direito internacional privado

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Direito Internacional Privado BIBLIOGRAFIA: NADIA DE ARAUJO DIP Fonte: TratadosRelações Diplomáticas Carreira diplomática.Relações Consulares Carreira diplomática.Sujeitos: Estados / Organizações Internacionais (Ex.: ONU, UE, MERCOSUL, NAFTA, OMC, OMS,OIT) / Direitos humanosTribunais: Corte Internacional Justiça, TPJ, Corte OEA, OMC (Fóruns/Painéis). DIPRISujeitos: - Pessoas físicas e jurídicas. Tribunal Local :- Estadual- Regional05/08/10 - quinta-feira Conceito de DIPRI: “Conjunto de normas de direito interno que regem relações privadas internacionais” (OAB-MG) Fontes - Constituição Federal - Código Civil e Código de Processo Civil- Código Comercial- Código Penal e Código de Processo Penal- CLT- CTN- LICC- Leis ordinárias- Tratados Internacionais Métodos e auxiliares do DIPRI •Direito uniforme e Direito Uniformizado– Ou seja, é a comparação com outros direitos que possuem a mesma história (Ex.: Lei Brasileira e Argentina). O direito pode ser uniformizado quando se determina tratados internacionais, ou seja, regra para aplicação como por ex. a união de países que determinaram a legislação tributária (Ex.:MERCOSUL). •Método uniformizador– Usa tratados para uniformizar. •Método conflitual– o direito não é uniforme. Olhas as normas do direito Brasileiro e vê qual a solução que elas dão ao caso concreto (em meio ao conflito). É chamado de “Conflict of Laws” (Conflito de Direitos). Auxiliar : Direito Comparado - Civil Law e Common LawCivil Law é o sistema que utiliza códigos, e onde a fonte primária do direito é a lei. Common Law é o sistema que se norteia por precedentes vinculantes/jurisprudências. Não há códigos; porém a sua fonte primária é a Constituição; onde os juízes que

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Page 1: Direito Internacional Privado

Direito Internacional PrivadoBIBLIOGRAFIA: NADIA DE ARAUJO

DIPFonte: TratadosRelações Diplomáticas – Carreira diplomática.Relações Consulares – Carreira diplomática.Sujeitos: Estados / Organizações Internacionais (Ex.: ONU, UE, MERCOSUL, NAFTA, OMC, OMS,OIT) / Direitos humanosTribunais: Corte Internacional Justiça, TPJ, Corte OEA, OMC (Fóruns/Painéis).DIPRISujeitos: - Pessoas físicas e jurídicas.Tribunal Local:- Estadual- Regional05/08/10 - quinta-feiraConceito de DIPRI:“Conjunto de normas de direito interno que regem relações privadas internacionais” (OAB-MG)Fontes- Constituição Federal- Código Civil e Código de Processo Civil- Código Comercial- Código Penal e Código de Processo Penal- CLT- CTN- LICC- Leis ordinárias- Tratados InternacionaisMétodos e auxiliares do DIPRI•Direito uniforme e Direito Uniformizado– Ou seja, é a comparação com outros direitos que possuem a mesma história (Ex. : Lei Brasi leira e Argentina). O direito pode ser uniformizado quando se determina tratados internacionais, ou seja, regra para aplicação como por ex. a união de países que determinaram a legislação tributária (Ex.:MERCOSUL).•Método uniformizador– Usa tratados para uniformizar.•Método conflitual– o direito não é uniforme. Olhas as normas do direito Brasileiro e vê qual a solução que elas dão ao caso concreto (em meio ao confl i to). É chamado de “Conflict of Laws” (Conflito de Direitos).Auxiliar: Direito Comparado- Civil Law e Common LawCivil Law é o sistema que utiliza códigos, e onde a fonte primária do direito é a lei. Common Law é o sistema que se norteia por precedentes vinculantes/jurisprudências. Não há códigos; porém a sua fonte primária é a Constituição; onde os juízes que criam as leis. Por isso da utilização de precedente vinculante. A lei é a fonte primária subsidiária.Normas de DIPRI•Normas Ordinárias•Normas IndicativasÉ aquela que vai indicar para o juiz brasileiro qual a lei que será aplicada no caso em questão.Ex.: Art. 7º da LICC – A lei do país em que for domiciliada a pessoa (até aqui elementode conexão) determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, acapacidade e os direitos de família (essa segunda parte é o objeto de conexão).Toda norma indicativa de DIPRI é composta por 2 partes.- E l e m e n t o s d e c o n e x ã o – é a p a r t e d a n o r m a i n d i c a t i v a q u e c o n t a p r o J u i z brasileiro qual é a Lei que ele vai aplicar;

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- Objeto de conexão – é a parte da norma indicativa que conta pro juiz brasileiroqual é a área do direito sobre a qual ele aplicará a lei indicada11/08/10 - quarta-feiraPreceitos de DIPRI1)Preceito da ordem pública:Art. 17 da LICC- As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações devontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordempública e os bons costumes.Ex.: Um pedido de divorcio de sentença estrangeira de casal homossexual. Essa sentença ferea ordem pública brasileira.O que é ordem pública? Ordem pública é o conjunto de princípios basilares que norteiam odireito brasileiro. Cada área do direito tem um conjunto de princípios, se um princípio é feridoa área do direito fica maculada.2) Preceito do ReenvioArt. 16 da LICC– Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a leiestrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão porela feita a outra lei.A LEI DETERMINADORA DO ESTATUTO PESSOALVerificação da Questão 74 (OAB/ES, 2005 – Agosto – G4)O que é estatuto pessoal (pessoa física)?Art. 7º, L ICC A lei do país em que for domici l iada a pessoa determina as regras sobre ocomeço e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.É o conjunto de regras/normas do direito brasi leiro que regem sobre começo e o f im da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.Existem critérios para disciplinar o Estatuto Pessoal:1º.Territorialidade: Aplica-se a lei do local onde estiver a pessoa (ou seja, a lei do territórioonde estiver a pessoa) para determinar o seu estatuto pessoal. Ex.: Se um Holandês(residente e domiciliado na Holanda) estiver no Brasil, aplicar-se-á a lei brasileira. Nãoadotamos este critério para o Dir. Internacional Privado. Este critério é aplicado apenasno âmbito Penal.2º.Nacionalidade: Aplica-se a lei da nacionalidade da pessoa. Ex.: Se um Holandês estiverno Brasi l , apl icar-se-á a lei holandesa. Este cr itér io não é adotado no Brasi l , mas agrande maioria dos países europeus adota este critério.3º.Domicilio: Critério criado pela Alemanha, informa que aplica-se a lei do domicilio dapessoa. Ex. : Se um Holandês (residente e domici l iado nos EUA) est iver no Brasi l ,aplicar-se-á a lei americana, pois não importará onde a pessoa está, mas sim o seudomicílio. O Brasil adota este critério provado com o Art. 7º, caput, da LICC.O que é domicilio? Art. 70 CCArt. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residênciacom ânimo definitivo.Em uma sentença americana apresentou a informação de que domicilio é o local daresidência habitual . O STF af irmou que esta residência habitual af irmada pelo juiz americano é a mesma citada no Art. 70 do CC.4º.Tratados internacionais

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Convenção da Haia (1955, Art. 2º) – aplica-se a lei da nacionalidade.Esta convenção manda o juiz adotar a regra do domicilio no caso concreto, apesar dereger sobre a nacionalidade. Esta convenção não é adotada no Brasil.

Convenção Americana de Direito Internacional Pr ivado (Código Bustamante). OBrasi l adota esta convenção. Esta convenção determina a apl icação da regra do domicílio. Prefere a regra do domicílio.5º.Exceção no Direito Cambiário (Convenção de Genebra sobre letras de câmbio e notas promissórias) – Art. 2º Este art igo rege: “a capacidade das partes para se obrigarmediante uma letra de câmbio ou uma nota promissória é regida pela respectiva leinacional”. Este artigo vai de encontro a LICC, pois esta fala do domicilio, e aquela falada nacionalidade. (R. Extr. 80004/74).Ex.: Um americano de 16 anos, que tirou sua carteira de motorista nos EUA, PODERÁdir igir veículos no Brasi l (desde que o domici l io dele seja no EUA). Um brasi leiro foi morar nos EUA, fixando o seu domicilio lá (Green card), tira a carteira de habilitaçãoaos 16 anos. Vindo ao Brasil passear, PODERÁ dirigir veículos.19/08/2010 - quinta-feiraDIREITO DE FAMÍLIA INTERNACIONALÉ subdividido em 3 partes:•Casamento•Divórcio e•Adoção internacional1) CASAMENTO:“Lox Loci celebrationes” – Art. 41 do Código de BustamanteO c a s a m e n t o r e a l i z a d o e m q u a l q u e r l u g a r d o m u n d o ( l e i d o l o c a l o n d e f o i c e l e b r a d o o casamento) terá validade.Ex.: Casamento celebrando em Las Vegas sem formalidade legal nenhuma terá validade noBrasil, como um casamento realizado por um rabino em Israel•O brasileiro pode se casar no estrangeiro nas seguintes possibilidades:1)Autoridade local; (brasileiro com brasileira + brasileiro com estrangeiro)2)Consulado/Embaixada - (brasileiro com brasileira somente)3)Casamento de estrangeiro no Brasil – se as duas nacionalidades forem estrangeiras,c a s a - s e f r e n t e a a u t o r i d a d e l o c a l ; s e f o r e m d a m e s m a n a c i o n a l i d a d e p o d e s e r realizados no consulado/embaixada, ou perante autoridade local.4)

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O funcionário diplomático (cônsul ou diplomata) que quiser se casar no estrangeiro,deverá solicitar autorização ao Brasil (Dec. 93325/86 e lei 6.880/80) Se o presidentevetar, a pessoa não poderá casar.Não poderá o funcionário diplomático casar com outro funcionário diplomático.Consulado (representação da administração pública)Embaixada (representação política do estado)§ 2º do Art. 7º da LICC - O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se peranteautoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (devem ter amesma nacionalidade);•Casamento de brasileiros no exterior:Texto: “Validade no Brasil de casamento celebrado em Portugal”1 – O casamento de brasileiro celebrado em Portugal deve ser levado à homologação paraque tenha validade no Brasil? Por quê?N ã o . P o i s a s h o m o l o g a ç õ e s ( h o m o l o g a ç ã o é o t e r m o e r r a d o , p o i s n o D I P R I a p a l a v r a “ h o m o l o g a ç ã o ” s ó d e v e s e r u t i l i z a d a q u a n d o s e r e f e r i r a a ç ã o ) p e r a n t e e m b a i x a d a e consulado não tem o sentido de dar valor ao casamento em si, ou de convalidarnecessariamente o ato. Servem apenas, para atender à algumas exigências burocráticas.2 – Uma pessoa que val idamente se casou em Portugal , mas não levou seu casamento aregistro nos termos do art. 1544, CC, pode se casar novamente com outra pessoa no Brasil?Por quê?Não. Mesmo não registrado o casamento em Portugal existe, tem valor e não permite que apessoa em Portugal ou no Brasil, venha contrair um novo casamento.3- Qual é a solução para aqueles que se casaram no exterior e desejam se casar novamenteno Brasil com outra pessoa? Por quê?A solução é o divórcio de acordo com a lei do país onde foi celebrado o casamento (dependede homologação no Brasil – homologa pois no divórcio tem uma ação, possui sentença), oufaz o divórcio no Brasil..4 – Critique, de forma fundamentada, a informação que é veiculada no site do Ministério dasRelações Exteriores: “O casamento celebrado no exterior, em que uma das partes sejanacional brasileiro, deverá ser registrado em Consulado ou Embaixada para fazer fé pública,ou seja, ter validade no Brasil.”Art. 1544, CC. Para dar fé pública tem que levar em Cartório no Brasil (e não no Consulado,que é só pro registro). Para os cônjuges o casamento possui validade, todavia, a validade aque se refere o Ministro é fazer fé pública perante terceiros.25/08/2010 - quarta-feiraInvalidade do casamentoArt. 7º LICC- A lei do país em que for domici l iada a pessoa determina as regras sobre ocomeço e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. (REGRA)§ 3º- Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a leido primeiro domicílio conjugal. (EXCEÇÃO)Um brasileiro casou-se com uma argentina, e o casamento foi realizado no Paraguai. Porem,f i x o u o 1 º d o m i c i l i o n o U r u g u a i . S e p a r a r a m - s e , e o b r a s i l e i r o v o l t o u p a r a o B r a s i l , e a Argentina voltou para seu país. Nesse caso, aplica-se a lei do Uruguai, pois é a lei do primeirodomicilio conjugal, conf. o §

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3ºAgora, se os dois forem morar no Brasil, a separação será realizada no Brasil, pois aplico ocaput do Art. 7º.§ 4ºO regime de bens, legal ou convencional , obedece à lei do país em que t iverem osnubentes domicílios, e, se este for diverso, à do primeiro domicílio conjugal.Isso se chama“teoria das qualificações”pegar um caso prático e dividir dentro daquelecaso os vários objetos de conexão, aplicando um elemento para cada objeto (pensão, regimede bens, separação... para cada um se aplica regra própria de DIPRI.Regime de bens de brasileiro naturalizadoEstrangeiro se nacionalizando brasileiro:§ 5ºO estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuênciade seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostileao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro.O legis lador permite a mudança de regime de bens para estrangeiro, desde 1977. Para brasileiro nato, essa alteração somente foi permitida em 2002. Essa norma do § 5º, permite amudança para qualquer regime, e não somente ao regime da comunhão parcial.DIVÓRCIO E BRASILEIRO REALIZADO NO ESTRANGEIROArt. 7º § 6º da LICC§ 6ºO divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, sóserá reconhecido no Brasil depois de 1 (um) anos da data da sentença, salvo se houver sidoantecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produziráe f e i t o i m e d i a t o , o b e d e c i d a s a s c o n d i ç õ e s e s t a b e l e c i d a s p a r a a e f i c á c i a d a s s e n t e n ç a s estrangeiras no país. O STJ, na forma de seu Regimento, poderá reexaminar, a requerimentodo interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeirasde divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais.Com a leitura deste artigo, chegamos a conclusão que o divórcio PRECISA ser homologadono Brasil, pois é sentença.DIREITO DAS SUCESSÕES INTERNACIONAIS1) Regra do domicilio– art. 10 LICCArt. 10.A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliadoo defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.- Qualquer que seja a natureza e a situação dos bens- Não confundir com as regas de competência exclusiva (art. 89, CPCArt. 89- Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:II- proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herançaseja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.Ex: Argentino

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falece no Uruguai e deixa bens no Brasil. Competência? Lei aplicável?Processa-se o inventário no Brasil e aplica-se a lei do país do domicilio, ou seja, no uruguai.2) Sucessão de bens de estrangeiros situados no Brasil– art. 10, §1º§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no país, será regulada pela lei brasileira embenefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhesseja mais favorável a lei pessoal do de cujus.Sempre será aplicado a lei mais benéfica quando houver filhos / cônjuges brasileiros.Ex: Ap. Cível 14.153/98, 3ª Câm Civel, TJ-RJ (falecido português: CC português, art. 2142).3) E se os bens estiverem no estrangeiro?STF: RE 99.230.8A competência dos bens no estrangeiro não será a brasileira.26/08/2010 - quinta-feiraSUCESSÕES INTERNACIONAIS4) Capacidade para suceder– Art. 10, §2º LICC§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.D e p e n d e s e n o p a í s o n d e a p e s s o a é d o m i c i l i a d a e l a é c a p a z , a L e i d o B r a s i l d i z q u e a capacidade é de acordo com o país de onde a pessoa reside.Ex: RE 61.434/SP -> caso da espanhola adotada (STJ)O STJ aplicou o princípio da igualdade de filhos (adotados e biológicos), para permitir o direitoa espanhola (que não tinha capacidade para suceder de acordo coma Lei espanhola) adotadaa suceder no Brasil, mesmo contrariando a legislação espanhola, contrariando o §2º do art. 10da LICC.5) Sucessão testamentáriaNão há previsão legal na legislação brasileiraTestamento hológrafo – testamento particular (à mão).STF RE 68.157 – lei aplicável à forma: lei local do atoLei aplicável ao dir. sucessório: 1 domicilioSEQUESTRO INTERNACIONAL INTERPARENTAL DE MENORESConvenção de Haia 1980 (ratificada e publicada no Brasil em 2000)1) Quais os objetivos da convenção?A Convenção lida, na realidade, com dois grandes objetivos: o retorno da criança e o respeitoao direito de guarda e de visita. Mas na prática, o que prevalece na Convenção é o desejo de“garantir o restabelecimento da situação alterada pela ação do seqüestrador”1. Desse modo,pode-se afirmar que o retorno da criança é a principal providência a ser considerada pelasautoridades requisitadas.2) Quando a transferência ou retenção de uma criança é ilícita?Artigo 3º -A transferência ou a retenção de uma criança é considerada ilícita quando:a)tenha havido violação a direito de guarda atribuído a pessoa ou a instituição ou a qualquer outro organismo, individual ou conjuntamente, pela lei do Estado onde a criança tivesse suaresidência habitual imediatamente antes de sua transferência ou da sua retenção; eb)esse direito estivesse sendo exercido de maneira efetiva, individual ou em conjuntamente,no momento da transferência ou da retenção, ou devesse está-losendo se tais acontecimentos não tivessem ocorrido.O direito de guarda referido na alínea a) pode resultar de uma atribuição de pleno direito, deuma decisão judicial ou administrativa ou de um acordo vigente segundo o direito desseEstado.3) Quando a convenção se aplica?Artigo 4º -

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A Convenção aplica-se a qualquer criança que tenha residência habitual numEstado Contratante, imediatamente antes da violação do direito de guarda ou de visita. Aaplicação da Convenção cessa quando a criança atingir a idade de dezesseis anos.Comentários: O art. 4º estabelece os seguintes requisitos para a aplicação da Convenção:1) os Estados envolvidos no pedido de retorno devem ser signatários da Convenção;2) a criança cuja restituição se pede deve ter tido residência habitual no Estado requerente;3) essa residência habitual deve ter ocorrido imediatamente antes da violação do direito deguarda ou de visita;4) a criança em questão não pode ter idade superior a 16 anos completos.Esses aspectos, portanto, deverão ser examinados pelo juiz ou autoridade administrativa,antes de determinar o retorno da criança.4) Explique o dever de retorno imediato da criança. E quando não há esse dever?5) Qual é a autoridade central brasileira para os fins da convenção?AUTORIDADE CENTRAL FEDERAL NO BRASIL - ACAF6) Analise o Caso Sean Goldman argumentos do pai? E do padrasto?16/09/2010 - quinta-feiraADOÇÃO INTERNACIONAL nos termos da Lei 12.010/2009 – TIRAR XEROX DE TEXTONA COPIADORA.1) Quando a adoção é internacional?2) Quem pode adotar uma criança no Brasil?3) Qual é o tempo de estágio de convivência para adoção internacional?4) Há cadastro especial para adoção internacional? Quando será consultado?5) Identifique o artigo de lei que prevê os casos em que o Brasil é o país de acolhida.6) Identifique o artigo que faça o passo – a – passo (procedimento e documentação) paraadoção internacional e comente cada um dos incisos e parágrafos.7) Quando é admissível a intervenção de organismo internacional?8) Com base no artigo “Os direitos humanos da criança e o instituto da adoção internacional:A função social da adoção sob a perspectiva da nova lei”, enumere as modificaçõesintroduzidas pela lei12.010 ao ECA.9) Disserte sobre os motivos que o levariam a defender a função social da adoçãointernacional, tendo-se em vista os instrumentos internacionais e nacionais hoje disponíveis.Art. 51:Novo conceito de adoção internacional•Estrangeiro domiciliado no estrangeiro? Sim;•Brasileiro domiciliado no estrangeiro? Sim;•Estrangeiro domiciliado no Brasil? Não•Brasileiro domiciliado no Brasil adota criança domiciliada no estrangeiro?Convenção de Haia 1993 sobre adoção internacional.01/09/2010 - quarta-feiraDEBATE.02/09/2010 - quinta-feiraFILME.NÃO HAVERÁ AULA NA PRÓXIMA QUARTA FEIRA (E NEM NA SEGUINTE).NÃO VAMOS À AULA NA QUINTA FEIRA DO FERIADO.30/09/2010 - quinta-feiraEstudo de revisão de DIPRI:1) Explique o que é?a) Norma indicativa de DIPRIb) Elemento de conexão e objeto de conexão.c) Direito Uniforme e Direito Uniformizadod) Principais diferenças entre Civil Law e Common Law.e) Função do direito comparado no DIPRI

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2) Estabeleça as regras e exceções para a lei que determina o estatuto pessoal de umapessoa física no Brasil3) O que é princípio da ordem pública brasileira?4) O que é princípio do reenvio?5) Quais as principais regras para casamento e divórcio no DIPRI?6) Concilie o direito internacional de guarda de menor com o tratado internacional ratificadopelo Brasil acerca de seqüestro interparental de menores.7) Trace um histórico de desenvolvimento do DIPRI em relação ao instituto de AdoçãoInternacional.8)Explique como a LICC determina as regras sobre sucessão internacional.Estudo de caso:Karl Bonn, alemão, domiciliado em Karlshure, sul da Alemanha, procura você, advogadointernacionalista, para orientação acerca dos seguintes questionamentos:1) Deseja se casar com Ana, brasileira, domiciliada no Brasil. Ainda não decidiram onde será ocasamento.Onde poderão celebrá-lo se decidirem por: a) Brasil; b) Alemanha; c) Dubai, nos EmiradosÁrabes, onde passarão a lua-de-mel.Que lei deverá ser aplicada para reger a celebração desse casamento? Que lei dirá se osnubentes têm capacidade civil para se casarem?2) Karl é separado judicialmente na Alemanha. Oriente-o sobre o que deve fazer para casarcom Ana.3) O casal deseja adotar uma criança brasileira, após o casamento, quando todos irão morarna Austrália, onde Karl acaba de receber proposta de emprego. Que orientaçõesimprescindíveis você forneceria ao casal? Que artigos do ECA se aplicam a essa situação? Quetratados Internacionais? Poderão aceitar a intervenção de organismos internacionais?4) Sabe-se que na Alemanha, como na Austrália, não há sucessão legítima para filhos. Acriança brasileira a ser adotada pelo casal terá direitos sucessórios? O que aconselharia aocasal a esse respeito?20/10/2010 - quarta-feiraCOMPETÊNCIA INTERNACIONAL DA JUSTIÇA BRASILEIRAÉ Dividida em duas partes:I - Competência exclusiva da justiça brasi leira – Art. 89 CPC – TRATA-SE DE SOLTAXATIVOArt. 89 - Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; - RE 90961/79II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herançaseja estrangeiro e tenha residido fora do terr itório nacional . (Quaisquer bens, até mesmoimateriais)O legislador deixa claro que a autoridade judiciária é competente para julgar as hipóteses legais do art. 89 excluindo qualquer outra. Isso significa que só juiz brasileiro pode apreciar orol do art igo. Se o juiz estrangeiro julgar matéria sobre o assunto desse art igo, o STJ nãohomologará essa sentença estrangeira.I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil;Parte do território é questão de soberania (Princípio da soberania – territorial). Portanto, oBrasil chama para si a responsabilidade de julgar ações sobre imóveis. A doutrina discutesobre os tipos de ações. Doutrinariamente, as Ações dividem-se em: ações “in rem" (ações dedireito real; art. 1225 cc) ou ações “in personan” (ações de direito pessoal).Somente as ações de direito Real são de competência da justiça brasileira, de acordo com oSTF (Barbosa Moreira). Ações de direito pessoal, ainda que versem sobre direito real no Brasil,não será de competência Brasileira.II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herançaseja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.Para determinação da competência do juiz brasileiro, deverá ser levado em conta o local emque

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se encontram os bens. Não importará o domicilio do de cujus.O legis lador está se referindo a todos os bens do de cujus, sendo eles móveis, imóveis,semoventes, de propriedade intelectual, etc; independente de que bem for.Ex.: um de cujus espanhol deixou bens no Brasil, Argentina e na Espanha. Desta forma, deveser aberto o inventário em todos os países em que possuir bens.Se houver a partilha em outras situações diversas do inventario, a justiça brasileira NÃO seráresponsável . Responsabi l izara tão somente em part i lhas de processo de inventário. Ex. :Dissolução de união estável com partilha de imóvel no Brasil, poderá ser realizada nos EUA?Sim.II - Competência concorrente da Justiça Brasileira (é competente o juiz brasileiro eo estrangeiro) – Art. 88 CPCDa Competência InternacionalArt. 88- É competente a autoridade judiciária brasileira quando:I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.Parágrafo único. Para o fim do disposto no número I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoajurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal.O caput do art. não determina que a competência é concorrente. Porém, o caput do art. 89determina que é exclusiva.I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;Refere-se a qualquer ação cível (não se considera a penal).II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;Ex.; comprador e vendedor ital ianos, residentes na Itál ia. Lá, assinaram um contrato de compra e venda de granito, com clausula de entrega no porto de vitoria, no Brasil. Pode-seprocessar essa ação na Itália ou no Brasil.III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.Em qualquer fato ocorrido, pode-se ser processado no Brasi l . Se a sentença gerar efeitos práticos jurídicos no Brasil, poderá ser realizada no Brasil.Barbosa Moreira tem um outro entendimento: Ainda que não esteja nas hipóteses do art. 88,s e a s e n t e n ç a f o r d e j u r i s d i ç ã o v o l u n t a r i a , n ã o t e m m o t i v o s p a r a q u e o j u i z s e d e c l a r e incompetente. Ex.: (alvará, divórcio, confirmação de registro de nascimento...). O rol do Art.88 (para o TJ do RS e Barbosa Moreira, ‘e exemplificativo); já o TJ de SP entende que o rol é taxativo.Para o STJ o rol é taxativo.Ação de alimentos com réu no exterior:Convenção de New York sobre obrigação de alimentar; ou seja, define quem pode entrar coma ação tanto no foro do credor (criança), quanto do devedor (Art. 109, III, CF), devendo entrarcom a ação na justiça federal. Porem, não fundamentando a petição com essa convenção,mas sim com o Art. 88, II, pode-se entrar na cível comum.Competência internacional– continuação“fórum non convenience” – toda vez que o juiz americano identificar que o foro não é o maisconveniente para julgar aquela demanda, abra mão de sua competência para que outro juiz julgue, pois se levará em conta onde foram produzidas as provas.Não é aplicado no Brasil, porque fere o principio do juízo natural.CLÁUSULA DE ELEIÇÃO DE FORO.Toda vez q o contrato é considerado internacional, pode-se definir uma cidade estrangeirapara dirimir sobre o litígio.Ex. : partes brasi leiras definem Buenos

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Aires para dir imir o confl i to. Porem, não se pode afastar a competência concorrente, podendo também utilizar a justiça brasileira.

João reside nos EUA, entra com a ação X contra Maria (residente no Brasil). Ela, ainda quesabendo da ação movida nos EUA, entra com a ação X em face de João (que esta nos EUA).Neste caso, ocorreu a litispendência. Nesta causa, a 1ª citação valida (ou o 1º despacho), nãod e t e r m i n a r á q u e m s e r á o r e s p o n s á v e l p o r j u l g a r , p o i sNÃO EXISTE LITISPENDÊNCIAINTERNACIONAL, conforme art. 90 do CPC.Art. 90 - A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta aque a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas.Desta forma, sairá 2 sentenças válidas. Se houver a homologação da sentença estrangeira, abrasi leira se extinguirá. Se o transito em julgado da sentença brasi leira ocorrer primeiro, extinguirá a estrangeira.21/10/2010 - quinta-feiraHOMOLOGACAO DE SENTENCAS ESTRANGEIRASResolução nº 09 - STJ1) Competência: art. 105, I, “i”, CF/88 e art. 4º, Res. Nº 09, STJ.Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:I - processar e julgar, originariamente:a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)2) Legitimidade para propor – Art. 3º, Res. 09 (Posição do J. F. Marques).Jose Frederico Marques entende que somente as partes que litigaram no processo original sãocompetentes para intentar ação de homologação. É posicionamento isolado.O STF discorda desse entendimento. O STJ também.Quando a homologação cabia ao STF, o processo de homologação estava dentro doregimento interno do STF. Ao passar ao STJ, este criou uma resolução: a 09 de 2005.Para o STJ legitimado é qualquer interessado juridicamente.Art. 3ºA homologação de sentença estrangeira será requerida pela parte interessada,devendo a petição inicial conter as indicações constantes da lei processual, e ser instruídacom a certidão ou cópia autêntica do texto integral da sentença estrangeira e com outrosdocumentos indispensáveis, devidamente traduzidos e autenticados.3) Função do STJDurante a homologação, o STJ não entra no mérito da ação.Ex: ações de alimentos na china tem valor irrisório. Ao ser homologada no Brasil, não se poderevisar o valor.Não se pode discutir o mérito posto que os estados que prolatam a sentença estão fazendoum ato soberano.O STJ faz um juízo de delibação. (Prelibação: faz analise de requisitos processuais). Como asentença já esta prolatada não há que se analisar os requisitos processuais. O STJ faz apenasum juízo de delibação: que é um juízo processual posterior à sentença. São os requisitosprocessuais indispensáveis do tópico 6 adiante.O STJ só analisa requisitos extrínsecos da sentença: Citação válida; Juiz imparcial, etc.O STJ faz uma analise se fere ou não a ordem publica (art. 17, LICC). Essa analise não é demérito. Analisar o mérito é julgar o pedido. A única exceção é quanto a

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prescrição edecadência em que não há discussão do pedido (???).O STJ não adentra ao mérito. Verifica apenas se terá ou não validade no Brasil.Art. 17.As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações devontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordempública e os bons costumes.4) Concordância com a ordem pública brasileira – Art. 17 LICC.Art. 17.As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações devontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordempública e os bons costumes.5) Que sentenças são homologáveisAs sentenças com obrigatoriedade de homologação.Numa sentença condenatória (dar, fazer, não fazer), a conseqüência mediata é a satisfaçãodo direito (execução). Deve ser homologadaSentença constitutiva (cria, modifica ou extingue direitos). Também é obrigatória ahomologação.Sentença declaratória (declara um direito ou fato). Tem que ser homologada para ter validadeno Brasil.Sentença meramente declaratória do estado da pessoa: abaixo.Art. 15.Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna osseguintes requisitos:Parágrafo único.Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratóriasdo estado das pessoas.Contudo, diz o art 483, CPC:Art. 483.A sentença proferida por tribunal estrangeiro não terá eficácia no Brasil senãodepois de homologada pelo Supremo Tribunal Federal.O STF entende que o art. 483 quer dizer que toda sentença estrangeira deve ser homologada.O art. 483 é especial à LICC. Alem disso, é mais nova. O art. 483, então, revogou o art. 15,LICC. Então para o STF há necessidade de homologação de todas a sentenças, inclusive asmeramente declaratórias do estado da pessoa.Laudo arbitral: Também precisa de homologação, tem natureza de sentença administrativa(constitutiva)Titulo executivo extrajudicial: não precisa de homologação pois não tem força de sentença.Titulo estrangeiro, então, necessita de autenticação consular (feita no pais de origem peloconsulado brasileiro) e faz uma tradução juramentada.6) Tutelas de urgência (art. 4º, §3º, Res. 09)§3ºAdmite-se tutela de urgência nos procedimentos de homologação de sentençasestrangeiras.7) Requisitos processuais indispensáveis (art. 3º, Res. 09)É o juízo de deliberaçãoRequisitos para homologação:Art. 5ºConstituem requisitos indispensáveis à homologação de sentença estrangeira:I - haver sido proferida por autoridade competente;II - terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia.;III - ter transitado em julgado; eIV - estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução por tradutor oficialou juramentado no Brasil.Art. 15

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– LICC. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna osseguintes requisitos:a) haver sido proferida por juiz competente;b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução nolugar em que ,foi proferida;d) estar traduzida por intérprete autorizado;e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.Parágrafo único. Não dependem de homologação as sentenças meramente declaratórias doestado das pessoas.Art. 5º, I, Res 09 versus art. 15, a, LICC=> a resolução corrigiu uma imprecisão da LICCque tratava de juiz. Alguns países, em algumas ações, a decisão é proferida por outraautoridade que não o juiz.Art 5º, II, Res 9 versus art. 15, b, LICC= > tratam da mesma coisa. Citação validaArt. 5º, III, Res. 9 versus art. 15, c, LICC => tratam da mesma coisa. Deve haver coisajulgada para que seja possível homologação.Art. 5º, IV, REs. 9 versus art. 15, d, LICC=> sentença autenticada por cônsul brasileira etradução oficial.Art. 15, e, LICC=> a Resolução não trata da homologação posto que os requisitos parahomologação, ao passo que na LICC estão os requisitos para executar a sentença.Após a homologação da sentença estrangeira, cabe a justiça federal executá-la (art. 109, X,CF)X- os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de cartarogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causasreferentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;8) Processamento – Art. 9, Res. 09.Art. 9ºNa homologação de sentença estrangeira e na carta rogatória, a defesa somentepoderá versar sobre autenticidade dos documentos, inteligência da decisão e observância dosrequisitos desta Resolução.§ 1ºHavendo contestação à homologação de sentença estrangeira, o processo serádistribuído para julgamento pela Corte Especial, cabendo ao Relator os demais atos relativosao andamento e à instrução do processo.§ 2ºHavendo impugnação às cartas rogatórias decisórias, o processo poderá, pordeterminação do Presidente, ser distribuído para julgamento pela Corte Especial.§ 3ºRevel ou incapaz o requerido, dar-se-lhe-á curador especial que será pessoalmentenotificado.PI (endereçada ao presidente do STJ)Abre vistas ao MPF. Este faz também um juízo de deliberação. Remete ao STJ.STJ faz a citação do requerido.Não havendo resposta do réu: não há efeitos da revelia. Mas gera efeitos processuais: há umadecisão monocrática do presidente do STJ. Desta decisão cabe agravo regimental.Havendo contestação: quem julga é uma corte especial do STJ. Da decisão do colegiado cabeagravo (é um recurso chamado apenas agravo!).9) No MercosulProtocolo de Las Leñas: a sentença de qualquer pais que seja do Mercosul (argentina,Uruguai, Paraguai), não há necessidade de homologação de sentença

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estrangeira. Basta queo juiz destes países envie para o STJ o pedido para homologação. Não há necessidade deadvogado e há economia processual. O restante do tramite é igual.10) Execução de sentenças estrangeiras – Art. 109, inc. X, CF/88.Art. 109.Aos juízes federais compete processar e julgar:X- os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de cartarogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causasreferentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;28/10/2010 - quinta-feiraCARGAS ROGATORIASAto de comunicação de países distintos.1)Que atos estariam sujeitos- citação- intimação testemunha- seqüestro / Arresto- todas as medidas de caráter executório2)Em que língua deve ser escritaJustiça rogante (requerendo a diligencia, via carta rogatória)Justiça rogada (vai cumprir a diligência, via carta rogatória)Deve ser escrita na língua da carta rogada. Ex.: uma carta a ser cumprida nos EUA, vai serescrita em inglês3)Que lei será usada para o cumprimento da diligência?A lei processual que será processada a carta rogatória será a “Lex fori” ou seja a lei do local onde o processo estiver correndo, ou seja, onde será cumprida a carta rogatória.Ex.: Nos EUA, por ex. não é reduzida a termos os depoimentos. O juiz brasileiro não poderáexigir que seja regido a termo. Entretanto, o juiz brasileiro poderá pedir ao juiz daquelepaís de acordo com o que seria considerado válido aqui no Brasil.4)TiposAtivas – quando o Brasil for a justiça rogante, será ativa.Passivas – para a justiça rogada, a carta rogatória é a passiva.5)Exequatur e competência – Art. 105, I, i, CFArt. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:I - processar e julgar, originariamente:i ) a h o m o l o g a ç ã o d e s e n t e n ç a s e s t r a n g e i r a s e a c o n c e s s ã o d e e x e q u a t u r à s c a r t a s rogatórias;Exequatur é uma ordem de executar. Instrumento como ordem de “cumpra-se” Ex.: o STJ recebe uma carta rogatória e, após analisar os requisitos, emite uma exequaturArt. 109, IV

6)Tramitação – modificações da Res. 09, STJ – Inovaçõesa) Medidas de caráter executório –art. 7º (CR 215/05)b) Atos que independem de intervenção da justiça no Brasil, art. 7º, § únicoc) Oitiva da parte interessada (art 8º, CR 999).- é aberto contraditório de carta rogatória, mesmo não sendo uma ação.7)Redistribuição das CR´s impugadasa) Se não-impugnadas (Presidente do STJ que emite o exequatur)b) Se impugnadas (corte especial – cabe agravo)

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8)Tratados internacionaisa) Convenção Interamericana de DIPRI: CIDIP I e IIb) Protocolo de Las Leñas- é o tratado do MERCOSUL, trazendo um procedimento especial de sentençasestrangeiras, trazendo a gratuidade da carta rogatória.9)Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causasreferentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;E S T U D A R N O L I V R O D A N A D I A D E A R A U J O T O D A A P A R T E D E P R O C E S S O C I V I L INTERNACIONAL (COMPETENCIA, HOMOLOGAÇÃO E CARTA ROGATÓRIAS)PRÓXIMA AULA TRAZER LEI 6.815/80.03/11/2011 - quarta-feiraNACIONALIDADE NO DIPRI1. Nacionalidade e CidadaniaPara a Itál ia, Europa toda, a nacional idade e c idadania são as mesmas coisas, ou seja,sinônimas.Para o Brasil, a nacionalidade e cidadania NÃO são sinônimos.Nacionalidadeé um vinculo de ordem política, social, legal, econômica e cultural que une um determinado indivíduo a um determinado estado.Cidadaniaé o e x e r c í c i o d a c a p a c i d a d e e l e i t o r a l a t i v a , p o i s n ã o p r e c i s a e s t a r e m s u a capacidade eleitoral passiva.Todo cidadão Brasileiro é um nacional brasileiro, porque estrangeiro (mesmo quenacionalizado não vota no Brasil). O conceito de cidadania no Brasil é diferente de todo or e s t o d o m u n d o . S o m e n t e o p o r t u g u ê s q u e p o d e r á v o t a r n o B r a s i l , m a s c o m a l g u m a s ressalvas.Ex. de quem não é cidadão brasileiro:- os condenados penais;- os menores de 16 anos;- todos os que têm os direitos políticos suspensos;2. Aquisição da nacionalidade no Brasil2.1 Aquisição da nacional idade originária – brasi leiro nato (Art. 12, I CF)Art. 12. São brasileiros:I - natos:a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde queestes não estejam a serviço de seu país; (regra do ius solis)b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer delesesteja a serviço da República Federativa do Brasil; (regra do ius sanguinis)c) os nascidos no estrangeiro de pai brasi leiro ou de mãe brasi leira, desde que sejamregistrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativado Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidadebrasileira;2.2Aquisição da nacionalidade derivada - estrangeiro (Art. 12, II CF)3. Dupla nacionalidade ou perda de nacionalidadeArt. 12 - CF§ 4º Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva aointeresse nacional;II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:a) de

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reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (regra do ius solis esanguinis concedidas por outro país)b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estadoestrangeiro, como condição para permanência em seu terr itório ou para o exercíc io dedireitos civis; (por imposição devido a um trabalho, por exemplo)O brasileiro nato então poderá perder a nacionalidade brasileira.EXISTE DIFERENÇA ENTRE BRASILEIRO NATO E BRASILEIRO NATURALIZADO?A r t . 1 2 , § 2 º- C F : A l e i n ã o p o d e r á e s t a b e l e c e r d i s t i n ç ã o e n t r e b r a s i l e i r o s n a t o s e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.Lei infraconstitucional não pode criar distinção entre os 2.§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:I - de Presidente e Vice-Presidente da República;II - de Presidente da Câmara dos Deputados;III - de Presidente do Senado Federal;IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;V - da carreira diplomática;VI - de oficial das Forças Armadas.VII - de Ministro de Estado da Defesa.Naturalizado pode ser senador da república, ministro da fazenda, presidente do STJ, deputadofederal, etc.Art. 89.O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da República, edele participam:VII- seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo doisnomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pelaCâmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.São cargos de brasileiros natos.Art. 12II- naturalizados:a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira (trata da naturalidade comum– na forma da Lei), exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residênciap o r u m a n o i n i n t e r r u p t o e i d o n e i d a d e m o r a l ; ( t r a t a d a n a t u r a l i d a d e e x t r a o r d i n á r i a o u constitucional)b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil hám a i s d e q u i n z e a n o s i n i n t e r r u p t o s e s e m c o n d e n a ç ã o p e n a l , d e s d e q u e r e q u e i r a m a nacionalidade brasileira. (trata da naturalidade extraordinária ou constitucional);Ambas alíneas citadas acima, possuem direito constitucional de ser brasileiros. Osestrangeiros abordados pela lei 6.815 não tem direito de ser brasileiros.Lei 6.815/80Art. 111.A concessão da naturalização nos casos previstos no artigo 12, II, da Constituição,é faculdade exclusiva do Poder Executivo e far-se-á mediante portaria do Ministro da Justiça.A faculdade exclusiva refere-se a discricionariedade, possuindo os atributos de conveniênciae da oportunidade.O ministro da justiça é o responsável em conceder a naturalização.Art. 112.São condições para a concessão da naturalização:I - capacidade civi l , segundo a lei brasi leira; (tem que ser c iv i lmente capaz perante a lei brasileira)II - ser registrado como permanente no Brasil; (é provado através do visto

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permanente nopassaporte, ou seja, imigrante)III - residência contínua no território nacional, pelo prazo mínimo de quatro anos,imediatamente anteriores ao pedido de naturalização; (se for estrangeiro de línguaportuguesa, o período é de 1 ano. Se for de qualquer outra nacionalidade, o período são de 4anos).IV - ler e escrever a l íngua portuguesa, consideradas as condições do natural izando; (o legislador não fala em “falar”, não exigindo que tenha fluência da língua)V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; (olegislador está querendo evitar que o estrangeiro venha para o Brasil se valer da previdênciasocial)VI - bom procedimento; (atestado de boa conduta emitido pela Policia Federal).VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crimedoloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1(um) ano; e (não precisa ser condenado)VIII - boa saúde. (evita-se que o estrangeiro se aproveite da saúde publica brasileira)Art. 113. O prazo de residência f ixado no art igo 112, i tem I I I , poderá ser reduzido se onaturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:I - ter filho ou cônjuge brasileiro;II - ser filho de brasileiro;I I I - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasi l , a juízo do Ministro da Justiça;IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ouV - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes oMaior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuircota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial oucivi l , dest inada, principal e permanentemente, à exploração de at iv idade industr ial ouagrícola.Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de doisanos, no do item IV; e de três anos, no do item V.Gravar as reduções de prazo do art. 113Art. 115.O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro daJustiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estadocivil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente noBrasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ounão traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesaArt. 121.A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direitoà naturalização. (O estrangeiro que completa todas as condições do art. 112, possui umamera EXPECTATIVA de se tornar brasileiro, porem deve ser requerida).Art. 123.A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge ef i lhos do natural izado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquem no Brasi l sem que satisfaçam às exigências desta Lei. (o ato não se estende aos familiares, pois a naturalizaçãoé um ato pessoal) IV - ler e escrever a l íngua portuguesa, consideradas as condições do natural izando; (o legislador não fala em “falar”, não exigindo que tenha fluência da língua)V - exercício de profissão ou posse de bens suficientes à manutenção própria e da família; (olegislador está querendo evitar que o estrangeiro venha para o Brasil se

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valer da previdênciasocial)VI - bom procedimento; (atestado de boa conduta emitido pela Policia Federal).VII - inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou no exterior por crimedoloso a que seja cominada pena mínima de prisão, abstratamente considerada, superior a 1(um) ano; e (não precisa ser condenado)VIII - boa saúde. (evita-se que o estrangeiro se aproveite da saúde publica brasileira)Art. 113. O prazo de residência f ixado no art igo 112, i tem I I I , poderá ser reduzido se onaturalizando preencher quaisquer das seguintes condições:I - ter filho ou cônjuge brasileiro;II - ser filho de brasileiro;I I I - haver prestado ou poder prestar serviços relevantes ao Brasi l , a juízo do Ministro da Justiça;IV - recomendar-se por sua capacidade profissional, científica ou artística; ouV - ser proprietário, no Brasil, de bem imóvel, cujo valor seja igual, pelo menos, a mil vezes oMaior Valor de Referência; ou ser industrial que disponha de fundos de igual valor; ou possuircota ou ações integralizadas de montante, no mínimo, idêntico, em sociedade comercial oucivi l , dest inada, principal e permanentemente, à exploração de at iv idade industr ial ouagrícola.Parágrafo único. A residência será, no mínimo, de um ano, nos casos dos itens I a III; de doisanos, no do item IV; e de três anos, no do item V.Gravar as reduções de prazo do art. 113Art. 115.O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro daJustiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estadocivil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente noBrasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ounão traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesaArt. 121.A satisfação das condições previstas nesta Lei não assegura ao estrangeiro direitoà naturalização. (O estrangeiro que completa todas as condições do art. 112, possui umamera EXPECTATIVA de se tornar brasileiro, porem deve ser requerida).Art. 123.A naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge ef i lhos do natural izado, nem autoriza que estes entrem ou se radiquem no Brasi l sem que satisfaçam às exigências desta Lei. (o ato não se estende aos familiares, pois a naturalizaçãoé um ato pessoal).04/11/2010 - quinta-feiraNacionalidade (continuação)•Art. 12, §3º, CF;•Perda da nacionalidade e dupla art. 12, §4º, CF – Quem pede a nacionalidade brasileira?•Cancelamento de naturalização;•Adquirir outra nacionalidade (nato ou naturalizado), salvo:oNacionalidade originária pela lei estrangeira:

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Jus sanguini;Jus soli;oImposição de naturalização:Permanecer, ouExercer direitos civisEXERCÍCIO.11/11/2010 - quinta-feiraSAÍDA COMPULSÓRIA DE ESTRANGEIROLei 6.815/80Expulsão – Processo Administrativo – Ato de ofícioNatureza - Discricionário.Competência – Poder Executivo. Presidente da República.Hipóteses de expulsão:- Art. 65. O estrangeiro que atentar contra: A segurança nacional, a ordem política ou social, atranqüilidade ou moralidade pública e economia popular. ou nocivo à conveniência e aosinteresses nacionais. / Fraude para entrar ou permanecer; não se retirar no prazo; vadiagemou mendicância; desrespeitar lei para estrangeiro.- Art. 7º, III – Só volta por meio de Decreto Presidencial.- Art. 75 – I - Defesa. Se não posso extraditar para um pais, também não é permitido expulsar;Inc. II – Não pode ser expulso, mas poderá ser deportado ou extraditado.Deportação – Processo Administrativo – Ato de ofícioNatureza - Discricionário.Competência – Presidente da República.Hipóteses de deportação: Entrada ou estada irregular.Defesa: Art. 63 - Se não posso extraditar para um pais, também não é permitido deportar;Extradição – Processo Penal – Deve haver o requerimento de um Estado estrangeiro.Natureza – P. JudicialCompetência – STF -> Decisão final do Presidente da República.EXTRADIÇÃO– Lei 6.815/80- possibilidade de concessãoEncontra-se no art. 76.Verifica-se se há tratado internacional assinado. Se não houver, o Brasil poderá negociar nabase da reciprocidade.- Condições para concessão – Art. 78Art. 78. São condições para concessão da extradição:I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis aoextraditando as leis penais desse Estado; eII - existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditandoautorizada por Juiz, Tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo odisposto no artigo 82.Os incisos são cumulativos.O fundamento do pedido de extradição deve ser um crime. Este crime deve ter sido cometidono estado do requerente. Pode ser aplicado a regra da teoria da lei penal no espaço (ouquando o resultado do crime ocorrer no estado).Deve haver a prisão decretada.- Impedimento – Art. 77Art. 77. Não se concederá a extradição quando:I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato quemotivar o pedido; (não se extradita brasileiro nato). Obs. Observar o Art. 5, LI da CF.II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;(se não for crime no Brasil e no outro for, ou vice-versa, não poderá extraditar. Tem que sercrime em ambos para extraditar).III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;(o Brasil será competente quando o crime for

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cometido no Brasil, ou seu resultado ocorrer noBrasil).IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvidono Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estadorequerente;VII - o fato constituir crime político; eVIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo deexceçãoArt. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crimecomum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícitode entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;Para próxima aula: O que é crime político?Crime político é um crime que envolve atos ou omissões que prejudicam o interesse doEstado, do governo ou do sistema político. O crime político pode ser de dois tipos:Crime político próprio: é o de opinião, isto é, aquele que causa ameaça à ordem institucionalou ao sistema vigente.Crime político impróprio: é o crime comum conexo ao delito político ou seja, um crime denatureza comum porém dotado de conotação político-ideológica. Por exemplo: assaltar umbanco para obter fundos para determinado grupo político constitui crime político impróprio.Segundo Delmanto, os crimes políticos próprios "somente lesam ou põem em risco aorganização política", ao passo que os impróprios "também ofendem outros interesses alémda organização política". Ou, conforme Acquaviva: "O crime político próprio objetiva subverterapenas a ordem política instituída, sem atingir outros bens do Estado ou bens individuais; ocrime político impróprio visa a lesar, também, bens jurídicos individuais e outros que não asegurança do Estado".17/11/2010 - quarta-feiraESTATUTO DO REFUGIADO – LEI 9474/971951 – Estatuto do refugiadoSegundo estatuto do refugiado de 1951, em seu art. 1º, refugiado é todo aquele perseguidopor motivo de raça, religião, nacionalidade, grupos sociais e por opinião política.- Mas há uma limitação, até 1º de janeiro de 1951.- ACNUR - Auto Comissionado das Nações Unidas de Refugiados1967 – protocolo;1984 – declaração de contagem – não exclui o conceito da ONU, eles estão aderindo. Elessomam o conceito da ONU com alguns conceitos. “Todo aquele que estiver sofrendo violaçãomaciça e generalizada de direitos humanos mais o primeiro conceito acima”. Para abraçar ogrupo de mulheres que estavam sendo perseguidas ampliou o conceito da ONU.1997 – Lei 9474 – Estatuto do Refugiado no Brasil.Art. 1º traz o conceito de refugiado abraça o conceito de cartagena.Art. 11. CONARE (comitê nacional para refugiados no Brasil). Ex.: embarcações que trazemafricanos (estrangeiros) jogam eles no mar, então solicita a CONARE para dar o refúgio.Art. 40 - 1ª instância: CONARE; 2ª instância: Min. Justiça; não cabe mais recurso.Art. 33. ExtradiçãoESTUDAR CASO CESARE BATTISTI E RONALD BIGGSCASO CESARE BATTISTIL. 6.815/80 (extradição)L. 9.474/97 (estatuto do refugiado)“Crime político”Ministro decidiu que se tratava de crime político. A competência para tratar de extradição doSTF no judiciário e no executivo é o Ministro da Justiçacompetência para concessão derefúgio. Houver conflito de competência.Competência para extradição: STF (judiciário) x Ministro da Justiça (executivo)Máfia na Itália, Cesare Battisti então liderava uma dessas máfias, eles faziam o que militantesfaziam (terrorismo), foi perseguido e fugiu para a França, onde o atual governo deu Estado

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derefugiado. Quando houve mudança do governo caçou visto e estado de refugiado. Cesare foipara o México. Este deu extradição. Fugiu para o Brasil, pediram extradição ao Brasil. Oadvogado disse que requeria o status de refugiado no Brasil pois estava sendo perseguido porcausa da política. O CONARE em 1ª instância nega. O ministro (2ª instância) concede,suspender processo de extradição, pois era perseguição política. O ministro disse que eracrime político (é diferente pois este so p STF pode dizer quando é crime político).O STF então assim disse, e em 2009 deu a extradição, agora cabe o presidente dar ou não aextradição (lula). Hoje Cesare esta preso aqui n Brasil. CASO RONALD BIGGSNa década de 60 formou quadrilha e assaltou trem pagador (por que salário para funcionáriospúblicos), foram pegos pela polícia e fugiram da prisão da Inglaterra, foi para Austrália e veiodepois para o Brasil, pois Brasil e Inglaterra nunca tiveram tratado de extradição ereciprocidade. Conheceu brasileira, casou-se, teve filhos. No início da década de 70 houvejogo Brasil x Inglaterra, a TV filam então Ronald e a Inglaterra requer a extradição de Ronald.Brasil não extraditou pois não havia tratado. Mas Ronald já tinha entrado com passaportefalso e é crime. Iniciaram então defesa de saída compulsória. A defesa dele foi que eleconstituiu família que dependia dele. Mas na época da ditadura apagaram saída compulsóriae colocaram expulsão, onde não cabia tal defesa. Não havia país que quisesse e que pudessedeportar, extraditar, expulsar. Ele ficou preso no Brasil. Em 92 a Inglaterra requereu aextradição, o Brasil nega pois o crime prescreveu.No final da década de 90, Biggs passa mal e volta para Inglaterra para se tratar.Se o STF não extradita, ponto final.Se o STF autoriza a extradição, vai para o presidente dar a ultima palavra.18/11/2010 - quarta-feiraTEXTO: “Extradição no atual STF”1)Qual a diferença entre extradição executória e extradição instrutória?2)É vedada extradição por crime político. O que é crime político?3)O que significa o princípio da dupla incriminação ou dupla tipicidade? Qual a suaamplitude?4)O que significa o compromisso do art. 91 da Lei 6.815/80?Responder com o texto que a professora deu em sala