e meio ambiente formiguinhas do vale · formiguinhas do vale a associação tem como princi- ......

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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Cidadania e Meio Ambiente Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org A Associação tem como princi- pal objetivo interferir nas mudanças com- portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien- tal, sustentabilidade e paz social, refloresta- mento, incentivo à agricultura orgânica, hor- tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta- gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul- gado através deste veículo de interação. Projetos integrados: Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula- res de cada região. Inicialmente iremos for- mar turmas que terão a finalidade de multi- plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti- vas comunidades. Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti- co, etc. Tudo isso, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ- nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci- mento adquirido em cada comunidade. Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali- dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for- mação de cooperativas ou grupos preserva- cionistas em suas comunidades. Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú- sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen- te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res- ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos. # SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco 0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 50 Ano IV Janeiro 2012 Edição de férias Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Parece que 2012 promete fortes emoções para todos nós. Alguns alarmistas afirmam, segundo uma antiga profecia Maia, que o mundo acabará. Ou seja, muito provavelmente, de acordo os tais entendidos, eu não terei como criar o mesmo post falando do que aconte- cerá em 2013. Ora… ora… ora… Desde que o mundo é mundo que nós inventamos maneiras de prever o final do mesmo. Até agora todas não se confirmaram. Quem viver verá, já dizia o velho ditado. As categorias são: Ano Internacional, Artes e Cultura, Ciência, Personalidade, Música e Literatura, Aventuras e Descobrimentos, finalizando com Esportes. Todos os anos, a ONU (Organização das Nações Uni- das) tematiza um determinado ano para que sejam to- madas medidas em prol do benefício da Humanidade. O ano de 2012 foi escolhido para ser o Ano Internacio- nal da Energia Sustentável Para Todos. Este ano também marca o centenário de uma das mai- ores tragédias já noticiadas. Em 15 de abril (data do aniversário deste escriba virtual que vos apresenta o post) de 1912, afundou o transatlântico Titanic, o mai- or e mais caro já construído até então. O desastre deu origens a diversos filmes, histórias e também uma co- moção internacional que permaneceu nos corações e mentes de todas as gerações posteriores. Há quem diga que foi culpa do capitão, que não deu atenção as condições do mar naquele dia. Outros propõem que o material utilizado para a construção do navio não era de boa qualidade. O que não falta é teoria para tentar explicar essa tragédia. Por outro lado, neste ano são comemorados alguns centenários importantes para o Brasil, como o de nas- cimento de Luiz Gonzaga, o rei do baião (quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João). Também serão comemorados os centenários de nascimento Jorge Amado e Nelson Rodrigues (O Anjo Pornográ- fico), que revolucionou a dramaturgia brasileira com peças que questionavam a sociedade de forma objeti- va; além de ser cronista (Vida como ela é), escritor e também cronista de futebol; além de ser um frasista de mão cheia (Há seis mil anos estava escrito…). Jorge Amado, um dos maiores escritores brasileiros, que contou as histórias de um Brasil agreste, semi-urbano e com muita sensualidade. A vida de Amado foi marca- da também por participação na política brasileira, quan- do foi eleito deputado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), em 1947. E falando em comunistas brasilei- ros, em 2012, também é comemorado o centenário de João Amazonas, líder do PcdoB (Partido Comunista do Brasil). Ainda no campo das personalidades políticas, duas mulheres de ditadores notórios nasceram em 1912 e tiveram o mesmo fim em 1945: morreram junto com seus amantes, a saber Eva Braun e Clara Petacci. Respectivamente companheiras de Adolf Hitler e Beni- to Mussolini. No campo das artes, em 2012, são comemorados os centenários de nascimento do Jackson Pollock, que os norte-americanos consideram seu maior pintor. Em se tratando de cinema, completam cem anos de nasci- mento do diretor italiano Michelangelo Antonioni. Certa- mente a música tema do filme Singing in the rain, po- derá ser escolhida como o tema de fundo para este ano, pois Gene Kelly, o magistral ator, bailarino e dire- tor também completaria 100 anos de nascimento. Um outro cineasta, agora francês, que também terá seu nascimento comemorado este ano é Marcel Camus que, de uma forma ou de outra, trouxe um Oscar para o Brasil ao dirigir o filme Orfeu Negro, cuja trilha sonora foi composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A ciência teve também fatos importantes para se des- tacar neste centenário. A teoria da deriva dos conti- nentes foi apresentada por Alfred Wegener, em 1912. Nasceu, também neste ano, o físico e projetista de fo- guetes espaciais Wernher von Braun, que foi levado para os EUA após a II Guerra Mundial para desenvol- ver o programa espacial norte-americano, pois as bom- bas voadoras nazistas V1 e V2, que destruíram várias cidades europeias como Londres, foram projetos de Von Braun e sua equipe. Da redação

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Formiguinhas do Vale www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isso, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431 Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins

lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa

Edição 50 Ano IV Janeiro 2012 Edição de férias Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

Parece que 2012 promete fortes emoções para todos nós. Alguns alarmistas afirmam, segundo uma antiga profecia Maia, que o mundo acabará. Ou seja, muito provavelmente, de acordo os tais entendidos, eu não terei como criar o mesmo post falando do que aconte-cerá em 2013. Ora… ora… ora… Desde que o mundo é mundo que nós inventamos maneiras de prever o final do mesmo. Até agora todas não se confirmaram. Quem viver verá, já dizia o velho ditado.

As categorias são: Ano Internacional, Artes e Cultura, Ciência, Personalidade, Música e Literatura, Aventuras e Descobrimentos, finalizando com Esportes.

Todos os anos, a ONU (Organização das Nações Uni-das) tematiza um determinado ano para que sejam to-madas medidas em prol do benefício da Humanidade. O ano de 2012 foi escolhido para ser o Ano Internacio-nal da Energia Sustentável Para Todos.

Este ano também marca o centenário de uma das mai-ores tragédias já noticiadas. Em 15 de abril (data do aniversário deste escriba virtual que vos apresenta o post) de 1912, afundou o transatlântico Titanic, o mai-

or e mais caro já construído até então. O desastre deu origens a diversos filmes, histórias e também uma co-moção internacional que permaneceu nos corações e mentes de todas as gerações posteriores. Há quem diga que foi culpa do capitão, que não deu atenção as condições do mar naquele dia. Outros propõem que o material utilizado para a construção do navio não era de boa qualidade. O que não falta é teoria para tentar explicar essa tragédia.

Por outro lado, neste ano são comemorados alguns centenários importantes para o Brasil, como o de nas-cimento de Luiz Gonzaga, o rei do baião (quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João). Também serão comemorados os centenários de nascimento Jorge Amado e Nelson Rodrigues (O Anjo Pornográ-fico), que revolucionou a dramaturgia brasileira com peças que questionavam a sociedade de forma objeti-va; além de ser cronista (Vida como ela é), escritor e também cronista de futebol; além de ser um frasista de mão cheia (Há seis mil anos estava escrito…). Jorge Amado, um dos maiores escritores brasileiros, que contou as histórias de um Brasil agreste, semi-urbano e com muita sensualidade. A vida de Amado foi marca-da também por participação na política brasileira, quan-do foi eleito deputado pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), em 1947. E falando em comunistas brasilei-ros, em 2012, também é comemorado o centenário de João Amazonas, líder do PcdoB (Partido Comunista do Brasil).

Ainda no campo das personalidades políticas, duas mulheres de ditadores notórios nasceram em 1912 e tiveram o mesmo fim em 1945: morreram junto com seus amantes, a saber Eva Braun e Clara Petacci. Respectivamente companheiras de Adolf Hitler e Beni-to Mussolini.

No campo das artes, em 2012, são comemorados os centenários de nascimento do Jackson Pollock, que os norte-americanos consideram seu maior pintor. Em se tratando de cinema, completam cem anos de nasci-mento do diretor italiano Michelangelo Antonioni. Certa-mente a música tema do filme Singing in the rain, po-derá ser escolhida como o tema de fundo para este ano, pois Gene Kelly, o magistral ator, bailarino e dire-tor também completaria 100 anos de nascimento. Um outro cineasta, agora francês, que também terá seu nascimento comemorado este ano é Marcel Camus que, de uma forma ou de outra, trouxe um Oscar para o Brasil ao dirigir o filme Orfeu Negro, cuja trilha sonora foi composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

A ciência teve também fatos importantes para se des-tacar neste centenário. A teoria da deriva dos conti-nentes foi apresentada por Alfred Wegener, em 1912. Nasceu, também neste ano, o físico e projetista de fo-guetes espaciais Wernher von Braun, que foi levado para os EUA após a II Guerra Mundial para desenvol-ver o programa espacial norte-americano, pois as bom-bas voadoras nazistas V1 e V2, que destruíram várias cidades europeias como Londres, foram projetos de Von Braun e sua equipe.

Da redação

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e

visa a atender ao Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê.

Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Diretora Pedagógica dos Projetos: Prof. Elizabete Rúbio

Revisão de textos: Profª. Francisca Alves

Veículo divulgador da OSCIP

“Formiguinhas do Vale” CULTURAonline

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente

mensalmente em mais de 80 cidades do Cone

Leste Paulista, e no mundo, com distribuição

gratuita em cerca de 2.780 Escolas Públicas e

Privadas de Ensino Fundamental e Médio.

“Formiguinhas do Vale” Uma OSCIP - Sem fins lucrativos www.formiguinhasdovale.org

Escreva uma nova história

Olá amigos e outros que não tanto. Mas todos cidadãos.

“SE QUEREMOS PROGREDIR, NÃO DEVEMOS REPETIR A HISTÓRIA, MAS FAZER UMA NOVA!” (Ghandi)

Este pensamento escrito por Ghandi, tornou-se célebre quando foi escrito e se reflete como atual, até aos dias de hoje e neste artigo cabe que nem uma luva.

A sociedade do tempo em que foi escrita, foi impactada com es-sas palavras e até para nós hoje, ainda tem o seu efeito!

Nós brasileiros reclamamos continuamente dos nossos gover-nantes, porém, nos esquecemos que fomos nós que os coloca-mos lá!

Cabe a nós, nas próximas eleições de Outubro escolhermos me-lhor os nossos candidatos! É preciso que façamos uma pesqui-sa, no sentido de observarmos o caráter, a idoneidade, personali-dade e também seus reais projetos em prol da população; que não sejam projetos “populistas” ou apenas ”eleitoreiros”, como temos visto constantemente!

É preciso votarmos com consciência, independente de Legenda ou de Partido.

É necessário pararmos uma pouco para refletir sobre o que que-remos para o futuro da nossa Nação! Comecemos por nossa ci-dade.

Não podemos continuar na mesmice da mediocridade!

Não podemos generalizar e dizer que ninguém merece nosso voto; podemos sim, escolher dentre os candidatos que se apresentarem com um passado comprometido com a verdade e a ética. Não vamos repetir a história; com nosso voto poderemos e deve-remos escrever uma nova história!

Este ano o Brasil inteiro vai ser um imenso canteiro de obras. Cuidado, pois essas obras de última hora, na maioria das vezes são feitas com uma única finalidade. A reeleição; e caso ela não aconteça, na sua grande maioria se transformarão em colossais elefantes brancos para o novo governante.

Obras pagas com seu dinheiro, na maioria das vezes não priori-tárias, oportunistas e com fins unicamente eleitorais.

Filipe de Sousa

www.culturaonlinebr.org

CULTURAonline BRASIL

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTU-RAonline Brasil, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, ci-dadania e nas temáticas: Educação, Escola, Professor e Família. Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a Educa-ção se discute num debate aberto, crítico e livre.

Acessível também nos links: www.gazetavaleparibana.com www.formiguinhasdovale.org http://culturaonlinebr.blogspot.com

Que venha 2012

Mais um ano chega ao fim. Outro ano novinho em folha,

chegando... Para alguns este que se vai, marcado por extrema alegria

Para outros embargado de dor.

Nesse momento é hora de refletir.

Como foi nosso ano? Conseguimos conquistar nossos ideais?

Será que realmente lutamos por eles?

Demos o abraço que nosso irmão tanto queria, ou viramos as costas não se importando com ele?

Pedimos perdão pelas nossas falhas, ou o orgulho não deixou? Fomos amigos e companheiros com nosso colega de trabalho, ou

simplesmente fazíamos nosso trabalho sem se importar com o outro tão perto de nós?

Estivemos presente na vida de nossos filhos, de nossos maridos, esposas?

Enfim, depois de tantas perguntas nos vêm mais uma pergunta:

Será que teremos uma outra chance?

Para um pedido de desculpas, Uma reconciliação,

Uma dúvida não respondida Um amor encontrado

Uma dor desaparecida Um grito de alívio

Um beijo, um abraço que não foi dado?

Meu Deus... nos dê forças, nos dê saúde, nos dê a chance de fazer o que deveria ser feito, consertar nossos erros, de sermos amigos,

companheiros, compreensivos, mãe, pai, filha, filho, esposa, esposo, amigo, amiga, colega, visinho e os mais que cruzarem nossos

caminhos.

Filipe de Sousa

Pense

Reflita

Reveja

Olhe para

trás

Aceite

Perdoe

Reconstrua

Feliz

2012

?

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Pagina 03

Ano Novo vida nova?

Todo mundo sempre costuma repetir: "Ano - novo, vida nova".

Mas até que ponto sabemos realmente medir o

peso desta afirmação e a colocamos em prática?

Se no ano que passou,

você não conseguiu atingir suas metas, concretizar sonhos, acumulou mágoas e não superou desafios inesperados,

agora é a hora de abrir as janelas da mente e do coração para o futuro.

É importante captar mensagens externas e

não esquecer de olhar para dentro de si por-que o caminho para uma vida nova passa, im-preterivelmente, por nosso universo interior. A mutação de seu momento atual, enfim, de-

pende exclusivamente de você. Depende do seu trabalho mental, em acreditar e realizar. Nada, nem ninguém poderá fazer

isso por você.

A ajuda pode, sim, vir de fora, mas o impulso deve partir de você. Independentemente de

sua situação atual.

Em primeiro lugar, questione com honestidade:

"Eu realmente quero mudar minha vida?"

Se a sua resposta for afirmativa, então é hora de mexer-se porque o ano-novo está aí.

Para que isto dê realmente certo, é necessário, antes de tudo, se permitir mudar.

O próximo passo é derrubar aquelas barreiras internas tão prejudiciais, como o preconceito consigo próprio, o medo, a inveja e o rancor.

E, não esqueça, o mundo ao seu redor apenas

reflete o que você é. Filipe de Sousa

Edifício Business Center Rua Sebastião Humel, nº.171 5º. Andar - Sala 501 - Centro São José dos Campos - SP CEP 12.210-200 TEL/FAX (0XX12) 3942.6245 / Cel 9702.8045

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Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional. São raros porque infelizmente não

dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa vai ao ar todos os Sábados, das 20h às 22h e, o

ouvinte poderá interagir com suas sugestões, críticas ou

questionamentos.

CULTURAonline

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Acesse e ajude a Educação no Brasil

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Alfabetizar

Inserir todas as crianças de seis anos em um ambiente alfabetizador foi um dos principais objetivos da aprovação do Ensino Fundamental de 9 anos, em fevereiro de 2006. A medida beneficiou crianças que não tinham acesso à Educação Infantil, ficando, muitas vezes, completamente distantes da cultura escrita - o que poderia representar um obstáculo pa-ra a sua experiência futura de alfabe-tização. Apesar de a medida ser um passo importante, Telma Weisz, criadora do Programa de Formação de Professo-res Alfabetizadores (Profa), do Minis-tério da Educação, acredita que ainda há muito a aprimorar na questão da alfabetização, sobretudo porque a ta-refa não é apenas dos professores das séries iniciais. "Estamos sempre nos alfabetizando, a cada novo tipo de texto com o qual entramos em

contato durante a vida", afirma. Por essa razão, tratar leitura e escrita como conteúdo central em todos os estágios é a maior garantia de suces-so que as escolas podem ter para in-serir os estudantes na sociedade. É o que fazem muitas professoras de 1ª a 4ª série de Catas Altas (MG), ca-pacitadas pelo Programa Escola que Vale. Mesmo recebendo crianças que não nunca tiveram contato com o cha-mado mundo letrado antes da 1ª sé-rie, os educadores conseguem alfabe-tizar ao final de um ano. "Um fator determinante para a alfabe-tização é a crença do professor de que o aluno pode aprender, indepen-dentemente de sua condição social", diz Antônio Augusto Gomes Batista, diretor do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Universidade Fe-deral de Minas Gerais. Esse olhar do docente abre as portas do mundo da escrita para os que vêm de ambientes que não ofereceram essa bagagem. No município de São José dos Cam-pos (SP), professores de Educação Infantil tentam evitar essa defasagem,

lendo diariamente para os pequenos. Assim, por meio de brincadeiras, cri-am situações das quais a língua escri-ta faz parte. Já em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, duas especia-listas de Língua Portuguesa e Ciên-cias tiveram de correr atrás do prejuí-zo com turmas de 5ª série que ainda apresentavam problemas de escrita. Para isso, aliaram muita leitura a um trabalho sobre prevenção à aids, que fazia sentido para eles e tinha uma função social. O pouco acesso à cultura escrita se deve às condições sociais e econômi-cas em que vive grande parte da po-pulação. O aluno que vê diariamente os pais folheando revistas, assinando che-ques, lendo correspondências e utili-zando a internet tem muito mais facili-dade de aprender a língua escrita do que outro cujos pais são analfabetos ou têm pouca escolaridade. Isso ocor-re porque ao observar os adultos a criança percebe que a escrita é feita com letras e incorpora alguns com-portamentos como folhear livros, pe-gar na caneta para brincar de escre-ver ou mesmo contar uma história ao

virar as páginas de um gibi. Cabe à escola oferecer essas práticas sociais aos estudantes que não têm acesso a elas. O ponto de partida para democratizar o contato com a cultura escrita é tor-nar o ambiente alfabetizador: a sala deve ter livros, cartazes com listas, nomes e textos elaborados pelos alu-nos (ditados ao professor) nas pare-des e recortes de jornais e revistas do interesse da garotada ao alcance de todos. Esses são alguns exemplos de como a classe pode se tornar um espaço provocador para que a criança encon-tre no sistema de escrita um desafio e uma diversão. Outra medida para de-mocratizar esses conhecimentos em sala de aula é ler diariamente para a turma. "A criança lê pelos olhos do professor - porque ainda não pode fazer isso sozinha -, mas vai se familiarizando com a linguagem escrita", explica a educadora Patrícia Diaz, da equipe pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitá-ria (Cedac), em São Paulo. Da redação

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Pagina 04

Pergunta: Qual é a mais correta defi-nição de Globalização? Resposta: A morte da Princesa Dia-na. Pergunta: Como? Resposta: Uma princesa inglesa com um namorado egípcio tem um aciden-te de carro num túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japo-nesas; a princesa foi tratada por um médico americano, que usou medica-mentos brasileiros e isto é, enviado por um português, usando tecnologia de Bill Gates, e você provavelmente estará a ler isto num clone da IBM que usa chips feitos em Taiwan, e num monitor coreano montado por trabalhadores do Bangladesh numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios, descarrega-dos por pescadores sicilianos, re-empacotado por mexicanos e final-mente vendido a ti por judeus.

Isto é, caros amigos, GLOBALIZAÇÃO!!

Vivemos sob a égide de três revolu-ções que estão produzindo profundas alterações no mundo de hoje: a revo-

lução ecológica, a revolução tecnoló-gica e a globalização.

A primeira revolução que chamamos ecológica tem mais a ver com a filoso-fia. O fracasso dos homens deste sé-culo na construção das utopias gera-das nos séculos passados leva mais do que à reflexão, à busca de novas utopias e de novos caminhos para encontrar a felicidade. Essa reflexão nos está conduzindo ao abandono do racionalismo cartesiano e se volta a dar mais valor a espiritualidade e a compreensão de que o ser humano é uma complexa unidade integrada à natureza e esta integrada ao universo – é o que se está denominando de pensamento holístico.

A segunda revolução tecnológica é aquela que está ocorrendo na área da ciência e da tecnologia. As coisas a-contecem a uma velocidade nunca vista. Muitas vezes quando nos deci-dimos pela compra de um novo pro-duto ele já foi substituído por outro mais sofisticado. Todas as áreas da atividade humana, estão sendo afeta-das pelas grandes transformações ocasionadas pelo desenvolvimento tecnológico e científico, particularmen-te nas áreas da informática e teleco-municações. O resultado previsível é

que a cada dia o conhecimento e as habilidades passam a ser cada vez mais a única fonte de vantagens com-parativas.

A terceira revolução é a globaliza-ção. Em uma era de empresas basea-das na capacidade intelectual, a eco-nomia global é uma economia dinâmi-ca em transição permanente. Pela primeira vez, na história da humanida-de tudo se pode fazer em qualquer parte e ser vendido onde se queira. A economia global define o ponto de vista de todos e modifica o que cada um de nós pensa. Todos enfrentamos uma nova realidade. Todos no mundo somos mutuamente dependentes.

Diante dessa nova realidade, em todo o mundo de hoje o sentimento domi-nante na maioria das pessoas é de perplexidade.

Principalmente nos países em desen-volvimento, como o nosso, algumas pessoas se vêem como que perdidas diante da voragem de tanta informa-ção, diante da velocidade com que as coisas acontecem. Tememos ficar pa-ra traz e muitas vezes não sabemos o que fazer para ir para frente. Esse sentimento é agravado com a sensação de insegurança quando ve-mos, em países como o nosso, a des-

montagem do Estado dando mais res-ponsabilidade às iniciativas privadas, quando vemos a delapidação do patri-mônio nacional e mais ainda, quando se vê a fragilidade da aparente estabi-lidade atual diante das manobras dos que se locupletam no lucro fácil do cassino global.

Cassino quebrado

A globalização fez com que um pro-blema que poderia ficar restrito aos EUA se espalhasse para o mundo in-teiro. O problema se iniciou na especulação desenfreada no setor de hipotecas de imóveis dos EUA geraram papéis que foram vendidos e revendidos por todo Sistema Financeiro mundial numa ci-randa louca.

Quando a bolha especulativa estou-rou nos EUA, comprometeu o mundo inteiro num efeito cascata.

Até agora, ninguém sabe o que fazer com trilhões de dólares em papéis que no mercado não valem nada.

O acesso ao consumo leva consecuti-vamente a como adquirir. Para adqui-rir precisa-se de dinheiro. Cada vez mais dinheiro. Lucro... Daí... Agora resta-nos rezar. Filipe de Sousa

Comunicar-se é sempre um

desafio!

Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar os resultados que buscamos e atingir o público alvo esco-lhido de uma forma objetiva e, que ao mesmo tempo, se apresente perante o ou-vinte ou o leitor como honesta e verdadeira, a informação ou a opinião.

Por quê?

Porque a bondade que nunca repreende não é bondade: é passividade;

Porque a paciência que nunca se esgota não é paciência: é subserviência;

Porque a serenidade que nunca se desmancha não é serenidade: é indiferença;

Porque a tolerância que nunca replica não é tolerância: é imbecilidade"

http://www.culturaonlinebr.org Porque a verdade tem que ser norma na comunicação!

Filipe de Sousa

O bem e o mal da globalização.

A globalização é um acontecimento social , que ocorre em to-do o mundo.E é unificação de evoluções ocorridas, principal-mente, nos meios de transportes e nos meios de comunica-ção , fazendo com que o mundo “encurtasse” as distâncias. As pessoas estão cada vez mais descobrindo na Internet uma maneira rápida e eficiente de entrar em contato com pessoas de outros países ou, até mesmo, de conhecer aspectos cultu-rais e sociais de várias partes do planeta.

Junto com a televisão, a rede mundial de computadores que-bra barreiras e vai, cada vez mais, ligando as pessoas e espa-lhando as ideias, formando assim uma grande Aldeia Global.

Saber ler, falar e entender a língua inglesa torna-se fundamen-tal dentro deste contexto, pois é o idioma universal e o instru-mento pelo qual as pessoas podem se comunicar e também conseguir emprego .

Mais além desses benefícios todos que nos proporcionou ,a globalização também nos deu uma preocupação enorme , a violência. Nós estamos com uma situação super crítica em re-lação a violência.

Por: Leticia Codeço

Mundo vendido - Globalização

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"Cidadão consciente é o que não se deixa excluir, o que exerce seus direitos, sabe o que quer, tem

objetivos e se organiza com outros para Conseguí-los"

(João Edênio VALLE)

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 05

SOBRE A QUALIDADE DA

EDUCAÇÃO Alguém já parou para pensar que quali-

dade na formação de alunos passa necessariamente pela qualidade na formação do profissional de ensino? Nestas poucas palavras será feita uma reflexão sobre a formação e as condições de trabalho que o profis-sional docente tem no nosso sistema de educação. Pressupõe-se que o professor é um profissional que está engajado na formação de uma sociedade crítica e que o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula trará ao aluno habilida-des e competências para que possa ser desenvolvido no campo social de trabalho e de convívio em sociedade. Para o professor, muitas vezes essa função não está muito clara. A-lém de não ser clara ainda esbarra-se nos problemas que essa profissão impõe para sua sobrevivência. Começarei pelo desenvolvimen-to intelectual do professor. A indústria do ensino superior, no seu anseio por mais alunos e lu-cros, deixa de lado a capacitação do professor de ensino superior e super-lota salas de aula com alunos oriun-dos de várias classes de ensino apre-sentando uma enorme discrepância na formação docente. Os futuros docentes, por sua vez, têm acesso a uma vasta rede de informação que deverá ser engolida em um curto espaço de tempo, pois o seu acesso à sala de aula só será concretizada pós diplomação. O professor de ensino funda-mental e médio deve, via de regra, ter uma bagagem cultural condizente com o que se apresenta em socieda-de. Deve frequentar teatros, cinemas, ler livros de assuntos variados, estar antenado em atualidades e dominar o seu conteúdo a ser trabalhado em sa-la de aula. Dentro do nosso sistema, um professor que queira ter realmente acesso a esses bens de informação e de formação contínua deverá incluir na sua cesta básica:jornal de atualida-des, revista de sua área de formação, livro, internet banda larga, revista de educação, cinema, teatro e centros de exposições. Fazendo um cálculo mé-dio, o professor deverá destinar, do seu salário, aproximadamente R$ 250,00 com esses bens imateriais. Vale lembrar que, para um pro-fessor que ganha em média R$ 1.000,00 isso representa 25% do seu salário. O que torna impraticável em muitos dos casos. Para um professor ter esses meios de formação contínua, o mes-mo teria que ganhar algo em torno de

R$ 2.500,00 a R$ 3.000,00. Para isso o profissional deverá se desdobrar e trabalhar nos três períodos e em es-colas diferentes (particulares inclusi-ve). O professor de carreira pública não tem condições de se atualizar dessa forma. Primeiramente porque o governo não oferece esses meios fa-cilitados para os professores, segun-do porque muitas vezes, os próprios professores não têm a cultura de con-sumir esse tipo de produto. Sendo assim, o aluno, que não vê o seu pro-fessor estudando, vai estudar para quê? Outro problema que vivencia-mos é a superlotação de sala. Do en-sino fundamental ao superior, o trata-mento dispensados aos alunos é o mesmo tratamento de massa aplicado desde sempre na escola. Turmas de 40 alunos e aulas de 50 minutos (salvo no ensino infantil e superior) torna-se humanamente impossível que o professor tenha disposição e disponibilidade para atender aluno por aluno, sanar suas dúvidas e corrigir atentamente todos os trabalhos e ava-liações. Pense em uma professora que tem como função alfabetizar alunos. Imagine 40 alunos em uma sala de aula sendo todos alfabetizados ao mesmo tempo. Como essa professora procede? Qual é a magia que ela apli-ca para tentar alfabetizar pelo menos 50% desse contingente? Não é de se espantar que as crianças chegam no 6º ano do ensino fundamental sem saber ler e escrever. Não há trabalho milagroso que faça esta magia. A alfabetização vai ser dada ao longo do tempo e ao chegar no ensino médio o aluno poderá ser classificado como semi-alfabetizado. Alguns perguntam: e a repetên-cia? Não é para isso que serve? Até seria, se não fosse os ciclos de aprendizagem que se transformou em aprovação automática. Caso o aluno tenha presença, será automati-camente empurrado para o ano se-guinte. Há pouco tempo, a secretaria de estado da educação de São Paulo tem divulgado as metas para o desen-volvimento da educação. Pois bem, vejamos: 1º Todos os alunos de 8 anos plenamente alfabetizados. Cabe destacar que por mais boa vontade que este os queiram, en-quanto continuar com 40 alunos em uma sala de aula, torna-se humana-mente impossível a alfabetização. Ne-nhum teórico da educação até hoje encontrou a formula para tal milagre. Cabe lembrar que alfabetizar não é ensinar a fazer cópia e sim, pelo me-nos, ouvir uma palavra e saber trans-crevê-la conhecendo o seu significa-

do. Não raro, encontra-se alunos do ensino médio com defasagem de alfa-betização. 2º Redução de 50% das taxas de reprovação da 8º série. Como já tratado acima, reprovar não é punir, e sim oferecer novamen-te uma oportunidade de ensino. Lem-bremos que, ao chegar ao 9º ano do ensino fundamental (ou 8º série) o aluno já trabalha com conteúdos mais complexos que exige maior concen-tração e atenção de sua parte. Se es-te teve uma alfabetização deficitária e sempre foi feito vistas grossas a essa deficiência, na 8º série o aluno vai ser reprovado ou novamente vai ser em-purrado para o ensino médio. 3º Redução de 50% das taxas de reprovação no ensino médio. Transcrevo aqui as palavras aci-ma e acrescento: se o aluno nunca teve a cultura de estudar, porque ele deve fazê-lo agora? O que vai motivá-lo? Ou melhora-se a estrutura da qualidade de ensino, ou as aprova-ções para cumprir essa meta será por decreto. 4º Implantação de programas de recuperação de aprendizagem nas séries finais de todos os ciclos de a-prendizagem (2ª, 4ª e 8ª séries do En-sino Fundamental e 3ª série do Ensi-no Médio): Deve-se deixar bem claro neste ponto o que é aprendizagem e o que é recuperação. Como recuperar? O que deve ser trabalhado e como deve ser trabalhado? A recuperação seria a retenção e memorização de conteú-dos ou o desenvolvimento de habilida-des? Ora, se desde o início a sala de aula fosse reduzida, não haveria ne-cessidade de gastar mais dinheiro com aulas de reforço, que muitas ve-zes conta com profissionais não capa-citados para esse tipo de trabalho que envolve metodologias diferenciadas do ensino de massa. 5º Aumento do 10% nos índices de desempenho do Ensino Funda-mental e Médio nas avaliações nacio-nais e estaduais. Melhorar o desempenho nessas formas de avaliações significa tirar melhores notas. Pois bem, aqui temos um ponto polêmico que merece me-lhor atenção. Melhorar as notas pode ser entendido como baixar a qualida-de da avaliação. E baixar a qualidade da avaliação significa maquiar um da-do. 6º Atendimento de 100% da de-manda de jovens e adultos de Ensino Médio com currículo profissionalizante diversificado. Atender todo o público significa construir mais escolas e mais salas de aulas, como também pode signifi-car aumentar a quantidade de alunos

na sala de aula. Quanto ao currículo profissionalizante, muito deve ser fei-to: laboratório, ampliação de espaços, elaboração de material e acesso a informações e professores aptos para tais aulas. 7º Implantação do Ensino Fun-damental de nove anos, com priorida-de à municipalização das séries inici-ais (1ª a 4ª séries). No nosso entender, municipali-zar é transferir o problema, é deixar de trazer o compromisso para si e transferir para outro, se esse outro aceita o problema, ele deve ter estru-tura para atendê-lo. Pois a cobrança será maior. Cabe salientar que, se a prioridade é municipalizar as séries iniciais, as metas 1º e parte da 4º dei-xa de ser responsabilidade estatal pa-ra se tornar municipal. 8º Programas de formação con-tinuada e capacitação da equipe. Formar um professor não signifi-ca necessariamente dar diplomas, acima já discutiu-se a formação contí-nua de um profissional. Mas se essa formação será em sala com diploma, temos outro problema. O horário. O que fazer com o professor que se desdobra em várias escolas para ga-rantir um salário digno para sua famí-lia? Uma solução é impedir que ele tenha outras escolas? Assim como o policial, o professor não poderá ter dois empregos? 9º Descentralização e/ou muni-cipalização do programa de alimenta-ção escolar nos 30 municípios ainda centralizados. Não sabemos aonde o progra-ma de alimentação infere na aprendi-zagem, portanto, esta meta é pura-mente burocrática e não compete sua discussão neste texto. 10º Programa de obras e melho-rias de infra-estrutura das escolas. Para melhorar a infra-estrutura, o governo deve estabelecer critérios e fazer as devidas comparações (antes e depois da reforma) afim de evitar perda de recursos. Lidar com dinheiro é extremamente perigoso pois a pró-pria burocracia criada pelo estado ser-ve para dar margens à corrupção. Por fim, melhorar a qualidade de ensino não significa apenas colocar o professor na escola, podar suas faltas ou melhorar apenas o seu salário. Melhorar a qualidade de ensino re-quer uma série de medidas (simples se pensar um pouco), mas trabalhosa, pois é necessário mexer em todo o sistema estadual. IVAN CLAUDIO GUEDES Licenciado e Geografia e Pedagogia Especialista em Gestão Ambiental Mestre em Geociências Doutorado em Geologia Regional Professor da Rede Pública Estadual

Educação

Dia da prova... Para descontrair.

Dia de prova na faculdade, 100 alunos na

sala, professor chato, impaciente e louco

pra ir embora.

Dez em ponto a prova termina, e quem

não entregar até esta hora não entrega

mais! - diz o professor.

As 10:10, um aluno corre com a prova na

mão até a mesa do professor que arrumava

as coisas pra ir embora.

- Eu avisei que não aceitaria provas fora

do horário!! Esqueça!!

O aluno com ar de autoritarismo pergun-

tou:

- Você sabe com quem está falando??????

A resposta do professor tinha um certo

sarcasmo.

- Não, não faço a menor ideia. Empinando

mais o nariz, tornou a repetir

- Tem certeza disso?

- Absolutíssima!!!!!!

O aluno levantou a imensa pilha de pro-

vas, enfiou a dele no meio, deu uma emba-

ralhadinha e disse:

- Então descobre, FDP!

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 06

Pais e filhos Falando sobre família já que a pri-meira prioridade no novo ano de-verá ser recolar os cacos caso o

vaso se tenha quebrado. Sabe-se que a base de qualquer evolução social está na família e também que a base da construção do cidadão também é de sua respon-sabilidade. No entanto, nos dias de hoje, infeliz-mente na maioria das casas no Bra-sil, o que se nota é a ausência do Pai e outras vezes até da Mãe, por uma gravidez não programada ou por uma união pouco pensada. Pais separados, filhos, conflitos... Como lidar com os filhos? A questão mais anterior e fundamen-tal que vai permear toda a relação pais e filhos e que será colocada em cheque no momento da separação, é o amor entre pais e filhos. Parece algo simples amor entre pais e filhos é visceral, natural, inquestionável. Contudo a realidade de como as re-lações se constroem mostra um ou-tro quadro, muitas vezes evidenciada pela situação da separação do casal. Pais têm diversas atitudes para com seus filhos que, às vezes, passam por atitudes amorosas mas que na verdade mostram insegurança, dúvi-da, ambiguidade, obrigação. Isso o-corre principalmente porque a socie-dade nos educa com fortes paradig-mas que estão arraigados tanto por uma educação socialmente constituí-da, quanto pela educação familiar que, por conseguinte, reproduzimos nas nossas relações pessoais. O principal paradigma que está sem-pre presente e que rege as relações é que: todo pai/mãe ama seu filho/filha e vice-versa, ou seja, todo filho/filha ama seu/sua pai/mãe. Parece uma verdade inquestionável. É um amor instituído, quer queira, quer não. Ao vir ao mundo a criança já chega com esse dever e os pais, uma vez tendo escolhido desempenhar essa função social, passam a ter essa mesma obrigação, mas com um ro-teiro a seguir: amar, cuidar, educar (ensinar o que é certo, o que se deve ou não deve fazer) e encaminhar

seus filhos na vida, sabendo o que é melhor para eles. Esse script parece muito lógico en-quanto a priori, mas a vida das pes-soas não acontece tão rigidamente, como receita de bolo, ou como pro-dução em série de uma fábrica. Quando se trata de pessoas, de rela-cionamento humano, o que se apre-senta é exatamente o que é mais característico na humanidade, isto é, a particularidade, o singular, a impre-visibilidade, as infinitas motivações para realizar uma vida, o desejo. Considerando a perspectiva acima, o ser humano é um eterno devir, ou seja, vai se construindo e construin-do sua relação com o outro na vivên-cia, na experiência do cotidiano. Ain-da que se faça planos, trace metas, não há garantia de que os planos ocorram exatamente como teoriza-dos, possivelmente não acontecerão exatamente como idealizados. Por-que a todo momento muda-se de i-deia, muda-se de sentimento, tanto em relação a si próprio quanto em relação aos outros e isto acontece na relação com o outro, já que o ser hu-mano é especialmente passível de transformação. Então não é possível saber-se pais antes de sê-lo. Parte-se do zero, pais são tão somente pessoas que tiveram filhos. A nova função, pais, ocorre em meio a uma mistura de relações e senti-mentos. Cada um traz as suas refe-rências da figura de pai e mãe de sua família de origem, as suas ex-pectativas de como deseja constituir esse novo papel, da forma como a-cha que deve ser, o tipo de educa-ção, as motivações para esse novo passo, o sentimento envolvido em relação ao cônjuge, etc. Todos esses aspectos se interrelacionam conside-rando ainda os paradigmas citados mais acima. Então, a todo momento os pais são testados entre o que de-sejam como pais e o que realmente são. Quando permanecem referenciados no paradigma, todo pai/mãe ama seu filho/filha que, no caso de haver mais filhos, costuma se estender para: to-do pai/mãe deve amar seus filhos da mesma forma, o conflito entre seguir essas leis e seguir o que se sente é enorme. Aparece a insegurança, a

cobrança, as dúvidas, os sentimen-tos ambíguos e, principalmente se houver uma situação penosa como a separação para incrementar a dificul-dade, muitas vezes, os pais confun-dem amar seus filhos com atitudes amorosas compensatórias. Essa confusão se torna mais evidente e mais utilizada com o advento da se-paração. É muito comum dificuldades com li-mite, com a diferença entre o que se pode ou não deixar os filhos fazerem de suas vidas. A diferença essencial nesse aspecto, em que os pais imer-sos em seus conflitos não articulam muitas vezes, é que amar seus filhos significa deixar que façam o que que-rem com responsabilidade, ou seja, nem sempre se pode fazer o que quer, existem limites que precisam ser considerados. Este comporta-mento é uma forma de cuidado e a-tenção imprescindível para a criança. Assim é possível liberdade com res-ponsabilidade como forma de amar. Diferentemente de deixar a criança fazer o que quer sem levar em conta a segurança da criança, ou seja, tan-to a integridade física quanto a psí-quica, no que se refere ao mundo que ela irá enfrentar (aparente liber-dade) Como a criança vê a separação dos pais? A criança, assim como o adulto, tam-bém convive com paradigmas, princi-palmente diante de situações novas, desconhecidas e conflitivas como a separação. Abaixo estão alguns fan-tasmas que as crianças vivem com a nova situação de sua família que são de suma importância para os pais entenderem como as crianças imagi-nam, pensam e sentem sobre tudo o que está ocorrendo: "Se papai e mamãe não se amam mais, então podem deixar de me amar a qualquer momento." A criança demora a entender que os pais se separaram mas não perde-ram os pais, eles deixaram de ser marido e mulher mas não deixaram de ter o sentimento de amor de pais. Para a criança os papéis: marido, mulher, pai e mãe são indissociáveis. Então quando acontece a separação, leva algum tempo para a criança en-

tender que não perdeu seus pais. Muitas vezes os próprios pais contri-buem para que a criança sinta como se estivesse perdendo um ou outro. Ex: Quando se pergunta para uma criança: Quem ela escolhe? ( ficar com a mamãe ou com o papai?) De quem ela gosta mais, do papai ou da mamãe? Cria-se uma situação alta-mente ansiogênica para a criança. Esta sente que deve escolher entre um e outro exclusivamente, como se ao escolher ficar com um, não ficará mais com o outro não só em relação a morar, mas também quanto a abdi-car da relação pai/filho ou mãe/filho, do sentimento, da intimidade, do a-mor. É como se fosse algo definitivo. Para os pais também não é muito diferente, quando a criança fica com um ou com o outro, o cônjuge que não mora mais na mesma casa, se afasta como se algo tivesse quebra-do. Nesse momento a relação entre o cônjuge que está distante fisica-mente e o filho está a prova, ou seja, será que esse afastamento é somen-te circunstancial ou será que a rela-ção estava fragilmente calcada na determinação do papel social onde o que prevalece é tão somente o para-digma: Todo pai/mãe deve amar seu filho? "Se eles brigaram e não querem mais viver juntos, é por minha causa, pois aposto que discutiram sobre mim." A criança acha que tudo gira ao seu redor, portanto todas as brigas tem a ver com ela. Às vezes os pais real-mente brigam por causa da criança, isto é, por divergências na educação, nos cuidados, nas obrigações, mas descuidam quando discutem na fren-te da criança. Não que se deva es-conder tudo o que acontece, mas é necessário que se escolha o momen-to e a forma adequada de passar pa-ra a criança o que está ocorrendo, como um filtro, dando condições, considerando sua idade, para que ela possa entender e participar do que houve. "Papai (mamãe) não mora mais aqui, não tem porque vir aqui, não liga mais pra mim.".

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Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 07

Pais e filhos - continuação

A distância física algumas vezes é justificativa para muitos comporta-mentos dos pais tanto os que se distanciam quanto aqueles que passam a ser mais presentes do que quando moravam juntos. Por todas as desavenças de mar-ido/mulher, por tudo o que a casa lembra daquele relacionamento, o cônjuge que vai para uma outra casa, tem muitos motivos para não querer aparecer na antiga casa e, às vezes, mistura os papéis dei-xando de ir lá, perdendo a fre-quência de ver os filhos que tam-bém moram naquela casa. Mesmo quando alguns pais fazem questão de ser presentes, por não habita-rem mais a mesma casa, já impri-me uma grande diferença de rotina para as crianças que sentem com os dias e horas a menos de convi-vência. E a separação para os pais? Para os pais é tão difícil quanto para as crianças, porque a situa-ção da separação, seja amigável ou não, de qualquer forma implica em perdas para ambos, e depen-dendo de como foi sua relação, isto é, o papel que cada um ocu-pava antes do rompimento, vai a-fetar diretamente as relações pos-teriores. Por exemplo: Se o pai já não era muito presente, se torna totalmen-te ausente. Se a mãe já era prote-tora, do tipo que resolve tudo, vira

super mãe. Se o pai era apegado aos filhos, se torna pegajoso etc. É como se colocasse uma "lente de aumento" movida pelas insegu-ranças, dores, ressentimentos que a nova situação (separados) lan-çou cada ex-cônjuge. Desencadei-a uma necessidade de compensar aquilo tudo o que foi perdido. É como se alguém tivesse morrido e as pessoas ainda estivessem de luto, muito presas a esse passado, ainda não vislumbram o que ga-nharam estão apenas olhando pa-ra o que perderam, então tentam compensar a si e aos outros. Ao se deparar com o fato de que aquela relação morreu e que com ela foi junto todo um conjunto de trocas, sejam afetivas, financeiras, responsabilidades, e outras, inde-pendente de terem sido agradá-veis ou não, cada ex-cônjuge ex-periência uma nova rotina que mo-difica toda a dinâmica familiar. Com isso, a vida dos filhos muda inevitavelmente no que diz respei-to a esse novo ex-casal. Este her-da a relação com os filhos mais a relação com o ex-cônjuge. Muitas dúvidas, incertezas, senti-mentos, ressentimentos perpas-sam essa nova família. Assim co-mo a criança, sente culpa pela se-paração dos pais, estes também sentem-se culpados em relação aos filhos por causa da separação. Daí várias atitudes compensató-rias por parte dos pais após o rom-

pimento. Essa culpa existe porque a vida da criança, bem como a dos adultos, irão sofrer mudanças às quais se remetem à decisão dos pais se separarem. Como por exemplo, a privação da convivência diária com o pai ou a mãe que não mora mais na casa. Aquele que ficou sente-se culpado pela tal falta que o ou-tro fará na vida da criança. E a-quele que foi para uma outra casa sente-se culpado por estar distan-te. Este pode até achar-se total-mente dispensável na vida da cri-ança, se afastando por achar que não tem direito, nem lugar nessa nova forma de viver. Isso acontece porque a separação, amigável ou não, é vista como um fracasso fa-miliar do qual os cônjuges são seus algozes resultando em uma visão simplista e punitiva de que: "Se não sou capaz de manter meu casamento, consequentemente não tenho competência para exer-cer o meu papel nessa família." A consequência dessa visão dis-torcida é a eliminação dos dois pa-péis: o de parceiro(a) e o de pai/mãe. Há uma enorme insegurança quanto a competência de cada um nesses papéis que se denuncia em situações compensatórias com os filhos, como por exemplo: no presentear demais os filhos; ao sugerir que a criança escolha com quem quer ficar e, consequente-mente, quer saber quem ela ama mais; ao proteger o filho ao máxi-

mo possível para que ele escolha estar sempre junto, etc. Além da insegurança em relação a competência tem também a ques-tão de achar que seus filhos estão marcados por um desfavorecimen-to no mundo em relação às outras crianças que têm seus pais convi-vendo juntos. Essa confusão dura algum tempo e vai perdurar ou não dependendo de como essa nova família vai se estruturar e assumir a nova reali-dade. Portanto, os ex-cônjuges são responsáveis pela separação e não culpados dela, como se fos-se um erro irreparável do erro de terem um dia se escolhido. A responsabilidade da separação e suas consequências não deter-minam prejuízo para os filhos mas, a culpa dos pais, esta sim, torna-se um peso para a criança pois esta percebe e sente a insatisfa-ção e a confusão que seus pais estão imersos e, assim, a culpa dos filhos acaba por ser alimenta-da. Após o período de luto, de confu-são, quando a realidade supera os fantasmas, pode surgir a possibili-dade de organização de uma nova família a partir da inserção de um novo membro - o marido da mãe ou a nova esposa do pai. Psicóloga Gabriela Bessa

Editoração: Filipe de Sousa

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Um papo de boteco... • - Estou grávida!!!

• - Quem?! – respondi assustado.

• - Sou eu! Estou grávida!!

• - Quem?!

• - Não finge que não lembra de mim! Você sabe que sou eu!

• - Ah…!! Sei! Natália?!

• - Isso! Poxa! Como você pode esque-cer?!

• - To trabalhando, ligado aqui nas coi-sas. Sabe como é…

• - Armando, quer enganar quem?! Você vivia me dizendo que era rei em

matar tempo, que nada fazia.. • - É… mas hoje eu decidi ser funcio-

nário do mês. • - Deixa pra lá! Escutou o que eu dis-

se? Tô grávida! • - Grávida?! Tipo… como assim?

• - Grávida, Armando! Acho que de um menino.

• - Pera aí! De um menino?

• - É! Um homenzinho!

• - Natália, você tá maluca?!

• - Maluca?!?!

• - Que papo é esse de transar com

crianças?!!! • - O quê?!!!

• - Você engravidou de um menino?!

• - Não, seu burro… Agora eu lembro porque eu terminei com você. Estou grávida de você!

• - De mim? Tem certeza?

• - Sim!

• - Mas terminamos há quatro meses.

• - Eu sei. Mas eu tenho cinco meses de gravidez!

• - Você tem certeza que está grávida? Isso pode ser só macarrão.

• - Que macarrão?!?!

• - Você sempre comeu muita massa, pizza, macarrão… Eu acho que você pode ter é comido muito macarrão e…

• - Você tá falando que eu sou gorda?!

• - Natália, nunca disse que você está gorda. Só que macarrão dá barriga.

• Então você acha que meu caso é

barriga e não bebê? Tchau Armando. Vou procurar um Ronal-dinho para pai.

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 8

E estamos num ano novo! Um novo ciclo desponta trazendo novas possi-bilidades de ser e estar no mundo! E que maravilha essa possibilidade! De refletirmos as nossas ações pretéri-tas, de avaliarmos as nossas metas, ora traçadas, de planejarmos, de “sonharmos novos sonhos”, novas perspectivas de realização tanto na vida pessoal, quanto na profissional! Segundo Eleanor Roosevelt, “...a filo-sofia de uma pessoa não é melhor expressa em palavras; ela é expressa pelas escolhas que a pessoa faz. A longo prazo, moldamos nossas vidas e moldamos a nós mesmos. O pro-cesso nunca termina até que morra-mos. E, as escolhas que fizemos são, no final das contas, nossa própria responsabilidade”, ou seja, nada me-lhor do que começarmos um ano no-vo, escolhendo agir numa perspectiva coerente com as nossas crenças, a fim de realizarmos e cumprimos na vida, o que viemos de fato materiali-zar. Falando em “o que viemos” realizar, é também nessa época do ano que cul-tivamos a busca pelo autoconheci-mento, nos questionamos mais em relação á “quem somos”, “sobre nos-sos talentos latentes”, além de “como utilizá-los” em benefício do mundo

onde habitamos, vivenciado o que a cultura arcaica chama de o “mito da esfinge”. Recorrendo a análise mitológica do enigma da esfinge realizada pelo Prof. Dr. Viktor D. Salis, encontramos a seguinte interpretação: “...a Esfinge era famosa pelos seus enigmas, mas todos eles tinham o mesmo desafio: “Decifra-me ou te devoro”, ou seja, aquele que não decifrasse o sentido da sua vida seria por ela devorado. (...) Por isso a Esfinge sufoca e asfixi-a quando sentimos que nada sabe-mos de nós, quando o tempo nos an-gustia e passa cada vez mais depres-sa e não compreendemos o nosso passado que tanto nos prende não sabendo como ir em direção ao futu-ro. Na verdade seus enigmas poderi-am ser resumidos nestas perguntas: Quem sou eu e que faço aqui? De onde venho? Para onde vou? Eis, pois, a chave do enigma da esfinge: Conhece-te a ti mesmo, depois aos outros, e finalmente, busque conhe-cer o mundo – e assim te tornarás um homem de verdade”. Acredito que indubitavelmente, essa busca “existencial” também deveria permear o ambiente das nossas es-colas quando iniciamos a construção do planejamento anual, haja vista que

a instituição educacional é uma “entidade viva”, que deveria estar constituída por seres interconectados e focados na formação e no desen-volvimento humano. Digo deveria, por que, ainda, com “uma certa” freqüência, em algumas escolas e redes de ensino públicas ou privadas, encontramos gestores e coordenadores pedagógicos se va-lendo do momento do planejamento, apenas como exercício de “autoritarismo” e controle da ação pedagógica, como numa “egotrip” de “Chapolin Colorado”, onde “todos os movimentos deveriam ser friamente calculados”, e por conseqüência, toda a ação pedagógica do professor me-dida e controlada. Ou, como em muitas situações, onde o momento do avaliar para a constru-ção de novos paradigmas fica restrito a ser um instrumento burocrático, for-talecedor de sistemas já enraizados e pré-estabelecidos, distantes da nossa identidade, da nossa individualidade, da comunidade do entorno, bem co-mo da instituição, ora constituída por vidas; Onde pelo menos na teoria, deveríamos estar educando a partir da troca de aprendizados, na potenci-alização das capacidades e na cons-trução de saberes. Retomando o “Mito da Esfinge”, questiono: Como podemos planejar rumos novos sem sabermos “quem fomos? (de onde viemos)” e “quem somos”? Qual a nossa função social enquanto Instituição? Quem são nos-sos educadores? Quais são seus ta-lentos? Como potencializá-los a fim de tornarem-se um instrumento po-tencial de desenvolvimento no espa-ço-escola? Qual o tipo de cidadãos queremos formar? Quais saberes e conhecimentos privilegiar? (incluindo, de antemão, nesta perspectiva, a pro-posta teórica que subsidiará a atitude educadora, bem como as atividades que acontecerão na sala de aula, a posteriori). Pois é, meus caros gestores, coorde-nadores e educadores, missão mais do que desafiadora! O poeta português Fernando Pessoa propõe um diálogo possível, neste sentido da mudança/renovação em nós: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e es-quecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ou-sarmos fazê-la, teremos ficado, para

sempre, à margem de nós mesmos”. De fato não creio que o nosso objeti-vo seja contentarmo-nos com uma proposta educacional “mais ou me-nos”, com uma escola “mais ou me-nos”, num processo de ensino-aprendizagem num “mais do mesmo”, como “provoca” Renato Russo em sua canção homônima. É sabido, que como base para esta desafiadora jornada possuímos por intermédio do Ministério da Educação– MEC, os parâmetros e os referenci-ais curriculares para todas as modali-dades de ensino a fim de nortear-nos a ação pedagógica. Mas, para que sua execução se torne efetiva nas escolas é preciso que o planejamento e que as atividades propriamente ditas se desenvolvam além da supra-orientação ministerial, ou seja, é preciso que ela esteja coe-rente com a sua identidade sócio-cultural, que ela saiba responder á “esfinge”, a sua verdadeira função social, que ela proporcione a partici-pação coletiva, que ela potencialize os talentos e promova aos educado-res e educandos aprendizagens sig-nificativas, que ela se desafie a auto-avaliação permanente, e que ela per-sista na crença do potencial transfor-mador da educação para um mundo mais justo, ético e de valores para todos. Reforçando esta argumentação nada melhor do que evocar o educador Paulo Freire: ”Se, na verdade, não estou no mundo para simplesmente a ele me adaptar, mas para transformá-lo; se não é possível mudá-lo sem um certo sonho ou projeto de mundo, devo usar toda possibilidade que te-nha para não apenas falar de minha utopia, mas participar de práticas com ela coerentes“. Desejo a todos nós que neste ano sejamos, pois, integralmente “nós mesmos”. Que na mesma medida, potencializemos a integralidade e o “si mesmo” do outros, a fim de que tornemo-nos de fato, “a transforma-ção que queremos ver no mundo”. Um grande abraço e feliz 2012 á to-dos!!

Yve de Oliveira

Pedagoga, Arte-educadora e

Coach Educacional em Gestão de

Mudanças

Editoração: Filipe de Sousa

Decifra-me ou te devoro!

Janeiro 2012 Gazeta Valeparaibana Página 12

Novos Autores CARMA Como a luz que se irradia Como o ar que em tudo flui Sou a memória das eras Futuro e passado, hoje e agora... Certeza em meio as quimeras na espera longa das horas; Na bonança, nas tempestades Encanto que não tem idade. Sou a chuva que cai A fertilizar a terra Sou o fogo que consome E das cinzas faz renascer A vida que respira o ar. Sou a essência da vida Que ninguém pode tirar Estou na semente que árvore se tornará De cujos frutos novas semente virão. Sou o pó do qual viestes e para o qual voltarás. Estou na luz do sol que volta a cada dia Estou na noite que marca o repouso e o sono. Estou na tristeza de tua despedida Sou a terra que te recebe no eterno a-braço. Estou nas estrelas de onde viestes a para onde vais, Sou o sopro último dos derradeiros ais... Sou o riso e a lágrima Sou a dor e a alegria Sou a ventura e o tormento Sou todos os teus momentos Sou o crepúsculo e a aurora De todos os teus dias... Sou a causa e o efeito Sou a pergunta e a resposta Começo, fim e o meio Verso e reverso da lei Sou o tudo e sou o nada Meu nome, teu carma Só eu sei... Autora: Liane Furiatti

SÚPLICA Proteja sempre, Senhor, Todas as nossas crianças Que elas sejam resguardadas Dos atos de atrocidade, São anjos, são indefesas, Não devem ser hostilizadas. Temos visto, ultimamente, Seus sonhos interrompidos Com frieza e crueldade, Temos visto suas vidas Ceifadas com precocidade. Crianças são mimosas flores Alegrando e ornamentando Para a vida desabrochando, Precisam ser bem cultivadas Preservadas da violência E não brutalmente arrancadas Do jardim da existência. Proteja sempre, Senhor, As crianças do mundo inteiro Queremos vê-las sorrindo Brincando e acalentando Seus sonhos mais verdadeiros. Que a criança desfrute Da infância em plenitude Que possa viver e crescer

Cercada de muito amor Sem dentro de si conviver Com o estigma da dor. Autora - Lourdes Neves Cúrcio

Penso no amanhã Penso no amanhã Penso no amanhã com doce afã Doce como foi minha infância Alegre e risonha Penso no amanhã, embora tristonha Mas com alegria que me traz a lembran-ça Dos dias de minha infância O pensamento do amanhã Gera na imaginação a preocupação De como será... Da infância agitada Traquina e menina elétrica Feliz Penso no amanhã, e entendo a calmaria que me reserva A falta de energia, e das iguarias, que minha mãe fazia Penso, e remexo nas idéias Como será ser velha, e a velhice alcan-çar? Tenho medo da ausência de alegria Penso no amanhã, e tento relevar Os anos me formaram, e dera bagagem A felicidade me acompanhará O azul de um céu cintilante E o encanto do mar Estarão lá para me alegrar

Eu, Velha Gagá Contemplando o mar Autora: Elizaete Ribeiro

REGULAMENTO

1. Tema: “PALAVRAS NA PRIMAVERA” 2. Objetivo: Repensar a PRIMAVERA, incentivando o jovem a trabalhar a ques-tão sob nova óptica, baseada no valor da vida, no respeito aos di-reitos e à dignidade da pessoa humana. O próprio apelo do tema se mostra vital para construir a compreensão e o respeito pelo es-paço comunitário, que nada mais é do que nosso “Lar social”. Des-tarte, o aprendizado da participação comunitária, da solidariedade, a coordenação das idéias e a expressão dos sentimentos na lin-guagem poético-literária levarão os participantes a reconhecerem e partilhar os dons da vida. 3. Justificativa: Não nos cabe mais manter uma postura contemplativa. A vida mo-derna nos impele a sairmos da reflexão. A busca da participação comunitária na resolução dos problemas sociais que nos afligem é um aprendizado diário que deve ser praticado e incentivado por todos nós, quer na qualidade de cidadãos, quer na de agentes pú-blicos. A cidadania, entendida como o cumprimento dos deveres e o exercício dos direitos de cada um de da sociedade como um todo é um dos aspectos mais marcantes da Democracia. O Concurso de Poesia vem facilitar a prática da participação e fornecer um canal de comunicação ao cidadão, aprisionado pela violência na sua roti-na de vida. A prevenção da violência se faz de modo prático e coe-rente com a necessidade cidadã de expor seus sentimentos usan-do as mais diversas formas de expressão. Ademais, nada como um tema de tal modo abrangente pelo apelo. l 4. Da Participação: Podem participar do Concurso de Poesias, alunos regularmente matriculados em escolas de ensino Médio e Faculdades, cidadãos comuns, poetas e escritores. 5. Da Poesia e Entrega: a. Cada concorrente poderá concorrer com apenas uma poesia, em uma lauda (no máximo trinta linhas) - referência básica; b. A poesia será avaliada quanto à originalidade, criatividade, coe-são e coerência temática; c. Deverão ser enviadas as obras para o email [email protected], com cópia para [email protected] Uma cópia da poesia digitada em Software Word ou mais re-cente, acompanhada de um mini-currículo, em fonte Times New Roman, Tamanho 12, com espaçamento duplo, no Formato de pa-pel tamanho A-4 com identificação do autor/concorrente na parte inferior (nome, endereço, telefone e correio eletrônico). 6 – Da Avaliação: A rádio “CULTURAonline”, a Diretora do Projeto Liane Rochek e o Editor Filipe de Sousa, serão os responsáveis pela ampla divulga-ção do tema, pela orientação e preparação dos autores, pela avali-ação inicial, orientação e pela seleção dos três melhores trabalhos – Posteriormente encaminhados para a redação do jornal Gazeta Valeparaibana, que se encarregará de fazer a publicação. 7 – Do Julgamento: O Coordenador da Comissão de Julgamento será o Jornalista UBI-RAJARA DE OLIVEIRA, Diretor do Jornal da Gente. Um júri composto por todos os profissionais da rádio, se encarre-gará então de decidir quais os classificados na seguinte ordem: 1º. 2º e 3º Lugar. 8 -Prazos e Cronograma: - Dia 03 de Outubro de 2011 - Lançamento do concurso. - Dia 05 de Outubro de 2011 – Início da divulgação do Concurso nos programas da rádio. - Dia 21 de Dezembro de 2011 (Término da Estação Primave-ra) – Data limite para recebimento das obras. - Mês Janeiro de 2012 – Julgamento. - 01 de Fevereiro de 2012 – Divulgação dos vencedores a-través do jornal Gazeta Valeparaibana e entrega das premi-ações. 9. Da Premiação: 1º. Colocado Troféu Formiguinhas do Vale de Literatura. 2º. Colocado uma placa de prata 3º. Colocado uma placa de prata Importante: Os três primeiros colocados ganharão um espaço por doze meses na página “Novos Autores” da Gazeta Valeparai-bana, onde poderão postar mensalmente uma poesia, crônica ou texto de sua autoria, o qual deverá ser aprovado pelo Editor res-ponsável. 10 - Prescrições Diversas: A decisão do júri é soberana, não cabendo recurso em qualquer instância. As poesias inscritas e ou selecionados poderão ser utilizadas pela Comissão julgadora e organizadora do concurso, objetivando a divulgação dos trabalhos comunitários executados, sem fins co-merciais. Os coordenadores do concurso representarão, para todos os fins, os atos referentes ao desenvolvimento do concurso, exposição dos trabalhos, seleção, classificação final e premiação. Poderão ocorrer alterações no decorrer do concurso, desde que haja concordância da maioria dos representantes da comissão e não acarretem prejuízos aos participantes.

Comissão Organizadora

Programa: Novos Autores

Quintas-Feiras 20h às 22h CULTURAonline

www.culturaonlinebr.org Concurso Literário Emails para envio:

[email protected] [email protected]

Participe !!!

JANRIRO de 2012

Edição nº. 50 Ano IV - 2011

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável

Declaração MIL sobre a venda da EDP à “China Three Gorges”

Sabendo que Portugal, sem escamotear a questão dos direitos humanos, deve manter relações diplomáticas com a China, desde logo por causa da Região de Macau – parte inte-grante e inalienável do espaço lusófono, inde-pendentemente dos estatutos políticos –, o MIL não pode aprovar a venda da quota detida pelo Estado Português na EDP à candidata chine-sa, a empresa “China Three Gorges”, quando havia duas candidatas brasileiras, as empre-sas “Eletrobas” e “Cemig”.

Não questionamos que a proposta chinesa fosse financeiramente mais vantajosa no imediato. Sim-plesmente, os Governos devem reger-se por desíg-nios estratégicos. Ora, neste caso, consideramos que, estrategicamente, seria preferível que uma das candidaturas brasileiras tivesse saído vencedo-ra.

Recordamos que o MIL tem defendido que, em re-lação às privatizações em curso, o Governo Portu-guês deve procurar que as empresas a vender se-jam adquiridas, sempre que tal for possível, por outras empresas lusófonas.

MIL: Movimento Internacional Lusófono

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Depois das nacionalizações da banca e dos segu-ros, das indústrias vitais e das infraestruturas de transportes no pós-25 de Abril em Portugal, o pro-cesso de privatizações que se iniciou no final dos anos oitenta teve um forte impacto na opinião públi-ca do país e no debate público/privado, constituin-do, desde então, uma opção econômica pratica-mente "inevitável" nos programas governamentais.

Os argumentos a favor de uma redução da inter-venção do Estado na economia sustentavam que a iniciativa privada conduziria a um crescimento da produtividade e da competitividade das empresas, permitindo, ao mesmo tempo, aliviar o peso da dívi-da externa portuguesa com as receitas obtidas a-través das privatizações. De acordo com dados do Ministério das Finanças, entre 1985 e 1995 o Esta-do Português arrecadou cerca de cinco bilhões de euros.

Em Junho de 1999, o Estado português continuava a deter participações em 93 companhias de secto-res tão variados como a produção de cereais, gás,

petróleo, indústria química, polpa de papel, cons-trução naval, caminhos de ferro, indústria metalúr-gica, portos e banca, mas a tendência, usando a terminologia dos economistas, foi a de prosseguir com a "alienação" do patrimônio através da segun-da fase de privatização de grandes empresas como a Portugal Telecom, a Brisa ou EDP.

Depois das infra-estruturas, parecem seguir-se os serviços. A Associação Empresarial de Portugal, um dos mais influentes lobbies econômicos do pa-ís, não esconde no documento "Uma nova Ambi-ção para Portugal" - apresentado como um mani-festo em prol da manutenção em mãos portugue-sas de empresas estratégicas para a economia na-cional - a necessidade de privatizar largos sectores da administração pública, nomeadamente a Saúde, a Educação, a Segurança Social e a Justiça, dei-xando antever a criação de uma legião de 150 e 200 mil desempregados.

Apesar de estar longe destes números, uma das principais medidas previstas na atualização do Pro-grama de Estabilidade do Crescimento Nacional para o período 2003-2006, divulgada recentemente pelo governo, é a redução do emprego nas admi-nistrações públicas a uma taxa média anual de 1,5%, o que, na prática, significa a perda de mais de 40 mil postos de trabalho.

Recentemente, o primeiro-ministro Durão Barroso anunciou, na Assembleia da República, a privatiza-ção da EPAL - Águas de Lisboa, vindo ao encontro dos desejos das empresas privadas que reclama-vam há muito por uma maior "intervenção" neste sector.

Apesar de o Estado deter atualmente mais de 40 empresas no sector das águas e dos resíduos, a venda da Águas de Portugal, que aglomera esse universo, poderia representar um encaixe próximo dos 2,9 mil milhões de euros.

Apesar de estar previsto apenas uma venda parcial de ações desta empresa, perfila-se no horizonte a sua privatização total, havendo já empresas estran-geiras, associadas a grupos de grande dimensão, interessadas em tomar posição estratégica no ne-gócio.

Mas a água é apenas uma das faces visíveis deste processo. O governo pretende igualmente avançar na privatização da Saúde, transformando o Serviço Nacional de Saúde num sistema misto entre públi-co e privado, prevendo também outras modalida-des de privatização aplicadas, nomeadamente, à gestão de unidades de saúde.

O serviço público de comunicação é outra das á-reas que o governo pretende transferir para a inici-ativa privada, privatizando um dos canais da RTP e abrindo caminho à extinção da Antena 2.

O programa de governo aponta igualmente para a privatização total ou parcial de empresas públicas em diversos sectores estratégicos como o Instituto de Participações do Estado (IPE), a TAP, a Rede Eléctrica Nacional (REN) ou a Portucel, bem como empresas públicas de transportes terrestres, rodo-viários e ferroviários.

Com estas operações o governo prevê arrecadar em 2003 cerca de 1,5 mil milhões de euros. Porém, de acordo com a opinião de alguns especialistas na área financeira e econômica, muitas destas empre-sas são habitualmente subavaliadas e vendidas por um preço abaixo do seu valor real, lesando o Esta-do e os contribuintes em dezenas de milhões de euros.

Esta fatura atinge em particular os trabalhadores. Citando apenas alguns exemplos, ao longo dos últimos anos foram suprimidos oito mil postos de trabalho na EDP, tendo sido anunciada a decisão de reduzir mais cinco mil a médio prazo; sete mil no sector da banca; 4800 na Portucel; e 3300 na Siderurgia Nacional.

Talvez mais preocupante é o fato de a Educação também não parecer escapar a esta "fúria" privati-zadora.

O crescente discurso em torno do "estatismo" e do "monopólio da escola pública" parece indicar que uma crescente fatia do "mercado educativo" deverá, nos próximos anos, ser entregue à iniciati-va privada.

A proposta de institucionalizar os cheques escola-res, ou vouchers, admitida pelo ministro da Educa-ção, é talvez um dos primeiros passos nesse senti-do.

Filipe de Sousa

"Não sei se não estaremos a exagerar. Além de privatizar empresas comerciais e industriais, esta-mos a privatizar serviços públicos que fazem parte da cultura do Estado social. O Estado não deve ser um empresário, mas há serviços públicos que de-vem continuar a ser da sua responsabilidade"

Vital Moreira Professor Universitário Constitucionalista

Quintas-Feiras 22h às 24h