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DIREITO TRIBUTÁRIO II AULA 10 – DIA 10/09/2013 1

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

AULA 10 – DIA 10/09/2013

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CAUSAS EXTINTIVAS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

• O que se extingue é a própria obrigação tributária e não somente o crédito tributário, que é um dos seus elementos (a obrigação tributária possui três elementos: sujeito ativo, sujeito passivo e crédito tributário) – artigo 113, § 1.º, parte final, do Código Tributário Nacional.

• Essa regra, porém, não é absoluta: pode ocorrer a extinção de um crédito sem a extinção da obrigação, desde que a causa extintiva tenha afetado apenas a afetado apenas a formalização do crédito.formalização do crédito.

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EXTINÇÃO• Extinção é liberação, é perecimento, é

cessação, é a liberação definitiva do devedor em relação ao vinculo jurídico que o prende ao credor.

• A extinção do crédito tributário é matéria inserida dentro da reserva legal, uma vez que somente ser concedido quando a lei preveja expressamente as hipóteses extintivas.

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As principais causas extintivas encontram-se enumeradas no artigo 156 do Código Tributário Nacional:

• pagamento; • compensação;• transação; • remissão;• prescrição e decadência;• a conversão de depósito em renda;• o pagamento antecipado e a homologação do lançamento, nos termos do disposto

no artigo 150 e seus §§ 1.º e 4.º;• a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2.º do artigo 164;• a decisão administrativa irreformável, assim entendida a defendida na órbita

administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;• a decisão judicial passada em julgado;• a dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas na lei.

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O rol é exemplificativo, havendo, pelo menos, mais três causas de extinção enumeradas pela doutrina:

• confusão; • desaparecimento, sem sucessor, do sujeito

ativo do tributo; • desaparecimento, sem sucessor, do sujeito

passivo do tributo. • OBS: – As causas extintivas têm o poder de liberar o contribuinte

da relação de sujeição que possui com a Fazenda Pública. – A obrigação tributária não permanece no tempo, não é

eterna.

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PAGAMENTOPAGAMENTO• Trata-se da forma mais usual de extinção do crédito tributário. • Ocorre com a entrega à fazenda pública da quantia

correspondente ao crédito tributário (tributo mais penalidade pecuniária).

• Com o pagamento de uma parcela não se presume o pagamento de outras.

• Salvo disposição em contrário, o vencimento ocorre 30 dias o vencimento ocorre 30 dias após a notificação. após a notificação.

• O pagamento pode ser efetuado em moeda corrente, cheque, vale postal, estampilha, papel selado ou processo mecânico.

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Pagamento• É o cumprimento do objeto da prestação tributária. É um fenômeno

jurídico e não só tributário. • Pode ser considerado quanto: – Ao tempo: apontado genericamente na lei e especificamente no ato

administrativo de lançamento. Se o pagamento do tributo for feito em prestações sucessivas, o inadimplemento de qualquer uma delas acarretará o vencimento antecipado das demais.

– Ao lugar: é o domicílio ou sede do contribuinte.– Ao modo: os tributos são pagos em moeda ou equivalente (cheque,

títulos da dívida pública resgatáveis, selo ou papel selado ou estampilha). Quando pago em cheque, dá-se ao contribuinte uma quitação provisória, que se tornará definitiva após a devida compensação.

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PAGAMENTO• Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito

tributário.• Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de

pagamento:• I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;• II - quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.• Art. 159. Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento

é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.é efetuado na repartição competente do domicílio do sujeito passivo.• Art. 160. Quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento, o

vencimento do crédito ocorre trinta dias trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo notificado do lançamento.

• Parágrafo único. A legislação tributária pode conceder desconto pela antecipação do pagamento, nas condições que estabeleça.

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FORMAS DE PAGAMENTO.Ç• Art. 162. O pagamento é efetuado:• I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;• II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por

processo mecânico.• § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o

pagamento por cheque ou vale postal, desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.

• § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado.

• § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o disposto no artigo 150.

• § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à autoridade administrativa.

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Estampilha

• Vinheta representativa de imposto pago, que se colava em documentos que representassem obrigação ou quitação pecuniária.

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Indébito tributário • Qualquer pagamento a maior tipifica um indébito

tributário. • O indébito tributário deve ser restituído ao

contribuinte. • Isso ocorre por meio de ação de repetição de ação de repetição de

indébitoindébito, que pode ser proposta até 5 (cinco) 5 (cinco) anosanos a contar do recolhimento a mais ou da decisão administrativa ou judicial que anular a exigência fiscal (artigo 168 do Código Tributário Nacional).

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Pagamento indevido e restituição• O contribuinte pode optar pela restituição do

valor indevido ou pela compensação, desde que esteja autorizada por lei. • Embora pago indevidamente, não cabe

restituição de tributo indireto (súmula 71 – STF).

• Tributo Indireto Tributo Indireto - o ônus do recolhimento do tributo for repassado pelo contribuinte de direito para outra pessoa, o chamado contribuinte de fato, identifica-se o tributo como indireto. São clássicos exemplos de imposto indireto: o ICMS e o IPI.

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Remissão• Remissão significa perdão. Remição significa pagamento.• Remissão é o perdão legal do débito tributário, que pode

ser total ou parcial. Somente a lei pode perdoar o débito tributário (lei remissiva), vedada a remissão por decretos, vedada a remissão por decretos, portarias ou qualquer outro ato que não seja lei portarias ou qualquer outro ato que não seja lei propriamente ditapropriamente dita (princípio da legalidade e princípio da indisponibilidade do interesse público). Referida lei deve ser específica da pessoa política tributante (artigo 150, § 6.º, da Constituição Federal/88).

• A remissão tanto como a moratória são medidas de política fiscal (moratória é o adiamento da obrigação tributária).

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Remissão• Perdão total ou parcial do crédito tributário,

formalizado pela autoridade administrativa após autorização em lei. • Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho fundamentado,

remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:• I - à situação econômica do sujeito passivo;• II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;• III - à diminuta importância do crédito tributário;• IV - a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;• V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

• Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

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Remissão x anistia

• RemissãoRemissão é o perdão do tributo e, como consequência, penalidades e juros de mora• AnistiaAnistia é o perdão apenas da

penalidade

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Compensação

• É o encontro de contas do Fisco e do contribuinte, sempre que forem credor e devedor um do outro.

• Existem duas modalidades de compensação em matéria civil: – a legal e – a consensual. – Obs: Em matéria tributária, entretanto, somente

é admitida a compensação legal.

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COMPENSAÇÃOCOMPENSAÇÃO• Para que a compensação ocorra, é necessária a

presença de três requisitos:– As partes devem ser as mesmas (mesma Fazenda Pública,

federal, estadual ou municipal, e mesmo contribuinte). O contribuinte não pode utilizar um crédito federal, por exemplo, para compensar um crédito estadual.

– Os créditos devem estar liquidados, é necessário que se saiba exatamente quanto há de ser pago.

– A existência de uma lei autorizando a medida: cada pessoa política deve legislar a respeito.

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Compensação• Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular,

ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.

• Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.

• Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial

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COMPENSAÇÃO

• Só pode ocorrer quando prevista em lei. • Pode ocorrer a compensação do crédito

tributário com créditos líquidos e certos.• A compensação de créditos tributários não não

pode ser deferida por liminar ou antecipação pode ser deferida por liminar ou antecipação de tutela de tutela (súmula 212- STJ).

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Transação

• Transação é um acordo celebrado, com base é um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e o contribuinte, que faz em lei, entre o Fisco e o contribuinte, que faz desaparecer a obrigação tributária, mediante desaparecer a obrigação tributária, mediante concessões recíprocasconcessões recíprocas, conforme o disposto no artigo 171 do Código Tributário Nacional: – “A lei pode facultar, nas condições que estabeleça,

aos sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, importe em terminação de litígio e conseqüente extinção do crédito tributário”.

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TRANSAÇÃO• É causa extintiva da obrigação tributária,

muito rara.• Há quem admita que o parcelamento do

débito tributário é uma modalidade de transação; entretanto, outros doutrinadores entendem que o parcelamento é uma modalidade de moratória.

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Confusão

• Ocorre quando o Fisco torna-se, ao mesmo tempo, torna-se, ao mesmo tempo, credor e devedor do tributocredor e devedor do tributo. – Por exemplo, no caso da herança vacante, os débitos que

o espólio possuía para com o Município desaparecem; no caso de incorporação de empresas pelo Poder Público etc.

• Ocorrendo a confusão, o débito se extingue, não podendo renascer. Se o Poder Público alienar a propriedade a terceiros, sobre a qual pendia débito fiscal, não pode objetivar a cobrança de tal crédito, porque extinto.

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Conversão do depósito em renda• quando o sujeito passivo perde a ação em que

efetuou depósito judicial em garantia. Esse depósito é revertido para a fazenda pública.

• Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

• I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

• II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal;

• III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.

• § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.• § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a

importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

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Pagamento antecipado e homologação

• Depende da homologação tácita ou expressa.• Ocorre nos lançamentos por homologação. • O pagamento por si só não extingue de forma definitiva o

crédito tributário, mas apenas sob condição resolutória. • Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos

tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.

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Consignação em pagamento• depósito do valor em juízo, por não concordar

com alguma exigência da fazenda pública. • Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito

passivo, nos casos:• I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de

penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;• II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem

fundamento legal;• III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre

um mesmo fato gerador.• § 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.• § 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância

consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

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Decisão administrativa

• tem que ser irreformável e que não mais possa ser objeto de ação anulatória.

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Decisão Judicial transitada em julgado

• quando a decisão judicial for favorável ao contribuinte, reconhecendo a inexistência da obrigação.

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Dação em pagamento de bens imóveis

• entrega de bem imóvel à fazenda pública para quitação de tributos.

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