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DISCIPLINA: MÉTODOS DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO LITE RÁRIA
NÚMERO DE CRÉDITOS: 08
CARGA HORÁRIA: 120 H/A.
DOCENTE RESPONSÁVEL: SANDRA APARECIDA FERREIRA
EMENTA
O curso focalizará a atenção às palavras exigida pela análise e interpretação da obra
literária, enfatizando o fato de que a camada imaginária dá acesso a camadas mais
profundas da obra, por meio das quais se revela um contexto de valores cognoscitivos,
morais, político-sociais, em suma, uma interpretação da vida humana. Para tanto,
demonstrará que é graças à direção específica, operada pelo entrejogo entre as
camadas mais exteriores e as mais profundas, que se compõe o plano metafísico da
obra literária. O esforço de interpretação crítica consiste em tornar visíveis as
estruturas da totalidade, compreendendo a função das partes e camadas para mostrar
a eficácia e o sentido dos elementos no todo da obra, a cooperação das partes na
organização total. O desenvolvimento do curso, para ensaiar a visão reguladora dos
princípios teóricos, partirá de exemplos práticos (prosa e poesia do século XX e XXI),
que exijam o comentário, resistam à descrição analítica e ofereçam dificuldades de
interpretação.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
I. A leitura crítica: o comentário, a descrição analítica, a interpretação.
1. A explicação de textos como instrumento pedagógico;
2. A leitura estilística: a explicação de textos transfigurada por Leo Spitzer
e Erich Auerbach;
3. Textos que exigem comentário; textos que incorporam o comentário.
II. Análise: a descrição estrutural do poema.
1. A poesia como forma de linguagem;
2. Do signo lingüístico à função poética da linguagem (a teoria de Roman
Jakobson);
3. O poema como estrutura (a noção de unidade e todo orgânico);
4. Os elementos internos do poema (sonoridade, ritmo, imagem, temas e
motivos).
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III. Análise: os elementos estruturais da narrativa.
1. Distinções iniciais sobre a arte de contar histórias (natureza e formas da
ficção);
2. Temática: tema, motivo e função; argumento/fábula e trama/enredo;
3. Personagem, tempo e espaço;
4. A posição do narrador: técnica ficcional.
IV. Interpretação:
1. A compreensão traduzida em palavras: elucidação da estrutura
significativa;
2. Problemas de interpretação (caráter seletivo e arbitrariedade da
interpretação; interpretações contraditórias e excludentes; interpretação
e linguagem adequada);
3. Critérios de validação da interpretação (legitimidade lingüística,
correspondência ou abrangência, adequação genérica, coerência);
4. Desmontagem analítica e integração interpretativa (visão totalizante e
posição desconstrucionista; verossimilhança e limites da interpretação).
OBJETIVO
A disciplina proposta descreverá o texto literário a partir de três níveis intimamente
correlacionados: o estrutural, o funcional e o interpretativo. A descrição estrutural
visará a mapear a organização interna do texto; a funcional procurará explicar sua
meta e a interpretativa será norteada para a percepção do significante fraturado
(simultaneamente denotativo e figurativo), cujo significado será atribuído por meio do
jogo proposto pela leitura, utilizando os níveis anteriores de análise como
coordenadas.
O objetivo da disciplina, em suma, é refletir sobre textos literários, enfatizando que
concluir sobre como um texto funciona significa verificar quais de seus vários aspectos
são relevantes e quais são inconsistentes para uma interpretação coerente.
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
O aproveitamento da disciplina será avaliado por meio da apresentação de seminário
e desenvolvimento de monografia.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
ARISTÓTELES: Poética . Porto Alegre: Globo, 1966.
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AUERBACH, Erich. Mimesis : a representação da realidade na literatura ocidental. São
Paulo: Perspectiva, 1987.
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal . São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BARTHES, Roland e outros. Literatura e semiologia . Petrópolis: Vozes, 1972.
BENJAMIN, W. O narrador: considerações sobre a obra de Nicolai Leskov. In: Magia e
técnica, arte e política . São Paulo: Brasiliense, 1994.
CANDIDO, Antonio. Um instrumento de descoberta e interpretação. In: Formação da
Literatura Brasileira . São Paulo: Martins (1959), v. 2, cap. 3, p. 109-118.
ECO, Umberto. Os limites da interpretação . São Paulo: Perspectiva, 1995.
JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação . São Paulo: Cultrix, s.d.
LAUSBERG, Heinrich. Elementos de retórica literária . Lisboa: Calouste Gulbenkian,
1972.
LUKÁCS, Georg. A teoria do romance . São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2000.
MAINGUENEAU, Dominique. Discurso Literário . São Paulo: Contexto, 2006.
ROSENFELD, Anatol. Estrutura e problemas da obra literária . São Paulo:
Perspectiva 1976.
SPITZER, Leo. Lingüística e história literária . Madrid: Gredos, 1955.
TODOROV, Tzvetan. As categorias da narrativa. In: BARTHES, Roland e outros.
Análise estrutural da narrativa . Petrópolis: Vozes, 2008.
_________ Os gêneros do discurso . São Paulo: Martins Fontes, 1980.
WELLEK, René e WARREN, Austin. Teoria da literatura . Lisboa: Europa-América,
1962.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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T. W e outros. Textos escolhidos . São Paulo: Abril Cultural, 1983.
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COMPAGNON, Antoine. O demônio da teoria . Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001
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ciências da linguagem . São Paulo: Perspectiva, 1998.
EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura . São Paulo: Matins Fontes, 2003
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ECO, Umberto: Interpretação e superinterpretação . São Paulo: Martins Fontes,
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Costa. Teoria da literatura em suas fontes . Rio: Francisco Alves, 1993, v. 2, p. 384-
416.
LIMA, Luiz Costa. Lira e antilira : Mário, Drummond, Cabral. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1968.
LUKACS, Georg. A fisionomia intelectual dos personagens artísticos. In: Marxismo e
teoria da literatura . Rio: Civilização Brasileira, 1968.
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ROSENFELD, Anatol. Literatura e personagem. In: CANDIDO, A. e outros. A
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