edição 75 - revista hospitais brasil

92
www.revistahospitaisbrasil.com.br OPME Governo amplia ações de combate à máfia das próteses Os avanços em programas de cirurgia robótica e sua viabilidade econômica OUTUBRO ROSA Nós apoiamos! Dicas para abrir uma clínica médica sem erros Seu hospital está fazendo certo? SUPLEMENTO ESPECIAL

Upload: publimed-editora

Post on 24-Jul-2016

287 views

Category:

Documents


19 download

DESCRIPTION

Nesta edição, um Suplemento Especial aborda Limpeza e Desinfecção Hospitalar. Também damos continuidade à polêmica que envolve as OPME. No Caderno eHealth_Innovation, leia sobre cirurgias robóticas. “Tratamento” foca em cuidados paliativos. E em “Negócios” temos dicas de como administrar uma clínica médica popular. A Revista Hospitais Brasil apoia a campanha Outubro Rosa!

TRANSCRIPT

Page 1: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

www.revistahospitaisbrasil.com.br

OPMEGoverno amplia ações de combate à máfi a das próteses

Os avanços em programas de cirurgia robótica e sua viabilidade econômica

OUTUBRO ROSANós apoiamos!

Dicas para abrir uma clínica médica sem erros

Seu hospital está fazendo certo?

SUPLEMENTO ESPECIAL

Capa.indd 1 16/10/2015 14:50:07

Page 2: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Editorial.indd 2 16/10/2015 14:54:24

Page 3: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Editorial.indd 3 16/10/2015 14:54:41

Page 4: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

SET-O

UT

4

Edito

rial

Bem no momento em que eu juntava as ideias para compor este editorial, surge a notícia da tão esperada

reforma administrativa, que atingiu também o Ministério da Saúde, com a nomeação de Marcelo

Castro para assumir a pasta em substituição a Arthur Chioro. Em que isso deve afetar o já conturbado cenário da Saúde no país? Ainda não sabemos. O jeito é mesmo

aguardar o desenrolar dos acontecimentos. Enquanto isso, vamos trabalhando...

Esta edição inaugura mais um diferencial oferecido aos leitores: um Suplemento Especial, que desta vez aborda Limpeza e Desinfecção Hospitalar. O objetivo é mostrar tendências, tecnologias, regulamentação,

além das novidades das empresas do segmento. E isso vai acontecer em cada edição, sempre com assuntos diferentes e importantes. Além de estar inserido na

revista, o suplemento terá uma tiragem extra, que será encaminhada especificamente aos profissionais ligados

a esse setor, em hospitais de todo o Brasil.

Entre os principais temas desta edição está a continuidade da polêmica que envolve as OPME. O

assunto é antigo, mas este ano a “máfia das próteses” ganhou repercussão. Na matéria, nossa jornalista

Carol mostra as ações do governo para tentar barrar as

Mudanças e mais mudanças...fraudes no fornecimento e uso desses materiais, além

da posição das entidades. Vale a pena conferir!

Já o Caderno eHealth coloca em foco as cirurgias robóticas, que abriram caminho para procedimentos

de altíssima complexidade. Porém, a incorporação tecnológica deve levar em conta os melhores resultados

clínicos e também a viabilidade econômica. Em “Cirurgias robóticas: um caminho sem volta”, falamos da importância dessa nova realidade e também sobre

os altos custos e a ausência de cobertura por parte dos planos de saúde nesses procedimentos.

Outro destaque é o do papel do profissional da saúde, que deve estar muito além do “curar”. Em “Tratamento”, especialistas mostram as diversas vertentes do assunto,

com destaque para os cuidados paliativos, que visam resgatar o olhar humano no cuidado com as pessoas.

E neste momento difícil que o país enfrenta, montar uma clínica médica popular pode ser uma saída, mas o

empreendedor deve avaliar muito bem se ela será viável e lucrativa. “Negócios” dá dicas de como administrar

esse empreendimento, oferecendo serviços de qualidade, com baixos custos e boa rentabilidade.

Finalizando, queremos comunicar que a partir de agora a Publimed está em novo endereço: Rua Marechal

Hermes, 482 – sala 4, no bairro de Santana, em São Paulo. Nossos telefones e contatos são os mesmos!

Ah... A RHB apoia a campanha Outubro Rosa, que está acontecendo em todo o Brasil!

Abraços e até a próxima!

Diretor GeralAdilson Luiz Furlan de Mendonç[email protected]

Diretora de RedaçãoVanessa Borjuca [email protected]

Diretora AdministrativaLeda Lúcia [email protected]

JornalistaCarol Gonçalves - MTb 59413 DRT/[email protected]

Redatora de Conteúdo WebLuiza Mendonça - MTb 73256 DRT/[email protected]

DiagramaçãoCotta Produções Grá� [email protected]

Imagem de capa cedida gentilmente pela Rede Placi, do Rio de Janeiro

Ano XII - Nº 75 - SET | OUT 2015Circulação: Outubro 2015A Revista Hospitais Brasil é distribuída gratuitamente em hospitais, maternidades, clínicas, santas casas, secre-tarias de saúde, universidades e demais estabelecimen-tos de saúde em todo o país.

A Revista Hospitais Brasil não se responsabiliza por conceitos emitidos através de entrevistas e artigos assinados, uma vez que estes expressam a opinião de seus autores e também pelas informações e qualidade dos produtos, equipamentos e serviços constantes nos anúncios, bem como sua regulamentação junto aos órgãos competentes, sendo estes de exclusiva respon-sabilidade das empresas anunciantes.

EXPEDIENTE

Não é permitida a reprodução total ou parcial de artigos e/ou matérias sem a permissão prévia por escrito da editora.

A Revista Hospitais Brasil é uma publicação da PUBLIMED EDITORA LTDA., tendo o seu registro arquivado no INPI-Instituto Nacional de Propaganda Industrial e Intelectual.

Rua Marechal Hermes da Fonseca, 482 – sala 402020-000 – São Paulo/SP

Tel.: (11) 3966-2000www.publimededitora.com.br

www.revistahospitaisbrasil.com.br

Gerentes de NegóciosMarcio Augusto [email protected]

Ronaldo de Almeida [email protected]

Assistente ComercialRafaela dos [email protected]

Representação comercial RJCoelho Comunicação(21) 2496-0051/[email protected]

Gerente de RelacionamentoAndréa Neves de Mendonç[email protected]

Design Grá� co e Criação PublicitáriaLilian [email protected]

A Santa Casa de Piracicaba, SP, é uma das insti tuições que está realizando ações para prevenir o câncer de mama, como parte da campanha Outubro Rosa 2015. Veja mais sobre o assunto na pág. 26.

EM ALTA

Editorial.indd 4 16/10/2015 14:54:42

Page 5: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

5

SET-O

UT

5

Editorial.indd 5 16/10/2015 14:54:43

Page 6: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Sum

ário

SET-O

UT

6

10 OPMEPara tentar barrar a “máfi a das

próteses”, governo anuncia conjunto de estratégias, incluindo um sistema de rastreamento de DMI

18 HB – HEVMCInsti tuição com perfi l de alta

complexidade é referência no Rio de Janeiro

20 HB – RIO NEGRONovo hospital recebe

investi mentos de R$ 31 milhões

20 DESTAQUESAs mais signifi cati vas

inovações para o setor

22 QUALIFICAÇÃOGoverno abre vagas para curso

de Medicina, mas enti dades de classe questi onam a qualidade da educação que será ofertada

26 SAÚDE DA MULHERProjeto Cereja uti liza tatuagem

como parte da reconstrução de mamas

28 DIAGNÓSTICOTeste em meio líquido é

altamente efi caz para identi fi car lesões de colo de útero

33 Limpeza e desinfecção, processamento de roupas,

controle do ar: seu hospital está fazendo certo?

53 RADIOLOGIALotus-X lança equipamento

com design exclusivo

54 TRATAMENTOCuidados paliati vos: muito

além do curar

58 SERVIÇOSAspectos fundamentais para

uma cafeteria hospitalar de sucesso

74 EQUIPAMENTOSExportar aparelhos médicos

pode auxiliar a enfrentar o atual cenário econômico

76 ENFERMAGEMMãe de Deus adota práti ca

assistencial baseada no relacionamento

78 NEGÓCIOSDicas para abrir uma clínica

médica sem cometer erros

82 OPINIÃOA realidade nua e crua dos

serviços de saúde públicos no Brasil

COLUNISTAS

16 CONSULTORIASaúde deve buscar

resultados “padrão Apple”, na opinião de José Cleber

32 JURÍDICOAs polêmicas do Cadastro

Nacional de Especialistas, por Sandra Franco

72 GESTÃOSegundo Genésio

Körbes, muitos hospitais ainda estão presos às origens e não amadureceram

• Combate às sequelas do AVC• Sistema híbrido contra o câncer• Seção ACONTECE• Amaral Carvalho amplia

capacidade• Programa de qualidade do IHC• Nova estrutura do Hospital Ônix • Hospital Lourdinha passa a

integrar a Rede D´Or São Luiz• Pequenos pacientes ganham

destaque no mês da criança• Criopreservação de oócitoswww.revistahospitaisbrasil.com.br

LEIA NO PORTAL E NO APLICATIVO

60 ROBÓTICAOs avanços em programas

de cirurgia robóti ca e sua viabilidade econômica

66 HOME CAREA importância da tecnologia

na atenção domiciliar

68 LITERATURA Glossário apresenta palavras-

chave em medicina preventi va

68 PESQUISAInternet das Coisas é apontada

como ferramenta que vai revolucionar o setor

70 CENTRO CIRÚRGICOCirurgia guiada por imagem

facilita identi fi cação de lesões

Sumário_1_pagina.indd 6 16/10/2015 14:55:52

Page 7: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

7

SET-O

UT

7

Sumário_1_pagina.indd 7 16/10/2015 14:55:54

Page 8: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Sum

ário

SET-O

UT

8

Sumário_1_pagina.indd 8 16/10/2015 14:55:55

Page 9: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

9

SET-O

UT

9

Sumário_1_pagina.indd 9 16/10/2015 14:55:56

Page 10: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

OPM

E S

ET-O

UT

10

O assunto é anti go, mas foi neste ano que a “máfi a das próteses” ganhou repercussão devido a denúncias veiculadas na televisão. A falta de regulação do setor de OPME (órteses, próteses e materiais especiais) tem dado margem a fraudes e cobranças de preços até 8,7 vezes maiores por um mesmo produto, sem falar nas cirurgias desnecessárias, apenas visando o lucro. A situação é extremamente séria, ilustrada por diversos casos desumanos, que mostram o descaso com a vida de milhares de pessoas, justamente em momentos de dor e sofrimento.

Por isso, no dia 8 de janeiro deste ano, os Ministérios da Saúde, Fazenda e Justi ça criaram o Grupo de Trabalho Interinsti tucional sobre Órtese e Prótese, por meio da Portaria nº 38. No período de 180 dias que o grupo esteve ati vo, foram realizadas 29 reuniões, com parti cipação e interlocução de diferentes representações de gestores de saúde para apresentar medidas que buscam corrigir irregularidades e inadequações desse mercado.

No dia 7 de julho, o Ministério da Saúde anunciou um conjunto de ações para tentar barrar fraudes no fornecimento e uso de OPME. A proposta é a criação de um sistema de rastreamento destes dispositi vos desde a produção até a implantação no paciente. A ideia é também criar normas para o uso desses itens pelos profi ssionais e unidades de saúde que trabalham nas áreas de ortopedia e cardiologia, em que foram identi fi cados o maior número de irregularidades.

Novas ideias e ações movimentam o setor

contra a máfia das próteses

Por Carol Gonçalves

Governo lança conjunto de medidas para tentar barrar fraudes no fornecimento e uso de órteses, próteses e materiais especiais. Entidades defendem fixação de preços, maior transparência nas negociações com fornecedores, aumento do controle sobre os valores no mercado e oferta de subsídios aos gestores na tomada de decisão.

Também serão implementadas iniciati vas de melhoria de gestão do SUS, como o início do envio de carta para o cidadão que realizou procedimento com DMI (dispositi vos médicos implantáveis), com a data de entrada na unidade de saúde, o dia da alta médica, o moti vo da internação e o valor pago pelo SUS pelo tratamento, além da defi nição de uma agenda permanente de trabalho do Denasus – Departamento Nacional de Auditorias do SUS para a realização de auditorias desti nadas à apuração de irregularidades no uso de DMI.

Sandra Franco, consultora jurídica especializada em direito médico e da saúde, conta que a suspeita de fraudes no setor é investi gada em duas CPIs no Congresso. Em uma delas, um relatório de 257 páginas propõe a tramitação de quatro projetos de lei para coibir as fraudes no mercado de implantes médicos. Os projetos trazem sugestões para modernizar a regulamentação do setor farmacêuti co, barrar práti cas comerciais abusivas e dar transparência à relação entre médicos e empresários.

Uma das mudanças sugeridas é a restrição das competências da Câmara de Regulação do Mercado. A proposta também altera o Código Penal para criminalizar a cobrança de vantagens na indicação de marcas específi cas de implantes, especifi camente no setor privado.

“Mais uma vez esperou-se que uma práti ca ilícita, bem conhecida nos basti dores do mercado, chegasse

OPME.indd 10 16/10/2015 14:59:43

Page 11: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

11

SET-O

UT

11

OPME.indd 11 16/10/2015 14:59:45

Page 12: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

OPM

E S

ET-O

UT

12

aos holofotes. São casos graves e que precisam ser investi gados, pois envolvem diretamente a saúde do paciente, que é sempre hipossufi ciente. Não se olvida de que a desconfi ança da palavra do médico, no mínimo, provoca desconforto, pois o paciente acredita nela para curar seu membro e ter uma melhor qualidade de vida. Sem confi ança, inexiste relação médico e paciente”, aponta.

O Governo Federal pretende aprovar o projeto de lei que propõe ti pifi car, dentro do crime de estelionato, os casos de fraudes envolvendo a indicação de próteses e órteses. “Porém, os casos denunciados já não confi gurariam tal crime quando há prejuízo de outros?”, questi ona Sandra.

O Conselho Federal de Medicina acredita que a solução para eliminar defi niti vamente possíveis irregularidades na comercialização desses arti gos é a criação de mecanismos para regular a práti ca, por meio da fi xação de preços, a chamada “precifi cação”. Na visão da enti dade, essa saída daria maior transparência nas negociações com fornecedores; aumento do controle do comportamento dos preços no mercado; oferta de subsídios aos gestores na tomada de decisão; e redução da possibilidade de lucros abusivos e exorbitantes, que abrem brechas para ati vidades ilícitas.

Em relação ao papel dos hospitais na luta contra as irregularidades, o Presidente do Conselho de Administração da Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados, Francisco Balestrin, considera necessária a criação de um ambiente em que as pessoas se sintam observadas e avaliadas, onde tudo possa ser medido, não só a produti vidade, mas também a qualidade da assistência, ou seja, o que cada profi ssional faz, e a implementação de mecanismos focados nos códigos de éti ca. Segundo ele, para isso ocorrer, as insti tuições devem adotar sistemas que auxiliem na identi fi cação e na elaboração de políti cas claras, que desesti mulem as ocorrências, além de um plano de ação ostensivo para antecipar situações de risco, corrigir e, principalmente, punir os desvios.

Balestrin também acredita que o tema não seja mais tabu e que as insti tuições estão percebendo a necessidade de se estabelecer relações comerciais e profi ssionais mais éti cas, para melhorar a efi ciência e a equidade do sistema de saúde.

Na opinião de Domingos Fonseca, Presidente da UniHealth Logísti ca Hospitalar, que presta serviços para insti tuições públicas e privadas de todo o país, o serviço de gestão de insumos e medicamentos é um meio bem efi caz para sanar os problemas com OPME. “A despeito do problema de índole dos envolvidos, muitas das ocorrências poderiam ser evitadas ou mais bem controladas com um efi ciente serviço de logísti ca hospitalar, cuja responsabilidade é gerir todo o fl uxo de materiais e medicamentos nas unidades de saúde, desde o momento em que são recebidos no centro de distribuição até chegar ao paciente”, afi rma.

Com o devido cadastro e identi fi cação com número de série dos produtos, tem-se o cruzamento de dados de cada paciente, com todas as especifi cações do material a ele desti nado, como procedência, lote, validade e indicação de uso, entre outros. O procedimento também garante localizar os pacientes em caso de necessidade de recall. “É essencial a implantação de sistemas de gerenciamento e rastreabilidade que combatam este mal crônico envolvendo as OPME, que tanto lesa o sistema de saúde, com consequências graves para todos”, conclui.

DIFERENÇA DE PREÇOSNo caso da grande diferença entre o preço fi nal do produto e o custo inicial, o Ministro Interino da Justi ça, Marivaldo Pereira, considera fundamental melhorar os efeitos de concorrência no setor para que se possa comparar valores e assim identi fi car onde há uma cobrança excessiva ou indevida. “Ao fi nal de tudo isso, devemos ter a questão puniti va, seja no âmbito administrati vo, seja no penal, que é o projeto que deve começar a tramitar no Congresso Nacional.”

Há ainda distâncias regionais de preço, em que um mesmo produto, como um marcapasso, pode custar entre 29 mil e 90 mil reais dependendo da região. Comparando com outros países, o valor desse produto no Brasil é mais de 20 mil dólares, enquanto em países da Europa pode ser adquirido perto de 4 e 7 mil dólares.

Esse cenário é decorrente também de algumas características deste mercado, como a grande variedade de produtos, a falta da padronização das informações e a ausência de protocolos de uso. Realidade que, segundo o relatório do GTI, induz atitudes oportunistas e beneficiam especialistas e fornecedores. Devido à complexidade das informações, a indicação desses materiais fica a cargo somente dos especialistas e fornecedores, excluindo o usuário da decisão. Trata-se ainda de um setor com mercados normalmente concentrados e com fornecedores exclusivos em determinadas regiões.

Segundo relatório publicado pela OMS – Organização Mundial de Saúde, há mais de 10.000 categorias de dispositi vos médicos em todo o mundo.

TRIBUTAÇÃODe acordo com análise publicada no Observatório Anahp 2015, outro ponto importante que deve ser analisado nas discussões sobre OPME é o sistema tributário brasileiro, formado por vários impostos e taxas que incidem sobre diferentes bases e com diversas alíquotas.

A tí tulo de simulação, vamos considerar um produto com preço de importação de R$ 4.000, regime de incidência de imposto cumulati va, quatro etapas de comercialização (importador, distribuidor regional, operador logísti co e hospital) e margem de distribuição de 20% em cada elo da cadeia, objeti vando custear as despesas administrati vas, de comercialização, logísti ca e o resultado da companhia. O valor fi nal de venda é R$ 13.908, o equivalente a 3,5 vezes o preço de importação, sendo a carga tributária efeti va fi nal de R$ 3.266.

OPME.indd 12 16/10/2015 14:59:46

Page 13: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

OPME.indd 13 16/10/2015 14:59:47

Page 14: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

OPM

E S

ET-O

UT

14

“Em virtude da baixa frequência de uti lização de OPME e especifi cidades, como tamanho e ti po adequados à necessidade do paciente, as compras desses materiais difi cilmente são realizadas em grandes quanti dades, reduzindo as possibilidades de desconto por volume. Além disso, as despesas de consignação, instrumentação, esterilização, os longos prazos de pagamento prati cados por operadoras de planos de saúde e a inadimplência também impactam nos custos”, mostra o documento.

Mais da metade dos produtores de dispositi vos médicos está concentrada nos Estados Unidos (56%). A Europa e o Japão também têm parti cipação importante no mercado, ambos com 18% dos fabricantes.

Em termos de volume fi nanceiro, nosso país está na 11ª posição no mercado de dispositi vos médicos, que, em 2012, movimentou cerca de R$ 7 bilhões. No Brasil, foram R$ 19,7 milhões, no ano passado.

IMPLICAÇÕES JURÍDICAS, CONTÁBEIS E TRIBUTÁRIASTailane Moreno Delgado, advogada e sócia da Amaral, Yazbek Advogados, explica que as negociações nos casos de OPME são formadas por três partes: fornecedores, operadoras de saúde e hospitais. Grande parte dos custos está concentrada no grupo de materiais de consumo, dentre eles, as OPME, que necessitam de especial atenção no momento de negociação, pois são produtos de alto custo.

“As empresas envolvidas nesse triângulo precisam atentar-se ao tema e estudar soluções estratégicas para regular a operação, a fi m de minimizar riscos e oti mizar resultados”, expõe a advogada.

Normalmente, a comercialização destes arti gos se dá de duas formas. Em uma delas, o fornecedor emite a nota fi scal diretamente contra a operadora de saúde a qual o paciente está vinculado, já que seria ela própria a adquirente dos produtos. Neste caso, o pagamento é feito direto ao fornecedor.

Na segunda, o fornecedor emite a nota fi scal diretamente contra o hospital, nos casos de pacientes parti culares e de determinadas operadoras. Neste caso, a insti tuição realiza o repasse dos valores para o fornecedor.

Nas duas hipóteses, o hospital disponibiliza o espaço fí sico, compreendendo depósito, armazenamento, administração, limpeza e esterilização dos produtos.

Assim, há duas realidades: a existência de prestação de serviços, consubstanciada na limpeza e esterilização dos produtos; e a cessão de espaço fí sico, compreendendo depósito, armazenamento e administração dos materiais.

“Tal diversidade acaba refl eti ndo diretamente na forma de tributação da operação. Na primeira, tem-se a incidência direta dos tributos sobre o faturamento (ISS, PIS e COFINS), além da adição à Base de Cálculo do IRPJ e da CSLL, caso seja confi gurada a existência de prestação de serviços consubstanciado na limpeza e esterilização dos produtos. Outra hipótese, se for considerado que há apenas uma cessão de espaço fí sico, há incidência de PIS e COFINS sobre o faturamento, além do IRPJ e da CSLL sobre o lucro”, explica.

Neste contexto, é preciso que os contratos sejam formalizados. As modalidades aplicáveis seriam o contrato de prestação de serviços, o contrato de cessão de espaço fí sico ou a fi gura

AJUDA DA TECNOLOGIA

Visando organizar o setor, a Inpart Saúde criou um sistema de gestão e compras de OPME que usa um banco de dados com informações de mais de 1.300 fornecedores e um total

de 320 mil materiais únicos, qualificados por fabricante, fornecedor, tipo de cirurgia, incluindo código de fabricante,

TUSS, descrições completas e consulta ao vencimento dos registros junto à Anvisa. Por ser 100% automatizado,

possibilita rápida montagem e solicitação de cotações, pedidos de materiais e de faturamento aos fornecedores,

em tempo real e com histórico completo. E, ainda, mantém o sigilo dos dados transacionados, ou seja, eles não

podem ser visualizados por outras empresas cadastradas. De acordo com Neto Carloni, Diretor da empresa, passa pelo sistema, mensalmente, mais de R$ 100 milhões de compras. “Um dos nossos clientes economizou 13% no

primeiro ano de utilização, o que equivale a R$ 1,1 milhão. Outro, no quinto ano de uso, poupou 5%, ou seja, mais de

R$ 2 milhões”, conta.

www.inpartsaude.com.br

das parcerias empresariais, que se enquadraria nos contratos atí picos, nos termos do arti go 425 do Código Civil.

Tailane explica que nas relações contratuais deve-se ter cuidado especial quando se envolve a administração pública, com recursos fi nanceiros provenientes do Sistema Único de Saúde. Isto porque, com o advento da Lei nº 12.846/2013 (anti corrupção), todas as pessoas jurídicas serão responsabilizadas objeti vamente, nos âmbitos administrati vo e civil, pelos atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira.

O arti go 5º da referida lei dispõe quais atos são considerados como lesivos. Dentre eles, estão a obtenção de vantagem ou benefí cio indevido em contratos e manipular ou fraudar o equilíbrio econômico-fi nanceiro dos contratos celebrados com a administração pública.

Outros riscos que podem ser gerados em virtude da má gestão jurídica das práti cas negociais com OPME são de natureza criminal, ou seja, os valores reti dos, a tí tulo de operações juridicamente não comprovadas, quando não declarados ou prestados de forma equivocada para fi ns de tributação, salvo exceções, caracterizam-se como sonegação fi scal, situação em que incorrerá nas sanções criminais e cíveis decorrentes.

“Portanto, considerando os aspectos jurídicos, tributários e contábeis, a solução proposta é a correta gestão jurídica da operacionalização existente, de modo que o instrumento contratual formalizado corresponda à práti ca”, encerra Tailane.

“É importante criar um ambiente em que as pessoas se sintam observadas e avaliadas, onde a produtividade e a qualidade da assistência possam ser medidas”

OPME.indd 14 16/10/2015 14:59:48

Page 15: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

15

SET-O

UT

15

OPME.indd 15 16/10/2015 14:59:50

Page 16: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Cons

ulto

ria S

ET-O

UT

16

Existe uma informação atual surpreendente: o lucro somado de todas as 321 empresas listadas na Bovespa foi de 11 bilhões de dólares no segundo trimestre de 2015. Já a gigante americana de tecnologia, Apple, lucrou 13,6 bilhões de dólares no mesmo período, quase 25% mais do que a elite empresarial brasileira inteira (Revista Exame, Edição 1097, número 17 – 16/09/2015).

Em arti go recente, sugeri que os gestores de saúde deveriam superar a crise por meio das variáveis controláveis e pela busca por resultados através de oportunidades, fl exibilidade e criati vidade. Esses gestores precisam saber que dirigem uma estrutura complexa de prestação de serviços voltados aos seres humanos, mas que também precisa ter resultados fi nanceiros positi vos para sobreviver.

Muitos líderes estão mais preocupados com resultados em curtí ssimo prazo, sem perceberem que eles aparecem naturalmente sempre que os objeti vos que perpetuam a boa assistência na insti tuição estão em primeiro plano. Quando falamos em uma “Apple”, destacamos que foi uma empresa criada com objeti vos claros de inovação, altos investi mentos em pesquisa e desenvolvimento, forjada a ferro quente por um líder pragmáti co, que perseverou na ideia de entregar os melhores produtos aos consumidores. Por que não nos inspiramos nisso para a área da Saúde?

A verdade é que bons princípios incomodam a muitos. Por exemplo, a Governança Corporati va, pois ninguém quer comparti lhar poder ou ser transparente de verdade, prestar contas e, muito menos, entregar para a sociedade uma insti tuição sustentável. Os egos não permitem que existam questi onamentos sobre verdades irrefutáveis de donos, presidentes ou sócios e, muitas vezes, os interesses confl itantes falam mais alto, só que de maneira escondida. E a nossa razão de ser, o paciente, vai fi cando em segundo lugar.

O que devemos fazer é manter o estabelecimento 100% disponível ao que se propõe: servir. Se o médico está sendo pago para atender no plantão ou no ambulatório, então ele tem que atender a todos, a toda hora. Se os serviços de análises clínicas e de suporte ao diagnósti co e tratamento são contratados para atuarem 24 horas, todos os dias do ano, os exames e procedimentos devem ser realizados o mais imediatamente possível e jamais serem deixados para amanhã ou para segunda-feira. Se existem enfermeiros e técnicos locados dia e noite em unidades de internação ou de suporte clínico, eles devem atender todas as necessidades dos pacientes, sem questi onar supostos direitos, já que o maior deles é o de ser atendido quando necessário. Embora isso pareça óbvio, sabemos que não

O caso da Apple e a Saúde

é assim que acontece. Alguém tem que se indignar e ter coragem para mudar.

A atual conjuntura deve ser encarada como uma proposta de mudança de ati tude e como um marco para fazer diferente. Vamos citar um exemplo na área de Tecnologia da Informação, que trata da interoperabilidade na saúde. Existem vários sistemas, ou “tentati vas” de integração de informações, como o PRC – Padronização de Registros Clínicos; o SCNS – Sistema Cartão Nacional de Saúde; o TISS – Troca de Informações para a Saúde Suplementar; o TUSS – Terminologia Unifi cada da Saúde Suplementar e muitos outros que usam como base sistemas já existentes, como o CID – Classifi cação Internacional de Doenças; o SINASC – Sistema de Informações de Nascidos Vivos; o CIH – Central de Internação Hospitalar; a CBHPM... a Tabela AMB... o SIH, o SIA... e mais uma série de siglas que tentam se encontrar, mas estão sempre distantes. Junto a este emaranhado de letrinhas, cada organização possui o seu SIG – Sistema de Informações Gerenciais, que tem como fonte de informações os ERPs, BIs e outros. E toda essa colcha de retalhos tenta conversar com enti dades muito diferentes: hospitais privados, públicos e fi lantrópicos, unidades básicas de saúde, laboratórios, serviços de imagem, home cares, cooperati vas, clínicas, medicinas de grupo, seguradoras, enti dades, agências regulamentadoras, ministérios e secretarias, dentre outros players. Entretanto, nem sempre a prioridade é a defi nição de processos e protocolos que melhorem a assistência. Sempre existem interesses corporati vos que impedem que os recursos de TI se voltem aos pacientes. Como reunir informações para uma anamnese melhor a parti r da história clínica do paciente? Como juntar informações de outros locais por onde ele já passou? Como evitar a repeti ção de exames desnecessários? Como somar dados capazes de evitar cirurgias e procedimentos?

O custo social por uma assistência que não uti liza bem as informações é absurdo e afeta áreas inimagináveis, como a mobilidade urbana: quantas pessoas se deslocam atrás de um pedido médico ou de um exame que terá 60% de resultados negati vos e que talvez nunca será visto pelo médico? Ou, qual é o custo empresarial em repor horas e processos perdidos por funcionários afastados sem necessidade? Ou ainda, os dramas familiares que envolvem parentes e amigos, com preocupações que se referem a uma doença inexistente?

Estes exemplos mostram que devemos buscar resultados “padrão Apple” na área da Saúde, mas isso não se constrói do dia para a noite: exige coragem, muitos esforços, visão de longo prazo e comprometi mento com a vida, nossa maior razão de ser.

José Cléber do Nascimento CostaAdministrador Hospitalar, Diretor Geral da Ricel, empresa

especializada em consultoria na área da Saúde e Diretor Técnico da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar

[email protected]

Consultoria.indd 16 16/10/2015 15:00:44

Page 17: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Consultoria.indd 17 16/10/2015 15:00:45

Page 18: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Hosp

itais

do B

rasil

SET-O

UT

18

O Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans (HEVMC), localizado em Nilópolis, RJ, acaba de completar 9 anos, ofertando serviços que são referência aos usuários do sistema público de saúde. A instituição mantém o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), disponível a pacientes que necessitam de assistência rápida e altamente especializada. Nele, as mais de 100 pessoas assistidas por ano contam com equipe exclusiva, sala própria para banho e um espaço com sete leitos equipados para receber enfermos graves.

Outro diferencial é o serviço de odontologia, que realiza mais de 550 atendimentos ambulatoriais e cirúrgicos mensais. Os pacientes possuem doenças crônicas, como diabetes, hipertensão ou cardiopatias, são gestantes, idosos ou crianças, todos portadores de necessidades especiais ou internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Muitas vezes, para o tratamento dentário, esses pacientes precisam receber anestesia geral, com a participação de um médico anestesista, o que demanda uma estrutura especial.

Mais um serviço que merece destaque é o exame de colonoscopia, que auxilia na identificação de tumores de intestino e no diagnóstico precoce de doenças inflamatórias, que, quando tratadas preventivamente, podem evitar o surgimento do câncer, que atualmente encontra-se em terceiro lugar entre os tipos mais recorrentes no país, segundo o INCA. A unidade realizada cerca de 20 exames por mês.

O HEVMC conta também com maternidade de alto risco, com média de 150 partos por mês. Já no setor cirúrgico

HEVMC completa 9 anos e é referência na rede estadual do RJ

ocorrem procedimentos gerais, proctológicos e urológicos, prostatectomia suprapúbica (indicada para pacientes com aumento de próstata ou com tumor), cirurgia vascular (tratamento de varizes e doenças vasculares periféricas), plásti cas específi cas para enxertos de pele no tratamento de queimados, com atuação também em ginecologia.

“É motivo de orgulho para toda a equipe oferecer assistência em saúde de qualidade reconhecida, priorizando a segurança dos pacientes. Aqui, recebemos não só moradores da Baixada Fluminense, mas de todo o estado e contribuímos, com isso, para melhorar o acesso à população aos serviços especializados”, explica o Diretor, Carlos Alberto Pereira de Moura.

BOA GESTÃO E SATISFAÇÃOA unidade realiza constantemente pesquisas de satisfação junto aos pacientes e acompanhantes. A última, feita em junho, com 496 pessoas, indicou que 100% consideraram a assistência recebida como sendo ótima ou boa.

Desde abril de 2012, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro vem reorientando o modelo de gestão e

atenção à saúde no estado, com o intuito de melhorar a prestação dos serviços e a satisfação do usuário. A implementação dessa nova forma de administração tem como objetivos reduzir custo, melhorar a gestão e garantir um atendimento de qualidade à população.

O Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans é gerenciado pela Organização Social de Saúde Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (OSS HMTJ), que fornece todos os recursos humanos e materiais necessários ao seu adequado funcionamento, obedecendo aos parâmetros e diretrizes estabelecidos pela Secretaria.

Por se tratar de uma entidade com perfil de alta complexidade, os pacientes são atendidos por encaminhamento, após passarem pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios.

Maurício Bazilio/Ascom SES

Hospitais do Brasil.indd 18 16/10/2015 15:03:23

Page 19: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

19

SET-O

UT

19

Hospitais do Brasil.indd 19 16/10/2015 15:03:26

Page 20: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Hosp

itais

do B

rasil

SET-O

UT

20

Com mais de 3 milhões de usuários, o Hapvida é a maior operadora do Norte e Nordeste em quanti dade de clientes, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os números superlati vos mostram o sucesso de uma estratégia baseada na gestão direta da operação e constantes investi mentos: são mais de 16 mil colaboradores diretos nas 209 unidades, sendo 20 hospitais, 70 clínicas, 15 prontos atendimentos, 55 centros de diagnósti co por imagem e 49 laboratórios com diversos postos de coleta distribuídos nos 11 estados onde atua.

A operadora inaugurou em julho últi mo um dos maiores e mais completos hospitais de Manaus, AM, localizado no centro da cidade, com a intenção de ampliar o atendimento aos mais de 150 mil usuários que mantém no estado.

Foram investi dos R$ 31 milhões na construção do Hospital Rio Negro, que é dotado de cinco pavimentos e 108 leitos, urgência e emergência ambulatorial 24 horas, unidade oncológica, UTI adulto, hemodiálise e hemodinâmica, além de serviços especializados de diagnósti cos, como tomografi a, endoscopia, colonoscopia e ultrassonografi as.

“O Hospital Rio Negro foi projetado para se tornar referência em cardiologia e neurologia no estado, e é o maior e mais moderno hospital da Hapvida no Amazonas, que é uma das únicas operadoras que investe na região. O nosso compromisso não é apenas com o negócio, mas também com a missão de oferecer saúde a todos”, explicou Candido Pinheiro Júnior, Vice-Presidente do Hapvida.

O Prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, também parti cipou da inauguração e salientou: “Aqui foram investi dos mais de R$ 30 milhões, o que signifi ca que, mesmo diante da crise e da recessão econômica que o país enfrenta, Manaus ainda se mostra uma cidade próspera. Também estão sendo criados, inicialmente, 300 a 400 empregos, o que faz com que, sem nenhuma dúvida, essa inauguração represente uma importante contribuição não apenas para a saúde, mas para a geração de renda na nossa cidade”.

Hospital Rio Negro é inaugurado em Manaus, com investimentos de R$ 31 mi

1O TCI1000 é o termômetro clínico infravermelho sem contato da Incoterm Soluções em Medição. Segundo a coordenadora de Marketi ng e Vendas, Ana Paula Marquiorett o, trata-se do primeiro do Brasil a detectar a temperatura exata do paciente. O produto dispõe de um sensor que emite um sinal sonoro e luminoso, informando a distância correta para medição. Conta, ainda, com capacidade de memória para as 10 últi mas medições e display luminoso, o que facilita a visualização. Além disso, oferece agilidade e prati cidade, medindo a febre em apenas

um segundo.www.incoterm.com.br l (51) 3245-7100

Termômetro clínico infravermelho

Soluções em Medição. Segundo a coordenadora de Marketi ng e Vendas, Ana Paula Marquiorett o, trata-se do primeiro do Brasil a detectar a temperatura exata do paciente. O produto dispõe de um sensor

um segundo.

2Com 16 anos, a PromoPress é uma gráfi ca off set e digital que oferece soluções em impressão de folders, pastas e envelopes, entre outros. Contando com profi ssionais com

mais de 29 anos de experiência, tem experti se no segmento médico/hospitalar, prestando um serviço adicional à produção, chamado de Outsourcing Gráfi co Hospitalar. Com uma área total de aproximadamente 1.400 m2 e uma equipe com mais de 60 colaboradores, a empresa é responsável pela impressão do material, seu estoque e controle. Os pedidos são recebidos, separados, embalados e entregues por centro de custo, através de uma logísti ca [email protected] l (11) 3126-3126

Materiais impressos e logísti ca de distribuição

Em um mundo cada vez mais automati zado, oferecer um serviço humanizado e dedicado faz toda a diferença. É isso que a Cremer vem buscando através de um inovador conceito de relacionamento com os hospitais, o Experiência Cremer. A proposta é reduzir as despesas no pacote de produtos

adquiridos, já que o portf ólio da empresa corresponde a 35% dos descartáveis consumidos pelas insti tuições de saúde. Para diminuir os custos de armazenagem, a companhia também oferece entregas programadas, 30 dias de estoque de segurança em Centro de Distribuição próprio e prazo de pagamento de até 120 dias.www.cremer.com.br l contratoscorporati [email protected]

Novo conceito de relacionamento com os hospitais

3De

staq

ues

Hospitais do Brasil.indd 20 16/10/2015 15:03:28

Page 21: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

21

SET-O

UT

21

Hospitais do Brasil.indd 21 16/10/2015 15:03:29

Page 22: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Qua

lifi c

ação

SET-O

UT

22

A educação médica voltou à discussão recentemente após o Governo Federal anunciar a abertura de 2.290 vagas de graduação em 36 municípios do país como parte da estratégia do Programa Mais Médicos.

Para o Ministro da Educação, Renato Janine, os resultados virão em longo prazo. “Haverá o acompanhamento do Ministério da Educação para garanti r a qualidade do processo em todas as etapas. A população senti rá os efeitos no futuro com a formação desses profi ssionais”, destacou.

A seleção das cidades que receberão os cursos ocorreu em 2014 e obedeceu a critérios que garantem a expansão do ensino médico para regiões prioritárias. Todas as cidades selecionadas têm 70 mil habitantes ou mais e não contam com graduação na área. Elas estão localizadas em 11 estados de quatro regiões, no interior e áreas metropolitanas, sendo que nenhuma delas é capital. Na seleção, foram levadas em conta a necessidade social do curso, a estrutura da rede de saúde para realização das ati vidades práti cas e a capacidade para abertura de programa de residência médica.

“Formar médico vai deixar de ser privilégio de família de gente bem colocada na sociedade. Como vimos na solenidade dos dois anos do Mais Médicos: uma estudante de Medicina, fi lha de lavradores, fazendo faculdade na Universidade Federal de Caicó”, disse o até então Ministro da Saúde, Arthur Chioro.

No entanto, a notí cia não foi bem vista pelas enti dades representantes do setor. Segundo Antonio Carlos Lopes, Presidente da SBCM – Sociedade Brasileira de Clínica Médica, essas escolas só visam o lucro, sem o menor compromisso com a formação. “Só se aprende Medicina ao lado de quem sabe. Além disso, deve ser valorizada a educação e não simplesmente a escolaridade, que é apenas um fator muito pequeno nesse contexto. Educar signifi ca preparar o indivíduo para a profi ssão e para a vida, dentro da construção de valores e cidadania, não apenas transmiti r informações. Enfi m, o quadro é assustador, além de desalentador, em parti cular para as próximas gerações, que estarão nas mãos de péssimos médicos”, escreve em arti go. De acordo com ele, correremos riscos frequentes enquanto a quanti dade de profi ssionais for o centro da discussão, e não a qualidade da formação.

O Cremesp – Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo evidenciou a necessidade de ações urgentes para coibir a formação insufi ciente nas escolas médicas. Há 10 anos, a enti dade avalia os recém-formados por meio de exame de fi nal de curso, realizado pela Fundação Carlos Chagas, que uti liza uma metodologia cientí fi ca para avaliar conhecimentos básicos. Em 2014, submeteram-se ao exame 3.359 recém-formados. Dos 2.891 inscritos de São Paulo, 55% ti veram média de acerto inferior a 60% ao conteúdo apresentado. Entre os novos médicos de outros estados, a reprovação foi de 63,2%.

De acordo com a enti dade, um médico mal formado, além de colocar em risco a vida e a saúde das pessoas, torna-

Quantidade x qualidade no ensino médico no Brasil

Por Carol Gonçalves

se mais um problema, de duração prolongada, para o já caóti co sistema de saúde.

Na avaliação do Presidente da APM – Associação Paulista de Medicina, Florisval Meinão, a medida do governo é uma irresponsabilidade. “Nestas cidades, certamente não existem docentes sufi cientes, não há hospital-escola com vocação para o ensino.”

Carlos Vital, Presidente do CFM – Conselho Federal de Medicina, também criti cou a medida. “É fundamental compreender que essa interferência autoritária nos processos de ensino e formação médica não resolve a crise da assistência à Saúde e de que a persistência desses equívocos resultará em danos irreparáveis à sociedade, ao prestí gio da Medicina e ao bom conceito daqueles que a exercem”, declarou.

Ele defende que, ao invés de fomentar a expansão de novos cursos, o governo assuma a responsabilidade de oferecer condições de trabalho, equipe multi profi ssional, rede de referência e contrarreferência, possibilidade de progressão funcional e de acesso a cursos de educação conti nuada. “Para o médico, uma das principais soluções para a fi xação em áreas de difí cil provimento é a criação de uma carreira essencial de estado para a categoria dentro do SUS, que asseguraria vínculo estável – por meio de concurso – e uma remuneração compatí vel com a formação e a dedicação exclusiva”, acrescenta.

Um estudo elaborado em 2012 pelo ex-secretário de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde e Professor da Universidade de São Paulo, Milton Arruda, feito com base no tamanho da população brasileira e de médicos, dentre outros aspectos, mostrou que não seria necessária nenhuma nova medida além das que já foram tomadas para ampliar o número de profi ssionais no país nos próximos anos. “Sem qualquer nova medida, em aproximadamente 15 anos já teríamos 4,4 médicos por mil habitantes, taxa superior a qualquer país no mundo”, lamenta Vital.

O Presidente do CFM lembra, ainda, que, de acordo com números divulgados no fi m de 2014 pelo próprio Ministério da Educação, de 154 cursos de Medicina já em ati vidade e avaliados, 27 (17,5%) receberam nota “dois” no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador de qualidade das graduações, no qual são levados em consideração fatores como ti tulação dos professores e infraestrutura. Em outras palavras, tais cursos foram classifi cados como insati sfatórios.

Qualificação.indd 22 16/10/2015 15:04:08

Page 23: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Qualificação.indd 23 16/10/2015 15:04:09

Page 24: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Qua

lifi c

ação

SET-O

UT

24

em três anos. A assinatura do convênio para o início das ati vidades aconteceu no dia 19 de junho.

RADIOGRAFIAO CFM divulgou em agosto uma radiografi a das escolas médicas brasileiras com o objeti vo de fornecer à sociedade condições de analisar o processo de ensino-aprendizagem, sendo úti l também aos órgãos de controle e avaliação interessados em assegurar a boa formação. Para elaborá-lo, a enti dade levou em consideração os números mais recentes (disponíveis de maio a julho de 2015) das seguintes bases: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, Sala de Apoio à Gestão Estratégica do Ministério da Saúde, Sistema de Informação da Atenção Básica e Insti tuto Brasileiro de Geografi a e Estatí sti ca. Também foram analisadas como fontes: Diário Ofi cial da União, documentos do Ministério da Educação e sites especializados, como o Escolas Médicas do Brasil.

As principais conclusões do levantamento são:

• Do início de 2003 a 2015, a quanti dade de cursos parti culares de Medicina no Brasil mais do que dobrou em relação ao ritmo de abertura de estabelecimentos públicos.

• O número de escolas privadas passou de 64 para 154, enquanto no mesmo período as unidades de gestão estatal subiram de 62 para 103.

• Em números totais, o volume de escolas médicas no Brasil também mais que dobrou, saltando de 126 cursos (públicos e privados) para os atuais 257, que respondem pelo preparo de 23 mil novos médicos todos os anos.

• Do total de 257 cursos em ati vidade no país, 69% estão nas Regiões Sudeste e Nordeste.

• As escolas estão distribuídas em 157 cidades brasileiras, sendo que a maioria (55%) dos cursos tem sede em apenas 45 municípios.

• Os estados de São Paulo e Minas Gerais concentram um terço das insti tuições. Entre as parti culares, o valor médio das mensalidades está em R$ 5.406,91. Contudo é possível encontrar outras que vão de R$ 3.014,00 a R$ 11.706,15.

• Em julho deste ano, 36 municípios foram considerados aptos para receber novos cursos, sendo que 32 (89%) deles estão concentrados nos seis estados com maior número de escolas.

• Com os últi mos editais do Governo Federal, a esti mati va é o país chegar ao número de 315 insti tuições até o fi nal de 2016, caso todas passem efeti vamente a funcionar.

• Entre 2013 e julho de 2015, 42 municípios receberam novas escolas. Sessenta por cento destes municípios não atendem à exigência de no mínimo cinco leitos por aluno e 18 destes não respeitam a proporção ideal de até três alunos por ESF – Equipe de Saúde da Família.

• Das 157 cidades com escolas médicas no país, 74 não dispõem de leitos em quanti dade necessária por aluno e 68 não atendem a proporção ideal de alunos por ESF.

• Atualmente existem 200 HE – Hospitais de Ensino habilitados no país. Dos 36 novos cursos autorizados em julho, apenas seis possuem ou estão inseridos em Regiões de Saúde que possuem um HE.

• Dos 157 municípios que atualmente têm escolas médicas, 88 não possuem nenhum hospital habilitado. Nestas cidades, são fi rmados convênios com insti tuições “com potencial para hospital de ensino”.

Segundo os resultados do exame do Cremesp 2014, 55%

dos inscritos de São Paulo tiveram média de acerto inferior a 60%.

Entre os recém-formados de outros estados, a reprovação foi de 63,2%.

AVALIAÇÕESDe olho na qualidade da assistência oferecida aos pacientes, hospitais e planos de saúde estudam adotar a nota do provão do Cremesp como um dos critérios para a contratação de médicos. Faculdades como a USP e a Unifesp também planejam usar a nota do exame na seleção da residência médica.

A ideia do conselho é se aliar aos empregadores para tentar barrar o ingresso dos “repetentes” no mercado de trabalho. “É uma maneira de proteger a população. Eles estão errando coisas muito básicas”, afi rma o Presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho.

Outra tentati va da enti dade é exportar o modelo do exame no fi nal do curso para outros conselhos médicos do país – ao menos cinco deles já esti veram em São Paulo conhecendo o provão.

Com relação à avaliação dos cursos de Medicina, o CFM e a Abem – Associação Brasileira de Educação Médica lançaram o Saeme – Sistema de Acreditação de Escolas Médicas, que deverá ati ngir, no primeiro ano, 20 insti tuições de ensino do país.

“Os números atuais apontam a existência de 252 cursos de Medicina, que, por ano, oferecem vagas para 22.778 novos estudantes. Há ainda outros a serem autorizados pelo governo sem a observação de parâmetros essenciais para o seu funcionamento. Não tenho dúvidas de que algo consistente precisa ser feito para a sociedade não fi car à mercê de políti cas de interesses menores e de infl uências empresariais”, frisou o Presidente do CFM, Carlos Vital.

Milton de Arruda Marti ns e Patricia Zen Tempski, Professores da FMUSP – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explicaram que a ideia é que o Saeme seja totalmente independente dos governos federal, estadual ou municipal. “A avaliação externa dos cursos de Medicina é um componente fundamental para aferir qualidade e desenvolver excelência na oferta de ensino. O modelo de avaliação exclusivamente estatal do Brasil é uma exceção no mundo desenvolvido”, destacou Marti ns, que é coordenador técnico da proposta.

A meta é que o sistema esteja plenamente implantado

Qualificação.indd 24 16/10/2015 15:04:10

Page 25: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

25

SET-O

UT

25

Qualificação.indd 25 16/10/2015 15:04:12

Page 26: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Clim

ati z

ação

SET-O

UT

26

O ambulatório de Mastologia do Hospital São Paulo, conhecido como Casa da Mama, iniciou em maio deste ano um trabalho que busca devolver a autoesti ma a pacientes que passaram pelo processo de tratamento do câncer e de reconstrução da mama: o Projeto Cereja.

“Ele consiste na reconstrução da aréola da paciente por meio da tatuagem, uma medida que faz com que a mulher reconheça novamente sua mama, desenvolvendo sua confi ança após um procedimento tão delicado. Como essa é a últi ma etapa do processo, literalmente é a cereja do bolo”, afi rma Simone Elias, Coordenadora do ambulatório.

A esteti cista especializada em micropigmentação Viviane Bati sta decidiu dedicar parte de seu tempo à ati vidade, de forma voluntária, após ajudar uma amiga que passou por essa situação. “Quando foi sugerida a tatuagem, ela disse que apenas faria se eu realizasse o procedimento. Resolvi ajudar outras pessoas após ver o impacto desse ato na vida dessas mulheres”, afi rma.

O ambulatório de Mastologia do Hospital São Paulo, unidade vinculada à Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), oferece atendimento totalmente gratuito pelo SUS, realizando procedimentos diferenciados, como biópsia a vácuo, mais precisa para o caso de calcifi cações suspeitas na mamografi a.

“Nosso sistema de atendimento visa oti mizar o diagnósti co do câncer de mama, permiti ndo, na maioria das vezes, defi ni-lo no mesmo dia da consulta”, complementa Simone. São realizados, em média, 1.000 atendimentos mensais, como consultas médicas, de fi sioterapia e grupos de acolhimento com familiares. Ainda são feitas cerca de 500 mamografi as, 100 biópsias e 25 cirurgias mensalmente.

Durante o Outubro Rosa, mês da conscienti zação sobre o câncer de mama, o ambulatório de Mastologia parti cipou de vários muti rões de mamografi a realizados em São Paulo por parceiros da insti tuição.

Projeto utiliza tatuagem como parte da reconstrução de mamas

ESPECIAL OUTUBRO ROSA

A Publimed Editora apoia as ações

do Outubro Rosa e dedicou uma

página exclusiva no Portal Hospitais Brasil para divulgar

as ações que diversas empresas

e insti tuições realizam em prol

do movimento. Confi ra no link goo.gl/bwtC6v

Saúd

e da

mul

her

Saude da MUlher.indd 26 16/10/2015 15:13:24

Page 27: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

27

SET-O

UT

27

Saúd

e da

mul

her

Saude da MUlher.indd 27 16/10/2015 15:13:25

Page 28: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Diag

nósti

co

SET-O

UT

28

O câncer do colo do útero, também chamado de cervical, é causado pela infecção persistente por alguns ti pos do HPV – Papilomavírus Humano. É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

No Pará, o Lacen, laboratório vinculado à Secretaria da Saúde, é referência em exames para revelar lesões de colo de útero, que podem mostrar os primeiros sinais do câncer. Segundo o Inca – Instituto Nacional do Câncer, o estado deve registrar entre os anos de 2014 e 2015 cerca de 830 casos de câncer desse tipo, sendo 260 em Belém.

Quando diagnosti cada precocemente, a paciente tem 90% de chance de cura sem sequelas do tratamento. A lesão uterina pode ter várias origens, como bactérias, fungos e vírus, sendo mais comum o vírus do HPV. “Verifi camos vários ti pos de agentes nas lâminas que são enviadas ao laboratório, e o HPV é um dos mais recorrentes, por isso a importância do exame e do diagnósti co correto. Um dos diferenciais dos exames feitos no Lacen é que ele é o único laboratório público no Pará que faz a metodologia chamada de ‘meio líquido’, que auxilia na análise de lâminas mais exatas”, explica a Chefe da Divisão de Biologia Médica, Patrícia Sato Barros.

O meio líquido ou citologia líquida torna a leitura e a confecção das amostras mais claras e efi cazes. A coleta do material das pacientes é enviada em um recipiente contendo um conservante, para manter a integridade celular. No Lacen, é confeccionada a lâmina em um equipamento específi co, para posterior análise.

“Com este processo, o número de amostras rejeitadas por esfregaço purulento e hemorrágico diminuiu, pois o aparelho fi ltra este ti po de artefato, tornando a leitura mais exata”, explica Ana Nízia Aragão, farmacêuti ca bioquímica do laboratório.

O Lacen recebe amostras do exame Preventivo de Câncer de Colo de Útero (PCCU) de 38 municípios do

Teste em meio líquido é altamente eficaz para identificar lesões de colo de útero

Pará, entre eles, Portel, Abaetetuba, Salinópolis e Igarapé-Açu. “Eles nos encaminham a solicitação de exames, avaliamos e depois recebemos as amostras. Em seguida, são feitas as análises, com resultados em até 30 dias. O tempo de entrega dos exames, a produção de lâminas (15 mil por ano) e o índice de exames positivos nos mantêm entre os indicadores de qualidade exigidos pelo Inca e pela Portaria 3.388, da QualiCito (Qualificação Nacional em Citopatologia), do Ministério da Saúde, para prevenção do câncer do colo do útero”, explica a farmacêutica bioquímica Cristiane Shibata.

THINPREPUm dos testes de meio líquido disponíveis no mercado é o ThinPrep, fornecido pela Kolplast. Segundo Benedito Fitti paldi, Diretor Geral da empresa, essa metodologia se difere pela forma de coleta e preparação da lâmina para análise. “É muito mais segura e confi ável que a convencional, além de ser a mais uti lizada em diversos países e autorizada pela Anvisa”, salienta.

Em uma só amostra é possível realizar diversos outros exames de biologia molecular, como captura híbrida para HPV e perfi l de pílula. Vários arti gos cientí fi cos apontam um incremento signifi cati vo na detecção de lesões intraepiteliais cervicais quando se compara o ThinPrep com métodos convencionais de citologia. “Vale lembrar que o teste foi rotulado pelo Food and Drug Administrati on (FDA) como melhor método para detecção e classifi cação de lesões glandulares”, acrescenta.

Nos Estados Unidos, cerca de 80% dos exames preventi vos são realizados por essa metodologia. No Reino Unido, a citologia convencional foi abolida do setor de saúde público e passou-se a uti lizar o ThinPrep Pap Test. É importante ressaltar que hoje no Brasil existem mais de 100 laboratórios com esse método implantado.

Entre os seus benefí cios, estão: aumento na detecção de doenças, redução dos falsos negati vos, melhora na qualidade da amostra, custo-benefí cio e capacidade de realizar exames adicionais, aproveitando a mesma amostra para o exame de prevenção.

www.kolplast.com.br l (11) 4961-0900

“Em uma só amostra é possível realizar diversos outros exames de biologia molecular, como captura híbrida para HPV e perfil de pílula”

Diagnóstico.indd 28 16/10/2015 15:14:20

Page 29: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Diagnóstico.indd 29 16/10/2015 15:14:22

Page 30: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Diag

nósti

co

SET-O

UT

30

Diagnóstico.indd 30 16/10/2015 15:14:23

Page 31: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

31

SET-O

UT

31

Diagnóstico.indd 31 16/10/2015 15:14:25

Page 32: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Juríd

ico

SET-O

UT

32

A criação do Cadastro Nacional de Especialistas foi cercada de polêmica, principalmente na negociação entre o Governo Federal e as enti dades médicas. Entretanto, se o novo decreto é apenas uma forma de reunir, em um só documento, o número de médicos especialistas no país e o local onde eles clinicam, por que tanto barulho?

Mas existem dados sobre a quanti dade de especialistas nesse momento? Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, há signifi cati va divergência entre os números apresentados pelas insti tuições.

Em levantamento sobre o número de oft almologistas na região Sudeste, por exemplo, o total desses especialistas, segundo o conselho brasileiro da categora, é de 9.821. Já o Conselho Federal de Medicina apresentou 5.170; o Cadastro Nacional de Residência Médica, 1.902; e o Conselho Nacional de Especialistas, 6.106. A variação CBO x Demografi a do CFM é de 89,9%, ou seja, a justi fi cati va do Ministério da Saúde possui fundamento, mas o decreto seria mesmo necessário para tornar os dados fi áveis?

O Decreto 8.497/1 foi publicado em julho como complemento à lei do Mais Médicos (Lei 12.871), causando mal estar na classe médica, ou melhor, para aqueles profi ssionais que viram no texto do novo decreto uma forma de fl exibilizar a concessão de tí tulos de especialistas. Assim, depois de uma negociação “quente” entre enti dades médicas e representantes do Ministério da Saúde, foi publicado no Diário Ofi cial da União do últi mo dia 11 de setembro o Decreto 8.516/15, que substi tuiu o 8.497. Para as associações, o documento original dava espaço para que o governo alterasse a concessão de certi fi cados de especialidades, o que poderia resultar em uma queda da qualidade da formação de especialistas. Os médicos criti caram também a possibilidade, prevista no decreto original, de criar equivalência entre residência médica (curso essencialmente práti co) e mestrado e doutorado – cursos de caráter teórico.

Há que se registrar, entretanto, que vários cursos de pós-graduação de excelente qualidade funcionam com o aval do Ministério da Educação, sem, contudo, serem reconhecidos pelas enti dades médicas. Ocorre que, se a pretensão do Ministério da Saúde é aumentar o número de especialistas, bastaria que as enti dades médicas exercessem também seu controle de qualidade de ensino sobre essas insti tuições, propondo requisitos básicos sem os quais não haveria o aval do CFM, da AMB e das sociedades de especialidades, tal como ocorre com relação aos cursos de residência médica por meio de sua comissão nacional. Este seria o momento de ampliar a discussão que leva muitos médicos com pós-

Muito barulho por nada?

graduação a não poderem declinar de suas especialidades, caso em que estariam infringindo norma éti ca emanada pelo CFM. Ou seja, há especialistas no mercado não reconhecidos ofi cialmente como tais.

Segundo o Ministro da Saúde, o objeti vo do cadastro é ter uma ferramenta que auxilie na construção de políti cas públicas de saúde, mostrando quais especialidades precisam de mais profi ssionais e como eles estão distribuídos geografi camente, para possibilitar o planejamento da formação e distribuição de novos médicos especialistas. Assim, diante do clamor das insti tuições médicas, a nova redação do decreto vai reforçar que o modelo atual de concessão e registro do tí tulo de especialista conti nuará sendo prerrogati va da Comissão Nacional de Residência Médica, do CFM, da AMB e das sociedades de especialidades a ela vinculadas. Na verdade, desde 2002 existe a Comissão Mista de Especialidades (CME), cujo escopo é estabelecer os critérios para reconhecimento e denominação de especialidades médicas e áreas de atuação na Medicina.

O cadastro tem seu mérito, no senti do de que sejam criadas condições para que médicos de todo Brasil, até nos rincões, possam alcançar a especialização. Por certo, não é novidade que as capitais registram o maior número de especialistas; também é notório que dentro das capitais – e especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste –, os locais mais periféricos são carentes de especialistas. Pacientes demoram meses para ter uma consulta marcada, mesmo nos grandes centros. O problema está na quanti dade ou na gestão dos especialistas existentes?

Não se pode afi rmar que basta aumentar a quanti dade de especialistas para que o atendimento do SUS seja de melhor qualidade. Generalistas têm o condão de fazer medicina preventi va e de resolver problemas coti dianos, o que para o país parecem ser mais urgentes do que tratar doentes. Oferecer infraestrutura para os atuais especialistas também soa mais urgente do que mapear a quanti dade de profi ssionais e criar novos especialistas.

Mais uma vez, fi ca a impressão de que o governo está pulando etapas ao tentar avançar na criação de políti cas públicas. Tem iniciati va para medidas paliati vas, mas que não alcançam estruturas defi citárias no atendimento à população. Investi r em programas de atenção primárias e criar políti cas de prevenção precisam ser os focos. Acompanhar os resultados qualitati vos, além dos quanti tati vos, deve ser um dos objeti vos do Ministério da Saúde. Não é isso que se espera de um sistema único e universal?

Sandra FrancoConsultora jurídica especializada em direito médico e da saúde, presidente da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade

Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos (SP), presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde, membro

do Comitê de Éti ca da UNESP para pesquisa em seres humanos e Doutoranda em Saúde Pública l [email protected]

Juridico.indd 32 16/10/2015 15:15:00

Page 33: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

COMPLEMENTO DA EDIÇÃO Nº 75SETEMBRO/OUTUBRO 2015

Suplemento Higienização.indd 33 16/10/2015 15:16:01

Page 34: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 34 16/10/2015 15:16:02

Page 35: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

em, pelo menos, 40% os casos de infecções, segundo a organização mundial de saúde. de acordo com manual da Anvisa, as medidas uti lizadas para diminuir a interferência do ambiente nas infecções relacionadas à assistência à saúde são:• evitar ati vidades que favoreçam o

levantamento das partí culas em suspensão, como usar aspiradores de pó (permiti dos somente em áreas administrati vas);

• não realizar a varredura seca nas áreas internas dos serviços de saúde;

• deixar as superfí cies (mobiliários em geral, pisos, paredes e equipamentos) sempre limpas e secas;

• remover rapidamente matéria orgânica;

• Isolar áreas em reformas ou em construção.

CONSERVAÇÃO AMBIENTALAndréa vaine, consultora de serviços, explica que as ati vidades de conservação ambiental em um hospital vão além das realizadas em locais administrati vos, pois devem seguir recomendações técnicas, como estas:• detalhar procedimentos de

limpeza, especifi cando local, classifi cação (críti co, semicríti co ou não críti co), além da frequência;

• esti pular os produtos de limpeza que deverão ser adotados para determinada ati vidade, com as recomendações dos ePIs (equipamento de proteção individual) de cada colaborador;

• identi fi car as máquinas e os utensílios que serão adotados

para determinada ati vidade;• validar todos estes itens

com o serviço de controle de Infecção hospitalar e segurança do trabalho.

Por 15 anos, Andrea trabalhou em um grande hospital de referência da capital de são paulo. ela conta que a insti tuição iniciou, em 2010, um projeto com o objeti vo de aumentar a capacidade produti va dos auxiliares de limpeza, moti vado pelos elevados índices de desempenho de diversos indicadores, como absenteísmo, turnover e reajustes da categoria. então, buscou-se um modelo que norteasse o caminho e apresentasse resultados melhores que o do hospital em questão, que ainda não ti nha ti do essa experiência.“pensamos que o maior propulsor desta mudança seriam as máquinas, que nos dariam mecanismos mais ágeis de produção, porém, observamos que o que faz a diferença no dia a dia é a gestão dos processos e pessoas, sem falar na importância de medir todos os dados necessários para a tomada de decisão. afi nal, conhecendo seus números e processos na íntegra, todos serão capazes de customizar tais mudanças em suas insti tuições”, explica andrea.Após a implantação do projeto neste hospital, o número de profi ssionais dedicados ao setor caiu de 1.048 para 675, e a área limpa por cada colaborador passou de 284 m2 para 780 m2, economizando 4 milhões de reais em dois anos.

lImPezA e desInfecção

umA questão de culturA

de acordo com dados da organização mundial de saúde, as infecções hospitalares ati ngem cerca de 14% dos pacientes internados, além de ser responsável por mais de 100 mil mortes no brasil todos os anos. Até pessoas que não tenham passado por procedimentos médicos podem adquirir algum ti po de infecção nos hospitais, causada por fungos, bactérias ou vírus. isso porque vários patógenos contaminam superfí cies e equipamentos, como bombas de infusão, barras protetoras das camas e estetoscópios, entre outros, mais frequentemente manuseados por profi ssionais e pacientes.É aí que entra o serviço de limpeza e desinfecção de superfí cies, que tem papel relevante na prevenção das infecções hospitalares, garanti ndo a segurança de todos os envolvidos na cadeia da saúde. vale lembrar que as superfí cies limpas e desinfetadas conseguem reduzir em cerca de 99% o número de microrganismos, mas se forem apenas limpas, a porcentagem cai para 80%.recentemente, a AmIb - Associação de medicina Intensiva brasileira elencou sete pontos importantes que devem ser observados no combate a infecções: higienização das mãos, uso racional de anti microbianos, uti lização adequada das precauções de contato, rastreio e medidas de isolamento dos casos, vigilância epidemiológica, limpeza apropriada do ambiente e educação conti nuada dos profi ssionais de saúde.Convém ressaltar que a correta lavagem das mãos, inclusive de visitantes, é imprescindível, pois pode diminuir

Suplemento Higienização.indd 35 16/10/2015 15:16:04

Page 36: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

“AtrAvés de um estudo, o IPeA IdentIfIcou que são necessárIos cInco trAbAlhAdores

brAsIleIros PArA ProduzIr o mesmo que um AmerIcAno. InvestImentos em Processos,

ProgrAmAs de quAlIdAde e cAPAcItAção são PAssos essencIAIs PArA mudAr este cenárIo. Com produtividade e inovação, Consegue-

se produzir mais Com menos pessoas.”

AndréA vAIne, consultorA de servIços

CULTURAA cultura de limpeza no brasil é caracterizada por servidão, educação precária, pessoalidade, grande quantidade do uso de água, espuma, fragrância e brilho. nos estados unidos, por exemplo, o processo é colaborativo, utilizam químicos e há escassez de mão de obra e de água. “Para nós, falta o conhecimento de técnicas de limpeza. também precisamos melhorar nossa infraestrutura, ou seja, ter e dar condições mínimas para as equipes operarem. mal conseguimos disponibilizar um dmL (depósito de material de limpeza) para este grupo, pois não é costume se lembrar da higienização e dos resíduos quando se trata de arquitetura”, expõe. outros pontos que precisam de atenção são as medições: trabalhar nos Kpis e estabelecer índices-padrão para criar bases de comparação e performance. por último, é necessário focar na gestão dos recursos (processos, pessoas e produtos). “não é reinventar a roda, mas fazer o que precisa ser feito. não é porque se trata de serviço de limpeza que não precisa receber todos os recursos necessários”, salienta.através de um estudo, o ipea - instituto de pesquisa econômica aplicada identificou que são necessários cinco trabalhadores brasileiros para produzir o mesmo que um americano. a metodologia mediu a produtividade dividindo o PIb por sua força de trabalho.investimentos em processos, programas de qualidade e capacitação são passos essenciais para reverter este cenário. Com produtividade e inovação, consegue-se produzir mais com menos pessoas. infelizmente, a questão cultural representa 50% de todos os problemas de limpeza e conservação de superfícies. para a consultora, há três tipos de pessoas. tem o grupo das que falam, mas não se sentem responsáveis de fato pela sujeira que geram. “podem até ser solidárias ao tema, porém, no dia a dia, continuam deixando seu copo de café em cima da mesa de reunião ou a bandeja na praça de alimentação, porque alguém virá retirar”, detalha.o segundo caso envolve aquelas que terão de ser convencidas de que isso é necessário, de que têm responsabilidades. “neste caso, para ganhar adesão, quem gerencia o serviço precisa fazê-lo de forma impecável, caso contrário, a troca não será leal”, explica.por último, estão aquelas que são solidárias à causa, mas por representarem uma parcela pequena e não tão insistente, podem se render a um dos cenários anteriores. “quando a alta direção do hospital dá o exemplo, torna o processo de adesão muito mais rápido. no entanto, de forma rápida ou devagar, todos teremos que trabalhar esta questão em nossas organizações, ou pagaremos a conta por isso.”de acordo com andrea, as pessoas não querem discutir o assunto e nem sequer zelam pela sua responsabilidade. “atribuo parte disto aos gestores que administram estes serviços, pois têm de saber “vender seu peixe”, apresentar eficiência, métricas e dados, embora isso não esteja disponível em muitos casos. do outro lado está a alta direção, que avalia somente o custo e não entende que requisitos mínimos de segurança do ambiente precisam ser preservados, logo, este ponto transcende a questão de hora/homem”, destaca.

a especialista acredita que não focamos onde se deve, pois ainda pensamos na limpeza como uma questão estética (brilho e odor) e não em todo o aparato técnico necessário para a desinfecção dos ambientes.

ESTRATÉGIAS E ESCOLHASÉ importante que o hospital se organize, descrevendo cargos, definindo as competências necessárias, operação, staff e volumes, informando os dados aos principais interessados. como o resultado desse serviço nem sempre é visível, deve-se sempre comunicar o que foi realizado, por exemplo, colocando uma placa no banheiro para sinalizar qual foi a última vez que foi limpo e por quem. “não apenas uma ficha feita em papel, com uma tabela nada atraente, mas, sim, um quadro que convide a pessoa a visualizá-lo e perceber que há alguém que zela pelo espaço. a criatividade é o caminho”, conta.Para a escolha dos melhores produtos, Andrea sugere testes para identificar se o que o fabricante oferece se sustenta na prática. “deve-se avaliar viabilidade econômica, entender se o fornecedor oferece suporte e se busca inovar seu parque tecnológico”, dá as dicas.para sandro Haim, vice-presidente executivo da abralimp - associação Brasileira do mercado institucional de Limpeza, com a crise hídrica e energética, os hospitais devem se atentar a soluções de limpeza e desinfecção que utilizam menos recursos naturais, como produtos químicos que dispensam ou reduzem significativamente o uso de água, máquinas e equipamentos que também primam por

Suplemento Higienização.indd 36 16/10/2015 15:16:05

Page 37: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 37 16/10/2015 15:16:06

Page 38: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

NTIhá 16 anos, a ntI desenvolve equipamentos em aço inox para diversas aplicações, atendendo todo o território nacional. entre eles, o destaque é o diluidor eletrônico para saniti zantes modelo nds-100, que foi desenvolvido para a dosagem técnica de detergentes uti lizados na

desinfecção de pisos e superfí cies. o equipamento possui uma bomba peristálti ca para aplicação do produto na água, com controle através de placa eletrônica.

outros produtos são o diluidor n100cI, com sistema venturi e regulagem por ti p ou parafuso; cestos e suportes em aço inox para bombonas de produtos e mangueiras; e a saboneteira modelo n40 com regulagem da quanti dade a ser dosada e acionador de alavanca, para fácil manuseio com antebraço.

a empresa também oferece equipamentos para máquinas industriais de lavar roupas, com diversos recursos. o sistema de cPu possibilita a programação de até 15 processos de lavagem, com automati zação dos processos e da máquina, podendo controlar os níveis de água, quanti dade de produto, temperatura e drenagem. “esta automação informa, através de totalizadores, a quanti dade consumida pela bomba dosadora, as ações executadas com sucesso, as interrompidas, o número de roupas lavadas em cada procedimento e outros detalhes”, explica Cleonir Berti paglia, diretor Comercial.

www.nti equipamentos.com.br

essa economia, que funcionam a bateria e aumentam a produti vidade das equipes de limpeza.

TERCEIRIZAÇÃOCom relação à atuação com equipe terceirizada, própria ou mista, andrea diz que não há uma receita pronta. “os problemas acontecem em todos os modelos”, observa. ela acredita que os terceirizados têm total condição de responder a todas as expectati vas já citadas, mas enquanto a preocupação for alocar “cabeças”, não haverá sucesso. “além disso, se são especialistas, deveriam diariamente apresentar todas as medidas perti nentes à sua ati vidade e, infelizmente, não é isto que vemos. também noto que a equipe terceirizada sempre atenderá a confi guração da insti tuição e acatará todas as suas determinações, mas não precisa ser assim. neste ponto, enxergo infi nitas possibilidades de troca”, expõe.na opinião de haim, da Abralimp, a escassez de mão de obra e as difi culdades de treinamento vêm fazendo com que as insti tuições hospitalares terceirizem estes serviços junto aos prestadores que possuem conhecimento técnico atualizado, equipes treinadas para limpeza hospitalar e uti lizam processos, produtos químicos e equipamentos especialmente desenvolvidos para a higienização destes ambientes.A Abralimp oferece cursos e treinamentos nas áreas de operação, como o de “Higienização Hospitalar”, que é dedicado a líderes, encarregados, assistentes operacionais e auxiliares de limpeza. “o curso defi ne a hotelaria hospitalar e mostra as atribuições da equipe de limpeza profi ssional, bem como a especifi cidade de higienização desses ambientes. Há também o manual de processos que pode ser visualizado e consultado gratuitamente no site www.abralimp.org.br”, destaca.A associação realiza a cada dois anos, em são Paulo, a higiexpo, maior feira de produtos e serviços para higiene, limpeza e conservação da américa Lati na. a 24ª edição aconteceu entre os dias 4 e 6 de agosto deste ano.

MOTIVAÇÃOpara trabalhar a moti vação da equipe responsável pela limpeza, andrea sugere aos líderes os seguintes pontos:• Fazer com que os colaboradores se engajem no

processo e respondam por ele;• ouvir a equipe diariamente;• Conhecer do que eles gostam e o que os move, pois

somente desta forma planos de meritocracia atraentes e de retenção poderão ser construídos;

• defi nir o plano de carreira, pois esta ati vidade é o meio e não o fi m.

As pessoas são o elo mais importante de todo o processo de limpeza, pois são elas que executam de fato o serviço. seu estado emocional interfere diretamente na produti vidade, por isso, os líderes devem estar atentos a sinais que indicam alto nível de estresse ou de desânimo na execução das atribuições. É o que chamamos de estados de burnout e o boreout. no primeiro, a pessoa se sente sobrecarregada e incapaz de responder as demandas. no segundo, acha as ati vidades monótonas e aquém de suas capacidades.segundo marcelo boeger, sócio-diretor da hospitallidade

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 38 16/10/2015 15:16:08

Page 39: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Consultoria, o líder precisa sempre dar o feedback para o colaborador, mesmo que negati vo, como forma de moti vá-lo. “nas ati vidades operacionais, é necessário cronometrar o tempo de execução para avaliar o desempenho”, acrescenta. como a base comportamental interfere na técnica, tem de se treinar ambas.Boeger ressalta que é comum replicar o comportamento do meio, daí a importância do líder e de seguir critérios de competência. ele sugere transformar “cargos” em “indivíduos”, pois cargos envolvem atribuições, e indivíduos, competência.de acordo com uma pesquisa realizada em dois hospitais do rio de Janeiro em 2014, 70% dos colaboradores do setor de higiene exercem a função por falta de opção. Isso mostra, conforme destacou a consultora andrea, que ainda não é dada a devida atenção e importância a essa área, seja em hospitais ou qualquer outro ti po de empresa, o que afeta os bons resultados da ati vidade.

NA PRÁTICAo hospital leforte, de são Paulo, sP, é um exemplo de insti tuição que uti liza equipe de limpeza terceirizada. são 56 colaboradores que atendem uma estrutura composta por 107 leitos e seis modernas salas cirúrgicas, que realizam cerca de 400 cirurgias por mês.A limpeza é monitorada através de cronogramas pré-defi nidos, levando em consideração o ti po de área: críti ca, semicríti ca e não críti ca, bem como o setor e a periodicidade de cada processo. o serviço tem supervisão direta in loco em todos os períodos do dia. durante este acompanhamento, são verifi cados também ambientação (mobiliário, decoração, layout, dispenseres, etc.) e paisagismo. Caso haja irregularidades, as providências são tomadas imediatamente.míriam dommann, Coordenadora de Hotelaria do Leforte, conta que existem horários defi nidos para limpeza de todos os setores devido à disponibilidade de salas, ao fl uxo de pessoas, carros coletores e equipamentos. os horários são acertados diretamente com o gestor e, caso a limpeza não possa ser realizada conforme cronograma esti pulado pelo sCiH/Higiene, o setor deve justi fi car a não liberação da área preenchendo um formulário, informando qual o melhor dia e horário que a limpeza pode ser feita dentro da própria semana.a equipe faz rodízio a cada três meses ou conforme necessidade e adaptação do colaborador, levando em consideração as característi cas de cada um, como agilidade e atenção a detalhes.o Leforte uti liza o mop Bio, da empresa tts, que agiliza o trabalho, substi tui o uso de pano e rodo, além de ajudar na economia de água. também auxiliam no processo uma lavadora extratora para limpeza de corredores, máquinas de lavação de piso, limpa-tudo, carros funcionais com produtos químicos, equipamentos e descartáveis.A empresa terceirizada realiza treinamentos periódicos com a equipe em sala de aula antes de assumirem os postos de trabalho. o hospital implantou um sLa (acordo de nível de serviço), no qual são pontuadas várias exigências e as metas são cobradas. o desempenho é medido através de indicadores de serviços programados x realizados e de sati sfação dos clientes.

o ati vo anti microbiano mais usado nos detergentes desinfetantes é o cloreto de didecildimeti lamônio, quaternário de amônio de cadeia dupla, geralmente combinado com outros, como biguanida e amina. A mistura dessa substância com um tensoati vo não iônico, como o álcool graxo polietoxilado, é sufi ciente para atender às exigências de limpeza e desinfecção.“no entanto, recentemente identi fi camos que uma escolha sem critérios da natureza do tensoati vo pode inibir uma parte signifi cati va da ati vidade anti microbiana dessas substâncias”, explica gaétan rauwel, diretor de pesquisa e desenvolvimento do Laboratório anios.o trabalho foi chancelado por uma publicação internacional, patenteado e permiti u desenvolver um novo conceito de formulação baseado no uso exclusivo do didecildimeti lamônio mantendo ou aumentando seu potencial anti microbiano.“o uso de um só princípio ati vo, ao invés de dois ou três, melhora signifi cati vamente o balanço de carbono de nossa formulação e, ao mesmo tempo, o potencial de compati bilidade com materiais sensíveis”, explica.o produto que resultou desta pesquisa é o Surfa Safe Premium, detergente desinfetante para superfí cies, comercializado pela 3albe, que pode ser uti lizado nas estruturas externas dos equipamentos e de dispositi vos médicos não imergíveis e não invasivos. seca rápido e não deixa marcas.

www.3albe.com.br

3ALBE

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 39 16/10/2015 15:16:09

Page 40: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 40 16/10/2015 15:16:11

Page 41: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 41 16/10/2015 15:16:13

Page 42: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

dedicada à criação de ambientes mais limpos, seguros e saudáveis, a Alfa tennant desenvolve e fabrica equipamentos comerciais e industriais, como lavadoras e varredeiras de piso, soluções para limpeza de carpetes e aparelhos para limpeza em ambientes externos, entre outras. A empresa atende todo o brasil com suporte em vendas, assistência técnica, peças e consumíveis, contando com fi liais em são paulo, rio de Janeiro, Paraná, minas gerais, Pernambuco, distrito federal, bahia e fábrica em limeira, sP.

entre os principais lançamentos da empresa está a polidora B7 alimentada a bateria, que dá brilho no tratamento do piso com grande produti vidade. oferece nível baixo e seguro de ruído e conta com sistema de recolhimento e fi ltragem de pó. em caso de hospitais, tem como opcional a fi ltragem Hepa.

outras novidades são as lavadoras de piso A300, fabricada no brasil, e T300, que também funcionam a bateria e são silenciosas. Aceleram o processo de limpeza e possuem como opcional a tecnologia ec-h2o nanoClean®, que converte eletricamente a água em uma solução que limpa de forma efi caz, economizando detergente e mão de obra, além de reduzir o impacto

ALFA TENNANT

lavadora de piso t300 orbital

Polidora b7

ambiental quando comparado a produtos químicos de limpeza de piso de uso diário. A t300 ainda é capaz de remover o acabamento acrílico sem uti lização de produtos químicos, diminuindo em até 50% os gastos operacionais com o tratamento de pisos.

www.alfatennant.com.br

LEITURA COMPLEMENTAR

gestão dos serviços de limpeza e desinfecção

de superfí cies e Processamento de

roupas em serviços de saúde

Autoras: silvana torres e teresinha covas lisboa

www.sarvier.com.br

O PAPEL DO ULTRAVIOLETA C NA DESINFECÇÃOcada vez mais, há uma crescente demanda por tecnologias de desinfecção seguras, rápidas e automatizadas, o que levou a uma riqueza de novas opções no mercado. uma delas é o ultravioleta c (uv-C) automatizado, que tem crescido no mundo devido à sua eficácia na redução de patógenos adquiridos em quartos hospitalares.a irradiação ultravioleta germicida (uv-C ou uvgi) pode ser usada para prevenir a propagação de certas doenças infecciosas. Lâmpadas de mercúrio (Hg) de baixa pressão são normalmente uti lizadas em aplicações uvgi e emitem radiação de ondas curtas ultravioleta c (uv-c, 100-280 nanômetros [nm]), principalmente a 254 nm. a radiação uv-C mata ou inati va micróbios por danifi car seu dnA.na aplicação do uv-c na rede hospitalar, podem ser destacados alguns pontos positi vos como: ati vidade biocida confi ável contra uma ampla gama de patógenos; superfí cies e equipamentos da sala totalmente descontaminados; o sistema de climati zação não precisa ser desati vado e o quarto não precisa ser vedado; a descontaminação leva 15 minutos para as bactérias vegetati vas; é efi caz contra clostridium diffi cile; a luz uv é residual livre e não ocasiona problemas de saúde ou de segurança; e não há produtos consumíveis, assim, os custos incluem apenas os bens de capital, o tempo da equipe e a boa distribuição na sala de energia uv através de um sistema de monitoramento automati zado.na região sul de minas gerais, foi desenvolvido um dispositi vo móvel com tecnologia uv-C, através de parceria fi rmada entre pesquisadores da universidade Federal de itajubá e órgãos de fomento à pesquisa, como o Conselho nacional de desenvolvimento Cientí fi co e tecnológico (Cnpq) e Coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior. segundo rosalina marangon lima medeiros, doutora em ciência e tecnologia de alimentos; daniela sachs, doutora em Farmacologia, ambas pesquisadoras; e robson ribeiro rodrigues, engenheiro de computação e diretor da medinovação, o uso da luz uv-c pode se tornar um importante aliado, coadjuvante ao arsenal dos hospitais e clínicas.

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 42 16/10/2015 15:16:16

Page 43: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 43 16/10/2015 15:16:18

Page 44: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

anvisa, com o objeti vo de combater a infecção cruzada, separando a área onde é recebida a roupa suja para lavagem e desinfecção da área considerada limpa. essa divisão é feita por máquinas de barreira, manipuladas por um funcionário que não pode ter contato com o setor limpo enquanto não tomar banho e trocar as vesti mentas. “a anvisa exige um banheiro específi co na área denominada suja. A desinfecção da roupa dependerá das ações mecânica e química, tempo e temperatura”, explica.na defi nição da localização da unidade, devem ser levados em consideração o transporte e a circulação das roupas; a demanda de movimentação; o sistema de distribuição de suprimentos e as distâncias entre as unidades que receberão as roupas, além dos ruídos e vibrações dos equipamentos, tempo de transporte, emissão de calor e odores, risco de contaminação e direção dominante dos ventos.É importante lembrar que a qualidade da água usada para o processo de lavagem da roupa interfere no resultado fi nal, por isso, sua análise é indispensável. quando ela não for proveniente da rede de abastecimento pública, pode ser necessária a adequação por meio de processos de pré-tratamento.o controle microbiológico se inicia com a avaliação do Ph. em seguida, verifi ca-se produto, maquinário, temperatura e tempo de processo. teresinha lembra que é necessária a higienização das áreas com produtos específi cos. “podemos fazer análises do processo de lavagem juntamente com fornecedores de produtos químicos e fabricantes de máquinas”, acrescenta.a descontaminação de qualquer ti po

ProcessAmentode rouPAs

de roupa antes do processo de lavagem é desnecessária, assim como a segregação em função da unidade geradora, por exemplo, de isolamento, neonatologia, de queimados e de alimentação e nutrição. A roupa limpa deve ser manuseada somente quando necessário e com prévia higienização das mãos.além do cuidado com a área fí sica, é preciso se atentar à higienização das áreas com limpeza terminal e das rouparias, bem como ao treinamento dos funcionários com os procedimentos de lavagem e higienização de mãos, controle nos vesti ários, lavagem dos carros de coleta e distribuição da roupa.como é uma área de alto custo, o controle precisa ser muito rígido, seja a gestão própria ou terceirizada. os gastos envolvem água, energia elétrica, gás/vapor, produtos químicos, salários e encargos sociais, materiais de embalagem e de escritório, depreciação, manutenção da área fí sica e dos equipamentos, roupas repostas ou substi tuídas e frete, em caso de terceirização. “o estudo minucioso de cada item permite reduzir custos”, diz terezinha.o controle de desempenho deve ser feito através de indicadores, que demonstram a qualidade do serviço prestado. eles mensuram o índice de produção, evasão, relavagem, uso inadequado do enxoval e redução de manchas. também é medido o grau de sati sfação dos funcionários: rotati vidade, atestados, confl itos com a equipe e acidentes de trabalho. Através dos resultados, são criadas ações correti vas para minimizar as não conformidades.

o serviço de Processamento de roupas dos serviços de saúde (sprss), denominação que substi tuiu o termo ”lavanderia hospitalar”, é uma ati vidade de apoio que infl uencia grandemente a qualidade da assistência, principalmente no que se refere à segurança e ao conforto do paciente e do trabalhador.inti mamente ligado à área de enfermagem, clínica, CCiH - Comissão de Controle de Infecção hospitalar e apoio operacional, abrange as seguintes ati vidades, de acordo com manual da Anvisa:• reti rada da roupa suja da unidade

geradora e seu acondicionamento;• coleta e transporte até a unidade de

processamento;• recebimento, pesagem, separação e

classifi cação;• processo de lavagem;• Centrifugação;• secagem, calandragem/prensagem ou

passadoria da roupa limpa;• separação, dobra, embalagem;• Armazenamento, transporte e

distribuição.segundo a publicação, a unidade também pode realizar outras ati vidades, como preparo de pacotes de roupas para esterilização, confecção e reparo de peças, higienização do ambiente e de seus equipamentos, ações voltadas à prevenção de riscos e à saúde dos trabalhadores e manutenção dos equipamentos.teresinha covas lisboa, mestre em Administração hospitalar e autora de diversas obras na área, conta que todo o processo para organização de um sPrss começa com a adequação fí sica. o planejamento depende do cumprimento de normas técnicas e legais da

cuIdAdos como enXovAl

Suplemento Higienização.indd 44 16/10/2015 15:16:21

Page 45: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 45 16/10/2015 15:16:23

Page 46: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

em se tratando da escolha dos melhores produtos e equipamentos para processamento de roupas, terezinha diz que é importante se atentar à assistência no pós-venda, o que vale também para tecidos e qualidade da água. “todas as intercorrências devem ser discuti das com os fornecedores, principalmente o desgaste excessivo e as manchas que surgem nas lavagens. os problemas precisam ser resolvidos em conjunto”, ressalta.com relação ao controle do enxoval, ele pode ser feito por meio de sistema setorial, nome ou cor, sistema de requisição, numeração, código de barras e rFid, de acordo com a necessidade da insti tuição. “É importante conscienti zar os funcionários de todos os setores que a roupa é um patrimônio”, lembra a especialista.entrando em logísti ca, o processo ideal é aquele em que a roupa é recolhida diariamente e distribuída em horários pré-estabelecidos para que não haja confl ito com outros serviços. os pops – procedimentos operacionais padrão especifi cam o trânsito da roupa, desde a coleta e encaminhamento para a lavagem até o recebimento para armazenamento em rouparias.e quanto à equipe? terceirizada, própria ou mista? na opinião de teresinha, independe, pois com as novas determinações da rdc no 06/2012, a gestão do serviço passa a ser mais profi ssionalizada, exigindo que os funcionários contratados atendam as necessidades do serviço. “o importante é a valorização do funcionário, estabelecendo uma parceria na execução das tarefas”, ressalta.no caso de roupa oriunda de serviços terceirizados, o veículo uti lizado no transporte externo deve possuir área de carga isolada do motorista e de outros ocupantes. “Para transportar roupa suja e limpa no mesmo caminhão, deve-se dividi-lo em ambientes disti ntos, com acessos independentes e devidamente identi fi cados. todo cuidado é importante na prevenção e controle de infecções”, salienta.o arti go 12 desta rdC determina que a insti tuição com unidade própria de processamento ou a terceirizada deve promover a capacitação de seus profi ssionais antes do início das ati vidades e de forma permanente, contemplando as etapas do processamento; segurança e saúde ocupacional; e prevenção e controle de uso de produtos saneantes.

TERCEIRIZAÇÃOhoje é muito comum a terceirização dos serviços de processamento de roupas, e cerca de 90% dos hospitais de são Paulo já optaram pelo modelo, informa Plinio francisco guimarães rodrigues, Ceo da Lavsim - Higienização têxti l, do grupo servizitalia.“A evolução atual do mercado está ligada à decisão da locação de enxoval, que deixa de ser propriedade do hospital e passa a ser responsabilidade da lavanderia. Assim, toda a gestão, responsabilidade, manutenção, compra e reposição passa a ser da empresa contratada”, explica.As vantagens da terceirização desse serviço são:• ganho de espaço fí sico;• redução de custo de roupa processada;• diminuição da uti lização de recursos naturais;

desenvolvida para uso profi ssional, a Lixeira Palmetal é robusta, com acionamento em aço inox AIsI 304, o mais usado em indústrias, sem componentes de plásti co ou arames fi nos cromados. todo o projeto é super-reforçado para uso massivo em processos críti cos, como cozinhas de hospitais. segundo Alexandre nascimento, gerente comercial, os produtos de outras marcas costumam ser fabricados em aço inox 430, o que atrai imã, na espessura de 0,4 mm. “A vigilância sanitária proíbe o seu uso na indústria farmacêuti ca, devido à baixa confi abilidade. na palmetal, além de usarmos o aço inox aisi 304, uti lizamos a espessura de 0,8mm, que é o dobro das alternati vas do mercado”, explica. Com garanti a de cinco anos, a lixeira possui design elegante e fácil de limpar, suporte interno para saco de lixo e está disponível em quatro versões: 15, 30, 60 e 117 litros.

www.palmetal.com.br

PALMETAL

A tts acaba de lançar o sistema dosely, que tem como objeti vo impregnar o refi l de microfi bra no momento da higienização. o aparelho fi ca acoplado a qualquer modelo de carro multi funcional

magic. efi caz contra a contaminação cruzada, possibilita ajuste de quando e quanto deve impregnar o refi l com a solução química, conforme a dimensão da área e do ti po de higienização (concorrente e terminal) a ser realizada.está disponível nas versões com um ou dois galões herméti cos de 6 litros de capacidade, com autonomia de 30 a 60 quartos e identi fi cação por cores. É econômico, produti vo, ergonômico, seguro, funcional, higiênico e sustentável. pode ser uti lizado em diferentes sistemas tts, como: trilogy, Blik e/ou velcro.

www.tt sbrasil.com.br

TTS

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 46 16/10/2015 15:16:24

Page 47: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 47 16/10/2015 15:16:26

Page 48: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

ESTIMATIVAa fórmula para fazer uma esti mati va da quanti dade e do peso da roupa a ser processada diariamente foi publicada em 1986, no manual de lavanderia hospitalar. não existem estudos recentes sobre este assunto.

número de leitos x carga de roupa (kg/leito/dia) x 7 (dias)

___________________________

Jornada de trabalho (dias/semana)

• Fim da imobilização de recursos em equipamentos e itens;• especialização e segurança no processo;• melhoria da qualidade dos enxovais.sobre a redução do uso de água, rodrigues conta que a empresa investi u fortemente na troca das lavadoras extratoras, que consomem 40 litros por quilo de roupa processada, por túneis de lavagem contí nua, totalmente automáti cos, que possibilitam trabalhar com um consumo de apenas 5 litros por quilo. também de olho na sustentabilidade, o sindilav – sindicato Intermunicipal de lavanderias no estado de são Paulo, realiza a campanha “use Lavanderia”, já em sua terceira edição, que tem como objeti vo diminuir os gastos com água, energia, tempo e dinheiro a parti r da uti lização de empresas especializadas. mais informações e a lista dessas companhias estão disponíveis no site www.uselavanderia.com.br.

SERVIÇO PRÓPRIOa rede de Hospitais são Camilo de são paulo, sp, que possui 668 leitos, distribuídos entre as unidades pompeia, santana e ipiranga, conta com equipe própria para o serviço de processamento de roupas, da qual fazem parte 77 funcionários.o setor é dividido em dois, sendo um local para seleção do enxoval separado por sujidade e outro onde fi cam as roupas já processadas para secagem, calandragem, passadoria e embalagem, que serão encaminhadas para as unidades da rede. “Por mês, a lavanderia recebe 180 toneladas de roupas. possuímos cinco lavadoras extratoras, cinco secadores, duas calandras e duas seladoras, e pretendemos adquirir novas máquinas em 2016”, conta maria mastroantonio, gerente da lavanderia.Preocupada com a preservação do meio ambiente e colaborando para a economia de água na capital paulista, a são Camilo conta com um sistema de tratamento de efl uente que possibilita o reaproveitamento da água uti lizada no processo de higienização das roupas das três unidades. “calculando uma média de consumo de 22 litros na lavagem de cada quilo, seriam uti lizados 3.500 m3 por mês. como reaproveitamos mais da metade do efl uente tratado, geramos uma economia de 2.100 m3 de água mensalmente”, ilustra maria.a gerente diz que a equipe recebe treinamento in loco sempre que for detectado algum problema nos processos. as reuniões são feitas com as lideranças e a chefi a do setor. “as metas existem e os indicadores mostram bons resultados, como o relave, que está em 1,9% na nossa lavanderia, enquanto o mercado tem um índice de 6% a 7%. com isso, economizamos água e produtos, pois não precisamos lavar novamente a roupa para a reti rada de manchas que não saíram no primeiro processo”, fi naliza.

= kg/dia

A rubbermaid® Commercial (rCp) lançou no mercado brasileiro a linha Hygen, composta por mais de 30 produtos voltado à limpeza hospitalar, insti tucional e do ramo de food service. entre suas característi cas mais importantes está a capacidade de garanti r o máximo em questão de limpeza, efi ciência, economia de materiais e remoção de microrganismos.

o sistema Hygen é um programa abrangente que reúne a inovadora tecnologia de limpeza úmida/seca junto às ferramentas exclusivas que ajudam a maximizar a produti vidade, bem como baldes e carros projetados para aumentar o poder de higienização. Ainda são oferecidos três componentes importantes: desempenho ideal de limpeza para a prevenção de infecções; sistema integrado de produtos e suporte da equipe interna de vendas.

a tecnologia uti lizada permite reduzir o consumo de água em até 98% e o de produtos químicos acima de 40%. “a família de mops, panos e espanadores, projetados com uma exclusiva tecnologia em microfi bra ‘explodida’, são capazes de capturar e segurar 99,9% dos microrganismos. os acessórios, leves e ergonômicos, não só propiciam menor exposição dos usuários a líquidos perigosos, como diminuem em 27% o tempo de trabalho ao higienizar ambientes”, explica Francisco puertas, diretor de marketi ng da rCp.

www.rubbermaid.com.br

RUBBERMAID

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 48 16/10/2015 15:16:30

Page 49: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

A higienização sempre foi o “calcanhar de aquiles” dos médicos, administradores hospitalares e das ccIh – comissões de controle de infecção Hospitalar. isso porque, sem ela, o serviço médico vai por água abaixo e os índices de infecção sobem assustadoramente. Ao avaliar os números de infecções hospitalares no brasil, percebe-se a necessidade de um serviço de excelência na área. de acordo com estudo realizado pela Associação nacional de biossegurança, a cada ano, 100 mil pessoas morrem devido às infecções hospitalares.

entretanto, uma estratégia adotada pelo grupo m quintão serviços hospitalares em hospitais do espírito santo tem se tornado um caso de sucesso em todo o país. o método Higienização 3D, criado pela empresa, une o uso de produtos de primeira linha; o emprego de equipes treinadas e atualizadas nas melhores práti cas; e a supervisão direta e constante do desenvolvimento dos trabalhos por gestores capacitados.

“esse sistema veio a calhar em um momento de crise, pois diminui consideravelmente o turnover e o desgaste das roupas, já que, apostando na qualidade do produto de alta performance que usamos, também fornecemos o enxoval”, conta o dr. mauro quintão, especialista em higienização hospitalar e diretor do grupo.

M. QUINTÃO

nesse processo é uti lizado o Oxivir, um potente produto que proporciona economia de água de até 98%, reduz o tempo de limpeza e diminui o risco de contaminação, além de não causar danos à saúde humana. “sua efi cácia foi testada e comprovada em ambientes de altí ssima contaminação”, afi rma o especialista.

outro serviço oferecido pela companhia é o de lavanderia, higienização e roupagem dentro do próprio hospital, ou seja, in loco, que reduz o deslocamento das peças e, consequentemente, o risco de infecções no caminho. “o hospital constrói o espaço e terceiriza o serviço. há muito a ganhar com isso, mas alguns preferem investi r na construção de centros cirúrgicos, por exemplo, porque dá mais visibilidade. os gestores precisam se conscienti zar de que a higienização é fundamental para o exercício pleno do serviço de saúde”, fi naliza mauro.

A empresa também oferece tratamento de piso, higienização emergencial, gestão hospitalar, redução de custos e de passivos trabalhistas, além de bioquímico, administrador hospitalar e médico do trabalho 24 horas por dia.

www.mquintao.com.br

usamos, também fornecemos o enxoval”, conta o dr. mauro quintão, especialista em higienização hospitalar e diretor do grupo. www.mquintao.com.br

DESTAQUES

Suplemento Higienização.indd 49 16/10/2015 15:16:36

Page 50: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

inicial é o único elemento considerado para definição de equipamentos periféricos relacionados à área de utilidades do hospital, como água, vapor e climatização”, conta inocencio.segundo o diretor da bry-Air, a forma mais fácil e barata para controlar um contaminante é evitar que ele tenha condições de se instalar e proliferar. neste ponto, se os sistemas de climatização não forem devidamente projetados e mantidos, acabam se tornando os maiores vilões dos eAs.“no entanto, se seguirmos as recomendações internacionais e aplicarmos os equipamentos e procedimentos adequados, o ar condicionado será um grande aliado na prevenção, garantindo a solução dos problemas na sua raiz em vez de gerar gastos exorbitantes na tentativa de conter vírus, bactérias e fungos depois que eles já se tornaram numerosos e cada vez mais resistentes aos biocidas e fungicidas do mercado”, explica.Além disso, a proliferação, via de regra, ocorre nos locais de difícil acesso, como dutos, entreforros, interior de máquinas e serpentinas de resfriamento. o controle de umidade previne a propagação em todas estas áreas, pois independe da ação da limpeza ou aplicação mecânica.sobre os custos da implantação de soluções para tratamento de umidade nos hospitais, inocencio divide a questão em duas situações: obras novas e retrofits.Para obras novas, a aplicação das Boas práticas de engenharia permite a redução do custo inicial do sistema, ou seja, fazer bem feito custa menos, sim, pois somente os equipamentos corretos

serão aplicados, sem necessidade de adequações, que geram mais potência instalada e maiores custos.para retrofits, muitas vezes se consegue uma redução significativa no consumo energético da instalação, gerando

um payback (tempo entre investimento e lucro) sempre inferior a dois anos,

controle do Ar

clImAtIzAção e regulAção

podendo até acontecer em menos de um ano.“eas possuem características únicas dependendo da região climática, arquitetura e perfil do uso. podemos citar milhares de hospitais que se preocupam com a questão, como Jackson memorial, nos estados unidos; Chongqing medical College, na China; King edward memorial, na austrália; apollo KH, na Índia; e uKm, na malásia”, acrescenta.vale lembrar que a interação entre usuários, arquitetos, engenheiros projetistas e construtores é essencial, pois qualquer ação tomada por uma parte impacta em todas as outras. “hoje em dia, temos no brasil basicamente todas as tecnologias disponíveis globalmente, por isso, não se justifica a ideia de que precisamos nos adequar ou nos ater somente aos recursos que eram utilizados décadas atrás”, ressalta.A bry-Air iniciou operação na américa Latina exatamente para preencher uma lacuna tecnológica, desenvolvendo máquinas e sistemas de acordo com as necessidades brasileiras.www.bryair.com.br

sabe-se que o ar é um importante vetor de agentes infecciosos, pois diversos fungos, bactérias e vírus são transmitidos através dele. Portanto, controlar temperatura, umidade, filtragem e renovação é essencial para minimizar e/ou eliminar estes riscos.o crescimento de diversos contaminantes está diretamente ligado à umidade relativa do ar (ur). “a condição de 50% de ur é ideal para o ser humano, pois tem menor ou nenhum índice de proliferação de agentes infecciosos”, explica Fabio Inocencio, diretor comercial da bry-Air, provedor global de soluções para climatização especializado no controle da umidade, desumidificação, secagem e filtragem de gases, incluindo máquinas focadas em redução de consumo energético de sistemas de ar condicionado.o brasil possui tanto normas como regulamentações que levam em consideração os aspectos necessários de controle da climatização em estabelecimentos assistenciais de saúde (eas). a aBnt nBr nº 7256 e a rdC nº 50/2002 da anvisa garantem condições adequadas para minimizar os efeitos relativos à umidade e ao aumento dos contaminantes, sejam químicos ou biológicos.“os problemas começam no momento de aplicar as normas e os regulamentos aos projetos e, especialmente, à execução da

obra, pois muitas vezes o custo

desumidificador série flb

Rua Mar. Hermes da Fonseca, 482 – sala 402020-000 – São Paulo/SP

Tel.: (11) 3966-2000www.revistahospitaisbrasil.com.br

Suplemeno EspecialHigienização Hospitalar

Complemento da edição nº 75Setembro/Outubro 2015 - Ano XII

Circulação: Outubro 2015

Suplemento Higienização.indd 50 16/10/2015 15:16:39

Page 51: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 51 16/10/2015 15:16:41

Page 52: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Suplemento Higienização.indd 52 16/10/2015 15:16:43

Page 53: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

53

SET-O

UT

53

Há mais de 15 anos no mercado, a Lotus-X atualmente fabrica processadoras de fi lmes para Raios-X e mamografi a, simuladores de mamo (Phantom) para aferição e controle de qualidade de mamógrafos, além de oferecer uma completa linha de detectores digitais de Raios-X ti po DR, permiti ndo ao cliente tornar digital seu equipamento analógico sem nenhuma alteração fí sica na sala ou no aparelho. Portáteis e leves, os detectores estão disponíveis nas versões com e sem fi o, oferecem armazenamento interno de arquivos, possibilitando exames no leito, e têm um dos soft wares mais completos do mercado, capaz de gerar imagens panorâmicas com uma única unidade.

A empresa acaba de investi r no desenvolvimento de um novo equipamento de Raios-X de 150 KV/50KW, chamado HF500M, que possui uma família com oito versões registradas na Anvisa. Segundo o Diretor, Marco A. Choinski, além do design exclusivo, o modelo oferece vários diferenciais tecnológicos, como: gerador de alta frequência com baixa oscilação de KV (Ripple), fi delidade na emissão dos parâmetros de KV e mAs através de sistema de autoajuste e compensação durante o uso e registro de log de todos os eventos do aparelho. “Acompanhando a tendência mundial, o HF500M possui uma versão totalmente digital de fábrica, que conta com um dos melhores detectores ti po DR do mercado”, destaca. A companhia pretende lançar um mamógrafo e um equipamento de Raios-X móvel, que já estão em fase de testes e certi fi cações.

A Lotus-X também tem preocupação com a sustentabilidade, gerando economia ao cliente e benefí cios ao paciente e ao meio ambiente. Suas processadoras possuem recursos e ajustes para economia de fi lme e produtos químicos. Já os aparelhos de Raios-X contam com um sistema de controle com garanti a de dose de radiação.

“Ofereceremos equipamentos a preços competi ti vos com baixo custo de manutenção, já que a maioria de nossos componentes é fabricada no Brasil”, garante Choinski.

www.lotusindustria.com.br l (41) 3074-2100

Novo equipamento da Lotus-X chega ao mercado em oito versões

Conjunto radiológico analógico/digital HF500M

Radi

olog

ia

Radiologia.indd 53 16/10/2015 15:19:07

Page 54: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Trat

amen

to S

ET-O

UT

54

“A função do médico é curar. Quando ele não pode curar, precisa aliviar. E quando não pode curar nem aliviar, precisa confortar. Ele tem que ser especialista em gente.” A frase, do médico e escritor americano Oliver Holmes (1809-1894), nos leva a analisar que o papel do profi ssional da saúde está muito além do “curar”.

Para a Dra. Cecília Eugênio, especialista em cuidados paliati vos do IBCC – Insti tuto Brasileiro de Controle do Câncer, os médicos têm a ânsia de curar como se fosse a regra mais importante e totalmente possível para a maioria dos pacientes. “Apesar de parecer mais simples oferecer conforto, esse é um talento que só poderá ser vivenciado com maestria se houver dedicação para aprender a fazê-lo de forma técnica e humana, respaldada em conhecimento e empati a”, acredita.

Também especialista em cuidados paliati vos, Dra. Dalva Yukie Matsumoto, Diretora do Insti tuto Paliar, conta que, principalmente na segunda metade do século XX, a medicina fi cou muito focada no crescimento tecnológico, fazendo com que os médicos fossem formados e treinados para a cura. “Assim, a medicina pensou que poderia driblar a morte, o que gerou, infelizmente, a desumanização da assistência e o afastamento do médico, que parou de olhar o paciente como um indivíduo com característi cas específi cas e valores próprios”, explica.

É aí que entram os cuidados paliati vos, cujo foco é resgatar esse olhar humano para as pessoas. Em 2002, a Organização Mundial de Saúde defi niu a práti ca como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem sua conti nuidade. Os objeti vos são manter a vida ati va enquanto ela durar; dar autonomia ao paciente; controlar os sintomas e a dor; e aliviar o sofrimento. É bom lembrar que não signifi ca deixar de tratar a doença. A práti ca ganha expressão e importância à medida em que o tratamento, na busca da cura, perde efeti vidade.

No Brasil, o assunto começou a ser discuti do na década de 1990. Nos anos 2006, 2008, 2010 e 2012, o IBCC

O médico deve ser especialista em gente: curar, aliviar e confortar

Por Carol Gonçalves

realizou quatro workshops sobre cuidados paliati vos, todos supervisionados pelo médico oncologista Lawrence Librach, que, em 2013, descobriu que ti nha pouco tempo de vida devido a um câncer de pâncreas. Ele trabalhava no Mount Sinai Hospital de Toronto, no Canadá, e dedicou boa parte da vida na defesa dos cuidados paliati vos, inclusive, aplicando as técnicas em si mesmo. Quatro meses depois de descobrir a doença, morreu em sua casa, ao lado da família, realizando o desejo de “estar no controle das coisas”.

Os modelos de assistência são variados, prati cados em ambulatórios, enfermarias, hospitais específi cos, hospices ou hospedarias, home care e grupos de interconsulta, que ocorrem dentro do hospital geral quando não existe uma unidade de internação específi ca.

DEFINIÇÕESPara diferenciar cuidados paliati vos de outras práti cas, Dra. Dalva explica:

• Eutanásia – ação ati va no senti do de produzir a morte de alguém. Por exemplo, quando um médico prescreve um medicamento ou faz um procedimento com o intuito claro de levar o indivíduo à morte.

• Distanásia – envolve procedimentos invasivos e desnecessários que prolongam a vida à custa de muito sofrimento e perda da dignidade humana, causando um prolongamento indigno do processo de morrer.

• Ortotanásia – forma de se oferecer uma boa morte. Tem tudo a ver com os cuidados paliati vos, que pregam o processo adequado do morrer, no tempo certo, uti lizando recursos para oferecer qualidade de vida e controle de sintomas de acordo com cada momento da evolução do paciente dentro da doença.

LEGISLAÇÃODra. Cecília, do IBCC, lembra que há respaldo técnico, moral e jurídico para a práti ca no Brasil. A Resolução 1805/2006 do CFM diz: “Na fase terminal de enfermidades graves e incuráveis, é permiti do ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garanti ndo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspecti va de uma assistência integral, respeitada a vontade do paciente ou de seu representante legal”.

Há também o Capítulo I – XXII do Código de Ética Médica: “Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, o médico evitará a realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários e propiciará aos pacientes sob sua atenção todos os cuidados paliativos apropriados”.

Segundo a especialista, existe uma Diretriz do Ministério da Saúde de 2002 que prevê a atenção em cuidados paliati vos e controle da dor crônica no Brasil, porém, a demanda é extraordinariamente maior que o número de profi ssionais capacitados para atendê-la.

“A medicina pensou que poderia driblar a morte, o que gerou, infelizmente, a desumanização da assistência e o afastamento do médico”

Dra. Dalva Yukie Matsumoto, do Instituto Paliar

Tratamento.indd 54 16/10/2015 15:20:30

Page 55: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

55

SET-O

UT

55

Tratamento.indd 55 16/10/2015 15:20:31

Page 56: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Trat

amen

to S

ET-O

UT

56

“Esta é uma área de atuação recentemente reconhecida no país e ainda não há informação sufi ciente para que toda a sociedade médica entenda a importância desse serviço. Nas áreas onde as patologias atendidas são iminentemente crônicas e que colocam a vida do paciente em risco, os profi ssionais têm maior habilidade e conhecimento em cuidados paliati vos por uma demanda evidente”, declara.

Os treinamentos, em sua opinião, deveriam se iniciar na formação universitária, mas isso ainda não é uma regra. É muito mais frequente o profi ssional procurar cursos de pós-graduação que lhe forneçam uma especialização lato sensu na área.

TERMINALIDADE DA VIDAAs pessoas acham que a morte é necessariamente feia e sofrida e que deve ser escondida, por isso a necessidade de adiá-la a todo custo. Esse é um dos grandes tabus observado pela Dra. Dalva, do Insti tuto Paliar.

Outra ideia equivocada é a de que oferecendo a tecnologia adequada, tem-se uma boa qualidade de morte. Na verdade, muitas vezes, ocorre exatamente o contrário – quando se usa a tecnologia de forma incorreta, tentando manter o paciente vivo a todo custo. Nesse caso, pode-se causar a distanásia – morte com sofrimento prolongado e desnecessário.

Mais um tabu apontado pela médica é a crença de que cuidados paliativos só podem ser oferecidos aos pacientes que estão morrendo. “O processo se inicia muito antes da morte propriamente dita; se uma doença potencialmente mortal for cuidada corretamente, quando o paciente atingir a fase de terminalidade, ele terá uma qualidade de vida muito melhor. Esse é um conceito que precisamos vencer, porque mesmo os profissionais de saúde têm muito medo de falar sobre a morte”, explica. Infelizmente, muitas vezes, o acompanhamento ocorre já em fase final, quando resta pouco tempo para tentar aliviar os sofrimentos, do paciente e de sua família.

A especialista do Paliar também fala sobre a utilização do opioide, principalmente a morfina. Existe a ideia de que se trata de um medicamento que vicia e mata, somente podendo ser oferecido àqueles que estão morrendo. “A morfina é excelente para controle de dor e desconforto respiratório e deve ser utilizada precocemente, gerando benefícios significativos em termos de qualidade de vida para o paciente e, consequentemente, aumentando o tempo de sobrevida”, conta.

TESTAMENTOS VITAIS

No ano passado, 548 brasileiros recorreram ao testamento vital, número 16% maior do que o registrado no período

anterior. O documento, que é lavrado por um tabelião de notas, permite ao paciente, antecipadamente, expressar

seus desejos quanto às diretrizes de um tratamento médico futuro, caso um acidente ou doença grave não permita

manifestá-los.

Por meio dele é possível determinar, por exemplo, que a pessoa não quer submeter-se a técnicas para

prolongamento da vida de modo artificial. De acordo com a Resolução 1995/2012 do CFM, os profissionais deverão

levar em consideração a vontade do paciente, respeitando as disposições do Código de Ética Médica.

“Qualquer pessoa plenamente capaz pode fazê-lo, basta apresentar os documentos e declarar que tipo de cláusulas deseja incluir. A escritura será apresentada posteriormente

aos médicos pelos familiares ou por quem o declarante indicar”, detalha o Presidente do Colégio Notarial do Brasil,

Carlos Fernando Brasil Chaves.

Vale lembrar que não é possível prever a eutanásia – procedimento proibido no Brasil. Na verdade, não se

trata de um testamento, mas de uma escritura pública declaratória que produzirá efeitos enquanto o testador

ainda estiver vivo.

Dra. Cecília Eugênio, do IBCC

“Oferecer conforto é um talento que só poderá ser vivenciado com maestria se houver dedicação para aprender a fazê-lo de forma técnica e humana”

Apesar de a morte ser o grande tabu do século XXI, no Brasil e no mundo, o ponto positivo é que, agora, na opinião da Dra. Dalva, pelo menos as pessoas estão procurando discutir o tema: existem publicações, programas de rádio e televisão e blogs que tratam claramente do tema. “É um grande avanço, pois estamos começando a entender que ela faz parte da vida”, frisa.

Tratamento.indd 56 16/10/2015 15:20:34

Page 57: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Tratamento.indd 57 16/10/2015 15:20:36

Page 58: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Serv

iços

SET-O

UT

58

A administração hospitalar envolve inúmeros setores de vasta complexidade, além de serviços menos complexos, mas que podem gerar muitos problemas caso o hospital não tenha parceiros responsáveis e comprometi dos. Este é o caso dos serviços de cafeteria.

A lanchonete de um hospital é o local que os clientes buscam em momentos de descompressão ou para espairecer. É também aonde médicos e demais funcionários vão nas pausas de suas ati vidades. Portanto, além de oferecer alimentação, o espaço pode ser considerado a área mais descontraída da insti tuição.

“Por trás do ambiente agradável, da comida saborosa e do preço acessível para os diferentes públicos, há muitas responsabilidades. São inúmeros pontos de atenção, que vão desde segurança alimentar, atendimento e treinamento até as burocracias documentais que envolvem licenças e guias de recolhimento, entre outros”, explica Luiz Aranha, Diretor da Peg-Mais, detentora da marca Gets Café, que possui uma rede de 23 cafeterias, incluindo as instaladas nos hospitais Santa Cruz, Dr. Moysés Deutsch (M´Boi Mirim) e Nipo Brasileiro.”

ATENDIMENTOO atendente é o cartão de visita, por isso, faz toda a diferença. Segundo Aranha, qualquer cafeteria que não tenha colaboradores que cuidem bem de seus clientes está fadada ao fracasso.

Simpati a, cordialidade, atenção ao receber, domínio sobre os produtos, o que inclui como servi-los, manipulação e temperaturas corretas, não são conhecimentos natos.

Cafeteria hospitalar: os cuidados com a terceirização

Cabe à empresa oferecer toda essa instrução. “É uma tarefa contí nua, por isso é tão importante manter um departamento de treinamento ati vo que recicle a equipe conti nuamente”, ressalta.

A Gets Café oferece treinamentos variados que acontecem tanto na matriz da empresa, para atendentes novatos, quanto nos próprios pontos de venda, com acompanhamento de uma supervisora. Além disso, promove ações de reciclagem semestrais ou anuais.

SEGURANÇA E DISTRIBUIÇÃONormas de higiene, preparação, manipulação, armazenamento, controles e processo são fundamentais para garanti r a segurança alimentar. “Na Gets Café, seguimos os padrões estabelecidos pela vigilância sanitária, sem falar que toda a equipe recebe treinamentos e instruções perti nentes à sua função”, declara Aranha.

A distribuição é outro ponto que, se bem trabalhado, é imperceptí vel, porém, se o sistema for desorganizado, trará transtornos tanto na movimentação de entrada e saída do hospital e da cafeteria, como na oferta de produtos. Dias e horários de entrega defi nidos, e condicionamento dos itens de forma adequada para transporte são pontos que fazem a diferença na operação do local.

GESTÃOAtualmente mais e mais empresas buscam estar em conformidade com leis e regulamentos externos e internos e, por isso, é de suma importância que seus parceiros estejam alinhados. “Uma rede de cafeterias que trabalha com transparência deve ter suas guias de recolhimentos, fi cha de registro, atestados de saúde, treinamentos e controle de pragas sempre atualizados e disponíveis para consulta do hospital”, acrescenta o Diretor.

Para que o cliente receba o produto fi nal com qualidade, segurança, em um ambiente agradável e seja bem servido, a gestão é fundamental. “A Gets Café é uma empresa única, não trabalha com sistema de franquia, há uma equipe gestora com responsabilidades disti ntas que atua com sinergia e garante que cada ponto de venda opere com a qualidade esperada por seus clientes. Por trás dessa gestão, há o olhar do proprietário, que trabalha próximo aos colaboradores e está sempre disponível”, fi naliza Aranha.

www.pegmais.com l (11) 3862-6544

Hospital Santa Cruz, SP

Hospital Nipo Brasileiro, SP

Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch (M´Boi Mirim), SP

Serviços.indd 58 16/10/2015 15:21:21

Page 59: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

59

SET-O

UT

59

Serviços.indd 59 16/10/2015 15:21:22

Page 60: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Robó

ti ca

SET-O

UT

60

“A cirurgia robóti ca abriu caminho para procedimentos de altí ssima complexidade, antes impossíveis de serem realizados”. A frase, do Dr. Carlos Domene, Cirurgião do

Aparelho Digesti vo e Especialista em Robóti ca do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, de São Paulo, SP,

mostra que a técnica está em crescimento e ganha cada vez mais destaque.

O Brasil possui 14 robôs na área da Saúde, na Argenti na são dois e há alguns poucos até o México. Nos Estados Unidos,

passa das 2.000 unidades, e há outras 1.000 distribuídas pelos demais conti nentes.

A principal especialidade que uti liza essas máquinas é a urologia, conforme informa o Dr. Domene. A prostatectomia

robóti ca representa hoje mais de 90% desses procedimentos, provavelmente o único caso em cirurgia

em que uma via de acesso é quase unanimidade, por seus óti mos resultados na preservação da conti nência urinária e

potência sexual.

“Também houve crescimento exponencial na ginecologia nos últimos cinco anos, com cirurgiões

migrando diretamente da cirurgia aberta para a robótica, assim como na urologia, sem passar pela

experiência laparoscópica. Na cirurgia geral, a aplicação

Cirurgias com robôs: um caminho sem voltaPor Carol Gonçalves

O avanço em programas de cirurgia robóti ca é importante, mas os modelos de incorporação tecnológica devem ser elaborados com critérios que levem em conta não apenas os melhores resultados clínicos, mas também a viabilidade econômica.

vem crescendo lenta, mas continuamente”, revela o especialista.

Dr. Sergio Arap, Gerente do Centro Cirúrgico do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, SP, conta que o robô atual é a primeira tecnologia de uso clínico universal e veio

para fi car, assim como aconteceu há quase 20 anos com os equipamentos de laparoscopia. No entanto, há muito ainda a se desenvolver, miniaturizar e melhorar. “Todos

os envolvidos devem ser treinados e, como há muitos detalhes, checagens de segurança precisam acompanhar a implantação e, posteriormente, todas as cirurgias. Por

se tratar de uma tecnologia cara, o equipamento deve ser uti lizado em toda sua capacidade, ou seja, realizando de

quatro a cinco cirurgias por dia”, salienta.

Na opinião de Charles Souleyman Al Odeh, Diretor da Rede Assistencial do Grupo Amil Rio de Janeiro, o avanço em

programas de cirurgia robóti ca é importante e desejável, porém, os modelos de incorporação tecnológica devem

ser elaborados com critérios que levem em conta não só os melhores resultados clínicos, mas também a viabilidade

econômica para acesso a esses avanços. “O modelo implantado no Hospital Samaritano do Rio de Janeiro é um

bom exemplo de efi cácia para pacientes, médicos e, de maneira geral, para o sistema”, expõe.

Hospital 9 de Julho, SP

Robotica.indd 60 16/10/2015 15:24:48

Page 61: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

61

SET-O

UT

61

Robotica.indd 61 16/10/2015 15:24:49

Page 62: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Robó

ti ca

SET-O

UT

62

PREPARAÇÃOEm junho deste ano, aconteceu o Congresso Brasileiro

de Cirurgia Robóti ca, no Rio de Janeiro, organizado pela Sobracil – Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente

Invasiva e Robóti ca. Entre os assuntos discuti dos no evento, esti veram as diretrizes para treinamento e atuação na área

da cirurgia robóti ca. De acordo com o Dr. Domene, também Presidente da enti dade, é preciso defi nir com clareza as

normas e os padrões para o treinamento dos médicos que se dedicam a esse ti po de cirurgia. Quanto mais horas forem treinados, mais qualidade e competência terão para

desenvolver suas ati vidades.

“O cirurgião robóti co é como um piloto de avião, que precisa saber para que serve cada elemento de sua cabine

e treinar situações diversas antes de levantar voo. Só assim podemos uti lizar plenamente todos os recursos

oferecidos pelos robôs, que permitem maior alcance e precisão”, escreveu em revista especial da enti dade que fez

a cobertura do evento.

A habilidade do médico é elevada à máxima potência com a tecnologia embarcada. “Temos sempre que estar um

passo a frente. É fascinante pensar que podemos visualizar as estruturas em altí ssima resolução ou que, se a cirurgia

for longa, o cansaço será mínimo devido à privilegiada ergonomia, pois a máquina fi ltrará qualquer eventual

tremor”, declara o Dr. Domene.

Mais importante do que tudo isso, em sua opinião, é que a tecnologia digital poderá ser desenvolvida em

uma interface entre os dedos e olhos do cirurgião e os tecidos do paciente, o que fará toda a diferença para o desenvolvimento futuro de dispositi vos, soft wares

e recursos ilimitados, já disponíveis ou a serem desenvolvidos. “Quando colocamos um soft ware para

apoiar o médico, as possibilidades são quase infi nitas. Os profi ssionais precisam entender que esse é um caminho

sem volta e aproveitar o que a tecnologia tem de melhor.”

Demonstrando compromisso com o ensino e o treinamento da laparoscopia e da robóti ca, a Sobracil criou o PJC –

Programa Jovem Cirurgião, que, em seu segundo ano de ati vidades, vai completar quase mil profi ssionais treinados

em um programa de educação conti nuada, online, presencial e com hands-on em laboratório seco e molhado,

incluindo animais de experimentação.

“Esse projeto é ainda mais importante quando visualizamos o futuro, pois milhares de profi ssionais serão formados nos próximos anos nas novas faculdades de medicina e

necessitarão ainda mais de treinamento básico e avançado”, expõe o Dr. Domene.

O PJC tem como objeti vos introduzir e oferecer ao médico informações básicas da videocirurgia, desenvolvendo

habilidades práti cas mínimas para despertar nele o interesse pela área, preparando-o de forma adequada

para seu ingresso nos cursos de aperfeiçoamento ou acompanhamento. O candidato deve ser sócio aspirante

da Sobracil e pode ter qualquer tempo de formado nas especialidades cirúrgicas. Mais informações no site www.

programajovemcirurgiao.com.br.

ENTRAVESSobre os fatores que impedem o crescimento da cirurgia

robóti ca no Brasil, Charles, do Grupo Amil, cita o alto custo, assim como a ausência de cobertura por planos de saúde. “À medida que a tecnologia for implantada

corretamente, seguindo as indicações clínicas para os casos que terão benefí cios constatados, tornará a escolha pela robóti ca mais asserti va. Sem falar que esses fatores que

envolvem a experiência respeitam as peculiaridades de cada procedimento, nas especialidades em que se aplicam”, explica.

De acordo com ele, alguns exemplos indicam resultados clínicos bastante sati sfatórios quando realizados por via

robóti ca, como a reti rada de tumor de base da língua, a área de cirurgias de cabeça e pescoço e as situações que envolvem

obesos mórbidos, com necessidade de cirurgia bariátrica.

Quanto ao alto valor do procedimento, Dr. Arap, do Sírio-Libanês, acredita que uma maneira de redução de custos

seria esti mular a indústria nacional a desenvolver essa tecnologia, já que os insumos são importados.

Na visão do Dr. Domene, do 9 de Julho, não há impedimentos para o crescimento da técnica no Brasil. “Os equipamentos,

ainda muito onerosos, precisam ser adquiridos com parcimônia e programação para que o negócio seja

sustentável. Isso vem sendo progressivamente desenvolvido nos principais hospitais públicos e privados do país”, ressalta.

Segundo ele, é natural que o valor ainda esteja um pouco acima do prati cado nas demais técnicas. A tendência é

que os custos caiam à medida que fi car claro o aumento de efi cácia e a redução de sequelas proporcionadas pela

robóti ca. “Se pensarmos bem, um paciente bem recuperado acaba compensando o investi mento”, destaca.

NA PRÁTICAAlguns hospitais brasileiros têm grande destaque em

procedimentos com robôs. A seguir, a experiência de três deles.

O Hospital 9 de Julho, SP, adquiriu o sistema robóti co Da Vinci em 2012. Desde então, realizou mais de 800 cirurgias

em diferentes áreas, como ginecologia (endometriose profunda, oncoginecologia e prolapso uterino, em que foi um dos primeiros a realizar o procedimento por robóti ca

no país), urologia, cirurgias do aparelho digesti vo, da obesidade e geral. Nesta últi ma especialidade, juntamente

com a Dra. Paula Volpe e o Dr. Sérgio Roll, a insti tuição fez a primeira cirurgia para tratamento de hérnias complexas por

robóti ca do Brasil.

Charles Souleyman Al Odeh, do Grupo Amil Rio de Janeiro

“À medida que a tecnologia for implantada corretamente, seguindo as indicações clínicas, a escolha pela robótica se tornará mais assertiva”

Ale

ssan

dro

Men

des

Robotica.indd 62 16/10/2015 15:24:50

Page 63: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Robotica.indd 63 16/10/2015 15:24:51

Page 64: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Robó

ti ca

SET-O

UT

64

a implantar o sistema de cirurgia robóti ca. As equipes da insti tuição cearense estão sendo treinadas por profi ssionais

do Hospital Samaritano e do Hospital 9 de Julho.

O modelo de treinamento da insti tuição exige que cada profi ssional realize cerca de 30 cirurgias robóti cas, acompanhadas pela equipe selecionada e envolvida no

programa. “Como a técnica é menos invasiva, o hospital acredita que os resultados dependam do fortalecimento da experiência clínica. Ou seja, o robô não é a peça mais

importante nesse cenário, mas, sim, um cirurgião bem capacitado e bastante treinado na inovação”, destaca Charles.

O Hospital Sírio-Libanês, SP, é outro exemplo de insti tuição de saúde que realiza cirurgias robóti cas. Para garanti r que

os médicos esti vessem totalmente capacitados para tal, adquiriu dois equipamentos: um para uso clínico e outro

exclusivamente para treinamento. Além disso, o processo até chegar à realização das cirurgias foi lento e com

avaliação dos resultados.

A principal cirurgia feita é a prostatectomia, normalmente por câncer, representando quase 75% dos casos. Outras cirurgias menos frequentes incluem reti rada do rim, de

tumores de faringe e de útero, correção de grandes hérnias abdominais, cirurgias de redução do estômago, de tumores

no pâncreas e esôfago, e de hérnias de hiato.

O robô uti lizado tem capacidade para realizar cirurgias com uma única abertura na barriga, e também com sistema de

fl uorescência, que, por meio de medicamentos, faz com que certos tumores sejam corados diferentemente do tecido sadio

e visualizados por meio de lentes e programas especiais.

“Todos os médicos habilitados podem, a qualquer momento, solicitar um horário no robô de treinamento para

exercitar suas habilidades e prati car novamente a cirurgia, antes de operar uma pessoa. Isso acontece, também, com

toda a equipe assistencial. E são ciclos programados de reciclagem”, explica Dr. Arap.

E seu hospital? Já está se preparando?

Em relação ao treinamento, o H9J conta com um programa inédito, idealizado pelo coordenador do programa, Dr.

Vipul Patel, cirurgião com mais de 9.000 prostatectomias robóti cas realizadas, provavelmente a maior experiência

em todo o mundo. Antes de serem liberados para a cirurgia, todos os médicos passam por algumas etapas de

treinamento, que envolvem testes realizados em sites, com certi fi cação obrigatória; simulação cirúrgica no Mimic,

equipamento que reproduz com riqueza as difi culdades que serão enfrentadas e permite o aperfeiçoamento do

profi ssional sem a necessidade de expor o paciente a qualquer risco; observação de inúmeros vídeos disponíveis

por sites específi cos; visita ao Celebrati on Hospital, nos Estados Unidos; e acompanhamento com preceptoria.

A preparação do H9J para o programa de cirurgia robóti ca foi complexa. Equipes de suporte da empresa vendedora

e da distribuidora realizaram extenso treinamento sobre o funcionamento do robô; uma sala cirúrgica foi especifi camente preparada; há uma enfermaria

especializada para receber o paciente; e é aplicada uma anestesia específi ca para o procedimento.

Outro hospital que tem experiência em cirurgias robóti cas é o Samaritano de Botafogo, RJ, a primeira unidade privada do estado a adquirir um sistema robóti co para intervenções

cirúrgicas delicadas e minimamente invasivas.

Em 2013, a insti tuição iniciou o trabalho com a tecnologia por meio de um programa de treinamento, valendo-

se de profi ssionais renomados, integrantes de centros de referência mundial em robóti ca. Até o momento, já

realizou cerca de 550 cirurgias desse ti po, divididas entre as especialidades de urologia, cirurgia geral, cirurgia bariátrica,

cabeça e pescoço, ginecologia e tórax.

O Centro de Cirurgia Robóti ca do hospital conta com o robô Da Vinci, que possui quatro braços de alta precisão e uma câmera que permite ao cirurgião visualizar as imagens em

3D. A proposta da área é oferecer ao paciente o acesso à tecnologia, com acompanhamento desde o período que

antecede a intervenção até a realização do procedimento cirúrgico. Além disso, o setor mantém seu trabalho de

atualização e treinamento constante para garanti r total segurança e entrega nos resultados.

Na época da implantação da tecnologia, os primeiros procedimentos realizados foram acompanhados por

especialistas estrangeiros que atuam em grandes centros mundiais de robóti ca. O objeti vo é fazer com que os

cirurgiões atuem como multi plicadores de conhecimento, como ocorre atualmente no Hospital Monte Klinikum, no Ceará – o primeiro das regiões Norte e Nordeste do país

Dr. Carlos Domene, do Hospital 9 de Julho

“Os equipamentos, ainda muito onerosos, precisam ser adquiridos com parcimônia e programação para que o negócio seja sustentável”

Hospital Samaritano, RJ

Robotica.indd 64 16/10/2015 15:24:56

Page 65: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

65

SET-O

UT

65

Robotica.indd 65 16/10/2015 15:24:57

Page 66: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Hom

e ca

re S

ET-O

UT

66

A atenção domiciliar é uma resposta ao modelo hospitalocêntrico, baseado nos cuidados da saúde em hospitais, que oferece condições de custo x benefí cio amplamente favoráveis para os pacientes que uti lizam essa forma de atendimento.

Segundo Tiago Brandão, Sócio-Diretor da IW – Soft wares Inteligentes, o tratamento domiciliar em nada contradiz o atendimento centrado em insti tuições de saúde, mas o complementa, propiciando maior oti mização no uso dos recursos. Os quadros agudos e mais complexos conti nuam sendo atendidos através do modelo hospitalar, ao passo que os de menor complexidade ou mesmo a complementação do tratamento após a estabilização da fase aguda podem ser direcionados para o home care.

“A combinação das duas formas de atenção em saúde gera um modelo mais fl exível de atendimento, com redução do tempo de internação nos hospitais e ganhos expressivos na qualidade do serviço prestado ao paciente. Com a crescente necessidade de diminuição dos custos, a atenção domiciliar é um caminho irreversível e com espaço para ampliação nos próximos anos”, destaca Brandão.

A gestão dos processos de home care é bastante complexa e envolve a sincronização perfeita entre planejamento, programação e execução de serviços interdisciplinares. A fi gura de um prontuário eletrônico seguro e acessível on-line é elemento fundamental nesse contexto.

“Outro aspecto importante a ser considerado é a necessidade de uma gestão fortemente integrada dos diversos processos que compõem a atenção domiciliar, considerando todas as suas etapas, desde avaliação, orçamentação e prestação do atendimento até o faturamento preciso e seguro, considerando a complexidade das modalidades comerciais desse segmento. Sem uma tecnologia efi caz de processamento da informação, a atenção domiciliar seria inviável”, acrescenta o diretor.

Sob o ponto de vista clínico, a interação efi caz entre as equipes interdisciplinares que atuam no home care é um grande desafi o e é onde a tecnologia dá uma importante contribuição como elemento que disciplina, padroniza e estrutura as formas de registro clínico dos pacientes. Dessa forma, é possível harmonizar as diferentes visões e compati bilizar as ações terapêuti cas tomadas em conjunto.

Sob a óti ca de gestão, a administração efi caz e conti nuada dos custos é essencial para assegurar efi ciência não somente técnica, mas também econômica para as empresas do setor. A combinação e a harmonização dessas componentes são vitais para o sucesso das empresas que investem na área.

MONITORAMENTO À DISTÂNCIABrandão explica que o monitoramento à distância amplia o raio de ação dos agentes de saúde, envolvendo o

Atenção domiciliar só é viável com tecnologia eficaz

paciente o tempo todo e onde ele estiver. Com esse modelo de atenção, é possível não somente tratar diversas doenças de forma mais confortável e eficaz, mas também prevenir e orientar no sentido de gerar melhor qualidade de vida com foco na saúde e não na doença. “A atenção com a saúde passa a ser contínua e não mais centrada em episódios agudos direcionados para locais específicos”, salienta.

SOLUÇÕESA IW – Soft wares Inteligentes é especializada em criar ferramentas simples e efi cientes para a gestão de processos na área de Saúde. Todas as soluções estão aptas a se integrar com outros sistemas, proporcionando um melhor resultado na gestão.

Uma delas é o IWCare, que permite monitorar todos os detalhes da execução do plano de atenção domiciliar, desde a captação até sua conclusão. O atendimento dos pacientes em regime de atenção ou internação domiciliar requer a colaboração proativa de diversas especialidades profissionais. Para isso, o planejamento e a coordenação eficaz de todos os recursos são fundamentais para assegurar a qualidade do atendimento. “Essa solução oferece ambiente integrado, que propicia ótimo controle on-line ao nível do planejamento e programação de todos os aspectos”, acrescenta Brandão.

Já o IWHealth apresenta funções completas para análise estatí sti ca e epidemiológica, permiti ndo identi fi car grupos de risco e orientar ações de promoção e prevenção em saúde. Inú meras enfermidades podem ser diagnosti cadas com antecedê ncia e tratadas se o indiví duo ti ver acesso à s orientaç õ es necessá rias para preservaç ã o do seu bem-estar fí sico. Este soft ware oferece uma plataforma fl exível e integrada ao IWCare.

Por fi m, o IWHospice possibilita monitorar cada detalhe do atendimento prestado ao paciente no hospital de retaguarda, abrangendo a gestão de todos os processos inerentes a esse modelo. Soft ware desenhado precisamente para a gestão integral de hospitais de retaguarda, clínicas de longa permanência e hospitais especializados na atenção ao idoso e cuidados paliati vos, foi elaborado para cuidar de cada detalhe do atendimento e gerenciar todos os processos de atenção, desde a recepção do paciente, passando pela gestão clínica integrada, através de um prontuário eletrônico interdisciplinar especializado, até a gestão clínica desses pacientes.

www.iwsoft ware.com.br l (11) 3105-4077

Home Care.indd 66 16/10/2015 15:25:31

Page 67: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

67

SET-O

UT

67

Home Care.indd 67 16/10/2015 15:25:33

Page 68: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Lite

ratu

ra JUL-

AGO

68

De acordo com pesquisa da Forrester Consulti ng, encomendada pela Zebra Technologies, 97% das

empresas da área de saúde entrevistadas afi rmaram que a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) será a iniciati va tecnológica mais estratégica a ser adotada

nesta década.

IoT é uma revolução que tem como objeti vo conectar os itens usados do dia a dia à rede mundial de

computadores. Segundo Laurie Eldridge-Shanaman, Diretora de Práti cas Globais de Saúde da Zebra, ela

oferece oportunidades inigualáveis, permiti ndo aos médicos acompanhar com precisão um paciente ao longo do tempo, possibilitando a gestão dos dados do indivíduo

em toda a cadeia da saúde. “A Internet das Coisas pode fazer a indústria do segmento avançar, pois traz

visibilidade e oti mização de processos, além de aprimorar a experiência do paciente”, considera.

Durante a conferência de 2015 da Sociedade de Informações e Sistemas de Gestão de Saúde (HIMSS), em Chicago, a Zebra

mostrou como as soluções de IoT – que são apenas uma parte da inteligência sobre os ati vos das empresas – garantem

informações cruciais, necessárias para tomar decisões mais acertadas nos leitos hospitalares e garanti r melhores

resultados.

Realizado em outubro de 2014, o estudo demonstrou que 90% dos departamentos de TI do segmento estão prontos para fazer as mudanças necessárias à adoção

dessas soluções. Dos entrevistados, 52% já implantaram algo do ti po ou estão no processo. Outros 30% têm

planos de fazê-lo ao longo do próximo ano.

A maioria dos consultados espera que as soluções de IoT ofereçam dados operacionais em tempo real, criando

um ambiente de trabalho mais seguro, mais adaptado às exigências regulatórias, com operações aprimoradas e

experiências ainda melhores para os pacientes.

Mais de 70% citaram o Wi-Fi como a tecnologia mais importante para permiti r a uti lização de soluções de IoT.

Sistemas de Localização em Tempo Real (RTLS, na sigla em inglês), sensores de segurança e códigos de barra

também foram mencionados por sua importância.

Os responsáveis pela tomada de decisões citaram soluções de segurança, serviços na nuvem e análise de

dados como as mais importantes para a sua área.

Internet das Coisas: ferramenta estratégica para evolução do setor

Pesq

uisaGlossário aponta

palavras-chave em medicina preventivaUm desafi o cada vez mais frequente na roti na das operadoras de planos de saúde, a redução de custos é uma necessidade em tempos de crise. Neste cenário, a aposta em prevenção, através de ações de medicina preventi va, ganha força. Da realização de um programa ou formatação de um setor específi co, a área ainda é nova no Brasil e gera muitas dúvidas entre os profi ssionais.

Para facilitar a compreensão de termos comumente utilizados na rotina deste segmento, a HBSIS, empresa especialista em TI, lançou um glossário com 20 palavras-chave relacionadas ao setor. Desde 2011, a companhia catarinense atua na área de Saúde através da solução de monitoramento e gestão de ações de medicina preventiva HB.Prever.

O gestor de Saúde da HBSIS, Gilberto Moura, explica que foram selecionados termos de relevância e que a ideia é facilitar a roti na de quem está iniciando ou planejando a criação de ações voltadas à área. “A promoção da saúde é cada vez mais presente e necessária, principalmente entre as operadoras. O nosso objeti vo é proporcionar mecanismos para que a criação destes programas seja cada vez mais simples, além de apoiar o impulso do setor”, diz.

Os termos foram divididos em quatro grupos temáti cos: Normas e Mecanismos (em que o leitor vai encontrar a explicação sobre a ANS, por exemplo), Processos Encadeados (que engloba expressões como custos assistenciais e grupos de risco), Acompanhamento e Modelos (que aborda o diagnósti co antecipado e o cadastro de programas preventi vos) e Oti mização de Recursos (que trata desde o retorno de investi mentos até os indicadores operacionais).

O material é gratuito e pode ser baixado no blog HB.Prever. No endereço eletrônico, também estão disponíveis diversos e-books com dicas e informações sobre o setor de medicina preventi va.

blog.hbprever.com.br

Lite

ratu

ra

Pesquisa.indd 68 16/10/2015 15:26:51

Page 69: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Pesquisa.indd 69 16/10/2015 15:26:52

Page 70: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

JAN-F

EV

70

Cent

ro C

irúrg

ico

A localização exata do alvo cirúrgico ou o mais preciso possível é de extrema importância na neurocirurgia, principalmente se

ele está em uma área que pode causar graves sequelas. “Em geral, usamos referências naturais/anatômicas para localizar

lesões, seja para abrir o crânio no lugar correto ou para explorar o cérebro, pois muitas vezes o problema não é visível na

superfí cie”, explica o Dr. Sérgio Tadeu Fernandes, neurocirurgião do Insti tuto Brasileiro Integrado de Neurociências.

A cirurgia guiada por imagem funciona como um GPS para que o cirurgião possa identi fi car e localizar o seu alvo com

menor risco possível de dano. Este ti po de ferramenta possibilita acessos diretos com cortes menores.

O avanço tecnológico permite que o tratamento seja cada vez mais completo. “Temos hospitais que disponibilizam até

ressonância magnéti ca intraoperatória, ou seja, é possível fazer uma nova ressonância durante a cirurgia e localizar

alvos com precisão milimétrica”, conta o especialista.

A cirurgia guiada por imagem é indicada para casos em que as referências naturais não são sufi cientes para um procedimento

seguro. “Nos locais onde o recurso é acessível, seu uso é corriqueiro, pois aumenta a segurança dos procedimentos,

eliminando o risco de erro humano”, ressalta o Dr. Sérgio.

O procedimento é simples: uma tomografi a ou ressonância é realizada antes da cirurgia, e este exame servirá de mapa.

Com o equipamento no centro cirúrgico, é possível apontar na cabeça do paciente a estrutura, que estará representada na tela do computador no exame que foi uti lizado como mapa.

Apesar dos diversos benefí cios, existe uma limitação, chamada pelos neurocirurgiões de brain shift . “O exame é uma foto,

portanto estáti ca, mas o cérebro muda de posição quando a cabeça é aberta ou a lesão é ressecada parcialmente. No mapa, conti nua aparecendo a imagem anti ga, assim, com a mudança de posição, a diferença entre o que vemos no computador e o

que enxergamos na realidade pode chegar a centí metros, o que, no cérebro, pode signifi car a morte”, explica.

Cirurgia guiada por imagem auxilia na precisão

de procedimentos neurológicos

Dr. Sérgio Tadeu Fernandes e Dr. Pedro Pierro, neurocirurgiões do Insti tuto Brasileiro Integrado de Neurociências

Cent

ro C

irúrg

ico

Centro cirurgico e Pesquisa.indd 70 16/10/2015 15:27:42

Page 71: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

71

JAN-F

EV

71

Cent

ro C

irúrg

ico

Centro cirurgico e Pesquisa.indd 71 16/10/2015 15:27:44

Page 72: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Gest

ão S

ET-O

UT

72

“Ele relutava em contratar os gerentes necessários para supervisionar, planejar e coordenar o novo trabalho. Ele conti nuou a ser o exemplo de um proprietário-gerente. Insisti a em tomar as decisões que afetavam todos os aspectos de seu negócio. Vangloriava-se da falta de organização formal. Preocupava-se com o produto e sua fabricação e não com a estrutura empresarial ou o avanço na carreira. Dizia que não eram necessárias reuniões para se estabelecer bons senti mentos entre indivíduos ou departamentos”. Shoshana Zuboff e James Maxmin, em seu livro “O Novo Jogo dos Negócios”, referiam-se a Henry Ford. Será que qualquer semelhança com um grande número de hospitais brasileiros dos dias de hoje é mera coincidência? Certamente, não!

Historiadores especializados em economia mostraram de modo persuasivo que essa falta de atenção à organização e à administração levou a resultados desastrosos na Ford Motor Company em 1927. Há quase 90 anos, a falta de consideração quanto aos aspectos administrati vos e de gestão já fazia suas víti mas no mundo corporati vo. Infelizmente, este quase um século não bastou para que as más experiências do passado servissem de aprendizado, pelo menos na maioria dos players do segmento de assistência à saúde.

Faz bem pouco tempo que começamos a sentir ventos de progressos na estrutura de gestão e no modelo de produção dos hospitais. Onde esses ventos sopram de verdade e balançam os alicerces já se colhem frutos importantes. Existem empresas sabidamente organizadas, atuando de maneira sistêmica e estratégica e em consonância com os movimentos e as necessidades do mercado, modelando seu negócio a partir do mapeamento do perfil epidemiológico, associado a um core business definido a partir de estudos consistentes. Tais boas histórias se constroem, em grande parte, graças ao movimento da certificação.

É uma pena que esses cases bem-sucedidos ainda sejam exceções, porque ainda há tantos outros serviços de saúde que sequer estão familiarizados com conceitos de gestão, que nunca ouviram essa linguagem ou ti veram interesse em aprender sobre temas como plano estratégico, mapeamento de processos e monitoramento de indicadores. Sim, a maioria ainda tem aversão a toda e qualquer sistemati zação de gestão, mesmo que se trate de uma mínima estrutura organizacional voltada para resultados. Ainda estão presos aos métodos prati cados por Ford em 1927, onde imperava o que o presidente dizia, o que queria e, o pior, como queria.

Como era em 1927Antes que alguém pergunte se isto ainda existe, respondo: sim. Sinto por isso, muito mais do que os leitores possam imaginar. Muitos hospitais e clínicas ainda estão presos às suas origens de pequenas empresas familiares, que cresceram em tamanho, faturamento e número de funcionários, mas ainda não disseram a que vieram. Ou seja, cresceram, apareceram, mas, simplesmente, não amadureceram. Ainda não entenderam que a relação entre prestador e tomador de serviço mudou, que o cliente/paciente não é mais um mero coadjuvante passivo do processo de assistência, que a era da informação trouxe a todos o poder de escolher, avaliar e, eventualmente, condenar ao limbo aquela insti tuição que “pisar feio na bola”. E, em muitos casos – para meu espanto – ainda ignoram que conceitos como segurança, qualidade e excelência no atendimento norteiam a escolha do cliente, principalmente quando os assuntos são saúde e qualidade de vida.

Como bem lembrou, em arti go recente, o expert em qualidade no setor hospitalar Rubens Covello, CEO do IQG Health Services Accreditati on, as insti tuições de saúde se tornaram estruturas complexas. E isso não é um elogio, pois, na maior parte das vezes, tal complexidade se traduz em uma gestão avessa à lógica do mercado e atuação centrada na doença, não na prevenção e promoção de saúde, com base no perfi l epidemiológico da população atendida, como haveria de ser.

Portanto, é urgente acontecer uma ruptura na cabeça da organização. Que o gestor aceite e abrace o princípio básico segundo o qual um hospital, por menor que seja, necessita de um gestor médico, um administrati vo e um assistencial. Profi ssionais tarimbados, com formação sólida e experiência comprovada. O tempo do “gerente proprietário” já fi cou para trás. Isso é coisa do século passado.

Dado este pano de fundo, como atacar e superar os enormes desafi os que impedem as organizações de caminhar com a celeridade das inovações e antenadas com as novas exigências do cliente? Vejo dois, imediatos:

• Montar uma estrutura com métodos de gestão atualizados, envolvendo todos os colaboradores diretos e indiretos e contando com seu comprometi mento;

• Investi r na atualização da tecnologia, das instalações e da infraestrutura.

Notem que o mercado é completamente diferente do que era há 15 anos, logo, não se pode perder tempo. A hora é de ação e não mais de discursos. A hora é de resultados. Isso somente é possível com profi ssionais preparados para este novo modelo de atuação. Times bem informados, envolvidos, engajados e comprometi dos. Some a esse capital humano uma estrutura organizacional enxuta, que provê acesso às principais e mais efeti vas ferramentas de gestão. Pode ser que, em 2027, possamos comemorar as boas histórias não mais como exceção, mas, quem sabe, como regra.

Genésio KörbesSócio da Korbes Consulti ng com MBA em Gestão Empresarial

genesio@korbesconsulti ng.com

Gestão.indd 72 16/10/2015 15:28:21

Page 73: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

73

SET-O

UT

73

Gestão.indd 73 16/10/2015 15:28:23

Page 74: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Equi

pam

ento

s S

ET-O

UT

74

O mercado mundial nem sempre se comporta de maneira homogênea em momentos de crise, portanto, considerar novos horizontes é saudável para qualquer empresa. No entanto, é preciso que as ações sejam realizadas de maneira organizada e planejada, o que é justamente o papel da Consultoria Passarini, que está presente em todo o Brasil e em outros países, além de manter parceria com representantes em diferentes localidades, como na Europa, por exemplo.

“A maioria das companhias de equipamentos médicos no país possui faturamento abaixo de R$ 20 milhões por ano. Com um trabalho sério em certi fi cação e relacionamento com o mercado externo, é possível, em dois ou três anos, aumentar esse número entre 10% e 20%. Há casos que chegam a 45% de acréscimo em cinco anos”, conta o Diretor, Paulo Passarini.

O primeiro passo para atuar com exportações é ter um sistema da qualidade compatível com as exigências internacionais, por isso, é fundamental atender aos requisitos da ISO 13485. “Muitas empresas brasileiras são familiares, portanto, respeitar sua cultura e seu tempo é fundamental para o sucesso da implantação”, acrescenta.

A marcação CE é uma das certificações mais procuradas, pois é obrigatória para quem pretende se relacionar com a Comunidade Europeia. O registro no FDA – Food and Drug Administration também está entre os mais buscados, porque permite o comércio com os Estados Unidos. Além disso, ambas abrem as portas para muitos outros mercados, como Oriente Médio, norte da África e países da América Central. Convém lembrar que o registro/cadastro de produtos na Anvisa também facilita os negócios na América Latina. “A documentação varia de acordo com o produto e o país, mas ter um sistema da qualidade implementado, ensaios de segurança, gerenciamento de riscos e validação clínica são fundamentais”, acrescenta Passarini.

Em se tratando de investi mentos, uma empresa que busca a certi fi cação ISO 13485 precisará de aproximadamente R$ 15 mil. A vantagem em contar com uma consultoria especializada é que o tempo de implantação pode cair pela metade, gerando menos gastos com recursos humanos.

Segundo o diretor, o processo de certificação não deve ser visto como custo, mas como investimento, que tem

Exportações de aparelhos médicos como alternativa à crise

retorno em no máximo dois anos, isto falando apenas em valores financeiros reais, pois agrega também melhoria de cultura, sustentabilidade do negócio, aumento na satisfação de clientes e redução da burocracia. “Uma empresa que possui ISO 13485, ISO 9001, BPF, registro/cadastro na Anvisa e CE aumenta seu valor de mercado em média de 5%”, ressalta.

Outro apoio importante é de enti dades do setor, como a Abimo – Associação Brasileira da Indústria de Arti gos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, que possui projetos de incenti vo às exportações. Em momentos de mudanças, crises, desafi os e novos projetos, andar sozinho é sempre mais difí cil, sem falar que pequenas empresas não têm pessoal dedicado a assuntos específi cos, como os regulatórios.

DESAFIOSO maior desafi o que pode aparecer é a aceitação dos envolvidos, pois confl itos aparecem quando se fala em ti rar pessoas e processos da zona de conforto. “Nossa metodologia faz com que o maior moti vador seja desenvolver colaboradores de alta performance, e, por isso, trabalhamos para engajar todo o grupo no caminho da mudança”, explica.

Segundo Passarini, nem sempre a metodologia Papai (aquele que é visto na empresa como patrocinador e ditador) é a melhor. A consultoria sempre opta pelo método Mamãe, para envolver e comprometer as pessoas, mostrando sua importância em cada ati vidade.

TREINAMENTOSEm relação aos treinamentos, Passarini explica que o ambiente regulatório para produtos para saúde é muito complexo, o que torna impossível dominar todas as áreas de conhecimento. Porém, a consultoria oferece cursos a partir do básico, para que o interessado possa construir, passo a passo, sua carreira profissional. “De início, a pessoa precisa ter competência em sistema de gestão da qualidade, saber operar ações relacionadas a auditorias, tratativas de não conformidade e controle de documentos. Posteriormente, poderá se aprofundar em regulação de produtos dentro do Ministério da Saúde e dos processos de certificações”, detalha.

www.consultoriapassarini.com.br l (16) 3421-8488

O processo de certificação não deve ser visto como custo, mas como

investimento, que tem retorno em no máximo dois anos

Equipamentos.indd 74 16/10/2015 15:29:11

Page 75: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

75

JUL-A

GO

75

Equipamentos.indd 75 16/10/2015 15:29:12

Page 76: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Enfe

rmag

em JUL-

AGO

76

Com foco nas premissas de humanização e segurança, a equipe de Enfermagem do Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre, RS, passou a adotar uma nova práti ca assistencial: o Relati onship Based Care (Cuidado Baseado no Relacionamento), que pode ser aplicado em qualquer área e consiste em o enfermeiro dedicar mais tempo para, simplesmente, conversar com o paciente e ouvir seus relatos.

A ideia é melhorar a comunicação entre paciente, família, equipes e médicos, prestando atendimento mais humanizado e de acordo com as reais expectati vas do doente. “Será uma espécie de conversa de aproximação, esti mulando-o a dizer como de fato está se senti ndo e quais são suas necessidades, para que possamos dar assistência mais efeti va e personalizada”, afi rma Fernanda Guimarães, Gerente Técnica de Enfermagem do HMD. Com a aplicação deste modelo, a insti tuição caminha em busca do Reconhecimento Magnet, tí tulo internacional de Excelência em Enfermagem.

A aplicação do cuidado baseado no relacionamento parti u da necessidade do trabalho com metodologias e já era planejada há cerca de três anos. Para facilitar a adaptação dos profi ssionais, haverá um curso interno para enfermeiros, conduzido pela enfermeira Fáti ma Silvana Furtado Gerolin, Superintendente Assistencial do Hospital Oswaldo Cruz, que adota este método e é pioneiro no país nessa práti ca.

O Hospital Mãe de Deus pretende ir além. Recentemente, a Enfermagem lançou o Modelo Assistencial Case Management (Gerenciamento de Casos), outra diretriz de atendimento voltada para pacientes de alta complexidade e de processos especiais. Nesse modelo, um enfermeiro será responsável pelo gerenciamento do paciente desde a sua entrada até a alta hospitalar, acompanhando a evolução do acolhimento. Quando esti ver implantado,

o HMD será o primeiro hospital do Brasil a prati car os dois modelos de atendimento.

O Relati onship Based Care já é aplicado nos EUA e uma das precursoras desta iniciati va no país é a enfermeira Jean Watson, da Universidade de Colorado, que trabalha com modelos fi losófi cos de enfermagem.

HMD adota modelo americano de atendimento

Enfe

rmag

em

Enfermagem.indd 76 16/10/2015 15:30:15

Page 77: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

77

JUL-A

GO

77

Enfermagem.indd 77 16/10/2015 15:30:16

Page 78: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Neg

ócio

s S

ET-O

UT

78

Os profissionais de saúde estão descobrindo que é possível se tornar empresários de sucesso através da abertura de uma clínica médica, conduzindo os negócios de forma a atender suas expectativas pessoais e da comunidade.

A ANS – Agência Nacional de Saúde classificou esses estabelecimentos em 54 tipos, mas os mais utilizados são: consultórios com até duas especialidades; consultórios gerais, onde são executados procedimentos acima de duas especialidades; e clínica geral, que pode realizar pequenos procedimentos.

Após pesquisar o mercado, planejar as fi nanças e analisar as possibilidades, é hora de abrir a própria clínica ou consultório. Nesse momento, o profi ssional depara-se com uma série de siglas, planilhas, alvarás, livros, taxas e muitos outros documentos, até então desconhecidos, e que podem parecer um “bicho de sete cabeças”.

Para esclarecer as questões mais frequentes, o especialista em contabilidade Telmon Oliveira, da Prolink Contábil, afi rma que a parceria com um profi ssional especializado facilita e afasta as dúvidas fi scais e contábeis sobre o novo empreendimento. “Não basta gostar do negócio. O empreendedor deve ter conhecimento e saber se ele é viável e lucrati vo”, explica.

Oliveira conta ainda que é muito importante avaliar a concorrência, criar um diferencial e manter um padrão de excelência no atendimento. Outra dica é conhecer todas as etapas financeiras, para que possa controlar as receitas e despesas. “Assim, o profissional consegue saber quanto investir e em quais setores gastar ou não, além de avaliar periodicamente o capital de giro, evitando empréstimos”, destaca o especialista. E lembra: “Não se esqueça de treinar seus funcionários para que eles entendam muito sobre o funcionamento do consultório ou clínica”.

O MERCADOCom uma clínica médica que oferece diversas especialidades, o empresário concorre diretamente com os consultórios que atendem até duas especialidades, porém, a clínica consegue agregar valores com a possibilidade de oferecer maior facilidade de pagamento e de estar próxima das comunidades que precisam de atendimento médico de qualidade com custos acessíveis.

Outro ponto importante é que uma clínica pode operar com ou sem planos de saúde, possibilitando, assim, um número crescente de pacientes, que costumam comparar o atendimento ao recebido no SUS e percebem que são tratados sob os conceitos básicos de humanização.

As clínicas, tanto as populares, que atendem as classes C e D, como as parti culares, exercem forte concorrência sobre os consultórios, mas, mesmo diante disso, alguns

Como montar uma clínica médica

profi ssionais preferem abrir um consultório de até dois sócios, como no caso das especialidades de Fisioterapia e Estéti ca.

Escolher entre uma clínica médica ou consultório depende da visão do empreendedor, mas é importante saber que, para se destacar no mercado, é necessário oferecer serviços de qualidade e diferenciais no atendimento, além de considerar outras questões mercadológicas, como localização, divulgação e planejamento.

UMA CLÍNICA MÉDICA POPULAREsse tipo de negócio está em crescimento e possui algumas vantagens, como por exemplo, baixos custos operacionais, nível hierárquico enxuto e maior capacidade de investimentos, graças ao progressivo aumento de clientes. Quando bem administradas e com serviços de qualidade, as clínicas têm uma ótima capacidade de aumentar a rentabilidade média e reduzir custos e despesas operacionais.

PLANEJAMENTO, LOCALIZAÇÃO E DIVULGAÇÃOPara obter sucesso, é necessário um planejamento eficaz, que garanta a estabilidade do negócio e gere lucro. Para tanto, devem ser levados em conta fatores como localização, ambiente externo e interno, análise das forças e fraquezas, bem como oportunidades e ameaças, público-alvo, fornecedores e concorrência.

O empresário pode optar por alugar ou comprar um espaço para a nova clínica no local de sua preferência, mas não sem antes realizar uma pesquisa de mercado que descreva todas as característi cas do local, desde renda per capita e hábitos dos moradores até molésti as que surgem na região com maior frequência.

Os novos serviços podem e devem ser divulgados, mas é necessário observar que a publicidade médica possui regras específi cas, normalmente ditadas pelos Conselhos Regionais de Medicina.

OS CUSTOSOs custos totais são divididos em diretos e indiretos. É necessário estabelecer a forma de custeio ideal, lembrando que não existem sistemas que valham para todos os consultórios ou clínicas, pois eles se organizam em realidades diferentes. Além disso, os ti pos de procedimentos variam de acordo com as especialidades

Negocios.indd 78 16/10/2015 15:31:19

Page 79: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

79

JUL-A

GO

79

Negocios.indd 79 16/10/2015 15:31:21

Page 80: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Neg

ócio

s S

ET-O

UT

80

atendidas e, por isso, a apuração de custos também será diferente.

Para escolher um sistema adequado, devem ser previstos o número de atendimentos, o consumo de material e, ainda, os desperdícios e depreciações.

Uma boa avaliação de custos e orçamento é primordial para a implantação de um planejamento estratégico que considere objeti vos em longo prazo, decisões quanto a ampliações, expansões de negócios e investi mentos futuros.

GESTÃOExistem diversas ferramentas voltadas ao gerenciamento de clínicas médicas, com o objeti vo de melhorar o fl uxo de informações. Por meio dessas tecnologias, é possível realizar as mais diversas tarefas, como organizar a agenda dos médicos, enviar e-mails de confi rmação de consultas, controlar o comparecimento, a fi la de espera, acessar a base de doenças (CID10) para apoio ao diagnósti co, os medicamentos referência pela Anvisa, além de cadastrar e confi gurar os convênios atendidos e personalizar formulários eletrônicos.

Informações sobre regulamentações e legislações podem ser encontradas no endereço www.anvisa.gov.br. Em página específica no site do Sebrae, disponível no link goo.gl/lX54au, o empreendedor encontrará informações e dicas importantes sobre o novo negócio.

OS ERROS FATAIS

Segundo Roberto Carlos Rodrigues, Consultor e Instrutor da Intercriar Infoeditora, empresa especializada em gestão de negócios e consultoria, apesar de ser um negócio que vem crescendo rapidamente, algumas clínicas podem não obter os resultados esperados, geralmente em função das seguintes falhas:

• Falta de conhecimento do mercado: Antes de investi r no negócio é preciso conhecê-lo detalhadamente, saber seus custos, perfi l da clientela, fontes de receitas, especialidades médicas mais procuradas, ti pos de investi mentos, etc;

• Localização ou estrutura inadequada: O local deve ser de fácil acesso, fora de áreas nobres ou afastadas. A estrutura pode ser simples, porém, não deve faltar conforto e higiene e nem ser pequena demais;

• Ausência de especialidades médicas: É necessário disponibilizar os principais exames, procedimentos e especialidades;

• Demora no atendimento: Evitá-la é fundamental, pois a concorrência pode usar esse quesito como diferencial competi ti vo;

• Atrasos e faltas dos médicos: Como estas são as maiores reclamações dos usuários do SUS, as consultas devem ser marcadas e seus horários, respeitados.

3albe 34

Alfa Tennant 51

Beta 63

Brunmed 76

Bry-Air 37

CDK 69

Celitron 43

Comaho 29

Consultoria Passarini 29

Controller 13

Corning 76

Deltronix 19

Dorja 77

Dräger 7

Ecco Brasil 81

EFE 11

Emifran 79

Fami 13

Fanem 4ª capa

Fleximed 55

For Medical 29

Gnatus 23

H.Strattner 61

Health Móveis 59

Instramed 65

IW Softwares Inteligentes 63

JMC 67

Kolplacir/Kolplast 71

Kolplast 27

Konex 26

Lean Summit Saúde 17

Lotus-X 21

M. Quintão 40, 41

Magnamed 17

MedCir 5

Moriya 2ª capa, 3

Mucambo 47

NTI 45

Oxigel 70

Palmetal 37

Peg-Mais (Gets Café) 53

PromoPress 69

Protec/R&D Mediq 8, 9

RC Móveis 25

Rubbermaid 3ª capa

RWR 30, 31

Samtronic 23

Sindilav 15, 52

Transmai 73

TTS 43

U´North 75

Wise Comfort 57

X-Ray 57

Anun

cian

tes

Negocios.indd 80 16/10/2015 15:31:31

Page 81: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

81

JUL-A

GO

81

Anun

cian

tes

Negocios.indd 81 16/10/2015 15:31:45

Page 82: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

SET-O

UT

82

Como diretora de uma revista voltada exclusivamente à Saúde, estou acostumada a fi car atenta a tudo que acontece e a me envolver, mesmo que de longe, nos assuntos que norteiam o setor. Sejam eles bons ou ruins. No meu dia a dia, abordo novas tecnologias, mostro cases de sucesso em gestão, falo em humanização, em protocolos de higiene, em atenção ao paciente e em uma série de outros assuntos que, acredito, sejam importantes para os profi ssionais que trabalham nos hospitais brasileiros.

Pelo meu jeito otimista de enxergar os fatos e por ainda acreditar nos valores das pessoas, não quero (ou não gosto) de admitir que as coisas vão tão mal como parecem... Mas recentemente vivi uma situação que merece ser comentada, já que me colocou no lado oposto da linha: estar na pele de um paciente em um hospital público.

Para acompanhar uma amiga, visitei um hospital localizado na zona sul de São Paulo, com a intenção apenas de conversar com o médico que a atende e obter uma documentação. E os problemas começaram na recepção... Ficamos em três (isso, três!) fi las e cada vez que chegava nossa vez de fazer a fi cha, o atendente se reti rava e encaminhava as pessoas para o guichê ao lado.

Finalmente nos dirigimos à recepção do consultório, cuja especialidade era Ginecologia e Obstetrícia. Havia cerca de seis pacientes aguardando, jovens futuras-mamães em fase fi nal de gestação, e então vimos o médico-chefe do setor sair da sala e dizer a todos que iria se ausentar para fazer uma cesariana e que só retornaria às consultas em cerca de uma hora... Todos optaram por aguardar, mas eu me perguntei: Como assim, não tem outro médico para dar sequência aos atendimentos???

Na sala ao lado, fi ca a Emergência, que nesse momento ti nha pelo menos dez pacientes em repouso. Um deles, um senhor, provavelmente morador de rua trazido pelo SAMU, estava em uma maca amarrado pelos pulsos e tornozelos (já fi cando roxos) e gritava “a todo pulmão” que queria ser solto. Indiferentes, médicos e enfermeiros passavam pelo local ignorando o cidadão, que cada vez se debati a mais e mais. Humanização??? Como assim? E eu que pensava falar demais sobre isso na revista...

Por essa mesma sala circulavam médicos mal paramentados, enfermeiros com roupas coloridas cobertas por aventais que mais pareciam de presidiários, além de pacientes que, em estado menos comprometedor, passeavam pelos corredores rindo e falando alto. E aqueles

Do outro lado da linha...

em situação mais críti ca dormiam ou gemiam em macas encostadas nas paredes sujas e descascadas. Um caos!

Enquanto isso, na sala de espera entra uma mãe com uma fi lha de 16 anos grávida, se senti ndo muito mal. Ao passar pela triagem e percebendo que o atendimento demoraria, a mulher se exaltou, cobrou providências, mas se calou assim que percebeu a chegada de dois seguranças dispostos a colocá-la para fora, alegando que estava “tumultuando” o ambiente. Que efi ciência!!! Não seria melhor investi r em profi ssionais que pudessem agilizar o atendimento do que numa equipe bem treinada de segurança? Assim, os ânimos se acalmaram e a mulher e sua fi lha esperaram pacientemente o retorno do médico.

Em seguida, uma enfermeira solicita a uma acompanhante um comprimido de uma paciente que estava sendo atendida e que se encontrava em sua bolsa. Ao receber o medicamento, reti rou-o do blister, devolveu o restante à acompanhante e saiu com ele na mão. CCIH??? Alguém já ouviu falar sobre isso?

Cansada de esperar e de ver tantos absurdos, fui até a área externa do hospital disposta a tomar um café, comercializado pelas inúmeras barracas que “entopem” a calçada e, para minha surpresa, encontro uma jovem médica, muito bem vesti da com seu jaleco branco, ostentando seu estetoscópio ao pescoço e (pasmem!) comendo um delicioso pastel! Ops!!! Estou convencida de que devo falar mais e mais sobre infecção hospitalar e do número de mortes que a sepse causa no Brasil!

Nesse ínterim, o médico (herói!) retornou ao consultório e prosseguiu com o atendimento. Recebeu minha amiga, que aproveitou e pediu que ele verifi casse sua pressão. Constatada a alteração, receitou um medicamento diário de 50 mg, que poderia ser reti rado na Farmácia Hospitalar. Lá chegando, a atendente prontamente informou: “A rede só tem o de 25 mg”. Bem, então sugerimos que ela fornecesse o dobro de comprimidos... “Lamento, só se o doutor colocar na receita!”... Fomos à procura do médico que, infelizmente (ou felizmente!), já se encontrava em outra cirurgia...

Parece exagero? Mas não é! Pude perceber que o que falta em nossos hospitais não é apenas dinheiro, mas gestão qualifi cada e, principalmente, o empenho das pessoas. Aquilo que repeti damente venho abordando na revista! Boa vontade, respeito ao próximo e dedicação à profi ssão são quesitos essenciais para quem deseja crescer e fazer a diferença. Certa vez, em uma entrevista com um administrador hospitalar, ele me disse que “o simples fato de reorganizar as cadeiras pode fazer toda a diferença no nível do atendimento”. Mas concluiu que o difí cil é encontrar quem o faça...

Só não posso deixar de destacar a dedicação desse médico que, apesar da idade avançada (deve ter mais de 70 anos), luta bravamente, dando o melhor de si aos pacientes que dependem dos serviços públicos. Ah, ele também salvou minha amiga de um câncer, há mais de três anos.

Leda Lúcia BorjucaDiretora de Redação da Revista Hospitais Brasil

[email protected]

Opi

nião

Opinião.indd 82 16/10/2015 15:32:19

Page 83: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

@Conteúdo Extra

Exclusivo para edições on-line

eXTRA wEB.indd 83 20/10/2015 13:30:18

Page 84: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

MAR-A

BR

84

Entre as ati vidades de comemoração do centenário do Hospital Amaral Carvalho (HAC), localizado em Jaú, interior de São Paulo, está a inauguração de uma importante área que inclui Centro Cirúrgico, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e setores de apoio. Após 14 anos, as obras foram concluídas com verba dos governos federal e estadual e irão proporcionar melhorias no atendimento aos pacientes.

O projeto teve início em 2001 com recursos fi nanceiros do Ministério da Saúde e, de acordo com o Diretor Superintendente, Antonio Luís Cesarino de Moraes Navarro, os convênios determinaram a execução de partes individualizadas da obra. “Todos os planos de trabalho aprovados foram defi nidos de acordo com o capital liberado, delimitando começo, meio e fi m”, explica.

Em virtude de arti go da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que impedia a uti lização de recursos federais na categoria despesa/investi mento para uso em novas obras ou que ti veram início depois do ano 2000, a parti r de 2004 o Hospital Amaral Carvalho não teve mais convênios fi rmados com o Ministério da Saúde para essa fi nalidade. “Por isso, as obras fi caram paralisadas entre 2006 e 2012”, lembra o Superintendente. Para concluir o projeto, a insti tuição contou com apoio do governo estadual, que liberou R$ 11 milhões, nos últi mos dois anos.

ESTRUTURAO prédio de dois andares tem área construída de 6.064 m² e abriga no térreo a recepção geral; no 1º piso, a Central de Material e Esterilização e a UTI; e no 2º piso, o Centro Cirúrgico.

Aproximadamente 1.200 procedimentos eram realizados mensalmente no anti go setor, entre cirurgias oncológicas de alta complexidade, bariátricas e outras, de menor complexidade. Agora, com a nova unidade, a capacidade foi aumentada, já que passou a contar com 12 salas cirúrgicas e 20 leitos de recuperação.

HAC amplia capacidade de atendimento em urgências e emergências oncológicas

A média da anti ga UTI era de 120 pacientes atendidos por mês, com 10 leitos. Essa capacidade foi duplicada, com 20 leitos para atendimentos internos de urgência e emergência, hemodiálise e realização de transplantes de medula óssea – procedimento no qual o HAC é referência nacional.

O espaço onde funcionavam o centro cirúrgico e a UTI abriga também o Hospital da Mulher e a Unidade de Internação do setor de Cuidados Paliati vos.

ALTA TECNOLOGIAO anexo foi inaugurado com dispositi vos de alta tecnologia. No centro cirúrgico, além de salas equipadas com novos focos, mesas e bisturis elétricos, já está sendo uti lizado o mais moderno carrinho de anestesia do mercado. O Diretor Clínico do HAC e anestesista, Fausto Chiachio Guimarães, explica que o diferencial do equipamento é permiti r o alvo controlado do agente anestésico inalatório. “É possível realizar anestesia inalatória, intravenosa ou ambas, simultaneamente, de acordo com a necessidade de cada paciente e de maneira mais efi ciente”.

Com estação de trabalho completa, a nova ferramenta proporciona maior segurança durante o procedimento. “Sem dúvida é um grande avanço para o hospital e um signifi cati vo ganho aos usuários dos serviços de saúde da insti tuição”, afi rma.

HOMENAGEMAs novas alas levam o nome de dois grandes profi ssionais que contribuíram com o sucesso do centenário Hospital Amaral Carvalho, em uma homenagem da diretoria aos ex-membros, já falecidos.

O Centro Cirúrgico Dr. Ricardo Cesarino Brandão é um tributo ao ex-presidente da insti tuição. Radiologista e especialista em medicina nuclear, é símbolo do pioneirismo nessa área no Estado de São Paulo. Já a Unidade de Terapia Intensiva Dr. Antonio Carlos Ferreira Dias reverencia o ex-vice-presidente e membro do Conselho Curador do HAC. Advogado e engenheiro civil, exercia parti cipação ati va na diretoria insti tucional, sempre em busca de melhorias.

Navarro ressalta o merecimento de ambos à homenagem. “Esses profi ssionais e amigos acompanharam nossa luta pela construção do anexo e contribuíram para que alcançássemos esse objeti vo. Fica nosso eterno agradecimento”, disse.

www.amaralcarvalho.org.br

Infr

aest

rutu

ra

Tecn

olog

ia

eXTRA wEB.indd 84 20/10/2015 13:30:20

Page 85: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

8585

Pesquisadores de Neurocirurgia e Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), realizaram uma intervenção inédita no mundo para amenizar as sequelas do AVCi – Acidente Vascular Cerebral Isquêmico da região do cerebelo, responsável pela coordenação dos movimentos e da marcha.

“Trata-se da estimulação cerebral elétrica por intermédio de eletrodos implantáveis sobre a região afetada. Uma paciente de 52 anos de idade, submetida ao procedimento em abril de 2014, apresentou melhora significativa na marcha, escrita e manipulação de objetos”, explica o titular de Neurocirurgia, Manoel Jacobsen Teixeira.

A estimulação da região por pulsos elétricos bloqueia os sinais que causam os sintomas motores incapacitantes da doença e, assim, o paciente consegue ter maior controle sobre os movimentos corporais e coordenação, com melhora na qualidade de vida.

O acidente vascular isquêmico, conhecido popularmente como derrame, é uma das principais causas de morte e de incapacidade no Brasil e no mundo, gerando grande impacto econômico e social.

A técnica cirúrgica adotada pelos neurocirurgiões do Hospital das Clínicas promete revolucionar o tratamento, que ainda está longe de ser satisfatório. “O processo também inclui medicamentos e reabilitação física”, adianta o médico.

A cirurgia consiste na inserção de um microeletrodo na região do cerebelo da paciente. Por intermédio de um programador externo, o médico neurologista consegue controlar a energia elétrica liberada e, consequentemente, os sintomas.

Conhecido como estimulação cerebral profunda, o procedimento é semelhante ao realizado em casos de doença de Parkinson, porém, em local diferente.

“Enquanto no Parkinson é estimulado o núcleo subtalâmico, estrutura envolvida no programa motor e na velocidade dos movimentos, no AVC é estimulado o núcleo denteado, estrutura envolvida na coordenação dos movimentos e bastante afetada no paciente”, salienta o neurocirurgião.

Tecn

olog

ia

Cirurgia combate sequelas do AVC

Sistema híbrido pode ser alternativa contra câncerPesquisadores do Instituto de Biologia (IB) e do Instituto de Química (IQ) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas, SP) desenvolveram um sistema híbrido à base de hidrogel para tratar câncer de próstata. A tecnologia está disponível para licenciamento.

O processo agrega hidrogéis de polímeros biocompatíveis e nanopartículas mesoporas de sílicas incorporadas com fármacos – liberados de forma controlada – para tratamento tumoral. A própria nanoestrutura já exerce efeitos no tumor, mas é potencializada pela utilização dos medicamentos.

De acordo com Wagner José Fávaro, professor do IB e um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, “quem dita o efeito antitumoral é a nanoestrutura, que interage com proteínas que estão no sangue e no abdômen, local escolhido para a aplicação. Essas proteínas chegam até a célula tumoral e isso, somado ao efeito do fármaco, faz com que obtenhamos um efeito muito significativo”.

Para o professor, o processo representa uma grande evolução como método de drug delivery para o sistema biológico, e tem como principais diferenciais o efeito antitumoral e a baixa toxicidade, que atenua os efeitos colaterais. Uma das preocupações dos envolvidos no estudo foi garantir qualidade de vida. “Curar o câncer é um grande desafio, mas é importantíssimo que a gente consiga melhorar o processo e garantir que o paciente tenha qualidade de vida, fato que está diretamente associado à toxicidade dos fármacos”, explica Wagner.

O processo obteve resultados satisfatórios em testes in vivo, em ratos de laboratórios. Durante um mês, os animais receberam sistematicamente injeções que continham o sistema híbrido à base de hidrogel e apresentaram uma diminuição no tamanho dos tumores e também baixa toxicidade, principalmente no coração.

“Não chegamos à cura do câncer, mas o tamanho dos tumores nestes animais foi reduzido. Em estágio inicial, conseguimos que o tumor fosse quase eliminado. Se este tratamento for prolongado ou associado a outros tipos de fármacos, podemos obter uma nova abordagem”, aponta Fávaro, que revela que os estudos estão evoluindo de modo a contemplar outros tipos de cânceres, como o de bexiga, por exemplo. “Precisamos ampliar os estudos e também analisar os resultados em longo prazo”, conclui.

Ant

onin

ho P

erri

Prof. Wagner José Fávaro

eXTRA wEB.indd 85 20/10/2015 13:30:21

Page 86: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

MAI-

JUN

86

Canções da MPB e Bossa Nova tocadas no saxofone têm embalado a recuperação dos pacientes do Hospital Estadual Anchieta, no Rio de Janeiro (RJ). O projeto Música para os Meus Ouvidos é um estí mulo a mais na melhora do quadro de saúde e da autoesti ma, oferecendo momentos de descontração e ti rando o foco da doença. De acordo com o Coordenador de Núcleo do HEAN, Thiago Cachaldora, já nas primeiras apresentações a experiência mostrou resultados positi vos. Ele conta que muitos pacientes criaram vínculos com os músicos e aguardam ansiosos as próximas visitas. “As apresentações são acompanhadas por profi ssionais de saúde e servem como porta de entrada para a abordagem das equipes médicas com os internados”, explica.

Música esti mula recuperação de pacientes1

2Inspirados em grandes lendas do rock, três pequenos pacientes em tratamento no Hemorio, do Rio de Janeiro

(RJ), ti veram seus dias de estrelas da música. Matheus, de cinco anos, Eduardo, de dez, e Raycelli, de oito, descobriram seu lado rock´n´roll montando uma banda para gravar o vídeo da campanha “Rock

na Veia”, que foi exibido durante o festi val para incenti var a doação de sangue.Para completar a ação, foram distribuídas no evento palhetas com a inscrição: “Doar sangue também é Rock´n´Roll”. No verso, um QR Code direcionava para o vídeo completo da campanha na internet, que está disponível na página ofi cial do Hemorio no YouTube.

Rock in Rio 2015

Obstinação e coragem. Estas palavras definem os últimos anos do ortopedista e traumatologista Guilherme de Freitas, que atuava no Hospital Santa Genoveva, em Uberlândia (MG). Aos 33 anos, o médico sofreu um AVC raríssimo e perdeu todos os movimentos do corpo e a fala. Guilherme vem se recuperando gradativamente e, após dois anos de reabilitação, já consegue andar com ajuda, utilizar o computador e se comunicar bem. Com o objetivo de ajudar a difundir a doença, ele acaba de lançar o livro “O Quarto 65 – Uma janela para a vida”. “Se eu tenho um problema, não fico pensando nele, mas sim nos ganhos e no aprendizado que me trará. Passei a ver a vida de outra forma. Foram nove meses escrevendo o livro. Quero ajudar outras pessoas e contar um pouco da minha experiência para que sirva de conforto e energia positiva para quem lê”, afirma.

Médico conta sua história em livro

O Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco, em São Paulo (SP), organizou o seu primeiro simulado de atendimento a catástrofes com múlti plas víti mas. A ação contou com a parti cipação de cerca de 180 profi ssionais de diversas áreas do hospital e teve apoio de enti dades como Corpo de Bombeiros, Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências (GRAU), Polícias Militar e Civil, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), entre outros.O simulado iniciou com uma encenação de acidente envolvendo

dois carros e alguns pedestres. Quinze víti mas foram socorridas e avaliadas no local, receberam os primeiros atendimentos e foram transportadas para a unidade, onde passaram por nova triagem e por simulação dos atendimentos assistenciais e, em casos graves, por procedimentos cirúrgicos para atendimento aos politraumati zados.

Simulado de atendimento a catástrofes333

44

Acon

tece

eXTRA wEB.indd 86 20/10/2015 13:30:23

Page 87: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

87

MAI-

JUN

87

7

O Centro de Referência em Saúde do Homem, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo gerenciada em parceria com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), lançou uma campanha com o objetivo de reduzir a zero os quadros de dor em pacientes operados.A iniciati va, bati zada “Agosto sem dor” e voltada ao treinamento de médicos e enfermeiros, foi idealizada para aprimorar técnicas e protocolos para identi fi car mais rápido os sintomas de dor em pacientes internados que passaram por cirurgias urológicas. Durante todo o mês de agosto, além de treinamentos, palestras e banners espalhados pelo hospital, os profissionais de saúde também utilizaram um crachá amarelo com a pergunta: “De 0 a 10 qual é o nível de dor que você está sentindo?”. O crachá reproduzia o desenho da Escala Visual Analógica (EVA), utilizada como padrão mundial para aferir a dor.

5

6No dia 24 de setembro foi realizada pelo Hospital Municipal e Maternidade Escola Dr. Mário de Moraes A. Silva em parceria com a COLSAN - Associação Beneficente de Coleta de Sangue, a IV Campanha de Doação de Sangue, com coleta na

própria Maternidade Cachoeirinha, em São Paulo (SP).A ação teve como objeti vo manter os estoques dos bancos de sangue, uma vez que são usadas, mensalmente, cerca de 100 bolsas para transfusão, contando todos os componentes do sangue. Além disso, 60% a 70% dessas bolsas são usadas para transfusões de concentrados de hemácias. A campanha contou com a parti cipação de servidores públicos, médicos residentes, estagiários, acadêmicos, funcionários terceirizados, usuários e público em geral.

Campanha de Doação de Sangue

O Hospital da Criança, unidade infantil da Rede D’Or São Luiz, localizada ao lado do São Luiz Jabaquara, em São Paulo (SP), reformou sua UTI Pediátrica. São

15 leitos individuais com banheiro privativo e decorados com temas infantis, onde um acompanhante pode ficar em tempo integral com a criança. Para proporcionar mais conforto e qualidade no atendimento, a nova UTI tem dois postos de enfermagem, televisão nos corredores com vista externa, portas de segurança com acesso eletrônico e vestiário com guarda-volumes para os pais.

UTI Pediátrica8

Grávida de seu primeiro fi lho, Benjamin,

a jornalista Glória Vanique, apresentadora do Radar SP, da Rede Globo, é madrinha da campanha #gravidezsemalcool, contra a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), edição 2015. Ela conta que decidiu parar com tudo para garanti r que o fi lho não corra riscos desnecessários e nasça com saúde.“Ouvi de muitos médicos que o feto demora duas vezes mais pra eliminar o álcool do que a mãe. Além disso, existem sequelas que ainda são estudadas, como parto pré-maturo e problemas na formação do bebê”, conta.Deborah Secco, grávida de sua primeira fi lha, Maria Flor, também declarou apoio à campanha, que visa conscienti zar as futuras mamães sobre o risco da ingestão de álcool durante a gestação. Evidências médicas demonstram que um só gole pode acarretar problemas graves e irreversíveis ao bebê.

Campanha #gravidezsemalcool

Agosto sem dor

eXTRA wEB.indd 87 20/10/2015 13:30:25

Page 88: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

MAI-

JUN

88

Expa

nsão

A Assessoria de Qualidade do Imperial Hospital de Caridade (IHC) de Florianópolis, SC, está em processo de implementação do Programa 5S, método desenvolvido no Japão na década de 50 que chegou ao Brasil nos anos 90 e busca promover disciplina na organização, de modo a tornar o ambiente de trabalho agradável, seguro e produtivo.

A comissão responsável pela introdução do programa é formada por 13 profissionais, coordenados pela Assessora de Qualidade, Lúcia Maria Pereira da Silveira, que listou alguns dos benefícios do programa: otimização de espaços, redução de custos e eliminação de desperdícios, redução de condições inseguras que propiciam acidentes, doenças funcionais, aumento da vida útil de ferramentas e equipamentos, conscientização da importância do padrão e controle, prevenção da poluição sonora e visual, melhoria da qualidade de vida e dos serviços, como também das relações interpessoais e da comunicação, além do desenvolvimento do espírito de equipe.

Os cinco “S” se referem às seguintes atividades nomeadas em japonês: Seiri (senso de utilização); Seiton (senso de ordenação); Seisou (senso de limpeza); Seiketsu (senso de saúde/asseio); e Shitsuke (senso de disciplina), que estimula o cumprimento dos padrões e normas estabelecidas, resultando em melhoria contínua, que é a chave do sucesso do programa.

O Hospital de Caridade pretende manter o Programa 5S ativo, por se tratar de uma premissa para a acreditação hospitalar. Vale lembrar que, desde abril, ela está em processo junto ao IQG – Instituto Qualisa de Gestão, instituição credenciada pela ONA – Organização Nacional de Acreditação, com o objetivo de conquistar em até 24 meses o certificado Diamante da Qmentum, metodologia internacional da Accreditation Canada, uma das mais renomadas empresas de acreditação do mundo.

Todo o processo de implantação e avaliação foi concluído em agosto, quando passou a funcionar integralmente. A comissão já começou a planejar a próxima etapa, visando sua sustentação.

Em busca de acreditação, IHC implanta programa de qualidade

Qua

lidad

e

O Hospital Ônix, da operadora Clinipam, foi inaugurado em setembro de 1998, em Curitiba (PR), com o objetivo de prestar atendimento médico multidisciplinar e altamente especializado, porém, com o passar dos anos, a demanda cresceu, e com ela, a necessidade de uma estrutura maior. Assim, a Construtora Baggio foi escolhida para ser a responsável pela ampliação do edifício e criar um novo hospital.

A empresa se aliou ao arquiteto Gustavo Pinto, que uniu sua experiência de 20 anos e mais de 200.000 m2 de áreas hospitalares projetadas, para conceber o novo espaço. Ele explica que o objetivo era muito maior do que uma mera ampliação, mas, principalmente, criar as bases para aprimoramento tecnológico dos estabelecimentos assistenciais de saúde e das reestruturações administrativas, focando na busca pelo melhor atendimento.

“Muitos estabelecimentos solicitam projetos para problemas emergentes, de reforma e expansão, porém, sem avaliar o conjunto hospitalar como um todo. Neste caso, o cliente já ti nha uma edifi cação hospitalar e nos contratou para projetar uma ampliação. Nosso desafi o era criar novos espaços, integrar e oti mizar os fl uxos de pacientes e funcionários, adequar os ambientes para novos equipamentos e serviços, bem como criar uma volumetria externa que unifi casse as edifi cações novas e já existentes, transmiti ndo as qualifi cações do Hospital Ônix”, explica Gustavo.

O resultado foi uma nova edifi cação hospitalar, projetada dentro de um sistema construti vo que permite fl exibilidade: fechamentos internos com paredes leves; shaft s para a verifi cação das instalações (hidráulica, elétrica, lógica, gases medicinais, ar condicionado e sonorização); pisos de alta resistência; e acabamento de forros e paredes com cores alternadas e texturas. Na volumetria externa, o arquiteto projetou painéis em alumínio composto e brises, de forma a buscar uma unidade arquitetônica entre a edifi cação existente e a nova. Finalizado, o Hospital Ônix vai contar com mais 100 leitos e dará prioridade para UTIs e centros pediátricos.

www.construtorabaggio.com.br

Como será o novo Hospital Ônix, em Curitiba

Nenad Radovanovic

Ampl

iaçã

o

eXTRA wEB.indd 88 20/10/2015 13:30:26

Page 89: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

8989

Referência na zona sul de São Paulo, o antigo hospital Nossa Senhora de Lourdes, conhecido como Lourdinha, transformou-se em Hospital São Luiz – Unidade Jabaquara. Com a aquisição, a Rede D’Or São Luiz somou os 77 anos de tradição da marca São Luiz aos mais de 50 anos de história e qualidade de serviços prestados pelo Hospital Nossa Senhora de Lourdes, reforçando a referência da unidade na região.

Logo após a aquisição, em abril de 2012, a Rede D’Or São Luiz levou para a unidade sua cultura, passando também por um processo de mudança estrutural, com ampliação, reforma e modernização. “Estamos muito satisfeitos, pois fomos recebidos muito bem e com otimismo pelos pacientes e moradores da região, e também pelos colaboradores e equipe médica, que estão felizes em fazer parte da rede. O São Luiz é uma marca muito querida pelas pessoas em São Paulo e tem uma grande importância na vida de muitas delas”, comemora José Jair James de Arruda Pinto, Diretor Executivo Regional da Rede D’Or São Luiz.

Desde a virada da bandeira para Hospital São Luiz – Unidade Jabaquara, já foram 64.000 atendimentos no pronto-socorro, 5.300 internações e 3.300 cirurgias nas especialidades geral, ortopédica, bariátrica, urológica e vascular, entre outras, e a unidade já é reconhecida como Hospital Geral.

O local conta com quartos amplos, parque tecnológico com tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassonografia, endoscopia digestiva diagnóstica e intervencionista, serviços de hemodinâmica e de radioterapia. Atualmente são 192 leitos, 14 salas cirúrgicas, sendo duas inteligentes, capazes de executar tarefas através de comandos de voz. O pronto-socorro tem modelo de atendimento Smart Track, com dez boxes (ortopédico, reavaliação, emergência, repouso e observação), bem como sala de sutura e pequenas cirurgias, sala de gesso e curativo, duas salas de medicação/inalação e posto de coleta de exames e farmácia.

A Rede D’Or São Luiz está presente no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco e opera com 28 hospitais próprios, dois hospitais sob gestão e três em fase de construção .

Hospital Lourdinha passa a integrar a Rede D´Or São LuizEx

pans

ão

O Dia das Crianças ficou marcado na memória dos pequenos pacientes dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro. Para amenizar o desconforto por conta da mudança de rotina com a internação, as unidades prepararam uma série de atividades especiais ao longo do mês de outubro.

A programação incluiu distribuição de presentes, visitas de personagens, brincadeiras, teatro de fantoche e até mesmo um menu especial, pensado por nutricionistas, com opções que em nada lembravam as refeições de um hospital: hambúrguer, batata frita e bolo de chocolate.

“A ideia é que estas iniciativas minimizem o afastamento da criança do seu ambiente natural e da convivência com seus amigos e familiares”, conta Gisele Macedo, Coordenadora de Humanização da Secretaria de Estado de Saúde.

A festa começou no dia 8 de outubro no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, com lanche especial e distribuição de brinquedos. No dia 9, a Turma da Alegria, grupo de palhaços voluntários, levou presentes para a ala pediátrica do Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes.

Já no dia 10, foi a vez dos pacientes do Hospital da Criança receberem a visita do Homem-Aranha, que também distribuiu lembrancinhas. O paciente Jiliard Oliveira da Silva, de três anos, nem acreditou quando viu o super-herói entrando no quarto. “Ele adora o Homem-Aranha, tem tudo do personagem. Achei ótima a iniciativa, demonstra carinho”, disse a mãe do menino, Francinei Oliveira.

Em 12 de outubro, Dia das Crianças, a pediatria do Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, se transformou em um grande circo. No Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo, entre os dias 13 e 15, as crianças participaram de oficinas de pintura, material reciclável e bolamania (confecção de objetos com bolas).

De 13 a 16 de outubro, os pacientes do Hospital da Criança também puderam se divertir com oficinas musical e circense, teatro de fantoches e com a visita do Mickey e de personagens do desenho animado Frozen. No dia 19, os pequenos internados no Instituto Aloysio de Castro, no Humaitá, também entraram na brincadeira.

No dia 20, o Hemorio preparou uma festa com sessão de teatro e contadores de história. E para finalizar as ações, o Hospital Azevedo Lima, em Niterói, promoveu no dia 23 uma exposição de desenhos feitos pelos filhos de seus funcionários.

Dia

das c

rianç

asProgramação especial para pequenos pacientesAm

plia

ção

Mau

rício

Baz

ílio

/ Div

ulga

ção

SES-

RJ

eXTRA wEB.indd 89 20/10/2015 13:30:27

Page 90: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

JAN-F

EV

90

Aumenta a cada ano o número de mulheres que têm filhos mais tarde, privilegiando o lado profissional e investindo na carreira, adiando, assim, a realização do sonho de ser mãe. A maioria delas tem consciência que após os 35 anos a capacidade reprodutiva diminui, e por isso, se afligem frente a esta realidade, optando pelo congelamento de óvulos, que é uma saída que pode minimizar essa angústia. E o ideal é que seja feito antes dos 35 anos.

Porém, surpresas sempre podem ocorrer, como neste caso inédito, apresentado pela equipe do IPGO durante o 6º Congresso Internacional IVI, um dos mais importantes da área de reprodução humana, realizado em Alicante, na Espanha, em abril deste ano. Uma mulher de 46 anos de idade foi à clínica do IPGO em maio de 2010 e, após pesquisar diversas opções, escolheu congelar seus óvulos. Apesar de os resultados negativos serem comuns nesta faixa etária, ela estava decidida. “Como médico, fui bem franco e disse que as chances eram praticamente nulas, que não havia casos semelhantes que obtiveram sucesso, mas ela insistiu. Percebi que estava bem consciente de sua escolha e resolvi atender seu pedido”, conta o Diretor do IPGO, Arnaldo Schizzi Cambiaghi, especialista em reprodução humana que realizou o procedimento.

A paciente optou por adiar o tratamento porque em alguns anos se aposentaria e seu sonho era ela mesma cuidar dos filhos, postergando sua realização por mais quatro anos. O protocolo para a estimulação ovariana foi seguido e, em julho de 2014, quando a paciente estava com 50 anos de idade, decidiu iniciar a preparação do endométrio para tentar a transferência de embriões. No 10º dia de estimulação, o endométrio atingiu 10,8 mm e os ovócitos foram descongelados. Neste dia, os espermatozoides foram obtidos por aspiração percutânea, pois seu marido havia feito vasectomia.

Três embriões foram formados e transferidos, assim, dias depois, um ultrassom mostrava um deles com batimentos cardíacos. A gestação teve desenvolvimento

Em caso inédito, mulher congela óvulos aos 46 anos e é mãe aos 50

fetal normal e sem complicações clínicas. Em abril deste ano, às vésperas de completar 51 anos, a paciente deu à luz uma menina. A criança nasceu de cesárea, pesando quase quatro quilos e medindo 50 cm. Três dias depois, mãe e filha estavam ótimas, tiveram alta e foram para casa.

“Após essa experiência, a conclusão a que chegamos é que, apesar de a maioria dos resultados de congelamento de óvulos depois de certa idade ser ruim, a preservação da ferti lidade pode, sim, ser oferecida a mulheres em idade avançada. No entanto, ela deve ser informada sobre suas chances reduzidas de sucesso e é fundamental realizar uma avaliação clínica detalhada para garanti r a segurança da gravidez”, ressalta Cambiaghi.

SOBRE O CONGELAMENTO DE ÓVULOSO envelhecimento ovariano (também conhecido como reserva ovariana) pode ser definido como a perda da saúde reprodutiva dos ovários e óvulos (oócitos) e está associado a um declínio no número de folículos ovarianos. Os hormônios tornam-se insuficientes, falta ovulação, diminui a fertilidade, as menstruações se tornam irregulares, depois escassas, vão cessando gradualmente e, finalmente, desaparecem completamente de forma irreversível. Este fenômeno é conhecido como menopausa e geralmente ocorre em uma idade média de 51 anos.

Em circunstâncias normais, a diminuição acentuada da função ovariana começa entre 45 e 50 anos de idade. Se a mulher ti ver esta perda aos 40 anos, clinicamente chamamos de envelhecimento precoce do ovário ou insufi ciência ovariana. O ovário começa a não funcionar adequadamente tanto como órgão endócrino quanto como um órgão reproduti vo. Isto é o envelhecimento ovariano prematuro. “Após os 45 é esperado o declínio natural da função ovariana, que é chamado de perimenopausa ou transição da menopausa”, afi rma Cambiaghi.

As mulheres não fazem novos óvulos após o nascimento. A reserva ovariana decresce com a idade e para algumas a fertilidade já começa a diminuir a partir dos 30 anos. O grau de declínio varia, mas este envelhecimento começa após os 35 anos e permanece de forma contínua até a menopausa.

“A criopreservação de oócitos humanos é uma técnica disponível para preservar a ferti lidade nas mulheres que necessitem retardar a gravidez por razões diferentes. A idade da mãe é fundamental para a qualidade do oócito com taxas muito baixas de sucesso em idades avançadas”, fi naliza o médico.

www.ipgo.com.brwww.ferti lidadedohomem.com.br

www.ferti lidadenatural.com.br

Arnaldo Schizzi Cambiaghi, Diretor do IPGO

“A criopreservação de oócitos humanos é uma técnica disponível para preservar a fertilidade nas mulheres que necessitem retardar a gravidez por razões diferentes”

Espe

cial

idad

e

eXTRA wEB.indd 90 20/10/2015 13:30:28

Page 91: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Capa.indd 3 16/10/2015 14:50:25

Page 92: Edição 75 - Revista Hospitais Brasil

Capa.indd 4 16/10/2015 14:50:36