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Disciplina: IED (Introdução ao Estudo do Direito) ANHANGUERA Educacional Campus Rondonópolis - MT Prof. Ms. Valéria Borges Ribeiro [email protected]

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Disciplina: IED (Introdução ao Estudo do Direito)

ANHANGUERA Educacional Campus Rondonópolis - MT

Prof. Ms. Valéria Borges Ribeiro

[email protected]

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1º. Semestre

Curso: Direito

Aula 07

HERMENÊUTICA JURÍDICA

Capítulos XXI a XXIV

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1. OBRIGATORIEDADE DA LEI

A partir do momento em que a lei entra em vigor, é

obrigatória a todos os seus destinatários;

‘Presunção absoluta do conhecimento da lei’:

ninguém pode alegar o desconhecimento da lei

‘nemo jus ignorare censetur’;

Sendo a lei promulgada, publicada e passada a

‘vacacio legis’, a mesma torna-se obrigatória e a

ela não pode ser alegada ignorância, para que se

tenha segurança jurídica e a ordem social seja

mantida.

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2. APLICAÇÃO DO DIREITO A aplicação coercitiva do direito (da lei) é competência

exclusiva do Estado.

O meio de provocar a aplicação judicial do Estado é a

AÇÃO, regida por leis processuais. Sem este

instrumento o direito fica ‘desarmado’.

AÇÃO JUDICIAL: “é o meio processual, previsto em

lei processual, pelo qual é pleiteável a tutela do

Estado para o direito ameaçado, contestado ou

violado, buscando defesa do interesse legítimo”.

A lei nacional é aplicável a todas as pessoas,

nacionais ou estrangeiras, que se encontram em

território do Estado (princípio da territorialidade)

‘Dura lex, sed lex’: aplicar a letra fria da lei

Mas...a aplicação da lei pode não ser tão simples

assim...

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3. HERMENÊUTICA JURÍDICA

“Tudo se interpreta, inclusive o silêncio.” (Carlos Maximiliano in “Hermenêutica e Aplicação do

Direito”)

A palavra Hermenêutica, origina-se do nome do

deus grego Hermes, o qual teria o dom de dizer ‘qual

era a vontade divina’, ou seja, seria uma espécie de

mensageiro dos deuses.

Hermenêutica é a parte da ciência do direito que

trata da interpretação e aplicação do direito.

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A Interpretação aparece, no início do séc.

XIX, na França, (Escola da Exegese) época

em que se desejava reprimir a atividade do

juiz, posto que acreditava-se ser o Código

de Napoleão uma obra perfeita, que proibia

qualquer interpretação. Napoleão tinha orgulho de sua criação e registrou :

“Minha verdadeira glória não está em ter ganho

quarenta batalhas; Waterloo apagará a lembrança

de tantas vitórias. O que não se apagará, o que

viverá, eternamente, é o meu Código Civil.”

Ainda, chegou a ‘fechar’ a sala dos juristas da

época para que não interpretassem a lei.

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A hermenêutica:

“pode ser entendida como a verdadeira

teoria científica da denominada arte da

interpretação.” (Friede)

tem por objeto “o estudo e a sistematização

dos processos, que devem ser utilizados

para que a interpretação se realize”.

(Limongi França)

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Um conceito mais abrangente:

“Hermenêutica é o estudo dos métodos através

dos quais os operadores do Direito

solucionam um problema jurídico aplicando a

norma correspondente ao caso concreto, quer

através da interpretação (quando esta norma já se

encontra posta), quer através da integração (quando

a norma é extraída, ou mesmo construída pelo

aplicador).

A interpretação visa descobrir o sentido objetivo do

texto jurídico: o que corresponde à ‘vontade da lei’

(mens legis) ou à ‘vontade do legislador’ (mens

legislatoris)?

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A INTERPRETAÇÃO É essencial e

imprescindível, apesar da tentativa de muitos

autores em eliminá-la, usando o conhecido

brocardo em latim:

“in claris cessat interpretatio” (“sendo a lei clara não é necessária

a interpretação”). Todavia, ao dizer que a norma ‘é clara’ já se está

fazendo um juízo de valor que é sempre posterior a

uma análise, o que por si só significa que a

interpretação já se realizou. Assim, é necessário

visualizar qual é o ALCANCE da norma no caso

concreto!

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INTERPRETAR é encontrar uma técnica que

auxilie na aplicação da lei ao caso concreto,

pois a lei não pode prever todas as situações

jurídicas.

O nosso sistema JURÍDICO expressamente

repudiou qualquer regra que deixasse de lado

a interpretação, pois o art. 5º, da Lei de

Introdução ao Código Civil, determina que :

“Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins

sociais a que ela se dirige e às exigências do

bem comum”.

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3.1. ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO a) QUANTO ÀS ORIGENS : há divisão da

interpretação em pública e privada, sendo a

interpretação pública aquela levada a efeito pelos

representantes do Poder Público, sejam estes do

Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário,

enquanto a interpretação privada é aquela feita

pelos grupos sociais e científicos.

As interpretações públicas podem ser:

Autêntica = é a interpretação levada a efeito pelo

órgão criador da norma. Exs: art.327, Código Penal:

conceito de funcionário público; arts 2º e 3º do CDC:

conceitos de fornecedor e consumidor, etc....

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Judicial = é a interpretação feita pelo Poder

Judiciário em todas as instâncias, através do

julgamento dos conflitos. Ex: sentenças,

acórdãos e súmulas.

Administrativa = é interpretação elaborada

por aquele órgão que irá executar a norma.

Ex: o Secretário da Fazenda, através de

uma Portaria explica como devem ser

cumpridas as determinações de um decreto

governamental, etc...

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A interpretação privada:

Doutrinária = aquela produzida pelo jurista,

estudioso do Direito, cientista dedicado a

produzir o conhecimento. Se impõe

exclusivamente pela força dos argumentos,

sendo de todas a mais livre por não estar

comprometida com quaisquer autoridades ou

poderes, o doutrinador só deve fidelidade às

suas próprias convicções e à Ciência Jurídica. EX: quando o grande penalista Damásio E. de Jesus

afirmou que a “mulher honesta” mencionada nos

artigos 215 e seguintes do Código Penal (antes da Lei

11.106/2005) deveria ser aquela que:

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“que mantém conduta regrada, honrada e decente,

de acordo com os bons costumes” e mais adiante em

sua obra, ainda interpretando aquele termo afirma “só

deixa de ser honesta a mulher fácil, que se entrega a

todos os que a desejam, que desrespeita e

abertamente as convenções sociais, somente se

diferenciando da prostituta por não exigir paga por

seus favores”.

b) QUANTO AO MÉTODO: procedimentos ou

recursos utilizados pelo aplicador a fim de extrair o

significado da norma e o alcance de suas expressões

Tipos:

Gramatical ou Literal: busca o sentido da norma

pelo significado dos vocábulos nela inscritos.

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Parte-se do pressuposto de que toda coletividade possui

determinados usos lingüísticos e que o legislador no

momento de elaboração da norma ficou atento a esses

usos e foi fiel ao que desejou expressar.

Em havendo duplo significado o intérprete deve optar

sempre pelo mais técnico em detrimento do sentido

vulgar, bem como procurar interpretar as palavras em

conexão com o resto do texto.

Lógico : investigação do fim ou razão de ser da

lei. Consiste em avaliar a norma através de

determinados postulados lógicos, como por

exemplo :

* o acessório segue o principal;

* o geral abrange o especial;

* não se pode distinguir onde a lei não distingue;

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* as leis não contêm palavras inúteis;

* o que é odioso deve ser restringido e ampliado o

favorável;

* o contrário do que é verdadeiro é falso;

* toda mudança pressupõe uma causa;

* a parte inclui-se no todo;

* quem pode fazer o mais, pode fazer o menos;

* quem não pode fazer o menos, não pode fazer o

mais; etc....

Sistemático : consiste em observar os dispositivos

integrando-os a um sistema superior, mais amplo,

em não interpretá-los isoladamente, pois todo

dispositivo se integra a um organismo maior, qual

seja o ordenamento jurídico.

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A interpretação sistemática busca manter a coerência

entre as normas. É sempre necessário confrontar a

norma que se pretende interpretar com a

Constituição Federal a fim de harmonizá-la com os

mais altos princípios do nosso ordenamento jurídico.

Assim, por exemplo, se trato da interpretação do artigo

240, do Código Civil, vou estudá-lo verificando e levando

em conta que o mesmo integra o Título - Dos Efeitos

Jurídicos do Casamento, que integra o Livro do Direito

de Família, que está submetido aos princípios da

Constituição Federal.

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Histórico: é o método que objetiva encontrar o

significado da norma pela reconstrução de seu

conteúdo original, procurando reproduzir as

circunstâncias e os interesses dominantes à

época de sua edição.

O intérprete buscará a chamada “occasio legis”

(momento de produção da norma) através das

exposições de motivos, pareceres de comissões

legislativas ou quaisquer outros documentos que se

refiram ao momento de elaboração da norma, e

possam revelar os fatores sociais, econômicos e

políticos em que esta se formou.

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Teleológico : é a busca do significado da norma

pelo conhecimento do objetivo que esta pretende

atingir na sociedade, por isso alguns também o

denominam de método sociológico.

Seu uso consiste em procurar pela finalidade social

da lei. A aplicação deste método baseia-se no fato de

que o Direito não é um fim em si mesmo, mas

representa um instrumento para a satisfação de

interesses coletivos, um mecanismo para a

realização de necessidades de ordem prática.

Portanto, o texto legal jamais poderá ser

interpretado contra a sociedade. Não se pode

possibilitar que a criatura (o Direito) se volte

contra seu criador (sociedade).

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C) QUANTO AOS RESULTADOS (EFEITOS):

Declarativa : aqui o legislador foi feliz ao usar as

palavras e o intérprete chega a conclusão de que o

texto exprime satisfatoriamente o conteúdo da

norma. Essa espécie de interpretação é usada no

direito penal, preferencialmente quando tratamos

de agravar a situação do acusado.

Restritiva : ocorre quando o legislador disse muito

mais do que deveria ter dito, ou seja, exagerou nas

palavras que usou, cabendo ao intérprete corrigir

os excessos, reduzindo o sentido.

Ex: Na CF de 1967, o constituinte disse que o casamento

era indissolúvel, entretanto, mesmo antes do divórcio ele

não era indissolúvel, pois a morte e a anulação eram casos

de dissolução.

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Extensiva : aqui o legislador foi tímido ao usar as

palavras, e elaborou uma norma com um sentido

menos abrangente do que o necessário, cabendo

ao intérprete corrigir o defeito, ampliando o sentido

da norma, a fim de que ela cumpra os seus

objetivos.

Exemplo : O artigo 1719, CC de 1916, quando proibiu

a nomeação da concubina como herdeira, na

verdade queria referir-se a qualquer um que tivesse

sido cúmplice/herdeiro do adulterino, e não só a

concubina.

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4. LACUNAS DO DIREITO: ANALOGIA E

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO = INTEGRAÇÃO

Criação do direito pelo intérprete;

Pode ser que o caso não esteja previsto em

nenhuma lei existente;

Teremos então uma LACUNA na lei.

Nestes casos o juiz poderá decidir utilizando-se

da:

a) ANALOGIA: buscar em outros casos parecidos

(casos análogos) uma solução aplicável;

b) PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: buscar

nestes a solução ao caso concreto, primando pela

Equidade e Justiça.

O intérprete assume o papel de legislador.

(Jurisprudências)

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STF - AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO AI 746263 MG (STF)

Data de publicação: 20/02/2013

Ementa: EMENTA Agravo regimental no agravo de instrumento.

Imunidade tributária da entidade beneficente de assistência social.

Alegação de imprescindibilidade de o imóvel estar relacionado às

finalidades essenciais da instituição. Interpretação teleológica das

normas de imunidade tributária, de modo a maximizar o seu potencial

de efetividade. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal vem

flexibilizando as regras atinentes à imunidade, de modo a estender o

alcance axiológico dos dispositivos imunitórios, em homenagem aos

intentos protetivos pretendidos pelo constituinte originário. 2. Esta Corte

já reconhece a imunidade do IPTU para imóveis locados e lotes não

edificados. Nesse esteio, cumpre reconhecer a imunidade ao caso em

apreço, sobretudo em face do reconhecimento, pelo Tribunal de origem,

do caráter assistencial da entidade. 3. Agravo regimental não provido.

(IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, ENTIDADE ASSISTENCIAL, IPTU, IMÓVEL

LOCADO) RE 237718 (TP); (IMUNIDADE... TRIBUTÁRIA, ENTIDADE

ASSISTENCIAL, IPTU, TERRENO VAGO) RE 357175 AgR (2ªT); - Decisões

monocráticas citadas:... (IMUNIDADE TRIBUTÁRIA, ENTIDADE ASSISTENCIAL,

IPTU, TERRENO VAGO) RE 577749, RE 598091, AI 740944....

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TRT-10 - Recurso Ordinário RO 726201200810000 DF 00726-2012-

008-10-00-0 RO (TRT-10) Data de publicação: 03/05/2013

Ementa: CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. OBRIGAÇÃO

EMPRESARIAL DE FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES OU DE

CONCESSÃO DE TÍQUETES-REFEIÇÃO. EMPRESA ESPECIALIZADA

NO FORNECIMENTO DE REFEIÇÕES RÁPIDAS: CONCESSÃO DE

SANDUÍCHES, BATATAS FRITAS E REFRIGERANTE. OBRIGAÇÃO

INATENDIDA. PRETENSÃO OPERÁRIA PROCEDENTE. Hipótese em

que as normas coletivas vigentes estabeleceram para as empresas do

segmento de hotéis, bares, restaurantes e similares desta Capital da

República, inclusive para as empresas do segmento de refeições

rápidas, a obrigação de fornecimento de refeições aos respectivos

empregados. Cláusulas normativas de conteúdo benéfico que devem ser

interpretadas em consonância com o objetivo de permitir aos

empregados o acesso a refeições de padrão nutricional saudável e bem

balanceado ( CC , art. 112 ; c/c o art. 3º do Decreto 5 , de 14/01/1991),

sob pena de afronta ao próprio objetivo da contratação coletiva, que é

permitir a elevação dos níveis de proteção social do trabalhador ( CF ,

art. 7º , “caput” e XXVI), e ainda de ofensa ao direito fundamental de

preservação da saúde ( CF , art. 6º e 7º, XXII)

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Nesse cenário, a concessão de lanches à base de sanduíches, batatas

fritas e refrigerantes, por empresas do segmento de refeições rápidas,

não atende o comando normativo.

Afinal, para além dos danos notórios à saúde gerados pelas referidas

espécies de alimentos (entre os quais a elevação dos índices do mal

colesterol e a própria obesidade, com os riscos acessórios de

hipertensão e diabetes), não há como desconsiderar o contexto social

para a aferição do real significado da norma coletiva ( LICC , art. 5º ),

sendo evidente que os padrões alimentares da população brasileira

dissentem, substancialmente, daqueles observados no caso concreto.

Não atendida a prescrição normativa, impositiva a condenação

substitutiva postulada. Recurso conhecido e provido.

(Interpretação sistemática)

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TJ-SC - Apelação Cível AC 20110554239 SC 2011.055423-9 (Acórdão)

(TJ-SC) Data de publicação: 15/08/2012

Ementa: DIREITO CIVIL - DIREITOS DA PERSONALIDADE -

REGISTRO DE NASCIMENTO - NOME - RECUSA PELO OFICIAL DE

REGISTRO CIVIL - PEDIDO DE SUPRIMENTO JUDICIAL -

IMPROCEDÊNCIA EM 1º GRAU - RECURSO DOS GENITORES DA

MENOR - USO ABUSIVO DAS LETRAS 'K' E 'Y' - INOCORRÊNCIA -

NORMA DA E. CORREGEDORIA-GERAL DE JUSTIÇA OBSTANDO O

USO ABUSIVO DAS MENCIONADAS CONSOANTES -

INTERPRETAÇÃO DA NORMA À LUZ DA LEI 6.015 /73 - EXPOSIÇÃO

DA MENOR AO RIDÍCULO - INOCORRÊNCIA - REGISTRO DEFERIDO

- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO - SENTENÇA REFORMADA. 1.

As letras 'h', 'k', 'w' e 'y', quando inseridas em nomes próprios, devem ser

interpretadas à luz da Lei 6.015 /73, motivo pelo qual não pode o

Estado ampliar as limitações capituladas naquela lei federal de

regência. 2. Somente será negado o registro de nomes próprios com as

letras h, k, w e y, na hipótese de o uso delas expor o registrado ao

ridículo ou submetê-lo a situações vexatórias em decorrência da grafia

do nome.

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TJ-RS - Reexame Necessário REEX 70053945077 RS (TJ-RS)

Data de publicação: 24/04/2013

Ementa: REEXAME NECESSÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. IMPORTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS PARA

UTILIZAÇÃO EM AMBIENTE HOSPITALAR. ENTIDADE DE

ASSISTÊNCIA SOCIAL. ICMS. INTERPRETAÇÃO DA NORMA

CONSTITUCIONAL. Na importação de equipamento médico-hospitalar

por instituição de assistência social, incide a regra da imunidade

constitucional relativa ao ICMS. Ademais, a impetrante preenche os

requisitos do art. 14 do Código Tributário Nacional . A distinção entre

impostos diretos e indiretos é irrelevante para a correta interpretação do

art. 150 , inciso VI , alínea c , da Constituição Federal de 1988.

Precedentes. Tratando-se de hipótese de imunidade constitucional, a

alteração promovida pela EC 31/2001 no art. 155 , § 2º , inciso IX , alínea

a , da Carta Federal é irrelevante. SENTENÇA CONFIRMADA EM

REEXAME. (Reexame Necessário Nº 70053945077, Vigésima Segunda

Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Kraemer,

Julgado em 08/04/2013)

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STJ - HABEAS CORPUS HC 113341 DF 2008/0178337-0 (STJ)

Data de publicação: 01/12/2008

Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. CORRUPÇÃO DE MENORES.

CRIME FORMAL. PRÉVIA CORRUPÇÃO DO ADOLESCENTE.

IRRELEVÂNCIA À TIPIFICAÇÃO. CRIAÇÃO DE NOVO RISCO AO BEM

JURÍDICO TUTELADO. INTERPRETAÇÃO SISTÊMICA E

TELEOLÓGICA DA NORMA PENAL INCRIMINADORA. TIPICIDADE DA

CONDUTA RECONHECIDA. ORDEM DENEGADA. 1. A Quinta Turma do

Superior Tribunal de Justiça, em recente julgamento (REsp 1.031.617/DF,

de minha relatoria, DJ de 4/8/08), ratificou o entendimento de que o crime

tipificado no art. 1º da Lei 2.252 /54 é formal, ou seja, a sua

caracterização independe de prova da efetiva e posterior corrupção do

menor, sendo suficiente a comprovação da participação do inimputável

em prática delituosa na companhia de maior de 18 anos. 2. Além disso,

na mesma ocasião, o Colegiado manifestou o entendimento de que a

citada norma penal incriminadora objetiva impedir tanto o ingresso como

a permanência do menor no universo criminoso, sendo, portanto,

irrelevante à tipificação do delito a participação anterior da criança ou do

adolescente em ato infracional, porquanto do comportamento do maior de

18 anos advém a criação de novo risco ao bem jurídico tutelado. 3.

Ordem denegada

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Trabalho de IED para entregar 07-05-2015 (Quinta-feira)

- Explicação da pirâmide normativa e o conceito de cada tipo normativo (Constituição Federal, Emenda Constitucional, lei complementar, lei ordinária, lei delegada, regulamento, decreto-lei, medida provisória, portaria, resolução...) - Responder as duas questões: 1ª - Há hierarquia entre as normas pesquisadas? 2ª - Existem exceções à origem das Normas? Todas emanam do Poder Legislativo? Explique. - Pode ser feito em grupo de até 8 pessoas. - Pode ser digitado ou manuscrito (com letra legível ou de forma).