jornal conselho nº 75

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Editorial INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 75 - MAIO/JUNHO DE 2009 Impresso Especial 2015/2005-DR/CE CREMEC Jurídico/Ementas Recadastramento Fórum de Ética Médica no Interior - Morada Nova IX Encontro das Câmaras Técnicas do Cremec Artigos: Sobre Perícias e Peritos... e Pesadelo XCIX Fórum de Ética Médica do Interior - Maracanaú Pág. 2 Pág. 3 Págs. 4 e 5 Pág. 6 Pág. 7 H á pouco mais de 20 anos, ocorreram fatos de grande relevância em nosso país. Foi aprovada a Constituição Federal, consagrando a saúde como um direito de todos os cidadãos brasileiros. Esta- vam traçadas as linhas centrais do Sistema Único de Saúde, o SUS, o qual resultou de um pujante movimento ético e político que tinha por meta universalizar o acesso à saúde, corrigindo uma marcante iniqüidade social caracterizada pela cir- cunstância de que milhões de pessoas não tinham qualquer possibilidade de socorro ou alívio para as suas enfermidades. Os anos seguintes mostraram o extraordinário alcance da propos- ta do SUS, com a melhoria dos indicadores de saúde em nosso país, como, por exemplo, a redução da mortalidade infantil e o aumento da vida média da população. Neste processo, teve papel importante o Programa de Saúde da família (PSF), estratégia determinante para a ampliação e consolidação do SUS. É claro, porém, que algumas distorções foram sendo identificadas, ficando evidente que ainda ha- via muito a fazer para a concretização de um sistema de saúde condizente com as legítimas aspirações do povo brasileiro. No Ceará, houve inegáveis avanços nos cui- dados de saúde, destacando-se o crescimento da atenção primária, sendo inquestionável que a Medicina de Família e Comunidade se tornou, em poucos anos, uma das áreas mais ativas e pro- missoras da atividade médica em nosso Estado. De igual modo, “a Medicina de ponta”, com os transplantes, as próteses e outros procedimentos médicos tecnologicamente sofisticados, alcançou grande projeção em terra alencarina. Há um bom tempo, contudo, que são apontadas as inegáveis carências do nosso atendimento médico no que diz respeito à atenção secundária, que permanece como o calcanhar de Aquiles de todo este edifício médico-sanitário. As intermináveis e angustiantes filas de pacientes à espera de um exame decisivo para o diagnóstico da doença, ou aguardando uma cirurgia cujo adiamento pode ser fatal, são ocorrências que aumentam o sofrimento dos pacientes e inquietam os médicos, configurando uma situação que não pode ser aceita. Uma das tentativas para minorar o problema se deu no governo passado, quando foi criado o Programa “Saúde mais perto de Você”, que possibilitou a ida de cirurgiões, anestesiologistas e traumatolo- gistas, entre outros profissionais, a várias cidades do interior do Estado, resultando na redução das transferências de pacientes para Fortaleza, conforme levantamento feito pelo então Supe- rintendente do Instituto Dr. José Frota (IJF), Dr. Francisco Wandemberg. Agora, o Secretário de Saúde, Dr. João Ana- nias, em recente pronunciamento no Conselho Regional de Medicina, expôs o plano do governo atual, que prevê a construção de 2 grandes hos- pitais – em Juazeiro do Norte e Sobral – e 22 policlínicas, uma em cada microrregião de saúde do Estado do Ceará. O projeto é alvissareiro, pois aponta no sentido de tornar bem mais resoluti- vo o atendimento secundário à saúde. Sinaliza, ademais, que serão criados 1.249 novos postos de trabalho para médicos de 29 especialidades. Poderá tornar-se, por conseguinte, uma das mais importantes medidas já adotadas em prol da saúde dos cearenses. Suscita, no entanto, algumas preocupações, no que diz respeito à qualificação dos médicos que irão trabalhar nesses serviços. De onde virão tantos especia- listas para o desempenho de tão magna tarefa? Torna-se imperioso que o Estado invista forte- mente na formação médica, o que pressupõe, entre outras medidas, uma substantiva am- pliação das vagas dos Programas de Residência Médica, indiscutivelmente o melhor caminho para a qualificação de médicos especialistas. Ao lado das outras entidades médicas (SI- MEC, AMC e Sociedades de Especialidades), o Conselho de Medicina acompanhará atentamente o processo de criação das Policlínicas, sempre com o intuito de colaborar para a melhoria da atenção à saúde dos cearenses, sem perder de vista a defesa da dignidade do trabalho médico. Dr. Ivan de Araújo Moura Fé Presidente do CREMEC O SUS E AS POLICLÍNICAS Ao lado das outras entida- des médicas (SIMEC, AMC e Sociedades de Especialida- des), o Conselho de Medicina acompanhará atentamente o processo de criação das Poli- clínicas

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Jornal publicado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará

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Page 1: Jornal Conselho Nº 75

Editorial

INFORMATIVO DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO CEARÁ - Nº 75 - MAIO/JUNHO DE 2009

ImpressoEspecial2015/2005-DR/CE

CREMEC

Jurídico/EmentasRecadastramento

Fórum de Ética Médica no Interior -

Morada Nova

IX Encontro das Câmaras

Técnicas do Cremec

Artigos: Sobre Perícias e Peritos...

e Pesadelo

XCIX Fórum de Ética Médica do Interior -

MaracanaúPág. 2 Pág. 3 Págs. 4 e 5 Pág. 6 Pág. 7

Há pouco mais de 20 anos, ocorreram fatos de grande relevância em nosso país. Foi aprovada a Constituição Federal, consagrando a saúde como

um direito de todos os cidadãos brasileiros. Esta-vam traçadas as linhas centrais do Sistema Único de Saúde, o SUS, o qual resultou de um pujante movimento ético e político que tinha por meta universalizar o acesso à saúde, corrigindo uma marcante iniqüidade social caracterizada pela cir-cunstância de que milhões de pessoas não tinham qualquer possibilidade de socorro ou alívio para as suas enfermidades. Os anos seguintes mostraram o extraordinário alcance da propos-ta do SUS, com a melhoria dos indicadores de saúde em nosso país, como, por exemplo, a redução da mortalidade infantil e o aumento da vida média da população. Neste processo, teve papel importante o Programa de Saúde da família (PSF), estratégia determinante para a ampliação e consolidação do SUS. É claro, porém, que algumas distorções foram sendo identifi cadas, fi cando evidente que ainda ha-via muito a fazer para a concretização de um sistema de saúde condizente com as legítimas aspirações do povo brasileiro.

No Ceará, houve inegáveis avanços nos cui-dados de saúde, destacando-se o crescimento da atenção primária, sendo inquestionável que a Medicina de Família e Comunidade se tornou, em poucos anos, uma das áreas mais ativas e pro-missoras da atividade médica em nosso Estado. De igual modo, “a Medicina de ponta”, com os transplantes, as próteses e outros procedimentos médicos tecnologicamente sofi sticados, alcançou grande projeção em terra alencarina. Há um bom

tempo, contudo, que são apontadas as inegáveis carências do nosso atendimento médico no que diz respeito à atenção secundária, que permanece como o calcanhar de Aquiles de todo este edifício médico-sanitário. As intermináveis e angustiantes fi las de pacientes à espera de um exame decisivo para o diagnóstico da doença, ou aguardando uma cirurgia cujo adiamento pode ser fatal, são ocorrências que aumentam o sofrimento dos pacientes e inquietam os médicos, confi gurando uma situação que não pode ser aceita. Uma das

tentativas para minorar o problema se deu no governo passado, quando foi criado o Programa “Saúde mais perto de Você”, que possibilitou a ida de cirurgiões, anestesiologistas e traumatolo-gistas, entre outros profi ssionais, a várias cidades do interior do Estado, resultando na redução das transferências de pacientes para Fortaleza, conforme levantamento feito pelo então Supe-rintendente do Instituto Dr. José Frota (IJF), Dr. Francisco Wandemberg.

Agora, o Secretário de Saúde, Dr. João Ana-nias, em recente pronunciamento no Conselho Regional de Medicina, expôs o plano do governo atual, que prevê a construção de 2 grandes hos-pitais – em Juazeiro do Norte e Sobral – e 22 policlínicas, uma em cada microrregião de saúde do Estado do Ceará. O projeto é alvissareiro, pois aponta no sentido de tornar bem mais resoluti-vo o atendimento secundário à saúde. Sinaliza, ademais, que serão criados 1.249 novos postos de trabalho para médicos de 29 especialidades.

Poderá tornar-se, por conseguinte, uma das mais importantes medidas já adotadas em prol da saúde dos cearenses. Suscita, no entanto, algumas preocupações, no que diz respeito à qualifi cação dos médicos que irão trabalhar nesses serviços. De onde virão tantos especia-listas para o desempenho de tão magna tarefa? Torna-se imperioso que o Estado invista forte-mente na formação médica, o que pressupõe, entre outras medidas, uma substantiva am-pliação das vagas dos Programas de Residência Médica, indiscutivelmente o melhor caminho para a qualifi cação de médicos especialistas.

Ao lado das outras entidades médicas (SI-MEC, AMC e Sociedades de Especialidades), o Conselho de Medicina acompanhará atentamente o processo de criação das Policlínicas, sempre com o intuito de colaborar para a melhoria da atenção à saúde dos cearenses, sem perder de vista a defesa da dignidade do trabalho médico.

Dr. Ivan de Araújo Moura FéPresidente do CREMEC

O SUS E AS POLICLÍNICAS

Ao lado das outras entida-des médicas (SIMEC, AMC e Sociedades de Especialida-des), o Conselho de Medicina acompanhará atentamente o processo de criação das Poli-clínicas

Page 2: Jornal Conselho Nº 75

[email protected] JORNAL CONSELHO

JURÍDICO / EMENTAS

Já está disponível no Portal Médico a ficha de recadastramento para que todos os médicos efetuem a atualização dos seus dados e fiquem aptos a receber a nova Carteira de Identidade Médica.

O recadastramento foi baseado na ex-periência do CREMESP que atualizou os quase 90 mil médicos do estado. O pro-cesso atende o estabelecido pela resolução CFM.

O Conselho prevê a emissão de novas células de identificação para evitar a ocor-rência de fraudes, protegendo a sociedade e

a classe médica contra a atuação criminosa de quem falsifica as carteiras dos médicos com intuito de praticar o exercício ilegal da profissão.

Leia as instruções para o recadastra-mento:

- Apenas as inscrições PRIMÁRIAS deverão sofrer o recadastramento. Seus dados serão transferidos para os Conselhos Regionais de Medicina onde e caso possua inscrições secundárias.

- Após concluir o seu recadastramento, dirija-se ao seu Conselho Regional para

assinar a ficha de coleta, levando uma fo-tografia colorida, 3x4cm, fundo branco ou cinza-claro, sem qualquer tipo de mancha, alteração, retoque, perfuração, deformação ou correção.

Não serão aceitas fotografias em que o portador utilize óculos, bonés, gorros, chapéus ou qualquer item de vestuário ou acessório que cubra parte do rosto ou da cabeça.

O médico receberá um aviso para retirar a sua nova carteira, assim que estiver dis-ponível no seu Conselho Regional.

RECADASTRAMENTO

PARECER CREMEC

Nº 13/2009

Assunto – Remuneração – visita hospitalar a mais de um médico. Parecerista – Conselheira Valéria Goes Ferreira Pinheiro

EMENTA: O pagamento de visitas diárias e simultâneas ao médico assistente e especialistas, desde que solicitadas e devidamente justifi cadas, está dentro dos princípios éticos. Eventuais negativas de pagamento por parte das operadoras deverão da mesma forma ser justifi cadas por escrito.

PARECER CREMEC

Nº 15/2009

Assunto: Competência de Médico-LegistaParecerista: Cons. José Albertino Souza

EMENTA: 1) O médico inscrito no Conselho Regional de Medicina da jurisdição onde atua poderá exercer legalmente a profi ssão, em qualquer dos seus ramos ou especialidades.2) O médico só poderá declarar vinculação com especialidade ou área de atuação quando for possuidor do título correspondente, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina.

PARECER CREMEC

Nº 17/2009

Assunto: Prontuário Eletrônico - Valor LegalParecerista: Cons. José Albertino Souza

EMENTA: É plena a validade jurídica do prontuário de paciente armazenado em meio eletrônico, desde que o sistema informatizado atenda integralmente aos requisitos do Nível de Garantia de Segurança 2 (NGS2) estabelecidos no Manual de Certifi cação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde, aprovado pelo Conselho Federal de Medicina.

PARECER CREMEC

Nº 14/2009

Assunto: Requisição de listagem de pacientes pela secretaria de Saúde do EstadoParecerista: Patrícia Maria de Castro Teixeira

EMENTA: Direitos e garantias individuais do cidadão. Sigilo médico. Art.102 Do código de ética médica. Interesse do paciente.

PARECER CREMEC

Nº 16/2009

Assunto: Atendimento de Pacientes Através de ConsórciosParecerista: Cons. José Albertino Souza

EMENTA: É vedado ao médico o atendimento de pacientes encaminhados por empresas que anunciem e/ou comercializem planos de fi nanciamento ou consórcios para procedimentos médicos.

PARECER CREMEC

Nº 18/2009

Assunto: Prescrição Médica de Tratamento Fisioterápico.Parecerista: Cons. José Albertino Souza

EMENTA: O médico legalmente habilitado para o exercício da profi ssão, ao prescrever técnicas ou métodos de tratamento com a fi nalidade de reabilitação de doentes, está atuando dentro das atribuições estabelecidas no exercício regular da medicina.

Page 3: Jornal Conselho Nº 75

JORNAL CONSELHO [email protected]

FÓRUM DE ÉTICA MÉDICA NO INTERIORMorada Nova - 06 e 07 de maio de 2009

Realizado em Morada Nova nos dias 06 e 07 de maio, o 98º Fórum de Ética Médica no Interior, com a seguinte programação: A Situação da Saúde no Município de Morada Nova, Situação dos Hospitais da Área, Atestados Médicos, Programa de Saúde da Família e Transferência Inter-Hospitalar, Diretor Técnico, Clínico e Comissão de Ética, Perícia Médica, Auditoria Médica, Segredo Médico, Responsabilidade Profi s-sional, Relação com Pacientes e Familiares.

Inscreveram-se no evento, os seguintes médicos: Amanda Gisele Nobre Carvalho, Aníbal Brito Júnior, Antonio Abel Barbosa Laurindo Filho, Antonio de Pádua de Oliveira, Cláudia Georgia Macedo Alves de Castro, Francisco Narcélio Marinho Cordeiro, Frederico Sérgio Uchoa Feitosa, José Lopes de Oliveira Júnior, Kathiane Lustosa Augusto, Nádia Viana de Melo, Natalia Saraiva Coelho, Paulo Sérgio Rodrigues de Almeida, Raphael Teófi lo de Souza, Renata de Castro Alves Martins, Rosana Maria Veras Cardoso, Valdemar Ferraz Filho, Vanessa Rocha Pessoa, Vanuza Chagas Gonçalves, Victor Pontes Parahyba

Digital Doodle

Deputado Manoel de Castro

Conselheiro Ivan Moura Fé e Dra. Vanuza Chagas Gonçalves

Dr. Willames Freire Bezerra, Dr. Frederico Sérgio Uchoa Feitosa e Dr. João Ananias Vasconcelos Neto, Secretário

de Saúde do Ceará

Dra. Vanuza Chagas Gonçalves, Dr. Willames Freire Bezerra, Secretário de Saúde de Morada Nova

Da esq. para a dir.: Dr. Marcelo Holanda Cunha, Vice-Prefeito de Morada Nova, Deputado Manoel de Castro, Deputado Cavalcante, Dr. Ivan Moura Fé e Dr. Willames

Freire Bezerra.

Assistência do FórumDa esq. para a dir.: Deputado Manoel de Castro, Deputado Cavalcante, Dr. Marcelo Holanda Cunha, Vice-

Prefeito de Morada Nova, Dr. Ivan Moura Fé e Dr. Willames Freire Bezerra, Secretário de Saúde de Morada Nova.

Page 4: Jornal Conselho Nº 75

15 e 16 de maio de 2009 / Beberibe - Ceará

Tadeu Pires Sobreira - CT Patologia Clínica

Liana Jucá e Lorena Madeira - CT de Alergia e Imunopato-logia, Elizabeth Daher - CT de Nefrologia, Francisco Colares

- CT de Endocrinologia

Renan Magalhães - CT de Endocrilogia, Marta Andrade - CT de Rematologia, Vitoriano Barbosa - CT de Cirurgia Plástica e

Suerda Guiomar - CT de Gastroenterologia

Sérgio Juaçaba, Fernando Melo - CT de Mastologia, Antero Gomes Neto - CT Cirurgia Torácica e Shirley Ulisses Paiva -

CT Anestesiologia

Ivo Castelo Branco Coelho - CT de Infectologia, Ambrósio Guimarães - CT Medicina do Trabalho, Maria de Jesus Mari-

nho - CT Cardiologia

Fátima Sampaio e Luciana Capelo - Organização do Evento

Augusto Araújo Lima - CT de Endoscopia Digestiva, Sidneuma Ventura - CT de Pediatria, Áttila Queiroz - CT de Medicina

do Trabalho

Conselheiro Dr. Lino Holanda, desentendendo-se com seu notebook

Manoel Augusto - CT de Oftalmologia e Ricardo Sidou - CT de Medicina Intensiva

Luiz Moura - CT de Cirurgia Geral Paulo Reis - CT de Urologia e Sylvio Leal - Cooordenador das CTs

Conselheiro Dr. Málbio Rolim - Palestrante: Atestados MédicosJosé Carlos Albuquerque - CT de Auditoria, Sônia Holanda - CT de Nefrologia, à dir. em primeiro plano, Helvécio Feitosa -

Comissão da CT

Francisco Monteiro de Castro - CT de Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Digital Doodle

ENCONTRO DAS CÂMARAEventosCREMEC

4 JORNAL CONSELHO [email protected]

Page 5: Jornal Conselho Nº 75

Planos de Saúde - Estado Atual; Dr. Florentino de Araújo Cardoso Filho, Presidente da AMC; Perícia Médica - Cons. Dalgimar Beserra de Menezes; Atestados Médicos - Cons. José Málbio Oliveira Rolim; Prontuário Eletrônico - Dr. Claúdio Giulliano Alves da Costa, Membro

da CAMTEC de Informática em Saúde do CFM; Responsabilidade Civil e Penal dos Médicos - Tadeu Uchoa Filho da Promotoria de Defesa da Saúde Pública; Problemas de Auditoria Médica - Dr. Alberto Farias Filho; Câmara Técnica de Auditoria - Principais Problemas da Propaganda Médica, Cons.

José Roosevelt Norões Luna; Revisão do Código de Ética - Situação Atual, Cons. Ivan de Araújo Moura Fé; Estruturação, Formatação e Conteúdo do Parecer, Cons. Lúcio Flávio Gonzaga Silva; Avaliação das Câmaras Técnicas,Cons. Helvécio Neves Feitosa; Decisões de Plenária.

Florentino Cardoso - Presidente da AMC

Arnaldo Afonso - CT de Ginecologia e Obstetrícia

Francisco das Chagas Medeiros - CT de Ginecologia e Obstetrícia e Pedro Wilson Leitão - CT de Mastologia

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho - Comissão das CTs

Frederico Arnaud - CT de Medicina de Urgência Eveline Monteiro - CT de Pediatria

Paulo Tavares - CT de Clínica Médica e Waldemiro Carvalho - CT de Cirurgia Cárdio-vascular

Daniel Moura Fé - CT de Medicina Legal e Renan Magalhães - CT de Endocrinologia e Metabologia

Tadeu Uchoa Filho da Promotoria de Defesa da Saúde Pública

Cons. Ivan Moura Moura Fé Cláudio Giulliano Alves da Costa - Membro da Câmara Técnica de Informática em Saúde do CFM

Programação do evento:

Digital Doodle

RAS TÉCNICAS DO CREMEC (CT)

[email protected] JORNAL CONSELHO 5

Page 6: Jornal Conselho Nº 75

ARTIGOS

Em meio a uma ligação telefônica, na qual eu discutia com o Conselheiro Menezes sobre o resultado de um exame histopa-

tológico, indaguei ao mesmo se poderia escrever sobre a perícia médica previdenciária no jornal do conselho, e prontamente o nobre conselhei-ro concedeu-me este espaço. E por falar no histopatológico, o resultado foi compatível com um carcinoma papilífero da tireóide.

Esta paciente seria aposentada no INSS? A minha intenção aqui é simplesmente falar um pouco para os colegas dessa espinhosa,

mas essencial atividade que é a Perícia Médica. Em primeiro lugar, na atividade pericial não há relação médico-paciente e sim relação perito-segurado. Ao contrário da relação médico-paciente, na perícia a relação é de desconfi ança, o examinado não está ali por vontade própria e os interesses são divergentes, pois o perito está ali atuando em prol de toda a sociedade. De toda a sociedade mesmo, pois um benefício concedido indevi-damente é pago com a contribuição de todos, inclusive com o dinheiro que os nobres esculápios vertem como contribuição para o INSS todo mês.

O papel do perito não é diagnosticar, tratar e muito menos ajudar. A função do perito é simplesmente atestar ou não a incapacidade, baseado na legislação previdenciária. Sei que os colegas assistencialistas fi cam muito chateados por vezes (e aqui me incluo, pois atuo como cirurgião geral fora do INSS). Há equívocos na atividade pericial é claro, como há nas atividades assistencialistas também. No entanto a concessão de benefícios envolve não apenas um mero diagnóstico, mas há requisitos administrativos e médicos.

Nesse ponto, vale deixar bem claro que o nome “Auxílio-Doença” está errado. O nome deveria ser “Auxílio-Inca-

pacidade”, pois, de acordo com a lei, não é a doença em si que gera o benefício e sim a incapacidade para o trabalho. Voltando à senhora com neoplasia de tireóide, se ela for operada e fi car em acompanhamento sem sinais de recidiva, provavelmente terá entre trinta e sessenta dias de afastamen-to e depois retornará às suas atividades. Mas e câncer não aposenta? Nem câncer, nem pressão alta, nem diabetes, nem artrite reumatóide, etc.

O que aposenta é a incapacidade para o trabalho, que é avaliada no ato pericial. É claro que sempre é levada em consi-deração também a profi ssiografi a. Um segurado epiléptico não poderá ser motorista de ônibus, pois trará risco para si e para terceiros, mas poderá ser reabilitado e exercer suas atividades como cobrador por exemplo.

O nosso país está sofrendo uma verdadeira inversão da pirâmide etária, a população está envelhecendo, e o potencial laboral de cada um deve ser aproveitado, caso contrário, esta-remos caminhando para a falência de nosso próprio sistema previdenciário.

Além de nós peritos nos submetermos a uma legislação e a uma relação totalmente distinta da relação médico-paciente, somos também submetidos a pressões sociais, políticas e eco-nômicas.

O desemprego, a miséria, a falta de moradia, as reinvidi-cações sindicais, todos esses problemas deságuam na porta da previdência. No entanto, o INSS é uma seguradora, a maior do País. É um seguro contra incapacidade para o trabalho, no qual o trabalhador contrata uma apólice e paga as prestações para que caso venha a precisar, seja mantido enquanto perdurar sua incapacidade.

Não é responsabilidade da Previdência Social do Brasil corrigir quinhentos anos de injustiça social.

SOBRE PERÍCIAS E PERITOS...João Paulo Aguiar Sampaio

Aldaíza Marcos RibeiroAlessandro Ernani Oliveira Lima

Dagoberto César da SilvaDalgimar Beserra de Menezes

Erika Ferreira GomesEugênio de Moura CamposFernando Queiroz Monte

Francisco Alequy de Vasconcelos FilhoFrancisco das Chagas Dias Monteiro

Francisco de Assis ClementeFrancisco Dias de Paiva

Francisco Flávio Leitão de Carvalho FilhoHelena Serra Azul Monteiro

Helly Pinheiro ElleryHelvécio Neves Feitosa

Ivan de Araújo Moura FéJosé Ajax Nogueira Queiroz

José Albertino SouzaJosé Fernandes Dantas

José Gerardo Araújo PaivaJosé Málbio Oliveira Rolim

José Roosevelt Norões LunaLino Antonio Cavalcanti Holanda

Lucio Flávio Gonzaga SilvaLuiz Gonzaga Porto Pinheiro

Maria Neodan Tavares RodriguesOrmando Rodrigues Campos Junior

Rafael Dias Marques NogueiraRegina Lúcia Portela Diniz

Régis Moreira ConradoRenato Evando Moreira Filho

Roberto César Pontes IbiapinaRoberto da Justa Pires Neto

Roberto Wagner Bezerra de AraújoRômulo César Costa BarbosaSylvio Ideburque Leal Filho

Tales Coelho SampaioUrico Gadelha de Oliveira NetoValéria Góes Ferreira Pinheiro

REPRESENTANTES DO CREMEC NO INTERIOR DO ESTADO

SECCIONAL DA ZONA NORTEARTHUR GUIMARÃES FILHO

FRANCISCO CARLOS NOGUEIRA ARCANJOFRANCISCO JOSÉ FONTENELE DE AZE-

VEDOFRANCISCO JOSÉ MONT´ALVERNE SILVA

JOSÉ RICARDO CUNHA NEVESRAIMUNDO TADEU DIAS XEREZ

Endereço: Rua Oriano Mendes - 113 - CentroCEP: 62.010-370 - Sobral - Ceará

SECCIONAL DO CARIRICLÁUDIO GLEIDISTON LIMA DA SILVAGERALDO WELILVAN LUCENA LANDIM

JOÃO ANANIAS MACHADO FILHOJOÃO BOSCO SOARES SAMPAIOJOSÉ FLÁVIO PINHEIRO VIEIRAJOSÉ MARCOS ALVES NUNES

Endereço: Rua da Conceição - 536, Sala 309Ed. Shopping Alvorada - Centro

Fone: 511.3648 - Cep.: 63010-220Juazeiro do Norte - Ceará

LIMOEIRO DO NORTEEfetivo: Dr. Michayllon Franklin BezerraSuplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima Chaves

Suplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes FreireARACATI

Efetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

IGUATUEfetivo: Dr. Antônio Nogueira VieiraSuplente: Dr. Ariosto Bezerra Vale

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

COMISSÃO EDITORIALDalgimar Beserra de Menezes

Urico GadelhaFrancisco Alequy de Vasconcelos Filho

(Suplente)CREMEC

Rua Floriano Peixoto, 2021 - José BonifácioCEP: 60.025-131

Telefone: (85) 3221.6607 Fax: (85) 3221.6929

E-mail: [email protected] responsável: Fred Miranda

Colaborou nesta edição: Fátima Maria Sampaio de Barros

Projeto Gráfi co: WironEditoração Eletrônica: Júlio Amadeu

Impressão: Expressão Gráfi ca Fone: (85) 3464.2222

CONSELHEIROS

João Paulo Aguiar Sampaio

PESADELODalgimar B. de Menezes

Recebemos correspondência do professor Cláudio Gleidiston Lima da Silva, coordenador do Curso de Me-dicina de Barbalha e presidente da Seccional do Cariri do CREMEC, tratando de polêmica mantida entre os estu-dantes de Medicina daquela região e os organizadores de uma assim dita nova Faculdade de Medicina do Ceará, de Marca Registrada INTA, a ser proximamente fundada na próspera cidade de Sobral, onde já existe uma Faculdade de Medicina.

Pelo lado jocoso, dir-se-ia: se o Cariri já tem duas Faculdades de Medicina, como poderia Sobral suportar a idéia de só dispor de uma? Pelo lado mais sério, tive-mos muita vontade de publicar a polêmica; sustamos a publicação pelo fato de tal atitude poder ser desastrosa, até porque os protagonistas poderiam negar a autoria dos termos utilizados.

Os estudantes da Faculdade de Barbalha não estão gostando nem pouco da idéia de mais uma Faculdade. Os que têm a iniciativa de fundar tal nova Faculdade tratam o assunto escola pública, com evidente ironia e desprezo; não sem uma pitada de arrogância e de humor.

De nossa parte, temos estado a combater, com denodo, a abertura de novas escolas de Medicina. Este jornal, à ameaça de fundação dessas escolas e no que estavam sendo fundadas, lançou mão sistematicamente de uma tarja com os dizeres: O Conselho Regional de Medicina posiciona-se contra a abertura de novas escolas de medicina, públicas ou privadas. Continuamos com a mesma postura.

Desde o fi m da década de 90, abriu-se a bolsa de Pan-dora (mestre professor Livino Pinheiro, ao se referir ao mito, costumava usar o termo como corrente em Portugal, não bolsa, nem caixa, mas...) e dela estão brotando muitas faculdades; além das já existentes, ainda uma está prestes a ser fundada, na progressista cidade de Quixadá, que se auto-intitula Rainha do Sertão.

A continuar a tendência, acreditamos que até na Gan-gorra, onde o conselheiro Menezes nasceu, será fundado um desses escolões.

Problemas vislumbrados, desde o princípio, que in-quietam muitos, são: 1 - a qualidade do ensino; se bem que, do ponto de vista dos neo-pedagogos, isto não tem importância, pois os meninos aprendem tudo sozinhos; 2 - a destruição ou desmantelamento da escola pública, para privilegiar o ensino privado.

De um ponto de vista bem geral, nocionamos que as escolas estão sendo estabelecidas para prover o SUS e o PSF de médicos, uma política antiga, oriunda de Brasília. Só no Ceará, dentro de pouco tempo, sairão 666 médicos por ano, o que signifi ca, em tese, que todos os males serão tratados, ou mal tratados.

Bem ao fundo da bolsa de Pandora, resta a esperança de que a formação de médicos volte a ser tratada com seriedade; que sofram solução de continuidade as escolas médicas que estão doidamente sendo criadas. E que as públicas sobrevivam e prosperem.

6 JORNAL CONSELHO [email protected]

Page 7: Jornal Conselho Nº 75

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará promoveu, na cidade industrial de Maracanaú, o Nonagésimo Nono Fórum de Ética Médica do Interior. O temário foi: PSF - Visão da Secretaria de Saúde e do CREMEC; Situação dos Hospitais da Região; Segredo Médico; Relação Entre Médicos; Atestados Médicos; Transferência Inter-Hospitalar; Perícia Médica; Relação Médico-Paciente e Familiares e Responsabilidade Profi ssional.

XCIX FÓRUM DE ÉTICA MÉDICA DO INTERIOR28 de maio de 2009 - Teatro Dorian Sampaio - Maracanaú/Ceará

Conselheiro Lúcio Flávio

Participantes do Fórum

Dr. Lino Holanda, Dra. Neuma Sobreira e Dr. Riksberg Leite Cabral

Dra. Carolina Emília Correia Teixeira e Dr. Ivan Moura Fé

Da esq. para dir.: Dra. Ana Virginia de Castro Justa - 3º CRES de Maracanaú, Dr. João Cândido Souza Borges, Diretor do Hospital Municipal Dr. João Elisio de Holanda, Dr. Erisvaldo Moura Cavalcanti, Assessor da Sec. de Saúde de Maracanaú e Dr. Mariano Araújo de Freitas, Diretor do Hospital de Maranguape.

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará – CREMEC, torna público que ocorrerá no dia 1º de julho de 2009, eleição para os Conselheiros Federais – CFM, efetivo e suplente, representantes do Estado do Ceará. A eleição transcorrerá das 8h às 20h, através de voto eletrônico (urna eletrônica).

Chapa 1 - Efetivo: José Albertino Souza – CREMEC 3224Suplente: Lúcio Flávio Gonzaga Silva – CREMEC 2455

Chapa 2 - Efetivo: Francisco das Chagas Dias Monteiro – CREMEC 2087Suplente: José Augusto Esmeraldo Carneiro – CREMEC 5616

ELEIÇÕES – CREMEC – 2009

[email protected] JORNAL CONSELHO 7

Page 8: Jornal Conselho Nº 75

FECHANDO A EDIÇÃOMAIO/JUNHO 2009

ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS

O Presidente Ivan Moura Fé, participou em 24 de abril último, na sede no Conselho Regional de Medicina de Alagoas, de reunião para tratar de assuntos administra-tivos sobre o futuro dos Conselhos de Medicina do Nordeste.

PLENO

Em 21 de maio de 2009, conselhei-ro Ivan de Araújo Moura Fé partici-pou, em Brasília, da Reunião Extraordi-nária do Pleno Na-cional. Em pauta, o pedido da Presiden-te do Conselho Re-gional de Medicina do Amazonas e do Ministério Público Federal do Ama-zonas, solicitando manifestação sobre as providências to-madas pelo CFM em relação a fatos ocorridos no âmbito do CRM/AM, gestão de 2008/2013.

TRABALHO MÉDICO

Com a organização da Comissão Estadual em Defesa do Trabalho Médico no SUS de São Paulo a Asso-ciação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e a Federação Nacional dos Médicos, realizaram nos dias 28 e 29 de maio de 2009, o Fórum Nacional em Defesa do Trabalho Médico no SUS. O con-

selheiro Ivan Moura Fé esteve pre-sente ao evento, representando o CREMEC.

ESPECIALIDADES MÉDICAS

A conselheira Valéria Góes Fer-reira Pinheiro participou do II Fórum Nacional de Especialidades Médicas. O evento aconteceu no auditório do Conselho Federal de

Medicina, em Brasília, no dia 28 de maio de 2009.

TERESINA

Aconteceu de 18 a 20 de junho de 2009, o V Congresso Brasileiro Sobre a Situação do Médico e IV Fórum de Entidades Médicas do Nordeste. As atividades realizaram-se no auditório do Conselho Regional de Medicina do Piauí e o CREMEC teve como representação o presiden-te-conselheiro Ivan Moura Fé.

PACIENTE TERMINAL

A convite do Serviço de Cirur-gia Geral do Hospital Geral de Fortaleza, realizou-se, em 26 de junho, deste ano, o seminário A Atitude do Médico junto ao Doente Oncológico com Doença Terminal, encabeçado pelo presidente do Conselho Regional de Medicina,

cons. Ivan Moura Fé, com a parti-cipação do cons. Menezes. A organi-zação do evento foi obra do Dr. Fran-cisco de Assis Cos-ta. Participaram os médicos do Serviço de Cirurgia, resi-dentes e internos. Pa l a v r a s - c h a v e s foram Eutanásia, Distanásia, Orto-tanásia, Paciente Terminal, Morte

Encefálica, Transplante, Obsti-nação Terapêutica (ou Futilidade Terapêutica), Médico versus Jus-tiça e Revisão do Código de Ética Médica.

FÓRUM Nº 100Realizar-se-á, nos dias 2 e 3 de

julho de 2009, na cidade Itapipo-ca, o Centésimo Fórum de Ética Médica do Interior promovido pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará.

Delegação do Ceará à III Conferência Nacional de Ética Médica, promovida pelo CFM, que no momento, faz revisão do Código de Ética de 1987.

8 JORNAL CONSELHO [email protected]