nao sei quantas almas tenho - análise ao poema

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ANÁLISE AO POEMA: “NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO” DE FERNANDO PESSOA Trabalho realizado por: Daniel Pinto nº5 João Teles nº11 Renato Almeida nº15

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analise profunda do poema "Não Sei Quantas Almas Tenho" de Eça de Queirós

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Page 1: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

ANÁLISE AO POEMA:“NÃO SEI QUANTAS ALMAS

TENHO” DE FERNANDO PESSOA

Trabalho realizado por:

Daniel Pinto nº5

João Teles nº11

Renato Almeida nº15

Page 2: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

FERNANDO PESSOA

• Nasceu em 1888 em Lisboa

• Mudou-se para África do sul aos 6anos de idade

• Regressa a Lisboa em 1905

• Em 1906 matricula-se no Curso Superior de Letras, curso que iria abandonar 1 ano depois

• Em 1914 surgem os heterónimos entre os quais Alberto Caeiro (mestre), Ricardo Reis e Álvaro de Campos.

• Morre a 30 de Novembro de 1935 com 47 anos de idade

Page 3: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

ANÁLISE DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti.Releio e digo: "Fui eu ?"Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Page 4: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

ESTRUTURA DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

• O poema é composto por três oitavas.

• Estas têm uma métrica regular (cada verso contém 6 sílabas).

• Uma rima cruzada, uma rima emparelhada e por fim dois versos solto

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem achei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

ABABCCDF

Rima Cruzada

Rima EmparelhadaVersos Livres

(6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas) (6 sílabas)

Page 5: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

CONTEÚDO DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

1ª ESTROFE

Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei. Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei. De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma. Quem vê é só o que vê, Quem sente não é quem é,

Referência ao facto de não se conhecer a si mesmo.Referências aos

heterónimos

Antítese , remete para a oposição entre viver e pensar. “Quem vê” vive pois não pensa(sente). “Quem sente” não consegue viver pois pensa.

Anáfora.

Assonância. Fernando pessoa expressa a sua racionalidade. Tudo o que lhe sucede na vida é pensado pela alma e não sentido pelo corpo.

Page 6: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

CONTEÚDO DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

2ª ESTROFE

Atento ao que sou e vejo, Torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo É do que nasce e não meu. Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou.

Despersonalização de Fernando Pessoa. Esconde os seus sonhos e desejos e diz que estes pertencem aos heterónimos.

Sugere a separação entre alma do corpo Referência á sua

multiplicação em várias pessoas embora sempre solitário e sem conseguir identificar-se como um só.

Referência aos heterónimos.

Page 7: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

CONTEÚDO DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

3ª ESTROFE

Por isso, alheio, vou lendo Como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, O que passou a esquecer. Noto à margem do que li O que julguei que senti.Releio e digo: "Fui eu ?"Deus sabe, porque o escreveu.

Metáfora. A sua vida foi racionalizada e transmitida para palavras escritas pelos heterónimos. Estes acabam por viver a sua vida ao mesmo tempo que o reduzem a uma insignificância.Compara-se a um

livro, dentro do qual escreve o que pensa sentir nas suas margens. Depois ao ler duvida se foi ele que o escreveu.

Page 8: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

CONCLUSÃO DA ANÁLISE DO POEMA:NÃO SEI QUANTAS ALMAS TENHO

• O poema Não sei quantas almas tenho consiste numa autoanálise por parte do

sujeito poético. Nela Fernando Pessoa apresenta-se com “várias almas”, o que é uma

alusão aos vários heterónimos que possui, e descreve o seu interior como se fosse

um labirinto onde é difícil encontrar-se a ele mesmo. A ideia geral presente neste

poema é a tentativa de Fernando Pessoa de se expressar através dos heterónimos

sentindo ao mesmo tempo uma grande solidão e tristeza por não conseguir

identificar-se.

Page 9: Nao sei quantas almas tenho - Análise ao poema

FIM