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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças com- portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien- tal, sustentabilidade e paz social, refloresta- mento, incentivo à agricultura orgânica, hor- tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta- gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul- gado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti- vas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ- nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci- mento adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res- ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 57 Ano V Agosto 2012 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Crônica e Reflexão Nossa Saúde 1932 - A Revolução da Elite Sala de Aula Contos e Histórias Educação Educar Cultura Brasileira Direitos do Cidadão Política na Escola Rondônia (RO) Anita Garibaldi Escolas Públicas Saúde e Escola Datas importantes AGOSTO 01 - Dia do Selo 03 - Dia do Telefone 04 - Morte de Anita Garibaldi 05 - Nascimento de Deodoro da Fonseca 06 - Lançamento da 1ª. Bomba Atômica (1945) 09 - Dia Internacional Populações Indígenas 10 - Nascimento de Jorge Amado 11 - Dia do Estudante 12 - Dia das Artes Plásticas - Dia da Juventude - Dia dos Pais 14 - Dia do combate á poluição 15 - Nascimento de Napoleão Bonaparte - Dia dos solteiros - Morte de Euclides da Cunha 16 - Morte de Eça de Queiroz 19 - Semana do Livro Escolar 20 - Dia do Vizinho Nascimento de Cora Coralina 21 - Semana do portador necessidades esp. 22 - Dia do Folclore - Dia do Supervisor da Educação - Morte de Juscelino Kubitschek 23 - Dia da injustiça 25 - Renúncia de Janio Quadros (1961) 27 - Dia do psicólogo 29 - Dia do combate ao fumo - Assinatura do tratado Independência Brasil - Nascimento de António Francisco Lisboa 30 - Nascimento de Anita Garibaldi 31 - Transferência da Corte Portuguesa p/Brasil A maldição da abundância Marechal Deodoro nasceu na cidade de Alagoas, atual Ma- rechal Deodoro, em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827 e estu- dou em escola militar desde os 16 anos. Em 1848, aos 21 anos, integrou as tropas que se dirigi- ram a Pernambuco para comba- ter a Revolução Praieira e partici- pou ativamente de outros confli- tos durante o Império, como a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu e da Guerra do Paraguai. Ingressou oficialmente na política em 1885, quando exerceu o car- go de presidente (equivalente ao atual de governador) da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a presidência do Clube Militar de 1887 a 1889 e chefiou o setor anties- cravista do Exército. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca proclamou a república brasileira no dia 15 de novembro de 1889 e assumiu a chefia do governo provisório. A primeira constituição republicana estabelecia que as eleições no Brasil seriam diretas e que o presidente e seu vice seriam eleitos pelo voto popular. Entretanto, determinava também que, em caráter ex- cepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice seriam eleitos indi- retamente, isto é, pelo Congresso Nacional. Foi o que aconteceu. No dia seguinte à promulgação da Constituição, o Congresso elegeu de forma indireta os marechais Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de fevereiro de 1891. O governo do Marechal deveria terminar em 1894, mas o período re- gistrou sérios problemas políticos e econômicos. A política econômi- ca, que tinha como ministro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada pelo "encilhamento", que se caracterizou pelo incentivo à emissão de moeda por alguns bancos e pela criação de sociedades anônimas. Como resultado, houve forte especulação financeira e falência de bancos e empresas. A formação de um novo ministério liderado pelo barão de Lucena, político vinculado à ordem monárquica, a tentativa de centralização do poder e às resistências encontradas no meio militar conduziram o país a uma crise política, que teve seu ápice na dissolução do Con- gresso Nacional. Ao mesmo tempo crescia no meio militar a influência de Floriano Pei- xoto, que também fazia oposição a Deodoro juntamente com as for- ças legalistas que levaram à renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891. Da redação CULTURAonline BRASIL

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Page 1: e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale · A maldição da abundância Marechal Deodoro nasceu na cidade de Alagoas, atual Ma- ... tergar o vale tudo e os comportamentos cívicos dos

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Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins

lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

Edição 57 Ano V Agosto 2012 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Crônica e Reflexão

Nossa Saúde

1932 - A Revolução da Elite

Sala de Aula

Contos e Histórias

Educação

Educar

Cultura Brasileira

Direitos do Cidadão

Política na Escola

Rondônia (RO)

Anita Garibaldi

Escolas Públicas

Saúde e Escola

Datas importantes AGOSTO

01 - Dia do Selo 03 - Dia do Telefone 04 - Morte de Anita Garibaldi 05 - Nascimento de Deodoro da Fonseca 06 - Lançamento da 1ª. Bomba Atômica (1945) 09 - Dia Internacional Populações Indígenas 10 - Nascimento de Jorge Amado 11 - Dia do Estudante 12 - Dia das Artes Plásticas - Dia da Juventude - Dia dos Pais 14 - Dia do combate á poluição 15 - Nascimento de Napoleão Bonaparte - Dia dos solteiros - Morte de Euclides da Cunha 16 - Morte de Eça de Queiroz 19 - Semana do Livro Escolar 20 - Dia do Vizinho Nascimento de Cora Coralina 21 - Semana do portador necessidades esp. 22 - Dia do Folclore - Dia do Supervisor da Educação - Morte de Juscelino Kubitschek 23 - Dia da injustiça 25 - Renúncia de Janio Quadros (1961) 27 - Dia do psicólogo 29 - Dia do combate ao fumo - Assinatura do tratado Independência Brasil - Nascimento de António Francisco Lisboa

30 - Nascimento de Anita Garibaldi 31 - Transferência da Corte Portuguesa p/Brasil

A maldição da abundância

Marechal Deodoro nasceu na cidade de Alagoas, atual Ma-rechal Deodoro, em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827 e estu-dou em escola militar desde os 16 anos. Em 1848, aos 21 anos, integrou as tropas que se dirigi-ram a Pernambuco para comba-ter a Revolução Praieira e partici-pou ativamente de outros confli-tos durante o Império, como a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu e da Guerra do Paraguai.

Ingressou oficialmente na política em 1885, quando exerceu o car-go de presidente (equivalente ao

atual de governador) da província do Rio Grande do Sul. Assumiu a presidência do Clube Militar de 1887 a 1889 e chefiou o setor anties-cravista do Exército. Com o título de marechal, Deodoro da Fonseca proclamou a república brasileira no dia 15 de novembro de 1889 e assumiu a chefia do governo provisório.

A primeira constituição republicana estabelecia que as eleições no Brasil seriam diretas e que o presidente e seu vice seriam eleitos pelo voto popular. Entretanto, determinava também que, em caráter ex-cepcional, o primeiro presidente e o primeiro vice seriam eleitos indi-retamente, isto é, pelo Congresso Nacional. Foi o que aconteceu. No dia seguinte à promulgação da Constituição, o Congresso elegeu de forma indireta os marechais Deodoro da Fonseca para presidente e Floriano Peixoto para vice-presidente, em 25 de fevereiro de 1891.

O governo do Marechal deveria terminar em 1894, mas o período re-gistrou sérios problemas políticos e econômicos. A política econômi-ca, que tinha como ministro da Fazenda Rui Barbosa, foi marcada pelo "encilhamento", que se caracterizou pelo incentivo à emissão de moeda por alguns bancos e pela criação de sociedades anônimas. Como resultado, houve forte especulação financeira e falência de bancos e empresas.

A formação de um novo ministério liderado pelo barão de Lucena, político vinculado à ordem monárquica, a tentativa de centralização do poder e às resistências encontradas no meio militar conduziram o país a uma crise política, que teve seu ápice na dissolução do Con-gresso Nacional. Ao mesmo tempo crescia no meio militar a influência de Floriano Pei-xoto, que também fazia oposição a Deodoro juntamente com as for-ças legalistas que levaram à renúncia de Deodoro da Fonseca em 23 de novembro de 1891.

Da redação

CULTURAonline BRASIL

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender ao Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê.

Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Diretora Pedagógica dos Projetos: Profª. Elizabete Rúbio

Revisão de textos: Profª. Francisca Alves

Veículo divulgar da OSCIP

“Formiguinhas do Vale” CULTURAonline

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web

CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVA PROGRAMAÇÃO

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania e nas temáticas: Educação, Escola, Professor e Família. Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre.

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

Reflexões Olá, tudo bem Começou a corrida eleitoral e o que temos vindo a assistir é a um modelo de conduta onde as rasteiras e as difamações têm vindo, como sempre a pontuar. Acho que talvez isso se deva aos enredos, todos enredados de maldade e de safadeza das nossas novelas globais e recordais bem como a uma programação midiática toda voltada para a apo-logia á violência, nudez feminina, valorização de grandes craques e ao consumo exacerbado, onde se passa a ideia de que os fins justificam os meios. Uns lutam pela regulamentação das mídias outros financiam es-sas mesmas mídias que por sua vez os apóiam. Uns fala de respeito e de compromisso e se apresentam desres-peitando as Leis mais elementares, como foi um caso denunciado de uma Kombi com sofisticada aparelhagem de som aberta no último volume, de determinado candidato, fazendo sua propagan-da eleitoral na porta de um Hospital, aqui da terrinha. Uns ridicularizam seus concorrentes com fotos montadas e frases onde o respeito não é de forma nenhuma visto e a ética passa longe. Outros procurando usar de sua influência junto aos “nossos” mei-os de comunicação e se utilizando da máquina pública para anga-riar apoios, através da distribuição de benesses e, formatando formas de agressão, ou segregação, onde a moral também não vê abrigo. Professores em greve, por salários decentes e sem apoios midiá-ticos, já que são federais e a mídia apoia a iniciativa da privatiza-ção da educação financiada pelo BNDES e por impostos não pa-gos, se vêm sós e acuados pela própria sociedade, dispondo de muito poucos “cabos eleitorais”. No entanto, a marcha gay se mostra vitoriosa, as Olimpíadas de Londres fazendo grande sucesso e sendo motivo também de mais motivo de briga pelo telespectador, que agora começa a se dividir entre a Universal e o Vaticano. As urnas eletrônicas sendo colocadas sob suspeita de serem pas-síveis de fraude, o judiciário colocado sob suspeita e, respostas ou desmentidos não se vêm; as Câmaras, o Senado e o judiciário desacreditados e os funcionários públicos reclamando por melho-rias salariais, num país onde as diferenças são dispares se levar-mos em conta que a grande maioria da nação ganha pouco mais de 620,00 reais por mês. Mas, estamos em plena campanha eleitoral nos mais de 5.200 Municípios deste Brasil Anil. Com esperanças renovadas, ânimos elevados e desilusões pontuais que de certo virão, serão os íco-nes deste ano de 2012 em que certamente não se concretizará a previsão Ínca do fim do mundo mas que com certeza deverá pos-tergar o vale tudo e os comportamentos cívicos dos séculos que fazem nossa história. Nada de um novo modelo de céu de brigadeiro se avista para o Brasil! A curto prazo.

Filipe de Sousa

A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA!

É irônico que a classe artística e uma determinada categoria dos jornalistas estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a violência enfrenta-da no Brasil mais pontualmente na cidade de São Paulo.

Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e defendendo o fim do poder para-lelo dos chefões do tráfico de drogas.

Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá pelo fim da dé-cada de 70, entrou pela porta da frente.

Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon.

Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.

Quanto mais glamoroso o ambiente, quanto mais supostamente intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando carreiras e carreiras do pó branco. Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato contribuíram enormemen-te para que o consumo das drogas, em especial da cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por extensão.

Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato. Festa sem cocaína era festa careta. As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores: entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.

Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado terminou. Onde há demanda, deve haver a necessária oferta. E assim, com tanta gente endi-nheirada disposta a cheirar ou injetar sua dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das drogas.

Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastaqüera, que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas, certos da impunidade.

Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em que é proi-bida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo é, digamos as-sim, tolerado.

São doentes os que consomem. Não sabem o que fazem. Não têm controle sobre seus atos. Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.

Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três últimas dé-cadas venham a público assumir:

"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro e por tabela o Brasil."

Original: Sylvio Guedes Adaptação: Filipe de Sousa

“Decida o que quer e decida do que está

disposto a abrir mão para consegui-lo.

Estabeleça suas prioridades e mãos à obra.”

H. L. Hunt

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CULTURA

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Pagina 03

Nossa saúde

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Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não

dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

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IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA

Desde o tempo das cavernas quando o homem passou de nômade ao se-dentarismo, veio a necessidade de cultivar plantas para suprir suas ne-cessidades, dessa forma, surgiu nova e importante atividade: a agricultura; considerada atividade do setor primá-rio, sem ela não existiriam as ativida-des urbanas.

Com a invenção mecânica para auxili-ar e facilitar o trabalho na agricultura, cada vez mais a indústria foi se de-senvolvendo e pessoas migraram pa-

ra as cidades para produzir ferramen-tas para os agricultores.

A inventabilidade humana cresceu e a produtividade das indústrias cada vez maior, moveu intensamente o mundo dos negócios atraindo cada vez mais gente do campo para a cidade e, sem espaço para todos, gerou pobreza, favelas, mais lixo, vários problemas sociais e menos recursos para subsi-diar o agricultor.

O homem não parou de inventar e nem sempre foi para o melhor.

Cada vez mais investiram em maqui-nários e tecnologias sem dar a devida atenção aos produtores que ficaram em minoria, e o alimento produzido já não garante a todos e a fome se agra-va. Visando somente e cada vez mais o dinheiro, as invenções humanas e-voluíram muito, mas o próprio ser hu-mano não.

A produção de armas, venenos, subs-tâncias químicas que poluem o ar, terra e água vem causando doenças e mortes e as máquinas que substituí-ram homens fez com que sobrasse gente sem trabalho.

Essa é a agricultura de máquinas e venenos – agricultura moderna.

Hoje preocupados, os governantes correm atrás de novas formas e siste-mas para recuperar o meio ambiente, sem contar o pobre do agricultor que não ganha o suficiente para sua pró-pria sobrevivência e produz o alimen-to de quem o explora e dos que ga-nham muito sem produzir nada.

Há muitos discursos e projetos que são apontados como solução como: produção orgânica e agregação de valor aos produtos, desenvolvimento sustentável e menos tecnologia, siste-mas agro florestais produzindo por mais tempo menos quantidade e mais qualidade.

Outros procuram coletar sem mudar muito o meio enquanto alguns, des-matam e plantam para ter facilidade em colher considerando o que é mais importante para eles.

Um problema que atinge a todos mas poucos se esforçam, não entendem as dificuldades e simplesmente jogam a culpa nos outros. As pessoas mais simples e honestas, infelizmente, a-creditam demais e pensam de menos

e há os que buscam solução fácil a-postando em mais tecnologias.

Para os bem-intencionados trata-se de um resgate, para outros pode ser uma boa oportunidade, alguns se de-claram até contra a tecnologia mas, quase todos moram na cidade.

O fato é que precisamos da agricultu-ra, fonte do nosso alimento, mas com qualidade e regularidade. Precisamos ter o suficiente sempre e não o melhor só de vez em quando. Para isso é preciso unir consciências e buscar caminhos de importância para todos valorizando a mão-de-obra do agricul-tor e procurarmos, civilizadamente, nos adaptarmos à natureza e encon-trar meios para ter o que se precisa.

Plantar é o meio que produz alimento gerando a energia que nos possibilita trabalhar. Portanto, energia e trabalho têm a mesma grandeza mas falta um denominador comum para resolver a questão e, ainda assim, mesmo que não seja a solução para todos, que minimize o problema do menos favo-recido e resgate um pouco do nosso habitat.

Genha Auga – Jornalista MTB:15.320

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

Alimentação e Saúde A alimentação se reflete na saúde, por isso adotar um estilo de vida sau-dável além de prevenir doenças, con-tribui para se alcançar o equilíbrio de que precisamos para nos sentirmos bem com o corpo e a mente. Esse equilíbrio envolve uma alimentação rica, variada e saborosa e a prática de

atividade física regular.

Os alimentos fornecem nutrientes que são as substâncias que precisamos para nutrir nosso organismo, como: proteínas, carboidratos, gorduras, vi-taminas, minerais, fibras e água. Ca-da um deles possui funções específi-

cas e fundamentais para o seu bom funcionamento.

As calorias dos alimentos não devem ser a única referência para a sua deci-são de consumi-lo. O valor de fibras, vitaminas e minerais (informação nu-tricional) indicam o quão importante

ele pode ser para a sua saúde, inde-pendente do número de calorias.

Esta é uma forma de garantir que to-da a energia que você consumir vai trazer com ela nutrientes que enrique-cem o seu corpo, mantendo, assim, a forma física e a saúde em dia.

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Pagina 04

No dia 9 de julho, o estado de São Paulo comemora o aniversário do Movimento Constitucionalista de 1932. A data representa um mar-co importante na história do estado e do Brasil. O movimento exigiu que o país tivesse uma Constitui-ção e fosse mais democrá-tico. Na época, Getúlio Vargas ocupava a presidência da República devido a um gol-pe de Estado, aplicado a-pós sua derrota para o paulista Júlio Prestes nas eleições presidenciais de 1930. O período ficou co-nhecido como "A Era Var-gas". A Revolução Consti-tucionalista de 1932 repre-senta o inconformismo de São Paulo em relação à ditadura de Getúlio Vargas. Podemos dizer que o Brasil teve quase uma guerra ci-vil. Uma das principais causas do conflito foi a ruptura da política do café-com-leite - alternância de poder entre as elites de Minas Gerais e São Paulo, que caracterizou a República Velha (1889-1930). Alijada do poder, a classe domi-nante de São Paulo passou a exigir do governo federal maior participação. Como resposta, Getúlio Vargas não apenas se ne-gou a dividir poder com os paulistas como ameaçou reduzir seu poder dentro do próprio estado de São Pau-lo, com a nomeação de um interventor não paulista para governar o estado. Os paulistas não aceitaram as arbitrariedades de Getúlio Vargas, o que levou ao

conflito que opôs São Pau-lo ao resto do país. Martins, Miragaia, Dráu-zio e Camargo, o MMDC

Vários jovens morreram na luta pela constituição. Entre eles, destacam-se quatro estudantes que represen-tam a participação da ju-ventude no conflito: Mar-tins, Miragaia, Dráuzio e Camargo, o célebre MMDC. O movimento mar-cou a vida de outros milha-res de paulistanos e brasi-leiros.

Governistas X

Constitucionalistas

No dia 9 de julho, o Brasil assistiu ao início de seu maior conflito armado, e também a maior mobiliza-ção popular de sua história. Homens e mulheres - estu-dantes, políticos, industriais- participaram da revolta contra Getúlio e o governo provisório de São Paulo. O desequilíbrio entre as forças governistas e consti-tucionalistas era grande. O governo federal tinha o po-der militar e os rebeldes contavam apenas com a mobilização civil. As tropas paulistas lutaram pratica-mente sozinhas contra o resto do país. As armas e alimentos eram fornecidos pelo próprio estado, que mais tarde conseguiu o a-poio do Mato Grosso. Cerca de 135 mil homens aderiram à luta, que durou três meses e deixou quase 900 soldados mortos no lado paulista - quase o do-bro das perdas da Força Expedicionária Brasileira

durante a Segunda Guerra Mundial. Embora o movimento tenha nascido de reivindicações da elite paulista, ele teve ampla participação popular. Um dos motivos foi a utili-zação dos meios de comu-nicação de massa para mobilizar a população. Os jornais de São Paulo fazi-am campanha pela revolu-ção, assim como as emis-soras de rádio, que atingi-am audiência bem maior. Até hoje, a história da Re-volução de 32 é mal conta-da. Ou, pelo menos, é con-tada de duas formas. Há a versão dos governistas (getulistas) e a dos revolu-c i o n á r i o s (constitucionalistas). Du-rante muito tempo, a ver-são dos getulistas foi a mais disseminada nos li-vros escolares do país, mas hoje, com uma maior participação dos professo-res na escolha do material didático, a história também já é contada sob a ótica dos rebeldes. A importância do movimen-to é incontestável. Seu principal resultado foi

a convocação da Assembléia Nacional Constituinte, dois anos

mais tarde. Mesmo assim, a Revolução de 32 continua como um dos fatos históricos do país menos analisados, tanto no tocante às causas quanto em relação às suas conse-qüências. Os livros didáti-cos ainda trazem pouco sobre o tema.

Da redação

Em 1932, elite paulista reage à ditadura

BARBOSA ITO _______________________

A D V O C A C I A

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CULTURAonline BRASIL

O TESTAMENTO DE UM MENDIGO

Agora, no fim da vida,

como mendigo que sou, me sinto preocupado,

intrigado e, num momento me pergunto, embaraçado, se faço ou não testamento. Não tendo,

como não tenho e nunca tive ninguém, pra quem é que eu

vou deixar tudo que eu tenho:

Pra quem é que vou deixar, os meus bens?

Se fizer um testamento,

minhas calças remendadas, meu céu, minhas estrelas, que não me canso de vê-las quando ao relento deitado,

deixo o olhar perdido, distante, no firmamento? Se eu fizer um testamento pra quem é que vou deixar

minha camisa rasgada, as águas dos rios, dos lagos, águas correntes, paradas,

onde, às vezes, tomo banho?

Pra quem é que vou deixar, se eu fizer um testamento, os meus bandos de pardais

que, ao entardecer, nas árvores, brincando de esconde-

esconde, procuram se divertir?

Pra quem é que eu vou deixar

estas folhas de jornais que uso para me cobrir?

Pra quem é que vou deixar, se fizer um testamento,

vaga-lumes que, em rebanhos, cercam meu corpo de noite, quando o verão é chegado?

Se eu fizer um testamento

pra quem vou deixar, mendigo assim como sou, todo o ouro que me dá o sol que vejo nascer quando acordo na

alvorada? O sol que seca meu corpo

que o orvalho da madrugada

com sua carícia

molhou?

Se eu fizer um testamento, pra quem eu vou deixar,

meu chapéu todo amassado, onde escuto o tilintar

das moedas que me dão, os que têm a alma boa,

os que têm bom coração? E, antes que a vida me largue, pra quem é que eu vou deixar, o grande estoque que tenho

das palavras "Deus lhe pague"?

Se eu fizer um testamento, pra quem é que vou deixar minhas sandálias furadas, que pisaram mil caminhos, cheias de pó das estradas, estradas por onde andei

em andanças vagabundas? Pra quem é que eu

vou deixar, se fizer um testamento,

todas as folhas de outono que, trazidas pelo vento, vêm meus pés atapetar? Pra quem eu vou deixar

minhas saudades profundas

dos sonhos que não sonhei!

Se eu fizer um testamento, pra quem é que vou deixar, meu cajado, meu farnel, e a marca deste beijo

que uma criança deixou em meu rosto perguntando

se eu era Papai Noel? Pra quem é que eu vou deixar,

se fizer um testamento, este pedaço de trapo

que no lixo eu encontrei e que transformei em lenço

para enxugar minhas lágrimas, quando fingi que chorei?

Pra quem eu vou deixar, se fizer um testamento,

os bancos dos meus jardins, onde durmo e onde acordo,

entre rosas e jasmins? Pra quem é que vou deixar,

todos os raios de luar que beijam minhas mãos

quando, num canto de rua, eu as ergo em oração?

Se eu fizer um testamento...

Testamento não farei! Sem nenhum papel

passado, que papéis eu não ligo, agora estou resolvido: O que tenho deixarei,

na situação em que estou, pra qualquer outro

mendigo, rogando a Deus

que o faça, depois que eu tiver morrido, ser tão feliz

quanto eu sou.

Autor: Desconhecido

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 05

Sala de aula - maternal - Vale a pena ler de novo !

O CORPO COMO

INSTRUMENTO DE

APRENDIZAGEM

A dança educativa contribui não só para o autoconhecimento, mas tam-bém para o desenvolvimento da auto-nomia, da consciência corporal e do senso de cooperação. Uma dança sem adjetivos, unissex, livre dos conceitos de certo e errado, capaz de envolver alunos e ainda co-nectar disciplinas. Uma dança que gera autonomia corporal, desenvolvi-m en t o in t e le c tu a l , c oo p era -ção ,socialização e responsabilida-de.Com essa filosofia ampla, o teórico Rudolf Laban e o pedagogo Célestin Freinet estruturaram o que pode ser um feliz encontro entre movimento e aprendizagem: a dança educativa, também conhecida como dança criati-

va , dança expressiva ou movimento expressivo. A dança educativa é uma das propos-tas de dança desenvolvidas nas es-colas brasileiras ,mas ainda é escolha de poucas cenário mais comum é o da oferta de dança como item opcio-nal e pago, extracurricular, na forma de aulas de balé clássico, jazz e ou-tras danças técnicas, com turmas for-madas exclusivamente por meninas, em que sem aprende a partir da repe-tição dos movimentos – um formato que, para a doutora em educação e pesquisadora da PUC/SP Marta Scar-pato, deveria ser trabalhado em uma academia de dança pelos que se in-teressam em aprofundamento do esti-lo. Quando se pensa em ambiente esco-lar, diz a pesquisadora, a dança deve fazer parte da grade curricular e en-

volver todos os alunos, e não apenas as meninas ou aqueles que conse-guem pagar uma aula fora do horário escolar, como normalmente acontece. O objetivo da dança na escola não deve ser o aprendizado de um movi-mento específico ,decorar um passo, mas sim desenvolver a consciência corporal ,valorizar a expressão pes-soal e estimular a aprendizagem. “A proposta da dança educativa é fazer a criança conhecer e experimentar a dança, percebendo que seu corpo é expressivo”, explica. É a descoberta do corpo. Perceber que o braço abre ou gira, que a perna dobra, que o joelho se mantém firme no caminhar, tudo isso sem precisar “ copiar” alguém, cada um atuando do seu jeito.” É uma dança livre. Meninos e meninas participam da aula e se divertem nas brincadeiras com a dan-

ça para explorar o corpo. Não há cer-to e errado”.

AUTOCONHECIMENTO

Quando entram em contato com essa liberdade de movimento e expressão, diz Marta Scarpo, as mudanças são muitas e nítidas, especialmente na educação infantil. ”Há avanços na au-tonomia, na consciência corporal, no aprendizado em sala, no senso de cooperação.As crianças começam a se autoconhecer, a identificar suas emoções”,revela.O desenvolvimento do aluno nesse tipo de dança atinge até 14 aspectos,como cidadani-a,responsabilidade,comunicação, senso crítico, aprendizagem, interes-se, criatividade, socialização, livre ex-pressão, autonomia, compromisso, envolvimento, respeito e cooperação.

Fonte: Revista Pateo

Utilidade Pública

NOVO PROCON

"PROCON é coisa do passado. A Revista Exame traz uma re-portagem sobre um site chama-do "Reclame Aqui". A ideia é que seja um mural (ESPÉCIE DE MURO DAS LA-MENTAÇÕES) onde as pessoas expõem suas queixas sobre serviços ou produtos, visível a todos que acessarem o site. O interessante é que, sem buro-cracia, os problemas são solu-cionados com mais rapidez. Quando um consumidor recla-ma de um produto de alguma empresa, essa empresa recebe um e-mail dessa queixa.

E como a empresa preza por sua imagem, ela tende a ser eficiente na solução, que será aberta ao público.

O que tem dado muito certo, já que 70% dos casos são resolvi-dos! E o tempo médio é de me-nos de uma semana, diferente do PROCON que tem a média em 120 dias. Acesse: www.reclameaqui.com.br

PAIS EDUCADORES 1) Atualizem -se e estudem com seus filhos. Estimulem-nos a ter seu horário de estudo em casa. A ter disciplina.

2) Perguntem sempre: o que vocês aprenderam na escola, hoje? Seu filho(a) vai ter que prestar atenção e cum-prir com as tarefas escolares para res-ponder, isto vai ajudá-los a não partici-parem de confusão.

3) Dê o exemplo. Mostrem como é legal ler e estudar. Leiam o que eles lêem na escola.

4) Leiam para eles. Esse simples ato evitará a dificuldade de quem ainda está aprendendo a ler.

5) Descubram se seus filhos tem algu-ma dificuldade de relacionamento na escola. Incentivem- nos a ser simpáti-cos, fazer amigos, admirar seus pro-fessores, aprender a valorizar um pro-fissional.

6) Vão a todas as reuniões de pais e mestres. Participem e dêem a sua opi-nião.

7) Informem -se sobre os problemas da escola: há professores que faltam demais?

8) Façam elogios sinceros e reconhe-çam o potencial de seu filho ou filha.

9) Jamais permitam que os filhos a-bandonem os estudos ou faltem às aulas sem precisar.

10) Acompanhem a ficha avaliativa dos filhos e comemorem os avanços! O importante é que eles se sintam va-lorizados.

11) Conversem com os dirigentes es-colares e participem do Conselho Es-colar.

12) Dar uma Educação de Qualidade, para cobrar uma educação de qualida-de da escola, isto é papel dos pais.

Não delegue á Escola sua responsabilidade.

Diga não ao consumismo

Sabemos que a Ciência Po-lítica quando é discutida nos fóruns acadêmicos possui uma amplitude res-trita, porém mais focada e aprofundada. Quando sai para os gabine-tes do poder, nesse longo caminho entre teoria e práti-ca, as pessoas de mau al-gouro deturpam tudo e a transformam nisso que vi-

venciamos com muito desprezo: maracutaias, conchavos, corrupção, prepotência, etc. O intelectualismo é necessário à humanidade, mas a inteligência emo-cional é mais ainda. Afinal, qual a política ideal? Esta é a pergunta que colocamos. A nosso ver temos que começar a nos focar mais na raiz dos proble-mas. A nosso ver este é o foco. Mostrar a raiz dos problemas, na rua, nas nossas comunidades e mei-os e nas nossas redes sociais. A internet é uma ótima ferramenta. No entanto esta discussão deve sair dos pequenos grupos para que alcance o grande público e seus fins, por isso convido a todos para ingressarem nesta corrente global e nos juntarmos aos 1% de indig-nados do mundo. O Brasil merece isso. E o Brasil somos todos nós, nossas famílias e nossas comunidades.

Pontos que deveriam ser debatidos.

POLÍTICA

1 – Mudanças do Código Penal 2 – Ajuste do Código Fiscal 3 – Mudanças no Código Eleitoral, responsabilizando os partidos pela necessidade de cumprimento de seus estatutos e de sua ideologia. 4 – Obrigação do partido de fiscalizar a idoneidade de seus postulan-tes a cargos eleitorais e co-responsabilização dos partidos pelos atos dos mesmos. 5 – FIM do Fórum especial para todo o funcionário ou ocupante de cargo público. 6 – Fim da contratação de funcionário público por qualquer outro mo-delo que não seja o “Concurso público” 7 – Uniformidade nos aumentos salariais concedidos a VEREADO-RES, DEPUTADOS, SENADORES, SECRETÁRIOS, MINISTROS, e FUN-CIONÁRIOS em todos os níveis. Ajudem-nos a pressionar. Visitem nossa página: http://www.facebook.com/pages/Causa-Brasil/411160272268978

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 06

Contos “A pequena vendedora de fósforos”

Autor: Hans Christian Andersen

Fazia um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última noite do ano. Em meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça descoberta, cami-nhava pelas ruas.

Quando saiu de casa trazia chine-los; mas de nada adiantavam, e-ram chinelos tão grandes para seus pequenos pezinhos, eram os antigos chinelos de sua mãe.

A menininha os perdera quando escorregara na estrada, onde du-as carruagens passaram terrivel-mente depressa, sacolejando. Um dos chinelos não mais foi en-contrado, e um menino se apode-rara do outro e fugira correndo. Depois disso a menininha cami-nhou de pés nus - já vermelhos e roxos de frio.

Dentro de um velho avental carre-gava alguns fósforos, e um feixi-nho deles na mão.

Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela não ganhara sequer um níquel.

Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos a pobre menina, verdadeira imagem da miséria! Os flocos de neve lhe cobriam os longos cabelos, que lhe caíam so-bre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não pensava nisso.

Luzes brilhavam em todas as ja-nelas, e enchia o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo.

Sim: nisso ela pensava!

Numa esquina formada por duas casas, uma das quais avançava mais que a outra, a menininha fi-cou sentada; levantara os pés, mas sentia um frio ainda maior.

Não ousava voltar para casa sem vender sequer um fósforo e, por-tanto sem levar um único tostão. O pai naturalmente a espancaria e, além disso, em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o vento

assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e tra-pos.

Suas mãozinhas estavam duras de frio.

Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua luz! Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas, acendeu-se.

Era uma cálida chama luminosa; parecia uma vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha...

Que luz maravilhosa!

Com aquela chama acesa a meni-ninha imaginava que estava sen-tada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de co-bre, assim como a coifa. Como o fogo ardia! Como era confortável!

Mas a pequenina chama se apa-gou, o fogão desapareceu, e fica-ram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado.

Riscou um segundo fósforo. Ele ardeu, e quando a sua luz ca-iu em cheio na parede ela se tor-nou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde enxer-gar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar.

O ganso assado fumegava mara-vilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais ma-ravilhoso era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em

sua direção, com a faca e o garfo espetados no peito!

Então o fósforo se apagou, dei-xando à sua frente apenas a pare-de áspera, úmida e fria.

Acendeu outro fósforo, e se viu sentada debaixo de uma linda ár-vore de Natal.

Era maior e mais enfeitada do que a árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milha-res de velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se vêem nas papelarias, estavam voltados para ela. A me-nininha espichou a mão para os cartões, mas nisso o fósforo apa-gou-se.

As luzes do Natal subiam mais altas. Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo rastilho de fo-go.

"Alguém está morrendo", pensou a menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava morta, lhe dissera que quando uma estrela cala, u-ma alma subia para Deus. Ela riscou outro fósforo na parede; ele se acendeu e, à sua luz, a a-vozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito linda e terna. - Vovó! - exclamou a criança. - Oh! leva-me contigo! Sei que desaparecerás quando o fósforo se apagar! Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do fogo, a comida fume-gante e a grande e maravilhosa árvore de Natal!

E rapidamente acendeu todo o feixe de fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca lhe pa-recera grande e tão bela. Tornou a menininha nos braços, e ambas voaram em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde não havia frio

nem fome nem preocupações - subindo para Deus.

Mas na esquina das duas casas, encostada na parede, ficou senta-da a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que a morte enregelara na derradeira noite do ano velho.

O sol do novo ano se levantou so-bre um pequeno cadáver. A criança lá ficou, paralisada, um feixe inteiro de fósforos queima-dos. - Queria aquecer-se - diziam os passantes.

Porém, ninguém imaginava como era belo o que estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que sen-tia no dia do Ano-Novo. Curiosidades: Esse conto nos faz refletir ques-tões importantes como: o abando-no, a miséria, a fome, a indiferen-ça, a inveja, a exclusão. É importante que pensemos nes-sas questões e no que podemos fazer para ajudar a tornar a vida do nosso próximo e por conse-quência, a nossa melhor. Que as pequenas e os pequenos vendedores de fósforo tenham histórias lindas, cheias de amor, compaixão, ajuda, carinho e felici-dade. Sugerimos algumas atividades para trabalhar esse lindo conto: - Fazer um mural com recortes de jornais e revistas que retratem si-tuações semelhantes às vividas pelo personagem do conto e dis-cuti-las em classe, - Propor a produção de um final feliz para o conto, - Trabalhar o Estatuto da Criança e do Adolescente, - Promover uma campanha de a-gasalhos e alimentos para alguma comunidade próxima.

Cancioneiro Popular

Contar histórias Não há quem resista a boas his-tórias. Nas páginas dos livros, dos jornais e das revistas, na tela do computador e na televisão, narradas presencialmente ou transmitidas pelo rádio... Seja lá onde e como apare-cem, elas encantam, amedrontam, fazem rir ou chorar, assustam e são capazes de levar, ainda que em pen-samento, até a lugares distantes pes-soas de qualquer idade, especial-mente as crianças.

Na pré-escola, elas fazem parte da rotina de duas maneiras: leitura e contação. Além de proporcionar aos pequenos o contato com o mundo dos livros, os momentos de leitura os levam a compreender que a escrita é uma maneira de fixar o texto. Afinal, todas as vezes em que se lê um con-to de fadas ou uma fábula, por exem-plo, a história é a mesma, está regis-trada.

A contação, por sua vez, explicita o valor da cultura oral. Por serem transmitidas de geração para gera-ção, sem um suporte concreto, as narrativas sofrem diversas transfor-mações.

Os saberes construídos e as habili-dades desenvolvidas durante essas duas atividades não se encerram com esses exemplos. Tanto a conta-ção quanto a leitura são um convite

para explorar o mundo da ficção e a riqueza da linguagem literária.

Ler e contar histórias, porém, não é a mesma coisa - embora possa pare-cer à primeira vista, principalmente se as atenções estiverem voltadas só para o enredo. "As práticas têm parti-cularidades no que diz respeito aos objetivos e à postura de quem apre-senta a trama"

Da redação

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 07

Anita Garibaldi Quando foi levada à presença do coronel Melo Albuquerque, pri-sioneira, Anita estava "mal vestida e desgre-nhada, com a voz em-bargada pelo ardor da peleja e por se ter afas-tado do marido. Sofria horrivelmente sem o demonstrar,porém, com gestos e palavras", con-

tou 20 anos depois a jovens alunos cadetes o pró-prio Albuquerque. "Nossa atitude diante dela era de admiração, pois jamais havíamos imaginado encontrar uma mulher tão valorosa, catarinense, compatriota nossa, dando ao mundo tão sublime prova de valor e intrepidez", complementou o co-ronel. Anita só pensava em Garibaldi. "Ela acreditava-me morto", assinala o italiano. "Movida por essa ideia, rogou e obteve a permissão para ir procurar o meu corpo entre os cadáveres no campo de ba-talha." Durante muito tempo ela vagou pela região onde havia sido travada a batalha, "volvendo entre os mortos aqueles que haviam tombado com o rosto contra o solo, como aqueles que, em suas vestes ou em suas estaturas, ela encontrava se-melhança comigo". Quando teve certeza que Gari-baldi não estava morto, tratou de fugir. Aproveitan-do-se de um temporal, segundo alguns autores, ou de uma embriaguez coletiva, segundo outros, ou das duas circunstâncias, Anita esgueirou-se pelo acampamento inimigo e fugiu, auxiliada por uma mulher. Uma vez livre, embrenhou-se na mata, sozinha, evitando os caminhos mais movimentados. "Só quem viu aquelas vastas florestas que envolvem os cimos do Espinilho - com os seus pinhos secu-

lares que parecem destinados a escorar o céu e que são as colunas de um suntuoso templo da natureza, cujas lacunas povoam-se de gigantes-cos canaviais e onde fervilham animais e répteis cuja picada é fatal - poderá aquilatar os perigos que ela teve de correr e as dificuldades que teve de superar", contou Garibaldi. Entre os autores que descrevem esse momento da vida de Anita, o mais objetivo é Wolfgang Rau. Em algum ponto ela furtou o cavalo de um milicia-no, com o qual prosseguiu a fuga, enfrentando diversos obstáculos, como o da travessia do rio Canoas, chegando a Lages. "Quatro cavaleiros, postados na passagem do rio Canoas, esquiva-ram-se à visão daquele vulto, despenhando-se atrás das moitas da riba. Enquanto isso, Anita al-cançava a beira da torrente. A torrente, transbor-dada pelas chuvas, duplicada pelos ribeiros des-cendentes das montanhas, transformara-se num rio", narra Garibaldi. "Conta-se que quando chegou ao passo dos caba-çais no rio Canoas, ao escurecer, deparou com quatro guardas que, surpreendidos por aquele vul-to de mulher, de cabelos soltos, com um pala branco esvoaçante, àquela hora, montada em pe-lo, tomaram-na por uma assombração e fugiram, espavoridos para o mato", descreve o escritor Li-curgo Costa. "À noitinha do dia seguinte, exausta, desgrenha-da, faminta", conta o mesmo autor, "chegou a um rancho situado no lugar onde muitos anos mais tarde foi criada a sede do primitivo distrito de Cor-reia Pinto, distante uns 20 quilômetros da vila de Lages. Ali vivia com esposa, filhos e uma cunhada solteira um farroupilha vindo do Rio Grande do Sul, foragido, de nome Correia". Francisco Correi-a, filho desse farroupilha, contava essa passagem "com cores novelescas, comentários à margem e

vários 'suspenses’. Correia costumava começar dizendo que "já esta-va bem escuro quando ela bateu à porta. O pai estava ausente e a mãe e a tia se sobressaltaram, ninguém as procurava de noite e era tempo de revolução, ademais. Com grande cautela entrea-briram a janela. Um vulto vestido de homem, des-grenhado, pediu pousada. Respondeu a tia que era a mais velha, que só tinham duas camas", ao que, dizia o Chico Correia, Anita afirmou "que não fazia mal, que dormiria com ela. Indignada, porém, com receio daquela figura bizarra, que não conse-guia divisar bem, retrucou-lhe que era uma senho-ra de bem e que não devia ser ofendida por uma pessoa a quem estava atendendo com tanta con-sideração". Acontece então a famosa cena em que Anita, "abrindo a camisa, mostra seus exuberantes seios para provar que era mulher". Anita tinha uma voz bonita, "nem fina nem grossa, um tom meio rouco. Mas esclarecia que não era voz de homem, porém parecida. Daí também ser confundida, pelas se-nhoras, com um homem", explica Licurgo.. Anita seguiu em frente. Os que pesquisaram a vida da heroína lagunense divergem em relação ao local do reencontro com Garibaldi. Um falam em Vacaria, no Rio Grande do Sul, ou-tros que isso ocorreu em Lages, Santa Catarina. O fato é que, quando Anita localizou os farroupi-lhas, Teixeira Nunes teria perguntado como ela conseguira chegar até ali, ao que ela respondeu: "Vim vindo, coronel!" Anita Garibaldi foi a personalidade feminina escolhida para

marcar o 15º aniversário da Federação das Mulheres Gaúchas

(FMG), comemorado em julho de 1997.

Autor: Celso Martins

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 8

Rondônia (RO)

O Estado de Rondônia situa-se na região Norte, tendo como limites o Amazonas ao norte, Mato Grosso a leste, Bolívia ao sul e oeste e o Acre a oeste. Em 1956, com uma economia basea-da na exploração de borracha e de castanha-do-pará, seu território pas-sou a se chamar Território Federal de Rondônia, em homenagem ao militar e sertanista Marechal Rondon. Com o crescimento da sua economia e do seu povoamento, o Território passou à condição de Estado a partir de 1981. A economia de Rondônia é baseada na agricultura e no extrativismo da madeira, de minérios e da borracha. O clima do estado é equatorial.

Rondônia é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na região Norte e tem como limites os estados do Mato Grosso (a les-te),Amazonas (ao norte), Acre (a o-este) e a República da Bolívia (a oes-te e sul).

O estado possui 52 municípios ocu-p a n d o u m a á r e a d e 237.576,167 quilômetros quadrados, sendo aproximadamente cinco vezes maior que a Croácia, e mais de duas vezes maior que a Bulgária. Sua ca-pital e maior município é Porto Velho.

Outras cidades importantes: Arique-mes, Cacoal, Espigão do Oes-te,Guajará-Mirim, Jaru,Vilhena Ji-Paraná e Rolim de Moura.

Com 1.576.423 habitantes, Rondônia é o 3º estado mais populoso e o mais denso da região Norte, sendo o 23º mais populoso do Brasil. A população rondoniense é uma das mais diversificadas do Brasil, com-posta de migrantes oriundos de todas as regiões do país, dentre os quais destacam-se os paranaenses, paulis-tas, mineiros, gaúchos, capixabas, baianos e matogrossenses (cuja pre-sença é marcante nas cidades do interior do estado), além de cearen-ses, maranhenses, amazonenses e acreanos, que fixaram-se na capital, preservando-se ainda os fortes tra-

ços amazônicos da população nativa nas cidades banhadas por grandes rios, sobretudo em Porto Ve-lho e Guajará-Mirim, as duas cidades mais antigas do estado.

Rondônia é o 3º estado mais rico da região Norte, responsável por 12,4% do PIB da região. Apesar de ser um estado jovem (criado em 1982), possui o 3º maior Índice de Desenvolvimento Humano, o 2º maior PIB per capita, a 2ª menor taxa de mortalidade infantil, a 3ª menor taxa de analfabetismo entre todos os e s t a d o s d a s r e g i -ões Norte e Nordeste do país e a 4ª maior teledensidade do Brasil.

Em2009, com um crescimento de 7,3%, o estado apresentou o maior crescimento do PIB entre todos os estados brasileiros. Rondônia tam-bém possui a 8ª melhor distribuição de renda e a 4ª menor incidência de pobreza de todo o Brasil, além do melhor desempenho na avaliação do PISA 2009, entre todos os esta-dos das regiões norte e nordeste.

O relevo é suavemente ondulado; 94% do território encontra-se entre as altitudes de 100 e 600 metros aci-ma do nível do mar. Madeira, Ji-Paraná, Guaporé e Mamoré são os rios principais. O clima é equatorial e a economia é baseada na pecuária e na agricultura, destacando-se, o ca-fé, cacau, arroz, mandioca, milho e no extrat ivismo da madeira, de minérios e da borracha.

ETIMOLOGIA O antigo território do Guaporé, criado pelo decreto-lei nº 5.812, de 13 de setembro de 1943, passou a se cha-mar Rondônia desde 17 de feverei-ro de 1956, em homenagem ao ser-tanista brasileiro Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), desbrava-dor da região, Guaporé, rio entre o Brasil e a Bolívia. Segundo o natu-ralista alemão von Martius (1794-1868), o tupi wa "campo" e poré "catarata", isto é, "cachoeira do cam-po, rio campestre". Como em muitos casos da geonímia , o no-me Guaporé designou inicialmente o rio, passando em seguida a se referir à região.

HISTÓRIA Os co lon izadores por tugue-ses começaram a percorrer o territó-rio do atual estado de Rondônia no século XVII. Mas somente no sé-culo seguinte, com a descoberta e a exploração de ouro em Goiás e Mato Grosso, aumentou o interesse pelas terras daquela região. Em 1776, a construção do Forte Príncipe da Bei-ra, às margens do rio Guaporé, esti-mulou a implantação dos primeiros, núcleos coloniais, que só prospera-ram no fim do século XIX, com a ar-rancada da exploração da borracha.

Em abril de 1878, em função do Tratado de Ayacucho, foram envi-adas para Corumbá (MS) as "Plantas Geográficas dos Rios Guaporé e Ma-moré", sendo que a cartografia para

delimitar os limites fronteiriços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela 2ª Seção brasilei-ra, sediada na mesma cidade, tendo sido todas chanceladas pelos Dele-gados brasileiros e bolivianos. Continuando a descrição diz “Destas cabeceiras continuam os limites pelo leito do mesmo rio até sua confluên-cia com o Guaporé, e depois pelo leito deste e do Mamoré até sua con-fluência com o Beni, onde principia o Rio Madeira”.

Em1878 e 1879, houve troca de No-tas da Chancelaria boliviana com a Embaixada do Brasil em La Paz, acu-sando o recebimento e aprovando a "Carta Geral", conforme ajustado na 7ª Conferência da Comissão Mista.

O estabelecimento definitivo do anti-go território do Acre, em 1903, deu impulso ao desenvolvimento da região, pois o Tratado de Petrópo-lis obriga o Brasil a construir a ferrovia Madeira-Mamoré.

A rede telegráfica estabelecida pelo marechal Cândido Rondon foi outro importante fator que contribuiu para a integração do extremo oeste brasilei-ro.

Em 1943 foi constituído o Território Federal de Guaporé, com capital em Porto Velho, com o desmembra-mento de parte de Mato Grosso e do Amazonas. A intenção era apoiar de maneira mais direta a ocupação e o desenvol-vimento da área. Em 1956, o territó-rio passou a se chamar Rondônia.

Até a década de 1960, a economia se resumia à extração de borracha e de castanha-do-pará. O crescimento acelerado só começou a ocorrer, de fato, a partir dos anos 1960 e 1970.

Os incentivos fiscais aos empreendi-mentos privados e os investimentos do governo federal, bem como os projetos de construção de rodovias e de implantação de núcleos de coloni-zação, estimularam a migração, em grande parte originária do Centro-Sul.

Além disso, o acesso fácil à terra boa e barata atraiu empresários interes-sados em investir na agropecuária e na indústria madeireira Nessa época, também, foi importante para o desen-v o l v i m e n t o a d e s c o b e r t a de ouro e de cassiterita que também veio a contribuir para o aumento po-pulacional. Entre as décadas de 1960 e 1980, o número de habitantes cresceu mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil.

Rondônia foi elevada à condição de estado em 1981, mas a redução de investimentos, o esgotamento prema-turo das melhores terras para a agro-pecuária e a devastação florestal difi-cultam seu desenvolvimento econô-mico e causam sérios problemas so-ciais e ambientais. Para conter o desflorestamento, foi criado, em 2001, na fronteira com a Bolívia, um corredor ecológico bi-nacional. Com financiamento inicial

do Banco Mundial, o corredor tem área de 23 milhões de hectares - quase o tamanho do estado de São Paulo. A medida objetiva preservar as sub-bacias hidrográficas da bacia Amazô-nica, além de ajudar a proteger espé-cies animais e vegetais endêmicas.

CLIMA, HIDROGRAFIA E VEGETAÇÃO

Predomina em Rondônia o clima tro-pical úmido com estação seca pouco marcada. A pluviosidade varia de 1.900mm, no sul, a 2.500mm, no norte. A temperatura mantém-se elevada durante todo o transcorrer do ano, com médias anuais superiores a 26°C.

Todos os rios do estado pertencem à bacia do rio Madeira, afluente do Amazonas. O chapadão forma o divisor de á-guas entre os rios que correm direta-mente para o Madeira, localizados na

parte oriental do estado, e os da regi-ão ocidental, que correm para o Mamoré e o Guaporé.

Cerca de setenta por cento da super-fície de Rondônia é recoberta pe-la floresta pluvial amazônica. Os restantes trinta por cento corres-pondem a cerrados e cerradões que revestem a superfície tabular do cha-padão. No entanto, causa preocupação o desmatamento, que se acelerou em meados da década de 1980, para a exploração de minérios. Ecologia Com o objetivo de proteger a nature-za e garantir a preservação ambien-tal de extensas áreas não habitadas, o Governo Federal passou a criar parques e reservas naturais na regi-ão Amazônica.

O Parque Nacional de Pacaás No-vos foi criado em 1979 e ocupa área de 765.000 hectares. Na fronteira com o Estado de Mato Grosso às margens do rio Ji-Paraná, encontra-se a Reserva Biológica Na-cional do Jaru, com área de 268.150 hectares, também criada em 1979. Na região sul do Estado encontra-se a Reserva Natural do Guaporé, que cobre uma área de 600.000 hectares. Existe ainda no Estado a Reserva Extrativista Rio Ouro Preto e a Reserva Ecológica Nacional Ouro Preto do Oeste, com área de 138 hectares, no Município de Ouro Preto do Oeste, região sudoeste do Esta-do.

Fontes: Só Geografia e Wikipédia

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 9

Política na Escola CIÊNCIA POLÍTICA CIÊNCIA POLÍTICA CIÊNCIA POLÍTICA CIÊNCIA POLÍTICA

NA SALA DE AULA.NA SALA DE AULA.NA SALA DE AULA.NA SALA DE AULA.

As eleições estão se aproxi-mando. E como acontece em todo ano eleitoral, temos várias promes-sas, várias propostas, várias propa-gandas, outdoors, santinhos, panfle-tos, carros de som, reuniões de bair-ro, escritórios políticos que se abrem pelos bairros, enfim, todo ano eleito-ral se repete a história. A população, por sua vez, e mais uma vez, não sa-be em quem votar. Não sabe para que votar. Não sabe qual é a função de um vereador, deputado, senador ou presidente.

Durante o processo eleitoral as promessas se misturam, as fun-ções se misturam. A população, de uma maneira geral, não sabe qual é a diferença entre o poder executivo, legislativo e judiciário. O que faz um deputado federal ou estadual, um ve-reador ou um prefeito, depois que é eleito? Menos ainda, sabem o que fazem as comissões parlamentares como a comissão de ética, comissão de meio ambiente, comissão de justi-ça, comissão de educação, a função de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) etc.

E quais seriam as funções do poder legislativo, o que pode e deve fazer sobre os assuntos de interesse da população? O que o poder execu-tivo pode e deve fazer sobre esses assuntos? Porque a população não sabe quais são essas funções? Por que a população não tem clareza so-bre esses assuntos? E por que isso

não é ensinado nas escolas? Por que as escolas não recebem materiais didáticos sobre esses assuntos? Qual é a real função de uma eleição?

Por que nunca houve esse interesse (ou se houve) por que não ocorreu a concretização em se ter uma disciplina específica na escola que ensinasse o que é a democracia, o que é o parlamentarismo, o que é o presidencialismo, como se constrói uma legislação, como se da uma elei-ção e para que serve os representan-tes de bairro, o que é um decreto, o que é uma resolução, o que é uma constituição, o que é uma lei e como ela é criada e modificada através das emendas parlamentares? Por que nunca se ensinou sobre isso? Existe algum interesse em não promover tal discussão nas escolas? Será que e-xiste medo que a população tenha a real consciência das instituições polí-ticas e comecem realmente a exercer seus deveres sobre a vida pública? Imaginem se ensinassem nas escolas a Constituição da República Federati-va do Brasil?

É por isso que nós estamos lançando essa campanha para que haja a obrigatoriedade da disciplina “Ciência Política” nas escolas a partir do Ensino Fundamental II até o Ensi-no Médio. Ainda que no Ensino Fun-damental I seja preciso trabalhar com esse tema, porém sem que haja a obrigatoriedade deste componente curricular que ora propomos.

No Ensino Fundamental I é importante que as ações promovidas com as crianças sejam com a inten-ção de se fazer compreender os con-ceitos de normas, regras, condutas, participação e solidariedade; para que quando chegarem no Ensino Fundamental II tenham o auxílio das disciplinas de Ciências, História e Ge-ografia para que possam juntar esses conceitos com a participação na vida pública.

O fato de defendermos a cria-ção de uma disciplina se faz pelo mo-tivo das disciplinas de Geografia, His-tória, Filosofia e Sociologia, não con-templarem os conteúdos que aborda-mos acima. Essas disciplinas têm sa-beres e ferramentas próprias dessas ciências, portanto, não entram em uma discussão específica sobre Ciên-cia Política.

Acreditamos que não adianta colocar como temas obrigatórios, ou temas transversais, como é com o ensino de cultura afro-brasileira (Lei Nº 10.639/2003), a educação ambien-tal (Lei Nº 9.795/1999) ou o ensino de música nas escolas de educação bá-sica (Lei Nº11.796/2008), pois muitas vezes são negligenciados pelas disci-plinas porque não fazem parte de um componente curricular específico. Os temas transversais sempre entram no segundo, terceiro ou quarto plano, por isso reiteramos a necessidade de uma disciplina que trate da Ciência Política enquanto promotora da cida-dania e da clareza pela população pelas instituições públicas.

O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição da República Federa-tiva do Brasil de 1988 diz que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, pois bem, que poder é esse e quais representantes são es-ses de uma população que nunca a-prendeu para que tudo isso serve?

Pela história da educação e pela história do Brasil, a escola nunca formou uma Sociedade de Direito, mas sim uma sociedade de privilé-gios. Vimos cotidianamente diversos abastados burlarem a legislação, por conta das brechas deixadas justa-mente para este fim.

Vimos privilégios daqueles que têm bolsas, vales, brindes e que realmente não recebem seus direitos e muito menos exercem seus deve-

res.

Novamente caímos no lugar comum, num velho clichê: “A quem interessa isso tudo”? Essa é a per-gunta que mais temos feito ultima-mente. A resposta parece óbvia, ali-ás, é óbvia. Isso interessa aos maus políticos, àqueles que sem dúvida alguma se beneficiam da ignorância do povo. É como enganar uma crian-ça dando-lhe brinquedos ou doces para que ela faça o que se pretende. Neste caso, as benesses já citadas.

Já é tempo deste país acordar do berço esplêndido em que se en-contra adormecido por séculos! É preciso darmos aos nossos netos um país de verdade, um país sério. É ne-cessário ensinar agora, para colher-mos os frutos daqui a 10 ou 20 anos. Quem sabe então teremos políticos mais engajados com o verdadeiro sentido da palavra “servidor público”.

Em tempo: Criamos um fórum de discussão no Facebook para dis-cutir sobre esse assunto e gerar um documento que será levado para peti-ção pública e encaminhado ao Con-gresso Nacional sugerindo a criação da disciplina de Ciência Política na escola básica. Fique a vontade para participar, opinar, criticar e discutir. O endereço é: https://www.facebook.com/groups/448893698465724/

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Vice-Diretor de escola da

Secretaria Estadual de Educação de São Paulo.

Professor do curso de Pedagogia da Faculdade

Método de São Paulo.

[email protected]

Omar de Camargo Técnico Químico; Professor em Química; Pós-

Graduado em Química

[email protected]

Ambos apresentam o Programa E Agora José?

Aos domingos das 18h as 20h na

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Política, ética e moral A

ÉTICA,

A

MORAL

e a

POLÍTICA

Os tempos difíceis que estamos vi-vendo nos deixam confusos com rela-ção ao certo e ao errado, à moral e à ética, e não raras vezes, nos parece que o errado é que está certo. Pelo conceito de moral que nossos pais nos transmitiram fica confuso para o cidadão comum,o indivíduo,entender determinadas ações dos nossos go-vernantes , ações estas, discutíveis, dentro da nossa concepção do que é certo.

O político visa o coletivo, a governabi-lidade, o bem-comum e , visto por esse ângulo, não precisa ser ético ou moralista, mas, fazer de tudo para manter o Estado funcionando.” Os fins justificam os meios”. Visto desta

maneira nos parece correto sacrificar um amigo de trinta anos - o senador Mercadante - tirando-lhe o fôlego po-lítico, a autoridade de líder, em troca do Sarney, um defunto incômodo, que pesa demais para ser carrega-do,mas,por trás dele, tem o maior partido político do país, dono de “gado e gente”, além dos preciosos trinta minutos de TV; como já escrevi anteriormente, para um presidente bem avaliado e com um apoio popu-lar tão grande, qualquer candidato que ele apoiar tendo um espaço tão grande para argumentar, será imbatí-vel.

A sociedade tem que começar a en-tender a farsa da democracia, que é mostrada para nós como o melhor dos regimes; talvez seja o menos pi-or. A Democracia é composta e solidi-ficada por parlamentares que lá che-garam pelo voto popular, a maior ar-ma de que dispõe o povo e a mais letal! Pena que não é usada com consciência,sobretudo num país onde a pobreza e a ignorância imperam

soberanas.Então,votos são trocados por telhas, comida, transpor-te,dentaduras, coisas comezinhas, porém, mais próxima da necessidade dos cidadãos, que, nesta troca, não sabem que estão entregando o futuro do seu país e da sua gente por ninha-rias, em vez de exigir escolas decen-tes, saúde compatível com as neces-sidades de todos e mais , estradas, segurança, e uma presença mais sóli-da no contexto mundial, como um pa-ís mais justo e eficiente.

O que verdadeiramente me deixa in-trigado é que esses populares se mo-bilizam, se manifestam, basta ver a presença nos shows de artistas popu-lares e, principalmente, nos estádios de futebol quando torcem, aplaudem, xingam, ameaçam, derrubam muros e lutam nas ruas, por suas paixões.

Porque não agem assim para de-fenderem interesses mais justos?

Por isso acredito que além de assun-tos políticos nossas crianças, a gran-de maioria delas desprovidas ou en-

tão confusas quanto ao que são valo-res e ao que é ético, deveriam ser sim de certa forma serem chamadas as repensarem sobre os seus valo-res, sobre o que as afeta na sua vida em seu dia a dia e como isso vai se refletir em seu futuro.

Isto porque acredito que direitos e deveres e para isso existem as Leis, de nada adiantam se na verdade não forem levadas ao pé da letra pela so-ciedade e pelas instituições.

Assim, não adiantará nada discutir política na escola se o cidadão não for devidamente informado que cabe a si mesmo fazer com que se cumpra o que foi escrito e que cabe a cada um ser um exemplo a ser mostrado e o dever de exercer a sua cidadania.

Por um povo cidadão e por um país de patriotas e não de

torcedores.

Filipe de Sousa Jornalista e Educador

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Direitos do cidadão

Direitos Humanos Os Intelectuais e a Questão

Negra no Brasil

Abordar a questão étnico-racial não é tarefa fácil. O racismo já foi mais escancarado, mais aberto, hoje em dia ele está mais camuflado, escondi-do, mas não há dúvida que continua a existir, é o racismo institucionaliza-do. Esse tipo de racismo se apresen-ta através do preconceito, do compor-tamento, das atitudes que colocam os negros em desvantagens em relação aos brancos. O racismo está presente na socie-dade brasileira de forma óbvia, o ra-cismo institucional aparece de várias formas, uma delas é como determina-dos grupos são tratados de forma di-ferenciada por instituições públicas e privadas somente por causa de suas características culturais , físicas e de cor. Na verdade este racismo está em-butido em nossa sociedade, tão mas-carado que temos a sensação que aqui quase não existe preconceito. E devemos falar também do racismo invertido, que ao contrário do outro tipo de racismo difere desse por ser uma reação a discriminação dos brancos. As desigualdades raciais e de gênero são históricas, envolvem inferioridade e superioridade entre grupos, decorrem muito da escravi-dão, onde os negros eram tratados como coisas, objetos, sem direitos, propriedade dos homens brancos, existindo apenas para servi-los. Não dá para negar que a raça é um fator de desigualdade, embora se tente camuflar esse fator, negando-se a importância da raça. O Brasil teve a

sua formação baseada na escravi-dão, foi onde surgiram as praticas racistas que ainda hoje continuam a existir. Abordar a questão étnico-racial não é tarefa fácil. O racismo já foi mais escancarado, mais aberto, hoje em dia ele está mais camuflado, escondi-do, mas não há dúvida que continua a existir, é o racismo institucionaliza-do. Esse tipo de racismo se apresen-ta através do preconceito, do compor-tamento, das atitudes que colocam os negros em desvantagens em relação aos brancos. O racismo está presente na socie-dade brasileira de forma óbvia, o ra-cismo institucional aparece de várias formas, uma delas é como determina-dos grupos são tratados de forma di-ferenciada por instituições públicas e privadas somente por causa de suas características culturais , físicas e de cor. Na verdade este racismo está embutido em nossa sociedade, tão mascarado que temos a sensação que aqui quase não existe preconcei-to. E devemos falar também do racis-mo invertido, que ao contrário do ou-tro tipo de racismo difere desse por ser uma reação a discriminação dos brancos. As desigualdades raciais e de gê-nero são históricas, envolvem inferio-ridade e superioridade entre grupos, decorrem muito da escravidão, onde os negros eram tratados como coi-sas, objetos, sem direitos, proprieda-de dos homens brancos, existindo apenas para servi-los. Não dá para negar que a raça é um fator de desi-gualdade, embora se tente camuflar esse fator, negando-se a importância da raça. O Brasil teve a sua formação baseada na escravidão, foi onde sur-giram as praticas racistas que ainda hoje continuam a existir. O preconceito racial se solidifica, interioriza-se por gerações, as trans-formações sociais, a era tecnológica

e todo o progresso da humanidade, não são capazes de eliminá-lo. Tal-vez o preconceito seja algo inerente ao ser humano e prevalece até hoje porque encontra eco, nos teóricos e nos escritos sobre o assunto. Ele continua latente, resistente e nos de-paramos com ele a todo o momento. A teoria de Darwin assumiu várias formas e interpretações ao longo do tempo, e no Brasil também ocorreu esse fenômeno, indivíduos e grupos se apropriaram do conceito da teoria evolutiva. As novas teorias surgiram no Bra-sil em uma época importante da nos-sa história, na época da criação da lei do ventre livre, indicando que o cami-nho do futuro seria com negros livres, mas um futuro que não havia pensa-do em como inserir esses homens na sociedade, como aproveitá-los, afinal a que lugar eles pertenciam? O Brasil estava se tornando um país miscigenado e se o branco era, segundo essas teorias, superior ao negro e ao índio, isso acabaria sendo um problema porque tornaria a raça impura, degenerada, o que não era bom para o progresso da nação, essa era uma teoria defendida por alguns cientistas e teóricos. Podemos dizer que a teoria da evolução de Darwin abre caminhos para que se construa uma nova imagem de miscigenação. A partir dessa teoria evolucionista sa-lientou-se a ideia de que as raças hu-manas estavam em constante evolu-ção, não estavam estagnadas. Partindo desse olhar, acabaría-mos por ter uma raça que cada vez mais iria embranquecer, pois a raça branca era superior, assim acontece-ria o branqueamento natural da popu-lação. Não há dúvida de que o Darwinis-mo social surgiu para tentar explicar a superioridade de uma raça em rela-ção a outra, essa tese inclusive foi usada por muitos governantes para

justificar seus domínios sobre outro povos, considerados inferiores e atra-sados, aumentando assim o precon-ceito principalmente contra os povos asiáticos e africanos. A teoria Darwi-nista acabou distorcida e convertida em ideias que justificavam a superio-ridade de alguns segmentos da socie-dade em detrimento de outros, por exemplo, ricos superiores a pobres, brancos superiores a negros, o mais forte superior ao mais fraco, uma in-terpretação que serviu como base para o racismo e o preconceito se espalharem e infelizmente influencia-rem o pensamento de grande parte da população. Uma das provas de que se queria o branqueamento da população foi a imigração de europeus para o nosso país, recebiam incentivos para vir pra cá, imaginava-se que com o passar dos anos eles conseguiriam branque-ar a população. As ideias ficam no inconsciente coletivo, fazem parte da nossa história. Não dá para negar que todas es-sas idéias e teorias influenciaram, e muito, a questão do preconceito racial nos dias de hoje, fomentaram o ódio e a violência, em todos os tipos de racismo existentes. Como foi falado anteriormente o racismo existe de forma velada, mais camuflada, mas ainda existe, o negro sempre foi mar-ginalizado e tratado como ser inferior, a disparidade social e econômica que existe em relação ao negro só serve para confirmar, o quão distante ainda estamos de uma sociedade li-vre de preconceitos. Mariene Hildebrando de Freitas Advogada, professora e especialista em Direi-

tos Humanos

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Cultura Brasileira

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AFRICANIDADE 1 Durante quase quatro séculos, ne-gros africanos foram caçados e leva-dos ao Brasil para trabalhar como escravos. Separados para sempre de suas famílias, de seu povo, do seu solo (de fato apenas alguns poucos conseguiram retornar depois da abo-lição da escravidão), os africanos fo-ram aos poucos se adaptando a uma nova língua, novos costumes, novo país. Foram se misturando com os brancos europeus colonizadores e com os índios da terra, formando a população brasileira e sua cultura.

Como aconteceu em outros países da América, a contribuição dos africa-nos na formação do Brasil foi essen-cial tanto na composição física da população quanto na conformação do que viria a ser sua cultura, que inclui dimensões como língua, culinária, religião, música, estética, valores so-ciais e estruturas mentais. Muitos fo-ram os povos africanos representa-dos na formação brasileira, os quais podem ser classificados em dois grandes grupos lingüísticos: os suda-neses e os bantos.

As diferentes etnias chegaram ao Brasil em distintos momentos, predo-minando os bantos até o século XVIII e depois os sudaneses, sempre ao sabor da demanda por mão-de-obra escrava que variava de região para região, de acordo com os diferentes ciclos econômicos de nossa história, e do que se passava na África em termos do domínio colonial europeu.

Nas últimas décadas do regime es-cravista, os sudaneses iorubás eram predominantes na população negra de Salvador, a ponto de sua língua funcionar como uma espécie de lín-gua geral para todos os africanos ali residentes, inclusive bantos.

Nesse período, a população negra, formada de escravos, negros libertos e seus descendentes, conheceu me-lhores possibilidades de integração entre si, com maior liberdade de mo-

vimento e maior capacidade de orga-nização. O cativo já não estava preso ao do-micílio do senhor, trabalhava para clientes como escravo de ganho, e não morava mais nas senzalas isola-das nas grandes plantações do interi-or, mas se agregava em residências coletivas concentradas em bairros urbanos próximos de seu mercado de trabalho. Foi quando se criou no Bra-sil, num momento em que tradições e línguas estavam vivas em razão de chegada recente, o que talvez seja a reconstituição cultural mais bem aca-bada do negro no Brasil, capaz de preservar-se até os dias de hoje: a religião afro-brasileira.

E como parte integrante do culto, e ao mesmo tempo como elemento constitutivo do cotidiano do negro, preservou-se no Brasil um dos mais ricos filões culturais da África: a músi-ca, mais especificamente, a música religiosa, com seus ritmos, instru-mentos e formas de composição poé-tica.

Assim, em diversas cidades brasilei-ras da segunda metade do século XIX, surgiram grupos organizados que recriavam no Brasil cultos religio-sos que reproduziam não somente a religião africana, mas também outros aspectos da sua cultura na África. Nascia a religião afro-brasileira dos orixás, voduns e inquices, chamada candomblé primeiro na Bahia e de-pois pelo país afora, tendo também recebido nomes locais, como xangô em Pernambuco, tambor-de-mina no Maranhão, batuque no Rio Grande do Sul.

Os principais criadores dessas religi-ões foram negros das nações iorubás ou nagôs, especialmente os proveni-entes de Oió, Lagos, Queto, Ijexá, Abeocutá e Iquiti, e os das nações fons ou jejes, sobretudo os mahis e os daomeanos. Floresceram na Bahia, em Pernam-buco, Alagoas, Maranhão, Rio Gran-de do Sul e, secundariamente, no Rio de Janeiro.

Entoaram letras em língua ritual de origem banta, hoje muito deturpada e misturada com palavras do portu-guês, soando os tambores com as palmas das mãos e dedos, enquanto os iorubás e fons-descendentes o fazem com varetas, os candomblés angola e congo, como são chamados os templos bantos, cantam um tipo de música que soa muito familiar aos ouvidos dos não-iniciados. Pois foi justamente da música sacra desse candomblé banto que mais tarde se formou, no plano da cultura profana do Rio de Janeiro, um gênero de mú-sica popular que veio a ser uma im-portante fonte da identidade nacional brasileira nos decisivos anos 30 do século XX: o samba.

Por muito tempo o candomblé e as outras formas regionais de culto afro-brasileiro permaneceram mais ou menos confinados a seus locais de origem. Mas logo no início, com o fim da es-cravidão, muitos negros haviam mi-grado da Bahia para o Rio de Janei-ro, levando consigo sua religião de orixás, de modo que na então capital do país reproduziu-se um vigoroso candomblé de origem baiana, que se misturou com formas de religiosidade negra locais, todas com influências de sincretismos católicos, e com o espiritismo kardecista, originando-se a chamada macumba carioca e pou-co mais tarde, nos anos 20 e 30 do século passado, a umbanda.

A umbanda e o samba constituíram-se mais ou menos na mesma época, ambos frutos do mesmo processo de valorização da mestiçagem que ca-racterizou aqueles anos e de constru-ção de uma identidade mestiça para o Brasil.

No Brasil verificou-se um grande re-torno à Bahia, com a redescoberta de seus ritmos, seus sabores culinários e toda a cultura dos candomblés. As artes brasileiras em geral (música, cinema, teatro, dança, literatura, ar-tes plásticas) ganharam novas refe-rências, o turismo das classes mé-

dias do Sudeste elegeu novo fluxo em direção a Salvador e demais pon-tos do Nordeste.

O candomblé se esparramou muito rapidamente por todo o país, deixan-do de ser um religião exclusiva de negros, a música baiana de inspira-ção negra fez-se consumo nacional, a comida baiana, nada mais que co-mida votiva dos terreiros, foi para to-das a mesas, e assim por diante. Ia-se completando, agora de modo es-cancarado, uma retomada da influên-cias africanas na cultura brasileira, a partir dos terreiros de candomblé, que lá pelos anos 20 e 30 já tinha dado à luz, sem dizer exatamente de onde vinha, a música popular brasi-leira considerada a mais legítima. SOU NEGRO A Dione Silva Sou Negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e ago-gôs Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do enge-nho novo e fundaram o primeiro Maracatu. Depois meu avô brigou como um da-nado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e manso Mesmo vovó não foi de brincadeira Na guerra dos Malês ela se destacou Na minh'alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação... (Solano Trindade)

AFRICANIDADE 2

“Para os autores “não existe Brasil sem a África e, portanto não existe identidade nacional sem a cultura afro-brasileira”.

Para os autores os currículos escola-res sempre negaram a colaboração de africanos, africanas e descenden-tes na formação da cultura e do povo brasileiro reduzindo essa colabora-ção ao passado escravista e ao mun-do da música, da dança, da culinária e, no máximo, da religião.

Os negros vinham da África trazendo seus objetos, hábitos, textos orais e escritos, rituais, jogos, folguedos, his-tórias: um patrimônio cultural material e imaterial. Trouxeram lembranças e

saberes com suas religiões, tecnolo-gias e trabalho.

Para melhor compreender a partici-pação do segmento negro na forma-ção brasileira, segundo os autores, três dimensões são de fundamental importância: a história, a memória, e as práticas culturais.

É no cotidiano que a cultura e as prá-ticas culturais são elaboradas, trans-formando o conhecimento em experi-ência de aprendizagem e a própria experiência vivida se transforma em conhecimento.

A nossa construção se dá por meio da socialização, da relação com o outro e das ações vividas. Assim a alimentação, o vestuário, a oralidade, a gestualidade, a sonoridade, os odo-

res ou sabores, são sinais que nos permitem decifrar a diversidade e a complexidade da realidade histórica da sociedade afro-brasileira.

“Tomar as diversas práticas sociais e culturais como práticas educativas são vê-las em processo, sendo cons-truídas intensamente e carregadas de tensão entre diferentes indivíduos e diferentes comunidades; elas criam contextos interativos que – justamen-te por se relacionarem dinamicamen-te em distintos ambientes culturais, nos quais diferentes indivíduos de-senvolvem identidades – contribuem para um ambiente formativo”.

E mais: “As expressões culturais e religiosas de matriz africana trazem processos

educativos que dizem respeito ao próprio exercício das apresentações no momento da festa e nos rituais religiosos. Esses processos se reve-lam na música, na dança, no toque dos instrumentos e nos gestos. São elementos impressos no corpo e ex-pressos através da prática e da tradi-ção oral”.

No século XX vamos encontrar os movimentos negros, os núcleos afro-brasileiros formados nas universida-des brasileiras compostos em grande parte por acadêmicos negros.

Assim, podemos explicar nossa iden-tidade africana e nossa afinidade com os países africanos.

Filipe de Sousa

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 12

Educar O TRIPÉ QUE SUSTENTA O DISCURSO

CONSTRUTIVISTA BRASILEIRO

Muito se tem falado em construtivis-mo e pouco se tem discutido. Há, dentro do campo educacional, princi-palmente nos cursos de pedagogia, uma aceitação generalizada e uma espécie de convertimento à “doutrina” pedagógica em questão, a qual, den-tro desses mesmos cursos, é susten-tada por três teóricos distintos (ou seriam semideuses?), são eles: Jean Piaget, Lev Semenovich Vygotsky e Henri Wallon.

Em síntese, pode-se afirmar que a ênfase de Piaget está voltada mais para a parte biológica do sujeito e, consequentemente, a maturação cog-nitiva de que ele tanto falava, sem deixar de lado, entretanto, aspectos ligados à psique humana e a sociali-zação; Vygotsky, como contrapartida, enfatizava a interação social e a cul-tura produzida pela humanidade; e, por fim, Wallon, o qual dava grande ênfase à afetividade.

É válido ressaltar que o construtivis-mo foi formulado por Jean Piaget, o qual, tendo a biologia e a psicologia como formações acadêmicas, focou-se nessas duas áreas do conheci-mento para elaborar sua tese, porém favorecendo e enfatizando os aspec-tos biológicos do sujeito, cabendo fri-sar ainda que em momento algum a teoria construtivista fora pensada sob a óptica da pedagogia, o que, por sua vez, já é um tanto contraditório que tal abordagem teórica tenha se difun-dido, do modo como se deu, no cerne da pedagogia e, portanto, na educa-ção.

Paradoxalmente o mesmo autor que incluíram como adepto a esta corren-te teórica, crítica, em diversos estu-dos publicados, a tese pertencente ao pai do construtivismo, ficando um pouco confuso de se entender o por-quê de Vygotsky estar associado a essa dada teoria piagetiana. Mas co-mo na educação os paradoxos tam-bém andam de mãos dadas com as contradições, desde que os interes-ses em jogo se reforcem e se com-

plementem, sigamos um pouco mais adiante com a reflexão acerca do tri-pé que sustenta o discurso construti-vista brasileiro – digo brasileiro por não saber se em outros países tal disparidade pedagógica acontece destarte.

A partir das ideias anteriormente a-presentadas, considero extremamen-te necessário fazer três afirmações, as quais, para alguns construtivistas de plantão, poderão soar como here-sias aos seus “dogmas”:

1ª – É claro que a teoria piagetiana é importante na compreensão do sujei-to quanto um ser bio-psico-social, mas a escola, como um ambiente de-mocrático e redutor de injustiças, não pode negligenciar, aos seus alunos, os conteúdos acumulados histórico e culturalmente ao longo dos anos, muito menos transformar o professor em um mero mediador do processo educacional – se reduzi-lo a esta me-ra prática “docente?”, reduzir-se-á, por conseguinte, toda a sua formação acadêmica bem como a sua profis-são;

2ª – É evidente que a ênfase Walloni-ana é imprescindível na educação e na práxis docente, porém a escola, como ambiente educacional e não assistencialista, não pode ser reduzi-da ao afeto – não que este não seja importante, mas é que além do afeto em si, há, teoricamente, um currículo pedagógico a ser cumprido, o qual não permite demasiado sentimentalis-mo;

3ª – É óbvio que algumas propostas da abordagem sócio-interacionista vygotskyana são importantes durante o processo de aprendizagem, entre-tanto a escola não pode ser restringi-da apenas a um espaço promovedor de interação social, tendo em vista que há disciplinas a serem leciona-das, e, dentro delas, conteúdos a se-rem ensinados, e não simplesmente “construídos”, como pregam os cons-trutivistas. Caso o papel dos alunos limitasse à socialização, a existência da escola, como espaço físico, não seria necessária, já que é de conheci-mento geral que um simples compu-tador ou até mesmo um celular, co-nectado à Internet, ocupa tal tarefa de modo esplêndido – bem melhor que a própria escola, por sinal.

Ainda complementando o que diz res-peito à função do professor na verten-te construtivista, faz-se necessário apresentar, aqui, os seguintes questi-

onamentos: ao tornar-se um media-dor do processo educacional, tal pro-fissão não seria descaracterizada? E essa suposta mediação restringe-se apenas às modalidades de Educação Infantil e Fundamental? Já que, segundo a concepção cons-trutivista, se pode mediar o processo de “ensino-aprendizagem” nos níveis de ensino mencionados anteriormen-te, poder-se-ia mediar, do mesmo modo, as aulas aplicadas nos Ensino Médio e no Ensino Superior? Como é que se media uma aula de física quântica? E de anatomia? E uma aula de cirurgia cardiovascu-lar? E já que, de acordo com a visão de Piaget, o sujeito aprende por meio da experiência, como um estudante de astronáutica construiria o seu conhe-cimento de bioastronomia? Indo a outros sistemas planetários? Visitando outras galáxias? Trocando emails com extraterrestres? Como calcular, por exemplo, as dife-rentes razões de seno, cosseno e tangente dentro da proposta constru-tivista? E no que concerne a valorização pro-fissional do mediador, os governos, ao se darem conta dessa transforma-ção, não o remuneraria com uma quantidade inferior em relação àquela que é paga, atualmente, a um profes-sor? Ao se metamorfosear em um media-dor, o mesmo não seria reconhecido, capitalisticamente falando, por um salário condizente como tal? Quanto às faculdades e universida-des que oferecem cursos de pedago-gia, não seria necessário formar seus mestres e doutores, em um curso construtivista, para se transformarem em mediadores? Para formar mediadores não serão necessários outros mediadores? Pro-fessor forma mediador? Quem formaria, na íntegra, um medi-ador? Piaget? O pai do construtivismo foi, de fato, um mediador? Quem o formou? Professores ou mediadores?

Estas e outras perguntas são ques-tões intrínsecas aos dogmas constru-tivistas, dogmas estes que, quando questionados, levantam discussões enriquecedoras, porém nem sempre producentes, já que esta alienação pedagógica é favorável àqueles que

controlam as classes sociais inferio-res, e, portanto, à hierarquização; dogmas esses que, se aceitados, por todos, desqualificarão ainda mais a educação de modo geral, tendo em vista que os níveis de ensino são subsequentes. Outro grande problema do discurso construtivista está também ligado aos cursos de formação de professores, muitos dos quais, não satisfeitos com apenas a disciplina de didática a ensi-nar a técnica de ensinar, voltam suas diferentes metodologias para o mes-mo princípio da disciplina menciona-da agora pouco, ficando esses futu-ros profissionais sem saber direito o que ensinar, e, por ausência de méto-dos nas disciplinas de metodologias, também não aprendem como ensinar.

Outro ponto que merece reflexão diz respeito ao aprendizado do professor com o aluno, ou seja, há, dentro des-sa mesma corrente, uma suposta in-versão de papéis, cujo aluno passa a ensinar ao professor, já que o proces-so de aprendizagem discente é reba-tizado de ensino-aprendizagem. Não restam dúvidas quanto ao fato de o professor aprender com seus alunos, principalmente com a subjetividade das experiências pessoas de cada um – sendo esta subjetividade, por-tanto, fruto do senso comum –, mas tomemos cuidado para não sermos hipócritas e simplórios ao afirmar que tais contribuições, feitas pelos alunos, se encontram arraigadas em bases sólidas e científicas, em exceção, tal-vez, às dos alunos do Ensino Médio e do Ensino Superior, o que, hipotetica-mente, poderá acontecer.

Diante de tudo o que foi explanado, conclui-se que o construtivismo brasi-leiro é uma espécie de corrente peda-gógica híbrida, composta e sustenta-da por diferentes concepções teóri-cas, as quais, em parte, se contrapõe – como é o caso da discrepância ob-servada entre Piaget e Vygotsky –, todavia vale ainda dizer que o mesmo é incongruente para com uma educa-ção metódica, democrática e organi-zada, portanto, assim como o Parâ-metro Curricular Nacional de Língua Portuguesa voltado ao ensino de 1ª e 4ª séries, o construtivismo, da forma como se apresenta, não passa de confusão didático-metodológica que proporciona o esvaziamento das au-las.

Edvaldo dos Reis Oliveira Filho Email: [email protected]

http://edvaldodosreis.blogspot.com/

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ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divulgação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, histó-ria, meio ambiente e sustentabilidade, responsabilidade social e ambien-tal, além da transmissão de conhecimento. Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas responsabilidades sociais. No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus edito-res, desde que adjudiquem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.

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JULHO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 13

Educação Um pouco menos de conversa, um pouco mais de ação, por

favor

[“A little less conversation, a little more ac-

tion please” –Elvis Presley]

Falar sobre educação, escrever sobre educação é tema recorrente de vários espaços midiáticos con-temporâneos. E acredito de fato ser de grande relevância o avan-ço que esta discussão levanta, na medida em que estamos falando a respeito de um das maiores ne-cessidades do ser humano, o seu desenvolvimento. A educação em si não é um tema fechado, restrito de diálogo, pelo contrario ele é além, dialético, am-plo em contextualizações e subje-tividades. É sabido ainda, que em nosso pa-ís estamos “rastejando” [sic] no que consideraríamos uma educa-ção de qualidade para todos, co-mo sonhou o educador Anísio Tei-xeira nos anos 60. Mas em mui-tos espaços públicos e privados conseguimos observar a multipli-cidade de práticas que fortalecem a “utopia” [sic] educacional como um sonho de transformação soci-al. Independente de qualquer espaço educativo, municipal, estadual, privado, destacar as práticas que de fato foram construídas a partir de uma educação integral, múlti-pla e integral é objeto importante de socialização e partilha. Exemplo disso foi um projeto que acompanhei de perto: os Jogos Escolares Municipais – JEM, da Rede Municipal de Educação de Guarulhos que aconteceu no mês de junho.

Os Jogos Escolares Municipais – JEM é um evento educacional/esportivo realizado pela Secretari-a de Educação, em parceria com a Secretaria de Esporte, Recrea-ção e Lazer, a Liga Guarulhense do Desporto e a Coordenadoria de Políticas para Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzi-da”. Participaram do JEM, nesta edi-ção, cerca de 6 mil alunos de 69 Escolas da Prefeitura que foram previamente inscritas, divididas em sete regiões intituladas com nomes de brincadeiras infantis: “barra manteiga”, “roda cantada”, “ioiô”, “nunca três”, “corre cotia”, “amarelinha” e “rua avenida”. Umas das considerações mais importantes sobre o JEM no meu ponto de vista é a capacidade in-tegradora de uma ação educativa baseada numa proposta curricular consolidada, no caso de Guaru-lhos, o Quadro de Saberes Ne-cessários - QSN foi uma proposta construída pelos agentes do pro-cesso educativo e integra o proje-to político-pedagógico da Rede Municipal. Em muitas redes de ensino ainda observamos o desconhecimento ou inexistência de um PPP na Re-de de ensino, bem como o enten-dimento da importância e a sua relevância para a prática docente. Outro elemento que ficou no meu campo de reflexão é que nem to-da escola tem um projeto político- pedagógico construído de forma coletiva e democrática. Mas como o “óbvio” que se efetiva deve ser valorizado, seguimos com o JEM de Guarulhos. As atividades esportivas dos Jo-gos Escolares Municipais aconte-ceram em conexão com o eixo “Corpo e Movimento”, da proposta curricular (QSN), que dize respei-to ao desenvolvimento de ativida-des ligadas à cultura corporal, e que contribuem para o desenvol-vimento pleno dos alunos. O evento que aconteceu em duas etapas, a fase escolar e a fase dos jogos, propriamente dita, re-velaram saldos muito positivos à

rede municipal, tanto pelo incenti-vo ao protagonismo quanto pela oportunidade do reconhecimento das potencialidades dos alunos de forma múltipla, bem como o favorecimento de valores e sabe-res que transcenderam a proposta competitiva evidenciando a busca por um projeto educativo de quali-dade social para todos. Além dos saberes pedagógicos, o mais bonito de todo esse evento da rede municipal de Guarulhos foram os outros saberes revela-dos pelos alunos, valores constru-ídos no ínterim das atividades, que foram sendo fortalecidos, la-ços, vínculos que potencialmente só puderam ser gerados, na medi-da em que existia anteriormente uma proposta educativa consis-tente. C o m o e x e m p l o d e “desenvolvimento do espírito de equipe e sua relação com os jo-gos competitivos e cooperativos, bem como a própria questão da construção da identidade e do re-conhecimento de si ampliando possibilidades e autonomia tive-mos uma experiência do profes-sor da EPG Mario Lago. O Professor, a priori criticado por muitos, não acompanhava seus alunos nos momentos de jogo, pois havia anteriormente designa-do nos treinamentos, na escola, um aluno que desempenho no momento do jogo o papel de “técnico da equipe”. Segundo o coordenador de pro-gramas educacionais Willian Te-ramoto “Quem olha, até pensa que ele não queria acompanhar as crianças, mas na realidade era tudo pensado. Era uma estratégia para proporcionar momento de autonomia para as crianças, afinal as crianças se entendem muito melhor entre elas, do que com um Prof. “Louco” gritando na beira da quadra. Resultado... a escola sempre ficou entre as três primei-ras colocadas nas diferentes mo-dalidades”. Outro olhar além do evento com-petitivo pôde ser percebido duran-te um jogo de pique-bandeira, no qual, um garotinho que estava a-gachado, [pois havia sido “pego”],

começa uma conversa com a “pegadora” [sic] que é de outra escola. Ele pergunta como é que são as coisas na escola, quem são seus amigos, demonstrando o estreitamento dos laços e potenci-alizando valores de cooperação e amizade. Willian Teramoto afirma que num jogo de “Resgate”, onde um aluno da EPG Da Emília, após muitas tentativas insatisfatórias, conse-guiu ser resgatado, marcando o ponto do jogo para sua escola. Era perceptível a alegria dos ami-gos em ver o sucesso do tal alu-no. Eles correram para abraçá-lo e ficaram comemorando por um bom tempo. Nesta medida o JEM ganhou “uma cara mais feliz”, já que se tornou evidente a alegria dos alunos e professores pela participação e pelas diversas for-mas de aprendizado geradas, a-lém da competição. Evidências de que são possíveis experiências criativas e transfor-madoras no espaço da escola, na relação entre professores, alunos e rede escolar. Que muitas vezes exigem muito da nossa determinação em cons-truirmos além das apostilas, livros didáticos e manuais prontos en-gessados, mas que são pontes necessárias para um desenvolvi-mento no campo da plenitude e integralidade. Propor um artigo com menos críti-cas e mais demonstração de prá-ticas pedagógicas efetivas faz parte de um projeto como articu-lista deste Jornal e de outros es-paços pelos quais passar. Para tanto, se você é professor, gestor, ou conhece alguma prática peda-gógica transformadora, encami-nhe seu e-mail, divulgue essas histórias belíssimas de alguém que mesmo aquém de alguma possibilidade governamental está agindo no seu campo de alcance e mudando a realidade de muitos! Sigamos no bem!

Yve de Oliveira Pedagoga e Palestrante e-mail: [email protected]

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 14

Saúde e Escola PROFESSORES

READAPATADOS EM ESCOLAS

PÚBLICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Professor readaptado é um profes-sor (a) que não pode mais lecionar. Ele (a) tem um problema médico que o impede de dar aulas, os pro-blemas de saúde mais comum são (calo nas cordas vocais, depres-são, lesão física).

A readaptação é feita pela DMPME (Departamento de Perícias médi-cas do Estado ) o mesmo aguar-dará a readaptação que sairá em D i á r i o O f i c i a l , D R H U(Departamento de Recursos Hu-manos ) é este órgão que envia as atividades o professor pode fazer .

A direção só pode mandar o pro-fessor cumprir tarefas que esteja inserido nessas atividades.

Quando sai a readaptação o gover-no envia á escola s tarefas que es-te readaptado poderá cumprir de acordo com a lesão sofrida! Cabe então ao professor verificar se o que a direção lhe determina, esta

entre as tarefas determinadas.

Assim recomenda-se ter sempre em mãos uma cópia dessas ativi-dades, sendo que estas, também, só podem ser pedagógicas. Exija seus direitos, aprenda a fazer a fazer tudo por escrito e a protoco-lar na secretaria da escola, sendo que isto serve para todos os pro-fessores, independente de readap-tados ou não!

A realidade desses professores é triste!

Eles vêm de uma doença física ou psicológica, e na maioria das ve-zes não são compreendidos e res-peitados, pelos colegas e gestores mal sabendo eles que podem vir um dia a passar pelo mesmo pro-blema. A situação é difícil para eles aceitarem essa nova condição; se sentem incapazes e, muitas vezes, tem a notícia de que não mais po-derão voltar a lecionar e que irão ficar assim até a necessária e de-morada aposentadoria.

E muito comum triste e preocupan-te, ouvir colegas que estão readap-tados falarem de suas frustrações, angústias, sobre suas atuais condi-ções pelo motivo de seu problema no que tange a função e até mes-mo de local de trabalho. Local es-te, onde muitas vezes dedicaram toda uma vida aquela numa deter-minada Escola e que hoje se en-contram em outra escola que não conhece sua luta e sua dedicação, tendo que se ressocializar naquele novo ambiente.

Fatos conhecidos nos demonstram que isso gerou desrespeito, desva-lorização profissional, exclusão e sobretudo, muito sofrimento , já não bastasse o problema enfrenta-

do por nossa colega!

Termino esse texto deixando a mi-nha solidariedade e o meu carinho a todos aqueles professores que estão nessa constrangedora situa-ção de readaptados.

Autora: Eloídia Hermano Professora de Português Na rede Estadual do Mun. De Francisco Morato

----------------------------------------------- O Processo de Readaptação é

um Período Deprimente

Programa terá equipes com médi-cos, fisioterapeutas, fonoaudiólo-gos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros. Especialidades são das áreas em que servidores mais têm problemas e são as maiores causas de absenteísmo.

VEJA MAIS: http://profdomingos.blogspot.com.br/2010/05/

o-processo-de-readaptacao-e-um-periodo.html

Nova jornada de trabalho no Estado de SP

No dia 20/1/2012, o governo do Esta-do de SP instituiu a nova jornada de trabalho para os professores da rede. A lei federal do piso para professores determina que o professor fique em sala de aula apenas 2/3 da sua carga horária. Os outros 1/3 serão para HTPC e horário de trabalho em local de livre escolha.

Hoje muitos professores da rede fica-ram tristes. Porque na prática a mu-dança reduziu apenas uma aula de cada carga horária. Por exemplo: quem pegava 33 aulas agora pega 32; quem pegava 25 aulas agora pe-ga 24; e assim por diante.

O que o governo fez?

Ele transformou as aulas trabalhadas em horas.

Antes o professor dava uma aula e c o n t a v a c o m o u m a h o r a . A aula durava 50 minutos de dia e 45 à noite. O tempo que sobrava (10 minutos de dia e 15 minutos à noite) o professor não cumpria.

Isso já foi polêmica a alguns anos atrás quando o governo bateu o pé que os professores iam ter que cum-prir esses minutos na escola (era pra ficar à disposição de pais e de alunos nesse tempinho).

O fato é que isso acabou não aconte-cendo. E quem é que cumpria 60 mi-nutos? Só os professores readapta-dos...

Agora isso acabou. Como o governo transformou a jornada em horas e minutos trabalhados veja só como as

coisas ficaram:

- quem tinha 36 aulas dava 33 aulas e fazia 3 HTPCs.

Enquanto isso nós cumpríamos 36 horas relógio (de 60 minutos cada uma!).

Agora o máximo que um professor vai trabalhar são 35 aulas: 32 em sa-la de aula e mais 3 HTPCs.

O que essas 35 aulas significam em horas? 32 aulas = 26,6 horas 3 HTPCs = 2,5 horas

(O HTPC passa a ter 50 minutos e

não mais 60 como era antes).

Então um professor readaptado com as antigas 33 aulas + 3 HTPCs agora tem que cumprir 26,6 horas + 2,5 ho-

ras = 29,1 horas.

Agora são 29,1 horas - e não mais as 36 horas que a gente fazia antes!

Isso dá uma diferença de 6,9 horas que nós não teremos que estar na escola, já que os HTPLs são feitos, como sempre, em lugar de livre esco-lha.

Então essa mudança sanou uma injustiça que havia contra os rea-daptados, que sempre cumpriram 10 minutos a mais por aula de manhã e 15 minutos a mais por aula à noite.

Mais informações:

http://professorreadapta-

do.blogspot.com.br/2012/01/nova-jornada-de-trabalho-no-estado-de.html

Readaptados

FALTA DE... Que vejo? Estou só com minhas promessas Quando reparo Foi porque esqueci do tempo Talvez porque estivesse quieto Escondido, encoberto Na estrada do tempo Minha mente não vê Obrigados! Gratos! Prazeres! E muito menos respeito! Ou talvez seja meu peito Amargo, cansado e velho Demais preso ao passado Peito velho e cansado De tanto falar obrigado Grato E muito prazer... Ou falta de... Filipe de Sousa

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AGOSTO 2012 Gazeta Valeparaibana Página 15

Escolas Públicas

A FARSA DA INCLUSÃO

Palavras transformam-se em mo-dismos e aparecem na boca de todos. A palavra do momento na educa-ção brasileira é o verbo incluir. Fala-se que a escola pública no Brasil sempre foi praticante da ex-clusão e que o atual governo e sua ação educacional está corri-gindo esta injustiça (isto para a-queles que acreditam na boa von-tade do governo...). E estratégia para esta tal inclusão são bem co-nhecidas: criação de ciclos, a não reprovação, o abandono das no-tas, as correções de fluxo, entre outras. Para sustentar a necessidade destas medidas seus defensores apresentam estatísticas onde o país aparece com péssimos indi-cadores nesta área: muita repro-vação, muito analfabetismo. E a-firmam que tal situação está mu-dando, afirmação na qual muitos professores acreditam, pois gosta-riam no íntimo de suas almas que fosse verdade. Mas, o que significa inclusão? Incluir os alunos onde? Se é certo que a educação no Brasil sempre foi deficiente, a atu-al política educacional não está resolvendo o problema e muito provavelmente está contribuindo para agravá-lo. Isto porque o diag-nóstico errado foi pensado através de uma filosofia liberal, mas um liberalismo mesclado de tradições patrimonialistas incorporadas à cultura nacional há séculos. Desta forma muitos acreditam que inclu-são resume-se em colocar crian-ças e jovens dentro de uma sala de aula, feito isto tudo está resol-vido: pode-se dormir tranqüilo, o Brasil está salvo. Vejamos, no entanto, algumas

possibilidades para explicarmos o conceito de inclusão: inclusão no mercado de trabalho em geral; inclusão no mercado de trabalho dos bons empregos e salários; inclusão como cidadão. No primeiro caso, inclusão no mercado de trabalho em geral, não necessário nos preocuparmos muito. Se incluir significar somen-te preparar o aluno para que ele "ganhe a vida", sem que importar como, então a escola não tem muita importância. Os homens e mulheres vivem no mundo há milhões de anos sem escola e continuarão vivendo, seja lá qual for a educação que rece-bam. É claro que mesmo assim a escola é reprodutora de mão-de-obra, mas bastará acrescentar um pouco de informática e pronto, já estaremos preparando nossos a-lunos da escola pública para en-frentar o novo milênio... Não é preciso dizer que não concorda-mos com está idéia. Porém, se eu penso em inclusão como capacitar os alunos a com-petirem no mercado de trabalho por bons empregos e bons salá-rios, em especial os novos empre-gos da sociedade da informação, nossos alunos não estão sendo incluídos. O aluno da escola pública que não reprovou, que passou somen-te porque compareceu 75% das aulas (aulas, que aulas?), que participou do milagre da correção de fluxo, este não está preparado para competir em um ambiente sem paternalismo. A escola públi-ca não está preparando os alunos para este mundo de competição (a escola particular sim, mas quem se importa com isto?). Nosso aluno sai da escola sem condições de interpretar um texto, sem saber realizar as operações matemáticas elementares e sem a disciplina necessária, porque na escola podia fazer o que queria, sem conseqüências. Ou seja, o mundo que a escola está mos-trando para seus alunos não exis-te. Esta ideia é importante, a es-cola deve, sem dúvida, proporcio-nar a transformação da realidade, mas não deve perder os vínculos com a realidade, se o fizer não cumpre seu dever.

A ideia de inclusão que mais agra-da é muito mais ampla que mer-cado de trabalho, envolve a cida-dania. Inclusão contempla, certa-mente, a possibilidade do aluno competir por um bom emprego e salário, que favoreça a mobilidade social e que dê esperanças aos alunos, mas não é somente isto. Incluir significa fornecer aos indiví-duos as condições de ser livre, de ser cidadão real. Cidadão capaz de ler uma notícia no jornal sobre os conflitos no Ori-ente Médio e saber onde fica esta região, as causas e as conse-qüências do conflito. Cidadão capaz de analisar a situ-ação política atual a partir dos conceitos e fatos aprendidos em História e Sociologia. Cidadão capaz de entender a ex-plicação do médico porque sabe onde fica os órgãos do corpo e suas funções, mas que pode questionar o médico porque a-prendeu química. Cidadão capaz de apreciar um bom livro ou uma obra de arte porque aprendeu a ler. Nesta ca-so a escola pública não está inclu-indo. Não incluía antes nem o faz agora com as mudanças implantadas pelo governo. Na verdade somen-te agrava a exclusão, pois ter o certificado de conclusão do Ensi-no Médio pode ser bom para as estatísticas do governo e sua pro-paganda eleitoral mas, para o in-divíduo real de nada serve se não representar conhecimento verda-deiro. Se apenas considerássemos o número de alunos na escola, já teríamos resolvido o problema. Mas a escola pública onde estão todos estes jovens brasileiros é aquela onde não se reprova, onde não é preciso saber para avançar, porque para os governantes tanto faz: o aluno é apenas um número em seus gráficos e quanto menos tempo ficar na escola menos gas-to representará e melhores índi-ces surgirão. As verdadeiras causas da repro-vação não aparecem nunca nos discursos oficiais, é como se as criança já nascesse na escola, não tivesse pai e mãe, não per-tencesse a uma classe e como se a escola não fosse uma escola real, de paredes e de professores.

É a escola sem nota, claro, por-que a nota é um número fácil de ser identificado pelos alunos e pais...Uma avaliação descritiva (como é feita hoje), contribui para transformar a avaliação em algo misterioso, deixando alunos sem saber seu desempenho e pais sem poder cobrar este desempe-nho. A linguagem empolada utilizada nos documentos oficiais e repro-duzida nas escolas (em especial nas avaliações) contribui para dar ares de seriedade e autoridade a conceitos e idéias discutíveis. Se realmente pretendessem resol-ver o problema da educação no Brasil, o problema da reprovação, do analfabetismo, da avaliação, os governantes deveriam investir no professor (isto quer dizer salá-rio mesmo, não se vive só de es-perança) e investir na estrutura: menos alunos em sala, menos a-lunos por professor, menor carga horária de trabalho. Já seria um grande passo, mas ainda seria necessário resolver os problemas econômicos do país, uma vez que uma política econômica recessiva não pode ser resolvida em sala de aula somente. Agora, imaginem que a educação é uma corrida de Fórmula 1. Nos deram um fusquinha e como não estamos conseguindo vencer, os teóricos e técnicos na educação resolveram alterar a estratégia da corrida, afirmando que nós profes-sores é que não sabemos dirigir direito... E tem professor que a-credita nisto... Isto ocorre porque os técnicos e teóricos da educação não enxer-gam o fusquinha e fica mais fácil e barato culpar o motorista, ou seja, o professor, do que comprar um carro novo. Portanto, a não reprovação, os ciclos, os fluxos, as descrições, as avaliações continuadas, não pas-sam de engodo, cujo objetivo e forjar índices para impressionar os mais ingênuos. Por: Filipe de Sousa Fonte: http://www2.uol.com.br

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Responsabilidade Social

Edição nº. 57 Ano V - 2012

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

A MALDIÇÃO DA ABUNDÂNCIA

A “maldição da abundância” é uma expressão usada para caracterizar os riscos que correm os países po-bres onde se descobrem recursos naturais objeto de cobiça interna-cional. A promessa de abundância decor-rente do imenso valor comercial dos recursos e dos investimentos necessários para o concretizar é tão convincente que passa a con-dicionar o padrão de desenvolvi-mento econômico, social, político e cultural.

Os riscos desse condicionamento são, entre outros: crescimento do PIB em vez de desenvolvimento social; corrupção generalizada da classe política que, para defender os seus interesses privados, se torna crescentemente autoritária para se poder manter no poder, agora visto como fonte de acumu-lação primitiva de capital; aumento em vez de redução da pobreza;

Polarização crescente entre uma pequena minoria super-rica e uma imensa maioria de indigentes; des-truição ambiental e sacrifícios in-contáveis às populações onde se encontram os recursos em nome de um “progresso” que estas nun-ca conhecerão;

Criação de uma cultura consumis-ta que é praticada apenas por uma pequena minoria urbana mas im-posta como ideologia a toda a so-ciedade; supressão do pensamen-to e das práticas dissidentes da sociedade civil sob o pretexto de serem obstáculos ao desenvolvi-mento e profetas da desgraça. Em suma, os riscos são que, no final do ciclo da orgia dos recursos, o país esteja mais pobre econômica,

social, política e culturalmente do que no seu início. Nisto consiste a maldição da abun-dância.

Depois das investigações que con-duzidas em Moçambique entre 1997 e 2003 visitou-se o país vá-rias vezes.

Em uma das visitas colheu-se uma dupla impressão que a solidarieda-de com o povo moçambicano transforma em dupla inquietação. A primeira tem precisamente a ver com a orgia dos recursos naturais.

As sucessivas descobertas (algumas antigas) de carvão (Moçambique é já o sexto maior produtor de carvão a nível mundi-al), gás natural, ferro, níquel, tal-vez petróleo anunciam um El Do-rado de rendas extrativistas que podem ter um impacto no país se-melhante ao que teve a indepen-dência.

Fala-se numa segunda indepen-dência. Estarão os moçambicanos prepa-rados para fugir à maldição da a-bundância?

Duvido!

As grandes multinacionais, algu-mas bem conhecidas dos latino-americanos, como as empresas Rio Tinto e a brasileira Vale do Rio Doce (Vale Moçambique) exercem as suas atividades com muito pou-ca regulação estatal.

Celebram contratos que lhe permi-tem o saque das riquezas moçam-bicanas com mínimas contribui-ções para o orçamento de estado (em 2010 a contribuição foi de 0,04%); violam impunemente os direitos humanos das populações onde existem recursos, proceden-do ao seu reassentamento (por vezes mais de um num prazo de poucos anos) em condições desu-manas, sem respeito para com o os lugares sagrados, como é o ca-so dos cemitérios e dos ecossiste-mas.

Sempre que as populações protes-tam são brutalmente reprimidas pelas forças policiais e militares.

A Vale é hoje um alvo central das organizações ecológicas e de di-reitos humanos pela sua arrogân-cia neo-colonial e pelas cumplici-dades que estabeleceu com o go-verno.

Tais cumplicidades assentam por vezes em perigosos conflitos de interesses, entre os interesses do país governado pelo Presidente Guebuza e os interesses das em-presas do empresário Guebuza donde podem resultar graves vio-lações dos direitos humanos como quando o ativista ambiental Jere-mias Vunjane, que levava consigo para a Conferência da ONU, Ri-o+20, denúncias dos desmandos da Vale, quando foi arbitrariamente impedido de entrar no Brasil e de-portado (e só regressou depois de muita pressão internacional), ou quando, às organizações sociais é pedida uma autorização do gover-no para visitar as populações reas-sentadas como se estas vivessem sob a alçada de um agente sobe-rano estrangeiro.

São muitos os indícios de que as promessas dos recursos começam a corromper a classe política de alto a baixo e os conflitos no seio desta são entre os que “já come-ram“ e os que “querem também comer”.

Não é de esperar que nestas con-dições, os moçambicanos no seu conjunto beneficiem dos recursos.

Pelo contrário, pode estar em cur-so a angolanização de Moçambi-que.

Não será um processo linear por-que Moçambique é muito diferente de Angola: a liberdade de impren-sa é incomparavelmente superior; a sociedade civil está mais organi-zada; os novos-ricos têm medo da ostentação porque ela é exposta semanalmente na imprensa e tam-bém pelo medo dos seqüestros;

O sistema judicial, apesar de tudo, é mais independente para atuar; há uma massa crítica de acadêmi-cos moçambicanos credenciados internacionalmente capazes de fa-zer análises sérias que mostram que “o rei vai nu”.

A segunda impressão e inquieta-ção, relacionada com a anterior, consiste em verificar que o impulso para a transição democrática que observara em estadias anteriores parece estancado ou estagnado.

A legitimidade revolucionária da FRELIMO sobrepõe-se cada vez mais à sua legitimidade democráti-ca (que tem vindo a diminuir em recentes atos eleitorais) com a a-gravante de estar agora a ser usa-da para fins bem pouco revolucio-nários;

A partidarização do aparelho de estado aumenta em vez de diminu-ir.

A vigilância sobre a sociedade civil aperta-se sempre que nela se sus-peita dissidência; a célula do parti-do continua a interferir com a liber-dade acadêmica do ensino e in-vestigação universitários.

Mesmo dentro da FRELIMO, e, portanto, num contexto controlado, a discussão política é vista como distração ou obstáculo ante os be-nefícios indiscutidos e indiscutíveis do “desenvolvimento”.

Um autoritarismo insidioso disfar-çado de empreendedorismo e de aversão à política (“não te metas em problemas”) germina na socie-dade como erva daninha.

Ao partir de Moçambique, uma fra-se do grande escritor moçambica-no Eduardo White é marcante: “nós que não mudamos de medo por termos medo de o mu-dar” (Savana, 20-7-2012).

Uma frase talvez tão válida para a sociedade moçambicana como pa-ra a sociedade portuguesa e para tantas outras acorrentadas às re-gras de um capitalismo global sem regras.

Autor: Boaventura de Sousa Santos é soció-

logo e professor catedrático da Faculdade de

Economia da Universidade de Coimbra

(Portugal).

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