direito do trabalho · interpretação da norma jurídica. classificação. forma. lógica....

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DIREITO DO TRABALHO Interpretação e integração da norma jurídica Prof. Antero Arantes Martins

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Page 1: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

DIREITO DO TRABALHO

Interpretação e integração da norma

jurídica

Prof. Antero Arantes Martins

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Interpretação da norma jurídica. Conceito.

• PARTE 1

• INTERPRETAÇÃO DA NORMA

JURÍDICA

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Interpretação da norma jurídica. Conceito.

• Conceito: Interpretar a norma é atribuir-lhe um significado, medindo-lhe a exataextensão e a possibilidade de suaaplicação no caso concreto.

• Consiste em buscar a razão de ser danorma, no sentido de existência, da suautilidade social, no seu caráter de justiça.

• Fundamental para que o operador dodireito não se transforme em mero“leitor” da norma.

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Interpretação da norma jurídica. Classificações.

• Quanto ao intérprete;– Autêntica;

– Doutrinária;

– Jurisprudencial;

• Quanto à forma;– Gramatical;

– Lógico;

– Sistemático;

– Teleológico;

– Histórico-evolutivo;

• Quanto ao efeito;– Declarativa;

– Extensiva;

– Restritiva

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.

• Autêntica: Consiste na interpretação da

norma feita pelo próprio legislador. É

encontrada, comumente na própria lei, na

exposição de motivos da Lei, nos anais da

casa legislativa que registram os debates

políticos sobre a norma e em outras leis

que a ela se referem.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Autêntica

• Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso,correspondente à relação de emprego.

• Itens 44 a 46 da exposição de motivos:

– “44. ...o deliberado propósito de se reconhecer acorrespondência e equivalência entre a ‘relação deemprego’ e o ‘contrato de trabalho’, para os efeitos dalegislação social, ...

– 45. ... Admitido, como fundamento de contrato, o acordotácito, é lógico que a ‘relação de emprego’ constitui o atojurídico suficiente para provocar a objetivação das medidastutelares ...

– 46. O conceito firmado na consolidação é tanto mais justo erelevante quanto é o que se evidencia em face de contratosformalmente nulos ou substancialmente contrários à ordempública dos preceitos da legislação de proteção”

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Autêntica

• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora,

cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo

industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica,

serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente

responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.

– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas

passiva?

– Item 52 da exposição de motivos: “... Inseriu a

definição de empregador, que integra o conceito

definitivo da relação de emprego, acompanhando-a

da noção legal de empregadora única dada pela Lei

435 de 17/05/1937...”

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.

• Doutrinária: Consiste na interpretação

da norma feita pela “opinio juris”, que

decorre da pesquisa científica, sem o

compromisso de solucionar uma hipótese

concreta.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. Doutrinária.

• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cadauma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controleou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação deemprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.

– Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva?

– “A revogada Lei 435, de 17 de maio de 1937 dispunha que (...). Noparágrafo único a mesma lei dispunha que ‘..., a não ser para o fimúnico de se considerarem todas elas com um mesmo empregador’.Neste ponto a lei fixava a solidariedade ativa.

– Este parágrafo que estabelecia a solidariedade ativa foi revogado.A CLT (art. 2, § 2º) manteve (...) a solidaridade passiva.

– Discutível é a concepção do grupo econômico como empregadorúnico, afirmada por parte da doutrina mas ainda sem base legal”

– (Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho –Saraiva – 23ª Edição, p. 687)

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete.

• Jurisprudencial: Realizada pelos Tribunais

(envolve todos os profissionais da área

jurídica, ou seja, os advogados, o Ministério

Público e os Magistrados). Nascerá a

jurisprudência baseada na fundamentação de

cada um destes profissionais. Tem por objetivo

a solução de hipóteses concretas

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Intérprete. jurisprudencial.

• Art. 2º, § 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada umadelas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ouadministração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou dequalquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação deemprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma dassubordinadas.

– Há solidariedade ativa e passiva ou apenaspassiva?

– Nº 129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPOECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20e 21.11.2003

– A prestação de serviços a mais de uma empresa domesmo grupo econômico, durante a mesma jornadade trabalho, não caracteriza a coexistência de maisde um contrato de trabalho, salvo ajuste emcontrário.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Gramatical: o método é o básico, mera

análise sintática da construção gramatical.

• A norma jurídica é uma figura de

linguagem com sujeitos interlocutores e

objeto.

– Interlocutor ativo: Emissor da norma.

– Interlocutor passivo: Destinatário da norma.

– Objeto: Conteúdo da norma.

• Consiste na verificação da construção

gramatical e análise sintática do texto.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.

• XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas

diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de

horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção

coletiva de trabalho

• O acordo também deve ser coletivo ou

pode ser individual?

– Pode ser individual. Se o adjetivo

“coletiva” se referisse também ao sujeito

“acordo”, então teria que ser colocado no

plural e no masculino: “coletivos”

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.

• Ocorre que nem sempre o legislador

prima pela boa técnica redacional.

• Assim, a mera interpretação gramatical

nos leva a dilemas insuperáveis para

determinar o exato alcance da norma

jurídica.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.

• Art. 469 - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua

anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se

considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança

do seu domicílio .

• “Domicílio”: O lugar onde o cidadão tem a sua

residência permanente.

• Dilema:

– Se não transfere o domicílio, não é transferência

segundo o “caput” supra transcrito.

– Se transfere o domicílio a transferência é definitiva e

não tem direito ao adicional do parágrafo terceiro do

mesmo artigo.

– Quanto o adicional será devido?

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.

• Art. 495 - Reconhecida a inexistência de falta grave praticadapelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo noserviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no períododa suspensão.

• Reintegração pressupõe o retorno ao posto detrabalho com o pagamento dos salários edemais vantagens contratuais desde a ilegaldispensa. Retorno ao “status quo”.

• Readmissão considera o período entre adispensa e o retorno como suspensão docontrato de trabalho.

• É readmissão ou reintegração?

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Gramatical.

• Evidente que o exame gramatical do texto

normativo é o primeiro passo para o

trabalho de interpretar.

• Claro está, porém, que a busca do sentido

exato da norma não passa pelo mero

exame gramatical do texto normativo,

sendo necessárias outras técnicas de

hermenêutica.

Page 18: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Lógica: Consiste no uso do raciocínio

indutivo e dedutivo, através de proposições

lógicas, como, por exemplo, “se, então”,

“inclusão e exclusão”, “silogismo” (Premissa

maior, premissa menor e conclusão).

• É algo que fazemos inconscientemente, porque

a mente rejeita conclusões que sejam

logicamente contrárias entre si.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo

• Art. 3º - Considera-se empregado toda

pessoa física que prestar serviços de

natureza não eventual a empregador, sob

a dependência deste e mediante salário.

(Premissa maior)

• João é pessoa física que trabalha de

forma subordinada a empregador de

forma não eventual, pessoal e mediante

salário (premissa menor).

• Logo, João é empregado (conclusão).

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Inclusão.

• Nº 331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE

• I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo nocaso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).

• ...

• III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação deserviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação elimpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meiodo tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.

• Quando forma vínculo de emprego com o tomador deserviços conforme previsão do inciso I?

• Quando for em atividade-fim, porque não forma ematividade-meio (exclusão).

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Se, então

• Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços denatureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediantesalário.

• Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos osefeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador,como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.

• Se gorjeta não se confunde com salário, sendoespécie diversa de remuneração. (Art. 457).

• Se o contrato de trabalho tem como elementode onerosidade o salário e não a remuneração(art. 3º)

• Então, a gorjeta não compõe o elemento deonerosidade do contrato de trabalho.

Page 22: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Sistemática: Consiste na análise da norma em

face à sua posição dentro do sistema jurídico como

um todo e, ainda, buscar o sentido do dispositivo

onde está inserido. O parágrafo guarda relação com o

“caput” do artigo, o artigo, com a seção, a seção com

o Título, o Título com o Livro e o Livro com o

Código.

• Um dispositivo de Lei não pode ser examinado sem o

seu referencial, sob pena de perder (o intérprete), a

noção da estrutura organizacional do ordenamento

jurídico.

Page 23: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.

• CF: Art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos

de trabalho;

• A leitura isolada deste inciso pode fazer crer aointérprete que devem ser reconhecidas todas asconvenções coletivas e todos os acordos coletivos detrabalho. Façamos a leitura com o “caput”.

• CF: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além deoutros que visem à melhoria de sua condição social:

• ...

• XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

• Percebe-se que o reconhecimento das Convenções eAcordos Coletivos é um direito dos trabalhadores enão dos empregadores e quando visem a melhoria desua condição social.

Page 24: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.

• CLT: Art. 651 § 3º- Em se tratando de empregadorque promova realização de atividades fora do lugardo contrato de trabalho, é assegurado ao empregadoapresentar reclamação no foro da celebração docontrato ou no da prestação dos respectivos serviços.

• A Leitura deste dispositivo isoladamente podefazer crer que toda vez que o empregadorealizar trabalho em localidade diversa docontrato tem este o direito de optar por interpora ação no local da prestação de serviços ou nolocal de trabalho. Vamos ler o art. 651, § 3º emconjunto com o seu “caput”.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Sistemática.

• Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento édeterminada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado,prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutrolocal ou no estrangeiro.

• § 3º- Em se tratando de empregador que promova realização de atividadesfora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregadoapresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestaçãodos respectivos serviços.

• Vê-se, portanto, que a regra é no sentido de que areclamação será proposta no local da prestação deserviços mesmo que tenha sido contratado em outrolocal. Como interpretar o § 3º em relação ao “caput”?

• A opção ocorre apenas quando o empregadorpromover atividades fora do seu local, ou seja, aoempregador itinerante. (Circo, por exemplo).

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Teleológica: Também chamada definalística, consiste em buscar a “menslegis” da norma e protege três sentidos básicos

– “ratio leges” - razão da lei

– “vis leges” - sentido da lei

– “ocasio leges” - época da lei.

• O art. 5º da L.I.C.C. determina ao intérpreteque se faça a seguinte pergunta: Por que anorma existe?

• Art. 5° - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais aque ela se dirige e às exigências do bem comum.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Teleológica.

• Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art.

7º, I, da Constituição:

• II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa:

• b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses

após o parto.

• Para qual razão existe tal norma?

• A mim parece que a norma surgiu para evitar a

dispensa discriminatória, ou seja, dolosa,

aquela em que o empregador, ao ter

confirmada a gestação, dispensa a empregada

para “livrar-se do problema”. Daí a expressão

“confirmação”.

Page 28: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Teleológica.

• Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderesda União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aosprincípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade eeficiência e, também, ao seguinte:

• II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovaçãoprévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordocom a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma previstaem lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em leide livre nomeação e exoneração;

• A quem esta norma protege?

• A mim protege a sociedade e não aadministração pública. Aliás, protege asociedade da administração pública,preservando o Princípio da Impessoalidade

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Histórica-evolutiva: O sistema histórico-evolutivo, parte da premissa de que a norma tem vidaprópria, tem força expansiva, pelo qual é possível aointerprete atribuir-lhe um sentido novo, de acordocom a sociedade atual, no momento da aplicação danorma.

• Consiste em analisar qual era a sociedade ao tempoem que a norma foi promulgada e verificar se taiscondições continuam as mesmas ou foram alteradas.

• Fundamental na aplicação da teoria tridimensional deMiguel Reale (Fato-valor-norma), ou seja, verificar seo fato ainda existe e, em caso afirmativo, qual é o seuvalor atual.

Page 30: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Histórica.

• Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo

empregador:

• f) embriaguez habitual ou em serviço;

• A interpretação meramente gramatical nos leva à

conclusão que a expressão “ou”, que é disjuntiva,

permite a dispensa por justa causa do empregado que

é ébrio contumaz mesmo fora do serviço.

• Historicamente a embriaguez habitual era vista como

desvio de caráter.

• Atualmente, sabe-se, é doença.

• Ninguém pode ser dispensado, e muito menos por

justa causa, porque é doente.

Page 31: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Conflitos entre formas.

• Por vezes a aplicação dos diversos métodos de

interpretação nos leva a resultados

interpretativos diferentes.

• Nestas ocasiões, no Direito do Trabalho,

especificamente, há que se aplicar o Princípio

“in dubio pro operario”.

• Nos demais ramos do Direito (e também no

Direito do Trabalho), o intérprete deve valer-se

de uma base teórica sólida, consistente em

Princípios Gerais e específicos do direito e

equidade, sobre os quais trataremos adiante.

Page 32: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Exemplo.

• CF: Art. 7º, IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capazde atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdênciasocial, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendovedada sua vinculação para qualquer fim;

• A interpretação gramatical da parte em destaque (a que, aliás, foifeita pelo STF na Súmula vinculante nº 04) nos leva à conclusãode que nenhum benefício pode ser calculado sobre o saláriomínimo.

• Sabe-se, porém, que historicamente (em 1.988) o país viviaperíodo de alta inflação e, para proteger-se da corrosão da moeda,contratos civis, comerciais, etc eram celebrados em saláriomínimo.

• Para evitar a corrosão da moeda ainda maior, o governo nãoaumentava o salário mínimo, prejudicando os trabalhadores.

• Esta, portanto, é uma norma de proteção aos trabalhadores (como,aliás, está no “caput’ - sistemática) e não para seu prejuízo.

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Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma.

• Declarativa: quando a sua interpretação forsuficiente em si mesma para o entendimento.

• Restritiva: quando a interpretação diminuir oalcance da norma, ou seja, quando o textodisser mais do que seu objetivo. Ocorre com oscontratos benéficos, as cláusulas penais, e asnormas de exceção em geral.

• Extensiva: quando a interpretação ampliar oalcance da forma, quando o texto disser menosdo que seu objetivo. Ocorre com a análise dedispositivos que versem sobre direitos humanosfundamentais e direitos constitucionaisfundamentais, por exemplo.

Page 34: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Interpretação da norma jurídica. Conceito.

• PARTE 2

• INTEGRAÇÃO DA NORMA

JURÍDICA

Page 35: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Integração da norma jurídica. Introdução.

• É pressuposto de funcionamento do

ordenamento jurídico que este seja integral,

sob pena de, em determinadas hipóteses, o

Poder Judiciário deixar de julgar conflitos sob

a alegação de ausência de norma que

corresponda à hipótese fática em discussão, o

que acarretaria insegurança jurídica. É um

dogma, já que, sabemos, o ordenamento

jurídico não é completo.

• Existem lacunas.

Page 36: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Integração da norma jurídica. Introdução.

• Carlos Henrique Bezzerra Leite invoca as liçõesde Maria Helena Diniz sobre as espécies delacunas:

– Normativa: quando houver ausência de norma sobredeterminado caso;

– Ontológica: se houver norma, mas ela nãocorresponder aos fatos sociais contemporâneos. É oque ocorre quando o grande desenvolvimento dasrelações sociais e o progresso acarretarem oancilosamento da norma positiva;

– Axiológica: ausência de norma justa. Neste caso,existe um preceito normativo, mas se for aplicado,sua solução será insatisfatória ou injusta.

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Integração da norma jurídica. Previsão legal.

• LICC: Art. 4° - Quando a lei for omissa, o juiz

decidirá o caso de acordo com a analogia, os

costumes e os princípios gerais de direito.

• CLT: Art. 8º - As autoridades administrativas e a

Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou

contratuais, decidirão, conforme o caso, pela

jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros

princípios e normas gerais de direito, principalmente

do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os

usos e costumes, o direito comparado, mas sempre

de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

Page 38: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Integração da norma jurídica. Princípios

• Já estudamos que os Princípios são “as

verdades fundantes de uma ciência” e,

portanto, são fontes primárias do direito, quer

na interpretação das normas postas, quer na

integração do ordenamento como um todo.

• Pode-se, inclusive, negar vigência à norma

posta com fundamento em Princípio já que, se

são colidentes e o princípio é uma verdade

fundamental, a norma não pode prevalecer.

Page 39: DIREITO DO TRABALHO · Interpretação da norma jurídica. Classificação. Forma. Lógica. Silogismo •Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços

Integração da norma jurídica. Princípios

• Art. 463 - A prestação, em espécie, do salário será paga emmoeda corrente do País.

• Parágrafo único - O pagamento do salário realizado cominobservância deste artigo considera-se como não feito.

• Empregado que confessadamente recebeu ossalários em moeda estrangeira, sem que tenhatido nenhum prejuízo com este procedimento,pode postular em Juízo a repetição dospagamentos com base no parágrafo único?

• Evidentemente que não. Princípio da JustiçaDistributiva e do não enriquecimento semcausa.

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Integração da norma jurídica. Analogia

• Consiste em verificar que não há normaespecífica para a hipótese em estudo e buscar,no ordenamento jurídico, norma que trate dematéria semelhante.

• A similitude que se busca não está apenas nascondições fáticas que envolvem as situações,mas, notadamente, nas condições valorativasque levaram o legislador a regrar determinadasituação e que devem ser as mesmas a regrar asituação ora examinada.

• Buscar a “ratio leges” da norma jurídica.

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Integração da norma jurídica. Analogia

• Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia,

escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa) minutos de

trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez) minutos não

deduzidos da duração normal de trabalho.

• Quando não houver norma coletiva ao

digitador, é possível a aplicação do art. 72 por

analogia.

• Sim, mesma “ratio leges”, qual seja, proteção

contra movimentos repetitivos.

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Integração da norma jurídica. Usos e costumes.

• Consiste na prática reiterada de uma certa conduta em

determinada comunidade com a consciência de sua

obrigatoriedade, ou seja, embora não exista norma

jurídica que obrigue àquela conduta, acredita-se no

inconsciente coletivo que tal conduta é obrigatória.

• Ex: Terça-feira de carnaval = feriado.

• Concessão de adiantamento salário de 40% do salário

no dia 20 de cada mês (vale).

• Manifestação do inconformismo contra decisão

interlocutória proferida por Juiz do trabalho através

da expressão “protesto”.

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Integração da norma jurídica. Equidade.

• Equidade consiste no sentimento de justiça.

• Cuidado! Há diferença entre julgamento “com”equidade e “por” equidade.

• Julgamento com equidade: Temperar o rigor da Leiabstrata adaptando-a ao caso concreto. O Juiz sempredeve julgar com equidade. Ex: Avaliar a gravidade dafalta grave em casos de dispensa por justa causa,equiparação salarial para o empregador que faz mais doque o paradigma...

• Julgamento por equidade: Aplicar o sentimento deJustiça do julgador ao caso em concreto. O Juiz só podejulgar por equidade quando for expressamenteautorizado por lei.– Ex: Ausência de norma (integração, estamos estudando

agora);

– Rito Sumaríssimo (Art. 852-I, § 1º, CLT).

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Integração da norma jurídica. Jurisprudência.

• O Brasil é país de “civil law” e não de“common law”. De regra, os julgamentos sãoproferidos com fundamento na Lei e não emprecedentes jurisprudenciais.

• Entretanto, no caso de ausência de norma, ajurisprudência pode criar soluções e, em casode repetição, Súmulas e OrientaçõesJurisprudenciais que sirvam de parâmetro parao julgamento.

• A este fenômeno dá-se o nome de “ativismojudiciário”.

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Integração da norma jurídica. Jurisprudência.

• O tema é altamente polêmico, na medida em que, de

regra, o juiz é aplicador do direito e não criador do

direito.

• Em que hipóteses e quais serão os limites do

“ativismo judiciário”?

• Quando se julgará criando a norma e quando se

julgará improcedente por falta de amparo legal?

• Não existem parâmetros fixados, nem na

jurisprudência, nem na doutrina.

• O dado relevante a ser examinado, neste caso, é o

valor do fato que está sendo questionado.

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Integração da norma jurídica. Jurisprudência.

• Ex: Direitos dos homossexuais.

• A jurisprudência foi responsável por grandes

avanços no ordenamento jurídico e seus

posicionamentos incorporados, posteriormente,

no mesmo.

• Exemplos: Direitos do consumidor; relação de

união estável; estabilidade de emprego à

gestante, etc.

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Questões interessantes.

1. Sendo o Juiz relativamente incompetente (emrazão do local), poderá declarar “ex officio”esta incompetência? Justifique. (antes deresponder, examine o art. 795, § 1º, da CLT).

2. Uma cláusula de convenção coletivaestabelece que, além do prazo legal, oempregado terá direito a um dia de saláriopor ano trabalhado na empresa. Joãotrabalhou 3 anos, 11 meses e 15 dias naempresa. De quanto tempo será seu avisoprévio? Este período projetará para o cálculodas demais verbas rescisórias?

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Questões interessantes.

3. O empregador concedeu 05 períodos de

férias de 06 dias cada um, devidamente

remunerados, inclusive com abono de 1/3. O

empregado terá direito a este período de

férias, inclusive à dobra, após o vencimento

do período concessivo? E ao abono?

4. Com fundamento no art. 453 da CLT é

possível concluir que a aposentadoria por

tempo de serviço é causa de extinção do

contrato de trabalho?

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Questões interessantes.

5. O art. 373-A da CLT veda a revista íntima às

empregadas. Aplica-se aos empregados?

Aplica-se às empregadas domésticas?

6. Sabe-se que a limitação de jornada tem

fundamento biológico. A jornada do

trabalhador típico (CLT) é de 08 horas diárias

e 44 horas semanais, salvo disposição legal

mais favorável. Aplica-se também aos

empregados domésticos tal limitação?

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Questões interessantes.

• Art. 4º - Parágrafo único - Computar-se-ão, na contagem de tempo deserviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que oempregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar ...(VETADO) ... e por motivo de acidente do trabalho.

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• Art. 443 - O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácitaou expressamente, verbalmente ou por escrito e por prazo determinadoou indeterminado.

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• Art. 472 - O afastamento do empregado em virtude das exigências doserviço militar, ou de outro encargo público, não constituirá motivo paraalteração ou rescisão do contrato de trabalho por parte do empregador.

• § 2º - Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, seassim acordarem as partes interessadas, não será computado nacontagem do prazo para a respectiva terminação.

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7. Qual o efeito da ausência do ajuste de que trata o art. 472, § 2º da CLT?Extingue o contrato no prazo fixado originalmente ou há transmutaçãopara contrato por prazo determinado?

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Questões interessantes.

• Art. 477 -

• § 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisãoou recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos:

• a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou

• b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quandoda ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seucumprimento.

• § 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará oinfrator à multa de 160 BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamentoda multa a favor do empregado, em valor equivalente ao seu salário,devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo quando,comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.

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8. A multa pode ser aplicada em caso de atraso na homologação?

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Questões interessantes.

• Art. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de trabalho, por parte doempregador, ficará este obrigado a depositar na conta vinculada dotrabalhador no FGTS os valores relativos aos depósitos referentes ao mêsda rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não houver sidorecolhido, sem prejuízo das cominações legais.

• § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importânciaigual a quarenta por cento do montante de todos os depósitos realizadosna conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

• ...

• § 3° As importâncias de que trata este artigo deverão constar dadocumentação comprobatória do recolhimento dos valores devidos atítulo de rescisão do contrato de trabalho, observado o disposto no art.477 da CLT, eximindo o empregador, exclusivamente, quanto aosvalores discriminados.

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9. A multa do art. 477, § 8º da CLT é aplicável na hipótese de atraso e/ounão recolhimento dos depósitos de FGTS determinados no art. 18?