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A noiva

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Sinopse: Elizabete D'esperance nos retrata a história da rainha Isabel de Angoulême, segunda esposa de João Sem Terra a época das cruzadas. Hoje, na roupagem de Carmosina resgata um passado de pesadas dívidas tendo início ainda na adolescência. Após anos de intensos sofrimentos é encaminhada à terapia espírita encontrando grande alívio. Porém, devido as terríveis investidas de entidades cruéis seu corpo físico já se encontra sem perspectiva de cura. Graças a ação amorosa dos Benfeitores espirituais a enferma conquista um estado de fé e serenidade que beneficia todos ao seu redor. Paralelamente conheceremos as encarnações de parte da corte da Inglaterra àquela época, e que hoje retornam juntos com o compromisso do amor e do perdão. Sentiremos a força maravilhosa e transformadora que possui a Doutrina dos Espíritos, proporcionando a busca da paz e equilíbrio em família.

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Jairo Avellar pelo espírito Elizabeth D’Esperance

Jairo Avellar pelo espírito

Elizabeth D’Esperance

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A noiva

Copyright © 2010 byJairo Avellar

1ª edição - Abril de 2010Tiragem

10.000 exemplaresCapa

Paulo Moran Revisão

Mary FerrariniMaria Luiza Torres Teixeira

Projeto Editorial e GráficoNoêmia Resende Teixeira

Impresso no Brasil

PEDIDOS:Rua Iporanga, 573 - B. Jardim PérolaContagem - MG - BrasilCEP - 32110-060(31) 3357-6550E-mail: [email protected]

Elizabeth D’Esperance (Espírito)

A noiva / pelo espírito Elizabeth D’Esperance; psicografado por Jairo Avellar. ¾ Contagem, MG: Editora Itapuã, 2010. 364 p.

1. Espiritismo 2. Psicografia 3. Romance I. Avellar, Jairo. II. Elizabeth D’Esperance (Espírito). III. Título. ISBN 978-85-98080-60-4 CDD 130 140

É proibida a reprodução total ou parcial sem a prévia autorização da Editora Itapuã.

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Jairo Avellar pelo espírito Elizabeth D’Esperance

Sumário

Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5Capítulo 6 Capítulo 7Capítulo 8 Capítulo 9 Capítulo 10 Capítulo 11 Capítulo 12 Capítulo 13 Capítulo 14 Capítulo 15 Capítulo 16 Jesus conosco, hoje e sempre!

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Capítulo 1

(...) Era ali a casa de uma família abastada, possuidora de grandes bens e de fina reputação social, respeitadíssima por todos e dona de grandes empreendimentos locais, entre eles serrarias e madeireiras, de onde saíam madeiras para garantir as construções e alavancar o progresso que marchava célere. Moravam ali os Souza de Alvernaz Rochedo da Cunha e Silva – o doutor Altamiro, o patriarca do clã; dona Cota, a matriarca; e as jovens Carmem e Carmosina, gêmeas e a alegria daquele casal que se dedicava à casa, aos negócios e à família de corpo e alma, vivendo a cada dia o sonho de construir uma família próspera e muito feliz. Carmem e Carmosina eram duas jovens irmãs, gêmeas univitelinas, haviam puxado fisicamente a mãe, mas, na realida-de, eram traços pertencentes à avó materna. (...) Ambas já pensavam firmemente em casamento, o que deveria acontecer por volta dos dezoito anos; e na festa de quinze anos seria, então, o momento em que uma delas iria co-nhecer o seu pretendente, paulista, filho de família abastada, da

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linhagem política. O que se sabia é que era filho de eminentes plantadores de café em São Paulo e possuidores de abastadas fazendas leiteiras em Minas Gerais. Era um partido ideal para desposar Carmosina, principalmente se levarmos em conta que era filho de um amigo muito íntimo do doutor Altamiro e dedi-cado colaborador nas ferozes lutas travadas pela UDN. No fun-do, aquele pai, além de querer preparar um casamento vantajo-so para suas filhas, estava também de olho em futuras alianças a ser tratadas no plano político; ambicionava para si um lugar de destaque no partido e, possivelmente, já estava pensando nos desdobramentos dos futuros quadros eleitorais. Tudo es-tava pronto para que seu projeto fosse deflagrado. Aproxima-va-se a data dos festejos dos 15 anos das filhas, e nesse dia uma delas seria apresentada ao seu pretendente; e naquele mesmo dia seria pedida em casamento, o que logicamente seria pron-tamente atendido. E, no máximo, em três anos se daria a festa de núpcias. Ora, se o aniversário seria uma das maiores festas da região, pretendia o extremado pai que o casamento da filha fosse algo que viesse a dar o que falar em todo o Brasil, uma ocasião de muito destaque e intenso glamour, e que pudesse reunir a mais fina flor dos seus correligionários no plano nacio-nal, servindo de palco para que se unissem ainda mais as forças partidárias. Tinha consigo que interesses eram interesses.

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Capítulo 2 (...) Na verdade, o doutor Altamiro gastara seus últimos dias dedicando-se a reservar o Clube da Marinha, por seu amplo espaço e, principalmente, por sua majestosa área de baile. Es-teve várias vezes no palácio tentando conversar, muitas delas buscando ali amigos importantes e influentes e, para que esse objetivo fosse alcançado, muita gente importante de Minas e de São Paulo esteve por várias vezes em suas fazendas ou reu-nida com ele em sua casa, pois, afinal de contas, esse era um assunto de suma importância e de grande relevância. Seus ami-gos e correligionários não se fizeram de rogados e entraram na luta, e pressão foi o que verdadeiramente não faltou. Mas, por fim, o doutor Altamiro desistiu de sua ideia inicial e entendeu que as forças ocultas tramavam contra sua festa, e verdadei-ramente elas eram mais fortes que sua vontade. Em sua últi-ma tentativa, o comandante lhe avisara que seria impossível, pois o ministro considerava que a festa, se fosse realizada no clube, influiria sobremaneira nas questões ligadas à segurança nacional, podendo até mesmo chegar a ameaçar a soberania do país, já que iria para lá um número muito grande de pessoas, e elementos nocivos à sociedade poderiam se infiltrar e cometer atos terroristas ou lesivos à Presidência da República.

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(...) — Ora, doutor, o caso já está mais que resolvido. O se-nhor me permita dizer, mas está mesmo é com a faca e o queijo na mão. Mata, então, os home sô! (...) — Ora, doutor Benedito, não me venha com essa coisa de mudar de lado, de assentar do outro lado da mesa. Minha vontade é de acabar com esses cafajestes, dar neles de chicote na cara! (...) — Ora, se o doutor quiser ser feliz, aprenda logo que o bom cabrito nunca berra. Seja sempre amigo do seu inimigo, pois ele é seu maior amigo e te mostra o caminho a seguir. E trate-o bem, cafezinho bem quente, leitinho esperto, umas quitandas gostosas e sempre um bom dedo de prosa, e proseia daqui e proseia dali, e ele, sem querer, acaba te contando o que ele pensa. (...) — Mas, doutor Benedito, por favor, vamos logo ao que interessa, homem de Deus. Como o amigo acha que eu saio dessa? (...)

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Capítulo 4

(...) Carmosina, ao contrário, era somente alegria e despreo-cupação, pois sabia que em poucos momentos elas dançariam a valsa dos quinze anos, e que logo em seguida ela teria a mão pedida em casamento por um homem que ali estava, cuja fa-mília já havia previamente acertado com o seu pai e ela sabia que o doutor Altamiro sempre escolheria para ela o melhor. Na verdade, aquele corpo adolescente, já com linhas de mulher, escondia em si verdadeiramente uma criança sonhadora. (...) A festa continuava plena, a bebida, os cigarros e os charu-tos davam ao ar um caráter pestilento, o vozerio se multiplicava na medida em que as mentes iam ficando mais sob o domínio nefasto do álcool. Na realidade, aqui e ali já se notava uma gran-de algazarra, tudo em nome desse delírio medíocre patrocina-do pelos respeitáveis bebedores sociais. Pouco a pouco os gru-pinhos formados iam perdendo totalmente a compostura, se é mesmo que entraram ali com alguma. Muitos, na realidade, há muito já haviam perdido a elegância da voz e, sem notarem, já se comunicavam aos berros. Outros ali estavam plenamente in-vestidos no espírito de sedução, entornavam desejos inferiores em torno do sexo e se viam como o próprio Adônis, dando de

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cima de todas as mulheres, independentemente do estado civil e das marcas de respeitabilidade. Algumas saíam apavoradas, evitando aquele gládio de olhares maliciosos, enquanto muitas se viam como que encarnadas pela própria Afrodite, também se despejando em desejos vinculados a uma sexualidade ple-namente deturpada e adoecida, e assim embarcavam de corpo e alma naquele jogo acintoso de sedução, todos mercenários das oportunidades no jogo sutil das aparências. E os cantões da mansão dos Alvernaz já estavam todos tomados, propiciando cenas vexatórias de sexo explícito. (...) Lá estavam os três, entre eles Genival, o mais velho, vinte e três anos, um rapaz alto, magro, com cabelos e olhos negros, rosto afilado, métrica perfeita e boca encarnada. Era muito bonito, acima dos padrões da época. Era um rapaz ma-ravilhoso de caráter, bom, atencioso, carinhoso para com seus pais e o grande protetor de sua mãe, muito embora respeitasse fervorosamente o pai. Era recatado, diligente, estudioso, e já havia voltado de Coimbra como advogado. Inteligente, dava os primeiros passos profissionais, mas já acolhidos com grande sucesso. Detestava política e políticos, muito embora fosse do-tado de grande sensibilidade social. Estava ali guardado a sete chaves, pois em breve seria oficialmente apresentado à sua fu-tura noiva, num casamento arranjado pelos pais. Na realidade, aqueles pais não pensavam verdadeiramente em seus filhos, mas apenas nas negociatas do poder, autoridade e bens. De um lado doutor Mendonça, quebrado e arrasado financeira e economicamente, via naquela união a tábua de salvação para o filho e, se Deus quisesse, ainda poderia lhe sobrar outras vanta-gens. Via no doutor Altamiro o futuro financiador e apoiador de

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sua campanha, já de olho nos dividendos futuros que poderiam lhe render a presença mais íntima daquele esperto madeireiro. Do outro lado, doutor Altamiro via nele um homem de nome importante no Senado da República, combalido, enfraquecido, necessitado de apoio e que, com sua ajuda, poderia continuar em evidência, e assim seus interesses estariam seguros na mais importante casa da República, onde, mesmo de longe, poderia manipular seus interesses sem maiores dificuldades. (...)

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Capítulo 5

(...) — Será o demo, home de Deus? — Cruz-credo, Bastião. São Sebastião que nos livre de uma porcaria dessas, home de Deus! — Ora se num é o demo, que diabo será, home? Deus me livre, tô inté com a suã gelada. Parece um pressentimento ruim, uma coisa ruim, acho mió sair daqui, Manel, com essas imundiças num se brinca... (...) Assim, sem que ninguém percebesse, um vulto negro esgueirava-se por entre os jardins, parecendo querer se escon-der em cada pilastra. Era como uma sombra negra intensamen-te maleável, deformando-se por todos os lados. Mais parecia uma imensa bolha escura e transparente, muito semelhante a uma massa viscosa, como aquelas colas que, quando agarram, tentamos tirar das mãos. Todo disforme, parecia compor-se e decompor-se num piscar de olhos. Não tinha rosto, ou este se mantinha encoberto pela escuridão que o cercava. Não possuía braços, mas deixava entrever mãos longas e esqueléticas asque-rosas enfeixadas em grandes garras. Não tinha pernas ou não deixava entrevê-las, ou talvez aquilo tudo fosse uma capa dis-

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forme com a qual se revestia. E, assim, ia lentamente esgueiran-do-se pelos cantos como se quisesse se esconder; muito pausa-damente ia se movimentando como se estivesse a inspecionar todo o ambiente. (...) — Mardoqueu, vamos embora. Sei lá, estou ficando com medo disso aqui! — Florinda, que medo é esse a essa hora? Medo de quê, seus pais estão lá dentro. Estamos aqui somente nós dois, e vem você com essa questão de medo? (...) Assim como uma seta ligeira, ou um relâmpago que cai do céu, duas daquelas sombras se projetaram sobre o pobre ra-paz, que enlouqueceu de imediato, passando a arrancar e a ras-gar avidamente as roupas de sua companheira, que, não acredi-tando nas cenas de que era vítima, se pôs desesperadamente a gritar. Infelizmente, estavam muito longe do solar, e ninguém podia escutá-la nem tampouco socorrê-la. Os cachorros imedia-tamente se agitaram. No barracão, todos escutaram os gritos, mas ninguém tinha pernas para mais nada. Ninguém ousava a se arriscar, pois provavelmente o coisa ruim tinha aparecido para mais alguém. Em poucos minutos, o ato estava consuma-do, não restando mais nada. Em instantes, a jovem estava no chão com a roupa toda em frangalhos, em estado de choque e aos prantos, olhando apavorada para o namorado a lhe implo-rar por piedade. (...)

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Capítulo 6

(...) — Vês ali o doutor Mendonça Furtado? — Ora, claro que sim, papai! — Vês aquele jovem ao seu lado, aquele mais velho e de terno escuro? — Aquele de terno xadrez? (...) — É Genival, filho mais velho do Mendonça, jovem de muito futuro e que te fará muito feliz. Vocês, sem dúvida, for-marão um lindo par! (...) — Carmem, me dá a honra desta dança? Afinal de con-tas, minha filha, esta é a dança de teus quinze anos! — Ora, papai, é sempre um prazer dançar com o se-nhor! (...) — Papai, o noivo de Carmosina é lindo. Achei-o maravi-lhoso e, sem dúvida, vamos ser muito amigos! (...) — Doutor Mendonça e o noivado? — Homem de deus, e o noivado?

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(...) — Vês ali o doutor Mendonça Furtado? — Ora, claro que sim, papai! — Vês aquele jovem ao seu lado, aquele mais velho e de terno escuro? — Aquele de terno xadrez? (...) — É Genival, filho mais velho do Mendonça, jovem de muito futuro e que te fará muito feliz. Vocês, sem dúvida, for-marão um lindo par! (...) — Carmem, me dá a honra desta dança? Afinal de con-tas, minha filha, esta é a dança de teus quinze anos! — Ora, papai, é sempre um prazer dançar com o se-nhor! (...) — Papai, o noivo de Carmosina é lindo. Achei-o maravi-lhoso e, sem dúvida, vamos ser muito amigos! (...) — Doutor Mendonça e o noivado? — Homem de deus, e o noivado? — Mendonça, chame o doutor Genival! — Doutor Altamiro, meu Genival? — Sim, doutor Mendonça, não é ele o noivo de minha Carmosina, ou haverá de ter outro Genival por aqui? Doutor Mendonça quase teve um ataque das coronárias. Re-almente seu filho ia ficar noivo da filha de doutor Altamiro, e isso não podia deixar de acontecer, pois disso dependeria sua futura candidatura e todo o seu futuro político. Tudo, menos isso, poderia ficar sem registro. O susto fora tão grande que ele

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momentaneamente reassumiu a lucidez. (...) Genival aproximou-se do pai sorridente, muito alegre. Seu coração acolhia maravilhosamente aquele momento. Esta-va sóbrio, pois era inimigo das bebidas. Era uma alma responsá-vel, que valorizava sobremaneira aquele instante. Seu coração batia aceleradamente, vivendo a ansiedade de conhecer aquela que seu nobre pai, a quem venerava, tinha escolhido para ele como noiva. Vira de longe as duas filhas do doutor Altamiro, eram idênticas em tudo e, na realidade, até mesmo seu pai não sabia qual das duas era a senhorita Carmosina, a eleita para os seus sonhos. De um lado, doutor Mendonça e doutor Genival, dig-nos representantes da família Furtado de Filgueiras, e de outro lado, a uns cinco passos de distância, estavam doutor Altamiro, um pouco atrás dona Cota, e atrás dela, lado a lado, Carmem e Carmosina. Estranhamente, os olhos de Genival buscaram ime-diatamente os olhos de Carmem. Ele não sabia por quê, mas tinha certeza de que aquela ali, a da direita, teria sido a escolhi-da por seu pai para aquela futura união. Ele não podia dizer o motivo, mas, de repente, uma onda de alegria e contentamento invadiu-lhe a alma. Era como se aquela ali, a mocinha da direi-ta, fosse uma velha conhecida, um amor que ficara escondido na escuridão dos dias. Interessante que ele também, inexplica-velmente, não simpatizara com a mocinha da esquerda, pois lhe parecia má, invejosa. Aqueles olhos davam a impressão de ser velhos conhecidos. Na realidade elas eram iguais, mas com olhos totalmente diferentes. Sacudiu um pouco a cabeça, como se quisesse espantar aqueles pensamentos. Era um bom rapaz, um homem digno e não podia fazer prejulgamentos. Que au-

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toridade teria para pensar tais coisas de uma ou de outra, se nem mesmo as conhecia! Na realidade, entendia que fosse qual fosse era a escolha de seu pai, ele deveria respeitá-la, e aceitaria de bom grado, pois tinha certeza de que ali se cumpririam os planos de Deus para sua vida. E quem era ele para recusar a escolha feita por seu pai e, mais que isso, a escolha pertencia a Deus, e ele saberia cumprir com amor seu destino. (...) Aquela sombra, a maior e mais grotesca, era Randy. Ele se aproximou lentamente dos noivos e, pouco a pouco, envol-veu-os em seu manto negro e asqueroso, deixando, agora sem reservas, transparecer suas enormes garras afiladas e pontiagu-das e sua fácies, que mais parecia a de um pavoroso morcego gi-gante de presas afiadas e grandes. Ele se aproximou lentamen-te, colocou-se rosto a rosto com Carmosina e repentinamente soltou uma grande gargalhada sinistra e profundamente maca-bra, que ressoou por todo o ambiente. Não foi captada pelos ouvidos físicos, mas pela grande densidade magnética negativa que trazia, foi imediatamente ouvida na acústica daquelas al-mas invigilantes que ali estavam, e fortes calafrios passaram a ser sentidos pela maioria dos presentes. — Megeraaaaaaaa! Infameeeee dos diaaaaaboooos! Tu pensastes que eu te esqueceria! Nuncaaaaaaaa te esqueceriaaa-aaa! Foram gritos estentóreos e macabros plenos de ódio! (...)

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