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DIREITO TRIBUTÁRIO I 1º BIMESTRE 2014/2 PROFESSOR: RICARLOS ALMAGRO ALUNA: OLÍVIA LOPES CELESTINO

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Material de Direito tributário - Curso de Direito da UVV.

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  • DIREITO

    TRIBUTRIO I

    1 BIMESTRE 2014/2

    PROFESSOR: RICARLOS ALMAGRO

    ALUNA: OLVIA LOPES CELESTINO

  • Olvia Lopes Celestino Direito Tributrio 1 Bimestre 2014/2

    Prof.: Ricarlos Almagro

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    DIREITO TRIBUTRIO I 1 BIMESTRE

    PROFESSOR: RICARLOS ALMAGRO

    AULA 04/08 1 Aula:

    INTRODUO

    Direito Tributrio relaes com outros ramos do Direito

    Direito Tributrio conceito

    O estado desenvolve uma atividade financeira. Esta uma atividade, em princpio

    instrumental, serve para que outra seja feita. Ento, temos polticas desenvolvidas pelo

    estado, e para isso tem que realizar obras de infraestrutura. A atividade financeira vai

    servir para eu realizar essas outras, por isso atividade instrumental.

    Essa atividade dividida em trs etapas:

    a) Receitas: recursos financeiras que serviro para atividade principal

    b) Gesto: como aplicar esses recursos

    c) Despesas: efetivo empenho desse numerrio na realizao da atividade

    Na verdade, temos projetos de atividades que anualmente estabelecido e que tem

    que passar pelo poder legislativo e a adoo oramentria para cada projeto. A despesa

    tambm no algo aleatrio. Tudo isto est no campo do direito financeiro, por

    exemplo, como realizar a despesa. Por isso, no veremos tudo referente a estas etapas.

    O direito tributrio est envolvido com isso, mas apenas na fase denominadas de

    RECEITAS, portanto, se ocupa na captao de receitas. O que faremos com elas do

    ramo financeiro.

    O artigo 4 do Cdigo Tributrio afirma que a espcie de tributo dada pelo seu fato

    gerador. A denominao legal que atribuda, se eu chamo de taxa o que no taxa,

    nem por isso vira uma taxa, apesar do nome atribudo.

    Taxa de marinha, como temos em Vitria, na verdade, no uma taxa. O nome que

    damos no determinante.

    O inciso II afirma que para saber se estamos diante de um tributo ou no, no devemos

    olhar para o que vamos fazer com o dinheiro, pois, em princpio, se preocupa com a

    receita. Isto, est alinhado com a ideia de que o direito tributrio regula uma parte

    financeira do estado. O que vamos fazer com o dinheiro a gesto, portanto, o que vai

    ser ou no tributo tem que estar definido na Receita.

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    Temos vrias espcies de receitas, por exemplo:

    a) Originrias: so aquelas que so recursos obtidos em razo da explorao do

    prprio patrimnio estatal.

    Por exemplo, o INSS tem um imvel que no utilizado para a finalidade do estatuto,

    ou deixa apodrecer ou aluga. A segunda opo mais racional, por que j que no utilizo

    do bem, eu exploro ele e obtenho receita para minhas atividade principais, logo, os

    alugueis so receitas originrias.

    Toda relao que o poder pblico est presente, sempre ir desfrutar de algumas

    prerrogativas, mas no sero to gritantes como aquelas em que ele atue na qualidade

    de poder pblico.

    As receitas originrias normalmente so de origem contratual, que embora

    administrativos, elas se do em uma relao mais ou menos equilibrados.

    b) Derivadas: so aquelas que decorrem de uma relao de ndole mais

    verticalizada e o pagamento no se d por um acordo de vontade e sim, so

    compulsoriamente impostas.

    Exemplo: Multas, existe algum fato que quando se deflagra eu me torno obrigado a

    pagar aquele valor. Por exemplo, ultrapassei o sinal vermelho e o guarda me multou, eu

    sou obrigada a pagar, querendo ou no.

    Um outro exemplo so os tributos, eu sou proprietrio de um imvel, ento voc deve

    IPTU. Se voc comprou um carro voc tem que pagar IPVA. No contratou, acha um

    absurdo, mas tem que pagar, compulsria.

    algo compulsrio; no fruto de acordo de vontade; no um recurso que derivou de

    uma explorao de patrimnio estatal.

    Visto isso, o direito tributrio a rea do direito pblico que visa a disciplinar as relaes

    voltadas a captao de receitas que se enquadrem no conceito de tributo.

    Essa definio no agarra o fenmeno em sua totalidade, mas d uma noo do que

    vamos estudar. Este esquema conceitual j delimita o campo do direito tributrio. Este

    no se ocupa do modo como voc vai gerir os recursos pblicos, na captao de aluguis

    e de multas, e sim, to somente de tributos.

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    TRIBUTO

    1. CONCEITO:

    Art. 3 Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela

    se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada

    mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

    O legislador afastando as divergncias da doutrina, disse que tributo : toda prestao

    pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no

    constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade

    administrativa plenamente vinculada (artigo 3, CTN).

    toda prestao pecuniria compulsria instituda por lei que no se confunde com

    multa ou sano de ato ilcito e que cobrado por meio de atividade plenamente

    vinculada.

    Veja que o conceito dado pelo prprio legislador, em que por meio deste se define um

    campo de aplicao do direito tributrio. Assim, resta apenas ento analisa-lo,

    examinando os seus diversos elementos:

    Prestao pecuniria:

    Trata-se de prestao tendente a assegurar ao Estado os meios financeiros de que

    necessita para a consecuo de seus objetivos, por isso de natureza pecuniria. No h

    mais nos sistemas tributrios modernos o tributo em natureza, pago em servios ou em

    bens diversos de dinheiro.

    Significa prestao em dinheiro. Assim como no direito penal temos penas alternativas,

    poderia ter tributos cuja obrigao no dar algo, mas sim fazer algo. Isto no tributo,

    no h essa possibilidade. Tributo prestao em dinheiro.

    O legislador colocou a expresso em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir por

    uma situao da poca. redundante.

    O cheque se converte em dinheiro. A prestao que configura o tributo em dinheiro,

    no cabendo a dao em pagamento para quitar. uma prestao que consiste em um

    dar, mas dar dinheiro. No pode se caracterizar em um fazer.

    O valor no precisa ser em moeda especificamente, mas no se pode prestar servio

    para a administrao pblica.

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    em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir esta expresso no tem qualquer

    significado no artigo 3, CTN. Serve apenas para colocar o conceito de tributo em

    harmonia com a possibilidade excepcional de extino de crdito mediante dao em

    pagamento (exceo).

    A lei complementar acrescentou ao artigo 156 do CTN um inciso referente a dao em

    pagamento, esta no constitui uma forma ordinria de extino de crdito tributrio,

    logo, a prestao tributria h de ser satisfeita, ordinariamente mediante entrega de

    dinheiro (Lei complementar 104/2001).

    Esta expresso deve-se as circunstncias da poca.

    Compulsria:

    Queira ou no ter que pagar. Tributos so receitas derivadas, e todas elas por natureza

    so compulsrias, ou seja, ningum opta em pagar ou no.

    H uma lei que estabelece regras oramentrias (lei 4320) que via de regra est anexada

    a legislao complementar que acompanha o CTN. Nesta lei, quando trata de receitas

    derivadas, especificamente conceituam que so receitas compulsrias.

    Ningum opta por pagar ou no pagar IPVA, Imposto de renda e etc.

    A compulsoriedade da prestao tributria caracteriza-se pela ausncia do elemento

    vontade no suporte ftico da incidncia da norma de tributao;

    O dever de pagar tributo nasce independentemente de vontade;

    No se diz que a prestao tributria compulsria porque o pagamento do tributo

    obrigatrio. Isto porque na prestao tributria a obrigatoriedade nasce diretamente

    da lei, sem que se interponha qualquer ato de vontade daquele que assume a obrigao

    diferente das prestaes contratuais que so obrigatrias, mas a obrigatoriedade nasce

    diretamente do contrato e s indiretamente da lei.

    Instituda por lei:

    S a lei pode instituir o tributo. Isso decorre do princpio da legalidade tributria,

    prevalente no Estado de direito. Nenhum tributo ser exigido sem que a lei o estabelea

    (artigo 150, CTN).

    A lei instituidora do tributo em princpio a lei ordinria. S nos casos expressamente

    previstos pela CF que se h de exigir lei complementar para esse fim.

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    Trata-se do princpio da legalidade tributria, significa que para ser tributo tem que ser

    criado por lei. Poderamos dizer que se criar tributo por um outro meio que no seja lei,

    por exemplo, portaria, decreto, ato normativo qualquer do poder executivo, este tributo

    no vlido, a cobrana no poder realizar-se. Mas muito mais que isso, alm de no

    ser vlido, falaremos que nem tributo . A exigncia de criao por lei configura um

    elemento de conceito de tributo. Esta uma caratersticas dos povos civilizados, para

    reparar aqueles desvios que constatvamos no passado que o soberano criava tributos

    ao seu prazer.

    Garante que a criao de um novo tributo s ocorra se o legislador assim concordar.

    Observao: o fato de haver uma lei complementar em atendimento ao artigo 146, III,

    a, CF, traando normas gerais a respeito do fato gerador de um imposto no pode ser

    entendido como a criao desse imposto.

    Exemplo: ato normativo qualquer do poder executivo cria um tributo: no vlido e nem

    tributo .

    Diferente de multa

    O tributo distingue-se da penalidade exatamente por que esta tem como hiptese de

    incidncia um ato ilcito, enquanto a hiptese de incidncia de um tributo sempre algo

    lcito.

    Todavia, um fato gerador do tributo pode ocorrer em circunstncias ilcitas, mas essas

    circunstncias so estranhas hiptese de incidncia do tributo.

    H uma lei que afirma que se eu avanar o sinal deverei pagar uma prestao em

    dinheiro, uma multa. A multa uma prestao em dinheiro, compulsria e criada por

    lei, e por que no chamamos de tributo? igual, e por isso h no conceito que tem que

    ser diferente de multa, por que se no ela se adequaria ao conceito.

    No direito tributrio existe um princpio que a lei que cria ou aumenta o tributo s pode

    ser aplicada no ano seguinte em que foi publicada, princpio da anterioridade.

    Se eu aumentar a multa de trnsito, eu no preciso esperar o novo ano para aumentar

    o valor, visto que no se aplica as regras de tributo.

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    Exemplo: a Infraero disponibiliza um servio para seus usurios, por exemplo,

    manuteno da pista, iluminao noturna, servio de proteo. Toda aeronave para

    pousar ou decolar precisa pagar um valor a Infraero e, considerando que as aeronaves

    no param, o tempo de pousar e sair as pessoas, imagine esse volume pousando e

    decolando ao longo do ano. Essa cobrana em dinheiro, compulsria mas no

    criada por lei, mas deveria, por que um tributo. E eu afirmo que inconstitucional e

    ento quero todo o dinheiro de volta. Isso uma discusso muito grande, se for tributo

    tem que sujeitar a cobrana as regras tributrias e no for no aplica as normas. Se for

    tributo, pode aumentar e s pode aumentar no ano seguinte. Se no for, pode cobrar o

    aumento desde j. uma ao que decidimos com o conceito, voltaremos neste

    exemplo a frente.

    A multa uma sano e o tributo no.

    Exemplo: imposto de renda. Algum recebe rendimento da explorao de um casa de

    prostituio ou jogo de azar ou qualquer outra atividade criminosa ou ilcita -> O tributo

    devido, no que incida sobre a atividade ilcita, mas porque a hiptese de incidncia do

    tributo, no caso, que a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica dos

    rendimentos, ocorreu. -> Ocorrer obrigao tributria no imposto de renda sempre que

    h aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica da renda ou dos proventos de

    qualquer natureza (artigo 43, CTN).

    Assim, a multa no se sujeita as regras tributrias. Exemplo: se aumentar uma multa de

    transito no precisa esperar at o prximo ano para ser cobrada.

    Cobrana vinculada:

    Vinculada se contrape a outra que estudamos que a palavra discricionrio. Todo ato

    administrativo reconhecemos alguns elementos, sujeito, motivo de praticar o ato,

    finalidade, forma como se reveste e o determinado objeto que a materializao

    daquele ato. Quando temos um ato vinculado todos os elementos esto vinculados a

    lei, no h espao para o administrador. Quem define o ato em tal circunstncia a lei.

    Discricionrio aquele que d uma margem ao administrador.

    Os elementos acima so cumulativos. Se no estiver presente um destes elementos, no

    mais o conceito, portanto, no a mesma coisa, corro o risco de deixar entrar no

    conceito de tributo coisas que no so tributo. Se colocar mais coisa, pode dar uma

    noo mais ampla, mas, com menos eu consigo definir o que tributo.

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    Atividade vinculada aquela cujo o desempenho da autoridade administrativa no goza

    de liberdade para apreciar a convenincia e a oportunidade agir. Assim, o momento de

    agir, o contedo ou o quando agir no est sujeito a apreciao da autoridade, que fica

    inteiramente vinculado ao comando legal.

    Arbitrria Discricionria (liberdade) Vinculada

    Assim, a autoridade administrativa deve descrever o fato gerador da obrigao

    tributria, a base de clculo, a alquota, o prazo para o pagamento, os sujeitos da relao

    tributria e tudo mais.

    Nada fica a critrio da autoridade administrativa.

    Quando a lei contm indeterminaes, devem estas serem preenchidas

    normativamente, vale dizer, pela edio de ato normativo. A atividade de cobrana de

    tributo sempre vinculada, ainda quando a norma altere conceitos vagos ou

    indeterminados.

    Os elementos para que o ato seja vinculado devem estar todos presentes para se

    concretizar o tributo. No h necessariamente uma ordem desses elementos.

    AULA 06/08:

    Estudo histrico: No mundo um conjunto de elementos espalhados. Ento para o

    estudo necessrio juntar todos estes elementos, organiz-los realizando um

    compartimento entre espcies e gneros.

    A ideia de sistema organizar os elementos atravs do gnero.

    Assim, haviam regras tributrias que estavam previstas na constituio federal, porm

    soltas por ela. Exemplo: artigo 5, CF ningum ser privado da liberdade sem o devido

    processo legal; somente a lei pode instituir ou cobrar tributo. Faltava sistematizao das

    normas tributrias.

    Dessa forma, surgiu a emenda 18/65 que tinha a funo de instituir o sistema tributrio

    nacional, ento pegou as normas que estavam espalhadas pela CF e as agruparam em

    um ttulo (captulo).

    Essa foi a primeira providncia = criar um sistema tributrio nacional.

    Este novo sistema exigia uma regulamentao legal. Exemplo: assegurado aos

    funcionrios pblicos o direito de fazer greve, nos termos da lei depende de uma

    regulamentao legal.

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    Assim, o CTN veio para regulamentar a emenda 18/65. Bem, o CTN no um cdigo,

    esta denominao surgiu depois, a sua destinao inicial dizia o seguinte: o cdigo

    dividido em dois livros, I e II. O livro I trata da regulamentao do sistema tributrio e o

    livro II, trata das normas gerais de direito tributrio.

    Depois dessa emenda constitucional 18/65, vieram vrias constituies, ento este

    sistema tributrio foi se regulamentando at chegar a CF/88.

    Porm h vrios artigos que no so mais utilizados. Assim, chega-se ao ponto das

    espcies de tributo.

    EC 18/65 instituiu o sistema tributrio

    Lei 5176/66 = regulamenta o sistema tributrio

    Artigo 1 estabelece normas gerais de direito tributrio.

    Para que o Estado desempenhe as funes tpicas que lhe so atribudas, por exemplo,

    segurana, sade, precisa de recursos financeiros que sero captados por meio da

    atividade que ele desenvolve. Ento, essa uma atividade instrumental, que serve para

    ele realizar estas coisas. uma atividade financeira instrumental, mas nem por isso

    perde a sua importncia.

    Vimos ainda, que esta atividade poderia ser desmembrada em trs grupos: receitas;

    gesto e despesas. So grupos de atividade, dentro da atividade financeira, que possui

    ampla regulamentao legal. Essa regulamentao estabelecida no grande grupo do

    direito financeiro, mas aqui, estudaremos apenas o direito tributrio.

    Os recursos so alocados em certos elementos de despesa, por fora de um oramento,

    e no pode ser feita de forma desregrada.

    O importante, que estudaremos aqui, so as receitas derivadas. Por exemplo, imvel do

    INSS que no est sendo utilizado, em vez de deixa-lo parado arcando com gastos de

    manuteno, eu alugo, ento exploro e obtenho receitas. Estas receitas so originrias,

    surgem da prpria explorao do patrimnio pblico. Geralmente provenientes de um

    acordo de vontades. A administrao vista praticamente como um particular. Porm,

    pelo simples fato de ser uma contratao com a administrao pblica, ela ter algumas

    prerrogativas, ainda que no presente clusulas de prerrogativas exorbitantes.

    As receitas derivadas so marcadas pela compulsoriedade e aqui, a administrao entra

    com poder, como por exemplo, as multas (multas de trnsito no um acordo de

    vontade, so receitas que no so originadas da explorao do patrimnio. O estado me

    obriga pagar aquilo), o outro exemplo seriam os tributos (valores que sou obrigado a

    recolher por fora legal e independentemente da minha vontade).

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    Derivadas compulsoriedade.

    Direito tributrio um ramo de direito que disciplina atividade financeira do estado,

    visando a obteno de receitas que se enquadrem no conceito de tributo.

    O ato administrativo comporta elementos e requisitos de validade. No estando

    presentes, o ato existir e no ser vlido. Por exemplo, se eu tenho um ato, algum

    praticou, ento tem que existir um sujeito, por isso um elemento do ato

    administrativo. Acontece, por exemplo, um juiz flagra um motorista avanando o sinal e

    o aplica uma multa, o sujeito praticou o ato, mas no vale nada, visto que, o juiz no

    tem competncia para aplicar a multa. A cada elemento, haver um requisito de

    validade.

    Costuma-se elencar os seguintes outros elementos:

    a) Sujeito: competncia

    b) Finalidade

    c) Forma: prevista em lei

    d) Motivo

    e) Objeto: tem que ser lcito

    Dizemos que o ato vinculado quando todos esses elementos estiverem previstos em

    lei. No h espao de escolha ou deliberao quanto a isso. E digo que o ato

    discricionrio quando ao contrrio, alguns desses elementos no derivam de uma regra

    legal e h um espao para quem for agir deliberar. Por exemplo, a lei diz que chefes de

    determinados setores podem, quando constatar falta disciplinar dos servidores aplicar-

    lhes uma sano. Mas no h, como no cdigo penal uma correlao imediata, por

    exemplo, faltou: suspenso de X a Y dias. Fornece apenas algumas regras gerais, vai

    depender se a falta cometida decorreram problemas graves para a administrao, se o

    servidor reincidente ou no, tudo influencia, mas no h um correlao imediata.

    Vamos imaginar que o servidor faltou um determinado dia, e a administrao d a

    advertncia. Na prxima vez que ele falta e gera algo grave, a administrao d uma

    suspenso de 10 dias. O objeto da punio a suspenso, o ato, variou, em um caso

    foi advertncia e no outro a suspenso em razo da mesma falta. Quem decide isso, o

    sujeito que pratica o ato, ou seja, o administrador. Visto isso, h a discricionariedade,

    ele tem opes de como agir. Claro que, o sujeito sempre ter a regra de competncia

    prevista na lei, mesmo nos discricionrios.

    No ato vinculado TODOS os elementos esto previstos em lei e no discricionrio no.

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    A cobrana dos tributos regrada por lei, no posso, por exemplo, se voc me deve

    valores de IPTU, eu s posso parcelar se a lei autorizar; s posso dar moratria (alargar

    o pagamento) se a lei autoriza; o valor calculado de acordo com a lei. S h acordo se

    houver autorizao legal.

    O direito tributrio tem regras prprias. O regime jurdico tributrio se aplica a algumas

    relaes e no se aplica a outras. O que no for tributo, eu no aplico. O conceito de

    tributo nos d o campo de atuao das regras do direito tributrio.

    Se eu entendo que tributo, as normas tem que ser aplicadas. A lei que criou tributo s

    pode ser aplicada no ano seguinte, se no tributo posso cobrar de imediato.

    A emenda constitucional 18/65 instituiu o sistema tributrio e a Lei 5172/66

    regulamenta o sistema tributrio que foi criado pela emenda 18. O que reforado pelo

    artigo 1:

    Art. 1 Esta Lei regula, com fundamento na Emenda Constitucional n. 18, de 1 de

    dezembro de 1965, o sistema tributrio nacional e estabelece, com fundamento no

    artigo 5, inciso XV, alnea b, da Constituio Federal, as normas gerais de direito

    tributrio aplicveis Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, sem

    prejuzo da respectiva legislao complementar, supletiva ou regulamentar

    O cdigo estabelece normas gerais de direito tributrio. O cdigo divido pelo Livro I,

    que temos a regulamentao do sistema tributrio nacional, e o Livro dois com as

    normas gerais.

    Hoje, o artigo 145 da CF veremos que ali comea o captulo da constituio intitulado de

    Sistema Tributrio. Por isso, inmeros artigos do cdigo de 66 no se utiliza mais.

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    2. ESPCIES DE TRIBUTO:

    Vamos estudar:

    Artigo 145, CF

    Art. 145. A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir os

    seguintes tributos:

    I - impostos;

    II - taxas, em razo do exerccio do poder de polcia ou pela utilizao, efetiva ou

    potencial, de servios pblicos especficos e divisveis, prestados ao contribuinte ou

    postos a sua disposio;

    III - contribuio de melhoria, decorrente de obras pblicas.

    1 - Sempre que possvel, os impostos tero carter pessoal e sero graduados

    segundo a capacidade econmica do contribuinte, facultado administrao

    tributria, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar,

    respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimnio, os rendimentos

    e as atividades econmicas do contribuinte.

    2 - As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos.

    Gnero x Espcie: a espcie um elemento do gnero. Ento podemos dizer que o

    gnero fruta, comporta diversas espcies (mamo, banana e ma). Impostos, taxas e

    contribuio de melhoria so espcies do gnero tributo.

    Art. 4 A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da

    respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la:

    I - a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei;

    II - a destinao legal do produto da sua arrecadao.

    Art. 5 Os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria.

    A natureza jurdica significa o que esta prestao do ponto de vista tributrio. A

    espcie de tributo determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao, a lei diz que

    quem for proprietrio de imvel urbano deve pagar IPTU; j sabemos que no uma

    taxa ou contribuio de melhoria. Pela natureza do fato ns descobrimos.

    irrelevante o nome dado. Temos que analisar o fato gerador. Exemplo: taxa de

    condomnio e taxa de marinha NO so tributos e por isso o nome dado irrelevante.

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    O que determina a espcie de tributo o fato gerador da obrigao. A destinao final,

    em princpio, no afeta, no importante para determinar a espcie de tributo. Antes

    de gastar o dinheiro, j sabemos qual a espcie de tributo que estou lidando.

    Fato gerador a situao prevista na lei que quando efetivamente ocorre eu estou

    obrigado a pagar o tributo. O nome no relevante. O que vou fazer com o dinheiro

    arrecadado no determinante para estabelecer qual o tributo.

    Artigo 5 do CTN princpio numerus clausulus: ideia de fechamento, se no for isso no

    tributo e a CF confirma isso no artigo 145. Porm, este princpio foi quebrado, dizendo

    que a previdncia tambm tributo.

    A constituio federal tambm estabelece algumas competncias para criar tributo:

    Unio, Estado, Distrito Federal e Municpios.

    O artigo 5 do CTN tambm colocou os impostos, taxas e contribuies de melhorias como

    espcie de tributo, ento qual a diferena do artigo 5, CTN para o artigo 145, CF? Se

    olhar para o fato gerador do tributo, qualquer que seja, eu terei uma pista segura para

    saber se imposto, taxa ou contribuio.

    Artigo 4, CTN: este artigo diz respeito a natureza jurdica, ou seja, o que isto para o

    direito. Ser ele que dar o norte para nosso estudo, para diferenciar o artigo 145, CF e

    o artigo 5 do CTN.

    A norma do artigo 4 do CTN diz que irrelevante a destinao legal do produto da

    arrecadao, refere-se a receita.

    Cuida da distino entre impostos, taxa e contribuio de melhoria. Esclarece que a

    relao entre o contribuinte e o tesouro pblico nada tem a ver com a relao entre este

    e os destinatrios do gasto pblico. E realmente assim.

    O que importa para a determinao da natureza jurdica do tributo e de cada uma das

    suas espcies o que est na relao entre o tesouro pblico e o contribuinte.

    De acordo com o artigo, a natureza jurdica do tributo determinada elo fato gerador

    da respectiva obrigao. Assim, observando o fato gerador, consigo saber se o tributo

    um imposto, taxa ou contribuio. Exemplo: taxa de marinha, no tributo apesar do

    nome.

    possvel algo ter nome de taxa, mas no ser um tributo. Dessa forma, o nome

    irrelevante.

    necessrio saber a destinao final do produto de arrecadao.

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    AULA 11/08:

    IMPOSTOS Artigos 16 do CTN

    Art. 16. Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao

    independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte.

    Art. 4 A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador da

    respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la:

    I - a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei;

    II - a destinao legal do produto da sua arrecadao.

    Imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de

    qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte.

    Se os tributos so sempre espcies do gnero tributo: sempre comearemos a definio

    assim: imposto a espcie de tributo; taxa a espcie de tributo; contribuio de

    melhoria a espcie de tributo; e depois temos que falar o que os diferencia. Essa

    diferena auxiliada pelo artigo 4, que afirma que a natureza especfica de tributo

    determinada pelo fato gerador da respectiva obrigao. Ento, ele aponta como

    elemento determinante para eu identificar a espcie de tributo e para que eu diferencie

    uma espcie da outra o fato gerador da obrigao.

    Quando eu digo que sou obrigado a pagar IPVA, eu pergunto por que, e a resposta me

    dar o fato gerador, que por que sou proprietrio de um veculo. A mesma coisa o

    pagamento o IPTU, que ser dono de um imvel urbano.

    O que o cdigo afirma que para saber qual espcie de tributo eu devo fazer a pergunta:

    por que eu sou obrigado a pagar?, me dar o fato gerador. Mas, veremos que a lista

    um pouco maior do que estes trs, ento pode ser que mais a frente no se resolva

    assim.

    Independente do que se far com o dinheiro recolhido, j saberemos qual sua espcie.

    Para saber a espcie no devemos olhar para o nome, por que ele no importa, por

    exemplo, taxa de marinha, no .

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    Ento, j que o fato gerador o carter determinante, os conceitos sero assim:

    1) Imposto a espcie de tributo cujo o fato gerador (vem a particularidade)

    2) Taxa a espcie de tributo cujo o fato gerador (vem a particularidade)

    3) Contribuio de melhoria a espcie de tributo cujo o fato gerador (vem a

    particularidade)

    O estado, existe para promover a satisfao do interesse pblico da coletividade em

    geral. Se esta entidade feita para promover o bem comum, nada mais justo que haja

    um rateio das despesas pblicas entre os cidados, que sero chamados de

    contribuintes.

    Por exemplo, eu posso pagar uma certa quantia, o Silvio Santos pode pagar outra

    quantia, por isso, preciso que cada um seja exigido um valor compatvel com a sua

    capacidade para contribuir. O estado elege determinadas situaes denominadas

    tecnicamente de fatos-signo presuntivos de riqueza esse fato significa alguma

    coisa, que, em princpio, pode ser que no, eu presumo que voc tem alguma riqueza,

    no sentido de ter capacidade econmica.

    De certa forma, isso est correto, se eu tenho um imvel urbano, isso significa que,

    presumidamente, eu tenho capacidade econmica, se no, no compraria o imvel. Esse

    fato, ser proprietrio de imvel, me leva a presuno de que voc pode colaborar com

    as despesas pblicas. A mesma coisa vale para quem tem imveis, se voc tem recurso

    para comprar o veculo, voc tem a capacidade para contribuir.

    Se eu ganho dinheiro com meu trabalho, este fato, significa que, presumidamente, voc

    tem alguma capacidade econmica para contribuir com as despesas pblicas. Ento,

    este fato gerador do imposto, ser um fato-signo presuntivo de riqueza. um fato

    econmico.

    vedada a vinculao da receita de impostos a determinados fundos (artigo 167, IV da

    CF). Se eu falar que todo o dinheiro do IPTU ser para a sade est errado, no pode. O

    que eu posso fazer : 10% de todo o montante (de todo o bolo) vai para a sade. Ai sim

    permitido!

    O conceito est no artigo 16, que afirma mais ou menos isso, afirmando que o fato

    gerador uma situao estatal especfica.

    No posso vincular as receitas de impostos a determinada despesa.

    Uma situao que independe de qualquer prestao estatal especfica em relao ao

    contribuinte.

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    Exemplo: todo o IPTU arrecadado (integralmente) vai para as despesas de melhoria de

    estradas e ruas NO PODE.

    Artigo 167, IV, CF: uma situao depende do imposto, mas todos as situaes

    possuem algo em comum, que a no contraprestao do estado a favor do

    contribuinte.

    TAXAS Artigo 77 do CTN

    Art. 77. As taxas cobradas pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos

    Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tm como fato gerador o

    exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio

    pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio.

    Pargrafo nico. A taxa no pode ter base de clculo ou fato gerador idnticos aos

    que correspondam a imposto nem ser calculada em funo do capital das empresas.

    As taxas tem previso no CTN, artigo 77 e tambm no artigo 145 da CF. Em relao aos

    impostos e a contribuio a CF no fala nada, s discrimina melhor as taxas. Ento, o

    artigo 77 a CF praticamente reproduz o texto do cdigo.

    Conceito: uma espcie de tributo cujo fato gerador vinculado a uma atividade estatal

    especfica relativa ao contribuinte. A taxa vinculada a servio pblico, ou ao exerccio

    do poder de polcia.

    Conceito: espcie de tributo cujo fato gerador o exerccio regular do poder de polcia,

    ou a utilizao efetiva ou em potencial de servio pblico especfico e divisvel, prestado

    ao contribuinte ou posto a sua disposio (professor).

    O fato gerador da taxa sempre uma atividade estatal especfica relativa ao

    contribuinte.

    A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero instituir taxas.

    Temos dois tipos de taxas: taxas de polcia e taxas de servio.

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    TAXAS DE POLCIA:

    Art. 78. Considera-se poder de polcia atividade da administrao pblica que,

    limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prtica de ato ou

    a absteno de fato, em razo de interesse pblico concernente segurana,

    higiene, ordem, aos costumes, disciplina da produo e do mercado, ao exerccio

    de atividades econmicas dependentes de concesso ou autorizao do Poder

    Pblico, tranqilidade pblica ou ao respeito propriedade e aos direitos individuais

    ou coletivos.

    Pargrafo nico. Considera-se regular o exerccio do poder de polcia quando

    desempenhado pelo rgo competente nos limites da lei aplicvel, com observncia

    do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionria, sem

    abuso ou desvio de poder.

    Est na segunda parte; o exerccio regular do poder de polcia; um conceito do direito

    administrativo, porm, os estudiosos administrativos utilizam do artigo 78 do CTN para

    conceituar poder de polcia. O poder de polcia um poder atribudo ao Estado para que

    restrinja direitos individuais em prol do interesse pblico.

    um poder atribudo ao estado para que restrinja a prtica de ato ou absteno de um

    fato em razo do interesse pblico (sentido restrito).

    Exemplo: livre o exerccio de qualquer atividade, eu quero montar um comrcio na

    porta da faculdade, por exemplo, afirmo que farei um comrcio, aluguei uma sala.

    Porm, para que eu obtenha a licena para funcionar, terei que sofrer a fiscalizao de

    diversos rgos pblicos. A liberdade da iniciativa assegurada, entretanto no pode

    assegurar isto se colocar em risco a segurana coletiva, ento limito a liberdade de

    iniciativa em prol do interesse pblico.

    Para exercer o poder de polcia o estado ir cobrar, e a pessoa deve pagar para ser

    fiscalizada. Sempre que houver fiscalizao haver poder de polcia.

    Para exercer o direito de polcia o estado cobra tributo. Como identificar que se trata de

    poder de polcia? Toda vez que estiver presente a fiscalizao. Por exemplo, estou

    vendendo sanduche para os alunos na cantina e chega um fiscal sanitrio do municpio

    para ver onde est armazenando os alimentos perecveis, e pode vir a interditar o

    estabelecimento, realizando um laudo de exigncias. Quem pagar para a fiscalizao

    voltar e fiscalizar de novo o dono da cantina paga-se para haver fiscalizao.

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    O fato gerador, por que eu pago? Por que ele exerce o poder de polcia. Pode ser que

    ele nem cobre, por que no tem a previso em lei para cobrana, mas se quiser, pode

    instituir a cobrana.

    Jamais confundir uma espcie com outra. H casos, em que determinadas regras se

    aplicam a taxa e outras a impostos, se voc confundir, ir aplicar a regra errada.

    Os impostos so tributos no vinculados, no h em seu fato gerador a manifestao

    estatal especfica ao contribuinte. As taxas so vinculadas, ou ele vai exercer o poder de

    polcia ou vai prestar um servio.

    Conceito de tributo falamos que a cobrana vinculada, uma classificao de

    vinculada e discricionria; todos os tributos so vinculados a lei. J aqui, vinculado diz

    respeito a uma atividade estatal em um fato gerador. Taxas so vinculadas.

    Outros exemplos de taxas com o fato gerador a atividade de polcia:

    Taxas de licena para localizao e funcionamento, cobrada por diversos

    municpios brasileiros de quem quer se estabelecer com qualquer atividade

    empresarial

    Taxas de licena para publicidade outdoors. Placas ou outras faixas com

    anncios

    Taxas de licena para construes e edificaes.

    Observao: Geraldo Ataba, divide os tributos em duas categorias:

    No vinculadas: o fato gerador no se liga a nenhuma atividade estatal

    especfica relativa ao contribuinte. Exemplo: impostos.

    Vinculadas: ou exerce um servio para o contribuinte ou exerce o poder de polcia.

    Exemplo: taxas e contribuies de melhoria.

    O vinculado ou no vinculado, diz respeito a uma prestao de servios do Estado para

    mim.

    Observao: No poder de polcia no tem exerccio em potencial, neste deve haver

    exerccio efetivo, ou seja, s cobra quando efetivamente fiscalizar.

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    TAXA DE SERVIO:

    toda e qualquer atividade prestacional realizada pelo Estado, ou por quem fizer suas

    vezes, para satisfazer, de modo concreto e de forma direta, necessidades coletivas. No

    se confunde com o poder de polcia, por que sempre atividade prestacional de natureza

    material.

    O fato gerador a utilizao efetiva ou potencial de um servio pblico, especfico e

    divisvel prestado ao contribuinte ou colocado sua disposio. Cuidado: OU e depois

    E. A palavra efetiva se relacionada ao prestado e a palavra potencial est relacionada a

    colocado a sua disposio.

    Por exemplo, coleta de lixo, semanalmente, mais de uma vez inclusive, o poder pblico

    recolhe o lixo despejado. Ento eu tenho a utilizao efetiva de um servio pblico que

    me foi prestado. Mas, eu tambm pago taxa de incndio, pelo servio de segurana pelo

    combate ao incndio, pode ser que eu passe o ano inteiro sem utilizar os servios dos

    bombeiros, este servio no foi efetivamente prestado, por que, ele foi me colocado

    disposio.

    Ento, isso, de ter sido colocado a minha disposio o que chamo de uma utilizao

    potencial, a possibilidade. Use efetivamente o servio pago ou se ele est a minha

    disposio, eu pago da mesma forma.

    No qualquer servio pblico que enseja a cobrana de taxa. preciso que o servio

    seja ESPECFICO E DIVISVEL, cumulativamente.

    Art. 79. Os servios pblicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

    I - utilizados pelo contribuinte:

    a) efetivamente, quando por ele usufrudos a qualquer ttulo;

    b) potencialmente, quando, sendo de utilizao compulsria, sejam postos sua

    disposio mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;

    II - especficos, quando possam ser destacados em unidades autnomas de

    interveno, de unidade, ou de necessidades pblicas;

    III - divisveis, quando suscetveis de utilizao, separadamente, por parte de cada um

    dos seus usurios.

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    Especificidade: aquele servio que est voltado para os cidados de uma tal

    maneira que eu consigo identificar quem que se beneficia dele.

    Divisibilidade: Servios pblicos que so voltados a certos cidados (ut singuli)

    ou prestado para um coletividade que eu no consigo especificar quem o

    usurio (ut universi). Na medida que eu consigo identificar, conseguirei

    quantificar o uso, por exemplo, posso quantificar quanto foi utilizado da coleta

    de lixo (quem produz mais lixo usa mais). Se eu no identifico, eu no quantifico,

    exemplo, iluminao pblica. a possibilidade de eu mensurar o quanto voc

    usa deste servio, por que a cobrana proporcional.

    O STF j teve oportunidade de enfrentar esta questo para determinar se aquela

    cobrana era vlida ou no, a cobrana de determinada taxa, por que discutia-se se o

    servio que ensejava a cobrana da taxa era especfico e divisvel ou no. Isso discutido

    at hoje nos tribunais.

    Por exemplo: taxa de coleta de lixo, pode cobrar? Pode, se no houver a prestao do

    servio, no haver fato gerador, isso outra questo. Se no h o servio colocado a

    disposio e efetivamente prestado, no h fato gerador de obrigao, a obrigao no

    nasce. Mas, pressupe-se que eu tenho um servio prestado, quero saber se ele se

    reveste das caractersticas de especificidade e de divisibilidade. Se no estiverem

    presentes as caractersticas, nula a cobrana da taxa. possvel a coleta de lixo ser

    cobrada, por que, EM TESE, voc poderia ver quanto a pessoa usou (pesando o lixo) e

    quem usou. Mesmo que eu no tenho capacidade econmico, se eu uso o servio ou ele

    colocado disposio, voc obrigado a pagar. Neste caso, no entra o fato signo.

    Exemplo: iluminao pblica: genrico por que no se sabe especificar quem

    isoladamente se beneficiou. No especfico. Inconstitucional.

    Uma vez que tem a possibilidade de identificar o usurio, consequentemente, consegue-

    se saber a quantificao daquele servio. possvel dizer matematicamente o quanto o

    beneficirio se utilizou daquele servio. Assim, um servio no pode ser divisvel se no

    for especfico. Se no tiver a especificidade e a divisibilidade, embora tenha servio

    pblico, no pode ser cobrada nenhuma taxa. Se cobrarem, a cobrana

    inconstitucional e o STF j pacificou sobre o assunto.

    preciso olhar para a natureza do servio para saber se especfico ou no especfico.

    Exemplo: fornecimento de certides ou da prestao da atividade jurisdicional

    especfico e divisvel.

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    Quando se usa um servio pblico, deve-se pagar uma taxa por isso. Mas se no usou

    efetivamente o servio, deve-se ainda pagar, visto que foi uma utilizao potencial, ou

    seja, estava a disposio para usar.

    Exemplo: taxa de incndio. Efetiva = prestada ao contribuinte. Potencial = colocado

    disposio.

    Entende-se como prestada ao contribuinte o servio que este utiliza efetivamente, e

    posto disposio do contribuinte aquele que por este apenas potencialmente

    utilizvel (artigo 79, I do CTN).

    Se o servio no de utilizao compulsria, s a sua utilizao efetiva enseja a cobrana

    de taxa. Se o servio de utilizao compulsria, ainda que no ocorra efetivamente esta

    utilizao a taxa pode ser cobrada.

    Em qualquer caso desses, indispensvel que a atividade estatal, o servio pblico,

    especfico e divisvel, encontra-se em efetivo funcionamento. (Esteja a disposio do

    contribuinte)

    Observao: No poder de polcia no tem exerccio em potencial, neste deve haver

    exerccio efetivo, ou seja, s cobra quando efetivamente fiscalizar.

    AULA 13/08:

    Se eu digo que so essas trs espcies de tributo: imposto, taxas e contribuio, se no

    for nenhuma delas, no ser tributo. Portanto, em princpio o artigo 5 estabelecendo

    estas ideias de fechamento, princpio do numerus clausus, estabelece que so somente

    estes trs, e a CF/88 em princpio confirma isso. Neste caso, a CF que confirma, por

    que o cdigo de 1966 e a CF de 1988. S que ns vamos ver que j quando da

    promulgao do CTN estabeleceu-se uma data para ele entrar em vigor, e antes de

    entrar em vigor, sofreu uma alterao e quebrou o princpio numerus clausus, incluindo

    as cotas da previdncia, e elas seriam consideradas tributos. Com base nesta situao,

    discutiu-se muito se contribuies previdencirias seriam tributos, hoje em dia est

    consolidados que so tributos.

    Impostos, taxas e contribuies de melhoria so espcies do gnero tributo. Se por um

    lado, verdade, todos os impostos so tributos, mas, nem todos os tributos so

    impostos. Maneira que, usando uma palavra como sinnimo de outra nem sempre ser

    possvel. H determinadas regras que se aplicam somente aos impostos e outras que se

    aplicam somente as taxas.

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    Impostos: espcies de tributos (...) cujo fato gerador (...)

    Taxas: espcies de tributos (...) cujo fato gerador (...)

    Contribuio de melhoria: espcies de tributos (...) cujo fato gerador (...)

    No artigo 4, afirma que a espcie de tributo dada pelo fato gerador da respectiva

    obrigao. Esclarecemos, que embora o fato gerador seja objeto de tratamento

    especfico por ns mais a frente, preciso, que sabemos pelo menos o que seja isso. O

    fato gerador pode ser identificado quando respondo a pergunta: por que eu devo pagar?

    Se eu sou obrigado a pagar IPVA eu respondendo pergunta, tenho a resposta que devo

    pagar por que sou proprietrio de um automvel.

    Se eu olhar para o fato gerador do tributo, qualquer que seja ele, terei uma pista segura

    para verificar se ele um imposto, uma taxa ou uma contribuio de melhoria.

    O que o imposto tem peculiar que QUALQUER que seja o fato gerador, sempre ser

    uma situao que independe de uma contraprestao por parte do estado perante o

    contribuinte. Esta a nota tpica dos impostos. Por exemplo, pelo fato de que pagamos

    IPVA as estradas deveriam estar conservadas, como se o dinheiro do IPVA estivesse

    vinculado a uma despesa especfica, isso NO verdade! Eu no pago o imposto para

    que o Estado mantenha as estradas bem conservadas, e sim, por que eu sou proprietrio

    de um automvel.

    Em relao as taxas vimos que elas se desmembram em dois tipos: taxas de polcia e as

    taxas de servio. As taxas de polcia so as espcies de tributo que tem por fato gerador

    o exerccio regular do poder de polcia. Mas, o que poder de polcia? Apesar de ser um

    conceito do direito administrativo, ele tem uma definio no CTN (artigo 78) e, inclusive,

    quando os administrativistas quando abordam esta temtica abordam este artigo, e ,

    em ltima anlise a possibilidade do Estado de limitar direitos individuais em prol da

    coletividade.

    O artigo 78 do cdigo tem um conceito de poder de polcia amplo, por que ele

    exemplifica demasiadamente as reas do direito individual que pode ser restringido.

    Posso, por exemplo, imaginar que a liberdade de locomoo amplamente assegurado

    pela CF, mas em determinados momentos posso ser proibido de circular em

    determinados locais. Um outro exemplo seria, eu acobertar por um princpio da ordem

    econmica, que a da liberdade de iniciativa, respeitadas as normas legais que

    indisciplinam o exerccio da profisso, por exemplo, quero exercer medicina, ento

    primeiro tem que se formar.

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    Fora estes casos que a lei no prev uma formao especfica, por exemplo, montar um

    comrcio ao lado da UVV, do frum e do shopping para revenda e fabricao de fogos

    de artifcio, ai o estado no deixa, por que pode afetar a segurana da comunidade do

    entorno, ento, por conta do direito coletivo o Estado restringe um direito seu. Ento,

    assim, o estado exerce o poder de polcia.

    Para isso, ele cobra a taxa de polcia que uma espcie de tributo cujo fato gerador o

    exerccio pelo estado do poder de polcia. Toda vez que o estado fiscalizar ele estar

    exercendo o direito de polcia. No pode ter em potencial, cobra quando efetivamente

    fiscalizar.

    No exemplo de fogos de artifcio, para ter licena, teremos que solicitar a vinda do corpo

    de bombeiros para fazer uma vistoria no local e ele pode impor restries e impedir de

    explorar a atividade. Para que ele faa esta vistoria, tenho que pagar. Nesta vistoria,

    vamos supor que ele faz um laudo de exigncias dentro de um prazo, e ele volta para

    saber se voc realmente cumpriu, e para isso cobra-se uma outra taxa. possvel fazer

    esta cobrana.

    Exemplo: medio do escapamento de gs dos veculos, pode limitar o direito de uso do

    veculo. Ento, exerce o poder de polcia e para isso eu pago uma taxa.

    A outra subdiviso a taxa de servio que tem como fato gerador a utilizao efetiva ou

    potencial de um servio pblico, especfico e divisvel prestado ao contribuinte ou

    colocado a sua disposio. Quando eu uso um servio pblico, se houver previso em

    lei, tenho que pagar uma taxa, eu utilizo efetivamente, por exemplo, a coleta de lixo.

    Mas, eu pago anualmente a taxa de incndio e pode ser que eu nunca precisei dos

    servios dos bombeiros, ainda assim terei que pagar, por que se de um lado eu no usei

    efetivamente, de outro, ele foi colocado a minha disposio. Isso considerado como

    modo de utilizao em potencial.

    No todo e qualquer servio, preciso que ele esteja revestido das duas

    caractersticas: especfico e divisvel. Significa que o servio deve ser de tal natureza que

    eu possa identificar quem o usurio efetivo dele, ou seja, tem que ser especfico e no

    genrico, por exemplo, a iluminao pblica da rua, no consigo identificar quem o

    usurio; mas a coleta do lixo domiciliar identificvel. Conseguindo especificar quem

    o usurio, consigo saber QUANTO a pessoa usou o servio. Esta quantificao no

    prtica em alguns casos, posso em tese, saber quanto voc precisou da coleta de lixo

    (pesando o lixo recolhido), mas isso seria invivel. Embora o servio seja divisvel, faz-se

    uma quantificao indireta, pela rea do imvel por exemplo.

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    CONTRIBUIO DE MELHORIA Artigo 81 do CTN

    Art. 81. A contribuio de melhoria cobrada pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito

    Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, instituda

    para fazer face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria,

    tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acrscimo de

    valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado.

    *E = estado

    V = valorizao

    C = Contribuinte

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    25

    a espcie de tributo cujo o fato gerador a valorizao do imvel em funo de uma

    obra pblica realizada OU pode se dizer tambm que uma espcie de tributo,

    vinculado, cujo fato gerador est ligado a atividade estatal especfica relativa ao

    contribuinte. Tem como elemento essencial de seu fato gerador a valorizao

    imobiliria.

    Tenho uma ao do estado (obra). Desta obra, resulta uma valorizao (v). Em razo da

    valorizao no imvel do contribuinte ele paga a contribuio de melhoria.

    Se houver desvalorizao ou no houver a valorizao no imvel em razo da obra

    pblica, no h essa contribuio, visto que o fato gerador no a obra e sim a

    valorizao no imvel.

    Entre a ao do estado e a minha obrigao de pagar existe a valorizao.

    O entorno da obra, identificamos a possibilidade de valorizao dos imveis atravs de

    uma percia. Por exemplo, a construo do frum no trs valorizao para as pessoas

    que moram quase em Guarapari.

    O imvel que no foi valorizado paga impostos, bem como os que foram muito ou pouco

    valorizados. Mas, s alguns, tem, alm do retorno comum, uma valorizao do seu

    patrimnio uma obra que foi realizado com o dinheiro de todos, por isso, nada mais

    justo do que ele retornar para o pblico uma parte desta valorizao. O valor do imvel

    depois menos o valor do imvel antes da obra, achamos o valor denominado de mais

    valia, por exemplo, o imvel vale hoje 500 mil e depois da obra ele passa a valer 650 mil,

    ento ele valorizou 150 mil, ento a mais valia deste valor.

    No justo que o proprietrio do imvel valorizado em decorrncia da obra pblica

    aufira sozinho essa vantagem para qual contribuiu toda a sociedade. Por isso, o

    proprietrio do imvel valorizado chamado a pagar a contribuio de melhoria, com a

    qual de certa forma repe no tesouro pblico o valor ou parte do valor aplicado na obra.

    CLCULO: V (valor de antes) V (valor depois) = MAIS VALIA

    Veja: Vd-Va=MV

    Va = 500.000 -

    Vd = 650.000

    MV = 150.000 (MXIMO QUE PODEM COBRAR)

    CONCLUSO: O fato gerado da contribuio de melhoria a valorizao do imvel do

    qual o contribuinte proprietrio, ou enfiteuta, desde que esta valorizao seja

    decorrente de obra pblica.

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    Limites:

    a) Individual: o mximo que pode ser cobrado a mais valia que ele experimentou.

    Vamos imaginar no exemplo supramencionado, o mximo que poderia ser

    cobrado 150 mil reais, no quer dizer que vo cobrar isso tudo. Jamais seria

    tolerado, por exemplo, uma cobrana de 200 mil, visto que no estaria cobrando

    algo a ttulo de valorizao. Mas, podemos falar que a valorizao ser feita de

    1% da valorizao experimentada, que neste caso daria 1500 reais por exemplo.

    (Individual = mais valia)

    b) Global: o mximo o valor da obra. O que vai arrecadar no pode ultrapassar o

    que foi gasto com o valor da obra. s vezes, se cobrar no limite individual, voc

    arrecadaria 2600 reais, mas se voc gastou 1000 reais na obra, no pode, por

    que voc estaria arrecadando mais do que custou a obra. Por isso, ultrapassaria

    o segundo limite, ento, teria que reduzir a arrecadao.

    Como pouco utilizada, no h discusses tributrias em torno da sua cobrana.

    Exemplo:

    Obra custou: R$10.000,00

    Contribuio de A: 1.000,00

    Contribuio de B: 500,00

    Contribuio de C: 100,00

    Contribuio de D: 10.000,00

    Total de Contribuies: 11.600,00 deve-se diminuir a arrecadao quando o

    valor da obra for maior.

    EM RESUMO:

    Contribuio de melhoria o tributo cujo fato gerador a valorizao de imveis

    decorrentes de obra pblica;

    Distingue-se de impostos por que depende de atividade estatal especfica e da

    taxa por que a atividade estatal de que depende diversa. Enquanto a taxa est

    ligado ao exerccio regular do poder de polcia, ou a servio pblico, a

    contribuio de melhoria est ligada a realizao de obra pblica.

    Caracteriza-se, ainda, a contribuio de melhoria por seu fato gerador ser

    instantneo e nico.

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    Observao: numerus clausus fechado; numerus apertus flexvel.

    A princpio o artigo 5, CTN era nmero clausus: os tributos so impostos, taxas e

    contribuies de melhorias, mas isso no deu muito certo. Se observar o artigo 145 da

    CF, percebe-se que ele surgiu de acordo com o princpio do numerus clausus, porm no

    artigo 148, CF trs a possibilidade de instituir emprstimos compulsrios.

    Ento se o sistema tributrio nacional no apenas o artigo 145, CF, mas todos os outros

    artigos, assim, os emprstimos compulsrios seriam uma espcie de tributo, pois est no

    captulo da CF que trata de tributos e alm disso, se enquadra dentro do conceito de

    tributo, pois possui todos os elementos.

    AULA 18/08:

    Bibliografia: Hugo de Britto Machado

    EMPRSTIMOS COMPULSRIOAS ARTIGO 148, CF

    Quando vimos o CTN falamos em um princpio chamado numerus clausus. Quando

    temos uma lista perguntamos se esta lista numerus apertus ou se numerus clausus,

    ou seja, ela admite algumas complementaes ou ela fechada. Por exemplo, crime de

    homicdio, tem uma qualificadora motivo torpe e no final fala ou outro meio cruel,

    podemos incluir vrios meios cruis, portanto, esta lista no fechada.

    O cdigo no artigo 5, CTN, afirma que os tributos so impostos, taxas e condies de

    melhoria, o que no for um destes trs, no tributo. Porm, durante o perodo de

    vacation legis, contemplaram-se cotas da providncia como possveis tributos. Essa

    discusso hoje no forte.

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    A constituio afirma em seu artigo 145, que a Unio, Estado e Municpio podem incidir

    os trs tributos estudados, ento parece que ela acompanhou o numerus clausus.

    Entretanto, estamos estudando um captulo da constituio que trata do sistema

    tributrio nacional, quando chegamos no artigo 148, o que ns vemos l? A possibilidade

    de instituir emprstimos compulsrios, a interpretao no deve ser feito de

    dispositivos isoladamente e sim em um sistema, e o artigo 148 est dentro do sistema

    tributrio nacional, que sugere que emprstimos compulsrios devem ser tributos. O

    emprstimo compulsrio um tributo, no apenas por estar dentro do captulo e sim

    por que ele acolhe todos os elementos que vimos no conceito de tributo, prestao

    pecuniria, institudo por lei, cobrado mediante atividade vinculada e no pago por que

    cometi uma infrao. Ento, reunimos neste instituto todos os elementos do conceito

    de tributo.

    Antes de mais nada um emprstimo, modalidade contratual que j estudamos no

    direito civil. No direito privado eu empresto se eu quiser, um contrato de um acordo

    bilateral, neste caso compulsrio, unilateral. Eu identifico certas situaes e tributo

    ela, por exemplo, emprstimo compulsrio sobre aquisio de combustvel, ou seja, vou

    ao posto de gasolina abastecer e quando eu compro o combustvel um fato gerador

    do emprstimo compulsrio, e ai, em vez de pagar 2,80 reais por litro da gasolina, devido

    ao emprstimo compulsrio de 10%, irei pagar 3,08 centavos por litro de gasolina e a

    diferena de 0,28 vai para o estado.

    Outro exemplo a aquisio de carro zero, o governo resolve cobrar um valor de 10%

    do valor do veculo a ttulo de emprstimo compulsrio, ento um carro que custa 30

    mil reais, voc ir pagar agora 33 mil reais, a diferena dever ser entregue ao Estado.

    Voc no obrigado a abastecer o carro e nem comprar um carro zero, mas, se voc

    fizer qualquer uma das coisas previstas nos exemplos acima, voc vai pagar este

    emprstimo compulsrio.

    Emprstimo compulsrio no confisco. No confisco no h contrapartida. Aqui, apesar

    de ser compulsrio no deixa de ser emprstimo, ento tem todas as caractersticas do

    emprstimo privado, salvo a compulsoriedade. Aqui h uma devoluo, ou pelo menos

    deveria ter.

    Exemplo: a Unio tem que devolver o emprstimo compulsrio sobre a gasolina?

    Quanto? Uma espcie de defesa apresentar as notas fiscais para provar a quantidade

    de gasolina (litro) que abasteceu, sendo esta, uma espcie ou prova. Devendo provar que

    na poca era proprietrio do veculo.

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    STJ = toda pessoa que compra um carro usa ele, deve fazer uma mdia de quanto por

    ano roda com o carro, tirando assim, o valor da mdia do combustvel, dando uma

    mdica do valor do emprstimo. Se a pessoa achasse que era mais, deveria provar.

    Assim, o judicirio regulamentou a situao.

    Os emprstimos compulsrios tem alguns requisitos que tem que ser observados, sob

    pena de sua instituio ser considera inconstitucional:

    1) Competncia: somente a Unio;

    2) Formal: somente por meio de Lei Complementar;

    3) Matrias:

    a) Calamidade Pblica/ Guerra externa;

    b) Investimento pblico urgente e relevante;

    Lei ordinria x Lei complementar: a diferena est no qurum para aprovao. A lei

    ordinria mais fcil de ser aprovada do que uma lei complementar. Por exemplo,

    vamos imaginar que no congresso tenhamos 500 membros, porm, temos 300 membros

    presentes para votar, entra em pauta um projeto de lei ordinria, preciso de no mnimo

    151 votos para aprovar esta lei (50%+1 dos membros presentes maioria simples -

    relativa); se entrar em pauta um projeto de lei complementar, independentemente do

    nmero de presentes, tenho que ter metade de votos correspondente a metade de

    nmero total de membros, ou seja, 251 votos (50%+1 do total de membros maioria

    absoluta).

    Os tributos sero institudos por lei Lei ordinria. Em regra os tributos sero criados

    por lei ordinria, e quando o legislador quiser que seja criado atravs de lei

    complementar, ele ter que especificar, assim como fez com os emprstimos

    compulsrios.

    Exemplo: a Unio no consegue controlar a inflao.

    AULA 20/08:

    Os emprstimos compulsrios uma espcie tributria, visto que se ajeitam ao conceito

    de tributo e, ainda, se adequam aos regimes e princpios tributrios.

    O emprstimo compulsrio, pela CF, s pode ser utilizando dentro de certas situaes:

    1) Cobrir despesas decorrentes de guerra externa ou sua eminencia ou;

    2) Cobrir despesas decorrentes de calamidade pblica ou;

    3) Custear investimento pblico urgente e relevante;

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    Diante do risco de apago eltrico, o poder pblico investiu nas linhas de

    transmisso, algo urgente.

    Somente por lei complementar podemos instituir emprstimos compulsrios.

    Esta matria est sobre reserva de lei complementar.

    O que cumulativo so os demais requisitos:

    1) Competncia: somente a unio E

    2) Formal: somente por lei complementar E

    3) Somente nas hipteses denominadas acima.

    Demos um exemplo de que a Unio tenha institudo um emprstimo compulsrio para

    evitar o progresso da inflao. Esta circunstncia no autoriza a Unio a instituir o

    emprstimo compulsrio, visto que no h preenchimento de nenhuma das matrias

    acima mencionadas.

    Anlise dos elementos do exemplo:

    Foi a Unio que instituiu

    Foi atravs de lei complementar

    No caso de Guerra

    No caso de calamidade pblica

    urgente

    No investimento

    Logo: no tivemos alguns requisitos, ento estas circunstncias no autorizam a Unio

    captar recursos. Nesse caso h uma armadilha, veja no artigo 15 do CTN.

    Vimos ainda, que neste exemplo h uma armadilha, por que no artigo 15 do CTN h a

    situao da capitao temporria do poder aquisitivo, mas, ainda com esta previso a

    soluo continua a mesma: inconstitucional esta lei.

    No aplica o termo inconstitucionalidade, por que quando eu analiso a

    constitucionalidade de uma lei eu tenho que auferir ela em relao a lei que est em

    vigor. Por exemplo, a CF de 1967, e surge a Lei X, para saber se esta lei est compatvel

    com a constituio, eu tenho que verificar de acordo com a constituio vigente na

    poca que ela surgiu. Como que o legislador vai pautar a sua atuao com uma

    constituio que ainda nem apareceu? No tem como, por que ele s pode atuar

    validamente em face de uma constituio que j existe. Ento, a constitucionalidade

    verificada de acordo com a constituio vigente.

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    Ento, quando a lei trata de assunto de maneira diferente do tratamento dado por lei

    anterior, ela revoga tacitamente a lei anterior. No caso de inconstitucionalidade e sim

    de revogao.

    A nova constituio deu um tratamento aos emprstimos compulsrios diferenciado do

    que foi dado pelo CTN, ento, tal dispositivo deve ser revogado. Podemos chamar isso

    tambm de no recepo, a norma no foi recepcionada pela nova constituio.

    Se a lei tivesse sido criada com a constituio de 1967, e mesmo assim fosse contrria a

    ela, seria caso de INCONSTITUCIONALIDADE, mas a mesma lei, em relao a constituio

    de 1988 deve ser REVOGADA, por que ela foi produzida de acordo com a constituio

    que estava em vigor, mas no foi recepcionada pela nova.

    Ressalta-se que no h um prazo fixado em lei para devoluo.

    Competncia exclusiva da Unio.

    CONTRIBUIES ESPECIAIS ARTIGO 149, CF

    Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de

    interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou

    econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o

    disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6,

    relativamente s contribuies a que alude o dispositivo.

    Contribuies sociais de interveno no domnio econmico e de interesse de categorias

    profissionais e econmicas. Esta leitura do artigo 149, CF tem que ser feita em separado,

    visto que o constituinte foi econmico nas suas palavras. No deve ser lido direito, sendo

    que no so s contribuies sociais, so 03 classes de contribuies. O professor criou

    a nomenclatura de contribuies especiais para no confundir com contribuies de

    melhoria.

    Em princpio, somente a Unio tem competncia para cri-las. Porm, o pargrafo

    primeiro do artigo 149 da CF estabelece uma exceo em que Municpios, Estados e DF

    podem instituir um tipo: contribuio (social) destinada ao custeio prprio de

    previdncia de seus servidores, e quando fizer, dever faz-lo e no poder cobrar

    menos do que a previdncia. Para evitar situaes em que entidades outras no

    cobravam nada.

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    Temos que utilizar o termo contribuio de maneira distributiva: so contribuies

    sociais; contribuies de interveno no domnio econmico e contribuies de

    interesse das categorias profissionais e econmica. So trs classes distintas de

    contribuies.

    As contribuies de interveno no domnio econmico, por exemplo, no so

    contribuies sociais.

    As contribuies especiais so compostas por:

    1) Contribuies sociais;

    2) Contribuies de interveno no domnio econmico e;

    3) Contribuies de interesse das categorias profissionais e econmica.

    CONTRIBUIES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS E

    ECONMICA

    Caracteriza quando se destina a propiciar a organizao dessa categoria profissional e

    econmica, fornecendo recursos financeiros para a manuteno de entidade associativa.

    Trata-se de vinculao da prpria entidade representativa da categoria profissional ou

    econmica com o contribuinte.

    O sujeito ativo da relao tributria, h de ser a mencionada entidade.

    As contribuies cobradas pelas demais associaes e a que se trata do artigo 8, IV da

    CF devida apenas pelos trabalhadores sindicalizados, isto , que estejam filiados ao

    respectivo sindicato. No pode ser cobrada de trabalhador no vinculado ao sindicato.

    O conselho regional de medicina, por exemplo, a funo dele fiscalizar o exerccio da

    funo de mdico dentro da regio que ele opera e para isso ele precisa de recursos. E

    estes, em maioria so fornecidos pelos prprios mdicos, por que, na verdade ele

    tambm atua em defesa dos mdicos, ento h interesse dos mdicos a se submeter ao

    poder de polcia do conceito.

    O poder de polcia exercido pelos conselhos, h interesse dos mdicos em geral para

    isso. No ponto de vista tributrio, h interesse de categorias profissionais que so

    defendidos por estes conselhos, e as anuidades pagas pelos engenheiros ao CREA so

    tributos; dos enfermeiros ao seu conselho e etc.

    A espcie destes tributos so contribuies de interesse das categorias profissionais e

    econmica.

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    Vale ressaltar que a fiscalizao est associada ao exerccio do poder de polcia que pode

    ser custeado por taxas, mas, nestes caso, embora a atuao do conselho inclua isso, eles

    tem outras funes, ento a contribuio no s para isso e sim para custear todos os

    servios prestados por ele.

    CONTRIBUIES DE INTERVENO NO DOMNIO ECONMICO CIDE

    So muito genricas. Quando eu falo em tributo, eu penso em dinheiro, mas nem

    sempre o tributo tem esta funo, ou ao menos no em forma exclusiva.

    Por exemplo, na poca do apago, do risco do apago, o governo, imediatamente e

    dentre outras medidas, valeu-se do direito tributrio para evitar o uso de produtos

    eltricos de alto consumo. Por exemplo, grill, ferro de passar roupa, chuveiros, ento,

    quando eu aumento o imposto no processo de fabricao dos produtos e esse aumento

    vai incidir no custo do produto, e quem suporta este aumento o consumidor,

    justamente para desestimular a compra. Ento, o governador no quis pagar mais, por

    que quando acabou o risco de apago ele diminuiu novamente o imposto, falamos ento

    de uma finalidade extrafiscal, que a utilizao do tributo para outros fins que no seja

    a mera arrecadao de dinheiro.

    O governo Collor se referiu aos automveis brasileiros como carroa e ele abriu, ento,

    as portas para veculos estrangeiros, reduzindo o imposto de importao. Os veculos

    importados com qualidade superior chega ao mercado com preo competitivo, devido

    a reduo de impostos, ento a indstria nacional teria que melhorar ou ela iria a

    falncia. Ao abaixar o imposto de importao, uma medida de extrafiscalidade.

    Deveria ter dado um prazo para as empresas nacionais se adaptarem, e elas ficaram

    ento a ponto de quebrar. O Fernando Henrique subiu os impostos de importao para

    retrair o consumo de carros importados, ento, que a populao comeou a comprar

    novamente os carros nacionais, e no era para arrecadar mais, e sim para as indstrias

    se recomporem.

    A extrafiscalidade no se refere apenas as questes econmicas, qualquer finalidade

    que no seja a arrecadao.

    Entretanto isto no restrito das contribuies de interveno no domnio econmico.

    Existe uma classe de contribuio criada especificamente para intervir no domnio

    econmico, conhecida como CIDE, o governo de vez em quando cria uma contribuio

    para intervir em determinado setor, com isso arrecada um pouco, mas o objetivo

    fundamental a interveno em determinado setor.

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    A CF prev a possibilidade de que a Unio institua contribuies especficas para intervir

    em determinados setores.

    Vale ressaltar que somente a lei pode criar ou majorar os tributos. Com relao a criao

    no h excees, mas com relao a majorao h excees.

    Esta espcie de contribuio especial caracteriza-se por ser instrumento de interveno

    no domnio econmico (a transposio de recursos financeiros do denominado setor

    privado para o setor pblico configura interveno no domnio econmico).

    A interveno no domnio econmico aqui apenas aquela que se produz com objetivo

    especfico perseguido pelo rgo estatal competente para este fim, nos termos da lei.

    Ela no se destina a suprir os cofres pblicos de recursos financeiros necessrios para o

    custeio das atividades ordinariamente desenvolvidas pelo estado. Ela no um

    instrumento de arrecadao de meios financeiros simplesmente. um instrumento de

    interveno no domnio econmico. A interveno no uma atividade normal,

    ordinria, permanente do Estado e sim uma atividade excepcional e por isso mesmo

    temporria, tendente a corrigir distores em setores da atividade econmica. Essas

    contribuies so genricas, pois, quando se fala em tributo se pensa logo em dinheiro.

    CONTRIBUIES SOCIAIS

    um subespcie.

    A CF no artigo 194 trata da seguridade social, e afirma que um conjunto de aes do

    poder pblico e da sociedade nas reas de sade, previdncia social e assistncia social.

    Por exemplo, as aes na rea de previdncia so aquelas que quando determinado

    risco social envolvem em certas situaes que me impedem de obter o prprio sustento

    e no prover a minha famlia de prover destes meios, o poder pblico libera os

    benefcios. Eu vendo cachorro quente na frente da UVV, sou atropelado e no posso

    trabalhar por 6 meses, o Estado paga um benefcio, chamado auxlio-doena. Se ficar

    incapacitado de vez, paga uma aposentaria por invalidez. Para cada situao de risco

    haver um benefcio.

    Pagar estes auxlios gera custo e precisa de recursos, que provm do prprio poder

    pblico e contribuies sociais para custe-lo, a empresa paga, os trabalhadores pagam.

    Por outro lado, o INSS fornece vrios benefcios, no somente o de aposentadoria, e sim,

    auxlio-doena por exemplo. Agora, ganhava um salrio mnimo, contribua sobre ele,

    ento na aposentadoria voc ganha o salrio mnimo.

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    A assistncia social temos em reas especficas, por exemplo, idoso e ao incapaz. Tem

    tambm o benefcio de prestao continuada, e conhecido como LOAS, idosos ou

    incapaz que no possam prover o seu sustento, fazem jus, se forem miserveis, do

    benefcio.

    Contribuies destinadas aos gastos na rea social.

    Artigo 149-A, CF Contribuio para o custeio de iluminao pblica

    AULA 25/08:

    As contribuies especiais esto previstas no artigo 149, CF e s podem ser institudas

    pela Unio; so de trs espcies, estudas acima.

    Nem sempre o tributo manejado com a intuio de arrecadar recurso, pode ser

    utilizado para estimular certas respostas da sociedade. Por exemplo, o apago dado na

    aula passada.

    Com a abertura da importao de veculos estrangeiros com a taxao mais baixa,

    chegaram competitivos e com alta qualidade, quase levado a falncia a indstria

    nacional, e por isso, o governo aumentou os impostos de importao com a finalidade

    outra que no era puramente arrecadar dinheiro. Esta caracterstica de usar o tributo

    para finalidade que no seja a arrecadao tem um nome: extra fiscalidade.

    A natureza fiscal a arrecadao. Extrafiscal quando eu manejo tributo para intervir

    em mercador e no para arrecadao.

    A extrafiscalidade diferente de parafiscalidade. Na relao tributria, uma relao

    jurdica obrigacional em que tenho de um lado o credor, sujeito ativo e de outro o

    devedor e o sujeito passivo. Normalmente a pessoa que figura como credora a pessoa

    que criou o tributo, por exemplo, se eu tenho um imposto de renda, quem cria o imposto

    de renda a Unio e ela quem arrecada e fica com o tributo. No mesmo sentido, os

    estados criam e figuram como sujeito ativo, que no caso do IPVA. H casos em quem

    cria o tributo no fica com sua arrecadao, pelo fato de no possurem corpo

    legislativo, por exemplo, a Unio cria, mas quem o sujeito ativo so as corporaes.

    Isso denominado de parafiscalidade.

    Compete exclusivamente a Unio a criao, mas quem cobra e fica com as contribuies

    no so eles. Por exemplo, o INSS.

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    Quando eu vou apontar quem o ru na ao, o sujeito passivo da relao processual,

    eu vou propor ao, por exemplo, contra a UFES em razo de um professor ter se sentido

    preterido. Se ele entrar com a ao contra a Unio, est errado, por que a UFES tem

    personalidade prpria.

    A seguridade social tem aes na rea de previdncia social, assistncia social e na rea

    da sade. O INSS est na rea de previdncia social. A parte entra com a ao contra a

    Unio e contra o INSS por assunto referente a sade, ou seja, o INSS no tem nada a ver

    com isso, ento o processo seria extinto sem resoluo do mrito. E, processo extinto

    sem resoluo do mrito gera honorrios advocatcios.

    Voltando ao exemplo, o INSS autarquia federal, ento ele no pode criar tributos, a

    Unio cria e o INSS que cobra e executa. Isto parafiscalidade, que quando o sujeito

    ativo diferente da pessoa que instituiu a tributo.

    H uma exceo com relao aos estados, municpios e DF, podem instituir

    contribuies previdencirias para o custeio do sistema de previdncia de seus prprios

    servidores.

    Regime jurdico o conjunto de regras sobre determinado assunto. O regime jurdico da

    previdncia social no nico, temos, na verdade, um regime geral de previdncia

    social, chamada de RGPS e vrios regimes especiais, por exemplo, um trabalhador em

    geral que est vinculado ao regime geral da previdncia social, se eu adoeo e no puder

    vir para a UVV vou receber um auxlio-doena nos moldes do regime geral. Mas, nem

    todos os trabalhadores em geral se sujeitam a este regimes, por exemplo, militares que

    tem regras totalmente diferentes, possuem regras prprias diferentes do regime geral

    (regime especial).

    Porm, a Unio exclusivamente compete a instituir todas as contribuies. Porm as

    contribuies sociais da previdncia social para servidores, os estados e municpios

    podem criar, por lei, a contribuio que ser cobrada dele.

    A CF permite que Estados, DF e Municpios podem criar contribuies sociais para o

    custeio da previdncia social de seus prprios servidores, quando haja um regime

    especial para eles.

    A expresso contribuies sociais no abrange somente contribuies da previdncia

    social, podem existir na sade, para assistncia social. Contribuio social no

    sinnimo de contribuio social para seguridade social, h outras reas.

    Estado s pode instituir contribuio para seguridade social se for para previdncia

    social e se for para seus prprios servidores.

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    O servidor pblico que ocupa cargo pblico tem regime especial, regras prprias. Os

    Estados, DF e Municpios instituiro a contribuio.

    Se tiver um regime prprio de previdncia, tem que criar uma contribuio a ser cobrada

    deles, e o percentual dever ser, no mnimo igual, as que so cobradas pela Unio.

    Em sntese: compete exclusivamente a Unio instituir as contribuies especiais, no

    entanto o Estado, DF e Municpio podem criar contribuies sociais de seguridade social

    de previdncia social dos seus servidores, desde que haja um regime especial. H

    estados que no tem regime prprio, ento ficam vinculados ao regime geral.

    Talvez no futuro poder ter uma tendncia de unificao, um regime geral que

    concorre com um regime especial. Assim, como h um regime prprio para os servidores

    pblicos existem os regimes prprios dos estados, municpios e etc.

    Sendo assim, h exceo a regra das contribuies sociais em que a CF admite que os

    estados, municpios e distrito federal criem contribuies sociais para custeio da

    previdncia de seus prprios servidores quando h um regime especial para eles.

    As contribuies sociais nos abrangem apenas a previdncia social e sim a seguridade

    social e outros. Porm, os estados, municpios e DF, s podem constituir contribuies

    sociais se forem para previdncia social com regime especial.

    Contribuio social:

    1) Previdncia social

    2) Assistncia social

    3) Sade

    Hoje a Unio cobra 11% dos seus servidores e os municpios 3%, ento a CF fala que, tem

    que ser criada uma contribuio pelos Estados, Municpios e DF e o percentual deve ser

    o mesmo cobrado pela Unio, ou seja, mnimo 11%.

    Portanto, quem institui contribuies exclusivamente a Unio, exceo para

    contribuies de seguridade social para previdncia social no regime especial.

    CONTRIBUIO DE ILUMINAO PBLICA ARTIGO 149-A, CF

    Uma outra espcie de tributo seria a contribuio de iluminao pblica, prevista no

    artigo 149-A. A CF afirma que os Municpios podem instituir tais contribuies.

    No uma taxa. uma outra espcie.

    Presto o servio de iluminao pblica e todos contribuem com isso.

  • Olvia Lopes Celestino Direito Tributrio 1 Bimestre 2014/2

    Prof.: Ricarlos Almagro

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    Esta contribuio tem que ter sido criada aps a emenda que a constituiu, tem que ser

    criada por lei.

    Se ele no fornece o servio, no h fato gerador para esta contribuio e portanto, no

    pode ser cobrada.

    Deixou de ser uma subespcie de taxa e passou a ser uma espcie autnoma de tributo.

    A emenda constitucional n 39-2002 introduziu na CF o artigo 149-A, atribuindo aos

    municpios e ao DF competncia para instituir contribuio destinada ao custeio da

    iluminao pblica.

    Quando os municpios ou DF criam contribuies para iluminao pblica, no uma

    taxa e sim uma contribuio.

    Alguns municpios chama de taxa de iluminao pblica, mas de acordo com o artigo

    4, CTN, o nome no torna isso inconstitucional.

    Como modalidade de tributo, tem que ser criada por lei e depois da emenda

    constitucional 39 de 2002 a contribuio de iluminao pblica no ficou mais

    inconstitucionais, veja: antes era uma subespcie de taxas, porm ela fugia dos

    requisitos da taxa pois no especfico e divisvel, ento foi declarada inconstitucional.

    Assim, modificaram a CF para poderem criar uma nova espcie de tributo.

    Para a contribuio de iluminao pblica poder ser cobrada, deve haver um fato

    gerador, ou seja, se est pagando por que deve existir iluminao pblica.

    PREOS PBLICOS TAXAS

    A taxa uma modalidade de tributo, uma espcie. O preo pblico, via de regra, no

    tem nada de compulsrio, oriundo de um contrato.

    Imagine que o Estado explorasse uma linha de nibus, e voc paga uma passagem, mas

    no uma taxa a passagem, por que no compulsria, eu pego o nibus apenas se eu

    quiser.

    O tributo deriva da lei.

    o exemplo do prdio que eu vou alugar do INSS que no est sendo usado, eu s alugo

    se eu quiser. a partir de um contrato.

    A smula 545 do STF trs a grande diferena: que a taxa compulsria (pode riscar o

    restante da smula a partir de compulsria).

  • Olvia Lopes Celestino Direito Tributrio 1 Bimestre 2014/2

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    Preos de servios pblicos e taxas no se confundem, porque estas, diferentemente

    daqueles, so compulsrias e tem sua cobrana condicionada a prvia autorizao

    oramentria, em relao a lei que as instituiu.

    A utilizao dos servios quando nomeamos de preos pblicos por que voluntria,

    ento est no mbito de minha declarao de vontade, portanto, no h que se falar de

    tributo.

    Discutimos o que seria compulsoriedade, por que, apesar de no ser obrigada a utilizar

    aquele servio, a outra via se torna to onerosa que eu no tenho sada, ento acaba

    sendo compulsria e sendo evidenciada como uma taxa, mas isso uma discusso,

    apenas estamos citando.

    PEDGIO

    Natureza jurdica: discutvel, via de regra, no seria tributo e sim uma tarifa.

    H um servio especfico, divisvel, mas no compulsrio, ento no tributo. Mas, o

    artigo 150, V da CF, afirma que no configura violao a este direito a cobrana de

    pedgio.

    Por que est dentro do captulo de tributo? Se voc considerar tributo, ainda assim, no

    viola o princpio a cobrana de pedgio. Alguns dizem que pedgio (quando explorado

    pelo poder pblico por exemplo, e a alternativa no existe ou muito onerosa,

    considerado tributo; outros afirmam que nunca ser tributo.

    O sujeito ativo do tributo sempre tem que ser uma pessoa jurdica de direito pblico,

    (Unio, Estado, DF, Municpio, autarquia...); no pode ser pessoa jurdica de direito

    privado.

    A Rodosol uma empresa, ento no pode ser sujeito ativo da relao tributria. Outra

    coisa, se eu considerar tributo, teremos problemas srios, visto que s podem ser

    aumentados por lei, ento precisaria de lei para aumentar o pedgio, mas, o contrato

    administrativo tem que manter o contrato econmico-financeiro, se os custos

    aumentarem, o pedgio tem que aumentar. E se o legislador no aprovar a lei? Como

    que fica o equilbrio do contrato? No h como.

    A principal diferena: questo da compulsoriedade.

  • Olvia Lopes Celestino Direito Tributrio 1 Bimestre 2014/2

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    27/08: A cobrana de pedgio no configura violao ao princpio da CF. Se ele no

    tributo, para que afirmar que a sua cobrana viola um princpio tributrio? bvio que

    no. Mas no por ai, talvez tenha o constituinte se manifestado expressamente no

    sentido de que a cobrana no viola o princpio, no por que considerasse uma espcie

    de tributo, mas porque independentemente o que venha a considerar sobre o pedgio,

    considerando ou no tributo, ele no viola o princpio.

    Ele no sustenta a natureza tributria por dois motivos (na opinio do professor): o

    direito tributrio conceitua o direito ativo da obrigao, que o credor; e o sujeito

    passivo, que o devedor. No conceito de sujeito ativo consta: sujeito ativo da obrigao

    tributria a pessoa jurdica de direito pblico titular da competncia para exigir o

    tributo (artigo 119, CTN), portanto, Unio, Estados, DF, Municpios, autarquias e

    fundaes pblicas; as outras, ainda que integrantes da administrao pblica indireta,

    no tero esta personalidade. Ento, valores cobrados por ela no podem ser

    considerados tributos, por que ele no pode ser considerado sujeito ativo.

    Quando cobram pedgio, temos uma empresa pessoa cobrando, ento no pode ser

    tributo. H quem diga que como uma concesso de servio pblico poderia cobrar

    tributo, mas o professor acredita que no seja assim.

    Em segundo lugar, as concesso so modalidade de contrato administrativo, e este se

    sujeito ao princpio do equilbrio econmico financeiro, que significa que quando eu

    contrato com a administrao, o custo do servio dele e a remunerao que vir por

    conta do pedgio tem uma determinada constante, por exemplo, vamos supor que eu

    tenho uma estimativa de arrecadao de 1000 e um custo para explorar de 500, ento