edição nº 75

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OS BANCÁRIOS de todo o país rejeitaram a proposta de 7,8% de reajuste apresentada pe- los bancos e decidiram entrar em greve a partir desta terça-feira. Para a categoria, o índice é in- suiciente e “não se jus- tiica frente aos lucros recordes dos bancos”. A paralisação é por tempo indeterminado. PÁGINA 7 A COTAÇÃO da moeda norte-americana teve que- da de 0,90% na segunda- feira (26), vendida a R$ 1,822. Apesar de ainda ter valorização de 14,41% no mês, é a segunda queda seguida do dólar Na se- mana passada, a moeda fechou com alta acumula- da de 6,15%, após chegar ao patamar de R$ 1,95. www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 75 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | DE 27 DE SETEMBRO A 03 DE OUTUBRO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00 Carga de tributos mais pesada para os brasileiros este ano Bancários anunciam greve geral Novo acordo sobre royalties A ESTIMATIVA de analistas do mercado inanceiro con- sultados pelo Banco Central (BC) para a inlação oicial este ano subiu pela sexta semana seguida. PÁGINA 8 PÁGINA 6 Valter Campanato / ABr José Cruz / ABr Banco de Imagens Pais Multidão não perdoa Sarney em show no ‘Rock in Rio’ Atualidade Festival de Teatro de Caxias bate recorde de público Internacional FMI pode icar sem dinheiro para socorrer grandes www.jornalcapital.jor.br Crise impede recuperação de emprego no mundo Déficit na balança comercial PÁGINA 3 “Lista negra” do governo tem mais de 2.500 empresas Diretor da Câmara dos Deputados diz que sessão fantasma é normal Estimativa do mercado para inlação tem novo aumento Supervia vai construir estação no bairro Corte 8 Dólar volta a fechar em baixa Mesmo na prisão, vereadores mantêm poder A CGU (Controladoria- Geral da União) já con- tabiliza 2.580 empresas inidôneas. 2.390 delas já foram suspensas e não podem participar dos pro- PÁGINA 4 TRÊS SENADORES protocolaram projeto propon- do uma nova divisão dos recursos oriundos da ex- ploração do petróleo. O senador Francisco Dorneles diz que seu projeto atende aos interesse dos estados produtores e não produtores. “A proposta do gover- no atende às petroleiras”, diz Dorneles. PÁGINA 8 cessos de licitação pro- movidos pelo governo. Os números foram apresenta- dos pelo ministro-chefe da CGU, Jorge Hage. PÁGINA 2 PÁGINA 4 Indicadores* Câmbio* MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) (*) FECHAMENTO: 26 DE SETEMBRO DE 2011 Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,820 1,822 0,38 Dólar Turismo 1,780 1,980 0,50 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,497 5,502 0,22 Dólar Austrália 0,983 0,984 0,53 Dólar Canadá 1,024 1,024 0,37 Euro 1,352 1,353 0,22 Franco Suíça 0,901 0,901 0,49 Iene Japão 76,350 76,380 0,24 Libra Esterlina Inglaterra 1,555 1,556 0,61 Peso Chile 512,000 512,500 0,85 Peso Colômbia 1.907,000 1.919,000 0,74 Peso Livre Argentina 4,195 4,240 0,24 Peso MÉXICO 13,501 13,511 0,21 Peso Uruguai 19,950 20,150 0,00 Índice Valor Variação % Ibovespa 53.747,52 0,97 IBX 18.202,91 1,01 Dow Jones 11.043,86 2,53 Nasdaq 2.516,69 1,35 Merval 2.504,95 0,90 Poupança 27/09 0,605 Poupança p/ 1 Mês 26/09 0,572 TR 26/09 0,070 Juros Selic meta ao ano 12,00 Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88 CERCA DE um terço de tudo o que o brasilei- ro ganhou em 2010 foi para os cofres públicos. Os números correspon- deram a 23,46% do PIB. Segundo dados divulga- dos pela Receita Federal, a carga tributária no ano passado correspondeu a 33,56% do Produto In- terno Bruto (PIB), cres- cimento de 0,42 ponto percentual em relação a 2009, quando a carga havia atingido 33,14%. O número corresponde à arrecadação da União, de estados e municípios, di- vidida pelo PIB, que é a soma de tudo aquilo que o país produz. PÁGINA 3 CAPITAL 075 27a03out2011.indd 1 26/9/2011 21:44:56

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Jornal Capital - Edição nº 75

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OS BANCÁRIOS de todo o país rejeitaram a proposta de 7,8% de reajuste apresentada pe-los bancos e decidiram entrar em greve a partir desta terça-feira. Para a categoria, o índice é in-suiciente e “não se jus-tiica frente aos lucros recordes dos bancos”. A paralisação é por tempo indeterminado.

PÁGINA 7

A COTAÇÃO da moeda norte-americana teve que-da de 0,90% na segunda-feira (26), vendida a R$ 1,822. Apesar de ainda ter valorização de 14,41% no mês, é a segunda queda seguida do dólar Na se-mana passada, a moeda fechou com alta acumula-da de 6,15%, após chegar ao patamar de R$ 1,95.

www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 75 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | DE 27 DE SETEMBRO A 03 DE OUTUBRO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00

Carga de tributos mais pesadapara os brasileiros este ano

Bancários anunciam greve geral

Novo acordosobre royalties

A ESTIMATIVA de analistas do mercado inanceiro con-sultados pelo Banco Central (BC) para a inlação oicial este ano subiu pela sexta semana seguida. PÁGINA 8

PÁGINA 6

Valter Campanato / ABr

José Cruz / ABr

Banco de Imagens

Pais

Multidão não perdoa Sarney em show no ‘Rock in Rio’

Atualidade

Festival de Teatro de Caxias bate recorde de público

Internacional

FMI pode icar sem dinheiro para socorrer grandes

www.jornalcapital.jor.br

Crise impede recuperação de emprego no mundo

Déficit na balança

comercialPÁGINA 3

“Lista negra” do governo tem mais de 2.500 empresas

Diretor da Câmara dos Deputados diz que sessão

fantasma é normal

Estimativa do mercado para inlação tem novo aumento

Supervia vai construir estação no bairro Corte 8

Dólar volta a fechar em baixa

Mesmo na prisão, vereadores mantêm poder

A CGU (Controladoria-Geral da União) já con-tabiliza 2.580 empresas inidôneas. 2.390 delas já foram suspensas e não podem participar dos pro-

PÁGINA 4

TRÊS SENADORES protocolaram projeto propon-do uma nova divisão dos recursos oriundos da ex-ploração do petróleo. O senador Francisco Dorneles diz que seu projeto atende aos interesse dos estados produtores e não produtores. “A proposta do gover-no atende às petroleiras”, diz Dorneles. PÁGINA 8

cessos de licitação pro-movidos pelo governo. Os números foram apresenta-dos pelo ministro-chefe da CGU, Jorge Hage.

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res*

Câmbio*

MO

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SA)

(*) FECHAMENTO: 26 DE SETEMBRO DE 2011

Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação %

Dolar Comercial 1,820 1,822 0,38

Dólar Turismo 1,780 1,980 0,50

(U$) (U$) %

Coroa Dinamarca 5,497 5,502 0,22

Dólar Austrália 0,983 0,984 0,53

Dólar Canadá 1,024 1,024 0,37

Euro 1,352 1,353 0,22

Franco Suíça 0,901 0,901 0,49

Iene Japão 76,350 76,380 0,24

Libra Esterlina Inglaterra 1,555 1,556 0,61

Peso Chile 512,000 512,500 0,85

Peso Colômbia 1.907,000 1.919,000 0,74

Peso Livre Argentina 4,195 4,240 0,24

Peso MÉXICO 13,501 13,511 0,21

Peso Uruguai 19,950 20,150 0,00

Índice Valor Variação %

Ibovespa 53.747,52 0,97

IBX 18.202,91 1,01

Dow Jones 11.043,86 2,53

Nasdaq 2.516,69 1,35

Merval 2.504,95 0,90

Poupança 27/09 0,605

Poupança p/ 1 Mês 26/09 0,572

TR 26/09 0,070

Juros Selic meta ao ano 12,00

Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00

Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

CERCA DE um terço de tudo o que o brasilei-ro ganhou em 2010 foi para os cofres públicos. Os números correspon-deram a 23,46% do PIB. Segundo dados divulga-dos pela Receita Federal, a carga tributária no ano passado correspondeu a 33,56% do Produto In-terno Bruto (PIB), cres-cimento de 0,42 ponto percentual em relação a 2009, quando a carga havia atingido 33,14%. O número corresponde à arrecadação da União, de estados e municípios, di-vidida pelo PIB, que é a soma de tudo aquilo que o país produz. PÁGINA 3

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2 CAPITAL 27 de Setembro a 03 de Outubro de 2011

Capital Empresa Jornalística Ltda - CNPJ 11.244.751/0001-70Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy)

nº 1995, Sala 804 - Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002Duque de Caxias, Rio de Janeiro: Telefax: (21) 2671-6611

Endereços eletrônicos:[email protected]

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TIRAGEM: 10.000 exemplares (assine o Capital: 21 2671-6611)IMPRESSÃO: NEWS TECHNOLOGY GRÁFICA EDITORA LTDA

CNPJ 07.253.882/0002-27

Departamento Comercial:(21) 2671-6611 / 8400-0441 / 7854-7256 ID 8*21653

Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Dilma Rousseff, Geiza Rocha, Luiz Linhares, Moreira Franco, Priscilla Ricarte,

Roberto Daiub, Rodrigo de Castro, e Thais H. Linhares

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior

Na internet: www.jornalcapital.jor.br

ALBERTO MARQUES

Ponto de Observação

MOREIRA FRANCO é Ministro Chefe

da Secretaria de Assuntos Estratégicos

da Presidência da República

Colunado Moreira

Governo admite: Impostos equivalem a 33,56 do PIBSEGUNDO reportagem divulgada pela Agência Brasil de Comunicações, agência oicial do Gover-no, cerca de um terço de tudo o que o brasileiro ganhou em 2010 foi para os cofres públicos. Se-gundo números divulga-dos pela Receita Federal, a carga tributária no ano passado correspondeu a 33,56% do Produto In-terno Bruto (PIB), cres-cimento de 0,42 ponto percentual em relação a 2009, quando a carga havia atingido 33,14%. O número corresponde à arrecadação da União, de estados e municípios, di-vidida pelo PIB, que é a soma de tudo aquilo que o país produz. De acordo com a Receita Federal, o crescimento da carga tri-butária resultou da com-binação do crescimento de 7,5% do PIB no ano passado e da expansão real (descontada a inla-ção) de 8,9% da arreca-dação tributária nos três níveis de governo.

Apesar do aumento da arrecadação, a Receita alega que o incremento

da carga tributária decor-reu muito mais do cresci-mento da economia do que da elevação de impostos e contribuições. De acordo com o Fisco, isso pode ser comprovado pelo fato de o aumento da receita tributá-ria ter se concentrado em tributos vinculados ao fatu-ramento ou ao valor agre-gado, como a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Coins) e o Imposto sobre Produ-tos Industrializados (IPI). A Coins e o IPI foram os tributos cuja receita regis-trou as maiores variações em relação ao PIB, com crescimento de 0,14 ponto percentual cada um.

No caso do IPI, além do crescimento da produção, o im das desonerações para automóveis e eletrodomés-ticos interferiu no aumento da arrecadação. O segundo maior crescimento em rela-ção ao PIB ocorreu com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja ar-recadação subiu 0,12 ponto percentual em relação ao PIB. Conforme a Receita, essa variação foi provocada pela elevação das alíquotas

sobre operações cambiais no ano passado, para conter a queda do dólar. O cresci-mento também decorreu da revisão da carga tributária de 2009, feita pela Receita. No ano passado, o Fisco ha-via divulgado que o indica-dor tinha atingido 33,58% do PIB, dois anos atrás. Agora, esse número pas-sou para 33,14%. A maior carga tributária havia sido registrada em 2008, quan-do o percentual alcançou 34,11% do PIB.

Os tributos federais fo-ram os que mais pesaram no bolso do brasileiro, cor-respondendo a 23,46% do PIB em 2010. Em 2009, esse percentual havia atin-gido 23,14%. Os tributos estaduais representaram 8,47% do PIB, índice prati-camente estável em relação a 2009, quando os tributos estaduais haviam alcança-do 8,48% do PIB. A carga tributária dos municípios subiu de 4,58% do PIB, em 2009, para 4,87% no ano passado. De acordo com a Receita Federal, a carga tributária brasileira é mais baixa que a média dos pa-íses da Organização para a

Cooperação e o Desen-volvimento Econômico (OCDE), grupo composto principalmente por países desenvolvidos. Como os dados dos outros paí-ses estão desatualizados, a Receita Federal fez a comparação com 2009, quando a média da carga tributária nos países da OCDE somou 34,8% do PIB, 1,7 ponto percentu-al acima da brasileira na-quele ano.

O que a Receita Fede-ral não admite, nem o Go-verno, é que o brasileiro, além de pagar os impos-tos mais altos do mundo, ainda tem que suprir, do próprio bolso, os servi-ços a que tem direito, mas que são prestados de foram inadequada ou in-suiciente, como é o caso da Educação (gastos com o ensino particular), da Saúde, onde 46 milhões de brasileiros tem planos de saúde, da Segurança (pagando milícia ou em-presas privadas de segu-rança), além do seguro de residências e veículos, cujos prêmios são astro-nômicos.

O Sol NasceráO GENIAL Cartola, em um samba antológico que dá título a este artigo, propõe viver a vida a sorrir, pois chorando, viu “a mocidade perdida”. A canção traz uma mensagem otimista, baseado na convicção de que a tempestade e as saudades vão passar, permitindo que a vida siga em frente. Nesse caso, e de maneira geral, o otimismo é mais do que uma questão de escolha inconsequente. É preciso haver razão nele e, uma delas, está, sobretudo, nas experiências que o compositor da Mangueira e todos nós acumulamos.

Aprendemos a partir de nossas vivências, e também das ex-periências dos outros, que, com o tempo, as crises passam. E o mais importante, passamos a lidar com elas de modo mais ei-ciente e mais rápido. O que nos leva a indagar se o que ocorre no plano individual, também se repete na escala maior da socieda-de. Penso que sim, e o desenvolvimento institucional, político e social do Brasil demonstram isso.

A sociedade avançou no debate sobre a natureza dos nossos problemas sociais, políticos e econômicos. Ao mesmo tempo em que se consolidou uma política de estabilidade macroeconômica com responsabilidade iscal e respeito aos contratos, promoveu-se, especialmente nos oitos anos do governo Lula, um dos maio-res processos de distribuição de renda e combate à pobreza do planeta. Os conlitos políticos se resolveram e se resolvem cada vez mais na mesa de negociação, em debates abertos a todos.

Neste momento em que o mundo inteiro atravessa uma cri-se inanceira, o Brasil tem motivos para estar otimista? Sim, se além do amadurecimento a que me referi, considerarmos que as decisões de nossas autoridades econômicas estão cada vez mais baseadas em experiências sensatas e bem sucedidas. E a resposta é positivamente otimista também quando notamos que as mu-danças no cenário permitem a correção de rumos de forma se-gura e eiciente.

Na crise inanceira internacional de 2008, o Brasil mostrou-se capaz de superá-la, mantendo o controle da inlação. Para tanto, não foi preciso prejudicar o mercado consumidor interno. Deste modo, começamos a superar uma visão comum entre os economistas brasileiros, sobretudo depois que nós conseguimos controlar a inlação, de que inlação se combate com a diminui-ção do consumo.

Temos agora que fomentar outra perspectiva: de que a inla-ção se resolve aumentando a produtividade. Elevar a produti-vidade signiica melhorar a qualiicação proissional, fazer com que as empresas consigam produzir, no mesmo período de tem-po, mais e a preços menores. Consequentemente, isso vai pro-vocar uma baixa de preço, pelo aumento de produtos colocados no mercado. A consequência é geração de mais emprego e renda que, ao inal, são os dois principais motivadores do otimismo no nosso presente e para o nosso futuro.

Mais de duas mil empresas nãopodem fornecer para o governo

A CONTROLADORIA-GERAL da União (CGU) já contabiliza 2.580 empresas inidôneas. De acordo com o Portal Transparência, 2.390 delas já foram suspensas e não podem participar dos processos de licitação pro-movidos pelo governo. Os números atualizados foram apresentados segunda-feira (26) pelo ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, durante o 32º Congresso Brasileiro de Auditoria Interna (Con-brai). Na oportunidade, Hage explanou sobre os principais desaios identii-cados pela CGU para exe-cutar as ações de controle interno das contas governa-mentais. Ele destacou, en-tre eles, a busca por formas

de assegurar “uma sólida cooperação” entre as ins-tituições com funções re-lacionadas ou similares, e a promoção de interopera-bilidade entre sistemas. “É também importante que as-seguremos a qualidade das informações requeridas”, destacou.

O ministro incluiu ain-da entre os desaios, a su-peração da “tradicional resistência” à troca de in-formações e de dados entre diferentes órgãos e institui-ções “que desempenham atividades anticorrupção”, e as diiculdades em acom-panhar e explorar os recur-sos tecnológicos mais mo-dernos. “Temos também de maximizar as possibi-

lidades legais de sanções administrativas e conciliar a independência e auto-nomia do controle interno com a função de assessora-

mento à gestão”, acrescen-tou Hage. “Precisamos ser vistos como apoio, e não como entrave à gestão ei-ciente”, completou.

José Cruz

BC deve revisar para baixo crescimento do PIBA ATUAL projeção do Banco Central (BC) de crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2011, deve ser revisada para baixo e apresentada no Rela-tório de Inlação no im do mês, caso a turbu-lência econômica global persista, admitiu o pre-sidente da instituição, Alexandre Tombini. Ele participou de um evento

promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Washington. Segundo Tombini, há um risco maior de agravamen-to da crise global. No en-tanto, ele disse que o Brasil está bem preparado para enfrentar eventuais pro-blemas, com um sistema inanceiro sólido e robusto.

Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já reduziu as proje-

ções de crescimento para a economia brasileira de 4,1% para 3,8%. O mer-cado também vem redu-zindo suas previsões para o PIB brasileiro. Segundo o último Boletim Focus, levantamento semanal do Banco Central com base em consultas a institui-ções inanceiras, a expec-tativa é avanço de 3,52% neste ano. Em relação ao dólar, Tombini declarou

que o BC está atento à evolução do mercado de câmbio e tem os instru-mentos necessários para garantir que ele funcio-ne da forma adequada. “Toda a vez que nós sentirmos a necessidade de entrar no mercado, o BC estará lá para as-segurar a tranquilidade no funcionamento do mercado de câmbio no Brasil”.

CAPITAL 075 27a03out2011.indd 2 26/9/2011 21:45:00

3CAPITAL27 de Setembro a 03 de Outubro de 2011

Conversa com a PresidentaEncaminhe perguntas para a Presidenta:

[email protected] ou

[email protected]

ROBERTO FRANCISCO DE ASSIS, 21 anos, pedrei-ro em Petrópolis (RJ) - Podemos esperar a constru-ção de mais Unidades Básicas de Saúde?Presidenta Dilma – Sim, Roberto, já estamos libe-rando recursos para construir 2.122 novas Unidades Básicas de Saúde (UBS) nas regiões prioritárias do Brasil Sem Miséria. Os recursos são do PAC 2 e che-gam a R$ 565 milhões. Do total de novas unidades, 160 serão construídas no estado do Rio de Janeiro. Só na Região Serrana do estado, onde está situada a sua cidade, Petrópolis, serão 16 novas UBS. Isso porque uma das prioridades do meu governo é justa-mente ampliar e aprimorar a atenção básica, capaz de resolver 80% dos problemas de saúde, o que contribui para desafogar os hospitais. Atualmente, existem 38 mil UBS em funcionamento no país. Nelas, os usuários do SUS realizam consultas médicas, curativos, vaci-nas, exames laboratoriais, tratamento odontológico, são encaminhados para especialidades e recebem medicação básica. Além de construir novas UBS, nós decidimos investir R$ 1,13 bilhão, até 2014, para a reforma e ampliação de unidades em todos os esta-dos da Federação e no Distrito Federal. Municípios localizados em regiões de extrema pobreza, ou com baixo nível de renda por pessoa, terão prioridade. As prefeituras que pretendem reformar unidades devem acessar a página do Ministério da Saúde: www.dab.saude.gov.br.

MÔNICA BATISTA FERREIRA, 44 anos, pedagoga em São Paulo (SP) - Quais são os planos e projetos sociais para tirar as pessoas que moram nas ruas?Presidenta Dilma – Mônica, lançamos o Plano Brasil sem Miséria para atender aos 16 milhões de brasilei-ros que ainda vivem hoje na extrema pobreza no país. As pessoas que vivem nas ruas estão incluídas nesse número. Para chegar até elas, vamos desenvolver a Busca Ativa: equipes de proissionais vão localizar e incluir essas pessoas no Cadastro Único, para que possamos apoiá-las por meio do Bolsa Família, do Be-nefício de Prestação Continuada e inseri-las no mer-cado de trabalho. Além disso, desde 2007, em parce-ria com os municípios, nós implantamos 73 centros de referência e outros 28 estão em fase de implantação. A meta é chegar a 250 centros. Esses espaços funcio-nam ligados aos serviços de acolhimento. Com isso, o caminho está traçado, para garantir a essas pes-soas dignidade e cidadania. Em 2009, nós lançamos a Política Nacional para População em Situação de Rua. O objetivo é assegurar amplo acesso a serviços de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esportes, lazer, trabalho e renda, entre outros. No ano que vem, o governo fe-deral fará uma pesquisa para reunir mais informações sobre essas pessoas.

GUSTAVO SILVEIRA FERREIRA, 62 anos, profes-sor em Barra (BA) - Presidenta, peço pelo amor de Deus que olhe por nós. Moramos nas margens do São Francisco e o povo da zona rural não tem água para beber.Presidenta Dilma – Nós sabemos como é dramática a situação da sua família e de todas que não contam com água potável. Por isso, Gustavo, nós lançamos há dois meses o programa Água para Todos. O objetivo é garantir que o direito sagrado de acesso a água seja estendido às famílias que vivem no semiárido nordes-tino e que têm problemas crônicos de abastecimento. Em relação às comunidades ribeirinhas do São Fran-cisco, planejamos atuar em 106 municípios e atender 500 mil pessoas do meio rural. No seu município, Bar-ra, o programa prevê o atendimento de 40 comuni-dades. Só este ano vamos construir 367 mil cisternas voltadas para o consumo humano e, até 2014, serão 750 mil cisternas e 6 mil sistemas simpliicados de abastecimento. Mas é preciso pensar também na água para a produção agrícola e pecuária – para isso, va-mos implantar 3 mil barragens de água pluvial, 20 mil pequenos sistemas de irrigação e 150 mil cisternas de produção. Temos várias outras ações, como a Inte-gração do Rio São Francisco com as Bacias Hidro-gráicas do Nordeste Setentrional, também chamada de Transposição do São Francisco, a construção de açudes, adutoras, canais de irrigação e sistemas de abastecimento de água nas cidades. Com todas essas iniciativas vamos minorar os efeitos da seca, garan-tindo água para beber e todas as condições para o desenvolvimento da produção rural.

Carga de tributos mais pesadapara os brasileiros em 2011

CERCA de um terço de tudo o que o brasileiro ganhou em 2010 foi para os cofres públicos. Segundo núme-ros divulgados pela Receita Federal, a carga tributária no ano passado correspon-deu a 33,56% do Produto Interno Bruto (PIB), cres-cimento de 0,42 ponto per-centual em relação a 2009, quando a carga havia atin-gido 33,14%. O número corresponde à arrecadação da União, de estados e mu-nicípios, dividida pelo PIB, que é a soma de tudo aquilo que o país produz. De acor-do com a Receita Federal, o crescimento da carga tribu-tária resultou da combina-ção do crescimento de 7,5% do PIB no ano passado e da expansão real (descontada a inlação) de 8,9% da arre-cadação tributária nos três níveis de governo.

Apesar do aumento da arrecadação, a Receita alega que o incremento da carga tributária decorreu muito mais do crescimento da eco-nomia do que da elevação de impostos e contribuições. De acordo com o Fisco, isso pode ser comprovado pelo fato de o aumento da receita tributária ter se concentra-do em tributos vinculados ao faturamento ou ao valor agregado, como a Contribui-

ção para o Financiamento da Seguridade Social (Coins) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A Co-ins e o IPI foram os tribu-tos cuja receita registrou as maiores variações em rela-ção ao PIB, com crescimen-to de 0,14 ponto percentual cada um.

No caso do IPI, além do crescimento da produção, o im das desonerações para automóveis e eletrodomés-ticos interferiu no aumento da arrecadação. O segundo maior crescimento em re-lação ao PIB ocorreu com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), cuja ar-recadação subiu 0,12 ponto percentual em relação ao PIB. Conforme a Receita, essa variação foi provocada pela elevação das alíquotas sobre operações cambiais no ano passado, para conter a queda do dólar. O cresci-mento também decorreu da revisão da carga tributária de 2009, feita pela Receita. No ano passado, o Fisco ha-via divulgado que o indica-dor tinha atingido 33,58% do PIB, dois anos atrás. Agora, esse número passou para 33,14%. A maior carga tributária havia sido registra-da em 2008, quando o per-centual alcançou 34,11% do PIB.

OS TRIBUTOS federais foram os que mais pesaram no bolso do brasileiro, correspondendo a 23,46% do PIB em 2010. Em 2009, esse percentual havia atin-gido 23,14%. Os tributos estaduais representaram 8,47% do PIB, índice praticamente estável em rela-ção a 2009, quando os tributos estaduais haviam al-cançado 8,48% do PIB. A carga tributária dos municí-pios subiu de 4,58% do PIB, em 2009, para 4,87% no ano passado. O peso dos impostos sobre a economia brasileira é maior do que nos Estados Unidos, onde a carga tributária somou 24% em 2009, e em países emergentes como o México, cuja carga atingiu 17,5% do PIB.

A carga tributária deve continuar aumentando em 2011 por causa do ingresso de receitas extraordiná-rias, como a renegociação de dívidas com a União por meio do Reis da Crise, disse o coordenador-geral de Previsão e Análise da Receita Federal, Othoniel Lucas de Sousa. “A tendência é a de crescimento em função das receitas extraordinárias, que foram signi-icativas”, declarou o coordenador.

Apesar de admitir o crescimento da carga tributá-ria, o coordenador de Previsão e Análise da Receita ressaltou que essa expansão não se dará à custa do aumento de impostos, mas do crescimento e da for-malização da economia, que amplia a renda das em-presas e dos trabalhadores e se relete no pagamento de mais tributos.

Tributos federais no ano passado corresponderam a 23,46% do PIB

Balança comercial registra déicit na quarta semana do mêsAS EXPORTAÇÕES brasi-leiras somaram US$ 5,121 bilhões na quarta semana do mês, com cinco dias úteis, e as importações totalizaram US$ 5,705 bilhões. Com isso, a balança comercial apresentou déicit de US$ 584 milhões no período. No acumulado do ano, as exportações chegam a US$ 184,6 bilhões e as importa-ções, a US$ 162,7 bilhões, resultando em um superá-vit de US$ 21,9 bilhões. As vendas para o exterior cres-ceram 30,2% este ano, até a quarta semana de setembro, em relação ao mesmo perí-

odo do ano passado e as im-portações 26,2%, levando em conta a média diária de negócios. As informações foram divulgadas de manhã pelo Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC). Nos 16 dias úteis de setem-bro, foram exportados US$ 17,8 bilhões e importados US$ 15,9 bilhões, com saldo positivo de US$ 1,9 bilhão. A média diária das vendas externas foi 24,7% superior à de setembro do ano passado. No caso das importações, houve aumen-to de 17,9%.

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4 CAPITAL 27 de Setembro a 03 de Outubro de 2011

RODRIGO DE CASTRO é

jornalista e pós-graduado em

Marketing e Comunicação Empresarial

pela Universidade Federal de Juiz de Fora (MG)

Bastidoresda ALERJ

O último capítulo de uma “novela” chamada OS

Pilaresdo PoderLUIZ LINHARES (cientista

político e jornalista) e THAIS

H. LINHARES (jornalista)

Pedala, Suplicy De capacete na cabeça, camisa social e gravata, o se-nador Eduardo Suplicy (PT-SP) foi de bicicleta para o Congresso Nacional em homenagem ao Dia Mundial sem Carro — marcado para o dia 22/09. Ele fez o trajeto saindo de casa, na SQS 309, até o parlamento. A ideia foi do amigo e funcionário do Senado João Carlos Teixeira, que também emprestou a “bike”. “Como estarei em via-gem para Aruba, no Caribe, onde farei uma palestra no Congresso Parlatino, aproveitei para comemorar a data hoje”, disse Suplicy. O passeio contou com uma parada rápida em frente à Igreja Nossa Senhora de Fátima, na SQS 307, para um momento de oração. Em seguida, ao lado de Teixeira, seguiu em direção à Avenida das Nações e depois para o Senado. Ao todo, a dupla percorreu cerca de 7km. Suplicy disse não ter nenhuma previsão para no-vos passeios. “É possível, mas ainda não tenho bicicleta em Brasília. Outro problema é que no Senado deveria ter vestiários, mas não tem”, reclamou o senador atleta.Emendas na berlinda - Preocupado coma demora da liberação dos recursos da União para os municípios, através de Emendas Parlamentares, o deputado federal Alexandre Santos, (PMDB-RJ), solicitou uma audiência pública para debater acerca do excesso de burocracia e demora em aprovar convênios, liberar construções, libe-rar licitações para os municípios brasileiros, referente a Emendas Parlamentares. Segundo Alexandre Santos, o excesso de burocracia acaba atrapalhando o crescimento social e o desenvolvimento dos projetos sociais em todo o estado.Garoto Propaganda - O Projeto apresentado pelo ex governador e deputado Antony Garotinho, (PR-RJ), Veda a atletas, treinadores e outros proissionais ligados à área de esportes associarem sua imagem a bebidas alcoólicas e produtos fumígeno. Este projeto também poderia ser aplicado aos artistas, que, pela sua popularidade, exercem grande poder de inluencia na população.

O presidente Paulo Melo (PMDB) mostrou força polí-tica e controle da base aliada a Sérgio Cabral ao aprovar, por maioria esmagadora do parlamento e unanimidade na bancada governamental, a mensagem do Executivo que transfere para as Organizações Sociais (OS) a gerência de operações da saúde pública do estado do Rio de Janeiro.

A vitória de Cabral, que amplia ainda mais a sua con-iança em Paulo Melo, é um alerta à oposição que, mesmo fazendo muito barulho e com a já demonstrada capaci-dade de mobilização, como no caso dos bombeiros e dos professores, ainda não demonstrou a união e habilidade política necessária para “colocar o Governo na parede” e fazer valer ás suas reivindicações.

Enquanto Cabral continua em sua campanha por 2014, a oposição tenta se refazer do golpe. Vem mais briga por aí.

Contas do Governador

As contas do Governador Sérgio Cabral, relativas ao exercício de 2010, foram aprovadas pelos deputados na Alerj, mesmo com as restrições do parecer prévio do Tri-bunal de Contas. De acordo com relatório da Comissão de Orçamento e Finanças, a receita total do Estado registrou um crescimento de 20%.

Homenagem merecida

A Assembleia Legislativa aprovou na última semana a concessão da Medalha Tiradentes, maior honraria do Es-tado, a atual Secretária de Assistência Social e Direitos Humanos de Duque de Caxias, professora Roseli Duarte. A indicação da deputada Claise Maria Zito (PSDB) é um reconhecimento aos trabalhos prestados à população da cidade na área da assistência social. O deputado Geraldo Moreira (PTN) exaltou a indicação em plenário, destacan-do o belíssimo trabalho da professora, quando esteve a frente da Secretaria de Educação do município.

Site do MPF denuncia “poder” de vereadores mesmo presos

O SITE do Ministério Pú-blico Federal publicou ma-téria de autoria de Priscilla Souza, com o título “Extra: Parlamentares presos, mas ainda poderosos”, denun-ciando que, embora pre-sos, os vereadores de Du-que de Caxias, Sebastião Ferreira da Silva (PTB) e Jonas Gonçalves da Silva (PPS), mantém centros so-ciais em funcionamento. E mais: que Jonas continua recebendo salário da Polí-cia Militar.

- Apesar de estar de-tido no presídio federal de Campo Grande (MS), Chiquinho, de 51 anos, mantém a Associação de Pais e Amigos do Parque Fluminense, na Estrada do China, onde são ofe-recidos serviços médicos, odontológicos e cursos. O centro chama a atenção pela sua grandiosidade. E vive cheio - diz a reporta-gem, que acrescenta: “Na última eleição municipal, Chiquinho expandiu seu

poderio, ao ajudar a ele-ger o novato Jonas. O PM reformado também está preso em Campo Grande. Para garantir cadeira na Câmara, Jonas não pou-pou esforços: segundo denúncias, ele “pagou R$ 30 aos moradores que, em troca, prometeram lhe destinar seus votos”. A matéria trás ainda declara-ção do deputado Marcelo Freixo (PSOL), que pre-sidiu a CPI das Milícias. “Todo chefe de milícia é

dono de centro social. Isso é característica das máias. Mesmo presos, eles man-têm o controle político e econômico na região. Isso é um absurdo”, criticou o deputado.

Segundo o advoga-do Mario Cesar Machado Monteiro, o centro social de Chiquinho Grandão é mantido por seus parentes. Já o advogado do vereador, Luiz Carlos da Silva Neto, disse desconhecer o centro social de seu cliente.

A PRISÃO dos dois verea-dores de Duque de Caxias, em 21 de dezembro, pela Polícia Civil, teve reper-cussão nacional. Na época, vinte pessoas foram presas na ação batizada de “Capa Preta”. O vereador Jonas Gonçalves da Silva, o ‘Jonas é Nós’, PM reformado, foi detido em sua residência, no bairro Gramacho. Já Sebas-tião Ferreira da Silva, o “Chi-quinho Grandão”, também foi preso em sua residência, no bairro 25 de Agosto. Os dois, segundo a polícia, se-riam os chefes da milícia,

considerada a mais antiga da região e que atuava em oito bairros do município. A du-

pla é acusada também de ne-gociar armas para bandidos do Complexo do Alemão.

A Polícia Civil acredita que Jonas e Sebastião seriam os chefes da milícia em Caxias, coordenando grupos de tor-tura e extermínio, centrais clandestinas de TV a cabo e Internet e controle do trans-porte de vans na região, en-tre outros crimes. De acordo com o delegado Cláudio Ferraz, responsável pela operação, participaram da ação agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Auto-móveis (DRFA), Delegacia de Roubos e Furtos de Car-gas (DRFC) e da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).

PRISÃO GANHOU O NOTICIÁRIO DO PAÍS

Reprodução

Direção da Câmara dos Deputadosacha ‘normal’ sessão-fantasma

A PRESIDÊNCIA da Câ-mara dos Deputados de-fendeu a sessão-fantasma da Comissão de Consti-tuição e Justiça-CCJ, que aprovou 118 projetos em apenas 3 minutos, com um só deputado no ple-nário, no dia 22. Segundo ela, o regimento não proí-be que isso ocorra. Como os 35 deputados tinham assinado presença e ido embora, foi considera-do que havia quorum. O deputado Cesar Colnago (PSDB-ES), que coman-dou a sessão relâmpago, também se defendeu com base no regimento, mas admitiu que não é ético votar sem a presença fí-sica dos deputados e sem

debate. Entre os que assina-ram e foram embora, da ban-cada do Rio, estão Anthony Garotinho (PR), Eduardo Cunha (PMDB), Brizola Neto (PDT) e Hugo Leal (PSC).

O presidente titular da CCJ, João Paulo Cunha (PT-SP), também referendou a prática, em entrevista à Rádio CBN. Ele airmou que quan-do há acordo sobre as maté-rias a serem votadas é praxe a votação sem muitos parla-mentares presentes. Segundo ele, era este o caso dos 118 projetos aprovados na última sessão da comissão.

Colnago, deputado em primeiro mandato e a quem sobrou, como terceiro vice-presidente da CCJ, coman-

dar a votação, disse que há um problema “ético” em votações sem a pre-sença física dos deputa-dos e sem debate. Ainda que, segundo o Regimen-to Interno, a prática não seja ilegal. “Eu estava cumprindo o meu dever. Estava presente. A Casa funciona por consenso, se tem acordo podemos votar simbolicamente. Quando não tem, vai a voto nominal. Mas isso precisa ser mudado. Tinha quórum, os deputados as-sinaram. Se eu dissesse que não teria sessão es-taria agindo errado. Mas entendo que é um rito que não é ético”, admite Col-nago.

Sigilo de documentos

oiciaisJÁ ESTÁ no plenário do Senado, pronto para ser votado, o projeto de lei que regulamenta o sigilo de do-cumentos oiciais. O texto, que tramita em regime de urgência por solicitação dos líderes partidários, foi enviado pela Comissão de Relações Exteriores (CRE) e incluída na ordem do dia do plenário no dia 22. Com isso, o projeto pode ser vo-tado assim que os senado-res apreciarem as quatro medidas provisórias (MPs) que estão trancando a pau-ta de votações. Se houver acordo entre os líderes, o projeto que deine os pra-zos para que documentos sigilosos possam ser co-nhecidos pela população pode entrar em cotação ainda esta semana.

Reprodução

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Deputada se une ao MP em defesa das crianças e adolescentes

O BAIXO número de de-núncias sobre casos de violência contra crianças e adolescentes foi apontado durante audiência pública da Comissão de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Assembleia Legis-lativa do Rio (Alerj), como o principal problema para o desenvolvimento de polí-ticas públicas na área. Co-ordenador do 4º Centro de Apoio Operacional (Caop) do Ministério Público Esta-dual (MP-RJ), o promotor Rodrigo Cezar da Cunha apresentou dados do Disque 100, um serviço do Governo federal para denúncias sobre violência contra crianças e adolescentes. Segundo ele, em oito anos de funciona-mento do serviço, foram notiicados cerca de 150 mil casos no País, sendo 14 mil só no último ano. “O proble-ma é ainda maior. Sabemos que há uma subnotiicação, pois as pessoas não denun-ciam casos de violência contra menores. Então, o número é, provavelmente, maior”, declarou o promo-tor, destacando que a falta de dados prejudica a formu-lação de políticas públicas.

Presidente da comissão,

a deputada Claise Maria Zito (PSDB) ressaltou a necessidade da integração entre as diferentes esferas do poder publico para es-timular a notiicação dos casos e o combate à vio-lência contra crianças. “É importante mobilizar os diferentes setores e iniciar uma campanha, porque é necessário haver a denún-cia. A omissão da sociedade em relação a isso é um pro-blema, pois o poder público precisa ter os dados para combater a causa desta vio-lência com mais eicácia”. A Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Inês Pandeló (PT),

que é membro da comissão presidida por Claise, fez questão de lembrar da rela-ção da violência doméstica com a agressão e o abuso às crianças. “Pela experiência que tenho na área, sei que precisamos fazer campa-nhas cotidianas, pois esse tipo de violência é cultu-ral”, pontuou.

Juíza titular da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, Ivone Caetano tam-bém falou da necessidade de se criar uma cultura de proteção às crianças. “A sociedade como um todo não está fazendo nada. A violência acontece, mas as pessoas são omissas”,

destacou. Segundo a juí-za, os principais casos de violência contra a criança atualmente são os que en-volvem a violência sexu-al, maus tratos e a aliena-ção parental, que acontece quando pais e mães sepa-rados inluenciam a criança a romper seus laços com o outro genitor. Para Claise Maria, a audiência precisa ser desdobrada em outras discussões com diferentes especialistas e membros do poder público. Também estiveram presentes repre-sentantes da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA) e da Secretaria de As-sistência Social da capital.

Divulgação

Mercado prevê inlação acima do teto do sistema de metas

OS ECONOMISTAS do mercado inanceiro vol-taram a subir, na semana passada, a sua a expec-tativa para o Índice Na-cional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA) deste ano, estimando um valor para a inlação aci-ma do teto estabelecido pelo Conselho Mone-tário Nacional (CMN). O relatório de merca-do, também conhecido como Focus, que é fru-to de pesquisa do BC com os economistas dos bancos, divulgado nesta segunda-feira (26), in-forma que a estimativa de inlação deste ano passou de 6,46% para 6,52%. A previsão para o IPCA de 2012, por sua vez, subiu de 5,50% para

5,52%.Pelo sistema de me-

tas de inlação, que vi-gora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-es-tabelecidas. Neste mo-mento, a autoridade mo-netária já está nivelando a taxa de juros para atin-gir a meta do próximo ano. Para 2011 e 2012, a meta central de inlação é de 4,5%, com um in-tervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para bai-xo. Deste modo, o IPCA pode icar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente des-cumprida. O BC busca trazer a inlação para o centro da meta de 4,5% em 2012.

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Atualidade

8° Festival de Teatrobate recorde de público

DUQUE de Caxias se transformou, mais uma vez, em capital das ar-tes cênicas do Brasil neste mês de setembro com a realização do 8º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias. A premiação dos vencedores ocor-reu na noite desse do-mingo (25), no Teatro Municipal Raul Cor-tez quando foram en-tregues no total R$ 18 mil aos três primeiros colocados nas catego-rias infantil e adulto. O evento é organizado pelo Centro de Pes-quisas Teatrais (CPT) e pela Secretaria Mu-nicipal de Cultura e Turismo. Os grupos vencedores farão tem-poradas no Raul Cor-

tez em 2012. Realizado desde 2003,

o Festival Nacional de Te-atro de Duque de Caxias já se consolidou como um dos maiores eventos de artes cênicas do País. Este ano, com cerca de 20 mil espectadores, o evento bateu recorde de público, segundo seu organizador, Guedes Ferraz. O secretá-rio de Cultura Gutemberg Cardoso, que realizou a en-trega dos prêmios aos ven-cedores, parabenizou os organizadores e agradeceu a participação do público: foram 17 dias de espetácu-los gratuitos. PREMIADOS - Os três espetáculos premiados nas duas categorias são: Infantil - “O que podemos contar”, com a Trupe do Experimen-to (1º lugar); “A incrível

viagem da Família Aço”, com a Cia Entreato (2º lu-gar) e “Um pé de Feijão na Mão do João”, com o grupo Creche na Coxia, 3º lugar, todos do Rio de Ja-neiro. Adulto - “Muita Mu-lher para Pouco Musical”, com As Sadomusicistas (1º lugar), “Horácio”, com o Grupo Tarja, e “A Noite que ele não Veio”, com o Nós da Baixada”, 3º lugar. Todos receberam prêmios no valor de R$ 5.000, R$ 2.500 e R$ 1.500, respecti-vamente 1º, 2º e 3º lugares. Também foram premiados com troféus, nas duas ca-tegorias, a melhor direção, melhor cenograia, melhor igurino, melhor ilumina-ção, melhor texto, melhor atriz, melhor ator, melhor atriz coadjuvantemelhor ator coadjuvante.

O secretário de Cultura e Turismo Gutemberg Cardoso com ogrupo As Sadomusicistas, vencedor do 1º lugar (categoria adulto)

PMDC/Márcio Leandro

Audiência Pública para planos de saúde quese recusam a tratar dependente químico

A Comissão Especial de Políticas Públicas de Combate às Drogas da Câmara dos Deputados realizará audiência pú-blica nesta terça-feira (27) para debater a ex-clusão do tratamento de dependentes químicos por parte dos planos de saúde. A audiência foi sugerida pelo deputado Aureo (PRTB-RJ). Ele explica que os contra-tos de serviços de saúde

anteriores à Lei 9.656/98 podem excluir esse tipo de tratamento. Essa situação, contudo, não se aplica aos contratos irmados depois da sanção da lei. - Assim, pela atual legis-lação só podem ser recu-sados tratamentos para casos de dependência quí-mica realizados no má-ximo nos primeiros dois anos do contrato - airma Aureo. Para o deputado, o descumprimento dessa

medida é uma clara violação da lei por parte das operadoras de planos. “Diante desse desrespeito o beneiciário é obriga-do a recorrer aos ór-gãos de regulação, de defesa do consumidor ou mesmo ao Judiciá-rio para ter seu direito respeitado”, lamenta.

Várias autoridades e órgãos foram convi-dados.

Supervia conirma construção de estação entre Caxias e o GramachoUMA ANTIGA reivindi-cação dos moradores de Duque de Caxias vai ser atendida pela Supervia. A concessionária, em cor-respondência enviada ao deputado estadual Jorge Moreira Theodoro, o Dica, no dia 19 último, informa que ela será construída junto à Praça Bruno Se-abra e próximo à Escola Estadual Parque Amorim. A proposta havia sido fei-ta pelo deputado à empre-sa, conforme noticiou o Capital na edição de 30 de agosto último. O par-lamentar explicou que fez o requerimento da obra para atender reivindicação de milhares de usuários. “Muitos passageiros são obrigados a andar longo

trecho até chegar às suas casas, pois a distância entre os dois pontos é de cerca de cinco quilômetros. Se saltar no centro, anda muito. Se deixar para saltar no Gra-macho, também terá longo caminho de volta. Se pegar um ônibus, cuja passagem básica custa R$ 2,50, é mais uma despesa para o bolso dos trabalhadores”, disse Dica.

No documento encami-nhado ao deputado, a Su-pervia informa que a nova estação contará com cerca de 545.00m2 de mezani-no construído, oito lojas, banheiro gratuito para os usuários e elevador para portadores de necessidades especiais. Ela contará tam-bém com uma plataforma

com 50% de sua ex-tensão coberta. Ainda segundo a concessioná-ria, a inauguração de-verá ocorrer até junho de 2012. O documento da empresa é assinado pelo diretor administra-tivo Paulo Targa. “Es-tou feliz com a inicia-tiva d empresa, atitude que vai ao encontro dos interesses de milhares de famílias de trabalha-dores”, disse Dica.

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País

Internacional

José Sarney é alvo de críticas no Rock in RioUMA SEMANA após ter o ilho, Fernando Sarney, beneiciado por decisão judicial em processo que apura corrupção, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi alvo de críticas no maior evento mu-sical do ano no Brasil, o Rock in Rio. A banda Capital Inicial, em sua apresentação na noite de sábado (25), dedicou a música “Que País É Esse” especialmente ao senador durante críticas a “oligarquias que parecem ainda governar o Brasil” e a políticos. “(Oligarquias) que conseguem deixar os grandes jornais brasileiros censurados durante dois anos, como “O Estado de S. Paulo”, cara. Coisas inacreditáveis”, disse o cantor da banda, Dinho Ouro Preto, ao anunciar a música. “Essa aqui é para o Congresso brasileiro, essa aqui, especial para José Sarney”, nominou o cantor, perante um pú-blico estimado em 100 mil pessoas.

A música “Que País É Esse?” foi composta por Re-nato Russo na década de 70, quando o País ainda vivia sob ditadura militar. Na época, ele tinha sua primeira banda de rock em Brasília, chamada Aborto Elétrico, precursora do Legião Urbana. Com versos simples, a música se tornou um hit de protesto e de indignação. “Nas favelas, no Senado/Sujeira pra todo lado/Ninguém respeita a Constituição/Mas todos acreditam no futuro da nação/Que país é esse?/Que país é esse?/Que país é esse?”, diz a letra. Quem assistia à transmissão direta da apresentação da banda no canal Multishow, da Glo-bosat, pôde ouvir o público “homenagear”, bem aina-dinho, o senador maranhense com palavrões, durante a execução da música. O momento já está disponível no site do Youtube, no link http://www.youtube.com/watch?v=j0DVSd6KLx0.

Bancários em greveOS BANCÁRIOS de todo o país rejeitaram a proposta de 7,8% de re-ajuste apresentada pelos bancos e decidiram entrar em greve a partir desta terça-feira (27). A decisão foi anunciada após assem-bleia realizada na noite de quinta-feira última. Para a categoria, o índice é insu-iciente e “não se justiica frente aos lucros recordes dos bancos”. A campanha salarial dos bancários é nacional e dela partici-pam funcionários de ban-cos públicos e privados. Ainda de acordo com o Comando Nacional dos Bancários, os bancos tam-bém não avançaram em relação à participação nos lucros propondo a mesma regra da do ano passado: 90% do salário mais R$ 1.100,80, com teto de R$ 7.181. - Disseram não à reivin-

dicação de um reajus-te maior para o piso (o do ano passado foi de 16,3%) e a todas as propostas relacionadas à saúde, im das metas abusivas de venda de produtos e do assédio moral e segurança ban-cária, apesar das mortes em saidinhas de banco e seqüestros - informa a nota divulgada pela entidade. Os bancários reivindicam 12,8% de reajuste salarial (repo-sição da inlação mais 5% de aumento real), participação nos lucros de três salários mais R$ 4.500; piso de R$ 2.297,51 (salário míni-mo do Dieese), tíquete-refeição e vale-alimen-tação de um salário mínimo cada (R$ 545), plano de carreira, car-gos e salários e auxílio-educação.

Receita Federal alerta sobre correspondências fraudulentasA RECEITA Federal alertou que não envia cartas com pedido de regularização de da-dos cadastrais. O ór-gão também ressaltou que não se comunica com os contribuintes por meio de e-mail.

Segundo a Receita, pes-soas físicas e jurídicas têm recebido uma mensa-gem eletrônica intitulada Intimação Eletrônica de Débitos. O Fisco lembra que essa intimação é en-viada apenas por meio do Centro Virtual de Aten-

dimento ao Contribuinte da Receita <https://cav.receita.fazenda.gov.br/> (e-CAC). No caso das correspondências em pa-pel, a Receita alerta para o recebimento de uma carta denominada Intima-ção para Regularização de

Dados Cadastrais. Com códigos de barras em um dos lados, a corres-pondência se asseme-lha a avisos bancários e pede que contribuinte entre num endereço na internet que não perten-ce ao Fisco.

FMI pode não ter dinheiro suiciente para socorrer grandesO FUNDO Monetário Internacional pode não ter dinheiro suiciente para fornecer pacotes de resgate inanceiros para grandes econo-mias da zona do euro, disse a diretora-geren-

te da instituição, Christi-ne Lagarde. Ela disse que o FMI consegue cumprir com suas atuais obriga-ções, mas a situação pode mudar se a crise internacio-nal se agravar.

Publicamente, lideran-

ças políticas insistem que não há plano para uma moratória das Grécia, mas relatos sugerem que se es-tuda a possibilidade de o país não pagar suas dívidas e permanecer na zona do euro. Acredita-se que lide-

ranças europeias estão con-vencidas de que o caminho a ser trilhado é recapita-lizar os bancos e o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês)

O correspondente eco-

nômico da BBC Joe Ly-mam airma que a meta é aumentar o dinheiro que o EFSF disponibiliza para ajuda inanceira a bancos e membros de 440 bilhões de euros para 2 trilhões de euros. Lymam diz que

o plano permitiria ao Banco Central Eu-ropeu comprar mais bônus de Itália e Es-panha, evitando que estes países necessi-tem de um pacote inte-gral de ajuda.

Mantega pede irmeza ao FMI

O MINISTRO da Fazenda, Guido Mantega, cobrou uma “resposta irme” das auto-ridades econômicas para evitar que o mundo mergu-lhe em uma nova recessão. “Turbulência excepcional nos mercados inanceiros e coniança debilitada podem levar a uma nova recessão, especialmente nos Estados Unidos e na zona do euro”, disse Mantega em Washing-ton dia 24.

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Senadores propõem novo acordosobre os royalties do pré-sal

A MENOS de 15 dias da data marcada para a vota-ção do veto do ex-presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda Ibsen, que determina a divisão iguali-tária dos royalties do pré-sal entre todos os estados e municípios, o impasse per-manece no Congresso Na-cional. Na sexta-feira (23), três senadores protocola-ram projeto propondo uma nova divisão dos recursos oriundos da exploração do petróleo. Pela proposta, os senadores Francisco Dor-nelles (PP-RJ), Lindberg Farias (PT-RJ) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES) su-gerem que sejam atualiza-das as tabelas usadas para o cálculo da participação especial dos maiores po-ços produtores de petróleo, “em atenção ao princípio jurídico de que correções

monetárias não são altera-ções de contrato”.

Segundo Dornelles, apenas 4% dos campos de petróleo estão pagando participação especial devi-do aos “exagerados volu-mes de isenção” no país. Ainda de acordo com o senador, no início de 2011, conforme dados da Agên-cia Nacional de Petróleo (ANP), só 18 campos paga-ram participação especial e

sete deles concentram 96% do recolhimento total. “O meu projeto atende aos interesses dos estados não produtores, porque aumen-ta a participação especial e destinando o resultado des-sa elevação aos estados não produtores”, disse Dornel-les. Pelo proposta, acres-centou, os estados produ-tores não participaram do aumento.

Para Dornelles, a modi-

icação da base de cálculo para pagamento da partici-pação especial não repre-senta quebra de contrato. “As alíquotas são pratica-mente as mesmas, modii-ca-se a base de cálculo. O petróleo, quando foi deini-da a participação especial, custava US$ 10 [o barril]. Agora, custa ente US$ 80 e US$ 100. Então, se modi-ica a base de cálculo. Ou seja, leva em consideração o aumento do petróleo”. Perguntado se o Palácio do Planalto apoia o proje-to, Dornelles disse que “o governo está mais preo-cupado com as petroleiras do que com os estados não produtores. Meu projeto atende aos interesse dos estados produtores e não produtores e a proposta do governo atende às petrolei-ras”.

José Cruz ABr

Estimativa do mercado para inlaçãooicial tem sexto aumento seguido

A ESTIMATIVA de analis-tas do mercado inanceiro consultados pelo Banco Central para a inlação oicial este ano subiu pela sexta semana seguida. Desta vez, a projeção para o Índice Nacional de Pre-ços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,46% para 6,52%. Para 2012, as estimativas tiveram a quar-ta alta seguida, ao subir de 5,50% para 5,52%. A es-

timativa para o IPCA em 2011 supera o teto da meta de inlação de 6,5%. O cen-tro da meta é 4,5%. A ex-pectativa dos analistas para a taxa básica de juros, a Selic, continua em 11% ao inal de 2011 e em 10,75% ao ano, no im de 2012.

A pesquisa semanal do BC também traz projeções para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Eco-

nômicas (IPC-Fipe), que permanece em 5,77%, este ano, e em 5%, em 2012. A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponi-bilidade Interna (IGP-DI) subiu 0,01 ponto percentu-al, para 5,77%, em 2011, e para 5,06%, em 2012. No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa foi ajus-tada de 5,77% para 5,79%, este ano, e de 5,04% para

5,15%, em 2012.A estimativa dos ana-

listas para os preços admi-nistrados foi mantida em 5,60%, em 2011 e subiu de 4,55% para 4,57%, no próximo ano. Os preços administrados são aque-les cobrados por serviços monitorados, como com-bustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamen-to, entre outros.

Pedidos de registro de

marcasO NÚMERO de pedidos de registro de marcas deve atingir o recorde de 150 mil este ano, com aumento de 15% em relação a 2010, quando somaram 130 mil, segundo o diretor de Mar-cas do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), Vinicius Bogéa Câ-mara. Com a entrada em funcionamento da nova versão do sistema de de-pósitos de marcas online do Inpi, o e-Marcas 2.0, Câmara acredita que a ten-dência é aumentar ainda mais os pedidos de registro marcos. O novo sistema é voltado, sobretudo, aos micro, pequenos e médios empresários.

A atual versão online do sistema de depósitos de marcas icará disponível aos usuários até as 24h do dia 30 deste mês. O servi-ço se tornará indisponível no inal de semana seguin-te, para que a nova versão possa entrar em funciona-mento em 3 de outubro.

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