deficiÊncias na implantaÇÃo e manutenÇÃo do...

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DEFICIÊNCIAS NA IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE PELAS CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO Alana Borba Moreira Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Jorge Santos Rio de Janeiro Setembro de 2016

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DEFICIÊNCIAS NA IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO

DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE PELAS

CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO

Alana Borba Moreira

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

Orientador: Jorge Santos

Rio de Janeiro

Setembro de 2016

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DEFICIÊNCIAS NA IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA

QUALIDADE PELAS CONSTRUTORAS: ESTUDO DE CASO

Alana Borba Moreira

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU

DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinada por:

Prof. Jorge Santos. D. Sc.

Prof. Leandro Torres Di Gregorio. D. Sc.

Prof. Willy Weisshuhn. D. Sc.

Prof. Wilson Wanderley da Silva D. SC.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Setembro de 2016

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Moreira, Alana Borba

Deficiências na implantação e manutenção do Sistema

de Gestão da Qualidade pelas construtoras: estudo de

caso / Alana Borba Moreira – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola

Politécnica, 2016.

X, 104 p.:il.: 29,7 cm.

Orientador: Jorge Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Civil, 2016.

Referencias Bibliográficas: p. 80-85

1.Qualidade. 2.Sistema de Gestão. 3. ISO9001. 4.

PBQP-H/SIAC 5. Construção Civil

I. Santos, Jorge. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Título.

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iv

Dedico esse texto aos meus pais, que me deram meu primeiro sim

e que dedicaram seus dias para que eu chegasse até aqui.

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v

AGRADECIMENTO

Agradeço antes de tudo a minha família, pelo apoio incondicional e por terem sempre

acreditado em mim, mesmo quando eu não acreditava. A minha mãe que dedicou sua vida

pela nossa educação e crescimento. Ao meu pai, em memória, por mostrar que a

importância do trabalho duro e das nossas conquistas. Ao meus irmãos Patrick, Manuela e

Gabriela, obrigada por inspirar e influenciar em cada aspecto da minha vida. Vocês são os

responsáveis pelo meu sucesso, amo vocês pela a eternidade e tendendo ao infinito.

Não menos importantes agradeço aos tios, em especial Lucilia e Walmir, a cunhada

Wania, sobrinha Luiza e ao amigo Ruston, que torcem pelo meu sucesso, sofrem com

minha angustia e dedicam seu carinho a mim.

Agradeço pelo apoio sem limites, pelo ombro nos desespero e os momentos de

desconcentração que as amigas Jessica, Aline e Vanessa me proporcionam desde

sempre. Ainda passaremos por muitos momentos e em todos estaremos juntas.

Aos amigos de curso, por passarem comigo por essa louca, instável e gostosa jornada que

é se tornar Engenheiro Civil. Os dias de bandejão estarão sempre, saudosamente, em

minha memória.

Agradeço ao meu primeiro líder Nelson, que me escolheu e apresentou a qualidade, me

fazendo acreditar que tudo é possível quando se faz o certo.

Agradeço a melhor equipe que eu poderia um dia esperar ter: Hamilton, por me

enlouquecer com sua bagunça e pela paciência me ensinar tanto; Mateus, Marcela e Rafa,

meus eternos aprendizes, obrigada pela confiança e amizade; e a Luisa, por me acolher,

me ensinar, aconselhar, mostrar como se faz a qualidade e ser meu exemplo de liderança.

Agradeço a todos os docentes que fizeram parte da minha formação me preparando para

ser uma profissional de excelência, desde a professora da alfabetização, que me ensinou a

ler as primeiras palavras, aos professores de graduação. Em especial agradeço ao

professor Jorge, que dedicou sua paciência e atenção para a conclusão desse trabalho, e

aos professores Qualharini, Leandro, Danziger.

Por fim, agradeço a Deus que me deu força e sabedoria e a Nossa Senhora que iluminou e

guiou meu caminho.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

Deficiências na implantação e manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade pelas

construtoras: estudo de caso

Alana Borba Moreira

Setembro/2016

Orientador: Jorge Santos

Curso: Engenharia Civil

Apesar de muitas construtoras terem seus sistemas de gestão da qualidade certificados,

observa-se que uma grande parcela dessas construtoras não obtiveram os resultados esperados

em termos de melhoria contínua de seus processos, conformidade do produto ou serviço,

redução de desperdício e melhoria da produtividade. Este trabalho identifica e descreve as

principais deficiências e dificuldades que as empresas construtoras encontram na

implementação e manutenção dos seus Sistemas de Gestão da Qualidade baseados na NBR

ISO 9001 e no Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da

Construção Civil (SiAC) do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-

H). São analisados os requisitos dos modelos de conformidade e a metodologia adotada pelas

empresas construtoras para o desenvolvimento e implantação do sistema de gestão da

qualidade. Em um estudo de caso, realizado em empresa construtora que executa obras de

edificações multifamiliares, são analisados o método adotado para a implantação de seu sistema

de gestão da qualidade e identificadas as principais deficiências e os resultados obtidos após a

certificação.

Palavras Chaves:Qualidade; Sistema de gestão; ISO 9001; PBQP-H; Construção Civil.

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Engineer.

Deficiency in the implementation and maintenance of Quality Management System by

construction: Case study.

Alana Borba Moreira

Setembro/2016

Advisor: Jorge Santos

Course: Civil Engineering

Although many developers have their certified quality management systems, it is observed that a

large portion of these construction companies did not obtain the expected results in terms of

continuous improvement of its processes, compliance of the product or service, waste reduction

and productivity improvement. This paper identifies and describes the main shortcomings and

difficulties that construction companies are in the implementation and maintenance of their quality

management systems based on NBR ISO 9001 and Conformity Assessment System Services

Companies and Works Construction (SiAC) Brazilian Program of Quality and Productivity of

Habitat (PBQP-H). the requirements of compliance models and methodology used by

construction companies for the development and implementation of the quality management

system are analyzed. In a case study in the construction company that performs works of

multifamily buildings are analyzed the method adopted for the implementation of its quality

management system and identified the main shortcomings and the results obtained after

certification.

Keywords: Quality; Management system; ISO 9001; PBQP-H; Cosntruction.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1

1.1. OBJETIVO ............................................................................................................................................... 1

1.2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................................................... 1

1.3. METODOLOGIA ........................................................................................................................................ 2

1.4. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .................................................................................................................... 2

2. CONTEXTUALIZAÇÃO: SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE ............................................................... 4

2.1. HISTÓRIA DA QUALIDADE .......................................................................................................................... 4

2.2. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE ........................................................................................................... 7

2.3. MODELOS DE CONFORMIDADE MAIS UTILIZADOS ............................................................................................ 9

2.3.1. Normas ISO da família 9000 ....................................................................................................... 9

2.3.1.1. ABNT NBR ISO 9000 .................................................................................................................. 10

2.3.1.2. ABNT NBR ISO 9001 .................................................................................................................. 10

2.3.1.3. ABNT NBR ISO 9004 .................................................................................................................. 12

2.3.1.4. ABNT NBR ISO 19011 ................................................................................................................ 12

2.3.2. SiAC - PBQP-H ........................................................................................................................... 12

2.3.3. ABNT NBR 15.575 ..................................................................................................................... 14

2.3.3.1. ABNT NBR 15575-1 ................................................................................................................... 14

2.3.3.2. ABNT NBR 15575-2 ................................................................................................................... 15

2.3.3.3. ABNT NBR 15575-3 ................................................................................................................... 15

2.3.3.4. ABNT NBR 15575- 4 .................................................................................................................. 15

2.3.3.5. ABNT NBR 15575-5 ................................................................................................................... 15

2.3.3.6. ABNT NBR 15575-6 ................................................................................................................... 16

2.4. CERTIFICAÇÕES ...................................................................................................................................... 16

3. CONTEXTUALIZAÇÃO: GESTÃO DA QUALIDADE EM EMPRESAS CONSTRUTORAS ................................ 19

3.1. EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE EM CONSTRUTORAS ......................................................... 19

3.2. PECULIARIDADES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO ......................................................................................... 20

3.2.1. Projeto ...................................................................................................................................... 22

3.2.2. Materiais .................................................................................................................................. 23

3.2.3. Processos construtivo ............................................................................................................... 24

3.2.4. Mão de obra ............................................................................................................................. 25

3.2.5. Instrumentos, ferramentas e equipamentos. ........................................................................... 28

3.2.6. Pós entrega .............................................................................................................................. 28

4. MODELOS DE CONFORMIDADE PARA SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE ..................................... 30

4.1. ASPECTOS GERAIS .................................................................................................................................. 30

4.2. ABNT NBR ISO 9001– SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE – REQUISITOS – VERSÃO 20015 .......................... 30

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4.2.1. Seção 4 - Contexto da organização .......................................................................................... 31

4.2.2. Seção 5 - Liderança ................................................................................................................... 32

4.2.3. Seção 6 – Planejamento ........................................................................................................... 32

4.2.4. Seção 7 – Apoio ........................................................................................................................ 32

4.2.5. Seção 8 – Operação .................................................................................................................. 33

4.2.6. Seção 9 - Avaliação do desempenho ........................................................................................ 34

4.2.7. Seção 10 – Melhoria ................................................................................................................. 35

4.3. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA CONFOMIDADE DE EMPRESAS DE SERVIÇOS E OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (SIAC/PBQP-

H) 35

5. METODOLOGIA DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE .................................... 44

5.1. ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO SGQ ........................................................................................................ 44

5.2. PROCESSOS EM CONSTRUTORAS ................................................................................................................ 45

5.3. TÉCNICAS E FERRAMENTAS DE APOIO A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DA QUALIDADE ............................................. 46

5.3.1. Folha de Verificação ................................................................................................................. 47

5.3.2. Indicadores ............................................................................................................................... 47

5.3.3. Brainstorming ........................................................................................................................... 47

5.3.4. Diagrama de Ishikawa .............................................................................................................. 47

5.3.5. Diagrama de Pareto ................................................................................................................. 48

5.3.6. 5W2H........................................................................................................................................ 49

5.3.7. 5 Por quês ................................................................................................................................. 50

5.3.8. Fluxograma .............................................................................................................................. 50

5.3.9. Programa 5S ............................................................................................................................. 51

6. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................................ 54

6.1. CARACTERÍSTICAS DA CONSTRUTORA .......................................................................................................... 54

6.2. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO .................................................................................................... 54

6.3. IMPLEMENTAÇÃO DO SGQ ...................................................................................................................... 56

6.3.1. Requisitos e documentação...................................................................................................... 56

6.3.2. Treinamento ............................................................................................................................. 67

6.3.3. Implantação dos processos ...................................................................................................... 67

6.4. CONTEXTO DA OBRA NAS AUDITORIAS ........................................................................................................ 68

6.4.1. Análise dos resultados da primeira auditoria ........................................................................... 68

6.4.2. Análise dos resultados da segunda auditoria interna .............................................................. 69

6.4.3. Análise de resultados da terceira auditoria .............................................................................. 72

6.5. DEFICIÊNCIAS ........................................................................................................................................ 73

6.6. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO ESTUDO DE CASO .............................................................................................. 76

7. CONCLUSÕES ....................................................................................................................................... 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................................... 80

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ANEXO 1 : QUADRO DE REQUISTOS DO SGQ PARA O NÍVEL DO SIAC/PBQP-H ............................................. 86

ANEXO 2 : PLANTAS ARQUITÔNICAS ............................................................................................................ 88

ANEXO 3 : CODIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS PREVISTO NO PROCEDIMENTO DE CONTROLE DE

DOCUMENTOS ............................................................................................................................................. 91

ANEXO 4: MAPEAMENTO DA QUALIDADE ................................................................................................... 93

ANEXO 5 : TABELA DE MATERIAIS ................................................................................................................ 94

ANEXO 6 : FICHA DE VERIFICAÇÃO DE SERVIÇO ........................................................................................... 95

ANEXO 7 : DEFINIÇÃO DOS INDICADORES DO EMPREENDIMENTO .............................................................. 96

ANEXO 8 : TABELA DE NÃO CONFORMIDADES DAS AUDITORIAS ................................................................. 97

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Lista de tabelas

Tabela1: Com relação entre modos de desenvolvimento de produtos na indústria seriada e

na construção civil (Carraro et al, 2016)............................................................................. 21

Tabela 2: Comparação entre pontos importantes na busca da qualidade do Projeto -

Produção em Massa & Construção Civil Tradicional X Produção Enxuta & Construção Civil

com Qualidade (Carraro et al, 2016).................................................................................. 27

Tabela 3: Símbolo dos Fluxogramas (Matins, 2012)........................................................... 50

Tabela 4: Responsabilidade na elaboração, revisão, verificação e aprovação dos

documentos do sistema - PQO.rev02 ............................................................................... 61

Tabela 5: Procedimentos controlados pelo empreendimento - PQO.rev02........................ 61

Tabela 6: Especificidades de processos críticos - PQO.rev02 ........................................... 65

Tabela 7: Relação de treinamentos para implementação do SGQ - PQO.rev02 ............... 66

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Lista de figuras

Figura 1: Conceito de controle de Taylor e os três processos de produção em massa

Fonte: Moen e Norman (2007, apud Oribe, 2009) ............................................................... 5

Figura 2: Representação esquemática de um processo (ABNT NBR ISO

9001:2015).......................................................................................................................... 11

Figura 3: Representação da estrutura da ABNT NBR ISO 9001 no ciclo PDCA

(2015).................................................................................................................................. 31

Figura 4: Diagrama de causa e efeito (Ávila, 2016) ........................................................... 48

Figura 5: Exemplo do resultado do diagrama de Pareto (Bastiani e Martins, 2012)........... 49

Figura 6: Gráfico de Controle (Nogueira, 2016) ................................................................. 52

Figura 7: Planejamento de Macro Processos construtivos definida no PQO.rev02............ 59

Figura 8: Macro Estrutura definida no PQO.rev02.............................................................. 60

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Lista de siglas

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

a.C – Antes de Cristo

ART – Anotação de Responsabilidade Técnica

BSI – British Standards Institution

ISO – International Organization for Standardiztion

NBR – Norma Brasileira

NC – Não Conformidade

NCP – Não Conformidade Real

NCR – Não Conformidade Potencial

PBQPH – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat

PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

PDCA – Plan-Do-Chevk-Action

PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SiAC - Sistema de Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade

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1. Introdução

1.1. Objetivo

As pessoas estão inseridas em um mundo cada vez mais competitivo, onde pequenas

diferenças geram grandes resultados. Geralmente essas diferenças são apresentadas em

forma de papel, como por exemplo: os certificados de participação de determinadas palestra

ou curso, e diplomas de graduação/especializações. Essa mesma exigência ocorre para os

serviços e produtos oferecidos pelas empresas nos dias de hoje, em todos os tipos de

setores, comprovados por órgãos certificadores.

A certificação do Sistema de Gestão da Qualidade dá a garantia de que as empresas

estabeleceram sistemática de trabalho que permitem o fornecimento de produto ou serviço

apto para se utilizado ou exercer determinada função, no entanto, o caminho para se chegar

ao certificado é longo e nem sempre eficiente.

O objetivo desse trabalho é identificar e descrever as principais deficiências e dificuldades

que as empresas construtoras encontram na implementação e manutenção dos seus

Sistemas de Gestão da Qualidade baseados na NBR ISO 9001 2015 e no Sistema de

Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC)

do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-h), assim como

levantar pontos de melhoria para melhor eficiência do sistema no setor.

1.2. Justificativa

A Gestão da Qualidade tem conseguido atuar com bons resultados no que tange a melhoria

da produtividade, redução de desperdício e maior eficiência da funcionalidade e

conformidade do produto ou serviço. No entanto, na Construção Civil, apesar de existirem

muitas empresas construtoras certificadas, os Sistemas de Gestão da Qualidade não são,

em muitos casos, bem aplicados, produzindo resultados insatisfatórios que promovem

questionamentos do custo benefício.

Há grande incidência de casos de obras com serviços e produtos em desacordo com o

projeto e especificações, com o custo muito superior aquele orçado ou entregue fora do

prazo planejado. Porém os motivos dessas não conformidades não são estudados, nem

durante e nem após o indicativo de que algo está errado, e não são levadas para as

próximas obras, como aprendizado, extinguido assim a gestão do conhecimento e melhoria

continua dos processos construtivos e de gestão.

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1.3. Metodologia

O conteúdo deste trabalho foi pesquisado em uma gama de referências: normas, apostilas,

artigos, monografias, documentos e sites de empresa, etc. A observação da qual o estudo

será norteado é que no processo de implantação de sistemas de gestão da qualidade em

construtoras há deficiências na implementação que geram dificuldades na manutenção do

mesmo. A partir da observação serão criadas hipóteses em relação às principais

deficiências.

Através do estudo de caso, de uma obra de uma edificação residencial de quatro blocos

mais área externa em comum, executada de setembro de 2013 a janeiro de 2016, será

realizada a generalização, feita com a comprovação ou não das hipóteses, e uma possível

solução para resolução do problema.

O observador atuou ativamente na implementação e manutenção do sistema de gestão da

obra, da etapa de fundação até entrega direta para os clientes. Após auditorias internas,

com intervalos de oito a seis meses entre elas, foi observado que o sistema tem uma

implementação de sucesso no primeiro ano, quando a equipe é pequena e há poucas

disciplinas envolvidas no processo produtivo, porém o sistema não é mantido até o final da

obra, quando a rotatividade de pessoas e a quantidade de processos aumentam.

1.4. Estrutura da Monografia

O trabalho está estruturado em oito capítulos de forma a levantar as deficiências na

implementação do sistema de gestão da qualidade que geram dificuldade na manutenção

dos mesmos.

O capitulo 1 apresenta a introdução ao tema, explicitando o objetivo e justificativa para

escolha do tema, assim como a metodologia e a estrutura na qual o tema será abordado.

No capitulo 2, é abordado a contextualização do sistema de gestão da qualidade. São

apresentados o contexto histórico e conceituação da qualidade e do sistema de gestão da

qualidade, assim como os modelos de conformidade mais utilizados e as certificações de

sistema de qualidade.

A gestão da qualidade em empresas construtoras é apresentado no capitulo 3. Será

apresentado como o sistema de gestão é implementado nas construtoras e quais as

peculiaridades, com as dificuldades e facilidades enfrentadas na industria da construção

O capitulo 4 trará os principais modelos de conformidade, para sistema de gestão da

qualidade, utilizado pelas construtoras, enquanto no capitulo 5 serão apresentados as

metodologias de implantação do sistemas de gestão da qualidade e suas ferramentas.

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Por fim, no capitulo 6, será apresentado o estudo de caso da implementação do sistema de

gestão da qualidade em um empreendimento com apontamento das principais dificuldades

encontradas na mesma e que geraram dificuldades da manutenção dos sistemas e a

conclusão no capitulo 7.

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2. Contextualização: sistemas de

gestão da qualidade

2.1. História da Qualidade

No final do século XVIII, início do XIX, o mundo passa por uma importante mudança que

substitui o minucioso e singular trabalho manual por produtivas e padronizadas máquinas.

Os nomes da primeira etapa de Revolução Industrial foram Henry Ford e Frederick Taylor

desenvolvedores dos processos industriais mais conhecidos: Fordismo e Taylorismo,

respectivamente. Junto com a revolução inicia-se a demanda para o desenvolvimento de um

sistema de gestão. (Vargas, 2009)

O Fordismo caracterizou a primeira etapa da revolução industrial e se baseia numa linha de

montagem em massa com o objetivo de máxima redução de custos, onde há especialização

de mão de obra para cada etapa de produção. O produto passa em uma esteira rolante e os

operários repetem o mesmo processo de encaixa uma peça, por exemplo. Porém esse

sistema deixa a desejar na qualidade e variedade do produto. Nessa mudança o foco

passou a ser a produção em massa e o cliente não tinha mais um produto único e sim que

escolher as opções dentro do mercado, portanto o mesmo deixa de ser o foco. Matheus

Ramos (2015) ressalta que a produção em série de veículos resultou em produtos com

menos qualidade, poréjm mais baratos, tornando-os acessíveis ao publico.

O controle científico do trabalho, desenvolvido por Taylor, aplicam os princípios de

administração científica que tem como objetivo racionalizar e controlar ao máximo o tempo

do trabalhador, elevando a produtividade individual, eliminando o desperdício e gerando

redução dos custos de produção (Periard, 2012). Taylor inicia seu segundo período de

trabalho e seus princípios de gestão empresarial já começam a introduzir a ferramenta de

gestão mais usada na atualidade, o PDCA que será abordado no capitulo 2 deste trabalho:

1. Principio de Planejamento: substitui no trabalho o critério individual do

operário, a improvisação e a atuação empírica-prática, pelos métodos

baseados em procedimentos científicos. Substituir a improvisação pela

ciência, através do planejamento.

2. Princípio do preparo: selecionar cientificamente os trabalhadores de acordo

com suas aptidões e prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor,

de acordo com o método planejado. Além do preparo da mão-de-obra,

preparar também as máquinas e equipamentos de produção, bem como o

arranjo físico e a disposição racional das ferramentas e materiais.

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3. Princípio do Controle: controlar o trabalho para se certificar de que o

mesmo está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e

segundo o plano previsto. A gerência deve cooperar com os trabalhadores,

para que a execução seja a melhor possível.

4. Princípio da Execução: distribuir distintamente as atribuições e as

responsabilidades, para que a execução do trabalho seja bem mais

disciplinada. (Taylor, 1911)

De acordo com Ishikawa (1986), Taylor recomendava o PLAN -DO-SEE como referencia

para o planejamento das etapas básicas do processo produtivo:

Figura 1: Conceito de controle de Taylor e os três processos

de produção em massa Fonte: Moen e Norman (2007, apud

Oribe, 2009)

A produção em massa estava garantida. Foi criado o cargo de inspetor da qualidade que

aplica o principio do controle, controlando a utilização da padronização definida pela

organização, o que melhorou o produto final, mas ainda não impediu que muitas falhas

chegassem à mão do consumidor.

Essas falhas foram notadas na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), onde muitos produtos

bélicos apresentavam vários defeitos. De acordo com Santos (2015), na primeira guerra,

face à necessidade de assegurar a qualidade dos produtos a serem fornecidos às frentes de

batalha, surge, nos Estados Unidos em 1931, o controle estatístico da qualidade, elaborado

por Walter A. Shewhart, conhecido como “pai do controle estatístico da qualidade”.

No entanto o controle estatístico só se consolidou na Segunda Guerra Mundial (1939-1945)

Para Faria (2016), a qualidade como conhecemos só surgiu por causa da segunda guerra,

guando governo dos EUA incentivou a utilização dos métodos estatísticos de Shewhart

pelos seus fornecedores ajudando a disseminar os novos métodos de controle de qualidade

no mundo, introduzindo os japoneses, no fim da guerra, na busca pela qualidade total.

Com o fim das guerras e a aplicação de uma ferramenta de gestão que visa a melhoria

continua a indústria voltou a ganhar forças em diversos setores e a concorrência para um

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determinado produto aumentou, surgindo assim a necessidade de garantia da qualidade

para o cliente. A partir de então o Sistema de Gestão da Qualidade se tornou um elemento

essencial para a indústria.

No final da década de 80 foi desenvolvida a norma ISO 9001, baseada na norma britânica

BS5750, que norteia a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade para qualquer

tipo de setor (primário, secundário, terciário ou até prestadores de serviço) em padrões

internacionais, facilitando negociações entre países.

No Brasil a ISO começou a ser implementada na década de 90, após tradução e emissão

feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT. O Governo Federal, afim de

auxiliar na competitividade dos produtos do pais, desenvolveu o Programa Brasileiro de

Qualidade e Produtividade- PBQP, incentivando a participação, principalmente, das

industrias nacionais na adequação mais rápida à tendência mundial. A versão mais atual da

ISO 9001 é a de 2015 e as empresas tem um prazo de 3 anos para se adaptar a essa nova

versão.

A fim de cumprir os compromissos firmados pelo Governo Federal do Brasil na Carta de

Istambul, assinada na Conferência do Habitatt II de 1996, foi criado um programa específico

para o setor da construção civil em torno de duas questões principais, a melhoria do habitat

e a modernização produtiva, que é o PBQP-H, Programa Brasileiro da Qualidade e

Produtividade do Habitat.

Segundo Paula (2004), de maneira inteligente o PBQP-H articula varias empresas estatais,

privadas e órgãos da administração publicas utilizando o seu poder de compra para

melhorar o desempenho dos fornecedores, via exigência de sistemas de garantia da

qualidade conforme a norma ISO 9001. Nas licitações essas empresas passam a exigir que

as empresas participantes tenham a certificação do PBQP-H.

Outro incentivos para a implementação do PBQP-H nas construtoras, de pequeno e grande

porte, é do Programa Minha Casa Minha Vida. As construtoras precisam estar certificadas

ou no processo de certificação para ter acesso ao financiamento do banco.

Dentro do programa existem alguns projetos como o Sistema de Avaliação da Conformidade

de Serviços e Obras- SiAC, que é o resultado da revisão e ampliação do antigo SiQ

(Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras). O SiAC tem como objetivo

avaliar a conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas de serviços e

obras, considerando as características específicas da atuação dessas empresas no setor da

construção civil, e baseando-se na série de normas ISO 9000. O SiAC/PBQP-h será mais

abordado no item 2.3.3 deste trabalho.

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2.2. Sistema de Gestão da Qualidade

Como tratado no item anterior, a qualidade desempenha um papel importante ao longo do

tempo. Para o professor Junior (2009) o conceito de qualidade é algo conhecido desde os

tempos que os chefes tribais, reis e faraós governavam já que “Naquela época já existiam

inspetores que aceitavam ou rejeitavam os produtos, se estes não cumpriam as

especificações”. No entanto, apesar de ser conhecida e utilizada há muito tempo, não

apresenta uma única definição, podendo variar no segmento em que é utilizada.

Para Deming (1990), qualidade é tudo aquilo que melhora do ponto de vista do cliente. O

consumidor é o elo mais importante da linha de produção e, mediante a isso, o produto deve

atender às expectativas do cliente. Deming foi um dos maiores divulgadores do PDCA, a ser

tratado no capitulo 2, o qual denominava de “Ciclo de Shewhart”.

Juran (1992) define qualidade como adequação ao uso, e ausência de falhas. Juran ainda

acredita que o gerenciamento da qualidade é feito pelo uso de três processos:

a. Planejamento da qualidade: tem o propósito de “fornecer aos meios de

produção a capacidade de fazer produtos que atendam às necessidades dos

clientes”.

b. Controle da qualidade: avaliar o desempenho da qualidade real, compará-la

com as metas da qualidade e atuar nas diferenças.

c. Melhoramento da qualidade: buscar maneiras de elevar o desempenho da

qualidade a níveis de otimização dos processos.

Campos (1992) fala que a qualidade é atender de forma confiável, acessível e segura as

necessidades do consumidor.

Ishikawa (1993) mostra que qualidade é desenvolver, projetar, produzir e comercializar um

produto que é mais econômico, mais útil e sempre satisfatório para o consumidor.

Garvin (1992) define qualidade por intermédio de cinco abordagens principais:

a. Transcendental: Trata a qualidade como algo inato ao produto, porém relacionada a

seu funcionamento. Neste caso, não pode ser medida de maneira precisa e seu

reconhecimento ocorre pela experiência do cliente, que só pode percebê-la ao ter

contato com o produto.

b. Centrada no produto: Aqui a qualidade é vista como uma variável que podemos

medir. Assim, diferenças da qualidade são observáveis pela medida de alguns

atributos do produto. Uma melhor qualidade seria neste ponto de vista sinônimo de

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maiores e melhores características de um produto, o que implica em maiores custos

para se atingir um alto nível de qualidade.

c. Centrada no valor: Um produto é de boa qualidade quando apresenta alto grau de

conformação a um custo aceitável. São conceitos que reúnem necessidades do

consumidor às exigências de fabricação definindo qualidade em termos de custos e

preços. O preço acaba por envolver uma questão de adequação do produto à

finalidade a que ele se destina.

d. Centrada na fabricação: A qualidade seria a conformidade com especificações pré-

definidas por ocasião do projeto. As melhorias de qualidade ocorrem com a redução

do número de desvios, o que representa redução dos custos.

e. Centrada no cliente: A qualidade de um produto fica condicionada ao atendimento

das necessidades e conveniências do cliente. A avaliação do cliente, em relação às

especificações, passam a ser os padrões para a qualidade. A visão baseada no

cliente é muito subjetiva, pois define um produto com qualidade como aquele que

atende melhor as preferências do cliente, o que varia de pessoa para pessoa.

Com os diversos conceitos apresentados para a qualidade podemos definir o Sistema de

Gestão da qualidade. Este é um conjunto de ações de gestão interligado e integrado à

organização para atendimento dos objetivos da empresa, traduzidos em diversos

documentos, inclusive a Política da Qualidade, no que se refere à satisfação do cliente.

A NBR ISO 9000:2015 declara que o sucesso de uma organização pode resultar da

implementação e manutenção de um sistema de gestão concebido para melhorar

continuamente o desempenho, levando em consideração todos os stakeholders e que a

gestão da qualidade é uma das disciplinas da gestão.

A norma ainda define os sete princípios filosóficos a serem considerados no

desenvolvimento de sistemas de gestão da qualidade, que geram a melhoria do

desempenho:

a) Foco no cliente - O foco principal da gestão da qualidade é atender às necessidades

dos clientes e empenhar-se em exceder as expectativas dos clientes.

b) Liderança - Líderes em todos os níveis estabelecem uma unidade de propósito e

direcionamento e criam condições para que as pessoas estejam engajadas para alcançar

os objetivos da qualidade da organização.

c) Engajamento das pessoas - Pessoas competentes, com poder e engajadas, em todos

os níveis na organização, são essenciais para aumentar a capacidade da organização

em criar e entregar valor.

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d) Abordagem de processo - Resultados consistentes e previsíveis são alcançados de

forma mais eficaz e eficiente quando as atividades são compreendidas e gerenciadas

como processos inter-relacionados que funcionam como um sistema coerente.

e) Melhoria - As organizações de sucesso têm um foco contínuo na melhoria.

f) Tomada de decisão com base em evidência - Decisões com base na análise e

avaliação de dados e informações são mais propensas a produzir resultados desejados.

g) Gestão de relacionamento - Para o sucesso sustentado, as organizações gerenciam

seus relacionamentos com as partes interessadas pertinentes, como provedores.

Gianesi (1994) descreve uma afirmação de sobre o aperfeiçoamento continuo:

“[...] Ainda que as expectativas dos clientes, em dado momento, sejam menos

exigentes que suas reais necessidades, devido ao fato de nenhum dos

fornecedores do serviço ser capaz de atendê-los totalmente, alguns

fornecedores estarão procurando capacitar-se para tanto, possivelmente através

de avanços tecnológicos, criando assim um diferencial competitivo. Ao longo do

tempo, as expectativas dos clientes irão modificar-se, tornando-se mais

exigentes à medida que mais e mais fornecedores estiverem capacitados a

melhor atender a suas necessidades”. (Gianesi et al,1994)

Essa passagem demonstra que a filosofia da qualidade deixa de ser item competitivo e

passa a ser um item necessário às organizações que querem se estabelecer no mercado

altamente competitivo e exigente na atualidade. A melhoria continua ainda traz acréscimo de

valor e confiabilidade no produto final, já que busca atender as demandas que aparecem

pelo meio do caminho.

2.3. Modelos de conformidade mais utilizados

2.3.1. Normas ISO da família 9000

A International Organization for Standardiztion (ISO), fundada em 1947 com sede na

Genebra - Suíça tem como propósito desenvolver e promover normas e padrões mundiais

que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio

internacional. Presente em aproximadamente 175 (BSI, 2014 apud Bard, 2015) países, no

Brasil, tem como representante a ABNT, conforme tratado no item 2.1 deste trabalho.

A família ISO 9000 é uma série composta, atualmente, pelas normas ISO 9000, ISO 9001,

ISO 9004 e ISO 19011, que definem as linhas básicas e oferecem as orientações gerais

para uma correta garantia e gestão da qualidade. Podem ser aplicadas em diversos tipos de

organização e setores: indústrias, comércios, empresas, instituições e afins. As normas se

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referem à qualidade, na implementação, do processo de uma organização. A qualidade do

produto ou serviço é uma consequência da implementação da norma.

As normas ISO da família 9000 se aplicam a:

a) Organizações que buscam sucesso sustentado pela implementação de um sistema

de gestão de qualidade;

b) Clientes que buscam confiança na capacidade de uma organização prover

consistentemente produtos e serviços em conformidade com seus requisitos;

c) Organizações que buscam confiança de que, em sua cadeia de fornecedores,

requisitos de produto e serviço serão atendidos;

d) Organizações e partes interessadas que buscam melhorar a comunicação por meio

da compreensão comum do vocabulário utilizado na gestão da qualidade;

e) Organizações que fazem avaliação da conformidade com base nos requisito da

ABNT NBR ISSO 9001;

f) Provedores de treinamento, avaliação ou consultoria em gestão da qualidade;

g) Desenvolvedores de normas relacionadas. (ABNT NBR ISO 9000:2015)

2.3.1.1. ABNT NBR ISO 9000

A ABNT NBR ISO 9000:2015 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e

vocabulário, versão 2015, conforme descrito em sua introdução, prevê os conceitos

fundamentais, princípios e vocabulário para sistemas de gestão da qualidade e prove os

fundamentos para outras normas de SGQ. Esta norma é destinada a auxiliar o usuário a

entender os conceitos fundamentais, princípios e vocabulários de gestão da qualidade de

forma que sejam capazes de implementar eficaz e eficientemente um SGQ e obter valor das

outras normas do SGQ.

A finalidade da Norma é aumentar a conscientização da organização dos seus deveres e do

comprometimento em atender as necessidades e às expectativas de seus clientes e partes

interessadas, e alcançar satisfação com seus produtos e serviços. (ABNT NBR ISO 9000,

2015)

2.3.1.2. ABNT NBR ISO 9001

A ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos, define os

requisitos necessários para implementar o sistema de gestão da qualidade.

Esta Norma promove a adoção da abordagem de processo, que incorpora o ciclo Plan-Do-

Check-Act (PDCA) e a mentalidade de risco, no desenvolvimento, implementação e

melhoria da eficácia de um sistema de gestão da qualidade, para aumentar a satisfação do

cliente pelo atendimento aos requisitos do cliente. (ABNT NBR ISO 9001, 2015).

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Processo é um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que utilizam entradas

para entregar um resultado pretendido (ABNT NBR ISO 9000, 2015). A Figura 2 mostra uma

representação esquemática de qualquer processo e das interações de seus elementos. Os

pontos de monitoramento e medição necessários para controle são específicos de cada

processo e variam dependendo dos riscos relacionados.

Figura 2: Representação esquemática de um processo (ABNT NBR ISO 9001:2015)

O ciclo PDCA, aplicado para todos os processos e sistema de gestão como um todo, pode

ser descrito como:

a. “Plan(planejar): estabelecer os objetivos do sistema e seus processos e os

recursos necessários para entregar resultados de acordo com os requisitos

dos clientes e com as políticas da organização;

b. Do (fazer): implementar o que foi planejado;

c. Check (checar): monitorar e (onde aplicável) medir os processos e os

produtos e serviços resultantes em relação a políticas, objetivos e requisitos,

e reportar os resultados;

d. Act (agir): executar ações para melhorar desempenho, conforme necessário.”

(ABNT NBR ISO 9001)

A norma define risco como o efeito da incerteza, podendo ter o efeito positivo ou negativo.

Ainda descreve que para estar conforme com os requisitos da mesma, uma organização

precisa planejar e implementar ações para abordar riscos e oportunidades. A abordagem de

riscos e oportunidades estabelece uma base para o aumento da eficácia do sistema de

gestão da qualidade, conseguir resultados melhorados e para a prevenção de efeitos

negativos.

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2.3.1.3. ABNT NBR ISO 9004

A ABNT NBR ISO 9004: 2010 – Gestão para o sucesso sustentado de uma organização -

Uma abordagem da gestão da qualidade, conforme descrito em sua introdução, fornece

orientação para apoiar qualquer organização que esteja operando dentro de um ambiente

complexo e exigente, e sempre em mudança, a alcançar o sucesso sustentando, através de

uma abordagem de gestão da qualidade.

Esta Norma promove a auto-avaliação como uma ferramenta importante para a análise

crítica do nível de maturidade da organização, abrangendo sua liderança, estratégia,

sistema de gestão, recursos e processos, para identificar pontos fortes e fracos bem como

oportunidades tanto de melhoria quanto inovação, ou ambas. (ABNT NBR ISO 9004, 2010)

Esta Norma fornece visão mais ampla da gestão da qualidade do que a ABNT NBR ISO

9001; trata das necessidades e expectativas de todas as partes interessadas e pertinentes,

e fornece orientação para a melhoria sistemática e contínua do desempenho global da

organização. (ABNT NBR ISO 9004, 2010)

2.3.1.4. ABNT NBR ISO 19011

A ABNT NBR ISO 19011:2012 – Diretrizes para auditoria de sistemas de gestão, conforme

descrito em sua introdução, fornece diretrizes sobre a gestão de um programa de auditoria,

sobre o planejamento e a realização de uma auditoria de sistema de gestão, bem como

sobre a competência e a avaliação de um auditor e de uma equipe de auditoria.

Pretende-se que esta Norma seja aplicada a uma ampla gama de potenciais usuários,

incluindo auditores, organizações que implementam sistemas de gestão e organizações que

necessitam realizar auditorias de sistemas de gestão por razões contratuais ou

regulamentares. Os usuários da norma podem, entretanto, utilizar estas diretrizes no

desenvolvimento dos seus próprios requisitos relacionados à auditoria. (ABNT NBR ISO

19011).

2.3.2. SiAC - PBQP-H

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade na Construção Habitacional (PBQP-H)

foi instituído em 18 de dezembro de 1998, com a assinatura da a Portaria n. 134, do então

Ministério do Planejamento e Orçamento. (PBQP-H, 2016).

No ano 2000 foi estabelecida a necessidade de uma ampliação do escopo do Programa,

que passou a integrar o Plano Plurianual (PPA) e a partir de então englobou também as

áreas de Saneamento e Infra-estrutura Urbana. Assim, o "H" do Programa passou de

"Habitação" para "Habitat", conceito mais amplo e que reflete melhor sua nova área de

atuação. (PBQP-H, 2016).

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O objetivo geral do PBQP-H é o de elevar os patamares da qualidade e produtividade da

construção civil, por meio da criação e implantação de mecanismos de modernização

tecnológica e gerencial, contribuindo para ampliar o acesso à moradia, em especial para a

população de menor renda.

O PBQP-H é composto de nove projetos, a partir de um modelo matricial, sendo que alguns

são considerados propulsores ou estruturantes, enquanto que outros foram inseridos como

projetos de apoio. Apesar de manter exatamente os mesmos conceitos, o conjunto de

projetos alterou-se, a partir de um rearranjo dos inicialmente desenhados, consistindo

atualmente em nove (Weber et al, 2011):

a. Sistema de Conformidade de Empresas de Serviços e Obras – SiAC;

b. Sistema de Qualificação dos Materiais, Componentes e Sistemas – SiMAC;

c. Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores – SiNAT;

d. Sistema de Capacitação de Mão de Obra – SiCAP;

e. Assistência Técnica à Autogestão;

f. Implementação e Aperfeiçoamento dos Indicadores de Desempenho do

Programa;

g. Criação e Implantação de Sistemas de Informações e Divulgação de

Interesse do PBQP-H;

h. Apoio ao Aprimoramento, Capacitação e Ampliação da Rede Laboratorial;

i. Cooperação Técnica Internacional.

Em função dos objetivos deste trabalho foi dada ênfase somente ao Sistema de

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras – SiAC.

O SiAC tem como objetivo avaliar a conformidade do sistema de gestão da qualidade das

empresas de serviços e obras, focando-se nas características específicas da atuação das

construtoras. Ele busca alavancar o quadro de qualidade do setor, abrangendo todos os

aspectos relacionados a empreendimentos tais como serviços especializados de execução

de obras, gerenciamento de obras e de empreendimentos e elaboração de projetos (PBQP-

H, 2015).

O SiAC tem estrutura baseada na ISO 9001, porém a versão vigente é a de 2012 em acordo

com a ISO9001:2008 e não versão de 2015. O SiAC está sendo revisado, não só com base

na nova norma da ISO, mas também em função da Norma Desempenho.

O SiAC é composto de três níveis: adesão, nível B e nível A.

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No primeiro nível a organização deve demonstrar seu interesse e compromisso em se

certificar no programa. Nos demais níveis o B e o A o SiAC - PBQP-H estabelece de forma

progressiva requisitos extraídos da NBR ISO 9001: 2008 e adaptados a indústria da

construção. As empresas após a implantação e atendimento a esses requisitos são

submetidas a auditorias de organismos credenciados e são certificadas também de forma

progressiva. (PBQP-H, 2016)

2.3.3. ABNT NBR 15.575

A ABNT NBR 15.575: 2013 é um conjunto de normas de desempenho que tem como foco,

conforme descrito na sua introdução, as exigências dos usuários para o edifício habitacional

e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os

sistemas são construídos.

A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmente pensada por

meio da definição de requisitos qualitativos, critérios, quantitativos ou de premissas, e

métodos de avaliação, os quais sempre permitem a mensuração clara do seu cumprimento.

(ABNT NBR 15575, 2013)

A Norma de Desempenho de Edificações é dividida em seis partes: uma de requisitos gerais

da obra e outras cinco referentes aos sistemas que compõem o edifício: estrutural, de pisos,

de cobertura, de vedação e sistemas hidrossanitários. Para cada um deles a Norma

estabelece critérios objetivos de qualidade e os procedimentos para medir se os sistemas

atendem aos requisitos:

2.3.3.1. ABNT NBR 15575-1

A ABNT NBR 15575-1:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho, Parte 1: Requisitos

gerais, conforme descrito em sua introdução, se refere às exigências dos usuários e aos

requisitos gerais comuns aos diferentes sistemas, estabelecendo as diversas interações e

interferências entre estes.

Esta parte ABNT NBR 15575 estabelece critérios relativos ao desempenho térmico,

acústico, lumínico e de segurança ao fogo, que devem ser atendidos individual e

isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios de medições, por exemplo,

desempenho acústico (janela fechada) versus desempenho de ventilação (janela aberta).

O escopo define que os requisitos de desempenho para os sistemas elétricos não estão

estabelecidos nesta norma por fazer parte de um conjunto mais amplo de normas.

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2.3.3.2. ABNT NBR 15575-2

A ABNT NBR 15575-2:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho Parte 2: Requisitos

para os sistemas estruturais, conforme descrito em sua introdução, trata dos requisitos para

os sistemas estruturais aplicáveis a edificações habitacionais com respeito ao desempenho

estrutural, analisado do ponto de vista dos estados-limites último e de serviço pelo método

semiprobabilístico de projeto estrutural.

2.3.3.3. ABNT NBR 15575-3

A ABNT NBR 15575-3:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho Parte 3: Requisitos

para os sistemas de pisos, conforme descrito em sua introdução, trata do desempenho do

sistema de pisos, destinados para área de uso privativo ou de uso comum, com a inclusão

dos elementos e componentes, de acordo com os critérios estabelecidos nesta norma.

Esta Parte da ABNT NBR 15575 não contempla requisitos de limpabilidade ou

manchamento devido a falta de embasamentos técnicos aplicável a qualquer tipo de

camada de acabamento.

2.3.3.4. ABNT NBR 15575- 4

A ABNT NBR 15575-4:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho Parte 4: Requisitos

para os sistemas de vedação verticais internas e externas , conforme descrito em sua

introdução, trata dos sistemas de vedações verticais internas e externas das edificações

habitacionais, que, além da volumetria e da compartimentação dos espaços da edificação,

integram-se de forma muito estreita aos demais elementos da construção, recebendo

influências e influenciando o desempenho da edificação habitacional.

Mesmo sem função estrutural, as vedações podem atuar como contraventamento de

estruturas reticuladas, ou sofrer as ações decorrentes das deformações das estruturas,

requerendo assim uma análise conjunta do desempenho dos elementos que interagem.

Podem também interagir com demais componentes, elementos e sistemas da edificação,

como caixilhos, esquadrias, estruturas, coberturas, pisos e instalações.As vedações

verticais exercem ainda outras funções, como estanqueidade à água, isolação térmica e

acústica, capacidade de fixação de peças suspensas, capacidade de suporte a esforços de

uso,compartimentação em casos de incêndio etc.

2.3.3.5. ABNT NBR 15575-5

A ABNT NBR 15575-5:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho Parte 5: Requisitos

para os sistemas de cobertura, conforme descrito em sua introdução, se refere às

exigências dos usuários e aos requisitos referentes aos sistemas de coberturas.

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Os sistemas de coberturas impedem a infiltração de umidade oriunda das intempéries para

os ambientes habitáveis e previnem a proliferação de micro-organismos patogênicos e de

diversificados processos de degradação dos materiais de construção, incluindo

apodrecimento, corrosão, fissuras de origem hidrotérmica e outros. Por esses motivos, os

devem ser planejados e executados de forma a proteger os demais sistemas. (ABNT NBR

15575, 2013).

2.3.3.6. ABNT NBR 15575-6

A ABNT NBR 15575-6:2013 – Edificações habitacionais – Desempenho Parte 6: Requisitos

para os sistemas de hidrossanitárias, conforme descrito em seu escopo, estabelece os

requisitos e critérios de desempenho que se aplicam ao sistema estrutural da edificação

habitacional.

Os sistemas compreendidos no seu escopo são os seguintes:

a. Sistemas prediais de água fria e de água quente;

b. Sistemas prediais de esgoto sanitário e ventilação; e

c. Sistemas prediais de águas pluviais

2.4. Certificações

De acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO,

2016), a certificação de sistemas de gestão é, por definição, realizada por terceira parte, isto

é, por uma organização independente, acreditada pelo INMETRO, para executar a avaliação

da conformidade de um ou mais destes objetos. Ao acreditar um organismo de certificação,

o INMETRO o reconhece competente para avaliar um objeto, com base em regras,

estabelecidas na maior parte das vezes, pelo próprio INMETRO.

A certificação dos Sistemas de Gestão atesta a conformidade do sistema de gestão das

empresas em relação a requisitos normativos.

A primeira etapa para a certificação á a implementação de um sistema baseado em uma

norma, como a ABNT NBR ISO 9001, que norteia como estruturar os sistemas de gestão da

organização, de forma a assegurar a repetibilidade dos resultados obtidos, no que diz

respeito, em particular, ao parâmetro qualidade. Durante a implementação, é recomendado

a realização de auditorias internas, como check para avaliação, adaptação e validação do

sistema.

Após a implementação, a empresa interessada contrata um organismo certificador

independente que realizará auditorias, em caráter amostral, para verificar se implementação

está condizente com a norma. A avaliação feita pelos auditores é baseada no atendimento

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aos requisitos da ISO 9001, ou PBQP-H, e nos documentos e registros emitidos pela

organização. O que está escrito no documento emitido é o que deve estar acontecendo na

organização, caso não esteja, há uma não conformidade. Dependendo da avaliação do

auditor o certificado é, ou não, emitido.

A certificação na NBR ISO 9001, após passar por estes processos, possui validade de 3

anos com auditorias de manutenção realizadas a cada ano, após esse período a

organização para manter a certificação passará por auditoria de recertificação.

Para a certificação do SiAC, nível B ou A, a construtora passa pelos mesmos processos de

implementação e auditoria. No entanto é necessário que a organização dê entrada no nível

de adesão ao programa antes de implementar os requisitos.

Para aderir, a empresa deve enviar à Secretaria Executiva a Declaração de Adesão com

firma reconhecida do declarante. A Secretaria Executiva analisa a documentação enviada

em até 45 dias a contar da chegada do documento à Secretaria Executiva do SiAC; o

registro de envio emitido pelo correio ou protocolação junto ao Ministério das Cidades é

válido como comprovante de declaração durante esses 45 dias. A empresa sendo aprovada,

passará a constar na lista de empresas qualificadas no site do PBQP-H. (PBQP-H, 2016)

Na declaração de adesão, a empresa de serviços e obras fica responsável legalmente pela

veracidade do conteúdo das informações prestadas, não sendo necessário realizar a

auditoria na empresa para emissão do certificado de adesão. (PBQP-H, 2016)

É importante lembrar que a Declaração de Adesão tem validade de 12 meses,

improrrogável; e a empresa pode participar do processo de Declaração de Adesão apenas

uma única vez. (PBQP-H, 2016)

Após a adesão a empresa terá os 12 meses para solicitar a mudança de nível, esta poderá

ser de forma gradual ou não. A ordem natural é ela passar pelos 3 patamares, com isso, o

segundo nível seria Nível B, e o terceiro o Nível A, ambos exigem que na sua

implementação seja contratado um organismo certificador, que realizará a auditoria de

certificação a fim de verificar a conformidade da empresa em relação aos requisitos

normativos. O Nível B requer o cumprimento de aproximadamente 80% dos requisitos

impostos e o Nível A, 100% (PBQP-H, 2016).

Ambos os níveis, A e B, tem validade máxima de 3 anos, conforme contrato com o

organismo certificador, e anualmente a empresa passará por auditorias de manutenção nas

quais o certificado é renovado. Após o período de 3 anos, a empresa que se encontra no

Nível B deverá evoluir seu sistema de gestão para o Nível A e após 3 anos neste novo nível,

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o contrato com o organismo certificador é renovado. A empresa que for certificada no Nível

A deve sempre se manter neste nível, já que é o nível máximo do PBQP-H. A empresa

também poderá evoluir direto do Nível de Adesão para o Nível A, o qual é uma evolução

aconselhada, já que são poucas as diferenças entre os níveis A e B e futuramente a

empresa será obrigada a evoluir para o Nível A (PBQP-H, 2016).

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3. Contextualização: gestão da

qualidade em empresas construtoras

3.1. Evolução dos sistemas de gestão da qualidade em construtoras

Segundo Mikail (2013), construção civil é o nome dado a todo tipo de construção que

interaja com uma comunidade, cidade ou população. Já Januzzi (2010) diz que construção

civil é integrada por uma série de atividades complexas, ligadas entre si por uma vasta

diversificação de produtos, com processos com grau variado de originalidade, vinculando-se

a diferentes tipos de demanda.

A construção é uma atividade realizada por todos os povos e desde o inicio da civilização,

com os mais diversos tipos de materiais e tecnologias. Não há registros do primeiro edifício

construído, mas sabe-se que os Sumérios, que dominaram o sul da Mesopotâmia de 3.500

a 1.600 a.C., chegaram a ter cidades com mais de 30 mil habitantes, nas quais havia

prédios com colunas e terraços.(Passado Curioso, 2008)

No Brasil o primeiro grande crescimento na Construção Civil aconteceu na década de 1940,

durante o governo de Getúlio Vargas. O forte investimento estatal no desenvolvimento de

estrutura para Construção Civil e militar fez com que a década fosse considerada o auge da

Construção Civil no Brasil. O Brasil de então era um importante conhecedor de tecnologia

de concreto, para a atividade militar e civil. A partir da década de 50 a Construção Civil no

Brasil passou a receber menos incentivo do Estado, ficando sob o domínio maior da

iniciativa privada, quando começaram a surgir as construtoras brasileiras. Na década de

1970, durante o regime militar, tal presença estatal voltou a acontecer com mais força, e as

construtoras particulares passaram a construir somente os prédios de apartamentos e

escritórios comerciais. Na década de 1980 começa a haver um retorno do capital privado na

Construção Civil e, em 1990, já começava a haver uma preocupação maior com a qualidade

do produto final, passando as construtoras a qualificar mais a mão de obra de suas equipes.

(Mikaii, 2013)

Com a mudança do cenário político-econômico o Brasil entrou em um estado de

estabilização econômica e aumento de competitividade comercial. Para Garrafoli (2016)

esse cenário tornou visível um problema que até então se escondia: o nível de qualidade e

de produtividade na Construção Civil.

Em 1990 a metodologia do sistema de gestão da qualidade da família ISO foi inserida em

todos os setores da indústria. Em 1992 deu-se início ao Programa Brasileiro de Qualidade e

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Produtividade no Habitat, que contempla os mesmos requisitos da ISO 9000, porém

aplicada na indústria da construção civil. Visa alcançar todos os setores da construção civil

ao longo da cadeia produtiva, apoiar o esforço brasileiro de modernização por meio da

melhoria da qualidade, do aumento da produtividade e da redução de custos na construção

habitacional.

A introdução da qualidade na indústria da construção civil tem exigido grandes esforços. De

acordo com Souza (2004) estes decorrem do fato da indústria da construção civil ser

diferente da indústria de transformação, onde se deu o surgimento e onde se

desenvolveram os conceitos e metodologias relativas à qualidade. As particularidades do

setor serão tratadas no item 3.2 deste trabalho.

3.2. Peculiaridades da indústria da construção

De acordo com Santos (2015) o conhecimento das peculiaridades e características da

indústria da construção torna possível o entendimento das possíveis influencias das

mesmas na qualidade de suas obras.

A construção civil é um setor da indústria diferenciado tanto em relação ao modo de

produção quanto aos recursos utilizados na mesma. O processo produtivo da construção é

relaciona por Santos (2015) como:

a. Pesquisa de mercado/Estudo de viabilidade;

b. Planejamento/Estudo de massa;

c. Aporte financeiro/Aquisição do terreno;

d. Estudo e Projetos;

e. Divulgação/Vendas;

f. Planejamento da execução da obra;

g. Gerenciamento/Suprimentos/Execução da Obra/ Controle da qualidade;

h. Entrega/Pós-entrega;

i. Assistência Técnica.

Carraro et al (2016) comparam um macro-processo produtivo da industria de produtos

seriados com a industria da construção civil:

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Tabela1: Com relação entre modos de desenvolvimento de produtos na indústria seriada e na

construção civil (Carraro et al, 2016)

Observa-se, nessa comparação, que as fases iniciais são similares, no entanto há diferença

nos critérios de seleção do produto. Os autores da referência ainda destacam que o estudo

de viabilidade técnica e comercial são decisivas para a depuração do processo seletivo da

concepção do produto.

No esquema também se destaca, no macro processo, a ausência de duas fases que podem

acarretar na qualidade final do produto: a fase de construção, testes e análise dos protótipos

e a fase de implantação, testes e análise do lote piloto, ambas antes da fase do

planejamento. Carraro et al (2016) ressaltam que a primeira fase, na indústria seriada, é

considerada de suma importância para a conformação final do produto e a sua definição

pressupõe etapas sucessivas de modificações até se chegar ao produto ideal. Na

construção, a etapa de compatibilização de projetos é a que mais se aproxima da fase de

construção, testes e análise dos protótipos na atualidade, uma vez que, como lembrado

pelos autores da referencia, as maquetes, que poderiam exercer tais funções, têm sido

negligenciadas.

Santos (2015) ainda aponta que “as etapas contemplam muitas atividades e intervenientes.

Na medida em que vai avançando, vai também aumentando a quantidade de intervenientes.

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São pessoas ou organizações com culturas, experiências e objetivos diferentes que entram

no processo, desenvolvem suas atividades e vão embora. A partir desse momento, em

função desse emaranhado de intervenientes o produto vai perdendo um pouco a sua

identidade e a qualidade da obra vai sendo prejudicada na sua continuidade e eficácia”.

As peculiaridades levantadas que influenciam no processo produtivo são o projeto, o

material, os processos construtivos, a mão de obra, as ferramentas e equipamentos, e o

processo de pós entrega (Santos, 2015). Todos serão abordados nos subitens seguintes.

3.2.1. Projeto

A concepção de projetos é dividida duas etapas: projeto básico e o projeto executivo. O

projeto básico compreende a materialização do estudo de massa. É uma análise bruta para

elaborar orçamento, estudo de viabilidade técnica-financeira do empreendimento e a

captação de recursos. O projeto executivo, por sua vez, é mais detalhado levando em

consideração todos os elementos necessários para caracterizar a obra a ser construída.

(Santos, 2015)

A análise da comparação dos processos produtivos no item acima nos leva a peculiaridade

da industria da construção: a elaboração de projetos e compatibilização dos mesmos. Não

há índices que expressem tal caso, mas há ocorrências de obras em que os projetos

executivos são liberados após inicio da mesma e sem compatibilização com outras

disciplinas, tendo como base para inicio o projeto básico.

O projeto de uma obra, independente do grau de sofisticação tecnológica e de acabamento,

é multidisciplinar e próprio para cada tipo de local a ser implementado. É considerada, na

análise de viabilidade, a tipologia arquitetônica no entorno, o que a região aceita na

legislação e o que os clientes procuram, tornando o produto final único também. (Santos,

2015). Dificilmente será encontrado um projeto igual ao outro, todos terão particularidades

que mudaram o tipo de gestão.

A compatibilização inexistente, ou mal executada, geralmente é devido a desenvolvimento

de cada especialidade por empresas e profissionais diferentes. A atuação independente das

disciplinas gera muitos intervenientes que aparecem no período de execução da obra, tendo

como consequência, uma demanda maior por controle. Para Santos (2015) “a falta do plano

da qualidade de projeto e de padrões que norteiem e balizem o desenvolvimento dos

projetos faz com que as soluções dadas não sejam integradas e as interfaces entre

especialidades de projeto não sejam tratadas adequadamente”.

As falhas na fase de projeto tem alta influencia no resultado. Para a Associação Brasileira

de Normas Técnicas (2016, apud Nogueira, 2016), quando se usa o projeto executivo, o

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mais completo, tem-se 5% de imprecisão, o básico, que antecede o executivo, 15%, e o

anteprojeto, 25%. Na avaliação de Pinheiro (2016, apud Nogueira, 2016) um anteprojeto tem

muita imprecisão, não tem detalhamento e a insuficiência de informação faz com que se

tenham aditivos de tempo e preço durante a execução.

3.2.2. Materiais

Os materiais da indústria da construção são definidos como todo e qualquer material

utilizado na construção de uma edificação, desde a locação e infraestrutura da obra até a

fase de acabamento, passando desde um simples prego até os mais conhecidos materiais,

como o cimento. Existem materiais utilizados há muitos anos, denominados convencionais,

e os que sofreram influência dos avanços tecnológicos. Em geral são materiais brutos,

podendo ser utilizado em sua forma natural, conforme extraído, ou ter passado por alguma

modificação.

Santos (2015) ressalta que muitos materiais sofrem beneficiamento ou transformação maior,

como azulejos, blocos cerâmicos, tijolos, telhas e cimento. Existem indústrias onde o

processo de produção faz utilização de método apurado e confiável, com metodologia de

execução definida e de acordo com as normas técnicas vigentes, certificados de calibração

de equipamentos e da qualidade de matéria prima, e até certificação do sistema de gestão

da qualidade ISO 9001. No entanto ainda existem indústrias, que Santos descreve como

“indústrias com métodos e equipamentos muito simples”, que para o ponto de vista da

qualidade, “não dão importância e nem tem recursos para implementar controles que visam

assegurar a qualidade de suas produções”.

Outro ponto importante para a garantia da integridade do material é o transporte e

armazenamento. Santos (2015) aponta que a falta de planejamento na aquisição dos

materiais e o mau uso, tanto na aplicação quanto no manuseio e armazenamento geram

grande quantidades de resíduos. É de suma importância ressaltar que a indústria da

construção civil se desenvolve no mesmo local de entrega e utilização do produto. As

condições de trabalho são modificadas de acordo com a etapa da obra que se encontra. A

fase inicial de fundação e estrutura, por exemplo, é realizada a céu aberto, assim como o

armazenamento de materiais. O sistema de gestão se mostra muito importante nessa etapa,

uma vez que sabemos que existe um risco grande de se ter chuvas, que pode causar perda

de material e atraso na obra, sendo necessário uma metodologia de armazenamento para

cada tipo de material.

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3.2.3. Processos construtivos

A construção civil, assim como a maioria das indústrias, evoluiu bastante ao longo do tempo

e hoje existem muitas técnicas construtivas que utilizam tecnologia de ponta aliadas a uma

boa gestão de recursos. Porém, ainda nos dias de hoje, é possível encontrar muitas obras

utilizando processos construtivos defasados, de produção altamente artesanal e

improvisada. (Leopoldo, 2015).

O processo construtivo é muito artesanal, empírico e calçado na força do homem que utiliza

ferramentas rudimentares no trabalho. O processo é pouco mecanizado, pouco

automatizado e não existe um padrão de processo a ser seguido. Consequentemente o

detalhamento da forma de execução está muito dependente da mão de obra que executa

em função das empresas não terem seus padrões definidos. (Santos, 2015)

Por conta desses fatores, uma mesma atividade pode ser desenvolvida de diversas

maneiras, de forma a não se ter o controle da produtividade e da qualidade do produto a ser

construído.

O processo construtivo ainda sofre influência do projeto. Para Santos (2015) a atividade

intelectual do processo é desenvolvida longe do canteiro, havendo uma divisão muito

definida entre a atividade de faze o projeto e a atividade de fazer a construção. Esse é um

fator importante pois nem sempre a teoria se aplica a prática, aparecendo nesta última os

problemas e interferências. Com a falta de comunicação entre o projetista e o executor, as

decisões são tomadas sem ciência de todos os envolvidos, gerando no fim da obra o

documento conhecido com as built.

O dinamismo da obra também é outro fator peculiar do processo construtivo da industria,

que impõem algumas barreiras à implementação do sistema de gestão da qualidade, uma

vez que vários processos ocorrem ao mesmo tempo para o desenvolvimento do mesmo

produto. Em um único apartamento é possível ter a integração de vários processos:

aplicação de cerâmica na sala, pintura nos quartos e instalação de esquadrias no banheiro e

apenas um verificador que tem ter conhecimento de todos os procedimentos e verificar o

serviço que está acontecendo em diversos pavimentos.

Por fim, são poucos os registros e evidências ligados ao sucesso ou falhas da execução do

processo. A memória não é levada em consideração no planejamento e no pensamento a

longo prazo, fazendo com que erros sistemáticos ocorram e eliminando o pensamento

preventivo.

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3.2.4. Mão de obra

Dentre os recursos utilizados para a execução de obras de construção destaca-se a mão de

obra, seja por sua importância nos custos do produto final ou pelo fato de lidar-se com

pessoas, o que traz ainda mais responsabilidade ao gestor que conduz o processo. (Souza,

2010).

No entanto, Santos (2015) ressalta que a mão de obra pesada da indústria da construção

civil é pouco ou nada qualificada. Basicamente a mão de obra pesada é formada por

trabalhadores sem a formação a formação específica e sem experiência

Souza (2010) defende que a discussão da gestão da mão de obra deve ser feita sob três

pontos de vista:

a) do trabalhador propriamente dito: Em termos dos operários responsáveis pela

produção, considera-se importante tê-los motivados.

b) da empresa que o utiliza: Em termos da empresa, na linha da valorização da

seleção, deve-se buscar operários para cada tarefa em função das

características de competências necessária. Há funções que demandam

operários do tipo "ação", isto é, que gostam de partir rápido para a execução

em lugar de pensar bastante antes; outras demandam funcionários do tipo

"manutenção", que se sentem bem ao fundamentar suas decisões em fatos

concretos, não se dando bem com posturas mais intuitivas.

(...)

A preocupação com o desenvolvimento dos operários deve estar presente,

tanto em termos de seu treinamento, quanto do aconselhamento para que

perceba quão útil tal desenvolvimento pode ser para sua vida. Os padrões de

remuneração e as formas de troca de informações que a empresa mantêm

com os operários são importantes também. Os cuidados com a saúde e bem-

estar nos canteiros é muito relevante, não somente para cumprir a legislação

trabalhista, mas também porque pode ser considerada uma forma bastante

direta de se avaliar a importância que se dá ao trabalhador.

c) e do contexto onde as atividades se desenvolvem: No que se refere ao

contexto da atuação das empresas, as características da mão de obra local e

da variação da demanda por trabalhadores em função do tempo deveria ser

conhecida antes de uma obra começar, para se poder subsidiar decisões

sobre eventuais "importações" de outros locais, ou quanto à implementação

de algum tipo de curso de formação ou mesmo em termos da adoção de

tecnologias (por exemplo, sistemas com graus de industrialização maiores ou

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menores) coerentes com a quantidade, aptidão e nível de especialização da

mão de obra disponível.

Santos (2015) levanta um pensamento que pode ressaltar o ponto de vista do trabalhador

proposto por Souza (2010), “as pessoas sabem que não pertencem à organização, que elas

são somente números e que é assim que se trabalha na indústria da construção: quantidade

em detrimento da qualidade. Dessa forma, os trabalhadores não tem motivação para ficar e

partem em busca de algo melhor”.

Como ressaltado por diversas empresas em seus valores e objetivos, que visam o

desenvolvimento do profissional, a empresa é um organismo vivo e as pessoas que nela

estão inseridas é que promovem as transformações e potencializam a empresa a tomar as

decisões necessárias em direção ao sucesso. Portanto a relação entre os colaboradores e a

empresa, como identificação dos valores e da cultura organizacional, e a relação na equipe

pode trazer diferença na qualidade total.

Na comparação entre a indústria de produção enxuta e a indústria da construção civil, já

citada neste trabalho, feita por Carrarro et al (2016), foram levantados pontos importantes na

busca da qualidade de projetos, e todos eram relacionados a pessoas (Tabela 2).

Nota-se que na indústria enxuta o Poder do Líder do Projeto é alto, enquanto o da

construção é baixo. Em contra partida o tamanho da equipe na construção civil é alto,

enquanto na indústria enxuta é baixo. Ou seja, temos um gerente que alcança 5 pessoas de

uma equipe de 50, por exemplo, não gerando a influência necessária para a disseminação

da padronização de processos e requisitos para qualidade total.

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Tabela 2: Comparação entre pontos importantes na busca da qualidade do Projeto - Produção em

Massa & Construção Civil Tradicional X Produção Enxuta & Construção Civil com Qualidade (Carraro,

et al, 2016)

A promoção da qualidade em uma empresa é um processo de envolvimento e

comprometimento de pessoas, o papel deles é de suma relevância (Tolovi J., 1994, ).

Conforme Liu (1998), embora muitos gerentes possuam experiência em sua área, não

possuem os conhecimentos necessários sobre gestão da qualidade. Do seu ponto de vista

não há nada errado no sistema de gestão praticado, o que induz certa relutância quanto à

implementação e operação do sistema de gestão da qualidade. De acordo com Dalgleish

(2004), um dos empecilhos para a melhoria da qualidade é justamente a falsa ideia de que a

empresa já trabalha em níveis ótimos e que não há necessidade de melhoria. Esse ponto

levantado por Dalgleish é observado em todos os níveis de mão de obra da indústria da

construção civil. Se o gerente, que conforme tabela 2, tem poder de liderança baixo e não

acredita na mudança, como será passada para os colaboradores de níveis hierárquicos

mais baixos, a importância de sistema e do comprometimento para com o mesmo? A

adesão dos funcionários às transformações necessárias é ponto fundamental para que os

objetivos do programa sejam alcançados (Prado et al, 2001).

O comprometimento da alta administração é outro fator crítico mais citado em pesquisas

internacionais, de acordo com Sila e Ebrahimpour (2003). Ao analisar a vivência dos

consultores do CTE – Centro de Tecnologia de Edificações junto a 75 empresas

construtoras, Souza e Mekbekian (1995) verificam a falta de comprometimento prático com

a implementação do programa da qualidade e com sua avaliação, limitando-se a definir a

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Política da Qualidade. A falta de entendimento do significado e alcance do programa da

qualidade é apontada como uma das causas para o desinteresse da alta administração.

3.2.5. Instrumentos, ferramentas e equipamentos.

Na construção civil, de modo geral, as ferramentas para produção de uma atividade são de

uso individual, simples e rudimentares, não requerendo mão de obra especializada quando

utilizadas em serviços rotineiros ou de baixo risco a vida. Equipamentos de maior porte ou

utilizados em serviços com risco alto à vida, no entanto, requerem mão de obra

especializada e com registro especifico. (Santos, 2015)

O instrumento de medição, também é uma ferramenta, mas com função de medir. Variam

dos mais simples, como a trena, aos mais tecnológicos, como o esquadro eletrônico. Esses,

ao contrário das ferramentas “de fazer”, apresentam valor significativo para a qualidade da

obra, uma vez que são responsáveis pela inspeção e liberação de acordo com critério

estipulado por gestor ou órgão regulamentador. (Oliveira, 2014)

Para garantia da padronização dos instrumentos, os mesmos passam por processo de

calibração em laboratórios acreditados pelo INMETRO (Oliveira, 2014). Em algumas

construtoras se tem um instrumento padrão enviado para laboratório e os outros são

aferidos em obra por processo de comparação, ou outro adequado e estipulado pelos

gestores, afim de redução de custos.

3.2.6. Pós entrega

Esta etapa do ciclo produtivo começa a ter um tratamento diferente por parte das empresas

da indústria da construção civil em função de alguns clientes. No setor público está sendo

exigido o fornecimento de manuais de operações, manutenção e databooks, dossiê

contendo todos os documentos que permitam demonstrar o histórico da execução de uma

obra, incluindo os projetos as built. Já no setor privado as construtoras passaram a fornecer

o manual do usuário, denominado como manual do síndico ou do proprietário. Ambas

iniciativas promoveram grandes melhorias na questão do pós venda nos últimos anos

(Santos, 2015).

No entanto as iniciativas não impedem que os problemas construtivos apareçam durante o

uso além de falhas por mau uso de acabamento e estruturas, já que o usuário pode ser leigo

e desconhecer limitações. Para essas falhas pós entrega, o Art. 618 do Código Civil (2002,

apud Junior, 2016) prevê garantia de cinco anos “pela solidez e segurança do trabalho,

assim em razão dos materiais, como o solo”, por responsabilidade da empreiteira.

O profissional responsável pelo atendimento pós-obra é estratégico para manter a

credibilidade de uma construtora. Como lida diretamente com clientes, ele é a face da

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construtora depois da compra do imóvel, e seu trabalho influencia diretamente na opinião do

comprador e na manutenção do nome da empresa. Muitos engenheiros evitam trabalhar

nesta área, mas, na verdade, esta é uma oportunidade para se detectar erros e melhorar o

que vem sendo feito na construtora. (Tamaki, 2011)

Santos (2015) afirma que a atuação da equipe de assistência se limita a avaliar a

pertinência ou não da reclamação. Raramente esses atendimentos geram retroalimentação

nos processos produtivos, impedindo que o processo de melhoria continue ocorrendo.

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4. Modelos de conformidade para

sistemas de gestão da qualidade

4.1. Aspectos gerais

Para o desenvolvimento, implantação e obtenção da certificação de seus sistemas de

gestão da qualidade as empresas precisam selecionar inicialmente o modelo de

conformidade a ser adotado como diretriz. Algumas construtoras certificam seus sistemas

de gestão da qualidade somente na NBR ISO 9001, outras somente no nível B ou A do

SiAC - PBQP-H e uma parcela significativa de construtoras buscam a certificação em ambos

os modelos de conformidade.

Atualmente, em função da norma NBR ISO 9001 esta na versão 2015 e as diretrizes do

SiAC - PBQP-H estarem ainda na versão 2012 ficará mais complexo realizar a certificação

conjunta em ambas as normas.

Nos demais subitens deste capítulo são abordados de forma sintética os requisitos dos dois

modelos de conformidade mais adotados pelas empresas construtoras para a certificação

de seus sistemas de gestão da qualidade.

4.2. ABNT NBR ISO 9001– Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos –

Versão 20015

Neste item são abordados somente os requisitos da norma que estão descritos nas seções

de 4 a 10. A figura 3 apresenta uma síntese de como os requisitos se interagem com a

metodologia do PDCA.

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Figura 3: Representação da estrutura da ABNT NBR ISO 9001 no ciclo PDCA (2015)

Nota: os números entre parênteses se referem as seções da ABNT NBR ISO 9001.

Nos sub-itens seguintes são apesentadas sínteses dos requisitos da NBR ISO 9001:2015.

4.2.1. Seção 4 - Contexto da organização

A seção 4 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados ao contexto em que se

insere a organização. A seção abrange quatro subitens: 4.1. entendendo a organização e

seu contexto; 4.2. entendendo as necessidades e expectativas das partes interessadas; 4.3.

determinando o escopo do sistema de gestão da qualidade e 4.4. sistema de gestão da

qualidade e seus processos.

A NBR ISO 9001 estabelece que a empresa deve:

a) Determinar questões externas e internas que sejam pertinentes para o seu propósito.

b) Conhecidas essas questões a empresa deve determinar as estratégias, meios e

estabelecer práticas para realizar, monitorar e analisar os resultados alcançados em relação

aos resultados pretendidos.

c) Deve identificar as partes interessadas de seu sistema de gestão da qualidade, seus

requisitos, monitorar e analisar criticamente informação sobre essas partes interessadas e

seus requisitos pertinentes.

d) Deve determinar os limites e a aplicabilidade do sistema de Gestão da Qualidade para

estabelecer o seu escopo, considerando as questões externas e internas, os requisitos das

partes interessadas e os produtos e serviços.

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4.2.2. Seção 5 - Liderança

A seção 5 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados à liderança. A seção

abrange três subitens: 5.1. Liderança e comprometimento; 5.2. Política e 5.3. Papéis,

responsabilidades e autoridades organizacionais.

A NBR ISO 9001 estabelece que a Alta Direção:

a) Deve demonstrar liderança e comprometimento com relação ao sistema de gestão da

qualidade e comprometimento com relação ao foco no cliente;

b) Deve estabelecer, implementar e manter uma política da qualidade;

c) Deve assegurar que as responsabilidades e autoridades para papéis pertinentes sejam

atribuídas, comunicadas e entendidas na organização.

4.2.3. Seção 6 – Planejamento

A seção 6 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados ao planejamento do

sistema de gestão da qualidade. A seção abrange três subitens: 6.1. Ações para abordar

riscos e oportunidades; 6.2. Objetivos da qualidade e planejamento para alcançá-los e

6.3.Planejamento de mudanças.

A NBR ISO 9001 estabelece que a organização:

a) Deve considerar as questões, ao planejar o SGQ, referidas em 4.1 e os requisitos

referidos em 4.2 da norma, e determinar os riscos e oportunidades;

b) Conhecendo os riscos e oportunidades, deve planejar ações para abordar os mesmos;

c) Deve estabelecer objetivos da qualidade nas funções, níveis e processos pertinentes

necessários para o sistema de gestão da qualidade;

d) Ao planejar como alcançar seus objetivos da qualidade, a organização deve determinar o

que será feito, quais recursos serão requeridos, que será responsável, quando será

concluído e como os resultados serão avaliados;

e) Ao determinar a necessidade de mudanças no SGQ, as mesmas devem ser planejadas e

sistemáticas.

4.2.4. Seção 7 – Apoio

A seção 7 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados ao apoio necessário para

implementar o SGQ. A seção abrange cinco subitens: 7.1. Recursos; 7.2. Competência; 7.3.

Conscientização; 7.4. Comunicação e 7.5. Informação documentada.

A NBR ISO 9001 estabelece que a organização:

a) Deve determinar e prover os recursos necessários para o estabelecimento,

implementação, manutenção e melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade;

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b) Deve determinar e prover as pessoas necessárias para a implementação eficaz do seu

sistema de gestão da qualidade e para a operação e controle de seus processos;

c) Deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessária para a operação dos seus

processos e para alcançar a conformidade de produtos e serviços;

d) Deve determinar, prover e manter um ambiente necessário para a operação de seus

processos e para alcançar a conformidade de produtos e serviços;

e) Deve determinar e prover os recursos necessários para assegurar resultados válidos e

confiáveis quando monitoramento ou medição for usado para verificar a conformidade de

produtos e serviços com requisitos

f) Quando a rastreabilidade de medição for um requisito, ou for considerada pela

organização uma parte essencial da provisão de confiança na validade de resultados de

medição, os equipamentos de medição devem ser verificados ou calibrados, identificados

e salvaguardados;

g) Deve determinar o conhecimento necessário para a operação de seus processos e para

alcançar a conformidade de produtos e serviços;

h) Deve determinar e assegurar a competência necessária de pessoas que realizem

trabalho sob o seu controle que afete desempenho e a eficácia do SGQ;

i) Deve assegurar que pessoas que realizam trabalho sob o controle da organização

estejam conscientes da política da qualidade, dos objetivos da qualidade, da sua

contribuição para a eficácia do SGQ e das implicações de não estar conforme com os

requisitos;

j) Deve determinar as comunicações internas e externas pertinentes para o sistema de

gestão da qualidade;

k) Incluir, no SGQ, informação documentada requerida pela Norma e informação

documentada determinada pela organização como sendo necessária para a eficácia do

sistema de gestão da qualidade;

l) Deve assegurar apropriados(as) identificação e descrição, formato, análise critica e

aprovação de informação documentada;

m) Deve controlar a informação documentada requerida pelo SGQ.

4.2.5. Seção 8 – Operação

A seção 8 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados à operação. A seção

abrange sete subitens: 8.1. Planejamento e controle operacionais; 8.2. Requisitos para

produtos e serviços; 8.3. Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços; 8.4. Controle de

processos, produtos e serviços providos externamente; 8.5. Produto e provisão de serviço;

8.6. Liberação de produtos e serviços e 8.7. Controle de saídas não conforme.

A NBR ISO 9001 estabelece que a organização:

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a) Deve planejar, implementar e controlar os processos (ver 4.4) necessários para atender

aos requisitos para a provisão de produtos, serviços e para implementar as ações

determinadas na Seção 6 da norma;

b) Deve controlar mudanças planejadas e analisar criticamente as consequências de

mudanças não intencionais. tomando ações para mitigar quaisquer efeitos adversos,

como necessário;

c) Deve assegurar que os processos terceirizados sejam controlados;

d) Deve incluir, na comunicação com o cliente, informação relativa a produtos e serviços;

e) Deve assegurar que os requisitos para os produtos e serviços sejam definidos e que a

organização possa atender aos pleitos para os produtos e serviços que ela oferece;

f) Deve assegurar que informação documentada pertinente seja emendada, e que pessoas

pertinentes sejam alertadas dos requisitos mudados, quando os requisitos para produtos

e serviços forem mudados;

g) Deve estabelecer, implementar e manter um processo de projeto e desenvolvimento

apropriado para assegurar a subsequente provisão de produtos e serviços;

h) Deve assegurar que processos, produtos e serviços providos externamente estejam

conformes com requisitos.

i) Deve determinar os controles a serem aplicados para os processos, produtos e serviços

providos externamente;

j) Deve implementar produção e provisão de serviço sob condições controladas;

k) Deve usar meios adequados para identificar saídas quando isso for necessário

assegurar a conformidade de produtos e serviços;

l) Deve tomar cuidado com propriedade pertencente a clientes ou provedores externos,

enquanto estiver sob o controle da organização ou sendo usada pela organização;

m) Deve preservar as saldas durante produção e provisão de serviço na extensão

necessária, para assegurar conformidade com requisitos;

n) Deve atender aos requisitos para atividades pós-entrega associadas com os produtos e

serviços;

o) Deve implementar arranjos planejados, em estágios apropriados, para verificar se os

resultados do produto e do serviço foram atendidos

p) Deve assegurar que saídas que não estejam conformes com seus requisitos sejam

identificadas e controladas para prevenir seu uso ou entrega não pretendido

4.2.6. Seção 9 - Avaliação do desempenho

A seção 9 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados à avaliação do

desempenho do SGQ. A seção abrange três subitens: 9.1. Monitoramento, medição,

análise, e avaliação; 9.2. Auditoria Interna e serviços e 9.3. Análise critica pela direção.

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A NBR ISO 9001 estabelece que a organização:

a) Deve determina o que, como e quando deve haver monitoramento e medição e quando

os resultados destes devem ser avaliados;

b) Deve monitorar a percepção de clientes do grau em que suas necessidades e

expectativas foram atendidas;

c) Deve analisar e avaliar dados e informações apropriados provenientes de monitoramento

e medição;

d) Deve conduzir auditorias internas a intervalos planejados para prover informação sobre

se o sistema de gestão da qualidade;

e) Deve analisar criticamente o sistema de gestão da qualidade da organização, a intervalos

planejados, para assegurar sua continua adequação, suficiência, eficácia e alinhamento

com o direcionamento estratégico da organização;

4.2.7. Seção 10 – Melhoria

A seção 10 da NBR ISO 9001:2015 aborda aspectos relacionados à melhoria do SGQ. A

seção abrange três subitens: 10.1. Generalidades; 10.2. Não conformidade e ação corretiva

e 10.3. Melhoria continua.

A NBR ISO 9001 estabelece que a organização:

a) Deve determinar e selecionar oportunidades para melhoria e implementar quaisquer

ações necessárias para atender a requisitos do cliente e aumentar a satisfação do

cliente;

b) Ao ocorrer uma não conformidade, incluindo as provenientes de reclamações, a

organização deve reagir a não conformidade e avaliar a necessidade de ação para

eliminar a(s) causa(s) da não conformidade, a fim de que ela não se repita ou ocorra em

outro lugar;

c) Deve melhorar continuamente a adequação, suficiência e eficácia do sistema de gestão

da qualidade;

d) Deve considerar os resultados de análise e avaliação e as saídas de análise critica pela

direção para determinar se existem necessidades ou oportunidades que devem ser

abordadas como parte de melhoria continua

4.3. Sistema de Avaliação da Confomidade de Empresas de Serviços e Obras

da Construção Civil (SiAC/PBQP-H)

A estrutura macro do SiAC - PBQP-H (2012) é composta por quatro anexos, após a

apresentação da portaria a qual o programa se enquadra:

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a. Anexo I - Regimento Geral do Sistema de Avaliação da Conformidade Empresas de

Serviços e Obas da Construção Civil: objetivo de avaliar a conformidade de sistemas de

gestão da qualidade em níveis ou estágios definidos conforme a especialidade técnica

das empresas do setor de serviços e obras atuantes na construção civil, visando a

contribuir para a evolução da qualidade, produtividade e sustentabilidade no setor.

b. Anexo II - Regimento Específico do Sistema de Avaliação da Conformidade de

Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) da Especialidade Técnica

Execução de Obras: objetiva estabelecer seus aspectos regimentais particulares. Ele

deve ser utilizado conjuntamente com o Regimento Geral do SiAC e demais

documentos normativos cabíveis.

c. Anexo III - Referencial Normativo Nível “B” do SiAC Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil: estabelece os

requisitos do nível “B” aplicáveis às empresas da especialidade técnica Execução de

Obras. Ele deve ser utilizado conjuntamente com os Anexo I e II da norma.

d. Anexo III - Referencial Normativo Nível “A” do SiAC Sistema de Avaliação da

Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil: estabelece os

requisitos do nível “A” aplicáveis às empresas da especialidade técnica Execução de

Obras, o mais abrangente dos níveis previstos. Ele deve ser utilizado conjuntamente

com os Anexo I e II da norma.

e. Anexo IV: Requisitos Complementares para os subsetores da especialidade técnica

Execução de Obras do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de

Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC): estabelece as particularidades do

fornecimento de materiais e serviços de execuçã controlados, para o caso do subsetor

obras de edificações da especialidade técnica Execução de Obras do Sistema de

Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil

(SiAC) do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat - PBQP-H. O

anexo deve ser utilizado conjuntamente com os anexos relacionados acima.

Como tratado em capítulos anteriores, dentro dos Anexos III, a estrutura de requisitos é

semelhante a da ISO 9001:2008, tendo o nível B menos requisitos a serem atendidos que o

nível A. O Anexo 1 deste trabalho apresenta a tabela dos requisitos a serem atendidos por

cada nível. Porém, o SiAC/PBQP-H tem requisitos específicos para a construção civil que

diferem da ISO 9001:2008 que é mais abrangente:

i. Item 5.4.1.1: Objetivos da qualidade voltados à sustentabilidade do canteiro de obras

Além dos indicadores relativos à política da qualidade e aos processos críticos, são

também considerados obrigatórios os indicadores voltados à sustentabilidade dos

canteiros de obras da empresa:

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a. Indicador de geração de resíduos ao longo da obra: volume total de resíduos

descartados (excluído solo) por trabalhador por mês – medido mensalmente e

de modo acumulado ao longo da obra em m³ de resíduos descartados /

trabalhador.

b. Indicador de geração de resíduos ao final da obra: volume total de resíduos

descartados (excluído solo) por m² de área construída – medido de modo

acumulado ao final da obra em m³ de resíduos descartados / m² de área

construída.

c. Indicador de consumo de água ao longo da obra: consumo de água potável

no canteiro de obras por trabalhador por mês – medido mensalmente e de

modo acumulado ao longo da obra em m³ de água / trabalhador;

d. Indicador de consumo de água ao final da obra: consumo de água potável no

canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo acumulado ao

final da obra em m³ de água / m² de área construída;

e. Indicador de consumo de energia ao longo da obra: consumo de energia

elétrica no canteiro de obras por trabalhador por mês – medido mensalmente

e de modo acumulado ao longo da obra em kWh de energia elétrica /

trabalhador;

f. Indicador de consumo de energia ao final da obra: consumo de energia no

canteiro de obras por m² de área construída – medido de modo acumulado ao

final da obra em kWh de energia elétrica / m² de área construída.

ii. Item 7.1.1: Plano de Qualidade da Obra

O Plano de Qualidade da Obra, o PQO, nada mais é do que um resumo da Obra em

questão e suas especificidades, ou seja, para cada obra que a empresa possuir

deverá haver um PQO específico; e este, é um dos primeiros documentos a ser

elaborado quando se pensar em iniciar uma obra (Spalla, 2013).

Neste documento deve constar: localização (endereço completo), tipo (residencial,

comercial...), área (do terreno, construída, de ocupação...) quantidade de unidades

(apartamentos, casas, lojas...), quantidade de pavimentos, se contém área de lazer e

área de estacionamento, entre outras. Toda e qualquer informação que se achar

pertinente sobre as especificações de acomodação da obra devem ser apresentadas

neste momento (Spalla, 2013).

De acordo com o Referencial Normativo a empresa construtora deve elaborar e

documentar para cada obra um PQO contendo os seguintes elementos:

a. Definir responsabilidade específica;

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b. Materiais e serviços de execução controlados;

c. Projeto do canteiro;

d. Identificação das especialidades da execução da obra;

e. Identificação dos processos críticos para a qualidade da obra;

f. Identificação das especialidades no que se refere a manutenção de

equipamentos;

g. Programa de treinamento específico da obra;

h. Objetivos da qualidade específicos para a execução da obra;

i. Definição do destino adequado aos resíduos sólidos e líquidos produzidos

pela obra. (SiAC/PBQP-H, 2012)

iii. Item 7.1.2: Planejamento da Execução da Obra

O Referencial deixa claro que a empresa construtora deve realizar um planejamento e

controle da execução da obra (SiAC/PBQP-H, 2012). Devem ser registrados os

controles de andamento realizado, e para isso, Spalla (2013), sugere que se faça a

montagem de um cronograma da obra, pode ser através de um software adequado

para suas necessidades ou até mesmo um cronograma físico, mas que também seja

estabelecido reuniões semanais para que se tenha uma interação de todos e que

conversem sobre o que será feito na semana seguinte, planejar treinamentos,

estabelecer ordens de compra, discutir eventuais problemas, enfim, tudo o que possa

interferir no cronograma.

iv. Item 7.3.8: Analise Crítica de Projeto fornecido pelo cliente

A empresa construtora deve realizar análise crítica dos projetos do produto como um

todo ou de suas partes que receba como decorrência de um contrato, possibilitando a

correta execução da obra ou etapas da mesma. A empresa construtora deve prever a

forma segundo a qual procede à análise crítica de toda a documentação técnica afeita

ao contrato (desenhos, memoriais, especificações técnicas). Caso tal análise aponte a

necessidade de quaisquer ações, a empresa construtora deve informar tal fato e

comunicar ao cliente propostas de modificações e adaptações necessárias de

qualquer natureza. (SiAC/PBQP-H, 2012)

Devem ser mantidos registros dos resultados da análise crítica. (SiAC/PBQP-H, 2012)

v. Item 7.4.1.1: Processo de qualificação de fornecedores

A norma diz que a empresa construtora deve estabelecer critérios para qualificar, pré-

avaliar e selecionar, de maneira evolutiva, seus fornecedores. Deve ser tomado como

base a capacidade do fornecedor em atender aos requisitos especificados nos

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documentos de aquisição. No caso de fornecedores de materiais, deve ainda

considerar a sua formalidade e legalidade, em atendimento à legislação vigente.

(SiAC/PBQP-H, 2012)

Poderá ser dispensada do processo de qualificação a empresa considerada

qualificada pelo Programa Setorial da Qualidade (PSQ) do Sistema de Qualificação de

Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (SiMaC) do PBQP-H, para o

produto-alvo do PSQ a ser adquirido. (SiAC/PBQP-H, 2012)

No caso de o produto não ser produto-alvo de PSQ, poderá ser dispensada do

processo de qualificação a empresa que apresente certificação no âmbito do Sistema

Brasileiro de Avaliação da Conformidade (SBAC), emitida por Organismo de

Certificação de Produto (OCP) acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação

(CGCRE), do produto a ser adquirido. (SiAC/PBQP-H, 2012)

É vedado à empresa construtora a aquisição de produtos de fornecedores de materiais

e componentes considerados não-conformes nos PSQ. (SiAC/PBQP-H, 2012)

Poderá ser dispensada do processo de qualificação a empresa detentora de um

Documento de Avaliação Técnica (DATec) do Sistema Nacional de Avaliações

Técnicas de produtos inovadores (SINAT) do PBQP-H, do produto a ser adquirido.

(SiAC/PBQP-H, 2012)

A empresa construtora deve ainda manter atualizados os registros de qualificação de

seus fornecedores e de quaisquer ações necessárias, oriundas da qualificação.

(SiAC/PBQP-H, 2012)

vi. Item 7.4.1.2: Processo de avaliação de fornecedores

Aplicado somente ao nível A, a norma diz que empresa construtora deve estabelecer,

de maneira evolutiva, critérios para avaliar o desempenho de seus fornecedores em

seus fornecimentos. Deve ser tomado como base a capacidade do fornecedor em

atender aos requisitos especificados nos documentos de aquisição. No caso de

fornecedores de materiais, deve ainda considerar a sua formalidade e legalidade, em

atendimento à legislação vigente. (SiAC/PBQP-H, 2012)

A empresa construtora deve ainda manter atualizados os registros de avaliação de

seus fornecedores e de quaisquer ações necessárias, oriundas da avaliação.

(SiAC/PBQP-H, 2012)

vii. Item 7.4.2.1: Materiais Controlados

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A empresa construtora deve garantir que os documentos de compra de materiais

controlados descrevam claramente o que está sendo comprado, contendo

especificações técnicas (ver requisitos complementares aplicáveis ao subsetor

pertinente). (SiAC/PBQP-H, 2012)

viii. Item 7.4.2.2: Serviços Controlados

A empresa construtora deve garantir que os documentos de contratação de serviços

de execução controlados descrevam claramente o que está sendo contratado,

contendo especificações (SiAC/PBQP-H, 2012).

ix. Item 7.4.2.3: Serviços Laboratoriais

A empresa construtora deve garantir que os documentos de contratação de serviços

laboratoriais descrevam claramente, incluindo especificações técnicas, o que está

sendo contratado. (SiAC/PBQP-H, 2012)

x. Item 7.4.2.4: Serviços de projeto e serviços especializados de engenharia

Aplicado somente ao nível A, a empresa construtora deve garantir que os documentos

de contratação de serviços de projeto e serviços especializados de engenharia

descrevam claramente, incluindo especificações técnicas, o que está sendo

contratado. (SiAC/PBQP-H, 2012)

xi. Item 7.5.1.1: Controle dos serviços de execução controlados

A empresa construtora deve, de maneira evolutiva, garantir que os procedimentos

documentados afeitos aos serviços de execução controlados incluam requisitos para:

a. realização e aprovação do serviço, sendo que, quando a empresa construtora optar

por adquirir externamente algum serviço controlado ela deve:

a.i definir o procedimento documentado de realização do processo, garantir que

o fornecedor o implemente e assegurar o controle de inspeção desse

processo; ou

b.i analisar criticamente e aprovar o procedimento documentado de realização

do serviço definido pela empresa externa subcontratada e assegurar o seu

controle de inspeção. (SiAC/PBQP-H, 2012)

Nota: caso o serviço seja considerado um serviço especializado de execução de

obras e tenha sido terceirizado, não há necessidade de demonstração do

procedimento de realização, ficando a empresa construtora dispensada de analisá-lo

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criticamente e de aprová-lo. A existência do procedimento documentado de

inspeção, conforme previsto nos Requisitos Complementares aplicável ao subsetor,

continua, no entanto, sendo obrigatória. (SiAC/PBQP-H, 2012)

b. qualificação do pessoal que realiza o serviço ou da empresa subcontratada, quando

apropriado. (SiAC/PBQP-H, 2012)

xii. Item 7.5.3.1: Identificação

Quando apropriado, a empresa construtora deve identificar o produto ao longo da

produção, a partir do recebimento e durante os estágios de execução e entrega.

(SiAC/PBQP-H, 2012)

Esta identificação tem por objetivo garantir a correspondência inequívoca entre

projetos, produtos, serviços e registros gerados, evitando erros. No caso dos materiais

estruturais, a identificação tem também por objetivo a rastreabilidade. (SiAC/PBQP-H,

2012)

A situação dos produtos, com relação aos requisitos de monitoramento e de medição,

deve ser assinalada de modo apropriado de tal forma a indicarem a conformidade ou

não dos mesmos, com relação às inspeções e aos ensaios feitos. (SiAC/PBQP-H,

2012)

Para todos os materiais controlados, a empresa construtora deve garantir que tais

materiais não sejam empregados, por ela ou por empresa subcontratada, enquanto

não tenham sido controlados ou enquanto suas exigências específicas não tenham

sido verificadas. (SiAC/PBQP-H, 2012)

No caso de situações nas quais um desses materiais tenha que ser aplicado antes de

ter sido controlado, o mesmo deve ser formalmente identificado, permitindo sua

posterior localização e a realização das correções que se fizerem necessárias, no

caso do não atendimento às exigências feitas. (SiAC/PBQP-H, 2012)

Para todos os serviços de execução controlados, a empresa construtora deve garantir

que as etapas subseqüentes a eles não sejam iniciadas, por ela ou por empresa

subcontratada, enquanto eles não tenham sido controlados ou enquanto suas

exigências específicas não tenham sido verificadas. (SiAC/PBQP-H, 2012)

xiii. Item 7.5.3.2: Rastreabilidade

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A empresa construtora deve garantir a rastreabilidade, ou identificação única dos

locais de utilização de cada lote, para os materiais controlados cuja qualidade não

possa ser assegurada por meio de medição e monitoramento realizados antes da sua

aplicação. Devem ser mantidos registros de tal identificação. (SiAC/PBQP-H, 2012)

Outra diferença entre a ISO 9001:2008 e o SiAC/PBQP-h, é que a primeira diz que deve-se

controlar os processos necessários para atendimento dos requisitos para a provisão de

produtos (item 8.1 ABNT NBR ISO 9001), porém não diz quais os processos. Fica a cargo

da organização defini-los. O SiAC - PBQP-H já faz a definição dos serviços a serem

obrigatoriamente controlados para cada segmento de obra previsto em seu escopo. Para o

nível A do seguimento obras de edificações o anexo IV do SiAC - PBQP-H (2012)

estabelece uma relação com 25 serviços considerados como serviços controlados:

a. Serviços preliminares:

1. compactação de aterro;

2. locação de obra.

b. Fundações:

3. execução de fundação.

c. Estrutura:

4. execução de fôrma;

5. montagem de armadura;

6. concretagem de peça estrutural;

7. execução de alvenaria estrutural.

d. Vedações verticais:

8. execução de alvenaria não estrutural e de divisória leve;

9. execução de revestimento interno de área seca, incluindo produção de

argamassa em obra, quando aplicável;

10. execução de revestimento interno de área úmida;

11. execução de revestimento externo.

e. Vedações horizontais:

12. execução de contrapiso;

13. execução de revestimento de piso interno de área seca;

14. execução de revestimento de piso interno de área úmida;

15. execução de revestimento de piso externo;

16. execução de forro;

17. execução de impermeabilização;

18. execução de cobertura em telhado (estrutura e telhamento).

f. Esquadrias:

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19. colocação de batente e porta;

20. colocação de janela.

g. Pintura:

21. execução de pintura interna;

22. execução de pintura externa.

h. Sistemas prediais:

23. execução de instalação elétrica;

24. execução de instalação hidrossanitária;

25. colocação de bancada, louça e metal sanitário.

A construtora certificada no nível B, de acordo com a norma, deve controlar 40% dos

serviços relacionados acima.

A norma ainda diz que em qualquer nível, a empresa deve garantir que sejam também

controlados todos os serviços de execução que tenham a inspeção exigida pelo cliente. A

partir destes, ela deverá ampliar a lista de materiais controlados, considerando aqueles já

relacionados como críticos para o atendimento das exigências dos clientes, e que sejam

empregados em tais serviços (SiAC/PBQP-H, 2012). Lembrando que Nível A controla 100%

dos materiais e Nível B escolhe 50% dos materiais para ser controlados.

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5. Metodologia de implantação de

sistemas de gestão da qualidade

5.1. Etapas para implantação do SGQ

As etapas de implementação estão relacionadas aos requisitos da norma ABNT NBR ISO

9001:2015, em qualquer organização, e SiAC/PBQP-H, exclusivo a indústria de construção

civil. No entanto, para ABNT existem muitas maneiras de uma empresa implementar um

sistema da qualidade:

Passo 1 – Defina seus objetivos. Por que você quer implementar a norma?

Passo 2 – Assegure-se de que a alta gestão esteja alinhada. É essencial que

todos – de cima para baixo – apoiem a iniciativa e seus objetivos.

Passo 3 – Identificar os principais processos de sua empresa para atender seus

objetivos e as necessidades dos clientes. Em cada um desses processos, tenha

certeza de que compreende as necessidades dos clientes e que pode assegurar

que elas serão atendidas sempre. Essa será a base de seu sistema de gestão

da qualidade. (ABNT, 2015)

A excelência do desempenho e sucesso da implantação de um Sistema de Gestão requer

que as atividades inter-relacionadas sejam compreendidas e gerenciadas segundo uma

visão de processos. A estruturação dos processos – principais e de apoio, devem estar

documentados e padronizados por meio de políticas, procedimentos, rotinas e normas. Além

disso, devem ser compartilhados e aprendidos por todos os colaboradores (Bard, 2015).

De acordo com o Modelo de Excelência da Gestão, os processos são constituídos pelo

conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que transformam insumos (entradas)

em produtos (saídas). Podem ser definidos também como conjuntos de atividades que,

executadas em uma sequência determinada, conduzem uma empresa a um determinado

resultado (Bard, 2015).

A metodologia da Gestão por Processos apresenta sete etapas que se inter-relacionam e

que podem ser desenvolvidos integralmente e na sequência apresentada ou, de acordo com

a necessidade, ser simplificado.

a) Etapa 1 – Planejamento Estratégico – Estabelece o Planejamento Estratégico

como fonte das estratégias da organização e obtenção de resultados coerentes

e qualificados na aplicação da Gestão por Processos.

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b) Etapa 2 – Entendimento do Negócio – Objetiva entender o funcionamento da

organização e seu comportamento enquanto sistema, identificando seus

processos e suas relações com clientes e fornecedores. É nessa etapa que os

envolvidos nos projetos de redesenho de processos, orientados por essa

metodologia, têm contato com os aspectos conceituais e a forma como o projeto

de melhoria será conduzido.

c) Etapa 3 – Identificação dos Processos Críticos – Os processos críticos que

serão alvos dos projetos de melhoria e que tenham grande impacto sobre o

cliente e sobre a organização são identificados. Os processos são selecionados

tendo por base as prioridades estabelecidas pela organização vindas do

planejamento estratégico ou de oportunidades identificadas.

d) Etapa 4 – Requisitos dos Clientes e Fornecedores do Processo – Os

requisitos dos clientes com relação aos produtos / serviços oferecidos pelo

processo devem ser levantados e entendidos de maneira a satisfazer as

necessidades dos clientes e garantir insumos adequados para tal.

e) Etapa 5 – Análise do Processo Atual – Foco nas oportunidades de melhoria

dos processos estabelecidos e como poderá ser acompanhados de forma a

obter indicadores sobre seu desempenho. Busca e planejamento das mudanças

necessárias para alcançar melhorias.

f) Etapa 6 – Implementação do Processo – Compreende a implantação efetiva

das mudanças (melhorias) planejadas, com a preparação da documentação que

dará suporte ao trabalho daí para frente. É nessa etapa que se realiza a

divulgação do novo processo e seu treinamento para todos os envolvidos.

g) Etapa 7 – Gerenciamento do Processo – Corresponde ao acompanhamento,

controle e aperfeiçoamento contínuo do novo processo e, portanto, uma etapa

permanente. É durante esse gerenciamento que novas oportunidades de

melhoria do processo são identificadas iniciando-se um novo ciclo de melhoria, a

partir da Etapa 4 (Campos, 2003).

5.2. Processos em construtoras

No capitulo 2 foi apresentado que as normas utilizam a abordagem por processos e que

este é definido como um conjunto de atividades inter-relacionadas ou interativas que utilizam

entradas para entregar um resultado pretendido (ABNT NBR ISO 9000, 2015). Portanto se

faz necessário a identificação dos processos para implementação dos mesmos.

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Em construtoras os processos construtivos são diversos e definidos de acordo com a

característica de cada obra. No entanto podemos definir o macro processos produtivos

básico de uma construtora com os apresentados no SiAC/PBQP-h (2012):

a. Serviços preliminares;

b. Fundações;

c. Estrutura:

d. Vedações verticais:

e. Vedações horizontais:

f. Esquadrias:

g. Pintura:

h. Sistemas prediais:

Além dos processos produtivos, onde ocorre a transformação dos insumos no produto, há

os processos administrativos que servem de apoio a produção e que podem ou não

influenciar na qualidade total. De acordo com a ABNT NBR ISO 9001 (2015) todos os

processos com influência na qualidade do produto devem ser mapeados e serem incluídos

no sistema de gestão da qualidade. Alguns dos processos, também identificados pelo autor

através da interpretação do SiAC/PBQP-h (2012), são:

a. Gestão de projetos;

b. Planejamento e custo de execução da obra e seu controle;

c. Aquisição e Armazenamento de materiais;

d. Gestão de fornecedores;

e. Verificação do processo produtivo.

Os processos administrativos, além de apoiar no processo construtivo, tem papel importante

para avaliação do sistema, pois nesses processos serão obtidos a maioria dos indicadores

para retroalimentação do check do PDCA.

5.3. Técnicas e Ferramentas de apoio a implantação do sistema da qualidade

As ferramentas da qualidade são utilizadas para definir, mensurar, analisar e propor

soluções aos problemas identificados que interferem no desempenho dos processos

organizacionais, ajudando a estabelecer melhorias de qualidade (Santos, 2015). Existem

muitas técnicas e ferramentas disponíveis, mas neste serão abordadas somente as mais

utilizadas pelas construtoras para apoio na implantação e manutenção de seus sistemas de

gestão da qualidade.

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5.3.1. Folha de Verificação

É uma lista de itens, pré-estabelecidos, que serão marcados a partir do momento que forem

realizados ou avaliados. É usada para a certificação de que os passos ou itens pré-

estabelecidos foram cumpridos ou para avaliar em que nível eles estão. (Martins, 2012)

Apresenta uma maneira de se organizar e apresentar os dados em forma de um quadro,

tabela ou planilha, facilitando desta forma a coleta e análise dos dados. (Martins, 2012)

5.3.2. Indicadores

Segundos Santos (2015), Os Indicadores de Desempenho são o subsídio para que se possa

avaliar o grau de evolução na implantação do Sistema da Qualidade. São usados também

para demonstrar a efetiva melhoria contínua durante e após a implantação do sistema da

qualidade. O indicador tem que ser adequado aos objetivos e necessidades para o efetivo

acompanhamento da performance.

5.3.3. Brainstorming

O brainstorming é uma técnica para estimular a criatividade de uma equipe para gerar e

esclarecer uma série de ideias, problemas ou questões. (Santos, 2015)

O método funciona como uma dinâmica de grupo onde a partir de um tema estabelecido,

todos os participantes são convidados a dar ideias a respeito, mesmo que pareçam

absurdas e irrelevantes, e em meio a essa “tempestade” de contribuições as ideias dos

diversos membros vão se conectando, inspirando novas ideias, fazendo surgir algo novo e

inusitado, uma solução criativa. (Martins, 2012)

5.3.4. Diagrama de Ishikawa

O diagrama de Ishikawa, conhecido também como Espinha de Peixe ou Causa e Efeito, é

uma ferramenta da qualidade onde causas são levantadas para se chegar a raiz de um

problema específico, através da análise de todos os fatores que puderam contribuir para sua

geração. (Bastiani e Martins, 2012)

Proposto originalmente na década de 60 por Kaoru Ishikawa o diagrama leva em conta que

toda causa vai produzir um efeito, essas causas representam hipóteses que precisam ser

analisadas e testadas uma a uma, a fim de comprovar sua veracidade e determinar o grau

de influência ou impacto sobre a situação em análise. (Bastiani e Martins, 2012)

Na prática, o Diagrama de Ishikawa é uma ferramenta prática, muito utilizada para realizar

análise de causa em avaliação de não conformidades. (Bastiani e Martins, 2012) A figura 4

apresenta o esquema do diagrama com os itens a ser avaliados: Mão de obra, Material,

Método, Máquina, Medida e Meio Ambiente.

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Figura 4: Diagrama de causa e efeito (Ávila, 2016)

O diagrama de Ishikawa representa a relação existente entre determinado resultado de um

processo (efeito) e os diversos fatores (causas) que podem contribuir para esse resultado.

Sua relação com a imagem de uma espinha de peixe se dá devido ao fato que podemos

considerar suas espinhas as causas dos problemas levantados, que contribuirão para a

descoberta de seu efeito (Bastiani e Martins, 2012).

5.3.5. Diagrama de Pareto

O princípio de Pareto apresenta o conceito de que na maioria das situações, 80% das

consequências vem de 20% das causas. Isso pode ser muito útil para tratar não

conformidades, identificar pontos de melhoria e definir que planos de ação devem ser

atacados primeiro no que diz respeito a prioridade (Bastiani e Martins, 2012).

Estabelece que os problemas referentes a qualidade de produtos e processos, que resultam

em perdas, podem ser classificados da seguinte maneira:

a. Poucos vitais: representam poucos problemas que resultam em grandes

perdas.

b. Muitos triviais: representam muitos problemas que resultam em poucas

perdas (Bastiani e Martins, 2012).

O Diagrama de Pareto é uma ferramenta que apresenta um gráfico de barras que permite

determinar, por exemplo, as prioridades dos problemas a serem resolvidos, através das

frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos

problemas, pois na maioria das vezes há muitos problemas menores diante de outros mais

graves (Bastiani e Martins, 2012).

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A figura 5 é um exemplo de um com as causas para o problema de devolução de produtos.

Para que ele seja diminuído será necessário criar um programa de ação para a empresa

diminuir os atrasos de entrega da fábrica e da transportadora. Com isso, 53% do problema

será resolvido.

Figura 5: Exemplo do resultado do diagrama de Pareto (Bastiani e Martins, 2012)

O Diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas

causas de perdas que devem ser sanadas, auxiliando na identificação dos problemas,

priorizando-os para que sejam resolvidos de acordo com sua importância. Isso não quer

dizer que nem todos os problemas são importantes, mas sim que alguns precisam ser

solucionados com maior urgência. (Bastiani e Martins, 2012)

5.3.6. 5W2H

É uma metodologia cuja base são as respostas para estas sete perguntas essenciais, um

checklist de atividades específicas, que devem ser desenvolvidas com o máximo de clareza

e eficiência por todos os envolvidos em um projeto. A sigla corresponde, na verdade, às

iniciais em inglês das sete diretrizes que, quando bem estabelecidas, eliminam quaisquer

dúvidas que possam aparecer ao longo de um processo ou de uma atividade. (Endeavor,

2015) São elas:

a. What - o que será feito?

b. Why - por que será feito?

c. Where - onde será feito?

d. When - quando?

e. Who - por quem será feito?

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f. How - como será feito?

g. How much - quanto vai custar?

Com estas respostas em mãos, você terá um mapa de atividades que vai te ajudar a seguir

todos os passos relativos a um projeto, de forma a tornar a execução muito mais clara e

efetiva (Endeavor, 2015).

5.3.7. 5 Por quês

Conforme Santos (2015), esta técnica se resume em realizar perguntas iniciadas por “Por

que?” para os problemas, sempre relacionado a causa anterior, será determinada a causa

raiz do problema ao invés da fonte de problemas, de modo que se pode:

a. Determinar o que aconteceu.

b. Determinar por que isso aconteceu.

c. Descobrir o que fazer para reduzir a probabilidade de que isso vai acontecer

novamente.

5.3.8. Fluxograma

O fluxograma é um diagrama utilizado para representar a sequência dos processos, através

de símbolos gráficos. Os símbolos proporcionam uma melhor visualização do funcionamento

do processo, ajudando no seu entendimento. No gerenciamento de processos, tem como

objetivo garantir a qualidade e aumentar a produtividade, através da documentação do fluxo

das atividades, utilizando diversos símbolos, apresentados na tabela 3, para identificar os

diferentes tipos de atividades (Martins, 2012).

Indica o início ou fim do processo

Indica cada atividade que precisa ser executada

Indica um ponto de Tomada de decisão

Indica a direção do Fluxo

Indica os documentos utilizados no processo

Indica uma espera

Indica que o fluxograma continua a partir desse ponto em outro

circulo, com a mesma letra ou número, que aparece em seu interior.

Tabela 3: Símbolos do Fluxograma (Martins,2012)

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5.3.9. Programa 5S

O 5S é uma das ferramentas que nos ajuda a criar a cultura da disciplina, identificar

problemas e gerar oportunidades para melhorias. A proposta do 5S é reduzir o desperdício

de recursos e espaço de forma a aumentar a eficiência operacional. (Silveira, 2016)

A metodologia dos 5S permite desenvolver uma melhoria contínua na destinação dos

materiais. Esta metodologia melhora o clima organizacional, a produtividade e

consequentemente a motivação dos funcionários e é dividida em 5 palavras de origem

japonesa (Silveira, 2016):

a. Seiri – Senso de utilização de recursos: Consiste em deixar no ambiente de

trabalho apenas os materiais úteis, descartando ou destinando os demais da

maneia mais adequada.

b. Seiton – Senso de Ordem ou Organização: Consiste em estabelecer um lugar

para cada material, identificando-os e organizando-os conforme a frequência

do uso.

c. Seiso – Senso de Limpeza: Consiste em manter os ambientes de trabalho

limpos e em ótimas condições operacionais. Este princípio diz: “melhor que

limpa é não sujar”.

d. Seiktsu – Senso de Saúde ou Melhoria Continua: Uma das interpretações

desde senso é a de aplicação de ações que visam a manutenção e melhoria

da saúde do trabalhador e nas condições sanitárias e ambientais do trabalho.

A outra interpretação, tangendo a melhoria continua, aplica-se o principio do

kaizen, melhorando e padronizando os processos.

e. Sheitsuke – Senso de Autodisciplina: Comprometimento das pessoas, que

seguem os princípios independentemente de supervisão. Para atingir este

estágio é necessário ter atendido os quatro princípios anteriores.

A principal vantagem do programa 5s é a facilidade que ele tem de provocar mudanças

comportamentais em todos os setores das empresas.

5.3.10. PDCA

Como apresentado no item 2.3.1.2 o ciclo de Shewhart, conhecido como PDCA, é um

conceito adotado na metodologia de gestão da ABNT NBR ISO 9001. O princípio do ciclo é

tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão

O ciclo, geralmente, começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações

planejadas são executadas. Checa-se o que foi feito estava de acordo com o planejado,

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constantemente e repetidamente, e toma-se uma ação para eliminar ou ao menos mitigar

defeitos no produto ou na execução, quando houver.

No entanto, quando o PDCA é utilizado para a melhoria, usa-se uma adaptação do conceito

que é o CAPD. Enquanto que o PDCA é mais adequado numa abordagem de projeto, onde

prevalece o raciocínio dedutivo, o CAPD segue um raciocínio indutivo. O CAPD inclui a

correção do efeito do problema, o que na linguagem técnica é denominado de correção,

com a ação corretiva, que trata das causas do problema. Assim, ao resolver um problema

usando o CAPD, o usuário não gira um ciclo, mas um ciclo e meio, pois precisa avaliar e

agir duas vezes: a primeira sobre o efeito e a segunda sobre a causa. (Oribe, 2009)

5.3.11. Gráficos de controle

Reyes e Vicino (2016) defendem que está é a técnica mais sofisticada do controle estatístico

da qualidade. Silveira (2016) afirma que Nenhuma outra ferramenta capta melhor as

informações de um processo como esta.

O gráfico de controle, ou carta de controle, é uma ferramenta estatística para avaliar,

acompanhar e manter a estabilidade do processo ao longo do tempo. O seu principal

objetivo é monitorar uma determinada atividade ou processo contínuo a fim de descobrir

algum desvio ou variação desta atividade ou processo (Nogueira, 2016).

Para essa ferramenta é importante determinar o que será controlado e em qual unidade de

medida será controlado, definir o tamanho da amostra que será coletada e de quanto em

quanto tempo serão realizadas as amostragens. É necessário definir o limite superior e o

limite inferior, conforme exemplificado na figura 6, do que é considerado como padrão

(Silveira, 2016).

Figura 6: Gráfico de Controle (Nogueira, 2016)

Todos os itens que estiverem dentro dos limites superiores e inferiores são considerados

Causas Comuns, são variações inerentes ao processo e, geralmente, vem de várias fontes

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de pequenas variações. Os itens que ultrapassarem o limite superior ou inferior (foram dos

limites) são considerados Causas Especiais, variações que surgem ocasionalmente no

processo, que devem ser tratadas e, caso aplicável, eliminadas (Nogueira, 2016)

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6. Estudo de caso

Visando identificar na prática os aspectos teóricos depreendidos junto a revisão bibliográfica

apresentada ao longo dos 5 capítulos iniciais deste trabalho, foi realizado estudo de caso

em uma construtora e obra na cidade do Rio de Janeiro.

A construtora tem seu sistema de gestão da qualidade certificado nas normas NBR ISO

9001 e no nível A do SiAC-PBQP-H desde 2007.

A obra analisada consta de empreendimento residencial de classe média.

6.1. Características da construtora

A construtora, criada em 2007 e atuando em oito estados brasileiros, é subdividida em três

regionais mais a sede. Desenvolve projetos residenciais, empresariais, comerciais e

turísticos, oferecendo desde imóveis de alto e médio padrão a complexos multiusos para

quem deseja morar ao lado do trabalho. Em seu portfólio há concepção de bairros inteiros,

planejados e sustentáveis, em parceria ou não.

Na sede da organização são tomadas as decisões estratégicas e elaborados documentos

que norteiam as regionais a atingirem as metas e objetivos visados pela empresa. Os

escritórios das regionais tem função de incorporação, projetando novos empreendimentos

para região ao qual se submetem, e prestam apoio as obras da mesma, centralizando as

demandas a serem passadas para as sedes, funcionando assim como ponte entre as obras

e a sede.

Na organização ainda há um terceiro escritório, o da obra no qual foi focado o estudo de

caso. A comunicação ente as obras e as regionais, no que tange a ações estratégicas, é

feita pelo gerente da obra e os coordenadores de cada área. Os documentos ficavam

disponíveis em site, onde qualquer integrante tinha acesso, que tinha tanto a função

informativa, com as noticias da empresa e boas práticas usada por todas as obras da

organização, como de banco de dados de documentos e registros padrões.

6.2. Características do empreendimento

A construção do empreendimento teve inicio em 2013 e duração de cerca de 2 anos e 4

meses, com custo e prazo final que ultrapassaram os estipulados inicialmente. O

empreendimento com quatro torres, com térreo mais seis pavimentos tipos, e embasamento,

com estacionamento e área de lazer. Os pavimentos térreos são compostos de

apartamentos garden, em numero menor a dos pavimentos tipos, e área de uso comum.

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O empreendimento, construído sobre uma área de 16.702,22m², apresenta três tipos de

plantas arquitônicas diferentes ao cliente para os pavimentos tipos:

a. Tipo 1: apartamentos dos extremos do bloco com 3 quartos, sendo uma suíte

e dois quartos, um banheiro canadense, com ligação em um dos quartos,

sala e cozinha, aproximadamente 75m²;

b. Tipo 2: com 2 quartos, sendo uma suíte, banheiro com hall de circulação

partilhado com um dos quartos e ventilação e iluminação natural, sala quarto

e cozinha, com aproximadamente 65m²;

c. Tipo 3: com 2 quartos, sendo uma suíte, banheiro com hall de circulação

partilhado com um dos quartos e exaustão mecânica, sala quarto e cozinha,

com aproximadamente 65m².

As Torres 1, 2 e 3 têm nos pavimentos tipos 10 apartamentos, quatro do tipo 1 , quatro do

tipo 2 e dois do tipo 3. A Torre 4 é menor, com 8 apartamentos no pavimento tipo, não tem

os dois apartamentos do Tipo 3. Nos térreos os apartamentos têm as mesmas tipologias,

porém as quantidades de apartamentos variam como o numero de áreas em comum: na

Torre 1 foram construídos oito apartamentos, mais apartamento do zelador e salão de jogos

adulto; na Torre 2 são nove apartamentos, sala de estudos e alojamento; na Torre 3 são

nove apartamentos e a brinquedoteca; e na Torre 4 são sete apartamentos e salão de

jogos teen. No total foram construídas 260 unidades. (Anexo 2)

No embasamento, além das 321 vagas de garagem abertas, 260 para moradores e 61 para

visitantes, foram construídas três churrasqueira com forno de pizza, piscina infantil e adulta,

Espaço Gourmet, Salão de festas, redário, Play infantil, quadra poliesportiva, quadra de

areia, Home Office, Academia, Sala Multiuso, Sauna e Espaço Repouso, Pet Play e Mini

Camping.

O empreendimento trabalhou com algumas inovações da construção civil em algumas

etapas. Os tipos de serviços executados, com algum tipo de inovação ou ponto crítico, na

obra foram:

a. Limpeza do terreno: Desmonte de morrote de 180m de comprimento e 20 e

altura, com movimentação de terra para aterro licenciado.

b. Estrutura: Concreto armado, laje lisa com vigas apenas nos bordos da

varanda, pilares paredes para caixa de elevadores e escadas, estas ultimas

foram pré-moldadas.

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c. Vedação: Na vedação externa foi utilizado o sistema Aquapanel e a interna

paredes de alta performance, drywall com preenchimento de massa crupe.

Não houve uso de alvenaria.

d. Instalações Prediais: Para a distribuição elétrica o material chegava por kit

para cada apartamento com todas as peças numeradas e identificada. Toda a

infra estrutura foi fixada na laje, e não passada dentro da laje. Para os sub

ramais da hidráulica foi adotado a nova metodologia do material pex.

e. Contrapiso: Contrapiso autonivelante com argamassa usinada.

f. Forro de gesso: Todas as áreas tiveram acabamento em forro, devido as

instalações prediais.

6.3. Implementação do SGQ

A obra segue a estratégia e filosofia da empresa, que já era certificada no inicio da obra,

mas operava de forma independente, podendo criar novos documentos, com base nos

documentos de gestão disponibilizados pelo escritório central, com adaptação as

particularidades da obra.

Os gestores do empreendimento definiram que haveria um coordenador da qualidade, com

equipe própria, que iria liderar e integrar os colaboradores da obra para a implementação do

sistema de gestão da qualidade. A equipe teve variação no numero de pessoas, iniciando

com um coordenador, um técnico da qualidade e um estagiário. Após a primeira auditoria

foram adicionados à equipe jovens aprendizes. A equipe ainda contava com consultoria

externa de especialista em sistema de gestão da qualidade que realizava visitas quinzenais

apoiando na implementação e no treinamento dos colaboradores.

6.3.1. Requisitos e documentação

A organização tem uma coordenação própria da Qualidade na sede, de onde, com base na

ISO 9001:2008 e no SIAC/PBQP-H:2012, elaboram, ou apoiam na elaboração, e

disponibilizam os documentos para implementação do Sistema de Gestão da Qualidade por

toda organização. Essa centralização é o que garante que todas as obras seguirão um

mesmo padrão implementado pela empresa para que seja garantida a qualidade e mantidas

as certificações.

Um dos documentos criados foi o Manual de Gestão (2013) que, como descrito no próprio

documento, tem a função de descrever a sequência de interação entre os processos do

Sistema de Gestão da Qualidade da organização. Com a estrutura próxima as das normas

de referência, esse documento norteou ao coordenador de qualidade da obra a ser

estudada na implementação do sistema de acordo com os fundamentos da organização.

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O primeiro passo para a implementação foi a definição e criação dos documentos utilizados

para implementação, que estão descritos no Manual:

1. Política da qualidade: Definida pelo presidente da organização traduz o compromisso

firmado pela empresa com a qualidade:

“Conquistar e satisfazer Clientes através do fornecimento de produtos e serviços

com qualidade, custos e prazos, considerando:

O atendimento aos requisitos do Cliente;

Os Objetivos da Qualidade e sua análise crítica;

A análise crítica desta Política com foco na sua permanente adequação e

A melhoria contínua da eficácia do Programa”

2. Manual de Gestão (Manual da Qualidade) – é uma tradução das normas de

referências, aplicadas diretamente à empresa com os documentos exigidos pela

norma relacionados com os documentos da organização. Descreve a estrutura e os

princípios do Sistema de Gestão da Qualidade da empresa em função de sua

Política da Qualidade e os compromissos nela estabelecidos.

3. Procedimentos:

a. Procedimentos Corporativos (PC): São documentos exigidos pelas normas

ISO 9001 e PBQP-H/SiAC para processos que devem seguir alinhamento

corporativo para que o SGQ certificado seja único para toda a empresa. A

organização elaborou três PC’s:

i. PC-01-Controle de documentos e registros: Definir parâmetros de

controle dos documentos e registros do Sistema de Gestão da

Qualidade (SGQ) da empresa, incluindo atualização, distribuição,

alteração e re-aprovação.

ii. PC-02- Produto não conforme, ação corretiva, preventiva e melhoria

contínua: Estabelecer procedimentos para identificar e tratar não

conformidades, executar ações corretivas e preventivas, a fim de

eliminar as causas reais ou potenciais de não conformidades, e

identificar ações de melhoria, bem como, estabelecer metodologia

para registrar as ações e sua eficácia para o Sistema de Gestão da

Qualidade.

iii. PC-03 – Auditoria Interna: Estabelecer a sistemática da atividade de

auditoria interna considerando o planejamento, a execução das

auditorias e a qualificação dos auditores internos, buscando verificar a

eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e obter

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informações para melhoria do sistema a fim de promover a evolução

do SGQ nas equipes.

b. Procedimentos de Gestão (PG): São documentos disponibilizados para servir

como base de apoio as equipes para que estas cumpram o alinhamento com

os requisitos do SiAC/PBQP-H e ISO 9001:2008 na condução dos processos

a fim de promover eficiência no gerenciamento dos mesmos. Os PGs e seus

documentos correlatos podem ser utilizados como procedimentos de

referências pelas equipes de obras, no caso de não existência de POs

desenvolvidos para que os processos sejam aprofundados e estejam de

acordo a sistemática utilizada por cada equipe/contrato. Para tanto,

adequações dos PGs à realidade/necessidade de cada equipe devem ser

identificadas e registradas no PQO. Na obra em questão, os procedimentos

serviram como base para os Procedimentos de Obra (PO) de cada setor, que

eram apresentados em formato de fluxograma.

c. Procedimentos de obra (PO): São documentos desenvolvidos, melhorados,

publicados e atualizados por equipes de obras, que descrevem as rotinas

administrativas específicas, na medida em que atendem aos requisitos das

normas ISO 9001 e PBQP-H/SiAC na inexistência de Procedimentos de

Unidade específicos para a equipe e, quando registrar as adequações

necessárias aos PGs existentes gerar textos excessivamente longos no Plano

de Qualidade da Obra (PQO).

d. Procedimento Executivo (PE): Documentos desenvolvidos, melhorados,

atualizados e controlados por equipes de obras que descrevem as rotinas

detalhadas de execução e inspeção dos serviços de construção, identificados

como críticos para o atendimento aos requisitos de qualidade na execução do

produto que será entregue ao cliente.

Os Procedimentos construtivos, além da metodologia de construção, em sua

estrutura continham: o objetivo, os documentos de referência, os equipamentos,

ferramentas, instrumentos e materiais utilizados, as condições iniciais para que o

serviço pudesse se iniciado, a forma de verificação do serviço e uma tabela de

controle de registros aplicados ao procedimento.

4. Plano da qualidade de obras (PQO): Com o objetivo de atender o requisito 7.1.1 do

SiAC/PBQP-H ( e outros requisitos citados ao longo do Regimento do Programa,

como o artigo 28º do Anexo II, por exemplo) as obras desenvolvem este documento

a fim de complementar o Módulo de Engenharia que é o primeiro plano de qualidade

elaborado para a construção do empreendimento.

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O PQO foi escrito pela alta direção da obra, gerente e coordenadores, e em sua

estrutura consta:

i. Apresentação do empreendimento: Ilustração do empreendimento,

apresentando local, características arquitetônicas e planejamento dos macro

processos conforme figura 7.

Figura 7: Planejamento de Macro Processos construtivos definida no PQO.rev02

ii. Macroestrutura: Definida as áreas, responsabilidades e hierarquias. A macro

estrutura sofreu alterações ao longo da obra, a figura 8 apresenta a macro da

revisão 2 do PQO, estrutura que valida por maior tempo na obra. Nessa

estrutura o setor da qualidade pertencia ao setor de sustentabilidade, em uma

iniciativa de integração com as outras normas de gestão, porém a mesma

não foi implementada.

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Figura 8: Macro Estrutura definida no PQO.rev02

iii. Controle de Documentos: Definição de que a elaboração e revisão de

documentos do empreendimento seguem as diretrizes do Procedimento

Corporativo 01 e que o controle será feito por meio de dois registros o

RG.SGQ.16 – Lista Mestra de distribuição de documentos e o RG.SGQ.02 –

Lista Mestra de rastreabilidade, ambos disponíveis para consulta na rede a

todos os membros porem editado apenas pela equipe de qualidade,

concentrando todo o procedimento de controle no setor.

Nota 1: É definido no PC. 01 um sistema de codificação para cada tipo de

documento (Anexo 3). Os registros do empreendimento receberam código

RG.Abreviação do empreendimento.Área ao qual registro pertence.numero

sequencial controlado na lista mestra de registros. Por não ter autorização da

empresa ao citar algum registro neste trabalho não irei por a sigla do

empreendimento.

Nota 2: Ao longo deste trabalho, em imagens ou arquivos, pode-se encontrar

trechos sublinhados sem ter algum destaque relevante ao texto que mereça tal

destaque. Isso se deve a diretriz do PC. 01 que diz que em uma revisão de

documento, quando se há inclusão de texto, o texto incluído deve estar

sublinhado e quando há exclusão no local deve haver o símbolo (...).

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iv. Pessoas: As responsabilidades estão claramente definidas nos mapeamentos

dos processos (Anexo 4). Os mapeamentos de processos foram baseados

nos PG’s e adaptados para rotina da obra, se tornando PO’s. Foram

mapeados todos os setores de apoio.

Nesse item ainda foi apresentado as responsabilidades por elaboração,

validação e aprovação dos principais documentos da obra na tabela 4.

Tabela 4: Responsabilidade na elaboração, revisão, verificação e aprovação dos

documentos do sistema - PQO.rev02

Os critérios e competências para contratações de profissionais que

desempenhavam funções relacionadas aos serviços e materiais controlados

na obra estavam definido no MF – Manual de Funções, documento

coorporativo que podia ser alterado para atender as necessidades da obra.

v. Serviços controlados: Definidos quais processos produtivos seriam

controlados, em quais procedimentos relacionados e onde seria o controle. A

tabela 5 relaciona o procedimento e a ficha de verificação correspondente.

PROCEDIMENTOS DE SERVIÇOS CONTROLE

PE.XXX.01A DESMONTE DO MORROTE ÁREA OESTE (T) *

PE.XXX.01B DESMONTE DO MORROTE ÁREA LESTE (T) *

PE.XXX.02 ESCAVAÇÃO, ATERRO, REATERRO E COMPACTAÇÃO (T) FVS.XXX.02

PE.XXX.03 GABARITO E LOCAÇÃO DA OBRA FVS. XXX.03

PE.XXX.04 REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO (T) FVS. XXX.04

PE.XXX.05 CONTROLE TECNOLÓGICO DE SOLO (T) FVS. XXX.05

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PE.XXX.06 RADIER e SAPATA FVS. XXX.06

PE.XXX.07 MONTAGEM DE FORMA (T) FVS. XXX.07

PE.XXX.08 MONTAGEM DE ARMAÇÃO (T) FVS. XXX.08

PE.XXX.09 CONCRETAGEM (T) FVS. XXX.09

PE.XXX.10 CONTROLE TECNOLÓGICO DE CONCRETO (T) FVS. XXX.10

PE.XXX.11 EXECUÇÃO DE DRY WALL (P, T) FVS. XXX.11

PE.XXX.12 EXECUÇÃO DE AQUAPANEL (T) FVS. XXX.12

PE.XXX.13 REVESTIMENTO CERÂMICO INTERNO FVS. XXX.13

PE.XXX.14 CONTRAPISO AUTONIVELANTE (T) FVS. XXX.14

PE.XXX.15 PISO VINÍLICO (T) FVS. XXX.15

PE. XXX.16 PISO CIMENTADO FVS. XXX.16

PE. XXX.17 FORRO E SANCA DE GESSO (T) FVS. XXX.17

PE. XXX.18 IMPERMEABILIAZAÇÃO (T) FVS. XXX.18

PE. XXX.19 GESSO ESTUCADO (T) FVS. XXX.19 PE. XXX.20 TELHADO VERDE (T) FVS. XXX.20 PE. XXX.21 PAVIMENTAÇÃO EXTERNA (T) FVS. XXX.21 PE. XXX.22 INSTALAÇÃO DE ESQUADRIAS DE PVC (T) FVS. XXX.22 PE. XXX.23 COLOCAÇÃO DE PEDRAS NATURAIS FVS. XXX.23 PE. XXX.24 INSTALAÇÃO DE KIT PORTA PRONTA (T) FVS. XXX.24 PE. XXX.25 INSTALAÇÃO DE PORTA CORTA FOGO - PCF (T) FVS. XXX.25 PE. XXX.26 PINTURAS E TEXTURAS FVS. XXX.26 PE. XXX.27 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS FVS. XXX.27 PE. XXX.28 INSTALAÇÕES ESPECIAIS FVS. XXX.28 PE. XXX.29 INSTALAÇÕES ESPECIAIS (AUTOMAÇÃO) (T) FVS. XXX.29 PE. XXX.30 INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS FVS. XXX.30 PE. XXX.31 INSTALAÇÕES DE INCÊNDIO FVS. XXX.31 PE. XXX.32 INSTALAÇÕES DE EXAUSTÃO MECÂNICA FVS. XXX.32 PE. XXX.33 INSTALAÇÕES DE GÁS FVS. XXX.33 PE. XXX.34 SISTEMA DE DRENAGEM (T) FVS. XXX.34 PE. XXX.35 BANCADAS, LOUÇAS E METAIS FVS. XXX.35 PE. XXX.36 PREENCHIMENTO MECANIZADO DE PAREDE DE DRYWALL UTILIZANDO

CRUPE PROTECT FVS. XXX.36 PE. XXX.19 GESSO ESTUCADO (T) FVS. XXX.19 Tabela 5: Procedimentos controlados pelo empreendimento- PQO.rev02

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Nota 1: Serviços em amarelo são serviços críticos executadas por parceiros

especializados. Serviços tachados ou foram inclusos em outro procedimento ou

não foram utilizados por cancelamento do serviço

Nota 2: (T) – Serviço realizado por terceiro e (P,T) -Serviço que será parcialmente

realizado por mão de obra própria e terceirizada

vi. Materiais controlados: É definido quais os materiais que serão controlados e

forma de controle. Os materiais controlados foram:

1. Areia (Radier)

2. Argamassa Industrializada Ensacada e Argamassa Autonivelante

3. Barras, Fios e telas de Aço

4. Bloco Concreto Simples p/ vedação

5. Brita e Pedrisco

6. Cal Hidratada

7. Chapas de madeira compensada

8. Cimento

9. Concreto Usinado

10. Disjuntores de baixa Tensão

11. Eletrodutos e caixas metálicas

12. Esquadrias

13. Fechaduras e Acessórios

14. Fios e Cabos Elétricos

15. Fôrma Pronta

16. Gesso Ensacado

17. Impermeabilizantes

18. Kit Porta pronta

19. Louças Sanitárias

20. Madeira

21. Metais Sanitários (com ou sem Kits)

22. Painel Treliçado

23. Pedras Naturais

24. Placas de Gesso Acartonado

25. Placa de gesso para forro

26. Revestimento cerâmico

27. Telhas

28. Tintas e texturas

29. Tubos e Conexões

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30. Vidros para Construção

31. Peças Pré - Moldadas

32. Aço Cortado e Dobrado

33. Placa Cimentícia (Aquapanel)

34. Piso Vinilico

35. Pavimento Intertravado

O controle foi feito por documento corporativo denominado TM – Tabela de

materiais (Anexo 5). Nele consta tanto o procedimento para aquisição, quanto

para recebimento e armazenamento do material. No caso de um material

definido como critico não estar relacionado na TM, o mesmo poderia ser

incluso como uma TM da obra e posteriormente enviado a cede para inclusão

definitiva no documento.

vii. Gestão de Instrumentos de Inspeção medição e ensaio: Os Instrumentos de

Inspeção, Medição e Ensaios considerados críticos para os processos

executivos e recebimentos de materiais da obra foram definidos no

PO.SGQ.01 - Controle de Equipamentos de Medição e controlados através

do formulário RG.SGQ.013 - Mapa de Controle de Calibração e Distribuição

de Instrumentos.

Nesse item é determinado a validade para todos os instrumentos: analógicos

calibrados em laboratório externo é de 12 meses passando por vistoria

trimestralmente, e in loco; para os instrumentos digitais calibrados em

laboratório externo é de 24 meses.

Foi definido que os instrumentos utilizados pelas subcontratadas seriam de

responsabilidade das mesmas, portanto deveriam calibrar, fornecer cópia do

certificado para obra e manter integridade dos instrumentos

viii. Processos críticos e Especificidades: Nesse item os gestores definiram os

processos críticos e suas especificidades (tabela 6)

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Tabela 6: Especificidades de processos críticos- PQO.rev02

Também foi definido a forma de controle de serviço. A construtora

desenvolveu um sistema de verificação eletrônica. O sistema tinha como input

a EAP – Estrutura analítica de projeto do planejamento, a fim de integrar mais

a qualidade com a quantidade, e as fichas de verificação (FVS – Anexo 6)

definidas pela produção com apoio da qualidade.

O sistema tinha duas versões: a versão móvel apenas para verificação,

instaladas em aparelhos eletrônicos da obra, e a versão com objetivo de

gestão do sistema e coleta de resultados, instalada no computador. Apesar

de não ser o objetivo, a versão do computador também realizava verificações

e em ambas as versões era possível adicionar fotos ao item.

Há três níveis hierárquicos no sistema:

Verificador: Pode realizar as verificações, atribuir ficha para seu

usuário e emitir relatórios;

Gestor: Além das atribuições de verificador, gere todo o sistema: pode

incluir e excluir ficha e usuário, retirar ficha de verificação da

responsabilidade do usuário, atribuir locais as fichas e distribuir as

fichas na estrutura da EAP.

ESPECIFICIDADE DESCRIÇÃO FORMAS DE CONTROLE

FUNDAÇÃO Necessidade de Rebaixamento Provisório do Lençol

Freático durante o Processo de Execução das Escavações

e Compactação do Solo. Possibilidade de cancelamento.

Relatórios internos

Controle de saída de materiais

Registros topográficos

FORMA Sistema modular com cimbramento tipo DROP HEAD FVS/VES – Ficha de verificação

de serviço

PRESSURIZAÇÃO

E RECALQUE

Sistema convencional: composto por reservatório inferior

e superior, bomba de recalque, e eventualmente, de

gerador;

Sistemas pressurizados: composto por reserva inferior,

sistema de pressurização com bombas dotadas de

variador de frequência e gerador;

Relatórios internos

Relatórios de Ensaios

FACHADA

AQUAPANEL

Utilização de placa cimentícia no sistema de vedação

externa, substituindo os sistema convencional de

alvenaria.

FVS/VES – Ficha de verificação

de serviço

MASSA CRUPE Argamassa mineralizada projetada, aplicada entre

Placas de Drywall, formando as vedações internas.

FVS/VES – Ficha de verificação

de serviço

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Engenheiro: Tem todas as atribuições do gestor mais a possibilidade

de mudar o status de uma não conformidade para conforme resalvas,

após caracterização da resalva.

No momento da verificação o verificador escolhia o serviço ao qual verificar e

aprecia os locais, de acordo com definição da produção e com base no

projeto, que ainda não tinham sido verificados ou estavam não conformes na

primeira verificação. Ao escolher o local aparecia o item a ser verificado, a

metodologia de verificação e a tolerância de aceitação para o item, todas as

informações presentes na FVS.

Inicialmente a Verificação de serviço era do setor da qualidade, porém

passou a ser do setor da produção para melhor tratamento das não

conformidades.

ix. Gestão de equipamentos de produção: Definição e planejamento do uso de

equipamentos de grande porte da obra, como gruas e cremalheiras,

apresentação do plano de manutenção.

x. Planos de Qualificação: Definição de treinamentos necessários para

implementação do sistema de gestão da qualidade, com base nos

procedimentos e programas, e seus envolvidos. A tabela 6 apresenta esta

relação.

Tabela 7: Relação de treinamentos para implementação do SGQ - PQO.rev02

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xi. Objetivos e indicadores: Definido que os Indicadores Corporativos e Específicos

da Obra estão apresentados nos Mapeamentos de cada Processo e que tem

frequência mensal. No Anexo 7 estão os indicadores definidos para o sistema

xii. Gestão de Resíduos: Definição dos tipos de resíduos e estimativa da geração

dos mesmos para cada etapa da obra.

6.3.2. Treinamento

Como definido no plano de qualificação, todo integrante ao entrar na obra passa pela

integração. A agenda da integração reserva uma hora para o setor da qualidade, onde o

técnico ou estagiário apresentava ao novo integrante, subcontratado ou da obra, o setor da

qualidade, o metodologia de verificação de serviço, a política da qualidade juntamente com

os requisitos do cliente e é feito todo um trabalho de conscientização da importância de se

“fazer certo da primeira vez”, de como se fazer e do papel do integrante da qualidade, para

tentar aproximar o novo colaborador, principalmente os da produção, ao setor da qualidade,

que veem o integrante da qualidade como o alguém que inspeciona os serviços somente

para prejudicar aqueles que estão o executando.

Após a integração os integrantes deveriam ser treinados nos procedimentos executivos dos

serviços que trabalhariam em até 5 dias úteis da sua entrada. Porém devido a demanda de

serviço da produção nem sempre o treinamento era realizado no prazo estabelecido.

Por sua vez os gestores, no inicio da implementação, receberam treinamento do manual de

gestão, procedimentos de gestão e de mapeamento de processos para que fossem

definidos os processos de suas áreas. Era responsabilidade dos gestores treinarem suas

equipes em seus processos. Todos da área administrativa e engenharia receberam

treinamento dos procedimentos coorporativos. Com a entrada dos novos integrantes os

treinamentos ocorriam conforme a demanda.

6.3.3. Implantação dos processos

Após mapeados e elaborados os processos foram implementados na área administrativa e

os procedimentos na produção, conforme etapa de obra.

Como dito anteriormente, a verificação de serviço foi iniciada pela equipe de qualidade, que

verificou toda o serviço de estrutura. Com o fim da estrutura o número de serviços aumentou

e se tornou mais especifico, e a verificação passou a ser de responsabilidade da produção.

A equipe de qualidade passou a atuar de maneira mais abrangente com olhar voltado mais

para prevenção e gestão. Passou-se a emitir relatórios semanais da situação do canteiro

como um todo e não apenas na verificação do produto final.

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6.4. Contexto da obra nas auditorias

A obra passou por três auditorias internas de avaliação do sistema da qualidade. Uma no

início para avaliação da implementação, um no meio para avaliação da manutenção do

sistema e uma no final. A obra não foi auditada pelo órgão certificador, para manutenção do

certificado da construtora, pois no período da auditoria externa a obra já tinha sido finalizada

e não foi escolhida pelo auditor.

As deficiências aqui relatadas e analisadas foram retiradas dos relatórios emitidos pelos

auditores internos como resultado das 3 auditorias internas realizadas na obra.

6.4.1. Análise dos resultados da primeira auditoria

A primeira auditoria realizada em outubro de 2013, para verificação da implementação do

sistema de gestão da qualidade, ocorreu com cerca de 3 meses de obra. Na etapa de

concretagem o empreendimento se encontrava com efetivo pequeno, porem apropriado

para a etapa.

Nessa etapa houve registrou de 5 não conformidades:

NC 1) Requisito 4.2.4. Controle de documentos e Registros: a lista mestra de controle

de registros não controlava todos os registros

NC 2) Requisito 8.3. Controle de Produto não conforme: O controle de produto não

conforme falhou, falta de evidência de reinspeção.

NC 3) Requisito 7.5. Operações de produção e fornecimento de serviços: evidenciado

material armazenado em desacordo com a TM.

NC 4) Requisito 7.6. Controle dos dispositivos de medição e monitoramento: Trena

para inspeção e liberação de material não aferida.

NC 5) Requisito 7.3. Projeto: Controle de distribuição de projeto falhou, versão de

projeto em campo em versão anterior ao da lista de controle de projetos.

Foram identificadas 7 observações que representam potenciais não conformidades:

OBS 1) Requisito 4.1. Requisitos Gerais e Requisito 5.4. Planejamento: Foi

recomendado que o planejamento fosse mais detalhado, abrangendo a elaboração de

documentos e prazos e responsáveis para atendimento aos requisitos das normas.

OBS 2) Requisito 8.2.3. Medição e Monitoramento de Processo e Requisito 4.1.

Requisitos Gerais: Foi recomendada uma nova análise para definição de indicadores e

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que fossem tomadas ações corretivas quando, com informação documentada da ação,

quando os mesmos não atingissem a meta.

OBS 3) Requisito 7.4. Aquisição: Foi recomendada nova análise para definição de

critérios de avaliação do fornecedor.

OBS 4) Requisito 7.4. Aquisição: Recomendação para que as ordens de compras dos

materiais obedeçam exatamente as especificações da tabela de materiais.

OBS 5) Requisto 8.5: Melhoria continua: Recomendação para pratica de ação

corretiva e preventiva, aprofundando na análise de causa.

OBS 6) Requisito 7.5. Operações de produção e fornecimento de serviços:

Recomendação para melhor sistemática de identificação de material.

OBS 8) Requisito 7.3. Projeto: Recomendação para definição de registro a ser

utilizado para evidenciar análise critica e verificação de projetos.

O relatório de auditoria também identificou pontos fortes no sistema de gestão da qualidade

da obra: comprometimento e envolvimento da alta direção e de todos os auditados;

liderança proporcionando o engajamento de todos; planejamento e controle da obra; e

infraestrutura.

6.4.2. Análise dos resultados da segunda auditoria interna

A auditoria para avaliar a manutenção da implementação do sistema, ocorreu em agosto de

2014, com mais ou menos 1 ano de obra. A fase da estrutura já tinha sido finalizada e a

etapa construtiva vigente era a vedação vertical e horizontal. No tempo entre a primeira e a

segunda auditoria houve fluxo de movimentação de pessoas impactantes, inclusive a

renovação do coordenador da qualidade, próximo a data da auditoria.

Na etapa houve registro de 19 não conformidades reais (NCR):

NCR 1) Requisito 4.2.3. Controle de Documentos: Controle de documentos falhou,

Mapeamento de processos não constava na lista mestra de documentos.

NCR 2) Requisito 4.2.4. Controle de Registros: Controle de registros falhou, criado

novos registros que não estavam na lista mestra de registros.

NCR 3) Requisito 5.3. Política da Qualidade: a equipe presente na obra desconhecia o

teor da política da qualidade da construtora.

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NCR 4) Requisito 5.4.2. Planejamento da Qualidade: O plano de implantação não

abrange o planejamento de elaboração de todos os documentos.

NCR 5) Requisito 5.6. Análise Crítica da Direção: Não houve reunião para análise

critica do SGQ.

NCR 6) Requisito 6.2. Recursos Humanos: Não há evidencias de treinamentos de

PC01 e PC 02, especificado no Manual de funções como competência para bombeiro

hidráulico.

NCR 7) Requisito 7.2 Processos Rel. ao Cliente : Incompatibilidade de informações em

documentos de Saúde (PCMSO) e Segurança (PPRA).

NCR 8) Requisito 7.3 Projeto e Desenvolvimento: Projetos em campo com versão

anterior ao projeto controlado na lista mestra de projetos.

NCR 9) Requisito 7.4 Aquisição (Materiais): Sem evidencias de especificações do

material no pedido de compras.

NCR 10) Requisito 7.4 Aquisição (Materiais): Fornecedor de materiais não foi avaliado.

NCR 11) Requisito 7.4 Aquisição (Serviços): Gestão de contratos falhou, não foi

evidenciado ART de subcontatados.

NCR 12) Requisito 7.4 Aquisição (Serviços): Não foi evidenciado o registro da ação

tomada sobre o fornecedor avaliado negativamente em 2 meses seguidos.

NCR 13) Requisito 7.5.1 Controle de Serviço: Controle operacional falhou, serviço

executado em descordo com requistos de PE.

NCR 14) Requisito 7.5.3 Identificação e Rastreabilidade: Falha na identificação da

situação de inspeção dos serviços

NCR 15) Requisito 8.2.4 Medição e Monitoramento de Produtos: O registro da

inspeção do serviço critico de Locação de Obras não localizada.

NCR 16) Requisito 8.2.4 Medição e Monitoramento de Produtos: A sistemática de

recebimento e inspeção de materiais falhou.

NCR 17) Requisito 8.3. Controle de Produto não conforme: Não foi evidenciado o

registro da não conformidade, no recebimento de materiais, e das ações tomadas,

inclusive sobre o fornecedor.

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NCR 18) Requisito 8.4. Análise de Dados: Não foi evidenciada a análise de dados dos

indicadores.

NCR 19) Requisito 8.5.2 Ação Corretiva: As ações corretivas tomadas para tratamento

de não conformidades de auditoria não foram eficazes. 03 das 05 não conformidades

se repetiram.

Foram registradas 5 não conformidades preventivas (NCP).

NCP 1) Requisito 5.5.1 Responsabilidade e Autoridade: Recomendado que as

responsabilidades pelas atividades dos processos estabelecidas nos Mapeamentos de

processos sejam por função e não por setor. Risco da atividade não ser realizada.

NCP 2) Requisito 8.2.4 Medição e Monitoramento de Produtos: Recomendado avaliar

disponibilização de mais aparelhos para a equipe da qualidade realizar as inspeções

em campo. Risco de realização de inspeções atrasadas.

NCP 3) Requisito 7.1.2 Planejamento da Obra: Recomendado que fossem feitos

registros da deliberações ocorridas em reuniões internas. Risco de perdas de dados

do negócio.

NCP 4) Requisito 7.5.2 Validação de Processos:Recomendado melhor avaliação no

processo de revisão de procedimentos executivos. Risco de não alcançar resultados.

NCP 5) Requisito 8.2.4 Medição e Monitoramento de Produtos: Recomendado

reavaliar sistemática de inspeção. Risco de não realização das inspeções necessárias.

A conclusão do auditor foi:

“O Sistema de gestão da obra foi auditado de forma amostral como deve ser todo o

processo de auditoria. Buscou-se nesse evento práticas de gestão no que se refere

ao controle da execução dos serviços, controle sobre fornecimentos e fornecedores,

controle sobre equipamentos, monitoramento e medição de produtos e processos,

análise de dados e ações corretivas e preventivas necessárias à constatação da

conformidade do sistema de gestão.

Foram encontradas 19 não conformidades e 05 Observações que deverão ser

tratadas para melhoria dos processos, produtos e do sistema de gestão como um

todo.

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O processo de tratamento de não conformidade carece de maior atenção, pois, foi

constatado que o mesmo não é eficaz o suficiente para evitar que não conformidades

se repitam. Das 05 não conformidades da auditoria anterior, 03 voltaram a acontecer.

Como ponto crítico observado durante a auditoria ressaltamos a fragilidade no

controle da execução e inspeção dos serviços de fachada Aquapanel.

Recomendamos executar o processo de validação do mesmo já que algumas

características só poderão ser aferidas após a entrega e utilização do imóvel.

Recomendamos ainda uma forte intervenção no processo de utilização do sistema

Verificação Eletrônica de Serviço como ferramenta de inspeção para que seja

possível rastrear os dados e garantir a conformidade do produto.

No que tange a Materiais recomendamos maior organização dos registros de

recebimento e destinar a área de almoxarifado apenas para os materiais que serão

utilizados na obra e não ocupá-lo com sobras de outras obras. Deve-se pensar em

formas de inspeção dos kits de modo a não precisar abri-los durante a inspeção de

recebimento.

A análise dos dados do sistema, incluído o desempenho dos processos de execução

dos serviços controlados, desempenho de fornecedores, Materiais, resultado de

auditorias, deve ser feita de forma sistemática para avaliar onde melhorias contínuas

podem ser realizadas.

Como pontos positivos, ressaltamos:

a. Alto grau de comprometimento e envolvimento da Alta direção da obra e dos

auditados;

b. Ambiente de trabalho;

c. Coragem para inovação;

d. Utilização de princípios da “lean construction” de redução de atividades que não

agregam valor, pré-fabricação, flexibilização, etc.”

6.4.3. Análise de resultados da terceira auditoria

Realizada em maio de 2015, quando a obra já se encontrava em etapa de acabamento e

conclusão. Os serviços eram de acabamento nos apartamentos e infraestrutura no

embasamento. A equipe administrativa se encontrava reduzida, os coordenadores já não

mais participavam ativamente da obra, estando responsáveis por um novo empreendimento,

e a produção com demanda no pico, pois a obra se encontrava em atraso. Em alguns

setores os responsáveis eram estagiários e em outros auxiliares administrativos. O resultado

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da auditoria não foi divulgado para a obra, ficou apenas a nível estratégico, mas em reunião

final, o auditor concluiu que nessa etapa o sistema de gestão da qualidade ocorria em

paralelo com sistema de gestão da obra, o que era preocupante, já que em no mês seguinte

seriam iniciados os check lists de verificação com o cliente para entrega de apartamento.

6.5. Deficiências

A partir do contexto da obra, resultado das auditorias e quadro de relação das não

conformidades (Anexo 8), foram levantadas e analisadas, pelo autor, as principais

deficiências do sistema da qualidade que de alguma forma influenciaram dificultando a

implantação e manutenção do mesmo.

a. Deficiência no controle de registros

O controle de registro não foi atendido nas três auditorias, duas registradas nesse trabalho e

uma vivenciada pelo autor na terceira auditoria. O controle de todos os registros da obra era

concentrado em apenas uma pessoa da equipe da qualidade que mantinha o conhecimento

do procedimento de controle de documentos, mas esse colaborador não criava ou alterava

os documentos de outras áreas, somente da qualidade. Isso não só dificultou o controle

dento da sua área como retirou a responsabilidade do gestor e integrantes de cada área

pelo seu controle. A versão da ABNT NBR ISO 9001:2015, em vigência, acaba com o

conceito de responsável pela qualidade, o que pode facilitar na resolução dessa deficiência,

pois todas as pessoas passam a ter papel fundamental no item de requisitos e

documentação

Além das não conformidades reais de falha, houve também risco de perda de dados do

negócio. Como os processos da indústria da construção civil é dinâmico, muitas das

decisões são ditas, mas não registradas, o que causa perda de informação, conflitos de

interesse, e falha na comunicação pois não há registros que comprovem prazos e custos

renegociados, por exemplo. Há necessidade de mudar a cultura do gestor do processo, de

que tudo que se é acordado tem que ser registrado. Para estar em acordo com requisito da

norma é necessário que esse registro esteja mapeado e controlado.

b. Deficiência no controle de projetos

Está é mais uma não conformidade sistêmica. O item projeto foi citado no capitulo 3 como

peculiaridade da construção civil, onde tratamos do envio do projeto para obra depois que a

mesma se inicia, da falta de compatibilização entre as disciplinas e do afastamento entre o

projetista e a obra.

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Quando o projeto vai para obra o mesmo tem que ser controlado e distribuído entre todos os

lideres de processo ao qual se enquadra a disciplina do mesmo. Na obra em questão cada

uma das quatro torres tinha um responsável de cada nível hierárquico: 1 engenheiro da

torre, 1 encarregado da construtora, 1 estagiário e um encarregada da subcontratada de

serviço especializado, quando aplicável, além do engenheiro responsável pela produção e 1

mestre. A distribuição para os engenheiros era feita via programa de armazenamento na

nuvem, onde os projetos eram consultados via aparelhos eletrônicos, já para os

encarregados e mestres era do modo convencional via papel. No entanto há projetos que

sofrem revisão com frequência muito grande, e nem sempre os encarregados das

subcontatadas, onde foram evidenciadas as não conformidades, tem fácil acesso ou mesmo

comprometimento dos colaboradores da construtora, não devolvendo o projeto quando

solicitado.

c. Deficiência na aquisição e controle de material

O processo de compras foi pensado, definido e realizado por uma única pessoa com função

administrativa. Não houve participação do gestor para definição de especificações e a falta

de conhecimento da norma, somado a demanda operacional do colaborador gera a falta de

comprometimento com o sistema de gestão.

Na ultima auditoria vivenciada pelo autor o processo de compras foi o que mais apresentou

paralelismo com o SGQ, pois para atender a demanda da produção, que estava com o

cronograma em atraso, passou a atender pedidos de compra emergenciais, não seguindo o

processo desenhado pela organização e adaptada para obra, tonando a não conformidade

parte da rotina. Esse exemplo mostra o como estrutura produtiva da indústria da construção

civil funciona de maneira equivocada, os apoios tem que correr atrás para cumprir as

demandas da linha, ao invés de se seguir o planejamento e apoio deixar os recursos

necessários para a produção produzir o produto.

Ainda em relação a material, a obra enfrentou dificuldades no recebimento dos recursos. A

equipe composta por três funcionários não aceitou que o processo de inspeção e registro de

recebimento deveria ser feito por eles, que já tinham que distribuir, identificar, proteger,

rastrear e manter organizado o material no canteiro.

Conforme o inicio da construção do embasamento, a perda de espaço no canteiro foi grande

e ficou definido que dentro das torres a equipe de produção seria responsável pelo

armazenamento, porém o transporte até a torre era de responsabilidade do almoxarifado.

No entanto esse processo causa falha na rastreabilidade e controle de estoque, causando

perdas imensuráveis.

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d. Deficiência no processo de inspeção do produto

O processo de inspeção não consegue acompanhar o processo de produção. A equipe, por

melhor dimensionada que ela esteja, não é suficiente para inspecionar em caráter amostral

que garanta a qualidade do produto final, já que a equipe de produção é bem maior.

Além disso, a equipe de verificação da obra tanto na parte da qualidade quanto da

produção, estavam em sua primeira obra, não tendo know how para avaliação além da falta

de entendimento da importância da verificação. A produção encarava a verificação como

avanço físico e não qualitativo.

Essa inexperiência refletiu também na definição das tolerâncias das Fichas de verificação,

definidas por estagiários.

e. Deficiência no treinamento

Na RNC 12 e RNC 03 demonstra que o treinamento não agiu de forma eficaz. O PQO

definiu que o todo integrante passa pela integração e cinco dias após deve receber o

treinamento no procedimento do serviço que irá aplicar. No entanto o treinamento não

conscientizou a mão de obra, principalmente a subcontratada, que não se vê como parte da

empresa. É necessário fazer, além do treinamento, um trabalho de conscientização e

aproximação com os lideres de processo produtivo, subcontatadas e construtoras.

f. Deficiência na definição de processos

A abordagem da norma é baseada em processos, e para a mesma ter sucesso é necessário

fazer um bom mapeamento dos processos críticos para implementação e suas

interdependências. Para isso é necessário aprofundamento e participação dos gestores, não

só nos seus processos, como nos processos de seus pares.

A obra em questão aplicou alguns novos processos produtivos, como a parede de alta

performance e a vedação externa com Aquapanel. Porém o processo produtivo não foi bem

definido e planejado, apresentando desacordo entre a equipe especializada responsável

pelo serviço e construtora.

Os objetivos tem que estar claros e estabelecidos, assim como todas as saídas. No

procedimento executivo, por exemplo, tinha a metodologia de construção e os registros da

qualidade, mas não havia os registros de controle da produção e nem da equipe de

segurança, apesar de ambas participarem do processo e terem saídas conhecidas.

g. Deficiência na Análise de causas não baseadas em fatos

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O sistema de gestão dessa obra teve muitas não conformidades sistêmicas produtivas, além

das administrativas vistas em auditoria. Isso ocorria pela falta de conhecimento do gestor no

sistema de gestão e nas ferramentas oferecidas por eles para estudo de causa raiz.

Portanto os mesmos não eram feitos, assim como os indicadores não eram analisados para

tomada de decisões.

6.6. Considerações Finais do estudo de caso

Através da vivencia do autor e entrevistas realizadas por dois colaboradores do

empreendimento, é possível apontar que o comprometimento e conhecimento do sistema de

gestão da qualidade, principalmente da alta direção, faz toda a diferença para sanar as

deficiências na implementação do sistema de gestão da qualidade.

Em entrevista, um dos colaboradores da obra afirmou que “a maior dificuldade é a falta de

comprometimento prático com a implementação do programa da qualidade e com sua

avaliação, pela alta Direção, que se limita a definir a Política da Qualidade. Isso, hoje, ainda

é ocasionado pela falta de conhecimento da norma, entendimento do significado, e

necessidade de tempo para alcance dos resultados”. O entrevistado ainda ressalta que na

indústria da construção civil a cada novo projeto, uma nova Equipe se forma, e todo

processo de aprendizado é reiniciado, não podendo comprovar se houve melhoria nos

processos implantados pela equipe anterior que foram finalizados. Ou seja, o ideal para

comprovação efetiva de um bom resultado ou não seria manter equipes e métodos, para

aplicação da gestão de conhecimentos e lições aprendidas, porém essa é uma solução

muito difícil de ser implementada uma vez que uma das peculiaridades da indústria é a alta

rotatividade e a diferença de metodologias de processos produtivos.

Outro dos colaboradores entrevistados, que exercia papel de liderança na linha produtiva,

ainda ressalta que na obra analisada ainda teve um novo processo produtivo que foi

executado por empresa contratada: “devido a não experiência na execução do projeto,

ficamos à mercê de pessoas que tinham a prática, mas não tinham a experiência em

execução, ou seja, os profissionais executavam bem o trabalho deles, mas não tinham

experiência em leitura de projetos e nós, que tínhamos esta experiência, confiamos demais

neles; em uma das torres comecei a identificar os problemas e tratei de cuidar para que os

mesmos não se repetissem na outra torre a qual eu estava responsável. Mas para a vida

profissional valeu muito a pena, pois aprendi que por melhor que seja o profissional ele

sempre deverá ter o acompanhamento dos demais responsáveis pela edificação; prova

disso é que em outro empreendimento tomamos todos os cuidados para que saísse tudo

dentro dos conformes”.

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A relação com os subcontatados é muito frágil, é necessário procurar fornecedores que tem

o mesmo foco que a construtora em relação qualidade e atendimento a requisitos tanto

normativos quanto legais. Se as construtoras continuarem subcontratando empresas cujo

único objetivo é a entrega de obra, e não cobrar da alta direção da empresa contratada o

compromisso com o sistema da obra, não será possível conscientizar o subempreiteiro.

Apesar do grande numero de documentos criados pela construtora, a mesma deixava o

sistema em aberto para adaptação, criação ou até exclusão dos mesmos, com exceção dos

Procedimentos Corporativos. No entanto, o controle desses documentos gerou mais

consequências do que benefícios, umas fez que a etapa de planejamento não foi executada

adequadamente. Os documentos e modelos de registros, assim como a análise de projetos,

foram feitos quando já se existiam demandas mais urgentes por parte da produção. A

informação, assim como a implantação do sistema, se perdia.

A perda de informação aliada a falta de comprometimento, tornou as tomadas de decisões

falhas e ineficientes. As reuniões somente exerciam função de tomadas de ações

dispositivas. As ações corretivas e preventivas não foram praticadas.

Os gestores têm conhecimento técnico satisfatório de seus processos, porém não tem o

conhecimento prático do sistema de gestão da qualidade e suas ferramentas, e em algumas

situações ainda falta o conhecimento teórico, o que compromete a integração do SGQ a

rotina do processo, consequentemente a melhoria contínua. É necessário fazer um

programa de treinamento e conscientização, onde, a parte da mão de obra qualificada se

comprometa e entenda os objetivos e benefícios do sistema. É preciso mudar o modo de

pensar do topo hierárquico para mudar o modo de pensar da linha produtiva e fazer com

que todos estejam comprometidos no mesmo nível com a qualidade. A cultura da industria

da construção civil precisa ser mudada.

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7. Conclusões

O mercado está cada vez mais exigente e competitivo. A indústria da construção civil

precisa acompanhar evoluir ou acabaremos regredindo. A inclusão das três metodologias de

conformidade na indústria mostra que a indústria quer se adaptar, mas para isso ocorrer é

necessário uma implementação correta e consciente por parte dos engenheiros.

No estudo de caso não foi possível analisar as dificuldades de implementação das normas

de Desempenho, uma vez que o projeto do empreendimento foi desenvolvido antes da

aprovação da mesma e a construção iniciada em 2013, ano em que norma entrou em

vigência. Os requisitos para essa norma são mais técnicos, tendo aplicação principal na

etapa de projetos, do que gestão e trazem a indústria da construção civil novos desafios.

As deficiências na implementação do SGQ, no que tange as normas ABNT NBR ISO 9001 e

SiAC/PBQP-H, que geraram dificuldades na manutenção e operação do sistema apontadas

nesse trabalho são:

a. Deficiência no controle de registros

b. Deficiência no controle de projetos

c. Deficiência na aquisição e controle de material

d. Deficiência no processo de inspeção

e. Deficiência no treinamento

f. Deficiência na definição dos processos

g. Deficiência na Análise de causas não baseadas em fatos

Observou-se que um efeito comum dessas deficiências esta relacionado aos requisitos

documentação. Os colaboradores e demais envolvidos na indústria da construção civil, têm

em comum a opinião de que a implementação do sistema insere um alto grau de

burocratização dos processos envolvidos, devido à quantidade de documentos gerados. Em

suma, os requisitos das normas pedem planejamento e informação documentada, esta

ultima com função de comprovar que o planejamento foi cumprido e, se não cumprido, a

ação que foi realizada. O modo como ocorrerá o cumprimento desses requisitos fica a cargo

da organização, e é nesse ponto que o sistema torna-se burocrático.

Na visão do autor, se for utilizado mais recursos na etapa do planejamento, para melhores

definições de metas, identificações dos processos, análise de projetos, elaboração de

layouts para armazenamento de materiais nas diversas etapas da obra e olhar à longo

prazo, por exemplo, essa burocratização será extinguida e o implementação ocorrerá de

forma natural. O que ocorre atualmente é justamente o oposto, a etapa de planejamento é

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incompleta, ocorre de maneira rápido e macro, não se atentando aos detalhes e

peculiaridades, e os recursos são alocados, em sua maioria, na etapa da execução, que

ainda herda as pendências da etapa de planejamento. O que era para ser somente

operacional, com execução e adaptações de melhoria, passa a ser trabalhoso, cansativo e

desnecessário para o colaborador.

O enfoque no planejamento pode facilitar a aceitação dos colaboradores, que são

essenciais, para a implementação do sistema de gestão da qualidade. Mas para chegarmos

a esse ponto é necessário o comprometimento da alta direção que tratado no estudo de

caso, pois é papel e responsabilidade da liderança o planejamento e conscientização da

importância do sistema.

No entanto, este trabalho não aponta todas as deficiências que a indústria da construção

pode apresentar. Como proposta de novos trabalhos para complementar e apoiar na

melhoria continua da indústria sugiro:

a. Principais reclamações dos clientes que poderiam ser resolvidos com o SGQ

b. Influência da norma desempenho na qualidade total e satisfação do cliente

c. Estudo de causa raiz das deficiências de implementação que causam dificuldades na

manutenção do sistema

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Anexo 1 : Quadro de Requistos do SGQ para o nível do SiAC/PBQP-h

Nota: A letra “X” da coluna “níveis” indica os requisitos exigíveis no presente nível de

certificação e no nível anterior. O nível “A” atende integralmente as exigências da NBR ISO

9001, podendo a empresa construtora solicitar certificação simultânea à certificação segundo

este referencial normativo.

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Anexo 2 : Plantas Arquitônicas

Pavimentos tipos Torre 1, 2 e 3

Pavimentos Térreo Torre 1

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Pavimentos Térreo Torre 2

Pavimentos Térreo Torre 3

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Pavimentos Tipo Torre 4

Pavimentos Térreo Torre 4

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Anexo 3 : Codificação de documentos previsto no procedimento de controle de

documentos

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Anexo 4: Mapeamento da Qualidade

Logo da construtora e do

empreendimento

Código

XXX

X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X X

X

X

X

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Anexo 5 : Tabela de Materiais

Logo da construtora

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Anexo 6 : Ficha de Verificação de Serviço

Logo da construtora

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Anexo 7 : Definição dos Indicadores do Empreendimento

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Anexo 8 : Tabela de não conformidades das auditorias

Item da

norma

Descrição dos requisitos a norma de referência ISO 9001-

2008 e PBQP-h

Auditoria 1 Auditoria 2

4.1 Requisitos Gerais

OBS 01: Recomendamos que o planejamento de implantação seja mais detalhado para contemplar não só a elaboração dos procedimentos de execução de

serviços, mas também estabelecendo responsáveis e prazos para atendimento de cada requisito do sistema de gestão, etapas de homologação do procedimento,

treinamento das equipes, aplicação efetiva dos procedimentos e atividades de verificação.

OBS 02: Recomendamos que os indicadores de

processos possam demonstrar a capacidade dos processos em alcançar os resultados planejados. E

que ações corretivas sejam tomadas quando os resultados não forem alcançados, mantendo evidencias

das ações tomadas.

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4.2 Requisitos de Documentação

RNC 1: Não foi evidenciado, na lista mestra de controle de registros, os controles para o registro de análise critica de projeto em desacordo com o item 4.2.4 da

norma ISO 9001 e PBQP-H.

RNC 01: O controle de documentos falhou: Os Mapeamentos dos Processos (fluxogramas) que

estabelecem os procedimentos a serem seguidos, não constam da lista mestra de documentos RG .SGQ 001

RNC 02: O controle de Registros falhou: Evidencias

Objetivas - Foi criado um registro de recebimento diferente da TM sem que o mesmo tenha sido contemplado na lista de

controle de registro. - Os registros de qualificação/homologação de

fornecedores não são controlados pela tabela de controle de registro RG.COM 007.

RNC 21 - RISCO - Perda de dados do negócio

Algumas ações necessárias oriundas das reuniões mensais de custos são levadas ao relatório de reunião

de coordenação Mensal (janeiro a julho 2014). Recomendamos que todas as deliberações tomadas

nas reuniões de custo e planejamento sejam registradas em documento específico para melhor rastreabilidade

da informação.

5.3 Politica da qualidade

RNC 03: Política da Qualidade da Organização não é comprendida pelos terceiros: Em entrevista com o Encarregado da empresa X o mesmo não soube explicar a Politica da Qualidade da organização

RNC 04: O plano de implantação do sistema de gestão não assegura a a conformidade do sistema em atender

as normas. - O plano de implantação do sistema de gestão não prevê a elaboração dos procedimentos

executivos de serviços críticos que ainda irão começar

5.4 Planejamento OBS 01

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5.5 Responsabilidade Autoridade e Comunicação

RNC 19: RISCO - Atividade não ser realizada Recomendamos que as responsabilidades pelas

atividades dos processos estabelecidas nos Fluxogramas sejam por função e não por setor

5.6 Análise crítica RNC 5: A semestralidade para reunião de análise critica do sistema pela alta direção não foi cumprida - Não foi evidenciado ultima reunião de análise critica 03/12/13.

6.2 Recursos Humanos

RNC 6: Os treinamentos requeridos no Manual de Funções não são realizados - O Manual de Funções

que define as competências para o Bombeiro Hidráulico requer treinamento do mesmo nos procedimentos PC01 e PC 02, os registros que comprovam esse treinamento

não foi evidenciado.

7.2 Processo Relacionado ao Cliente

RNC 7: O Atendimento a requisitos legais falhou - Evidencias Objetivas

- Não foi evidenciado no PCMSO 17/02/14 e PPRA 05/08/14 a definição de exames para a função de

coordenador da qualidade. - Os grupos homogêneos de exposição definidos no

PPRA não são iguais aos GHEs do PCMSO - GHE 09 PPRA refere-se a Motorista, Meio oficial, Soldador e

Caldereiro e o GHE 09 do PCMSO refere-se a Técnico de Enfermagem do Trabalho e Médico do Trabalho.

7.3 Projeto

RNC 05:O controle de distribuição de projetos falhou. Evidenciado que o projeto da forma do térreo

encontrava-se no campo com a ver 06 enquanto que na lista mestra de projetos o mesmo encontra-se na ver 07

contrariando o requisito de controle de documentos 4.2.3 da ISO 9001 e PBQP-H e o Mapeamento de

Processo RG.SGQ.001 ver 00

OBS 08:a. Recomendamos definir melhor qual registro será utilizado para evidenciar análise critica e

verificação de projetos. Também recomendamos avaliar os indicadores de monitoramento do processo de

RNC8:Controle de projetos falhou. - Evidencias Objetivas- Evidenciado que o projeto de

impermeabilização IMP-PE -017 no na lista mestra o projeto tem rev 01 enquanto que no projeto o mesmo tem rev 02.- IMP-PE-002 na Lista mestra ver 03 e no Projeto ver 02- Projeto elétrico ELE -LO-102 na Lista

Mestra está na ver 03, no projeto ver 01 e no Dropbox ver 00.

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projeto para que possam demonstrar a eficácia do processo

7.4 Aquisição

a. OBS 04: Recomendamos definir melhor os critérios de avaliação de fornecedor. Também rever a meta de

90% para avaliação de fornecedores tendo em vista que se trata de requisito normativo que precisa ser 100%

cumprido. Os critérios apresentados na nova metodologia precisam ser mais precisos em relação ao que se quer avaliar, ex: Prazo – O que seria um bom prazo? Qualidade: o que seria uma qualidade boa, ou

seja deixar claro para o avaliador cada item de avaliação estabelecido para que não seja necessário

interpretações.

RNC 9: A especificação para compras falhou - Não foi evidenciado no pedido de compras 4055 de

Revestimento Cerâmico a especificação da tonalidade e abrasão contrariando a TM ver 02. Também no Pedido

de compras 3084 par aquisição de material hidro sanitário não especifica para o fornecedor que a entrega

do material deve ser em forma de Kits.

RNC 10: O fornecedor de Kits não foi avaliado em seus fornecimentos conforme requer a norma PBQP-H - O fornecedor Merc Kit que fornece Kits para instalações Hidro sanitária não foi avaliado no período de abril a

julho 2014

RNC 11: A gestão de Contratos falhou - Não foi evidenciado a ART do Fornecedor X e Yestação de

serviços dos mesmos.

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7.5 Operações de produção e fornecimento de serviços

OBS07: Recomendados avaliar a sistemática de identificação das peças de aço após sua pré-montagem para assegurar a sua identificação durante o manuseio

da peça.RNC 03: a. O armazenamento de materiais falhou. Evidenciado eletrodutos armazenados

verticalmente em desacordo com a TM. 20 ver 00.

RNC 12:O controle Operacional falhou - Evidencias Objetivas:- O procedimento PE 12 ver 02 requer que a

fixação dos pinos nas guias sejam desencontrados “quando necessário”, as pessoas entrevistas não

souberam dizer em que situação esse procedimento era necessário. Entrevistados o executor, a técnica da empresa X responsável pelo acompanhamento dos serviços e o engenheiro responsável pela Bloco.- A

distancia de vários montantes em relação ao perfil guia de teto e piso ultrapassam 5mm contrariando o

procedimento PE- 12 ver 02- No 2º. Pavimento do Bloco 2 a os pinos para fixação de guias para paredes de

drywall estão distantes entre si de 93 cm em desacordo com o procedimento PE 11 ver 00 que requer no máximo 60 cmRNC 13: Falha na identificação da

situação de inspeção dos serviços - Evidenciado que os registros de inspeção de serviços realizados no VES não garantem a identificação e Rastreabilidade do

serviço. Os registros de inspeção não são lançados no momento da inspeção. Também a estrutura montada

para localização dos elementos e locais inspecionados não são apropriados: As inspeções das instalações elétricas são realizadas por apartamento e o VES

encontra-se por coluna.RNC 22: RISCO - Não alcançar resultados planejadosRecomendamos a validação do

processo de fachada Aquapanel. O processo de execução da fachada foi modificado sem que tenha sido

registrado para futura validação. Mudança dos pinos, mudança da forma de cortar o Tyvec, Deixar Montantes

sem fixação para ajustes das placas nos vãos.

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7.6 Controle dos dispositivos de medição e monitoramento

RNC 04:Evidenciado que a trena utilizada pelo auxiliar de almoxarifado durante a inspeção no recebimento de

chapas compensadas, não estava aferida em desacordo com o item 7.6 da norma PBQP-H e ISO 9001

OBS 05: Recomendamos que as Ordens de compra de materiais obedeçam exatamente as especificações para

compra estabelecidos na Tabela de Materiais como: granulometria da areia, tipo do cimento, dimensões de

peças, etc. Também recomendamos que seja estabelecida uma sistemática que assegure a aprovação do fornecedor

pelo responsável do processo.

8.2.3 Medição e Monitoramento de Processo

OBS 02

8.2.4 Medição e Monitoramento de Produto

RNC 14 : O registro da inspeção do serviço critico de Locação de Obras não localizada - Não há registros de

verificação e aprovação da locação da obra em desacordo com o PBQP-H

RNC 15: A sistemática de recebimento e inspeção de

materiais falhou - Evidencias Objetivas: - Evidenciado que o aço NF 39530 e 39539, foi

inspecionado em relação ao prazo de validade enquanto que esse item não se aplica ao material.

- As Placas cimentícias também foram inspecionadas em 08/07/14 em relação ao prazo de validade enquanto

este item não se aplica ao material. - Não foram definidos critérios de inspeção e

armazenamento para os Kits de Instalações elétricas e Hidro sanitárias contrariando o item 8.2.4 do PBQP-H

RNC 20: RISCO - As inspeções não serem realizadas

em momento apropriado

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Recomendamos avaliar a possibilidade de disponibilizar mais tabletes para a equipe da qualidade realizar as

inspeções em campo.

8.3 Controle de Produto não conforme

RNC 02: O controle de produto não conforme falhou. O Pilar 14 foi concretado em 20/11/13 sem que houvesse

evidencia da sua reinspeção após a correção do problema identificado na ficha de verificação de serviço

de 14/11/13 em desacordo com o item 8.3 da norma ISO 9001 e o PBQP-H.

RNC 16:O controle de produto não conforme falhou. - Em entrevista com o auxiliar de almoxarife, o mesmo

afirmou ter recebido alguns kits de material hidro sanitário com peças faltante. Não foi evidenciado o registro da não conformidade e das ações tomadas,

inclusive sobre o fornecedor.

8.4 Análise de Dados

RNC 17: Falha na análise de dados de monitoramento de processo - Não foi evidenciada a análise de dados

dos indicadores do almoxarifado - RG.SGQ.012 e ações corretivas para as metas não alcançadas. Também a

métrica definida para o indicador de Regularidade não é compatível com o que se quer medir e o indicador de

nota fiscal requer monitoramento semanal e a coleta de dados é mensal

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8.5.2 Ação Corretiva

RNC 18:O tratamento de não conformidade falhou. - As ações corretivas tomadas para tratamento de não

conformidades de auditoria não foram eficazes. 03 das 05 não conformidades (RNC 10, RNC 11 e RNC 07) se

repetiram nessa auditoria

8.5.3 Ação Preventiva

OBS 06: Recomendamos que seja praticado os conceitos de ação corretiva e preventiva aprofundando

a análise de causa para que as ações possam ser eficazes e proporcionar a melhoria contínua.