degustação torre de cynara

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Torre de Cynara

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Sinopse: Este é um lindo livro que relata minuciosamente o despertar da famosa escritora brasileira no mundo espiritual. Algum tempo após o seu desencarne, Clara de Fontaine consegue perceber, com seus olhos espirituais, que já não mais pertencia ao mundo terrestre. Surpresa e aturdida, é amparada por amigos espirituais que a reconfortam e a fazem compreender que não está mais no chamado mundo dos vivos. Continua vivendo, só que em outra dimensão, em uma colônia espiritual. Cynara é o nome de uma colônia espiritual próxima da Terra e seus habitantes são em sua maioria antigos artistas. Cada capítulo é uma revelação de toda a realidade vivida no mundo espiritual, e também um alerta para todos que estão empenhados em sua reforma íntima. Esta é uma história que muitos dirão fantástica, onde o real parece se confundir com o irreal mais fascinante que possamos imaginar.

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Page 1: Degustação Torre de Cynara

Torre de Cynara

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Elma Layde Lamounier Torres / Clara de Fontaine

TORRE DE

CYNARA

Ditado pelo Espírito Clara de Fontaine

Psicografia deElma Layde Lamounier Torres

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Torre de Cynara

Prefácio

O mundo espiritual é praticamente uma continua-ção do mundo físico. Os laços de amor e saudade dos entes que aqui ficaram nos acompanham em nossa nova morada. Ficamos então à espera, lá, para os novos reencontros, quan-do é comum ouvir-se: “como você demorou a voltar!” “Há muito, estávamos à sua espera”.

Não podia ser de outra forma, porque o amor é a mola mestra do universo. Aliás, foi num puro gesto de amor que fomos criados por Deus, nosso Pai de Bondade.

Cynara é o nome de uma colônia espiritual próxima da Terra e pertencente ao ciclo evolutivo desse Planeta.

A autora foi uma novelista famosa nos meios artísti-cos, até há bem poucos anos, quando voltou para o mundo espiritual, em decorrência de grave enfermidade.

Devido os acontecimentos serem recentes, ela e vários outros personagens são citados com pseudônimos, por ra-zões facilmente compreensíveis.

Esta é uma história que muitos dirão fantástica, onde o real parece se confundir com o irreal mais fascinante que possamos imaginar! É livro para ser lido em voz alta, na pre-sença de outras pessoas e comentado, à medida que vamos tomando conhecimento de como se vive no além, pois algu-mas cenas que nos são mostradas mais parecem sonhos e

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até mesmo fantasias, tal a sutileza das revelações, ao sermos transportados a relatos assim: “o sino da torre (de Cynara) ribombava alegre e festivo, chamando a todos para a gran-de praça, onde os festejos iriam se realizar. Naquela tarde, todos os pombos resolveram sobrevoar a torre de Cynara. Iniciamos o passeio, em direção à cachoeira, aproveitando o aroma adocicado das acácias e da grama ainda úmida do sereno da noite”.

É o Pai a revelar-se em todos os recantos do Universo, mostrando Sua Magnitude e Seu Amor por nós, Seus filhos muito amados.

Ele quer que cresçamos, pois em todo o Cosmo há vida em diferentes graus evolutivos, numa escala infinita.

À medida que vamos galgando a escada ascensional, de degrau em degrau, através de milhares e até mesmo de mi-lhões de anos, visto que a nossa evolução é lenta, dependen-do somente de nosso esforço, vamos habitando mundos, na forma física, cada vez mais perfeitos, os quais nos parecerão verdadeiros paraísos.

Eis o sentido da vida, a razão para o nosso esforço em crescer sempre mais, para um dia chegarmos a Seus pés e dizermos: “Pai de infinita misericórdia, aqui está meu co-ração”. Então veremos que ele está completamente puro e resplandecente de luz.

Jacyntho Alvim de Castro

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Torre de Cynara

PrefácioPrefácio ............................................................................I - Despertar de uma nova vida ...................................II - Primeiras tarefas ......................................................III - Anjo protetor ...........................................................IV - Primeiro contato .....................................................V - Confissões de Lúcio .................................................VI - O poeta no solar de Júlia .......................................VII - Luíza, a grande dama ...........................................VIII - O restabelecimento de Lúcio .............................IX - André retorna ao plano espiritual .......................X - André em Cynara ....................................................XI - Entrevista com o ministro Aron ..........................XII - Lembranças do passado .......................................XIII - Sarah e Claude, um grande amor ......................XIV - Confissões de Desirée .........................................XV - Conferência em Cynara ........................................XVI - Trabalho de doação ..............................................XVII - O Mosteiro de São Matias .................................XVIII - Ajuda ao plano terreno ...................................XIX - Treinamento ..........................................................XX - Descida ao plano terra .........................................XXI - Lições esclarecedoras ...........................................XXII - O crepúsculo solitário do deus dourado .........XXIII - O Espiritualismo abrangerá todo o Planeta.....XXIV - Karen, o chefe das forças do mal ....................XXV - Missionários terrenos ........................................XXVI - Preparativos para nova reencarnação ............XXVII - Posto de salvamento .......................................XXVIII - Mensagens de alerta ......................................XXIX - A missão do Brasil ............................................XXX - Planeta Terra, escola regeneradora ..................

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IDESPERTAR

DE UMA NOVA VIDA

O meu despertar não foi repentino nem brusco, apenas abri meus olhos, mansamente, e vislumbrei, diante de mim, uma névoa rósea, como se fosse uma neblina envolvendo todo o ambiente.

A princípio julguei que voltava, mais uma vez, daquelas crises da doença, quando somente o sedativo trazia-me alívio. Porém, nada havia ao meu redor que me pudesse lembrar o quarto hospitalar onde me encontrava.

Tentei balbuciar alguma coisa, mas não ouvi nenhum som sair de meus lábios. Fechei novamente os olhos e comecei a rezar, para que pudesse encontrar forças, a fim de despertar e alcançar compreender o que estava me acontecendo.

No meio à minha prece, uma grande angústia dominou o meu peito que arfava desgovernadamente. Os soluços vieram, enquanto eu abria novamente os olhos, para perceber que alguém tentava segurar minha mão fria e inerte.

A freirinha jovem e mimosa sorria, sem nada dizer, enquanto afagava minha testa ainda molhada de suor, senti o calor reconfortante de um envolvimento total e acariciante de forças a me enlaçar.

Parecia que o sol entrava ali através daquelas paredes brancas, ativando todo o meu ser.

— Meu Deus, estou sonhando? O que é isto, o que está aconte-cendo comigo?

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Torre de Cynara

— Acalme-se, minha querida, apenas estamos fazendo pequena aplicação de raios restauradores, para que seu espírito saia deste tor-por. Não se assuste, pois somos todos amigos e irmãos seus, e você não está sozinha nem abandonada, como estava se sentindo até há pouco.

Agora minha memória começava a clarear, e eu podia perceber melhor o que se passava. Sabia que o mal que estava acometida não teria realmente cura, mas, quem sabe, uma atenuante neste flagelo permanente, onde a luta para sobreviver é sempre maior do que tudo no ser humano?

Eu queria viver, sim, mesmo sabendo que o câncer, sendo incu-rável, um dia me destruiria totalmente. Mas a medicina sempre corre em busca de drogas e outros meios, para que o paciente aproveite para ver mais um dia começar e terminar. E era o que estava me acontecen-do, com certeza, só que agora tudo está se modificando e não percebia a presença de meus queridos familiares, nem mesmo sentia que aquele local já me era comum.

Enquanto as interrogações confundiam minha cabeça, a porta se abriu e por ela entraram dois senhores, que logo pude constatar serem também pertencentes àquele hospital onde me encontrava.

O sorriso que vislumbrei estampado no rosto de um deles en-trou dentro de minh’alma como se fosse um foguete e arrebentou, fazendo-me, naquele instante, sentir que Deus acabava de entrar por aquela porta e viera em meu socorro.

— Clara, filha muito querida, seja bem-vinda em nossa casa, que agora passa a ter mais uma integrante. Há muito, estávamos à sua espera e o seu despertar hoje, tão sereno e calmo, tranqüiliza-nos muitíssimo, pois assim estamos certos de que sua recuperação será cer-tamente bem mais rápida, para nossa alegria e felicidade.

— Senhor, parece que não consigo ainda entender o que se pas-sa, estou perplexa e confusa. Pode me dizer onde estou?

— Certamente, você precisa ficar ciente de tudo, minha filha, mas procure não se esforçar, para que o tratamento feito não traga nenhuma complicação. Seu cérebro sempre foi poupado, justamente para que a recuperação não fosse brusca demais. Agora, queremos que você procure ficar serena, pois a revelação que vai lhe ser feita precisa encontrar seu espírito em harmonia. Clara, seu calvário na Terra expi-

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rou, sua missão junto aos terrenos foi cumprida e sua família espiritual está em festa com seu retorno. Foi necessário um tratamento mais longo em torno dos órgãos carnais afetados pela doença, que culmi-nou com o seu desprendimento carnal. Sabemos que seu perispírito conserva ainda os liames que a prendem à sua família terrena. Porém, você sendo privilegiada com os bônus positivos, obtidos pelo seu tra-balho, tranqüiliza-nos a todos a sua reação, nesta recuperação. Enten-deu agora, minha filha?

Estava atônita e perplexa. Senti que minha cabeça tombara e que minhas mãos tremiam. Apesar das histórias fantásticas que outrora dançavam em minha mente e dos casos impossíveis que levávamos ao entretenimento do público, agora me defrontava com o irreal mais real de todas as minhas fantasias!

Acabava de ouvir as palavras de um mentor, declarando-me uma inexistência carnal, um espírito que abandonara o corpo de carne, uma morta. Eu, Clara, a grande metamorfose fenomenal, estava dian-te de uma realidade tão fantástica, quanto mórbida e aterrorizante!

O silêncio dominou aquelas quatro paredes por longo tempo e, quando comecei a soluçar, a doce freirinha envolveu-me ternamente, deixando que suas carícias pudessem atingir o âmago da minha alma, agora tão sofrida e solitária!

Foi assim que devo ter adormecido, pois uma brisa morna e re-confortante tomou-me de assalto e tudo se apagou novamente.

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Torre de Cynara

IIPRIMEIRAS

TAREFAS

Naquela tarde, todos os pombos resolveram sobrevoar a Torre de Cynara e todas as flores que ornamentavam o salão de palestras pareciam verdadeira composição em degradé, onde as mais belas tonalidades embelezavam ainda mais o ambiente.

Senti que o mundo que agora habitava era uma perfeição tão harmoniosa e caprichosa, onde o belo formava e elo com a perfeição, distribuindo serenidade, alegria e uma paz total!

Quando formaram a mesa de debates, percebi o rubor à minha face e fui colhida de surpresa com o convite de Mestre Augusto para compor o número dos convidados de honra.

Na platéia, apesar de lotar todo o salão, o silêncio ajudava-nos a nos tranqüilizar e relaxar, para darmos início ao debate.

Mestre Augusto, com sua cabeleira longa e azulada, complemen-tada pela barba fina, deu início à sessão, pedindo aos componentes da mesa que procurassem, com calma, responder às questões em pauta.

O assunto girou em torno de levar ao plano terráqueo fórmulas mais simples de como educar o homem e prepará-lo, desde a tenra idade, para seu retorno aos planos espirituais.

Senti ferver, dentro de minhas células mentais, aquelas alfine-tadazinhas, roçando minha nuca e assim surgia a fonte geradora das grandes e tempestuosas fantasias. O quadro crescia, coloria e se con-torcia, dentro de minha mente aguçada. De repente, aproveitando o

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olhar endereçado a mim, pedi a palavra e comecei:— Irmãos, companheiros, como todos sabem, retornei há pou-

co do plano terreno, onde ainda estou presa pelos laços de amor, de saudade e de hábitos diários, que normalmente ainda permanecem aderentes ao nosso consciente. Portanto, depois de ler e reler sobre nossa matéria de hoje, gostaria de dar minha opinião sobre o problema em análise. Infelizmente, o homem na terra toma todos os devidos cui-dados para seu ingresso nela e para sua permanência; mas poucos, bem poucos mesmo, preparam-se para o devido momento que fatalmente terão ao abandoná-la. Mesmo os espiritualistas, que estão em perma-nente colóquio com nossa Esfera, não usam o aprimoramento nem o estudo e a preparação para o seu retorno. Se pudéssemos lançar meios para alertá-los sobre essa finalidade... Porque saber da existência, eles sabem; entretanto, aceitá-la como uma situação natural e benéfica, disto somos cientes de que ainda precisam de muito esforço e muita renúncia para aceitá-la da forma como recebem os irmãos, quando se escravizam na carne. Como historiadora em meu país, poderia muito ter feito pelos meus irmãos, se tivesse o devido esclarecimento, mas a névoa da dúvida e do orgulho impediam nossa visão espiritual menos esclarecida e menos evoluída.

Mestre Augusto interrompeu-me:— Sim, Clara, estamos de pleno acordo que deveríamos man-

dar um SOS para que o ser humano colocasse, em sua cartilha do A B C, o capítulo tão necessário e urgente, a fim de que a criança já crescesse ciente de sua preparação e conhecimento para o seu retorno. Assim a humanidade diminuiria, em dose bem maior, as dores e sofri-mentos que são causados pela separação dos entes amados. Aprender a amar a vida, aprimorando-a, também para usá-la, para quando tiver que abandoná-la e passar para este outro nosso plano. Tem alguma idéia que possamos estudar, caríssima irmã?

— Mestre, sempre usei minhas fantasias, minhas utopias e gran-diosas miragens para encantar e eletrizar aqueles que se deixavam en-volver no barco das minhas ilusões, através das fantásticas histórias, quando escritora na Terra. Agora, também eu poderia continuar a escrever e a mandar meus recados, anseios, gritos, versos e cânticos, através de outros irmãos nossos, que ainda habitam o Plano da Terra.

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Poderíamos, no intercâmbio da psicografia, enviar nossa mensagem; porém, historiada, fantasiada, colorida e temperada com a pura rea-lidade, que só sabemos quando estamos vendo e sentindo, mas sem mistificação nenhuma; portanto, a verdade verdadeira, não seria me-lhor assim?

— Sim, Clara, entretanto, não será fácil a divulgação. A luta pelo poder na Terra sobrepõe-se a tudo e a todos. Iriam certamente usar seu nome famoso e endeusado para se promoverem e lucrarem mate-rialmente com tudo que você enviasse. Precisaríamos da discrição, do anonimato, da humildade de irmãos capacitados para levarem nossa palavra. Que pensa em fazer?

— Se todos estivessem de pleno acordo, gostaria inicialmente de levar a público um livro, contando o retorno de irmãos nossos que habitaram a Terra e que deixaram as marcas da fama, a fim de que o público se interessasse e procurasse conhecer toda essência de cada um. Sem misticismo e sem fantasias, somente a verdade, mesmo que ela venha machucar ou chocar, mas que será necessária, para desper-tar o homem para o realismo. Deve-se atrair o religioso e o ateu, sem deixar que iniciem uma guerra inútil. Mostrar Deus, sem precisar dar a Ele uma caricatura ou uma vestimenta. Apenas apresentá-lo na Sua pura e real figura, o Amor!

Continuei falando, expondo, dissertando, numa euforia e entu-siasmo tão grande, que em poucos instantes todos estavam ali jun-tos de mim, comungando comigo do mesmo ideal. Foi necessário que Mentor Augusto pedisse calma, pois os ânimos se exaltaram diante de nossos entusiasmos tão eloqüentes!

A sessão terminou bastante alegre e divertida, principalmente depois que foi encerrada pelos irmãos da mesa, responsáveis pelo iní-cio e encerramento das palestras.

Ao retornar à nossa residência provisória, onde fui instalada até que recebesse permissão para obter minha própria morada, entrei em meu quarto, completamente feliz. Agora eu estava realmente prepara-da para iniciar minha primeira obra após troca de plano, isto é, depois que voltara da Terra para o Espaço Sideral.

Dormi sob o efeito de mil idéias passando em minha mente. Naquela ânsia de encontrar os meios por onde iniciar os primeiros es-

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critos, adormeci sem sentir e, só ao acordar no dia seguinte, percebi que me esquecera de agradecer a Deus por haver me dado, mais uma vez, a oportunidade de tentar realizar um sonho meu: o de estar com cada ser, cada irmão, através de minhas palavras e de meus ideais!

Fim da Amostra.

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