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    CURSO DE PS-GRADUAO

    INSTITUTO EDUCACIONAL ALFA

    APOSTILA:

    DEFICINCIA VISUAL

    MINAS GERAIS

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    CARACTERIZAO DO ALUNADO COM

    DEFICINCIA VISUAL

    Deficincia refere-se a qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou

    funo psicolgica, fisiolgica ou anatmica, podendo resultar numa limitao ou

    incapacidade no desempenho normal de uma determinada atividade que, dependendo

    da idade, sexo, fatores sociais e culturais, pode se constituir em uma deficincia.

    Desta forma, uma doena ou trauma na estrutura e funcionamento do

    sistema visual pode provocar no indivduo a incapacidade de "ver" ou de "ver bem",

    acarretando limitaes ou impedimentos quanto aquisio de conceitos, acesso

    direto palavra escrita, orientao e mobilidade independente, interao social e

    ao controle do ambiente, o que poder trazer atrasos no desenvolvimento normal.A criana deficiente visual aquela que difere

    da mdia a tal ponto que ir necessitar de professores

    especializados, adaptaes curriculares e ou materiais

    adicionais de ensino, para ajud-la a atingir um nvel de

    desenvolvimento proporcional s suas capacidades.

    Os alunos com deficincia visual no

    constituem um grupo homogneo, com caractersticas

    comuns de aprendizagem, sendo tambm, um erro

    consider-los como um grupo parte, uma vez que suas necessidades educacionais

    bsicas so, geralmente as mesmas que as das crianas de viso normal.

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    Os portadores de deficincia visual apresentam uma variao de perdas que

    podero se manifestar em diferentes graus de acuidade visual que pode ir desde a

    ausncia da percepo de luz at 0,3 (Snellen), conforme detalhado nas definies

    mdica e educacional.

    No trabalho com crianas cegas ou portadoras de viso subnormal h

    necessidade de um conhecimento prvio de cada caso, para elaborao de um plano

    educacional adequado s caractersticas e necessidades do educando. Algumas

    informaes importantes devem ser colhidas junto aos pais ou responsveis pela

    mesma, as quais sero posteriormente ampliadas ou rejeitadas de acordo com o

    desenvolvimento das atividades no contato direto com o aluno.

    Desta forma, alm dos efeitos diretos da deficincia sobre o indivduo,

    segundo Lowenfeld e Ochait, algumas variveis intervenientes afetam o grau da perda

    visual, dentre elas Scholl (1982) destaca: a idade em que se manifestou o problema

    visual, forma de manifestao, etiologia, tipo e grau de viso, nos casos em que existe

    algum resduo de viso.

    a) Idade em que Manifestou o Problema Visual: uma criana com cegueira

    congnita depender da audio e do tato para adquirir conhecimentos e

    formar imagens mentais, enquanto uma criana cuja cegueira ou perda

    acentuada da viso ocorra depois do nascimento, poder reter imagens

    visuais e ser capaz de relacion-las com as impresses recebidas pelos

    outros sentidos. No entanto, segundo LOWENFELD (1963), aquelas que

    perdem a viso antes dos cinco anos, no so capazes de reter imagens

    visuais.

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    Outro ponto a ser considerado se a deficincia ocorreu antes ou depois da

    alfabetizao, uma vez que poder haver maior resistncia ou dificuldade

    para a aceitao da escrita braille. Tais informaes so importantes, tanto

    para os aspectos educacionais, quanto pelos efeitos emocionais que o

    aparecimento da deficincia pode causar no indivduo, conforme o perodo de

    desenvolvimento em que se encontra.

    b) Forma de Manifestao: a criana ou

    jovem de baixa viso que vai

    perdendo-a progressivamente,

    poder estar melhor preparada para

    a aceitao da perda total, enquanto

    aqueles que a perdem subitamente,

    podem ter reaes diferentes,

    requerendo apoio e compreenso por

    mais tempo para poderem aceitar sua nova condio; embora em ambos os

    casos seja comum o aparecimento de problemas ou interferncias no

    ajustamento emocional.

    No entanto, a experincia tem mostrado que, tanto no trabalho com crianas,

    jovens ou adultos com perda recente de viso, um fator importante para a

    obteno de melhores resultados, a aceitao da deficincia pelo indivduo.

    Enquanto este no se convencer de ser portador de uma incapacidade, s

    vezes, irreversvel e que dever conviver com ela, qualquer programa, por

    melhor elaborado e conduzido que seja, estar fadado ao fracasso.

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    c) Etiologia: h certos tipos de afeces que precisam ser cuidadosamente

    observadas e controladas, o glaucoma congnito, por exemplo, alm de

    doloroso, em certas ocasies, poder interferir na conduta da criana; por

    outro lado, os cuidados especiais recomendados para certos tipos de

    patologias ou problemas adicionais que a criana possa ter, podero provocar

    na mesma comportamentos diferentes.

    Por outro, certos problemas decorrentes de doenas sexualmente

    transmissveis, podero causar interferncias no relacionamento entre os pais

    e com a prpria criana.

    Outro aspecto que poder interferir no grau de eficincia visual, a

    iluminao, uma vez que existem patologias que requerem pouca luz,

    enquanto outras necessitam de muita iluminao. Cabe ao professor observar

    e decidir com o aluno qual o melhor lugar para ele ficar na classe.

    No que se refere iluminao, oportuno lembrar que os casos de catarata,

    glaucoma, aniridia, ceratocone e albinismo, respondem melhor quando h

    menor intensidade de luz, enquanto alguns erros de refrao, a retinose

    pigmentar, a atrofia ptica e degenerao macular requerem maior

    quantidade de luz para estimular as clulas da fvea (componente do sistema

    visual) e melhorar a clareza e agudeza visual. No entanto, podero ocorrervariaes entre dois indivduos com a mesma etiologia, onde um poder exigir

    maior, e outro, menor quantidade de luz (BARRAGA, 1971).

    d) Tipo e Grau de Viso Residual: o grau de viso subnormal, acrescido do tipo

    de afeco existente poder causar interferncias no aproveitamento do aluno

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    devido ao esforo que poder fazer na tentativa de querer enxergar mais do

    que realmente pode, provocando tenso, tanto fsica, quanto emocional.

    A necessidade do uso de materiais impressos em tipos ampliados e em braille

    ao mesmo tempo, ou a dificuldade na aceitao de recursos pticos, por

    vezes nada estticos, constituem-se situaes difceis para a criana e,

    principalmente, para o jovem enfrentar, levando-os, muitas vezes, a

    frustraes e baixa no rendimento escolar.

    Alguns estudos mostram que a criana portadora de cegueira total

    pode apresentar um melhor ajustamento do que a de viso subnormal;

    o que, talvez, possa ser explicado, pela dicotomia de precisarem viver entre

    dois mundos e porque os pais e os educadores tendem a esperar mais delas

    do que das totalmente cegas, sem fazer idia de quo defeituosa essa

    viso, ou em que caractersticas particulares reside a sua deficincia

    (ZIMMERMAN, 1965).

    Alm destes itens pontuados por SCHOLL, podemos acrescentar outro,

    mencionado nos estudos de NORRIS (1957).

    e) Oportunidades para

    Aprender: a criana privada

    de uma modalidade sensorial

    to importante como a viso,

    ter necessidade de

    experincias sensoriais

    compensatrias atravs das

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    outra vias perceptivas no afetadas. No entanto, para que o aprendizado se

    efetive, essas experincias devem ser significativas para a criana.

    Norris e colaboradores realizaram um estudo durante cinco anos, com

    aproximadamente trezentas crianas pr-escolares, o que os levou a

    conclurem que tais crianas necessitam de oportunidades para aprender e

    no, simplesmente, de estimulao. Isto lgico, se entendermos por

    estimulao algo dado criana com um conhecimento prvio de seu sistema

    de motivao, bem como do que apropriado ao seu nvel de

    desenvolvimento. Oportunidade para aprender implica "um clima emocional

    dentro do qual dada criana orientao e liberdade em propores justas

    e relativas s suas necessidades como uma personalidade em

    desenvolvimento" (NORRIS et al., 1957).

    De acordo com estas colocaes, pode-se entender o quanto a criana

    deficiente visual pode ser mal conduzida em seu desenvolvimento e

    aprendizagem, quando guiada pela insegurana, superproteo e, mesmo,

    desconhecimento das pessoas que a cercam.

    Um dos aspectos que pode ser decorrente da falta de oportunidade para

    aprender, o desenvolvimento de atitudes inadequadas, freqentemente,

    conhecidas como "ceguismo" ou "anopcismos", encontradas em crianas ouadultos cegos, como por exemplo, o balanar constante do tronco para frente

    e para trs, movimentar a cabea para os lados ou em movimentos circulares,

    sacudir ou esfregar as mos, pressionar um, ou ambos os olhos com as mos

    e outros. Estas atitudes ocorrem pela falta de atividade, levando o indivduo a

    descarregar suas energias em si mesmo, ou seja, se auto-estimular.

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    PRINCPIOS DA EDUCAO DO

    DEFICIENTE VISUAL

    Como decorrncia dos estudos e observaes realizadas em torno da

    educao das crianas e jovens deficientes visuais, LOWENFELD (1973) estabeleceu

    didaticamente cinco princpios bsicos que todo educador consciente de suas funes

    deve considerar globalmente em qualquer etapa de seu trabalho, visto se encontrarem

    intimamente ligados e interdependentes.

    a) Individualizao: se para a

    educao comum importante

    a considerao das diferenasindividuais dos alunos, quanto

    mais em se tratando de

    crianas com dificuldades

    visuais, pois a cegueira e os

    vrios graus de viso subnormal, no se constitui em condio para

    padronizao dos indivduos; eles iro diferir entre si, tanto ou mais que as

    crianas videntes. O grau de viso, poca e condies em que surgiu a

    deficincia, estrutura familiar, meio-ambiente, so aspectos que exigem um

    programa individualizado que venha a atender s necessidades de cada

    criana, de acordo com suas potencialidades e ritmo de desempenho.

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    b) Concretizao: o conhecimento da criana deficiente visual ser obtido

    atravs dos outros sentidos, que no a viso; para ela, realmente, perceber o

    mundo sua volta necessrio oferecer-lhe, sempre que possvel, objetos

    passveis de toque e manipulao. Ela ir adquirir a noo de forma,

    tamanho, peso, solidez, textura, flexibilidade, temperatura e outras

    caractersticas dos objetos, principalmente atravs do tato. Os modelos

    devero ser ampliados quando os originais forem muito pequenos e

    diminudos quando muito grandes. Estas adaptaes, no entanto, no deixam

    de ser uma distoro do real e as diferenas devem ser detalhadamente

    explicadas criana em suas devidas propores.

    Face s barreiras reais que o ambiente pode oferecer a criana deficiente no

    est acostumada a grandes exploraes do meio e dos objetos sua volta;

    ela precisa ser estimulada a comparar, detectar diferenas para, realmente,

    conhecer e se inteirar do que .

    Se no for dada especial ateno concretizao, os conhecimentos formais

    podero ser mal compreendidos e deformados, levando-a a fazer

    conceituaes errneas, ou, simplesmente, cair no verbalismo (descrever

    sem saber o que ).

    c) Ensino Unificado: a experincia visual tende a unificar, globalizar o

    conhecimento em sua totalidade. As orientaes devero ser transmitidas de

    modo global, de tal forma, que permitam criana localizar-se numa situao

    real de vida, para poder ser auxiliada na aquisio de novos conhecimentos

    em que no haja condies de observao em conjunto, estruturando

    interiormente suas experincias num todo organizado.

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    Para facilitar essa globalizao devem ser dadas ao educando oportunidades

    de observao atravs de todos os sentidos remanescentes. O professor

    deve procurar descobrir todas as possibilidades auditivas, gustativas,

    olfativas, tteis e cenestsicas do aluno e utiliz-las no s na explorao dos

    contedos especficos da aprendizagem formal, como tambm nas atividades

    gerais da vida diria e na orientao e mobilidade, sugerindo aos pais para

    tambm fazerem o mesmo, sempre que possvel.

    d) Estmulo Adicional: a

    viso um dos

    sentidos que mais

    recebe estmulos para

    observao informal

    de situaes novas e

    conseqente

    aprendizagem

    incidental. A criana cega pouco estimulada ter uma vida relativamente

    restrita e, para ampliar seus horizontes, desenvolver suas imagens mentais e

    orient-las para ambientes mais amplos, necessrio proporcionar-lhe

    experincias, atravs de estimulao adequada e sistemtica, em um nvel

    proporcional ao seu desenvolvimento e motivao, fazendo-a conhecer o

    mundo atravs de sua prpria observao e experincia.

    A orientao mental sobre ambientes mais prximos pode ser iniciada pela

    explorao detalhada dos mesmos, seguida de descrio ou representao,

    iniciando-se, por exemplo, pelo prprio quarto, sala, cozinha e demais

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    dependncias; a sala de aula, banheiro, diretoria, refeitrio e demais

    ambientes que deve circular na escola; procurando estabelecer relaes de

    tamanho e distncia entre os ambientes conhecidos, tanto do lar quanto da

    escola, evoluindo conforme o interesse e domnio da criana.

    Este tipo de atividade ir contribuir para que, futuramente, o aluno tenha os

    pr-requisitos necessrios para uma locomoo independente.

    e) Auto-Atividade: toda criana precisa movimentar-se para adquirir

    desenvolvimento fsico e motor harmonioso e para isto se efetivar, ela precisa

    ser motivada; deve-se dirigir seus interesses no sentido de estimular o desejo

    de movimentar-se livremente.

    A mobilidade, a fala, o ato de preenso, de alimentar-se, a socializao e

    outros aspectos podero ser retardados se ela no for orientada para

    executar tais atividades; ela s ir dominar estas habilidades fazendo. Por

    outro lado, a maturao tambm precisa ser auxiliada em todos os seus

    estgios, sendo necessrio oferecer criana oportunidades para poder fazer

    sozinha atividades compatveis com suas condies, num ritmo crescente de

    interesses e complexidade.

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    MODALIDADES DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL

    PARA O ALUNO COM DEFICINCIA VISUAL

    A educao da criana deficiente visual, pode se processar por meio de

    programas diferentes desenvolvidos em classes especiais, mantidas por escolas

    especiais, historicamente denominadas de segregadas, ou no ensino integrado, nas

    salas de recursos, no ensino itinerante ou na classe comum, recebendo apoio do

    professor especializado.

    Em qualquer destes programas os objetivos, contedos e procedimentos

    no so essencialmente diferentes da educao comum; tais crianas necessitam de

    uma boa educao geral, somada a um tipo de educao compatvel com seus

    requisitos especiais, fazendo ou no, uso de materiais ou equipamentos de apoio.A educao do deficiente visual, como toda educao especial, necessita de

    professores especializados nesta rea, mtodos e tcnicas especficas de trabalho,

    instalaes e equipamentos especiais, bem como algumas adaptaes ou adies

    curriculares.

    O principal fator a considerar no encaminhamento de uma criana aos

    programas de educao especial para deficientes visuais, a existncia de um

    impedimento visual de tal ordem que, mesmo aps correo ptica ou tratamento, ela

    no apresente condies para acompanhar o ensino regular sem as devidas

    adaptaes ou recursos especficos (acuidade visual de 0 a 0,3 Snellen), requerendo a

    participao de especialistas para orientao e desenvolvimento de habilidades que

    permitam progressivamente, sua incluso no ensino comum.

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    A tendncia atual da educao especial, em todo o mundo manter na

    escola comum o maior nmero possvel de crianas com necessidades educativas

    especiais. Aquelas que podem ser educadas num programa regular de ensino, com ou

    sem servios suplementares, no devem ser institucionalizadas.

    Esta posio h muito tempo vem sendo considerada mais desejvel, tanto

    do ponto de vista tico, quanto social e econmico. O interesse da criana, da famlia e

    da comunidade em geral, melhor atendido quando os programas de educao

    especial so instalados em escolas locais, proporcionando ao educando o mximo de

    convivncia com outras crianas e pessoas de seu prprio crculo de relaes sociais.

    (SEE/CENP, 1980 Servio de Educao Especial da Coordenadoria de Estudos e

    Normas Pedaggicas da Secretaria de Estado da Educao).

    A criana cega ou de viso subnormal precisa aprender a viver num mundo

    de pessoas que no apresentam deficincia,. Mesmo que este processo lhe seja,

    muitas vezes, difcil e penoso. Cabe sociedade a responsabilidade de prover os

    auxlios necessrios para que a criana se capacite e possa integrar-se no grupo social

    a que pertence. Assim sendo, a forma ideal de educao aquela que proporciona ao

    aluno maiores oportunidades de assimilao pelo sistema comum de ensino.

    Segundo esses pressupostos filosficos, a rede regular de ensino mantm

    em suas escolas servios de apoio pedaggico para esta clientela nas classesespeciais, salas de recursos, na classe comum e no ensino itinerante, contando ainda,

    com centrais de atendimento (Centros de Apoio Pedaggico- CAP), que oferece

    servios especializados complementares a alunos matriculados em qualquer classe ou

    nvel do ensino regular, orientando os pais, professores, pessoal da escola e a

    comunidade, bem como oferecendo cursos de formao continuada aos especialistas

    da educao.

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    Classe Especial

    o tipo de agrupamento tradicionalmente utilizado nas escolas especiais

    organizadas para o atendimento de um determinado tipo de deficincia, no caso, a

    visual. Estas escolas foram as primeiras a iniciar a educao destes alunos sendo,

    durante muitos anos, consideradas a nica forma de atendimento para estes

    educandos, assim como as mais adequadas devido s facilidades apresentadas nas

    instalaes, equipamentos, materiais especficos e pessoal com experincia na rea.

    Embora tais escolas possam oferecer oportunidades mais completas para o ensino

    face aos recursos disponveis, so evidentes as desvantagens da prpria

    institucionalizao como a rotina, formalidade, segregao familiar e social, rigidez de

    horrios e outros aspectos.

    Por outro lado, crianas pertencentes a comunidades que no contam com

    recursos educacionais especializados, que pertencem a ambiente familiar altamente

    desfavorvel, ou portadoras de incapacidades adicionais, podero ser beneficiadas por

    uma escola especial.

    Atualmente as escolas especiais existentes em nosso meio vm

    proporcionando um eficiente processo de reformulao de conceitos e de seus

    programas com o objetivo de melhor atender a clientela sob sua responsabilidade eminorar os efeitos decorrentes da segregao. Tais escolas desenvolvem programas

    educacionais e de internato ou semi-internato e seus cursos se norteiam pela

    orientao geral das escolas comuns. Planejam suas atividades em funo do ano

    letivo, estimulando amplamente a sada dos alunos nos fins-de-semana e nos perodos

    de frias, nos casos de internato, numa tentativa de manter, dentro do possvel, a

    convivncia familiar e social.

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    Na maioria dos casos, sempre que houver condies, as crianas deficientes

    visuais devem ser educadas com as crianas videntes, devendo a escola especial

    servir apenas aquelas que precisam e no podem beneficiar-se de um servio

    educacional especializado em sua prpria comunidade.

    A forma de funcionamento de escola especial que provoca menos

    segregao em regime de externato ou semi-internato, uma vez que a criana reside

    com a famlia e freqente a escola em perodo integral ou parcial. No entanto, estas

    escolas deveriam ter como um de seus objetivos o encaminhamento da criana para

    escolas da rede de ensino regular, to logo fosse possvel, evitando permanecer com

    os educandos que j apresentam condies de serem integrados e receberem

    atendimento especializado atravs das salas de recursos, ensino itinerante ou dos

    centros de atendimento (Plano Oregon - Dunn, 1971 e Declarao de Salamanca,

    1994)

    Salas de Recursos

    As salas de recursos so criadas e instaladas em estabelecimentos de

    ensino regular, de acordo com os critrios estabelecidos pelo rgo central de

    educao, contando com um professor especializado disposio da unidade escolar

    onde a mesma se encontra instalada.

    Neste tipo de atendimento, o aluno cego ou portador de viso subnormal,

    aps avaliao educacional e desenvolvimento de atividades introdutrias, pode ser

    encaminhado a uma classe comum correspondente ao seu nvel de adiantamento,

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    recorrendo sala de recursos quando encontrar dificuldades de aprendizagem

    decorrentes de problemas impostos por sua limitao visual, cuja soluo seja

    impossvel atravs dos recursos utilizados pelo professor do ensino regular. Embora o

    processo educativo do aluno se desenvolva na classe comum em que est matriculado,

    este poder recorrer sala de recursos sempre que necessitar de materiais ou

    equipamentos, suplementao de aulas atravs de material didtico que facilite a

    concretizao do aprendizado, ou ainda, para o desenvolvimento de atividades

    especficas como atividades da vida diria, orientao e mobilidade, treinamento da

    viso residual, datilografia braille e informtica, dentre outras atividades.

    Um aspecto para o qual o professor da sala de recursos deve estar atento,

    o fato de que esta no se torne uma classe especial, evitando manter nela os alunos

    por perodos mais longos do que o necessrio, visto que esta situao contraria os

    pressupostos desta forma de atendimento. evidente, que um aluno deficiente visual

    que inicia a escolaridade, no poder ser colocado diretamente numa classe de ensino

    regular, sendo necessrio um conhecimento prvio do mesmo para avaliao e

    definio da proposta de trabalho a ser desenvolvida, sendo que o sistema Braille

    dever ser ensinado na sala de recursos e posterior, ou concomitantemente, ser

    escolhida a classe comum que o aluno ir ficar aps preparo do professor comum e

    dos colegas que o tero na classe. No que se refere aos alunos portadores de visosubnormal h necessidade de conhecimento sobre o nvel de potencialidade visual,

    oportunidades para usar a viso existente e adequao aos equipamentos e recursos

    que ir necessitar.

    As sries iniciais do ensino fundamental favorecem a integrao do aluno,

    tendo em vista os tipos de atividades desenvolvidas; entretanto, quando o mesmo inicia

    a escolaridade em idade mais avanada que no permite o agrupamento com crianas

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    menores, ou porque suas necessidades exigem um perodo mais longo na sala de

    recursos, o professor poder sugerir sua participao na classe comum atravs do

    plano cooperativo entre as duas classes. Atravs deste plano o aluno inicialmente

    participa apenas de atividades gerais da classe comum, desenvolvendo-se num

    crescente proporcional s suas condies, at atingir a completa integrao tanto em

    termos sociais quanto pedaggicos.

    A sala de recursos atende a todos os educandos cegos e portadores de

    viso subnormal que estejam matriculados no estabelecimento em qualquer srie ou

    grau. Pelo fato de o professor especializado estar exclusivamente num estabelecimento

    e a permanecer diariamente, podendo, inclusive, alternar seu horrio para atender aos

    alunos nos diferentes perodos da escola; esta forma de atendimento proporciona mais

    auxlio especfico e imediato do que o ensino itinerante.

    Ensino Itinerante

    O programa de ensino itinerante atende aos alunos deficientes visuais que

    estejam matriculados em estabelecimentos de ensino comum de sua comunidade em

    qualquer idade, srie ou perodo. Em geral, este programa indicado quando o nmero

    de alunos a serem atendidos, em qualquer das escolas ou regio, no justifica a

    criao de uma sala de recursos e cujas necessidades especficas dos educandos

    podem ser atendidas atravs dos esforos conjugados do professor de classe regular e

    do ensino itinerante, bem como da prpria famlia.

    Neste tipo de atendimento, o professor atende o aluno na escola em que

    este se encontra matriculado obedecendo a um planejamento elaborado de forma a

    satisfazer s necessidades individuais de cada aluno e do pessoal da escola.

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    Atravs da prestao de servios diretos e indiretos, o professor procura

    solucionar as dificuldades acarretadas pela deficincia, de modo a possibilitar a

    incluso do aluno na vida escolar, familiar e social; estimula a participao dos pais no

    processo educacional, orientando-os sobre os procedimento mais adequados com

    relao criana, alm de a melhor forma de auxiliarem nas tarefas escolares como

    leituras, gravaes, aprendizado do braille, consultas a bibliotecas especializadas,

    ampliao de materiais e outros esforos necessrios para possibilitar a continuidade

    do usufruto da convivncia familiar dessas crianas, ao mesmo tempo em que estudam

    em um ambiente competitivo, junto pessoas de viso normal e prximo de sua

    residncia.

    Tais professores podem estar sediados em um rgo administrativo, em

    uma unidade escolar ou CAP, prestando servios em diferentes estabelecimentos de

    ensino onde esto matriculados os alunos sob sua responsabilidade. Tanto o nmero

    de alunos atribudos a cada professor, quanto a freqncia do atendimento, devem

    estar em relao direta com as necessidades especficas de cada aluno e do pessoal

    da escola (tcnico-administrativo, docente e discente), ou seja, quanto maior a

    necessidade, maior deve ser a freqncia do atendimento. Este programa beneficia

    sobremaneira, os alunos do ensino fundamental que j tenham certa independncia,

    tanto pessoal quanto acadmica, bem como os de ensino mdio, de cursosuniversitrios, de lnguas estrangeiras, supletivos e outros.

    O ensino itinerante a modalidade de atendimento educacional que

    proporciona maiores oportunidades para a integrao do aluno; o fato de a criana

    freqentar a escola de seu bairro, muitas vezes, como nico deficiente visual

    matriculado, considerado um aspecto altamente significativo para favorecer sua

    integrao, que dever se processar atravs da unio de esforos do professor

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    itinerante, professor comum, pessoal da escola e pais, devendo haver colaborao de

    todos no sentido de capacit-lo para participar das atividades escolares e manter-se no

    mesmo nvel que seus colegas.

    Alguns fracassos atribudos a este programa, esto mais ligados ao padro

    das escolas e dos professores comuns, personalidade e competncia do professor

    especializado ou do prprio aluno, bem como carncia de recursos humanos e

    materiais especializados, do que ao tipo de atendimento propriamente dito

    No ensino itinerante o professor especializado trabalha diretamente com o

    aluno e indiretamente, podendo deixar orientaes e atividades a serem realizadas, at

    o seu retorno, pelo prprio aluno, o professor comum, a famlia ou pelo pessoal da

    escola.

    Atualmente alguns professores de salas de recursos saem de suas

    unidades, exercendo funes de itinerante, ou recebem ex-alunos que foram

    remanejados para outros estabelecimentos e que se encontram sem orientao

    especializada.

    Centros de Apoio Pedaggico - CAP

    Devido s dificuldades na ampliao dos servios de atendimento para

    deficientes visuais, face carncia de professores especializados, insuficincia de

    materiais para estudos e pesquisas dos alunos, tanto em braille quanto em tipos

    ampliados, surgiram nos ltimos anos alguns centros especializados para dar suporte

    ao atendimento destes alunos.

  • 7/25/2019 DEFICINCIA VISUAL.pdf

    20/56

    O primeiro deles criado em 1994 pela Secretaria de Estado da Educao de

    So Paulo, cujo projeto serviu de modelo para os demais, foi o Centro de Atendimento

    Pedaggico para Deficientes VisuaisCAP.

    O Centro de Apoio Pedaggico para Atendimento s Pessoas com

    Deficincia Visual, institucionalizado pelo Ministrio da Educao atravs da Secretaria

    de Educao Especial resultado de um trabalho conjunto entre esta Secretaria e as

    entidades filiadas Unio Brasileira de Cegos UBC (Associao Brasileira de

    Educadores de Deficientes Visuais, Instituto Benjamin Constant e Fundao Dorina

    Nowill para Cegos).

    O objetivo do Projeto CAP garantir s pessoas cegas e s de baixa viso o

    acesso ao contedo programtico desenvolvido na escola de ensino regular, assim

    como acesso a literatura, pesquisa e cultura por meio da utilizao de

    equipamentos da moderna tecnologia e da impresso do livro em Braille.

    Uma das alternativas para dinamizar e favorecer a integrao dos

    deficientes visuais consiste, principalmente, na produo de material impresso em

    braille, na ampliao de textos, na adaptao de materiais, na qualificao de recursos

    humanos e outros recursos necessrios ao processo de ensino e aprendizagem do

    aluno.

    Alm do atendimento especfico ao deficiente visual, o CAP orienta pais eprofessores das escolas onde os alunos esto matriculados, alm de organizar

    programas e cursos para formao continuada e de capacitao dos professores

    especializados da rede, colocando disposio dos mesmos bibliografia atualizada,

    materiais de apoio e equipamentos de ltima gerao para uso deles e de seus alunos.

    Desta forma os CAPs podero se estruturar oferecendo servios atravs de :

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    Ncleo de Produo Braille- Constitui-se em um conjunto de equipamentos e

    tecnologias que tem por objetivo a gerao de materiais didticos pedaggicos como

    livros e textos em braille, ampliados e sonoros para distribuio aos alunos

    matriculados no ensino regula (prioritariamente no ensino fundamental) bibliotecas e

    escolas especializadas. Responsabilizando-se tambm, pela adaptao de materiais

    com a finalidade de complementao didtica-curricular do ensino comum, como:

    mapas, grficos, tabelas e outros.

    Ncleo de Apoio Didtico Pedaggico - Compreende um espao contendo

    acrevo de materiais e equipamentos especficos ao processo de ensino e

    aprendizagem, tendo a funo de apoiar alunos, professores e comunidade. Visa ainda

    promover curso de atualizao, aperfeioamento ou capacitao em servios para

    professores, alm de cursos especficos da rea de educao para pais e comunidade.

    Ncleo de Tecnologias - Constitui-se em um conjunto de equipamentos e

    materiais especializados ou adaptados, com o objetivo de promover a independncia

    do educando com deficincia visual, por meio do acesso e utilizao da tecnologia

    moderna para a produo de textos, estudos, pesquisas e outros.

    Ncleo de Convivncia - Espao interativo planejado para favorecer a

    convivncia, troca de experincias, pesquisa e desenvolvimento de atividades ldicas e

    culturais, integrando usurios com ou sem deficincia.Hoje, quase todos os Estados da Federao contam com este servio de

    apoio. Segundo depoimento de alguns professores especializados, o CAP veio suprir,

    em parte, uma das necessidades bsicas do aluno que poder ter em mos seus livros

    e textos didticos quase ao mesmo tempo que os colegas de classe.

    Os CAPs devem contar com o apoio de um especialista em orientao e

    mobilidade para atuar junto aos professores e ao aluno favorecendo seu

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    desenvolvimento, independncia pessoal, conhecimento da escola como um todo e

    participao ativa em todas as atividades, com especial destaque para as aulas de

    educao fsica quando, geralmente, so dispensados.

    DEFICINCIAVISUALCONCEITUAOE

    IMPLICAES

    O conhecimento sobre os problemas de viso em crianas, mostra

    claramente a necessidade de cuidados especiais pelo comprometimento do canal

    sensorial mais importante de aquisio de informaes. Isto tem conseqncias sobre

    seu desenvolvimento e a aprendizagem, tornando-se necessrio elaborar sistemas de

    ensino que transmitam , por vias alternativas, as informaes que no podem ser

    obtidas por meio da viso.

    No que se refere ao programa de O&M (orientao e mobilidade) existem

    diferenas significativas no trabalho a ser desenvolvido com crianas portadoras de

    cegueira e de viso subnormal, o que levou a definir nesse texto cada uma delas,

    assim como apontar algumas implicaes resultantes das duas condies.

    A deficincia da viso uma limitao sensorial que pode atingir uma

    gravidade capaz de praticamente anular a capacidade de ver, abrangendo vrios graus

    de acuidade visual, permitindo diversas classificaes de reduo da viso. Portanto,

    ao se adotar determinada classificao, deve-se considerar as finalidades propostas

    para sua utilizao. Em face de sua abrangncia e complexidade h muitas definies

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    e classificaes da deficincia visual, discutidas em vrios pases. Para melhor

    esclarecimento, foram destacados dois enfoques:

    - conotao clnica (Organizao Mundial da Sade);

    - com propsitos educacionais.

    Classificao da Organizao Mundial de Sade - OMS

    O Grupo Consultivo do Programa da OMS, em reunio sobre a preveno

    da cegueira, Genebra 1981, preocupado com a localizao, notificao, incidncia,

    etiologia, preveno e tratamento da deficincia visual, salienta a importncia de uma

    definio que, alm de satisfazer as necessidades atuais, seja adotada em todo o

    mundo. Recomenda tambm a diferenciao entre cegueira e viso subnormal.

    A OMS adota a seguinte classificao:

    Quadro 1 Classificao da Perda da viso (OMS)

    (Escala Optomtrica Decimal de Snellen)

    GRAU DE PERDA

    DE VISO

    ACUIDADE VISUAL (com ambos os olhos e

    melhor correo ptica possvel)Mxima menor que Mnima igual ou maior que

    1

    viso subnormal

    6/18 (metros)*

    3/10 (0,3)

    20/70 (ps)

    6/60

    1/10 (0,1)

    20/200

    2 6/60 3/60

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    viso subnormal 1/10 (0,1)

    20/200

    1/20 (0,05)

    20/400

    3

    cegueira

    3/60

    1/20 (0,05)

    20/400

    1/60 (capacidade de contar

    dedos a um metro)

    1/50 (0,02)

    5/300

    4- cegueira 1/60 (capacidade de contar

    dedos a um metro)

    1/50 (0,02)

    5/300

    Percepo de luz

    5- cegueira No percebe luz

    9- Indeterminada ou no especificada

    CID 2000.

    * A frao 6/18 metros significa que o indivduo v a seis metros o que normalmente se

    veria a 18 metros. O mesmo ocorrendo com 20/70 ps, ele v a 20 ps o que seria

    visto a 70 e assim sucessivamente conforme proposto na tabela. Apesar da converso

    em metros e decimal, os oftalmologistas utilizam com maior freqncia a expresso da

    acuidade visual medida em ps e, algumas vezes, em decimal, conforme proposto na

    escala de Snellen.

    A escala optomtrica decimal de Snellen serve para medir a acuidade visual

    para longe, ou seja, a percepo de forma e posio a uma distncia de 6 metros;

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    as figuras E em negro, em diferentes posies so alinhadas sobre uma carta branca,

    diminuindo seu tamanho de cima para baixo, numa proporo direta de distncia e

    tamanho baseados em uma escala decimal que varia de 0,1 a 1.

    Considerando a amplitude do campo visual, os indivduos com campo maior

    do que 5 graus e menor do que 10 graus ao redor do ponto central de fixao devem

    ser colocados na categoria 3 e aqueles cujo campo visual no ultrapasse os 5 graus

    ao redor do ponto central de fixao na categoria 4, quando no est afetada a

    agudeza visual central.

    A deficincia visual pode ser considerada pela baixa acuidade visual ou

    campo visual restrito.

    A classificao da OMS deu grande impulso aos estudos sobre viso

    subnormal principalmente na rea mdica, quando os oftalmologistas passaram a se

    preocupar com a viso funcional dos pacientes e sua influncia na educao dos

    deficientes visuais, em particular na O&M, nas Atividades da Vida Diria (ADV) e nas

    Atividades da Vida Prtica (AVP).

    Classificao Educacional

    Os estudos e pesquisas, sobretudo de Barraga (1965), conhecidos no Brasilem 1977, comprovaram que a capacidade de ver no inata, mas depende de

    habilidades aprendidas em cada estgio do desenvolvimento; a eficincia visual no

    depende diretamente da acuidade visual, pois o uso e a estimulao da viso residual

    podem levar sua melhor utilizao. Segundo Barraga, 89% dos educandos com

    acuidade visual inferior a 0,1 (Escala Optomtrica Decimal de Snellen) tem viso

    residual possvel de utilizao e desenvolvimento.

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    Os primeiros servios em educao especial tinham por finalidade a

    conservao da viso, enfatizandoo uso de materiais e mtodos que exigissem sua

    mnima utilizao, pois acreditava-se que as pessoas que apresentavam deficincia

    visual grave no poderiam utilizar a viso sem correr o risco de perd-la (GARCIA,

    1984 ).

    Os alunos portadores de viso subnormal, na poca chamados de

    amblopes, eram aqueles que apresentavam acuidade visual 0,1 a 0,3 (Escala de

    Snellen), enquanto os de acuidade visual menor que 0,1 eram considerados cegos e

    forados a utilizar o Sistema Braille no processo de leitura e escrita.

    Quanto aos considerados cegos, os sentidos do tato e da audio eram

    estimulados, ignorando-se totalmente o potencial da viso ainda existente e com

    possibilidades de melhorar a sua eficincia.

    Faye e Barraga (l985) consideram como deficientes da viso os portadores

    de cegueira e os de viso subnormal:

    Portadores de Cegueira os educandos que apresentam ausncia total de

    viso com perda de projeo de luz, devendo utilizar o Sistema Braille no processo

    ensino/aprendizagem , mesmo que a percepo de luz os auxilie na O&M.

    Portadores de Viso Subnormal os educandos que apresentam

    condies de indicar projeo de luz at o grau em que a reduo de sua acuidadevisual limite o seu desempenho.

    Tal classificao determina as diferenas nos programas de O&M para

    portadores de viso subnormal e cegueira. Os portadores de viso subnormal que se

    encontram no limite superior utilizaro poucos recursos adicionais, usando quase

    exclusivamente a viso para a O&M. Os que se encontram como limtrofes da cegueira

    necessitam de treinamento sensrio-perceptivo com o objetivo de utilizar melhor as

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    informaes provenientes dos outros sentidos, servindo como pistas em sua orientao

    espacial este programa estar muito prximo do que desenvolvido com pessoas

    cegas.

    Abordagem Clnica e Educacional: implicaes

    A OMS utiliza critrios mdicos de medidas de acuidade visual (Escala de

    Snellen), chegando a resultados estticos em condies especiais de distncia e

    iluminao, sem considerar outras caractersticas fsicas e psicolgicas dos indivduos

    que podem alterar o resultado (GARCIA, 1984).

    A definio educacional (FAYE e BARRAGA, 1985) mais funcional e

    dinmica, pois a acuidade visual, conforme a Escala de Snellen muito menos

    importante do que o uso real que o indivduo faz da viso. A eficincia visual no pode

    ser expressa por medidas estticas, encontrando-seenormes diferenas na eficincia

    visual entre indivduos com perdas semelhantes de viso (FAYE,1985).

    A eficincia psicovisual ou o uso da viso residual determinada por fatores

    como a natureza e extenso da doena do olho, idade em que ocorreu a perda da

    viso, oportunidades de estimulao visual e de ver materiais visuais, condies

    psicolgicas do indivduo e sua atitude em relao deficincia.A definio da OMS utilizada para fins legais, econmicos e estatsticos, a

    educacional se preocupa com o desempenho visual, visando a formao e participao

    do indivduo na sociedade.

    Os educadores no devem seguir rigidamente os diagnsticos baseados na

    distncia padro de medidas da acuidade visual para prognsticos educacionais, pois

    muitas crianas podem ter alguma viso para perto potencialmente aproveitvel, mas

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    no desenvolvida. Isto significa que s pessoas de qualquer idade, portadoras de viso

    residual, devem ser facilitadas a utilizao desta viso o mais cedo possvel, devendo

    ser preparadas para isso, evitando-lhes a imputao do rtulo de cegueira.

    Indiscutivelmente, esta tambm uma tarefa que deve ser considerada

    como parte natural do trabalho do professor de Educao Especial e do especialista

    em O&M para melhor qualidade de vida do aluno e profilaxia da cegueira.

    Para ilustrar tal posio apresenta-se o seguinte quadro:

    Quadro 2 -Classificao mdica e educacional: paralelo e interseco

    CLASSIFICA O CLNICA CLASSIFICA O EDUCACIONAL

    Diagnstico mdico baseado na

    Acuidade visual.

    nfase no que enxerga.

    Finalidade legal, econmica e

    estatstica.

    Resultado esttico em condies

    especiais de distncia e

    iluminao.

    Dados Quantitativos (numricos)

    Diagnstico educacional - baseado

    na Eficincia Visual.

    nfase no como enxerga.

    Finalidade prtica e funcional em

    termos de desempenho na O&M na

    AVD1 e nas tarefas escolares

    Resultado dinmico em condies

    de vida prtica.

    Dados qualitativos

    Obs.: Uma complementa a outra;

    O diagnstico mdico no leva necessariamente ao prognstico educacional

    (pode haver uma capacidade de viso para perto no desenvolvida).

    1AVD: Atividades da Vida diria

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    Em 1992, a OMS e o Conselho Internacional para Educao de Pessoas

    com Deficincia Visual (ICEVI), em reunio realizada em Bangcoc, Tailndia, sugerem

    nova avaliao clnico-funcional, para a participao dos portadores de baixa viso, nos

    diferentes programas de educao e reabilitao.

    REFLEXES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA

    CRIANA E A CEGUEIRA

    A cegueira pode ter efeitos graves sobre o desenvolvimento da criana.

    Esses efeitos podem ser diretos, intrnsecos, produzidos pelo impedimento visual que

    surge de forma imediata numa relao causa/efeito, havendo uma caracterstica de

    impedimento ou incapacidade, impondo algumas limitaes e restries ao

    desenvolvimento da pessoa, razo pela qual deve receber estmulos compensatrios.

    Os efeitos indiretos da cegueira so determinados pela cultura e pelo

    ambiente, so extrnsecos e podem ser minimizados por programas de preveno,

    orientao aos pais e esclarecimentos a comunidade.

    Segundo WRIGHT (1990), um efeito sobrepe-se a outro. Vrios estudos

    comprovam a dificuldade de definio dos efeitos indiretos, que podem, muitas vezes,

    causar maior impacto sobre o desenvolvimento da criana. Os efeitos indiretos so

    foras ambientais e sociais que no apenas restringem, mas privam a pessoa da

    oportunidade de adquirir experincias por falta de conhecimento sobre a natureza do

    impedimento visual.

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    O ambiente familiar e a atitude dos pais afetam bastante o desenvolvimento

    da criana (FRAIBERG, 1989).

    Os pais sofrem conflitos emocionais devido cegueira congnita do filho, o

    que pode interferir na proviso de um ambiente facilitador. Segundo WARREN (1984)

    as dificuldades dos pais, talvez, surjam de suas expectativas de ter um filho perfeito e

    a chegada de uma criana cega no vai corresponder ao seu ideal de filho.

    Segundo LOWENFELD (1985), na maioria dos casos, os pais experimentam

    sentimentos de culpa, pela cegueira do filho, devido a preconceitos morais e religiosos

    como pecado e erro.

    A criana cega, muitas vezes, chega escola sem um passado de

    experincias como seus companheiros videntes, no apresenta as rotinas da vida

    cotidiana de acordo com a sua idade, os seus conceitos bsicos como esquema

    corporal, lateralidade, orientao espacial e temporal so quase inexistentes e sua

    mobilidade difcil, o que poder levar baixa estima que dificultar o seu ajustamento

    situao escolar, estranha e, muitas vezes, aterrorizadora.

    Segundo LOWENFELD (1960) e corroborado por OCHAIT (1995), a

    cegueira impe como resultado direto da perda da viso, cinco limitaes referentes :

    alcance e variedade de experincias

    formao de conceitos

    orientao e mobilidade

    Interao com o ambiente

    acesso a informaes impressas importantes como: Perigo, No Fume, No

    permitida a passagem de pedestres, placas de orientao como:

    W.C

    elevador e outros.

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    Tais reas esto ligadas deficincia como causa/efeito, com

    interdependncia entre si, afetam a capacidade de O&M.

    Os processos de desenvolvimento da criana cega so semelhantes aos da

    criana vidente. Porm, os profissionais que atuam na rea da cegueira podem

    encontrar algumas dificuldades para proporcionar experincias compensatrias perda

    da viso.

    Um dado importante no trabalho com as crianas cegas que muitas das

    habilidades aprendidas, naturalmente pelas videntes, precisam ser deliberadamente

    ensinadas para as crianas com cegueira (FRAIBERG, 1977). Os pais dessas crianas

    devem ser devidamente orientados para que possam servir de mediadores na

    aquisio de algumas habilidades bsicas de seus filhos durante a fase pr-escolar.

    No ensino formal e nos programas de O&M o professor, especializado nesta

    rea, deve dar continuidade a tal processo em sua prtica pedaggica em cooperao

    com os pais.

    Segundo FRAIBERG, o processo de crescimento e desenvolvimento da

    criana cega semelhante ao das videntes em virtude do crescimento ser seqencial,

    com as mesmas etapas. diferente porque cada criana se desenvolve de acordo com

    seu ritmo, potencialidades, acrescentando a a limitao visual. Apesar disso as

    semelhanas entre todas as crianas so maiores do que as diferenas.Pela viso a criana estabelece suas primeiras relaes com o meio, e

    percebe a forma, tamanho, distncia, posio e localizao de objetos.

    A viso, chamada tambm de sentido da distncia, a nica percepo

    capaz de propiciar contato com o ambiente de forma global.

    Segundo GREGORY (l989:92),

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    a viso o nico sentido capaz de unificar, estruturar e organizar todas

    as outras percepes em um todo significativo

    Consequentemente, a criana cega precisa ser ajudada em seu contato e

    interao com o mundo.

    Segundo LOWENFELD (1975), as crianas com cegueira congnita ou que

    perderam a viso prematuramente, por volta dos 3 anos, no conservam imagens

    visuais teis para a aprendizagem, o que exige um atendimento educacional precoce e

    reorganizao perceptiva, isto , adquirir pelo tato, audio, olfato, sentido cinestsico

    e outros, o que no consegue pela viso.

    A criana cega se relaciona com o ambiente por outros canais sensoriais,

    tendo uma imagem diferente das pessoas videntes ou daquelas que perderam a viso

    aps a formao de conceitos visuais. impossvel a pessoa vidente imaginar o que

    seja uma imagem apenas auditiva, ttil, olfativa de um objeto ou situao (OCHAIT,

    1992).

    O controle fsico da criana comea com a sustentao da cabea e, depois,

    de todo o corpo que lhe facilita rolar para os lados. Pela primeira vez, consegue se

    mover independentemente. O rolar precede o engatinhar.

    Quando os bebs comeam a sentar-se, adquiriram fora para equilibrar ocorpo e, pela primeira vez, estar com as mos livres para explorar o mundo em posio

    ereta.

    O engatinhar exige planejamento do movimento e coordenao de braos e

    pernas. Ao se movimentar, o universo das crianas se amplia rapidamente. Elas

    aprendem a se adaptar atravs de experincias. Segundo CRATTY (l980), tal

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    aprendizagem envolve mais do que a simples imitao, porque engatinhar algo que

    elas no captam dos adultos.

    Quando o beb comea a engatinhar, decide para onde ir e mantm o

    destino em mente enquanto tenta alcan-lo. O beb circula pela casa adquirindo

    habilidade de controlar o ambiente, no desperdiando nenhuma oportunidade de

    explorao. Engatinhar marca um tipo diferente de conhecimento do mundo, pois

    introduzido em um ambiente novo, logo comea a investig-lo. Ele mapeia a sala onde

    est, aventurando-se a ir at os cantos mais distantes. Usando uma pessoa

    (geralmente a me) como ponto de referncia, o beb estuda a posio de objetos, de

    outras pessoas, muda de direo e reposiciona os objetos vistos. O beb aprende a

    reconhecer o seu lugar no mundo, juntando seus mapas fragmentados.

    A criana tem dificuldade para estabelecer a noo de distncia entre si e o

    objeto, o que somente se desenvolve com o engatinhar.

    O andar representa uma evoluo como meio de locomoo. Apesar das

    quedas, ficar em p ajuda a explorar melhor o mundo, pois amplia o campo visual.

    Andar apoiando-se em mveis ajuda a exercitar o equilbrio. O encorajamento dos pais

    a auxilia trocar os passos incertos por um andar autnomo.

    O beb necessita de tempo para obter um andar mais competente e maduro.

    A falta de arco nos ps e o seu andar de pato so obstculos para um andar eficiente,o senso de equilbrio deve ser aperfeioado para enfrentar subidas e descidas. A

    experincia de andar estimula a regio cerebral que controla a coordenao e o

    equilbrio (CRATTY, l990).

    Aproximadamente aos 7 meses, aps os primeiros passos, ele deve ter boas

    habilidades de andar. O calcanhar toca o cho antes do resto dos ps. As articulaes

    se movem com mais flexibilidade, os arcos dos ps j se desenvolveram e os ps

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    comeam a se fechar, aproximando-se paralelamente um do outro. Os passos

    tornam-se mais longos e tem incio o balanceamento dos braos.

    Aos dois anos de idade a criana pode correr, dar passos para o lado, parar

    e mudar de direo. O andar amadurece e, embora caminhe com facilidade, existe

    ainda desafios como descer uma escada. Segundo BRUNET e JOHNSON (1991), ela

    necessita de mais coordenao e equilbrio para descer do que para subir. A criana j

    apresenta todas as habilidades para andar e o refinamento acontecer

    aproximadamente at os sete anos.

    A CRIANA PORTADORA DE CEGUEIRA

    CONGNITA OU ADQUIRIDA

    Durante os primeiros trs meses, o desenvolvimento do beb cego muito

    semelhante ao de um vidente; exercita os reflexos, de forma automtica constri seus

    primeiros hbitos ou esquemas de ao do corpo, exceto os relativos viso.

    Lentamente aperfeioa os esquemas de segurar, coordenar, suco, apreenso e de

    sorrir (FRAIBERG, l978).

    A partir dessa idade podero ocorrer importantes diferenas no

    desenvolvimento entre as crianas portadoras de cegueira e as videntes.

    Com 16 semanas aproximadamente, a criana "normal" segue com os olhos

    um objeto em movimento. ILG e AMES (l992) afirmam que a busca visual de um objeto

    marca o comeo da aprendizagem para controlar os braos, mos e dedos. A

    coordenao viso-manual tem incio nas primeiras experincias olho-mo. A criana

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    cega, se no estimulada, poder tornar-se limitada para a seqncia natural de seu

    desenvolvimento.

    Aproximadamente, no quinto ms, as crianas videntes j seguraram

    objetos sob o controle visual, realizando constante explorao das caractersticas e

    lugar que ocupam no espao. As crianas cegas somente tero conscincia da

    existncia dos objetos (quando fora de suas mos), se estes emitirem algum som e

    tiverem algum significado para elas. Os objetos, em sua maioria, so silenciosos e s

    tm significado para elas, se j foram trazidos ao seu alcance e por elas manuseados.

    FRAIBERG (l985), GIBSON (l966) e OCHAIT (l995) mostram a diferena

    significativa entre a coordenao viso-manual e a coordenao udio-manual.

    Enquanto a primeira inicia logo nos primeiros meses na busca dos objetos, a segunda

    busca os objetos mediante sons, com um atraso de seis meses em relao

    coordenao olho-mo, necessitando da mediao de outra pessoa para se

    desenvolver.

    LOWENFELD (l978) e DIATKINE (l997) observam que o mundo da criana

    cega aquele que ela alcana com seus braos abertos e sugerem a necessidade de

    outras pessoas ajudarem a ampliar esse mundo.

    Ochait (l992) demonstra que a cegueira pode limitar, como decorrncia das

    dificuldades na coordenao mo-ouvido, a apreenso do mundo externo, interferindono desenvolvimento e aquisio de esquemas cognitivos e na adaptao ao meio.

    O exerccio funcional e a organizao motora esto ligados s experincias

    proprioceptivas, o sistema visual mobiliza a cabea e o corpo na busca da apreenso

    dos movimentos (HILL, 1985).

    A capacidade visual estando ausente pode acarretar a inexistncia de

    exerccios funcionais com a cabea e com o corpo, funes essenciais para reao e

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    36/56

    integrao do sistema vestibular, responsvel pelo equilbrio, movimentos harmoniosos

    e posturas adequadas, que so habilidades essenciais para um bom desempenho na

    O&M.

    O sistema vestibular, em conjunto com as percepes proprioceptivas,

    tteis, visuais, olfativas e auditivas, responsvel pela ativao e desenvolvimento dos

    processos neurais que levam percepo e orientao espacial (GEENE, l998).

    O desenvolvimento perceptivo depende da qualidade de experincias

    sensrio-motoras vividas, da elaborao e organizao construda pela criana.

    A ausncia da viso pode levar fraca atividade motora, proprioceptiva e

    vestibular, que provavelmente trar rupturas nas experincias sensrio-motora

    integradas. Quando as atividades motoras no so estimuladas por experincias

    compensatrias, durante os primeiros anos de vida, podero trazer prejuzos

    organizao e planejamento do ato motor e vivncia do corpo no espao, responsveis

    pelo desenvolvimento do mecanismo de adaptao e de organizao interna da

    pessoa.

    A reao ao estmulo auditivo no automtica, mais lenta e depende da

    distncia, da intensidade, do tempo de permanncia, da posio no espao e

    principalmente de seu significado para a criana. A reao ao estmulo auditivo no

    integradora, sendo algumas vezes at fator de desorganizao mental (HOLLSTEN,1990).

    No beb cego, o comportamento normal de agarrar um objeto dificilmente

    aparece antes dos oito meses, quando comea a procurar objetos que antes teve nas

    mos. Geralmente, a partir dos 12 meses, comea a procurar objetos que ainda no

    manipulou, guiado pelo som que emitem.

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    Quanto ao sentar-se, engatinhar e andar, o beb cego poder ter um atraso,

    se no houver mediao permanente de pessoas ligadas a ele, num trabalho

    sistemtico. O engatinhar raramente acontece (LOWENFELD, l978). Passa do sentar-

    se para o andar, e comea a andar geralmente aps os 19 meses.

    O andar imaturo da criana cega muitas vezes permanece at a idade

    adulta, dificultando sua mobilidade.

    A partir dos dois anos de idade, a criana cega (quando j adquiriu a noo

    de permanncia de objetos) comea a fazer representao das coisas, embora o

    desenvolvimento do pensamento representativo, seja adquirido na adolescncia

    (WARREN, 1984).

    Segundo LOWENFELD (l978), esta aquisio determinada no caso das

    crianas cegas, pelo desenvolvimento da linguagem, como mediao entre o objeto e a

    sua representao.

    A responsabilidade da educao da criana deficiente visual deve iniciar-se

    desde o nascimento para que possam se estabelecer as bases do seu

    desenvolvimento e atingir a maturidade necessria para uma boa interao scio-

    afetiva no seu meio. Cabe, ainda, aos especialistas da Educao Especial, assumirem

    seu papel enquanto responsveis pela orientao e estimulao durante o

    desenvolvimento da criana procurando evitar, prevenir e minimizar, na medida dopossvel, as defasagens que podero ocorrer tanto no desenvolvimento, quanto na

    aprendizagem, caso no forem devidamente cuidados na idade pr-escolar.

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    REABILITAO

    A viso um meio importante de integrao entre o indivduo e o meio

    ambiente, j que os conhecimentos, em grande parte so adquiridos por seu intermdio

    (MS/P.N.S.P.C., 1979).

    A reduo ou a privao da capacidade de ver traz conseqncias para a

    vida do indivduo tanto no nvel pessoal como no funcional, colocando-o, na maioria

    das vezes, margem do processo social.

    importante salientar que a presena da deficincia se estende famlia,

    alternando a sua dinmica, uma vez que os papis entram em desequilbrio; por outro

    lado gera um bloqueio afetivo que frustra o processo de socializao, ou seja, a

    participao nos diferentes grupos sociais com autonomia e independncia, interferindo

    e at prejudicando o estabelecimento de projetos de vida.

    Thomas Carrol (1968) descreve as seis perdas bsicas impostas pessoa

    que perde a viso no decorrer de sua vida, a saber:

    1. segurana psicolgica,

    2. habilidades bsicas,

    3. comunicao escrita e progresso informativo,

    4. apreciao do belo e do agradvel,

    5. ocupao e situao financeira,

    6. personalidade total.

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    No caso de indivduos com viso reduzida as limitaes variam de acordo

    com a patologia ocular apresentada e com as experincias acumuladas no decorrer da

    vida.

    As perdas analisadas por Carrol (1968) mostram que a deficincia visual

    envolve todos os aspectos de vida do indivduo e seu impacto o atinge nas esferas

    fsica, psicolgica e social tornando-o uma pessoa limitada, porm com condies de

    reorganizar e redimensionar sua existncia.

    Estudiosos no assunto consideram que o jovem ou adulto que perde a viso

    grandemente influenciado pelas atitudes e reaes emocionais dos membros da

    famlia. Assim, ele ter de superar no apenas o sentimento de grande perda que

    sofreu, os seus temores e ansiedade, mas ter de lutar tambm com sentimentos e

    preocupaes dos outros membros da famlia que esto totalmente ignorantes quanto

    aos efeitos da deficincia. uma experincia nova e assustadora para a pessoa

    envolvida e para seus familiares que no se sentem capazes de resolver os problemas

    especiais que viro em decorrncia da deficincia.

    Com base em Carrol (1968), no processo de adaptao deficincia,

    necessrio que a pessoa tenha conhecimento sobre as implicaes e as limitaes que

    a perda impe pessoa, e nesse processo envolvida a famlia nuclear enquanto

    grupo responsvel pelo estabelecimento de valores e aprendizado do desempenho de

    papis sociais, o grupo de amigos e a prpria comunidade (De Masi, 1996).

    De acordo com Batista (1975) h diversos fatores que determinam a

    facilidade com a qual a pessoa adaptar-se- e, entre eles, destacam-se:

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    - aqueles diretamente associados deficincia, Isto , se ela se origina

    de leses cerebrais. Em caso positivo, as limitaes fsicas so

    maiores. Nos casos em que no h leso, a mudana no estilo de vida

    depender da estrutura psicolgica de cada pessoa;

    - aqueles surgidos as atitudes frente deficincia, ou seja, os

    esteretipos desenvolvidos em relao deficincia e s pessoas

    deficientes;

    - aqueles diretamente ligados ao corpo e extenso da deficincia, a

    saber, a viso que a pessoa tem do seu corpo para executar uma

    tarefa, e a viso desse mesmo corpo como estmulo esttico de

    prazer.

    Portanto, o grau de impacto da deficincia no est to somente ligado ao

    grau da deficincia, mas ao indivduo de per si.

    O atendimento a esse grupo de pessoas d-se atravs dos programas de

    reabilitao que se constituem em canal para a auto-suficincia e produtividade. Esses

    programas so dotados de filosofia prpria, de mtodos e tcnicas especiais e realizam

    um trabalho que envolve a abordagem total do indivduo em seus aspectos mdicos,

    sociais, educacionais e de trabalho, com o fim de conhecer suas necessidades,

    proporcionando o tratamento necessrio sua adaptao s novas condies de vida.

    Esse trabalho concretizado por intermdio de equipe multidisciplinar (De Masi, 1996).

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    BREVE HISTRICO

    Historicamente os servios de Reabilitao tiveram incio logo aps a 1a

    Guerra Mundial, quando surgiram os primeiros centros de Reabilitao.

    Segundo Moragas (1970), os servios existentes eram de um s tipo e se

    fundamentavam nas possibilidades educacionais e no treinamento profissional. Esses

    servios eram oferecidos a poucos, sendo os operrios os primeiros que dele se

    beneficiaram atravs de leis especficas e, mais tarde, os incapacitados da 1aGuerra e

    os civis.

    Nos anos seguintes, observa-se uma grande preocupao para o

    estabelecimento de leis que garantissem s pessoas com deficincia o acesso ao

    trabalho e para tanto deveriam estar capacitadas em nvel pessoal e funcional (O.I.T.,

    1982).

    Essa preocupao estendeu-se aos Servios de Reabilitao que

    perceberam a necessidade e a importncia dos servios de apoio, alm dos servios

    mdicos.

    A partir da 2aGuerra Mundial (Moragas, 1970) a Reabilitao recebeu um

    grande impulso da medicina fsica e da fisioterapia. Posteriormente, foram includos a

    Terapia Ocupacional, a Orientao Vocacional, o Servio Social e a Psicologia, por

    serem considerados servios imprescindveis.

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    Com a incorporao desses servios, a Reabilitao passou a ter uma

    conotao mais cientfica e a preocupao em oferecer servios altamente

    especializados no atendimento s pessoas com deficincia.

    No Brasil os servios de Reabilitao iniciaram suas atividades na dcada

    de 50 procurando organizar-se a partir de modelos importados dos Estados Unidos,

    que possuam um enfoque integracionista.

    Os programas de Reabilitao especficos para pessoas com deficincia

    visual no Brasil tiveram incio em 1957, por iniciativa da Fundao para o Livro do Cego

    no Brasil, hoje Fundao Dorina Nowill para Cegos, em parceria com a Organizao

    Internacional do Trabalho (O.I.T.).

    No ano de 1960 criado o 1o Centro de Reabilitao para pessoas com

    deficincia visual na prpria Fundao Dorina, sendo desenvolvidos programas que

    contavam com uma equipe multidisciplinar.

    Em seu enfoque atual, o processo de Reabilitao traduz-se por uma srie

    de mecanismos de influncia individual e social.

    O PROCESSO

    O processo de Reabilitao destina-se s pessoas atingidas pela deficincia

    na idade jovem, adulta e queles jovens que no tiveram oportunidades educacionais.

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    Segundo Wright (1980), a Reabilitao um processo facilitativo para

    capacitar uma pessoa com deficincia a mobilizar seus prprios recursos para decidir o

    que deseja, o que capaz de ser, escolher seu prprio caminho e atingir seus prprios

    objetivos.

    Sob essa ptica, a reabilitao ultrapassa os limites da medicina, uma vez

    que tm por finalidade a valorizao do ser humano e de canalizar sua energia para a

    auto-suficincia e produtividade, ajudando a pessoa com deficincia a se ajudar,

    conhecer seu prprio potencial para us-lo da melhor maneira e em seu prprio

    benefcio (De Masi, 1996).

    Sendo assim, a flexibilidade dos servios inerente natureza do processo

    de reabilitao uma vez que, para uns o objetivo pode comear com a independncia

    pessoal e depois se ampliar para a empregabilidade, para outros pode ocorrer o

    inverso.

    Portanto, a reabilitao no to somente um processo que visa a

    adaptao pessoal da pessoa com deficincia atravs de seus componentes mdicos,

    sociais, psicolgicos, educacionais e profissionais, tambm uma ideologia e um meio

    que permite o desenvolvimento mximo de toda a pessoa atingida por uma limitao.

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    FILOSOFIA

    O processo de reabilitao inspira-se em princpios gerais que norteiam suas

    aes, luz dos quais julgada a eficincia dos esforos para o desenvolvimento

    mximo do potencial das pessoas com deficincia.

    A fim de que sejam garantidos os direitos que as pessoas tm de serem

    pessoas e de serem tratadas como tal, com as suas diferenas individuais, Moragas

    (1970) esclarece que o processo de reabilitao deve ser orientado pelos seguintes

    fundamentos:

    1- totalidade,

    2- individualidade,

    3- fundamentao cientfica,

    4- enfoque multidisciplinar,

    5- permanncia (aqui entendida como reciclagem),

    7. universalidade,

    8. utilidade social (individual/cidadania, econmica, poltica e social).

    Os profissionais envolvidos no processo tm como papel fundamental

    auxiliar a pessoa com deficincia a tomar decises, provendo-a das informaes

    necessrias para que ela possa se desenvolver, estabelecer objetivos e ter condies

    para alcan-los.

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    EQUIPE

    Os fatores que desencadeiam a problemtica da pessoa com deficincia,

    interligam-se e se confundem exigindo uma abordagem integral, na qual so envolvidos

    todos os profissionais necessrios para que o processo de reabilitao atinja a sua

    finalidade.

    Segundo Muniz (1980), os fins estabelecidos devero ter ao coordenadora

    que garanta a unificao dos esforos dos elementos da equipe. Para isso,

    necessria a existncia de uma filosofia de trabalho que proporcione uma viso do

    reabilitando como um todo.

    O pensamento filosfico sobre o significado da reabilitao fornecer

    elementos para que o profissional reflita sobre as suas prprias crenas. Podero, a

    partir da, avaliar o seu trabalho e os objetivos da reabilitao e mais ainda, o caminho

    no qual eles prprios se relacionaro emocional e comportamentalmente com seus

    princpios. Da posio filosfica emergem as atitudes ticas da prtica profissional.

    Outro aspecto de capital importncia a definio clara dos papis e

    funes. A estruturao adequada do trabalho, a especificao das tarefas, as metas

    realistas, os limites de responsabilidade de cada um, a flexibilidade operacional so

    alguns pontos que contribuiro para um melhor funcionamento da equipe (Muniz,

    1980).

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    H tambm a necessidade de se manter uma atitude investigatria, dentro

    dos procedimentos cientficos, que contribua para o enriquecimento e aperfeioamento

    do profissional, como tambm para a melhoria do padro de atendimento.

    REASDOPROCESSO

    O processo de reabilitao concretiza-se por meio das aes da equipe

    multidisciplinar, incluindo programas individualizados de atendimento s pessoas com

    cegueira ou com baixa viso.

    De acordo com o Planning Basic Rehabilitation Countries (1979), com as

    resolues do Forum Global sobre Reabilitao (1994) e com o Manual Tcnico de

    Servios de Rehabilitacin Integral (2000), os servios de atendimento devem envolver

    as seguintes reas:

    REAS DE APOIO (aspectos subjetivos)

    SERVIO SOCIAL: - tem por finalidade o desenvolvimento pessoal do

    indivduo, a fim de que consiga nveis de atuao consciente, plena e produtiva no seumeio. tambm o elemento catalisador das necessidade da pessoa, famlia e equipe.

    PSICOLOGIA: - com base na avaliao psicolgica, realiza um trabalho que

    visa a obteno de condies internas favorveis para o processo, melhor adaptao a

    deficincia, crescimento intrapsquico e outros aspectos de vida.

    REAS FUNCIONAIS (aspectos objetivos)

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    FISIOTERAPIA: - terapia corretiva, terapia do movimento, atividades fsicas,

    visando a plena capacidade fsica da pessoa.

    ATIVIDADES DA VIDA DIRIA: - desenvolve um programa que busca

    satisfazer as necessidades pessoais e sociais na execuo das atividades da vida

    diria de forma independente e auto-suficiente (alimentar-se, cuidados pessoais,

    administrao domstica, etc).

    COMUNICAO: - readaptao na comunicao escrita e no progresso

    informativo, ajuda a pessoa no somente no seu ajustamento pessoal, mas tambm

    nos aspectos educativos, vocacionais e carreira profissional, com a utilizao dos

    meios especficos para as pessoas com deficincia visual (Braille, sorob, uso de

    auxlios pticos, informtica).

    ORIENTAO E MOBILIDADE: - orientao que envolve a utilizao de

    recursos mecnicos, pticos e eletrnicos, alm da prpria locomoo fsica e

    orientao mental, visando a independncia na locomoo.

    DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES PARA O TRABALHO: -

    proporciona condies de experincia na execuo de atividades manual ou do tipo

    industrial, desempenho e produtividade visando auxiliar o cliente a compreender suas

    capacidades e limitaes na execuo de uma atividade.

    ORIENTAO PROFISSIONAL: - avaliao das potencialidades e

    necessidades individuais e as formas pelas quais essas potencialidades e

    necessidades podero atender s expectativas pessoais e s exigncias do mercado

    de trabalho.

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    COLOCAO E SEGUIMENTO PROFISSIONAL: - atividades que incluem

    orientao na deciso profissional, treinamento nas habilidades para a procura de

    trabalho, negociaes com empresrios e follow-up.

    PROGRAMAS ALTERNATIVOS

    A Reabilitao Global um processo altamente especializado, que exige

    para a sua consecuo equipes multidisciplinares, recursos de tecnologia,

    financiamento e adequao do espao fsico para o seu desenvolvimento; fornece

    instrumentos de avaliao e material para estudos e pesquisas, partindo da filosofia de

    ao e do reconhecimento de que o ser humano deve ter o atendimento e o tratamento

    de suas necessidades por meio de padres tcnicos decorrentes do conhecimento

    cientfico do mais alto nvel. Como nem sempre possvel realizar os programas dentro

    desses padres devido a problemas de ordem econmica de recursos humanos, de

    ampliao de atendimento em termos quantitativos, tm-se buscado formas

    alternativas para o atendimento do deficiente visual.

    Em alguns pases da sia, frica e Amrica Latina onde a realidade scio-

    econmica dificulta o desenvolvimento dos programas globais de atendimento, tem-se

    utilizado procedimentos alternativos visando diminuir os custos e atender a um maior

    nmero de pessoas.

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    REABILITAOCOMAUTILIZAODERECURSOSDACOMUNIDADE

    Esses programas foram iniciados com os programas de cuidados primrios

    de sade da Organizao Mundial de Sade (O.M.S.) e vm se desenvolvendo desde

    1976. So programas realizados pelas organizaes de e para cegos que procuram

    envolver os recursos da prpria comunidade, ou seja, lideranas locais, contratos de

    parceria com servios, recursos materiais, fsicos e financeiros da comunidade.

    REABILITAOBSICA

    Esse tipo de programa, iniciado da dcada de 90, difere do procedimentoanterior pois inclui, to somente reas de atendimento consideradas bsicas para o

    deficiente visual, ou seja: Atividades da Vida Diria, Comunicao e Orientao e

    Mobilidade.

    Para esse tipo de atendimento as organizaes tm-se utilizado programas

    de treinamento de recursos humanos de curta durao.

    Essas duas modalidades tm seus mritos, e foram tambm objetos de

    estudo no Frum Global de Reabilitao realizado na Tailndia, em 1994, uma vez que,

    dentro da realidade atual encontramos plos altamente desenvolvidos em contraste

    com plos subdesenvolvidos, somados crise financeira mundial, que os tornam

    programas mais acessveis. A esse respeito h na literatura existente relatos de

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    experincias vlidas e aparentemente bem sucedidas na rea rural e em algumas

    localidades distantes dos grandes centros.

    No devemos, no entanto, esquecer que os programas alternativos devem

    ter o mesmo objetivo daqueles considerados altamente tcnicos, ou seja, atender s

    necessidades especficas da pessoa com deficincia visual orientando para o

    conhecimento dos seus prprios recursos pessoais de adaptao, cuidados de sade,

    educao e oportunidades de emprego.

    A garantia da eficcia das formas alternativas a serem aplicadas em cada

    regio s poder ser preservada na medida em que se reconhea a necessidade de

    Centros Institucionais oficiais ou particulares que alm do atendimento local, tenham

    condies de realizar estudos e pesquisas para detectar as necessidades regionais,

    planejar e implantar esses programas profissionais e dar superviso a esses

    programas.

    Apostila desenvolvida com base em

    MINISTRIO DA EDUCAO

    SECRETARIA DE EDUCAO ESPECIAL

    PROGRAMA NACIONAL DE APOIO

    EDUCAO DE DEFICIENTES VISUAIS

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