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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças com- portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien- tal, sustentabilidade e paz social, refloresta- mento, incentivo à agricultura orgânica, hor- tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta- gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul- gado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti- vas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ- nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci- mento adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res- ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associação “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 68 Ano VI - Julho 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê História e Atualidade Pág.: 03 Atualidades e Reflexões Pág.: 04 Política e Cidadania Pág.: 05 Educação é Progresso Pág.: 06 Contos, Lendas e Mitos Pág.: 07 Política e Políticos Pág.: 14 Nossas Crianças Pág.: 13 Socializando Ideias Pág.: 12 Sobre Laicidade Pág.: 11 Maior Idade Penal Pág.: 10 E agora José? Pág.: 09 A Cerca - Parte II Pág.: 08 Universidade de Coimbra Pág.: 16 Nossos Filhos Pág.: 15 Datas importantes JULHO 01 - Dia Mundial das Bibliotecas 02 - Dia Internacional das Cooperativas 03 - Dia do Tratado da Cooperação Amazônica Promulgação da Lei Afonso Arinos (1951) 04 - Morte de Monteiro Lobato (1948) 05 - Dia do Hospital 06 - Criação do IBGE (1934) Morte de Castro Alves (1871) 07 - Nascimento de Artur Azevedo ((1855) Nascimento de Rodrigues Alves (1848) 08 - Dia do Esporte Amador, Cultura , Ciência 09 - Revolução Constitucionalista (1932) 10 - Dia Mundial da Lei e Dia da Pizza 11 - Dia Mundial da População 14 - Dia da Liberdade do pensamento 15 - Instalação Congresso Brasileiro (1890) 17 - Dia de Proteção das Florestas 18 - Coroação de D. Pedro II (1841) Morte de Castelo Branco (1967) 20 - Fundação da Academia Bras. Letras Dia Internacional do amigo 22 - Semana da Agricultura Criação do FMI ou IMF (1944) 26 - Nascimento de Cassiano Ricardo (1895) 29 - Nascimento da Princesa Isabel (1927) 30 - Nascimento de Mario Quintana (1906) 31 - Dia da Libertação dos Indígenas Brasil Nasc. de Ignácio de Loyola Brandão(1936) Agora a Gazeta Valeparaibana está online, trazendo diariamente todas as notícias relevantes nas áreas da Educação, Cultura, Meio Ambiente e Sustentabilidade Social Confira! www.gazetavaleparaibana.com 1932 e o Brasil de hoje: as revoluções necessárias No Brasil, no Estado de São Paulo, o feriado de 9 de julho, para o povo paulista, é uma ocasião para lembrar dos va- lores de liberdade, democraci- a e respeito à Constituição. Esses foram os ideais que levaram São Paulo a fazer a Revolução Constitucionalista de 1932 contra o Governo Provisório de Getulio Vargas, que dirigia o país como bem entendia, sem respeito à Constituição, à liberdade e à democracia. Nessa lembrança dos ide- ais que motivaram seus ancestrais, pais ou avós, a lutarem por um país melhor, com democracia e respeito às leis estabelecidas é pro- vável que muitos paulistas (e brasileiros de outros Estados) façam uma comparação com o Brasil de hoje, pois são encontradas situa- ções semelhantes como as que ocorreram em 1932, parecendo que a "História está se repetindo". Leia mais: Página 3 EDUCAÇÃO NÃO É COMPETIÇÃO Cada vez mais aumenta o número de pessoas exigindo que se re- munere os professores de acordo com que lecionam e que produ- zem mais. Todas as opiniões giram em torno de se remunerar os professores através de bônus e só teriam direito a aumento de salá- rio os considerados com bom desempenho (produzem mais e me- lhor). E como saber qual o professor que trabalha melhor ou pior? Como saber o volume de trabalho do professor? Como saber se o atual professor está educando bem os seus alu- nos? Quais critérios a serem utilizados? Leia mais: Página 6 O Gigante Acordou (3ª. Versão) O GIGANTE ACORDOU: E não foi por causa de R$ 0,20 As manifestações em torno do aumento da passagem de ônibus pelo Brasil vêm demons- trando a insatisfação da população com o atual sistema de governo. O problema não vem sen- do somente em torno do aumento, mas sim de um problema mais profundo: o sistema de coro- nelismo no Brasil. Leia mais: Página 9 A maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidades. Sigmund Freud

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Page 1: e Meio Ambiente te Formiguinhas do Vale A Associação · Meio Ambiente Formiguinhas do Vale  A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-

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Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associação “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins

lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

Edição 68 Ano VI - Julho 2013 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

História e Atualidade Pág.: 03

Atualidades e Reflexões Pág.: 04

Política e Cidadania Pág.: 05

Educação é Progresso Pág.: 06

Contos, Lendas e Mitos Pág.: 07

Política e Políticos Pág.: 14

Nossas Crianças Pág.: 13

Socializando Ideias Pág.: 12

Sobre Laicidade Pág.: 11

Maior Idade Penal Pág.: 10

E agora José? Pág.: 09

A Cerca - Parte II Pág.: 08

Universidade de Coimbra Pág.: 16

Nossos Filhos Pág.: 15

Datas importantes

JULHO

01 - Dia Mundial das Bibliotecas 02 - Dia Internacional das Cooperativas 03 - Dia do Tratado da Cooperação Amazônica Promulgação da Lei Afonso Arinos (1951) 04 - Morte de Monteiro Lobato (1948) 05 - Dia do Hospital 06 - Criação do IBGE (1934) Morte de Castro Alves (1871) 07 - Nascimento de Artur Azevedo ((1855) Nascimento de Rodrigues Alves (1848) 08 - Dia do Esporte Amador, Cultura , Ciência 09 - Revolução Constitucionalista (1932) 10 - Dia Mundial da Lei e Dia da Pizza 11 - Dia Mundial da População 14 - Dia da Liberdade do pensamento 15 - Instalação Congresso Brasileiro (1890) 17 - Dia de Proteção das Florestas 18 - Coroação de D. Pedro II (1841) Morte de Castelo Branco (1967) 20 - Fundação da Academia Bras. Letras Dia Internacional do amigo 22 - Semana da Agricultura Criação do FMI ou IMF (1944) 26 - Nascimento de Cassiano Ricardo (1895) 29 - Nascimento da Princesa Isabel (1927) 30 - Nascimento de Mario Quintana (1906) 31 - Dia da Libertação dos Indígenas Brasil Nasc. de Ignácio de Loyola Brandão(1936)

Agora a Gazeta Valeparaibana está online, trazendo diariamente todas as

notícias relevantes nas áreas da Educação, Cultura, Meio Ambiente e

Sustentabilidade Social Confira!

www.gazetavaleparaibana.com

1932 e o Brasil de hoje: as revoluções necessárias

No Brasil, no Estado de São Paulo, o feriado de 9 de julho, para o povo paulista, é uma ocasião para lembrar dos va-lores de liberdade, democraci-a e respeito à Constituição. Esses foram os ideais que levaram São Paulo a fazer a Revolução Constitucionalista de 1932 contra o Governo Provisório de Getulio Vargas, que dirigia o país como bem entendia, sem respeito à

Constituição, à liberdade e à democracia. Nessa lembrança dos ide-ais que motivaram seus ancestrais, pais ou avós, a lutarem por um país melhor, com democracia e respeito às leis estabelecidas é pro-vável que muitos paulistas (e brasileiros de outros Estados) façam uma comparação com o Brasil de hoje, pois são encontradas situa-ções semelhantes como as que ocorreram em 1932, parecendo que a "História está se repetindo".

Leia mais: Página 3

EDUCAÇÃO NÃO É COMPETIÇÃO

Cada vez mais aumenta o número de pessoas exigindo que se re-munere os professores de acordo com que lecionam e que produ-zem mais. Todas as opiniões giram em torno de se remunerar os professores através de bônus e só teriam direito a aumento de salá-rio os considerados com bom desempenho (produzem mais e me-lhor).

E como saber qual o professor que trabalha melhor ou pior?

Como saber o volume de trabalho do professor?

Como saber se o atual professor está educando bem os seus alu-nos?

Quais critérios a serem utilizados?

Leia mais: Página 6

O Gigante Acordou (3ª. Versão) O GIGANTE ACORDOU:

E não foi por causa de R$ 0,20

As manifestações em

torno do aumento da

passagem de ônibus

pelo Brasil vêm demons-

trando a insatisfação da

população com o atual

sistema de governo. O

problema não vem sen-

do somente em torno

do aumento, mas sim de um problema mais profundo: o sistema de coro-

nelismo no Brasil. Leia mais: Página 9

A maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve

responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidades.

Sigmund Freud

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Revisão de textos: Francisca Alves

Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de

Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil

NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

Crônica

Lei do caminhão de lixo Um dia peguei um táxi para o aeroporto, estávamos rodando na faixa certa quando um carro preto saiu de repente do es-tacionamento direto na nossa frente.

O taxista pisou no freio bruscamente, deslizou e escapou de bater em outro carro, foi mesmo por um triz!

O motorista desse outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós nervosamente.

Mas o taxista apenas sorriu e acenou para o cara, fazendo um sinal de positivo. E ele o fez de maneira bastante amigá-vel.

Indignado lhe perguntei: Porque você fez isto? Esse cara quase arruína seu carro, a nós e quase nos manda para o hospital ?!?!

Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo de " A Lei do Caminhão de Lixo".

Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo.

Andam por aí carregadas de lixo, cheias de frustrações, de raiva, traumas e desapontamento.

A medida que suas pilhas de lixo crescem , elas precisam de um lugar para descarregar e as vezes descarregam sobre a gente.

Nunca tome isso como pessoal.

Isso não é problema seu! É dele!

Apenas sorria, acene, deseje-lhes sempre o bem, e vá em frente.

Não pegue o lixo de tais pessoas e nem o espalhe sobre as outras pessoas no trabalho, em casa ou nas ruas. Fique tran-quilo...respire E DEIXE O LIXEIRO PASSAR.

O princípio disso é que pessoas felizes não deixam os cami-nhões de lixo estragar seu dia.

A vida é muito curta, não leve lixo com você!

Limpe os sentimentos ruins, aborrecimentos do trabalho, pi-cuinhas pessoais, ódio e frustrações.

Ame as pessoas que te tratam bem. E trate bem as que não o fazem.

A vida é dez por cento do que você faz dela e noventa por cento da maneira como você a recebe !

Livrem-se dos lixos!!

Arnaldo Jabor

O tempo anda escasso? Mas que tempo é este? E para que precisamos de tanto tempo assim? Há este frio para variar nos faz recolher. Mesmo assim caminhamos pelas ruas des-vendando o mundo.

Ando a colher estrelas que trazem o tempo dentro de si.

É as estrelas tem o tempo dentro delas. Houve um tempo que só havia dia e noite. Depois inventamos as ampulhetas. Surgiu o relógio de sol.

E os animais não estão nem ai para eles só existem a noite e o dia. Ultimamente vejo a madrugada passar confesso que é meio a contra gosto. Prefiro uma boa noite de sono. Mas que correria é esta em que vivemos?

Gosto de minhas caminhadas pela Mantiqueira sem preocupação com o tempo. Sem horários às vezes um amigo que gosta de se apressar vai junto. E ai faz valer um tempo chato.

Às vezes passo alguns segundos no inferno garanto-lhes é infernal…

O tempo anda escasso?

E as madrugadas me fazem rever a vida toda que chato. O que passou simplesmente já foi. E não será diferente. Temos que viver nosso tempo. Este tempo em que escrevo. Este tempo de internet… De FaceBook … Momento de lazer enquanto não leio textos indicados por amigos. E ouço música em uma rádio. É a vida e o que fazemos de nosso escasso tempo?

Às vezes é bom dormir. Planejar novos paços. Se o universo nos permitir. Realizar sonhos, criar novas utopias…

As ideias muitas vezes se repetem mas fazem-se necessárias.Acabei de abaixar um programa que cria música quem sabe eu finalmente recriador de sons… Ir além das palavras, das imagens e criar uma sonoridade minha.

Gastaria um tempo com isto. Gosto de gastar meu tempo em meditação. Em oração. Em busca de nosso pai que está em nós. Enfim o que é o tempo ? E o que fazemos de nosso tempo. Em nossa infância não chegávamos a pensar… Preciso reler Fernando Pessoa … Devo me ler me acessar. Enfim a meu tempo de escrever. E talvez um tempo de um leitor, Será que somos o tempo? O tempo anda escasso? E a o tempo do Eclesiastes … que nos fala do tempo … Que nos conta sobre a vida… Enfim o tempo anda escasso?

João Carlos Faria

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e

demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que

assinam as matérias, podendo seus

conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 03

História e Atualidade

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional.

São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-

mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ou-vinte poderá interagir com suas

sugestões, críticas ou questionamentos.

CULTURAonline BRASIL Apresentado pelo

Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA

PROGRAMAÇÃO Acesse e ajude a Educação

no Brasil www.culturaonlinebr.org

1932 e o Brasil de hoje: as revoluções necessárias

Por: Antonio de Andrade No Brasil, no Estado de São Paulo, o feriado de 9 de julho, para o povo paulista, é uma ocasião para lembrar dos valores de liberdade, democracia e respeito à Constituição. Esses foram os ideais que levaram São Paulo a fazer a Revolução Constitucionalista de 1932 contra o Governo Provisório de Getulio Vargas, que dirigia o país como bem entendia, sem respeito à Constituição, à liberdade e à democra-cia. Nessa lembrança dos ideais que motivaram seus ancestrais, pais ou avós, a lutarem por um país melhor, com democracia e respeito às leis es-tabelecidas é provável que muitos paulistas (e brasileiros de outros Esta-dos) façam uma comparação com o Brasil de hoje, pois são encontradas situações semelhantes como as que ocorreram em 1932, parecendo que a "História está se repetindo".

Como em 1932, no Brasil de hoje há um mal-estar nas pessoas, ocor-rendo um sentimento cívico de vazio, de indignação, de revolta e repugnân-cia em relação à muita coisa que tem ocorrido no país. Na atualidade esse sentimento é em relação aos escândalos do mau uso ou gatunagem do dinheiro público, as notícias de corrupção, e as ações tan-to executivas quanto legislativas que parecem não levar em conta o bem estar do povo e do país. E o povo pas-sa a ser usado apenas como marione-te, e no fim de tudo é ele quem paga as contas de planejamentos falhos e outras ações, dos impostos disfarça-dos (como o da CPMF que havia tem-pos atrás, imposto que originalmente

era para a área da saúde, para melho-rar o atendimento à população, mas foi usado para outros fins), o aumento do IOF e tantos outros fatos que a im-prensa noticia.

O povo paga a conta de impostos que são cobrados, mas constata muita roubalheira do dinheiro público... Até quando o povo terá paciência com tanta coisa errada? As passeatas que estão ocorrendo em todo o país neste mês de junho de 2013 indicam que o povo está tendo consciência desses desmandos e não os aceita mais pas-sivamente. Os slogans dos cartazes nas passeatas reivindicam um basta à corrupção e um anseio de todos por mudanças que melhorem este país além de outros anseios do povo!

Em 1932 o povo também perdeu a paciência com os desmandos de um governo comandado por Getulio Var-gas, um governo que de início era pro-visório, mas parecia querer se perpe-tuar no poder, adiando as mudanças necessárias, como a elaboração de uma nova Constituição. Hoje as notí-cias da imprensa, demonstram que também ocorre um adiamento, para qualquer dia, protelando-se as refor-mas necessárias para o país, tributá-ria, de distribuição de renda, de de-senvolvimento de empregos, etc., e esse jogo de empurra para algum dia, é feito, conforme as notícias publica-das diariamente, porque gasta-se a maior parte do tempo em briguinhas políticas entre os que deveriam estar trabalhando para essas reformas, pa-ralisando as votações e os trabalhos legislativos e ocupando o tempo do executivo para manter a maioria dos políticos favoráveis a ele.

Basta ligar a TV, ouvir rádios ou ler os jornais e revistas para se cons-tatar os fatos que levam a essa con-clusão. Você, certamente irá lembrar de muitos fatos que tem presenciado pela imprensa, provocando em você, e muitas outras pessoas, um senti-mento de revolta, de indignação e re-pugnância por tudo isso que tem sabi-do. No passado os políticos lutavam por poder, no exemplo da "Política café com leite" que existia desde o Império até 1932. Na atualidade, é

difícil achar algum político que de-monstre lutar pela melhoria da cidade onde vive, pelo Estado ou pelo Brasil, já que um grande número de políticos continua, como no passado, a lutar por poder, cada vez mais. Um bom exemplo dessa luta pelo poder é a busca de coalizões partidárias que se vê entre os Partidos, dentro de um sistema político de maiorias que existe no Brasil de hoje, visando geralmente a um Partido ter mais poder do que outros. Os vários escândalos e corrup-ções que os meios de comunicação revelam indicam que o objetivo des-ses maus políticos e de outras pesso-as em cargos importantes que estão envolvidos nesses escândalos, não é de lutar pelo bem geral do povo e me-lhoria do país, como seria o ideal de-mocrático, mas "o levar vantagem" do cargo ou posição que ocupam. Feliz-mente ainda são encontrados políti-cos, e pessoas em cargos importantes que lutam pelos ideais e objetivos pa-ra o qual foram eleitos ou os objetivos dos cargos que ocupam.

Quando se pensa nos ideais de um país melhor que fez o povo paulis-ta lutar em 1932, fica-se a refletir se os ensinamentos da História não fo-ram assimilados pelos políticos brasi-leiros de hoje, eleitos para, em benefí-cio do povo, governar os municípios, os Estados ou o país. É provável que muitos poucos políticos brasileiros a-prenderam os ensinamentos históri-cos! E essa constatação mostra que alguma "revolução" precisa ser feita pelo povo, afinal o verdadeiro poder está nas mãos do povo.

Mas uma "revolução" sem pegar em armas como foi feito em 1932, mas pegar em outro tipo de "armas" para dizer um basta aos maus brasi-leiros que estão em cargos políticos, podendo por exemplo, com um VOTO MAIS CONSCIENTE e mais respon-sável nas épocas de eleição, retirar aqueles maus políticos que existirem no cenário municipal, Estadual ou no nacional ou reelegendo aqueles que realmente demonstram com suas a-ções patrióticas que lutam para o bem do município, do Estado e do país.

Outras "revoluções" precisam ocor-rer, como as reformas do sistema judi-

ciário, do atual sistema político, do sistema tributário no qual não só o povo tenha que pagar impostos para sustentar os políticos e governo em seus vários níveis, mas em especial também aqueles que deveriam pagar impostos e não pagam, por exemplo, os Bancos que nada pagam conforme foi revelado certa vez por um alto membro do governo. E são necessá-rias muitas outras "revoluções", mu-danças que o Congresso Nacional, as Assembléias Estaduais e as Câmaras Municipais e os políticos que foram eleitos para os diversos cargos fede-ral, estadual ou municipal, podem e devem realizar se esses brasileiros cumprirem a finalidade para o qual foram eleitos pelo povo, se houver desejo de realmente se lutar pela me-lhoria do município, do Estado e do país. Mudanças que realmente tragam mais democracia social, mais condi-ções econômicas e de emprego para o povo, diminuindo as gritantes desi-gualdades existentes no país, em es-pecial as concentrações de renda nas mãos de poucos.

Nessas "revoluções" necessárias, modificando o que precisa ser modifi-cado, é preciso que cada pessoa, in-clusive você leitor, faça a sua parte, bem feita, dentro do seu âmbito de ação, seja no lar, na escola, nas uni-versidades, nas empresas, no comér-cio, no âmbito das sociedades civis, militares ou governamentais. Apesar da onda de notícias sobre corrupções descobertas e dos escândalos, geran-do um estado emocional coletivo de repugnância podemos, como pessoas e como sociedade, voltarmos a possu-ir certos valores positivos e saudáveis, individuais e coletivos. Vai depender somente da vontade de cada um, e coletivamente, da vontade geral da sociedade.

As mudanças são possíveis de serem alcançadas e assim, se cada pessoa em seu âmbito de ação, reali-zar as ações que forem necessárias para as mudanças, nunca mais o po-vo, paulista e em sentido geral, o povo brasileiro irá precisar "pegar em ar-mas" como ocorreu em 1932, para trazer melhorias para o Brasil.

CULTURAonline BRASIL

CONSTITUIÇÃO FEDERAL Incisos IV, VI, VII, VIII e IX do art. 5º da Constituição Federal.

Efetivamente os textos de tais incisos são os seguintes:

IV – “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício

dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas litur-

gias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis

e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-

sófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e

recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, inde-

pendentemente de censura ou licença”;

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 04

A plebe e a nobreza A esperança é que se abram os canais en-tre a plebe e o trono, o clamor popular en-contre ouvidos no castelo, as demandas sejam prontamente atendidas

26/06/2013 Frei Betto Era uma vez um reino governado por um rei despótico. Sua majestade oprimia os súditos e mandava prender, torturar, assassinar quem lhe fizesse oposição. O reino de terror prolongou-se por 21 anos.

Os plebeus, inconformados, reagiram ao dés-pota. Provaram que ele estava nu, denuncia-ram suas atrocidades, ocuparam os caminhos e as praças do reino, até que o rei perdesse a coroa.

Vários ministros do rei deposto ocuparam su-cessivamente o trono, sem que as condições econômicas dos súditos conhecessem melho-ras. Decidiu-se inclusive mudar a moeda e batizar a nova com um título nobiliárquico: real.

Tal medida, se não trouxe benefícios expres-sivos à plebe, ao menos reduziu as turbulên-cias que, com frequência, afetavam as finan-ças da corte.

Ainda insatisfeita, a plebe logrou conduzir ao trono um dos seus. Uma vez coroado, o rei plebeu tratou de combater a fome no reino, facilitar créditos aos súditos, desonerar produ-tos de primeira necessidade, ao mesmo tem-po em que favorecia os negócios de duques, condes e barões, sem atender aos apelos dos servos que labutavam nas terras de extensos feudos e clamavam pelo direito de possuir a própria gleba.

O reino obteve, de fato, sucessivas melhoras com o rei plebeu. Este, porém, aos poucos deixou de dar ouvidos à vassalagem comum e cercou-se de nobres e senhores feudais, de quem escutava conselhos e beneficiava com recursos do tesouro real. Obras suntuosas foram erguidas, devastando matas, poluindo rios e, o mais grave, ameaçando a vida dos primitivos habitantes do reino.

Para assegurar-se no poder, a casa real fez um pacto com todas as estirpes de sangue azul, ainda que muitos tivessem os dedos multiplicados sobre o tesouro real.

Do lado de fora do castelo, os plebeus senti-am-se contemplados por melhorias de vida, viam a miséria se reduzir, tinham até acesso a créditos para adquirirem carruagens pró-prias. Porém, uma insatisfação pairava no reino. Os vassalos eram conduzidos ao trabalho em carroças apertadas e pagavam caros reais pelo transporte precário. As escolas quase nada ensinavam além do beabá, e os cuida-dos com a saúde eram tão inacessíveis quan-to as jóias da coroa. Em caso de doença, os súditos padeciam, além das dores do mal que

os afetava, o descaso da casa real e a inope-rância de um SUStema que, com frequência, matava na fila o paciente em busca de cura.

Os plebeus se queixavam. Mas a casa real não dava ouvidos, exceto aos aplausos refle-tidos nas pesquisas realizadas pelos arautos do reino.

O castelo isolou-se do clamor dos súditos, sobretudo depois que o rei abdicou em favor da rainha. Infestado de crocodilos o fosso em torno, as pontes levadiças foram recolhidas e as audiências com os representantes da ple-be canceladas ou, quando muito, concedidas por um afável ministro que quase nenhum poder tinha para mudar o rumo das coisas.

Em meados do ano, a corte promoveu, com grande alarde, os jogos reais. Vieram atletas de todos os recantos do mundo. Arenas mag-níficas foram construídas em tempo recorde, e o tesouro real fez a alegria e a fortuna de muitos que orçavam um e embolsavam cem. Foi então que o caldo entornou. A plebe, in-conformada com o alto preço dos ingressos e o aumento dos bilhetes de transporte em car-roças, ocupou caminhos e praças. Pesou ain-da a indignação frente a impunidade dos cor-ruptos e a tentativa de calar os defensores dos direitos dos súditos contra os abusos dos nobres.

A vassalagem queria mais: educação da qua-lidade à que se oferecia aos filhos da nobre-za; saúde assegurada a todos; controle do dragão inflacionário cuja bocarra voltara a vo-mitar chamas ameaçadoras, capazes de cal-cinar, em poucos minutos, os parcos reais de que dispunha a plebe.

Então a casa real acordou! Archotes foram acesos no castelo. A rainha, perplexa, buscou conselhos junto ao rei que abdicara. Os pre-ços dos bilhetes de carroças foram logo redu-zidos.

Agora, o reino, em meio à turbulência, lembra que o povo existe e detém um poder invencí-vel. O castelo promete abrir o diálogo com representantes da plebe. Príncipes hostis à rainha ameaçam tomar-lhe o trono. Paira no horizonte o perigo de algum déspota se valer do descontentamento popular para, de novo, impor ao reino o regime de terror.

A esperança é que se abram os canais entre a plebe e o trono, o clamor popular encontre ouvidos no castelo, as demandas sejam pron-tamente atendidas. Sobretudo, dê a casa real ouvidos à voz dos jovens reinóis que ainda não sabem como transformar sua indignação e revolta em pro-postas e projetos de uma verdadeira demo-cracia, para que não haja o risco de retorna-rem ao castelo déspotas corruptos e demago-gos, lacaios dos senhores feudais e de casas reais estrangeiras. Frei Betto é escritor, autor de “Aldeia do silên-cio” (Rocco), entre outros livros.

Atualidades e Reflexões

BARBOSA ITO

_______________________

A D V O C A C I A

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Brasil O Povo acordou!!!

O "Gigante adormecido" é constituído por pessoas que não suportam mais contemplar em " Berço Esplêndido " a vida passar e o tempo consumir o sonho de toda nação. O Gigante enfim acordou, mostrando seu heróico brado retum-bar nas avenidas de todo país.

O povo precisa que o sol da liberdade brilhe em raios fúlgi-dos em todos os instantes de nossa vida. O penhor da i-gualdade tem que ser conquistado para todos, não apenas para as classes mais favorecidas. O povo brasileiro quer conquistar com Voz forte o solo do Brasil para os brasileiros. O povo brasileiro não aguenta mais que nossa grandeza seja espelhada para um futuro, nós brasileiros queremos reforma já, queremos justiça já, bradamos clamando por um país onde a corrupção praticada pelos nossos governantes seja extirpada do nosso meio.

O Lábaro que ostentamos estrelado, só terá paz no futuro se as glórias forem conquistadas no presente, se os gover-nantes desse país tiverem coragem política para fazer as reformas que o país urge e necessita, o coronelismo já ficou para trás é preciso olhar para o presente focado onde que-remos levar nosso país no futuro.

Em nome da justiça, da repudia a corrupção, de impostos mais justos e compatíveis com a capacidade do povo fun-cionar que a nação brasileira ergue da justiça a clava forte, provando que um brasileiro não foge à luta ordeira, pacífica clamando por respeito ao seu direito legítimo de protestar em favor da VIDA.

Entre outras mil o Brasil é terra adorada, somos filhos deste solo mãe gentil, não aceitamos mais dormir em berço es-plendido enquanto os maus governantes destroem o país, a democracia, o sonho fulgurante de prosperidade de nosso povo.

Democracia é liberdade, nenhum povo pode ser livre estan-do com as amarras da fome, das altas cargas de impostos, da corrupção.

Adaptação: Filipe de Sousa

Onde mora a liberdade, ali está a minha

pátria.

Benjamin Franklin

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 05

Cidadania

Diga não ao consumismo

Democracia Representativa Democracia Participativa Por: Luigi Bobbio * Palestra proferida pelo Professor Italiano na Câmara Mu-nicipal de Porto Alegre, em 08 de junho de 2006, quando da sua única vinda ao Brasil para participar de debates envolvendo democracia, políticas publicas e participação popular. Por muitos anos acompanhei, mesmo que distante, a expe-

riência do Orçamento Participativo (OP) que, particularmente, considero uma das experiências mais importantes de participação no mundo. É muito importante estar aqui em Porto Alegre. Assim pretendo falar muito brevemente porque preferiria muito mais escutá-los, até porque essa experiência é muito mais atrativa. O tema a que me foi proposto foi o de discutir a relação entre a democracia represen-tativa e participativa. Esta relação é sempre muito difícil, pois sempre há em minha opinião, tensões entre o princípio representativo e o princípio participativo. Natural-mente é possível resolvê-las e encontrar pontos de equilíbrio, mas nunca se resolve-rão todas as questões de uma vez por todas. Queria repassar muito rapidamente cinco pontos fortes e cinco pontos fracos da de-mocracia representativa. Mas antes disso, pretendo apresentar uma distinção que penso ser muito importante, ou seja, a distinção entre a política e as políticas públi-cas. Nós usamos sempre a mesma palavra “política”, para dizer “política” e “políticas pú-blicas”, mas são duas coisas diferentes. A política é representada pela luta ou pela competição para a gestão do poder (do Município, do Estado, da Federação). As po-líticas, por outro lado, são as decisões que são tomadas para enfrentar problemas públicos. A política, no singular, é uma arena onde se confrontam os partidos. As políticas públicas são muitas, porque são tantos quantos são os problemas que afetam a coletividade: saúde, habitação, educação, segurança, entre outras. Então, se a política é uma e os problemas são muitos, como colocar juntas as duas coisas? A partir desta distinção, emergem cinco pontos fortes e cinco pontos de fra-cos da democracia representativa.

Pontos Fortes: 1º – A democracia representativa tem uma legitimidade muito forte, porque se baseia sobre o número de votos que recebem os representantes. Os votos são contados e estão materializados, são dados objetivos. 2º – Na democracia representativa as decisões são tomadas por poucas pessoas: Vereadores, Deputados, Senadores, por isso há uma redução da complexidade da sociedade. 3º – A profissionalização: os representantes são especialistas da política. Trabalham quase em tempo integral na política. 4º – Os representantes podem ter uma visão do conjunto completa, e por isso podem superar os pontos de vistas particulares e específicos de cada comunidade. 5º – Os representantes têm certa liberdade de decisão, graças ao princípio da proibi-ção do mandato imperativo.

Pontos Fracos: A cada ponto forte, corresponde um defeito ou um ponto fraco. 1º – O mandato que os representantes recebem com o voto geralmente são pouco claros e incompletos. Os programas eleitorais geralmente não são completos e qua-se sempre os eleitores não os conhecem. Nos últimos anos, acredito um pouco em

todos os lugares e também no Brasil, está existindo uma crescente personalização da política e por isso, os eleitores votam mais nas pessoas que nos programas. 2º – Como existem muitos problemas e muitas políticas públicas, dentro de uma as-sembléia representativa como o parlamento é impossível que seja representado to-dos os pontos de vista e todos os interesses relativos a todas as políticas, ou seja, muitos pontos de vista, muitos interesses, muitas comunidades, não entram na Câ-mara de Vereadores, nem entram na Assembleia Legislativa. 3º – Sobre a profissionalização. É verdade que os representantes são muito profis-sionais, mas a profissionalização tem mais haver com a política do que com as políti-cas, ou seja, os representantes tendem a se especializar e manter relações com ou-tros Partidos, de aliança ou de confronto e geralmente o jogo da política se torna mais importante do que a capacidade de fazer políticas públicas, ou seja, de tomar decisões que dizem respeito à toda coletividade. 4º – Nas Assembléias Legislativas ou representativas existem agrupamentos de Par-tidos pré-constituídos; há uma maioria, há uma oposição. O que acontece é que quando se discute a escolha de uma determinada política pública, por exemplo, da saúde, escolas, das estradas, etc. Os Parlamentares que pertencem a base do go-verno tendem a votar à favor da proposta, ainda que não sejam totalmente de acordo e os Parlamentares da oposição votarão contra ainda que sejam bastante favoráveis. Em outras palavras, o fato de existir agrupamentos pré-constituídos torna difícil uma discussão mais aprofundada. 5º – A liberdade que têm os representantes seguidamente tendem a se direcionar para objetivos pessoais, de carreira política, do que escolhas que interessa a coletivi-dade como um todo.

Tenho a impressão de que esses pontos de fraqueza ou de crise da representação estão crescendo nos últimos anos, ou seja, a crise de representação está aumentan-do. Não saberia lhes informar se esse fenômeno também acontece no Brasil, mas na Itália tem aumentado notavelmente. Existem várias razões, mas acredito que o motivo principal, é que há 20 ou 30 anos atrás os Partidos Políticos eram capazes de estabelecer fortes ligações entre a socie-dade civil e as instituições, enquanto que hoje, ao menos na Itália, não saberia infor-mar se no Brasil, os Partidos estão muito mais fracos e a política muito mais perso-nalizada, ou seja, conta mais as pessoas do que os Partidos Políticos. Para solucionar esses defeitos, em todos os países do mundo nos perguntamos so-bre novas formas de participação. Eu não tenho nada a dizer para vocês porque a experiência de Porto Alegre é seguramente uma das mais importantes, porém há muitas experiências similares ainda que menos fortes e menos estruturadas, nas quais é confiado diretamente aos cidadãos de maneira organizada a possibilidade de tomar decisões importantes para a sua coletividade. Naturalmente isso cria uma tensão com os representantes, ou seja, entre a democra-cia representativa. Mas na democracia participativa também existem muitos proble-mas e dificuldades a serem solucionadas. De fato, a democracia participativa não procura substituir a democracia representati-va, ambas podem conviver juntas, mas é uma convivência difícil. Poderia existir uma solução radical, ou seja, que os representantes oficiais, aqueles eleitos pelo povo, não tomassem mais eles as decisões, mas seriam aqueles que organizariam um procedimento formal para fazer com que as decisões sejam toma-das pelos cidadãos. Assim, haveria uma alteração no papel desempenhado pelos políticos, que não seriam mais aqueles que decidem pelos outros, mas aqueles que propõem métodos do trabalho, nos quais os cidadãos possam participar e tomar as decisões que lhes dizem respeito. Essas funções dos políticos seriam importantíssimas e penso que Porto Alegre é um exemplo extraordinário, porque acredito que com a experiência do Orçamento Partici-pativo, houve de certa forma essa delegação popular. Construíram um método, que depois foi mudando com o tempo para confiar informal-mente as decisões sobre o orçamento à cidadania, e isso me parece muito importan-te para a democracia.

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PRESTE ATENÇÃO

Somente com a legítima liberdade de expressão, pluralidade de

informação, respeito a cidadania, e permanente vigilância contra as tentativas de cercear o Estado democrático de direito, é que

poderemos pensar em transformar Regimes de Força, em Regimes de

Direito.

Paulo Miranda

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06

Educação é progresso

EDUCAÇÃO NÃO É COMPETIÇÃO

Cada vez mais aumenta o nú-mero de pessoas exigindo que se remunere os professores de acordo com que lecionam e que produzem mais. Todas as opiniões giram em torno de se remunerar os professores atra-vés de bônus e só teriam direi-to a aumento de salário os considerados com bom de-sempenho (produzem mais e

melhor).

E como saber qual o professor que trabalha melhor ou pior?

Como saber o volume de trabalho do professor?

Como saber se o atual professor está educando bem os seus alunos?

Quais critérios a serem utilizados?

São perguntas que surgem quando se pensa em remu-nerar melhor os professores e saber se produzem mais. Para complicar, o que os professores ensinam e como ensinam só mostram os resultados alguns anos depois! A primeira vista se parece uma maneira justa de se es-timular os que melhor lecionam e mais trabalham.

Mas, as perguntas acima levam a outras perguntas igualmente importantes: como seria a remuneração desses professores? Só os considerados com bom desempenho? Todos com bom desempenho seriam premiados? Só alguns de acordo com as condições financeiras do tesouro (prefeituras, Estados e União)? Como medir o desempenho de um professor?

Tendo em mente as perguntas anteriores, fiquei a lem-brar de como eram incentivados, os alunos, quando estudava as primeiras séries (primário e ginasial).

Era comum, naquela época, os melhores alunos rece-berem prêmios (equivalentes a bonificações que alguns professores, considerados melhores, recebem). Esses prêmios tinham várias modalidades, que foram sendo modificados e extintos com o passar do tempo. Pode-mos citar os tipos de premiações: aluno com melhor média/nota por disciplina, aluno com melhor média das turmas da mesma série e aluno com a melhor média do colégio.

Vou citar as premiações mais comuns da época: os me-lhores alunos por disciplinas eram, geralmente, agracia-dos com livros das disciplinas que tiveram melhor rendi-mento. Essa forma de premiação era em sua grande maioria por iniciativa do próprio professor da disciplina. Existia casos do professor premiar o melhor alunos da disciplina nas turmas que lecionava e tinha alguns (caso raro) que premiava o melhor aluno de cada tur-ma.

Tinha a premiação dos melhores alunos por séries, os melhores alunos por séries e disciplinas e por conse-quência se escolhia o melhor aluno do ano letivo. Estes recebiam livros e medalhas de honra ao mérito. Em al-gumas ocasiões o melhores alunos do colégio eram premiados com valores em dinheiro.

O prêmio em dinheiro foi proibido nas escolas da Rede Pública e atualmente os livros são fornecidos gratuita-mente pelos governos em suas diversas instâncias.

Toda essa premiação era feita para incentivar aos alu-nos estudarem mais, e os alunos estudavam visando uma provável premiação. Claro que o efeito nem sem-pre era o esperado. Entretanto, para se tentar incentivar o professor trabalhar melhor (lecionar) estão se criando

bonificações (prêmios) para os que forem considerados melhores em uma avaliação feita para tal fim.

Só que essas premiações ou bonificações tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que realmente ela es-timula aos que tem chance de ganhar o prêmio/bônus a estudarem mais para o caso dos alunos e no caso dos professores ele irá intensificar e fazer o possível para conseguir com que os alunos estudem e aprendam (só não sei como irão medir isso).

Mas, essas premiações estimulando uma concorrência como se fosse uma corrida tem o seu lado negativo. Os que vão conseguindo premiações irão cada vez mais se sentindo estimulados a tentar cada vez mais e os que não conseguem premiação durante algumas vezes se-guidas, passam a não se sentirem estimulados e a não tentar por achar que nunca irão conseguir.

No caso dos professores a situação é mais agravante. Além do fato de se correr o risco dos professores se sentirem desestimulados, tem o problema que os pro-fessores premiados passaram a tem melhores condi-ções financeiras e consequentemente em condições de se atualizarem melhor que os que nunca recebem boni-ficações ou mesmo qualquer aumento de salários.

Esse método de bonificação já foi tentando na cidade de New York (EUA) e foi retirado por que ocorreu justa-mente o contrário daquilo que previam e consequente-mente foi retirado justamente pela mentora do método proposto. Depois de algum tempo, muitos professores começaram a mudar de profissão e os que ficaram não conseguiam fazer com os alunos passassem da fase de Analfabetismo Total e se criou um exército de Analfabe-tos Funcionais.

No Estado de São Paulo foi colocado uma avaliação acompanhado de um sistema de bonificação (semelhante ao colocado em New York) e mesmo as-sim o Ensino Público Paulista não consegue melhorar. Seria interessante um levantamento e análise de quan-tos professores foram exonerados e quantos pediram exoneração nos últimos três anos.

Certamente muitos professores estão pedindo exonera-ção e mudando para outras profissões e se continua-rem sendo tratados como profissionais em competição, como os únicos responsáveis pela total falta de qualida-de do ensino e sem serem valorizados, muitos dos pro-fessores que ficaram trabalhando, ainda irão pedir exo-neração e mudarão de profissão. Antônio Carlos Vieira Licenciatura Plena - Geografia Email: [email protected]

CULTURAonline BRASIL Links de acesso: www.culturaonlinebr.org /// www.formiguinhasdovale.org

Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre

como lidar com isto

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os cole-gas, Professores e demais Funcioná-rios da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultu-am o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendi-zado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, de-vem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educa-ção de casa, dada pelos pais, boa par-te dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o con-trole emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua vol-ta e jamais falar de alguém pelas cos-tas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequên-cias de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ahhh... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as con-sequências disto...

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

Immanuel Kant

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 07

Contos, Lendas e Mitos A Minha única Felicidade és Tu.

Até agora ainda nada te disse da nossa vida de família. Devo dizer-te algumas palavras para que saibas com que contar. Temos uma vida muito tranquila, vida que sempre de-sejei e a que estou realmente habitu-ado.

A música ou o teatro vêm por vezes interromper a monotonia desta vida quase monástica.

Quando vieres faremos mais ou me-nos a mesma vida interrompendo no entanto a monotonia pelo teatro, pe-quenos serões musicais e mesmo dançantes se isso te agradar. Sem isso passaremos os nossos serões ao lado um do outro a conversar e a dar graças ao bom Deus pela nossa felicidade.

Devo também falar-te dos meus gos-tos e das minhas qualidades tanto quanto posso conhecê-los. Sou um grande fumador, um caçador bastan-te bom, apaixonado pela música e dançarino medíocre.

Quanto às qualidades e aos defeitos, já que todos os temos, tenho mais dificuldade em falar deles, já que ninguém é bom juiz em causa pró-pria. Contudo todas as minhas quali-dades se fundirão numa só, a de te adorar e não amar a mais ninguém no mundo, anjo da minha vida.

Quando estivermos unidos, só vive-remos juntos, onde um irá, o outro seguirá, o que um quiser o outro também há de querer. Peço-te con-tudo que não me impeças de fumar, é o único vício a que me sinto seria-mente preso.

Quando se esteve no mar, quando se viu a morte à frente dos olhos, quando se julga que nunca mais ve-remos os nossos, o cigarro faz as vezes de amigo e de companheiro, fazendo voar os pensamentos tris-tes, da mesma maneira que o fumo se agita ao vento.

Eu viajei bastante servindo na mari-nha, da qual encontrarás em mim o caráter bastante desenvolvido. Mas se o marinheiro gosta de fazer via-gens, quem ele mais ama é quem o conduz à felicidade.

Fui marinheiro e no fundo da minha alma continuo a sê-lo e aprendi que a seguir à tempestade vem o bom tempo, a seguir às infelicidades, a felicidade.

A minha única felicidade és tu. Dom Luis, in 'Carta a D. Maria Pia (1862) Rei de Portugal (1861/1869)

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A HISTÓRIA DA ÁGUIA Por: Genha Auga

A águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.

Mas para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma série e difícil decisão. Aos quarenta ela está com as unhas compridas e fle-xíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta.

O bico alongado se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil.

Então a águia só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinquenta dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma pa-rede até conseguir arrancá-lo.

Após arrancá-lo, espera nascer um bico, com o qual vai depois arrancar su-as unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só cinco meses depois sai o formoso voo de vitória, de-vemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.

Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado que a renovação sempre nos traz. Texto Bíblico Utilizado: 2 Coríntios 5:17

Caipora É um Mito do Brasil que os índios já co-nheciam des-de a época do descobrimen-to. Índios e

Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de Cabelos Vermelhos com Pelo e Dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Ani-mais, costuma punir o os agresso-res da Natureza e o caçador que mate por prazer. É muito podero-so e forte. Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, dei-xando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde total-mente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É im-possível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chama-do de Pai ou Mãe-do-Mato, Curu-pira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Flo-resta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato. Uma carta do Padre Anchieta da-tada de 1560, dizia: "Aqui há cer-tos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante". Os índios, para lhe agradar, deixa-vam nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao en-trar na mata, a pessoa deve levar

um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele. Nomes comuns: Caipora, Curupi-ra, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros re-latos são da Região Sudeste, da-tando da época do descobrimen-to, depois tornou-se comum em todo País, sendo junto com o Sa-ci, os campeões de popularidade. Entre o Tupis-Guaranis, existia uma outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser malig-no que causava doenças ou ma-tava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das Américas Latina e Central. Em El Salvador, El Cipití-o, é um espírito tanto da floresta quanto urbano, que também tem as mesmos atributos do Caipora. Ou seja, pés invertidos, capacida-de de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres. Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado Papa-mel. Também, dizem que ele tem o po-der de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do moleque Saci Pererê. Há uma versão que diz que o Cai-pora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau, em caça, para que este os mate sem saber.

Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.

Marcel Jouhandeau

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta A Cerca - Parte II

De: Wilhelm Paul Von Grumbkow

A escolha recaiu sobre um homem muito simpáti-co e bem humorado, Boelhouwer era seu nome. Fomos nos apresentando, lembro-me de nomes como Butteling, Christofel, Elenbaas, Naerssen, Bochum, Boer, Brugman, Roggen, Bologne, de Luik, Everts, van Dongen, Klein e muitos outros. A maioria achava que a nossa prisão não iria durar mais que uns três meses. O mesmo achava os japoneses, como os vencedores da guerra. Aos poucos íamos conhecendo nossos colegas de ca-tiveiro havia uma mistura de personalidades, pes-soas simples, orgulhosas, das mais variadas pro-fissões: advogados, técnicos, escriturários, balco-nistas, vendedores etc. O meu pai, aposentado, havia trabalhado na es-trada de ferro, meu tio e meu irmão, que trabalha-vam nas oficinas do exército holandês e eu, estu-dante de 3 a. serie do Colégio, fomos nos habitu-ando uns aos outros e fizemos amizades. Havia no campo uma cozinha onde nosso próprio pessoal preparava a comida em tambores de ferro de 250 litros, a quantidade de alimentos, o sabor e a qualidade não eram ruins. A violação mais sentida por nós neste período foi a separação dos familiares e a perda da liberdade, o fato de que teríamos que dormir no chão ainda não era considerado tão ruim. Havia 1200 prisioneiros no nosso campo, não havia muitos de minha idade, os maiores estavam no exercito e os menores ainda não tinham sido aprisionados. Ansiávamos pelos dias de visita; não podíamos sair os três juntos, então, revezávamos. Meu tio tinha o tempo próprio. As conversas eram logicamente a respeito da situ-ação e das dificuldades surgidas com a separação forçada. Sabíamos pouco sobre a guerra, já era difícil sin-tonizar uma emissora do exterior por causa do confisco de rádios de longo alcance e pela redu-ção de energia. Era proibido falar sobre a guerra apesar dos japo-neses acharem que iam vencer em pouco tempo. As semanas foram passando e aos poucos a situ-ação se modificando, também para o pessoal fora do campo, a sobrevivência cada vez mais difícil.

Alimentávamo-nos todos os dias, embora não fos-se aquilo a que estávamos acostumados. Havia otimismo em torno do fim da guerra tanto pelo lado Japonês quanto pelo nosso. Os boatos que corriam, davam noticia de que iri-am soltar os prisioneiros que moravam na cidade. Certo dia foi avisado de que teríamos que nos preparar para voltar para casa! Esperávamos apenas a confirmação pelo alto co-mando. O número de pessoas naquela condição era de 34. A noticia nos causou alegria e tristeza. Há pouco tempo tínhamos tido visitas e tínhamos doces, biscoitos e frutas que de comum acordo deixaríamos com os companheiros que ainda fica-riam no campo. Tínhamos um camarada francês cujo nome era Bologne, era um professor e não tinha ninguém na cidade que fosse visitá-lo, muito do que tínhamos demos a ele. O tempo foi passando e nada de soltura, até que à tarde, veio à contra ordem, “nada de soltura”, podíamos desembrulhar tudo. Foi grande a decepção, mas tínhamos que nos conformar. Era possível que isto não passasse de uma manobra dos japoneses para quebrar o nos-so moral. Esta situação repetiu-se por ainda duas vezes, não pensamos em pedir de volta o que tínhamos deixado para o Bologne. Ele surpreendeu-nos; devolveu-nos tudo! O gesto do francês fez nascer uma grande amiza-de entre todos do abrigo! Anteriormente, já havia descrito que o prédio havi-a sido uma escola, onde também funcionava um convento. O sistema hidráulico não tinha sido pre-visto para atender uma população tão grande, o sistema de esgotos entrou em colapso. Cabia a nós solucionarmos o problema. Entre os mais jo-vens formaram-se grupos para limpar os esgotos; e vigilantes para que, cada um que ocupasse o banheiro, o limpasse antes de sair. Não tínhamos ferramentas e enfiar a mão num ralo para desobstruí-lo virou rotina para mim. To-dos tinham que buscar água em baldes e despejá-los até limpar o vaso. Éramos todos iguais! A situação geral piorava a cada dia, mas ainda tínhamos comida suficiente. Havia alguns até que jogavam comida fora, dizendo não gostar. Isto irritou a direção do campo, mas sobremaneira a nós próprios, os prisioneiros, e houve quem dis-sesse que haveria um dia em brigariam entre si para ver quem iria ficar com os últimos grãos do tambor. ! Isto efetivamente aconteceu! As visitas foram reduzidas a duas vezes por mês. O convento era um prédio de dois andares e fazia parte também do campo. Do andar superior era possível olhar para fora do campo por sobre a cer-ca. A distância até a rua era muito grande não da-va para mandar noticias. Num dia de visita, uma pessoa olhando pela jane-la, de repente disse: - olhem as prostitutas... estão chegando; o infeliz não imaginava a reação que desencadearia com tais palavras ! Se não houves-se intervenção, teria sido linchado, entretanto, não ficou sem castigo: a comunicação com ele seria boicotada, seria considerado não existente. Parecia uma pena leve, mas não era; o elemento não suportou sequer dois dias, chorando e pedin-

do perdão, ajoelhou-se diante de nosso diretor prometendo melhorar o comportamento. As visitas foram proibidas, a quantidade de comi-da reduzida e a qualidade pioraram, o que tínha-mos antes foi cortado. Não tínhamos nada para fazer e o tempo custava a passar. Antes, quando recebíamos visitas, tínha-mos assuntos para comentar, mas não podíamos nos entregar aos nossos próprios pensamentos. Muitos companheiros trouxeram baralhos e outros passatempos quando entrou no campo, isto foi de grande ajuda. Christofel ensinou-me a jogar brid-ge, outro me ensinou xadrez. Organizávamos competições, felizmente mantí-nhamos o moral alto. Permitiam-nos também, fa-zer um pouco de música e com a permissão do diretor do campo, foi organizado uma noite do Ha-wai! Evidentemente, sem moças; mas alguns rapazes se fantasiaram com tal realismo, que na manhã seguinte os guardas passaram em revista todo o campo. Como nada foi encontrado, os rapazes tiveram que vestir novamente as fantasias usadas para provar que não havia moças! Havíamos combinado com os parentes em casa, que nós não iríamos mandar noticias por escrito e tampouco esperaríamos receber qualquer coisa, para não por em perigo a segurança de todos nós. Os japoneses encaravam tudo, com muita des-confiança! Praticavam barbaridades para extrair informações ou confissões. Os restos de comida do campo eram recolhidos pelo pessoal de limpeza de fora do campo; eles tinham acesso à área da cozinha. Havia entre os prisioneiros, pessoas que contra-bandeavam cartas por intermédio deste pessoal, com parentes fora do campo, isto, apesar do peri-go de serem descobertos. Começaram a aparecer percevejos, insetos cuja origem desconhece, mas que aparecem quando não há limpeza regularmente. Poderiam ter entra-do no campo entre as esteiras de palha, e as con-dições do campo, propiciaram a proliferação des-tes insetos, cuja resistência experimentou, colo-cando um punhado deles num pote de vidro; a maioria ainda estava viva duas semanas depois. Aproximava-se o Natal de 1942. A tristeza era muito grande; no entanto, muitos do nosso abrigo, achavam que não deveríamos pas-sar o dia em branco. Diversas pessoas tinham sa-quinhos de primeiros socorros, onde havia algo-dão, os que tinham dotes artísticos, bolaram uma maneira de decorar o abrigo; houve uma cantoria discreta, após o que, cada um ficou entregue aos seus próprios pensamentos. . . Era cada vez mais difícil vencer o tempo, era pre-ciso usar a cabeça para inventar coisas para pas-sá-lo; não tínhamos muitos recursos. As cartas do baralho já estavam gastas, os jogos já não eram tão interessantes. Alguém começou a lapidar pedras.

Eram pedras coloridas encontradas no meio de pedras de rio e que eram usadas para colocar nos jardins das casas.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

O Gigante Acordou (3ª. Versão) O GIGANTE ACORDOU:

E não foi por causa de R$ 0,20

As manifestações em torno do aumento da passagem

de ônibus pelo Brasil vêm demonstrando a insatisfação

da população com o atual sistema de governo. O pro-

blema não vem sendo somente em torno do aumento,

mas sim de um problema mais profundo: o sistema de

coronelismo no Brasil.

Historicamente, o sistema político sempre foi controla-

do pelo topo da pirâmide, ou seja, pela elite brasileira.

O tempo passou e a história do sistema político de

“capitanias hereditárias” não mudou: a elite continuou

no poder.

Após a Constituição da República Federativa do Brasil

de 1988, muitas águas rolaram: escolas foram abertas, a

tecnologia entrou no país, novos mercados de trabalho

foram abertos, o ensino superior cresceu, o consumo

aumentou e tudo isso resultou na formação de uma

nova classe média. A classe média, em termos vulgares,

funciona como se fosse um sanduíche: é pressionado

pelo pão de cima, e está em constante contato com a

fatia do pão de base, ou seja, a classe trabalhadora bai-

xa, o “povão”. Entretanto, como toda nova classe mé-

dia, essa começou a se escolarizar e cobrar maiores be-

nefícios do sistema público. Começaram cobrar melho-

res prestações de serviço e também passaram a querer

participação política.

No final do século XX despontaram intelectualmente

personagens como Betinho, Florestan Fernandes, Paulo

Freire, Caio Prado Jr., Milton Santos, Demerval Saviani e

outros que influenciaram e influenciam a formação de

professores críticos e ativos politicamente. Esses novos

professores, também muitas vezes oriundos dessa nova

classe média, começaram propagar as ideias de liberda-

de política e de justiça social.

Durante os primeiros anos do século XXI, vivenciamos a

formação dessa nova classe média. É verdade que base-

ado no consumo fácil e exacerbado, boa parte dela pro-

curou também sua intelectualização, começaram a ler

mais, a ter mais opinião e consequentemente, cobrar

mais do sistema público.

O desenvolvimento tecnológico, principalmente no que

diz respeito ao chamado “Meio Técnico Científico-

Informacional” e o “fácil” acesso aos novos meios de

comunicação permitiram que a troca de ideias e a pro-

dução de novas ideias fosse acelerada e que pudesse

chegar a qualquer lugar, pois bem, é o que estamos vi-

venciando.

Ainda que possamos estar vivenciando um novo capítu-

lo da nossa história, ela começou a ser escrita. Escrita

pela nova classe média, acompanhada daqueles que

almejam também fazer parte dessa nova classe média

(intelectual ou financeira), mas a voz, o grito ainda não

chegou nas massas, na maioria da população. O nó na

garganta ainda não se faz presente em muitas camadas

da nossa sociedade, e é justamente neste ponto em que

se faz necessária a atuação do professor enquanto um

ótimo instrumento modificador da sociedade.

Pregamos a formação de um professor progressista,

crítico e intelectualmente autônomo. Um professor po-

liticamente atuante. Um professor que possa trazer à

tona a vida do sujeito para sala de aula, e não simples-

mente que cumpra cegamente um currículo ou um con-

teúdo que é “apoliticamente” induzido através das ori-

entações curriculares oficiais dos sistemas de ensino,

sejam eles: Federal, Estaduais ou Municipais.

Novamente trazemos a discussão do ensino da política

para sala de aula, em forma de disciplina específica.

Muitos professores e intelectuais acreditam que as dis-

ciplinas de História, Geografia, Sociologia e Filosofia de-

veriam fazer, e que não haveria necessidade de se inclu-

ir mais uma disciplina, mas diante de uma pesquisa em-

pírica com várias escolas, vários docentes e mediante a

análise de vários currículos, o que constatamos é que

não o fazem.

Não fazem por estarem amarrados a um currículo pre-

determinado (através dos Parâmetros Curriculares Na-

cionais e/ou normas e decretos legislativos estaduais ou

municipais) que amarram também os autores de livros

didáticos e manuais de ensino para que escrevam como

o sistema público “propõe”, ou porque simplesmente

não detêm o devido conhecimento para fazê-lo.

É nesse sentido que propomos há algum tempo o ensi-

no de Ciência Política na escola básica (http://

www.politicanaescolabasica.blogspot.com.br). Colocar

como disciplina escolar, em um currículo, o ensino da

legislação, das devidas funções do poder público, das

diferenças entre os poderes Executivo, Legislativo e Ju-

diciário, do que pode ou não pode um representante da

população, enfim, do que é a política.

Acreditamos piamente que essa nova conscientização

política é um reflexo daqueles que escreveram a duras

penas e pregaram aos quatro ventos a libertação do

povo brasileiro (sobretudo durante os anos de ditadura

militar). Se Paulo Freire, Caio Prado Jr., Milton Santos e

tantos outros ainda estivessem vivos estariam orgulho-

sos em saber que seus trabalhos renderam resultados

satisfatórios. Mas ainda há muito que fazer.

É preciso fazer o “nó na garganta” chegar às camadas

mais populares e “abrir os olhos” para que o cabresto

imposto pelo populismo e pelas políticas de assistencia-

lismo recentes esteja presentes em todos os segmentos

da sociedade. Aí sim teremos uma nova revolução,

consciente, crítica e politicamente participativa. Tere-

mos novos tipos de candidatos às eleições, novos tipos

de partidos políticos e quiçá o fim do sistema de coro-

nelismo e feudalização do Sistema Público brasileiro,

em que a corrupção impera e a impunidade é regra.

O gigante está acordando, mas ainda não se levantou

por completo, é necessário que o relógio despertador

continue tocando.

E não é por causa de R$ 0,20.

* Ivan Claudio Guedes

Geógrafo e Pedagogo. Especialista em Gestão Ambien-

tal, Mestre em Geociências e doutorando em Geologia.

Articulista e palestrante.

[email protected]

* Omar de Camargo

Técnico Químico

Professor em Química.

Pós-Graduado em Química.

Ambos apresentam o “Programa E Agora José?” aos

domingos das 18h às 20h pela web rádio CULTURAonli-

ne Brasil http://www.culturaonlinebr.org/

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 10

Maior Idade

EDUCAR também é progresso - CULTURAonline BRASIL — todas as Quintas-Feiras — 20 horas

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL Genha Auga – Jornalista MTB: 15.320

Discute-se atualmente a redução da maioridade penal no Brasil, visto o aumento de crimes cometi-dos pelos menores que assumem delitos em nome dos adultos, o que os tornam ferramentas para “livrar a cara” dos maiores. Reduzir a maioridade seria a solução ou surtiria a-penas o efeito de uma ameaça? - “Olha lá hein! Agora você pode ser preso”. Mas irá? Em outros países a tolerância é zero para esses casos e aqui, os exterminadores agem cada vez mais com requintes de crueldades, causam pânico por todas as cidades acorrentando o cidadão em suas próprias casas. Enquanto perdemos o direito de ir e vir assegurado pela constituição, vemos ca-da vez mais remota a aplicação de punições a es-ses infratores. Apesar de esses países serem menores geografica-mente e terem outras culturas, essa questão é re-solvida com estratégias e táticas que viabilizam um sistema que obtém resultados favoráveis e mantém a segurança garantida como benefício à população. O que impede que os órgãos competentes daqui examinem essas políticas e sigam o que for bom, investindo e adequando aos nossos padrões?

Incompetência...

Mas a incompetência não pode prevalecer para nada fazer.

Devemos fechar o cerco, debater com riqueza, ofe-recer alternativas, discordar. O que não significa ir às ruas apenas gritar sem embasamento e sem ve-rificar politicamente todas as possibilidades. Todo cidadão tem autoridade conferida para incitar dis-cussões, exigir um plano de ação com medidas du-ras para aquilo que precisamos resolver com urgên-cia. A sociedade clama por atenção política e ajuda pa-ra sair dessa calamidade onde somos calados pela violência, enquanto as autoridades varrem sua pró-

pria sujeira para debaixo do tapete demonstrando uma total falta de respeito para com seu povo. Che-gará o tempo em que haverá nas ruas, rebeliões por conta dos maus tratos e descaso daqueles que deveriam nos proteger e abraçar nossas causas. A redução da maioridade penal tem nuances que impedem a concretização desse anseio, pois no Brasil a maioridade penal tem como âncora a cláu-sula pétrea (dispositivo da constituição que não po-de ser modificado), a partir da qual, aos 18 anos o sistema jurídico pode processar um cidadão como adulto consciente das consequências individuais e coletiva dos seus atos, enquanto a responsabilida-de legal de suas ações ocorre abaixo dessa idade. Não há redução da maioridade penal no Brasil e em outros países, e sim, a idade mínima que marca o fim da inimputabilidade juvenil e onde começa a imputabilidade jurídica. Sua pena deveria ter conti-nuidade após os 18 anos e, isso, aqui não aconte-ce. A maioridade penal não coincide, necessariamente, com a maioridade civil, nem com as idades mínimas necessárias para votar, dirigir, trabalhar, casar. A maioridade criminal é a idade na qual o sistema judiciário processa o acusado como adulto, na qual o acusado não tem qualquer tipo de proteção do sistema juvenil durante o processo e não recebe sentenças diferentes daquela dada a adultos e cumprirá qualquer sentença final como tal. Acontece que medidas socioeducativas, com finali-dade de sanção como há em muitos países é o que deveria funcionar na Fundação Casa, antiga FE-BEM, para onde são encaminhados os menores infratores, e esse indivíduo, abaixo da maioridade penal, estaria sujeito a punições mais leves como; advertências, atividades, trabalhos, fixando penali-dades a um nível tendo em conta a gravidade do crime, os problemas de maturidade afetiva, psicoló-gica e intelectual de cada um e projetos que os en-volvessem em atividades profissionalizantes, artísti-cas e pedagógicas com acompanhamento social ou psicológico que possibilitassem sua inserção social. Pela falta de recursos, de profissionais capacitados, apoio aos familiares, segurança e por divergências políticas internas, preconceitos e desestrutura dos próprios agentes, essas instituições estão sempre à beira da falência e sem o menor interesse dos ges-tores administrativos e com justificativas descabidas do próprio governo. Cadê o dinheiro para investir e resolver esse pro-blema que vem se alastrando há anos nesse país? Como constatação que essas desculpas são esfar-rapadas e desgastadas temos o exemplo da Copa que em pouco tempo, surgiram recursos para cons-trução de estádios, meios de transportes, capacita-ção de pessoal, reformas em aeroportos, avanço de

tecnologia e sem contar o grandioso número de for-ças policiais que estarão à disposição para um e-vento futebolístico. Futebol é bom e deve ser valorizado, mas não usa-do como bálsamo ou para tirar o foco de problemas que são prioridades da nação. O que há por trás desse desinteresse onde o caos da sociedade brasileira está visivelmente instalado e exposto mundialmente? Onde mais poderemos nos esconder e às nossas famílias que disputam seus filhos com as drogas e os perdem para os criminosos? Dessa forma se abrirão cada vez mais vagas nas prisões e faltarão espaços para túmulos nos cemité-rios. Apresentemos sugestões até que consigamos atin-gir soluções ou então, teremos uma nação de ban-didos e velhos, pois a cada dia, nossas crianças tornam-se reféns do crime e os velhos da corrup-ção. Nossos jovens morrem diariamente por serem ignorados pelos diversos setores civis responsáveis por garantir a eles; espaços, desenvolvimento e a-poio dentro da sociedade. Não se pode reduzir a maioridade penal? Que nos tragam outras soluções; - Aumentem a pena para aquele que usar o menor para o crime. - Se não há escolas suficientes e os pais saem para trabalhar e deixam seus filhos sozinhos, porque não aumentar a maioridade para trabalhar ao invés de entregar nossas crianças para as ruas e aos trafi-cantes. - Se o sub traficante é considerado infrator, inde-pendente das condições que o tornou assim, que se use o mesmo peso e medida para o traficante, inde-pendente dos relacionamentos que lhes permitem condições favoráveis dentro e fora das prisões, in-clusive com voz de comando. Se ainda quisermos ser felizes para andarmos tran-quilamente pelo nosso país e resgatar nossos direi-tos, não podemos continuar nos confrontando como inimigos. Pensar juntos poderá nos salvar antes que tenhamos que plantar mais árvores e nos es-condermos entre elas com arco e flecha para en-frentar o inimigo que virá armado e a cavalo. Ou continuaremos a “dar banho em peixes”...

Não me preocupo em reduzir o tempo de juventude dos jovens, já estamos

acostumados a ver esta responsabilidade imposta a cada quatro anos. Até porque a

meu ver não mudaria muita coisa, visto que esta medida é especifica e criteriosa.

Natalino Gomes da Silva

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 11

Sociedade

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O QUE É A LAICIDADE?

A Laicidade é a forma institucional que toma nas sociedades democráticas a relação política entre o cidadão e o Estado, e entre os próprios cidadãos. No início, onde esse princípio foi aplicado, a Laici-dade permitiu instaurar a separação da sociedade civil e das religiões, não exercendo o Estado qual-quer poder religioso e as igrejas qualquer poder político.

Para garantir simultaneamente a liberdade de to-dos e a liberdade de cada um, a Laicidade distin-gue e separa o domínio público, onde se exerce a cidadania, e o domínio privado, onde se exercem as liberdades individuais (de pensamento, de consciência, de convicção) e onde coexistem as diferenças (biológicas, sociais, culturais). Perten-cendo a todos, o espaço público é indivisível: ne-nhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impor as suas convicções aos outros.

Simetricamente, o Estado laico proíbe-se de inter-vir nas formas de organização coletivas (partidos, igrejas, associações etc.) às quais qualquer cida-dão pode aderir e que relevam do direito privado. A Laicidade garante a todo o indivíduo o direito de adotar uma convicção, de mudar de convicção, e de não adotar nenhuma.

A Laicidade do Estado não é, portanto uma con-vicção entre outras, mas a condição primeira da coexistência entre todas as convicções no espaço público.

Todavia, nenhuma liberdade sendo absoluta e to-do o direito supondo deveres, os cidadãos perma-necem submetidos às leis que se deram a si pró-prios. A Laicidade é anti-religiosa?

De modo algum. Pode ser-se crente e laico, como se pode ser socialista ou liberal e democrata. A Laicidade não é irreligião: ela oferece mesmo a melhor proteção às confissões minoritárias, pois nenhum grupo social pode ser discriminado.

A existência ou a inexistência de um deus são du-as hipóteses igualmente inverificáveis do ponto de vista da razão, e igualmente inúteis para a gestão do interesse público. Indiferente e incompetente em matéria de doutrinas e crenças, o Estado laico só se ocupa do que releva do interesse público. A Laicidade é anticlerical?

Por princípio, a Laicidade garante a liberdade de crença e de culto dentro dos limites das leis co-muns e da ordem pública. Entretanto, a Laicidade opõe-se ao clericalismo logo que este preconiza discriminações ou tenta apropriar-se da totalidade ou de uma parte do espaço público.

A Laicidade opõe-se também ao sistema de «igrejas reconhecidas» em vigor na maior parte dos cantões suíços, e que confere às confissões majoritárias privilégios escolares e fiscais discrimi-natórios.

A Laicidade opõe-se à liberdade de expres-são?

Antes pelo contrário: a liberdade de expressão não é apenas uma condição necessária da Laici-dade, é a sua origem. Os inventores da separação das igrejas e do Estado contestaram as religiões de Estado, muitas vezes protestantes, e foram perseguidos pelas suas ideias…

O que ameaça a liberdade de expressão é portan-to o direito que se arrogam certos grupos de cen-surar toda a opinião diferente a coberto de uma dignidade ferida.

A liberdade de expressão não deve conhecer ou-tros limites além dos de ordem pública e de aten-tado aos bons costumes. Só devem ser proscritos e perseguidos em justiça os insultos, as ameaças e as difamações contra indivíduos ou pessoas mo-rais.

O que é a Laicidade «plural» ou «aberta»?

Um slogan vazio de sentido e um absurdo concep-tual. Confundindo pluralismo e pluralidade, preten-dem-se conceder direitos específicos a cada gru-po que reclama uma identidade específica.

A expressão «laicidade plural» visa diabolizar a Laicidade apresentando-a como dogmática. São os integristas e os relativistas quem utiliza esse termo. Ora são eles quem representa um risco real para a diversidade de ideias e de pertenças: os primeiros porque estão certos de possuir uma verdade incontestável, e querem impô-la pela o-pressão; os segundos porque acham todas as opi-niões contestáveis, e, portanto permutáveis. Ora, toda a sociedade necessita de um mínimo de prin-cípios prioritários.

Racionalmente, não seria possível defender simul-taneamente um espaço público comum e conferir

isenções de direitos a este ou aquele grupo de cidadãos. Nem discriminações, nem privilégios, esse é o lema de qualquer Estado garantindo a todos os cidadãos a igualdade de tratamento.

E a tolerância?

A tolerância pressupõe sempre que alguém tolera e que alguém é tolerado: em geral, uma maioria tolera as minorias. A Laicidade faz melhor: as leis que o povo se confere democraticamente são váli-das para todos os cidadãos. Sendo a cidadania cega às diferenças, uma minoria não pode ser tra-tada diferentemente da maioria.

A Laicidade opõe-se ao multiculturalismo?

Não quando ele é de fato, mas sim quando é de Direito. A Laicidade defende a multiplicidade das culturas contra as tentativas de uniformização do neoliberalismo, por exemplo. Enquanto fato, o multiculturalismo parece-nos uma oportunidade.

Pelo contrário, a teoria multiculturalista leva à des-truição das sociedades democráticas, porque, par-tindo do direito à diferença, que se aceita, visa de-fender diferenças de direitos incompatíveis com a igualdade, e que levam ao comunitarismo, quer dizer, à pretensão de certos grupos de escapar às leis comuns.

O multiculturalismo é justamente a consequência de um fracasso na definição de um espaço co-mum que ultrapasse as diferenças.

A vontade dos multiculturalistas de procurar a i-gualdade é legítima, mas os meios que se pro-põem são contraproducentes: a discriminação po-sitiva, que tende a restabelecer a igualdade com-pensando as desigualdades culturais, leva a efei-tos perversos que reforçam a exclusão em vez de atenuá-la. O racismo das minorias contra a maiori-a ou contra as outras minorias leva à guerra de guetos.

Toda a discriminação é por definição negativa.

Para além das diferenças, nós acreditamos na u-nidade fundamental do gênero humano. Ver em cada homem um outro eu, eis aí todo o nosso pro-grama.

Parte superior do formulário Filipe de Sousa *Não me empurre a sua religião. Eu decido sobre

isso sozinho.

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassi-dão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita,

apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois

uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã.

Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 12

Socializando idéias Como a classe média alta

brasileira é escrava do “alto padrão” dos supérfluos Por: Adriana Setti No ano passado, meus pais (profissionais ultra-bem-sucedidos que decidiram reduzir o ritmo em tempo de aproveitar a vida com ale-gria e saúde) tomaram uma decisão surpreendente para um casal – muito enxuto, diga-se – de mais de 60 a-nos: alugaram o apartamento em um bairro nobre de São Paulo a um pa-rente, enfiaram algumas peças de roupa na mala e embarcaram para Barcelona, onde meu irmão e eu mo-ramos, para uma espécie de ano sa-bático.

Aqui na capital catalã, os dois aluga-ram um apartamento agradabilíssimo no bairro modernista do Eixample (mas com um terço do tamanho e um vigésimo do conforto do de São Pau-lo), com direito a limpeza de apenas algumas horas, uma vez por semana. Como nunca cozinharam para si mesmos, saíam todos os dias para almoçar e/ou jantar. Com tempo de sobra, devoraram o calendário cultu-ral da cidade: shows, peças de tea-tro, cinema e ópera quase diariamen-te. Também viajaram um pouco pela Espanha e a Europa. E tudo isso, muitas vezes, na companhia de fi-lhos, genro, nora e amigos, a quem proporcionaram incontáveis jantares regados a vinhos.

Com o passar de alguns meses, meus pais fizeram uma constatação que beirava o inacreditável: estavam gastando muito menos mensalmente para viver aqui do que gastavam no Brasil. Sendo que em São Paulo saí-am para comer fora ou para algum programa cultural só de vez em quando (por causa do trânsito, dos problemas de segurança, etc), mora-

vam em apartamento próprio e quase nunca viajavam.

Milagre? Não. O que acontece é que, ao contrário do que fazem a maioria dos pais, eles resolveram experimen-tar o modelo de vida dos filhos em benefício próprio. “Quero uma vida mais simples como a sua”, me disse um dia a minha mãe. Isso, nesse ca-so, significou deixar de lado o altíssi-mo padrão de vida de classe média alta paulistana para adotar, como “estagiários”, o padrão de vida – mais austero e justo – da classe média europeia, da qual eu e meu irmão fazemos parte hoje em dia (eu há dez anos e ele, quatro). O dinheiro que “sobrou” aplicaram em coisas prazerosas e gratificantes.

Do outro lado do Atlântico, a coisa é bem diferente. A classe média euro-peia não está acostumada com a mo-leza. Toda pessoa normal que se preze esfria a barriga no tanque e a esquenta no fogão, caminha até a padaria para comprar o seu próprio pão e enche o tanque de gasolina com as próprias mãos. É o preço que se paga por conviver com algo total-mente desconhecido no nosso país: a ausência do absurdo abismo social e, portanto, da mão de obra barata e disponível para qualquer necessida-de do dia a dia.

Traduzindo essa teoria na experiên-cia vivida por meus pais, eles rea-prenderam (uma vez que nenhum deles vem de família rica, muito pelo contrário) a dar uma limpada na casa nos intervalos do dia da faxina, a u-sar o transporte público e as próprias pernas, a lavar a própria roupa, a não ter carro (e manobrista, e garagem, e seguro), enfim, a levar uma vida mais “sustentável”. Não doeu nada.

Uma vez de volta ao Brasil, eles sim-plificaram a estrutura que os cercava, cortaram uma lista enorme de itens

supérfluos, reduziram assim os cus-tos fixos e, mais leves, tornaram-se mais portáteis (este ano, por exem-plo, passaram mais três meses por aqui, num apê ainda mais simples). Por que estou contando isso a vo-cês? Porque o resultado desse expe-rimento quase científico feito pelos pais é a prova concreta de uma teori-a que defendo em muitas conversas com amigos brasileiros: o nababesco padrão de vida almejado por parte da classe média alta brasileira (que um europeu relutaria em adotar até por uma questão de princípios) acaba gerando stress, amarras e muita complicação como efeitos colaterais. E isso sem falar na questão moral e social da coisa.

Babás, empregadas, carro extra em São Paulo para o dia do rodízio (essa é de lascar!), casa na praia, móveis caríssimos e roupas de marca podem ser o sonho de qualquer um, claro (não é o meu, mas quem sou eu para discutir?).

Só que, mesmo em quem se delicia com essas coisas, a obrigação auto-imposta de manter tudo isso – e ad-ministrar essa estrutura que acaba se tornando cada vez maior e complexa – acaba fazendo com que o conforto se transforme em escravidão sem que a “vítima” se dê conta disso. E tem muita gente que aceita qualquer contingência num emprego malfada-do, apenas para não perder as mor-domias da vida.

Alguns amigos paulistanos não se conformam com a quantidade de via-gens que faço por ano (no último ano foram quatro meses – graças tam-bém, é claro, à minha vida de free-lancer). “Você está milionária?”, me perguntam eles, que têm sofás (em L, óbvio) comprados na Alameda Ga-briel Monteiro da Silva, TV LED últi-mo modelo e o carro do ano

(enquanto mal têm tempo de usufruir tudo isso, de tanto que ralam para manter o padrão).

É muito mais simples do que parece. Limpo o meu próprio banheiro, não estou nem aí para roupas de marca e tenho algumas manchas no meu sofá baratex. Antes isso do que a escravi-dão de um padrão de vida que não traz felicidade. Ou, pelo menos, não a minha. Essa foi a maior lição que aprendi com os europeus — que via-jam mais do que ninguém, são mes-tres na arte do savoir vivre e sabem muito bem como pilotar um fogão e uma vassoura.

PS: Não estou pregando a morte das empregadas domésticas – que preci-sam do emprego no Brasil –, a quei-ma dos sofás em L e nem achando que o “modelo frugal europeu” funcio-na para todo mundo como receita de felicidade. Antes que alguém me acu-se de tomar o comportamento de u-ma parcela da classe média alta pau-listana como uma generalização so-bre a sociedade brasileira, digo logo que, sim, esse texto se aplica ao pé da letra para um público bem especí-fico.

Também entendo perfeitamente que a vida não é tão “boa” para todos no Brasil, e que o “problema” que levan-to aqui pode até soar ridículo para alguns – por ser menor.

Minha intenção, com esse texto, é apenas tentar mostrar que a vida sempre pode ser menos complicada e mais racional do que imaginam as elites mal-acostumadas no Brasil.

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 13

Nossas crianças Homossexualidade:

A Escola e o preconceito

A homofobia está presente em todos os lugares, e nas escolas não é diferente. Sabemos que jovens, crianças e adolescentes, principalmente esses últimos, estão na fase de experimentar, onde tudo é um grande aprendizado e a diversidade desper-ta uma curiosidade instintiva. É uma fase de defi-nições de identidade, de busca, e aquele que não se enquadra no conceito de gênero “macho ou fêmea” é repelido, causa medo e temor, pois a homofobia é o medo irracional ao homossexual, e esse medo causa violência, de forma que a pes-soa parece querer se defender de algo que nem entende direito, e é como se, assim, ela estivesse protegida de ser homossexual também. O ambiente escolar é um local onde a homofobia se desenvolve. Ali ocorrem os excessos, as agres-sões verbais e físicas, os atos de violência, as a-meaças aos homossexuais: o indivíduo sofre todo tipo de discriminação. A identidade apreciada é a heterossexual, nota-se que a heteronormatividade está arraigada, entranhada no cotidiano não só da escola, como da sociedade em geral. Incentiva-se o masculino; nesse universo não cabe nada que seja considerado feminino. Os sujeitos masculinos estão sempre sendo cobrados, seja por atitudes, gestos, falas e comportamentos que devem ser de “machos”, passando por constantes avaliações do

grupo onde estão inseridos. Curioso notar que esse mesmo grupo que cobra atitudes machistas o tempo todo também é cobra-do, visto que são homens e são heterossexuais. Essa pressão contínua gera ansiedade, medos, e atitudes violentas. Por conta de ter que se defen-der o tempo todo, esse comportamento causa so-frimento e leva a processos que desencadeiam a homofobia. A escola é um meio fácil para essa prática acontecer. Os profissionais da educação têm que entender que não cabe mais a omissão, não se pode mais ficar alheio e insensível às práti-cas homofóbicas. Tem-se que fazer o caminho contrário e praticar a inclusão dessas minorias… Nesse quadro que se apresenta de maneira as-sustadora, deve-se entender que os educadores não podem carregar a culpa de uma escola que reproduz comportamentos e conceitos. Os professores têm seus valores e preconceitos que foram adquiridos ao longo da vida, e mudan-ças internas não são realizadas do dia para a noi-te, além, ainda, de existir o fator despreparo, há falta de instrumentos adequados para tratar da diversidade sexual. A sexualidade faz parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1997) e entra como tema transversal: Orientação Sexu-al. No entanto, o assunto homossexualidade ainda não é abordado por todos os professores que tra-tam da ignorância sobre o tema, reproduzindo os valores e conceitos perpetrados pela sociedade durante anos. A homofobia deve ser combatida em todas as es-feras: política, social e cultural. Que a discussão deve ser realizada, não há dúvida, e ela deve co-meçar cedo. O quanto antes discutir-se esse tema em aula, mais tempo haverá para trabalhar esse assunto e desenvolvê-lo de forma natural, inserin-do-o no contexto da aula, da escola,da vida dos estudantes como algo natural, criando assim, u-ma relação respeitosa para com o outro. Sempre que o aluno tiver seu interesse despertado para o assunto, ou quando o professor tiver oportunidade para introduzir o tema homossexualidade, deve-mos fazê-lo, ajudá-los a entender que a diferença

faz parte da vida, e aquilo que não conhecemos ou não entendemos, não deve ser motivo de atitu-des preconceituosas. Os homossexuais, assim como outras minorias que sofrem com o preconceito e a discriminação, desafiam as pessoas e os educadores, pois tam-bém nos fazem revisar nossos valores, conceitos e preconceito. Fica evidente que tanto a escola como professo-res e pais não estão preparados para lidar com o assunto, apesar de esperarmos que seja no âmbi-to escolar onde se encontre o meio mais apropria-do para a construção do conhecimento. Devido à falta de oportunidades de questionar às sexualida-des, ficam evidenciados também o desconheci-mento e a negligência com que o assunto é trata-do, até mesmo como forma de não levantar dis-cussão de algo que gera polêmica e requer um posicionamento, o que, de uma maneira ou de ou-tra, acaba nos deixando vulneráveis. A diversidade sexual deve ser explorada pelo pro-fessor, ele deve levar o estudante a aprender a respeitar o diferente, através de ações que des-pertem o desejo do aluno de querer entender e participar de maneira sadia dessa nova percep-ção. O trabalho de inclusão também deve ser rea-lizado com aqueles que se sentem excluídos do convívio escolar por serem homossexuais, é fun-damental que a escola oportunize a esses estu-dantes condições para que eles se sintam à von-tade para se assumirem e se expressarem sem medos e sem constrangimentos. A escola continua sendo um lugar de construção do conhecimento, para despertar o olhar crítico e questionador, de transformação social, que busca uma sociedade mais reflexiva e melhor, que busca formar cidadãos conscientes dos seus direitos, provocar, instigar, favorecer as transformações pessoais e sociais. Mariene Hildebrando Professora e especialista em Direitos Humanos Email: [email protected]

O dilema da boa educação. Se existe uma coisa óbvia nesse mundo – sim, não serei leviano em colocar essa pecha apenas sobre o Rio de Janeiro, mesmo que aqui seja um lugar onde esse tipo de coisa se potencializa – é que as pessoas que

antigamente eram conhecidas como “bem educadas” são coisa fora de moda, para não dizer impraticáveis. Com raríssimas exceções, a boa e-ducação não resolve mais nada. Se você quer ser respeitado, você preci-sa, hoje em dia, fazer três coisas – não necessariamente nessa mesma ordem: pagar, ameaçar ou agredir. Sensatez? polidez? esquece. O fato é que, isto posto, quem rece-beu há umas boas décadas um tipo de educação que preconizava o res-peito ao próximo, o “ceder a vez”, o “falar baixo” e coisas assim, já perce-beu que não tem muito lugar na soci-edade. É claro, há que se viver e na vida a gente convive obrigatoriamente com outras pessoas. Mas a maioria dos bem educados entende que não dá para se envolver com qualquer um. Com isso, o convívio naturalmente se restringe e a gente passa a tratar só o indispensável com a maioria das

pessoas. E torcendo, claro, para que esses casos indesviáveis não sejam perigosos. Contudo, quando os bem educados tem filhos, a coisa se complica. Por-que quem quer, foge dos outros, se isola. Mas não dá para isolar as cri-anças do mundo. As crianças terão obrigatoriamente que conviver, durante anos a fio, com outras crianças e com os pais dessas crianças, gente que se encontra alea-toriamente no mesmo colégio. O co-légio, esse até pode ser escolhido, por critérios como excelência de en-sino, localização, preço. Os amigos de nossos filhos, não. E aí dá-se a desgraça. Porque quem é bem educado é minoria. Crianças bem educadas são mais minoria ain-da. Uma criança bem educada é sim-plesmente atirada a uma turba de monstrinhos que os paizinhos e mae-

zinhas adoram chamar de “anjinhos”. E ai de quem encostar a mão nesses futuros pitboys. As escolas, por seu lado, são empresas. Precisam de lu-cro. Ninguém vai contra quem está pa-gando e pagando bem. Entre desa-gradar os mal educados e os bem educados, não há muito o que esco-lher. Eis aí o dilema dos bem educados diante do assédio – inevitável – às suas crianças: ter de ensiná-las a fazer tudo aquilo que lhes é mais a-bominável: revidar, agredir, desres-peitar, tomar o lugar à força, despre-zar, debochar. A sobrevivência depende de usar as armas do adversário. E a escolha, ao final é entre dois so-frimentos. Ou se sofre por ser educado, ou por não poder mais sê-lo. Por: VP

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 14

Política e Políticos Breve História

da Corrupção no Brasil

Os primeiros registros de práticas de ile-galidade no Brasil, que temos registro, datam do século XVI no período da colo-nização portuguesa. O caso mais fre-qüente era de funcionários públicos, en-carregados de fiscalizar o contrabando e outras transgressões contra a coroa por-tuguesa e ao invés de cumprirem suas funções, acabavam praticando o comér-cio ilegal de produtos brasileiros como pau-brasil, especiarias, tabaco, ouro e diamante. Cabe ressaltar que tais produ-tos somente poderiam ser comercializa-dos com autorização especial do rei, mas acabavam nas mãos dos contrabandis-tas. Portugal por sua vez se furtava em resolver os assuntos ligados ao contra-bando e a propina, pois estava mais inte-ressado em manter os rendimentos signi-ficativos da camada aristocrática do que alimentar um sistema de empreendimen-tos produtivos através do controle des-sas práticas. Um segundo momento refere-se a exten-sa utilização da mão-de-obra escrava, na agricultura brasileira, na produção do açúcar. De 1580 até 1850 a escravidão foi considerada necessária e, mesmo com a proibição do tráfico, o governo brasileiro mantinha-se tolerante e coni-vente com os traficantes que burlavam a lei. Políticos, como o Marquês de Olinda e o então Ministro da Justiça Paulino Jo-sé de Souza, estimulavam o tráfico ao comprarem escravos recém-chegados da África, usando-os em suas proprieda-des. Apesar das denúncias de autorida-des internacionais ao governo brasileiro, de 1850 até a abolição da escravatura em 1888, pouco foi feito para coibir o tráfico. Isso advinha em parte pelos lu-cros, do suborno e da propina, que o trá-fico negreiro gerava a todos os partici-pantes, de tal forma que era preferível ao governo brasileiro ausentar-se de um controle eficaz. Uma fiscalização mais rigorosa foi gradualmente adotada com o compromisso de reconhecimento da in-dependência do Brasil. Um dos países interessados em acabar com o tráfico escravo era a Inglaterra, movida pela preocupação com a concorrência brasi-leira às suas colônias açucareiras nas Antilhas. Com a proclamação da independência em 1822 e a instauração do Brasil Repú-blica, outras formas de corrupção, como a eleitoral e a de concessão de obras públicas, surgem no cenário nacional. A última estava ligada à obtenção de con-tratos junto ao governo para execução de obras públicas ou de concessões. O Visconde de Mauá, por exemplo, rece-beu licença para a exploração de cabo submarino e a transferiu a uma compa-nhia inglesa da qual se tornou diretor. Prática semelhante foi realizada por ou-tro empresário brasileiro na concessão para a iluminação a gás da cidade do Rio de Janeiro, também transferida para uma

companhia inglesa em troca de 120 mil libras. O fim do tráfico negreiro deslocou, na República, o interesse dos grupos oligárquicos para projetos de grande por-te que permitiriam manter a estrutura de ganho fácil. A corrupção eleitoral é um capítulo sin-gular na história brasileira. Deve-se con-siderar que a participação na política re-presenta uma forma de enriquecimento fácil e rápido, muitas vezes de não reali-zação dos compromissos feitos durante as campanhas eleitorais, de influência e sujeição aos grupos econômicos domi-nantes no país (salvo raras exceções). No Brasil Império, 1822-1889, o alista-mento de eleitores era feito a partir de critérios diversificados, pois somente quem possuísse uma determinada renda mínima poderia participar do processo. A aceitação dos futuros eleitores dava-se a partir de uma listagem elaborada e exa-minada por uma comissão que também julgava os casos declarados suspeitos. Enfim, havia liberdade para se conside-rar eleitor quem fosse de interesse da própria comissão. A partir disso ocorria o processo eleitoral, sendo que os agentes eleitorais deveriam apenas verificar a identidade dos cidadãos que constava na lista previamente formulada e aceita pela comissão. Com a República, proclamada em 1889, o voto de “cabresto” foi a marca registra-da no período. O proprietário de latifún-dio apelidado de “coronel” impunha coer-citivamente o voto desejado aos seus empregados, agregados e dependentes. Outra forma constante de eleger o candi-dato era o voto comprado, ou seja, uma transação comercial onde o eleitor “vendia” o voto ao empregador. A forma mais pitoresca relatada no período foi o voto pelo par de sapatos. No dia da elei-ção o votante ganhava um pé do sapato e somente após a apuração das urnas o coronel entregava o outro pé. Caso o candidato não ganhasse o eleitor ficaria sem o produto completo. Deve-se consi-derar que a maior parte das cidades não possuía número de empregos suficiente que pudessem atender a oferta de traba-lhadores, portanto a sobrevivência eco-nômica do eleitor/empregado estava a-trelada a sujeição das vontades do coro-nel. Outro registro peculiar desse período é o “sistema de degolas” orquestrado por governadores que manipulavam as elei-ções para deputado federal a fim de ga-rantir o apoio ao presidente, no caso Campos Sales (presidente do Brasil de 1898 a 1902). Os deputados eleitos con-tra a vontade do governo eram simples-mente excluídos das listas ou “degolados” pelas comissões responsá-veis pelo reconhecimento das atas de apuração eleitoral. Todos os governos, até 1930, praticavam degolas. Uma outra prática eleitoral inusitada o-correu em 1929, durante as disputas e-leitorais à presidência entre os candida-tos Júlio Prestes (representante das oli-garquias cafeicultoras paulistas) e Getú-lio Vargas (agregava os grupos insatisfei-tos com o domínio das oligarquias tradi-cionais). O primeiro venceu obtendo 1 milhão e 100 mil votos e o segundo 737 mil. Entretanto os interesses do grupo que apoiava Getúlio Vargas, acrescido da crise da Bolsa de Nova York, que le-vou à falência vários fazendeiros, resul-tou numa reviravolta do pleito eleitoral. Sob acusações de fraude eleitoral, por parte da aliança liberal que apoiava o

candidato derrotado, e da mobilização popular (Revolução de 30), Getúlio Var-gas tomou posse como presidente do país em 1930. Talvez essa tenha sido uma das mais expressivas violações dos princípios democráticos no país onde a fraude eleitoral serviu para a tomada de poder. Durante as campanhas eleitorais de 1950, um caso tornou-se famoso e até hoje faz parte do anedotário da política nacional: a “caixinha do Adhemar”. Adhe-mar de Barros, político paulista, era co-nhecido como “um fazedor de obras”, seu lema era “Rouba, mas faz!”. A caixi-nha era uma forma de arrecadação de dinheiro e de troca de favores. A transa-ção era feita entre os bicheiros, fornece-dores, empresários e empreiteiros que desejavam algum benefício do político. Essa prática permitiu tanto o enriqueci-mento pessoal, para se ter uma idéia, em casa, Adhemar de Barros costumava guardar para gastos pessoais 2,4 mi-lhões de dólares, quanto uma nova for-ma de angariar recursos para as suas campanhas políticas. O período militar, iniciado com o golpe em 1964, teve no caso Capemi e Coroa- Brastel uma amostra do que ocultamente ocorria nas empresas estatais. Durante a década de 80 havia um grupo privado chamado Capemi (Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios), fundado e dirigi-do por militares, que era responsável pela previdência privada. O grupo era sem fins lucrativos e tinha como missão, gerar recursos para manutenção do Pro-grama de Ação Social, que englobava a previdência e a assistência entre os par-ticipantes de seus planos de benefícios e a filantropia no amparo à infância e à velhice desvalida. Este grupo, presidido pelo general Ademar Aragão, resolveu diversificar as operações para ampliar o suporte financeiro da empresa. Uma das inovações foi a participação em um con-sórcio de empresas na concorrência para o desmatamento da área submersa da usina hidroelétrica de Tucuruí (empresa estatal). Vencida a licitação pública em 1980 deveria-se, ao longo de 3 anos, concluir a obra de retirada e de comerci-alização da madeira. O contrato não foi cumprido e o dinheiro dos pensionistas da Capemi dizia-se que fora desviado para a caixinha do ministro-chefe do Sis-tema Nacional de Informações (SNI), órgão responsável pela segurança nacio-nal, general Otávio Medeiros que deseja-va candidatar-se à presidência do país. A resultante foi a falência do grupo Cape-mi, que necessitava de 100 milhões de dólares para saldar suas dívidas, e o pre-juízo aos pensionistas que mensalmente eram descontados na folha de pagamen-to para a sua, futura e longínqua, apo-sentadoria. Além do comprometimento de altos escalões do governo militar o caso revelou: a estreita parceria entre os grupos privados interessados em desfru-tar da administração pública, o tráfico de influência, e a ausência de ordenamento jurídico. Em 1980 o proprietário da Coroa-Brastel, Assis Paim, foi induzido pelos ministros da economia Delfim Netto, da fazenda Ernane Galvêas e pelo presidente do Banco Central, Carlos Langoni, a conce-der à Corretora de Valores Laureano um empréstimo de 180 milhões de cruzeiros. Cabe ressaltar que a Coroa-Brastel era um dos maiores conglomerados privados do país, com atuações na área financeira e comercial, e que o proprietário da Cor-retora de Valores Laureano era amigo

pessoal do filho do chefe do SNI Golbery do Couto e Silva. Interessado em agradar o governo mili-tar, Paim concedeu o empréstimo, mas após um ano o pagamento não havia sido realizado. Estando a dívida acumu-lada em 300 milhões de cruzeiros e com o envolvimento de ministros e do presi-dente do Banco Central, a solução en-contrada foi a compra, por Paim, da Cor-retora de Valores Laureano com o apoio do governo. Obviamente a corretora não conseguiu saldar suas dívidas, apesar da ajuda de um banco estatal, e muito me-nos resguardar o prestígio dos envolvi-dos. A redemocratização brasileira na década de 80 teve seu espaço garantido com o fim do governo militar (1964-1985). Em 1985 o retorno dos civis à presidência foi possível com a campanha pelas Diretas-Já, que em 1984 mobilizou milhares de cidadãos em todas as capitais brasileiras pelo direito ao voto para presidente. Nes-te novo ciclo político o Impeachment do presidente Collor constitui um marco divi-sor nos escândalos de corrupção. Durante as eleições para presidente em 1989 foi elaborado um esquema para captação de recursos à eleição de Fer-nando Collor. Posteriormente, foi revela-do que os gastos foram financiados pe-los usineiros de Alagoas em troca de decretos governamentais que os benefi-ciariam. Em abril de 1989, após aparecer seguidamente em três programas eleito-rais, Collor já era um nome nacional. De-pois que Collor começou a subir nas pes-quisas, foi estruturado um grande esque-ma de captação de dinheiro com base em chantagens e compromissos que lo-tearam previamente a administração fe-deral e seus recursos. Esse esquema ficou conhecido como “Esquema PC”, sigla baseada no nome do tesoureiro da campanha, Paulo César Farias, e resul-tou no impeachment do presidente eleito. Segundo cálculos da Polícia Federal esti-ma-se que este esquema movimentou de 600 milhões a 1 bilhão de dólares, no período de 1989 (campanha presidenci-al) a 1992 (impeachment). Nossa breve história da corrupção pode induzir à compreensão que as práticas ilícitas reaparecem como em um ciclo, dando-nos a impressão que o problema é cultural quando na verdade é a falta de controle, de prestação de contas, de pu-nição e de cumprimento das leis. É isso que nos têm reconduzido a erros seme-lhantes. A tolerância a pequenas viola-ções que vão desde a taxa de urgência paga a funcionários públicos para conse-guir agilidade na tramitação dos proces-sos dentro de órgão público, até aquele motorista que paga a um funcionário de uma companhia de trânsito para não ser multado, não podem e não devem mais ser toleradas. Precisamos decidir se de-sejamos um país que compartilhe de u-ma regra comum a todos os cidadãos ou se essa se aplicará apenas a alguns. Nosso dilema em relação ao que deseja-mos no controle da corrupção é esquizo-frênico e espero que não demoremos muito no divã do analista para decidir-mos. Autora: Profa. Dra. Rita Biason Departamento de Relações Internacionais UNESP - Campus Franca

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

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JULHO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 15

Nossos filhos

Os filhos querem colo... Sempre!

No dia 12 de maio de 2011, uma amiga do meu filho pulou do 8º andar do prédio onde morava na Rua Emiliano Perneta. Era uma adolescente. Tinha acabado de almoçar, estava com o uniforme do Colégio Bom Jesus, e a mochi-la nas costas, o que indicava que iria para o colégio à tarde, pois nas quartas e sextas eles têm au-la o dia todo. Foi um choque para todos os colegas!

Aí vem a pergunta: Por quê? Ela tinha apenas 15 anos. Que pro-blemas uma menina de 15 anos pode ter? Fiz esta pergunta ao meu filho, e a resposta me deixou chocada...

Ele me disse:

- Mãe, eu acho que era falta de colo.

Questionei:

- Como assim?

E ele me disse:

- Hoje em dia, os pais trabalham praticamente o dia todo, sempre com a mesma desculpa de que querem dar aos filhos tudo aquilo que nunca tiveram e, na maioria das vezes, eles estão conseguin-do. Eles estão dando um estudo no melhor colégio, cursos de idio-mas, dinheiro para gastar no shopping, um computador de últi-ma geração pro filho ficar enfiado em casa durante o pouco tempo livre que sobra, roupas, tênis, ce-lular, tudo muito caro, etc... E sempre cobrando da gente boas notas, pois estão investindo mui-to... Na maioria das vezes, os pais não têm mais tempo para os fi-lhos, não conversam mais, não fazem um carinho...

Ele fez uma pausa. Eu estava bo-quiaberta com o que ele acabara de falar-me e meus pensamentos foram a mil. Mal comecei uma fra-se:

- Meu filho, você tem razão. É isso mesmo...

E ele me interrompeu dizendo:

Mãe, quando a gente chega em casa, o que mais a gente quer é o colo da mãe. Quando vai mal nas provas ou quando acontece algu-ma coisa ruim, a gente quer colo. Por que você acha que hoje tan-tos jovens são quase revoltados? Na maioria das vezes, eles estão querendo chamar a atenção, ser notados... Só que no lugar errado e de forma errada: na rua e com violência.

- Dei um grande abraço em meu filho, beijei-o com muito carinho. E lhe disse:

Meu filho, espero que a morte da Joana não tenha sido em vão, pois quem sabe desta forma mui-tos pais vão repensar suas atitu-des para com seus filhos!

Ele olhou-me carinhosamente e concluiu, antes de sair para a es-cola:

Não somos máquinas, mãe. Não somos todos iguais. Não é porque o filho da vizinha tira só dez que

todos nós vamos tirar 10. Talvez, nem todos nós queiramos falar inglês!

Seus olhos cheios de lágrimas re-velavam a dor que sentia pela morte da colega e, ao mesmo tempo, o quanto meu filho valori-zava a nossa família. Já fora de casa, ele voltou correndo e me deu um forte abraço e me disse:

- Mãe, obrigado por eu poder con-tar sempre com você nos maus momentos...E, obrigado, também, pelas broncas, pois sei que as mereço.

Depois que ele virou a esquina, fechei suavemente a porta, pen-sativa e convencida de que o tem-po e o amor são os melhores in-vestimentos que podemos fazer pelos nossos filhos. O resto é con-sequência. Nada é mais importan-te que estes meios essenciais pa-ra a felicidade de nossos filhos. E, sem dúvida, só assim poderemos também ser felizes com a consci-ência tranquila de ter cumprido bem a nossa missão de pais.

Recebi por e-mail de Rosamaria do Blog: http://rosacc60.blogspot.com.

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Nossa vida

PARA REFLETIR Depois de algum tempo você apren-de a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E come-ça a aprender que beijos não são contratos, e presentes não são pro-messas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e o-lhos adiante, com a graça de um a-dulto e não com a tristeza de uma criança. E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não im-porta o quanto você se importe, algu-mas pessoas simplesmente não se importam... E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você pre-cisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que leva-se anos para construir confiança e apenas segun-dos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das

quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem vo-cê tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram es-colher. Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa - por isso, sem-pre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a ultima vez que as veja-mos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tem-po para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se

você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve. Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situa-ção, sempre existem dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas ve-zes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversá-rios você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha. Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são boba-gens, poucas coisas são tão humi-lhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que a-me, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficien-te ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a per-doar-se a si mesmo. Aprende que com a mesma severida-de com que julga, você será em al-gum momento condenado. Aprende que não importa em quan-tos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para que você o con-serte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plan-te seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe tra-ga flores. E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!

Willian Shaskspear

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JUNHO - Festas Juninas - Nossas Tradições - Vamos curtir...

Edição nº. 68 Ano VI - 2013

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

PORTUGAL

A Universidade de Coimbra é símbolo de uma “cultura que teve impacto na humanidade”. UNES-CO classifica universidade como ícone da cultura portuguesa no mundo

Após quinze anos de um trajeto longo e complicado, a candidatura da Universidade de Coimbra foi reconhecida no sábado como Pa-trimônio Mundial da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultu-ra), decisão tomada na 37ª sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, em Phom Penh, no Camboja.

Apesar dos últimos pareceres fei-tos pelo ICOMOS – órgão consulti-vo da UNESCO – que aconselha-vam a não inscrição, já esta ses-são, da Universidade de Coimbra (UC) na lista do patrimônio mundi-al, os vários representantes dos países do Comitê do Patrimônio Mundial foram unânimes no reco-nhecimento da valor da candidatu-ra.

Para além dos critérios no qual a candidatura vinha fundamentada, e que tinham que ver sobretudo com o valor patrimonial do conjunto de edifícios que integram a área da candidatura, foi acrescentando um terceiro critério que reconhece a UC como símbolo de uma “cultura que teve impacto na humanidade”, diz o reitor da Universidade de Co-imbra, João Gabriel Silva.

“Para mim, como reitor, isso ainda torna este momento mais emocio-nante e especial. O que foi distin-guido hoje pela UNESCO não é apenas um conjunto de edifícios antigos e bonitos. A Universidade de Coimbra foi reconhecida como

o ícone de uma cultura e de uma língua que é portuguesa, que aju-daram a modelar o mundo como o conhecemos. É uma coisa de uma dimensão extraordinária. Como rei-tor até me sinto pequenino perante uma coisa desta dimensão”, afir-ma.

Clara Almeida Santos, vice-reitora para a Cultura e Comunicação, que está no Camboja a representar a universidade, diz ter ficado “comovida” com a forma como os delegados dos países membros do Comitê do Patrimônio Mundial, subscreveram a “inscrição imediata da Universidade de Coimbra na lista de Patrimônio Mundial”, ape-sar do parecer do ICOMOS.

“E com intervenções que nos de-vem deixar extremamente orgulho-sos, porque falaram na importância da universidade na divulgação da ciência e da língua portuguesa no mundo. O embaixador indiano refe-riu a importância da língua portu-guesa como veículo de cultura e com uma influência expressiva na Índia. O embaixador tailandês a-gradeceu a Portugal ter levado as malaguetas para a Tailândia”, des-creve.

“Ficamos muito orgulhosos de ou-vir 21 membros de países diferen-tes, de todas as partes do mundo, a defenderem a inscrição imediata da universidade na lista do Patri-mônio Mundial porque reconhece-ram nela um valor excepcional”, acrescenta o presidente da autar-quia de Coimbra, João Paulo Bar-bosa de Melo, que está também no Camboja.

Para o autarca, a decisão da UNESCO representa uma “enorme responsabilidade” para a cidade, para a universidade e para o país de “fazer mais e melhor por este patrimônio que foi hoje distingui-do”. “Hoje chega ao fim um traba-lho de anos. Foi um trajeto difícil. Mas amanhã começa um novo de-safio: começa o trabalho da univer-sidade, da cidade e das autorida-des nacionais de se empenharem

ainda mais na valorização e pre-servação deste patrimônio e de cuidá-lo para futuras gerações. É uma grande responsabilidade”, a-firma, convidando a cidade a “festejar” a decisão da UNESCO.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, numa reação à Lusa, considerou que a classificação be-neficiará “a economia, o turismo, o conhecimento e o cosmopolitismo” da cidade, mas que também é “muito prestigiante” para Portugal.

“É um grande dia para Portugal e para Coimbra. A meritória candida-tura a patrimônio mundial passou com brilho e beneficiará” a cidade em várias áreas, afirmou Paulo Portas numa declaração escrita. O ministro agradece “o trabalho im-pecável” não apenas do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), da Comissão Nacional da UNES-CO e da embaixada, como tam-bém “o trabalho incessante dos promotores da ideia, desde a au-tarquia até à universidade".

Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescen-tou que esta distinção é um “reconhecimento internacional, que agora é muito justamente atribuído a Coimbra”. Para o ministério, constitui um “motivo de orgulho e regozijo” para a cidade e para o país e “dá conta da confiança da UNESCO na capacidade de o Es-tado para preservar o valor dos seus bens patrimoniais”.

Já o presidente da Entidade Regio-nal de Turismo do Centro de Portu-gal, Pedro Machado, disse que a classificação “é uma grande porta que se abre” para o turismo da ci-dade. “É uma excepcional notícia Coimbra ter atingido este galar-dão”, declarou Pedro Machado à agência Lusa, realçando que a de-cisão do Comitê da UNESCO “é o reconhecimento de Coimbra pela sua história, pelo seu patrimônio” e pelo papel da sua universidade, fundada em 1290, “na formação de tantas gerações espalhadas pelo mundo”.

Esta classificação, segundo Pedro Machado “pode posicionar Coim-bra, mais e melhor, naquilo que é o desafio dos mercados em matéria de competitividade e atratividade” na área do turismo.

Walter Rossa, catedrático de Ar-quitetura da Universidade de Coim-bra, não foi apanhado de surpresa pelo anúncio da classificação. “Acompanhei de perto o trabalho e, como tal, estava absolutamente convencido de que ia ser classifi-cada”. Para Rossa, a universidade “tem um valor absolutamente ex-cepcional na história mundial”. Co-mo um dos investigadores co-responsáveis, na Fundação Gul-benkian, pela criação do por-tal www.hpip.org, que inventaria o patrimônio português espalhado pelo mundo, destaca que “o impé-rio português foi um dos primeiros dois à escala mundial, mas en-quanto os espanhóis tinham várias universidades, o português só ti-nha Coimbra. Do ponto de vista da formação de quadros para todo o império, é imbatível”, acentua. “Não há outra instituição universitá-ria que tenha tido essa relevância”.

Daí considerar que, mais que o pa-trimônio edificado – “e eu sou ar-quiteto, portanto estou à vontade para o dizer” –, o que é “verdadeiramente importante” é o “patrimônio imaterial, o valor cultu-ral simbólico que a Universidade de Coimbra tem a nível universal”.

Para Coimbra, hoje, a classificação pela UNESCO significará, na visão de Walter Rossa, “uma responsabi-lização das entidades” perante a cidade, sua história e patrimônio, mas também dos cidadãos. “Estas distinções têm a enorme vantagem de os envolver nos processos de decisão e no dia-a-dia de gestão do patrimônio”. Tal pode ser muito importante numa cidade que preci-sa de “um grande impulso de rege-neração urbana”.

FONTE: http://fugas.publico.pt

* Ortografia adaptada ao Português/Brasil

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