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DIAGNÓSTICO DE VIABILIDADE, METODOLOGIA E PLANO

DE AÇÃO PARA A IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE

REDUÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA EM PRÉDIOS

PÚBLICOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL.

São Paulo

Setembro 2017

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APRESENTAÇÃO

Este trabalho visa dar cumprimento ao projeto 914BRZ2016 – Elaboração de

Estudos em Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento, contratado sob demanda

da Organização das Nações Unidas para a Ciência, Educação e a Cultura – UNESCO e

coordenado pela Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal –

ADASA, para a definição de Diagnóstico de Viabilidade e Metodologia para Implantação

de Programa de Redução de Consumo de Água em Prédios Públicos do Governo do

Distrito Federal (DF), conforme item 4.3 do TOR do contrato em referência, SA-218/2017.

Esta consultoria tem como principal objetivo, a elaboração de propostas para

desenvolvimento de medidas no âmbito técnico, educacional, normativo e financeiro para

estabelecimento de diretrizes e um plano de ação, bem como definição de metodologia,

regras e propostas de soluções, objetivando contribuir na melhoria da gestão do uso

racional da água nos prédios públicos do Distrito Federal, em face da situação crítica de

disponibilidade de água em algumas de suas bacias hidrográficas.

No escopo do contrato está previsto o desenvolvimento de estudos conforme itens

de 1 a 8. Como resultado das visitas técnicas desta consultoria, foi proposta a

complementação de referido escopo com o desenvolvimento de um projeto piloto, sugerindo

a indicação de 3 (três) unidades de consumo, localizadas em 2 (dois) prédios públicos, nas

quais estão localizadas as sedes da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento

do Distrito Federal - ADASA, Transporte Urbano do Distrito Federal - DFTRANS e a

Companhia de Planejamento do Distrito Federal - CODEPLAN.

Para a elaboração do diagnóstico e definição de metodologia contidos neste

relatório, foram realizadas visitas técnicas, pesquisas acadêmicas e coleta de dados

técnicos em relatórios oficiais, websites de informação pública das três esferas de Governo,

bem como informações e dados obtidos junto à ADASA e à Companhia de Saneamento

Ambiental do Distrito Federal - CAESB. Foi considerada, também, a experiência e vivência

prática da consultora no desenvolvimento e implementação do Programa de Uso Racional

da Água – Pura, no Estado de São Paulo.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo do Balanço Hídrico e Usos Múltiplos das unidades hidrográficas ......... 13

Tabela 2 – Consumos Totais dos Órgãos Públicos Distritais (m³/ano) ................................. 17

Tabela 3 – Top 10 Órgãos Públicos Distritais com consumos mais elevados ...................... 19

Tabela 4 – Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados................... 21

Tabela 5 – Relação das unidades do Projeto Piloto ............................................................. 33

Tabela 6 – Histórico do Consumo de Água .......................................................................... 46

Tabela 7 – Perdas estimadas por tipo de vazamento e dos equipamentos hidráulicos ........ 51

Tabela 8 – Utilização de equipamentos economizadores de água em função dos pontos de

uso/consumo ....................................................................................................................... 54

Tabela 9 – Indicadores de consumo por tipologia ................................................................ 58

Tabela 10 – Referência de indicadores ................................................................................ 59

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Metodologia-diretrizes para implantação do Programa........................................ 43

Figura 2 – Sala de pesquisa de vazamento ......................................................................... 60

Figura 3 – Unidade móvel .................................................................................................... 63

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADASA – Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal.

ANA – Agência Nacional de Água

BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento

BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento

CAESB – Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina (Cooperação Andina de Fomento)

CDPs – Centros de Detenção Provisória

CEU – Centro Educacional Unificado

CNRH – Conselho Nacional de Recursos Hídricos

CODEPLAN – Companhia de Planejamento do Distrito Federal

CORH – Coordenação de Regulação de Recursos Hídricos

DF – Distrito Federal

DFTRANS – Transporte Urbano do Distrito Federal

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

GDF – Governo do Distrito Federal

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

JBIC – Banco Japonês de Cooperação Internacional

KFW – Banco de Desenvolvimento Alemão

MPDFT – Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Habitação

PGIRH/DF – Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito Federal

PRODEMA – Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente

PSA – Programa de Saneamento Ambiental

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PURA – Programa do Uso Racional da Água

RAs – Regiões Administrativas

SABESP – Saneamento básico no Estado de São Paulo

SEEDF – Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

SEJUS – Secretaria da Justiça e Cidadania

SEMARH – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos

SEPLAG – Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do DF

SSPDF – Secretaria de Segurança Publica do Distrito Federal

SUCAP – Subsecretaria de captação de recursos

SUPROD – Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do Distrito Federal

UGRHIs – Unidades de Gestão de Recursos Hídricos

UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8

2. SÍNTESE DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO DISTRITO FEDERAL .......................... 11

3. LEVANTAMENTO DOS PRÉDIOS PÚBLICOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL COM CONSUMO DE ÁGUA MAIS SIGNIFICATIVO ........................................................... 16

4. PROPOSTA DE PROJETO PILOTO PARA O DISTRITO FEDERAL COM ESTIMATIVA DE CUSTOS DE EXECUÇÃO, PRAZO, PAYBACK E OUTROS DETALHAMENTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA. ................................................................................ 27

5. MODELO PROPOSTO PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE REDUÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL ..................... 41

6. POSSÍVEIS LINHAS DE FINANCIAMENTO PARA VIABILIZAÇÃO DO PROGRAMA NO DISTRITO FEDERAL .......................................................................................................... 67

7. EXEMPLO DE IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE REDUÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS. PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA – PURA / SABESP .............................................................................................................................. 75

8. ARCABOUÇO LEGAL PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA PELOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA DO DISTRITO FEDERAL E EMBASAMENTO JURÍDICO DO ARRANJO INSTITUCIONAL NECESSÁRIO PARA A GESTÃO DO PROGRAMA .............................. 78

CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 94

REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 97

ANEXOS.............................................................................................................................. 98

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1. INTRODUÇÃO

Este relatório contemplou diversas etapas de levantamento de dados para

concepção de diagnóstico, partindo-se dos aspectos macro da análise situacional das

bacias hidrográficas em situação crítica com influência na crise hídrica no Distrito Federal,

apresentado no item 2 do documento.

Com base no Relatório Final do Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos

Hídricos do Distrito Federal (PGIRH/DF Julho/2012), contratado pela ADASA, foi possível

conhecer as principais informações, bem como a situação atual das unidades hidrográficas

que compõem a rede hídrica do DF.1

A partir do levantamento e análise dos aspectos macro situacionais das bacias

hidrográficas, foram verificados e apontados fatores que interferem no agravamento da crise

na dimensão local das unidades prediais consumidoras sob administração do Governo do

Distrito Federal, localizado no item 3 deste relatório.

Neste item foi realizado o levantamento dos prédios públicos do Governo do Distrito

Federal com consumo de água mais significativo, possibilitando definir uma linha de conduta

com proposta de diminuir os desperdícios e os consumos, dando exemplo para outros

usuários contribuírem, mudando os hábitos de desperdício.

O diagnóstico determina que é competência do Governo do Distrito Federal, criar

mecanismos para minimizar os efeitos da atual crise hídrica, contribuindo para a garantia do

fornecimento de água para todos os cidadãos.

No item 4 foi apresentado o projeto piloto para o Distrito Federal com estimativa de

custo de execução, prazo, payback e demais subsídios para a implantação do programa,

demonstrando sua viabilidade técnica e econômica. Foi realizado um estudo com simulação

a partir de duas metas possíveis, 10%, de acordo com o Decreto/DF 37.644/16 e 20%,

considerando os resultados positivos de casos de sucesso desenvolvidos no Estado de São

Paulo.

Para tanto, o piloto baseou-se nos estudos e avaliação dos prédios públicos dos

órgãos distritais, remetendo à escolha dos prédios públicos pilotos intitulados Top 10, com

estabelecimento de metas, definição de investimento, prazo de retorno (payback), avaliação

de custo/benefício e apontando os ganhos com os resultados da implantação deste projeto,

1 Fonte: PGIRH/DF Julho/2012

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inclusive, comparando com estudos de casos existentes de programas semelhantes

realizados em outros estados e municípios.

O item 5 apresentou proposta de modelo com plano de ação, diretrizes e

metodologia, incluindo o fluxograma para a implantação do programa de redução de

consumo de água em prédios públicos do Distrito Federal, atendendo-se o objeto do

contrato, verificada a necessidade e viabilidade desta implantação, conforme demonstrado

nos capítulos anteriores.

Seguiu-se a análise da viabilidade das opções para financiamento do programa,

demonstrada no item 6, com a indicação de instituições financeiras que efetuam

empréstimos para programas e projetos específicos, também baseados em contrato de

desempenho, desembolsados depois de resultados ou metas de desenvolvimento efetivas

do projeto, alcançadas.

Apresentamos um exemplo de implantação de programa de redução de consumo de

água em prédios públicos, no item 7, somando elementos à justificativa para a

implementação do programa no Distrito Federal, demonstrando o sucesso do Programa de

Uso Racional da Água – PURA / SABESP, com envolvimento de todos os entes articulados

no arranjo institucional concebido, suas metodologias e resultados.

No item 8 foi apresentado o arcabouço legal necessário para a implantação do

programa, juntamente com a avaliação da documentação legal existente para articulação do

arranjo institucional e, no Anexo I, com base nos estudos jurídicos realizados, foi proposto

uma minuta de Decreto a ser promulgado pelo Poder Executivo para dar cumprimento às

ações, visando contribuir com o abrandamento da crise hídrica no Distrito Federal.

Complementando, consta deste relatório o Anexo II, que atende à necessidade da

demonstração da legislação correlata existente em outras unidades da Federação e o Anexo

III que reporta as atividades já realizadas no âmbito do projeto, tais como as reuniões com

os agentes da ADASA, nas quais foram apresentadas propostas para desenvolvimento dos

cases e treinamentos dos representantes de vários órgãos do Governo do Distrito Federal e

outras atividades.

Ao final, concluiu-se pela adoção do plano de ação contido em um programa de

redução do consumo de água nas unidades identificadas com maior índice de consumo,

respaldado no arcabouço jurídico vigente, com apontamento sobre o arranjo institucional

ideal à implantação e manutenção do programa.

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As informações apresentadas neste produto demonstram-se suficientes, aliadas aos

conhecimentos já detidos pelos agentes de gestão de recursos hídricos do Distrito Federal,

para promover a implantação de programa de redução de consumo de água, nos prédios

públicos do Distrito Federal, bem como estimular a troca de experiências e aperfeiçoar a

gestão dos recursos hídricos.

Com as informações disponíveis neste estudo, espera-se que técnicos e tomadores

de decisão do setor de recursos hídricos e saneamento básico possam adquirir novas

ferramentas de consulta para elaborar, replicar ou ajustar modelos similares de redução de

consumo de água à sua realidade local, auxiliando no processo de superação da crise

hídrica e melhorando, assim, o atendimento e o fornecimento de água a milhares de

pessoas.

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2. SÍNTESE DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA NO DISTRITO FEDERAL

O Distrito Federal localiza-se em três regiões hidrográficas, sendo elas: Bacia do

Paraná, Bacia do São Francisco e Bacia Tocantins – Araguaia. No perímetro do Distrito

Federal a malha hídrica é composta por sete bacias hidrográficas dividas em sete rios: Rio

São Bartolomeu, Lago Paranoá, Rio Descoberto, Rio Corumbá, Rio São Marcos, Rio Preto e

Rio Maranhão, divididas, consecutivamente, em Unidade Hidrográfica de Gerenciamento

segundo demonstrado na Tabela 1. Destaca-se que a bacia hidrográfica do rio Paranoá é a

única que está totalmente inserida no Distrito Federal.2

Entretanto, apesar da abundância de nascentes, em sua superfície plana os rios do

DF são pequenos e com pouco volume de água.

A Agência Nacional de Água - ANA classifica o Distrito Federal como uma região de

“baixa garantia hídrica”, fato este demonstrado no Relatório de Conjuntura dos Recursos

Hídricos no Brasil /2013-ANA, onde foram atualizados e consolidados os dados referentes

a disponibilidades hídricas no país, no período de 2009 a 2012.3

Um indicador que pode causar preocupação é a disponibilidade hídrica por

habitantes do DF que corresponde a 1.537 m³/habitante/ano, e segundo a classificação da

Organização das Nações Unidas - ONU uma disponibilidade hídrica para consumo humano

é considerada pobre quando for igual ou inferior a 1.500 m³/habitante/ano. Em termos de

disponibilidade hídrica por habitantes, o Distrito Federal tem a terceira pior situação do país,

perdendo apenas para Pernambuco (1.270 m³/habitante/ano) e Paraíba (1.392

m³/habitante/ano) segundo dados da Embrapa, na publicação “Recursos Hídricos no Brasil e

no Mundo”.4.

Entretanto, disponibilidade de água nada mais é do que o balanço entre a oferta

e a demanda.

No censo de 2010 a população do DF chegou a 2.570.160 habitantes. Em 28/08/14

foi publicado um levantamento do IBGE onde apontava que a população tinha crescido

2,24% em um ano (2013/2014). A estimativa, feita em julho de 2013, apontou que a

população na capital federal era de 2.789.761 pessoas. Um ano depois, o número de

2 Fonte: htpp://www.publicasacademicas.uniceub.br/universitashumanas/article/.../877/611

3 Fonte: http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/webSite

4 Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/555374/recursos-hidricos-no-brasil-e-no-

mundo

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habitantes no DF foi estimado em 2.852.372, que corresponde a um aumento de 62.611

pessoas.5

Neste contexto, fica evidente que o crescimento populacional exacerbado teve um

papel determinante no aumento da demanda de água.

Com o objetivo de mapear onde as ações de redução de consumo deveriam ser

priorizadas, buscamos identificar as regiões mais críticas em termos de disponibilidade de

água. Para tanto, utilizamos o estudo já mencionado (PGIRH/DF - Julho/2012), que nos

permitiu identificar as bacias que, no cenário atual, já apresentam problemas e conflitos para

atendimento das demandas dos vários setores de usuários, conforme Tabela 1 - Resumo do

Balanço Hídrico e Usos Múltiplos das unidades hidrográficas.

As unidades hidrográficas em situação mais críticas são do Rio Médio Rio

Descoberto e do Ribeirão do Torto, importantes mananciais dos Sistemas Produtores

Descoberto e Torto-Santa Maria, responsáveis por 53,0% e 21,7%, respectivamente, do

total da água produzida pela CAESB.

5 Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2012/

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Tabela 1 – Resumo do Balanço Hídrico e Usos Múltiplos das unidades hidrográficas

Balanço Hídrico e Usos Múltiplos

BACIAS HIDROGRÁFICAS UNIDADES HIDROGRÁFICAS Qmlt Q 90 Q7.10 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

VR Med VR Max VC Med VC Max VR Med VR Max VC Med VC Max VR Med VR Max VC Med VC Max

B.H. Rio Corumbá 5,8% 8,9% 3,2% 2,6% 5,7%

Rio Corumbá

Ribeirão Ponte Alta

Rio Alagado Dessedentação de animais 22,5% do total consumo total

Rio Santa Maria

B.H. Rio Descoberto 27,2% 30,3% 24,1% 25,7% 53,7% 59,9% 47,7% 50,8% 85,9% 95,8% 76,2% 81,3% As vazões nas unidades a montante = 32,9% da Qmlt

Rio Descoberto

Baixo Rio Descoberto

Médio Rio Descoberto (até Rio Melchior)

˃ Qmlt

˃ Qmlt

˃ Q90 ˃ Q90 ˃ Q90 ˃ Q90 ˃ Q 7,10 ˃ Q 7,10 ˃ Q 7,10 Q7,10 é insuficiência para manter as vazões médias de retirada

Ribeirão das Pedras

Ribeirão Engenho das Lajes

Ribeirão Rodeador

Rio Descoberto Vazão anual de retirada pela irrigação superiores às vazões outorgadas

Rio Melchior

B.H. Rio Paranoá 15,9% 20,5% 12,5% 14,9% 22,1% 54,3% 70,3% ˃ Q 7,10 ˃ Q 7,10 Q7,10 é insuficiência para manter as vazões médias de retirada

Rio Paranoá

Córrego Bananal A indústria é responsável por 99,5 % da vazão outorgada

Lago Paranoá

Riacho Fundo

Ribeirão do Gama

Ribeirão do Torto 49,6% 54,3% 47,1% 49,5% 87,7% 83,2% 96,0% 87,7% ˃ Q 7,10 83,2% ˃ Q 7,10 Q7,10 é insuficiente para atender o consumo

B.H. São Bartolomeu

Rio São Bartolomeu

Alto Rio São Bartolomeu 54,2% 68,1% 95,1%

Baixo Rio São Bartolomeu

Médio Rio São Bartolomeu 100% do total outorgado dessedentação de animais

Ribeirão Cachoeirinha Caminhão pipa para atividade de construção civil

Ribeirão Maria Pereira 35,3% 100% do total outorgado dessedentação de animais

Ribeirão Papuda 30,0% Caminhão pipa para atividade de terraplanagem

Ribeirão Saia Velha

Ribeirão Santana

Ribeirão Sobradinho

Ribeirão Taboca

Rio Pipiripau 10,1% 91,3% ˃ Q 7,10 65,8% 90,1%

B.H. Rio São Marcos

Forte tendência para a agricultura mecanizada, com irrigação via pivôs centrais

Rio São Marcos Alto Rio Samambaia

B.H. Rio Preto 54,3% 49,5% Uso intensivo dos recursos hídricos em sistemas de irrigação

Rio Preto

Alto Rio Preto

Córrego São Bernardo 100% do total outorgado dessedentação de animais

Ribeirão Extrema

Ribeirão Jacaré

Ribeirão Jardim

Rio Santa Rita

Rio Jardim

Continua

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Tab. 1 (Cont.) – Resumo do Balanço Hídrico e Usos Múltiplos das unidades hidrográficas

Balanço Hídrico e Usos Múltiplos

BACIAS HIDROGRÁFICAS UNIDADES HIDROGRÁFICAS Qmlt Q 90 Q7.10 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

VR Med VR Max VC Med VC Max VR Med VR Max VC Med VC Max VR Med VR Max VC Med VC Max

B.H. Rio Maranhão Vazão anual de retirada pela irrigação superiores às vazões outorgadas

Rio Maranhão

Alto Rio Maranhão

Ribeirão da Contagem

Rio da Palma

Rio do Sal Dessedentação de animais 25% do total consumo total

Rio Palmeiras

Rio Sonhim

LEGENDA Situações críticas para atendimento das demandas

TIPO DE USO VAZÕES DE REFERÊNCIA

Irrigação VR Med Vazão retirada média Qmlt Vazão média de longo termo

Abastecimento humano VR Max Vazão retirada máxima Q90 Vazão com 90% de permanência no tempo, em m³/s

Dessedentação de animais VC Med Vazão consumida média Q7,10

Vazão mínima média com 7 dias de duração e período de retorno de 10 anos

Industria VC Max Vazão consumida máxima

Outros usos

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O DF apresenta o mesmo problema que vem ocorrendo em todas as macrorregiões

do Brasil, entretanto com o agravante de ter um crescimento demográfico superior ao

presumido em qualquer cenário de planejamento urbano, previsto nos planos de macro e

infraestrutura. A urbanização da região gerou interferências nos regimes de quantidade e

qualidade dos cursos de água. As transposições de água de bacias hidrográficas realizadas

para o abastecimento urbano da região já não são suficientes.

A curto prazo, diante de tal cenário, medidas de gestão da demanda são mais

efetivas, rápidas e econômicas, quando comparadas com a implantação de um novo

sistema produtor de água.

Fomentar o consumo sustentável de água junto aos principais consumidores

(abastecimento humano, dessedentação animal, industrial e irrigação), propiciará a redução

do consumo e, consequentemente, o aumento da oferta.

O foco do trabalho é a redução do consumo de água nos Prédios Públicos do Distrito

Federal, entretanto devem ser empregados esforços, por parte dos órgãos gestores dos

recursos hídricos e abastecimento de água, no sentido de persuadir a redução do consumo

da população de alta renda do DF que em geral é muito elevado. Um morador do Plano

Piloto chega a consumir 500 litros por dia, enquanto um do Park Way (outro bairro nobre de

Brasília) pode consumir até 1.000 litros por pessoa por dia, segundo afirma a geógrafa

Mônica Veríssimo, representante do Conselho de Meio Ambiente e do Conselho de Recurso

Hídricos do DF, e acrescentou que essa população precisa se conscientizar que o déficit de

água para abastecimento em Brasília já existe.

Vale ressaltar como exemplo, que enquanto parte da população e alguns órgãos do

Distrito Federal aumentavam seus consumos, o Palácio do Buriti – sede do poder executivo

do Distrito Federal - diminuiu significativamente o consumo de água de 67,3% relativamente

ao período de novembro/dezembro de 2016, comparado com o mesmo período de 2015.

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3. LEVANTAMENTO DOS PRÉDIOS PÚBLICOS DO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL COM

CONSUMO DE ÁGUA MAIS SIGNIFICATIVO

Este capítulo apresenta a metodologia do programa de redução de consumo a partir

do diagnóstico preliminar e avaliação dos consumos nos prédios públicos do Distrito

Federal, com os principais resultados obtidos e desenvolvendo uma análise desses dados.

Levantamento e avaliação dos consumos nos prédios públicos do Governo do Distrito

Federal com consumos de água mais significativo

A partir dos dados fornecidos pela CAESB, referente às séries históricas de

consumos faturados dos prédios públicos, no período de 2015 a 2016, foi elaborada uma

avaliação dos consumos de todos os prédios públicos com dados disponíveis.

Para efetuar esta avaliação foram considerados os consumos mensais reais medidos

de cada unidade predial, somados por órgão público. Cada órgão é o responsável gestor

pelo consumo de água e a abordagem de um Programa de Redução de Consumo de Água

Potável deve ser implementado por instituição.

Todas as medições disponíveis foram consideradas nessa primeira análise. Contudo,

foi possível observar que algumas unidades prediais não possuíam medições consistentes

para um ano completo. É possível que os órgãos tenham sofrido realocações físicas ou

institucionais e que os dados tenham se mascarado. Também é possível que tenham

ocorrido falhas de medição ou espaçamentos maiores que um mês nas leituras.

Foi realizada a estratificação, do maior consumo para o menor, com o objetivo de

identificar os 10 (dez) maiores consumidores de água (Tabela 2). Também, foram

identificados nessa tabela os órgãos com dados incompletos ou anômalos. Por outro lado,

em 2017, ocorreu a reestruturação de algumas secretarias do DF, como a Secretaria de

Cidades, de Economia e de Gestão do Território. Contudo, na somatória das demandas

públicas, o montante de consumo se mantém, assim como as principais falhas dos sistemas

hidráulicos, que tendem a se perpetuar se não forem gerenciadas. Além disso, os dados

disponibilizados pela CAESB atendem apenas à estrutura vigente até dezembro de 2016.

Inobstante ser objetivo do projeto a redução de consumo dos prédios públicos do

Governo do Distrito Federal, essa consultoria propõe uma articulação entre os dois

governos, tendo em vista que a atuação em momentos de crise deve ser integrada para

toda a sociedade e que representa pressão sobre a mesma bacia hidrográfica.

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Tabela 2 – Consumos Totais dos Órgãos Públicos Distritais (m³/ano)

Nome do Órgão

CONSUMO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

2015 2016 TOTAL

TOTAL TOTAL GERAL

SEEDF 1.718.002 1.871.404 3.589.406

Sec Estado Saúde 1.703.351 1.541.070 3.244.421

Sec Segurança Pública - Paz Social 1.489.981 1.433.461 2.923.442

SEJUS 537.392 510.747 1.048.139

Sec. Política Crianças Adol. Juv 225.965 190.959 416.924

Polícia Militar DF 170.580 226.172 396.752

Corpo de Bombeiros 144.412 148.585 292.997

DFTRANS 132.370 136.531 268.901

Sec. Esporte e Lazer 146.458 121.665 268.123

CAESB 88.477 130.646 219.123

Sec. Turismo 103.593 92.935 196.528

SEDHS 88.776 103.671 192.447

Polícia Civil 92.539 83.691 176.230

Companhia do Metropolitano do DF 81.687 67.039 148.726

Sec Estado Cultura 51.767 52.660 104.427

CEB Distribuição 38.632 52.037 90.669

SEPLAG 38.214 39.396 77.610

NOVACAP 43.790 31.219 75.009

IBRAM 31.216 23.825 55.041

TERRACAP 26.448 28.164 54.612

DER 22.558 28.329 50.887

Sec Estado Fazenda 22.700 22.436 45.136

DETRAN 21.504 23.580 45.084

Câmara Legislativa do DF 18.492 17.626 36.118

TCB 17.649 16.335 33.984

BRB 17.341 13.066 30.407

SEAGRI 12.565 11.473 24.038

Sec. Trabalho * 13.822 6.252 20.074

CEASA - Centrais de Abastecimento do DF 8.177 8.128 16.305

SLU 7.837 6.404 14.241

CODHAB 5.623 8.387 14.010

Tribunal de Contas DF 6.403 5.480 11.883

SEMOB * 9.034 953 9.987

HEMOCENTRO 4.222 4.178 8.400

Sec Est Governo do DF 4.056 4.078 8.134

Sec. Casa Civil 3.082 3.585 6.667

CODEPLAN 3.487 3.093 6.580

Continua

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18

Tabela 2 (Cont.) – Consumos Totais dos Órgãos Públicos Distritais (m³/ano)6

Nome do Órgão

CONSUMO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS

2015 2016 TOTAL

TOTAL TOTAL GERAL

Procuradoria Geral - DF 3.058 3.028 6.086

Sec. Política - Mulheres * 1.467 4.157 5.624

EMATER 1.927 1.671 3.598

Sec Est Ciência e Tecnologia * 1.392 872 2.264

Defensoria Pública 334 1.649 1.983

Vice Governadoria DF 581 715 1.296

Sec. Est Gestão Adm e Desburocratização**

1.094 86 1.180

CRC DF 575 484 1.059

CEB Geração * 794 - 794

Sec Est Defesa Civil * 485 - 485

Jardim Botânico de Brasília 290 194 484

SECOPA * 261 - 261

FUNAP * 106 106 212

SDE * 110 - 110

Jardim Zoológico de Brasília * 24 73 97

TOTAL GERAL 7.164.700 7.082.295 14.246.995

Legenda: (*) Órgãos com anomalias na série histórica

Avaliação dos consumos

Na Tabela 3, foram selecionados apenas os órgãos considerados Top 10 em

consumo de água. Para estes, é apresentada a média do consumo nos 24 meses

analisados em m³ por mês e dia para comparação de dados e propostas. Constata-se que

os 10 maiores consumidores selecionados (17.594.766 L/dia) representam 89% do consumo

total (19.787.500 L/dia) dos 52 órgãos públicos analisados. A amostra é bastante relevante

para a proposição a qual se destina o projeto.

Apesar de não ser uma análise aprofundada, ao se considerar uma meta de redução

de consumo para estes órgãos públicos, fica evidente que haverá melhoria na gestão do uso

da água, atendendo o objetivo do projeto, principalmente em regiões onde há necessidade

de aumentar a oferta de água para atender todas as demandas.

6 Fonte: CAESB

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19

Tabela 3 – Top 10 Órgãos Públicos Distritais com consumos mais elevados

Órgãos Públicos Distritais Total

Geral (1)

m³/mês

(2) m³/dia L/dia

SEEDF 3.589.406 149.559 4.985 4.985.286

Sec. Est. Saúde 3.244.421 135.184 4.506 4.506.140

Sec Segur. Pública. Paz Social 2.923.442 121.810 4.060 4.060.336

SEJUS 1.048.139 43.672 1.456 1.455.749

Sec. Política. Crianças Adol. Juv 416.924 17.372 579 579.061

Polícia Milit DF 396.752 16.531 551 551.044

Corpo Bombeiros 292.997 12.208 407 406.940

DFTRANS 268.901 11.204 373 373.474

Sec. Esporte e Lazer 268.123 11.172 372 372.393

CAESB 219.123 9.130 304 304.338

Subtotal dos 10 maiores consumidores 12.668.228 527.843 17.595 17.594.766

Total Órgãos Públicos Distritais (52) 14.246.995 593.625 19.787 19.787.500

Legenda: (1) Total Geral - consumo total durante 24 meses (2015/2016) (2) m³/mês - média mensal anual dos 24 meses

Estratificação e Análise do grupo Top 10

Com objetivo de ampliar o conhecimento do consumo do grupo Top 10, assim como

selecionar possíveis pilotos para implantação do programa de uso racional de água, foi

efetuada uma nova estratificação para identificação dos maiores consumos individuais (por

Inscrição Imóvel /endereço).

Nessa fase da metodologia foi possível avaliar a variação do consumo individual,

assim como permitiu identificar, mesmo que de forma macro, a localização de cada prédio

público em uma respectiva unidade hidrográfica.

Na continuidade da análise, foi considerado individualmente o consumo de cada

unidade predial dos Top 10 órgãos em consumo. Foram selecionados os dados das

medições prediais de consumo de água que contivessem medidas mensais completas para

os dois anos de amostragem. Observou-se que muitas unidades não apresentavam

medições para todos os meses, dificultando uma interpretação acurada dos dados.

Portanto, em nova perspectiva foram incluídas na amostra as unidades prediais que

apresentassem no mínimo 7 medições em cada ano. Entende-se que o consumo faturado

pode considerar cumulativamente o consumo de mais de um mês em casos de falha na

medição. Foram descartadas as unidades prediais que continham dados disponíveis para

menos de 7 meses em qualquer um dos anos.

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Na Tabela 4 a seguir são apresentadas as unidades prediais dos órgãos

selecionados hierarquizados do maior consumo para o menor. Dessas edificações, foram

selecionadas as unidades de maior consumo localizadas estritamente na sede urbana de

Brasília, que estão identificadas em azul. Essa seleção se deve pela logística de execução

de obras e economia de escala.

Especificamente para o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram escolhidas as

edificações com maior potencial de economia em função do tipo de uso da água, como

atividades que incorporam banho e usos em período integral com alojamento e cozinha.

Para CAESB, não foram selecionadas edificações porque os consumos identificados são

consumos operacionais dos sistemas de abastecimento e esgotamento.

Os Centros de Detenção Provisória – CDPs também não foram selecionados por

critérios de segurança que requerem atividades adicionais, em comparação com o

Programa a ser realizado nas demais edificações. Essa classificação é apresentada na

Tabela 4.

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Tabela 4 – Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados

1° SECRETARIA ESTADO EDUCAÇÃO DO DF

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 2971755 SEE Cen Integrado Educ Física Est. De Ensino Púb. Brasília SGAS 908 CIEF-FEDF 14.262,00 127.494,00 141.756,00

2º 1231171 Escola Classe 121 Samambaia Est. De Ensino Púb Samambaia QS 121 AE 121 ESCOLA CLASSE 121 101.987,00 4.706,00 106.693,00

3º 54151 SEE EP Est. De Ensino Púb Brasília EQS 307/308 ESC PARQUE 20.368,00 39.410,00 59.778,00

4º 1347683 SEE Caic Prof Walter J Moura Est. De Ensino Púb Águas Claras QS 07 AE 02/04 V AR 43.425,00 10.118,00 53.543,00

5º 147664 SEE Centro Educ 02 Est. De Ensino Púb Brasília SGAN 907 BL A/E GISNO 19.288,00 19.503,00 38.791,00

6º 1248693 SEE CAIC Prof Helena Reis Est. De Ensino Púb Samambaia QR 409 A.ESP.01 C 19.000,00 19.616,00 38.616,00

7º 80047 SEE Centro Educ S Leste Est. De Ensino Púb Brasília SGAS 611/612 20.866,00 17.122,00 37.988,00

8º 62847 SEE EC 313/14 Est. De Ensino Púb Brasília EQS 313/314 ESC CLASSE 16.128,00 16.485,00 32.613,00

9º 1349449 ESC Técnica De Brasília Est. De Ensino Púb Águas Claras QS 07 AV AGUAS CLARA LT 02/08 15.988,00 15.626,00 31.614,00

10º 6751 SEE Deposito Geral Ed. Público Guará SIA TR 01 SAP LT E 12.432,00 19.140,00 31.572,00

2° SECRETARIA ESTADO SAUDE

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 1467221/ 1467263

HOSP. Regional De Taguatinga Hosp. Púb./Postos Saúde Taguatinga SNO C AE 24 HRT QNC AE 24 158.808,00 181.739,00 340.547,00

2º 46299 FHDF Hospital De Base Hosp. Púb./Postos Saúde Brasília HOSPITAL DE BASE LIG A 166.549,00 162.718,00 329.267,00

3º 1854887/ 1658191

FHDF Hosp. Reg Do Gama Perto Caldeira Hosp. Púb./Postos Saúde Gama

SCE AE HRGAMA L/O / Perto da Caldeira

140.285,00 133.065,00 273.350,00

4º 62707 FHDF Hospital Reg. Asa Norte Edifícios Públicos Brasília SMHN AE 150.218,00 136.622,00 286.840,00

5º 4480384 HOSP. Regional De Santa Maria Hosp. Púb./Postos Saúde Santa Maria AC 102 LT s A, B, C, 92.695,00 88.570,00 181.265,00

6º 1166841 Anexo Administração FHDF Hosp. Púb./Postos Saúde Sobradinho Q 12 AE 01 HRS SOBRADINHO 64.787,00 72.462,00 137.249,00

7º 3578747 Sec De Saúde Inst Saúde Mental Hosp. Púb./Postos Saúde Núcleo Bandeirante RF I I. SAÚDE M 120.296,00 12.069,00 132.365,00

8º 3696634 FHDF-Hospital Do Paranoa Hosp. Púb./Postos Saúde Paranoá Q 02 AE S/N HOSPITAL 60.795,00 61.417,00 122.212,00

9º 391051 FHDF Hospital Reg De Ceilandia Hosp. Púb./Postos Saúde Ceilândia QNM 17 AE 01 H REG 64.494,00 56.080,00 120.574,00

10º 81981 FHDF Hospital Distrital L2 Edifícios Públicos Brasília SGAS 608 LT 53/58 HD 60.959,00 53.396,00 114.355,00

Continua

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Tab. 4 (Cont.) - Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados

3° SEC EST SEGURANCA PUBLICA E DA PAZ SOCIAL

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 6635504 Sec. de Segurança Pública Presidio São Sebastião CP PDF - I E II 1.256.974,00 154.264,00 1.411.238,00

2º 6635482 Sec. de Segurança Pública Presidio São Sebastião CP CDP - SSP 8.538,00 999.996,00 1.008.534,00

3º 6635474 Sec. de Segurança Pública Presidio São Sebastião CP CIR - . 136.107,00 114.633,00 250.740,00

4º 6635491 Sec. de Segurança Pública Edifícios Públicos São Sebastião CP PDF - INCENDIO 19.659,00 61.575,00 81.234,00

5º 3201279 SEJUS/GAMA Presidio Gama SIGA PRESIDIO F AE 02 37.358,00 42.504,00 79.862,00

6º 6635512 Sec. de Segurança Pública Presidio São Sebastião CP DIPOE - SSP PRX 8 14.279,00 15.131,00 29.410,00

7º 5053 C. Progressão Penitenciaria Presidio Guará SIA TR 04 LT - 1600/1700 BLOCO 3 2.090,00 23.915,00 26.005,00

8º 131211 SSPDS SEDE Edifícios Públicos Brasília SAIN LT SAM A BL A 4.548,00 4.436,00 8.984,00

9º 4232811 SEC DE SEGURANCA PUBLICA Edifícios Públicos Brasília SAIN DETRAN CIO 4.165,00 3.339,00 7.504,00

10° 5061 SEJUS/SIA Presídio Guará SAI TR 04 LT – 1600/1700 BLOCO 02 2.608,00 3.020,00 5.628,00

4° SEJUS - SEC EST JUSTICA E CIDADANIA

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 6635512 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio São Sebastião CP DIPOE - SSP PRX 8 303.104,00 252.501,00 555.605,00

2º 6635474 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio São Sebastião CP CIR - 74.994,00 114.780,00 189.774,00

3º 6635491 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Edifícios Públicos São Sebastião CP PDF – INCENDIO 67.136,00 66.602,00 133.738,00

4º 3201279 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio Gama SIGA PRESIDIO F AE 02 34.640,00 41.711,00 76.351,00

5º 7187221 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio Guará SIA TR 04 LT LT 1600/1700 BLOCO 01 29.872,00 7.333,00 37.205,00

6º 6635512 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio São Sebastião CP DIPOE - SSP PRX 8 15.110,00 643,00 15.753,00

7º 5061 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio Guará SIA TR 04 LT - 1600/1700 BLOCO 2 504,00 14.004,00 14.508,00

8º 6640338 SEJUS Edifícios Públicos Brasília TERM RODOFERROV A ALA CENTRA 4.542,00 6.355,00 10.897,00

9º 5053 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Presídio Guará SIA TR 04 LT - 1600/1700 BLOCO 3 162,00 3.629,00 3.791,00

10° 3952673 Sec Est Justiça Dir Hum Cidad Edifícios Públicos Águas Claras QS 03 EPCT LT 11 LJ 04/05/06/07 e 08 1.230,00 1.254,00 2.484,00

Continua

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Tab. 4 (Cont.) - Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados

5° SEC EST POLITICAS PARA CRIANCAS ADOLESC E JUV

Posição no

Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 5115817 UIRE - Unidade de Internação Do Recanto das Emas Presídio

Recanto das Emas AV V BENCAO Q 101 - G OLIVEIRA 152.382,00 117.005,00 269.387,00

2º 4065727 Secretaria da Criança Presídio São Sebastião CP CESAMI-CAJE II – CAJE 32.194,00 30.996,00 63.190,00

3º 4568125 Sec Est Criança - UIP - Unid Intern Planaltina Presídio Planaltina STRS AE SU – UIP 25.231,00 28.516,00 53.747,00

4º 134261 Sec Est Criança - Nuc de Atendimento Inicial Edifícios Públicos Brasília SAA Q 01 LT 785 2.811,00 1.516,00 4.327,00

5º 4353951 Sec Criança/ Cons Tutelar Samambaia Sul Edifícios Públicos Samambaia Q 301 AE C.TUTELAR 1.304,00 1.397,00 2.701,00

6º 5538726 Secretaria De Estado Da Criança Do DF Edifícios Públicos Brasília SAA Q 01 LT C COMERCIO LOCAL 1.290,00 1.146,00 2.436,00

7º 2528819 Semiliberdade Taguatinga Sul - Se Criança Edifícios Públicos Taguatinga SSU D AE QSD 18/26 1.091,00 1.058,00 2.149,00

8º 134333 Sec Est Criança Edifícios Públicos Brasília SAA Q 01 LT 880 1.210,00 931,00 2.141,00

9º 1310721 Secretaria De Estado Da Criança Edifícios Públicos Taguatinga QSB 14 C 037 1.154,00 336,00 1.490,00

10º 962422 Sec Est Criança Edifícios Públicos Guará QI 06 CJ F 005 455,00 993,00 1.448,00

6° PMDF – POLICIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

Posição no

Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 38891 PMDF/BOPE Edifícios Públicos Brasília SAIS PMDF - BOP 26.016,00 28.795,00 54.811,00

2º 2802244 PMDF - CCSY Quartel Brasília SAIS - AREA 4 QCG 11.004,00 26.465,00 37.469,00

3º 873721 PMDF Reg Pol Montada-N.Bandeir Edifícios Públicos Núcleo Bandeirante

RF I QN 07 AE 01 AE - BR 060 P MONTAD 12.159,00 19.595,00 31.754,00

4º 38857 PMDF-BSB Edifícios Públicos Brasília SAIS GIN ESPORT 10.552,00 9.538,00 20.090,00

5º 38831 PMDF - Quartel General Quartel Brasília SAIS - QG PMDF-BS 5.069,00 12.174,00 17.243,00

6º 4344901 PMDF Presídio São Sebastião CP 3 CPMIND - PAPUDA 3A. 5.744,00 7.145,00 12.889,00

7º 38792 PMDF-Centro Sup.E Manutenção Edifícios Públicos Brasília SAIS AREA 04-BS 3.523,00 8.789,00 12.312,00

8º 2471604 PMDF-10A CPMIND Edifícios Públicos Paranoá Q 33 AE-PARANOA 3.656,00 8.423,00 12.079,00

9º 38784 PMDF Edifícios Públicos Brasília SAIS 1 BATALHAO 4.601,00 7.128,00 11.729,00

10º 1352938 PMDF/19 CPMIND Edifícios Públicos Núcleo Bandeirante RF I QN 05 AE 01 4.576,00 6.974,00 11.550,00

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Tab. 4 (Cont.) - Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados

7° CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DF

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 38644 CBMDF - ABMIL/GERAL Edifícios Públicos Brasília SAIS Q 04 LT 05 49.380,00 48.251,00 97.631,00

2º 130711 QCG/INTERNO Edifícios Públicos Brasília SAIN LT D MODULO E 19.570,00 11.064,00 30.634,00

3º 38652 POMED Edifícios Públicos Brasília SAIS AE 03 BL A 6.088,00 8.315,00 14.403,00

4º 5571081 ABMIL Edifícios Públicos Brasília SAIS Q 04 LT 05-ACADEMIA 4.864,00 7.455,00 12.319,00

5º 4351924 C MILITAR DOM PEDRO II – APAM Edifícios Públicos Brasília SAIS Q 04 LT 05 5.213,00 6.881,00 12.094,00

6º 1475762 CBMDF 2° GBM Edifícios Públicos Taguatinga AE 02 2 GI CBDF TAG NORTE 5.829,00 5.952,00 11.781,00

7º 1212605 CBMDF 12ª GBM Edifícios Públicos Samambaia QI 416 AE 01 SAMAMBAIA 3.709,00 5.324,00 9.033,00

8º 83844 CBMDF 1° GBM Edifícios Públicos Brasília PCA TRES PODERES LT VIA N 1 4 AE 3.431,00 4.317,00 7.748,00

9º 83501 CBMDF GBS Edifícios Públicos Brasília SCEN TR LT 18 V PLANALT 3.540,00 2.772,00 6.312,00

10º 1833766 CBMDF 16º GBM Edifícios Públicos Gama SNO Q 02 AE U COMB INC 1.905,00 3.912,00 5.817,00

8° DFTRANS - TRANSPORTE URBANO DO DF

Posição no Ranking

Inscrição Imovel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 736 DFTRANS - Rod Plataforma Leste Edifícios Públicos Brasília EST. RODOVIARIA ADM EST RO 38.055,00 36.632,00 74.687,00

2º 66168 DFTRANS - Rod. Met. (Touring) Edifícios Públicos Brasília EST. RODOVIARIA AE TOURING CL 28.505,00 23.958,00 52.463,00

3º 1163051 DFTRANS - Terminal Sobradinho Terminal Rodoviário Sobradinho QCE AE LT L RODOV 3.597,00 11.938,00 15.535,00

4º 1854933 DFTRANS - Terminal Gama Rodoviárias/Aeroportos Gama SCE GDF TERM R 7.197,00 7.995,00 15.192,00

5º 721069 DFTRANS - Terminal Planaltina Rodoviárias/Aeroportos Planaltina SCE SHD BL O ER 5.212,00 7.229,00 12.441,00

6º 2245132 DFTRANS - Terminal Setor O Edifícios Públicos Ceilândia QNO 14 AE TER RODOVI 4.683,00 5.696,00 10.379,00

7º 3220532 DFTRANS - Terminal Asa Sul Edifícios Públicos Brasília SAIS TERMINAL R 4.462,00 4.984,00 9.446,00

8º 7048866 Terminal Brt - Gama Terminal Rodoviário Gama DF 480/065 DF- 480 5.283,00 1.459,00 6.742,00

9º 1104535 DFTRANS - Terminal Guará Ii Edifícios Públicos Guará AE 10 MOD B . 4.375,00 2.340,00 6.715,00

10º 363413 DFTRANS - Terminal Brazlândia 2 Edifícios Públicos Brazlândia TERMINAL RODOVIARIO LT 02 2.486,00 4.184,00 6.670,00

Continua

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25

Tab. 4 (Cont.) - Estratificação dos consumos prediais para os órgãos selecionados

9° SEC ADJ ESPORTE E LAZER

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 5621828 Estádio Bezerrão Estádios e Gin. De Esp. Púb. Gama SCE AE 01 AE ESTADIO BEZERRAO 38.098,00 26.333,00 64.431,00

2º 2533006 Sec de Estado do Esporte Edifícios Públicos Brasília SAIN NILSON NEL 21.513,00 9.349,00 30.862,00

3º 6469019 Vila Olímpica do Gama Estádios e Gin. De Esp. Púb. Gama SCE Q 55 AE 01 VILA OLIMPICA 12.343,00 9.729,00 22.072,00

4º 5498945 Vila Olímpica do Setor O Estádios e Gin. De Esp. Púb. Ceilândia QNO 09 CJ H Q AE AE VILA OLIMPICA 9.889,00 9.575,00 19.464,00

5º 131466 Sec de Estado do Esporte Edifícios Públicos Brasília SAIN PISC OLIMP 8.700,00 10.064,00 18.764,00

6º 5512395 Vila Olímpica Rei Pele Samambaia Edifícios Públicos Samambaia QR 119 AE VILA OLIMP 8.950,00 8.957,00 17.907,00

7º 5609763 Vila Olímpica Estrutural Edifícios Públicos Estrutural Q 17 A.CAMPO VILA OLIMP 8.437,00 8.291,00 16.728,00

8º 131458 Sec de Estado do Esporte Edifícios Públicos Brasília SAIN DEFER GIN. 8.144,00 6.632,00 14.776,00

9º 5621811 CETEFE - Vila Olímpica Edifícios Públicos Ceilândia QNP 21 CJ J AE 01 (C. OLIMPICO) 7.252,00 7.327,00 14.579,00

10º 6181392 Vila Olímpica de São Sebastiao Edifícios Públicos São Sebastião S BARTOLOMEU VILA OLIMP 6.102,00 5.927,00 12.029,00

10° CAESB

Posição no Ranking

Inscrição Imóvel

Nome Cliente Atividade Localidade Escritório

Endereço 2015 2016 Consumo

1º 7258976 CAESB Unidades da CAESB Brasília SCEN TR TR 03 ETE.BSB.002 NORTE 7.681,00 33.196,00 40.877,00

2º 7258984 CAESB Unidades da CAESB Brasília SCES S/N ETE.BSB.001 e EEB.BSB.001 8.429,00 16.673,00 25.102,00

3º 3054845 CAESB - ETE Recanto das Emas Unidades da CAESB Recanto das Emas

Q 311 CJ 11 S/N RETORNO ETE.RCE.001 e EEB.RCE.001 14.636,00 6.262,00 20.898,00

4º 7260181 CAESB Unidades da CAESB Taguatinga QNM 42 CJ H S/N BR 070 km ETA.RDE.001 13.923,00 4.858,00 18.781,00

5º 4951964 CAESB/ETE São Sebastiao Unidades da CAESB São Sebastião BOSQUE R 05 Q 11 S/N ETE.SSB.001 2.987,00 14.307,00 17.294,00

6º 4541235 Projeto Golfinho Unidades da CAESB Ceilândia QNN 14 PISCINAS 499,00 16.584,00 17.083,00

7º 7259727 CAESB Unidades da CAESB Brazlândia VSJ Q 35 CJ L ETA.BRZ.001 2.596,00 7.486,00 10.082,00

8º 3124096 CAESB - ETA Pipiripau Unidades da CAESB Planaltina SLE Q 10 S/N ETA PIPIRI ETA.PIP.001 2.570,00 4.831,00 7.401,00

9º 3806847 CAESB - CIAT PAS - PCMSG - PASSG - PASSM Unidades da CAESB Gama SIGA Q 01 LT 520/600 FT 2.524,00 1.974,00 4.498,00

10° 2802783 CAESB – ETE PARANOA Unidades CAESB Paranoá Q 06 CJ L Q 06 ETE.PRN 001 3.472 541 4.013,00

Proposta de Piloto

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Definição das metas de consumo

Nos cálculos apresentados a seguir, foram consideradas duas propostas de redução

de consumo: 10%, atendendo ao Decreto do DF -37.644/16, e 20%, onde os benefícios

poderão ser mais favoráveis, baseado na experiência da consultoria realizada em outros

prédios públicos de várias categorias em relação ao uso da água (tipologia), referente ao

Programa do Uso Racional da Água (Pura) do Estado de São Paulo.

Este estudo contemplou, aproximadamente, 4 mil imóveis. Considerando apenas o

Município de São Paulo, a média de redução no consumo ficou em torno de 22%. Em

prédios públicos do Governo do Estado de São Paulo, o valor médio permaneceu próximo a

38% e, em outros municípios do estado, a média atingiu em torno de 40%.

Estes resultados têm mostrado que, em edificações mais antigas, onde não houve

modernização, a meta de 20% tem sido superada. No entanto, em alguns casos

considerados atípicos, os 20% não foram atingidos, devido a furtos e vandalismo.

Desta forma, espera-se que o investimento dimensionado no Capítulo 4 a seguir

resulte em benefício maior que os 10% inicialmente previstos, tendo em vista o sucesso de

programas similares implantados em outros Municípios e Estados e que ora se recomenda

como auxílio na superação da crise hídrica no Distrito Federal.

Considerando a economia em volume de água dos 10 maiores consumidores

classificados nas Tabela 3 e adotando-se o consumo per capita de 110 L/pessoa/dia

(indicado pela Organização Mundial da Saúde – OMS como sendo o consumo de água

necessária para as atividades diárias), com a redução de consumo de água proposta com a

implantação do Programa, atendendo a meta de 10% prevista no Decreto 37.644/16 obtêm-

se quantidade de água suficiente (1.759.476 L/dia) para atender uma população de 15.995

habitantes.

Considerando a meta de 20% de economia potencialmente atingível de acordo com

a experiência desta consultoria a economia pode chegar a 3.518.952 L/dia de água, que

seria suficiente para atender uma demanda de 31.990 habitantes.

Caso todos os Órgãos Públicos localizados no DF atingissem a meta de consumo

(19.787.500 L/dia), seria disponibilizado 3.957.500 L/dia de água, suficiente para atender

uma demanda de 35.977 hab/dia, equivalente à 86% do consumo da população da RA Lago

Norte (41.627 hab. - censo 2010/IBGE).

Os imóveis e consumos selecionados neste capítulo foram utilizados para a

elaboração da proposta de Projeto Piloto apresentado no Capítulo seguinte.

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4. PROPOSTA DE PROJETO PILOTO PARA O DISTRITO FEDERAL COM ESTIMATIVA DE

CUSTOS DE EXECUÇÃO, PRAZO, PAYBACK E OUTROS DETALHAMENTOS PARA

IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA.

Neste item abordaremos maiores detalhamentos para a implantação do Programa de

Redução de Consumo de Água, partindo-se das conclusões tiradas dos estudos realizados

e considerando que o projeto se restringe aos prédios sob administração do Governo do

Distrito Federal.

Detalhes de etapas da implantação

Concluída a estratificação dos 10 órgãos maiores consumidores, a seleção em cada

secretaria dos Órgãos Públicos Distritais seguiu os critérios de:

Localização – somente os prédios localizados na cidade de Brasília, devido a

aspectos, que representam uma complexidade logística, tais como: distâncias de

locomoção, instalação de múltiplos canteiros, aumento de equipe de fiscalização

ou a dificuldade do deslocamento dos gestores do projeto piloto;

Adequação de dados – não foram selecionados prédios que apresentaram

anomalias nos dados, como falta de medição, totalizando 16 prédios definido por

tipologia como demonstrado na Tabela. 5.

Outro ponto de destaque se refere aos grandes consumos dos presídios e Centro

de detenção provisória-CDPs sob administração da SECRETARIA DE SEGURANÇA

PÚBLICA PAZ SOCIAL. Neste caso, para implantação do programa de redução de consumo

de água é necessária metodologia diferenciada que inclua questões de segurança e

engajamento dos presidiários e dos agentes de segurança, motivo pelo qual adotamos

dentro do ranking os demais prédios na ordem de maiores consumidores.

Apesar do objetivo restrito deste projeto, recomendamos a articulação com o

Governo Federal, sob cuja administração se encontram outros prédios detentores de índice

de grandes consumos, para maior sucesso do programa no que se refere à contribuição

para a minimização da crise hídrica, de modo que na esfera Federal sejam igualmente

adotadas medidas para redução do consumo que impactam as mesmas bacias

hidrográficas.

Para escolha das unidades apontadas na Tabela 5, foram adotados os valores

somente da série histórica de consumo de 2016, considerando que neste período, os

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consumos não sofreram variação de racionamento por conta da crise hídrica do DF, além de

que para definição do retorno do investimento (payback) é comum utilizar os dados somente

de um ano.

Preços para composição do valor do investimento

Para definição do valor do investimento os valores praticados por tipologias foram

estimados baseados em estudos disponíveis das implantações de programas de redução de

consumo, adotados no estado de São Paulo em mais de 4.000 imóveis públicos,

contemplando várias secretarias do governo estadual e municipal de São Paulo e bem como

em outros municípios operados por outras companhias de saneamento, sendo a

complexidade da unidade, o fator de maior relevância desta classificação. Todas as

implantações realizadas por órgãos públicos têm seus valores balizados por relações de

preços e serviços padronizadas e auditadas por órgãos fiscalizadores. Mesmo utilizando-se

de valores estimados, o índice de confiabilidade nos números determinados é alto.

Nos prédios públicos selecionados como escolas e hospitais existe a especificidade

do setor de cozinhas. Para a implantação de medidas de redução de consumo de água

neste setor especificamente, os valores variam de acordo com o porte da cozinha industrial

(grande e média). Os valores foram estimados para o ano de 2017.

Custo para cozinha industrial de grande porte = R$ 91.000,00 (noventa e um mil

reais)

Custo para cozinha industrial de médio porte = R$ 39.000,00 (trinta e nove mil

reais)

Para as demais tipologias de edificações escolares foram identificados os seguintes custos:

Custo para escola do tipo Centro Educacionais Unificados– CEU7 =R$ 226.000,00

(duzentos e vinte e seis mil); -alunos de todas as idades. Para o DF foi aplicado o

valor de R$175.000,00 porque as instalações não são abertas à comunidade nos

finais de semana.

Escola tipo creche–alunos de 0 a 3 anos = R$ 47,000,00

Escola de infantil–alunos de 4 a 6 anos = R$ 55.000,00

Escola estadual–alunos de 6 a 14 anos = R$ 62.000,00

Demais preços são apresentados na Tabela 5.

7CEU- Centro Educacional Unificado inclui creche, ensino infantil, fundamental, de jovens e adultos, quadra

poliesportiva, inclui área de lazer, esportes, teatro etc. Frequência da comunidade final de semana.

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Prazo de execução por tipologia

Com base na experiência obtida por mais de 20 anos na implantação de programas

de redução de consumo de água em prédios sob administração de órgãos públicos e outros,

podemos determinar que os prazos de execução por tipo da edificação, desde que os

envolvidos no processo assumam e cumpram suas atribuições para realização do

planejamento e execução das ações, são estipulados da seguinte maneira:

Escola: 15 a 20 dias;

Hospital: 12 meses;

Prédio da administração pública: 15 a 20 dias;

Rodoviária: 45 dias;

Parques de 15 a 20 dias.

Serviços:

Os serviços ora apresentados estão incluídos no valor do investimento apresentado

na Tabela 5>

Coordenação Geral, Planejamento e Monitoramento: responsável técnico

engenheiro civil;

Equipe técnica: composta por 3 técnicos de nível médio;

Canteiro de obra e manutenção, mão de obra, ferramentas e equipamentos de

medição de pressão e de detecção de vazamentos não visíveis e outros;

Serviços técnicos gerais, inspeção técnica in loco e confirmação de dados;

Conserto e reparos de vazamentos nos pontos de consumo e na tubulação entre

estes, incluindo a recomposição de pisos, paredes, etc..;

Conserto de vazamentos entre o medidor e o reservatório ou a troca do ramal em

função do porte do vazamento ou das condições da tubulação;

Conserto e reparos no barrilete no reservatório;

Troca da coluna de alimentação da bacia sanitária quando a instalação é com

válvula defluxo;

Fornecimento dos equipamentos poupadores com a instalação, adequação e

regulagem;

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Aproveitamento de água de processo em função do tipo; vapor da caldeira, de ar

condicionado, hemodiálise, laboratório entre outros;

Campanha educacional de treinamento e capacitação, incluído pausas para coffee

break com buffet simples;

Treinamentos pelos fabricantes aos operadores da manutenção das instalações

prediais.

Comentários sobre as edificações

Convém salientar que, algumas edificações muitas antigas, não permitem

intervenções tecnológicas do programa de redução de consumo de água, devido às

condições estruturais danificadas em função da idade, do material das tubulações, como

galvanizado, por exemplo, diminuição de seção por incrustação e outras situações adversas,

necessitando de amplas reformas. Citamos como exemplo, situação semelhante verificada

em visita técnica por esta consultoria à Companhia de Desenvolvimento e Planejamento –

CODEPLAN e prédios com algum tipo de restrição quanto ao tombamento histórico.

Na execução da primeira fase dos pilotos, após inspeção técnica in loco para a

confirmação das intervenções que justificam o investimento estimado, caso sejam

identificados prédios relacionados na proposta em situação inexequível, deverá ser avaliada

a conveniência da substituição por prédio em condições mais favoráveis.

Sabe-se que a realidade dos sistemas hidráulicos prediais, principalmente em

prédios públicos, são bastante similares no que se refere aos desperdícios por mau usos,

por descasos ou por vazamentos nas estruturas hidráulicas e nos pontos de consumo, que

foram comprovadas por meio de estudos, de pesquisas acadêmicas realizados por

universidades e por companhias de saneamento que adotaram programas de uso racional

da água, que foram desenvolvidos em alguns municípios e estados do Brasil, incluindo os

cases pilotos por tipologia.

Retorno do investimento – PAYBACK

Dentre as ações de conservação relacionadas ao consumo de água nas edificações,

a gestão da demanda nos pontos de consumo tem apresentado como de maior importância

e de melhor retorno sobre o investimento.

Para definir o tempo de retorno do investimento, foi considerada a tarifa de água e

esgoto praticada pela concessionária - Caesb em 2016 (R$7,48 até 10m³ e R$ 12,37 acima

de 10 m³).

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Apontamos que em razão das políticas emergenciais de contingência adotadas para

2017, este ano não deve ser considerado como referência para efeito de cálculos, tratando-

se de período atípico.

Em respeito ao Decreto 36.744/16, realizamos a simulação com a redução de 10%

do consumo para as 16 unidades selecionadas na tabela 5, assim obtém-se os valores do

retorno de investimento pré-estabelecido como indicado na mesma. Contudo, de acordo

com a avaliação realizada a partir do diagnóstico preliminar dos consumos e a experiência

da consultoria foi também elaborada a simulação com a meta de redução em 20%.

Exemplo de cálculo adotando 10% de redução no consumo

Para uma unidade de prédio, no caso do CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÂO

FISICA DA SEE, considerou-se as seguintes condições:

No cálculo do retorno do investimento (payback) deve-se levar em conta o custo

total da mão de obra para a execução dos serviços técnicos, como também da

aquisição de todos os equipamentos hidráulicos sanitários economizadores, entre

outros.

Utilização da fórmula:

𝑉𝐼 = (𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎) + (𝑎𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠)

𝑅𝐶 = (𝑉𝐶1) − (𝑉𝐶2) 𝑃𝐵 =𝑉1

𝑅𝐶= 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

Onde:

VI = Valor do Investimento

VC1 = Valor da conta usando as tarifas de água/ esgoto do consumo da média

mensal em metros cúbicos, antes das intervenções tecnológicas do programa.

VC2 = Valor da conta usando as tarifas de água/ esgoto considerando 10% do

consumo da média mensal em metros cúbicos após as intervenções

tecnológicas do programa.

RC = Redução da conta = (VC1) - (VC2)

CA = Consumo em metros cúbicos antes das intervenções tecnológicas

CD = Consumo em metros cúbicos depois das intervenções tecnológicas

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Calculando:

Adotando os valores da tabela 5 para o imóvel posição 1-SEE CEN INTEGRADO

EDUC FÍSICA e aplicando o valor das tarifas públicas de água/ esgoto nos consumos antes

e depois das intervenções (CA e CD) resulta em:

Faixa de 10m³ = R$ 7,48 com a taxa do esgoto = R$ 14,96

Faixa acima de 10m³ = R$ 12,37 com a taxa do esgoto = R$ 24,74

CA = 10.625m³ VC1 = 10 x 14,96 + 10.615x 24,74 = R$ 262.826,50

CD = 9.562m³ VC2 = 10x14,96+9.552x24,74 = R$ 236.563,88

Calculando o retorno do investimento (payback ):

VI = R$ 175.000,00 (cento e setenta e cinco mil reais)

RC = VC1 - VC2 = R$ 262.826,5 - R$ 236.563,8 = R$ 26.298,62 (economia mensal );

Payback = VI/RC = R$ 175.000,00/ 26.298,52 = 6 ,6544 = 6 meses e 20 dias

Tendo em vista os resultados satisfatórios dos “cases” do Programa de Uso Racional

da Água experienciado em São Paulo conforme ilustrado na tabela 10, assunto este

mencionado no Anexo I do primeiro Relatório, sobre a contextualização do Programa do Uso

Racional da Água - PURA em São Paulo, foi feita uma simulação adotando a redução de

20% no consumo incidindo na mesma tabela, ou seja, Tab.5.

Referindo-se à mesma unidade de imóvel da SEE (posição 1) e às mesmas

considerações do item anterior, como: valores dos volumes, tarifas, investimento e fórmulas,

obtêm-se os seguintes resultados:

CA =10.625 m³ CD=8500 m³

VC1 = R$ 262.765,00 e VC2 = R$ 210.192,00 RC = R$ 52.573,00

Payback = R$ 175.000,00/R$ 52.573,00 = 3,329 = 3 meses e 10 dias

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Tabela 5 – Relação das unidades do Projeto Piloto

CONSIDERANDO 10% DE REDUÇÃO

Nome Cliente/ SEEDF Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) média mensal (m³)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

SEE CEN INTEGRADO EDUC FISICA Brasília SGAS 908 CIEF-FEDF 127.494 10.625 9.562 262.862,50 236.563,88 175.000,00 26.298,62 6,654 6 meses e 20 dias

SEE EP – ESC PARQUE Brasília EQS 307/308 ESC PARQUE 39.410 3.284 2.956 81.246,16 73.131,44 175.000,00 8.114,72 21,566 21 meses e 17 dias

SEE CENTRO EDUC 02 Brasília SGAN 907 BL A/E GISNO 19.503 1.625 1.487 40.202,50 36.788,38 62.000,00 3.414,12 18,160 18 meses e 5 dias

SEE EC 313/14 Brasília EQS 313/314 ESC CLASSE 16.485 1.374 1.237 33.992,76 30.603,38 62.000,00 3.389,38 18,292 18 meses e 9 dias

Sub total 202.892 16.908 15.242 418.304 377.087,08 474.000,00 41.216,84 11,50 16 meses e 13 dias

Nome Cliente/ S.E. SAÚDE Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

FHDF HOSPITAL DE BASE Brasília HOSPITAL DE BASE LIG A 162.718 13.560 12.204 335.474 301.927 750.000,00 33.547,44 22,356 22 meses e 11 dias

FHDF HOSPITAL REG. ASA NORTE Brasília SMHN AE 136.622 11.385 10.246 281.665 253.486 750.000,00 28.178,86 26,616 26 meses e 18 dias

Sub total 299.340 24.945 22.450 617.139 555.413 1.500.000,00 61.726,30 24,30 24 meses e 9 dias

Nome Cliente/ PM DF Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

PMDF/BOPE Brasília SAIS PMDF - BOP 28.795 2.400 2.160 59.376 53.438 47.000,00 5.937,60 7,916 7 meses e 27 dias

PMDF - CCSY Brasília SAIS - AREA 4 QCG 26.465 2.205 1.984 54.552 49.084 47.000,00 5.467,54 8,596 8 meses e 18 dias

PMDF QUARTEL GENERAL Brasília SAIS - QG PMDF-BS 12.174 1.014 913 25.086 22.588 47.000,00 2.498,74 18,809 18 meses e 24 dias

Sub total 67.434 5.619 5.057 139.014 125.110 141.000,00 13.903,88 10,14 11 meses e 23

dias

Nome Cliente/ CORPO DE BOMBEIROS Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

QCG/INTERNO Brasília SAIN LT D MODULO E 11.064 922 830 22.810,28 20.534,20 55.000,00 2.276,08 24,164 24 meses e 5 dias

ABMIL Brasília SAIS Q 04 LT 05-ACADEMIA 7.405 617 555 15.264,58 13.730,70 55.000,00 1.533,88 35,857 35 meses e 26 dias

C MILITAR DOM PEDRO II – APAM Brasília SAIS Q 04 LT 05 6.881 573 516 14.176,02 12.765,84 55.000,00 1.410,18 39,002 39 meses

Sub total 23.350 2.112 1.901 52.250,88 47.030,74 165.000,00 5.220,14 31,61 33 meses e 10 dias

Nome Cliente/ DF TRANS Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

DFTRANS - ROD PLATAFORMA LESTE Brasília EST. RODOVIARIA ADM EST RO 36.632 3.053 2.748 75.531,22 67.985,52 200.000,00 7.545,70 26,505 26 meses e 15 dias

DFTRANS - ROD. METROPOLITANA (TOURING) Brasília EST. RODOVIARIA AE TOURING CL 23.958 1.997 1.797 49.405,78 44.457,78 200.000,00 4.948,00 40,420 40 meses e 13 dias

Sub total 60.590 5.050 4.545 124.937,00 112.443,30 400.000,00 12.493,70 32,02 33 meses e 14 dias

Nome Cliente/ SEC. ESPORTE E LAZER Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

SEC DE ESTADO DO ESPORTE – EDIF. Brasília SAIN NILSON NEL 10.064 839 755 20.756,86 18.678,70 61.000,00 2.078,16 29,353 29 meses e 10 dias

SEC DE ESTADO DO ESPORTE – EDIF. Brasília SAIN PISC OLIMP 9.349 779 701 19.272,46 17.342,74 61.000,00 1.929,72 31,611 31 meses e 18 dia

Sub total 19.413 1.618 1.456 40.029,32 36.021,44 122.000,00 4.007,88 30,44 30 meses e 14 dias

Total Geral do Consumo (m³/ano) 607.019

Total Geral dos Vol. – (m³/mês) (*) 56.252

Total Geral dos Vol. – (m³/mês) (*) 50.651

Total do Investimento - (R$) 2.802.000,00 (*) média mensal dos 12 meses

VC1 = valor da conta antes das intervenções do programa de redução

VC2 = valor da conta após as intervenções do programa de redução

RC = VC1-VC2 = economia mensal em R$ VI = valor dos investimento Payback = VI/RC

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Tab. 5 (cont.) – Relação das unidades do Projeto Piloto

CONSIDERANDO 20% DE REDUÇÃO

Nome Cliente/ SEEDF Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

SEE CEN INTEGRADO EDUC FISICA Brasília SGAS 908 CIEF-FEDF 127.494 10.625 8.500 262.765,00 210.192,00 175.000,00 52.573,00 3,329 3 meses e 10 dias

SEE EP – ESC PARQUE Brasília EQS 307/308 ESC PARQUE 39.410 3.284 2.627 81.148,36 64.894,00 175.000,00 16.254,36 10,766 10 meses e 23 dias

SEE CENTRO EDUC 02 Brasília SGAN 907 BL A/E GISNO 19.503 1.625 1.300 40.105,70 32.064,20 62.000,00 8.041,50 7,710 7 meses e 21 dias

SEE EC 313/14 Brasília EQS 313/314 ESC CLASSE 16.485 1.374 1.099 33.894,96 27.091,46 62.000,00 6.803,50 9,113 9 meses e 3 dias

Sub total 202.892 16.908 13.526 417.914 334.241,66 474.000,00 83.672,36 7,73 7 meses e 7 dias

Nome Cliente/ S.E. SAÚDE Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

FHDF HOSPITAL DE BASE Brasília HOSPITAL DE BASE LIG A 162.718 13.560 10.848 335.377 268.282 750.000,00 67.095,00 11,178 11 meses e 5 dias

FHDF HOSPITAL REG. ASA NORTE Brasília SMHN AE 136.622 11.385 9.108 281.567 225.234 750.000,00 56.333,00 13,314 13 meses e 9 dias

Sub total 299.340 24.945 19.956 616.944 493.516 1.500.000,00 123.428,00 12,15 12 meses e 5 dias

Nome Cliente/ PM DF Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

PMDF/BOPE Brasília SAIS PMDF - BOP 28.795 2.400 1.920 59.278 47.403 47.000,00 11.875,00 3,958 4 meses

PMDF - CCSY Brasília SAIS - AREA 4 QCG 26.465 2.205 1.764 54.454 43.544 47.000,00 10.910,00 4,308 4 meses e 9 dias

PMDF QUARTEL GENERAL Brasília SAIS - QG PMDF-BS 12.174 1.014 811 24.989 19.966 47.000,00 5.023,00 9,357 9 meses e 11 dias

Sub total 67.434 5.619 4.495 138.721 110.913 141.000,00 27.808,00 5,07 5 meses e 20 dias

Nome Cliente/ CORPO DE BOMBEIROS Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

QCG/INTERNO Brasília SAIN LT D MODULO E 11.064 922 737,6 22.712,48 18.150,42 55.000,00 4.562,06 12,056 12 meses

ABMIL Brasília SAIS Q 04 LT 05-ACADEMIA 7.405 617 493,6 15.168,00 12.114,00 55.000,00 3.054,00 18,009 18 meses

C MILITAR DOM PEDRO II – APAM Brasília SAIS Q 04 LT 05 6.881 573 458,4 14.078,22 11.243,00 55.000,00 2.835,22 19,399 19 meses e 12 dias

Sub total 23.350 2.112 1.690 51.985,70 41.507,42 165.000,00 10.451,28 15,79 16 meses e 10 dias

Nome Cliente/ DF TRANS Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

DFTRANS - ROD PLATAFORMA LESTE Brasília EST. RODOVIARIA ADM EST RO 36.632 3.053 2.442 75.433,42 60.317,28 200.000,00 15.116,14 13,231 13 meses e 7 dias

DFTRANS - ROD. METROPOLITANA (TOURING) Brasília EST. RODOVIARIA AE TOURING CL 23.958 1.997 1.598 49.307,98 39.436,72 200.000,00 9.871,26 20,261 20 meses e 7 dias

Sub total 60.590 5.050 4.040 124.741,40 99.754,00 400.000,00 24.987,40 16,01 16 meses e 15 dias

Nome Cliente/ SEC. ESPORTE E LAZER Localidade Escritório

Endereço Consumo 2016

(m³/ano)

Consumo (*) (m³ /mês)

Valor da Conta Mensal de Água (R$) Valor do

Investimento R$ RC

PAYBACK

CA CD VC1 VC2 VI/RC PRAZO

SEC DE ESTADO DO ESPORTE – EDIF. Brasília SAIN NILSON NEL 10.064 839 671,2 20.659,00 16.507,69 61.000,00 4.151,31 14,694 14 meses e 21 dias

SEC DE ESTADO DO ESPORTE – EDIF. Brasília SAIN PISC OLIMP 9.349 779 623,2 19.174,66 15.320,17 61.000,00 3.854,49 15,826 15 meses e 24 dia

Sub total 19.413 1.618 1.294 39.833,66 31.827,86 122.000,00 8.005,80 15,24 14 meses e 15 dias

Total Geral do Consumo (m³/ano) 607.019

Total Geral dos Vol. – (m³/mês) (*) 56.252

Total Geral dos Vol. – (m³/mês) (*) 45.002

Total do Investimento - (R$) 2.802.000,00 (*) média mensal dos 12 meses

VC1 = valor da conta antes das intervenções

VC2 = valor da conta após as intervenções

RC = VC1-VC2 = economia mensal em R$ VI = valor dos investimento Payback = VI/RC

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Outros benefícios:

Economia nas contas do governo

Tratamento dos dados da tabela 5 com redução de 10% nos consumos.

Com o volume de água economizada de 1.063m³, resultado da diferença entre os

consumos 10.625 m³ e de 9.562 m³ da unidade de imóvel posição 1° da SEEDF, a

economia mensal obtida é de R$ 26.200,00 (vinte e seis mil e duzentos reais), refletindo

uma economia anual nas contas do governo de R$ 314.410,00(trezentos e quatorze mil e

quatrocentos e dez reais).

Implantando o programa em todos os clientes da tabela 5, e considerando os 10% de

redução no total geral do consumo do ano de 607.019 m³ e aplicando os valores das tarifas

de água/esgoto, no ano haverá uma redução na conta do governo em torno de R$

1.501.765,00 (um milhão quinhentos e um mil e setecentos e sessenta e cinco reais), o

retorno do investimento (payback) será de 22 meses e 12 dias.

Considerando para o mesmo valor de consumo de 607.019m³/ano com a redução de

20 %, no ano a economia nas contas do governo será em torno de R$ 3.003.530,00 (três

milhões três mil e quinhentos e trinta reais), e o retorno do investimento será de 11 meses e

5 dias.

População que poderia ser atendida

Com essa água economizada 1063 m³ (35.433,33 L/dia), adotando uma per capita

de 110 L/pessoa/dia, indicado pela Organização Mundial da Saúde - OMS, será possível

atender uma demanda de 322 habitantes.

Além da possibilidade de aumento dos usuários atendidos com mesma oferta de

água, haverá a redução do pico de demanda através da otimização dos equipamentos

poupadores e tubulações, diminuição dos efluentes gerados, entre outros, tais como a

conscientização dos usuários da importância na adoção de novos comportamentos

sustentáveis com o uso racional da água.

Existem muitas ações que podem projetar a imagem da organização como

ambientalmente responsável, além de mostrar sua contribuição para o desenvolvimento

social.

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Tratamento dos dados da tabela 5 com redução proposta de 20% nos consumos.

Com o volume de água economizada de 2.125m³, resultado da diferença entre os

consumos de 10.625 m³ e de 8500 m³ para a mesma unidade de imóvel posição 1° da

SEEDF, a economia mensal obtida é de R$ 52.475,00 (cinquenta e dois mil quatrocentos e

setenta e cinco reais), refletindo uma economia anual nas contas do governo em torno de

R$ 629.700,00 (seiscentos e vinte e nove mil e setecentos e reais).

População que poderia ser atendida

Com essa água economizada 2125 m³ (70.833,33 L/dia), adotando uma per capita

de 110 L/pessoa/dia, indicado pela Organização Mundial da Saúde - OMS, será possível

atender uma demanda de 644 habitantes.

Portanto como referência e validação do projeto piloto proposto por esta consultoria,

citamos como exemplos os estudos de casos bem-sucedidos, desenvolvidos durante o

período de implantação da estrutura do Programa de Uso Racional da Água-PURA em

1995/1996, assunto detalhado no Anexo 1 do Relatório intitulado Produto 1 -

Contextualização histórica de implementação do Programa de Uso Racional da Água –

PURA no estado de São Paulo.

Estes estudos realizados poderão fornecer, por analogia, ações de porte semelhante

aos gestores do programa do governo do DF.

Citaremos neste capitulo os exemplos correspondente somente a três (3) categorias

de uso: (1) Palácio dos Bandeirantes - sede do Governo do Estado de São Paulo; (2) sede e

(3) cozinha industrial do prédio público da Companhia de Saneamento Básico do Estado de

São Paulo - Sabesp.

Resultados do Palácio dos Bandeirantes

Dados para avaliação do estudo de caso:

Os consumos referentes ao ano de 2001, resultou na média mensal no volume de

4.292m³, equivalente a uma conta de R$ 50.014,41. Para os consumos do ano de 2002, a

media mensal do volume foi de 2.883m³ e o valor da conta R$ 33.514,80.

Economia Mensal de 1.409 m³ refletindo na conta uma economia de R$ 16.500,00 e

anual R$ 198.000,00 (cento e noventa e oito mil reais).

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As ações realizadas foram: pesquisa e conserto de vazamentos nos pontos de

consumos, nas redes e reservatórios, campanhas educativas e instalação de 477

equipamentos economizadores entre louças e metais sanitários e sistema de gerenciamento

online do consumo setorizado tipo M-Bus.

O valor do investimento foi R$ 487.000,00 (quatrocentos e oitenta e sete mil reais)

alcançando uma redução 30% e o retorno do investimento se pagou em 6,3 (seis meses e 9

dias).

No ano de 2016 foi realizado um upgrade do sistema de monitoramento, investindo

nesta modernização um valor correspondente a R$ 8.000,00 (oito mil reais), alcançando a

redução de 44%.

Resultados do piloto do edifício público-sede da Sabesp

Dados para avaliação do estudo de caso:

Os consumos referiram-se a maio de 1996, sendo 1.330m³ o volume consumido e o

valor da conta foi equivalente a R$ 11.753,88. Para junho de 1997 o volume consumido foi

de 512m³ e o valor da conta de R$ 4.389,00.

As ações realizadas foram: conserto de vazamentos, campanhas educativas e

instalação de 92 equipamentos economizadores entre louças e metais sanitários.

O valor do investimento foi R$ 15.811,14, alcançando uma redução 62% e o retorno

do investimento se pagou em 8 (oito) meses.

A população fixa e flutuante girou em torno de 531 funcionários, o per capta antes

era de 83 L/fun/dia e após as ações resultou em 32 L/fun/dia.

Resultados do piloto cozinha industrial sede da Sabesp

Dados para avaliação do estudo de caso:

No caso específico da cozinha, área de muito consumo, foi considerado para março

de 1996 o volume consumido de 320m³, e o valor da conta foi equivalente a R$ 1.405,70.

Para setembro de 1997 o volume consumido de 113m³ e o valor da conta de R$ 933,30.

As ações realizadas foram: conserto de vazamentos, campanhas educativas e

instalação de sete unidades de equipamentos economizadores, apenas metais sanitários,

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destacando que os serviços realizados foram com mão de obra e os equipamentos doados

pelos fabricantes.

O valor do investimento foi de R$ 500,00 alcançando uma redução 64,69 % e o

retorno do investimento foi imediato.

A população fixa era de 21 funcionários, com números de refeições de 400 por dia, o

per capta antes era de 33 L/refeição/dia e após as ações resultou em 16 L/refeição/dia.

A avaliação apresentada é preliminar, sendo necessário elaborar uma análise técnica

e econômica específica in loco para validar a seleção realizada. A análise técnica e

econômica deve avaliar a possibilidade de execução das intervenções (dependendo do

diagnóstico técnico a ser realizado), qual o investimento específico necessário e qual será o

período de retorno do investimento mais apurado (payback). Esse estudo permitirá avaliar a

relação custo/benefício, assim como definir quais serão os prédios públicos prioritários pré-

definidos pelo gestor do programa. No item a seguir é apresentado um modelo aplicado de

avaliação técnica e econômica para uma edificação.

4.1 Exemplo aplicado de Projeto Piloto na edificação do DFTrans – Estudo de caso

De forma aplicada, foi selecionado o prédio público do DFTrans para apresentar uma

simulação dos resultados da aplicação das ações de redução do consumo de água potável.

O DFTrans está localizado na SAIN – Estação Rodoferroviária de Brasília, S/N – Ala Norte,

CEP: 70.631-900, Brasília/DF. Este departamento conta com 473 colaboradores que atuam

em horário comercial (8 horas por dia), apenas nos dias úteis da semana. Além disso,

atuam nos serviços de plantão e segurança 40 funcionários divididos em dois períodos de

12 horas por 30 dias da semana.

Foi realizada uma visita técnica preliminar no mês de março de 2017 para identificação e

levantamento dos equipamentos hidráulicos existentes na edificação. Foram mapeadas as

ações de correção de vazamentos em rede, em reservatórios, tipos, modelos e marcas dos

equipamentos hidráulicos, as condições de funcionamento dos equipamentos e hábitos e

costumes dos funcionários.

Na visita técnica já foram realizadas, complementarmente, as seguintes atividades:

Verificação preliminar de vazamentos visíveis;

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Instalação de hidrômetro do tipo pulsado para implementação do sistema de

tecnologia de ponta para leitura dos consumos diários substituindo a leitura

manual com uso de formulário apropriado;

Instalação do sistema de telemedição tipo M-BUS para o monitoramento on line

dos consumos de água-PMCA;

Treinamento dos funcionários do órgão responsáveis pelo acompanhamento do

sistema de telemedição pela empresa instaladora.

Analisado todo esse material, foi proposta a planilha orçamentária apresentada no

Anexo IV com preços de venda de julho de 2017, descrevendo a totalidade das atividades

de implantação necessária para um projeto piloto completo. Para o DFTrans, o preço total

de contratação soma R$ 89.695,68 a ser realizado em um período de 15 dias. Após isso,

são realizados 6 meses de monitoramento do consumo e 24 meses de acompanhamento

por sistema de telemedição, já inclusos nesse preço.

Foram fornecidas pelo DFTrans as contas de água e esgoto referentes aos

consumos faturados dos meses de abril, maio, junho e julho de 2017, pagos sempre no mês

subsequente. Foram considerados apenas estes meses para a construção da média de

consumo porque no final de março de 2017 foi substituído o hidrômetro por nova tecnologia

com melhor precisão. O volume médio faturado soma 554,25 m³/mês para estes 4 meses.

Foi identificado o consumo médio por tipologia de prédios públicos o valor de 50

/servidor/dia 8 . O cenário atual de consumo resulta da equação de consumo médio

considerando 473 funcionários trabalhando 21 dias por mês e 40 funcionários trabalhando

30 dias por mês (11.133 períodos trabalhados/mês) multiplicado pelo consumo previsto de

50 L/servidor/dia. O consumo previsto é de 556,65 m³/mês. Esse dado é bastante

compatível com o resultado real obtido.

No cenário com a implantação das atividades de economia de água previsto o

consumo médio individual por servidor deve resultar entre 32 e 35 L/servidor/dia, resultante

das experiências similares realizadas. Aplicando o consumo de 32 L/servidor/dia à mesma

população atendida o consumo previsto será de 357 m³/mês. A economia prevista em

volume de água consumido será de 200 m³/mês (36% de economia).

A fatura média de água, para consumo atual de 556,65 m³/mês resulta em

R$13.523,00. A fatura no cenário com os investimentos em economia de água resulta em

8 Fonte: TOMAZ, 2000.

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40

R$8.599,74, gerando uma economia de R$4.923,26 por mês. Considerando o investimento

total previsto no projeto piloto o prazo para payback será de 18 meses.

Complementarmente, a telemedição realizada no mesmo período, apresentada no

ANEXO III, resultou num gráfico que sugere a existência de consumos noturnos de grande

porte que devem ser considerados no momento de verificação, o indicativo da existência de

perdas.

Considerando a implantação parcial do projeto piloto orçado, com a troca de

equipamentos economizadores, detecção de vazamentos não visíveis e visíveis, o resultado

estimado é de no mínimo 10%.

Também, as ações de capacitação e campanha de sensibilização para

conscientização dos funcionários são de extrema relevância para a perpetuação dos

resultados. Essas campanhas trazem resultados de longo prazo e têm grande sinergia com

as obras físicas.

A exemplo do município de Guarulhos-SP, onde a campanha de sensibilização foi

aplicada isoladamente, o resultado de economia atingiu 31% do consumo. Este projeto foi

realizado em 30 escolas da rede pública.

Sintetizando os objetivos deste estudo caberá a elaboração de um plano de ação

que será detalhado no capitulo Modelo proposto para a implantação do Programa de

Redução de Consumo de Água em Prédios Públicos do Distrito Federal.

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41

5. MODELO PROPOSTO PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE REDUÇÃO DE

CONSUMO DE ÁGUA EM PRÉDIOS PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL

Plano de Ação de um Programa de Redução de Consumo de Água

O Programa de Redução de Consumo de Água objetiva a economia de água nos

edifícios públicos do Distrito Federal que resulta na redução do uso dos recursos hídricos e

disponibilidade destes para outros usos e usuários, postergação de investimentos e a

economia para os cofres públicos em termos de conta de água, além do potencial de

multiplicação e participação social de todos os servidores envolvidos, em função de seu

fator propagador de economia nas residências e conviventes.

Benefícios Esperados

Espera-se como principal benefício a redução do consumo ou da perda de água em

edifícios públicos e a gestão permanente da eficiência do sistema hidráulico predial.

De forma secundária, são previstos benefícios de conservação dos recursos hídricos,

de disponibilidade para demais usuários, de economia de recursos públicos e redução de

impactos ambientais com a geração de menos efluentes domésticos.

Diretrizes do Plano

Assumir a existência de falhas nos sistemas hidráulicos prediais, nas tecnologias

de equipamentos hidráulicos aplicados e no uso coletivo e individual nos edifícios

do Governo do Distrito Federal.

Adequar a tecnologia de medição de consumo que viabilize a medição telemétrica

e a gestão dos serviços de abastecimento e esgotamento sanitário nos edifícios

públicos.

Localizar e substituir equipamentos convencionais para equipamentos poupadores

e localizar e substituir vazamentos visíveis e não visíveis de forma ativa.

Capacitar as equipes de servidores em suas especificidades, promover a

economia de água e comunicar os resultados de forma a manter o tema presente

e ativo na percepção dos envolvidos.

Estimular a economia de água e de recursos públicos e privados através da

implantação de novas tecnologias e de campanhas de sensibilização e educação

para a conservação da água.

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Principais Ações da Implantação

Implantação de sistema de monitoramento do consumo: convencional ou online-

telemedição, que permite a leitura à distância em tempo real e por via celular;

Análise do histórico de consumo anterior à implantação dos serviços;

Inspeção técnica na edificação e diagnóstico do comportamento, hábitos e

costumes de uso da água – consumo;

Definição e execução do plano de intervenção física, com estudo de alternativas

e de capacitação de servidores;

Execução das obras e serviços;

Implementação de um sistema de gestão de água e sustentabilidade com

monitoramento e reavaliação das intervenções;

Campanhas educacionais ambientais com divulgação de resultados.

Metodologia para implantação de Programa de Redução de Consumo de Água.

O esboço da metodologia foi apresentado inicialmente no anexo 1A do Relatório de

Levantamento do Estado da Arte de Programas Nacionais de Sucesso na Redução do

Consumo de Água em Prédios Públicos, sendo que neste capítulo ela será descrita mais

detalhadamente.

Entre os procedimentos, a metodologia é um recurso necessário para definir as

medidas a serem realizadas por etapas: como identificar os problemas nas instalações

hidráulicas prediais; onde e como a água é usada; identificar e quantificar os pontos de

perdas por vazamentos; definir por qual medida deve começar; estimar o valor do

investimento; o retorno tanto em valor como em recuperação das águas perdidas; verificar

possibilidade de reúso de agua perdidas e identificar oportunidade de economia.

A metodologia tem por finalidade também orientar as equipes de manutenção ou os

técnicos responsáveis pela gestão das instalações das edificações que queiram implantar

um programa de redução de consumo de água, com inovação tecnológica, avaliação do

desempenho e eficiência do sistema, monitoramento e integração das equipes.

Para a execução destes trabalhos, é necessário que as empresas executoras que

atuam neste segmento, possuam metodologia aprovada, qualificações e certificações

necessárias exigidas. Os serviços contratados pelo Poder Público deverão ser realizados

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através do modelo de contrato por resultados, onde a redução de consumo (%) estabelecida

no Decreto deverá ser alcançada.

Para implementação da gestão da demanda e conservação de água nos prédios

públicos, deve ser realizada por meio de procedimentos e tecnologias que promovem o uso

eficiente da água na edificação. Para tanto deve-se adotar os passos indicados no

fluxograma da Figura 1.

Figura 1 – Metodologia-diretrizes para implantação do Programa

Continua

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Figura 1 (cont.)- Metodologia-diretrizes para implantação do Programa9, 10

9 Fonte: Sabesp

10Fonte: Metodologia para a implantação de programa de uso racional da água em edifícios / L.H. de Oliveira, O.M. Gonçalves. -- São Paulo: 1999

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Descrição da Metodologia

Caracterização do Edifício

Identificar a tipologia da edificação para definir as ações a serem implementadas.

Para implementação da metodologia com ênfase na gestão da demanda em

edificações existentes, a mesma poderá ser estruturada de acordo com o seguinte

detalhamento:

Número de servidores, períodos de serviço, atividades de consumo, volume total

demandado, tipologia de hidrometração;

Auditoria e diagnóstico do uso da água-consumo;

Definição e execução do plano de intervenção;

Implementação de um sistema de gestão do consumo de água;

No caso de a edificação não dispor de medição de consumo da água deve-se

planejar a implementação da setorização.

Auditoria e diagnóstico do uso da água

Para iniciar a auditoria do consumo de água é necessário, realizar o seguinte

levantamento:

Cadastrar o tipo do sistema de abastecimento (misto, rede pública, poços,

caminhão pipa e outros);

Localizar e cadastrar tipo e quantidade e capacidade dos reservatórios;

Verificar as condições de operação da torneira de boia e o local de deságue dos

extravasor e da tubulação dos reservatórios (barriletes) e caixas d’águas;

Levantamento do perfil de consumo (série histórica de 24 meses, 12 meses ou 6

meses);

A série histórica de consumo poderá ser fornecida pela Companhia de Saneamento

da localidade.

Exemplo do Cálculo do Consumo Médio Mensal utilizando a série histórica

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Verificar, através de contas d’água o consumo da série histórica, anotando na tabela

6 e se é referente somente ao local da implantação do programa de redução de consumo de

água.

Tabela 6 – Histórico do Consumo de Água

Modelo em branco Modelo hipotético preenchido

Mês/Ano Consumo mensal

(m³/mês)

Mês Ano 2016

Consumo mensal (m³/mês)

Janeiro Xxx Janeiro 1500

Fevereiro YYY Fevereiro 1332

Março Zzz Março 1597

Abril Xxx Abril 825

Maio YYY Maio 1247

Junho Xxx Junho 1258

Julho YYY Julho 1235

Agosto Xxx Agosto 1454

Setembro YYY Setembro 1622

Outubro Xxx Outubro 1755

Novembro YYY Novembro 1592

Dezembro Xxx Dezembro 1444

Consumo Anual Zzz Consumo Anual 16861

Consumo Médio Mensal (anual) =Soma do consumo de 12 meses (m³)

Nº de meses

Exemplo:

Adotando os dados da tabela 2 obtém-se o seguinte resultado:

Consumo Médio Mensal (anual) =16.861 m³

12= 1405 m³/mês

Sistema online – Telemedição

É uma ferramenta de gestão para monitoramento do sistema completo de

abastecimento e para instalações hidráulicas prediais. Este é um dos sistemas mais

modernos, que permite a leitura do consumo a distância em tempo real e por via celular,

eliminando a necessidade da leitura em campo e identificando imediatamente as anomalias,

de forma a agilizar a implementação das intervenções corretivas.

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O WMNET, por exemplo, é um equipamento de monitoramento e controle remoto

desenvolvido para o mercado M2M (Comunicação Máquina a Máquina). Utiliza a Rede

Celular como meio de comunicação através do Roteamento de Pacotes entre as Unidades

Remotas WMNET e um Software Servidor rodando em um ambiente de rede TCP/UDP

(Internet/VPN). Principais aplicações:

Telemedição de hidrômetros pulsados ou eletrônicos (MBUS) para micromedição

e macromedição;

Monitoramento setorizado remoto de pressões (ponto crítico);

Monitoramento e controle de nível de reservatórios;

Monitoramento e controle remotos de bombas (boosters);

Monitoramento remoto de medidores eletromagnéticos e medidores ultrassônicos;

Quaisquer outros tipos de unidades operacionais que necessitem de leitura e

acionamento remoto.

Outro sistema é o de Rádio Frequência (RF), que exige instalação de várias antenas

repetidoras quando os pontos são equidistantes entre eles, necessitando, ainda, a

instalação de vários pontos com aparelhos de medição, onerando o sistema.

O sistema mais indicado para o Programa em elaboração para o Governo do Distrito

Federal é a instalação de telemedidores pulsados ou eletrônicos.

Indicador de Consumo

Este parâmetro viabiliza o estabelecimento de uma meta de redução de consumo em

prédios com sistemas com características semelhantes e é fundamental para a gestão da

água.

É importante o levantamento dos Indicadores de Consumo (IC), que é a relação

entre o volume de água consumido em um determinado período (série histórica de consumo

de 2 anos, 1 ano ou 6 meses), e o número de agentes consumidores nesse mesmo período.

O IC pode variar de acordo com a tipologia do edifício e por categoria de consumo, alguns

autores definem como uma unidade apropriada para o indicador- IC (per capita), como:

Presídio - L/preso/dia

Hospitais - L/dia/leito

Escolas - L/aluno/dia

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Prédios administrativos- L/servidor/dia ou funcionário/dia

Cozinha L/refeição /dia

Para o cálculo do Indicador de consumo (per capita) usar a seguinte fórmula:

Indicador de consumo – IC Per capita =Média do consumo de 6/12/24 meses (m³) x 1000 L

30 dias x população total

IC=L/pessoa/dia ou L/servidor/dia, etc...

Caracterização geral das instalações

Conhecer as características físicas e funcionais dos equipamentos e do sistema

hidráulico predial (levantamento da planta hidráulica ou layout ou cadastro ou

informação com o setor de manutenção);

Identificação dos ambientes e pontos de consumo (banheiros, lavatórios,

cozinhas, lavanderias, copa, área de serviço e externa, e outros etc);

Identificação dos componentes: bacias sanitárias (com caixa acoplada, com

válvula ou caixa elevada), chuveiros/duchas, mictórios (coletivo e individual com

registro e válvula), torneiras (lavatórios, pia de cozinhas e copa), registros de

gavetas, filtros, bebedouros etc, modelos e marcas;

Identificação de pontos com vazamentos visíveis e invisíveis;

Caracterização de hábitos e vícios de desperdícios dos funcionários, prestadores

de serviços e outros;

Análise da água físico químico bacteriológico e laudo, inclusive da cozinha

quando existir.

Identificação de vazamento na tubulação, paredes e nos equipamentos.

Observar os pontos de consumo e de infiltrações em paredes (manchas com

mofo), azulejos soltos, tetos e pisos, completando a informação com as pessoas

dos locais sobre eventuais pontos de vazamentos;

Detectar vazamentos visíveis nas tubulações internas e externas, nos engates

flexíveis, registro de gaveta – colunas e ramais;

Detectar vazamentos não visíveis utilizando como recurso equipamentos, como:

geofone eletrônico, hastes de escuta e de perfuração, detecção por correlação

de ruídos, evitando intervenções destrutivas;

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Nos reservatórios adotando procedimentos como: testes do hidrômetro, do

reservatório inferior e superior.

Observação: quando detectado vazamentos calcular o índice de perdas.

Cálculo do índice em percentual (%) de número de equipamento com vazamento

Para identificar o número de equipamentos hidráulicos (componentes), que

apresentam vazamentos com relação ao total instalado na unidade predial, utiliza-se a

fórmula indicada:

IV - Índice de vazamento visível

𝐼𝑉 = 𝑛º 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑛𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠𝑋 100%

Simulação do cálculo do índice

Adotando os dados para:

Número total de equipamento instalado na edificação = 80 unidades

Número de equipamentos com vazamentos = 30 unidades

Substituindo na fórmula, obtém-se o seguinte resultado:

𝐼𝑉 =30 𝑥 100%

80= 37.5%

Índice de Perdas-IP

O desperdício diário estimado pode ser identificado durante a pesquisa de

vazamentos visíveis e não visíveis, utilizando como recurso os dados de perda estimada

contida na tabela 7, por tipo de pontos de consumo e equipamentos hidráulicos.

Para calcular o índice de perdas, utilizar a fórmula indicada:

𝐼𝑃 =𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 (𝑚³/𝑚ê𝑠) 𝑥 100%

𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑚𝑒𝑛𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 (𝑚³/𝑚ê𝑠)

Simulação para o cálculo do índice de perdas:

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Adotando-se o volume de água perdida em vazamentos igual a 70m³/mês,

considerando o volume mensal de 1.235m³/mês e substituindo na fórmula indicada, obtém-

se o seguinte resultado:

𝐼𝑃 =70 (𝑚³/𝑚ê𝑠) 𝑥 100%

1.235 (𝑚³/𝑚ê𝑠)= 0,0567 𝑥 100 = 5,67%

Perdas Diárias-PD

Para calcular as perdas diárias utilizar a fórmula indicada.

𝑃𝐷 =(𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑖𝑑𝑎 𝑒𝑚 𝑣𝑎𝑧𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑚ê𝑠) (𝑚³)

𝑛° 𝑑𝑒 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠

Simulação do cálculo das perdas diárias:

Adotando-se o mesmo valor de água perdida no mês de 70m³, considerando o mês

de 30 dias e substituindo na fórmula indicada ,obtém-se o seguinte resultado:

𝑃𝐷 =70 (𝑚³)

30 = 2,33 𝑚³/𝑑𝑖𝑎 𝑜𝑢 2333 𝐿𝑖𝑡𝑟𝑜𝑠/𝑑𝑖𝑎

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Tabela 7 – Perdas estimadas por tipo de vazamento e dos equipamentos hidráulicos11

Aparelho/Equipamento

Quantidade de peças

com vazamento

Quantidade total de peças

Perda estimada Volume

total pedido

Torneira pingando

Gotejamento lento

1

10 litros/dia

Médio2 20 litros/dia

Rápido3 32 litros/dia

Muito rápido4

Maior que 32 litros/dia

Filete 2mm 136 litros/dia

Filete 4mm 442 litros/dia

Torneira (de lavatórios, de pia, de uso geral)

Vazamento no flexível

0,86 litros/dia

Mictórios

Filetes visíveis 144 litros/dia

Vazamento no flexível

0,86 litros/dia

Vazamento no registro

0,86 litros/dia

Bacia sanitária com válvula de descarga

Filetes visíveis 144 litros/dia

Vazamento no tubo de

alimentação da louça

144 litros/dia

Válvula disparada quando

acionada

40,8 litros/dia

Chuveiro

Vaza no registro

0,86 litros/dia

Vaza no tubo de alimentação junto da parede

0,86 litros/dia

1 Lento: até 40 gotas/min;

2 Médio: entre 40 e 80 gotas/min;

3

Rápido: entre 80 e 120 gotas/min; 4 Muito rápido: acima de 120

gotas/min Total perdido

Plano de intervenção - Estudo de alternativas

Após a conclusão do diagnóstico, elaborar o plano de intervenção, cujas ações

devem ser iniciadas pelo ponto crítico do sistema, ou seja, onde se utiliza ou se perde mais

água; geralmente pela correção dos vazamentos detectados, impactando em redução do

consumo.

Na execução de um plano de intervenção para reduzir o consumo de água é

importante à avaliação das medidas implantadas, que pode ser feita após a implantação de

cada uma delas ou após a conclusão de todas.

11

Fonte: OLIVEIRA (1999) e GONÇALVES et al. (2005)

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Medidas adotadas:

Correção de vazamentos;

Instalações de equipamentos economizadores de água e adequação;

Avaliações para reaproveitamento de águas de outros processos/reúso;

Campanhas de educação ambiental.

Seleção de alternativas

A análise do custo/benefício é interessante para definir a primeira etapa, como

correções dos vazamentos, que às vezes requer investimentos de pequeno custo, do que

fazer a troca imediata dos equipamentos economizadores; no entanto fica a critério do

cliente.

Avaliações para reaproveitamento de águas em sistemas, ou seja, outros

processos/reúso.

Outra medida é a análise e avaliação do custo/benefício para reaproveitamento de

águas de outros processos para fins menos nobres, que requer estudo mais detalhado

incluindo projeto da solução de acordo coma tipologia da edificação, exemplo: hospital,

presídio, etc.

Exemplo de hospitais-pode ser reaproveitado no próprio sistema como: as águas de

destiladores, de hemodiálise, de revelação de raio-x, de torre de resfriamento, de

hidroterapia, de condensado, entre outros.

Equipamentos economizadores em função dos pontos de uso/consumo

Os equipamentos serão utilizados com o objetivo de redução do consumo de água.

Existem vários fabricantes no mercado da cadeia produtiva com tecnologias inovadoras e a

qualidade do material será garantida com a exigência de que os fabricantes sejam

participantes do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Habitação – PBQP-h

(www.cidades.gov.br), do Governo Federal, e estarem na lista de fabricantes conformes.

Além da comprovação de que o fabricante é participante do PBQP-h, os itens de

consumo deverão obedecer a especificações técnicas definidas para cada produto,

cumprindo ainda as normas brasileiras, conforme NBRs 13.713, 15.097, 15.491 e 15.857.

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A especificação dos equipamentos economizadores ocorre em função das

necessidades dos consumidores, obtidas de observações de suas atividades relacionadas a

água e da avaliação técnico - econômica e, ainda das condições físicas das instalações do

sistema hidráulico e outros.

Na especificação dos componentes louças e metais sanitários, deve ser levado em

conta as seguintes questões: tipo de uso coletivo ou individual; necessidade de itens de

segurança antivandalismo; pressão hidráulica (alta ou baixa) disponível nos pontos de

utilização; conforto, atividade e higiene; facilidade de instalação e manutenção,

considerando-se a adequação do sistema.

A vazão e o volume excessivos são as variáveis mais comprometedoras de um

sistema hidráulico predial, os limites para vazões máximas têm a função de equilibrar o

desempenho do sistema como um todo e compreender os pontos mais frágeis e de atenção

na gestão. Os equipamentos hidráulicos sanitários podem operar entre os limites das

vazões máximas e mínimas geralmente indicadas nos folders ou manuais dos fabricantes

por tipo de aparelho.

Os materiais serão utilizados para redução do consumo de água no uso privado,

coletivo e/ou público. As especificações dos equipamentos estão descritas na Tabela 8 -

Utilização de equipamentos economizadores de água em função dos pontos de uso/consumo.

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Tabela 8 – Utilização de equipamentos economizadores de água em função dos

pontos de uso/consumo12

PONTO DE USO EQUIPAMENTO

Pia de cozinha

Arejador vazão constante (6 L/min)

Arejador AP/BP

Arejador AP/BP jato spray ultraeconômico – para cozinha o ultra econômico tem vazão constante de 51/min, recomenda-se utilizar em pressões acima de 10 m.c.a.

Registro regulador de vazão

Torneira com sensor (de presença) - torneira de fechamento automático (ciclo entre 5 a 8 segundos)

Lavatório

Arejador AP jato spray ultraeconômico (vazão 1,81/min) – recomenda-se utilizar em pressões acima de 10 m.c.a.

Torneira de fechamento automático com registro integrado, ciclo de 5 a 8 segundos AP/BP

Torneira de fechamento automático tipo ciclo fixo AP/BP antivandalismo

Torneira de fechamento automático com registro integrado, ciclo de 5 a 8 segundos AP/BP antivandalismo

Torneira eletrônica de mesa ou parede com sensor a pilha ou elétrica 110/220V, AP/BP

Registro regulador de vazão

Mictório

Mictório com sensor a pilha ou elétrico 110/220 V

Válvula temporizada - válvula de mictório de fechamento automático e registro integrado com ciclo entre 5 a 8 segundos AP/BP

Válvula temporizada - válvula de mictório de fechamento automático com vazão constante 61/min AP/BP

Válvula temporizada – válvula de mictório de fechamento automático tipo ciclo fixo AP/BP

Válvula temporizada – válvula mictória de fechamento automático e registro com ciclo entre 5 a 8 segundos AP/BP antivandalismo

Divisória hidráulica para mictório de acionamento com o pé (ciclo de 6 segundos)

Chuveiro

Válvula de fechamento automático para chuveiro elétrico ou sistema com misturador

Válvula de fechamento automático para chuveiro elétrico ou aquecedor de acumulação antivandalismo

Regulador de vazão para duchas e chuveiros

Chuveiro com vazão constante 81/min – recomenda-se utilizar em pressões acima de 10 m.c.a.

Bacia Sanitária

Válvula de descarga com ciclo fixo e registro integrado (deve ser acoplada a uma bacia VDR), com volume de descarga de 6 litros por acionamento

Válvula de descarga com registro integrado e sensor (de presença), com volume de descarga de 6 Litros por acionamento

Válvula antivandalismo com duplo acionamento (consumo 3 /6 L/ acionamento)

Bacia VDR com caixa acoplada dual (consumo 3/6 L/acionamento)

Bacia VDR com caixa acoplada de 6 litros por descarga

Área Externa e de Serviços

Torneiras com acionamento restrito

Torneira com regulador de fluxo e vazão constante de 6 litros por minuto, instalada internamente na rosca de entrada da torneira com a tubulação

AP - alta pressão BP - baixa pressão

Redução de perdas e reaproveitamento de água em sistemas

De acordo com a tipologia de uso e necessidade de qualidade, a água utilizada em

outros processos pode ser reaproveitada no próprio sistema como: de destiladores, de

hemodiálise, de revelação de raio-x, de água destilada, de torre de resfriamento, de

hidroterapia, de condensado entre outros.

Impacto de redução de consumo

12

Fonte: Fabricantes

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No plano de intervenção se a alternativa escolhida for pela troca de todos os

equipamentos convencionais por economizadores além das correções, para se avaliar a

redução obtida após a implantação e o custo/benefício, ou seja, o retorno do investimento

(playback), utilizar as fórmulas indicadas:

Cálculo do impacto de redução de consumo:

𝐼𝑅(%) =𝑉𝑎(𝑚³) – 𝑉𝑑(𝑚³) 𝑥 100

𝑉𝑎 𝑚³

IR = Impacto de redução (%)

Va = Volume médio antes das intervenções (m³)

Vd = Volume médio depois das intervenções (m³)

Cálculo do Va - é a soma dos volumes da série histórica do período (3, 6 ou 12

meses) dividido pelo número de meses;

Cálculo do Vd - é a soma dos volumes da série histórica do período (3, 6 ou 12

meses) após as intervenções das medidas, dividido pelo número de meses.

Simulação do cálculo da redução:

Adotando os valores de Va e Vd conforme indicado, concluem-se:

Va = volume da média mensal dos 6 meses antes da intervenção = 396 m³ (ano X)

Vd = volume da média mensal dos 6 meses depois da intervenção = 194 ,8 m³(ano Y)

IR = Calcular o índice de redução do ano X para ano Y com resultado em percentual

(%)

𝐼𝑅(%) =(396 – 194,8) 𝑥 100

396 𝑚3 = 0,50 𝑥 100 = 50%

Procedimento de cálculo para a determinação do payback:

Para o cálculo do retorno do investimento (payback) deve-se levar em conta o custo

total da mão de obra para a execução dos serviços técnicos, como também da aquisição de

todos os equipamentos hidráulicos sanitários economizadores e outros.

𝑉𝐼 = (𝑚ã𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑏𝑟𝑎) + (𝑎𝑞𝑢𝑖𝑠𝑖çã𝑜 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠)

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𝑅𝐶 = (𝑉𝐶1) − (𝑉𝐶2) 𝑃𝐵 =𝑉1

𝑅𝐶= 𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠

Adotar as tarifas de água e esgoto por faixa de consumo da concessionária local.

VC1 = Valor da conta usando as tarifas de água/esgoto do consumo da média

mensal em metros cúbicos, antes das intervenções tecnológicas do

programa.

VC2 = Valor da conta usando as tarifas de água/esgoto, considerando a redução

em % do consumo em metros cúbicos após as intervenções tecnológicas do

programa.

CA = Consumo em metros cúbicos antes das intervenções tecnológicas

CD = Consumo em metros cúbicos depois das intervenções tecnológicas

Simulação do cálculo de retorno do investimento (payback)

Adotando os valores conforme indicado conclui-se:

VI = R$ 30.000,00

CA = 600m³

VC1 = R$ 14.746,20, adotado as tarifas de água /esgoto da Concessionária do DF

para 2017(até 10m³ = R$ 14,96 e acima de 10m³ = R$ 24,74)

Redução obtida 30%

CD = 420m³ VC2 = R$ 10.293,00 adotado as mesmas tarifas

Volume economizado = CA – CD RC = 600 – 420 = 180 m³

Redução da Conta (RC) = R$ 14.746,20 – R$ 10.293,00 = R$4.453 ,20

𝑃𝐵 = 30.000,00

4.453,20 = 6,74 ( 6 𝑚𝑒𝑠𝑒𝑠 𝑒 22 𝑑𝑖𝑎𝑠).

NOTA:

Ressalta-se, contudo, que vários autores citam a dificuldade de se estabelecer um

valor máximo para o payback para considerar o investimento viável ou não, sendo

recomendável, portanto, que esse indicador seja utilizado como auxilio na tomada de

decisão antes de implantar um programa, seja ele em qualquer segmento.

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Cálculo da redução do consumo diário per capita (%)

𝐼𝑅(%) =(𝐶𝑃1 – 𝐶𝑃2) 𝑥 100

𝐶𝑃1

O melhor indicador para análise é o consumo diário per capita, devido a dois dados

importantes, o consumo e população usuária.

O valor do CP1 é o per capita diário antes da intervenção e o CP 2 o per capita diário

após a intervenção do programa, o resultado é em %.

Exemplo:

No exemplo é comparado o per capita somente dos 6 meses do período (ano X)

antes da intervenção, com do mesmo período (ano Y) após a intervenção.

Adotando os valores indicados para o CP1 de 129,42 L/ pessoa /dia e CP2 de 64,91

L/pessoa/dia e substituindo na fórmula indicada, conclui-se:

Para a unidade dos CP1 e CP2 pode ser utilizado, L/pessoa/dia ou L/ funcionário/dia etc.

𝐶𝑃1 = média ano X = soma − se de jan a junho e divide − se por 6 =129,42

6= 21,57

𝐶𝑃2 = média ano Y = soma − se de jan a junho e divide − se por 6 =64,91

6= 10,82

𝐼𝑅(%) =(𝐶𝑃1 – 𝐶𝑃2 ) 𝑥 100

𝐶𝑃1 =

(21,57 – 10,82 ) 𝑥 100

21,57= 50%

Implantação das obras indicadas

Atendendo a todos os requisitos técnicos dos equipamentos poupadores a serem

instalados e dos projetos de redução de uso, redução de perdas ou reaproveitamento, as

obras devem ser realizadas garantindo a integridade do sistema e o correto funcionamento.

Modelos construtivos variados podem ser adotados de tal forma a viabilizar

manutenções futuras e facilitar a localização de vazamentos, ainda que diversas

considerações sobre segurança, preservação da estrutura predial e proposta arquitetônica

possam ser feitos, como a instalação de tubulações aparentes.

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Sistema de gestão de água e sustentabilidade com monitoramento e reavaliação das

intervenções

A Conservação de Água em edifícios requer gestão permanente da quantidade e da

qualidade da água utilizada nas atividades diárias, eficiência do sistema hidráulico predial e

manutenção de indicadores de consumo compatíveis com as categorias de uso ou seja,

tipologia da edificação.

Quando concluídas as implantações de todas as ações/medidas de redução de

consumo de água nos prédios públicos deverá haver um comprometimento dos gestores

responsáveis com apoio dos outros integrantes capacitados para fazer gestão, mantendo a

sustentabilidade do programa.

Comparação de indicadores:

Na tabela 9 são indicados alguns parâmetros de referência de dimensionamento de

reservação de água para abastecimento do estabelecimento. São os valores médios de

consumo de água por atividade em algumas categorias de uso e podem ser utilizados como

referência para verificar se a edificação está consumindo além do indicado para o tipo de uso.

Tabela 9 – Indicadores de consumo por tipologia13

Natureza Consumo (*) “Per Capita” / Unidade

Escolas Estaduais do Ensino Fundamental e Médio 50 L/aluno/dia

Escolas Internatos 150 L/aluno/dia

Escolas Semi-Internatos 100 L/aluno/dia

Prédios Públicos 50 L/servidor/dia

Prédios Hospitalares s/ lavanderia 500 L/leito/dia

Prédios Hospitalares c/ lavanderia 750 L/leito/dia

Prédios com alojamentos provisórios s/ cozinha e sem lavanderia

120 L/pessoa/dia

Prédios Públicos - Quartéis militares 150 L/militar/dia

Prédios Penitenciários 200 L/preso/dia

Restaurantes - Prédios Públicos 25 L/refeição/dia

Creches Prédios Públicos 50 L/pessoa/dia

Escola (de um turno)14

10 a 30 L/aluno/dia

Parque com banheiros15

30 L/visitante/dia

Residências populares 120 a 150 L/per capita/dia

Garagem16

25 L/veículo/dia

Piscinas Públicas 30 a 50 L/usuário/dia

Fonte: Macintyre, 1982

13

Fonte: Plinio Tomaz, Livro Previsão de Consumo de Água 14

Fonte: Mello e Neto, 1988 15

Fonte: Metcalf & Eddy, 1991 16

Fonte: DMAE, 1988

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Resultados de alguns indicadores de consumo por tipologia

Após a implantação de programa similar ao proposto, foram obtidos alguns

resultados de indicadores de consumo como demonstrado na tabela 10, que constituem

valores de referência para fase de gerenciamento e sua gestão permanente indica a

tendência do consumo ao longo do prazo. O conhecimento do indicador de consumo

viabiliza o estabelecimento de uma meta de redução de consumo tendo por referência

outros sistemas com as mesmas características. O estabelecimento de uma meta de

redução de consumo é fundamental para a gestão da água.

Tabela 10 – Referência de indicadores

Natureza Per/Capita Unidade Consumo

Escola Litros/aluno/dia 6 a 15

Entreposto Litros/usuário/dia 27

Prédio Administrativo Litros/funcionário/dia 32 a 35

Creche Litros/criança/dia 40 a 30

Cozinha Litros/refeição/dia 23 a 16

Fonte: Sabesp

Revisão do plano e de metas de consumo

Os indicadores de consumo descritos na tabela 10 anterior servem de termômetro

para identificar oportunidades de novas ações, estabelecendo novas metas mais arrojadas.

É necessário que se mantenha um estudo de benchmark sobre novas tecnologias

poupadoras e metodologia de gestão dos sistemas hidráulicos. Também é necessária a

reciclagem das ações de conscientização para a conservação da água.

O debate coletivo sobre os resultados na redução do consumo pode ser uma

excelente ferramenta para manter estimulados os participantes, com foco na alteração de

hábitos e costumes pouco econômicos de uso da água.

Campanhas educativas de sensibilização e capacitação

Para mudanças de hábitos de desperdício é importante o desenvolvimento de

campanhas de sensibilização para conscientização do público alvo, principalmente para os

usuários dos edifícios e equipamentos onde é implantado o programa com implementação

de ações de base educacional promovendo mudanças comportamentais e,

consequentemente, potencializando a redução do consumo de água.

Ações podem ser informativas (cartazes, folders, revistas, adesivos ilustrativos nos

pontos de consumo, etc.), palestras, cursos de treinamento, manuais de operação e

manutenção de equipamentos, que possibilitem uma melhor compreensão sobre o

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desenvolvimento das atividades e como melhorar o uso da água em seu ambiente de

trabalho e em suas residências.

Curso de pesquisa de vazamento

O curso visa mostrar como funcionam a s instalações hidráulicas prediais de água e

esgoto, os pontos vulneráveis de incidências de vazamentos, o mecanismo de boia da caixa

da água/regulagem e instalação dos tipos de equipamentos economizadores de água. Os

instrutores explicam as várias formas de teste para detecção de vazamentos, expondo as

novas tecnologias, cuidados, vantagens e o porquê da necessidade de reduzir o consumo.

O equipamento para esse curso é composto de parede hidráulica de equipamentos

convencionais e economizadores de água para comparação do funcionamento.

Figura 2 – Sala de pesquisa de vazamento17

Curso externo ministrado pelos fabricantes dos equipamentos

Objetivo do curso é mostrar aos técnicos e ou responsáveis pela manutenção do

sistema hidráulico predial a aplicabilidade dos equipamentos economizadores de água,

como instalar, regular e os cuidados para garantia de vida útil dos mesmos, indicado pelos

fabricantes.

Treinamento de gestores e campanha educativa

São cursos específicos para treinar e capacitar os gestores, controladores e

potenciais multiplicadores do programa de redução do consumo. É importante que essas

ações sejam realizadas por profissionais de amplo conhecimento nas áreas específicas. As

campanhas devem ser um processo permanente que possibilite o aprendizado individual e

17

Fonte: SABESP

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coletivo, propiciando reflexões e a construção de valores, saberes, habilidades, atitudes que

possibilitem a relação sustentável da sociedade humana com o ambiente que a integra.

Tecnologias de ponta

Este projeto ainda propõe que sejam estudadas alternativas inovadoras com

tecnologias de ponta e testadas as viabilidades técnicas e econômicas como descrito na

metodologia exemplificada. A seguir, destacam-se algumas sugestões de tecnologias a

serem consideradas complementarmente às ações inicialmente propostas:

a) Incluir novas tecnologias que forem surgindo no mercado tais como mictórios a

seco;

b) Adotar fontes alternativas para usos menos nobres tais como coleta e

aproveitamento de águas de chuvas e águas cinzas, respeitando as boas práticas

que estão, inclusive, em vias de serem validadas pelas normas da ABNT (em

elaboração);

c) Adotar técnicas inovadoras de irrigação paisagística com economia para o setor de

jardins, tais como a técnica por gotejamento de acordo com o tipo de cultura e de

solo;

Implantar Jardins Xeriscape: Os jardins do tipo Xeriscape são uma forma de

jardinagem que se utiliza de plantas resistentes ao clima seco e grama para decorar uma

casa, estabelecimento, ou em alguns setores de jardinagem pública. Pode se tornar um

método comum para os futuros paisagistas planejarem os jardins, como uma forma de

promover o paisagismo com uso racional da água. A jardinagem de Xeriscape é diversa e

bonita, não importa o lugar. Não significa fazer o jardim somente com cactos, plantas

suculentas e pedra, e sim planejar o paisagismo da área com plantas que requerem

quantidades menores de água para ajudar as pessoas a reduzir o consumo, bem como a

necessidade de manutenção.18

Irrigação de jardins: Realizar a implantação de gramados e jardins em áreas públicas

de jardinagem, bem como onde já houver, com aspersores com sensores automáticos. Esse

sistema é amplamente usado em vários países como uma das medidas para redução do

consumo de água.

18 Fonte: Irrigação para um Mundo em Crescimento, 2003 Rain Bird Corporation

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O sensor é uma forma fácil de poupar água e melhorar a saúde do terreno. São

relativamente pouco dispendiosos e representam a melhor forma de garantir que o sistema

recebe a quantidade certa de água, condicionando o fornecimento às alterações climáticas.

Muitas instituições estatais de abastecimento de água de outros países praticam

programas incentivo com redução de preços para o consumidor adotar este sistema ou

introduzir um sensor ao seu sistema de irrigação.19

Piscinas: Algumas escolas do Distrito Federal selecionadas possuem em suas

instalações, piscinas de médio e grande porte. É necessário minimizar os gastos de água na

manutenção, limpeza e quanto à perda por evaporação; no entanto poderá ser feita a

recomendação quando da elaboração de manuais técnicos.

Concluída a proposta do modelo do plano de ação com as demais recomendações,

deve-se utilizar para execução, a metodologia indicada para implantação do programa, que

trataremos no próximo item.

d) Disponibilizar no site do órgão responsável pela coordenação do Programa o acesso

ao esclarecimento de dúvidas, assim como orientador técnico para cálculo de

consumo;

Este recurso servirá para esclarecimento de dúvidas dos funcionários, dos

representantes das edificações públicas que participarem do treinamento e capacitação e

que adotarem o programa de redução de consumo de água e de clientes.

e) Criar mecanismo de comunicação entre os funcionários e responsáveis pela

manutenção para correções imediatas quando houver vazamentos/desperdícios;

f) Elaborar unidade móvel /laboratório do programa de redução de consumo de água;

A unidade móvel é equipada e aparelhada com bancada de testes e equipamentos

podendo ser um dos recursos na implantação do programa de redução de consumo de

água, com as seguintes atribuições:

Disseminar junto à população periférica e de baixa renda, como evitar o

desperdício de água por descaso ou por vazamento;

19 Fonte: Irrigação para um Mundo em Crescimento, 2003 Rain Bird Corporation

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Utilizar vídeos de sensibilização para uma melhor compreensão com relação ao

uso da água nas atividades diárias com dicas de boas práticas com economia

seja nas residências ou nos locais de trabalho;

Instrução para testes de como detectar vazamentos nas instalações e

equipamentos hidráulicos sanitários;

Apresentar os equipamentos economizadores disponíveis no mercado

consumidor;

Distribuir folhetos e folders de dicas de economia;

Elaborar programação para realizar visitas aos locais como: bairros,

comunidades e outros onde são identificados grandes desperdícios e descaso.

Como exemplos, o estabelecimento desta medida foi adotado inicialmente no início

do Programa PURA na Sabesp em São Paulo 1996, como também pela SANASA no

município de Campinas no início da implantação do Uso Racional da Água - URA/Reágua a

partir de 2012.

Figura 3 – Unidade móvel

Fonte: SABESP/SANASA

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g) Criar uma unidade móvel com identificação caracterizada para fiscalização quanto

ao desperdício de água. Sugestão do nome da unidade: Anjos guardiões da Água ou

Patrulha Defensores da Água. Esta medida foi utilizada no Município de São Paulo,

como também no Município de São Caetano do Sul /SP, em parceria com as

prefeituras das localidades. Os resultados desta ação foram bastante expressivos.

Este projeto teve como referência uma ação norte-americana de Los Angeles,

chamada de Polícia da Água, relatada anteriormente no Relatório- Produto 1;

A unidade deverá ser composta por um número de agentes e ferramentas

necessárias para a operação, com as seguintes atribuições:

Fiscalizar os hábitos dos clientes/população em relação aos usos inadequados e

desperdício da água em áreas externas;

Sensibilizar e orientar quanto ao uso racional da água;

Distribuir materiais educativos;

Gerar relatório destacando os imóveis com as ocorrências identificadas;

Mensurar os resultados posteriores a um período de observação com relação ao

comportamento e resultado da orientação ofertada.

Constatada a existência de desperdício ou perdas, o agente retorna ao imóvel com o

objetivo de orientar o cliente a obter resultados positivos. Os agentes da unidade móvel não

possuem cunho punitivo, apenas orientar a população com as boas práticas com relação ao

uso racional da água e disseminação do programa, com foco na redução do consumo.

h) Elaborar Manuais para Campanha educativa;

Manuais para Capacitação

Elaboração de manuais como ferramenta de apoio constituído de três modalidades,

conforme modelo do PURA concebido pela empresa de saneamento paulista Sabesp.

Esses manuais se encontram disponíveis no site da SABESP20

Os manuais são importantes ferramentas para os gestores, controladores e

multiplicadores, que poderão ser elaborados e produzidos antecipadamente com a

finalidade de representarem o material de apoio quando da realização dos treinamentos e

capacitação destes profissionais, distribuídos durante os cursos para um melhor

entendimento do Programa de Redução de Consumo de Água.

20

Fonte: http://site.sabesp.com.br/site/interna/Default.aspx?secaoId=340

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Tipos de manuais

Manual do Controlador – ferramenta de apoio para os técnicos, equipe de

manutenção ou para o responsável da unidade predial (vigia/zelador), contendo

informações para realizar ações de auditoria, testes e pesquisas de vazamentos,

intervenções, cálculos de consumo, planilhas de acompanhamento, manutenção preventiva,

corretiva e monitoramento.

Manual do Gestor – contém informações básicas sobre implantação e gestão do

programa de redução de consumo de água nas instalações hidráulicas prediais, objetivando,

como facilitador, a execução das obras, continuidade e perenidade das campanhas

educacionais, como também fazer gestão para sustentabilidade dos resultados alcançados

com apoio da equipe capacitada.

Manual do Multiplicador – contém informações aos coordenadores pedagógicos

sobre o uso racional da água para que, no contexto da vivência escolar e segundo a

realidade regional, possa servir de orientação para o desenvolvimento de atividades

multidisciplinares que contribuam na formação dos alunos para compreenderem o seu papel

como cidadãos, capacitando-os a pensarem e atuarem por si e, desta forma, promover

mudanças sobre a realidade social que vivenciam. Este tipo de manual demonstra na

prática, com exercícios lúdicos, a importância da preservação dos recursos hídricos e de

mudanças culturais com relação ao uso da água.

Os coordenadores pedagógicos poderão se valer de método participativo e

construtivo, no qual os diferentes atores são envolvidos juntamente com a empresa

executora do programa, realizando encontros programados para adequação e construção

coletiva de práticas e atividades cotidianas nas comunidades envolvidas.

Neste processo construtivo, é considerada a realidade de cada um dos atores

envolvidos, discutindo temas sobre os recursos hídricos, ciclo da água, tratamento,

abastecimento, entre outros. Operam-se trocas de experiências e reflexão sobre o uso

racional da água, possibilitando a compreensão da interdependência entre aspectos

naturais, sociais, econômicos, políticos e culturais que compõem o meio ambiente, para

construção dos manuais de forma conjunta e cooperativa, durante o período de execução

do programa em suas atividades tecnológicas, bem como nas de cunho educativo.

Guia prático resumido

Elaborar um pequeno guia prático resumido com itens técnicos principais, para a

equipe de manutenção e/ou para o responsável técnico da unidade predial.

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i) Divulgar e fortalecer o programa junto a outros segmentos.

Articulação com a federação das indústrias para realização de seminários com

premiação das melhores práticas na promoção do uso eficiente de água, com medidas

efetivas na redução do consumo, do desperdício e reúso, para a conservação dos recursos

hídricos; aumentando a competitividade do setor, bem como conferindo ampla publicidade

às ações.

Definir categorias para várias modalidades industriais para premiação, como

exemplo:

Categoria Médio e Grande Porte;

Categoria Micro e Pequeno Porte;

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6. POSSÍVEIS LINHAS DE FINANCIAMENTO PARA VIABILIZAÇÃO DO PROGRAMA NO

DISTRITO FEDERAL

Para financiar as ações do programa de redução de consumo em órgãos públicos do

Governo do Distrito Federal são avaliadas algumas alternativas a seguir.

À semelhança do Programa de Uso Racional da Água implementado pela SABESP,

em São Paulo, poder-se-ia utilizar um fundo estadual de recursos hídricos ou outro

específico da bacia onde se pretenda atuar.

De forma geral, as atividades de redução de demanda características do programa

proposto são substancialmente aderentes aos propósitos de tais fundos. Com isso, tais

ações seriam elegíveis por essa fonte de recursos.

Em São Paulo, o programa PURA utiliza recursos do Fundo Estadual de Recursos

Hídricos - FEHIDRO21, regulamentado pelo Decreto n° 2.648 de 16 de fevereiro de 1.998, e

normas estabelecidas na Lei nº 9.748, de 30 de novembro de 1.994, administrado pela

Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento do estado. Esse recurso tem uso restrito a

ações no estado de São Paulo e se origina principalmente de dotações constantes,

anualmente, do orçamento geral do Estado, Recursos financeiros da União e dos municípios

e compensações financeiras.

No Distrito Federal, há previsão legal de fundo similar, com normativos estabelecidos

na lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001 e na lei nº 3.365, de 16 de junho de 2004, e por seus

regulamentos, destinando-se à política de recursos hídricos do Distrito Federal.

Contudo, pelas informações colhidas junto à ADASA – Agência Reguladora de

Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal – não há recursos disponíveis em

tal fundo.

Sendo assim, avaliemos outras possibilidades:

Recursos fiscais da União ou do Governo do Distrito Federal

Os recursos do Orçamento Geral da União ou do Tesouro do Distrito Federal se

apresentam escassos na atual conjuntura. Eventualmente ainda podem ser considerados,

talvez para suporte às primeiras experiências, enquanto se constrói uma fonte de recursos

mais perene, como as que abordaremos em sequência.

21

Recursos disponíveis no FEHIDRO para 2017: R$52.440.832,66 (Saldo final de Recursos a serem

distribuídos). Disponível em: http://www.sigrh.sp.gov.br/

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A despeito da conjuntura, pode-se ainda dispor de algum recurso dos orçamentos

próprios de alguns prédios públicos para um financiamento direto, utilizando orientação do

programa para ações pontuais.

Ainda no âmbito dos recursos fiscais, vale destacar a possibilidade de criação do

fundo de saneamento do DF, com base na Lei Federal de Saneamento (Lei nº 11.445/2007),

que poderia dispor de parte de seus recursos para o uso em programas de conservação da

água e redução do desperdício.

Fundo Público administrado por banco de fomento nacional

Destaca-se aqui a possibilidade de obtenção de financiamento específico do Fundo

de Garantia do Tempo de Serviço, administrado pela Caixa Econômica Federal, e que tem

utilização para o setor de saneamento. A utilização para um programa de redução de

consumo em órgãos públicos não apresenta respaldo direto, mas haveria possibilidade de

se inserir num contexto de redução de perdas e combate ao desperdício.

Esse caminho pode ser melhor explorado a partir do envolvimento mais efetivo da

Companhia de Saneamento Ambiental do DF – CAESB – na formatação do programa de

uso racional da água, uma vez que o empréstimo seria contratado pela CAESB junto à

Caixa Econômica Federal.

Financiamento por Bancos de Fomento Internacionais

Uma fonte importante poderia ser o financiamento de instituições multilaterais de

crédito, tais como o Banco Mundial – BIRD, o Banco Interamericano de Desenvolvimento –

BID, o Banco de Desenvolvimento da América Latina (Cooperação Andina de Fomento) –

CAF, o Banco Japonês de Cooperação Internacional – JBIC e o Banco de Desenvolvimento

Alemão – KfW.

Via de regra tais financiamentos têm uma fase de preparação relativamente longa,

com trâmite de aprovação junto ao governo federal, avalista de qualquer empréstimo

internacional a governos estaduais ou municipais, e necessária autorização do Senado

Federal.

O Governo do Distrito Federal tem experiência recente e atual com os três primeiros.

A CAESB especificamente, conta com um empréstimo direto do BID para

recuperação da sua capacidade de produção de água, o Programa de Saneamento

Ambiental – PSA/CAESB. Esse programa foi desenhado com o objetivo de minimizar a

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sobrecarga nos sistemas de abastecimento de água hoje em operação, para se evitar o

racionamento e a necessidade imediata de expansão dos sistemas a novas fontes de

abastecimento, como o Corumbá IV.

O Programa Brasília Sustentável I, com financiamento do Banco Mundial e concluído

em dezembro de 2011, teve por objetivo assegurar a qualidade dos recursos hídricos da

Região Integrada do Distrito Federal, promovendo a melhoria das condições de vida da

população e a gestão sustentável do território. Os elementos estruturadores do Programa

basearam-se no conceito de saneamento ambiental, na promoção de assentamentos

urbanos sustentáveis e na preservação ambiental.

O Programa Brasília Sustentável II está sendo negociado com o BID e vem dar

sequência ao Programa Brasília Sustentável I, tendo como objetivo melhorar a qualidade

ambiental de áreas periféricas do Distrito Federal, por meio da implementação de serviços

de infraestrutura urbana e recuperação de áreas degradadas, de acordo com o Plano Diretor

de Zoneamento da cidade. A preparação desse programa teve investimento direto da

ADASA.

O Programa de Transporte Urbano do Distrito Federal – PTU/DF, com financiamento

do BID, está em curso e tem como propósito melhorar as condições de mobilidade e a

acessibilidade da população do Mutuário, principalmente aquela de menores recursos.

A estratégia tem foco no aumento da integração entre os núcleos urbanos do Distrito

Federal, por meio do financiamento de um sistema moderno de transporte público coletivo

por ônibus, e a integração com o Metrô, contribuindo para a melhoria da circulação e da

segurança do transporte motorizado e não-motorizado e para o fortalecimento das iniciativas

e das capacidades institucionais e de gestão do GDF.

O programa Águas do Distrito Federal, que contou com financiamento da CAF, teve

por objetivo planejar estratégias e desenvolver ações contínuas (manutenção de vias,

manutenção do sistema de drenagem pluvial e manutenção das áreas verdes) para evitar

transtornos causados pelas chuvas.

Em curso, com financiamento do BID, ainda se tem o Programa de Desenvolvimento

Econômico do Distrito Federal, com ações para melhoria no ambiente de negócios e atração

de investimentos, além da melhoria da infraestrutura urbana e do fomento do

desenvolvimento empresarial em seis Áreas de Desenvolvimento Econômico do DF.

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Na negociação com esses organismos internacionais é relativamente comum o

estabelecimento de uma cooperação técnica com recursos doados, para a preparação do

Programa a ser financiado. Nesse caso, haveria a possibilidade de se negociar alguma ação

de exemplo com tempo mais curto de execução. Recursos de doação para essa fase giram

normalmente entre um e dois milhões de dólares.

Lembremos aqui que, conforme detalhado na Tabela 5 – Relação das unidades do

Projeto Piloto deste documento, os custos para implementação do programa nos 16

prédios selecionados por essa consultoria para um projeto piloto no DF remontam a R$2,8

milhão, valor inferior a um milhão de dólares; passível portanto de ser viabilizado por uma

cooperação técnica com recursos doados.

Há de se ter em conta que para se seguir nessa linha, haverá necessidade de

comprovar capacidade de endividamento e de pagamento por parte do mutuário, no caso o

GDF ou a CAESB.

Dentre os bancos de fomento sugeridos, a CAF tem apresentado um período

significativamente menor para a preparação de programas. Essa também tem sido a

experiência do GDF com esses bancos de desenvolvimento. Para se ter uma ideia, o Banco

Mundial e o BID exigem uma série de avaliações de cada ação que será contemplada pelo

programa, enquanto a CAF deixa certas decisões para o mutuário. Com isso, enquanto

BIRD e BID exigem pelo menos três missões na fase de preparação, a CAF faz

normalmente apenas uma e já parte em seguida para a discussão dos termos do contrato

de empréstimo.

O Banco Mundial tem financiado um programa para melhoria da disponibilidade

hídrica em bacias do estado de São Paulo, que teve certa influência direta da experiência do

Programa de Uso Racional da Água – PURA, e acaba por financiar ações similares às do

PURA.

Com isso, torna-se uma alternativa para o GDF a negociação com o Banco para

formulação de um programa específico, partindo-se de uma similaridade com o programa já

negociado e em execução com o Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de

Saneamento e Recursos Hídricos, no caso o Programa Estadual de Apoio à Recuperação

das Águas – Programa Reágua.

O Reágua tem por objetivo o incremento da disponibilidade hídrica nas Unidades de

Gestão de Recursos Hídricos – UGRHIs com maior escassez hídrica no Estado. O

Programa atua em duas frentes: realização de obras emergenciais para sistemas de

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abastecimento de água e concessão de estímulo financeiro baseado em resultados aos

prestadores de serviços de saneamento (autarquias ou empresas públicas). A escolha das

ações para firmar o contrato de estimulo financeiro foi feita em três concursos públicos que

abrangiam controle e redução de perdas, uso racional da água, reúso de efluentes tratados,

coleta, transporte e tratamento de esgotos sanitários.

Os recursos para o programa são provenientes de acordo de empréstimo entre o

Banco Mundial e o Governo do Estado de São Paulo, perfazendo um total de US$107,5

milhões, sendo US$64,5 milhões financiados pelo Banco Mundial e US$43 milhões de

contrapartida do tesouro do estado.

Alternativamente, pode-se buscar o apoio do JBIC ou do KfW, que mesmo não tendo

o histórico de experiência com o GDF como o Banco Mundial e o BID, também têm linhas de

financiamento aderentes a ações voltadas à preservação dos recursos hídricos e meio-

ambiente.

Além desses bancos de fomento internacional, vale considerar a possibilidade de

apoio da Fundação AVINA.

A Fundação AVINA é uma fundação latino-americana, criada em 1994 com objetivo

de promoção do desenvolvimento sustentável, por meio da construção de processos

colaborativos entre atores de diferentes setores. A estratégia da Fundação AVINA passa

pela combinação da inovação social com a tecnológica e a inovação em negócios. Eles têm

uma linha com foco em acesso à água e outra em cidades sustentáveis, que poderiam ter

aderência ao trabalho de inovação tecnológica e social para uso racional da água.

Inovação na forma de contratação

Por último, gostaríamos de incentivar uma prática hoje utilizada com muito sucesso

na contratação de investimentos em redução de perdas em sistemas da SABESP e que

poderia ser expandido para a contratação dos serviços do programa de uso racional da

água.

As contratações realizadas pela SABESP no âmbito do PURA já consideram a

remuneração com parte ao longo da execução dos serviços (mobilização social,

treinamentos de usuários e mantenedores, e execução de obras com fornecimento de

equipamentos com tecnologia mais avançada na redução do consumo) e parte atrelada aos

resultados obtidos.

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Considerando que porção expressiva dos investimentos tem conseguido um retorno

sobre o capital investido em prazos relativamente curtos, há que se considerar a

possibilidade de deixar ao privado, no caso a empresa de consultoria contratada para a

prestação dos serviços, a incumbência dos investimentos em sua totalidade, para, então,

receberem sua remuneração durante a apuração dos resultados, e baseados na economia

da conta de água proporcionada.

Os editais que já seguem esse modelo, com investimento totalmente financiado pela

consultora contratada para os serviços, definem uma meta de economia a ser alcançada e

uns limites de remuneração extra, no caso dos resultados alcançados estiverem além das

metas estabelecidas no edital.

Nesse modelo, na prática, a remuneração do privado que executa os investimentos é

superado pelo retorno em economia na conta de água do órgão público. Não haveria a

necessidade de o órgão público antecipar investimentos para depois colher seus resultados.

É o caso de diversas contratações que a SABESP tem feito para prestação de

serviços atrelados às ações de redução de perdas, onde mesmo substituições de redes e

instalações de equipamentos são realizadas com recursos da consultora, remunerada

posteriormente, em função dos resultados alcançados.

Exemplos recentes são as contratações para redução de perdas na Vila do Encontro,

na Unidade de Gerenciamento Regional de Santo Amaro, e no setor de Abastecimento

Cangaíba.

Recomendações para encaminhamento

Diante do leque de opções apresentado, com suas restrições e possibilidades,

gostaríamos de destacar três frentes de maiores possibilidades para a solução do

financiamento dos investimentos de um programa de uso racional da água no DF, em ordem

decrescente de viabilidade:

(1) adoção do modelo de contratação por performance, deixando ao privado todo o

investimento, com retorno só após a apuração dos resultados.

(2) inclusão no Programa de Saneamento Ambiental da CAESB – PSA/CAESB de

investimentos para o programa de redução de consumo em órgãos públicos do

Governo do Distrito Federal;

(3) obtenção de empréstimo específico junto à CAF.

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Para a adoção de contratação por performance, com as vantagens já apontadas,

pode-se avançar na formatação legal dos editais pelos setores jurídicos do GDF, com duas

vantagens: o acesso a editais similares já em uso pela SABESP; e o entendimento de que

as atividades a serem contratadas poderiam se encaixar como despesas de manutenção, ou

seja, como custeio, o que facilita o uso do orçamento destinado inicialmente a custos com

fornecimento de água.

Para o segundo caso, vale destacar que o objetivo maior do PSA/CAESB é a

redução da sobrecarga dos sistemas de abastecimento de água existentes no DF. O

indicador de impacto do Programa é a “extensão do tempo de serviço sem racionamento e

sem necessidades de investimentos imediatos em novas fontes de água”.

Nos últimos anos o Distrito Federal tem apresentado, notadamente nos períodos

cíclicos anuais de estiagem, uma margem muito pequena entre a demanda e oferta de água

nos seus sistemas. Afastar a sombra de possíveis racionamentos, como os que já ocorrem

hoje, requer investimentos de longo prazo que a Companhia persegue.

O Programa de Saneamento Ambiental – PSA da CAESB, com operação de crédito

contratada junto ao BID no montante de US$170.840.000,00, faz parte dessa estratégia,

com ações de recuperação de estruturas existentes, de expansão dos sistemas de

abastecimento e esgotamento sanitário, de melhoria operacional e aumento da eficiência

dos sistemas.

Espera-se, com a realização dessa gama de atividades, aumentar a folga na

capacidade do sistema, promover melhorias em seu rendimento, controlar e reduzir perdas,

melhorar sua eficiência e recuperar as condições de eficiência dos sistemas, perdidos pela

superação da vida útil de diferentes estruturas, além de fomentar um padrão de gestão

ambiental e financeiramente sustentável.

Ou seja, a rigor, investimentos na redução de demanda, com um programa de uso

racional da água, com redução do consumo em órgãos públicos, terá efeito muito direto no

indicador de impacto do PSA/CAESB, sendo, portanto, muito aderente aos objetivos do

Programa.

Ainda, ressalta-se que houve variação cambial positiva desde a assinatura do

contrato de empréstimo. A matriz de investimentos original foi estruturada considerando o

dólar de R$2,03. Com a cotação prevalente no último desembolso do Programa, em torno

de R$3,27, há uma maior disponibilidade de recursos na moeda nacional, tornando possível

a ampliação de escopo do Programa.

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Para seguir nesse caminho, contudo, resta urgente a aproximação com a CAESB na

montagem do programa de uso racional da água no DF.

Por último, vemos a CAF como uma possibilidade de médio prazo para se viabilizar

um empréstimo internacional que sustente o financiamento do programa de redução de

demanda de água no DF. As limitações desse caminho poderiam ser dificuldades de

momento na comprovação da capacidade de endividamento e de pagamento do GDF.

No fechamento desse relatório verificamos que o Governo do Distrito Federal tem

capacidade de endividamento suficiente. Contudo, especialmente à luz da nova metodologia

para definição da Capacidade de Pagamento dos entes subnacionais, estabelecida pela

Secretaria do Tesouro Nacional em julho último, há restrições para o estabelecimento de

novos empréstimos internacionais por parte do GDF.

Nessa nova metodologia são considerados também, além da capacidade de

endividamento, a poupança corrente e o índice de liquidez. Para o GDF, no momento, tais

índices estão aquém do necessário ao aval do Governo Federal para se firmar novos

empréstimos internacionais.

Assim, se apesar das significativas possibilidades de uso das duas primeiras

soluções de financiamento, estes caminhos virem a ser descartados, recomenda-se a

proposição de financiamento pela CAF.

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7. EXEMPLO DE IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMA DE REDUÇÃO DE CONSUMO DE ÁGUA

EM PRÉDIOS PÚBLICOS. PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA – PURA / SABESP

Após a criação dos decretos, o Governo Estadual e o Municipal firmaram convênios

com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP a partir de

2007 para a implantação do PURA nos prédios públicos.

O Programa contemplou as ações tecnológicas e educacional, ambiental e sanitária

nas unidades individuais das secretarias do Estado e do Município, incluindo escolas,

parques, cemitérios, prédios administrativos, penitenciária, hospitais, cozinhas industriais

entre outros.

Visando uma maior adesão da força do trabalho, a Sabesp atuou fortemente na

divulgação do PURA, por meio de um amplo processo de articulação interno envolvendo a

área de comunicação e marketing, setor de hidrometria, área de licitação, planejamento,

jurídica e operacional no sentido de apoiar todas as ações do PURA com intuito de

minimizar a inadimplência e diminuir os desperdícios nos órgãos públicos.

O fluxograma retrata a forma de atuação com os entes envolvidos no processo.

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Os Decretos Estaduais 45805/2001, 48.138/2003 e o 57.827/2012, Resolução:

SHRSO – 31/2001, Lei Municipal 14.018/05 Decreto Municipal 47.731 e 7.279/2006,

obrigam as instituições municipais e estaduais a implantar o programa.

Recursos

Os recursos utilizados: recursos próprios, encontro de contas, dotação orçamentária

nas pastas das secretarias, Recursos do FEHIDRO, Recursos do Banco Mundial (BIRD); etc.

Tratativas para implantação:

O órgão tomador dos recursos, por meio de convênios com a empresa Sabesp,

autoriza a companhia contratar empresas prestadoras de serviço qualificadas para a

execução dos serviços;

Gerenciadora realiza o diagnóstico da instituição pública, apresenta para a

SABESP elaborar o orçamento em conjunto, faz a intermediação entre o órgão

público, a concessionária e a executora para a gestão de todo o processo, antes

e após a implantação do Programa;

Concessionária SABESP elabora processo licitatório e realiza a licitação

segundo a modalidade pregão eletrônico.

Os pagamentos são efetuados à medida que são comprovados os serviços

realizados (medição).

A empresa executora dos serviços faz o monitoramento durante 6 meses após a

implantação do programa, corrigindo qualquer ocorrências que possam vir

acontecer durante esse período; no entanto ela continua monitorando durante 12

meses sem exigência do contrato para avaliação comparativa do comportamento

do perfil antes e depois das intervenções.

Empresas que participam da licitação

Exigência que apresentem os seguintes atestados:

Detecção de vazamentos procedimento- ABENDI (Associação Brasileira Ensaios

Não Destrutivos e Inspeção);

Redução de perdas e conservação de consumo de água (PURA/Redução de

consumo) em edificações ( órgãos públicos );

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Teste de estanqueidade de reservatório, de execução de rede e ramal de

telemetria/cavalete /hidrômetro e instalação de sistema de automação (sistema

online);

Campanha educacional visando mudanças de hábito em relação ao uso da

água.

Fabricantes dos equipamentos:

Que esteja de acordo com o Programa Setorial da Qualidade registrado no Programa

Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat – PBQP-H, dentre eles: Louças

Sanitárias, Metais Sanitários e Aparelhos Economizadores de Água, Reservatórios e

Torneiras de Bóia e Sistemas Prediais.

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8. ARCABOUÇO LEGAL PARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE USO RACIONAL DA

ÁGUA PELOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA

DO DISTRITO FEDERAL E EMBASAMENTO JURÍDICO DO ARRANJO INSTITUCIONAL

NECESSÁRIO PARA A GESTÃO DO PROGRAMA

O levantamento que ora se apresenta tomou por base a metodologia de pesquisa

aplicada, visando dar embasamento à implantação de um programa de uso racional da água

a ser adotado pelos órgãos e agentes públicos do Distrito Federal.

Dentro do rigor científico da hermenêutica jurídica, apontamos hierárquica e

sistematicamente, o arcabouço jurídico que deve dar fundamento à criação de novas

normas e aplicação das já existentes, quanto ao estabelecimento de um programa e seus

projetos e ações que viabilizem o uso racional da água nos prédios públicos do Distrito

Federal.

Da análise das competências de todos os órgãos envolvidos na Política de Recursos

Hídricos Distrital, verificamos que haverá a necessidade de serem concebidas e

promulgadas novas normas jurídicas, a partir de um Decreto do Executivo, regulamentado

nas demais esferas e âmbitos do Governo Distrital, para que sejam legalizadas as diretrizes

para adoção de um programa de redução do consumo de água potável, com intervenções

físicas nas instalações hidráulicas prediais e atividades educacionais (conscientização)

direcionadas aos agentes públicos e frequentadores e que virá a beneficiar toda a

população do Distrito Federal.

Lei nº 9.433/1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos

seguintes fundamentos:

I - A água é um bem de domínio público;

II - A água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

IV - A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar

com a participação do Poder Público, dos usuários e das

comunidades.

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Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: I -

assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade

de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos;

II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o

transporte aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; III

- a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de

origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos

naturais. Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para

implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos: I - a

gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos

aspectos de quantidade e qualidade.

Lei Orgânica do Distrito Federal. Art. 284. Os recursos hídricos do

Distrito Federal constituem patrimônio público....§ 1º É dever do

Governo do Distrito Federal, do cidadão e da sociedade zelar pelo

regime jurídico das águas, devendo o Poder Público disciplinar: I – o

uso racional dos recursos hídricos para toda a coletividade; II – a

proteção das águas contra ações ou eventos que comprometam a

utilização atual e futura, bem como a integridade e renovação física,

química e biológica do ciclo hidrológico; III – seu controle, de modo a

evitar ou minimizar os impactos danosos causados por eventos

meteorológicos; IV – a utilização das águas para abastecimento

público, piscicultura, pesca e turismo; V – a exploração racional dos

depósitos naturais de água, águas subterrâneas e afluentes... § 2º

Compete ao Distrito Federal, para assegurar o disposto neste artigo:

I – instituir normas de gerência e monitoramento dos recursos

hídricos no seu território.

Lei nº 2.725/2001 Institui a Política de Recursos Hídricos e cria o

Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Distrito

Federal. Art. 1º A água é um recurso natural de disponibilidade

limitada e dotado de valor econômico que, enquanto bem natural

público de domínio do Distrito Federal, terá sua gestão definida

mediante uma Política de Recursos Hídricos, nos termos desta Lei.

Art. 2º A Política de Recursos Hídricos do Distrito Federal baseia-se

nos seguintes fundamentos: I – a água é um bem de domínio público;

II – a água é um recurso natural, dotado de valor econômico e função

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social; ...IV – a gestão dos recursos hídricos deve ser

descentralizada e contar com a participação do Poder Público, dos

usuários e das comunidades; ...VI – todas as ações relacionadas

com o gerenciamento dos recursos hídricos devem utilizar

conhecimentos científicos e tecnológicos atualizados, com o objetivo

de garantir o uso sustentável dos recursos hídricos. Art. 3º São

objetivos da Política de Recursos Hídricos: I – assegurar à atual e às

futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões

de qualidade e quantidade adequados aos respectivos usos; II –

promover a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, com

vistas ao desenvolvimento humano sustentável; III – implementar a

prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem

natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais; IV

– aumentar as disponibilidades em recursos hídricos. Art. 4º

Constituem diretrizes gerais da Política de Recursos Hídricos do

Distrito Federal: I – gestão sistemática dos recursos hídricos, sem

dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade; II – adequação

da gestão de recursos hídricos às diversidades físicas, bióticas,

demográficas, econômicas, sociais e culturais das regiões do Distrito

Federal; III – integração da gestão de recursos hídricos na Política

Ambiental; IV – articulação do planejamento de recursos hídricos

com o dos setores usuários e com os planejamentos local, regional e

nacional; ...§ 1º As diretrizes gerais estabelecidas neste artigo serão

planejadas e implementadas de modo a ensejar oportunidades que

permitam: a) formulação e elaboração de projetos específicos de

aproveitamento de recursos hídricos compatíveis com as reservas e

as disponibilidades existentes, observados os parâmetros e as

condições estabelecidos nesta Lei; b) implementação de projetos de

aproveitamento de recursos hídricos que tenham claro compromisso

de ensejar benefícios econômicos e sociais que direta ou

indiretamente alcancem diferentes estratos e segmentos da

população; ...d) definição de parâmetros regionais, sub-regionais e

locais que orientem e complementem os estudos hidrológicos e hidro

geológicos no Distrito Federal; e) desenvolvimento científico,

tecnológico e institucional nas áreas de pesquisa, captação,

acumulação e tratamento de água para fins de utilização ou

aproveitamento múltiplo ou específico. Art. 30. Integram o Sistema

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de Gerenciamento de Recursos Hídricos: I – o Conselho de

Recursos Hídricos; ... Art. 32. Compete ao Conselho de Recursos

Hídricos do Distrito Federal: I – promover a articulação do

planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional,

regional, estaduais e dos setores dos usuários;... III – analisar

propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e

à Política de Recursos Hídricos;

O Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH, do Distrito

Federal, em atendimento à Política Nacional de Recursos Hídricos, é resultado da

articulação entre os órgãos responsáveis pela gestão ambiental e de recursos

hídricos, as prefeituras municipais, as entidades ligadas ao saneamento básico e a

sociedade civil organizada, do Distrito Federal. Para a gestão do sistema, como

resultado dessa articulação, é instituído o Conselho de Recursos Hídricos, que se

configura de forma paritária e tripartite. Desta forma a gestão sistemática capilarizada

por todos os órgãos e entidades integrantes do SIGRH deve reger-se em consonância

com os princípios da descentralização e participação proporcionados pela

organização colegiada e representativa.

Lei nº 3.984/ 2007. Cria o Instituto do Meio Ambiente e dos

Recursos Hídricos do Distrito Federal – Brasília Ambiental e dá

outras providências. Art. 3º Compete ao Instituto Brasília

Ambiental: XV – promover o uso sustentável dos recursos naturais

renováveis e o apoio à adoção de tecnologias limpas e ao

extrativismo. Art. 4º Para consecução de suas finalidades, poderá o

Instituto Brasília Ambiental celebrar contratos, acordos, convênios e

ajustes com instituições públicas e privadas, nacionais e

internacionais, e cooperativas.

Lei nº 4.285/2008. Reestrutura a Agência Reguladora de Águas e

Saneamento do Distrito Federal – ADASA/DF, dispõe sobre

recursos hídricos e serviços públicos no Distrito Federal e dá

outras providências. Art. 2º A Agência Reguladora de Águas,

Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal tem como missão

institucional a regulação dos usos das águas e dos serviços públicos

desse ente federado, com intuito de promover a gestão sustentável

dos recursos hídricos e a qualidade dos serviços de energia e

saneamento básico em benefício de sua sociedade. Art. 3º Em

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conformidade com sua missão institucional, constitui finalidade

básica da ADASA a regulação dos usos das águas e dos serviços

públicos de competência originária do Distrito Federal, bem como

daqueles realizados no âmbito geopolítico ou territorial do Distrito

Federal que venham a ser delegados a ela por órgãos ou entidades

federais, estaduais ou municipais, em decorrência de legislação,

convênio ou contrato. Art. 5º São áreas de competência da ADASA: I

– recursos hídricos, compreendidos os diversos usos da água; II –

saneamento básico, entendido como o conjunto de serviços,

infraestruturas e instalações operacionais de: a) abastecimento de

água potável; Art. 6º A ADASA terá como objetivos fundamentais: I –

preservar os objetivos da Política de Recursos Hídricos do Distrito

Federal, instituída pela Lei nº 2.725, de 13 de junho de 2001, que

são: a) assegurar à atual e às futuras gerações a necessária

disponibilidade de água, em padrões de qualidade e quantidade

adequados aos respectivos usos; b) promover a utilização racional e

integrada dos recursos hídricos, com vista ao desenvolvimento

humano sustentável. Art. 7º Compete à ADASA: I – cumprir e zelar

pelo fiel cumprimento da legislação e dos contratos, atos e termos de

delegação de serviços, bem como instruir concessionários,

permissionários, autorizados, demais prestadores de serviços,

usuários e consumidores sobre seus direitos e obrigações

regulamentares e contratuais;...III – expedir normas, resoluções,

instruções, portarias, firmar termos de ajustamento de conduta, por

iniciativa própria ou quando instada por conflito de interesses; IV –

expedir os atos regulatórios da legislação superior relacionada às

suas áreas de competência;...XXVIII – celebrar convênios e contratos

com órgãos e entidades internacionais, federais, estaduais, distritais

e municipais e com pessoas jurídicas de direito privado sobre

assuntos de sua competência. Art. 8º Além das atribuições gerais

estabelecidas nesta Lei, compete à Agência Reguladora de Águas,

Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal – ADASA,

especificamente no que diz respeito a recursos hídricos de domínio

do Distrito Federal: I – disciplinar, em caráter normativo, a

implementação, operacionalização, controle e avaliação dos

instrumentos da política de recursos hídricos. Art. 15. A ADASA é

composta da seguinte estrutura orgânica básica:...V –

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Superintendências. Parágrafo único. O regimento interno da ADASA

disporá sobre as competências de suas unidades administrativas e

sobre a constituição de até oito superintendências.

Regimento Interno da Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal

– ADASA/DF

Art. 25. Compete às Superintendências e Serviços: I - executar as

atividades de sua área específica, definidas neste Regimento Interno;

II - planejar, coordenar, controlar e avaliar os processos, projetos e

programas sob sua responsabilidade;...VI - participar do

planejamento estratégico da ADASA e dos programas e projetos

especiais;...IX - propor a celebração de convênios, contratos e

acordos com órgãos e entidades públicas ou privadas, inclusive, com

organismos internacionais que envolvam a sua área específica de

atuação, elaborando os respectivos instrumentos dos processos,

além de acompanhar e supervisionar sua execução. Art. 30. À

Superintendência de Recursos Hídricos compete executar as

atividades relacionadas ao uso de recursos hídricos em corpos de

água de domínio do Distrito Federal e delegados pela União ou

Estados. Art. 31. A Superintendência de Recursos Hídricos é

composta pelas seguintes Coordenações e competências, cujas

atividades devem ser orientadas e submetidas à aprovação do

superintendente. I – Coordenação de Regulação – CORH. a)

Coordenar as atividades dos recursos humanos e o uso dos recursos

técnicos e materiais alocados na coordenação; b) Coordenar o

processo de regulação, compreendendo as atividades vinculadas à

regulação do uso dos recursos hídricos, programas e projetos; ... g)

Propor ajustes e harmonização das normas relativas a uso dos

recursos hídricos; h) Propor ao Superintendente a celebração de

convênios, contratos e acordos com órgãos e entidades públicas ou

privadas que envolvam a atuação da superintendência, elaborando

as respectivas minutas contratuais.

Por força do exercício de suas atribuições a ADASA por meio de suas coordenadorias

subsidiou estudos técnicos e institucionais que embasaram a decretação de

emergência, provocando a edição da norma correspondente que impôs

provisoriamente, restrições ao uso da água.

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Decreto Nº 37.976/ 2017. Decreta situação de emergência e

determina restrições para o uso de água no Distrito Federal. O

Governador do Distrito Federal, no uso das atribuições que lhe

confere o art. 100, incisos VII, XXI e XXV, da Lei Orgânica do Distrito

Federal, Considerando a Resolução ADASA nº 15, de 16 de

setembro de 2016, que declarou a situação crítica de escassez

hídrica nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria;

Considerando a Resolução ADASA nº 20, de 7 de novembro de

2016, que declarou o estado de restrição de uso dos recursos

hídricos, estabeleceu o regime de racionamento do serviço de

abastecimento de água nas localidades atendidas pelos reservatórios

do Descoberto e Santa Maria; Considerando que os volumes de

chuvas no reservatório do Descoberto, no período de setembro à

dezembro dos anos de 2015 e 2016 foram, respectivamente, de

368,80mm e 412,40mm, o que significa 42,5% e 35,7%,

respectivamente, abaixo da média histórica de 641,40mm;

Considerando que o volume útil de 22,16% apresentado no

reservatório do Descoberto no dia 31 de dezembro de 2016, atingiu o

nível de 19,20% no dia 11 de janeiro do corrente ano; Considerando

que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal –

CAESB iniciou as medidas operacionais de racionamento no mês de

janeiro de 2017; Considerando a Nota Técnica nº 06/2017 – SRH/

ADASA, expedida pela Superintendência de Recursos Hídricos, que

fornece informações a respeito da situação hídrica do Distrito Federal

e demonstra perspectivas para o ano de 2017; Considerando as

simulações descritas na Nota Técnica nº 06/2017 – SRH/ADASA que

indicam a necessidade de medidas rigorosas para garantir níveis

mínimos para manutenção do abastecimento de água da população

do Distrito Federal; Considerando ainda o teor do Parecer Técnico

nº 01/2017 – SUPROD/SSPDF que, ante o cenário que se

apresenta, resta caracterizada a situação de EMERGÊNCIA, razão

porque recomenda a adoção de medidas e ações visando a

minimização dos impactos da escassez de recursos hídricos junto à

população do Distrito Federal, DECRETA: Art. 1º Fica decretada

situação de emergência no Distrito Federal, pelo período de 180 dias,

tendo em vista a redução do volume de água nos reservatórios

utilizados para o abastecimento humano, que teve como causa

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estiagem classificada como desastre 1.4.1.1.0, conforme Instrução

Normativa nº 2, de 20 de dezembro de 2016, do Ministério da

Integração Nacional. Art. 2º Compete à Agência Reguladora de

Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA definir restrições

para o uso de água potável da rede pública, para utilização

domiciliar, comercial, industrial e lazer, enquanto permanecer a

situação de emergência.

Decreto nº 37.644/2016. Institui a política de redução de

consumo de água pelos órgãos e entidades da Administração

Pública direta e indireta do Distrito Federal e dá outras

providências. O Governador do Distrito Federal, no uso das

atribuições que lhe confere o art. 100, incisos VII e XXVI, da Lei

Orgânica do Distrito Federal, DECRETA: Art. 1º Fica instituída a

política de redução de consumo de água pelos órgãos e entidades da

administração direta e indireta do Distrito Federal, de no mínimo

10%, comparativamente ao mesmo mês do ano 2015. Art. 2º Fica

determinado aos órgãos e entidades da administração direta e

indireta do Distrito Federal, visando à redução do consumo de água: I

– a verificação de vazamentos de torneiras e encanamentos; II – o

uso de água para limpeza em baldes ou equipamentos que sejam

comprovadamente mais econômicos; III – a regulação de válvulas,

inclusive descargas de banheiros. Art. 3º Ficam proibidas as

seguintes atividades aos órgãos e entidades da Administração Direta

e Indireta do Distrito Federal: I – a lavagem de ruas, calçadas e

fachadas prediais; II – a lavagem rotineira de pátios e garagens, em

periodicidade inferior a 20 dias; III – a irrigação paisagística entre as

9 e 16h; IV – a lavagem de veículos em periodicidade inferior a 20

dias. Art. 4º Compete à Companhia de Saneamento Ambiental do

Distrito Federal – CAESB/DF publicar mensalmente na rede mundial

de computadores o consumo individualizado de água pelos órgãos e

entidades da administração direta e indireta do Distrito Federal, com

o intuito de permitir o controle pelos órgãos públicos responsáveis e

pela sociedade. Art. 5º Compete à Secretaria de Estado de

Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal –

SEPLAG/DF expedir normas complementares visando ao

cumprimento deste Decreto.

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Lei nº 2.616/2000. Dispõe sobre a utilização de equipamentos

economizadores de água nas instalações hidráulicas e

sanitárias dos edifícios públicos e privados destinados a uso

não residencial no âmbito do Distrito Federal. Art. 1º Torna-se

obrigatório o uso de equipamentos economizadores de água nas

instalações hidráulicas e sanitárias dos edifícios públicos e privados

destinados a uso não residencial no âmbito do Distrito Federal. § 1º

Para efeito do que trata o caput, estão incluídos: I – os edifícios

públicos federais; II – os edifícios administrados ou de propriedade

do Governo do Distrito Federal. Art. 5º Fica o Poder Executivo

obrigado a empreender campanhas educativas destinadas a

estimular o uso racional dos recursos hídricos.

Conselho Nacional de Recursos Hídricos. Resolução CNRH Nº

181/2016. Aprova as Prioridades, Ações e Metas do Plano Nacional

de Recursos Hídricos para 2016-2020. Prioridade 15. Desenvolver

ações para a promoção do uso sustentável e reúso da água.

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios -

Contribuições do MPFDT para o enfrentamento da crise hídrica

no Distrito Federal, de 31 de março de 2017. Procedimento

Administrativo PA nº 08190.046097/16-87. Recomendação 16 -

Criação, pela ADASA, de um programa que vise à economia de água

pelas instituições públicas distritais, setor que, segundo dados da

CAESB, no ano de 2016, foi responsável pelo consumo de 11,40%

da água ofertada pelo sistema Santa Maria-Torto, a exemplo do

Programa Pura, de São Paulo, que resultou em cerca de 50% de

economia de água pelo setor público, o que, ademais, incentiva, pelo

exemplo, a economia de água pela população.

Lei nº 4.990/2012. Regula o acesso a informações no Distrito

Federal previsto no art. 5º, XXXIII, no art. 37, § 3º, II, e no art. 216,

§ 2º, da Constituição Federal e nos termos do art. 45, da Lei

federal nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, e dá outras

providências. Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a

serem observados pelo Distrito Federal, visando a garantir o acesso

a informações previsto no art. 5º, XXXIII, no art. 37, § 3º, II, e no art.

216, § 2º, da Constituição Federal, no art. 22, I e II, da Lei Orgânica

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do Distrito Federal e em conformidade com a Lei federal nº 12.527,

de 18 de novembro de 2011. Parágrafo único. Subordinam-se ao

regime desta Lei: I – os órgãos públicos integrantes da administração

direta dos Poderes Executivo e Legislativo, incluindo o Tribunal de

Contas do Distrito Federal; II – as autarquias, as fundações públicas,

as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as

demais entidades controladas direta ou indiretamente pelo Distrito

Federal. Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a

assegurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser

executados em conformidade com os princípios básicos da

administração pública e com as seguintes diretrizes: I – observância

da publicidade como preceito geral e do sigilo como exceção; II –

divulgação de informações de interesse público independentemente

de solicitações; III – utilização de meios de comunicação viabilizados

pela tecnologia da informação; IV – fomento ao desenvolvimento da

cultura de transparência na administração pública; V –

desenvolvimento do controle social da administração pública. Art. 5º

É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, a ser

franqueado mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma

transparente e clara, e em linguagem de fácil compreensão. Art. 6º

Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público Distrital,

observadas as normas e os procedimentos específicos aplicáveis,

assegurar: I – a gestão transparente da informação, propiciando

amplo acesso a ela e sua divulgação; II – a proteção da informação,

garantindo sua disponibilidade, autenticidade e integridade. Art. 7º O

acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros,

o direito de obter: I – orientação sobre os procedimentos para a

consecução de acesso, bem como sobre o local onde pode ser

encontrada ou obtida a informação almejada; II – informação contida

em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por órgãos

ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; III – informação

produzida ou custodiada por pessoa física ou jurídica em virtude de

qualquer vínculo com órgãos ou entidades públicas, mesmo que

esse vínculo já tenha cessado; IV – informação primária, íntegra,

autêntica e atualizada; V – informação sobre atividades exercidas por

órgãos ou entidades, inclusive as relativas à sua política, à sua

organização e aos seus serviços; VI – informação pertinente a

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administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos,

licitações, contratos administrativos, convênios e instrumentos

congêneres; VII – informação relativa: a) à implementação, ao

acompanhamento e aos resultados de programas, projetos e ações

dos órgãos e das entidades públicas, bem como às metas e aos

indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias,

prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle

interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a

exercícios anteriores. Art. 8º Para a implementação desta Lei, os

órgãos e as entidades do Distrito Federal devem promover,

independentemente de requerimentos, a divulgação, no âmbito de

suas competências, de informações de interesse coletivo ou geral

por eles produzidas ou custodiadas. Parágrafo único. Na divulgação

das informações a que se refere o caput, devem constar, no

mínimo:...VI – dados gerais para o acompanhamento de programas,

ações, projetos e obras, com informações sobre sua execução,

metas e indicadores, em linguagem de fácil compreensão. Art. 9º

Para cumprimento do disposto no art. 8º, os órgãos e as entidades

públicas devem utilizar a divulgação em sítios oficiais na Rede

Mundial de Computadores – Internet. § 1º Os sítios de que trata o

caput devem atender, no mínimo, aos seguintes requisitos: I – conter

ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o acesso à

informação de forma objetiva, transparente, clara e em linguagem de

fácil compreensão; II – possibilitar a gravação de relatórios em

diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários,

de modo a facilitar a análise das informações; III – possibilitar o

acesso automatizado por sistemas externos em formatos abertos,

estruturados e legíveis por máquina; IV – divulgar em detalhes os

formatos utilizados para estruturação da informação; V – garantir a

autenticidade e a integridade das informações disponíveis para

acesso; VI – manter atualizadas as informações disponíveis para

acesso; VII – indicar local e instruções que permitam ao interessado

comunicar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou a

entidade detentora do sítio; VIII – adotar as medidas necessárias

para garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com

deficiência, nos termos do art. 17 da Lei federal nº 10.098, de 19 de

dezembro de 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os Direitos das

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89

Pessoas com Deficiência, aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186,

de 9 de julho de 2008; IX – conter os seguintes instrumentos de

acesso às informações arquivísticas do órgão ou da entidade: a)

Código de Classificação de Documentos de Arquivo das atividades-

meio e das atividades-fim; b) Tabela de Temporalidade e Destinação

de Documentos das atividades-meio e das atividades-fim; c)

Vocabulário Controlado de termos relativos aos documentos de

arquivo das atividades-meio e das atividades-fim...§ 2º A estrutura e

o conjunto de informações públicas a serem disponibilizadas no sítio

dos órgãos e das entidades devem observar o modelo padronizado

definido pelos órgãos competentes do Distrito Federal.

Propostas para legitimação jurídica e definição de Arranjo Institucional para a

implantação do Programa de Redução do Consumo de Água no Distrito Federal

As ações determinadas e/ou recomendadas nos documentos jurídico-institucionais

acima destacados representam o escopo mínimo que deve ser seguido em um programa

para o estabelecimento do uso racional da água pelos órgãos públicos em seus prédios,

reforçados pela situação de emergência decretada pelo Poder Executivo e requer a adoção

de ações imediatas, ensejando na elaboração e implantação do programa de uso racional

de maneira extremamente célere.

Respeitando-se o princípio da participação para a gestão tripartite do SIGRH, o

acesso à informação sobre todas as etapas de implantação do programa de uso racional da

água, é obrigatório e desejável, ressaltando-se, ainda, a natureza da ação iniciada pelo

Poder Público, incentivadora de possíveis e necessárias ações por parte da iniciativa

privada e da sociedade.

O diploma legal que venha a estabelecer o programa de uso racional da água nos

prédios onde estão alocados os órgãos públicos deve ter processamento célere para sua

promulgação. Estando legitimado o Poder Executivo, dentro de suas atribuições e

conforme arcabouço jurídico acima elencado indica-se a promulgação de um Decreto

do Executivo, vale dizer, que o Decreto a ser emanado do Poder Executivo está

respaldado em cada uma das normas jurídicas acima transcritas, que permanecem válidas

dentro do ordenamento jurídico, cujos princípios são invocados no preâmbulo da minuta que

se propõe como anexo a este relatório.

O Decreto do Executivo a ser promulgado deve contemplar as seguintes normas

jurídicas:

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1 – Instituição do Programa Distrital de Uso Racional da Água Potável no âmbito

dos órgãos da administração pública direta, das autarquias, das fundações

instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas em cujo capital o

Estado tenha participação majoritária, bem como das demais entidades por ele

direta ou indiretamente controladas;

2 – Definir as ações para a redução e o uso racional da água potável,

contemplando intervenções físicas e educacionais;

3 – Estabelecer percentual inicial de redução do consumo de água potável de suas

instalações, tendo como referência a média mensal do consumo, que depois

será definido conforme regulamento próprio da estrutura de gestão criada;

4 – Definir como arranjo institucional, os participantes a promoverem a

implantação, articulação e gestão do programa, na forma de um Conselho de

Orientação, os seguintes órgãos:

I - Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal –

Brasília Ambiental;

II - Casa Civil;

III - Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito

Federal – SEPLAG/DF;

IV - Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA;

V - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB.

5 – Estabelecer a obrigação dos órgãos e entidades referidos no artigo anterior na

elaboração de um programa interno correlato, abrangendo nas suas

respectivas esferas de competência, as recomendações a serem baixadas

mediante resolução do Secretário de Estado do Meio Ambiente, ad referendum

do Conselho de Orientação;

6 – Estabelecer o mandato dos membros do Conselho de Orientação;

7 – Estabelecer como atribuições do Conselho de Orientação:

I – definição de metas e diretrizes para o Programa;

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91

II - homologar a média mensal de consumo que será utilizada como referência

para o cálculo do volume de água a ser economizado;

III - orientar e coordenar as ações dos órgãos e entidades participantes para o

cumprimento das metas do Programa;

IV - coordenar o desenvolvimento do Programa em todas as suas fases;

V - acompanhar o cumprimento das metas de redução e racionalização do uso da

água potável, submetidas pelos órgãos e entidades, sugerindo alterações

quando forem necessárias.

8 – Determinar a criação de um órgão interno em cada Secretaria de Estado para

que seus membros atuem integrando o exercício de suas respectivas funções,

em cada entidade vinculada em articulação entre si e com o Conselho de

Orientação, cabendo-lhe:

I - implantar o Programa Interno do órgão ou entidade a que pertence;

II - identificar o potencial de redução do consumo da água potável;

III - empreender ações visando conscientizar e envolver todos os servidores

quanto ao Programa;

IV - manter permanente avaliação do consumo de água potável e dos resultados

das ações empreendidas;

V - realizar a avaliação dos resultados obtidos, propor novas metas e formular

recomendações;

VI - submeter ao Conselho de Orientação um programa de metas de

racionalização do uso da água para o ano subsequente;

VII - elaborar e submeter ao Conselho de Orientação um relatório de implantação

do Programa ao qual deverá ter ampla publicidade conforme os princípios do

acesso à informação.

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Programa de uso racional da água do distrito federal - organograma

CONSELHO DE ORIENTAÇÃO – Formado por representantes do Instituto do Meio

Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Brasília Ambiental; Casa Civil;

Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal –

SEPLAG/DF; Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA e

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB, tem por atribuições: I –

definição de metas e diretrizes para o Programa; II - homologar a média mensal de consumo

que será utilizada como referência para o cálculo do volume de água a ser economizado; III

- orientar e coordenar as ações dos órgãos e entidades participantes para o cumprimento

das metas do Programa; IV - coordenar o desenvolvimento do Programa em todas as suas

fases; V - acompanhar o cumprimento das metas de redução e racionalização do uso da

água potável, submetidas pelos órgãos e entidades, sugerindo alterações quando forem

necessárias.

ÓRGÃO INTERNO COORDENADOR DO PROGRAMA NAS SECRETARIAS DE

ESTADO – Responsável pela elaboração de um programa interno correlato, abrangendo na

suas respectivas esferas de competência, segundo as recomendações a serem baixadas

mediante resolução do Secretário de Estado do Meio Ambiente, conforme recomendações

do Conselho de Orientação ou ad referendum deste, para que seus membros atuem

integrando o exercício de suas respectivas funções, em cada entidade vinculada, em

articulação entre si e com o Conselho de Orientação, cabendo-lhe: I – implantar o Programa

Interno do órgão ou entidade a que pertence; II – identificar o potencial de redução do

consumo da água potável; III – empreender ações visando conscientizar e envolver todos os

servidores quanto ao Programa; IV – manter permanente avaliação do consumo de água

potável e dos resultados das ações empreendidas; V – realizar a avaliação dos resultados

obtidos, propor novas metas e formular recomendações; VI – submeter ao Conselho de

Orientação um programa de metas de racionalização do uso da água para o ano

subsequente; VII – elaborar e submeter ao Conselho de Orientação um relatório de

CONSELHO DE ORIENTAÇÃO

Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Brasília

Ambiental

Casa Civil

Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal –

SEPLAG/DF

Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito

Federal – ADASA

Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal

– CAESB

ÓRGÃO INTERNO COORDENADOR DO

PROGRMA NAS SECRETARIAS DE ESTADO

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93

implantação do Programa ao qual deverá ter ampla publicidade conforme os princípios do

acesso à informação.

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE – Responsável pela definição de

políticas, planejamento, organização, direção e controle da execução de ações nas áreas de

recursos hídricos.

INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS DO DISTRITO

FEDERAL – BRASÍLIA AMBIENTAL – Representante executivo da Secretaria de Estado de

Meio Ambiente e Recursos Hídricos na formulação, implantação e monitoramento do

programa do uso racional da água.

CASA CIVIL – Responsável pelo acompanhamento da gestão governamental da

Administração Pública, inclusive Administrações Regionais e Administração Indireta.

Representante do Governo no Conselho de Recursos Hídricos.

SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO DO

DISTRITO FEDERAL – SEPLAG/DF – Responsável pela gestão e monitoramento de

programas e projetos estratégicos de Governo foi incumbida da regulamentação da política

de redução de consumo de água instituída pelo Decreto nº 37.644/2016 que em seu Art. 5º

determina: Art. 5º Compete à Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão

do Distrito Federal – SEPLAG/DF expedir normas complementares visando ao cumprimento

deste Decreto.

AGÊNCIA REGULADORA DE ÁGUAS, ENERGIA E SANEAMENTO BÁSICO DO

DISTRITO FEDERAL – ADASA – Responsável pela regulação dos usos das águas e dos

serviços públicos desse ente federado, com intuito de promover a gestão sustentável dos

recursos hídricos. No âmbito de sua Superintendência de Recursos Hídricos contribui de

maneira determinante para a formulação de estratégias para a superação da crise hídricas

no DF, tendo sido a responsável pelo fornecimento de subsídios e estudos técnicos e

institucionais que embasaram a decretação de emergência, provocando a edição da norma

correspondente que impôs provisoriamente, restrições ao uso da água.

COMPANHIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DO DISTRITO FEDERAL –

CAESB/DF – Responsável pelo fornecimento de informações de controle do uso da água

indispensáveis à orientação das diretrizes e estratégias do programa em sua implantação e

monitoramento. Foi incumbida de publicar mensalmente na rede mundial de computadores

o consumo individualizado de água pelos órgãos e entidades da administração direta e

indireta do Distrito Federal, com o intuito de permitir o controle pelos órgãos públicos

responsáveis e pela sociedade, conforme Art. 4º do Decreto nº 37.644/2016.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES

A partir do levantamento de dados e com análise específica realizada, tomou-se

como base a metodologia adotada no modelo do programa PURA de São Paulo, conclui-se

que o modelo apresentado como produto final contido neste relatório está em consonância

com o escopo do Projeto de redução de consumo da água em prédios públicos do Governo

do Distrito Federal.

Além da viabilidade jurídica, a adoção do modelo proposto poderá projetar a imagem

do Governo como ambientalmente responsável e mostrar sua contribuição para o

desenvolvimento social, econômico e ambiental, especialmente neste momento de

colaboração necessária e articulada para superação da crise hídrica instalada na região.

O levantamento jurídico institucional realizado conclui pela promulgação pelo Poder

Executivo de um Decreto similar aos demais programas bem sucedidos implantados em

outras localidades, cuja minuta encaminhamos no Anexo I a este relatório.

Na proposta de arranjo institucional não foi contemplada a inclusão de órgãos da

esfera Federal, mas inobstante o objeto restrito deste projeto, aos prédios públicos do

Distrito Federal, recomendamos veementemente a articulação com o Governo Federal, sob

cuja administração se encontra outros prédios detentores de índice de grandes consumos,

para maior sucesso do programa no que se refere à contribuição para a minimização da

crise hídrica, de modo que na esfera Federal sejam igualmente adotadas medidas para

redução do consumo que impacta as mesmas bacias hidrográficas.

As linhas de financiamento levantadas indicam iniciar-se uma a aproximação com a

CAF, por meio de uma iniciativa da subsecretaria de captação de recursos – SUCAP, da

Secretaria de Planejamento.

Caso seja considerada a sugestão de uso de editais com o privado sustentando os

investimentos, sugere-se avançar na discussão de detalhes, tomando como base editais

similares já em uso pela SABESP, na implantação do PURA.

Ressaltamos que as contratações de obras e serviços, tais como, reformas,

construções e/ou instalações de novos equipamentos nos imóveis próprios ou de terceiros,

a serem efetuadas pela Administração Pública, deve haver a obrigatoriedade do emprego

de tecnologia que possibilite a conservação e o uso racional da água potável.

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Essa consultoria conclui e recomenda que seja implementado o Programa de

Redução do Consumo de Água nos Prédios Públicos do Governo do Distrito Federal que

deverá ser viabilizado institucionalmente, por meio do Decreto emanado do Poder

Executivo, cuja minuta consta do Anexo I.

Todas as considerações e recomendações aqui contidas somadas as que foram

indicadas no primeiro Relatório intitulado produto P1, cujos termos esta consultoria

transcreve para reforçar o embasamento do processo necessário para a implantação de um

Programa de Redução de Consumo de Água.

RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO P1

A implantação de um programa desse porte depende de alguns fatores, tais como:

estabelecimento de linhas de ações em função das necessidades locais; definição dos

agentes envolvidos, assim como o estabelecimento de suas respectivas atribuições e

responsabilidade, e conhecimento dos impactos gerados pela sua implantação. A redução

do consumo usual ou da perda de água acarretará em benefícios sociais, econômicos e

ambientais.

O estabelecimento dessas medidas não visa prejudicar a qualidade de vida do

consumidor. Os estudos utilizados constataram a existência de desperdício de água em

todos os níveis sociais e econômicos da população, e apontou que o uso adequado de água

com higiene não está relacionado com a quantidade e sim com os procedimentos

adequados que define uma higiene eficaz.

Quando da elaboração do Plano de Intervenção o objetivo a ser alcançado tem que

ser claramente definido, assim como os resultados esperados, caso a caso, visando

recuperação das águas perdidas seja por perdas físicas, por desperdício, mal-uso e

descaso dos consumidores.

A participação da sociedade é de suma importância, e deverá ser ampliada através

de campanhas perenes, mantendo e expandindo o nível de sensibilização da população

sobre a importância e cuidado com o uso da água.

Para a implementação de um programa institucional de conservação de água em um

País, onde em algumas regiões existe o risco eminente de escassez de água é premente a

implantação de várias intervenções, entre elas destaca-se as ações que visam a redução do

consumo, que devem ser sistêmicas.

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NOTA: programa institucional de conservação de água em um país envolve muito mais

do que redução do consumo, tal como foi idealizado e implantado em Nova York.

Preservação de áreas de nascentes;

Políticas Públicas que regulam os usos múltiplos da água;

Controle da qualidade da água dos mananciais;

PSA

Água de Reúso, entre outros.

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REFÊRENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GONÇALVES, O.M. et al. Programa de economia de água de consumo doméstico - uso racional da água. São Paulo, LSP/EPUSP, novembro,1996. (Relatório final, vol. III - Projeto de Pesquisa Sabesp).

TOMAZ, Plinio - Livro Previsão de Consumo de Água, 2000.

Irrigação para um Mundo em Crescimento, 2003 Rain Bird Corporation

Metodologia para a implantação de programa de uso racional da água em edifícios / L.H. de Oliveira, O.M. Gonçalves. -- São Paulo: EPUSP, 1999.

PGIRH/DF- Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito Federal - 2012

Revisão e Atualização do Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos do Distrito Federal - PGIRH/DF - Revisão 03 (Dezembro / 2011)

YOSHIMOTO, P.M e Silva, NOGUEIRA S.M. e Oliveira, H.L. USO RACIONAL DA ÁGUA PROGRAMA DE ECONOMIA DE ÁGUA EM EDIFÍCIOS 19 Congresso da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES

<http://arquivos.ana.gov.br/institucional/spr/conjuntura/webSite>

<http://www.asperjet.com.br/ 2016>

<http://www.dsr.inpe.br/sbsr2013/files/p0158.pdf> “Histórico do uso do solo do Distrito Federal (DF) nas micro-bacias”

<https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/555374/recursos-hidricos-no-brasil-e-no-mundo>

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< htpp://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/universitashumanas/article/.../877/611>

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ANEXOS

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Anexo I - Minuta de Proposta de Decreto para o Governo de Brasília

DECRETO NºXXXXXX, DE XX DE MÊS DE 2017

Institui o Programa de Redução de consumo de Água

Potável no Distrito Federal e dá providências

correlatas

RODRIGO ROLLEMBERG, GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso de suas

atribuições que lhe confere o art. 100, incisos VII, XXI e XXV, da Lei Orgânica do Distrito

Federal,

Considerando os termos do Decreto Nº 37.976/ 2017 que decretou situação de emergência

e determinou restrições para o uso de água no Distrito Federal;

Considerando os termos do Decreto Nº 37.644/2016 que instituiu a política de redução de

consumo de água pelos órgãos e entidades da Administração Pública direta e indireta do

Distrito Federal;

Considerando a Resolução ADASA nº 15, de 16 de setembro de 2016, que declarou a

situação crítica de escassez hídrica nos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria;

Considerando a Resolução ADASA nº 20, de 7 de novembro de 2016, que declarou o

estado de restrição de uso dos recursos hídricos, estabeleceu o regime de racionamento do

serviço de abastecimento de água nas localidades atendidas pelos reservatórios do

Descoberto e Santa Maria;

Considerando que os volumes de chuvas no reservatório do Descoberto, no período de

setembro a dezembro dos anos de 2015 e 2016 foram, respectivamente, de 368,80mm e

412,40mm, o que significa 42,5% e 35,7%, respectivamente, abaixo da média histórica de

641,40mm;

Considerando que o volume útil de 22,16% apresentado no reservatório do Descoberto no

dia 31 de dezembro de 2016, atingiu o nível de 19,20% no dia 11 de janeiro do corrente ano;

Considerando que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB

iniciou as medidas operacionais de racionamento no mês de janeiro de 2017;

Considerando a Nota Técnica nº 06/2017 – SRH/ ADASA, expedida pela Superintendência

de Recursos Hídricos, que fornece informações a respeito da situação hídrica do Distrito

Federal e demonstra perspectivas para o ano de 2017;

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Considerando as simulações descritas na Nota Técnica nº 06/2017 – SRH/ADASA que

indicam a necessidade de medidas rigorosas para garantir níveis mínimos para manutenção

do abastecimento de água da população do Distrito Federal;

Considerando ainda o teor do Parecer Técnico nº 01/2017 – SUPROD/SSPDF que, ante o

cenário que se apresenta, resta caracterizada a situação de EMERGÊNCIA, razão porque

recomenda a adoção de medidas e ações visando a minimização dos impactos da escassez

de recursos hídricos junto à população do Distrito Federal;

Considerando a Recomendação 16 de 31 de março de 2017, da lavra do Ministério Público

do Distrito Federal e Territórios para o enfrentamento da crise hídrica no Distrito Federal -

Procedimento Administrativo PA nº 08190.046097/16-87;

Considerando que a Lei Orgânica do Distrito Federal estabelece como dever do Governo

Distrital, do cidadão e da sociedade zelar pelo regime jurídico das águas, devendo o Poder

Público disciplinar o uso racional dos recursos hídricos e instituir normas de gerência e

monitoramento dos recursos hídricos no seu território;

Considerando que constitui objetivo permanente da Política de Recursos Hídricos do Distrito

Federal promover a utilização racional da água;

Considerando a Resolução CNRH Nº 181/2016 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos

que aprovou a Prioridade 15 do Plano Nacional de Recursos Hídricos para 2016-2020 para

o desenvolvimento de ações para a promoção do uso sustentável e reúso da água;

Considerando a importância da redução do consumo e do uso racional da água potável pela

Administração Pública como ação exemplar de atuações sobre a situação de emergência

decretada;

Considerando a redução de despesas que o uso racional de água potável produz e a

consequente aplicação destes recursos obtidos para a melhoria dos serviços públicos;

Considerando a importância da visão moderna da Administração Pública na implementação

e disseminação das estratégias de conservação e uso racional da água potável; e

considerando, ainda, a melhoria da qualidade de vida alcançada pelo uso eficiente e

racional da água potável, decreta:

Artigo 1º - Fica instituído, no âmbito dos órgãos da administração pública direta e indireta

das autarquias, das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas

em cujo capital o Distrito Federal tenha participação majoritária, bem como das demais

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entidades por ele direta ou indiretamente controladas, o Programa de Uso Racional da Água

Potável do Distrito Federal a ser denominado de Programa Distrital de Uso Racional da

Água Potável.

Artigo 2º - O Programa instituído pelo artigo anterior tem por finalidade implantar, promover

e articular ações visando a redução e o uso racional da Água Potável.

§ 1º - Os órgãos e entidades referidos no artigo anterior deverão tomar medidas imediatas

para redução de 20% do consumo de água potável de suas instalações, tendo como

referência a média mensal do consumo a ser homologada pelo Conselho de Orientação do

Programa Distrital de Uso Racional da Água Potável, de que trata o artigo 3º deste decreto.

§ 2º - Os órgãos e entidades referidos no artigo anterior deverão elaborar Programa Interno

de Uso Racional da Água Potável abrangendo as recomendações a serem baixadas

mediante resolução do Secretário do Meio Ambiente e de Recursos Hídricos, "ad

referendum" do Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional da Água

Potável;

Artigo 3º - A coordenação do Programa Distrital de Uso Racional da Água Potável caberá

ao Conselho de Orientação, da Secretaria do Meio Ambiente, composto de um

representante de cada um dos seguintes órgãos e entidades:

I - Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal – Brasília

Ambiental;

II - Casa Civil;

III - Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal –

SEPLAG/DF;

IV - Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA;

V - Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB.

§ 1º - O mandato dos membros do Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso

Racional da Água Potável será de 2 (dois) anos, permitida a recondução.

§ 2º - Os membros do Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional da

Água Potável serão designados pelo Governador do Distrito Federal.

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§ 3º - Compete à Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal – CAESB/DF

fornecer periodicamente ao Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional

da Água Potável e publicar mensalmente na rede mundial de computadores, o consumo

individualizado de água pelos órgãos e entidades da administração direta e indireta do

Distrito Federal, com o intuito de permitir o controle pelos órgãos públicos responsáveis e

pela sociedade.

§ 4º - Compete à Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito

Federal – SEPLAG/DF expedir normas complementares visando ao cumprimento deste

Decreto.

§ 5º - Compete à Agência Reguladora de Águas e Saneamento do Distrito Federal – ADASA

fornecer periodicamente ao Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional

da Água Potável as orientações e recomendações técnicas a serem observadas pelos

órgãos e entidades abrangidos pelo referido Programa.

Artigo 4º - O Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional da Água

Potável tem por atribuições:

I - estabelecer metas e diretrizes para o Programa;

II - homologar a média mensal de consumo que será utilizada como referência para o

cálculo do volume de água a ser economizado, conforme estabelecido no § 1º do

artigo 2º deste decreto;

III - orientar e coordenar as ações dos órgãos e entidades abrangidos pelo artigo 1º

deste decreto para o cumprimento das metas do Programa;

IV - coordenar o desenvolvimento do Programa em todas as suas fases;

V - acompanhar o cumprimento das metas de redução e racionalização do uso da

água potável, submetidas pelos órgãos e entidades, sugerindo alterações quando

forem necessárias.

Artigo 5º - Fica criada, em cada Secretaria de Estado e autarquia, uma Comissão Interna de

Uso Racional da Água Potável, que será constituída por, no mínimo, 3 (três) membros.

§ 1º - Caberá ao dirigente do órgão ou entidade designar os membros desta Comissão,

indicando o seu Coordenador.

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§ 2º - As funções dos membros da Comissão serão desenvolvidas sem prejuízo das

atividades próprias de seus cargos ou funções.

§ 3º - As reuniões da Comissão serão secretariadas por um dos seus membros, escolhido

pelo Coordenador.

Artigo 6º - São atribuições da Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável:

I - implantar o Programa Interno de Uso Racional da Água Potável do órgão ou

entidade a que pertence, em consonância com o estabelecido no artigo 2º deste

decreto;

II - identificar o potencial de redução do consumo da água potável resultado da

implementação das recomendações de que trata o § 2º do artigo 2º deste decreto;

III - empreender ações visando conscientizar e envolver todos os servidores quanto

ao Programa Interno de Uso Racional da Água Potável;

IV - manter permanente avaliação do consumo de água potável e dos resultados das

ações empreendidas;

V - realizar a avaliação dos resultados obtidos, propor novas metas e formular

recomendações;

VI - submeter ao Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso Racional da

Água Potável, até o dia 1º de novembro de cada ano, um programa de metas de

racionalização do uso da água para o ano subsequente;

VII - elaborar e submeter ao Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso

Racional da Água Potável um relatório de implantação do Programa Distrital de

Uso Racional da Água Potável, quando solicitado.

Artigo 7º - Os órgãos e entidades abrangidos pelo artigo 1º deste decreto deverão adotar

procedimentos de gerenciamento de água potável para os demais equipamentos, louças e

metais hidráulicos/sanitários não abrangidos pelas recomendações de que trata o § 2º do

artigo 2º deste decreto, nos termos da Lei nº 2.616/2000 e conforme proposta a ser

submetida e aprovada pela Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável.

Parágrafo único - Os procedimentos a serem adotados em cumprimento ao disposto neste

artigo deverão ser notificados ao Conselho de Orientação do Programa Distrital de Uso

Racional da Água Potável, para conhecimento e aprovação.

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Artigo 8º - Na aquisição de novos equipamentos e metais hidráulicos/sanitários o bem a ser

adquirido deverá apresentar o melhor desempenho sob o ponto de vista de eficiência na

conservação e redução do consumo da água potável.

Artigo 9º - Sempre que possível, deverá constar dos editais para contratações de obras e

serviços, tais como, reformas, construções e/ou instalações de novos equipamentos nos

imóveis próprios ou de terceiros, a serem efetuadas pela administração, a obrigatoriedade

do emprego de tecnologia que possibilite a conservação e o uso racional da água potável.

Artigo 10º - É vedada a remuneração, a qualquer título, pela participação no Conselho de

Orientação do Programa Distrital de Uso Racional da Água Potável e na Comissão Interna

de Uso Racional da Água Potável.

Artigo 11º - Os dirigentes das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das

empresas em cujo capital o Distrito Federal tenha participação majoritária, bem como das

demais entidades por ele direta ou indiretamente controladas, deverão adotar as

providências necessárias no sentido de criar Comissão Interna de Uso Racional da Água

Potável, nos termos deste decreto.

Artigo 12º - Os órgãos e entidades abrangidos por este decreto terão prazo de 15 (quinze)

dias contados a partir de sua publicação para remeterem ao Conselho de Orientação do

Programa Distrital de Uso Racional da Água Potável, a ata de instalação dos trabalhos da

Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável, a relação de seus membros e o

respectivo Programa Interno de Uso Racional da Água Potável.

Artigo 13º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, xx de junho de 2017, 129º da República e 58º de Brasília

RODRIGO ROLLEMBERG

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Anexo II - Legislação de outros Estados e Municípios de Programas de Redução de

Consumo de Água

DECRETO Nº 48138/2003 - ESTADO DE SÃO PAULO

INSTITUI MEDIDAS DE REDUÇÃO DE CONSUMO E RACIONALIZAÇÃO DO USO DE

ÁGUA NO ÂMBITO DO ESTADO DE SÃO PAULO

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições

legais,

Considerando que a garantia da saúde e manutenção da qualidade de vida da população

depende da preservação da água enquanto recurso natural, finito e escasso;

Considerando a situação crítica dos recursos hídricos, em decorrência da forte estiagem que

atinge a Região Metropolitana de São Paulo, com índices pluviométricos abaixo das médias

históricas dos últimos 70 (setenta) anos;

Considerando a necessidade de redução do consumo de água, a fim de evitar o

desabastecimento e a utilização, pela população, de fontes alternativas, nem sempre de boa

qualidade; e

Considerando a necessidade de sensibilizar, orientar e reeducar os agentes públicos e

privados, para que utilizem água de modo racional e eficiente, Decreta:

Artigo 1º - Os órgãos da administração pública direta, das autarquias, das fundações

instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas em cujo capital o Estado tenha

participação majoritária, bem como as demais entidades por ele controladas direta ou

indiretamente, deverão implantar, promover e articular ações objetivando a redução e a

utilização racional e eficiente da água, nos termos deste decreto.

§ 1º Da utilização da água nas áreas externas da edificação:

1. Ruas, calçadas, praças, pisos frios e áreas de lazer:

a) Limpeza das ruas e praças só será feita através da varredura e recolhimento

de detritos, sendo expressamente vedada lavagem com água potável, exceto

em casos que se confirme existência de material contagioso ou outros que

tragam dano à saúde;

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b) Permitida lavagem somente com água de reúso ou outras fontes (águas de

chuva, poços cuja água seja certificada de não contaminação por metais

pesados ou agentes bacteriológicos, minas e outros);

c) Limpeza de calçadas, pisos frios e áreas de lazer só será feita através da

varredura e recolhimento de detritos, ou através da utilização de baldes,

panos molhados ou escovão, sendo expressamente vedada lavagem com

água potável, exceto em casos que se confirme material contagioso ou outros

que tragam dano a saúde;

d) Permitida lavagem somente com água de reúso ou outras fontes (águas de

chuva, poços cuja água seja certificada de não contaminação por metais

pesados ou agentes bacteriológicos, minas e outros);

2. Parques, gramado e jardins:

a) não haverá rega nos dias de chuva;

b) em dias sem chuva, a rega só será realizada antes das 9:00 horas ou depois das

17:00 horas, com regador ou mangueira com esguicho disposto de sistema de

fechamento (revolver, bico e outros), inclusive com sistema de sprinkler (sistema de

aspersão);

c) no inverno, a rega será feita a cada 3 (três) dias no período da manhã;

d) quando a rega dos gramados e jardins for realizada com sistema de sprinkler

(aspersão), este deverá ser verificado periodicamente, para verificar atuação

delimitada à área de rega bem como, sem espirrar nas calçadas ou paredes das

edificações;

3. Viaturas: a lavagem não pode ser efetuada em vias e logradouros públicos e

quando realizada internamente, só poderá ser executada com balde ou esguicho

disposto de sistema de fechamento (revolver, bico e outros).

§ 2º Da utilização da água nas áreas internas da edificação: lavagem das caixas d'água e/ou

reservatórios: deverão ser utilizados procedimentos de limpeza e desinfecção com

economia de água, inclusive programando data para que seja consumida a água reservada

na caixa, deixando disponível apenas um palmo de água para iniciar o processo.

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Artigo 2º. Os órgãos constantes do artigo 1º deverão realizar, no prazo de 10 (dez) dias a

contar da publicação deste decreto, pesquisa de vazamentos em todas os seus prédios e

unidades, providenciando imediatamente a substituição e conserto de tubulações, torneiras

e demais equipamentos defeituosos; ou providenciando o fechamento dos registros, no caso

de ausência de recursos para o conserto.

Artigo 3º. Para fins de efetivação das medidas de redução de consumo, fica atribuída à

Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento, a responsabilidade pela

fiscalização dos órgãos referidos no artigo 1º deste decreto.

Artigo 4º - Para realização dos procedimentos de redução de consumo e verificação de

vazamentos, as Secretarias, Autarquias, Empresas, Fundações e demais entidades do

artigo 1º deste decreto designarão responsáveis para atuar como controladores em cada

unidade sob sua subordinação, assim entendido, cada prédio, hospital, cadeia, delegacia,

escola, centro de saúde, penitenciária e outros.

§ 1º - O controlador designado exercerá função de fiscalização das instalações da unidade

onde trabalha e adotará os procedimentos para cumprimento deste decreto.

§ 2º - Periodicamente, os fiscais da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento

comparecerão às unidades para, em conjunto com o controlador local, confirmar a

existência de vazamentos e verificar as medidas adotadas, podendo autuar o órgão,

notificando o titular para cumprimento das presentes normas.

Artigo 5º. Os controladores designados pelos órgãos serão capacitados, para melhor

desenvolverem esta função, por meio de cursos gratuitos de pesquisa de vazamentos e de

uso racional da água, oferecidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São

Paulo - SABESP com o apoio de sua Universidade Empresarial.

Artigo 6º. Todos os órgãos do artigo 1º deste decreto deverão, ainda, utilizar espaços

públicos e áreas de livre circulação pública para distribuição de material e divulgação de

informações destinadas à redução do consumo e uso racional da água.

Artigo 7º. Os empregados e servidores do Governo do Estado de São Paulo deverão

colaborar com as medidas de redução de consumo e uso racional da água, atuando

também como facilitadores das mudanças de comportamento esperadas com estas

medidas.

Artigo 8º. As entidades a que se refere o artigo 1º deste decreto, em especial a Companhia

de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo - CDHU, a Companhia

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Paulista de Obras e Serviços - CPOS e a Fundação para o Desenvolvimento da Educação -

FDE, farão constar dos editais para contratações de obras e serviços, tais como, reformas,

construções em imóveis próprios ou de terceiros, a obrigatoriedade do emprego de

tecnologia que possibilite redução e uso racional da água potável, e da aquisição de novos

equipamentos e metais hidráulicos/sanitários economizadores, os quais deverão apresentar

melhor desempenho sob o ponto de vista de eficiência no consumo da água potável.

Artigo 9º. Este decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 7 de outubro de 2003

Publicado na Casa Civil, aos 7 de outubro de 2003.

DECRETO Nº 45805/2001 - ESTADO DE SÃO PAULO

INSTITUI O PROGRAMA ESTADUAL DE USO RACIONAL DA ÁGUA POTÁVEL E DÁ

PROVIDÊNCIAS CORRELATAS.

GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições

legais,

Considerando a importância da redução do consumo e racionalização do uso da água

potável como elemento essencial do esforço de modernização do Estado desenvolvido pela

atual Administração;

Considerando que constitui objetivo permanente da Política Estadual de Recursos Hídricos

promover o uso racional da água;

Considerando a importância da redução do consumo e do uso racional da água potável pela

Administração Pública como ação exemplar de atuações sobre demanda objetivando a

universalização do atendimento por água potável e, ao gerar menos esgotos, contribuir para

a preservação do recurso natural, finito e escasso, água;

Considerando a redução de despesas que o uso racional de água potável produz e a

consequente aplicação destes recursos obtidos para a melhoria dos serviços públicos;

Considerando a importância da visão moderna da Administração Pública na implementação

e disseminação das estratégias de conservação e uso racional da água potável; e

Considerando, ainda, a melhoria da qualidade de vida alcançada pelo uso eficiente e

racional da água potável, decreta:

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Artigo 1º. Fica instituído, no âmbito dos órgãos da administração pública direta, das

autarquias, das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas em

cujo capital o Estado tenha participação majoritária, bem como das demais entidades por

ele direta ou indiretamente controladas, o Programa Estadual de Uso Racional da Água

Potável.

Artigo 2º. O Programa instituído pelo artigo anterior tempo finalidade implantar, promover e

articular ações visando a redução e o uso racional da água potável.

§ 1º Os órgãos e entidades referidos no artigo anterior deverão tomar medidas imediatas

para redução de 20% do consumo de água potável de suas instalações, tendo como

referência a média mensal do consumo a ser homologada pelo Conselho de Orientação do

Programa Estadual de Uso Racional da Água Potável - CORA, de que trata o artigo 3º deste

decreto.

§ 2º Os órgãos e entidades referidos no artigo anterior deverão elaborar Programa Interno

de Uso Racional da Água Potável abrangendo as recomendações a serem baixadas

mediante resolução do Secretário de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, "ad

referendum" do Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso Racional da Água

Potável - CORA.

Artigo 3º. A coordenação do Programa Estadual de Uso Racional da Água Potável caberá

ao Conselho de Orientação - CORA constituído, junto à Secretaria de Recursos Hídricos,

Saneamento e Obras, por representantes dos seguintes órgãos e entidade:

I - 1 (um) da Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras, que será seu

Presidente;

II - 1 (um) da Secretaria do Governo e Gestão Estratégica;

III - 1 (um) da Secretaria de Economia e Planejamento;

IV - 1 (um) da Secretaria da Fazenda;

V - 1 (um) da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico;

VI - 1 (um) da Secretaria do Meio Ambiente;

VII - 1 (um) da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP.

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§ 1º O mandato dos membros do Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso

Racional da Água Potável - CORA será de 2 (dois) anos, permitida a recondução.

§ 2º Os membros do Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso Racional da

Água Potável - CORA serão designados pelo Governador do Estado.

Artigo 4º. O Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso Racional da Água

Potável - CORA tem por atribuições:

I - estabelecer metas e diretrizes para o Programa;

II - homologar a média mensal de consumo que será utilizada como referência para o

cálculo do volume de água a ser economizado, conforme estabelecido no § 1º do

artigo 2º deste decreto;

III - orientar e coordenar as ações dos órgãos e entidades abrangidos pelo artigo 1º

deste decreto para o cumprimento das metas do Programa;

IV - coordenar o desenvolvimento do Programa em todas as suas fases;

V - acompanhar o cumprimento das metas de redução e racionalização do uso da

água potável, submetidas pelos órgãos e entidades, sugerindo alterações quando

forem necessárias.

Artigo 5º. Fica criada, em cada Secretaria de Estado e autarquia, uma Comissão Interna de

Uso Racional da Água Potável - CIRA, que será constituída por, no mínimo, 3 (três)

membros.

§ 1º Caberá ao dirigente do órgão ou entidade designar os membros da CIRA, indicando o

seu Coordenador.

§ 2º As funções dos membros da CIRA serão desenvolvidas sem prejuízo das atividades

próprias de seus cargos ou funções.

§ 3º As reuniões da CIRA serão secretariadas por um dos seus membros, escolhido pelo

Coordenador.

Artigo 6º. São atribuições da Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável - CIRA:

I - Implantar o Programa Interno de Uso Racional da Água Potável do órgão ou

entidade a que pertence, em consonância com o estabelecido no artigo 2º deste

decreto;

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II - Identificar o potencial de redução do consumo da água potável resultado da

implementação das recomendações de que trata o § 2º do artigo 2º deste decreto;

III - Empreender ações visando conscientizar e envolver todos os servidores quanto

ao Programa Interno de Uso Racional da Água Potável;

IV - Manter permanente avaliação do consumo de água potável e dos resultados das

ações empreendidas;

V - Realizar a avaliação dos resultados obtidos, propor novas metas e formular

recomendações;

VI - Submeter ao Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso Racional da

Água Potável - CORA, até o dia 1º de novembro de cada ano, um programa de

metas de racionalização do uso da água para o ano subsequente;

VII - elaborar e submeter ao Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso

Racional da Água Potável - CORA um relatório de implantação do Programa

Estadual de Uso Racional da Água Potável, quando solicitado.

Artigo 7º. Os órgãos e entidades abrangidos pelo artigo 1º deste decreto deverão adotar

procedimentos de gerenciamento de água potável para os demais equipamentos, louças e

metais hidráulicos/sanitários não abrangidos pelas recomendações de que trata o § 2º do

artigo 2º deste decreto, conforme proposta a ser submetida e aprovada pela Comissão

Interna de Uso Racional da Água Potável - CIRA.

Parágrafo único. Os procedimentos a serem adotados em cumprimento ao disposto neste

artigo deverão ser notificados ao Conselho de Orientação do Programa Estadual de Uso

Racional da Água Potável - CORA, para conhecimento e aprovação.

Artigo 8º. Na aquisição de novos equipamentos e metais hidráulicos/sanitários o bem a ser

adquirido deverá apresentar o melhor desempenho sob o ponto de vista de eficiência na

conservação e redução do consumo da água potável.

Artigo 9º. Sempre que possível, deverá constar dos editais para contratações de obras e

serviços, tais como, reformas, construções e/ou instalações de novos equipamentos nos

imóveis próprios ou de terceiros, a serem efetuadas pela administração, a obrigatoriedade

do emprego de tecnologia que possibilite a conservação e o uso racional da água potável.

Page 114: DIAGNÓSTICO DE VIABILIDADE, METODOLOGIA E PLANO … · de decisão do setor de recursos hídricos e saneamento básico possam adquirir novas ferramentas de consulta para elaborar,

Artigo 10º. Vedada a remuneração, a qualquer título, pela participação no Conselho de

Orientação do Programa Estadual de Uso Racional da Água Potável e na Comissão Interna

de Uso Racional da Água Potável - CIRA.

Artigo 11º. Os dirigentes das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das

empresas em cujo capital o Estado tenha participação majoritária, bem como das demais

entidades por ele direta ou indiretamente controladas, deverão adotar as providências

necessárias no sentido de criar Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável - CIRA,

nos termos deste decreto.

Artigo 12º. Os órgãos e entidades abrangidos por este decreto terão prazo de 15 (quinze)

dias contados a partir de sua publicação para remeterem ao Conselho de Orientação do

Programa Estadual de Uso Racional da Água Potável a ata de instalação dos trabalhos da

Comissão Interna de Uso Racional da Água Potável - CIRA, a relação de seus membros e o

respectivo Programa Interno de Uso Racional da Água Potável.

Artigo 13º. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 15 de maio de 2001

Publicado na Secretaria de Estado do Governo e Gestão Estratégica, aos 15 de maio de

2001.

LEI Nº 2616/2000 - DISTRITO FEDERAL

DISPÕE SOBRE A UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS ECONOMIZADORES DE ÁGUA

NAS INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS DOS EDIFÍCIOS PÚBLICOS E

PRIVADOS DESTINADOS A USO NÃO RESIDENCIAL NO ÂMBITO DO DISTRITO

FEDERAL.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL. FAÇO SABER QUE A CÂMARA

LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL DECRETA E EU SANCIONO A SEGUINTE LEI:

Art. 1°. Torna-se obrigatório o uso de equipamentos economizadores de água nas

instalações hidráulicas e sanitárias dos edifícios públicos e privados destinados a uso não

residencial no âmbito do Distrito Federal.

§ 1° Para efeito do que trata o caput, estão incluídos:

I - Os edifícios públicos federais;

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II - Os edifícios administrados ou de propriedade do Governo do Distrito Federal;

III - Centros comerciais;

IV - Shopping centers;

V - Escolas;

VI - Hospitais;

VII - Indústrias;

VIII - Edifícios de escritórios;

IX - Lojas;

X - Bares;

XI - Restaurantes.

§ 2° Consideram-se equipamentos economizadores os produtos que visem ao uso racional

da água sejam eles dos tipos mono comando, termostato, temporizados ou eletrônicos, e

que sejam, principalmente, componentes de lavatórios, mictórios, bacias sanitárias, demais

itens do sistema de descarga e outros dispositivos como torneiras, chuveiros, misturadores

e arejadores.

§ 3° A instalação dos equipamentos economizadores de água será projetada e executada

de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, os

regulamentos do órgão local responsável pelo abastecimento e as disposições desta Lei.

§ 4° O Poder Executivo determinará a adoção de tecnologia diversa daquelas de que trata

este artigo, desde que o controle de consumo atingido seja igual ou superior ao

proporcionado pelos mecanismos mencionados nos parágrafos anteriores.

Art. 3°. A concessão do "Habite-se" para as novas edificações fica condicionada ao

atendimento das exigências previstas nesta Lei, constatadas mediante a realização de

perícia técnica pelo órgão local responsável pelo abastecimento.

Art. 4°. As edificações já existentes terão prazo de dois anos para promover a instalação

dos respectivos equipamentos economizadores de água.

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Art. 5°. Fica o Poder Executivo obrigado a empreender campanhas educativas destinadas a

estimular o uso racional dos recursos hídricos.

Art. 6°. A Secretaria de Obras do Distrito Federal fixará e aplicará multas, a serem definidas

no decreto regulamentador, aos proprietários das edificações que descumprirem esta Lei.

Art. 7°. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de sessenta dias.

Art. 8°. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 9°. Revogam-se as disposições em contrário.

Publicada no DODF de 13.11.2000

LEI Nº 1085/2002 - MUNICÍPIO DE PALMAS/TO

INSTITUI A CARTILHA DA ECONOMIA DA ÁGUA E DA ENERGIA ELÉTRICA NA REDE

MUNICIPAL DE ENSINO.

A CÂMARA MUNICIPAL DE PALMAS aprova e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º. É instituída a Cartilha da Economia da Água e da Energia Elétrica na rede municipal

de ensino.

§ 1º A Secretaria Municipal da Educação, Cultura e dos Esportes desenvolverá a cartilha

ilustrada com personagens infantis, contendo histórias sobre o desperdício, o preço e a

maneira correta de utilização da água e da energia elétrica, podendo ser confeccionada em

parceria com a iniciativa privada.

§ 2º A cartilha referida no caput deste artigo, será usada nas escolas e terá espaços para

anotações de observações e controles, sendo distribuída periodicamente durante o ano

letivo.

Art. 2º. Esta Lei será regulamentada pelo Poder Executivo Municipal.

Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em

contrário.

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE PALMAS, aos 20 dias do mês de março de 2002, 13º ano

da criação de Palmas.

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LEI N° 14401/2001 - MUNICÍPIO DE VIÇOSA/MG

DISPÕE SOBRE NORMAS DE CONTROLE DE EXCESSO DE CONSUMO DE ÁGUA

DISTRIBUÍDA PARA USO HUMANO.

O Povo do Município de Viçosa, por seus representantes legais, aprovou e eu, em seu

nome, sanciono e promulgo a seguinte Lei:

Art. 1°. Fica o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa, Autarquia Municipal, por

meio de seu setor competente, autorizado a determinar fiscalização em toda a cidade com o

objetivo de constatar a ocorrência de desperdícios de água distribuída, tais como:

I - Lavar calçadas com uso contínuo de água;

II - Molhar ruas continuamente;

III - Lavar veículo em domicílios residenciais.

Art. 2°. Ao verificar o uso, as perdas e os desperdícios de água distribuída pelo SAAE para

consumo humano, o fiscal da Autarquia orientará verbalmente o usuário no sentido de a

prática não se repetir, anotando o dia e o horário da ocorrência.

Art. 3°. Caso o usuário do sistema de abastecimento de água do SAAE não atenda a

orientação prestada, persistindo o desperdício de água no imóvel, a fiscalização do SAAE

notificará por escrito o usuário, que dará recibo na 2ª via da notificação.

Art. 4°. Constatada pela fiscalização a persistência do desperdício, apesar de notificado o

usuário, o SAAE procederá ao corte do fornecimento de água no endereço do usuário por

24 horas (vinte e quatro) horas e aplicará multa de 2 (duas) UFM (Unidade Fiscal do

Município).

Art. 5°. Em caso de reincidência, o SAAE procederá ao corte de água no endereço, e sua

religação se dará 48 (quarenta e oito) horas após a execução do corte, depois do

pagamento, pelo usuário, das despesas com a mão-de-obra utilizada na execução do

serviço.

Art. 6°. Persistindo a reincidência, o corte de água será feito por período duplo de tempo,

em relação ao último corte, e as despesas referidas no artigo anterior serão debitadas ao

usuário.

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Art. 7°. Ao verificar o uso, as perdas e os desperdícios de água distribuída para consumo

humano por outros prestadores de serviço no Município, fica o SAAE autorizado a notificar

os responsáveis pelos respectivos sistemas de abastecimento água, acordando-se entre as

partes um prazo para a solução do problema.

Art. 8°. As providências acima serão sempre tomadas por ocasião da redução da oferta de

água nos mananciais de abastecimento, de tal forma que coloque em risco o suprimento de

água à população do Município.

Parágrafo único Esta situação deverá ser caracterizada pela declaração do Estado de

Alerta por parte do SAAE, autorizado pelo CODEMA, mediante apresentação de

documentação técnica comprobatória, incluindo dados de medição de vazões dos

mananciais de abastecimento de água, dados de vazões captadas nos mananciais por parte

dos responsáveis pela operação de sistemas de abastecimento de água no Município,

dados de volume de água armazenado nos reservatórios de acumulação de água bruta e

dados de consumo de água no Município.

Art. 9°. Compete ao SAAE, antes de tomar as medidas previstas nesta Lei, decretar o

Estado de Alerta, seguido de ampla divulgação à população do Município sobre os

respectivos motivos, por meio da imprensa e de notas nas contas de água expedidas aos

usuários.

Art. 10º. Compete ao SAAE e demais prestadores de serviços de abastecimento de água

para consumo humano manter, de forma sistemática, programas de controle de perdas de

água nos sistemas de produção e distribuição, além de mecanismos de informação e

conscientização da população do Município sobre a situação dos mananciais de

abastecimento e a situação de perdas e desperdícios de água.

Art. 11º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12º. Revogam-se as disposições em contrário.

Viçosa, 13 de junho de 2001

(A presente Lei foi aprovada em reunião da Câmara Municipal, no dia 11.06.2001)

LEI Nº 6339/2003 - MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR

DISPÕE SOBRE A INSTALAÇÃO DE DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS DESTINADOS AO

CONTROLE E À REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

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A CÂMARA MUNICIPAL DE MARINGÁ, ESTADO DO PARANÁ, aprovou e eu, PREFEITO

MUNICIPAL, sanciono a seguinte, LEI:

Art. 1º. É obrigatória, no Município de Maringá, a instalação de dispositivos hidráulicos para

o controle e a redução do consumo de água em todos os empreendimentos imobiliários,

públicos e privados, não residenciais, que venham a ser executados a partir da edição desta

Lei.

Parágrafo único. Os dispositivos hidráulicos consistem em:

a) Torneiras para pias, registros para chuveiros e válvulas para mictórios, acionadas

manualmente e com ciclo de fechamento automático ou acionadas por sensor de

proximidade;

b) Torneiras com acionamento restrito para áreas externas e de serviços;

c) bacias sanitárias com volume de descarga reduzido (VDR).

Art. 2º. As edificações já construídas terão um prazo de 05 (cinco) anos, contados da

publicação, para adequarem suas instalações às exigências desta Lei.

Art. 3º. É obrigatória a apresentação de projeto hidráulico, aprovado pelo órgão competente,

para a emissão do alvará de construção.

Parágrafo único. Os projetos hidráulicos somente serão aprovados pelo órgão competente

se preencherem os requisitos estabelecidos no artigo anterior.

Art. 4º. A Administração Municipal poderá determinar a adoção de outra tecnologia, diversa

da especificada, desde que possibilite o controle e a redução do consumo de água em

proporções iguais ou superiores aos proporcionados pelos mecanismos indicados por esta

Lei.

Art. 5º. A Administração Municipal promoverá ampla campanha de conscientização e

educação da população, visando reduzir o desperdício de água, estabelecendo diretrizes

para tanto.

Art. 6º. O Chefe do Executivo Municipal regulamentará a presente Lei, no prazo de 60

(sessenta) dias, contados da publicação.

Art. 7º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 8º. As disposições em contrário ficam revogadas.

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Paço Municipal, 15 de outubro de 2003.

LEI Nº 6345/2003 - MUNICÍPIO DE MARINGÁ/PR

INSTITUI O PROGRAMA DE REAPROVEITAMENTO DE ÁGUAS DE MARINGÁ.

A CÂMARA MUNICIPAL DE MARINGÁ, ESTADO DO PARANÁ, aprovou e eu, PREFEITO

MUNICIPAL, sanciono a seguinte, LEI:

Art. 1º. Fica instituído o Programa de Reaproveitamento de Águas de Maringá, com a

finalidade de diminuir a demanda de água no Município e aumentar a capacidade de

atendimento da população.

Art. 2º. Através do programa previsto no artigo anterior, os munícipes serão incentivados a

instalar reservatórios para a contenção de águas servidas na base de chuveiros, banheiras,

lavatórios e em outros locais julgados convenientes, bem como para o recolhimento de

águas das chuvas, e também dispositivos para a utilização dessas águas na descarga de

vasos sanitários e mictórios e lavagem de pisos, terraços e outros procedimentos similares.

Art. 3º. O munícipe interessado em participar do programa deverá, quando da elaboração

de projeto de construção ou reforma residencial ou comercial, solicitar especificações

técnicas referentes à instalação dos coletores de água.

Art. 4º. A Administração Municipal, através dos órgãos competentes, cadastrará as

residências e estabelecimentos comerciais que aderirem ao programa, para fins de estudo

relativos à concessão de incentivos.

Art. 5º. A residência ou o estabelecimento cadastrado receberá a visita de técnico da

Municipalidade, quando da vistoria realizada após a conclusão das obras, o qual dará

parecer quanto à exatidão da execução do projeto de instalação de coletores de água.

Art. 6º. Órgãos do Governo do Estado, além da Companhia de Saneamento do Paraná -

SANEPAR -, serão convidados a emitir parecer sobre os projetos, objetivando sua

viabilização de acordo com as normas legais vigentes.

Art. 7º. A regulamentação do programa objeto desta Lei deverá contar com parecer de

técnicos envolvidos com a construção civil e que estejam vinculados a atividades de

preservação e conservação do meio ambiente.

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Art. 8º. O Chefe do Executivo Municipal fica autorizado a celebrar os convênios que se

fizerem necessários à execução desta Lei.

Art. 9º. O Chefe do Executivo Municipal regulamentará a presente Lei, no prazo de 60

(sessenta) dias, contados da publicação.

Art. 10º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

PAÇO MUNICIPAL, 15 de outubro de 2003.

DECRETO Nº 3779-R DE 04/02/2015

Publicado no DOE em 5 fev 2015

Dispõe sobre diretrizes para redução do consumo e uso racional da água pelos órgãos e

entidades do Poder Executivo do Estado do Espírito Santo.

O Governador do Estado do Espírito Santo, no uso da atribuição que lhe confere o Art. 91, I

e V, alínea a da Constituição Estadual, bem como consta do processo nº 69288658/15, e,

Considerando o cenário de escassez hídrica em rios e reservatórios de água do Estado do

Espírito Santo e a estiagem prolongada que gera impacto na segurança do abastecimento

de água para a população;

Considerando a necessidade de adoção de medidas imediatas, de médio e de longo prazo,

para minimizar os riscos de impactos severos decorrentes da falta de água;

Considerando a importância de conscientização e implementação de ações para o uso da

água de forma racional, com consumo eficiente, econômico e sustentável nos imóveis

públicos do Estado do Espírito Santo, Decreta:

CAPÍTULO I - DOS ASPECTOS GERAIS

Art. 1º. Fica instituído, no âmbito do Poder Executivo Estadual, o Programa Estadual de

Redução de Consumo da Água.

Parágrafo único. O presente Decreto tem como objetivo a implantação, promoção e

articulação de ações que visem à utilização racional e eficiente da água nas dependências

dos órgãos públicos estaduais.

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Art. 2º. O Programa Estadual de Redução de Consumo da Água será obrigatório para todos

os órgãos da Administração Direta, entidades da Administração Indireta e Fundações

Públicas.

CAPÍTULO II - DO COMITÊ DE EFICIÊNCIA E USO RACIONAL DA ÁGUA

Art. 3º. Fica instituído o Comitê de Eficiência e Uso Racional da Água, no âmbito do Poder

Executivo Estadual.

Parágrafo único. O comitê terá como atribuições o debate de medidas que contribuam para

a redução e racionalização do consumo de água, bem como:

I - Definir diretrizes e metas de consumo eficiente;

II - Acompanhar as metas estabelecidas na forma do inciso anterior;

III - Assessorar os Órgãos e Entidades da Administração Pública Estadual quanto à

adoção de medidas de uso racional da água;

IV - Analisar os casos de excepcionalidades de consumo.

Art. 4º. Fica estabelecida a meta imediata de redução mínima de consumo nos imóveis

públicos estaduais em 20% em relação à média do consumo do ano de 2014, para todos os

prédios públicos.

§ 1º A meta de redução estabelecida no caput deverá ser apurada a partir da emissão da

segunda fatura a contar da data de publicação deste decreto.

§ 2º A medição do consumo dar-se-á de forma mensal, por meio da leitura apurada nos

hidrômetros executada pela concessionária pública de saneamento.

§ 3º Excetuam-se das metas estabelecidas no caput as unidades de saúde e

estabelecimentos prisionais, que deverão, quando aplicável, adotar as ações elencadas nos

capítulos III e IV e suas metas de consumo serão definidas pelo Comitê, em conjunto com

os Órgãos competentes.

Art. 5º. Fica estabelecido que, após noventa dias da publicação deste decreto, o Comitê

avaliará o consumo per capta de cada unidade, podendo estabelecer metas mais restritivas,

com objetivo de alcançar diretrizes de consumo eficiente em função da atividade

desenvolvida e dimensão do órgão.

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Art. 6º. O Comitê será instituído por meio de Portaria da SEGER, com a designação de

representantes dos seguintes órgãos:

I - Agência Estadual de Recursos Hídricos – AGERH

II - Agência Reguladora de Saneamento Básico e Infraestrutura - ARSI;

III - Companhia Espírito-Santense de Saneamento - CESAN;

IV - Instituto de Obras Públicas do Estado do Espírito Santo - IOPES;

V - Secretaria de Estado de Educação - SEDU;

VI - Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos - SEGER;

VII - Secretaria de Estado da Justiça - SEJUS;

VIII - Secretaria de Estado da Saúde - SESA.

CAPÍTULO III - DAS AÇÕES IMEDIATAS

Art. 7º. A limpeza dos bens móveis e imóveis estaduais atenderá aos seguintes parâmetros:

I - Pisos, paredes, cimentados, pátios e calçadas, exclusivamente com vassoura,

vedado o uso da água para substituir a varrição, exceto:

a) utilização de água de reúso;

b) manuseio de panos molhados ou escovão;

c) uso de balde ou água corrente, nos casos em que é necessária a limpeza de

material infectocontagioso ou potencialmente nocivo à saúde.

II - Vidros, vidraças, basculantes, paredes, cerâmicas, azulejos e afins,

exclusivamente com pano úmido, bucha e esponja, vedado o uso de mangueira,

esguichos e outros sistemas análogos;

III - Escadas, escadarias e tapeçarias, exclusivamente com vassouras e pano úmido;

IV - Lataria de automóveis oficiais e viaturas policiais à disposição do Estado do

Espírito Santo, exclusivamente com pano úmido ou, se estritamente necessário,

balde.

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Art. 8º. Fica vedada a utilização de técnicas de resfriamento de telhados e umectação de

vias públicas ou outras fontes de emissão de poeira, exceto quando a fonte for de reúso de

água.

Art. 9º. Os órgãos públicos poderão aplicar outras técnicas de uso racional da água e reúso

para atender as metas determinadas no art. 4º, atentos às questões de higiene e saúde

pública.

CAPÍTULO IV - DAS AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZO

Art. 10º. Os órgãos públicos realizarão as alterações possíveis e necessárias, a partir da

data de publicação deste Decreto, para adotar dispositivos hidráulicos com especificações

de eficiência, de controle e redução do consumo da água.

Parágrafo único. São dispositivos hidráulicos adequados aos termos propostos neste

Decreto:

I - Torneiras para pias, registros para chuveiros e válvulas para mictórios com

acionamento manual e ciclo curto de fechamento automático, ou acionadas por

sensor de proximidade;

II - Torneiras com acionamento restrito para áreas externas e de serviços;

III - Bacias sanitárias com volume de descarga reduzido (VDR).

Art. 11º. Recomenda-se como prioridade, no âmbito imobiliário estadual, a instalação de

sistemas hidráulicos que permitam o reaproveitamento proveniente da água de chuveiros,

banheiros, tanques e máquinas de lavar, bem como sistema de captação de água da chuva

para uso não potável, como descargas sanitárias, lavagem de calçadas e áreas externas.

Art. 12º. Os órgãos da Administração Pública Estadual farão constar dos editais para

contratações de obras e serviços a obrigatoriedade do emprego de tecnologia que

possibilite a redução e uso racional da água potável.

Parágrafo único. Incluem-se nas contratações dispostas no caput deste artigo reformas e

construções em imóveis próprios ou de terceiros, por meio de empreitadas, parcerias

público-privadas, entre outras formas de contratação adotadas.

Art. 13º Também será observada a obrigatoriedade de tecnologia de redução de consumo

nos editais destinados à aquisição de novos equipamentos e materiais hidráulicos e

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sanitários economizadores, que deverão apresentar bom desempenho e eficiência no

consumo da água potável, de acordo com as normas técnicas pertinentes.

CAPÍTULO V - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 14º. Os colaboradores, empregados e servidores públicos estaduais deverão contribuir

com as medidas de redução de consumo e uso racional da água nas respectivas unidades

administrativas.

Art. 15º. Cabe aos Grupos Administrativos dos órgãos públicos estaduais, ou aos seus

equivalentes, sob supervisão do dirigente do Órgão:

I - Realizar diagnóstico situacional das instalações hidráulicas, para identificar

eventuais vazamentos, gotejamentos e outras formas de desperdício de água, no

prazo de até 10 (dez) dias, sem prejuízo de adoção de medidas de caráter

emergencial;

II - Elaborar e executar plano de ação dos reparos hidráulicos necessários;

III - Orientar as empresas prestadoras de serviço que se utilizem de recursos hídricos,

nos termos estabelecidos por este Decreto.

Art. 16º. Recomenda-se que as Prefeituras Municipais de todo o Estado do Espírito Santo

adotem postura semelhante no sentido de reduzir o consumo de água dos prédios públicos.

Art. 17º. Casos omissos serão resolvidos pelo Comitê de Eficiência e Uso Racional da

Água.

Art. 18º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Anchieta, em Vitória, aos 04 dias de fevereiro de 2015, 194º da Independência, 127º

da República e 481º do Início da Colonização do Solo Espírito-santense.

PAULO CESAR HARTUNG GOMES

Governador do Estado.

LEI 10785/03 | LEI Nº 10785 DE 18 DE SETEMBRO DE 2003

A CÂMARA MUNICIPAL DE CURITIBA, CAPITAL DO ESTADO DO PARANÁ, aprovou e

eu , Prefeito Municipal, sanciono a seguinte lei:

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Art. 1º. O Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações - PURAE,

tem como objetivo instituir medidas que induzam à conservação , uso racional e utilização

de fontes alternativas para captação de água nas novas edificações, bem como a

conscientização dos usuários sobre a importância da conservação da água.

Art. 2º. Para os efeitos desta lei e sua adequada aplicação, são adotadas as seguintes

definições:

I - Conservação e Uso Racional da Água - conjunto de ações que propiciam a

economia de água e o combate ao desperdício quantitativo nas edificações;

II - Desperdício Quantitativo de Água - volume de água potável desperdiçado pelo

uso abusivo;

III - Utilização de Fontes Alternativas - conjunto de ações que possibilitam o uso de

outras fontes para captação de água que não o Sistema Público de

Abastecimento.

IV - Águas Servidas - águas utilizadas no tanque ou máquina de lavar e no chuveiro

ou banheira.

Art. 3º. As disposições desta lei serão observadas na elaboração e aprovação dos

projetos de construção de novas edificações destinadas aos usos a que se refere a Lei

nº 9.800/2000, inclusive quando se tratar de habitações de interesse social, definidas pela

Lei 9802/2000.

Art. 4º. Os sistemas hidráulico-sanitários das novas edificações, serão projetados visando

o conforto e segurança dos usuários, bem como a sustentabilidade dos recursos hídricos.

Art. 5º. Nas ações de Conservação, Uso Racional e de Conservação da Água nas

Edificações, serão utilizados aparelhos e dispositivos economizadores de água, tais como:

a) Bacias sanitárias de volume reduzido de descarga;

b) Chuveiros e lavatórios de volumes fixos de descarga;

c) Torneiras dotadas de arejadores.

Parágrafo Único - Nas edificações em condomínio, além dos dispositivos previstos nas

alíneas a, b e c deste artigo, serão também instalados hidrômetros para medição

individualizada do volume de água gasto por unidade.

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Art. 6º. As ações de Utilização de Fontes Alternativas compreendem:

I - A captação, armazenamento e utilização de água proveniente das chuvas e,

II - A captação e armazenamento e utilização de águas servidas.

Art. 7º. A água das chuvas será captada na cobertura das edificações e encaminhada a

uma cisterna ou tanque, para ser utilizada em atividades que não requeiram o uso de água

tratada, proveniente da Rede Pública de Abastecimento, tais como:

a) Rega de jardins e hortas,

b) Lavagem de roupa;

c) Lavagem de veículos;

d) Lavagem de vidros, calçadas e pisos.

Art. 8º. As Águas Servidas serão direcionadas, através de encanamento próprio, a

reservatório destinado a abastecer as descargas dos vasos sanitários e, apenas após tal

utilização, será descarregada na rede pública de esgotos.

Art. 9º. O combate ao Desperdício Quantitativo de Água compreende ações voltadas à

conscientização da população através de campanhas educativas, abordagem do tema nas

aulas ministradas nas escolas integrantes da Rede Pública Municipal e palestras, entre

outras, versando sobre o uso abusivo da água, métodos de conservação e uso racional da

mesma.

Art. 10. O não cumprimento das disposições da presente lei implica na negativa de

concessão do alvará de construção, para as nova edificações.

Art. 11. O Poder Executivo regulamentará a presente lei, estabelecendo os requisitos

necessários à elaboração e aprovação dos projetos de construção, instalação e

dimensionamento dos aparelhos e dispositivos destinados à conservação e uso racional

da água a que a mesma se refere.

Art. 12º. Esta lei entra em vigor em 180 (cento e oitenta dias) contados da sua publicação.

PALÁCIO 29 DE MARÇO, em 18 de setembro de 2003.

CASSIO TANIGUCHI

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Prefeito Municipal

TORNA OBRIGATÓRIO, NOS CASOS PREVISTOS, A ADOÇÃO DE RESERVATÓRIOS

QUE PERMITAM O RETARDO DO ESCOAMENTO DAS ÁGUAS PLUVIAIS PARA A

REDE DE DRENAGEM.

O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, tendo

em vista o processo 02/003.004/2003, e CONSIDERANDO a necessidade de ajudar a

prevenir inundações através da retenção temporária de águas pluviais em reservatórios

especialmente criados com essa finalidade;

CONSIDERANDO as possibilidades de reaproveitamento de águas pluviais para usos não

potáveis com lavagem de veículos e partes comuns, jardinagem e outras; DECRETA:

Art. 1º. Fica obrigatória, nos empreendimentos que tenham área impermeabilizada

superior a quinhentos metros quadrados, a construção de reservatórios que retardem o

escoamentos das águas pluviais para a rede de drenagem. )

Art. 2º. A capacidade do reservatório deverá ser calculada com base na seguinte

equação:

V = k x Ai x h,

V = volume do reservatório em m³;

k = coeficiente de abatimento, correspondente a 0,15;

Ai = área impermeabilizada (m²);

h = altura de chuva (metro), correspondente a 0,06 m nas Áreas de Planejamento 1, 2 e 4

e a 0,07 m nas Áreas de Planejamento 3 e 5.

§ 1º Os reservatórios deverão atender as normas sanitárias vigentes e a regulamentação

técnica específica do órgão municipal responsável pelo sistema de drenagem, podendo

ser abertos ou fechados, com ou sem revestimento, dependendo da altura do lençol

freático no local.

§ 2º Deverá ser instalado um sistema que conduza toda água captada por telhados,

coberturas, terraços e pavimentos descobertos ao reservatório.

§ 3º A água contida pelo reservatório deverá, salvo nos casos indicados pelo órgão

municipal responsável pelo sistema de drenagem, infiltrar-se no solo, podendo ser

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despejada, por gravidade ou através de bombas, na rede pública de drenagem, após uma

hora de chuva ou ser conduzida para outro reservatório para ser utilizada para finalidades

não potáveis, atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas específicas

estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela Vigilância Sanitária.

§ 4º A localização do reservatório, apresentado o cálculo do seu volume deverá estar

indicada nos projetos a sua implantação será condição para a emissão do "habite-se".

§ 5º No caso de opção por conduzir as águas pluviais para outro reservatório objetivando

o reúso da água para finalidades não potáveis, deverá ser indicada a localização desse

reservatório e apresentado o cálculo do seu volume.

Art. 3º. No caso de novas edificações residenciais multifamiliares, industriais, comerciais

ou mistas que apresentem área do pavimento de telhado superior a quinhentos metros

quadrados e, no caso de residenciais multifamiliares, cinquenta ou mais unidades será

obrigatória a existência do reservatório objetivando o reúso da água pluvial para

finalidades não potáveis e, pelo menos, um ponto de água destinado a esses reúso sendo

a capacidade mínima do reservatório de reúso calculada somente em relação às águas

captadas do telhado. )

Art. 4º. Sempre que houver reúso das águas pluviais para finalidades não potáveis,

inclusive quando destinado à lavagem de veículos ou de áreas externas, deverão ser

atendidas as normas sanitárias vigentes e as condições técnicas específicas estabelecidas

pelo órgão municipal responsável pela Vigilância Sanitária visando:

I - Evitar o consumo indevido, definindo sinalização de alerta padronizada a ser colocada em

local visível junto ao ponto de água não potável e determinando os tipos de utilização

admitidos para a água não potável;

II - Garantir padrões de qualidade da água apropriados ao tipo de utilização previsto,

definindo os dispositivos, processos a tratamentos necessários para a manutenção desta

qualidade;

III - Impedir a contaminação do sistema predial destinado a água potável proveniente da rede

pública, sendo terminantemente vedada qualquer comunicação entre este sistema e o

sistema predial destinado a água não potável.

Art. 5º. Os locais descobertos para estacionamento ou guarda de veículos para fins

comerciais deverão ter trinta por cento de sua área com piso drenante ou com área

naturalmente permeável.

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Art. 6º. Nas reformas, o reservatório será exigido quando a área acrescida - ou, no caso

de reformas sucessivas, a somatória das áreas acrescidas após a data de publicação

deste decreto for igual ou superior a cem metros quadrados e a somatória da área

impermeabilizada existente e a construir resultar em área superior a quinhentos metros

quadrados, sendo o reservatório calculado em relação à área impermeabilizada acrescida.

Art. 7º. Nos casos enquadrados neste decreto, por ocasião do pedido de "habite-se" ou da

aceitação de obras, deverá ser apresentada declaração assinada pelo profissional

responsável pela execução da obra e pelo proprietário, de que a edificação atende a este

decreto, com descrição sucinta do sistema instalado e, ainda, de que os reservatórios e as

instalações prediais destinadas ao reúso da água para finalidades não potáveis, quando

previsto, estão atendendo às normas sanitárias vigentes e às condições técnicas

específicas estabelecidas pelo órgão municipal responsável pela Vigilância Sanitária, bem

como à regulamentação técnica específica do órgão municipal responsável pelo sistema

de drenagem.

Art. 8º. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2004 - 439º de Fundação da Cidade

CESAR MAIA

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Anexo III - Relatório de Reuniões Realizadas na Sede da ADASA.

Contratante: Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura -

UNESCO

Contrato: SA-218/2017

Coordenação: Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do

Distrito Federal – ADASA

Contratada: Consultora Sonia Maria Nogueira e Silva

Relatório de Reuniões Realizadas na Sede da ADASA.

1º Evento: 29/09/2016:

Na data de 29 de setembro de 2016 foi realizado um primeiro encontro com técnicos da

Adasa para fazer uma breve apresentação sobre o Programa do Uso Racional da Água em

São Paulo, que contribuiu para minimizar uma das maiores crises hídricas que a região

Metropolitana de São Paulo sofreu entre 2014 e 2015, considerando o fato de que o Distrito

Federal estava passando por situação semelhante.

O interesse maior da Agência foi saber com maiores detalhes, como foi implantado o

programa nos prédios públicos em São Paulo, como foi resolvido institucionalmente e como

foram realizadas as articulações governamentais com as secretarias para assumir o

programa e quais as medidas, ações e resultados obtidos com a implantação do mesmo.

2º Evento: 22/02/2017

Nesta data a consultora entregou pessoalmente o relatório preliminar referente ao produto 1,

com a finalidade de propor aos técnicos da Adasa uma avaliação inicial do conteúdo e da

formatação do mesmo com relação a sequência dos capítulos do termo de referência –

TOR/Contrato.

Oportunamente foi entregue pela consultora os tipos de manuais por modalidade que a

Sabesp utiliza nas Campanhas educativa e ambiental para capacitação dos representantes

dos órgãos públicos onde são implantados o Programa de Uso Racional da Água - PURA,

em São Paulo.

Nesta vista, a consultora fez uma rápida e simples inspeção técnica nas instalações dos

pontos de consumo de água nos banheiros e copas do prédio da Adasa atestando que

alguns componentes poupadores não eram do tipo “econômico”.

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Na sequência, a representante da Adasa, juntamente com a consultora, se dirigiram ao

Prédio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF-CODHAB, que consultava a

Adasa para indicar medidas de redução de consumo, já que os mesmo estavam fazendo

levantamento para realização da reforma das instalações hidráulicas prediais daquele

órgão, com a pretensão de realizar licitação para contratação de empresas prestadora de

serviço predais.

Oportunamente por meio da Consultora, a Adasa manifestou a intenção de colaborar com o

responsável do órgão público, fornecendo as especificações técnicas para aquisição de

equipamentos economizadores, como também os modelos e tipos disponíveis no mercado

dos fabricantes de louças e metais sanitários, que podem ser instalados de acordo com os

pontos de uso da água dos ambientes.

Na ocasião, foi sugerido por esta consultora ao Coordenador da Adasa, iniciar os “cases”

nos prédios da Agência Reguladora e concomitantemente foi escolhido por estar localizado

no mesmo endereço, o Departamento de Transporte do DF-DFtrans, e posteriormente, foi

sugerida a Companhia de Planejamento do DF-Codeplan.

A primeira medida proposta por esta consultora foi instalar por um período em caráter

experimental, o sistema de monitoramento dos consumos online – telemedição do tipo M-

Bus nos três órgãos, que permite realizar a leitura do consumo de água em tempo real por

via celular e que poderá se estender por um ano. Após um período de observação do

comportamento do perfil de consumo dos funcionários, será realizado trocas dos

equipamentos hidráulicos existente pelos os economizadores sem ônus para o cliente,

desde que não haja nenhum empecilho administrativo. Para acompanhamento do sistema

foram indicados responsáveis da Adasa, do DFtrans e da Codeplan que receberam

orientações dos técnicos da empresa responsável pelo sistema.

O sistema de monitoramento online está ativo nos 3 órgãos desde de março de 2017.

3º Evento: 19/04/2017

Foi programado pela Coordenação do Projeto, que na data de 19 de abril seria realizado o

primeiro curso de capacitação da equipe de técnicos da Adasa envolvidos no processo,

além destes foram convidados representantes e dirigentes de outros órgãos públicos de

várias secretarias do Governo do Distrito Federal, inclusive da Caesb. Na ocasião foi

entregue ao Coordenador, um volume contendo todos os tipos de equipamentos

economizadores de tecnologia de ponta com as características técnicas.

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Posteriormente, visitamos a Codeplan para confirmação do levantamento realizado

anteriormente pelos técnicos da empresa responsável do Sistema M – Bus, que em visita

diagnosticaram que as tubulações eram muito antigas, de material galvanizado

apresentando sinais de ferrugem, como também variação de pressão, limitando a vazão do

equipamento hidráulico.

Constatadas as informações e adquiridos mais dados consistentes com os responsáveis

pela manutenção do sistema predial, esta consultoria avaliou que há necessidade de uma

grande reforma e no momento, os efeitos positivos de implantar medidas para redução do

consumo não traria bons resultados para este case; permanecendo instalado somente o

sistema M-BUS anteriormente mencionado, em caráter experimental. Sendo assim, foi

proposta alternativa de transferir a doação dos equipamentos poupadores para o imóvel da

Secretaria de Educação localizado em Planaltina - Escola de Vivência Infantil.

Esta escola será assunto de apresentação como uma case de escola sustentável no Fórum

Mundial da Água que acontecerá em Brasília no ano de 2018 na Semana Mundial da Água.

RELATÓRIO DOS CASES

Introdução

Ao longo dos anos, vários estudos permitiram o desenvolvimento de equipamentos e

sistemas que visam identificar e corrigir várias ocorrências do tipo fraudes nas ligações de

água, hidrômetros desgastados medindo volumes inferiores ao real fornecido, implicando no

dimensionamento inadequado do medidor e potencializando as perdas pela submedição.

Contudo, sem o controle de todo o sistema, as deficiências tendem a permanecer.

Com o auxílio de novos equipamentos e a oferta de novas tecnologias que possibilitam o

controle remoto e automatizado dos volumes registrados no parque de hidrômetros

(micromedição e macromedição), tem-se uma possível mitigação das perdas.

Nas ações de ordem comercial, a telemetria utilizando tecnologia de comunicação de dados

tem sido testada com o foco no monitoramento de grandes unidades consumidoras, em

clientes especiais e na leitura em locais de difícil acesso e/ou de risco, assim como em

outras funcionalidades que buscam a proteção do faturamento das empresas

concessionárias de água, diminuição nas contas do cliente.

Vale a pena ressaltar a importância da ADASA possuir sua própria plataforma de

gerenciamento e comunicação de dados, gerando a garantia e confiabilidade da gestão de

dados.

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Estudos inicias do comportamento de consumo dos locais propostos, como Estudo de Caso:

Na análise dos consumos e vazões da ADASA, não foram constatados vazamentos.

Análise das informações de Telemetria – ADASA

Localização:

Monitoramento – Sinótico on-line

Monitoramento – Acompanhamento dos Consumos

Consumo Mensal

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Consumo Diário – Mês de Abril

Consumo Horário – 03/04/2017

Análise dos Consumos

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Importante salientar que o Distrito Federal passa por uma grave crise hídrica. O que fez a

Concessionária de Abastecimento adotar o sistema de rodízio para poder ofertar e controlar

o consumo de água.

Analise do comportamento de consumo da ADASA:

Março/2017: Realizada a instalação de hidrômetro equipado com saída para telemetria

Mbus e equipamento de Telemetria;

Abril/2017: Consumo de 191,49 m³;

Maio/2017: Consumo de 170,25 m³;

(-11,09% relativo a abril/2017)

Junho/2017: Consumo de 130,60 m³;

(-23,29% relativo a maio de 2017 e -31,80% relativo a abril/2017)

Análise das Vazões

Abril/2017 – não constatado vazamentos

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Maio/2017– não constatado vazamentos

Junho/2017– não constatado vazamentos

Consumo da ADASA

Para calcular o perfil de consumo a Adasa, a mesma forneceu os seguintes dados: 240

funcionários e dois (2) período de expedientes, além dos valores dos consumos mensais

referente ao ano de 2017 emitidos pelas contas da Caesb. Considerando o consumo médio

mensal dos 6 meses de 171,33 litros resulta num per capita de 23,79 L/servidor/ dia.

Com um ano atípico com rodízio de dois dias sem água, ou seja, com a interrupção do

fornecimento constante a identificação correta de vazamentos e/ou excesso de consumo

fica comprometida.

No entanto, pode-se comparar estando nas mesmas condições atípicas os resultados das

intervenções com substituição de torneiras com arejador ultra econômico- tipo spray e

adaptação das torneiras existentes, seguido de realização de campanhas com palestras

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educativas para os servidores, como também confecção e distribuição de cartazes nos

pontos de uso da água.

Tabela de consumo das contas- Caesb

Mês/Ano Consumo m³

Novembro/16 370

Dezembro/16 185

Janeiro/17 222

Fevereiro/17 144

Março/17 125

Abril/17 210

Maio/17 180

Junho/17 147

Total média dos 6 meses (2017) 171,33 Obs:os valores de consumo de 2016 não foram computados no cálculo do per capita.

Dados do DF Trans:

Gráfico do DFTRANS

Vazamento projetado de 300 m³/mês

Avaliando a perda de água de 300 m³/mês e transformando em L/dia, o resultado será:

300x1000 Litros dividido por 30 dias, igual a 10.000 L/dia. Considerando um indicador de

consumo de 50L/funcionário /dia, parâmetro indicado em bibliografia, com esta água perdida

daria para abastecer diariamente 200 funcionários.

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Segundo informação do DFTrans, são 473 funcionários dos quais 20 trabalham em 2 turnos

interruptos das 7 hs da manhã até as 19 hrs e das 19 hrs até 7 do dia seguinte. O

expediente é interrupto.

Gráfico de consumo do DFTrans

Consumos:

Abril 2017: 398,63 m³/mês

Maio 2017: 713,72 m³/mês

Junho 2017: 608,94 m³/mês

Somando os valores de consumo dos três (3) meses, obtidos do sistema online totalizam em

1.721,29m³, onde a média mensal dos 3 meses resulta em 573,76m³ e o per capita será de

40,43 L/funcionário /dia .

Dados do Codeplan:

Gráficos CODEPLAN

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Gráfico do consumo do Codeplan

Consumos:

Abril 2017: 233,60 m³/mês

Maio 2017: 279,47 m³/mês

Junho 2017: 240,78 m³/mês

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A avaliação do consumo fica totalmente comprometida por conta do rodizio de 2 dias sem

água e com a interrupção do fornecimento constante e a identificação correta de

vazamentos diariamente, além do diagnóstico das estruturas hidráulicas comprometidas

por ser de material galvanizado, apresentar incrustações e problemas com pressão

interferindo nas vazões.

Posteriormente a execução da reforma de todo o sistema hidráulico predial e instalação dos

equipamentos poupadores, o consumo passará a ser de normalidade, ou seja, para avaliar

o perfil de consumo deste órgão deve ser observado por ao menos 3 meses, a partir deste

período verificar a possibilidade de adotar inovações e ações para reduzir o consumo, tais

como medidas educativas, distribuição de cartazes nos pontos de consumo, manutenção,

ações preventivas e corretivas e reaproveitamento de água para usos menos nobres.

Posteriormente será apresentado um relatório síntese, com os resultados finais dos estudos

de caso em andamento após algumas intervenções tecnológicas.

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Anexo IV – Resumo Geral do Orçamento

RESUMO GERAL DO ORÇAMENTO

PLANILHA DE ORÇAMENTO

Descrição Unid. Quant. P. Unit. Total

CANTEIRO DE SERVIÇOS

CANTEIRO DE SERVIÇOS UN 1,00 4.629,49 R$ 4.629,49

ALUGUEL DE VEÍCULO LEVE COM POTÊNCIA ATÉ 80 CV. MES 1,00 1.268,50 R$ 1.268,50

TRANSPORTE COM VEÍCULO LEVE COM POTÊNCIA DE 81 CV A 115 CV

KM 3.000,00 0,55 R$ 1.650,00

Total do Grupo R$ 7.547,99

SERVIÇOS TÉCNICOS GERAIS

PESQUISA DE VAZAMENTO NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DO RESERVATÓRIO AOS PONTOS DE CONSUMO

UN 1,00 366,84 R$ 366,84

PESQUISA DE VAZAMENTOS NO RAMAL DE ALIMENTAÇÃO DE RESERVATORIOS E DERIVAÇÕES COM APARELHOS ELETRÔNICOS

UN 1,00 589,06 R$ 589,06

TESTE DE ESTANQUEIDADE EM RESERVATÓRIOS ATÉ 5000 LITROS

UN 1,00 172,54 R$ 172,54

TESTE DE ESTANQUEIDADE EM RESERVATÓRIOS ACIMA DE 5000 LITROS

UN 1,00 226,57 R$ 226,57

Total do Grupo R$ 1.355,01

CORREÇÃO DE VAZAMENTO EM REDE

REPARO DE RAMAL DE ALIMENTAÇÃO PVC COM REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO DO PASSEIO

UN 1,00 736,88 R$ 736,88

REPARO DE RAMAL DE ALIMENTAÇÃO PVC SEM REPOSIÇÃO DE PAVIMENTO

UN 2,00 558,71 R$ 1.117,42

REPARO DE REDE ÁGUA FF (DIAM. 75 A 150 MM) C/REPOS. PAVIMENTO DO LEITO

UN 1,00 992,03 R$ 992,03

Total do Grupo R$ 2.846,33

CORREÇÃO DE VAZAMENTO EM RESERVATÓRIO

TROCA DE TORNEIRA DE BOIA DE 1.1/2 A 2" UN 1,00 291,03 R$ 291,03

ADIÇÃO OU TROCA DE REGISTRO DE GAVETA DN 3/4 UN 1,00 82,15 R$ 82,15

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ADIÇÃO OU TROCA DE REGISTRO DE GAVETA DN 1" UN 1,00 88,68 R$ 88,68

ADIÇÃO OU TROCA DE REGISTRO DE GAVETA DN 1.1/2" UN 1,00 135,72 R$ 135,72

Total do Grupo R$ 597,58

Descrição Unid. Quant.

ADEQUAÇÃO PREDIAL

TROCA DE REGISTRO DE MICTORIO POR VALVULA DE FECHAMENTO AUTOMATICO PARA MICTORIO AV

UN 6,00 493,52 R$ 2.961,12

TROCA DE TORNEIRA DE COZINHA (MESA) POR TORNEIRA BICA MÓVEL E ALTA (MESA) COM AREJADOR DE 6 LITROS/MIN

UN 8,00 254,80 R$ 2.038,40

TROCA DE TORNEIRA DE LAVATÓRIO (MESA) POR TORNEIRA LAVATÓRIO DE FECHAMENTO AUTOMÁTICO (MESA) ANTIVANDALISMO COM AREJADOR DE 6 LITROS/MINUTO

UN 33,00 405,09 R$ 13.367,97

TROCA DE VÁLVULA DE DESCARGA - BASE - REGULÁVEL 6 LITROS

UN 8,00 262,62 R$ 2.100,96

TROCA DE REPARO DE VALVULA DE DESCARGA UN 28,00 113,02 R$ 3.164,56

TROCA DE BACIA SANITÁRIA POR BACIA SANITÁRIA DO TIPO VOLUME DE DESCARGA REDUZIDO (VDR)

UN 5,00 234,52 R$ 1.172,60

INSTALAÇÃO DE ACABAMENTO ANTIVANDALISMO EM VÁLVULA DE DESCARGA

UN 36,00 224,12 R$ 8.068,32

INSTALAÇÃO DE ASSENTO EM BACIA SANITÁRIA UN 5,00 56,76 R$ 283,80

REGULAGEM DE REPARO DE VÁLVULA DE DESCARGA UN 28,00 10,87 R$ 304,36

RASGO EM ALVENARIA PARA PASSAGEM DE TUBULAÇÃO DE 15 A 25 MM

M 11,00 8,14 R$ 89,54

RASGO EM ALVENARIA PARA PASSAGEM DE TUBULAÇÃO DE 32 A 50 MM

M 11,00 12,77 R$ 140,47

ENCHIMENTO DE RASGOS EM ALVENARIA OU CONCRETO COM ARGAMASSA MISTA DE CAL HIDRATADA E AREIA MÉDIA PARA TUBULAÇÃO DE 15 A 25 MM

M 11,00 6,27 R$ 68,97

ENCHIMENTO DE RASGOS EM ALVENARIA OU CONCRETO COM ARGAMASSA MISTA DE CAL HIDRATADA E AREIA MÉDIA PARA TUBULAÇÃO DE 32 A 50 MM

M 11,00 8,81 R$ 96,91

LIMPEZA DE SUPERFÍCIE REVESTIDA COM MATERIAL CERÂMICO M2 3,30 9,28 R$ 30,62

AZULEJO ASSENTADO COM ARGAMASSA PRÉ-FABRICADA DE CIMETO COLANTE - JUNTA A PRUMO

M2 3,30 19,84 R$ 65,47

FORNECIMENTO DE AZULEJO 15X15 BRANCO M2 3,30 19,71 R$ 65,04

DEMOLIÇÃO DE REVESTIMENTO DE AZULEJO M2 3,30 61,11 R$ 201,66

REJUNTAMENTO DE AZULEJO 15 X 15 COM CIMENTO BRANCO M2 3,30 11,43 R$ 37,72

REPARO DE VAZAMENTO EM REGISTROS DE PRESSÃO OU TORNEIRAS

UN 5,00 27,19 R$ 135,95

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ADIÇÃO DE REGISTRO REGULADOR DE VAZÃO (RRV) - PASSAGEM RETA

UN 33,00 105,02 R$ 3.465,66

TROCA DE TORNEIRA DE LIMPEZA POR TORNEIRA DE USO RESTRITO

UN 2,00 63,44 R$ 126,88

REPARO DE RAMAL DE DISTRIBUIÇAO EM PVC DE 2 A 4 POL UN 1,00 110,39 R$ 110,39

REPARO DO RAMAL DE DISTRIBUIÇAO EM FG DE 2 A 4" UN 1,00 570,44 R$ 570,44

REPARO DO RAMAL DE DISTRIBUIÇÃO EM FG ATÉ 1 1/2" UN 1,00 139,39 R$ 139,39

REPARO DE RAMAL DE DISTRIBUIÇÃO EM PVC ATÉ 1.1/2" UN 1,00 44,72 R$ 44,72

PINTURA EM LÁTEX ACRÍLICO, SEM MASSA CORRIDA M2 1,00 47,24 R$ 47,24

MOBILIZAÇÃO, DESLOCAMENTO, REMOÇÃO ENTULHO - ADEQUAÇÃO PREDIAL

UN 1,00 7.358,57 R$ 7.358,57

Total do Grupo 46.257,74

COORDENAÇÃO GERAL

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIO - ACOMPANHAMENTO DE RESULTADOS

UN 1,00 5.927,98 R$ 5.927,98

Total do Grupo R$ 5.927,98

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

EXECUÇÃO DE PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL UN 1,00 4.500,00 R$ 4.500,00

Total do Grupo R$ 4.500,00

ADEQUAÇÃO DE CAVALETE E GRADIL / TELEMEDIÇÃO

LEVANTAMENTO DE CONDIÇÕES LOCAIS E INFORMAÇÕES PERTINENTES AOS CONSUMOS PARA ADEQUAÇÃO DE HIDRÔMETRO E CAVALETE

UN 1,00 77,35 R$ 77,35

PORTA METÁLICA COM TELA M2 2,00 495,56 R$ 991,12

REMOÇÃO DE PORTÃO OU GRADE METÁLICA M2 2,00 7,48 R$ 14,96

Total do Grupo R$ 1.083,43

TELEMEDIÇÃO

FORNECIMENTO DA UNIDADE REMOTA WIRELLES DE AUTOMAÇÃO (ENERGIA ELÉTRICA)

UN 1,00 4.131,92 R$ 4.131,92

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FORNECIMENTO DE LINHAS DE DADOS GRPS-GSM E CONFIGURAÇÕES

UNXME 720,00 21,17 R$ 15.242,40

INSTALAÇÃO DA UNIDADE REMOTA WIRELLES DE AUTOMAÇÃO UN 1,00 205,29 R$ 205,29

Total do Grupo R$ 19.579,61

Total da Planilha R$ 89.695,68