexos’ de algodão

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Embrapa afirma que zoneamento agrícola éEmbrapa afirma que zoneamento agrícola éEmbrapa afirma que zoneamento agrícola éEmbrapa afirma que zoneamento agrícola éEmbrapa afirma que zoneamento agrícola égarantia para o produtor de sojagarantia para o produtor de sojagarantia para o produtor de sojagarantia para o produtor de sojagarantia para o produtor de soja

Para quem ainda não começou ocultivo da soja, ainda há tempo paraescolher a semente adequada, seguindoo zoneamento agrícola para a cultura noestado de Mato Grosso do Sul, safra2007/2008, aprovado pelo Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento.

As recomendações do zoneamentoidentificam as áreas aptas para cultivo eépocas adequadas para semeadura,permitindo a redução dos riscos climá-ticos, como déficit hídrico e temperaturaselevadas e ameniza as possíveis perdascom rendimento de grãos.

Para o pesquisador da Empresa Bra-sileira de Pesquisa Agropecuária – Em-brapa, vinculada ao Ministério da Agri-cultura Pecuária e Abastecimento, CarlosLasaro, “o zoneamento agrícola atual-mente possui maior importância em fun-ção da nova dinâmica de normatizaçãodo crédito e seguro agrícola implemen-tados pelo Banco Central do Brasil querestringe o enquadramento no Programade Garantia da Atividade Agropecuária(Proagro), a empreendimentos condu-zidos na área de abrangência e sob ascondições do zoneamento agrícola.

Ou seja, para que os agricultores con-sigam recursos nos bancos para custear asafra e tenham direito ao seguro agrícolaé necessário que as culturas estejamdevidamente inseridas no zoneamentoagrícola do ano correspondente ao inícioda safra agrícola.

Quanto às cultivares indicadas para oEstado, a Embrapa coloca à disposiçãodos produtores novas referências. Comciclo precoce e recomendadas à regiãosul de MS, BRS 232 (convencional), BRS

243RR e BRS 255RR (transgênicas)chegam para a safra 2007.

A BRS 232, conforme Lasaro, émoderamente resistente ao nematóide degalha (M. incognita), um problemacorriqueiro e mais freqüente no Estado,e possui um excelente potencial produ-tivo nas regiões acima de 600 metros. Jáas opções transgênicas possuem um ciclototal de 2 a 5 dias mais precoce que aBRS 232, sendo recomendadas, princi-palmente, em áreas com alta infestaçãode plantas invasoras. A BRS 255RR émenos exigente em fertilidade do que aBRS 243RR, podendo ser semeada emsolos de média fertilidade.

De acordo com os técnicos da Em-brapa, a 245RR tem sido a cultivartransgênica mais plantada em MatoGrosso do Sul, devido a sua estabilidadeprodutiva. Os produtores que optam porcultivares semitardias, a Empresa dispõeda BRS Charrua RR e BRS Pampa RR,também transgênicas.

O pesquisador da Embrapa Agrope-cuária Oeste, Carlos Lasaro, explica quena hora de escolher a semente de soja épreciso levar em consideração, além da

sua inserção no zoneamento agrícola daregião, características agronômicas dese-jáveis, tais como porte da planta, ciclototal, exigência de fertilidade, sensi-bilidade a veranicos e reação às principaisdoenças e nematóides. “Com esse levan-tamento em mãos, o agricultor poderáfazer um planejamento mais adequadoda lavoura, de acordo com sua capaci-dade financeira, e escolher aquela semen-te que melhor atende sua realidade.Atualmente a demanda dos produtores épor cultivares de soja de ciclo precoce,adaptadas a semeaduras antecipadas,resistentes à ferrugem asiática e nematói-des e com excelente estabilidade de pro-dução de grãos, pois assim poderá plantaro milho safrinha já no início de fevereiro.Eles plantam soja já pensando em colhero milho. Porém, essa demanda não éatendida por completo pelas cultivaresdisponíveis no mercado. É um dos prin-cipais objetivos do programa de melho-ramento de soja da Embrapa - atenderos anseios do mercado consumidor”.

MelhoramentoMelhoramentoMelhoramentoMelhoramentoMelhoramento – o programa demelhoramento de soja da Embrapa atuadentro de um contexto multidisciplinare trabalha em um sistema de parceriascom fundações privadas em todo o Brasil.

Em Mato Grosso do Sul, a EmbrapaAgropecuária Oeste (Dourados-MS) éparceira da Embrapa Soja, líder doprograma nacional, trabalhando em con-junto com a Fundação Vegetal, no desen-volvimento de germoplasma mais adap-tado às condições climáticas de MS, como objetivo final de registrar e protegernovas cultivares para a região. (FonteFonteFonteFonteFonte:Embrapa Agropecuária Oeste).

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José Amâncio é escolhido o agrônomo do anoJosé Amâncio é escolhido o agrônomo do anoJosé Amâncio é escolhido o agrônomo do anoJosé Amâncio é escolhido o agrônomo do anoJosé Amâncio é escolhido o agrônomo do ano

Edson do Couto Rosa entrega premiação de ‘AgrônomoEdson do Couto Rosa entrega premiação de ‘AgrônomoEdson do Couto Rosa entrega premiação de ‘AgrônomoEdson do Couto Rosa entrega premiação de ‘AgrônomoEdson do Couto Rosa entrega premiação de ‘Agrônomodo ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidentedo ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidentedo ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidentedo ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidentedo ano de 2007’ para José Amâncio (diretor presidenteda Credicocapec), sob os olhares de Albino Joãoda Credicocapec), sob os olhares de Albino Joãoda Credicocapec), sob os olhares de Albino Joãoda Credicocapec), sob os olhares de Albino Joãoda Credicocapec), sob os olhares de Albino JoãoRocchetti, diretor da AERF e presidente da ComissãoRocchetti, diretor da AERF e presidente da ComissãoRocchetti, diretor da AERF e presidente da ComissãoRocchetti, diretor da AERF e presidente da ComissãoRocchetti, diretor da AERF e presidente da ComissãoOrganizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.Organizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.Organizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.Organizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.Organizadora da Semana do Engº Agrônomo 2007.

Prestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria daPrestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria daPrestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria daPrestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria daPrestigiando o homenageado da noite, a atual diretoria daCocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: EdnéiaCocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: EdnéiaCocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: EdnéiaCocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: EdnéiaCocapec e Credicocapec esteve em peso no evento: EdnéiaAparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, JoséAparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, JoséAparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, JoséAparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, JoséAparecida Vieira Brentini Almeida, Carlos Yoshiyuki Sato, JoséAmâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima deAmâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima deAmâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima deAmâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima deAmâncio de Castro, Maurício Miarelli e Ricardo Lima deA n d r a d e .A n d r a d e .A n d r a d e .A n d r a d e .A n d r a d e .

David Sebastião Ferreira (cafeicultorDavid Sebastião Ferreira (cafeicultorDavid Sebastião Ferreira (cafeicultorDavid Sebastião Ferreira (cafeicultorDavid Sebastião Ferreira (cafeicultore ex-presidente da Cocapec) e esposae ex-presidente da Cocapec) e esposae ex-presidente da Cocapec) e esposae ex-presidente da Cocapec) e esposae ex-presidente da Cocapec) e esposa

Alex Rodrigues Kobal (vice-presidenteAlex Rodrigues Kobal (vice-presidenteAlex Rodrigues Kobal (vice-presidenteAlex Rodrigues Kobal (vice-presidenteAlex Rodrigues Kobal (vice-presidenteem agronomia da AERF) e esposa.em agronomia da AERF) e esposa.em agronomia da AERF) e esposa.em agronomia da AERF) e esposa.em agronomia da AERF) e esposa.

Benício Elias de Souza (ex-diretor doBenício Elias de Souza (ex-diretor doBenício Elias de Souza (ex-diretor doBenício Elias de Souza (ex-diretor doBenício Elias de Souza (ex-diretor doColégio Agrícola de Franca) e esposaColégio Agrícola de Franca) e esposaColégio Agrícola de Franca) e esposaColégio Agrícola de Franca) e esposaColégio Agrícola de Franca) e esposa

Djalma Celso Blésio (engº agrônomoDjalma Celso Blésio (engº agrônomoDjalma Celso Blésio (engº agrônomoDjalma Celso Blésio (engº agrônomoDjalma Celso Blésio (engº agrônomoda Casa da Agricultura de Ribeirãoda Casa da Agricultura de Ribeirãoda Casa da Agricultura de Ribeirãoda Casa da Agricultura de Ribeirãoda Casa da Agricultura de RibeirãoCorrente/SP) e esposaCorrente/SP) e esposaCorrente/SP) e esposaCorrente/SP) e esposaCorrente/SP) e esposa

A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios),A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios),A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios),A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios),A equipe da Bolsa Agronegócios (Franca/SP): Ivanilson (Bolsa Agronegócios),Wilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da BolsaWilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da BolsaWilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da BolsaWilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da BolsaWilson (Dipil), Manoeto (Yara), Allan de Menezes (diretor da BolsaAgronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).Agronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).Agronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).Agronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).Agronegócios) e Éder (Bolsa Agronegócios).

Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa.Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa.Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa.Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa.Cristiane Mattos, Lucas, Francisca Braga e Edson Couto Rosa. César de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo AvelarCésar de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo AvelarCésar de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo AvelarCésar de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo AvelarCésar de Mello Barros, Carlos Girardi e Marcelo Avelar

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Edvan Alves ChagasEdvan Alves ChagasEdvan Alves ChagasEdvan Alves ChagasEdvan Alves Chagas22222

A framboesa (Rubus ideaus) é umafrutífera delicada, atraente e de saborúnico. Muito cultivada na Europa,principalmente na Escócia, Alemanha,Polônia, Espanha, Rússia, Bulgária eFrança, têm o Chile como o principal paísprodutor da América do Sul (área de5.000 ha, com produção anual estimadade 30 mil ton).

Introduzida no Brasil na Serra daMantiqueira, especificamente em Cam-pos do Jordão (SP), estima-se que há ape-nas 40 ha em cultivo no Brasil, principal-mente na Serra da Mantiqueira do Estadode São Paulo, região nobre e pioneira nocultivo dessa frutífera.

A produtividade pode alcançar até8.000kg/ha/ano. As frutas podem ser usa-das para consumo ao natural ou indus-trializados - sucos naturais e concen-trados, fruta em calda, polpa para sor-

vetes e corantes naturais, geléias e docescremosos.

Pertencente a família Rosaceae, gê-nero Rubus, que possui aproximadamente500 espécies, a framboesa caracteriza-sepor ser uma espécie arbustiva de portesemi-ereto ou rasteiro, apresentaespinhos em menor grau nas hastes que aamora-preta, inflorescência terminal efrutos agregados (com cerca de 2 a 4gramas) de coloração amarela, vermelha,púrpura ou negra, de sabor ácido à doce-ácido. O fruto da framboeseira écomposto (75 a 85 drupéolos).

Fruta rica em fibra alimentar, emmanganês, potássio e vitaminas A e C, ca-racteriza-se principalmente pela elevadaquantidade de ácido elágico (C14H6O8) emsua constituição, que é um constituintefenólico com funções anti-mutagênica,anticancerígena e potente inibidor daindução química do câncer; propriedadesinibidoras contra replicação do vírus HIV,transmissor da Aids. Como indicaçõesterapêuticas, é recomendada o seu con-sumo no combate a inflamações, doençascardiovasculares, prisão de ventre ediabetes.

Exigências EdafoclimáticasExigências EdafoclimáticasExigências EdafoclimáticasExigências EdafoclimáticasExigências Edafoclimáticas

• • • • • Temperaturas amenas, com pelomenos 250 horas de frio

• • • • • Altitude ideal acima de 600 m• • • • • Adapta-se a regiões serranas• • • • • Precipitação média anual acima de

700 mm• • • • • Alta luminosidade necessária para

dar coloração aos frutos• • • • • Tolera baixas temperaturas e possui

certa sensibilidade a geadas• • • • • Solos com boa capacidade de

retenção de água e pH de 6,0

CultivaresCultivaresCultivaresCultivaresCultivares

‘‘‘‘‘HeritageHeritageHeritageHeritageHeritage’’’’’• • • • • Planta de hábito reflorescente e

crescimento vigoroso

O cultivo de framboesa para regiõesO cultivo de framboesa para regiõesO cultivo de framboesa para regiõesO cultivo de framboesa para regiõesO cultivo de framboesa para regiõesserranas em São Paulo e Minas Geraisserranas em São Paulo e Minas Geraisserranas em São Paulo e Minas Geraisserranas em São Paulo e Minas Geraisserranas em São Paulo e Minas Gerais

1 - Engenheiro Agrônomo, D.Sc., ProfessorAdjunto da Universidade Estadual do Oestedo Paraná-UNIOESTE, Marechal CândidoRondon (PR). [email protected]

2 - Engenheiro Agrônomo, D.Sc., PesquisadorCientífico do Instituto Agronômico-IAC,Jundiaí (SP). [email protected]

Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.Framboesa cultivar ´Heritage´: conica e grande.

Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´Framboesa cultivar ´Autumn Bliss´

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• • • • • Frutos cônicos de tamanho pequeno(2,5g)

• • • • • Firme, coloração vermelho e saborácido

• • • • • Maturação uniforme e tardia• • • • • Destina-se ao processamento

industrial e consumo ao natural• • • • • Recomendada para regiões com

acúmulo de frio em torno de 400 a 500horas de frio (temperaturas durante oinverno abaixo de 7,2ºC)

‘‘‘‘‘Autumn BlissAutumn BlissAutumn BlissAutumn BlissAutumn Bliss’’’’’• • • • • Planta de hábito reflorescente e

crescimento semi-vigoroso• • • • • Frutos oval-cônicos de tamanho

grande (4g)• • • • • Firme, coloração vermelho escuro

e sabor doce-ácido• • • • • Maturação uniforme e meia-

estação• • • • • Destina-se ao processamento

industrial e consumo ao natural• • • • • Recomendada para regiões com

acúmulo de frio em torno de 300 horas

‘‘‘‘‘BatumBatumBatumBatumBatum’’’’’• • • • • Planta de hábito reflorescente e

crescimento semi-vigoroso• • • • • Frutos oval de tamanho grande (4g)• • • • • Firme, coloração vermelho escuro

e sabor doce• • • • • Maturação uniforme e meia-

estação• • • • • Destina-se ao processamento

industrial e consumo ao natural

• • • • • Recomendada para regiões comacúmulo de frio de 250 horas

• • • • • Boa adaptação a Serra daMantiqueira

Produção de mudas e PlantioProdução de mudas e PlantioProdução de mudas e PlantioProdução de mudas e PlantioProdução de mudas e Plantio

As mudas de framboeseira podem serpreparadas através de estacas retiradasdas raízes, devendo-se padronizar asestacas com 8 a 10 cm de comprimentoe enterrá-las na posição horizontal emleito de areia umedecido, que após 60dias, deverão ser transferidas passar parasacos plásticos com capacidade de 500mL de substrato, bem rico em matériaorgânica, para se fazer a terminação damuda. Após 90 dias, já podem serplantadas no local definitivo.

Uma outra opção é a utilização deestacas caulinares, oriundas da poda e acoleta de rebentos que são emitidos entreas linhas das plantas no pomar.

Os solos devem ser bem drenados elivre de invasoras. Como é uma frutíferaque necessita de quantidades conside-ráveis de matéria orgânica, deve seraplicado a razão d 20 ton/ha de estercocurral curtido.

No plantio, devem ser requeridos osespaçamentos variando de 0,3-0,7mentre plantas e 2,1-3m entre filas, o queproporciona uma densidade que varia de4.761 à 15.873 plantas/ha. No entanto,o espaçamento mais adotados pelosprodutores da Serra da Mantiqueira é o0,5 x 2,5m (8.000 plantas/ha).

O plantio pode ser realizado no finaldom inverno, preferencialmente nosmeses de agosto e setembro. No preparodo terreno para o plantio, deve-se abrirvalas de 20 cm de profundidade na linhade plantio, aplicar 45 a 90 Kg/ha de P2O5.As mudas devem ser tutoradas após oplantio, devido ao seu hábito decrescimento rasteiro.

É recomendado o replantio a cada 4anos, mas há registros de produtores emCampos do Jordão (SP) que cultivam aframboesa em sistema orgânico e fazemo replantio a cada 15 anos.

Condução das plantas emCondução das plantas emCondução das plantas emCondução das plantas emCondução das plantas empalanquespalanquespalanquespalanquespalanques

• • • • • Implantar eucaliptos tratados de0,15 x 2,4m a cada 8m

• • • • • Enterrar o mourão ao solo a ummetro de profundidade

• • • • • Fixar dois fios de arame liso paralelosem duas alturas

Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.Framboesa cultivar ´Batum´, proveniente de ambiente protegido.

Framboesa cultivar ´Batum´.Framboesa cultivar ´Batum´.Framboesa cultivar ´Batum´.Framboesa cultivar ´Batum´.Framboesa cultivar ´Batum´.

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a)- 60 cm do solo e arames paralelos a30 cm um do outro

b) - 1,2 m do solo e arames a 30 cm• • • • • Conduzir 6 a 7 hastes por metro

linear, de cada lado, entre os fios duplos

PodasPodasPodasPodasPodas

As plantas iniciam a produção 18meses após o plantio e a frutificação ocorrenas extremidades dos ramos. Existemduas colheitas, a denominada colheita deverão (dezembro a janeiro) e a colheitade outono (para os cultivares remon-tantes - março a abril).

Na poda, deve-se despontar as hastesque produziram no outono (poda seca),a 1,2-1,5 m; após a saída da dormência,

ou seja, quando as plantas começarem abrotar novamente ao final do inverno,ocorrerá a emissão de hastes 2º (hasteslaterais, que são os ramos produtivos, emum total de 20 por planta). Paralela-mente, ocorrerá a emissão de novas hastesdo solo, na base da planta, que serãoresponsáveis pela safra da primavera.

Após a colheita do verão, deve-seeliminar as hastes que produziram (podaverde) rente ao solo, conduzir as hastesque emergiram da base da planta sempoda, que serão responsáveis pela safrado outono (extremidade do ramo). Noinverno seguinte, despontar as hastes queproduziram (poda seca).

Há a opção de explorar uma únicasafra, no caso, a safra da primavera; para

isso, deve-se cortar as hastes queproduziram no outono a 5 cm do solo.Esse tipo de exploração é principalmenteadotado no Rio Grande do Sul.

Colheita e ComercializaçãoColheita e ComercializaçãoColheita e ComercializaçãoColheita e ComercializaçãoColheita e Comercialização

Rendimento homem/dia – 25 a 30 Kg.Deve-se colher os frutos que apresenta-rem coloração intensa e evitar colherfrutos muito maduros, pois são muitoperecíveis. Devem-se colher os frutosdiariamente, nas horas mais frescas do dia.

O período pós-colheita é muito curto.Os frutos podem armazenados a 0º a 5ºCe UR 90% por até 7 dias. O preço pagoao produtor pode atingir R$6 a R$10 porKg da fruta.

Cultivo protegido em Campos do Jordão.Cultivo protegido em Campos do Jordão.Cultivo protegido em Campos do Jordão.Cultivo protegido em Campos do Jordão.Cultivo protegido em Campos do Jordão.Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.Flor da Framboesa cultivar ´Heritage´.

Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada),Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada),Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada),Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada),Condução em palanques 5 fios (30 cm de distância cada),8 hastes por metro linear de cada lado.8 hastes por metro linear de cada lado.8 hastes por metro linear de cada lado.8 hastes por metro linear de cada lado.8 hastes por metro linear de cada lado. Framboesa: plantas durante a dormência.Framboesa: plantas durante a dormência.Framboesa: plantas durante a dormência.Framboesa: plantas durante a dormência.Framboesa: plantas durante a dormência.

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Neste artigo buscamos mostrar co-mo o confronto “agronegócio versusagricultura familiar” tem impedido odesenvolvimento de oportunidades,bloqueadas, muitas vezes, pela ideologia,para milhares de pequenos agricultores,principalmente nas regiões mais carentesdo Brasil. Para desenvolver este raciocí-nio iremos abordar a definição de agro-negócios, depois discutir as dificuldadesdo pequeno agricultor e finalmenteapresentar um conceito denominadoProjeto Integrado de Negócios Susten-táveis (PINS). Por fim, relataremosalgumas reflexões para gestores privadose públicos.

Agronegócios são “a soma total dasoperações de produção e distribuiçãode suprimentos agrícolas, das operaçõesde produção nas unidades agrícolas, doarmazenamento, processamento e dis-tribuição dos produtos agrícolas e itensproduzidos a partir deles”. John Davis eRay Goldberg assim os definiram em1957. Em nenhum momento os autoresdiferenciam empresas pequenas degrandes, familiares ou empresariais.Basta estar integrado, está no agro-negócio.

O produtor precisa comprar insu-mos de forma competitiva, produzir ecomercializar seguindo as tendências demercado, com tecnologia e inovação.Há tempos, as atividades dos agrone-gócios “antes” e “depois” da fazenda ga-nham importância na definição do queé feito dentro da fazenda. Daí a difi-culdade de um pequeno produtor con-seguir acesso a crédito, tecnologia, vol-ume e informações de mercado para seposicionar de forma competitiva. Porisso, de acordo com alguns críticos, aagricultura de pequeno porte estaria fa-dada ao extermínio, pois ela não suportaa “pressão concentradora”, necessitandode assistência governamental especial.

Programas que confinam pequenosagricultores ao assistencialismo geramuma massa de produtores são visão,

produzindo e buscando desesperada-mente para quem vender aquilo que omercado muitas vezes não precisa. Depoisde um tempo, o produtor abandona aprodução e parte para a subsistência e,por fim, abandona o próprio campo emigra.

Infelizmente temos uma coleção decasos de insucesso, em especial quando oassistencialismo predomina, como podeser visto em interessantes relatórios doBanco Mundial, sobre pequena agricul-tura irrigada no Vale do Rio São Fran-cisco. Todos concordam com a impor-tância da manutenção de pessoas nocampo com vida digna e renda. A lógicada eficiência econômica e especializaçãodesafia essa “boa vontade”.

Mais recentemente, o Pensa - Pro-grama de Agronegócios da USP, em par-ceria com a Codevasf - Companhia deDesenvolvimento do Vale do São Fran-cisco tem tido a oportunidade de im-plementar estes conceitos através doPINS - Projeto Integrado de NegóciosSustentáveis. O desafio tem sido atrairempresas do setor de alimentos e fibrascom forte inserção em mercados nacio-nais e internacionais para ter nos produ-tores de perímetros públicos irrigadosuma de suas fontes de suprimentos emfruticultura, bioenergia, caprino e ovino-cultura, cítricos, avicultura, frutas secas edesidratadas, vegetais minimamente pro-cessados e algodão, entre outros setores.

Para isso, no “P” de projetos, análisestécnicas e de viabilidade econômica e fi-nanceira são desenvolvidos para empre-sas candidatas; no “I” de integração, me-canismos privados de contratos e relacio-namentos entre agroindústrias e peque-nos produtores são sugeridos; no “N” denegócios, taxas interessantes de retornoàs agroindústrias-âncoras são calculadas,bem como a necessária renda interessanteao pequeno produtor familiar; e, final-mente, no “S” de sustentáveis, uma pro-posta de sustentabilidade social, ambien-tal e econômica, caracterizada pela opor-tunidade de vinculação destes projetos aselos de fair trade (comércio justo),orgânicos e sustentabilidade econômica.

Trata-se de fazer com que empresasconsigam de forma lucrativa se relacionarcom pequenos produtores, agregandocrédito, assistência técnica, orientações e,principalmente, contratos de compra.Com os pequenos produtores, fazer com

que estes consigam comercializar suaprodução de forma segura e fiquemmenos sujeitos a variações bruscas domercado, que não enfrentam na me-lhor posição.

Não se ignoram as dificuldades derelacionamento, sobretudo quandoinvestimentos específicos são disputadospelas duas partes, que têm de se protegercom alternativas.

Casos nacionais mostram como acoordenação de sistemas agroindus-triais, em especial a melhor relação en-tre pequenos produtores e agroin-dústria e/ou distribuidores, faz com queo desenvolvimento seja alcançado e osbenefícios do agronegócio sentidos pormais gente.

Temos aprendido com casos comoa da Agropalma, no Pará que, sendouma produtora de óleo de dendê,consegue desempenhar este papel parafamílias de pequenos produtores com10 hectares e renda entre R$ 15 mil a20 mil anuais. Também com a Caliman,no Rio Grande do Norte, que tem suabase de fornecedores assentados comdesenhos de contratos e coordenação.A Cooperativa de Pindorama, emAlagoas, consegue produzir açúcar eálcool, sucos de frutas e derivados decoco e leite envolvendo cerca de 22 milcolonos, produzindo em suas terras, umprojeto de mais de 50 anos que vale apena ser visitado. Sem falar na produçãode fumo, aves e suínos nos estados doSul do país que, com modelos de quaseintegração ou parcerias, mantêm aprodução sustentável.

Esses casos mostram que o desafioda pequena produção familiar não estáem desenvolver programas artificiais decompetitividade e sim na sua inteligenteinterligação com as empresas do setorde alimentos e fibras, que tem clientes eprecisam encontrar produtos emsistemas de suprimentos globais, e nacoordenação horizontal entre produ-tores, de forma a estimulá-los na forma-ção de associações e cooperativas, paramelhorar a relação com essas empresasjusante em sistemas agroindustriais. Paraisso, produtores precisam de parcerias,constância, padrões, contratos econfiabilidade. Este sim é o verdadeirodesafio da agricultura familiar ou depequeno porte: a integração susten-tável.

Inserção do pequeno produtor no agronegócioInserção do pequeno produtor no agronegócioInserção do pequeno produtor no agronegócioInserção do pequeno produtor no agronegócioInserção do pequeno produtor no agronegócio

Marcos Fava NevesMarcos Fava NevesMarcos Fava NevesMarcos Fava NevesMarcos Fava Neves é coordenador doPensa e professor de Marketing e Estratégiada Fearp/USP, Ribeirão Preto (SP). E-mail:[email protected]. Site: www.fearp.usp.br/fava.

Clementino de Souza CoelhoClementino de Souza CoelhoClementino de Souza CoelhoClementino de Souza CoelhoClementino de Souza Coelho é diretorda Codevasf - Companhia de Desenvol-vimento do Vale do São Francisco e Parnaíba.

Luciano Thomé e Castro Luciano Thomé e Castro Luciano Thomé e Castro Luciano Thomé e Castro Luciano Thomé e Castro é gestor deprojetos do Pensa e doutorando da FEA/USP.

MARCOS FAVA NEVES

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- SENAR MINAS - SENAR MINAS -- SENAR MINAS - SENAR MINAS -- SENAR MINAS - SENAR MINAS -- SENAR MINAS - SENAR MINAS -- SENAR MINAS - SENAR MINAS -Família de Cássia melhora produção de rapadurasFamília de Cássia melhora produção de rapadurasFamília de Cássia melhora produção de rapadurasFamília de Cássia melhora produção de rapadurasFamília de Cássia melhora produção de rapaduras

com técnicas do SENARcom técnicas do SENARcom técnicas do SENARcom técnicas do SENARcom técnicas do SENARA família Santos, que

possui um engenho de cana-de-açúcar na ComunidadeRural de Itambé, em Cássia(MG), já consegue obterresultados da participação nocurso gratuito de “Produçãode Melado, Açúcar Mascavoe Rapadura”, ministrado peloSENAR MINAS (ServiçoNacional de AprendizagemRural), em parceria com oSindicato dos ProdutoresRurais de Cássia. A fabricaçãoaumentou em cerca de 25%nos últimos meses e o pro-duto já apresenta melhoriasdevido a técnicas mais apu-radas.

Calimério Valério dosSantos, de 69 anos, trabalhaem engenho desde os 8 anosde idade. O trabalho foiherdado do pai, que sempre

Sebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo deSebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo deSebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo deSebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo deSebrae e Prefeitura de Franca organizam Dia-de-Campo deOvinocultura e Encontro de Produtores de Mel e CachaçaOvinocultura e Encontro de Produtores de Mel e CachaçaOvinocultura e Encontro de Produtores de Mel e CachaçaOvinocultura e Encontro de Produtores de Mel e CachaçaOvinocultura e Encontro de Produtores de Mel e Cachaça

Buscando desenvolver ascadeias produtivas da ovino-cultura, apicultura e da ca-chaça de alambique, foifirmado uma parceria entreo Escritório Regional doSebrae e a Prefeitura Munici-pal de Franca (SP).

Como fruto desta parce-ria, foram realizados nosultimos dias o I Dia deI Dia deI Dia deI Dia deI Dia deCampo sobre Ovinocul-Campo sobre Ovinocul-Campo sobre Ovinocul-Campo sobre Ovinocul-Campo sobre Ovinocul-turaturaturaturatura e o I Encontro deI Encontro deI Encontro deI Encontro deI Encontro deProdutores de Mel eProdutores de Mel eProdutores de Mel eProdutores de Mel eProdutores de Mel eCachaçaCachaçaCachaçaCachaçaCachaça, ambos no Parquede Exposições “FernandoCosta”.

Produtores de toda aregião da Alta Mogiana eSudoeste Mineiro prestigia-ram os eventos.

Produtores prestigiaram os eventos.Produtores prestigiaram os eventos.Produtores prestigiaram os eventos.Produtores prestigiaram os eventos.Produtores prestigiaram os eventos. Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)Drª Ana Vera Martins Franco (Premix)

Estande da Cachaça Elisa (PatrocínioEstande da Cachaça Elisa (PatrocínioEstande da Cachaça Elisa (PatrocínioEstande da Cachaça Elisa (PatrocínioEstande da Cachaça Elisa (PatrocínioPaul i s t a /SP)Paul i s t a /SP)Paul i s t a /SP)Paul i s t a /SP)Paul i s t a /SP)

Estande do ApiárioEstande do ApiárioEstande do ApiárioEstande do ApiárioEstande do ApiárioCarvalho & FrancoCarvalho & FrancoCarvalho & FrancoCarvalho & FrancoCarvalho & Franco

O zootecnista MárcioO zootecnista MárcioO zootecnista MárcioO zootecnista MárcioO zootecnista MárcioArmando Oliveira (Aspaco)Armando Oliveira (Aspaco)Armando Oliveira (Aspaco)Armando Oliveira (Aspaco)Armando Oliveira (Aspaco)

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produzia rapaduras e meladosem Cássia. Neste ano, resolveuparticipar do curso doSENAR, juntamente com aesposa e outros dois filhos,para atualizar seu conheci-mento e melhorar a produ-ção. “Meu pai sempre atuouem engenho e depois que elefaleceu continuei produzindorapaduras”, disse Calimério. “Esempre produzi do jeito queaprendi com meu pai, por issoachei importante fazer ocurso do SENAR”, comple-mentou.

Experiente no trabalho deengenho, Calimério já possuitécnicas de fabricação dederivados da cana-de-açúcar.Mesmo assim, no treina-mento aproveitou muitasinformações que está pondoem prática na sua empresa

rural. Hoje, o engenho temum alqueire de canavial pró-prio e produz cerca de 5 milrapaduras ao ano. Antes, aprodução era de 4 mil uni-dades.

“Aprendi uma técnica declarear a rapadura muito boaque não conhecia. Antes, arapadura ficava escurinha eagora ficou uma beleza,clarinha e não vê um cisco.Meu produto melhorou aaparência e a venda”, contouCalimério.

Outra vantagem perce-bida foi no uso correto dosEPIs (Equipamento de Pro-teção Individual), que nãoeram usados pela família.Atualmente, todos eles utili-zam máscaras, luvas, botas,avental e gorro para fabricaras rapaduras. “Antes não

usava, dá mais segurança noengenho”, observou.

Para Calimério, o cursodo SENAR ofereceu cres-cimento na fabricação dosprodutos aos filhos. “Meusfilhos aprenderam muitacoisa e melhoraram muito oserviço no engenho. A famí-lia está mais unida”, afirmou.

O estoque é todo ven-dido no mercado interno deCássia, sendo comercializadoa R$ 2,50 a unidade. Com odinheiro, a família paga asdespesas do engenho e dacasa.

A produção de rapa-duras ocorre somente entrejulho e outubro, por causa dasafra de cana. Por isso,Calimério também possuiplantação de café, arroz emilho.

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