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Page 1: Degustação INSS 3ed (1)
Page 2: Degustação INSS 3ed (1)

INSSINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

3ª Edição

Ética no Serviço Público

Regime Jurídico Único

Noções de Direito Constitucional

Noções de Direito Administrativo

Língua Portuguesa

Raciocínio Lógico

Noções de Informática

Conhecimentos Específicos

Page 3: Degustação INSS 3ed (1)

GG EDUCACIONAL EIRELISIA TRECHO 3 LOTE 990, 3º ANDAR, EDIFÍCIO ITAÚ – BRASÍLIA-DF

CEP: 71.200-032TEL: (61) 3209-9500

[email protected]

AUTORES:

Rebeca Guimarães

Ivan Lucas

J.W. Granjeiro / Rodrigo Cardoso

Bruno Pilastre / Márcio Wesley

Roberto Vasconcelos

Henrique Sodré

Gláucio Diniz

PRESIDÊNCIA: Gabriel Granjeiro

DIRETORIA EXECUTIVA: Rodrigo Teles Calado

CONSELHO EDITORIAL: Bruno Pilastre e João Dino

DIRETORIA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira

SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano

DIAGRAMAÇÃO: Oziel Candido da Rosa e Washington Nunes Chaves

REVISÃO: Juliana Garcês, Luciana Silva e Sabrina Soares

CAPA: Pedro Wgilson

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

01/2015 – Editora Gran Cursos

GS1: 789 860 535 0 407

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Sumário ........................................................................................................................................................999

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL: DECRETO N. 1.171/94 E DECRETO 6.029/2007 ..............................................................................................6

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DECRETO N. 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994

Aprova o Código de Ética Profis-sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui-ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992,

DECRETA:

Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

Art. 2º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou empre-gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 3º Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

ANEXOCÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO

CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

CAPÍTULO I

Seção I Das Regras Deontológicas

I – A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-

ciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da voca-ção do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con-veniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e §4º, da Constituição Federal.

III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

IV – A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como ele-mento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de legalidade.

V – O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI – A função pública deve ser tida como exercício pro-fissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na con-duta do dia a dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

VII – Salvo os casos de segurança nacional, investiga-ções policiais ou interesse superior do Estado e da Adminis-tração Pública, a serem preservados em processo previa-mente declarado sigiloso, nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a negar.

VIII – Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos inte-resses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.

IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem perten-cente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equi-pamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para cons-truí-los.

X – Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI – O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negli-gente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de des-vios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracteri-zam até mesmo imprudência no desempenho da função pública.

XII – Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas rela-ções humanas.

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XIII – O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colabora-ção, pois sua atividade pública é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV – São deveres fundamentais do servidor público:a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,

função ou emprego público de que seja titular;b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição

e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na presta-ção dos serviços pelo setor em que exerça suas atribui-ções, com o fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vanta-josa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-dição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada presta-ção dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten-ção, respeitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacio-nalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárqui-cos, de contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá--las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigên-cias específicas da defesa da vida e da segurança cole-tiva;

l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, exi-gindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de traba-lho, seguindo os métodos mais adequados à sua organi-zação e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se rela-cionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-quadas ao exercício da função;

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê--lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética, estimu-lando o seu integral cumprimento.

Seção III Das Vedações ao Servidor Público

XV – E vedado ao servidor público;a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,

tempo, posição e influências, para obter qualquer favoreci-mento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, coni-vente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa, causando--lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal interfi-ram no trato com o público, com os jurisdicionados admi-nistrativos ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores;

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-quer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio público;

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m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPÍTULO II DAS COMISSÕES DE ÉTICA

XVI – Em todos os órgãos e entidades da Administra-ção Pública Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma Comis-são de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe conhecer con-cretamente de imputação ou de procedimento susceptível de censura.

XVII – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)XVIII – À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos

organismos encarregados da execução do quadro de car-reira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do ser-vidor público.

XIX – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)XX – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)XXI – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)XXII – A pena aplicável ao servidor público pela Comis-

são de Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integran-tes, com ciência do faltoso.

XXIII – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)XXIV – Para fins de apuração do comprometimento

ético, entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste ser-viços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraesta-tais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

XXV – (Revogado pelo Decreto n. 6.029, de 2007)

E X E R C Í C I O S

Julgue os itens a seguir, acerca do Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

1. É dever do servidor público ter respeito à hierarquia, razão pela qual ele não deve representar contra seus superiores mesmo em situação em que estes compro-metam a estrutura em que se funda o poder estatal.

2. É dever do servidor tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunica-ção e contato com o público.

3. A Administração Pública Federal indireta não está obrigada a criar comissão de ética profissional do servidor; por outro lado, todos os órgãos e entidades da administração pública federal direta estão obrigados a criar tal comissão.

4. As penas aplicáveis ao servidor público por comissão de ética são as mesmas que qualquer comissão de processo administrativo disciplinar pode sugerir, ou seja, advertência, suspensão e demissão.

5. Para fins de apuração do comprometimento ético, enten-de-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Estado.

6. Não apenas a preocupação acerca do legal e do ilegal, do justo e do injusto, do conveniente e do inconvenien-te deve nortear as decisões do servidor público, mas, principalmente, a preocupação com o honesto e o de-sonesto, de acordo com os parâmetros constitucionais.

7. Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da admi-nistração pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a pu-blicidade de qualquer ato administrativo constitui regra que deve ser seguida, sob pena de comprometimento ético contra o bem comum.

8. A função pública deve ser tida como exercício profissio-nal e, portanto, os fatos e atos verificados na conduta do dia a dia do servidor, em sua vida privada, não po-derão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

9. Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú-blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribui-ções delegadas pelo poder público, deverá ser criada uma comissão de ética, que pode instaurar procedi-mento do qual, ao seu fim, pode resultar pena de cen-sura ou suspensão.

10. Considera-se a função pública como integrada à vida particular do servidor, devido ao seu caráter de exercício profissional.

11. A conivência com o erro no serviço público é possível em situações em que o espírito de solidariedade entre os colegas deva prevalecer.

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12. A participação do servidor público em estudos que vi-sem à melhoria dos serviços prestados tem como obje-tivo prioritário o seu aperfeiçoamento profissional.

13. É condição indispensável para o exercício da função pública o respeito à hierarquia, em qualquer circuns-tância.

14. É vedado ao servidor público sugerir qualquer tipo de prêmio para o cumprimento da sua missão.

15. O trabalho do servidor público segue princípios éticos, assim, a eficácia na prestação dos serviços seria a ma-terialização desses princípios.

16. Embora contrário aos interesses da gestão pública, o servidor não poderá usar de falsidade na relação com o usuário.

17. O servidor público, no exercício de suas funções, deve decidir sobre o que é oportuno e o que é inoportuno, mas, em relação ao que é honesto ou não, deve ser consoante à cultura do ambiente em que atua.

18. A conduta do servidor público, ao equilibrar a legali-dade e a finalidade do ato administrativo, consolida a moralidade na Administração Pública.

19. Causar danos por descuido a bens do patrimônio pú-blico não constitui uma ofensa ao Estado, mas aos que construíram esses bens.

20. José, chefe de uma repartição, utilizando-se das suas prerrogativas e com o objetivo de tornar pública todas as benfeitorias, obras e serviços realizados por ele no órgão, lançou uma campanha publicitária para promo-ver-se, nessa circunstância José agiu de acordo com a ética no serviço público.

21. É assegurado o acesso dos usuários a registros ad-ministrativos e a informações sobre atos de governo.

22. O servidor deve atender com presteza o público em geral, prestando todas as informações requeridas.

23. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciên-cia dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, somente no exercí-cio do cargo ou função pública, no âmbito profissional.

24. A moralidade da Administração Pública deve ser pau-tada na distinção entre o bem e o mal.

25. O servidor que não tem uma conduta moral na sua vida particular, porém é um excelente profissional den-tro do serviço cumpre com a ética no serviço público, já que o essencial é exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo, sempre com vistas a atender o fim público.

26. A publicidade de todo e qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e moralidade, sendo que sua omissão enseja comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem negar.

27. O servidor público que permite a formação de longas filas na repartição está atentando contra a moral e a ética no serviço público.

28. É dever fundamental do servidor público participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a me-lhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a realização do bem comum.

29. É dever do servidor público abster-se, de forma abso-luta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer violação expressa à lei.

30. Não constitui ato imoral ao serviço público o servidor que embriaga-se habitualmente fora do serviço.

31. Tadeu, funcionário de um órgão de atendimento ao público, exerce suas atribuições com agilidade e cor-reção e procura prioritariamente atender aqueles usu-ários mais necessitados, conforme a sua avaliação. Nessa situação Tadeu apresenta comportamento anti-ético, pois privilegia uns em detrimento de outros.

32. Márcio, servidor público, na certeza de que sua ausên-cia provoca danos ao trabalho e reflete negativamen-te em todo o sistema do órgão, é assíduo, pontual e produtivo. Nessa situação, Márcio apresenta conduta ética adequada ao serviço público.

33. Francisco, no exercício de cargo público, presenciou fraude praticada por seu chefe imediato no ambiente or-ganizacional. Nessa situação, por ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos, Francisco agiu corretamente ao delatar seu chefe aos superiores.

34. Adriana, competente nos aspectos técnicos e compor-tamentais, frequentemente utiliza as prerrogativas de seu cargo público em razão de interesses pessoais. Nessa situação, Adriana faz uso dos direitos do funcio-nalismo público e age eticamente.

35. Lucas é servidor público do setor de atendimento do poder judiciário. Ele tem muitos afazeres e, por isso, deixa os clientes à espera de atendimento enquanto resolve os problemas internos do setor. Nessa situa-ção, o comportamento dele caracteriza conduta con-trária à ética no serviço público.

36. Uma das formas de se avaliar se é ético um comporta-mento profissional é verificar como o servidor contribui para que a população tenha uma visão positiva a respei-to da organização.

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37. O servidor público deve abster-se de exercer sua fun-ção, poder, ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo não cometendo qualquer violação expressa à lei.

38. A cortesia no atendimento de qualquer usuário do ser-viço público é fundamental para o desenvolvimento profissional do serviço dentro da instituição.

39. O servidor público pode retirar da repartição documento pertencente ao patrimônio público, sem prévia autoriza-ção da autoridade competente, se exercer cargo de con-fiança ou função à qual esse documento esteja relacio-nado.

40. O respeito à hierarquia e a disciplina não impede que o servidor público represente contra ato que caracte-rize omissão ou abuso de poder, ainda que esse ato tenha emanado de superior hierárquico.

41. A adequada prestação dos serviços públicos está re-lacionada à questões de ordem técnica, sem, neces-sariamente caracterizar-se por uma atitude ética no trabalho.

42. Sueli, servidora pública, apresenta um bom desem-penho e tem boas relações interpessoais no traba-lho. Devido a seus vínculos de amizade no ambiente de trabalho, Sueli, algumas vezes, acoberta irregu-laridades, de diversas naturezas, praticadas pelos seus colegas. Nessa situação, a conduta de Sue-li é antiética, pois privilegia aspectos pessoais em detrimento de aspectos profissionais e da ética no serviço público.

43. Ricardo, servidor público, enquanto participava da preparação de um edital de licitação para contrata-ção de fornecimento de refeições para o órgão em que trabalha, antecipou algumas das regras que iriam fazer parte do edital para Carlos, dono de uma empresa de fornecimento de marmitas, famosa pela qualidade e os ótimos preços dos seus produtos, a fim de que esse pudesse adequar alguns proce-dimentos de sua empresa ao edital. A iniciativa de Ricardo deveu-se somente ao fato de ele conhecer bem os produtos da empresa de Carlos, não lhe tra-zendo qualquer vantagem pecuniária. Nessa situa-ção, é correto afirmar que Ricardo agiu em prol do interesse coletivo e que não fere a ética no serviço público.

44. Marcos é servidor público e para aumentar sua ren-da, comercializa, em seu ambiente de trabalho, mas fora do horário normal de expediente, cópias de CDs e DVDs. Nessa situação, a conduta de Cláudio não pode ser considerada imprópria ao serviço público, pois envolve uma atividade que não guarda relação direta com as atribuições do cargo.

G A B A R I T O

1. E 2. C 3. E 4. E 5. C6. C 7. C 8. E 9. E

10. C 11. E 12. E 13. E 14. C15. C 16. C 17. E18. C 19. E 20. E21. C 22. E23. E

24. E 25. E26. E 27. C28. C29. C30. E31. C32. C33. C34. E35. C36. C37. C38. C 39. E40. C41. E42. C43. E44. E

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SUMÁRIO

REGIME JURÍDICO ÚNICO

LEI N. 8.112/90 E ALTERAÇÕES POSTERIORES, DIREITOS E DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO. O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL .....................................................16

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J. W. G

RA

NJEIR

O / R

OD

RIG

O C

AR

DO

SO

12

LEI N. 8.112/1990

INTRODUÇÃO

A presente seção tem como objetivo detalhar os dis-positivos constitucionais referentes ao servidor público e, também, abordar as disposições legais referentes aos ser-vidores públicos estatutários federais contidas na Lei n. 8.112/1990.

Cabe lembrar que os entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) podem criar seu regime esta-tutário. O regime adotado na União é a Lei n. 8.112/90, no Distrito Federal a Lei Complementar n. 840/11, no Estado de Goiás é a Lei n. 10.460/88. Cada ente pode criar seu pró-prio regime. Como já foi dito, neste capítulo estudaremos o regime estatutário dos servidores civis federais (União).

REGIME ESTATUTÁRIO

Regime estatutário é o conjunto de regras que disci-plinam a relação jurídica funcional entre o servidor público estatutário e o Estado. Cada ente federativo tem a prerroga-tiva de adotar regime estatutário próprios para disciplinar a relação funcional entre o ente e o servidor. É de saber que os estatutos devem obediência à Constituição Federal quando esta regulamenta assuntos relacionados a servidores.

O regime estatutário é um regime legal (não contra-tual). Não há contrato, qualquer alteração na lei altera o regime jurídico, logo alterado unilateralmente. Portanto, não há direito adquirido pela manutenção do regime.

A dúvida é a seguinte: a Lei n. 8.112/1990 abrange apenas os servidores ocupantes de cargo efetivo (aquele provido mediante concurso público)? A resposta é negativa. O regime estatutário alcança os cargos de provimento em comissão (aquele de livre nomeação e exoneração). Dessa forma, grande parte das determinações da Lei n. 8.112/1990 são direcionadas aos ocupantes de cargo em comissão como, por exemplo: nomeação, posse, exercício, regime dis-ciplinar etc. Vale lembrar que, alguns direitos garantidos ao servidor ocupante de cargo efetivo não são estendidos aos ocupantes de cargo em comissão como, por exemplo: estabi-lidade, algumas licenças, os afastamentos, a previdência etc.

CARGO PÚBLICO

Cargo público é o conjunto de atribuições e responsa-bilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º da Lei n. 8.112/1990).

Os cargos públicos podem ser: de carreira ou isolada. Cargo de carreira é aquele em que há progressão funcional dos servidores através de diversas classes. Essa progres-são funcional se dá por meio de promoção. Já o cargo iso-lado não admite a promoção, tem natureza estanque.

Outra característica dos cargos públicos é que podem ser: vitalícios, efetivos ou em comissão.

Os cargos vitalícios são aqueles que os ocupantes têm maior garantia de permanência. Consiste em uma prerroga-tiva para seus titulares. À vitaliciedade é necessária para que seus ocupantes tenham maior independência, sem que sejam

sujeitos à gerência de grupos de pessoas. A vitaliciedade decorre da Constituição, e essa contemplou como detentor de cargos vitalícios os magistrados (art. 95, I, CF), os membros do Ministério Público (art. 128, §5º, I, a, CF) e os membros dos Tribunais de Conta da União (art. 73, §3º, CF).

O cargo efetivo é provido mediante concurso, por esse motivo tem característica de permanência. Já os cargos em comissão são de ocupação transitória. O titular do cargo em comissão pode ser exonerado a qualquer momento pela autoridade que o nomeou (exoneração ad nutum). Não há que se falar em estabilidade para o detentores de cargo em comissão, são de livre nomeação e exoneração.

As funções de confiança são destinadas a servidores titulares de cargos de provimento efetivo. Tanto a função de confiança como o cargo em comissão são destinados às atri-buições de direção, chefia e assessoramento. No entanto, as funções de confiança são destinadas apenas a servido-res efetivos, enquanto os cargos comissionados podem ser ocupados por servidores efetivos ou não.

É oportuno registrar que o art. 5º da Lei n. 8.112/1990 estabelece os seguintes requisitos para a investidura do cargo: I – a nacionalidade brasileira; II – o gozo dos direitos políticos; III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V – a idade mínima de dezoito anos; VI – aptidão física e mental.

Por fim, o § 1º do art. 5 autoriza a exigência de outros requisitos: “As atribuições do cargo podem justificar a exi-gência de outros requisitos estabelecidos em lei”. Decorre então que a lei pode fixar outros requisitos, tais como exame psicotécnico, investigação social, limite de idade etc.

Para fixar: Com base no Regime Jurídico dos Servidores Civis da União, instituído pela Lei n. 8.112/1990, julgue os itens subsequentes.(CESPE/ 2008/ STJ/ TÉCNICO JUDICIÁRIO) A re-ferida lei estabeleceu, para algumas carreiras espe-cíficas, denominadas carreiras de Estado, o direito à vitaliciedade e à inamovibilidade.

Justificativa: Foi visto que a vitaliciedade é prerroga-tiva de cargos definidos na Constituição. Servidor regido pela Lei n. 8.112/1990 não tem a garantia à vitaliciedade e à inamovibilidade. Vale registrar que tais garantias são prerro-gativas dos juízes conforme consta no art. 95, CF. Gabarito: errado.

(CESPE / TRE-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2011) Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades que, previstas na estrutura orga-nizacional, devem ser cometidas a um servidor.

Justificativa: Esse é o conceito de cargo público. Gabarito: certo.

ACUMULAÇÃO DE CARGO PÚBLICO

Segundo o texto constitucional, a regra é a proibição da acumulação de cargos públicos. No entanto, se houver com-patibilidade de horários e se for observada a remuneração do teto constitucional estabelecido pela CF no inciso XI do art. 37, poderá haver acumulação de cargos públicos.

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O inciso XVI, do art. 37, da CF, tem a seguinte redação:

XVI – é vedada a acumulação remunerada de car-gos públicos, exceto, quando houver compatibili-dade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-fissionais de saúde, com profissões regulamenta-das;

Outros casos de acumulação, permitidos, previstos na Constituição Federal:

• Art. 38, III – vereador com cargo público (havendo compatibilidade com horário);

• Art. 95, parágrafo único, inciso I – juiz e magistério;• Art. 128, §5º, II, d – membros do Ministério Público

e magistério.

A proibição de acumular estende-se a empregos e fun-ções, e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e socieda-des controladas, direta ou indiretamente pelo Poder Público (XVII do art. 37 da CF). Por força desse mandamento, temos como exemplo a proibição de acumular cargos em uma empresa pública estadual e em um Ministério; ou em uma autarquia federal e em uma prefeitura.

ACUMULAÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO

Segundo o art. 119, da Lei n. 8.112/1990, o servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, pois o cargo comissionado é de dedicação exclusiva. No entanto, o ser-vidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza espe-cial poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições de que atualmente se ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da inte-rinidade (parágrafo único do art. 9º da Lei n. 8.112/1990). Vale registrar que a lei não estabeleceu prazos mínimos ou máximos para a permanência do interino em suas funções, o bom senso nos leva a um prazo razoável/necessário.

Pode ocorrer que o servidor que acumular dois cargos de maneira lícita seja nomeado em um cargo em comissão. Nesse caso, o art. 120 da Lei n. 8.112/1990 disciplina que o servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos efetivos, salvo na hipó-tese em que houver compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máxi-mas dos órgãos ou entidades envolvidos.

Simplificando:• servidor não poderá exercer mais de um cargo em

comissão;• servidor ocupante de cargo em comissão poderá

ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança;

• servidor que acumular dois cargos licitamente e for nomeado para um outro cargo em comissão, ficará afastado dos dois efetivos. No entanto, se as autori-

dades máximas dos órgãos envolvidos autorizarem, o servidor poderá exercer um cargo efetivo com o outro em comissão ou função de confiança.

Para fixar:

(CESPE /TJ-ES/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2011) A CF veda a acumulação ilegal de cargos públicos. No entanto, permite que um servidor venha a acu-mular um cargo efetivo com uma função de confian-ça.

Justificativa: Em regra é vedada a acumulação de cargos públicos. É permitida a acumulação de cargo efetivo com uma função de confiança, quando autorizados pelos órgãos envolvidos. Gabarito: certo.

(TRE-ES/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ ÁREA: ADMINIS-TRATIVA/ 2010) Ainda que interinamente, é vedado ao servidor público exercer mais de um cargo em comissão.

Justificativa: Foi visto que interinamente o servidor pode exercer mais de um cargo em comissão. Gabarito: errado.

CONCURSO PÚBLICO

Os cargos públicos ou empregos públicos devem ser preenchidos após prévia aprovação em concurso público. Trata-se de regra constante no art. 37, II, da Constituição, a saber:

II – a investidura em cargo ou emprego público de-pende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a na-tureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Com efeito, os cargos em comissão podem ser ocu-pados por servidores não detentores de cargo público. Os ocupantes de cargo em comissão são de livre nomeação e exoneração – ad nutum – decorre então que a permanência fica vinculada a critérios subjetivos – conforme a vontade/arbítrio – da autoridade competente.

O concurso será de provas ou de provas e títulos. O art. 12, da Lei n. 8.112/1990, estabelece que o concurso público terá validade de até dois anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. O prazo de validade do con-curso é contado de sua homologação, que é o ato admi-nistrativo mediante o qual a autoridade competente certifica que o procedimento do concurso foi legal/legítimo.

Exemplo: considere que determinado concurso tenha prazo de validade fixado em edital de um ano. Se a Adminis-tração achar conveniente a sua prorrogação (discricionarie-dade administrativa), poderá prorrogá-lo por mais um ano.

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Características• o edital do concurso deverá ser publicado no mínimo

um vez no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação (art. 12, §1º, da Lei n. 8.112/1990);

• não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado (art. 12, §2º da Lei n. 8.112/1990). Esse dispositivo proíbe que seja rea-lizado um novo concurso enquanto houver candida-tos aprovados em concurso anterior. Deve-se lem-brar que esse dispositivo é válido para a contratação de servidores públicos federais;

• o inciso IV, do art. 37, da CF, estabelece que “durante o prazo improrrogável previsto no edital de convo-cação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira”.

IMPORTANTE

A Constituição apenas estabeleceu prioridade para a nomeação de aprovados em concurso anterior – ainda dentro do prazo de validade – sobre os aprovados no novo concurso para o mesmo cargo ou emprego. Assim, não é proibida a abertura de um novo concurso público para cargo ou emprego dentro do prazo de validade de um concurso anterior realizado pela mesma administração. A exigência é que apenas sejam nomeados os antigos aprovados.

Devemos ressaltar que a Lei n. 8.112/1990 não ofende a Constituição ao disciplinar a não abertura de concurso no prazo de validade, mesmo no prazo improrrogável. Se esse tema for cobrado em provas de concursos o candidato deverá observar se a banca examinadora está abordando o tema conforme a Constituição ou conforme o estabelecido na Lei n. 8.112/1990.

RESERVA DE PERCENTUAL DE CARGOS E EMPREGOS PÚBLI-COS AOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS

Primeiro é importante registrar que a Constituição de 1988, com vista a promover ações à garantia dos direitos da pessoa portadora de necessidades especiais, assegura que “a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os crité-rios de sua admissão” (CF, art. 37, VIII).

Com o objetivo de regulamentar esse tema na esfera federal, a Lei n. 8.112/1990, estabelece que “às pessoas por-tadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribui-ções sejam compatíveis com a deficiência de que são porta-doras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso (art. 5º, §2º).

NOMEAÇÃO

Para Cavalcante Filho (2008, p. 32), a nomeação é o ato unilateral da Administração por meio do qual o Estado demonstra interesse em que determinada pessoa passe a

ocupar determinado cargo público. A nomeação para cargos de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concursos público obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.

O §1º, do art. 13, estabelece que a posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provi-mento (nomeação). O ato de provimento (nomeação) será tor-nado sem efeito se a posse não ocorre no prazo previsto, ou seja, em até 30 dias.

IMPORTANTE

A Administração, necessariamente, terá de nomear todos os candidatos aprovados dentro do número de vagas previstas no edital. A posição tradicional do STF sustentava que o candidato tinha mera expectativa de direito à nomeação, ou seja, fica a critério da Administração nomear o número de candidatos que achasse necessário. Por esse posicionamento, se o edital constasse 100 vagas, poderia a Administração nomear dez, vinte, ou mesmo não nomear ninguém. No entanto, o posicionamento atual mudou de modo à existência de direito subjetivo (direito de exigir a nomeação) à nomeação quando o candidato for classificado dentro do número de vagas previstas no edital. Temos como exemplo as decisões: RMS 19.478-SP, 6ª Turma, Rel. Min. NILSON NAVES, em 06.05.2008; RMS 15.420-PR (jul. 17.04.2008); RMS 15.345-GO (DJ 24.04.2007).

Para fixar:

(CESPE/ MPE) Candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas previsto no edi-tal possui o direito subjetivo à nomeação, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal.

Justificativa: Foi visto que o aprovado dentro do número de vagas oferecidas em edital de concurso tem direito subje-tivo (de exigir) sua nomeação. Gabarito: certo.

POSSE

A investidura em cargo público ocorrerá com a posse (art. 7º da Lei n. 8.112/1990). A partir da posse se passa a ser servidor público. A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento (nomea-ção). Se não for assinado o termo de posse dentro do prazo de trinta dias, após a nomeação, o ato de nomeação será tornado sem efeito. Após a assinatura do termo de posse o servidor terá quinze dias para entrar em exercício, se assim não o fizer, será exonerado de ofício.

QUESTÕES REFERENTES À POSSE

• A posse poderá dar-se mediante procuração espe-cífica (§3º do art. 13 da Lei n. 8.112/1990).

• Súmula n. 226 do STJ: “o diploma de habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse, e não na inscrição para o concurso público”.

• A posse dependerá de prévia inspeção médica ofi-cial e, só poderá ser empossado aquele que for jul-gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

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O §2º do art. 13 da Lei n. 8.112/1990 autoriza a prorro-gação da posse quando o nomeado já for servidor público e se encontrar em licença ou nas hipóteses legais de afas-tamento, sendo que o prazo para posse (30 dias contados do ato de provimento) será contado do término do impe-dimento. Diante disso, o prazo da posse será prorrogado quando o nomeado estiver de: licença por motivo de doença em pessoa da família, para o serviço militar, para capacita-ção, à gestante, à adotante, à paternidade, por motivo de acidente em serviço ou doença profissional, bem como nos afastamentos em virtude de férias, de pós-graduação stricto sensu no país e para participar em competição desportiva.

Para fixar:

(CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/POLÍCIA LEGISLATIVA/ 2014) Um cidadão aprovado no car-go de técnico legislativo da Câmara dos Deputados que não possa comparecer à sua posse por motivos de foro pessoal poderá tomar posse mediante pro-curação específica.

Justificativa: foi visto que a posse poderá ocorrer mediante procuração específica. Gabarito: certo

EXERCÍCIOS

O exercício representa o efetivo desempenho das atri-buições do cargo público. Conforme o §1º do art. 15 da Lei n. 8.112/1990 “é de quinze dias o prazo para o servidor empos-sado em cargo público entrar em exercício, contados da data da posse”. Vimos que o servidor empossado que não entrar em exercício no prazo de quinze dias será exonerado de ofício. Após entrar em exercício, o servidor fará jus à retri-buição pecuniária referente ao cargo, iniciam-se a contagem do período do estágio probatório e do da estabilidade.

ESTABILIDADE

São estáveis após três anos de efetivo exercício os ser-vidores nomeados para cargo de provimento efetivo em vir-tude de concurso público (art. 41 da CF). A estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor após três anos de efetivo exercício. O §4º do art. 41 da CF disciplina que é condição obrigató-ria para a aquisição da estabilidade avaliação especial de desempenho por comissão. Portanto, a estabilidade não é alcançada por mero decurso temporal, pois é exigido que o servidor seja avaliado por comissão de avaliação criada com essa finalidade.

Conforme consta no art. 41, da CF, é requisito obje-tivo para a aquisição da estabilidade o efetivo exercício do servidor no cargo para o qual foi nomeado. Desse modo, o STJ já se pronunciou que se o servidor afastar do seu cargo efetivo em razão de licenças ou afastamentos, o prazo da contagem da estabilidade será suspenso, só iniciando novamente a contagem após o retorno do servidor em suas atividades. É o que consta no seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

ESTABILIDADE. AVALIAÇÃO. DESEMPENHO. LICENÇA. PRAZO. Quando, dentro do período de três anos, a avaliação de desempenho do servidor (art. 41 da CF/1988, com a redação dada pela EC n. 19/1998) for impossibilitada em razão de afasta-mentos pessoais, esse prazo deverá ser prorroga-do pelo mesmo lapso de tempo em que perdurar o afastamento ou licença, de modo a permitir a referida avaliação, pois o efetivo exercício da fun-ção é-lhe condição. Mostra-se, portanto, impossível aproveitar aqueles períodos de licença ou afasta-mento. Precedentes citados: RMS 9.931-PR, DJ 15.10.2001, e REsp 173.580-DF, DJ 17.12.1999. RMS 19.884-DF, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 08.11.2007.

Em síntese: considere que um servidor já tenha cum-prido um ano de exercício para fins de contagem de tempo para aquisição da estabilidade. Contudo, o servidor preci-sou pedir licença para acompanhar cônjuge que foi remo-vido para outro ponto do território nacional. Nesse caso, suspende a contagem para aquisição da estabilidade até o retorno do servidor a seu cargo. Afinal, o STJ entende que apenas o efetivo exercício no cargo permite a “referida ava-liação, pois o efetivo exercício da função é-lhe condição”.

A estabilidade é alcançada apenas pelos servidores estatutários, não há que se falar em estabilidade para servi-dores ocupantes de cargo comissionado ou para emprega-dos públicos (CLT).

ESTÁGIO PROBATÓRIO

O art. 20 da Lei n. 8.112/1990 regulamenta o estágio probatório nos seguintes termos:

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a es-tágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: (vide EMC n. 19)I – assiduidade; II – disciplina; III – capacidade de iniciativa; IV – produtividade; V – responsabilidade.

Questão a ser destacada é em relação ao prazo do estágio probatório. Vimos que o estatuto dos servidores públicos federais estabelece que o estágio probatório é de vinte e quatro meses. Nesse período é avaliado se o ser-vidor tem aptidão para o cargo ao qual desempenha suas funções.

No entanto, a doutrina dominante advoga que o do art. 20 da Lei n. 8.112/1990 não foi recepcionado pela nova redação do art. 41 introduzida pela EC n. 19/1998, ou seja, o estágio probatório deve ser de três anos para coincidir com o prazo da estabilidade.

Hely Lopes Meirelles (2008, p. 451-452) leciona que estágio probatório de três anos “é o período de exercício do servidor durante o qual é observado e apurada pela Adminis-tração a conveniência ou não de sua permanência no ser-viço público (...)”.

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Merece destacar que o STF atualmente acolhe a orientação segundo a qual o estágio probatório é o perí-odo compreendido entre o início do cargo e a aquisição de estabilidade no serviço público, que se dá após três anos (Informativo/STF n. 317).

Vale destacar que, apesar de a doutrina e de a jurispru-dência disciplinarem que a estabilidade e o estágio devem ter períodos iguais, são institutos totalmente diversos: o estágio probatório tem como objetivo avaliar a aptidão do servidor para o exercício do cargo e a estabilidade é caracterizada como expectativa de permanência no serviço público, que se adquire com três anos de efetivo exercício, desde que seja aprovado em avaliação especial de desem-penho por comissão instituída para essa finalidade (CF, art. 41, e §4º).

Para fixar:

(CESPE/ TRF/ JUIZ/ 2009) Conforme recente enten-dimento do STJ, o prazo do estágio probatório é de 24 meses, não tendo sido modificado ante a altera-ção constitucional que fixou o prazo de 3 anos como requisito objetivo para a obtenção da estabilidade.

(CESPE / TCE-ES/ PROCURADOR/ 2009) Con-forme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório não foi alterado, com o advento da Emenda Constitucional n. 19/1998, que fixou o prazo para aquisição da estabilidade em três anos.

(CESPE/TCU/ANALISTA DE CONTROLE EXTER-NO/ 2009) Conforme recente entendimento do STJ, o prazo do estágio probatório dos servidores públi-cos é de 24 meses, visto que tal prazo não foi altera-do pela Emenda Constitucional n. 19/1998, que tra-ta apenas da estabilidade dos referidos servidores.

(CESPE / ANALISTA DE CORREIOS/ 2011) Ao en-trar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de vinte e quatro meses, durante o qual sua aptidão e sua capacidade serão objetos de ava-liação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: assiduidade, disciplina, capacida-de de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

Justificativa: Todas as questões estão erradas, pois vimos que a jurisprudência orienta que o prazo do está-gio deve ser o mesmo da estabilidade. Entende-se que a Emenda Constitucional n. 19/1998, que alterou a redação do o art. 41da CF, revogou tacitamente o art. 20, caput, da Lei n. 8.112/1990.

PARA FIXARCriação do cargo por lei edital do concurso realização da prova homologação

nomeação posse(30 dias, contados da nomeação)

exercício(15 dias, contados da posse)

estágio probatório (3 anos, segundo o STF)

estabilidade (3 anos,art. 41 da CF)

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE; DIREITOS SOCIAIS; NACIONALIDADE; CIDADANIA; GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS; GARANTIAS DOS DIREITOS COLETIVOS, SOCIAIS E POLÍTICOS ..............................................................................................48

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (ARTIGOS DE 37 A 41, CAPÍTULO VII, CONSTITUIÇÃO FEDERAL) ..........88

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1. (FCC/ TRT - 6ª Região (PE)/ Técnico Judiciário/ Área Administrativa/ 2012) A Constituição Federal reconhe-ce que são Poderes da União, independentes e har-mônicos entre si, APENAS o a. Legislativo e o Executivo.b. Judiciário e o Legislativo.c. Executivo, o Legislativo e o Judiciário.d. Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério

Público.e. Executivo, o Legislativo, o Judiciário, o Ministério

Público e a Defensoria Pública.

2. (FCC/ TRT - 6ª Região-(PE)/ Técnico Judiciário/ Se-gurança/ 2012) No que concerne à organização dos Poderes da União, é correto afirmar, com base na Constituição Federal, que a. o Judiciário é hierarquicamente superior ao Exe-

cutivo e ao Legislativo, na medida em que àquele incumbe decisão final sobre a constitucionalidade das normas vigentes.

b. são independentes e harmônicos entre si, impon-do- se influências e limitações recíprocas que se prestam à limitação do poder estatal.

c. o Executivo é hierarquicamente superior ao Legis-lativo, na medida em lhe é autorizado legislar por meio de medidas provisórias.

d. o Legislativo é hierarquicamente superior ao Exe-cutivo, na medida em que pode derrubar o veto do Chefe do Executivo a determinada lei, tornando-a vigente.

e. são independentes e harmônicos, não se relacio-nando entre si, devendo eventual conflito ser diri-mido por organismo supranacional.

3. (FCC/ TRT - 6ª Região/ 2012) Analista Judiciário/ Exe-cução de Mandados) O voto é uma das principais ar-mas da Democracia, pois permite ao povo escolher os responsáveis pela condução das decisões políticas de um Estado. Quem faz mau uso do voto deixa de ze-lar pela boa condução da política e põe em risco seus próprios direitos e deveres, o que afeta a essência do Estado Democrático de Direito. Dentre os fundamen-tos da República Federativa do Brasil, expressamente previstos na Constituição, aquele que mais adequada-mente se relaciona à ideia acima exposta é a a. soberania.b. prevalência dos direitos humanos.c. cidadania.d. independência nacional.e. dignidade da pessoa humana.

4. (FCC/ TRT - 6ª Região/ Analista Judiciário/ Área Ju-diciária/ 2012) O princípio constitucional, relacionado aos direitos fundamentais, que embasa a “Lei Maria da Penha”, permitindo que a mulher receba um trata-mento jurídico preferencial em relação ao homem nas situações de violência doméstica e familiar, é o da

a. função social da propriedade.b. liberdade individual.c. igualdade material.d. inviolabilidade domiciliar.e. segurança jurídica.

5. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Segu-rança e Transporte/ 2012) Quanto às relações inter-nacionais, o Brasil rege-se, segundo expressamente disposto no artigo 4º da Constituição Federal brasileira de 1988, pelo princípio a. do juiz natural.b. do efeito mediato.c. da sucumbência.d. da igualdade entre os Estados.e. da concentração.

6. (FCC/ TRE-SP/ Técnico Judiciário/ Área Administrati-va/ 2012) O mecanismo pelo qual os Ministros do Su-premo Tribunal Federal são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação da escolha pelo Sena-do Federal, decorre do princípio constitucional daa. separação de poderes.b. soberania.c. cidadania.d. inafastabilidade do Poder Judiciário.e. solução pacífica dos conflitos.

7. (FCC/ TRE-PR/ Técnico Judiciário/ Área Administrati-va/ 2012) A Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, assinada por Estados do continente africa-no em 1981, enuncia, em seu artigo 20, que todo povo tem um direito imprescritível e inalienável, pelo qual determina livremente seu estatuto político e garante seu desenvolvimento econômico e social pelo caminho que livremente escolheu. Na Constituição da República Federativa do Brasil, o teor de referido enunciado encontra equivalência no princípio de regência das relações internacionais de a. repúdio ao terrorismo e ao racismo.b. construção de uma sociedade livre, justa e solidária.c. erradicação da pobreza e da marginalização.d. autodeterminação dos povos.e. concessão de asilo político.

8. (FCC/ TRT - 14ª Região/ Técnico Judiciário/ Área Ad-ministrativa/ 2011) NÃO constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, previsto expressa-mente na Constituição Federal,a. construir uma sociedade livre, justa e solidária.b. garantir o desenvolvimento nacional.c. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais.d. captar tributos mediante fiscalização da Receita

Federal.e. promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

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9. (FCC/ TRF - 1ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Ad-ministrativa/ 2007) Dentre as proposições abaixo, é INCORRETO afirmar que a República Federativa do Brasil tem como fundamentos, dentre outros,a. a cidadania e o pluralismo político.b. a soberania e a dignidade da pessoa humana.c. o pluralismo político e a valorização social do tra-

balho.d. a dignidade da pessoa humana e o valor da livre

iniciativa.e. a autonomia e a dependência nacional.

10. (FCC/ TRF - 4ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Taquigra-fia/ 2010) NÃO constitui princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais, previsto na Constituição Federal:a. concessão de asilo político.b. independência nacional.c. repúdio ao terrorismo e ao racismo.d. autodeterminação dos povos.e. busca de integração econômica.

11. (FCC/ AL-SP/ Agente Técnico Legislativo Especializa-do/ Direito/ 2010) No Brasil, as funções atípicas, rela-cionadas à teoria da separação de poderes,a. são consideradas inconstitucionais, pois ferem a

harmonia e a independência dos Poderes.b. só poderão ser realizadas mediante expressa pre-

visão legal.c. possibilitam ao Senado Federal julgar o Presidente

da República por crime de responsabilidade.d. permitem aos Tribunais Superiores aprovar súmula

com efeito vinculante em relação aos demais ór-gãos do Poder Judiciário.

e. garantem ao Poder Executivo prerrogativa para apurar fato determinado e por prazo certo com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais.

12. (FCC/ AL-SP/ Agente Legislativo de Serviços Técnicos e Administrativos/ 2010) Constitui um dos fundamen-tos da República Federativa do Brasil, de acordo com a Constituição Federal de 1988,a. a garantia do desenvolvimento nacional.b. a não intervenção.c. a defesa da paz.d. a igualdade entre os Estados.e. o pluralismo político.

13. (FCC/ MPU/ Analista/ Orçamento/ 2007) A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações inter-nacionais, pelo princípio, dentre outros,a. do pluralismo político.b. da garantia do desenvolvimento nacional.c. da erradicação da marginalidade e redução das de-

sigualdades sociais.d. da dignidade da pessoa humana.e. da não-intervenção.

14. (FCC/ TRF - 5ª REGIÃO/ Analista Judiciário/ Tecno-logia da Informação/ 2008) Nas suas relações inter-nacionais, a República Federativa do Brasil rege-se, dentre outros, pelo princípio da a. dependência nacional e do pluralismo político. b. intervenção e da cidadania. c. autodeterminação dos povos. d. solução bélica dos conflitos e da soberania. e. vedação de asilo político.

15. (FCC/ TRF - 5ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Seguran-ça e Transporte/ 2008) NÃO constitui princípio funda-mental da República Federativa do Brasila. o valor social do trabalho e da livre iniciativa.b. a soberania.c. a dignidade da pessoa humana.d. a determinação dos povos.e. o pluralismo político.

16. (FCC/ TRF - 1ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Área Ad-ministrativa/ 2006) Dentre as proposições abaixo, é INCORRETO afirmar que a República Federativa do Brasil, nas suas relações internacionais, rege-se pelo princípio daa. independência nacional.b. vedação ao asilo político.c. não intervenção.d. prevalência dos direitos humanos.e. autodeterminação dos povos.

17. (FCC/ TCE-GO/ Técnico de Controle Externo/ Área Administrativa/ 2009) Considere as seguintes afirma-ções sobre os princípios fundamentais da Constituição da República: I – A República Federativa do Brasil é formada pela

união indissolúvel dos Estados, Municípios e Dis-trito Federal.

II – Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes ou diretamente, nos termos da Constituição.

III – Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, dentre outros, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional.

Está correto o que se afirma ema. I, II e III.b. I, apenas.c. II, apenas.d. III, apenas.e. I e II, apenas.

18. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2006) Quanto ao federalismo é correto afirmar:a. Consiste na divisão de poder entre governo central

e governos regionais na qual cada ente federativo, definido geograficamente, mantém sua soberania.

b. É uma forma de Estado freqüente: há mais de duas vezes estados federais que unitários.

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c. Não permite diferentes formas de governo entre as unidades regionais ou locais componentes da fede-ração e as unidades centrais.

d. É costumeiro em países relativamente extensos ou aqueles de menor diversidade social e cultural.

e. A autonomia federativa assenta-se na existência de órgãos governamentais próprios e com compe-tências exclusivas.

19. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2006) Em relação à dignidade da pessoa humana, prevista pela Constitui-ção Federal de 1988 como fundamento da República Federativa do Brasil, é possível afirmar:a. É um direito público subjetivo expresso numa nor-

ma regra.b. Por ser fundamento e princípio constitucional es-

truturante é densificada ao longo do texto consti-tucional.

c. Por ser uma norma programática a sua efetivação dependerá de políticas públicas que venham a ser adotadas pelos governantes.

d. É suficiente para sua realização o respeito aos di-reitos individuais clássicos: direito à vida, à liberda-de, à igualdade, à segurança e à propriedade.

e. Exprime um conceito extremamente vago que comporta ampla discricionariedade judicial, deven-do, portanto, ser evitado em demandas judiciais.

20. (FCC/ MPE-AP/ Técnico Administrativo/ 2009) A Cons-tituição Federal, no capítulo reservado aos princípios fundamentais, estabelece que a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais, dentre outras hipóteses, pelo princípio daa. não intervenção.b. dependência nacional condicionada.c. determinação dos povos quanto à dignidade da

pessoa humana.d. solução bélica e não arbitral dos conflitos.e. vedação de asilo e de exílio político-partidário.

21. (FCC/ TRT - 4ª REGIÃO/ Juiz do Trabalho/ 2012) Ten-do sido noticiado pela imprensa que haviam sido for-muladas denúncias contra si perante a Corregedoria--Geral da União, as quais afirma serem inverídicas, um indivíduo formula pedido junto ao órgão para obter, por meio de certidão, a identificação dos autores das refe-ridas denúncias, a fim de que a certidão em questão possa ser utilizada, na defesa de direitos, como meio de prova em processo judicial. O pedido para obtenção da certidão é indeferido. Em tal situação, a fim de ver sua pretensão acolhida perante o órgão correicional, poderá o indivíduo valer-se judicialmente da impetra-ção de a. mandado de injunção. b. ação popular. c. habeas corpus. d. habeas data. e. mandado de segurança.

22. (FCC/ TJ-GO – Juiz/ 2012) Relativamente à desapro-priação por interesse social, para fins de reforma agrária, a. as benfeitorias necessárias serão indenizadas em

dinheiro, mas não as úteis.b. o decreto que declarar o imóvel como de interesse

social, para fins de reforma agrária, autoriza o Mu-nicípio a propor a ação de desapropriação.

c. cabe à lei ordinária estabelecer procedimento con-traditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação.

d. o orçamento fixará a cada dois anos o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no biênio.

e. são isentas de impostos federais, estaduais e mu-nicipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

23. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Contabili-dade/ 2012) Caio, Pompeu, Cesar, Flávio e Otaviano, são, respectivamente, policial civil, delegado de polí-cia, promotor de justiça, juiz de direito e jornalista. Jú-lio, sem estar em estado de fragrante delito, foi preso no interior de casa durante o dia por policiais militares que, sem autorização do morador, arrebentaram a por-ta de entrada e efetuaram sua prisão. No caso, para que a prisão de Júlio seja válida, é necessária a prévia determinação dea. Cesarb. Pompeu.c. Caio.d. Otaviano.e. Flávio

24. (FCC/ TRF - 2ª REGIÃO/ Técnico Judiciário/ Conta-bilidade/ 2012) O sindicato dos aeroviários realizou passeata pacífica e sem armas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Cidade Rio de Janeiro. Essa reunião será considerada lícita desde que a. tenha sido previamente autorizada pela autoridade

competente e não seja vinculada a greve ilegal.b. tenha sido previamente autorizada pela autoridade

competente, apenas.c. não tenha frustrado outra reunião anteriormente

convocada para o mesmo local, sendo apenas exi-gido prévio aviso à autoridade competente.

d. não critique os atos administrativos dos Estados e dos Municípios, apenas.

e. não critique os atos administrativos da União, apenas.

25. (FCC/ DPE-SP/ Defensor Público/ 2012) A respeito dos direitos e das garantias fundamentais pré-vistos na or-dem constitucional brasileira vigente, é correto afirmar:a. As pessoas presas, ainda que provisoriamente, em

razão de processo penal, têm seus direitos políti-cos suspensos, não podendo, inclusive, exercer direito de voto.

b. Para efeitos do disposto no artigo 5º, XI, da Cons-tituição Federal de 1988, o conceito normativo de “casa” deve ser entendido de forma abrangente, de forma a alcançar qualquer compartimento privado

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não aberto ao público, onde alguém exerce profis-são ou atividade, mas não deve ser estendido a “barracos” construídos irregularmente, por exem-plo, em áreas públicas.

c. Segundo entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal, ao contrário da busca domiciliar e da decretação da prisão, ressalvada a situação de flagrância penal, não se considera cláusula cons-titucional de reserva de jurisdição a interceptação telefônica, podendo esta ser determinada, inclu-sive, por Comissão Parlamentar de Inquérito, nos termos do artigo 58, §3º , da Constituição Federal de 1988.

d. A prática de racismo, a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático e a prática do tráfico ilícito de entorpecentes e de drogas afins são considerados crimes imprescritíveis.

e. O disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal de 1988, segundo o qual “a lei não pre-judicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”, não proibiu a retroatividade da lei, mas, apenas, protegeu o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada de eventual ação retroativa de lei.

26. (CESGRANRIO/ TJ-RO/ Técnico Judiciário/ 2008) O chamado princípio do Juiz Natural assegura quea. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário

lesão ou ameaça a direito.b. ninguém será processado nem sentenciado, senão

pela autoridade competente.c. ninguém será preso, senão em flagrante delito ou

por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente.

d. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o natura-lizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

e. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, são assegurados o contraditório e a ampla defesa.

27. (CESGRANRIO/ BACEN/ Técnico do Banco Central/ Área 2/ 2010) A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, estabelece os direitos e deveres individuais do cidadão: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à seguran-ça e à propriedade.” Tendo como base este artigo da Constituição, pode-se afirmar que I – qualquer pessoa, detida pela segurança, deverá ser

imediatamente entregue aos órgãos policiais, não podendo ser submetida a nenhum tipo de maltrato ou humilhação;

II – a prática de racismo constitui crime inafiançável e somente será tolerada em comunidades de imi-grantes, em cuja cultura essa prática seja permitida;

III – um suspeito, ao ser detido, poderá solicitar a iden-tificação de seus detentores; contudo, os vigilantes não são obrigados a fazê-la;

IV – um meliante, ao ser detido pela segurança de uma instituição, deverá ser informado de seus direitos, inclusive o de permanecer calado, se assim o de-sejar;

V – a prática de tortura contra presos, com o fim de ob-tenção de informações ou confissão, será conside-rada crime inafiançável, por ela respondendo não só os executantes, mas também os mandantes e os que, tendo conhecimento e podendo evitá-la, se omitiram.

Estão corretas APENAS as afirmaçõesa. I e III.b. I, IV e V.c. II, III e IV.d. II, III e V.e. II, IV e V.

28. (CESGRANRIO/ BACEN/ Técnico do Banco Central/ Area 1/ 2010) Juan, cidadão argentino residente no Brasil, dirigiu-se ao Banco Central a fim de encami-nhar uma petição dirigida a determinada autoridade, reclamando sobre a conduta abusiva de um funcioná-rio. Nesse caso, a Constituiçãoa. condiciona o exercício deste direito ao pagamento

de taxa correspondente ao serviço.b. permite a Juan exercer tal direito.c. assegura esse direito apenas aos brasileiros (natos

ou naturalizados).d. assegura esse direito apenas aos brasileiros no

gozo dos direitos políticos.e. não assegura tal direito.

29. (CESGRANRIO/ BACEN/ Analista do Banco Central/ Todas as áreas/ 2010) Na hipótese de o Banco Central vir a praticar ato manifestamente ilegal e lesivo ao pa-trimônio público, um cidadão brasileiro, indignado com o ocorrido e com o propósito de anular o referido ato, pode ajuizara. ação popular.b. ação civil pública.c. mandado de segurança coletivo.d. mandado de injunção coletivo.e. habeas data.

30. (CESGRANRIO/ TJ-RO/ Oficial de Justiça/ 2008) A Constituição afirma que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o con-sentimento do morador” (Art. 5, XI). A esse respeito, considere as afirmativas a seguir.I – É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do

dia, mesmo sem o consentimento do morador, des-de que haja autorização judicial para tanto.

II – É permitido penetrar na casa, a qualquer hora do dia, em caso de desastre ou para prestar socorro.

III – É permitido penetrar na casa quando houver fla-grante delito, mas somente durante o dia.

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IV – O conceito de casa deve ser interpretado de forma restritiva, não incluindo, por exemplo, quarto de hotel.

Tendo em vista o direito fundamental citado, de acordo com a própria Constituição, e com a jurisprudência do STF, é (são) correta(s) APENAS a(s) afirmativa(s)a. IIb. IIIc. I e IVd. I, II e IVe. I, III e IV

31. (CESGRANRIO/ TJ-RO/ Oficial de Justiça/ 2008) Caso uma determinada autoridade administrativa se recu-sasse (ilegalmente) a fornecer certidão de tempo de serviço, requerida por funcionário público que dela ne-cessitasse, a fim de solicitar sua aposentadoria, seria cabível ajuizara. Habeas Data.b. Ação Civil Pública.c. Ação Popular.d. Mandado de Injunção.e. Mandado de Segurança.

32. (CONSULPLAN/ TSE/ Técnico Judiciário/ Área Admi-nistrativa/ 2012) Perigosa quadrilha de narcotrafican-tes em determinada cidade brasileira planeja execu-tar uma série de atentados, com real possibilidade de produzir mortes entre civis, com o intuito de espalhar pânico nesta cidade. Gasparzinho, integrante da fac-ção criminosa é preso e, em interrogatório, por meio da técnica do “waterboarding” (afogamento simulado) aplicada pela autoridade policial, confessa e fornece detalhes sobre o plano terrorista. Tal fato possibilita a ação preventiva das forças de segurança daquela uni-dade da federação que, assim, conseguem impedir a execução dos eventos. A respeito da situação descrita, é correto afirmar que a. é amparada pela supremacia do interesse público.b. viola o princípio da individualização da pena.c. ponderando os bens jurídicos em oposição, é am-

parada pelo princípio da proporcionalidade.d. viola o devido processo legal.

33. (CONSULPLAN/ Prefeitura de Campo Verde – MT/Contador/ 2010) A Constituição da República Federa-tiva do Brasil de 1988 estabelece como crime inafian-çável, EXCETO: a. Prática do racismo.b. Prática de tortura.c. Crime político.d. Tráfico ilícito de entorpecentes.e. Terrorismo.

34. (CONSULPLAN/ Prefeitura de Campo Verde – MT/Contador/ 2010) Nos termos da Carta Constitucional de 1988, é livre a associação profissional ou sindical, observado que, EXCETO: a. A lei não poderá exigir autorização do Estado para

a fundação de sindicato, ressalvado o registro no

órgão competente, vedadas ao Poder Público a in-terferência e a intervenção na organização sindical.

b. Ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interes-ses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

c. Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.

d. É vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de ca-tegoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser infe-rior à área de um município.

e. A participação dos sindicatos nas negociações co-letivas de trabalho é facultativa.

35. (CONSULPLAN/ TRE-RS/ Técnico Administrativo/ 2008) Sobre os direitos e deveres individuais e coleti-vos previstos na Constituição da República Federativa do Brasil, marque a alternativa INCORRETA:a. A lei estabelecerá o procedimento para desapro-

priação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeni-zação em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição da República.

b. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização anterior, se houver dano.

c. Aos autores pertence o direito exclusivo de utili-zação, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar.

d. É assegurado a todos o acesso à informação e res-guardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.

e. A propriedade atenderá a sua função social.

G A B A R I T O

1. c2. b3. c4. c5. d6. a7. d8. d9. e

10. e11. c12. e13. e14. c15. d16. b17. a18. e19. b

20. a21. e22. e23. e24. c25. e26. b27. b28. b29. a30. a31. e32. d33. c34. e35. b

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS .....................................................................................124

DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS ..............................................................126

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA .........................136

AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO; PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS; CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICOS; REGIME JURÍDICO ÚNICO: PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO; DIREITOS E VANTAGENS; REGIME DISCIPLINAR; RESPONSABILIDADE CIVIL, CRIMINAL E ADMINISTRATIVA / (Vide Módulo Regime Jurídico Único) .........167

PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PODER REGULAMENTAR; PODER DE POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER ..........................................................154

ATO ADMINISTRATIVO: VALIDADE, EFICÁCIA; ATRIBUTOS; EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA; CLASSIFICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE .170

SERVIÇOS PÚBLICOS; CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUISITOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO ...................................221

CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE ADMINISTRATIVO; CONTROLE JUDICIAL; CONTROLE LEGISLATIVO; RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. LEI N. 8.429/1992 E ALTERAÇÕES POSTERIORES (DISPÕE SOBRE AS SANÇÕES APLICÁVEIS AOS AGENTES PÚBLICOS NOS CASOS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NO EXERCÍCIO DE MANDATO, CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS) .....................................................................................................................205

LEI N. 9.784/1999 E ALTERAÇÕES POSTERIORES (LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO) ........................234

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ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ELEMENTOS DO ESTADO Podemos sintetizar o conceito de Estado em relação

à interpretação constitucional, ou seja, é pessoa jurídica territorial soberana. O Estado é pessoa jurídica de Direito Público Interno. É formado pelos elementos: Povo, Território e Governo soberano.

a) Povo: elemento humano (nato ou naturalizado). É diferente de população, pois esta é composta por nacionais e estrangeiros.

b) Território: é a base física. Governo soberano: poder de auto-organização, sem gerências externas. Organizar-se de forma so-berana de vontade.

FORMA DE ESTADO

Quando falamos em forma de Estado, devemos sempre nos lembrar da organização política territorial. Nesse sentido, temos o Estado Federado e o Estado Unitário.

O Brasil é um Estado Federado, pois coexistem poderes políticos distintos (União, os Estados, o DF e os Municípios) todos com autonomia política, administrativa e financeira.

Já os Estados que adotam a forma unitária, ou seja, os Estados Unitários, têm como característica a centralização política. Nessa forma, o poder político central dita de forma exclusiva todas as decisões políticas e planos governamentais. Temos como exemplo de Estado que adota a forma de poder político central (unitário) o Uruguai.

A forma federativa no Brasil é cláusula pétrea (CF, art. 60, §4º, I).

Art. 60. [...] §4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I – a forma federativa de Estado;

UNIÃO FEDERAL

A República Federativa do Brasil, ou seja, o país Brasil, é composto pela União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.

A União é formada pela reunião dos Estados-mem-bros, Distrito Federal e Municípios. Já a República Fede-rativa do Brasil é formada pela reunião da União, Estados--membros, Distrito Federal e os Municípios, todos como autônomos.

A República Federativa do Brasil é soberana no plano internacional, enquanto a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios têm autonomia entre si.

A União é pessoa jurídica de direito público interno. Tem autonomia financeira, administrativa e política.

A República Federativa do Brasil tem personalidade jurídica de Direito Público Internacional.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tema de alta relevância para o entendimento de todo conteúdo referente ao Direito Administrativo. A palavra administrar significa dirigir, comandar, planejar, executar.

Assim, o vocábulo administrar abrange todas as atividades, desde a de planejamento, de direção, de comando, como as atividades de execução, que nesse aspecto não têm caráter decisório.

A Administração Pública em sentido amplo engloba todos esses verbos, ou seja, abrange a função de execu-tar as diretrizes governamentais quanto ao planejamento das metas do Governo. Assim, temos a Administração em sentido amplo, que abrange a função política e a administrativa (sentido objetivo) e os órgãos governa-mentais (Governo) e os órgãos administrativos (sentido subjetivo).

O objeto do nosso estudo será delimitar a Administra-ção Pública em sentido estrito, que abrange a função tipica-mente administrativa incumbida de executar o planejamento governamental (Governo) e os órgãos administrativos.

Desse modo, faz-se necessário entender a distinção entre Administração Pública (função administrativa) e Governo (atividade política). A Administração pratica conduta hierarqui-zada, enquanto o Governo pratica atividade política. A Admi-nistração não pratica atos de governo, apenas executa opções políticas do governo.

A função administrativa (em sentido estrito e objetivo) compreende serviço público, a intervenção, o fomento e a polí-cia administrativa. Conforme leciona Di Pietro (2009, p. 51), são exemplos de atos praticados na função política da Admi-nistração (ato de governo): a convocação extraordinária do Congresso Nacional, a nomeação de Comissão Parlamentar de Inquérito, as nomeações de Ministros de Estado, as rela-ções com Estados estrangeiros, a declaração de guerra e de paz, a permissão para que forças estrangeiras transitem pelo território do Estado, a declaração de estado de sítio e de emer-gência, a intervenção federal nos Estados, os atos decisórios que implicam a fixação de metas, de diretrizes ou de planos governamentais. Os atos políticos se inserem na função política do governo e serão executados pela Administração Pública (em sentido estrito), no exercício da função adminis-trativa propriamente dita.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS

A Administração Pública é estudada sob dois sentidos: a) em sentido formal, subjetivo ou orgânico: nesse

aspecto, é entendida como os entes que desenvol-vem a função administrativa. Representa as pesso-as jurídicas, os órgãos e os agentes públicos incum-bidos de exercer a função administrativa do Estado.

b) em sentido material, objetivo ou funcional: é a própria atividade administrativa. Representa o conjunto de atividades administrativas desempe-nhadas pelo Estado.

Em síntese, em sentido subjetivo reportamos as pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos e em sentido objetivo as atividades administrativas.

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SENTIDO FORMAL, SUBJETIVO OU ORGÂNICO A Administração pública em sentido formal, subjetivo ou

orgânico é o conjunto de sujeitos (órgão e pessoas jurídicas) que exercem a atividade administrativa. Adota-se como refe-rência “quem” realiza a atividade. Dessa forma, compõem a Administração Pública, em sentido subjetivo, os órgãos que integram as pessoas políticas – administração direta – e as entidades administrativas, que compõem a Administração indireta do Estado.

O Decreto-Lei n. 200/1967 enumera os sujeitos que compõem a Administração Pública, a saber:

Art. 4º A Administração Federal compreende: I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; fundações públicas. (Incluído pela Lei n. 7.596, de 1987)

A expressão Administração Pública em sentido subje-tivo é grafada com iniciais maiúsculas, enquanto no sentido objetivo deve ser grafada em minúsculo.

Segue a questão abaixo para análise:

(CESPE/ TRE-MT/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2010) Assinale a opção correta com relação às noções sobre Estado e administração pública.

a. Administração pública em sentido subjetivo compre-ende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes que exercem a função administrativa.

b. A administração pública direta, na esfera federal, compreende os órgãos e as entidades, ambos dotados de personalidade jurídica, que se inserem na estrutura administrativa da Presidência da Repúbli-ca e dos ministérios.

c. O Estado Federal brasileiro é integrado pela União, pelos estados-membros e pelo Distrito Federal, mas não pelos municípios, que, à luz da CF, desfrutam de autonomia administrativa, mas não de autonomia financeira e legislativa.

d. A prerrogativa de criar empresas públicas e socie-dades de economia mista pertence apenas à União, não dispondo os estados, o Distrito Federal e os municípios de competência para tal.

e. As autarquias e as fundações públicas, como entes de direito público que dispõem de personalidade jurídica própria, integram a administração direta.

Como já lecionado, o item correto é a letra “a”.

SENTIDO MATERIAL, OBJETIVO OU FUNCIONAL

A atividade administrativa é desempenhada em maior grau pelo Poder Executivo. Essa função administra-tiva abrange o fomento, a polícia administrativa, o serviço público e a intervenção. Nesse tema, adotamos as lições da Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro.

a) Fomento: “abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade pública”. Note que não é o incentivo a qualquer iniciativa privada, mas àquelas de utilidade pública. Outros exemplos da atividade de fomento são: os financiamentos, os favores fiscais, concessão de benefícios e as subvenções.

b) Polícia administrativa: exercida para impor limita-ções aos direitos individuais em benefício da coletividade. É conferida à administração por lei e compreende: ordens, notificações, autorizações, fiscalizações e sanções.

c) Serviço público: “é toda atividade que a Administra-ção Pública executa, diretamente ou indiretamente, para satis-fazer a necessidade coletiva, sob regime jurídico predomi-nantemente público”. É certo que quando o Estado pratica ou mesmo quando delega a prática de serviços públicos aos par-ticulares, está exercendo uma atividade administrativa.

d) Intervenções: compreende a regulamentação e fiscalização da atividade econômica de natureza privada (intervenção indireta) como, por exemplo: as atividades desempenhadas pelas agências reguladoras. Outra moda-lidade de intervenção ocorre quando o Estado realiza uma desapropriação ou mesmo o tombamento – intervenção na propriedade privada.

Para fixar:

(CESPE/POLÍCIA CIVIL/ES/ DELEGADO/ 2011) Em sentido material ou objetivo, a Administração Pública compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas encarregadas, por determinação legal, do exercício da função administrativa do Estado.

Justificativa: em sentido material ou objetivo, a admi-nistração compreende o conjunto de atividades desempe-nhadas pelas entidades, órgão e agentes públicos. Logo, a questão está errada.

(CESPE/ ABIN/ OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ 2010) A Administração Pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo, pela própria atividade administrati-va exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.

Justificativa: sob o sentido objetivo a Administração Pública compreende o conjunto de atividades integrantes da função administrativa. Questão: certa.

(CESPE/ ECT/ ADVOGADO/ 2011) Em sentido sub-jetivo, a Administração Pública compreende o con-junto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a lei confere o exercício da função administrativa do Estado.

Justificativa: foi visto que em sentido subjetivo (orgânico ou formal) a Administração Pública compreende o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que realizam a função administrativa. Questão certa.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Seja bem-vindo ao curso de Direito Administrativo (teoria e questões). O Objetivo do nosso material é prepará--lo para a conquista da aprovação em concurso público. A propósito, este material foi escrito pelos professores José Wilson Granjeiro & Rodrigo Cardoso, professores de Direito Administrativo do Gran Cursos. São autores do livro “Direito Administrativo Simplificado”, que pode ser adquirido pelo site www.livrariagrancursos.com.br

Caro leitor: o curso a seguir tem objetivo de explicar o Direito administrativo de maneira simples e objetiva. Sinta--se como se estivesse em sala de aula, escutando e dia-logando diretamente com os professores autores do curso. Vamos lá!

DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES, PRINCÍPIOS

Inicialmente é necessário entender porque o Direito Administrativo é tão cobrado em concurso público. Veja só: com certeza, você leitor, será aprovado em concurso público e, por consequência, logo será nomeado para ocupar um cargo público. Assim, a sua nomeação interessa para o Direito Administrativo, pois corresponde à prática de um ato administrativo. Ainda, o órgão ao qual você irá trabalhar não é capaz de produzir tudo o que consome para exercer suas atividades, como por exemplo: têm que comprar material de expediente, computadores etc. O órgão para realizar com-pras deve licitar, ou seja, realizar uma competição isonômica entre todos os interessados em ter contrato com a Adminis-tração Pública. O procedimento licitatório interessa para o Direito Administrativo. Outro exemplo: considere que deter-minado condutor de um veículo estacione em local proibido. Desse modo, o condutor poderá ser multado. A aplicação de multa de trânsito interessa para o Direito, pois, tem-se a prática de um ato, a possibilidade de recurso, processo administrativo etc.

Então, esse ramo do Direito é muito importante para o convício social e, consequentemente para o Estado.

Para definir Direito Administrativo, foram usadas várias escolas e critérios para caracterizar o seu objetivo. Hely Lopes Meirelles conceitua Direito Administrativo como “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a rea-lizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Então professor, tenho que memorizar o conceito de Direito Administrativo? Com certeza não! O importante é você entender o objetivo da disciplina.

Entenda: o Direito Administrativo é um conjunto de normas (leis/atos normativos) e princípios (legalidade, mora-lidade, publicidade etc.) que regem os órgãos, entidades, os agentes públicos e as atividades (serviço público, polí-cia administrativa etc.) desempenhadas ou controladas pelo Estado. Então, em nosso curso, estudaremos os sujeitos que compõe o Estado (órgãos, entidades e agentes públi-cos) e as atividades realizadas por estes sujeitos. Por favor, não decore nada. Entenda!

Por essas razões que temos que estudar a Lei n. 8.112/1990 (estabelece regras para os Servidores Civis

da União), a Lei n. 9.784/1999 (estabelece regras para o Processo Administrativo Federal), as características dos órgãos públicos, das entidades etc.

Regime Jurídico Administrativo

Qual a importância desse tema? A expressão “Regime Jurídico Administrativo” é utilizada no Direito Administrativo para abranger o conjunto de regras que coloca a Administra-ção Pública em posição privilegiada em relação aos admi-nistrados.

Característica marcante desse Regime é a desigual-dade na relação em favor do Estado. Essa relação vertical é justamente em razão da supremacia do interesse pú blico sobre os interesses privados. E não poderia ser diferente, pois o interesse da coletividade deve prevalecer sobre inte-resses particulares.

O Regime Jurídico Administrativo baseia-se em duas acepções: prerrogativas e sujeições. Como prerrogativas, pode-se citar: o poder de desapropriar, o de requisitar bens, o de aplicar sanções às cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, os atos de poder de polícia etc. Em relação às sujeições, temos como exemplos a obrigatoriedade da realização de concurso para contratação efetiva, o dever de licitar (em regra), a observância dos princípios ao agir etc.

As prerrogativas efetivam uma relação vertical entre a Administração e o ad ministrado. Essa supremacia perante o particular tem como objetivo atingir o bem comum, já as res-trições impõem limites para a atividade administrativa.

Para Bandeira de Mello todo o sistema de Direito Admi-nistrativo se constrói sobre a consagração de dois princí-pios, denominados pelo autor como as “pedras de toque”, a saber:

a) supremacia do interesse público sobre o privado; b) indisponibilidade, pela Administração, dos interes-

ses públicos.

A supremacia do interesse coletivo sobre o do particular é pressuposto de uma ordem social estável. Significa que o Poder Público se encontra em condição de au toridade em relação aos particulares. Essa situação é indispensável para garantir os interesses públicos colocados em confronto.

A indisponibilidade dos interesses públicos significa que os interesses coleti vos não se encontram à livre disposição de quem quer que seja. Na administração, os bens e os interesses não estão à livre disposição da vontade do administrador.

QUESTÃO DE CONCURSO

(CESPE/ MPU/ ANALISTA ADMINISTRA-TIVO/ 2010) As prerrogativas do Regime Jurídico Administrativo conferem poderes à administração, colocada em posição de su-premacia sobre o particular; já as sujeições servem de limites à atuação administrativa, como garantia do respeito às finalidades pú-blicas e também dos direitos do cidadão. Questão Certa.

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Funções do Estado

É sabido que o Estado tem três funções: a legislativa (editar normas gerais a serem observadas por toda socie-dade); a executiva (aplicar as normas gerais ao caso con-creto) e a judiciária (função de julgar os conflitos advindos da execução das normas gerais aos casos concretos). Assim, temos a figura do Poder Judiciário, Legislativo e Executivo.

No entanto, houve época dessa tripartição dos poderes não existir, ou seja, havia concentração do exercício de tais funções na figura de uma única pessoa, o soberano (geral-mente rei ou imperador), que detinha todo poder do Estado, uma vez que editava a lei (função legislativa), aplicava-a no caso concreto (função execu tiva) e também resolvia os litígios eventualmente decorrentes da aplicação da lei (função judiciária).

Montesquieu (1748), em sua obra “Espírito das Leis”, inovou no sentido de propor que o exercício dessas funções deveria ser desempenhado por órgãos dis tintos, autônomos e independentes entre si. Assim, a partir das lições de Mon-tesquieu difundiu-se a “teoria da tripartição dos Poderes”.

É importante enfatizar que por meio da teoria desen-volvida por Montesquieu, cada órgão exercia apenas sua função típica, não permitindo mais um único órgão exercer as três funções do Estado, como ocorria no Regime Abso-lutista.

Diante dessa nova proposta de Estado, as ativida-des de legislar, administrar e julgar passam a ser realiza-das independentemente por cada órgão. Essa sistemática é conhecida como sistema dos freios e contrapesos.

Teoria da tripartição dos poderes na visão da dou-trina atual

Pode-se dizer que atualmente tem-se um abranda-mento da divisão rígida das funções do Estado como pro-posto inicialmente por Montesquieu. Assim, além das fun-ções típicas dos órgãos de cada Poder, há também outras funções consideradas atípicas.

Em síntese: a função típica do Poder Legislativo é legislar e fiscalizar, contu do realiza licitação, contratos, nomeia servidores, concede férias a estes (atividade execu-tiva), como também apresenta função de natureza jurisdicio-nal quando o art. 52, I, da CF, estabelece que: é competên-cia do Senado julgar o Presidente da Repú blica nos crimes de responsabilidades. Outro exemplo: o Chefe do Executivo tem competência para editar medida provisória (art. 62, CF), que tem força de lei, assim note que a natureza da atividade é legislativa, logo se considera uma função atípica do Exe-cutivo.

Por fim, vale dizer que a doutrina constitucionalista leciona que a expressão “tripartição de Poderes” chega a ser uma contradição em termos. Isso porque o poder é uno indivisível. Assim, o Poder não se reparte, não se triparte, o que se divide são suas funções.

QUESTÃO DE CONCURSO

(CESPE/ HEMOBRÁS/ ADMINISTRADOR/ 2009) Julgue o item a seguir a respeito da

administração pública. Os poderes do Estado reproduzem o célebre modelo proposto por Montesquieu: Legislativo, Executivo e Judici-ário. Estes poderes, nos termos da Constitui-ção da República, são independentes e har-mônicos entre si, existindo, para tanto, uma clara e rígida separação das atribuições e fun-ções que cada um deles desenvolveu.

(CESPE/ ADMINISTRAÇÃO/ ANALISTA DE CORREIOS/ 2011) A clássica teoria da tripar-tição dos Poderes do Estado, concebida por Montesquieu e adotada no Brasil, não é abso-luta, visto que a própria Constituição Federal de 1988 autoriza o desempenho, por Poder diverso, de funções que originalmente perten-cem a determinado Poder.

Justificativa: Após os comentários já realizados é fácil entender porque a pri meira questão é errada, pois não há uma “... clara e rígida separação das atribui ções e funções que cada um deles desenvolveu”. Já a segunda questão está correta, visto que a Constituição “... autoriza o desem-penho, por Poder diverso, de funções que originalmente per-tencem a determinado Poder”.

Fontes do Direito Administrativo

O Direito Administrativo possui quatro fontes: a lei, a doutrina, a jurisprudência e os costumes.

I –  lei, em sentido amplo, abran gendo esta expressão desde a Constituição até os atos normativos.

II – A doutrina, que representa os estudos realizados pelos cientistas do Direito. Em vários momentos do nosso curso iremos citar alguns autores, como por exemplo: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello, José dos Santos Car-valho Filho etc.

III – A jurisprudência, traduzindo as reiteradas deci-sões dos Tribunais em um mesmo sentido.

Ex.: a jurisprudência orienta que o aprovado dentro do número de vagas propostas em edital de concurso público tem direito à nomeação. Note que esse direito do aprovado não consta em lei. É o entendimento (jurisprudência) do STF sobre o tema.

IV – O costume, em razão da deficiência da legislação e da prática administrativa, vêm suprindo o texto es-crito, sedimentado na consciência dos administra-dores e administrados. Representa a praxe da ad-ministração.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Esse tema é de extrema importância para o Direito Administrativo e, por consequência, para provas de concurso.

Princípios são os alicerces da ciência. No imenso “prédio” jurídico, ou seja, no ordenamento jurídico, os prin-

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cípios formam a base. Imagine que o nosso ordenamento jurídico seja um prédio, sendo as janelas as leis e a base desse prédio, os princípios. Se a lei ferir um princípio, o prédio estará em ruínas. Desse modo, os princípios chegam a ser mais importantes do que a própria lei. Se a lei ferir um princípio, será ilegal.

Os princípios administrativos devem ser observados por toda a Administração Pública em seus diversos níveis ou pessoas: seja pelos órgãos, entidades ou pelos agentes públicos que desempenhem qualquer função pública. Assim que você iniciar suas atividades na Administração Pública, com certeza terá que atender todos os princípios que orien-tam as atividades públicas.

Para Bandeira de Mello, “violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desaten-ção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sis tema de coman-dos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstituciona-lidade [...]”.

Os princípios orientam todo o nosso ordenamento. Desse modo, se a lei con trariar um princípio esta não poderá produzir efeitos jurídicos.

Tradicionalmente, os princípios são divididos em: prin-cípios expressos na Constituição e princípios não expressos (ou implícitos). Então, vamos detalhar o tema!

PRINCÍPIOS EXPRESSOS

Presentes no texto Constitucional. O art. 37, caput, da Constituição assim dispõe:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-lidade, publicidade e eficiência [...].

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Toda ação do administrador público deve ser pautada na lei. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF, art. 5º, II). Só a lei tem a prerrogativa de inovar no mundo jurídico, só a lei pode trazer novos direitos ou restrições.

Atenção: a principal diferença entre a legalidade admi-nistrativa e a aplicada ao particular é que o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe.

O administrador só pode agir quando a lei autoriza (produção de atos discricio nários) ou quando ela exige sua atuação (produção de atos vinculados). Se a Administração praticar um ato que não atenda a lei, este deverá ser anu-lado pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, se provocado.

É importante compreender que o princípio da lega-lidade é uma exigência que decorre do Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império da lei. Desse modo, a Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada por lei.

QUESTÃO DE CONCURSO

(CESPE / ANEEL / TÉCNICO ADMINISTRA-TIVO / 2010) De acordo com o princí pio da legalidade, a administração pública somente pode fazer o que a lei lhe permite.

Justificativa: como vimos, a administração só pode agir quando a lei autorizar. Questão certa.

(CESPE / CFO-PMDF / 2010) Pelo princípio da legalidade, aplicável no âmbito da adminis-tração pública, o administrador público pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibidas em lei.

Justificativa: vimos que o administrador só pode praticar alguma conduta se a lei autorizar. A questão afirma que o agente pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibidas em lei. Questão errada.

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS ........................................................................................250

TIPOLOGIA TEXTUAL ..................................................................................................................................263

ORTOGRAFIA OFICIAL ................................................................................................................................285

ACENTUAÇÃO GRÁFICA ............................................................................................................................297

EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS ......................................................................................................305

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ............................................................................................313

SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO ......................................................................................................308

PONTUAÇÃO ..............................................................................................................................................325

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL .....................................................................................................309

REGÊNCIAS NOMINAL E VERBAL ...............................................................................................................311

SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS ..................................................................................................................277

REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS ..........................................................................................335

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d. Denomina-se circular o instrumento de comunica-ção que se envia a vários destinatários simultane-amente, com vistas à transmissão de instruções, ordens, esclarecimento de conteúdo de leis, regu-lamentos etc.

e. Os fechos Atenciosamente e Respeitosamente são adequados para um ofício.

ATA

Ata é um documento em que são registrados, de forma resumida e objetiva, os fatos ocorridos durante uma reunião.

A ata deve ser redigida, se possível, enquanto ocorre a reunião, por isso é usual que o secretário, que a redige, seja uma pessoa não envolvida nas discussões e delibe-rações a serem tomadas pelos participantes. Ou seja, o secretário deve ser apenas um observador e narrador fiel dos fatos.

• FORMA E CONTEÚDO DA ATA: No quadro a seguir, estão as partes básicas constituintes de uma ata.

PARTE Conteúdo

INTRODUÇÃO (OU CABEÇALHO)

N. Da ata e especificação da reu-nião (ex.: Assembleia geral ordiná-ria)

ABERTURA

Data (por extenso), hora, local, tipo de reunião, nome completo da enti-dade, forma de convocação para a reunião.

VERIFICAÇÃO DE PRESENÇA (QUORUM)

Registro do número de presentes e se ele é suficiente para a realiza-ção da reunião, segundo a lei ou os estatutos da entidade.

DEFINIÇÃO DA MESA DIRETORA

Nome dos indicados para dirigir a reunião (presidente/coordenador e secretário(s)) e forma de esco-lha (aclamação/votação etc.) (Ver observação, abaixo).

TEXTOAssuntos tratados, decisões, opini-ões dos presentes, considerações, interrupções etc.

ENCERRAMENTO

Frase-padrão do tipo “nada mais havendo a tratar, encerraram-se os trabalhos e a presente ata foi assi-nada por ........”.

Obs.:� O(s) presidente(s)/coordenador(es) e o(s) secretário(s) devem, necessariamente, assinar a ata.

Quanto à comprovação da presença dos outros mem-bros participantes, pode ser adotado um dos seguintes pro-cedimentos:

CIRCULAR

Tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais que serão encaminhados a mais de um destinatário. Pode ser:

• interna: segue o modelo do memorando. Também chamada de memorando-circular (Mem. Circ.);

• externa: segue o modelo do ofício. Também cha-mada de ofício-circular (Of. Circ.).

Obs.:� Note-se que a circular é um caso de memorando ou de ofício.

QUESTÕES SOBRE CIRCULAR

Joaquim, aprovado em concurso público, tomou pos-se no MDIC. Na seção em que está lotado, o rapaz é solicitado a preparar correspondência a ser enviada para o secretário-geral da presidência da República, para responder a consulta sobre determinada ques-tão relativa a comércio exterior.

1. Com base na situação hipotética acima, julgue os itens subsequentes.1) A consulta à seção em que Joaquim trabalha deve

ter sido encaminhada por meio de circular.2) A correspondência recebida pela seção em que

Joaquim está lotado estaria de acordo com as normas técnicas de redação oficial contemporâ-neas caso não apresentasse fecho.

3) O vocativo a ser usado na correspondência diri-gida ao secretário-geral da presidência da Repú-blica é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo em questão.

4) No endereçamento da correspondência a ser enviada a esse tipo de autoridade, está abolida a fórmula Excelentíssimo, sendo usado tão so-mente o tratamento Senhor.

5) O texto, assinado pelo chefe da seção, ou por Jo-aquim, no caso de ser o chefe, será um ofício.

2. Assinale a opção incorreta a respeito de correspon-dência oficial.a. O resumo do assunto, na correspondência oficial,

é chamado de ementa.b. Se a forma de tratamento ou destinatário da cor-

respondência for Vossa Excelência ou Vossa Se-nhoria, por força da concordância exigida para os pronomes pessoais que a ele se referem, não se pode usar vosso e suas flexões.

c. Introduzir um ofício usando frases como Viemos, por intermédio do presente, acusar recebimen-to da petição e levar ao conhecimento de V. Sa. que... é sinal de elegância, concisão, correção lin-guística e respeito.

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• os participantes assinam a ata;• junta-se a ela uma lista com as assinaturas dos

participantes;• dispensam-se as assinaturas dos participantes

(esse procedimento precisa ser registrado no encerramento da ata).

Dependendo da constituição da entidade, a ata pode ser um documento com valor jurídico. Por isso, nesses casos, é imprescindível tomar certos cuidados com sua redação. Entre esses cuidados, destacam-se:

• A redação deve ser compacta, isto é, não se deixam parágrafos nem linhas em branco (Esse procedimento impede que, no futuro, sejam feitos acréscimos ao texto original da ata).

• Os números importantes devem ser escritos por extenso ou em algarismos e repetidos por extenso entre parênteses. Exemplo: “... eleitos por um período de dois anos...” ou “... eleitos por um período de 2 (dois) anos...”

• Não pode apresentar rasuras ou borrões. Se, durante a redação, ocorrer algum erro, deve-se empregar a palavra “digo” e escrever a forma correta. Exemplo: “... ficando indicado o Sr. José Pasquini para diretor, digo, supervisor da nova seção...”

Quando o erro só for percebido depois que a ata já estiver redigida, emprega-se a seguinte expressão cor-retiva: “Em tempo: onde se lê... leia-se...”

• Exemplo: Em tempo, onde se lê realinhar a antiga fábrica, leia-se reativar a antiga fábrica.

Pode-se também empregar a expressão “em tempo” para se fazerem acréscimos depois que a ata já estiver pronta.

• Exemplo: Em tempo: A reunião da diretoria com os novos supervisores das regionais que, a prin-cípio, estava marcada para maio ficou adiada para o início de julho.

O LIVRO DE ATAS

O livro de atas é um volume especialmente desti-nado à lavratura (redação) das atas de uma entidade.

Cabe à pessoa responsável (secretário, diretor etc.) conferir ou colocar a paginação de todas as folhas do livro e rubricá-las uma a uma (em geral a rubrica é colocada no canto superior direito).

• Termo de abertura: A mesma pessoa que rubrica as páginas do livro deve redigir, na 1a. página, o termo de abertura.

• Termo de encerramento: Quando todas as suas páginas já estiverem utilizadas pelos registros das atas, é necessário redigir, na última página, o termo de encerramento.

Exemplo de ata:

ATA N. 58

Assembleia Geral Extraordinária

Aos dezesseis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e noventa e três, às nove horas, na sede social, na avenida Comendador Flávio Evaristo Ribeiro, 326, 6o. andar, nesta cidade, reuniram-se em Assembleia Geral Extraordinária os acionistas da Empresa Transportadora Fast-Carga S/A, devidamente convocados por editais publicados no Diário Oficial do Estado, edições de 6, 7 e 8 de fevereiro de 1993, e no jornal O Estado de S. Paulo, edições das mesmas datas. Verificando o Livro de Presenças, o diretor, Sr. Carlos Baldera, constatou a presença de número suficiente de acionistas, conforme os Estatutos da Empresa, razão pela qual, havendo número lega, declarou instalada a Assembleia e em condições de deliberar sobre o objeto da convocação. Em seguida o Sr. Carlos Baldera convidou os presentes a indicarem a mesa que deveria dirigir a assembleia, recaindo a indicação, por aclamação, no próprio Sr. Carlos para presidente e em mim, Celina Valigni, para secretária. Composta a mesa, declarou o senhor presidente que, como era do conhecimento geral, os assuntos que deveriam ser debatidos na presente assembléia versavam sobre a seguinte ordem do dia: a) leitura e aprovação da ata da reunião anterior; b) constituição e eleição do novo Conselho de Administração. Feita a leitura da ata da reunião anterior e integralmente aprovada sem ressalvas, iniciaram-se as discussões sobre qual seria a estrutura ideal e as funções do novo Conselho de Administração. Por se tratar de um órgão ainda inexistente na empresa, o senhor presidente solicitou a opinião dos Srs. Dr. Cláudio Feitosa e Aquiles Araújo Neto, aos quais, na reunião anterior, havia sido solicitado que se inteirassem como funciona o referido Conselho em outras empresas do mesmo porte que a Fast-Carga. Após os relatos dos referidos senhores e discussão das ideias por eles apresentadas, foram acrescidas as sugestões dos Srs. Natanael Oliveira, Carlos Urtega e Anamaria Lorenzo. Após uma longa e proveitosa discussão, o senhor presidente propôs que, em função da importância da decisão a ser tomada, seria conveniente que se marcasse uma nova assembléia, em que seriam apresentados alguns esboços de constituição do referido conselho para apreciação dos acionistas e também seriam escolhidos os futuros componentes desse conselho. Por aclamação unânime, a proposta foi aceita. Nada havendo mais a tratar, foram encerrados os trabalhos, lavrando-se a presente ata que, lida e aprovada por todos, vai ser assinada pela mesa diretora e pelos acionistas que compareceram. Assinaturas:

QUESTÕES SOBRE ATA

1.

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ATA DA SALA 25

Realizou-se, na sala vinte e cinco, do prédio das Relações Humanas, da Escola Martin Luther King, em Brasília, Distrito Federal, dia primeiro de junho de dois mil e três, das quinze horas às dezoito horas e trinta minutos, portanto, com três horas e meia de duração, esta prova (anexa) de Conhecimentos Gerais e Específicos para o Cargo de Técnico Judiciário, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), conforme diz o Edital um de dois mil e três, tendo comparecido todos os candidatos inscritos e, portanto, o índice de abstensão foi de zero candidatos. Nada mais havendo a constar, eu, MARIA DAS GRAÇAS LUZ FLORES, chefe de sala, lavrei esta ata que será assinada por mim, exprimindo a verdade dos fatos, sob o testemunho da fiscal de sala. Brasília, 1º/6/2003, Maria das Graças Luz Flores e Thomásia Aparecida Silva. XXXXXXXXXXXXX

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Assinale a opção incorreta a respeito do texto acima.a. A redatora da ata respeitou os requisitos formais

para a redação do documento, conforme os pre-ceitos dessa tipologia de correspondência oficial.

b. A redatora, ao escrever por extenso os números da sala, das horas, da duração da prova e do edital cometeu erros de grafia e de adequação ao tipo de documento.

c. A grafia do vocábulo “abstensão” (ℓ. 10) está incor-reta, pois deveria ter sido escrito abstenção.

d. A passagem “exprimindo a verdade dos fatos” (ℓ. 13-14) pode ser suprimida do texto, uma vez que essa informação deve estar pressuposta em toda corres-pondência oficial.

e. O preenchimento do restante da linha após a última assinatura visa evitar que outras pessoas possam adulterar o final do texto.

“Ao oitavo dia do mês de setembro do ano de 1988, às 20h30m, em segunda e última chamada, reuniram--se na sala de reuniões do Banco Jota os acionistas relacionados no livro de presença, na folha 14, verso, para deliberarem sobre assuntos constantes no edital de convocação, o qual foi previamente distribuído a todos. [...]”

2. Pelo teor do trecho inicial do texto oficial reproduzido acima, conclui-se que se trata de um(a).a. ata.b. relatório.c. circular.d. memorando.e. requerimento.

Texto para responder à questões 3 e 4.

Aos quatro dias de novembro de dois mil e um, na sala do Diretor Central da escola Presidente Prudente, às quinze horas, conforme a publicação na página qua-renta e seis do Diário do Poder judiciário do Estado de Roraima, do dia vinte e seis de outubro do mesmo ano, deu-se início à aplicação das provas objetivas do con-curso público para provimento das vagas em cargos de nível superior do Tribunal de justiça do Estado de Roraima. Dos cento e sessenta candidatos inscritos para o cargo de biblioteconomista, indicados para ocu-parem esse local, faltaram quatro num percentual de noventa e sete e meio por cento de comparecimento. Os faltantes foram os candidatos cujos nomes e núme-ros de inscrição estão discriminados a seguir: Marcolino Medeiros de Menezes – 12.345; Joema da Cruz Figuei-ras – 23.567; Nadiantunes Xavier Salgado – 38.990 e Julianes Bacheira da Silva Só – 47.001. Os trabalhos ocorreram no esperado clima de tranquilidade, não havendo qualquer intercorrência desabonadora do evento. Após três horas e trinta minutos de duração foram recolhidos os materiais pertinentes, esvaziando a sala . Então foi lavrado este documento o qual será assinado por mim, Manuel Maria Morais, fiscal de sala e pelos meus dois auxiliares, dando por concluída a tarefa para a qual fui especialmente contratado.

3. A respeito do expediente acima, assinale a opção cor-reta.a. Trata-se de um relatório técnico, incompleto, pois

falta a listagem nominal e por número de inscrição de todos os que compareceram, mas cuja omissão justifica-se pela listagem nominal referida.

b. Trata-se de uma ata circular, feita antecipadamen-te, que deve ser entregue a cada um dos candi-datos presentes, ao término do expediente, a qual documentará o comparecimento, para fins de abo-nação da falta ao serviço particular.

c. Trata-se de um relatório administrativo, cujo teor, por equívoco, foi registrado inadequadamente, por desconhecimento dos princípios da redação oficial, por parte do relator, que se esqueceu de registrar os cargos dos auxiliares.

d. Trata-se de uma ata convencional, que apresenta os seguintes erros, entre outros: grafia inadequada do numeral um, ausência da data, que deveria an-teceder a assinatura.

e. Trata-se de uma prestação de contas de um servi-ço realizado por uma equipe, a fim de ser efetuado o pagamento da tarefa; como tal, não apresenta er-ros graves, exceto o destaque em negrito do nome do evento e do cargo, desnecessários para tal fim.

4. Assinale a opção que apresenta uma definição correta de ata.a. Resumo escrito que constitui registro de fatos,

ocorrências, resoluções, decisões e deliberações de uma assembleia, sessão ou reunião.

b. Ato administrativo de correspondência entre agen-tes de uma mesma repartição, no qual, de maneira simples e direta, são tratados assuntos de rotina para conhecimento interno. Dispensa fórmulas de cortesia e demais formalidades.

c. Exposição circunstanciada de atividade administra-tiva, ou relato mais ou menos minudente que se faz por escrito, por ordem de autoridade superior ou no desempenho das funções do cargo que exerce.

d. Documento específico de solicitação, no qual o indivíduo expõe a matéria objeto do pedido. Com-põe-se de vocativo (título funcional do destinatá-rio), preâmbulo (nome, nacionalidade, estado civil, idade, residência e profissão do peticionário), con-texto (objeto da solicitação) e fecho (fórmula termi-nal, data e assinatura).

e. Declaração firmada por alguém em razão do seu ofício, na qual afirma a verdade de um fato ou esta-do, ou a existência de uma obrigação, e que, forne-cida a outrem, serve a este de documento.

5. A respeito da redação oficial, é correto afirmar:a. No livro de atas, a pessoa que numera e rubrica as

páginas deve também redigir o termo de abertura e o de encerramento.

b. Em geral impessoal nos expedientes públicos, a linguagem no atestado pode ser afetiva, uma vez que esta espécie de comunicação destina-se a uma pessoa em especial.

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c. Dirigido a ocupante de cargo hierarquicamente inferior ou superior, no mesmo órgão público, o memorando é dito interno; dirigido a ocupante de um cargo qualquer, em outro órgão público, o me-morando é dito externo.

d. Logo após a data, obedecendo ao devido espaça-mento, seria correto assim iniciar um memoran-do: Ao Sr. Chefe do Almoxarifado.

e. No alto e na mesma linha, nas correspondências oficiais, figuram sempre, na margem esquerda, o número do documento e a sigla que identifica sua origem e, na margem direita, a data.

6.

TEXTO

O Banco Iniciador de Melhoramentos acaba de iniciar um melhoramento que vem mudar essencialmente a com-posição das atas das assembleias gerais de acionistas.

[...]Tal é o melhoramento a que aludo. A ata que aquela

associação publicou esta semana é um modelo novo, de extraordinário efeito. Nada falta do que se disse, e pela boca de quem disse, à maneira dos debates congressio-nais. – “Peço a palavra pela ordem.” – “Está encerrada a discussão e vai-se proceder à votação. Os senhores que aprovam queiram ficar sentados.” Tudo assim, qual se passou, se ouviu, se replicou e se acabou.

[...]

Machado de Assis. In: A Semana I.Editora Globo, 1997 (com adaptações).

Tendo como referência o texto acima e as disposições acerca de redação oficial, julgue os itens subsequentes.

1) Para ser considerada válida, uma ata referente a reunião de órgão da administração pública deve veicular integralmente os fatos transcorridos na sessão a que se refere, sob pena de descumpri-mento do princípio da publicidade.

2) Na redação de atas de reuniões em instituições públicas, deve-se evitar o modelo das narrações literárias.

3) As atas devem conter o resumo sucinto da pauta discutida e das deliberações tomadas na reunião a que se refere.

4) Para se gerir bem o tempo, é lícito que, nas atas de reuniões em entidades da administração públi-ca, sejam ignoradas as formalidades legais.

5) Para descrever a fala de cada um dos presentes a uma reunião, recomenda-se que, na ata, sejam registradas, na forma de discurso direto, as ex-pressões na primeira pessoa, tal como “Peço a palavra pela ordem”, dado o direito à liberdade de expressão, assegurado pela CF.

RELATÓRIO

Contém informações sobre tarefas executadas e/ou sobre fatos ou ocorrências, inquéritos e sindicâncias.

Só recebem essa designação aqueles documentos que apresentam certas características formais e estilísticas pró-prias: título, abertura (origem, data, vocativo etc.) e fecho (saudações protocolares e assinatura).

Estrutura do relatório

Compreende, além da abertura e do fecho:I – Introdução: indicação do fato investigado, do ato ou

da autoridade que determinou a investigação e da pessoa ou funcionário disso incumbido. Enuncia, portanto, o propósito do relatório.

II – Desenvolvimento (texto, núcleo ou corpo do relató-rio): relato minudente dos fatos apurados, indican-do-se: – a data; – o local; – o processo ou método adotado na apuração; – discussão: apuração e julgamento dos fatos.

III – Conclusão e recomendações de providências ou medidas cabíveis.

Alguns relatórios costumam incluir ainda material ilus-trativo: diagramas, mapas, gráficos, desenhos etc., que podem vir incorporados no texto ou sob a forma de apêndice e anexos.

Exemplo de um relatório simples

TIMBRERELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2000.Senhor Diretor,

1. Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregu-laridades ocorridas no Departamento dos Correios e Te-légrafos, submeto à apreciação de V. Sa., para os devidos fins, o relatório das diligências que, nesse sentido, efetuei.2. Em 10 de setembro de 2000, dirigi-me ao chefe da Seção “A”, para inquirir os funcionários X e Y, acusados do extravio de valores endereçados à firma S e L, desta praça.3. Ambos negaram a autoria da violação da mala da correspondência, conforme termos constantes das declarações anexas.4. No inquérito a que se procedeu, ressalta a culpabilidade do funcionário X, sobre quem recaem as mais fortes acusações.5. O segundo , apesar de não se poder considerar manco-munado com o primeiro, tem parcela de responsabilidade, pois agiu por omissão, sendo negligente no exercício de suas funções. Como chefe de turma, devia estar presente, na ocasião da abertura da mala em apreço – o que não ocorreu, conforme depoimento de fls. 6. Do exposto resulta que somente o inquérito policial poderá esclarecer o crime perpetrado com a violação da mala de correspondência da Seção “A”.7. Impõe-se instauração imediata de processo administrativo. É o que me cumpre levar ao conhecimento de V. Sa.Respeitosamente,

Nome cargo do signatário

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QUESTÕES SOBRE RELATÓRIO

1. Assinale a opção INCORRETA sobre relatório.a. Por ser mais expositivo do que propriamente uma

correspondência oficial, o relatório dispensa aber-tura e fecho.

b. Em seu desenvolvimento, a apuração dos fatos constitui descrição de objeto, ao passo que o julga-mento dos fatos constitui argumentação.

c. Incluem-se, às vezes, ilustrações como mapas, gráficos e desenhos.

d. A regra da impessoalidade não é desrespeitada quando, na conclusão, sugerem-se medidas e pro-vidências.

e. Como nas demais correspondências, há numera-ção dos parágrafos a partir do primeiro.

2. Segundo a estrutura do relatório, assinale a opção que ordene corretamente as partes listadas abaixo:

1) Senhor Diretor,

2) Do exposto resulta que será necessário instaurar processo administrativo para apurar irregularidades nesta licitação e punir os responsáveis.

3) De 20 de outubro a 10 de novembro de 2001, com-parei documentos relativos à licitação com as exi-gências constantes da lei 8666.

4) Tendo sido designado para apurar a suspeita de irre-gularidades ocorridas na concorrência pública para construção do viaduto da Gávea, apresento a V. As. O relatório das diligências que realizei.

5) Neste confronto constatei desobediências à lei, como o evidente favorecimento de uma das empre-sas concorrentes.

6) Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 2001.

7) Respeitosamente,

8) Em 30 de outubro, ao inquirir os funcionários X e Y, suspeitos das irregularidades, constatou-se a culpa-bilidade de ambos, conforme declarações anexas.

9) É o que cumpre levar ao conhecimento de V. Sa.

a. 1, 6, 4, 8, 3, 5, 2, 9, 7.b. 1, 6, 4, 3, 5, 8, 2, 9, 7.c. 6, 1, 4, 3, 5, 8, 2, 9, 7.d. 6, 1, 4, 8, 3, 5, 2, 9 ,7.e. 6, 1, 8, 3, 5, 2, 4, 9, 7.

DECLARAÇÃO E ATESTADO

DECLARAÇÃO

Dá-se o nome de declaração ao documento em que se afirma ou nega alguma coisa a respeito de determinado assunto.

É emitida por pessoa física, por órgão público e por empresa ou instituição privada.

Características enquanto o atestado costuma ser expedido em favor de alguém, a declaração é feita em relação a alguém, podendo ou não ser-lhe favorável;

a. a estrutura da declaração é praticamente igual à do atestado;

b. se o declarante for pessoa física, o papel dispensa timbre e carimbo, mas é exigido RG e CIC, além do reconhecimento da firma em cartório.

Exemplo de declaração

DECLARAÇÃO

Eu, Ivan Linse, RG 69696969, SSP/SP, CPF 11111111111, DECLARO que o senhor Marcos Paccalollo, RG 42424242, SSP/RS, CPF 242424242424, trabalhou como cozinheiro-chefe no Restaurante Flor do Pequi, em Pelotas-RS, de 24 de agosto de 2000 a 11 de março de 2004., desempenhando com louvor e dedicação extrema suas tarefas.

Pelotas – RS, 24 de agosto de 2004.

Ivan Linse

Gerente do Restaurante

ATESTADO

É o documento em que se confirma ou assegura a existência ou inexistência de uma situação de direito, de que se tem conhecimento, referente a alguém ou a respeito de algum fato ou situação.

Consiste em dizer por escrito, afirmando ou negando, que determinada coisa ou algum fato referente a alguém corresponde à verdade e responsabilizar-se, assinando o documento.

Características no serviço público, o atestado é fir-mado por funcionário que, em razão de seu ofício ou função, tem reconhecida credencial para fornecê-lo;

a. na empresa particular, o atestado é fornecido por alguém que exerce posição de chefia compatível com a afirmação que prestar e com a destinação do documento;

b. o papel em que é redigido o atestado deve conter o timbre ou carimbo do órgão público ou da empre-sa que o expede;

c. o atestado, diferentemente da declaração, cos-tuma ser expedido em atendimento à solicitação do(s) interessado(s), formulada por escrito ou ver-balmente;

d. a redação de um atestado apresenta comumente a seguinte ordem:

I – título, isto é, a palavra atestado, em maiúsculas;

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II – nome e identificação da autoridade que emite (que também podem ser expressos no final, após a assi-natura) e da pessoa ou órgão que solicita;

III – texto, sempre sucinto, claro e preciso, contendo aquilo que se está confirmando ou assegurando;

IV – local e data, na margem direita do texto; V – assinatura, nome e cargo ou função de quem ates-

ta, à direita ou no centro.

Em geral, o atestado é emitido em favor de alguém, declarando algo sobre essa pessoa.

PROSPEC-SOLO FUNDAÇÕES S/AAv. Brasil, 453 – Campinas/SP – Tel.: 414390

ATESTADO

ATESTAMOS que Geralda Antônia, RG 116924 SSP/PE estagiou no Depto. de Sondagens e Fundações desta empresa de engenharia no período de 3/4/1994 a 6/11/1995, desenvolvendo suas funções com seriedade, competência e profissionalismo.

Campinas, 20 de março de 1996.

José M. F. FontanelleEng. Supervisor de Sondagens

CREA – 5.459/SPWilson Castilho Penha

Chefe do Depto. de Pessoal

REQUERIMENTO

Requerimento é um documento encaminhado por um particular a uma autoridade ou a um órgão público para soli-citar (= requerer) algo a que julga ter direito legal.

Sempre que possível, é conveniente citar a lei, decreto ou ato administrativo que justifica legalmente o que se está requerendo.

Exemplo de requerimento:

REQUERIMENTO

Senhor Prefeito de Mauá da Serra,

Clayton Noel Rosa, brasileiro, casado, residente na Rua Mato Dentro, 1541, portador de CI n. 247.550-8 e CPF n. 338.400.529, funcionário público municipal PO-2, requer, na forma da Lei Municipal 123 de 1996, adicional de 5% (cinco por cento) em seus vencimentos, por ter completado cinco anos de serviço.

Nestes termos,Pede deferimento.

Mauá da Serra, 3 de fevereiro de 2000.Clayton Noel Rosa

ABAIXO-ASSINADO

É o requerimento coletivo, ou seja, o requerimento assi-nado por vários peticionários. Exemplo:

Os alunos da turma TJDFT MH1, abaixo assinados, sabedores da urgência em concluir o conteúdo programático do curso em vista da prova que se aproxima, e de acordo com a cláusula nona do contrato de prestação de serviços, solicitam ao senhor coordenador do Curso XYJ aula no feriado de Sete de Setembro de 2007.

Nome assinatura matrícula

QUESTÕES GERAIS

1. Cada um dos itens seguintes apresenta um fragmento de correspondência oficial, seguido de uma proposta de classificação (entre parênteses) desse fragmento quanto ao tipo de correspondência. Julgue-os quanto ao aspecto gramatical e quanto à classificação propos-ta.1) Atestado – Ao analisar a proposta, observam que

é necessário explicar que fica proibido ao servidor receber brindes de valor superior a R$ 100,00 e que diretor de autarquia que se utilizar de jatinho de empreiteira expõe a processo judicial.

2) Os abaixo-assinados têm a honra de dirigir-se a V.S.ª para solicitar a recontagem dos pontos do concurso público realizado para cargos desse mi-nistério. (abaixo-assinado)

2.

Brasília, 1º de junho de 2003.

Para a Coordenação de Concursos do CESPE/UnB,

Requerimento:

JOSÉ DA SILVA DOS SANTOS REIS, devidamente inscrito no concurso para TÉCNICO JUDICIÁRIO do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, com a inscrição n. 197.542/2003, VENHO, POR DIREITO E MUI RESPEITOSAMENTE, solicitar a Vocês a emissão de uma certidão de comparecimento nesta prova realizada nesta data supracitada, uma vez que hoje estou trabalhando em turnos e preciso comprovar meu afastamento do serviço no período da tarde, para realizar o referido exame.

Nesses termos, peço aceitação do meu pedido e AGUARDO DEFERIMENTO.

Atenciosamente,José da Silva dos Santos Reis.

Com respeito ao texto, assinale a opção correta.a. O lugar correto para a colocação da data é à es-

querda, e não à direita, como se encontra no do-cumento.

b. O tipo de documento adequado para tal finalidade não é o requerimento e, sim, o ofício.

c. Em vez do pronome de tratamento “Vocês”, o re-dator deveria ter empregado Vossas Excelências.

d. O candidato deveria ter solicitado uma declaração, e não uma certidão.

e. O fechamento “Atenciosamente” deveria constar antes do pedido de deferimento.

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3. Tanto no memorando quanto na declaração, as informações relativas ao local e à data de expedição do documento devem ser expressas no canto superior direito da página.

Considere que a carta que se segue tenha sido dirigida ao presidente da República.

Senhor PresidentePermita-me que lhe escreva esta carta.Sei que não tem tempo para a ler, mas quero acreditar

que alguém lhe dará conhecimento dela.Senhor Presidente: a nossa terra já exportou escravos,

ouro, marfim, madeira, tanta coisa! Como sabe, escrevi nos manuais de História de Moçambique, nos anos 80, como tudo isso se passou. Agora, Presidente, parece que estamos regressando aos séculos da pilhagem.

As nossas florestas estão sendo dilapidadas. E floresta, Presidente, é raiz, floresta é o conjunto das nossas raízes, desta terra amada, mas desta terra cada vez mais desma-tada.

Presidente: corremos o risco de perdermos as raízes.Permita-me sugerir-lhe uma coisa: a nomeação ime-

diata de uma comissão de inquérito dirigida pelo decano dos nossos cientistas, Professor Engenheiro Carmo Vaz.

E é tudo, Presidente.

A luta continua.

Carlos SerraCentro de Estudos Africanos

Internet: <oficinadesociologia.blogspot.com> (com adaptações).

4. Com base no documento acima apresentado e consi-derando as normas relativas à redação de correspon-dências oficiais, julgue os seguintes itens.1) Uma vez que o texto em questão foi dirigido a uma

autoridade, deveria ter sido escrito com rigor formal e impessoalidade.

2) Para atender às normas estabelecidas para esse tipo de correspondência, o pronome de tratamento adequado ao vocativo deveria ser “Excelentíssimo Senhor Presidente da República”.

3) Para atender às formalidades exigidas nesse tipo de comunicação, o fecho da carta, com que se fi-naliza o texto e se saúda o destinatário, deveria ser Atenciosamente.

5. Com relação à redação de correspondências oficiais, julgue os itens subsequentes.1) O ofício é um tipo de correspondência utilizada

somente para a comunicação entre os órgãos da administração pública.

2) Em correspondências oficiais, para imprimir clare-za à comunicação, é recomendável o uso de recur-sos gráficos como negrito e sublinha em trechos do texto referentes ao assunto tratado.

3) A ata é um instrumento que registra os fatos e as deliberações de uma reunião, sessão ou assem-bleia. Esse documento deve ser assinado por todos os presentes ao encontro, sem exceção à regra.

6. Considerados os padrões definidos para comunica-ções oficiais, é correto afirmar:a. Estão em conformidade com o padrão de “Ofício”

as seguintes partes de uma comunicação oficial:

A Sua Excelência o SenhorMário dos Santos BarbosaMinistro de Estado das Relações ExterioresAssunto: Seminário sobre Segurança Pública

Senhor Ministro,..........................................................................................................................................................................Atenciosamente,Margarida Sousa DiasMinistra de Estado da Justiça

b. O vocativo a ser empregado em texto dirigido a autoridade que não exerce a função de Chefe de Poder é Excelentíssimo Senhor, como em “Exce-lentíssimo Senhor Senador da República”.

c. Em correspondência encaminhada ao Presidente do Congresso Nacional, como a qualquer outro Chefe de Poder, é indispensável o tratamento dig-níssimo, como expressão do apreço pelo atributo pessoal do destinatário.

d. São fechos adequados a todas as modalidades de comunicação oficial, independentemente da hierar-quia envolvida, “Respeitosamente” e “Atenciosa-mente”, mas adotado um, ou outro, na dependên-cia do assunto tratado.

e. É desejável que o texto de um encaminhamento simples de documento observe a seguinte fórmu-la, com adequação aos dados específicos daquilo que se encaminha: “Honra-nos encaminhar anexa, em atendimento à solicitação feita, com a presteza habitual, pelo Sr. Chefe do Departamento de Ad-ministração, cópia do telegrama de 2 de março de 2005, do Presidente da Confederação Nacional de Atletas, a respeito de projeto de atendimento a jo-vens em situação de risco.

7. Desconsiderando a necessidade do espaçamento pa-drão, assinale a opção correta a respeito da simulação de escrita de documentos oficiais.a. Vocativo de ofício:

Prezado Senhor Manuel de Manuel, Chefe de gabinete do deputado Carlos de Carlos:b. Fecho de memorando:

Atenciosamente, Maurício de Maurício Maurício de Maurício Chefe de Serviços Gerais

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c. Cabeçalho de ofício: Ofício no. 1234/DAJ/2006 [Timbre do MINISTÉRIO DA MÚSICA] Brasília, 29 de abril de 2006d. Texto de memorando:

De acordo com entendimento telefonico já mantido solicito providências urgentes para o arrancamento das cercas invasoras de minha pro-priedade.

A seção de Agnaldo encarregou-o de preparar matéria jornalística escrita sobre as conclusões da VIII Confe-rência Ibero-Americana, ocorrida em 2005, na Espa-nha, para divulgação oficial no MDIC. Posteriormente, Agnaldo apresentou no próprio ministério, o resultado de sua pesquisa sobre turismo e patrimônio cultural e recebeu elogio por ter realizado a pesquisa.

8. Considerando a situação hipotética acima e com base na redação oficial, julgue os itens que se seguem.1) Agnaldo deve ter tomado conhecimento, por meio

de aviso, da atividade para a qual foi indicado.2) O ministro do MDIC poderá ter recebido comunica-

do a respeito da VIII Conferência Ibero-Americana por meio de nota diplomática.

3) O encaminhamento da informação sobre a matéria jornalística às seções / divisões do MDIC poderá ser feito, internamente, por circular.

9. Assinale a opção em que o pronome pessoal de tratamento referente ao cargo NÃO deve ser abreviado.a. Presidente da República e Papa.b. Cônsul e Deputado.c. Ministro de Estado e Reitor de Universidade.d. Chefe de empresa e Prefeito.e. Representante militar e Embaixador.

10. Assinale a explicação correta quanto ao tipo de cor-respondência.a. Requerimento – vocativo, contexto, fecho, data e

assinatura são as partes de um requerimento.b. Circular – sua finalidade é esclarecer sobre de-

terminado assunto, lei ou regulamento (não pode complementar ou retificar atos oficiais).

c. Ata – é redigida sem deixar espaço, sem fazer pa-rágrafo para impossibilitar acréscimos.

d. Memorando – trata-se de correspondência utiliza-da na circulação interna e externa.

e. Declaração – é um documento no qual a pessoa que assina manifesta sua opinião ou observação a respeito de um assunto ou pessoa.

11. Assinale a correlação INCORRETA entre o cargo/título e o referido pronome de tratamento.a. Papa: Vossa Santidade.b. Reitor: Vossa Magnificência.c. Senador: Vossa Excelência.d. Príncipe: Vossa Majestade.e. Diretor de escola: Vossa Senhoria.

12. Considere as afirmativas abaixo.

I – Ofício é modalidade de comunicação oficial que tem como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre si.

II – Relatório é uma exposição oral ou escrita, poden-do conter narração de fatos, descrição de objetos em geral, e análises e juízos desses mesmos ele-mentos.

III – Atestado é um documento em que se declara algo e, na correspondência oficial, seu emprego é fre-quente nos serviços policiais.

É(São) correta(s) a(s) afirmativa(s):a. I, apenas.b. I e II, apenas.c. I e III, apenas.d. II e III, apenas.e. I, II e III.

13. Em relação à redação de correspondências oficiais, considere as afirmações abaixo.

I – As comunicações oficiais, incluindo as assinadas pelo Presidente da República, devem trazer o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local da assinatura.

II – No ofício, além do nome e do cargo da pessoa a quem é dirigida a comunicação, deve-se incluir também o endereço.

III – No memorando, o destinatário deve ser menciona-do pelo cargo que ocupa.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):a. I, apenas.b. III, apenas.c. I e II, apenas.d. I e III, apenas.e. II e III, apenas.

G A B A R I T O

CIRCULAR

1. E E E E C2. c

ATA

1. b2. a3. d4. a5. d6. E C C E E

RELATÓRIO

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1. a2. c

GERAIS

1. E C2. d3. E4. C C C5. E E E6. a7. b8. E E C C9. a

10. c11. d12. e13. e

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SUMÁRIO

RACIOCÍNIO LÓGICO

CONCEITOS BÁSICOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO: PROPOSIÇÕES; VALORES LÓGICOS DAS PROPOSIÇÕES; SENTENÇAS ABERTAS; NÚMERO DE LINHAS DA TABELA VERDADE; CONECTIVOS; PROPOSIÇÕES SIMPLES; PROPOSIÇÕES COMPOSTAS ..............................................................................356

TAUTOLOGIA ..............................................................................................................................................357

OPERAÇÃO COM CONJUNTOS .................................................................................................................367

CÁLCULOS COM PORCENTAGENS ............................................................................................................378

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE LÓGICA

CONCEITOS INICIAIS

Proposição

É qualquer afirmação que dependendo de um contexto pode receber um dos dois valores lógicos: Verdadeiro ou Falso.

Exemplos:

a) 4 é ímpar.b) 100 =10 .c) Brasília é a capital do Brasil.d) João é médico.e) Maria é morena.

Obs.:� Não são Proposições:

a) X é ímpar. (Sentença aberta)b) A cidade “X” é a capital do Brasil. (Sentença aberta)c) X + 5 = 8. (Sentença aberta)d) Qual é o seu nome? (Sentença interrogativa)e) Feche a porta. (Sentença imperativa)f) Que dia lindo! (Sentença exclamativa)

Obs.:� As proposições se dividem em 2 grupos: simples e compostas.

Proposição Simples

É aquela que não pode ser subdividida, isto é, não podemos extrair uma parte dela que seja considerada uma nova proposição. Também é chamada de proposição atô-mica.

Proposição Composta

É aquela que pode ser subdividida, isto é, podemos extrair uma parte dela que seja considerada uma nova proposição. Também é chamada de proposição molecular.

Exemplos:

a) 4 é par. (Proposição simples)b) 7 é ímpar. (Proposição simples)c) Ou 4 é par ou 7 é ímpar. (Proposição composta)d) Se João é médico então Maria é dentista. (Proposi-

ção composta)

1ª) Todas as proposições compostas e somente elas apresentam conectivo lógico.

2ª) Conectivo lógico é um operador lógico que se liga a uma ou mais proposições simples, transformando-as em proposição composta. Os conectivos são: “e” ; “ou” ; “ou ... ou”; “se ... então”; “se e somente se”; e “não”.

3ª) O valor lógico de uma proposição composta formada por duas ou mais preposições simples depende do valor lógico dessas proposições bem como do conectivo utilizado.

Tabelas Veritativas

São utilizadas para valorar as proposições compostas a partir dos conectivos lógicos anteriormente mencionados.

1) Conectivo “e” (∧).

p q p ∧ q

P QV V V

V F F

F V F

F F F

A proposição “p ∧ q” é verdadeira sempre que “p” for verdadeira e “q” também for verdadeira. Nos demais casos a proposição “p ∧ q” será falsa.

2) Conectivo “ou” (∨).

p q p ∨ q

P QV V V

V F V

F V V

F F F

A proposição “p ∨ q” será falsa quando a proposição “p” for falsa e a proposição “q” também for falsa. Nos demais casos a proposição “p ∨ q” será sempre verdadeira.

3) Conectivo “ou...ou” (∨)

p q p ∨ q

P QV V F

V F V

F V V

F F F

A proposição “p ∨ q” é verdadeira sempre que apenas uma das duas proposições simples for verdadeira, sendo falsa nos demais casos.

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4) Conectivo “se...então” (→)

p q p → q

PQV V V

V F F

F V V

F F V

A proposição “p → q” é falsa apenas quando a primeira “p” for verdadeira e a segunda “q” for falsa, sendo verdadeira nos demais casos.

5) Conectivo “se e somente se” (↔)

p q p ↔ q

V V V

V F F

F V F

F F V

A proposição “p ↔ q” é verdadeira quando ambas, “p” e “q” apresentarem as mesmas valorações. Isto é, ambas verdadeiras ou ambas falsas.

6) Conectivo “não” (∼) ou (¬)

p ¬ p

V F

F V

A proposição “¬ p” e a proposição “p” sempre têm valo-rações contrárias.

Observações:

1ª) O conectivo “não” também é conhecido como modi-ficador lógico, pois sempre modifica a valoração da afir-mação.

2ª) Formas sinônimas do “não”:• É falso que ...• Não é verdade que ...• É mentira que ...

EXERCÍCIO RESOLVIDO

R.1. Julgue em “V” ou “F” as seguintes proposições:

I: 4 é ímpar e 7 é inteiro.

II: 29 =5 ou 8 = 64.III: Se 7 > 5 então 14 > 16.IV: 9 é par, se somente se, 10 é ímpar.V: Se 4 > 6 ou 7 < 8 então 9 > 5 e 8 > 1.

VI: 2 29 =81 e 7 = 49, se somente se, 81=9 e 49 =7.VII: Se 7 não é par então ou 4 é par ou 10 não é par.VIII: Ou 7 é primo ou 9 é primo.

Solução:

I: F ∧ V = F (Falsa)

II: F ∨ V = V (Verdadeira)

III: V → F = F (Falsa)IV: F ↔ F = V (Verdadeira)V: (F ∨ V) → (V ∧ V) ⇒ V → V = V (Verdadeira)VI: (V ∨ V) ↔ (V ∧ V) ⇒ V ↔ V = V (Verdadeira)VII: V → (V ∨ F) ⇒ V → V = V (Verdadeira)VIII: V ∨ F = V (Verdadeira)

Tautologia e contradição

Tautologia

É toda proposição composta que tem o valor lógico de verdadeiro, independente do valor lógico das partes meno-res que a compõem.

Exemplo:

A proposição “A ∨ ¬ A” é uma tautologia.

A ¬ A A ∨ ¬ A

V F V

F V V

Contradição

É toda proposição composta que tem o valor lógico de falso, independente do valor lógico das partes menores que a compõem.

Exemplo:

A proposição “A ∧ ¬ A” é uma contradição.

A ¬ A A ∧ ¬ A

V F F

F V F

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Negação das Proposições Compostas (Leis de Morgan)

Afirmação Negação Direta Negação (Leis de Morgan)

A ∧ B ¬ (A ∧ B) ¬ A ∨ ¬ B

A ∨ B ¬ (A ∨ B) ¬ A ∧ ¬ B

A → B ¬ (A → B) A ∧ ¬ B

A ↔ B ¬ (A ↔ B) [(A ∧ ¬ B) ∨ (B ∧ ¬ A)]

EXERCÍCIO RESOLVIDO

R.2. Dê a negação de cada uma das proposições abaixo, em linguagem natural, de acordo com as Leis de Morgan:

1. João é médico e Maria é dentista.

2. Mário é marceneiro ou Pedro não é pedreiro.

3. Se estudo tudo, passo no concurso.

4. Fico feliz, se e somente se, passo no concurso.

Solução:

1. João não é médico ou Maria não é dentista.

2. Mário não é marceneiro e Pedro é pedreiro.

3. Estudo tudo e não passo no concurso.

4. Fico feliz e não passo no concurso ou passo no con-curso e não fico feliz.

JUSTIFICATIVAS

1ª) O porquê que a negação de “A ∧ B” é “¬ A ∨ ¬ B”

A B A ∧ B ¬ A ¬ B ¬ (A ∧ B) ¬ A ∨ ¬ B ¬ A ∧ ¬ B

V V V F F F F F

V F F F V V V F

F V F V F V V F

F F F V V V V V

Observe que a proposição “¬ A ∧ ¬ B” na segunda e na terceira linha não é a negação de “A ∧ B”, enquanto a proposi-ção “¬ A ∨ ¬ B” é a negação da proposição “A ∧ B” em todos os casos.

2ª) O porquê que a negação de “A ↔ B” é “ [(A ∧ ¬ B) ∨ (B ∧ ¬ A)]”

AB

A ↔

BA

∧ ¬

BB

∧ ¬

A[(A

∧ ¬

B) ∨

(B ∨

¬ A

)] A

∨ B

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FF

FF

F

VF

FF

VV

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V

FV

FV

FF

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V

FF

VV

VF

FF

F

Observe que a proposição “[(A ∧ ¬ B) ∨ (B ∨ ¬ A)]” bem como a proposição “A ∨ B” possuem valorações contrárias ao valor lógico da proposição “A ↔ B”.

QUANTIFICADORES LÓGICOS

São expressões que dão ideia de quantidade. Os quan-tificadores se dividem em universais e particulares.

a) Universais

Todos são...ou

Qualquer um é...

Nenhum é... Qualquer um não é...

b) Particulares

Algum é...ou

Existe pelo menos um que seja...

Algum não é... Existe pelo menos um que não seja...

Negação dos Quantificadores

Afirmação Negação

Todas são... Algum não é...

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Afirmação Negação

Nenhum é... Algum é...

Algum não é... Todas são...

Algum é... Nenhum é...

EXERCÍCIO RESOLVIDO

R.3. Dê a negação, em linguagem natural, das proposi-ções lógicas abaixo:

1) Todos os peixes estão vivos. Algum peixe não está vivo. Algum peixe está morto.

2) Todos os estudantes estão sentados. Algum estudante não está sentado.

3) Nenhuma cobra é venenosa. Alguma cobra é venenosa.

4) Algum número inteiro não é par. Todos os números inteiros são pares. Nenhum número inteiro é ímpar.

5) Algum triângulo é isósceles. Nenhum triângulo é isósceles.

R.4. A negação de “todos os homens são bons moto-ristas” é:

a. Nenhum homem é bom motorista.b. Todas as mulheres são boas motoristas.c. Algumas mulheres são boas motoristas.d. Ao menos um homem não é bom motorista.

Solução:

P: Todos os homens são bons motoristas.¬ P: Algum homem não é bom motorista.

Portanto, letra “D”.JUSTIFICATIVA

O porquê que a negação de “todos são ...” é “algum não é...”.

Considere o exemplo:

Sejam as proposições:

P : Todas as bolas são pretas.Q : Alguma bola não é preta.T : Nenhuma bola é preta.

Hipóteses:

1ª)

“P” é verdadeira

“Q” é falsa

“T” é falsa

2ª)

“P” é falsa

“Q” é verdadeira

“T” é falsa

3ª)

“P” é falsa

“Q” é verdadeira

“T” é verdadeira

IMPORTANTE

1ª) A proposição “Q” teve valoração contrária a proposição “P” em todas as hipóteses, enquanto a proposição “T” só apresentou valoração contrária a proposição “P” na primeira e na terceira hipótese. Portanto, a proposição “Q” é a negação da proposição “P”.

2ª) Os demais casos de negação dos quantificadores lógicos podem ser justificados de maneira análoga a ideia apresentada anteriormente.

ARGUMENTO LÓGICO

É um conjunto formado por algumas premissas segui-das de uma conclusão. Quanto à validade um argumento se divide em:

a) Válido: quando as premissas garantem a conclusão.b) Inválido: quando as premissas não garantem a con-

clusão.

Esquema:

P1 : ----------------------P2 : ----------------------P3 : ----------------------

Pn : ----------------------

Conc.:-------------------

Proposições consideradasverdadeiras parajulgarmos a conclusão.

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TO V

ASC

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CELO

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Exemplos:

1º) P1: Todos os peixes voam; P2: Sardinha é um peixe; Conclusão: Sardinha voa.

Considerando as premissas verdadeiras, a conclusão é obrigatoriamente verdadeira! Portanto, trata-se de argu-mento válido.

2º) P1: Todo atleta é forte; P2: João é atleta; Conclusão: João é atleta.

Considerando as premissas verdadeiras, a conclusão não é obrigatoriamente verdadeira. Portanto, trata-se de argumento inválido.

PROPOSIÇÃO CATEGÓRICA

É toda premissa de um argumento que apresenta uma das seguintes estruturas:

• Todo A é B.• Algum A é B.• Algum A não é B.• Nenhum A é B.

Exemplos:

• Todo político é desonesto.• Algum atleta é intelectual.• Algum músico não é alto.• Nenhum estudante é atleta.

DIAGRAMAS LÓGICOS

São as representações das proposições categóricas por meio de diagrama de conjuntos.

Premissa Diagrama

Todo A é B

BA

Algum A é Ba b

Algum A não é Ba b

Nenhum A é B

a b

Page 44: Degustação INSS 3ed (1)

SUMÁRIO

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE INTERNET E INTRANET. ...................................................................................................390

CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS À INTERNET E À INTRANET. ..............................................................392

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA E PESQUISA. ....................................393

CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA. ...................................................................................................390

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES. .......................................................................................................................................409

CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS WINDOWS E LINUX..........457/468

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PERMISSÕES

Quanto aos tipos de permissões que se aplicam ao dono, grupo e outros usuários, temos 3 permissões básicas:

• r – Permissão de leitura para arquivos. Caso for um diretório, permite listar seu conteúdo (através do comando ls, por exemplo).

• w – Permissão de gravação para arquivos. Caso for um diretório, permite a gravação de arquivos ou outros diretórios dentro dele. Para que um arquivo/diretório possa ser apagado, é necessário o acesso a grava-ção.

• x - Permite executar um arquivo (caso seja um pro-grama executável). Caso seja um diretório, permite que seja acessado através do comando cd.

As permissões de acesso a um arquivo/diretório podem ser visualizadas com o uso do comando ls -la. As 3 letras (rwx) são agrupadas da seguinte forma:

-rwxrwxrwx henrique users texto

Primeiro vamos entender as dez primeiras letras da esquerda para a direita:

• A primeira letra informa se o item que estamos tra-balhando é um arquivo, diretório ou link. Se apa-recer um “d” é um diretório, um “l” um link a um arquivo no sistema, um “-” quer dizer que é um arquivo comum. No caso, percebemos que texto é um arquivo.

• Da segunda a quarta letra (rwx) dizem qual é a per-missão de acesso ao dono do arquivo. Neste caso henrique tem a permissão de ler (r - read), gravar (w - write) e executar (x -execute) o arquivo texto.

• Da quinta a sétima letra (rwx) diz qual é a permissão de acesso ao grupo do arquivo. Nesse caso, todos os usuários que pertencem ao grupo users têm a permissão de ler (r), gravar (w), e também executar (x) o arquivo texto.

• Da oitava à décima letra obtemos as informações das permissão de acesso a outros usuários. Nesse caso, esses outros usuários têm a permissão de ler(r), gravar(w), e também executar(x) o arquivo texto.

Exemplos de utilização do comando chmod em que u (user – dono do arquivo), g (group – grupo) e o (others – outros):

• chmod g+r *: permite que todos os usuários que pertençam ao grupo dos arquivos (g) tenham (+) permissões de leitura (r) em todos os arquivos do diretório atual.

• chmod o-r texto.txt: retira (-) a permissão de lei-tura (r) do arquivo texto.txt para os outros usuários (usuários que não são donos e não pertencem ao grupo do arquivo texto.txt).

• chmod uo+x texto.txt: inclui (+) a permissão de execução do arquivo texto.txt para o dono e outros usuários do arquivo.

• chmod a+x texto.txt: inclui (+) a permissão de execução do arquivo texto.txt para o dono, grupo e outros usuários.

• chmod a=rw texto.txt: define a permissão de todos os usuários exatamente (=) para leitura e gravação do arquivo texto.txt.

Comparação entre dispositivos

DOS/Windows LinuxA: /dev/fd0B: /dev/fd1C: /dev/hda1 ou /dev/sda1LPT1 /dev/lp0LPT2 /dev/lp1LPT3 /dev/lp2COM1 /dev/ttyS0COM2 /dev/ttyS1COM3 /dev/ttyS2COM4 /dev/ttyS3

E X E R C Í C I O S

Julgue os itens a seguir, a respeito dos sistemas ope-racionais Windows e Linux.

1. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) Para se iniciar uma pesquisa de arquivos no Windows 8.1, é suficiente pressionar simultaneamente as teclas .

Acerca do Microsoft Office 2013, julgue os itens sub-sequentes.No que diz respeito aos conceitos e ferramentas de redes de computadores e ao programa de navegação Google Chrome, julgue os itens que se seguem.

2. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) Tanto o Ping quanto o Traceroute são ferramentas utilizadas na sondagem de uma rede de computadores.

Julgue os itens seguintes, no que se refere ao pro-grama de correio eletrônico Mozilla Thunderbird e ao conceito de organização e gerenciamento de arquivos.

3. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) O Mozilla Thunder-bird permite que o usuário exclua automaticamente mensagens indesejadas por meio da utilização de filtros, ainda que não forneça a opção de bloquear emails de um domínio específico.

Acerca dos procedimentos de segurança e de becape, julgue os itens subsecutivos.

4. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) A realização de be-cape dos dados de um computador de uso pessoal garante que o usuário recuperará seus dados caso ocorra algum dano em seu computador.

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5. (CESPE/FUB/NÍVEL SUPERIOR) A implantação de procedimentos de segurança nas empresas consiste em um processo simples, não sendo necessário, por-tanto, que sua estrutura reflita a estrutura organizacio-nal da empresa.

Na situação mostrada na figura acima, que reproduz parte de uma janela do sistema operacional Windows,

6. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) ao clicar a opção , o usuário terá acesso ao banco de dados do

sistema operacional Windows que apresenta as pastas e subpastas com os arquivos de progra-mas desse sistema operacional.

7. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) a opção per-mite localizar arquivos ou pastas no computador local, dados na Internet ou, ainda, pessoas no Active Directory.

8. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) a opção possibilita que o usuário acesse informações a respeito dos discos disponíveis localmente e na rede, bem como das opções de computação em nuvem.

Com referência à situação mostrada na figura acima, que reproduz parte de uma janela do Outlook Express, julgue os próximos itens.

9. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Ao se clicar a pasta , será apresentada a lista de todos os emails que foram enviados a partir do Outlook Express.

10. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Se o usuário em questão possuísse inscrição em Grupos de discussão

ou Redes sociais, a opção — Responder a todos — seria habilitada.

11. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) O número (310) mostrado ao lado da opção indica o número de amigos que o usuário em questão possui.

Julgue os itens subsequentes, relativos a conceitos de segurança da informação.

12. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Procedimentos de becape são essenciais para a recuperação dos dados no caso de ocorrência de problemas técnicos no com-putador.

13. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) Phishing é a técnica de criar páginas falsas, idênticas às oficiais, para capturar informações de usuários dessas pá-ginas.

14. (CESPE/MPU/ANALISTA DO MPU) O armazenamen-to em nuvem, ou em disco virtual, possibilita o arma-zenamento e o compartilhamento de arquivos e pastas de modo seguro, ou seja, sem que o usuário corra o risco de perder dados.

A figura acima, que ilustra uma janela do Windows 7, mostra o conteúdo da pasta denominada Docs. Com referência à situação mostrada nessa figura, ao Windows 7 e a conceitos de informática, julgue o item abaixo.

15. (CESPE/PCDF/AGENTE) Para se verificar, por meio de um programa antivírus instalado no computador, se os três arquivos da pasta Docs contêm algum tipo de vírus ou ameaça digital, é suficiente clicar o botão

, localizado próximo ao canto superior direito da janela.

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Com relação ao Word 2010 e à figura acima, que mostra uma janela desse software com trecho de um texto em processo de edição, julgue os itens subsequentes.

16. (CESPE/PCDF/AGENTE) A ferramenta pode ser usada para realçar o texto selecionado, à seme-lhança do que se pode fazer com um marca-texto em um texto manuscrito ou impresso sobre papel.

17. (CESPE/PCDF/AGENTE) Ao se selecionar o trecho Distrito Federal e clicar no botão , esse trecho será excluído. O mesmo efeito ocorreria se, após a seleção

desse trecho, fosse pressionada a tecla .

A figura acima mostra uma janela do Excel 2010, com uma planilha em processo de edição. Essa planilha hipotética contém os preços unitários de cadeiras e mesas, assim como a quantidade de itens a serem ad-quiridos de cada um desses móveis. Com relação a essa planilha e ao Excel 2010, julgue o item seguinte.

18. (CESPE/PCDF/AGENTE) Para se inserir na célula D2 o preço total das duas mesas e na célula D3, o preço total das oito cadeiras, é suficiente realizar a seguinte sequência de ações: clicar a célula D2; digitar =B2*C2

e, em seguida, teclar ; clicar a célula D2 com o botão direito do mouse e, na lista de opções que sur-ge em decorrência dessa ação, clicar a opção Copiar; clicar a célula D3; pressionar e manter pressionada a tecla e, em seguida, acionar a tecla .

Considerando a figura acima, que ilustra parte de uma janela do PowerPoint 2010 com uma apresentação em processo de edição, julgue o item abaixo.

19. (CESPE/PCDF/AGENTE) A ferramenta corresponden-te ao botão pode ser usada em uma sequência de ações para se ajustar o espaçamento entre caracteres de um texto da apresentação que for selecionado.

Com relação ao navegador Google Chrome e à situ-ação apresentada na figura acima, que mostra uma janela desse software, julgue o seguinte item.

20. (CESPE/PCDF/AGENTE) Ao se clicar o botão , será exibida uma lista de opções, entre as quais uma que permitirá imprimir a página em exibição.

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O uso de recursos de tecnologias da informação e das comunicações encontra-se difundido e disse-minado em toda sociedade. Nesse contexto, ações de investigação criminal necessitam estar adapta-das para identificar e processar evidências digitais de modo a produzir provas materiais. Para tanto, existem diversos tipos de exames técnico-científicos utilizados em investigações. Acerca desses exames, julgue os itens a seguir.

21. (CESPE/PCDF/AGENTE) Computadores infecta-dos com vírus não podem ser examinados em uma investigação, pois o programa malicioso instalado compromete a integridade do sistema operacional.

22. (CESPE/PCDF/AGENTE) Navegadores da Web po-dem ser configurados para não registrar os registros (logs) de navegação ou para excluí-los automatica-mente. Esse tipo de ação dificulta o exame de infor-mações acerca de sítios web visitados a partir de determinado sistema.

23. (CESPE/PCDF/AGENTE) Exames em mensagens eletrônicas, tais como emails, permitem identificar o responsável pelo envio das mensagens, uma vez que as mensagens utilizadas nesse tipo de comuni-cação sempre contêm um endereço que identifica o remetente da mensagem.

Diversos protocolos são utilizados em uma comuni-cação pela Internet, mas apenas alguns deles con-tribuem para a segurança da comunicação. A esse respeito, julgue os itens seguintes.

24. (CESPE/PCDF/AGENTE) Os protocolos TLS (Trans-port Layer Security) e SSL (Secure Sockets Layer) possuem propriedades criptográficas que permitem assegurar a confidencialidade e a integridade da co-municação.

25. (CESPE/PCDF/AGENTE) O protocolo DNS é usado para traduzir um nome em um endereço IP e vice--versa, ao passo que o FTP é um protocolo de trans-ferência de arquivos que possui como requisito o protocolo de transporte UDP.Malware é qualquer tipo de software que pode cau-sar algum impacto negativo sobre a informação, podendo afetar sua disponibilidade, integridade e confidencialidade. Outros softwares são produzidos para oferecer proteção contra os ataques provenien-tes dos malwares. Com relação a esse tema, julgue os próximos itens.

26. (CESPE/PCDF/AGENTE) Firewalls são dispositivos de segurança que podem evitar a contaminação e a propagação de vírus. Por outro lado, antivírus são ferramentas de segurança capazes de detectar e evitar ataques provenientes de uma comunicação em rede.

27. (CESPE/PCDF/AGENTE) Os vírus, ao se propaga-rem, inserem cópias de seu próprio código em ou-tros programas, enquanto os worms se propagam pelas redes, explorando, geralmente, alguma vulne-rabilidade de outros softwares.

Acerca do sistema operacional MS-Windows, julgue os itens a seguir.

28. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) A opção de linha de comando da ferramenta Sysprep para preparar uma imagem de instalação do Windows 7 que remova todas as informações únicas do sistema é /unattend.

29. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) Utilizando-se o BitLocker to Go do Windows 7, é pos-sível estender o suporte para a criptografia de unidade de disco BitLocker aos dispositivos de armazenamento USB removíveis, o que contribui para proteger os da-dos desses dispositivos caso estes sejam perdidos ou roubados.

30. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) O Device Stage, um recurso criado a partir do Windows Vista, mostra somente o status dos dispositivos, não permitindo sincronizar dados e mídias entre o Windo-ws 7 e um aparelho de telefone smartphone, por exem-plo.

31. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) Se os clientes que utilizavam o Windows XP e o Internet Explorer 6 para acessar o website interno de deter-minada empresa criado há alguns anos, passarem a utilizar o sistema Windows 7, então a ferramenta mais adequada para verificar se o website da empresa fun-cionará adequadamente no novo sistema operacional é o Windows AIK (automated installation kit).A respeito do sistema operacional Linux, julgue os pró-ximos itens.

32. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) O comando ps exibe os processos em execução no com-putador e o comando ps aux exibe apenas os proces-sos em execução no computador do usuário logado.

33. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) Um processo, em Linux, é uma entidade independente consistindo de process id (PID), permissões de acesso e propriedades como o id do usuário que o criou (UID) e o do grupo (GID). Um processosempre é executado em kernel-mode, a fim de pos-sibilitar o acesso a partes do hardware que, de outra forma, permaneceriam inacessíveis.

34. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) A ferramenta Keep permite realizar cópias de quais-quer diretórios ou arquivos escolhidos e restaurá-las, quando necessário. Essa ferramenta também permite iniciar um becape instantaneamente por meio da tela principal, editar a lista de becape e ver o registro das cópias de segurança.

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35. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) A impressão direta de um documento de texto de nome arquivo.txt, na porta de impressão lp0, pode ser realiza-da utilizando-se o comando $cat arquivo.txt > /dev/lp0.

Com relação aos conceitos e ao uso de ferramentas e aplicativos do Windows, julgue os itens a seguir.

36. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) Painel de Controle do Windows dá acesso a opções como, por exemplo, instalar e desinstalar programas, que é a ferramenta de uso recomendado para se insta-lar ou remover um programa adequadamente.

37. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) No Windows Explorer, a opção Propriedades, disponível por meio de um clique com o botão direito do mouse sobre uma pasta, é utilizada para apresentar o conte-údo de uma pasta, ou seja, quais e quantos arquivos existem dentro dela, assim como os formatos dos ar-quivos.

38. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) No Excel, ao se selecionar uma célula que contém um valor numérico e, em seguida, clicar o botão Estilo de Porcentagem, o valor será multiplicado por 100 e o símbolo % será colocado ao lado do valor resultante.

39. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) No Word, a inserção de cabeçalho ou rodapé em um documento faz que todas as páginas do documento tenham os mesmos dados constantes nesses campos. Para que uma página possa receber outro tipo de ca-beçalho, a configuração de seções diferentes deve ser feita anteriormente.

40. (CESPE/SERPRO/analista - SUPORTE TÉCNICO) No Word, a opção de quebra de seção do tipo contínua, ao ser acionada, faz que o cursor seja deslocado para a página seguinte e uma nova seção seja criada.

Com relação ao sistema operacional Windows, à edi-ção de texto e à navegação na Internet, julgue os itens seguintes.

41. (CESPE/PCDF/ESCRIVÃO) O modo de navegação anônimo, disponibilizado no navegador Google Chro-me, possibilita que o usuário navegue na Internet sem que as páginas por ele visitadas sejam gravadas no histórico de navegação.

42. (CESPE/PCDF/ESCRIVÃO) No Windows 8, o modo de suspensão, por meio do qual é possível manter o computador em estado de baixo consumo de energia, possibilita o retorno rápido ao ponto do trabalho, sem apresentar risco de perda de dados.

43. (CESPE/PCDF/ESCRIVÃO) Para se editar um docu-mento em formato PDF no Word 2013, é necessário que o documento seja composto exclusivamente de texto.

Julgue os itens que se seguem, que dizem respeito ao armazenamento de dados em nuvem e a pragas virtuais.

44. (CESPE/PCDF/ESCRIVÃO) Rootkit é um tipo de pra-ga virtual de difícil detecção, visto que é ativado antes que o sistema operacional tenha sido completamente inicializado.

45. (CESPE/PCDF/ESCRIVÃO) No SkyDrive, arquivos criados no pacote Microsoft Office podem ser direta-mente manipulados em qualquer plataforma, sem a necessidade de instalação de aplicativos adicionais.

G A B A R I T O

1. C 2. C 3. C 4. E 5. E 6. E 7. C 8. E 9. C

10. E 11. E 12. C 13. C 14. C15. E 16. C 17. E 18. C 19. C 20. C 21. E 22. C 23. E 24. C 25. E 26. E 27. C28. E 29. C 30. E 31. E 32. E 33. E 34. C 35. C36. E 37. E 38. C 39. C

40. E41. C 42. C43. E 44. C 45. E

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SUMÁRIO

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SEGURIDADE SOCIAL. ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL. CONCEITUAÇÃO. ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ..................................................................................478

LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CONTEÚDO, FONTES, AUTONOMIA. APLICAÇÃO DAS NORMAS PREVIDENCIÁRIAS. VIGÊNCIA, HIERARQUIA, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO ....................................484

REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS, FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO. CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E ABRANGÊNCIA: EMPREGADO, EMPREGADO DOMÉSTICO, CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, TRABALHADOR AVULSO E SEGURADO ESPECIAL. SEGURADO FACULTATIVO: CONCEITO, CARACTERÍSTICAS, FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO. TRABALHADORES EXCLUÍDOS DO REGIME GERAL ................................................................................................................485

EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO .................................................488

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. RECEITAS DA UNIÃO. RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: DOS SEGURADOS, DAS EMPRESAS, DO EMPREGADOR DOMÉSTICO, DO PRODUTOR RURAL, DO CLUBE DE FUTEBOL PROFISSIONAL, SOBRE A RECEITA DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS, RECEITAS DE OUTRAS FONTES. SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO. CONCEITO. PARCELAS INTEGRANTES E PARCELAS NÃO-INTEGRANTES. LIMITES MÍNIMO E MÁXIMO. PROPORCIONALIDADE. REAJUSTAMENTO. ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGURIDADE SOCIAL. COMPETÊNCIA DO INSS E DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. OBRIGAÇÕES DA EMPRESA E DEMAIS CONTRIBUINTES. PRAZO DE RECOLHIMENTO. RECOLHIMENTO FORA DO PRAZO: JUROS, MULTA E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA ................................489

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO .....................................................................................................................498

CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL .................................................................................................503

RECURSO DAS DECISÕES ADMINISTRATIVAS ............................................................................................510

PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL: BENEFICIÁRIOS, ESPÉCIES DE PRESTAÇÕES, BENEFÍCIOS, DISPOSIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS, PERÍODOS DE CARÊNCIA, SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO, RENDA MENSAL DO BENEFÍCIO, REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS ..............511

MANUTENÇÃO, PERDA E RESTABELECIMENTO DA QUALIDADE DE SEGURADO ...................................512

LEI N. 8.212, DE 24.07.1991 E ALTERAÇÕES POSTERIORES .......................................................................531

LEI N. 8.213, DE 24.07.1991 E ALTERAÇÕES POSTERIORES .......................................................................552

DECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999 E ALTERAÇÕES POSTERIORES ............................................................571

LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS: CONTEÚDO; FONTES E AUTONOMIA (LEI N. 8.742/93 E ALTERAÇÕES POSTERIORES; DECRETO N. 6.214/07 E ALTERAÇÕES POSTERIORES) ..........................649/658

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1 NECESSIDADE DA PROTEÇÃO SOCIAL

A necessidade de criação de uma proteção social e pública vem do instinto de proteção dos mais fracos, da ten-tativa de evitar a fome, da busca de proteção contra doen-ças. E como a proteção da família e a proteção espontânea (esmola, ajuda humanitária etc.) nunca foram suficientes o Estado foi obrigado a fornecer algum tipo de proteção.

2 SEGURIDADE SOCIAL

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO LEGISLATIVA NO BRASIL

Santas Casas (1543)A primeira Santa Casa de Misericórdia no Brasil, na Vila

de Santos, foi fundada em 1543 e como a finalidade a Medi-cina Humanística.

Plano de benefícios dos órfãos e viúvas dos oficiais da marinha (1795)

Em 02.09.1795, foi criado o Plano de beneficência dos órfãos e viúvas dos oficiais da marinha (montepio).

Outros montepios de iniciativa estatal foram:• montepio para guarda pessoal de D. João VI (1808);• montepio do exército (1827);• montepio dos servidores do Estado – civis e milita-

res (1835);• caixa de socorro para os trabalhadores das estra-

das de ferro do Estado (1888);• montepio para empregados do correio (1889);• caixa de pensão dos operários da imprensa nacio-

nal (1889).

Constituição de 1824A Constituição de 1824 mencionava socorros públicos,

mas não regulamentava a maneira de implementá-los.

Constituição de 1891A constituição de 1891 previa a aposentadoria para

funcionários públicos, determinando literalmente: “Art. 75. A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação.”

Decreto-Legislativo n. 3.724/1919Esta foi a primeira lei acidentária criada em nosso país

e criou o Seguro de Acidentes de Trabalho.

Lei Eloy Chaves (Decreto-legislativo n. 4.682 de 24.01.1923)

Esta lei criou as caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviários, de âmbito nacional e por empresa. E a já previa mais de uma fonte de financiamento para o seu funcionamento, tais como: contribuição dos empregados em 3% do vencimento, da empresa em 1% da renda bruta e 1,5% das tarifas da estrada de ferro, dentre outras.

A Lei Eloy Chaves previa alguns benefícios como apo-sentadoria por invalidez, ordinária (hoje seria a aposenta-doria por idade) e pensão para os dependentes (ou seja, pensão por morte). É bom lembrar que essa lei é um marco

inicial amplamente aceito para a previdência social brasi-leira, tanto que a contagem de idade do sistema previdenci-ário brasileiro é feita a partir da edição desta lei.

IAP – Institutos de Aposentadoria e PensãoOs institutos de aposentadoria e pensão eram aglutina-

dos por categoria e não por empresa, tendo sido o 1º o IAPM (marítimos) – Decreto n. 22.872 de 26.06.1933.

Constituição de 1934Esta constituição foi a primeira que previu a forma trí-

plice de fonte de custeio (Estado/ Empregador/ Empregado), no seu artigo 121, §1º, alínea h.

Constituição de 1937 Essa constituição utilizou a expressão “seguro social”

como sinônimo do que atualmente conhecemos como previ-dência social, no seu art. 137.

Constituição de 1946 Com esta constituição foi substituída a antiga expres-

são até então em moda “seguro social”, pela nova designa-ção criada e hoje em pleno uso “previdência social”, no seu art. 157, XVI.

Lei n. 3.807/1960 unificou a legislação previdenciá-ria

Esta lei ficou bastante conhecida como LOPS (Lei Orgânica da Previdência Social) e foi outro marco impor-tante para a previdência social, pois veio com a intenção de uniformizar a legislação dos vários sistemas previdenciários existentes.

Lei n. 4.214/1963Instituiu o FUNRURAL – Fundo de Assistência e Previ-

dência do Trabalhador Rural –, prevendo a contribuição de 1% do valor dos produtos comercializados.

Lei n. 4.266/1963Instituiu o salário-família.

Emenda Constitucional n. 11/1965Instituiu pela primeira vez o princípio da fonte de cus-

teio prévia, princípio este que foi repetido a partir de então e que não permite a criação de benefícios e/ou serviços sem a respectiva fonte de custeio total.

Decreto-Lei n. 72/1966 Já em 1966 existiam 6 (seis) Institutos de Aposentadoria

e Pensão e houve a necessidade de unificá-los, sendo então criado o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social).

Os IAPs que foram criados antes da unificação foram:• IAPM (Marítimos) – Decreto n. 22.872 de 29.06.1933• IAPC (Comerciários) – Decreto n. 24.273, de

22.05.1934• IAPB (Bancários) – Decreto n. 24.615, de 09.06.1934• IAPI (Industriários) – Lei n. 367, de 31.12.1936.• IAPTEC (Estivadores e Transportadores de Carga)

– Decreto-Lei n. 288, de 23.02.1938.• IAPFESP (Ferroviários e Empregados em Serviços

Públicos) – Decreto n. 34.586, de 12.11.1953.

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Constituição de 1967 Essa constituição previa o seguro desemprego (art.

158, XVI) e falava de fonte prévia de custeio, ou seja, que todo o serviço ou benefício teria ter a correspondente fonte de custeio (art. 158, §1º).

Lei n. 5.316/1967 Essa lei proporcionou a integração do seguro contra

acidente de trabalho na previdência social (conforme previa o plano de Beveridge da Inglaterra em 1942). Tendo sido um retrocesso a Emenda Constitucional n. 20/1998 que permitiu a participação do setor privado neste seguro.

LC n. 11/1971 Instituiu o PRORURAL – Programa de Assistência ao

Trabalhador Rural e dava alguns benefícios como aposenta-doria, pensão e auxílio-funeral.

Sendo por exemplo a aposentadoria por velhice equi-valente a 50% do salário mínimo e para o trabalhador rural com 65 anos de idade.

Decreto n. 77.077/1976 Este decreto foi à primeira Consolidação das Leis da Pre-

vidência Social (CLPS), tendo previsões de revisões anuais, mas só sendo de fato revisada pelo Decreto n. 89.312/1984 e tendo deixado de ser aplicada com o advento da Lei n. 8.213/1991.

Lei n. 6.439/1977 Esta lei criou o SINPAS (Sistema Nacional de Previdên-

cia e Assistência Social), que integrava:• o Instituto Nacional de Previdência Social –

INPS;• o Instituto Nacional de Assistência Médica da

Previdência Social – INAMPS;• a Fundação Legião Brasileira de Assistência –

LBA;• a Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor –

FUNABEM;• a Empresa de Processamento de Dados da Pre-

vidência Social – DATAPREV;• o Instituto de Administração Financeira da Previ-

dência e Assistência Social – IAPAS.• a Central de Medicamentos – CEME.

Emenda Constitucional n. 18/1981Instituiu a aposentadoria especial do professor com

salário integral aos 30 anos se homem e 25 anos se mulher. Essa nova modalidade de aposentadoria foi repetida na Constituição Federal de 1988.

Constituição de 1988Tratou pela primeira vez da Seguridade Social (Saúde,

Previdência e Assistência), pois foi bastante influenciada pela marca do Estado de bem-estar social (Welfare State) que teve origem nos Estados Unidos.

Lei n. 8.029/1990 • Criou o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),

com a fusão INPS + IAPAS.• E posteriormente foram extintas a LBA (1995), a

FUNABEM (1995) e a CEME (1997).

Emenda Constitucional n. 20/1998• Transforma o tempo de serviço em tempo de contri-

buição para fins de aposentadoria. • Determina que o salário-família e o auxílio-reclu-

são só devem ser pagos para os dependentes dos segurados de baixa renda.

Lei n. 9.876/1999• Criou o cálculo do Fator Previdenciário.• Mudou a sistemática da apuração da média para

fins de aposentadoria dos 36 últimos meses de con-tribuição para todos os salários de contribuição do período trabalhado desde julho de 1994, aprovei-tando os 80% maiores valores.

• Criou a categoria chamada de contribuinte indivi-dual, que engloba os empresários, autônomos, equi-parados a autônomo.

Lei n. Complementar 109/2001• Regulamentou a Previdência Complementar do

RGPS.

2.2 CONCEITUAÇÃO

Para facilitar o entendimento dos tópicos relacionados com a Seguridade Social e em particular com a Previdência Social, iremos abordar a partir de agora de forma sistematizada os pontos mais importantes existentes na Constituição Federal de 1988, na Lei n. 8.212/1991, na Lei n. 8.213/1991, no Decreto n. 3.048/1999 e nas demais legislações que fizeram alterações significantes no sistema de proteção social brasileiro. Optamos por uma análise detalhada de cada item existente nestas legislações sem a necessidade de repetir o texto literal de cada uma, mas caso o leitor ache necessário ao seu entendimento aconselhamos o acesso na internet (http://www.presidencia.gov.br) ou em livros ao texto completo dessas legislações para tirar dúvidas e reforçar o aprendizado.

O conceito de Seguridade Social é colocado na nossa Constituição Federal de 1988 (art. 194), como sendo um conjunto integrado de ações que visa assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Daí temos os três ramos que dão cobertura para a sociedade, que são a saúde, previdência e assistência social.

A Seguridade Social é uma rede de proteção social, que obriga a contribuição de todos (Estado, particulares, beneficiários), para a manutenção de um padrão mínimo de vida para os membros de uma sociedade. Sendo temerário extinguir esse sistema de proteção e justiça social, quando o correto seria discutir ajustes no sistema que permitam a sua continuidade e ampliação para que em um futuro seja possível abranger, senão todos, a maior parte dos membros da sociedade.

Seguridade Social – Saúde

Da definição constitucional no seu art. 196 podemos resumidamente verificar que a saúde tem como caracterís-ticas:

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• não possui restrição à clientela protegida.• qualquer um tem direito sem contribuição.• de responsabilidade do Ministério da Saúde por

meio do Sistema Único de Saúde – SUS (conforme CF/1988 art. 196 a 200).

Resumidamente, temos com a nossa constituição que as ações e serviços públicos de saúde integram um Sistema Único de Saúde (SUS), tendo como características:

• descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

• atendimento integral, com prioridade para as ativi-dades preventivas, sem prejuízo dos serviços assis-tenciais;

• participação da comunidade.

Seguridade Social – Assistência Social

Assistência SocialA assistência social não é para todos indistintamente,

mas exclusivamente para quem dela necessitar, e no caso de recebimento do benefício assistencial de 1 (um) salário mínimo para os idosos ou portadores de deficiência que comprovem que não possuem meios de prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família.

O conceito de família utilizado nesse caso é extraído da Lei n. 8.213/1991 no seu art. 16:

• o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha defi-ciência intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-mente; (Redação dada pela Lei n. 12.470, de 2011)

• os pais;• o irmão não emancipado, de qualquer condição,

menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne abso-luta ou relativamente incapaz, assim declarado judicial-mente; (Redação dada pela Lei n. 12.470, de 2011)

No caso do benefício de prestação continuada de salário mínimo para o deficiente ou idoso com renda mensal per capita inferior a 1/4 (um quarto), com garantia inicial para no caso dos idosso a partir de 70 anos e pos-teriormente com a Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso) esta idade foi diminuída para 65 anos.

Outras Ações Sociais (Prestações Assistenciais)• Bolsa escola, bolsa alimentação, auxílio-gás.• Bolsa família (Lei n. 10.836/2004).• Farmácia popular.

Seguridade Social – Previdência SocialA Previdência Social tem como objetivo principal a

redução das desigualdades sociais e econômicas, através de uma política voltada à redistribuição de renda.

Passando então para as características e natureza Jurídica da Previdência Social, temos que:

• é seguro sui generis;• é de filiação compulsória (obrigatória);• permite ter ingresso voluntário, para quem não tem

atividade remunerada;

• as Constribuições Sociais têm enquadramento como Tributo (STF);

• é Institucional ou Estatutaria (criada por lei);• é Ramo do Direito Público;• possui benefícios PROGRAMADOS x NÃO PRO-

GRAMADOS, como exemplo a Aposentadoria por idade x Aposentadoria por invalidez.

Dentre as características dadas acima podemos destacar alguns motivos para que a Contribuição Social seja compulsória.

• Miopia individual (como regra geral as pessoas, em particular os jovens, não pensam nas dificuldades que possam vir a ter no futuro).

• A necessidade de implementação de uma solidarie-dade na sociedade (Solidariedade Previdenciária).

• E por fim, existe uma situação muito comum que a lei busca evitar que é pretender aposentadoria sem contribuições para o sistema.

Emenda Constitucional n. 47/2005 (Inclusão Previden-ciária)

A Constituição Federal de 1988 prevê no seu artigo 201, §12 que a Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusiva-mente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garan-tindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário mínimo.

A possibilidade de alíquotas e carências menores para alguns segurados foi criada com a Lei Complementar n. 123/2006 (Simples Nacional), onde o contribuinte individual e o facultativo têm uma alíquota de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário de contribuição e o microempreendedor individual (a partir de 01.05.2011) tem alíquota de 5% (cinco por cento), ), e da mesma forma tem a alíquota de 5% o segurado facul-tativo sem renda própria que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencente à família de baixa renda.

Observações pertinentes sobre uma possível priva-tização do sistema previdenciário:

1. Não seria possível ou moral tornar obrigatório um recolhimento das pessoas/empresas para outras empresas privadas.

2. E, do outro lado, caso o recolhimento se tornasse facultativo, seria um verdadeiro retrocesso, pois haveria uma redução drástica dos incluídos no sis-tema.

3. Também é conveniente lembrar que o controle externo estatal de empresas privadas é ineficiente e haveria uma criação de um enorme risco de exclu-são de uma boa parte da sociedade.

4. O que se percebe claramente é que os defensores da privatização buscam privatizar só benefícios pro-gramados, tais como a aposentadoria por idade. E, com isso, a partir dessa privatização, seria criada uma situação em que os benefícios não programa-dos não teriam cobertura, como a aposentadoria por invalidez. E a partir desta situação seriam agravadas as coberturas existentes no sistema de previdência social, prejudicando os beneficiários do sistema.

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2.3 REGIMES PREVIDENCIÁRIOS EXISTENTES

Regimes Básicos• Regime Geral de Previdência Social (RGPS).• Regime Próprio de Previdência de Servidores Públi-

cos e Militares (RPPS).

Regimes Complementares• Privado aberto ou fechado no RGPS.• Público fechado no RPPS.

Entre os regimes previdenciários existentes, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é o mais amplo e mais abrangente, pois possui a maior quantidade de trabalhado-res atingidos e está diretamente relacionado ao INSS (MPS).

Já o chamado regime complementar ao RGPS, possui natureza privada, sendo regulado por lei complementar, fis-calizado e regulamentado pela União.

E se uma mesma pessoa exercer mais de uma ativi-dade sendo uma vinculada ao RGPS e a outra vinculada ao RPPS, podemos dizer que estará vinculado aos dois regi-mes, como seria um exemplo de um Professor de Univer-sidade Federal, que é também Professor de Universidade Privada.

E mais ainda, essa pessoa do exemplo acima pode então se aposentar em ambos, outro exemplo seria um Médico que acumulasse licitamente cargo Federal, Estadual e em Clínica privada, terá direito as 3 (três) aposentadorias.

Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), características gerais

Para viabilizar a existência dos chamados RPPS foram criadas as diretrizes necessárias através da Lei n. 9.717/1998 (Normas Gerais), dentre as quais:1. A contribuição para o regime não poderá ser inferior ao

valor da contribuição do servidor ativo, nem superior ao dobro da contribuição. Ex.: Servidor R$ 500 = União/Estado/Município

R$ 1.000.2. As alíquotas cobradas pela União, Estados, DF e Muni-

cípios não inferiores às dos servidores titulares de cargos efetivos da União.

3. No caso de extinção de regime próprio de previdência social, a União, o Estado, o Distrito Federal e os Muni-cípios assumem a responsabilidade pelo pagamento dos benefícios concedidos durante a sua vigência, ou cujos requisitos para a concessão já tenham sido implementados.

Regime Geral de Previdência Social (RGPS) – Inclusão de mais segurados

Um avanço feito pelo legislador para incluir mais segurados foi a Lei n. 10.666/2003, que determinou, a partir de abril/2003, a retenção da contribuição devida pelo contribuinte individual pela própria empresa que o remunera, a exemplo dos empregados e avulsos.

Sendo outra maneira de aumentar a inclusão, a melho-ria, do status econômico dos trabalhadores, esta distante da atual realidade social.

2.4 REGIMES DE FINANCIAMENTO E EQUILÍBRIO FINAN-CEIRO/ATUARIAL

Os regimes de financiamento dos sistemas previdenci-ários podem ser classificados em:

Regime de Repartição• Segurados contribuem para um fundo único, respon-

sável pelo pagamento de todos os beneficiários.• Quem trabalha hoje custeia os benefícios dos aposen-

tados atuais.

Regime de Capitalização• Recursos arrecadados são investidos pelos admi-

nistradores dos fundos para prestações futuras ao segurado.

• Valores variam de acordo com taxa de juros obtida e com a opção do investimento feito.

Regime de Repartição de Capitais de Cobertura• Regime intermediário.• Atuário deve dimensionar receitas não só para o

ano, mas fixar reservas para continuar pagamento até a morte do segurado ou dependente.

Sistema Adotado x Regime de Financiamento (em geral)A relação que existe entre o sistema previdenciário

adotado e o regime de financiamento do sistema é:• Sistema de Contribuição Definida = Regime de

Capitalização.• Sistema de Benefícios Definidos = Regime de

Repartição Simples.

Sendo que as características dos sistemas são:

Sistema de Benefícios Definidos • Fundamental para conceder benefícios não programa-

dos. • Aposentadoria por invalidez, auxílio-doença.

Sistema exclusivo de Contribuição Definida seria inconstitucional

• Elimina a solidariedade do sistema.• Não cobre eventos não programados.

Outro sistema (Capitalização virtual)• Benefício pago é proporcional ao período pago e à

expectativa de sobrevida.

No Brasil em regra temos o regime de repartição sim-ples, exceto com relação à aposentadoria por tempo de con-tribuição (na qual se aplica obrigatoriamente o fator previ-denciário).

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2.5 ORGANIZAÇÃO E PRINCÍPIOS

PRINCÍPIOS GERAIS

Legalidade (Direito Público)Determina o princípio da legalidade, conforme a Consti-

tuição/1988, que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Igualdade (tratar igual os iguais e desigualmente os desiguais)

Embora de forma literal a Constituição/1988 determine que todos são iguais perante a lei, entende-se que a igual-dade pretendida ou o tratamento isonômico para as partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desi-guais, na medida exata de suas desigualdades.

Direito adquirido versus expectativa de direitoA expectativa de direito é uma possibilidade de adquirir

determinado direito depois de cumpridos os requisitos. Já o direito adquirido é uma realidade, em que se cumprem todos os requisitos exigidos pela lei.

PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS

Solidariedade (CF/1988)A solidariedade é uma necessidade social de proteger

todos os indivíduos que compõe a sociedade, evitando que eles sejam deixados à própria sorte. Logo, a solidariedade provoca a criação de um manto protetor para todos e evita a proteção exclusivamente individual.

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